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ALDONEY FREIRE COSTA PROCESSO DE ACREDITAÇÃO DE ORGANISMOS DE CERTIFICAÇÃO UTILIZADO PELO INMETRO: UM ESTUDO COMPARATIVO COM ORGANISMOS CONGÊNERES DE DIVERSOS PAÍSES. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de concentração: Sistema de Gestão pela Qualidade Total. Orientador: José Rodrigues de Farias Filho, D.Sc. Niterói 2006

PROCESSO DE ACREDITAÇÃO DE ORGANISMOS DE ......FIGURA 20 - A Logomarca INMETRO 74 FIGURA 21 - Tempos de processo de acreditação – SESIT 76 FIGURA 22 - Variação do n de organismos

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ALDONEY FREIRE COSTA

PROCESSO DE ACREDITAÇÃO DE ORGANISMOS DECERTIFICAÇÃO UTILIZADO PELO INMETRO: UM ESTUDO

COMPARATIVO COM ORGANISMOS CONGÊNERES DE DIVERSOSPAÍSES.

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado emSistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense,como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestreem Sistemas de Gestão. Área de concentração: Sistemade Gestão pela Qualidade Total.

Orientador:José Rodrigues de Farias Filho, D.Sc.

Niterói

2006

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ALDONEY FREIRE COSTA

PROCESSO DE ACREDITAÇÃO DE ORGANISMOS DECERTIFICAÇÃO UTILIZADO PELO INMETRO: UM ESTUDO

COMPARATIVO COM ORGANISMOS CONGÊNERES DE DIVERSOSPAÍSES

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado emSistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense,como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestreem Sistemas de Gestão. Área de concentração: Sistemade Gestão pela Qualidade Total.

Aprovado em 13 de fevereiro de 2006.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________Prof. José Rodrigues de Farias Filho, D.Sc.

Universidade Federal Fluminense

_______________________________________________________________Prof. Fernando Benedicto Mainier, D.Sc.

Universidade Federal Fluminense

_______________________________________________________________Prof. Sidnei Quezada Meireles Leite, D. Sc.

Centro Federal de Educação Tecnológica de Química de Nilópolis - RJ

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3

Dedico este trabalho

Ao meu pai Agostinho Costa (in memoriam) que nunca deixou de olhar para mim de

onde está agora.

A Heloísa, Diogo e Lucas, minha esposa e filhos, pelo apoio e compreensão à

doação de tempo dedicado a esta pesquisa.

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4

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, INMETRO,

que me proporcionou a oportunidade de desenvolver este trabalho, contribuindo para o

meu crescimento profissional.

A todos que direta e indiretamente contribuíram para a realização desta pesquisa.

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5

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar e comparar os processos de

acreditação de organismos de certificação de sistemas de gestão de alguns

acreditadores estrangeiros com o processo de mesma natureza operado pela

CGCRE/INMETRO, verificando-se as convergências e identificando-se as

diferenças, notadamente aquelas variáveis que influem no tempo de acreditação,

visando propor ações que, quando implementadas, auxiliarão na redução do tempo

médio do processo de acreditação operacionalizado pela CGCRE/INMETRO. Por

meio de análise e comparação dos procedimentos de acreditação dos organismos

acreditadores selecionados, com a necessária revisão bibliográfica sobre a

acreditação de organismos de certificação, a contextualização do processo de

acreditação e a análise das estruturas dos organismos de acreditação estrangeiros e

da CGCRE/INMETRO por meio de pesquisa qualitativa foi possível deduzir que o

tempo médio do processo de acreditação de organismos de certificação de sistemas

de gestão operado pela CGCRE/INMETRO é maior do que a média dos outros

organismos, causando assim uma situação crítica para o atendimento das

expectativas da CGCRE/INMETRO quanto ao atendimento de uma demanda

crescente por acreditações. Neste sentido, tornou-se necessário investigar as fases

dos processos de acreditação utilizadas pelos organismos estrangeiros, entendendo

as diferentes formas de atuação nas etapas de acreditação de organismos de

certificação de sistemas de gestão, identificando ações que auxiliarão na redução do

tempo médio do processo de acreditação operacionalizado pela CGCRE/INMETRO.

Palavras-chaves: acreditação, sistemas de gestão, avaliação da conformidade,qualidade.

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6

ABSTRACT

This work aims at analyzing and comparing the processes of accreditation of

management systems certification body of some foreign accreditation bodies with the

process of same nature performed by CGCRE/INMETRO, verifying the

convergences and identifying the differences, especially those variables that

influence on the time of accreditation, aiming at proposing actions that, when

implemented, will aid in the reduction of the average time of the accreditation process

performed by CGCRE/INMETRO. Through analysis and comparison of the

accreditation procedures of the accreditation bodies selected, with the necessary

bibliographical review on the accreditation of certification bodies, the context of the

accreditation process and the analysis of the structures of the foreign accreditation

bodies and of CGCRE/INMETRO through qualitative research, it was possible to

deduce that the average time of the accreditation process of management systems

certification bodies performed by CGCRE/INMETRO is higher than the average time

of the other accreditation bodies, causing a critical situation for attending of the

expectations of CGCRE/INMETRO regarding the attendance of a growing demand

for accreditation. In this sense, it is necessary to investigate the steps of the

accreditation process used by the foreign accreditation bodies, understanding the

different ways for performing the steps of the accreditation process of management

systems certification bodies identifying actions that will help in the reduction of the

average time of the accreditation process performed by CGCRE/INMETRO.

Key words: accreditation, management system, conformity assessment, quality.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Sistema de acreditação 13FIGURA 2 - Esquema de acreditação 14FIGURA 3 - As cinco forças que afetam a competitividade 22FIGURA 4 - O Ciclo PDCA 39FIGURA 5 - Composição básica da pesquisa 42FIGURA 6 - Etapas da pesquisa 44FIGURA 7 - Procedimentos de acreditação avaliados 46FIGURA 8 - Esquema de interação das atividades da ENAC 49FIGURA 9 - Organograma da ENAC 52FIGURA 10 - Logomarca da ENAC (de acreditación) 55FIGURA 11 - Processo de acreditação do ENAC 55FIGURA 12 - Estrutura do OAA 58FIGURA 13 - Marca do OAAA 60FIGURA 14 - Estrutura de atuação organizacional do ANAB 63FIGURA 15 - Marca de acreditação do ANAB 64FIGURA 16 - Estrutura do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior67

FIGURA 17 - Estrutura organizacional do INMETRO 68FIGURA 18 - Estrutura organizacional da CGCRE 70FIGURA 19 - Fluxograma de acreditação inicial de organismos de

certificação de sistemas de gestão73

FIGURA 20 - A Logomarca INMETRO 74FIGURA 21 - Tempos de processo de acreditação – SESIT 76FIGURA 22 - Variação do n° de organismos acreditados x n° de funcionários

do SESIT92

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas TécnicasANAB ANSI-ASQ National Accreditation BoardANSI American National Standards InstituteASQ American Society for QualityBPL Boas Práticas de LaboratórioCASCO Committee on conformity assessCBAC Comitê Brasileiro de Avaliação da ConformidadeCGCRE Coordenação Geral de Credenciamento

CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa JurídicaCONMETRO Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

IndustrialDICLA Divisão de Credenciamento de LaboratóriosDICOR Divisão de Credenciamento de OrganismosEMS Enviromental Management SystemENAC Entidad Nacional de AcreditaciónIAAC Interamerican Accreditation CooperationIAF International Accreditation ForumIEC International Electrotechnical CommissionILAC International Laboratory Accreditation CooperationINMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

IndustrialISO International Organization for StandardizationMLA Multilateral Recognition ArrangementNAP National Accreditation ProgramNBR Norma BrasileiraOAA Organismo Argentino de AcreditaciónOAC Organismo de Avaliação da ConformidadePDCA Plan - Do - Check - ActionPROGE Procuradoria Jurídica do INMETROQMS Quality Management SystemRAB Registrar Accreditation Board

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RAD Relatório de Análise de DocumentaçãoRAS Relatório de Análise da SolicitaçãoRAT Relatório de auditoria testemunhaRAU Relatório de Auditoria

SESIT Setor de Sistemas e TreinamentosSINMETRO Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

IndustrialTA Técnico de Acreditação

TBT Technical Barriers to TradeUP Unidade Principal do INMETROWTO World Trade Organization

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SUMÁRIO

1 O PROBLEMA...........................................................................................13

1.1 INTRODUÇÃO...........................................................................................13

1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA............................................................................15

1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO.........................................................................17

1.3.1 Objetivo geral ...........................................................................................17

1.3.2 Objetivos específicos ..............................................................................18

1.4 QUESTÕES DO ESTUDO.........................................................................18

1.5 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO....................................................................18

1.6 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO ................................................................19

1.7 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ..................................................................20

2 FUNDAMENTACÃO TEÓRICA.................................................................21

2.1 COMPETITIVIDADE ..................................................................................21

2.2 QUALIDADE ..............................................................................................24

2.3 A QUALIDADE E A VANTAGEM COMPETITIVA......................................26

2.4 CONCEITO DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE.................................27

2.4.1 Mecanismos de avaliação da conformidade .........................................29

2.5 CONCEITO DE ACREDITAÇÃO ...............................................................29

2.6 NORMAS DE ACREDITAÇÃO ..................................................................32

2.6.1 A ISO/IEC 17011 .......................................................................................31

2.7 O IAF........................................................................................................343

2.8 CONCEITOS DE GESTÃO DA QUALIDADE ............................................35

2.8.1 Foco no cliente.........................................................................................35

2.8.2 Liderança ..................................................................................................37

2.8.3 Envolvimento de pessoas .......................................................................36

2.8.4 Abordagem de processo .........................................................................38

2.8.5 Abordagem sistêmica para a gestão..........................................................37

2.8.6 Melhoria contínua ....................................................................................39

2.8.7 Abordagem factual para tomada de decisão..............................................40

2.8.8 Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores ..............................41

3 METODOLOGIA ........................................................................................42

3.1 A PESQUISA .............................................................................................42

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11

3.2 CATEGORIZAÇÃO DA PESQUISA...........................................................43

3.3 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .............................................................44

3.4 ETAPAS DA PESQUISA E AMOSTRA......................................................45

3.5 ANÁLISE DE DADOS ................................................................................46

3.6 LIMITAÇÃO DA PESQUISA ......................................................................48

4 OS ORGANISMOS DE ACREDITAÇÃO...................................................49

4.1 A ENAC......................................................................................................49

4.1.1 Visão Geral da ENAC ...............................................................................49

4.1.2 Estrutura da ENAC...................................................................................51

4.1.3 A acreditação da ENAC ...........................................................................53

4.2 OAA ...........................................................................................................57

4.2.1 Visão Geral do OAA .................................................................................57

4.2.2 Estrutura do OAA.....................................................................................58

4.2.3 A acreditação do OAA .............................................................................59

4.3 ANAB .........................................................................................................61

4.3.1 Visão Geral do ANAB...............................................................................61

4.3.2 Estrutura do ANAB ..................................................................................62

4.3.3 A acreditação do ANAB ...........................................................................64

4.4 INMETRO ..................................................................................................66

4.4.1 Visão Geral do INMETRO ........................................................................66

4.3.2 Estrutura do INMETRO ............................................................................67

4.4.3 A acreditação do INMETRO.....................................................................71

5 DESENVOLVIMENTO ...............................................................................75

5.1 O TEMPO MÉDIO DE ACREDITAÇÃO .....................................................75

5.2 AS FASES DO PROCESSO DE ACREDITAÇÃO .....................................78

5.3 ESTUDO DA FASE DE SOLICITAÇÃO DE ACREDITAÇÃO ....................79

5.3.1 Conclusões sobre a fase de solicitação de acreditação.............................80

5.4 ESTUDO DA FASE DE ANÁLISE DE DOCUMENTAÇÃO ........................81

5.4.1 Conclusões sobre a fase de análise de documentação .............................83

5.5 ESTUDO SOBRE A FASE DE AVALIAÇÃO INICIAL ................................83

5.5.1 Conclusões sobre a fase de avaliação inicial.............................................88

5.6 ESTUDO DA FASE DE CONCESSÃO DA ACREDITAÇÃO .....................89

5.6.1 Conclusões sobre a fase de concessão da acreditação ............................90

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12

5.7 OS RECURSOS HUMANOS ENVOLVIDOS NA ACREDITAÇÃO DO

INMETRO.................................................................................................................91

6 CONCLUSÕES..........................................................................................94

REFERÊNCIAS........................................................................................................97

APÊNDICES............................................................................................................100

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1 O PROBLEMA

1.1 INTRODUÇÃO

No mundo com uma economia globalizada, uma condição para que os

produtos e serviços de uma economia possam ter a liberdade de circular

internacionalmente, sem a necessidade de re-ensaios ou inspeções, é a

necessidade que eles possuam sua avaliação da conformidade declarada.

Para executar a atividade de declarar objetivamente a conformidade de

produtos e serviços existem os Organismos de Avaliação da Conformidade (OACs),

que executam atividades que incluem a certificação, inspeção, calibração e ensaios.

Entende-se por certificação a atividade desenvolvida por um OAC para avaliar

a conformidade de produtos, serviços e fornecedores quanto a especificações e/ou

requisitos. A certificação de sistemas de gestão atesta a conformidade do modelo de

gestão de fabricação e de prestadores de serviço em relação a requisitos

normativos, como por exemplo, o sistema de gestão da qualidade certificado pelos

critérios estabelecidos pela ISO 9001:2000.

Para garantir às partes interessadas, autoridades regulamentadoras,

comprador e cidadãos, que os OACs são competentes no desempenho de suas

atividades, existe a atuação dos organismos de acreditação que, com a devida

imparcialidade, verificam a competência dos organismos de avaliação da

conformidade. Este sistema, mostrado na figura 1, além de transmitir confiança ao

consumidor, cidadão e órgão regulamentador, facilita o comércio entre países.

Acreditação é o reconhecimento formal por um organismo de acreditação, de

que um laboratório ou um organismo de certificação ou inspeção, atende a requisitos

previamente definidos e demonstra ser competente para realizar suas atividades

com confiança. Segundo a norma ABNT NBR ISO/IEC 17011:2005 a definição de

acreditação é “atestação de terceira-parte relacionada a um organismo de avaliação

da conformidade, comunicando a demonstração formal da sua competência para

realizar tarefas específicas de avaliação da conformidade”.

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14

No Brasil, o organismo que tem a autoridade para acreditar é o Instituto

Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, através

da sua Unidade Principal, Coordenação Geral de Credenciamento – CGCRE. Tal

atribuição lhe foi concedida pela a publicação da Resolução CONMETRO 08/92, em

24 de agosto de 1992, criou o Comitê Brasileiro de Certificação (CBC), atual Comitê

Brasileiro de Avaliação da Conformidade (CBAC), com a função de aprovar

procedimentos, critérios e regulamentos para a acreditação de organismos de

certificação. O INMETRO passava a acreditar e avaliar os organismos de

certificação públicos e privados.

Figura 1 – Sistema de acreditaçãoFonte: Norma ABNT NBR ISO/IEC 17011:2005 – Set/2005

Organismo de acreditação

Organismos de avaliação da conformidade

Produtos(incluindoserviços)

Fornecedor

Avalia a competência

Avalia a conformidade

Organismos de acreditação avaliam acompetência dos OAC. Eles podem facilitar ocomércio, promovendo a aceitação globaldos resultados de avaliação de conformidadeemitidos pelos OAC acreditados. Isto éreforçado caso eles tenham sido avaliadospor seus pares e sejam membros de acordosde reconhecimento mútuo entre organismosde acreditação.

Os OAC avaliam a conformidade deprodutos, serviços e fornecedores quanto aespecificações e/ou requisitos.

Compradores adquirem produtos (incluindoserviços) que estão em conformidade comas especificações ou compram defornecedores que demonstram aconformidade com requisitos específicos.

Autoridades regulamentadoras podem fixarrequisitos para produtos e fornecedores.

NOTA A palavra fornecedor é usada com o significado de provedor de produtos (incluindo serviços).

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15

Conforme o Regimento Interno do INMETRO, é da competência do Setor de

Sistemas e de Treinamento (SESIT) gerenciar e executar as atividades de

acreditação de organismos de certificação de sistemas e de treinamento.

A figura 2 apresenta um esquema simplificado da atividade de acreditação

desenvolvida pela CGCRE/INMETRO.

Figura 2 – Esquema de acreditaçãoFonte: O autor

1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA

É crescente a importância da avaliação da conformidade como instrumento

regulador do mercado interno e do mercado globalizado, pois é de grande relevância

para o desenvolvimento industrial, para o incentivo ao comércio interno e externo e

para proteção e defesa do consumidor.

Os principais aspectos que justificam a importância da utilização de

programas de avaliação da conformidade são:

• Propiciar a concorrência justa.

• Estimular a melhoria contínua da qualidade;

• Informar e proteger o consumidor;

Organismo AcreditadorCgcre/Inmetro

Reconhece a competência

CertificadoraCertifica que a organização (empresa)

cumpre uma norma específica

Organização(empresa)

Executa avaliação segundoum Guia específicoEx.: Guia 62 ; 66

Produto/serviço

Executa avaliação segundouma norma específicaEx.: Sistema de Gestão da QualidadeISO 9001:2000

Norma

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16

• Facilitar o comércio exterior, possibilitando o incremento das exportações;

• Proteger o mercado interno;

• Agregar valor às marcas;

A certificação de Sistemas de Gestão atesta a conformidade do modelo de

gestão de processos produtivos e prestadores de serviço em relação a requisitos

normativos. O objetivo das normas de gestão é possibilitar às empresas uma gestão

por processos, enfatizando as ações de prevenção de defeitos. Por outro lado, o

objetivo das normas de sistemas de gestão é estabelecer um sistema de gestão da

organização, de forma a assegurar a repetitividade e a previsibilidade, no

fornecimento de um produto ou serviço, também tendo como principal objetivo a

satisfação dos clientes.

A certificação de sistemas de gestão garante que a organização funciona de

maneira consistente, preocupada com a qualidade, ou com o meio ambiente, e que

seus empregados têm noção clara de como obter a qualidade, ou como preservar o

meio ambiente.

A acreditação é o reconhecimento formal, concedido por um organismo

autorizado, de que a entidade foi avaliada, segundo guias e normas nacionais e

internacionais e tem competência técnica e gerencial para realizar tarefas

específicas de avaliação da conformidade de terceira parte.

Nesse esquema, o órgão acreditador acredita o OAC que, por sua vez,

reconhece a conformidade de um sistema de gestão.

O cumprimento de exigências e o rigor técnico conferem credibilidade às

atividades de certificação desenvolvidas em cada país, sendo a credibilidade um

pré-requisito para o ingresso de produtos, processos ou serviços importados nos

principais mercados.

No Brasil, o INMETRO é o único organismo acreditador reconhecido no

Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – SINMETRO,

além de ser reconhecido pelo International Accreditation Forum (IAF). O Brasil segue

o exemplo dos sistemas mais modernos, nos quais somente um organismo

acreditador por país ou economia é reconhecido, nos quais também há uma clara

separação entre as atividades de certificação e de acreditação.

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17

Por conta disto, existe uma necessidade de se possuir organismos de

certificação acreditados, para atender à demanda de certificações crescentes, o que

coloca o processo de acreditação do INMETRO como uma variável importante na

equação da avaliação da conformidade.

O sistema de acreditação de organismos de certificação de sistemas de

gestão operacionalizado pelo SESIT segue diretriz internacional, que o coloca em

equivalência com outros organismos estrangeiros congêneres, com os quais são

mantidos diversos acordos. Dentre estes acordos, cite-se o Acordo de

Reconhecimento Multilateral – Multilateral Recognition Arrangement (MLA) para

organismos acreditadores de organismos de certificação de sistema de gestão da

qualidade, realizado com o Fórum Internacional de Acreditação – IAF.

Para operacionalizar as acreditações dos OACs, o SESIT realiza diversas

atividades, que incluem as avaliações internas, técnicas e administrativas, e as

avaliações externas, de auditoria. Atualmente, o SESIT dispõe de uma estrutura de

09 técnicos de acreditação e 3 funcionários administrativos. O tempo médio de

duração de um processo de acreditação é de aproximadamente 12 meses.

Entretanto existe uma expectativa internacionalmente aceita de que este processo

leve em torno de 6 meses. Para os processos de extensão, reacreditação e

supervisão, os tempos são 3 vezes superiores às expectativas internacionais

(FONSECA, H., 2003).

Por esta avaliação, pode-se constatar que devido ao tempo do processo de

acreditação desenvolvido pelo SESIT ser maior que o necessário, existe uma

barreira para o atendimento da demanda de certificações, causando prejuízos às

organizações que buscam esta forma de avaliação da conformidade.

1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO

1.3.1 Objetivo geral

Esta pesquisa tem como objetivo geral comparar os processos de acreditação

de alguns organismos acreditadores estrangeiros com o processo do INMETRO,

verificando-se as convergências e identificando-se as diferenças, notadamente

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18

aquelas variáveis que influem no tempo de acreditação, visando propor ações que,

quando implementadas pelo SESIT, auxiliarão na redução do tempo médio do

processo de acreditação operacionalizado pela CGCRE/INMETRO.

1.3.2 Objetivos específicos

Para desenvolver a dissertação, tornou-se necessário cumprir as seguintes

etapas:

• Identificar as variáveis mais relevantes do processo de acreditação que influem

no tempo de acreditação;

• Analisar a necessidade de aumento da quantidade de recursos humanos no

SESIT; e

• Analisar o processo de acreditação utilizado pelo INMETRO, quanto à otimização

das variáveis que impactam no tempo de acreditação.

1.4 QUESTÕES DO ESTUDO

O desempenho da atividade de acreditação de organismos de certificação de

sistemas de gestão tem levantado questionamentos sobre o tempo do processo de

acreditação. O presente trabalho visa responder as seguintes questões:

a) O tempo médio do processo de acreditação utilizado no SESIT é elevado?

b) Quais as implicações decorrentes de um tempo elevado do processo de

acreditação?

c) Qual é a importância de um organismo acreditador garantir a qualidade e a

credibilidade em manter um número razoável de OACs acreditados, levando-se em

conta o desenvolvimento sustentável do processo de acreditação?

d) Como uma autarquia federal, atuando como órgão acreditador, trata a renovação

e a qualificação de recursos humanos para desenvolver o processo de acreditação?

1.5 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

A operacionalização de um processo de acreditação mais eficiente

proporcionará um melhor atendimento às necessidades dos clientes da acreditação,

que, diretamente, são as certificadoras e organizações certificadas, e, indiretamente,

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19

os cidadãos consumidores dos produtos e serviços produzidos por estas

organizações.

Ao verificar as convergências e identificar as diferenças, notadamente

aquelas que possam ser adotadas no Brasil, será sugerido um aprimoramento do

nosso sistema, identificando-se pontos de melhoria e propondo a sua

implementação no modelo de acreditação do SESIT, para que se operacionalize um

processo de acreditação mais rápido, mantendo-se a confiabilidade e a credibilidade

desse processo.

Os organismos internacionais escolhidos para serem foco do estudo são:

ANSI-ASQ National Accreditation Board (ANAB), dos Estados Unidos; o Organismo

Argentino de Acreditación (OAA ) e a Entidad Nacional de Acreditación (ENAC), da

Espanha. A escolha destes foi orientada pelos seguintes fatores: o ANAB foi

escolhido pelo fato de atuar na maior economia do mundo, atualmente, o que dará

uma visão de como são tratados os problemas relativos a uma grande demanda de

acreditações. A escolha do organismo argentino foi feita pela particularidade de se

tratar de um país com uma economia não muito estável, onde o relacionamento com

as certificadoras é muito focado no custo financeiro do processo de acreditação. O

ENAC da Espanha foi escolhida por atuar em um país europeu de língua latina, o

que proporciona uma facilidade para a troca de informações. Todos os acreditadores

escolhidos são membros do International Accreditation Forum - IAF, entidade

composta por representantes de organismos de acreditação de diversos países do

mundo, da qual o INMETRO faz parte.

1.6 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho limita-se à análise do processo de acreditação de organismos

de certificação de sistemas de gestão, enfatizando o tempo de duração dos

processos de acreditação desenvolvidos pelo SESIT. Nesta análise será levada em

consideração cada etapa utilizada no modelo de acreditação no âmbito do SESIT,

avaliando-se seu impacto no tempo final do processo.

Não são considerados os outros tipos de acreditação realizados no

INMETRO, de Organismos de Certificação de Produtos, Organismos de Certificação

de Avaliação de Desempenho, Organismos de Certificação de Pessoas e

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20

Organismos de Inspeção, pois cada tipo de acreditação tem as suas especificidades,

e são de responsabilidade de outros setores.

A pesquisa não se baseia em dados estatísticos, pois a natureza singular do

processo não permite que se faça uso da ferramenta estatística para o seu estudo.

1.7 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

Esse estudo está organizado em seis partes:

No primeiro capítulo é apresentada a introdução ao tema estudado, além do

escopo do mesmo. São abordados os objetivos a serem alcançados com essa

pesquisa e a sua importância.

O segundo capítulo tem por objetivo apresentar a revisão de conhecimentos

pertinentes ao tema foco do estudo, buscando-se a sua relevância como diferencial

competitivo, através da utilização do mecanismo de certificação de sistemas de

gestão.

O objetivo do terceiro capítulo consiste em descrever como a pesquisa foi

planejada e fundamentada, explicitando seus aspectos metodológicos, a fim de

atingir o objetivo da pesquisa descrito no item 1.3 desta dissertação.

O quarto capítulo descreve detalhadamente os organismos de acreditação

utilizados como modelos nesta pesquisa, aborda como são estruturados e identifica

seus aspectos operacionais.

O objetivo do quinto capítulo é apresentar os resultados obtidos com o estudo

proposto, avaliando os processos de acreditação da CGCRE/INMETRO e dos

organismos estrangeiros, identificando as variáveis mais relevantes do processo de

acreditação que influem no tempo de acreditação. Além disso, este capítulo também

visa analisar a necessidade de aumento da quantidade recursos humanos no

SESIT; e analisar o processo de acreditação utilizado na CGCRE/INMETRO, quanto

à otimização das variáveis que impactam no tempo de acreditação.

No sexto capítulo são apresentadas as conclusões obtidas no trabalho e as

recomendações para aplicação em trabalhos futuros.

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2 FUNDAMENTACÃO TEÓRICA

Este capítulo tem por objetivo apresentar a revisão de conhecimentos

pertinentes ao tema foco do estudo. Busca-se estabelecer que a acreditação de

organismos de certificação tem impacto na estratégia competitiva, através da

utilização do mecanismo de avaliação da conformidade de certificação de sistemas

de gestão.

2.1 COMPETITIVIDADE

As transformações que o mundo vem sofrendo, sejam sociais, políticas ou

econômicas, estão propiciando um aumento considerável da competição entre os

diversos agentes econômicos que fazem parte da sociedade. Existe uma busca, por

parte das organizações, para atuarem com sucesso frente aos seus clientes.

Para termos uma visão melhor de competitividade, devemos conhecer que

existem duas concepções distintas que discutem o tema. A primeira é encontrada

nos trabalhos de Michael Porter, que defende que as “Vantagens Competitivas” são

determinantes do aumento do bem estar de uma nação, pois a competitividade das

nações está ligada de forma direta à competitividade das empresas que aí atuam.

Já os trabalhos do economista David Ricardo afirmam que a competitividade

dos países depende das “Vantagens Comparativas”, que são decorrentes de

diferenças tecnológicas entre os países, que irão gerar maior bem estar para as

populações, caso exista especialização na produção de um bem cuja produtividade

é maior neste país. Esta competição se dá via preços ou câmbio, ou seja, países

que tivessem produtividade inferior só poderiam elevar suas vendas reduzindo

preços ou câmbio, reduzindo assim o preço da mercadoria.

A vantagem comparativa implica em que um país ou indivíduo possa focar

recursos naquilo que, em termos relativos, faz melhor que o restante. O comércio

internacional não é determinado pelos custos absolutos de produção, mas pelos

custos de oportunidade, dependentes de fatores relativos entre as nações.

Para Porter (1991), a competição via redução de preços, decorrente da

diminuição da margem de lucro, retirada de benefícios de trabalhadores, subsídios

governamentais, é limitada, pois acaba reduzindo o poder de compra da população

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e a capacidade de investimento das empresas, causando desemprego e recessão. A

solução, segundo Porter, é as empresas investirem em tecnologia, marketing e

projetos inovadores, pois isto proporcionará as vantagens nas competições

internacionais, aumentando o valor agregado e facilitando a colocação do produto no

mercado globalizado, proporcionando assim uma vantagem competitiva às

empresas e aos países.

Porter (1993, p.73), numa abordagem mais ampla, coloca claramente sua

posição em relação aos países que competem no mercado global, ressaltando os

fatores importantes para o entendimento dos mecanismos de busca da

competitividade.Prosperidade nacional é criada, não herdada...A competitividade deuma nação depende da capacidade de sua indústria de inovar eatualizar-se. As companhias ganham vantagem competitiva contra osmelhores competidores do mundo por causa da pressão e dodesafio.

Assim, a solução para as empresas e países é investirem em fatores como

tecnologia, design, marketing, branding, etc, que proporcionam a elas vantagens

reais na competição internacional. Estes fatores aumentam o valor agregado e

facilitam a inserção internacional dos produtos, ou seja, aumentam a capacidade

competitiva das empresas e dos países.

Porter (1993, p.46) defende a idéia de que a organização está à mercê de

ameaças e oportunidades. A competição em determinado setor industrial é

influenciada por um conjunto de cinco principais forças competitivas: ameaças de

empresas ingressantes, ameaças de produtos e serviços novos e substitutos, poder

de negociação de fornecedores, poder de negociação dos compradores e rivalidade

entre as empresas existentes. As forças competitivas que atuam na empresa podem

ser observadas na figura 3.

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Figura 3 - As cinco forças que afetam a competitividade.Fonte: Porter (1989).

A seguir são descritas as 5 Forças cuja combinação influencia a natureza da

competição e a escolha da estratégia mais adequada para se obter um melhor

resultado:

a) Poder de negociação dos fornecedores: este poder se manifesta na

capacidade dos mesmos de elevar os preços ou reduzir a qualidade dos bens e

serviços fornecidos. É maior quando é mais concentrado do que a indústria da qual

participa, quando tem clientes diversificados, quando o produto fornecido é

importante para o negócio do cliente e quando os concorrentes dos fornecedores

apresentam produtos diferenciados com custo de mudança alto. Em outras palavras,

o poder dos fornecedores será grande quando os compradores tiverem dificuldade

em trocar ou utilizar mais de um fornecedor.

b) Poder de negociação dos compradores: o poder de negociação dos

compradores é tanto maior quanto a importância de suas compras para a indústria.

Quando forte, afeta a indústria forçando os preços para baixo, exigindo melhorias na

qualidade, nos serviços de manutenção, na compatibilidade dos produtos e nas

garantias, gerando, conseqüentemente, aumento acirrado da competição entre os

concorrentes.

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c) Pressão dos produtos substitutos: toda indústria concorre com produtos

substitutos, produtos que podem desempenhar a mesma função dos produtos de

determinada indústria. Quanto melhor a relação desempenho/preço dos produtos

substitutos, maior a pressão sobre o lucro da indústria.

d) Ameaça de novos entrantes: novos entrantes representam uma ameaça

porque geralmente chegam bem capitalizados e com forte intenção de conquistar

alguma parcela do mercado. Conseqüentemente, com um novo entrante, os preços

podem cair e os custos serem inflacionados, diminuindo a rentabilidade do negócio.

e) Rivalidade entre os concorrentes: a rivalidade entre concorrentes se dá

pela disputa por posição. Esta disputa ocorre em função de pressões ou busca por

melhores posições no mercado.

Uma vez que as forças externas em geral afetam todas as empresas na

indústria, o ponto básico encontra-se nas diferentes habilidades em lidar com elas, e,

portanto, a meta da estratégia competitiva para uma unidade empresarial em uma

determinada indústria é encontrar uma posição dentro dela em que a companhia

possa melhor se defender contra estas forças competitivas ou influenciá-las a seu

favor.

A vantagem competitiva de uma determinada empresa só pode ser obtida

através da diminuição da vantagem competitiva de seu oponente, caracterizada pelo

polinômio fornecedor-cliente. A indústria deve desenvolver habilidades específicas

para lidar com elas.

2.2 QUALIDADE

Após o explanado sobre competitividade e verificado que a qualidade tem

uma influência na mesma, busca-se, a seguir, entender as definições e os conceitos

da qualidade, bem como o significado que ela assumiu para aplicação no processo

produtivo.

Hutchins (1992), ao tratar da qualidade, afirma ter consultado os dicionários

Webster’s e Oxford, de língua inglesa, e ambos definem qualidade como “grau de

excelência”.

Em virtude da evolução do entendimento e do uso de ações de melhoria de

qualidade nas empresas, surgiu também a necessidade do entendimento do próprio

termo qualidade que se modificou de acordo com essa dinâmica.

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Campos (1992, p.2) propõe que “um produto ou serviço de qualidade é aquele

que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e

no tempo certo às necessidades do cliente”. Em outros termos, um produto ou

serviço de qualidade é aquele que tem um projeto adequado, sem defeitos; de baixo

custo; com segurança e entrega no prazo certo, no local certo e na quantidade certa.

Entre os anos 60 e 80, foram publicados trabalhos que tratavam da extensão

do conceito básico da qualidade com diferentes abordagens.

Os principais autores que contribuíram para o mesmo assunto, mas com

abordagens, enfoques e amplitudes diferentes são: William E. Deming, Joseph M.

Juran, Armand V. Feigenbaum e Philip B. Crosby.

A) William E. Deming:

Deming aborda a qualidade usando a estatística nos processos, salientando

os problemas da variabilidade e suas causas. Técnicas estatísticas, como gráficos

de controle de processos, são propostas por permitirem a distinção entre “causas

especiais e comuns”, as primeiras atribuídas a indivíduos ou máquinas, e as outras

de responsabilidade geral como falhas de matérias primas.

Deming destaca uma abordagem sistêmica para a avaliação do desempenho

da qualidade em todos os níveis da organização, conhecida como Ciclo de Deming

ou PDCA – Plan, Do, Check, Action. A afirmativa que “a qualidade para ser

produzida deve ser medida através da interação de três participantes: (1) o produto

em si; (2) o usuário e como ele usa o produto; (3) as instruções de uso, treinamento

do cliente e treinamento da assistência técnica, os serviços disponíveis para reparos,

a disponibilidade das peças” (DEMING,1990, p.130) fornece bases objetivas para

sua análise desde os projetos de produtos ou serviços.

B) Joseph M. Juran:

Juran (1990, p.45) apresenta várias definições de qualidade: ”Um dos

significados da qualidade é desempenho do produto”, ”Outro significado é a

ausência de deficiências”. Mas a definição mais simples e mais conhecida é

”Qualidade é adequação ao uso”, Juran (1991, p.39), ou seja, a qualidade deve ser

conceituada a partir do usuário. Esta definição deve ser compreendida e

implementada em todos os aspectos do gerenciamento de uma organização.

C) Armand V. Feigenbaum:

A contribuição de Feigenbaum refere-se ao conceito de “Controle da

Qualidade Total” nos anos 60 e 70, como um sistema eficiente para a integração do

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desenvolvimento da qualidade, da manutenção da qualidade e dos esforços de

melhoramento da qualidade em todos os níveis econômicos e por toda a empresa.

Feigenbaum (1994) conceitua a qualidade como um conjunto de

características incorporadas ao produto através de projeto e manufatura que

determina o grau de satisfação do cliente.

D) Philip B. Crosby:

Um dos princípios que fundamenta a filosofia da administração da qualidade,

segundo Crosby (1999), é o cumprimento dos requisitos. Não se trata, pois de uma

adequação aos requisitos, mas de uma fiel conformidade aos mesmos.

O que são requisitos? São respostas a perguntas formuladas pelos clientes.

Tais requisitos devem ser facilmente compreendidos por todos, respeitados e jamais

alterados, a não ser por intermédio de acordo entre aqueles que os criaram.

Para que todos os requisitos dos clientes sejam cumpridos e com isso se

obtenha a qualidade dos produtos e serviços que eles determinam, cabe à gerência

realizar “três tarefas básicas: estabelecer os requisitos que os empregados devem

cumprir, fornecer o material de que necessitam para cumprir tais requisitos; e

permanecer incentivando e ajudando os empregados a cumprir tais requisitos.”

(CROSBY, 1999, p.76).

2.3 A QUALIDADE E A VANTAGEM COMPETITIVA

Após a revolução industrial, no início do século XX, houve um grande

aumento da capacidade de produção, superando a necessidade de consumo, e,

assim utilizou-se uma maior ênfase nas políticas de vendas para ajudar a colocar a

crescente produção. As empresas passaram a se preocupar em oferecer produtos

com melhor desempenho e concepção, ou seja, com mais qualidade.

Atualmente, tanto nas empresas de produção como nas de prestação de

serviços, a qualidade é um dos fatores determinantes da competitividade.

A implantação de padrões de qualidade estabelecidos pela International

Standards Organization (ISO), a família de normas ISO 9000, constituiu um

importante avanço no sentido do uso da qualidade como vantagem competitiva.

Schermerhorn Júnior (1999) escreve que as empresas precisam fazer com

que os princípios da qualidade façam parte dos objetivos estratégicos da

organização, num compromisso de aperfeiçoamento contínuo, fazendo as tarefas

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direito na primeira vez e principalmente, produzindo bens/serviços de valor para o

cliente.

De acordo com Tucker (apud COBRA, 2000), a empresa que desejar se

manter competitiva terá que se repensar a partir de seu cliente e não de seus

serviços, ficar perto do cliente, observar as tendências de mercado, melhorar bens e

serviços e buscar novas idéias. Cobra (2000, p.124) comenta que essa visão de

mercado irá adequar a empresa aos desafios que ele apresenta e a fará entrar em

sintonia com os clientes, satisfazendo seus desejos. É preciso que as tendências de

mercado sejam observadas atentamente, pois elas demonstram as mudanças nos

hábitos e estilos de vida.

Este conceito está exigido na cláusula 5.2 da NBR ISO 9001:2000, foco no

cliente, que enfatiza o papel da alta direção na determinação dos requisitos do

cliente e na sua satisfação. Na prática, esta cláusula consubstancia o primeiro

princípio da gestão da qualidade e um dos propósitos do SGQ.

O Foco no Cliente é o primeiro princípio enunciado pela NBR ISO 9000:2000,

e diz “Organizações dependem de seus clientes e, portanto, convém que entendam

as necessidades atuais e futuras do cliente, os seus requisitos e procurem exceder

as suas expectativas”, ou seja, as organizações dependem dos seus clientes, então,

devem identificar, atender e se possível, superar suas necessidades, atuais e futuras

a fim de garantir a sua fidelização.

2.4 CONCEITO DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE

Atualmente, devido à globalização do comércio, existe uma grande demanda

de produtos e serviços fabricados em diversos países ofertados para os

consumidores internos de uma economia. Este crescimento aumenta a dependência

de procedimentos para garantir que os produtos, serviços e sistemas oferecidos,

tantos os internos quanto os importados, atendam às necessidades do consumidor

final.

Alguns produtos ou serviços têm características importantes para saúde,

segurança e meio-ambiente, e não podem ser avaliados simplesmente por

amostragem e exame do mesmo no mercado. Estas características necessitam ser

verificadas para garantir ao comprador que o produto ou serviço está consistente

com as suas exigências de conformidade.

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As definições de avaliação da conformidade que constam no ABNT ISO/IEC

Guia 2 são as seguintes: item 12.2 avaliação da conformidade (conformity

asssessment); "qualquer atividade com objetivo de determinar, direta ou

indiretamente, que os requisitos aplicáveis são atendidos”; item 14.1 avaliação da

conformidade (conformity evaluation); “exame sistemático do grau de atendimento

por parte de um produto, processo ou serviço aos requisitos especificados”. Em

2000, o Committee on conformity assessment (CASCO) da International

Organization for Standardization (ISO), que é responsável pelo desenvolvimento de

guias e normas internacionais, identificou a necessidade de se ter um conjunto de

terminologias aplicadas à avaliação da conformidade, e decidiu retirar do Guia 2 os

itens-relacionados a esta atividade, que são os referentes aos itens 12 até 17, e criar

a norma ISO/IEC 17000, Conformity assessment – Vocabulary and general

principles, que foi publicada em 2004. Nesta norma a definição de avaliação da

conformidade consta no item 2.1 “conformity assessment; demonstration that

specified requirements relating to a product, process, system, person or body are

fulfilled”, que significa que: avaliação da conformidade é a demonstração que

requisitos específicos relacionados a produtos, processos, sistemas, pessoas ou

organismos são cumpridos.

Os procedimentos de avaliação da conformidade provêem meios de

assegurar que os produtos, serviços, ou sistemas tenham as características

exigidas, e que estas características sejam consistentes com as exigências

requisitadas pelo comprador destes. A avaliação de conformidade inclui:

amostragem e ensaio, inspeção, certificação de produtos e sistemas de gestão. A

certificação é um conjunto de atividades realizadas por um organismo independente

da relação comercial entre produtor e consumidor, organismo de 3ª parte, para

atestar que a organização que fornece o produto ou serviço está atuando de acordo

com os requisitos técnicos especificados. Também faz parte do conjunto de ações

de avaliação da conformidade, a acreditação, que é a demonstração formal da

competência de um organismo para realizar tarefas específicas de avaliação da

conformidade, tais como ensaios e certificação.

A avaliação da conformidade pode verificar que um produto ou serviço atende

a um determinado nível de qualidade ou segurança, e pode proporcionar para o

usuário informação explícita ou implícita sobre suas características, a consistência

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dessas características e o desempenho do produto. A avaliação da conformidade

também pode aumentar a confiança de um comprador em um produto ou serviço.

É vital para compradores, vendedores, e outras partes interessadas

entenderem o processo de avaliação da conformidade para julgar o valor de um

esquema de avaliação particular competentemente e usar a informação, que é o

resultado daquele esquema, para fazer escolhas de mercado adequadas.

A qualidade da informação de avaliação da conformidade depende da

imparcialidade e competência do organismo de avaliação da conformidade; dos tipos

de atividades de avaliação incluídas no esquema; e da suficiência e conveniência

dos padrões contra os quais o produto é avaliado. Atividades de avaliação da

conformidade impropriamente administradas podem resultar em prejuízos ao

comprador, porém, se corretamente administradas, podem fornecer valiosas

informações ao mercado e servir como base para aumentar as oportunidades de

comércio nacional e internacional.

O impacto das atividades de avaliação da conformidade no comércio foi

particularmente notado em 1994, com a criação do acordo de barreiras técnicas -

Technical Barriers to Trade agreement (TBT) da Organização Mundial do Comércio -

World Trade Organization (WTO). O TBT reconheceu que a atividade de avaliação

da conformidade pode facilitar o fluxo de comércio entre as diversas economias,

porque não há a necessidade de reavaliações de produtos e serviços com a

conformidade avaliada, pois existe uma confiança na avaliação executada por um

OAC de um esquema reconhecido internacionalmente.

O acordo requer que os procedimentos de avaliação da conformidade sejam

utilizados com a visão de não criar obstáculos desnecessários ao comércio

internacional. O acordo requer que os procedimentos de avaliação da conformidade

sejam aplicados da mesma forma tanto para os produtos e serviços de origem

interna, quanto os oriundos do exterior.

2.4.1 Mecanismos de avaliação da conformidade

A avaliação da conformidade possui diferentes mecanismos para verificar a

conformidade de um processo, produto ou serviço em relação aos critérios

estabelecidos por normas e regulamentos técnicos, que são a certificação,

declaração do fornecedor, inspeção, etiquetagem e ensaios.

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a) Certificação: é um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo

independente da relação comercial, com o objetivo de atestar publicamente, por

escrito, que determinado produto, processo ou serviço está em conformidade com os

requisitos especificados.

b) Declaração do fornecedor: a declaração do fornecedor é o mecanismo utilizado

pelo fornecedor de um produto, processo ou serviço, baseado em um conjunto de

procedimentos estabelecidos e reconhecidos que ele utiliza e declara, de sua própria

responsabilidade, que o seu produto, processo ou serviço está de acordo com uma

norma ou especificação técnica.

c) Inspeção: a inspeção é definida como a avaliação da conformidade pela

observação e julgamento acompanhados, conforme apropriado, por medições,

ensaios ou uso de calibres.

d) Etiquetagem: os produtos etiquetados são os que apresentam etiqueta informativa

indicando seus desempenhos de acordo com os critérios estabelecidos. Esta

etiqueta pode ser comparativa entre produtos de um mesmo tipo ou somente indicar

que o produto atende a um determinado desempenho especificado, podendo ser,

ainda, de caráter compulsório ou voluntário.

e) Ensaios: o ensaio é uma operação técnica que consiste na determinação de uma

ou mais características de um dado produto, processo ou serviço, de acordo com um

procedimento especificado.

2.5 CONCEITO DE ACREDITAÇÃO

Oficialmente o termo acreditação foi introduzido no Sistema Brasileiro de

Avaliação da Conformidade (SBAC) através da resolução nº 5, de 10 de dezembro

de 2003, do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

– CONMETRO, que dispôs sobre a alteração do termo “Credenciamento” para

“Acreditação” para expressar reconhecimento de competência de organismos de

avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO.

Tal alteração deveu-se ao fato de ser de prática internacional o uso do

vocábulo “Acreditação” ao invés de “Credenciamento” e que a adoção do termo

“Credenciamento” para expressar reconhecimento de competência estava trazendo

dúvidas quanto ao seu significado, em razão de sua utilização para outras

finalidades.

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Neste trabalho utilizaremos o termo “acreditação”, mas ao nos referirmos a

alguns títulos ou requisitos, poderemos também utilizar a palavra “credenciamento”

para mantermos a fidelidade do referenciamento. Cabe também ressaltar que o

prazo para a nova terminologia estar totalmente implantada é até 31 de dezembro

de 2007.

A definição de acreditação contida na norma ABNT NBR ISO/IEC 17011:2005

é “atestação de terceira-parte relacionada a um organismo de avaliação da

conformidade, comunicando a demonstração formal da sua competência para

realizar tarefas específicas de avaliação da conformidade”, ou seja, organismos

independentes executam uma verificação imparcial da competência dos OACs para

executarem atividades de avaliação da conformidade, transmitindo confiança para o

comprador e as autoridades reguladoras sobre os produtos, processos ou serviços

avaliados.

A acreditação originou-se no ambiente de laboratórios na Austrália e teve um

crescimento exponencial nos anos 90. Atualmente todas as áreas de avaliação da

conformidade, como certificação de sistema de gestão da qualidade, certificação de

sistema de gestão ambiental, certificação de produtos, certificação de pessoas,

calibração, ensaios e inspeção, têm a competência reconhecida pela acreditação. O

conceito de acreditação é utilizado principalmente pela União Européia em grande

intensidade, que teve uma contribuição importante para a operação de seu mercado

comum. Os resultados obtidos com a acreditação são de grande importância,

indicando que é um dos principais mecanismos para promover confiança e facilitar o

comércio, não só regionalmente, mas também mundialmente.

A acreditação tem dois desafios importantes: primeiro, manter e fortalecer sua

independência e imparcialidade, depois demonstrar que a sua utilização agrega

valor ao produto, processo ou serviço avaliado. Um organismo de acreditação deve

ter uma estrutura organizacional de modo a salvaguardar a objetividade e

imparcialidade de suas atividades. A acreditação foi desenvolvida para reduzir

avaliações e ensaios em duplicidade, pois fabricantes e consumidores estavam

freqüentemente confrontados com múltiplas visitas de auditorias e inspeções,

diferentes requisitos, invocando diferentes interpretações, e com a falta de aceitação

de relatórios de avaliação da conformidade. Isto poderia ocorrer por falta de

confiança na competência dos OACs. É desejado que a acreditação forneça aquela

confiança devido a sua função de controle. Para desenvolver sua função

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apropriadamente é necessário que o organismo de acreditação atue como um último

nível de controle e não desempenhe funções não relacionadas diretamente com a

acreditação.

O processo de acreditação não deve ignorar a evolução do mercado, mas não

deve fazer parte do mercado. A acreditação deveria ser entendida como um serviço

técnico à sociedade, e não deveria haver nenhuma diferenciação entre acreditação

no setor voluntário e no setor regulador. Esta diferenciação conduziria, certamente, à

duplicação de avaliações, produzindo assim um menor valor agregado ao produto,

processo ou serviço.

2.6 NORMAS DE ACREDITAÇÃO

As normas de acreditação são elaboradas para harmonizar a exigência

mundial para organizações que avaliam a competência de organismos de avaliação

da conformidade, provendo um ponto de referência global para os organismos

acreditadores assegurarem que eles operam de uma maneira coerente, segura e

comparável aos outros OACs internacionais, provendo assim, confiança aos

compradores e reguladores e facilitando o comércio exterior.

Atualmente, a norma de acreditação utilizada como referência no

desempenho das atividades de acreditação do INMETRO, relativa à certificação de

sistemas de gestão, é a ABNT NBR ISO/IEC 17011:2004, Avaliação de

conformidade – Requisitos gerais para organismos de acreditação credenciando

organismos de avaliação de conformidade. Esta norma é um guia que especifica os

requisitos gerais para que um organismo seja reconhecido em nível nacional ou

internacional como competente e confiável na avaliação e subseqüente acreditação

de organismos de certificação de sistemas de gestão.

2.6.1 A ISO/IEC 17011

Em 1998, o CASCO tomou a decisão de criar uma nova norma para

acreditação, pois existiam, na época, três diferentes documentos que cobriam a

função acreditação, o ISO/IEC Guia 61, o ISO/IEC Guia 58 (Requisitos gerais para

acreditação de laboratórios de ensaio e calibração) e a ISO/IEC TR 17010

(Requisitos gerais para acreditação de organismos de inspeção). Muitos organismos

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de acreditação solicitaram essa revisão, porque, em função de atividades bastante

similares, eles tinham de demonstrar conformidade com dois ou três destes

conjuntos de normas bastante repetitivos, mas ligeiramente diferentes, para os

mesmos atributos.

Foi então lançada, em 2004, a primeira edição da ISO/IEC 17011 que cancela

e substitui o ISO/IEC Guia 58, o ISO/IEC Guia 61 e a ISO/IEC TR 17010. De acordo

com o IAF, os seus membros (Organismos de Acreditação) deverão implementar a

adoção do novo padrão normativo em 2006.

A nova norma internacional especifica os requisitos gerais para organismos

de acreditação que avaliam e concedem acreditação para organismos de avaliação

da conformidade. Ela também é adequada como um documento de requisitos para o

processo de avaliação de pares (peer evaluation) para acordos de reconhecimento

mútuo entre organismos de acreditação.

Uma importante alteração no contexto da norma é a definição explícita dos

serviços que os OACs operam, contemplada no item 1 Objetivo, ...Para os fins desta Norma Internacional, OACs são organizações

que provêm os seguintes serviços de avaliação da conformidade: ensaios,inspeção, certificação de sistemas de gestão, certificação de pessoal,certificação de produtos e, no contexto desta Norma Internacional,calibração. ...

A ISO/IEC 17011:2004 é dividida em 8 (oito) partes, que são as seguintes:

• Objetivo (1); onde é descrita a finalidade de uso da norma, além de definir os

serviços fornecidos pelos OACs;

• Referências Normativas (2); indica as referências de normas indispensáveis

na aplicação da 17011;

• Termos e definições (3); nesta seção são definidos os principais termos

utilizados na norma;

• Organismo de acreditação (4); os requisitos desta seção indicam como o

organismo de acreditação deve manter sua estrutura organizacional, levando

em conta a imparcialidade e confidencialidade, além de estabelecer

minimamente como o organismo deve tratar suas atividades de acreditação,

finanças e responsabilidade legal;

• Gestão (5); esta seção estabelece os requisitos associados à gestão do

organismo acreditador, onde são avaliados, o sistema de gestão em si, o

controle de documentos, a utilização dos registros, a gestão das não

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conformidades de suas próprias operações, as ações preventivas, auditorias

internas, a análise crítica de seu sistema de gestão e o tratamento dado às

reclamações;

• Recursos humanos (6); este conjunto de requisitos fornece critérios indicando

como o organismo deve tratar não só o pessoal associado, mas também o

pessoal envolvido no processo de acreditação, seu monitoramento de

desempenho e manutenção de registros relativos a estes recursos;

• Processo de acreditação (7); esta seção estabelece critérios gerais para

efetuar a acreditação dos OACs, focando a solicitação de acreditação, análise

crítica da solicitação, subcontratação da avaliação, se aplicável, a preparação

para a avaliação, análise crítica de documentos e registros, a avaliação no

local, análise das constatações e relatório da avaliação, tomada de decisão

sobre a concessão de acreditação, apelações, reavaliação e supervisão,

extensão de acreditação, suspensão, cancelamento ou redução de

acreditação, manutenção de registros sobre OACs, ensaios de proficiência e

outras comparações para laboratórios. Estes últimos, ensaios de proficiência

e comparações, não são aplicáveis para acreditação de organismos de

certificação de sistemas de gestão.

• Responsabilidade do organismo de acreditação (8); a última seção define os

requisitos que devem ser exigidos como obrigações do OAC e como deve ser

tratada a referência à acreditação e o uso de logomarcas.

2.7 O IAF

O International Accreditation Forum (IAF) é uma associação mundial de

Organismos de Acreditação e Avaliação da Conformidade, e outros organismos que

atuam em avaliação da conformidade, nos campos de sistemas de gestão, produtos,

serviços, pessoal ou outros programas similares de avaliação da conformidade. Sua

função principal é o desenvolvimento de um programa único, abrangendo todo o

mundo, de avaliação da conformidade, para reduzir os riscos para produtores e

consumidores, garantindo que os certificados acreditados possam oferecer

confiança. A acreditação garante aos usuários do sistema, a competência e a

imparcialidade do organismo acreditado.

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35

O papel principal do IAF é garantir que seus membros somente acreditem

organismos que sejam competentes para realizar as atividades de certificação livres

de conflitos de interesses. Outra função extremamente relevante do IAF é o

estabelecimento de acordos mútuos de reconhecimento, conhecidos como

Multilateral Recognition Arrangements (MLA), entre seus membros, que são

acreditadores, que garantem que um certificado acreditado pode oferecer confiança

em qualquer parte do mundo. Os organismos de acreditação membros do IAF são

admitidos ao MLA somente após uma avaliação estrita de suas operações por uma

equipe de avaliação de pares encarregada em assegurar de que o membro

candidato cumpre inteiramente com os padrões internacionais e as exigências do

IAF.

A participação como membro do IAF é aberta a organismos que conduzem e

administram programas pelos quais acreditam organismos (OACs) para certificar

sistemas da qualidade, produtos, serviços, pessoal e sistemas de gestão ambiental.

Os organismos acreditadores devem declarar suas intenções de se juntar ao MLA do

IAF, reconhecendo a equivalência dos outros organismos acreditadores como

similares aos seus.

2.8 CONCEITOS DE GESTÃO DA QUALIDADE

Atualmente as organizações estão submetidas a freqüentes mudanças com

objetivo de aumentar sua participação no mercado, seja buscando novos produtos

ou tentando outros mercados, além de atender as necessidades de seus clientes

que estão mais informados, mais exigentes e diferenciados. Segundo Anjard (1998,

p.238-247), para que as organizações aumentem sua capacidade competitiva,

algumas formas de melhoria contínua são necessárias, devendo essas organizações

competir em todas as direções, mais especialmente com à qualidade de seus

produtos e serviços.

De acordo com Parasuraman (1985, p.41-50), a globalização da economia e a

concorrência cada vez mais acirrada justificam toda uma preocupação por parte das

organizações com relação aos seus clientes, uma vez que consideram

principalmente os aspectos relacionados à forma de atendimento e a qualidade dos

serviços ou produtos oferecidos.

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Gestão, segundo Sinha e Wilborn (1985, p.32), é o planejamento,

organização, iniciação e controle de operações como uma força de tomada de

decisão, ou seja, uma parte ou função essencial de qualquer organização.

Para Mello (2002, p.12), sistema de gestão refere-se a tudo o que a

organização faz para gerenciar seus processos ou atividades e, sistemas de gestão

da qualidade, segundo a ABNT (NBR ISO 9001:2000) é um conjunto de elementos

inter-relacionados que estabelecem políticas e objetivos e atingem estes objetivos

dirigindo e controlando uma organização no que diz respeito à qualidade.

A norma NBR ISO 9000:2000; Sistemas de gestão da qualidade –

Fundamentos e vocabulário; apresenta os Princípios da Gestão da Qualidade, com a

seguinte declaração:Para conduzir e operar com sucesso uma organização, é necessário dirigi-lae controlá-la de maneira transparente e sistemática. O sucesso poderesultar da implementação e manutenção de um sistema de gestãoconcebido para melhorar continuamente o desempenho, levando emconsideração, ao mesmo tempo, as necessidades de todas as partesinteressadas.

E ainda “Oito princípios de gestão da qualidade foram identificados, os quais

podem ser usados pela Alta Direção para conduzir a organização à melhoria de seu

desempenho”.

A seguir faremos uma breve descrição e avaliação dos oito princípios de

gestão da qualidade:

2.8.1 Foco no cliente

O Foco no Cliente é o primeiro princípio enunciado pela NBR ISO 9000:2000,

e diz “Organizações dependem de seus clientes e, portanto, convém que entendam

as necessidades atuais e futuras do cliente, os seus requisitos e procurem exceder

as suas expectativas”, ou seja, as organizações dependem dos seus clientes, então,

devem identificar, atender e, se possível, superar suas necessidades, atuais e

futuras, a fim de garantir a sua fidelização.

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37

2.8.2 Liderança

De acordo com a NBR ISO 9000:2000,os líderes estabelecem a unidade de propósito e o rumo da organização.Convém que eles criem e mantenham um ambiente interno, no qual aspessoas possam estar totalmente envolvidas no propósito de atingir osobjetivos da organização.

A liderança é um grande impulsionador de uma organização, pois o líder

empreendedor e inovador participa efetivamente na identificação das necessidades

do cliente, do acompanhamento das tendências de mercado e dissemina estas

ações para dentro de sua organização. O líder tem a função de definir os caminhos

e políticas da organização, assim como, criar condições adequadas de ambiente de

trabalho que permitam que seus colaboradores possam utilizar todas as suas

competências nas atividades da empresa.

O requisito 5.1; Comprometimento da direção, da NBR ISO 9001:2000,

Sistema de gestão da qualidade – Requisitos; diz “A Alta Direção deve fornecer

evidência do seu comprometimento com o desenvolvimento e com a implementação

do sistema de gestão da qualidade e com a melhoria contínua de sua eficácia[...].”

Em seus trabalhos, David A. Garvin indica a importância do comprometimento

da alta gerência para o sucesso na implementação de sistemas de gestão da

qualidade, “De fato, muitas empresas constataram que só depois de seus mais altos

executivos terem destinado algum tempo à qualidade é que os empregados

perceberam sua importância.” (GARVIN, 2002, p.31);Talvez a mais forte conclusão que surge desta análise seja a necessidadeda alta gerência envolver-se nas atividades da qualidade. [...]Responsabilidades desta ordem não podem ser delegadas; como omovimento da qualidade no Japão mostrou, os altos gerentes têm que seros arquitetos da mudança. (GARVIN, 2002, p. 262).

Mauriti Maranhão também afirma “O importante é compreender que o

sucesso do projeto em grande parte vai depender da competência do coordenador.”

(MARANHÃO, 2001, p. 91).

2.8.3 Envolvimento de pessoas

O terceiro princípio enunciado pela NBR ISO 9000:2000 diz “Pessoas de

todos os níveis são a essência de uma organização, e o seu total envolvimento

possibilita que suas habilidades sejam usadas para o benefício da organização”.

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Este princípio é o que trata do principal recurso disponível na organização, os

recursos humanos envolvidos no processo. Este princípio assegura o uso efetivo do

conhecimento e comprometimento das pessoas envolvidas no processo da

organização. As pessoas precisam ser competentes e estar conscientes da

importância de seu trabalho correto para alcançar os objetivos específicos e

estratégicos da organização. A competência das pessoas é a capacidade

demonstrada para aplicar conhecimentos e habilidades (NBR ISO 9000:2000, item

3.9.12).

2.8.4 Abordagem de processo

É definido no item 0.2 da NBR ISO 9001:2000,Para uma organização funcionar de maneira eficaz, ela tem que identificar egerenciar diversas atividades interligadas. Uma atividade que usa recursose que é gerenciada de forma a possibilitar a transformação de entradas emsaídas pode ser considerada um processo[...]. A aplicação de um sistemade processos em uma organização, junto com a identificação, interaçõesdesses processos e sua gestão, pode ser considerada como “abordagem deprocesso

Segundo a NBR ISO 9000:2000 “Um resultado desejado é alcançado mais

eficientemente quando as atividades e os recursos relacionados são gerenciados

como um processo”.

Este princípio identifica a maneira como recursos humanos e materiais

envolvidos em um processo se agrupam para conseguir os resultados desejados. A

organização ao definir e inter-relacionar os seus processos e a garantir o acesso dos

recursos a estes processos estará se habilitando a conseguir resultados mais

eficientes. Os processos devem ser visualizados a fim de se identificar, além das

entradas e saídas, quais são os recursos e as informações necessárias para

assegurar o seu bom desempenho.

2.8.5 Abordagem sistêmica para a gestão

O quinto princípio de gestão da qualidade abordado na NBR ISO 9000:2000 é

a abordagem sistêmica para a gestão, que diz o seguinte ”Identificar, entender e

gerenciar processos inter-relacionados como um sistema contribui para a eficácia da

organização no sentido desta atingir os seus objetivos”.

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A abordagem sistêmica para a gestão é o princípio que orienta a organização

a determinar quais as expectativas dos clientes, traduzir essas expectativas em

requisitos específicos de produtos e serviços, desenvolver processos capazes e

confiáveis para entregar os produtos e serviços, medir a fim de conferir se foram

atingidos os seus objetivos, e adotar ações para melhorar continuamente os

processos. Os processos assim alinhados permitem que a organização defina os

indicadores de desempenho para monitorá-los adequadamente.

2.8.6 Melhoria contínua

A NBR ISO 9000:2000 cita ”Convém que a melhoria contínua do desempenho

global da organização seja seu objetivo permanente”.

A NBR ISO 9001:2000 diz “O objetivo da melhoria contínua de um sistema de

gestão da qualidade é aumentar a probabilidade de melhorar a satisfação dos

clientes e de outras partes interessadas.”

O método PDCA, que se baseia no controle de processos, foi desenvolvido na

década de 30 pelo americano Walter A. Shewart, que criou o ciclo Planejar -

Executar - Verificar - Agir, em inglês: Plan - Do - Check – Action (PDCA). O PDCA é

um ciclo que se aplicado aos processos, estes passam a ter níveis constantemente

superiores de desempenho, a chamada melhoria contínua.

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Figura 4 – O Ciclo PDCAFonte: Campos (1999).

Yahya e Goh (2001, v.18, n.9, p.941-66) e a ABNT NBR ISO 9001, 2000

enfocam a utilização da metodologia Plan (P) – Do (D) – Check (C) – Act (A) como

ferramenta de avaliação do sistema de gestão para todos os processos da

organização. Esta estrutura consiste no:

• Plan (planejar): estabelecimento de objetivos e processos necessários para

entregar resultados de acordo com os requisitos e a política da organização.

• Do (fazer): implementação dos processos.

• Check (verificar): monitoramento de processos e produtos, relatando

resultados.

• Act (agir): ações a fim de promover continuamente a melhoria no

desempenho do processo.

O ciclo PDCA é um instrumento essencial a ser utilizado, pois será o mesmo

que irá garantir a melhoria contínua dos processos e dos produtos oferecidos pela

organização.

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2.8.7 Abordagem factual para tomada de decisão

A NBR ISO 9000:2000 cita “Decisões eficazes são baseadas na análise de

dados e informações”. Este princípio diz que a organização deve identificar medir,

acompanhar e analisar os dados e as informações para poder tomar decisões

eficazes. A alta direção, ao adotar este princípio, propicia que as decisões tomadas

sejam baseadas em análises críticas do sistema de gestão, identificando seus

pontos fortes e as oportunidades de melhoria que assegurarão o sucesso de sua

organização.

2.8.8 Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores

Um dos recursos fundamentais para que os processos gerem os resultados

esperados é o definido pelo princípio de Benefícios Mútuos nas Relações com os

Fornecedores, pois segundo a NBR ISO 9000:2000, “Uma organização e seus

fornecedores são interdependentes, e uma relação de benefícios mútuos aumenta a

habilidade de ambos em agregar valor”. Ao tratar os fornecedores como parceiros, a

organização conseguirá assegurar as melhores condições de preço, prazo e

qualidade de produtos e serviços adquiridos.

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3 METODOLOGIA

O objetivo deste capítulo consiste em descrever como a pesquisa foi

planejada e fundamentada, explicitando seus aspectos metodológicos, a fim de

atingir o objetivo da pesquisa descrito no item 1.3 desta dissertação:

“[...] comparar os processos de acreditação de alguns organismosacreditadores estrangeiros com o processo do INMETRO, verificando-se asconvergências e identificando-se as diferenças, notadamente aquelasvariáveis que influem no tempo de acreditação, visando propor ações que,quando implementadas pelo SESIT, auxiliarão na redução do tempo médiodo processo de acreditação operacionalizado pela CGCRE/INMETRO.

3.1 A PESQUISA

Dentro da composição básica de uma pesquisa científica existe um problema,

uma hipótese e suas variáveis.

O parâmetro inicial é o problema, que é a questão que mostra uma situação

que exige discussão, investigação, decisão ou solução. (KERLINGER, 1979, p.35).

Sendo o problema uma questão interrogativa, o parâmetro seguinte é a hipótese,

que será uma solução afirmativa, propiciando o fechamento e especificação do

problema, tornando a questão objetiva. Nas ciências, em geral, as hipóteses são, de

alguma maneira, incertas, pois somente com a conclusão da pesquisa é que ela será

ou não comprovada. A hipótese de trabalho é a resposta a um problema cuja

solução se realiza toda investigação. (BOUDON; LAZARSFELD, apud LAKATOS,

2000, p.48).

Por último, as variáveis, que são os componentes que podem ser testados da

pesquisa, e a sua variação serão a base das análises que demonstrarão se a

hipótese é aplicável ou não. Define-se cientificamente a variável como o aspecto

discernível de um objeto de estudo; são aspectos particulares que podem assumir

valores distintos e ser medidos para testar a relação enunciada por uma proposição.

(KORN, apud LAKATOS, 2000, p.9).

Toda pesquisa é então constituída por no mínimo duas variáveis que se

expressam de maneira diferente, são as variáveis independentes e as dependentes.

A variável independente determinará a variável dependente. Os fatores

manipuladores serão condicionados à variável independente que se refletirá na

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variável dependente; a transformação da segunda é que será motivo de análise, pois

dependendo de como a primeira reagir ela terá um comportamento diferente.

Figura 5 - Composição básica da pesquisaFonte: O autor

3.2 CATEGORIZAÇÃO DA PESQUISA

A categorização do trabalho é uma das etapas mais importante do processo

da pesquisa. Isto porque através da categorização, os objetivos da pesquisa são

alcançados e é possível responder a pergunta central do trabalho. Segundo

Alexandre (2003),

O conjunto de categorias deve ser derivado de um único princípio declassificação (agrupamento de grande número de respostas adeterminado item em um pequeno número de categorias); deve serexaustivo (suficiente para incluir todas as respostas) e as respostasdevem ser mutuamente exclusivas (não colocar determinadaresposta em mais de uma categoria do conjunto).

No presente trabalho, foram agrupados os seguintes assuntos em linhas

temáticas de discussão para serem adequadamente analisadas:

Estrutura dos organismos acreditadores;

O tempo doprocesso deacreditação, maiorque o necessário,dificulta oatendimento dademanda decertificações

PROBLEMA

A operacionalização de

um processo de

acreditação em menor

tempo proporcionará um

melhor atendimento às

necessidades da demanda

de certificações.

HIPÓTESE

Atendimento ádemanda decertificações

Tempo do processode acreditação

VARIÁVELDEPENDENTE

VARIÁVELINDEPENDENTE

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Os processos de acreditação operacionalizados pelos organismos

acreditadores;

Quantidade de recursos humanos utilizados nos processos de acreditação; e

O tamanho dos clientes dos organismos acreditadores.

3.3 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Existem várias formas de classificar as pesquisas. Segundo Gil (2001 apud

Silva e Menezes, 2001, p.56), estas formas se baseiam na natureza da pesquisa, na

sua abordagem, nos seus objetivos e nos seus procedimentos técnicos.

As pesquisas em ciências são classificadas, quanto à sua natureza, em

pesquisa básica, cuja função é produzir conhecimentos novos, mas sem aplicação

prática imediata; e pesquisa aplicada, que tem por objetivo produzir conhecimentos

para aplicação imediata, direcionados a problemas definidos.

Quanto à abordagem do problema, podemos classificar as pesquisas como

pesquisa qualitativa, que considera a participação do sujeito como um dos

elementos fundamentais na relação com o mundo real; e, pesquisa quantitativa que

é o trabalho que se utiliza de parâmetros estatísticos, para analisá-los e quantificá-

los.

Segundo Sampson (1996), o objetivo do método qualitativo é realizar análises

em profundidade, buscando descrever e entender o relacionamento entre os fatores

envolvidos no problema de pesquisa. Em seu trabalho Richardson (1999, p.79) diz,

"o método qualitativo difere, em princípio, do quantitativo à medida que não emprega

um instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema. Não

pretende numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas."

Este estudo classifica-se como de pesquisa básica, pois tem função de

produzir novos conhecimentos para serem utilizados posteriormente; qualitativa, pois

a análise de dados existentes não depende de técnicas estatísticas, mas somente

da experiência do autor; e exploratória, na medida em que não visa verificar teorias e

sim proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo explícito,

através do levantamento e análise de dados visando demonstrar a necessidade de

reduzir o tempo do processo de acreditação da CGCRE/INMETRO para

proporcionar um maior atendimento à demanda crescente de solicitações de

acreditação de organismos de certificação de sistemas de gestão.

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45

3.4 ETAPAS DA PESQUISA E AMOSTRA

As fases do estudo estão contidas na figura 6

Figura 6 – Etapas da pesquisaFonte: O autor

O trabalho foi desenvolvido com base em estudo do modelo atual de

acreditação utilizado pelo INMETRO e operacionalizado pelo SESIT, comparando-o

com alguns modelos adotados por organismos internacionais congêneres, que são

ANAB - ANSI-ASQ National Accreditation Board, dos Estados Unidos; o OAA -

Organismo Argentino de Acreditación e o ENAC - Entidad Nacional de Acreditación,

da Espanha. A escolha destes foi orientada pelos seguintes fatores: o ANAB foi

escolhido pelo fato de atuar na maior economia do mundo, atualmente, o que dará

uma visão de como são tratados os problemas relativos à uma grande demanda de

acreditações. A escolha do organismo argentino foi feita pela particularidade de se

tratar de um país com uma economia não muito estável, onde o relacionamento com

as certificadoras baseia-se muito no custo financeiro do processo de acreditação. A

ENAC da Espanha foi escolhida por ser em um país europeu de língua latina, o que

proporciona uma facilidade para a troca de informações. Todos os acreditadores

escolhidos são membros do International Accreditation Forum - IAF, entidade

composta por representantes de organismos de acreditação de diversos países do

mundo, da qual a CGCRE/INMETRO faz parte.

Formulação doproblema

Determinação dosobjetivos

Delimitação dapesquisa

ConceituaçãoEnvio de questionários para

os organismosacreditadores estrangeiros

Levantamento dosdados referentes ao

SESIT

Análise dos processos deacreditação dos

organismos selecionados

Identificação deoportunidades de

melhorias no processo doSESIT

Conclusões e sugestõespara trabalhos futuros

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Ao final do estudo se pretende apresentar sugestões de ações que, quando

implementadas pelo SESIT, auxiliarão na redução do tempo médio do processo de

acreditação operacionalizado pela CGCRE/INMETRO.

3.5 ANÁLISE DE DADOS

Segundo Alves-Mazzoti e Gewandsznajder (1998, p.162),A escolha do campo onde serão colhidos os dados, bem como dosparticipantes é proposital, isto é, o pesquisador os escolhe em função dasquestões de interesse do estudo e também das condições de acesso epermanência no campo e disponibilidade dos sujeitos.

A experiência do pesquisador no SESIT contribuiu fortemente para que

fossem determinadas as definições dos locais e a forma de levantamento de dados.

De acordo com Alves-Mazzoti e Gewandsznajder (1998, p.163),As pesquisas qualitativas são caracteristicamente multi-metodológicas, istoé, usam uma grande variedade de procedimentos e instrumentos de coletade dados. Podemos dizer, entretanto, que a observação (participante ounão), a entrevista em profundidade e a análise de documentos são os maisutilizados, embora possam ser complementados por outras técnicas.

Associado à observação, outro instrumento de pesquisa foi utilizado, a análise

da documentação, gerando assim uma visão realística dos processos de acreditação

analisados.

A coleta de dados foi realizada por meio da análise de documentos oficiais

dos organismos acreditadores. Os processos de cada organismo foram analisados

utilizando-se os procedimentos operacionais dos organismos de acreditação. Todos

os documentos foram obtidos através das Página da WEBs dos organismos

disponíveis na Internet e relacionados na figura 7. Também foram feitas consultas

diretas aos responsáveis pelos processos em questão.

Organismo ProcedimentoENAC PAC-ENAC-EC Rev. 2

ANAB Procedures for Accreditation of Bodies Operating Certification/Registration ofQuality Management Systems - R2.9

OAA Gestión del Proceso de Acreditación de Entidades - DC-SG-01 Versión 4

CGCRE/INMETRONIT-DICOR-001 - Procedimento para acreditação de organismos decertificação de sistemas de gestão, do manejo florestal e organismos detreinamento rev. 08

Figura 7 – Procedimentos de acreditação avaliados.Fonte: o autor

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47

Foram enviados questionários para os organismos acreditadores

estrangeiros, com a intenção de se avaliar o tempo médio do processo de

acreditação operados por eles, sua capacidade de recursos humanos instalada, bem

como sua demanda por acreditação de organismos de certificação de sistema de

gestão. Esta pesquisa foi feita através de consulta por e-mail, que envolveu as

seguintes perguntas:

• Qual é o tempo médio de um processo inicial de acreditação de

Organismo de Certificação de Sistema de Gestão?

• Quantas pessoas dos Organismos de Acreditação estão envolvidas

nos processos de acreditação de Organismo de Certificação de

Sistema de Gestão?

• Quantos auditores o organismo tem para realizar auditorias de

acreditação de Organismo de Certificação de Sistema de Gestão?

• Deste número de auditores, quantos são exclusivos do Organismo de

Acreditação e quantos são externos?

• Quantos Organismos de Certificação de Sistemas de Gestão são

acreditados por seu Organismo de Acreditação?

Os e-mails enviados e as respostas obtidas estão contidas nos apêndices

deste trabalho.

Os dados referentes ao tempo médio de acreditação, tempo médio das fases

do processo de acreditação, foram obtidos na base de dados do SESIT, utilizando-

se o software que gerencia os processos de acreditação do setor.

Foram analisados os procedimentos específicos dos processos de

acreditação dos organismos acreditadores selecionados, com a intenção de se

compreender sua forma de operacionalizar os processo de acreditação.

Foi feito um paralelo entre as etapas do processo de acreditação da

CGCRE/INMETRO com as fases similares dos organismos estrangeiros.

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48

3.6. LIMITAÇÃO DA PESQUISA

A limitação da pesquisa se deve ao fato de não ter identificado um número

maior de organismos de acreditação internacionais para realizar a comparação com

o INMETRO, o que proporcionaria uma visão maior das variáveis envolvidas nos

processos de acreditação.

O estudo foi desenvolvido utilizando-se como modelo a acreditação de

organismos de certificação de sistemas de gestão. Não foram levados em

consideração os outros tipos de acreditação operados na CGCRE/INMETRO.

Os dados históricos de tempo de acreditação obtidos no SESIT referem-se

somente aos processos iniciais efetuados a partir de 2003, pois antes deste período

não havia um controle de processos que permitisse avaliar o tempo de acreditação.

Esta pesquisa se limita a destacar e sugerir ações que, se implementadas,

poderão levar à redução do tempo médio do processo de acreditação da

CGCRE/INMETRO, não entrando no mérito quantitativo de quanto seria reduzido

este tempo médio.

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49

4 OS ORGANISMOS DE ACREDITAÇÃO

O quarto capítulo descreve detalhadamente os organismos de acreditação

utilizados como modelos nesta pesquisa e aborda como são estruturados os

processos de acreditação utilizados por eles.

4.1 A ENAC

4.1.1 Visão Geral da ENAC

A Entidad Nacional de Acreditación – ENAC, o organismo acreditador da

Espanha, é uma organização privada e independente, cuja função é coordenar e

conduzir, em âmbito nacional, um sistema de acreditação de acordo com critérios e

normas internacionais.

Os seguintes organismos de avaliação da conformidade são acreditados pela

ENAC:

• Laboratórios;

• Organismos de Inspeção;

• Organismos de Certificação;

• Verificadores de Meio-Ambiente;

• Provedores de Programas de Intercomparação Laboratorial

O Governo Espanhol, tanto central como o autônomo, utiliza as acreditações

da ENAC em seus respectivos âmbitos de competência, tais como, industrial,

ambiental, defesa, construção, saúde, telecomunicações, metrologia, entre outros.

A ENAC foi designada pelo Ministério de Agricultura, Pesca e Alimentação da

Espanha, como o organismo responsável pela inspeção do cumprimento dos

princípios das Boas Práticas de Laboratório (BPL) de laboratórios de ensaio que

realizam estudos de produtos fito-sanitários, como praguicidas, inseticidas,

fungicidas, etc.

Os princípios de BPL são exigidos, na Europa, nos ensaios que têm como

objetivo avaliar os riscos potenciais de novos produtos químicos nas pessoas,

animais e no meio-ambiente.

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50

Como resposta às crescentes exigências de garantia requeridas pelo

mercado, tanto em nível da própria industria como do consumidor final, em vários

setores de atividade têm se desenvolvido sistemas de avaliação da conformidade de

caráter voluntário, com o objetivo de evidenciar um nível técnico mínimo para o

desenvolvimento da atividade produtiva.

Figura 8 - Esquema de interação das atividades da ENACFonte: Página da WEB da ENAC. Disponível em <http://www.enac.es>. Acesso em:26 out. 2005

A missão da ENAC é acreditar em âmbito nacional e através de um sistema

conforme às normas internacionais, a competência técnica de um organismo para

certificar ou realizar inspeção, ou de um laboratório de ensaio ou calibração, que

operem tanto em caráter voluntário como no âmbito obrigatório quando estabelecido

por regulamento.

Para o melhor desenvolvimento de sua missão, a ENAC desenvolve uma

série de ações complementares:

• Faz parte de organizações espanholas, européias e internacionais que têm

objetivos afins, participando de acordos de reconhecimento e cooperação;

• Relaciona-se com os organismos de acreditação de outros países, trocando

experiência e critérios;

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51

• Promove e difunde os procedimentos técnicos de acreditação, e colabora com

a implantação destes procedimentos em outros países, prestando assistência

técnica;

• Colabora com organizações nacionais e internacionais de normalização e

metrologia;

• Colabora com as instituições da União Européia, participando dos programas

que têm objetivos relacionados à acreditação;

• Organiza e participa de congressos, conferências, seminários que contribuem

para a melhora do sistema de acreditação, a formação de pessoas,

interpretação de normas, e a promoção e difusão das atividades fins da ENAC

e seus acreditados.

4.1.2 Estrutura da ENAC

A ENAC é uma associação cuja organização garante a participação de todas

as partes interessadas nos diferentes aspectos da acreditação: organismos

acreditados, administração pública, indústria e usuários.

O organismo espanhol possui uma estrutura organizacional dividida em duas

partes distintas, os Órgãos Diretores e Representativos (ÓRGANOS DE GOBIERNO

Y REPRESENTACIÓN), que tratam da parte que define as políticas e meios

pertinentes às atividades do ENAC, e os Órgãos Técnicos (ÓRGANOS TÉCNICOS),

que operacionalizam os processos de acreditação. Segue uma descrição sucinta

destes órgãos:

Órgãos Diretores e Representativos (ÓRGANOS DE GOBIERNO Y

REPRESENTACIÓN)

• Assembléia Geral (Asamblea General): Órgão máximo de direção da ENAC,

constituído pelas entidades acreditadas e seus clientes, órgãos

governamentais que reconhecem as acreditações concedidas e

representantes do Consejo de Coordinación de la Seguridad Industrial.

Reúne-se para aprovação de contas, orçamento e plano anual de atividades;

• Conselho Diretor (Junta Directiva): Assume a representação e função da

Assembléia Geral, entre as reuniões desta. Reúne-se para aprovar o plano de

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52

atividades, a proposta orçamentária e submeter à Assembléia Geral as contas

e balanço financeiro do exercício anterior;

• Comitê Permanente (Comité Permanente): Órgão permanente de direção,

delegado pelo Conselho Diretor, cujos membros são designados por esta.

Tem a função de preparar o orçamento, os planos de trabalho, as contas e

supervisionar a atuação dos órgãos técnicos;

• Presidente: É o representante legal do organismo, atua em seu nome, e é o

responsável pela formalização dos acordos e contratos aceitos pelas

Assembléia Geral, Conselho Diretor e Comitê Permanente, assim como a

execução das atividades que lhe forem encarregadas.

Órgãos Técnicos (ÓRGANOS TÉCNICOS)

Para desenvolver plenamente suas atividades e buscar a eficácia para atingir

seus objetivos, a ENAC conta com uma estrutura funcional composta dos seguintes

órgãos:

• Secretariado: formado por uma equipe de técnicos altamente qualificados, é o

órgão responsável pela tramitação, gestão e realização das atividades de

avaliação dos organismos solicitantes e acreditados, elabora documentos

técnicos, forma e qualifica auditores e especialistas técnicos, representa a

ENAC nos foros técnicos nacionais e internacionais e é responsável pela

divulgação das atividades do organismo. Esta estrutura funcional se

complementa com um amplo conjunto de especialistas (atualmente

aproximadamente 400), que conferem uma solidez técnica às avaliações da

ENAC, formando, junto com os auditores, a peça-chave de todo o processo

de acreditação;

• Comissão de Acreditação (Comisión de Acreditación): órgão técnico de

estudo, tramitação e concessão das acreditações, garantindo a todo o

momento, a independência e objetividade da sua atuação, além da

imparcialidade das decisões de acreditação;

• Comitês Técnicos Assessores (Comités Técnicos Asesores): formados por

profissionais de reconhecido prestígio nos diferentes setores de atividades,

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constituem um elemento de apoio técnico, assessoramento e consulta ao

Secretariado em aspectos técnicos relacionados com a acreditação.

Figura 9 - Organograma da ENACFonte: Página da WEB da ENAC. Disponível em <http://www.enac.es>. Acesso em:26 out. 2005

4.1.3 A acreditação da ENAC

A ENAC avalia o cumprimento dos requisitos estabelecidos nas seguintes

Normas Internacionais para os diferentes tipos de avaliação da conformidade:

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• UNE-EN ISO / IEC 17025 para Laboratórios de Ensaios e Calibração;

• UNE-EN ISO 15189 para Laboratórios Clínicos;

• UNE-EN ISO / IEC 17020 para Organismos de Inspeção;

• UNE-EN 45011 (ISO / IEC Guide 65) para Organismos de Certificação de

Produtos;

• UNE-EN 45012 (ISO / IEC Guide 62) para Organismo de Certificação de

Sistemas da Qualidade;

• UNE-EN 45012 (ISO / IEC Guide 66) para Organismo de Certificação de

Sistemas de Gestão Ambiental;

• UNE-EN ISO /IEC 17024 para Organismos de Certificação de Pessoas;

• UNE 66543-1 IN para Provedores de Programas de Intercomparação

Laboratorial;

• Reglamento CE 761/2001 para Verificadores de Meio-Ambiente (sistema

comunitário de ecogestão e ecoauditoria);

• Real Decreto 1369/2000 de Buenas Prácticas de Laboratório (BPL), para

Organismos que realizam estudos de produtos fitossanitários.

O processo de acreditação, mostrado na figura 11, se inicia com a solicitação

de acreditação por parte do organismo. Para isto se utilizam os formulários de

solicitação disponíveis, que indicam a documentação e os dados que são

necessários.

Esta documentação é analisada pelos técnicos da ENAC e, se adequada e

completa, designa-se uma equipe auditora previamente qualificada conforme os

requisitos da ENAC. Na equipe auditora está incluído especialista nas atividades de

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avaliação realizadas pelo solicitante, que pode recusar qualquer membro da equipe,

a seu julgamento, caso exista um conflito de interesse não detectado previamente.

A equipe auditora avalia se o organismo solicitante cumpre com os critérios

de acreditação. O processo de avaliação inclui um estudo da documentação técnica,

uma auditoria e a observação da realização de atividades para a qual se solicita

acreditação (auditoria testemunha). Os resultados desta avaliação são registrados

em um relatório enviado ao solicitante da acreditação, onde se detalha qualquer

possível desvio dos requisitos de acreditação detectado na avaliação. O solicitante

deve corrigir este desvio com as ações corretivas que considere pertinente.

Com o relatório de auditoria e as ações corretivas, a Comissão de acreditação

toma a decisão sobre a concessão da acreditação ou não do organismo, que é

comunicada ao solicitante. Em caso positivo, se emite o certificado de acreditação

correspondente, em caso contrário se adia a decisão até que se verifique a correção

dos desvios dos requisitos de acreditação.

Periodicamente se realizam auditorias de supervisão, para verificar se o

organismo acreditado continua cumprindo com os requisitos de acreditação, e a

cada 4/5 anos se reavalia a competência do organismo através de uma auditoria

similar à inicial.

As informações detalhadas sobre os processos de acreditação, referentes a

cada tipo de organismo de avaliação da conformidade, estão disponíveis nos

diferentes procedimentos de acreditação (Procedimientos de Acreditación – PAC).

A figura 10 mostra a marca ENAC, que referencia a condição de acreditado

do organismo nos relatórios, certificados e registros emitidos como resultados de

atividades cobertas pela acreditação, e é o meio pelo qual as organizações

acreditadas declaram publicamente o cumprimento dos requisitos de acreditação na

realização destas atividades.

Figura 10 - Logomarca da ENAC (de acreditación)Fonte: Página da WEB da ENAC. Disponível em <http://www.enac.es>. Acesso em:26 out. 2005

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56

Figura 11 – Processo de acreditação do ENAC.Fonte: Página da WEB da ENAC. Disponível em <http://www.enac.es>. Acesso em:26 out. 2005.

A ENAC atualmente possui 25 organismos acreditados para certificação de

sistemas de gestão da qualidade e 16 organismos acreditados para certificação de

sistemas de gestão ambiental.

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57

4.2 OAA

4.2.1 Visão Geral do OAA

O Organismo Argentino de Acreditación (OAA) é uma instituição privada, sem

fins lucrativos, criado dentro do Sistema Nacional de Normas, Qualidade e

Certificação (Sistema Nacional de Normas, Calidad y Certificación), para

desenvolver as funções estabelecidas no decreto 1474/94. O OAA foi constituído em

29 de maio de 1995, e está reconhecido, através de convênio, pela Secretaria de

Industria, Comercio y Mineria da Argentina.

Inicialmente, o OAA estava limitado a atuar no campo voluntário, mas desde

1998 começou a ter responsabilidades na área regulamentada por autoridades

reguladoras, realizando acreditações de caráter compulsório.

O OAA tem como missão acreditar laboratórios de ensaio e calibração,

laboratórios clínicos, organismos de sistemas de gestão (qualidade, ambiental,

saúde e segurança ocupacional), organismo de certificação de pessoas, organismos

de certificação de produtos e organismo de inspeção, além de todas as outras

atividades de acreditação incorporadas nas práticas internacionais e definidas pelas

autoridades reguladoras.

A visão de futuro do OAA é constituir um organismo de acreditação com

presença e atuação permanente em foros internacionais, ser reconhecido por seus

pares, contribuindo, através de avaliações e acreditações de organismos, para

melhora da qualidade dos produtos e serviços, sistemas e pessoas, gerando

confiança nas atividades dos organismos acreditados, proporcionando transparência

aos mercados, facilitando o comércio e participando na melhoria da qualidade de

vida da população.

O Organismo Argentino de Acreditación é o único acreditador do Sistema

Nacional de Normas, Calidad y Certificación (Sistema Nacional de Normas,

Qualidade e Certificação) da Argentina, e tem como política:

Assegurar o estabelecimento, implementação e melhoria contínua de seu

sistema da qualidade, para proporcionar confiança em sua capacidade de realizar

satisfatoriamente as atividades de acreditação.

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Administrar os processos necessários para o cumprimento de seus objetivos

de maneira transparente, objetiva, imparcial, confidencial e não discriminatória, de

forma que tal acesso não esteja condicionado ao tamanho da entidade solicitante,

nem ser pertencente a determinada instituição, e não estar submetido a condições

econômicas.

Satisfazer e antecipar-se às expectativas que são requeridas ao OAA, além

de ser reconhecido como um organismo de acreditação competente e confiável que

fornece serviços de forma eficaz e eficiente.

Dispor à sociedade as informações correspondentes às suas atividades de

acreditação, resguardando a devida confidencialidade.

Ser uma referência no sistema de avaliação da conformidade, tanto no campo

compulsório quanto no campo voluntário.

Interagir com organismos nacionais, regionais, e internacionais, enfatizando a

cooperação técnica, a troca de experiências e o reconhecimento mútuo das

atividades de acreditação.

Ser uma organização flexível, que promove o trabalho em equipe e a melhora

das competências de seus integrantes.

O OAA se financia com os recursos recebidos das atividades de acreditação e

com as cotas de seus associados.

O OAA é membro do International Laboratory Accreditation Cooperation

(ILAC), International Accreditation Fórum (IAF) e Interamerican Accreditation

Cooperation (IAAC). O principal objetivo da participação nos foros mencionados é

estar presente na comunidade internacional de acreditação e ser signatário dos

“Acordos de Reconhecimento Mútuo”. A função destes acordos é conseguir que os

produtos ensaiados por laboratórios e/ou certificados por organismos acreditados em

um país signatário do acordo sejam aceitos pelos outros países signatários do

acordo, evitando-se, assim, barreiras técnicas ao comércio.

4.2.2 Estrutura do OAA

A estrutura organizacional do OAA, mostrada na figura 12, é dividida em 4

níveis funcionais, o nível 1, é a alta administração, composta pela Asamblea,

Comisión Revisora de Cuentas, Consejo Directivo, Comisión de Partes e o

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Responsable de la Calidad. Este nível é o responsável pela definição das políticas e

orçamentos financeiros do organismo.

No nível 2, encontra-se o Consejo Executivo, que é o responsável pela

execução das políticas e orientações emanadas pelo nível 1.

O terceiro escalão é o nível 3, composto pela Gerencia Operativa, Comitês de

Acreditação e os órgãos acessórios, que têm a responsabilidade de operacionalizar

o processo de acreditação e tomar a decisão de acreditar ou não um solicitante.

No nível 4, estão os comitês técnicos que assessoram as decisões sobre

acreditação

Figura 12 – Estrutura do OAAFonte: Página da WEB do OAA. Disponível em:<http://www.oaa.org.ar/200504/uploads/estructura.pdf>. Acesso em: 30 out. 2005.

4.2.3 A acreditação do OAA

O organismo de certificação de sistemas que solicita a acreditação deve

apresentar o formulário de solicitação - Solicitud de Acreditación al OAA, formulário

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F01-(PE-CS-01) – devidamente preenchido, junto com a documentação requerida e

estabelecer claramente o escopo de acreditação solicitado.

Em seguida, o OAA inicia o processo de acreditação com uma análise formal

da documentação, realizada pelo coordenador da área. Para realizar a avaliação, o

OAA designa uma equipe avaliadora, composta por avaliador coordenador e um ou

mais avaliadores ou especialistas, dependendo do escopo a acreditar.

Como primeiro passo, esta equipe avalia a adequação da documentação

apresentada aos requisitos da norma aplicável e elabora um relatório com as

constatações encontradas.

O segundo passo consiste na visita de avaliação na sede do organismo, na

qual a equipe avaliadora avalia a implementação de um sistema da qualidade e o

cumprimento de todos os requisitos da norma de referência. Posteriormente, se

realiza uma auditoria testemunha em uma organização, cliente do organismo, a fim

de verificar o desempenho de seus auditores e a implementação dos procedimentos

de certificação.

Ao término de cada uma destas avaliações, a equipe auditora entrega ao

organismo um relatório com as não-conformidades, os desvios, as oportunidades de

melhoria e os pontos fortes encontrados.

O organismo deve, então, propor como resolver as não-conformidades

detectadas e a equipe auditora verificará o cumprimento dos requisitos da norma

aplicável.

Concluída esta etapa, o Comitê de Acreditação (Comité de Acreditación),

baseando-se nos registros do processo de acreditação, decide sobre a concessão

da acreditação.

A acreditação tem uma validade de três anos, período no qual se realizam

visitas de manutenção.

Na figura 13, apresenta-se a marca do OAA, que é a referência à acreditação.

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Figura 13 – Logomarca do OAAFonte: Página da WEB do OAA. Disponível em: <http://www.oaa.org.ar>. Acessoem: 30 out. 2005.

4.3 ANAB

4.3.1 Visão Geral do ANAB

O ANSI-ASQ National Accreditation Board é o organismo de acreditação dos

Estados Unidos para sistemas de gestão. O ANAB acredita organismos de

certificação para sistemas de gestão da qualidade ISO 9001 e organismos de

certificação para sistemas de gestão ambiental ISO 14001.

O ANAB é membro do IAF e signatário do acordo de reconhecimento

multilateral (MLA) do IAF, cooperando, assim, junto com outros organismos de

acreditação estrangeiros para agregar valor aos seus organismos acreditados e aos

clientes destes, garantindo que um certificado acreditado seja reconhecido nacional

e internacionalmente. O sistema de avaliação da conformidade global garante

confiança e reduz riscos para os clientes envolvidos no comércio internacional.

O ANAB foi criado em 01/01/2005. Anteriormente, as atividades de

acreditação que são desenvolvidas atualmente pelo ANAB eram operacionalizadas

pelo ANSI-RAB National Accreditation Program (NAP) através de acordos e

parcerias.

O ANAB tem origem no Registrar Accreditation Board (RAB), que foi criado

em 1989 pela American Society for Quality (ASQ). A missão original do RAB era

acreditar organismos de certificação de sistemas de gestão da qualidade ISO 9000.

Quando o RAB foi criado, imediatamente visualizou um fortalecimento para o

sistema americano de acreditação de organismos de certificação buscando um

relacionamento formal com a American National Standards Institute (ANSI), que é

uma organização privada que administra e coordena a normalização voluntária e a

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avaliação da conformidade nos Estados Unidos. Em 1991, o ANSI e o RAB uniram-

se para estabelecer o programa de acreditação nacional dos Estados Unidos para

certificadores de sistema da qualidade (American National Accreditation Program for

Registrars of Quality Systems). Em 1996, com a edição da norma ISO 14000 o

ANSI-RAB-NAP foi formado.

O ANAB está sediado em Milwaukee, WI, USA, é uma entidade sem fins

lucrativos que se autofinancia e é dirigida por uma Diretoria (Board of Directors)

representando as partes interessadas envolvidas em avaliação da conformidade. As

políticas do ANAB são estabelecidas pelo Board of Directors.

A visão de futuro do ANAB é ser reconhecidamente um líder em guiar o

desenvolvimento internacional do processo de acreditação que constrói confiança e

agrega valor para as partes interessadas em todo o mundo, e prover serviços de

grande valor profissional para seus clientes.

A missão do ANAB é:

• Ser um fornecedor de serviços de acreditação que agreguem valor e tornem

eficientes as atividades de avaliação da conformidade;

• Aumentar a credibilidade das avaliações da conformidade acreditadas;

• Estabelecer acordos de reconhecimento mútuo que permitam o aumento da

aceitação internacional das atividades de avaliação de acreditação;

• Estar em conformidade com os requisitos;

• Melhorar continuamente a eficiência dos sistemas de gestão dos processos e

programas;

• Ser reconhecido como um líder internacional na melhoria contínua dos

processos de acreditação e avaliação da conformidade.

4.3.2 Estrutura do ANAB

O ANAB é dirigido por uma Diretoria (Board of Directors) que possui

atualmente 13 membros representantes das partes interessadas, e tem como

responsabilidade, estabelecer as políticas do organismo, realizar o planejamento

estratégico, as atividades de financiamento e verificar o desempenho do ANAB. Os

membros do conselho são representantes das partes interessadas das áreas da

qualidade e ambiental, que incluem especialistas técnicos, executivos,

representantes do setor produtivo e dos organismos de certificação.

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As partes interessadas representadas no Board of Directors da ANAB são:

The Boeing Co.; American Society for Quality; Michigan Department of

Environmental Quality; Bayer Corp.; Fujitsu Network Communications, Inc.; American

National Standards Institute; Institute of Scrap Recycling Industries, Inc.; U.S.

Environmental Protection Agency; Rockwell Collins; IBM Corp.; Whirlpool Corp.e

consultores independentes.

Além do Board of Directors, a estrutura do ANAB, mostrada na figura 14,

possui conselhos supervisores (Oversight Council), que são formados por vários

representantes voluntários das partes interessadas, com finalidade de conceder,

suspender e retirar a acreditação dos organismos certificadores, preparar critérios e

procedimentos para os programas de acreditação, ser um fórum inicial de apelações

das decisões de acreditação, revisar e aprovar os procedimentos que guiam o dia-a-

dia das operações das atividades do ANAB, e prover recursos técnicos para o

pessoal que operacionaliza as atividades do organismo (Staff Directory).

São representados no Oversight Council da ANAB, as seguintes entidades:

BSI, Inc.; Textron Fastening Systems; OFS Fitel - Specialty Photonics Division;

Quality Consulting; Management Standards International, Ltd.; ANAB; Quality

Management Solutions; Northern Pipe Products Inc.; KEMA Registered Quality, Inc.;

Dresser Rand; Intertek Automotive Systems Certification; Multi-State Working Group;

U.S. TAG to ISO TC 207; DynMcDermott Petroleum Operations Co.; U.S. Postal

Service; Battelle Memorial Institute; Underwriters Laboratories, Inc.; NASA; U.S.

Environmental Protection Agency; National Academy of Public Administration;

Motorola Inc.; Environmental Law Institute; Lloyd's Register Quality Assurance; A

Nurtured World, Inc.; Spire Environmental ; Kestrel Management Services; e

Standards Council of Canada

O Staff Directory é formado pelas pessoas que operacionalizam os processos

de acreditação do ANAB.

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Figura 14 – Estrutura de atuação organizacional do ANABFonte: Página da WEB do ANAB. Disponível em:<http://www.anab.org/HTMLFiles/docs/ANABpresentation.pdf>. Acesso em: 03 nov.2005.

4.3.3 A acreditação do ANAB

Para a acreditação de organismos de certificação, o ANAB avalia o

cumprimento dos requisitos estabelecidos nas seguintes Normas Internacionais para

os diferentes tipos de avaliação da conformidade:

• Organismo de Certificação de Sistemas da Qualidade: ISO GUIA 62,

Diretrizes do IAF para o Guia 62, Procedimento R2 do ANAB e boletins

internos (ANAB Advisories);

• Organismo de Certificação de Sistemas de Gestão Ambiental: ISO GUIA 66,

Diretrizes do IAF para o Guia 66, Procedimento E5 do ANAB e boletins

internos (ANAB Advisories).

O organismo solicitante deve preparar todos os manuais e documentos

requeridos pelos procedimentos de acreditação do ANAB (ANAB Procedures for

Accreditation R2 ou E5). Uma visita inicial de um auditor do ANAB pode ser

solicitada, apesar de não ser obrigatória, para uma avaliação prévia de todos os

manuais e a documentação do sistema de gestão do solicitante. Isto pode ajudar a

esclarecer os critérios de acreditação e o processo de avaliação, além de verificar se

a documentação foi desenvolvida corretamente.

Após o recebimento do pagamento da taxa de acreditação e da

documentação do solicitante, estes documentos são avaliados quanto à sua

completeza. Se estiver satisfatória, a solicitação é aceita. Neste momento o

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65

organismo é inserido na lista pública de organismos acreditados pelo ANAB sob a

condição “em fase de solicitação” ("in application").

A solicitação e a documentação recebida são revisadas por um auditor líder

do ANAB, que analisa a documentação quanto à conformidade aos critérios de

acreditação.

Após a análise da documentação uma equipe auditora do ANAB conduz uma

auditoria no escritório do organismo solicitante para verificar se o programa de

certificação está sendo operado de acordo com os critérios exigidos.

Também é conduzida uma auditoria testemunha de uma equipe auditora do

solicitante realizando uma auditoria completa em uma organização, onde é avaliada

a condução da equipe auditora da certificadora, além de verificar se os

procedimentos de certificação são cumpridos.

O auditor Líder do ANAB prepara um relatório completo da avaliação. As não-

conformidades encontradas em ambas as auditorias (escritório e testemunha) têm

que ser devidamente concluídas com as ações corretivas aprovadas pelo auditor-

líder do ANAB.

Os conselhos do ANAB - QMS Council (para acreditação ISO 9001) ou EMS

Council (para acreditação ISO 14001) – avaliam os registros da avaliação, decidindo

então se a acreditação é concedida. O solicitante é notificado da decisão do

conselho.

Quando a decisão for favorável, é assinado um acordo entre o ANAB e o

solicitante, incluindo os requisitos de manutenção da acreditação.

Após isto o solicitante recebe o certificado de acreditação e está habilitado a

usar de forma adequada a logomarca da acreditação, mostrada na figura 15.

Figura 15 – Logomarca de acreditação do ANABFonte: Página da WEB do ANAB. Disponível em:<http://www.anab.org/HTMLFiles/docs/Advisory/adv06.pdf >. Acesso em: 03 nov.2005.

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O ANAB possui atualmente, 77 organismos de certificação de sistemas de

gestão da qualidade (QMS- ISO 9001) acreditados e 3 em fase de acreditação. Na

área ambiental (EMS), possui 44 acreditados 5 em fase de acreditação.

4.4 INMETRO

4.4.1 Visão Geral do INMETRO

O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial -

INMETRO - é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior, que atua como Secretaria Executiva do Conselho

Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO),

colegiado interministerial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional de

Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO).

Objetivando integrar uma estrutura sistêmica articulada, o SINMETRO, o

CONMETRO e o INMETRO foram criados pela Lei 5.966, de 11 de dezembro de

1973, cabendo a este último substituir o então Instituto Nacional de Pesos e Medidas

(INPM) e ampliar significativamente o seu raio de atuação a serviço da sociedade

brasileira.

No âmbito de sua ampla missão institucional, o INMETRO objetiva fortalecer

as empresas nacionais, aumentando sua produtividade por meio da adoção de

mecanismos destinados à melhoria da qualidade de produtos e serviços.

Sua missão é promover a qualidade de vida do cidadão e a competitividade

da economia através da metrologia e da qualidade.

Dentre as competências e atribuições do INMETRO destacam-se:

• Executar as políticas nacionais de metrologia e da qualidade;

• Verificar a observância das normas técnicas e legais, no que se refere às

unidades de medida, métodos de medição, medidas materializadas,

instrumentos de medição e produtos pré-medidos;

• Manter e conservar os padrões das unidades de medida, assim como

implantar e manter a cadeia de rastreabilidade dos padrões das unidades de

medida no Brasil, de forma a torná-las harmônica internamente e compatíveis

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67

no plano internacional, visando, em nível primário, à sua aceitação universal

e, em nível secundário, à sua utilização como suporte ao setor produtivo, com

vistas à qualidade de bens e serviços;

• Fortalecer a participação do Brasil nas atividades internacionais relacionadas

com metrologia e qualidade, além de promover o intercâmbio com entidades e

organismos estrangeiros e internacionais;

• Prestar suporte técnico e administrativo ao Conselho Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial - CONMETRO, bem como aos seus

comitês de assessoramento, atuando como sua Secretaria-Executiva;

• Fomentar a utilização da técnica de gestão da qualidade nas empresas

brasileiras;

• Planejar e executar as atividades de acreditação de laboratórios de calibração

e de ensaios, de provedores de ensaios de proficiência, de organismos de

certificação, de inspeção e de outros, necessários ao desenvolvimento da

infra-estrutura de serviços tecnológicos no Brasil; e

• Coordenar, no âmbito do SINMETRO, a certificação compulsória e voluntária

de produtos, de processos, de serviços e a certificação voluntária de pessoal.

4.3.2 Estrutura do INMETRO

O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial -

INMETRO - é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior, cuja estrutura está demonstrada na figura 16.

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Figura 16 – Estrutura do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e ComércioExteriorFonte: Página da WEB do INMETRO. Disponível em:<http://www.desenvolvimento.gov.br/img/ministerio/organograma/mdic.gif>. Acessoem: 12 dez. 2005.

O INMETRO tem uma estrutura organizacional composta por Diretorias e

Coordenações, que respondem diretamente à Presidência do Instituto. Estes órgãos

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são os responsáveis pela condução das atividades que constituem as atribuições do

INMETRO. A atual estrutura organizacional está descrita na portaria do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, nº 116, de 9 de julho de 2003, que

publicou o Regimento Interno do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e

Qualidade Industrial – INMETRO, com a estrutura demonstrada na figura 17.

Figura 17 – Estrutura organizacional do INMETROFonte: Página da WEB do INMETRO. Disponível em:<http://www.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 12 dez. 2005.

A unidade organizacional do INMETRO encarregada de planejar e executar

as atividades de acreditação de laboratórios de calibração e de ensaios, de

provedores de ensaios de proficiência, de organismos de certificação, de inspeção,

de treinamento e de outros é a Coordenação Geral de Credenciamento (CGCRE), e

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70

tem suas atribuições definidas no art. 13º do Regimento Interno do Instituto Nacional

de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, com a seguinte

redação:

“Art. 13º - À Coordenação-Geral de Credenciamento compete planejar, dirigir,

orientar, coordenar e executar as atividades de credenciamento e, especificamente:

I - atuar como órgão credenciador de organismos de certificação, de

inspeção, de verificação de desempenho, de treinamento e de provedor de ensaios

de proficiência, bem como órgão credenciador de laboratórios de calibração e de

ensaios e de outros organismos necessários ao desenvolvimento da infra-estrutura

de serviços tecnológicos no País;

II - coordenar as ações de reconhecimento internacional e regional

relacionadas às atividades de credenciamento; e

III - participar de Foros Internacionais e Regionais relacionados às atividades

de credenciamento.“

Para executar suas atividades, a Cgcre possui uma estrutura composta de

duas divisões, uma que trata de acreditação de laboratórios, Divisão de

Credenciamento de Laboratórios (Dicla) e outra que operacionaliza as acreditações

de organismos de certificação e inspeção, Divisão de Credenciamento de

Organismos (Dicor), como mostrado na figura 18.

No âmbito da Dicor, com a finalidade de acreditar organismos de certificação

de sistemas de gestão, existe o Setor de Sistemas e Treinamentos (Sesit), que é o

setor responsável pela execução das atividades que são objeto desta pesquisa.

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Figura 18 – Estrutura organizacional da CGCREFonte: Página da WEB do INMETRO. Disponível em:<http://www.inmetro.gov.br/inmetro/estrutura/estruturaCgcre.asp>. Acesso em: 12dez. 2005.

O SESIT possui, atualmente, 9 técnicos de nível superior e 3 funcionários

administrativos para operacionalizar a gestão dos processos de acreditação.

4.4.3 A acreditação do INMETRO

O INMETRO acredita organismos de avaliação da conformidade baseado no

cumprimento dos requisitos estabelecidos nas seguintes Normas Internacionais para

os diferentes tipos de avaliação da conformidade:

• NBR ISO/IEC 17025 para Laboratórios de Ensaios e Calibração;

• ISO 17020, e em critérios estabelecidos pela Coordenação Geral de

Credenciamento (CGCRE), para Organismos de Inspeção;

• NBR ISO / IEC Guia 65 para Organismos de Certificação de Produtos;

• NBR ISO / IEC Guia 62 para Organismo de Certificação de Sistemas de

Gestão da Qualidade;

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72

• NBR ISO / IEC Guia 66 para Organismo de Certificação de Sistemas de

Gestão Ambiental;

• ABNT NBR ISO /IEC 17024 para Organismos de Certificação de Pessoas;

O processo de acreditação inicia-se com a solicitação de acreditação por

parte do organismo interessado. Para tal o INMETRO disponibiliza aos interessados

em obter a acreditação, todas as informações e documentação necessárias à

compreensão do processo de acreditação e sua manutenção. Na Página da WEB do

INMETRO podem ser obtidos os Documentos Básicos para Acreditação de

Organismos pertinentes a cada tipo de acreditação oferecido.

O Formulário de Solicitação de Acreditação, assinado pelo representante

autorizado do organismo, deve então ser encaminhado à CGCRE, acompanhado da

documentação correspondente, para a abertura do processo de acreditação.

Ao receber a solicitação formal de acreditação, é feita uma avaliação da

capacidade do INMETRO em atender a solicitação. Havendo viabilidade, é aberto

um processo para a análise preliminar da solicitação e um auditor/avaliador é

indicado, para realizar a análise da documentação do organismo solicitante.

A análise da documentação, que compreende aspectos legais, financeiros e

técnicos, é realizada pela procuradoria geral, pela equipe auditora/avaliadora e

especialistas, quando necessário, de acordo com o escopo pretendido pelo

solicitante.

Caso o parecer seja favorável, a equipe auditora/avaliadora analisa a

documentação em conformidade com os critérios para a acreditação.

Após a análise da documentação, sendo a mesma aprovada, é realizada a

auditoria/avaliação no local, que abrange as instalações da organização e a auditoria

testemunha em uma ou mais auditorias de empresas clientes do solicitante.

Ultrapassada a fase de exame dos documentos e da realização da(s)

auditoria(s), o processo é encaminhado à Comissão de Acreditação.

A Comissão de Credenciamento avalia a conformidade do processo aos

procedimentos do INMETRO e recomenda ou não a acreditação ao Coordenador

Geral de Credenciamento. Essa Comissão é nomeada pelo Coordenador Geral e

tem regulamento e composição definidos em procedimentos internos.

A decisão sobre a acreditação é do Coordenador Geral, sendo sua aprovação

ou não, formalizada ao solicitante. Nos casos de aprovação, a acreditação é

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formalizada ao solicitante através de contrato assinado entre a organização

acreditada e o INMETRO, com validade de 4 anos, e a emissão de um certificado de

acreditação.

A manutenção da acreditação envolve avaliações periódicas, definidas em

contrato, com o objetivo de verificar a permanência das condições que validaram a

sua concessão.

A figura 19 apresenta um fluxograma das atividades do processo de

acreditação realizado pela CGCRE/INMETRO.

Figura 19 – Fluxograma de acreditação inicial de organismos de certificação desistemas de gestão

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Fonte: Procedimento para Acreditação de Organismos de Certificação de Sistemasde Gestão do Manejo Florestal e Organismos de Treinamento , NIT-DICOR-001, rev.08, set /2005

A figura 20 mostra a logomarca de acreditação do INMETRO1. As condições

gerais de uso da logomarca de acreditação estão previstas na NIT-DICOR-023,

Condições de Uso da Identificação da Acreditação de Organismo.

Figura 20 – A Logomarca INMETROFonte: Página da WEB do INMETRO. Disponível em:<http://www.inmetro.gov.br/imprensa/marca.asp>. Acesso em: 12 dez. 2005.

A CGCRE/INMETRO possui atualmente 30 organismos de certificação de

sistemas de gestão acreditados e 3 em fase de acreditação, além de 20 organismos

de certificação de sistemas de gestão ambiental acreditados.

1 A logomarca de acreditação está em fase de modificação. Suas condições gerais de uso e

identificação estão previstas na norma NIE-CGCRE-009, que substituirá a NIT-DICOR-023.

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75

5 DESENVOLVIMENTO

Este capítulo tem por objetivo apresentar os resultados obtidos com o estudo

proposto, avaliando os processos de acreditação da CGCRE/INMETRO e dos

organismos estrangeiros, identificando as variáveis mais relevantes do processo de

acreditação que influem no tempo de acreditação; analisar a necessidade de

aumento da quantidade recursos humanos no SESIT; e analisar o processo de

acreditação utilizado na CGCRE/INMETRO, quanto à otimização das variáveis que

impactam no tempo de acreditação.

Para avaliação do tempo de acreditação operado pelo INMETRO, foram

estudados os processos de acreditação iniciais realizados a partir de 2003. A

escolha por este tipo de processo deveu-se ao fato de serem desenvolvidos

abrangendo todos os passos envolvidos na condução das atividades de acreditação.

Os dados que suportam esta pesquisa foram levantados com base na análise

do desenvolvimento dos processos de acreditação da CGCRE/INMETRO e dos

organismos estrangeiros escolhidos como comparativos.

Com a análise das principais atividades desenvolvidas pelos organismos

acreditadores durante as etapas do processo de acreditação, foi possível propor

ações que poderão auxiliar a CGCRE/INMETRO a operar as atividades de

acreditação com um tempo médio de processo inferior ao atual.

5.1 O TEMPO MÉDIO DE ACREDITAÇÃO

Para dar prosseguimento à pesquisa, o seguinte questionamento deve ser

feito: O tempo médio do processo de acreditação utilizado no SESIT é elevado?

Para chegar a esta resposta, primeiramente iremos calcular o tempo médio

dos processos de acreditação de organismos certificadores de sistemas de gestão

operados pelo SESIT.

Utilizando-se da base de dados dos processos do SESIT, extraímos os dados

mostrados no gráfico da figura 21, baseados nos últimos processos de concessão de

acreditação realizados pelo Setor:

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76

Tempo médio das etapas de acreditação

12,2

1,6

3,83

2,6

1,2

0

2

4

6

8

10

12

14

Tempo Médio deacreditação

Elaboração doRAS

Elaboração doRAD

Elaboração doRAU

Atividades dedeliberação

Atividadesadministrativas

Etapas

Mes

es

Figura 21 - Tempos de processo de acreditação – SESITFonte: SESIT, dezembro de 2005.

Os valores estão expressos em meses. O tempo médio de acreditação é o

tempo decorrido entre a solicitação de acreditação e a emissão do certificado de

acreditação. O tempo de elaboração do Relatório de Análise da Solicitação (RAS)

representa o tempo utilizado para a emissão do referido relatório. O tempo de

elaboração do RAD significa o tempo que levou para a elaboração do Relatório de

Análise de Documentação (RAD) e fechamento das não-conformidades

encontradas. O tempo de elaboração do Relatório de Auditoria (RAU) é o tempo

envolvido na realização das auditorias, emissão dos relatórios e fechamento das

não-conformidades encontradas. O tempo das atividades de deliberação foi o tempo

médio medido entre a entrega dos relatórios pelo auditor-líder e a decisão da

CGCRE/INMETRO, passando pelas recomendações dos Técnicos de Acreditação

(TA), chefes de setor, divisão e comissão de acreditação. O tempo médio das

atividades administrativas foi o tempo utilizado para a confecção e assinatura dos

contratos, certificados e seus anexos. O tempo médio, bem como os tempos de cada

fase do processo de acreditação, foi calculado utilizando-se a média dos tempos

utilizados em cada processo de acreditação inicial (de concessão).

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77

Por esta avaliação, conclui-se que o tempo médio utilizado pelo SESIT para

realizar uma acreditação de organismo de certificação de sistemas de gestão é de

aproximadamente 12 meses.

Para compararmos o resultado obtido pela operacionalização do processo do

SESIT com outros organismos acreditadores, fizemos uma pesquisa, através de

consulta por e-mail, que envolveu as seguintes perguntas:

• Qual é o tempo médio de um processo inicial de acreditação de

Organismo de Certificação de Sistema de Gestão?

• Quantas pessoas dos Organismos de Acreditação estão envolvidas

nos processos de acreditação de Organismo de Certificação de

Sistema de Gestão?

• Quantos auditores o organismo tem para realizar auditorias de

acreditação de Organismo de Certificação de Sistema de Gestão?

• Deste número de auditores, quantos são exclusivos do Organismo de

Acreditação e quantos são externos?

• Quantos Organismos de Certificação de Sistemas de Gestão são

acreditados por seu Organismo de Acreditação?

Foram enviados e-mails para os organismos acreditadores estrangeiros

escolhidos para este trabalho. Os textos dos e-mails estão no apêndice A. As

respectivas respostas estão no apêndice B, e foram resumidas na tabela 1. Os

dados referentes ao INMETRO foram extraídos das informações contidas neste

trabalho e no cadastro de auditores do SESIT.

Tabela 1 - Informações sobre os organismos de acreditaçãoOrganismo

deAcreditação

tempo médio(meses)

Quantaspessoas

Quantosauditores

Quantos sãoexclusivos

QuantosOrganismos

INMETRO 12 13 18 15 50ENAC 6-8 2 5 2 26ANAB 6-9 5 25 0 80OAA 6 (*) 3 8 0 09

(*) O OAA não considerou o tempo para realização das testemunhas

Fonte: O autor, dezembro de 2005.

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Com base nas informações obtidas, podemos concluir que o tempo médio do

processo de acreditação utilizado no SESIT é elevado, e vale a pena identificar as

variáveis mais relevantes do processo de acreditação que influem no tempo de

acreditação e avaliar o processo de acreditação utilizado no INMETRO, quanto à

otimização das variáveis que impactam no tempo de acreditação.

5.2 AS FASES DO PROCESSO DE ACREDITAÇÃO

A ENAC baseia seu processo de acreditação no procedimento PAC-ENAC-

EC Rev. 2, e basicamente é dividido em 4 fases: análise crítica da solicitação de

acreditação; análise da documentação técnica; auditorias no escritório e

testemunhas e decisão sobre a acreditação.

O processo de acreditação do ANAB, baseado no procedimento Procedures

for Accreditation of Bodies Operating Certification/Registration of Quality

Management Systems - R2.9 Revised 2005/01/01, é dividido em 3 fases: solicitação

de acreditação, auditoria de acreditação inicial e processo de decisão sobre a

acreditação inicial.

O OAA desenvolve seu processo de acreditação fundamentado no

procedimento Gestión del Proceso de Acreditación de Entidades - DC-SG-01

Versión 4 de 03/01/2005, que é basicamente dividido em 6 fases: solicitação; revisão

do contrato; avaliação da documentação; visita de avaliação; relatório final de

avaliação e decisão sobre a concessão da acreditação.

O processo de acreditação inicial da CGCRE/INMETRO segue as etapas

descritas no procedimento de acreditação NIT-DICOR-001 Rev. 08- Procedimento

para acreditação de organismos de certificação de sistemas de gestão, do manejo

florestal e organismos de treinamento, e é dividido em 6 fases: solicitação de

acreditação; análise da solicitação de acreditação; análise da documentação;

auditoria de acreditação; tratamento do processo pela Dicor e decisão sobre a

concessão da acreditação.

Para avaliar os processos de acreditação dos organismos escolhidos para

este estudo, analisaremos as atividades desenvolvidas por eles, divididas em 4

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fases: solicitação da acreditação, análise da documentação, avaliação inicial e

decisão sobre a acreditação.

5.3 ESTUDO DA FASE DE SOLICITAÇÃO DE ACREDITAÇÃO

A solicitação de acreditação é a fase do processo em que o organismo

acreditador avalia a sua capacidade instalada para atender ao pedido do OAC e

verifica se as informações do solicitante são suficientes para iniciar um processo de

acreditação do serviço de avaliação da conformidade que o OAC executa.

A ENAC, uma vez recebida a solicitação de acreditação, avaliará a

documentação enviada com o objetivo de comprovar a viabilidade de acreditar a

atividade do organismo certificador, e verificar se existe algum motivo legal,

estatutário ou outras causas que impeçam a acreditação, além de avaliar a própria

capacidade interna da ENAC em proceder esta acreditação. Dentro de qualquer fase

da acreditação, transcorrido mais de um ano sem resposta por parte do solicitante a

uma requisição da ENAC, o processo é cancelado.

A ENAC, em determinadas circunstâncias, pode considerar a conveniência de

realizar uma visita preliminar ao solicitante, a fim de preparar as próximas fases do

processo de acreditação para um desenvolvimento o mais eficaz possível.

Ao receber uma intenção de solicitação de acreditação de um OAC, para

sistemas de gestão, o ANAB envia ao organismo um pacote de informações e

instruções, contendo:

• O formulário de solicitação, com seus respectivos anexos;

• Os valores das taxas que serão cobradas;

• Instruções sobre o atendimento ao ISO GUIA 62;

• Uma lista de verificação com os documentos que devem ser enviados

ao acreditador;

• Procedimento do ANAB para Acreditação de Organismos de

Certificação de Sistemas de Gestão;

• Carta com as informações necessárias ao solicitante, incluindo a opção

de realização de uma visita informativa.

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80

Após receber a solicitação completa e a taxa inicial de solicitação, o pessoal

do ANAB irá avaliar a documentação a fim de assegurar que ela esteja completa,

podendo solicitar alguma informação adicional com a finalidade de esclarecer

alguma dúvida.

Quando o processo de solicitação estiver completo, a solicitação é aceita e o

solicitante é notificado por carta. O Organismo solicitante é incluído na relação de

organismos constante da Página da WEB do ANAB com o status de solicitante.

Para a análise da solicitação, o OAA exige que o organismo que solicita a

acreditação apresente o formulário de solicitação de acreditação do OAA aplicável à

área da solicitação, juntando ao formulário a documentação exigida, estabelecendo

claramente o escopo de acreditação solicitada. O Coordenador da área realiza uma

análise da solicitação a fim de assegurar que a mesma esteja completa e, junto com

o Gerente de Operações, verifica se o OAA possui a capacidade para prestar o

serviço de acreditação solicitado.

Para a solicitação de acreditação junto à CGCRE/INMETRO, o organismo de

certificação solicitante deve remeter formalmente o original do formulário de

solicitação, integralmente preenchido e assinado pelo representante autorizado. Ao

receber a solicitação formal de acreditação, a divisão responsável pela acreditação

(DICOR - Divisão de Credenciamento de Organismos) avalia a solicitação de

acreditação. Esta análise da solicitação destina-se a verificar a capacidade da

Equipe/Setor da CGCRE/INMETRO em atender ao pleito do solicitante, se os dados

fornecidos pelo solicitante estão claros e dirimir quaisquer eventuais diferenças de

entendimento entre a DICOR e a organização solicitante. É, então, enviada ao

organismo certificador uma correspondência comunicando a viabilidade do processo

de acreditação.

5.3.1 Conclusões sobre a fase de solicitação de acreditação

Dentro desta fase da acreditação verifica-se que a ENAC e o ANAB prevêem

a possibilidade de uma visita preliminar, com a finalidade de maiores

esclarecimentos quanto ao processo de acreditação que vai ser realizado. Isto

poderá facilitar as próximas fases, evitando-se um gasto de tempo adicional,

diminuindo o aparecimento de dúvidas durante o processo de acreditação.

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Uma solicitação comum aos três organismos estrangeiros é o pedido de envio

da documentação do solicitante, junto com o formulário de solicitação, o que não

acontece com o processo da CGCRE/INMETRO, que somente solicita a

documentação após a realização da análise da solicitação, o que acarreta um lapso

de tempo entre o recebimento, pelo OAC, de uma correspondência viabilizando o

início do processo de acreditação, e o envio da documentação do organismo.

5.4 ESTUDO DA FASE DE ANÁLISE DE DOCUMENTAÇÃO

Após a fase de avaliação da solicitação, inicia-se a análise da documentação

do organismo. Esta etapa tem por finalidade analisar criticamente todos os

documentos e registros fornecidos pelo OAC para avaliação de seu sistema,

conforme documentado, quanto à conformidade com a norma pertinente e outros

requisitos de acreditação.

Após a demonstração da viabilidade da acreditação, a ENAC designará

auditores e especialistas para levarem a cabo o processo de avaliação do OAC. O

número de integrantes da equipe auditora será função dos escopos de acreditação

solicitados, mas contará sempre com um auditor-líder.

Informa-se ao solicitante o nome e, se aplicável, a entidade a que pertencem

os membros da equipe auditora. Caso haja algum conflito de interesse, o solicitante

pode pedir a substituição de algum membro da equipe, ficando a critério da ENAC a

decisão de acatar ou não o pedido.

A equipe indicada pela ENAC realizará um estudo da documentação técnica

do OAC a fim de verificar a adequabilidade de seus procedimentos técnicos ao

escopo de acreditação solicitado. Após esta avaliação, se forem detectadas não-

conformidades, estas têm que ser sanadas, com a apresentação das respectivas

correções/ações corretivas.

O ANAB executa esta fase do processo de acreditação dentro da fase de

avaliação inicial.

O OAA inicia o trâmite da acreditação com uma análise formal da

documentação, realizada pelo Coordenador da Área. Se a documentação estiver

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incompleta ou inadequada, o solicitante é comunicado para que complete ou corrija

a documentação.

O Coordenador da área seleciona os avaliadores e designa um auditor líder e

uma equipe auditora que possua a capacidade adequada para avaliar o OAC, e

informa ao solicitante a composição da equipe auditora, para que aprove a

indicação.

O auditor líder recebe toda a documentação enviada pelo OAC, enquanto que

os especialistas técnicos recebem a documentação específica a ser avaliada. O

objetivo da avaliação da documentação é:

1) Avaliar se a documentação é satisfatória quanto à forma e ao

conteúdo;

2) Avaliar a necessidade de documentação adicional;

O auditor líder registra as constatações da equipe auditora no relatório de

estudo da documentação. O relatório é enviado ao organismo solicitante. No caso de

serem detectadas constatações que necessitem de ações corretivas ou correções, o

solicitante deve apresentar as mesmas em no máximo 60 (sessenta) dias.

Na CGCRE/INMETRO, após o recebimento do comprovante de pagamento

da taxa de análise de documentação, é pedido ao organismo solicitante que envie a

documentação prevista em seus procedimentos, e é indicado um auditor para

analisar a referida documentação.

A análise da documentação deve refletir o grau de conformidade dos

documentos do organismo com os requisitos das normas de referência e dar

subsídios à auditoria, sendo importante que sejam registradas no relatório de análise

de documentação (RAD) todas as evidências de conformidade ou não-conformidade

que possam ser determinadas a partir dessa análise.

Ao receber os documentos, o auditor líder verifica se a relação dos

documentos está completa e, quando aplicável, solicita complementação de

informações. O auditor-líder envia formalmente os documentos de constituição

organizacional do solicitante e o seu Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) à

Procuradoria Jurídica do INMETRO para avaliação dos aspectos jurídicos do OAC.

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83

As não-conformidades detectadas durante os processos de análise de

documentação devem ser tratadas pelos organismos de forma a eliminá-las ou

garantir que não possam afetar o sistema, e investigar suas causas e, se necessário,

implementar ações corretivas para eliminar as respectivas causas.

O solicitante deve apresentar propostas de correções ou ações corretivas

com um prazo, inferior ou igual a 90 dias, para a apresentação de evidências da

implementação das correções propostas. Caso sejam constatadas não-

conformidades, o prazo máximo para o auditor-líder elaborar o RAD é de 15 (quinze)

dias úteis, a contar da data de recebimento das evidências enviadas pelo organismo.

5.4.1 Conclusões sobre a fase de análise de documentação

Os organismos estrangeiros estudados fazem a indicação da equipe auditora

completa, auditores e especialistas, que participarão desde a fase da análise de

documentos até a fase das auditorias. A CGCRE/INMETRO indica apenas um

auditor que fará a avaliação da documentação técnica do solicitante.

Um aspecto que tem que ser levado em consideração no processo de

acreditação da CGCRE/INMETRO é o fato de que a documentação legal do OAC

deve ser submetida à Procuradoria Jurídica do INMETRO (PROGE) para avaliação

dos aspectos legais da estrutura organizacional do solicitante. Apesar da PROGE

fazer parte da estrutura organizacional do INMETRO, ela não pertence à CGCRE,

Unidade Principal (UP) que realiza as atividades de acreditação, por isso, existe um

trâmite interno necessário ao envio da documentação aplicável. Deve também ser

considerado o tempo que a PROGE leva para avaliar os aspectos legais. Estes

aspectos têm impacto no tempo da análise da documentação. Pode-se concluir que

a dependência da utilização de um órgão externo à CGCRE no processo de análise

de documentação acarreta um aumento no tempo de acreditação.

5.5 ESTUDO SOBRE A FASE DE AVALIAÇÃO INICIAL

Depois de concluída a análise da documentação, é conduzida a avaliação dos

serviços de avaliação da conformidade do solicitante, nas instalações do OAC, onde

uma ou mais atividades principais são exercidas, e uma verificação de seu

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84

desempenho em campo, a fim de reunir evidência objetiva de que, para o escopo

em questão, o OAC é competente e está em conformidade com a norma pertinente e

outros requisitos de acreditação.

Na ENAC, após a análise da documentação estar concluída, e as possíveis

não-conformidades encerradas, acorda-se uma data com o OAC para a realização

de uma auditoria nas instalações do solicitante, com o objetivo de se observar o

funcionamento do organismo e verificar o cumprimento dos critérios de acreditação.

No caso de a certificadora realizar suas atividades em locais distintos, a auditoria

tem que ser feita tanto no escritório central como nos locais em que se realizem as

atividades chaves. São consideradas atividades chaves aquelas relativas à

formulação de políticas, desenvolvimento de procedimentos, revisão de contratos,

designação de equipes auditoras e tomada de decisão.

Durante a auditoria são feitas constatações sobre o funcionamento e estrutura

da certificadora, que podem ser não-conformidades, que, existindo, têm que ser

fechadas em até 30 dias após a data da auditoria. Após a realização da auditoria no

escritório do OAC, a equipe auditora tem um prazo de no máximo 15 dias úteis para

enviar ao OAC um relatório com os resultados e constatações obtidas durante a

avaliação. O conteúdo do relatório da equipe auditora não corresponde à decisão da

ENAC sobre a acreditação. Este relatório de auditoria tem uma validade de 6 meses

a partir da data de sua emissão. Transcorrido este período, e caso não tenha sido

tomada a decisão sobre a acreditação, poderá ser necessária a realização de uma

nova auditoria para decidir sobre a acreditação do organismo.

Após a realização da auditoria de escritório, para uma concessão de

acreditação, são necessárias as realizações de no mínimo 2 auditorias testemunhas,

que é a parte do processo na qual o auditor da ENAC e um especialista presenciam

a equipe do OAC conduzindo uma auditoria de certificação em uma organização.

Nas avaliações iniciais, o prazo máximo para a realização das auditorias

testemunhas é de 4 meses a partir da auditoria de escritório. Quando por motivos

imputados ao OAC, não se realizar alguma das testemunhas neste prazo, a ENAC

se reserva ao direito de considerar como amostra não representativa, e reduzindo

assim o escopo da acreditação, limitando ao que foi testemunhado. A ENAC

seleciona as auditorias testemunhas em função dos escopos de certificação

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85

solicitados, o volume de atividades do OAC e n° de auditores que o organismo

possui nos escopos.

No ANAB, após a aceitação da solicitação, há a designação de um auditor

líder e uma equipe auditora para participar das auditorias de escritório e auditoria

testemunha. O solicitante é informado sobre os nomes, a organização a que

pertencem, as experiências profissionais, incluindo algum especialista técnico que se

faça necessário. Se o solicitante rejeitar algum membro da equipe por escrito, o

ANAB poderá substituir este membro caso julgue fundamentada a objeção.

Sempre que possível, a equipe auditora inicialmente indicada conduzirá todas

as etapas de avaliação.

A equipe auditora do ANAB realiza a avaliação de toda a documentação

fornecida pelo solicitante. Esta avaliação irá determinar se os critérios de acreditação

estão satisfatoriamente integrados ao sistema de gestão e aos procedimentos

operacionais do OAC.

O auditor líder emitirá um relatório com os resultados da análise de

documentação. O organismo certificador poderá ser solicitado a tomar alguma ação

corretiva antes de ser dado continuidade ao processo de acreditação.

O ANAB, junto com a equipe auditora, acorda com o solicitante uma data para

a realização da auditoria de escritório e a auditoria testemunha.

Antes da realização da auditoria de escritório para uma acreditação inicial, o

OAC deve ter realizado uma auditoria interna completa, em todos os elementos de

seu sistema de gestão, e conduzido pelo menos uma reunião de análise crítica do

sistema de gestão.

Para a auditoria testemunha, o ANAB indica um número igual ao de auditores

do organismo certificador. Uma equipe composta por somente um auditor do OAC

não é aceita para uma testemunha inicial de acreditação.

Para auditorias testemunhas necessárias à concessão da acreditação, o

ANAB requer que a equipe auditora do OAC conduza uma auditoria completa do

sistema de gestão, cobrindo todos os requisitos aplicáveis da norma de certificação.

Para cada auditoria realizada, o auditor líder do ANAB emite um relatório, que

contém os detalhes da auditoria, discussão sobre possíveis não-conformidades

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encontradas, preocupações identificadas e conclusões da equipe auditora. As não-

conformidades encontradas requerem correções ou ações corretivas por parte do

solicitante. As preocupações e oportunidades de melhoria, que também são

indicadas no relatório, não requerem uma resposta formal.

Evidências da implementação das correções/ações corretivas de todas as

não-conformidades são requeridas antes de se dar início à fase de decisão sobre a

acreditação.

O período entre a auditoria inicial e a decisão sobre a acreditação, não pode

ser superior a 12 meses. Se este fato ocorrer, deverá ser conduzida uma nova

auditoria.

No OAA, uma vez verificada a adequação da documentação, inicia-se o

planejamento da visita de avaliação ao organismo solicitante (auditoria de escritório).

A duração da auditoria de escritório será de acordo com a complexidade e o número

de escopos do sistema de gestão envolvidos na acreditação. A programação da

auditoria é enviada ao solicitante com a devida antecedência.

Durante a avaliação da certificadora, a equipe auditora deve obter evidências

objetivas da capacidade do OAC, em relação ao seu sistema de gestão e a

qualificação de seu pessoal que atua na área objeto da acreditação em

conformidade com as normas e critérios exigidos pelo OAA.

As constatações obtidas na avaliação são registradas pelo auditor líder no

relatório final de avaliação, onde se registram as não-conformidades e observações

detectadas pela equipe auditora. O organismo solicitante tem um prazo máximo de

60 (sessenta) dias para apresentar as ações corretivas ou correções às não

conformidades encontradas.

Entre a data da entrega do relatório final de avaliação e a data de fechamento

das não conformidades, não pode haver um transcurso de mais de 6 (seis) meses,

caso isto ocorra, deverá ser realizada uma nova auditoria de escritório. As não-

conformidades são consideradas fechadas quando suas ações corretivas estão

implementadas.

Posteriormente à auditoria de escritório, realiza-se uma auditoria testemunha

em uma organização cliente do organismo solicitante, a fim de se verificar o

desempenho de seus auditores e a implementação dos procedimentos de

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certificação. Ao finalizar esta auditoria, a equipe entrega um relatório com as

constatações da auditoria. O OAC deve propor como resolver as não-conformidades

que possam ter sido encontradas.

A CGCRE/INMETRO inicia a fase de avaliação inicial quando o chefe da

Equipe/Setor faz a designação da equipe auditora, submetendo-a à aprovação do

Organismo, e solicita a cobrança da taxa de auditoria. A solicitação da substituição

de algum membro da equipe auditora pelo organismo de certificação deve ser

justificada.

A DICOR programa a realização de auditoria de escritório e auditorias

testemunhas, de acordo com os critérios de seleção estabelecidos nos

procedimentos internos, e acorda com o solicitante a data das mesmas.

A auditoria de escritório é realizada na sede do organismo e em possíveis

escritórios que acolham partes do processo de certificação. Nesta avaliação, verifica-

se, no local, o atendimento a todos os requisitos das normas de referência de

acreditação. Esta auditoria antecede o ato da concessão da acreditação a um

organismo. Caso a acreditação não seja concedida em até 12 meses a contar da

data da auditoria de concessão, deverá ser feita uma nova auditoria para reavaliar o

atendimento a todos os requisitos da norma de referência da acreditação. Caso o

organismo solicitante da acreditação não concorde, o processo será interrompido e

devidamente arquivado.

Ao concluir a auditoria, o auditor-líder deve preparar o relatório de auditoria

(RAU), no qual deve constar a observação global em relação à eficácia do sistema

da qualidade da organização; um resumo das observações mais importantes, tanto

as positivas quanto as negativas (pontos fortes e oportunidades de melhoria), com o

objetivo de ter uma visão do atendimento aos critérios de acreditação, e os registros

de não-conformidade. Este RAU deve ser enviado ao OAC no prazo de 10 (dez) dias

úteis após a realização da auditoria.

O organismo solicitante tem um prazo de até 15 (quinze) dias, após o

recebimento das não-conformidades, para enviar as propostas de correções ou

ações corretivas.

Após a conclusão da auditoria de escritório, é realizada uma auditoria-

testemunha, na qual avalia-se o desempenho de uma equipe auditora da

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certificadora durante a auditoria em um cliente. O objetivo da auditoria testemunha é

verificar a seleção, qualificação, competência e monitoramento do pessoal do

organismo e a implementação dos procedimentos de certificação.

Após a realização da auditoria testemunha, a equipe designada deve elaborar

o relatório de auditoria testemunha (RAT). Caso existam não-conformidades, o OAC

tem 15 (quinze) dias para apresentar as propostas de correção ou ações corretivas.

5.5.1 Conclusões sobre a fase de avaliação inicial

Todos os organismos avaliados possuem um processo de avaliação similar,

definindo claramente as etapas que são desenvolvidas e definindo prazos para a

conclusão de atividades. Uma questão que deve ser ressaltada é que o ANAB exige

que a equipe designada pelo acreditador para realizar a auditoria-testemunha deve

ser formada por um número igual ao de auditores do organismo certificador,

garantindo assim que o desempenho em campo da equipe do OAC seja

integralmente acompanhada. Esta exigência não é feita pelos outros acreditadores,

o que pode propiciar uma avaliação parcial dos serviços prestados pela certificadora.

Ao analisarmos a média de tempo gasto pela CGCRE/INMETRO, em 5.1,

verificamos que o tempo de RAU é de 3 meses, o que este autor, levando em

consideração sua vivência profissional na atividade, considera elevado, pois

somando-se o tempo previsto para a confecção do relatório, 10 dias, e o tempo que

o OAC tem para apresentar as ações corretivas, 15 dias, este tempo médio deveria

ser bem menor. Uma das causas deste elevado tempo médio nesta etapa é o não

cumprimento do prazo de entrega de relatórios por parte do auditor-líder, devido ao

acúmulo de avaliações e atividades profissionais em que ele está envolvido. Isto

ocorre pelo número reduzido de auditores da CGCRE/INMETRO em relação à

quantidade de organismos acreditados, como mostrado na tabela 1, comparando

com o ANAB e o OAA. Outro aspecto que deve ser considerado é que os auditores

exclusivos da CGCRE/INMETRO executam outras atividades, diferentes de

auditoria, no Instituto.

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89

5.6 ESTUDO DA FASE DE CONCESSÃO DA ACREDITAÇÃO

A fase de concessão da acreditação é a etapa em que o organismo

acreditador avalia se o OAC cumpre os requisitos de acreditação e se os desvios,

que possam ter sido detectados durante o processo de acreditação foram

convenientemente tratados. O processo decisório é baseado na avaliação de todas

as informações recebidas oriundas das fases anteriores do processo.

Na ENAC, a Comissão de Acreditação é o órgão técnico encarregado do

estudo, tramitação e concessão da acreditação, tanto suas responsabilidades

quanto sua composição estão estabelecidas no estatuto da entidade. Para conceder

a acreditação, a Comissão de Acreditação se baseia nas informações geradas no

processo de avaliação, podendo tomar uma das seguintes decisões:

a) Conceder a acreditação, emitindo o certificado correspondente;

b) Determinar avaliações extraordinárias para assegurar que as ações

corretivas propostas foram eficazmente implementadas;

c) Não conceder a acreditação.

No ANAB, após a condução da avaliação inicial e se a conclusão da equipe

auditora referente à efetividade do sistema de gestão do solicitante for satisfatória, o

pessoal da ANAB prepara um pacote de acreditação, que consta de um sumário das

informações de solicitação do OAC, um sumário de todas as não-conformidades e

das avaliações das mesmas pela equipe auditora e os relatórios das auditorias. Este

pacote de acreditação é enviado ao Comitê de Acreditação de Sistemas de Gestão,

que avalia a documentação e faz a recomendação sobre a acreditação do OAC.

No OAA, concluída a etapa de avaliação, o Comitê de Acreditação, baseando-

se nos registros do processo de acreditação, decide sobre a concessão ou não da

acreditação.

Após a concessão, é firmado um contrato entre o OAA e o organismo

acreditado, emitido um certificado de acreditação e publicado na Página da WEB do

OAA o nome do organismo acreditado.

A acreditação tem uma validade de 3 (três) anos. Durante este período são

realizadas auditorias de manutenção da acreditação.

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90

Na CGCRE/INMETRO, concluída a auditoria no escritório do solicitante e a

auditoria-testemunha, o auditor-líder encaminha os respectivos registros ao SESIT,

onde o Técnico de Acreditação (TA) analisa todo o processo e emite sua

recomendação ao chefe do Setor. O chefe do SESIT avalia a recomendação do TA,

dá seu parecer e envia ao chefe da divisão (DICOR), que com base na análise dos

documentos contidos no processo de acreditação, emite parecer e encaminha o

processo à Comissão de Acreditação.

A Comissão de Acreditação da CGCRE/INMETRO se reúne quinzenalmente

para realizar as recomendações de acreditação, baseada nas análises dos registros

dos processos de acreditação.

Após a recomendação da Comissão de Acreditação, o Coordenador da

CGCRE/INMETRO delibera sobre a concessão da acreditação.

Após a aprovação da acreditação, a CGCRE/INMETRO informa a decisão ao

solicitante e a DICOR solicita ao SECRE, setor que trata de contratos e finanças, a

emissão de contrato a ser firmado entre as partes.

Após a assinatura do contrato, a DICOR emite certificado com validade de 04

(quatro) anos, e o envia ao organismo, junto com o respectivo anexo, onde constam

os escopos de acreditação concedidos e publica em sua Página da WEB o nome e

os dados do OAC, já como organismo acreditado.

5.6.1 Conclusões sobre a fase de concessão da acreditação

O processo decisório é baseado na avaliação de todas as informações

recebidas e quaisquer outras informações relevantes. Todos os organismos

acreditadores estudados utilizam Comissão de Acreditação, a diferença é que nos

organismos estrangeiros, a comissão decide sobre a acreditação, e na

CGCRE/INMETRO a comissão de acreditação recomenda ao Coordenador Geral de

Acreditação, que toma a decisão.

O fato de que o processo de acreditação da CGCRE/INMETRO tenha que

passar por várias instâncias de recomendação sobre a decisão; TA; chefe do setor;

chefe da divisão; comissão de acreditação e Coordenador Geral poderá fazer com

que isto gere um acréscimo no tempo médio do processo de acreditação.

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91

5.7 OS RECURSOS HUMANOS ENVOLVIDOS NA ACREDITAÇÃO DOINMETRO

O SESIT possui, atualmente, 9 técnicos de nível superior e 3 funcionários

administrativos para operacionalizar a gestão dos processos de acreditação.

Diversos fatores vêm contribuindo para tornar a questão de recursos humanos crítica

no sentido de atender a uma demanda crescente de acreditação. Esta situação é

demonstrada no gráfico da figura 22 que representa a variação de organismos de

certificação acreditados e a variação dos recursos humanos que operacionalizam a

acreditação. Desta forma fica bem evidenciado o aumento da demanda por

acreditação e a estagnação do número de funcionários que operam este processo.

Dentre os fatores que contribuem para a criticidade da situação, podemos

destacar a perda de pessoal experiente devido à aposentadoria, à migração para

iniciativa privada, que paga salários sensivelmente maiores, ao aumento dos tipos

de acreditação que estão sendo operacionalizados na CGCRE/INMETRO e à

demora em se qualificar técnicos de acreditação e auditores. Outro fator crítico é o

fato de que o INMETRO é uma autarquia federal, com orçamento limitado às

condições governamentais, dificultando assim, no contexto atual, a realização de

concursos públicos para aumentar a quantidade de recursos humanos envolvidos na

atividade de acreditação.

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92

13

2733

46

57

64 63

7268 69

12 12 12 10 11 11 13 12 13 12

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Nº OAC acreditados Nº func

2Figura 22 - Variação do n° de organismos acreditados x n° de funcionários doSESIT.Fonte: SESIT, dezembro de 2005.

Como resposta às dificuldades mencionadas acima, atualmente no SESIT,

está ocorrendo uma reestruturação de atividades, passando as atividades de cunho

burocrático - agendar datas de auditorias, arranjar infra-estrutura de deslocamento

de equipes, atualização de banco de dados, entre outras - para a competência

exclusiva dos funcionários administrativos. Desta forma, o Técnico de Acreditação

fica responsável pelas atividades efetivamente técnicas, como, realizar auditorias e

análises de documentação, participar de comissões técnicas de programas de

acreditação e controlar a situação dos ciclos de acreditação dos organismos

acreditados.

Uma outra providência que está sendo tomada é a ampliação do quadro de

auditores externos ao SESIT de forma a suprir as necessidades de pessoal de

2Nota: O n° de organismos acreditados representados no gráfico da Figura 22 leva em consideraçãoalguns tipos de acreditação que não foram considerados neste estudo, pois estão em fase para serdescontinuados.

Page 93: PROCESSO DE ACREDITAÇÃO DE ORGANISMOS DE ......FIGURA 20 - A Logomarca INMETRO 74 FIGURA 21 - Tempos de processo de acreditação – SESIT 76 FIGURA 22 - Variação do n de organismos

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auditoria. Isto propiciará melhores condições de trabalho para os técnicos de

acreditação, que terão mais tempo disponível para exercer suas atividades internas,

podendo cumprir os prazos de entrega de relatório acelerando, assim, o processo de

acreditação.

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94

6 CONCLUSÕES

Os processos de acreditação operados pelos organismos acreditadores

avaliados são desenvolvidos de forma bem similar, com etapas bem definidas e com

os mesmos objetivos operacionais.

Constatou-se que o tempo médio de acreditação do processo operado pela

CGCRE/INMETRO é maior do que a média dos outros organismos, causando assim

uma situação crítica para o atendimento das expectativas da CGCRE/INMETRO

quanto ao atendimento de uma demanda crescente por acreditações.

Uma das grandes preocupações da CGCRE/INMETRO é o estabelecimento

de uma rede de organismos de avaliação da conformidade de competência

reconhecida que atenda à demanda de serviços de certificação de sistemas de

gestão no Brasil.

Este elevado tempo médio de acreditação aumenta o custo operacional dos

organismos certificadores e da CGCRE/INMETRO, bem como reduz os recursos que

seriam utilizados para aumentar a quantidade de organismos de certificação

acreditados no País, conseqüentemente reduzindo a oferta de certificações de

sistemas de gestão.

O INMETRO é uma autarquia federal, com orçamento limitado às condições

governamentais, este fator dificulta a realização de concursos públicos para

aumentar a quantidade de recursos humanos envolvidos na atividade de

acreditação. Como resposta às dificuldades de reposição e complementação de

recursos humanos, o SESIT está promovendo uma reestruturação de atividades

técnicas e administrativas e ampliando a utilização de auditores externos em suas

atividades de avaliação.

Este trabalho buscou comparar os processos de acreditação de alguns

organismos acreditadores estrangeiros com o processo da CGCRE/INMETRO,

verificando-se as convergências e identificando-se as diferenças, notadamente

aquelas variáveis que influem no tempo de acreditação, visando propor ações que,

quando implementadas pelo SESIT, auxiliarão na redução do tempo médio do

processo de acreditação operacionalizado pela CGCRE/INMETRO.

Através de uma análise e comparação dos procedimentos de acreditação dos

organismos acreditadores selecionados, com a necessária revisão bibliográfica

Page 95: PROCESSO DE ACREDITAÇÃO DE ORGANISMOS DE ......FIGURA 20 - A Logomarca INMETRO 74 FIGURA 21 - Tempos de processo de acreditação – SESIT 76 FIGURA 22 - Variação do n de organismos

95

sobre a acreditação de organismos de certificação, a contextualização do processo

de acreditação e a análise das estruturas dos organismos de acreditação

estrangeiros e da CGCRE/INMETRO por meio de pesquisa qualitativa, foi possível

identificar as variáveis mais relevantes do processo de acreditação que influem no

tempo de acreditação, analisar a necessidade de aumento de recursos humanos no

SESIT e finalmente, analisar o processo de acreditação utilizado no SESIT, quanto à

otimização das variáveis que impactam no tempo de acreditação.

Na análise dos processos de acreditação de três organismos estrangeiros

(OAA, ENAC e ANAB) comparando-os com o da CGCRE/INMETRO, foi verificado

que nas 4 etapas principais do processo de acreditação (solicitação, análise da

documentação, avaliação inicial e decisão sobre a acreditação) podem ser tomadas

ações para reduzir o tempo médio do processo de acreditação do processo

operacionalizado na CGCRE/INMETRO.

Na fase de solicitação, a CGCRE/INMETRO deveria solicitar que o organismo

candidato à acreditação enviasse toda a documentação junto com o formulário de

solicitação, pois isto determinaria uma redução de tempo conforme visto no item

5.3.1.

A etapa de análise da documentação da CGCRE/INMETRO poderia ser

reduzida se a avaliação jurídica da documentação fosse realizada internamente na

CGCRE/INMETRO, através de alguma pessoa qualificada para tal função.

Na fase de auditorias, a redução de tempo poderá ser alcançada com a

reestruturação das atividades dos técnicos de acreditação e o do pessoal

administrativo, conforme avaliado no item 5.7. Esta redistribuição de tarefas deixaria

os técnicos de acreditação, que realizam a maioria das auditorias, com mais tempo

para a elaboração dos relatórios dentro dos prazos previstos.

O tempo de tomada de decisão pode ser reduzido se as avaliações e

recomendações do chefe da Divisão e do chefe do Setor fossem feitos durante a

reunião da Comissão de Acreditação, desde que eles façam parte da mesma.

A intenção deste trabalho foi de contribuir para um melhor entendimento do

processo de acreditação desempenhado pela CGCRE/INMETRO e servir de base

para auxiliar na redução do tempo de acreditação operado pelo SESIT. Apesar do

objetivo deste trabalho estar voltado para o contexto da acreditação de organismos

de certificação de sistemas de gestão, é evidente que as conclusões também podem

ser aplicadas aos outros tipos de acreditação operados pelo acreditador.

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96

Como sugestões de trabalhos futuros têm-se:

Estudo dos critérios utilizados na qualificação e seleção de auditores

de acreditação por organismos de acreditação congêneres;

Estudo dos procedimentos de elaboração de relatórios de auditorias de

acreditação por organismos de acreditação congêneres;

Identificação do perfil de profissionais que devem ser utilizados na

operação de processos de acreditação, levando-se em consideração

suas competências individuais, conhecimentos e habilidades.

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SCHERMERHORN JÚNIOR, John R. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC,1999.

SILVA, Edna Lúcia, MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da Pesquisa eElaboração de Dissertação. Florianópolis: EPS/UFSC - 3ª edição, 2001.

SINHA, Madhav; WILBORN, Walter. The management of quality assurance. NewYork:John Wiley, 1985.

YAHYA, Salleh; GOH, Wee-Keat. The implementation of an ISO 9000 qualitysystem. International Journal of Quality and Reliability Management, v.18, n.9,p.941-66, 2001.

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APÊNDICES

APÊNDICE A – E-MAIL COM A CONSULTA FEITA AOS ORGANISMOS

ACREDITADORES

Caro Sr.Meu nome é Aldoney Costa, sou chefe do setor de acreditação de organismos desistemas de gestão do INMETRO. Estou desenvolvendo uma pesquisa para meucurso de mestrado, que faz uma comparação entre o tempo médio de um processode acreditação feito pelo INMETRO e o tempo médio de processos de organismosinternacionais similares.Para subsidiar minha pesquisa, gostaria, se possível de obter as seguintesinformações sobre seu organismo de acreditação:

a) Qual o tempo médio de um processo de acreditação inicial de organismos decertificação de sistemas de gestão?

b) Qual o número de pessoas do organismo que estão envolvidas emacreditação de organismos de certificação de sistemas de gestão?

c) Qual a quantidade de auditores que o organismo dispõe para realizarauditorias de acreditação de organismos de certificação de sistemas degestão?

d) Desta quantidade de auditores, quantos pertencem aos quadros doorganismo e quantos são externos?

e) Quantos organismos de certificação de sistemas de gestão estão acreditadospor seu organismo de acreditação?

Grato pela informação,Atenciosamente,

Aldoney Freire CostaChefe do setor de Acreditação de Organismos de Certificação de Sistemas deGestão (SESIT)CGCRE/[email protected].: +55 21 2563-2872/2293-7686Fax : +55 21 2293-6823

Dear Mr. Randy Dougherty / [email protected]

My name is Aldoney Costa. I am head of the sector of Management Systems BodiesAccreditation of CGCRE/INMETRO. I am developing a study for my master course,making a comparison between the average time of CGCRE/INMETRO´saccreditation processes and the average time of processes of similar internationalAB. To help my research, I would like, if possible, to get the following informationfrom your AB:

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a) What is the average time of an initial accreditation process of a managementsystem CB?

b) How many people of the AB are involved in the accreditation processes ofmanagement system CB?

c) How many auditors the AB has available to carry out audits for theaccreditation of management system CB?

d) From this amount of auditors, how many are exclusive to the AB and howmany are external auditors?

e) How many management system CB are accredited by your AB?

Thanks for the information,Yours truly,

Sra. Beatriz Garcia/ info @oaa.org.ar

Mi nombre es Aldoney Costa. Yo soy jefe del sector de Acreditación de Organismosde Certificación de Sistemas de Gestión del CGCRE/INMETRO. Estoy desarrollandoun estudio para mi curso de Maestro, que hace una comparación entre el tiempomediano de un proceso de acreditación hecho por CGCRE/INMETRO y el tiempomediano de procesos de uno Organismo de Acreditación internacional similar. Paraayudar a mi investigación, me gustaría pedirle, si posible, las siguientesinformaciones sobre su Organismo de Acreditación:

a) ¿Cuál es el tiempo mediano de un proceso inicial de acreditación deOrganismos de Certificación de Sistemas de Gestión?

b) ¿Cuántas personas del Organismo de Acreditación están involucradas en losprocesos de acreditación de Organismos de Certificación de Sistemas deGestión?

c) ¿Cuántos auditores el organismo tiene para realizar auditorias de acreditaciónde Organismos de Certificación de Sistemas de Gestión?

d) Deste número de auditores, ¿cuántos son exclusivos del Organismo deAcreditación y cuántos son externos?

e) ¿Cuántos Organismos de Certificación de Sistemas de Gestión sonacreditados por su Organismo de Acreditación?

Saludos,

Sra. Beatriz Rivera/ [email protected]

Mi nombre es Aldoney Costa. Yo soy jefe del sector de Acreditación de Organismosde Certificación de Sistemas de Gestión del CGCRE/INMETRO. Estoy desarrollandoun estudio para mi curso de Maestro, que hace una comparación entre el tiempomediano de un proceso de acreditación hecho por CGCRE/INMETRO y el tiempomediano de procesos de uno Organismo de Acreditación internacional similar. Paraayudar a mi investigación, me gustaría pedirle, si posible, las siguientesinformaciones sobre su Organismo de Acreditación:

a) ¿Cuál es el tiempo mediano de un proceso inicial de acreditación deOrganismos de Certificación de Sistemas de Gestión?

b) ¿Cuántas personas del Organismo de Acreditación están involucradas en losprocesos de acreditación de Organismos de Certificación de Sistemas deGestión?

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c) ¿Cuántos auditores el organismo tiene para realizar auditorias de acreditaciónde Organismos de Certificación de Sistemas de Gestión?

d) Deste número de auditores, ¿cuántos son exclusivos del Organismo deAcreditación y cuántos son externos?

e) ¿Cuántos Organismos de Certificación de Sistemas de Gestión sonacreditados por su Organismo de Acreditación?

Saludos,

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APÊNDICE B – E-MAILS COM AS RESPOSTAS DOS ORGANISMOS

ACREDITADORES

RESPOSTA do ANAB

Mr. Costa,

I currently do not have a metric on the average time for a CB to become accredited. Iwould guess 6-9 months. It truly depends on the attention given by the CB, plus theavailability for audits for witnessing.ANAB has 5 staff directly involved in accreditation of CBs, and about 25 contractedauditors.About 80 different CBs are accredited by ANAB for management systems. Thedirectory can be accessed via our website, www.anab.org

Randy

RESPOSTA do OAA

Prezado Aldoney:Meu nome é Ignacio Guerreiro e trabalho na coordinaçao da area de acreditaçaode organismos do OAA.As respostas, em espanhol, sao:

a) No podría darle una respuesta exacta, debido a que recientemente hemoscambiado los procedimientos de acreditación. Además del tiempo necesario para larealización de las correspondientes auditorías testigos (testemunhas), um procesoinicial duraría unos 6 meses (mas el tiempo para las testigos).b) En el proceso se involucran varias personas, todas con distinta intensidad. El áreade acreditación de organismos tiene 3 personas full time. Además se subcontratanpart time a todos los evaluadores (no es personal propio) y se convoca al Comité deAcreditación una o dos veces por mes. El personal administrativo tambien participaen el proceso aunque en menor medida.c) trabajando actualmente (no los que están en entrenamiento) para organismos decertificación de sistemas de gestión hay de 6 a 8 evaluadores coordinadores, maspor lo menos un experto técnico en cada uno de los 39 campos IAF.d) todos son externose) 5 OCSC (ISO 62) y 4 OCSGA (ISO 66)Atentos saludos a você e a Elizabeth,Ignacio Guerreiro.

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RESPOSTA do ENAC

Buenos días,A continuación pasamos a contestar las preguntas remitidas en su e-mail:

a) el tiempo medio oscila entre los 6-8 mesesb) las personas involucradas son dosc) 5 Auditores Jefe y 28 Expertos Técnicosd) dos son internose) En la actualidad hay 26 empresas acreditadas para Sistemas de Gestiónde la Calidad

Sin otro particular, reciba un cordial saludo,