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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE MANAUS CEULM ENGENHARIA MECÂNICA ANDRÉ LUIZ FERNANDES DE SANTANA PROCESSO DE SOLDAGEM MIG/MAG (GMAW) DE BAIXO CUSTO UTILIZANDO CO2 Manaus 2017

PROCESSO DE SOLDAGEM MIG/MAG (GMAW) DE BAIXO … · soldar com o gás CO 2 100% puro sem alterar as propriedades da solda ... Processo de soldagem GMAW, Redução de custo. Gases

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE MANAUS – CEULM ENGENHARIA MECÂNICA

ANDRÉ LUIZ FERNANDES DE SANTANA

PROCESSO DE SOLDAGEM MIG/MAG (GMAW) DE BAIXO CUSTO UTILIZANDO CO2

Manaus

2017

ANDRÉ LUIZ FERNANDES DE SANTANA

PROCESSO DE SOLDAGEM MIG/MAG (GMAW) DE BAIXO CUSTO UTILIZANDO CO2

Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de Engenharia Mecânica do Centro Universitário Luterano de Manaus – CEULM/ULBRA, referente à disciplina do curso de TCC-II.

Orientador: Professor M.Sc. João de Deus Segundo

Manaus

2017

ANDRÉ LUIZ FERNANDES DE SANTANA

PROCESSO DE SOLDAGEM MIG/MAG (GMAW) DE BAIXO CUSTO UTILIZANDO CO2

Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia

Mecânica do Centro Universitário Luterano de Manaus – CEULM-ULBRA, como parte dos

requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Mecânica.

Aprovado em _______ de _____________ de 2017.

Banca examinadora

____________________________________________________

Profª MSc. João Claudio Ferreira Soares

Centro Universitário Luterano de Manaus

____________________________________________________

Prof. MSc. Fátima Geísa Mendes Teixeira

Centro Universitário Luterano de Manaus

____________________________________________________

Prof. Esp. MSc. João de Deus Segundo

Centro Universitário Luterano de Manaus

DEDICATÓRIA

A minha mãe e minha irmã, pelo apoio e

incentivo para superar as dificuldades e

obstáculos ao qual enfrentei, dedico-lhes essa

conquista como gratidão.

AGRADECIMENTOS

Inicialmente, agradecer a Deus pela saúde, por me conduzir com serenidade e

perseverança a este objetivo.

Á minha família pelo estimulo e compreensão, nesta nova conquista de minha

formação.

Ao professor M.Sc. João de Deus Segundo pela orientação, pelos ensinamentos e

incentivo, que proporcionaram toda a estrutura para o desenvolvimento deste trabalho.

Ao CEULM (Centro Universitário Luterano de Manaus) onde trilhei minha vida

acadêmica, aos professores que contribuíram e se dedicaram a minha formação, dentro desta

instituição.

Aos meus grandes amigos que conheci durante a faculdade que vou levar durante toda

a minha vida.

Ao engenheiro Ronel Flores que me concedeu o espaço em sua empresa para realizar o

estudo e conhecimento referente ao equipamento.

‘’ Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá.’’

Ayrton Senna.

RESUMO

Com o desafio do atual cenário econômico, as empresas visam reduzir seus custos operacionais com o objetivo de atingir resultados dentro do planejado para permanecer competitiva no mercado, não sendo diferente na atividade industrial. A pesquisa se desenvolve com a missão em realizar um estudo para reduzir o custo operacional no processo de soldagem manual e robotizada na empresa situada no Parque Industrial de Manaus (PIM), utilizando uma soldagem utilizando um gás de proteção de baixo custo no processo de soldagem MIG/MAG. Atualmente sua atividade se resume na fabricação de Terminal de Auto Atendimento (ATM’s) conhecido como caixas Eletrônicos no segmento de automação bancária. No estudo avaliamos as condições de soldagem utilizada em três classes de mistura dos gases com suas classificações e combinações, onde será proposta uma condição de utilização do gás CO2 puro com um custo bem acessível obtendo uma redução de aproximadamente 50% no valor do gás utilizado na operação atual, na combinação binária e ternária utilizando o Argônio que é predominante na composição do gás de proteção tendo assim, maior custo no processo. Para obter um resultado positivo foi realizado um estudo para fundamentar o investimento em aquisição de equipamentos. Foi utilizado um equipamento de soldagem dispõem do recurso para soldar com o gás CO2 100% puro sem alterar as propriedades da solda (mordedura). Utilizamos os dados da empresa com relação ao custo com o gás de soldagem, o volume de produção diária/mensal e anual e sobre esses valores que foram levantados, será comparado com a proposta para diminur os gastos com a operação no processo de soldagem. Além da viabilidade na redução de custos utilizando o gás CO2 puro, ainda obtemos uma econômia no consumo de energia. O equipamento possui uma tecnologia inovadora sendo inversora e conseguindo manter a qualidade de soldagem, mesmo havendo uma possível fadiga do operador. O resultado obtido utilizando o equipamento sinérgico com gás CO2 foi um ganho de R$ 1.261.857,24 / ano com o gás Argônio, o que representa uma economia de 60% se compararmos com o valor cobrado do gás CO2. O projeto se paga em 8 meses mantendo o mesmo volume de produção. No primeiro momento duvidoso e no decorrer da pesquisa, os testes e os resultados atenderam as expectativas. Como o objetivo foi reduzir o custo no processo de soldagem, conseguimos atingir o resultado a curto prazo como proposto.

Palavras chave: Processo de soldagem GMAW, Redução de custo. Gases e combinações.

ABSTRACT

With the challenge of the current economic scenario, companies aim to reduce their operating costs with the objective of achieving results within the planned to remain competitive in the market, not being different in industrial activity.The research is carried out with the mission to carry out a study to reduce the operational cost in the process of manual and robotized welding in the company located in the Industrial Park of Manaus (PIM), using a welding using a low cost protection gas in the welding process MIG / MAG. Currently its activity is summarized in the manufacture of ATMs known as ATMs in the banking automation segment.The study aims to evaluate the welding conditions used in three classes of gas mixture with their classifications and combinations, where a condition will be proposed to use the pure CO2 gas with a very affordable cost obtaining a reduction of approximately 50% in the value of the gas used In the current operation, in the binary and ternary combination using the Argon that is predominant in the composition of the shielding gas thus having a higher cost in the process. In order to obtain a positive result, a study was carried out to base the research, requiring investment in equipment acquisition. Used welding equipment have the ability to weld with 100% pure CO2 gas without changing the properties of the weld (bite). We used the data of the company with regard to the cost with the welding gas, the daily / monthly and annual production volume and on those values that were raised, will be compared with the proposal to decrease the expenses with the operation in the welding process. Besides the feasibility in reducing costs using pure CO2 gas, we will still achieve a saving of energy consumption. The equipment has an innovative technology being inverted and able to maintain the quality of welding, even if there is a possible fatigue of the operator. The result obtained using the synergic equipment with CO2 gas was a gain of R $ 1,261,857.24 / year with Argon gas, which represents a savings of 60% when compared to the CO2 gas charge. The project is paid in 8 months, maintaining the same volume of production. At first doubtful and in the course of the research, tests and results met expectations. As the goal was to reduce the cost in the welding process, we were able to achieve the short-term result as proposed. Keywords: GMAW welding process, Cost reduction. Gases and combinations.

LISTA DE FIGURAS Figura 1: Histórico com a evolução da soldagem, ..................................................... 16 Figura 2: Classificação das Soldas ........................................................................... 18 Figura 3: Processo de Soldagem Eletrodo Revestido ............................................... 20 Figura 4: Processo de Soldagem TIG ....................................................................... 20 Figura 5: Processo de soldagem com Arame Tubular .............................................. 21 Figura 6: Processo de Soldagem a Arco Submerso .................................................. 22 Figura 7: Processo de Soldagem a Plasma .............................................................. 23 Figura 8: Processo de Soldagem a Pino. .................................................................. 24 Figura 9: Processo de Soldagem a Eletroescória ..................................................... 25 Figura 10: Processo de Soldagem Oxi-Gás .............................................................. 26 Figura 11: Processo de Soldagem por Feixe de Eletrons ......................................... 27 Figura 12: Processo de Soldagem a Laser ............................................................... 28 Figura 13: Processo de Soldagem a Resistência ...................................................... 29 Figura 14: Processo de Soldagem por Centelhamento ............................................ 30 Figura 15: Processo de Soldagem por Alta Frequência . .......................................... 31 Figura 16: Processo de Soldagem por Fricção ......................................................... 32 Figura 17: Processo de Soldagem por Difusão ......................................................... 33 Figura 18: Processo de Soldagem por Explosão ..................................................... 34 Figura 19: Processo de Soldagem por Laminação ................................................... 35 Figura 20: Processo de Soldagem MIG/MAG ........................................................... 36 Figura 21: Equipamento para Soldagem Manual e Acessórios ................................ 37 Figura 22: Gráfico de Referência para Ajuste do Equipamento . .............................. 38 Figura 23: Classificação dos gases para o processo GMAW com o IIW . ................. 40 Figura 24: Deposição da junta soldada no processo GMAW conforme o IIW ........... 42 Figura 25: Combinações dos gases de proteção mistura binária . ............................ 48 Figura 26: Combinações dos gases de proteção mistura ternária . .......................... 49 Figura 27: Gás de proteção implementada . ............................................................. 49 Figura 28: Fotográfia máquina de solda Fronius TransSteel V5000 . ....................... 51 Figura 29: Fotográfia máquina de solda Fronius TransSteel V5000 . ....................... 52 Figura 30: Fotográfia máquina de solda Fronius TransSteel V5000 . ....................... 52 Figura 31: Analise macográfica da junta soldada com gás mistura F34 . ................. 54 Figura 32: Parâmetros da fonte de solda com gás mistura F34 . .............................. 54 Figura 33: Analise macrográfica com junta soldada com gás CO2 . .......................... 55 Figura 34: Parâmetros da fonte de solda com o gás CO2 . ....................................... 55 Figura 35: Registro de dados referente ao consumo da mistura F34 . ...................... 56 Figura 36: Dados sobre o consumo e Pay Back do projeto de redução de custo . ... 57

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Projeto de redução de custo (coleta de dados de campo) ........................ 47

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

MIG / MAG – Metal Inerte a gás e Metal ativo a gás CO2 – Dióxido de Carbono C 25 – Mistura de dois gases de proteção de soldagem (75% Argônio e 25% CO2) F 34 – Mistura de dois gases de proteção de soldagem (92% Argônio e 25% CO2) AWS – American Welding Society (Associação Americana de Soldagem) SMAW – Shielded Metal Arc Welding (Soldagem Manual arco elétrico) TIG – Gas Tungsten Arc Welding (Tungstenio Inerte a Gás) FCAW – Flux-cored Arc Welding (Soldagem Arame Tubular) SAW – Submerged Arc Welding (Soldagem a Arco Submerso) PAW – Plasma Arc Welding (Soldagem a Plasma) SW – Stud Welding (Soldagem por Indução Capacitiva) Eletroslag Welding – (Soldagem por Escória) OFW – Oxifuel Welding (Soldagem por Oxi-Gás) EBW – Electron Beam Welding (Soldagem por Feixe de Eletrons) LBW – Laser Beam Welding (Soldagem a Laser) RW – Resistance Welding (Soldagem por Resistência) FW – Flash Welding (Soldagem por Centelhamento) HFIW – High Frequency Induction Welding (Soldagem por Alta Frequência) FW – Friction Welding (Soldagem por Fricção) DFW – Diffusion Welding (Soldagem por Difusão) EXW – Explosive Welding (Soldagem por Explosão GMAW – Gas Metal Arc Welding (Soldagem a Arco Elétrico) ASTM – American Society for Testing and Materials (Sociedade Americana de Testes e Materiais) IIW – International Institute of Welding (Instituto Internacional de soldagem)

13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO .................................................................................... 16 2.1 História dos processos de soldagem .............................................................. 16 2.2 Processos de soldagem ................................................................................... 17 2.3 Classificação das soldas ......................................... Erro! Indicador não definido. 2.3.1 Conceitos Básicos de Soldagem e Aplicações ........................................... 18 2.3.2 Soldagem ............................................................... Erro! Indicador não definido. 2.3.3 Tipos de Soldagem......................................................................................... 19 2.3.4 Componentes da Máquina de Solda ............................................................. 37 2.4 Importância dos Gases ..................................................................................... 38 2.4.1 Gases Inertes .................................................................................................. 41 2.4.2 Gases Oxidantes ............................................................................................ 43 2.4.3 Outros Gases .................................................................................................. 44 3 METODOLOGIA ........................................................... Erro! Indicador não definido. 4 RESULTADOS ....................................................................................................... 53

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 59

14

1 INTRODUÇÃO

O processo de soldagem Mig-Mag (Metal Inert Gas - Metal Active Gas) é

atualmente utilizado em incontáveis aplicações industriais, tanto em operações de

pequena como de grande escala. Os grandes usuários do processo MIG-MAG são

as indústrias automotivas, autopeças, alimentícia, construção civil, fabricação de

bens de consumo, estaleiros, caldeirarias, implementos agrícolas, botijões de gás,

entre tantas outras.

A facilidade de automação e os diversos tipos de materiais que podem ser

soldados por este processo, que ampliam ainda mais suas aplicações. Nos últimos

anos, tem havido um significativo esforço na pesquisa e no desenvolvimento das

operações de soldagem envolvendo este processo. Este utiliza gás de proteção, que

pode ser inerte, ativo ou mistura destes ou mais tipos. Segundo sua natureza e

composição, têm uma influência preponderante nas características do arco e no tipo

de transferência metálica, na velocidade de soldagem, na perda por projeção

(respingos), na penetração e formato do cordão de solda e no custo final da

operação de soldagem.

O tipo de gás também tem influência nas perdas de elementos químicos, na

temperatura da poça de fusão, na sensibilidade à fissuração e porosidade, bem

como na facilidade da execução da soldagem em diversas posições. A proposta

deste trabalho foi à análise dos resultados de soldagem com relação ao custo da

operação substituindo o gás Argônio na mistura C25 e F34, utilizando apenas CO2

puro.

O objetivo desse trabalho é reduzir o custo da operação e para isso foi

necessário a aquisição de novos equipamentos que dispõem de tecnologia sinérgica

e com recursos de várias combinações de gases.

O estudo de viabilidade foi apresentado para a direção da empresa que é

fabricante de ATMs (Terminais de Auto Atendimento) conhecido como caixas

eletrônicos no parque Industrial de Manaus. A referida unidade dispõem de 950

colaboradores em seus 14.890 m² de área construída.

15

A sede de Manaus é a unidade de fabricação e em São Paulo fica situado a

área comercial, logística, compras, área de TI, Diretorias, Presidente e Vice-

Presidente. A empresa é Multinacional e está no mercado mundial como líder em

seu segmento referente à automação bancária.

O problema do projeto foi a redução de custo no processo de soldagem

MIG/MAG. Com isso, será retirado o gás usando mistura F34 sendo na combinação

de 92% de Argônio e 8 % de CO2.

Foi utilizado como objetivos específicos:

Redução no custo do processo de soldagem MIG/MAG;

Levantamento de dados para fundamentar o investimento com novos

equipamentos;

Substituição do gás mistura F34 de proteção por CO2 puro;

Devido a recessão da economia atual, grandes empresas tiveram que

enxugar os quadros de funcionários e otimizar os processos de fabricação, havendo

a necessidade de reduzir os custos direto do produto fabricado.

No processo de soldagem, os valores do insumo (gás de proteção) de solda

teve um acréscimo considerável e buscamos com esse estudo, uma tecnologia que

mesmo investindo em equipamentos se torna atrativo com a redução de custo na

eliminação do gás de maior concentração.

Com o investimento, o gás Argônio foi eliminado com a aquisição do

equipamento. Com isso, teríamos como garantir o funcionamento sem alteração na

qualidade do produto final reduzindo o custo do processo de soldagem

16

2 REFERENCIAL TÉORICO

2.1 HISTÓRIA DOS PROCESSOS DE SOLDAGEM

A história da soldagem mostra que desde as mais remotas épocas, muitos

artefatos já eram confeccionados com utilização de recursos de brasagem, alguns

tendo sido descobertos com mais de 4000 anos; a soldagem por forjamento também

tem sido utilizada há mais de 3000 anos (MARQUES, 1991).

A técnica da moderna soldagem começou a ser moldada a partir da

descoberta do arco elétrico, bem como também a sintetização do gás acetileno no

século passado, o que permitiu que iniciassem alguns processos de fabricação de

peças, utilizando novos recursos. Com o advento da Primeira Guerra Mundial, a

técnica de soldagem começou a ser mais utilizada nos processos de fabricação; a

Segunda Guerra Mundial imprimiu grande impulso na tecnologia de soldagem,

desenvolvendo novos processos e aperfeiçoando os já existentes (WAINER, 2011).

A figura 1 mostra o histórico com a evolução do processo de soldagem.

Figura 1: Histórico com a evolução da soldagem

Fonte: Soldagem e processos e Metalúrgia (WAINER, 2011).

17

2.2 PROCESSO DE SOLDAGEM

O processo de soldagem se dá através da abertura de arco elétrico por curto

circuito, onde esse processo é gerado pelo contato do polo positivo que vem da

fonte da máquina de solda e o negativo ligado diretamente na peça. Com isso, é

gerado um aquecimento da região a ser soldada depositando o eletrodo chamado de

arame, esse é absorvido e depositado na região a ser soldada. Esse aquecimento é

gerado pela transferência do metal consumido na poça de fusão (ESAB, 2005).

A soldagem é considerada como um método de união, porém, muitos

processos de soldagem ou variações são usados para a deposição de material

sobre uma superfície. Se tratando da soldagem, o processo de junção de metais por

fusão é a operação que visa obter a união de duas ou mais peças. Além desse

segmento, outros métodos como a brasagem, rebitagem e a soldagem por

forjamento. Atualmente, mais de 50 diferentes processos de soldagem têm alguma

utilização industrial, sendo assim, o principal método de união permanente de metais

(WHITE MARTINS, 2010).

2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS SOLDAS

O processo de soldagem se divide em três grandes classes que são:

Soldagem por pressão; Soldagem por fusão e Soldagem por brasagem. A soldagem

por pressão é o processo no qual as partes são pressionadas uma contra a outra por

difusão atômica, ex: Solda ponto (AWS, 2011).

A soldagem por fusão é o processo no qual as partes são fundidadas por

meio de energia elétrica ou química, sem aplicação de pressão, ex: Solda por

eletrodo revestido (WHITE MARTINS, 2010).

Já a soldagem por brasagem é o processo no qual as partes são unidas por

meio de uma liga metálica de baixo ponto de fusão. Por este método, o metal não é

fundido, ex: Solda branca de placa eletrônica (ABS, 2013).

18

Na figura 2 encontra-se a classificação e subdivisão dos tipos de soldagem.

Figura 2: Classificação dos processos de soldagem

Fonte: AWS WELDING HADBOOK, (1991)

2.3.1 CONCEITOS BÁSICOS DE SOLDAGEM E APLICAÇÕES

Para um melhor entendimento do assunto, serão abordados alguns conceitos

clássicos, de modo resumido (WHITE MARTINS, 2010).

2.3.2 Soldagem

A soldagem é definida de várias formas, mas com o mesmo objetivo que é a

junção de materiais garantindo a sua intergridade física e mecânica. Segue algumas

dessas definições (FORTES, 2005).

É um processo de junção de material por fusão;

É um processo de visa obter a junção de duas ou mais peças;

É uma operação que visa obter coalescência localizada produzida pelo aquecimento até uma temperatura adequada, com ou sem a aplicação de

19

pressão de metal de adição. Essa definição adotada pela AWS (AMERICAN WELDING SOCIETY BRASIL, 1991).

É o processo de união de materiais baseado no contato entre os materiais sendo unidos por força de ligação química de natureza similar as atuantes no interior do próprio material (Slide Fundição e Soldagem, 2016/1).

A união dos materiais podem ser de duas formas, sendo uma por parafusos

ou arrebites resistindo a força de cisalhamento e a outra através da junção dos

átomos e moléculas das partes a serem unidas (ESAB, 2009).

2.3.3 Tipos de soldagem

Soldagem a arco elétrico com eletrodo revestido (em

Ingles Shielded Metal Arc Welding – SMAW), também conhecida como soldagem

manual a arco elétrico (MMA), é um processo manual de soldagem que é realizado

com o calor de um arco elétrico mantido entre a extremidade de um eletrodo

metálico revestido e a peça de trabalho (WHITE MARTINS, 2010).

O calor produzido pelo arco elétrico funde o metal, a alma do eletrodo e seu

revestimento de fluxo. Os gases produzidos durante a decomposição do

revestimento e a escória líquida protegem o metal de solda da contaminação

atmosférica durante a solidificação (ESAB APOSTILA DE SOLDAGEM MIG-MAG,

2005).

Devido à sua versatilidade de processo e da simplicidade de seu equipamento

e operação, a soldagem com eletrodo revestido é um dos mais populares processos

de soldagem. O SMAW é amplamente utilizado na construção de estruturas

de aço e na fabricação industrial. O processo é principalmente utilizado para

soldar ferro e aço (incluindo o aço inoxidável), mas também podem ser soldadas

com esse método ligas de níquel, alumínio e cobre (WHITE MARTINS, 2010).

20

Na figura 3 demonstra o processo de soldagem com eletrodo revestido.

Figura 3: Figura do processo de soldagem eletrodo revestido.

Fonte: Soldagem ao arco elétrico sob proteção gasosa, (WHITE MARTINS, 2010).

Soldagem a arco gás Tungstênio ou TIG

O processo de soldagem a arco elétrico Tungstênio é conhecido como (Gas

Tungsten Arc Welding – GTAW) ou como é mais comum ser chamado no Brasil de

processo de soldagem TIG (Tungsten Inert Gas). É um processo que possui um

eletrodo não consumível com um gás de proteção inerte. Esse gás de proteção pode

ser o Argônio ou a mistura de Argônio e Hélio. (WHITE MARTINS, 2010).

Na figura 4 temos a representação da aplicação do processo de soldagem

TIG.

Figura 4: Figura do processo de soldagem a TIG.

Fonte: Soldagem ao arco elétrico sob proteção gasosa, (WHITE MARTINS, 2010).

21

Soldagem com arame Tubular (FCAW Flux – Cored Arc Welding)

A soldagem a arco elétrico com arames tubulares (FCAW Flux-cored arc

welding) é um processo que promove a união de metais pelo aquecimento destes,

através de um arco elétrico estabelecido entre a ponta do arame e a peça de

trabalho. A proteção da poça de fusão e do arco elétrico pode ser feita pelo fluxo

contido no interior do arame (no caso de arames tubulares autoprotegidos) ou por

uma fonte gasosa externa (ESAB, 2005).

Esta proteção gasosa é realizada na maioria das vezes utilizando 100% CO2

como gás de proteção e em alguns casos utilizando misturas 75%Ar/25% CO2.

Arames tubulares autoprotegidos não necessitam de proteção gasosa externa, uma

vez que o próprio fluxo contido no interior do arame possui elementos capazes de

gerar os gases para proteção da poça de fusão e do arco elétrico. Comparando os

processos de soldagem MMA ou SMAW (eletrodos revestidos), MIG/MAG e GTAW

(TIG) com arames tubulares oferecem ao usuário ganhos reais de produtividade sem

a necessidade de investimentos altos (EVANS, 1990).

Para a migração do processo MIG/MAG para a soldagem com arames

tubulares basta realizar a troca do consumível e das roldanas de tração do arame.

No caso da migração advinda da soldagem com eletrodos revestidos será

necessária a aquisição de novos equipamentos, não obstante o ganho de

produtividade possibilita o retorno do investimento em um curto intervalo de tempo.

(ESAB, 2010).

Na figura 5 detalha esquematicamente o processo de soldagem com arame

Tubular de acordo com a definição citada anteriormente pela literatura.

Figura 5: Figura do processo de soldagem com arame Tubular.

Fonte: Extraído do manual de técnicas de soldagem, (ESAB, 2010).

22

Soldagem a Arco Submerso (SAW - Submerged Arc Welding)

Soldagem por arco submerso (SAS) ou também conhecido em inglês

como Submerged arc welding (SAW), é um método em que o calor necessário

para fundir o metal é produzido por um arco elétrico criado entre a peça de trabalho

e a ponta do arame de soldagem. A ponta do arame, o arco elétrico e a peça de

trabalho são cobertos por uma camada de um material mineral granulado conhecido

por fluxo para soldagem (daí o nome arco submerso), portanto, não há arco visível

ficando escondido, nem faíscas, respingos ou fumos comuns em outros processos.

Parte do fluxo é fundido gerando uma capa protetora sobre a poça de fusão da

solda. O restante não fundido é recolhido para a reutilização (MARQUES, 1991).

O consumível utilizado normalmente é o arame sólido, mas também são

utilizados arames tubulares. A soldagem por Arco Submerso é geralmente realizada

com equipamentos automáticos, embora existam pistolas de soldagem manuais

para o processo. Para aumentar a produtividade, um arranjo com vários consumíveis

pode ser introduzido. Devido à sua elevada taxa de deposição de metal, é um

processo particularmente adequado para longas articulações retas de boa qualidade

na posição horizontal (JÚNIOR, 2003).

Na figura 6 detalha o conjunto que compõem o equipamento de solda de Arco

Submerso.

Figura 6: Figura do processo de soldagem a Arco Submerso SAW.

Fonte: Extraído do manual de técnicas de soldagem, (ESAB, 2010).

23

Soldagem a Plasma (PAW – Plasma Arc Welding)

Soldagem a plasma (em inglês: Plasma arc welding - PAW) é um processo de

soldagem a arco elétrico que produz a fusão dos metais, pelo aquecimento com

um arco elétrico entre o eletrodo não consumível e a peça de trabalho (ESAB, 2005).

Neste processo existem dois fluxos de gás separados, o gás plasma que flui à

volta do eletrodo não consumível de tungsténio ionizando esse gás, formando o

núcleo do arco plasma e um gás de proteção que evita a contaminação do banho

em fusão. É um procedimento muito similar ao TIG, basicamente trata-se de um

desenvolvimento da soldagem TIG visando um aumento de produtividade.

(MARQUES, 1991).

Na figura 7 temos o processo de Soldagem a Plasma detalhado aonde temos uma visão interna da caneta de solda para visualizar cada fase no processo de soldagem.

Figura 7: Figura do processo de soldagem a Plasma.

Fonte: Tecnologia de soldagem, (MARQUES, 1991).

24

Soldagem por Indução capacitiva (SW- Stud Welding – Soldagem de Pinos)

A soldagem de pinos, conhecida em inglês pelo nome de "Stud Welding"

(SW), é um processo de soldagem a arco elétrico que une pinos por meio de

aquecimento e fusão do metal de base a partir da ponta do pino, seguido de

imediata pressão, para melhor união e solidificação. Energia elétrica e força são

transmitidas através de um porta-pinos colocado em um dispositivo de elevação

envolto por um anel de cerâmica, com as funções de proteger contra respingos e

contaminação atmosférica. Essa energia é proveniente de um banco de capacitores

que descarregam essa energia em segundos logo após ser acionado no gatilho da

pistola. O sistema é bem simples e prático e possui uma agilidade no processo de

soldagem (ESAB, 2010).

A figura 8 demosntra o equipamento de soldagem a pino com descarga

capacitiva e cada acessório que compõem o equipamento.

Figura 8: Figura do processo de soldagem a Pino (Descarga capacitiva).

Fonte: Extraído do manual de técnicas de soldagem, (ESAB, 2010).

25

Soldagem por Eletroescória (Eletroslag Welding)

A soldagem por eletroescória é um processo por fusão em que o calor gerado

por efeito Joule é proveniente da passagem de corrente elétrica pelo eletrodo e pela

escória eletrocondutora fundida. A poça de fusão e a camada de escória são

mantidas na junta por sapatas refrigeradas que se movem progressivamente, para

cima. A escória é conseguida pela adição de um fluxo granulado, adicionado

durante o processo. A proteção da área de soldagem é feita pela escória que flutua

sobre a poça de fusão. (MARQUES, 1991).

A figura 8 demonstra como funciona o equipamento de soldagem a Eletroescória.

Figura 9: Figura do processo de soldagem a Eletroescória (Eletroslag Welding – ESW).

Fonte: Tecnologia de soldagem, (MARQUES, 1991).

26

Soldagem por Oxi-Gás (OFW - Oxifuel Welding)

A Soldagem Oxigás (OFW) inclui qualquer operação que usa a combustão de

um gás combustível com oxigênio como meio de calor. O processo envolve a fusão

do metal base e normalmente de um metal de enchimento, usando uma chama

produzida na ponta de um maçarico. O gás combustível e o oxigênio são

combinados em proporções adequadas dentro de uma câmara de mistura. O metal

fundido e o metal de enchimento, se usado, se misturam numa poça comum e se

solidificam ao se resfriar. Uma vantagem deste processo é o controle que o soldador

exerce sobre o calor e a temperatura, independente da adição de metal. O tamanho

do cordão, a forma e a viscosidade da poça são também controlados no processo.

OFW é adequado para operações de conserto, para soldagem de tiras finas, e tubos

de pequeno diâmetro. Soldar seções espessas, exceto para trabalho de conserto,

não é economicamente viável quando comparada com outros processos disponíveis

(WHITE MARTINS, 2010).

Na figura 10 detalha o cada fase do processo de soldagem Oxi-gás.

Figura 10: Figura do processo de soldagem Oxi-gás (Oxifuel Welding - OFW).

Fonte: Extraído Soldagem ao arco elétrico sob proteção gasosa, (WhHITE MARTINS, 2010).

27

Soldagem por Feixe de Eletrons (EBW – Electorn Beam Welding)

A soldagem por feixe de elétrons, conhecida também pela sigla EBW - Electron

Beam Welding - é um processo chamado de alta intensidade porque uma grande

quantidade de energia é emitida em curto espaço de tempo, de modo que o impacto

dos elétrons sobre o material a ser trabalhado produz calor. Devido às diferentes

possibilidades de aplicar o calor sobre a peça, convergindo-o ou espalhando-o por

meio de mecanismos ópticos, é possível utilizar o feixe eletrônico de diferentes

formas, como por exemplo: soldagem, corte, tratamento superficial e micro-

usinagem. É importante destacar, porém, que os processos de corte, tratamento

superficial e micro-usinagem por feixe de elétrons ainda não competem técnica e

economicamente com os outros existentes. Por enquanto, o feixe de elétrons é

utilizado quase que unicamente em soldagem (ESAB, 2010).

A figura 11 temos detalhadamente o equipamento de soldagem por feixe de elétrons conforme citado anteriormente.

Figura 11: Figura do processo de soldagem por Feixe de Eletrons (EBW – Electorn Beam

Welding).

Fonte: Extraído do manual de técnicas de soldagem, (ESAB, 2010).

28

Soldagem a Laser (LBW - Laser Beam Welding)

A palavra LASER é a sigla da descrição do processo em inglês: Light

Amplification by Stimulated Emission of Radiation, que se traduz por amplificação da

luz através da emissão estimulada de radiação. Em uma rápida definição, podemos

dizer que o laser é um feixe de radiação produzido por um dispositivo (WHITE

MARTINS, 2010).

O desenvolvimento do feixe laser foi impulsionado pela sua capacidade de se

propagar no ar com pouca divergência, orientando-se por ópticas, e sem perder ou

alterar suas características físicas. Existem hoje vários tipos de feixe laser, que vão

do sólido ao gasoso, com comprimentos de onda na faixa do infravermelho (IF) até o

ultravioleta (UV). Devido à qualidade da radiação laser, sua utilização em soldagem

possibilita a obtenção de determinadas características impossíveis de serem obtidas

por outros processos, tais como elevadíssimas velocidades de soldagem, ausência

de contato entre fonte de calor e peça a soldar, baixa entrega térmica, pouca

distorção e pequenas zonas afetadas pelo calor. (MARQUES, 1991).

A figura 12 representa o processo de soldagem a laser e seus acessórios que

são empregados.

Figura 12: Figura do processo de soldagem a Laser (LBW – Laser Bearm Welding).

Fonte: Tecnologia de soldagem, (MARQUES, 1991).

29

Soldagem por Resistência (RW – Resistance Welding)

A soldagem por resistência agrupa vários processos em que o calor de

soldagem é gerado pela resistência a um fluxo de corrente elétrica que atravessa as

partes a serem unidas. Estes processos são mais comumente utilizados para soldar

juntas sobrepostas de chapas com diferentes espessuras. A corrente elétrica é

conduzida até a junta por um par de eletrodos e a resistência das peças à passagem

da corrente elétrica gera o aquecimento da superfície a ser soldada. Os eletrodos

fixam as peças por meio de pressão, a fim de garantir um ótimo contato elétrico e

conter o metal fundido na junta. As superfícies da junta devem estar limpas, de

modo a obter um perfeito contato elétrico e produzir uma solda perfeita com

dimensão uniforme. Uma importante característica da soldagem por resistência é o

rápido aquecimento que ela produz. (ESAB, 2010).

Na figura 13 temos o equipamento de soldagem a Resistência que podem ser

realizado por punção ou por roldanas.

Figura 13: Figura do processo de soldagem a Resistência (RW – Resistance Welding).

Fonte: Extraído do manual de técnicas de soldagem, (ESAB, 2010).

30

Soldagem por Centelhamento (FW – Flash Welding)

A soldagem por centelhamento (Flash Welding – FW) é comumente

classificada como um processo por resistência, pois apresenta diversas

características e aplicações similares à soldagem de topo por resistência (UW). As

peças a serem soldadas são aproximadas, contudo, as suas superfícies entram em

contato. A energia elétrica é ligada e, então, as peças são aproximadas uma da

outra com velocidade constante. Essa aproximação causa o aparecimento de um

arco elétrico (centelhamento). Esse centelhamento causa a vaporização dos pontos

em contato, permitindo, dessa forma, que novos pontos entrem em contato. Após

certo tempo de centelhamento, quando todas as superfícies a serem unidas

estiverem suficientemente aquecidas, a corrente de soldagem é desligada e as

peças são fortemente pressionadas uma à outra, levando à formação da solda.

(White Martins, 2010).

A figura 14 demonstra o processo de soldagem por centelhamento como

citado anteriormente.

Figura 14: Figura do processo de soldagem por Centelhamento (FW – Flash Welding).

Fonte: Extraído Soldagem ao arco elétrico sob proteção gasosa, (WHITE MARTINS, 2010).

31

Soldagem por Alta Frequência (HFIW - High Frequency Induction Welding)

Quando utilizamos um equipamento de alta frequência (HF), é possível

realizarmos o processo de Solda Longitudinal de Tubos. Nesse caso, uma chapa de

metal é continuamente conformada através de um conjunto de rolos precisamente

projetados, cuja finalidade é forçar a chapa a formar o tubo e criar o cordão de solda

entre as bordas. Pouco antes do último rolete de conformação, o tubo passa pela

bobina de indução. Nesse caso, a corrente acompanha a borda da chapa, ao longo

do “V” criado pela junção entre as duas extremidades. Como a corrente segue ao

longo da borda da chapa, ela aquecerá até a temperatura adequada de solda

(abaixo da temperatura de fusão do material). Quando as bordas são pressionadas,

todos os detritos, óxidos e outras impurezas são forçadas para fora, resultando na

forja do material aquecido formando uma estrutura única. (White Martins, 2010).

A figura 15 demostra detalhadamente como é executado o processo de

soldagem por Alta Frequência.

Figura 15: Figura do processo de soldagem por Alta Frequência (HFIW - High

Frequency Induction Welding)

Fonte: Extraido Soldagem ao arco elétrico sob proteção gasosa, (WHITE MARTINS, 2010).

32

Soldagem por Fricção (FW – Friction Welding)

A soldagem por fricção, também conhecida como soldagem por atrito, utiliza

algo muito comum para todos nós, o atrito, presente em todas as situações. A

soldagem por fricção é um processo de soldagem no estado sólido, que visa unir

partes metálicas através de caldeamento, obtido pelo calor gerado, através do atrito

provocado por movimentos das superfícies em contato, e aplicação de pressão.

Devido ao atrito entre as partes, a energia cinética é convertida em calor, sendo

absorvido pela região imediatamente próxima às superfícies em contato,

coalescendo as superfícies, uma pressão é aplicada e a ação da força centrífuga faz

fluir o metal para fora dos limites da peça na forma de rebarba, arrastando os óxidos

superficiais existentes. (ASM,1993).

A figura 16 demonstra como se dá o processo de soldagem dpor fricção.

Figura 16: Figura do processo de soldagem por Fricção (FW – Friction Welding).

Fonte: Extraído Elementos de Solda, (ASM, 1993).

33

Soldagem por Difusão (DFW – Diffusion Welding)

A soldagem por difusão é um processo que liga materiais por meio de

aplicação simultânea de pressão e calor. Quando ocorre deformação plástica por

ação de calor, as camadas de átomos que compõem a estrutura cristalina do metal

vibram e se movimentam em várias direções, ocupando lugares diferentes nos

planos cristalinos; a essa movimentação dá-se o nome de difusão. Uma temperatura

definida é aplicada na região de soldagem ou em toda a peça, durante certo tempo,

resultando em uma deformação plástica localizada. O contato entre as superfícies

provoca difusão dos átomos, que se movimentam pelo interior das superfícies,

promovendo a ligação perfeita das partes. A operação pode ser feita no vácuo, sob

proteção de gás ou fluido e, de preferência, sem material de adição. O processo por

difusão é utilizado para unir materiais com composição química semelhante ou

materiais dissimilares, predominantemente os metálicos, e foi desenvolvido

originalmente para ser aplicado na construção de peças para a indústria aeronáutica

e espacial; hoje em dia, outras áreas já fazem uso desta tecnologia. (ASM,1993).

A figura 17 detalha as fases do processo de soldagem por difusão

apresentando cada fase.

Figura 17: Figura do processo de soldagem por Difusão (DFW – Diffusion Welding)

Fonte: Extraido Elementos de Solda, (ASM,1993).

34

Soldagem por Explosivo (EXW – Explosive Welding)

A soldagem por explosão é um processo no estado sólido a partir da

deformação plástica superficial de metais, motivada pela colisão de uma peça

lançada em alta velocidade contra outra, por detonação calculada de um explosivo.

Esta colisão é muito violenta e libera um jato metálico formado a partir do impacto

pontual entre as partes que serão soldadas. O jato retira a película superficial do

metal, fazendo uma espécie de decapagem que libera a superfície de óxidos e

impurezas. Nesse instante, as superfícies novas são fortemente comprimidas uma

contra a outra, pela ação do explosivo. A soldagem por explosão é utilizada para a

confecção de juntas sobrepostas ou para revestimento. (WAINER,2011).

A figura 18 demonstra a preparação dos insumos para realizar o processo de

sodagem por explosão.

Figura 18: Figura do processo de soldagem por Explosão (EXW – Explosive Welding)

Fonte: Extraído Soldagem Processos e Metalurgia, (WAINER,2011).

35

Soldagem por Laminação

A soldagem por Laminação é um processo realizado no estado sólido e

produz a união de peças metálicas por aquecimento e deformação superficial pela

aplicação de pressão através de rolos laminadores (WAINER, 1978).

O metais saldáveis por este processo devem apresentar uma ductilidade

elevada para serem plasticamente deformados de forma localizada, sem apresentar

fraturas. (WAINER,1978).

A figura 19 demosntra como é o processo de soldagem por laminação

conforme citado no texto anteriormente.

Figura 19: Figura do processo de soldagem por Laminação.

Fonte: Extraído Soldagem Processos e Metalurgia, (WAINER,1978).

36

Soldagem a arco elétrico GMAW (Gas Metal Arc Welding) ou MIG / MAG

Sigla em inglês GMAW (Gas Metal Arc Welding), mais conhecida

como soldagem MIG/MAG (MIG – Metal Inert Gas) e(MAG – Metal Active Gas),

trata-se de um processo de soldagem por arco elétrico entre a peça e o consumível

em forma de arame, eletrodo não revestido, fornecido por um alimentador contínuo,

realizando uma união de materiais metálicos pelo aquecimento e fusão. O arco

elétrico funde de forma contínua o arame à medida que é alimentado à poça de

fusão. O metal de solda é protegido da atmosfera por um fluxo de gás, ou mistura de

gases, inerte (MIG) ou ativo (MAG) (ESAB, 2005).

Neste processo de soldagem é utilizada a corrente contínua (CC) e

geralmente o arame é utilizado no pólo positivo (polaridade reversa). A polaridade

direta é raramente utilizada, pois, embora proporcione uma maior taxa de fusão do

eletrodo, proporciona um arco muito instável. A faixa de corrente mais comumente

empregada varia de 50A até cerca de 600A, com tensões de soldagem de 15V até

32V. Um arco elétrico autocorrigido e estável é obtido com o uso de uma fonte

de tensão constante e com um alimentador de arame de velocidade constante. O

processo MIG/MAG é aplicável à soldagem da maioria dos metais utilizados

na indústria como os aços, o alumínio, aços inoxidáveis, cobre e vários outros

(WHITE MARTINS, 2010).

A figura 20 demonstra detalhadamente o processo de soldagem MIG/MAG.

Figura 20: Figura do processo de soldagem a MIG/MAG.

Fonte: Extraído Soldagem ao arco elétrico sob proteção gasosa, (WHITE MARTINS, 2010).

37

2.3.4 Componentes da máquina de solda MIG/MAG

Na figura 21 detalha cada componente e acessório utilizado no processo de

soldagem MIG/MAG.

Figura 21 - Equipamento para soldagem manual e acessórios

Fonte: Extraído apostila de Técnicas de soldagem, (WHITE MARTINS, 2010)

1. CABO DE SOLDA (NEGATIVO)

2. REFRIGERAÇÃO DA TOCHA (ÁGUA)

3. GÁS DE PROTEÇÃO

4. GATILHO DA TOCHA

5. ÁGUA DE REFRIGERAÇÃO PARA A TOCHA

6. CONDUÍTE DO ARAME

7. GÁS DE PROTEÇÃO VINDO DO CILINDRO

8. SAÍDA DE ÁGUA DE REFRIGERAÇÃO

9. ENTRADA DE ÁGUA DE REFRIGERAÇÃO

10. ENTRADA DE 42 V (CA)

11. CABO DE SOLDA (POSITIVO)

12. CONEXÃO PARA A FONTE PRIMÁRIA (220/380/440 V)

38

O gráfico abaixo mostra o rendimento do equipamento convencional que é

semelhante com relação ao equipamento sinérgico que utiliza CO2 puro TransStell

5000. (MIG/MAG ESAB, 2003).

A figura 22 mostra o gráfico que relaciona o diâmetro do arame x corrente

utilizada x velocidade do cabeçote de movimentação.

Figura 22:Gráfico de referência para ajuste do equipamento

Fonte: Extraído apostila de Soldagem, (ESAB, 2003)

2.4 A IMPORTÂNCIA DOS GASES

Os gases de proteção utilizados no processo MIG/MAG tem a função de

proteger a poça de fusão dos contaminantes do ar atmosféricos e proporcionar a

estabilidade do arco elétrico (ESAB, 2005).

Quando se utiliza gases inertes o processo denomina-se processo MIG (metal

inerte gás). Os gases inertes mais utilizados são: argônio (Ar), hélio (He) ou misturas

dos dois (EVANS, 1990).

39

Quando se utiliza gases ativos o processo denomina-se MAG (metal ativo

gás). Os gases ativos mais utilizados são: dióxido de carbono (CO2), mistura de

argônio com dióxido de carbono, argônio com oxigênio (O²) e misturas de argônio

com dióxido de carbono e oxigênio (WHITE MARTINS, 2010).

O tipo de gás usado constitui uma variável importante na determinação da

qualidade da solda e na produtividade do processo. Os gases comumente usados

para fins de proteção são argônio, hélio, doxido de carbono, oxigênio, hidrogênio e

nitrogênio, sendo esses três últimos usados em proporções relativamente pequenas

em misturas, sobretudo a base de argônio (AWS, 1991).

O desenvolvimento dos gases para aplicações em soldagem tem sofrido um

grande impulso, principalmente por duas razões: para aumentar a produtividade e

para melhorar as metalúrgicas das juntas soldadas. O usuário pode, no entanto, não

alcançar os resultados esperados, na aplicação da mistura do gás de proteção para

soldagem, face as dificuldades quando na escolha do gás, devido a falta de

informações detalhadas, sobre as características operacionais destes gases

(MOREIRA, 2008).

As misturas binárias, ternárias e até mesmo a quartenárias utilizadas

comercialmente nas aplicações industriais de soldagem, são fornecidas por

empresas especializadas, que oferecem uma gama muito pequena de produtos

catalogados. Estas misturas são utilizadas para associar as características de cada

gás, trazendo vantagens aos processos de soldagem. A preparação das misturas

gasosas tem sido uma atividade exclusiva exclusiva destas empresas, o que limita

as possibilidades de pesquisa nesse campo (EVANS, 1990).

Tem havido recentemente, na Europa e nos Estados Unidos, um maior

interesse por misturas complexas, particularmente aquelas contendo hélio,

buscando um aumento da produtividade do processo. Em nosso país, o elevado

custo do hélio e argônio, em um mercado praticamente pequeno e com monopólio

de valores, tem inibido o desenvolvimento de pesquisas que possam resultar num

aumento de gama de misturas comerciais complexas, que venham satisfazer

fabricantes e consumidores finais (MODENESI, 2008).

40

O International Institute of Welding (IIW) classifica os gases de proteção para

soldagem em sete grupos, de acordo com a composição e conteúdo de oxigênio no

metal de solda depositado pelos mesmos, conforme figura 23.

Figura 23: Classificação dos gases para o processo GMAW de acordo com o IIW

(NOVOZHILOV, 1988).

Grupo Índice N0 de Gases

Gases (%) Tipo

Conteúdo Típico de O2

no Metal de solda

CO2 O2 Ar He H2

I1 1 1 ─ ─ ─ ─ 100

Redutores ─ 2 2 ─ ─ 85 à 95 ─ R*

I2

1 1 ─ ─ 100 ─ ─

Inertes ˂ 0,02% 2 1 ─ ─ ─ 100 ─

3 2 ─ ─ 25 à 75 R ─

M1

1 2 ─ ˃ 0 à 2 R ─ ─ Pouco

Oxidantes ˂ 0,025% 2 2 ˃ 0 à 4 ─ R ─ ─

3 3 ˃ 0 à 4 ˃ 0 à 2 R ─ ─

M2

1 2 ─ ˃ 2 à 5 R ─ ─

Oxidantes ˂ 0,035% 2 2 ˃ 4 à 10 ─ R ─ ─

3 3 ˃ 0 à 10 ˃ 2 à 5 R ─ ─

M3

1 2 ─ ˃ 5 à 12 R ─ ─ Mais

Oxidantes ˂ 0,045% 2 2 10 à 25 ─ R ─ ─

3 3 10 à 25 ˃ 0 à 12 R ─ ─

M4

1 2 ─ ˃ 12 R ─ ─

Idem ˂ 0,054% 2 2 ˃ 25 ─ R ─ ─

3 3 0 à ˃ 25 ˃ 0 à 12 R ─ ─

C1 1 1 100 ─ ─ ─ ─ Muito

Oxidante ~ 0,06 à 0,07%

*= Restante

Fonte: Extraído do International Institute of Welding, (NOVOZHILOV, 1988).

A classificação dos gases para o processo GMAW apresentada na figura 23

leva em consideração o potencial de oxidação dos gases ou misturas gasosas, o

qual é definido por NOVOZHILOV (1988) como a capacidade do gás de proteção

oxidar um metal durante a soldagem.

41

Podemos observar que o aumento do CO2 e O2 na composição da mistura

resultará em maiores teores residuais de oxigênio no metal de solda, pela elevação

do potencial de oxidação. De acordo com a tenacidade do metal de solda aumenta

quando seu conteúdo de oxigênio é reduzido. Isto ocorre porque as inclusões de

óxidos no metal de solda serão poucas e menores. O uso de um gás de proteção

com elevado potencial de oxidação também pode resultar em porosidade no metal

de solda (ASM, 1993).

2.4.1 Gases Inertes

O argônio é um gás incolor, inodoro, insípido, monoatômico e é um dos gases

inertes da última coluna da tabela periódica. Isto significa que ele não reage com

outros elementos para formar compostos. Ele é obtido da atmosfera, embora a

quantidade deste seja somente de 0,934% na mesma. O argônio é facilmente

separado como um sub-produto, durante a produção em larga escala do oxigênio e

nitrogênio puro, estando este disponível a um custo modesto (FORTAIN, 2002).

Embora só exista uma pequena proporção do gás hélio na atmosfera (uma

parte em 186.000) e em certos minerais, um gás natural extraído de lugares

profundos no Canadá e nos Estados Unidos é a maior fonte do hélio, justificando

assim seu custo elevado. A separação do hélio do gás natural é realizada pela

liquefação e fracionamento, sendo que a pureza deste para ser aplicado na

soldagem é de 99,99% (FILHO E FERRARESI, 2007). De acordo com a literatura

(AWS, 2011 e WAINER, 2011), embora o argônio e o hélio sejam ambos gases

inertes, suas propriedade físicas (principalmente o potencial de ionização e a

condutividade térmica) são bastante dissimilares. Esses gases são utilizados puros

ou combinados entre si, visando aproveitar características de cada um deles.

O argônio possui menor potencial de ionização (15,755 eV) quando

comparado com o hélio (24,580 eV), permitindo uma fácil iniciação do arco elétrico

de soldagem bem como grande estabilidade à este. Porém, para uma mesma

corrente de soldagem, a tensão do arco é maior com hélio do que com argônio

devido ao hélio ser um gás de maior potencial de ionização, resultando em

umamaior geração de energia de soldagem (WHITE MARTINS, 2010).

42

A geometria do cordão de solda (largura, altura e profundidade de

penetração) assume características bastante diferenciadas quando o argônio ou o

hélio é utilizado como gás de proteção. O argônio produz cordões com muito maior

penetração no centro do que nas bordas, devido a baixa condutividade térmica deste

gás manter a coluna de plasma com maior temperatura no centro. Utilizando-se hélio

como gás de proteção o cordão de solda apresenta uma grande penetração e

uniformemente distribuída, devido o calor ser distribuído na junta a ser soldada, por

sua maior condutividade térmica e requerer maior energia para sua estabilidade, em

função do alto potencial de ionização (ESAB, 2011).

A figura 24 ilustra qualitativamente as características do cordão de solda e a

possibilidade de obtenção da transferência spray, quando utiliza-se uma mistura de

Ar + He. Na figura 24, utilizando-se Argônio puro como gás de proteção, verifica-se

que a penetração obtida é centralizada e que a transferência de metal ocorre na

forma de spray. A figura 24 com a combinação do gás Argônio + Hélio mostra uma

penetração de solda com distribuição uniforme, sem que a forma de transferência

seja afetada. Na mesma figura 24 com a combinação Hélio puro verifica-se a

mudança na forma de transferência metálica, que passa a ser globular e a forma do

cordão passa a ter uma reforço excessivo e no último item da figura 24 temos o CO2

Puro com sua poça de fusão representada (AWS, 1991).

Figura 24: Deposição da junção soldada no processo GMAW de acordo com o IIW

(NOVOZHILOV, 1988).

Argônio Argônio + Hélio Hélio CO2

Fonte: Extraído do International Institute of Welding, (NOVOZHILOV, 1988).

O argônio ou hélio puro são usados em muitas aplicações de soldagem dos

metais não ferrosos, pois na soldagem dos aços apresentam um arco irregular,

43

como comentado no item 2.2.4. O hélio puro geralmente tem seu uso restrito à

aplicações especiais, como, por exemplo, para produzir soldas com altas

velocidades e maiores penetrações em materiais de alta condutividade térmica

(alumínio, magnésio e cobre), devido sua limitação quanto à estabilidade do arco,

por apresentar maior potencial de ionização e maior custo (AWS, 1991).

2.4.2 Gases Oxidantes

MOREIRA (2008) e FERRARESI (2007) comentam que a adição de O2 e/ou

CO2 no gás inerte, para a soldagem dos materiais ferrosos pelo processo GMAW,

melhora a estabilidade do arco, por promover a fixação da região catódica (junto ao

metal de base) e melhora as características de molhabilidade da poça de fusão,

aumentando a sua fluidez, resultando em cordões de solda com menor reforço e

maior largura, devido à redução da tensão superficial na interface líquido/sólido,

aumentando a qualidade e produtividade na soldagem. A composição química dos

arames/eletrodos utilizados para a soldagem dos aços contém grandes quantidades

de silício, o qual atua como desoxidante na poça de fusão, gerando um filme líquido

de óxido de silício (SiO2) na superfície desta. O óxido de silício aumenta a

molhabilidade (ângulo de molhamento (q) pequeno) e a fluidez da poça de fusão por

apresentar baixo valor de tensão superficial (0,2 a 0,26 N/m).

Misturas de argônio com baixos teores de CO2 permitem a obtenção da

transferência do metal de adição na forma spray. Com o progressivo aumento da

quantidade de CO2 na mistura (acima de 10%), a ocorrência desta forma de

transferência começa a tornar-se difícil, em função do aumento na corrente de

transição (Ic), sendo que, para proporções maiores que 25% deste componente,

torna-se impossível a obtenção da transferência spray. Isto ocorre devido à alta

condutividade térmica e baixa condutividade elétrica do gás não permitir a

concentração de elétrons na ponta do eletrodo, gerando o rebaixamento da coluna

de plasma. Assim misturas contendo altas porcentagens de CO2 não são utilizadas

para operar em arco pulsado ou transferência spray (MARQUES, 1991).

De acordo com a literatura (AWS, 2011, WAINER et al., 1978) o dióxido de

carbono é um gás reativo utilizado na sua forma pura para soldagem em aços

44

carbono e baixa liga. É o único gás reativo usado sem mistura de gás inerte para

proteção de soldas no processo de soldagem GMAW. A grande penetração na junta

soldada e o baixo custo são as características que estimulam o uso do CO2 como

gás de proteção. De modo geral, comparando-se com uma proteção gasosa rica em

argônio, a proteção do arco com CO2 produz um cordão de solda com maior

penetração, porém com aspecto superficial irregular, em função de sua baixa

condutividade elétrica que produz um arco instável e violento. Soldas muito robustas

são obtidas, mas as propriedades mecânicas do metal depositado podem ser

afetadas negativamente, devido ao alto potencial de oxidação natural do arco causar

a diminuição do teor de elementos de liga do metal fundido e gerar grande

quantidade de inclusões de óxidos.

No uso de misturas de argônio com O2, a transferência spray é obtida para

uma larga faixa de parâmetros de soldagem. Adições de O2 até 8% podem ser

usadas para aumentar a temperatura do arco, por conferir maior resistividade

elétrica ao mesmo, proporcionando arcos com maior comprimento e menores

comprimentos energizados do eletrodo. Também a velocidade de soldagem pode

ser aumentada, por reduzir a tensão superficial da poça de fusão, conferindo maior

molhabilidade no cordão de solda. Contudo, o perfil de penetração centralizado,

gerado por mistura de argônio e oxigênio, pode resultar na falta de fusão nas

paredes do chanfro, tendo ainda como desvantagem o alto potencial de oxidação,

que proporciona a queima de elementos de liga do metal de solda, afetando suas

propriedades mecânicas e resultando na formação de uma camada oxidada, que é

firmemente aderida à superfície do cordão (ESAB, 2005).

2.4.3 Outros Gases

Por possuir o mais alto calor específico entre os gases utilizados na soldagem

com proteção gasosa e alta condutividade térmica, o hidrogênio é adicionado em

pequenas quantidades (0,5 a 5%) às misturas de Ar+O2 ou CO2 para a soldagem de

aços inoxidáveis austeníticos, aumentando a tensão do arco, gerando mais calor e

aumentando a penetração do cordão (JUNIOR, 2003, FORBES, 2005).

45

Conforme comentam MOREIRA (2008) e FORTAIN (2000 - 2002), pelo fato

do hidrogênio ser um gás redutor, quando combinado com oxigênio retarda a

formação de óxido na superfície da camada final da solda, resultando em um cordão

de solda limpo e de melhor aparência. Embora os benefícios citados anteriormente

sejam muito úteis na soldagem dos aços de alta liga, o hidrogênio é raramente

adicionado como gás de proteção na soldagem de aços carbono e baixa liga.

Adições de hidrogênio no gás de proteção para a soldagem de aços endurecíveis

induz à formação de trincas por hidrogênio, quando associadas ao estado de tensão

da junta soldada e à formação de uma microestrutura frágil, característica nestes

materiais.

Também a adição de hidrogênio, em níveis superiores a 5%, causa

porosidade no metal de solda, então os pequenos benefícios da sua utilização

podem não compensar o risco do comprometimento na qualidade da solda

(FORTES, 2012).

O nitrogênio é considerado quase que como um gás inerte na soldagem a

arco de certos metais não-ferrosos, como por exemplo o cobre, por fornecer uma

proteção não-oxidante. Porém quando aplicado para aços, misturas de argônio com

4 a 6% de nitrogênio resultam em porosidade no cordão de solda. O nitrogênio é

obtido em grande quantidade, a um custo relativamente baixo, como um sub-produto

da produção do oxigênio puro (ESAB, 2005).

Segundo AWS (2011) e MODENESI (2008), se o nitrogênio entra em contato

com a poça de fusão de aços, a quantidade de nitrogênio na sua forma molecular

absorvida é relativamente pequena, somente 0,05%. Contudo, o nitrogênio

molecular no arco de soldagem é prontamente dissociado, dando origem ao

nitrogênio atômico, o qual é mais facilmente dissolvido no aço. Isto explica porque o

nitrogênio é utilizado, na soldagem dos aços, geralmente como gás de proteção da

raiz da solda (gás de purga), no lado oposto ao chanfro da junta soldada, onde o gás

é isolado do arco.

46

2.4.4 Soldagem GMAW do Aço Carbono

Os aços carbono, juntamente com os aços de baixa liga, representam cerca

de 95% dos metais de construção e fabricação usados mundialmente. Suas

propriedades mecânicas, variáveis dentro de uma ampla faixa de valores,

combinadas com baixo custo e facilidade de fabricação, são levados em conta para

sua ampla aplicação. Por causa de suas qualidades, o aço carbono é uma excelente

escolha para equipamentos, veículos, pontes, construções, vasos de pressão,

estruturas, navios e uma ampla variedade de produtos. O extensivo uso industrial do

aço carbono significa que a soldagem deste material também é muito comum.

Portanto considerações a respeito de sua soldabilidade e procedimentos de

soldagem, são necessários como orientação para evitar problemas na sua soldagem

(AWS, 2011).

Conforme cita a literatura (MOREIRA, 2008, AWS, 2011), o gás ativo CO2 é

largamente empregado na soldagem GMAW dos aços carbono, principalmente para

os de baixos teores de carbono, devido ao seu baixo custo em relação a outros tipos

de gases de proteção, tendo como principal característica operacional a grande e

uniforme penetração na junta soldada, conforme apresentado anteriormente no item.

No entanto, nas altas temperaturas alcançadas pelo arco elétrico de soldagem neste

processo, o CO2 decompõe-se em CO e O2, gerando uma atmosfera altamente

oxidante, quando ocorre a seguinte reação endotérmica:

2CO2↔ 2CO + O2 56635(J) Eq. 2.9

Nesta atmosfera oxidante o ferro líquido do metal de adição e da poça de

fusão combina-se com o oxigênio livre formando FeO e reage com o carbono para

formar o CO, conforme a seguinte reação (MOREIRA, 2008):

FeO + C →Fe + CO ↑ Eq. 2.10

Como a solidificação do metal de solda é bastante rápida, o monóxido de

carbono resultante pode ficar aprisionado em seu interior, formando porosidades.

Para minimizar este efeito, costuma-se utilizar, na soldagem GMAW com proteção

gasosa contendo gases ativos (CO2 ou O2), arames/eletrodos contendo

47

desoxidantes como o silício e/ou manganês, que reagem com o FeO, através das

seguintes reações (AWS, 2011 e FONSECA, 1992):

Si + 2FeO → 2Fe + SiO2 Eq. 2.11

Mn + FeO → Fe + MnO Eq. 2.12

Verifica-se que as reações representadas pelas equações 2.11 e 2.12 inibem

a reação da equação 2.10, impedindo a formação do CO e, consequentemente,

diminuindo a porosidade. Por estas razões, os arames/eletrodos para a soldagem

dos aços carbono com proteção de CO2 costumam conter silício e manganês em

porcentagens superiores às utilizadas com misturas gasosas de baixo potencial de

oxidação CARY (1979) e AWS (2011) comentam que, freqüentemente, se faz uma

falsa economia quando o CO2 puro é aplicado no processo de fabricação, apenas e

função do seu baixo custo comparado com outras misturas de gases aplicadas na

soldagem GMAW, pois os resultados alcançados com CO2 puro podem acarretar em

maiores custos com acabamentos (cordões de solda irregulares, com grande

quantidade de respingos e convexidade excessiva), posteriores a soldagem, para

garantir a qualidade do produto. Quando o CO2 puro é aplicado, complexas

interações de forças ocorrem nas gotas de metal fundido na ponta do arame

eletrodo, associadas à instabilidade de um arco elétrico violento, que necessita de

altas correntes para compensar a baixa condutividade elétrica do gás, que

transferem o metal do eletrodo na forma globular gerando excessiva quantidade de

respingos de grande volume. Por ser o CO2 puro um gás de proteção de alto

potencial de oxidação, existe a necessidade de grande quantidade de elementos

desoxidantes no arame/eletrodo, para evitar porosidade e para manter o nível de

resistência mecânica da solda, que pode ser afetada pelas reações de oxidação que

possam ocorrer durante a soldagem.

Tradicionalmente, misturas de Ar+CO2 tem sido utilizadas para muitas

aplicações de soldagem em aços carbono, por permitir grande estabilidade do arco

elétrico, reduzindo assim a quantidade de respingos, melhorando a qualidade das

soldas, quando comparadas com as executadas com CO2 puro. No entanto

pesquisas para variadas espessuras de chapas de aço carbono mostram que novas

48

misturas ternárias de gases (Ar+CO2+O2; Ar+He+CO2; Ar+He+O2) podem otimizar a

performance da soldagem e diminuir os custos através do aumento da produtividade

(ASM, 1993 e JUNIOR, 2003).

Os resultados da pesquisa realizada por MARQUES, MONDENESI e

VALENTE (1998) que buscaram velocidades de soldagem otimizadas, para

diferentes composições de gases utilizados na soldagem GMAW mecanizada. Estes

resultados indicam ser possível aumentar a velocidade de soldagem

consideravelmente, alterando-se a composição do gás de proteção. Pela mudança

da composição dos gases, foi possível melhorar a estabilidade do arco e as

características de molhabilidade da poça de fusão, aumentando a sua fluidez, e

assim, diminuindo a convexidade dos cordões solda.

As figuras 25 e 26 detalham resumidamente a informação passada no texto

com relação a combinações dos gases.

Figura 25: Combinações dos gases de proteção, (WHITE MARTINS,2010).

Fonte: Extraído da Apostila de Técnicas de Soldagem, (WHITE MARTINS, 2010).

49

Figura 26: Combinações dos gases de proteção, (WHITE MARTINS,2010).

Fonte: Extraído da Apostila de Técnicas de Soldagem, (WHITE MARTINS, 2010).

A figura 27 trata-se do gás que foi implementado no processo para redução

de custo no processo de soldagem MIG/MAG.

Figura 27: Gás de proteção implementada, (WHITE MARTINS,2010).

Fonte: Extraído da Apostila de Técnicas de Soldagem, (WHITE MARTINS, 2010).

3 METODOLOGIA

O estudo terá como foco à redução de custo no processo de soldagem, aonde

o objetivo foi verificar as premissas e buscar através de pesquisa de campo,

alternativas que realmente garanta que o investimento com esses equipamento de

soldagem terá como retorno para empresa. Foram consultadas algumas literaturas

50

referentes a processos de soldagem MIG/MAG da White Martins realizado no Centro

de Tecnologia de Soldagem localizado no Rio de Janeiro.

A pesquisa desenvolveu-se seguindo o seguinte roteiro de estudo:

As etapas desse levantamento foram:

• Coletar o consumo dos gases mensal e anual;

• Quantidade de produtos fabricados dia, mês e ano;

• Custo da operação com relação aos gases utilizados no processo de soldagem;

• Realizar visita em outros clientes que fizeram aquisição desse novo equipamento para ter certeza em relação à confiabilidade do processo assim como no equipamento;

• Ensaio de macrografia que será realizada nas peças soldadas para garantir a confiabilidade no processo de soldagem;

A máquina convencional não possui um controle de sinergia onde é

necessário ajustar a corrente e tensão para manter a qualidade de soldagem e

resistência de caldeamento. No caso do estudo foi considerado o uso do gás CO2

100% puro utilizando os mesmos recursos da máquina de solda convencional. A

linha de pesquisa será inicialmente a coleta de dados na fábrica para dar

sustentação real ao estudo.

A máquina de solda Fronius TransSteel é um equipamento que possui

tecnologia sinérgica onde facilita a sua operação durante o processo de soldagem

além da economia em utilizar o gás de solda de menor valor que é o CO2 e reduzir o

custo na economia de energia. Ela possui outra tecnologia comparando com outros

fabricantes que é a de ser inversora.

A tecnologia inversora atua durante o processo de soldagem manual em que

o soldador por algum descuido não consegue manter a velocidade de deslocamento

CONDIÇÃO IMPLEMENTADA

51

e a altura entre a tocha de soldagem e a peça onde será gerada a poça de fusão.

Ela monitora essas variáveis pela leitura de corrente durante o processo

compensando essa variação através da corrente de solda e na velocidade do arame.

O ajuste de corrente, tensão, gás, diâmetro do arame e tipo de material de

base é proporcional em modo automático, após a programação ser salva na

biblioteca de solda, ou seja, se alterar a tensão a corrente muda seguindo os

parâmetros de soldagem. Caso não seja satisfatório, o operador pode mudar

manualmente os parâmetros de solda e salvar conforme instrução de trabalho

determinada pela engenharia de processo. Se o cabeçote de alimentação é

integrado na parte superior da máquina e possui um capuz para evitar contaminação

no arame de soldagem.

FIGURAS DA MÁQUINA DE SOLDA FRONIUS TRANSSTEEL V5000

Figura 28: Fotografia da máquina de solda Fronius TransSteel V5000 MIG/MAG.

Fonte: Própria, (Diebold Nixdorf, 2016).

52

Figura 29: Fotografia da máquina de solda Fronius TransSteel V5000 MIG/MAG.

Fonte: Própria, (Diebold Nixdorf, 2016).

Figura 30: Fotografia da máquina de solda Fronius TransSteel V5000 MIG/MAG.

Fonte: Própria, (Diebold Nixdorf, 2016).

53

4 RESULTADOS

Durante o período da pesquisa bibliográfica, realizada na sede da empresa no

Parque industrial de Manaus, tive-se como meta a busca dos resultados com o

objetivo em reduzir as despesas com relação ao processo de soldagem. O projeto

implementado não poderia comprometer a eficiência e a qualidade das juntas

soldadas, além do foco principal que é a redução de custos na substituição do gás

de soldagem.

Após várias análises, a que melhor se adaptou mesmo com investimento foi a

substituição dos equipamentos de soldagem convencional conhecida como

máquinas de soldagem MIG convencional com transformador, pelas máquinas de

soldagem Fronius TransStell 5000 inversora. Os equipamentos além de serem

preparados para esse tipo de soldagem com CO2 puro pode soldar outros materiais

com outras combinações de gases que são disponíveis no mercado.

Como o objetivo da pesquisa é ruduzir custo, avaliamos as combinações com

os gases de proteção entre Binária e Ternária, mas ambas as situações não eram

atrativas. Na Binária teríamos duas condições sendo uma na combinação de mistura

C25, onde a proporção dos gases são 75% Argônio e 25% CO2 e a outra na

condição F34 sendo na combinação de 92% Argônio e 8% CO2. Para reduzir o

índice de respingos de solda, a mistura foi modificada para F34, que conseguiu uma

redução nos respingos e uma melhora na qualidade da superfície da junta. A mistura

Ternária seria de 60 – 80% Argônio, 10 – 20% de CO2 e 1 – 3% de Oxigênio.

Como a meta é reduzir custo do gás de proteção utilizado, o que melhor

atendeu as expectativas foi o CO2 puro.

Ao realizado analise metalográfica nas peças soldadas, observou-se que

utilizando o gás CO2 puro na junta soldada, não houve redução na área de

caldeamento o que manteve a resistência da junta conforme foto em anexo.

54

Na figura 31 temos o detalhamento da analise macrográfica da peça e em

detalhamento da espessura do cordão de solda utilizando o gás mistura na

combinação F34.

Figura 31: Fotografia junta soldada com gás mistura F34 (Analise Metalográfico)

Fonte: Fonte própria, (2016)

A figura 32 demonstra os parâmetros da fonte de soldagem utilizando o gás de

proteção F34 conforme macrografia da figura 31 acima.

Figura 32: Figura doa parâmetros da fonte de solda com gás mistura F34 (Analise

Metalográfico)

Parâmetros de soldagem com mistura F34

Corrente 340 amper

Tensão 28 v

Velocidade de alimentação do

arame 55 m/min

Fonte: Própria, (Diebold Nixdorf, 2016).

Na figura 33 temos o detalhamento da analise macrografica da peça e em

detalhamento da espessura do cordão de solda utilizando o gás de proteção CO2.

55

Figura 33: Fotografia junta soldada com gás 100% CO2 (analise Metalográfico)

Fonte: Fonte própria, (2016)

A figura 34 demonstra os parâmetros da fonte de soldagem utilizando o gás de

proteção F34 conforme macrográfia da figura 33 acima.

Figura 34: Figura doa parâmetros da fonte de solda com gás CO2 (Analise

Metalográfico)

Parâmetros de soldagem com mistura F34

Corrente 260 amper

Tensão 30,1 v

Velocidade de alimentação do

arame 45 m/min

Fonte: Própria, (Diebold Nixdorf, 2016).

Assim, conseguiu-se ter embasamento nos resultados com o estudo

levantado conforme tabela abaixo.

56

A figura 35 detalha os dados levantados com relação ao consumo, custo do insumo

usado no processo de soldagem.

Figura 35: Registros de dados referente ao consumo da mistura F34.

Mistura F 34 (Condição atual)

Mis

tura

F 3

4 (

Co

nd

ição

atu

al)

Quantidade de cofres

produzidos/ano

(50 unidades

/dia)

Produto unidade Valor do produto

(m³) e (Kg)

consumo mensal

Vazão

Valor consumido

em 1 ano de cada produto

Total de gás pago

(referência 2016)

Valor dos equipamen

tos de solda

(investimento sendo 3 fonte de

solda robotizada

e 8 máquinas manuais Fronius

TransSteel)

12600

Argonio m³ R$ 61.53 1709

16 litros/minuto

R$ 1.261.857,24

R$ 1.389.823,32

R$ 320.000,00

Co2 Kg R$ 18.26 584 R$

127.966,08

Fonte: Própria, (Diebold Nixdorf, 2016).

57

A figura 36 detalha os dados levantados para uso do gás CO2.

Figura 36: Dados levantados sobre o consumo e Pay Back com o retorno do projeto de

redução de custo.

Projeto de redução de custo com 100% CO2

10

0%

CO

2 (P

rop

ost

a d

o e

stu

do

de

red

uçã

o d

e cu

sto

)

Quantidade de cofres

produzidos/ano

(50 unidades

/dia)

Produto unidade Valor do produto

(m³) e (Kg)

consumo mensal

Vazão

Valor consumido em 1 ano de cada produto

Valor dos equipamentos de

solda (investimento

sendo 3 fonte de solda robotizada e

8 máquinas manuais Fronius

TransSteel)

Retorno do

investimento

(meses)

12600

CO2 Kg R$ 18.26 2293 16 litros/minuto

R$ 502,442.16

R$ 320,000.00 8

Fonte: Própria, (Diebold Nixdorf, 2016).

Dessa forma, esses resultados foram apresentados a Diretoria da referida

empresa levando em consideração apenas a eliminação do gás de maior valor.

Nesse estudo, não consideramos a redução no consumo de energia por se tratar de

um equipamento Sinérgico e inversor.

Com isso, após a apresentação dos resultados, o departamento de

engenharia versus controladoria iniciou um estudo de viabilidade para justificar os

investimentos dos equipamentos com retorno de ganho após o 8º mês.

58

Os resultados foram baseados em dados coletados no histórico da empresa

considerando o consumo dos gases versus a sua produtividade, onde isso nos levou

ao valor exorbitante anual do gás Argônio que são praticados pela empresa

fornecedora do gás de soldagem em Manaus. Certificamo-nos que mesmo com o

investimento a melhor opção seria a mudança para reduzir o custo da operação sem

impactar no processo produtivo. Para produzir 12.600 unidades de equipamentos

por ano, é necessário uma quantidade de 1.709 M³/mês de gás argônio o que

representa um gasto anual apenas com esse gás em um valor de R$ 1.261.857,24 e

com o estudo realizado, apenas retirando o argônio e prevalencendo o CO2, o valor

do produto ficará em R$ 502.442,16/ano.

Isso devido ao consumo de CO2 que terá um aumento em seu consumo,

aonde passará de 584 para 2.293 Kg/mês, e 2.293 Kg/ano no valor de R$

502.442,16. Mesmo com o investimento para adquirir os equipamentos novos, esse

valor de Pay Back se paga em aproximadamente 8 meses após implementado o

projeto de pesquisa. No mesmo ano implementando o estudo, economia em 4

meses será de R$ 167.480,72 o que representa 52.33% do retorno do investimento.

Mesmo que após o primeiro ano se ocorresse algum reparo emergencial em algum

equipamento, o processo ainda sim é viável. Pelo histórico dessas máquinas de

solda, não há reparo nos equipamentos com menos de 3 anos.

O fabricante é Austríaco e lá desenvolveu a tecnologia que foi aplicada em

suas fontes inversoras.

Os equipamentos antes de serem lançados no mercado mundial, são sujeitos

e elevadas cargas de testes e repentino ciclo de trabalho nas localidades próxima a

fábrica do equipamento. Com isso e após ajustes em falhas decorrente ao processo

de fabricação do equipamento, eles são lançados no mercado mundial garantindo

assim a sua confiabilidade e robustez.

5 CONCLUSÃO

O estudo mostra que pode-se reduzir os custos dos insumos de um processo

de soldagem mesmo com investimento, buscando e associando os fundamentos e

59

históricos dos mais variados processos de soldagem com o surgimento de novas

tecnologias.

No decorrer do estudo, os testes e os resultados atenderam as expectativas.

Como a pesquisa trata-se de melhoria no processo de soldagem utilizando

tecnologia de soldagem de baixo custo, reduzimos os custos do processo realizando

o projeto e substituindo o gás de maior valor comercial, com isso, conseguimos

manter o objetivo e foco nos resultados.

Com relação à deposição de material na soldagem (caldeamento) e

resistência, os resultados que foram realizados em laboratório não impactaram na

qualidade da mesma. Os cordões de solda são certificados, e nos ensaios de

violação, os equipamentos não apresentaram nenhuma irregularidade no quesito

resistência.

Como a pesquisa limitou-se em utilizar um equipamento com tecnologia

sinérgica para reduzir custos, obtive-se um excelente resultado conforme figuras

comparativas 35 e 36 anexa e os testes realizados na empresa fundamentaram o

estudo com objetivo atendido.

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