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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ
LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
PAULA VIEIRA DE OLIVEIRA SOUZA
PROCESSO DE URBANIZAÇÃO E CRESCIMENTO
POPULACIONAL DO MUNICÍPIO DE JAUPACI - GO DE 1958
A 2010
IPORÁ
2011
1
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ
LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
PAULA VIEIRA DE OLIVEIRA SOUZA
PROCESSO DE URBANIZAÇÃO E CRESCIMENTO
POPULACIONAL DO MUNICÍPIO DE JAUPACI - GO DE 1958
A 2010
Trabalho de conclusão apresentado à
Universidade Estadual de Goiás, Unidade
Universitária de Iporá, como exigência parcial
para a conclusão do curso de graduação em
Geografia, modalidade Licenciatura
Orientador: Adjair Maranhão de Oliveira
IPORÁ
2011
2
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ
LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
PROCESSO DE URBANIZAÇÃO E CRESCIMENTO
POPULACIONAL DO MUNICÍPIO DE JAUPACI - GO DE 1958
A 2010
DE
PAULA VIEIRA DE OLIVEIRA SOUZA
Monografia submetida à banca examinadora designada pela coordenação de
Trabalhos de Curso de geografia da universidade estadual de Goiás. UnU – Iporá como parte
dos requisitos necessários a obtenção do grau de licenciados em geografia, sob a orientação
do professor Especialista Adjair Maranhão de Sousa.
Iporá. 07 de novembro de 2011
Banca Examinadora:
__________________________________________________________________________________
Prof. Adjair Maranhão de Sousa – Presidente da banca – UEG Iporá
___________________________________________________________________________
Prof. Washington Alves – Arguidor – UEG Iporá
___________________________________________________________________________
Prof. Gilmar – Arguidor – UEG Iporá
3
Dedicatória
Dedico este trabalho monográfico aos meus
pais, filhos e esposo, pela compreensão e pela
ajuda, em me incentivar a prosseguir em todos
os dias e enfrentar as dificuldades ao longo dos
anos que passei na da universidade.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, meu protetor, que intercede por mim todos os momentos. Hoje estou
subindo mais um degrau da minha vida, segurando nas mãos do Pai, para receber mais uma
vitória.
À minha família que foi essencial, em especial aos meus dois filhos Kauã e
Lorrayne, suportando a minha ausência, durante o período que fiquei aqui na Universidade.
5
SUMARIO
1.0 PROCESSOS DE FORMAÇÃO POPULACIONAL DO TERRITÓRIO DO ESTADO
DE GOIÁS ATRAVÉS DA MINERAÇÃO ............................................................................ 10
1.1 Os primeiros Arraiais ......................................................................................................... 11
1.2 Povoamentos de Goiás........................................................................................................ 14
1.3 Cidade e Urbanização ......................................................................................................... 18
2.0 CONTEXTO HISTÓRICO DA CIDADE DE JAUPACI – GO ........................................ 21
2.1 Localizações Geográficas do Município de Jaupaci· ......................................................... 22
2.2 O surgimento da cidade ...................................................................................................... 24
3 URBANIZAÇÃO E CRESCIMENTO POPULACIONAL DO MUNICÍPIO DE JAUPACÍ
GOIÁS ...................................................................................................................................... 30
3.1. Principais atividades econômica da cidade de Jaupaci ...................................................... 35
4.0 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 36
5.0 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 37
6.0 ANEXO .............................................................................................................................. 39
6
RESUMO
A pesquisa realizada para esta conclusão de TCC, no município de Jaupaci sobre como
ocorreu o processo de urbanização e o crescimento populacional do município, teve como um
foco o desenvolvimento ocorrido dentro da sociedade tendo como ponto de partida, a cidade
ter sido originada através do garimpo, e ter conseguido se manter, levando em conta que
alguns povoados originados pela mineração não conseguiram se manter. Jaupaci se
desenvolveu e foi se urbanizando com o passar dos anos, ela foi crescendo e sendo povoada.
A mineração foi muito importante para a economia da cidade, mas após o fechamento do
garimpo a população da cidade se viu em um dilema, o que fazer para se sustentar até então a
economia girava em torno da mineração, com o seu fechamento tiveram que buscar
alternativas, uma delas foi buscar emprego no campo, trabalhar na extração de granito e
outras pessoas foram em busca de melhoria de vida em outras cidades. O desenvolvimento
ocorrido no município de Jaupaci não foi um desenvolvimento industrializado, contando com
influencia de grandes empresas, mas a cidade passou por varias fazes de transformação e
desenvolvimento que uma cidade originada pela mineração poderia se desenvolver sendo ela
uma cidade pequena sem grandes influencia capitalista. Ela conta com alguns mecanismos
como posto de atendimento do Bradesco, casa lotérica, comércios de secos e molhados, e
educação de ótima qualidade. Em relação a cidades pequenas que fazem parte da micro região
de Iporá o município possui seus atrativos urbanos.
PALAVRA-CHAVE: Urbanização, história cidade, povoados.
7
ABSTRACT
The research conducted for this conclusion of CBT in the municipality of Jaupaci occurred on
the process of urbanization and population growth the city had a focus on the development
taking place within society as a starting point, the city was caused by mining, and have
managed to maintain, taking into account that some towns originated by mining failed to
keep. Jaupaci was developed and urbanizing over the years, she was growing up and being
populated. Mining was very important to the economy of the city, but after the closure of the
mining population of the city found itself in a dilemma, what to do to sustain the economy so
far revolved around mining, with closure had to seek other alternatives, one of them to seek
employment in the field, working in the extraction of granite and other people were looking
for improvement in other cities development occurred in the municipality of Jaupaci was not
an industrial development, with influences of large companies, but the city underwent several
phases of change and development that a city caused by mining could develop it being a small
town without much influence of capitalism. She has put some mechanisms such as care of
Bradesco, lottery shops of grocers, and education of good quality. In relation to small towns
that are part of the micro region Iporá the city has its appeal in relation to development.
KEYWORD: Urbanization, story town, villages.
8
INTRODUÇÃO
O presente trabalho busca compreender como ocorreu o processo de urbanização e
crescimento populacional do município de Jaupaci- Goiás, observando quais os fatores que
contribuíram para o desenvolvimento da cidade, tendo como ponto de partida a mineração e a
sua influência na economia. Na corrida pelo ouro, assim como Jaupaci, várias outras cidades
goianas foram sendo criadas.
A pesquisa relaciona o desenvolvimento ocorrido dentro da cidade observando
como ocorreu a urbanização e surgimento da cidade no período do garimpo até o ano de 2010.
Busca-se descobrir quais os motivos que influenciaram na migração de algumas pessoas para
outras cidades Gomes e Neto (1993), afirmam que a maioria das cidades goianas não possui
os equipamentos e serviços urbanos, que são características de uma cidade organizada, como
população: a quantidade de pessoas para cada cidade, comercial, fornecimento de serviços
como saúde, ensino, finanças serviços essências, tais como telefone água tratada, energia e
asfalto.
A origem da cidade da Jaupaci deve aos garimpos de diamantes descobertos na
região no início da década de 50. Nesse período, as pessoas vieram para o povoado do
“Monchão”. Assim, como a família do Senhor João Paraíba, pioneiro jaupaciense, vários
outros migrantes que com o passar do tempo, fizeram aumentar o número de pessoas em
busca de riquezas e uma melhor forma de melhorar de vida, trazendo consigo suas famílias.
A história aponta o garimpo como principal motivador da origem do povoamento,
porém, outros fatores contribuíram para o desenvolvimento da cidade. No ano de 1994 o
garimpo foi fechado em ação judicial. O ouro, as jazidas de diamantes foram se acabando, e
as pessoas que só sabiam trabalhar no garimpo, tiveram que se adaptar buscando novas fontes
de renda.
O objetivo estabelecida foi o de seguimos e verificar quais influencias o garimpo
teve sobre o desenvolvimento da cidade de Jaupaci, os fatores que contribuíram para a
migração da população jaupaciense para outras cidades e o condicionamento urbano da
mesma.
O texto foi amparado por teóricos como Gomes (1993), Palacin (1976, 1994,
2001), Carlos (2008), dentre outros que discorrem com a mesma importância citada no
9
decorrer do trabalho. A metodologia trabalhada esta relaciona aos teóricos e pesquisa campo
com moradores mais antigos da cidade e analise campo da mesma. O estudo encontra se
dividido em três capítulos.
Sendo o primeiro, a contextualização teórica, abordando o inicio do garimpo em
Goiás com a suas influencias no surgimento dos primeiros araiais e os povoamentos,
abordando também o desenvolvimento das cidades goianas.
O segundo capitulo pontua a contextualização e retrata o processo histórico da
origem da cidade de Jaupaci relacionando-a a influência econômica e social do garimpo, à sua
formação, de povoado à condição de cidade, a localização geográfica, bem como a expansão
da área urbana.
O terceiro capítulo mostra o resultado da pesquisa, abordando como se deu o
desenvolvimento do espaço urbano e na contemporaneidade, o crescimento populacional em
dados apresentado pesquisados junto aos com os moradores do município.
10
1 PROCESSOS DE FORMAÇÃO POPULACIONAL DO TERRITÓRIO
DO ESTADO DE GOIÁS ATRAVÉS DA MINERAÇÃO
A descoberta de ouro em Goiás1, como se observa em Palacín (1976) serviu como
uma alavanca para o início da exploração deste território pelos paulistas que estavam em
busca de índios da região. Durante esta busca os paulistas chegaram ao extremo Norte de
Goiás e no ano de 1690 foi descoberto ouro desse modo, estes foram os precursores, da
mineração nos sertões ao norte da Capitania de São Paulo, mais especialmente na região de
Goiás.
No processo de descobrimento de Goiás Anhanguera2 assumi um papel de suma
importância, pois foi quem primeiro teve interesse de fixar moradia no Estado para que, deste
modo, as riquezas de Goiás ficassem para os seus habitantes, uma vez que todos os que
passavam nesta região queriam apenas suas riquezas.
Com a “Corrida pelo Ouro” houve uma rápida evolução algumas cidades, como
em Ouro Preto, Rio das Mortes e em outras regiões. Nesta evolução, outras regiões foram
afetadas, ocasionando a passagem de inúmeros aventureiros em busca de minérios. De acordo
com Palacim (1976) Pascoal Moreira Cabral realizou uma descoberta em Cuiabá e São Paulo,
desse modo, Goiás seria o próximo passo para a mineração. Palacim (1976) aborda três razões
que influenciaram a descoberta Goiás.
Em primeiro lugar, quer buscar, um caminho por terra para substituir a longa e
difícil via fluvial para Cuiabá. [...] instalação da Intendência e mais tarde a
capitanias de Goiás [...] abertura, manutenção e aperfeiçoamento do caminho de
Goiás através de Vila Boa. (PALACIM 1976, pg. 16).
Depois que seus interesses foram almejados e alcançados, a Capitania de São
Paulo construiu uma rota que proporcionaria, menos gastos em suas viagens. Nesta trajetória
pelas regiões goianas o interesse por estas terras foram crescendo e o desejo pela exploração
aflorando.
1 Origem do nome Goiás: O nome do Estado origina-se da denominação da tribo indígena „Goiás‟, que por
corruptela se tornou Goiás. Vem do termo tupi gwaya que quer dizer indivíduo igual, gente semelhante, da
mesma raça. Fonte: www.mre.gov.br 2 Anhanguera: era um homem obstinado, que descobriu ouro na cabeceira do rio vermelho, na região atual da
cidade de Goiás (PALACIN 2001, pg. 11)
11
De acordo com Palacín (1993), o território goiano possuía grande extensão de
terras, sem grandes obstáculos, o que facilitava a entrada neste território embora os índios
fossem hostis. Mesmo com a hostilidade os paulistas não desistiram e viram nesta população
uma fonte de mercadoria, forçando-os a realizarem trabalhos nas minas de ouro. Com a
descoberta destas, vários mineiros vieram para Goiás em busca de trabalho para sua
sobrevivência. O aumento de mineiros tornou necessário a expansão dos alojamentos,
ocasionando assim, o início dos primeiros arraiais.
1.1 Os Primeiros Arraiais
Com a febre do ouro e a grande aglomeração de pessoas, em busca deste, Bartolomeu
Bueno, fundou o primeiro arraial, chamado de Sant" Anna, que mais tarde seria Vila Boa e
depois Cidade de Goiás. Para Gomes (1993) a descoberta do ouro pelos bandeirantes atraiu
inúmeras pessoas para as minas, criando assim lugarejos sem planejamento, o que os
tornavam desconfortáveis, uma vez que eram dispostos ao longo dos córregos e ribeirões nas
encostas de morros.
Como os rios e córregos possuíam ouro de aluvião3 vários arraiais foram surgindo
em decorrência do garimpo. Conforme Palacín (1993) o arraial de Sant‟Anna influenciou o
surgimento de novos outros como o de Barra, Ferreiro, Santa Rita e Ouro Fino.
Sendo o ouro em grande quantidade, a busca por esta riqueza aumentava e os arraiais
se transformavam em vilas. Como a busca não terminava e as pessoas chegavam a toda hora
as vilas acabavam por se transformar em cidades. Entretanto, quando o ouro se tornava
escasso os mineradores partiam em busca de outras minas deixando em taperas4 suas
habitações. Contudo, algumas famílias permaneciam em busca de uma melhoria financeira em
suas vidas. Sendo nômades, os mineradores migravam de acordo com o que encontravam no
lugar em que estavam. Ressalta-se que estes permaneciam nesses locais até que o outro
acabasse partindo para as regiões onde estes houvesse em grande quantidade
De acordo com Galli (2005), um dos arraiais que conseguiu permanecer neste
processo de povoamento e despovoamento foi Sant‟Anna, que além de vivenciar as constantes
migrações, se transformou em vila e em seguida desenvolveu-se como cidade.
3 Aluvião:ouro encontrado as margens do rio
4 Tapera:habitação de aldeia abandonada,casa arruinada.
12
Em 1739 Sant‟Anna passa de arraial para vila, denominando-se Vila Boa de Goiás,
em homenagem a Bartolomeu Bueno da Silva, já em seguida no ano de 1818 vila
Boa de Goiás se desenvolve e passa a ser Cidade de Goiás, conseguindo desta forma
o status de cidade durante o reinado de D. João VI. No ano de 1737 Antonio Luiz
veio a Goiás amando de D. João V Para tratar do assunto sobre a criação da primeira
vila em Goiás. houve se uma disputa entre os arraias do Meia Ponte (Pirenopolis) e
Sant‟Anna (Cidade de Goiás) pois os dois queriam se tornar vila. No final
Sant‟Anna conseguiu sobressair em referencia a Meia Ponte obtendo assim o direito
em se tornar cidade e mais tarde município em seguida capital do Estado de Goiás.
(GALLI 2005, p. 41,42.)
Como pode se observar, Galli (2005) vem afirmar como se deu o surgimento da
cidade de Goiás, levantando também algumas colocações sobre o aparecimento de alguns
arraiais no século do ouro. O quadro 1 traz.
Santa Cruz, 1729, fundador Manoel Dias da Silva.
Antas, 1729, fundador Francisco Calhamaro.
Águas Quente, 1732, fundador Manoel Rodrigues Tomaz.
Maranhão, 1730, descobriu Manuel Rodrigues Tomaz
Crixás, 1734, descobrimento Domingos Rodrigues do Prado e fundador Manoel Rodrigues
Tomaz.
Traíras, 1735, descoberto por Manuel Rodrigues Tomas
Pilar, (Papuãn- primeira denominação), 1741, descobridor João Godoy Pinto da Silveira.
São José do Tocantins (Niquelândia), 1735, fundador Manoel Rodrigues Tomas e Antonio
de Souza Basto.
Natividade, (São Luiz-), 1734, fundador Antonio Ferraz de Araújo.
São Félix, 1.736, fundador Carlos Marinho.
Pontal, 1740, fundador Antonio Sanches.
Cavalcante, 1740, fundador Domingos Pires.
Arraias, Conceição e Chapada, 1740 uma vez que D. Luiz de Assis, em uma viagem a essa
localidade.
Santa Luzia, (Luziânia) 1746, descobridor Antonio Bueno de Azevedo.
Carmo da natividade, 1747, descobridor Manoel de Souza Ferreira.
Morro do Chapéu, (Monte Alegre de Goiás), 1769, descobridor, José Barbosa Lobo.
Bonfim, (silvania) 1744, Existe duas correntes para o seu descobrimento, a primeira versão e
de José Antonio, e a segundo Pedro Monteiro.
Arraial de Cachoeira, 1736, descoberto por Antonio da Silva Cordovil.
13
Muquém, 1736, descoberto por, Antonio da Silva Cordovil.
Santa Rita 1736, descoberto por Antonio da Silva Cordovil.
Amaro Leite, 1749, descoberto por Amaro Leite.
Corumbá, 1749
Cocal, 1749, descoberto por Diogo de Gouveia e Castro.
Anicuns, 1809.
QUADRO 1 Alguns Arraias do Século do Ouro XVIII FONTE: GALLI, (2005)
A mineração trouxe para Goiás, migrantes de várias regiões, que trouxeram
consigo um aumento populacional e com ele o desenvolvimento econômico. Gomes (1993)
afirma que a exploração do ouro transformou Goiás em uma capitania economicamente
importante, se impondo ao Governo Colonial. Contudo, o ouro entrou em decadência, a
economia ficou estagnada, recuperando-se apenas após o século XIX, com a abertura de uma
nova fonte econômica através da atividade agropastoril.
De acordo com Palacin (1994), o primeiro descobrimento de diamantes no Rio Claro
e Pilões se deu em meados de 1733, mas a mineração ainda era proibida por lei assim somente
no ano de 1801 iniciou-se o processo de exploração franqueada nestas terras. Os Diamantes
encontrados nessa região eram enviados para o rei e apenas ele teria direito sobre o produto
arrecadado. Atualmente o Rio comporta alguns municípios que compunham antigo distrito
diamantino sendo algumas originadas através dos pousos de tropeiros e da mineração.
Observe no quadro 2 os municípios compõe o distrito diamantino do Rio Claro.
Iporá
Israelândia
Fazenda Nova
Córrego do Ouro
Buriti de Goiás
São Luiz de Montes Belo
Aurelândia
Cachoeira de Goiás
Paraúna
Ivolândia
Moiporá
Caiapônia
14
Piranhas
Baliza
Aragarças
Registro do Araguaia
Montes Claros de Goiás
Jaupaci
Jussara
Amorinópolis
Palestina de Goiás
QUADRO 2 - OS MUNICÍPIOS QUE COMPÕE O ANTIGO DISTRITO DIAMANTINO DO RIO CLARO...
Limites dos municípios. “Trilhas dos tropeiros século XVIII e XIX de Vila Boa – Cuiabá.” Limites próximos do
Distrito de Diamantino do Rio Claro. FONTE: GOMIS 1998 pg.64
Segundo Gomes (1993), com a mineração várias cidades foram criadas ao
Sudoeste Goiano dentre algumas vem destacar, Aragarças, Baliza, Iporá, Israelândia,
Cachoeira de Goiás e Jaupaci, sendo algumas destas, banhadas pelo Rio Claro.
1.2 Povoamentos de Goiás
De acordo com Palacín (1994) e Gomes (1993), o processo histórico no qual está
inserido o povoamento do Estado de Goiás, se deu com a exploração do ouro, que utilizou os
indígenas como mão-de-obra escrava e também por conta do desenvolvimento agropecuário
como alternativa econômica nas terras goianas. Como já exposto, o Estado de Goiás surgiu
devido a descoberta do ouro, porém, inicialmente a intenção dos paulistas era a de estabelecer
um vínculo entre São Paulo e Cuiabá através da construção de estradas.
Entretanto a descoberta de ouro de aluvião, durante as viagens por Anhanguera,
ocasionou uma grande procura de ouro fácil, o que fez que surgisse uma formação
habitacional nesta região. Como a extração do ouro era demorada, eram poucos garimpeiros
que saíam procurando mais forma5 para garimpar.
Foi através destes movimentos que Goiás começou o seu povoamento, pois
segundo Ferreira e Mendes (2009), logo após a decadência do ouro em Minas Gerais e do
Norte brasileiro ocorreu à exploração do território goiano. Essas regiões possuíam uma grande
quantidade de pessoas que ai se alojavam por causa da mineração, com a decadência da
5 Forma: forma do ouro e conhecido como pó preto, pra saber se tem ouro e preciso encontrar esse pó.
15
mesma na região Mineira e no Nordeste, os locais mais próximos eram o Centro Oeste,
justificando a explosão da febre e da corrida pelo ouro em Goiás.
Várias pessoas partiram para Goiás em busca da riqueza auríferas trazendo
consigo um crescimento na população e um povoamento sem planejamento, devido o fluxo
migratório de pessoas. Para Gomes (1993). O processo de povoamento do Estado não ocorreu
de forma planejada, trazendo assim, um crescimento rápido, e problemas sociais entre as
pessoas. Porém, inicialmente a preocupação era apenas econômica, e não com o bem estar da
população em geral, o autor faz um levantamento importante ao observar os fatores que
contribuíram para o povoamento de Goiás.
[...] outro fatores que contribuíram para o povoamento de Goiás, alguns deles
foram,o posto aduaneiro, [...] fiscalização, [...] posto de policiamento em pontos
estratégicos a margens dos rios, [...] surgindo assim cidade de Aruanã. Os pousos de
tropeiros e boiadas, que deram origem a Três Ranchos.(GOMES, 1993 pg. 64 )
Outro fator que é de suma importância para o povoamento de Goiás foi a
construção de rodovias e ferrovias. As estradas contribuíram de forma significativa, com o
povoamento de Goiás, pois, levavam ao encontro das pessoas, novos hábitos econômicos e
sociais hábitos estes que está relacionado com a tecnologia, saúde e comercialização de
mercadorias. Porém, mesmo com a construção das rodovias e ferrovias, o transporte das
pessoas e inclusive das mercadorias ainda eram de difícil acesso e somente com o passar do
tempo é que se iniciou o maior povoamento em algumas regiões.
Ressalta se que para a urbanização e o povoamento de Goiás, foram
fundamentados pela marcha para o oeste, promovido pelo governo Getúlio Vargas. Com a
descoberta de uma nova região, surgiu então, um interesse por parte do governo em expandir
as fronteiras. Mais tarde no ano de 1933, Pedro Ludovico funda Goiânia que passa a ser a
capital do Estado, anos depois é a vez de Brasília ser construída por interesse do governo de
Juscelino Kubistchek. Novas estradas surgiram ligando não apenas municípios, mas também
outros estados, provocando a migração e conseqüentemente o povoamento acelerado de
Goiás. Com a capital federal do país no estado, o seu desenvolvimento seria mais amplo no
que se refere às rodovias.
No ano de 1970 o governo federal constrói novas rodovias para acelerar a
ocupação do Centro Oeste, ligando Belém-Brasília, Cuiabá-Santarem, Brasília- Fortaleza. A
construção dessas rodovias facilitou uma melhor locomoção, tanto no setor econômico quanto
16
de pessoas. Gomis (1993) vem demonstrar que outras rodovias foram surgindo após a
construção de Goiânia.
Estradas não faltavam ligando o povoado a outros logradouros.Ao cruzar o vau, para
oeste, a antiga estrada subifurcada , indo uma para Cuiabá – via Bom Jardim e
Baliza ou Registro do Araguaia [...] Torres do Rio Bonito (Caiapônia) ate Coxim
[...] na direção Sudoeste Cachoeira de Goiás, Paraúna e Rio Verde. Já no século
XIX. (GOMIS, 1993. pg. 54)
.
Mesmo precárias, as estradas se transformaram em um modo de fácil acesso para
os comerciantes e tropeiros que buscavam serviços. Tendo uma formação sem planejamento,
como cita Gomes (1993), o estado de Goiás demora a se organizar, contudo é necessário que
se perceba a origem e a convivência cotidiana de cada arraial.
Para a formação da cidade é de suma importância o papel que a convivência e o
cotidiano trazem consigo. Segundo CARLOS, (2008 apud Lefebvre pg.23) o cotidiano que
caracteriza a sociedade em que se vive é um cotidiano de construção, na qual a sociedade se
organiza e se constrói, tendo o indivíduo condições de trabalho e idéias para modificar o
meio. As pessoas estão em constante modificação a cada dia, da mesma maneira pode-se dizer
das idas e vindas da mineração.
Voltando à história do povoamento de Goiás ressalta, se que o ouro, principalmente o
de aluvião, não durou para sempre e com a escassez deste minério que era a única fonte de
renda da população, foi necessário pensar em outro meio de sobrevivência, é neste período
que começaram a surgir os trabalhos na pecuária e na agricultura como uma alternativa para o
novo ramo da economia goiana.
Como a agropecuária outra forma de vida começa a surgir,uma vez que as pessoas
não estavam habituadas ao trabalho agrícola, demorou certo tempo para se acostumarem à
nova rotina. Ao se acostumarem com os trabalhos rurais muitas famílias se migraram para
estes lugares e desta forma surgiram alguns lugarejos e vilas, o que ajudou na formação e
povoamento do Estado de Goiás.
A partir do desenvolvimento da pecuária os fazendeiros paulistas vêem em Goiás
uma forma de riquezas e passam a vir para o Estado em busca de grande quantidade de terras
de fácil acesso. Assim, nos primeiros anos do século XX a economia goiana era estritamente
agropecuária.
Como a mineração encontrava-se em decadência e a atividade rural em pleno
desenvolvimento, as fazendas foram sendo implantada para o cultivo de alimentos e para
servirem como fonte econômica. Gomes (1993), afirma que a atividade agropastoril teve
17
influência na formação de fazendas, na elaboração de paróquias e loteamentos rurais o que,
com o tempo se transformava em zona urbana.
A economia goiana no século XIX estava voltada ao ouro, com a escassez do
mesmo, o comércio sofreu um abalo, pois até então, a economia girava em torno da
mineração, com a sua decadência os comerciantes buscaram outras fontes de renda, vendo na
importação de sal, ferro, pólvora e tecido uma nova forma de comercialização, como ocorre
até a atualidade.
Segundo George (1991), o povoamento depende da possibilidade da agricultura, que
continua sendo para todo o homem a base da alimentação e da indústria. Com todos os fatores
do povoamento de Goiás e principalmente o fluxo migratório pode-se dizer que a região
goiana possuía várias culturas introduzidas no interior de sua formação.
Tabela 1 - POPULAÇÃO MIGRATÓRIA DE GOIÁS NO ANO DE 2000 POR
MICRORREGIÕES (dados absolutos e porcentagens).
Cidades População total População migratória %
São Miguel do Araguaia 74.207 3.995 5,4
Rio Vermelho 91.716 2.630 2,9
Ara garças 53.716 3.047 5,7
Porangatu 226.510 12.193 5,4
Chapada dos Veadeiros 56.101 4.368 7,8
Vão do Paraná 91.975 7.189 7,8
Entorno de Brasília 815.193 288.249 35,4
Ceres 212.065 5.324 2,5
Anápolis 465.189 165.825 3,0
Goiânia 1.697.307 165.825 9,8
Anicuns 101.896 3.036 3,0
Iporá 62.363 1.640 2,6
Sudoeste goiano 334.557 29.194 8,5
Quirinipolis 93.504 6.835 7,3
Vale dos Rios dos Bois 101.450 5.154 5,1
Meia Ponte 314.391 23.731 7,5
Pires do Rio 86.223 3.248 3,8
Catalão 118.163 6.756 5,7
Total 5.003.228 596.756 11,5
FONTE IBGE (2000) Recenseamento giro Goiás e Tocantins,
18
Com a dinâmica do povoamento de Goiás, sabe-se que este foi um Estado
povoado por meio da migração de várias regiões do país. É possível perceber na tabela acima
que o fluxo migratório dentro do território goiano é muito significativo e exerce influencia
constante na cultura local e no crescimento populacional da região. A migração de pessoas do
campo para as cidades também é um problema a se pensar.
O inchaço da população fez com que surgissem nas cidades novas vilas sem infra-
estrutura em bairros afastados dos grandes centros demonstrando nestas localidades uma falta
de planejamento. Goiânia por ser a capital de Goiás com o passar dos anos aumentou o
número de sua população, criando assim um crescimento acelerado, no tocante à quantidade
de pessoas gerando o surgimento de vários setores, alguns desenvolvidos e outros em
processo de descobrimento provocando uma desestruturação em alguns bairros com poucas
condições de vida para a população, citando, por exemplo, a falta de policiamento. Na tabela
abaixo pode se observar o fluxo a população urbana e rural.
Tabela 2 – Estado de Goiás
População Habitantes
1970 %
Habitantes
1980 %
Habitantes
1991 %
Habitantes
2000 %
Urbana 1.106.310 45.8 2.131.345 68.4 3.247 80.8 4.396 87.8
Rural 1.310.391 54.2 1.458.111 31.6 771.227 192 6.06.583 12.2
Total 2.416.701 100 3.589.456 100 4.018 100 5.003.228 100
FONTE: Gomes (1993)
Estes dados mostram que no ano de 1970 o número de pessoas residindo no
campo era maior que o da cidade, no ano de 1980 houve uma inversão nestes dados, mas nos
anos seguintes a população rural teve um avanço em relação à população urbana. De acordo
com Santos (2009), fatos esses que foram decorrentes da mecanização da agricultura e do
processo de evolução tecnológica ocorrida no campo.
1.3 Cidade e Urbanização
De acordo com Garavelo e Garcia (1996) existem dois tipos de cidades: as
planejadas e as espontâneas. As cidades planejadas são aquelas que surgem a partir de um
plano de crescimento urbano, pode-se considerar Goiânia como uma cidade que, inicialmente
foi planejada, mas a sua população com o passar do tempo ultrapassou o esperado provocando
um inchaço no espaço urbano da cidade. A maioria das cidades brasileiras e principalmente
19
em Goiás surgiram de forma espontânea, ou seja, sem nenhum planejamento urbano,
principalmente as cidades que se formaram através da mineração. Por conta da urbanização
sem planejamento, são comuns, cidades com formação de ruas estreitas e problemas sociais
como a falta de policiamento, saneamento básico e poucas oportunidade de emprego, o que
provoca uma aglomeração de pessoas em uma determinada área por conta da falta de
oportunidades e condições de vida melhor.
De acordo com Carlos (2008), é evidente que os bairros se diferenciem de acordo
com os movimentos nas ruas tendo a divisão em bairros nobres e populares. Percebe-se com
isso que o uso diferenciado da cidade faz com que o espaço se construa e se reproduza de
forma desigual, provocando uma forte e decorrente desigualdade social.
As cidades em si são uma forma de expressão contundente do processo de
urbanização desencadeado pela formação econômica e social, levando em consideração a
convivência, a forma como se vive. Para Carlos (2008), o modo de vida urbana, produz idéias
e comportamentos, além de valores e cultura, de acordo com o autor, a cidade:
Representa um trabalho materializado, ao mesmo tempo em que representa uma
determinada forma de processo de produção e reprodução de um sistema especifico,
portanto a cidade e também uma forma de apropriação do espaço urbano produzido.
Enquanto materialização do trabalho social e instrumento da criação de mais valia.
(CARLOS, 2008 pg. 27)
Como é possível perceber se a cidade surge conforme a necessidade econômica de
cada lugar ou espaço e com ela o povoamento. O surgimento das cidades goianas ocorreu
através da eloqüente exploração do ouro por meio da colonização espontânea tendo também
um grau de importância a construção de rodovias e ferrovias. De acordo com Gomes (1993),
estas que são de integração nacional desempenham um importante papel no processo de
povoamento e urbanização em Goiás, pois era, mas que levavam as primeiras pessoas para
regiões desabitadas e isoladas.
As cidades diante da construção de rodovias e ferrovias possuíam segundo Gomes
(1993) um formato arcaico sem nenhum conforto tecnológico. O seu formato era
característico com uma praça no centro, com uma igreja, geralmente com uma construção
tortuosa por causa do relevo acidentado predominantes em regiões auríferas.
20
A principal causa da urbanização em Goiás, para Gomes (1993) foi o processo de
migração da zona rural para a zona urbana, causado os pelo êxodo rural, dando procedência
ao surgimento das cidades espontâneas. Para que se compreenda a espacialidade do
surgimento de algumas cidades goianas, e necessário que se analise o impulso obtido das
fazendas para a formação de algumas cidades como Jataí, Rio Verde, Mineiros, Caiapônia e
Paraúna. George (1991) vem lembrar que a cada dia a população rural vem sendo esquecida e
sendo empurrada cada vez mais pelos centros urbanos.
21
2 CONTEXTO HISTÓRICO DA CIDADE DE JAUPACI - GO
A história do município de Jaupaci6 está relacionada à mineração desde a
descoberta de jazidas de diamante e ouro na região, na década de 50. A notícia se espalhou
atraindo garimpeiros e aventureiros de toda região para o local, dentre esses aventureiros se
encontrava o senhor João Paraíba e sua família. O aumento da produção de diamantes
proporcionou o fluxo de migrantes para o local, instalando-se nas proximidades do Rio Claro.
A região era sediada, no início de sua formação, pelos garimpeiros que vieram
em busca de grandes riquezas que descobertas por volta de 1727 pelos bandeirantes, nas
margens do Rio Claro e Pilões. Porém, em Monchão do Pacu o garimpo só ocorreu muito
tempo depois, por volta de 1950 pelo João Paraíba. Quando este chegou à região havia uma
pequena aldeia que com a descoberta mancha de diamante deflagrou o inicio de uma busca
incansável pela região, o que atraiu várias pessoas de todo o estado em para a tão falada
mancha.
Atualmente no município residem famílias que se mudaram para a cidade na época
do garimpo, vindas do Ceará, Rio Grande do Sul, Pernambuco, entre outros e que foram
migrando para a região com o passar dos anos. No ano de 1958, o Monchão do Pacu deixa de
fazer parte do distrito de Iporá, para se chamar Jaupaci. O nome da cidade se originou através
de três travessões que fazem parte do Rio Claro: Jau, Pacu, Cipó. A emancipação da cidade se
deu por meio da lei nº 2.111 de 14 de novembro de 1958. Antes de Jaupaci se desmembrar de
Iporá, quem respondia pela cidade era o senhor Israel de Amorim, que construiu a primeira
estrada, dando acesso a cidade de Jaupaci aumentando assim o povoado.
O município, ao longo de sua trajetória contou com vários prefeitos, mas os primeiros
não foram eleitos, através do voto, sendo nomeado um interino no ano de 1958 a 1960 e o
outro de 1961 a 1962. A emancipação tornou mais viável à captação de recursos para a
cidade, uma vez que por conta de uma dependência de comarca de Iporá os recursos se
6 Fonte encontrada na Secretaria da educação do município em documento dotado de 1995 em ata da sessão
solene inaugurada no município de Jaupaci de 1 de Janeiro de 1959.
22
concentravam nela. Com a emancipação, os recursos governamentais seriam revertidos para o
município de Jaupaci proporcionando o surgimento do centro comercial. A partir deste
momento, Jaupaci assume características de cidade. A mineração proporcionou um aumento
na população e uma reformulação nas casas da região. Inicialmente os garimpeiros moravam
em barracos de palhas, ou de lona na margem do rio, esse exemplo pode ser observado na foto
abaixo (Figura 1)
FIGURA 1: Garimpeiros acampados no Rio Claro. Fonte: amujaci 1957
2.1. Localização Geográfica do Município de Jaupaci
No mapa a seguir é possível identificar o município de Jaupaci com mais exatidão,
observe a ( Figura 2).
24
O município de Jaupaci está localizado no mapa de Goiás, a 16° 10‟ 41‟‟ latitude
sul, e 50°57‟11” oeste. De acordo com o Registro de Imóvel e Hipotecas7 de Jaupaci é
importante ressaltar que o perímetro urbano da cidade possui uma área de 527 km². O
município está situado na meso região Oeste de Goiás e na microrregião de Iporá. Distante de
Goiânia 204 km, a cidade faz divisão territorial com, Fazenda Nova, Israelândia, Montes
Claros, Diorama e Iporá.
O relevo de Jaupaci é formado pelas serras do Guarda-Mor e serra da Sentinela. O
clima na região é quente e seco, com temperatura média de 30º de altitude e de 450 m acima
do mar, a vegetação predominante é cerrado e campos. A cidade possui como privilégio ser
banhada pelo Rio Claro que por sua vez possui várias ramificações de córregos que abastecem
algumas fazendas.
2.2 O surgimento da cidade
Com base nas pesquisas realizadas pode-se observar que a cidade possuiu dois
períodos de desenvolvimento, sendo o primeiro entre o ano de 1958 a 1994. Inicialmente para
se pensar como esse fato ocorreu, é necessário analisar como se deu o surgimento da cidade.
Segundo Gomes destaca-se (1993), com a mineração várias cidades foram criadas no
Sudoeste Goiano dentre Aragarças, Baliza, Iporá, Israelândia, Cachoeira de Goiás e Jaupaci,
sendo algumas destas banhadas pelo Rio Claro. Quando o ouro da região acabava muitas
cidades povoadas pelos garimpeiros eram abandonadas, algumas se tornavam taperas outras
se sobressaíam fornecendo a população suporte para moradia.
Após a emancipação, a cidade cresceu veio crescendo a passos lentos, mas a
população aumentou, e com ela a necessidade de uma maior organização, dando
condicionamento para a sua população. No ano de 1982, é construída se na cidade a primeira
lavanderia da cidade, dando um melhor suporte para as donas de casa. (Figura 3)
7 Registro de imóvel e Hipotecas: documento encontrado no Tabelionato Oliveira no ano de 1961 registrado no
cartório
25
FIGURA 3: da lavanderia da cidade de Jaupaci construída no ano de 1982. FONTE: Souza 2011
A lavanderia foi uma vitória para os moradores da cidade, pois as mulheres
tinham que lavar roupa no Rio. A sua construção facilitou muito a vida delas, e várias outras
construções importante foram surgindo, hospital, delegacia, o comércio, igreja, prefeitura.
Com o passar dos anos a cidade foi crescendo e tomando novas formas e a população teve que
se adequar ao que a cidade lhe oferecia. Ela foi crescendo, de forma horizontal expandindo se
em direção a parte da localização da Igreja Católica, com a construção da rodoviária, as
pessoas foram se mudando para perto desta que se tornou o marco do centro da cidade.
O período mencionado anteriormente foi o de maior fluxo econômico da cidade
de Jaupaci. As pessoas vinham de todas as regiões do país e com o êxodo rural houve um
aumento da população, junto a esse fator, a notícia de uma mancha de diamante muito grande
encontrada na região fez com que as pessoas trabalhavam no campo decidissem vir tentar a
vida no garimpo. Com a notícia de diamantes e ouro em abundância, Jaupaci passou a ser
conhecida por vários garimpeiros e compradores de diamantes. Segundo o senhor Ferreira8, a
economia girava em torno do garimpo, mas com o passar do tempo e a extração em excesso, a
potencialidade das jazidas de diamante começam a diminuir e com ela a renda familiar. Esse o
que preocupava os garimpeiros, pois tinham que buscar o sustento de suas famílias.
As pessoas estavam tão acostumadas a trabalhar no garimpo, que algumas saíram
em busca de jazidas em outras cidades, deixando a sua família. Outros tiveram que voltar para
o campo para trabalhar, alguns não sabiam nem pegar em uma foice, nem tirar leite, só
garimpar, mas eles tiveram que aprender, porque era uns dos únicos empregos na cidade. A
mineração do granito surgiu como outra fonte trabalho. 8 Ferreira: Jose Ferreira foi o senhor que e morador e garimpeiro da cidade, foi uns dos que ajudou com dados
para realizar esse trabalho.
26
A extração de granito se iniciou antes do fechamento do garimpo, mais a mão de
obra teve que vir da Bahia. Tempos depois alguns moradores aprenderam a profissão tirando
daí o seu sustento e de suas famílias. No ano de 1994, o que estava sendo temido pelos
moradores acontece, o garimpo é fechado, provocando assim o segundo período que se inicia
em 1995-2010.
Após o fechamento do garimpo, a cidade entra em declínio econômico
provocando uma queda na economia da cidade, a população, acostumada a ganhar dinheiro
rápido passa por uma nova realidade econômica começa a se evadir, com ela vão também o
emprego e a renda familiar. Esta sofre muita influência e esse acaba provocando as mazelas
na cidade. A população sofre com o fim do garimpo, o desenvolvimento da cidade agora
passa por outra realidade, com a falta de dinheiro as pessoas começam a mudar seu foco em
direção as fazendas próximas a cidade em busca de trabalho, outras buscam medidas mais
drásticas, mudando para outras cidades como Goiânia e Rio Verde, por acreditarem que estas
sejam oferta de empregos.
A falta de emprego e moradias tornou-se uma das preocupações dos moradores
pois as pessoas não possuíam condições para construir suas casas. Como se pode observar na
imagem abaixo, a casa pertencia um garimpeiro que tinha condições financeiras melhor em
relação aos outros moradores. A figura 4 pode-se observar como era a construção de algumas
casas na cidade na época do garimpo.
FIGURA 4: casa construída no ano de 1950, em Jaupaci. FONTE: Souza 2011
27
Como observado na imagem é possível verificar como eram as casas dos
moradores veja-nos (anexos 1) imagem de algumas casa que ainda são encontradas na cidade.
A cidade com o passar dos anos foi se desenvolvendo e crescendo e se ao fazer uma análise
da cidade, tendo como referência a época em que esta possuía como suporte econômico o
garimpo, pode-se disser que mesmo após o fechamento desta, a cidade conseguiu se
desenvolver e crescer, obtendo um desenvolvimento quando se fala em parâmetros urbanos,
contendo em seu suporte o surgimento de novas vilas, a construção de novos órgãos públicos,
o que proporcionou a cidade uma nova forma. Isso é possível perceber na figura 5 que
representa a imagem aérea da cidade
FIGURA 5: Aérea de Jaupaci no ano de 2010.Fonte: Google eather
Jaupaci não é uma cidade com desenvolvimento econômico significativo, o
capital da cidade gira entorno do comércio e dos funcionários públicos e trabalhadores
autônomos. O redirecionamento médio da cidade é de um salário mínimo por pessoa, algumas
pessoas vivem com até menos, a comunidade sofre com a falta de emprego e infra-estrutura.
Inicialmente é comum fazer uma primeira análise da cidade, levando em
consideração os critérios sobre a quantidade populacional extensão territorial e a densidade
demográfica da região. É possível também analisar o contexto da cidade, se fazendo uma
ordenação onde leva em conta a moradia saúde, educação, emprego, e também serviço social.
28
Gomes (1993) faz algumas reflexões para definir a organização urbana. A maioria
das cidades goianas possuem serviços urbanos e a hierarquia e a organização são de
fundamentos importantes para estas. Mas a hierarquia urbana pode ser analisado segundo
alguns critérios utilizados por ele tais como: População: quantidade de população; Função:
Indústria, saúde, comercial, finanças e ensino; Conforto Urbano: serviços essenciais a
população como água, energia, redes de saneamento básico, telefone, e outros; Influencias
Urbanas: indústrias comercio, educação, cultura e transporte. Estas são alguns aspectos que o
autor faz referências sobre o que é importante se ter em uma cidade para melhor condição
para os seus habitantes.
Carlos (2008) faz duas afirmações para definir a paisagem urbana. “O espaço
construído9 e o segundo diz respeito ao movimento da vida
10”. Segundo observação de campo
o município de Jaupaci não possui uma infra-estrutura urbana planejada, mas de acordo com
alguns conceitos abordados por Gomes (1993), pode-se apontar alguns serviços urbanos, para
se determinar a importância da hierarquização da cidade contando com atendimento
educacional, serviços públicos, assistência à saúde comércios e outros.
Confecção Praças Prefeitura
Campo de futebol Creches Torre de radio
Hospital Igreja Pamonharia
Ginásio de esporte Danceteria Bancos
Pedreiras Supermercados Torre de telefone da Oi
Padarias Loteria Laticínio
Caixa eletrônico Agencia de correios Sindicato rural
Lojas de moveis Farmácias Água Tratada
Sapataria Lojas de roupas
Salão de beleza Vilas
QUADRO 4: Estruturas Urbanas e Atividade e Econômica do Município de Jaupaci - GO. FONTE: Paula
Este quadro demonstra algumas estruturas urbanas encontradas na cidade de
Jaupaci, fornecendo à população algumas comodidades e benefícios. Mesmo estas
benfeitorias terem ocorrido a passos lentos, para chegar a estrutura que se encontra atualmente
pela cidade. Dentre os aspectos analisados destaca-se a qualidade dos serviços urbanos
9 “Espaço construído segundo Carlos nos leva a pensar nas diferenças sociais, econômicas e a diversidade, tendo
pessoas com funções e divisões de trabalho diversificado. O espaço urbano este esta sempre em processo de
desigualdade sócia.” 10
“Modo de vida segundo Carlos demonstra a cidade como uma concentração de construções e de gente e
movimentando, as pessoas nas ruas, e as ruas asfaltadas.”
29
encontrados, como referente relevância o tamanho de sua população e o tamanho do seu
território. Apesar de oferecer algumas comodidades as pessoas deixam de influenciar na
economia da cidade, para ir para Iporá comprar algumas mercadorias por conta dos preços
serem mais favoráveis para o consumo, por ser uma cidade maior e melhor estruturada,
oferece bem variedades de itens, já que hoje, as pessoas precisam pela escola de seus produtos
as pessoas a procuram por ter um melhor acesso por parte de transporte.
30
3 URBANIZAÇÃO E CRESCIMENTO POPULACIONAL DO
MUNICÍPIO DE JAUPACÍ GOIÁS
Quando se fala em urbanização, logo vem à mente uma cidade estruturada com o
capitalismo muito bem desenvolvido na cidade não é verdade? Pede-se a atenção agora para
uma realidade de urbanização de uma cidade que surgiu através do garimpo, para que se
compreenda a urbanização, segundo Gomes (1993), é necessário se relacionar que para haver
este processo é preciso que haja um crescimento populacional e um desenvolvimento em certo
espaço de tempo. Para Santos (2009), a urbanização também aumenta porque cresce a
quantidade de agricultores residente na cidade. Compreendendo inicialmente este percurso
fica fácil chegar à fonte de pesquisa que está relacionada à cidade de Jaupaci.
Como já abordado por Gomes (1993), Jaupaci é uma cidade que se originou da
mineração, tendo também como conhecimento que, alguns lugares surgiram por meio da
busca pelo ouro. Com o decorrer dos acontecimentos advindos da decadência da mineração,
alguns arraiais entraram em decadência se tornando taperas e até mesmo deixando de serem
futuras cidades. Observando por este foco da pesquisa realizada na cidade, por maiores que
fossem as dificuldades enfrentadas pela população, Jaupaci conseguiu se manter passando de
povoado à cidade.
Segundo os dados coletados com alguns moradores, a população crescia a todo
instante trazendo consigo algumas preocupações no tocante ao alojamento das pessoas que
chegavam além da preocupação em manter a saúde e a educação dos os moradores. De acordo
com Santos (2009). a expansão do consumo da saúde, educação, lazer e moradia, leva a
buscar uma melhor compreensão dos fenômenos da urbanização. Com o povoamento
acelerado de maneira desorganizada não havia como alojar todos ao mesmo tempo, algumas
atitudes iniciais tiveram que ser tomadas, alguns loteamentos foram distribuídos pela
prefeitura para que algumas famílias pudessem construir suas casas, que eram feitas de palhas
e outras mais sofisticadas eram construídas de adobe.
Jaupaci começa a tomar forma, foi crescendo e a população aumentando, os
governantes da cidade também não ficaram quietos, formulam projetos para arrecadar fundos
para construção de algumas obras públicas, dentre elas a de uma escola em 1961, onde hoje
31
funciona o colégio Getúlio Vargas. Com o decorrer dos anos foi construída a Praça Geraldo
de Oliveira, proporcionando a partir de então um crescimento da cidade. O desenvolvimento
desta perdurou por muito tempo, concentrando se nas proximidades do Rio Claro. Surgiram
também algumas casas nas proximidades da rodovia Juca Rocha também conhecida como
GO-422.
Com o desenvolvimento em andamento a tecnologia chega à cidade e segundo o
senhor Otávio Viana, algumas como a energia elétrica, televisão na cidade, alguns aparelhos
de eletrodomésticos, foi uma completa revolução não era todas as famílias que tinha este
aparelho em casa, mas mesmos os que tinham colaboravam com os menos favorecidos.
A presença da tecnologia na vida humana é tão acentuada que, associada ao
fenômeno do desenvolvimento das forças produtivas e à forte tendência de
interpretações economicistas da vida social, pode conduzir a determinismo
tecnológico, que considera a tecnologia como o elemento que determina a vida
social. ( EUGENIO 2003 p.02)
É importante ressaltar que as tecnologias influenciam no desenvolvimento de um
determinado espaço, influenciando a sua progressão. O desenvolvimento chega a passos
lentos na cidade de Jaupaci provocando um retardamento na sua ampliação deixando a mesma
levar muito tempo para chegar a consolidação da estrutura urbana encontrada. O transporte
era feito através de carroça ou bicicleta e a chegada do primeiro veículo o provoca um
alvoroço entre os moradores.
Como aparecimento de novas famílias a necessidade de mais loteamentos era de
suma importância. Mas a população enfrentava outra difícil realidade, pois possuíam o lote e
não tinham como construir, uma nova saída é oferecida e, a tão sonhada casa é financiada pela
COHAB11
pelas pessoas que não podiam construir suas casa. Esse sistema constrói as casas
em lotes mais afastados do centro sendo este localizado nas proximidades da Praça Geraldo
de Oliveira. Com estas construções a cidade de Jaupaci toma novas formas crescendo em
ângulo vertical em relação às margens do Rio Claro.
Com o crescimento, a pavimentação das ruas é outra necessidade. Conforme
Clark (1982), para o desenvolvimento urbano de uma cidade a construção de ruas e estradas é
importante para o desenvolvimento local. A construção de estradas ou ate mesmo em menor
escala, a rua é essencial para o desenvolvimento urbano e principalmente para a valorização
comercial. Jaupaci em franco desenvolvimento em sua estrutura a construção de uma a rua
11
COHAB: Plano criado pela caixa para construção de casas com pagamento a longo prazo
32
principal que corta a cidade no sentido norte sul que foi responsável pelo seu
desenvolvimento. Seu nome é Avenida Tocantins construída e revestida em boas parte de
broquetes, mas possui ainda hoje a mesma estrutura do início da urbanização de Jaupaci. A
cidade vai se urbanizando e sofrendo transformações, as obras públicas vão surgindo dentre
elas a construção do posto telefônico, de novos bairros, do campo de futebol como forma de
lazer para a comunidade. Em anexos encontram se as imagens de algumas vilas e setores
localizadas no município de Jaupaci algumas construídas placas de cimentos com estruturas
precárias com espaços mínimos e outras construídas de tijolos, mas também com tamanhos
diminuídos.
GRÁFICO 1 Números representativos da população total do município de Jaupaci dado obtidos junto a SEPLAN
2011 FONTE.SOUZA.2011
Com a construção das casas Jaupaci, vai se urbanizando, e a população aumenta.
De acordo Santos (2009) a urbanização acontece conforme o espaço vai se ocupando seja por
meio econômico ou aumento populacional. O gráfico 1 abaixo demonstrando o crescimento
da população de 1980 a 2000.
Ao se analisar o gráfico, observa se que a população referente ao ano de 1980 era
de 2.600 pessoas, de 1991 houve um crescimento muito grande, o que leva a pensar o que o
provocou. Neste período a cidade estava crescendo e com ela a sua população, tendo como
forte influencia da mineração. No ano de 2000 a população ainda continua se mantendo,
mesmo com o fechamento do garimpo as pessoas ainda tentam sobreviver ainda que haja a
falta de emprego. O principal recurso de trabalho foi à ida para o campo, e muitos garimpeiros
que não sabiam trabalhar nas fazendas de gado leiteiro tiveram que exercer tais funções. No
2.400
2.600
2.800
3.000
3.200
ppopulação total1980
população total1991
população total2000
população total2010
População Total do Município de Jaupací-Go
33
ano de 2010 o índice populacional do município de Jaupaci, começa a diminuir. Os gráficos 2
e 3 mostra população urbana e rural de Jaupaci.
GRÁFICO 2.Números representativos da população urbana do município de Jaupaci dados obtidos junto à
SEPLAN 2011.FONTE.SOUZA.2011
O crescimento da população urbana do município de Jaupaci, após o fechamento
do garimpo se estagnou, mantendo seu número. Após ano de 2005 a 2010 teve um maior
declínio, pois algumas famílias se mudaram para o campo e outras passaram a trabalhar nas
fazendas. Outros resolveram tentar a vida em outra cidade, sendo importante frisar que a
maioria das pessoas que se mudaram eram pessoas mais jovens em busca de uma melhor
formação, seja econômica ou educativa. Segundo Santos (1985), a migração acontece
conforme a necessidade econômica e social do indivíduo. Muitas pessoas mudaram, outras
ainda moram na cidade. Os moradores mais velhos decidiram ficar em Jaupaci. O gráfico 3
mostra a distribuição da população rural.
Segundo Santos (2009), o povoamento e o crescimento das cidades ocorreram
conforme estas recebiam pessoas da região rural para a região urbana, provocando assim um
inchaço populacional nas cidades.
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
população urbana1980
população urbana1991
população urbana2000
população urbana2010
População Urbana do Município de Jaupaci -GO
34
GRÁFICO 3 Números representativos da população rural do município de jaupaci dados obtidos junto à
SEPLAN 2011.FONTE.SOUZA.2011
A população rural no ano de 1980 é maior do que dos anos que se seguem, até o
período de 2010. Nos anos subseqüentes a grande responsável pelo êxodo rural foi a
mineração, as pessoas saíam do campo em busca do diamante para melhorar a sua economia
familiar. O número de empregos ofertados na cidade após o fechamento do garimpo não era o
suficiente, provocando o retorno de algumas famílias para o campo. O gráfico 4 mostra o
número de empregos de carteira registrada encontrado no município do período de 1999 a
2010.
GRÁFICO 4.Números representativos de empregos encontrados no município de Jaupaci dados obtidos junto à
SEPLAN 2011.FONTE.SOUZA.2011
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
rural 1980 rural 1991 rural de 2000 rural 2010
População Rural município de Jaupací-Go
0100
200300
400
1999
2004
2008
2010
Números de emprego encontrado no município de Jaupací -Go
35
Estes dados foram encontrados no SEPLAN, e pode se verificar que do ano de
2004 a 2010 houve um crescimento no número de oferta de emprego, mais esta é a questão a
se observar, no que concerne a qualidade do emprego ofertado. Com os dados coletados com
os moradores do município a maioria dos empregos estava relacionados com o campo,
comércio e a mineração de granito. No ano de 2009 a 2010 houve um grande favorecimento
para a população em relação ao emprego.
Com a implantação de algumas facções da Hering a economia familiar começa a
se estabilizar, muitas famílias foram favorecidas com o emprego, muitos jovens que não
possuíam perspectiva de trabalho, com primeiro emprego tiveram uma nova direção em sua
vida. Segundo Carlos (2008), o uso diferenciado da cidade demonstra que esse espaço se
constrói e se reproduz de forma desigual e contraditório, a desigualdade espacial é produto da
desigualdade social
A Jaupaci, mesmo sendo uma cidade pequena enfrenta algumas dificuldades de
uma cidade grande, como desemprego, adolescentes roubando, se prostituindo, e o mais
difícil, o uso de drogas como bebidas alcoólicas e cigarros. Estes dados foram relatados por
alguns pais que enfrentam alguns destes problemas dento de casa ou possui alguém na família
que passa por esta dificuldade. Jaupaci embora seja pequena também possui suas mazelas e
Santos (2009), diz que quanto maior a cidade maior são as dificuldades. Através dos dados
pesquisados tem-se consciência em dizer que as mazelas não ocorrem em apenas nas grandes
cidades, mas, em todo o espaço onde há uma sociedade em desenvolvimento e diferenças
sociais.
3.1. Principais atividades econômica da cidade de Jaupaci
Segundo a SEPLAN, a agricultura tem se desenvolvido sem grande ênfase tendo
como principal cultivo o arroz, feijão, milho, feijão e melancia. A prefeitura tem uma grande
contribuição social com intuito de ajudar as famílias menos favorecidas com a lavoura
comunitária que favorece a todo o município. Jaupaci conta também com a apicultura e o mel
tem grande saída de exportação. Na hortifruticultura, muitos fazendeiros vendem algumas de
suas produções na feira da cidade. A pecuária tem grande destaque econômico com a criação
de gado bovino, possuindo também a criação de suínos e eqüinos. A extração e exportação de
granito vermelho, comércio de secos e molhados.
36
4.CONCLUSÃO
Ao se concluir este trabalho, ficou uma grata satisfação em mostrar um pouco do
contexto histórico e geográfico da comunidade jaupaciense.
Ao longo dos último dois anos, em que estivemos envolvidos na busca por
respaldo para nossa pesquisa, percebemos pelos relatos, manuscritos, correspondências, livros
de atas. Que existia um processo de desenvolvimento da cidade de Jaupaci, porém, todo esse
processo, nunca teve um assentamento. As disparidades entre uma e outra informação, fez
com pudéssemos melhor investigar e concluirmos que o nosso trabalho caminhava no rumo
certo dos nossos objetivos.
Tivemos muitas dificuldades, em levantar os dados aplicados à pesquisa, porque
não houve, até então, uma preocupação das autoridades constituídas, igrejas, e,
principalmente os educadores, em relatar e assentar o processo de criação e crescimento da
cidade.
Como nós trás Gomes (. 1993), Jaupaci, também foi criada a partir da vontade
política e até de ocupação do Brasil Central, e, ignorado os processos de observação das
necessidades que uma cidade precisa ter tais como.saúde, emprego, desenvolvimento urbano.
De acordo com os dados levantados através da pesquisa foi muito gratificante
conhecer na integra vista pelas pessoas mais velhas da cidade, contribuindo para a realização
da pesquisa. Com a finalização da pesquisa e através dos dados obtidos, podemos dizer que o
município de Jaupaci foi se urbanizando com o decorrer do tempo, com o desenvolvimento
mesmo ocorrendo a passos lentos, levando em consideração ela ter surgido do garimpo e ter
conseguido perdurar e se desenvolver. Como já mencionado anteriormente no terceiro
capitulo a urbanização ocorre conforme o espaço vai se desenvolvendo e com ele a sociedade.
Jaupaci foi se transformando com o passar dos anos, se desenvolvendo, e com ela a chegada
de novas tecnologias e conforto para a população.
37
5 REFERÊNCIAS
CARLOS, Ana Fani Alessandre. A Cidade 8º Edição 2ª reimpressão - São Paulo Editora:
contexto 2008.
CAVALCANTE, Ana Souza (org.) Geografia da Cidade: Produção do espaço urbano de
Goiânia, Editora Alterante. 2001
CLARK, David: Introdução á Geografia Urbana. Editora Difel. São Paulo1985
EUGENIO, Líber Paz: Considerações sobre Sociedade e Tecnologia a partir das Historietas
de Autores Brasileiros Pesquisa (UTFPR). Paraná p.1- 9.Janeiro 2003
EUGENIO, Líber Paz: Considerações sobre Sociedade e Tecnologia a partir das Historietas
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IMAGEM DA CIDADE CONSTRUÍDA DA ÉPOCA DO GARIMPO
Prédio do antigo hospital.
Primeira pensão em Jaupaci.