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Curso Preparatório para Carreira Jurídica Curso Preparatório Carreira Jurídica Matéria: Direito Processo Penal Este resumo foi elaborado por monitores a partir da aula ministrada em sala Ementa da Aula: Principais princípios do Processo penal: Princípio da Humanidade, Princípio da legalidade, princípio da igualdade judicial, princípio do devido processo legal, princípio da publicidade, princípio do estado de inocência, princípio do contraditório, ampla defesa, princípio do duplo grau de jurisdição, princípio da verdade real, princípio da oficialidade, princípio da indisponibilidade, princípio da iniciativa das partes, princípio do impulso oficial, princípio da ordem consecutiva legal, princípio da economia processual, princípio no bis in idem, princípio favor libertatis. Sistema inquisitivo, sistema acusatório. Ação Penal. Teorias sobre ação, características e espécie. AULA 01 1.1 Lei Processual no Tempo A lei processual aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo dos atos realizados sob vigência da lei anterior (Art. 2º do CPP).

Processo Penal

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Page 1: Processo Penal

Curso Preparatório para Carreira Jurídica

Curso Preparatório Carreira Jurídica Matéria: Direito Processo Penal

Este resumo foi elaborado por monitores a partir da aula ministrada em sala

Ementa da Aula:

Principais princípios do Processo penal: Princípio da Humanidade, Princípio da legalidade, princípio da igualdade judicial, princípio do devido processo legal, princípio da publicidade, princípio do estado de inocência, princípio do contraditório, ampla defesa, princípio do duplo grau de jurisdição, princípio da verdade real, princípio da oficialidade, princípio da indisponibilidade, princípio da iniciativa das partes, princípio do impulso oficial, princípio da ordem consecutiva legal, princípio da economia processual, princípio no bis in idem, princípio favor libertatis. Sistema inquisitivo, sistema acusatório. Ação Penal. Teorias sobre ação, características e espécie.

AULA 01

1.1 Lei Processual no Tempo

A lei processual aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo dos atos realizados sob vigência da lei anterior (Art. 2º do CPP).

Portanto, embora se deve atender ao critério da legalidade não há de se falar em irretroatividade da lei processual penal. Normas mistas (conteúdo de Direito Penal e Processo Penal). Ex. Art. 366 CPP, tem reflexo na prescrição nestes casos.

1.1.1Lei Processual no Espaço

Princípio da Territorialidade

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A Lei processual penal aplica-se a todas as infrações penais cometidas em território brasileiro, sem prejuízo das convenções, dos tratados e das regras de direito internacional. Algumas exceções á territorialidade do Código Penal:

Código Processual Militar;

Código Eleitoral;

Lei de tóxicos;

Lei dos Juizados Especiais Criminais.

2. PRINCIPIOS DO PROCESSO PENAL

Principio da Humanidade: Implica no direito ao respeito, de que toda pessoa humana é titular, cabendo ao Estado tomar providências.

Princípio da Legalidade: Art. 5º, II, CF/88 e Art. 22, I, CF/88. Qualquer iniciativa dos Estados-membros do DF, sobre matéria de procedimentos.

Princípio da Igualdade Judicial: Princípio do Juiz e do promotor naturais, art. 5º LIII da CF/88. Com isso garante-se a existência de um órgão julgador técnico e isento, com competência estabelecido na própria constituição e legislação de organização judiciária.

Princípio da Publicidade: Decorrente da democracia e do sistema acusatório, o princípio processual da publicidade encontra guarida no art. 5º inc. LX CF/88.

Observação: Restrição a publicidade, art. 792 § 1º CPP ( caso genérico). Art. 485 (votação no júri), Art. 217 ( retirada do réu), Art. 748 ( registro de reabilitação) somente o juiz criminal pode pedir os registros, Art. 20 ( Sigilo no inquérito policial), art. 202 da Lei de execuções penais, e art. 3º da Lei Federal n. 9.034/95.

Princípio do Estado de Inocência: Este princípio foi criado para o acusado. Importante salientar que o Código de Processo Penal fala do ofendido em único artigo, sendo este o art. 201 CPP.

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a) Obriga ao julgador a verificar detidamente a necessidade da restrição antecipada ao jus libertatis do acusado, fundamentando sua decisão.

b) Atribuir inexoravelmente o ônus da prova da culpabilidade do acusado ao MP ou parte privado acusadora.( Querelante).

c) Assegurar a validade de regra in dúbio pro reo, que sempre favorece a posição jurídica do acusado.

1ª Observação: O art. 413 do Código Processo Penal, beneficia o acusador, mitigando o princípio do in dúbio pro reo.

Garantia Contra a Auto-incriminação: No sistema brasileiro admite-se que o indiciado ou réu, possa mentir, que negue a relação com o fato, que cale a verdade, que fantasie, que amolde versões aos seus interesses.

Princípio do Contraditório: O contraditório, que em lógica implica a existência de duas proposições atuais que uma afirma que a outra nega, tem como os corolários ou implicações, igualdade entre as partes ou isonomia processual, bilateralidade da audiência e a ciência bilateral dos atos processuais.

Princípio da Ampla Defesa: Para assegurá-lo as inteira é preciso permitir ao réu:

a) Conhecimento claro e prévio da imputação

b) Faculdade de apresentar

Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: Assegura-se o direito de revisão da decisão por um órgão colegiado superior.

Princípio da Verdade Real: Este axioma recomenda ao julgador as partes entre estas principalmente ao Ministério Público que se empenhem no processo para atingir a verdade real. Ex. Art. 593, III, do CPP.

Princípio da Obrigatoriedade da Ação Penal: Fundando-se de defesa social contra o crime, o princípio da obrigatoriedade da ação penal, obriga o Ministério Publico a

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atuar processualmente sempre que ocorra delito de ação penal pública.

Princípio da Oficialidade: Intimamente relacionada com os princípios da legalidade e da obrigatoriedade, a diretriz da oficialidade funda-se no interesse público de defesa social.

Princípio da Indisponibilidade: Tanto o inquérito policial, quanto o processo penal são indisponíveis, esta realidade deriva do princípio da obrigatoriedade da ação penal pública.

Princípio da Iniciativa das Partes: O juiz não age de ofício, não inicia ação por iniciativa própria; depende da provocação do Ministério Público ou da parte ofendida que atuará como querelante.

Princípio do Impulso Oficial: Iniciada a ação penal, deve a autoridade judiciária promover o bom é rápido andamento do feito. Presidindo a instância penal, cabendo ao juiz (art. 251 CPP) a direção e regulação do processo, competindo-lhe determinar:

A) Diligências e provas complementares (art. 156 do CPP).

B) Coleta de Documentos probantes de relevo ( art. 234 do CPP).

C) A realização de exame de corpo de delito complementar ( art. 168 CPP).

D) Quesitos em perícia (art. 176 CPP).

E) Reintegração do réu (art. 106 do CPP).

Princípio da Ordem Consecutiva Legal: Processo de um encadeamento lógico e sucessivo de atos e diligências. Tendo como suas características estruturais mais importantes:

a) A sucessão de atos

b) A sucessão lógica desses atos

Princípio da Economia Processual: Este princípio possibilita escolha de opção menos onerosa as partes e ao princípio Estado no desenvolvimento do processo, desde que não represente risco para direitos individuais do acusado,se isso puder ocorrer a economia formal deve ser evitada.

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Principio No Bis in Idem: Ninguém poderá ser processado ou punido por um delito pelo qual o já foi absolvido ou condenado por sentença passada em julgado em conformidade com a lei.

Princípio Favor Libertatis: Também conhecido como princípio do “favor rei” representa uma garantia contra a ineficiência do Estado ou contra acusações temerárias. Em face dele conhecido também como princípio in dúbio pro reo por insuficiência da prova. Art. 386 III e IV CPP. Proíbe a reformatio in pejus em detrimento do acusado ( art. 617 do CPP) durante o exame recursal de irresignação exclusiva da defesa e favorece a posição jurídica do réu, facultando-se a interposição de recursos privativos, com a revisão criminal (art. 621 do CPP).

Reformatio in pejus indireto : Pode reformular nos casos de anulação.

3. SISTEMA INQUISITIVO

Reunião na mesma pessoa das funções de acusar, defender e julgar.

Sistema Acusatório Privado: Acusação é facultada a vítima nos crimes.

Sistema Misto: Situa-se entre sistema acusatório e o inquisitivo.

Sistema Antropológico: Ausência de magistrados juristas no processo não há ação privada, só há contraditório com relação ao valor das provas do fato, antecedentes pessoais e hereditários do acusado.

Sistema Acusatório Público ( sistema adotado pelo CPP): Poder de decisão ( jurisdição) pertence a um órgão estatal (magistrados). Poder de iniciativa (acusação) compete a pessoa distinta do juiz, exigência do contraditório.

3.1 Ação Penal

Conceito: E o direito subjetivo público, autônomo e abstrato de alguém requerer ao Estado-Juiz a prestação jurisdicional á tutela de um direito violento ou na iminência do ser ou juiz valer um direito já reconhecido.

Teorias Concreta da Ação: De acordo com esta concepção o direito de ação apesar de distinguir.

Teoria Eclética da Ação ( adotada no CPP): A ação é um direito abstrato, mas para que exista é indispensável a ocorrência de certos requisitos, denominados “condições da

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ação”. Casos estas condições seja ausente, caracteriza-se carência de ação.

Características

Autônomo: Distinto do Direito material

Abstrato: Independe da existência do direito material e portanto sentença favorável.

Público: exercida perante o Estado para a invocação da tutela jurisdicional.

Subjetivo: Dados potencialmente a qualquer pessoa.

Espécies

Ação Pública

a) Condicionada

b) Incondicionada

Ação Privada

a) Exclusiva

b) Personalíssima

c) Subsidiária da pública