Processos Participativos Na Arquitetura e Urbanismo de CA

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  • 7/24/2019 Processos Participativos Na Arquitetura e Urbanismo de CA

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    PROCESSOS PARTICIPATIVOS NA ARQUITETURA E URBANISMO DE CHRISTOPHERALEXANDER1

    Danila Martins de Alencar Battaus

    Eixo Temtico: Discurso Profssional

    Palavras-Chave / Ke!ords: Christo"her Alexander# Processos Partici"ativos#Ar$uiteto-construtor %in&ua&em de Padr'es

    RESUMO

    ( discurso "rofssional de Christo"her Alexander# na Ar$uitetura e )r*anismo# se"autou em +ormula,'es tericas e ex"eri.ncias "rticas contidas de um elemento

    de +undamental im"ortncia: a "artici"a,0o do usurio nos "rocessos de "ro1eto econstru,0o de edi+2cios e interven,'es ur*anas3 4o* esta tica# "ro"'e-se re5etirso*re al&uns "rinc2"ios esta*elecidos "elo ar$uiteto e e$ui"e# em "rocessos"artici"ativos "or eles im"lementados# *em como se su&ere a anlise de "adr'esde "ro1eto cu1a con1ectura tem mesma autoria e# no entanto# "ermiteminter"reta,'es hetero&.neas3

    ABSTRACT

    Christo"her Alexander6s "ro+essional discourse in Architecture and )r*anism !as*ased in theoretical +ormulations and "ractical ex"eriences !ith an element o++undamental im"ortance: the "artici"ation o+ users in desi&n "rocess andconstruction o+ *uildin& and ur*an actions3 )nder this vie!# it "ro"oses thin7in&a*out some "rinci"les +rom this architect and his co-!or7ers# in "artici"ator"rocesses that the introduced# as !ell as it su&&ests analsin& desi&n "atterns!hich have the same authorin ho!ever# the "ermit di++erent inter"retations3

    CONSTITUIO DO DISCURSO PROFISSIONAL DE CHRISTOPHER ALEXANDER

    Christo"her Alexander# ar$uiteto nascido na 8ustria em 9; os ??anos de idade3 Em 9@# mudou-se "ara os Estados )nidos# *uscandoes"ecialiar-se em arvard# onde o*teve o t2tulo de Doutor em Ar$uitetura 1unto arvard )niversit3 (s estudos de seu doutorado resultaram no livro Fotes onthe snthesis o+ +ormG H9todos $ue o autor+ormula "ara lidar com a com"lexidade das necessidades humanas# as $uaisdeveriam ser atendidas nas interven,'es ar$uitetnicas e ur*an2sticas3

    Tratavam-se dos "rimeiros ind2cios da im"ortncia $ue o usurio fnal teria na

    1 Disponvel em:

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    Ar$uitetura e )r*anismo de Alexander3 4ua tese em FotesG era a de $ue a +ormaconstitu2a o o*1eto fnal do "ro1eto e# "ara ele# a $uest0o central do "ro1eto era ade a1ustar a +orma ao contexto em $ue os edi+2cios e interven,'es ur*anas seinseriam3 Estas re5ex'es avan,aram nas +ormula,'es tericas e "rticas deAlexander# tornando-se notvel sua *usca "or novos "aradi&mas "ara "ro1etos e

    constru,'es e# em 9

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    $ue o es"a,o ur*ano > a somatria de uma diversidade de situa,'es# vividas "eloscidad0os e "romovidas "or eles o $ue# inevitavelmente# a"onta "ara o +ato de $uese trata de um ser vivoG e $ue se re"rodu3

    Conse$uentemente# as +erramentas utiliadas "elos ar$uitetos das d>cadasanteriores# durante o Movimento Moderno# $ue o*1etivavam conce*er novas

    cidades e renovar tecidos existentes# +oram severamente contestadas "elo autor3Christo"her Alexander discutira $ue esses "rofssionais tratavam as cidades comorvores e# "ortanto# as "ro1etavam com estruturas artifciais ou em rede3 Assimsendo# "odiam dis"or de diretries "uramente +uncionais "ara essas cidades#determinando suas caracter2sticas de modo im"ositivo3

    Para Alexander# as cidades deveriam ser reconhecidas en$uanto es"a,osnaturaisG# "rovidos de mor+olo&ia# uso e ocu"a,0o do solo# oriundos demani+esta,'es es"ontneas# im"ressas na "aisa&em "or seus ha*itantes# ao lon&o

    de suas vidas3 Postura anlo&a o ar$uiteto sustentou nos anos se&uintes#es"ecialmente durante as d>cadas de 9O e 9# "er2odo em $ue desenvolveu"ro1etos em di+erentes "a2ses# a "artir de "rocessos "artici"ativos na "rodu,0oha*itacional e es"a,os de uso coletivo3 Festas ex"eri.ncias de Alexander e e$ui"e#identifca-se a introdu,0o e a"ro+undamento de conceitos $ue +aem "arte de seudiscurso "rofssional e $ue# so*retudo# caracteriam os meios utiliados naim"lementa,0o de novos "aradi&mas3 Princ2"iosG do Plano "ara a )niversidade de(re&on# cam"us de Eu&ene/E)A

    )m dos "rocessos "artici"ativos de Christo"her Alexander se deu na interven,0o

    no cam"us da )niversidade de (re&on# em Eu&ene/E)A# cu1o Plano data de 9s desta ordem# o*serva-se um novo olhar so*re modelosr2&idos de "lane1amento# *aseados em cenrios homo&.neos "ara o cam"us# semconsiderar "eculiaridades da "aisa&em existente em di+erentes locais da)niversidade3

    " #onte: www.patternlan$ua$e.com4 %entro criao em 1&'() em *er+ele,/%alirnia/) com o obetivo e ampliar as ormula3es tericas e aplicar)

    em experi5ncias pr6ticas) as ieias e lexaner quanto aos processos participativos e outros princpios.

    3

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    Estas "articularidades $ue deveriam ser destacadas "elo Plano# se&undo oar$uiteto# "oderiam ser identifcadas atrav>s do "rinc2"io da Partici"a,0o#considerando-se $ue somente os usurios de uma comunidade s0o ca"aes de"lane1-la corretamente# $uanto aos edi+2cios# suas inter+aces# os es"a,os comuns#de modo $ue tudo atenda s suas necessidades reais3 Com isto# "ara Alexander#

    atin&e-se um e$uil2*rio or&nicoG e# na sua tese# Ar$uitetos e )r*anistas n0o"odem determinar "ro1etos onde n0o im"ere o am*iente ideal comunidade $ue#no caso de (re&on# com"reendia os alunos# "ro+essores e administradores3Alexander atentava "ara um "rocesso onde usurios a1udariam a conce*er oam*iente $ue necessitavam# ou ainda# mais com"lexo# no $ual o usurio construiriaseu "r"rio am*iente3 Feste "rocesso de (re&on# al&uns edi+2cios +oramdesenhados de +orma es$uemtica "elos usurios e executados "or t>cnicos3

    ( terceiro "rinc2"io# Crescimento em "e$uenas doses +oi defnido# "or Alexander# a"artir da ideia de $ue os edi+2cios do cam"us deveriam se ada"tar s mudan,as de

    usos e usurios# "aulatinamente# sem $ue se destru2ssem edifca,'es inteiras:

    )m or&anismo vivo deve constantemente remodelar-se "ara so*reviver# mantendoassim sua $ualidade de ser um todo e$uili*rado3 Fo caso de um or&anismo# satrav>s da constante reconstitui,0o# do a1uste de cam"os $u2micos# da renova,0ode c>lulas e da cura dos tecidos danifcados# "ode manter-se a mor+olo&ia *sicado or&anismo3 HA%EVAFDEN et al3# 9O# "3 IOJ

    Feste sentido# a re"ara,0o > al&o "resente em di+erentes culturas e deve"revalecer nas comunidades e os autores de+endem esta "ostura# como cr2tica

    Ar$uitetura Moderna $ue se *aseou no crescimento a &randes dosesG# "ostulandoo novo como sendo o melhor: ( crescimento a &randes doses de"ende de umavis0o descont2nua e esttica do meio am*iente humano o crescimento a "e$uenasdoses de"ende de uma vis0o dinmica e cont2nua do meio am*iente3GHA%EVAFDEN et al3# 9O# "3@9J

    Al>m disto# coloca-se $ue# no crescimento a &randes doses# tem-se "ro1etosmaiores onde# "ro"orcionalmente# encontram-se mais usurios insatis+eitos# oscustos s0o naturalmente mais altos e torna-se mais di+2cil re"arar "oss2veis erros3Por outro lado# no crescimento a "e$uenas doses# im"lementam-se "ro1etos mais

    modestos# com *aixos custos# menores im"actos e# so*retudo# o*1etiva-seatender as necessidades imediatas e reais3

    Em se tratando de &randes dosesG# War&as e Castilho H?

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    Ainda no $ue di res"eito aos "ressu"ostos do Plano da )niversidade de (re&on#Alexander e e$ui"e instituem os estudos "ara a defni,0o de "armetros de"ro1eto# no intuito de +acilitar a interlocu,0o entre os usurios "artici"antes do"rocesso e os t>cnicos envolvidos3 Este "rinc2"io# dos Padr'es# "ode ser entendidocomo a introdu,0o da %in&ua&em de Padr'es# $ue viria a ser consolidada nos anos

    se&uintes# com a "u*lica,0o do livro A Pattern %an&ua&eG H9OOJ# contendo ?@;"adr'es "ara interven,'es na escala da cidade# *airro e edi+2cio# como seranalisado no decorrer deste tra*alho3

    ( "rinc2"io do Dia&nstico +oi introduido# "elos autores# como um mecanismo decontrole do or&anismo em crescimento# "ara re"arar ou limitar situa,'es dedese$uil2*rio3 Fo ex"erimento de Eu&ene# +oi "ro"osto um dia&nstico Hemdesenho ou ma"aJ# usando-se cores "ara ilustrar as ocorr.ncias# localiando-as#"or exem"lo: "ara reas "ositivas# com caracter2sticas $ue deviam ser mantidasreas $ue necessitavam de remodela,0o "ara +uncionarem melhor reas com

    necessidade de desenho e mudan,as# ainda $ue tivessem ind2cios de $ualidadereas cr2ticas3

    Alexander et al3 H9O# "3J colocam $ue um "rocesso de dia&nose d muitomais li*erdade aos usurios $ue um "lano &eral# 1 $ue estimula sua ima&ina,0o edesafa os usurios a encontrar solu,'es e a re"arar os de+eitos "resentesG3 Esu&eriram# ainda# $ue a )niversidade realiasse dia&nsticos anuais# a"rovados+ormalmente "or uma 1unta de "lane1amento Hres"onsvel "elo "rocessoJ edivul&ados comunidade com +cil acesso a $ual$uer interessado# onde +ossem

    a"ontados os lu&ares vivosG e mortosG3Fo $ue di res"eito Coordena,0o# Sltimo "rinc2"io adotado "ara o Plano de(re&on# considerou-se o crescimento $ue ocorreria nas d>cadas se&uintes# nocam"us da )niversidade de (re&on3 Portanto# "reviu-se este instrumento de&est0o da comunidade universitria# "or meio de controle anual do "rocesso#"or>m# mediante res"onsa*ilidade e# n0o# "or im"osi,0o3 Atrav>s deste "rinc2"io#Christo"her Alexander e e$ui"e concretiaram suas ideias "ara o crescimentoor&nico e a "e$uenas doses do cam"us# excluindo-se as teorias de "lanos exatose admitindo-se o desenvolvimento "ela "r"ria comunidade3

    Com este "ostulado# Alexander e seus "arceiros do CE4 executaram o Plano "ara ocam"us de Eu&ene e outros "rocessos "artici"ativos# com novas +ormula,'estericas# $ue frmaram seu discurso "rofssional3

    PRINCPIOS DO ASSENTAMENTO HABITACIONAL DE MEXICALI/MXICO

    Fo ano de 9Om desenvolveriam os

    !

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    "ro1etos# tornando-as di+erentes entre si3 Alexander comenta a ex"eri.ncia:

    ( "ro1eto mexicano +oi sim"lesmente a "rimeira o"ortunidade $ue tivemos de "orem "rtica as ideias $ue t.m sido desenvolvidas durante a se&unda +ase de"es$uisa e ex"erimenta,0o3 Em outras "alavras# tivemos a o"ortunidade de ter oar$uiteto-construtor tra*alhando em "leno direito# de ter as +am2lias o"erando

    como um &ru"o social e n0o somente como usurios da lin&ua&em de "adr'es# teruma "e$uena $uantia de sucesso com o 5uxo de dinheiro# at> mesmo "oder mudara "osse da terra no sentido de $ue se "udesse ter uma coo"erativa de"ro"riedade de reas "S*licas assim como uma "ro"riedade "rivada de rea"rivada# e# > claro# im"lementar o sistema construtivo $ue hav2amos desenvolvido3Ha"ud LNAB(Y 9;# "3 9 mesmo moradia# $uando necessrio3 Permitia-se# com o*uilder6s ard# o encontro dos ar$uitetos-construtoresG "ara defni,'es da o*ra# o$ue consolidou o sentido de comunidade em Mexicali3

    Fo con1unto de Mexicali# as casas +oram constru2das no entorno de uma rea deuso coletivo da comunidade# "ortanto# iniciou-se "elo "ro1eto deste es"a,o# com o"rinc2"io do Pro1eto Coletivo da 8rea Coletiva# o $ue teria um si&nifcado "ro+undo"ara todas as +am2lias envolvidas3 Alexander# a "artir da utilia,0o de "armetrosda %in&ua&em de Padr'es# "ro"s $ue o a&ru"amento das casas se desse na

    +orma de clusterG# de modo $ue as reas coletivas tivessem uso comum#"ortanto# o*1etivos concretos $ue unissem os interesses dos moradores3 Festesentido# as rela,'es humanas seriam "rioriadas e# conse$uentemente# os

    "

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    contatos dirios e imediatos seriam mais e+etivos# &arantindo-se o controle emanuten,0o destes am*ientes3

    Fa Euro"a# "or exem"lo# os "rinc2"ios da constitui,0o e desenvolvimento decomunidades HCommunit Develo"mentJ +oram di+undidos na d>cada de 9I e#nos anos se&uintes# rever*eraram em territrio norte-americano e outros "a2ses3

    Festes "rocessos# +oi "reconiado o est2mulo ao envolvimento e "artici"a,0o da"o"ula,0o# nas discuss'es coletivas# tomadas de decis'es e# "rinci"almente# na&est0o das comunidades3 Yoolle H9< a"ud BATTA)4 ?@J salienta $ue# emal&uns casos o*servados# os usurios de unidades ha*itacionais "roduidas em"rocessos "artici"ativos# mostraram-se muito mais satis+eitos com o "roduto "orterem "artici"ado do controle# do $ue "elo "ro1eto em si3

    Considera-se# ainda# $ue Christo"her Alexander de*ru,ou so*re os "rinc2"ios daPartici"a,0o e do Pro1eto Coletivo da 8rea Coletiva em um contexto +avorvel# no

    $ual 5oresceram &ru"os e a,'es comunitrios de di+erente naturea# nos Estados)nidos# a "artir da d>cada de 9O3 Wrios or&anismos existiam no "a2s e eram"rovidos de assist.ncia t>cnica de )niversidades "ara inSmeros *airros#coo"erativas de alimenta,0o# cl2nicas de saSde e "ro1etos de re+ormas deedifca,'es# onde "artici"avam estudantes e voluntrios# fnanciados "or"ro&ramas &overnamentais3 HBATTA)4# ?@J

    Fa inter"reta,0o de Del Nio H9J# diversos +atos ocorridos em todo o mundo emmeados de 9O +oram im"ortantes "ara a consolida,0o do Desenho )r*ano comouma +orma de atua,0o "rofssional "ara o ar$uiteto e ur*anista3 Dentre estes# est

    a institui,0o da "rtica de "artici"a,0o "o"ular na &est0o das cidades e na"rodu,0o de ha*ita,'es com a contri*ui,0o dos usurios nos "rocessos de"ro1eto3

    Festa mesma con1untura# Alexander e e$ui"e im"lantaram em Mexicali o %aoutdas Casas =ndividuais# entendendo-se $ue as resid.ncias seriam as c>lulasindividuais dos usurios do Con1unto3 Assim# o ar$uiteto e e$ui"e consideraramessencial $ue cada +am2lia defnisse o laout de sua "r"ria casa# +aendo-se usodo instrumento necessrio: a %in&ua&em de Padr'es# cu1a utilia,0o asse&uraria osmem*ros lei&os da comunidade de suas escolhas# com com"et.ncia# no $ue tan&e

    ao con+orto am*iental# circula,0o interna# construti*ilidade# entre outros as"ectos3Desta$ue-se# so*retudo# $ue esta %in&ua&em "ossu2a 5exi*ilidade com"at2vel coma diversidade de necessidades e interesses dos usurios $ue ocu"ariam oCon1unto# a 1ul&ar "ela com"osi,0o +amiliar variada3

    A "artir da demarca,0o in loco# "elos "r"rios moradores# do laout interno desuas casas# a constru,0o seria iniciada sem os "armetros tradicionaisestandardiados# atrav>s de um con1unto de o"era,'esG a serem executadas deacordo com re&ras *sicas3 Tratava-se do "rinc2"io da Constru,0o Passo a Passo#

    em um sistema construtivo com com"onentes +2sicos# como outro edi+2cio$ual$uer# "or>m# com dimens'es e +ormas variadas# de acordo com as defni,'esdos "r"rios moradores# em sua maioria# montados tam*>m in loco3

    #

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    Tendo em vista $ue o "rocesso de constru,0o das casas em Mexicali se daria demodo "aulatino# o Controle de Custos su&erido "or Alexander e sua e$ui"e "ossuiuritmo "aralelo s eta"as de execu,0o# no tocante aos materiais e m0o de o*raem"re&ados3 Deste modo# "de-se &arantir o custo reduido do metro $uadrado

    das constru,'es# com controle "elos "r"rios moradores3

    Durante o "rocesso de constru,0o das casas# Alexander "ro"s $ue houvesse o+ortalecimento das rela,'es humanas# entre as +am2lias envolvidas: "rinc2"io doNitmo umano do Processo3 Em*ora se tratasse de um con1unto de o"era,'esGrealiadas em re&ime de mutir0o# so* tem"eraturas altas em $ue Mexicali seencontrava na ocasi0o# havia harmonia# es"2rito de coo"era,0o e ale&ria# se&undoa descri,0o +eita "elo ar$uiteto no livro The Production o+ ousesG3 ParaAlexander# este clima humanoG no "rocesso de Mexicali# "or um lado# auxiliava a

    su"era,0o de difculdades durante a execu,0o das tare+as e# "or outro# re5etia aconcretia,0o do dese1o da casa "r"ria3

    Alexander H9IJ comenta a ex"eri.ncia de estudantes $ue revisitaram oCon1unto em Mexicali# "ara contatar as +am2lias $ue l residiam e sa*er como viamo em"reendimento sete anos de"ois de "ronto3 ( intuito era avaliar as"ectos"ositivos e ne&ativos resultantes da$uela ex"eri.ncia de Alexander e e$ui"e3

    =nvesti&ou-se# na "es$uisa# o modo de vida das +am2lias# se al&o mudou anosde"ois# suas im"ress'es $uanto ao "oder de decis0o# de "ro"riedade# entre outras$uest'es e checou-se $ue o "rocesso de "ro1etar suas casas# tornando seus

    dese1os realidade# +e com $ue mudan,as su*stanciais ocorressem em suas vidas:essas "essoas se sentem com"letamente livres "ara +aer o $ue $uiserem# elas+aem o $ue > necessrio e con+ortvel "ara elas# e o +aem +acilmente e"rontamenteG# afnal ocu"am uma "or,0o do es"a,o conf&urada con+orme suasvidas# necessidades# as"ira,'es# talentos e dese1os# ou se1a# o seu "r"riomundoG3 HA%EVAFDEN# 9I# "3OOJ

    ( tem"o "ercorrido de uso do con1unto envolveu as +am2lias# se&undo aso*serva,'es da avalia,0o e notou-se o +ato da$uelas +am2lias terem dado

    continuidade real ao "rocesso de "ro1eto e constru,0o3 A +orma ori&inal das casas+oi *astante alterada# em &rande "arte delas o $ue# "ara Alexander# re"resenta otriun+oG do "ro1eto e "rova de seu sucesso3 Z "oss2vel concluir# "ortanto# $ue osdesdo*ramentos do ritmo humano do "rocesso ocorreram em con+ormidade comos "ressu"ostos do "ro1eto em Mexicali3

    A LIN$UA$EM DE PADR%ES

    Discutiu-se# anteriormente# so*re a +undamenta,0o do discurso de Christo"her

    Alexander $uanto "artici"a,0o# atrav>s da ela*ora,0o de instrumentos $ue+acilitassem a interlocu,0o entre t>cnicos e lei&os3 Esta assertividade de Alexandere do CE4 > o*servada na conce",0o da %in&ua&em de Padr'es# m>todo

    &

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    constitu2do de ?@; elementos $ue# se&undo os autores# "ossi*ilitam a ela*ora,0ode "ro1etos com a "artici"a,0o de usurios das edifca,'es ou interven,'esur*anas3

    ( livro A Pattern %an&ua&eG H9OOJ# de autoria de Christo"her Alexander e"arceiros do CE4# a"resenta a conce",0o da %in&ua&em de Padr'es# defne cada

    um dos ?@; "armetros e sua a"lica*ilidade "rtica em "ro1etos ur*an2sticos e deedifca,'es3 Al>m das "u*lica,'es desta o*ra em es"anhol H9J# alem0o H9?Je 1a"on.s H9IJ# salienta-se $ue este +oi o "rimeiro livro do ar$uiteto traduido"ara o "ortu&u.s# no ano de ?9;3

    Dentre estes elementos# nomeados "adr'esG# existem "armetros re+erenciais de"ro1eto desde a escala da cidade [ considerando-se sua inser,0o re&ional [ at>as reas de uso comum em comunidades e com"onentes de edifca,'es3 Fota-se$ue os "adr'es introdutrios# relativos s cidades e re&i'es# "or exem"lo# t.m

    uma a*orda&em em &rande escala do meio am*iente# uma ve $ue tratam docrescimento ur*ano e rural# das rela,'es territoriais e com"ortamentais entre*airros e elementos de uso "S*lico necessrios ao cotidiano humano3 Xuanto aestes "adr'es# os autores deixam claro $ue n0o "odem ser criados na +orma dele&isla,0o "or uma autoridade centraliadaG# mas# sim# devem emer&ir&radativamente# em um "rocesso de "lane1amento com"at2vel com oautodesenvolvimento de uma comunidade3

    Z "oss2vel# deste modo# identifcar similaridades entre os intentos da %in&ua&emde Padr'es e outras teorias de Alexander e os "rinc2"ios do Communit

    Develo"ment citado h "ouco# o $ue re+or,a a ideia de $ue estas +ormula,'es eex"eri.ncias encontraram terreno +>rtil# no contexto norte-americano da d>cadade 9O3

    Contudo# o*serva-se um curioso contrasteG entre as teorias +undamentadas "orAlexander e m>todos como a %in&ua&em de Padr'es3 Afnal# con+orme ocomentado so*re o texto A Cit is not a TreeG H9

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    $ue medida h 5exi*ilidade e a"lica*ilidade e+etiva destes elementos esta*elecidosem di+erentes "rocessos com o envolvimento de usurios\ Existem ho1ecircunstncias $ue +avore,am a "rtica da "artici"a,0o na Ar$uitetura e)r*anismo\

    Tomando-se o caso *rasileiro como exem"lo# muito se tem de*atido acerca de

    "rocessos "artici"ativos neste m*ito3 Por>m# neste "a2s# a "artici"a,0o#en$uanto "rtica de cidadania# ainda demonstra sin&ela ex"ress0o3 Pavesi H?9?Jex"s a ex"eri.ncia *rasileira de Christo"her Alexander em 40o Carlos/4P# ocorridaem 9I# $uando se intentou a constru,0o de um Con1unto a*itacionaldestinado a +uncionrios do cam"us da )niversidade de 40o Paulo na cidade3Entretanto# diante de circunstncias diversas# como o re&ime de &overno da>"oca# al>m da "ouca credulidade "or "arte dos a&entes "rodutores de ha*ita,0osocial nas +ormula,'es tericas de Alexander# o "ro1eto n0o se concluiu nosmoldes "ro"ostos "elo ar$uiteto3 Martinelli e Martinelli H9IJ comentam esta

    ex"eri.ncia e salientam $ue os "rocessos de "rodu,0o ha*itacional correntes#na$uela >"oca# necessitavam de "ro+unda revis0o conceitual# a fm de $ue"assassem de "rodu,0o em massaG a ex"eri.ncias $ue traduissem aindividualidade de cada usurio3 Fa$uele "er2odo# os fnanciamentos ha*itacionais"or "arte do &overno +ederal davam-se atrav>s do BF ] Banco Facional dea*ita,0o# criado em 9cada de 9# estavam "resentes entre institui,'es da rea#nas )niversidades e na im"rensa3 HB(FD)K=# 9J

    Fo tocante aos "rocessos "artici"ativos# Battaus H?@J "ondera $ue o *om .xitodo Communit Develo"ment esteve intrinsecamente li&ado "artici"a,0o# atrav>sda $ual os v2nculos entre o usurio e o am*iente se consolidaram e resultaram na&est0o cont2nua da comunidade3 Feste sentido# > "oss2vel considerar $ue os"rocessos "artici"ativos tendem a contri*uir com os instrumentos de"lane1amento de cidades e edifca,'es# todavia# trata-se de uma "rtica $uaseesva2da no Brasil3

    Z *em verdade $ue o ato "artici"ativoG# en$uanto mecanismo de a,0o em"rocessos democrticos# tem "ouca idadeG no caso *rasileiro3 ( )r*anismo

    1)

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    Partici"ativo# neste "a2s# se frmou diante da im"lanta,0o do Estatuto da CidadeGH%ei Rederal n3 93?@O/9J e se constituiu um marco na a&enda desse tema3Entretanto# anos se "assaram a"s a di+us0o da lei em todo o territrio nacional#com +orte "resen,a do Estado no sentido de auxiliar as &est'es "S*licas nautilia,0o dos instrumentos ur*an2sticos "revistos e muito ainda se es"era em

    avan,os da "artici"a,0o no Brasil3

    REFER*NCIAS BIBLIO$R'FICAS

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