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PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: As transformações na agricultura no município de Brasilândia do Sul
Autor Iremilce Pastori Tomadão
Escola de Atuação Colégio Estadual Rui Barbosa-EFM
Município da escola Brasilândia do Sul
Núcleo Regional de
Educação Assis Chateaubriand
Orientador João Edmilson Fabrini
Instituição de Ensino
Superior Unioeste - Marachal Cândido Rondon
Disciplina/Área Geografia
Produção Didático-
pedagógica Caderno temático
Relação Interdisciplinar Língua Portuguesa e História
Público Alvo 2° Ano do Ensino Médio
Localização Colégio Estadual Rui Barbosa - EFM
Rua: Alemanha, N° 400
Apresentação:
Este projeto consiste na análise das transformações na agricultura do município de Brasilândia do Sul/PR, desde o início de sua colonização, a partir da década de 1950 até os dias atuais. Destaca-se neste processo de transformação contraditória e desigual a agricultura moderna que vem se desenvolvendo no município a partir do ano de 2000. Estas transformações estão intimamente ligadas ao processo de expansão capitalista, que tem forte relação com a industrialização da agricultura. Verifica-se que houve transformações desiguais nas atividades agrícolas tanto no que se refere aos produtos cultivados, como também na forma de produzir. No passado as atividades econômicas principais de Brasilândia do Sul eram as extrações de madeira, pecuária, lavouras de subsistência e cultivo de algodão. Estas atividades agropecuárias utilizavam muito trabalho manual. Entretanto, nos dias atuais, embora as atividades agropecuárias continuem sendo as mais importantes, boa parte dos cultivos são feitos com tecnologia avançadas, sobretudo as culturas de soja e milho, que utilizam pouca mão-de-obra. O projeto será desenvolvido com alunos do segundo ano, do Colégio Estadual Rui Barbosa, de Brasilândia do Sul com o objetivo de compreender tais processos neste município.
PALAVRAS-CHAVE: Espaço rural, Brasilândia do Sul, modernização da agricultura,
colonização.
Apresentação
O colégio Rui Barbosa está localizado em Brasilândia do Sul, município
que situa se á Noroeste do Estado do Paraná. O Noroeste caracteriza-se pela forte
presença das atividades agropecuárias devido a boa fertilidade do solo, com clima e
relevo favoráveis. A grande maioria dos alunos da escola está em sua grande
maioria envolvida de forma direta ou indireta as atividade agropecuárias. Assim
serão apresentadas neste projeto as transformações ocorridas no espaço agrário de
Brasilândia do Sul; desde a sua colonização até os dias atuais.
O Projeto de intervenção Pedagógica que será realizado com antigos e
atuais moradores do município terá como objetivo levar os alunos a compreenderem
o processo de transformação das atividades agrícolas no Brasil, Paraná e
principalmente de Brasilândia do Sul.
Será dado destaque maior para a agricultura moderna que vem se
desenvolvendo no município a partir do ano de 2000, onde está ocorrendo à
substituição da atividade pecuária por outras culturas como a soja e o milho
principalmente. Nestas culturas são utilizadas de tecnologia avançada com o uso de
máquinas modernas, sementes selecionadas, fertilizantes, etc.
Este caderno pedagógico será composto de três unidades temáticas
especificamente direcionadas ao trabalho do professor com os alunos com a
finalidade de:
1) Dar subsídios teóricos que ampliem os conhecimentos dos educando
levando-os ao conhecimento do processo histórico a cerca da colonização do Brasil,
com destaque para as várias fases econômicas.
2) Compreender o processo histórico de colonização do Paraná, com
suas fases econômicas e suas conseqüências para o município de Brasilândia do
Sul.
3) Conhecer e compreender o processo de transformação das atividades
agrícolas no município de Brasilândia desde a sua colonização até os dias atuais,
levando em consideração que o nosso município tem como principal atividade
econômica a agropecuária, despertando no aluno o interesse para o entendimento
da realidade atual.
A referida Produção Pedagógica representa o compromisso dos
professores da Rede Pública de ensino, em debater temas de relevância para o
processo de ensino-aprendizagem, acerca do ensino de geografia. Segundo
(PARANÀ, P.69.). A abordagem desse conteúdo estruturante (Dimensão econômica
do espaço geográfico) enfatiza a apropriação do meio natural pela sociedade, por
meio das relações sociais e de trabalho, para a construção de objetos técnicos que
compõem a rede de produção e circulação de mercadorias, pessoas, informações e
capita, o que tem causado uma intensa mudança na construção do espaço. O
projeto de aplicação pedagógica esta voltado para a geografia agrária, tendo como
tema de pesquisa “As transformações da agricultura no município de
Brasilândia do Sul.” Norteadas pelo conteúdo estruturante “A dimensão econômica
do espaço geográfico” (PARANÁ, p.69).
O material pretende oferecer subsídio aos alunos da Rede Pública
Estadual de ensino para que possam compreender o processo de transformação da
agricultura em nosso município.
Nesta perspectiva busca-se assegurar o proposto pelas Diretrizes
Curriculares de Geografia (2008), Sendo assim: A apropriação da natureza e sua
transformação em produtos para o consumo humano envolvem as sociedades em
relações geopolíticas, ambientais e culturais, fortemente direcionadas por interesses
socioeconômicos locais regionais, nacionais e globais.
Palavras chaves: espaço rural, Brasilândia do Sul, modernização da agricultura,
colonização.
Unidade 01
Colonização do Brasil
1.1 A formação do espaço Brasileiro
Quando tiveram início as Grandes navegações nos séculos XIV e XV, os
europeus acreditavam que os povos não cristãos e não civilizados poderiam ser
dominados, e por esta razão achavam que podiam ocupar todas as terras que iam
descobrindo mesmo se essas terras já tivessem dono.
Assim começou uma disputa entre Portugal e Espanha pelo domínio de
terras. De acordo com o Tratado de Tordesilhas, as terras situadas até 370 léguas a
oeste de Cabo Verde pertenciam a Portugal, e as terras a oeste dessa linha
pertenciam a Espanha.
Com o início da exploração das terras que pertenciam aos portugueses,
estes não respeitaram o tratado e ocuparam as terras que seriam dos espanhóis. Foi
assim que o território brasileiro foi ganhando a forma atual.
No início da colonização do Brasil, o governo português passava por uma
crise econômica. Como não tinha dinheiro o suficiente para colonizar o Brasil, o rei
D.João III dividiu as terras da colônia em capitanias hereditárias com a perspectiva
de defender o território e desenvolvê-lo a custos e despezas por conta dos
donatários. Quinze capitanias foram doadas aos membros da corte, comerciantes
ricos,etc.
Básico,S.Paulo: Ática,1990.
Depois foram as sesmarias. As sesmarias eram grandes extensões de
terras doadas aos colonos pelos donatários das capitanias e pelos governos-gerais
do Brasil colônia. Esse sistema, só extinto em julho de 1822, deu origem á grande
propriedade rural, beneficiando apenas uma pequena minoria dos habitantes da
colônia.
As Entradas eram expedições organizadas pelas autoridades ou por
particulares para explorar o interior, aprisionar indígenas destinados á escravidão ou
procurar metais preciosos - inauguraram os fluxos das expansões oficiais do período
colonial, especialmente no eixo sudeste do Brasil.
A pecuária, de início ligado apenas á região produtora de açúcar,
começou a penetrar no interior seguindo o curso dos rios, especialmente o São
Francisco, foi muito importante para a interiorização demográfica do nordeste. As
missões jesuíticas doutrinavam os índios e exploravam sua mão-de-obra. O
crescimento econômico do nordeste, com a economia açucareira, não se reproduziu
com a mesma intensidade na capitania de São Vicente. Após um breve período de
sucesso da cana – de- açúcar nessas terras a economia entrou em declínio, e a
população da capitania teve que procurar alternativas de sobrevivência.
A alternativa que ofereceu melhores resultados foi as bandeiras.
As bandeiras promoveram o despovoamento de várias regiões
massacrando e escravizando os indígenas, as bandeiras romperam brutalmente a
linha do Tratado de Tordesilhas, empurrando os espanhóis e levando as fronteiras
dos domínios portugueses bem para o oeste do antigo acordo.
As Bandeiras também foram responsáveis pela descoberta de riquezas
minerais-especialmente o ouro, no final do século XVII, em Minas Gerais, Goiás e
Mato grosso - responsáveis pelo novo rumo da economia colonial ao longo do
século XVIII.
O avanço da cafeicultura foi outro processo de expansão territorial, o café
chegou ao Brasil no início do século XVIII, com as primeiras mudas vindas da
Guiana Francesa e plantadas no Pará, chegou até o Maranhão; mas foi o cultivo do
Rio de janeiro que se espalhou pelo Vale do Paraíba e se expandiu por todo interior
de São Paulo, atingindo Minas Gerais e Norte do Paraná.
O sistema agrícola brasileiro foi caracterizado como monoexportador.
Sistema esse que povoou o interior do país com enormes fazendas e arrebanhou
grande contingente populacional que não tinham a propriedade da Terra.
Segundo PIFFER 2001, a história econômica mostra que a organização
do espaço brasileiro se fez, desde o início pela apropriação privada da terra. No
período colonial ter um pedaço de terra dependia das relações mantidas com a corte
portuguesa. O Brasil colônia foi construído pela conquista das terras indígenas e
pelo investimento em engenhos e escravos, ou seja, pela terra que ninguém pagou.
Com o fim da escravidão e a independência do Brasil, os governantes do país
trataram de abrir a possibilidade de legalizar, pela “posse”, grandes extensões de
terras. A partir de1850 a Lei de Terras transformou a terra em mercadorias só obtida
através da compra e venda, com pagamento em dinheiro. Essa condição limitava, ou
praticamente impedia o acesso á terra aos escravos que foram sendo libertados ou
aos imigrantes que começaram a chegar ao país.
Com a Lei de Terras de 1850, entretanto, o acesso á terra só passou a
ser possível por meio da compra com pagamento em dinheiro. Isso limitava, ou
mesmo impedia o acesso á terra para os para trabalhadores escravos que
conquistaram a liberdade.
Os escravos que acabavam de se tornar libertos foram obrigados a voltar
para as fazendas em busca de trabalho a troco de pequenos salários, assim também
os imigrantes que aqui chegavam.
Básico.S.Paulo: ática,1990
Durante a república Velha (1889 a 1930) a economia brasileira manteve
as mesmas características dos períodos anteriores. Continuou sendo agrária,
monocultora e dependente do mercado externo.
O café brasileiro dominou o mercado mundial e os maiores consumidores
eram os estados Unidos e a Inglaterra. Essa situação estimulou os cafeicultores a
expandirem as plantações. Que tinham a seu favor a abundancia de terras e a mão-
de-obra barata, tendo além da população rural também o trabalho do imigrante, que
se localizou em São Paulo, onde havia uma política oficial para atrai-los.
1.2 A Estrutura Fundiária no Brasil
Para falar sobre a agricultura e a pecuária, precisamos tratar também dos
grandes problemas envolvendo o campo, como a estrutura fundiária, marcada pela
concentração de terras, os conflitos pela posse da terra e as relações desiguais de
trabalho.
São vários os problemas agrários brasileiros, a distribuição da posse das
terras no Brasil apresenta um desequilíbrio marcante: concentração de terras, nas
mãos de poucos proprietários, elevado índice de áreas desmatadas e improdutivas,
más condições de trabalho e vida para os trabalhadores rurais, etc.
Ao longo da história brasileira, sobretudo durante a ditadura militar (1964-
1985) o trabalhador rural e o pequeno proprietário rural têm sido excluídos dos
planos governamentais de desenvolvimento social e econômico, Nessa época,
valorizou-se a expansão da agricultura de exportação, realizada em grandes
propriedades. Muitos pequenos proprietários, sem acesso a financiamentos
bancários a juros subsidiados e a programas de assistência técnica (agrônomos, de
engenharia genética, etc.), foram levados a mudar do campo, deslocando-se para
periferia das grandes cidades. A esses grupos somam-se também aqueles que
perderam seus postos de trabalho, substituídos pela mecanização agrícola.
Aumentando o número das sem-terras: trabalhadores rurais
desempregados, bóias-frias, parceiros, arrendatários e outros. A maioria se
organizou no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Reivindicam
junto ao governo o acesso a terras cultiváveis, moradia, serviços públicos de
educação, saúde e transporte, financiamentos e assistência técnica. Esse
movimento atingiu projeção nacional, especialmente no final dos anos 1990,
chegando a interferir na política governamental para acelerar o ritmo dos
assentamentos. Uma medida que vem sendo implantada, embora em ritmo lento,
para a solução de partes desses problemas é a reforma agrária.
Segundo (JOSÉ ELI DA VEIGA, 2003, p.129):
Ninguém ignora que o padrão de crescimento agrícola adotado pelo Brasil na década de 60 teve como principal subproduto a expulsão prematura de força de trabalho. Mas não tem merecido a devida atenção o impacto dessa opção sobre o mercado de trabalho urbano, questão crucial para a consistência de qualquer agenda de desenvolvimento digna desse nome. Poucos se dão conta de que a opção por um rápido processo de inovação na indústria e nos serviços, sem piora nas taxas de desemprego urbano, não é possível sem a adoção de uma estratégia de desenvolvimento rural que dê preferência á expansão e fortalecimento da agricultura familiar.
As nações consideradas desenvolvidas fizeram uma clara opção pela
agricultura familiar, como é o caso da Dinamarca e Japão. Assim como algumas
nações semiperiféricas bem sucedidas, como a Coréia do Sul e Taiwan, ou paises
que estão se desenvolvendo rapidamente com a China.
As vantagens de uma estratégia de desenvolvimento rural que priorize a
promoção da agricultura familiar ainda não foram percebidas pela sociedade
brasileira. E isso ocorre em contexto no qual a forma de agricultura mais favorecida -
- a patronal - está empregando cada vez menos trabalhadores, o que acarreta cada
vez mais concentração de renda e exclusão social.
Apesar de todo desenvolvimento da agricultura moderna, os dados
indicam que a agricultura familiar ainda mostra sinais de vida em muitas regiões, em
algumas como, por exemplo, na mancha formada pelo sul e partes do centro e
centro-oeste mineiros onde permanecem com muito fôlego ou com imensas
dificuldades como no nordeste brasileiro, mas continuam no páreo.
1.3 A modernização
A agricultura é da agropecuária no Brasil e no mundo.
uma das atividades mais antigas da humanidade, e ainda hoje uma das
mais importantes, porque antes de suprir qualquer outra necessidade o ser humano
necessita de alimento para sua sobrevivência. Com o aumento da população
mundial cresce também a demanda por uma quantidade cada vez maior de
alimentos.
Hoje existe no mundo uma desigualdade muito grande quanto à
distribuição de alimentos, enquanto alguns países, como por exemplo, os da Europa,
esbanjam comida, ainda passam fome.
A agropecuária é uma atividade produtiva integrante do setor primário da
economia, caracterizada pela produção de bens alimentícios e matérias-primas
decorrentes do cultivo de plantas e criação de animais.
Na atividade agrícola entram três fatores básicos: a terra, o trabalho e o
capital. Numa unidade agrícola, quando o emprego de capital é o fator
predominante, diz que se trata de uma agricultura intensiva. No caso de ser a terra o
fundamental, trata-se de agricultura extensiva.
A predominância do fator capital, típico da agricultura moderna, permite
alta produtividade por área cultivada e é encontrada principalmente nos países
industrializados. No Brasil ocorre sobretudo na região centro-sul.
Com utilização abundante de terras, a agricultura extensiva é
característica dos países de terceiro mundo, onde a grande propriedade é a marca
da estrutura fundiária. A predominância do fator terra marcou toda história da
agricultura até o final do século XVIII-somente a partir da Revolução industrial, cujas
técnicas se estenderam ao setor agrícola, alterou-se a relação com o trabalho
humano e o capital. Essa relação e o grau de modernização são muito desiguais nas
diferentes partes do mundo. Os desequilíbrios na capacidade produtiva da
agricultura e da pecuária originam grandes desigualdades na produção de
alimentos, e também na dieta alimentar da população. A agricultura de um país
cumpre três papéis importantes: fornecer alimentos para o mercado interno,
suprindo assim a necessidade alimentar de sua população; gerar capital para
implantação e desenvolvimento industrial; e fornecer mão - de - obra para as
atividades urbano-industriais.
Na década de 1960, as elevadas taxas de crescimento vegetativo nos
países desenvolvidos criaram um cenário sombrio. Especulava-se que a produção
de alimentos não seria suficiente para alimentar a população mundial, e a fome
atingiria um número cada vez maior de pessoas nos países e regiões mais pobres.
Atualmente constata-se que apesar de a fome ainda castigar milhões de
pessoas, as especulações feitas no passado não se concretizaram. Segundo a ONU
(Organização das nações unidas) para a Agricultura e Alimentação (FAO), a
ingestão média de alimentos e o nível de vida da população mundial tem melhorado,
embora lentamente. (MOREIRA&SENI, 2005, p.94).
1.4 A transformação da agricultura no Brasil a partir dos anos de 1960 e 1970.
A partir dos anos 60 e 70, no Brasil, houve crescimento da atividade
agroindustrial, que recebeu o nome de agrongócios (toda relação comercial e
industrial envolvendo a cadeia produtiva agrícola pecuária, ou seja, o de negócios
relacionados á agricultura dentro do ponto de vista econômico), com destaque para
a produção e beneficiamento de café, soja, laranja e cana-de-açúcar, além da
criação de animais. A agroindústria se articula com vários setores industriais, tais
como de embalagem, de insumos (inseticidas, adubos, rações, produtos
veterinários), sistema de irrigação, máquinas e tratores diversos, etc. Além disso, ela
produz matérias-primas para indústrias têxteis, químico–farmacêuticas, de vestuário,
calçados etc.
Segundo (SILVA, 1998), o fato é que a expansão da grande empresa
capitalista na agropecuária brasileira nas décadas de sessenta e setenta foi ainda
muito mais acelerada do que em períodos anteriores. E essa expansão destruiu
outros milhares de pequenas unidades de produção, onde o trabalhador obtinha não
apenas parte de sua própria alimentação, como também alguns produtos que vendia
nas cidades. Foi esta mesma expansão que transformou o colono em bóia-fria, que
agravou os conflitos entre grileiros e posseiros, fazendeiros e índios, e que
concentrou ainda mais a propriedade da terra.
A manutenção de um elevado grau de concentração da terra no país
funcionou como um acelerador do processo de urbanização, isso significou a
ampliação do mercado interno para a indústria.
O processo de urbanização significou uma transformação nas próprias
atividades agrícolas. As fazendas não podiam mais ser auto-suficientes na produção
de alimentos e dedicarem-se apenas á comercialização dos produtos de exportação,
houve uma especialização da produção, ou seja, não eram mais fazendas no
sentido genérico, que produziam tudo, desde o leite, até a cana e o café. Agora
eram fazendas de cana, fazendas de café, fazendas de leite, fazendas de arroz, etc.
Moral da história a própria industrialização criou o mercado de que necessitava para
sua expansão, transformando a agricultura também numa “indústria”, que compra
certos insumos (adubos, máquinas) para produzir outros insumos (matéria-prima
para a indústria de alimentos, tecidos, etc.).
No Brasil, o agronegócio é dominado por transnacionais do ramo
alimentício (Bunge, Unilever) e de fabricantes de insumos para a agricultura
(Monsanto, Bayer). O agronegócio no Brasil envolve vários setores, como agricultura
de precisão e a biotecnologia, onde é empregado capital nacional e estrangeiro. O
Brasil é um dos líderes mundiais na produção e exportação de vários produtos
agropecuários: café, açúcar, álcool, suco de frutas. Apesar de responder por um
terço do PIB nacional, o agronegócio não é unanimidade. Alguns críticos do setor
acusam-no de exportar produtos que são necessários á alimentação da população e
de estar acabando com agricultura familiar, sendo, em última análise, o responsável
por grande parte dos conflitos no campo em nosso país.
Hoje o Brasil é o terceiro maior exportador de produtos agrícolas do
mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e da União Européia. Responsável por
33%do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, por 41%das exportações totais e por
37% dos empregos, o setor iniciou sua curva ascendente nos anos de 1990 e não
parou mais de crescer.
1.5 QQUUEESSTTÕÕEESS PPAARRAA DDEEBBAATTEE..
1) Pesquisa sobre as principais atividades econômicas que ocorreram no Brasil
desde o seu descobrimento, relatando as formas de produção, relação de trabalho,
uso da terra, tecnologias empregadas.
2) Explique por que as capitanias hereditárias e as sesmarias são consideradas as
raízes da concentração fundiária no Brasil.
3) Analisando o mapa “povoamento do Brasil”, explique como se deu a produção do
espaço por meio do bandeirantismo, das missões e da mineração.
4) Explique o processo de “apropriação privada da terra” no espaço brasileiro.
5) Através da “Lei da terra “ todos tiveram oportunidades iguais com em relação á
aquisição de terras? Por quê?
6) Em sua opinião a agricultura ainda é importante para a humanidade, apesar de
toda tecnologia desenvolvida? Justifique.
7) Que problemas criados pela agricultura moderna podem ser observados em seu
município?
8) Observando a área rural de seu município, responda:
a) Que atividades agrícolas são mais desenvolvidas?
b) Quais são as tecnologias empregadas?
c) O trabalho manual ainda é utilizado em nosso município?Em quais atividades?
d) A sua família, ou alguém que você conhece já viveu alguns desses problemas da
área rural?Quais.
E) Você ou sua família trabalha em algum serviço ligado á área rural?Quais.
Objetivos: Que o aluno perceba quais as principais atividades que
promoveram a ocupação e o povoamento do interior do país, entendendo assim o
processo de expansão, interiorização e formação do espaço atual do Brasil, e a
expansão e desenvolvimento da agricultura moderna.
Disciplina de apoio: História e Língua Portuguesa.
Materiais e recursos sugeridos: textos, filmes, livros, mapas, pesquisa
na internet, figuras, TV multimídia.
Metodologia: leitura, debate dos textos, realização de atividades de
compreensão dos textos, confecção de cartazes sobre as atividades econômicas
desenvolvidas no Brasil no período de sua colonização.
Unidade 02
Colonização do Paraná
2.1 Colonização e povoamento do Paraná
Os núcleos de povoamento que se formaram no Paraná tiveram início
pelo litoral através da mineração do ouro, nas localidades de Superagui, na Baía de
Paranaguá. A região ficou movimentada, causando um rápido povoamento do litoral
paranaense.
A partir do século XVII ocorreu a conquista dos Campos Gerais, já os
campos de Guarapuava, região do terceiro Planalto Paranaense, foram efetivamente
explorados só na metade do século XVIII.
Os espanhóis ocuparam o oeste, região onde havia várias povoações,
que deram origem em 1608 á Província Del Guayrá, comandada pelos padres
espanhóis.
O Paraná pertenceu á Província de São Paulo até 1853, com a
Proclamação da República, automaticamente a província do Paraná passou a ser
um estado da República Federativa do Brasil.
O Paraná começou a ser povoado durante o século XVIII, por pessoas
que vinham de Minas Gerais e São Paulo para o “Norte Velho” ou “Pioneiro”, para
cultivar café. A cultura cafeeira atraiu muita gente para a região. Devido á
colonização surgiu várias cidades, como Wenceslau Brás (1800), São Jerônimo
(1859), A Colônia Mineira (1862, atual Siqueira Campos), Santo Antonio da Platina
(1890) entre outras.
Como todo o território nacional o Paraná, viveu e vive dos ciclos
econômicos, que, podem deslocar-se de região, dentro do estado ou mesmo dentro
do país. No caso paranaense tivemos o ciclo do ouro, do gado, da erva-mate, da
madeira e do café e, na segunda metade do século passado, a agricultura e mais
recentemente, da indústria.
O primeiro ciclo ocorreu a partir do século XVII, quando da descoberta do
ouro fazendo surgir várias cidades, a exemplo de Paranaguá, Antonina, Morretes,
Curitiba, entre outras.
A criação de gado teve início á partir da decadência do ouro. O primeiro
rebanho foi introduzido pelo litoral, na região de Paranaguá em 1640. Nesse
período, Minas Gerais desenvolvia o ciclo do ouro, por isso necessitava de
alimentação. O Paraná ficava no caminho entre Minas Gerais e o Rio Grande do Sul,
assim o “gado” (mulas burros e outros), eram procurados para compra e venda. Isso
favoreceu o comércio da época.
O transporte dos animais era realizado pelos tropeiros. Muitos caminhos
apareceram, sendo o mais importante deles a “Estrada da Mata”, ou “Caminho de
Viamão”, ligando a cidade de Viamão no Rio Grande do Sul, a cidade de Sorocaba
no estado de São Paulo. Como “Pouso” para tropeiros, algumas cidades surgiram
nessa época, como: lapa, Castro, Ponta Grossa (no estado do Paraná). Este trajeto
foi realizado por mais de cem anos deixando marcas no território paranaense.
Segundo (STECA E FLORES, 2002, p 22-23),
A fase do tropeirismo teve imensa importância na formação da Nação brasileira, num período de dois séculos: manteve a unidade nacional, uniram Norte e Sul, Leste e Oeste; promoveu a penetração ao interior, mantiveram a língua e quase os mesmos hábitos, costumes e usos da população, dentro de suas fronteiras.
O tropeirismo entrou em declínio a partir da decadência do ciclo do ouro
em Minas Gerais, porém, ainda auxiliou no transporte durante a expansão cafeeira,
sendo de grande importância para a economia da época.
Na região oeste do Paraná localizavam-se as reduções Jesuíticas (1618).
Nelas viviam milhares de famílias indígenas que trabalhavam na agricultura criação
de animais e oficinas. Além de catequizar defendiam os índios dos inimigos e lhes
ensinavam um ofício.
As reduções prosperaram e chegaram a treze unidades, situados ás
margens dos principais rios, como o Piquiri, Ivaí, Paranapanema, Tibagi e Iguaçu.
Em poucos anos os missionários conseguiram aldear mais de cem mil índios. Havia
mais de treze reduções espalhadas pelo Paraná. As reduções foram extintas com os
ataques dos bandeirantes, mas grande parte dos índios antes reduzidos acostumou-
se a viver com o branco por perto. As reduções só deixaram de existir quando os
bandeirantes começaram a saquear a antiga região do Guairá.
O ciclo da madeira, que foi o quarto, se desenvolveu praticamente junto
com a erva-mate. Teve início pelo litoral, com a exploração de algumas madeiras,
como a peroba, o Cedro, entre outras. O pinho do Paraná começou a ser
comercializado no final do século XIX, e início do século XX em várias partes do
Brasil, indo até para o exterior, principalmente para a Argentina. Muitas serrarias se
espalharam pelo interior do Paraná.
Quando se esgotava a floresta, as serrarias se mudavam para outros
lugares levando junto as instalações e os trabalhadores.
Cada vez mais a exploração desordenada foi penetrando para o interior,
fazendo grandes desmatamentos, provocando grandes modificações na paisagem
do estado.
O café chegou ao Paraná no final do século XIX, quando a exploração da
erva-mate entrava em declínio, e a exploração da madeira estava em expansão,
lavradores paulistas e mineiros iniciaram a formação de fazendas de café no norte
do estado, rico em terras férteis, de solo conhecido como "terra roxa". Ocorreram
também novas levas de colonos imigrantes, notadamente japoneses, italianos e
alemães. Segundo (PALHARES, 2007) “A presença de solo fértil (terra roxa) e o
clima favorável á produção de café fez com que seus cultivos se estendessem por
todo o norte do estado do Paraná, dando início á colonização dessa região”.
A expansão cafeeira fez surgir cidades, abriu estradas, expandiu as
ferrovias e garantiu o sustento da economia paranaense durante sua melhor fase.
O café trouxe inúmeras transformações espaciais a partir da década de
20, surgindo centenas de vilas e algumas cidades como Londrina, Maringá, e
Apucarana.
O café trouxe inúmeras transformações espaciais a partir da década de
20, surgindo centenas de vilas e algumas cidades como Londrina, Maringá, e
Apucarana.
O café foi mais plantado no norte do Paraná onde dificilmente ocorria
geada. Mas com o aumento das geadas, principalmente a de 1975, muitos
agricultores destruíram as lavouras de café, substituindo-as por outra atividade
econômica: a criação de gado. Que levou muitas pessoas a perderem o trabalho na
colheita de café, e migrarem para as cidades em busca de trabalho.
O povoamento do Oeste do Paraná aconteceu por último (década de 60),
sendo resultado do deslocamento de população do Norte do estado e também da
vinda de colonos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. No sudoeste tiveram
colonização italiana e alemã respectivamente. A partir de então não há mais terras
desocupadas no estado do Paraná.
Na região dos rios Iguaçu e Paraná, as matas era a muito exploradas por
empresas que comercializavam madeira e mate. Desde a década de 1920 ocorria ali
a ocupação espontânea por colonos gaúchos e catarinenses, em geral
descendentes de alemães e italianos. Após a revolução de 1930, anuladas
numerosas concessões de terras, passou-se, por iniciativa do governo estadual e de
particulares, à ocupação organizada, dirigida para a agricultura variada e a criação
de animais de pequeno porte.
2.2 Agricultura paranaense
Na década de 1960, todas as terras do Paraná já estavam ocupadas,
mas, em seu processo de ocupação, a par do colono que comprava um ou mais
lotes, surgiu também a figura do "posseiro", que tendia a se instalar no terreno que
julgava do estado ou sem dono. Passou a ocorrer também a venda múltipla, a
compra do "não dono" e a "grilagem" em grande escala. Assim, a época foi também
de conflitos e lutas agrárias, que se prolongaram por toda a segunda metade do
século XX, sem qualquer solução duradoura no meio dos avanços da economia e da
sociedade.
À medida que o governo estadual procurava tornar o Paraná o celeiro
agrícola do país e um produtor de madeira capaz de levar a efeito amplos
reflorestamentos, os conflitos fundiários não só continuaram como cresceram em
intensidade. Centenas de milhares de pequenos proprietários rurais e trabalhadores
sem terra encenaram um êxodo rural que provocou um esvaziamento demográfico
em mais de cinqüenta municípios. Tais emigrantes seguiram principalmente para o
Centro-oeste e para a Amazônia, levando consigo sua concepção produtiva.
Enquanto, na agricultura, a soja aumentava em trinta por cento o espaço que
ocupava. Também a indústria dava saltos expressivos.
Aumentaram, no entanto, as disputas de terra, até mesmo em reservas
indígenas, assim como denúncias de graves perturbações ambientais causadas pelo
crescente número de barragens para construção de usinas hidrelétricas nos rios
Iguaçu, Paranapanema, Capivari e Paraná. Em 1980, a colheita de soja atingia o
recorde de 2.079 kg por hectare, maior do que a marca norte-americana até então
alcançada, enquanto a de trigo colocava o Paraná no primeiro lugar nacional, com
57% da produção de todo o país.
Em 1982, o desaparecimento do salto de Sete Quedas, imposto pela
necessidade de formar o imenso reservatório da represa de Itaipu, provocou intenso
movimento de protesto. Agravava-se também, ainda em meados da década de
1990, a questão da terra, com atentados e manifestações de trabalhadores sem
terra.
O Paraná é um estado capaz de atrair investimentos, posição favorecida
pela abertura da economia local em direção ao Mercosul. Com o crescimento
demográfico estabilizado nas três últimas décadas, a economia tem-se modernizado
e se diversificado tanto no setor agrícola quanto no industrial. Há auto-suficiência
energética garantida pela Hidroelétrica de Itaipu e eficiente pólo exportador em
Paranaguá.
Camargo diz que “O Paraná é um Estado agrícola por excelência, que
vive sob o regime da policultura, cultivando plantas tropicais e temperadas, sendo
considerado o “Celeiro Agrícola do Brasil” (CAMARGO 2011, p.121).
Apesar do crescimento industrial e urbano que o estado vem
apresentando nos últimos anos, a agricultura paranaense desempenhou papel
fundamental no crescimento do mesmo. Os produtos agrícolas possuem importante
peso na balança comercial, principalmente no setor exportador.
A agricultura paranaense é responsável por aproximadamente 30%da
produção nacional de grãos. A soja, o café, o trigo, o algodão, o milho, o feijão, a
batata e a cana-de-açúcar são os principais produtos da mesma.
No Paraná a estrutura fundiária está fundamentada nos minifúndios, nas
empresas rurais e nos latifúndios por exploração.
Principais produtos cultivados no Paraná:
Produto Principais Municípios produtores.
soja Cascavel, Toledo, Campo Mourão, Assis
Chateaubriand, Londrina, Ponta Grossa e outras.
Café Londrina, Campo Mourão, Umuarama,
Ivaiporã, e Cornélio Procópio.
Algodão Umuarama, Campo Mourão, Ivaiporã,
Santo Inácio, Maringá, Centenário do Sul.
Milho Londrina, Apucarana, Ponta Grossa,
Toledo e Cascavel.
Trigo Assis Chateaubriand, Toledo, Cascavel,
Pato Branco, Mamborê e Ponta grossa.
Cana-de-açúcar
Maringá, Umuarama, Jacarezinho, Centenário do Sul, Porecatu, Cornélio Procópio, Paranavaí e Ivailândia.
Batata Irati, Ponta Grossa e Guarapuava.
Mandioca Toledo, Paranavaí, Umuarama, Campo
Mourão e Cascavel.
Feijão Ponta Grossa, Guarapuava, União da
Vitória, Francisco Beltrão, Irati, Jacarezinho,
Arroz Guarapuava, Paranavaí, Campo Mourão,
Ponta Grossa, Jacarezinho, Cornélio Procópio.
Fumo Rio Negro, Irati, São Mateus do Sul,
Francisco Beltrão e Capanema.
Amendoim Cultivado no noroeste do estado,
geralmente em terreno de Arenito Caiuá.
2.3 Questões para debate.
A) Por onde teve início a colonização do Paraná?
B) O que atraiu os colonizadores para esta região?
C) Quais os objetivos das reduções Jesuíticas?
D) Qual a importância do “Caminho de Viamão” para o surgimento de cidades no
Paraná?
E) Quando teve início o ciclo da madeira? Como ele se desenvolveu?
G) Há medida que o governo tentava tornar o Paraná celeiro do Brasil, que
problemas surgiram?
H) Que fatores tornam o Paraná o celeiro do Brasil?
I) Quais são os principais produtos da agricultura paranaense?
Objetivos: Que o aluno perceba quais as principais atividades que
promoveram a ocupação e o povoamento do território paranaense, entendendo
assim o processo de expansão e interiorização desta região,
Disciplina de apoio: História e Língua Portuguesa.
Materiais e recursos sugeridos: textos, livros, mapas, pesquisa na
internet, figuras sobre a colonização, TV multimídia.
Metodologia: leitura e debate dos textos focando as discussões sobre a
colonização do Paraná e as principais atividades econômicas que promoveram sua
ocupação e povoamento, produção de textos e cartazes com fotos da época que
será elaborado após a pesquisa de campo. E posteriormente apresentado á
comunidade escolar.
Unidade 03
Brasilândia do Sul
3.1 Agricultura em Brasilândia do Sul
Entre o final do século XIX e início do século XX a exploração da madeira
era considerada a principal atividade econômica do Paraná. O momento é ilustrado
com a instalação de várias madeireiras no Estado. A partir da década de 1950 essa
exploração madeireira foi praticada no Município de Brasilândia do Sul.
Esta atividade econômica operacionalizou o processo de colonização da
região noroeste do Paraná. Após o desmatamento houve a introdução das lavouras
de café que já se expandiam vindas do estado de São Paulo.
O café ganhou espaço no Paraná a partir da derrubada das matas. A
partir da derrubadas das matas o café passando a dominar a paisagem paranaense,
sobretudo na região norte, sendo explorado principalmente em pequenas
propriedades, com predominância do trabalho familiar.
Entre 1960 e 1970 houve, declínio da atividade cafeeira, que foi
substituída, no município de Brasilândia do Sul, pela pecuária de corte, juntamente
com o plantio de hortelã, algodão e amendoim. A partir da ultima década de 1990 e
início de 2000 vem se verificando uma grande transformação das atividades
econômicas no município, ou seja, a substituição de início das lavouras de algodão
pastagem, pelos binômios soja, trigo e milho.
F
Foto (acervo próprio) tirada no ano de 2010, em Brasilândia do Sul - PR.
Esta contradição verifica-se também como demonstra a tabela (abaixo)
em relação á diminuição da população. Outro fator a ser analisado na região é o
caso daqueles agricultores que não se “adaptaram” as novas formas de produção,
pois muitas vezes se endividavam em bancos e cooperativas. Com a frustração de
safras ou falta de preço de seus produtos, muitos agricultores foram obrigados a
vender sua propriedade, indo em busca de novas fronteiras agrícolas, ou se
mudando para a cidade onde na maioria das vezes se tornaram assalariado.
Percebe-se também na tabela (abaixo) a diminuição da população tanto
da área rural quanto urbana entre os anos de 2000 a 2010 no município de
Brasilândia do Sul. Entre os fatores que levaram à diminuição da população esta a
mecanização do campo, substituindo o trabalho manual.
Tabela 1
População Brasilândia do Sul – Ano 2000
Total 3.889
Urbana 2.367
Rural 1.522
Fonte:IBGE
Tabela 2
População Brasilândia do Sul – Ano 2007
Total 3.305
Urbana 2.242
Rural 1.063
Fonte :IBGE
Tabela 3
População Brasilândia do Sul – Ano 2010
Total 3.209
Urbana 2.178
Rural 1.031
Fonte: IBGE
Ao analisarmos as tabelas 1, 2 e 3 verifica-se que a população urbana é
maior do que a rural. Mas na realidade muitas destas pessoas ditas ”urbanas” na
realidade têm suas atividades voltadas para área rural. Portanto, as atividades
rurais, mesmo que desenvolvidas por populações urbanas é a predominante no
município.
Um indicativo de que a população urbana de Brasilândia do Sul tem fortes
vínculos com o campo é a presença em muitas residências de uma “garagem” ou
“barracão” construídos no mesmo lote ou próxima da moradia, onde se encontram
tratores, plantadeiras, colheitadeiras, insumos, sementes.
Verifica-se que mesmo havendo transformações nas atividades agrícolas
tanto no que se refere aos produtos cultivados, como também na forma de produzir
em Brasilândia do Sul, onde no passado as atividades “agropecuárias” principais
eram as extrações de madeira, pecuária e lavouras de subsistência e,
posteriormente as lavouras de algodão que utilizavam muito o trabalho manual e
pouca tecnologia. Hoje a atividade agrícola principal (soja e milho) emprega
tecnologias avançadas e consequentemente, menos mão-de-obra.
Observando a tabela com o número dos estabelecimentos agropecuários
do município de Brasilândia do Sul é possível constatar que a uma predominância
de pequenas e médias propriedades, variando entre 0,5 a 500 hectares.
Município: Brasilândia do Sul – PR Número de estabelecimentos agropecuários e Área dos
estabelecimentos por grupos.
Grupo de área Número %
propriedades Até 10 ha. 70 48,18
20 a 50 ha. 52 18,84
50 a 100 ha. 31 11,23
100 a 200 ha. 30 10,87
200 a 500 ha. 22 7,87
500 a 1000 ha. 7 2,54
De 1000 a mais 0 0
De 2.500 a mais 0 0 Fonte: IBGE 2005
Atualmente, o município de Brasilândia do Sul possui uma área de 29.100
hectares, aproximadamente 18.000 há ocupados com o plantio de soja que é
chamada de safra verão e 17.120 hectares em plantio de milho, que é chamada de
safra inverno. A mandioca, cana – de- açucare trigo ocupa uma área de170, 292 e
400 hectares, respectivamente (DERAL, 2009).
A partir do gráfico abaixo podemos verificar, que o município de
Brasilândia do Sul tem como principal atividade econômica a agropecuária. Assim
analisar as transformações, na agricultura de Brasilândia do Sul é decorrente da
importância desta atividade para o município.
3.2 QQUUEESSTTÕÕEESS PPAARRAA DDEEBBAATTEE..
A) Quando teve início a colonização no município de Brasilândia do Sul
C) Que tipos de culturas já fizeram parte dos ciclos econômicos de Brasilândia do
Sul?
D) Quais as principais culturas hoje em Brasilândia do Sul?
E) Que podemos observar a partir da análise dos gráficos da população de
Brasilândia do Sul?
PPPeeesssqqquuuiiisssaaasss e entrevistas
3.3 - Entrevista com antigos agricultores da região.
1) Será questionado nesta entrevista realizada com antigos moradores que
ainda residem no município de Brasilândia do Sul, como era realizado o trabalho
com as antigas culturas do município como: a extração da madeira, plantio de café,
amendoim, hortelã e as pastagens. Os alunos serão divididos em 4 grupos e cada
grupo ficará encarregado de fazer a pesquisa com 4 moradores, relacionada a um
tipo de cultura. Posteriormente os resultados serão apresentados á comunidade
escolar em forma de cartazes e relatórios das entrevistas.
1) Nome do entrevistado?
2) Como ficou sabendo da existência desta região antes de vir para Brasilândia do
Sul?
3) Por que teve interesse por esta região?
4) Como chegou até aqui?
5) Qual foi o meio de transporte?
6) Dê aonde veio?
7) Quem veio junto?
8) Como era a região quando você chegou aqui?
9) Dê quem adquiriu seu primeiro lote de terras?
10) Como era a sua primeira moradia?
11) Onde eram comprados os alimentos, roupas e remédios?
12) Qual o tipo de transporte utilizado?
13) Como eram as estradas?
14) Que tipo de trabalho realizava?
15) O que cultivava?
16) Como era feito este cultivo?
17) Onde vendia a produção?
18) Que tipos de ferramentas utilizavam?
19) Qual a maior dificuldade encontrada no trabalho?
20) Que outras atividades já realizaram?
22) Durante quanto tempo realizou esta atividade?
23) O que faz hoje? Por quê?
25) Qual a profissão de seus filos?
26) Onde eles residem?
3.4 – Entrevista com agricultores que praticam a agricultura atual no
município.
1 - Os alunos buscaram informações junto à secretaria da agricultura sobre as
atividades agrícolas desenvolvidas no município e a quantidade em alqueire de cada
produto cultivado. Essas informações devem ser transformadas em gráficos.
Posteriormente os alunos realizaram uma pesquisa com atuais agricultores do
Município de Brasilândia do Sul sobre:
1)Nome do entrevistado?
2) Há quanto tempo reside no município?
3) O que planta?
4) Quantos alqueires são utilizados para o plantio?
5) Mora na propriedade?Onde?
6) È proprietário das terras, ou são arrendadas?
7) Que ferramentas são utiliza para plantio, cuidados com a lavoura e colheita?
8) Que tipo de veneno utiliza?
( ) herbicida ( ) fungicida ( ) inseticida
9) Que quantidade de adubo é utilizada por alqueire?
10) As sementes são compradas, ou produzidas na propriedade?
11) Onde compram adubos, sementes, venenos utilizados na lavoura?
12) Quem trabalha no campo é assalariado, ou é trabalho familiar?
13) Planta com recurso próprio ou financiado? Onde são feitos os financiamentos?
14) Quem compra sua produção?
15) Quer que seus filhos dêem continuidade ao seu trabalho? Por quê?
3.5 – Pesquisa sobre o Solo e seu uso na agricultura
Pesquisa será realizada em internet e livros sobre os tipos de solo do Paraná e
Brasilândia do Sul, relatando:
1) Quais os tipos de solos existentes no Paraná e em Brasilândia do Sul?
2) Quais os tipos de cultivo que melhor se desenvolve em cada um deles?
3) Quais as formas existentes de conservação dos solos, na pratica da
agricultura?
4) Quais os tipos de degradação são provocados nos solos com seu uso pela
agricultura?
5) Após a pesquisa bibliográfica será feita uma visita de campo, onde serão
observadas as formas corretas e incorretas do uso do solo no município de
Brasilândia do Sul na prática da agricultura. O resultado do trabalho será uma
exposição de fotos e relatórios para a comunidade escolar.
Objetivo: Analisar o avanço e a transformações da agricultura no
município de Brasilândia do Sul, a partir do início de sua colonização, 1950, até os
dias atuais em que vem ocorrendo o avanço da agricultura moderna, levando o
aluno ao entendimento do momento atual.
Materiais e recursos sugeridos: Pesquisa na internet, livros, fotos,
jornais, revistas, cartolina, pesquisa de campo.
Disciplina de apoio: História e Língua Portuguesa.
Metodologia: leitura e debate dos textos focando as discussões sobre as
transformações e desenvolvimento da agricultura moderna no Brasil, Paraná e
Brasilândia do Sul. Em grupo, pesquisar e buscar informações sobre a agricultura do
município de Brasilândia do Sul. Para realização da pesquisa os alunos serão
divididos em grupos. Sendo que cada grupo ficará responsável por uma pesquisa,
no final será apresentado o resultado á comunidade escolar em forma de gráficos
relatórios, entrevistas, fotos, e cartazes.
Referências bibliográficas
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IBEP.
PALHARES, José Mauro. Paraná- Aspectos da Geografia. 3ºed. Foz do
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CAMARGO, João Borba de. Geografia física, humana e econômica do Paraná. 4º
Ed. Maringá, 2001.
SILVA, José Graziano da. O que é questão agrária. São Paulo: Brasiliense, 1998.
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contradições entre o urbano e o rural. São Paulo: Expressão Popular, 2006.
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STECA, Lucélia Cunha; FLORES, Mariléia Dias. História do Paraná do século XV
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