Produção e Internacionalização Da Indústria

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    1/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_696.html 1/16

    Carta IEDI n. 696 Produo e Internacionalizao da Indstria deTransformao Desde 2002

    Publicado em 11/09/2015

    Sumrio

    A indstria brasileira vive a reverso de um ciclo de crescimentoiniciado nos primeiros anos da dcada de 2000. Aps o pico histricoda srie com ajuste sazonal em junho de 2013, a indstria brasileira

    registrou rpida desacelerao, de modo que em junho de 2015 opatamar da produo j era similar ao do final de 2006. Tal queda

    reflete fundamentalmente o comportamento da indstria detransformao, pois a indstria extrativa mineral assinala tendncia

    positiva que culminou em altos e sem precedentes nveis de produoem 2015.

    Tomando-se por base o ano de 2002, na srie com ajuste sazonal, aproduo mdia da indstria de transformao entre 2003 e 2006 foi de

    109, avanando entre 2007 e 2010 para 122 e com um leve aumentopara 125 entre 2011 e junho de 2015 ainda que com forte tendncia

    declinante nos dois ltimos anos.

    Como padro geral de comportamento, os manufaturados de baixatecnologia e mais intensivos em mo-de-obra, com exceo de

    alimentos e bebidas, tiveram reduo absoluta da produo e foramrelativamente os setores que mais sentiram perdas, enquanto certos

    bens de consumo durveis e bens de capital de mdia e alta tecnologiaforam os que assinalaram maior alta no perodo como um todo de 2003

    a 2015.

    Contudo, tal crescimento da produo foi exguo se comparado evoluo do consumo aparente, notadamente a partir de 2010. Porm,tal como destacam Carvalho e Ribeiro (2015), a dinmica setorial do

    consumo tambm guarda diferenas marcantes.

    Nem todos os setores registraram crescimento: tambm tomando-se amdia de 2002 como base, houve reduo do consumo aparente em

    Couro, produtos do couro e calados, Produtos do fumo e Txteis. Aocontrrio, o consumo aparente aumentou substancialmente nas

    indstrias de Veculos automotores, reboques e carrocerias eEquipamentos de informtica, eletrnicos e pticos, mais do que

    dobrando entre 2002 e 2013. O consumo aparente tambm se ampliouexpressivamente em Mquinas e Equipamentos, Outros equipamentos

    de transporte e Farmoqumicos e farmacuticos.

    Alm da produo no ter acompanhado o ritmo da demanda de bensindustriais, cedendo espao para o produto importado, a utilizao de

    capacidade instalada tem retido uma crescente parcela ociosa que levaa uma menor taxa de investimento em capital fixo na economia. Assim,

    de acordo com os dados dessazonalizados da CNI, a utilizao dacapacidade chegou ao seu patamar mais alto, de 84,5%, em janeiro de

    2008. O grau de utilizao cai desde ento, recuperando o nvelanterior em meados de 2010. Contudo, o indicador cai desde 2011,

    acompanhando a reduo da produo da indstria de transformao,atingindo em junho de 2015 um de seus momentos mais baixos, de

    80,1%.

    possvel distinguir 4 padres entre os setores da indstria detransformao no Brasil no que diz respeito ao desempenho daproduo e do consumo aparente:

    I Fortalezas: Setores em que a produo e o consumo aparentecresceram acima das respectivas mdias da indstria de transformao:

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    2/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_696.html 2/16

    Outros equipamentos de transporte, Bebidas, Farmoqumicos eFarmacuticos, Produtos de metal, excluindo mquinas e equipamentos,

    Produtos de minerais no metlicos, Qumicos, Coque, derivados dopetrleo e biocombustveis, Produtos de Madeira.

    II Fraquezas: Setores em que a produo aumentou mais do que amdia da indstria de transformao e o consumo aparente cresceu

    menos do que a mdia ou retraiu: Celulose e papel.

    III Ameaas: Setores em que tanto a produo quanto o consumo

    aparente decresceram ou cresceram menos do que a mdia da indstriade transformao: Txteis, Fumo, Couro, produtos do couro e calados,Metalurgia, Produtos alimentcios, Vesturio e Acessrios, Mquinas,

    aparelhos e materiais eltricos, Equipamentos de informtica, produtoseletrnicos e pticos.

    IV Oportunidades: Setores em que o consumo aparente aumentoumais do que a mdia da indstria de transformao, porm a produocresceu menos do que a mdia ou retraiu: Mquinas e equipamentos,Veculos automotores, reboques e carrocerias, Produtos de borracha e

    material plstico.

    Ocorreram tambm mudanas significativas no padro de comrciointernacional de bens industriais. De 2003 a 2007 o saldo de

    exportaes lquidas da indstria de transformao foi positivo, tendoalcanado o maior valor em dlares FOB em 2005, de acordo com osdados da FUNCEX. Desde 2007 o saldo torna-se negativo, tendo sido

    recorde no ano de 2014. Por sua vez, os saldos positivos das indstriasextrativas, de baixo valor entre 2003 e 2007, firmaram-se positivos eexpressivos desde 2008. Entretanto, esto se retraindo nos anos mais

    recentes em comparao ao pico atingido em 2011. Tal comportamentoest intimamente relacionado forte expanso e posterior

    desacelerao econmica da China.

    Como resultado dessa maior dinmica importadora, de 2003 a 2015 ocoeficiente de penetrao das importaes praticamente dobrou: de12% no quarto trimestre de 2002 para 22% no segundo trimestre de

    2015. Tomando-se somente o da indstria de transformao, apassagem foi de 10,5% para 20,4%.

    Por seu turno o coeficiente de exportaes da indstria detransformao passou de 13% ao final de 2002 para 19% em 2005

    seu nvel mximo (assim como o saldo da balana comercial demanufaturados brasileiros). Depois retraiu at o nvel de 13%

    novamente no incio de 2010, e desde ento cresce suavemente atchegar a 16% no segundo trimestre de 2015.

    Distinguem-se tambm 4 padres de internacionalizao dos diferentessetores industriais brasileiros, que esto direta e indiretamente

    associados ao desempenho da produo. Tomando-se os coeficientestrimestrais de penetrao das importaes (CPI) e de exportao (CE),a preos de 2007, mdia de 2011 a junho de 2015, apresentam-se os

    seguintes grupos:

    I Internacionalizados: Setores que apresentaram CPI e CE acima dasrespectivas mdias da indstria de transformao: Outros

    equipamentos de transporte (onde se destaca a produo de avies) eMquinas e equipamentos.

    II Fraquezas: Setores com alta penetrao de importados, pormbaixo coeficiente de exportao: Txteis, Veculos automotores,reboques e carrocerias, Equipamentos de informtica, produtoseletrnicos e pticos, Produtos qumicos, Indstrias diversas,

    Farmoqumicos e farmacuticos, Mquinas, aparelhos e materiais

    eltricos.

    III Nacionalizados: Setores em que tanto a penetrao deimportaes quanto o percentual da produo exportado esto abaixo

    da mdia da indstria de transformao: Vesturio e Acessrios,Bebidas, Produtos de metal, Produtos de borracha e material plstico,

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    3/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_696.html 3/16

    Produo Industrial, Consumo Aparente e Utilizao da Capacidade Instalada.

    Ao final do primeiro semestre de 2015 a produo industrial brasileira amargava umaqueda de 6,3% em relao ao mesmo perodo de 2014, ou -5,0% nos ltimos 12meses. Aps o pico histrico da srie com ajuste sazonal em junho de 2013, aindstria brasileira registrou rpida desacelerao de modo que em junho de 2015 opatamar da produo j era similar ao do final de 2006. Tal queda refletefundamentalmente o comportamento da indstria de transformao, pois a indstriaextrativa mineral assinala tendncia positiva que culminou em altos e semprecedentes nveis de produo neste segundo semestre de 2015.

    A partir de 2003 a indstria de transformao cresceu consistentemente at osegundo semestre de 2008, rapidamente se recuperando da crise financeirainternacional de 2008/ 2009 de forma a alcanar os nveis altos de produo pr-crise j no segundo semestre de 2010. Desde l a sua trajetria no teve novoflego, primeiro mantendo-se sofregamente no patamar que representava um

    crescimento de 30% em relao a 2002, atingindo o mximo em meados de 2013.Contudo, desde ento vem caindo em ritmo alarmante, de modo que em dois anos aproduo retraiu para nveis que representam uma elevao de apenas 13% emrelao a 2002, considerando o ndice encadeado com ajuste sazonal do IBGE.

    Examinando-se os gneros de atividades da indstria de transformao, distinguem-se cenrios diferentes que dependem de uma srie de fatores como porte ematuridade do mercado, insero externa dos produtos, comportamento dos custos,incentivos de poltica econmica, etc.

    A maior parte das sees de atividades industriais (CNAE 2.0) cresceu de 2003 at oprimeiro semestre de 2015. Tal trajetria pode ser dividida em trs perodosdistintos, que compreendem os anos de crescimento de 2003 a 2006 oimediatamente pr, a crise financeira internacional e seu ano de ajuste entre 2007 e2010 e a fase mais recente de 2011 at junho de 2015 a partir dos dados da

    Mveis, Produtos minerais no metlicos.

    IV Competitivos: Setores em que o CE supera a mdia da indstria detransformao, com CPI inferior mdia: Produtos do fumo, Celulose e

    papel, Produtos da madeira, Couro, produtos do couro e calados,Produtos alimentcios, Metalurgia.

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    4/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_696.html 4/16

    Pesquisa da Indstria Mensal do IBGE. Tomando-se por base o ano de 2002, na sriecom ajuste sazonal, a produo mdia da indstria de transformao entre 2003 e2006 foi de 109, avanando bastante entre 2007 e 2010 para 122, e com um leveaumento para 125 entre 2011 e junho de 2015.

    As sees industriais de transformao que apontaram maior crescimento foramOutros equipamentos de transporte (ndice 249 na mdia 2011-1sem2015, sendo2002 = 100), que mais do que dobrou a produo entre 2002 e 2015, seguidos deVeculos automotores, reboques e carrocerias (175), Bebidas (145), Mquinas eequipamentos (145), Mquinas, aparelhos e materiais eltricos (144) e

    Farmoqumicos e farmacuticos (144). Por outo lado, assinalaram queda de produoem relao a 2002 os setores de Couro, artigos do couro e calados (ndice 68 namdia 2011-1sem2015, sendo 2002 = 100), Txteis (78), Vesturio e acessrios(81), Produtos do Fumo (87) e Produtos de madeira (90).

    Como padro geral de comportamento, os manufaturados de baixa tecnologia e maisintensivos em mo-de-obra, com exceo de alimentos e bebidas, tiveram reduoabsoluta da produo e foram relativamente os setores que mais sentiram perdas,enquanto certos bens de consumo durveis e bens de capital de mdia e altatecnologia foram os que assinalaram maior alta no perodo entre 2003 e 2015.

    O impressionante crescimento do consumo aparente a outra face da expanso daproduo industrial domstica, que cresceu impulsionada pelo aumento da demandamas no a atendeu sozinha. Comparando-se a expanso da produo do consumoaparente, tem-se um deslocamento claro a partir de 2010, tendo sido a maiorexpanso do ltimo respondida pelas importaes.

    No texto para Discusso 2101 do IPEA, Indicadores de consumo aparente de bensindustriais: metodologia e resultados, publicado em junho deste ano, os autores

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    5/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_696.html 5/16

    Leonardo Mello de Carvalho e Fernando Jos Ribeiro mostram que a dinmica setorialda evoluo do consumo aparente guarda diferenas marcantes. A partir dos dadosdisponibilizados entende-se que, em primeiro lugar, assim como na produoindustrial nem todos os setores registraram crescimento. Tomando-se a mdia de2002 como base, houve reduo do consumo aparente em Couro, produtos do couro ecalados (73 em mdia entre 2011-2013), Produtos do fumo (93) e Txteis (100).

    Ao contrrio, aumentou substancialmente o consumo aparente nas indstrias deVeculos automotores, reboques e carrocerias e Equipamentos de informtica,eletrnicos e pticos, que mais do que dobraram entre 2002 e a mdia do ndice

    anual 2011-2013. O consumo aparente tambm se ampliou expressivamente emMquinas e Equipamentos (195), Outros equipamentos de transporte (155) eFarmoqumicos e farmacuticos (152).

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    6/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_696.html 6/16

    Alm da produo no ter acompanhado a expanso do consumo aparente ao mesmopasso, a utilizao de capacidade tem revelado tambm um componente ocioso queimplica uma menor taxa de investimento em capital fixo na economia. Assim, deacordo com os dados da CNI, dessazonalizados, em 2007/incio de 2008 a utilizaoda capacidade chegou ao seu patamar mais alto, em mdia de 82% - depoisrecuperado em meados de 2010. Contudo o indicador caiu consistentemente desde2011, acompanhando a reduo da produo da indstria de transformao, eatingindo em junho de 2015 um de seus momentos mais baixos, considerando o

    perodo em questo.

    Observando setorialmente, na serie de percentuais mdios da CNI sem ajustesazonal, constata-se que os setores nos quais a utilizao de capacidade instaladafoi menor, na mdia mensal de janeiro de 2011 a junho de 2015, eram Produtos dofumo (62%), Produtos de madeira (63%) e a parte dos qumicos composta porprodutos de Limpeza, cosmticos, perfumaria e de higiene pessoal (65%). Emespecial, no ltimo ms da srie, junho de 2015, a utilizao da capacidade reduziu-se amplamente perante mdia, como o caso de Veculos automotores, reboques ecarrocerias (56% em junho de 2015 versus a mdia 69% em 2011-1s2015), Produtosde metal, exceto mquinas e equipamentos (57% versus 67%), Equipamentos deinformtica, produtos eletrnicos e pticos (58% vs 67%), Impresso e reproduode gravaes (58% vs 68%).

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    7/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_696.html 7/16

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    8/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_696.html 8/16

    Comrcio Internacional de Bens Industriais.A trajetria da produo industrial edo consumo aparente precisa ser compreendida considerando as mudanassignificativas no padro de comrcio internacional de bens industriais. De 2003 a2007 o saldo de exportaes lquidas da indstria de transformao do Brasil foipositivo, tendo alcanado o maior valor em dlares FOB em 2005, de acordo com osdados da FUNCEX. Desde 2007, as importaes de bens da indstria detransformao superam o valor das exportaes, de forma que se acumularamdficits crescentes at junho de 2015, tendo sido recorde no ano de 2014. Por sua

    vez, os saldos positivos das indstrias extrativas, exguos entre 2003 e 2007,firmaram-se positivos e expressivos desde 2008, contudo vem se retraindo nos anosmais recentes em comparao ao pico atingido em 2011.

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    9/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_696.html 9/16

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    10/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_696.html 10/16

    Examinando-se, primeiramente, pelo lado das exportaes da indstria detransformao, houve crescimento em todos os setores exceto Equipamentos deinformtica, equipamentos eletrnicos e pticos, comparando-se os primeirossemestres de 2003 a 2015, conforme dados da FUNCEX. Destaca-se a tremendaelevao de 3,4 vezes das exportaes em dlares da indstria de Coque, derivadosdo petrleo e biocombustveis. A indstria de vesturio foi a segunda que maiscresceu, porque atingiu ndice mdio de 289 em 2011-1sem2015, seguida de pertopor Metalurgia (286), Produtos alimentcios (257), Produtos do fumo (244), Qumicos

    (224), Impresses e reprodues de gravaes (221).

    Por outro lado as importaes de bens da indstria de transformao aumentarammais ainda, novamente comparando-se os valores em dlares FOB dos primeirossemestres de 2003 a 2015, dados da FUNCEX. Alguns dos setores que maisampliaram as exportaes so tambm os que assinalaram crescimento dasimportaes. Nesse sentido, destaca-se a expanso de 4 vezes das importaes deCoque, derivados do petrleo e biocombustveis. Metalurgia (ndice mdio de 256 em2011-1sem2015) vem em segundo lugar, depois Produtos alimentcios (215),Produtos de madeira (206), Qumicos (205). Por sua vez, as importaes que menosexpandiram foram de setores de mdia e alta tecnologia, como Mquinas, aparelhose materiais eltricos (113), Outros equipamentos de transporte (117), Produtos deminerais no-metlicos (118) e Equipamentos de informtica, produtos eletrnicos epticos (121).

    Como resultado dessa maior dinmica importadora, de 2003 a 2015 o coeficiente depenetrao das importaes (percentual do consumo aparente oferta interna atendido por importaes a preos de 2007, de acordo com dados da CNI disponveisno IPEADATA) praticamente dobrou: de 12% no quarto trimestre de 2002 para 22%no segundo trimestre de 2015. Tomando-se somente o da indstria de

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    11/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_696.html 11/16

    transformao, a passagem foi de 10,5% para 20,4% no mesmo perodo comcrescimento consistente a exceo do perodo de crise financeira internacional.

    O coeficiente de penetrao das importaes da indstria extrativa, que em junho de2015 atingiu 55%, oscilou mais no perodo: cresceu sustentadamente de 2003 a 2008at atingir o pico, caiu consideravelmente at o incio de 2010, voltou a aumentarat a segunda metade de 2012, depois retraiu at o final de 2014 e em 2015registrou nova tendncia de alta. J o coeficiente de exportaes da indstriaextrativa - isto , o percentual da produo interna destinado s exportaes,segundo a CNI, em preos de 2007 - seguiu idntica trajetria, porm mais

    acentuada, encerrando o segundo trimestre de 2015 em cerca de 70%.

    Por seu turno o coeficiente de exportaes da indstria de transformao, que dita aperformance da indstria geral, assinalou outra trajetria. Passou de 13% ao final de2002 para 19% em 2005 seu nvel mximo (assim como o saldo da balanacomercial de manufaturados brasileiros). Depois retraiu at o nvel de 13%novamente no incio de 2010, e desde ento cresce suavemente at chegar a 16% nosegundo trimestre de 2015.

    Avaliando os coeficientes setoriais da indstria de transformao, encontram-serealidades muito diversas. Aqueles em que os importados respondem por uma fatiamaior da oferta interna de bens so Equipamentos de informticas, eletrnicos (45%em mdia entre 2011 e o primeiro semestre de 2015), Outros equipamentos detransporte (43%, tendo crescido significativamente de 2007-2010 para 2011-1s2015),Farmoqumicos e farmacuticos (35%) e Mquinas e equipamentos (34%). Apesar deainda no configurar entre os setores com maior penetrao de importados, valedestacar a abertura do consumo aparente de coque e derivados do petrleo,atingindo a mdia de 20% entre 2011-1s2015. Em geral, os mercados brasileiros debens de consumo semi e no durveis assinalaram coeficientes de penetraobaixos, especialmente os de produtos do Fumo, Madeira, Alimentos, Bebidas, Mveis.

    O que chama a ateno nos coeficientes de exportao, por sua vez, a reduosofrida entre 2011 e o segundo semestre de 2015 por diversos setores,principalmente Produtos de Madeira (de 39% em mdia entre 2003 e 2006 para 21%

    entre 2011 e o 1 semestre de 2015), Produtos do Couros e calados (de 35% para23%), Veculos automotores, reboque e carrocerias (de 22% para 13%), Metalurgia(de 24% para 17%), Equipamentos de informtica, produtos eletrnicos e pticos (de18% para 6%), Mveis (de 15% para 5%) e Mquinas, aparelhos e materiaiseltricos (de 17% para 11%). Por outro lado, outros equipamentos de transporteassinalou aumento expressivo do coeficiente de exportao, de 33% para 45% entre

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    12/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_696.html 12/16

    2003-2006 e 2011-1s2015, passando a ser o segundo maior coeficiente deexportao da indstria de transformao depois de Produtos do fumo (48%).

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    13/16

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    14/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_696.html 14/16

    mdia da indstria de transformao, porm a produo cresceu menos do que amdia ou retraiu: Mquinas e equipamentos, Veculos automotores, reboques ecarrocerias, Produtos de borracha e material plstico.

    Em cada um desses grupos, certos setores de produo apresentaram maiorcrescimento da produo relativamente aos outros, a despeito do macro-cenrioadverso da indstria entre janeiro de 2011 e junho de 2015, a saber: Outrosequipamentos de transportes, Produtos Qumicos, Farmoqumicos e farmacuticos,Coque, derivados de petrleo e biocombustveis, Vesturio e acessrios, Veculosautomotores, reboques e carrocerias.

    Em segundo lugar, distinguem-se tambm alguns padres de internacionalizao dosdiferentes setores industriais, que esto direta e indiretamente associados aodesempenho da produo. Tomando-se os coeficientes trimestrais de penetrao dasimportaes (CPI) e de exportao (CE), a preos de 2007, mdia de 2011 a junho

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    15/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_696.html 15/16

    de 2015, apresentam-se os seguintes grupos:

    I Internacionalizados: Setores que apresentaram CPI e CE acima das respectivasmdias da indstria de transformao: Outros equipamentos de transporte, Mquinase equipamentos.

    II Fraquezas: Setores com alta penetrao de importados, porm baixocoeficiente de exportao: Txteis, Veculos automotores, reboques e carrocerias,Equipamentos de informtica, produtos eletrnicos e pticos, Produtos qumicos,Indstrias diversas, Farmoqumicos e farmacuticos, Mquinas, aparelhos e materiais

    eltricos.III Nacionalizados: Setores em que tanto a penetrao de importaes quanto opercentual da produo exportado esto abaixo da mdia da indstria detransformao: Vesturio e Acessrios, Bebidas, Produtos de metal, Produtos deborracha e material plstico, Mveis, Produtos minerais no metlicos.

    IV Competitivos: Setores em que o CE supera a mdia da indstria detransformao, com CPI inferior mdia: Produtos do fumo, Celulose e papel,Produtos da madeira, Couro, produtos do couro e calados, Produtos alimentcios,Metalurgia.

    A maior parte dos setores do grupo de fraquezas assinalou crescimento expressivodo coeficiente de penetrao de importaes de 2007/2010 para 2011/1s2015,

    embora Outros equipamentos de transporte, do grupo de indstriasinternacionalizadas, tenha registrado a elevao mais alta do CPI. Alis, este setorencontra-se no primeiro quadrante das duas anlises, tendo sido o mais dinmico daindstria de transformao brasileira considerando o perodo analisado.

  • 7/25/2019 Produo e Internacionalizao Da Indstria

    16/16

    14/10/2015 IEDI - Cartas

    http://-/?-