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PRODUTO 05 - ALTERNATIVA PARA O TRANSBORDO, TRATAMENTO, DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO FINAL PARA OS RCCV ARM_TEC_02_05_REL_RCCV_04_20150520

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PRODUTO 05 - ALTERNATIVA PARA O TRANSBORDO, TRATAMENTO, DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO FINAL

PARA OS RCCV

ARM_TEC_02_05_REL_RCCV_04_20150520

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AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV)

PRODUTO 05 - ALTERNATIVA PARA O TRANSBORDO, TRATAMENTO, DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO FINAL PARA OS RCCV

ARM_TEC_02_05_REL_RCCV_04_20150520

Maio de 2015

Consórcio:

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Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)

Pag. 2

PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE

SAÚDE (RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV)

Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte

Consórcio: IDP FERREIRA ROCHA Status: Externo

Título do documento: PRODUTO 05 - ALTERNATIVA PARA O TRANSBORDO, TRATAMENTO, DESTINAÇÃO E DISPOSIÇÃO FINAL PARA OS RCCV

Nome/código: ARM_TEC_02_05_REL_RCCV_04_20150520 Versão: Final

Elaboração: Ο Alex José de Almeida

Ο Alex Quiroga

Ο Ana Maria Castro da Silveira

Ο Cristiano Figueiredo Lima

Ο Cynthia Fantoni

Ο Delfim José Leite Rocha

Ο Eduard Millet

Ο Gonzalo Herranz

Ο Gustavo Tetzl Rocha

Ο Henrique Ferreira Ribeiro

Ο Henrique S L V Gomes

Ο Isadora Braga Camargos

Ο Jesús Blasco Gómez

Ο José Cláudio Junqueira Ribeiro

Ο Juan Carlos Rives López

Ο Juliana Felisberto

Ο Luciana de Nardi

Ο Marcos Antônio de Almeida Rodrigues

Ο Maria Antônia Vieira Martins Starling

Ο Murilo Zaparoli

Ο Renato Nogueira de Almeida

Ο Solange Vaz Coelho

Ο Thiago de Alencar Silva

Ο Vicente Jimenez de la Fuente

Data: 12/05/2015

Revisão: Jesus Blasco Goméz, Juan Carlos Rives Lopes, Thiago deAlencar Silva, José Claudio Junqueira Ribeiro

Data: 17/05/2015

Aprovação: Jesús Blasco Data: 20/05/2015

Observações:

Aprovação do Gestor:

Nome: Visto:

Data da Aprovação:

Consórcio:

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Serviços de consultoria para a execução do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)

Pag. 3

APRESENTAÇÃO

O presente documento, formalmente denominado Alternativas para o Transbordo, Tratamento e Disposição Final, ou Produto 05, é o terceiro Produto da Fase 02 do PLANO METROPOLITANO DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS COM FOCO EM RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) E RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS (RCCV) e foi elaborado pelo Consórcio formado pelas empresas IDP Ingeniería e Arquitectura Iberia e Ferreira Rocha - Gestão de Projetos Sustentáveis (Consórcio IDP Ferreira Rocha), sob a coordenação da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (ARMBH) e seu Grupo de Acompanhamento (GA).

Como definido inicialmente, a elaboração do Plano está estruturada em três fases:

Fase 01: Diagnóstico da situação atual dos RCCV na Região Metropolitana deBelo Horizonte (RMBH) e Colar Metropolitano de Belo Horizonte;

Fase 02: Elaboração de proposta para a gestão e gerenciamento dos RCCV; e

Fase 03: Preparação para elaboração e implantação das alternativas paragestão e gerenciamento dos RCCV.

O prazo previsto para a conclusão do projeto é de 22 (vinte e dois) meses e como o início foi em janeiro de 2014 seu término está previsto para outubro de 2015.

A Fase 01, finalizada em setembro de 2014 teve a função de levantar dados e apresentar o Diagnóstico da Situação Atual dos RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de Belo Horizonte e, por sua vez, foi composta por três Produtos além de Resumo Executivo.

Quadro 1 - Etapas da Fase 01 - Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos

Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014.

A Fase 02, iniciada paralelamente a etapa final da Fase 01, com a elaboração do Produto 03 é composta por seis Produtos conforme descrito de forma sintética no Quadro abaixo e no organograma geral de todos os Produtos que compõe o Plano:

Fase 01: Diagnóstico da situação atual dos RCCV na RMBH e Colar Metropolitano de BH

Produto 00: Balizamento técnico, legal e metodológico para elaboração do

Plano

Produto 01: Geração e fluxo de gestão e gerenciamento dos

RCCV

Produto 02: Levantamento de planos e projetos, executados e em execução, para

gestão e gerenciamento dos

RCCV

Resumo Executivo:Síntese analítica de

dados e informações

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Pag. 4

Quadro 2 - Etapas da Fase 02: Elaboração de proposta para o gerenciamento, tratamento e disposição final dos RCCV.

Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014.

O Produto 05 descreve os diferentes sistemas de transbordo, tratamento e disposição final para os RCCV gerados na Região Metropolitana e Colar Metropolitano de Belo Horizonte, focando nas condições de gerenciamento, operações, monitoramento e avaliação das etapas.

O diagnóstico da informação foi realizado a partir de dados secundários e primários.

A informação de âmbito primário de diagnóstico foi definida no Produto 00: Planejamento Técnico e Conteúdo Introdutório Referente aos Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV), Produto 01: Tipologia / Atividade, Geração, e Custo Referente aos Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV), Produto 03: Benchmarking Internacional Referencial – RCCV e Produto 04: Alternativa de Gestão e Manejo recomendado para os RCCV, todos elaborados pelo Consórcio IDP Ferreira Rocha.

O objetivo da elaboração deste Produto 05 é servir de apoio às demais fases de contempladas pelo Plano, possuindo um caráter dinâmico e podendo ser complementado em função das necessidades técnicas específicas, buscando ser um instrumento que junto aos mecanismos de gestão já implantados pela ARMBH, possa dar suporte à conclusão do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV).

Fase 02: Elaboração de proposta para o manejo, tratamento e disposição final dos RCCV

Produto 03 -Benchmarking

Referencial Nacional e

Internacional de Gestão e

Gerenciamento de RCCV

Produto 04 -Alternativa de

Gestão e Gerenciamento

de RCCV recomendada

Produto 05 -Alternativas

para o Transbordo,

Tratamento e Disposição

Final

Produto 07 -Possibilidades de Implantação

de Soluções Integradas

Produto 06 -Áreas

Favoráveis para Instalação de Infraestruturas

de RCCV

Produto 08 -Sistema de

Gerenciamento Proposto

Resumo Executivo

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Pag. 5

Figura 1 - Estrutura Analítica do Projeto (EAP). Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP FR, 2014.

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Pag. 6

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .......................................................................................................... 3 

LISTA DE QUADROS ..................................................................................................... 8 

LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... 10 

DEFINIÇÕES ................................................................................................................ 12 

ABREVIATURAS .......................................................................................................... 23 

1  INTRODUÇÃO .................................................................................................... 25 

1.1  BASE LEGAL E NORMATIVA PARA OS RCCV ................................................ 26 

2  METODOLOGIA .................................................................................................. 33 

3  ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA DOS RCCV .............................................................................................. 35 

3.1  MODELOS DE PLANTAS DE TRIAGEM E TRANSBORDO .............................. 41 

3.2  MODELOS DE PLANTAS DE RECICLAGEM / BENEFICIAMENTO ................. 47 

3.3  PLANTAS DE RECICLAGEM DE MADEIRA ...................................................... 52 

3.4  MODELOS DE PLANTAS PARA PRODUÇÃO DE COMBUSTÍVEL DERIVADO DE RESÍDUOS (CDR) .................................................................................................. 56 

3.5  MODELOS DE PLANTAS DE PRODUÇÃO DE AGREGADOS RECICLADOS . 61 

3.6  MODELOS DE PLANTAS DE INCINERAÇÃO PARA VALORIZAÇÃO ENERGETICA .............................................................................................................. 66 

3.7  COPROCESSAMENTO EM CIMENTEIRAS ...................................................... 67 

3.8  MODELO DE ARMAZENAMENTO DE MATERIAL EM ÁREAS DE ARMAZENAMENTO TRANSITÓRIO PARA USO FUTURO ........................................ 72 

3.9  MODELO DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS INERTES EM ATERROS CLASSE A ....................................................................................................................... 74 

3.10  COMPARAÇÃO DAS ALTERNATIVAS .............................................................. 79 

4  ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DOS RCCV .......................................................... 83 

4.1  CARACTERIZAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DOS RCCV POR ORIGEM ............... 83 

4.2  CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ......................... 91 

5  CONDIÇÕES DE GESTÃO DOS RCCV ............................................................. 95 

5.1  COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES..................................................... 95 

5.2  LICENÇAS AMBIENTAIS DE OPERAÇÃO ........................................................ 96 

5.3  CONDIÇÕES DE GERENCIAMENTO EM CADA FASE .................................. 107 

6  PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS .............................................................. 122 

6.1  PROCEDIMENTO DE TREINAMENTO ............................................................ 122 

6.2  PROCEDIMENTO DE COMPRAS E ARMAZENAMENTO ............................... 122 

6.3  PROCEDIMENTO DE MANUTENÇÃO ............................................................. 123 

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Pag. 7

6.4  PROCEDIMENTO DE LIMPEZA ....................................................................... 123 

6.5  PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA O CONTROLE E RECEPÇÃO DE RESÍDUOS ................................................................................................................. 124 

6.6  PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS RECUPERÁVEIS .................................................................................. 126 

6.7  PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CLASSIFICAÇÃO E PRÉ-TRATAMENTO DE RESÍDUOS ................................................................................. 127 

6.8  PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA A RECICLAGEM DE RESÍDUOS .... ..................................................................................................................... 137 

6.9  PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA TRATAMENTO TÉRMICO ........ 139 

6.10  PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA A DISPOSIÇAO DE RESÍDUOS INERTES EM ATERROS CLASSE A ......................................................................... 142 

7  INDICADORES DE DESEMPENHO OPERACIONAL E AMBIENTAL ............. 147 

7.1  DEFINIÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO OPERACIONAL E AMBIENTAL ............................................................................................................... 147 

8  AVALIAÇÃO DE TODAS AS ETAPAS DE GESTÃO ........................................ 151 

8.1  MONITORAMENTO CONTÍNUO DAS ETAPAS DE GERENCIAMENTO ........ 151 

9  CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ........................................ 156 

10  REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................. 159 

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Etapas da Fase 01 - Diagnóstico da Situação Atual dos Resíduos ............. 3 

Quadro 2 - Etapas da Fase 02: Elaboração de proposta para o gerenciamento, tratamento e disposição final dos RCCV. ....................................................................... 4 

Quadro 3 - Leis e Decretos Federais para a gestão e ou gerenciamento dos RCCV .. 26 

Quadro 4 - Leis e Decretos Estaduais sobre o gerenciamento dos RCC. ................... 26 

Quadro 5 - Leis e Decretos Municipais (municípios maiores de 100.000 habitantes) para os RCC. ........................................................................................................................ 27 

Quadro 6 - Resoluções CONAMA para RCC. .............................................................. 30 

Quadro 7 - Deliberações Normativas COPAM para RCC. ........................................... 30 

Quadro 8 - Normas Brasileiras (NBR) da ABNT para RCCV. ...................................... 31 

Quadro 9 - Outros Instrumentos Legais. ...................................................................... 31 

Quadro 10 - Aspectos centrais de normas técnicas brasileiras para o gerenciamento de RCCV. ........................................................................................................................... 39 

Quadro 11 - Aspectos centrais de algumas normas técnicas brasileiras para reciclagem de RCC. ........................................................................................................................ 40 

Quadro 12 - Algumas possibilidades para a destinação de RCCV segregado. ........... 40 

Quadro 13 - Área básica demandada para o gerenciamento dos resíduos da construção civil. ............................................................................................................................... 45 

Quadro 14 - Área básica demandada para o gerenciamento dos resíduos. ................ 50 

Quadro 15 - Vantagens e desvantagens das Plantas de reciclagem. .......................... 51 

Quadro 16 - Área básica demandada para o manejo dos resíduos. ............................ 56 

Quadro 17 - Vantagens e desvantagens das plantas de produção de agregados reciclados. ..................................................................................................................... 64 

Quadro 18 - Área básica demandada para o gerenciamento dos resíduos em uma planta de produção de agregados reciclados dos RCCV. ....................................................... 66 

Quadro 19 - Distribuição dos combustíveis alternativos empregados na UE em 2007. ...................................................................................................................................... 70 

Quadro 20 - Vantagens e desvantagens da incineração e do coprocessamento ........ 71 

Quadro 21 - Vantagens e desvantagens dos aterros. .................................................. 78 

Quadro 22 - Comparação entre plantas de tratamento de RCCV. ............................... 80 

Quadro 23 - Classificação de RCC de acordo com o tipo de atividade. ....................... 83 

Quadro 24 - Linhas de atuação para a descontaminação de solos. ............................ 89 

Quadro 25 - Elementos potencialmente perigosos encontrados nos RCCV. ............... 92 

Quadro 26 - Lista de RCCV perigosos. ........................................................................ 93 

Quadro 27 - Atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais. .................................................................................................................................... 106 

Quadro 28 - Risco Físico. ........................................................................................... 108 

Quadro 29 - Risco químico. ........................................................................................ 108 

Quadro 30 - Risco ergonômico. .................................................................................. 108 

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Pag. 9

Quadro 31 - Aspectos ambientais derivados das instalações de transbordo, tratamento e disposição final de RCCV. ....................................................................................... 109 

Quadro 32 - Detalhe dos Equipamentos de Proteção Individual para o gerenciamento dos RCCV nos centros de tratamento de RCCV. ....................................................... 114 

Quadro 33 - Detalhe dos EPC’s utilizados durante o Transbordo de resíduos. ......... 116 

Quadro 34 - Detalhe de Equipamentos de Proteção Coletiva em tratamento de resíduos. .................................................................................................................................... 117 

Quadro 35 - Situação, Controle e Manutenção dos EPC’s durante o tratamento. ..... 120 

Quadro 36 - Indicadores de desempenho relacionados aos RCCV. .......................... 148 

Quadro 37 - Indicadores de desempenho relacionados com as instalações de disposição final de RCCV. ............................................................................................................ 148 

Quadro 38 - Monitoramento das etapas de gerenciamento nas fases de transbordo, tratamento e disposição final. ..................................................................................... 152 

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Pag. 10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura Analítica do Projeto (EAP). ............................................................. 5 

Figura 2 - Esquema de funcionamento de uma Planta para o Tratamento de Resíduos Volumosos. ................................................................................................................... 33 

Figura 3 - Fluxo de coleta da informação. .................................................................... 34 

Figura 4 - Principais relações entre as instalações de RCCV. ..................................... 38 

Figura 5 - Entrada de resíduos volumosos (móveis e colchões) nas plantas de triagem. ...................................................................................................................................... 42 

Figura 6 - Planta de triagem e transbordo. ................................................................... 43 

Figura 7 - Fluxo do resíduo em uma Planta de reciclagem de RCCV. ......................... 48 

Figura 8 - Processos típicos de uma planta de reciclagem ou beneficiamento de madeira. ...................................................................................................................................... 54 

Figura 9 - Resíduos de madeira segregados prontos para serem triturados e peneirados. ...................................................................................................................................... 55 

Figura 10 - Planta de reciclagem de madeira. .............................................................. 55 

Figura 11 - Produtos reciclados da madeira prontos para serem estocados ou encaminhados para venda. .......................................................................................... 56 

Figura 12 - Moinho de martelos para biomassa. .......................................................... 57 

Figura 13 - Esquema de Planta de produção de CDR. ................................................ 59 

Figura 14 - Planta de seleção de RCC em Astúrias (Espanha). .................................. 61 

Figura 15 - Tromel em planta de seleção de RCC em Astúrias (Espanha). ................. 62 

Figura 16 - Esquema de planta de produção de agregados reciclados. ...................... 63 

Figura 17 - Distribuição das fábricas de cimento de produção de clínquer. ................. 69 

Figura 18 - Esquema aterro Classe A. ......................................................................... 75 

Figura 19 - Exemplos de alguns tipos de Equipamento de Proteção Individual (EPI). .................................................................................................................................... 114 

Figura 20 - Exemplos de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC´s) utilizados para a função de sinalização. ................................................................................................ 115 

Figura 21 - Ponto de identificação e acesso à área de descarga do centro de tratamento. .................................................................................................................................... 124 

Figura 22 - Pá carregadeira. ....................................................................................... 129 

Figura 23 - Esteiras para triagem manual. ................................................................. 130 

Figura 24 - Elevador de caçamba. .............................................................................. 131 

Figura 25 - Britador de impacto. ................................................................................. 132 

Figura 26 - Britador de rolos ....................................................................................... 132 

Figura 27 - Moinho de martelos .................................................................................. 133 

Figura 28 - Grelha inclinada de classificação de materiais. ....................................... 134 

Figura 29 - Tromel de classificação. ........................................................................... 134 

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Pag. 11

Figura 30 - Separador por correntes de Foucault. ...................................................... 136 

Figura 31 - Plástico triturado e esferas de plástico (“granza”). ................................... 137 

Figura 32 - Fabricação de peças de plástico por injeção de pellets. .......................... 138 

Figura 33 - Vidro triturado para reciclar. ..................................................................... 138 

Figura 34 - Latas de alumínio para reciclar. ............................................................... 139 

Figura 35 - Alimentação da incineradora com ponte grua. ......................................... 139 

Figura 36 - Preparação do aterro. .............................................................................. 145 

Figura 37 - Acondicionamento de resíduos recém dispostos. .................................... 146 

Figura 38 - Encerramento do aterro. .......................................................................... 146 

Figura 39 - Ciclo de monitoramento. .......................................................................... 149 

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Pag. 12

DEFINIÇÕES

A seguir, serão apresentadas as definições de alguns termos técnicos utilizados ao longo do documento.

Acondicionamento

O gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que sejam possíveis, as condições para a sua reutilização e de reciclagem.

Agregado reciclado

Material granular proveniente do beneficiamento (trituração) de resíduos de construção “Classe A” com características técnicas para utilização em obras de edificação, infraestrutura, recobrimento em aterros sanitários ou outras obras de engenharia, de acordo com os critérios técnicos e orientações exigidas pela legislação vigente.

Área contaminada

Local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, de quaisquer substâncias ou resíduos.

Área órfã contaminada

Área contaminada cujos responsáveis pela disposição não sejam identificáveis ou individualizáveis.

Áreas de armazenamento transitório

Área que tenha como atividade fim o armazenamento de resíduos da construção civil e volumosos em local adequado, de forma controlada e sem risco à saúde pública e ao meio ambiente, com o intuito de viabilizar sua triagem, reutilização, reciclagem ou disposição final, conforme a Normativa COPAM nº 155.

Áreas de destinação de resíduos

São áreas destinadas ao beneficiamento/reciclagem ou tratamento de resíduos.

Áreas de disposição final de resíduos

São áreas destinadas à disposição em solo de rejeitos.

Áreas de reciclagem

Área onde ocorre o processo de transformação de um resíduo para fins de reaproveitamento conforme a Normativa COPAM nº 155.

Áreas de Triagem e Transbordo – ATT

Estabelecimento privado ou público destinado ao recebimento de resíduos da construção civil e volumosos, usado para triagem dos resíduos recebidos e posterior remoção para destinação adequada conforme a Normativa COPAM nº 155.

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Aterro Controlado

É uma fase intermediária entre o vazadouro a céu aberto (lixão) e o aterro sanitário. Os resíduos são dispostos em terreno sem impermeabilização, não dispondo de sistemas de drenagem de percolado ou gases, como exigido para os aterros sanitários. Entretanto, a operação é bastante similar ao previsto para os aterros sanitários, com espalhamento, compactação e recobrimento dos resíduos diariamente. A área é cercada sem a presença de animais e atividades de catação, ao contrário do que normalmente se verifica nos lixões.

Aterro de resíduos Classe A de reserva de material para usos futuros

É a área tecnicamente adequada onde serão empregadas técnicas de destinação de resíduos da construção civil classe A no solo, visando a reserva de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente (nova redação dada pela Resolução 448/12).

Aterro sanitário

Instalação destinada à disposição sanitária e ambientalmente segura dos resíduos sólidos urbanos do âmbito da Administração Municipal na superfície ou subterrâneo, baseados nos princípios e métodos da engenharia sanitária e ambiental.

Beneficiamento

Processos que tenham por objetivo agregar valor aos resíduos para sua utilização como matéria-prima ou produto.

Britadores

Equipamentos utilizados para o processo de britamento que consiste no uso da energia mecânica de caráter compressivo, de impacto ou de cisalhamento. Alguns tipos de britadores mais utilizados são: Britador de mandíbulas, Britador giratório e Britador de rolos. Os britadores são equipamentos usados para a redução grosseira de grandes quantidades de sólidos como materiais rochosos, carvão, vidro, etc.

Bacia de Captação de Resíduos

A bacia de Captação de Resíduos é a parcela da área urbana que apresenta condições homogêneas para o recebimento dos resíduos de construção ou resíduos volumosos nela gerados, em um único ponto de captação (Ponto de Entrega para Pequenos Volumes). Estes Pontos podem ser compartilhados para recebimento de outros resíduos com potencial para a logística reversa ou reciclagem.

Banco de áreas para aterramento

O banco de áreas para aterramento é composto por lotes ou pequenas glebas urbanas ou rurais, públicas ou particulares, que necessitam de aterramento para correção de seus relevos, em caráter definitivo e de forma adequada, com vistas à implantação de atividade requerida A implantação desse banco de áreas deve conter, além do cadastro

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das áreas disponíveis para aterramento, critérios corretos para atender à demanda de materiais limpos, definição das responsabilidades e procedimentos para o licenciamento e execução do aterramento. Também deve ser exigido dos responsáveis pelas obras o uso exclusivo dos resíduos de classe A, adequadamente triados nas instalações propostas à readequação do sistema de gestão atual.

Capacidade de recebimento

Capacidade máxima de recebimento do empreendimento ou atividade, que deverá ser informada levando-se em conta a capacidade de processamento dos equipamentos e sistemas instalados. A capacidade de recebimento deverá ser expressa necessariamente na unidade explicitada no texto descritivo do porte do empreendimento ou atividade, conforme especificado na Normativa COPAM nº 155.

Caracterização

É uma das etapas do Projeto de Gerenciamento de RCC e consiste na identificação e quantificação dos resíduos, de acordo com o Artigo 9º, da CONAMA 307/2002.

Ciclo de vida do produto

É constituído por todas as etapas relativas a um produto, desde a obtenção de matérias-primas e insumos, processo de produção, consumo, resíduo pós-consumo, destinação e disposição final. Este ciclo é conhecido internacionalmente pela expressão From cradle to Grave (Do Berço ao Túmulo).

Ciclones

É o equipamento mais usado para coleta de poeira. Os ciclones são equipamentos utilizados para a coleta de partículas (limpeza de gases).

Colar Metropolitano

Conjunto de municípios pertencentes ao Colar Metropolitano da região metropolitana de Belo Horizonte, segundo o art. 3°, §1°, da Lei Complementar Estadual n° 124/2012, bem como eventuais alterações. São eles: Barão de Cocais, Belo Vale, Bom Jesus do Amparo, Bonfim, Fortuna de Minas, Funilândia, Inhaúma, Itabirito, Itaúna, Moeda, Pará de Minas, Prudente de Morais, Santa Bárbara, São Gonçalo do Rio Abaixo, São José da Varginha Sete Lagoas.

Coleta diferenciada

Coleta e transporte externos de resíduos, por grupos e/ou classe de resíduos segregados no local de geração e por tipo de destinação ou disposição final ambientalmente adequada.

Coleta e transporte Externo

Atividade que prevê a coleta dos resíduos sólidos por transportador devidamente registrado, cujos veículos devem contar com as autorizações previstas na legislação vigente, de âmbito local, estadual e federal, com informações de origem e destino. Os

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resíduos perigosos devem sempre ser transportados separadamente por veículos especiais fechados.

Coleta Interna

Atividade que prevê a coleta dos resíduos sólidos desde o local de geração de uma obra, até o armazenamento temporário e/ou externo conforme determina a legislação vigente e o PMGRCC.

Coleta seletiva

Coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição, composição ou classes previstas em norma legal.

Coletor

Recipiente fixo ou móvel, de capacidade variável, no qual os resíduos são depositados para seu posterior armazenamento ou transporte.

Coprocessamento

Técnica de destinação final, na qual se utiliza o processamento de resíduos da construção civil e volumosos como substituto parcial de matéria-prima e/ou de combustível em processos de fabricação de cimento e/ou similares.

Consórcios municipais

Consiste em um contrato regulamentado pela Lei Federal nº - 11.107, de 6 de abril de 2005, formado por dois ou mais municípios, com adesão aprovada por lei municipal.

Consultora contratada

Empresa (ou Consórcio) contratada para a modelagem do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) de Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV).

Contratante

Órgão que contrata a elaboração da modelagem do Plano Metropolitano de Gestão Integrada de Resíduos com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) de Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV), no caso, a Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Controle de Transporte de Resíduos (CTR)

O CTR (ou MTR – Manifesto de Transporte de Resíduos) é um documento emitido pelo transportador de resíduos que fornece informações sobre gerador, origem, quantidade e descrição dos resíduos e seu destino, conforme especificações das normas brasileiras NBR 15.112/2004, NBR 15.113/2004 e NBR 15.114/2004 da ABNT.

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Convênio

Arranjo institucional entre entes federativos de caráter associativo para atingir objetivos comuns.

Depósito clandestino (Bota-fora)

Área de deposição irregular de resíduos, utilizadas por transportadores de RCC-RV, que utilizam grandes áreas sem as licenças ambientais requeridas. Trata-se de atividade clandestina passível de sanções administrativas, civis e criminais.

Desmonte

Processo utilizado antes da demolição completa de um edifício, através do qual se realiza a extração e segregação de peças ou materiais presentes nos resíduos, de forma que cada parte possa receber a destinação mais adequada em função das suas características, sejam resíduos passíveis de reutilização, bem como os perigosos.

Destinação final ambientalmente adequada

Conforme a Lei 23.305/2010, considera-se destinação ambientalmente adequada de resíduos a reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação e aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e segurança e para minimizar os impactos ambientais adversos.

Disposição final ambientalmente adequada

Distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos, conforme a definição legal presente na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Ecoponto – Ponto de Entrega para Pequenos Volumes – Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes de RCCV (URPV)

Equipamento público destinado ao recebimento e triagem de pequenos volumes de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, gerados e entregues pelos municípios ou por pequenos transportadores, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente, observando as especificações da norma brasileira NBR 15.112/2004.

Empresa prestadora de Serviços de Resíduos Sólidos (EPS-RS)

Pessoa jurídica que presta serviços relacionados aos resíduos sólidos mediante uma ou várias das seguintes atividades: limpeza de vias e espaços públicos, coleta e transporte, transbordo, destinação e disposição final de resíduos sólidos.

Fragmentação de sólidos

É a operação que tem por objetivo a redução do tamanho de um determinado material sólido, podendo este ser matéria prima, insumo ou produto nas diversas etapas de um

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processo de transformação. Existe uma grande variedade de equipamentos para a realização deste processo, que podem ser classificados de acordo com a redução do tamanho das partículas em grossos, médios e finos.

Geração

Momento em que se gera um material que, de acordo com a legislação vigente, é considerado resíduo.

Geradores

São pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades que gerem resíduos, inclusive RCCV.

Gerenciamento de resíduos sólidos

Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com o plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 (nova redação dada pela Resolução 448/12). Estas ações podem ser desenvolvidas pelo poder público ou delegadas a terceiros.

Gestão de resíduos sólidos

Conjunto de etapas que inclui o planejamento, diretrizes, procedimentos, objetivos e metas, atribuindo responsabilidades aos geradores, de acordo com a legislação vigente, além das atividades de supervisão, monitoramento e fiscalização. Trata-se de responsabilidade pública, indelegável.

Grandes geradores

Pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas que gerem RCCV acima do limite diário estipulado pelo poder público municipal.

Grelha vibratória

São equipamentos utilizados na separação dos sólidos menores para a alimentação de britadores e rebritadores, a fim de permitir que esses equipamentos trabalhem em seus níveis máximos de capacidade. Servem para remover materiais finos do material bruto (ROM) antes do britador primário e para o escape do material antes de rebritadores. A adoção de grelhas proporciona vários benefícios, dos quais:

• permite que o britador alcance sua plena capacidade de produção;

• reduz a capacidade nominal necessária do britador;

• reduz o desgaste por abrasão dos revestimentos do britador;

• os materiais finos (ou particulados) formam uma camada de material que protege a correia transportadora contra o impacto direto da descarga do britador.

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Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU)

É um imposto brasileiro previsto constitucionalmente, de competência municipal, que incide sobre a propriedade predial e territorial urbana e tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, localizado na zona urbana do município.

Infraestrutura de disposição final

Instalação devidamente equipada e operada que permite dispor sanitária e ambientalmente de forma segura os resíduos sólidos, mediante aterros sanitários e aterros de segurança.

Infraestrutura de tratamento

Instalação onde se aplicam ou operam tecnologias, métodos ou técnicas que modificam as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos sólidos, de maneira compatível com requisitos sanitários, ambientais e de segurança.

Insalubridade

São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham aos empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Lixão

Denominação popular para a disposição final inadequada de resíduos sólidos, caracterizada pela sua descarga sobre o solo, sem critérios técnicos nem medidas de proteção ambiental adequadas à saúde pública. É o mesmo que vazadouro ou descarga a céu aberto.

Logística reversa

Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos pós-consumo ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.

Manejo de resíduos sólidos

Toda atividade técnica operacional de resíduos sólidos que envolva o manuseio, acondicionamento, segregação, transporte, armazenamento, transferência, tratamento, disposição final ou qualquer outro procedimento técnico operacional utilizado desde a geração até a destinação e disposição final dos mesmos.

Material valorizado

Material segregado e submetido, ou não, a outros processos que agreguem valor, para serem utilizados como matéria prima.

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Minimização

Ação de reduzir ao mínimo possível o volume e periculosidade dos resíduos sólidos, através de qualquer estratégia preventiva, procedimento, método ou técnica utilizada na atividade geradora.

Misturadores

Equipamentos destinados à mistura de pós e grãos. Não degrada o produto e possui ampla acessibilidade para limpeza e descontaminação.

Pá Carregadeira

Trator escavo-carregador usado para amontoar terra, entulho, lama, lixo e carregar os veículos em operação nas vias públicas e nos aterros sanitários.

Padrões sustentáveis de produção e consumo

Produção e consumo de bens e serviços de forma a atender as necessidades das atuais gerações e permitir melhores condições de vida, sem comprometer a aplicação ambiental e o atendimento das necessidades das gerações futuras.

Parceria Público-Privada (PPP)

Contrato de prestação de obras ou serviços não inferior a R$ 20 milhões, com duração mínima de 5 e no máximo 35 anos, firmado entre empresa privada e o governo federal, estadual ou municipal.

Peneiramento

Operação de separação mecânica de materiais com o objetivo de separar sólidos granulados de diâmetros diversos por meio da utilização de peneiras manuais.

Peneira Vibratória

Equipamento eletromecânico que separa materiais em diversas granulometrias, inclusive as muito finas (particulado). Neste processo, as partículas são separadas e as maiores ficam na peneira. A peneira vibratória ou tela está relacionada com as indústrias que trabalham com classificação, separação por diferentes tamanhos e seleção de materiais em misturas.

Pequenos geradores

São pessoas físicas que geram pequenas quantidades de RCCV, em geral até 1m³ por dia, ou um objeto de grande volume para este mesmo período.

Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil e Volumosos

Documento integrante do processo de licenciamento ambiental, baseado nos princípios da não geração de resíduos e na minimização da geração de resíduos, que aponta e descreve as ações relativas ao seu manejo, cujos procedimentos são regularizados pelas Resolução CONAMA n° 307/2002, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte,

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reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública e ao meio ambiente.

Plano de recuperação de áreas degradadas

O PRAD (Plano de Recuperação de Área Degradada) é um tipo de Estudo Ambiental que contém uma série de programas e ações que permitem minimizar o impacto ambiental causado por uma determinada atividade ou empreendimento. Tem por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de estabilidade, em termos ambientais e de segurança.

Protocolo

Documento que contém um conjunto de procedimentos específicos de forma ordenada, estabelecidos para a realização de alguma atividade. Sempre possui a mesma estrutura e conteúdo. Também se emprega este termo nos protocolos dedicados às comunicações nos sistemas de automatização e controle, bem como no transporte de dados, etc.

Reabilitação

Ações de intervenção realizadas em uma área contaminada visando atingir um risco tolerável para o uso declarado ou futuro da área.

Reaproveitamento

Obtenção de benefício de um material, artigo, elemento ou parte de resíduos sólidos, a partir de técnicas de reaproveitamento, tais como reciclagem, recuperação ou reutilização.

Receptores de Resíduos da Construção Civil e de Resíduos Volumosos

Pessoas jurídicas, públicas ou privadas, operadoras de empreendimentos, cuja função seja o manejo adequado de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos em pontos de entrega, áreas de triagem, áreas de reciclagem, aterros, entre outras.

Reciclagem

Ato de submeter o resíduo a um processo de transformação física, química ou biológica, obtendo um novo produto, idêntico ou não ao anterior.

Rejeitos

Resíduos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada.

Remediação

Uma das ações de intervenção para reabilitação de área contaminada que consiste em aplicação de técnicas, visando a remoção, contenção ou redução das concentrações de contaminantes.

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Reserva de Resíduos

A Reserva de Resíduos é o processo de disposição segregada de resíduos selecionados para reutilização ou reciclagem futura.

Resíduos biodegradáveis

São restos orgânicos que se descompõe facilmente no ambiente e que podem ser transformados facilmente em compostos orgânicos para acondicionamento de solos.

Resíduos da Construção Civil - RCC

Aqueles provenientes das atividades de construção, reforma, reparo ou demolição de obras de construção civil, bem como os provenientes da preparação e da escavação de terrenos para fins de construção civil, conforme especificado na Resolução CONAMA 307/2002 e na Deliberação Normativa COPAM nº 155/ 2010.

Resíduos inertes

São aqueles que não se descompõe e a degradação natural não ocorre ou demandaria grandes períodos de tempo. Entre estes se encontram os RCC Classe A, além do poliestireno expandido, alguns papéis e a grande maioria de plásticos.

Resíduos não perigosos

São aqueles gerados em qualquer lugar e no desenvolvimento de sua atividade, que não apresentam riscos para a saúde humana e/ou ao meio ambiente.

Resíduos perigosos

São aqueles resíduos que por suas características ou manuseio ao que serão submetidos, representam um risco significativo para a saúde ou ao ambiente. São considerados perigosos os que apresentem pelo menos uma das seguintes características: autoinflamabilidade, explosivo, corrosivo, reatividade, toxicidade ou patogenicidade, os quais podem causar dano à saúde humana e/ou ao ambiente. Também se consideram perigosos os envases e embalagens que tenham estado em contato com eles ou com substâncias ou produtos perigosos.

Resíduos sólidos

Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis quanto a melhor tecnologia disponível.

Resíduos volumosos (RV)

Os Resíduos Volumosos (RV) são os resíduos considerados como os não provenientes de processos industriais, constituídos basicamente por material volumoso não removido

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pela coleta pública municipal rotineira, como móveis e equipamentos domésticos inutilizados, grandes embalagens e peças de madeira, podas e assemelhados.

Reutilização

É o processo de reuso de um resíduo, sem transformação do mesmo.

Segregação

Ato de (após a geração) garantir a separação dos resíduos na fonte de sua geração ou posteriormente, por tipo ou classe previstos em norma.

Transportadores

São pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação ou disposição final.

Tratamento

É o processo, método ou técnica que permite modificar as características físicas, químicas ou biológicas do resíduo, a fim de reduzir volume, peso ou seu perigo potencial capaz de causar danos à saúde e ao ambiente, tornando mais seguras e econômicas as condições de armazenagem, transporte e disposição final.

Tratamento térmico

É todo e qualquer processo cuja operação seja realizada acima da temperatura mínima de oitocentos (800) graus Celsius (CONAMA 316/2002).

Triagem

A triagem de resíduos consiste na operação de separação e limpeza dos diversos resíduos e/ou componentes dos resíduos de outros materiais indesejáveis, para posterior acondicionamento e envio à recuperação ou reciclagem.

Usina de Triagem e Compostagem

Local onde é realizada a separação manual ou mecanizada da matéria orgânica, materiais recicláveis, rejeitos e resíduos especiais presentes no lixo. A parte orgânica é destinada ao pátio de compostagem, onde é submetida a um processo de conversão biológica em adubo, e o que não pode ser aproveitado é aterrado em valas de rejeitos.

Valorização

Operação manual ou mecânica, desenvolvida apenas por um gestor autorizado, que permite o máximo aproveitamento de todos os recursos contidos nos resíduos da construção, com garantia de aplicação de acordo com as normas e as leis vigentes, e que permite sua reinserção no ciclo econômico e produtivo dos materiais de segundo uso.

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ABREVIATURAS

AAF AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL DE FUNCIONAMENTO

ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

ANTT AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTE TERRESTRE

ARMBH AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

AS ATERRO SANITÁRIO

CM COLAR METROPOLITANO

CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

CONTRAN CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO

COPAM CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL

CTB CENTRAL DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DO BRASIL

CTRS CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

EPI EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

EPC EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA

FEAM FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

GIRSU GESTÃO INTEGRADA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

INCA INCINERAÇÃO E CONTROLE AMBIENTAL

ISO ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE NORMALIZAÇÃO (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION)

LO LICENÇA DE OPERAÇÃO

LP LICENÇA PRÉVIA

MMA MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

NBR NORMA BRASILEIRA

PDDI-RMBH PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

PCI PODER CALORÍFICO INFERIOR

PEAD POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE

PNRS POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

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PRL PREVENÇÃO DE RISCOS LABORAIS

REE RESÍDUOS DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETRÔNICOS

RDC RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA

RCC RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

RCCV RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS

RMBH REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

RSU RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

SEBRAE SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

SLU SUPERINTENDÊNCIA DE LIMPEZA URBANA

URPV UNIDADE DE RECEBIMENTO DE PEQUENOS VOLUMES

URP UNIDADE DE RECEBIMENTO DE PNEUS

PGIRPN PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS PNEUMÁTICOS

PGIREEE PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E ELETRÔNICOS

PGIRCC PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

PGRCCV PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL E VOLUMOSOS

BDE BASES DE DESCARGA DE ENTULHO

PDE POSTOS DE DESCARGA DE ENTULHO

SNIS SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO

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1 INTRODUÇÃO

De acordo com o Termo de Referência, o presente documento possui como objetivo geral identificar alternativas para o transbordo, tratamento e disposição final ambientalmente adequada dos RCCV, de acordo com as necessidades específicas de cada classe e, considerando ainda as especificidades da RMBH e Colar Metropolitano. Conforme o mesmo documento, a elaboração do Produto deve considerar todos os aspectos legais relacionados ao tema, como por exemplo: a Resolução CONAMA n° 307/2002 e suas revisões, as normas e orientações técnicas definidas pela ABNT, e, ainda, algumas leis municipais, dentre as quais se destacam:

Lei Municipal nº 10.522/2012 (Belo Horizonte), que institui o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos (SGRCCV) e o Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos (PMRCCV), e dá outras providências;

Lei Municipal nº 10.534 também de 2012, que dispõe sobre a limpeza urbana, seus serviços e o manejo de resíduos sólidos urbanos no Município de Belo Horizonte.

Em geral, todo o processo de proposição de alternativas deve ser realizado considerando o arcabouço legal existente que regula e normatiza o tema em uma determinada região de estudo. Não menos importante é o reconhecimento das necessidades específicas da região. Uma análise comparativa entre a situação diagnosticada e as exigências legais pode ser entendida como o pontapé inicial da definição de caminhos que conduzam ao alcance das metas e diretrizes previamente definidas. E sobre este assunto, vale registrar que a adequação às regras e leis deve ser tomada como proposta prioritária, antes que seja dado um próximo passo em direção às alternativas mais complexas e tecnologicamente sofisticadas.

Neste sentido, serão apresentadas condições básicas e mínimas que devem ser observadas por todos os profissionais envolvidos no gerenciamento de RCCV. Dentro deste tópico se inclui a especificação dos equipamentos de segurança individuais e coletivos e os procedimentos operacionais sugeridos para a realização das etapas de transbordo, tratamento e destinação final dos RCCV.

Para auxiliar no monitoramento, controle e melhoria contínua dos processos propostos serão apresentados sugestões de indicadores de desempenho operacional e ambiental visando à obtenção, atualização, coleta e sistematização dos dados de geração de RCCV. É importante observar que, tais indicadores devem ser aplicados de forma paralela e em sintonia com a implantação dos processos de melhoria dos projetos que forem instituídos, pois devem ser capazes de monitorar o gerenciamento dos resíduos sob o ponto de vista qualitativo e quantitativo, no âmbito municipal e regional com o objetivo de atender, minimamente, o conteúdo básico previsto no Parágrafo único do Art. 12º da Lei 12.305/2010, a saber:

(...)

“Art. 12º.”. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão e manterão, de forma conjunta, o Sistema Nacional

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de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir), articulado com o Sinisa e o Sinima.

Parágrafo único. “Incumbe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios fornecer ao órgão federal responsável pela coordenação do Sinir todas as informações necessárias sobre os resíduos sob sua esfera de competência, na forma e na periodicidade estabelecidas em regulamento.”

(...)

1.1 BASE LEGAL E NORMATIVA PARA OS RCCV

As informações dos quadros a seguir foram apresentadas no Produto 00, Fase I, de forma generalizada. Tendo em vista que são muitas as esferas e órgãos que regulam ou orientam a gestão e o gerenciamento dos RCCV entende-se que é importante a apresentação destas normas de forma mais específica, para cada esfera da administração publica – Federal, Estadual e Municipal - a saber:

Quadro 3 - Leis e Decretos Federais para a gestão e ou gerenciamento dos RCCV

Ano Natureza Legislação Disposição

1981 Federal Lei Federal nº 6.938

Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

1988 Federal Decreto Federal nº 96044

Aprova regulamento para transporte rodoviário de produtos perigosos.

1998 Federal Lei Federal nº 9605

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

2005 Federal Lei Federal nº 11.107

Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências.

2007 Federal Lei Federal nº 11.445

Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico.

2010 Federal Lei Federal nº 12.305

Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS); altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

2010 Federal Decreto Federal nº 7.404

Regulamentou a Lei nº 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014.

Quadro 4 - Leis e Decretos Estaduais sobre o gerenciamento dos RCC.

Ano Natureza Legislação Disposição

1980 Estadual Lei Estadual n° 7.772

Dispõe sobre a proteção, conservação e melhoria do meio ambiente no Estado de Minas Gerais.

1988 Estadual Decreto Estadual nº 39.424

Altera e consolida o Decreto 21.228 de março de 1981, que regulamenta a lei nº 7.772, de 8 de setembro de 1980, que dispõe sobre a proteção, conservação e melhoria do meio ambiente no Estado de Minas Gerais.

2000 Estadual Lei Estadual nº 13.796

Dispõe sobre o controle e o licenciamento dos empreendimentos e das atividades geradoras de resíduos perigosos em Minas Gerais.

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Ano Natureza Legislação Disposição

2001 Estadual Lei Estadual nº 14.128

Dispõe sobre a Política Estadual de Reciclagem de Materiais.

2006 Estadual Lei Estadual nº 15.972

Altera a estrutura orgânica dos órgãos e entidades da área de meio ambiente que especifica e a Lei nº 7.772, de 8 de setembro de 1980, que dispõe sobre a proteção, conservação e melhoria do meio ambiente, e dá outras providências.

2009 Estadual Lei Complementar n° 107

Cria a agência de desenvolvimento da região metropolitana de Belo Horizonte - Agência RMBH.

2009 Estadual Lei Estadual nº 18.031

Dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos.

2009 Estadual Decreto nº 45.181

Regulamenta a Lei nº 18.031.

Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014.

Quadro 5 - Leis e Decretos Municipais (municípios maiores de 100.000 habitantes) para os RCC.

Ano Natureza Legislação Disposição

1978 Municipal (Belo Horizonte)

Lei Municipal nº 2.968

Aprova o regulamento de limpeza urbana de Belo Horizonte.

1985 Municipal (Belo Horizonte)

Lei Municipal nº 4.253

Dispõe sobre a Política de Proteção, do Controle e da Conservação do Meio Ambiente e da Melhoria da Qualidade de Vida no Município de Belo Horizonte.

1988 Municipal (Belo Horizonte)

Decreto Municipal nº 5.893

Dispõe sobre a política de proteção, do controle e da conservação do meio ambiente e da melhoria da qualidade de vida no município de Belo Horizonte.

1990 Municipal (Belo Horizonte)

Lei Orgânica do Município de Belo Horizonte

Determina que a coleta de resíduos seja seletiva.

1997 Municipal (Belo Horizonte)

Lei Municipal nº 7.277

Institui a Licença Ambiental.

1999 Municipal (Belo Horizonte)

Lei Municipal nº 7.638

Cria o Programa de Incentivo à Instalação e Ampliação de Empresas, o Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico e dá outras providências.

1999 Municipal (Belo Horizonte)

Decreto Municipal nº 10.054

Dispõe sobre o Programa de Incentivo à Instalação e Ampliação de Empresas – PROEMP e sobre as exigências para o gozo de benefício fiscal previsto no inciso I do artigo 3 da Lei nº 7.638, de 19 de janeiro de 1999.

2003 Municipal (Belo Horizonte)

Lei Municipal nº 8.616

Contém o Código de Posturas do Município de Belo Horizonte. Lei Municipal nº 8.616 - 2004. Código de Posturas de Belo Horizonte, seus decretos e regulamentadores.

2003 Municipal (Belo Horizonte)

Decreto Estadual nº 11.601

Regulamenta a Lei nº 8.616, de 14 de julho de 2003, que contém o Código de Postura de Belo Horizonte.

2005 Municipal (Belo Horizonte)

Decreto Consolidado nº 11.926/2005

Cria a Divisão de Licenciamento na SLU.

2005 Municipal (Belo Horizonte)

Lei Municipal nº 9.068

Dispõe sobre a coleta, o recolhimento e a destinação final de resíduo sólido que menciona e dá outras providências.

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Ano Natureza Legislação Disposição

2006 Municipal (Belo Horizonte)

Lei Municipal nº 9.193

Dispõe sobre a implantação de usina de reciclagem de resíduos sólidos e dá outras providências.

2010 Municipal (Belo Horizonte)

Decreto nº 14.060

Regulamenta a Lei nº 8.616/03, que “Contém o Código de Posturas do Município de Belo Horizonte”.

2012 Municipal (Belo Horizonte)

Lei Municipal nº 10.522

Institui o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - SGRCC - e o Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - PMRCC, e dá outras providências.

2012 Municipal (Belo Horizonte)

Lei Municipal nº 10.534

Dispõe sobre a limpeza urbana, seus serviços e o manejo de resíduos sólidos urbanos no Município, e dá outras providências.

1990 Municipal (Betim)

Lei nº 2029 Proíbe destinar Resíduo Industrial no Aterro Sanitário.

2000 Municipal (Betim)

Lei nº 3309 Coleta Seletiva de Pilhas e Baterias.

2001 Municipal (Betim)

Decreto nº 16.660

Regulamenta a Lei nº 3274, de 20 de Dezembro de 1999, que dispõe sobre a Política de Proteção. Preservação, Conservação e Recuperação do Meio Ambiente e de Melhoria de Qualidade de Vida.

2002 Municipal (Betim)

Lei nº 3591 Coleta Seletiva de Resíduos.

2007 Municipal (Betim)

Lei nº 4.574 Dispõe sobre a Revisão do Plano Diretor do Município de Betim.

2008 Municipal (Betim)

Lei nº 4705 Destinação de Pneus.

2009 Municipal (Betim)

Lei nº 4858 Consórcio Médio Paraopebano de Resíduos Sólidos –COMPARESOLURB.

2003 Municipal (Contagem)

Lei nº 3676 Institui o Programa de Coleta Seletiva de Lixo e dá outras providências.

2003 Municipal (Contagem)

Lei nº 3789 Dispõe sobre a Política Municipal do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de aplicação e dá outras providências.

2006 Municipal (Contagem)

Lei Complementar nº 33

Institui o Plano Diretor do Município de Contagem e dá outras providências.

2010 Municipal (Contagem)

Lei nº 4377 Dispõe sobre a política municipal de saneamento básico, seus instrumentos e dá outras providências.

2014 Municipal (Contagem)

Lei Complementar nº 188

Dispõe sobre a política e as diretrizes da Limpeza no Município de Contagem e dá outras providências.

2006 Municipal (Esmeraldas)

Lei nº 2058 Dispõe sobre o Plano Diretor Estratégico Participativo do Município de Esmeraldas.

1999 Municipal (Ibirité)

Lei Complementar nº 021

Institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Ibirité e dá outras providências.

2010 Municipal (Ibirité)

Lei Complementar nº 0093

Institui o código sanitário do município de Ibirité.

1972 Municipal (Vespasiano)

Lei nº 0624-1972

Dispõe sobre o planejamento urbano do município de Vespasiano e dá outras providências.

2006 Municipal (Vespasiano)

Lei Complementar nº 002

Institui o Plano Diretor Participativo do Município de Vespasiano e dá outras providências.

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Ano Natureza Legislação Disposição

2009 Municipal (Vespasiano)

Lei Complementar nº 007

Fica criada a secretaria municipal do meio ambiente.

2009 Municipal (Vespasiano)

Lei nº 2311-09 Dispõe sobre a destinação ambiental de pneus inservíveis no município de Vespasiano.

1990 Municipal (Sete Lagoas)

Lei Orgânica Lei orgânica do município de Sete Lagoas.

2005 Municipal (Sete Lagoas)

Lei nº 7152

Dispõe sobre a utilização de caçambas estacionárias para coleta e remoção de resíduos da construção civil, resíduos volumosos e dá outras providências.

2006 Municipal (Sete Lagoas)

Lei Complementar nº 109

Promove a revisão do plano diretor do município de Sete Lagoas, aprovado pela lei complementar 06 de 23 de setembro de 1991, nos termos do capítulo iii da Lei nº 10.257 de 10 de julho de 2001 - estatuto da cidade.

2006 Municipal (Sete Lagoas)

Lei nº 7214 Institui a coleta seletiva de resíduos na câmara municipal e prefeitura de Sete Lagoas e dá outras providências.

2009 Municipal (Sete Lagoas)

Lei nº 7758

Institui o plano integrado de gerenciamento de resíduos da construção civil para o município de Sete Lagoas, em conformidade com as Resoluções CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002 e nº 348, de 16 de agosto de 2004.

2010 Municipal (Sete Lagoas)

Decreto nº 4161

Regulamenta as Leis complementares nº 20/96 e nº 49/00 que alteram a Lei nº 1040 de 06 de novembro de 1964 que dispõe sobre o código de posturas do município e revoga os decretos nº 3.400/07 e 3.873/09.

2010 Municipal (Sete Lagoas)

Decreto nº 4022

Regulamenta a Lei nº 7152 de 17 de novembro de 2005 que "dispõe sobre a utilização de caçambas estacionárias para coleta e remoção de resíduos da construção civil, resíduos volumosos e dá outras providências".

2006 Municipal (Ribeirão das Neves)

Lei nº 040 Dispõe sobre o código de posturas do município de Ribeirão das Neves.

2006 Municipal (Ribeirão das Neves)

Lei nº 36 Plano Diretor do município de Ribeirão das Neves.

2010 Municipal (Ribeirão das Neves)

Decreto nº 053/2010

Dispõe sobre a organização do conselho municipal do meio ambiente – CODEMA.

2012 Municipal (Baldim)

Lei Complementar nº 1082

Institui o Plano Diretor do Município de Baldim.

2010 Municipal (Santa Luzia)

Lei n°2699 Institui o Plano Diretor de Santa Luzia.

1997 Municipal (Sabará)

Lei nº 738/97 Institui o Novo Código de Postura do Município de Sabará.

2002 Municipal (Sabará)

Lei n° 994 Dispõe sobre a proteção, conservação e melhoria do Meio Ambiente.

2008 Municipal (Sabará)

Lei nº 12/08 Institui o Plano Diretor de Sabará.

Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014.

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Quadro 6 - Resoluções CONAMA para RCC.

Ano Natureza Legislação Disposição

1997 Federal Resolução CONAMA nº 237

Dispõe sobre o licenciamento ambiental e inclui em anexo a listagem de atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental.

1999 Federal Resolução CONAMA nº 258

Regulamenta o descarte de pneus.

2001 Federal Resolução CONAMA nº 275

Estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva.

2002 Federal Resolução CONAMA nº 316

Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos.

2002 Federal Resolução CONAMA nº 307

Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos sólidos da construção civil.

2004 Federal Resolução CONAMA nº 348

Altera a Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos.

2009 Federal Resolução CONAMA nº 420

Dispõe sobre critérios e valores de orientação de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas.

2011 Federal Resolução CONAMA nº 431

Altera a Resolução nº 307.

2012 Federal Resolução CONAMA nº 448

Altera a Resolução nº 307.

2013 Federal Resolução CONAMA nº 460

Altera a Resolução nº 420.

Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014.

Quadro 7 - Deliberações Normativas COPAM para RCC.

Ano Natureza Legislação Disposição

1981 Estadual Deliberação Normativa COPAM nº 07

Fixa normas para disposição de resíduos sólidos.

1996 Estadual Deliberação Normativa COPAM n⁰ 16

Convoca municípios para o licenciamento ambiental de sistema adequado de disposição final de lixo e dá outras providências.

2001 Estadual Deliberação Normativa COPAM nº 52

Convoca municípios para o licenciamento ambiental de sistema adequado de disposição final de lixo e dá outras providências.

2004 Estadual Deliberação Normativa COPAM n° 74

Estabelece critérios para classificação, segundo o porte e potencial poluidor, de empreendimentos e atividades modificadoras do meio ambiente passiveis de autorização ambiental de funcionamento ou de licenciamento ambiental no nível estadual, determina normas para indenização dos custos de análise de pedidos de autorização ambiental e de licenciamento ambiental, e dá outras providências.

2008 Estadual Deliberação Normativa COPAM n⁰ 118

Altera os artigos 2º, 3º e 4º da Deliberação Normativa 52/2001, estabelece novas diretrizes para adequação

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Ano Natureza Legislação Disposição da disposição final de resíduos sólidos urbanos no Estado, e dá outras providências.

2010 Estadual Deliberação Normativa COPAM nº 155

Dispõe sobre atividades para manejo e destinação de resíduos da construção civil e volumosos, e dá outras providências.

Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014.

Quadro 8 - Normas Brasileiras (NBR) da ABNT para RCCV.

Ano Norma Disposição

1992 NBR 8.419 Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos.

1992 NBR 12.235 Armazenamento de resíduos sólidos perigosos.

1995 NBR 8.849 Apresentação de projetos de aterro controlados de resíduos sólidos urbanos.

2001 NBR 6.484 Solo – Sondagens de simples reconhecimento comSPT – Método de Ensaio.

2004 NBR 15.112 Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – Área de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação.

2004 NBR 15.113 Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação.

2004 NBR 15.114 Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação.

2004 NBR 15.115 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos.

2004 NBR 15.116

Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos.

2004 NBR 10.004 Resíduos Sólidos – Classificação. 2004 NBR 10.005 Lixiviação de Resíduos – Procedimentos. 2004 NBR 10.006 Solubilização de Resíduos – Procedimentos. 2004 NBR 10.007 Amostragem de Resíduos – Procedimentos.

1978 - 2015 NR-18 Condições e meio ambiente do trabalho na indústria da construção (Ministério do Trabalho)

Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014.

Quadro 9 - Outros Instrumentos Legais.

Ano Natureza Legislação Disposição

1978 Federal Norma Regulamentadora - NR 04

Serviços especializados em engenharia de segurança e medicina do trabalho.

1978 Federal Norma Regulamentadora - NR 06

EPI - Equipamentos de proteção individual.

1978 Federal Norma Regulamentadora - NR 07

Programa de controle médico de saúde ocupacional.

1978 Federal Norma Regulamentadora - NR 09 Programa de prevenção de riscos ambientais.

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Ano Natureza Legislação Disposição

1978 Federal Norma Regulamentadora - NR 18

Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção.

2012 Federal Instrução Normativa - IBAMA - 13/2012

Divulga lista de resíduos sólidos, que será utilizada pelo Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, pelo Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental e pelo Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos, bem como por futuros sistemas informatizados do IBAMA que possam vir a tratar de resíduos sólidos. Visando padronizar a linguagem e terminologias utilizadas no Brasil para a declaração de resíduos sólidos, principalmente com relação às informações prestadas ao IBAMA junto ao Cadastro Técnico Federal.

2013 Federal Instrução Normativa - IBAMA - 1/2013

Regulamentar o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos (CNORP), estabelecer sua integração com o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais (CTF-APP) e com o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental (CTF-AIDA).

Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP FR, 2014.

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Pag. 33

2 METODOLOGIA

Diferentemente do Produto 04 - Alternativa de Gestão e Manejo recomendado para os RCCV cujo conteúdo foi voltado para as etapas internas, desde o acondicionamento dos resíduos até o transporte externo dos mesmos, o presente documento apresenta alternativas de sistemas para as etapas executadas externamente ao local no qual o resíduo é gerado - canteiro de obras, residência, no caso de pequenas reformas, etc. - incluindo os sistemas de transbordo, tratamento e disposição final dos RCCV, conforme apresentado no esquema da Figura 2 abaixo.

Figura 2 - Esquema de funcionamento de uma Planta para o Tratamento de Resíduos Volumosos.

Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP FR, 2015.

Dessa forma, este produto centraliza em aspectos relacionados às condições de gerenciamento, operações, monitoramento e avaliação das etapas de transbordo, tratamento e destinação e disposição final ambientalmente adequada para os RCCV gerados na Região Metropolitana e Colar Metropolitano de Belo Horizonte.

Para a elaboração deste documento, foi necessário incrementar o diagnóstico, apresentado na Fase 01, com o levantamento de novas informações e dados utilizando novas fontes, além daquelas de caráter primário apresentadas anteriormente. Neste sentido, foram consultados novos trabalhos acadêmicos, outras legislações e normas, projetos de pesquisa e documentação variada - nacionais e internacionais - capazes de oferecer suporte técnico as propostas descritas para o gerenciamento em sua fase “externa” ao canteiro de obras ou local de geração. Este conjunto de informações esta resumido no organograma da Figura 3:

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Figura 3 - Fluxo de coleta da informação. Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP – FR, 2015.

Levantamento de dados

Secundários

Consulta a fontes publicadas e/ou sistematizadas

Trabalhos

acadêmicos

Legislação e normas

Projetos de investigação

Documentação de referência nacional e

internacional

Primários

Produtos da FASE 1 e FASE 2:

Produto 01: Geração, fontes geradoras e

custos

Produto 02: Plano, programas, projetos

atuais

Produto 03: Benchmarking

Internacional Referencial - RCCV

Produto 04: Alternativa de gestão e gerenciamento recomendada para os

RCCV

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3 ALTERNATIVAS PARA A DESTINAÇÃO FINAL AMBIENTALMENTE ADEQUADA DOS RCCV

Neste item estão apresentados os resultados e informações do estudo denominado “Panorama da destinação dos resíduos de Construção Civil nos municípios do Estado de Minas Gerais” divulgado durante o V Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental Belo Horizonte/MG realizado em novembro de 2014. Este estudo apresentou de forma analítica dados de destinação de resíduos da construção civil em 649 dos 853 municípios de Minas Gerais, com base em informações da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).

Tais informações referentes à disposição e destinação dos resíduos da construção civil foram levantadas a partir dos relatórios referentes às vistorias realizadas no ano de 2011 pela Gerência de Resíduos Sólidos Urbanos da Feam aos locais de disposição e/ou tratamento de resíduos sólidos urbanos nos municípios mineiros. Essas vistorias foram realizadas no contexto do programa “Minas sem lixões”, que constituiu uma parceria da Feam com a Fundação Israel Pinheiro (FIP), com o objetivo de apoiar as municipalidades mineiras na implantação de políticas públicas voltadas para a gestão adequada dos resíduos sólidos urbanos.

De acordo com este estudo, a disposição de resíduos da construção civil (RCC) em áreas impróprias ainda é comum nos municípios brasileiros, o que acarreta impactos ambientais diversos. Em alguns casos ocorre a utilização desses resíduos para fins de obras de engenharia, todavia, sem respeito aos critérios técnicos estabelecidos em normas para esses usos. Assim, a destinação ambientalmente correta dos RCC é uma realidade distante em muitas cidades do estado.

Os resultados do relatório mostram que a principal forma de destinação dos municípios que disponibilizaram informações sobre RCC foi o uso para a manutenção de estradas. A prática é realizada em 72% dos municípios, sendo a única destinação dos RCC informada em 62,1% dos municípios estudados.

Destacam-se também a utilização dos resíduos no controle de processos erosivos e/ou aterramentos.

A transformação/ valorização dos resíduos em agregados de granulometria adequada para uso em pavimentação não foi especificada nos relatórios. Apenas em um dos municípios foi declarado que ocorre a trituração dos resíduos antes da utilização.

Em aproximadamente 13% dos municípios é relatada a disposição dos RCC no mesmo local de disposição de RSU, em alguns casos, sendo codispostos com os RSU ou empregados para a cobertura destes. A disposição dos RCC em aterros de resíduos de Classe A é realizada em poucos municípios. Os resultados permitem concluir que a destinação ambientalmente adequada dos RCC nos municípios de Minas Gerais ainda ocorre de forma incipiente.

A Lei nº 18031 2009 de 12/01/2009, que dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos, diz:

“Art. 40º - É de responsabilidade dos órgãos ambientais estaduais e municipais, em função da competência designada

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para atividades de impacto regional ou local, o controle ambiental, compreendendo o licenciamento e a fiscalização, sobre todo e qualquer sistema, público ou privado, de geração, coleta, transporte, armazenamento, tratamento de resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos.”

A Lei nº 10.522, de 24 de agosto de 2012 que Institui o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - SGRCC - e o Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos – PMRCC de Belo Horizonte explica no Art. 26º:

“São áreas para recepção de grandes volumes de resíduos da construção civil e de resíduos volumosos:

I - Áreas de Triagem e Transbordo de Resíduos da Construção Civil e de Resíduos Volumosos - ATTs;

II - Estações de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil;

III - Aterros de Resíduos da Construção Civil;

IV - Áreas mistas com a composição das unidades especificadas nos itens anteriores.”

Na proposta do Produto atual serão consideradas as seguintes formas de disposição como sugestão para a destinação final e disposição adequada dos RCCV:

Áreas de triagem e transbordo (ATT).

Plantas de reciclagem e beneficiamento.

Plantas de produção de agregados reciclados.

Plantas de produção de combustível derivado de resíduos (CDR).

Plantas para recuperação de energia (incineração, outros tratamentos térmicos, e coprocessamento).

Plantas de armazenamento e transferência de RCC (na qual não se realiza a etapa de triagem, porque o material já chega limpo e segregado).

Disposição de material inerte em Aterros Classe A para reservação futura.

Áreas mistas compostas por várias atividades especificadas nos tópicos anteriores, já que as diversas funções dessas instalações – triagem, reciclagem e aterro – podem estar concentradas em um mesmo local, principalmente em municípios de pequeno porte que dispõe de área.

As áreas destinadas ao processamento de grandes volumes de RCC podem ser públicas ou privadas. Pelas diretrizes da Lei Nacional de Saneamento Básico (PNSB), as áreas públicas só poderão operar com resíduos privados caso sejam estabelecidos preços públicos que recomponham os custos do processo. As

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possibilidades de concentração de operações nas mesmas áreas deverão ser analisadas caso a caso, porém havendo sempre o respeito a esta diretriz da PNSB.

Na Figura 4 seguinte são apresentadas as principais relações entre os agentes de coleta de RCCV e as instalações de disposição final de RCCV.

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Figura 4 - Principais relações entre as instalações de RCCV. Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP-FR, 2015.

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A definição da localização das instalações para manejo de grandes quantidades de resíduos deve ser precedida de uma análise mais detalhada de diversos fatores, principalmente aqueles apresentados em seguida:

uso da instalação por apenas um município ou em conjunto, independentemente que os serviços de coleta e transporte sejam próprios de cada município ou executados de forma associada – convênio, consórcio, etc.;

regulamentação do uso do solo no município, que pode ser analisado nos Planos Diretores Municipais;

localização das regiões com maior concentração de grandes geradores de resíduos tais como áreas residenciais ou comerciais com população de maior renda ou que estejam em processo de adensamento populacional;

existência de vários eixos viários para agilizar e viabilizar o transporte de veículos de carga de maior porte.

A análise destes itens é importante para o trabalho de articulação com os agentes privados e para definição da estratégia de gestão e, ainda, para a viabilidade da valorização de grandes volumes de RCCV gerados em determinada região.

Os quadros seguintes apresentam de forma sintética o escopo de cinco normas técnicas brasileiras específicas para o gerenciamento e a valorização dos resíduos da construção civil. Estas normas, das Leis Federais 11.107/2005, 11.445/2007 e 12.305/2010, devem ser adotadas como diretriz central para as operações essenciais nas novas áreas de manejo.

Quadro 10 - Aspectos centrais de normas técnicas brasileiras para o gerenciamento de RCCV.

Aspectos centrais das Normas Brasileiras para o gerenciamento de RCCV

ABNT - NBR 15.112:2004 Resíduos da construção civil e resíduos volumosos. Áreas de Transbordo e Triagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação. Diretriz central: triagem obrigatória de todos os resíduos, nas classes A, B, C e D. Define procedimentos para o gerenciamento na triagem dos resíduos das diversas classes, inclusive quanto à proteção ambiental e controles diversos. Disciplina também os PEVs.

ABNT - NBR 15.113:2004 Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes. Aterros. Diretrizes para projeto, implantação e operação. Diretriz central: empreendimentos devem permitir a utilização das áreas conformadas ou o uso futuro dos resíduos reservados. Define procedimentos para o preparo da área e disposição dos resíduos de Classe A, proteção das águas e proteção ambiental, planos de controle e monitoramento.

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Aspectos centrais das Normas Brasileiras para o gerenciamento de RCCV

ABNT - NBR 15.114:2004 Resíduos sólidos da construção civil. Áreas de Reciclagem. Diretrizes para projeto, implantação e operação. Diretriz central: controle das emissões no processo e de armazenamento dos produtos. Estabelece procedimentos para o isolamento da área e para o recebimento, triagem e processamento dos resíduos da Classe A.

Fonte: Manual para implantação de sistema de gestão de resíduos de construção civil em consórcios públicos, 2010. Ministério do meio ambiente de Brasil.

Quadro 11 - Aspectos centrais de algumas normas técnicas brasileiras para reciclagem de RCC.

Aspectos centrais das Normas Brasileiras para reciclagem de RCCV

ABNT - NBR 15.115:2004 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Execução de camadas de pavimentação. Procedimentos. Diretriz central: permitido o uso em todas as camadas dos pavimentos. Define as características dos agregados e as condições para uso e controle na execução de reforço de subleito, sub-base, base e revestimento primário (cascalhamento).

ABNT - NBR 15.116:2004 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural. Requisitos. Diretriz central: permite-se o uso em concreto massa e artefatos até 15 MPa. Define condições de produção, requisitos para agregados para uso em pavimentação e em concreto, e o controle do armazenamento do agregado reciclado.

Fonte: Manual para implantação de sistema de gestão de resíduos de construção civil em consórcios públicos, 2010. Ministério do meio ambiente de Brasil.

A destinação dos resíduos operados nestas áreas deverá ser em conformidade com a legislação, notadamente às Leis Federais nº 11.445/2007 e 12.305/2010 e as resoluções aplicáveis do CONAMA. O Quadro 12 apresenta de forma sintética algumas possibilidades que vem sendo exercitadas para a destinação dos resíduos valorizados ou reciclados nas áreas normatizadas.

Quadro 12 - Algumas possibilidades para a destinação de RCCV segregado.

Resíduo Destino Processo previsto

RCC Classe A: concreto Planta fabricação agregados Uso em pavimentação

RCC Classe A: concreto Unidade armazenamento temporário

Reservação para reciclagem futura

RCC Classe A: concreto Aterro de RCC Disposição final

RCC Classe A: cerâmica Planta de reciclagem coprocessamento em cimenteiras

RCC Classe A: asfalto Planta de reciclagem Uso em pavimentação

RCCV madeira Planta de reciclagem Fabricação móveis

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Resíduo Destino Processo previsto

RCCV madeira Planta fabricação CDR Valorização energética

RCD classe D tintas, óleos, graxas solventes

Aterro Classe 1 Disposição final

Resíduos volumosos: móveis, eletrodomésticos e outros bens inservíveis

Planta de reciclagem Descaracterização para reciclagem dos componentes

Fonte: Elaboração própria baseada no Manual para implantação de sistema de gestão de resíduos de construção civil em Consórcios públicos 2010. Ministério do Meio Ambiente do Brasil.

3.1 MODELOS DE PLANTAS DE TRIAGEM E TRANSBORDO

Áreas de Triagem e Transbordo (ATT) podem ser um empreendimento privado ou público, e são destinadas ao recebimento e triagem de RCCV para posterior reuso, destinação ou disposição adequada.

A Lei nº 10.522, de 24 de agosto de 2012 institui, para o município de Belo Horizonte, o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - SGRCC - e o Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - PMRCC, e em seus Artigos 32 e 34 estabelece:

“Os resíduos volumosos devem ser triados nas Áreas de Triagem e Transbordo de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - ATTs, aplicando-se a eles, sempre que possível, processos de reutilização, desmontagem e reciclagem que evitem a sua destinação final a aterro sanitário. Os resíduos da construção civil devem ser integralmente triados, segundo a classificação definida pela Resolução CONAMA nº 307/2002, e devem receber a destinação ambientalmente adequada.”

Portanto, as Áreas de Triagem e Transbordo de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos (ATTs) se caracterizam como instalações destinadas ao recebimento de RCCV de grandes geradores, públicos ou privados, e compromissadas com a sua total triagem. As atividades devem ser realizadas sem que haja prejuízo a saúde pública e ao meio ambiente e além da triagem podem ser feitas eventuais transformações e posterior encaminhamento para adequada disposição, conforme especificações da NBR 15.112/2004.

É importante destacar a importância da reutilização e reciclagem dos resíduos no canteiro de obras ou no local de geração. O manejo correto dos resíduos no interior do canteiro permite a identificação de materiais reutilizáveis, que geram economia tanto por dispensarem a compra de novos materiais como por evitar sua identificação como resíduo e passagem às demais fases do gerenciamento.

Devido a isto, a implantação de novas usinas de reciclagem para esses materiais deve ser incentivada, mesmo que seja necessário, para a sua viabilidade econômica, a aplicação da cobrança de taxas específicas.

Da mesma maneira, a etapa de triagem é uma fase relevante para o processo de gerenciamento dos RCC, pois, quando bem executada possibilita que estes sejam encaminhados para usinas de reciclagem e passem pelo procedimento de valorização

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sem qualquer interrupção ou contratempo – presença de vigas de metal que podem, por exemplo, danificar equipamentos.

Haverá sempre a necessidade de uma reserva de parte da ATT para a recepção e processamento dos resíduos originados nas atividades de limpeza corretiva, recepção dos resíduos e armazenamento temporário dos resíduos captados na rede de pontos de entrega voluntária, etapa prévia ao transbordo.

A gestão pública deve completar em seu ciclo de iniciativas uma área que dê suporte ao cumprimento das exigências legais como solução para os resíduos de responsabilidade pública.

Em função dos passos que devem ser seguidos, é possível destacar dois modelos:

Áreas de Transbordo: instalação destinada exclusivamente ao Transbordo de RCCV para o armazenamento de pequenos volumes de RCCV para que possam ser transportadas, em volumes maiores, às plantas de valorização ou aos Aterros Classe A.

Áreas de Triagem e Transbordo: instalação de RCCV com dupla função: triagem, seleção e logística por meio do transporte de grandes volumes. Utilizada para triar e selecionar os RCCV retirando materiais não admissíveis nas etapas seguintes ou que não podem ser aceitos diretamente em outras instalações como as plantas de valorização ou Aterros Classe A.

Figura 5 - Entrada de resíduos volumosos (móveis e colchões) nas plantas de triagem. Fonte: TERSA. Planta de Tratamento de Resíduos Volumosos de Gavà (Barcelona-Espanha).

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Figura 6 - Planta de triagem e transbordo. Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP-FR, 2015.

As ATT são normatizadas pela NBR:15112 de 2004 que prevê, dentre outras orientações técnicas:

Cercamento no perímetro da área em operação, construído de forma a impedir o acesso de pessoas estranhas e animais.

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Portão junto ao qual seja estabelecida uma forma de controle de acesso ao local.

Os acessos internos e externos devem ser protegidos, executados e mantidos de maneira a permitir sua utilização sob quaisquer condições climáticas com sinalização na(s) entrada(s) e na(s) cerca(s) que identifique(m) o empreendimento; quanto às atividades desenvolvidas e quanto à aprovação do empreendimento.

Anteparo para proteção quanto aos aspectos relativos à vizinhança, ventos dominantes e estética, como, por exemplo, cerca viva arbustiva ou arbórea no perímetro da instalação.

Portaria e balança.

Sinalização dos diversos elementos.

Área de operação: A área de operação deve ter sua superfície regular:

- Área de recebimento;

- Área de armazenamento temporário dos resíduos recebidos; com contêineres de grande volume (de 9 a 15 m3 de capacidade), para os seguintes resíduos:

restos de obra (concreto, pedras, solos);

restos de obra (materiais cerâmicos);

metais;

madeira;

plásticos;

papel e papelão;

vidro.

- Área de triagem;

- Área de armazenamento dos materiais segregados;

- Área de armazenamento temporário coberto para os resíduos classe D;

- Área de eventual transformação dos materiais segregados;

Sistemas de proteção ambiental: deverá ser implantado um sistema de proteção ambiental que contemple:

- sistema de controle de poeira, ativo tanto nas descargas como no manejo e nas zonas de acumulação de resíduos;

- dispositivos de contenção de ruído em veículos e equipamentos.

- sistema de proteção das águas superficiais: deve ser previsto um sistema de drenagem das águas de escoamento superficial na área de

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reciclagem, capaz de suportar uma chuva com período de recorrência de cinco anos, compatibilizado com a macrodrenagem local, para impedir:

o acesso, na área de reciclagem, de águas precipitadas no entorno;

o carregamento de material sólido para fora da área.

- revestimento primário do piso das áreas de acesso, operação e estocagem, executado e mantido de maneira que permita a utilização sob quaisquer condições climáticas.

Equipamentos de segurança:

- A ATT deve dispor de equipamentos de proteção individual, de proteção coletiva, de proteção contra descargas atmosféricas e de combate a incêndio;

- Iluminação e energia: O local da área de reciclagem deve dispor de iluminação e energia permitindo uma ação de emergência em qualquer momento.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a área aproximada necessária para estas infraestruturas varia de 1.000 a 5.000 m2, em função do maior ou menor volume de resíduos a receber por dia.

Quadro 13 - Área básica demandada para o gerenciamento dos resíduos da construção civil.

Tipo de instalação Capacidade Área demandada

Triagem geral de resíduos 70 m3/dia 1.100 m2

Triagem geral de resíduos 135 m3/dia 1.400 m2

Triagem geral de resíduos 270 m3/dia 2.300 m2

Triagem geral de resíduos 540 m3/dia 4.800 m2

Fonte: Manual para implantação de sistema de gestão de resíduos de construção civil em consórcios públicos 2010. Ministério do meio ambiente de Brasil.

Nas áreas de triagem é realizada a seleção, classificação, avaliação e triagem das frações recuperáveis de RCCV, para que logo possam ser transportados em volumes maiores os materiais obtidos. Os materiais mais indicados para processamento em uma ATT são os RCCV misturados (sem contaminação) ou aqueles já previamente segregados que são derivados de praticamente quase todas as instalações de recebimento de RCCV sugeridas, ou seja:

URPV.

Postos de descarga de entulho (PDE).

Pontos Limpos.

Obras privadas ou públicas.

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Os materiais originados destas infraestruturas após a seleção, classificação, avaliação e separação das frações recuperáveis são:

Frações recuperáveis de resíduos volumosos.

Resíduos inertes - Classe A.

Resíduos recicláveis - Classe B.

Resíduos para os quais ainda não existe processo de reciclagem viável – Classe C.

Resíduos perigosos – Classe D.

O destino dos materiais originados no processo pode ser:

Unidades de reciclagem.

Plantas de produção de agregados reciclados.

Plantas de produção CDR.

Plantas de recuperação de energia.

Coprocessamento.

Plantas de armazenamento e transferência de RCC.

Aterro Classe A

Aterro sanitário.

Os modelos de plantas de triagem podem variar conforme o material admitido na entrada, a saber:

Planta Fixa de triagem de RCCV: instalações que dispõem de maquinaria e equipamentos específicos para classificar os RCCV misturados ou separados na origem, bem como de sistemas de controle de armazenamento para potencializar o valor agregado dos produtos obtidos e otimizar o rendimento da produção. Têm como objetivo a obtenção de materiais recuperáveis. Por um lado, materiais pétreos limpos e, por outro, a madeira, os metais e os plásticos.

Planta fixa de triagem de RCC: instalação para o tratamento de resíduos da construção onde se coletam, selecionam, classificam, trituram e valorizam as suas diferentes frações valorizáveis, com a finalidade de obter produtos finais aptos para a sua utilização. Estão orientadas para a reciclagem de materiais pétreos, principalmente concreto, aglomerado asfáltico e materiais cerâmicos limpos. A fabricação de agregados reciclados deve estar de acordo com as especificações técnicas e ensaios descritos nas normas vigentes.

Planta fixa de triagem de RVol: instalação de tratamento de resíduos volumosos onde se coletam, selecionam, classificam, trituram e valorizam suas diferentes frações valorizáveis, com a finalidade de obter produtos finais aptos

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para a sua utilização. Estão orientadas para a obtenção de materiais não pétreos, principalmente a madeira, os metais e os plásticos.

Sugere-se que todas as instalações, inclusive as móveis, estejam devidamente licenciadas pelo órgão publico responsável atentando ainda para todos os aspectos citados abaixo, para realização das atividades de gerenciamento de resíduos.

ASPECTOS AMBIENTAIS

Ocupação do solo;

Consumo de água;

Consumo de energia;

Geração de águas residuais;

Geração de ruído;

Geração de poeira;

Geração de resíduos.

3.2 MODELOS DE PLANTAS DE RECICLAGEM / BENEFICIAMENTO

Conforme estabelecido pela Deliberação Normativa do COPAM nº 155, uma área de reciclagem é um local onde ocorre o processo de transformação de um resíduo para fins de reaproveitamento (DN COPAM nº 155).

Os tipos de plantas de reciclagem variam em função dos tipos de resíduos a reciclar - papel, de vidro, plásticos. A seguir, serão apresentadas com detalhes, as plantas de reciclagem de resíduos volumosos e as plantas de reciclagem de RCC.

Área de reciclagem de resíduos da construção civil: é uma área destinada ao recebimento e transformação de resíduos da construção civil Classe A, já triados, para produção de agregados reciclados (NBR 15.114, 2004).

Para que os resíduos sejam reciclados e reaproveitados como matéria prima, as características do produto reciclado devem ser compatíveis ao uso futuro ao qual ele será destinado. A reciclagem dos RCC contaminados com materiais não inertes produz reciclada de pouca aceitabilidade. Por isso, é fundamental a segregação dos materiais inertes o qual possui maior potencial de reciclagem e reuso em outras obras, ou até mesmo, na mesma obra em que foi gerado.

O ideal é que a equipe esteja capacitada para realizar a segregação e triagem dos RCC no momento da geração do resíduo, ainda no canteiro de obras.

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Figura 7 - Fluxo do resíduo em uma Planta de reciclagem de RCCV. Fonte: Elaboração própria, Consórcio, IDP-FR, 2015.

Assim como as ATT’s, sugere-se que as áreas de reciclagem apresentem:

Cercamento da área em operação para impedir o acesso de pessoas estranhas e animais.

Portão com guarita para controle de acesso ao local, portaria e balança.

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Os acessos internos e externos devem ser protegidos, executados e mantidos de maneira a permitir sua utilização sob quaisquer condições climáticas.

Sinalização na(s) entrada(s) e na(s) cerca(s) que identifique(m) o empreendimento; quanto às atividades desenvolvidas e quanto à aprovação do empreendimento.

Anteparo paisagístico para proteção de ventos predominantes, como, por exemplo, cerca viva arbustiva ou arbórea no perímetro da instalação.

Sinalização dos diversos elementos.

Área de operação com superfície plana para recebimento dos materiais.

Área de armazenamento temporário dos resíduos recebidos; com contêineres de grande volume (9 a 15 m3 de capacidade) para os resíduos a reciclar;

Área específica para o armazenamento temporário de resíduos não recicláveis;

Área de reciclagem.

Área de armazenamento dos materiais reciclados.

Área coberta e protegida para armazenamento temporário os resíduos classe D por no máximo 90 dias.

Sistemas de proteção ambiental que contemple:

- sistema de controle de poeira tanto nas áreas de descargas e manejo como nas zonas de acumulação de resíduos;

- dispositivos de contenção de ruído em veículos e equipamentos;

- sistema de proteção das águas superficiais: sistema de drenagem das águas de escoamento superficial na área de reciclagem, capaz de suportar uma chuva com período de recorrência de cinco anos, compatibilizado com a macrodrenagem local, para impedir o acesso de águas precipitadas no entorno na área de reciclagem e o carregamento de material sólido para fora da área.

- Revestimento primário do piso das áreas de acesso, operação e estocagem, executado e mantido de maneira a permitir a utilização sob quaisquer condições climáticas.

Equipamentos de segurança.

- A área de reciclagem deve dispor de equipamentos de proteção individual, de proteção coletiva, de proteção contra descargas atmosféricas e de combate a incêndio.

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- Iluminação e energia: o local da área de reciclagem deve dispor de iluminação e energia que permitam uma ação de emergência em qualquer momento.

A área necessária para uma Planta de Reciclagem ou beneficiamento pode ser estimada em função do material a ser reciclado e do maior ou menor volume (m3) de resíduos recebidos por um período determinado de tempo. O Quadro 14, a seguir, apresenta uma recomendação do Ministério do Meio Ambiente para determinadas capacidades de recebimento de 40 m3/dia a 320 m3/dia.

Quadro 14 - Área básica demandada para o gerenciamento dos resíduos.

Tipo de instalação Capacidade Área demandada

Reciclagem RCCV 40 m3/dia 3.500 m2

Reciclagem RCCV 80 m3/dia 4.500 m2

Reciclagem RCCV 160 m3/dia 9.000 m2

Reciclagem RCCV 320 m3/dia 11.000 m2

Fonte: Elaboração própria a partir do manual para implantação de sistema de gestão de resíduos de construção civil em consórcios públicos, 2010. Ministério do meio ambiente de Brasil.

As plantas de reciclagem podem ser classificadas em níveis, de 01 a 03, que variam conforme o nível de tecnologia empregado nas operações, conforme já explicado anteriormente no Produto 04, a diferença básica entre estes é:

Nível 01: demanda somente uma limpeza do terreno para execução das tarefas de classificação visual dos produtos descarregados por tamanho e um processo de trituração dos elementos maiores. Estas plantas geralmente são instaladas em Áreas de Triagem e Transbordo, e constituem o primeiro passo para as plantas de níveis superiores.

Nível 02: geralmente são utilizadas para o tratamento de materiais de obra capazes de produzir materiais reciclados que podem ser reutilizados nas próprias obras ou em outras. Nestas plantas é feito o processo de britação ou fragmentação e a classificação granulométrica dos produtos obtidos para posterior venda. Reduzindo drasticamente o volume de resíduo recebido a ser depositado no aterro.

Nível 03: são plantas de tratamento de materiais específicos usadas para resíduos volumosos (madeira, metal, plástico) limpos derivados de outras frações que permitem um aproveitamento quase integral de seus componentes.

Geralmente, são instalações fixas e capazes de triturar o resíduo até alcançar a granulometria praticada no mercado ou estabelecida em contrato de compra e venda do material reciclado. Realiza-se, ao mesmo tempo, a limpeza das impurezas e separação de itens indesejados. As plantas de nível 3 para RCC são denominadas nesse Produto como Plantas de produção de agregados reciclados. São plantas de tratamento de materiais limpos, previamente segregados, que permitem um aproveitamento quase integral dos seus componentes. Geralmente são instalações fixas, robustas e os produtos obtidos são de grande qualidade.

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Plantas móveis: podem ser utilizadas nas próprias obras ou em lotes pré-fixadas por um período de tempo. Obras de grande porte, geralmente quando a há demanda para uso de agregados em processos de pavimentação, por exemplo, são as mais indicadas para reciclagem “in situ” de materiais pétreos, como o concreto, aglomerado asfáltico e materiais cerâmicos limpos. A fabricação de agregados reciclados deve estar sempre sujeita às especificações técnicas e ensaios descritos nas normativas vigentes e exigidas para a obra e uso em questão.

O Quadro 15 a seguir apresenta as vantagens e desvantagens das plantas de reciclagem que são sugeridas para a recuperação das frações reutilizáveis dos resíduos gerados nas atividades de construção civil possibilitando que estes sejam comercializados e/ou reutilizados em outras obras, sejam elas públicas ou privadas.

Quadro 15 - Vantagens e desvantagens das Plantas de reciclagem.

Plantas de reciclagem

Vantagens Desvantagens

Redução do volume total de resíduos não beneficiados. Geração de resíduos que devem ser dispostos corretamente de acordo com a sua composição.

Diminuição da exploração de recursos naturais para fabricação, e consequente redução dos impactos socioambientais relacionados.

Beneficiamento e valorização dos resíduos gerando produtos comercializáveis, geralmente de custo mais baixo ao empreendedor.

Geração de emprego, renda e inclusão social. Criação de novos postos de trabalho para mão de obra com baixa qualificação.

Incentivo à valorização dos RCCV e consolidação da importância do descarte correto.

Amenização dos impactos socioambientais causados pelo descarte inadequado dos resíduos, tais como a multiplicação de vetores de doenças, o comprometimento da paisagem e do tráfego de pedestres e veículos.

Fonte: Elaboração própria, Consórcio, IDP-FR, 2015.

Os materiais que podem ser encaminhados a uma planta de reciclagem são frações recuperáveis dos RCCV, já segregados, resultantes de quase todas as instalações da coleta de RCCV:

URPV.

Postos de descarga de entulho.

Pontos Limpos.

Obras privadas ou públicas.

Plantas de triagem e transferência.

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Dentre os aspectos ambientais que devem ser levados em consideração, podem ser citados:

Ocupação do solo.

Consumo de água.

Consumo de energia.

Geração de águas residuais que devem ser tratadas para atendimento à legislação ambiental vigente.

Geração de ruído que deve atender à legislação ambiental vigente.

Geração de poeira e material particulado.

Geração de resíduos.

No que se refere aos aspectos legais, devem ser atendidas todas as exigências previstas no processo de licenciamento pelo órgão ambiental, seja ele municipal ou estadual.

3.3 PLANTAS DE RECICLAGEM DE MADEIRA

As plantas de reciclagem ou beneficiamento de madeira são um caso particular já que, para o seu funcionamento adequado, devem receber apenas madeira já segregada. Na segregação, deve-se atentar, principalmente, para o material tratado com produtos químicos que podem ser considerados contaminantes. Caso não seja possível retirar o resíduo químico antes do processo, o material deve ser enquadrado na Classe D e reservado para encaminhamento a aterro específico, Classe 1. Atenção que também deve ser dada a outros componentes que precisam ser separados tais como: pregos, parafusos, pedaços de vidro ou plástico, dentre outros.

Os formatos mais comuns de resíduos de madeira que podem ser encaminhados a este tipo de instalação são:

Restos de construção e demolição: na construção se utiliza madeira para elaborar formas, escoras, portas e janelas, etc.

Paletes de madeira: é uma plataforma horizontal utilizada como base para o transporte de mercadorias. Apesar de já haver algumas boas práticas de reforma para posterior reutilização de pellets usados, em muitos casos, principalmente em empreendimentos industriais, este material é visto como resíduo.

Móveis, portas e armários: geralmente são resíduos volumosos pesados gerados pela própria população quando o munícipe se desfaz de seu mobiliário.

Embalagens de madeira: podem ser de pequeno ou de grande porte, neste item se enquadram as caixas de frutas e embalagens utilizadas para o transporte de equipamentos e peças robustas. Os mercados de distribuição de alimentos são focos de geração destes itens.

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Bobinas de madeira: usadas para transporte de cabos, fios, mangueiras, e outros dutos feitos de material flexível. Em muitos casos podem ser reutilizadas, reformadas ou, se não for possível, encaminhadas para reciclagem.

Cavaco de madeira: é o resíduo de madeira mais comum, são pedaços de madeira de formato e dimensões variadas. É um resíduo típico de empresas do setor moveleiro ou de fabricação de peças de madeira, mas também estão presentes em resíduos de pequenas reformas e em algumas obras.

Madeira tratada: toras usadas, postes para iluminação pública, etc. O tratamento superficial com material químico dificulta a sua reciclagem, fazendo com que o seu processamento tenha que ser separado, além disso, demanda a realização de análise do produto resultante já que, em algumas ocasiões, este pode ser enviado para produção de combustível derivado de resíduos CDR ou coprocessamento em fornos de clínquer como fonte de energia.

É importante destacar que a trituração de material volátil pode liberar material particulado no ar. Sendo assim, as plantas que executam processos de trituração para granulometrias muito finas devem contar com um sistema de tratamento de ar como, por exemplo, ciclones ou filtros manga com o objetivo de reduzir o impacto ao meio ambiente e os riscos à saúde dos trabalhadores.

Também é fundamental que a instalação esteja equipada com um sistema efetivo contra incêndios, já que processa grandes volumes de material combustível. Para tal devem ser seguidas as recomendações do Corpo de Bombeiros em nível municipal. Como componentes mínimos recomendam-se: grupo de pressão, hidrantes, extintores abc (6 kg), extintores CO2 5 kg.

O sistema hidro sanitário da planta - canalizações de água e sistema de drenagem para água pluvial - devem conter filtros capazes de reter elementos sólidos, estar dotadas com caixa de registro e dispor de um sistema para separar os materiais recolhidos.

Além do exposto, a instalação deve conter contêineres de coleta seletiva para cada um dos resíduos gerados durante a atividade.

Aspectos ambientais devem ser considerados no momento de escolha e definição da área de instalação da planta, dentre os quais podem ser citados: tipo de uso e ocupação do solo, consumo de energia, geração de ruído, emissão de poeira e material particulado, emissões de Compostos Orgânicos Voláteis e geração de resíduos.

Ressalta-se que, assim como para as demais infraestruturas devem ser tomadas todas as ações para emissão de licenças de operação e adequação das exigências legais definidas no processo de licenciamento ambiental.

O esquema apresentado na Figura 8 representa as etapas de processamento da madeira desde a sua recepção na planta até o encaminhamento para o destino final.

Como representado, o produto final obtido é a madeira triturada de tamanho variável que pode ser fixado conforme as exigências do cliente, do mercado existente na região e em função do uso futuro.

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Lasca de madeira com aproximadamente 5 cm.

Pó de madeira gerado durante a trituração.

Serragem com granulometria intermediária entre o pó e a lasca de madeira.

Estes produtos podem ser vendidos para reintrodução como matéria-prima em outras indústrias. Dessa maneira, permite-se prolongar o ciclo de vida da madeira e reduzir o uso de matéria-prima virgem. Outros destinos possíveis são a valorização energética direta (caldeiras de biomassa, etc.), e a fabricação de combustível derivado de resíduos (CDR) ou pellets.

Figura 8 - Processos típicos de uma planta de reciclagem ou beneficiamento de madeira. Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP-FR, 2015.

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Figura 9 - Resíduos de madeira segregados prontos para serem triturados e peneirados. Fonte: TERSA. Planta de Tratamento de Resíduos Voluminosos de Gavà (Barcelona- Espanha).

Figura 10 - Planta de reciclagem de madeira. Fonte: TERSA. Planta de Tratamento de Resíduos Volumosos de Gavà (Barcelona- Espanha).

A área necessária para uma planta típica, com capacidade de tratamento de aproximadamente 50.000 t/ano de madeira pode variar entre 8.000 m2 a 10.000 m2.

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Figura 11 - Produtos reciclados da madeira prontos para serem estocados ou encaminhados para venda. Fonte: TERSA. Planta de Tratamento de Resíduos Volumosos de Gavà (Barcelona- Espanha).

O Quadro 16 abaixo apresenta as áreas mínimas exigidas para o manejo dos resíduos nas plantas de beneficiamento (ou reciclagem) de madeira com capacidades variadas.

Quadro 16 - Área básica demandada para o manejo dos resíduos.

TIPO DE INSTALAÇÃO CAPACIDADE ÁREA DEMANDADA

Planta de beneficiamento ou reciclagem de madeira

100 m3/dia 1.000 m2

Planta de beneficiamento ou reciclagem de madeira

240 m3/dia 1.800 m2

Fonte: Manual para implantação de sistema de gestão de resíduos de construção civil em consórcios públicos, 2010. Ministério do meio ambiente de Brasil.

3.4 MODELOS DE PLANTAS PARA PRODUÇÃO DE COMBUSTÍVEL DERIVADO DE RESÍDUOS (CDR)

Outro possível destino para os RCCV, e para os rejeitos das plantas de reciclagem, são as plantas de produção de combustível derivado de resíduos (CDR). Neste tipo de planta são processadas as frações não recuperáveis dos RCCV que possuem um alto ou médio poder calorífico como materiais de madeira e plásticos que não possuem alternativa viável de reciclagem. Nesta instalação, o resíduo não reaproveitável ou o rejeito passam por um processo de transformação para viabilizar o seu reaproveitamento.

A preparação de CDR por meio de processos mecânicos/físicos se fundamenta no processamento da fração seca dos resíduos não valorizáveis em outras instalações com o objetivo principal do aproveitamento energético contido neste tipo de material.

A fração seca é constituída, principalmente, por restos de materiais, tais como: embalagens, plásticos, papel e papelão, tecidos, metais férricos e não férricos. Os materiais compostos por metais ferrosos e não ferrosos são separados dos demais materiais por meio da utilização de separadores magnéticos e correntes indutivas, respectivamente.

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Na primeira etapa, o material recebido, previamente segregado, passa por um processo de pré-acondicionamento (trituração, separação, classificação, etc.), para que os materiais recuperáveis alcancem características adequadas para o processo de produção do CDR e para a qualidade final do produto.

Após a retirada dos metais ferrosos e não ferrosos, os materiais restantes passam por uma série de etapas de tratamento que normalmente acontecem na seguinte ordem: separação de materiais, trituração ou secagem térmica. Este processo é executado até que seja obtida uma mistura dos materiais necessários com a composição granulométrica e qualitativa correspondentes ao combustível derivado de resíduos (CDR).

Geralmente, realizam-se etapas posteriores para o peneiramento e separação final de materiais particulados não desejáveis e para o acondicionamento final (granulação, pelotização, briquetagem, etc.) obtendo-se um produto com as características definidas pelo usuário final.

Figura 12 - Moinho de martelos para biomassa. Fonte: Empresa REMATEC.

Um dos principais objetivos deste tipo de instalação é a redução da fração biodegradável dos resíduos, cujo destino pode ser a disposição em aterros ou a fabricação de compostos orgânicos.

Estes combustíveis apresentam uma composição de material biodegradável que pode variar entre 50% e 60%. Este percentual elevado pode contribuir consideravelmente para a redução das emissões de CO2 ao ser considerada parte biodegradável como fonte de energia renovável. Além disso, a necessidade crescente de reduzir os custos de produção faz com que a indústria junto com o setor energético estejam cada vez mais interessados na possibilidade de utilização de um combustível substituto mais econômico e com qualidades específicas e homogêneas. Atualmente, a indústria cimenteira é o principal consumidor final deste combustível.

Também é necessário destacar que, mesmo que o termo “Combustível Derivado de Resíduo” seja utilizado em todos os processos que aproveitam os resíduos como combustíveis, o seu significado varia, consideravelmente, de país a país, pois, os tipos

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de resíduos de origem utilizados, os processos de produção e a aplicação final regulamentada para o CDR produzido são diferentes em cada região.

Por exemplo, em alguns países o CDR é produzido de alguns fluxos de resíduos específicos, já em outros casos, é obtido a partir do RSU processado. Além disso, o conceito e a finalidade das plantas de tratamento (mecânico-biológico) de resíduos com produção de CDR também são entendidos de forma diferente em alguns casos, tais como:

Conforme o Comitê Europeu de Normatização (Norma EN 15357), um “Combustíble Sólido Recuperado (CSR)” é um combustível sólido preparado a partir de resíduos não perigosos para a sua valorização energética em plantas de incineração ou coincineração e que cumpre com alguns requisitos de classificação e especificação determinados na Norma EN 15359.

O esquema da Figura 13 apresenta todas as etapas de produção de CDR em uma planta típica, desde a sua recepção até o destino final do material energeticamente valorizável produzido a partir das frações não recuperáveis dos RCCV provenientes do rejeito das plantas de triagem e reciclagem. O destino dos materiais obtidos pode ser a valorização energética em Plantas de recuperação de energia ou em Cimenteiras, desde que, tanto o resíduo como a planta receptora, estejam licenciados para tal.

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Figura 13 - Esquema de Planta de produção de CDR. Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP-FR, 2015.

Sugere-se que as plantas de produção de combustível derivado de resíduos (CDR) sejam dotadas de:

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Cercamento da área sinalizado - com identificação da infraestrutura e aprovação do empreendimento - para impedir o acesso de pessoas estranhas e animais. Portão com guarita para controle de acesso ao local.

Acesso protegido e mantido de forma que permita o funcionamento da planta sob quaisquer condições climáticas.

Anteparo vegetal e paisagístico em todo o entorno da infraestrutura para proteção de ventos predominantes.

Portaria e balança.

Sinalização adequada.

Área de operação com superfície plana para área de recebimento e descarga de resíduos e galpão coberto para a fabricação e armazenamento de resíduos e do próprio CDR.

Sistemas de proteção ambiental que contemple: controle da emissão de material particulado, principalmente, nas áreas de descargas, de manejo e nas zonas de acumulação de resíduos; dispositivos de contenção de ruído em veículos e equipamentos; sistema de proteção e drenagem das águas superficiais para suportar uma chuva com período de recorrência de cinco anos para impedir, principalmente, o acesso, na área de reciclagem, de águas precipitadas no entorno e o carreamento de material sólido para fora da área de forma a comprometer o sistema de drenagem local.

Revestimento primário do piso das áreas de acesso, operação e armazenamento, executado e mantido de maneira a permitir a utilização sob quaisquer condições climáticas.

EPI, de EPC, de proteção contra descargas atmosféricas e de combate a incêndio para todos os funcionários. Além disso, deve ter também sistemas de iluminação e energia que permitam uma ação de emergência em qualquer momento.

Sistema contra incêndios: é fundamental, já que se trata de uma instalação que produz material combustível, devendo ser composto por: Grupo de pressão, hidrantes; extintores abc (6 kg), extintores CO2 (5 kg).

A área aproximada do terreno para instalação de uma planta de produção de CDR é bastante variável sendo que será maior caso seja necessário prever espaço para separação prévia dos materiais e, menor, caso o galpão seja usado apenas para a fabricação de CDR. Tomando o último caso como parâmetro - galpão sem previsão de área de triagem e separação - para uma capacidade de tratamento de aproximadamente de 10.000 t/ano de resíduos, a área do terreno necessária é de aproximadamente 2.000 m2.

Aspectos ambientais devem ser considerados no momento da escolha e definição da área de instalação da planta dentre os quais podem ser citados: tipo de uso e ocupação

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do solo, consumo de energia, geração de ruído, emissão de poeira e material particulado, emissões de Compostos Orgânicos Voláteis; e a geração de resíduos.

Ressalta-se que, da mesma maneira como para as demais infraestruturas devem ser tomadas todas as ações para emissão e adequação das exigências legais definidas no processo de licenciamento ambiental.

3.5 MODELOS DE PLANTAS DE PRODUÇÃO DE AGREGADOS RECICLADOS

As plantas de produção de agregados reciclados são outro caso específico de planta de reciclagem de RCCV nas quais podem ser processadas as frações inertes (Classe A) presentes nos RCCV.

Uma planta de produção de agregados reciclados é, em termos gerais, uma área de reciclagem de resíduos da construção civil, destinada ao recebimento e transformação dos RCC Classe A previamente triados, para produção de agregados reciclados (NBR 15114 - Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação).

A legislação especifica para o Município de Belo Horizonte, Lei Municipal nº 10.522/20 12 segue os mesmos princípios da CONAMA 307/2004 ao estipular que “os resíduos da construção civil de natureza mineral, designados como Classe A, devem ser prioritariamente reutilizados ou reciclados, salvo se inviáveis estas operações, caso em que deverão ser destinados a aterros de resíduos da construção civil licenciados para reservação e beneficiamento futuro ou para conformação topográfica de terrenos. Parágrafo único - Na conformação topográfica de terreno com resíduos da construção civil Classe A deve-se obedecer ao disposto na legislação municipal que regula o movimento de terra e entulho”.

Figura 14 - Planta de seleção de RCC em Astúrias (Espanha). Fonte: COGERSA.

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Figura 15 - Tromel em planta de seleção de RCC em Astúrias (Espanha). Fonte: COGERSA.

Os produtos obtidos para uso futuro em pavimentação devem cumprir com as seguintes normas técnicas para reciclagem de RCCV:

ABNT - NBR 15.115:2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Execução de camadas de pavimentação. Procedimentos.

ABNT - NBR 15.116:2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil. Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural. Requisitos.

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Figura 16 - Esquema de planta de produção de agregados reciclados. Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP-FR, 2015.

Um caso específico de planta de reciclagem de RCC e fabricação de agregados reciclados são os equipamentos móveis de reciclagem de RCC em obra. Alguns tipos de obra demandam e viabilizam reciclagem “in situ” mediante plantas de trituração e seleção, geralmente, quando a mesma obra pode utilizar estes agregados - para um processo urbanístico, por exemplo. A fabricação de agregados reciclados deve ser

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executada conforme com as especificações técnicas e ensaios indicados nas normativas vigentes.

Recomenda-se que estejam devidamente registradas para as atividades de valorização de resíduos na própria obra na qual foram gerados, tal como estabelecido pela autoridade ambiental competente.

Quadro 17 - Vantagens e desvantagens das plantas de produção de agregados reciclados.

Plantas moveis e fixas de produção de agregados reciclados

Vantagens Desvantagens

Redução do volume total de RCC não beneficiados.

Gera resíduo que devem ser dispostos corretamente de acordo com a sua composição.

Diminuição da exploração de recursos naturais para fabricação de agregados e consequente redução dos impactos socioambientais relacionados.

Beneficiamento e valorização dos resíduos gerando produtos comercializáveis, geralmente de custo mais baixo.

Geração de emprego, renda e inclusão social. Criação de novos postos de trabalho para mão de obra com baixa qualificação.

Incentivo à valorização dos resíduos da construção civil e consolidação da importância do descarte correto.

Amenização dos impactos socioambientais causados pelo descarte inadequado dos resíduos, tais como a multiplicação de vetores de doenças, o comprometimento da paisagem e do tráfego de pedestres e veículos.

Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP-FR, 2015.

Recomenda-se que a planta de produção de agregados reciclados seja dotada de:

Cercamento no perímetro da área em operação, construído de forma a impedir o acesso de pessoas estranhas e animais.

Portão junto ao qual seja estabelecida uma forma de controle de acesso ao local. Os acessos internos e externos devem ser protegidos, executados e mantidos de maneira a permitir sua utilização sob quaisquer condições climáticas, com sinalização na(s) entrada(s) e na(s) cerca(s) que identifique(m) o empreendimento quanto às atividades desenvolvidas e à aprovação do empreendimento.

Anteparo para proteção quanto aos aspectos relativos à vizinhança, ventos dominantes e estética, como, por exemplo, cerca viva arbustiva ou arbórea no perímetro da instalação.

Portaria. Balança.

Sinalização dos diversos elementos.

Área de operação: A área de operação deve ter sua superfície regularizada.

- Área de recebimento;

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- Área de armazenamento temporário dos resíduos recebidos;

- Área de armazenamento temporário coberto para os resíduos de classe D;

- Área específica para o armazenamento temporário de materiais recuperados (madeira, metais, plásticos, outros);

- Área de reciclagem/fabricação de agregados;

- Área de armazenamento dos agregados reciclados.

Sistemas de proteção ambiental: deve ser implantado um sistema de proteção ambiental que contemple:

- Sistema de controle de poeira, ativo tanto nas descargas como durante o manejo, e nas zonas de acumulação de resíduos.

- Dispositivos de contenção de ruído em veículos e equipamentos.

- Sistema de proteção das águas superficiais: deve ser previsto um sistema de drenagem das águas de escoamento superficial na área de reciclagem, capaz de suportar uma chuva com período de recorrência de cinco anos, compatibilizado com a macrodrenagem local, para impedir:

o acesso, na área de reciclagem, de águas precipitadas no entorno;

o carregamento de material sólido para fora da área.

- Revestimento primário do piso das áreas de acesso, operação e estocagem, executado e mantido de maneira a permitir a utilização sob quaisquer condições climáticas.

Equipamentos de segurança.

- A planta de produção de agregados reciclados deve dispor de equipamentos de proteção individual, de proteção coletiva e de proteção contra descargas atmosféricas e de combate a incêndio.

- Iluminação e energia: o local da área de reciclagem deve dispor de iluminação e energia que permitam uma ação de emergência em qualquer momento.

A área aproximada do terreno para uma planta de produção de agregados reciclados pode variar em função do nível de segregação do material recebido e do maior ou menor volume de resíduos a admitir. Ou seja, caso a planta receba somente material devidamente triado, a área pode ser menor, caso contrário, deve ser previsto um espaço para reservação e triagem do material não segregado e também do material que não será processado.

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Quadro 18 - Área básica demandada para o gerenciamento dos resíduos em uma planta de produção de agregados reciclados dos RCCV.

Tipo de instalação Capacidade Área demandada

Reciclagem RCD Classe A 40 m3/dia 3.000 m2

Reciclagem RCD Classe A 80 m3/dia 3.500 m2

Reciclagem RCD Classe A 160 m3/dia 7.500 m2

Reciclagem RCD Classe A 320 m3/dia 9.000 m2

Recuperação de solo 240 m3/dia 2.250 m2

Nota: Os solos são também considerados como RCD Classe A na Resolução CONAMA, desde que não estejam contaminados, pois, neste caso, são considerados Classe D.

Fonte: Manual para implantação de sistema de gestão de resíduos de construção civil em consórcios públicos, 2010. Ministério do meio ambiente de Brasil.

Nas plantas de produção de agregados reciclados se realiza a recuperação das frações inertes recuperáveis presentes nos RCC com a finalidade de obter agregados reciclados utilizáveis pela empresa pública e privada. Os materiais processados, quando a triagem não é necessária, são provenientes de instalações nas quais a triagem prévia do material improprio para a reciclagem já foi realizada, ou seja:

Plantas de recuperação e transferência.

Obras privadas ou públicas.

Os materiais obtidos nas operações de seleção, classificação, avaliação e separação dos RCC limpos e segregados são produtos que podem ser vendidos e utilizados como agregados reciclados em outras obras, desde que todas as orientações técnicas recomendadas e exigidas pela legislação vigente sejam atendidas.

Aspectos ambientais devem ser considerados no momento de escolha e definição da área de instalação da planta dentre os quais podem ser citados: tipo de uso e ocupação do solo, consumo de energia, geração de ruído, emissão de poeira e material particulado, geração de resíduos e geração de águas residuais.

Ressalta-se que, da mesma maneira como para as demais infraestruturas devem ser tomadas todas as ações para emissão e adequação das exigências legais definidas no processo de licenciamento ambiental.

3.6 MODELOS DE PLANTAS DE INCINERAÇÃO PARA VALORIZAÇÃO ENERGETICA

Uma planta de recuperação de energia é uma instalação na qual se realiza o tratamento térmico de resíduos mediante as operações de valorização energética ou de eliminação.

A Resolução CONAMA nº 316, de 29 de outubro de 2002 que dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de

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resíduos e define o termo tratamento térmico como qualquer processo cuja operação seja realizada acima da temperatura mínima de oitocentos graus Celsius (800º C).

O processo de incineração utiliza a combustão controlada para degradar termicamente materiais residuais. Os equipamentos envolvidos na incineração garantem fornecimento de oxigênio, turbulência, tempo de residência e temperatura adequados e devem ser equipados com mecanismos de controle de poluição para a remoção dos produtos da combustão incompleta, das emissões de particulados, de dióxido de enxofre (SOx) e dióxido de nitrogênio (NOx) além das dioxinas e furanos.

O tipo de incineração pode ser diferenciado de acordo com o tipo de forno de combustão utilizado que serão apresentados em maior detalhe a seguir:

a) incineração em forno de grelha;

b) incineração em forno rotativo;

c) incineração em leito fluidizado.

Em todos os casos, a incineração é pouco indicada para os resíduos gerados na construção civil ou volumosos.

A incineração em forno de grelha, a pesar de bastante flexível, quando usada em operações que utilizam combustíveis heterogêneos, permite o tratamento de RSU, resíduos industriais, lodos de depuradoras ou resíduos dos serviços de saúde. Para a sua aplicação aos RCCV é necessária a segregação prévia dos materiais não combustíveis, não sendo adequado para partículas, líquidos ou materiais que podem se derreter na grelha.

Já no incinerador tipo forno rotativo, se pode incinerar praticamente qualquer resíduo independente do seu tipo ou composição. Entretanto, é preciso atentar para as exigências legais vigentes para que não seja incinerado um resíduo que possa ter outro destino de acordo com a hierarquia de gerenciamento de resíduos estabelecida pela Politica Nacional de Resíduos Sólidos. Mesmo assim, e devido às condições da combustão, sua aplicação atual está direcionada apenas ao tratamento de resíduos perigosos (por exemplo, resíduos de serviços de saúde), sendo que uma pequena parte é utilizada para o tratamento de RSU.

Também para o incinerador de forno de Leito Fluidirizado, os RCCV tem um uso restrito e quase nulo já que são mais adequados resíduos com ausência ou baixo conteúdo de materiais inertes e metais separados. Sendo assim, são usados geralmente para lodos de depuradora ou combustível derivado de resíduos CDR.

3.7 COPROCESSAMENTO EM CIMENTEIRAS

O coprocessamento é uma técnica de destruição térmica sob altas temperaturas em fornos de clínquer devidamente licenciados para este fim, com aproveitamento de conteúdo energético e/ou aproveitamento da fração mineral como matéria-prima, sem que haja a geração de outros resíduos.

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Foram consultados diversos estudos sobre o possível aproveitamento dos RCD ricos em cerâmica, tais como: telhas, ladrilhos, azulejos, vasos sanitários, etc. Estes materiais podem ser valorizados por meio do processo de coprocessamento em cimenteiras depois de uma trituração prévia e acondicionamentos adequados. Esta transformação é simples e de baixo impacto e, no final do processo são produzidos materiais susceptíveis para a adição ao cimento Portland ou para adição ao processo de clinquerização. Os estudos que foram utilizados estão listados a seguir:

“Resíduos cerâmicos para uso possível como matéria prima na fabricação de clínquer de cimento Portland: caracterização e ativação alcalina”. Publicado em 2006 na revista espanhola “Materiales de Construcción”.

“Emprego de resíduos cerâmicos como matéria prima alternativa na fabricação de cimento Portland”. Realizado em 2011 pelo Instituto de Ciências da Construção Eduardo Torroja (Conselho Superior de Investigações Científicas – Espanha).

Os resultados obtidos nestes estudos demonstram a validade tecnológica de determinados resíduos cerâmicos como matéria prima para a fabricação de clínquer de cimento Portland.

De acordo com a legislação brasileira, as principais premissas para a utilização dos resíduos no coprocessamento, são:

Valor agregado ao resíduo: deve ser utilizado como substituto de combustível ou matéria prima.

Garantia de fornecimento regular.

Garantia de aplicável ambiental do clínquer coprocessado: a incorporação dos metais à estrutura do clínquer deve ser comprovada através dos testes de lixiviação.

A Resolução CONAMA nº 264, de 26 de agosto de 1999, que dispõe sobre Licenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de coprocessamento de resíduos, especifica:

O coprocessamento consiste no reaproveitamento de resíduos nos processos de fabricação de cimento. O resíduo é utilizado como substituto parcial de combustível ou matéria-prima e as cinzas resultantes são incorporadas ao produto final, o que deve ser feito de forma controlada e ambientalmente segura.

O tempo de residência e a temperatura do forno de cimento (normalmente entre 1400 e 1500ºC) são adequados para destruir termicamente a matéria orgânica. Esses fornos também devem ter mecanismos de controle de poluição atmosférica para minimizar a emissão de particulados, dióxido de enxofre (SOx) e dióxido de nitrogênio (NOx).

A DN 154 de agosto de 2010 estabelece os critérios para utilização destes resíduos, para monitoramento e para o controle do processo definindo um PCI mínimo de 2800 kcal/kg para 2000 kcal/kg e limites de entrada de metais no forno, ampliando os

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parâmetros que precisam ser monitorados e exigindo a disponibilização dos dados de monitoramento online para as Autoridades ambientais além de ensaios trimestrais de lixiviação do clínquer.

As cimenteiras podem aproveitar parte dos resíduos minerais gerados por outras indústrias, como cinzas, escórias, resíduos de construção e demolição, lodos do processo de fabricação de papel ou açúcar, sendo possível:

• Substituir matérias-primas naturais evitando a exploração de recursos naturais e suas emissões associadas.

• Evitar parte das “emissões de processo”, pois alguns destes materiais recuperados contêm óxido de cálcio e não é necessária a descarbonatação.

• Reduzir o conteúdo de clínquer por tonelada de cimento fabricado, usando estes minerais como aditivos na fase final de fabricação de cimentos.

O coprocessamento em cimenteiras é uma alternativa de baixo custo frequentemente utilizada para o tratamento térmico de uma grande variedade de resíduos. A RMBH possui uma grande vantagem que é o grande número indústrias cimenteiras o que representa um incentivo ao coprocessamento dos RCC.

Para se ter uma ideia, de todas as plantas licenciadas para o coprocessamento dos 14 grupos industriais presentes na indústria cimenteira brasileira, 33% estão localizadas na região sudeste, 10 destas plantas em MG e 07 na RMBH e CM. Ressalta-se que várias outras se encontram em processo de licenciamento. A Figura 17 apresenta o panorama das plantas de coprocessamento no Brasil em 2013.

Figura 17 - Distribuição das fábricas de cimento de produção de clínquer. Fonte: Associação Brasileira do cimento Portland. Panorama do coprocessamento de resíduos em fornos de cimento – 2013 (BRASIL). 2015.

Os dados sobre resíduos coprocessados foram coletados junto às empresas que realizam o coprocessamento de resíduos e logo consolidados pela Associação

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Brasileira do cimento Portland (ABCP). O resultado dessa consolidação indicou que, em 2013, os resíduos coprocessados representaram a eliminação de um passivo ambiental de 1,25 milhão de toneladas. Do total processado nesse ano, os resíduos coprocessados como substitutos de matérias primas representaram 29% (395.000 t), e aqueles com potencial energético corresponderam a 71% (850.000 t) do total coprocessado.

Em relação ao tipo de material utilizado, os pneus constituíram 23% (286.000 t) do total, o que equivale a 57 milhões de pneus de automóveis (1 t = 200 mil pneus).

Ainda de acordo com a ABCP em seu último relatório anual para a sustentabilidade, no Brasil, aproximadamente 1 milhão de toneladas de resíduos são coprocessadas anualmente. No entanto, o potencial desta capacidade de eliminação de resíduos por meio do coprocessamento pela indústria brasileira de cimento é muito superior, podendo chegar a 2,5 milhões de toneladas.

Para fins de análise comparativa o Quadro 19 apresenta os dados de utilização de resíduos em coprocessamento na indústria cimenteira da União Europeia para o ano de 2007. Nota-se que o potencial já utilizado e de aproximadamente 7,4 milhões de toneladas de resíduos e que o material mais encaminhado ao processo é, em ordem de crescente, o CDR (23,6%) seguido de Farinhas e gordura animal (14,2%) seguido de pneus com 13,1% do total de resíduos coprocessado, 10% a menos do que o praticado no Brasil.

Quadro 19 - Distribuição dos combustíveis alternativos empregados na UE em 2007.

Material Toneladas (mil) % (em relação ao

total)

Madeira, papel e papelão 320 4,3% Tecidos 43 0,6% Plásticos 750 10,2% Combustível derivado de resíduos (CDR) 1738 23,6% Pneus, borracha 963 13,1% Lodos industriais 369 5,0% Lodos de depuradoras municipais 327 4,4% Farinhas e gordura animal 1047 14,2% Resíduos do carvão 96 1,3% Resíduos agrícolas 30 0,4% Serragem impregnada e outros 404 5,5% Dissolventes e similares 533 7,2% Óleos e similares 377 5,1% Outros 370 5,0%

TOTAL 7.367,00 milhões

de toneladas

Fonte: RECUPERACIÓN ENERGÉTICA DE RESIDUOS EN LA INDÚSTRIA CEMENTERA. Fundación CEMA (Fundación laboral do cimento e medio ambiente).

A seguir, no Quadro 20 são apresentadas as vantagens de desvantagens do coprocessamento de resíduos quando comparado ao processo de incineração citado anteriormente.

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Quadro 20 - Vantagens e desvantagens da incineração e do coprocessamento

PROCESSO VANTAGENS DESVANTAGENS

INCINERAÇÃO

Degrada completamente os resíduos, quebrando as moléculas dos componentes perigosos.

Gera cinzas, que devem ser corretamente dispostas de acordo com a sua composição.

Tecnologia aceita pelos órgãos ambientais, desde que em instalações licenciadas.

Gera emissões atmosféricas, que devem ser controladas.

Aplicada a uma grande quantidade de tipos de resíduos. Sempre em função do poder calorífico do material a ser incinerado.

Alto custo e limitações para RCCV.

CO-PROCESSAMENTO EM CIMENTEIRAS

O coprocessamento permite o aproveitamento de conteúdo energético de uma fração dos RCCV, considerada combustível alternativo, e/ou aproveitamento de outra fração dos RCCV, considerada como substituta da matéria prima, sem a geração de novos resíduos.

De acordo com a Resolução CONAMA 264 de 1999, é proibida a destinação via coprocessamento dos resíduos: “domiciliares brutos, resíduos de serviços de saúde, radioativos, explosivos, organoclorados, agrotóxicos e afins”.

A queima de resíduos não prejudica a capacidade do forno do cimento em atender aos padrões de emissão estabelecidos pelos órgãos de controle ambiental.

Necessita controle de emissões atmosféricas.

Baixo custo.

Não há geração de cinzas, pois toda a matéria queimada é reincorporada ao produto final.

Fonte: Elaboração Própria, Consórcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

Nas plantas de coprocessamento em fornos de clínquer pode ser realizada a substituição de matéria-prima – que seria obtida para a fabricação do cimento - por alguma das frações não recuperáveis dos RCC. Além disto, outros tipos de resíduo podem ser utilizados objetivando a valorização energética de outras frações não recuperáveis dos RCC, com o objetivo de obter energia utilizável pela empresa pública e privada, bem como pela população no geral.

Os materiais a processar em uma planta de coprocessamento são:

as frações não recuperáveis dos RCC que tenham poder calorífico e não tenham alternativa de reuso ou reciclagem;

as frações não recuperáveis dos RCC que tenham poder calorífico suficiente como madeira e plásticos, principalmente aqueles que não tenham alternativa de reuso, reciclagem e que possam estar contaminados;

Dentro da lógica da proposta apresentada para o fluxo de gerenciamento dos RCCV na RMBH e Colar Metropolitano, os materiais que podem ser destinados ao coprocessamento podem ser oriundos das seguintes instalações:

Plantas de triagem e transbordo.

Plantas de produção de combustível derivado de resíduos (CDR).

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Os materiais obtidos nas operações de valorização energética são energia elétrica para venda e utilização.

ASPECTOS AMBIENTAIS

Ocupação de solo.

Consumo de água.

Consumo de energia.

Geração de emissões veiculadas.

Geração de ruído.

ASPECTOS LEGAIS

No âmbito Federal:

A RESOLUÇÃO CONAMA nº 264, de 26 de agosto de 1999 publicada no DOU nº 54, de 20 de março de 2000, Seção 1, páginas 80-83, define no seu Art. 9º que este tipo de infraestrutura deve possuir licença prévia, licença de instalação e licença de operação para instalações novas. Quando se trate de instalações existentes deverão dispor de licenciamento ambiental específico.

A Deliberação Normativa COPAM nº 154, de 25 de agosto de 2010, que Dispõe sobre o Coprocessamento de resíduos em fornos de clínquer, estabelece critérios para utilização de resíduos, monitoramento e controle. Também específica que as cimenteiras podem aproveitar, entre outros, parte dos resíduos de construção e demolição.

No âmbito Estadual:

Conforme o Art. 8º da Lei ESTADUAL 7.772, DE 8 DE SETEMBRO DE 1980 do Estado de Minas Gerais, esta tipologia de instalação deve possuir licenciamento de instalação e de funcionamento sujeitos a autorização da Comissão de Política ambiental (COPAM).

3.8 MODELO DE ARMAZENAMENTO DE MATERIAL EM ÁREAS DE ARMAZENAMENTO TRANSITÓRIO PARA USO FUTURO

Atualmente as áreas de armazenamento transitório para uso futuro não estão estabelecidas como tais na legislação brasileira, porém podem ser assimiladas às instalações existentes.

Conforme a Resolução CONAMA 448/2012:

Aterro de resíduos Classe A de reservação de material para usos futuros: é a área tecnicamente adequada onde serão empregadas técnicas de destinação de resíduos da construção civil Classe A no solo, visando a reservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao

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menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente.

Área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos (ATT): área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, eventual transformação e posterior remoção para destinação adequada, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e a segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;

Com base nas definições anteriores, sugere-se considerar as áreas de armazenamento transitório de materiais de maneira similar às ATT de RCCV.

Sugere-se que a superfície da área de armazenamento transitório seja completamente asfaltada ou pavimentada com uma base de concreto. Desta forma, é possível facilitar a movimentação dos RCCV armazenados, sem afetar a camada subjacente do terreno.

Os materiais a serem dispostos nas áreas de armazenamento transitório para seu uso futuro são RCC, resíduos volumosos, ou materiais segregados, segundo seja conveniente. Dentre as instalações propostas, os materiais a serem armazenados transitoriamente nas ATT, podem ser originados de:

URPV.

Postos de descarga de entulho.

Pontos Limpos.

Obras privadas ou públicas.

Plantas de triagem e transferência.

Os materiais obtidos em áreas de armazenamento transitório para seu uso futuro são os mesmos que foram recebidos. Além do que podem gerar lixiviados que deverão ser gerenciados como resíduos perigosos.

Dentre os aspectos ambientais podem ser citados: ocupação de solo, consumo de água, consumo de energia, geração de lixiviados, geração de ruído, Geração de poeira e geração de odores.

Em relação aos aspectos legais, ressalta-se que as áreas de armazenamento e transbordo de resíduos da construção civil e resíduos volumosos, ou (ATT) de RCCV, são áreas destinadas ao recebimento de RCC e RVOL destinadas ao armazenamento temporário dos materiais segregados e para posterior encaminhamento a destinação adequada. Estas áreas devem ser licenciadas como Áreas de transbordo e triagem.

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3.9 MODELO DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS INERTES EM ATERROS CLASSE A

Os aterros Classe A, de acordo com a Deliberação Normativa COPAM nº 155, de 25 de agosto de 2010, pode ser definido como um local devidamente preparado no qual são empregadas técnicas para a disposição de resíduos classe "A" da construção civil, nos termos da classificação instituída pela Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, ou das que sucederem, visando à reservação de materiais segregados de forma a possibilitar o seu uso futuro e/ou a futura utilização da área, adotando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente.

A Lei nº 10.522, de 24 de agosto de 2012 Institui o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - SGRCC - e o Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - PMRCC, e deu outras providências. Em seu Artigo 30º ressalta-se que:

Os resíduos da construção civil e os resíduos volumosos não podem ser depositados em aterros sanitários.

Os resíduos da construção civil, se apresentados na forma de agregados reciclados ou na condição de solos não contaminados, podem ser utilizados em aterros sanitários com a finalidade de execução de serviços internos ao aterro.

A NBR 15113:2004. Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – define as diretrizes para projeto, implantação e operação dos aterros de RCC.

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Figura 18 - Esquema aterro Classe A. Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP-FR, 2015.

Sugere-se que os aterros Classe A sejam dotados de:

Cercamento no perímetro da área em operação, construído de forma a impedir o acesso de pessoas estranhas e animais.

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Portão junto ao qual seja estabelecida uma forma de controle de acesso ao local.

Os acessos internos e externos devem ser protegidos, executados e mantidos de maneira a permitir sua utilização sob quaisquer condições climáticas.

Sinalização na(s) entrada(s) e na(s) cerca(s) que identifique(m) o empreendimento.

Anteparo para proteção quanto aos aspectos relativos à vizinhança, ventos dominantes e estética, como, por exemplo, cerca viva arbustiva ou arbórea no perímetro da instalação.

Faixa de proteção interna ao perímetro, com largura justificada em projeto.

Portaria.

Balança.

Portaria das diversas áreas.

Área de recepção: a área de recepção deve ter sua superfície regularizada.

Área de armazenamento temporário coberta para os resíduos classe D.

Área de disposição dos RCC.

Área de acumulação de materiais (terras e argilas) para o cobrimento dos RCC depositados.

Sistemas de proteção ambiental: deve ser implantado um sistema de proteção ambiental que contemple:

Sistema de proteção das águas subterrâneas.

Devem ser previstas medidas para a proteção das águas subterrâneas mediante um sistema de poços de monitoramento, instalado na área do empreendimento, constituído de no mínimo quatro poços, sendo um a montante e três a jusante, no sentido do fluxo de escoamento preferencial do aquífero. Os poços devem ser construídos de acordo com a NBR 13895.

Sistema de proteção das águas superficiais.

Devem ser previstas medidas para a proteção das águas superficiais respeitando-se faixas de proteção de corpos de água e prevendo-se a implantação de sistemas de drenagem compatíveis com a macrodrenagem local, devendo ser capazes de suportar chuva com períodos de recorrência de cinco anos, que impeça:

acesso, no aterro, de águas precipitadas no entorno;

carregamento de material sólido para fora da área do aterro.

O sistema de proteção das águas superficiais deve incluir:

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Sistema de controle de poeira, ativo tanto nas descargas como no manejo e nas zonas de acumulação de resíduos;

Dispositivos de contenção de ruído em veículos e equipamentos;

Equipamentos de segurança.

A planta de produção de agregados reciclados deve dispor de equipamentos de proteção individual, de proteção coletiva e de proteção contra descargas atmosféricas e de combate a incêndio.

Iluminação e energia: o local da área de reciclagem deve dispor de iluminação e energia que permitam uma ação de emergência em qualquer momento.

Resíduos admissíveis nos aterros Classe A

Resíduos da construção civil Classe A, conforme classificação da Resolução CONAMA n° 307 são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplenagem;

b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, etc.), argamassa e concreto;

c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios fios etc.) produzidas nos canteiros de obras.

d) resíduos inertes (classe II-B conforme a Lei Federal n° 12.305/2010): aqueles que, quando amostrados de forma representativa e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água vigentes, excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor.

Resíduos não admissíveis em Aterros Classe A

I - Resíduos classe I – perigosos conforme a Lei Federal n° 12.305/2010, são aqueles que, em função das suas características de toxicidade, corrosividade, reatividade, inflamabilidade, patogenicidade ou explosividade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à aplicável ambiental, tais como os patogênicos, os mutagênicos, os teratogênicos, os poluentes, os bioacumulativos e congêneres;

Inclui os resíduos da construção civil classe D conforme classificação da Resolução CONAMA n° 307 (modificada pela Resolução n° 431/2011 e pela Resolução n° 348/04).

Nesta classificação entram os resíduos de alguns materiais perigosos de construção (amianto) e os aditivos empregados em outros materiais (adesivos, massas, pinturas, selantes).

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II - Resíduos classe II A - não perigosos, não inertes: conforme a Lei Federal n° 12.305/2010: são aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - perigosos ou de resíduos classe II - B - inertes, nos termos desta lei, podendo apresentar propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.

Inclui os resíduos da construção civil classe B e C conforme classificação da Resolução CONAMA n° 307 (modificada pela Resolução n° 431/2011 e pela Resolução n° 348/04).

Os resíduos valorizáveis da construção (metal, madeira, plástico, vidro, etc.) estão considerados dentro desta classificação.

Quadro 21 - Vantagens e desvantagens dos aterros.

Classe Vantagens Desvantagens

Classe A

Baixo custo em relação a outras opções de tratamento e disposição final, como a incineração.

Necessita de uma grande área física para construção e operação.

Pode ser utilizado para grande variedade de tipologias de RCC.

Gera um passivo que precisa ser continuamente monitorado.

Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP-FR, 2015.

Um caso particular de Classe A são as bacias de entulho, que são aterros de pequeno porte com a finalidade imediata de regularização de terrenos.

Nos aterros Classe A devem ser depositadas as frações não recuperáveis presentes nos RCCV, com a finalidade de gerar o menor impacto possível e permitir a sua reservação para uso posterior.

Tendo em vista as infraestruturas sugeridas para o gerenciamento dos RCCV gerados na RMBH e Colar Metropolitano, os Aterros Classe A receberiam resíduos provenientes das seguintes áreas propostas:

URPV.

Postos de descarga de entulho.

Pontos Limpos.

Obras privadas ou públicas.

Plantas de triagem e transferência.

Em termos de “produção”, diferentemente das demais infraestruturas previstas, tais como os pontos limpos e plantas de triagem, os Aterros Classe A não apresentam nenhum material oriundo do processo de aterramento. Vale salientar que o lixiviado gerado deve ser tratado de forma adequada e conforme a legislação ambiental vigente.

No que se refere aos ASPECTOS AMBIENTAIS, devem ser considerados ocupação de solo, consumo de água, consumo de energia, geração de lixiviados, geração de ruído, geração de poeira e geração de odores.

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Sobre os aspectos legais, os aterros de resíduos da construção civil e resíduos inertes, destinados à disposição exclusiva de resíduos da Classe A triados, estão sujeitos ao licenciamento ambiental quanto à localização, instalação e operação, no âmbito dos órgãos estaduais de meio ambiente respeitando sempre as restrições quanto às áreas com legislação ambiental específica.

Além de Aterros podem ser licenciadas áreas menores com finalidade imediata de regularização de terrenos para edificação e deverão ser dispensados de licença ambiental que em alguns casos é, na verdade, uma Autorização Ambiental de Funcionamento ou AAF.

3.10 COMPARAÇÃO DAS ALTERNATIVAS

O Quadro 22 apresenta uma detalhada comparação de todos os processos de destinação final citados nos itens anteriores.

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Quadro 22 - Comparação entre plantas de tratamento de RCCV.

TIPO DE PLANTA MATERIAIS TRATADOS

INFRAESTRUTURA DE ORIGEM

MATERIAIS OBTIDOS

DESTINO ASPECTOS

AMBIENTAIS

Plantas de triagem (seleção, classificação, avaliação e separação das frações recuperáveis) e transbordo

RCCV misturado ou segregado

URPV. Postos de descarga de entulho. Pontos Limpos. Obras privadas ou públicas.

Frações recuperáveis dos RCCV. RCC Classe B. RCC Classe A e resíduos inertes. RCC Classes C e D. Outros resíduos perigosos.

Plantas de armazenamento e transferência de RCCV. Plantas de reciclagem. Plantas de produção de agregados reciclados. Coprocessamento em cimenteiras. Plantas de produção CDR. Plantas de recuperação de energia. Aterro Classe A. Aterro sanitário.

Ocupação de solo. Consumo de água. Consumo de energia. Geração de águas residuais. Geração de ruído. Geração de poeira. Geração de resíduos.

Plantas de armazenamento e transferência de RCCV

RCC Classe A e resíduos inertes. RCCV. Segregados em outras Classes

URPV. Postos de descarga de entulho. Pontos Limpos. Obras privadas ou públicas. Plantas de triagem e transbordo.

RCC Classe A e resíduos inertes. RCCV segregados em outras Classes.

Plantas de reciclagem. Plantas de produção de agregados reciclados. Coprocessamento em cimenteiras. Plantas de produção CDR. Plantas de recuperação de energia. Aterro Classe A. Aterro sanitário.

Ocupação de solo. Consumo de água. Consumo de energia. Geração de lixiviados. Geração de ruído. Geração de poeira. Geração de odores.

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TIPO DE PLANTA MATERIAIS TRATADOS

INFRAESTRUTURA DE ORIGEM

MATERIAIS OBTIDOS

DESTINO ASPECTOS

AMBIENTAIS

Plantas de reciclagem Frações recuperáveis segregadas

URPV. Postos de descarga de entulho. Pontos Limpos. Obras privadas ou públicas. Plantas de triagem e transbordo. Plantas de armazenamento e transferência de RCCV.

Subprodutos para venda e utilização como matéria prima alternativa.

Empresa pública e privada

Ocupação de solo. Consumo de água. Consumo de energia. Geração de águas residuais. Geração de ruído. Geração de poeira. Geração de resíduos.

Plantas de produção de agregados reciclados

RCC limpos e segregados

Plantas de triagem e transbordo. Plantas de armazenamento e transferência. Obras privadas ou públicas.

Agregados reciclados. Obra privada. Obra pública.

Ocupação de solo. Consumo de água. Consumo de energia. Geração de águas residuais. Geração de ruído. Geração de poeira. Geração de resíduos

Plantas de produção de combustível derivado de resíduos (CDR)

Materiais separados com poder calorífico (Madeira e plásticos)

Plantas de triagem e transbordo.

Combustível derivado de resíduos.

Plantas de recuperação de energia. Coprocessamento em cimenteiras.

Ocupação de solo. Consumo de energia. Geração de ruído. Geração de poeira. Geração de emissões. (Compostos Orgânicos Voláteis). Geração de resíduos.

Plantas de recuperação de energia (incineração e outros tratamentos térmicos)

Materiais segregados com poder calorífico (Madeira e plásticos)

Plantas de triagem e transbordo. Plantas de produção de combustível derivado de resíduos (CDR).

Energia. Escórias e cinzas.

Consumo energético. Escórias e cinzas ao aterro.

Ocupação de solo. Consumo de água. Consumo de energia. Geração de emissões veiculadas. Geração de ruído. Geração de resíduos perigosos (escórias e cinzas).

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TIPO DE PLANTA MATERIAIS TRATADOS

INFRAESTRUTURA DE ORIGEM

MATERIAIS OBTIDOS

DESTINO ASPECTOS

AMBIENTAIS

Disposição de resíduos inertes em aterros Classe A

RCC Classe A e resíduos inertes

URPV. Postos de descarga de entulho. Pontos Limpos. Obras privadas ou públicas. Plantas de triagem e transbordo. Plantas de armazenamento e transferência de RCCV.

Nenhum material. Lixiviado.

Lixiviados ao gerenciamento adequado.

Ocupação de solo. Consumo de água. Consumo de energia. Geração de lixiviados. Geração de ruído. Geração de poeira. Geração de odores.

Fonte: Elaboração Própria. Consorcio IDP Ferreira Rocha, 2015.

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4 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DOS RCCV

As características, em termos qualitativos (gravimétricos), dos RCCV foram previamente indicadas no Produto 3. O conteúdo outrora apresentado detalha a composição típica dos RCC e dos Resíduos Volumosos em diferentes países.

Os dados e informações apresentados no produto supracitado, em síntese, mostram que os resíduos gerados por atividades associadas à construção são, geralmente, constituídos por um conjunto de fragmentos ou restos de paredes, pedras, solos, concreto, argamassas, madeira, arames, resina, plásticos, gesso, cal, cerâmica, telhados e pavimentos, principalmente. A composição pode variar consideravelmente, dependendo da situação econômica da região onde são gerados e do tipo de projeto, obra e etapa de construção. Vale ressaltar ainda que os resíduos gerados pela demolição seletiva (ou desmonte) de edifícios, ruas e outras estruturas, bem como os de escavação também são enquadrados como resíduos de construção.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DOS RCCV POR ORIGEM

Diante disso, é possível realizar uma caracterização genérica dos RCC de acordo com o tipo de atividade e objeto da obra que o originou.

No Quadro 23 são apresentadas composições típicas de RCC de acordo com o tipo de atividade e elemento da obra que os gerou, incluindo os principais componentes dos resíduos em cada caso.

Quadro 23 - Classificação de RCC de acordo com o tipo de atividade.

ATIVIDADE ORIGEM COMPONENTES PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES

Demolição

Moradias Antigas: alvenaria, tijolo, madeira, gesso, telhas, reboco. Recentes: tijolo, concreto, ferro, aço, metais e plásticos. Os materiais dependem da idade

do edifício e da utilidade do mesmo no caso dos de serviços. Outros

edifícios

Industriais: concreto, aço, tijolo, alvenaria. Serviços: concreto, tijolo, alvenaria, ferro, madeira.

Obras públicas

Alvenaria, ferro, aço, concreto armado. Os materiais dependem da idade e do tipo de infraestrutura

Construção

Escavação Edificação

Solos e pedras. Concreto, ferro, aço, tijolos, blocos, telhas, materiais cerâmicos. É possível reutilizar em grande

parte nas próprias obras ou em outras que demandem o material. Originados geralmente por recortes, materiais eliminados por sua aplicação inadequada ou defeitos adquiridos durante a manipulação.

Obras Públicas

Plásticos, materiais não férreos.

Manutenção e reformas

Solo, pedra, concreto, produtos betuminosos. Moradias: cal, gesso, madeira, telhas, materiais cerâmicos, pavimentos, tijolo. Outro: concreto, aço, alvenaria, tijolo, gesso, cal, madeira.

Fonte: Diagnóstico básico de resíduos de la construção do Estado de México. Gobierno do Estado de México. Secretaría do Medio Ambiente Dirección General de Prevención y Control de la Contaminación de Agua, Suelo y Residuos. 2007.

Outras caracterizações mais especificas, de acordo com a origem do resíduo, podem ser feitas, conforme apresentado nos itens a seguir:

resíduos gerados em obras viárias: asfalto, brita, solos, etc.

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resíduos gerados em escavações: solos, pedras, etc.

resíduos gerados em demolição de edifícios: cerâmicas, concreto, argamassa, amianto, etc.

resíduos gerados em construção e renovação de edifícios: cerâmicas, concreto, argamassa, amianto, etc., pode haver a presença de outros resíduos tais como: plástico, papel, vidro, madeira, etc.

resíduos gerados em descontaminação de solos: solos contaminados e não contaminados, pedras, etc., podem ser encontrados resíduos perigosos e não perigosos, bem como os inertes.

resíduos gerados em descontaminação de aterros clandestinos: solos, cerâmicas, concreto, argamassa, etc., também podem ser encontrados outros resíduos, tais como: plástico, papel, vidro, madeira, resíduos perigosos e não perigosos e inertes.

Os itens a seguir apresentarão com detalhe as informações citadas acima para cada origem de geração de resíduo.

4.1.1 Agregados procedentes de obras viária - camadas de aglomerado asfáltico

Este tipo de agregado reciclado apresenta, tal como o resíduo procedente do concreto, um núcleo formado pelo agregado natural de origem, recoberto por uma matriz de asfalto que é porosa e bastante resistente ao desgaste e à abrasão. Estas características permitem a obtenção de agregados com uma porcentagem bastante reduzida de desclassificados inferiores e valores de coeficiente de Los Angeles elevados, já que não geram finos por roçamento do agregado nas mesas de seleção ou no transporte por esteiras, o que é mais comum acontecer ao agregado reciclado derivado de concreto.

Entretanto, para poder processar o RCC composto de aglomerado asfáltico é necessária à utilização de um equipamento principal de trituração denominado moinho de impacto. Sugere-se que a etapa de trituração seja executada sob condições de temperatura mais amenas evitando assim, entupimentos na máquina e que o material asfáltico se amoleça. Os agregados de asfalto apresentam propriedades bastante semelhantes aos de concreto, porém com uma capacidade de absorção de água menor e uma densidade máxima de compactação maior. As aplicações dos agregados de asfalto são limitadas às bases e sub-bases de vias, mas, apesar disso, o resultado da execução na obra é excelente

4.1.2 Escavações (terra, pedras, etc.)

Nos processos de escavação nos quais não se realizam, ao mesmo tempo, tarefas de demolição, geralmente há a geração de terra ou solos e pedras. Como já mencionado anteriormente, a Resolução CONAMA Nº 307 define que os solos são também considerados como RCC Classe A e, desde que limpos e sem resquícios de resíduos contaminantes, podem ser utilizados para nivelamento de terrenos, preenchimento e,

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ainda, como camada de cobrimento dos resíduos em aterros sanitários, dentre outras aplicações.

No caso dos solos sujos, contendo materiais orgânicos, pedras, etc., o tratamento adequado é a reciclagem em áreas de recuperação próprias. Nestes casos, o processo de reciclagem é relativamente simples e, em termos gerais, o material passa por uma etapa de peneiramento, para remoção de galhos, gravetos e outros materiais grosseiros como entulhos e, após esta etapa, o material já pode ser reutilizado para outras atividades tais como aquelas supracitadas.

4.1.3 Demolição de edifícios (concreto, cerâmicas, argamassa, amianto, etc.)

Os agregados reciclados procedentes de concreto são os mais estudados e os que apresentam um maior número de aplicações. A origem do concreto pode variar entre fundações e estruturas de edifícios, bases de pavimentos rígidos, pré-fabricados, etc. É praticamente impossível determinar a resistência de trabalho do concreto de origem e classificar a planta por zonas de armazenamentos diferenciados. Ainda assim, esta resistência oferece uma ideia aproximada das características finais dos agregados. Quanto maior a resistência do material de origem, menor a porcentagem de materiais finos obtidos (desclassificados de menor tamanho) e maior a resistência à fragmentação e trituração.

Caso o processo de produção seja o adequado, os finos dos agregados de granulometrias contínuas estarão compostos apenas de concreto. Isto resulta em altos percentuais de areia e agregados não plásticos.

A granulometria final dos agregados reciclados é geralmente determinada pela máquina de trituração utilizada no processo. Ainda que algumas pesquisas demonstrem que o concreto tende a quebrar-se em pequenos tamanhos gerando apenas grandes pedras sem forma definida, a experiência mostra que os moinhos de impacto, por exemplo, proporcionam uma forma cúbica ao agregado.

Todos os agregados reciclados possuem um índice de lameralidade entre 5% e 9%. Esta propriedade é importante para todas as aplicações, seja como cascalho para obras de drenagem ou para fabricação de novas peças de concreto. Os pontos mais desfavoráveis do material reciclado são a absorção de água e a resistência à fragmentação o que se deve, principalmente, à fração de argamassa aderida ao agregado natural constituinte do concreto inicial. Esta mesma característica favorece a compactação dos agregados que compensa a resistência à fragmentação sendo possível alcançar 100% do valor obtido no ensaio do Próctor de referência.

Quando se faz referência aos agregados para bases e sub-bases, o grau de mistura com outros materiais (cerâmica ou asfalto), até uma determinada porcentagem, têm efeitos mais visuais do que estruturais. Para a produção de agregados para concretos e argamassas é fundamental a ausência total de impurezas.

Dentre os materiais obtidos por meio da reciclagem do concreto se destacam os cascalhos e as britas, cujas aplicações são as bases e sub-bases de estradas e o agregado para o

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concreto tendo em vista, sempre, as recomendações técnicas definidas nas normas brasileiras de referencia.

Além dos agregados derivados do concreto, geralmente reutilizados para usos em novas construções, existem os agregados derivados de cerâmica limpa e os agregados derivados de misturas.

O coprocessamento dos resíduos cerâmicos em cimenteiras em substituição ao clínquer - principal matéria-prima para a fabricação do cimento – é uma alternativa viável quando comparada às demais quais sejam a reciclagem ou aterramento em Aterros Classe A.

A utilização destes resíduos como matéria-prima alternativa possui benefícios, como por exemplo a redução da exploração de minas de extração mineral e a recuperação da degradação no meio ambiente causada pela produção do cimento.

Os agregados derivados de cerâmica limpa, devido à sua higroscopicidade, retém a umidade e, portanto, apresentam um número variado de aplicações nas atividades de jardinagem bem como para as coberturas ecológicas.

Contudo, os materiais inertes de fração de até 40 mm apresentam condições de compactação ótimas e encontram numerosas aplicações como agregados para terraplenagem em restauração de espaços degradados e em estradas.

Os agregados reciclados derivados de misturas RCC apresentam condições de compactação adequadas e podem ser empregados como materiais para terraplenagem e material para sub-bases para asfalto, sendo utilizado cascalho reciclado como camada superficial.

No que se refere ao amianto, a Resolução CONAMA nº 348, de 16 de agosto de 2004, altera a Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos.

O amianto é classificado como um RCC de Classe “D”, ou seja, são considerados resíduos perigosos oriundos do processo de construção e, portanto devem ser armazenados em áreas cobertas, transportados, reutilizados e destinados conforme as normas brasileiras específicas. Ressalta-se que a sua utilização não está proibida, mas o material contendo amianto em sua composição deve ser descartado tal e como um resíduo perigoso devendo-se evitar que seja misturado a outros resíduos com potencial de reciclagem e reutilização.

4.1.4 Construção e renovação de edifícios - plástico, papel, vidro, madeira.

Na construção de edifícios são gerados resíduos procedentes da própria obra, como por exemplo, as embalagens de materiais usados na construção, recortes e sobras de azulejos, tijolos, blocos pré-fabricados, etc. e também alguns resíduos similares aos RSU que são gerados pelos profissionais que trabalham ali, como plásticos, restos de comida, resíduos orgânicos, papel, etc.

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Visando a sua reutilização/reaproveitamento e valorização bem como o encaminhamento adequado destes resíduos, algumas ações e medidas podem ser tomadas nos locais de geração de RCC, a saber:

1. Redução: evitar compras em excesso e materiais entregues em embalagens não recicláveis; evitar ao máximo que os materiais se convertam em resíduos contaminados ou impróprios para reuso, reciclagem e reaproveitamento por segregação, acumulo, transporte ou manipulação inadequados.

2. Segregação: identificação, classificação, segregação e acondicionamento dos resíduos conforme sua classificação para favorecer a reciclagem. Como sugerido, no Produto 04, a realização da segregação in loco, mediante o uso de 08 contêineres (concreto, pedra e terra; material cerâmico; metal, madeira, plástico, papel e papelão; vidro e resíduos em geral) situados na mesma obra onde os resíduos são gerados é crucial para a garantia da demanda de resíduos nas demais infraestruturas.

3. Reutilização: reaproveitar os materiais selecionados durante o processo de demolição seletiva (ou “desmonte”), reutilizar os recortes de peças cerâmicas, azulejos e quando não seja possível a reutilização, encaminhá-los para áreas de reciclagem ou coprocessamento.

4. Enviar quantidade mínima de resíduos ao aterro Classe A.

Na reforma de edifícios são produzidos resíduos procedentes da substituição parcial de pavimentos, revestimentos, marcenaria, instalações elétricas, de água e de climatização. São gerados também embalagens de materiais utilizados na incorporação de sistemas de isolamento térmico em fachadas e telhados, instalações de energia renovável, placas de captação solar, dentre outros.

Os resíduos gerados são variados e a segregação durante a obra é fundamental. Alguns desses resíduos são inertes pétreos (demolição de obra de fábrica), que podem ser reciclados como RCC ou coprocessados em indústrias cimenteiras para geração de energia. Outros tipos de resíduos gerados constituem-se em frações recuperáveis como metais, embalagens de madeira e plástico e devem ser encaminhados para reciclagem. Aqueles resíduos gerados não segregados ou que não apresentam possibilidade viável ou localmente disponível para sua reutilização, reciclagem e recuperação tais como alguns tipos de madeira tratada, plásticos, dentre outros, podem ser enviados para aproveitamento energético em fornos de cimento desde que atendam aos padrões e constituição adequada. Finalmente, existirá uma fração que não admite nenhum tipo de valorização, como por exemplo, o vidro laminado e, em algumas regiões, o gesso, e, neste caso estes resíduos devem ser encaminhados a aterro específico, Classe A ou especial, dependendo da constituição do material em questão.

4.1.5 Descontaminação de solos

A Resolução CONAMA 420/2009 dispõe sobre os critérios e valores orientadores quanto à presença de substâncias químicas no solo estabelecendo diretrizes para o

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gerenciamento ambiental de áreas contaminadas em decorrência de atividades antrópicas e apresentando os seguintes conceitos:

Remediação: uma das ações de intervenção para reabilitação de área contaminada que consiste em aplicação de técnicas, visando a remoção, contenção ou redução das concentrações de contaminantes;

Reabilitação: ações de intervenção realizadas em uma área contaminada visando atingir um risco tolerável para o uso declarado ou futuro da área;

A referida CONAMA 420/2009 estabelece as seguintes classes de aplicabilidade dos solos, segundo a concentração de substâncias químicas:

I - Classe 1 - Solos que apresentam concentrações de substâncias químicas menores ou iguais aos Valores de Referência de Qualidade (VRQ);

II - Classe 2 - Solos que apresentam concentrações de, pelo menos, uma substância química maior do que o VRQ e menor ou igual ao Valor de Prevenção (VP);

III - Classe 3 - Solos que apresentam concentrações de, pelo menos, uma substância química maior que o VP e menor ou igual ao Valor de Investigação - VI;

IV - Classe 4 - Solos que apresentam concentrações de pelo menos uma substância química maior que o VI.

Além destas definições a CONAMA 420/2009 também especifica que as alternativas de intervenção para reabilitação de áreas contaminadas poderão contemplar a aplicação de técnicas de remediação.

Estipula ainda que a consideração de um solo como contaminado demanda a obrigação de desenvolver as ações de recuperação ambiental do local em questão e que a fase de recuperação compreende principalmente três etapas, descritas a seguir:

A elaboração de um projeto detalhado da remediação a partir da análise das alternativas de recuperação, de acordo com critérios técnicos, econômicos e meio ambientais.

A execução do projeto detalhado da remediação, uma vez tenha sido aprovado, consiste na necessidade de realizar um acompanhamento e controle da evolução do meio e, em determinados casos, a realização de uma análise de risco residual.

Caso proceda, a comprovação final da eficácia das ações realizadas mediante a realização de um monitoramento em médio ou longo prazo. No caso em que os resultados não se ajustem aos valores estabelecidos, devem ser elaboradas propostas adicionais.

A seguir (Quadro 24) são apresentadas algumas possibilidades de linhas de atuação para a descontaminação de solos.

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Quadro 24 - Linhas de atuação para a descontaminação de solos.

Escavação e transporte ao depósito controlado.

Escavação e tratamento. Aplicação off-site.

Escavação e tratamento. Aplicação on-site.

Confinamento e cobertura.

Tratamento sem escavação. Aplicação on-site.

Fonte: Causas i comseqüències de la comtaminació dels. Generalitat de Catalunya, departament de Medi Ambient i habitatge, Junta de Residus de Catalunya.

As ações apresentadas nas imagens acima estão descritas de forma mais completa nos itens abaixo:

Escavação e transporte ao depósito controlado: o terreno é escavado para extração do solo contaminado que será disposto em um aterro controlado e adequado à periculosidade do resíduo extraído.

Escavação e tratamento - aplicação off-site: o terreno é escavado e o solo contaminado extraído é transportado a uma instalação fixa e tratado mediante a técnica mais adequada como incineração, destruição ou por métodos químicos.

Escavação e tratamento - aplicação on-site: o solo contaminado é extraído do terreno e tratado no mesmo local por meio da utilização de equipamentos móveis

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ou desmontáveis. A escavação realizada deve ser preenchida com o solo tratado (caso seja possível) ou com solo limpo.

Confinamento e cobertura: instalação de uma barreira (total ou parcial) em volta da zona contaminada capaz de impedir a dispersão dos resíduos.

Tratamento sem escavação - aplicação on-site: quando os solos contaminados são tratados sem escavação, apenas mediante processos químicos.

Os resíduos procedentes da descontaminação de solos geralmente são integralmente considerados RCC (solos, pedras, etc.), e junto ao volume total podem ser encontrados resíduos perigosos, não perigosos e remanescentes inertes.

4.1.6 Encerramento e descontaminação de aterros clandestinos

Em grande parte dos municípios da RMBH e Colar Metropolitano, a falta ou dificuldades na aplicação de políticas específicas para a execução dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos são responsáveis pelo surgimento de áreas degradadas por disposição inadequada de toneladas de resíduos com diferentes, potenciais de contaminação o que acaba gerando sérios problemas ambientais e de saúde pública (ARMBH, 2013).

Para a descontaminação de aterros clandestinos e irregulares devem ser tomadas uma série de ações em consonância com a Resolução CONAMA 420/2009. Algumas tipologias podem ser definidas quanto ao porte das áreas contaminadas sendo que as ações que podem ser tomadas para mitigação dos passivos gerados, podem ser delineadas conforme o porte da área e o volume de resíduos disposto inadequadamente:

Grande área + grande volume de resíduo disposto: o transbordo dos resíduos a um aterro pode ser algo inviável, tanto economicamente como tecnicamente. Geralmente, estas áreas demandam uma série de obras para completar o seu fechamento e posterior reintegração como, por exemplo, a cobertura dos resíduos utilizando maquinaria pesada.

Pequena área + pequeno volume de resíduo disposto: a transferência dos resíduos a um aterro é a ação mais conveniente.

Pequena área + pequeno volume de resíduo depositado: áreas não regularizadas nas quais foram dispostos pequenos volumes de resíduos sem autorização, porém seguindo alguns critérios de gerenciamento. Para este caso, deve ser feita a interdição imediata da área e, em seguida, executado um projeto de regularização e encerramento.

O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) do Governo de Minas Gerais publicado em Maio de 2011, prevê no seu Volume 05 as Propostas de Políticas Setoriais, Projetos e Investimentos Prioritários. Dentre estas, previu-se o Programa de erradicação de “bota-fora” clandestinos e de gestão adequada de resíduos da construção civil e demolição (RCC). Para atingir os objetivos específicos definidos neste documento são sugeridas as seguintes ações, além daquelas já fixadas no PDDI:

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Sugere-se, portanto, realizar as seguintes atuações:

Identificação de áreas de “bota-fora” irregular e outras áreas de disposição clandestina.

Criação de um registro de áreas afetadas/contaminadas.

Implantação de medidas de controle nas áreas identificadas objetivando o encerramento de sua utilização de forma inadequada.

Classificação das áreas de disposição clandestina conforme critérios de periculosidade.

Plano de ação priorizando as áreas que precisam ser recuperadas/descontaminadas com maior urgência.

Realização de um estudo detalhado de cada área identificada.

- Identificação detalhada da área e do seu entorno mais próximo.

- Classificação dos resíduos depositados.

- Determinação das ações que deverão ser realizadas.

- Decisão sobre a necessidade de instalações de controle (piezômetros, extração de biogás, etc.).

Eliminação progressiva das áreas de disposição clandestina identificadas.

Inclusão das ações realizadas no registro de áreas afetadas.

Plano de acompanhamento e controle dos terrenos recuperados.

Os resíduos procedentes da descontaminação de aterros clandestinos geralmente são considerados RCC (solos, material cerâmico, concreto, argamassa, etc.), porém pode haver uma porcentagem de outros resíduos como o plástico, papel, vidro, madeira, etc. Podem ser encontrados misturados ainda, resíduos perigosos e não perigosos, bem como inertes. Para cada um destes resíduos deve ser dado um destino final ambientalmente adequado de acordo com a legislação ambiental vigente.

4.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

De acordo com a NBR 10.004/2004 (ABNT, 2004a), segundo o indicado no Produto 00, capítulo 7.3.2, os resíduos, em geral, podem ser classificados como perigosos o não perigosos – inertes ou não.

Quanto à gestão dos resíduos de construção civil, a Resolução CONAMA nº 307 e suas revisões, classifica os resíduos da construção civil e estabelece diretrizes, critérios e

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procedimentos para a sua gestão e gerenciamento adequados. Os resíduos, por classe, são apresentados uma vez mais a seguir.

Classe A: resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplenagem;

b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;

c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio fio, etc.) produzidas nos canteiros de obras;

Classe B: são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso (nova redação dada pela Resolução n° 431/2011).

Classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação;

Classe D: são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde (nova redação dada pela Resolução n° 348/04).

Os RCCV perigosos e/ou não inertes requerem um tratamento específico que garanta um gerenciamento adequado e a não interferência no potencial de reciclagem dos demais resíduos.

Alguns elementos potencialmente perigosos presentes nos RCD estão apresentados no Quadro 25, a seguir.

Quadro 25 - Elementos potencialmente perigosos encontrados nos RCCV.

PRODUTO / MATERIAL COMPONENTE PERIGOSO

Aditivos para o concreto Hidrocarburetos dissolventes Materiais a prova de umidade Dissolventes, betuminosos Adesivos, massas, selantes Dissolventes Amianto e outras fibras Fibras inaláveis Madeira tratada Alcatrão, fungicidas, etc.

Restos de resistentes ao fogo Compostos halogenados

Pinturas e revestimentos Dissolventes, chumbo, cromo, vanádio

Iluminação Sódio, mercúrio Móveis, eletrodomésticos e equipamentos eletrônicos REE Sistemas de acondicionamento de ar e contra incêndios CFCS Produtos animais Componentes biológicos perigosos

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PRODUTO / MATERIAL COMPONENTE PERIGOSO

Gesso e placas pré-fabricadas Possível sulfureto de hidrogênio

Fonte: Elaboração própria a partir da monografia sobre resíduos de construção e demolição. IHOBE

Os resíduos perigosos, derivados da atividade de construção civil, foram numerados e classificados pelo IBAMA conforme Instrução Normativa nº 13, de 18 de dezembro de 2012. Esta classificação facilitou o intercâmbio de informações no âmbito da Convenção de Basiléia que dispõe sobre a movimentação transfronteiriça de resíduos (exportação, importação e trânsito). Além disso, facilita também o tratamento estatístico e comparativo dos dados sobre geração, destinação e disposição de resíduos sólidos que devem ser declarados por empreendimentos e atividades públicas e privadas bem como o manuseio do SINIR – Sistema Nacional e Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos. A classificação aprovada está apresentada no quadro abaixo. Ressalta-se que para fins de gestão e gerenciamento dos RCCV por municípios e empreendimentos a classificação da CONAMA 307 é a que deve ser seguida.

Quadro 26 - Lista de RCCV perigosos.

Resíduos perigosos de construção civil e volumosos (incluindo solos escavados de locais contaminados). Dezesseis (16) resíduos não especificados em outros capítulos desta lista.

16 06 01 (*) Bateria e acumuladores elétricos à base de chumbo e seus resíduos, incluindo os plásticos provenientes da carcaça externa da bateria.

16 06 02 (*) Bateria e acumuladores elétricos de níquel-cádmio e seus resíduos

17 Resíduos de construção civil e volumosos (incluindo solos escavados de locais contaminados)

17 01 Cimento, tijolos, ladrilhos, telhas e materiais cerâmicos

17 01 06 (*) Misturas ou frações separadas de cimento, tijolos, ladrilhos, telhas e materiais cerâmicos contendo substâncias perigosas

17 02 Madeira, vidro e plástico

17 02 04 (*) Vidro, plástico e madeira, misturados ou não, contendo ou contaminados com substâncias perigosas

17 03 01 (*) Misturas betuminosas contendo alcatrão

17 03 03 (*) Asfalto e produtos de alcatrão

17 04 Metais (incluindo ligas)

17 04 09 (*) Resíduos metálicos contaminados com substâncias perigosas

17 04 10 (*) Cabos contendo hidrocarbonetos, alcatrão ou outras substâncias perigosas.

17 05 Solos (incluindo solos escavados de locais contaminados), rochas e lodos de dragagem

17 05 02 (*) Solos e rochas contendo contaminados com bifenilas policloradas (PCB)

17 05 03 (*) Solos e rochas contendo outras substâncias perigosas

17 05 05 (*) Lodos de dragagem contendo substâncias perigosas

17 05 07 (*) Britas de linhas ferroviárias contendo substâncias perigosas

17 05 09 (*) Resíduos resultantes da incineração ou tratamento térmico de solos contaminados por substâncias orgânicas perigosas

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17 06 Materiais de isolamento e materiais de construção contendo amianto

17 06 01 (*) Materiais de isolamento contendo amianto

17 06 03 (*) Outros materiais de isolamento contendo ou constituídos por substâncias perigosas

17 06 05 (*) Materiais de construção contendo amianto (por exemplo, telhas, tubos, etc.).

17 08 Materiais de construção à base de gesso

17 08 01 (*) Materiais de construção à base de gesso contaminados com substâncias perigosas

17 09 Outros resíduos de construção civil e volumosos

17 09 01 (*) Resíduos de construção civil e volumosos contendo mercúrio

17 09 02 (*) Resíduos de construção civil e volumosos contendo PCB (por exemplo, vedantes com PCB, revestimentos de piso a base de resinas com PCB, condensadores de uso doméstico com PCB).

17 09 03 (*) Outros resíduos de construção civil e volumosos (incluindo misturas de resíduos) contendo substâncias perigosas

20 Resíduos sólidos urbanos e equiparados (resíduos domésticos, do comércio, indústria e serviços), incluindo as frações provenientes da coleta seletiva.

20 01 23 (*) Produtos eletroeletrônicos fora de uso contendo clorofluorcarbonos – (refrigeradores, congeladores).

20 01 35 (*) Produtos eletroeletrônicos e seus componentes fora de uso não abarcados em 20 01 21 ou 20 01 23 contendo componentes perigosos (6) – (TVs, computadores).

20 01 37 (*) Madeira contendo substâncias perigosas – (vigas tratadas, portas, janelas, etc.).

Fonte: Lista brasileira de resíduos sólidos, aprovada pela instrução normativa nº 13, de 18 de dezembro de 2012 do IBAMA.

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5 CONDIÇÕES DE GESTÃO DOS RCCV

Neste capítulo são especificadas as competências, responsabilidades, as licenças ambientais de operação, e as condições de gerenciamento dos RCCV.

5.1 COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES

Conforme já mencionado anteriormente no Produto 04, de acordo com o Art. 2º da Resolução CONAMA nº 307/2002, os RCC são aqueles resíduos provenientes de obras de construção civil e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. De acordo com a mesma resolução, são considerados geradores as pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos nesta Resolução.

A própria Resolução CONAMA 307 define que a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos como parte dos objetivos prioritários dos geradores de RCCV devem estar incluídos nos objetivos prioritários dos geradores de RCCV.

É de responsabilidade do município a definição do volume (m3) ou quantidade (número de objetos, por exemplo) de RCCV que caracteriza e diferencia um grande gerador de um pequeno gerador. Alguns municípios determinam estes parâmetros no Código Municipal de Posturas, outros, na Lei Orgânica Municipal. Independente do instrumento jurídico da publicação, esta definição é extremamente importante e pode auxiliar o planejamento dos sistemas de coleta de resíduos em âmbito municipal além de reduzir sobremaneira os custos de coleta que, na ausência de uma definição clara, seria realizada pela Administração Pública, desencorajando o setor privado em arcar com as suas obrigações.

Os grandes geradores de RCCV devem elaborar os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC). Estes documentos devem ser apresentados juntamente com o projeto do empreendimento para análise pelo órgão competente do poder público municipal, em conformidade com o Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil (PGRCC), caso houver. O PGRCC deve contemplar: a triagem, que deve ser realizada, preferencialmente, na origem; o acondicionamento, que, dentre outros pontos, deve assegurar a reciclagem; o acondicionamento, o transporte e a destinação final ambientalmente adequada.

A Resolução CONAMA nº 448/2012 que altera alguns artigos da Resolução CONAMA 307/2002, inclui em seu Art. 4º que os geradores de resíduos da construção civil deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos proibindo a disposição final dos RCCV em aterros de resíduos sólidos urbanos, em áreas de "bota fora", em encostas, corpos d'água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei.

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É também de responsabilidade dos municípios a elaboração de um Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil sendo importante apontar alguns itens do seu conteúdo mínimo definido por lei, a saber:

I - diretrizes técnicas e procedimentos para o exercício das responsabilidades dos pequenos geradores, em conformidade com os critérios técnicos do sistema de limpeza urbana local (...):

II - o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes, em conformidade com o porte da área urbana municipal, possibilitando a destinação posterior dos resíduos oriundos de pequenos geradores às áreas de beneficiamento;

III - a definição de critérios para o cadastramento de transportadores;

Os itens a seguir, apresentam, para as etapas do gerenciamento externas ao local de geração (canteiro de obras), informações sobre os processos de licenciamento ambiental.

5.2 LICENÇAS AMBIENTAIS DE OPERAÇÃO

A melhor maneira de garantir o monitoramento correto do sistema integral de gestão de RCCV é, entre outros fatores, poder dispor de instrumentos administrativos adequados que permitam organizar todo o processo. Além disso, deverão ainda ser coerentes com o processo e comuns entre todos os agentes envolvidos (Prefeituras, Consórcios, Estado, etc.).

5.2.1 Órgãos responsáveis pelo processo de licenciamento ambiental

Dependendo de como o empreendimento afete ao meio ambiente, baseando-se principalmente na abrangência territorial de seus impactos, diferentes órgãos ambientais estatais podem emitir licenças. O processo de licenciamento, no entanto não pode ser conduzido por mais de um órgão e nenhum empreendimento está sujeito a se licenciar em mais de uma instância. Esses órgãos, em conjunto com o Conselho Nacional do Meio Ambiente e com o Ministério do Meio Ambiente, formam o SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente.

IBAMA - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis conduz o processo de licenciamento na esfera federal. Para um empreendimento ser licenciado por este órgão, em geral, seu impacto ambiental deve ultrapassar o território de mais de um estado. Outros casos em que atua são empreendimentos que afetem bens da União (rios, terras, mar territorial, terras indígenas) ou que envolvam radioatividade.

Órgãos estaduais de meio ambiente - Licenciam atividades, de forma geral, cujos impactos ultrapassem mais de um município de um mesmo estado. Também atuam quando a atividade afete bens estaduais. Um estado somente pode licenciar empreendimentos se possuir Conselho Estadual de Meio Ambiente e profissionais habilitados, caso contrário o licenciamento se dará na esfera federal.

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Órgãos municipais de meio ambiente - Licenciam atividades, de forma geral, cujos impactos se restrinjam ao seu território. Um município somente pode licenciar empreendimentos se possuir Conselho Municipal de Meio Ambiente e profissionais habilitados, caso contrário o licenciamento se dará na esfera estadual, ou na federal.

Embora esta seja a divisão inicial de competências para o licenciamento, dada à diversidade brasileira, há muitas exceções. A definição precisa do responsável pelo processo foi normatizada pela Lei Complementar nº 140/2011.

5.2.2 Tipos de licenciamentos

5.2.2.1 República Federativa do Brasil

As licenças ambientais são expedidas aos Estados pelo IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, que é o órgão responsável pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente, além de desenvolver diversas atividades para a preservação e conservação do patrimônio natural, exercendo o controle e a fiscalização sobre o uso dos recursos naturais (água, flora, fauna, solo, etc.). Também cabe ao IBAMA conceder licenças ambientais para empreendimentos de sua competência.

- Licença Ambiental Única de Instalação e Operação

Sua finalidade é autorizar a implantação e a operação de empreendimento em atividades relacionadas aos sistemas de esgoto sanitário sujeitos ao licenciamento ambiental simplificado de competência federal.

Requisitos

Inscrição e regularidade no Cadastro Técnico Federal (CTF); processo de licenciamento ambiental federal ativo; requerimento de Licença de Instalação e de Operação; Apresentação de informações gerais sobre o projeto e outras informações consideradas relevantes pelo IBAMA; declaração de responsabilidade civil e a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART); autorização para supressão de vegetação emitida pelo IBAMA, quando for o caso; outorga de direito de uso de recursos hídricos para lançamento de efluentes; estar localizado em conformidade com o instrumento de ordenamento territorial do município ou do Distrito Federal.

Previsão legal

Conforme a Lei Complementar nº 140/11, Lei nº 6.938/1981 e a Resolução CONAMA nº 377/2006.

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- Licença de Instalação

Sua finalidade é autorizar a instalação do empreendimento ou da atividade, de acordo com as especificações constantes nos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e condicionantes.

Requisitos

Inscrição e regularidade no Cadastro Técnico Federal (CTF); processo de licenciamento ambiental federal ativo; licença-prévia válida; requerimento de Licença de Instalação; aceitação do Plano Básico Ambiental (PBA); cópia da publicação do pedido da Licença de Instalação.

Previsão legal

Conforme a Lei Complementar nº 140/11, a Lei nº 6.938/1981, o Decreto nº 99.274/1990 e a Resolução CONAMA nº 237/1997.

- Licença de Operação

Sua finalidade é autorizar a operação da atividade ou do empreendimento, após verificar o cumprimento do que consta nas licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e as condições determinadas para a operação.

Requisitos

Inscrição e regularidade no Cadastro Técnico Federal (CTF); processo de licenciamento ambiental federal ativo; Licença de Instalação válida; requerimento da Licença de Operação; aprovação dos relatórios de cumprimento das condições e dos programas do Plano Básico Ambiental (PBA); cópia da publicação do pedido de Licença de Operação.

Previsão legal

Lei Complementar nº 140/11; Lei nº 6.938/1981; Decreto nº 99.274/1990; Resolução CONAMA nº 237/1997 (IBAMA, 2015).

É importante destacar que a Resolução CONAMA nº 307/2002 em seu Art. 8º estabelece que o “Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, de empreendimentos e atividades não enquadrados na legislação como objeto de licenciamento ambiental, deverá ser apresentado juntamente com o projeto do empreendimento para análise pelo órgão competente do poder público municipal, em conformidade com o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil”. Já para as atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental o PGRCC deverá ser analisado dentro do processo de licenciamento, junto ao órgão ambiental competente.

5.2.2.2 Estado de Minas Gerais

As licenças ambientais são expedidas no âmbito do estado de Minas Gerais pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) que tem como objetivo formular e coordenar a política estadual de proteção e conservação do meio

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ambiente e de gerenciamento dos recursos hídricos e articular as políticas de gestão dos recursos ambientais, visando o desenvolvimento sustentável no Estado de Minas Gerais.

De acordo com a Lei Estadual 7.772/80, alterada pela Lei 15.972/06, o licenciamento ambiental é o procedimento administrativo por meio do qual o poder público autoriza a instalação, ampliação, modificação e operação de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais considerados efetivos ou potencialmente poluidores.

Independente de que seja no âmbito da União, estados ou municípios, o processo de licenciamento ambiental é dividido em três etapas:

Licença Prévia (LP): é concedida na fase preliminar de planejamento do empreendimento ou atividade aprovando, mediante fiscalização prévia obrigatória ao local, a localização e a concepção do empreendimento, bem como atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implantação. Possui validade de até quatro anos.

Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes. Tem validade de até seis anos.

Licença de Operação (LO): autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após fiscalização prévia obrigatória para verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, tal como as medidas de controle ambiental e os condicionantes porventura determinados para a operação. É concedida com prazos de validade de quatro ou de seis anos estando, portanto, sujeita à revalidação periódica. A LO é passível de cancelamento, desde que configurada a situação prevista na norma legal.

O Art. 40º da Lei Estadual 18.031/2009, apresenta o seguinte critério quanto às responsabilidades pelas licenças ambientais:

“É de responsabilidade dos órgãos ambientais estaduais e municipais, em função da competência designada para atividades de impacto regional ou local, o controle ambiental, compreendendo o licenciamento e a fiscalização, sobre todo e qualquer sistema, público ou privado, de geração, coleta, transporte, armazenamento, tratamento de resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos”.

Em Minas Gerais, as atribuições do licenciamento ambiental e da Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF) são exercidas pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM), das Unidades Regionais Colegiadas (URCs), das Superintendências Regionais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Supram), que representa a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF).

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Para a regularização ambiental, considera-se a classificação dos empreendimentos nos termos da Deliberação Normativa COPAM 74/04, conforme a descrição seguinte:

Classe 1: pequeno porte e pequeno ou médio potencial poluidor. Classe 2: médio porte e pequeno potencial poluidor. Classe 3: pequeno porte e grande potencial poluidor ou médio porte e médio

potencial poluidor. Classe 4: grande porte e pequeno potencial poluidor. Classe 5: grande porte e médio potencial poluidor ou médio porte e grande potencial

poluidor. Classe 6: grande porte e grande potencial poluidor

Para os empreendimentos classes 1 e 2, considerados de impacto ambiental não significativo é obrigatória a obtenção da Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF).

Para as demais classes, 3 a 6, o caminho para a regularização ambiental é o processo de licenciamento, com o requerimento das Licenças Prévia (LP), de Instalação (LI) e de Operação (LO).

A regularização ambiental de um empreendimento não termina, entretanto, com a obtenção da Licença de Operação (LO) ou da AAF. O fato de ter obtido um ou outro desses diplomas legais significa que o empreendimento atendeu a uma exigência legal, mas a manutenção da regularidade ambiental pressupõe o cumprimento permanente de diversas exigências legais e normativas, explícitas ou implícitas na licença ambiental ou na AAF.

Licenciamento Preventivo e Corretivo

Caso o requerimento de licença ambiental seja apresentado quando o empreendimento ou atividade está na fase de planejamento, ou seja, antes que qualquer intervenção seja feita no local escolhido para sua implantação, diz-se que está sendo realizado o licenciamento preventivo.

Quando o empreendimento ou atividade está na fase de instalação ou de operação, diz-se que está sendo realizado o licenciamento corretivo. Nesse caso, dependendo da fase em que é apresentado o requerimento de licença, tem-se a licença de instalação de natureza corretiva (LIC) ou a licença de operação de natureza corretiva (LOC).

Prazos

Independente do tipo de licença requerida, o prazo regimental para que o órgão ambiental se manifeste acerca do requerimento é de até seis meses, ressalvada a hipótese de requerimentos instruídos por EIA/RIMA, quando o prazo é de até 12 meses. Com relação aos requerimentos de revalidação de LO, o prazo regimental é de até 90 dias. Não é computado nesses prazos o tempo gasto pelo empreendedor para apresentar informações complementares (SEMAD, 2015).

5.2.2.3 Municípios

As licenças ambientais são expedidas no âmbito municipal pela Administração municipal.

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Em Belo Horizonte, os órgãos competentes são o Conselho Municipal de Medio Ambiente (COMAM) e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA).

Em Betim, o órgão competente é a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Em Ibirité, o órgão competente é a Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Urbanos. Departamento de Meio Ambiente. Divisão de Controle, Licenciamento e Fiscalização.

Em Contagem, o órgão meio ambiental competente para tramitar as licenças ambientais é a Diretoria de Licenciamento Ambiental e o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Contagem (COMAC).

Em Nova Lima, o órgão competente neste caso é a Secretaria de Meio Ambiente, para a qual foi transferida a realização dos licenciamentos estaduais realizados pelo SEMAD.

No âmbito municipal, em Belo Horizonte, a Lei nº 10.522, de 24 de agosto de 2012 que institui o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos (SGRCC) e o Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - PMRCC, e dá outras providências define o conjunto de ações, serviços, infraestruturas e instalações operacionais que visam à gestão adequada dos resíduos da construção civil e dos resíduos volumosos no Município.

O SGRCC é estruturado por um conjunto integrado de áreas físicas e ações complementares, a seguir descritas:

I - Áreas físicas: destinadas à recepção, triagem, tratamento e disposição final ambientalmente adequada:

Área 1: Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - URPV, implantada em bacias de captação de resíduos;

Área 2: Estação de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil.

Área 3: Áreas de Triagem e Transbordo de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos – ATT.

Área 4: Aterros de Resíduos da Construção Civil.

II - Ações complementares: referem-se as ações voltadas à informação, fiscalização e promoção da recuperação de áreas degradadas.

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5.2.3 Licenciamento das instalações para a destinação final de RCCV

5.2.3.1 Áreas de triagem e transbordo

No âmbito Federal:

Conforme a Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997 publicada no DOU nº 247, de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, páginas 30841-30843, que expõe no Art. 2º, Art. 12º e Anexo 1 (serviços de utilidade), que esta instalação deve dispor de licenciamento ambiental ou de licenciamento ambiental simplificado, em função de suas características, peculiaridades e do grau de impacto ambiental.

No âmbito Estadual:

Conforme o Art. 8º da Lei Estadual 7.772, de 8 de setembro de 1980 do Estado de Minas Gerais, esta tipologia de instalação deve possuir licenciamento de instalação e de funcionamento, sujeitos a autorização da Comissão de Política ambiental (COPAM).

No âmbito Municipal:

Conforme os Art. 74º e Art. 74º-A (sub capítulo IX) da Lei Municipal nº 7166/1996, do município de Belo Horizonte, esta instalação deve dispor de licenciamento ambiental pelo COMAM.

5.2.3.2 Plantas de reciclagem

No âmbito Federal:

Conforme a Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997 publicada no DOU nº 247, de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, páginas 30841-30843 que expõe no Art. 2º, Art. 12º e Anexo 1 (serviços de utilidade), esta planta de tratamento deve dispor de licenciamento ambiental ou de licenciamento ambiental simplificado, em função das suas características, peculiaridades e do grau de impacto ambiental.

No âmbito Estadual:

No Art. 8º da Lei Estadual 7.772, de 8 de setembro de 1980 do Estado de Minas Gerais, este tipo de instalação deve possuir licenciamento de instalação e de funcionamento, sujeitos a autorização da Comissão de Política ambiental (COPAM).

No âmbito Municipal:

Conforme os Art. 74º e Art. 74º-A (sub capítulo IX) da Lei Municipal nº 7166/1996, do município de Belo Horizonte, esta instalação deve dispor de licenciamento ambiental pelo COMAM.

Conforme os Art. 1º e Art. 2º da Lei nº 7277 de 17 de janeiro de 1997, os aterros sanitários e usinas de reciclagem de resíduos sólidos, devem obter previamente uma licença ambiental.

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Atualmente, a Prefeitura de Belo Horizonte possui duas Estações de Reciclagem de Entulho:

- Pampulha

Endereço: Rua Policarpo Magalhães Viotti, 450, Bandeirantes.

Horário de funcionamento: Segunda a sexta-feira - das 8h às 11h e das 13h às 16h (para recebimento de material).

- Usina BR-040

BR-040, km 531, Jardim Filadélfia.

Horário de funcionamento: Segunda a sexta-feira - das 8h às 12h e das 13h às 17h (para recebimento de material).

5.2.3.3 Plantas de produção de agregados reciclados

No âmbito Federal:

Conforme a Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997 publicada no DOU nº 247, de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, páginas 30841-30843 que expõe no Art. 2º, Art. 12º e Anexo 1 (serviços de utilidade), esta planta de tratamento deve dispor de licenciamento ambiental ou de licenciamento ambiental simplificado, em função das suas características, peculiaridades e do grau de impacto ambiental.

No âmbito Estadual:

Conforme o Art. 8º da Lei Estadual 7.772, de 8 de setembro de 1980 do Estado de Minas Gerais, este tipo de instalação deve possuir licenciamento de instalação e de funcionamento sujeitos a autorização da Comissão de Política ambiental (COPAM).

No âmbito Municipal:

Conforme o Art.74º e o Art. 74º-A (sub capítulo III e IX) da Lei Municipal nº 7166/1996, do município de Belo Horizonte, este tipo de instalações devem dispor de licenciamento ambiental pelo COMAM.

Atualmente, a Prefeitura de Belo Horizonte possui três Estações de Reciclagem de Entulho e agregados:

Além da de Pampulha e da Usina BR-040, existe a do Estoril, localizada na Rua Nilo Antônio Gazire, 147, Estoril. O seu horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 9h às 12h e de 14h às 18h.

5.2.3.4 Plantas de produção de combustível derivado de resíduos (CDR)

No âmbito Federal:

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Conforme a Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997 publicada no DOU nº 247, de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, páginas 30841-30843, Art. 2º, Art. 12º e Anexo 1 (serviços de utilidade), se estabelece que esta planta de tratamento deve dispor de licenciamento ambiental ou de licenciamento ambiental simplificado, variando em função das suas características, peculiaridades e do grau de impacto ambiental.

No âmbito Estadual:

O Art. 8º da Lei Estadual 7.772, de 8 de setembro de 1980 do Estado de Minas Gerais estabelece que esta tipologia de instalação deve possuir licenciamento de instalação e de funcionamento sujeitos a autorização da Comissão de Política ambiental (COPAM).

No âmbito Municipal:

Conforme o sub capítulo III e IX dos Arts. 74 e 74-A da Lei Municipal nº 7166/1996, do município de Belo Horizonte, este tipo de planta de tratamento deve dispor de licenciamento ambiental pelo COMAM.

Os Arts. 1º e 2º da Lei nº 7277 de 17 de janeiro de 1997 definem que os aterros sanitários e usinas de reciclagem de resíduos sólidos devem obter previamente uma licença ambiental.

5.2.3.5 Plantas de recuperação de energia (incineração e outros tratamentos térmicos)

No âmbito Federal:

Com relação à Resolução CONAMA nº 316, de 29 de outubro de 2002 publicada no DOU nº 224, de 20 de novembro de 2002, Seção 1, páginas 92-95, esta define no Art. 26º que este tipo de infraestrutura deve dispor de licença ambiental de operação.

No âmbito Estadual:

Conforme o Art. 8º da Lei Estadual 7.772, de 8 de setembro de 1980 do Estado de Minas Gerais, este tipo de instalação deve possuir licenciamento de instalação e de funcionamento, sujeitos a autorização da Comissão de Política ambiental (COPAM).

No âmbito Municipal:

Conforme o Art. 74º da Lei Municipal nº 7166/1996, do município de Belo Horizonte, este tipo de instalação deve dispor de licenciamento ambiental pelo COMAM.

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5.2.3.6 Plantas de coprocessamento

No âmbito Federal:

Conforme a Resolução CONAMA nº 264, de 26 de agosto de 1999 publicada no DOU nº 54, de 20 de março de 2000, Seção 1, páginas 80-83, Art. 9º, este tipo de infraestrutura deve possuir licença prévia, licença de instalação e licença de operação quando se tratem de instalações novas. Quando sejam instalações existentes deverá dispor de licenciamento ambiental específico.

No âmbito Estadual:

Conforme o Art. 8º da Lei Estadual 7.772, de 8 de setembro de 1980 do Estado de Minas Gerais, se estabelece que este tipo de instalação deve possuir licenciamento de instalação e de funcionamento, sujeitos a autorização da Comissão de Política ambiental (COPAM).

5.2.3.7 Plantas de armazenamento e transferência de RCCV

No âmbito Federal:

No Art. 6º III da Resolução CONAMA Nº 307, de 5 de julho de 2002 se estabelece que este tipo de instalação deve dispor de licenciamento.

Conforme definido na Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997 Publicada no DOU nº 247, de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, páginas 30841-30843, Art. 2º, Art. 12º e Anexo 1 (serviços de utilidade), este tipo de instalação deve dispor de licenciamento ambiental ou de licenciamento ambiental simplificado, em função das suas características, peculiaridades e do grau de impacto ambiental.

No âmbito Estadual:

Conforme o Artigo 8º da Lei Estadual 7.772, de 8 de setembro de 1980 do Estado de Minas Gerais, este tipo de instalação deve possuir licenciamento de instalação e de funcionamento, sujeitos a autorização da Comissão de Política ambiental (COPAM).

Segundo a Deliberação Normativa COPAM nº 155, de 25 de agosto de 2010, no Art. 2º:

“Os aterros e áreas de armazenamento transitório provenientes de movimentação interna de solo em obras de terraplanagem, dentro de um mesmo empreendimento ou atividade já autorizado ou licenciado ambientalmente serão dispensados de licenciamento ou autorização ambiental de funcionamento específicos”.

No âmbito Municipal:

A Lei Municipal nº 7166/1996, do município de Belo Horizonte, define no Art. 74º e no 74-A (sub capítulo IX), que esta instalação deve dispor de licenciamento ambiental pelo COPAM.

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5.2.3.8 Disposição definitiva de material em aterros classe a

No âmbito Federal:

Conforme a Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997 publicada no DOU nº 247, de 22 de dezembro de 1997, Seção 1, páginas 30841-30843 estabelece no Art. 2º, Art. 12º e no Anexo 1 (serviços de utilidade), que esta instalação de disposição deve dispor de licenciamento ambiental ou de licenciamento ambiental simplificado, variando em função de suas características, peculiaridades e do grau do impacto ambiental.

No âmbito Estadual:

De acordo com o Art. 8º da Lei Estadual 7.772, de 8 de setembro de 1980 do Estado de Minas Gerais, este tipo de instalação deve possuir licenciamento de instalação e de funcionamento, sujeitos à autorização da Comissão de Política ambiental (COPAM).

Conforme a o Art. 2º da Deliberação Normativa COPAM nº 155, de 25 de agosto de 2010 tem-se que:

“Os aterros e áreas de armazenamento transitório provenientes de movimentação interna de solo em obras de terraplanagem, dentro de um mesmo empreendimento ou atividade já autorizado ou licenciado ambientalmente serão dispensados de licenciamento ou autorização ambiental de funcionamento específicos”.

No âmbito Municipal:

Deverão ser consultados os Arts. 1 e 2. da Lei nº 7277 de 17 de janeiro de 1997, do município de Belo Horizonte.

5.2.4 Atividades potencialmente poluidoras

A Instrução Normativa do IBAMA Nº 6, de 15 de Março de 2013 regula o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Ambientais (CTF/APP) identificando as atividades de gerenciamento de resíduos sujeitas a registro e acompanhamento conforme apresentadas no Quadro 27.

Quadro 27 - Atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais.

Serviços de utilidade Classif.

17 – 2: Tratamento e destinação de resíduos industriais líquidos e sólidos. SIM

17 – 4: Destinação de resíduos de esgotos sanitários e de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas.

SIM

17 – 6: Recuperação de áreas contaminadas ou degradadas. SIM

17 – 13: Tratamento e destinação de resíduos industriais líquidos e sólidos - pneumáticos inservíveis.

SIM*

17 – 53: Tratamento e destinação de resíduos industriais líquidos e sólidos - destinação de pilhas e baterias.

SIM*

17 – 56: Tratamento e destinação de resíduos industriais líquidos e sólidos - substância controlada pelo Protocolo de Montreal.

SIM*

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Serviços de utilidade Classif.

17 – 57: Tratamento e destinação de resíduos industriais líquidos e sólidos - operações de recuperação e aproveitamento energético de resíduos sólidos SIM.

SIM*

17 – 58: Tratamento e destinação de resíduos industriais líquidos e sólidos - operações de disposição final de resíduos sólidos.

SIM*

17 – 59: Tratamento e destinação de resíduos industriais líquidos e sólidos - operações de tratamento de resíduos sólidos.

SIM*

Legenda de cobrança de TCFA: SIM - conforme Anexo VIII da Lei nº 6.938, de 1981; SIM* - conforme Anexo VIII da Lei nº 6.938, de 1981, com especificação descritiva; NÃO - descrições não vinculadas ao Anexo VIII da Lei nº 6.938, de 1981, porém sujeitas à inscrição no CTF/APP, por força de legislação ambiental. Fonte: Anexo I da INSTRUÇÃO NORMATIVA IBAMA Nº - 6.

5.3 CONDIÇÕES DE GERENCIAMENTO EM CADA FASE

Os RCCV, quando gerenciados de forma inadequada, podem incorrer em riscos que devem ser gerenciados com atenção para que sejam evitadas ocorrências de danos à saúde pública e ao meio ambiente, principalmente, aos profissionais envolvidos diretamente na realização das etapas de coleta externa, transporte, tratamento e disposição final. O risco é sempre maior quando o manuseio é executado de forma inadequada.

A segurança e a saúde do trabalho na área da construção civil baseiam-se em normas regulamentadoras descritas na Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), atualizada em 2015. Dentre essas normas, a NR-18 estabelece diretrizes administrativas, de planejamento e de organização para implementar medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção, além de determinar a elaboração do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção.

Para melhor entendimento, serão apresentadas do Quadro 28 ao Quadro 30 todas as medidas possíveis que podem ser adotadas para evitar os riscos físicos, químicos e ergonômicos, associados ao manejo inadequado de RCCV lembrando que deve haver sempre uma atenção máxima em todas as fases do gerenciamento de RCCV.

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Quadro 28 - Risco Físico.

Risco físico: exposição dos profissionais aos agentes físicos como, por exemplo, golpes, quedas e a temperaturas extremas durante o abastecimento das unidades de tratamento térmico. Outros agentes físicos são: ruído, vibração, radiação não-ionizante, iluminação deficiente ou excessiva e umidade (FEAM, 2008):

Todas as fases da gestão e do gerenciamento de RCCV

Capacitação contínua, o correto atendimento às normas e o gerenciamento dos resíduos minimizam a exposição a este tipo de risco.

Fonte: FEAM, 2008.

Quadro 29 - Risco químico.

Risco químico: exposição dos profissionais a agentes químicos, como poeiras, névoas, vapores, gases, mercúrio, produtos químicos em geral e outros:

A exposição aos resíduos químicos perigosos mal acondicionados ou submetidos a tratamento em instalações inadequadas também é danosa à saúde do trabalhador e da população do entorno da área de tratamento.

Uso de equipamentos de proteção individual – EPI’s (luvas, máscaras, óculos e avental impermeável) adequados para o manuseio de produtos químicos, inclusive os desinfetantes, de acordo com boas práticas a fim de garantir a manutenção da saúde e a segurança das pessoas, além de evitar impactos ao meio ambiente.

Fonte: FEAM, 2008.

Quadro 30 - Risco ergonômico.

Risco ergonômico: causado por agentes ergonômicos, como postura incorreta, levantamento e transporte manual de cargas e ritmo de trabalho e carga excessivos, que podem resultar em transtornos músculo-articulares diversos.

Todas as fases da gestão e do gerenciamento de RCCV

Organizar o ambiente de trabalho.

Planejar a frequência da manipulação dos resíduos.

Promover capacitações permanentes da equipe de gerenciamento dos resíduos.

Fonte: FEAM, 2008.

O cuidado da segurança e da saúde no trabalho é um dos elementos básicos do gerenciamento dos resíduos. Dessa maneira, considera-se importante não apenas comunicar às Administrações, funcionários, população e outras partes interessadas o compromisso com a segurança e saúde no gerenciamento dos resíduos sendo também conveniente considerar este cuidado como elemento objetivo para evidenciar que as políticas de segurança e saúde no trabalho estejam sendo aplicadas de forma adequada e com um evidente compromisso de melhora contínua.

Dentro deste contexto sugere-se a implantação, durante todo o processo de gestão de RCCV, de sistemas de gestão quanto à prevenção de riscos laborais baseados nas especificações OHSAS 18001 que possam ser certificados por terceiros.

A implantação deste tipo de instrumento precisa ser progressiva e poderia ser incentivada por meio de pontuações extras em licitações públicas bem como por meio de benefícios fiscais para as empresas ou organizações que o adotassem.

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Neste sentido, é conveniente deixar em destaque que as administrações públicas devem ser sempre o primeiro exemplo a ser seguido.

5.3.1 CONTROLE AMBIENTAL (POEIRA, RUÍDO E OUTROS)

O controle dos aspectos ambientais das instalações de transbordo, tratamento e disposição final dos RCCV é uma atividade tão importante quanto as próprias operações de gerenciamento dos resíduos.

O controle ambiental se fundamenta nas seguintes premissas;

Identificação dos aspectos ambientais associados à operação proposta neste Produto.

Determinação da legislação a ser cumprida e dos requisitos e fatores que devem ser monitorados.

Implantação dos equipamentos e instalações necessários com as melhores tecnologias disponíveis para negociar as consequências ambientais derivadas da operação proposta neste Produto, que permitam garantir o cumprimento da legislação.

Treinamento e conscientização da equipe envolvida em todo o processo de gestão de todos os níveis hierárquicos.

Controle e medição dos parâmetros derivados da operação proposta e comparação com os limites legais estabelecidos.

Registro e comunicação dos resultados.

Implantação de medidas de correção, caso necessário.

Portanto, no Quadro 31 abaixo, estão identificados os aspectos ambientais derivados das instalações de transbordo, tratamento e disposição final de RCCV e algumas medidas de controle possíveis.

Quadro 31 - Aspectos ambientais derivados das instalações de transbordo, tratamento e disposição final de RCCV.

TIPO DE PLANTA ASPECTOS AMBIENTAIS MEDIDAS DE CONTROLE DOS

ASPECTOS AMBIENTAIS

Plantas de triagem (seleção, classificação avaliação e separação das frações recuperáveis) e transbordo

Ocupação de solo. Consumo de água. Consumo de energia. Geração de águas residuais. Geração de ruído. Geração de poeira. Geração de resíduos.

Controle de consumos Gerenciamento de águas. Controle de ruído e poeira. Gerenciamento adequado dos resíduos gerados.

Plantas de reciclagem Ocupação de solo. Controle de consumos.

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TIPO DE PLANTA ASPECTOS AMBIENTAIS MEDIDAS DE CONTROLE DOS

ASPECTOS AMBIENTAIS

Consumo de água. Consumo de energia. Geração de águas residuais. Geração de ruído. Geração de poeira. Geração de resíduos.

Gerenciamento de águas. Controle de ruído e poeira. Gerenciamento adequado dos resíduos gerados.

Plantas de produção de agregados reciclados

Ocupação de solo. Consumo de água. Consumo de energia. Geração de águas residuais. Geração de ruído. Geração de poeira. Geração de resíduos.

Controle de consumos. Gerenciamento de águas. Controle de ruído e poeira. Gerenciamento adequado dos resíduos gerados.

Plantas de produção de combustível derivado de resíduos (CDR)

Ocupação de solo. Consumo de energia. Geração de ruído. Geração de poeira. Geração de emissões (Compostos Orgânicos Voláteis). Geração de resíduos.

Controle de consumos. Controle de ruído e poeira. Tratamento e controle das emissões geradas (captação e tratamento). Gerenciamento adequado dos resíduos gerados.

Plantas de recuperação de energia (incineração e outros tratamentos térmicos)

Ocupação de solo. Consumo de água. Consumo de energia. Geração de emissões veiculadas. Geração de ruído. Geração de resíduos perigosos (escórias e cinzas).

Controle de consumos. Gerenciamento de águas. Tratamento e controle das emissões geradas (filtros, lava-gases, chaminé, etc.). Controle de ruído. Gerenciamento adequado dos resíduos gerados.

Plantas de coprocessamento em cimenteiras

Ocupação de solo. Consumo de água. Consumo de energia. Geração de emissões veiculadas. Geração de ruído. Geração de resíduos.

Controle de consumos. Gerenciamento de águas. Tratamento e controle das emissões geradas (filtros, lava-gases, chaminé, etc.). Controle de ruído. Gerenciamento adequado dos resíduos gerados.

Plantas de armazenamento e transferência de RCC

Ocupação de solo. Consumo de água. Consumo de energia. Geração de lixiviados. Geração de ruído. Geração de poeira. Geração de odores.

Controle de consumos. Gerenciamento de águas. Controle de ruído e poeira. Gerenciamento adequado dos resíduos e lixiviados gerados. Controle de águas superficiais e subterrâneas (drenagens, piezômetros, etc.). Controle de odores (cobrimento dos resíduos).

Disposição de resíduos inertes em aterros Classe A

Ocupação de solo. Consumo de água. Consumo de energia. Geração de lixiviados. Geração de ruído.

Controle de consumos. Gerenciamento de águas. Controle de ruído e poeira. Gerenciamento adequado dos resíduos e lixiviados gerados.

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TIPO DE PLANTA ASPECTOS AMBIENTAIS MEDIDAS DE CONTROLE DOS

ASPECTOS AMBIENTAIS

Geração de poeira. Geração de odores.

Controle de águas superficiais e subterrâneas (drenagens, piezômetros, etc.). Controle de odores (cobrimento dos resíduos).

Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP-FR, 2015.

A legislação e as normas técnicas brasileiras definem vários requisitos de controle ambiental:

a) NBR 15112: se indica que, para o controle da poluição ambiental no processamento de resíduos, os equipamentos e a instalação devem ser dotados de: sistema de controle de poeira, ativo tanto nas descargas como no manejo e nas zonas de acumulação de resíduos; dispositivos de contenção de ruído em veículos e equipamentos; sistema de drenagem superficial com dispositivos para evitar o carregamento de materiais e revestimento primário do piso das áreas de acesso, operação e estocagem, executado e mantido de maneira a permitir a utilização sob quaisquer condições climáticas.

b) NBR 15113: se indica que para prevenir e controlar a poluição ambiental a instalação deve ser dotada de:

Acondicionamento do terreno: o aterro deve ser executado sobre uma base

capaz de suportá-lo, de forma a evitar sua ruptura.

Sistema de monitoramento das águas subterrâneas, no aquífero mais próximo à superfície, podendo esse sistema ser dispensado, a critério do órgão ambiental competente, em função da condição hidrogeológica local. O sistema de poços de monitoramento, instalado na área do empreendimento, deve ser constituído de, no mínimo, quatro poços, sendo um a montante e três a jusante, no sentido do fluxo de escoamento preferencial do aquífero. Os poços devem ser construídos de acordo com a NBR 13895.

Sistema de proteção das águas superficiais respeitando-se faixas de proteção de corpos de água e prevendo-se a implantação de sistemas de drenagem compatíveis com a macrodrenagem local, capazes de suportar chuvas com períodos de recorrência de cinco anos, e que impeça:

- O acesso, no aterro, de águas precipitadas no entorno;

- O carregamento de material sólido para fora da área do aterro.

c) NBR 15114: indica-se que, para o controle da poluição ambiental no processamento de resíduos, os equipamentos e a instalação devem ser dotados de sistemas de controle de vibrações, ruídos e poluentes atmosféricos; sistema de drenagem das águas de

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escoamento superficial na área de reciclagem, capaz de suportar uma chuva com período de recorrência de cinco anos, compatibilizado com a macrodrenagem local,

d) A Resolução CONAMA nº 264/1999, dispõe sobre Licenciamento de fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de coprocessamento de resíduos e especifica:

O coprocessamento consiste no reaproveitamento de resíduos nos processos de fabricação de cimento. O resíduo é utilizado como substituto parcial de combustível ou matéria-prima e as cinzas resultantes são incorporadas ao produto final, o que deve ser feito de forma controlada e ambientalmente segura.

O tempo de residência e a temperatura do forno de cimento (normalmente entre 1400 e 1500ºC) são adequados para destruir termicamente a matéria orgânica. Esses fornos também devem ter mecanismos de controle de poluição atmosférica para minimizar a emissão de particulados, SOx e NOx para a atmosfera.

e) A DN 154 de agosto de 2010 estabelece: PCI mínimo de 2800 kcal/kg para 2000 kcal/kg, limites de entrada de metais no forno; ampliação dos parâmetros que precisam ser monitorados e disponibilização dos dados de monitoramento online para as Autoridades ambientais e ensaios trimestrais de lixiviação do clínquer.

Dessa maneira, o controle dos aspectos ambientais é um dos elementos básicos da gestão dos resíduos. Portanto, acredita-se que seja conveniente não só comunicar às administrações, funcionários, população e outras partes interessadas o compromisso com a gestão ambiental e com a prevenção da contaminação, mas entende-se que este compromisso deve trabalhado como um objetivo constante.

Diante disso, sugere-se que seja promovida a implantação, durante todo o processo de gerenciamento dos RCCV, de sistemas de gestão certificáveis por terceiros de acordo com a Norma ISO 14001.

Isso porque, essas certificações comprovam que a organização possui certo controle sobre suas interações com o meio ambiente, e, ainda, executa ações concretas no sentido de prevenir a contaminação, cumprir com os requisitos legais e outros requisitos que sejam necessários, melhorar continuamente o sistema de gestão ambiental para conseguir a melhora de seu desempenho ambiental global.

A implantação deste tipo de instrumentos precisa ser progressiva, e poderia ser incentivada mediante pontuações extras nas licitações públicas, ou mediante benefícios fiscais para as empresas ou organizações que fizessem a sua implantação.

É importante que a Administração Pública seja exemplar quanto à realização destes procedimentos.

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5.3.2 Equipamentos de proteção

Durante o gerenciamento dos RCCV é necessário à utilização de equipamentos de segurança para manejo seguro dos resíduos e dos equipamentos.

Os equipamentos de segurança são divididos em Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s e Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC e têm como objetivo principal minimizar os riscos relacionados com as atividades do gerenciamento, protegendo aos funcionários envolvidos.

5.3.2.1 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) devem ser utilizados na manipulação dos resíduos por parte dos funcionários em todos os centros de valorização, tratamento ou reciclagem dos RCCV.

As atividades relacionadas ao gerenciamento dos RCCV incluem ações de alto risco como carga e descarga dos resíduos e materiais, triagem, classificação e manipulação dos resíduos dentre os quais podem estar resíduos perigosos e contaminantes.

De acordo com as Normas Brasileiras para o gerenciamento e coleta dos resíduos é necessária a utilização de EPI’s para garantir as condições de segurança, saúde e higiene dos trabalhadores envolvidos.

Já a Norma Regulamentadora “NR 6 - Equipamento de Proteção Individual – EPI” considera EPI todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos susceptíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador.

Além de equipamentos individuais, existem também, aqueles denominados de Equipamento Conjugado de Proteção Individual, composto por vários dispositivos associados para evitar um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam susceptíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador ao executar alguma atividade exigida pela sua função profissional.

Portanto, é recomendada a uniformização e conscientização da equipe que ficará responsável pela manipulação e tratamento dos resíduos deixando clara a necessidade e obrigação do uso de EPI’s. Para tal, nos casos de terceirização de serviços, uma alternativa é a previsão, em contrato, de que o fornecimento dos EPI’s seja uma responsabilidade da empresa terceirizada e não da contratante.

Sugere-se, ainda, por exemplo, a implantação de programas de caráter preventivo para a melhoria da vida do trabalhador, tais como:

Programas de combate ao alcoolismo e uso de drogas.

Programas de diagnóstico e análises nas relações de trabalho.

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Programas de saúde, com objetivo de detectar o aparecimento de doenças ocupacionais, e também para a prevenção de doenças transmissíveis.

Figura 19 - Exemplos de alguns tipos de Equipamento de Proteção Individual (EPI). Fonte: INSHT Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo (INSHT), España.

Para as atividades de gerenciamento dos RCCV, especificamente nos centros de tratamento, propõe-se a utilização dos seguintes EPI’s descritos no Quadro 32.

Quadro 32 - Detalhe dos Equipamentos de Proteção Individual para o gerenciamento dos RCCV nos centros de tratamento de RCCV.

Etapa

EPI’s obrigatórios para a etapa de tratamento de resíduos

Uniforme Luvas Óculos Calçado Gorro Respirador

Tratamento de resíduos

Calça comprida, camisa e colete de manga larga ¾ de tecido resistente e de cor clara, gorro. Material resistente ou impermeável cor clara, avental de PVC protetor impermeável.

Feitas de PVC, impermeáveis, resistentes de cor clara, antideslizante, de cano largo.

De lente panorâmica, incolor, de plástico resistente, com estrutura de plástico flexível, protetor lateral e válvulas para ventilação.

Botas de PVC, impermeáveis, antideslizantes, resistentes a substâncias corrosivas, cor clara, de preferência branca e com cano ¾.

De cor branca.

Máscara semifacial tipo respiratória e impermeável

Fonte: Adaptado da NR 6 - Equipamento de Proteção Individual – EPI.

Todos os EPI’s utilizados pela equipe que realiza as tarefas de disposição final dos RCCV devem ser substituídos sempre que sejam detectados danos ou desgaste excessivo pelo uso contínuo. No caso dos uniformes e calçados o ideal é que estes sejam trocados por novos exemplares a cada semestre.

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5.3.2.2 Equipamentos de proteção coletiva

Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) consistem nos equipamentos utilizados com o objetivo de proteger um grupo de pessoas que realizam uma atividade comum, ou seja, são todos dispositivos que tem uma abrangência coletiva e que se destina a preservar a integridade física e a saúde dos indivíduos que estejam realizando um trabalho ou, simplesmente, proteger as pessoas que circulam próximos ao local de realização dos trabalhos.

Os EPC são materiais ou equipamentos adicionais de âmbito passivo, que servem para reduzir o risco de acidentes inerentes à equipe de trabalho. Dentre os EPC’s mais importantes, podem ser citados três tipos: os equipamentos de extinção de incêndios; os equipamentos de coleta de resíduos nocivos derramados, e por fim, os equipamentos de sinalização, detalhados a seguir.

Cone de Sinalização Fita zebrada de sinalização

Placas de advertência sobre eminência de risco

Sinalização luminosa

Figura 20 - Exemplos de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC´s) utilizados para a função de sinalização. Fonte: Elaboração própria conforme a NR 26 - Sinalização de Segurança.

Transbordo

Para a fase de transbordo dos RCCV, os veículos utilizados no processo, devem conter os seguintes EPC’s, apresentados no Quadro 33, a seguir.

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Quadro 33 - Detalhe dos EPC’s utilizados durante o Transbordo de resíduos.

EPC utilizados durante a etapa de transbordo dos resíduos

Elemento Descrição Características

Extintores

São equipamentos que dispõem de um agente extintor que pode ser projetado ou dirigido sobre o fogo por ação da pressão interna.

Classificam-se conforme seja o material combustível (sólidos, líquidos, gases ou metais). Os mais comuns são os polivalentes (A, B e C) que servem para combater incêndio de materiais sólidos, líquidos e gasosos respectivamente.

O extintor deve ser de fácil manejo e pouco peso, no máximo 20 kg1.

Cestos de lixo, vassoura e pá.

Utilizado para a coleta de RCCV que, porventura, caíram no chão durante o transbordo.

---

Elementos de sinalização: cone de Sinalização,

fita zebrada, placas de

advertência sobre eminência de

risco, sinalização luminosa.

Utilizados para sinalizar os RCCV dispostos em local inadequado.

---

Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP – FR, 2015.

Os EPC’s devem estar localizados em um compartimento independente no veículo de coleta e transporte dos RCCV. A equipe deve estar treinada para manipular os EPC’s diante das diferentes contingências que possam ocorrer durante o desenvolvimento das atividades.

Tratamento e Disposição final

Os EPC’s que deverão ser utilizados nos centros de tratamento para poder desenvolver as tarefas com maior segurança. Além disso, deve ser elaborado um projeto específico de proteção contra incêndios para emissão da licença da instalação seguindo as especificações e exigências, Em seguida, serão apresentados os EPC’s mais utilizados durante o tratamento de resíduos:

1Instrução Técnica N°16 – 2ª Edição, Sistema de proteção por extintores de incêndio, Bombeiro Militar Minas Gerais.

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Quadro 34 - Detalhe de Equipamentos de Proteção Coletiva em tratamento de resíduos.

IMAGEM EPC’s UTILIZADOS DURANTE O TRATAMENTO DOS RESÍDUOS

ELEMENTO DESCRIÇÃO CARACTERÍSTICAS

Chuveiro de segurança

É o sistema de emergência mais habitual para os casos de projeções com risco de queimaduras químicas, inclusive quando existe a combustão de roupa.

O chuveiro deve ter uma pressão suficiente para molhar completa e imediatamente (aproximadamente 20 cm de diâmetro). A altura do chuveiro deve variar entre 2 a 2,3 m. A distância máxima desde o chão até o acionador deve ser de 2 m. É útil que disponha de um sistema de alarme acústico ou visual que se acione quando se comece a utilizar o equipamento, para que os outros funcionários possam prestar auxílio.

Lava-olhos

Sistema que deve permitir a descontaminação rápida e eficaz dos olhos quando haja projeções químicas.

Deve possuir basicamente dois chuveiros separados entre 10 e 20 cm. Pia de 25 a 35 cm, com o seu respectivo deságue. Alavanca de acionamento tipo pedal ou de cotovelo.

Manta Ignífuga

Permite uma ação eficaz no caso de pequenos fogos, inclusive quando haja a combustão da roupa, podendo ser uma alternativa aos chuveiros de segurança.

Deve ser confeccionada com material composto por fibra de vidro, tecidos ignífugos ou tratado com material ignifugante.

Extintores

São equipamentos que dispõem de um agente extintor que pode ser projetado ou dirigido sobre o fogo por ação de uma pressão interna.

Variam conforme os diferentes tipos de fogo que se classificam em função de que sejam sólidos, líquidos, gases ou metais. Os mais comuns são os polivalentes (A, B e C) que servem para fogos de sólidos, líquidos e gases, respectivamente. Para as conflagrações com origem em eletrônicos é recomendável o uso daqueles que contêm CO2.

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IMAGEM EPC’s UTILIZADOS DURANTE O TRATAMENTO DOS RESÍDUOS

ELEMENTO DESCRIÇÃO CARACTERÍSTICAS

O extintor deve ser de fácil manuseio e pouco peso, no máximo 20 kg2.

Hidrantes

Estão projetados para proporcionar uma pressão determinada em caso de incêndio. A água poderá proceder desde a rede pública de abastecimento ou de um depósito mediante uma bomba.

Estão conectados e fazem parte da rede de água específica de proteção contra incêndios do local a proteger ou das redes de água de uso público nas cidades.

Sprinklers

Os sprinklers automáticos fazem parte de um sistema contra incêndio baseado em uma reserva de água para o abastecimento do sistema e uma rede de dutos desde a qual são elementos terminais. Geralmente, são ativados quando detectam os efeitos de um incêndio, como o aumento de temperatura associado ao fogo, ou fumaça gerados por combustão. Os sprinklers automáticos possuem um orifício

Conecta-se e forma parte da rede de água específica de proteção contra incêndios do local a proteger. Pode ser utilizada somente água ou água com algum agente extintor.

2Instrução Técnica N°16 – 2ª Edição, Sistema de proteção por extintores de incêndio, Bombeiro Militar Minas Gerais.

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IMAGEM EPC’s UTILIZADOS DURANTE O TRATAMENTO DOS RESÍDUOS

ELEMENTO DESCRIÇÃO CARACTERÍSTICAS

para a saída de água, um mecanismo de disparo e um defletor capaz de fazer com que a água seja projetada pela zona onde haja fogo de incêndio.

Neutralizadores

Utilizado em caso de derramamentos ou quedas acidentais de materiais perigosos.

Normalmente deve-se dispor de agentes específicos para ácidos, bases, dissolventes orgânicos e mercúrio, sendo denominados como “equipamento base”.

Também é recomendável dispor de material altamente adsorvente3 para controle físico de derramamentos que não requerem tratamentos especiais.

Elementos de sinalização: cone de sinalização, fita zebrada, placas de advertência sobre eminência de risco, sinalização luminosa.

Utilizado para a sinalização de riscos.

---

Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP – FR, 2015.

Os EPC’s devem estar localizados em lugares de fácil acesso e o mais próximo possível das zonas de maior risco.

Os chuveiros e as fontes lava-olhos podem estar como um equipamento único, considerando a proximidade das instalações de água e esgoto.

3A adsorção é um processo através do qual os átomos, iones ou moléculas são retidos na superfície de um material, ao contrário da absorção, que é um fenômeno de volume. Exemplos de agentes adsorbentes: talcos, amido, carbonato de cálcio, estearato de zinco; todos estes são de aplicação externa (http://www.definiciones-de.com/Definicion/de/agente_adsorbente.php).

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Quanto à localização e a quantidade de extintores portáteis que precisam ser instalados é necessário considerar a Instrução Técnica N° 16 – 2ª Edição, Sistema de proteção por extintores de incêndio, Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, na qual se cita que o percurso no mesmo pavimento, desde qualquer origem de evacuação até um extintor não deve superar os 15 m sendo 10 m para as zonas de alto risco.

Para determinar a necessidade de hidrantes que precisam ser instalados, localização e quantidade, deve-se considerar a NBR 13714 - Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio.

Para a determinação da necessidade de chuveiros automáticos (sprinklers) a instalar, sua localização e quantidade, deve considerar a NBR 6135 - Chuveiros automáticos para extinção de incêndio.

A localização das mantas ignífugas é definida em função da sua proximidade com as zonas de maior risco de incêndio.

No Quadro 35, foram resumidas, como recomendações, uma série de aspectos relativos à situação dos diversos elementos de atuação, o seu controle e manutenção.

Quadro 35 - Situação, Controle e Manutenção dos EPC’s durante o tratamento.

Elemento Situação Controle e manutenção

Chuveiro Lava olhos

Localizado em menos de 15 segundos de percurso desde qualquer ponto de trabalho. Em direção à saída habitual do centro.

Pressão, aplicável da água e correto funcionamento do sistema.

Manta Ignífuga Lugar ou unidade onde exista risco de incêndio.

Não necessita manutenção.

Extintores Ver Instrução Técnica N°16 – 2ª Edição, Sistema de proteção por extintores de incêndio, Bombeiro Militar Minas Gerais.

Revisão anual e a cada 5 anos.

Hidrantes Ver NBR 13714 - Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio.

Mensalmente, verificar se as mangueiras estão enroladas para facilitar o seu uso, verificar se todos os componentes do abrigo estão disponíveis, verificar se o hidrante está desobstruído numa faixa de 1 metro a qualquer obstáculo e ainda verificar se está disponível a identificação por placa; Anualmente, verificar o estado de conservação de todo o sistema.

Chuveiros Ver NBR 6135 Chuveiros automáticos para extinção de incêndio.

Revisão conforme o projeto de instalação. Recomenda-se que seja no mínimo anual.

Neutralizadores Lugar centralizado, próximo aos locais de controle de peso, armazenamento e tratamento.

Controle de estoque.

Fonte: Serviço de Prevención de Valencia & CSIC4, Espanha.

4CSIC: Consejo Superior de Investigación Científica.

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A equipe deverá estar capacitada e informada quanto ao manejo adequado dos EPC’s, diante das diferentes contingências que possam ocorrer durante o desenvolvimento das atividades.

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6 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

As normas técnicas brasileiras, descritas abaixo, especificam os procedimentos operacionais mínimos exigíveis nas instalações de gerenciamento de RCCV.

ABNT NBR 15112:2004 - Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação.

ABNT NBR 15113:2004 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros - Diretrizes para projeto, implantação e operação.

ABNT NBR 15114:2004 - Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de

reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação.

Nos pontos seguintes são sugeridos os procedimentos operativos necessários para as instalações consideradas, fundamentados nas orientações técnicas da ABNT e em experiências técnicas próprias.

6.1 PROCEDIMENTO DE TREINAMENTO

É um procedimento que deve ser comum para todas as instalações. Os responsáveis pelas instalações devem fornecer treinamento adequado aos seus funcionários, incluindo pelo menos a forma de operação da infraestrutura, dando ênfase à atividade específica a ser desenvolvida pelo indivíduo e aos procedimentos a serem adotados em casos de emergência.

Deverá ser implantado um plano anual de capacitação, dotado de recursos econômicos, e avaliado periodicamente quanto a sua eficácia.

O treinamento realizado deverá ser registrado para garantir a competência profissional dos trabalhadores, por meio de uma educação adequada e da experiência dos operários.

6.2 PROCEDIMENTO DE COMPRAS E ARMAZENAMENTO

É, também, um procedimento que deve ser realizado em todas as instalações. O ideal é que os responsáveis pelas instalações estabeleçam um procedimento de compras ajustado ao planejamento e as etapas da obra definindo as atividades que serão realizadas em cada uma para que coincidam com o momento de compras e evite o armazenamento de material por um período muito prolongado antes de sua aplicação. Além dos materiais utilizados para a obra propriamente dita outros recursos tais como água, energia elétrica, gás natural, propano, óleos combustíveis e lubrificantes, dentre outros produtos químicos, devem ser utilizados mediante demanda, sem perdas e excessos que podem se configurar em desperdício e prejuízos.

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6.3 PROCEDIMENTO DE MANUTENÇÃO

Os responsáveis pelas instalações devem estabelecer um procedimento que defina as atividades que serão realizadas durante o processo de manutenção, considerando:

Revisão e inspeção das instalações: parte fundamental da atividade de manutenção realizada mediante o controle periódico de todo o conjunto das instalações, áreas de trabalho e equipamentos.

Manutenção preventiva baseada em:

o Requisitos legais e industriais aplicáveis.

o Revisões periódicas dos equipamentos e instalações: para o seu planejamento se considera como base a experiência e os históricos de variações, vida útil do elemento, condições de funcionamento, etc.

Manutenção corretiva: executada no surgimento de variações não previstas e produzidas por desgaste, ruptura e uso indevido de equipamentos.

Nos processos de manutenção deverão ser avaliados os seguintes aspectos:

o Desgaste da peça ou equipamento.

o Motivo da ruptura ou desgaste

o Efeito do uso, ou seja, se é necessária proteção ou troca de elemento por outro mais resistente.

Os resíduos de manutenção devem ser gerenciados em função da sua periculosidade por conter, por exemplo, óleos lubrificantes e potencial de reciclagem, pois quando inutilizados podem se converter em entulho.

É importante a criação de um registro e controle das manutenções realizadas.

6.4 PROCEDIMENTO DE LIMPEZA

É um procedimento realizado em todas as instalações. Os responsáveis pelas instalações devem estabelecer um procedimento de limpeza que defina as atividades que deverão ser realizadas durante o processo de limpeza, considerando:

Limpeza industrial: compreende as áreas, equipamentos e instalações de tratamento.

Limpeza higiênica: inclui a limpeza de vestiários, banheiros, refeitórios, escritórios e salas de pesagem e controle.

Os resíduos de limpeza devem ser gerenciados como resíduos sólidos urbanos sendo que é aconselhável manter um registro de todo o material utilizado ao longo da semana.

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6.5 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA O CONTROLE E RECEPÇÃO DE RESÍDUOS

6.5.1 Recepção dos resíduos no centro de tratamento

Na portaria das infraestruturas são realizadas algumas tarefas administrativas. A recepção dos resíduos, por exemplo, por um responsável permite um controle e registro do material recebido, do responsável pelo transporte e, ainda uma inspeção visual da carga garantindo, na medida do possível, que o material recebido esteja dentro das especificações técnicas aceitas pela planta. A infraestrutura básica de uma portaria deve contar com um banheiro e ainda uma área dotada de todo o material necessário para facilitar as tarefas da equipe, tais como: equipamentos de informática, material de escritório, telefone, informáticos, material de escritório, etc.

Quando a guarnição chega ao centro de tratamento, antes de entrar ao recinto, tanto o motorista, os garis, bem como o veículo, deverão passar por uma identificação realizada por aproximação através do sistema RFID5.

Figura 21 - Ponto de identificação e acesso à área de descarga do centro de tratamento. Fonte: Acervo Técnico do Grupo IPD, 2015

Acesso de veículos às zonas de tratamento

O caminhão coletor será direcionado até a zona de descarga da planta de tratamento conforme as instruções dos funcionários da recepção. Caso existam zonas diferenciadas para descarga de resíduos específicos, estas deverão estar bem identificadas para evitar que o resíduo seja encaminhado a local indevido e gere fluxos de transporte indevidos dentro da área de manobra.

5:RFID (Radio Frequency IDentification, identificação por radiofrequência) é um sistema de armazenamento e recuperação de dados remotos que usa dispositivos denominados etiquetas, cartões ou tags RFID. Ver detalhe no Produto 04: Alternativa de Gestão e Gerenciamento Recomendada para os RCCV, elaborado pelo Consórcio IDP – FR, 2015.

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Identificação

Uma vez identificado o veículo, o transportador e a situação regular do motorista, a equipe responsável deverá realizar a pesagem da carga e se manter atenta no momento da inspeção visual do material que será descarregado posteriormente.

Pesagem

O controle de peso deve ser realizado de forma individual. Outra tarefa para esta etapa consiste na verificação da tara (peso do veículo sem carga na caçamba) do caminhão, aferindo-se se há algum desvio entre o volume informado e o volume real encaminhado.

Controle de conteúdo

Ainda considerando o contexto comentado no ponto anterior, é importante realizar um controle do conteúdo dos caminhões de forma visual para detectar possíveis desconformidades na carga de resíduos que não estejam adequadas ao tratamento realizado na planta em questão. É importante que nesta fase seja possível detectar a existência de objetos ou elementos que possam gerar problemas ao sistema durante o tratamento e a alguns equipamentos específicos tais como aqueles que utilizam pressão.

Controle de recebimento dos resíduos

Os resíduos recebidos devem ser controlados quanto à procedência, quantidade (volume ou peso, ou ambos) e deve ser preenchida a CTR - Controle de Transporte de Resíduos conforme a legislação solicita sendo indispensável que todas as informações incluídas sejam reais.

Controle qualitativo e quantitativo de resíduos

Para acompanhamento e controle dos processos e volume de material recebido são muito importantes que os centros mantenham arquivados relatórios mensais com toda a informação organizada. Estes relatórios deverão estar disponíveis para consulta pela fiscalização quando assim for solicitado. Algumas informações que devem constar nestes relatórios poderão ser solicitadas para fins de fiscalização, mas são também muito importantes para fins de gestão do negócio. Seguem exemplos de conteúdo:

Quantidade mensal e acumulada de cada tipo de resíduo recebido.

Quantidade e destinação dos resíduos triados, com a comprovação dos destinos.

Diretrizes para operação

Na instalação de tratamento devem ser observadas as seguintes diretrizes:

a) só devem ser recebidos resíduos de construção civil e resíduos volumosos;

b) não devem ser recebidas cargas de resíduos da construção civil constituídas predominantemente de resíduos de classe D;

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c) só devem ser aceitas descargas e saída de veículos com a cobertura dos resíduos transportados;

d) os resíduos aceitos devem estar acompanhados do CTR - Controle de Transporte de Resíduos;

e) os resíduos aceitos devem ser integralmente triados;

f) deve ser evitado o acúmulo de material não triado;

g) os resíduos devem ser classificados pela natureza e acondicionados em locais diferenciados;

h) os rejeitos resultantes da triagem devem ser destinados adequadamente conforme a legislação vigente;

i) a transformação/reciclagem dos resíduos triados deve ser objeto de licenciamento ambiental específico;

j) a remoção de resíduos da instalação de tratamento deve estar acompanhada do CTR - Controle de Transporte de Resíduos;

k) os resíduos da construção civil:

Classe A: devem ser destinados à reutilização ou reciclagem na forma de agregados ou encaminhados aos aterros de resíduos da construção civil e de resíduos inertes, projetados, implantados e operados em conformidade com a ABNT NBR 15113;

Classe B: devem ser destinados à reutilização, reciclagem e armazenamento ou encaminhados para áreas de disposição final de resíduos;

Classe C: devem ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as Normas Brasileiras específicas;

Classe D: devem ser armazenados em áreas cobertas, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as Normas Brasileiras específicas;

l) os resíduos volumosos devem ser destinados à reutilização, reciclagem e armazenamento ou encaminhados para disposição final de resíduos;

6.6 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS RECUPERÁVEIS

Assim que os resíduos tenham sido pesados, verificados e as referências tenham sido introduzidas na base de dados estarão preparados para o seu armazenamento, transbordo ou tratamento em função do material presente e da capacidade de funcionamento da instalação.

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A área de armazenamento temporário dos produtos recuperáveis deve dispor de espaço suficiente para a disposição dos materiais que devem ser depositados sobre o piso em pilhas ou em contêineres de grande capacidade volumétrica (09 a 15 m3), cada qual em sua planta específica, ou seja, o entulho deve ser encaminhado à planta de produção de agregados reciclados, a madeira à planta de reciclagem de madeira e por aí em diante. De acordo com a proposta apresentada de segregação in loco, no local de geração, haverá, em circulação pela RMBH e Colar Metropolitano, contêineres contendo os seguintes materiais, já segregados e prontos para serem encaminhados à planta correspondente:

Restos de obra 1: concreto, pedras, solos;

Restos de obra 2: materiais cerâmicos;

Metais

Madeira

Plásticos

Papel e Papelão

Vidro

Nas plantas dotadas de uma área específica para armazenamento, sugere-se a adoção de uma logística de disposição e remoção do material que considera o espaço disponível – e o fluxo de saída de certo material – ou sua degradabilidade – os materiais mais propensos à degradação devem ter prioridade na remoção para encaminhamento ao tratamento/reciclagem ou outro processo de transformação e/ou disposição. Para auxiliar a determinação desta logística, são apresentados os seguintes termos:

FIFO (first in first out - primeiro que entra – primeiro que sai) utilizado sempre para produtos degradáveis, recomendável caso haja espaço.

LIFO (last in first out – ultimo que entra – primeiro que sai) apenas para produtos não degradáveis, recomendável caso haja pouco espaço de manobra.

6.7 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA CLASSIFICAÇÃO E PRÉ-TRATAMENTO DE RESÍDUOS

Neste item, serão apresentadas algumas operações comumente executadas nas seguintes instalações:

Áreas de triagem e transbordo.

Plantas de reciclagem.

Plantas de produção de agregados reciclados.

O processamento de RCCV consiste no aproveitamento do resíduo como matéria-prima ou insumo para processos de transformação mediante os processos e parâmetros legais

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(Resoluções CONAMA nº 264 e nº 316). Para fins de processamento podem ser considerados como materiais em potencial os seguintes resíduos: argamassa, componentes de vedação (tijolos e blocos), concreto, pedra, areia, brita, madeira, resíduos metálicos férricos, resíduos metálicos não férreos, plásticos, etc.

Para essa finalidade se faz necessária a utilização de métodos, processos e equipamentos adequados, sendo os principais: alimentadores de sapatas, alimentadores vibratórios, calhas vibratórias, alimentadores de gaveta, alimentadores vibraline, alimentadores de correia e vibradores de vagões.

As operações necessárias para realização das principais etapas do processo produtivo de uma planta de tratamento e reciclagem de RCCV estão apresentadas a seguir resumidamente:

6.7.1 Movimento de materiais

O movimento de material ou manejo de carga compreende naquelas operações em que se produz o transporte de material tanto manual como mecânico, nos processos de descarga ou recepção de material, classificação, deslocamento de material no próprio interior do centro de trabalho, armazenamento e carga ou saída do material do centro.

A descarga geralmente é realizada na zona de recepção (plataforma de carga e descarga) e consiste no despejo dos resíduos dos caminhões ou veículos que os contenham na área determinada para tal atividade. Algumas variações deste procedimento estão listadas a seguir:

A descarga pode ser:

• Manual: descarga manual do material sem que haja a necessidade de utilização de outro equipamento.

• Mecânica: Descarga realizada com o auxílio de meios mecânicos: guindaste, caminhão-guindaste, guindaste do tipo ponte, guincho, empilhadeira automotoras (elétricas, a diesel, a gás), paleteira, e, principalmente, o trator com pá carregadeira.

- Pá Carregadeira

Trator que tem a função de escavar e carregar, empregado para empilhar os RCCV ou os materiais já triados formando pilhas. Também pode ser utilizado para encaminhar os materiais triados aos alimentadores para início do processo de reciclagem.

Pode ser utilizado para os RCC misturados, volumosos, solos, entulhos, e também para todo tipo de materiais secos

A utilização adequada da pá carregadeira permite uma separação a grosso modo dos materiais, facilitando a triagem posterior.

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Figura 22 - Pá carregadeira. Fonte: Acervo Técnico do Grupo IPD, 2015

6.7.2 Seleção prévia e classificação do material

O material recebido deve ser classificado para a sua posterior utilização. A primeira etapa da separação deve ser feita com base na tipologia do resíduo, ou seja: materiais pétreos, madeira, metal, plástico, inertes, etc. Em seguida, faz-se a separação por categorias e/ou granulometria, dependendo do destino que será dado ao material. A classificação deve estar clara e bem sinalizada mediante o uso de marcas, etiquetas ou pictogramas visíveis nas zonas de empilhamento.

A seleção prévia pode ser realizada manualmente ou combinada com outros meios mecânicos, conforme explicado a seguir.

6.7.2.1 Classificação por triagem manual

Possivelmente é a operação mais simples e, geralmente, se realiza ao princípio do processo ou intercalada com outras fases posteriores para facilitar a recuperação de produtos valorizáveis ou a eliminação de determinados elementos que dificultam a etapa seguinte.

Para realizar a triagem, geralmente são instaladas esteiras transportadoras largas, com rolos lisos e funcionando a uma baixa velocidade. Estas esteiras, normalmente são montadas sobre uma estrutura elevada com relação ao terreno, com corredores e espaço suficiente em ambos os lados onde os funcionários poderão se distribuir para trabalhar e realizar as operações de separação manual de materiais (metais, madeira, plásticos, etc.) que não se enquadram como RCCV passível de reciclagem. Estes materiais são separados em contêineres menores e, posteriormente, encaminhados à reciclagem ou venda, conforme o mercado. Na maioria das plantas deste tipo, os contêineres são colocados abaixo dos pontos de descarte dos mateiras “Impróprios” no nível inferior da planta, como pode ser visto nas imagens em seguida.

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Figura 23 - Esteiras para triagem manual. Fonte: Empresa RECYTRANS.

6.7.3 Armazenamento

O material recebido na zona de armazenamento deverá permanecer neste local até que seja requerido para o processo.

6.7.4 Alimentação

Os alimentadores são dispositivos utilizados para a alimentação de matérias- primas/insumos nas correspondentes etapas do processo de reciclagem/transformação do resíduo. Existem diversos tipos de alimentadores e a sua escolha dependerá das características construtivas do equipamento alimentador, forma de operação, tipo e quantidade de material a ser alimentado e tipo de triturador disponível.

Os alimentadores são equipamentos utilizados para alimentação de britadores primários, retomada de materiais sob os silos e pilhas, alimentação com dosagem de rebritadores e moinhos, dentre outras funções.

6.7.4.1 Transportadores de correia.

Os transportadores de correia são compostos por roletes, tambores, acionadores, esticadores, estrutura metálica e outros acessórios.

O rolete é composto por um conjunto de rolos geralmente cilíndricos e seu suporte. Os rolos são capazes de efetuar livre rotação em torno do seu próprio eixo, e são usados para suportar e/ou guiar a correia transportadora.

Os tambores são elementos para transmissão, que podem ser de acionamento (para transmissão do torque), de retorno (servem para o retorno da correia), de dobra (utilizados quando é necessário um desvio no curso da correia), de encosto (para aumentar o ângulo de contato do tambor de acionamento) e esticador.

Podem ainda ser classificados como lisos ou revestidos, e subdivididos em planos, abaulados e nervurados. A principal função dos esticadores é garantir a tensão conveniente na correia para o seu acionamento, e também absorver as variações no

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comprimento da correia, causadas por mudanças de temperatura, oscilações de carga, tempo de trabalho, etc.

6.7.4.2 Transportadores de caçamba

São utilizados para o transporte vertical de materiais a granel, como, por exemplo, pode ser a madeira triturada.

Figura 24 - Elevador de caçamba. Fonte: Empresa Abc-Pack.

6.7.5 Fragmentação de sólidos

A fragmentação de sólidos é uma operação que tem por objetivo a redução do tamanho de um determinado material sólido, podendo este ser matéria-prima, insumo ou produto nas diversas etapas de um processo de transformação. Em uma planta de tratamento e reciclagem de RCCV existe a necessidade de redução das dimensões do resíduo que chegam à instalação. Existe uma grande variedade de equipamentos que podem ser utilizados. Estes são classificados de acordo com o poder de redução do tamanho das partículas em grossos, médios e finos.

6.7.5.1 Britadores

Os britadores são equipamentos usados para a redução grosseira de grandes quantidades de sólidos como materiais rochosos, carvão, vidro, etc. Os britadores merecem atenção especial, pois são os equipamentos mais importantes em uma usina de reciclagem de RCCV e determinam a maior parte das propriedades dos agregados produzidos.

O processo de britação envolve energia mecânica de caráter compressivo, de impacto ou de cisalhamento. Alguns tipos de britadores mais utilizados são: britador de mandíbulas,

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britador giratório, britador de cones e britador de rolos os quais estão apresentados nas figuras a seguir.

Britador de impacto

Figura 25 - Britador de impacto. Fonte: www.icom-sa.com.br. ICON Máquinas e Equipamentos.

Britador de rolos

Figura 26 - Britador de rolos Fonte: www.icom-sa.com.br. ICON Máquinas e Equipamentos.

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Moinho de martelos

Figura 27 - Moinho de martelos Fonte: www.icom-sa.com.br. ICON Máquinas e Equipamentos.

Misturadores

Os misturadores são equipamentos destinados à mistura de pós e grãos. O processo não degrada o produto, é fácil de ser manuseado para as etapas de limpeza e manutenção.

6.7.6 Separação

Os processos de separação são etapas utilizadas nos processos industriais, cuja finalidade é a separação de um ou vários componentes por meio da utilização de fenômenos físicos, químicos e/ou combinados. Os equipamentos que podem ser utilizados variam conforme as propriedades físicas, químicas dos materiais. Processos simples que variam desde o peneiramento e decantação a outros mais complexos como flotação, filtração, destilação, evaporação, secagem, adsorção, absorção etc. A seguir, cada um destes processos serão detalhados para melhor compreensão.

o Peneiramento

O peneiramento é uma operação de separação mecânica que separa materiais sólidos de diferentes tamanhos por meio da utilização de peneiras que podem ser do tipo grelhas inclinadas, Trommel, peneiras vibratórias, grelha vibratória, separação hidráulica, separador magnético, separador por correntes de Foucault, que estão detalhadas a seguir:

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a) Grelhas inclinadas

Figura 28 - Grelha inclinada de classificação de materiais. Fonte: Empresa Rollier.

b) Trommel de classificação e seleção

São equipamentos dotados de uma superfície cilíndrica ou tubular constituídas por chapas curvadas perfuradas ou por painéis de malha. As operações de classificação e seleção são realizadas a medida que a máquina gira sob um eixo central. O Trommel de classificação e seleção é colocado horizontalmente com uma leve inclinação em direção à saída para facilitar que o material prossiga na linha de tratamento à próxima etapa de tratamento.

Figura 29 - Tromel de classificação. Fonte: TUSA.

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c) Peneira Vibratória

Um dos usos mais comuns da peneira rotativa ou vibratória é quando há necessidade de se trabalhar com materiais misturados e que não podem ser separados de forma manual. Alguns tipos de peneira vibratória são capazes de filtrar materiais muito finos e, neste processo, as partículas mais grossas ficam retidas e as de menor espessura passam. A peneira vibratória ou tela é utilizada nas indústrias que trabalham com classificação, separação, separação por granulometria e seleção de materiais em misturas.

d) Grelha vibratória

São equipamentos utilizados na separação das peças menores que serão encaminhados aos britadores e rebritadores a fim de permitir que estes equipamentos trabalhem em seus níveis máximos de capacidade. Destinam-se à remoção de finos do material bruto antes de utilizar o britador primário e para o escalpe do material antes de passar pelos rebritadores. A adoção de grelhas proporciona vários benefícios, dentre os quais:

Permite que o britador alcance sua plena capacidade de produção.

Reduz a capacidade nominal necessária do britador.

Reduz o desgaste por abrasão dos revestimentos do britador.

Os finos formam uma camada de material que protege a correia transportadora contra o impacto direto da descarga do britador.

e) Separação hidráulica

A separação hidráulica é uma operação unitária cuja função é a separação de particulados utilizando para tal a água, como meio de separação, e a diferença de densidade dos materiais particulados.

f) Separador magnético

Os separadores magnéticos são equipamentos eletromecânicos que têm a função de separar metais ferrosos contidos em misturas de diversas naturezas. A sucata metálica separada pode ser vendida e encaminhada para reciclagem.

Os separadores magnéticos caracterizam-se por seus campos magnéticos extremamente fortes e de longo alcance. Na maioria dos casos, os separadores magnéticos estão suspensos a uma distância de trabalho definida, acima de uma correia transportadora convencional. O ferro contido no material transportado é atraído pelo ímã e assim retirado do fluxo de resíduos que passam pela correia transportadora.

g) Separador por correntes de Foucault

Dentre os materiais encontrados misturados aos RCCV não segregados, existe a possibilidade de serem encontradas peças de alumínio, cobre, latão, chumbo, zinco e outros. Estes metais são atraídos por ondas magnéticas e é a forma mais moderna de separação utilizada atualmente realizada por correntes de Foucault. Essa técnica utiliza

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campos magnéticos variáveis para induzir corrente Foucault em metais não férreos e conseguir a sua separação por repulsão.

O separador de metais deve ser alimentado desde um alimentador vibrante capaz de repartir o material sobre a esteira transportadora. O elemento separador é um rotor magnético de alta frequência que induz as correntes de Foucault nas peças metálicas condutoras. Logo, estas criam um campo magnético oposto ao do rotor.

O resultado é uma força de repulsão dos elementos metálicos, enquanto que os elementos ferrosos são atraídos pelo potente campo magnético e o resto dos elementos não sofrem influência, seguindo o seu trajeto natural. Desta maneira, é possível obter três produtos diferentes na saída do separador:

Metais não ferrosos;

Metais ferrosos;

Não metais.

Figura 30 - Separador por correntes de Foucault. Fonte: Empresa FELEMAMG, S.L.

Ciclones

É o equipamento mais usado para remoção de poeira. Os ciclones são equipamentos utilizados para a coleta de partículas e limpeza de gases. Do ponto de vista de investimento, operação e manutenção é a forma mais econômica para controle de material particulado em suspensão.

Lavagem

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A lavagem tem por objetivo a remoção de materiais indesejáveis, principalmente argila e partículas finas. É aplicada também na classificação de materiais finos e úmidos, cujo peneiramento é extremamente difícil sem o emprego da lavagem.

Quadro de comando

Produtos para infraestrutura elétrica e de automação, com utilização nos diversos ambientes de trabalho, desde oficinas a grandes complexos industriais.

6.8 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA A RECICLAGEM DE RESÍDUOS

A reciclagem é ação de submeter o resíduo a um processo de transformação física, química ou biológica, obtendo um novo produto, idêntico ou não ao anterior.

As operações mais utilizadas atualmente para a reciclagem de resíduos em geral são a trituração e a moagem, a separação por qualidades, a lavagem, o aquecimento, a fusão dos materiais, e a mistura com matérias primas.

O número de operações de reciclagem é tão variado quanto o número de processos de fabricação. A seguir, são detalhados alguns dos exemplos mais típicos das operações existentes nas plantas de reciclagem:

Os plásticos separados durante o processo de triagem são tratados em plantas de reciclagem de plásticos onde primeiro são separados por classes (PET, PEAD, PVC, PE, PP, etc.) e logo passam pelo processo de moagem até atingir um tamanho de grânulo (entre 15 e 25 mm), e deverá ser limpa conforme com as especificações do mercado. O grânulo de plástico recuperado se vende aos fabricantes, os quais a utilizarão durante o processo de fabricação de produtos mediante injeção ou extrusão (por exemplo, faróis traseiros de automóveis).

Figura 31 - Plástico triturado e esferas de plástico (“granza”). Fonte: ANARPLA asociación nacional de recicladores de plástico.

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Figura 32 - Fabricação de peças de plástico por injeção de pellets. Fonte: Textos científicos moldeado de polímeros.

O vidro separado durante o processo de triagem se classifica por qualidades e cores (verde, âmbar e transparente) e logo é moído até atingir o tamanho de grânulo (entre 15 e 25 mm), logo deverá ser limpo, de acordo com as especificações do mercado. O grânulo de vidro recuperado se vende aos fabricantes, os quais a incorporam no processo de fabricação de produtos mediante a sua fusão junto com areia, hidróxido de sódio e calcário para fabricar novos produtos que terão propriedades idênticas com relação ao vidro fabricado diretamente dos recursos naturais, já que o vidro é um material totalmente reciclável e não existe limite na quantidade de vezes que pode ser reprocessado. Quando reciclado, não se perdem as propriedades e se economiza uma quantidade de energia em torno de 30 % com relação ao vidro novo.

Figura 33 - Vidro triturado para reciclar. Fonte: ANFEVI Asociación Nacional de Fabricantes de Envases de Vidro.

O alumínio separado durante o processo de triagem se classifica por qualidades. Em seguida se corta em pedaços até atingir um tamanho que permite a sua fusão. A fusão do alumínio reciclado é um processo bastante mais barato e consome muito

menos energia que a produção de alumínio a partir da eletrólise da alumina (Al2O3) extraída da bauxita e refinada. Reciclar alumínio descartado demanda apenas 5% da energia que se consumiria para produzir alumínio de mina.

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Figura 34 - Latas de alumínio para reciclar. Fonte: ECOPARC do Besos.

6.9 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA TRATAMENTO TÉRMICO

Os processos associados a uma planta de tratamento térmico são:

a) Procedimento de armazenamento

Depois de realizado o controle de entrada e com a autorização para descarregar, o caminhão realiza a descarga dos resíduos nos fossos de armazenamento da planta incineradora, no lugar indicado pela equipe do aterro. Geralmente existem 2 ou 3 fossos de armazenamento, de tal maneira que um deles possa realizar operações de limpeza ou manutenção sem prejudicar o processo de armazenamento.

Deverá haver material suficiente armazenado para garantir o funcionamento contínuo da instalação.

b) Procedimento de Alimentação

A alimentação realizada na câmara de combustão se realiza mediante braço mecânico ou pontes grua.

Figura 35 - Alimentação da incineradora com ponte grua. Fonte: Empresa DEMAG.

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c) Procedimento de combustão auxiliar

Deve-se dispor de um sistema de combustão auxiliar para iniciar a combustão e pré aquecer o forno até a temperatura de combustão (800ºC). Pode-se utilizar qualquer combustível auxiliar que permita regular o início da combustão dos resíduos (gás natural, óleo, óleo combustível, etc.).

d) Procedimento de controle da combustão

Durante a combustão se produzem diferentes fases: em primeiro lugar se produz a secagem dos resíduos, logo uma gaseificação, já que a altura da massa de resíduos é muito grande (até 1 m de altura e com vários metros de largura). Nesta etapa entra apenas pouca quantidade de ar primário.

Ao avançar o resíduo pela grelha, a altura da massa vai diminuindo e entrando mais ar primário, consequentemente mais oxigênio, produzindo combustão e chamas. Neste ponto é quando se devem conseguir os três elementos de uma boa combustão: combustível, comburente e temperatura.

A combustão se controla através da regulação dos parâmetros de combustão, como por exemplo:

regulação da alimentação;

estabelecimento da temperatura mínima e máxima de combustão;

injeção de ar de combustão;

velocidade do avanço dos resíduos/tempo de permanência dos resíduos na câmara de combustão (entre 45 e 90 minutos);

controle da turbulência.

e) Procedimento de geração de vapor de água reaquecida

O processo de incineração converte a energia química contida nos resíduos em energia térmica. O aproveitamento do calor deste processo se realiza mediante a geração de vapor de água reaquecida, com um rendimento térmico de 80 %.

f) Procedimento de Produção de eletricidade

A energia do vapor se converte em energia elétrica através um conjunto formando por uma turbina e um gerador. O vapor sobre aquecido da caldeira se expande na turbina de vapor, que transforma a energia calorífica do vapor em energia cinética, para logo se transformar em elétrica pelo gerador.

g) Procedimento de Tratamento dos gases de combustão

Os sistemas de tratamento de gases de uma instalação de incineração são bastante complexos, já que tratam uma ampla variedade de contaminantes (poeira, partículas sólidas voláteis, gases ácidos, óxidos de nitrogênio, metais pesados, dioxinas e furanos).

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Os equipamentos de tratamento de gases são compostos por filtros eletrostáticos, filtros de mangas, scrubbers por via úmida, reação com catalizadores, adsorção com carvão ativado e dispersão pela chaminé.

São equipamentos complexos submetidos a um controle exaustivo de funcionamento e manutenção.

h) Procedimento de Tratamento de escórias

As escórias são consideradas resíduos perigosos. Possui granulometria variável em função do material aportado à instalação. Geralmente existem metais recuperáveis mediante separação magnética.

i) Procedimento de Tratamento de cinzas

As cinzas volantes (ou cinzas de combustível pulverizadas) são consideradas como resíduos perigosos. São coletadas em seco ou em úmido e são enviadas para serem gerenciadas de forma adequada.

j) Procedimento de Monitoramento e controle de poluição de forma contínua

A instalação de incineração deve incluir um sistema de Auto monitoramento, capaz de manter o registro dos efluentes descriminados nos condicionantes do processo de licenciamento.

O monitoramento e o controle dos efluentes gasosos devem incluir, no mínimo:

equipamentos que reduzam a emissão de poluentes, para garantir o atendimento aos limites de emissão fixados na Resolução CONAMA nº 316, que dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos;

disponibilidade de acesso ao ponto de descarga, que permita a verificação periódica dos limites de emissão fixados na Resolução CONAMA nº 31;

sistema de monitoramento contínuo com registro para teores de oxigênio (O2) e de monóxido de carbono (CO), no mínimo, além de outros parâmetros definidos pelo órgão ambiental competente;

análise bianual das emissões dos poluentes orgânicos persistentes e de funcionamento dos sistemas de intertravamento.

k) Procedimentos para registro da operação

Deve ser mantido na instalação um registro da operação com as seguintes informações:

descrição e quantidade de cada resíduo recebido e a data de disposição;

descrição, quantidade e destinação dos resíduos rejeitados;

registro das análises efetuadas nos resíduos;

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registro das inspeções realizadas e dos incidentes ocorridos e respectivas datas;

dados referentes ao monitoramento e o controle dos efluentes gasosos;

deve manter procedimentos de registro e controle sistemático dos resíduos produzidos e atender as exigências do órgão licenciador no que se refere à sua destinação final devendo manter procedimentos de registro e controle sistemático dos mesmos e atender às exigências do órgão licenciador quanto à sua destinação final.

O registro deve ser mantido em caso de alteração de titularidade da área ou empreendimento e para eventual apresentação de relatórios.

6.10 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PARA A DISPOSIÇAO DE RESÍDUOS INERTES EM ATERROS CLASSE A

Para os aterros de resíduos inertes Classe A devem ser considerados os seguintes procedimentos operacionais, extraídos das normas técnicas brasileiras:

a) Procedimento de Controle de recebimento dos resíduos da construção civil e resíduos inertes

Deve ser previsto um plano com controles de origem e quantidade dos resíduos recebidos e monitoramento periódico da qualidade dos resíduos dispostos, que permita a reconstituição da cadeia de responsabilidades. O monitoramento deve descrever:

o método de amostragem utilizado, de acordo com a ABNT NBR 10007;

os métodos de análise e ensaios a serem utilizados sendo que nenhum resíduo pode ser disposto no aterro sem que seja conhecida sua procedência e composição;

a frequência da análise.

b) Procedimento de recebimento dos resíduos recebidos Somente devem ser aceitos no aterro os resíduos da construção civil e os

resíduos inertes.

Os resíduos de construção civil das classes B, C ou D devem ser encaminhados à destinação adequada.

Os resíduos classificados como classe D devem ser armazenados temporariamente, protegidos de intempéries em uma área específica coberta, e encaminhados aos aterros específicos para resíduos perigosos.

c) Procedimento de Controle da disposição de resíduos em áreas de reservação de materiais segregados

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Deve ser apresentado um plano de manutenção da área de reservação de materiais segregados que contemple os procedimentos a serem mantidos para a garantia das condições de drenagem, isolamento e estabilidade geotécnica previstas no projeto, na área de reservação e após o encerramento das atividades.

d) Procedimento de Controle da disposição segregada de resíduos Os resíduos devem ser dispostos em camadas sobrepostas evitando-se o

despejo pela linha de topo. Em áreas de reservação, em conformidade com o plano de reservação, a disposição dos resíduos deve ser feita de forma segregada, de modo a viabilizar a reutilização ou reciclagem futura.

Devem ser segregados os solos, os resíduos de concreto e alvenaria, os resíduos de pavimentos viários asfálticos e os resíduos inertes.

Pode ser ainda, adotada a segregação por subtipos, caso seja viável.

e) Controle da disposição definitiva de resíduos Elaboração e apresentação de um plano de encerramento do aterro e uso

futuro da área, com o objetivo de minimizar a necessidade de manutenção futura e a ocorrência de eventos de poluição ambiental. O conteúdo do plano deve abranger:

descrição do uso futuro da área, após o encerramento das atividades;

procedimentos a serem seguidos no fechamento total ou parcial do aterro, incluindo a solução para cobertura final de forma a minimizar a infiltração de água na área, e a possibilidade de erosão e rupturas;

data aproximada para o início das atividades de encerramento;

previsão de monitoramento das águas superficiais e subterrâneas e dos dispositivos de proteção ambiental, após o término das operações.

f) Procedimento de monitoramento das águas superficiais e subterrâneas O sistema de poços de monitoramento, instalado na área do

empreendimento, deve ser constituído de no mínimo quatro poços, sendo um a montante e três a jusante, no sentido do fluxo de escoamento preferencial do aquífero. Os poços devem ser construídos de acordo com a ABNT NBR 13895.

Deve ser apresentado um sistema de monitoramento durante a vida útil e também ao longo do período pós-fechamento para os seguinte parâmetros:

Águas subterrâneas;

Aquífero mais próximo à superfície, podendo, esse sistema, ser dispensado, a critério do órgão ambiental competente, em função da condição hidrogeológica local;

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Águas superficiais mais próximas;

Sistema de drenagem que impeça a percolação de águas precipitadas no entorno e o carregamento de material sólido para fora da área do aterro.

O plano de monitoramento do aterro deve:

indicação dos parâmetros que serão monitorados em conformidade com o estabelecido pelo órgão ambiental competente;

estabelecimento dos procedimentos para coleta, preservação e análise das amostras;

estabelecimento dos valores para todos os parâmetros do plano, definidos pela tomada de amostras, em todos os poços da instalação e pontos estabelecidos para coleta, antes do início de operação;

indicação e justificativa técnica para a frequência de coleta e análise dos parâmetros a serem monitorados.

g) Para o Controle Operacional deve ser previsto um plano de inspeção e manutenção, que vise:

controlar regularmente, os sistemas de drenagem, principalmente após períodos de alta precipitação pluviométrica;

controlar a estabilidade do aterro;

h) Procedimentos para registro da operação.

Deve ser mantido na instalação, até o fim da vida útil e no período pós-fechamento, um registro da operação com as seguintes informações:

descrição e quantidade de cada resíduo recebido e a data de disposição;

no caso de reservação de resíduos, indicação do setor onde o resíduo foi disposto;

descrição, quantidade e destinação dos resíduos rejeitados;

descrição, quantidade e destinação dos resíduos reaproveitados;

registro das análises efetuadas nos resíduos;

registro das inspeções realizadas e dos incidentes ocorridos e respectivas datas;

dados referentes ao monitoramento das águas superficiais e subterrâneas.

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Obs.: o registro deve ser mantido em caso de alteração de titularidade da área ou empreendimento, bem como para uma eventual apresentação de relatórios à autoridade ambiental competente.

Além dos procedimentos descritos anteriormente, é importante a inclusão dos seguintes tópicos no relatório:

Procedimento de preparação do aterro Classe A.

Antes de iniciar a fase de operação, deve-se dar forma à vala do aterro, definindo o perímetro final. Na etapa seguinte, o aterro deverá ser acondicionado, mediante a preparação de taludes para que se possa iniciar a disposição da camada de impermeabilização por argilas (caso necessário), a delineação de bordas e caminhos perimetrais para o acesso dos veículos, a vala de drenagem pluvial perimetral e a cerca de proteção.

Figura 36 - Preparação do aterro. Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP – FR, 2015.

Procedimento de disposição dos resíduos.

Depois de realizado o controle de entrada, o caminhão recebe a autorização para o descarregamento e a indicação do local para tal. A medida que aumenta a área de disposição dos resíduos, deverão ser definidas novas zonas de disposição evitando o trânsito de caminhões por cima daqueles já dispostos e aguardando acondicionamento adequado.

Procedimento de acondicionamento.

Depois que os resíduos tenham sido depositados no lugar indicado pela equipe do aterro, devem ser realizadas as operações de espalhamento e acondicionamento, transformando os montes de resíduos depositados em uma massa homogênea com dimensões definidas:

- espessura da massa de RCC;

- comprimento e;

- largura da frente de disposição.

É importante definir os locais para a passagem dos veículos de disposição dos resíduos: caminhões com RCC, caminhões com terras, maquinaria de acondicionamento dos resíduos, etc.

Fundo do aterro

COTA superior

Plataformasintermediárias

Taludes

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Figura 37 - Acondicionamento de resíduos recém dispostos. Fonte: RESUR. Aterro de RCC de Granada.

Procedimento de encerramento final do Aterro Classe A.

Ao finalizar a atividade de disposição dos resíduos no aterro deverá ser realizado o encerramento deste, através de camadas de argila, terra de suporte e terra vegetal, adaptando a morfologia final do aterro já preenchido conforme a topografia do seu entorno. Por fim, se realiza o plantio de espécies autóctones que tenham pouca raiz, melhorando dessa maneira o aspecto paisagístico do local.

Figura 38 - Encerramento do aterro. Fonte: Acervo Técnico do Grupo IPD, 2015

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7 INDICADORES DE DESEMPENHO OPERACIONAL E AMBIENTAL

Normalmente, os indicadores para o gerenciamento de resíduos são compostos por informações quantitativas. Estas informações sintetizam e simplificam dados e informações, facilitando a compreensão, a interpretação e a análise crítica de diferentes processos executados. Além disso, estes dados servem como medidores para o acompanhamento e controle da execução das políticas ao viabilizar informações sobre o estado presente e sobre a evolução do sistema, suas potencialidades e pontos a aprimorar.

A Política Nacional de Saneamento Básico, instituída pela Lei nº 11.445/007 preconiza que a prestação de serviços públicos de saneamento básico observará o Plano, contendo, dentre outros, o diagnóstico situacional, utilizando sistemas de indicadores (art. 19, inciso I). A referida Lei, em seu Art. 23º, estabelece que cabe à entidade reguladora editar as normas relativas às dimensões técnica, econômica e social de prestação dos serviços, abrangendo padrões e indicadores de armazenamento da prestação destes.

Já a Lei Federal nº 12.305/2010 define que, no conteúdo mínimo do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMPGIRS), estejam presentes os indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, conforme o Art. 19º, inciso VI.

7.1 DEFINIÇÃO DOS INDICADORES DE DESEMPENHO OPERACIONAL E AMBIENTAL

A criação de indicadores de desempenho, aplicados à gestão de resíduos sólidos, visa possibilitar o monitoramento e a avaliação da abrangência e da eficiência dos serviços prestados.

Como indicadores propõe-se a utilização dos itens já aplicados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS, cujas informações básicas são regularmente fornecidas ao Ministério das Cidades, órgão encarregado da compilação das mesmas e da apresentação dos resultados devidamente tabulados em nível nacional.

Os quadros a seguir apresentam o modelo de indicadores propostos, que contemplam questões de caráter social, ambiental e econômico.

É importante destacar que, para que haja eficácia do sistema, os quantitativos iniciais e os critérios de frequência para a atualização dos indicadores deverão ser levantados e adotados pela Administração responsável junto ao sistema de fiscalização dos serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.

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Quadro 36 - Indicadores de desempenho relacionados aos RCCV.

RCCV

INDICADOR OBSERVAÇÕES

Percentual da população atendida pelo sistema de coleta de RCCV.

Massa de RCCV per capita/ano em relação à pop. Urbana.

Quantidade de URPV e Pontos Limpos e Postos de Descarga de Entulho disponíveis para o recebimento e coleta dos resíduos de RCCV.

Identificação do peso dos RCCV (t/dia), (t/mês).

Indicará o peso anual dos resíduos coletados. Processo de pesagem ou estimativa do peso dos resíduos a ser implantada no municípios/área metropolitana e Colar.

Identificação do volume dos RCCV (m3/dia) (m3/mês).

Indicará o volume anual dos resíduos coletados. Processo de pesagem ou estimativa do peso dos resíduos a ser implantado nos municípios/área metropolitana e Colar.

Composição física dos resíduos/gravimetria (representa o percentual de cada tipologia: (Volumosos/ RCC/ outros) em relação ao peso e ao volume total.

Para utilização deste indicador, deverá ser implantado o processo de gravimetria nos municípios/área metropolitana e Colar.

Percentual de resíduos beneficiados por meio do processo de reciclagem.

Percentual de resíduos encaminhados à destinação final em aterro sanitário.

Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP – FR, 2015.

Quadro 37 - Indicadores de desempenho relacionados com as instalações de disposição final de RCCV.

Instalação de disposição final de RCCV

Indicador Observações

Identificação do peso dos RCCV (t/dia), (t/mês) recebidos.

Indicará o peso anual dos resíduos recebidos.

Consumo energético absoluto (kW h/ano) e relativo (kW h/ano/toneladas ano tratados).

Consumo de água absoluto (m3/ ano) e relativo (m3/ ano /toneladas ano tratadas).

Peso e volume coletado absoluto e relativo de materiais recicláveis: madeira, plásticos, metais, concreto, telhas, tijolos, asfalto, outros.

Percentual de resíduos beneficiados por meio do processo de reciclagem.

Percentual de resíduos encaminhados à destinação final em aterro de RCCV.

Percentual de resíduos encaminhados à destinação final em aterro sanitário.

Custo absoluto (reais/ano) e relativo reais/ano/toneladas tratados).

Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP – FR, 2015.

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7.1.1 Proposta de programa para o monitoramento dos indicadores

A coleta, sistematização de dados, sua organização e classificação conforme importância e confidencialidade bem como a disponibilização de indicadores capazes de interpretar a realidade facilitam o monitoramento, a fiscalização e a avaliação da eficiência da gestão e gerenciamento de resíduos nos diversos níveis, inclusive dos sistemas de logística reversa implantados ou ainda por implantar.

O monitoramento é uma atividade destinada a identificar de maneira sistemática a aplicação e o desempenho de um sistema com a finalidade de introduzir os ajustes ou modificações pertinentes para poder atingir os resultados definidos

Dessa maneira, o monitoramento permite analisar o desenvolvimento e propor ações que precisam ser tomadas para atingir os objetivos e identificar os êxitos ou fracassos reais ou potenciais o quanto antes, permitindo fazer os ajustes necessários para a correta execução do processo.

O processo de monitoramento é cíclico, ou seja, se repete continuamente em função das diferentes ações, desde a coleta de dados, até as intervenções de retroalimentação.

Figura 39 - Ciclo de monitoramento. Fonte: Elaboração própria, Consórcio IDP-FR, 2015.

A seguir, serão apresentadas uma lista de ações prévias à definição de um programa de monitoramento:

7.1.1.1 Criação de um cadastro único

Geradores de RCCV.

Coletores/transportadores de RCCV.

Instalações de tratamento de RCCV, por tipologia.

Definição dos dados a coletar/registrar por cada um dos agentes.

Definição dos registros em formato papel e/ou digital a preencher.

COLETA DEINFORMAÇÃO

COMPARAÇÃO DO NÍVEL DE DESEMPENHO

ESPERADO

DECISÃO SOBRE AS AÇÕES CORRETIVAS OU DE

RETROALIMENTAÇÃO

IMPLANTAÇÃO DE AÇÕES CORRETIVAS OU DE

RETROALIMENTAÇÃO

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Criação de um sistema de registro para toda RMBH e CM, para a gestão e gerenciamento de RCCV.

Definição dos indicadores empregados.

Criação de um sistema estatístico para geração de dados e de um sistema de informação sobre RCCV disponível a todos os agentes envolvidos.

7.1.1.2 Conteúdo do programa de monitoramento

Coleta e registro dos objetivos definidos anualmente pela Administração competente.

Coleta contínua de dados do gerenciamento de RCCV. Revisões trimestrais da aplicabilidade dos dados. Resolução de incidências.

Revisão anual dos dados obtidos e dos resultados da aplicação dos indicadores.

Revisão anual dos objetivos e metas atingidos.

Coleta e registro das ações de melhoria e reinício do ciclo.

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8 AVALIAÇÃO DE TODAS AS ETAPAS DE GESTÃO

Além de verificar o andamento do projeto em seus elementos tangíveis, uma boa avaliação deve:

Ser uma ferramenta de gestão mais do que uma ferramenta de controle.

Inserir-se num processo de informação, de comunicação e de busca de educação ambiental e melhoria.

Melhorar a capacidade da instituição de compreender as realidades nas quais é necessário agir e organizar-se de maneira mais eficaz e eficiente.

Facilitar a avaliação de maneira que as equipes e os responsáveis tenham uma ideia clara da gestão dos RCCV.

Aperfeiçoar os indicadores identificados durante o planejamento para avaliar o desempenho da implantação.

Dentro da avaliação das etapas de manejo dos RCCV, pode ser realizada uma análise desde a etapa de capacitação ambiental, passando pela geração até a disposição final ambientalmente adequada dos mesmos.

8.1 MONITORAMENTO CONTÍNUO DAS ETAPAS DE GERENCIAMENTO

A função do programa de controle e monitoramento é estabelecer um sistema que garanta o cumprimento das atividades propostas no Plano, considerando os seguintes pontos:

Comprovar que as medidas propostas sejam realizadas.

Proporcionar informação para verificar os possíveis impactos.

Comprovar a aplicabilidade das medidas corretoras.

Ser uma fonte importante de informação para melhorar o Sistema Integrado de Gestão - SIG.

Ao elaborar o programa de controle e monitoramento das etapas de geração, tratamento e disposição final ambientalmente adequada, além dos indicadores e demais instrumentos de controle é necessário estabelecer uma lista de check-list para o controle do gerenciamento dos RCCV nas diversas etapas existentes.

Conforme descrito nos itens anteriores são várias as etapas propostas para fluxo do gerenciamento dos RCCV na RMBH e Colar Metropolitano.

As etapas, comuns a maioria delas, são:

Uma primeira etapa, na qual se transportam os RCCV desde os pontos de coleta até os centros de triagem e transferência, para que logo sejam transferidos, segregados, até as diversas instalações de reciclagem ou à disposição final.

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Uma segunda etapa, na qual se transportam os materiais já segregados desde as instalações de reciclagem até sua incorporação como materiais reciclados ou a disposição final.

No Quadro 38 a seguir, são descritos os parâmetros em formato de check-list que podem ser considerados para o monitoramento contínuo das etapas de gerenciamento descritas.

Quadro 38 - Monitoramento das etapas de gerenciamento nas fases de transbordo, tratamento e disposição final.

ETAPAS DE MONITORAMENTO

MONITORAMENTO CONTROLE

FÍSICO DIGITAL

Geração

Gerador de resíduo X

Verificação do estado dos coletores, etc., de armazenamento

X

Verificação das capacidades máximas de preenchimento (volume).

X

Verificar que não existem derramamentos de resíduos

X

Verificar trajetos e rotinas de coleta de resíduos

X X

Realização de auditorias nas empresas operadoras externas

X X

Identificação dos resíduos coletados X X

Verificação do peso de resíduo gerado por grupo

X X

Transbordo

Ficha de acompanhamento e controle de transporte do resíduo

X X

Grupo de resíduo transportado X X

Volume / peso de resíduo X X

Controle via satélite X

Identificação dos veículos de transporte. X X

Seguimento da rotina de coleta. X

Estado dos coletores, etc., de armazenamento.

X

Verificação do tempo da rotina. X

Incidências X

Motorista autorizado X X

Inspeção do veículo e da carga X

Descarga do veículo X

Serviço incompleto X X

Quedas ou derramamentos de resíduos X

Equipamentos de proteção individual X

Tratamento Origem dos resíduos X X

Grupo dos resíduos X X

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ETAPAS DE MONITORAMENTO

MONITORAMENTO CONTROLE

FÍSICO DIGITAL

Identificação X X

Volume / peso do resíduo X X

Estado das áreas de armazenamento. X

Estado dos coletores, etc., de armazenamento.

X

Carga de coletores limpos e vazios. X

Vazamentos ou derramamentos nas instalações.

X

Estado das instalações de tratamento. X

Estado do sistema de drenagem de águas pluviais.

X

Estado do sistema de coleta de emissões. X

Equipamentos de proteção individual/coletiva.

X

Disposição final

Origem dos resíduos. X X

Grupo dos resíduos. X X

Identificação. X X

Volume / peso do resíduo. X X

Estado das áreas de armazenamento. X

Estado dos coletores, etc., de armazenamento.

X

Carga de coletores limpos e vazios. X

Vazamentos ou derramamentos nas instalações.

X

Estado das instalações de tratamento. X

Estado do sistema de drenagem de águas pluviais.

X

Estado do sistema de coleta de emissões. X

Equipamentos de proteção individual/coletiva.

X

Nota: No Quadro anterior, o formato de seguimento físico está relacionado com as fichas e documentos físicos. No formato digital está relacionado com o seguimento mediante tecnologia RFID ou Código de barras, caso fosse utilizado (nível software e hardware do sistema). Fonte: Elaboração própria. Consórcio IDP-FR, 2015.

8.1.1 AVALIAÇÃO DAS ETAPAS DE MANEJO DOS RCCV

As observações e levantamentos derivados dos indicadores sugeridos no item anterior devem ser realizadas pelos responsáveis de cada etapa, mas, o ideal, é que haja o compartilhamento de interesses na manutenção das situações ideais, inclusive se tomarmos como premissa o paragrafo 1° do Artigo 27 da PNRS 12.305/2010, que define, em termos gerais, que a responsabilidade pelo gerenciamento adequado dos resíduos gerados é de todos aqueles envolvidos na cadeia, desde a sua geração, até a sua disposição final.

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(...) Art. 27º. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 são responsáveis pela implementação e operacionalização integral do plano de gerenciamento de resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente na forma do art. 24.

§ 1o. A contratação de serviços de coleta, armazenamento, transporte, transbordo, tratamento ou destinação final de resíduos sólidos, ou de disposição final de rejeitos, não isenta as pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 da responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos. (...)

Diante disso, os indicadores apresentados acima, podem ter a seguinte interpretação no que se refere à execução e observações dos tópicos sugeridos, como, por exemplo:

Coleta e transporte externo: os geradores devem ser cuidadosos ao contratar uma empresa para a coleta e transporte dos RCCV gerados observando se a mesma possui licença válida e solicitá-la para verificação no ato da coleta dos resíduos. O ideal e mais seguro é que a empresa que irá receber estes resíduos seja para o transbordo, reciclagem ou disposição final, já esteja contratada e notificada quanto ao recebimento de determinado volume de resíduo em um prazo estimado. Além disso, o gerador deve fornecer as informações corretas para o preenchimento do Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) – ou CTR, como já é definido por Lei em alguns municípios. Da mesma forma, a empresa que irá fazer o transporte dos RCCV deve exigir o fornecimento de informações corretas quanto ao resíduo que será transportado e, ainda, verificar no carregamento se o que foi informado é condizente com o que será transportado. Deve ser verificada também a existência, ou não, de resíduos que merecem uma atenção especial para o tratamento como latas de tintas, solventes, telhas de amianto, etc.

Transbordo: a empresa ou administração pública, responsável pela área de transbordo, deve estar atenta às condições dos veículos de transporte da empresa contratada pelo gerador para o transporte, desde o local da geração. Neste sentido, vale ressaltar alguns pontos que devem ser observados tais como: verificar se o resíduo “declarado” no (MTR) - ou CTR, corresponde em peso e caracterização ao resíduo entregue; se o veiculo de transporte está ou não, adequado à legislação local, a situação legal do motorista e o processo de descarga do veículo.

Da mesma forma, deverá ser de interesse da empresa transportadora, a observação dos aspectos gerais do funcionamento e da infraestrutura da área de transbordo, observando a conformidade com os aspectos técnicos mínimos exigidos por lei.

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Observações semelhantes podem ser feitas para as etapas subsequentes de tratamento e disposição final. Em todo caso, entendendo que a realização de forma adequada de uma etapa impacta de forma positiva nos serviços necessários á etapa seguinte, o ideal é que estas informações sejam compartilhadas entre cada um dos gestores. Além disso, é imprescindível que o conhecimento prévio de conceitos, aspectos legais e a importância do seu cumprimento sejam compreendidos por todos os envolvidos. Assim, seria possível estabelecer e alimentar um sistema conjunto, integrado, para adequação dos serviços em todas as etapas, garantindo não apenas a segurança dos funcionários envolvidos, mas também a manutenção do meio ambiente saudável e, ainda, uma redução progressiva de passivos ambientais que, indiretamente se resumem em custos adicionais a todo o sistema de gerenciamento e de gestão dos RCCV.

A planilha de indicadores proposta incorpora parâmetros que podem ser usados para interpretação do desempenho ambiental do empreendimento gerador. Sua utilização evidencia as questões mais críticas do sistema de gerenciamento de RCCV, dentro e fora do local de geração, permitindo o direcionamento estratégico das ações de melhoria para todos os gestores em um âmbito geral.

A elaboração, o acompanhamento, o monitoramento e o controle do PGRCC e do PMGRCC, pelos empreendedores e pelos municípios, respectivamente, representam uma oportunidade de levantamento de dados reais e de avaliação de procedimentos e boas práticas executados. Por meio da pesquisa e do desenvolvimento desses procedimentos nas etapas de gerenciamento dos RCCV é possível interpretar e visualizar as consequências das ações de funcionários e levantar pontos que podem ser melhorados internamente.

Apesar de representar custos extras e mobilização de pessoal em horário de trabalho, a capacitação é uma ferramenta valiosa e deve ser compreendida como um item de elevado custo-benefício. Quanto maior o número de colaboradores preparados com conhecimento técnico e apto para a realização dos serviços propostos, maiores são as chances de êxito no alcance das metas definidas. O treinamento é uma ferramenta valiosa de fidelização da mão-de-obra ao empregador. O reconhecimento por um trabalho bem feito gera bons resultados à medida que aumenta a satisfação do profissional com o trabalho realizado e possibilita ganhos para ambas as partes.

Tendo em vista a especificidade de cada empreendimento gerador de RCCV, os indicadores listados no item 9.1. devem ser ajustados à realidade de todos e, da mesma forma, podem ser adaptados para uma proposta de gestão compartilhada e regionalizada para os municípios da RMBH e Colar Metropolitano. Em todo caso, o levantamento de dados quando realizado em sintonia com o PMGRCC se torna uma informação preciosa para a definição de novos processos, procedimentos e para aperfeiçoamento do uso dos recursos financeiros.

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

Considera-sem, como princípios básicos da gestão e do gerenciamento dos RCCV, os seguintes:

A Prevenção: redução do volume e periculosidade dos resíduos gerados.

A Responsabilidade do produtor: o produtor de um resíduo é quem deve prever e afrontar a responsabilidade da sua correta gestão ambiental.

A Priorização ou hierarquia no gerenciamento por meio da definição de uma estrutura hierarquizada se estabelece que não todos os métodos ou técnicas para gerenciar um resíduo são igualmente satisfatórios desde o ponto de vista ambiental, existindo alguns melhores que outros. Fundamentando-se neste princípio, se deve priorizar aquelas ações que favorecem a prevenção e reutilização quanto ao aterro.

A Proximidade: devem-se reduzir ao máximo as distâncias para o transporte de resíduos, devendo ser tratados no centro mais próximo possível do seu lugar de origem ou geração.

A Internalização de custos: todos os custos relativos ao processo de gestão dos resíduos devem ser considerados para a sua repercussão correspondente entre todos os implicados (Administração, empresas e população).

Como ações concretas derivadas dos princípios gerais pode-se citar:

Potencialização dos sistemas de segregação e reciclagem daquelas frações susceptíveis de recuperação mediante as operações de triagem “in situ” e demolição seletiva.

Fomento da iniciativa privada para o desenvolvimento de infraestruturas de gerenciamento de RCCV.

Fomento do desenvolvimento de modelos de utilização de agregados reciclados. Ação exemplar desde as Administrações, utilizando agregados reciclados em obras públicas.

Coordenação entre as diferentes esferas da administração publica e empresas do setor quanto ao intercâmbio de pesquisas e experiências, mediante a elaboração de um sistema estatístico de geração de dados e um sistema de informação de RCCV.

Integração de princípios de gestão ambiental no setor da construção.

Fomento para capacitação e conscientização cidadã sobre os problemas associados à gestão inadequada de RCCV.

Otimização dos processos de fiscalização para assegurar a correta execução das etapas do gerenciamento.

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Encerramento e revitalização de terrenos degradados por depósitos inadequados de RCCV.

Ou seja, em resumo tem-se que:

a) Visando a gestão ambiental, a solução ideal para os RCCV é a reciclagem. O coprocessamento de resíduos cerâmicos em cimenteiras, como forma de substituição de matéria prima, é uma opção tecnicamente viável, ambientalmente desejável e economicamente atrativa. Entretanto, como tudo deve passar por um processo, o descarte em locais adequados, caso seja a única opção, é a forma mais rápida e econômica de garantir uma gestão minimamente adequada.

b) A utilização de materiais inertes para preenchimento de áreas degradadas por atividades de extração pode se tornar uma solução interessante, sempre que se cumpra com toda a normativa aplicável e as necessárias condições de proteção ambiental. A valorização energética em cimenteiras dos RCCV – daqueles itens que tenham um poder calorífico mínimo viável para tal - é também uma opção adequada que deve ser considerada.

c) Sugere-se como proposta a implantação de diversas instalações para o gerenciamento de RCCV:

Plantas de triagem e transbordo.

Plantas de reciclagem dos resíduos valorizáveis como madeira, papel, metais e outros materiais recicláveis.

Plantas de produção de agregados reciclados.

Planta para a produção de Combustível Derivado de Resíduos (CDR).

Aterros Classe A para reservação e uso futuro.

Utilização de cimenteiras para o coprocessamento de resíduos valorizáveis como substituição parcial de combustível ou matéria-prima.

Essas recomendações foram feitas com base na análise atual da disponibilidade de infraestruturas existentes na RMBH e Colar Metropolitano. A quantificação, localização e demais informações sobre cada uma delas serão apresentadas com maiores detalhes no Produto 06.

d) Sugere-se a promoção da implantação, durante todo o processo de gerenciamento dos RCCV, de sistemas de gestão certificáveis por terceiros de qualidade ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001 e ISO 50001.

O ideal é que este tipo de instrumento seja implantado de forma progressiva. A obtenção de um ou mais sistemas de gestão, por determinado empreendimento/empresa poderia ser incentivada mediante pontuações extras em processos e licitações públicas, ou, ainda, por meio de benefícios fiscais às empresas que investirem nestas qualificações.

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As Administrações Públicas devem ser coerentes e firmes dando sempre exemplo aos demais agentes do setor publico e privado.

e) Propõe-se a difusão de instrumentos relacionados como, por exemplo, um seguro de responsabilidade civil por danos causados ao meio ambiente para as operações de transporte, tratamento e disposição final.

f) Para a elaboração dos produtos seguintes, se considera como ponto crítico, a atualização dos dados de produção de RCCV na Região Metropolitana e Colar Metropolitano, a identificação das instalações existentes e instrumentos de planejamento existentes e atualizados para cada município da RMBH e CM. O conhecimento real destes dados repercutirá diretamente na quantificação do número de instalações a serem propostas descritas no parágrafo anterior.

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