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www.evoluaambiental.com.br Prefeitura Municipal de Guarani - MG 2014 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PRODUTO K: RELATÓRIO FINAL DIAGNÓSTICO TÉCNICO-PARTICIPATIVO VOLUME 2

Produto k volume 2

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Plano Municipal de Saneamento Básico de Guarani - Volume 2

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Prefeitura Municipal de Guarani - MG

2014

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

PRODUTO K: RELATÓRIO FINAL

DIAGNÓSTICO TÉCNICO-PARTICIPATIVO

VOLUME 2

MUNICÍPIO DE GUARANI PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

Relatório Final – Diagnóstico Técnico-Participativo

EVOLUA AMBIENTAL – ENGENHARIA E CONSULTORIA

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II

PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARANI – MINAS GERAIS

Praça Antônio Carlos, 10. Centro – Guarani – MG

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Fone: (32) 3575-1523

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

PRODUTO K: REATÓRIO FINAL

DIAGNÓSTICO TÉCNICO-PARTICIPATIVO

VOLUME 2

ABRIL DE 2014

Fundação Nacional de Saúde – FUNASA

Edifício-Sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa)

Quadra 04 – Bloco “N” – 5º andar – Ala Norte

Brasília/DF – CEP: 70070-040

Telefone: (61) 3314-6362/6466 | Fax: (61) 3314-6253

Sítio: www.funasa.gov.br

Prefeitura Municipal de Guarani

Plano Municipal de saneamento básico/Produto K: Relatório Final, 2014.

203f. : il.color. 30 cm

Esta obra é um dos produtos referentes ao Plano Municipal de Saneamento básico do município de Guarani-MG

1. Caracterização do Municipio. 2.Componentes do Sistema de Saneamento. 3. Diagnóstico da Realidade Local.

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III

EMPRESA RESPONSÁVEL

EVOLUA AMBIENTAL – ENGENHARIA E CONSULTORIA

CNPJ 16.697.255/0001-95

END.: Av. Maringá, nº 920, sala 13.

CEP 86060-000, Londrina – PR.

EQUIPE TÉCNICA

Nayla Motta Campos Libos

Eng. Sanitarista e Ambiental

CREA/SC 90377-1/D | V-PR 110861

Marcelo Gonçalves

Geógrafo | CREA/PR 95232/D

Nariane Marselhe Ribeiro Bernardo

Engenheira Ambiental

Juliana Santos Gianotto

Bacharel em Sistemas de Informação

Deise Beatriz Farias

Gestora de Finanças

Caroline Dutra

Estagiária de Engenharia Ambiental

Hádel Martins

Estagiário de Engenharia Ambiental

Luciana Quevedo Nunes

Arquiteta e Urbanista

CAU A29674-0

Walmir da Silva Matos

Engenheiro Civil | CREA/PR 7646/D

Fabrício Vergara Mota

Arquiteto e Urbanista | CAU A32284-9

Juliana Moralles Louvison Rosa

Pedagoga

Maicol Renato Barbizan da Silva

Arquiteto e Urbanista | CAU A118828-3

Naym Libos

Jornalista e Economista

Thiago Henrique Silva

Estagiário de Engenharia Ambiental

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IV

INDICE GERAL

Volume 1

PLANO DE TRABALHO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL

Volume 2

DIAGNÓSTICO TÉCNICO-PARTICIPATIVO

Volume 3

PROGNÓSTICO E PLANO DE AÇÃO

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V

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 10

2 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ....................................................................................... 12

2.1 HISTÓRICO E INFORMAÇÕES GEOPOLÍTICAS ..................................................................... 14

2.2 ASPECTOS AMBIENTAIS .......................................................................................................... 15

2.2.1 Clima ......................................................................................................................................... 16

2.2.2 Geologia .................................................................................................................................... 16

2.2.3 Geomomorfologia ...................................................................................................................... 18

2.2.4 Pedologia................................................................................................................................... 24

2.2.5 Hidrografia ................................................................................................................................. 27

2.2.6 Vegetação ................................................................................................................................. 29

2.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E CULTURAIS .................................................................. 31

2.3.1 Dinâmica Populacional .............................................................................................................. 31

2.3.2 Cultura ....................................................................................................................................... 35

2.3.3 Saúde ........................................................................................................................................ 36

2.3.4 Educação................................................................................................................................... 40

2.3.5 Economia................................................................................................................................... 42

2.4 INFRAESTRUTURAS E SERVIÇOS .......................................................................................... 45

2.4.1 Pavimentação ............................................................................................................................ 45

2.4.2 Transporte ................................................................................................................................. 45

2.4.3 Energia Elétrica ......................................................................................................................... 46

2.4.4 Sistema de Saneamento Básico ............................................................................................... 46

3 COMPONENTES DO SISTEMA DE SANEAMENTO ............................................................... 47

3.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA .................................................................................................... 48

3.1.1 Companhia de Abastecimento de Águas .................................................................................. 54

3.1.2 Captação ................................................................................................................................... 55

3.1.3 Adução ...................................................................................................................................... 71

3.1.4 Reservação ............................................................................................................................... 75

3.1.5 Qualidade da Água .................................................................................................................... 83

3.1.6 Tratamento de Água .................................................................................................................. 85

3.1.7 Distribuição ................................................................................................................................ 88

3.1.8 Sistemas de Abastecimento de Água ....................................................................................... 91

3.1.9 Consumo ................................................................................................................................. 101

3.1.10 Análise Financeira do Sistema de Abastecimento de Água ................................................... 104

3.1.11 Indicadores de Abastecimento de Água ................................................................................. 108

3.1.12 Análise Crítica do Sistema de Abastecimento de Água .......................................................... 109

3.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO .................................................................................................. 111

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VI

3.2.1 Caracterização do Esgoto Gerado em Guarani ...................................................................... 112

3.2.2 Rede Coletora ......................................................................................................................... 117

3.2.3 Descarte/Lançamento ............................................................................................................. 122

3.2.4 Companhia de Esgotamento Sanitário ................................................................................... 125

3.2.5 Análise Crítica do Sistema ...................................................................................................... 125

3.3 LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................. 127

3.3.1 Classificação dos Resíduos Sólidos ....................................................................................... 128

3.3.2 Resíduos Sólidos Gerados no Município ................................................................................ 130

3.3.3 Limpeza Urbana ...................................................................................................................... 134

3.3.4 Coleta e Transporte ................................................................................................................. 135

3.3.5 Usina de Triagem e Compostagem ........................................................................................ 138

3.3.6 Resíduos de Serviço de Saúde ............................................................................................... 148

3.3.7 Programas e Especiais ........................................................................................................... 152

3.3.8 Companhias Responsáveis pelo Serviço ................................................................................ 153

3.3.9 Indicadores dos Sistemas de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos ................... 153

3.3.10 Análise Financeira do setor de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos ................ 154

3.3.11 Avaliação dos Sistemas de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos ...................... 157

3.3.12 Considerações Finais - setor de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos .............. 158

3.4 DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS ..................................................... 161

3.4.1 Drenagem natural .................................................................................................................... 162

3.4.2 Macrodrenagem ...................................................................................................................... 167

3.4.3 Microdrenagem ....................................................................................................................... 170

3.4.4 Deficiências da drenagem urbana .......................................................................................... 178

3.4.5 Análise Crítica da Drenagem e Manejo das Águas Pluviais ................................................... 183

3.5 CONDIÇÕES INSTITUCIONAIS E ADMINISTRATIVAS .......................................................... 184

3.5.1 Estrutra Administrativa ............................................................................................................ 184

3.5.2 Recursos Humanos ................................................................................................................. 186

3.5.3 Fortalecimento Institucional ..................................................................................................... 187

3.5.4 Geoprocessamento ................................................................................................................. 188

3.5.5 Recursos para Realização de Programas e Ações Previstas ................................................ 190

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO DIAGNÓSTICO .................................................................... 192

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VII

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Localização Regional do Município de Guarani. .............................................................. 13

Figura 2.2 – Geologia do município de Guarani ................................................................................... 17

Figura 2.3 – Hipsometria do município de Guarani............................................................................... 19

Figura 2.4 – Geomorfologia do município de Guarani. ......................................................................... 21

Figura 2.5 – Mapa de Declividade do município de Guarani ................................................................ 23

Figura 2.6 – Mapa de Solos do Município de Guarani .......................................................................... 26

Figura 2.7 – Hidrografia do Município de Guarani. ............................................................................... 28

Figura 2.8 – Mapa de Vegetação do Município de Guarani. ................................................................ 30

Figura 2.9 – Pirâmide Etária do Município de Guarani – MG. .............................................................. 33

Figura 2.10 – Comportamento Crescimento Populacional de Guarani de 1970-2010. ........................ 34

Figura 2.11 – Despesas e Receitas Orçamentárias. ............................................................................ 44

Figura 3.1 – Sistemas de Abastecimento de Água em Guarani. .......................................................... 53

Figura 3.2 – Poço 01. ............................................................................................................................ 57

Figura 3.3 – Córrego São Luís canalizado. ........................................................................................... 57

Figura 3.4 – Poço 02 soterrado. ............................................................................................................ 58

Figura 3.5 – Esgoto a céu aberto próximo ao Poço 02. ........................................................................ 58

Figura 3.6 – Poço 03: Captação............................................................................................................ 59

Figura 3.7 – Poço 03: Tubulação. ......................................................................................................... 59

Figura 3.8 – Poço 04: Lacre. ................................................................................................................. 60

Figura 3.9 – Poço 04 enterrado............................................................................................................. 60

Figura 3.10 – Água do Ladrão de Açude ao lado do Poço 05. ............................................................. 61

Figura 3.11 – Poço 06. .......................................................................................................................... 61

Figura 3.12 – Poço 07. .......................................................................................................................... 62

Figura 3.13 – Córrego São Luís nas proximidades do Poço 07. .......................................................... 62

Figura 3.14 – Poço 08. .......................................................................................................................... 63

Figura 3.15 – Poço 09. .......................................................................................................................... 63

Figura 3.16 – Poço 10. .......................................................................................................................... 64

Figura 3.17 – Poço 11. .......................................................................................................................... 65

Figura 3.18 – Poço 12. .......................................................................................................................... 65

Figura 3.19 – Poço 13. .......................................................................................................................... 66

Figura 3.20 – Poço 14. .......................................................................................................................... 66

Figura 3.21 – Poço 15. .......................................................................................................................... 67

Figura 3.22 – Poço 16. .......................................................................................................................... 67

Figura 3.23 – Poço 17 e Vala de água pluvial. ..................................................................................... 68

Figura 3.24 – Poço 18. .......................................................................................................................... 69

Figura 3.25 – Poço 19. .......................................................................................................................... 69

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VIII

Figura 3.26 – Poço 20. .......................................................................................................................... 70

Figura 3.27 – Poço 21 ........................................................................................................................... 70

Figura 3.28 – Organograma do Sistema de Distribuição de Água ....................................................... 73

Figura 3.29 – Local de instalação da Elevatória de Água Bruta ........................................................... 74

Figura 3.30 – Elevatória de Água Bruta ................................................................................................ 74

Figura 3.31 – Bomba de Água Bruta da Elevatória............................................................................... 75

Figura 3.32 – Reservatório 01 ............................................................................................................... 77

Figura 3.33 – Reservatório 02 ............................................................................................................... 77

Figura 3.34 – Reservatório 03 ............................................................................................................... 78

Figura 3.35 – Reservatório 04 (à dir.) e Reservatório 05 (à esq.) ........................................................ 79

Figura 3.36 – Reservatório 07 ............................................................................................................... 80

Figura 3.37 – Reservatório 08 ............................................................................................................... 80

Figura 3.38 – Reservatório 09 ............................................................................................................... 81

Figura 3.39 – Reservatório 10 ............................................................................................................... 82

Figura 3.40 – Reservatório 11 ............................................................................................................... 82

Figura 3.41 – Mapa da Rede de Distribuição do Município de Guarani. .............................................. 90

Figura 3.42 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 01 ....................................... 91

Figura 3.43 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 02. ...................................... 93

Figura 3.44 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 03 ....................................... 94

Figura 3.45 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 04 ....................................... 95

Figura 3.46 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 05. ...................................... 96

Figura 3.47 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 06. ...................................... 97

Figura 3.48 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 07. ...................................... 99

Figura 3.49 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 08. .................................... 100

Figura 3.50 – Sistema Individual de Tratamento de Efluentes ........................................................... 115

Figura 3.51 – Projeto Água Viva, Fossa Séptica Biodigestora. .......................................................... 115

Figura 3.52 – Matadouro ..................................................................................................................... 117

Figura 3.53 – Rede Coletora de Esgoto do Município de Guarani. .................................................... 118

Figura 3.54 – Obra de Extensão da Rede Coletora de Esgoto. ......................................................... 119

Figura 3.55 – Pontos de Rompimento da Rede de Esgoto de Guarani. ............................................ 121

Figura 3.56 – Pontos de Lançamento de Esgoto Sanitário. ............................................................... 123

Figura 3.57 – Lançamento de Efluente no Córrego do Sossego. ....................................................... 125

Figura 3.58 – Área Contemplada pela de Coleta de Resíduos Sólidos em Guarani .......................... 136

Figura 3.59 – Caminhão utilizado para coleta de resíduo domiciliar em Guarani. ............................. 137

Figura 3.60 – Esteira de Triagem. ....................................................................................................... 139

Figura 3.61 – Sistemas Localizados na Usina de Triagem e Compostagem. .................................... 141

Figura 3.62 – Pátio de Compostagem ................................................................................................ 142

Figura 3.63 – Local de armazenamento temporário dos resíduos vítreos. ........................................ 144

Figura 3.64 – Armazenamento temporário de Resíduos Plásticos e Papelão ................................... 144

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IX

Figura 3.65 – Processo de Prensagem ............................................................................................... 145

Figura 3.66 – Resíduos Recicláveis Prensados ................................................................................. 146

Figura 3.67 – Vala de Rejeito em atividade. ....................................................................................... 147

Figura 3.68 – Exterior do Abrigo de RSSS do Hospital Municipal ...................................................... 150

Figura 3.69 – Interior do Abrigo de RSSS do Hospital Municipal (Teto). ........................................... 150

Figura 3.70 – Interior do Abrigo de RSSS do Hospital Municipal (Piso). ........................................... 151

Figura 3.71 – Acondicionamento dos Resíduos de Serviço de Saúde ............................................... 152

Figura 3.72 – Coleta dos Resíduos de Serviço de Saúde .................................................................. 152

Figura 3.73 – Relação de relevo da rede de drenagem de Guarani ................................................... 166

Figura 3.74 – Perfil transversal do Rio Pomba – Estação Fluviométrica 58730001 ........................... 168

Figura 3.75 – Ocupação do Solo em área suscetível a inundação .................................................... 169

Figura 3.76 – Bacias de drenagem urbana de Guarani. ..................................................................... 173

Figura 3.77 – Uso do Solo nas bacias de drenagem urbana de Guarani. .......................................... 177

Figura 3.78 – Bacias de drenagem urbana de Guarani ...................................................................... 182

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1 INTRODUÇÃO

O saneamento básico consiste num conjunto de serviços, infraestruturas e

instalações operacionais: abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza

urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais

urbanas, sendo diretamente associado ao desenvolvimento sustentável, uma vez

que as funções compreendidas em tal sistema proporcionam melhorias à saúde

pública, às condições socioeconômicas, juntamente à qualidade ambiental.

Tendo a preocupação das diferentes escalas de governo com questões

relacionadas ao saneamento, a Lei Federal nº. 11.445 de 2007 a qual estabelece as

diretrizes nacionais para o saneamento, bem como para a política federal do setor.

Tal legislação condiciona a prestação dos serviços públicos destas áreas à

existência do Plano de Saneamento Básico, o qual deve ser revisto periodicamente.

A Lei de Saneamento Básico, em seu Art. 9° estabelece como

responsabilidade do titular do serviço em formular a respectiva política pública de

saneamento básico, devendo para tanto:

I - elaborar os planos de saneamento básico, nos termos desta Lei; II - prestar diretamente ou autorizar a delegação dos serviços e definir o ente responsável pela sua regulação e fiscalização, bem como os procedimentos de sua atuação; III - adotar parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde pública, inclusive quanto ao volume mínimo per capita de água para abastecimento público, observadas as normas nacionais relativas à potabilidade da água; IV - fixar os direitos e os deveres dos usuários; V - estabelecer mecanismos de controle social, nos termos do inciso IV do caput do art. 3o

desta Lei; VI - estabelecer sistema de informações sobre os serviços, articulado com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento; VII - intervir e retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da entidade reguladora, nos casos e condições previstos em lei e nos documentos contratuais. (Lei Federal n

o 11.445 de 05 de Janeiro de 2007, Capítulo II, Art. 9

o).

Desta forma, verifica-se a necessidade municipal em adotar sua própria

política de saneamento básico adequada, a qual visa atender suas necessidades

sanitárias, promovendo melhor qualidade de vida e meio ambiente, e que sejam

direcionadas às características locais, tendo os princípios da universalidade,

equidade, sustentabilidade, entre outros.

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O planejamento municipal consiste em estabelecer objetivos e metas para

melhor gestão dos recursos locais, embasando-se em estudos detalhados sobre a

temática abordada, para que assim sejam desenvolvidas estratégias, ações e

programas para o cumprimento dos objetivos estabelecidos.

A elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB visa

atender as necessidades sanitárias no âmbito local, considerando as características

e limitações da área, de modo que a definição de objetivos, metas e

desenvolvimento de ações e programas voltados para o cumprimento de tais, sejam

direcionados à realidade do município.

O planejamento é fundamentado por meio da análise de diagnóstico

construído a partir de dados secundários fornecidos pela administração municipal,

estudos, informações coletadas in loco e revisões bibliográficas, consulta a bases

cartográficas e aplicação do geoprocessamento, o que permite a interpretação dos

dados viabilizando o desenvolvimento do diagnóstico, etapa do plano que é

apresentada neste documento.

O conhecimento das características do município, seus aspectos ambientais e

populacionais, além de suas infraestruturas de saneamento básico existentes,

embasam os estudos de planejamento e análise de viabilidade das estratégias e

medidas que virão a compor o plano de ação.

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2 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

O município de Guarani pertence ao Estado de Minas Gerais, esse está

situado a altitude de 440 m, nas coordenadas 21° 21' 07" no Hemisfério Sul e 43° 02'

49" ao Oeste do Meridiano de Greenwich. Inserido na Macrorregião Sudeste do

Brasil, mesorregião Zona da Mata Mineira e microrregião de Ubá, compostas por 17

municípios.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, o território do

município de Guarani possui 264,194 km², com uma densidade demográfica de

32,85 hab./km².

A Figura 2.1 mostra os municípios que compõem a Microrregião de Ub

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Figura 2.1 – Localização Regional do Município de Guarani.

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14

A partir da Figura 2.1, é possível observar os municípios limítrofes de

Guarani: Piraúba, Astolfo Dutra, Rio Novo, Rio Pomba, Descoberto, Tabuleiro.

2.1 HISTÓRICO E INFORMAÇÕES GEOPOLÍTICAS

Entre os anos de 1830 e 1840, alguns sertanistas chegaram e se assentaram

na região onde hoje está localizado o município de Guarani. Isolados entre as

montanhas, os primeiros habitantes dedicaram-se à agricultura e à pecuária. Com a

implantação da estrada de ferro, margeando o rio Pomba, em 1833, o arraial

cresceu e se espalhou ao longo da ferrovia.

O distrito foi criado com a denominação de Espírito Santo do Rio Pomba, pela

Lei Provincial nº 969, de 03-06-1859, e Lei nº 2, de 14-09-1891, subordinado ao

município de Pomba. Após trocar algumas vezes de nome em 1881 o local é

denominado definitivamente Guarani pela Lei Provincial nº 2.848, de 25-10-1881.

Foi elevado à categoria de vila pela Lei estadual nº 556, de 30-08-1911,

desmembrando-se de Pomba e elevado à condição de cidade pela lei estadual nº

893, de 10-09-1925. Pelo Decreto-lei Estadual nº 148, de 17-12-1938, o município

adquiriu parte do território do distrito de Piraúba do município de Pomba e parte do

distrito de Descoberto do município de São João Nepomuceno. Mas por Decreto

Estadual de nº 1.058, de 31-12-1943 parte de seu território é reintegrado ao

município de Pomba. Em divisão de 1-12-1960, o município é constituído como

distrito sede, permanecendo até os dias atuais.

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A Tabela 2.1 apresenta as principais características geopolíticas da cidade de

Guarani.

Tabela 2.1 – Características Geopolíticas

ITEM ESPECIFICAÇÕES

Localização Mesorregional Zona da Mata

Localização Microrregional Ubá

Associação de Municípios Associação Mineira de Municípios - AMM

COORDENADAS MUNICÍPIO

Latitude Norte: 21° 17' 27" S

Latitude Sul: 21° 26' 26" S

Longitude Leste: 42° 55' 27" O

Longitude Oeste: 43° 11' 05” O

LIMITES

Norte: Rio Pomba, Piraúba

Sul: Rio Novo, Descoberto

Leste: Astolfo Dutra

Oeste: Tabuleiro

DADOS GEOGRÁFICOS

Área do Município 1.264,194 km²

População (Censo Demográfico IBGE 2010)

Urbana: 6.872 habitantes

Rural: 1.802 habitantes

Total: 8.674 habitantes

Densidade Demográfica 32,85 hab./km²

Altitude da Sede 440 m

Distância da Capital 276 km

Distância do Aeroporto mais Próximo 72 km

Distância do porto mais Próximo 250 km

2.2 ASPECTOS AMBIENTAIS

Este tópico descreve as características ambientais encontradas no meio físico

do município de Guarani, ressaltando os principais componentes geofísicos que

estão diretamente e indiretamente relacionados ao sistema de saneamento,

qualidade ambiental e de vida no município.

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A seguir serão apresentados os aspectos ambientais da área, detalhando:

clima, geologia, geomorfologia, pedologia, hidrografia e vegetação do município de

Guarani.

2.2.1 CLIMA

Segundo a Classificação Climática de Köppen-Geiger (1948), o município de

Guarani apresenta clima do tipo Aw, caracterizado por ser tropical, com chuvas

predominantes no verão e invernos secos.

O município de Guarani-MG apresenta índice médio pluviométrico anual de

1581 mm de chuva, temperatura média anual de 21◦C, temperatura média máxima

anual de 27,9 ◦C e temperatura média mínima anual de 15,3 ◦C.

2.2.2 GEOLOGIA

A geologia do Município de Guarani é composta por duas unidades aquíferas:

Complexo Juiz de Fora e Complexo Piedade, este é predominante na área.

O Complexo Juiz de Fora (PPjf), formado por rochas ígneas de subclasse

plutônica. Segundo PARH-CAATINGA (2010), o Complexo Juiz de Fora envolve a

Unidade Charnockítica – PPjf(c), composta por granada-biotita opdalito com

clinopiroxênio, charnockítico, charno-opdalito e enderbito; a Unidade Enderbítica,

associada a Gnaisses Archers e, localmente, contendo restos de gnaisses

granulíticos; a Unidade Tonalítica, que possui frequentes intercalações de granulito

máfico, remanescentes locais de ortognaisses do embasamento mesoarqueano.

O Complexo Piedade (PPpi) integra o orógeno mineiro formado por

ortognaisses TTG e graníticos-granodioríticos com frequentes intercalações de

rochas supracrustais (PARH-CAATINGA, 2010).

A distribuição dessas duas formações geológicas presentes no território de

Guarani pode ser visualizada por meio do mapa geológico do município,

apresentado na Figura 2.2.

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Figura 2.2 – Geologia do município de Guarani

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Como pode se observar na Figura 2.2, o Complexo Juiz de Fora é situado na

porção leste de Guarani, e sua área compreendida no limite municipal de Guarani

corresponde a 64.638.165,285 m², representando 24,5% da geologia local. Em

contrapartida, o Complexo Piedade é situado na porção oeste do município,

abrangendo uma área de 199.430.796,346 m², compondo 75,5% da geologia

municipal.

2.2.3 GEOMOMORFOLOGIA

O município de Guarani apresenta altitudes que variam em curvas de nível na

faixa de 270 m até 1600 m. Como pode ser observado no mapa hipsométrico do

município, apresentando na Figura 2.3.

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Figura 2.3 – Hipsometria do município de Guarani.

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Analisando a Figura 2.3, pode se constar que as maiores variações de altitude

se encontram na porção leste do município, a qual tem as cotas mais baixas cotas,

nas faixas de 270 m a 450 m ao norte, e possui elevação nas altitudes à medida que

se avança no sentido sul, onde se verifica altitudes extremas, tendo curvas de nível

de 1600 m. Ao centro do município são verificadas altitudes medianas, variando em

curvas de nível entre 310 m a 650 m. A porção oeste do município também possui

hipsometria mediana, porém numa faixa de variação menor, de contas entre 410 m a

650 m.

A geomorfologia encontrada na área de Guarani é, basicamente, diferenciada

em três tipologias: Colinas Médias, Mar de Morros e Serras, como apresentado na

Figura 2.4.

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Figura 2.4 – Geomorfologia do município de Guarani.

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Por meio da Figura 2.4 nota-se a predominância do relevo caracterizado por

colinas médias, tipologia encontrada inclusive no perímetro urbano do município. A

porção do relevo formada por mar de morros localiza-se ao oeste do município e

apresenta maiores altitudes em relação às colinas médias. Já as serras, localizam

numa porção ao norte e em outra porção ao leste do território de Guarani, e

caracterizam as altitudes mais elevadas do relevo local.

Em relação à declividade de Guarani, verifica-se uma variação de 3% (plano)

à declividade montanhosa, com índice superior a 45%. Como apresentado no mapa

de declividade do município (Figura 2.5).

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Figura 2.5 – Mapa de Declividade do município de Guarani

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Como se pode observar na Figura 2.5, as variações de declividade são bem

distribuídas em todo o território de Guarani, constando-se que as declividades mais

elevadas são verificadas na porção leste do município, onde são verificadas maiores

variações hipsométricas, num menor gradiente territorial (de norte para sul). A área

urbana de Guarani, situada na porção central do território municipal, dispõe de

características mais aplainadas, com a predominância de declividades na faixa de

3% - 24%.

2.2.4 PEDOLOGIA

2.2.4.1 CAMBISSOLO

Os cambissolos são formados por material mineral, com horizonte B. Estes

solos são muito variáveis conforme a localização, em vista heterogeneidade do

material de origem, das formas de relevo e das condições climáticas, as

características destes solos variam muito de um local para outro. Sendo variável na

drenagem, profundidade e saturação. Apresenta coloração bruna a bruna-

amarelada, atividade química de fração coloidal. Os cambissolos, geralmente,

apresentam teores médios de argila (EMBRAPA, 2013).

2.2.4.2 LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO

Os latossolos são muito evoluídos, apresentando elevado estágio de

intemperização. Nesta tipologia, o horizonte B é bem espesso, e se apresenta

imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte superficial, com a exceção do H

hístico. Sua coloração é avermelhada, devido à predominância das argilas do tipo

caulinita, cujas partículas são revestidas de oxido de ferro.

Segundo a Embrapa (2013) os latossolos são solos de baixa capacidade de

troca de cátions, virtualmente destituídos de minerais primários ou secundários,

menos resistentes aos intemperismo, e geralmente apresentam variante entre forte à

boa. Para os latossolos são definidas sete diferentes classes, diferenciadas com

base na combinação de características com teor de Fe2O3, cor do solo e relação Ki

(SiO2/Al2O3).

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2.2.4.3 PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO

Constitui a classe dos solos minerais, não-hidromórficos, com horizonte A ou

E (horizonte de perda de argila, ferro ou matéria orgânica, de coloração clara)

seguido de horizonte B textural, com nítida diferença entre os horizontes.

Apresentam horizonte B de cor avermelhada até amarelada e teores de óxidos de

ferro inferiores a 15%. Os solos podzólicos, também conhecidos como argissolos,

podem ser eutróficos, distróficos ou álicos, apresentam profundidades variadas e

ampla variabilidade de classes texturais (EMBRAPA, 2013).

Os tipos de solo encontrados no território do município de Guarani são:

cambissolo, latossolo vermelho-amarelo e podzóico vermelho-amarelo.

A proporção de cada classe de solo presente no município de Guarani pode

ser observada na Tabela 2.2.

Tabela 2.2 – Classes de Solos em Guarani

Classe Área de abrangência dos solos

(m²) Área em

%

Cambissolo (CXd76) 29.048,93 9.5%

Latossolo Vermelho – Amarelo (LVAd4)

142.978,32 46.6%

Latossolo Vermelho Amarelo (LVAd20)

58.768,45 19.2%

Podzólico Vermelho Amarelo (PVAe2) 75.966,43 24.8%

TOTAL 306.762,14 100%

A distribuição espacial das classes de solo apresentada na Tabela 2.2, pode

ser visualizada no mapa da pedologia do município de Guarani, apresentado na

Figura 2.6.

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Figura 2.6 – Mapa de Solos do Município de Guarani

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A Figura 2.6 apresenta a disposição dos tipos de solo na área do município,

sendo que do território total de Guarani: 16,77% correspondem à classe dos

cambissolos; 79,66% correspondem à classe dos latossolos vermelhos amarelos e

3,57% correspondem à classe dos podzóicos vermelhos amarelos.

2.2.5 HIDROGRAFIA

O município de Guarani está situado na região de Minas Gerais que se

encontra inserido na Bacia do Rio Paraíba do Sul, a qual apresenta área 56.500

Km², formada por extensões territoriais dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro

e São Paulo.

A rede de drenagem de Guarani é, predominantemente, composta pela Sub-

Bacia do Rio Pomba, cujo principal afluente local é o Rio Torneiros.

As linhas hidrográficas e delimitação das subbacias no município podem ser

visualizadas na Figura 2.7.

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Figura 2.7 – Hidrografia do Município de Guarani.

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Ao analisar a Figura 2.7, pode-se verificar que o território do município de

Guarani possui 15 subbacias, sendo que dessas, 5 estão localizadas na área

contemplada pelo perímetro urbano, o qual se distribui entre: Subbacia do Córrego

do Bom Sucesso, Subbacia do Rio Pomba, Subbacia do Córrego São Luís,

Subbacia do Córrego Três Vendas e Subbacia do Ribeirão Pirapetinga.

A Tabela 2.3 nomes das subbacias presentes em Guarani, e suas respectivas

áreas de abrangência no município.

Tabela 2.3 – Subbacias de Guarani

Subbacia Área (m²)

Córrego São Matias 12.763.146,31

Córrego Monte Alvene 19.775.285,51

Ribeirão Pirapetinga 16.116.727,47

Córrego Três Vendas 6.958.465,12

Córrego Serrinha 4.777.242,33

Córrego Bom Sucesso 7.131.708,04

Ribeirão dos Torneiros 52.602.644,29

Córrego Fundo 9.461.844,44

Córrego Passa Cinco de Cima 30.059.775,87

Córrego São Luís 9.509.383,94

Córrego Carôngola 7.831.881,87

Córrego Vista Alegre 6.821.941,72

Córrego da Serra 5677.162,35

Córrego Vargem do Sultano 7.364.572,71

Rio Pomba 67.400.232,86

2.2.6 VEGETAÇÃO

O município de Guarani está inserido na Zona da Mata Mineira, originalmente

dominada pela cobertura vegetal da Mata Atlântica, a qual abriga grande parte da

biodiversidade brasileira, mesmo estando em estado muito reduzido e fragmentado.

Na área que abrange o município de Guarani, verificam-se tipos de vegetação

característicos de Florestas Estacionais Semideciduais e Florestas Ombrófilas

Densas, como apresentado na Figura 2.8.

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Figura 2.8 – Mapa de Vegetação do Município de Guarani.

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As Florestas da classe Subcaducifólia ou Estacional Semidecidual são

caracterizadas por apresentarem dupla estacionalidade climática: uma tropical, com

época de intensas chuvas de verão seguidas por estiagens acentuadas; e outra

subtropical, sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio

de inverno, com temperaturas médias inferiores a 15°C (VELOSO et al., 1991; IBGE,

1992).

As Florestas Ombrófilas Densas as quais constituem uma formação

concentrada, alta (20 a 30 m), rica em espécies vegetais. Ocorre, principalmente, em

solos como Latossolos e Argissolos, ambos Amarelos e Vermelho–Amarelos,

normalmente com baixa fertilidade natural.

A ocupação e uso das terras em toda a Mata Sul, especialmente com a

cultura da cana-de-açúcar, causou a devastação de grande parte da Floresta

Ombrófila Densa, no Brasil. Atualmente, restam apenas algumas áreas com

remanescentes, onde as culturas não necessitam de irrigação complementar, e são

caracterizadas por aparecerem sempre verdes (ARAUJO FILHO, 2009).

2.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E CULTURAIS

Este item descreve as características dos setores que integram o aspecto

socioeconômico do município: saúde, educação, economia e segurança, bem como

os aspectos que compõem a cultura do município, como tradições, costumes e

expressões sociais.

Em um município, o principal indicador de desenvolvimento socioeconômico é

o Índice de Desenvolvimento Municipal – IDH-M o qual consiste na média

geométrica dos índices de: Renda, Educação e Longevidade, verificados no

município, atribuindo-se pesos iguais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística - IBGE (2010), o município de Guarani apresenta um IDH-M de 0,677.

2.3.1 DINÂMICA POPULACIONAL

Segundo os cinco últimos censos realizados a população da cidade de

Guarani distribuiu-se de acordo com as informações da Tabela 2.4.

Tabela 2.4 – População Residente por Domicílio em Guarani – MG

População residente por sexo, situação e grupos de idade - Amostra - Características Gerais

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da População

Variável = População residente (Pessoas)

Sexo = Total

Grupos de idade = Total

Brasil e Município

Situação de domicílio

Ano

1970 1980 1991 2000 2010

Brasil

Total 93.134.846 119.011.052 146.825.475 169.872.856 190.755.80

8

Urbana 52.097.260 80.437.327 110.990.990 137.925.238 160.934.64

9

Rural 41.037.586 38.573.725 35.834.485 31.947.618 29.821.159

Guarani – MG

Total 10.063 7.884 8.046 8.520 8.674

Urbana 3.956 4.041 5.094 5.847 6.872

Rural 6.107 3.843 2.952 2.673 1.802

Fonte: Modificado IBGE, 2010.

Como pode ser observado, a partir da década de setenta, iniciou-se um

processo de êxodo rural no município, seguindo a tendência do restante do país. Em

meados dos anos oitenta pode-se observar que a população rural já era menor que

a população urbana e que no início dos anos noventa 63,31% da população de

Guarani residia na cidade. De acordo com os últimos dados, o cenário atual do

munícipio de Guarani conta com uma densidade demográfica igual a 32,85

hab./Km², distribuída da seguinte maneira: 79,23% da população residindo na cidade

e 20,77% residindo em áreas rurais.

A Tabela 2.5, desenvolvida pelo IBGE, fornece a atual distribuição da

população de acordo com a quantidade de residências do município.

Tabela 2.5 – Distribuição Domiciliar de Guarani – MG

Domicílios particulares ocupados

Domicílios particulares

não-ocupados fechados

Domicílios particulares

não-ocupados de uso ocasional

Domicílios particulares

não ocupados

vagos

Total de Domicílios

particulares

Total de domicílios

de uso coletivo

Total de domicílios coletivos

com morador

Total de domicílios coletivos

sem morador

2.662 0 311 374 3.347 6 5 1

Fonte: Modificado IBGE, 2010.

Analisando os dados da Tabela 2.5, o município de Guarani possui 3.358

domicílios ocupados, o que resulta em uma média de aproximadamente três

pessoas por habitação. Outro fator relevante é o índice de domicílios não ocupados

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e os não-ocupados de uso ocasional, valor que corresponde a 20,46% das

residências do município.

Para que se possa avaliar comparativamente, a Figura 2.9 expressa os

diferentes grupos etários do município de Guarani e do Brasil.

Figura 2.9 – Pirâmide Etária do Município de Guarani – MG. Fonte: Modificado IBGE, 2010

.

Pode-se observar que Guarani segue as tendências nacionais,

caracterizando-se por comportar uma população majoritariamente jovem, com

disposição ao envelhecimento. Porém, diferentemente da convergência nacional, há

um leve afunilamento referente à população jovem economicamente ativa, idade

entre 26 e 44 anos.

2.3.1.1 ESTUDO POPULACIONAL

Como o Plano de Saneamento elaborado para o município de Guarani deve

ser efetivo ao longo do horizonte de projeto de 20 anos, é necessário realizar um

estudo populacional a fim de se obter uma estimativa consistente de como a

população do município crescerá no decorrer destes anos, e qual será a população

ao fim desse período, uma vez que as ações elaboradas no PMSB devem atender

as demandas futuras.

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Para o cálculo da Projeção Populacional, utilizaram-se, como base, os dados

censitários registrados no IBGE, verificando a quantidade de habitantes residentes

em todo o município, e como se distribuem entre as áreas: urbana e rural, como

apresentado na Tabela 2.6.

Tabela 2.6 – População Residente no Município de Guarani

Situação do domicílio

Ano

1970 1980 1991 2000 2010

Total de habitantes

10.063 7.884 8.046 8.520 8.674

Total de Habitantes da Área Urbana

3.956 4.041 5.094 5.847 6.872

Total de Habitantes da Área Rural

6.107 3.843 2.952 2.673 1.802

Fonte: IBGE.

Assim, utilizando o Software Excel, construiu-se um gráfico do crescimento

populacional do município, o que permite melhor visualização do crescimento

populacional do município ao longo das últimas cinco décadas.

Figura 2.10 – Comportamento Crescimento Populacional de Guarani de 1970-2010.

A partir da Figura 2.1, verifica-se que população total residente no município

de Guarani foi decrescente nas décadas de 70 e 80, voltando a ter crescimento

positivo na década de 90, alcançando uma população total de 8.764 habitantes em

2010. O crescimento da população total ao longo dessas décadas é composto pelo

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

1970 1980 1991 2000 2010

Po

pu

laçã

o (

hab

)

Período (Anos)

Total Urbana Rural

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crescimento da população total, predominantemente positivo e mais acentuado a

partir da década de 90, simultâneo ao comportamento de decréscimo predominante

da população rural.

Para estimar a população de projeto, para 20 anos após a data de elaboração

do PMSB, utilizou-se o método aritmético e a linha de tendência para definição da

taxa de crescimento populacional, obtendo-se a projeção apresentada na Tabela

2.7.

Tabela 2.7 – Projeção Populacional

Ano População

2014 8.833

2015 8.864

2016 8.896

2017 8.928

2018 8.959

2019 8.991

2020 9.023

2021 9.056

2022 9.088

2023 9.121

2024 9.153

2025 9.186

2026 9.219

2027 9.252

2028 9.286

2029 9.319

2030 9.353

2031 9.386

2032 9.420

2033 9.454

Por meio da Tabela 2.7, pode-se verificar que a população de projeto

estimada é de 9.454 habitantes. Desta forma, toda a concepção e medidas

referentes ao PMSB devem ser fundamentadas para o atendimento da população

futura.

2.3.2 CULTURA

O município de Guarani presa pelo desenvolvimento de atividades culturais e

a preservação de seus patrimônios. Em vista disso, a Diretoria de Cultura e Turismo

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da Prefeitura Municipal de Guarani, em parceria com a Secretaria de Educação,

iniciou no ano de 2013 a execução do Projeto de Educação Patrimonial – Projeto

Educar. O Projeto tem por objetivo orientar alunos de escolas públicas sobre os

patrimônios culturais da cidade e a importância de sua preservação.

As obras de valor arquitetônico e cultural do município são: a antiga estação

ferroviária, o Clube dos Repentinos, a Escola Municipal Francisco Peixoto e as

Pontes Ibrahim Abi Akel e Raul Soares. Todos estes empreendimentos são

patrimônios tombados e protegidos por decretos municipais.

É relevante destacar outros locais guaranienses de importância cultural: a

Igreja Matriz Divino Espírito Santo, o Clube dos Repentinos, a Praça Antônio Carlos,

a Biblioteca Municipal, o Teatro de Câmara e o Espaço Cultural César Ornellas.

O teatro, fundado em 1983, é conhecido pela diversidade e periodicidade de

suas peças teatrais. Esta é a única referência de produção teatral da cidade e da

microrregião. Além das peças, o espaço é disponibilizado para outros eventos

culturais.

No Espaço Cultural Ornellas ocorre o concurso anual de estandartes. Este

concurso, cuja nona edição foi realizada em 2013, consiste no incentivo à produção

de estandartes artísticos com o intuito de preservar a expressão da religiosidade

popular local.

A dimensão musical da cidade é representada pela Lira Guaraniense Oscar

de Oliveira Filho, formada em 1980, e assim denominada em homenagem ao pai de

seu fundador, que possuía o mesmo nome.

Dentre os eventos sociais de Guarani estão: o carnaval guaraniense e seu

Bloco do Falecido, considerado um dos melhores carnavais do interior de Minas

Gerais e, a Exposição Agropecuária de Guarani que ocorre simultaneamente com o

Concurso Leiteiro. Este concurso, iniciado em 1976, garante a representatividade

econômica da região, uma vez que a cultura pecuária é um ramo econômico forte da

cidade.

2.3.3 SAÚDE

Os indicadores socioeconômicos que expressam as condições de saúde no

município são parâmetros utilizados internacionalmente. Esses têm o objetivo de

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avaliar, sob o ponto de vista sanitário, a higidez de agregados humanos, bem como

fornecer subsídios aos planejamentos de saúde, permitindo o acompanhamento das

flutuações e tendências históricas do padrão sanitário de diferentes coletividades

consideradas à mesma época ou da mesma coletividade em diversos períodos de

tempo (ROUQUAYROL, 1993).

Segundo o Ministério da Saúde (2013), a mensuração do estado da saúde da

população, iniciou-se com os registros sistemáticos de dados de sobrevivência e

mortalidade, como índices e taxas de natalidade, mortalidade e esperança de vida.

A partir dos avanços decorrentes nos sistemas de informações, bem no

controle de doenças infecciosas, houve também o progresso nos registros de dados

sobre saúde pública, resultando na maior disponibilidade de informações como:

quadros epidemiológicos, falecimentos por determinados tipos de doenças e estado

de nutricional da população (principalmente infantil).

A Tabela 2.8 apresenta os valores verificados para os índices

socioeconômicos de saúde relacionados à sobrevivência e mortalidade no município

de Guarani-MG.

Tabela 2.8 – Índices Socioeconômicos que expressam Saúde em Guarani - MG

Índice Descrição Valor Unidade

Esperança de Vida

Número médio de anos que as pessoas deverão viver a partir do nascimento, se

permanecerem constantes ao longo da vida o nível e o padrão de mortalidade por idade

prevalecentes no ano do Censo.

67,88 Anos

Fecundidade Total Número médio de filhos que uma mulher

deverá ter ao terminar o período reprodutivo (15 a 49 anos de idade).

2,66 Indivíduos

Natalidade Número de indivíduos nascidos vivos 112 Indivíduos

Mortalidade Infantil (até 1 ano de idade)

Número de crianças que não deverão sobreviver ao primeiro ano de vida em cada

1000 crianças nascidas vivas. 29,88 Indivíduos

Mortalidade Infantil (até 5 anos de idade)

Probabilidade de morrer entre o nascimento e a idade exata de 5 anos, por 1000

crianças nascidas vivas. 39,27

(1/1000) Indivíduo

Longevidade (IDHM-L)

Índice da dimensão Longevidade que é um dos 3 componentes do IDHM. É obtido a partir do indicador Esperança de vida ao

nascer, através da fórmula: [(valor observado do indicador) - (valor mínimo)] / [(valor máximo) - (valor mínimo)], onde os

valores mínimo e máximo são 25 e 85 anos, respectivamente.

0,715 -

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A ausência de saneamento básico adequado agrava na disseminação de

inúmeras doenças, estas são transmitidas pelo contato ou ingestão de água

contaminada, contato da pele com o solo e resíduos contaminados.

Problemas sanitários como presença de esgoto, água parada, resíduos

sólidos, rios poluídos e outros problemas também contribuem para o aparecimento

de insetos e parasitas que podem transmitir doenças.

As doenças causadas por saneamento básico inadequado são,

frequentemente, caracterizadas por gerarem problemas no sistema digestivo, ou

serem infecciosas e/ou parasitárias, como: amebíase, ancilostomíase, ascaridíase,

cisticercose, cólera, dengue, diarreia, desinterias, elefantíase, esquistossomose,

febre amarela, febre paratifóide, febre tifóide, giardíase, hepatite, infecções na pele e

nos olhos, leptospirose, malária, poliomielite, teníase e tricuríase.

Segundo os dados sobre morbidades hospitalares registrados pelo

DATASUS, no município de Guarani, em 2012 foram registrados quatro óbitos em

leito hospitalar devido a doenças infecciosas e parasitárias.

Ainda segundo dados divulgados no DATASUS, para o período de janeiro a

agosto de 2013, foram registrados 394 casos de morbidade hospitalar, sendo que

destes 8 casos foram de diarreia e gastroenterite, 15 casos de doenças bacterianas

e 2 casos de doenças dermatológicas (doenças possivelmente relacionadas à

questão hídrica). Tais informações são provenientes do site do DATASUS, uma vez

que não foram compilados os registros existentes dos atendimentos e das

internações hospitalares dos estabelecimentos de saúde pública do município.

2.3.3.1 SISTEMAS DE SAÚDE

De acordo com os dados do DATASUS, a infraestrutura de saúde de Guarani

conta com três unidades básicas de saúde (UBS) onde são exercidas atividades do

Programa Saúde Família (PSF1, PSF2 e PSF3), um Centro Municipal de Saúde,

seis consultórios particulares e um único hospital. Além destes existe os pontos de

apoio: sete localizados na zona rural e dois nos bairros da cidade (cujo atendimento

é realizado pelos mesmos funcionários atendentes do PSF).

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Há uma farmácia de gestão municipal, com finalidade de prestar assistência

farmacêutica no âmbito de sistema público de saúde e funciona diariamente até às

15 horas, e uma unidade de atendimento de prótese dentária cuja administração é

auxiliada pelo município e o serviço prestado é feito conjuntamente com o

atendimento do PSF 3.

São 14 funcionários para o PSF1, 9 para o PSF2 e 17 para o PSF3. No PSF3

onde são disponibilizados serviços de saúde bucal, destes 17 funcionários, apenas 3

atuam no setor odontológico.

O Hospital Municipal de Guarani é filantrópico e possui 33 leitos, sendo 30

para atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e 3 para atendimento particular

(convênios ou outro). O Centro municipal possui 14 funcionários, enquanto na

Farmácia Municipal são três funcionários.

Exceto o Hospital que tem em sua infraestrutura leitos de internação e realiza

o atendimento médico: ambulatorial, de internação, SADT e de Urgência, os outros

estabelecimentos realizam apenas atendimento ambulatorial e não dispõe de leitos

para atendimentos.

Referente à infraestrutura, a cidade possui quatro ambulâncias (dois para

viagens, um para atendimento de urgências e um se encontra no conserto), mas

nenhuma destas é UTI móvel. Em caso de necessidade, a secretaria de saúde de

Guarani faz requisição de uma UTI móvel para os municípios do Rio Pomba ou Ubá,

o que acarreta custos para a prefeitura, além da delonga de aproximadamente de 40

minutos para o atendimento.

No total, são 18 agentes de saúde, atendendo a área urbana e rural, e apenas

um veículo para realização do transporte. Este veículo é utilizado para logística de

pessoas enfermas que não tenham condição social para realizar o deslocamento

para os atendimentos de saúde.

O nível máximo de atenção existente no sistema de saúde da cidade é

ambulatorial de média complexidade, ou hospitalar de médica complexidade.

Quando ocorre algum caso hospitalar de alta complexidade (AVC, infartos, quedas),

os pacientes são encaminhados para Ubá ou Juiz de Fora, com o uso de

ambulâncias ou UTI móveis de municípios vizinhos.

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Além da busca ativa realizada pelos agentes de saúde, existe ainda o Núcleo

de Atendimento à Saúde da Família (NASF) composto por educador físico,

nutricionista, fisioterapeuta e psicólogo. Este núcleo visa o desenvolvimento de

projetos junto a comunidade programas específicos para gestantes, para diabéticos

e hipertensos (Grupo Hiperdia), fumantes e para atendimento geral (Grupo Bem

Estar).

É importante destacar que, todos os estabelecimentos de saúde realizam

igualmente a coleta e armazenamento dos resíduos sólidos de saúde gerados.

Posteriormente tais resíduos são encaminhados para um abrigo localizado na área

de disposição final dos resíduos sólidos, onde estes são recolhidos pela SERQUIP

(empresa privada que coleta e trata os resíduos sólidos de saúde conforme

legislação ambiental vigente).

2.3.4 EDUCAÇÃO

De acordo com os dados divulgados no Censo 2010, 83% da população de

Guarani é alfabetizada. Entretanto, a taxa de analfabetismo do município, conforme

a faixa etária, é maior que a média nacional para adolescentes (18 anos ou mais) e

adultos (25 anos ou mais), como pode ser visualizada na Tabela 2.9.

Tabela 2.9 – Taxa de analfabetismo por faixa etária em 2010

Período 11 a 14 anos

15 anos ou mais

15 a 17 anos

18 anos ou mais

18 a 24 anos

25 anos ou mais

25 a 29 anos

Brasil 3.24 9.61 2.2 10.19 2.61 11.82 3.96

Guarani (MG) 2.61 11.74 1.46 12.5 3.18 14.23 2.99

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano (2013)

Os dados do último censo escolar, realizado em 2012 pelo IBGE, registraram

1.688 matrículas na rede de ensino de Guarani. Na educação infantil, estudam 243

alunos, enquanto no ensino fundamental são 1.056 matrículas. Para o Ensino Médio

estão matriculados 253 alunos, e para o Ensino de Jovens e Adultos (EJA)

Presencial são 136 alunos.

A Tabela 2.10 descreve a distribuição das matrículas conforme o tipo de

instituição e regime de estudo (integral ou parcial).

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Tabela 2.10 – Distribuição das matrículas do município de Guarani Ensino Regular EJA

Educação Infantil Ensino Fundamental

Médio

EJA Presencial

Creche Pré-

escola Anos

Iniciais Anos Finais

Fundamental Médio

Regime de

estudo Integral Parcial Parcial Parcial Parcial Parcial Parcial

Estadual Urbana

0 0 0 461 253 65 54

Estadual Rural

0 0 0 0 0 0 0

Municipal Urbana

65 178 595 0 0 17 0

Municipal Rural

0 0 0 0 0 0 0

Estadual e

Municipal 65 178 595 461 253 82 54

Fonte: Censo Escolar, 2010.

A cidade ainda atende 18 alunos de Educação Especial, distribuídos da

seguinte forma: 13 alunos de ensino fundamental (anos iniciais) em escola municipal

urbana, 4 alunos de ensino fundamental (anos finais) em escola estadual urbana e 1

aluno de EJA Presencial em escola municipal urbana.

2.3.4.1 SISTEMAS DE EDUCAÇÃO

Todos os estabelecimentos de ensino do município de Guarani estão situados

na zona urbana. A Tabela 2.11 descreve a dependência administrativa das escolas

segundo informações da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais.

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Tabela 2.11 – Instituições de Ensino de Guarani

Instituição Dependência administrativa

E.E. Professor Alberto Pacheco Estadual

E.E. José Alvarez Filho Estadual

E.M. Francisco Peixoto Municipal

E.M. Ministro Odilon Braga Municipal

E.M. de Guarani Municipal

Creche Municipal Maria Dias Costa Municipal

Centro Municipal de Educação Infantil Municipal

APAE Centro Educacional Sagrada Família Filantrópica

Escola Jardim De Infância Sementinha Privada

Global English Course Privada

Fonte: Secretaria de Educação Municipal de Guarani, 2013.

2.3.5 ECONOMIA

A economia do município de Guarani é diversificada, com destaque às

culturas comerciais, de subsistência, pecuária e indústrias.

OCUPAÇÃO

A Tabela 2.12 apresenta as porcentagens de ocupação no mercado de

trabalho, considerando o nível de escolaridade dos habitantes maiores de 18 anos.

Tabela 2.12 – Ocupação no Mercado de Trabalho e Nível de Escolaridade

Porcentagem dos ocupados conforme o nível de escolaridade

Ensino Fundamental Completo 45,04%

Ensino Médio Completo 31,38%

Ensino Superior Completo 0,68%

Através da Tabela 2.12, pode-se observar que à medida que aumenta o nível

de escolaridade, diminui a proporção de ocupação no mercado de trabalho. Ou seja,

a classe de guaranienses com ensino fundamental completo é a que tem maior

porcentagem de empregados, enquanto a classe que abrange os habitantes com

ensino superior completo é a que tem menor porcentagem de empregados no

município.

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POBREZA

Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a

R$ 140,00 mensais, calculados até agosto de 2010. O universo de indivíduos é

limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes.

Tabela 2.13 – Proporção da Pobreza em Guarani-MG de 1991-2010

Ano % Pobres

1991 52,81

2000 28,79

2010 12,13

Índice de Theil

A proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a

R$ 140,00 mensais, em Guarani, foi de 12,19% em 2010. Fazendo a razão entre o

somatório da renda de todos os indivíduos residentes em domicílios particulares

permanentes e o número total desses indivíduos, a média de renda da população é

de R$ 568,74 por habitante em 2010 (ATLAS, 2013).

Deste modo, para ter dimensão da distribuição de renda e medir a

desigualdade econômica do município, utilizou-se o Índice de Theil que de acordo

com a definição, mede a desigualdade na distribuição de indivíduos segundo a

renda domiciliar per capita, excluindo aquele com renda domiciliar nula. Segundo

Atlas (2013), verificou-se que no registro mais recente, 2010, Guarani apresentou

um índice de 0,43. Já a média calculada do índice de Theil para os municípios de

Minas Gerais foi de 0,41, ou seja, o município de Guarani aponta uma distribuição

de renda muito próxima à média estadual observada neste mesmo ano.

RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS

O munícipio de Guarani, de acordo com os dados do IBGE (2013), apresenta

os seguintes valores orçamentários (Figura 2.11).

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Figura 2.11 – Despesas e Receitas Orçamentárias. Fonte: Modificado IBGE, 2013.

Guarani apresenta uma receita de R$ 12.464.951,65 e despesas de R$

10.411.202,75, o que gera um superávit de R$ 2.053.748,9. Porém, de acordo com

os dados demográficos mais recentes do IBGE, a população de Guarani diminuiu,

fator que certamente acarretará em balanços menos favoráveis ao município.

O Produto Interno Bruto é um índice que tem por objetivo medir a soma das

importâncias geradas, em valores monetários, de todos os bens de serviços finais de

determinada região.

Abaixo, na Tabela 2.14, segue a distribuição do PIB por setor econômico,

comparando os valores verificados para o município de Guarani com a média

estadual de Minas Gerais.

Tabela 2.14 – PIB por Setor Econômico

SETORES PIB (em R$)

Guarani Minas Gerais

Agropecuária 13.561 15.568.048

Indústrias 25.820 54.306.183

Serviços 40.941 97.398.820

Fonte: Modificado IBGE, 2013.

9.000.000,00

9.500.000,00

10.000.000,00

10.500.000,00

11.000.000,00

11.500.000,00

12.000.000,00

12.500.000,00

13.000.000,00

Receitas Despesas

Receitas e despesas orçamentárias - Guarani

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ATIVIDADES ECONÔMICAS

O setor agropecuário do município de Guarani, representa 16,88% do PIB

municipal em relação aos outros setores, valor superior ao do estado de Minas

Gerais, onde o setor agropecuário representa apenas 9,37%. O setor industrial

representa 32,15% do PIB de Guarani, muito próximo a média mineira, que

apresenta 32,47%. Porém, o setor de serviços apresenta índices de econômicos

inferiores ao do restante do estado, a área de serviços do estado representa 58,16%

do PIB, enquanto que a do município de Guarani apresenta 50,97%. Esses dados

expõem a importância do setor agropecuário na cidade Guarani ao compara-lo com

o de Minas Gerais.

Dentre os setores industriais, destaca-se a indústria de embalagens, Guarani

Embalagens e as Cooperativas de Leite, ressaltando que a produção de leite de

Guarani é muito expressiva tanto em sua região.

2.4 INFRAESTRUTURAS E SERVIÇOS

Este item descreve o conjunto de infraestruturas e serviços que atendem a

população de Guarani, sendo distribuído entre: pavimentação, transporte energia

elétrica e saneamento básico.

2.4.1 PAVIMENTAÇÃO

As vias de Guarani são predominantemente pavimentadas na área central do

perímetro urbano. À medida que as áreas se distanciam do centro do setor urbano, e

passam a constituir zonas mais periféricas, verifica-se maior carência de

pavimentação. As áreas situadas no setor rural, geralmente, não apresentam

pavimentação.

2.4.2 TRANSPORTE

Em relação à área de transporte, segundo o endereço eletrônico do

município, Guarani conta apenas com transporte intermunicipal realizado por quatro

empresas. Juntas são responsáveis por transportar a população guaraniense a oito

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diferentes municípios, alguns da região e outros polos maiores, como por exemplo,

Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.

2.4.3 ENERGIA ELÉTRICA

A energia elétrica de Guarani-MG é gerada em hidrelétricas administradas

pela Brookfield, uma das maiores produtoras independentes de energia da América

Sul, que em Guarani, também atua no desenvolvendo um projeto para instalação de

tanques sépticos para tratar os efluentes gerados na área rural.

A energia gerada pela Brookfield é distribuída no município de Guarani pelo

Grupo Energisa, o qual oferece serviços de geração, transmissão e distribuição de

energia em diferentes regiões dos Estados do Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste

brasileiro.

2.4.4 SISTEMA DE SANEAMENTO BÁSICO

O município de Guarani-MG conta com o Serviço Autônomo de Água e

Esgoto - SAEG, o qual é responsável pela captação e distribuição de água para o

abastecimento urbano, bem como a coleta de esgoto domiciliar.

Os demais serviços que compõem o sistema de saneamento básico, no

município, são realizados pela Prefeitura de Guarani-MG, a qual se responsabiliza

pela limpeza urbana e coleta de lixo.

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3 COMPONENTES DO SISTEMA DE SANEAMENTO

O sistema de saneamento básico é composto por quatro eixos:

Abastecimento de Água, Esgoto Sanitário; Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos

Sólidos; e Drenagem de Águas Pluviais. Além disto, também é imprescindível

considerar a esfera gestora de todos estes serviços, sendo este um setor

administrativo que o presente trabalho denomina como setor Político-Administrativo,

sendo este muitas vezes o responsável por buscar recursos financeiros e

administrativos, além de realizar investimentos para melhoria nos quatro setores do

saneamento. Portanto, está diretamente ligado à qualidade dos serviços prestados

ao município de Guarani.

Embora tais setores devam funcionar de forma integrada para que haja

eficiência do sistema de saneamento como um todo, cada componente apresenta

suas características específicas em relação ao gerenciamento e às infraestruturas

requeridas para seu funcionamento.

Os itens apresentados na sequência descrevem a situação atual dos quatro

setores de saneamento básico, no município de Guarani, relatando as

infraestruturas, operação e eficiência dos serviços sanitários presentes na área.

As informações descritas no Diagnóstico referentes aos componentes do

sistema de saneamento são dados secundários advindos das pesquisas

bibliográficas em instituições federais, organizações não governamentais e outras

referências bibliográficas, bem como informações referentes coletadas e registradas

durante a realização das visitas técnicas, reuniões comunitárias e outras discussões

com a comunidade do município de Guarani.

Para cada componente do sistema, descreveram-se também os indicadores,

a fim de se avaliar o desempenho do sistema. A adoção de um sistema de

indicadores permite enfoque em índices expressivos, monitoramento setorial e

integrado, além de otimizar a avaliação qualitativa e quantitativa em curto, médio e

longo prazo.

Assim, após a apresentação da situação atual dos setores de saneamento

básico em Guarani, junto aos seus respectivos indicadores, bem como uma

apresentação das condições institucionais e Administrativas, este diagnóstico

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apresenta a avaliação e análise de crítica sobre a realização de tais serviços na

cidade, e o modo que esses vêm sendo gerenciados.

3.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O sistema de abastecimento público de água consiste no conjunto de obras,

instalações e serviços, destinados a produzir e distribuir água a uma comunidade,

em quantidade e qualidade compatíveis as necessidades da população, para fins de

consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros (BRASIL, 2004).

O abastecimento de água do município de Guarani, desde 2001, é de

responsabilidade do Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto da cidade.

Segundo a Lei Municipal no 75/2001, da criação do “Serviço Autônomo de Água e

Esgoto de Guarani – SAEG” e de sua finalidade. Foi criado como entidade

autárquica municipal, com personalidade jurídica própria, sede e foro na cidade de

Guarani, dispondo de autonomia econômica, financeira e administrativa dentro dos

limites traçados por lei.

A Lei Federal 11.445/07, em seu Capítulo V, Art. 21 estabelece como

exercício da função de regulação da companhia responsável, o atendimento dos

seguintes princípios:

I - independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira da entidade reguladora; II - transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.

Atualmente, ano de 2013, para o abastecimento populacional, além das

instalações de adução de água, o sistema conta com 20 poços que retiram águas

subterrâneas, 01 estação elevatória de água bruta e 11 reservatórios. Segundo o

SAEG, toda a área urbana é abastecida, por meio de 2.706 ligações que abastecem

6.876 pessoas.

Para estabelecer as diretrizes para um bom projeto, tem-se a NBR 12.211 de

1992, trata-se de uma norma aplicável a qualquer sistema de abastecimento público,

de maneira que fixe as condições exigíveis para estudos de concepção de sistemas

públicos de abastecimento de água.

A concepção de um eficiente sistema de abastecimento de água é de grande

importância que exista um estudo crítico a respeito dos oito parâmetros básicos que

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o compõem: Manancial, captação, estação elevatória, adutora de água bruta,

estação de tratamento de água (ETA), adutora de água tratada, reservatório e rede

de distribuição.

Manancial: consiste no corpo d’água superficial ou subterrâneo de onde é

retirada a água bruta para o abastecimento populacional. A vazão de água que

emana pelo manancial deve ser suficiente para satisfazer as necessidades e

adequar-se aos padrões sanitários. No caso de Guarani, a água utilizada para o

abastecimento é exclusivamente subterrânea.

Captação: é o conjunto de estruturas e dispositivos responsáveis por retirar a

água dos mananciais e destina-la ao sistema de abastecimento populacional. Para o

abastecimento municipal, são construídos poços para captação de água

subterrânea.

Estação elevatória: Trata-se de um conjunto de obras e equipamentos

destinados a recalcar águas para unidades seguintes. Em um sistema de

abastecimento de água podem existir mais de uma estação elevatória.

A NBR 12.214 de 1992 e a NBR 12.208 de 1992, fixam as condições exigíveis

para a elaboração de projeto de bombeamento de água para o abastecimento

público e para a construção de estações elevatórias. A principal estação elevatória

de Guarani é conhecida como Reservatório Base pelos encarregados do SAEG.

Adutora de água bruta: Consiste em um conjunto de canalizações que tem

por objetivo o transporte da água in natura, ou seja, sem tratamento, do ponto de

captação até a estação de tratamento de água. Desde 1991 a NBR 12.215

estabelece as condições adequadas para a elaboração de um sistema de adução de

água para abastecimento. Por não existir um sistema de tratamento de água é o

único sistema de adução da cidade.

Estação de Tratamento de Água: Trata-se de um conjunto de unidades

destinada a tratar água bruta, por meio de processos físico-químicos como:

coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção, fluoretação e correção do

pH – tornando suas características adequadas ao padrões de potabilidade. Para a

elaboração de tal unidade, devem ser seguidas as diretrizes presentes na NBR

12.216 de 1992. Atualmente, ano de 2013, Guarani não apresenta uma ETA.

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Adutora de água tratada: Assim como a Adutora de água bruta, tem o objetivo

de transportar água de um ponto até outro do sistema. Porém, as adutoras de água

tratada encontram-se após a passagem da água bruta e seguem a mesma

legislação: 12.215 de 2013. Como a cidade não apresenta uma ETA, não há o

transporte de água tratada, consequentemente, não existem adutoras de água

tratada no município.

Reservatório: É o elemento do sistema responsável pela distribuição e

controle de vazão de adução nas redes de distribuição, a carga d’água armazenada

também é responsável por acondicionar a pressão necessária para a distribuição. A

NBR 12.217 de 1994 fixa as condições necessárias para a construção de

reservatórios.

Rede de distribuição: consiste no conjunto de tubulações responsáveis por

levar água até a população após todo o processo de captação, adução, reservação

e tratamento. As diretrizes para a construção de uma rede de distribuição são

apresentadas na NBR 12218 de 1994.

A Tabela 3.1, abaixo, demonstra alguns aspectos importantes dos poços que

abastecem a cidade de Guarani. É importante salientar que para operação legal

desses poços, os mesmos devem estar de acordo com a NBR 12.212 de 1992, que

dispõem a respeito das exigências para elaboração de projetos de poços para a

captação de água subterrânea para abastecimento público.

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Tabela 3.1 – Caracterização Básica dos Poços

Poços

Vazão (L/h)

Ano de Instalação

Localização Coordenadas (m)

01 Desativado 1986 Av. Pref. Oscar Alves Vieira 702.040,093L;

7.637.005,247S

02 7.000 1978 Terreno Bairro Cidade Jardim 701.902,510L;

7.637.046,522S

03 6.000 1978 Fundo da Praça de Esportes 701.840,598L;

7.637.074,038S

04 12.000 1978 Vestiário Campo do Guarani 701.778,686L;

7.637.067,159S

05 6.500 1978 Interior do Campo do Guarani 701.675,499L;

7.636.984,610S

06 5.800 1996 Interior da Praça de Esportes 701.840,598L;

7.637.163,467S

07 8.000 1996 Dorimendonte A. Simões 700.760,577L;

7.636.874,544S

08 3.000 1986 Rua Joaquim Costa Correia 701.840,598L;

7.637.858,257S

09 7.000 1989 Rua Dr. Manoel Cavalcante de Oliveira

701.909,389L; 7.637.713,796S

10 4.000 1989 Mário Ladeira Halfeld - Pirapetinga I

703.147,630L; 7.639.791,288S

11 9.000 1989 Ruas Antônio Benedito - Pascoal

702.549,147L; 7.636.661,291S

12 2.000 1996 Represa - (Reciclagem / Esmeraldo)

703.285,212L; 7.636.585,621S

13 10.000 1996 Rua Luiz de Abreu Moreira - Sossego

703.195,784L; 7.636.592,500S

14 4.000 1989 Vereador Gil Alves Ornellas - Neguinha

702.844,949L; 7.637.156,588S

15 3.000 1996 Três Vendas 704.915,562L; .636.200,391S

16 5.000 2010 Rua C - Progresso 702.913,740L;

7.637.514,301S

17 8.000 2010 Rua Jaime Costa Correia - Cachoeira

702.611,059L; 7.636.152,237S

18 5.000 2010 Rua José Batista da Gama 703.168,267L;

7.639.399,179S

19 1.800 2009 Três Vendas - Semi-artesiano 704.929,321L;

7.636.117,841S

20 9.000 2011 Nova Guarani III 701.586,071L;

7.637.954,565S

21 3.000 2012 Três Vendas - Semi-artesiano 704.537,211L;

7.636.537,467S

Assim como os poços, outro importante instrumento em um sistema de

abastecimento de água são os reservatórios. A Tabela 3.2 demonstra a capacidade

de cada reservatório e sua localização.

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Tabela 3.2 – Caracterização Volumétrica dos Reservatórios de Guarani.

Reservatórios Capacidade (m³) Coordenadas (m)

01 40 700.650,511 O; 7.637.184,104 S

02 250 701.627,346 O; 7.637.314,807 S

03 40 702.232,708 O; 7.637.672,521 S

04 50 702.792,289 O; 7.636.521,526 S

05 40 702.794,074 O; 7.636.525,508 S

06 40 704.654,156 O; 7.636.255,424 S

07 25 703.450,311 O; 7.639.447,333 S

08 165 702.390,927 O; 7.636.867,665 S

09 50 702.487,235 O; 7.636.847,027 S

10 120 702.672,971 O; 7.637.190,983 S

11 20 702.773,754 O; 7.637.532,100 S

Os reservatórios são responsáveis, principalmente, pelo armazenamento de

água e regulagem da pressão d’água. Nos horários de pico de consumo, para

atender a demanda populacional de utilização, parte do volume do reservatório é

utilizado. A pressão controlada pelos reservatórios, além de diminuir prejuízos com o

rompimento de tubulações devido a picos de pressão, diminui os custos com a

utilização de bombas, pois utiliza a gravidade como fonte de energia. Como citado

anteriormente, a NBR 12.217 de 1994 estabelece as diretrizes para a construção

destes instrumentos.

As redes de abastecimento de água são alimentadas pelas águas

provenientes dos reservatórios, e em alguns casos dos poços, e da rede de

abastecimento, a água é transportada às residências. Os poços, reservatórios e rede

distribuição de água em Guarani, constituem 08 sistemas, que somados compõem o

sistema de abastecimento de água que atende o município de Guarani.

Os setores de abastecimento de cada um destes sistemas podem ser

observados na Figura 3.1.

.

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Figura 3.1 – Sistemas de Abastecimento de Água em Guarani.

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Em seguida serão descritos a autarquia municipal responsável por gerir os

serviços de abastecimento de água, bem como os sistemas que compõem esse

setor e a percepção social dos serviços prestados referentes ao sistema de

abastecimento de água.

3.1.1 COMPANHIA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUAS

Segundo a Lei no 75/2001, aplica-se à companhia responsável pelo serviço de

abastecimento de água no município, SAEG - Guarani, exercer as seguintes

funções:

I. Estudar, projetar executar, direta ou mediante contrato com organizações

especializadas com engenharia sanitária, as obras relativas à construção, ampliação

ou remodelação dos sistemas públicos de abastecimento de água potável e esgotos

sanitários, que forem objetos de convênio entre a prefeitura e os órgãos federais e

estaduais específicos.

II. Atuar como órgão coordenador e fiscalizador de execução dos convênios

firmados entre município e órgãos federais e estaduais, para estudos, projetos e

obras de construção, ampliação ou remodelação dos serviços públicos de

abastecimento de água e esgotos sanitários.

III. Operar, manter, conservar e explorar, diretamente, os serviços de água e

esgotos sanitários.

IV. Lançar, fiscalizar e arrecadar as taxas e tarifas decorrentes do serviço de

água e esgoto.

V. Lançar e arrecadar a contribuição de melhoria exigível, em razão da obra

que executar.

VI. Promover estudos e pesquisas para o aperfeiçoamento dos seus serviços

e manter intercâmbio com entidade que atuem no campo de saneamento.

VII. Promover atividades de combate à poluição dos cursos d’água do

município.

Quanto à composição do SAEG: constitui-se de um órgão superior,

denominado Conselho administrativo; um órgão executivo – a Diretoria Geral e; dos

órgãos que se tornarem necessários e que forem criados, conforme disposição

desta lei e do Regimento Interno do SAEG.

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O Conselho administrativo é composto por sete membros: o Prefeito

Municipal, presidente nato; do Diretor Geral do SAEG – Secretário Permanente do

Conselho; dois representantes da Câmara Municipal e; três representantes da

Comunidade. Sendo que o diretor responsável pelas ações do SAEG deverá ser um

profissional habilitado, sendo nomeado pelo prefeito e demissível “ad natum”.

3.1.2 CAPTAÇÃO

A água utilizada para o abastecimento de água provém de fontes

denominadas mananciais, que podem ser classificados conforme a disponibilidade,

variando entre superficiais e subterrâneos, uma vez que os primeiros são

representados por rios, lagos, canais, entre outros; enquanto os segundos são os

aquíferos e lençóis freáticos.

A captação de água consiste no conjunto de estruturas e dispositivos

construídos ou montados junto ao manancial para retirada de água ao sistema de

abastecimento.

No município de Guarani, a captação de água para o abastecimento público é

caracterizada por ser totalmente de retirada de águas subterrâneas. A extração das

águas localizadas no subsolo é realizada com o uso poços, os quais variam entre:

escavados e tubulares.

Os poços escavados, vulgarmente conhecidos como domésticos, cacimbas,

cisternas entre outros, apresentam grande diâmetro, realizado tanto manualmente,

como mecanicamente, com profundidade aproximada de 20 metros, revestidos com

tijolos ou manilha de concreto. A construção de tais poços requer cautela quanto à

localização, devido a pouca profundidade entre as águas subterrâneas captadas

com o lençol freático, e logo mais vulnerável aos processos de poluição. Esse tipo

de poço apresenta baixos custos de construção e operação, no entanto são de

produtividade restrita, na ordem de 100 a 200 L/h.

Os poços tubulares profundo consistem obras de engenharia destinadas para

captação de água de uma ou mais unidades aquíferas de um modo prático e

eficiente, que requer técnica apurada, mão-de-obra habilitada, e equipamento

especializado, desta forma despende maiores custos de implantação e operação.

São poços que apresentam pequeno diâmetro, de 4 a 14 polegadas, e

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profundidades que variam de dezenas a centenas de metros, o que permite a

captação de águas menos vulneráveis à poluição, que por sua vez tendem a

apresentar melhor qualidade.

São denominados como artesianos, os poços tubulares localizados em área

cuja pressão da água é suficiente para a sua subida à superfície, necessitando a

instalação de equipamento na boca do tubo para controlar a saída da água. Já os

poços tubulares semi-artesianos necessitam de instalação de equipamento no

interior do poço para efetuar a bombeamento da água, uma vez que essa não possui

suficiente para alcançar a superfície.

No Brasil, o amparo técnico-legal para construção de poços que captam

águas subterrâneas é descrito na NBR 12.212 - Projeto de Poço para Captação de

Água Subterrânea, promulgada em 1992, baseada na avaliação da hidrogeologia

local para direcionar no dimensionamento das estruturas componentes do poço.

O abastecimento de água no município de Guarani dispõe de 21 poços

distribuídos na área do município. Na sequência, tem-se a descrição detalhada

desses pontos de captação:

POÇO 01

Edificado no Clube Público do Município (Casa Verde), localizado ao lado da

parte canalizada do Córrego São Luís, nas coordenadas geográficas 702.040,093 O;

7.637.005,247 S (UTM). Dispõe de uma bomba submersa trifásica de inox,

refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 2.000 L/h. Com

profundidade de 80 m, a água captada no Poço 01 é elevada a uma altura de 55 m.

A tubulação interna do Poço 01 tem 75 m de extensão e 60 mm de diâmetro.

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Figura 3.2 – Poço 01.

Figura 3.3 – Córrego São Luís canalizado.

Atualmente, o Poço 01 se encontra desativado, pois devido a exploração,

sua capacidade de transmitir água foi reduzida.

POÇO 02

Sua Edificação se encontra localizada no Clube Público do Município (rua

dos fundos), na longitude 701.902,510 O; e latitude 7.637.046,522 S (UTM),

encontra-se enterrado e seu acesso é dificultado pela presença de sedimentos

proveniente dos problemas de drenagem na rua, tal problemática também causa o

carreamento de sedimentos no Córrego são Luís, localizado imediatamente ao lado

do Poço 02. Este possui uma bomba submersa trifásica de inox, refrigerada a água,

com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 7.000 L/h. Com profundidade de 80 m,

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eleva a água captada a uma altura. A tubulação interna do Poço 02 tem 80 m de

extensão e 60 mm de diâmetro.

A Figura 3.4 apresenta o Poço 02, em sua localidade, o qual se encontrava

soterrado no momento do registro fotográfico.

Figura 3.4 – Poço 02 soterrado.

Figura 3.5 – Esgoto a céu aberto próximo ao Poço 02.

POÇO 03

Também edificado nos fundos do Clube Público do Município, nas

coordenadas geográficas 701.840,598 O; 7.637.074,038 S (UTM), ao lado do

Córrego São Luís, o qual se encontra poluído. Dentro do Poço 03, há uma bomba

submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão

de 6.000 L/h. Apresenta uma profundidade de 80 m, eleva a água captada a uma

altura de 55 m. Com tubulação interna 48 m de extensão e 60 mm de diâmetro.

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Figura 3.6 – Poço 03: Captação.

Figura 3.7 – Poço 03: Tubulação.

POÇO 04

Este poço tem sua edificação no clube conhecido como Casa Verde,

situando-se no meio da rua que passa ao lado do clube conhecido como Casa

Verde, nas coordenadas geográficas 701.778,686 O; 7.637.067,159 S (UTM). O

Poço 04 é do tipo enterrado e lacrado com tampa de concreto, emana uma vazão de

12.000 L/h. Com profundidade de 80 m, a água captada no Poço 04 se eleva a uma

altura de 55 m. Sua tubulação interna tem 80 m de extensão e 60 mm de diâmetro.

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Figura 3.8 – Poço 04: Lacre.

Figura 3.9 – Poço 04 enterrado.

POÇO 05

Com edificação também localizada no Clube Público do Município, nas

coordenadas geográficas 701.675,499 O; 7.636.984,610 S (UTM), o Poço 05 dispõe

de bomba submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4

polegadas, vazão de 6.500 L/h. Com profundidade de 80 m, sua água é elevada a

uma altura de 55 m. A tubulação interna do Poço 05 tem 60 m de extensão e 2

polegadas de diâmetro.

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Figura 3.10 – Água do Ladrão de Açude ao lado do Poço 05.

POÇO 06

Também localizado dentro do Clube Público, nas coordenadas geográficas

700.760,577 O; 7.636.874,544 S (UTM), o Poço 06 possui uma bomba submersa

trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 5.800

L/h. Com profundidade de 100 m, a água captada no Poço 05 se eleva a uma altura

de 55 m. Sua tubulação interna mede 90 metros, diâmetro de 1 e ½ polegada.

Figura 3.11 – Poço 06.

POÇO 07

Localizado no bairro Caxias, nas coordenadas geográficas 700.760,577 O;

7.636.874,544 S (UTM). Poço 07 possui uma bomba submersa trifásica de inox,

refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 8.000 L/h. Com

profundidade de 80 m, a água captada no Poço 07 é elevada a uma altura de 80 m.

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A tubulação interna do Poço 07 tem 60 m de extensão em tubo galvanizado, com

diâmetro de 2 polegadas.

Figura 3.12 – Poço 07.

Figura 3.13 – Córrego São Luís nas proximidades do Poço 07.

A proximidade do poço com um córrego que recebe esgoto é um fato crítico,

uma vez que o processo de percolação das águas no solo permite o contato do

aquífero com a poluição infiltrada em sua localidade.

POÇO 08:

Poço do tipo enterrado, localizado nas coordenadas geográficas 701.840,598

O; 7.637.858,257 S (UTM). Sua porta de acesso é feita em madeira. Dispõe de uma

bomba submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas,

vazão de 8.000 L/h. O poço 08 tem profundidade de 80 m e eleva a água captada a

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uma altura de 60 m. A tubulação interna do Poço 08, é de tubo galvanizado, com 66

m de extensão e diâmetro de 2 polegadas.

Figura 3.14 – Poço 08.

POÇO 09

Localizado nas coordenadas geográficas 701.909,389 O; 7.637.713,796 S

(UTM). Possui uma bomba submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com

diâmetro de 4 polegadas, vazão de 7.000 L/h. Com profundidade de 80 m, sua água

é elevada a uma altura de 65 m. A tubulação interna do Poço 09 tem 60 m de cano

galvanizado de extensão e 2 polegadas de diâmetro, sua tubulação externa tem 60

mm de diâmetro.

Figura 3.15 – Poço 09.

POÇO 10

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64

Localizado à margem do Córrego Pirapetinga, nas coordenadas geográficas

703.147,630 O; 7.639.791,288 S (UTM). Dispõe de uma bomba submersa trifásica

de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 4.000 L/h. O

Poço 10 apresenta profundidade de 80 m e eleva a água captada e uma altura 63 m.

A tubulação interna do Poço 10 tem 68 m de extensão e 50 mm de diâmetro.

Figura 3.16 – Poço 10.

POÇO 11

Localizado nas coordenadas geográficas 702.549,147 O; 7.636.661,291 S

(UTM), a poucos metros Córrego Sossego, que recebe esgoto “in natura” de todo o

Bairro do Sossego, e deságua no Rio Pomba. O Poço 11 possui uma bomba

submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão

de 9.000 L/h. O Poço 11 tem profundidade de 80 m, e eleva a água captada a uma

altura de 55 m. Sua tubulação interna do Poço 11 é de material galvanizado e tem

72 m de extensão, e 1 e ½ polegadas de diâmetro.

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65

Figura 3.17 – Poço 11.

POÇO 12:

Localizado nas coordenadas geográficas 703.285,212 O; 7.636.585,621 S

(UTM), às margens do Córrego do Adílio, o qual não recebe qualquer tipo de

efluente à nascente, o que é favorável à qualidade de tal corpo hídrico. O Poço 12

possui um pequeno reservatório adjacente. A bomba do Poço 12 é submersa

trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 2.000

L/h. Com profundidade de 100 m, eleva a água captada a uma altura de 40 m. O

Poço 12 tem tubulação interna de material galvanizado, com 90 m de extensão e

diâmetro de 1 e ½ polegadas.

Figura 3.18 – Poço 12.

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POÇO 13

Localizado nas coordenadas geográficas 703.195,784 O; 7.636.592,500 S

(UTM). Dispõe de uma bomba submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com

diâmetro de 4 polegadas, vazão de 10.000 L/h. Com profundidade de 80 m, eleva a

água captada a uma altura de 40 m. Com tubulação interna de cano galvanizado,

com 60 m de comprimento e diâmetro de 2 polegadas.

Figura 3.19 – Poço 13.

POÇO 14

Situa-se nas coordenadas geográficas 702.844,949 O; 7.637.156,588 S

(UTM). A bomba do Poço 14 é submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com

diâmetro de 4 polegadas, vazão de 4.000 L/h. Com profundidade de 80 m, eleva a

água captada a uma altura de 50 m. O Poço 14 tem tubulação de material

galvanizado, com 66 m de extensão e diâmetro de 2 polegadas.

Figura 3.20 – Poço 14.

POÇO 15

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67

Situado nas coordenadas geográficas 704.915,562 O; 636.200,391 S (UTM).

O poço 15 é artesiano e se encontra próximo ao poço 19. Dispõe uma bomba

submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão

de 3.000 L/h. Com profundidade de 80 m, eleva a água captada uma altura de 50 m.

Sua tubulação interna é constituída por material galvanizado, com 52 m de extensão

e diâmetro de 50 mm.

Figura 3.21 – Poço 15.

POÇO 16

Localizado nas coordenadas geográficas 702.913,740 O; 7.637.514,301 S

(UTM). Possui quadro de comando em alvenaria. A bomba do Poço 16 é submersa

trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 5.000

L/h. Com profundidade de 80 m, eleva a água captada a uma altura de 20 m. O

Poço 16 tem tubulação de material galvanizado, com 66 m de extensão e diâmetro

de 1 e ½ polegadas.

Figura 3.22 – Poço 16.

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POÇO 17

Localizado no bairro Cachoeira, ao Rio Pomba, mais precisamente nas

coordenadas geográficas 702.611,059 O; 7.636.152,237 S (UTM). Dispõe de quadro

de comando em alvenaria. Situa-se próximo a uma vala de drenagem pluvial.

Apresenta bomba submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4

polegadas, vazão de 2.000 L/h. Com profundidade de 100 m. A água captada nesse

é lançada a uma altura de 40 m. O Poço 12 tem tubulação de material galvanizado,

com 90 m de extensão e diâmetro de 1 e ½ polegadas.

Figura 3.23 – Poço 17 e Vala de água pluvial.

POÇO 18

Situado no bairro Pirapetinga II, nas coordenadas geográficas 703.168,267 O;

7.639.399,179 S (UTM). Dispõe de uma bomba submersa trifásica de inox,

refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 5.000 L/h. Com

profundidade de 80 m, sua água é elevada a uma altura de 65 m. O Poço 18 tem

tubulação de material galvanizado, com 54 m de extensão e diâmetro de 50 mm.

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Figura 3.24 – Poço 18.

POÇO 19

Localiza-se nas coordenadas geográficas 704.929,321 O; 7.636.117,841 S

(UTM). Poço semi-artesiano, pois em tal localidade a água não tem pressão

suficiente para atingir a superfície, construído em manilha e localizado próximo ao

Poço 15. Para auxiliar na captação de águas subterrâneas, o Poço 19 dispõe de

uma bomba monofásica com potência de 2 CV.

Figura 3.25 – Poço 19.

POÇO 20

Localiza-se no bairro Nova Guarani, nas coordenadas 701.586,071 O;

7.637.954,565 S (UTM). Dispõe de uma bomba submersa trifásica de inox,

refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 9.000 L/h. Com

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profundidade de 80 m, eleva a água captada a uma altura de 65 m. O Poço 20 tem

tubulação de material galvanizado, com 24 m de cano e diâmetro de 50 mm.

Figura 3.26 – Poço 20.

POÇO 21

SITUA-SE NAS COORDENADAS 704.537,211 O; 7.636.537,467 S (UTM). É o mais

recente poço instalado, esse é semi-artesiano, e se localiza no bairro Três Vendas.

Figura 3.27 – Poço 21

As águas captadas nos 21 poços de abastecimento público de Guarani

passam por um processo de adução, por meio de tubulações externas anexadas aos

poços, transportando as águas captadas nos mesmos até os reservatórios de água,

que consistem na etapa anterior à de distribuição de água.

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3.1.3 ADUÇÃO

Adutoras de água são as canalizações que transportam a água entre

unidades que precedem a rede de distribuição (TSUTIYA, 2006). Estas unidades

são responsáveis pela ligação entre a captação, as estações (elevatória e/ou de

tratamento) e os reservatórios (de água bruta ou tratada).

Não podem ser denominadas adutoras as canalizações que distribuem água

diretamente na rede de abastecimento de água, mas podem existir derivações que

são as sub-adutoras (TSUTIYA, 2006).

A concepção do projeto de adução deve seguir as recomendações de projeto

descritas na NBR 12.215 de 1991. A norma apresenta as condições específicas a

serem consideradas para a definição do traçado das adutoras de água bruta ou

água tratada: o caminhamento da adutora (a ser definido por meio de critérios

técnicos e econômicos), os elementos topográficos e geotécnicos e as

características exclusivas para adutoras de conduto livre (a água ocupa apenas

parte da seção de escoamento, apresentando superfície livre sujeira a pressão

atmosférica), de conduto forçado (água ocupa totalmente a seção de escoamento,

com pressão diferente a pressão atmosférica), ou mista (adutora composta tanto de

conduto forçado quanto de conduto livre).

O sistema de abastecimento de água de Guarani é composto por dois tipos

de canalizações: as que realizam o transporte da água captada dos 21 poços até os

11 reservatórios, e as que interligam diferentes reservatórios, com o objetivo de

remanejar o volume de água armazenado em pequenos reservatórios para

reservatórios maiores.

Ressalta-se que do total de 21 poços, o Poço 01 está inativo devido à

escassez de água disponível para captação do local. As águas captadas pelos

Poços 08, 10, 12, 19, 20 e 21 abastecem diretamente a população, sem serem

armazenadas em reservatórios, e por definição não podem ser consideradas

adutoras. Os Poços 08 e 20 abastecem diretamente a rede distribuição, não

dispondo de um sistema de tubulação externa para adução de água até um

reservatório, fato crítico, uma vez que as águas chegam à rede com altas pressões e

isto aumenta os riscos de rompimento da tubulação da rede que compõe a

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distribuição. Apesar de alimentar o Reservatório 06, os Poços 08 e 20 dispõe sua

captação diretamente na rede distribuição.

A caracterização das adutoras que interligam os poços e os reservatórios se

encontra na Tabela 3.3.

Tabela 3.3 – Características das Adutoras de Água Bruta

ID Diâmetro Vazão de

adução (L/h)

Extensão da adutora

(m) Destino final

da adutora

Poço 02 60 mm 7000 400 Elevatória de Água Bruta

Poço 03 60 mm 6000 400 Elevatória de Água Bruta

Poço 04 60 mm 12000 400 Elevatória de Água Bruta

Poço 05 60 mm 6500 400 Elevatória de Água Bruta

Poço 06 60 mm 5800 400 Elevatória de Água Bruta

Poço 07 75 mm 8000 300 Reservatório 01

Poço 09 2 pol 7000 320 Reservatório 03

Poço 11 85 mm 9000 400 Rerservatório 04 e 05

Poço 12 50 mm 2000 600 Reservatório 04 e 05

Poço 13 60 mm 10000 350 Reservatório 09

Poço 14 2 pol 4000 150 Reservatório 10

Poço 15 50 mm 3000 300 Reservatório 06

Poço 16 50 mm 5000 500 Reservatório 11

Poço 17 50 mm 8000 250 Reservatório 04 e 05

Poço 18 50 mm 5000 350 Reservatório 07

As adutoras são de metal (ferro fundido) ou Policloreto de Vinila (PVC), com

diâmetro mínimo de 50 mm e máximo de 85 mm. Entretanto, algumas adutoras são

enterradas e por esta razão não foi possível à identificação do componente das

canalizações dos demais poços.

Nota-se que os Reservatórios 04 e 05 são abastecidos pelos mesmos poços,

uma vez que tais reservatórios são interligados. Os Poços 02 a 06 abastecem

somente a Elevatória, a qual será descrita no tópico a seguir.

3.1.3.1 ELEVATÓRIA DE ÁGUA BRUTA

A unidade Elevatória de Água Bruta do sistema de distribuição de água pode

ser utilizada na captação, adução, tratamento e distribuição de água. Um sistema de

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distribuição de água é composto por Componentes, Subcomponentes e Sub-

Subcomponentes.

A Elevatória de Água Bruta é um dos Componentes, que subdivide em

subcomponentes estrutura, elétrica, mecânica e tubulação, e dos subcompentes

elétrica e mecânica, subdividem-se em Sub-subcomponentes que são: bomba,

motor, controle, painel, transformador e linha de transmissão.

Figura 3.28 – Organograma do Sistema de Distribuição de Água

Para dimensionamento da Elevatória a NBR 12.214 de 1992 fixa as condições

exigíveis para elaboração do projeto de sistema de bombeamento de água para

abastecimento público.

Esta norma, além de determinar condicionantes para escolha do sistema de

bombeamento, fornece diretrizes para localização da elevatória e determinação do

número de bombas.

Para a determinação do local adequado para implantação da Elevatória,

devem ser considerados os seguintes fatores: desnível geométrico, traçado da

tubulação de recalque, conforme prescrições da NBR 12.215 (Projeto de Adutora

para abastecimento público), desapropriação, acessos permanentes, proteções

contra inundações e enxurradas, estabilidade contra erosão, atendimento das

condições presentes e futuras, disponibilidade de energia elétrica, remanejamento

de interferências, métodos construtivos e obras para implantação de fundações e

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estruturas, instalação das bombas junta à tomada de água, segurança contra

assoreamento, NPSH disponível, possibilidade de carga para sucção positiva.

A Elevatória de Água Bruta, conhecida como Reservatório Base pelos

funcionários do SAEG foi fundado em 31 de maio de 1955 e se localiza na

edificação do Clube Público do município de Guarani (Figura 3.29).

Figura 3.29 – Local de instalação da Elevatória de Água Bruta

Esta Elevatória de Água Bruta é abastecida pela água captada nos Poços 02,

03, 04, 05 e 06 (Figura 3.29).

Figura 3.30 – Elevatória de Água Bruta

O volume armazenado na Elevatória de Água Bruta é bombeado ao

Reservatório 02. Na Figura 3.30 pode ser visualizada a bomba localizada no interior

da Estação de Água Bruta.

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Figura 3.31 – Bomba de Água Bruta da Elevatória

3.1.4 RESERVAÇÃO

Os reservatórios são elementos do sistema de distribuição de água com a

finalidade de regularizar as variações entre as vazões de adução e as vazões de

distribuição, condicionando as pressões na rede de distribuição, de forma que as

redes não sofram danos (TISUTIYA, 2006).

Além de auxiliar no condicionamento das pressões, os reservatórios podem

ter outras finalidades como garantir o abastecimento público (em caso de

rompimentos de adutoras e consequente interrupção no fornecimento de água

demandada) e reservar água para possíveis incêndios e outras eventuais

emergências.

Os reservatórios podem ser classificados conforme a sua localização no

sistema de abastecimento de água, a sua posição no terreno, a sua forma e aos

materiais de construção.

Quanto à posição do reservatório no sistema de abastecimento de água,

esses podem ser à montante (precede a rede de distribuição, sendo o reservatório

que fornece água à rede de distribuição), à jusante (posterior à rede de distribuição,

também denominado de reservatório de sobras, uma vez que recebe as águas

durante as horas de menor consumo) ou posição intermediária (reservatório

posterior ao sistema de adução que tem a função de regularizar as transições

existentes entre o bombeamento e a distribuição).

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A classificação referente à localização do reservatório no terreno se relaciona

a cota em que o reservatório está instalado, podendo ser enterrado (cota de

instalação do reservatório é inferior à cota do nível do terreno), semienterrado (ao

menos um terço da altura do reservatório está situada abaixo da cota do nível do

terreno), apoiado (cota de instalação do reservatório é igual à cota do nível do

terreno) ou elevado (cota de instalação do reservatório é superior à cota do nível do

terreno).

No caso das formas dos reservatórios, podem ser classificados como

circulares ou retangulares, mas sempre devem prever o máximo de sustentabilidade

do sistema (tanto econômica, quanto social). Os materiais utilizados nas construções

dos reservatórios podem ser concreto armado, aço, poliéster armado com fibras de

vidro, entre outros materiais (madeira, borracha ou alvenaria).

Para a determinação das características dos reservatórios, devem ser

considerados parâmetros econômicos e técnicos, a disponibilidade dos materiais

para construção destes na região, os locais disponíveis para instalação destas

unidades e a posição ideal do reservatório visando a economia de gastos com

aparatos técnicos e de manutenção corretiva.

Estão descritas na NBR 12.211 de 1992, que trata sobre “Estudos de

Concepção de Sistemas Públicos de Abastecimento de Água”, algumas

características básicas de cada componente dos sistemas existentes. Para os

reservatórios é necessário que sejam consideradas a sua localização, o tipo de

material, capacidade e cota do nível d’água, posição das canalizações, barriletes e

órgãos acessórios, condições de funcionamento e estado de conservação.

As condições exigíveis na elaboração do projeto de reservatórios de

distribuição de águas para abastecimento público são fixadas pela NBR 12.217 de

1994. Algumas condições específicas devem ser seguidas para a implantação dos

reservatórios, como por exemplo, o fundo do reservatório deve estar acima do nível

de água máximo do lençol freático e da cota de inundação máxima.

A partir destas considerações, é possível realizar a descrição dos 11

reservatórios existentes no município de Guarani.

RESERVATÓRIO 01

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O Reservatório 01, cujas coordenadas geográficas são 700.650,511 O,

7.637.184,104 S (UTM), situam-se acima do morro. Sua capacidade volumétrica é

de até 40 m³, sendo abastecido pelo Poço 07. Conforme a Figura 3.32, o

Reservatório é circular, apoiado e de concreto. Como ele se encontra precedente à

rede de distribuição do bairro Caxias, ele é classificado como reservatório à

montante.

Figura 3.32 – Reservatório 01

RESERVATÓRIO 02

O Reservatório 02, localizado no Morro Magela, é abastecido pela Elevatória

de Água Bruta (abastecida pelos Poços de 02, 03, 04, 05 e 06) e possui uma

capacidade volumétrica de 250 m³, sendo o maior reservatório do município.

Tal reservatório se encontra nas seguintes coordenadas geográficas:

701.627,346 O e 7.637.314.807 S (UTM). A Figura 3.33 apresenta o Reservatório

02, classificado como de concreto, apoiado e retangular.

Figura 3.33 – Reservatório 02

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Além de servir como um reservatório de armazenamento, esta unidade

distribui o volume de água armazenado para o Reservatório 08 e abastece diversos

bairros. Em decorrência da sua localização (precedente a rede de distribuição) ele é

classificado como reservatório a montante.

RESERVATÓRIO 03

O Reservatório 03 (702.232,708 O e 7.637.672,521 S) é um reservatório

circular, metálico e elevado (Figura 3.34). A capacidade volumétrica do Reservatório

03 é de 40 m³, abastecido pelo Poço 09. É classificado com o reservatório à

montante, pois distribui o volume de água para a rede de abastecimento de um

bairro da cidade.

Figura 3.34 – Reservatório 03

RESERVATÓRIO 04 E RESERVATÓRIO 05

O Reservatório 04 (localizado nas coordenadas geográficas 702.792,289 O e

7.636.521,526 S) e o Reservatório 05 (situado nas coordenadas 702.794,074 S e

7.636.525,508 N) são interligados e abastecidos pelos mesmos poços, sendo esses

os Poços 11, 12 e 17. A capacidade do Reservatório 04 é de 50 m³ e do

Reservatório 05 é de 40 m³. Ambos os reservatórios são circulares, metálicos,

elevados e à montante (Tabela 3.4).

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Figura 3.35 – Reservatório 04 (à dir.) e Reservatório 05 (à esq.)

RESERVATÓRIO 06

O Reservatório 06 (também denominado de Reservatório Três Vendas) tem

capacidade de 40 m³, é metálico e apoiado. Este reservatório é abastecido pelo

Poço 15. Como sua localização (704.654,156 O e 7.636.525.508 S) é de difícil

acesso, não foi possível visitá-lo.

RESERVATÓRIO 07

O Reservatório 07 é também denominado como Reservatório Pirapetinga pois

é responsável pelo abastecimento do bairro de mesmo nome. Este reservatório

possui uma capacidade volumétrica de 25 m³, sendo o segundo menor reservatório

do município.

Tal unidade se localiza no Bairro Pirapetinga (703.450,311 O; 7.639.447,333 S)

e é alimentado pelo Poço 18. Conforme visto na Figura 3.36, este Reservatório é

circular, metálico e elevado.

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80

Figura 3.36 – Reservatório 07

RESERVATÓRIO 08

O Reservatório 08 (Figura 3.37) tem capacidade de armazenamento de 165

m³ - segundo maior reservatório da cidade. Tal reservatório é abastecido pela

Elevatória de Água Bruta e pelo Reservatório 09. O volume armazenado no

Reservatório 08 é distribuído para o Reservatório 10, e por esta razão é classificado

como reservatório de posição intermediária. Verificou-se na visita técnica que o

reservatório é construído em concreto, sendo classificado como um reservatório

apoiado.

Figura 3.37 – Reservatório 08

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RESERVATÓRIO 09

O Reservatório 09, visualizado na Figura 3.38 (localizado nas coordenadas

geométricas 702.487,235 O e 7.636.847,027 S), com capacidade volumétrica de 50

m³, é abastecido pelo Poço 13. As águas armazenadas neste reservatório são

destinadas ao Reservatório 10 e Reservatório 08.

Por abastecer parte da região central de Guarani (parte do Centro – desde a

Rua 20 de Março até a Rua Comandante M. Peixoto), o reservatório por vezes não

atende a demanda existente.

Figura 3.38 – Reservatório 09

RESERVATÓRIO 10

O Reservatório 10, também denominado de Reservatório Divino Salvador,

(coordenadas geográficas 702.672,971 O e 7.637.190,983 S), possui uma

capacidade volumétrica de 120 m³. Esse é abastecido pelo Poço 14, Reservatório 08

e Reservatório 09 e abastece, majoritariamente, o bairro Divino Salvador.

Como observado na o Reservatório 10 é circular e apoiado. Em visita técnica,

constatou-se que tal unidade de reservação é feita de concreto.

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Figura 3.39 – Reservatório 10

RESERVATÓRIO 11

O Reservatório 11 (localizado em 702.773,754 O; 7.637.532,100 S), conforme

Figura 3.40, é circular, metálico e elevado. Possui uma capacidade de

armazenamento de 20 m³ (o menor reservatório de Guarani), e é abastecido

somente pelo Poço 16. Devido a sua função no sistema, de abastecimento das

redes de distribuição, este reservatório é classificado como à montante.

Figura 3.40 – Reservatório 11

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3.1.5 QUALIDADE DA ÁGUA

Como já descrito, o abastecimento de água, administrado pelo SAEG de

Guarani, é completamente realizado com águas captadas em mananciais

subterrâneos, sendo a captação executada através de poços tubulares, artesianos

ou semi-artesianos.

Em geral, as águas subterrâneas apresentam boa qualidade por serem

naturalmente filtrada pela porosidade das formações geológicas, entretanto podem

apresentar índices elevados de calcário e ferro em decorrência da composição dos

solos. Além disso, essas águas costumam ser ricas em sais minerais (Manganês,

Magnésio, Potássio), pois a água é uma substância muito reativa, e à medida que se

infiltra no subsolo, lixivia os componentes minerais que compõem a geologia local.

No entanto, para avaliar a qualidade da água, deve-se considerar suas

características físicas, químicas e biológicas. A caracterização das águas captadas

no subsolo está associada a inúmeros fatores, como: características do meio físico

local (constituintes mineralógicos, biológicos, estruturas geológicas, entre outros), a

permeabilidade e porosidade do solo, bem como a profundidade em que ocorre a

captação de águas.

Elevadas profundidades e baixas taxas de permeabilidade são fatores

associados à boa qualidade das águas subterrâneas, uma vez que garantem sua

proteção. Logo, baixas profundidades e altas taxas de permeabilidade são fatores

que diminuem a proteção dos mananciais subterrâneos de uma área, tornando suas

águas subterrâneas mais vulneráveis à poluição e contaminação tanto de origem

natural quanto de origem antrópica.

No Brasil, a qualidade da água é regulamentada por legislações de diferentes

dimensões (Leis Federais, Estaduais e Municipais), além de normas e diretrizes

utilizadas para avaliar as características presentes na água.

Para abastecimento humano, emprega-se o padrão de potabilidade

estabelecido pela Lei Federal, instituída Pela Portaria do Ministério da Saúde no

2.914 de 12 de Dezembro de 2011. Outras legislações vigentes, muito utilizadas na

avaliação da qualidade da água são: Resolução CONAMA no 357, de 17 de março

de 2005 e Resolução CONAMA no 396, de 3 de abril de 2008, as quais avaliam a

qualidade das águas superficiais e subterrâneas, respectivamente.

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A definição do padrão de qualidade da água é basicamente realizada de

acordo com as concentrações e faixas verificadas para as variáveis físicas, químicas

e biológicas, permitindo classificar a água conforme sua qualificação, e assim avaliar

quais os tratamentos requeridos para respectivas finalidades, usos e restrições.

Como este diagnóstico é referente ao abastecimento de água no município, a

legislação mais apropriada é a Portaria do MS no 2.914 de 12 de Dezembro de 2011.

Os principais parâmetros a serem tratados e suas respectivas frequências de

monitoramento para o atendimento da Portaria do MS no 2.914 de 2011, são os

apresentados na Tabela 3.4.

Tabela 3.4 – Principais Parâmetros para Qualidade de Água

PARÂMETROS ANALISADOS

PORTARIA N° 518/11

Valor Máximo Permitido

Frequência de Análises

Frequência

pH 6,0 a 9,5 2 em 2 horas Semanal

Turbidez 0 a 5,0 uT 2 em 2 horas Semanal

Cloro 0,2 a 2,0 mg/L 2 em 2 horas Diária

Flúor 0,6 a 1,5 mg/L 2 em 2 horas N.A

Cor 0 a 15 uH 2 em 2 horas Semanal

Bactérias Heterotróficas 500 UFC/mL 2 vezes por semana Semanal

Coliformes Termotolerantes Ausência em 100 mL 2 vezes por semana Semanal

Coliformes Totais Ausência em 100 mL 2 vezes por semana Semanal

Os parâmetros apresentados na Tabela 3.4, assim como quaisquer outros

parâmetros referentes à qualidade de água, não são monitorados às águas

subterrâneas que abastecem a população de Guarani, uma vez que não há

monitoramento periódico das águas captadas nos poços do município.

A qualidade dessas águas é, fortemente, ameaçada pela presença de

córregos que recebem efluentes domésticos nas proximidades dos poços que

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captam água para abastecimento público, sendo a contaminação das águas um

ponto exposto pela população durante a reunião comunitária do PMSB.

O lançamento de efluentes domésticos nos córregos afeta a qualidade desses

corpos receptores, pois esses efluentes são ricos em matéria orgânica e micro-

organismos, além de outros componentes como sólidos totais e sólidos dissolvidos.

Os poços localizados próximos a esses córregos que recebem esgoto

doméstico são vulneráveis à contaminação, devido à percolação da água no

subsolo, através da porosidade e fraturas das rochas. Esse movimento da água

abaixo da superfície da Terra pode transportar os poluentes presentes nos córregos,

levando a atingir o lençol freático.

3.1.6 TRATAMENTO DE ÁGUA

O tratamento de água consiste na etapa em que são realizados processos a

fim de adequar a qualidade para o abastecimento público, visando atender os

padrões estabelecidos pela Portaria do MS no 2.914 de 12 de Dezembro de 2011.

A etapa de tratamento e água, geralmente ocorre numa infraestrutura

apropriada denominada como Estação de Tratamento de Água – ETA. O sistema de

tratamento convencional consiste nas seguintes etapas: coagulação, floculação,

decantação, filtração e desinfecção.

Ao chegar à ETA, pode passar por uma cloração prévia, a fim de eliminar os

microrganismos, tal processo tornar o índice de acidez da água elevado, assim

recomenda-se adição de um composto básico, como Cal Hidratada (especial para o

tratamento de água).

Corrigido o pH da água, adiciona-se um agente coagulante (os mais comuns

são sulfato de alumínio e cloreto férrico) a fim de agrupar as partículas suspensas

em unidades maiores denominadas como flocos. Na etapa da floculação, ocorre

agitação lenta da água de modo a proporcionar o crescimento e adensamento dos

flocos.

Quando os flocos atingem maiores tamanhos e, consequentemente, maiores

pesos, são encaminhados para fase de decantação, onde por ação da gravidade,

ocorre a sedimentação dos flocos e, consequentemente a decantação da água. Ou

seja, a água decantada é separada dos sólidos, permanecendo num nível superior a

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tais impurezas no tanque de decantação, devido à diferença de densidade entre as

fases.

A fim de se eliminar impurezas de menor tamanho que não foram removidas

na etapa de decantação, a água é encaminhada para a etapa de filtração. Nesta, a

água entra em fluxo que pode ser ascendente, descendente ou de dupla filtragem,

passando por um meio filtrante constituído por camadas de materiais porosos, como:

areia e antracito suportada por uma camada de cascalhos. A porosidade dos

materiais que compõem o meio filtrante é responsável pela retenção das impurezas

ainda encontradas na água que passou pelo processo de decantação.

Após a filtração, a água passa por um processo de desinfecção onde se

adiciona cloro ou ozônio, os quais são agentes responsáveis pela oxidação dos

micro-organismos, promovendo melhor qualidade à água.

Por fim, ocorre a etapa de Fluoretação, na qual a água recebe dosagem de

composto de flúor (como o ácido fluossílicico), tal processo tem como objetivo

reduzir a incidência de cárie dentária na população que consome dessa água,

especialmente aos indivíduos que se encontram na fase de formação dos dentes,

que vai da gestação até os 15 anos de idade.

Como no município de Guarani, as águas utilizadas para o abastecimento

são captadas em fontes subterrâneas, o tratamento da água captada para o

abastecimento público deveria ser realizado conforme a NBR 12.216, promulgada

em 1992, que estabelece diretrizes para Projeto de Estação de Tratamento de Água

para Abastecimento Público, entretanto o tratamento das águas não ocorre.

Segundo a NBR 12.216/92, as águas captadas em mananciais subterrâneos

devem receber conforme seu tipo de disponibilidade natural, sendo os tipos divididos

em quatro categorias: A, B, C e D. Conforme apresentado na Tabela 3.5.

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Tabela 3.5 – Classificação das Águas Naturais para Abastecimento Público

Tipos A B C D

DBO 5 dias (mg/L)

média até 1,5 1,5 - 2,5 2,5 - 4 > 4 máxima, em qualquer

amostra 1/mar 3/abr 4/jun >6 Coliformes (NMP*/100

mL) média mensal em

qualquer mês 50-100 100-5.000 5.000-20.000 >20.0

00

máximo

>100 cm >5.000 >20.000

- menos de 5% das

amostras menos de 20% das

amostras menos de 5% das

amostras

5/set 5/set 3,8-10,3

pH 5/set

Cloretos <50 50-250 250-600 >600

Fluoretos 1,5 1,5-3 >3 -

*NMP – Número Mais Provável

Os tipos de água apresentados na Tabela 3.5 são referentes às diferentes

disponibilidades de água na natureza. As águas subterrâneas são restritas aos Tipos

A e B, sendo Tipo A, quando são provenientes de áreas de Bacias Hidrográficas

Protegidas, e Tratamento Tipo, quando são provenientes de áreas que

correspondem a Bacias Hidrográficas Não-Protegidas.

Para o tratamento das águas do Tipo A, a NBR 12.216/92 indica apenas a

desinfecção seguida da correção de pH.

Já para o tratamento das Águas do Tipo B, a norma estabelece duas opções

de tratamento:

a) Decantação simples para águas contendo sólidos sedimentáveis, quando

por meio desse processo, suas características se enquadrem no padrão

de potabilidade, ou

b) Filtração procedida ou não de decantação para águas de turbidez natural

medida na entrada do filtro, sempre inferior a 40 unidades Nefelométricas

de Turbidez (UNT) em cor sempre inferior a 20 unidades, referidas aos

Padrões de Guarani.

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O abastecimento de água em Guarani não realiza procedimentos voltados

para tratamento e monitoramento da qualidade da água, desde o processo de

captação até as redes de distribuição, onde são encaminhadas às residências.

Apesar das águas subterrâneas serem protegidas pelas formações

geológicas, os mananciais situados no subsolo apresentam vulnerabilidade à

poluição tanto de origem natural quanto de origem antrópica. Conforme relatos

apresentados por um dos agentes de epidemias do Programa Saúde Família de

Guarani, casos de diarreia são relatados no mínimo uma vez por semana, e se

supõe que a grande causa da disseminação e frequência desta doença seja a água

não tratada.

Assim, é importante que seja realizado, periodicamente, o monitoramento de

qualidade da água, a fim de se verificar se os parâmetros referentes à qualidade da

água estão em conformidade com as legislações vigentes, e em caso contrário

adotar um sistema de tratamento viável para o atendimento do padrão de

potabilidade estabelecido pela Portaria do MS no 2.914 de 12 de Dezembro de 2011.

3.1.7 DISTRIBUIÇÃO

Segundo a NBR 12.218 de 1994, que fixa as condições exigíveis na

elaboração de projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público,

dispõe que rede de distribuição consiste na parte do sistema de abastecimento

formada por tubulações e órgãos acessórios, destinada a colocar água potável à

disposição dos consumidores, em quantidade, pressão e forma contínua.

A distribuição de água para as 2.282 economias ativas do município de

Guarani (SAEG, 2012), contempla 100% da área urbana, entretanto em contato com

a população de Guarani durante as reuniões relatou-se que em períodos de

estiagem ou quando as temperaturas estão mais elevadas, há interrupção do

abastecimento de água no município, principalmente nas regiões mais baixas

(unidades habitacionais que ficam nas localidades mais baixas e, por conseguinte,

nos finais da tubulação das redes de abastecimento).

De acordo com o Art. 7°, do Decreto Federal n° 7.217/2010, as instalações

prediais que estiverem ligadas à rede pública de abastecimento de água, não

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poderão ser alimentadas por outras fontes. Logo, torna-se claro a necessidade de

aumentar a eficiência dos sistemas de abastecimento às residências domiciliares.

O sistema de distribuição é feito a partir dos Reservatórios 01, 02, 03, 04

(juntamente com o Reservatório 05), 06, 07, 09, 10 e 11 e de alguns poços (Poço

08, 10, 12, 19, 20 e 21) que dispõe a captação de água diretamente na rede de

abastecimento.

Segundo Tsutiya (2006), a água captada do poço e diretamente disposta na

tubulação é prejudicial ao sistema de abastecimento, uma vez que não há passagem

da água captada por reservatório, o qual tem por finalidade estabilizar a variação

das vazões e de pressão ocorrentes.

Na Figura 3.41, pode-se observar o mapa da rede de distribuição de água nos

Bairros de Guarani. A rede de distribuição de água é majoritariamente de PVC: dos

35.778,24 metros de extensão, apenas 190,92 metros são de Ferro Fundido. Os

diâmetros das tubulações variam de 25 mm a 85 mm.

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Figura 3.41 – Mapa da Rede de Distribuição do Município de Guarani.

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3.1.8 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Sistemas de Abastecimento de Água (SAA) é o conjunto de atividades,

infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água, desde a

captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição. Estes

sistemas são formados pelos seguintes componentes: manancial de captação,

captação, estação elevatória, adutora, estação de tratamento de água, reservatório e

rede de distribuição.

Foram avaliados os sistemas de abastecimento de água no município de

Guarani. Tal avaliação foi embasada nos dados disponibilizados pelo SAEG,

considerando os setores de abastecimento de cada um dos reservatórios e as redes

cujos Poços dispõem a captação de água de forma direta. A partir do número de

canalizações, delimitação dos bairros e setores de abastecimento foi possível

estimar as porcentagens de abastecimento de cada um dos 11 sistemas de

abastecimento, representados no mapa da Figura 3.1 (início do Capítulo: 3.1 sobre o

setor de abastecimento de água no município). As análises de cada sistema se

encontram na sequência.

SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 01

O Sistema de Abastecimento 01 é composto pelo Poço 07 e Reservatório 01.

O poço alimenta o Reservatório 01 e este que abastece todo o bairro de Caxias.

Figura 3.42 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 01

A partir da configuração deste sistema, foi possível avalia-lo, considerando as

unidades de abastecimento e abrangência de atendimento. Os resultados desta

análise podem ser encontrados na Tabela 3.6.

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Tabela 3.6 – Características do Sistema de Abastecimento de Água 01

Sistema de Abastecimento de Água 01

Consumo horário do sistema (m³/h) 15,23

Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 8,00

Déficit de vazão dos poços do sistema (m³/h) 7,23

Volume de reservação atual do sistema (m³) 40,00

Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 121,85

Déficit de reservação do sistema (m³) 81,85

Economias em funcionamento no sistema 259,00

Como visualizado na Tabela 3.6, verifica-se que consumo diário do sistema é

de 15, 23 m³/dia e que a vazão máxima de captação dos poços do sistema é de 8,00

m³/h (quase 50% a menos da vazão que deveria ser captada). Sendo assim, o poço

não atende a demanda do consumo diário. Ao analisar o volume de reservatório em

funcionamento comparado ao volume de reservatório indicado (valor volumétrico

estimado considerando o consumo diário do sistema), verifica-se que este

reservatório possui um déficit de aproximadamente 82 m³.

Ao avaliar o sistema como um todo, o reservatório é deficiente perante a

demanda do consumo, bem como os poços não tem capacidade extra de captação

de água para abastecer o reservatório. Por esta razão, o sistema se encontra

sobrecarregado, tanto em decorrência de um reservatório subestimado quanto pela

capacidade deficitária de captação do poço, o que possibilita a ocorrência de

interrupções frequentes no abastecimento em períodos de pico de consumo.

SISTEMA DE ABASTECIMENTO 02

O Sistema de Abastecimento 02 conta com cinco poços, uma elevatória de

água bruta e um reservatório. Segundo o fluxograma abaixo, os Poços 02, 03, 04, 05

e 06 abastecem a Elevatória de Água Bruta que distribui o volume de água para o

Reservatório 02. Este é responsável pelo abastecimento total dos bairros Cidade

Jardim, São Luís e Centro 02. Além destes, o Reservatório 02 abastece também

55% do Centro 01, 18% do Bairro Cachoeira e 7% do bairro Nova Guarani.

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Figura 3.43 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 02.

A partir da Figura 3.43, e analisando dados referentes a este sistema de

abastecimento, foi possível avaliar a dinâmica do sistema considerando as unidades

de abastecimento e abrangência de atendimento. Os resultados desta análise

encontram-se na Tabela 3.7.

Tabela 3.7 – Características do Sistema de Abastecimento de Água 02

Sistema de Abastecimento de Água 02

Consumo horário do sistema (m³/h) 57,95

Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 37,30

Déficit de vazão dos poços do sistema (m³/h) 20,65

Volume de reservação atual do sistema (m³) 250,00

Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 463,58

Déficit de reservação do sistema (m³) 213,58

Economias em funcionamento no sistema 985,37

Na Tabela 3.7, nota-se que a vazão média de captação dos poços deste

sistema é de 37,30 m³/h e o consumo diário do sistema é de 57,95 m³/dia. Avaliando

estes valores, o poço não atende a demanda do consumo diário, o que gera um

déficit de 20,65 m³/h. Ao analisar o volume de reservação atual em comparação ao

volume de reservatório indicado, verifica-se que o Reservatório 02 também não

atende a demanda de consumo (déficit de aproximadamente 213 m³).

Conclui-se, pelas estimativas apresentadas, que o sistema não tem

capacidade de atendimento da demanda existente, sobrecarregando-se em

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decorrência da baixa capacidade volumétrica de reservação e da deficitária

captação de águas subterrâneas.

SISTEMA DE ABASTECIMENTO 03

O Sistema de Abastecimento 03 é composto pelo Poço 09 que alimenta o

Reservatório 03, responsável pelo abastecimento de 23% do bairro Nova Guarani.

Além destas unidades, o sistema é composto por mais dois poços: o Poço 08 e o

Poço 20, os quais juntos abastecem 70% do bairro Nova Guarani.

Figura 3.44 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 03

A Figura 3.44 dispõe a configuração do sistema. Avaliando a disposição das

unidades que o compõe foi possível observar o lançamento de água dos poços

diretamente na rede, fator que ocasiona o rompimento frequente de tubulações

devido aos picos de pressão no encanamento. Além disso, pode-se analisar a

capacidade de abastecimento do sistema, os resultados desta avaliação se

encontram na Tabela 3.8.

Tabela 3.8 – Características do Sistema de Abastecimento de Agua 03

Sistema de Abastecimento de Água 03

Consumo horário do sistema (m³/h) 23,74

Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 19,00

Déficit de vazão dos poços do sistema (m³/h) 4,74

Volume de reservação atual do sistema (m³) 40,00

Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 189,89

Déficit de reservação do sistema (m³) 149,89

Economias em funcionamento no sistema 403,62

Na Tabela 3.8, observa-se que apesar de pequeno, há um déficit de vazão

dos poços (aproximadamente 4,7 m³/h). Isto ocorre, pois o consumo diário do

sistema é maior que a vazão média de captação dos poços. A mesma característica

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ocorre para a reservação: o volume de reservação atual do sistema também é

deficitário quando comparado ao volume indicado (calculado a partir do consumo

horário do sistema), cerca de 150 m³ menor.

Desta maneira, mesmo que a deficiência de captação dos poços seja baixa se

comparada ao consumo do sistema, a deficiência da capacidade de reservação do

sistema, em funcionamento, é alta, proporcionando carências no sistema de

abastecimento de água e sobrecarga no funcionamento do sistema.

SISTEMA DE ABASTECIMENTO 04

O Sistema de Abastecimento 04 se constitui dos Poços 11, 12 e 17, e

Reservatórios 04 e 05, que são interligados e juntos abastecem 2% do Centro 01,

82% do Cachoeira e 79% do Bela Vista.

Figura 3.45 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 04

Por meio da análise da Figura 3.45 aliada aos dados de reservação, captação

e consumo de água, foi possível avaliar a dinâmica do funcionamento deste sistema

e a necessidade de adequá-lo: assim como acontece no Sistema 03, também há o

lançamento de água diretamente na rede. Os resultados da avaliação se encontram

na Tabela 3.9.

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Tabela 3.9 – Características do Sistema de Abastecimento de Água 04

Sistema de Abastecimento de Água 04

Consumo horário do sistema (m³/h) 23,90

Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 19,00

Déficit de vazão dos poços do sistema (m³/h) 4,90

Volume de reservação atual do sistema (m³) 90,00

Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 191,20

Déficit de reservação do sistema (m³) 101,20

Economias em funcionamento no sistema 406,41

A partir dos dados dispostos na Tabela 3.9, verifica-se que há um déficit de

vazão dos poços de aproximadamente 4,9 m³/h. O motivo deste déficit é o fato de

que o consumo Isto é decorrência do consumo diário do sistema (23,9 m³/h) ser

maior que a vazão máxima de captação dos poços (19 m³/h). Assim como os poços,

o volume de reservação também é deficitário: cerca de 100 m³ abaixo do volume

indicado.

É possível concluir que mesmo com uma pequena deficiência de captação

dos poços, a deficiência da capacidade de reservação do sistema atual é alta. Isto

pode ocasionar deficiências no sistema de abastecimento de água e sobrecarga no

funcionamento deste.

SISTEMA DE ABASTECIMENTO 05

Compõe o Sistema de Abastecimento 05 os Poços 15, 19 e 21 e o

Reservatório 06. Os poços abastecem o Reservatório 06, sendo que este dispõe o

volume de água para o abastecimento total do bairro Três Vendas.

Figura 3.46 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 05.

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Tabela 3.10 – Características do Sistema de Abastecimento de Água 05

Sistema de Abastecimento de Água 05

Consumo horário do sistema (m³/h) 2,06

Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 7,80

Ociosidade de vazão dos poços do sistema (m³/h) 5,74

Volume de reservação atual do sistema (m³) 40,00

Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 16,47

Ociosidade de reservação do sistema (m³) 23,53

Economias em funcionamento no sistema 35,00

Como pode ser observado na Tabela 3.10, em relação ao abastecimento feito

pelos poços, o sistema 05 mostra-se eficiente, suprindo a demanda estabelecida

pelo Bairro Três Vendas. Também existe uma ociosidade em relação ao volume de

reservação do sistema que é superestimado em relação ao volume indicado de

reservação – essa peculiaridade faz com que o reservatório 06, trabalhe com

excesso volumétrico.

SISTEMA DE ABASTECIMENTO 06

O Sistema de Abastecimento 06 abastece todo o bairro de Pirapetinga. Para

isto, é necessário que o Poço 18 forneça água para o Reservatório 06, e este

conjuntamente com o Poço 10 abasteça o bairro.

Figura 3.47 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 06.

A partir dos dados referentes ao sistema de abastecimento e distribuição de

água é possível analisar a eficiência de cada setor do sistema, nesse caso

analisaremos o Sistema de Abastecimento de Água 06, observa-se pela Figura 3.47

que 90% do abastecimento do bairro é feito pelo reservatório 07 e os 10% restantes

é feito pelo poço 10 que é conectado diretamente à rede de abastecimento.

Tabela 3.11 – Caracteristica do Sistema de Abastecimento de Agua 06

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Sistema de Abastecimento de Água 06

Consumo horário do sistema (m³/h) 7,82

Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 9,00

Ociosidade da vazão dos poços do sistema (m³/h) 1,18

Volume de reservação atual do sistema (m³) 25,00

Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 62,57

Déficit de reservação do sistema (m³) 37,57

Economias em funcionamento no sistema 133,00

Observando a Tabela 3.11, nota-se que o consumo horário do sistema de

abastecimento 06 é de 7,82 m³/h e a vazão média do poço que abastece o sistema é

de 9,00 m³/h, tendo uma ociosidade de captação de 1,18 m³/h. O volume atual do

reservatório 07 é de 25 m³, por meio de cálculos realizados utilizando o consumo do

sistema, para que se tenha um abastecimento efetivo seria necessário um

reservatório de 62,57 m³, gerando um déficit de 37,57 m³.

A deficiência no abastecimento 06 acarreta um sobre carregamento no

sistema de abastecimento, tendo em vista que o reservatório tem capacidade aquém

da metade do recomendado, isso implica num desgaste muito grande dos poços que

abastecem o bairro, pois para manter o nível do reservatório, o poço terá um tempo

de trabalho maior, e mesmo com esse trabalho excessivo a vazão desses não

atendem a necessidade de abastecimento do bairro, podendo ter falhas e corte de

abastecimento no bairro atendido.

SISTEMA DE ABASTECIMENTO 07

O Sistema de Abastecimento 07 é composto por seis poços, a Elevatória de

Água Bruta e três reservatórios, que são subdivididos em dois subsistemas: 07-A e

07-B. A dinâmica do sistema 07-A (em roxo na Figura 3.48) é dada da seguinte

forma: o Poço 13 abastece o Reservatório 09 e este abastece 33% do bairro Centro

01, 1% dos bairros Divino Salvador e Sossego e os Reservatórios 09 e 10 (estes

reservatórios são também componentes do sistema 07-B).

O Sistema 07-B (Figura 3.48) em azul claro é composto pelo Reservatório 08,

abastecido pelos Poços 02, 03, 04 e 05, e o Reservatório 10, abastecido pelo Poço

14 e pelos Reservatórios 08 e 09. O Reservatório 10 abastece 99% dos bairros

Divino Salvador e Sossego, e 22% do bairro Progresso.

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Figura 3.48 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 07.

A partir da Figura 3.48, foram analisadas as capacidades dos sistemas 07-A e

07-B. Os resultados das análises estão dispostos na Tabela 3.12.

Tabela 3.12 – Características do Sistema de Abastecimento de Água 07-A

Sistema de Abastecimento de Água 07 - A

Consumo horário do sistema (m³/h) 3,87

Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 10,00

Ociosidade de vazão dos poços do sistema (m³/h) 6,13

Volume de reservação atual do sistema (m³) 50,00

Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 30,96

Ociosidade de reservação do sistema (m³) 19,04

Economias em funcionamento no sistema 65,81

Analisando os dados dispostos na Tabela, verifica-se que o sistema 07-A é

superestimado, uma vez que o poço capta uma vazão superior ao consumo horário

do sistema, o que resulta na ociosidade do montante captado, compreendendo uma

vazão de 6,13 m³/h. O mesmo ocorre para o volume de reservação, que apesar de

apresentar uma capacidade volumétrica pequena em comparação aos reservatórios

dos outros sistemas, é superestimado, excedendo em aproximadamente 19 m³

quando comparado ao volume indicado.

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100

Para análise do Sistema 07-B, também foram realizadas as mesmas

considerações, apresentadas na Tabela 3.13

Tabela 3.13 – Características do Sistema de Abastecimento de Água 07-B

Sistema de Abastecimento de Água 07 - B

Consumo horário do sistema (m³/h) 20,87

Vazão máxima de captação dos poços do sistema (m³/h) 45,50

Ociosidade de vazão dos poços do sistema (m³/h) 24,63

Volume de reservação atual do sistema (m³) 335,00

Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 166,95

Ociosidade de reservação do sistema (m³) 168,05

Economias em funcionamento no sistema 354,86

O sistema de abastecimento 07-B, assim como o 07-A, é superestimado em

relação a situação de demanda atual, excedendo tanto na capacidade volumétrica

de captação quanto na de reservação de 168,05 m³ e 24,63 m³/h, respectivamente.

SISTEMA DE ABASTECIMENTO 08

O Sistema de Abastecimento 08 abastece 78% do bairro Progresso. Ele se

compõe do Poço 16 que abastece o Reservatório 11, e este abastece o bairro.

Figura 3.49 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 08. Tabela 3.14 – Característica do Sistema de Abastecimento de Agua 08

Sistema de Abastecimento de Água 08

Consumo horário do sistema (m³/h) 2,98

Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 5,00

Ociosidade da vazão dos poços do sistema (m³/h) 2,02

Volume de reservação atual do sistema (m³) 20,00

Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 23,85

Déficit de reservação do sistema (m³) 3,85

Economias em funcionamento no sistema 2,98

Ao analisar a Tabela 3.14 observa-se que o consumo horário do sistema de

abastecimento 08 é de 2,98 m³/h e a vazão média do poço que abastece o sistema é

de 5,00 m³/h, isso implica que o poço tem uma ociosidade de 2,02 m³/h. O volume

atual do reservatório 11 é de 20,00 m³, segundo os cálculos realizados levando em

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101

conta o consumo horário do sistema, a capacidade do reservatório para suprir a

necessidade do abastecimento teria que ser de 23,85 m³, sendo assim a um déficit

de 3,85 m³ de água.

Essa deficiência no sistema de abastecimento 08 resulta num desgaste maior

na captação realizada pelo poço 16, pois para inteirar a necessidade do reservatório

tendo em vista o déficit de volume ele acaba trabalhando em excesso, ocasionando

um desgaste mecânico a longo prazo.

3.1.9 CONSUMO

Os dados de consumo de Guarani foram avaliados conforme as informações

repassadas ao Ministério das Cidades para elaboração do Diagnóstico dos Serviços

de Água e Esgoto – 2012, divulgado pelo Sistema Nacional de Informações sobre o

Saneamento (SNIS).

O volume de água consumido no ano de 2011 foi de 934.000 m³, aumentando

para 1.163.000 m³ em 2012. Todo o consumo foi faturado pela autarquia de águas e

esgoto.

Existiam em 2011, no município 2.746 ligações totais de água, sendo apenas

2.424 ligações ativas. Este também é o número de economias ativas, o que significa

que há uma ligação para cada economia. Das 2.424 economias registradas, 2.313

são residenciais.

As economias ativas por bairro, avaliadas no período de Janeiro a Junho de

2013, se encontram descritas na Tabela 3.15. É possível verificar que de dezembro

de 2012 até junho de 2013, houve um aumento de 142 economias.

Tabela 3.15 – Economias ativas de água no município de Guarani

LOCALIDADES N° DE ECONOMIAS ATIVAS

Centro (Ponte para cima) 496

Divino Salvador e Sossego 343

Bela Vista 273

Centro (Ponte para baixo) 189

São Luís 270

Cidade Jardim 44

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102

Nova Guarani 429

Nova Guarani (Loteamento novo) 5

Pirapetinga 133

Progresso 65

Três Vendas 35

TOTAL 2.282

Fonte: SAEG, 2013.

As informações de consumo per capita, consumo especial e consumidores

por setores, são os disponibilizados pelo SNIS para o ano de 2012, uma vez que os

dados de 2013 ainda estão em fase de tratamento pelo Ministério das Cidades.

O valor divulgado para consumo médio per capita de Guarani é de 372,2

L/hab.dia (SNIS 2011). Considerando que o consumo per capita do ano de 2011 de

Minas Gerais, divulgado no SNIS (2010), é de 155 L/hab.dia, nota-se que o valor

consumido em Guarani é aproximadamente 139% superior ao valor estadual.

Pelos dados divulgados, também é conhecida a existência de 2.424

economias de água ativas, e que dessas, 2.313 são economias residenciais. Sendo

assim, existem 111 economias de água ativas que podem ser enquadradas em

consumo comercial, industrial, irrigação, animal ou turismo.

A Lei nº 11.445 de 2007 prevê o atendimento de 100% da população

municipal pelo abastecimento de água. A projeção populacional, censos de 1970,

1980, 1991, 2000 e 2010 do IBGE, permitiu estabelecer a projeção populacional

durante o horizonte do plano. Aliado a isso, foram analisados os dados referentes ao

sistema de reservação, ao sistema de captação, consumo per capita, além de outros

parâmetros hidráulicos que consentiram avaliar a capacidade do sistema de

abastecimento. Os resultados dessa análise se apresentam na Tabela 3.16.

Tabela 3.16 – Abastecimento de água para atendimento de 100% da população

Sistema de abastecimento 2014

Consumo diário municipal (m³/h) 163,88

Vazão máxima de captação dos poços (m³/h) 119,10

Déficit de vazão dos poços do sistema (m³/h) 44,78

Volume de reservação atual (m³) 840,00

Volume indicado para o reservatório (m³) 1.311,07

Déficit de reservação (m³) 471,07

Economias em funcionamento 2.424

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103

Pessoas por domicílio 3,16

Ligações existentes 2.746

Ligações ativas 2.424

Com o estudo efetuado, pode-se observar o sistema de abastecimento de

água de forma integrada, permitindo a constatação de um déficit na captação de

água pelos poços e no sistema de reservação. Tal análise pôde ser comprovada por

meio dos relatos registrados nas reuniões comunitárias pela própria população de

Guarani. Com o passar do tempo, considerando as variáveis utilizadas na Tabela

3.16 e Tabela 2.1 se nenhuma ação corretiva ocorrer, o quadro deficitário do sistema

de abastecimento de água aumentará como demonstrado na Tabela 3.17 e mais

graves serão as consequências para a população do município.

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104

Tabela 3.17 – Projeção do sistema de abastecimento

Sistema de abastecimento 2014 2024 2034

Consumo diário municipal (m³/h) 163,88 170,03 176,19

Vazão máxima de captação dos poços (m³/h) 119,10 119,10 119,10

Déficit de vazão dos poços do sistema (m³/h) 44,78 50,93 57,09

Volume de reservação atual (m³) 840,00 840,00 840,00

Volume indicado para o reservatório (m³) 1.311,07 1.360,28 1.409,49

Déficit de reservação (m³) 471,07 520,28 569,49

Economias em funcionamentos 2.424,00 2.891,37 2.995,97

Pessoas por domicílio 3,16 3,16 3,16

A tabela acima demonstra a variação da demanda do sistema de

abastecimento de água no município de Guarani, com um intervalo de dez anos, do

início até o período final de abrangência do PMSB.

3.1.10 ANÁLISE FINANCEIRA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Em relação às tarifas de água e esgoto, devem ser calculadas com base nos

custos de serviços administrativos e industriais gerais apurados. Desta forma, o

Conselho de Administração e o Diretor Geral do SAEG ficam proibidos de aprovar

tarifas deficitárias para o serviço de água e esgoto sanitário. O balanço deve ser

estudado, periodicamente, a partir da análise dos resultados será realizada a revisão

do sistema de tarifação, caso necessário às tarifas deverá ser recalculadas, toda vez

que o custo do serviço exigir.

As tarifas de água, em Guarani, vêm sendo cobradas em valores fixos,

desconsiderando a proporcionalidade da cobrança pela quantidade de água

consumida. A Tabela 3.18 apresenta os valores fixos cobrados pelo uso de água em

Guarani, de 2001 a 2012.

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Tabela 3.18 – Tarifação de Água em Guarani

ANO VALOR (R$)

2001 6

2002 8

2003 10

2004 12

2005 15

2006 15

2007 16

2008 16

2009 16

2010 20

2011 20

2012 20

2013 20

Fonte: SAEG – Guarani (2013).

A Lei no 75 de 19 de Janeiro de 2001, em seu Capítulo V, Art. 24 estabelece

diretrizes para Tarifação e Taxas dos serviços prestados pelo SAEG, no entanto o

atual sistema de cobrança não se enquadra aos critérios estabelecidos pela lei para

redução de tarifas com base em valores de consumo médio, uma vez que o valor da

tarifa é fixo, independente da variação do consumo.

A Tabela 3.19 apresenta a estimativa desenvolvida pelo SAEG - Guarani

(2013) das despesas correntes/despesa média mensal, com base nos dados

analisados em maio de 2013.

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Tabela 3.19 – Estimativa de Despesas Correntes/Despesa Média Mensal - Maio/2013

SAEG - SERVIÇO AUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTO DE GUARANI - MG SISTEMA OPERACIONAL, MANUTENÇÃO ÁGUA E

ESGOTO R$ - Média Mensal % despesa

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA 0,00 0,0

ENERGIA ELÉTRICA 25.000,00 43,2

MATERIAL DE LABORATÓRIO 0,00 0,0

DESPESAS COM COMBUSTÍVEIS/LUBRIFICANTES 750,00 1,3 MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS 4.250,00 7,3

FERRAMENTAS E EPI'S 350,00 0,6

ANUIDADES AGÊNCIA NACIONAL 383,25 0,7

ADMINISTRAÇÃO 19.305,64 33,4

DESPESAS COM PESSOAL 6.587,41 11,4

DESPESAS DE CAPITAL 1.200,00 2,1

PRESERVAÇÃO AO MEIO AMBIENTE 0 0,0

TOTAL 57.826,30 100,0

Fonte: SAEG – Guarani, 2013.

Para elaboração da estimativa apresentada na Tabela 3.19, o SAEG -

Guarani avaliou os custos de infraestrutura, equipamentos, operação, manutenção e

despesas pessoais envolvidas para execução dos serviços de abastecimento de

água e esgotamento sanitário decorrente no município.

Como observado na Tabela 3.19 a despesa média mensal que o SAEG –

Guarani tem para desempenhar sua função é de R$ 57.826,30; sendo a energia

elétrica o custo operacional que mais contribui na despesa, devido ao funcionamento

das bombas utilizadas pelos poços para captação e transmissão das águas

subterrâneas.

Os valores atribuídos a administração e despesa com capital é referente ao

pagamento de pessoas físicas que trabalham para execução dos serviços prestados

pelo SAEG, que dispõe de corpo funcional composto por 16 servidores.

O valor total estimado para as despesas mensais do SAEG – Guarani é

superior ao arrecadado com as tarifas fixas cobradas pelos serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário, como pode ser observado na

Tabela 3.20.

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107

Tabela 3.20 – Estimativa do Balanço Mensal do SAEG - GUARANI

Variável Valor (RS)

Despesa Mensal Total 57.826,30

Receita Média Mensal Arrecada 46.965,24

Déficit Mensal 10.861,06

Fonte: Guarani (2013)

Para elaboração do balanço mensal apresentado na Tabela 3.20, avaliou-se

o valor total das despesas correntes do SAEG – Guarani, e quantia arrecadada pela

taxação dos serviços, ambas expressas em quantias mensais. Observa-se que o

valor de despesas correntes é muito superior ao do valor arrecado, o qual além de

não pagar o funcionamento dos serviços realizados pelo SAEG – Guarani causa um

déficit mensal, representado um saldo negativo de R$ 10.861,00 por mês. Tal déficit

resulta em falta de manutenção das redes e ausência da substituição dos

componentes do sistema de abastecimento de água, implicando muitas vezes no

corte de fornecimento de água pelo SAEG, como relatado pela diretoria.

Ressalta-se que a existência de inadimplências, ou seja, o não pagamento

pelo serviço de água e esgoto que é prestado colabora para a ocorrência do déficit.

O serviço que não é pago pode ser interrompido conforme o previsto no Art. 40, Inc.

V da Política Nacional de Saneamento Básico.

Tratando-se do município de Guarani, os consumidores que não realizarem o

pagamento das tarifas do serviço de água e dentro dos prazos sofrerão as

penalidades previstas no Art. 28, Incisos de I a IV da Lei Municipal n° 75/2001: multa

de 2% sobre o valor da fatura, juros de mora de 1% ao mês ou fração (contados a

partir do vencimento da fatura), suspensão do fornecimento de água após o

vencimento da terceira fatura em débito, ou após 60 dias de vencida uma fatura e

proibição de transacionar o imóvel do setor municipal.

Segundo esta mesma lei municipal, débitos não saldados em até 90 dias após

o vencimento, o devedor será inscrito na dívida ativa para cobrança executiva. É na

cobrança executiva que se aplicam normas relativas aos juros, multas e correção

monetárias.

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108

3.1.11 INDICADORES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Conforme a Lei Federal n° 11.445/2007, deve-se estabelecer um sistema de

informações dos serviços de Saneamento que estejam articulados com o SNIS. Para

avaliar a situação do sistema abastecimento de água, é importante que seja

realizada a alimentação do banco de dados do SNIS e assim permitir o cálculo dos

indicadores deste sistema.

Considerando os valores divulgados pelo relatório do SNIS 2011, foram

realizadas avaliações do serviço prestado por meio dos seguintes índices: despesa

total com os serviços por m³ faturado (R$/m³), tarifa média de água (R$/m³),

desempenho financeiro de água e esgoto (%), perdas no faturamento de água (%),

perdas na distribuição de água (%), índice bruto de perdas lineares (m³/dia/km) e

índice de perdas por ligação de água (L/dia/lig.) descritos na Figura 3.10.

Tabela 3.21 – Índices do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

Valores Indicadores SNIS 2011

Abrangência

Guarani

(SAEG)

Senador

Firmino

(SAAE)

Média

Estadual

IN03 - Despesa total com os serviços por m³ faturado

de água e esgoto (R$/m³) 1,11 1,23 0,96

IN05 - Tarifa média de água (R$/m³) 0,67 1,67 3,34

IN12 - Indicador de desempenho financeiro (água e

esgoto) (%) 60,8 108,7 130,1

IN13 - Índice de perdas faturamento de água (%) 17,6 29,3 31,6

IN49 - Índice de perdas na distribuição de água (%) 17,6 45,4 33,8

IN50 - Índice bruto de perdas lineares (m³/dia.km) 23,3 20,3 33,1

IN51 - Índice de perdas por ligação de água (L/dia/lig.) 230,5 301,2 399,9

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, 2012.

Ao avaliar os índices apresentados na Tabela 3.21, verifica-se que são

apresentados os valores para os municípios de Guarani, Senador Firmino e a média

dos municípios de Minas Gerais. Senador Firmino localiza-se também na região da

Zona da Mata e é do mesmo porte do município de Guarani (7.230 habitantes e IDH

de 0,644).

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Verifica-se que os índices de tarifa média de água (IN05) e despesa total com

os serviços (IN03) são inferiores ao valor de Senador Firmino, cuja administração do

sistema de água também é feito pela autarquia municipal. Esses valores também

são bem inferiores à média estadual.

Quanto ao desempenho financeiro (IN12) os valores de Guarani são metade

dos valores de Senador Firmino e da média estadual. Enquanto os indicadores de

perdas no faturamento de água (IN13) é o menor dentre os três valores

apresentados.

Para o índice de perdas lineares brutas (IN50), Guarani apresenta um valor

maior que o de Senador Firmino, mas menor que a média estadual.

Vale destacar que dentre os índices de perdas na distribuição de água (IN49),

o município de Guarani possui o menor índice entre os valores analisados. Nota-se

que este comportamento se repete para os índices de perdas por ligação de água

(IN51), onde o valor também é inferior.

Destaca-se que os índices de perda representados na Tabela 3.21 são os

dados apresentados ao Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento

(SNIS) e representam uma estimativa da perda de água do município cuja

representatividade não é condizente com a realidade do município, uma vez que

estes valores são consideravelmente maiores considerando que ao realizar as

visitas ao município de Guarani é visível o desperdício de água por parte da

população fazendo de uso de água consuntiva para lazer, por exemplo.

3.1.12 ANÁLISE CRÍTICA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O serviço de abastecimento de água realizado pelo SAEG de Guarani,

autarquia municipal, atende toda a área urbana do município, porém é oscilante. O

sistema, utiliza majoritariamente poços tubulares profundos como fonte de

abastecimento de água, com exceção de dois poços sendo um artesiano e outro

semi-artesiano.

A água captada pelos 20 poços em atividade é bombeada até 11

reservatórios distribuídos pelo município, que são responsáveis pelo abastecimento

da rede de distribuição.

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Analisando a fragilidade e complexidade da estrutura de distribuição, nota-se

a falta de um estudo ou planejamento prévio para a implantação de uma rede de

abastecimento, o que fica evidente é a construção de vários pequenos sistemas

interligados construídos ao longo do tempo de acordo com a demanda. Tal

característica acarreta em déficits sequenciais de abastecimento em períodos de

estiagem ou quando as temperaturas se tornam elevadas e o consumo

consequentemente, aumenta, conforme o relato da população do município.

A deficiência encontrada no abastecimento de água se dá pela falta de

planejamento e estudo técnico. Nota-se no item 3.1.8 que trata dos sistemas de

abastecimentos individuais, que em sua maioria os reservatórios têm um déficit de

volume de água necessário para a demanda, e consequentemente isso acaba por

forçar um maior trabalho realizado pelos poços, ocasionando a fadiga do sistema

como um todo, forçando o sistema de abastecimento sempre trabalhar no limite de

sua capacidade, não abrindo margem para mitigação de eventuais imprevistos,

aumentando a possibilidade da escassez de água nos horários de pico ou até

mesmo o corte nos abastecimentos por problemas relacionados pelo sistema não

contar com uma reserva de emergência.

A existência de poços ligados diretamente à rede de abastecimento sem a

presença de um reservatório para regulagem de pressão podem provocar a

ocorrência de rompimento das tubulações.

Outro aspecto falho da manutenção do sistema de abastecimento de água é a

falta de tratamento e monitoramento da água fornecida a população de Guarani,

independentemente de sua proveniência, é de grande importância que passe por um

sistema de purificação – retirada de cor, turbidez, controle de pH, entre outros.

Além disto, a ausência de macro ou micromedições faz com que os índices

sejam estimados pela companhia responsável pelo abastecimento de água e

portanto, não se tem como saber de fato a quantidade de perdas no sistema, porém

se sabe que os índices são muito mais elevados que os estimados, uma vez que o

padrão de consumo da população de Guarani é extremamente elevado.

Durante as reuniões, mesmo que com baixa participação popular, foi possível

coletar relatos de que existem muitos desperdícios em Guarani, como a troca de

água em piscinas domiciliares, uso de água para manter a poeira das calçadas fixas

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no solo (e não dispersas no ar) e uso do recurso hídrico para amenizar as elevadas

temperaturas (irrigação dos telhados quentes para provocar o resfriamento das

casas). Outro questionamento constante da população foi a questão da ausência do

tratamento da água e a escassez de abastecimento em determinados períodos do

ano.

Analisando a macro estrutura do sistema de abastecimento instalado, vemos

que ele é um sistema precário desde a captação, distribuição e mensuração de

consumo (que não existe), até o momento, ano de 2013, não existe uma cobrança

pela quantidade de água utilizada, pela falta de hidrômetros, cada economia paga

uma tarifa de R$ 20,00 pelo uso. Esse valor, junto a grande taxa de inadimplência

torna o sistema altamente deficitário, ao contrário do que era estipulado pela Lei nº

075/2001, que visava a sustentabilidade do estabelecimento sem a utilização de

verbas provenientes da prefeitura.

3.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO

As diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de

saneamento básico estão estabelecidas pela Lei nº 11.405 de 2007, discorrendo

sobre a necessidade de universalização do acesso, da eficiência, segurança,

qualidade e sustentabilidade dos sistemas adotados.

Segundo a NBR/ABNT 8.160, o esgoto sanitário consiste no despejo

proveniente da água utilizada para fins higiênicos. Áreas urbanas, geralmente,

apresentam sistemas que captam efluentes domésticos, que caracterizam o esgoto

sanitário, por meio de ligações prediais, e os dão destino final através de tubulação,

canais e outras estruturas.

Como o destino final do esgoto doméstico, frequentemente são as águas

superficiais, é de suma importância que haja o tratamento adequado para o despejo

de tal efluente, uma vez que esse in natura apresenta características que causam

altos riscos à saúde humana e ambiental, principalmente por contaminação por

patógenos, entre outros compostos orgânicos e inorgânicos presentes no esgoto.

O que aponta também a necessidade de outros cuidados anteriores ao

momento do despejo do efluente doméstico, de modo a assegurar a qualidade do

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meio ambiente e proteger a população dos riscos patógenos e insalubres

associados às características do esgoto sanitário.

Em âmbito nacional, as legislações vigentes utilizadas para o gerenciamento

dos efluentes líquidos são: Resolução CONAMA no 357 de 17 de Março de 2005 e a

Resolução CONAMA no 430 de 13 de Maio de 2011. A primeira, além de classificar

os corpos hídricos superficiais, estabelece padrões para tratamento e lançamento de

efluentes líquidos, considerando também a qualificação do corpo receptor. A

segunda dispõe sobre tratamento e lançamento de efluentes, complementando e

alterando algumas diretrizes da CONAMA 357/05.

O município de Guarani, em sua área urbana dispõe de um sistema que capta

o esgoto sanitário por meio de ligações prediais, o efluente doméstico do município,

após captado é diretamente direcionado aos locais de despejo, os corpos hídricos

presentes no município, sem passar por nenhum tipo de tratamento e muitas vezes

a céu aberto.

3.2.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESGOTO GERADO EM GUARANI

No município de Guarani, o esgotamento sanitário é caracterizado pela

contribuição de efluentes domésticos, gerados pelas atividades de uso de água e

higiene decorrentes em residência, também pela contribuição dos efluentes

provenientes de grandes geradores, unidades que comportam grande quantidade de

pessoas, diariamente, como as escolas e hospital.

Em Guarani, há também os efluentes oriundos de atividades industriais e os

gerados na área rural.

A seguir, são descritos os diferentes tipos de efluentes gerados em Guarani:

Esgoto Doméstico Gerado na Área Urbana

Proveniente das atividades de higiene e limpeza que utilizam água. Segundo

Silva (2013), o esgoto doméstico tem em sua composição água (98% - 99,9%) e

sólidos (0,1% - 2%), a parcela sólida é formada por poluentes como: compostos

orgânicos e inorgânicos, sólidos dissolvidos, sólidos suspensos e micro-organismos.

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Em Guarani, o esgoto doméstico gerado na área urbana é gerenciado pela

autarquia municipal SAEG-Guarani, a qual se responsabiliza pela coleta e

destinação final de tal efluente.

De acordo com Tsutiya (2006), existem três tipos de sistemas de

esgotamento sanitário: o tipo unitário que, além de coletar esgoto sanitário também

coleta as água pluviais e as provenientes de infiltração; o separador parcial, modelo

que separa apenas uma parcela das águas da chuva, águas de pátios e calhas são

lançadas nas tubulações e; por fim, o separador absoluto, onde somente o esgoto

sanitário é encaminhado até a destinação final. No município de Guarani é utilizado

exclusivamente o sistema unitário.

Segundo o SAEG (2012), Guarani possui o total de 2.313 economias

residências ativas de esgoto. O censo do IBGE (2010) mostra que Guarani

apresenta o número de 3,16 habitantes por economias. Desta forma, pode-se

calcular a importância de 7.309 pessoas contemplados pelos sistemas de

esgotamento sanitário em 2010 – valor que corresponde a 84,26% da população da

época. Ao final do plano de saneamento segundo a Lei nº 11.445 de 2007, ao final

do cumprimento do plano 100% da população deve ser atendida por esse serviço.

A partir do consumo de água, pode-se estimar a demanda necessária para

que o esgotamento sanitário atenda a população de maneira geral até o ano de

2034, data em que se encerra o horizonte de planejamento elaborado em 2013

(segundo a Lei nº 11.445 de 2007). De acordo com as considerações feitas para o

cálculo de abastecimento de água e considerando o coeficiente de retorno de

esgotamento sanitário de 80% do consumo médio de água, conforme a NBR 9.649

de 1.986, chega-se a Tabela 3.22 – Projeção da demanda de esgoto no decorrer do

plano.

Tabela 3.22 – Projeção da demanda de esgoto no decorrer do plano

Projeção da Demanda de Esgotamento

Ano 2014 2024 2034

Consumo de Água (1.000 m³/ano) 1.435,62 1.489,50 1.543,39

Vazão de Esgoto Estimada (1.000 m³/ano) 1.148,50 1.191,60 1.234,71

Vazão de Esgoto Captada Pelo SAEG

(1.000 m³/ano) em 2012 908,00 908,00 908,00

Déficit de Captação de Esgoto (1.000 m³/ano) 240,50 283,60 326,71

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A tabela acima demonstra a capacidade volumétrica de esgotamento sanitário

projetado durante o horizonte do plano. Também, a partir de dados do SAEG (2012),

obtiveram-se os números referentes ao déficit do esgotamento necessários para que

o sistema contemplasse toda população. O dado de vazão coletada pelo sistema de

esgotamento municipal em 2012 foi mantido, para que assim, possa ser expresso,

em volume, a necessidade de ampliação da rede ao final do horizonte do PMSB.

Efluentes Gerados na Área Rural

Além do esgoto doméstico gerado nos domicílios da área rural, esta

localidade pode apresentar diferentes tipos de efluentes conforme as atividades

realizadas.

As atividades agrícolas, frequentemente utilizam fertilizantes e agrotóxicos,

produtos que afetam o efluente gerado, por apresentarem características como alto

teor de nutrientes (principalmente pela presença de nitrogênio e fósforo), e

toxicidade, em função dos agentes químicos presentes nos agrotóxicos. As

atividades de pecuária também geram efluente doméstico característico, em função

da grande quantidade de esterco animal.

As áreas rurais do município de Guarani não são contempladas pelos

serviços do SAEG, em tal localidade, os geradores que realizam o manejo de seus

efluentes, utilizam soluções individuais, por meio de sistemas como tanques sépticos

(fossas), sumidouros, entre outros.

Uma iniciativa pioneira muito interessante realizada no município é o Projeto

Água Viva, elaborado no distrito de Três Vendas, que tem como objetivo construir

tanques sépticos (fossas sépticas) biodigestores para o melhoramento da qualidade

de vida da população local.

A elaboração do projeto foi feita pelo Centro de Educação Ambiental do Povo

do Vale do Rio Pomba – CEAVARP, com a participação da empresa Brookfield

Energia Renovável S/A que prevê aporte financeiro entre o período de junho de

2013 e junho de 2014 e da prefeitura municipal.

O sistema individual de tanques sépticos biodigestores por ser visualizado

através da Figura 3.50.

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Figura 3.50 – Sistema Individual de Tratamento de Efluentes Fonte: CEAVARP.

Como mostra a Figura 3.50, o sistema consistem em um conjunto de três

tambores de 240 litros, colocados em série e ligados diretamente ao vaso sanitário.

A Figura 3.51 a seguir, demonstra a estrutura interna dos tambores,

possibilitando uma descrição técnica do processo de tratamento do efluente.

Figura 3.51 – Projeto Água Viva, Fossa Séptica Biodigestora. Fonte: CEAVARP.

Segundo o CEAVARP (2013), o sistema de tratamento utilizado conta com

dois tanques sépticos (fossas) e um filtro anaeróbio de fluxo ascendente ligados em

série, tal tratamento utiliza agentes biológicos para decomposição resultando em

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uma taxa de 90% de remoção, aproximadamente, a fim de tornar o efluente apto

para o lançamento segundo os padrões de lançamento exigidos pelas Resoluções:

CONAMA nº 357/2005 e CONAMA 430/2011.

Vale ressaltar que tais legislações para lançamento de efluentes requerem

atendimento a inúmeros parâmetros físicos, químicos e biológicos, tanto do efluente

a ser lançado quanto do corpo hídrico receptor.

Assim, deve-se avaliar qual a melhor forma de destinação final do efluente

que passa pelo tratamento desenvolvido pelo Projeto Água Viva, verificando a

viabilidade da realização do descarte direto do efluente, ou a adoção de outras

opções, como por exemplo: a implantação de um sumidouro ao final do sistema.

A prefeitura municipal de Guarani firmou o compromisso com o projeto

responsabilizando-se pela limpeza das fossas. A limpeza deve ocorrer a cada oito

meses e o lodo coletado deverá ser transformado em adubo orgânico, cuja aplicação

vem sendo estudada pelos elaboradores do projeto que será concluído em maio de

2014.

Efluentes Industriais

Os efluentes oriundos das atividades industriais apresentam características

variadas conforme a matéria prima e os processos utilizados na indústria. O

gerenciamento destes efluentes é de responsabilidade de seus respectivos

geradores, os quais devem atender os padrões estabelecidos pelas legislações

vigentes.

O município dispõe de um matadouro improvisado, que atua de maneira

incompatível as normas sanitárias, utilizado por diferentes açougueiros de Guarani,

esse estabelecimento fica localizado no perímetro urbano, em um terreno de

domínio da Prefeitura Municipal. No local, ocorre o abate de bovinos e suínos, o que

gera um efluente muito rico em matéria orgânica: sangue, vísceras, pele animal,

fezes, vômitos, entre outros.

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Figura 3.52 – Matadouro

Atualmente, no ano de 2013, o efluente gerado é a grande problemática, pois

é lançado diretamente no Rio Pomba. Uma iniciativa, perante a geração de resíduos

foi realizado em 2012, quando foi firmado um contrato entre o município e a empresa

Garra Subprodutos, desde então o material residual é coletado periodicamente pela

empresa.

3.2.2 REDE COLETORA

A área urbana de Guarani é completamente atendida pelos serviços de coleta

de esgoto sanitário desempenhados pelo SAEG do município.

A coleta de esgoto domiciliar ocorre através de ligações prediais, que

compõem o conjunto de dispositivos que interligam instalação predial de um edifício

às tubulações e canalizações, enterradas, que compõem a rede de esgoto

(enterrada) do município, e distribuem os efluentes coletados nas residências,

encaminhando-os para o seu destino final. A rede dispõe de Poços de Visita (PVs)

para os serviços de manutenção.

Segundo os dados registrados no SAEG (2012), em Guarani, são coletados

908.000 m³ de esgoto por ano. O município dispõe de 2.746 ligações prediais que

atendem 2.313 economias, ligadas à rede de esgoto do município que transporta o

efluente coletado ao seu destino final.

A Figura 3.53 apresenta o mapeamento da rede coletora de esgoto do

município de Guarani e seus Poços de Visita.

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Figura 3.53 – Rede Coletora de Esgoto do Município de Guarani.

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A Figura 3.54 mostra uma obra realizada no município de Guarani para

amplificação da rede coletora que compõe o sistema de esgotamento sanitário da

cidade.

Figura 3.54 – Obra de Extensão da Rede Coletora de Esgoto.

Como observado na Figura 3.54 para construção de canal enterrado para

coleta de esgoto, inicialmente há a escavação da área, para instalação do canal, e

posteriormente, executa-se a cobertura com parte do volume de solo retirado no

processo de escavação.

O município de Guarani não conta com infraestruturas de estação elevatória e

Estação de Tratamento de Esgoto – ETE. Os resíduos coletados são transportados

pela tubulação e canalização da rede de esgoto do município por gravidade, tendo

como destino final os corpos hídricos situados em cotas mais baixas: os rios e os

córregos localizados no município.

3.2.2.1 CARACTERÍSTICAS DAS TUBULAÇÕES QUE COMPÕEM A REDE COLETORA DE

ESGOTO

As tubulações que compõem a rede coletora de esgoto variam quanto o

material de construção e diâmetro, sendo diferenciadas entre tubulações de

cerâmica, manilhas e PVC em diâmetros que vão de 60mm a 150 mm.

As tubulações que compõem a rede também apresentam idades variadas.

Diversos fatores podem causar problemas na rede coletora de esgoto, como a

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ausência de planejamento, o desgaste das tubulações e picos de pressões, levando

ao rompimento em determinados pontos da rede coletora de esgoto. Segundo

relatos dos participantes das reuniões comunitárias no município de Guarani, há

odores extremamente fortes e constantes em alguns locais da cidade e até mesmo

no interior das residências, o que demonstra que as redes não estão funcionando de

forma exata.

A partir das informações fornecidas pelo SAEG (2013), elaborou-se o mapa

com os pontos de rompimento da rede coletora do município de Guarani, visualizado

por meio da Figura 3.55.

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Figura 3.55 – Pontos de Rompimento da Rede de Esgoto de Guarani.

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3.2.3 DESCARTE/LANÇAMENTO

Todo o esgoto domiciliar coletado em Guarani, em estado bruto (desprovido

de qualquer tipo de tratamento) é distribuído e transportado pela rede até seus locais

de descarte. Sendo os rios e os córregos os corpos receptores do lançamento de tal

efluente.

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Figura 3.56 – Pontos de Lançamento de Esgoto Sanitário.

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Ao observar a Figura 3.56, nota-se que a situação atual do sistema de

esgotamento sanitário em Guarani é muito crítica, uma vez que o esgoto é lançado

aos corpos hídricos em estado bruto, causando a degradação desses mananciais

hídricos, além de causar danos à qualidade ambiental e à saúde da população do

entorno.

Analisando o mapa com os pontos de lançamento de esgoto doméstico,

verifica-se que os poços situados mais próximos aos pontos de lançamento são:

Poço 05, Poço 07, Poço 11, Poço 18 e 20. A proximidade dos pontos de lançamento

de efluente com os poços de captação pode interferir negativamente na qualidade

das águas captadas em tais poços, uma vez que a localidade de descarte de esgoto

consiste na porção do corpo hídrico que recebe o efluente mais concentrado, logo

com maior carga orgânica e teores mais elevados de demais poluentes.

Além dos impactos ambientais negativos como odor, desequilíbrio ecológico e

riscos à saúde, causados diretamente no local de descarte do esgoto doméstico, os

sistemas de abastecimento que recebem as águas provenientes dos poços mais

próximos aos pontos de lançamento de esgoto sanitário também estão suscetíveis

aos riscos causados pela ingestão e uso de águas contaminadas. Como já descrito

no Item 3.1.8 os bairros abastecidos pelos Poços 05, 07, 11, 17, 18 e 20 são:

Cachoeira, Centro 01, Centro 02, Cidade Jardim, Nova Guarani e Pirapetinga.

Uma problemática associada ao descarte sem tratamento é a ocorrência de

transbordos desses corpos hídricos que recebem efluente não tratado, o que

ocasiona o contato direto da população e dos constituintes ambientais com a água

contaminada pelo esgoto domiciliar, dotado de potenciais patológicos e outras

características que expõem riscos à saúde e ao meio ambiente.

Analisando a Figura 3.57, verifica-se um fato muito preocupante, ao constar

que há despejo de efluentes no córrego próximo ao hospital. Tal situação apresenta

altos riscos, em vista das unidades de saúde serem locais com maior potenciais de

riscos infectocontagiosos, contaminantes, patológicos, tóxicos, reativos e

radioativos.

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Figura 3.57 – Lançamento de Efluente no Córrego do Sossego.

3.2.4 COMPANHIA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

O SAEG é autarquia responsável por todo o serviço de esgotamento sanitário

no Guarani, por ser também responsabilizada pelos serviços de abastecimento de

água, suas características institucionais já foram apresentadas no item 3.1.1.

A análise financeira e o sistema de tarifação do serviço realizado para o

esgotamento sanitário do município também estão embutidos nos serviços de

abastecimento de água realizado pelo SAEG – Guarani.

3.2.5 ANÁLISE CRÍTICA DO SISTEMA

O município de Guarani dispõe de rede coletora com capacidade de atender

toda a população que reside na área urbana. No entanto, a rede apresenta algumas

falhas em função da ausência de planejamento: desconsideração do crescimento

populacional para dimensionamento pertinente à demanda, não capacidade para

suporte das variações de pressão e construção da rede em material propício.

Apesar de toda a população localizada na área urbana do município de

Guarani ser contemplada com os serviços de esgotamento sanitário, a ausência de

tratamento desse efluente coletado é uma deficiência que desencadeia muitos

outros problemas relacionados aos aspectos de saneamento do município.

Desta forma, o meio ambiente e a população local se encontram altamente

expostos aos riscos causados pelo contato com o esgoto não tratado.

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A poluição dos corpos hídricos superficiais tem como consequência o

desequilíbrio ecológico, por não permitir a vida de muitas espécies aquáticas, sendo

um ambiente propício ao desenvolvimento de animais, bactérias entre outros seres

vivos transmissores de doenças, e causadores de impactos ambientais negativos,

como odor desagradável e poluição visual.

Além do desequilíbrio ecológico, a degradação da qualidade das águas

nesses corpos superficiais inviabiliza sua condição de fonte de água para

abastecimento, também não possibilitando a pesca, a recreação, entre outras

atividades que a comunidade poderia desfrutar.

Os riscos de contaminação pelo descarte de esgoto não tratado não se

restringe só ao próprio local, uma vez que a carga poluidora é transportada pelo

fluxo dos corpos hídricos, além de percolar no subsolo, comprometendo a qualidade

das águas subterrâneas, as quais por sua vez são amplamente utilizadas no

município para abastecimento público.

Diagnosticou-se que grande parte dos bairros, da área urbana de Guarani, é

abastecida com águas oriundas de poços localizados muito próximos a pontos de

lançamento de esgoto doméstico, o que torna as águas utilizadas para o

abastecimento de tais bairros vulneráveis a contaminação, principalmente os bairros:

Cachoeira, Centro 01, Centro 02, Cidade Jardim, Nova Guarani e Pirapetinga, os

quais recebem de poços com maior proximidade dos pontos de lançamento de

efluentes.

Em relação à sustentabilidade do sistema de esgotamento sanitário no

município, verificou-se que há um projeto ainda não implantado, para construção de

uma estação de tratamento de esgoto. Quanto ao âmbito financeiro, o sistema de

esgotamento de esgoto não arrecada receitas para pagar o investimento e as

despesas de seu funcionamento, uma vez que o SAEG, companhia responsável por

tal setor, cobra tarifas apenas para o serviços de abastecimento de água, sendo as

despesas do esgotamento sanitário custeadas também pela tarifa de água e outros

recursos financeiros provenientes da prefeitura (característica que não atende o

principio da autossustentabilidade descrita na Política Nacional de Saneamento

Básico).

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3.3 LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

O setor do sistema de saneamento básico composto pelos serviços de

manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana tem como finalidade evitar e/ou

mitigar os impactos ambientais relacionados à poluição do meio ambiente causada

pelo acúmulo de material sólido (de origem natural ou antrópica) no meio físico, o

que gera desconforto, riscos à saúde e ao meio ambiente, além de comprometer a

harmonia paisagística.

A Lei Federal no 11.445, de 05 de Janeiro de 2007, em seu Capítulo I, Art. 3o,

considera como Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos o conjunto de

atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,

transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da

varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;

Os resíduos sólidos têm como amparo legal, em maior nível hierárquico a

Política Nacional dos Resíduos Sólidos instituída pela Lei no 12.305, de 2 de Agosto

de 2010, em seu Capítulo II, Art 3o, XVI, define como resíduo sólido: “material,

substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em

sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está

obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos

em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na

rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica

ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível”.

O Estado de Minas Gerais tem seu amparo a respeito dos resíduos sólidos,

na Lei no 18.031, de 12 de Janeiro de 2009, que institui sua Política Estadual dos

Resíduos Sólidos. Esta é fundamentada na gestão integrada, participativa e

descentralizada no que se refere ao manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana,

e foi publicada antes da Política Nacional instituída na Lei Federal no 11.445 de

2007, a qual apresenta considerações e diretrizes semelhantes.

Até 2013 não existia Plano de Gestão de Resíduos Sólidos para o município

de Guarani. Porém, o Código de Obras Municipal, Artigo 26, faz menção a proibição

da disposição de entulhos ou outros restos de obras fora dos locais especificados

pela prefeitura.

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Com a elaboração do PMSB que contempla o planejamento do setor de

saneamento composto pelos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos

sólidos, o município de Guarani convalida a exigência legais de elaboração do Plano

de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Municipais, conforme o Decreto Federal

no 7.217 de 2010.

Em Guarani, a prefeitura municipal é administração responsável pelos

serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. Este sistema é composto

por coleta, transporte e destinação final de resíduos domiciliares, varrição e limpeza

dos logradouros, poda urbana e manejo de entulho.

3.3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A classificação dos resíduos sólidos realizada pela Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT), em sua Norma Brasileira - NBR 10.004 de 2004, admite

as características associadas à natureza física do resíduo (seco e molhado), sua

origem (conhecida e desconhecida) sua composição química (matéria orgânica e

inorgânica), como também pelos riscos potenciais à saúde e ao meio ambiente

(perigoso, não-inerte e inerte).

Para classificação conforme os riscos potenciais dos resíduos, a NBR

10.004/2004 estabelece uma metodologia de fluxograma que avalia o conhecimento

da origem do resíduo, além de suas características físicas, químicas e biológicas,

levando ao enquadramento dos resíduos sólidos nas seguintes classes: Classe I –

Resíduos Perigosos, Classe II – Resíduos Não-Perigosos.

A Classe I, dos resíduos perigosos, abrange os resíduos que apresentam em

sua composição propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosa, podendo

apresentar assim, risco à saúde pública e que de alguma maneira contribuem para

um aumento tanto da mortalidade quanto da incidência de doenças ligadas à

proliferação de agentes transmissores como moscas, ratos, mosquitos, baratas,

entre outros, quanto na incidência de riscos ambientais, formação de fumaças e

líquidos (chorume) que poluem o ar, a água e o solo.

A Classe II compreende os resíduos considerados como Não-Perigosos,

sendo tal categoria subdividida em Classe II A: Resíduos Não-Inertes; e Classe II B:

Resíduos Inertes. Os resíduos Não-Inertes podem apresentar propriedades como

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combustibilidade, biodegradabilidade e solubilidade em água. Já os Inertes são os

resíduos que ao serem dissolvidos apresentam concentrações abaixo dos padrões

de potabilidade, quando exposto a testes de solubilidade em água destilada,

excetuando-se aqui, aspectos como cor, turbidez e sabor.

Os resíduos sólidos também podem ser classificados quanto ao tipo de sua

origem (D’Almeida & Vilhena, 2000):

Domiciliar: é aquele originário na vida diária das residências, na própria

vivência das pessoas. O lixo domiciliar pode conter qualquer material

descartado, de natureza química ou biológica, que possa por em risco a

saúde da população e o ambiente. Dentre os vários tipos de resíduos, os

domiciliares representam sério problema, tanto pela sua quantidade gerada

diariamente quanto pelo crescimento urbano desordenado e acelerado. Ele é

constituído principalmente por restos de alimentos, produtos deteriorados,

jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas

descartáveis e uma grande diversidade de outros itens;

Comercial: é oriundo dos estabelecimentos comerciais, tais como,

supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes etc. O

lixo destes estabelecimentos tem forte componente de papel, plásticos,

embalagens diversas e resíduos resultantes dos processos de higiene dos

funcionários, tais como, papéis toalha, papel higiênico etc.;

Público: oriundo dos serviços de limpeza pública, incluindo os resíduos de

varrição de vias públicas e logradouros, podas arbóreas, feiras livres, corpos

de animais, bem como da limpeza de galerias e bocas de lobo, córregos e

terrenos;

Serviços de Saúde: resíduos sépticos, que contém ou podem conter germes

patogênicos, oriundos de hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas

veterinárias, postos de saúde etc. Composto por agulhas, seringas, gazes,

bandagens, algodões, órgãos ou tecidos removidos, meios de culturas e

animais utilizados em testes científicos, sangue coagulado, remédios com

prazo de validade vencido etc;

Portos, Aeroportos e Terminais Rodoviários e Ferroviários: resíduos que

também podem potencialmente conter germes patogênicos oriundos de

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outras localidades (cidades, estados, países) e que são trazidos a estes

através de materiais utilizados para higiene e restos de alimentação que

podem ocasionar doenças. Os resíduos assépticos destes locais, neste caso

também são semelhantes aos resíduos domiciliares desde que coletados

separadamente e não entrem em contato direto com os resíduos sépticos;

Industrial: oriundo de diversos segmentos industriais (indústria química,

metalúrgica, de papel, alimentícia etc.), este tipo de resíduo pode ser

composto por diversas substâncias, tais como cinzas, lodo, óleos, ácidos,

plásticos, papéis, madeiras, fibras, borrachas, tóxicos etc. É nesta

classificação segundo a origem que se enquadra a maioria dos resíduos

Classe I - perigosos (NBR 10.004). Normalmente, representam risco

ambiental;

Agropecuário: oriundos das atividades agropecuárias, como embalagens de

adubos, defensivos e rações, tais resíduos recebem destaque pelo alto

número em que são gerados, destacando-se, as enormes quantidades de

esterco animais gerados nas fazendas de pecuária extensiva;

Entulho: são os resíduos da construção civil, oriundos de demolições e restos

de obras, bem como solos de escavações etc., geralmente material inerte,

passível de reaproveitamento, porém, geralmente contém materiais que

podem lhe conferir toxicidade, como restos de tintas e solventes, peças de

amianto e diversos metais.~

Com relação ao gerenciamento dos resíduos descritos, a prefeitura é

responsável pelos resíduos domiciliares, comerciais (gerados em pequenas

quantidades) e públicos, além de definir os limites de geração de resíduos sólidos

para pequeno e grande gerador. Os demais resíduos são de responsabilidade do

gerador.

3.3.2 RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NO MUNICÍPIO

No município de Guarani-MG, os resíduos sólidos produzidos são de origem

pública e privada, com relação à fonte de procedência, os resíduos gerados na

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cidade se distribuem nas seguintes classes: domiciliar, comercial, de resíduos de

saúde, industrial, de atividade agropecuária e entulho.

A Lei Federal 11.554/07, bem como a Lei Estadual 18.031/09, em seu

Capítulo IV, Art. 11, atribui ao Poder Público Municipal, a responsabilidade sobre

organização e o gerenciamento dos sistemas de segregação, acondicionamento,

armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos

sólidos domiciliares.

Desta forma, em Guarani, o manejo dos resíduos sólidos gerados no

município, bem como os serviços de limpeza urbana são de responsabilidade da

Secretaria de Obras, mais especificamente o da Diretoria de Meio Ambiente, setores

administrados Prefeitura Municipal de Guarani.

Segundo, os dados fornecidos pela Prefeitura Municipal de Guarani, para os

três primeiros trimestres de 2013, a geração per capita de resíduos domiciliar no

município é de aproximadamente 0,334 kg/dia por pessoa.

Os resíduos domiciliares gerados em Guarani e coletados pelo serviço

municipal são divididos em três grupos: reciclável, matéria orgânica e rejeito. A

separação nessas três classes leva em consideração a composição da matéria e as

características do seu ciclo de vida. Sendo:

Recicláveis: também denominados de resíduo seco, são materiais que após

sofrerem modificações físicas ou químicas podem ser reaproveitados no ciclo

produtivo, sendo reaproveitados como matéria-prima para outros materiais ou

incorporando outras finalidades. Grupo que insere: papel e papelão, vidro,

plástico, metal, entre outros.

Matéria Orgânica: apresenta composição de origem animal ou vegetal. Os

resíduos orgânicos, ou resíduos molhados, consistem em matéria que após o

tratamento adequado, podem retornar ao ciclo produtivo em forma energética,

fonte de nutrientes para o solo (adubo orgânico), entre outras aplicações. São

enquadrados em tal grupo: restos de alimentos, galhos, folhas, estruturas

vegetais, membros, órgãos, vísceras, dejetos animais, entre outros.

Rejeito: os resíduos sólidos que, depois de esgotadas as possibilidades de

tratamento e recuperação por processos tecnológicos viáveis econômica e

ambientalmente, destinem-se a disposição final ambientalmente adequada.

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Como guardanapo, papel higiênico, absorventes e fraldas após serem

utilizados.

Nos primeiros trimestres de 2013, os resíduos sólidos, coletados a domicílio,

pelo serviço municipal, foram registrados, conforme apresentado na Tabela 3.23.

Tabela 3.23 – Composição dos Resíduos Sólidos Domiciliares Coletados em Guarani -

MG

RECICLÁVEIS (Kg) Matéria

Orgânica (Kg)

Rejeitos Aterro (Kg)

TOTAL (Kg)

ANO 2013 Papel e Papelão Vidro Plástico Metal Outros

Janeiro 7.867 1.098 8.099 1.370 423 21.000 33.066 72.923

Fevereiro 5.042 1.159 6.063 1.021 750 14.750 24.360 53.145

Março 5.221 1.300 6.933 1.095 580 25.950 27.413 68.492

Abril 4.795 1.891 8.097 1.084 548 31.950 29.540 77.905

Maio 3.811 1.403 7.027 1.179 626 36.250 30.604 80.900

Junho 3.527 1.098 5.017 790 425 29.700 23.016 63.573

Julho 4.244 1.464 6.262 1.125 - 28.150 28980 70.225

Agosto 5.397 1.464 8.034 1.118 - 23.700 28.028 67.741

Setembro 3.908 1.098 6.059 898 - 26.300 27.608 65.871

TOTAL 43.812 11.975 61.591 9.680 3.352 237.750 252.615 620.775

Fonte: Prefeitura de Guarani, 2013.

Observando a Tabela 3.23, nota-se que de janeiro a setembro de 2013, o mês

que produziu maior quantidade total de resíduos domiciliares foi maio, enquanto o

mês em que foi constatada menor quantidade de resíduos domiciliares foi fevereiro.

Por meio dos dados contidos na Tabela 3.23, constou-se a distribuição nas

seguintes proporções: 20,8% de recicláveis, 38,4% de matéria orgânica e 40,8%.

Os geradores de resíduos provenientes dos serviços de saúde, indústria e

construção civil são aqueles sujeitos à elaboração de planos de gerenciamento

específico, devido à quantidade e características especiais dos resíduos gerados em

suas respectivas atividades.

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LOGÍSTICA REVERSA

A Política Estadual dos Resíduos Sólidos, em seu Capítulo I, Art. 4o, XIV faz

referência à logística reversa, como o conjunto de ações e procedimentos

destinados a facilitar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos aos geradores,

para que sejam tratados ou reaproveitados em seu próprio ciclo produtivo ou no ciclo

produtivo de outros produtos.

A aplicação da logística reversa no manejo dos resíduos sólidos é voltada ao

fluxo de produtos e embalagens e outros materiais, esses são encaminhados do

ponto de consumo até o local de origem, onde recebem o tratamento necessário

para retornar ao fluxo de utilização.

São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA, do SNVS e do SUASA, ou em normas técnicas; II - pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

(Lei Federal 12.305, Capítulo III, Art. 33).

A Política Nacional dos Resíduos Sólidos também define acordo setorial o

ato de natureza contratual firmado entre o Poder Público e fabricantes,

importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da

responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto, de modo a incentivar

a gestão integrada na adoção de sistemas de logística reversa.

Em Guarani, não há evidências que comprovem a existência dos acordos

setoriais, e consequentemente, a ocorrência de funcionamento de sistemas de

logística reversa para os produtos citados no Art. 33 da Política Nacional dos

Resíduos Sólidos. O município conta apenas com a coleta seletiva dos resíduos

recicláveis e um programa de recolhimento do óleo de cozinha (vegetal) para o

reaproveitamento como matéria-prima na produção de sabão pastoso e biodiesel.

Tais programas serão mais detalhados, posteriormente, no 3.3.5.2.

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3.3.3 LIMPEZA URBANA

O Código de Postura do Município de Guarani, em seu Art. 21 atribui à

Prefeitura em fiscalizar e zelar pela limpeza das vias e logradouros. Esta norma se

encontra em conformidade em Guarani, uma vez que os serviços de limpeza urbana

são administrados pela Prefeitura Municipal.

Os serviços de limpeza urbana do município Guarani são: varrição, capina e

roçagem, poda e corte de árvores, limpeza de bocas-de-lobo e de obstrução das

galerias e manejo de entulho, esses também são administrados pela prefeitura, e

são encaminhados na área de localização da Usina de Triagem e Compostagem.

As características específicas de cada componente do setor de limpeza

urbana são descritas nos tópicos a seguir:

Varrição: A Prefeitura Municipal de Guarani emprega 15 funcionários que

atuam, diariamente, varrendo as ruas da cidade. O serviço de varrição é

distribuído na área urbana, de modo que cada bairro conta com a atividade de

um varredor, com a exceção dos bairros Bela Vista e Nova Guarani que

contam com a atuação de dois varredores. Os funcionários da varrição usam

uniforme, luvas e calçados fechados como EPIs, e para auxiliar no trabalho

utilizam vassoura e pá. Os resíduos da varrição são acumulados em locais

específicos de cada bairro, onde são posteriormente coletados pelo trator da

prefeitura, e encaminhados a um terreno próximo à Usina de Triagem e

Compostagem. Por ser, basicamente, formado por matéria orgânica, a

destinação final desse resíduo é o processo de compostagem.

Capina e Roçagem: é feita com a utilização de herbicida a base de glifosato,

substância que, mesmo em pequenas quantidades, pode ser nocivo à saúde.

Poda e Corte de Árvores: estas atividades são realizadas pela mesma equipe

que efetua a varrição. De acordo com a demanda, ocorre a formação da

equipe que efetuará o trabalho. Os resíduos gerados são levados até um local

próximo a Usina de Triagem e Compostagem e enterrados, posteriormente

ocorre o plantio de árvores sobre esse local.

Limpeza de Boca de Lobo e de Obstrução das Galerias: este serviço ocorre

com uma frequência semestral em toda a cidade.

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Entulho: No Código de Obras do município, no Artigo 26, existe uma

legislação específica que trata a respeito: Segundo a legislação é proibido o

descarte de entulhos em outros locais, se não os especificados pela

prefeitura. Quando esse resíduo é gerado, o cidadão faz o pedido na

prefeitura para que o material seja coletado, em seguida um caminhão coleta

o material, leva até a usina de triagem e de acordo com suas propriedades é

feita a sua destinação final: os materiais granulares são utilizados para

melhoria de estradas rurais e os de grande porte são armazenados, sendo

parte encaminhada a vala. A falta de um triturador na usina, inviabiliza o

encaminhamento dos resíduos de grande porte à compostagem. Não há a

cobrança pelo serviço de coleta dos Resíduos Sólidos da Construção Civil -

RSCC, mesmo sendo estipulado pelo decreto municipal nº 002/2013 o valor

de R$ 28,40 por caminhão.

3.3.4 COLETA E TRANSPORTE

A coleta dos resíduos sólidos é efetuada por meio de um caminhão aberto,

conta com no mínimo três coletores, em regiões ou períodos de maiores demanda

são utilizados quatro coletores. O trabalho de coleta é realizado todos os dias e em

todos os bairros urbanos do munícipio das 07:00 horas às 17:00 horas, as vezes há

necessidade de hora extra.

A área contemplada com o serviço de coleta dos resíduos domiciliares é

apresentada na Figura 3.58.

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Figura 3.58 – Área Contemplada pela de Coleta de Resíduos Sólidos em Guarani

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O transporte de resíduos sólidos urbanos deve estar em conformidade NBR

13.221. Um bom veículo coletor deve apresentar as seguintes características: não

permitir derramamento de lixo e chorume em vias públicas; apresentar boa taxa de

compactação volumétrica (pelo menos 3:1); altura de carregamento apropriada (na

linha da cintura dos garis, no máximo 1,20 m); possuir carregamento,

preferencialmente, traseiro; local para transporte dos garis; sistemas de descarga

rápida; capacidade adequada para o menor número de viagens.

A Figura 3.59 apresenta o caminhão utilizado pelo serviço municipal de coleta

de resíduos domiciliares.

Figura 3.59 – Caminhão utilizado para coleta de resíduo domiciliar em Guarani.

Como observado na Figura 3.59, o veículo utilizado para a coleta dos

resíduos a domicílio não apresenta as características adequadas, visto que a

caçamba apresenta um aparato técnico improvisado para o transporte de maiores

volumes, a altura também se mostra inadequada ergonomicamente para os garis e

não apresenta sistema mecanizado de compactação dos resíduos.

Existe uma logística de coleta que atende todos os bairros da área urbana do

município de Guarani, ponderando o tipo de material coletado, sendo que às

segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras é recolhido apenas o material

orgânico e às terças-feiras e quintas-feiras o material reciclável. Tal logística é

apresentada Tabela 3.24.

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Tabela 3.24 – Frequência Semanal de Coleta de Resíduos Sólidos nos Bairros da Área Urbana

Tipo de Resíduo Coletado SEG TER QUA QUI SEX

Matéria Orgânica e Rejeito X X X

Recicláveis X X

Além dos 04 que trabalham na coleta urbana de resíduos a usina conta com

mais 11 pessoas, 08 trabalham na triagem, 01 motorista – responsável por levar os

trabalhadores até a usina e nos períodos vagos também trabalha na triagem, 01

responsável pela manutenção geral e 01 encarregado geral, ambos também

colaboram na triagem quando não incumbidos de outras tarefas.

Para auxiliar nas tarefas diárias esses colaboradores possuem os seguintes

materiais: 01 veículo de transporte coletivo com capacidade de 12 pessoas, 01

esteira, 01 prensa, 01 empilhadeira, 01 balança digital e 01 funil.

Todos os funcionários que trabalham conjuntamente no manejo dos resíduos

sólidos são pagos diretamente pela Prefeitura Municipal de Guarani. Ressalta-se

que é importante a desvinculação dos funcionários da Prefeitura e assim, realizar o

estabelecimento de uma organização própria, como a criação de associações ou

cooperativas, por exemplo.

A instituição das cooperativas ou associações, além de garantirem o

cumprimento da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, também tem por vantagem

a aquisição de recursos para financiamentos em editais federais, como da própria

FUNASA, o uso das cooperativas/associações para estabelecimento de convênios

com indústrias (realizando por exemplo, a venda direta sem precisar de

intermediadores), além de que as associações são independentes, ou seja, são

dotadas de autonomia jurídica.

3.3.5 USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM

Os resíduos domiciliares urbanos coletados são encaminhados à Usina de

Triagem e Compostagem de Guarani (UTCG), localizada na Estrada

Guarani/Barcas, 90, no bairro do Sossego, distando 2.800 metros do centro da

cidade. Esta unidade é administrada pela Prefeitura Municipal de Guarani e possui

Autorização Ambiental, a qual permite seu funcionamento, concedida pela Secretaria

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de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMAD de Minas

Gerais, em dezembro de 2009.

Na usina são recebidos os resíduos sólidos (orgânicos, recicláveis e rejeitos)

provenientes da coleta municipal os quais são recepcionados, pesados em balança

digital e encaminhados ao pátio de triagem, e posteriormente são encaminhados

para tratamento e disposição final.

Após passarem pela recepção e pesagem, os resíduos são transferidos numa

esteira onde os funcionários, devidamente trajados com equipamentos de proteção

individual, realizam a triagem: abrem os sacos plásticos que acondicionam os

resíduos sólidos e os separam em orgânico, reciclável e rejeito.

A Figura 3.60 apresenta o processo de triagem, realizado na Usina de

Triagem e Compostagem do município.

Figura 3.60 – Esteira de Triagem.

Os resíduos sólidos orgânicos que passaram pelo processo de triagem são

encaminhados ao pátio de compostagem, situado no terreno da usina, onde será

adicionado o resíduo de capina (gramíneas e folhas), montadas as leiras e inicia-se

o processo de cura, resultando em compostos orgânicos que são revendidos.

Já os resíduos recicláveis separados são armazenados e vendidos, conforme

a pesagem que é adquirida. Por fim, os resíduos considerados como rejeito são

dispostos na área de disposição final, o qual adota sistema de valas recobertas.

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No mesmo terreno da Usina de Triagem, são dispostos os Resíduos de

Construção Civil e os Resíduos de Poda, além de armazenados temporariamente os

Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde.

Os resíduos de construção civil são coletados por um caminhão administrado

pela prefeitura de Guarani, especificamente a Secretaria de Infraestrutura e

Urbanismo, bem como a Diretoria do Meio Ambiente, e são coletados conforme

solicitação do gerador à Prefeitura. Os resíduos de construção civil são

armazenados para posterior disposição final: trituração (geração de cascalho para

estradas rurais) ou aterramento.

Quantos aos Resíduos de Poda, estes são gerados pelos serviços de limpeza

pública que realiza a manutenção dos locais públicos e dos logradouros. Pela

ausência de um triturador na Usina, a poda é disposta diretamente em valas, que

são recobertas após preenchidas, e sobre as áreas recobertas há o plantio de

árvores.

Os resíduos sólidos de serviço de saúde são gerados pelas unidades de

saúde do município, sejam de caráter privado ou público. Tais resíduos são

coletados semanalmente por um caminhão da prefeitura e são armazenados em um

abrigo localizado na Usina. O tratamento destes resíduos é terceirizado pela

Prefeitura Municipal de Guarani pela SERQUIP-MG (empresa especializada em

gerenciamento desta tipologia de resíduos). A SERQUIP-MG com um caminhão

furgão da própria empresa busca e encaminha tais resíduos de forma adequada.

Na Figura 3.61 está o mapa da localização das áreas de disposição final de

alguns tipos de resíduos sólidos e a configuração da área do terreno em que se

encontra a Usina de Compostagem, bem como as suas diversas unidades de

gerenciamento de resíduos sólidos.

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Figura 3.61 – Sistemas Localizados na Usina de Triagem e Compostagem.

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Nos tópicos a seguir, serão descritas detalhadamente as atividades

desenvolvidas na UTCG.

3.3.5.1 COMPOSTAGEM

O processo de compostagem dos resíduos orgânicos ocorre em leiras

localizadas no pátio destinado a tal atividade. As leiras de compostagem são feitas

em camadas que alternam conforme o tipo de material. Após montadas as leiras, há

a decomposição da matéria orgânica, devido à atividade dos microrganismos

atuantes nos resíduos, o que leva à redução do volume da leira, descaracterização

dos resíduos que compõem suas camadas, e se o processo for bem sucedido, há a

formação de um novo composto, o qual em características apropriadas pode ser

utilizado como adubo para plantas e outros vegetais não comestíveis.

Através da Figura 3.62, pode-se observar a organização das leiras dispostas

no pátio de compostagem da usina.

Figura 3.62 – Pátio de Compostagem

O corpo operacional de tal usina é composto por: 04 funcionários na triagem

que também trabalham na coleta urbana de resíduos, 08 operantes exclusivos da

triagem, 01 motorista – responsável por levar os trabalhadores até a usina e nos

períodos vagos também trabalha na triagem, 01 responsável pela manutenção geral

e 01 encarregado geral, ambos também colaboram na triagem quando não

incumbidos de outras tarefas.

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Para auxiliar nas tarefas diárias esses colaboradores possuem os seguintes

materiais: 01 veículo de transporte coletivo com capacidade de 12 pessoas, 01

esteira, 01 prensa, 01 empilhadeira, 01 balança digital e 01 funil.

3.3.5.2 RECICLAGEM

A Lei Estadual 18.031/2009, em seu Art. 9o, III, atribui ao poder público, a

responsabilidade em fomentar a implantação da coleta seletiva e a instituição da

logística reversa.

Em Guarani, a coleta seletiva é realizada desde 2001 (ano que foi concedida

a Licença de Operação), quando foi autorizado o funcionamento da Usina de

Triagem e Compostagem do município. Como já descrito, a coleta seletiva é

realizada pelo serviço municipal o qual realiza a coleta, separadamente, alternando

os dias em que se coleta o resíduo “molhado” (não reciclável), e os dias em que se

coleta o resíduo “seco” (reciclável).

O processo de segregação dos materiais coletados pelo serviço municipal é

feita na Usina de Triagem e Compostagem de Guarani. Após a triagem e

classificação os materiais recicláveis são pesados, prensados e armazenados.

Embora o processo de triagem ocorra em local com cobertura, grande parte dos

resíduos separados é estocada em locais a céu aberto.

Os resíduos recicláveis, selecionados na esteira de triagem, são novamente

separados nos seguintes grupos: papel, papelão, vidro, plásticos, metais e outros.

Tal metodologia de seleção está relacionada com a forma em que esses produtos

são comercializados.

A Figura 3.63 apresenta a disposição temporária dos resíduos vítreos num

espaço localizado na Usina de Triagem e Compostagem de Guarani.

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Figura 3.63 – Local de armazenamento temporário dos resíduos vítreos.

Através da Figura 3.63 é possível constar o armazenamento dos resíduos

recicláveis de vidro. A disposição de tais materiais, em sua armazenagem

temporária, deixa-os expostos aos efeitos climáticos, principalmente a chuva, que

pode acarreta em riscos de atrair vetores, como mosquito da dengue. Observa-se

também a presença de outros tipos de materiais, como as latas de tinta, misturados

com os resíduos vítreos.

A Figura 3.64 mostra o abrigo temporário de resíduos plásticos e papelão. Tal

armazenagem também se encontra localizada na área da Usina de Triagem do

município.

Figura 3.64 – Armazenamento temporário de Resíduos Plásticos e Papelão

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Os resíduos recicláveis (exceto os vítreos) são armazenados em tambores

(metálicos ou de PVC), localizados em área coberta, como apresentado na Figura

3.64. Os resíduos permanecem em tais recipientes até serem encaminhados à

prensa localizada a lado da esteira de triagem.

A Figura 3.65 mostra o processo de prensagem dos resíduos recicláveis

separados na usina.

Figura 3.65 – Processo de Prensagem

Como mostrado na Figura 3.65, o processo de prensagem dos resíduos

recicláveis requer a mão-de-obra de um dos funcionários da usina, o qual transfere

os resíduos armazenados nos tambores até a prensa.

Após serem prensados, os resíduos são agrupados e envolvidos por tiras que

contém os grupos de resíduos recicláveis prontos para serem comercializados.

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Figura 3.66 – Resíduos Recicláveis Prensados

Os materiais recicláveis separados e armazenados na usina voltam ao ciclo

produtivo ao serem comercializados por com compradores, geralmente pessoas

físicas de cidades vizinhas, como Juiz de Fora, que buscam materiais recicláveis

específicos, a fim de utilizá-los em suas atividades como matéria-prima ou incorporá-

los para outras finalidades.

3.3.5.3 ÁREA DE DISPOSIÇÃO FINAL DOS REJEITOS

Após passar pelo processo de coleta, transporte e triagem, sendo que parte

dos resíduos triados é caracterizada como rejeito. Esse material que não é passivo

de tratamento recebe sua destinação final em valas. A operacionalização da

disposição final do rejeito é realizada pela prefeitura, e está localizado dentro da

área destinada à usina de triagem e reciclagem.

O local empregado para suporte das valas, pertencente ao terreno da Usina

de Triagem e Compostagem, tem área útil de 1.792 m². As valas são cobertas e

compactadas em média a cada duas vezes por semana, uma vez que ela não

dispõe integralmente de uma máquina para operação das valas. Após a vala ser

preenchida até seu limite de capacidade volumétrica, esta é revegetada.

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A Figura 3.67 apresenta uma vala de rejeito aberta, a qual se encontra em

atividade, ou seja, recebendo os rejeitos separados na triagem, estágio prévio ao

aterramento.

Figura 3.67 – Vala de Rejeito em atividade.

Apesar de um bom sistema operacional de coleta, a área de disposição final

dos resíduos sólidos não atende as condições legais impostas, não contando com

revestimento geosintético, tampouco com dreno de gases e águas pluviais.

Permitindo a percolação de chorume, gerando um passivo ambiental, uma vez que a

área se encontra fortemente vulnerável à contaminação do solo e do lençol freático.

A cobrança legal para a implantação dos aterros sanitários está disposta na

Lei nº 12.305 de 2 de Agosto de 2010, e dá como limite máximo para o comprimento

4 anos, após essa data a contratação de novos projetos e a captação de recursos

junto ao governo federal será impossibilitada para quem não estiver enquadrado

dentro dessa lei.

O município de Guarani não apresenta um sistema de aterro sanitário para

disposição final dos rejeitos. No entanto a sua implantação vem sendo estudada

pela administração responsabilizada pelo manejo dos resíduos gerados no

município, a fim de atender a legislação vigente, uma vez que a vida útil da área de

disposição final está chegando ao fim.

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3.3.6 RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE

Os Resíduos de Serviço de Saúde – RSSS, também conhecidos como “lixo

hospitalar”, são os que provêm atividades médicas, ou qualquer atividade de

atendimento humano e animal, como os resíduos gerados em: hospitais, postos e

unidades de saúde, farmácias, consultórios odontológicos, clínicas veterinárias,

estúdios de tatuagem, necrotérios, funerárias, entre outros.

Para direcionar o manejo e gestão dos RSSS, a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), estabeleceu em sua Resolução da Diretoria

Colegiada RDC n° 306 de 7 de Dezembro de 2004, que dispõe sobre o

Regulamento Técnico para o Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, e

atribui a responsabilidade de elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos

de Serviço de Saúde - PGRSSS aos próprios geradores de tais resíduos.

Atualmente, além da fundamentação embasada na RDC ANVISA n°306/04, a

elaboração dos PGRSSS deve ser também seguir as diretrizes estabelecida

Resolução CONAMA 358 de 29 de Abril de 2005 que dispõe sobre o tratamento e a

disposição dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Esta

legislação enfatiza a responsabilidade dos geradores de resíduos de serviço de

saúde em gerenciar seus respectivos resíduos desde a geração até a disposição

final, atendendo aos requisitos ambientais e de saúde pública e ocupacional.

Em relação à classificação dos resíduos de saúde, ambas as resoluções RDC

ANVISA nº. 306/2004 e CONAMA 358/2005 classificam os RSSS em 5 grupos: A, B,

C, D e E, estes são descritos a seguir:

Grupo A: engloba os componentes com possível presença de agentes

biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem

apresentar risco de infecção. Exemplos: placas e lâminas de laboratório, carcaças,

peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais contendo sangue,

dentre outras;

Grupo B: contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde

pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de

inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Exemplos: medicamentos

apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais pesados, dentre

outros;

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Grupo C: quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que

contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação

especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, como

por exemplo, serviços de medicina nuclear e radioterapia etc.;

Grupo D: não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou

ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Exemplos:

sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas administrativas

etc.;

Grupo E: materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como lâminas de

barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi,

lancetas, espátulas e outros similares (ANVISA, 2006).

Em Guarani, os geradores de resíduos de serviço de saúde ainda não

desenvolveram PGRSSS, no entanto, o serviço municipal responsável pela coleta de

resíduos sólidos domiciliares se encarrega também de coletar o “lixo hospitalar”.

Os resíduos de serviço de saúde gerados no Hospital Municipal Dr. Armando

Xavier Vieira são armazenados em local com características de abrigo reduzido,

opção definida pela NBR 12.809 para estabelecimentos geradores cuja produção

semanal de RSSS não excede 700 L e cuja produção diária não excede 150 L.

A NBR 12.809 estabelece ser exclusivo para guarda temporária de RSSS,

devidamente acondicionado sem recipientes;

Ter piso, paredes, porta e teto de material liso, impermeável, lavável,

resistente ao impacto;

Ter ventilação mínima de duas aberturas de 10 cm x 20 cm cada (localizadas

uma a 20 cm do piso e outra a 20 cm do teto), abrindo para a área externa. A

critério da autoridade sanitária, essas aberturas podem dar para áreas

internas do estabelecimento;

Ter piso com caimento mínimo de 2% para o lado oposto à entrada, sendo

recomendada a instalação de ralo sifonado ligado a rede de esgoto sanitário;

Ter identificação na porta com o símbolo de acordo com o tipo de resíduo

armazenado;

Ter localização tal que não abra diretamente para áreas de permanência de

pessoas, dando-se preferência aos locais de fácil acesso a coleta externa.

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A Figura 3.68 mostra o exterior do abrigo de resíduos de serviço de saúde

gerado no Hospital Armando Xavier Vieira.

Figura 3.68 – Exterior do Abrigo de RSSS do Hospital Municipal

Ao observar a Figura 3.68, nota-se que a obra apresenta as dimensões de um

abrigo reduzido.

A Figura 3.69 permite a visualização da área interna do abrigo reduzido do

hospital municipal.

Figura 3.69 – Interior do Abrigo de RSSS do Hospital Municipal (Teto).

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Figura 3.70 – Interior do Abrigo de RSSS do Hospital Municipal (Piso).

Analisando a Figura 3.69, pode-se verificar que a parte interna do abrigo

reduzido de RSSS gerados no hospital municipal de Guarani atende a maioria dos

quesitos compreendidos NBR 12.809 para tal local de armazenamento, no entanto,

não se consta ventilação com abertura para área externa, nota-se também a

ausência da unidade de ventilação localizada a 20 cm do piso.

O RSSS que fica, temporariamente, armazenado no abrigo do hospital

municipal é recolhido pela coleta municipal, e levado à Usina de Triagem e

Compostagem, onde é devidamente armazenado. O encaminhamento desse

resíduo ao tratamento adequado é responsabilizado pela empresa terceirizada

SERQUIP-MG, a qual realiza a coleta na usina, quinzenalmente.

A Figura 3.71 mostra o acondicionamento dos resíduos de serviço de saúde

nas bombonas abrigadas, temporariamente, até o momento da coleta realizado pela

SERQUIP-MG.

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Figura 3.71 – Acondicionamento dos Resíduos de Serviço de Saúde

A Figura 3.72 apresenta o momento da coleta dos RSSS pela SERQUIP-MG,

no local da Usina de Triagem e Compostagem.

Figura 3.72 – Coleta dos Resíduos de Serviço de Saúde

3.3.7 PROGRAMAS E ESPECIAIS

O município conta com um programa de recolhimento de óleo vegetal em uma

parceria com a empresa GARRA SUB-PRODUTOS. O programa ocorre através da

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troca do óleo usado por um produto de limpeza, para isso é necessário fazer o

armazenamento do óleo em garrafas plásticas PET ou em vasilhames cedidos.

Conforme uma tabela determinada a empresa relaciona a quantidade de produto

trocado em função da quantidade de óleo entregue.

A campanha não tem data definida acontecendo conforme um consenso entre

a prefeitura e a empresa parceira. Foram realizadas 4 coletas desde o início do

programa até setembro de 2013, sendo que na última foi arrecadado um montante

de 280 L de óleo. O ponto de troca da campanha é feito no Coreto da Praça Antônio

Carlos, no centro do município.

3.3.8 COMPANHIAS RESPONSÁVEIS PELO SERVIÇO

Trata-se de um empreendimento público municipal, coordenado pela

secretaria de obras, licenciado pela Superintendência Regional de Meio Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável – SUPRAM, administrado pela Diretoria de meio

Ambiente do município e autorizado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental -

COPAM a manter as suas atividades de tratamento e/ou disposição final de resíduos

sólidos.

A entidade é responsável pela coleta dos resíduos sólidos urbanos e

industriais, manejo, triagem e disposição final. O material reciclável é vendido e as

verbas repassadas à prefeitura, já os rejeitos são destinados às valas que são

cobertas periodicamente.

Segundo a Prefeitura de Guarani, as despesas com os serviços de Limpeza

Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos, no município são pagas com os recursos

financeiros encaminhados à cidade, não havendo arrecadação significativa por meio

de taxas cobradas no IPTU.

3.3.9 INDICADORES DOS SISTEMAS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS

RESÍDUOS SÓLIDOS

Os indicadores são instrumentos de gestão que permitem avaliar o

desempenho dos processos. Podem ser pré-estabelecidos, visando averiguações

em curto, médio e longo prazo, ou verificados ao analisar o diagnóstico do sistema.

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Como esta etapa do plano é referente ao diagnóstico, onde são constadas as

informações sobre a área e seus serviços que compõem o sistema de saneamento

básico, a definição dos indicadores para o setor que abrange a limpeza urbana e o

manejo dos resíduos sólidos foi baseada em como o serviço é realizado e

administrado na cidade.

Desta forma, para avaliação dos sistemas de limpeza urbana e manejo dos

resíduos sólidos, adotaram-se os seguintes indicadores:

Abrangência da coleta de resíduos sólidos domiciliares: atendimento a 100%

da área;

Frequência da coleta dos resíduos sólidos domiciliares: 5 dias/semana;

Quantidade média de resíduos coletados: 68.800 kg/mês;

Composição Gravimétrica:

- Resíduo Orgânico: 38,4%

- Resíduo Reciclável: 20,8%

- Rejeito: 40,8 %;

Média de Produção de adubo advindo da Compostagem: 3500 kg/mês.

3.3.10 ANÁLISE FINANCEIRA DO SETOR DE LIMPEZA URBANA E MANEJO

DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A contabilidade da Prefeitura de Guarani disponibilizou dados referentes às

despesas com os serviços do setor do saneamento básico que abrangem a limpeza

urbana e o manejo dos resíduos sólidos para os anos de 2012 e 2013.

Para 2012, têm-se os dados de despesas decorrentes aos serviços de

Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos para todo. Estes são expressos

nas tabelas a seguir.

A Tabela 3.25, a Tabela 3.26 e a Tabela 3.27 apresentam as despesas

obtidas para os serviços de limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e despesas

totais dos do setor, respectivamente, no ano de 2012.

Tabela 3.25 – Despesas com Limpeza Urbana em 2012

Aquisição Despesa (R$)

Material de Consumo 43.897,26

Contratação de Pessoa Jurídica 3.685,08

Total 47.582,34

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Tabela 3.26 – Despesas com Manejo de Resíduos Sólidos em 2012

Aquisição Despesa (R$)

Manutenção/Pessoal 286.848,69

Material de Consumo 19.247,41

Contratação de Pessoa Jurídica 46.156,47

Outras Despesas 2.390,34

Total 354.642,91

Tabela 3.27 – Despesas Totais com o Setor de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos em 2012

Aquisição Total do Setor Despesa (R$)

Limpeza Urbana 47.582,34

Manejo de Resíduos Sólidos 354.642,91

Total 402.225,25

As despesas apresentadas na Tabela 3.25 são referentes à aquisição

materiais de consumo, os quais consistem nos equipamentos utilizados pelos

funcionários desempenharem seus serviços na limpeza urbana, e contratação de

pessoas jurídicas representadas pelas empresam que prestam serviços para

manutenção dos equipamentos e serviços de limpeza urbana.

Os dados apresentados na Tabela 3.26 expressam as despesas para a

manutenção do serviço de manejo dos resíduos sólidos no município de Guarani, a

aquisição dos materiais de consumo para execução dos mesmos, a contratação de

pessoas jurídicas (empresas) para auxílio e manutenção dos serviços, bem como

outras despesas vinculadas ao manejo de resíduos sólidos em Guarani.

A Tabela 3.27, quantifica o valor total despendido para o setor de saneamento

básico que abrange os serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos

em Guarani, no ano de 2012, verificando um valor de R$ 402.225,25; sendo o

pagamento de tal custo realizado com recursos financeiro da Prefeitura Municipal,

verificando-se a ausência de um sistema de taxação para tal serviço.

A Tabela 3.28, Tabela 3.29 e a Tabela 3.30 apresentam as despesas obtidas

para os serviços de limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e despesas totais

dos do setor, respectivamente, de janeiro a setembro de 2013.

Tabela 3.28 – Despesas com Limpeza Urbana de Janeiro a Setembro de 2013

Aquisição Valor (R$)

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Material de Consumo 13.540,19

Contratação de Pessoa Física 24.054,32

Contratação de Pessoa Jurídica 10.972,42

Total 48.566,93

Tabela 3.29 – Despesas com Manejo de Resíduos Sólidos de Janeiro a Setembro de 2013

Aquisição Valor (R$)

Manutenção/Pessoal 192.822,19

Material de Consumo 17.675,30

Contratação de Pessoa Jurídica 12.272,51

Outras Despesas 66,15

Total 222.836,15

Tabela 3.30 – Despesas Totais com o Setor de Limpeza Urbana e Manejo dos

Resíduos Sólidos de Janeiro a Setembro de 2013

Aquisição Total do Setor Valor (R$)

Limpeza Urbana 48.566,93

Manejo de Resíduos Sólidos 222.836,15

Total 271.403,08

Os dados apresentados na Tabela 3.28 expressam os valores despendidos

com os serviços de limpeza urbana no período de janeiro a setembro do ano de

2013. O valor de R$ 222.836,15; gasto com a limpeza urbana nesse período foi

distribuído entre a aquisição de materiais e equipamentos e contratação de pessoas

físicas e jurídicas para execução de serviços.

A Tabela 3.29 dispõe sobre as despesas com os serviços de manejo de

resíduos sólidos em Guarani, no ano de 2013, até o mês de setembro, totalizando

num valor de R$ 222.836,15; distribuído na manutenção pessoal e de equipamentos

na Usina de Triagem e Compostagem, aquisição de bens materiais para consumo

na mesma, contratação de pessoa jurídica para execução de serviços e outras

despesas.

O valor total de R$ 271.403,08; gasto pela prefeitura com os serviços de

limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos gerados em Guarani, apresentado na

Tabela 3.30, é referente ao período de janeiro a setembro de 2013. Estima-se um

total de R$ 361.870,73 para a despesa total anual com esse setor de saneamento

(estimativa realizada com base na média trimestral obtida). Apesar de a quantia

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estimada ser inferior a de 2012 (R$ 402.225,23), essa ainda representa um custo

oneroso, pago com os recursos financeiros da prefeitura municipal, que por sua vez

tem alta despesa anual com tal serviço, não dispondo de um sistema de cobrança

para execução do mesmo.

3.3.11 AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS

RESÍDUOS SÓLIDOS

Através dos indicadores que apontam a situação atual dos serviços de

limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, no município de Guarani, pode-se

verificar que o atendimento domiciliar é satisfatório, uma vez que 100% da área

urbana do município é contemplada por tal serviço, o qual ocorre semanalmente de

segunda a sexta-feira. Entretanto, é sabido que a área rural não dispõe de coleta

justamente pelas dimensões territoriais das propriedades rurais.

Analisando a composição gravimétrica média mensal dos resíduos gerados

no município, verificou-se que grande parte do resíduo coletado é caracterizada

como rejeito, e logo é disposto em uma área específica para disposição final dos

resíduos sólidos gerados em Guarani.

Tal indicador aponta uma possível deficiência de separação na fonte, o que

consequentemente interfere na triagem, inviabilizando o encaminhamento dos

materiais que poderiam ser destinados à compostagem ou a reciclagem.

Outro fator associado a essa grande proporção de rejeito, dentro do resíduo

domiciliar total gerado em Guarani, pode estar associado às considerações

atribuídas aos resíduos no momento de classificação durante o processo de triagem

(prévia nos domicílios ou efetivamente na esteira de triagem). Ressalta-se que

rejeito é o resíduo que não tem opção de tratamento que permite seu retorno direto

ou indireto na cadeia produtiva.

Quanto aos parâmetros econômicos verifica-se que, apesar de existirem os

investimentos para a compra de equipamentos e de materiais para consumo dos

funcionários (vassouras, pás, equipamentos de segurança, por exemplo), estes não

são suficientes. O município precisa ainda de diversos equipamentos para atingir um

bom nível de gerenciamento dos resíduos sólidos gerados e manter a

autossustentabilidade operacional-financeira deste eixo do saneamento, que até

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então é sustentado pela receita municipal de outras fontes que não a taxa de

limpeza urbana.

3.3.12 CONSIDERAÇÕES FINAIS - SETOR DE LIMPEZA URBANA E MANEJO

DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A coleta atende toda a população urbana, cinco vezes por semana (de

segunda a sexta-feira), alternado em resíduos orgânicos e recicláveis, o que aponta

uma boa frequência do serviço de coleta de resíduos domiciliares. Deve-se analisar

a necessidade de tal frequência de coleta, uma vez que essa requer custos

operacionais.

O caminhão utilizado para coleta dos resíduos apresenta inconformidades em

relação NBR 13.221, visto que o veículo não apresenta boas condições de

conservação e dispõe de um aparato técnico alternativo para o aumento de volume

coletado, além de outros problemas como falta de mecanismo de compactação e

altura de carregamento inadequada. Outros fatores que devem ser estudados é a

logística de coleta e sua viabilidade de acordo com o trajeto percorrido.

Em relação à Usina de Triagem e Compostagem, constou-se que há um bom

funcionamento, observado que a ocorrência do processo de triagem, o qual separa

os resíduos de acordo com suas características de composição e destinação final

mais viável. Contudo, a administração das atividades e pagamentos da Usina é

realizada por meio de uma política assistencialista da Prefeitura e não pelos próprios

funcionários, como se fossem uma associação de coletores.

Verificou-se que na usina, após a separação, os resíduos orgânicos são

enviados à compostagem, a qual ocorre em boas condições de operação,

produzindo adubo ao final do processo. Os resíduos recicláveis são separados em

grupos: papel, papelão, plástico, metal, vidro e outros, e são armazenados,

provisoriamente, até serem comercializados. Já os rejeitos vão para valas, que ainda

não atendem os requisitos da Lei Federal 12.305, que estabelece os parâmetros

para disposição de rejeito em aterro sanitário.

Ressalta-se que o sistema de aterramento dos rejeitos realizado na usina está

em fase de encerramento, disponde de apenas uma vala. Assim, o município carece

da escolha de uma nova área que viabilize a disposição final dos rejeitos, atendendo

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a Resolução CONAMA 404/2008 que estabelece critérios e diretrizes para o

licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte.

Sobre os resíduos de serviço de saúde (RSSS), verificou-se a ocorrência da

separação e destinação final adequada dos que são gerados no Hospital Municipal

de Guarani. No entanto a administração dos RSSS gerados no município não dispõe

de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (CONAMA 358/05).

Os abrigos temporários de RSSS, tanto do hospital quanto da Usina de

Triagem e Compostagem não estão em conformidade com a NBR 12.809/93. Outra

problemática relacionada ao manejo dos RSSS gerados no hospital é a inadequação

do veículo utilizado para coleta e transporte até à usina, o qual é o mesmo utilizado

para coleta dos resíduos sólidos urbanos.

Ainda referente aos RSSS, é imprescindível a reavaliação da frequência de

coleta destes resíduos, que além de serem abrigados em locais fora dos padrões

estabelecidos pelas Resoluções do CONAMA e normas da ANVISA, permanecem

armazenados em áreas de transbordo durante 15 dias, possibilitando a criação de

verdadeiras bombas biológicas, já que os resíduos ficam armazenados por muito

tempo e o processo de decomposição pode ser iniciado neste período.

Ressalta-se que os RSSS ficam inicialmente armazenados no próprio local de

geração durante sete dias e posteriormente são encaminhados para a área de

transbordo na Usina de Triagem e Compostagem (ficando mais sete dias). O manejo

de tais resíduos acarreta no incremento de possíveis acidentes de trabalho, uma vez

que tais resíduos tem caráter contaminante, infectantes e até mesmo tóxicos, e se

manipulados de forma inadequada, podem por em risco à saúde dos funcionários

que trabalham com este tipo de resíduos.

Uma questão preocupante é a ausência da logística reversa aos produtos que

exigem a implantação dessa ferramenta, segundo a Lei Federal 12.305/2010, sendo

esses: embalagens de agrotóxico, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes,

lâmpadas fluorescentes eletroeletrônicos. Foi possível identificar a extrema urgência

do estabelecimento dos acordos setoriais, ou seja, firmar contratos entre o poder

público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a

implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.

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A limpeza urbana municipal se mostra eficiente em relação à varrição, poda e

corte de árvores, esses resíduos são coletados em vias públicas, juntamente com os

resíduos da construção civil, e encaminhados à localidade da Usina de Triagem e

Compostagem.

No entanto, carece-se da cobrança das taxas impostas pela Prefeitura para a

destinação de RCC, bem como a implantação de processos que viabilizam a

destinação final dos resíduos da limpeza urbana, como a trituração dos resíduos da

poda, permitindo a utilização dos mesmos na compostagem e a trituração dos RCCs

de grande porte, para a utilização em vias rurais. A ausência dos resíduos de capina

está associada à utilização de herbicidas, uma atividade que requer maior controle

no município.

O programa desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Guarani em parceria

com Garra Subprodutos, fazendo a troca do óleo usado nas cozinhas por produtos

de limpeza. Esse programa representa uma ótima iniciativa do município para

gestão dos resíduos sólidos gerados, uma vez que tal programa visa a reciclagem

de um resíduo de difícil manuseio. Contudo, é importante que haja maior controle

sob as ações desenvolvidas no programa, através de documentação formal e

registros sobre a quantidade de óleo coletado.

Ao avaliar a análise financeira do setor de saneamento composto pelos

serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, verificou-se que o

sistema não é autossustentável, ou seja: o valor arrecadado através da cobrança de

taxa pelos serviços, não é suficiente para pagar a execução dos mesmos. Em suma,

não foi constada uma cobrança expressiva para o setor de limpeza urbana e manejo

dos resíduos sólidos, que por sua vez requer elevado custo para seu funcionamento,

valor próximo a R$ 400.000,00 por ano, dependendo dos recursos financeiros da

Prefeitura Municipal de Guarani.

Para boa gestão dos resíduos sólidos e manutenção da limpeza urbana, no

município, é importante que haja o desenvolvimento da educação ambiental, a fim

de sensibilizar a comunidade para que adote melhor conduta sobre a geração dos

resíduos, a separação dos mesmos na fonte, além de outras medidas que

proporcionem melhorias como: qualidade paisagística, redução da poluição,

utilização racional de recursos entre outras.

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3.4 DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS

O comportamento do escoamento superficial direto sofre alterações

substanciais em decorrência do processo de urbanização de uma bacia,

principalmente como consequência da impermeabilização da superfície, o que

produz maiores picos e vazões.

Com isso, o crescimento urbano das cidades brasileiras tem provocado

impactos na população e no meio ambiente, surgindo um aumento na frequência e

no nível das inundações, prejudicando a qualidade da água, e aumento da presença

de materiais sólidos no escoamento pluvial. Isto ocorre pela falta de planejamento,

controle do uso do solo, ocupação de áreas de risco e sistemas de drenagem

ineficientes.

Com relação à drenagem urbana, pode-se dizer que existem duas condutas

que tendem a agravar ainda mais a situação (PMPA, 2005):

Os projetos de drenagem urbana têm como filosofia escoar a água precipitada

o mais rapidamente possível para jusante. Este critério aumenta em várias ordens

de magnitude a vazão máxima, a frequência e o nível de inundação de jusante;

As áreas ribeirinhas, que o rio utiliza durante os períodos chuvosos como

zona de passagem da inundação, têm sido ocupadas pela população com

construções, reduzindo a capacidade de escoamento. A ocupação destas áreas de

risco resulta em prejuízos evidentes quando o rio inunda seu leito maior.

O sistema tradicional de drenagem urbana pode ser considerado como

composto por dois sistemas distintos que devem ser planejados e projetados sob

critérios diferenciados: o Sistema Inicial de Drenagem, ou Microdrenagem, composto

pelos pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, rede de galerias de

águas pluviais e, também, canais de pequenas dimensões, dimensionado para o

escoamento de vazões de 2 a 10 anos de período de retorno; e o Sistema de

Macrodrenagem, constituídos, em geral, por canais (abertos ou de contorno

fechado) de maiores dimensões, projetados para vazões de 25 a 100 anos de

período de retorno. (PMSP, 1999).

Além desses dois sistemas tradicionais vem sendo difundido o uso de

medidas chamadas sustentáveis que buscam o controle do escoamento na fonte,

através da infiltração ou detenção no próprio lote ou loteamento do escoamento

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gerado pelas superfícies impermeabilizadas, mantendo, assim, as condições

naturais pré-existentes de vazão para um determinado risco definido (ABRH, 1995;

Tucci, 1995; Porto & Barros, 1995).

Neste Plano, o componente, Drenagem e Manejo de Águas Pluviais, em sua

fase de diagnóstico, pretendem analisar o sistema de macrodrenagem e

microdrenagem, sua manutenção, planejamento e fiscalização em diversos níveis,

inclusive a correlação com o sistema de esgotamento sanitário, identificação dos

fundos de vale e microbacias, analisando sua capacidade e contribuição para o

sistema de microdrenagem.

3.4.1 DRENAGEM NATURAL

Guarani possui uma rede de drenagem natural abundante e bem distribuída,

com córregos perenes e apresentando um padrão dendrítico. O município possui 14

sub-bacias principais, Além de bacias complementares de seu curso de maior

ordem, o Rio Pomba, correndo de noroeste para sudeste e cortando a área urbana

do município.

Alguns padrões existentes na drenagem natural podem ser responsáveis por

problemas de ordem hidrológica, em especial na ocorrência de enchentes e

inundações, por isso a importância em analisa-los, em especial em um município

cuja área urbana é cortada por um rio de grande volume de água.

Estes parâmetros foram analisados para as bacias com rios de maior ordem

encontrados em Guarani por questões metodológicas, pois, é a partir de bacias

hidrográficas de maior ordem que o estudo dos parâmetros morfométricos e

tratamentos estatísticos se fazem convenientes (Canali, 1986).

Para a determinação destes parâmetros morfométricos da rede de drenagem

seguiu-se a metodologia proposta por Horton (1945) e aplicada segundo as

condições ambientais e físicas do Brasil por Villela & Mattos (1975) e Christofoletti

(1980). Todos os dados secundários foram hospedados em ambiente SIG onde

foram feitos os cálculos através de ferramentas estatísticas e de geoprocessamento,

utilizando os softwares ESRI® ArcMap™ 10.1 e Microsoft® Excel.

Os fatores analisados foram: coeficiente de compacidade ou forma da bacia;

densidade de drenagem, e; relação de relevo.

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COEFICIENTE DE COMPACIDADE DA BACIA - KC

É a relação entre o perímetro da bacia e a √ da área da bacia, este coeficiente

determina a distribuição do deflúvio ao longo dos cursos d’água e é em parte

responsável pelas características das enchentes, ou seja, quanto mais próximo do

índice de referência que designa uma bacia de forma circular, mais sujeita a

enchentes será a bacia. É obtido pela fórmula Kc = 0,28 * P / √A, onde:

Kc = Coeficiente de compacidade;

P = Perímetro da bacia (km);

A = Área da bacia (km²).

Índice de referência – 1,0 = forma circular.

Índice de referência – 1,8 = forma alongada.

Pelos índices de referência, 1,0 indica que a forma da bacia é circular e 1,8

indica que a forma da bacia é alongada. Quanto mais próximo de 1,0 for o valor

deste coeficiente, mais acentuada será a tendência para maiores enchentes. Isto

porque em bacias circulares o escoamento será mais rápido, pois a bacia

descarregará seu deflúvio direto com maior rapidez produzindo picos de enchente

de maiores magnitudes. Já nas bacias alongadas o escoamento será mais lento e a

capacidade de armazenamento maior.

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Tabela 3.31 – Coeficiente de Compacidade (Kc) das bacias do município de Guarani

Bacia Perímetro

(km) Área (km²)

Coeficiente de Compacidade

(Kc) Forma

Córrego São Matias 21,77 12,76 1,71 Alongada

Córrego Monte Alvene 22,79 19,78 1,43 Alongada

Ribeirão Pirapetinga 24,20 16,12 1,69 Alongada

Córrego Três Vendas 16,63 6,96 1,77 Alongada

Córrego Serrinha 10,56 4,78 1,35 Circular

Córrego Bom Sucesso 14,03 7,13 1,47 Alongada

Ribeirão dos Torneiros 37,80 52,60 1,46 Alongada

Córrego Fundo 21,82 9,46 1,99 Alongada

Córrego Passa Cinco de Cima

34,07 30,06 1,74 Alongada

Córrego São Luís 16,06 9,51 1,46 Alongada

Córrego Carângola 13,33 7,83 1,33 Circular

Córrego Vista Alegre 13,39 6,82 1,44 Alongada

Córrego da Serra 11,00 5,68 1,29 Circular

Córrego Vargem do Sultano

13,45 7,36 1,39 Circular

De acordo com o coeficiente de compacidade, que aponta a forma da bacia e

sua maior probabilidade de ocorrência de enchentes, as bacias do Córrego Serrinha,

Córrego Carângola, Córrego da Serra e Córrego Vargem do Sultano, são os que

possuem menos coeficiente, portanto, mais suscetíveis a enchentes, assim, a

ocupação dessas bacias deve ser muito bem planejada.

Densidade de drenagem (km/km²) - Dd

É a relação entre o comprimento dos canais e a área da bacia. É obtido pela

fórmula Dd = Lt/A, onde:

Dh = Densidade hidrográfica;

Lt = Comprimento dos canais (km);

A = Área da bacia (km²).

Segundo Villela & Mattos (1975), o índice varia de 0,5 km/km², para bacias

com pouca capacidade de drenagem, até 3,5 km/km² ou mais, para bacias

excepcionalmente bem drenadas.

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Observa-se na tabela abaixo que a bacia do Córrego da Serra é a que possui

maior densidade de drenagem, enquanto que o Córrego Serrinha possui a menos

densidade entre as bacias analisadas.

Tabela 3.32 – Densidade de drenagem (Dd) das bacias do município de Guarani

Bacia Perímetro (km) Área (km²) Densidade de

Drenagem (Dd) - km/km²

Córrego São Matias 21,77 12,76 2,13

Córrego Monte Alvene 22,79 19,78 2,05

Ribeirão Pirapetinga 24,20 16,12 1,95

Córrego Três Vendas 16,63 6,96 1,98

Córrego Serrinha 10,56 4,78 1,74

Córrego Bom Sucesso 14,03 7,13 1,58

Ribeirão dos Torneiros 37,80 52,60 2,18

Córrego Fundo 21,82 9,46 1,94

Córrego Passa Cinco de Cima 34,07 30,06 2,36

Córrego São Luís 16,06 9,51 2,06

Córrego Carângola 13,33 7,83 2,50

Córrego Vista Alegre 13,39 6,82 2,70

Córrego da Serra 11,00 5,68 2,71

Córrego Vargem do Sultano 13,45 7,36 2,40

RELAÇÃO DE RELEVO (M/KM) - RR

É a relação entre a altura da bacia e a maior extensão da referida bacia

medida paralelamente ao rio principal. Esta relação indica a energia dos rios nas

encostas, quanto maior a energia maior o aprofundamento do leito e quanto menor a

energia maior a acumulação de materiais no fundo. É obtido pela fórmula Rr = Hb /

Lb, onde:

Rr = Relação de relevo (m/km);

Hb = Altura da bacia (m);

Lb = Comprimento da bacia (km).

Este gradiente também pode ser expresso em porcentagem (%) –

Rr = Hb / Lb * 100.

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Figura 3.73 – Relação de relevo da rede de drenagem de Guarani

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Observa-se que os maiores gradientes de energia estão nas bacias do

Córrego Vista Alegre e do Ribeirão Pirapetinga. Já na área urbana, o Córrego

Sossego também possui elevado gradiente de energia para carregar sedimentos. Já

o Rio Pomba mostra gradiente quase zero, sendo um Rio com grande acumulo de

fluxo, suscetível, portanto, a cheias mais frequentes e de maior intensidade e

duração.

3.4.2 MACRODRENAGEM

A macrodrenagem envolve os sistemas coletores de diferentes sistemas de

microdrenagem. Quando é mencionado o sistema de macrodrenagem, as áreas

envolvidas são de pelo menos 2 km² ou 200 ha. Estes valores não devem ser

tomados como absolutos porque a malha urbana pode possuir as mais diferentes

configurações. O sistema de macrodrenagem deve ser projetado com capacidade

superior ao de microdrenagem, com riscos de acordo com os prejuízos humanos e

materiais potenciais (PMPA, 2005).

Os rios geralmente possuem dois leitos: o leito menor, onde a água escoa na

maior parte do tempo; e o leito maior, que pode ser inundado de acordo com a

intensidade das chuvas. O impacto devido à inundação ocorre quando a população

ocupa o leito maior do rio, ficando sujeita a enchentes (PMPA, 2005).

Em Guarani, pela configuração da drenagem natural, com relativa abundância

de rios, e pela pouca área urbanizada, o sistema de macrodrenagem ainda

conserva, na maior parte dos rios, as configurações originais de leitos, ou seja, não

existem grandes canais de escoamento ou muitos rios canalizados.

Porém, na área urbana, o problema mais grave é exatamente a ocupação do

leito maior do Rio Pomba, em especial nas áreas de confluência com o rio

canalizado da Rua 20 de Março e do Córrego Sossego, na margem esquerda, e na

área de confluência com o Córrego São Luís, na margem direita.

Observa-se na figura a seguir o perfil transversal traçado na estação

fluviométrica 58730001, localizada pouco antes da ponte da Avenida Getúlio Vargas,

nesta seção o leito maior do Rio Pomba possui em média 300 metros na margem

direita e menos de 50 metros na margem esquerda. Algumas centenas de metros a

jusante, o perfil transversal muda, passando a margem esquerda a ter média de 200

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metros de leito maior e a margem direita menos de 50 metros. Este perfil mostra a

suscetibilidade do Rio Pomba a inundação do seu leito maior.

Figura 3.74 – Perfil transversal do Rio Pomba – Estação Fluviométrica 58730001

Observa-se na figura a seguir, que praticamente todo o leito maior do Rio

Pomba que passa pela área urbana de Guarani é ocupado por construções, se

tornando área de grande risco para a população, conforme relatado pela equipe

técnica da prefeitura nas enchentes ocorridas nos anos de 1964, 1979, 1981, 2003 e

2004.

Através de ferramentas de geoprocessamento, utilizando as cotas

topográficas e mapeando o leito maior do Rio Pomba, foi possível estimar as áreas

suscetíveis a enchentes na área urbana, assim, aproximadamente 130 hectares

estão sujeitos a eventos de inundação ou enchentes, destes, mais de 30 hectares se

encontram urbanizadas, trazendo risco potencial à vida da população de Guarani.

10098969492908886848280787674727068666462605856545250484644424038363432302826242220181614121086420

Cota

(cm

)

850

800

750

700

650

600

550

500

450

400

350

300

250

200

150

100

50

0

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169

Figura 3.75 – Ocupação do Solo em área suscetível a inundação

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170

3.4.3 MICRODRENAGEM

Apesar do relativo avanço nos investimentos em infraestrutura no Brasil existe

uma grande dificuldade em monitorar o funcionamento da drenagem urbana,

especialmente a microdrenagem, que sofre com problemas de assoreamento e

entupimento que acarretam inúmeros prejuízos ao Poder Público e à população.

Os entupimentos podem causar umidade na base do pavimento danificando e

prejudicando o pavimento asfáltico, pode contaminar o solo, além de causar

alagamentos.

De acordo com as Diretrizes Básicas para Projetos de Drenagem Urbana do

Município de São Paulo (PMSP, 1999), a microdrenagem urbana é definida pelo

sistema de condutos pluviais em nível de loteamento ou de rede primária urbana.

O dimensionamento de uma rede de águas pluviais é baseado nas etapas de

subdivisão da área e traçado, determinação das vazões que afluem à rede de

condutos, dimensionamento da rede de condutos e dimensionamento das medidas

de controle (PMPA, 2005).

O sistema de drenagem é composto de uma série de unidades e dispositivos

hidráulicos com terminologia própria e cujos elementos mais frequentes são assim

conceituados (Fernandes, 2002):

Greide - é uma linha do perfil correspondente ao eixo longitudinal da

superfície livre da via pública;

Guia - também conhecida como meio-fio, é a faixa longitudinal de separação

do passeio com o leito viário, constituindo-se geralmente de concreto

argamassado, ou concreto extrusado e sua face superior no mesmo nível da

calçada;

Sarjeta - é o canal longitudinal, em geral triangular, situado entre a guia e a

pista de rolamento, destinado a coletar e conduzir as águas de escoamento

superficial até os pontos de coleta;

Sarjetões - canal de seção triangular situado nos pontos baixos ou nos

encontros dos leitos viários das vias públicas destinados a conectar sarjetas

ou encaminhar efluentes destas para os pontos de coleta;

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171

Bocas coletoras - também denominadas de bocas de lobo, são estruturas

hidráulicas para captação das águas superficiais transportadas pelas sarjetas

e sarjetões; em geral situam-se sob o passeio ou sob a sarjeta;

Galerias - são condutos destinados ao transporte das águas captadas nas

bocas coletoras e ligações privadas até os pontos de lançamento ou nos

emissários, com diâmetro mínimo de 0,40 m;

Condutos de ligação - também denominados de tubulações de ligação, são

destinados ao transporte da água coletada nas bocas coletoras até as caixas

de ligação ou poço de visita;

Poços de visita e ou de queda - são câmaras visitáveis situadas em pontos

previamente determinados, destinadas a permitir a inspeção e limpeza dos

condutos subterrâneos;

Trecho de galeria - é a parte da galeria situada entre dois poços de visita

consecutivos;

Caixas de ligação - também denominadas de caixas mortas, são caixas de

alvenaria subterrâneas não visitáveis, com finalidade de reunir condutos de

ligação ou estes à galeria;

Emissários - sistema de condução das águas pluviais das galerias até o ponto

de lançamento;

Dissipadores - são estruturas ou sistemas com a finalidade de reduzir ou

controlar a energia no escoamento das águas pluviais, como forma de

controlar seus efeitos e o processo erosivo que provocam;

Bacias de drenagem - é a área abrangente de determinado sistema de

drenagem.

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SISTEMA DE CONDUÇÃO E ESCOAMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS

Levando em consideração os componentes do sistema de microdrenagem

urbana, podem-se considerar as vias públicas e consequentemente as sarjetas, uma

das partes mais significativas no escoamento superficial das águas pluviais, uma vez

que a maioria das águas que precipitam nos lotes vão para estas vias e escoam

para as captações (bocas de lobo) e depois para os cursos d’água.

Através de levantamento feito por imagens de satélite e auxílio dos técnicos

da prefeitura, foi possível mapear a existência de 64 quilômetros de vias urbanas.

As vias foram divididas de acordo com a bacia de drenagem. São 18 bacias

na área urbana de Guarani, sendo que 13 delas contam com sistema de

microdrenagem. As cinco que não possuem o sistema foram incluídas por estarem

sob de influência do perímetro urbano, sendo potenciais áreas de expansão urbana.

A bacia do Córrego São Luís, com 2,63 km² de área, é a maior em área de

captação, além disso, tem 12.370 metros lineares de vias que escoam a água para o

Córrego São Luís.

A bacia denominada Centro, com área de 0,5 km², possui 7.392 metros

lineares de vias que drenam a água para o córrego canalizado da Rua 20 de Março.

Por ser quase toda impermeabilizada, essa bacia apresenta grande número de

problemas relacionados a enchentes e alagamentos.

Já a área drenada pelo Córrego Sossego, com 1,3 km² de área, possui 6.861

metros lineares de vias que escoam suas águas até o Rio Pomba.

A bacia de drenagem do Ribeirão Pirapetinga, com 5,4 km² de área é a única

que não drena suas águas para o Rio Pomba, seus 9491 metros lineares de vias

escoam suas águas até o Rio Paraopeba.

Além dessas quatro bacias, existem mais 10 bacias complementares que

escoam suas águas diretamente para o Rio Pomba através de mais de 15.000

metros lineares de vias, são quatro bacias na margem direita e seis na margem

esquerda do Rio Pomba.

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Figura 3.76 – Bacias de drenagem urbana de Guarani.

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DISSIPADORES DE ENERGIA

Segundo a Deliberação nº 086/2005 do DER/PR dissipador de energia é um

dispositivo que visa promover a dissipação da energia de fluxos d’água escoados

através de canalizações, de modo a reduzir os riscos dos efeitos de erosão nos

próprios dispositivos ou nas áreas adjacentes.

Os dissipadores de energia são recomendados nos seguintes casos

(Ministério das Cidades, 2008):

Desemboque de galerias, canaletas, bueiros, escadas hidráulicas ou canais

em rios ou córregos naturais;

Transição entre trechos canalizados e não canalizados;

Em todos os demais casos onde houver risco de erosão por alteração no

regime antecedente de escoamento.

Os tipos usuais de dissipadores são (DER/PR, 2005):

Dissipadores sob a forma de berço de pedra argamassada;

Dissipadores constituídos por caixas com depósito de pedra argamassada;

Dissipadores de concreto providos de dentes;

Dissipadores em degraus.

Através de levantamentos realizados em projetos de drenagem urbana foi

possível estimar o preço unitário de R$ 12.987,00, distribuídos entre componentes

como estacas, concreto estrutural, formas, aço, concreto magro, etc.

Segundo informações dos técnicos da prefeitura e visitas in loco, foi possível

observa a inexistência de dissipadores de energia no desemboque das redes de

drenagem nos rios receptores.

Sendo assim, um próximo passo para a melhoria no sistema de drenagem

urbana de Guarani, seria a execução de obras de construção de estruturas de

dissipação de energia para que não ocorram erosões nos leitos dos rios.

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BACIAS DE DRENAGEM

Uma das principais características de uma bacia para o manejo das águas

pluviais é a impermeabilização, quanto mais permeável a bacia, mais são mantidas

as condições hidrológicas originais.

Se uma bacia for muito impermeável e as práticas de captação e escoamento

das águas pluviais forem inadequadas, o volume e a velocidade da água escoada

para jusante da bacia causarão grandes problemas, inclusive de inundações e

enchentes.

No município de Guarani, as bacias urbanas não possuem percentual de

impermeabilização muito grande, como pode ser observado na tabela a seguir.

Porém, como podemos ver na figura abaixo, a maior parte da área impermeabilizada

se encontra na porção baixa da bacia, não existindo zonas de amortecimento para a

vazão escoada.

Esse é um dos principais fatores causadores de grandes alagamentos e até

enchentes em épocas de chuvas de grande intensidade.

Assim, é preciso, nas bacias onde a porção baixa esteja impermeabilizada,

promover meios de conter a água da chuva, isso pode ser feito através da captação

de água nos telhados e armazenamento em cisternas ou outros meios de manter as

condições hidrológicas ideais.

Uma maneira muito eficiente é a retenção das águas pluviais nos lotes, sem

que os mesmo destinem suas águas para as ruas.

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176

Tabela 3.33 – Densidade de drenagem (Dd) das bacias do município de Guarani

Bacia de drenagem Uso do Solo Área (m²) Percentual de

Impermeabilização

Córrego do Centro

Áreas Verdes 270.992

46,2 Urbanizado 232.558

Total 503.551

Córrego São Luís

Áreas Verdes 8.982.525

4,2 Urbanizado 394.451

Total 9.376.976

Córrego Sossego

Áreas Verdes 1.100.035

18,5 Urbanizado 249.402

Total 1.349.437

Leito Pomba

Áreas Verdes 1.282.393

6,3 Urbanizado 85.760

Total 1.368.153

Pomba E1

Áreas Verdes 339.315

39,6 Urbanizado 222.384

Total 561.700

Pomba E2

Áreas Verdes 144.263

36,2 Urbanizado 81.711

Total 225.974

Pomba E4

Áreas Verdes 14.127

50,9 Urbanizado 14.664

Total 28.791

Pomba E5

Áreas Verdes 280.056

6,5 Urbanizado 19.341

Total 299.396

Ribeirão Pirapetinga

Áreas Verdes 5.307.962

2,9 Urbanizado 156.556

Total 5.464.518

Pomba D1 Áreas Verdes 802.875 0

Pomba D2 Áreas Verdes 345.063 0

Pomba D3 Áreas Verdes 438.303 0

Pomba D4 Áreas Verdes 884.386 0

Pomba D5 Áreas Verdes 1.098.968 0

Pomba E3 Áreas Verdes 8.120 0

Pomba E4 Áreas Verdes 24.526 0

Pomba E6 Áreas Verdes 1.449.188 0

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177

Figura 3.77 – Uso do Solo nas bacias de drenagem urbana de Guarani.

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178

3.4.4 DEFICIÊNCIAS DA DRENAGEM URBANA

Após a análise genérica das deficiências apontadas pelos técnicos do

município de Guarani, procedeu-se a análise detalhada de cada deficiência. Parte

desta análise consistiu em se elencar as prioridades a serem solucionadas. O

critério utilizado para isto foi adoção de índices que representavam,

matematicamente, os diversos fatores necessários a tomada de decisões,

devidamente ponderados.

Foi tomada como primeira prioridade a segurança pública. A inexistência ou

funcionamento incorreto dos dispositivos de drenagem podem ocasionar situações

que comprometam a segurança dos munícipes. Alguns exemplos disso são

enxurradas, instabilização de taludes, desmoronamentos, afogamentos, etc.

A segunda prioridade está relacionada aos riscos ambientais que a falta de

manejo adequado de águas pluviais podem ocasionar, entre eles o assoreamento de

corpos hídricos, a erosão na calha dos rios nas descargas de águas pluviais e

outros.

Arbitrariamente, de acordo com o conhecimento prévio específico de cada

área problema em termos de riscos ambientais e segurança pública, bem como com

a experiência de cada profissional da equipe técnica envolvido, atribui-se valores

para a deficiência/inexistência do sistema de drenagem em questão, dentro de

intervalo de 0 a 5.

Os riscos relacionados à segurança pública foram ponderados por um fator

1,5, enquanto os relacionados aos riscos ambientais foram ponderados por um fator

1,0. O resultado foi a soma de cada item ponderado por seu fator.

Elaborou-se então uma escala, na qual o valor máximo alcançável foi de 50, e

o fator mínimo foi de 1. Escalonaram-se os resultados da seguinte maneira:

• 31,0 a 50,0: Prioridade A

• 11,0 a 30,0: Prioridade B

• 0,0 a 10,0: Prioridade C

As “Prioridades A” deverão ser atendidas pelo poder público antes das

“Prioridades B” e das “Prioridades C” por sua vez.

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179

Para cada local com deficiência foi aplicada esta metodologia, culminando

com a classificação de todas as deficiências e sua priorização. Os resultados se

encontram nas Tabelas a seguir.Para traçar os objetivos, metas e ações, bem como

estimar seus custos para correções destas deficiências na drenagem urbana, foi

realizada uma estimativa quantitativa dos pontos com deficiências.

Tabela 3.34 – Densidade de drenagem (Dd) das bacias do município de Guarani

AP-001

Deficiência Inexistência de

Redes Sub-

dimensionamento Erosão Manutenção

Demais Problemas

ALAGAMENTO / ENCHENTE - CENTRO

X X X X X

Risco Público

4 5 3 5 5

Risco Ambiental

4 5 3 4 4

Subtotal 10 12,5 7,5 11,5 11,5

TOTAL 53

CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE A

AP-002

Deficiência Inexistência de

Redes Sub-

dimensionamento Erosão Manutenção

Demais Problemas

ENTUPIMENTO DE GALERIA - CÓRREGO SÃO LUÍS

X X X

Risco Público

4 5 3

Risco Ambiental

4 4 3

Subtotal 0 10 0 11,5 7,5

TOTAL 29

CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE B

AP-003

Deficiência Inexistência de

Redes Sub-

dimensionamento Erosão Manutenção

Demais Problemas

LANÇAMENTO DE ESGOTO E LIXO NA REDE PLUVIAL -

CENTRO

X X

Risco Público

5 5

Risco Ambiental

5 5

Subtotal 0 0 0 12,5 12,5

TOTAL 25

CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE B

AP-004

Deficiência Inexistência de

Redes Sub-

dimensionamento Erosão Manutenção

Demais Problemas

LANÇAMENTO DE ESGOTO E LIXO NA REDE PLUVIAL -

CÓRREGO SÃO LUÍS

X X

Risco Público

5 5

Risco Ambiental

5 5

Subtotal 0 0 0 12,5 12,5

TOTAL 25

CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE B

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180

AP-005

Deficiência Inexistência de

Redes Sub-

dimensionamento Erosão Manutenção

Demais Problemas

LANÇAMENTO DE ESGOTO E LIXO NA REDE PLUVIAL -

CÓRREGO SOSSEGO

X X

Risco Público

5 5

Risco Ambiental

5 5

Subtotal 0 0 0 12,5 12,5

TOTAL 25

CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE B

AP-006

Deficiência Inexistência de

Redes Sub-

dimensionamento Erosão Manutenção

Demais Problemas

LANÇAMENTO DE ESGOTO NA REDE PLUVIAL -

CÓRREGO SOSSEGO

X X

Risco Público

5 5

Risco Ambiental

5 5

Subtotal 0 0 0 12,5 12,5

TOTAL 25

CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE B

AP-007

Deficiência Inexistência de

Redes Sub-

dimensionamento Erosão Manutenção

Demais Problemas

ALAGAMENTO E ENCHORRADA - BAIRRO

CACHOEIRA

X X X

Risco Público

5 4 4

Risco Ambiental

4 4 4

Subtotal 11,5 0 10 0 10

TOTAL 31,5

CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE A

AP-008

Deficiência Inexistência de

Redes Sub-

dimensionamento Erosão Manutenção

Demais Problemas

ALAGAMENTO DE VIAS E ASSOREAMENTO DE REDE

POR SUBDIMENSIONAMENTO -

NOVA GUARANI

X X X

Risco Público

4 4 4

Risco Ambiental

3 3 4

Subtotal 0 9 9 0 10

TOTAL 28

CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE B

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AP-009

Deficiência Inexistência de

Redes Sub-

dimensionamento Erosão Manutenção

Demais Problemas

ALAGAMENTO DE VIAS E ENCHORRADA;

ASSOREAMENTO DE REDE POR

SUBDIMENSIONAMENTO - DIVINO SALVADOR

X X X X

Risco Público

4 5 4 4

Risco Ambiental

3 3 3 4

Subtotal 9 10,5 9 0 10

TOTAL 38,5

CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE A

AP-010

Deficiência Inexistência de

Redes Sub-

dimensionamento Erosão Manutenção

Demais Problemas

SUBDIMENSIONAMENTO - NOVA GUARANI

X X X

Risco Público

3 2 2

Risco Ambiental

3 2 2

Subtotal 0 7,5 5 0 5

TOTAL 17,5

CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE C

AP-011

Deficiência Inexistência de

Redes Sub-

dimensionamento Erosão Manutenção

Demais Problemas

INEXISTÊNCIA DE DISSIPADORES DE

ENERGIA

X X X

Risco Público

3 5 5

Risco Ambiental

4 5 5

Subtotal 8,5 0 12,5 0 12,5

TOTAL 33,5

CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE A

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182

Figura 3.78 – Bacias de drenagem urbana de Guarani

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3.4.5 ANÁLISE CRÍTICA DA DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS

Naturalmente o município de Guarani é bem drenado e com boa distribuição

de seus rios, sendo que a maior parte de suas águas são drenadas para o Rio

Pomba, que corta a área urbana.

Esse fator se torna o principal problema da drenagem urbana e manejo das

águas pluviais, tanto para a macrodrenagem como para a microdrenagem.

Com relação a macrodrenagem, o município possui alguns córregos

canalizados na área urbana que recebem águas do sistema de microdrenagem,

esses córregos possuem alguns problemas, como o entupimento por consequência

de manejo inadequado e por falta de sensibilização da população, que, ao jogar lixo

nestes canais, obstruem-nos e causam problemas mais graves, como alagamentos.

Além disso, existem ligações de esgoto nas galerias pluviais que contaminam as

águas destes córregos e canais, e, consequentemente, o Rio Pomba.

Problemas semelhantes acontecem com o sistema de microdrenagem,

especialmente quanto à ligação clandestina de esgoto, além disso, muitos bairros

não possuem sistema de microdrenagem, ou estes estão subdimensionados.

Outro problema é a ocupação do leito maior do Rio Pomba, porém, como a

ocupação está consolidada nesta área, não existe maneira de não ter prejuízos em

casos de cheias do rio, porém, deve-se ter um monitoramento e um plano de

emergências e contingências para os eventos extremos.

Para solucionar estes problemas, seria importante a sensibilização da

população quanto a não jogar lixo nas galerias e córregos, desfazer as ligações de

esgoto das galerias de águas pluviais, e criar uma rotina de limpeza e manutenção

da rede de drenagem urbana.

Para os bairros com microdrenagem subdimensionada, deve-se fazer estudo

para reforçar e aumentar a capacidade de captação das águas pluviais. Já os

bairros sem sistema de drenagem urbana, deve-se prever o estudo e realização de

sistema de microdrenagem sustentável para captar as águas da chuva.

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Quanto aos novos loteamentos, é importante que o município exija do

loteador a infraestrutura de drenagem urbana, com projeto adequado e aprovado

pelos técnicos da prefeitura.

3.5 CONDIÇÕES INSTITUCIONAIS E ADMINISTRATIVAS

A estrutura da administração municipal foi estabelecida pela Lei n°. 629/2013

que define órgãos integrados no arcabouço administrativo da Prefeitura e entidades

dotadas de personalidade jurídica própria. Os órgãos da administração direta que

compõem a estrutura administrativa da Prefeitura se organizam e se coordenam,

atendendo aos princípios técnicos recomendáveis ao bom desempenho de suas

atribuições.

As entidades dotadas de personalidade jurídica própria que compõem a

administração indireta do Município se classificam em autarquia e sociedades de

economia mista. As secretarias, departamentos, diretorias e divisões são órgãos da

administração direta que estão ligados diretamente ao Prefeito.

3.5.1 ESTRUTRA ADMINISTRATIVA

A estrutura administrativa do Município de Guarani é composta pelo Gabinete

do Prefeito, Procuradoria Geral, Controle Interno, Comunicação Social, 6

secretarias, 26 departamentos e 7 diretorias.

Dentre as Secretarias estão:

I – Órgãos de assessoramento:

a) Gabinete do Prefeito;

b) Procuradoria Geral;

c) Controle Interno;

d) Comunicação Social.

II – Órgãos de administração específica:

e) Secretaria Municipal de Fazenda e Administração:

I. Administração Geral;

II. Contabilidade;

III. Tesouraria;

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IV. Pessoal;

V. Tributação;

VI. Compras;

VII. Licitação;

VIII. Patrimônio.

f) Secretaria Municipal de Assistência Social:

I. Assistência Social;

II. Projetos;

III. Atividades Administrativas.

g) Secretaria Municipal de Educação:

I. Ensino Fundamental;

II. Educação Infantil:

a) Pré-escola;

b) Creche.

III. Atividades Administrativas;

IV. Cultura;

V. Esporte, Lazer e Turismo.

h) Secretaria Municipal de Saúde:

I. Saúde:

a) Atenção Primária;

b) Atenção Secundária;

c) Vigilância em Saúde.

II. Atividades Administrativas;

III. Saneamento.

i) Secretaria Municipal de Infraestrutura, Urbanismo e Meio Ambiente:

I. Obras;

II. Projetos;

III. Transportes:

a) Administração da Frota;

b) Manutenção da Frota.

IV. Serviços Urbanos;

V. Meio Ambiente.

j) Secretaria Municipal de Agropecuária e Desenvolvimento Rural:

I. Agricultura;

II. Pecuária.

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAEG) não consta na Lei 629/2013

como uma secretaria municipal, trata-se de uma autarquia instituída no município

através da Lei 75/2001 , lei esta que expõe as competências da autarquia, bem

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como todos os direitos, deveres e outros conteúdos referentes às esferas

administrativas, técnicas e executivas da autarquia.

No município, a Secretaria de Infraestrutura, Urbanismo e Meio Ambiente é a

responsável pela implantação de políticas públicas urbanas de uso e ocupação do

solo e de saneamento básico – setores de limpeza urbana e resíduos sólidos e

drenagem urbana e manejo das águas pluviais, já o SAEG é o responsável pelas

políticas públicas e saneamento básico – setores de abastecimento de água e

esgotamento sanitário, cabendo a estes órgãos e seus respectivos

departamentos/diretorias as atividades que concernem à elaboração de planos e

projetos, execução e fiscalização de obras públicas e/ou particulares.

Verifica-se a necessidade de reavaliação da estrutura organizacional da

Prefeitura de modo que os setores possam ser reestruturados, com a criação de

diretorias específicas para os setores de saneamento básico - resíduos e drenagem

-, principalmente, de forma a garantir maior autonomia de ação e financeira desses

setores.

3.5.2 RECURSOS HUMANOS

Observou-se na Prefeitura de Guarani que há carência de profissionais

técnicos e especializados para a realização das tarefas e atividades provenientes da

administração pública. Um profissional acaba acumulando funções e realizando

tarefas de mais de uma área de atuação, gerando sobrecarga e responsabilidades

extras para as quais nem sempre o servidor está capacitado. No que tange aos

quatro setores de saneamento básico, essa carência é ainda maior.

Profissionais técnicos na área ambiental e especializados na área das

engenharias civil, ambiental e sanitarista são essenciais para a aplicação do PMSB,

assim como, profissionais para a fiscalização das obras e serviços públicos de

saneamento básico também são necessários para que o Plano obtenha o sucesso

planejado e almejado.

Outro profissional essencial para a aplicação do PMSB, elaboração e

aprovação de projetos, captação de recursos, acompanhamento de obras e

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principalmente, no que se refere ao controle do uso e ocupação do solo urbano, é o

arquiteto e urbanista.

Para possibilitar a contratação dos profissionais acima mencionados, destaca-

se a necessidade da atualização do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).

Por fim, salienta-se a necessidade de implantação de um sistema permanente

de capacitação dos servidores que trabalham nos quatro setores de saneamento

básico, como meio de instrui-los, atualiza-los e motivá-los para a realização das

tarefas do dia a dia, qualificando assim, os serviços prestados à população.

3.5.3 FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL

Tomando-se como indiscutível o avanço da Constituição Federal Brasileira e

posteriormente o Estatuto da Cidade, além de inúmeras outras leis que objetivam

ordenar através de Planos Estratégicos (como os de Saneamento Básico, Recursos

Hídricos, Habitação de Interesse Social) ou legislações específicas para os

territórios em suas diversas escalas, é indispensável aliar a tais políticas de

planejamento o fortalecimento institucional.

Entendendo o fortalecimento institucional como um processo de

implementação de iniciativas visando fortalecer o posicionamento estratégico da

instituição pública por meio de capacitação de recursos humanos, ampliação da

base social e gestão democrática, além de promover a otimização e aprimoramento

gerencial e operacional, tais ações devem obrigatoriamente ser implantadas e

articuladas com a execução dos planos setoriais como o Plano Municipal de

Saneamento Básico.

Para atingir as metas e objetivos previstos no PMSB, é necessário criar

mecanismos de avaliação e monitoramento permanentes das ações executadas

pelo órgão público e visualizar onde tais ações estão locadas e qual população é de

fato afetada por estas.

Para tanto, propõe-se para o município de Guarani o desenvolvimento do

fortalecimento institucional da Secretaria Municipal de Infraestrutura, Urbanismo e

Meio Ambiente, bem como, da Autarquia SAEG para melhor utilizar os recursos

humanos e identificar as carências técnicas e as formas de suprir tais deficiências.

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Cabe destacar aqui que carências estruturais e físicas também constituem

dificuldade para o planejamento e gestão dos setores de saneamento em Guarani. A

falta de espaços físicos adequados para a realização das atividades técnicas e

administrativas e o sucateamento ou inexistência de instrumentos, equipamentos e

softwares, mobiliários, maquinários e veículos para o trabalho cotidiano também é

fator determinante para a geração de dificuldades na prestação dos serviços

públicos de saneamento.

3.5.4 GEOPROCESSAMENTO

As Geotecnologias têm se firmado cada vez mais como ferramentas

essenciais para o planejamento urbano, regional e ambiental. Neste âmbito, as

técnicas de Geoprocessamento, que podem ser definidas como o conjunto de

tecnologias de coleta, tratamento, desenvolvimento e uso de informações

georreferenciadas tem se tornado essencial para as administrações públicas em

todos os seus níveis.

Considerando que para o ordenamento e a gestão do território seja este em

qualquer escala, a análise espacial é primordial, Simão (1999) aponta que 80% das

decisões tomadas por organizações da administração pública e local envolvem ou

devem envolver o componente espacial, direta ou indiretamente.

Neste sentido, a utilização de imagens de satélite (gratuitas ou pagas)

disponíveis em diversas resoluções, e ainda os dados alfanuméricos (textos ou

números) disponíveis muitas vezes gratuitamente em diversas fontes oficiais são

pontos positivos para os planejadores municipais para o melhor ordenamento e

monitoramento do seu município, tendo em vista que as tecnologias geográficas são

capazes de atualizar as diversas situações espacializadas quase que em tempo real.

Contudo, muitos municípios brasileiros têm enfrentado dificuldades em nível

técnico e de aquisição ou uso adequado das tecnologias geográficas. O uso das

Geotecnologias, como o Geoprocessamento é geralmente restrito a municípios

médios a grandes e ainda nestes muitas vezes as técnicas são utilizadas na

elaboração de mapas temáticas ao invés de complexas análises e diagnósticos que

aquela proporciona.

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Guarani ainda não experimentou a experiência da utilização do

Geoprocessamento. Contudo, o Plano Municipal de Saneamento Básico está sendo

desenvolvido na sua totalidade no Sistema de Informações Geográficas.

O Sistema de Informações Geográficas, conhecido também como SIG ou GIS

(do inglês Geographic Information Systems) é outra técnica dentro das

Geotecnologias que pode atribuir a pontos ou regiões de um mapa, uma tabela de

informações (atributos), sejam estas em forma de número ou letras compondo um

banco de dados.

No PMSB, a utilização do SIG possibilitará, além de gerar os mapas, cruzar

as informações pertinentes para identificar onde a população vulnerável em relação

aos sistemas de saneamento se localiza. Além disso, o SIG proporciona o

cruzamento de informações sociais e econômicas com os dados ambientais, de

saúde pública e de educação, por exemplo, setores correlacionados ao saneamento

básico.

Os resultados obtidos com o SIG do PMSB mostrarão que a utilização das

Geotecnologias (SIG, Geoprocessamento) é essencial para a administração

municipal, pois se pode utilizar o cruzamento de dados em análises espaciais por

métodos estatísticos e matemáticos e criar banco de dados multifinalitário,

proporcionando ao Poder Público direcionar os investimentos e identificar onde a

população mais carente dos serviços de saneamento se encontra.

As técnicas são amplamente utilizadas também nas áreas da assistência

social, da saúde pública, do ordenamento e monitoramento territorial e do meio

ambiente. Contudo, é essencial que existam recursos humanos capacitados para a

administração das informações, pois o estágio atual da tecnologia não proporciona a

atualização automática das informações no computador em concomitância com a

realidade.

Dessa forma, recomenda-se que o município de Guarani analise a viabilidade

de licença para a instalação de software de SIG e a capacitação de servidores

técnicos municipais para que o planejamento municipal torne-se mais efetivo e

capaz de atingir a população na sua totalidade.

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3.5.5 RECURSOS PARA REALIZAÇÃO DE PROGRAMAS E AÇÕES

PREVISTAS

Em Guarani, a maior parte dos recursos aplicados nos quatro setores de

saneamento básico é proveniente do Governo Federal e Estadual, através de

programas específicos, convênios, emendas constitucionais, termos de cooperação

e financiamentos. Entretanto, há investimentos realizados com recursos municipais,

normalmente aqueles que demandam de valores menores.

O investimento municipal para os quatro setores de saneamento em Guarani

é pequeno por conta da baixa arrecadação. Atualmente, as ações dentro dos quatro

setores de saneamento são mais conservacionistas e de manutenção, do que de

ampliação, aprimoramento e melhoria dos sistemas.

Observa-se que para a melhoria da arrecadação municipal há a necessidade

de promover o equilíbrio operacional-financeiro dos sistemas, principalmente os de

saneamento básico, através da taxação e tarifação adequadas dos serviços

prestados, com a instituição de taxas e tarifas proporcionais ao consumo e utilização

dos serviços públicos ou pelo menos com a fixação de taxas e tarifas operacionais

básicas.

Os regulamentos dos quatros setores de saneamento, que constarão da

Política Municipal de Saneamento Básico de Guarani que será instituída após a

aprovação do PMSB junto à Câmara Municipal, são responsáveis pela definição dos

direitos e deveres dos operadores e usuários dos serviços públicos, assim como

pela definição dos meios de cobrança e reajustes das taxas e tarifas estipuladas

para os serviços prestados.

Além disso, prever a elaboração do Plano Diretor Municipal, para o

ordenamento e monitoramento do uso e ocupação do solo urbano, assim como, o

recadastramento imobiliário, a atualização da planta genérica de valores e da

legislação tributária do município são ações consideradas imprescindíveis para o

ordenamento territorial e o incremento da arrecadação para a ampliação de

investimentos em todos os setores administrativos. Destaca-se que para tais

intervenções já há opções tecnológicas em ambiente SIG, com a possibilidade de

obtenção de recursos advindos de programas para a modernização e fortalecimento

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da gestão pública, financiados pela União, caso do PMAT - Programa de

Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos

- Caixa Econômica Federal.

Outra questão importante para garantir que a arrecadação ocorra

adequadamente é a fiscalização. Tanto a fiscalização tributária, quanto a de obras e

urbanística são essenciais para que os tributos sejam pagos adequadamente e para

que os serviços públicos sejam realizados de forma satisfatória para toda a

população.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO DIAGNÓSTICO

O município de Guarani, a fim de promover melhorias às condições sanitárias

de sua população e atender as regulamentações estabelecidas pela Lei Federal no

11.445/07, tomou a iniciativa para elaboração de seu PMSB, fundamentando-se na

gestão participativa de toda a comunidade, por meio da atuação do Poder Público,

da sociedade civil e da consultoria ambiental prestada para auxiliar o município ao

longo do plano, através do conhecimento técnico, legislativo e planejamento

estratégico.

Por meio do esforço dos atores envolvidos no PMSB, puderam-se

diagnosticar os principais problemas relacionados aos quatro setores de

saneamento no município, apontando as deficiências e potencialidades e traçando

diretrizes para os próximos anos.

O diagnóstico consistiu a fase de levantamento dos principais aspectos

sanitários verificados no município, permitindo a caracterização, descrição e análise

sistêmica dos componentes do saneamento básico local, evidenciando as

deficiências existentes. Tais informações subsidiam o desenvolvimento dos produtos

apresentados nas etapas posteriores, de modo a compor o Plano Municipal de

Saneamento Básico de Guarani.

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________________________________________

Nayla Motta Campos Libos

Eng. Sanitarista e Ambiental | CREA-SC 903771/D

Coordenadora Geral do PMSB de Guarani

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de Janeiro, 1992.

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NBR12.214 – Projeto de Bombeamento de Água para Abastecimento Público. Rio de Janeiro,

1992.

NBR 12.215 - Projeto de Adutora de Água para Abastecimento Público. Rio de Janeiro, 1991.

NBR 12.216 - Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público. Rio de

Janeiro, 1992.

NBR 12.217 - Projeto de Bombeamento de Água para Abastecimento Público. Rio de Janeiro,

1994.

NBR 12.809 – Manuseio de Resíduo de Serviço de Saúde. Rio de Janeiro, 1993.

NBR 13.221 – Transporte Terrestre de Resíduos. Rio de Janeiro, 1993.

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Colegiada RDC n° 306 de 7 de Dezembro de 2004.

ARAUJO FILHO, J. C. Floresta Ombrófila Densa. Agência Embrapa de Informação

Tecnológica. Disponível em:

<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/territorio_mata_sul_pernambucana/ar

vore/CONT000gt7eon7l02wx7ha087apz2qm63151.html> Acessado em Outubro de

2013.

BRASIL. Lei Federal no 11.445, de 5 de Janeiro de 2007. “Estabelece diretrizes

nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro

de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13

de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras

providências”.

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Agosto de 2010.

CONAMA n° 357 - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 357 de 18

de março de 2005 “Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e

diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as

condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.”.

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução no 358 de 29 de

Abril de 2005. “Dispõe sobre o tratamento e a disposição dos resíduos dos serviços

de saúde e dá outras providências”.

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n°396 de 3 de abril

de 2008. “Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o

enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências”.

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 404 de 11 de

novembro de 2008. “Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental

de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos”.

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 430 de 13 de

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