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Plano Municipal de Saneamento Básico de Guarani - Volume 2
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Prefeitura Municipal de Guarani - MG
2014
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
PRODUTO K: RELATÓRIO FINAL
DIAGNÓSTICO TÉCNICO-PARTICIPATIVO
VOLUME 2
MUNICÍPIO DE GUARANI PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
Relatório Final – Diagnóstico Técnico-Participativo
EVOLUA AMBIENTAL – ENGENHARIA E CONSULTORIA
Av. Maringá, 920 - sala 13, CEP. 86060-000 | Londrina – PR
www.evoluaambiental.com.br | Fone: 43-3354-9500
II
PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARANI – MINAS GERAIS
Praça Antônio Carlos, 10. Centro – Guarani – MG
CEP: 36160-000
Fone: (32) 3575-1523
Sítio: http://www.guarani.mg.gov.br
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO
PRODUTO K: REATÓRIO FINAL
DIAGNÓSTICO TÉCNICO-PARTICIPATIVO
VOLUME 2
ABRIL DE 2014
Fundação Nacional de Saúde – FUNASA
Edifício-Sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa)
Quadra 04 – Bloco “N” – 5º andar – Ala Norte
Brasília/DF – CEP: 70070-040
Telefone: (61) 3314-6362/6466 | Fax: (61) 3314-6253
Sítio: www.funasa.gov.br
Prefeitura Municipal de Guarani
Plano Municipal de saneamento básico/Produto K: Relatório Final, 2014.
203f. : il.color. 30 cm
Esta obra é um dos produtos referentes ao Plano Municipal de Saneamento básico do município de Guarani-MG
1. Caracterização do Municipio. 2.Componentes do Sistema de Saneamento. 3. Diagnóstico da Realidade Local.
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Relatório Final – Diagnóstico Técnico-Participativo
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III
EMPRESA RESPONSÁVEL
EVOLUA AMBIENTAL – ENGENHARIA E CONSULTORIA
CNPJ 16.697.255/0001-95
END.: Av. Maringá, nº 920, sala 13.
CEP 86060-000, Londrina – PR.
EQUIPE TÉCNICA
Nayla Motta Campos Libos
Eng. Sanitarista e Ambiental
CREA/SC 90377-1/D | V-PR 110861
Marcelo Gonçalves
Geógrafo | CREA/PR 95232/D
Nariane Marselhe Ribeiro Bernardo
Engenheira Ambiental
Juliana Santos Gianotto
Bacharel em Sistemas de Informação
Deise Beatriz Farias
Gestora de Finanças
Caroline Dutra
Estagiária de Engenharia Ambiental
Hádel Martins
Estagiário de Engenharia Ambiental
Luciana Quevedo Nunes
Arquiteta e Urbanista
CAU A29674-0
Walmir da Silva Matos
Engenheiro Civil | CREA/PR 7646/D
Fabrício Vergara Mota
Arquiteto e Urbanista | CAU A32284-9
Juliana Moralles Louvison Rosa
Pedagoga
Maicol Renato Barbizan da Silva
Arquiteto e Urbanista | CAU A118828-3
Naym Libos
Jornalista e Economista
Thiago Henrique Silva
Estagiário de Engenharia Ambiental
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IV
INDICE GERAL
Volume 1
PLANO DE TRABALHO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL
Volume 2
DIAGNÓSTICO TÉCNICO-PARTICIPATIVO
Volume 3
PROGNÓSTICO E PLANO DE AÇÃO
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V
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 10
2 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ....................................................................................... 12
2.1 HISTÓRICO E INFORMAÇÕES GEOPOLÍTICAS ..................................................................... 14
2.2 ASPECTOS AMBIENTAIS .......................................................................................................... 15
2.2.1 Clima ......................................................................................................................................... 16
2.2.2 Geologia .................................................................................................................................... 16
2.2.3 Geomomorfologia ...................................................................................................................... 18
2.2.4 Pedologia................................................................................................................................... 24
2.2.5 Hidrografia ................................................................................................................................. 27
2.2.6 Vegetação ................................................................................................................................. 29
2.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E CULTURAIS .................................................................. 31
2.3.1 Dinâmica Populacional .............................................................................................................. 31
2.3.2 Cultura ....................................................................................................................................... 35
2.3.3 Saúde ........................................................................................................................................ 36
2.3.4 Educação................................................................................................................................... 40
2.3.5 Economia................................................................................................................................... 42
2.4 INFRAESTRUTURAS E SERVIÇOS .......................................................................................... 45
2.4.1 Pavimentação ............................................................................................................................ 45
2.4.2 Transporte ................................................................................................................................. 45
2.4.3 Energia Elétrica ......................................................................................................................... 46
2.4.4 Sistema de Saneamento Básico ............................................................................................... 46
3 COMPONENTES DO SISTEMA DE SANEAMENTO ............................................................... 47
3.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA .................................................................................................... 48
3.1.1 Companhia de Abastecimento de Águas .................................................................................. 54
3.1.2 Captação ................................................................................................................................... 55
3.1.3 Adução ...................................................................................................................................... 71
3.1.4 Reservação ............................................................................................................................... 75
3.1.5 Qualidade da Água .................................................................................................................... 83
3.1.6 Tratamento de Água .................................................................................................................. 85
3.1.7 Distribuição ................................................................................................................................ 88
3.1.8 Sistemas de Abastecimento de Água ....................................................................................... 91
3.1.9 Consumo ................................................................................................................................. 101
3.1.10 Análise Financeira do Sistema de Abastecimento de Água ................................................... 104
3.1.11 Indicadores de Abastecimento de Água ................................................................................. 108
3.1.12 Análise Crítica do Sistema de Abastecimento de Água .......................................................... 109
3.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO .................................................................................................. 111
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VI
3.2.1 Caracterização do Esgoto Gerado em Guarani ...................................................................... 112
3.2.2 Rede Coletora ......................................................................................................................... 117
3.2.3 Descarte/Lançamento ............................................................................................................. 122
3.2.4 Companhia de Esgotamento Sanitário ................................................................................... 125
3.2.5 Análise Crítica do Sistema ...................................................................................................... 125
3.3 LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................. 127
3.3.1 Classificação dos Resíduos Sólidos ....................................................................................... 128
3.3.2 Resíduos Sólidos Gerados no Município ................................................................................ 130
3.3.3 Limpeza Urbana ...................................................................................................................... 134
3.3.4 Coleta e Transporte ................................................................................................................. 135
3.3.5 Usina de Triagem e Compostagem ........................................................................................ 138
3.3.6 Resíduos de Serviço de Saúde ............................................................................................... 148
3.3.7 Programas e Especiais ........................................................................................................... 152
3.3.8 Companhias Responsáveis pelo Serviço ................................................................................ 153
3.3.9 Indicadores dos Sistemas de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos ................... 153
3.3.10 Análise Financeira do setor de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos ................ 154
3.3.11 Avaliação dos Sistemas de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos ...................... 157
3.3.12 Considerações Finais - setor de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos .............. 158
3.4 DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS ..................................................... 161
3.4.1 Drenagem natural .................................................................................................................... 162
3.4.2 Macrodrenagem ...................................................................................................................... 167
3.4.3 Microdrenagem ....................................................................................................................... 170
3.4.4 Deficiências da drenagem urbana .......................................................................................... 178
3.4.5 Análise Crítica da Drenagem e Manejo das Águas Pluviais ................................................... 183
3.5 CONDIÇÕES INSTITUCIONAIS E ADMINISTRATIVAS .......................................................... 184
3.5.1 Estrutra Administrativa ............................................................................................................ 184
3.5.2 Recursos Humanos ................................................................................................................. 186
3.5.3 Fortalecimento Institucional ..................................................................................................... 187
3.5.4 Geoprocessamento ................................................................................................................. 188
3.5.5 Recursos para Realização de Programas e Ações Previstas ................................................ 190
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO DIAGNÓSTICO .................................................................... 192
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VII
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Localização Regional do Município de Guarani. .............................................................. 13
Figura 2.2 – Geologia do município de Guarani ................................................................................... 17
Figura 2.3 – Hipsometria do município de Guarani............................................................................... 19
Figura 2.4 – Geomorfologia do município de Guarani. ......................................................................... 21
Figura 2.5 – Mapa de Declividade do município de Guarani ................................................................ 23
Figura 2.6 – Mapa de Solos do Município de Guarani .......................................................................... 26
Figura 2.7 – Hidrografia do Município de Guarani. ............................................................................... 28
Figura 2.8 – Mapa de Vegetação do Município de Guarani. ................................................................ 30
Figura 2.9 – Pirâmide Etária do Município de Guarani – MG. .............................................................. 33
Figura 2.10 – Comportamento Crescimento Populacional de Guarani de 1970-2010. ........................ 34
Figura 2.11 – Despesas e Receitas Orçamentárias. ............................................................................ 44
Figura 3.1 – Sistemas de Abastecimento de Água em Guarani. .......................................................... 53
Figura 3.2 – Poço 01. ............................................................................................................................ 57
Figura 3.3 – Córrego São Luís canalizado. ........................................................................................... 57
Figura 3.4 – Poço 02 soterrado. ............................................................................................................ 58
Figura 3.5 – Esgoto a céu aberto próximo ao Poço 02. ........................................................................ 58
Figura 3.6 – Poço 03: Captação............................................................................................................ 59
Figura 3.7 – Poço 03: Tubulação. ......................................................................................................... 59
Figura 3.8 – Poço 04: Lacre. ................................................................................................................. 60
Figura 3.9 – Poço 04 enterrado............................................................................................................. 60
Figura 3.10 – Água do Ladrão de Açude ao lado do Poço 05. ............................................................. 61
Figura 3.11 – Poço 06. .......................................................................................................................... 61
Figura 3.12 – Poço 07. .......................................................................................................................... 62
Figura 3.13 – Córrego São Luís nas proximidades do Poço 07. .......................................................... 62
Figura 3.14 – Poço 08. .......................................................................................................................... 63
Figura 3.15 – Poço 09. .......................................................................................................................... 63
Figura 3.16 – Poço 10. .......................................................................................................................... 64
Figura 3.17 – Poço 11. .......................................................................................................................... 65
Figura 3.18 – Poço 12. .......................................................................................................................... 65
Figura 3.19 – Poço 13. .......................................................................................................................... 66
Figura 3.20 – Poço 14. .......................................................................................................................... 66
Figura 3.21 – Poço 15. .......................................................................................................................... 67
Figura 3.22 – Poço 16. .......................................................................................................................... 67
Figura 3.23 – Poço 17 e Vala de água pluvial. ..................................................................................... 68
Figura 3.24 – Poço 18. .......................................................................................................................... 69
Figura 3.25 – Poço 19. .......................................................................................................................... 69
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VIII
Figura 3.26 – Poço 20. .......................................................................................................................... 70
Figura 3.27 – Poço 21 ........................................................................................................................... 70
Figura 3.28 – Organograma do Sistema de Distribuição de Água ....................................................... 73
Figura 3.29 – Local de instalação da Elevatória de Água Bruta ........................................................... 74
Figura 3.30 – Elevatória de Água Bruta ................................................................................................ 74
Figura 3.31 – Bomba de Água Bruta da Elevatória............................................................................... 75
Figura 3.32 – Reservatório 01 ............................................................................................................... 77
Figura 3.33 – Reservatório 02 ............................................................................................................... 77
Figura 3.34 – Reservatório 03 ............................................................................................................... 78
Figura 3.35 – Reservatório 04 (à dir.) e Reservatório 05 (à esq.) ........................................................ 79
Figura 3.36 – Reservatório 07 ............................................................................................................... 80
Figura 3.37 – Reservatório 08 ............................................................................................................... 80
Figura 3.38 – Reservatório 09 ............................................................................................................... 81
Figura 3.39 – Reservatório 10 ............................................................................................................... 82
Figura 3.40 – Reservatório 11 ............................................................................................................... 82
Figura 3.41 – Mapa da Rede de Distribuição do Município de Guarani. .............................................. 90
Figura 3.42 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 01 ....................................... 91
Figura 3.43 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 02. ...................................... 93
Figura 3.44 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 03 ....................................... 94
Figura 3.45 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 04 ....................................... 95
Figura 3.46 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 05. ...................................... 96
Figura 3.47 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 06. ...................................... 97
Figura 3.48 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 07. ...................................... 99
Figura 3.49 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 08. .................................... 100
Figura 3.50 – Sistema Individual de Tratamento de Efluentes ........................................................... 115
Figura 3.51 – Projeto Água Viva, Fossa Séptica Biodigestora. .......................................................... 115
Figura 3.52 – Matadouro ..................................................................................................................... 117
Figura 3.53 – Rede Coletora de Esgoto do Município de Guarani. .................................................... 118
Figura 3.54 – Obra de Extensão da Rede Coletora de Esgoto. ......................................................... 119
Figura 3.55 – Pontos de Rompimento da Rede de Esgoto de Guarani. ............................................ 121
Figura 3.56 – Pontos de Lançamento de Esgoto Sanitário. ............................................................... 123
Figura 3.57 – Lançamento de Efluente no Córrego do Sossego. ....................................................... 125
Figura 3.58 – Área Contemplada pela de Coleta de Resíduos Sólidos em Guarani .......................... 136
Figura 3.59 – Caminhão utilizado para coleta de resíduo domiciliar em Guarani. ............................. 137
Figura 3.60 – Esteira de Triagem. ....................................................................................................... 139
Figura 3.61 – Sistemas Localizados na Usina de Triagem e Compostagem. .................................... 141
Figura 3.62 – Pátio de Compostagem ................................................................................................ 142
Figura 3.63 – Local de armazenamento temporário dos resíduos vítreos. ........................................ 144
Figura 3.64 – Armazenamento temporário de Resíduos Plásticos e Papelão ................................... 144
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IX
Figura 3.65 – Processo de Prensagem ............................................................................................... 145
Figura 3.66 – Resíduos Recicláveis Prensados ................................................................................. 146
Figura 3.67 – Vala de Rejeito em atividade. ....................................................................................... 147
Figura 3.68 – Exterior do Abrigo de RSSS do Hospital Municipal ...................................................... 150
Figura 3.69 – Interior do Abrigo de RSSS do Hospital Municipal (Teto). ........................................... 150
Figura 3.70 – Interior do Abrigo de RSSS do Hospital Municipal (Piso). ........................................... 151
Figura 3.71 – Acondicionamento dos Resíduos de Serviço de Saúde ............................................... 152
Figura 3.72 – Coleta dos Resíduos de Serviço de Saúde .................................................................. 152
Figura 3.73 – Relação de relevo da rede de drenagem de Guarani ................................................... 166
Figura 3.74 – Perfil transversal do Rio Pomba – Estação Fluviométrica 58730001 ........................... 168
Figura 3.75 – Ocupação do Solo em área suscetível a inundação .................................................... 169
Figura 3.76 – Bacias de drenagem urbana de Guarani. ..................................................................... 173
Figura 3.77 – Uso do Solo nas bacias de drenagem urbana de Guarani. .......................................... 177
Figura 3.78 – Bacias de drenagem urbana de Guarani ...................................................................... 182
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10
1 INTRODUÇÃO
O saneamento básico consiste num conjunto de serviços, infraestruturas e
instalações operacionais: abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais
urbanas, sendo diretamente associado ao desenvolvimento sustentável, uma vez
que as funções compreendidas em tal sistema proporcionam melhorias à saúde
pública, às condições socioeconômicas, juntamente à qualidade ambiental.
Tendo a preocupação das diferentes escalas de governo com questões
relacionadas ao saneamento, a Lei Federal nº. 11.445 de 2007 a qual estabelece as
diretrizes nacionais para o saneamento, bem como para a política federal do setor.
Tal legislação condiciona a prestação dos serviços públicos destas áreas à
existência do Plano de Saneamento Básico, o qual deve ser revisto periodicamente.
A Lei de Saneamento Básico, em seu Art. 9° estabelece como
responsabilidade do titular do serviço em formular a respectiva política pública de
saneamento básico, devendo para tanto:
I - elaborar os planos de saneamento básico, nos termos desta Lei; II - prestar diretamente ou autorizar a delegação dos serviços e definir o ente responsável pela sua regulação e fiscalização, bem como os procedimentos de sua atuação; III - adotar parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde pública, inclusive quanto ao volume mínimo per capita de água para abastecimento público, observadas as normas nacionais relativas à potabilidade da água; IV - fixar os direitos e os deveres dos usuários; V - estabelecer mecanismos de controle social, nos termos do inciso IV do caput do art. 3o
desta Lei; VI - estabelecer sistema de informações sobre os serviços, articulado com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento; VII - intervir e retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da entidade reguladora, nos casos e condições previstos em lei e nos documentos contratuais. (Lei Federal n
o 11.445 de 05 de Janeiro de 2007, Capítulo II, Art. 9
o).
Desta forma, verifica-se a necessidade municipal em adotar sua própria
política de saneamento básico adequada, a qual visa atender suas necessidades
sanitárias, promovendo melhor qualidade de vida e meio ambiente, e que sejam
direcionadas às características locais, tendo os princípios da universalidade,
equidade, sustentabilidade, entre outros.
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11
O planejamento municipal consiste em estabelecer objetivos e metas para
melhor gestão dos recursos locais, embasando-se em estudos detalhados sobre a
temática abordada, para que assim sejam desenvolvidas estratégias, ações e
programas para o cumprimento dos objetivos estabelecidos.
A elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB visa
atender as necessidades sanitárias no âmbito local, considerando as características
e limitações da área, de modo que a definição de objetivos, metas e
desenvolvimento de ações e programas voltados para o cumprimento de tais, sejam
direcionados à realidade do município.
O planejamento é fundamentado por meio da análise de diagnóstico
construído a partir de dados secundários fornecidos pela administração municipal,
estudos, informações coletadas in loco e revisões bibliográficas, consulta a bases
cartográficas e aplicação do geoprocessamento, o que permite a interpretação dos
dados viabilizando o desenvolvimento do diagnóstico, etapa do plano que é
apresentada neste documento.
O conhecimento das características do município, seus aspectos ambientais e
populacionais, além de suas infraestruturas de saneamento básico existentes,
embasam os estudos de planejamento e análise de viabilidade das estratégias e
medidas que virão a compor o plano de ação.
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12
2 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
O município de Guarani pertence ao Estado de Minas Gerais, esse está
situado a altitude de 440 m, nas coordenadas 21° 21' 07" no Hemisfério Sul e 43° 02'
49" ao Oeste do Meridiano de Greenwich. Inserido na Macrorregião Sudeste do
Brasil, mesorregião Zona da Mata Mineira e microrregião de Ubá, compostas por 17
municípios.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, o território do
município de Guarani possui 264,194 km², com uma densidade demográfica de
32,85 hab./km².
A Figura 2.1 mostra os municípios que compõem a Microrregião de Ub
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Figura 2.1 – Localização Regional do Município de Guarani.
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14
A partir da Figura 2.1, é possível observar os municípios limítrofes de
Guarani: Piraúba, Astolfo Dutra, Rio Novo, Rio Pomba, Descoberto, Tabuleiro.
2.1 HISTÓRICO E INFORMAÇÕES GEOPOLÍTICAS
Entre os anos de 1830 e 1840, alguns sertanistas chegaram e se assentaram
na região onde hoje está localizado o município de Guarani. Isolados entre as
montanhas, os primeiros habitantes dedicaram-se à agricultura e à pecuária. Com a
implantação da estrada de ferro, margeando o rio Pomba, em 1833, o arraial
cresceu e se espalhou ao longo da ferrovia.
O distrito foi criado com a denominação de Espírito Santo do Rio Pomba, pela
Lei Provincial nº 969, de 03-06-1859, e Lei nº 2, de 14-09-1891, subordinado ao
município de Pomba. Após trocar algumas vezes de nome em 1881 o local é
denominado definitivamente Guarani pela Lei Provincial nº 2.848, de 25-10-1881.
Foi elevado à categoria de vila pela Lei estadual nº 556, de 30-08-1911,
desmembrando-se de Pomba e elevado à condição de cidade pela lei estadual nº
893, de 10-09-1925. Pelo Decreto-lei Estadual nº 148, de 17-12-1938, o município
adquiriu parte do território do distrito de Piraúba do município de Pomba e parte do
distrito de Descoberto do município de São João Nepomuceno. Mas por Decreto
Estadual de nº 1.058, de 31-12-1943 parte de seu território é reintegrado ao
município de Pomba. Em divisão de 1-12-1960, o município é constituído como
distrito sede, permanecendo até os dias atuais.
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A Tabela 2.1 apresenta as principais características geopolíticas da cidade de
Guarani.
Tabela 2.1 – Características Geopolíticas
ITEM ESPECIFICAÇÕES
Localização Mesorregional Zona da Mata
Localização Microrregional Ubá
Associação de Municípios Associação Mineira de Municípios - AMM
COORDENADAS MUNICÍPIO
Latitude Norte: 21° 17' 27" S
Latitude Sul: 21° 26' 26" S
Longitude Leste: 42° 55' 27" O
Longitude Oeste: 43° 11' 05” O
LIMITES
Norte: Rio Pomba, Piraúba
Sul: Rio Novo, Descoberto
Leste: Astolfo Dutra
Oeste: Tabuleiro
DADOS GEOGRÁFICOS
Área do Município 1.264,194 km²
População (Censo Demográfico IBGE 2010)
Urbana: 6.872 habitantes
Rural: 1.802 habitantes
Total: 8.674 habitantes
Densidade Demográfica 32,85 hab./km²
Altitude da Sede 440 m
Distância da Capital 276 km
Distância do Aeroporto mais Próximo 72 km
Distância do porto mais Próximo 250 km
2.2 ASPECTOS AMBIENTAIS
Este tópico descreve as características ambientais encontradas no meio físico
do município de Guarani, ressaltando os principais componentes geofísicos que
estão diretamente e indiretamente relacionados ao sistema de saneamento,
qualidade ambiental e de vida no município.
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A seguir serão apresentados os aspectos ambientais da área, detalhando:
clima, geologia, geomorfologia, pedologia, hidrografia e vegetação do município de
Guarani.
2.2.1 CLIMA
Segundo a Classificação Climática de Köppen-Geiger (1948), o município de
Guarani apresenta clima do tipo Aw, caracterizado por ser tropical, com chuvas
predominantes no verão e invernos secos.
O município de Guarani-MG apresenta índice médio pluviométrico anual de
1581 mm de chuva, temperatura média anual de 21◦C, temperatura média máxima
anual de 27,9 ◦C e temperatura média mínima anual de 15,3 ◦C.
2.2.2 GEOLOGIA
A geologia do Município de Guarani é composta por duas unidades aquíferas:
Complexo Juiz de Fora e Complexo Piedade, este é predominante na área.
O Complexo Juiz de Fora (PPjf), formado por rochas ígneas de subclasse
plutônica. Segundo PARH-CAATINGA (2010), o Complexo Juiz de Fora envolve a
Unidade Charnockítica – PPjf(c), composta por granada-biotita opdalito com
clinopiroxênio, charnockítico, charno-opdalito e enderbito; a Unidade Enderbítica,
associada a Gnaisses Archers e, localmente, contendo restos de gnaisses
granulíticos; a Unidade Tonalítica, que possui frequentes intercalações de granulito
máfico, remanescentes locais de ortognaisses do embasamento mesoarqueano.
O Complexo Piedade (PPpi) integra o orógeno mineiro formado por
ortognaisses TTG e graníticos-granodioríticos com frequentes intercalações de
rochas supracrustais (PARH-CAATINGA, 2010).
A distribuição dessas duas formações geológicas presentes no território de
Guarani pode ser visualizada por meio do mapa geológico do município,
apresentado na Figura 2.2.
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Figura 2.2 – Geologia do município de Guarani
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Como pode se observar na Figura 2.2, o Complexo Juiz de Fora é situado na
porção leste de Guarani, e sua área compreendida no limite municipal de Guarani
corresponde a 64.638.165,285 m², representando 24,5% da geologia local. Em
contrapartida, o Complexo Piedade é situado na porção oeste do município,
abrangendo uma área de 199.430.796,346 m², compondo 75,5% da geologia
municipal.
2.2.3 GEOMOMORFOLOGIA
O município de Guarani apresenta altitudes que variam em curvas de nível na
faixa de 270 m até 1600 m. Como pode ser observado no mapa hipsométrico do
município, apresentando na Figura 2.3.
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Figura 2.3 – Hipsometria do município de Guarani.
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Analisando a Figura 2.3, pode se constar que as maiores variações de altitude
se encontram na porção leste do município, a qual tem as cotas mais baixas cotas,
nas faixas de 270 m a 450 m ao norte, e possui elevação nas altitudes à medida que
se avança no sentido sul, onde se verifica altitudes extremas, tendo curvas de nível
de 1600 m. Ao centro do município são verificadas altitudes medianas, variando em
curvas de nível entre 310 m a 650 m. A porção oeste do município também possui
hipsometria mediana, porém numa faixa de variação menor, de contas entre 410 m a
650 m.
A geomorfologia encontrada na área de Guarani é, basicamente, diferenciada
em três tipologias: Colinas Médias, Mar de Morros e Serras, como apresentado na
Figura 2.4.
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Figura 2.4 – Geomorfologia do município de Guarani.
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Por meio da Figura 2.4 nota-se a predominância do relevo caracterizado por
colinas médias, tipologia encontrada inclusive no perímetro urbano do município. A
porção do relevo formada por mar de morros localiza-se ao oeste do município e
apresenta maiores altitudes em relação às colinas médias. Já as serras, localizam
numa porção ao norte e em outra porção ao leste do território de Guarani, e
caracterizam as altitudes mais elevadas do relevo local.
Em relação à declividade de Guarani, verifica-se uma variação de 3% (plano)
à declividade montanhosa, com índice superior a 45%. Como apresentado no mapa
de declividade do município (Figura 2.5).
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Figura 2.5 – Mapa de Declividade do município de Guarani
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Como se pode observar na Figura 2.5, as variações de declividade são bem
distribuídas em todo o território de Guarani, constando-se que as declividades mais
elevadas são verificadas na porção leste do município, onde são verificadas maiores
variações hipsométricas, num menor gradiente territorial (de norte para sul). A área
urbana de Guarani, situada na porção central do território municipal, dispõe de
características mais aplainadas, com a predominância de declividades na faixa de
3% - 24%.
2.2.4 PEDOLOGIA
2.2.4.1 CAMBISSOLO
Os cambissolos são formados por material mineral, com horizonte B. Estes
solos são muito variáveis conforme a localização, em vista heterogeneidade do
material de origem, das formas de relevo e das condições climáticas, as
características destes solos variam muito de um local para outro. Sendo variável na
drenagem, profundidade e saturação. Apresenta coloração bruna a bruna-
amarelada, atividade química de fração coloidal. Os cambissolos, geralmente,
apresentam teores médios de argila (EMBRAPA, 2013).
2.2.4.2 LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO
Os latossolos são muito evoluídos, apresentando elevado estágio de
intemperização. Nesta tipologia, o horizonte B é bem espesso, e se apresenta
imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte superficial, com a exceção do H
hístico. Sua coloração é avermelhada, devido à predominância das argilas do tipo
caulinita, cujas partículas são revestidas de oxido de ferro.
Segundo a Embrapa (2013) os latossolos são solos de baixa capacidade de
troca de cátions, virtualmente destituídos de minerais primários ou secundários,
menos resistentes aos intemperismo, e geralmente apresentam variante entre forte à
boa. Para os latossolos são definidas sete diferentes classes, diferenciadas com
base na combinação de características com teor de Fe2O3, cor do solo e relação Ki
(SiO2/Al2O3).
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2.2.4.3 PODZÓLICO VERMELHO-AMARELO
Constitui a classe dos solos minerais, não-hidromórficos, com horizonte A ou
E (horizonte de perda de argila, ferro ou matéria orgânica, de coloração clara)
seguido de horizonte B textural, com nítida diferença entre os horizontes.
Apresentam horizonte B de cor avermelhada até amarelada e teores de óxidos de
ferro inferiores a 15%. Os solos podzólicos, também conhecidos como argissolos,
podem ser eutróficos, distróficos ou álicos, apresentam profundidades variadas e
ampla variabilidade de classes texturais (EMBRAPA, 2013).
Os tipos de solo encontrados no território do município de Guarani são:
cambissolo, latossolo vermelho-amarelo e podzóico vermelho-amarelo.
A proporção de cada classe de solo presente no município de Guarani pode
ser observada na Tabela 2.2.
Tabela 2.2 – Classes de Solos em Guarani
Classe Área de abrangência dos solos
(m²) Área em
%
Cambissolo (CXd76) 29.048,93 9.5%
Latossolo Vermelho – Amarelo (LVAd4)
142.978,32 46.6%
Latossolo Vermelho Amarelo (LVAd20)
58.768,45 19.2%
Podzólico Vermelho Amarelo (PVAe2) 75.966,43 24.8%
TOTAL 306.762,14 100%
A distribuição espacial das classes de solo apresentada na Tabela 2.2, pode
ser visualizada no mapa da pedologia do município de Guarani, apresentado na
Figura 2.6.
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Figura 2.6 – Mapa de Solos do Município de Guarani
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A Figura 2.6 apresenta a disposição dos tipos de solo na área do município,
sendo que do território total de Guarani: 16,77% correspondem à classe dos
cambissolos; 79,66% correspondem à classe dos latossolos vermelhos amarelos e
3,57% correspondem à classe dos podzóicos vermelhos amarelos.
2.2.5 HIDROGRAFIA
O município de Guarani está situado na região de Minas Gerais que se
encontra inserido na Bacia do Rio Paraíba do Sul, a qual apresenta área 56.500
Km², formada por extensões territoriais dos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro
e São Paulo.
A rede de drenagem de Guarani é, predominantemente, composta pela Sub-
Bacia do Rio Pomba, cujo principal afluente local é o Rio Torneiros.
As linhas hidrográficas e delimitação das subbacias no município podem ser
visualizadas na Figura 2.7.
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Figura 2.7 – Hidrografia do Município de Guarani.
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Ao analisar a Figura 2.7, pode-se verificar que o território do município de
Guarani possui 15 subbacias, sendo que dessas, 5 estão localizadas na área
contemplada pelo perímetro urbano, o qual se distribui entre: Subbacia do Córrego
do Bom Sucesso, Subbacia do Rio Pomba, Subbacia do Córrego São Luís,
Subbacia do Córrego Três Vendas e Subbacia do Ribeirão Pirapetinga.
A Tabela 2.3 nomes das subbacias presentes em Guarani, e suas respectivas
áreas de abrangência no município.
Tabela 2.3 – Subbacias de Guarani
Subbacia Área (m²)
Córrego São Matias 12.763.146,31
Córrego Monte Alvene 19.775.285,51
Ribeirão Pirapetinga 16.116.727,47
Córrego Três Vendas 6.958.465,12
Córrego Serrinha 4.777.242,33
Córrego Bom Sucesso 7.131.708,04
Ribeirão dos Torneiros 52.602.644,29
Córrego Fundo 9.461.844,44
Córrego Passa Cinco de Cima 30.059.775,87
Córrego São Luís 9.509.383,94
Córrego Carôngola 7.831.881,87
Córrego Vista Alegre 6.821.941,72
Córrego da Serra 5677.162,35
Córrego Vargem do Sultano 7.364.572,71
Rio Pomba 67.400.232,86
2.2.6 VEGETAÇÃO
O município de Guarani está inserido na Zona da Mata Mineira, originalmente
dominada pela cobertura vegetal da Mata Atlântica, a qual abriga grande parte da
biodiversidade brasileira, mesmo estando em estado muito reduzido e fragmentado.
Na área que abrange o município de Guarani, verificam-se tipos de vegetação
característicos de Florestas Estacionais Semideciduais e Florestas Ombrófilas
Densas, como apresentado na Figura 2.8.
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Figura 2.8 – Mapa de Vegetação do Município de Guarani.
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As Florestas da classe Subcaducifólia ou Estacional Semidecidual são
caracterizadas por apresentarem dupla estacionalidade climática: uma tropical, com
época de intensas chuvas de verão seguidas por estiagens acentuadas; e outra
subtropical, sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio
de inverno, com temperaturas médias inferiores a 15°C (VELOSO et al., 1991; IBGE,
1992).
As Florestas Ombrófilas Densas as quais constituem uma formação
concentrada, alta (20 a 30 m), rica em espécies vegetais. Ocorre, principalmente, em
solos como Latossolos e Argissolos, ambos Amarelos e Vermelho–Amarelos,
normalmente com baixa fertilidade natural.
A ocupação e uso das terras em toda a Mata Sul, especialmente com a
cultura da cana-de-açúcar, causou a devastação de grande parte da Floresta
Ombrófila Densa, no Brasil. Atualmente, restam apenas algumas áreas com
remanescentes, onde as culturas não necessitam de irrigação complementar, e são
caracterizadas por aparecerem sempre verdes (ARAUJO FILHO, 2009).
2.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E CULTURAIS
Este item descreve as características dos setores que integram o aspecto
socioeconômico do município: saúde, educação, economia e segurança, bem como
os aspectos que compõem a cultura do município, como tradições, costumes e
expressões sociais.
Em um município, o principal indicador de desenvolvimento socioeconômico é
o Índice de Desenvolvimento Municipal – IDH-M o qual consiste na média
geométrica dos índices de: Renda, Educação e Longevidade, verificados no
município, atribuindo-se pesos iguais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE (2010), o município de Guarani apresenta um IDH-M de 0,677.
2.3.1 DINÂMICA POPULACIONAL
Segundo os cinco últimos censos realizados a população da cidade de
Guarani distribuiu-se de acordo com as informações da Tabela 2.4.
Tabela 2.4 – População Residente por Domicílio em Guarani – MG
População residente por sexo, situação e grupos de idade - Amostra - Características Gerais
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da População
Variável = População residente (Pessoas)
Sexo = Total
Grupos de idade = Total
Brasil e Município
Situação de domicílio
Ano
1970 1980 1991 2000 2010
Brasil
Total 93.134.846 119.011.052 146.825.475 169.872.856 190.755.80
8
Urbana 52.097.260 80.437.327 110.990.990 137.925.238 160.934.64
9
Rural 41.037.586 38.573.725 35.834.485 31.947.618 29.821.159
Guarani – MG
Total 10.063 7.884 8.046 8.520 8.674
Urbana 3.956 4.041 5.094 5.847 6.872
Rural 6.107 3.843 2.952 2.673 1.802
Fonte: Modificado IBGE, 2010.
Como pode ser observado, a partir da década de setenta, iniciou-se um
processo de êxodo rural no município, seguindo a tendência do restante do país. Em
meados dos anos oitenta pode-se observar que a população rural já era menor que
a população urbana e que no início dos anos noventa 63,31% da população de
Guarani residia na cidade. De acordo com os últimos dados, o cenário atual do
munícipio de Guarani conta com uma densidade demográfica igual a 32,85
hab./Km², distribuída da seguinte maneira: 79,23% da população residindo na cidade
e 20,77% residindo em áreas rurais.
A Tabela 2.5, desenvolvida pelo IBGE, fornece a atual distribuição da
população de acordo com a quantidade de residências do município.
Tabela 2.5 – Distribuição Domiciliar de Guarani – MG
Domicílios particulares ocupados
Domicílios particulares
não-ocupados fechados
Domicílios particulares
não-ocupados de uso ocasional
Domicílios particulares
não ocupados
vagos
Total de Domicílios
particulares
Total de domicílios
de uso coletivo
Total de domicílios coletivos
com morador
Total de domicílios coletivos
sem morador
2.662 0 311 374 3.347 6 5 1
Fonte: Modificado IBGE, 2010.
Analisando os dados da Tabela 2.5, o município de Guarani possui 3.358
domicílios ocupados, o que resulta em uma média de aproximadamente três
pessoas por habitação. Outro fator relevante é o índice de domicílios não ocupados
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e os não-ocupados de uso ocasional, valor que corresponde a 20,46% das
residências do município.
Para que se possa avaliar comparativamente, a Figura 2.9 expressa os
diferentes grupos etários do município de Guarani e do Brasil.
Figura 2.9 – Pirâmide Etária do Município de Guarani – MG. Fonte: Modificado IBGE, 2010
.
Pode-se observar que Guarani segue as tendências nacionais,
caracterizando-se por comportar uma população majoritariamente jovem, com
disposição ao envelhecimento. Porém, diferentemente da convergência nacional, há
um leve afunilamento referente à população jovem economicamente ativa, idade
entre 26 e 44 anos.
2.3.1.1 ESTUDO POPULACIONAL
Como o Plano de Saneamento elaborado para o município de Guarani deve
ser efetivo ao longo do horizonte de projeto de 20 anos, é necessário realizar um
estudo populacional a fim de se obter uma estimativa consistente de como a
população do município crescerá no decorrer destes anos, e qual será a população
ao fim desse período, uma vez que as ações elaboradas no PMSB devem atender
as demandas futuras.
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Para o cálculo da Projeção Populacional, utilizaram-se, como base, os dados
censitários registrados no IBGE, verificando a quantidade de habitantes residentes
em todo o município, e como se distribuem entre as áreas: urbana e rural, como
apresentado na Tabela 2.6.
Tabela 2.6 – População Residente no Município de Guarani
Situação do domicílio
Ano
1970 1980 1991 2000 2010
Total de habitantes
10.063 7.884 8.046 8.520 8.674
Total de Habitantes da Área Urbana
3.956 4.041 5.094 5.847 6.872
Total de Habitantes da Área Rural
6.107 3.843 2.952 2.673 1.802
Fonte: IBGE.
Assim, utilizando o Software Excel, construiu-se um gráfico do crescimento
populacional do município, o que permite melhor visualização do crescimento
populacional do município ao longo das últimas cinco décadas.
Figura 2.10 – Comportamento Crescimento Populacional de Guarani de 1970-2010.
A partir da Figura 2.1, verifica-se que população total residente no município
de Guarani foi decrescente nas décadas de 70 e 80, voltando a ter crescimento
positivo na década de 90, alcançando uma população total de 8.764 habitantes em
2010. O crescimento da população total ao longo dessas décadas é composto pelo
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
1970 1980 1991 2000 2010
Po
pu
laçã
o (
hab
)
Período (Anos)
Total Urbana Rural
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crescimento da população total, predominantemente positivo e mais acentuado a
partir da década de 90, simultâneo ao comportamento de decréscimo predominante
da população rural.
Para estimar a população de projeto, para 20 anos após a data de elaboração
do PMSB, utilizou-se o método aritmético e a linha de tendência para definição da
taxa de crescimento populacional, obtendo-se a projeção apresentada na Tabela
2.7.
Tabela 2.7 – Projeção Populacional
Ano População
2014 8.833
2015 8.864
2016 8.896
2017 8.928
2018 8.959
2019 8.991
2020 9.023
2021 9.056
2022 9.088
2023 9.121
2024 9.153
2025 9.186
2026 9.219
2027 9.252
2028 9.286
2029 9.319
2030 9.353
2031 9.386
2032 9.420
2033 9.454
Por meio da Tabela 2.7, pode-se verificar que a população de projeto
estimada é de 9.454 habitantes. Desta forma, toda a concepção e medidas
referentes ao PMSB devem ser fundamentadas para o atendimento da população
futura.
2.3.2 CULTURA
O município de Guarani presa pelo desenvolvimento de atividades culturais e
a preservação de seus patrimônios. Em vista disso, a Diretoria de Cultura e Turismo
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da Prefeitura Municipal de Guarani, em parceria com a Secretaria de Educação,
iniciou no ano de 2013 a execução do Projeto de Educação Patrimonial – Projeto
Educar. O Projeto tem por objetivo orientar alunos de escolas públicas sobre os
patrimônios culturais da cidade e a importância de sua preservação.
As obras de valor arquitetônico e cultural do município são: a antiga estação
ferroviária, o Clube dos Repentinos, a Escola Municipal Francisco Peixoto e as
Pontes Ibrahim Abi Akel e Raul Soares. Todos estes empreendimentos são
patrimônios tombados e protegidos por decretos municipais.
É relevante destacar outros locais guaranienses de importância cultural: a
Igreja Matriz Divino Espírito Santo, o Clube dos Repentinos, a Praça Antônio Carlos,
a Biblioteca Municipal, o Teatro de Câmara e o Espaço Cultural César Ornellas.
O teatro, fundado em 1983, é conhecido pela diversidade e periodicidade de
suas peças teatrais. Esta é a única referência de produção teatral da cidade e da
microrregião. Além das peças, o espaço é disponibilizado para outros eventos
culturais.
No Espaço Cultural Ornellas ocorre o concurso anual de estandartes. Este
concurso, cuja nona edição foi realizada em 2013, consiste no incentivo à produção
de estandartes artísticos com o intuito de preservar a expressão da religiosidade
popular local.
A dimensão musical da cidade é representada pela Lira Guaraniense Oscar
de Oliveira Filho, formada em 1980, e assim denominada em homenagem ao pai de
seu fundador, que possuía o mesmo nome.
Dentre os eventos sociais de Guarani estão: o carnaval guaraniense e seu
Bloco do Falecido, considerado um dos melhores carnavais do interior de Minas
Gerais e, a Exposição Agropecuária de Guarani que ocorre simultaneamente com o
Concurso Leiteiro. Este concurso, iniciado em 1976, garante a representatividade
econômica da região, uma vez que a cultura pecuária é um ramo econômico forte da
cidade.
2.3.3 SAÚDE
Os indicadores socioeconômicos que expressam as condições de saúde no
município são parâmetros utilizados internacionalmente. Esses têm o objetivo de
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avaliar, sob o ponto de vista sanitário, a higidez de agregados humanos, bem como
fornecer subsídios aos planejamentos de saúde, permitindo o acompanhamento das
flutuações e tendências históricas do padrão sanitário de diferentes coletividades
consideradas à mesma época ou da mesma coletividade em diversos períodos de
tempo (ROUQUAYROL, 1993).
Segundo o Ministério da Saúde (2013), a mensuração do estado da saúde da
população, iniciou-se com os registros sistemáticos de dados de sobrevivência e
mortalidade, como índices e taxas de natalidade, mortalidade e esperança de vida.
A partir dos avanços decorrentes nos sistemas de informações, bem no
controle de doenças infecciosas, houve também o progresso nos registros de dados
sobre saúde pública, resultando na maior disponibilidade de informações como:
quadros epidemiológicos, falecimentos por determinados tipos de doenças e estado
de nutricional da população (principalmente infantil).
A Tabela 2.8 apresenta os valores verificados para os índices
socioeconômicos de saúde relacionados à sobrevivência e mortalidade no município
de Guarani-MG.
Tabela 2.8 – Índices Socioeconômicos que expressam Saúde em Guarani - MG
Índice Descrição Valor Unidade
Esperança de Vida
Número médio de anos que as pessoas deverão viver a partir do nascimento, se
permanecerem constantes ao longo da vida o nível e o padrão de mortalidade por idade
prevalecentes no ano do Censo.
67,88 Anos
Fecundidade Total Número médio de filhos que uma mulher
deverá ter ao terminar o período reprodutivo (15 a 49 anos de idade).
2,66 Indivíduos
Natalidade Número de indivíduos nascidos vivos 112 Indivíduos
Mortalidade Infantil (até 1 ano de idade)
Número de crianças que não deverão sobreviver ao primeiro ano de vida em cada
1000 crianças nascidas vivas. 29,88 Indivíduos
Mortalidade Infantil (até 5 anos de idade)
Probabilidade de morrer entre o nascimento e a idade exata de 5 anos, por 1000
crianças nascidas vivas. 39,27
(1/1000) Indivíduo
Longevidade (IDHM-L)
Índice da dimensão Longevidade que é um dos 3 componentes do IDHM. É obtido a partir do indicador Esperança de vida ao
nascer, através da fórmula: [(valor observado do indicador) - (valor mínimo)] / [(valor máximo) - (valor mínimo)], onde os
valores mínimo e máximo são 25 e 85 anos, respectivamente.
0,715 -
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A ausência de saneamento básico adequado agrava na disseminação de
inúmeras doenças, estas são transmitidas pelo contato ou ingestão de água
contaminada, contato da pele com o solo e resíduos contaminados.
Problemas sanitários como presença de esgoto, água parada, resíduos
sólidos, rios poluídos e outros problemas também contribuem para o aparecimento
de insetos e parasitas que podem transmitir doenças.
As doenças causadas por saneamento básico inadequado são,
frequentemente, caracterizadas por gerarem problemas no sistema digestivo, ou
serem infecciosas e/ou parasitárias, como: amebíase, ancilostomíase, ascaridíase,
cisticercose, cólera, dengue, diarreia, desinterias, elefantíase, esquistossomose,
febre amarela, febre paratifóide, febre tifóide, giardíase, hepatite, infecções na pele e
nos olhos, leptospirose, malária, poliomielite, teníase e tricuríase.
Segundo os dados sobre morbidades hospitalares registrados pelo
DATASUS, no município de Guarani, em 2012 foram registrados quatro óbitos em
leito hospitalar devido a doenças infecciosas e parasitárias.
Ainda segundo dados divulgados no DATASUS, para o período de janeiro a
agosto de 2013, foram registrados 394 casos de morbidade hospitalar, sendo que
destes 8 casos foram de diarreia e gastroenterite, 15 casos de doenças bacterianas
e 2 casos de doenças dermatológicas (doenças possivelmente relacionadas à
questão hídrica). Tais informações são provenientes do site do DATASUS, uma vez
que não foram compilados os registros existentes dos atendimentos e das
internações hospitalares dos estabelecimentos de saúde pública do município.
2.3.3.1 SISTEMAS DE SAÚDE
De acordo com os dados do DATASUS, a infraestrutura de saúde de Guarani
conta com três unidades básicas de saúde (UBS) onde são exercidas atividades do
Programa Saúde Família (PSF1, PSF2 e PSF3), um Centro Municipal de Saúde,
seis consultórios particulares e um único hospital. Além destes existe os pontos de
apoio: sete localizados na zona rural e dois nos bairros da cidade (cujo atendimento
é realizado pelos mesmos funcionários atendentes do PSF).
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Há uma farmácia de gestão municipal, com finalidade de prestar assistência
farmacêutica no âmbito de sistema público de saúde e funciona diariamente até às
15 horas, e uma unidade de atendimento de prótese dentária cuja administração é
auxiliada pelo município e o serviço prestado é feito conjuntamente com o
atendimento do PSF 3.
São 14 funcionários para o PSF1, 9 para o PSF2 e 17 para o PSF3. No PSF3
onde são disponibilizados serviços de saúde bucal, destes 17 funcionários, apenas 3
atuam no setor odontológico.
O Hospital Municipal de Guarani é filantrópico e possui 33 leitos, sendo 30
para atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e 3 para atendimento particular
(convênios ou outro). O Centro municipal possui 14 funcionários, enquanto na
Farmácia Municipal são três funcionários.
Exceto o Hospital que tem em sua infraestrutura leitos de internação e realiza
o atendimento médico: ambulatorial, de internação, SADT e de Urgência, os outros
estabelecimentos realizam apenas atendimento ambulatorial e não dispõe de leitos
para atendimentos.
Referente à infraestrutura, a cidade possui quatro ambulâncias (dois para
viagens, um para atendimento de urgências e um se encontra no conserto), mas
nenhuma destas é UTI móvel. Em caso de necessidade, a secretaria de saúde de
Guarani faz requisição de uma UTI móvel para os municípios do Rio Pomba ou Ubá,
o que acarreta custos para a prefeitura, além da delonga de aproximadamente de 40
minutos para o atendimento.
No total, são 18 agentes de saúde, atendendo a área urbana e rural, e apenas
um veículo para realização do transporte. Este veículo é utilizado para logística de
pessoas enfermas que não tenham condição social para realizar o deslocamento
para os atendimentos de saúde.
O nível máximo de atenção existente no sistema de saúde da cidade é
ambulatorial de média complexidade, ou hospitalar de médica complexidade.
Quando ocorre algum caso hospitalar de alta complexidade (AVC, infartos, quedas),
os pacientes são encaminhados para Ubá ou Juiz de Fora, com o uso de
ambulâncias ou UTI móveis de municípios vizinhos.
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Além da busca ativa realizada pelos agentes de saúde, existe ainda o Núcleo
de Atendimento à Saúde da Família (NASF) composto por educador físico,
nutricionista, fisioterapeuta e psicólogo. Este núcleo visa o desenvolvimento de
projetos junto a comunidade programas específicos para gestantes, para diabéticos
e hipertensos (Grupo Hiperdia), fumantes e para atendimento geral (Grupo Bem
Estar).
É importante destacar que, todos os estabelecimentos de saúde realizam
igualmente a coleta e armazenamento dos resíduos sólidos de saúde gerados.
Posteriormente tais resíduos são encaminhados para um abrigo localizado na área
de disposição final dos resíduos sólidos, onde estes são recolhidos pela SERQUIP
(empresa privada que coleta e trata os resíduos sólidos de saúde conforme
legislação ambiental vigente).
2.3.4 EDUCAÇÃO
De acordo com os dados divulgados no Censo 2010, 83% da população de
Guarani é alfabetizada. Entretanto, a taxa de analfabetismo do município, conforme
a faixa etária, é maior que a média nacional para adolescentes (18 anos ou mais) e
adultos (25 anos ou mais), como pode ser visualizada na Tabela 2.9.
Tabela 2.9 – Taxa de analfabetismo por faixa etária em 2010
Período 11 a 14 anos
15 anos ou mais
15 a 17 anos
18 anos ou mais
18 a 24 anos
25 anos ou mais
25 a 29 anos
Brasil 3.24 9.61 2.2 10.19 2.61 11.82 3.96
Guarani (MG) 2.61 11.74 1.46 12.5 3.18 14.23 2.99
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano (2013)
Os dados do último censo escolar, realizado em 2012 pelo IBGE, registraram
1.688 matrículas na rede de ensino de Guarani. Na educação infantil, estudam 243
alunos, enquanto no ensino fundamental são 1.056 matrículas. Para o Ensino Médio
estão matriculados 253 alunos, e para o Ensino de Jovens e Adultos (EJA)
Presencial são 136 alunos.
A Tabela 2.10 descreve a distribuição das matrículas conforme o tipo de
instituição e regime de estudo (integral ou parcial).
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Tabela 2.10 – Distribuição das matrículas do município de Guarani Ensino Regular EJA
Educação Infantil Ensino Fundamental
Médio
EJA Presencial
Creche Pré-
escola Anos
Iniciais Anos Finais
Fundamental Médio
Regime de
estudo Integral Parcial Parcial Parcial Parcial Parcial Parcial
Estadual Urbana
0 0 0 461 253 65 54
Estadual Rural
0 0 0 0 0 0 0
Municipal Urbana
65 178 595 0 0 17 0
Municipal Rural
0 0 0 0 0 0 0
Estadual e
Municipal 65 178 595 461 253 82 54
Fonte: Censo Escolar, 2010.
A cidade ainda atende 18 alunos de Educação Especial, distribuídos da
seguinte forma: 13 alunos de ensino fundamental (anos iniciais) em escola municipal
urbana, 4 alunos de ensino fundamental (anos finais) em escola estadual urbana e 1
aluno de EJA Presencial em escola municipal urbana.
2.3.4.1 SISTEMAS DE EDUCAÇÃO
Todos os estabelecimentos de ensino do município de Guarani estão situados
na zona urbana. A Tabela 2.11 descreve a dependência administrativa das escolas
segundo informações da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais.
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Tabela 2.11 – Instituições de Ensino de Guarani
Instituição Dependência administrativa
E.E. Professor Alberto Pacheco Estadual
E.E. José Alvarez Filho Estadual
E.M. Francisco Peixoto Municipal
E.M. Ministro Odilon Braga Municipal
E.M. de Guarani Municipal
Creche Municipal Maria Dias Costa Municipal
Centro Municipal de Educação Infantil Municipal
APAE Centro Educacional Sagrada Família Filantrópica
Escola Jardim De Infância Sementinha Privada
Global English Course Privada
Fonte: Secretaria de Educação Municipal de Guarani, 2013.
2.3.5 ECONOMIA
A economia do município de Guarani é diversificada, com destaque às
culturas comerciais, de subsistência, pecuária e indústrias.
OCUPAÇÃO
A Tabela 2.12 apresenta as porcentagens de ocupação no mercado de
trabalho, considerando o nível de escolaridade dos habitantes maiores de 18 anos.
Tabela 2.12 – Ocupação no Mercado de Trabalho e Nível de Escolaridade
Porcentagem dos ocupados conforme o nível de escolaridade
Ensino Fundamental Completo 45,04%
Ensino Médio Completo 31,38%
Ensino Superior Completo 0,68%
Através da Tabela 2.12, pode-se observar que à medida que aumenta o nível
de escolaridade, diminui a proporção de ocupação no mercado de trabalho. Ou seja,
a classe de guaranienses com ensino fundamental completo é a que tem maior
porcentagem de empregados, enquanto a classe que abrange os habitantes com
ensino superior completo é a que tem menor porcentagem de empregados no
município.
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POBREZA
Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a
R$ 140,00 mensais, calculados até agosto de 2010. O universo de indivíduos é
limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes.
Tabela 2.13 – Proporção da Pobreza em Guarani-MG de 1991-2010
Ano % Pobres
1991 52,81
2000 28,79
2010 12,13
Índice de Theil
A proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a
R$ 140,00 mensais, em Guarani, foi de 12,19% em 2010. Fazendo a razão entre o
somatório da renda de todos os indivíduos residentes em domicílios particulares
permanentes e o número total desses indivíduos, a média de renda da população é
de R$ 568,74 por habitante em 2010 (ATLAS, 2013).
Deste modo, para ter dimensão da distribuição de renda e medir a
desigualdade econômica do município, utilizou-se o Índice de Theil que de acordo
com a definição, mede a desigualdade na distribuição de indivíduos segundo a
renda domiciliar per capita, excluindo aquele com renda domiciliar nula. Segundo
Atlas (2013), verificou-se que no registro mais recente, 2010, Guarani apresentou
um índice de 0,43. Já a média calculada do índice de Theil para os municípios de
Minas Gerais foi de 0,41, ou seja, o município de Guarani aponta uma distribuição
de renda muito próxima à média estadual observada neste mesmo ano.
RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS
O munícipio de Guarani, de acordo com os dados do IBGE (2013), apresenta
os seguintes valores orçamentários (Figura 2.11).
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Figura 2.11 – Despesas e Receitas Orçamentárias. Fonte: Modificado IBGE, 2013.
Guarani apresenta uma receita de R$ 12.464.951,65 e despesas de R$
10.411.202,75, o que gera um superávit de R$ 2.053.748,9. Porém, de acordo com
os dados demográficos mais recentes do IBGE, a população de Guarani diminuiu,
fator que certamente acarretará em balanços menos favoráveis ao município.
O Produto Interno Bruto é um índice que tem por objetivo medir a soma das
importâncias geradas, em valores monetários, de todos os bens de serviços finais de
determinada região.
Abaixo, na Tabela 2.14, segue a distribuição do PIB por setor econômico,
comparando os valores verificados para o município de Guarani com a média
estadual de Minas Gerais.
Tabela 2.14 – PIB por Setor Econômico
SETORES PIB (em R$)
Guarani Minas Gerais
Agropecuária 13.561 15.568.048
Indústrias 25.820 54.306.183
Serviços 40.941 97.398.820
Fonte: Modificado IBGE, 2013.
9.000.000,00
9.500.000,00
10.000.000,00
10.500.000,00
11.000.000,00
11.500.000,00
12.000.000,00
12.500.000,00
13.000.000,00
Receitas Despesas
Receitas e despesas orçamentárias - Guarani
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ATIVIDADES ECONÔMICAS
O setor agropecuário do município de Guarani, representa 16,88% do PIB
municipal em relação aos outros setores, valor superior ao do estado de Minas
Gerais, onde o setor agropecuário representa apenas 9,37%. O setor industrial
representa 32,15% do PIB de Guarani, muito próximo a média mineira, que
apresenta 32,47%. Porém, o setor de serviços apresenta índices de econômicos
inferiores ao do restante do estado, a área de serviços do estado representa 58,16%
do PIB, enquanto que a do município de Guarani apresenta 50,97%. Esses dados
expõem a importância do setor agropecuário na cidade Guarani ao compara-lo com
o de Minas Gerais.
Dentre os setores industriais, destaca-se a indústria de embalagens, Guarani
Embalagens e as Cooperativas de Leite, ressaltando que a produção de leite de
Guarani é muito expressiva tanto em sua região.
2.4 INFRAESTRUTURAS E SERVIÇOS
Este item descreve o conjunto de infraestruturas e serviços que atendem a
população de Guarani, sendo distribuído entre: pavimentação, transporte energia
elétrica e saneamento básico.
2.4.1 PAVIMENTAÇÃO
As vias de Guarani são predominantemente pavimentadas na área central do
perímetro urbano. À medida que as áreas se distanciam do centro do setor urbano, e
passam a constituir zonas mais periféricas, verifica-se maior carência de
pavimentação. As áreas situadas no setor rural, geralmente, não apresentam
pavimentação.
2.4.2 TRANSPORTE
Em relação à área de transporte, segundo o endereço eletrônico do
município, Guarani conta apenas com transporte intermunicipal realizado por quatro
empresas. Juntas são responsáveis por transportar a população guaraniense a oito
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diferentes municípios, alguns da região e outros polos maiores, como por exemplo,
Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
2.4.3 ENERGIA ELÉTRICA
A energia elétrica de Guarani-MG é gerada em hidrelétricas administradas
pela Brookfield, uma das maiores produtoras independentes de energia da América
Sul, que em Guarani, também atua no desenvolvendo um projeto para instalação de
tanques sépticos para tratar os efluentes gerados na área rural.
A energia gerada pela Brookfield é distribuída no município de Guarani pelo
Grupo Energisa, o qual oferece serviços de geração, transmissão e distribuição de
energia em diferentes regiões dos Estados do Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste
brasileiro.
2.4.4 SISTEMA DE SANEAMENTO BÁSICO
O município de Guarani-MG conta com o Serviço Autônomo de Água e
Esgoto - SAEG, o qual é responsável pela captação e distribuição de água para o
abastecimento urbano, bem como a coleta de esgoto domiciliar.
Os demais serviços que compõem o sistema de saneamento básico, no
município, são realizados pela Prefeitura de Guarani-MG, a qual se responsabiliza
pela limpeza urbana e coleta de lixo.
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3 COMPONENTES DO SISTEMA DE SANEAMENTO
O sistema de saneamento básico é composto por quatro eixos:
Abastecimento de Água, Esgoto Sanitário; Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos
Sólidos; e Drenagem de Águas Pluviais. Além disto, também é imprescindível
considerar a esfera gestora de todos estes serviços, sendo este um setor
administrativo que o presente trabalho denomina como setor Político-Administrativo,
sendo este muitas vezes o responsável por buscar recursos financeiros e
administrativos, além de realizar investimentos para melhoria nos quatro setores do
saneamento. Portanto, está diretamente ligado à qualidade dos serviços prestados
ao município de Guarani.
Embora tais setores devam funcionar de forma integrada para que haja
eficiência do sistema de saneamento como um todo, cada componente apresenta
suas características específicas em relação ao gerenciamento e às infraestruturas
requeridas para seu funcionamento.
Os itens apresentados na sequência descrevem a situação atual dos quatro
setores de saneamento básico, no município de Guarani, relatando as
infraestruturas, operação e eficiência dos serviços sanitários presentes na área.
As informações descritas no Diagnóstico referentes aos componentes do
sistema de saneamento são dados secundários advindos das pesquisas
bibliográficas em instituições federais, organizações não governamentais e outras
referências bibliográficas, bem como informações referentes coletadas e registradas
durante a realização das visitas técnicas, reuniões comunitárias e outras discussões
com a comunidade do município de Guarani.
Para cada componente do sistema, descreveram-se também os indicadores,
a fim de se avaliar o desempenho do sistema. A adoção de um sistema de
indicadores permite enfoque em índices expressivos, monitoramento setorial e
integrado, além de otimizar a avaliação qualitativa e quantitativa em curto, médio e
longo prazo.
Assim, após a apresentação da situação atual dos setores de saneamento
básico em Guarani, junto aos seus respectivos indicadores, bem como uma
apresentação das condições institucionais e Administrativas, este diagnóstico
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apresenta a avaliação e análise de crítica sobre a realização de tais serviços na
cidade, e o modo que esses vêm sendo gerenciados.
3.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA
O sistema de abastecimento público de água consiste no conjunto de obras,
instalações e serviços, destinados a produzir e distribuir água a uma comunidade,
em quantidade e qualidade compatíveis as necessidades da população, para fins de
consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros (BRASIL, 2004).
O abastecimento de água do município de Guarani, desde 2001, é de
responsabilidade do Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto da cidade.
Segundo a Lei Municipal no 75/2001, da criação do “Serviço Autônomo de Água e
Esgoto de Guarani – SAEG” e de sua finalidade. Foi criado como entidade
autárquica municipal, com personalidade jurídica própria, sede e foro na cidade de
Guarani, dispondo de autonomia econômica, financeira e administrativa dentro dos
limites traçados por lei.
A Lei Federal 11.445/07, em seu Capítulo V, Art. 21 estabelece como
exercício da função de regulação da companhia responsável, o atendimento dos
seguintes princípios:
I - independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira da entidade reguladora; II - transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.
Atualmente, ano de 2013, para o abastecimento populacional, além das
instalações de adução de água, o sistema conta com 20 poços que retiram águas
subterrâneas, 01 estação elevatória de água bruta e 11 reservatórios. Segundo o
SAEG, toda a área urbana é abastecida, por meio de 2.706 ligações que abastecem
6.876 pessoas.
Para estabelecer as diretrizes para um bom projeto, tem-se a NBR 12.211 de
1992, trata-se de uma norma aplicável a qualquer sistema de abastecimento público,
de maneira que fixe as condições exigíveis para estudos de concepção de sistemas
públicos de abastecimento de água.
A concepção de um eficiente sistema de abastecimento de água é de grande
importância que exista um estudo crítico a respeito dos oito parâmetros básicos que
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o compõem: Manancial, captação, estação elevatória, adutora de água bruta,
estação de tratamento de água (ETA), adutora de água tratada, reservatório e rede
de distribuição.
Manancial: consiste no corpo d’água superficial ou subterrâneo de onde é
retirada a água bruta para o abastecimento populacional. A vazão de água que
emana pelo manancial deve ser suficiente para satisfazer as necessidades e
adequar-se aos padrões sanitários. No caso de Guarani, a água utilizada para o
abastecimento é exclusivamente subterrânea.
Captação: é o conjunto de estruturas e dispositivos responsáveis por retirar a
água dos mananciais e destina-la ao sistema de abastecimento populacional. Para o
abastecimento municipal, são construídos poços para captação de água
subterrânea.
Estação elevatória: Trata-se de um conjunto de obras e equipamentos
destinados a recalcar águas para unidades seguintes. Em um sistema de
abastecimento de água podem existir mais de uma estação elevatória.
A NBR 12.214 de 1992 e a NBR 12.208 de 1992, fixam as condições exigíveis
para a elaboração de projeto de bombeamento de água para o abastecimento
público e para a construção de estações elevatórias. A principal estação elevatória
de Guarani é conhecida como Reservatório Base pelos encarregados do SAEG.
Adutora de água bruta: Consiste em um conjunto de canalizações que tem
por objetivo o transporte da água in natura, ou seja, sem tratamento, do ponto de
captação até a estação de tratamento de água. Desde 1991 a NBR 12.215
estabelece as condições adequadas para a elaboração de um sistema de adução de
água para abastecimento. Por não existir um sistema de tratamento de água é o
único sistema de adução da cidade.
Estação de Tratamento de Água: Trata-se de um conjunto de unidades
destinada a tratar água bruta, por meio de processos físico-químicos como:
coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção, fluoretação e correção do
pH – tornando suas características adequadas ao padrões de potabilidade. Para a
elaboração de tal unidade, devem ser seguidas as diretrizes presentes na NBR
12.216 de 1992. Atualmente, ano de 2013, Guarani não apresenta uma ETA.
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Adutora de água tratada: Assim como a Adutora de água bruta, tem o objetivo
de transportar água de um ponto até outro do sistema. Porém, as adutoras de água
tratada encontram-se após a passagem da água bruta e seguem a mesma
legislação: 12.215 de 2013. Como a cidade não apresenta uma ETA, não há o
transporte de água tratada, consequentemente, não existem adutoras de água
tratada no município.
Reservatório: É o elemento do sistema responsável pela distribuição e
controle de vazão de adução nas redes de distribuição, a carga d’água armazenada
também é responsável por acondicionar a pressão necessária para a distribuição. A
NBR 12.217 de 1994 fixa as condições necessárias para a construção de
reservatórios.
Rede de distribuição: consiste no conjunto de tubulações responsáveis por
levar água até a população após todo o processo de captação, adução, reservação
e tratamento. As diretrizes para a construção de uma rede de distribuição são
apresentadas na NBR 12218 de 1994.
A Tabela 3.1, abaixo, demonstra alguns aspectos importantes dos poços que
abastecem a cidade de Guarani. É importante salientar que para operação legal
desses poços, os mesmos devem estar de acordo com a NBR 12.212 de 1992, que
dispõem a respeito das exigências para elaboração de projetos de poços para a
captação de água subterrânea para abastecimento público.
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Tabela 3.1 – Caracterização Básica dos Poços
Poços
Vazão (L/h)
Ano de Instalação
Localização Coordenadas (m)
01 Desativado 1986 Av. Pref. Oscar Alves Vieira 702.040,093L;
7.637.005,247S
02 7.000 1978 Terreno Bairro Cidade Jardim 701.902,510L;
7.637.046,522S
03 6.000 1978 Fundo da Praça de Esportes 701.840,598L;
7.637.074,038S
04 12.000 1978 Vestiário Campo do Guarani 701.778,686L;
7.637.067,159S
05 6.500 1978 Interior do Campo do Guarani 701.675,499L;
7.636.984,610S
06 5.800 1996 Interior da Praça de Esportes 701.840,598L;
7.637.163,467S
07 8.000 1996 Dorimendonte A. Simões 700.760,577L;
7.636.874,544S
08 3.000 1986 Rua Joaquim Costa Correia 701.840,598L;
7.637.858,257S
09 7.000 1989 Rua Dr. Manoel Cavalcante de Oliveira
701.909,389L; 7.637.713,796S
10 4.000 1989 Mário Ladeira Halfeld - Pirapetinga I
703.147,630L; 7.639.791,288S
11 9.000 1989 Ruas Antônio Benedito - Pascoal
702.549,147L; 7.636.661,291S
12 2.000 1996 Represa - (Reciclagem / Esmeraldo)
703.285,212L; 7.636.585,621S
13 10.000 1996 Rua Luiz de Abreu Moreira - Sossego
703.195,784L; 7.636.592,500S
14 4.000 1989 Vereador Gil Alves Ornellas - Neguinha
702.844,949L; 7.637.156,588S
15 3.000 1996 Três Vendas 704.915,562L; .636.200,391S
16 5.000 2010 Rua C - Progresso 702.913,740L;
7.637.514,301S
17 8.000 2010 Rua Jaime Costa Correia - Cachoeira
702.611,059L; 7.636.152,237S
18 5.000 2010 Rua José Batista da Gama 703.168,267L;
7.639.399,179S
19 1.800 2009 Três Vendas - Semi-artesiano 704.929,321L;
7.636.117,841S
20 9.000 2011 Nova Guarani III 701.586,071L;
7.637.954,565S
21 3.000 2012 Três Vendas - Semi-artesiano 704.537,211L;
7.636.537,467S
Assim como os poços, outro importante instrumento em um sistema de
abastecimento de água são os reservatórios. A Tabela 3.2 demonstra a capacidade
de cada reservatório e sua localização.
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Tabela 3.2 – Caracterização Volumétrica dos Reservatórios de Guarani.
Reservatórios Capacidade (m³) Coordenadas (m)
01 40 700.650,511 O; 7.637.184,104 S
02 250 701.627,346 O; 7.637.314,807 S
03 40 702.232,708 O; 7.637.672,521 S
04 50 702.792,289 O; 7.636.521,526 S
05 40 702.794,074 O; 7.636.525,508 S
06 40 704.654,156 O; 7.636.255,424 S
07 25 703.450,311 O; 7.639.447,333 S
08 165 702.390,927 O; 7.636.867,665 S
09 50 702.487,235 O; 7.636.847,027 S
10 120 702.672,971 O; 7.637.190,983 S
11 20 702.773,754 O; 7.637.532,100 S
Os reservatórios são responsáveis, principalmente, pelo armazenamento de
água e regulagem da pressão d’água. Nos horários de pico de consumo, para
atender a demanda populacional de utilização, parte do volume do reservatório é
utilizado. A pressão controlada pelos reservatórios, além de diminuir prejuízos com o
rompimento de tubulações devido a picos de pressão, diminui os custos com a
utilização de bombas, pois utiliza a gravidade como fonte de energia. Como citado
anteriormente, a NBR 12.217 de 1994 estabelece as diretrizes para a construção
destes instrumentos.
As redes de abastecimento de água são alimentadas pelas águas
provenientes dos reservatórios, e em alguns casos dos poços, e da rede de
abastecimento, a água é transportada às residências. Os poços, reservatórios e rede
distribuição de água em Guarani, constituem 08 sistemas, que somados compõem o
sistema de abastecimento de água que atende o município de Guarani.
Os setores de abastecimento de cada um destes sistemas podem ser
observados na Figura 3.1.
.
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Figura 3.1 – Sistemas de Abastecimento de Água em Guarani.
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Em seguida serão descritos a autarquia municipal responsável por gerir os
serviços de abastecimento de água, bem como os sistemas que compõem esse
setor e a percepção social dos serviços prestados referentes ao sistema de
abastecimento de água.
3.1.1 COMPANHIA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUAS
Segundo a Lei no 75/2001, aplica-se à companhia responsável pelo serviço de
abastecimento de água no município, SAEG - Guarani, exercer as seguintes
funções:
I. Estudar, projetar executar, direta ou mediante contrato com organizações
especializadas com engenharia sanitária, as obras relativas à construção, ampliação
ou remodelação dos sistemas públicos de abastecimento de água potável e esgotos
sanitários, que forem objetos de convênio entre a prefeitura e os órgãos federais e
estaduais específicos.
II. Atuar como órgão coordenador e fiscalizador de execução dos convênios
firmados entre município e órgãos federais e estaduais, para estudos, projetos e
obras de construção, ampliação ou remodelação dos serviços públicos de
abastecimento de água e esgotos sanitários.
III. Operar, manter, conservar e explorar, diretamente, os serviços de água e
esgotos sanitários.
IV. Lançar, fiscalizar e arrecadar as taxas e tarifas decorrentes do serviço de
água e esgoto.
V. Lançar e arrecadar a contribuição de melhoria exigível, em razão da obra
que executar.
VI. Promover estudos e pesquisas para o aperfeiçoamento dos seus serviços
e manter intercâmbio com entidade que atuem no campo de saneamento.
VII. Promover atividades de combate à poluição dos cursos d’água do
município.
Quanto à composição do SAEG: constitui-se de um órgão superior,
denominado Conselho administrativo; um órgão executivo – a Diretoria Geral e; dos
órgãos que se tornarem necessários e que forem criados, conforme disposição
desta lei e do Regimento Interno do SAEG.
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O Conselho administrativo é composto por sete membros: o Prefeito
Municipal, presidente nato; do Diretor Geral do SAEG – Secretário Permanente do
Conselho; dois representantes da Câmara Municipal e; três representantes da
Comunidade. Sendo que o diretor responsável pelas ações do SAEG deverá ser um
profissional habilitado, sendo nomeado pelo prefeito e demissível “ad natum”.
3.1.2 CAPTAÇÃO
A água utilizada para o abastecimento de água provém de fontes
denominadas mananciais, que podem ser classificados conforme a disponibilidade,
variando entre superficiais e subterrâneos, uma vez que os primeiros são
representados por rios, lagos, canais, entre outros; enquanto os segundos são os
aquíferos e lençóis freáticos.
A captação de água consiste no conjunto de estruturas e dispositivos
construídos ou montados junto ao manancial para retirada de água ao sistema de
abastecimento.
No município de Guarani, a captação de água para o abastecimento público é
caracterizada por ser totalmente de retirada de águas subterrâneas. A extração das
águas localizadas no subsolo é realizada com o uso poços, os quais variam entre:
escavados e tubulares.
Os poços escavados, vulgarmente conhecidos como domésticos, cacimbas,
cisternas entre outros, apresentam grande diâmetro, realizado tanto manualmente,
como mecanicamente, com profundidade aproximada de 20 metros, revestidos com
tijolos ou manilha de concreto. A construção de tais poços requer cautela quanto à
localização, devido a pouca profundidade entre as águas subterrâneas captadas
com o lençol freático, e logo mais vulnerável aos processos de poluição. Esse tipo
de poço apresenta baixos custos de construção e operação, no entanto são de
produtividade restrita, na ordem de 100 a 200 L/h.
Os poços tubulares profundo consistem obras de engenharia destinadas para
captação de água de uma ou mais unidades aquíferas de um modo prático e
eficiente, que requer técnica apurada, mão-de-obra habilitada, e equipamento
especializado, desta forma despende maiores custos de implantação e operação.
São poços que apresentam pequeno diâmetro, de 4 a 14 polegadas, e
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profundidades que variam de dezenas a centenas de metros, o que permite a
captação de águas menos vulneráveis à poluição, que por sua vez tendem a
apresentar melhor qualidade.
São denominados como artesianos, os poços tubulares localizados em área
cuja pressão da água é suficiente para a sua subida à superfície, necessitando a
instalação de equipamento na boca do tubo para controlar a saída da água. Já os
poços tubulares semi-artesianos necessitam de instalação de equipamento no
interior do poço para efetuar a bombeamento da água, uma vez que essa não possui
suficiente para alcançar a superfície.
No Brasil, o amparo técnico-legal para construção de poços que captam
águas subterrâneas é descrito na NBR 12.212 - Projeto de Poço para Captação de
Água Subterrânea, promulgada em 1992, baseada na avaliação da hidrogeologia
local para direcionar no dimensionamento das estruturas componentes do poço.
O abastecimento de água no município de Guarani dispõe de 21 poços
distribuídos na área do município. Na sequência, tem-se a descrição detalhada
desses pontos de captação:
POÇO 01
Edificado no Clube Público do Município (Casa Verde), localizado ao lado da
parte canalizada do Córrego São Luís, nas coordenadas geográficas 702.040,093 O;
7.637.005,247 S (UTM). Dispõe de uma bomba submersa trifásica de inox,
refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 2.000 L/h. Com
profundidade de 80 m, a água captada no Poço 01 é elevada a uma altura de 55 m.
A tubulação interna do Poço 01 tem 75 m de extensão e 60 mm de diâmetro.
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Figura 3.2 – Poço 01.
Figura 3.3 – Córrego São Luís canalizado.
Atualmente, o Poço 01 se encontra desativado, pois devido a exploração,
sua capacidade de transmitir água foi reduzida.
POÇO 02
Sua Edificação se encontra localizada no Clube Público do Município (rua
dos fundos), na longitude 701.902,510 O; e latitude 7.637.046,522 S (UTM),
encontra-se enterrado e seu acesso é dificultado pela presença de sedimentos
proveniente dos problemas de drenagem na rua, tal problemática também causa o
carreamento de sedimentos no Córrego são Luís, localizado imediatamente ao lado
do Poço 02. Este possui uma bomba submersa trifásica de inox, refrigerada a água,
com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 7.000 L/h. Com profundidade de 80 m,
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eleva a água captada a uma altura. A tubulação interna do Poço 02 tem 80 m de
extensão e 60 mm de diâmetro.
A Figura 3.4 apresenta o Poço 02, em sua localidade, o qual se encontrava
soterrado no momento do registro fotográfico.
Figura 3.4 – Poço 02 soterrado.
Figura 3.5 – Esgoto a céu aberto próximo ao Poço 02.
POÇO 03
Também edificado nos fundos do Clube Público do Município, nas
coordenadas geográficas 701.840,598 O; 7.637.074,038 S (UTM), ao lado do
Córrego São Luís, o qual se encontra poluído. Dentro do Poço 03, há uma bomba
submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão
de 6.000 L/h. Apresenta uma profundidade de 80 m, eleva a água captada a uma
altura de 55 m. Com tubulação interna 48 m de extensão e 60 mm de diâmetro.
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Figura 3.6 – Poço 03: Captação.
Figura 3.7 – Poço 03: Tubulação.
POÇO 04
Este poço tem sua edificação no clube conhecido como Casa Verde,
situando-se no meio da rua que passa ao lado do clube conhecido como Casa
Verde, nas coordenadas geográficas 701.778,686 O; 7.637.067,159 S (UTM). O
Poço 04 é do tipo enterrado e lacrado com tampa de concreto, emana uma vazão de
12.000 L/h. Com profundidade de 80 m, a água captada no Poço 04 se eleva a uma
altura de 55 m. Sua tubulação interna tem 80 m de extensão e 60 mm de diâmetro.
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Figura 3.8 – Poço 04: Lacre.
Figura 3.9 – Poço 04 enterrado.
POÇO 05
Com edificação também localizada no Clube Público do Município, nas
coordenadas geográficas 701.675,499 O; 7.636.984,610 S (UTM), o Poço 05 dispõe
de bomba submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4
polegadas, vazão de 6.500 L/h. Com profundidade de 80 m, sua água é elevada a
uma altura de 55 m. A tubulação interna do Poço 05 tem 60 m de extensão e 2
polegadas de diâmetro.
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Figura 3.10 – Água do Ladrão de Açude ao lado do Poço 05.
POÇO 06
Também localizado dentro do Clube Público, nas coordenadas geográficas
700.760,577 O; 7.636.874,544 S (UTM), o Poço 06 possui uma bomba submersa
trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 5.800
L/h. Com profundidade de 100 m, a água captada no Poço 05 se eleva a uma altura
de 55 m. Sua tubulação interna mede 90 metros, diâmetro de 1 e ½ polegada.
Figura 3.11 – Poço 06.
POÇO 07
Localizado no bairro Caxias, nas coordenadas geográficas 700.760,577 O;
7.636.874,544 S (UTM). Poço 07 possui uma bomba submersa trifásica de inox,
refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 8.000 L/h. Com
profundidade de 80 m, a água captada no Poço 07 é elevada a uma altura de 80 m.
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A tubulação interna do Poço 07 tem 60 m de extensão em tubo galvanizado, com
diâmetro de 2 polegadas.
Figura 3.12 – Poço 07.
Figura 3.13 – Córrego São Luís nas proximidades do Poço 07.
A proximidade do poço com um córrego que recebe esgoto é um fato crítico,
uma vez que o processo de percolação das águas no solo permite o contato do
aquífero com a poluição infiltrada em sua localidade.
POÇO 08:
Poço do tipo enterrado, localizado nas coordenadas geográficas 701.840,598
O; 7.637.858,257 S (UTM). Sua porta de acesso é feita em madeira. Dispõe de uma
bomba submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas,
vazão de 8.000 L/h. O poço 08 tem profundidade de 80 m e eleva a água captada a
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uma altura de 60 m. A tubulação interna do Poço 08, é de tubo galvanizado, com 66
m de extensão e diâmetro de 2 polegadas.
Figura 3.14 – Poço 08.
POÇO 09
Localizado nas coordenadas geográficas 701.909,389 O; 7.637.713,796 S
(UTM). Possui uma bomba submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com
diâmetro de 4 polegadas, vazão de 7.000 L/h. Com profundidade de 80 m, sua água
é elevada a uma altura de 65 m. A tubulação interna do Poço 09 tem 60 m de cano
galvanizado de extensão e 2 polegadas de diâmetro, sua tubulação externa tem 60
mm de diâmetro.
Figura 3.15 – Poço 09.
POÇO 10
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Localizado à margem do Córrego Pirapetinga, nas coordenadas geográficas
703.147,630 O; 7.639.791,288 S (UTM). Dispõe de uma bomba submersa trifásica
de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 4.000 L/h. O
Poço 10 apresenta profundidade de 80 m e eleva a água captada e uma altura 63 m.
A tubulação interna do Poço 10 tem 68 m de extensão e 50 mm de diâmetro.
Figura 3.16 – Poço 10.
POÇO 11
Localizado nas coordenadas geográficas 702.549,147 O; 7.636.661,291 S
(UTM), a poucos metros Córrego Sossego, que recebe esgoto “in natura” de todo o
Bairro do Sossego, e deságua no Rio Pomba. O Poço 11 possui uma bomba
submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão
de 9.000 L/h. O Poço 11 tem profundidade de 80 m, e eleva a água captada a uma
altura de 55 m. Sua tubulação interna do Poço 11 é de material galvanizado e tem
72 m de extensão, e 1 e ½ polegadas de diâmetro.
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Figura 3.17 – Poço 11.
POÇO 12:
Localizado nas coordenadas geográficas 703.285,212 O; 7.636.585,621 S
(UTM), às margens do Córrego do Adílio, o qual não recebe qualquer tipo de
efluente à nascente, o que é favorável à qualidade de tal corpo hídrico. O Poço 12
possui um pequeno reservatório adjacente. A bomba do Poço 12 é submersa
trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 2.000
L/h. Com profundidade de 100 m, eleva a água captada a uma altura de 40 m. O
Poço 12 tem tubulação interna de material galvanizado, com 90 m de extensão e
diâmetro de 1 e ½ polegadas.
Figura 3.18 – Poço 12.
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POÇO 13
Localizado nas coordenadas geográficas 703.195,784 O; 7.636.592,500 S
(UTM). Dispõe de uma bomba submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com
diâmetro de 4 polegadas, vazão de 10.000 L/h. Com profundidade de 80 m, eleva a
água captada a uma altura de 40 m. Com tubulação interna de cano galvanizado,
com 60 m de comprimento e diâmetro de 2 polegadas.
Figura 3.19 – Poço 13.
POÇO 14
Situa-se nas coordenadas geográficas 702.844,949 O; 7.637.156,588 S
(UTM). A bomba do Poço 14 é submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com
diâmetro de 4 polegadas, vazão de 4.000 L/h. Com profundidade de 80 m, eleva a
água captada a uma altura de 50 m. O Poço 14 tem tubulação de material
galvanizado, com 66 m de extensão e diâmetro de 2 polegadas.
Figura 3.20 – Poço 14.
POÇO 15
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67
Situado nas coordenadas geográficas 704.915,562 O; 636.200,391 S (UTM).
O poço 15 é artesiano e se encontra próximo ao poço 19. Dispõe uma bomba
submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão
de 3.000 L/h. Com profundidade de 80 m, eleva a água captada uma altura de 50 m.
Sua tubulação interna é constituída por material galvanizado, com 52 m de extensão
e diâmetro de 50 mm.
Figura 3.21 – Poço 15.
POÇO 16
Localizado nas coordenadas geográficas 702.913,740 O; 7.637.514,301 S
(UTM). Possui quadro de comando em alvenaria. A bomba do Poço 16 é submersa
trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 5.000
L/h. Com profundidade de 80 m, eleva a água captada a uma altura de 20 m. O
Poço 16 tem tubulação de material galvanizado, com 66 m de extensão e diâmetro
de 1 e ½ polegadas.
Figura 3.22 – Poço 16.
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POÇO 17
Localizado no bairro Cachoeira, ao Rio Pomba, mais precisamente nas
coordenadas geográficas 702.611,059 O; 7.636.152,237 S (UTM). Dispõe de quadro
de comando em alvenaria. Situa-se próximo a uma vala de drenagem pluvial.
Apresenta bomba submersa trifásica de inox, refrigerada a água, com diâmetro de 4
polegadas, vazão de 2.000 L/h. Com profundidade de 100 m. A água captada nesse
é lançada a uma altura de 40 m. O Poço 12 tem tubulação de material galvanizado,
com 90 m de extensão e diâmetro de 1 e ½ polegadas.
Figura 3.23 – Poço 17 e Vala de água pluvial.
POÇO 18
Situado no bairro Pirapetinga II, nas coordenadas geográficas 703.168,267 O;
7.639.399,179 S (UTM). Dispõe de uma bomba submersa trifásica de inox,
refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 5.000 L/h. Com
profundidade de 80 m, sua água é elevada a uma altura de 65 m. O Poço 18 tem
tubulação de material galvanizado, com 54 m de extensão e diâmetro de 50 mm.
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Figura 3.24 – Poço 18.
POÇO 19
Localiza-se nas coordenadas geográficas 704.929,321 O; 7.636.117,841 S
(UTM). Poço semi-artesiano, pois em tal localidade a água não tem pressão
suficiente para atingir a superfície, construído em manilha e localizado próximo ao
Poço 15. Para auxiliar na captação de águas subterrâneas, o Poço 19 dispõe de
uma bomba monofásica com potência de 2 CV.
Figura 3.25 – Poço 19.
POÇO 20
Localiza-se no bairro Nova Guarani, nas coordenadas 701.586,071 O;
7.637.954,565 S (UTM). Dispõe de uma bomba submersa trifásica de inox,
refrigerada a água, com diâmetro de 4 polegadas, vazão de 9.000 L/h. Com
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profundidade de 80 m, eleva a água captada a uma altura de 65 m. O Poço 20 tem
tubulação de material galvanizado, com 24 m de cano e diâmetro de 50 mm.
Figura 3.26 – Poço 20.
POÇO 21
SITUA-SE NAS COORDENADAS 704.537,211 O; 7.636.537,467 S (UTM). É o mais
recente poço instalado, esse é semi-artesiano, e se localiza no bairro Três Vendas.
Figura 3.27 – Poço 21
As águas captadas nos 21 poços de abastecimento público de Guarani
passam por um processo de adução, por meio de tubulações externas anexadas aos
poços, transportando as águas captadas nos mesmos até os reservatórios de água,
que consistem na etapa anterior à de distribuição de água.
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3.1.3 ADUÇÃO
Adutoras de água são as canalizações que transportam a água entre
unidades que precedem a rede de distribuição (TSUTIYA, 2006). Estas unidades
são responsáveis pela ligação entre a captação, as estações (elevatória e/ou de
tratamento) e os reservatórios (de água bruta ou tratada).
Não podem ser denominadas adutoras as canalizações que distribuem água
diretamente na rede de abastecimento de água, mas podem existir derivações que
são as sub-adutoras (TSUTIYA, 2006).
A concepção do projeto de adução deve seguir as recomendações de projeto
descritas na NBR 12.215 de 1991. A norma apresenta as condições específicas a
serem consideradas para a definição do traçado das adutoras de água bruta ou
água tratada: o caminhamento da adutora (a ser definido por meio de critérios
técnicos e econômicos), os elementos topográficos e geotécnicos e as
características exclusivas para adutoras de conduto livre (a água ocupa apenas
parte da seção de escoamento, apresentando superfície livre sujeira a pressão
atmosférica), de conduto forçado (água ocupa totalmente a seção de escoamento,
com pressão diferente a pressão atmosférica), ou mista (adutora composta tanto de
conduto forçado quanto de conduto livre).
O sistema de abastecimento de água de Guarani é composto por dois tipos
de canalizações: as que realizam o transporte da água captada dos 21 poços até os
11 reservatórios, e as que interligam diferentes reservatórios, com o objetivo de
remanejar o volume de água armazenado em pequenos reservatórios para
reservatórios maiores.
Ressalta-se que do total de 21 poços, o Poço 01 está inativo devido à
escassez de água disponível para captação do local. As águas captadas pelos
Poços 08, 10, 12, 19, 20 e 21 abastecem diretamente a população, sem serem
armazenadas em reservatórios, e por definição não podem ser consideradas
adutoras. Os Poços 08 e 20 abastecem diretamente a rede distribuição, não
dispondo de um sistema de tubulação externa para adução de água até um
reservatório, fato crítico, uma vez que as águas chegam à rede com altas pressões e
isto aumenta os riscos de rompimento da tubulação da rede que compõe a
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distribuição. Apesar de alimentar o Reservatório 06, os Poços 08 e 20 dispõe sua
captação diretamente na rede distribuição.
A caracterização das adutoras que interligam os poços e os reservatórios se
encontra na Tabela 3.3.
Tabela 3.3 – Características das Adutoras de Água Bruta
ID Diâmetro Vazão de
adução (L/h)
Extensão da adutora
(m) Destino final
da adutora
Poço 02 60 mm 7000 400 Elevatória de Água Bruta
Poço 03 60 mm 6000 400 Elevatória de Água Bruta
Poço 04 60 mm 12000 400 Elevatória de Água Bruta
Poço 05 60 mm 6500 400 Elevatória de Água Bruta
Poço 06 60 mm 5800 400 Elevatória de Água Bruta
Poço 07 75 mm 8000 300 Reservatório 01
Poço 09 2 pol 7000 320 Reservatório 03
Poço 11 85 mm 9000 400 Rerservatório 04 e 05
Poço 12 50 mm 2000 600 Reservatório 04 e 05
Poço 13 60 mm 10000 350 Reservatório 09
Poço 14 2 pol 4000 150 Reservatório 10
Poço 15 50 mm 3000 300 Reservatório 06
Poço 16 50 mm 5000 500 Reservatório 11
Poço 17 50 mm 8000 250 Reservatório 04 e 05
Poço 18 50 mm 5000 350 Reservatório 07
As adutoras são de metal (ferro fundido) ou Policloreto de Vinila (PVC), com
diâmetro mínimo de 50 mm e máximo de 85 mm. Entretanto, algumas adutoras são
enterradas e por esta razão não foi possível à identificação do componente das
canalizações dos demais poços.
Nota-se que os Reservatórios 04 e 05 são abastecidos pelos mesmos poços,
uma vez que tais reservatórios são interligados. Os Poços 02 a 06 abastecem
somente a Elevatória, a qual será descrita no tópico a seguir.
3.1.3.1 ELEVATÓRIA DE ÁGUA BRUTA
A unidade Elevatória de Água Bruta do sistema de distribuição de água pode
ser utilizada na captação, adução, tratamento e distribuição de água. Um sistema de
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distribuição de água é composto por Componentes, Subcomponentes e Sub-
Subcomponentes.
A Elevatória de Água Bruta é um dos Componentes, que subdivide em
subcomponentes estrutura, elétrica, mecânica e tubulação, e dos subcompentes
elétrica e mecânica, subdividem-se em Sub-subcomponentes que são: bomba,
motor, controle, painel, transformador e linha de transmissão.
Figura 3.28 – Organograma do Sistema de Distribuição de Água
Para dimensionamento da Elevatória a NBR 12.214 de 1992 fixa as condições
exigíveis para elaboração do projeto de sistema de bombeamento de água para
abastecimento público.
Esta norma, além de determinar condicionantes para escolha do sistema de
bombeamento, fornece diretrizes para localização da elevatória e determinação do
número de bombas.
Para a determinação do local adequado para implantação da Elevatória,
devem ser considerados os seguintes fatores: desnível geométrico, traçado da
tubulação de recalque, conforme prescrições da NBR 12.215 (Projeto de Adutora
para abastecimento público), desapropriação, acessos permanentes, proteções
contra inundações e enxurradas, estabilidade contra erosão, atendimento das
condições presentes e futuras, disponibilidade de energia elétrica, remanejamento
de interferências, métodos construtivos e obras para implantação de fundações e
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estruturas, instalação das bombas junta à tomada de água, segurança contra
assoreamento, NPSH disponível, possibilidade de carga para sucção positiva.
A Elevatória de Água Bruta, conhecida como Reservatório Base pelos
funcionários do SAEG foi fundado em 31 de maio de 1955 e se localiza na
edificação do Clube Público do município de Guarani (Figura 3.29).
Figura 3.29 – Local de instalação da Elevatória de Água Bruta
Esta Elevatória de Água Bruta é abastecida pela água captada nos Poços 02,
03, 04, 05 e 06 (Figura 3.29).
Figura 3.30 – Elevatória de Água Bruta
O volume armazenado na Elevatória de Água Bruta é bombeado ao
Reservatório 02. Na Figura 3.30 pode ser visualizada a bomba localizada no interior
da Estação de Água Bruta.
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Figura 3.31 – Bomba de Água Bruta da Elevatória
3.1.4 RESERVAÇÃO
Os reservatórios são elementos do sistema de distribuição de água com a
finalidade de regularizar as variações entre as vazões de adução e as vazões de
distribuição, condicionando as pressões na rede de distribuição, de forma que as
redes não sofram danos (TISUTIYA, 2006).
Além de auxiliar no condicionamento das pressões, os reservatórios podem
ter outras finalidades como garantir o abastecimento público (em caso de
rompimentos de adutoras e consequente interrupção no fornecimento de água
demandada) e reservar água para possíveis incêndios e outras eventuais
emergências.
Os reservatórios podem ser classificados conforme a sua localização no
sistema de abastecimento de água, a sua posição no terreno, a sua forma e aos
materiais de construção.
Quanto à posição do reservatório no sistema de abastecimento de água,
esses podem ser à montante (precede a rede de distribuição, sendo o reservatório
que fornece água à rede de distribuição), à jusante (posterior à rede de distribuição,
também denominado de reservatório de sobras, uma vez que recebe as águas
durante as horas de menor consumo) ou posição intermediária (reservatório
posterior ao sistema de adução que tem a função de regularizar as transições
existentes entre o bombeamento e a distribuição).
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A classificação referente à localização do reservatório no terreno se relaciona
a cota em que o reservatório está instalado, podendo ser enterrado (cota de
instalação do reservatório é inferior à cota do nível do terreno), semienterrado (ao
menos um terço da altura do reservatório está situada abaixo da cota do nível do
terreno), apoiado (cota de instalação do reservatório é igual à cota do nível do
terreno) ou elevado (cota de instalação do reservatório é superior à cota do nível do
terreno).
No caso das formas dos reservatórios, podem ser classificados como
circulares ou retangulares, mas sempre devem prever o máximo de sustentabilidade
do sistema (tanto econômica, quanto social). Os materiais utilizados nas construções
dos reservatórios podem ser concreto armado, aço, poliéster armado com fibras de
vidro, entre outros materiais (madeira, borracha ou alvenaria).
Para a determinação das características dos reservatórios, devem ser
considerados parâmetros econômicos e técnicos, a disponibilidade dos materiais
para construção destes na região, os locais disponíveis para instalação destas
unidades e a posição ideal do reservatório visando a economia de gastos com
aparatos técnicos e de manutenção corretiva.
Estão descritas na NBR 12.211 de 1992, que trata sobre “Estudos de
Concepção de Sistemas Públicos de Abastecimento de Água”, algumas
características básicas de cada componente dos sistemas existentes. Para os
reservatórios é necessário que sejam consideradas a sua localização, o tipo de
material, capacidade e cota do nível d’água, posição das canalizações, barriletes e
órgãos acessórios, condições de funcionamento e estado de conservação.
As condições exigíveis na elaboração do projeto de reservatórios de
distribuição de águas para abastecimento público são fixadas pela NBR 12.217 de
1994. Algumas condições específicas devem ser seguidas para a implantação dos
reservatórios, como por exemplo, o fundo do reservatório deve estar acima do nível
de água máximo do lençol freático e da cota de inundação máxima.
A partir destas considerações, é possível realizar a descrição dos 11
reservatórios existentes no município de Guarani.
RESERVATÓRIO 01
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O Reservatório 01, cujas coordenadas geográficas são 700.650,511 O,
7.637.184,104 S (UTM), situam-se acima do morro. Sua capacidade volumétrica é
de até 40 m³, sendo abastecido pelo Poço 07. Conforme a Figura 3.32, o
Reservatório é circular, apoiado e de concreto. Como ele se encontra precedente à
rede de distribuição do bairro Caxias, ele é classificado como reservatório à
montante.
Figura 3.32 – Reservatório 01
RESERVATÓRIO 02
O Reservatório 02, localizado no Morro Magela, é abastecido pela Elevatória
de Água Bruta (abastecida pelos Poços de 02, 03, 04, 05 e 06) e possui uma
capacidade volumétrica de 250 m³, sendo o maior reservatório do município.
Tal reservatório se encontra nas seguintes coordenadas geográficas:
701.627,346 O e 7.637.314.807 S (UTM). A Figura 3.33 apresenta o Reservatório
02, classificado como de concreto, apoiado e retangular.
Figura 3.33 – Reservatório 02
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Além de servir como um reservatório de armazenamento, esta unidade
distribui o volume de água armazenado para o Reservatório 08 e abastece diversos
bairros. Em decorrência da sua localização (precedente a rede de distribuição) ele é
classificado como reservatório a montante.
RESERVATÓRIO 03
O Reservatório 03 (702.232,708 O e 7.637.672,521 S) é um reservatório
circular, metálico e elevado (Figura 3.34). A capacidade volumétrica do Reservatório
03 é de 40 m³, abastecido pelo Poço 09. É classificado com o reservatório à
montante, pois distribui o volume de água para a rede de abastecimento de um
bairro da cidade.
Figura 3.34 – Reservatório 03
RESERVATÓRIO 04 E RESERVATÓRIO 05
O Reservatório 04 (localizado nas coordenadas geográficas 702.792,289 O e
7.636.521,526 S) e o Reservatório 05 (situado nas coordenadas 702.794,074 S e
7.636.525,508 N) são interligados e abastecidos pelos mesmos poços, sendo esses
os Poços 11, 12 e 17. A capacidade do Reservatório 04 é de 50 m³ e do
Reservatório 05 é de 40 m³. Ambos os reservatórios são circulares, metálicos,
elevados e à montante (Tabela 3.4).
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Figura 3.35 – Reservatório 04 (à dir.) e Reservatório 05 (à esq.)
RESERVATÓRIO 06
O Reservatório 06 (também denominado de Reservatório Três Vendas) tem
capacidade de 40 m³, é metálico e apoiado. Este reservatório é abastecido pelo
Poço 15. Como sua localização (704.654,156 O e 7.636.525.508 S) é de difícil
acesso, não foi possível visitá-lo.
RESERVATÓRIO 07
O Reservatório 07 é também denominado como Reservatório Pirapetinga pois
é responsável pelo abastecimento do bairro de mesmo nome. Este reservatório
possui uma capacidade volumétrica de 25 m³, sendo o segundo menor reservatório
do município.
Tal unidade se localiza no Bairro Pirapetinga (703.450,311 O; 7.639.447,333 S)
e é alimentado pelo Poço 18. Conforme visto na Figura 3.36, este Reservatório é
circular, metálico e elevado.
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Figura 3.36 – Reservatório 07
RESERVATÓRIO 08
O Reservatório 08 (Figura 3.37) tem capacidade de armazenamento de 165
m³ - segundo maior reservatório da cidade. Tal reservatório é abastecido pela
Elevatória de Água Bruta e pelo Reservatório 09. O volume armazenado no
Reservatório 08 é distribuído para o Reservatório 10, e por esta razão é classificado
como reservatório de posição intermediária. Verificou-se na visita técnica que o
reservatório é construído em concreto, sendo classificado como um reservatório
apoiado.
Figura 3.37 – Reservatório 08
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RESERVATÓRIO 09
O Reservatório 09, visualizado na Figura 3.38 (localizado nas coordenadas
geométricas 702.487,235 O e 7.636.847,027 S), com capacidade volumétrica de 50
m³, é abastecido pelo Poço 13. As águas armazenadas neste reservatório são
destinadas ao Reservatório 10 e Reservatório 08.
Por abastecer parte da região central de Guarani (parte do Centro – desde a
Rua 20 de Março até a Rua Comandante M. Peixoto), o reservatório por vezes não
atende a demanda existente.
Figura 3.38 – Reservatório 09
RESERVATÓRIO 10
O Reservatório 10, também denominado de Reservatório Divino Salvador,
(coordenadas geográficas 702.672,971 O e 7.637.190,983 S), possui uma
capacidade volumétrica de 120 m³. Esse é abastecido pelo Poço 14, Reservatório 08
e Reservatório 09 e abastece, majoritariamente, o bairro Divino Salvador.
Como observado na o Reservatório 10 é circular e apoiado. Em visita técnica,
constatou-se que tal unidade de reservação é feita de concreto.
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Figura 3.39 – Reservatório 10
RESERVATÓRIO 11
O Reservatório 11 (localizado em 702.773,754 O; 7.637.532,100 S), conforme
Figura 3.40, é circular, metálico e elevado. Possui uma capacidade de
armazenamento de 20 m³ (o menor reservatório de Guarani), e é abastecido
somente pelo Poço 16. Devido a sua função no sistema, de abastecimento das
redes de distribuição, este reservatório é classificado como à montante.
Figura 3.40 – Reservatório 11
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3.1.5 QUALIDADE DA ÁGUA
Como já descrito, o abastecimento de água, administrado pelo SAEG de
Guarani, é completamente realizado com águas captadas em mananciais
subterrâneos, sendo a captação executada através de poços tubulares, artesianos
ou semi-artesianos.
Em geral, as águas subterrâneas apresentam boa qualidade por serem
naturalmente filtrada pela porosidade das formações geológicas, entretanto podem
apresentar índices elevados de calcário e ferro em decorrência da composição dos
solos. Além disso, essas águas costumam ser ricas em sais minerais (Manganês,
Magnésio, Potássio), pois a água é uma substância muito reativa, e à medida que se
infiltra no subsolo, lixivia os componentes minerais que compõem a geologia local.
No entanto, para avaliar a qualidade da água, deve-se considerar suas
características físicas, químicas e biológicas. A caracterização das águas captadas
no subsolo está associada a inúmeros fatores, como: características do meio físico
local (constituintes mineralógicos, biológicos, estruturas geológicas, entre outros), a
permeabilidade e porosidade do solo, bem como a profundidade em que ocorre a
captação de águas.
Elevadas profundidades e baixas taxas de permeabilidade são fatores
associados à boa qualidade das águas subterrâneas, uma vez que garantem sua
proteção. Logo, baixas profundidades e altas taxas de permeabilidade são fatores
que diminuem a proteção dos mananciais subterrâneos de uma área, tornando suas
águas subterrâneas mais vulneráveis à poluição e contaminação tanto de origem
natural quanto de origem antrópica.
No Brasil, a qualidade da água é regulamentada por legislações de diferentes
dimensões (Leis Federais, Estaduais e Municipais), além de normas e diretrizes
utilizadas para avaliar as características presentes na água.
Para abastecimento humano, emprega-se o padrão de potabilidade
estabelecido pela Lei Federal, instituída Pela Portaria do Ministério da Saúde no
2.914 de 12 de Dezembro de 2011. Outras legislações vigentes, muito utilizadas na
avaliação da qualidade da água são: Resolução CONAMA no 357, de 17 de março
de 2005 e Resolução CONAMA no 396, de 3 de abril de 2008, as quais avaliam a
qualidade das águas superficiais e subterrâneas, respectivamente.
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A definição do padrão de qualidade da água é basicamente realizada de
acordo com as concentrações e faixas verificadas para as variáveis físicas, químicas
e biológicas, permitindo classificar a água conforme sua qualificação, e assim avaliar
quais os tratamentos requeridos para respectivas finalidades, usos e restrições.
Como este diagnóstico é referente ao abastecimento de água no município, a
legislação mais apropriada é a Portaria do MS no 2.914 de 12 de Dezembro de 2011.
Os principais parâmetros a serem tratados e suas respectivas frequências de
monitoramento para o atendimento da Portaria do MS no 2.914 de 2011, são os
apresentados na Tabela 3.4.
Tabela 3.4 – Principais Parâmetros para Qualidade de Água
PARÂMETROS ANALISADOS
PORTARIA N° 518/11
Valor Máximo Permitido
Frequência de Análises
Frequência
pH 6,0 a 9,5 2 em 2 horas Semanal
Turbidez 0 a 5,0 uT 2 em 2 horas Semanal
Cloro 0,2 a 2,0 mg/L 2 em 2 horas Diária
Flúor 0,6 a 1,5 mg/L 2 em 2 horas N.A
Cor 0 a 15 uH 2 em 2 horas Semanal
Bactérias Heterotróficas 500 UFC/mL 2 vezes por semana Semanal
Coliformes Termotolerantes Ausência em 100 mL 2 vezes por semana Semanal
Coliformes Totais Ausência em 100 mL 2 vezes por semana Semanal
Os parâmetros apresentados na Tabela 3.4, assim como quaisquer outros
parâmetros referentes à qualidade de água, não são monitorados às águas
subterrâneas que abastecem a população de Guarani, uma vez que não há
monitoramento periódico das águas captadas nos poços do município.
A qualidade dessas águas é, fortemente, ameaçada pela presença de
córregos que recebem efluentes domésticos nas proximidades dos poços que
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captam água para abastecimento público, sendo a contaminação das águas um
ponto exposto pela população durante a reunião comunitária do PMSB.
O lançamento de efluentes domésticos nos córregos afeta a qualidade desses
corpos receptores, pois esses efluentes são ricos em matéria orgânica e micro-
organismos, além de outros componentes como sólidos totais e sólidos dissolvidos.
Os poços localizados próximos a esses córregos que recebem esgoto
doméstico são vulneráveis à contaminação, devido à percolação da água no
subsolo, através da porosidade e fraturas das rochas. Esse movimento da água
abaixo da superfície da Terra pode transportar os poluentes presentes nos córregos,
levando a atingir o lençol freático.
3.1.6 TRATAMENTO DE ÁGUA
O tratamento de água consiste na etapa em que são realizados processos a
fim de adequar a qualidade para o abastecimento público, visando atender os
padrões estabelecidos pela Portaria do MS no 2.914 de 12 de Dezembro de 2011.
A etapa de tratamento e água, geralmente ocorre numa infraestrutura
apropriada denominada como Estação de Tratamento de Água – ETA. O sistema de
tratamento convencional consiste nas seguintes etapas: coagulação, floculação,
decantação, filtração e desinfecção.
Ao chegar à ETA, pode passar por uma cloração prévia, a fim de eliminar os
microrganismos, tal processo tornar o índice de acidez da água elevado, assim
recomenda-se adição de um composto básico, como Cal Hidratada (especial para o
tratamento de água).
Corrigido o pH da água, adiciona-se um agente coagulante (os mais comuns
são sulfato de alumínio e cloreto férrico) a fim de agrupar as partículas suspensas
em unidades maiores denominadas como flocos. Na etapa da floculação, ocorre
agitação lenta da água de modo a proporcionar o crescimento e adensamento dos
flocos.
Quando os flocos atingem maiores tamanhos e, consequentemente, maiores
pesos, são encaminhados para fase de decantação, onde por ação da gravidade,
ocorre a sedimentação dos flocos e, consequentemente a decantação da água. Ou
seja, a água decantada é separada dos sólidos, permanecendo num nível superior a
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tais impurezas no tanque de decantação, devido à diferença de densidade entre as
fases.
A fim de se eliminar impurezas de menor tamanho que não foram removidas
na etapa de decantação, a água é encaminhada para a etapa de filtração. Nesta, a
água entra em fluxo que pode ser ascendente, descendente ou de dupla filtragem,
passando por um meio filtrante constituído por camadas de materiais porosos, como:
areia e antracito suportada por uma camada de cascalhos. A porosidade dos
materiais que compõem o meio filtrante é responsável pela retenção das impurezas
ainda encontradas na água que passou pelo processo de decantação.
Após a filtração, a água passa por um processo de desinfecção onde se
adiciona cloro ou ozônio, os quais são agentes responsáveis pela oxidação dos
micro-organismos, promovendo melhor qualidade à água.
Por fim, ocorre a etapa de Fluoretação, na qual a água recebe dosagem de
composto de flúor (como o ácido fluossílicico), tal processo tem como objetivo
reduzir a incidência de cárie dentária na população que consome dessa água,
especialmente aos indivíduos que se encontram na fase de formação dos dentes,
que vai da gestação até os 15 anos de idade.
Como no município de Guarani, as águas utilizadas para o abastecimento
são captadas em fontes subterrâneas, o tratamento da água captada para o
abastecimento público deveria ser realizado conforme a NBR 12.216, promulgada
em 1992, que estabelece diretrizes para Projeto de Estação de Tratamento de Água
para Abastecimento Público, entretanto o tratamento das águas não ocorre.
Segundo a NBR 12.216/92, as águas captadas em mananciais subterrâneos
devem receber conforme seu tipo de disponibilidade natural, sendo os tipos divididos
em quatro categorias: A, B, C e D. Conforme apresentado na Tabela 3.5.
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Tabela 3.5 – Classificação das Águas Naturais para Abastecimento Público
Tipos A B C D
DBO 5 dias (mg/L)
média até 1,5 1,5 - 2,5 2,5 - 4 > 4 máxima, em qualquer
amostra 1/mar 3/abr 4/jun >6 Coliformes (NMP*/100
mL) média mensal em
qualquer mês 50-100 100-5.000 5.000-20.000 >20.0
00
máximo
>100 cm >5.000 >20.000
- menos de 5% das
amostras menos de 20% das
amostras menos de 5% das
amostras
5/set 5/set 3,8-10,3
pH 5/set
Cloretos <50 50-250 250-600 >600
Fluoretos 1,5 1,5-3 >3 -
*NMP – Número Mais Provável
Os tipos de água apresentados na Tabela 3.5 são referentes às diferentes
disponibilidades de água na natureza. As águas subterrâneas são restritas aos Tipos
A e B, sendo Tipo A, quando são provenientes de áreas de Bacias Hidrográficas
Protegidas, e Tratamento Tipo, quando são provenientes de áreas que
correspondem a Bacias Hidrográficas Não-Protegidas.
Para o tratamento das águas do Tipo A, a NBR 12.216/92 indica apenas a
desinfecção seguida da correção de pH.
Já para o tratamento das Águas do Tipo B, a norma estabelece duas opções
de tratamento:
a) Decantação simples para águas contendo sólidos sedimentáveis, quando
por meio desse processo, suas características se enquadrem no padrão
de potabilidade, ou
b) Filtração procedida ou não de decantação para águas de turbidez natural
medida na entrada do filtro, sempre inferior a 40 unidades Nefelométricas
de Turbidez (UNT) em cor sempre inferior a 20 unidades, referidas aos
Padrões de Guarani.
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O abastecimento de água em Guarani não realiza procedimentos voltados
para tratamento e monitoramento da qualidade da água, desde o processo de
captação até as redes de distribuição, onde são encaminhadas às residências.
Apesar das águas subterrâneas serem protegidas pelas formações
geológicas, os mananciais situados no subsolo apresentam vulnerabilidade à
poluição tanto de origem natural quanto de origem antrópica. Conforme relatos
apresentados por um dos agentes de epidemias do Programa Saúde Família de
Guarani, casos de diarreia são relatados no mínimo uma vez por semana, e se
supõe que a grande causa da disseminação e frequência desta doença seja a água
não tratada.
Assim, é importante que seja realizado, periodicamente, o monitoramento de
qualidade da água, a fim de se verificar se os parâmetros referentes à qualidade da
água estão em conformidade com as legislações vigentes, e em caso contrário
adotar um sistema de tratamento viável para o atendimento do padrão de
potabilidade estabelecido pela Portaria do MS no 2.914 de 12 de Dezembro de 2011.
3.1.7 DISTRIBUIÇÃO
Segundo a NBR 12.218 de 1994, que fixa as condições exigíveis na
elaboração de projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público,
dispõe que rede de distribuição consiste na parte do sistema de abastecimento
formada por tubulações e órgãos acessórios, destinada a colocar água potável à
disposição dos consumidores, em quantidade, pressão e forma contínua.
A distribuição de água para as 2.282 economias ativas do município de
Guarani (SAEG, 2012), contempla 100% da área urbana, entretanto em contato com
a população de Guarani durante as reuniões relatou-se que em períodos de
estiagem ou quando as temperaturas estão mais elevadas, há interrupção do
abastecimento de água no município, principalmente nas regiões mais baixas
(unidades habitacionais que ficam nas localidades mais baixas e, por conseguinte,
nos finais da tubulação das redes de abastecimento).
De acordo com o Art. 7°, do Decreto Federal n° 7.217/2010, as instalações
prediais que estiverem ligadas à rede pública de abastecimento de água, não
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poderão ser alimentadas por outras fontes. Logo, torna-se claro a necessidade de
aumentar a eficiência dos sistemas de abastecimento às residências domiciliares.
O sistema de distribuição é feito a partir dos Reservatórios 01, 02, 03, 04
(juntamente com o Reservatório 05), 06, 07, 09, 10 e 11 e de alguns poços (Poço
08, 10, 12, 19, 20 e 21) que dispõe a captação de água diretamente na rede de
abastecimento.
Segundo Tsutiya (2006), a água captada do poço e diretamente disposta na
tubulação é prejudicial ao sistema de abastecimento, uma vez que não há passagem
da água captada por reservatório, o qual tem por finalidade estabilizar a variação
das vazões e de pressão ocorrentes.
Na Figura 3.41, pode-se observar o mapa da rede de distribuição de água nos
Bairros de Guarani. A rede de distribuição de água é majoritariamente de PVC: dos
35.778,24 metros de extensão, apenas 190,92 metros são de Ferro Fundido. Os
diâmetros das tubulações variam de 25 mm a 85 mm.
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Figura 3.41 – Mapa da Rede de Distribuição do Município de Guarani.
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3.1.8 SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Sistemas de Abastecimento de Água (SAA) é o conjunto de atividades,
infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água, desde a
captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição. Estes
sistemas são formados pelos seguintes componentes: manancial de captação,
captação, estação elevatória, adutora, estação de tratamento de água, reservatório e
rede de distribuição.
Foram avaliados os sistemas de abastecimento de água no município de
Guarani. Tal avaliação foi embasada nos dados disponibilizados pelo SAEG,
considerando os setores de abastecimento de cada um dos reservatórios e as redes
cujos Poços dispõem a captação de água de forma direta. A partir do número de
canalizações, delimitação dos bairros e setores de abastecimento foi possível
estimar as porcentagens de abastecimento de cada um dos 11 sistemas de
abastecimento, representados no mapa da Figura 3.1 (início do Capítulo: 3.1 sobre o
setor de abastecimento de água no município). As análises de cada sistema se
encontram na sequência.
SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 01
O Sistema de Abastecimento 01 é composto pelo Poço 07 e Reservatório 01.
O poço alimenta o Reservatório 01 e este que abastece todo o bairro de Caxias.
Figura 3.42 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 01
A partir da configuração deste sistema, foi possível avalia-lo, considerando as
unidades de abastecimento e abrangência de atendimento. Os resultados desta
análise podem ser encontrados na Tabela 3.6.
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Tabela 3.6 – Características do Sistema de Abastecimento de Água 01
Sistema de Abastecimento de Água 01
Consumo horário do sistema (m³/h) 15,23
Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 8,00
Déficit de vazão dos poços do sistema (m³/h) 7,23
Volume de reservação atual do sistema (m³) 40,00
Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 121,85
Déficit de reservação do sistema (m³) 81,85
Economias em funcionamento no sistema 259,00
Como visualizado na Tabela 3.6, verifica-se que consumo diário do sistema é
de 15, 23 m³/dia e que a vazão máxima de captação dos poços do sistema é de 8,00
m³/h (quase 50% a menos da vazão que deveria ser captada). Sendo assim, o poço
não atende a demanda do consumo diário. Ao analisar o volume de reservatório em
funcionamento comparado ao volume de reservatório indicado (valor volumétrico
estimado considerando o consumo diário do sistema), verifica-se que este
reservatório possui um déficit de aproximadamente 82 m³.
Ao avaliar o sistema como um todo, o reservatório é deficiente perante a
demanda do consumo, bem como os poços não tem capacidade extra de captação
de água para abastecer o reservatório. Por esta razão, o sistema se encontra
sobrecarregado, tanto em decorrência de um reservatório subestimado quanto pela
capacidade deficitária de captação do poço, o que possibilita a ocorrência de
interrupções frequentes no abastecimento em períodos de pico de consumo.
SISTEMA DE ABASTECIMENTO 02
O Sistema de Abastecimento 02 conta com cinco poços, uma elevatória de
água bruta e um reservatório. Segundo o fluxograma abaixo, os Poços 02, 03, 04, 05
e 06 abastecem a Elevatória de Água Bruta que distribui o volume de água para o
Reservatório 02. Este é responsável pelo abastecimento total dos bairros Cidade
Jardim, São Luís e Centro 02. Além destes, o Reservatório 02 abastece também
55% do Centro 01, 18% do Bairro Cachoeira e 7% do bairro Nova Guarani.
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Figura 3.43 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 02.
A partir da Figura 3.43, e analisando dados referentes a este sistema de
abastecimento, foi possível avaliar a dinâmica do sistema considerando as unidades
de abastecimento e abrangência de atendimento. Os resultados desta análise
encontram-se na Tabela 3.7.
Tabela 3.7 – Características do Sistema de Abastecimento de Água 02
Sistema de Abastecimento de Água 02
Consumo horário do sistema (m³/h) 57,95
Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 37,30
Déficit de vazão dos poços do sistema (m³/h) 20,65
Volume de reservação atual do sistema (m³) 250,00
Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 463,58
Déficit de reservação do sistema (m³) 213,58
Economias em funcionamento no sistema 985,37
Na Tabela 3.7, nota-se que a vazão média de captação dos poços deste
sistema é de 37,30 m³/h e o consumo diário do sistema é de 57,95 m³/dia. Avaliando
estes valores, o poço não atende a demanda do consumo diário, o que gera um
déficit de 20,65 m³/h. Ao analisar o volume de reservação atual em comparação ao
volume de reservatório indicado, verifica-se que o Reservatório 02 também não
atende a demanda de consumo (déficit de aproximadamente 213 m³).
Conclui-se, pelas estimativas apresentadas, que o sistema não tem
capacidade de atendimento da demanda existente, sobrecarregando-se em
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decorrência da baixa capacidade volumétrica de reservação e da deficitária
captação de águas subterrâneas.
SISTEMA DE ABASTECIMENTO 03
O Sistema de Abastecimento 03 é composto pelo Poço 09 que alimenta o
Reservatório 03, responsável pelo abastecimento de 23% do bairro Nova Guarani.
Além destas unidades, o sistema é composto por mais dois poços: o Poço 08 e o
Poço 20, os quais juntos abastecem 70% do bairro Nova Guarani.
Figura 3.44 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 03
A Figura 3.44 dispõe a configuração do sistema. Avaliando a disposição das
unidades que o compõe foi possível observar o lançamento de água dos poços
diretamente na rede, fator que ocasiona o rompimento frequente de tubulações
devido aos picos de pressão no encanamento. Além disso, pode-se analisar a
capacidade de abastecimento do sistema, os resultados desta avaliação se
encontram na Tabela 3.8.
Tabela 3.8 – Características do Sistema de Abastecimento de Agua 03
Sistema de Abastecimento de Água 03
Consumo horário do sistema (m³/h) 23,74
Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 19,00
Déficit de vazão dos poços do sistema (m³/h) 4,74
Volume de reservação atual do sistema (m³) 40,00
Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 189,89
Déficit de reservação do sistema (m³) 149,89
Economias em funcionamento no sistema 403,62
Na Tabela 3.8, observa-se que apesar de pequeno, há um déficit de vazão
dos poços (aproximadamente 4,7 m³/h). Isto ocorre, pois o consumo diário do
sistema é maior que a vazão média de captação dos poços. A mesma característica
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ocorre para a reservação: o volume de reservação atual do sistema também é
deficitário quando comparado ao volume indicado (calculado a partir do consumo
horário do sistema), cerca de 150 m³ menor.
Desta maneira, mesmo que a deficiência de captação dos poços seja baixa se
comparada ao consumo do sistema, a deficiência da capacidade de reservação do
sistema, em funcionamento, é alta, proporcionando carências no sistema de
abastecimento de água e sobrecarga no funcionamento do sistema.
SISTEMA DE ABASTECIMENTO 04
O Sistema de Abastecimento 04 se constitui dos Poços 11, 12 e 17, e
Reservatórios 04 e 05, que são interligados e juntos abastecem 2% do Centro 01,
82% do Cachoeira e 79% do Bela Vista.
Figura 3.45 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 04
Por meio da análise da Figura 3.45 aliada aos dados de reservação, captação
e consumo de água, foi possível avaliar a dinâmica do funcionamento deste sistema
e a necessidade de adequá-lo: assim como acontece no Sistema 03, também há o
lançamento de água diretamente na rede. Os resultados da avaliação se encontram
na Tabela 3.9.
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Tabela 3.9 – Características do Sistema de Abastecimento de Água 04
Sistema de Abastecimento de Água 04
Consumo horário do sistema (m³/h) 23,90
Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 19,00
Déficit de vazão dos poços do sistema (m³/h) 4,90
Volume de reservação atual do sistema (m³) 90,00
Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 191,20
Déficit de reservação do sistema (m³) 101,20
Economias em funcionamento no sistema 406,41
A partir dos dados dispostos na Tabela 3.9, verifica-se que há um déficit de
vazão dos poços de aproximadamente 4,9 m³/h. O motivo deste déficit é o fato de
que o consumo Isto é decorrência do consumo diário do sistema (23,9 m³/h) ser
maior que a vazão máxima de captação dos poços (19 m³/h). Assim como os poços,
o volume de reservação também é deficitário: cerca de 100 m³ abaixo do volume
indicado.
É possível concluir que mesmo com uma pequena deficiência de captação
dos poços, a deficiência da capacidade de reservação do sistema atual é alta. Isto
pode ocasionar deficiências no sistema de abastecimento de água e sobrecarga no
funcionamento deste.
SISTEMA DE ABASTECIMENTO 05
Compõe o Sistema de Abastecimento 05 os Poços 15, 19 e 21 e o
Reservatório 06. Os poços abastecem o Reservatório 06, sendo que este dispõe o
volume de água para o abastecimento total do bairro Três Vendas.
Figura 3.46 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 05.
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Tabela 3.10 – Características do Sistema de Abastecimento de Água 05
Sistema de Abastecimento de Água 05
Consumo horário do sistema (m³/h) 2,06
Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 7,80
Ociosidade de vazão dos poços do sistema (m³/h) 5,74
Volume de reservação atual do sistema (m³) 40,00
Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 16,47
Ociosidade de reservação do sistema (m³) 23,53
Economias em funcionamento no sistema 35,00
Como pode ser observado na Tabela 3.10, em relação ao abastecimento feito
pelos poços, o sistema 05 mostra-se eficiente, suprindo a demanda estabelecida
pelo Bairro Três Vendas. Também existe uma ociosidade em relação ao volume de
reservação do sistema que é superestimado em relação ao volume indicado de
reservação – essa peculiaridade faz com que o reservatório 06, trabalhe com
excesso volumétrico.
SISTEMA DE ABASTECIMENTO 06
O Sistema de Abastecimento 06 abastece todo o bairro de Pirapetinga. Para
isto, é necessário que o Poço 18 forneça água para o Reservatório 06, e este
conjuntamente com o Poço 10 abasteça o bairro.
Figura 3.47 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 06.
A partir dos dados referentes ao sistema de abastecimento e distribuição de
água é possível analisar a eficiência de cada setor do sistema, nesse caso
analisaremos o Sistema de Abastecimento de Água 06, observa-se pela Figura 3.47
que 90% do abastecimento do bairro é feito pelo reservatório 07 e os 10% restantes
é feito pelo poço 10 que é conectado diretamente à rede de abastecimento.
Tabela 3.11 – Caracteristica do Sistema de Abastecimento de Agua 06
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Sistema de Abastecimento de Água 06
Consumo horário do sistema (m³/h) 7,82
Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 9,00
Ociosidade da vazão dos poços do sistema (m³/h) 1,18
Volume de reservação atual do sistema (m³) 25,00
Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 62,57
Déficit de reservação do sistema (m³) 37,57
Economias em funcionamento no sistema 133,00
Observando a Tabela 3.11, nota-se que o consumo horário do sistema de
abastecimento 06 é de 7,82 m³/h e a vazão média do poço que abastece o sistema é
de 9,00 m³/h, tendo uma ociosidade de captação de 1,18 m³/h. O volume atual do
reservatório 07 é de 25 m³, por meio de cálculos realizados utilizando o consumo do
sistema, para que se tenha um abastecimento efetivo seria necessário um
reservatório de 62,57 m³, gerando um déficit de 37,57 m³.
A deficiência no abastecimento 06 acarreta um sobre carregamento no
sistema de abastecimento, tendo em vista que o reservatório tem capacidade aquém
da metade do recomendado, isso implica num desgaste muito grande dos poços que
abastecem o bairro, pois para manter o nível do reservatório, o poço terá um tempo
de trabalho maior, e mesmo com esse trabalho excessivo a vazão desses não
atendem a necessidade de abastecimento do bairro, podendo ter falhas e corte de
abastecimento no bairro atendido.
SISTEMA DE ABASTECIMENTO 07
O Sistema de Abastecimento 07 é composto por seis poços, a Elevatória de
Água Bruta e três reservatórios, que são subdivididos em dois subsistemas: 07-A e
07-B. A dinâmica do sistema 07-A (em roxo na Figura 3.48) é dada da seguinte
forma: o Poço 13 abastece o Reservatório 09 e este abastece 33% do bairro Centro
01, 1% dos bairros Divino Salvador e Sossego e os Reservatórios 09 e 10 (estes
reservatórios são também componentes do sistema 07-B).
O Sistema 07-B (Figura 3.48) em azul claro é composto pelo Reservatório 08,
abastecido pelos Poços 02, 03, 04 e 05, e o Reservatório 10, abastecido pelo Poço
14 e pelos Reservatórios 08 e 09. O Reservatório 10 abastece 99% dos bairros
Divino Salvador e Sossego, e 22% do bairro Progresso.
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Figura 3.48 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 07.
A partir da Figura 3.48, foram analisadas as capacidades dos sistemas 07-A e
07-B. Os resultados das análises estão dispostos na Tabela 3.12.
Tabela 3.12 – Características do Sistema de Abastecimento de Água 07-A
Sistema de Abastecimento de Água 07 - A
Consumo horário do sistema (m³/h) 3,87
Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 10,00
Ociosidade de vazão dos poços do sistema (m³/h) 6,13
Volume de reservação atual do sistema (m³) 50,00
Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 30,96
Ociosidade de reservação do sistema (m³) 19,04
Economias em funcionamento no sistema 65,81
Analisando os dados dispostos na Tabela, verifica-se que o sistema 07-A é
superestimado, uma vez que o poço capta uma vazão superior ao consumo horário
do sistema, o que resulta na ociosidade do montante captado, compreendendo uma
vazão de 6,13 m³/h. O mesmo ocorre para o volume de reservação, que apesar de
apresentar uma capacidade volumétrica pequena em comparação aos reservatórios
dos outros sistemas, é superestimado, excedendo em aproximadamente 19 m³
quando comparado ao volume indicado.
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Para análise do Sistema 07-B, também foram realizadas as mesmas
considerações, apresentadas na Tabela 3.13
Tabela 3.13 – Características do Sistema de Abastecimento de Água 07-B
Sistema de Abastecimento de Água 07 - B
Consumo horário do sistema (m³/h) 20,87
Vazão máxima de captação dos poços do sistema (m³/h) 45,50
Ociosidade de vazão dos poços do sistema (m³/h) 24,63
Volume de reservação atual do sistema (m³) 335,00
Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 166,95
Ociosidade de reservação do sistema (m³) 168,05
Economias em funcionamento no sistema 354,86
O sistema de abastecimento 07-B, assim como o 07-A, é superestimado em
relação a situação de demanda atual, excedendo tanto na capacidade volumétrica
de captação quanto na de reservação de 168,05 m³ e 24,63 m³/h, respectivamente.
SISTEMA DE ABASTECIMENTO 08
O Sistema de Abastecimento 08 abastece 78% do bairro Progresso. Ele se
compõe do Poço 16 que abastece o Reservatório 11, e este abastece o bairro.
Figura 3.49 – Fluxograma representativo do Sistema de Abastecimento 08. Tabela 3.14 – Característica do Sistema de Abastecimento de Agua 08
Sistema de Abastecimento de Água 08
Consumo horário do sistema (m³/h) 2,98
Vazão média de captação dos poços do sistema (m³/h) 5,00
Ociosidade da vazão dos poços do sistema (m³/h) 2,02
Volume de reservação atual do sistema (m³) 20,00
Volume indicado para os reservatórios do sistema (m³) 23,85
Déficit de reservação do sistema (m³) 3,85
Economias em funcionamento no sistema 2,98
Ao analisar a Tabela 3.14 observa-se que o consumo horário do sistema de
abastecimento 08 é de 2,98 m³/h e a vazão média do poço que abastece o sistema é
de 5,00 m³/h, isso implica que o poço tem uma ociosidade de 2,02 m³/h. O volume
atual do reservatório 11 é de 20,00 m³, segundo os cálculos realizados levando em
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conta o consumo horário do sistema, a capacidade do reservatório para suprir a
necessidade do abastecimento teria que ser de 23,85 m³, sendo assim a um déficit
de 3,85 m³ de água.
Essa deficiência no sistema de abastecimento 08 resulta num desgaste maior
na captação realizada pelo poço 16, pois para inteirar a necessidade do reservatório
tendo em vista o déficit de volume ele acaba trabalhando em excesso, ocasionando
um desgaste mecânico a longo prazo.
3.1.9 CONSUMO
Os dados de consumo de Guarani foram avaliados conforme as informações
repassadas ao Ministério das Cidades para elaboração do Diagnóstico dos Serviços
de Água e Esgoto – 2012, divulgado pelo Sistema Nacional de Informações sobre o
Saneamento (SNIS).
O volume de água consumido no ano de 2011 foi de 934.000 m³, aumentando
para 1.163.000 m³ em 2012. Todo o consumo foi faturado pela autarquia de águas e
esgoto.
Existiam em 2011, no município 2.746 ligações totais de água, sendo apenas
2.424 ligações ativas. Este também é o número de economias ativas, o que significa
que há uma ligação para cada economia. Das 2.424 economias registradas, 2.313
são residenciais.
As economias ativas por bairro, avaliadas no período de Janeiro a Junho de
2013, se encontram descritas na Tabela 3.15. É possível verificar que de dezembro
de 2012 até junho de 2013, houve um aumento de 142 economias.
Tabela 3.15 – Economias ativas de água no município de Guarani
LOCALIDADES N° DE ECONOMIAS ATIVAS
Centro (Ponte para cima) 496
Divino Salvador e Sossego 343
Bela Vista 273
Centro (Ponte para baixo) 189
São Luís 270
Cidade Jardim 44
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102
Nova Guarani 429
Nova Guarani (Loteamento novo) 5
Pirapetinga 133
Progresso 65
Três Vendas 35
TOTAL 2.282
Fonte: SAEG, 2013.
As informações de consumo per capita, consumo especial e consumidores
por setores, são os disponibilizados pelo SNIS para o ano de 2012, uma vez que os
dados de 2013 ainda estão em fase de tratamento pelo Ministério das Cidades.
O valor divulgado para consumo médio per capita de Guarani é de 372,2
L/hab.dia (SNIS 2011). Considerando que o consumo per capita do ano de 2011 de
Minas Gerais, divulgado no SNIS (2010), é de 155 L/hab.dia, nota-se que o valor
consumido em Guarani é aproximadamente 139% superior ao valor estadual.
Pelos dados divulgados, também é conhecida a existência de 2.424
economias de água ativas, e que dessas, 2.313 são economias residenciais. Sendo
assim, existem 111 economias de água ativas que podem ser enquadradas em
consumo comercial, industrial, irrigação, animal ou turismo.
A Lei nº 11.445 de 2007 prevê o atendimento de 100% da população
municipal pelo abastecimento de água. A projeção populacional, censos de 1970,
1980, 1991, 2000 e 2010 do IBGE, permitiu estabelecer a projeção populacional
durante o horizonte do plano. Aliado a isso, foram analisados os dados referentes ao
sistema de reservação, ao sistema de captação, consumo per capita, além de outros
parâmetros hidráulicos que consentiram avaliar a capacidade do sistema de
abastecimento. Os resultados dessa análise se apresentam na Tabela 3.16.
Tabela 3.16 – Abastecimento de água para atendimento de 100% da população
Sistema de abastecimento 2014
Consumo diário municipal (m³/h) 163,88
Vazão máxima de captação dos poços (m³/h) 119,10
Déficit de vazão dos poços do sistema (m³/h) 44,78
Volume de reservação atual (m³) 840,00
Volume indicado para o reservatório (m³) 1.311,07
Déficit de reservação (m³) 471,07
Economias em funcionamento 2.424
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Pessoas por domicílio 3,16
Ligações existentes 2.746
Ligações ativas 2.424
Com o estudo efetuado, pode-se observar o sistema de abastecimento de
água de forma integrada, permitindo a constatação de um déficit na captação de
água pelos poços e no sistema de reservação. Tal análise pôde ser comprovada por
meio dos relatos registrados nas reuniões comunitárias pela própria população de
Guarani. Com o passar do tempo, considerando as variáveis utilizadas na Tabela
3.16 e Tabela 2.1 se nenhuma ação corretiva ocorrer, o quadro deficitário do sistema
de abastecimento de água aumentará como demonstrado na Tabela 3.17 e mais
graves serão as consequências para a população do município.
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Tabela 3.17 – Projeção do sistema de abastecimento
Sistema de abastecimento 2014 2024 2034
Consumo diário municipal (m³/h) 163,88 170,03 176,19
Vazão máxima de captação dos poços (m³/h) 119,10 119,10 119,10
Déficit de vazão dos poços do sistema (m³/h) 44,78 50,93 57,09
Volume de reservação atual (m³) 840,00 840,00 840,00
Volume indicado para o reservatório (m³) 1.311,07 1.360,28 1.409,49
Déficit de reservação (m³) 471,07 520,28 569,49
Economias em funcionamentos 2.424,00 2.891,37 2.995,97
Pessoas por domicílio 3,16 3,16 3,16
A tabela acima demonstra a variação da demanda do sistema de
abastecimento de água no município de Guarani, com um intervalo de dez anos, do
início até o período final de abrangência do PMSB.
3.1.10 ANÁLISE FINANCEIRA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Em relação às tarifas de água e esgoto, devem ser calculadas com base nos
custos de serviços administrativos e industriais gerais apurados. Desta forma, o
Conselho de Administração e o Diretor Geral do SAEG ficam proibidos de aprovar
tarifas deficitárias para o serviço de água e esgoto sanitário. O balanço deve ser
estudado, periodicamente, a partir da análise dos resultados será realizada a revisão
do sistema de tarifação, caso necessário às tarifas deverá ser recalculadas, toda vez
que o custo do serviço exigir.
As tarifas de água, em Guarani, vêm sendo cobradas em valores fixos,
desconsiderando a proporcionalidade da cobrança pela quantidade de água
consumida. A Tabela 3.18 apresenta os valores fixos cobrados pelo uso de água em
Guarani, de 2001 a 2012.
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Tabela 3.18 – Tarifação de Água em Guarani
ANO VALOR (R$)
2001 6
2002 8
2003 10
2004 12
2005 15
2006 15
2007 16
2008 16
2009 16
2010 20
2011 20
2012 20
2013 20
Fonte: SAEG – Guarani (2013).
A Lei no 75 de 19 de Janeiro de 2001, em seu Capítulo V, Art. 24 estabelece
diretrizes para Tarifação e Taxas dos serviços prestados pelo SAEG, no entanto o
atual sistema de cobrança não se enquadra aos critérios estabelecidos pela lei para
redução de tarifas com base em valores de consumo médio, uma vez que o valor da
tarifa é fixo, independente da variação do consumo.
A Tabela 3.19 apresenta a estimativa desenvolvida pelo SAEG - Guarani
(2013) das despesas correntes/despesa média mensal, com base nos dados
analisados em maio de 2013.
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Tabela 3.19 – Estimativa de Despesas Correntes/Despesa Média Mensal - Maio/2013
SAEG - SERVIÇO AUTÔNOMO DE ÁGUA E ESGOTO DE GUARANI - MG SISTEMA OPERACIONAL, MANUTENÇÃO ÁGUA E
ESGOTO R$ - Média Mensal % despesa
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA 0,00 0,0
ENERGIA ELÉTRICA 25.000,00 43,2
MATERIAL DE LABORATÓRIO 0,00 0,0
DESPESAS COM COMBUSTÍVEIS/LUBRIFICANTES 750,00 1,3 MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS 4.250,00 7,3
FERRAMENTAS E EPI'S 350,00 0,6
ANUIDADES AGÊNCIA NACIONAL 383,25 0,7
ADMINISTRAÇÃO 19.305,64 33,4
DESPESAS COM PESSOAL 6.587,41 11,4
DESPESAS DE CAPITAL 1.200,00 2,1
PRESERVAÇÃO AO MEIO AMBIENTE 0 0,0
TOTAL 57.826,30 100,0
Fonte: SAEG – Guarani, 2013.
Para elaboração da estimativa apresentada na Tabela 3.19, o SAEG -
Guarani avaliou os custos de infraestrutura, equipamentos, operação, manutenção e
despesas pessoais envolvidas para execução dos serviços de abastecimento de
água e esgotamento sanitário decorrente no município.
Como observado na Tabela 3.19 a despesa média mensal que o SAEG –
Guarani tem para desempenhar sua função é de R$ 57.826,30; sendo a energia
elétrica o custo operacional que mais contribui na despesa, devido ao funcionamento
das bombas utilizadas pelos poços para captação e transmissão das águas
subterrâneas.
Os valores atribuídos a administração e despesa com capital é referente ao
pagamento de pessoas físicas que trabalham para execução dos serviços prestados
pelo SAEG, que dispõe de corpo funcional composto por 16 servidores.
O valor total estimado para as despesas mensais do SAEG – Guarani é
superior ao arrecadado com as tarifas fixas cobradas pelos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, como pode ser observado na
Tabela 3.20.
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Tabela 3.20 – Estimativa do Balanço Mensal do SAEG - GUARANI
Variável Valor (RS)
Despesa Mensal Total 57.826,30
Receita Média Mensal Arrecada 46.965,24
Déficit Mensal 10.861,06
Fonte: Guarani (2013)
Para elaboração do balanço mensal apresentado na Tabela 3.20, avaliou-se
o valor total das despesas correntes do SAEG – Guarani, e quantia arrecadada pela
taxação dos serviços, ambas expressas em quantias mensais. Observa-se que o
valor de despesas correntes é muito superior ao do valor arrecado, o qual além de
não pagar o funcionamento dos serviços realizados pelo SAEG – Guarani causa um
déficit mensal, representado um saldo negativo de R$ 10.861,00 por mês. Tal déficit
resulta em falta de manutenção das redes e ausência da substituição dos
componentes do sistema de abastecimento de água, implicando muitas vezes no
corte de fornecimento de água pelo SAEG, como relatado pela diretoria.
Ressalta-se que a existência de inadimplências, ou seja, o não pagamento
pelo serviço de água e esgoto que é prestado colabora para a ocorrência do déficit.
O serviço que não é pago pode ser interrompido conforme o previsto no Art. 40, Inc.
V da Política Nacional de Saneamento Básico.
Tratando-se do município de Guarani, os consumidores que não realizarem o
pagamento das tarifas do serviço de água e dentro dos prazos sofrerão as
penalidades previstas no Art. 28, Incisos de I a IV da Lei Municipal n° 75/2001: multa
de 2% sobre o valor da fatura, juros de mora de 1% ao mês ou fração (contados a
partir do vencimento da fatura), suspensão do fornecimento de água após o
vencimento da terceira fatura em débito, ou após 60 dias de vencida uma fatura e
proibição de transacionar o imóvel do setor municipal.
Segundo esta mesma lei municipal, débitos não saldados em até 90 dias após
o vencimento, o devedor será inscrito na dívida ativa para cobrança executiva. É na
cobrança executiva que se aplicam normas relativas aos juros, multas e correção
monetárias.
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3.1.11 INDICADORES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Conforme a Lei Federal n° 11.445/2007, deve-se estabelecer um sistema de
informações dos serviços de Saneamento que estejam articulados com o SNIS. Para
avaliar a situação do sistema abastecimento de água, é importante que seja
realizada a alimentação do banco de dados do SNIS e assim permitir o cálculo dos
indicadores deste sistema.
Considerando os valores divulgados pelo relatório do SNIS 2011, foram
realizadas avaliações do serviço prestado por meio dos seguintes índices: despesa
total com os serviços por m³ faturado (R$/m³), tarifa média de água (R$/m³),
desempenho financeiro de água e esgoto (%), perdas no faturamento de água (%),
perdas na distribuição de água (%), índice bruto de perdas lineares (m³/dia/km) e
índice de perdas por ligação de água (L/dia/lig.) descritos na Figura 3.10.
Tabela 3.21 – Índices do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
Valores Indicadores SNIS 2011
Abrangência
Guarani
(SAEG)
Senador
Firmino
(SAAE)
Média
Estadual
IN03 - Despesa total com os serviços por m³ faturado
de água e esgoto (R$/m³) 1,11 1,23 0,96
IN05 - Tarifa média de água (R$/m³) 0,67 1,67 3,34
IN12 - Indicador de desempenho financeiro (água e
esgoto) (%) 60,8 108,7 130,1
IN13 - Índice de perdas faturamento de água (%) 17,6 29,3 31,6
IN49 - Índice de perdas na distribuição de água (%) 17,6 45,4 33,8
IN50 - Índice bruto de perdas lineares (m³/dia.km) 23,3 20,3 33,1
IN51 - Índice de perdas por ligação de água (L/dia/lig.) 230,5 301,2 399,9
Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS, 2012.
Ao avaliar os índices apresentados na Tabela 3.21, verifica-se que são
apresentados os valores para os municípios de Guarani, Senador Firmino e a média
dos municípios de Minas Gerais. Senador Firmino localiza-se também na região da
Zona da Mata e é do mesmo porte do município de Guarani (7.230 habitantes e IDH
de 0,644).
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Verifica-se que os índices de tarifa média de água (IN05) e despesa total com
os serviços (IN03) são inferiores ao valor de Senador Firmino, cuja administração do
sistema de água também é feito pela autarquia municipal. Esses valores também
são bem inferiores à média estadual.
Quanto ao desempenho financeiro (IN12) os valores de Guarani são metade
dos valores de Senador Firmino e da média estadual. Enquanto os indicadores de
perdas no faturamento de água (IN13) é o menor dentre os três valores
apresentados.
Para o índice de perdas lineares brutas (IN50), Guarani apresenta um valor
maior que o de Senador Firmino, mas menor que a média estadual.
Vale destacar que dentre os índices de perdas na distribuição de água (IN49),
o município de Guarani possui o menor índice entre os valores analisados. Nota-se
que este comportamento se repete para os índices de perdas por ligação de água
(IN51), onde o valor também é inferior.
Destaca-se que os índices de perda representados na Tabela 3.21 são os
dados apresentados ao Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento
(SNIS) e representam uma estimativa da perda de água do município cuja
representatividade não é condizente com a realidade do município, uma vez que
estes valores são consideravelmente maiores considerando que ao realizar as
visitas ao município de Guarani é visível o desperdício de água por parte da
população fazendo de uso de água consuntiva para lazer, por exemplo.
3.1.12 ANÁLISE CRÍTICA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
O serviço de abastecimento de água realizado pelo SAEG de Guarani,
autarquia municipal, atende toda a área urbana do município, porém é oscilante. O
sistema, utiliza majoritariamente poços tubulares profundos como fonte de
abastecimento de água, com exceção de dois poços sendo um artesiano e outro
semi-artesiano.
A água captada pelos 20 poços em atividade é bombeada até 11
reservatórios distribuídos pelo município, que são responsáveis pelo abastecimento
da rede de distribuição.
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Analisando a fragilidade e complexidade da estrutura de distribuição, nota-se
a falta de um estudo ou planejamento prévio para a implantação de uma rede de
abastecimento, o que fica evidente é a construção de vários pequenos sistemas
interligados construídos ao longo do tempo de acordo com a demanda. Tal
característica acarreta em déficits sequenciais de abastecimento em períodos de
estiagem ou quando as temperaturas se tornam elevadas e o consumo
consequentemente, aumenta, conforme o relato da população do município.
A deficiência encontrada no abastecimento de água se dá pela falta de
planejamento e estudo técnico. Nota-se no item 3.1.8 que trata dos sistemas de
abastecimentos individuais, que em sua maioria os reservatórios têm um déficit de
volume de água necessário para a demanda, e consequentemente isso acaba por
forçar um maior trabalho realizado pelos poços, ocasionando a fadiga do sistema
como um todo, forçando o sistema de abastecimento sempre trabalhar no limite de
sua capacidade, não abrindo margem para mitigação de eventuais imprevistos,
aumentando a possibilidade da escassez de água nos horários de pico ou até
mesmo o corte nos abastecimentos por problemas relacionados pelo sistema não
contar com uma reserva de emergência.
A existência de poços ligados diretamente à rede de abastecimento sem a
presença de um reservatório para regulagem de pressão podem provocar a
ocorrência de rompimento das tubulações.
Outro aspecto falho da manutenção do sistema de abastecimento de água é a
falta de tratamento e monitoramento da água fornecida a população de Guarani,
independentemente de sua proveniência, é de grande importância que passe por um
sistema de purificação – retirada de cor, turbidez, controle de pH, entre outros.
Além disto, a ausência de macro ou micromedições faz com que os índices
sejam estimados pela companhia responsável pelo abastecimento de água e
portanto, não se tem como saber de fato a quantidade de perdas no sistema, porém
se sabe que os índices são muito mais elevados que os estimados, uma vez que o
padrão de consumo da população de Guarani é extremamente elevado.
Durante as reuniões, mesmo que com baixa participação popular, foi possível
coletar relatos de que existem muitos desperdícios em Guarani, como a troca de
água em piscinas domiciliares, uso de água para manter a poeira das calçadas fixas
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no solo (e não dispersas no ar) e uso do recurso hídrico para amenizar as elevadas
temperaturas (irrigação dos telhados quentes para provocar o resfriamento das
casas). Outro questionamento constante da população foi a questão da ausência do
tratamento da água e a escassez de abastecimento em determinados períodos do
ano.
Analisando a macro estrutura do sistema de abastecimento instalado, vemos
que ele é um sistema precário desde a captação, distribuição e mensuração de
consumo (que não existe), até o momento, ano de 2013, não existe uma cobrança
pela quantidade de água utilizada, pela falta de hidrômetros, cada economia paga
uma tarifa de R$ 20,00 pelo uso. Esse valor, junto a grande taxa de inadimplência
torna o sistema altamente deficitário, ao contrário do que era estipulado pela Lei nº
075/2001, que visava a sustentabilidade do estabelecimento sem a utilização de
verbas provenientes da prefeitura.
3.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO
As diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de
saneamento básico estão estabelecidas pela Lei nº 11.405 de 2007, discorrendo
sobre a necessidade de universalização do acesso, da eficiência, segurança,
qualidade e sustentabilidade dos sistemas adotados.
Segundo a NBR/ABNT 8.160, o esgoto sanitário consiste no despejo
proveniente da água utilizada para fins higiênicos. Áreas urbanas, geralmente,
apresentam sistemas que captam efluentes domésticos, que caracterizam o esgoto
sanitário, por meio de ligações prediais, e os dão destino final através de tubulação,
canais e outras estruturas.
Como o destino final do esgoto doméstico, frequentemente são as águas
superficiais, é de suma importância que haja o tratamento adequado para o despejo
de tal efluente, uma vez que esse in natura apresenta características que causam
altos riscos à saúde humana e ambiental, principalmente por contaminação por
patógenos, entre outros compostos orgânicos e inorgânicos presentes no esgoto.
O que aponta também a necessidade de outros cuidados anteriores ao
momento do despejo do efluente doméstico, de modo a assegurar a qualidade do
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meio ambiente e proteger a população dos riscos patógenos e insalubres
associados às características do esgoto sanitário.
Em âmbito nacional, as legislações vigentes utilizadas para o gerenciamento
dos efluentes líquidos são: Resolução CONAMA no 357 de 17 de Março de 2005 e a
Resolução CONAMA no 430 de 13 de Maio de 2011. A primeira, além de classificar
os corpos hídricos superficiais, estabelece padrões para tratamento e lançamento de
efluentes líquidos, considerando também a qualificação do corpo receptor. A
segunda dispõe sobre tratamento e lançamento de efluentes, complementando e
alterando algumas diretrizes da CONAMA 357/05.
O município de Guarani, em sua área urbana dispõe de um sistema que capta
o esgoto sanitário por meio de ligações prediais, o efluente doméstico do município,
após captado é diretamente direcionado aos locais de despejo, os corpos hídricos
presentes no município, sem passar por nenhum tipo de tratamento e muitas vezes
a céu aberto.
3.2.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESGOTO GERADO EM GUARANI
No município de Guarani, o esgotamento sanitário é caracterizado pela
contribuição de efluentes domésticos, gerados pelas atividades de uso de água e
higiene decorrentes em residência, também pela contribuição dos efluentes
provenientes de grandes geradores, unidades que comportam grande quantidade de
pessoas, diariamente, como as escolas e hospital.
Em Guarani, há também os efluentes oriundos de atividades industriais e os
gerados na área rural.
A seguir, são descritos os diferentes tipos de efluentes gerados em Guarani:
Esgoto Doméstico Gerado na Área Urbana
Proveniente das atividades de higiene e limpeza que utilizam água. Segundo
Silva (2013), o esgoto doméstico tem em sua composição água (98% - 99,9%) e
sólidos (0,1% - 2%), a parcela sólida é formada por poluentes como: compostos
orgânicos e inorgânicos, sólidos dissolvidos, sólidos suspensos e micro-organismos.
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Em Guarani, o esgoto doméstico gerado na área urbana é gerenciado pela
autarquia municipal SAEG-Guarani, a qual se responsabiliza pela coleta e
destinação final de tal efluente.
De acordo com Tsutiya (2006), existem três tipos de sistemas de
esgotamento sanitário: o tipo unitário que, além de coletar esgoto sanitário também
coleta as água pluviais e as provenientes de infiltração; o separador parcial, modelo
que separa apenas uma parcela das águas da chuva, águas de pátios e calhas são
lançadas nas tubulações e; por fim, o separador absoluto, onde somente o esgoto
sanitário é encaminhado até a destinação final. No município de Guarani é utilizado
exclusivamente o sistema unitário.
Segundo o SAEG (2012), Guarani possui o total de 2.313 economias
residências ativas de esgoto. O censo do IBGE (2010) mostra que Guarani
apresenta o número de 3,16 habitantes por economias. Desta forma, pode-se
calcular a importância de 7.309 pessoas contemplados pelos sistemas de
esgotamento sanitário em 2010 – valor que corresponde a 84,26% da população da
época. Ao final do plano de saneamento segundo a Lei nº 11.445 de 2007, ao final
do cumprimento do plano 100% da população deve ser atendida por esse serviço.
A partir do consumo de água, pode-se estimar a demanda necessária para
que o esgotamento sanitário atenda a população de maneira geral até o ano de
2034, data em que se encerra o horizonte de planejamento elaborado em 2013
(segundo a Lei nº 11.445 de 2007). De acordo com as considerações feitas para o
cálculo de abastecimento de água e considerando o coeficiente de retorno de
esgotamento sanitário de 80% do consumo médio de água, conforme a NBR 9.649
de 1.986, chega-se a Tabela 3.22 – Projeção da demanda de esgoto no decorrer do
plano.
Tabela 3.22 – Projeção da demanda de esgoto no decorrer do plano
Projeção da Demanda de Esgotamento
Ano 2014 2024 2034
Consumo de Água (1.000 m³/ano) 1.435,62 1.489,50 1.543,39
Vazão de Esgoto Estimada (1.000 m³/ano) 1.148,50 1.191,60 1.234,71
Vazão de Esgoto Captada Pelo SAEG
(1.000 m³/ano) em 2012 908,00 908,00 908,00
Déficit de Captação de Esgoto (1.000 m³/ano) 240,50 283,60 326,71
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A tabela acima demonstra a capacidade volumétrica de esgotamento sanitário
projetado durante o horizonte do plano. Também, a partir de dados do SAEG (2012),
obtiveram-se os números referentes ao déficit do esgotamento necessários para que
o sistema contemplasse toda população. O dado de vazão coletada pelo sistema de
esgotamento municipal em 2012 foi mantido, para que assim, possa ser expresso,
em volume, a necessidade de ampliação da rede ao final do horizonte do PMSB.
Efluentes Gerados na Área Rural
Além do esgoto doméstico gerado nos domicílios da área rural, esta
localidade pode apresentar diferentes tipos de efluentes conforme as atividades
realizadas.
As atividades agrícolas, frequentemente utilizam fertilizantes e agrotóxicos,
produtos que afetam o efluente gerado, por apresentarem características como alto
teor de nutrientes (principalmente pela presença de nitrogênio e fósforo), e
toxicidade, em função dos agentes químicos presentes nos agrotóxicos. As
atividades de pecuária também geram efluente doméstico característico, em função
da grande quantidade de esterco animal.
As áreas rurais do município de Guarani não são contempladas pelos
serviços do SAEG, em tal localidade, os geradores que realizam o manejo de seus
efluentes, utilizam soluções individuais, por meio de sistemas como tanques sépticos
(fossas), sumidouros, entre outros.
Uma iniciativa pioneira muito interessante realizada no município é o Projeto
Água Viva, elaborado no distrito de Três Vendas, que tem como objetivo construir
tanques sépticos (fossas sépticas) biodigestores para o melhoramento da qualidade
de vida da população local.
A elaboração do projeto foi feita pelo Centro de Educação Ambiental do Povo
do Vale do Rio Pomba – CEAVARP, com a participação da empresa Brookfield
Energia Renovável S/A que prevê aporte financeiro entre o período de junho de
2013 e junho de 2014 e da prefeitura municipal.
O sistema individual de tanques sépticos biodigestores por ser visualizado
através da Figura 3.50.
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Figura 3.50 – Sistema Individual de Tratamento de Efluentes Fonte: CEAVARP.
Como mostra a Figura 3.50, o sistema consistem em um conjunto de três
tambores de 240 litros, colocados em série e ligados diretamente ao vaso sanitário.
A Figura 3.51 a seguir, demonstra a estrutura interna dos tambores,
possibilitando uma descrição técnica do processo de tratamento do efluente.
Figura 3.51 – Projeto Água Viva, Fossa Séptica Biodigestora. Fonte: CEAVARP.
Segundo o CEAVARP (2013), o sistema de tratamento utilizado conta com
dois tanques sépticos (fossas) e um filtro anaeróbio de fluxo ascendente ligados em
série, tal tratamento utiliza agentes biológicos para decomposição resultando em
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uma taxa de 90% de remoção, aproximadamente, a fim de tornar o efluente apto
para o lançamento segundo os padrões de lançamento exigidos pelas Resoluções:
CONAMA nº 357/2005 e CONAMA 430/2011.
Vale ressaltar que tais legislações para lançamento de efluentes requerem
atendimento a inúmeros parâmetros físicos, químicos e biológicos, tanto do efluente
a ser lançado quanto do corpo hídrico receptor.
Assim, deve-se avaliar qual a melhor forma de destinação final do efluente
que passa pelo tratamento desenvolvido pelo Projeto Água Viva, verificando a
viabilidade da realização do descarte direto do efluente, ou a adoção de outras
opções, como por exemplo: a implantação de um sumidouro ao final do sistema.
A prefeitura municipal de Guarani firmou o compromisso com o projeto
responsabilizando-se pela limpeza das fossas. A limpeza deve ocorrer a cada oito
meses e o lodo coletado deverá ser transformado em adubo orgânico, cuja aplicação
vem sendo estudada pelos elaboradores do projeto que será concluído em maio de
2014.
Efluentes Industriais
Os efluentes oriundos das atividades industriais apresentam características
variadas conforme a matéria prima e os processos utilizados na indústria. O
gerenciamento destes efluentes é de responsabilidade de seus respectivos
geradores, os quais devem atender os padrões estabelecidos pelas legislações
vigentes.
O município dispõe de um matadouro improvisado, que atua de maneira
incompatível as normas sanitárias, utilizado por diferentes açougueiros de Guarani,
esse estabelecimento fica localizado no perímetro urbano, em um terreno de
domínio da Prefeitura Municipal. No local, ocorre o abate de bovinos e suínos, o que
gera um efluente muito rico em matéria orgânica: sangue, vísceras, pele animal,
fezes, vômitos, entre outros.
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Figura 3.52 – Matadouro
Atualmente, no ano de 2013, o efluente gerado é a grande problemática, pois
é lançado diretamente no Rio Pomba. Uma iniciativa, perante a geração de resíduos
foi realizado em 2012, quando foi firmado um contrato entre o município e a empresa
Garra Subprodutos, desde então o material residual é coletado periodicamente pela
empresa.
3.2.2 REDE COLETORA
A área urbana de Guarani é completamente atendida pelos serviços de coleta
de esgoto sanitário desempenhados pelo SAEG do município.
A coleta de esgoto domiciliar ocorre através de ligações prediais, que
compõem o conjunto de dispositivos que interligam instalação predial de um edifício
às tubulações e canalizações, enterradas, que compõem a rede de esgoto
(enterrada) do município, e distribuem os efluentes coletados nas residências,
encaminhando-os para o seu destino final. A rede dispõe de Poços de Visita (PVs)
para os serviços de manutenção.
Segundo os dados registrados no SAEG (2012), em Guarani, são coletados
908.000 m³ de esgoto por ano. O município dispõe de 2.746 ligações prediais que
atendem 2.313 economias, ligadas à rede de esgoto do município que transporta o
efluente coletado ao seu destino final.
A Figura 3.53 apresenta o mapeamento da rede coletora de esgoto do
município de Guarani e seus Poços de Visita.
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Figura 3.53 – Rede Coletora de Esgoto do Município de Guarani.
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A Figura 3.54 mostra uma obra realizada no município de Guarani para
amplificação da rede coletora que compõe o sistema de esgotamento sanitário da
cidade.
Figura 3.54 – Obra de Extensão da Rede Coletora de Esgoto.
Como observado na Figura 3.54 para construção de canal enterrado para
coleta de esgoto, inicialmente há a escavação da área, para instalação do canal, e
posteriormente, executa-se a cobertura com parte do volume de solo retirado no
processo de escavação.
O município de Guarani não conta com infraestruturas de estação elevatória e
Estação de Tratamento de Esgoto – ETE. Os resíduos coletados são transportados
pela tubulação e canalização da rede de esgoto do município por gravidade, tendo
como destino final os corpos hídricos situados em cotas mais baixas: os rios e os
córregos localizados no município.
3.2.2.1 CARACTERÍSTICAS DAS TUBULAÇÕES QUE COMPÕEM A REDE COLETORA DE
ESGOTO
As tubulações que compõem a rede coletora de esgoto variam quanto o
material de construção e diâmetro, sendo diferenciadas entre tubulações de
cerâmica, manilhas e PVC em diâmetros que vão de 60mm a 150 mm.
As tubulações que compõem a rede também apresentam idades variadas.
Diversos fatores podem causar problemas na rede coletora de esgoto, como a
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ausência de planejamento, o desgaste das tubulações e picos de pressões, levando
ao rompimento em determinados pontos da rede coletora de esgoto. Segundo
relatos dos participantes das reuniões comunitárias no município de Guarani, há
odores extremamente fortes e constantes em alguns locais da cidade e até mesmo
no interior das residências, o que demonstra que as redes não estão funcionando de
forma exata.
A partir das informações fornecidas pelo SAEG (2013), elaborou-se o mapa
com os pontos de rompimento da rede coletora do município de Guarani, visualizado
por meio da Figura 3.55.
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Figura 3.55 – Pontos de Rompimento da Rede de Esgoto de Guarani.
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3.2.3 DESCARTE/LANÇAMENTO
Todo o esgoto domiciliar coletado em Guarani, em estado bruto (desprovido
de qualquer tipo de tratamento) é distribuído e transportado pela rede até seus locais
de descarte. Sendo os rios e os córregos os corpos receptores do lançamento de tal
efluente.
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Figura 3.56 – Pontos de Lançamento de Esgoto Sanitário.
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Ao observar a Figura 3.56, nota-se que a situação atual do sistema de
esgotamento sanitário em Guarani é muito crítica, uma vez que o esgoto é lançado
aos corpos hídricos em estado bruto, causando a degradação desses mananciais
hídricos, além de causar danos à qualidade ambiental e à saúde da população do
entorno.
Analisando o mapa com os pontos de lançamento de esgoto doméstico,
verifica-se que os poços situados mais próximos aos pontos de lançamento são:
Poço 05, Poço 07, Poço 11, Poço 18 e 20. A proximidade dos pontos de lançamento
de efluente com os poços de captação pode interferir negativamente na qualidade
das águas captadas em tais poços, uma vez que a localidade de descarte de esgoto
consiste na porção do corpo hídrico que recebe o efluente mais concentrado, logo
com maior carga orgânica e teores mais elevados de demais poluentes.
Além dos impactos ambientais negativos como odor, desequilíbrio ecológico e
riscos à saúde, causados diretamente no local de descarte do esgoto doméstico, os
sistemas de abastecimento que recebem as águas provenientes dos poços mais
próximos aos pontos de lançamento de esgoto sanitário também estão suscetíveis
aos riscos causados pela ingestão e uso de águas contaminadas. Como já descrito
no Item 3.1.8 os bairros abastecidos pelos Poços 05, 07, 11, 17, 18 e 20 são:
Cachoeira, Centro 01, Centro 02, Cidade Jardim, Nova Guarani e Pirapetinga.
Uma problemática associada ao descarte sem tratamento é a ocorrência de
transbordos desses corpos hídricos que recebem efluente não tratado, o que
ocasiona o contato direto da população e dos constituintes ambientais com a água
contaminada pelo esgoto domiciliar, dotado de potenciais patológicos e outras
características que expõem riscos à saúde e ao meio ambiente.
Analisando a Figura 3.57, verifica-se um fato muito preocupante, ao constar
que há despejo de efluentes no córrego próximo ao hospital. Tal situação apresenta
altos riscos, em vista das unidades de saúde serem locais com maior potenciais de
riscos infectocontagiosos, contaminantes, patológicos, tóxicos, reativos e
radioativos.
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Figura 3.57 – Lançamento de Efluente no Córrego do Sossego.
3.2.4 COMPANHIA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO
O SAEG é autarquia responsável por todo o serviço de esgotamento sanitário
no Guarani, por ser também responsabilizada pelos serviços de abastecimento de
água, suas características institucionais já foram apresentadas no item 3.1.1.
A análise financeira e o sistema de tarifação do serviço realizado para o
esgotamento sanitário do município também estão embutidos nos serviços de
abastecimento de água realizado pelo SAEG – Guarani.
3.2.5 ANÁLISE CRÍTICA DO SISTEMA
O município de Guarani dispõe de rede coletora com capacidade de atender
toda a população que reside na área urbana. No entanto, a rede apresenta algumas
falhas em função da ausência de planejamento: desconsideração do crescimento
populacional para dimensionamento pertinente à demanda, não capacidade para
suporte das variações de pressão e construção da rede em material propício.
Apesar de toda a população localizada na área urbana do município de
Guarani ser contemplada com os serviços de esgotamento sanitário, a ausência de
tratamento desse efluente coletado é uma deficiência que desencadeia muitos
outros problemas relacionados aos aspectos de saneamento do município.
Desta forma, o meio ambiente e a população local se encontram altamente
expostos aos riscos causados pelo contato com o esgoto não tratado.
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A poluição dos corpos hídricos superficiais tem como consequência o
desequilíbrio ecológico, por não permitir a vida de muitas espécies aquáticas, sendo
um ambiente propício ao desenvolvimento de animais, bactérias entre outros seres
vivos transmissores de doenças, e causadores de impactos ambientais negativos,
como odor desagradável e poluição visual.
Além do desequilíbrio ecológico, a degradação da qualidade das águas
nesses corpos superficiais inviabiliza sua condição de fonte de água para
abastecimento, também não possibilitando a pesca, a recreação, entre outras
atividades que a comunidade poderia desfrutar.
Os riscos de contaminação pelo descarte de esgoto não tratado não se
restringe só ao próprio local, uma vez que a carga poluidora é transportada pelo
fluxo dos corpos hídricos, além de percolar no subsolo, comprometendo a qualidade
das águas subterrâneas, as quais por sua vez são amplamente utilizadas no
município para abastecimento público.
Diagnosticou-se que grande parte dos bairros, da área urbana de Guarani, é
abastecida com águas oriundas de poços localizados muito próximos a pontos de
lançamento de esgoto doméstico, o que torna as águas utilizadas para o
abastecimento de tais bairros vulneráveis a contaminação, principalmente os bairros:
Cachoeira, Centro 01, Centro 02, Cidade Jardim, Nova Guarani e Pirapetinga, os
quais recebem de poços com maior proximidade dos pontos de lançamento de
efluentes.
Em relação à sustentabilidade do sistema de esgotamento sanitário no
município, verificou-se que há um projeto ainda não implantado, para construção de
uma estação de tratamento de esgoto. Quanto ao âmbito financeiro, o sistema de
esgotamento de esgoto não arrecada receitas para pagar o investimento e as
despesas de seu funcionamento, uma vez que o SAEG, companhia responsável por
tal setor, cobra tarifas apenas para o serviços de abastecimento de água, sendo as
despesas do esgotamento sanitário custeadas também pela tarifa de água e outros
recursos financeiros provenientes da prefeitura (característica que não atende o
principio da autossustentabilidade descrita na Política Nacional de Saneamento
Básico).
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3.3 LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
O setor do sistema de saneamento básico composto pelos serviços de
manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana tem como finalidade evitar e/ou
mitigar os impactos ambientais relacionados à poluição do meio ambiente causada
pelo acúmulo de material sólido (de origem natural ou antrópica) no meio físico, o
que gera desconforto, riscos à saúde e ao meio ambiente, além de comprometer a
harmonia paisagística.
A Lei Federal no 11.445, de 05 de Janeiro de 2007, em seu Capítulo I, Art. 3o,
considera como Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos o conjunto de
atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,
transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da
varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;
Os resíduos sólidos têm como amparo legal, em maior nível hierárquico a
Política Nacional dos Resíduos Sólidos instituída pela Lei no 12.305, de 2 de Agosto
de 2010, em seu Capítulo II, Art 3o, XVI, define como resíduo sólido: “material,
substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em
sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está
obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos
em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica
ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível”.
O Estado de Minas Gerais tem seu amparo a respeito dos resíduos sólidos,
na Lei no 18.031, de 12 de Janeiro de 2009, que institui sua Política Estadual dos
Resíduos Sólidos. Esta é fundamentada na gestão integrada, participativa e
descentralizada no que se refere ao manejo dos resíduos sólidos e limpeza urbana,
e foi publicada antes da Política Nacional instituída na Lei Federal no 11.445 de
2007, a qual apresenta considerações e diretrizes semelhantes.
Até 2013 não existia Plano de Gestão de Resíduos Sólidos para o município
de Guarani. Porém, o Código de Obras Municipal, Artigo 26, faz menção a proibição
da disposição de entulhos ou outros restos de obras fora dos locais especificados
pela prefeitura.
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Com a elaboração do PMSB que contempla o planejamento do setor de
saneamento composto pelos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos
sólidos, o município de Guarani convalida a exigência legais de elaboração do Plano
de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos Municipais, conforme o Decreto Federal
no 7.217 de 2010.
Em Guarani, a prefeitura municipal é administração responsável pelos
serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. Este sistema é composto
por coleta, transporte e destinação final de resíduos domiciliares, varrição e limpeza
dos logradouros, poda urbana e manejo de entulho.
3.3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
A classificação dos resíduos sólidos realizada pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), em sua Norma Brasileira - NBR 10.004 de 2004, admite
as características associadas à natureza física do resíduo (seco e molhado), sua
origem (conhecida e desconhecida) sua composição química (matéria orgânica e
inorgânica), como também pelos riscos potenciais à saúde e ao meio ambiente
(perigoso, não-inerte e inerte).
Para classificação conforme os riscos potenciais dos resíduos, a NBR
10.004/2004 estabelece uma metodologia de fluxograma que avalia o conhecimento
da origem do resíduo, além de suas características físicas, químicas e biológicas,
levando ao enquadramento dos resíduos sólidos nas seguintes classes: Classe I –
Resíduos Perigosos, Classe II – Resíduos Não-Perigosos.
A Classe I, dos resíduos perigosos, abrange os resíduos que apresentam em
sua composição propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosa, podendo
apresentar assim, risco à saúde pública e que de alguma maneira contribuem para
um aumento tanto da mortalidade quanto da incidência de doenças ligadas à
proliferação de agentes transmissores como moscas, ratos, mosquitos, baratas,
entre outros, quanto na incidência de riscos ambientais, formação de fumaças e
líquidos (chorume) que poluem o ar, a água e o solo.
A Classe II compreende os resíduos considerados como Não-Perigosos,
sendo tal categoria subdividida em Classe II A: Resíduos Não-Inertes; e Classe II B:
Resíduos Inertes. Os resíduos Não-Inertes podem apresentar propriedades como
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combustibilidade, biodegradabilidade e solubilidade em água. Já os Inertes são os
resíduos que ao serem dissolvidos apresentam concentrações abaixo dos padrões
de potabilidade, quando exposto a testes de solubilidade em água destilada,
excetuando-se aqui, aspectos como cor, turbidez e sabor.
Os resíduos sólidos também podem ser classificados quanto ao tipo de sua
origem (D’Almeida & Vilhena, 2000):
Domiciliar: é aquele originário na vida diária das residências, na própria
vivência das pessoas. O lixo domiciliar pode conter qualquer material
descartado, de natureza química ou biológica, que possa por em risco a
saúde da população e o ambiente. Dentre os vários tipos de resíduos, os
domiciliares representam sério problema, tanto pela sua quantidade gerada
diariamente quanto pelo crescimento urbano desordenado e acelerado. Ele é
constituído principalmente por restos de alimentos, produtos deteriorados,
jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas
descartáveis e uma grande diversidade de outros itens;
Comercial: é oriundo dos estabelecimentos comerciais, tais como,
supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes etc. O
lixo destes estabelecimentos tem forte componente de papel, plásticos,
embalagens diversas e resíduos resultantes dos processos de higiene dos
funcionários, tais como, papéis toalha, papel higiênico etc.;
Público: oriundo dos serviços de limpeza pública, incluindo os resíduos de
varrição de vias públicas e logradouros, podas arbóreas, feiras livres, corpos
de animais, bem como da limpeza de galerias e bocas de lobo, córregos e
terrenos;
Serviços de Saúde: resíduos sépticos, que contém ou podem conter germes
patogênicos, oriundos de hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas
veterinárias, postos de saúde etc. Composto por agulhas, seringas, gazes,
bandagens, algodões, órgãos ou tecidos removidos, meios de culturas e
animais utilizados em testes científicos, sangue coagulado, remédios com
prazo de validade vencido etc;
Portos, Aeroportos e Terminais Rodoviários e Ferroviários: resíduos que
também podem potencialmente conter germes patogênicos oriundos de
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outras localidades (cidades, estados, países) e que são trazidos a estes
através de materiais utilizados para higiene e restos de alimentação que
podem ocasionar doenças. Os resíduos assépticos destes locais, neste caso
também são semelhantes aos resíduos domiciliares desde que coletados
separadamente e não entrem em contato direto com os resíduos sépticos;
Industrial: oriundo de diversos segmentos industriais (indústria química,
metalúrgica, de papel, alimentícia etc.), este tipo de resíduo pode ser
composto por diversas substâncias, tais como cinzas, lodo, óleos, ácidos,
plásticos, papéis, madeiras, fibras, borrachas, tóxicos etc. É nesta
classificação segundo a origem que se enquadra a maioria dos resíduos
Classe I - perigosos (NBR 10.004). Normalmente, representam risco
ambiental;
Agropecuário: oriundos das atividades agropecuárias, como embalagens de
adubos, defensivos e rações, tais resíduos recebem destaque pelo alto
número em que são gerados, destacando-se, as enormes quantidades de
esterco animais gerados nas fazendas de pecuária extensiva;
Entulho: são os resíduos da construção civil, oriundos de demolições e restos
de obras, bem como solos de escavações etc., geralmente material inerte,
passível de reaproveitamento, porém, geralmente contém materiais que
podem lhe conferir toxicidade, como restos de tintas e solventes, peças de
amianto e diversos metais.~
Com relação ao gerenciamento dos resíduos descritos, a prefeitura é
responsável pelos resíduos domiciliares, comerciais (gerados em pequenas
quantidades) e públicos, além de definir os limites de geração de resíduos sólidos
para pequeno e grande gerador. Os demais resíduos são de responsabilidade do
gerador.
3.3.2 RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NO MUNICÍPIO
No município de Guarani-MG, os resíduos sólidos produzidos são de origem
pública e privada, com relação à fonte de procedência, os resíduos gerados na
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cidade se distribuem nas seguintes classes: domiciliar, comercial, de resíduos de
saúde, industrial, de atividade agropecuária e entulho.
A Lei Federal 11.554/07, bem como a Lei Estadual 18.031/09, em seu
Capítulo IV, Art. 11, atribui ao Poder Público Municipal, a responsabilidade sobre
organização e o gerenciamento dos sistemas de segregação, acondicionamento,
armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos
sólidos domiciliares.
Desta forma, em Guarani, o manejo dos resíduos sólidos gerados no
município, bem como os serviços de limpeza urbana são de responsabilidade da
Secretaria de Obras, mais especificamente o da Diretoria de Meio Ambiente, setores
administrados Prefeitura Municipal de Guarani.
Segundo, os dados fornecidos pela Prefeitura Municipal de Guarani, para os
três primeiros trimestres de 2013, a geração per capita de resíduos domiciliar no
município é de aproximadamente 0,334 kg/dia por pessoa.
Os resíduos domiciliares gerados em Guarani e coletados pelo serviço
municipal são divididos em três grupos: reciclável, matéria orgânica e rejeito. A
separação nessas três classes leva em consideração a composição da matéria e as
características do seu ciclo de vida. Sendo:
Recicláveis: também denominados de resíduo seco, são materiais que após
sofrerem modificações físicas ou químicas podem ser reaproveitados no ciclo
produtivo, sendo reaproveitados como matéria-prima para outros materiais ou
incorporando outras finalidades. Grupo que insere: papel e papelão, vidro,
plástico, metal, entre outros.
Matéria Orgânica: apresenta composição de origem animal ou vegetal. Os
resíduos orgânicos, ou resíduos molhados, consistem em matéria que após o
tratamento adequado, podem retornar ao ciclo produtivo em forma energética,
fonte de nutrientes para o solo (adubo orgânico), entre outras aplicações. São
enquadrados em tal grupo: restos de alimentos, galhos, folhas, estruturas
vegetais, membros, órgãos, vísceras, dejetos animais, entre outros.
Rejeito: os resíduos sólidos que, depois de esgotadas as possibilidades de
tratamento e recuperação por processos tecnológicos viáveis econômica e
ambientalmente, destinem-se a disposição final ambientalmente adequada.
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Como guardanapo, papel higiênico, absorventes e fraldas após serem
utilizados.
Nos primeiros trimestres de 2013, os resíduos sólidos, coletados a domicílio,
pelo serviço municipal, foram registrados, conforme apresentado na Tabela 3.23.
Tabela 3.23 – Composição dos Resíduos Sólidos Domiciliares Coletados em Guarani -
MG
RECICLÁVEIS (Kg) Matéria
Orgânica (Kg)
Rejeitos Aterro (Kg)
TOTAL (Kg)
ANO 2013 Papel e Papelão Vidro Plástico Metal Outros
Janeiro 7.867 1.098 8.099 1.370 423 21.000 33.066 72.923
Fevereiro 5.042 1.159 6.063 1.021 750 14.750 24.360 53.145
Março 5.221 1.300 6.933 1.095 580 25.950 27.413 68.492
Abril 4.795 1.891 8.097 1.084 548 31.950 29.540 77.905
Maio 3.811 1.403 7.027 1.179 626 36.250 30.604 80.900
Junho 3.527 1.098 5.017 790 425 29.700 23.016 63.573
Julho 4.244 1.464 6.262 1.125 - 28.150 28980 70.225
Agosto 5.397 1.464 8.034 1.118 - 23.700 28.028 67.741
Setembro 3.908 1.098 6.059 898 - 26.300 27.608 65.871
TOTAL 43.812 11.975 61.591 9.680 3.352 237.750 252.615 620.775
Fonte: Prefeitura de Guarani, 2013.
Observando a Tabela 3.23, nota-se que de janeiro a setembro de 2013, o mês
que produziu maior quantidade total de resíduos domiciliares foi maio, enquanto o
mês em que foi constatada menor quantidade de resíduos domiciliares foi fevereiro.
Por meio dos dados contidos na Tabela 3.23, constou-se a distribuição nas
seguintes proporções: 20,8% de recicláveis, 38,4% de matéria orgânica e 40,8%.
Os geradores de resíduos provenientes dos serviços de saúde, indústria e
construção civil são aqueles sujeitos à elaboração de planos de gerenciamento
específico, devido à quantidade e características especiais dos resíduos gerados em
suas respectivas atividades.
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LOGÍSTICA REVERSA
A Política Estadual dos Resíduos Sólidos, em seu Capítulo I, Art. 4o, XIV faz
referência à logística reversa, como o conjunto de ações e procedimentos
destinados a facilitar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos aos geradores,
para que sejam tratados ou reaproveitados em seu próprio ciclo produtivo ou no ciclo
produtivo de outros produtos.
A aplicação da logística reversa no manejo dos resíduos sólidos é voltada ao
fluxo de produtos e embalagens e outros materiais, esses são encaminhados do
ponto de consumo até o local de origem, onde recebem o tratamento necessário
para retornar ao fluxo de utilização.
São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA, do SNVS e do SUASA, ou em normas técnicas; II - pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
(Lei Federal 12.305, Capítulo III, Art. 33).
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos também define acordo setorial o
ato de natureza contratual firmado entre o Poder Público e fabricantes,
importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto, de modo a incentivar
a gestão integrada na adoção de sistemas de logística reversa.
Em Guarani, não há evidências que comprovem a existência dos acordos
setoriais, e consequentemente, a ocorrência de funcionamento de sistemas de
logística reversa para os produtos citados no Art. 33 da Política Nacional dos
Resíduos Sólidos. O município conta apenas com a coleta seletiva dos resíduos
recicláveis e um programa de recolhimento do óleo de cozinha (vegetal) para o
reaproveitamento como matéria-prima na produção de sabão pastoso e biodiesel.
Tais programas serão mais detalhados, posteriormente, no 3.3.5.2.
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3.3.3 LIMPEZA URBANA
O Código de Postura do Município de Guarani, em seu Art. 21 atribui à
Prefeitura em fiscalizar e zelar pela limpeza das vias e logradouros. Esta norma se
encontra em conformidade em Guarani, uma vez que os serviços de limpeza urbana
são administrados pela Prefeitura Municipal.
Os serviços de limpeza urbana do município Guarani são: varrição, capina e
roçagem, poda e corte de árvores, limpeza de bocas-de-lobo e de obstrução das
galerias e manejo de entulho, esses também são administrados pela prefeitura, e
são encaminhados na área de localização da Usina de Triagem e Compostagem.
As características específicas de cada componente do setor de limpeza
urbana são descritas nos tópicos a seguir:
Varrição: A Prefeitura Municipal de Guarani emprega 15 funcionários que
atuam, diariamente, varrendo as ruas da cidade. O serviço de varrição é
distribuído na área urbana, de modo que cada bairro conta com a atividade de
um varredor, com a exceção dos bairros Bela Vista e Nova Guarani que
contam com a atuação de dois varredores. Os funcionários da varrição usam
uniforme, luvas e calçados fechados como EPIs, e para auxiliar no trabalho
utilizam vassoura e pá. Os resíduos da varrição são acumulados em locais
específicos de cada bairro, onde são posteriormente coletados pelo trator da
prefeitura, e encaminhados a um terreno próximo à Usina de Triagem e
Compostagem. Por ser, basicamente, formado por matéria orgânica, a
destinação final desse resíduo é o processo de compostagem.
Capina e Roçagem: é feita com a utilização de herbicida a base de glifosato,
substância que, mesmo em pequenas quantidades, pode ser nocivo à saúde.
Poda e Corte de Árvores: estas atividades são realizadas pela mesma equipe
que efetua a varrição. De acordo com a demanda, ocorre a formação da
equipe que efetuará o trabalho. Os resíduos gerados são levados até um local
próximo a Usina de Triagem e Compostagem e enterrados, posteriormente
ocorre o plantio de árvores sobre esse local.
Limpeza de Boca de Lobo e de Obstrução das Galerias: este serviço ocorre
com uma frequência semestral em toda a cidade.
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Entulho: No Código de Obras do município, no Artigo 26, existe uma
legislação específica que trata a respeito: Segundo a legislação é proibido o
descarte de entulhos em outros locais, se não os especificados pela
prefeitura. Quando esse resíduo é gerado, o cidadão faz o pedido na
prefeitura para que o material seja coletado, em seguida um caminhão coleta
o material, leva até a usina de triagem e de acordo com suas propriedades é
feita a sua destinação final: os materiais granulares são utilizados para
melhoria de estradas rurais e os de grande porte são armazenados, sendo
parte encaminhada a vala. A falta de um triturador na usina, inviabiliza o
encaminhamento dos resíduos de grande porte à compostagem. Não há a
cobrança pelo serviço de coleta dos Resíduos Sólidos da Construção Civil -
RSCC, mesmo sendo estipulado pelo decreto municipal nº 002/2013 o valor
de R$ 28,40 por caminhão.
3.3.4 COLETA E TRANSPORTE
A coleta dos resíduos sólidos é efetuada por meio de um caminhão aberto,
conta com no mínimo três coletores, em regiões ou períodos de maiores demanda
são utilizados quatro coletores. O trabalho de coleta é realizado todos os dias e em
todos os bairros urbanos do munícipio das 07:00 horas às 17:00 horas, as vezes há
necessidade de hora extra.
A área contemplada com o serviço de coleta dos resíduos domiciliares é
apresentada na Figura 3.58.
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Figura 3.58 – Área Contemplada pela de Coleta de Resíduos Sólidos em Guarani
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O transporte de resíduos sólidos urbanos deve estar em conformidade NBR
13.221. Um bom veículo coletor deve apresentar as seguintes características: não
permitir derramamento de lixo e chorume em vias públicas; apresentar boa taxa de
compactação volumétrica (pelo menos 3:1); altura de carregamento apropriada (na
linha da cintura dos garis, no máximo 1,20 m); possuir carregamento,
preferencialmente, traseiro; local para transporte dos garis; sistemas de descarga
rápida; capacidade adequada para o menor número de viagens.
A Figura 3.59 apresenta o caminhão utilizado pelo serviço municipal de coleta
de resíduos domiciliares.
Figura 3.59 – Caminhão utilizado para coleta de resíduo domiciliar em Guarani.
Como observado na Figura 3.59, o veículo utilizado para a coleta dos
resíduos a domicílio não apresenta as características adequadas, visto que a
caçamba apresenta um aparato técnico improvisado para o transporte de maiores
volumes, a altura também se mostra inadequada ergonomicamente para os garis e
não apresenta sistema mecanizado de compactação dos resíduos.
Existe uma logística de coleta que atende todos os bairros da área urbana do
município de Guarani, ponderando o tipo de material coletado, sendo que às
segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras é recolhido apenas o material
orgânico e às terças-feiras e quintas-feiras o material reciclável. Tal logística é
apresentada Tabela 3.24.
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Tabela 3.24 – Frequência Semanal de Coleta de Resíduos Sólidos nos Bairros da Área Urbana
Tipo de Resíduo Coletado SEG TER QUA QUI SEX
Matéria Orgânica e Rejeito X X X
Recicláveis X X
Além dos 04 que trabalham na coleta urbana de resíduos a usina conta com
mais 11 pessoas, 08 trabalham na triagem, 01 motorista – responsável por levar os
trabalhadores até a usina e nos períodos vagos também trabalha na triagem, 01
responsável pela manutenção geral e 01 encarregado geral, ambos também
colaboram na triagem quando não incumbidos de outras tarefas.
Para auxiliar nas tarefas diárias esses colaboradores possuem os seguintes
materiais: 01 veículo de transporte coletivo com capacidade de 12 pessoas, 01
esteira, 01 prensa, 01 empilhadeira, 01 balança digital e 01 funil.
Todos os funcionários que trabalham conjuntamente no manejo dos resíduos
sólidos são pagos diretamente pela Prefeitura Municipal de Guarani. Ressalta-se
que é importante a desvinculação dos funcionários da Prefeitura e assim, realizar o
estabelecimento de uma organização própria, como a criação de associações ou
cooperativas, por exemplo.
A instituição das cooperativas ou associações, além de garantirem o
cumprimento da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, também tem por vantagem
a aquisição de recursos para financiamentos em editais federais, como da própria
FUNASA, o uso das cooperativas/associações para estabelecimento de convênios
com indústrias (realizando por exemplo, a venda direta sem precisar de
intermediadores), além de que as associações são independentes, ou seja, são
dotadas de autonomia jurídica.
3.3.5 USINA DE TRIAGEM E COMPOSTAGEM
Os resíduos domiciliares urbanos coletados são encaminhados à Usina de
Triagem e Compostagem de Guarani (UTCG), localizada na Estrada
Guarani/Barcas, 90, no bairro do Sossego, distando 2.800 metros do centro da
cidade. Esta unidade é administrada pela Prefeitura Municipal de Guarani e possui
Autorização Ambiental, a qual permite seu funcionamento, concedida pela Secretaria
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de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMAD de Minas
Gerais, em dezembro de 2009.
Na usina são recebidos os resíduos sólidos (orgânicos, recicláveis e rejeitos)
provenientes da coleta municipal os quais são recepcionados, pesados em balança
digital e encaminhados ao pátio de triagem, e posteriormente são encaminhados
para tratamento e disposição final.
Após passarem pela recepção e pesagem, os resíduos são transferidos numa
esteira onde os funcionários, devidamente trajados com equipamentos de proteção
individual, realizam a triagem: abrem os sacos plásticos que acondicionam os
resíduos sólidos e os separam em orgânico, reciclável e rejeito.
A Figura 3.60 apresenta o processo de triagem, realizado na Usina de
Triagem e Compostagem do município.
Figura 3.60 – Esteira de Triagem.
Os resíduos sólidos orgânicos que passaram pelo processo de triagem são
encaminhados ao pátio de compostagem, situado no terreno da usina, onde será
adicionado o resíduo de capina (gramíneas e folhas), montadas as leiras e inicia-se
o processo de cura, resultando em compostos orgânicos que são revendidos.
Já os resíduos recicláveis separados são armazenados e vendidos, conforme
a pesagem que é adquirida. Por fim, os resíduos considerados como rejeito são
dispostos na área de disposição final, o qual adota sistema de valas recobertas.
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No mesmo terreno da Usina de Triagem, são dispostos os Resíduos de
Construção Civil e os Resíduos de Poda, além de armazenados temporariamente os
Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde.
Os resíduos de construção civil são coletados por um caminhão administrado
pela prefeitura de Guarani, especificamente a Secretaria de Infraestrutura e
Urbanismo, bem como a Diretoria do Meio Ambiente, e são coletados conforme
solicitação do gerador à Prefeitura. Os resíduos de construção civil são
armazenados para posterior disposição final: trituração (geração de cascalho para
estradas rurais) ou aterramento.
Quantos aos Resíduos de Poda, estes são gerados pelos serviços de limpeza
pública que realiza a manutenção dos locais públicos e dos logradouros. Pela
ausência de um triturador na Usina, a poda é disposta diretamente em valas, que
são recobertas após preenchidas, e sobre as áreas recobertas há o plantio de
árvores.
Os resíduos sólidos de serviço de saúde são gerados pelas unidades de
saúde do município, sejam de caráter privado ou público. Tais resíduos são
coletados semanalmente por um caminhão da prefeitura e são armazenados em um
abrigo localizado na Usina. O tratamento destes resíduos é terceirizado pela
Prefeitura Municipal de Guarani pela SERQUIP-MG (empresa especializada em
gerenciamento desta tipologia de resíduos). A SERQUIP-MG com um caminhão
furgão da própria empresa busca e encaminha tais resíduos de forma adequada.
Na Figura 3.61 está o mapa da localização das áreas de disposição final de
alguns tipos de resíduos sólidos e a configuração da área do terreno em que se
encontra a Usina de Compostagem, bem como as suas diversas unidades de
gerenciamento de resíduos sólidos.
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Figura 3.61 – Sistemas Localizados na Usina de Triagem e Compostagem.
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Nos tópicos a seguir, serão descritas detalhadamente as atividades
desenvolvidas na UTCG.
3.3.5.1 COMPOSTAGEM
O processo de compostagem dos resíduos orgânicos ocorre em leiras
localizadas no pátio destinado a tal atividade. As leiras de compostagem são feitas
em camadas que alternam conforme o tipo de material. Após montadas as leiras, há
a decomposição da matéria orgânica, devido à atividade dos microrganismos
atuantes nos resíduos, o que leva à redução do volume da leira, descaracterização
dos resíduos que compõem suas camadas, e se o processo for bem sucedido, há a
formação de um novo composto, o qual em características apropriadas pode ser
utilizado como adubo para plantas e outros vegetais não comestíveis.
Através da Figura 3.62, pode-se observar a organização das leiras dispostas
no pátio de compostagem da usina.
Figura 3.62 – Pátio de Compostagem
O corpo operacional de tal usina é composto por: 04 funcionários na triagem
que também trabalham na coleta urbana de resíduos, 08 operantes exclusivos da
triagem, 01 motorista – responsável por levar os trabalhadores até a usina e nos
períodos vagos também trabalha na triagem, 01 responsável pela manutenção geral
e 01 encarregado geral, ambos também colaboram na triagem quando não
incumbidos de outras tarefas.
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Para auxiliar nas tarefas diárias esses colaboradores possuem os seguintes
materiais: 01 veículo de transporte coletivo com capacidade de 12 pessoas, 01
esteira, 01 prensa, 01 empilhadeira, 01 balança digital e 01 funil.
3.3.5.2 RECICLAGEM
A Lei Estadual 18.031/2009, em seu Art. 9o, III, atribui ao poder público, a
responsabilidade em fomentar a implantação da coleta seletiva e a instituição da
logística reversa.
Em Guarani, a coleta seletiva é realizada desde 2001 (ano que foi concedida
a Licença de Operação), quando foi autorizado o funcionamento da Usina de
Triagem e Compostagem do município. Como já descrito, a coleta seletiva é
realizada pelo serviço municipal o qual realiza a coleta, separadamente, alternando
os dias em que se coleta o resíduo “molhado” (não reciclável), e os dias em que se
coleta o resíduo “seco” (reciclável).
O processo de segregação dos materiais coletados pelo serviço municipal é
feita na Usina de Triagem e Compostagem de Guarani. Após a triagem e
classificação os materiais recicláveis são pesados, prensados e armazenados.
Embora o processo de triagem ocorra em local com cobertura, grande parte dos
resíduos separados é estocada em locais a céu aberto.
Os resíduos recicláveis, selecionados na esteira de triagem, são novamente
separados nos seguintes grupos: papel, papelão, vidro, plásticos, metais e outros.
Tal metodologia de seleção está relacionada com a forma em que esses produtos
são comercializados.
A Figura 3.63 apresenta a disposição temporária dos resíduos vítreos num
espaço localizado na Usina de Triagem e Compostagem de Guarani.
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Figura 3.63 – Local de armazenamento temporário dos resíduos vítreos.
Através da Figura 3.63 é possível constar o armazenamento dos resíduos
recicláveis de vidro. A disposição de tais materiais, em sua armazenagem
temporária, deixa-os expostos aos efeitos climáticos, principalmente a chuva, que
pode acarreta em riscos de atrair vetores, como mosquito da dengue. Observa-se
também a presença de outros tipos de materiais, como as latas de tinta, misturados
com os resíduos vítreos.
A Figura 3.64 mostra o abrigo temporário de resíduos plásticos e papelão. Tal
armazenagem também se encontra localizada na área da Usina de Triagem do
município.
Figura 3.64 – Armazenamento temporário de Resíduos Plásticos e Papelão
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Os resíduos recicláveis (exceto os vítreos) são armazenados em tambores
(metálicos ou de PVC), localizados em área coberta, como apresentado na Figura
3.64. Os resíduos permanecem em tais recipientes até serem encaminhados à
prensa localizada a lado da esteira de triagem.
A Figura 3.65 mostra o processo de prensagem dos resíduos recicláveis
separados na usina.
Figura 3.65 – Processo de Prensagem
Como mostrado na Figura 3.65, o processo de prensagem dos resíduos
recicláveis requer a mão-de-obra de um dos funcionários da usina, o qual transfere
os resíduos armazenados nos tambores até a prensa.
Após serem prensados, os resíduos são agrupados e envolvidos por tiras que
contém os grupos de resíduos recicláveis prontos para serem comercializados.
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Figura 3.66 – Resíduos Recicláveis Prensados
Os materiais recicláveis separados e armazenados na usina voltam ao ciclo
produtivo ao serem comercializados por com compradores, geralmente pessoas
físicas de cidades vizinhas, como Juiz de Fora, que buscam materiais recicláveis
específicos, a fim de utilizá-los em suas atividades como matéria-prima ou incorporá-
los para outras finalidades.
3.3.5.3 ÁREA DE DISPOSIÇÃO FINAL DOS REJEITOS
Após passar pelo processo de coleta, transporte e triagem, sendo que parte
dos resíduos triados é caracterizada como rejeito. Esse material que não é passivo
de tratamento recebe sua destinação final em valas. A operacionalização da
disposição final do rejeito é realizada pela prefeitura, e está localizado dentro da
área destinada à usina de triagem e reciclagem.
O local empregado para suporte das valas, pertencente ao terreno da Usina
de Triagem e Compostagem, tem área útil de 1.792 m². As valas são cobertas e
compactadas em média a cada duas vezes por semana, uma vez que ela não
dispõe integralmente de uma máquina para operação das valas. Após a vala ser
preenchida até seu limite de capacidade volumétrica, esta é revegetada.
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A Figura 3.67 apresenta uma vala de rejeito aberta, a qual se encontra em
atividade, ou seja, recebendo os rejeitos separados na triagem, estágio prévio ao
aterramento.
Figura 3.67 – Vala de Rejeito em atividade.
Apesar de um bom sistema operacional de coleta, a área de disposição final
dos resíduos sólidos não atende as condições legais impostas, não contando com
revestimento geosintético, tampouco com dreno de gases e águas pluviais.
Permitindo a percolação de chorume, gerando um passivo ambiental, uma vez que a
área se encontra fortemente vulnerável à contaminação do solo e do lençol freático.
A cobrança legal para a implantação dos aterros sanitários está disposta na
Lei nº 12.305 de 2 de Agosto de 2010, e dá como limite máximo para o comprimento
4 anos, após essa data a contratação de novos projetos e a captação de recursos
junto ao governo federal será impossibilitada para quem não estiver enquadrado
dentro dessa lei.
O município de Guarani não apresenta um sistema de aterro sanitário para
disposição final dos rejeitos. No entanto a sua implantação vem sendo estudada
pela administração responsabilizada pelo manejo dos resíduos gerados no
município, a fim de atender a legislação vigente, uma vez que a vida útil da área de
disposição final está chegando ao fim.
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3.3.6 RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE
Os Resíduos de Serviço de Saúde – RSSS, também conhecidos como “lixo
hospitalar”, são os que provêm atividades médicas, ou qualquer atividade de
atendimento humano e animal, como os resíduos gerados em: hospitais, postos e
unidades de saúde, farmácias, consultórios odontológicos, clínicas veterinárias,
estúdios de tatuagem, necrotérios, funerárias, entre outros.
Para direcionar o manejo e gestão dos RSSS, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), estabeleceu em sua Resolução da Diretoria
Colegiada RDC n° 306 de 7 de Dezembro de 2004, que dispõe sobre o
Regulamento Técnico para o Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, e
atribui a responsabilidade de elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos
de Serviço de Saúde - PGRSSS aos próprios geradores de tais resíduos.
Atualmente, além da fundamentação embasada na RDC ANVISA n°306/04, a
elaboração dos PGRSSS deve ser também seguir as diretrizes estabelecida
Resolução CONAMA 358 de 29 de Abril de 2005 que dispõe sobre o tratamento e a
disposição dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. Esta
legislação enfatiza a responsabilidade dos geradores de resíduos de serviço de
saúde em gerenciar seus respectivos resíduos desde a geração até a disposição
final, atendendo aos requisitos ambientais e de saúde pública e ocupacional.
Em relação à classificação dos resíduos de saúde, ambas as resoluções RDC
ANVISA nº. 306/2004 e CONAMA 358/2005 classificam os RSSS em 5 grupos: A, B,
C, D e E, estes são descritos a seguir:
Grupo A: engloba os componentes com possível presença de agentes
biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem
apresentar risco de infecção. Exemplos: placas e lâminas de laboratório, carcaças,
peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais contendo sangue,
dentre outras;
Grupo B: contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde
pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Exemplos: medicamentos
apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais pesados, dentre
outros;
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Grupo C: quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que
contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação
especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, como
por exemplo, serviços de medicina nuclear e radioterapia etc.;
Grupo D: não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou
ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Exemplos:
sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas administrativas
etc.;
Grupo E: materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como lâminas de
barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi,
lancetas, espátulas e outros similares (ANVISA, 2006).
Em Guarani, os geradores de resíduos de serviço de saúde ainda não
desenvolveram PGRSSS, no entanto, o serviço municipal responsável pela coleta de
resíduos sólidos domiciliares se encarrega também de coletar o “lixo hospitalar”.
Os resíduos de serviço de saúde gerados no Hospital Municipal Dr. Armando
Xavier Vieira são armazenados em local com características de abrigo reduzido,
opção definida pela NBR 12.809 para estabelecimentos geradores cuja produção
semanal de RSSS não excede 700 L e cuja produção diária não excede 150 L.
A NBR 12.809 estabelece ser exclusivo para guarda temporária de RSSS,
devidamente acondicionado sem recipientes;
Ter piso, paredes, porta e teto de material liso, impermeável, lavável,
resistente ao impacto;
Ter ventilação mínima de duas aberturas de 10 cm x 20 cm cada (localizadas
uma a 20 cm do piso e outra a 20 cm do teto), abrindo para a área externa. A
critério da autoridade sanitária, essas aberturas podem dar para áreas
internas do estabelecimento;
Ter piso com caimento mínimo de 2% para o lado oposto à entrada, sendo
recomendada a instalação de ralo sifonado ligado a rede de esgoto sanitário;
Ter identificação na porta com o símbolo de acordo com o tipo de resíduo
armazenado;
Ter localização tal que não abra diretamente para áreas de permanência de
pessoas, dando-se preferência aos locais de fácil acesso a coleta externa.
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A Figura 3.68 mostra o exterior do abrigo de resíduos de serviço de saúde
gerado no Hospital Armando Xavier Vieira.
Figura 3.68 – Exterior do Abrigo de RSSS do Hospital Municipal
Ao observar a Figura 3.68, nota-se que a obra apresenta as dimensões de um
abrigo reduzido.
A Figura 3.69 permite a visualização da área interna do abrigo reduzido do
hospital municipal.
Figura 3.69 – Interior do Abrigo de RSSS do Hospital Municipal (Teto).
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Figura 3.70 – Interior do Abrigo de RSSS do Hospital Municipal (Piso).
Analisando a Figura 3.69, pode-se verificar que a parte interna do abrigo
reduzido de RSSS gerados no hospital municipal de Guarani atende a maioria dos
quesitos compreendidos NBR 12.809 para tal local de armazenamento, no entanto,
não se consta ventilação com abertura para área externa, nota-se também a
ausência da unidade de ventilação localizada a 20 cm do piso.
O RSSS que fica, temporariamente, armazenado no abrigo do hospital
municipal é recolhido pela coleta municipal, e levado à Usina de Triagem e
Compostagem, onde é devidamente armazenado. O encaminhamento desse
resíduo ao tratamento adequado é responsabilizado pela empresa terceirizada
SERQUIP-MG, a qual realiza a coleta na usina, quinzenalmente.
A Figura 3.71 mostra o acondicionamento dos resíduos de serviço de saúde
nas bombonas abrigadas, temporariamente, até o momento da coleta realizado pela
SERQUIP-MG.
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Figura 3.71 – Acondicionamento dos Resíduos de Serviço de Saúde
A Figura 3.72 apresenta o momento da coleta dos RSSS pela SERQUIP-MG,
no local da Usina de Triagem e Compostagem.
Figura 3.72 – Coleta dos Resíduos de Serviço de Saúde
3.3.7 PROGRAMAS E ESPECIAIS
O município conta com um programa de recolhimento de óleo vegetal em uma
parceria com a empresa GARRA SUB-PRODUTOS. O programa ocorre através da
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troca do óleo usado por um produto de limpeza, para isso é necessário fazer o
armazenamento do óleo em garrafas plásticas PET ou em vasilhames cedidos.
Conforme uma tabela determinada a empresa relaciona a quantidade de produto
trocado em função da quantidade de óleo entregue.
A campanha não tem data definida acontecendo conforme um consenso entre
a prefeitura e a empresa parceira. Foram realizadas 4 coletas desde o início do
programa até setembro de 2013, sendo que na última foi arrecadado um montante
de 280 L de óleo. O ponto de troca da campanha é feito no Coreto da Praça Antônio
Carlos, no centro do município.
3.3.8 COMPANHIAS RESPONSÁVEIS PELO SERVIÇO
Trata-se de um empreendimento público municipal, coordenado pela
secretaria de obras, licenciado pela Superintendência Regional de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável – SUPRAM, administrado pela Diretoria de meio
Ambiente do município e autorizado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental -
COPAM a manter as suas atividades de tratamento e/ou disposição final de resíduos
sólidos.
A entidade é responsável pela coleta dos resíduos sólidos urbanos e
industriais, manejo, triagem e disposição final. O material reciclável é vendido e as
verbas repassadas à prefeitura, já os rejeitos são destinados às valas que são
cobertas periodicamente.
Segundo a Prefeitura de Guarani, as despesas com os serviços de Limpeza
Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos, no município são pagas com os recursos
financeiros encaminhados à cidade, não havendo arrecadação significativa por meio
de taxas cobradas no IPTU.
3.3.9 INDICADORES DOS SISTEMAS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS
Os indicadores são instrumentos de gestão que permitem avaliar o
desempenho dos processos. Podem ser pré-estabelecidos, visando averiguações
em curto, médio e longo prazo, ou verificados ao analisar o diagnóstico do sistema.
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Como esta etapa do plano é referente ao diagnóstico, onde são constadas as
informações sobre a área e seus serviços que compõem o sistema de saneamento
básico, a definição dos indicadores para o setor que abrange a limpeza urbana e o
manejo dos resíduos sólidos foi baseada em como o serviço é realizado e
administrado na cidade.
Desta forma, para avaliação dos sistemas de limpeza urbana e manejo dos
resíduos sólidos, adotaram-se os seguintes indicadores:
Abrangência da coleta de resíduos sólidos domiciliares: atendimento a 100%
da área;
Frequência da coleta dos resíduos sólidos domiciliares: 5 dias/semana;
Quantidade média de resíduos coletados: 68.800 kg/mês;
Composição Gravimétrica:
- Resíduo Orgânico: 38,4%
- Resíduo Reciclável: 20,8%
- Rejeito: 40,8 %;
Média de Produção de adubo advindo da Compostagem: 3500 kg/mês.
3.3.10 ANÁLISE FINANCEIRA DO SETOR DE LIMPEZA URBANA E MANEJO
DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
A contabilidade da Prefeitura de Guarani disponibilizou dados referentes às
despesas com os serviços do setor do saneamento básico que abrangem a limpeza
urbana e o manejo dos resíduos sólidos para os anos de 2012 e 2013.
Para 2012, têm-se os dados de despesas decorrentes aos serviços de
Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos para todo. Estes são expressos
nas tabelas a seguir.
A Tabela 3.25, a Tabela 3.26 e a Tabela 3.27 apresentam as despesas
obtidas para os serviços de limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e despesas
totais dos do setor, respectivamente, no ano de 2012.
Tabela 3.25 – Despesas com Limpeza Urbana em 2012
Aquisição Despesa (R$)
Material de Consumo 43.897,26
Contratação de Pessoa Jurídica 3.685,08
Total 47.582,34
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Tabela 3.26 – Despesas com Manejo de Resíduos Sólidos em 2012
Aquisição Despesa (R$)
Manutenção/Pessoal 286.848,69
Material de Consumo 19.247,41
Contratação de Pessoa Jurídica 46.156,47
Outras Despesas 2.390,34
Total 354.642,91
Tabela 3.27 – Despesas Totais com o Setor de Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos em 2012
Aquisição Total do Setor Despesa (R$)
Limpeza Urbana 47.582,34
Manejo de Resíduos Sólidos 354.642,91
Total 402.225,25
As despesas apresentadas na Tabela 3.25 são referentes à aquisição
materiais de consumo, os quais consistem nos equipamentos utilizados pelos
funcionários desempenharem seus serviços na limpeza urbana, e contratação de
pessoas jurídicas representadas pelas empresam que prestam serviços para
manutenção dos equipamentos e serviços de limpeza urbana.
Os dados apresentados na Tabela 3.26 expressam as despesas para a
manutenção do serviço de manejo dos resíduos sólidos no município de Guarani, a
aquisição dos materiais de consumo para execução dos mesmos, a contratação de
pessoas jurídicas (empresas) para auxílio e manutenção dos serviços, bem como
outras despesas vinculadas ao manejo de resíduos sólidos em Guarani.
A Tabela 3.27, quantifica o valor total despendido para o setor de saneamento
básico que abrange os serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos
em Guarani, no ano de 2012, verificando um valor de R$ 402.225,25; sendo o
pagamento de tal custo realizado com recursos financeiro da Prefeitura Municipal,
verificando-se a ausência de um sistema de taxação para tal serviço.
A Tabela 3.28, Tabela 3.29 e a Tabela 3.30 apresentam as despesas obtidas
para os serviços de limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e despesas totais
dos do setor, respectivamente, de janeiro a setembro de 2013.
Tabela 3.28 – Despesas com Limpeza Urbana de Janeiro a Setembro de 2013
Aquisição Valor (R$)
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Material de Consumo 13.540,19
Contratação de Pessoa Física 24.054,32
Contratação de Pessoa Jurídica 10.972,42
Total 48.566,93
Tabela 3.29 – Despesas com Manejo de Resíduos Sólidos de Janeiro a Setembro de 2013
Aquisição Valor (R$)
Manutenção/Pessoal 192.822,19
Material de Consumo 17.675,30
Contratação de Pessoa Jurídica 12.272,51
Outras Despesas 66,15
Total 222.836,15
Tabela 3.30 – Despesas Totais com o Setor de Limpeza Urbana e Manejo dos
Resíduos Sólidos de Janeiro a Setembro de 2013
Aquisição Total do Setor Valor (R$)
Limpeza Urbana 48.566,93
Manejo de Resíduos Sólidos 222.836,15
Total 271.403,08
Os dados apresentados na Tabela 3.28 expressam os valores despendidos
com os serviços de limpeza urbana no período de janeiro a setembro do ano de
2013. O valor de R$ 222.836,15; gasto com a limpeza urbana nesse período foi
distribuído entre a aquisição de materiais e equipamentos e contratação de pessoas
físicas e jurídicas para execução de serviços.
A Tabela 3.29 dispõe sobre as despesas com os serviços de manejo de
resíduos sólidos em Guarani, no ano de 2013, até o mês de setembro, totalizando
num valor de R$ 222.836,15; distribuído na manutenção pessoal e de equipamentos
na Usina de Triagem e Compostagem, aquisição de bens materiais para consumo
na mesma, contratação de pessoa jurídica para execução de serviços e outras
despesas.
O valor total de R$ 271.403,08; gasto pela prefeitura com os serviços de
limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos gerados em Guarani, apresentado na
Tabela 3.30, é referente ao período de janeiro a setembro de 2013. Estima-se um
total de R$ 361.870,73 para a despesa total anual com esse setor de saneamento
(estimativa realizada com base na média trimestral obtida). Apesar de a quantia
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estimada ser inferior a de 2012 (R$ 402.225,23), essa ainda representa um custo
oneroso, pago com os recursos financeiros da prefeitura municipal, que por sua vez
tem alta despesa anual com tal serviço, não dispondo de um sistema de cobrança
para execução do mesmo.
3.3.11 AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS
Através dos indicadores que apontam a situação atual dos serviços de
limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, no município de Guarani, pode-se
verificar que o atendimento domiciliar é satisfatório, uma vez que 100% da área
urbana do município é contemplada por tal serviço, o qual ocorre semanalmente de
segunda a sexta-feira. Entretanto, é sabido que a área rural não dispõe de coleta
justamente pelas dimensões territoriais das propriedades rurais.
Analisando a composição gravimétrica média mensal dos resíduos gerados
no município, verificou-se que grande parte do resíduo coletado é caracterizada
como rejeito, e logo é disposto em uma área específica para disposição final dos
resíduos sólidos gerados em Guarani.
Tal indicador aponta uma possível deficiência de separação na fonte, o que
consequentemente interfere na triagem, inviabilizando o encaminhamento dos
materiais que poderiam ser destinados à compostagem ou a reciclagem.
Outro fator associado a essa grande proporção de rejeito, dentro do resíduo
domiciliar total gerado em Guarani, pode estar associado às considerações
atribuídas aos resíduos no momento de classificação durante o processo de triagem
(prévia nos domicílios ou efetivamente na esteira de triagem). Ressalta-se que
rejeito é o resíduo que não tem opção de tratamento que permite seu retorno direto
ou indireto na cadeia produtiva.
Quanto aos parâmetros econômicos verifica-se que, apesar de existirem os
investimentos para a compra de equipamentos e de materiais para consumo dos
funcionários (vassouras, pás, equipamentos de segurança, por exemplo), estes não
são suficientes. O município precisa ainda de diversos equipamentos para atingir um
bom nível de gerenciamento dos resíduos sólidos gerados e manter a
autossustentabilidade operacional-financeira deste eixo do saneamento, que até
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então é sustentado pela receita municipal de outras fontes que não a taxa de
limpeza urbana.
3.3.12 CONSIDERAÇÕES FINAIS - SETOR DE LIMPEZA URBANA E MANEJO
DOS RESÍDUOS SÓLIDOS
A coleta atende toda a população urbana, cinco vezes por semana (de
segunda a sexta-feira), alternado em resíduos orgânicos e recicláveis, o que aponta
uma boa frequência do serviço de coleta de resíduos domiciliares. Deve-se analisar
a necessidade de tal frequência de coleta, uma vez que essa requer custos
operacionais.
O caminhão utilizado para coleta dos resíduos apresenta inconformidades em
relação NBR 13.221, visto que o veículo não apresenta boas condições de
conservação e dispõe de um aparato técnico alternativo para o aumento de volume
coletado, além de outros problemas como falta de mecanismo de compactação e
altura de carregamento inadequada. Outros fatores que devem ser estudados é a
logística de coleta e sua viabilidade de acordo com o trajeto percorrido.
Em relação à Usina de Triagem e Compostagem, constou-se que há um bom
funcionamento, observado que a ocorrência do processo de triagem, o qual separa
os resíduos de acordo com suas características de composição e destinação final
mais viável. Contudo, a administração das atividades e pagamentos da Usina é
realizada por meio de uma política assistencialista da Prefeitura e não pelos próprios
funcionários, como se fossem uma associação de coletores.
Verificou-se que na usina, após a separação, os resíduos orgânicos são
enviados à compostagem, a qual ocorre em boas condições de operação,
produzindo adubo ao final do processo. Os resíduos recicláveis são separados em
grupos: papel, papelão, plástico, metal, vidro e outros, e são armazenados,
provisoriamente, até serem comercializados. Já os rejeitos vão para valas, que ainda
não atendem os requisitos da Lei Federal 12.305, que estabelece os parâmetros
para disposição de rejeito em aterro sanitário.
Ressalta-se que o sistema de aterramento dos rejeitos realizado na usina está
em fase de encerramento, disponde de apenas uma vala. Assim, o município carece
da escolha de uma nova área que viabilize a disposição final dos rejeitos, atendendo
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a Resolução CONAMA 404/2008 que estabelece critérios e diretrizes para o
licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte.
Sobre os resíduos de serviço de saúde (RSSS), verificou-se a ocorrência da
separação e destinação final adequada dos que são gerados no Hospital Municipal
de Guarani. No entanto a administração dos RSSS gerados no município não dispõe
de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (CONAMA 358/05).
Os abrigos temporários de RSSS, tanto do hospital quanto da Usina de
Triagem e Compostagem não estão em conformidade com a NBR 12.809/93. Outra
problemática relacionada ao manejo dos RSSS gerados no hospital é a inadequação
do veículo utilizado para coleta e transporte até à usina, o qual é o mesmo utilizado
para coleta dos resíduos sólidos urbanos.
Ainda referente aos RSSS, é imprescindível a reavaliação da frequência de
coleta destes resíduos, que além de serem abrigados em locais fora dos padrões
estabelecidos pelas Resoluções do CONAMA e normas da ANVISA, permanecem
armazenados em áreas de transbordo durante 15 dias, possibilitando a criação de
verdadeiras bombas biológicas, já que os resíduos ficam armazenados por muito
tempo e o processo de decomposição pode ser iniciado neste período.
Ressalta-se que os RSSS ficam inicialmente armazenados no próprio local de
geração durante sete dias e posteriormente são encaminhados para a área de
transbordo na Usina de Triagem e Compostagem (ficando mais sete dias). O manejo
de tais resíduos acarreta no incremento de possíveis acidentes de trabalho, uma vez
que tais resíduos tem caráter contaminante, infectantes e até mesmo tóxicos, e se
manipulados de forma inadequada, podem por em risco à saúde dos funcionários
que trabalham com este tipo de resíduos.
Uma questão preocupante é a ausência da logística reversa aos produtos que
exigem a implantação dessa ferramenta, segundo a Lei Federal 12.305/2010, sendo
esses: embalagens de agrotóxico, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes,
lâmpadas fluorescentes eletroeletrônicos. Foi possível identificar a extrema urgência
do estabelecimento dos acordos setoriais, ou seja, firmar contratos entre o poder
público e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a
implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.
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A limpeza urbana municipal se mostra eficiente em relação à varrição, poda e
corte de árvores, esses resíduos são coletados em vias públicas, juntamente com os
resíduos da construção civil, e encaminhados à localidade da Usina de Triagem e
Compostagem.
No entanto, carece-se da cobrança das taxas impostas pela Prefeitura para a
destinação de RCC, bem como a implantação de processos que viabilizam a
destinação final dos resíduos da limpeza urbana, como a trituração dos resíduos da
poda, permitindo a utilização dos mesmos na compostagem e a trituração dos RCCs
de grande porte, para a utilização em vias rurais. A ausência dos resíduos de capina
está associada à utilização de herbicidas, uma atividade que requer maior controle
no município.
O programa desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Guarani em parceria
com Garra Subprodutos, fazendo a troca do óleo usado nas cozinhas por produtos
de limpeza. Esse programa representa uma ótima iniciativa do município para
gestão dos resíduos sólidos gerados, uma vez que tal programa visa a reciclagem
de um resíduo de difícil manuseio. Contudo, é importante que haja maior controle
sob as ações desenvolvidas no programa, através de documentação formal e
registros sobre a quantidade de óleo coletado.
Ao avaliar a análise financeira do setor de saneamento composto pelos
serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, verificou-se que o
sistema não é autossustentável, ou seja: o valor arrecadado através da cobrança de
taxa pelos serviços, não é suficiente para pagar a execução dos mesmos. Em suma,
não foi constada uma cobrança expressiva para o setor de limpeza urbana e manejo
dos resíduos sólidos, que por sua vez requer elevado custo para seu funcionamento,
valor próximo a R$ 400.000,00 por ano, dependendo dos recursos financeiros da
Prefeitura Municipal de Guarani.
Para boa gestão dos resíduos sólidos e manutenção da limpeza urbana, no
município, é importante que haja o desenvolvimento da educação ambiental, a fim
de sensibilizar a comunidade para que adote melhor conduta sobre a geração dos
resíduos, a separação dos mesmos na fonte, além de outras medidas que
proporcionem melhorias como: qualidade paisagística, redução da poluição,
utilização racional de recursos entre outras.
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3.4 DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS
O comportamento do escoamento superficial direto sofre alterações
substanciais em decorrência do processo de urbanização de uma bacia,
principalmente como consequência da impermeabilização da superfície, o que
produz maiores picos e vazões.
Com isso, o crescimento urbano das cidades brasileiras tem provocado
impactos na população e no meio ambiente, surgindo um aumento na frequência e
no nível das inundações, prejudicando a qualidade da água, e aumento da presença
de materiais sólidos no escoamento pluvial. Isto ocorre pela falta de planejamento,
controle do uso do solo, ocupação de áreas de risco e sistemas de drenagem
ineficientes.
Com relação à drenagem urbana, pode-se dizer que existem duas condutas
que tendem a agravar ainda mais a situação (PMPA, 2005):
Os projetos de drenagem urbana têm como filosofia escoar a água precipitada
o mais rapidamente possível para jusante. Este critério aumenta em várias ordens
de magnitude a vazão máxima, a frequência e o nível de inundação de jusante;
As áreas ribeirinhas, que o rio utiliza durante os períodos chuvosos como
zona de passagem da inundação, têm sido ocupadas pela população com
construções, reduzindo a capacidade de escoamento. A ocupação destas áreas de
risco resulta em prejuízos evidentes quando o rio inunda seu leito maior.
O sistema tradicional de drenagem urbana pode ser considerado como
composto por dois sistemas distintos que devem ser planejados e projetados sob
critérios diferenciados: o Sistema Inicial de Drenagem, ou Microdrenagem, composto
pelos pavimentos das ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, rede de galerias de
águas pluviais e, também, canais de pequenas dimensões, dimensionado para o
escoamento de vazões de 2 a 10 anos de período de retorno; e o Sistema de
Macrodrenagem, constituídos, em geral, por canais (abertos ou de contorno
fechado) de maiores dimensões, projetados para vazões de 25 a 100 anos de
período de retorno. (PMSP, 1999).
Além desses dois sistemas tradicionais vem sendo difundido o uso de
medidas chamadas sustentáveis que buscam o controle do escoamento na fonte,
através da infiltração ou detenção no próprio lote ou loteamento do escoamento
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gerado pelas superfícies impermeabilizadas, mantendo, assim, as condições
naturais pré-existentes de vazão para um determinado risco definido (ABRH, 1995;
Tucci, 1995; Porto & Barros, 1995).
Neste Plano, o componente, Drenagem e Manejo de Águas Pluviais, em sua
fase de diagnóstico, pretendem analisar o sistema de macrodrenagem e
microdrenagem, sua manutenção, planejamento e fiscalização em diversos níveis,
inclusive a correlação com o sistema de esgotamento sanitário, identificação dos
fundos de vale e microbacias, analisando sua capacidade e contribuição para o
sistema de microdrenagem.
3.4.1 DRENAGEM NATURAL
Guarani possui uma rede de drenagem natural abundante e bem distribuída,
com córregos perenes e apresentando um padrão dendrítico. O município possui 14
sub-bacias principais, Além de bacias complementares de seu curso de maior
ordem, o Rio Pomba, correndo de noroeste para sudeste e cortando a área urbana
do município.
Alguns padrões existentes na drenagem natural podem ser responsáveis por
problemas de ordem hidrológica, em especial na ocorrência de enchentes e
inundações, por isso a importância em analisa-los, em especial em um município
cuja área urbana é cortada por um rio de grande volume de água.
Estes parâmetros foram analisados para as bacias com rios de maior ordem
encontrados em Guarani por questões metodológicas, pois, é a partir de bacias
hidrográficas de maior ordem que o estudo dos parâmetros morfométricos e
tratamentos estatísticos se fazem convenientes (Canali, 1986).
Para a determinação destes parâmetros morfométricos da rede de drenagem
seguiu-se a metodologia proposta por Horton (1945) e aplicada segundo as
condições ambientais e físicas do Brasil por Villela & Mattos (1975) e Christofoletti
(1980). Todos os dados secundários foram hospedados em ambiente SIG onde
foram feitos os cálculos através de ferramentas estatísticas e de geoprocessamento,
utilizando os softwares ESRI® ArcMap™ 10.1 e Microsoft® Excel.
Os fatores analisados foram: coeficiente de compacidade ou forma da bacia;
densidade de drenagem, e; relação de relevo.
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COEFICIENTE DE COMPACIDADE DA BACIA - KC
É a relação entre o perímetro da bacia e a √ da área da bacia, este coeficiente
determina a distribuição do deflúvio ao longo dos cursos d’água e é em parte
responsável pelas características das enchentes, ou seja, quanto mais próximo do
índice de referência que designa uma bacia de forma circular, mais sujeita a
enchentes será a bacia. É obtido pela fórmula Kc = 0,28 * P / √A, onde:
Kc = Coeficiente de compacidade;
P = Perímetro da bacia (km);
A = Área da bacia (km²).
Índice de referência – 1,0 = forma circular.
Índice de referência – 1,8 = forma alongada.
Pelos índices de referência, 1,0 indica que a forma da bacia é circular e 1,8
indica que a forma da bacia é alongada. Quanto mais próximo de 1,0 for o valor
deste coeficiente, mais acentuada será a tendência para maiores enchentes. Isto
porque em bacias circulares o escoamento será mais rápido, pois a bacia
descarregará seu deflúvio direto com maior rapidez produzindo picos de enchente
de maiores magnitudes. Já nas bacias alongadas o escoamento será mais lento e a
capacidade de armazenamento maior.
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Tabela 3.31 – Coeficiente de Compacidade (Kc) das bacias do município de Guarani
Bacia Perímetro
(km) Área (km²)
Coeficiente de Compacidade
(Kc) Forma
Córrego São Matias 21,77 12,76 1,71 Alongada
Córrego Monte Alvene 22,79 19,78 1,43 Alongada
Ribeirão Pirapetinga 24,20 16,12 1,69 Alongada
Córrego Três Vendas 16,63 6,96 1,77 Alongada
Córrego Serrinha 10,56 4,78 1,35 Circular
Córrego Bom Sucesso 14,03 7,13 1,47 Alongada
Ribeirão dos Torneiros 37,80 52,60 1,46 Alongada
Córrego Fundo 21,82 9,46 1,99 Alongada
Córrego Passa Cinco de Cima
34,07 30,06 1,74 Alongada
Córrego São Luís 16,06 9,51 1,46 Alongada
Córrego Carângola 13,33 7,83 1,33 Circular
Córrego Vista Alegre 13,39 6,82 1,44 Alongada
Córrego da Serra 11,00 5,68 1,29 Circular
Córrego Vargem do Sultano
13,45 7,36 1,39 Circular
De acordo com o coeficiente de compacidade, que aponta a forma da bacia e
sua maior probabilidade de ocorrência de enchentes, as bacias do Córrego Serrinha,
Córrego Carângola, Córrego da Serra e Córrego Vargem do Sultano, são os que
possuem menos coeficiente, portanto, mais suscetíveis a enchentes, assim, a
ocupação dessas bacias deve ser muito bem planejada.
Densidade de drenagem (km/km²) - Dd
É a relação entre o comprimento dos canais e a área da bacia. É obtido pela
fórmula Dd = Lt/A, onde:
Dh = Densidade hidrográfica;
Lt = Comprimento dos canais (km);
A = Área da bacia (km²).
Segundo Villela & Mattos (1975), o índice varia de 0,5 km/km², para bacias
com pouca capacidade de drenagem, até 3,5 km/km² ou mais, para bacias
excepcionalmente bem drenadas.
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Observa-se na tabela abaixo que a bacia do Córrego da Serra é a que possui
maior densidade de drenagem, enquanto que o Córrego Serrinha possui a menos
densidade entre as bacias analisadas.
Tabela 3.32 – Densidade de drenagem (Dd) das bacias do município de Guarani
Bacia Perímetro (km) Área (km²) Densidade de
Drenagem (Dd) - km/km²
Córrego São Matias 21,77 12,76 2,13
Córrego Monte Alvene 22,79 19,78 2,05
Ribeirão Pirapetinga 24,20 16,12 1,95
Córrego Três Vendas 16,63 6,96 1,98
Córrego Serrinha 10,56 4,78 1,74
Córrego Bom Sucesso 14,03 7,13 1,58
Ribeirão dos Torneiros 37,80 52,60 2,18
Córrego Fundo 21,82 9,46 1,94
Córrego Passa Cinco de Cima 34,07 30,06 2,36
Córrego São Luís 16,06 9,51 2,06
Córrego Carângola 13,33 7,83 2,50
Córrego Vista Alegre 13,39 6,82 2,70
Córrego da Serra 11,00 5,68 2,71
Córrego Vargem do Sultano 13,45 7,36 2,40
RELAÇÃO DE RELEVO (M/KM) - RR
É a relação entre a altura da bacia e a maior extensão da referida bacia
medida paralelamente ao rio principal. Esta relação indica a energia dos rios nas
encostas, quanto maior a energia maior o aprofundamento do leito e quanto menor a
energia maior a acumulação de materiais no fundo. É obtido pela fórmula Rr = Hb /
Lb, onde:
Rr = Relação de relevo (m/km);
Hb = Altura da bacia (m);
Lb = Comprimento da bacia (km).
Este gradiente também pode ser expresso em porcentagem (%) –
Rr = Hb / Lb * 100.
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Figura 3.73 – Relação de relevo da rede de drenagem de Guarani
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Observa-se que os maiores gradientes de energia estão nas bacias do
Córrego Vista Alegre e do Ribeirão Pirapetinga. Já na área urbana, o Córrego
Sossego também possui elevado gradiente de energia para carregar sedimentos. Já
o Rio Pomba mostra gradiente quase zero, sendo um Rio com grande acumulo de
fluxo, suscetível, portanto, a cheias mais frequentes e de maior intensidade e
duração.
3.4.2 MACRODRENAGEM
A macrodrenagem envolve os sistemas coletores de diferentes sistemas de
microdrenagem. Quando é mencionado o sistema de macrodrenagem, as áreas
envolvidas são de pelo menos 2 km² ou 200 ha. Estes valores não devem ser
tomados como absolutos porque a malha urbana pode possuir as mais diferentes
configurações. O sistema de macrodrenagem deve ser projetado com capacidade
superior ao de microdrenagem, com riscos de acordo com os prejuízos humanos e
materiais potenciais (PMPA, 2005).
Os rios geralmente possuem dois leitos: o leito menor, onde a água escoa na
maior parte do tempo; e o leito maior, que pode ser inundado de acordo com a
intensidade das chuvas. O impacto devido à inundação ocorre quando a população
ocupa o leito maior do rio, ficando sujeita a enchentes (PMPA, 2005).
Em Guarani, pela configuração da drenagem natural, com relativa abundância
de rios, e pela pouca área urbanizada, o sistema de macrodrenagem ainda
conserva, na maior parte dos rios, as configurações originais de leitos, ou seja, não
existem grandes canais de escoamento ou muitos rios canalizados.
Porém, na área urbana, o problema mais grave é exatamente a ocupação do
leito maior do Rio Pomba, em especial nas áreas de confluência com o rio
canalizado da Rua 20 de Março e do Córrego Sossego, na margem esquerda, e na
área de confluência com o Córrego São Luís, na margem direita.
Observa-se na figura a seguir o perfil transversal traçado na estação
fluviométrica 58730001, localizada pouco antes da ponte da Avenida Getúlio Vargas,
nesta seção o leito maior do Rio Pomba possui em média 300 metros na margem
direita e menos de 50 metros na margem esquerda. Algumas centenas de metros a
jusante, o perfil transversal muda, passando a margem esquerda a ter média de 200
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metros de leito maior e a margem direita menos de 50 metros. Este perfil mostra a
suscetibilidade do Rio Pomba a inundação do seu leito maior.
Figura 3.74 – Perfil transversal do Rio Pomba – Estação Fluviométrica 58730001
Observa-se na figura a seguir, que praticamente todo o leito maior do Rio
Pomba que passa pela área urbana de Guarani é ocupado por construções, se
tornando área de grande risco para a população, conforme relatado pela equipe
técnica da prefeitura nas enchentes ocorridas nos anos de 1964, 1979, 1981, 2003 e
2004.
Através de ferramentas de geoprocessamento, utilizando as cotas
topográficas e mapeando o leito maior do Rio Pomba, foi possível estimar as áreas
suscetíveis a enchentes na área urbana, assim, aproximadamente 130 hectares
estão sujeitos a eventos de inundação ou enchentes, destes, mais de 30 hectares se
encontram urbanizadas, trazendo risco potencial à vida da população de Guarani.
10098969492908886848280787674727068666462605856545250484644424038363432302826242220181614121086420
Cota
(cm
)
850
800
750
700
650
600
550
500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
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Figura 3.75 – Ocupação do Solo em área suscetível a inundação
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170
3.4.3 MICRODRENAGEM
Apesar do relativo avanço nos investimentos em infraestrutura no Brasil existe
uma grande dificuldade em monitorar o funcionamento da drenagem urbana,
especialmente a microdrenagem, que sofre com problemas de assoreamento e
entupimento que acarretam inúmeros prejuízos ao Poder Público e à população.
Os entupimentos podem causar umidade na base do pavimento danificando e
prejudicando o pavimento asfáltico, pode contaminar o solo, além de causar
alagamentos.
De acordo com as Diretrizes Básicas para Projetos de Drenagem Urbana do
Município de São Paulo (PMSP, 1999), a microdrenagem urbana é definida pelo
sistema de condutos pluviais em nível de loteamento ou de rede primária urbana.
O dimensionamento de uma rede de águas pluviais é baseado nas etapas de
subdivisão da área e traçado, determinação das vazões que afluem à rede de
condutos, dimensionamento da rede de condutos e dimensionamento das medidas
de controle (PMPA, 2005).
O sistema de drenagem é composto de uma série de unidades e dispositivos
hidráulicos com terminologia própria e cujos elementos mais frequentes são assim
conceituados (Fernandes, 2002):
Greide - é uma linha do perfil correspondente ao eixo longitudinal da
superfície livre da via pública;
Guia - também conhecida como meio-fio, é a faixa longitudinal de separação
do passeio com o leito viário, constituindo-se geralmente de concreto
argamassado, ou concreto extrusado e sua face superior no mesmo nível da
calçada;
Sarjeta - é o canal longitudinal, em geral triangular, situado entre a guia e a
pista de rolamento, destinado a coletar e conduzir as águas de escoamento
superficial até os pontos de coleta;
Sarjetões - canal de seção triangular situado nos pontos baixos ou nos
encontros dos leitos viários das vias públicas destinados a conectar sarjetas
ou encaminhar efluentes destas para os pontos de coleta;
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Bocas coletoras - também denominadas de bocas de lobo, são estruturas
hidráulicas para captação das águas superficiais transportadas pelas sarjetas
e sarjetões; em geral situam-se sob o passeio ou sob a sarjeta;
Galerias - são condutos destinados ao transporte das águas captadas nas
bocas coletoras e ligações privadas até os pontos de lançamento ou nos
emissários, com diâmetro mínimo de 0,40 m;
Condutos de ligação - também denominados de tubulações de ligação, são
destinados ao transporte da água coletada nas bocas coletoras até as caixas
de ligação ou poço de visita;
Poços de visita e ou de queda - são câmaras visitáveis situadas em pontos
previamente determinados, destinadas a permitir a inspeção e limpeza dos
condutos subterrâneos;
Trecho de galeria - é a parte da galeria situada entre dois poços de visita
consecutivos;
Caixas de ligação - também denominadas de caixas mortas, são caixas de
alvenaria subterrâneas não visitáveis, com finalidade de reunir condutos de
ligação ou estes à galeria;
Emissários - sistema de condução das águas pluviais das galerias até o ponto
de lançamento;
Dissipadores - são estruturas ou sistemas com a finalidade de reduzir ou
controlar a energia no escoamento das águas pluviais, como forma de
controlar seus efeitos e o processo erosivo que provocam;
Bacias de drenagem - é a área abrangente de determinado sistema de
drenagem.
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SISTEMA DE CONDUÇÃO E ESCOAMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS
Levando em consideração os componentes do sistema de microdrenagem
urbana, podem-se considerar as vias públicas e consequentemente as sarjetas, uma
das partes mais significativas no escoamento superficial das águas pluviais, uma vez
que a maioria das águas que precipitam nos lotes vão para estas vias e escoam
para as captações (bocas de lobo) e depois para os cursos d’água.
Através de levantamento feito por imagens de satélite e auxílio dos técnicos
da prefeitura, foi possível mapear a existência de 64 quilômetros de vias urbanas.
As vias foram divididas de acordo com a bacia de drenagem. São 18 bacias
na área urbana de Guarani, sendo que 13 delas contam com sistema de
microdrenagem. As cinco que não possuem o sistema foram incluídas por estarem
sob de influência do perímetro urbano, sendo potenciais áreas de expansão urbana.
A bacia do Córrego São Luís, com 2,63 km² de área, é a maior em área de
captação, além disso, tem 12.370 metros lineares de vias que escoam a água para o
Córrego São Luís.
A bacia denominada Centro, com área de 0,5 km², possui 7.392 metros
lineares de vias que drenam a água para o córrego canalizado da Rua 20 de Março.
Por ser quase toda impermeabilizada, essa bacia apresenta grande número de
problemas relacionados a enchentes e alagamentos.
Já a área drenada pelo Córrego Sossego, com 1,3 km² de área, possui 6.861
metros lineares de vias que escoam suas águas até o Rio Pomba.
A bacia de drenagem do Ribeirão Pirapetinga, com 5,4 km² de área é a única
que não drena suas águas para o Rio Pomba, seus 9491 metros lineares de vias
escoam suas águas até o Rio Paraopeba.
Além dessas quatro bacias, existem mais 10 bacias complementares que
escoam suas águas diretamente para o Rio Pomba através de mais de 15.000
metros lineares de vias, são quatro bacias na margem direita e seis na margem
esquerda do Rio Pomba.
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Figura 3.76 – Bacias de drenagem urbana de Guarani.
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DISSIPADORES DE ENERGIA
Segundo a Deliberação nº 086/2005 do DER/PR dissipador de energia é um
dispositivo que visa promover a dissipação da energia de fluxos d’água escoados
através de canalizações, de modo a reduzir os riscos dos efeitos de erosão nos
próprios dispositivos ou nas áreas adjacentes.
Os dissipadores de energia são recomendados nos seguintes casos
(Ministério das Cidades, 2008):
Desemboque de galerias, canaletas, bueiros, escadas hidráulicas ou canais
em rios ou córregos naturais;
Transição entre trechos canalizados e não canalizados;
Em todos os demais casos onde houver risco de erosão por alteração no
regime antecedente de escoamento.
Os tipos usuais de dissipadores são (DER/PR, 2005):
Dissipadores sob a forma de berço de pedra argamassada;
Dissipadores constituídos por caixas com depósito de pedra argamassada;
Dissipadores de concreto providos de dentes;
Dissipadores em degraus.
Através de levantamentos realizados em projetos de drenagem urbana foi
possível estimar o preço unitário de R$ 12.987,00, distribuídos entre componentes
como estacas, concreto estrutural, formas, aço, concreto magro, etc.
Segundo informações dos técnicos da prefeitura e visitas in loco, foi possível
observa a inexistência de dissipadores de energia no desemboque das redes de
drenagem nos rios receptores.
Sendo assim, um próximo passo para a melhoria no sistema de drenagem
urbana de Guarani, seria a execução de obras de construção de estruturas de
dissipação de energia para que não ocorram erosões nos leitos dos rios.
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BACIAS DE DRENAGEM
Uma das principais características de uma bacia para o manejo das águas
pluviais é a impermeabilização, quanto mais permeável a bacia, mais são mantidas
as condições hidrológicas originais.
Se uma bacia for muito impermeável e as práticas de captação e escoamento
das águas pluviais forem inadequadas, o volume e a velocidade da água escoada
para jusante da bacia causarão grandes problemas, inclusive de inundações e
enchentes.
No município de Guarani, as bacias urbanas não possuem percentual de
impermeabilização muito grande, como pode ser observado na tabela a seguir.
Porém, como podemos ver na figura abaixo, a maior parte da área impermeabilizada
se encontra na porção baixa da bacia, não existindo zonas de amortecimento para a
vazão escoada.
Esse é um dos principais fatores causadores de grandes alagamentos e até
enchentes em épocas de chuvas de grande intensidade.
Assim, é preciso, nas bacias onde a porção baixa esteja impermeabilizada,
promover meios de conter a água da chuva, isso pode ser feito através da captação
de água nos telhados e armazenamento em cisternas ou outros meios de manter as
condições hidrológicas ideais.
Uma maneira muito eficiente é a retenção das águas pluviais nos lotes, sem
que os mesmo destinem suas águas para as ruas.
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Tabela 3.33 – Densidade de drenagem (Dd) das bacias do município de Guarani
Bacia de drenagem Uso do Solo Área (m²) Percentual de
Impermeabilização
Córrego do Centro
Áreas Verdes 270.992
46,2 Urbanizado 232.558
Total 503.551
Córrego São Luís
Áreas Verdes 8.982.525
4,2 Urbanizado 394.451
Total 9.376.976
Córrego Sossego
Áreas Verdes 1.100.035
18,5 Urbanizado 249.402
Total 1.349.437
Leito Pomba
Áreas Verdes 1.282.393
6,3 Urbanizado 85.760
Total 1.368.153
Pomba E1
Áreas Verdes 339.315
39,6 Urbanizado 222.384
Total 561.700
Pomba E2
Áreas Verdes 144.263
36,2 Urbanizado 81.711
Total 225.974
Pomba E4
Áreas Verdes 14.127
50,9 Urbanizado 14.664
Total 28.791
Pomba E5
Áreas Verdes 280.056
6,5 Urbanizado 19.341
Total 299.396
Ribeirão Pirapetinga
Áreas Verdes 5.307.962
2,9 Urbanizado 156.556
Total 5.464.518
Pomba D1 Áreas Verdes 802.875 0
Pomba D2 Áreas Verdes 345.063 0
Pomba D3 Áreas Verdes 438.303 0
Pomba D4 Áreas Verdes 884.386 0
Pomba D5 Áreas Verdes 1.098.968 0
Pomba E3 Áreas Verdes 8.120 0
Pomba E4 Áreas Verdes 24.526 0
Pomba E6 Áreas Verdes 1.449.188 0
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Figura 3.77 – Uso do Solo nas bacias de drenagem urbana de Guarani.
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3.4.4 DEFICIÊNCIAS DA DRENAGEM URBANA
Após a análise genérica das deficiências apontadas pelos técnicos do
município de Guarani, procedeu-se a análise detalhada de cada deficiência. Parte
desta análise consistiu em se elencar as prioridades a serem solucionadas. O
critério utilizado para isto foi adoção de índices que representavam,
matematicamente, os diversos fatores necessários a tomada de decisões,
devidamente ponderados.
Foi tomada como primeira prioridade a segurança pública. A inexistência ou
funcionamento incorreto dos dispositivos de drenagem podem ocasionar situações
que comprometam a segurança dos munícipes. Alguns exemplos disso são
enxurradas, instabilização de taludes, desmoronamentos, afogamentos, etc.
A segunda prioridade está relacionada aos riscos ambientais que a falta de
manejo adequado de águas pluviais podem ocasionar, entre eles o assoreamento de
corpos hídricos, a erosão na calha dos rios nas descargas de águas pluviais e
outros.
Arbitrariamente, de acordo com o conhecimento prévio específico de cada
área problema em termos de riscos ambientais e segurança pública, bem como com
a experiência de cada profissional da equipe técnica envolvido, atribui-se valores
para a deficiência/inexistência do sistema de drenagem em questão, dentro de
intervalo de 0 a 5.
Os riscos relacionados à segurança pública foram ponderados por um fator
1,5, enquanto os relacionados aos riscos ambientais foram ponderados por um fator
1,0. O resultado foi a soma de cada item ponderado por seu fator.
Elaborou-se então uma escala, na qual o valor máximo alcançável foi de 50, e
o fator mínimo foi de 1. Escalonaram-se os resultados da seguinte maneira:
• 31,0 a 50,0: Prioridade A
• 11,0 a 30,0: Prioridade B
• 0,0 a 10,0: Prioridade C
As “Prioridades A” deverão ser atendidas pelo poder público antes das
“Prioridades B” e das “Prioridades C” por sua vez.
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Para cada local com deficiência foi aplicada esta metodologia, culminando
com a classificação de todas as deficiências e sua priorização. Os resultados se
encontram nas Tabelas a seguir.Para traçar os objetivos, metas e ações, bem como
estimar seus custos para correções destas deficiências na drenagem urbana, foi
realizada uma estimativa quantitativa dos pontos com deficiências.
Tabela 3.34 – Densidade de drenagem (Dd) das bacias do município de Guarani
AP-001
Deficiência Inexistência de
Redes Sub-
dimensionamento Erosão Manutenção
Demais Problemas
ALAGAMENTO / ENCHENTE - CENTRO
X X X X X
Risco Público
4 5 3 5 5
Risco Ambiental
4 5 3 4 4
Subtotal 10 12,5 7,5 11,5 11,5
TOTAL 53
CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE A
AP-002
Deficiência Inexistência de
Redes Sub-
dimensionamento Erosão Manutenção
Demais Problemas
ENTUPIMENTO DE GALERIA - CÓRREGO SÃO LUÍS
X X X
Risco Público
4 5 3
Risco Ambiental
4 4 3
Subtotal 0 10 0 11,5 7,5
TOTAL 29
CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE B
AP-003
Deficiência Inexistência de
Redes Sub-
dimensionamento Erosão Manutenção
Demais Problemas
LANÇAMENTO DE ESGOTO E LIXO NA REDE PLUVIAL -
CENTRO
X X
Risco Público
5 5
Risco Ambiental
5 5
Subtotal 0 0 0 12,5 12,5
TOTAL 25
CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE B
AP-004
Deficiência Inexistência de
Redes Sub-
dimensionamento Erosão Manutenção
Demais Problemas
LANÇAMENTO DE ESGOTO E LIXO NA REDE PLUVIAL -
CÓRREGO SÃO LUÍS
X X
Risco Público
5 5
Risco Ambiental
5 5
Subtotal 0 0 0 12,5 12,5
TOTAL 25
CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE B
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AP-005
Deficiência Inexistência de
Redes Sub-
dimensionamento Erosão Manutenção
Demais Problemas
LANÇAMENTO DE ESGOTO E LIXO NA REDE PLUVIAL -
CÓRREGO SOSSEGO
X X
Risco Público
5 5
Risco Ambiental
5 5
Subtotal 0 0 0 12,5 12,5
TOTAL 25
CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE B
AP-006
Deficiência Inexistência de
Redes Sub-
dimensionamento Erosão Manutenção
Demais Problemas
LANÇAMENTO DE ESGOTO NA REDE PLUVIAL -
CÓRREGO SOSSEGO
X X
Risco Público
5 5
Risco Ambiental
5 5
Subtotal 0 0 0 12,5 12,5
TOTAL 25
CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE B
AP-007
Deficiência Inexistência de
Redes Sub-
dimensionamento Erosão Manutenção
Demais Problemas
ALAGAMENTO E ENCHORRADA - BAIRRO
CACHOEIRA
X X X
Risco Público
5 4 4
Risco Ambiental
4 4 4
Subtotal 11,5 0 10 0 10
TOTAL 31,5
CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE A
AP-008
Deficiência Inexistência de
Redes Sub-
dimensionamento Erosão Manutenção
Demais Problemas
ALAGAMENTO DE VIAS E ASSOREAMENTO DE REDE
POR SUBDIMENSIONAMENTO -
NOVA GUARANI
X X X
Risco Público
4 4 4
Risco Ambiental
3 3 4
Subtotal 0 9 9 0 10
TOTAL 28
CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE B
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AP-009
Deficiência Inexistência de
Redes Sub-
dimensionamento Erosão Manutenção
Demais Problemas
ALAGAMENTO DE VIAS E ENCHORRADA;
ASSOREAMENTO DE REDE POR
SUBDIMENSIONAMENTO - DIVINO SALVADOR
X X X X
Risco Público
4 5 4 4
Risco Ambiental
3 3 3 4
Subtotal 9 10,5 9 0 10
TOTAL 38,5
CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE A
AP-010
Deficiência Inexistência de
Redes Sub-
dimensionamento Erosão Manutenção
Demais Problemas
SUBDIMENSIONAMENTO - NOVA GUARANI
X X X
Risco Público
3 2 2
Risco Ambiental
3 2 2
Subtotal 0 7,5 5 0 5
TOTAL 17,5
CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE C
AP-011
Deficiência Inexistência de
Redes Sub-
dimensionamento Erosão Manutenção
Demais Problemas
INEXISTÊNCIA DE DISSIPADORES DE
ENERGIA
X X X
Risco Público
3 5 5
Risco Ambiental
4 5 5
Subtotal 8,5 0 12,5 0 12,5
TOTAL 33,5
CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADE A
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Figura 3.78 – Bacias de drenagem urbana de Guarani
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3.4.5 ANÁLISE CRÍTICA DA DRENAGEM E MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS
Naturalmente o município de Guarani é bem drenado e com boa distribuição
de seus rios, sendo que a maior parte de suas águas são drenadas para o Rio
Pomba, que corta a área urbana.
Esse fator se torna o principal problema da drenagem urbana e manejo das
águas pluviais, tanto para a macrodrenagem como para a microdrenagem.
Com relação a macrodrenagem, o município possui alguns córregos
canalizados na área urbana que recebem águas do sistema de microdrenagem,
esses córregos possuem alguns problemas, como o entupimento por consequência
de manejo inadequado e por falta de sensibilização da população, que, ao jogar lixo
nestes canais, obstruem-nos e causam problemas mais graves, como alagamentos.
Além disso, existem ligações de esgoto nas galerias pluviais que contaminam as
águas destes córregos e canais, e, consequentemente, o Rio Pomba.
Problemas semelhantes acontecem com o sistema de microdrenagem,
especialmente quanto à ligação clandestina de esgoto, além disso, muitos bairros
não possuem sistema de microdrenagem, ou estes estão subdimensionados.
Outro problema é a ocupação do leito maior do Rio Pomba, porém, como a
ocupação está consolidada nesta área, não existe maneira de não ter prejuízos em
casos de cheias do rio, porém, deve-se ter um monitoramento e um plano de
emergências e contingências para os eventos extremos.
Para solucionar estes problemas, seria importante a sensibilização da
população quanto a não jogar lixo nas galerias e córregos, desfazer as ligações de
esgoto das galerias de águas pluviais, e criar uma rotina de limpeza e manutenção
da rede de drenagem urbana.
Para os bairros com microdrenagem subdimensionada, deve-se fazer estudo
para reforçar e aumentar a capacidade de captação das águas pluviais. Já os
bairros sem sistema de drenagem urbana, deve-se prever o estudo e realização de
sistema de microdrenagem sustentável para captar as águas da chuva.
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Quanto aos novos loteamentos, é importante que o município exija do
loteador a infraestrutura de drenagem urbana, com projeto adequado e aprovado
pelos técnicos da prefeitura.
3.5 CONDIÇÕES INSTITUCIONAIS E ADMINISTRATIVAS
A estrutura da administração municipal foi estabelecida pela Lei n°. 629/2013
que define órgãos integrados no arcabouço administrativo da Prefeitura e entidades
dotadas de personalidade jurídica própria. Os órgãos da administração direta que
compõem a estrutura administrativa da Prefeitura se organizam e se coordenam,
atendendo aos princípios técnicos recomendáveis ao bom desempenho de suas
atribuições.
As entidades dotadas de personalidade jurídica própria que compõem a
administração indireta do Município se classificam em autarquia e sociedades de
economia mista. As secretarias, departamentos, diretorias e divisões são órgãos da
administração direta que estão ligados diretamente ao Prefeito.
3.5.1 ESTRUTRA ADMINISTRATIVA
A estrutura administrativa do Município de Guarani é composta pelo Gabinete
do Prefeito, Procuradoria Geral, Controle Interno, Comunicação Social, 6
secretarias, 26 departamentos e 7 diretorias.
Dentre as Secretarias estão:
I – Órgãos de assessoramento:
a) Gabinete do Prefeito;
b) Procuradoria Geral;
c) Controle Interno;
d) Comunicação Social.
II – Órgãos de administração específica:
e) Secretaria Municipal de Fazenda e Administração:
I. Administração Geral;
II. Contabilidade;
III. Tesouraria;
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IV. Pessoal;
V. Tributação;
VI. Compras;
VII. Licitação;
VIII. Patrimônio.
f) Secretaria Municipal de Assistência Social:
I. Assistência Social;
II. Projetos;
III. Atividades Administrativas.
g) Secretaria Municipal de Educação:
I. Ensino Fundamental;
II. Educação Infantil:
a) Pré-escola;
b) Creche.
III. Atividades Administrativas;
IV. Cultura;
V. Esporte, Lazer e Turismo.
h) Secretaria Municipal de Saúde:
I. Saúde:
a) Atenção Primária;
b) Atenção Secundária;
c) Vigilância em Saúde.
II. Atividades Administrativas;
III. Saneamento.
i) Secretaria Municipal de Infraestrutura, Urbanismo e Meio Ambiente:
I. Obras;
II. Projetos;
III. Transportes:
a) Administração da Frota;
b) Manutenção da Frota.
IV. Serviços Urbanos;
V. Meio Ambiente.
j) Secretaria Municipal de Agropecuária e Desenvolvimento Rural:
I. Agricultura;
II. Pecuária.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAEG) não consta na Lei 629/2013
como uma secretaria municipal, trata-se de uma autarquia instituída no município
através da Lei 75/2001 , lei esta que expõe as competências da autarquia, bem
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como todos os direitos, deveres e outros conteúdos referentes às esferas
administrativas, técnicas e executivas da autarquia.
No município, a Secretaria de Infraestrutura, Urbanismo e Meio Ambiente é a
responsável pela implantação de políticas públicas urbanas de uso e ocupação do
solo e de saneamento básico – setores de limpeza urbana e resíduos sólidos e
drenagem urbana e manejo das águas pluviais, já o SAEG é o responsável pelas
políticas públicas e saneamento básico – setores de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, cabendo a estes órgãos e seus respectivos
departamentos/diretorias as atividades que concernem à elaboração de planos e
projetos, execução e fiscalização de obras públicas e/ou particulares.
Verifica-se a necessidade de reavaliação da estrutura organizacional da
Prefeitura de modo que os setores possam ser reestruturados, com a criação de
diretorias específicas para os setores de saneamento básico - resíduos e drenagem
-, principalmente, de forma a garantir maior autonomia de ação e financeira desses
setores.
3.5.2 RECURSOS HUMANOS
Observou-se na Prefeitura de Guarani que há carência de profissionais
técnicos e especializados para a realização das tarefas e atividades provenientes da
administração pública. Um profissional acaba acumulando funções e realizando
tarefas de mais de uma área de atuação, gerando sobrecarga e responsabilidades
extras para as quais nem sempre o servidor está capacitado. No que tange aos
quatro setores de saneamento básico, essa carência é ainda maior.
Profissionais técnicos na área ambiental e especializados na área das
engenharias civil, ambiental e sanitarista são essenciais para a aplicação do PMSB,
assim como, profissionais para a fiscalização das obras e serviços públicos de
saneamento básico também são necessários para que o Plano obtenha o sucesso
planejado e almejado.
Outro profissional essencial para a aplicação do PMSB, elaboração e
aprovação de projetos, captação de recursos, acompanhamento de obras e
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principalmente, no que se refere ao controle do uso e ocupação do solo urbano, é o
arquiteto e urbanista.
Para possibilitar a contratação dos profissionais acima mencionados, destaca-
se a necessidade da atualização do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).
Por fim, salienta-se a necessidade de implantação de um sistema permanente
de capacitação dos servidores que trabalham nos quatro setores de saneamento
básico, como meio de instrui-los, atualiza-los e motivá-los para a realização das
tarefas do dia a dia, qualificando assim, os serviços prestados à população.
3.5.3 FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL
Tomando-se como indiscutível o avanço da Constituição Federal Brasileira e
posteriormente o Estatuto da Cidade, além de inúmeras outras leis que objetivam
ordenar através de Planos Estratégicos (como os de Saneamento Básico, Recursos
Hídricos, Habitação de Interesse Social) ou legislações específicas para os
territórios em suas diversas escalas, é indispensável aliar a tais políticas de
planejamento o fortalecimento institucional.
Entendendo o fortalecimento institucional como um processo de
implementação de iniciativas visando fortalecer o posicionamento estratégico da
instituição pública por meio de capacitação de recursos humanos, ampliação da
base social e gestão democrática, além de promover a otimização e aprimoramento
gerencial e operacional, tais ações devem obrigatoriamente ser implantadas e
articuladas com a execução dos planos setoriais como o Plano Municipal de
Saneamento Básico.
Para atingir as metas e objetivos previstos no PMSB, é necessário criar
mecanismos de avaliação e monitoramento permanentes das ações executadas
pelo órgão público e visualizar onde tais ações estão locadas e qual população é de
fato afetada por estas.
Para tanto, propõe-se para o município de Guarani o desenvolvimento do
fortalecimento institucional da Secretaria Municipal de Infraestrutura, Urbanismo e
Meio Ambiente, bem como, da Autarquia SAEG para melhor utilizar os recursos
humanos e identificar as carências técnicas e as formas de suprir tais deficiências.
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Cabe destacar aqui que carências estruturais e físicas também constituem
dificuldade para o planejamento e gestão dos setores de saneamento em Guarani. A
falta de espaços físicos adequados para a realização das atividades técnicas e
administrativas e o sucateamento ou inexistência de instrumentos, equipamentos e
softwares, mobiliários, maquinários e veículos para o trabalho cotidiano também é
fator determinante para a geração de dificuldades na prestação dos serviços
públicos de saneamento.
3.5.4 GEOPROCESSAMENTO
As Geotecnologias têm se firmado cada vez mais como ferramentas
essenciais para o planejamento urbano, regional e ambiental. Neste âmbito, as
técnicas de Geoprocessamento, que podem ser definidas como o conjunto de
tecnologias de coleta, tratamento, desenvolvimento e uso de informações
georreferenciadas tem se tornado essencial para as administrações públicas em
todos os seus níveis.
Considerando que para o ordenamento e a gestão do território seja este em
qualquer escala, a análise espacial é primordial, Simão (1999) aponta que 80% das
decisões tomadas por organizações da administração pública e local envolvem ou
devem envolver o componente espacial, direta ou indiretamente.
Neste sentido, a utilização de imagens de satélite (gratuitas ou pagas)
disponíveis em diversas resoluções, e ainda os dados alfanuméricos (textos ou
números) disponíveis muitas vezes gratuitamente em diversas fontes oficiais são
pontos positivos para os planejadores municipais para o melhor ordenamento e
monitoramento do seu município, tendo em vista que as tecnologias geográficas são
capazes de atualizar as diversas situações espacializadas quase que em tempo real.
Contudo, muitos municípios brasileiros têm enfrentado dificuldades em nível
técnico e de aquisição ou uso adequado das tecnologias geográficas. O uso das
Geotecnologias, como o Geoprocessamento é geralmente restrito a municípios
médios a grandes e ainda nestes muitas vezes as técnicas são utilizadas na
elaboração de mapas temáticas ao invés de complexas análises e diagnósticos que
aquela proporciona.
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Guarani ainda não experimentou a experiência da utilização do
Geoprocessamento. Contudo, o Plano Municipal de Saneamento Básico está sendo
desenvolvido na sua totalidade no Sistema de Informações Geográficas.
O Sistema de Informações Geográficas, conhecido também como SIG ou GIS
(do inglês Geographic Information Systems) é outra técnica dentro das
Geotecnologias que pode atribuir a pontos ou regiões de um mapa, uma tabela de
informações (atributos), sejam estas em forma de número ou letras compondo um
banco de dados.
No PMSB, a utilização do SIG possibilitará, além de gerar os mapas, cruzar
as informações pertinentes para identificar onde a população vulnerável em relação
aos sistemas de saneamento se localiza. Além disso, o SIG proporciona o
cruzamento de informações sociais e econômicas com os dados ambientais, de
saúde pública e de educação, por exemplo, setores correlacionados ao saneamento
básico.
Os resultados obtidos com o SIG do PMSB mostrarão que a utilização das
Geotecnologias (SIG, Geoprocessamento) é essencial para a administração
municipal, pois se pode utilizar o cruzamento de dados em análises espaciais por
métodos estatísticos e matemáticos e criar banco de dados multifinalitário,
proporcionando ao Poder Público direcionar os investimentos e identificar onde a
população mais carente dos serviços de saneamento se encontra.
As técnicas são amplamente utilizadas também nas áreas da assistência
social, da saúde pública, do ordenamento e monitoramento territorial e do meio
ambiente. Contudo, é essencial que existam recursos humanos capacitados para a
administração das informações, pois o estágio atual da tecnologia não proporciona a
atualização automática das informações no computador em concomitância com a
realidade.
Dessa forma, recomenda-se que o município de Guarani analise a viabilidade
de licença para a instalação de software de SIG e a capacitação de servidores
técnicos municipais para que o planejamento municipal torne-se mais efetivo e
capaz de atingir a população na sua totalidade.
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3.5.5 RECURSOS PARA REALIZAÇÃO DE PROGRAMAS E AÇÕES
PREVISTAS
Em Guarani, a maior parte dos recursos aplicados nos quatro setores de
saneamento básico é proveniente do Governo Federal e Estadual, através de
programas específicos, convênios, emendas constitucionais, termos de cooperação
e financiamentos. Entretanto, há investimentos realizados com recursos municipais,
normalmente aqueles que demandam de valores menores.
O investimento municipal para os quatro setores de saneamento em Guarani
é pequeno por conta da baixa arrecadação. Atualmente, as ações dentro dos quatro
setores de saneamento são mais conservacionistas e de manutenção, do que de
ampliação, aprimoramento e melhoria dos sistemas.
Observa-se que para a melhoria da arrecadação municipal há a necessidade
de promover o equilíbrio operacional-financeiro dos sistemas, principalmente os de
saneamento básico, através da taxação e tarifação adequadas dos serviços
prestados, com a instituição de taxas e tarifas proporcionais ao consumo e utilização
dos serviços públicos ou pelo menos com a fixação de taxas e tarifas operacionais
básicas.
Os regulamentos dos quatros setores de saneamento, que constarão da
Política Municipal de Saneamento Básico de Guarani que será instituída após a
aprovação do PMSB junto à Câmara Municipal, são responsáveis pela definição dos
direitos e deveres dos operadores e usuários dos serviços públicos, assim como
pela definição dos meios de cobrança e reajustes das taxas e tarifas estipuladas
para os serviços prestados.
Além disso, prever a elaboração do Plano Diretor Municipal, para o
ordenamento e monitoramento do uso e ocupação do solo urbano, assim como, o
recadastramento imobiliário, a atualização da planta genérica de valores e da
legislação tributária do município são ações consideradas imprescindíveis para o
ordenamento territorial e o incremento da arrecadação para a ampliação de
investimentos em todos os setores administrativos. Destaca-se que para tais
intervenções já há opções tecnológicas em ambiente SIG, com a possibilidade de
obtenção de recursos advindos de programas para a modernização e fortalecimento
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da gestão pública, financiados pela União, caso do PMAT - Programa de
Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos
- Caixa Econômica Federal.
Outra questão importante para garantir que a arrecadação ocorra
adequadamente é a fiscalização. Tanto a fiscalização tributária, quanto a de obras e
urbanística são essenciais para que os tributos sejam pagos adequadamente e para
que os serviços públicos sejam realizados de forma satisfatória para toda a
população.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO DIAGNÓSTICO
O município de Guarani, a fim de promover melhorias às condições sanitárias
de sua população e atender as regulamentações estabelecidas pela Lei Federal no
11.445/07, tomou a iniciativa para elaboração de seu PMSB, fundamentando-se na
gestão participativa de toda a comunidade, por meio da atuação do Poder Público,
da sociedade civil e da consultoria ambiental prestada para auxiliar o município ao
longo do plano, através do conhecimento técnico, legislativo e planejamento
estratégico.
Por meio do esforço dos atores envolvidos no PMSB, puderam-se
diagnosticar os principais problemas relacionados aos quatro setores de
saneamento no município, apontando as deficiências e potencialidades e traçando
diretrizes para os próximos anos.
O diagnóstico consistiu a fase de levantamento dos principais aspectos
sanitários verificados no município, permitindo a caracterização, descrição e análise
sistêmica dos componentes do saneamento básico local, evidenciando as
deficiências existentes. Tais informações subsidiam o desenvolvimento dos produtos
apresentados nas etapas posteriores, de modo a compor o Plano Municipal de
Saneamento Básico de Guarani.
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________________________________________
Nayla Motta Campos Libos
Eng. Sanitarista e Ambiental | CREA-SC 903771/D
Coordenadora Geral do PMSB de Guarani
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REFERÊNCIAS
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NBR 10.004– Resíduos Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro, 2004
NBR 12.211 – Estudos de Concepção de Sistemas Públicos de Abastecimento de Água. Rio
de Janeiro, 1992.
NBR 12.212 - Projeto de Captação de Água Subterrânea. Rio de Janeiro, 1992.
NBR12.214 – Projeto de Bombeamento de Água para Abastecimento Público. Rio de Janeiro,
1992.
NBR 12.215 - Projeto de Adutora de Água para Abastecimento Público. Rio de Janeiro, 1991.
NBR 12.216 - Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público. Rio de
Janeiro, 1992.
NBR 12.217 - Projeto de Bombeamento de Água para Abastecimento Público. Rio de Janeiro,
1994.
NBR 12.809 – Manuseio de Resíduo de Serviço de Saúde. Rio de Janeiro, 1993.
NBR 13.221 – Transporte Terrestre de Resíduos. Rio de Janeiro, 1993.
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ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria
Colegiada RDC n° 306 de 7 de Dezembro de 2004.
ARAUJO FILHO, J. C. Floresta Ombrófila Densa. Agência Embrapa de Informação
Tecnológica. Disponível em:
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2013.
BRASIL. Lei Federal no 11.445, de 5 de Janeiro de 2007. “Estabelece diretrizes
nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro
de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13
de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras
providências”.
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BRASIL. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Lei Federal no 12.305, de 2 de
Agosto de 2010.
CONAMA n° 357 - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 357 de 18
de março de 2005 “Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.”.
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução no 358 de 29 de
Abril de 2005. “Dispõe sobre o tratamento e a disposição dos resíduos dos serviços
de saúde e dá outras providências”.
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n°396 de 3 de abril
de 2008. “Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o
enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências”.
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 404 de 11 de
novembro de 2008. “Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental
de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos”.
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 430 de 13 de
maio de 2011.
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