Produzindo um texto científico · Por onde começar a aventura?? Algo nos interroga. Somos interrogados. ... A chave para a verdade está no interior do ser (Maiêutica) ... Você

Profa. Dra. Vanessa Brasil, PPGA UNIFACS

Produzindo um texto

científico

Profa. Dra. Vanessa Brasil Campos

Rodríguez

PPGA


“O mistério é a coisa mais bonita que podemos experimentar. É a fonte de toda arte e de toda ciência verdadeira.”

Albert Einstein.


Ler e compreender um texto

O que é um texto?

Tem origem latina e vem de tecido, trama, fios que se entretecem.

Como se relacionam os assuntos

as ideias

como eles se entrelaçam

O investigador, o leitor, tem que penetrar nesta malha.


O segredo do sucesso, do êxito, é a vontade, o desejo. Ter um ponto fixo.

Importante: força de caráter e paixão.

Não desista, mesmo nos momentos difíceis, quando tudo parece contra.

Transforme-se.

Busque disposição dentro de si.

Faça um projeto interior antes de um exterior.

Descubra sua garra para projetá-lo.


O chamado

Saber escutar o apelo científico, as demandas.

Enfrentar um caminho solitário.

A pesquisa é um processo, uma aventura única, um autodescobrimento.

Pode ser doloroso.

Prossiga.

Mesmo que todos os que estão à sua volta, mostrem-se e posicionem-se contra.


Por onde começar a aventura?

?Algo nos interroga. Somos interrogados.

• Envolve a definição, o mais precisa possível, de uma pergunta que norteará as etapas posteriores da pesquisa.

• A definição inicial de um Tema/Problema/Pergunta é fundamental para o trabalho científico começar.


Definir o tema, o problema, a pergunta

Trata-se de ter um olhar ativo.

Processo de pesquisa: movido pela curiosidade, motivação, observação e análise contínuas.

Não perca nenhum detalhe, fique atento.

Signos visuais e escritos são importantes.

Leia! A revisão do Tema/Problema/Pergunta deve ser feita após cuidadosa reflexão sobre os achados do arcabouço inicial de leituras.


Delimite os aspectos ou elementos do problema que você irá trabalhar.

Ser claro e preciso.

O problema do ponto de partida significa que

não partimos sem ponto.

Este ponto coloca um início sempre problematizável.


Contextualização

Compreende a caracterização mais detalhada

do objeto empírico da pesquisa,

(processo/contexto sócio-organizacional), e a

descrição de como o problema se formou, sua

relevância e suas características.


Exploração do Conhecimento ExistenteRevisão da literatura

Abrange a localização, seleção e estudo da literatura implicada pelo Tema/Problema/Pergunta da pesquisa.

O mestrando deve consultar – especialmente com o uso de entrevistas exploratórias – especialistas no Tema (começando pelo seu orientador) para formação de um lote inicial de leituras.


O orientador

É um destinador (destino e dor). Destina uma tarefa ao sujeito.

É um ajudante, um orientador, te aponta um oriente, uma direção, mas não faz o seu trabalho.

Introduz o sujeito no caminho da experiência e do saber.


“Se eu vi mais longe, foi por estar de pé

sobre os ombros de gigantes.”

Isaac Newton

O conhecimento anterior que lança luz sobre a pesquisa é chamado de Teoria.

A palavra Teoria vem do verbo grego “theorein”, cujo significado é “ver”.

Associação entre ver e saber: base da nossa ciência ocidental.


Fundamentação Teórica


Vergara (2007, p.35) destaca os seguintes objetivos do

referencial teórico:

• permitir que o autor tenha clareza na formulação do problema da pesquisa;

• facilitar a formulação de hipóteses;

• sinalizar para o método mais adequado à solução do problema;

• permitir identificar qual o procedimento mais pertinente para coleta e o tratamento dos dados bem como o conteúdo do procedimento escolhido;

• fornecer elementos para interpretação dos dados da pesquisa.


Fontes essenciais:

Livros ou artigos – referências clássicas (os gigantes)ENANPAD dos últimos 5 anosRevista de Administração Contemporânea – RACRevista de Administração de Empresas – ERARevista de Administração Pública – RAP

Revista Gestão e Planejamento – G&P

Revista de Administração da USP (RAUSP)

Revista Brasileira de Inovação – RBI


A seleção de artigos nas fontes deve ser

feita por critérios de palavras-chave

pertinentes ao Tema/Problema.

Os artigos resultantes devem ser

examinados através seu Resumo/Abstract,

e selecionados aqueles diretamente

relacionados ao Tema/Problema.

Os artigos selecionados nesta fase devem ser lidos, analisados e resumidos.


Retomando:Fase exploratória da pesquisa:a) Escolha o tema ou assunto que te interessa

A ideia pode surgir de leituras, de reflexões, de uma atividade profissional, de observações da realidade, de fonte de informações.

b) Formule o problema de pesquisa;Dentro do tema, o que te interroga?O que te interessa mais profundamente investigar?Qual a novidade, a originalidade disto?


Fase exploratória da pesquisa

c) Reúna e selecione a documentação sobre o assunto-problema.Fazer um levantamento do material mais recente,Selecionar o mais importante, essencial.

d) Elabore a revisão da literatura sobre o problema.

É hora de escrever. Indique a situação do problema, os avanços e limites, as posições divergentes.


Por método entendemos o caminho que se

trilha para alcançar um determinado fim, para

se atingir um objetivo.

Para os filósofos gregos metodologia era a

arte de dirigir o espírito na investigação da

Verdade.

Arte ------------ espírito -------------- verdade

Metodologia


Conhece-te a ti mesmo

A chave para a verdade está no interior do ser(Maiêutica)

Inscrição estaria no pórtico do Templo de Apolo

Pedra angular da filosofia de Sócrates

Dar à luz ideias complexas (a mãe de Sócrates era parteira)


“Todo leitor é, quando está lendo, um leitor de si mesmo”

Marcel Proust


O ciclo da pesquisa

A pesquisa é um trabalho artesanal.

Começa com um problema ou pergunta e termina com um produto (artigo, paper, dissertação, tese) capaz de dar origem a novas interrogações.

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Conceito do trabalho científico

O problema

Análise do problema

A resposta ou solução do problema

Novosproblemas

Novo ciclo


Primeira etapa: Fase exploratória da pesquisa:

Tempo para interrogar sobre o objeto.Que pressupostos? Quais teorias pertinentes? Qual a metodologia apropriada? Que hipóteses nortearão o trabalho?Que objetivos?

Foco: construção de um projeto de investigação.

Segunda etapa: Trabalho de campo:

Construção teórica. Esta etapa combina entrevistas, observações, levantamento de material bibliográfico.


Terceira etapa:

Tratamento do material

a) Ordenação

b) classificação

c) análise propriamente dita

d) O tratamento do material conduz à teorização sobre os dados


Fase exploratória da pesquisa

Como começar a aventura de enfrentar um trabalho científico?

• Começar com um texto (teoria) base. LER!

SABER LER

Passo a passo

Quem mal lê, mal fala, mal ouve e mal vê. Monteiro Lobato.

https://www.google.es/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=fUgy-ESgHokUmM&tbnid=f32Ny3uC3NpU7M:&ved=0CAUQjRw&url=https://www.facebook.com/BlogPeixinhoPrateado&ei=W1O8UdGbCoG49QSz3oD4CQ&bvm=bv.47883778,d.eWU&psig=AFQjCNE_BEIwNoAVXUDmKnCWtBGUj8XuTA&ust=1371382976701268

https://www.google.es/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=fUgy-ESgHokUmM&tbnid=f32Ny3uC3NpU7M:&ved=0CAUQjRw&url=https://www.facebook.com/BlogPeixinhoPrateado&ei=W1O8UdGbCoG49QSz3oD4CQ&bvm=bv.47883778,d.eWU&psig=AFQjCNE_BEIwNoAVXUDmKnCWtBGUj8XuTA&ust=1371382976701268


Ler é também escrever.

Um bom amigo da leitura é o lápis.

1) Separar o texto em partesGrifeMarqueAnote nas margensFaça conexõesNão deixe nenhuma ideia que surgir de uma leitura escapar.


A relação entre esfera pública, opinião pública e cena

política tem sido abordada, nos estudos da

comunicação, principalmente a partir da cena política

e de sua gramática. Menos importância tem sido dada

às consequências da cena política midiatizada para a

democracia e para as transformações que tem

provocado sobre a esfera pública e a produção da

opinião pública.”

Importante

} !

}Cap. 2

Cap. 1

Enquanto no Brasil a comunicação do governo

sempre manteve a tendência de ser pensada como

comunicação social, na Europa dos anos 80

começou a ser trabalhado o conceito de

comunicação pública.


2) Estabelecer relações :

Relacionar o texto com outras ideias escritas ou verbalizadas (livros, entrevistas, palestras, seminários) sobre o tema em questão.

Texto outros textos (autores)

Texto outras ideias

Texto outras experiências

• Fazer uma síntese do texto.

Um resumo Recriar o texto Aguçar a memória


Ler bem é ouvir em silêncio.

Josué Montello (1917-2006) Romancista Maranhense

(Diário de uma Noite Iluminada).


Anotar todas as suas conexões intertextuais,quando a ideia de um autor remeter a outra,ficar atento a todos as referências que podemsurgir a partir de suas leituras.

Lembrem-se: um texto sempre leva a outro,que por sua vez remete a outro... É assim quese constrói uma malha textual. Uma rede.


Exemplo:Em uma democracia, a autoridade do Estado pararegular coercitivamente a vida da sociedade derivadas eleições. Muitas das funções do estado, contudo,e todos os serviços que o Estado presta aos cidadãossão delegados a terceiros pelos representanteseleitos. (PEREIRA, 2010, 270)

Nota: comparar com os autores Kiewiet e McCubbinsquando dizem no livro The logic of delegation que sóse podem atingir os resultados desejados mediante adelegação de autoridade a outros.

PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Reforma do Estado e Administração pública Gerencial, S.P.: Taurus, 2010


Não confie só na sua memória: confie no lápis, na caneta, no gravador, no seu celular. Registre tudo.

Repita verbalmente, grave: registro oral

Você está seduzindo sua memória, vai guardar por muito mais tempo.

Escreva: registro escrito

A palavra escrita fixa a memória.


Após o trabalho de campo:

3) Teorizando sobre os dados

O conhecimento novo se constrói a partir do antigo.

O antigo ( autores, teóricos, pessoas experientes) fundamenta e estrutura o novo.

Dialogue com suas anotações:

estabeleça relações entre ideias

analise as frases ditas.


Ordenar, classificar e analisar

Observemos Demócrito (460 a.C. - 370 a.C.), pensador grego do século V a.C. Autor do livro: "Sobre o Prazer".

Primeira frase do livro: "Ocupe-se de pouco para ser feliz".

Ninguém com múltiplas tarefas pode conquistar a felicidade. Fazemos muitas coisas desnecessárias.

À noite, coloque num papel as atividades que fez no dia.

Depois veja o que realmente era preciso fazer e o que não era.

A lista das inutilidades suplanta quase sempre a das ações importantes.


O imperador e filósofo romano Marco Aurélio (121 d.C. - 180 d.C.) enfatizou a frase de Demócrito em suas clássicas "Meditações".

Acrescentou que devemos evitar não apenas os gestos inúteis, mas também os pensamentos desnecessários.

Marco Aurélio recomendava o exercício de conduzir a mente, quando agitada, para pensamentos tranquilizadores.


O objetivo: controlarmos a mente, esse cavalo selvagem, em vez de sermos controlados por ela.

“Paz é apenas outro nome para um espírito bem organizado.

Aproveita, pois, este retiro com frequência e renova-te continuamente.

Traça para a tua vida regras sumárias, mas que abranjam o fundamental.”

Marco Aurélio. Pensamentos. Lisboa: Relógio D`Água, IV, 3, 1995



Simplicidade

“A verdade precisa falar uma linguagem simples, sem artifícios”, disse Sócrates.

“E quem fala com afetação, quem fala com artifícios senão aquele que pretende falar afetadamente?”


Escreveu Montaigne ( 1533-1592 ) nos “Ensaios”:

“Gosto de uma linguagem simples e pura, a escrita como a falada, e suculenta, e nervosa, breve e concisa, não delicada e louçã, mas veemente e brusca”.

Montaigne admirava os espartanos pela simplicidade com que viviam e se expressavam.


“Há quem procure lugares de retiro no campo,

na praia, na montanha. Mas tais fantasias são

totalmente impróprias de um filósofo, uma vez

que em qualquer momento que queiras podes

recolher-te dentro de ti próprio. Não há para o

homem refúgio algum mais silencioso e mais

tranqüilo do que a própria alma.”

Marco Aurélio. Pensamentos. Lisboa: Relógio D` Água,

IV, 3, 1995, p. 37


A simplicidade é o último grau de sofisticação.

Leonardo da Vinci



Como Pedro Demo aborda a construção científica:Tarefas básicas para se construir ciência: (Simplicidade)

a) Definir os termos com precisão, para não deixar margem à

ambiguidade;

Cada conceito deve ter um conteúdo específico e delimitado;

Não pode variar durante a análise – embora uma dose de

imprecisão seja normal, o ideal é reduzi-la ao mínimo possível,

produzindo o fenômeno desejável de clareza de exposição;

b) Descrever e explicar com transparência, não incorrendo em complicações, ou seja, em linguagem hermética, dura, ininteligível;

Para bem explicar é preciso simplificar.


b) cont.:Buscar um meio termo entre a excessiva simplificação e a excessiva complicação.

c) Distinguir com rigor facetas diversas, não emaranhartermos, clarear superposições possíveis, fugir à mistura de planos da realidade;Não cair em confusão, no sentido de confundir uma coisa com outra, de obscurecer regiões distintas no mesmo objeto, de trocar termos destacáveis;


d) Procurar classificações nítidas, bem sistemáticas, de forma que o objeto apareça recortado sem perder muito de sua riqueza.

e) Impor certa ordem no tratamento do tema, de tal forma que fique claro qual é o começo ou o ponto de partida, a constituição do corpo do trabalho e a sequência das conclusões.

DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, 1987.


A grande maioria das obras científicas vai empoeirar-se nas prateleiras.Se lemos ainda hoje, Aristóteles, Platão, Maquiavel, Marco Aurélio é porque vemos em suas obras algo que conseguiu vencer a erosão do tempo.

São obras que possuem profundidade.

É superficial a obra • que não se escuda em argumentos sólidos, • que não apresenta uma tessitura (tecido) firme,• que não desce à intimidade do fenômeno,• Que ignora as teorias já existentes,• Que desconsidera as discussões passadas e atuais.


Profundidade:Conhecer bem um tema é dominar, com a necessária profundidade, as explicações existentes sobre ele, no passado e no presente, e saber explicá-lo com meios próprios.

Quem conhece o tema, ataca o problema com seriedade, por todos os ângulos possíveis, disseca os termos e penetra no âmago da questão.

Originalidade:Sem ela caímos facilmente na cópia, na imitação, no parasitismo, sem falar no plágio.


Cuidados metodológicos:1. Espírito crítico; necessidade de constante

superação;

2. Rigor no tratamento do objeto; definir bem, distinguir cuidadosamente, sistematizar com detalhe e elegância,

3. Profundidade na análise;

4. Ordem na exposição, significa montagem concatenada, clareza na pesquisa e na análise,


5. Dedicação à ciência, como vocação, feita com convicção íntima, com prazer e realização pessoal,

6. A leitura assídua dos clássicos, para conhecimento aprofundado de como viram a realidade

7. Dedicação ao estudo das principais teorias.


Escrever

Escrever ensina a pensar.

O texto começa a existir antes de tomar corpo na tela.Nasce na cabeça do autor.Habilidade de escrever é resultado da habilidade depensar.

Penso, logo escrevo.

Pensar: saber ordenar ideias de forma lógica e prática.


O computador, a tela em branco. É só uma ferramenta.Não substitui sua capacidade de pensar.

Elimine o Ctrl C e o Ctrl V

Como ferramenta tem capacidade de armazenamento, pode guardar vários arquivos e textos, acesso a bibliotecas e banco de teses.


Dicas para redigir bem um texto científico:Fazer um resumo. • Sintetizar as ideias principais do autor ou autores.

Enxugue o seu texto.

Despreze as informações desnecessárias.

Fique no essencial, no mais claro.

Não se esqueça do seu ponto de vista.

Ele é o norte de sua bússola. N

São seus objetivos (gerais e específicos).

O que você quer alcançar?

Não fique dando voltas desnecessárias.


Faça alíneas, subtítulos. (1.1, 1.1.2, etc.)

O texto tem que respirar como todo ser vivo.

Faça frases curtas em vez de longas.

“Uma frase longa não é nada mais que duas curtas.” Vinícius de Moraes

Ponha pontos e vírgulas, dê espaço para o leitor pensar.“Na dúvida, use o ponto.”

Você está escrevendo para pessoas!Depois de cada bloco de texto (capítulo ou alínea) cheque as informações.


Evite a forma confusa, hermética. Leia e releia o texto.O leitor tem que te entender.

Evite a colcha de retalhos, lembre-se da textura.

Alinhavar ideias, buscar a harmonia.Evite repetição de palavras, procure os sinônimos. O dicionário não é “pai dos burros”, mas é dos sábios!

Enriqueça seu texto sem ser afetado ou redundante.Busque citações importantes que resumam o que você gostaria de dizer.


Mais dicas:

Substitua o gerúndio por ponto e verbos no presente do indicativo. (Dê ar ao período!)

Ex. 1. Morgan afirma que as organizações são como pessoas, podendo ser comparadas a organismos vivos e correndo o risco de morrerem.

Ex. 2. Morgan afirma que as organizações são como as pessoas. Podem ser comparadas a organismos vivos que correm o risco de morrerem.


Troque uma oração adjetiva por um adjetivo:

Animal que se alimenta de carne por animal carnívoro.

Pessoa que planta café por cafeicultor.

Compare as frases:A comunidade exige que o criminosos seja punido.

A comunidade exige a punição do criminoso.

Ele duvidava de que o plano do governo tivesse êxito.

Ele duvidava do êxito do plano do governo.


Prefira palavras curtas e simples. Um assessor de

Tancredo Neves escreveu um discurso para o

então candidato à presidência do Brasil:

Esforçar-nos-emos para viabilizar uma sociedade

mais inclusiva.

Tancredo leu assim, ao vivo:

“Vamos construir um país em que ninguém fique

de fora.”


Simplicidade:

“Ser simples é complicado”Amália Rodríguez

A regra é dizer o que é, não o que não é.

Ex: Ele não é honesto.

Ele é desonesto.

Ele não lembrou.

Ele esqueceu.


O cidadão não pagou em dia.

O cidadão atrasou o pagamento.

Compare:

O presidente diz que não fará alterações na política econômica.

O presidente nega alterações na política econômica.


Erros muito comuns. Evite:

Como todo mundo sabe; é de conhecimento geral; está claro

Ex: Como todo mundo sabe, a cultura organizacional envolve padrões de comportamento, crenças e valores verdades. (Se todo mundo sabe, para que escrever um texto?)

Prefira: A cultura organizacional envolve padrões de comportamento, crenças e valores verdades.


Evite frases mancas. Toda oração tem sujeito, verbo e predicado.

Ex. “Então, normas, regulamentos, costumes, políticas administrativas, padrões, tradições, crenças, estilos de gerencia, tipos de liderança, maquinas, equipamentos, métodos de trabalho, etc.” (Retirado de uma dissertação de Mestrado)

A cultura organizacional envolve normas, regulamentos, costumes, políticas administrativas, padrões, tradições, crenças, estilos de gerencia, tipos de liderança, maquinas, equipamentos e métodos de trabalho.


Segundo Montaigne “o estilo deve ter três virtudes:

clareza, clareza e clareza!”

Não complique o que pode ser dito de forma clara.

Evite repetir palavras.Evite a rima (na prosa fica muito desagradável).

Ex: Houve muita provocação e confusão na reunião dos dirigentes de empresas com a associação dos empregados da construção.

Ou, O rigor do calor de Salvador causou estupor no administrador convidado.


“O que é escrito sem esforço, é lido sem prazer”, Samuel Johnson.

O escritor inglês comparava o texto a uma boa refeição. Ler um bom texto é como degustar.

“A leitura é forma de felicidade”, Montaigne

Harmonia!!! Encontre a sua, mesmo nos textos acadêmicos.

Em 1930 Freud recebeu o prestigioso Prêmio Goethe de Literatura da cidade de Frankfurt.Freud : escritura simples, baseada em casos e exemplos da mitologia e da arte.


“Se lemos algo com dificuldade, o autor fracassou.” Jorge Luis Borges.

Evite a repetição, a monotonia, a redundância.

Varie a estrutura dos parágrafos. Evite, Segundo fulano..............Segundo beltrano...........Segundo cicrano ............Intercale os autores, promova diálogos entre eles e suas teorias, costure, faça um texto bonito e claro.


Evitar a pobreza estilística. Simplicidade não significa pobreza de vocabulário.

O verbo fazer que é muito usado coloquialmente, pode ser substituído por outro mais rico.

Exemplos: Fazer um filme Rodar ou dirigir um filmeFazer uma dissertação Elaborar uma dissertaçãoFazer perguntas Formular perguntasFazer estragos Causar estragosFazer uma falta Cometer uma faltaFazer uma carreira Cursar uma carreira

O mesmo vale para os verbos ter e por.


Evite as redundâncias


Evitem as adjetivações excessivas em uma dissertação:

O autor X é o maior expoente em Administração Pública.O autor Y é claramente a maior sumidade em EstratégiaEsta dissertação será de suma importância para o estudo em Marketing de baixa renda.

Evite os epítetos (ornamentos desnecessários):Uma verdade plenaUm claro expoenteParticipação ativaAltos arranha-céusParte integranteAutêntica catástrofe Plena confiança

E, por fim, evite o plágio.

Organização e análise dos dados

Estar atento a todos os detalhes e informações que possam ajudar na pesquisa ( observação participativa, pessoas, condutas, mas também, fotos, quadros e documentos diversos. Ex: Cultura organizacional em períodos de transformação: um estudo de caso no Desenbanco – Desenbahia. Unifacs (MADM))

Devemos escrever, com clareza, como os dados serão organizados e analisados.

Por exemplo: As análises de conteúdo, de discurso, ou análise dialética são procedimentos possíveis para a análise e interpretação dos dados.

O pesquisador tem que usar sua sensibilidade e sua flexibilidade para escolher o caminho da pesquisa e trazer sua contribuição ao campo. Sylvia Constant Vergara ressalta os seguintes pontos:

1. A qualidade da referência bibliográfica que dá suporte ao seu estudo já sinaliza ao leitor o quanto a leitura pode ou não ser instigante;

2. A articulação entre teoria e método é de vital relevância;

3. As conclusões devem responder ao problema da investigação e ser coerentes com a teoria e o método utilizados;

Vergara, Sylvia. Métodos de Pesquisa em ADM, São Paulo: Atlas, 2010.

4. Quanto mais o estudo avança no conhecimento existente, mais relevante ele é;

5. Quanto mais você expõe seu trabalho (em congressos, revistas, para alunos) mais possibilidades ele tem de enriquecer–se com as críticas.

Vergara, Sylvia. Métodos de Pesquisa em ADM, São Paulo: Atlas, 2010.

Introdução

Na introdução o autor deve apresentar uma visão geral

da pesquisa realizada,

situando o problema no contexto trabalhado,

esclarecendo os objetivos estabelecidos no projeto,

as justificativas para sua elaboração,

incluir de forma resumida a metodologia utilizada e

descrever como o trabalho está organizado,

podendo apresentar uma síntese sobre o conteúdo de

cada capítulo.

. Embora seja a primeira parte do texto do trabalho, recomenda-se que seja a última a ser redigida de forma definitiva.

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Produzindo um texto científico · Por onde começar a aventura?? Algo nos interroga. Somos interrogados. ... A chave para a verdade está no interior do ser (Maiêutica) ... Você