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Prof. Alvaro Vannucci

Prof. Alvaro Vannuccifap01.if.usp.br/~vannucci/termoestatistica_21a Aula_Probabilidade e... · • Consideramos cada deslocamento (passo dado pela pessoa) como tendo sempre o mesmo

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• Consideramos cada deslocamento (passo dado pela pessoa)

como tendo sempre o mesmo comprimento L.

• Lembremos o problema dos ‘sucessivos deslocamentos

aleatórios’ (random - DRUNK - walk)

Chamamos de p a probabilidade de passo para a direita e de

q = 1-p a probabilidade de passo para a esquerda (em 1D) que

podem – ou não (rua inclinada, por ex.) – serem iguais (1/2).

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• Na figura abaixo, em 1D, vemos que a posição final será

x = mL; sendo m = n1 - n2 .

• Desejamos a probabilidade do deslocamento (posição) final

sendo dado por x = mL após N passos, tendo-se n1 para a

direita e n2 passos para a esquerda (n1 + n2 = N).

• Note: m = n1 - n2 ; e como n2 = N - n1 → m = n1 – N + n1 =

= 2n1 – N .

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(p ∙ p ∙ p ..... p) ∙ (q ∙ q ∙ q ..... q)

• Lembrando, sendo p a probabilidade de um passo para a

direita e de q = 1- p a probabilidade de um passo para a

esquerda, a probabilidade de serem dado n1 passos para a

direita e n2 passos para a esquerda será:

• Há muitas maneiras possíveis para que os passos sejam

dados. Note, porém, que estes n1 e n2 passos, por se tratarem

de grandezas indistinguíveis, o número de possibilidades será:

\\\ ///

(n1 termos) (n2 termos)

= pn1 qn2

!!

!

21 nn

N

)!(!

!

11 nNn

N

; como no caso das bolas de bilhar

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• Desta forma, a probabilidade de que aconteça uma certa

sequência de passos (p passos para a direita e q = 1- p passos

para a esquerda), será fornecida multiplicando-se a

probabilidade desta sequência (p n1 ∙ q n2 ) pelo número de

combinações possíveis, ou seja:

q p)!(!

!11

1

n-Nn

11

,nNn

NP nN

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• Determinação do ‘valor esperado’ através do cálculo do

‘valor médio’.

• Lembrando: dado uma grandeza u que pode assumir valores

u1, u2, u3, ... , uM , com probabilidades específicas: p1, p2, p3,

... , pM , o valor médio de u é dado por:

M

MM

pppp

upupupupuu

...

...

321

332211

M

i

i

M

i

ii

p

up

1

1

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• O valor médio de qualquer função de u: (f(u) = u f(u) = u2,

f(u) = u1/2, etc.) pode ser calculado fazendo:

• Sendo que, usualmente: (normalização)

• Desta forma:

M

i

i

M

i

ii

p

ufp

uf

1

1

)(

)(

11

M

i

ip

M

i

ii ufpuf1

)()(

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• Retornando ao problema do random – drunk – walk, supor

que no ponto de partida a luz do poste esteja acesa.

• Vamos ver agora como estes conceitos estão relacionados

com a Entropia.

• Pergunta: é razoável supor que haverá uma probabilidade

maior de encontrar a pessoa, em torno de x = 0, quando a luz

está acesa do que quando ela está apagada?

• E se a luz estiver apagada e, ainda por cima, existir uma

colmeia de abelhas no poste?

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• Ou seja, haveria um maior ‘ordenamento do problema’ na

situação de luz acesa do que apagada (e com abelhas)?

• Resumindo, será que poderíamos associar um certo grau de

ordem/desordem a esta ‘maior probabilidade’ de encontrar a

pessoa não longe do poste?

• Para responder esta última pergunta, vamos imaginar um

ensamble composto de vários arranjos idênticos a este

anteriormente discutido (random – drunk – walk).

• Se fizermos uma medida de posição da pessoa, em qual

situação, na média, teremos maior probabilidade de encontra-

la perto do poste?

• E a esta situação de maior probabilidade, ela corresponderia

a uma condição de maior ou menor entropia?

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• Uma condição que devemos ter em mente, para nos guiar

nesta empreitada, é que entropia trata-se de uma grandeza

extensível, i. e., se um sistema C tem componentes A e B,

então SC = SA + SB (por ex., ΔSuniverso = Δ Ssistema + Δ Svizinhança).

• Responder esta pergunta seria muito fácil se conseguíssemos

obter alguma equação que relacionasse cálculo de

probabilidade com a própria entropia.

• A questão, agora, é descobrir como relacionar a entropia S

(que mede grau de ordem/desordem) com a distribuição de

probabilidade pi .

• Note que o produto das probabilidades, (p1 ∙ p2 ∙ . . . ∙ pn)

apenas não serve, porque basta uma das probabilidades pi = 0

que o produto todo se anula, em qualquer situação!

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• E que tal tentarmos relacionar Entropia com cálculo da

Probabilidade Média?

• Agora, a soma das probabilidades (p1 + p2 + . . . + pn)

também não serve porque o resultado será sempre 1

(sistemas normalizados)

• Pelo que já discutimos no problema do random-walk, esta

pode ser uma boa alternativa .

• Aplicando o resultado ao qual chegamos anteriormente:

M

i

ii ufpuf1

)()( i

i

i

ii pppp 2→

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• Vamos agora verificar a questão da ‘extensibilidade’,

supondo um sistema C composto de sub-sistemas A (com m

estados possíveis ) e B (com n estados possíveis), uns

independentes dos outros, de forma que os estados possíveis

de C resultarão de uma combinação dos estados de A e de B.

• Ou seja, se os estados de A são numerados (de i = 1 a n) ; e

de B (de j = 1 a m), os estados possíveis de C serão

determinados por pares específicos de i, j.

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• Por exemplo, se a chance do estado n=2 (de A) existir for

0,2 e a do estado m=6 (de B) for 0,3, então haverá 0,06 de

chance dos dois estados existirem ao mesmo tempo

• Agora, se pi corresponde à probabilidade do i-ésimo estado

de A, e pj do j-ésimo estado de B, então o produto pi ∙ pj = pij

será a probabilidade de ocorrência do estado i,j de C.

• E para C:

n

i

iA pp1

2

n

i

m

j

ij

n

i

m

j

jiC pppp1 1

2

1 1

2)(

m

j

jB pp1

2

; ou seja,

a probabilidade do estado (2,6) de C existir será 0,06 ou 6%:

• Agora, em termos dos valores médios:

e

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• Ou seja, <p>C ≠ <p>A + <p>B ; de forma que a probabilidade

média Não É extensiva e, portanto, não pode representar a

Entropia do sistema.

e tentar descobrir a

função f adequada

i

ii pfpfS )(

n

i

BABi

n

i

m

j

jiC ppppppp1

2

1 1

22

• Mantendo a idéia de que o cálculo da ‘alguma média’ parece

ser representativo da ordem/desordem, vamos calcular:

• Mas, como descobrir então a função que estamos pocurando

para a entropia S?

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• De forma que:

• E esta igualdade deve valer para quaisquer valores de pi e pj.

• Assim:

• Mas, como desejamos que SA + SB = SC (extensível), então

vamos impor:

n

i

iiA pfpS1

)(

m

j

jjB pfpS1

)(

)()()(1 11 1

ij

n

i

m

j

jiij

n

i

m

j

ijC pfpppfpS

)()()()()()(1 111

ij

n

i

m

j

jij

m

j

ji

n

i

i pfpppfppfp

Lembrando que ln a + ln b = ln (a∙b) e escolhendo f ( ) = ln ( ):

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)ln()()(1 11 1

ij

n

i

m

j

jiij

n

i

m

j

jiC ppppfppS

)ln()(ln1 11 1

j

n

i

m

j

jii

n

i

m

j

ji pppppp

])(ln[])(ln[1 11 1

m

j

n

i

ijj

n

i

m

j

jii pppppp

1 1

m

j

jj

n

i

ii pppp11

lnlnBA SS

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• Ou seja, podemos definir Entropia como sendo uma medida

da ordem/desordem das partes de um sistema (sub-sistemas),

que apresentam valores de probabilidades pi , como:

• Na particular situação em que a distribuição de probabilidade

envolve um número de estados que possuem a mesma

probabilidade de ocorrência (energia), ou seja, pi = 1/, então:

i

i

ii ppkS ln (definição de Entropia

de Gibbs)

• Sendo que a constante k (de Boltzmann; k = 1,38∙10-23 J/K)

foi introduzida para deixar o resultado mais geral; e o sinal (-),

para manter a Entropia uma grandeza positiva (uma vez que pi

é sempre menor que a unidade).

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• Ex. Supor sistema que envolve 3 possibilidades (estados) de

ser encontrado (por ex., bola jogada em uma caixa com 3 furos

de tamanhos diferentes), com as seguintes probabilidades:

(i) p1 = 0,0; p2 = 1,0; p3 = 0,0 ; (ii) p1 = 0,2; p2 = 0,8; p3= 0,0

(iii) p1 = 0,1; p2 = 0,8; p3 = 0,1 e (iv) p1 = p2 = p3 = 1/3. a) Em

qual situação teríamos uma maior ‘desordem’ do sistema?

b) Calcule a entropia do sistema em cada caso.

1ln

1

1i

kS

• Finalmente:

)1

ln1

(

k

1

lnk

lnkS(definição de Entropia

de Boltzmann)

(aplicável apenas quando os estados

possuem mesma probabilidade)

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• Ou seja, a situação de ‘menor certeza’ (“maior desordem”)

seria na situação (iv), que envolve um maior número de

possibilidades (curva de distribuição mais larga).

a) Se após uma ‘jogada’ (uma medida) ‘chutássemos’ que a

bola passou pelo buraco 2, nossa chance de acerto seria de

100% em (i) 80% de certeza em (ii) ou (iii) e 33,3% em (iv).

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

caso (i) caso (ii) caso(iii) caso(iv)

p1

p2

p3

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b) Cálculo de Entropia:

• caso (i): note que a fórmula de Gibbs deve ser utilizada, já

que as probabilidades dos vários estados são diferentes:

i

i

ii ppkS ln )0ln01ln10ln0( k 0

0 0

• caso (ii): k501,0

-0,322 -0,179

)0ln08,0ln8,02,0ln2,0( kSii

0

• caso (iii): k639,0

-0,230 -0,179

)1,0ln1,08,0ln8,01,0ln1,0( kSiii

-0,230

0

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• caso (iv):

i

i

i ppkS ln

Observe que neste caso, poderíamos ter optado por utilizar a

fórmula de Boltzmann, sendo que = 3, já que o sistema

possui três estados possíveis, igualmente prováveis:

)3/1ln3/13/1ln3/13/1ln3/1( k k099,1

-0,366 -0,366 -0,366

lnkS )3ln(k k099,1