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Prof. Márcio Iorio Aranha Teoria Geral do Direito Público Faculdade de Direito Universidade de Brasília - UnB

Prof. Márcio Iorio Aranha Teoria Geral do Direito Público ...marcioaranha.com/slidesTGDP3RegimeJuridico.pdf · DAS TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO, REDAÇÃO E ALTERAÇÃO DAS LEIS Seção

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Prof. Márcio Iorio Aranha Teoria Geral do Direito Público

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RESUMO

Processo de produção dos atos estatais ◦ Resultado: lei; decisão jurisdicional; ato administrativo ◦ Disciplina do conteúdo e efeitos dos atos estatais ◦ Interferência no processo de produção dos atos estatais:

valor liberdade; valor do interesse público

Definição de processo

Consequências da definição de processo ◦ Nulidade sequencial ◦ Controle do desvio de poder ◦ Resposta em tempo razoável

Processo x procedimento

Relação jurídica de direito público

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ESTRUTURA PROGRAMÁTICA

Parte I – Fundamentos ◦ Formação, conceito e distintivos do direito público ◦ Poder político ◦ Marcos históricos

Parte II – Pressupostos do Direito Público ◦ Personalidade jurídica de direito público ◦ Classificação constitucional das atividades ◦ Delegação ◦ Competência

Parte III – Regime Jurídico dos Atos Estatais ◦ Em que regime se inserem as pessoas de direito público (e

situações por ela abarcadas) e sob que regime são produzidas as atividades de direito público?

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Lei (finalidade normativa)

Decisão jurisdicional (finalidade jurisdicional)

Ato administrativo (finalidade administrativa)

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Atividades Decisões Esferas funcionais

CRÍTICA: processo como próprio ao direito processual; como “celebração contraditória do procedimento” (Dinamarco)

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Conteúdo da lei: ◦ igualdade (generalidade; abstração);

◦ proporcionalidade;

◦ limites em geral de ordem expressa ou implícita.

Efeitos da lei: ◦ irretroatividade;

◦ status normativo (EC, lei complementar, lei ordinária, MP, tratado);

◦ inova originariamente no ordenamento jurídico.

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Conteúdo da decisão jurisdicional: ◦ Espécie decisória (conhecimento, cautelar, execução)

◦Disciplina temática (área de competência)

Efeitos da decisão jurisdicional: ◦ Trânsito em julgado

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Conteúdo do ato administrativo: ◦ Legalidade estrita

◦ Competência específica

Efeitos do ato administrativo: ◦ Presunção de legitimidade

◦ Imperatividade

◦ Auto-executoriedade

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Disciplina do conteúdo e efeitos dos atos estatais versus privados: ◦ Diferença de grau

Intensidade da disciplina legal

Detalhamento procedimental

◦ Critério distintivo de essência (de princípio):

Valor liberdade (atividades dos particulares) Garantia de livre formação da vontade

Valor do interesse público (atividades públicas) Limitação ao arbítrio

Vínculo funcional

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DEFINIÇÕES de processo: ◦ do latim procedere = seguir adiante ◦ “é o encadeamento necessário e ordenado de atos e fatos

destinado à formação ou execução de atos jurídicos cujos fins são juridicamente regulados (...) sucessão ordenada de formalidades tendentes à formação ou execução de uma vontade funcional” (Sundfeld)

◦ Sistema regrado de eventos dispostos no tempo ◦ “Celebração contraditória do procedimento” (Dinamarco) ◦ Força que motiva e justifica a prática dos atos do

procedimento, interligando os sujeitos processuais (Bülow, Teoria dos pressupostos processuais e das exceções dilatórias, 1868)

◦ Unidade dotada de finalidade ◦ “é uma direção no movimento” (João Mendes Júnior)

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Ref.: CINTRA, Antonio Carlos Araújo; DINAMARCO, Cândico R.; GRINOVER, Ada Pellegrini. Natureza jurídica do processo (processo, relação jurídica, procedimento). In:

_____. Teoria geral do processo. 9ª ed., São Paulo: Editora Malheiros, 1993, p. 235-241.

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CONSEQUÊNCIAS DE SUA DEFINIÇÃO: ◦ Nulidade sequencial

Teoria de Carnelutti sobre atos complexos e a natureza de interdependência, entrelaçamento ou unidade causal das etapas.

Ex: audiência sem citação das partes; promulgação de lei sem quorum regimental; cobrança de tributo sem lançamento.

◦ Desvio de poder

◦ Possibilidade de exigência de resposta do poder público em um tempo razoável

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PROCEDIMENTO ◦ “combinação de atos de efeitos jurídicos causalmente

ligados entre si” (Carnelutti) ◦ “aspecto formal do processo” (Cintra) ◦ “meio extrínseco pelo qual se instaura, desenvolve-se e

termina o processo; é a manifestação extrínseca deste, e sua realidade fenomenológica perceptível” (Cintra)

◦ sucessão de atos processuais; rito do processo (pois é o processo que lhe dá identidade)

◦ “o modo e a forma porque se movem os atos do processo” (Theodoro Júnior)

◦ “o aspecto exterior do fenômeno processual” (Calamandrei)

Teleologia funcional x exteriorização

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Direito Romano x Moderno (afirmações revolucionárias do século XIX):

ação

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Instituto/instituição Direito material Direito processual

Dirigida ao Adversário Juízo

Objeto Bem litigioso Prestação

jurisdicional

Polêmica Windscheid-Muther (1856-1857)

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DUAS FORMAS DE SE ENCARAR O PROCESSO: ◦ Relação jurídica de direito público

Atividade de direito público

Finalidades objetivas (interesse privado apenas mediatamente tutelado)

Autoridade dos atos de direito público

Limitação dessa autoridade pelos conceitos de competência, interesse público e direitos fundamentais

◦ Atuação de entidades de direito público ou equiparadas

Processo válido para formação da vontade objetiva em relações de direito público ou privado

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UMA QUESTÃO DE SEPARAÇÃO DE PODERES OU FUNÇÕES?

◦ Processo Legislativo

◦ Processo Jurisdicional

◦ Processo Administrativo

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BARACHO, José Alfredo de Oliveira. Funções do Estado. p. 26-73. In: _____. Processo Constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 1984.

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RESUMO

Terminologia

Definição

Espécies normativas

Classificação do processo legislativo ◦ Em razão da organização política

◦ Em razão da sequência das fases procedimentais

Fases procedimentais

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Ref.: AZEVEDO, Márcia Maria Corrêa de. Prática do Processo Legislativo. São Paulo: Atlas.

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TERMINOLOGIA ◦Processo Legislativo ◦Procedimento Legislativo ◦Processo normativo ◦Processo legiferante

DEFINIÇÃO

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Constituição Federal de 1988 Título IV – DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

Capítulo I – DO PODER LEGISLATIVO Seção VIII – Do Processo Legislativo

Subseção I – Disposição Geral Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.

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Leis e normas (normas primárias e secundárias)

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LC 95/98 EMENTA: Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal, e estabelece normas para a consolidação dos atos normativos que menciona.

CAPÍTULO III DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS E OUTROS ATOS NORMATIVOS

Art. 16. Os órgãos diretamente subordinados à Presidência da República e os Ministérios, assim como as entidades da administração indireta, adotarão, em prazo estabelecido em decreto, as providências necessárias para, observado, no que couber, o procedimento a que se refere o art. 14, ser efetuada a triagem, o exame e a consolidação dos decretos de conteúdo normativo e geral e demais atos normativos inferiores em vigor, vinculados às respectivas áreas de competência, remetendo os textos consolidados à Presidência da República, que os examinará e reunirá em coletâneas, para posterior publicação.

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Objeto da LC 95/98: lei em sentido amplo

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Art. 1º A elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis obedecerão ao disposto nesta Lei Complementar. Parágrafo único. As disposições desta Lei Complementar aplicam-se, ainda, às medidas provisórias e demais atos normativos referidos no art. 59 da Constituição Federal, bem como, no que couber, aos decretos e aos demais atos de regulamentação expedidos por órgãos do Poder Executivo.

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Numeração das leis

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LC 95/98 Art. 2º (VETADO) § 2º Na numeração das leis serão observados, ainda, os seguintes critérios: I - as emendas à Constituição Federal terão sua numeração iniciada a partir da promulgação da Constituição; II - as leis complementares, as leis ordinárias e as leis delegadas terão numeração seqüencial em continuidade às séries iniciadas em 1946.

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Partes das leis

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LC 95/98 CAPÍTULO II

DAS TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO, REDAÇÃO E ALTERAÇÃO DAS LEIS Seção I

Da Estruturação das Leis Art. 3o A lei será estruturada em três partes básicas: I - parte preliminar, compreendendo a epígrafe, a ementa, o preâmbulo, o enunciado do objeto e a indicação do âmbito de aplicação das disposições normativas; II - parte normativa, compreendendo o texto das normas de conteúdo substantivo relacionadas com a matéria regulada; III - parte final, compreendendo as disposições pertinentes às medidas necessárias à implementação das normas de conteúdo substantivo, às disposições transitórias, se for o caso, a cláusula de vigência e a cláusula de revogação, quando couber. (CONT.)

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Partes das leis (cont.)

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LC 95/98 CAPÍTULO II

DAS TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO, REDAÇÃO E ALTERAÇÃO DAS LEIS Seção I

Da Estruturação das Leis Art. 4º A epígrafe, grafada em caracteres maiúsculos, propiciará identificação numérica singular à lei e será formada pelo título designativo da espécie normativa, pelo número respectivo e pelo ano de promulgação. Art. 5º A ementa será grafada por meio de caracteres que a realcem e explicitará, de modo conciso e sob a forma de título, o objeto da lei. Art. 6º O preâmbulo indicará o órgão ou instituição competente para a prática do ato e sua base legal. (CONT.)

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Partes das leis (cont.)

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LC 95/98 CAPÍTULO II

DAS TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO, REDAÇÃO E ALTERAÇÃO DAS LEIS Seção I

Da Estruturação das Leis Art. 7º O primeiro artigo do texto indicará o objeto da lei e o respectivo âmbito de aplicação, observados os seguintes princípios: I - excetuadas as codificações, cada lei tratará de um único objeto; II - a lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este não vinculada por afinidade, pertinência ou conexão; III - o âmbito de aplicação da lei será estabelecido de forma tão específica quanto o possibilite o conhecimento técnico ou científico da área respectiva; IV - o mesmo assunto não poderá ser disciplinado por mais de uma lei, exceto quando a subseqüente se destine a complementar lei considerada básica, vinculando-se a esta por remissão expressa.

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EXEMPLO de Parte Preliminar

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LEI COMPLEMENTAR Nº 95, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1998 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis obedecerão ao disposto nesta Lei Complementar. Parágrafo único. As disposições desta Lei Complementar aplicam-se, ainda, às medidas provisórias e demais atos normativos referidos no art. 59 da Constituição Federal, bem como, no que couber, aos decretos e aos demais atos de regulamentação expedidos por órgãos do Poder Executivo.

Dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal, e estabelece normas para a consolidação dos atos normativos que menciona

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Estruturação das leis

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LC 95/98 Art. 9º A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais revogadas. (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001)

Seção II Da Articulação e da Redação das Leis

Art. 10. Os textos legais serão articulados com observância dos seguintes princípios: I - a unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela abreviatura "Art.", seguida de numeração ordinal até o nono e cardinal a partir deste; II - os artigos desdobrar-se-ão em parágrafos ou em incisos; os parágrafos em incisos, os incisos em alíneas e as alíneas em itens; III - os parágrafos serão representados pelo sinal gráfico "§", seguido de numeração ordinal até o nono e cardinal a partir deste, utilizando-se, quando existente apenas um, a expressão "parágrafo único" por extenso; IV - os incisos serão representados por algarismos romanos, as alíneas por letras minúsculas e os itens por algarismos arábicos; (CONT.)

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Estruturação das leis

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LC 95/98 V - o agrupamento de artigos poderá constituir Subseções; o de Subseções, a Seção; o de Seções, o Capítulo; o de Capítulos, o Título; o de Títulos, o Livro e o de Livros, a Parte; VI - os Capítulos, Títulos, Livros e Partes serão grafados em letras maiúsculas e identificados por algarismos romanos, podendo estas últimas desdobrar-se em Parte Geral e Parte Especial ou ser subdivididas em partes expressas em numeral ordinal, por extenso; VII - as Subseções e Seções serão identificadas em algarismos romanos, grafadas em letras minúsculas e postas em negrito ou caracteres que as coloquem em realce; VIII - a composição prevista no inciso V poderá também compreender agrupamentos em Disposições Preliminares, Gerais, Finais ou Transitórias, conforme necessário.

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Em razão da organização política:

◦ Processo legislativo autocrático

◦ Processo legislativo direto

◦ Processo legislativo semidireto

◦ Processo legislativo indireto ou representativo

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Em razão da sequência das fases procedimentais:

◦ Processo legislativo comum ou ordinário

◦ Processo legislativo sumário (art. 64, § 1º a 4º)

◦ Processos legislativos especiais

Especificidades de iniciativa, quorum, número de sessões, impedimento de tramitação terminativa ...

Casos: EC (art. 60); LC (art. 69); lei delegada (art. 68); MP (art. 62); decretos legislativos; resoluções; leis financeiras - PPA, LDO, LOA, abertura de créditos adicionais (art. 166).

CONT.

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CF/88

Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.

§ 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.

§ 2º - Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 3º - A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.

§ 4º - Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.

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FASE INTRODUTÓRIA:

◦ Iniciativa de lei: faculdade entregue a órgão ou pessoa para apresentação de projetos/propostas ao Legislativo.

◦ Disciplina jurídica da iniciativa de leis

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Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

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Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

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Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) I - relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) III - reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). (CONT.)

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§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001). (CONT.)

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do Direito Público 36

Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966

(CTN)

13/03/2013

MP nº milhão

Ementa: Define os requisitos essenciais ao lançamento tributário e revoga a disciplina

correspondente da Lei 5.172/66

90 dias

PLV

a) PLV aprovado (idêntido à MP)

b) PLV aprovado (diferente da MP)

c) PLV rejeitado

120 dias

a) Silêncio do Congresso Nacional

b) Pronunciamento pela aprovação do PLV no 150º dia

c) Pronunciamento pela aprovação do PLV no 1000º dia

Complicador 1: LC x LO Complicador 2: vigência x eficácia jurídica e social

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do Direito Público

Art. 96. Compete privativamente:

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

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do Direito Público

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. § 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. § 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete: I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais; II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais. § 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).

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do Direito Público

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: (...) Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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do Direito Público

Art. 61 (...) § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas; II - disponham sobre: a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta

e autárquica ou aumento de sua remuneração; b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária,

serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios; c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico,

provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

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Disciplina estadual e municipal Normas de reprodução obrigatória?

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Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. § 2º - Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. 41

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Art. 128. O Ministério Público abrange:

§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público (...)

x

§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

II - disponham sobre:

d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

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Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:

XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003);

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Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

§ 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

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Ref.: BAER, W.; ULRICH, R. Online Signature Gathering for Californian Initiatives. In: Revista de Direito, Estado e Telecomunicações 4:1 (2012).

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Fixação da Casa iniciadora na Câmara dos Deputados: ◦ PEC (silêncio constitucional): Senado defende o princípio

da alternância (Parecer 692, de 1995, da CCJ do Senado) ◦ Iniciativa popular (art. 61, § 2º): Câmara dos Deputados ◦ Iniciativas de projetos de lei do (art. 64, caput):

Presidente da República

STF

Tribunais Superiores

◦ Medida provisória (art. 62, § 8º)

Fixação da Casa de origem como iniciadora: ◦ Iniciativa parlamentar: deliberação inaugural pertence à

Casa de origem

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Decreto 4.176, de 28 de março de 2002 EMENTA: Estabelece normas e diretrizes para a elaboração, a redação, a alteração, a consolidação e o encaminhamento ao Presidente da República de projetos de atos normativos de competência dos órgãos do Poder Executivo Federal, e dá outras providências

Projeto de Medida Provisória Art. 39. Os projetos de medida provisória somente serão apreciados pela Presidência da República quando devidamente demonstradas a relevância e a urgência da matéria objeto da proposta. Art. 40. Não será disciplinada por medida provisória matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; e d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvada a hipótese de abertura de crédito extraordinário, prevista no art. 167, § 3º, da Constituição; (CONT.)

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Decreto 4.176, de 28 de março de 2002 II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III - reservada a lei complementar; IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República; e V - que possa ser aprovada dentro dos prazos estabelecidos pelo procedimento legislativo de urgência previsto na Constituição. § 1º Caso se verifique demora na apreciação de projetos de lei de iniciativa do Poder Executivo, poderá o órgão competente, configuradas a relevância e a urgência, propor a edição de medida provisória. § 2º É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada a partir de 1º de janeiro de 1995 até 11 de setembro de 2001. (Vide art. 246 da Constituição Federal de 1988) Rejeição de Proposta Art. 41. O ato normativo, objeto de parecer contrário da Casa Civil quanto à legalidade, à constitucionalidade ou ao mérito, será devolvido ao órgão de origem com a justificativa do não-seguimento da proposta.

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Anexo ao Decreto 4.176, de 28 de março de 2002 ANEXO I

QUESTÕES QUE DEVEM SER ANALISADAS NA ELABORAÇÃO DE ATOS NORMATIVOS NO ÂMBITO DO PODER EXECUTIVO

6. Deve ser editada medida provisória? 6.1. Em se tratando de proposta de medida provisória, há justificativas plausíveis para a sua edição? 6.2. O que acontecerá se nada for feito? A proposta não poderia ser submetida ao Congresso em regime de urgência? 6.3. Trata-se de matéria que pode ser objeto de medida provisória, tendo em vista as vedações do § 1º do art. 62 da Constituição? 6.4. A medida provisória estaria regulamentando artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda constitucional promulgada a partir de 1º de janeiro de 1995 e até 11 de setembro de 2001 (art. 246 da Constituição)? 6.5. Estão caracterizadas a relevância e a urgência necessárias para ser editada medida provisória?

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Fase introdutória

Fase constitutiva

Fase complementar

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Deliberação parlamentar ◦ Disciplina regimental da Casa ◦ Trâmite nas comissões temáticas ◦ Juízos:

pressupostos de admissibilidade;

Constitucionalidade;

mérito.

◦ Casa iniciadora x revisora Bicameralismo x “unicameralismo alternado” (Victor Nunes

Leal)

Concentração da iniciativa na Câmara dos Deputados: iniciativa de PEC do Presidente da República = Parecer 692, de 1995, da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal (iniciativa pela Câmara dos Deputados).

◦ Autógrafo: cópia autêntica da deliberação parlamentar – Alterações nessa fase são nulas (CONT.)

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Dispositivo acrescido na fase do autógrafo: ◦ Inconstitucionalidade formal

STF - HC 77734/SC - Pleno - j. 04/11/1998

(...) 6. Simples erro material na publicação do texto não lhe

confere, só por essa razão, força de lei. 7. Caso em que o

parágrafo único aludido constava dos autógrafos do projeto de

lei, que veio assim a ser sancionado, promulgado e publicado a

26.5.1998. 8. O Congresso Nacional comunicou, imediatamente,

à Presidência da República o fato de o parágrafo único do art.

11 da Lei nº 9639/1998 não haver sido aprovado, o que ensejou

a republicação do texto correto da Lei aludida. 9. O dispositivo

padecia, desse modo, de inconstitucionalidade formal, pois não

fora aprovado pelo Congresso Nacional.

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Dispositivo acrescido na fase do veto: ◦ Veto é vinculado ao autógrafo

STF – RC 994/DF - Pleno - j. 04/11/1953

RECURSO CRIMINAL. DIREITO DE VETO ASSEGURADO

AO PRESIDENTE DA REPUBLICA. OPERANTE É O VETO

DESDE QUE LANÇADO NOS AUTÓGRAFOS REMETIDOS

PELO CONGRESSO. A PUBLICAÇÃO INFIEL DO TEXTO

NÃO PODE TRANSFORMAR O VETO EM SANÇÃO, POIS A

LEI VALE TAL COMO FOI EMITIDA PELOS ÓRGÃOS

COMPETENTES (...).

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Deliberação executiva

◦ Sanção Definição: aquiescência do Chefe do Executivo aos termos de

um instrumento normativo devidamente aprovado pelo Poder Legislativo.

Expressa

Tácita

CF/88 Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. § 3º - Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.

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Deliberação executiva ◦ Veto

Manifestação de discordância do Chefe do Executivo com o projeto aprovado pelo Poder Legislativo. Motivado Atinge texto integral de dispositivo

Art. 66 (...) § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto. § 2º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. § 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto. § 5º - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República. § 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 7º - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.

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Deliberação executiva ◦ Veto (EFEITOS)

17/12/2012 – MS 31.816 (Medida Cautelar) – Luiz Fux Questão central: pode o Congresso Nacional deliberar sobre veto

posterior sem a prévia apreciação dos anteriores? Caso: mais de 3.000 vetos não apreciados, alguns, há mais de 10

anos; vetos a dispositivos sobre distribuição dos royalties do petróleo e gás natural; veto presidencial para salvaguarda dos interesses dos estados produtores; votação de regime de urgência para o caso em detrimento dos demais não apreciados.

Argumentos jurídicos: devido processo legislativo; limites constitucionais ao poder de deliberação legislativa; inertia deliberandi como omissão inconstitucional (dever constitucional de deliberação legislativa); rejeição da doutrina das questões interna corporis frente a manifesta contrariedade ao Estado de Direito e à proteção das minorias parlamentares; dever de observância da ordem cronológica de comunicação dos vetos; sobrestamento da deliberação dos vetos subsequentes ao vencimento do prazo de deliberação do antecedente; poder relativo do Congresso Nacional para fixação de sua agenda; “inconstitucionalidades não se compensam” (Sepúlveda Pertence).

Leitura: STF, MS 32.816, Medida Cautelar, Min. Luiz Fux, de

17/12/2012, Dje nº 248, divulgado em 18/12/2012.

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Promulgação

◦ Certeza jurídica quanto à existência e autenticidade da lei

◦ Presunção juris tantum de constitucionalidade da lei

◦ Atestado de que a ordem jurídica foi inovada

◦ Executoriedade

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Publicação ◦ Comunicação do conteúdo ◦ Condição de eficácia da lei ◦ Notoriedade

DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942

Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (2010)

Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. (Vide Decreto-Lei nº 333, de 1967) (Vide Lei 2.145, de 1953)

§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.

§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

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Publicação no DOU

Envio do texto ao CN por meio de mensagem do Presidente da República

14º dia

Parecer da Comissão Mista

Pela admissibilidade Pela inadmissibilidade

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Tramitação de MP – Res. nº 1, de 2002, do Congresso Nacional

Juízo de admissibilidade e de mérito Pressupostos de urgência e relevância (constitucionalidade) e mérito

CONT.

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15º ao 28º dia

Trâmite na Câmara dos Deputados

29º ao 42º dia

Trâmite no Senado Federal

46º dia

Regime de urgência na Casa em que estiver

tramitando

60º dia

Prorrogação automática de vigência da MP com tramitação não

concluída

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Tramitação de MP – Res. nº 1, de 2002, do Congresso Nacional

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Regis de Oliveira: questão de ordem para que não se incluam na expressão “deliberações legislativas” sujeitas a sobrestamento por MP (art. 62, §6º da CF/88) as resoluções previstas no art. 59, VII.

Michel Temer (Presidente): Ementa “Responde à questão de ordem do

Deputado Regis de Oliveira com uma reformulação e ampliação da interpretação sobre quais são as matérias abrangidas pela expressão "deliberações legislativas" para os fins de sobrestamento da pauta por medida provisória nos termos da Constituição; entende que, sendo a medida provisória um instrumento que só pode dispor sobre temas atinentes a leis ordinárias, apenas os projetos de lei ordinária que tenham por objeto matéria passível de edição de medida provisória estariam por ela sobrestados; desta forma, considera não estarem sujeitas às regras de sobrestamento, além das propostas de emenda à constituição, dos projetos de lei complementar, dos decretos legislativos e das resoluções - estas objeto inicial da questão de ordem - as matérias elencadas no inciso I do art. 62 da Constituição Federal, as quais tampouco podem ser objeto de medidas provisórias; decide, ainda, que as medidas provisórias continuarão sobrestando as sessões deliberativas ordinárias da Câmara dos Deputados, mas não trancarão a pauta das sessões extraordinárias”

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Efeitos do regime de urgência de MP – Questão de Ordem 411, de 2009 (Câmara dos Deputados)

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Decretos numerados

Decretos não numerados

Portarias

Resoluções

Instruções Normativas

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RESUMO

◦ Terminologia

◦Definição

◦ Etapas básicas

◦ Jurisdição no Poder Legislativo

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Processo Judicial x Jurisdicional

Administração pública de interesses privados: ◦ Atos privados de repercussão na vida social sofrem

intervenção de órgãos, que agem em defesa do titular do interesse socialmente relevante:

DO FORO EXTRAJUDICIAL:

escritura pública;

casamento;

protesto;

registro de imóveis.

DO PODER EXECUTIVO E JUDICIÁRIO:

organização e fiscalização das fundações (MP e juiz – arts. 1.199 a 1.204 do CPC)

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◦ DO JUIZ (jurisdição voluntária = função administrativa): alienações judiciais (arts. 1.113 a 1.119 do CPC);

separação consensual (arts. 1.120 a 1.124-A do CPC);

testamentos e codicilos (arts. 1.125 a 1.141 do CPC);

herança jacente (arts. 1.142 a 1.158 do CPC);

bens dos ausentes (arts. 1.159 a 1.169 do CPC);

coisas vagas (arts. 1.170 a 1.176 do CPC);

curatela dos interditos (arts. 1.177 a 1.186 do CPC);

tutela e curatela (arts. 1.187 a 1.198 do CPC);

organização e fiscalização das fundações (arts. 1.199 a 1.204 do CPC);

balanço de inventário em tutela (art. 1.756 do novo CC);

publicação de testamento particular (art. 1.877 do novo CC)

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◦Processo Constitucional: Teoria Geral do Processo Constitucional: “Jurisdição

constitucional é a função exercida para a proteção e para a manutenção da supremacia constitucional” (Baracho)

DEFINIÇÃO:

“Condensação metodológica e sistemática dos princípios constitucionais do processo” (Dinamarco) no sentido Constituição-processo – tutela constitucional do processo jurisdicional – quanto processo-Constituição – a jurisdição constitucional.

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DEFINIÇÃO ◦ Conjunto coordenado de disposições que

disciplinam o procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes na produção da prestação jurisdicional.

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Propositura da ação

Citação do réu

Prazo para

contestação Intimação do autor

Intimação das partes

para indicação de

provas

Designação de

audiência para oitiva

de testemunhas

Prolação da sentença

Prazo para recurso,

interposição de

recurso, intimação

da outra parte etc.

Trânsito em julgado

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CF/88 Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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CF/88 Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: I - a existência da União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança interna do País; V - a probidade na administração; VI - a lei orçamentária; VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.

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Lei 1.079, de 10 de abril de 1950 Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos*, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República. DOS CRIMES CONTRA A EXISTÊNCIA DA UNIÃO Art. 5º São crimes de responsabilidade contra a existência política da União: 3 - cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade; ... *Art. 52, parágrafo único da CF/88: “perda do cargo com inabilitação por oito anos”.

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CF/88 Art. 86. Admitida a acusação* contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. § 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções: I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. § 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. *Lei 1.079/1950: “Art. 14. É permitido a qualquer cidadão denunciar o Presidente da República ou Ministro de Estado, por crime de responsabilidade, perante a Câmara dos Deputados.”

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DECRETO-LEI Nº 201, DE 27 DE FEVEREIRO DE 1967 Dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos

e Vereadores, e dá outras providências. Art. 1º São crimes de responsabilidade do Prefeito Municipal, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores: I - apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio; ... §1º Os crimes definidos nêste artigo são de ação pública, punidos os dos itens I e II, com a pena de reclusão, de dois a doze anos, e os demais, com a pena de detenção, de três meses a três anos. § 2º A condenação definitiva em qualquer dos crimes definidos neste artigo, acarreta a perda de cargo e a inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função pública, eletivo ou de nomeação, sem prejuízo da reparação civil do dano causado ao patrimônio público ou particular. Art. 2º O processo dos crimes definidos no artigo anterior é o comum do juízo singular ... Art. 4º São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato: I - Impedir o funcionamento regular da Câmara; ...

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RESUMO

◦ Terminologia

◦Definição

◦Disciplina legal

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Processo x procedimento ◦ Licitação ◦Concessão de serviço público ◦ Permissão de serviço público ◦ Autorização de uso de bem público ◦ Fiscalização de atividade regulada ◦ Arrecadação de tributos ◦ Aplicação de sanções administrativas ◦Concurso público, consulta pública, audiência pública ...

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Conjunto coordenado de atos e fatos encadeados no tempo e voltados a consecução de um ato administrativo.

Sequência de atos e fatos dispostos como um sistema para o fim de produção de atos administrativos.

Manifestação: ◦ Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo

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Lei 9.784, de 29 de janeiro de 1999 Regula o processo administrativo no

âmbito da Administração Pública Federal.

Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.

§ 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.

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Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.

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CAPÍTULO II DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;

CAPÍTULO III DOS DEVERES DO ADMINISTRADO

Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;

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CAPÍTULO IV

DO INÍCIO DO PROCESSO

Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.

Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:

Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

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CAPÍTULO VI

DA COMPETÊNCIA

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

CAPÍTULO XI

DO DEVER DE DECIDIR

Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.

Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

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CAPÍTULO XV DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: I - fora do prazo; II - perante órgão incompetente; III - por quem não seja legitimado; IV - após exaurida a esfera administrativa. § 1º Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.

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Aspecto dinâmico

Processo como movimento x

Aspecto estático

Estrutura de produção de atos estatais

(função, agente, órgão, cargo)

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Direito Público: liberdade x interesse público

Teleologia e poder extroverso são características que exigem o processo: ◦ Dupla finalidade:

Máximo de segurança

Mínimo de arbítrio

Definição de processo é teleológica: ◦ O processo se identifica pela função

correspondente

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David Miranda 18 de agosto de 2013: detido por 9 horas no

aeroporto Heathrow, em Londres Parceiro jornalístico de Glenn Greenwald

Glenn (jornalista do The Guardian): publicou o vazamento de invasões a informações eletrônicas pelos EUA via Edward Snowden. Objetivo policial: impedir publicação de informação confidencial e sensível para atos de terrorismo. Defesa de Miranda: a finalidade da política legislativa que

gerou o Terrorism Act de 2000 (questão da Irlanda do Norte) – a autoridade pode inquirir o ingressante em território inglês para “determinar se se trata de um terrorista”. Interrogatórios por quaisquer outros motivos não estariam no escopo da lei.

O interrogatório de Miranda teria sido ilegal pois ele “was detained for a purpose outside of the one allowed by law”.

Garantias institucionais de prevenção de abuso da Seção 44 (safeguards to prevent its misuse): (i) autorização do Home Secretary [Theresa May]; (ii) uso adequado.

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Ut enim tutela, sic

procuratio rei publicae ad

eorum utilitatem, qui

commissi sunt, non ad

eorum, quibus commissa

est, gerenda est.

Pois a administração do governo, tal como o ofício de um acreditado [procurador], deve ser conduzida para o benefício daquele que outorgou o mandato; não daqueles que o receberam.

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O exercício de poderes por agentes públicos em nome de finalidade que lhes é estranha.

“é o poder outorgado a alguém para o obrigatório atingimento de bem jurídico disposto na norma” (Sundfeld)

É toda a atividade submetida a fins exteriores ao agente.

É a vinculação do poder a uma finalidade de interesse público em sentido estrito.

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Divisão histórica das atividades de direito público em blocos segundo sua finalidade: ◦ ESFERAS FUNCIONAIS DE PODER:

Atos de poder refletem tais esferas: lei; decisão jurisdicional; ato administrativo.

Terminologia: ◦ Divisão funcional

◦ Divisão das funções estatais

Caráter teleológico da atividade estatal

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Indisponibilidade do interesse público ◦ Vontade objetiva = vontade funcional

◦ Poder condicionado ao cumprimento de finalidade

Vontade estatal x individual

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Pensamento Consciência

Liberdade de

atuação

individual

Ordenamento

jurídico Processo

Atuação

funcional

Fonte Desenvolve-

se

Exterioriza-

se

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Chefe de Estado: “vínculo moral do Estado”; corporificação da unidade estatal; representante simbólico da unidade de ordenação estatal (Kelsen) Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;

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Chefe de Governo I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

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Chefe de Governo IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; X - decretar e executar a intervenção federal; XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)

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Chefe de Governo XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII; XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional; XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;

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Chefe de Governo

XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;

XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;

XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

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Corte de Constitucionalidade

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)

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Velar pelo equilíbrio interno e externo das relações estatais

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; h) a homologação das sentenças estrangeiras e a concessão do "exequatur" às cartas rogatórias, que podem ser conferidas pelo regimento interno a seu Presidente; (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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Proteção dos direitos fundamentais e julgamentos envolvendo os altos escalões do governo

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999) r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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Causas decorrentes de sua competência originária e da própria estrutura do Judiciário

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais; n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

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Para solução da inércia do órgão responsável pela emissão de norma regulamentadora de dispositivo constitucional

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; Art. 103. (...) § 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

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Recurso ordinário constitucional

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

II - julgar, em recurso ordinário:

a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória* a decisão;

b) o crime político;

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*decisões de mérito e de extinção do processo sem julgamento de mérito

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LEI Nº 7.170, DE 14 DE DEZEMBRO DE 1983. Define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política

e social, estabelece seu processo e julgamento e dá outras providências.

Art. 1º - Esta Lei prevê os crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão:

I - a integridade territorial e a soberania nacional;

II - o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito;

III - a pessoa dos chefes dos Poderes da União.

DOUTRINA: ◦ Critério do bem jurídico tutelado: lesione ou ameace

lesionar a estrutura política do país. ◦ Critério do móvel que anima o agente: apresenta

motivação de caráter político.

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Recurso extraordinário Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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RESUMO

◦Definição

◦ Identidade

◦Classificação

◦ Autoridade pública

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É a expressão mais ampla que se pode conceber “para designar genérica e indistintamente os sujeitos que servem ao Poder Público como instrumentos expressivos de sua vontade ou ação, ainda que o façam apenas ocasional ou espisodicamente” (Celso A. Bandeira de Mello)

“São todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal” (Hely Lopes Meirelles)

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Lei da Improbidade Administrativa Lei 8.429, de 2 de junho de 1992

enriquecimento ilícito Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Art. 1º (...) administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual (...) Parágrafo único. (...) entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual (...)

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DECRETO Nº 4.334, DE 12 DE AGOSTO DE 2002

Dispõe sobre as audiências concedidas a particulares por agentes públicos em exercício na Administração Pública

Federal direta, nas autarquias e fundações públicas federais.

Art. 1º (...) Parágrafo único. Para os fins deste Decreto, considera-se: I - agente público todo aquele, civil ou militar, que por força de lei, contrato ou qualquer outro ato jurídico detenha atribuição de se manifestar ou decidir sobre ato ou fato sujeito à sua área de atuação; e II - particular todo aquele que, mesmo ocupante de cargo ou função pública, solicite audiência para tratar de interesse privado seu ou de terceiros.

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Requisitos para caracterização do agente: ◦ Requisito de ordem objetiva:

Natureza da atividade desempenhada (direito público)

◦ Requisito de ordem sujetiva:

Investidura: ato ou procedimento legal por meio do qual se vincula o agente público ao Estado

TERMINOLOGIA: mandato x investidura

Representação e mandato políticos – extensão do poder de tomada de decisão pelos representantes frente à vontade dos representados – assembleias medievais (e.g. Estados Gerais franceses) atuavam por mandato – a representação moderna atua por investidura, como um modo de compor o governo.

Obs: não esgotam a definição de agente público.

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(1/3) Agentes políticos ◦ Integrantes do arcabouço constitucional do Estado.

◦ “autoridades públicas supremas” (Hely Lopes), incluindo magistrados, MP, Tribunais de Contas e representantes diplomáticos.

◦ “formadores da vontade superior do Estado” (Bandeira de Mello).

◦ LISTAGEM: altos escalões das esferas funcionais

Chefes do Executivo e os titulares das pastas

Membros-fim do Legislativo

Corte de Constitucionalidade (ressalva)

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(2/3) Agentes administrativos ◦ Vínculo de relações profissionais com o Estado ou suas

entidades

(3/3) Agentes delegados e honoríficos, ou particulares em colaboração com a administração ◦ Agente honoríficos ou requisitados: jurados; membros

de mesa receptora e apuradora de votos; recrutados para o serviço militar obrigatório.

◦ Gestores de negócios públicos em situações emergenciais.

◦ Delegados de função ou ofício público: titulares de serventias não estatizadas.

◦ Concessionárias e permissionárias de serviços públicos.

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Responsabilidade objetiva: ◦ Pessoa física x jurídica (art. 37, § 6º da CF/88): pessoas

jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos.

Crime praticado por funcionário público: ◦ Art. 327 do Código Penal: “Considera-se funcionário público,

para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.”

◦ § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

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Termo geral: agentes públicos

◦ Direito Administrativo: servidores

◦ Direito Penal: funcionários públicos (art. 327 do Código Penal)

◦ Direito Tributário: autoridades administrativas (art. 142 e 194 e seguintes do CTN)

◦ Direito Processual: autoridades

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Conceito

◦ Conceito vulgar (Gadamer – Verdade e Método – p. 419

e 420):

Autoridade como atributo de pessoas

Autoridade não se outorga, adquire-se

Repousa sobre um ato de reconhecimento

◦ Conceito técnico-jurídico:

Atributo do ordenamento jurídico

É investida em agentes públicos

Repousa sobre uma atividade funcional

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Autoridade no mandado de segurança

◦ Art. 5º, LXIX da CF/88: “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”

◦ Lei 12.016/09: Art. 1º, § 1º - “Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições.”

◦ Lei 9.784/99: Art. 1º, § 2º - “Para os efeitos desta lei, consideram-se: III – autoridade – o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.”

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Diretor de faculdade privada pode ser autoridade para fins de mandado de segurança?

◦ Tópicos:

serviço público x serviço social;

atos de contratação de pessoal, construção, bibliotecas, compra de livros, dentre outros versus atos correlatos à outorga de título;

delegação da atividade de ensino x de função pública.

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TFR ◦ Súmula 15. Compete à Justiça Federal julgar mandado de

segurança contra ato que diga respeito ao ensino superior, praticado por dirigente de estabelecimento particular.

◦ Súmula 16. Compete à Justiça Estadual julgar mandado de segurança contra ato referente ao ensino de 1º e 2º graus e exames supletivos (Lei 5.692, de 1971), salvo se praticado por autoridade federal.

STJ ◦ CC 35050/SP (1ª Seção, j. 13/11/2002): “(...) 1. Compete à

Justiça Federal julgar mandado de segurança contra ato que diga respeito ao ensino superior, praticado por dirigente de estabelecimento particular, no exercício de função federal delegada. Súmula 15 do extinto TFR. 2. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo Federal da 3ª Vara de São Bernardo do Campo- SJ/SP, o suscitante.”

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Dirigentes de empresa pública e sociedade de economia mista têm seus atos sujeitos a mandado de segurança? ◦ Resp 63.580/DF: “A lei pode atribuir a pessoa jurídica

de Direito Privado certas funções próprias do Poder Público. Foi o que se deu quando a CLT atribuiu à Caixa Econômica Federal a atividade de arrecadação e distribuição da Contribuição Sindical. Agindo como Poder Público, a CEF é parte passiva legítima no mandado de segurança” (1ª Turma, Rel. Min. César Asfor Rocha, DJ de 6/10/1997, p. 49.879).

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RESUMO

Agentes representativos das funções estatais:

◦ Magistrados

◦ Parlamentares

◦ Agentes políticos e administrativos do Executivo

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CF/88

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

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Predicamentos da magistratura / garantias dos jurisdicionados / garantias institucionais da jurisdição / prerrogativas funcionais ◦ Condição de independência do juiz

Independência externa: perante entidades estranhas ao Poder Judiciário.

Independência interna: perante órgãos ou entidades do Pode Judiciário.

◦ Não são absolutas Nos limites do cumprimento da função.

Controle: Reforma do Judiciário com tramitação iniciada em 1999 EC 45/04 CNJ.

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Significado: ◦ Perda do cargo:

Estágio probatório: resolução do Tribunal a que estiver vinculado ou CNJ (maioria absoluta = art. 93, VIII).

Juiz vitalício: sentença judicial transitada em julgado (art. 95, I).

◦ Limite de idade: art. 93, VI c/c art. 40, §1º, II

Aquisição: ◦ Estágio probatório (2 anos) de efetivo exercício da

carreira, mediante aprovação no concurso público de provas e títulos x magistrados de Tribunais Superiores não oriundos da carreira da magistratura.

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Significado: ◦ Vedação de remoção, mesmo sob a forma de

promoção, senão com seu assentimento. ◦ Manifestação de assentimento na forma da LOMAN (LC

35/79) Remoção de juiz de instância inferior por Tribunal

independe de seu assentimento (art. 45, I da LOMAN).

Assentimento necessário para o caso de mudança da sede do Juízo (art. 30, caput da LOMAN).

Caso (juiz substituto): ◦ Conquanto não inamovível, goza da garantia da

vitaliciedade (HC 75.861, voto do relator Ilmar Galvão, Ementário 1895-12, 1ª Turma, j. 4/11/97)

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Significado: ◦ Irredutibilidade nominal x real ◦ Crítica: “a interpretação a ser dada à irredutibilidade há de

ser econômica, para ser jurídica” (Geraldo Ataliba) ◦ Alexander Hamilton: mexer na subsistência é mexer na

vontade.

STF: ◦ Direito adquirido atinge o quantum remuneratório, mas não

o regime de vencimento. (EC 41/2003 – Reforma da Previdência)

◦ A irredutibilidade de vencimentos é uma “modalidade qualificada de direito adquirido, oponível às emendas constitucionais mesmas”, mas ela não atinge a “fórmula de composição da remuneração total” (MS 24.875-1/DF, Pleno, j. 11/05/2006 – 20% de acréscimo sobre os proventos de Ministro aposentado do STF são devidos até que seu montante seja coberto pelo valor fixado como teto de subsídio).

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Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: (...)

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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RESUMO

Estatuto dos Congressistas ◦ Conjunto de normas constitucionais que definem o regime

jurídico dos membros do Congresso Nacional. ◦ Prerrogativas parlamentares:

Inviolabilidade ou imunidade material

Imunidade formal ou imunidade propriamente dita

Em relação à prisão

Em relação ao processo

Privilégio de foro

Limitação ao dever de testemunhar

Prerrogativa de serviço militar

◦ Incompatibilidades ◦ Perda do mandato

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INVIOLABILIDADE ou imunidade material:*

◦ Exclusão de cometimento de crime por opinião, palavra e voto de Deputados e Senadores (fato típico deixa de constituir crime)

CF/88

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

*não atinge a censura ao modo de externar a opinião (decoro parlamentar)

*Crimes contra a honra (calúnia, difamação, injúria), incitamento a crime, apologia de criminoso, vilipêndio oral a culto religioso ...)

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IMUNIDADE FORMAL em relação à prisão: ◦ Impedimento da prisão ◦ Freedom from arrest restrito, no direito

anglo-americano, à prisão por dívidas.

CF/88 (art. 53) § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto secreto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão e autorize, ou não, a formação de culpa. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

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IMUNIDADE FORMAL em relação ao processo: ◦ Impedimento do processo criminal (não exclui o

crime, pelo contrário, o pressupõe)

CF/88 (art. 53) § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

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PRIVILÉGIO DE FORO em razão da função:

◦ Prerrogativa de foro civil e penal.

CF/88 (art. 53)

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

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LIMITAÇÃO AO DEVER DE TESTEMUNHAR: ◦ Prerrogativa de foro civil e penal.

CF/88 (art. 53) § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

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PRERROGATIVA DE SERVIÇO MILITAR: ◦ Forma de imunidade que afasta o parlamentar

da incidência de uma obrigação imposta pela Constituição Federal.

CF/88 (art. 53) § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

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Art. 27. (...) § 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. Art. 29. (...) VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992) IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assembléia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

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Definição: impedimentos dirigidos à esfera de atuação do parlamentar no exercício do mandato desde a diplomação ou a posse do eleito.

Espécies (José Afonso da Silva): ◦ Incompatibilidades funcionais

◦ Incompatibilidades negociais

◦ Incompatibilidades políticas

◦ Incompatibilidades profissionais

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Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

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Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão: I - desde a expedição do diploma: b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior; II - desde a posse: b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a"; Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;

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Vedação de cargos ou mandatos ◦ 1891: possibilidade de acumulação de cargos de

deputado estadual com vereador e prefeito. ◦ 1946: possibilidade de acumulação de cargos de

senador com o de prefeito. ◦ 1967-69: possibilidade de acumulação de deputados

com vice-prefeitos.

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

II - desde a posse:

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

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Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão: II - desde a posse: a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";

LEI Nº 8.906, DE 4 DE JULHO DE 1994.(Estatuto da Advocacia) Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia: II - os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades: I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais;

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Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. § 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas. § 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. § 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. § 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994)

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Incompatibilidades Decoro parlamentar Ausência às sessões Privação dos direitos políticos ◦ Cancelamento da naturalização por sentença transitada em

julgado ◦ Incapacidade civil absoluta ◦ Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem

seus efeitos ◦ Escusa de consciência (recusa de cumprir obrigação a todos

imposta ou prestação alternativa): serviço militar; serviço do júri ◦ Improbidade administrativa (Lei 8.429/92)

Decretação pela Justiça Eleitoral Condenação criminal Licença por mais de 120 dias para tratar de interesse

particular (Fonte: Caliman. Mandato parlamentar. Atlas)

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Soberania (Bodin) x prerrogativas funcionais

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Prerrogativa de cometimento de infração ◦ Crime de responsabilidade:

Definição: infrações constitucionais ou político-administrativas. Foro privilegiado: juízo de admissibilidade (Câmara dos Deputados);

juízo de julgamento (Senado Federal) ou Judiciário. Processamento: iniciativa de qualquer cidadão (ou por ação pública

no caso de Prefeito municipal); Presidente é afastado das suas funções por até 180 dias após instauração do processo pelo Senado Federal (art. 86, § 1º e § 2º); comissão do Senado oferece libelo (10 sessões no caso Collor); contestação do libelo; apresentação de testemunhas e provas; inquirição de testemunhas; debates orais; votação nominal; condenação dependente de 2/3 dos votos.

Réus: Presidente, Vice-Presidente, Ministros de Estado, Ministros do STF, membros do CNJ e do CNMP, Procurador-Geral da República, Advogado-Geral da União.

Imunidade formal ao processo: licença da Câmara dos Deputados (art. 51, I da CF/88)

Sanções (impeachment): perda do cargo e inabilitação por oito anos para o exercício da função pública (art. 52, parágrafo único)

Decisão: via resolução do Senado Federal.

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Prerrogativas em crimes comuns: ◦ Prerrogativa de foro: Presidente, Vice-Presidente, Ministros de

Estado, chefes de missão diplomática de caráter permanente são julgados no STF (art. 102, I, b e c); Governadores, no STJ (art. 105, I, a); Prefeitos, no Tribunal de Justiça (art. 29, X).

◦ Imunidade formal ao processo: instauração de processo contra o Presidente, Vice-Presidente e Ministros de Estado dependente de aprovação, por 2/3 da Câmara dos Deputados (art. 51, I)

◦ Imunidade ou irresponsabilidade relativa temporária do Chefe de Estado: contra persecução penal de infrações praticadas antes do mandato ou na sua vigência, mas alheia à função pública (art. 86, § 4º)

◦ Limitação à prisão do Presidente da República: não se sujeita à prisão enquanto não sobrevier sentença condenatória (art. 86, § 3º)

◦ Suspensão de suas funções por até 180 dias: o Presidente da República ficará suspenso de suas funções se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo STF.

◦ Perda do cargo: por condenação criminal transitada em julgado (art. 15, III)

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Funções expressas no enunciado de deveres e direitos: ◦ Lei 8.112/90 – Regime jurídico dos servidores públicos civis da

União, das Autarquias e das Fundações Públicas Federais. Exemplos de delimitações funcionais

“Art. 117. Ao servidor é proibido: XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares.”

“Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.”

◦ Lei 9.784/99 – Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal Exemplos de delimitações funcionais decorrentes de direitos dos

administrados:

“Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos (...) III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;”

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Têm em comum:

◦ Submentem-se aos correspondentes processos

◦ Suas funções e competências são atribuídas por lei

◦ Recebem prerrogativas para exercê-las

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RESUMO

Conceito

Razão de existência

Descentralização x desconcentração

Teoria do órgão x teoria do mandato

Exemplos de órgãos originários

Classificação quanto à atuação funcional

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São unidades de atuação funcional da estrutura do poder

É um centro de competências

Lei 9.784, de 24 de janeiro de 1999 Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. § 2º Para os fins desta Lei, consideram-se: I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;

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Razão de existência ◦ Especialização funcional

Descentralização x desconcentração ◦ Especialização funcional despersonalizada

Teoria do órgão: ◦ Gierke (1841-1921): a relação entre o órgão e o ente de

que faz parte é de imputação. A atividade do órgão identifica-se e confunde-se com o da pessoa jurídica.

◦ Teoria do mandato: agente público como mandatário do Estado

◦ Teoria da representação: o agente como representante do Estado nos moldes da tutoria de menores ou curadoria de incapazes

CONT.

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Efeitos da teoria do órgão no direito público: ◦ Georg Jellinek, Carré de Malberg, León Michoud:

identificam órgão e agente.

◦ Carlo Sposito, Franceso D’Alessio, Cino Vita, Renato Alessi, Eduardo Burllrich: reúnem órgão, função e aparelhamento material para conceituação de ofício.

◦ Santi Romano: união entre função e agente, formando a instituição.

◦ Basavilbaso: distingue órgão-indivíduo e órgão-instituição.

◦ Órgão como um conjunto de competências distintas do agente público.

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Órgãos originariamente constitucionais:

◦ Corporações legislativas

◦ Chefias do Executivo

◦ Tribunais Judiciários e os Juízos

◦ Ministérios Públicos

◦ Tribunais de Contas

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Quanto à atuação funcional: ◦ Órgãos singulares ou unipessoais ◦ Órgãos colegiados ou pluripessoais

Trata-se de classificação que evidencia a distinção entre órgão, cargo e agente.

O órgão é o ponto de contato entre o agente e a pessoa jurídica de que faz parte por uma relação de imputação. Órgão e Estado são uma unidade.

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Agente

Público

Competência

Processo

Função

Cargo

Competência

Processo

Função

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É o lugar instituído na estrutura do Estado “com denominação própria, atribuições específicas e estipêndio correspondente, para ser provido e exercido por um titular, na forma estabelecida em lei” (Hely Lopes Meirelles)

“São as mais simples e indivisíveis unidades de

competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por lei, salvo quando concernentes aos serviços auxiliares do Legislativo, caso em que se criam por Resoluções (...)” (Celso A. Bandeira de Mello)

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Os cargos vinculam a atuação do agente público ao Estado por imputação.

Os cargos conectam seus ocupantes ao Poder Público por uma relação jurídica estatutária; não de índole contratual.

Diferem-se dos empregos públicos, pois estes são “núcleos de engargos de trabalho” a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista

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Quanto à vocação para retenção de seus ocupantes:

◦ Cargos em comissão

◦ Cargos de provimento efetivo

◦ Cargos vitalícios Magistrados (art. 95, I) Ministros do TCU (art. 73, § 3º) Membros do Ministério Público (art. 128, § 5º, I, a)

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RESUMO

Processo

Especialização funcional

Controle

Figuras abusivas do poder

Indisponibilidade do interesse público

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Finalidades do processo: ◦ Segurança no alcance da função pública

◦ Possibilitar manifestação dos potencialmente afetados pelo ato de direito público dele resultante

◦ Amenizar a insensibilidade e distanciamento da produção do poder

Circunspecção na produção do ato de poder

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Manifestação distinta em cada esfera funcional: ◦ Esfera legislativa: opinião pública; lobistas; comissões

temáticas.

◦ Esfera administrativa: atos normais de administração versus atos decisórios que possam resultar em sanção ou definam situação litigiosa

Art. 5º, LV: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”

◦ Esfera jurisdicional: ampla defesa; contraditório; e devido processo legal (art. 5º, LIV e LV)

Art. 5º, LIV: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”

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Especialização funcional

Controle

Figuras abusivas do uso da competência ◦ Abuso de poder

◦ Excesso de poder

◦ Desvio de poder

Indisponibilidade do interesse público

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Revista Puck, de 23 de janeiro de 1889