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Página 1 de 25 - 17/07/2018 - 3:10 PROFESSOR: EQUIPE DE PORTUGUÊS BANCO DE QUESTÕES - PORTUGUÊS - 8º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ============================================================================================== Parte 1 Texto 1 / Gênero Crônica PELADA DE SUBÚRBIO (Armando Nogueira) Nova Iguaçu, quatro horas da tarde, sábado de sol. Dois times suam a alma numa pelada barulhenta; o campo em que correm os dois times abre-se como um clarão de barro vermelho cercado por uma ponte velha, um matagal e uma chácara silenciosa, de muros altos. A bola, das brancas, é nova e rola como um presente a encher o vazio de vidas tão humildes que, formalmente divididas, na verdade, juntam-se para conquistar a liberdade na abstração de uma vitória. Um chute errado manda a bola pelos ares, lá nos limites da chácara, de onde é devolvida, sem demora, por um arremesso misterioso. Alguns minutos mais tarde, outra vez a bola foi cair nos terrenos da chácara, de onde voltou lançada com as duas mãos por um velhinho com jeito de caseiro. Na terceira, a bola ficou por lá; ou melhor, veio, mas, cinco minutos depois, embaixo do braço de um homem gordo, cabeludo, vestido numa calça de pijama e nu da cintura para cima. Era o dono da chácara. A rapaziada, meio assustada, ficou na defensiva, olhando: ele entrou, foi andando para o centro do campo, pôs a bola no chão e, quando os dois times ameaçavam agradecer, com palmas e risos, o gesto do vizinho generoso, o homem tirou da cintura um revólver e disparou seis tiros na bola. No campo, invadido pela sombra da morte, só ficou a bola, murcha. (O melhor da crônica brasileira. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979.) Sobre o texto 1, responda às questões de 01 a 02. 01- Classifique o foco narrativo do texto." R.: __________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 02- Assinale a opção que informa o(s) recurso(s) comprovadores desse foco narrativo. (A) Os substantivos marcam a distância do narrador. (B) Os pronomes indefinidos revelam a proximidade do narrador aos eventos. (C) A ausência de verbos de 1 a pessoa marca a proximidade do narrador. (D) A presença de verbos de 3 a pessoa assinala a distância do narrador dos eventos. Sobre a personagem BOLA, responda às questões de 03 a 05. 03- O fato de a bola ser branca se contrapõe a que elemento no 1 o parágrafo? Explique a situação. R.: __________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________

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PROFESSOR: EQUIPE DE PORTUGUÊS

BANCO DE QUESTÕES - PORTUGUÊS - 8º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ==============================================================================================

Parte 1 Texto 1 / Gênero Crônica

PELADA DE SUBÚRBIO (Armando Nogueira)

Nova Iguaçu, quatro horas da tarde, sábado de sol. Dois times suam a alma numa pelada

barulhenta; o campo em que correm os dois times abre-se como um clarão de barro vermelho cercado por uma ponte velha, um matagal e uma chácara silenciosa, de muros altos.

A bola, das brancas, é nova e rola como um presente a encher o vazio de vidas tão humildes que, formalmente divididas, na verdade, juntam-se para conquistar a liberdade na abstração de uma vitória.

Um chute errado manda a bola pelos ares, lá nos limites da chácara, de onde é devolvida, sem demora, por um arremesso misterioso. Alguns minutos mais tarde, outra vez a bola foi cair nos terrenos da chácara, de onde voltou lançada com as duas mãos por um velhinho com jeito de caseiro.

Na terceira, a bola ficou por lá; ou melhor, veio, mas, cinco minutos depois, embaixo do braço de um homem gordo, cabeludo, vestido numa calça de pijama e nu da cintura para cima. Era o dono da chácara.

A rapaziada, meio assustada, ficou na defensiva, olhando: ele entrou, foi andando para o centro do campo, pôs a bola no chão e, quando os dois times ameaçavam agradecer, com palmas e risos, o gesto do vizinho generoso, o homem tirou da cintura um revólver e disparou seis tiros na bola.

No campo, invadido pela sombra da morte, só ficou a bola, murcha.

(O melhor da crônica brasileira. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979.) • Sobre o texto 1, responda às questões de 01 a 02.

01- Classifique o foco narrativo do texto."

R.: __________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________ 02- Assinale a opção que informa o(s) recurso(s) comprovadores desse foco narrativo.

(A) Os substantivos marcam a distância do narrador. (B) Os pronomes indefinidos revelam a proximidade do narrador aos eventos. (C) A ausência de verbos de 1a pessoa marca a proximidade do narrador. (D) A presença de verbos de 3a pessoa assinala a distância do narrador dos eventos.

• Sobre a personagem BOLA, responda às questões de 03 a 05.

03- O fato de a bola ser branca se contrapõe a que elemento no 1o parágrafo? Explique a situação.

R.: __________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

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04- A bola divide e junta os grupos. Explique a situação.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

05- O que representa literal e figurativamente a “morte” da bola ao final?

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ • Sobre a construção linguística do 1o período do 1o parágrafo, responda às questões 06 e 07. 06- O 1o período do texto começa sem verbo. Apesar disso, informe a função sintática das

expressões da 1a frase.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ 07- Que efeito se confere à crônica ao começar somente com essa função?

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ • Leia novamente o seguinte trecho: “Um chute errado manda a bola pelos ares, lá nos limites

da chácara, de onde é devolvida, sem demora, por um arremesso misterioso.” Sobre o conhecimento de vozes verbais, responda às questões de 08 a 11.

08- Transcreva do trecho somente o seguinte esquema sintático: sujeito + verbo na voz passiva +

agente da passiva.

R.: ___________________________________________________________________________ 09- Explique um provável efeito do uso dessa voz em vez da voz ativa.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

10- Reescreva o fragmento em voz passiva na voz ativa correspondente.

R.: ___________________________________________________________________________

11- Existe uma outra forma de deixar “misteriosa” a devolução da bola, usando recurso próprio de

voz verbal. Indique isso.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

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• Sobre o uso do pronome SE, responda à questão 12.

12- Compare os trechos abaixo

I- (...) o campo (...) abre-se como um clarão de barro vermelho

II- (...) como um presente a encher o vazio de vidas tão humildes que (...) juntam-se para conquistar a liberdade na abstração de uma vitória.

• A respeito do pronome “se” e o seu uso linguístico, assinale a opção correta.

(A) Eles são semanticamente diferentes: o 1o representa sujeito indeterminado; o 2o representa voz passiva.

(B) Eles são idênticos e representantes de voz reflexiva. (C) Eles são significativamente semelhantes, pois tanto o 1o quanto o 2o representam voz

passiva. (D) São bem diferentes, porque representam respectivamente voz passiva e voz reflexiva.

• Sobre o mistério que envolve o “devolvedor” da bola, responda às questões 13 e 14. 13- Explique a gradação de ideias: “arremesso misterioso”, velhinho com jeito de caseiro” e “homem

gordo cabeludo”.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ 14- A última descrição (na questão 13) adianta ao leitor o que ele fará com a bola? Justifique.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ • As questões de 15 a 18 focam na construção linguística do trecho abaixo.

“Dois times suam a alma numa pelada barulhenta.” 15- Transforme o sujeito da oração em composto.

R.: ___________________________________________________________________________

16- Troque o objeto direto por um substantivo não metafórico, de sentido literal.

R.: ___________________________________________________________________________

17- Faça a voz passiva analítica do trecho.

R.: ___________________________________________________________________________ 18- O adjunto adverbial realça que circunstância no contexto?

R.: ___________________________________________________________________________

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19- Transforme as orações da voz ativa para a voz passiva (analítica e sintética):

a) Um velhinho com jeito de caseiro lançou a bola no campo.

Passiva analítica: ____________________________________________________________ Passiva sintética: ____________________________________________________________

b) “o homem tirou da cintura um revólver (...)”

Passiva analítica: ___________________________________________________________ Passiva sintética: ____________________________________________________________

20- Leia o trecho e marque a opção correta:

“A rapaziada, meio assustada, ficou na defensiva, olhando: ele entrou, foi andando para o centro do campo, pôs a bola no chão e, quando os dois times ameaçavam agradecer, com palmas e risos, o gesto do vizinho generoso, o homem tirou da cintura um revólver e disparou seis tiros na bola.”

(A) Os verbos marcados variam entre intransitivo e transitivo direto. Apesar disso, existe uma ênfase nos adjuntos adverbial de lugar.

(B) Trata-se de verbos de ligação e intransitivos, enfatizando o estado problemático do homem. (C) Estão em maioria os verbos transitivos diretos, revelando a condição do homem de agir

sobre o objeto “bola”. (D) Os verbos intransitivos enfatizam ações e os transitivos diretos não.

• Os adjetivos, segundo as gramáticas da Língua Portuguesa, podem realizar duas funções: a

de adjunto adnominal e a de predicativo. Com relação a isso, responda às questões 21 e 22. Leia o trecho abaixo:

(...) cinco minutos depois, embaixo do braço de um homem gordo, cabeludo, vestido numa calça de pijama e nu da cintura para cima. Era o dono da chácara. A rapaziada, meio assustada, ficou na defensiva (...) 21- As características do homem e da rapaziada foram realizadas por meio de funções diferentes.

Apresente a situação.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ 22- Segundo o contexto semântico, qual é a diferença entre as duas funções?

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

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Texto 2

GÊNERO CHARGE

• As questões 23 e 24 remetem ao texto 2.

23- A charge acima apresenta oposições entre pobres e ricos. Marque a opção que não assinala

uma dessas oposições.

(A) Localidade cheia x Localidade vazia. (B) Diversão x tristeza (C) Objeto mal cuidado x objeto bem cuidado (D) Sujeira x limpeza

24- Assinale a alternativa em que ocorre uma leitura adequada da charge por meio de uma construção gramatical correspondente.

(A) Ambos se divertem realizando aquilo que lhe interessa – houve a construção de voz reflexiva, apresentando a ideia de que um ser interage com outro.

(B) A bola do menino não se parece com a do adulto – houve a construção de voz passiva, já que a bola não pode ser um personagem dotado de ação própria.

(C) Trata-se de uma situação de desigualdade social – houve uso da voz passiva para indicar que estamos submetidos a uma organização social.

(D) Em ambas as imagens, usa-se o pé esquerdo – houve uso da voz ativa com sujeito indeterminado porque não conhecemos os personagens.

TEXTO 3

GÊNERO CONTO O CAVALO IMAGINÁRIO

(Moacyr Scliar)

Nós todos frequentávamos o mesmo colégio, naquela pequena cidade do interior. Um colégio privado, e muito caro, o que, para nossos pais, não chegava a ser problema: éramos, meus amigos e eu, filhos de fazendeiros. Nossos pais tinham grandes propriedades. E tinham muito dinheiro. Nada nos faltava. Andávamos sempre muito bem-vestidos, comprávamos o que fosse necessário para o colégio e gastávamos bastante no bar da escola.

Aos domingos nos reuníamos para andar a cavalo. Cavalos não faltavam nas fazendas de nossos pais, animais de puro-sangue e bela estampa. Cada um de nós tinha a sua própria montaria, e não estou falando de pôneis, aqueles cavalinhos mansos; não, estou falando de cavalos de verdade, cavalos que corriam muito e saltavam obstáculos. Estou falando de equitação, aquele nobre esporte. Nossos pais faziam questão de que fôssemos excelentes ginetes. Tínhamos até um professor, que nos treinava na arte de cavalgar.

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Eu disse que cada um de nós tinha um cavalo, mas isso não é verdade. Havia um que não tinha cavalo. O Francisco.

O Francisco não era filho de fazendeiro. O pai dele tinha uma profissão humilde, era sapateiro. Na verdade, o Francisco só estava em nossa escola porque havia recebido uma bolsa de estudos — era um garoto muito inteligente e muito dedicado. Mas o que fazia em nosso grupo?

Boa pergunta. Acho que nenhum de nós saberia como responder. Diferente dos outros garotos da escola — a maioria dos quais nos detestava —, ele tinha por nós uma admiração que beirava a reverência. Sempre que podia estava por perto. Mais do que isso, oferecia-se para prestar pequenos serviços. Se um de nós queria um refrigerante, o Francisco ia buscar. Se um de nós deixava de apresentar o trabalho solicitado pelo professor, Francisco se encarregava de fazê-lo. Por isso, e só por isso, nós o tolerávamos. Por isso, e só por isso, permitíamos que andasse conosco. Durante a semana, bem entendido; porque no domingo as coisas mudavam. No domingo ele voltava para o seu lugar. Domingo era o dia de cavalgar, e, do alto de nossas selas, nós contemplávamos, altaneiros, o mundo a nosso redor. Como eu disse, Francisco não tinha cavalo. Isso não impedia que cedo já estivesse no clube hípico, esperando por nós. Ficava a olhar-nos, enquanto galopávamos de um lado para o outro. E nós gostávamos de tê-lo como plateia, porque nos aplaudia entusiasticamente. Mais do que isso, procurava imitar-nos: galopava de um lado para o outro, como se estivesse montando um cavalo imaginário. Nós na pista, cavalgando — ele, ao lado da pista, trotando de um lado para outro e gritando como nós gritávamos, aqueles brados que os cavaleiros soltam quando se entregam ao esporte das rédeas.

De um modo geral, achávamos engraçado aquilo. Não Rodrigo. Era um cara desagradável, aquele Rodrigo. Mesmo nós, que éramos amigos dele,

tínhamos de reconhecer: um garoto intratável, agressivo com os colegas e até com os professores. A má fama que o nosso grupo tinha devia-se sobretudo a ele. Mas a verdade é que tínhamos de aceitá-lo: seu pai não apenas era o maior fazendeiro da região, como também ocupava o cargo de prefeito da cidade. Rodrigo era seu filho caçula — e o mais mimado. Um garoto estragado, como dizia meu pai.

Rodrigo não gostou nada daquela história. E nos disse: — Não quero mais saber desse tal de Francisco nos imitando. Procuramos convencê-lo de que se tratava apenas de uma brincadeira. Inútil: Rodrigo

estava furioso mesmo. — Vou resolver essa coisa à minha maneira — garantiu. Foi o que fez. Num domingo, enquanto Francisco cavalgava seu cavalo imaginário,

Rodrigo se aproximou dele. Apeou e comandou: — Desça de seu cavalo. Francisco obedeceu: desceu do fictício cavalo. — Nós vamos fazer uma aposta — disse Rodrigo. — Se eu perder, entrego—lhe o meu

cavalo. Se você perder, entrega—me o seu. — Que aposta é? — indagou Francisco, numa voz trêmula. — Uma corrida — disse Rodrigo. Apontou umas árvores, a uns duzentos metros de

distância: — Até ali, e voltamos. Quem chegar aqui primeiro, ganha. Lembro-me de que o sangue me subiu à cabeça. — Olhe aqui, Rodrigo — comecei a dizer —, você não pode — Francisco me interrompeu: — Eu aceito a aposta – disse, com voz firme, ainda que meio embargada. — Quero

correr. Foi uma coisa patética de se ver. Os dois se colocaram lado a lado e, a um sinal,

começou aquela coisa maluca. Rodrigo simplesmente trotava em seu magnífico cavalo, Francisco corria atrás — sem conseguir alcançá-lo. Rodrigo foi até as árvores, voltou. Minutos depois chegou Francisco, ofegante. Rodrigo mirou-o com arrogância:

— Parece que eu ganhei, não é mesmo? Francisco, ainda ofegante, permanecia calado. — Seu cavalo agora é meu — continuou Rodrigo. — E sabe o que vou fazer com ele?

Vou soltá-lo no campo. Ele agora está livre, você não pode mais montar, entendeu? Francisco, quieto. Rodrigo apanhou as rédeas imaginárias e foi até o portão do clube.

Ali, espantou o suposto cavalo aos gritos. Feito isso, montou em seu próprio cavalo e foi embora.

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Francisco nunca mais foi ao clube. Aliás, ele nem ficou na cidade. Segundo o pai, tinha ido morar com os avós num lugar bem distante.

Nunca mais o vi. Não sei o que foi feito dele. Dizem que vende automóveis, não sei. Mas tenho certeza de que sei com o que sonha: com um belo cavalo, no qual, montado, galopa à vontade por um imenso campo que não tem limites.

(Boa Companhia – Contos – pp.15-18)

• As questões de 25 a 40 remetem ao texto 3.

Numa compreensão básica do texto, existem dois antagonismos: Nós x Francisco e Rodrigo x Francisco. Em ambos os casos, Francisco parece ser o personagem mais vulnerável. Sobre isso, responda às questões 25 e 26.

25- Em que consiste a vulnerabilidade de Francisco no que toca ao primeiro antagonismo?

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ 26- No caso do segundo antagonismo, a oposição entre concreto e abstrato fica explícita.

Explique a situação.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ •••• Com relação à reverência que Francisco tinha pelos colegas, responda às questões

27 e 28. 27- Segundo o contexto, por que tal reverência parece estranha?

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ 28- Qual era o sentimento dos colegas por Francisco? Por quê?

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ 29- Com relação ao segundo parágrafo, o emissor se preocupa em utilizar a função do aposto

(termos em negrito no próprio parágrafo) para explorar uma melhor explicação a respeito do que está anunciando. A respeito do objetivo em usar tal termo sintático, marque a opção correta:

(A) Com o aposto, o emissor explora a inferioridade de Francisco. (B) O aposto não tem outra função discursiva que não nomear o cavalo e o esporte

praticado. (C) A função de aposto, nesse caso, deixa explícita a posição elevada do emissor. (D) Tal função tem o objetivo de apenas informar o leitor que não conhece as palavras

anteriores ao aposto.

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30- Francisco e Rodrigo, apesar de rivalizarem, são semelhantes.

(A) Essa afirmação está incorreta se considerarmos pela ótica financeira. (B) Tal enunciado estará correto se for destacado que o seu comportamento destoa do

grande grupo. (C) A afirmação é parcialmente correta, pois eles apenas são semelhantes por via da

aparência. (D) O enunciado está integralmente correto, pois ambos possuem cavalos imaginários.

31- Algumas frases do texto tendem ao figurativo. Abaixo, explique o que elas significam.

a) “No domingo ele voltava para o seu lugar”.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

b) “(...) do alto de nossas selas, nós contemplávamos, altaneiros, o mundo a nosso redor”.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ 32- O personagem Rodrigo, além de revelar o combate ao imaginário e à pobreza de

Francisco, destaca:

(A) que o grupo lhe deve favores já que ele era um garoto estragado. (B) que as relações dependem de critérios socioeconômicos. (C) que o emissor tinha medo do pai dele, o prefeito da região. (D) que todos deviam se submeter à vontade do prefeito.

33- A construção sintática de um texto pode revelar detalhes imprescindíveis para uma boa

interpretação. Observe os dois trechos que se seguem:

I. “(...) Ele tinha por nós uma admiração que beirava a reverência.”

II. “Isso não impedia que cedo já estivesse no clube hípico, esperando por nós.”

• A repetição de “por nós” e a função sintática envolvida revela uma importância. Assinale a opção correta a respeito disso.

(A) Nos dois casos, apesar da função de complemento nominal e verbal respectivamente, o “nós” aparece como seres agentes, provocadores de sentimento e ação na relação com Francisco, submetendo-o outro à sua vontade.

(B) O fato de serem agentes da passiva mostra que Francisco é um ser passivo diante dos outros, sem promover qualquer ação.

(C) Ambas as expressões aparecem na forma de objetos indiretos representando que a relação entre Francisco e o “nós” não é de igual para igual, mas indireta.

(D) As duas expressões estão sendo usadas como sujeito, já que, para submeter Francisco à vontade do próximo, seria necessário se utilizar de voz ativa e sujeito agente.

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34- Aparentemente Rodrigo ganhou e Francisco sabe disso, já que perdeu a corrida e o cavalo. Mas, nesse momento, é possível perceber uma vitória deste sobre aquele.

(A) Rodrigo teve de revelar sua arrogância para os amigos. (B) Rodrigo provocou ciúme no grupo. (C) Rodrigo enlouqueceu de vez e largou um cavalo que não existe. (D) Rodrigo precisou entrar na imaginação para ganhar de Francisco.

35- Intepretação desafiante: ao final, Francisco desistiu do seu cavalo imaginário? Não fuja

ao texto, use-o como base para resposta.

R.: __________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

•••• Observe com atenção o trecho abaixo e, depois, responda às questões 36 e 37.

“Foi uma coisa patética de se ver. Os dois se colocaram lado a lado e, a um sinal, começou aquela coisa maluca. Rodrigo simplesmente trotava em seu magnífico cavalo, Francisco corria atrás - sem conseguir alcançá-lo. Rodrigo foi até as árvores, voltou. Minutos depois chegou Francisco, ofegante. Rodrigo mirou-o com arrogância:

— Parece que eu ganhei, não é mesmo?” 36- O “se” da 1a frase está relacionado a um sujeito indeterminado ou a uma voz passiva.

Explique.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ 37- Observando as duas vezes em que aparece o substantivo “coisa”, transcreva seus 4

adjuntos adnominais. Após, explique se eles positivam ou negativizam a situação.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ 38- Observe o fragmento a seguir.

DIZEM QUE VENDE AUTOMÓVEIS, não sei.

• O uso do sujeito indeterminado acrescenta que

(A) Todos têm noção do que aconteceu com o personagem. (B) Ninguém sabe do seu paradeiro ou do que faz. (C) o narrador desconhece o destino do personagem. (D) só o narrador se interessa em saber sobre Francisco. (E) é impossível saber se o narrador sabe de Francisco ou não.

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•••• Sobre o personagem Rodrigo, responda às questões 39 e 40. “Era um cara desagradável, aquele Rodrigo. Mesmo nós, que éramos amigos dele, tínhamos de reconhecer: um garoto intratável, agressivo com os colegas e até com os professores.” 39- O adjunto adnominal “aquele” por si só já garante que o personagem não era “admirado”.

Explique a situação.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ 40- Os adjetivos podem vir na forma de adjunto adnominal e predicativo. Apresente suas

funções no contexto e as diferenças semânticas envolvidas.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________ Texto 4 GÊNERO ANÚNCIO PUBLICITÁRIO:

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• As questões de 41 a 44 remetem ao texto 4. 41- Comparando sintaticamente a construção das duas frases da propaganda, assinale a

alternativa correta:

(A) O sujeito passa do inexistente para o simples, indicando que com o bombom trará mais personalidade ao momento.

(B) O verbo passa de ação para estado, possibilitando a leitura de que o clima afetivo é o destaque da mensagem.

(C) As locuções que se iniciam com “de” vão do termo agente (a energia é racionada) para o paciente (a vela faz luz), indicando que o leitor deve só conseguirá se submeter à situação da energia elétrica com um bombom desses.

(D) A presença de um adjunto adverbial de intensidade para o adjetivo “romântico” que indica que a situação passará dos limites com um bombom sonho de valsa.

• Realizando uma interpretação da propaganda, responda às questões de 42 a 44.

42- Justifique a cor escura ao fundo.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

43- Embaixo da imagem está escrito o seguinte: “Sonho de Valsa. O amor tem esse sabor”.

Relacione essa mensagem ao tamanho do bombom.

R.: ___________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

44- Trata-se de um anúncio realizado numa época em que havia a crise da energia elétrica no

país. Nesse sentido, o uso da locução na expressão “racionamento de energia”, indica que:

(A) a energia precisou ser racionada. (B) nós fomos os responsáveis. (C) é possível trocar por “energizante” (D) a culpa é do governo.

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• AS QUESTÕES de 45 a 46 não remetem a nenhum texto deste material. 45- O complemento nominal é uma função parente dos objetos. Transforme os objetos das

frases abaixo em complementos nominais ligados a um substantivo abstrato. (os trechos foram retiradas de www.globo.com, acessado no dia 10 de julho, às 14h09min). Observe como se faz pelo modelo abaixo:

A colocação de marca-passo não exigiu internação hospitalar.

MODELO DE RESPOSTA: A colocação de marca-passo não precisou da exigência de internação hospitalar.

a) O ex-presidente agradece as manifestações de apoio. R.: __________________________________________________________________________

b) Coloque o molho de tomate sobre a massa e espalhe bem. R.: __________________________________________________________________________

c) Retire a pizza assada e coloque por cima as fatias de tomate-caqui. R.: __________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________ d) Para terminar, distribua o pesto de azeitona sobre as fatias de muçarela. R.: __________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

•••• FAÇA A DISTRIBUIÇÃO DO PESTO DE AZEITONA (...). 46- Diferencie se os termos abaixo destacados atuam como Complemento Nominal ou Adjunto

Adnominal.

a) Viva a beleza da sua liberdade. (propaganda de sapato feminino) R.: __________________________________________________________________________ b) O único diet com sabor de refrigerante. (propaganda de Guaraná Antarctica) R.: __________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________ c) A qualidade social da educação se faz com respeito e valorização dos seus

profissionais. (faixa de passeata) R.: __________________________________________________________________________

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d) Tá com raiva do namorado? Morde aqui. (propaganda de Serenata de Amor) R.: __________________________________________________________________________

47- Indique o aposto e indique seu objetivo segundo o critério abaixo:

A- aposto enumerativo B- aposto resumitivo C- aposto explicativo D- aposto nominativo

a) Ontem, segunda-feira, passei o dia com dor de cabeça.

R.: ___________________________________________________________________________

b) Aprecio todos os tipos de música: rock, samba, jazz etc.

R.: ___________________________________________________________________________

c) Dona Aida servia o patrão, pai de Marina, menina levada.

R.: ___________________________________________________________________________

d) A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, trabalho, ação.

R.: ___________________________________________________________________________

e) Vida digna, cidadania plena, igualdade de oportunidades, tudo isso está na base de um

país melhor.

R.: ___________________________________________________________________________

f) O poeta Manuel Bandeira criou obra de expressão simples e temática profunda.

R.: ___________________________________________________________________________

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Gabarito Texto 1 / Gênero Crônica

PELADA DE SUBÚRBIO (Armando Nogueira)

Nova Iguaçu, quatro horas da tarde, sábado de sol. Dois times suam a alma numa pelada barulhenta; o campo em que correm os dois times abre-se como um clarão de barro vermelho cercado por uma ponte velha, um matagal e uma chácara silenciosa, de muros altos.

A bola, das brancas, é nova e rola como um presente a encher o vazio de vidas tão humildes que, formalmente divididas, na verdade, juntam-se para conquistar a liberdade na abstração de uma vitória.

Um chute errado manda a bola pelos ares, lá nos limites da chácara, de onde é devolvida, sem demora, por um arremesso misterioso. Alguns minutos mais tarde, outra vez a bola foi cair nos terrenos da chácara, de onde voltou lançada com as duas mãos por um velhinho com jeito de caseiro.

Na terceira, a bola ficou por lá; ou melhor, veio, mas, cinco minutos depois, embaixo do braço de um homem gordo, cabeludo, vestido numa calça de pijama e nu da cintura para cima. Era o dono da chácara.

A rapaziada, meio assustada, ficou na defensiva, olhando: ele entrou, foi andando para o centro do campo, pôs a bola no chão e, quando os dois times ameaçavam agradecer, com palmas e risos, o gesto do vizinho generoso, o homem tirou da cintura um revólver e disparou seis tiros na bola.

No campo, invadido pela sombra da morte, só ficou a bola, murcha.

(O melhor da crônica brasileira. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979.) • Sobre o texto 1, responda às questões de 01 a 22.

01- Classifique o foco narrativo do texto.

TRATA-SE DE TEXTO BASEADO NO FOCO DE 3A PESSOA, NARRADOR OBSERVADOR.

02- Assinale a opção que informa o(s) recurso(s) comprovadores desse foco narrativo.

(A) Os substantivos marcam a distância do narrador. (B) Os pronomes indefinidos revelam a proximidade do narrador aos eventos. (C) A ausência de verbos de 1a pessoa marca a proximidade do narrador. (D) A presença de verbos de 3a pessoa assinala a distância do narrador dos eventos.

• Sobre a personagem BOLA, responda às questões de 03 a 05. 03- O fato de a bola ser branca se contrapõe a que elemento no 1o parágrafo? Explique a situação.

CONTRAPÕE-SE AO BARRO VERMELHO. O ESQUEMA DESSA CONTRAPOSIÇÃO PROVAVELMENTE SE DÁ NA POLARIDADE LIMPO/NOVO (BOLA BRANCA) EM OPOSIÇÃO A SUJO (BARRO VERMELHO).

04- A bola divide e junta os grupos. Explique a situação.

A DIVISÃO É RESULTADO DO FATO DE OS TIMES SEREM ADVERSÁRIOS. NO ENTANTO, A UNIÃO É RESULTADO DE AMBOS OS TIMES, EM SUA HUMILDADE, TEREM O MESMO OBJETIVO: CONQUISTAR A VITÓRIO (A LIBERDADE). O SEGUNDO PARÁGRAFO DÁ SUPORTE A ESSA LEITURA.

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05- O que representa literal e figurativamente a “morte” da bola ao final?

ELA PODE REPRESENTAR LITERALMENTE O FIM DO JOGO E FIGURATIVAMENTE O FIM DO SONHOS DOS GRUPOS DE CONQUISTAR ALGO.

• Sobre a construção linguística do 1o período do 1o parágrafo, responda às questões 6 e 7. 06- O 1o período do texto começa sem verbo. Apesar disso, informe a função sintática das

expressões da 1a frase.

PRESUME-SE QUE SE TRATA DE ADJUNTOS ADVERBIAIS DE LUGAR E TEMPO. 07- Que efeito se confere à crônica ao começar somente com essa função?

PROVAVELMENTE, A PROPOSTA ERA CONTEXTUALIZAR. DADO QUE O TEXTO SE BASEARIA NAS AÇÕES, COMEÇAR DESSA FORMA, SEM VERBO, CRIA UM CENÁRIO QUE PRECISA SER PREENCHIDO, POIS É VAGO. AÍ RESIDE O ENCANTO DO TEXTO: PROVOCAR CURIOSIDADE, VAZIOS QUE PRECISAM SER PREENCHIDOS.

• Leia novamente o seguinte trecho: “Um chute errado manda a bola pelos ares, lá nos limites

da chácara, de onde é devolvida, sem demora, por um arremesso misterioso.” Sobre o conhecimento de vozes verbais, responda às questões de 8 a 11.

08- Transcreva do trecho somente o seguinte esquema sintático: sujeito + verbo na voz passiva +

agente da passiva.

(A BOLA) + É DEVOLVIDA + POR UM ARREMESSO MISTERIOSO.

09- Explique um provável efeito do uso dessa voz em vez da voz ativa.

COMO A BOLA É UM PERSONAGEM CENTRAL, MAS NÃO É DOTADA DA CAPACIDADE DE PRATICAR AÇÕES, A VOZ PASSIVA É INDICADA.

10- Reescreva o fragmento em voz passiva na voz ativa correspondente.

UM ARREMESSO MISTERIOSO DEVOLVE A BOLA.

11- Existe uma outra forma de deixar “misteriosa” a devolução da bola, usando recurso próprio de

voz verbal. Indique isso.

O NARRADOR PODERIA TER ELIMINADO O AGENTE DA PASSIVA, O QUE NA VOZ ATIVA CORRESPONDERIA A UM SUJEITO INDETERMINADO OU DESINENCIAL.

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• Sobre o uso do pronome SE, responda à questão 12. 12- Compare os trechos abaixo

I- (...) o campo (...) abre-se como um clarão de barro vermelho

II- (...) como um presente a encher o vazio de vidas tão humildes que (...) juntam-se para conquistar a liberdade na abstração de uma vitória.

• A respeito do pronome “se” e o seu uso linguístico, assinale a opção correta.

(A) Eles são semanticamente diferentes: o 1o representa sujeito indeterminado; o 2o representa voz passiva.

(B) Eles são idênticos e representantes de voz reflexiva. (C) Eles são significativamente semelhantes, pois tanto o 1o quanto o 2o representam voz

passiva. (D) São bem diferentes, porque representam respectivamente voz passiva e voz reflexiva.

• Sobre o mistério que envolve o “devolvedor” da bola, responda às questões 13 e 14. 13- Explique a gradação de ideias: “arremesso misterioso”, velhinho com jeito de caseiro” e “homem

gordo cabeludo”.

PARECE QUE O MISTÉRIO VAI SE ESVAINDO, PORQUE AOS POUCOS NÃO SÓ A PESSOA COMO AS SUAS INTENÇÕES VÃO FICANDO EXPLÍCITAS PARA O GRUPO.

14- A última descrição (na questão 13) adianta ao leitor o que ele fará com a bola? Justifique.

É POSSÍVEL QUE SIM POR PARECER MAIS IMPACTANTE PARA O GRUPO DE RAPAZES. • As questões de 15 a 18 focam na construção linguística do trecho abaixo.

“Dois times suam a alma numa pelada barulhenta.” 15- Transforme o sujeito da oração em composto.

O TIME X E O TIME Y (O TIME X E O Y) ...

16- Troque o objeto direto por um substantivo não metafórico, de sentido literal.

DOIS TIMES SUAM A CAMISA NUMA PELADA BARULHENTA.

17- Faça a voz passiva analítica do trecho.

A ALMA É (FICA) SUADA POR DOIS TIMES NUMA PELADA BARULHENTA.

18- O adjunto adverbial realça que circunstância no contexto?

REALÇA A CIRCUNSTÂNCIA DE LUGAR, QUE PODE SER LIDA AMBIGUAMENTE COMO UMA CIRCUNSTÂNCIA DE TEMPO.

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19- Transforme as orações da voz ativa para a voz passiva (analítica e sintética):

a) Um velhinho com jeito de caseiro lançou a bola no campo.

Passiva analítica: A BOLA NO CAMPO FOI LANÇADA POR UM VELHINHO COM JEITO CASEIRO. Passiva sintética: LANÇOU-SE A BOLA NO CAMPO.

b) “o homem tirou da cintura um revólver (...)”

Passiva analítica: UM REVÓLVER FOI TIRADO DA CINTURA PELO HOMEM. Passiva sintética: TIROU-SE UM REVÓLVER DA CINTURA.

20- Leia o trecho e marque a opção correta:

“A rapaziada, meio assustada, ficou na defensiva, olhando: ele entrou, foi andando para o centro do campo, pôs a bola no chão e, quando os dois times ameaçavam agradecer, com palmas e risos, o gesto do vizinho generoso, o homem tirou da cintura um revólver e disparou seis tiros na bola.”

(A) Os verbos marcados variam entre intransitivo e transitivo direto. Apesar disso, existe uma ênfase nos adjuntos adverbial de lugar.

(B) Trata-se de verbos de ligação e intransitivos, enfatizando o estado problemático do homem. (C) Estão em maioria os verbos transitivos diretos, revelando a condição do homem de agir

sobre o objeto “bola”. (D) Os verbos intransitivos enfatizam ações e os transitivos diretos não.

• Os adjetivos, segundo as gramáticas da Língua Portuguesa, podem realizar duas funções: a

de adjunto adnominal e a de predicativo. Com relação a isso, responda às questões 21 e 22. Leia o trecho abaixo:

(...) cinco minutos depois, embaixo do braço de um homem gordo, cabeludo, vestido numa calça de pijama e nu da cintura para cima. Era o dono da chácara. A rapaziada, meio assustada, ficou na defensiva (...) 21- As características do homem e da rapaziada foram realizadas por meio de funções diferentes.

Apresente a situação.

AS CARACTERÍSTICAS DO HOMEM VIERAM POR MEIO DE ADJUNTO ADNOMINAL, AO PASSO QUE A DA RAPAZIADA VEIO POR MEIO DE PREDICATIVO.

22- Segundo o contexto semântico, qual é a diferença entre as duas funções?

A FUNÇÃO DE ADJUNTO ADNOMINAL REPRESENTA UMA CARACTERÍSTICA INERENTE, JÁ POSSUÍDA ANTERIORMENTE PELO PERSONAGEM; JÁ A DE PREDICATIVO REPRESENTA UM ESTADO MOMENTÂNEO, INDICANDO QUE ANTES A RAPAZIADA NÃO ESTAVA ASSIM.

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Texto 2 GÊNERO CHARGE

• As questões 23 e 24 remetem ao texto 2.

23- A charge acima apresenta oposições entre pobres e ricos. Marque a opção que não assinala

uma dessas oposições.

(A) Localidade cheia x Localidade vazia. (B) Diversão x tristeza (C) Objeto mal cuidado x objeto bem cuidado (D) Sujeira x limpeza

24- Assinale a alternativa em que ocorre uma leitura adequada da charge por meio de uma construção gramatical correspondente.

(A) Ambos se divertem realizando aquilo que lhe interessa – houve a construção de voz reflexiva, apresentando a ideia de que um ser interage com outro.

(B) A bola do menino não se parece com a do adulto – houve a construção de voz passiva, já que a bola não pode ser um personagem dotado de ação própria.

(C) Trata-se de uma situação de desigualdade social – houve uso da voz passiva para indicar que estamos submetidos a uma organização social.

(D) Em ambas as imagens, usa-se o pé esquerdo – houve uso da voz ativa com sujeito indeterminado porque não conhecemos os personagens.

TEXTO 3 GÊNERO CONTO

O CAVALO IMAGINÁRIO (Moacyr Scliar)

Nós todos frequentávamos o mesmo colégio, naquela pequena cidade do interior. Um colégio privado, e muito caro, o que, para nossos pais, não chegava a ser problema: éramos, meus amigos e eu, filhos de fazendeiros. Nossos pais tinham grandes propriedades. E tinham muito dinheiro. Nada nos faltava. Andávamos sempre muito bem-vestidos, comprávamos o que fosse necessário para o colégio e gastávamos bastante no bar da escola.

Aos domingos nos reuníamos para andar a cavalo. Cavalos não faltavam nas fazendas de nossos pais, animais de puro-sangue e bela estampa. Cada um de nós tinha a sua própria montaria, e não estou falando de pôneis, aqueles cavalinhos mansos; não, estou falando de cavalos de verdade, cavalos que corriam muito e saltavam obstáculos. Estou falando de equitação, aquele nobre esporte. Nossos pais faziam questão de que fôssemos excelentes ginetes. Tínhamos até um professor, que nos treinava na arte de cavalgar.

Eu disse que cada um de nós tinha um cavalo, mas isso não é verdade. Havia um que não tinha cavalo. O Francisco.

O Francisco não era filho de fazendeiro. O pai dele tinha uma profissão humilde, era sapateiro. Na verdade, o Francisco só estava em nossa escola porque havia recebido uma bolsa de estudos — era um garoto muito inteligente e muito dedicado. Mas o que fazia em nosso grupo?

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Boa pergunta. Acho que nenhum de nós saberia como responder. Diferente dos outros garotos da escola — a maioria dos quais nos detestava —, ele tinha por nós uma admiração que beirava a reverência. Sempre que podia estava por perto. Mais do que isso, oferecia-se para prestar pequenos serviços. Se um de nós queria um refrigerante, o Francisco ia buscar. Se um de nós deixava de apresentar o trabalho solicitado pelo professor, Francisco se encarregava de fazê-lo. Por isso, e só por isso, nós o tolerávamos. Por isso, e só por isso, permitíamos que andasse conosco. Durante a semana, bem entendido; porque no domingo as coisas mudavam. No domingo ele voltava para o seu lugar. Domingo era o dia de cavalgar, e, do alto de nossas selas, nós contemplávamos, altaneiros, o mundo a nosso redor. Como eu disse, Francisco não tinha cavalo. Isso não impedia que cedo já estivesse no clube hípico, esperando por nós. Ficava a olhar-nos, enquanto galopávamos de um lado para o outro. E nós gostávamos de tê-lo como plateia, porque nos aplaudia entusiasticamente. Mais do que isso, procurava imitar-nos: galopava de um lado para o outro, como se estivesse montando um cavalo imaginário. Nós na pista, cavalgando — ele, ao lado da pista, trotando de um lado para outro e gritando como nós gritávamos, aqueles brados que os cavaleiros soltam quando se entregam ao esporte das rédeas.

De um modo geral, achávamos engraçado aquilo. Não Rodrigo. Era um cara desagradável, aquele Rodrigo. Mesmo nós, que éramos amigos dele,

tínhamos de reconhecer: um garoto intratável, agressivo com os colegas e até com os professores. A má fama que o nosso grupo tinha devia-se sobretudo a ele. Mas a verdade é que tínhamos de aceitá-lo: seu pai não apenas era o maior fazendeiro da região, como também ocupava o cargo de prefeito da cidade. Rodrigo era seu filho caçula — e o mais mimado. Um garoto estragado, como dizia meu pai.

Rodrigo não gostou nada daquela história. E nos disse: — Não quero mais saber desse tal de Francisco nos imitando. Procuramos convencê-lo de que se tratava apenas de uma brincadeira. Inútil: Rodrigo

estava furioso mesmo. — Vou resolver essa coisa à minha maneira — garantiu. Foi o que fez. Num domingo, enquanto Francisco cavalgava seu cavalo imaginário,

Rodrigo se aproximou dele. Apeou e comandou: — Desça de seu cavalo. Francisco obedeceu: desceu do fictício cavalo. — Nós vamos fazer uma aposta — disse Rodrigo. — Se eu perder, entrego—lhe o meu

cavalo. Se você perder, entrega—me o seu. — Que aposta é? — indagou Francisco, numa voz trêmula. — Uma corrida — disse Rodrigo. Apontou umas árvores, a uns duzentos metros de

distância: — Até ali, e voltamos. Quem chegar aqui primeiro, ganha. Lembro-me de que o sangue me subiu à cabeça. — Olhe aqui, Rodrigo — comecei a dizer —, você não pode — Francisco me interrompeu: — Eu aceito a aposta – disse, com voz firme, ainda que meio embargada. — Quero

correr. Foi uma coisa patética de se ver. Os dois se colocaram lado a lado e, a um sinal,

começou aquela coisa maluca. Rodrigo simplesmente trotava em seu magnífico cavalo, Francisco corria atrás — sem conseguir alcançá-lo. Rodrigo foi até as árvores, voltou. Minutos depois chegou Francisco, ofegante. Rodrigo mirou-o com arrogância:

— Parece que eu ganhei, não é mesmo? Francisco, ainda ofegante, permanecia calado. — Seu cavalo agora é meu — continuou Rodrigo. — E sabe o que vou fazer com ele?

Vou soltá-lo no campo. Ele agora está livre, você não pode mais montar, entendeu? Francisco, quieto. Rodrigo apanhou as rédeas imaginárias e foi até o portão do clube.

Ali, espantou o suposto cavalo aos gritos. Feito isso, montou em seu próprio cavalo e foi embora.

Francisco nunca mais foi ao clube. Aliás, ele nem ficou na cidade. Segundo o pai, tinha ido morar com os avós num lugar bem distante.

Nunca mais o vi. Não sei o que foi feito dele. Dizem que vende automóveis, não sei. Mas tenho certeza de que sei com o que sonha: com um belo cavalo, no qual, montado, galopa à vontade por um imenso campo que não tem limites.

(Boa Companhia – Contos – pp.15-18)

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• As questões de 25 a 40 remetem ao texto 3.

Numa compreensão básica do texto, existem dois antagonismos: Nós x Francisco e Rodrigo x Francisco. Em ambos os casos, Francisco parece ser o personagem mais vulnerável. Sobre isso, responda às questões 25 e 26.

25- Em que consiste a vulnerabilidade de Francisco no que toca ao primeiro antagonismo?

FRANCISCO NÃO PERTENCIA À CLASSE SOCIOECONÔMICA DO GRUPO DO “NÓS”. FRANCISCO E RODRIGO RIVALIZAM NO TIPO DE CAVALO QUE CADA UM TEM.

26- No caso do segundo antagonismo, a oposição entre concreto e abstrato fica explícita.

Explique a situação.

O CAVALO DE FRANCISCO É IMAGINÁRIO, NÃO VISÍVEL, AO PASSO QUE O DO RODRIGO É “REAL”, VISÍVEL. RODRIGO PROVOCA FRANCISCO ENTRANDO NO IMAGINÁRIO DESSE.

•••• Com relação à reverência que Francisco tinha pelos colegas, responda às questões

27 e 28. 27- Segundo o contexto, por que tal reverência parece estranha?

TODOS O TRATAVAM COMO SERVO, EXIGINDO DELE SERVIÊNCIA MÁXIMA. POR ISSO A REVERÊNCIA É ESTRANHA, NÃO ESPERAVAM ISSO DELE.

28- Qual era o sentimento dos colegas por Francisco? Por quê?

ELES O TOLERAVAM APENAS, JÁ QUE ELE ERA IMPORTANTE PARA QUE O GRUPO CONSEGUISSE ALGUMAS SATISFAÇÕES.

29- Com relação ao segundo parágrafo, o emissor se preocupa em utilizar a função do aposto (termos em negrito no próprio parágrafo) para explorar uma melhor explicação a respeito do que está anunciando. A respeito do objetivo em usar tal termo sintático, marque a opção correta:

(A) Com o aposto, o emissor explora a inferioridade de Francisco. (B) O aposto não tem outra função discursiva que não nomear o cavalo e o esporte

praticado. (C) A função de aposto, nesse caso, deixa explícita a posição elevada do emissor. (D) Tal função tem o objetivo de apenas informar o leitor que não conhece as palavras

anteriores ao aposto.

30- Francisco e Rodrigo, apesar de rivalizarem, são semelhantes.

(A) Essa afirmação está incorreta se considerarmos pela ótica financeira. (B) Tal enunciado estará correto se for destacado que o seu comportamento destoa do

grande grupo. (C) A afirmação é parcialmente correta, pois eles apenas são semelhantes por via da

aparência. (D) O enunciado está integralmente correto, pois ambos possuem cavalos imaginários.

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31- Algumas frases do texto tendem ao figurativo. Abaixo, explique o que elas significam.

a) “No domingo ele voltava para o seu lugar”.

FRANCISCO VOLTAVA A SUA CONDIÇÃO SOCIOECONÔMICA DE ORIGEM.

b) “(...) do alto de nossas selas, nós contemplávamos, altaneiros, o mundo a nosso redor”.

AO ANDAR DE CAVALO, FICAVAM EM POSIÇÃO MAIS ALTA, SE SENTIDO SUPERIORES AOS OUTROS.

32- O personagem Rodrigo, além de revelar o combate ao imaginário e à pobreza de

Francisco, destaca:

(A) que o grupo lhe deve favores já que ele era um garoto estragado. (B) que as relações dependem de critérios socioeconômicos. (C) que o emissor tinha medo do pai dele, o prefeito da região. (D) que todos deviam se submeter à vontade do prefeito.

33- A construção sintática de um texto pode revelar detalhes imprescindíveis para uma boa interpretação. Observe os dois trechos que se seguem:

I. “(...) Ele tinha por nós uma admiração que beirava a reverência.”

II. “Isso não impedia que cedo já estivesse no clube hípico, esperando por nós.”

• A repetição de “por nós” e a função sintática envolvida revela uma importância. Assinale a opção correta a respeito disso.

(A) Nos dois casos, apesar da função de complemento nominal e verbal respectivamente, o “nós” aparece como seres agentes, provocadores de sentimento e ação na relação com Francisco, submetendo-o outro à sua vontade.

(B) O fato de serem agentes da passiva mostra que Francisco é um ser passivo diante dos outros, sem promover qualquer ação.

(C) Ambas as expressões aparecem na forma de objetos indiretos representando que a relação entre Francisco e o “nós” não é de igual para igual, mas indireta.

(D) As duas expressões estão sendo usadas como sujeito, já que, para submeter Francisco à vontade do próximo, seria necessário se utilizar de voz ativa e sujeito agente.

34- Aparentemente Rodrigo ganhou e Francisco sabe disso, já que perdeu a corrida e o

cavalo. Mas, nesse momento, é possível perceber uma vitória deste sobre aquele.

(A) Rodrigo teve de revelar sua arrogância para os amigos. (B) Rodrigo provocou ciúme no grupo. (C) Rodrigo enlouqueceu de vez e largou um cavalo que não existe. (D) Rodrigo precisou entrar na imaginação para ganhar de Francisco.

35- Intepretação desafiante: ao final, Francisco desistiu do seu cavalo imaginário? Não fuja

ao texto, use-o como base para resposta.

RESPOSTA PESSOAL. SUGESTÃO: NÃO DESISTIU, MAS DERIVOU PARA TRABALHO COM AUTOMÓVEIS, CUJA FORÇA É MEDIDA EM “HORSE-POWER” (CAVALO-VAPOR).

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Observe com atenção o trecho abaixo e, depois, responda às questões 36 e 37.

“Foi uma coisa patética de se ver. Os dois se colocaram lado a lado e, a um sinal, começou aquela coisa maluca. Rodrigo simplesmente trotava em seu magnífico cavalo, Francisco corria atrás - sem conseguir alcançá-lo. Rodrigo foi até as árvores, voltou. Minutos depois chegou Francisco, ofegante. Rodrigo mirou-o com arrogância:

— Parece que eu ganhei, não é mesmo?” 36- O “se” da 1a frase está relacionado a um sujeito indeterminado ou a uma voz passiva.

Explique.

RELACIONADO A UMA VOZ PASSIVA. A CONSTRUÇÃO SINÔNIMA DÁ BASE A ESSA LEITURA: FOI UMA COISA PATÉTICA DE SER VISTA.

37- Observando as duas vezes em que aparece o substantivo “coisa”, transcreva seus 4

adjuntos adnominais. Após, explique se eles positivam ou negativizam a situação.

OS ADJUNTOS SÃO “UMA”, “PATÉTICA”, “AQUELA” E “MALUCA”. O ARTIGO E O PRONOME NÃO DEIXAM CLARA A POLARIDADE, MAS OS DOIS ADJETIVO COLOCAM A SITUAÇÃO EM POLARIDADE NEGATIVA.

38- Observe o fragmento a seguir.

DIZEM QUE VENDE AUTOMÓVEIS, não sei.

• O uso do sujeito indeterminado acrescenta que

(A) Todos têm noção do que aconteceu com o personagem. (B) Ninguém sabe do seu paradeiro ou do que faz. (C) o narrador desconhece o destino do personagem. (D) só o narrador se interessa em saber sobre Francisco. (E) é impossível saber se o narrador sabe de Francisco ou não.

•••• Sobre o personagem Rodrigo, responda às questões 39 e 40. “Era um cara desagradável, aquele Rodrigo. Mesmo nós, que éramos amigos dele, tínhamos de reconhecer: um garoto intratável, agressivo com os colegas e até com os professores.” 39- O adjunto adnominal “aquele” por si só já garante que o personagem não era “admirado”.

Explique a situação.

TRATA-SE DE UM ADJUNTO NA FORMA DE PRONOME DEMONSTRATIVO E, COMO TODOS OS DEMONSTRATIVOS, PODE REPRESENTAR PROXIMIDADE OU DISTÂNCIA. O GRUPO DO “AQUELE (A), AQUILO” SÃO DEMONSTRATIVOS DE DISTÂNCIA, DE 3A PESSOA.

40- Os adjetivos podem vir na forma de adjunto adnominal e predicativo. Apresente suas

funções no contexto e as diferenças semânticas envolvidas.

TODOS OS ADJETIVOS NO CONTEXTO APARECEM NA FORMA DE ADJUNTO ADNOMINAL, REPRESENTANDO CARACTERÍSTICAS INERENTES AO PERSONAGEM: “DESAGRADÁVEL”, “INTRATÁVEL” E “AGRESSIVO”. MESMO A FUNÇÃO DE PREDICATIVO, POR MEIO DA EXPRESSÃO “CARA DESAGRADÁVEL” VEM SEGUIDO AO VERBO DE LIGAÇÃO “SER”, QUE TAMBÉM OFERECE SENTIDO DE CARACTERÍSTICA INERENTE. SE FOSSE COM VERBO ESTAR SERIA DIFERENTE.

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Texto 4 GÊNERO ANÚNCIO PUBLICITÁRIO:

• As questões de 41 a 44 remetem ao texto 4. 41- Comparando sintaticamente a construção das duas frases da propaganda, assinale a

alternativa correta:

(A) O sujeito passa do inexistente para o simples, indicando que com o bombom trará mais personalidade ao momento.

(B) O verbo passa de ação para estado, possibilitando a leitura de que o clima afetivo é o destaque da mensagem.

(C) As locuções que se iniciam com “de” vão do termo agente (a energia é racionada) para o paciente (a vela faz luz), indicando que o leitor deve só conseguirá se submeter à situação da energia elétrica com um bombom desses.

(D) A presença de um adjunto adverbial de intensidade para o adjetivo “romântico” que indica que a situação passará dos limites com um bombom sonho de valsa.

• Realizando uma interpretação da propaganda, responda às questões de 42 a 44.

42- Justifique a cor escura ao fundo.

COMO A PROPAGANDA INVESTE NA QUESTÃO DO ROMANTISMO A PARTIR DA LUZ DE VELAS, O ESCURO FAZ O CONTRASTE NECESSÁRIO PARA A CENA.

43- Embaixo da imagem está escrito o seguinte: “Sonho de Valsa. O amor tem esse sabor”. Relacione essa mensagem ao tamanho do bombom.

AMBOS (A MENSAGEM E O BOMBOM) SÃO DO MESMO TAMANHO, FORTALECENDO A RELAÇÃO DE SEMELHANÇA ENTRE AS DUAS.

44- Trata-se de um anúncio realizado numa época em que havia a crise da energia elétrica no país. Nesse sentido, o uso da locução na expressão “racionamento de energia”, indica que:

(A) a energia precisou ser racionada. (B) nós fomos os responsáveis. (C) é possível trocar por “energizante” (D) a culpa é do governo.

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• AS QUESTÕES de 45 a 47 não remetem a nenhum texto deste material. 45- O complemento nominal é uma função parente dos objetos. Transforme os objetos das

frases abaixo em complementos nominais ligados a um substantivo abstrato. (os trechos foram retiradas de www.globo.com, acessado no dia 10 de julho, às 14h09min). Observe como se faz pelo modelo abaixo:

A colocação de marca-passo não exigiu internação hospitalar.

MODELO DE RESPOSTA: A colocação de marca-passo não precisou da exigência de internação hospitalar.

a) O ex-presidente agradece as manifestações de apoio. O EX-PRESIDENTE ANUNCIOU UM AGRADECIMENTO ÀS MANIFESTAÇÕES DE APOIO.

b) Coloque o molho de tomate sobre a massa e espalhe bem.

REALIZE A COLOCAÇÃO DO MOLHO DE TOMATE (...). c) Retire a pizza assada e coloque por cima as fatias de tomate-caqui.

REALIZE A RETIRADA DA PIZZA ASSADA (...). d) Para terminar, distribua o pesto de azeitona sobre as fatias de muçarela.

FAÇA A DISTRIBUIÇÃO DO PESTO DE AZEITONA (...). 46- Diferencia se os termos abaixo destacados atuam como Complemento Nominal ou Adjunto

Adnominal.

a) Viva a beleza da sua liberdade. (propaganda de sapato feminino)

ADJUNTO ADNOMINAL b) O único diet com sabor de refrigerante. (propaganda de Guaraná Antarctica)

ADJUNTO ADNOMINAL c) A qualidade social da educação se faz com respeito e valorização dos seus

profissionais. (faixa de passeata)

ADJUNTO ADNOMINAL E COMPLEMENTO NOMINAL, RESPECTIVAMENTE.

d) Tá com raiva do namorado? Morde aqui. (propaganda de Serenata de Amor)

COMPLEMENTO NOMINAL 47- Indique o aposto e indique seu objetivo segundo o critério abaixo:

A- aposto enumerativo B- aposto resumitivo C- aposto explicativo D- aposto nominativo

a) Ontem, segunda-feira, passei o dia com dor de cabeça. SEGUNDA-FEIRA: NOMINATIVO OU EXPLICATIVO b) Aprecio todos os tipos de música: rock, samba, jazz etc. ROCK, SAMBA, JAZZ, ETC: ENUMERATIVO

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c) Dona Aida servia o patrão, pai de Marina, menina levada. AIDA: NOMINATIVO PAI DE MARINA: EXPLICATIVO

d) A vida humana se compõe de muitas coisas: amor, trabalho, ação.

AMOR, TRABALHO, AÇÃO: ENUMERATIVO e) Vida digna, cidadania plena, igualdade de oportunidades, tudo isso está na base de um

país melhor.

TUDO ISSO: RESUMITIVO f) O poeta Manuel Bandeira criou obra de expressão simples e temática profunda.

MANUEL BANDEIRA: NOMINATIVO

MCS/1807/BANCO DE QUESTOES/PORTUGUES/2018/PORTUGUES - 8o ANO - 2a ETAPA - 2018.doc