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Ofício 014.10.06.2017 – Como Se Estabelece o Direito de Trabalhar dos Naturologistas? Página 1 Professor Jean Alves Cabral Naturologista e Capelão Membro do Sindicato Nacional dos Terapeutas Naturistas 0443 (2002) 1º Suplente da Presidência Nacional do Sindicato Nacional de Terapeutas Naturistas (2008-2020) Membro e Pastor-Capelão da Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil nº 14267 Presidente da Ordem dos Naturologistas do Brasil (2006-2020) [email protected] Ofício 014.10.06.2017 Tema: Como Se Estabelece o Direito dos Naturologistas Clínicos Trabalharem no Brasil? (Texto utilizado na disciplina “Ética e Legislação Naturológica”, no Curso de Terapias Naturais promovido pelo Gabinete). 1. Indo Diretamente ao Ponto Crucial. Após mais de duas décadas de atividades no campo da Naturologia e das Terapias Naturais, compreendi que não poderíamos iniciar os estudos e a própria compreensão da Ética e da Legislação Naturológica com aquele tipo de texto que fica dando mil e uma voltas para dizer uma coisa que está claramente diante de nossos olhos. A pergunta das perguntas é a seguinte: - O Naturologista Clínico ou o Terapeuta Naturista pode exercer livremente sua profissão no Brasil, ou é um Charlatão ou Curandeiro que deve ser enquadrado no Código Penal Brasileiro e ser devidamente processado pelas autoridades competentes? Qualquer outra questão é subjacente! Se somos bandidos, ou se somos contraventores, se somos imorais, ilegais, criminosos, nosso lugar é na cadeia junto com os que semeiam a maldade na Terra e não na Cátedra de Cooperadores da Humanidade. Esta é a questão imperiosa e imediata que nos impõe logo de saída uma resposta clara, objetiva, concisa e precisa. Sem rodeios e sem palavras soltas ao vento. Ou somos lícitos ou não somos! Uma resposta definitiva deve ser dada sobre este assunto aqui e agora e, de acordo com ela, devemos seguir adiante no aprofundamento da prática Naturológica ou abandoná-la definitivamente. Tal a questão e tal é a nossa satisfação em dizer logo de saída neste texto que visa instruir não só nossos alunos, mas a sociedade em geral: O Naturologista Clínico ou o Terapeuta Naturista não só pode exercer livremente sua profissão no Brasil como é solidário, com as autoridades, contra a ação daqueles que são falsos médicos, falsos dentistas, falsos fisioterapeutas e, igualmente falsos naturologistas, ou falsos profissionais em qualquer dimensão do mercado legalmente estabelecido.

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Ofício 014.10.06.2017 – Como Se Estabelece o Direito de Trabalhar dos Naturologistas? Página 1

Professor Jean Alves Cabral

Naturologista e Capelão

Membro do Sindicato Nacional dos Terapeutas Naturistas 0443 (2002)

1º Suplente da Presidência Nacional do Sindicato Nacional de Terapeutas Naturistas (2008-2020) Membro e Pastor-Capelão da Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil nº 14267

Presidente da Ordem dos Naturologistas do Brasil (2006-2020)

[email protected]

Ofício 014.10.06.2017

Tema: Como Se Estabelece o Direito dos Naturologistas

Clínicos Trabalharem no Brasil?

(Texto utilizado na disciplina “Ética e Legislação Naturológica”,

no Curso de Terapias Naturais promovido pelo Gabinete).

1. Indo Diretamente ao Ponto Crucial.

Após mais de duas décadas de atividades no campo da Naturologia e das Terapias

Naturais, compreendi que não poderíamos iniciar os estudos e a própria compreensão da

Ética e da Legislação Naturológica com aquele tipo de texto que fica dando mil e uma

voltas para dizer uma coisa que está claramente diante de nossos olhos.

A pergunta das perguntas é a seguinte:

- O Naturologista Clínico ou o Terapeuta Naturista pode exercer livremente sua profissão no

Brasil, ou é um Charlatão ou Curandeiro que deve ser enquadrado no Código Penal Brasileiro

e ser devidamente processado pelas autoridades competentes?

Qualquer outra questão é subjacente!

Se somos bandidos, ou se somos contraventores, se somos imorais, ilegais,

criminosos, nosso lugar é na cadeia junto com os que semeiam a maldade na Terra e não

na Cátedra de Cooperadores da Humanidade.

Esta é a questão imperiosa e imediata que nos impõe logo de saída uma resposta

clara, objetiva, concisa e precisa. Sem rodeios e sem palavras soltas ao vento.

Ou somos lícitos ou não somos!

Uma resposta definitiva deve ser dada sobre este assunto aqui e agora e, de

acordo com ela, devemos seguir adiante no aprofundamento da prática Naturológica ou

abandoná-la definitivamente.

Tal a questão e tal é a nossa satisfação em dizer logo de saída neste texto que visa

instruir não só nossos alunos, mas a sociedade em geral:

O Naturologista Clínico ou o Terapeuta Naturista não só pode exercer livremente

sua profissão no Brasil como é solidário, com as autoridades, contra a ação

daqueles que são falsos médicos, falsos dentistas, falsos fisioterapeutas e,

igualmente falsos naturologistas, ou falsos profissionais em qualquer dimensão do

mercado legalmente estabelecido.

Ofício 014.10.06.2017 – Como Se Estabelece o Direito de Trabalhar dos Naturologistas? Página 2

O Naturologista Clínico ou o Terapeuta Naturista é um defensor da ética, da

moralidade social, da virtude espiritual, do equilíbrio do indivíduo dentro de sua

septenaridade e não aceita, de forma alguma, qualquer hábito, comportamento ou

proposta que seja antiética ou imoral, reputando tal situação como digna de

denúncia e de firme ação da parte das autoridades constituídas no Brasil.

Respondida esta pergunta inicial, surge naturalmente uma segunda pergunta que

está atrelada a anterior e que amplia a compreensão do que acabamos de afirmar:

Quais as provas de que somos uma profissão dentro da legalidade no Brasil?

Esta segunda pergunta é bem mais forte e profunda do que a anterior!

Sem darmos voltas em círculos, vamos diretamente aos documentos que garantem

nossa presença no mercado; depois passaremos a discutir as principais questões que são

evocadas no trato de nossa atividade no mercado.

2. A Constituição da República nos Autoriza Trabalhar.

Vamos pontuar onde está o nosso direito dentro da Constituição Federal?

Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.1

Quando diz que “não temos que deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de

lei”, está dizendo literalmente que se uma Lei não nos proibir de fazer alguma coisa, então

ninguém pode nos acusar de estar agindo de forma errônea. E, desde já estamos aqui

testificando que, no presente momento, não existe qualquer Lei que “normatize” a

atividade de Terapeuta Naturista, Consultor em Terapias Naturais, Naturoterapeuta,

Naturólogo, Naturologista.

No Brasil, só existe uma possibilidade de aprovação de uma Lei para uma

categoria profissional:

“Compete privativamente à União legislar sobre: (…) XVI- organização do sistema nacional de

emprego e condições para o exercício de profissões”.2

Ocorre que, a União significa exatamente: o Congresso Nacional com seus

Deputados e Senadores, o Presidente da República e o Supremo Tribunal Federal. Aqui

afirmamos sem qualquer sombra de dúvidas: não existe esta legislação em nosso País.

Por esta razão, não existe norma legal que nos proíba de trabalhar nesta atividade.

Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.3

1 Constituição Federal de 1988. Artigo 5º, Inciso II

2 Constituição Federal de 1988, Artigo 22, Inciso XVI.

3 Constituição Federal de 1988. Artigo 5º, Inciso XXXIX.

Ofício 014.10.06.2017 – Como Se Estabelece o Direito de Trabalhar dos Naturologistas? Página 3

Quando diz que “não há crime sem lei anterior que o defina” – está dizendo que se

uma Lei não for produzida primeiro não se poderá acusar uma pessoa de haver feito algo

errado.

A própria Bíblia desde tempos antigos declara: “onde não há lei, também não há

transgressão”4.

É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações

profissionais que a lei estabelecer.5

Quando diz que “é livre o exercício de qualquer trabalho” está dizendo que

podemos trabalhar sem constrangimentos. Mas, diz este texto que “atendidas às

qualificações que a lei estabelecer”.

Não podemos deixar este ponto em aberto, pois é exatamente a base em que a

Constituição nos dá a liberdade de trabalhar. Se não existe uma lei que determine quais

as qualificações, estamos livres para atuarmos dentro de regras acordadas em nossas

instituições de representatividade, como iremos ver mais adiante. Isto envolve nosso

Sindicato e a nossa Associação.

Aqui ainda cabe uma explicação mais detalhada e que estenderemos

posteriormente em algumas perguntas que surgirão no bojo de nossas considerações.

Diz a Constituição da República que “é plena a liberdade de associação para fins

lícitos, vedada a de caráter paramilitar”6 – ainda diz: “é livre a associação profissional ou

sindical, observado o seguinte: I- a lei não poderá exigir autorização do Estado para a

fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao poder

público a interferência e a intervenção na organização sindical”7.

Nestas breves, mas pétreas exposições da Constituição já deixa claro que nossa

categoria possui Sindicato e Associação com plenos poderes de nos representar e

defender em nosso direito de trabalhar no Brasil. Estas entidades monitoram se uma lei

for criada para nos controlar no exercício de nossas atividades, portanto, estamos em paz

quanto a este assunto.

É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,

independentemente de censura ou licença.8

Quando diz que “é livre a nossa atividade intelectual”, “independente de

autorização ou censura”, a Constituição está protegendo um dos maiores aspectos da

natureza humana, a liberdade de pensar e de expressar seus pensamentos.

Uma vez que não existe lei que determine limites específicos para os Terapeutas

Naturistas, isto significa que podem eles estar em plena liberdade de comunicação e

expressão.

É claro e implícito que não poderemos invadir uma área profissional que já recebeu

a organizada disposição da lei. Não somos médicos, não somos fisioterapeutas, e não

4 Romanos 4:15.

5 Constituição Federal de 1988. Artigo 5º, Inciso XIII.

6 Constituição Federal de 1988, Artigo 5º, Inciso XVII.

7 Constituição Federal de 1988, Artigo 8º, Inciso I.

8 Constituição Federal de 1988. Artigo 5º, Inciso IX.

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somos de qualquer outra profissão que já possui uma lei de sua própria estrutura bem

delineada.

Invadir os limites destas profissões é agir de má fé e caracteriza charlatanismo.

Mas, vamos deixar bem claro que, não existe qualquer ligação das práticas dos

verdadeiros Terapeutas Naturistas com qualquer ação que seja da alçada de qualquer

uma das profissões de saúde existentes no Brasil. Não somos contraventores e nem

criminosos.

São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a

previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na

forma desta Constituição.9

Quando diz que “o trabalho é um direito social” a Constituição está dizendo que nós

somos livres para realizar um trabalho que seja digno e honrado, com o objetivo de

cooperar com o desenvolvimento nacional e para manter as nossas famílias.

É oportuno apresentar o texto Constitucional que explica esta questão:

A República Federativa do Brasil, formada pela União indissolúvel dos Estados e Municípios e

do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:

(…) III- a dignidade da pessoa humana; IV- os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.10

Mais adiante, quando a Constituição fala especificamente sobre o trabalho, declara:

É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de

autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.11

Peço a atenção cuidadosa para a expressão legal “independentemente de

autorização de órgãos públicos”.

3. O Ministério do Emprego e Trabalho (MEP) nos Autoriza.

Uma outra base muito concreta de proteção ao nosso direito de estarmos no

mercado de trabalho é a que nos oferece o Ministério do Emprego e Trabalho.

Sermos reconhecidos por este Ministério é estar dentro de uma composição

devidamente organizada de reconhecimento legal.

Mas, notemos bem, há uma diferença entre reconhecimento e regulamentação.

Efetivamente a regulamentação depende de uma Lei produzida pelo Congresso

Nacional e apoiada pelo Presidente da República.

Já o reconhecimento este existe desde que o Ministério do Trabalho estabeleceu

a Classificação Brasileira de Ocupações, que funciona como uma base para o sistema

de classificação das profissões no Brasil. Por exemplo, “estelionatário” e “vendedor do

jogo do bicho” não constam nesta lista, só podem constar ali, profissões de verdade.

9 Constituição Federal de 1988. Artigo 6º.

10 Constituição Federal de 1988, Artigo 1º, Incisos III e IV.

11 Constituição Federal de 1988, Artigo 170, Parágrafo Único.

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Não podemos nos admirar de estarmos nesta lista ao lado de médicos, advogados,

engenheiros, ou qualquer outra profissão porque em dezenas de países do Mundo a

nossa atividade é profissão e não coisa de marginal.

Mas, onde qualquer um de nós poderá encontrar esta prova?

No endereço eletrônico: http://www.mtecbo.gov.br/ poderemos procurar a referida

classificação sob a sigla CBO. Ou pode-se acessar:

http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloResultado.jsf

Neste endereço eletrônico encontraremos esta classificação:

Terapeuta Naturista, Terapeuta Holístico, Naturopata 3221-25

Ao longo dos anos eu não estive satisfeito com esta exposição e sempre procurei

um contato direito com o Ministro do Emprego e Trabalho, com a finalidade de encontrar o

caminho do certo e não do erro.

Assim foi que solicitei em 2004 e 2005, esclarecimentos sobre esta validade da

nossa atividade profissional.

A seguir apresento a cópia destes dois documentos que possuo em meu poder,

mas que aqui torno de livre acesso a todos que desejarem, porque qualquer um poderá

enviar uma carta para o referido Ministério pedindo esclarecimentos como eu o fiz.

O endereço para o contato com o Ministério é o seguinte:

Ministério do Emprego e Trabalho

Esplanada dos Ministérios / Bloco “F” / Edifício Sede, Sobreloja, Sala 40

CEP 70059-900 / Brasília – DF – Brasil

www.mtb.gov.br

Insisto na importância da Carta devidamente protocolada porque, trata-se de

declaração “oficial” do Ministério onde se registra e se identifica o que é profissão ou não

neste País.

Observai as duas que passo a expor, com o cuidado de quem considera uma

plataforma de sustentação de uma casa.

Na verdade, quando estas cartas chegaram em minhas mãos eu vivia um dilema

sobre a legalidade da profissão – porque algumas categorias pretendiam que fôssemos

charlatães e tínhamos histórias de colegas que haviam sido perseguidos ferozmente.

Isto era um absurdo!

Na minha avaliação, o direito ao trabalho se dava pelo expediente constitucional,

mas as reservas de mercado muitas vezes faziam lembrar os estudos

sobre empreendedorismo norte-americano na Era Dourada, onde um Rockfeller perseguia

um Carnegie porque queria a reserva de mercado num ponto e lutava contra um J.P.

Morgan porque pretendia outro.

Eis as Cartas!

Ofício 014.10.06.2017 – Como Se Estabelece o Direito de Trabalhar dos Naturologistas? Página 6

A primeira datada de 11/03/2004 explicita o direito constitucional de forma clara:

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A segunda carta ratifica o direito dos trabalhadores de Terapias Naturais:

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4. O Ministério do Planejamento nos Autoriza.

No Ministério do Planejamento, existe uma Comissão designada oficialmente para

promover o Cadastro Nacional de Atividades Econômicas, que são amparadas pelo Artigo

170º, Parágrafo Único da Constituição Federal.

Esta Comissão classifica a nossa atividade profissional no endereço

eletrônico http://www.cnae.ibge.gov.br/ da seguinte forma:

Código Descrição CNAE

8690-9/01 TERAPIAS ALTERNATIVAS; SERVIÇOS DE

Este CNAE é utilizado pela Receita Federal para estabelecer o nível de alíquota

que está determinada para as empresas que são ligadas a esta nossa atividade

econômica.

As Prefeituras Municipais igualmente utilizam este cadastro para determinar as

taxas impostas que anualmente incidem sobre as empresas do ramo e sobre os

profissionais de Terapias Naturais que atuam sozinhos no mercado de trabalho.

Este outro ponto nos caracteriza como profissão e não como contravenção ou

charlatanismo.

5. O Ministério da Economia (ME) nos Autoriza.

Falamos a pouco sobre a cobrança de impostos. Esta prerrogativa ocorre dentro da

Receita Federal e este Departamento está sob a autoridade do Ministério da Economia.

Segundo o Ministério da Economia, sobretudo no Departamento de Receita

Federal, onde podemos estabelecer um CNPJ para uma empresa de Terapias

Alternativas (Naturista), podemos trabalhar em nossa área livremente:

http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/CNAEFiscal/txtcnae.htm

O texto a seguir é extraído deste endereço eletrônico e explica a função do CNAE

para a devida legalidade de uma determinada atividade laborativa.

“A CNAE é o instrumento de padronização nacional dos códigos de atividade econômica e dos

critérios de enquadramento utilizados pelos diversos órgãos da Administração Tributária do

País. Trata-se de um detalhamento da CNAE – Classificação Nacional de Atividades

Econômicas, aplicada a todos os agentes econômicos que estão engajados na produção de

bens e serviços, podendo compreender estabelecimentos de empresas privadas ou

públicas, estabelecimentos agrícolas, organismos públicos e privados, instituições sem fins

lucrativos e agentes autônomos (pessoa física). A CNAE resulta de um trabalho conjunto das

três esferas de governo, elaborada sob a coordenação da Secretaria da Receita Federal e

orientação técnica do IBGE, com representantes da União, dos Estados e dos Municípios, na

Subcomissão Técnica da CNAE, que atua em caráter permanente no âmbito da Comissão

Nacional de Classificação – CONCLA.A tabela de códigos e denominações da CNAE foi

oficializada mediante publicação no DOU – Resoluções IBGE/CONCLA nº 01 de 04 de

setembro de 2006 e nº 02, de 15 de dezembro de 2006.Sua estrutura hierárquica mantém a

mesma estrutura da CNAE (5 dígitos), adicionando um nível hierárquico a partir de

Ofício 014.10.06.2017 – Como Se Estabelece o Direito de Trabalhar dos Naturologistas? Página 9

detalhamento de classes da CNAE, com 07 dígitos, específico para atender necessidades da

organização dos Cadastros de Pessoas Jurídicas no âmbito da Administração Tributária. Na

Secretaria da Receita Federal, a CNAE é um código a ser informado na Ficha Cadastral de

Pessoa Jurídica (FCPJ) que alimentará o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica/CNPJ.”

6. O Ministério da Saúde Já Sinalizou Favoravelmente.

A Portaria nº 849 de 27/03/2017, publicada no D.O.U. 31/03/2017 – ela reconhece

“a Terapia Naturopática”. Ela deve constar no SUS – Sistema Único de Saúde.

A nossa atividade é na área da saúde. É de fundamental importância que

tenhamos uma relação de transparência e de linha direta com o Ministério da Saúde.

Em face da força que as Terapias Naturais, Complementares e Integrativas

representam na sociedade hoje, o que este Ministério já produziu?

O Ministério da Saúde, através da Portaria 971, de 03/05/2006 estabeleceu que as

Terapias “Complementares”, dentre as quais figura a nossa “Terapia Alternativa, ou

Terapia Naturista, ou Naturologia”, deve ser respeitada e implementada nos postos de

saúde do SUS.

Este documento pode ser baixado agora mesmo no formato PDF na sua íntegra,

no seguinte link:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnpic.pdf

Portaria-

971/2006

Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e

Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde.

Com base nesta Portaria, qualquer profissional de Terapias Naturais pode trabalhar

com a felicidade de saber que já existe em nossa Nação uma base de normatização que

abre um espaço considerável para a implantação das Terapias Naturais no Brasil.

Compete a nossa categoria através da AGONAB e do SINATEN trabalhar pela

devida regulamentação da nossa profissão. Este é, no momento histórico que vivemos, a

maior de todas as necessidades sociais da nossa categoria: regulamentar a nossa

profissão criando o Conselho Federal de Terapias Naturais.

Enquanto isto não ocorre, podemos contar com esta Portaria que abre um

precedente junto das Prefeituras.

7. Alguns Governos (Estaduais e Municipais) Já Implantaram Nossa

Atividade no SUS.

Citaremos como exemplo as que seguem!

Uma outra prova fortíssima de que a nossa atividade profissional não é

charlatanismo, curandeirismo ou contravenção é que, existem algumas Prefeituras que

estabeleceram nossa atividade profissional como “oficial” junto de todas as demais

metodologias de saúde.

Quais são estas Prefeituras? Que Governos?

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Solicitamos ao SINATEN no site www.sinaten.com.br que nos informa se quais são

estas Prefeituras e encontramos a listagem completa lá. Qualquer pessoa pode acessar

tal informação ingressando neste site.

Figura na lista a Prefeitura de São Paulo. Isto é de grande relevância porque se

trata do maior Município do Brasil, da América Latina e um dos dez maiores da Terra.

Se a nossa metodologia de ação é considerada digna de uma Lei Municipal, é

porque efetivamente os gestores daquela megalópole sabem que não se trata de

charlatanismo, contravenção ou crime, mas evidentemente, se trata de uma metodologia

altamente relevante.

Onde está esta Lei?

Podemos encontrar os dados referentes a ela no endereço eletrônico:

http://www.sinaten.com.br/conteudo/ver_legislacao.asp?cod_lei=11

Na Cidade de Fortaleza, onde estamos fixados, tramita em fase terminativa por

estes dias a aprovação da Lei que põe esta metrópole no mesmo nível de São Paulo.

Trata-se do Projeto de Lei nº 53/2008 de autoria do Vereador Salmito Filho.

Mas no Rio de Janeiro (Estado), por exemplo, temos a confirmação legal já

consolidada pelo Governador Sérgio Cabral, como se verificará abaixo e, no caso da

Prefeitura de São Paulo a mesma confirmação.

Observemos:

ESTABELECE NO ÂMBITO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

A CRIAÇÃO DO PROGRAMA DE TERAPIA NATURAL.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Faço saber que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

(Art. 1º) Fica criado o Programa de Terapia Natural para o atendimento da população do

Estado do Rio de Janeiro, com vistas ao seu bem estar e a melhoria da qualidade de

vida.

(Art. 2º) Constituem objetivos do Programa de Terapia Natural:

I- A promoção da saúde e a prevenção de doenças através de práticas que

utilizam basicamente recursos naturais.

II- A implantação de Terapia Natural junto às unidades de saúde e hospitais

públicos do Estado, dentre as suas diversas modalidades, tais como:

Massoterapia, Fitoterapia, Terapia Floral, Acupuntura, Hidroterapia,

Cromoterapia, Aromaterapia, Oligoterapia, Geoterapia, Quiropraxia, Iridologia,

Hipnose, Trofoterapia, Naturologia, Ortomolecular, Ginástica Terapêutica e

Terapias da Respiração.

III- O estímulo à utilização de técnicas de avaliação energética das terapias

naturais;

IV- A divulgação dos benefícios decorrentes das terapias naturais.

(Art. 3º) As modalidades terapêuticas adotadas através do Programa de Terapia Natural

deverão ser desenvolvidas por profissionais devidamente habilitados e inscritos nos

respectivos órgãos de classe municipal, estadual ou federal.

Ofício 014.10.06.2017 – Como Se Estabelece o Direito de Trabalhar dos Naturologistas? Página 11

(Art. 4º) Para o disposto nesta lei, o Poder Executivo poderá celebrar convênios com

órgãos federais e municipais, bem como com entidades representativas de terapeutas

naturistas.

Art. 5º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas suas disposições em

contrário.

Rio de Janeiro, em 10 de junho de 2009.

SÉRGIO CABRAL

(http://gov-rj.jusbrasil.com.br/legislacao/711749/lei-5471-09)

LEI Nº 13.717, DE 8 DE JANEIRO DE 2004

(Projeto de Lei nº 140/01, do Vereador Celso Jatene – PTB)

Dispõe sobre a implantação das Terapias Naturais na Secretaria Municipal de

Saúde, e dá outras providências.

MARTA SUPLICY, Prefeita do Município de São Paulo, no uso das atribuições que

lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão de 27 de

novembro de 2003, decretou e eu promulgo a seguinte lei:

Art. 1º – Fica o Poder Executivo Municipal incumbido da implantação das Terapias

Naturais para o atendimento da população do Município de São Paulo.

§ 1º – Entende-se como Terapias Naturais todas as práticas de promoção de saúde

e prevenção de doenças que utilizem basicamente recursos naturais.

§ 2º – Dentre as Terapias Naturais destacam-se modalidades, tais como:

massoterapia, fitoterapia, terapia floral, acupuntura, hidroterapia, cromoterapia,

aromaterapia, geoterapia, quiropraxia, ginástica terapêutica, iridiologia e terapias de

respiração.

Art. 2º – Para o exercício da função, os profissionais habilitados a exercer as

terapias naturais citadas no artigo 1º deverão estar inscritos nos respectivos órgãos de

classe existentes no Município, Estado ou País.

Art. 3º – O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 90 (noventa) dias,

contados a partir da data de sua publicação.

Art. 4º – As despesas decorrentes da execução desta lei correrão por conta de

dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 5º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

disposições em contrário.

Aos 8 de janeiro de 2004, 450º da fundação de São Paulo.

MARTA SUPLICY, PREFEITA

Publicada na Secretaria do Governo Municipal, em 8 de janeiro de 2004.

http://www3.prefeitura.sp.gov.br/cadlem/secretarias/negocios_juridicos/cadlem/integr

a.asp?alt=09012004L%20137170000

8. Da O Amparo do Nosso Sindicato Nacional.

A legislação sindical brasileira é resultado de uma longa trajetória histórica.

Os direitos sindicais tem um papel importante e podem ser devidamente

conhecidos em vasta literatura e em muitos sites na Internet que versam sobre a pauta.

Ofício 014.10.06.2017 – Como Se Estabelece o Direito de Trabalhar dos Naturologistas? Página 12

Interessa-nos aqui salientar que o Artigo 8º da Constituição Federal prevê a garantia

plena do direito sindical e não existe sindicato de charlatães no Brasil, portanto, o simples

fato da existência do Sindicato Nacional de Terapeutas Naturistas (www.sinaten.com.br)

já é, em si, uma prova da validade da profissão como opção aos seus apreciadores e

amantes.

De nossa parte temos ainda, no amparo do mesmo Artigo 8º da Constituição

Federal, o amparo para a AGONAB – Associação Geral da Ordem dos Naturologistas do

Brasil.

Mas, não nos ateremos neste momento às questões sindicais e associativas de

nossa profissão. Basta elencar que há segurança em fazer parte desta atividade, no

sentido de que não existe qualquer ilegalidade.

Faz parte de nossa Banca de Consultoria em Terapias Naturais, sobretudo, na área

de Gestão da Profissão, apontar de modo claro os fundamentos de nossa profissão e

faremos estas exposições conforme formos avançando na composição de nossas

mensagens que colocamos à disposição e toda a sociedade.

Vamos preservar a nossa atenção relacionada com estas questões, sobretudo, os

colegas da área de Terapias Naturais!