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PROGRAMA08:30 Recepção dos participantes

10:00 Sessão de abertura

10:15 Plantas Aromáticas e Medicinais e Cultura CientíficaLuís Mendonça de Carvalho - Escola Superior Agrária de Beja

10:35 Medicamentos à Base de Plantas Medicinais no Século XXIAntónio Proença da Cunha - Faculdade de Farmácia da UniversidadeCoimbra

10:55 Estruturas Secretoras em PlantasLia Ascensão - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

11:15 Pausa para café

11:35 Potencialidades Farmacológicas da Flora PortuguesaElsa Teixeira Gomes - Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa

11:55 O Banco Português de Germoplasma Vegetal e a Conservação das PlantasAromáticas e Medicinais

Ana Maria Barata & Rena Farias - Banco Português de Germoplasma Vegetal

12:15 The Millennium Seed Bank ProjectPaul Smith - Royal Botanic Gardens, Kew

13:00 Almoço livre

15:00 Produção e Preparação de Plantas Aromáticas e Medicinais em Modode Produção Biológico - a experiência da Ervital

Joaquim Morgado - ERVITAL - Plantas Aromáticas e Medicinais, Lda.

15:20 Monte do Vento - contributo para o desenvolvimento localJoana Reis - Associação de Defesa do Património de Mértola

15:40 Natureza, Gastronomia e Lazer - um itinerário pelas ervas silvestresdo Alentejo

Maria-Manuel Valagão & Joana Gomes da Silva - Instituto Nacional deInvestigação Agrária e das Pescas & Escola Agrícola D. Carlos I

16:00 Pausa para café

16:20 Recolha de Informação em Etnobotânica - das gentes e da naturezaAmélia Frazão Moreira - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas daUniversidade Nova de Lisboa

16:40 Identificação e Gestão da Flora Medicinal e Aromática da Província do AltoAlentejo

Rute Caraça & Marízia Pereira- Centro de Estudos de EcossistemasMediterrânicos

17:00 Plantas aromáticas e medicinais - enquadramento legislativoPaula Martins - Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento

17:20 Conclusões e encerramento dos trabalhos

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PLANTAS AROMÁTICAS E MEDICINAISE CULTURA CIENTÍFICA

Luís Manuel Mendonça de CarvalhoEscola Superior Agrária de Beja - Instituto Politécnico de Beja

Rua Pedro Soares s/n | 7801-908 [email protected]

Palavras-chave: museu botânico, cultura científica, plantas aromáticas e medicinais

Os museus botânicos são salas de maravilha onde narrativas sobre o uso dasplantas facilitam o desenvolvimento estruturado de capacidades cognitivase afectivas. As plantas aromáticas e medicinais, exóticas e autóctones, sãoelementos presentes em todos os projectos de cultura científicadesenvolvidos no Museu Botânico da Escola Superior Agrária de Beja; estesprojectos alicerçam-se na unicidade do conhecimento científico.

O Museu Botânico foi inaugurado em 2002 e as suas reservas sãoconstituídas por cerca de 2000 itens: objectos naturais, matérias-primas eitens manufacturados a partir de matérias-primas vegetais. Recorrendo aexemplos, mostrar-se-á como as plantas aromáticas e medicinais dasreservas do Museu Botânico têm sido utilizadas para elicitar a curiosidade epromover a cultura científica relativa a múltiplas áreas do conhecimento.

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2006 | Plantas Aromáticas e Medicinais - Sua Utilização e Conservação

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2006 | Plantas Aromáticas e Medicinais - Sua Utilização e Conservação

MEDICAMENTOS À BASE DE PLANTASMEDICINAIS NO SÉCULO XXI

António Proença da Cunha (Prof. Catedrático Jubilado)

Faculdade de Farmácia - Universidade de CoimbraRua do Norte | 3000-295 Coimbra

[email protected] | http://antoniopcunha.com.sapo.pt

Depois de breves considerações sobre o emprego das plantas medicinais aolongo do tempo, foca-se o interesse actual destas na terapêutica e evoluçãodo seu emprego na elaboração de medicamentos à base de plantas.

Refere-se a problemática da cultura das plantas medicinais, o controlo dasua qualidade e a investigação nas plantas, no século XXI, de novas acçõesfarmacológicas, em particular no tratamento do cancro, das doençascardiovasculares, do sistema nervoso central (doenças de Alzheimer e deParkinson), das infecções (microbianas, fúngicas e por vírus) e das doençasinflamatórias (asma, colite e neurodermatite/psoríase).

Em relação aos três parâmetros básicos dos medicamentos qualidade,eficácia e segurança, indicar-se-á a necessidade de um maior investimentonos parâmetros de qualidade (maior conhecimento da composição química,determinação qualitativa e quantitativa dos constituintes activos, outrosensaios químicos de qualidade, pesquisa de contaminantes, etc.), de maisestudos farmacológicos e clínicos com avaliação de eficácia por estudos demetanálise e, também, maior número de ensaios de toxicidade que possamaumentar a segurança dos medicamentos à base de plantas.

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ESTRUTURAS SECRETORAS EM PLANTAS

Lia AscensãoFaculdade de Ciências - Universidade de Lisboa

Campo Grande C2 | 1749-016 Lisboa

Palavras-chave: epidermes e tricomas glandulares, bolsas e canais secretores, ideoblastos,

laticíferos

As plantas produzem uma grande variedade de secreções, soluções aquosasricas em sais ou em açúcares e misturas mais menos complexas constituídaspor metabolitos primários e secundários. Em alguns secretados estãopresentes centenas de compostos, alguns dos quais biologicamente activos,que constituem uma primeira linha de defesa contra microorganismospatogénicos e predadores, contribuindo para o sucesso evolutivo dasespécies que os produzem.

As secreções vegetais são sintetizadas ou simplesmente acumuladas eeliminadas em células especializadas, que ocorrem isoladas (idioblastossecretores) ou que constituem estruturas glandulares altamentediferenciadas (tricomas, emergências, bolsas, canais e latinizemos). Éextremamente vasta a diversidade morfológica de qualquer destasestruturas, não existindo geralmente nenhum tipo de relação entre amorfologia e a secreção produzida. Em alguns taxa, a presença ou ausênciade estruturas secretoras e a sua morfologia particular são caracteres comvalor taxonómico.

O crescente emprego dos produtos naturais, em especial de metabolitossecundários, como matéria-prima indispensável a uma indústria cada vezmais diversificada, e a procura de compostos anti-cancerígenos, anti-maláricos, antidiarreicos e de pesticidas naturais biodegradáveis levou, nasultimas décadas, ao estudo pluridisciplinar de numerosas plantasaromáticas.

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As estruturas secretoras, fascinantes na sua diversidade estrutural,conduziram a numerosos estudos anatómicos, ultrastruturais e químicos,que contribuíram para o conhecimento da sua diferenciação edesenvolvimento, para a elucidação da compartimentação das principaisvias de síntese dos metabolitos produzidos e para o esclarecimento das suasfunções fisiológicas e ecológicas. Começam-se agora a dar os primeirospassos no que refere à análise genética e molecular dessas estruturas e aodesenvolvimento de estratégias biotecnológicas que modifiquem o seumetabolismo para a produção de compostos com valor comercial.

Apresentam-se nesta comunicação alguns aspectos referentes à morfologia,anatomia e histoquímica de estruturas glandulares que ocorremfrequentemente em plantas aromáticas e medicinais (PAM).

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POTENCIALIDADES FARMACOLÓGICASDA FLORA PORTUGUESA

Elsa Teixeira GomesFaculdade de Farmácia - Universidade de Lisboa

Av. Gama Pinto | 1649-019 [email protected]

Palavras-chave: plantas medicinais, endemismos, actividade farmacológica

A flora Portuguesa engloba espécies que no presente são objecto demonografias nas Farmacopeias Europeia e Portuguesa mas contemplatambém outras espécies, algumas das quais constituem endemismosnacionais da Flora continental ou da Macaronésia, que se encontram poucoestudadas sob vários aspectos não permitindo assim uma avaliação correctadas suas potencialidades farmacológicas.

Na presente comunicação serão abordados exemplos das principais espéciesendémicas que poderão constituir alternativas a espécies de uso medicinal jáconsagrado nos países Ocidentais nomeadamente, espécies dos génerosHypericum; Asphodelus; Rhamnus; Frangula e Digitalis.

O desenvolvimento de estudos aprofundados sobre as espécies consideradaspoderão contribuir para uma valorização das mesmas permitindo o seuaproveitamento medicinal e contribuindo consequentemente para a suapreservação.

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O BANCO PORTUGUÊS DE GERMOPLASMAVEGETAL E A CONSERVAÇÃO DAS PLANTAS

AROMÁTICAS E MEDICINAIS (PAM)

Ana Maria Barata & Rena Martins FariasBanco Português de Germoplasma Vegetal - D. R. de Agricultura de Entre Douro e Minho

Quinta de São José, São Pedro de Merelim | 4700-859 Braga

Palavras-chave: PAM, biodiversidade, conservação, utilização sustentável, BPGV

A evolução é a mudança no tempo, lenta ou rápida, positiva ou negativa. Oscentros de biodiversidade estão a desaparecer de um modo acelerado, e todaesta riqueza espontânea ou a criada e usada pelo Homem necessita de serurgentemente conservada. Estamos no momento certo de estabelecer umaacção concertada para a conservação e utilização sustentável das plantasmedicinais, aromáticas e condimentares. Neste século XXI éresponsabilidade dos conservadores e estudiosos desta área pressionarem osdirigentes da necessidade da conservação da biodiversidade e variabilidadegenética, ao mesmo tempo que se torna necessário a consciencialização dopúblico em geral. A Região Mediterrânica, rica em espécies aromáticas emedicinais, constitui um dos principais Centros de Diversidade identificadopor Vavilov. É o local onde habitam cerca de 25000 espécies de plantas,predominante das Famílias - Labiatae, Umbelliferae eCompositae.

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Em 2001 o Banco Português de Germoplasma Vegetal (BPGV), conscientedas difíceis e urgentes tarefas de preservar o património genético destasespécies e de promover a sua utilização sustentável, ampliou as suasactividades coordenando um projecto de âmbito nacional denominado:"Etnobotânica, o homem, o uso e a gestão das plantas aromáticas emedicinais e a sua utilização sustentável como contributo para a valorizaçãodo meio rural" cuja realização permitiu a recolha e documentação de saberestradicionais, a identificação e caracterização de algumas espécies, assimcomo o estudo de modos de propagação e conservação de forma a permitira sua utilização sustentada.

Em 2004, na sequência do anterior, desenvolveu dois novos projectos, tendono 1º caso, como objectivo a implementação de uma "Rede Nacional deConservação e Utilização das plantas aromáticas e medicinais" e no 2º casodesenvolvido um "Programa de dinamização à introdução/produção deplantas aromáticas e medicinais no Entre Douro e Minho", envolvendo paratal os colectores desta Região.

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MILLENNIUM SEED BANK PROJECT

Paul P. SmithRoyal Botanic Gardens, Kew

Wakehurst Place, Ardingly, Haywards Heath | West Sussex RH17 6TN, [email protected]

Key words: ex situ conservation, seed bank, sustainable use

The Millennium Seed Bank Project (MSBP) International Programme is aten year global conservation programme (2000-2010), conceived andmanaged by the Seed Conservation Department at the Royal BotanicGardens, Kew. The two principal aims of the Project are to:

- Collect and conserve 10% of the world's wild seed-bearing flora(some 24000 species), principally from the drylands, by the year2010.

- Develop bilateral research, training and capacity-buildingrelationships worldwide in order to support and to advance the seedconservation effort.

The MSBP currently works with partners in around 30 countries across fivecontinents, and its main outputs and activities are: effective partnerships,high quality collections; researchable constraints removed; technologytransfer and public awareness.

The progress of the MSBP thus far is summarised, and examples of countryprogrammes that focus on the collection, conservation and sustainable useof utilitarian species, including medicinal plants, are given.

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PRODUÇÃO E PREPARAÇÃO DE PLANTASAROMÁTICAS E MEDICINAIS EM MODO DE

PRODUÇÃO BIOLÓGICOA EXPERIÊNCIA DA ERVITAL

Joaquim de Almeida MorgadoERVITAL - Plantas Aromáticas e Medicinais, Lda.

Rua Sto. António 31 | 3600-401 Mezio Castro [email protected]

Palavras-chave: PAM, Montemuro

Em Portugal o uso das PAM (plantas aromáticas e medicinais) não tem aexpressão que tem em outros países, muitas vezes classificados de "maisdesenvolvidos" do que o nosso. No entanto, nos últimos anos, tem havidoum acréscimo no uso deste tipo de culturas e seus derivados.

A larga maioria das PAM consumidas em Portugal são importadas ouobtidas através da recolecção de plantas silvestres. A quantidade de PAMobtida através do seu cultivo em Portugal é ainda muito escassa.

A ERVITAL é uma pequena empresa, com sede e actividade na região doMontemuro, cuja actividade principal é a produção, transformação ecomercialização de PAM. Ao longo dos últimos 15 anos tem investido umaboa parte do seu tempo e recursos no estudo das exigências ecológicas dasespécies e na sua capacidade de adaptação aos solos e clima da Região, assimcomo no processamento dos produtos.

Actualmente a empresa possui uma área de produção ao ar livre de cerca de3,5 ha e 0,15 ha em estufa, onde cultiva algumas dezenas de espécies e temem experimentação muitas outras. Os produtos são obtidos, preparados ecomercializados de acordo com o regulamentado para o MPB (modo deprodução biológico).

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Das espécies em cultivo, relevamos as três com maior procura: Hortelã,Pimenta, Lúcia Lima e Erva Príncipe. Como produtos comercializados,destaca-se a venda de material a granel para armazenistas e laboratóriosfarmacêuticos; material em embalagens com marca própria, de pesos etamanhos variáveis, a utilizar em infusões e como condimentos e, ainda,plantas vivas, envasadas ou em raiz nua.

A comercialização dos produtos embalados é efectuada na loja da sede daempresa, em lojas de produtos de agricultura biológica, lojas de artesanatoe produtos tradicionais de qualidade, lojas gourmet, e ervanárias, assimcomo através dos CTT e Internet para consumidores finais.

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MONTE DO VENTOCONTRIBUTO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL

Joana ReisAssociação de Defesa do Património de MértolaLargo Vasco da Gama s/n | 7750-328 Mértola

Palavras-chave: produção de plantas aromáticas e medicinais, alternativa de produção,

criação de emprego, demonstração, desenvolvimento sócio-económico da região, respeito pelas

características edafo-climáticas da região

A Associação de Defesa do Património de Mértola - ADPM foi constituída emDezembro de 1980, desenvolvendo desde então uma estratégia de actuaçãocentrada na capacitação dos indivíduos e na promoção dos recursosendógenos.

A missão da ADPM prende-se fundamentalmente com o desenvolvimentoeconómico, social e cultural dos territórios onde intervém, partilhandoestrategicamente com entidades públicas e privadas, mas igualmente com oscidadãos, a responsabilidade de participação activa nas dinâmicas dos seuspróprios processos de desenvolvimento local.

No seguimento desta estratégia e objectivos foi criado o Centro de Estudose Sensibilização Ambiental do Monte do Vento (CESAMV), em 1993, numapropriedade agro-silvo-pastoril, com cerca de 200 ha, localizada a Norte doConcelho de Mértola, no Parque Natural do Vale do Guadiana. Classificadacomo Sítio de Interesse Biológico, apresenta uma enorme diversidade depaisagens naturais, semi-naturais e humanizadas, de elevado interessenatural, cultural e paisagístico.

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O CESAMV foi criado tendo como objectivo principal a experimentação edemonstração de estudos e projectos que promovem uma correcta gestãodos recursos naturais presentes e conciliam a conservação da natureza como desenvolvimento sustentado da região. Neste âmbito foram realizadosvárias actividades e projectos relacionados com a diversificação dasalternativas de produção de uma propriedade, valorização dos recursosendógenos, investigação de modos de produção agrícola ecológicos, restauroda paisagem e combate à erosão do solo/desertificação, educação ambientale turismo rural.

Inserido neste rol de projectos encontra-se a produção de plantas aromáticase medicinais, em modo de produção biológico, funcionando comodemonstração de uma alternativa de rendimento numa herdade recorrendoa recursos que se adaptam às características edafo-climáticas naturais daregião e consequentemente de fácil produção. No CESAMV foram criadascondições e infra-estruturas que possibilitam a produção das plantas,colheita, corte, secagem e embalamento para produção de condimentosculinários e chás, sendo vendidos no mercado como "Ervas do Monte". Todoeste processo relacionado com a produção das plantas tem ainda oimportante objectivo de criação de emprego dirigido essencialmente àpopulação local tendo sido criada, para esse efeito, uma Empresa deInserção, com o apoio do Instituto de Emprego e Formação Profissional,através da qual se encontram a laborar 6 pessoas a tempo inteiro.

A produção das plantas aromáticas funciona, nesta perspectiva, como umcontributo, de forma directa e por via demonstrativa, para odesenvolvimento social e económico da região respeitando as suascaracterísticas ambientais.

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NATUREZA, GASTRONOMIA E LAZERUM ITINERÁRIO PELAS ERVAS SILVESTRES ALIMENTARES DO

ALENTEJO

Maria-Manuel Valagão* & Joana Gomes da Silva***Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas; **Escola Agrícola D. Carlos I

*Rua Barata Salgueiro 37 - 2º, 3º, 4º, 7º | 1250-042 Lisboa*[email protected]; **[email protected]

Palavras-chave: ervas silvestres alimentares, inovação das tradições alimentares, turismo

cultural e gastronómico

O futuro dos espaços rurais relaciona-se cada vez mais com a capacidade deconceber projectos ou estratégias de desenvolvimento multifuncionais eintegradas, como, por exemplo, as que se centram na trilogia: Ambiente,Turismo e Gastronomia. Ora sendo as ervas aromáticas condimentares umdos produtos emblemáticos da gastronomia do Alentejo, o seu estudo evalorização são cruciais neste tipo de projectos. É nesta lógica que se inseremos dois projectos de Desenvolvimento Experimental e Demonstração quetemos vindo a desenvolver no âmbito do Programa AGRO.

Um decorreu no concelho de Alcácer do Sal e foi em torno da inovação e davalorização das tradições alimentares, enquanto percursoras da conservaçãoda natureza e do desenvolvimento local. Experimentaram-se formas detransformação de três produtos: "tomate seco", "plantas aromáticascondimentares" e "cogumelos silvestres secos".

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O outro projecto, está em curso e consiste na criação de um "Ecomuseu derecursos florestais, com um horto pedagógico de plantas silvestresalimentares", para fins de turismo cultural e gastronómico, numa herdadeda Fundação da Casa de Bragança, em Vendas Novas, herdade esta que eraa antiga coutada de caça do rei D. Carlos I. Situa-se numa zona do Alentejocaracterizada por extensas áreas de montado de sobro e de pinheiro manso,onde despontam outros recursos silvestres, o que lhe confere, sob o ponto devista museológico, um potencial paisagístico, florístico, florestal epatrimonial assinaláveis.

A articulação entre natureza, gastronomia e lazer, numa estratégia integradae multifuncional, pretende valorizar as componentes relativas à flora local,aos recursos micológicos silvestres, aos recursos culturais e identitários, aosaber-fazer culinário e ao valor cénico da paisagem destas zonas do Alentejo.Para além do desenvolvimento de acções que conciliem percursos de lazer ede saber, este projecto pretende contribuir para a revitalização de outrasactividades, numa perspectiva de fomentar o desenvolvimento e inovar aprodução de sabores em torno das ervas silvestres alimentares.

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RECOLHA DE INFORMAÇÃO EM ETNOBOTÂNICADAS GENTES E DA NATUREZA

Amélia Frazão-MoreiraFaculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa

Av. de Berna 26-C | 1069-061 [email protected]

Palavras-chave: etnobotânica, metodologia, cultura, práticas sociais

Os saberes sobre as plantas aromáticas e medicinais são componente dumcorpo de conhecimentos partilhados por um grupo social e distribuídos deacordo com a diferenciação social baseada no género, na idade e naespecialização. Fazem parte do entendimento da natureza, evocado pelas"gentes" nas suas memórias e práticas sociais. Esta comunicação pretendeassim apresentar as metodologias inerentes à pesquisa desses saberes,clarificando as suas especificidades e equacionando os aspectos éticosinerentes à sua pesquisa.

Dar-se-á relevo às situações a que se aplicam os diferentes processos derecolher e tratar a informação etnobotânica, e serão objecto de descriçãobreve, em concreto, os seguintes os procedimentos metodológicos:inquéritos etnobotânicos, entrevistas individuais e em grupo, observação-participante, trilhos de plantas e realização de herbários.

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IDENTIFICAÇÃO E GESTÃO DA FLORAMEDICINAL E AROMÁTICA DA PROVÍNCIA DO

ALTO ALENTEJO

Rute de Fátima Moleiro Caraça* & Marízia Menezes Dias Pereira**Centro de Estudos de Ecossistemas Mediterrânicos - Universidade de Évora

Colégio Luís António Verney, Rua Romão Ramalho 58 | 7000 Évora*[email protected]; **[email protected]

Palavras-chave: flora medicinal e aromática, conservação, biodiversidade, gestão, Alto

Alentejo

A província do Alto Alentejo apresenta elevado interesse florístico, devido àsespecificidades geográficas e ecológicas, tais como, a diversidade pedológicae macrobioclima mediterrânico (meso e termomediterrânico). O territórioestudado, abrange os concelhos de Évora, Montemor-o-Novo, VendasNovas, Alcácer do Sal, Viana do Alentejo, Estremoz e Ferreira do Alentejoque pertencem aos sectores Mariânico-Monchiquense e Ribatagano-Sadense.

No período de 1995 a 2006 foram efectuados vários levantamentosflorísticos em que se estudou a flora e as comunidades vegetais naturais doAlto Alentejo. Em relação ao catálogo florístico foram identificados mais de2000 espécimes dos quais foram seleccionados, de acordo com bibliografiaespecifica, os taxa com propriedades medicinais e aromáticas. A partir dessaselecção efectuou-se uma análise qualitativa e quantitativa tendo em conta,neste caso particular, os substratos pedológicos, bioclimáticos ebiogeográficos.

Como exemplo apresentam-se algumas fichas de espécies seleccionadas compropriedades medicinais e/ou aromáticas. Nelas identificam-se as principaisameaças, caso existam, e são propostas algumas medidas de gestão para aespécie e respectivo habitat com vista à exploração sustentável destesrecursos no ambiente natural.

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PLANTAS AROMÁTICAS E MEDICINAISENQUADRAMENTO LEGISLATIVO

Ana Paula MartinsDirecção de Medicamentos e Produtos de Saúde - Instituto Nacional da Farmácia e do

MedicamentoParque de Saúde de Lisboa, Av. do Brasil 53 | 1749-004 Lisboa

Palavras-chave: museu botânico, cultura científica, plantas aromáticas e medicinais

Até há poucos anos, se se tiver em conta o lento desenvolvimento daterapêutica, as plantas foram a maior fonte de medicamentos para otratamento das doenças humanas. Desde sempre as plantas medicinaisestiveram ligadas ao progresso da medicina e ao exercício da profissãofarmacêutica. No entanto, no início do séc. XX tem lugar o início dodesenvolvimento da química de síntese, com uma desvalorização simultâneada fitoterapia.

A Organização Mundial da Saúde tem estimulado a utilização de plantasmedicinais tendo elaborado diversos documentos técnicos acerca doassunto, incluindo normas e guias de conservação, investigação e avaliaçãode segurança e eficácia (WPRO 1993), controlo da qualidade (1992), selecçãode plantas medicinais essenciais (EMRO 1995), normas de recomendação(1991) e 28 monografias publicadas em 1996 e 32 de publicação maisrecente.

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Não se pense que as plantas medicinais são um recurso importante somentepara países em vias de desenvolvimento. Assiste-se actualmente a umretorno à fitoterapia e, mesmo a nível da União Europeia, países como aAlemanha, França e Inglaterra incluíram várias plantas medicinais nasrespectivas farmacopeias.

Este quadro de grande expansão e desenvolvimento de mercado pode levara que surjam no mercado produtos cuja qualidade, segurança e eficácia nãofoi comprovada ou avaliada. Assim, para os agentes deste sector, pode seruma mais-valia importante o conhecimento da legislação aplicável às plantasaromáticas e medicinais (PAM) porque permitirá definir melhor ascaracterísticas do produto e realçar as vantagens que apresentarelativamente a outros produtos já existentes. Assim, serão brevementeabordados os aspectos legais relativos às PAM, enquanto matérias-primaspara várias indústrias e enquanto componentes de produtos acabados,podendo estes ser tão variados como alimentos ou suplementos alimentares,produtos cosméticos e de higiene corporal, biocidas ou medicamentos, entreoutros.

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