19
BLOCO DE ESQUERDA AVEIRO RUA COMBATENTES DA GRANDE GUERRA, Nº 81, SALA 1 K, 3810-087 AVEIRO [http://aveiro.bloco.org] [[email protected]] AVEIRO AUTÁRQUICAS 2009 Transparência e Participação Políticas sociais Ordenamento do território e Urbanismo Educação 1 2 3 4 Mobilidade 5 Ambiente 6 Cultura 7 Turismo, Desporto e Lazer 8

Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Programa Eleitoral: Bloco de Esquerda de Aveiro - Autárquicas 2009

Citation preview

Page 1: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

BLOCO DE ESQUERDA AVEIRO RUA COMBATENTES DA GRANDE GUERRA, Nº 81, SALA 1 K, 3810-087 AVEIRO [http://aveiro.bloco.org] [[email protected]]

AVEIRO AUTÁRQUICAS 2009Transparênciae Participação

Políticas sociais

Ordenamento doterritório e Urbanismo

Educação

1

2

3

4Mobilidade5Ambiente6Cultura7Turismo, Desporto e Lazer8

Page 2: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

O Bloco de Esquerda de Aveiro apresenta candidaturas à

Assembleia Municipal, à Câmara Municipal e às Assembleias

de Freguesia de Aradas, Cacia, Eixo, Esgueira, Glória, Oliveiri-

nha, São Bernardo, Santa Joana, Vera Cruz.

As presentes candidaturas autárquicas têm programa pró-

prio e articulam-se com as propostas políticas do Bloco de

Esquerda e que se encontram delineadas no documento

«Programa para um Governo que responda à crise social. A

política socialista para Portugal».

O trabalho de transformação para um modelo de sociedade

mais inclusivo e justo é, para o Bloco de Esquerda, um desafio

multidimensional, pelo que as propostas contidas neste pro-

grama, longe de serem aleatórias e avulsas, encontram-se

em estreita ligação entre si.

Daqui decorre também que o Bloco de Esquerda se distancia

das posições tradicionais que assentam unicamente em lista-

gens de investimentos que, no seu conjunto, não se tradu-

zem em nenhum projecto global de transformação social. O

Bloco de Esquerda defende para Aveiro uma política de

investimentos que esteja ao serviço do seu projecto de justi-

ça social. Para isso, tal política de investimento deve necessa-

riamente ser reprodutiva, isto é, geradora de bem estar

social, qualidade de vida e de retorno económico e social.

Page 3: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

Transparência e Participaçãoas condições do laço social

O BE assume o combate à corrupção e ao tráfico de influências como uma das suas grandes prioridades. O reforço da transparência e do envolvimento da comunidade no exercício do poder público são condi-ções essenciais de democraticidade, de inclusão e são os mecanismos fulcrais para travar este combate. Apenas a transparência e a participa-ção asseguram um efectivo escrutínio e responsabilização dos detento-res de cargos políticos, seja por incumprimento dos seus programas de governo, seja por actos lesivos do interesse público. É necessário encon-trar e implementar mecanismos e modelos de gestão que permitam a participação e a decisão contínua por parte da população aveirense, rompendo com o actual cenário onde o cidadão apenas tem voz a cada quatro anos, sendo então remetido ao silêncio.

Numa prova de má convivência com a liberdade de expressão no conce-lho, a autarquia mantém em vigor um regulamento relativo à propagan-da política que a Comissão Nacional de Eleições e os próprios serviços jurídicos da autarquia consideram ilegal e inconstitucional. Esta candida-tura compromete-se a elaborar um novo regulamento que consagre as liberdades e garantias asseguradas pela Constituição da República e que rompa com a actual arbitrariedade.

Definição de modelos de gestão

Face a opções politicas erradas, a Câmara Municipal de Aveiro encontra-se numa situação financeira deficitária. O Bloco de Esquerda defende a renegociação do empréstimo para uma taxa justa e não usurária como a que o executivo PSD/CDS-PP escolheu. O Bloco de Esquerda defende

ainda uma alteração das politicas económicas da autarquia que tornem as suas finanças sustentáveis e ao serviço do cidadão e não no pagamen-to de rendas.

A posse e a gestão pública de serviços que respondam às necessidades básicas da população (como saúde, educação, transportes públicos, abastecimento de água e saneamento), são condição essencial de equi-dade e inclusão social. A universalidade destes serviços afigura-se também como a única forma de garantir o seu controlo democrático e de assegurar que o seu objectivo é o do bem comum.

As empresas municipais são a antecâmara da privatização dos serviços públicos e da inversão da lógica do interesse colectivo. O que a experiên-cia tem demonstrado é que a submissão do bem comum à lógica do lucro tem prejudicado não só a equidade no acesso aos serviços essen-ciais, como também tem afectado negativamente a qualidade de vida das populações. Demonstra também como tem sido cada vez mais difícil ao cidadão exercer o seu direito de controlo e participação na definição de políticas públicas. Mais: este distanciamento impede a responsabili-zação dos decisores.

Saliente-se também que as empresas municipais se têm apresentado como uma forma de duplicação de lugares de administração a serem distribuídos pela elite local. Para além disso, a contratualização de servi-ços externos e a concepção de parcerias público-privadas são um grave desvio de recursos do bem público, constituindo um entrave ao desen-volvimento local e um encarecimento das despesas camarárias.

1

Page 4: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

O princípio da subsidiariedade não implica a desresponsabilização dos Serviços Públicos. Defendemos a coexistência de acções, por parte do Estado e das Instituições Sociais, as quais pretendem concertadas, capa-citantes, autonomizantes e não meramente paliativas.

Consideramos ainda que se o combate à pobreza e à exclusão pode ser realizado numa vertente mais directa e assistencialista ao nível da satisfa-ção das necessidades básicas dos mais desfavorecidos, não pode nunca omitir uma vertente mais estrutural (porque a pobreza também o é), com-batendo pela raiz, a distribuição desigual de riqueza e o dogma neo-liberal.

Este combate opera-se através da defesa de políticas de emprego estável, de políticas fiscais transparentes, de um sistema de Segurança Social, de Saúde e de Educação Públicos, da existência de respostas de Apoio à Família, de medidas de conciliação Trabalho/Família, do aumen-to do Subsídio de Desemprego, do Rendimento Social de Inserção (RSI), das Pensões, do Complemento Solidário ao Idoso, entre outras.

Para o Bloco, a competência primordial de uma Câmara Municipal consiste em assegurar o bem-estar de todos os seus munícipes. As políti-cas de acção social são transversais a várias áreas, devendo-se, por isso, promover a coerência das intervenções. Perante o contexto que vivemos, o Bloco, apostando na articulação das políticas sociais (por exemplo, na sinergia entre transportes públicos e horários escolares e laborais), presta especial atenção a uma política social de habitação que garanta, juntamente com serviços públicos universais e gratuitos, o direito à habi-tação e que combata a especulação imobiliária e os juros usuários – graves vícios da gestão do bem público.

Transparência e Participaçãoas condições do laço social

AS RESPOSTAS DO BE SÃO CLARAS:

• A defesa de serviços públicos universais e gratuitos;

• A extinção de todas as empresas municipais, com a municipaliza-ção dos seus serviços de interesse colectivo;

• A avaliação constante, rigorosa e caso a caso, dos modelos de contratualização de serviços externos e das parcerias público-privadas, agindo-se sempre em conformidade com os critérios de pertinência para o bem público e de racionalidade económica e social;

• A eleição directa de todos os órgãos da democracia, nomeadamen-te CIRA – Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, numa lógica de aproximação crescente entre responsáveis políticos/ públi-cos e cidadãos;

• A responsabilização efectiva dos detentores de cargos públicos;

• A libertação do financiamento das autarquias locais do jugo do betão;

• A implementação de mecanismos de orçamento participativo e de Agenda 21;

• A inclusão do acesso fácil e gratuito à internet no leque dos serviços públicos, promovendo-se assim uma visão contemporânea destes e respondendo-se à evolução das necessidades da população.

1 Políticas Sociais2

Page 5: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

Neste sentido, o Bloco defende para Aveiro que:

• O Orçamento Municipal deve reservar uma importante verba para a acção social, ao invés da actual verba de cerca de 1% anuais.

• A lógica tradicional da Habitação Social que cria guetos e ostraciza os mais desfavorecidos deve ser abandonada, apostando-se numa Política Social de Habitação verdadeiramente inclusiva.

• Se deve proceder à revisão dos valores das rendas cobradas nos Bairros Sociais do Concelho de Aveiro, bem como promover e apoiar a execução das obras necessárias para que todas as habitações reúnam as indispen-sáveis condições de habitabilidade, salubridade e conforto.

• Se promova Aveiro como um Concelho inclusivo, que permita a mobili-dade a Pessoas com Deficiência ou com mobilidade reduzida, impondo prioritariamente a todos os serviços públicos a obrigatoriedade de serem dotados de um design inclusivo e universal, de forma a que sejam, efectivamente, acessíveis e que permitam o exercício da cidadania por parte de todos os munícipes.

• A criação de serviços de proximidade e descentralizados, munidos de equipas multidisciplinares na Câmara Municipal e nas Juntas de Fregue-sia, que prestem apoio jurídico, psicológico, social, financeiro e material aos cidadãos em situação de vulnerabilidade social, como os idosos, as pessoas com deficiência, os imigrantes, as vítimas de violência domésti-ca, etc, assim como um observatório para a igualdade de género.

• Se realize um Diagnóstico real que identifique as necessidades da popu-

lação ao nível de Serviços de Apoio à Família, designadamente Creches, Amas, Apoio Domiciliário, Centros de dia, entre outros, e levar a cabo, progressivamente, a criação da rede de apoio necessária e identificada.

• Se invista em e se desenvolva políticas locais de criação de Emprego, Reinserção na Vida Activa e Formação Profissional.

• Se garanta a continuidade e o reforço dos Projectos Sociais existentes, como o Projecto “Ria”, o qual, após o financiamento do Instituto da Segu-rança Social, deverá ser “absorvido” pela Câmara Municipal de Aveiro, assumindo esta edilidade as verbas necessárias para a continuidade e execução do mesmo.

• Se consagre a água enquanto direito humano através de uma declara-ção em reunião ad-hoc e através da urgente modificação das práticas municipais correntes.

Recentemente, o Município de Aveiro, juntamente com o Governo e as Águas de Portugal, criaram uma parceria para a gestão das águas que não só se configura como um mau negócio para os munícipes, como também abriu a porta à privatização/concessão do serviço, com a garan-tia do aumento do custo da água e da deterioração dos direitos dos trabalhadores dos SMA – Serviços Municipalizados de Aveiro.

Considerando que essa parceria elimina o controlo democrático sobre um recurso colectivo à vida e que a Câmara Municipal de Aveiro, por si só, perde o direito a definir no futuro se as águas permanecem públicas ou são privatizadas/concessionadas, a candidatura Bloco de Esquerda recusa esta parceria e pretende:

Políticas Sociais2

Page 6: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

• Garantir a posse e a gestão pública em prol do interesse colectivo do recurso e da rede de distribuição, tratamento e de saneamento.

Defendemos um sistema de águas intermunicipal totalmente público, sem parcerias com privados nem com AdP, à semelhança do que já ocorre em dois grupos de municípios portugueses, com capacidade de decisão local.

Políticas Sociais2do concelho: de acordo com análises dos SMA, mais de 90% da água das fontes analisadas no concelho representam perigo para a saúde pública.

• Que a autarquia seja o garante da qualidade, universalidade e gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde, investindo:

- na luta constante da autarquia junto das entidades competentes para garantir aos cidadãos do concelho o direito essencial e democrá-tico a uma prestação em pleno dos cuidados de saúde primários, através da atribuição de médico de família;

- na formação de redes locais de saúde e na dinamização dos planos locais de saúde em articulação com a saúde pública, apostando no tratamento e prevenção das doenças cardiovasculares, respiratórias, oncológicas, mentais, obesidade e diabetes e na promoção de consu-mos conscientes, informados e responsáveis de substâncias como o tabaco, álcool, drogas e medicamentos; e a prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST);

- na participação na gestão das unidades de saúde, tendo um papel determinante no incentivo ao envolvimento dos cidadãos nessa mesma gestão, não esquecendo o seu papel como garante da conser-vação e renovação da rede de cuidados primários, quer no zelo de equipamentos e instalações, quer no seu papel como intermediário junto das entidades competentes.

- no advogar junto das entidades competentes a abertura de um curso de medicina na Universidade de Aveiro.

- na descentralização de técnicos de saúde para locais adequados de

AS RESPOSTAS DO BE SÃO CLARAS:

O Bloco de Esquerda propõe-se a:

• Implementar um regime tarifário do consumo de água que com-preenda a sua taxação progressiva, assegurando-se:

- a gratuitidade da água necessária à sobrevivência e dignidade humana para todos os cidadãos de Aveiro (beber, cozinhar, higiene alimentar: 50 litros/dia/pessoa de acordo com recomendação da Organização Mundial de Saúde);

- acima deste escalão de consumo vital, criação de escalões tarifários progressivos (social, normal, conforto), de forma a garantir sua a preservação e sustentabilidade ambiental e económica;

- a proibição da suspensão de abastecimento de água por falta de pagamento, desde que por motivo de comprovada carência económi-ca, devidamente declarada pela Segurança Social.

• Implementar um plano de recuperação da qualidade da água no concelho, dado o estado calamitoso em que se encontram as fontes

Page 7: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

PRETENDEMOS POR ISSO:

• Clarificar as competências do município de Aveiro no que diz respeito às políticas escolares e à necessária consolidação das comu-nidades educativas, garantindo no leque das suas responsabilidades a gratuitidade e a universalidade do ensino, nomeadamente no que se refere ao primeiro ciclo. Para isso, o Bloco propõe:

- Dinamizar campanhas de recolha e redistribuição de manuais escolares e garantir a sua gratuitidade;

- Garantir a gratuitidade do material escolar;

- Garantir o fornecimento de refeições escolares de qualidade, com predominância dos alimentos da região, fomentando-se dessa forma o aproveitamento dos recursos endógenos do Concelho;

- Garantir junto da Administração Central a qualidade, gratuitidade e universalidade do sistema educativo sob a sua tutela.

- Garantir o justo pagamento dos professores colocados em AEC nas escolas do concelho, reduzindo as taxas cobradas pela autarquia, evitando a dispersão de recursos para outros sectores que não a

Políticas Sociais2acordo com as necessidades (de risco, escola, bairros com carências, etc.), dinamizando nas e com as Juntas de Freguesia consultas médi-cas de proximidade, especialmente direccionadas para públicos com mobilidade reduzida por motivos vários.

- na abertura dos serviços de saúde à população no que diz respeito à responsabilização sobre as suas decisões organizativas, operacionais e logísticas, nomeadamente através da dinamização e valorização de comissão de utentes.

- no garantir junto das entidades competentes o alargamento do horário dos centros de saúde.

A educação é essencial para o desenvolvimento social, científico e económico e é o primeiro factor no combate às desigualdades sociais. A sociedade deve garantir a todos os cidadãos o acesso gratuito a um siste-ma educativo de qualidade, integrativo e participado. Neste âmbito, o Bloco de Esquerda é intransigente na defesa da Escola Pública e do Estatuto do Professor.

Educação3

Page 8: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

projecto uma vez que confere os riscos envolvidos no negócio do estacionamento para a edilidade, para além de ser uma solução mais dispendiosa de acordo com os próprios dados da autarquia: encargos três vezes superiores ao custo real da carta educativa e dez vezes superiores a outras soluções de financiamento comunitário;

- Garantir a reabilitação do parque escolar através com o co-financiamento comunitário previsto para o programa;

- Criação de uma equipa de obras e pequenas reparações dedicada em exclusivo ao parque escolar;

- Apoiar a recuperação das infra-estruturas tuteladas pelo Ministério da Educação;

- Flexibilizar e potenciar a utilização das infra-estruturas escolares nos períodos não lectivos.

educação.

- Garantir a presença efectiva da autarquia nos conselhos gerais dos agrupamentos e escolas não agrupadas do concelho, numa perspecti-va de parceria positiva para a melhoria das nossas escolas, garantindo sempre que a autarquia é um catalisador de boas práticas democráti-cas.

• Promover a criação de “comunidades educativas” reais, com a parti-cipação de todos os envolvidos em volta de projectos educativos válidos.

• Apoiar e promover iniciativas de combate ao analfabetismo e à iliteracia, dando-se especial atenção à promoção da alfabetização, da formação integral de cidadãos adultos, bem como à criação e disseminação descentralizada de programas de combate à info-exclusão, em coerência com a inclusão do acesso à Internet no leque de serviços públicos a defender.

• Criar condições para uma oferta suficiente de serviços de jardins de infância e escolas.

• Garantir a reestruturação e potenciar o aproveitamento do parque escolar. O Bloco pretende:

- Romper com a tentativa de criação de uma parceria público-privada, pela qual a autarquia atribuiria a exploração e os lucros de quatro parques de estacionamento subterrâneos a construir, assim como uma renda pela utilização das escolas que seriam recuperadas/ construídas no âmbito da parceria. O Bloco é frontalmente contra este

Educação3

Page 9: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

A política de ordenamento do território afigura-se central na construção de um Concelho territorial e socialmente coeso e constitui um importan-te instrumento de combate às sérias disparidades que se sentem no quotidiano de populações geograficamente vizinhas, mas socialmente distantes. Considerando que neste âmbito o reforço da intermunicipali-dade é indispensável.

A predação do território tem-se assumido como umas das principais de geração de riqueza, à custa do seu ordenamento e da sustentabilidade social e ambiental.

Esta candidatura pretende inverter este ciclo, defendendo:

• Que os critérios primordiais que devem orientar a política de ordena-mento do território são os das necessidades reais das populações e os da sustentabilidade ambiental, e não os que resultam de interesses especu-lativos.

• A promoção da qualidade de vida, assim como a estabilização do núcleo urbano e o desenvolvimento sustentado das freguesias peri-urbanas, através de uma matriz urbana densa e heterogénea e da rejei-ção de um crescimento em mancha de óleo.

• O assegurar do envolvimento efectivo das populações nas decisões de ordenamento e urbanísticas.

• O acompanhamento e a promoção da clarificação, divulgação e partici-pação pública na elaboração e implementação dos instrumentos legais de ordenamento do território.

• A promoção da descentralização dos investimentos infraestruturais por todas as freguesias.

• Dar prioridade ao espaço público, à sua expansão, dinamização e apro-priação efectiva por parte dos cidadãos.

• Não aumento da área dedicada a grandes superfícies comerciais e criação de um programa municipal de dinamização do comércio tradi-cional

• A eliminação urgente dos obstáculos e as barreiras urbanísticas e arqui-tectónicas a cidadãos com mobilidade reduzida. Neste sentido, preten-de:

- Criar uma equipa de estudo vocacionada para o desenho urbano univer-sal que apresente soluções à autarquia e aos munícipes.

- Promover a melhoria da sinalética para todos.

• O assegurar o direito de cada cidadão à habitação, através de uma política social de habitação, combatendo a especulação imobiliária e promovendo a função social da habitação.

A habitação, uma necessidade elementar da Humanidade, foi transfor-mada num produto financeiro, o mais primordial de todos visto o seu potencial de alto custo. Com a sua colocação na esfera do mercado, constitui-se um mercado de crédito associado. Assim, a formação de preços da habitação enveredou por um mecanismo de falseamento da relação procura-oferta e sem qualquer correlação com a necessidade social que representa. Constituiu-se um ciclo vicioso: os preços da habi-

Ordenamento do território e urbanismo4

Page 10: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

tação aumentam forçando os cidadãos a recorrer ao crédito, conferindo assim uma falsa capacidade financeira à procura de forma a cobrir os desmandos do mercado, contribuindo novamente para o aumento do preço.

A habitação enquanto produto financeiro foi uma forma privilegiada de enriquecimento de poucos à custa do empobrecimento de muitos. Enquanto durou este crescimento contínuo assente em falsos pressu-postos, o centro das nossas cidades foi ficando deserto, já que a priorida-de se centrou em adicionar novas peças ao mercado, privilegiando a construção desenfreada em solo virgem.

Ordenamento do território e urbanismo4

Face à recente crise do sub-prime e as respectivas consequências, em Portugal o poder político decidiu mudar o embrulho financeiro da habitação. O Governo anunciou um fundo de arrendamento imobiliário, criando um novo negócio para os bancos. Por outro lado, as autarquias prevêem recuperar os seus centros urbanos com a criação de parcerias público-privadas. O Bloco contrapõe:

• o combate ao caos urbanístico só é efectivo com o rompimento das suas causas económicas. Assim e atendendo a que a valorização do solo mediante o seu estatuto de uso se deve meramente a uma acção administrativa, que gera desigualdades perante os cidadãos e que é uma fonte de pressões sobre os decisores públicos, esta candi-datura defende:

- que qualquer revisão dos instrumentos de ordenamento do territó-rio em vigor seja acompanhada de um estudo onde se define clara-mente a valorização e a desvalorização de cada parcela de terreno;

- que seja efectuada a cativação pública de 50% das mais-valias urbanísticas geradas por estes actos;

Esta candidatura defende um política social de habitação, e defende que a prioridade dos grandes investimentos no concelho devem ser enquadrados por um programa de reconstrução urbana, com a participação da Administração Central, que deve ter as seguintes condições e características:

• Co-financiamento da reabilitação obrigatória das casas desocupa-

NESSE SENTIDO, O BLOCO DE ESQUERDA DEFENDE PARA AVEIRO:

• o loteamento público, sujeito ao interesse colectivo e do ordena-mento do território;

• a prioridade à reabilitação do património edificado e limitação das novas construções em função das reabilitadas;

• a obrigatoriedade, por inclusão no PDM, de construção de uma quota de 25% de Habitação a Custos Controlados em cada novo loteamento e operação de reabilitação;

Page 11: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

É dado indiscutível que a participação na vida social exige do cidadão uma crescente mobilidade. Esta realidade é especialmente dura para quem enfrenta os constragimentos de uma mobilidade reduzida, como os idosos e as pessoas portadoras de deficiência. O modelo de mobilida-de condiciona o ordenamento do território, sobretudo quando se consi-dera que, com o advento da mobilidade individual motorizada, 70% do espaço público das cidades passou a ser de uso exclusivo do automóvel.

Ordenamento do território e urbanismo4 Mobilidade5

das e degradadas;

• Tomada de posse pela Autarquia das casas não reabilitadas, que serão reconstruídas pela Câmara com apoio do Estado, sendo depois alugadas durante cinco a dez anos, consoante o seu valor, para recu-perar o investimento, sendo depois devolvidas aos proprietários com a obrigatoriedade de serem mantidas no mercado;

• Constituição de uma Bolsa de Arrendamento municipal, incluindo todas as casas desocupadas que tiveram intervenção pública, as casas não vendidas há mais de um ano e as que forem propostas para o efeito;

• Agravamento da tributação em IMI da situação de desocupação das casas.

O investimento em reabilitação tem a vantagem de ter um efeito multiplicativo imediato, quer por via da criação de emprego – ao contrário das grandes obras públicas que só têm impactos em emprego dentro de cinco a dez anos – quer por via da redução dos preços e, portanto, do aumento do rendimento das famílias. A modi-ficação radical do mercado de arrendamento com a recuperação dos centros urbanos tem ainda a vantagem da redução dos movimentos pendulares de transportes e o combate à guetização.

Assim, respondendo aos imperativos da coesão territorial, do serviço público e das preocupações ambientais, esta candidatura defende uma política de mobilidade colectiva e suave que possa:

• Garantir a posse e gestão pública dos transportes colectivos da MoveAveiro.

• Recuperar e reforçar da frota da MoveAveiro com veículos prepara-dos para o transporte escolar e para o transporte de pessoas com deficiência.

• Reforçar a intermunicipalização da rede de transportes colectivos.

• Criar um modelo de financiamento solidário dos transportes públi-cos.

• Criar redes e modelos de intermodalidade com as restantes opera-dores.

Page 12: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

Mobilidade5• Implementar uma gestão flexível da frota de transportes colectivos, alargar os horários e criar condições para a intermodalidade, por integração de todos os sistemas de transporte (comboios, autocar-ros e lanchas).

• Assegurar uma central de camionagem com as devidas condições e com fácil ligação a outros meios de transporte na zona oriental da estação de caminhos de ferro.

• Regular o estacionamento na cidade e criar de parques de estacio-namento dissuasores nas periferias, integrando-os no percurso dos transportes colectivos.

• Melhorar as condições da circulação para peões, mediante:

- A expansão e a melhoria a rede de vias cicláveis.

- A afirmação das BUGAs enquanto instrumento de mobilidade e não apenas turístico.

- Afirmar a condição de Aveiro como cidade ciclável.

• Incentivar a partilha de viatura privada (carpool), através da redu-ção nas tarifas de estacionamento às viaturas inscritas no sistema.

• Promover o transporte na Ria e estudar a especificidade dos proble-mas de mobilidade de São Jacinto, permitindo aos habitantes dessa Freguesia facilidades de deslocação semelhantes às de todos os aveirenses.• Dar prioridade ao investimento ferroviário e de transportes colecti-

vos sobre a construção de novas infra-estruturas automóveis, e integrar a visão dos órgãos autárquicos eleitos na gestão da CP e da REFER, nomeadamente:

- o investimento no Vouguinha e a sua articulação com um novo metro de superfície de Aveiro;

- assegurar uma maior integração de horários nos serviços disponibili-zados;

- assegurar o reforço da oferta de comboios em horário de ponta;

- apostar na construção da linha Aveiro-Salamanca como forma de estimular a economia da região, reduzir o transporte rodoviário de mercadorias e de estabelecer uma ligação de passageiros ao interior do país e a Espanha.

Page 13: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

A coesão territorial e social assim como o desenvolvimento sustentável devem estar em profunda articulação com uma política ambiental séria e responsável. As exigências desta área de intervenção, especialmente do que se refere ao ecossistema da Ria de Aveiro, requerem uma visão global que só a cooperação intermunicipal pode assegurar.

Ambiente6forma de aproveitamento dos resíduos orgânicos para outras activi-dades, como a agrícola, e como forma de diminuir o seu impacto (maus cheiros, contaminação, etc.).

• Implementar um programa de compostagem de materiais orgâni-cos que não são depositados como resíduos (restos de relva, restos de produção agrícola, etc.).

• Implementar na zona industrial de Cacia uma estação de medição da qualidade ambiental.

• Realizar estudos que afiram a quantidade de dióxido de carbono produzido, de forma a implementar medidas de absorção do mesmo, nomeadamente áreas verdes.

• Promover a recolha de resíduos selectiva porta-a-porta.

• Alterar o paradigma da taxa de recolha de resíduos, que actualmen-te se paga na factura da água, de forma a passar a ter relação com a quantidade de resíduos produzida e com as práticas de reciclagem.

• Testar a possibilidade de, na rede de transportes públicos, ter veícu-los eléctricos a fazerem os trajectos urbanos mais curtos.

• Dinamizar a produção agrícola e cultura local, contribuir para a soberania alimentar dos países em vias de desenvolvimento e redu-zir as emissões de estufa de transportes inter-continentais, através da prioridade a produtos locais nas cantinas escolares e nos merca-dos municipais.

ASSIM, HÁ QUE:

• Dar prioridade à preservação e à sustentabilidade ambiental e social no uso dos recursos (solo, água, recursos energéticos).

• Promover e apoiar programas de educação ambiental e cívica.

• Implementar medidas de defesa à floresta e ao cumprimento do ordenamento florestal.

• Assumir as responsabilidades municipais na gestão da floresta.

• Incentivar criação de associações de proprietários ou acções de voluntários que tenham como objectivo uma produção mais susten-tável e a prevenção dos fogos florestais.

• Defender o sistema lagunar e a totalidade do ecossistema da Ria, bem como proteger os ecossistemas frágeis contra as ameaças da construção.

• Garantir a instalação de uma unidade de vermicompostagem como

Page 14: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

Ambiente6As políticas e estratégias para a cultura devem ser perspectivadas num âmbito territorial que excede os limites do Município. A cooperação inter-municipal, a criação de sinergias com outros concelhos, são princí-pios que devem orientar qualquer política ou acção, e isto independen-temente da habitual vontade de protagonismo partidário por parte dos autarcas envolvidos: para a optimização dos recursos disponíveis, para a dinamização de projectos passíveis de financiamento pelo QREN, para potenciar uma lógica de internacionalização. Por outras palavras, não podemos conceber políticas culturais com base em estratégias de auto-isolamento. Assim, é importante:

• Uma acção concertada de diversos Pelouros/Divisões na CMA – Cultura, Educação e Economia;

• Comunicação horizontal e vertical entre as Divisões das diversas autarquias;

• A avaliação e ajustamento sistemático destes projectos e do seu âmbito territorial;

• A formação de equipas de gestão constituídas sob a égide da compe-tência técnica;

• O desenvolvimento de sistemas integrados de bilhética, favorecendo circuitos culturais e a cumulatividade dos consumos (a um nível inter-municipal) , bem como sistemas seguros de aquisição de bilhetes on line.

Mais concretamente, o BE propõe:

• Política de colaboração inter-municipal para criação de roteiros especí-

Cultura7• Fazer com que os espaços verdes reservados ao automóvel (rotundas, faixas centrais, etc.) deixem de ser um sorvedouro de água através da introdução de vegetação endémica.

• Criar vastos espaços verdes descentralizados como garante do usufruto do território dos cidadão, como forma de absorção de emis-sões de estufa e como forma de garantir a permeabilidade do solo.

• Criação da cintura verde entre o pavilhão dos Galitos e a zona do Parque Pedro IV.

Page 15: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

ficos de divulgação do património artístico, arquitectónico, museológico e ambiental. Veja-se o caso dos museus - são um elemento fundamental na captação de turismo cultural mas nem a população da região conhece a oferta patrimonial existente:

Museus Nacionais e Municipais (Região Centro): Museu de Aveiro, Museu da Cidade, Museu de Arte Nova (estes dois últimos não têm identidade ou conteúdos definidos), Fábrica da Ciência Viva, EcoMuseu da Troncalhada, M. Arte Sacra de Arouca, Centro de Interpretação Geológica de Canelas, Casa Museu de Etnografia da Região do Vouga, Museu Etnográfico de Válega, Ecomuseu de Arouca, Casa Egas Moniz, Museu Júlio Dinis – Uma Casa Ovarense, Casa Museu Ferreira de Castro, Vista Alegre, Museu Maríti-mo de Ílhavo, Navio Santo-André, etc..

avaliar as ofertas turísticas actuais;

• Biblioteca Municipal: avaliação de actividades, nomeadamente no aproveitamento dos recursos cedidos pelo IPLB (o que não acontece actualmente);

• Salas de Espectáculo: Ênfase na programação e na criação de hábi-tos de consumo;

• Parques/Espaços Verdes: promoção da interligação entre ambiente e cultura, associação da cultura formal a espaços informais. Difusão da rede Wireless para acesso livre à internet nestes espaços;

• Tradições locais (falamos de tradições que são continuamente re/criadas): comportam uma dimensão identitária, festiva e sociali-zadora, constituindo uma espécie de denominador comum sobre a qual a generalidade das políticas locais se alicerça. A activide cultural municipal não deve contudo esquecer que estas identidades são sempre dinâmicas, abertas e polissémicas.

• Promoção de eventos distintivos que projectem valores artísticos, preferencialmente numa lógica de internacionalização. Alguns projectos (Bienal Internacional de Cerâmica, Bienal de Arte Contem-porânea, Sons em Trânsito, Vozes Femininas, Projecto da Avenida de Arte Contemporânea) perderam qualidade/conteúdos, foram mal organizados/divulgados, foram simplesmente descontinuados ou nunca se concretizaram. É necessário recuperar projectos de elevado potencial artístico - que enriqueçam a «marca» cidade. Outras

ESPECIFICAMENTE PARA AVEIRO:

• Definição do conceito e criação de um verdadeiro Museu da Cidade – uma vez que não existe nenhum espaço na cidade que divulgue a sua História (a sua fundação, envolvimento em acontecimentos históricos relevantes – lutas liberais, oposição ao Estado Novo, etc.). Da mesma forma, não existe nenhum espaço na cidade que divul-gue a história secular da relação Ria-Povoações;

• Criação de um Serviço de Arqueologia, a integrar a Divisão de Museus e Património Histórico da CMA;

• Dinamização da navegabilidade na Ria de Aveiro. É necessário

Cultura7

Page 16: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

ficos de divulgação do património artístico, arquitectónico, museológico e ambiental. Veja-se o caso dos museus - são um elemento fundamental na captação de turismo cultural mas nem a população da região conhece a oferta patrimonial existente:

Museus Nacionais e Municipais (Região Centro): Museu de Aveiro, Museu da Cidade, Museu de Arte Nova (estes dois últimos não têm identidade ou conteúdos definidos), Fábrica da Ciência Viva, EcoMuseu da Troncalhada, M. Arte Sacra de Arouca, Centro de Interpretação Geológica de Canelas, Casa Museu de Etnografia da Região do Vouga, Museu Etnográfico de Válega, Ecomuseu de Arouca, Casa Egas Moniz, Museu Júlio Dinis – Uma Casa Ovarense, Casa Museu Ferreira de Castro, Vista Alegre, Museu Maríti-mo de Ílhavo, Navio Santo-André, etc..

ção tem que ser envolvido na cultura e na arte, não apenas como público mas também como promotor. A escola pública e as associa-ções locais alimentam e são alimentadas por criação artística profis-sional e património.

• Em Aveiro existem dezenas de associações culturais. “Alojadas” na Casa da Cultura Fernando Távora: Companhia de Dança de Aveiro, ADERAV, Grupo Poético de Aveiro, Graduale: Música Sacra de Aveiro, Assoc Amigos da Ria e do Barco Moliceiro, Academia de Saberes, Cineclube de Aveiro, entre outras. É fundamental estabelecer formas de diálogo permanente entre a CMA e estas associações, para além do pagamento dos subsídios protocolados; é também importante conhecer/conferir os planos de actividade ou projectos, e as previ-sões de custos destas associações com antecedência - para que as decisões sejam tomadas atempadamente e as dotações orçamentais possam ser distribuídas de forma justa e transparente.

• Complementarmente: Promover o acesso facilitado, de forma siste-mática, a eventos culturais subsidiados pela Autarquia junto de públicos específicos (escolar, terceira idade);

• Extensão a vários pólos do concelho de actividades culturais e envolvimento das freguesias no processo cultural;

• Criação de programação e circuitos de divulgação e promoção cultural, tendo em consideração os públicos diversificados: genera-listas, profissionais, turistas e visitantes, ocasionais ou recorrentes,

propostas:

- Festival de Lusofonia (evocação do antigo festival de cinema), integrando diferentes expressões: cinema, música, artes plásticas, dança, unidos sob a égide da lusofonia;

- Mostra/Festival de VideoArte: colaboração escolas (EB1 ao ensino superior). No sentido de promover educação para a arte;

- Festival Júnior anual (dia 1 de Junho): feira do livro infantil, palestras sobre literatura infantil, contadores de histórias, peças de teatro, audições musicais dos alunos das escolas de música, concurso “pequenos pianistas”, ciclos de cinema infantil, animações variadas.

• Animação regular das ruas da cidade/bairros. Desenvolvimento/interiorização do conceito do “Bairro/Rua criati-vos”. Por exemplo, estender animação que Galerias de Arte (rua do Gravito) preconizaram a outros sectores/negócios.

Alguém disse que “a cultura promove o pensamento, o espectáculo é tudo aquilo que nos distrai”. Precisamos das duas coisas. Porém, a política cultural do município não pode ser reduzida à promoção de um conjunto de interesses e acções que, supostamente, emanam da vontade da colectividade - o que certos autores chamam de “consen-sualismo”. Na cultura, como noutros domínios, nada está imune à divergência de opinião, as decisões são sempre políticas, pelo que falar em valores ou interesses “evidentes” só conduz ao marasmo. As cidades têm que explorar os factores que as diferenciam e apostar no desenvolvimento de estratégias colaborativas. O todo da popula-

Cultura7

Page 17: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

Resumindo: • Pensar a Cidade numa escala que ultrapassa os limites do Município e apostar no desenvolvimento de estratégias colaborativas; • Ancorar a actividade e programação culturais num eixo diferenciador; • Intersectorialidade (a defesa da promoção da Língua, do Património Monumental, da Educação artística, do Audiovisual, etc. são políticas necessariamente intersectoriais); • Valorização do património construído e requalificação/dinamização de equipamentos e serviços existentes (política cultural de 1ª geração); • Aumentar acesso aos bens culturais; potenciar a integração das pesso-as na vida social e cultural; formação e captação de públicos (política cultural de 2ª geração); • Promoção da criação e recriação cultural (política cultural de 3ª geração);

• Transparência e responsabilização.

ser o da competência técnica e não o da amizade política);

• Abertura de concurso para residências artísticas dirigidas a artistas plásticos e fotógrafos;

• Recuperação e mobilização de equipamentos culturais e patrimó-nio subutilizados ou desocupados, para realização de eventos articu-lados e/ou programação/ocupação regular.

pessoas com necessidades especiais, autóctones e imigrantes. Não confundir, contudo, “democratização da cultura” com “consumismo cultural”.

• Criação de circuitos de divulgação e promoção cultural, tendo a consideração a eficácia da localização e meios utilizados (guias culturais, cartazes, mupis/outdoors, media clássicos, internet).

A cultura deve ser entendida como motor de desenvolvimento essencial. Uma politica para a cultura tem que investir na educação, no associativismo de índole recreativo e cultural, no património, mas também na criação artística profissional; é a promoção da criação artística e re-criação cultural que posicionará a cidade ao nível das chamadas políticas culturais de «3ª geração». O BE propõe:

• Criar condições de sustentabilidade para os “casos de sucesso” ou iniciativas isoladas que trazem mais-valias para a cidade/Região. A atractividade da cidade para estes projectos pode aumentar se definidas políticas de baixo custo imobiliário ou apoios ao nível da promoção/divulgação;

• Abertura de concursos para desenvolvimento de projectos culturais (com uma regulamentação clara para dois esquemas possíveis de apoio autárquico: capital de financiamento e/ou cedência de equipamentos/serviços; esta regulamentação deve prever a avaliação dos projectos; a comissão de avaliação deve ser composta por agentes culturais e artísticos; ou seja, o critério para a sua constituição deverá

Cultura7

Page 18: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

O Bloco de Esquerda considera que o lazer constitui uma importante esfera da vida contemporânea e que uma das maiores conquistas civili-zacionais dos trabalhadores prende-se precisamente com o seu tempo livre e com o direito a férias remuneradas.

Estas conquistas têm sido, porém, objecto de uma crescente comerciali-zação que produz graves eixos de desigualdade social, os quais, por seu turno, reflectem sérias disparidades em termos de qualidade de vida.

O Bloco de Esquerda defende o direito universal ao lazer enquanto esfera de usufruto e desenvolvimento humano livre que não deve ser restringi-do à condição económica.

Turismo, Desporto e Lazer8criação de espaços públicos reais e que os investimentos camarários não se devem focar na criação de espaços e apoio de actividades que não só excluem a maior parte da população, como também têm uma rentabilidade duvidosa.

• A construção de um segundo estádio municipal monodesportivo em Aveiro tem-se demonstrado injustificada pelo que o BE defende a redefinição da sua função dos seus equipamentos.

O contraste entre o investimento neste segundo estádio e a criação e manutenção dos espaços desportivos público do concelho é gritante. Esta candidatura define como prioridade conferir de plenas condições o parque desportivo público do concelho de forma a que todos os munícipes tenham condições de praticar desporto.

A autarquia acordou um protocolo com o Beira-Mar onde atribuiu a este último as mais-valias urbanísticas a gerar no espaço das actuais piscinas, sem a salvaguarda de manutenção da única piscina olímpica do concelho. A candidatura do BE define como prioridade a manuten-ção da única piscina olímpica de todo o concelho como condição essencial de desenvolvimento dos atletas e do usufruto dos cidadãos aveirenses.

- Que a Ria de Aveiro deve deixar de ser predominantemente olhada como objecto de interesse especulativo/imobiliário e que passe a ser encarada como uma realidade local/regional que exige uma política intermunicipal séria, apostada em investimentos reprodutivos que contribuam para a melhoria da qualidade de vida das populações, assim como para o desenvolvimento económico e ambientalmente sustentável da região.

NESTE ÂMBITO, CONSIDERAMOS:

- Que a existência e a acessibilidade de espaços públicos, apropria-dos pelos cidadãos, é essencial.

Nos últimos anos assistimos a um enorme investimento público no desporto em Portugal e, no caso particular, em Aveiro. Contudo, não podemos deixar de reparar que a esmagadora maioria do investimen-to nesta área tem sido dispendido em infra-estruturas de suposta utilidade pública, mas proibitivas ao público, passando ainda por apoios e subsídios ao desporto profissional.

• Que, nesse sentido, o PDA deve afirmar-se como instrumento de

Page 19: Programa BE Aveiro - Autárquicas 2009

Turismo, Desporto e Lazer8Neste âmbito, o Bloco de Esquerda propõe-se a criar roteiros intermu-nicipais e a promover circuitos de eco-turismo (Ria, Sapais, Pateira e Rio Vouga). Preconizamos ainda a promoção de programas de incenti-vos à formação dos profissionais de comércio e serviços ligados ao Turismo, privilegiando o recrutamento de professores não colocados e outros profissionais qualificados desempregados úteis à formação.