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Visita fora de época p.2 Momento do produtor: Célio de Oliveira Coelho p.3 Qualidade do leite: Mastite em novilhas - um proble- ma que pode ser evitado p.4 Dicas do Zootecnista: Diferimento de pastagens p.2 Dez passos para o sucesso no con- trole de carrapato dos bovinos p.4 O levantamento dos plantios rea- lizado na safra 2009/10 pelos pro- dutores participantes do PDPL-RV resultou em uma área total de 581,5 hectares, distribuídos nas culturas de milho, sorgo, cana-de-açúcar, capim elefante e pastagens. O engenheiro agrônomo, ia- go Rodrigues, afirma que a maioria dos produtores começaram a plan- tar no início de outubro, sendo um ano marcado por muitas queimadas entre junho e setembro e com uma concentração de chuvas em novem- bro e dezembro, além de um verani- co prolongado nos meses de janeiro e meados de fevereiro, o que favoreceu o aparecimento de pragas eventuais como cigarrinhas e lagartas desfolha- doras infestando diversas culturas. A concentração de chuvas durante o período de desenvolvimento vege- tativo das culturas, além de dificultar um eficiente controle de plantas da- ninhas atrapalhou os tratos culturais, o que comprometeu o desempenho de algumas culturas, principalmente nos plantios realizados mais tarde. Em termos de produtividade de milho para silagem foi obtido uma média de 54,17 toneladas de matéria verde, devido a aplicação de tecno- logias como: 60% de plantio direto (cultivo mínimo), 50% de utilização de híbridos transgênicos, 100% de recomendações de calagem e aduba- ções, monitoramento e controle de pragas e doenças. Este ano estão sendo recomenda- das e realizadas algumas práticas agronômicas como rotações de cul- turas, com milheto, sorgo, feijão, aveia e braquiária, para realização de Com a palavra o técnico: iago Camacho Rodrigues - Engenheiro Agrônomo Retrospectiva da safra 2009/10 Freemartin é o termo usado para descrever as fêmeas estéreis nascidas gêmeas de um macho. Isto porque no início da gestação (30 a 50 dias) ocorre uma fusão dos vasos que nu- trem os fetos denominados Anasto- mose vascular que expõe os fetos a um mesmo “ambiente” hormonal. Como esta anastomose quase sem- pre leva à esterilidade da fêmea nos gêmeos de sexos diferentes, cerca de 95% de todas as bezerras que são gê- meas de um macho são freemartins. Os principais efeitos do freemar- tinismo são verificados nas gônadas (órgãos precursores dos ovários ou testículos) e no trato reprodutivo. Inicialmente, as gônadas femininas parecem se desenvolver normalmen- te e a partir dos 60 dias de gestação o desenvolvimento é “masculinizado” numa proporção que varia de fêmea para fêmea. As genitálias externas de freemartin normalmente são como as de fêmeas normais, exceto quanto ao clitóris, que frequentemente está aumentado e algumas vezes um excesso de pêlos na base da vulva que também pode estar presente. Internamente, há uma tendência à um subdesenvolvimento do útero, cérvix, vagina e o desenvolvimento de glândulas exclusivas dos machos. Dependendo do grau de alteração do desenvolvimento, o trato repro- dutivo interno varia de mais ou me- nos feminino a mais ou menos mas- culino. A Anastomose vascular entre gê- meos de sexos distintos tem pouco ou nenhum efeito sobre estrutura da gônada e do trato reprodutivo dos machos; sua estrutura é normal. Há, entretanto, um efeito sobre a capacidade reprodutiva, com dimi- nuição da mobilidade e da concen- tração dos espermatozóides, ou seja, a fertilidade desse macho fica preju- dicada. Muitas vezes o produtor pode ficar na dúvida. Além da observação das características externas já citadas pode-se realizar o “teste da caneta”, que consiste em introduzir um obje- to cilíndrico, com diâmetro de uma caneta e 15cm de comprimento, na vulva da bezerra. Em fêmeas normais a vagina tem de 12 a 17cm. Em uma fêmea freemartin, geralmente não se consegue introduzir o objeto por mais de 9 cm e mesmo que isso acon- teça, não é garantia de que esta fêmea irá reproduzir normalmente. No caso do Produtor Renato San- tana, de Porto Firme, onde recente- mente ocorreu um parto gemelar de bezerros de sexos diferentes, o custo de criar e recriar uma novilha nes- sas condições até ela entrar na idade reprodutiva pode ser equiparado ao pagamento de 2 a 3 meses de salários de um funcionário na propriedade, pois no último cálculo de custo de produção de suas novilhas, a estima- tiva foi por volta de R$1.500,00. Assim sendo, mesmo se após os tes- tes permanecer a indecisão, devido à grande probabilidade de ser estéril, por volta de 95%, a recria de fêmeas provenientes de um parto gemelar com um macho torna-se economica- mente inviável quando o objetivo é a reposição do rebanho. plantio direto em sua plenitude. O agrônomo iago também ga- rante que: “Uma das mais importan- tes tecnologias que o produtor possui é a tomada de decisão com relação ao momento adequado do plantio, daí a importância de se realizar um plane- jamento de plantio com compra es- tratégica de insumos e manutenção correta dos equipamentos.” Para contribuir com o treinamento dos estudantes e obter uma melhor qualidade da silagem produzida no A melhor maneira para se proceder nos casos de Freemartin Ramon Campos Faria Estudante de Med. Veterinária PDPL-RV, foram adquiridos recente- mente alguns equipamentos de cam- po importantes. Como Penn State que é uma fer- ramenta utilizada para determinar quantitativamente os tamanhos das partículas das forrageiras e verificar a distribuição dos tamanhos das par- tículas durante o processo de ensila- gem, e um determinador de matéria seca no campo, chamado Koster, que ajuda a definir o momento de colhei- ta no ponto certo. Além disso também foi adquirido um medidor eletrônico de clorofila (clorofilog) que é um equipamento que permite identificar o estado nu- tricional das lavouras em relação ao nitrogênio e corrigir as deficiências de forma rápida. Agora o importante é planejar o plantio da próxima safra, pois como diz o ditado: “Para ser um bom pe- cuarista é necessário ser um ótimo agricultor”. Agrônomo iago Camacho utiliza o clorofilog Koster, determinador de matéria seca no campo Culturas implantadas na safra e safrinha 2009/10 Jornal da Produção de Leite / Ano XIX - Número 261 - Viçosa, MG - Janeiro de 2011 PDPL-RV Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa www.ufv.br/pdpl

Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região ... · Dicas do Zootecnista: Diferimento de pastagens p.2 Dez passos para o sucesso no con- trole de carrapato dos bovinos

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Visita fora de época

p.2

Momento do produtor: Célio de Oliveira Coelho p.3

Qualidade do leite: Mastite em novilhas - um proble-ma que pode ser evitado p.4

Dicas do Zootecnista: Diferimento de pastagens

p.2

Dez passos para o sucesso no con-trole de carrapato dos bovinos p.4

O levantamento dos plantios rea-lizado na safra 2009/10 pelos pro-dutores participantes do PDPL-RV resultou em uma área total de 581,5 hectares, distribuídos nas culturas de milho, sorgo, cana-de-açúcar, capim elefante e pastagens.

O engenheiro agrônomo, Thia-go Rodrigues, afirma que a maioria dos produtores começaram a plan-tar no início de outubro, sendo um ano marcado por muitas queimadas entre junho e setembro e com uma concentração de chuvas em novem-bro e dezembro, além de um verani-co prolongado nos meses de janeiro e meados de fevereiro, o que favoreceu o aparecimento de pragas eventuais como cigarrinhas e lagartas desfolha-doras infestando diversas culturas.

A concentração de chuvas durante o período de desenvolvimento vege-tativo das culturas, além de dificultar um eficiente controle de plantas da-ninhas atrapalhou os tratos culturais, o que comprometeu o desempenho de algumas culturas, principalmente nos plantios realizados mais tarde.

Em termos de produtividade de milho para silagem foi obtido uma

média de 54,17 toneladas de matéria verde, devido a aplicação de tecno-logias como: 60% de plantio direto (cultivo mínimo), 50% de utilização de híbridos transgênicos, 100% de recomendações de calagem e aduba-ções, monitoramento e controle de pragas e doenças.

Este ano estão sendo recomenda-das e realizadas algumas práticas agronômicas como rotações de cul-turas, com milheto, sorgo, feijão, aveia e braquiária, para realização de

Com a palavra o técnico: Thiago Camacho Rodrigues - Engenheiro AgrônomoRetrospectiva da safra 2009/10

Freemartin é o termo usado para descrever as fêmeas estéreis nascidas gêmeas de um macho. Isto porque no início da gestação (30 a 50 dias) ocorre uma fusão dos vasos que nu-trem os fetos denominados Anasto-mose vascular que expõe os fetos a um mesmo “ambiente” hormonal.

Como esta anastomose quase sem-pre leva à esterilidade da fêmea nos gêmeos de sexos diferentes, cerca de 95% de todas as bezerras que são gê-meas de um macho são freemartins.

Os principais efeitos do freemar-tinismo são verificados nas gônadas (órgãos precursores dos ovários ou testículos) e no trato reprodutivo.

Inicialmente, as gônadas femininas parecem se desenvolver normalmen-te e a partir dos 60 dias de gestação o

desenvolvimento é “masculinizado” numa proporção que varia de fêmea para fêmea.

As genitálias externas de freemartin normalmente são como as de fêmeas normais, exceto quanto ao clitóris, que frequentemente está aumentado e algumas vezes um excesso de pêlos na base da vulva que também pode estar presente.

Internamente, há uma tendência à um subdesenvolvimento do útero, cérvix, vagina e o desenvolvimento de glândulas exclusivas dos machos.

Dependendo do grau de alteração do desenvolvimento, o trato repro-dutivo interno varia de mais ou me-nos feminino a mais ou menos mas-culino.

A Anastomose vascular entre gê-meos de sexos distintos tem pouco ou nenhum efeito sobre estrutura da gônada e do trato reprodutivo dos machos; sua estrutura é normal.

Há, entretanto, um efeito sobre a capacidade reprodutiva, com dimi-nuição da mobilidade e da concen-tração dos espermatozóides, ou seja, a fertilidade desse macho fica preju-dicada.

Muitas vezes o produtor pode ficar na dúvida. Além da observação das características externas já citadas pode-se realizar o “teste da caneta”, que consiste em introduzir um obje-to cilíndrico, com diâmetro de uma caneta e 15cm de comprimento, na vulva da bezerra. Em fêmeas normais a vagina tem de 12 a 17cm. Em uma fêmea freemartin, geralmente não se consegue introduzir o objeto por mais de 9 cm e mesmo que isso acon-teça, não é garantia de que esta fêmea irá reproduzir normalmente.

No caso do Produtor Renato San-tana, de Porto Firme, onde recente-mente ocorreu um parto gemelar de bezerros de sexos diferentes, o custo

de criar e recriar uma novilha nes-sas condições até ela entrar na idade reprodutiva pode ser equiparado ao pagamento de 2 a 3 meses de salários de um funcionário na propriedade, pois no último cálculo de custo de produção de suas novilhas, a estima-tiva foi por volta de R$1.500,00.

Assim sendo, mesmo se após os tes-tes permanecer a indecisão, devido à grande probabilidade de ser estéril, por volta de 95%, a recria de fêmeas provenientes de um parto gemelar com um macho torna-se economica-mente inviável quando o objetivo é a reposição do rebanho.

plantio direto em sua plenitude.O agrônomo Thiago também ga-

rante que: “Uma das mais importan-tes tecnologias que o produtor possui é a tomada de decisão com relação ao momento adequado do plantio, daí a importância de se realizar um plane-jamento de plantio com compra es-tratégica de insumos e manutenção correta dos equipamentos.”

Para contribuir com o treinamento dos estudantes e obter uma melhor qualidade da silagem produzida no

A melhor maneira para se proceder nos casos de FreemartinRamon Campos Faria Estudante de Med. Veterinária

PDPL-RV, foram adquiridos recente-mente alguns equipamentos de cam-po importantes.

Como Penn State que é uma fer-ramenta utilizada para determinar quantitativamente os tamanhos das partículas das forrageiras e verificar a distribuição dos tamanhos das par-tículas durante o processo de ensila-gem, e um determinador de matéria seca no campo, chamado Koster, que ajuda a definir o momento de colhei-ta no ponto certo.

Além disso também foi adquirido um medidor eletrônico de clorofila (clorofilog) que é um equipamento que permite identificar o estado nu-tricional das lavouras em relação ao nitrogênio e corrigir as deficiências de forma rápida.

Agora o importante é planejar o plantio da próxima safra, pois como diz o ditado: “Para ser um bom pe-cuarista é necessário ser um ótimo agricultor”.

Agrônomo Thiago Camacho utiliza o clorofilog Koster, determinador de matéria seca no campoCulturas implantadas na safra e safrinha 2009/10

Jornal da Produção de Leite / Ano XIX - Número 261 - Viçosa, MG - Janeiro de 2011

PDPL-RV Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa www.ufv.br/pdpl

Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa

Publicação editada sob a responsabilidade do

Coordenador do PDPL-RV:Prof. Sebastião Teixeira

Gomes

Jornalista Responsável:José Paulo Martins

(MG-02333-JP)

Redação:Christiano Nascif

Zootecnista

Marcus Vinícius C. MoreiraMédico Veterinário

André NavarroMédico Veterinário

Thiago Camacho RodriguesEngenheiro Agrônomo

Diagramação e coordenação gráfica:

Camila Caetano

Impressão:Suprema Gráfica e Editora

(32) 3551 2546

Endereço do PDPL-RV: Ed. Arthur Bernardes-Subsolo/

Campus da UFVCep: 36570-000

Viçosa - MG

Telefax: (31) 3899 5250E-mail: [email protected]

www.pdpl.ufv.br

Twitter: @PDPLRV

Jornal da Produção de Leite

2

A técnica do diferimento de pas-tagens tem baixa necessidade de investimentos e permite evitar a perda de peso dos animais no pe-ríodo da seca.

A estacionalidade na produção for-rageira é um fenômeno observado em todo o Brasil. Ela é decorrente de alterações nas condições climáticas e causa uma variação acentuada no ga-nho de peso e produção de leite.

Em sistemas onde não se contor-na este fenômeno, observa-se que a lotação das pastagens sofre elevada redução, já que a oferta de forragem é restrita.

QUANDO FAZER

O diferimento de pastagens impli-ca em submeter a planta forrageira a um período de crescimento, e poste-riormente ser oferecida aos animais.

Na região de Viçosa são nos meses de fevereiro e março que se encon-tram condições climáticas favoráveis para o início da vedação das pasta-gens. Após o intervalo de vedação de 3 a 4 meses os pastos já podem ser utilizados.

ONDE FAZER

A vedação, preferencialmente, deve ser feita em pastagens bem formadas e produtivas, como é o caso de pastos formados em áreas férteis ou recém recuperadas.

Nestas condições, recomenda-se a aplicação de 40 a 60 kg/ha de nitro-gênio, de preferência, na forma de nitrato de amônio, aplicado em co-bertura, na data da vedação do pasto.

Se não for possível utilizar nitrato de amônio, substituí-lo por sulfato de amônio.

ATENÇÃO

Uma das maneiras de obter sucesso com a técnica de diferimento está na elevada disponibilidade de forragem, que permite ao animal selecionar partes mais nutritivas do pasto, re-sultando em níveis mais elevados de desempenho.

Entretanto, a seletividade decresce

Érico Rodrigues de AraújoEstudante de Zootecnia

Dicas do Zootecnista: Diferimento de pastagenscom o decorrer do tempo e os com-ponentes de menor valor nutricional passam a ser mais consumidos, tor-nando imprescindível a suplementa-ção com proteinado.

Outra maneira de obter sucesso com o pastejo diferido é a escolha da espécie forrageira a ser utilizada. Busca-se uma melhor associação entre produção de forragem e valor nutritivo da planta.

Deste modo, espécies como as Bra-chiarias e Cynodons (Tifton, coast--cross, grama estrela), que possuem menor relação haste/folha, com hastes menos espessas e volumosas, são preferidas em relação a espécies cespitosas e eretas como Mombaça e Tanzânia. Estas características confe-

rem perda menos acentuada do valor nutritivo da pastagem. Isto não quer dizer que plantas de hábito ereto ou cespitoso não possam ser utilizadas no diferimento, mas significa que, se houver a opção, as prostradas devem ser preferidas.

RESULTADOS ESPERADOS

No início do uso dos pastos dife-ridos nos primeiros 60 a 90 dias de ocupação, as categorias de cria e re-cria são capazes de manter seu peso e até mesmo ganhar 100 a 300 g/cab por dia. Isto ocorre com o emprego de uma baixa taxa de lotação (infe-rior a 1,2 a 1,5 UA/ha), assegurando alta disponibilidade de forragem.

A lagarta Pseudaletia sequax ocorre através da postura de mariposas, co-nhecida como lagarta do trigo, tem como hábito se alimentar de folhas de várias culturas tais como pasta-gens, milho e canavial. Apresentam hábitos de alimentação noturna e nas horas mais quentes do dia se abrigam junto a base da planta.

A infestação dessa praga eventual ocorre principalmente em anos com muita chuva concentrada no início do período chuvoso, o que dificulta um bom controle de plantas dani-nhas que servem como habitat de so-

brevivência da espécie e consequente migração para cultura principal.

Em meados de janeiro deste ano fo-ram observados o ataque da lagarta em lavouras de milho, pastagens e em canaviais, que é uma época atí-pica ao ataque da lagarta devido ao estágio de desenvolvimento avança-do em que as lavouras se encontram.

Com esse comportamento anor-mal, foi observado em propriedades assistidas pelo PDPL-RV e em ou-tras regiões do Brasil o ataque voraz da lagarta com perdas significativas principalmente nas lavouras de mi-lho.

Mesmo fora do tempo ideal de co-lheita, grão farináceo a duro, a solu-ção encontrada na região foi anteci-par a ensilagem para minimizar os

danos causados por essa praga, em função da dificuldade de controle que deveria ter feito com pulveriza-ção aérea.

Uma das formas de controle pre-ventivo é a aplicação dos tratos cultu-rais adequados, tais como o monito-ramento nas lavouras, escolha de um material transgênico adequado, uma boa adubação, manejo adequado do controle da praga e principalmente no controle de plantas invasoras, seja ele mecânico ou químico, desde que traga resultado e viabilidade, evitan-do assim a infestação por toda a área.

Portanto, seguindo corretamente as recomendações agronômicas re-sulta em uma lavoura com alto ren-dimento nutricional, uma silagem de excelente qualidade (lembrando que

Visita fora de épocaBruno Eduardo Estudante de Agronomia UNIFENAS

Leonardo Assis DuarteEstudante de Agronomia

Braquiárias

Pastagem de Braquiária

Tifton

os cuidados na hora de ensilagem devem ser mantidos, como ponto de colheita, equipamentos, compacta-ção, etc) e consequentemente benefí-

cios para a produção de leite e renta-bilidade da atividade, maximizando assim os lucros na propriedade.

Momento do Produtor: Célio de Oliveira Coelho

3

Leonardo Assis Duarte Estudante de Agronomia

Abril de 2003, o produtor Célio de Oliveira Coelho adquire o Sítio da Onça situado no município de Porto Firme e iniciou a atividade leiteira por volta de 2006. Antes disto, du-rante 30 anos, Célio Coelho havia sido proprietário de uma empresa de prestação de serviços para eventos em São Paulo.

Após três anos Célio Coelho perce-be que é necessário investir em uma produção mais eficiente, neste senti-do, o proprietário buscou parcerias de suporte técnico-administrativas, e desde agosto de 2009, passou a fa-zer parte do quadro de produtores de leite, participantes do PDPL-RV.

Atualmente a propriedade possui um rebanho de 34 animais de grau de sangue médio de 7/8 HZ, com 15 vacas em lactação com a média de 15litros/dia, 4 vacas secas, 7 novilhas em reprodução, 7 novilhas em recria, 1 bezerra e 1 boi holandês PO de re-passe.

Contando com uma área de 25,45 hectares utilizados para pecuária lei-teira, dos quais 1 ha plantado com cana-de-açúcar, 0,17 ha com capim elefante, 2,42 ha com milho sila-gem, 15 ha com pastagem formada de braquiária decumbens, e 6,86 ha para benfeitorias e área de preserva-ção permanente (APP) .

A alimentação das vacas em lacta-ção compreende silagem de milho e cana-de-açúcar corrigida no período de seca, e na época das águas basi-camente pasto, porém as vacas em lactação recebem uma complemen-tação com capim elefante picado, disponibilizado no intervalo entre as duas ordenhas. A dieta é sempre fechada com o concentrado 24% PB produzido na propriedade.

A fase de cria é bem conduzida, em abrigos coletivos que permitem que os animais se movimentem por uma determinada área.

Os animais recebem 4 litros leite/dia, sendo que nas primeiras 6 horas de vida o colostro e a cura do umbigo são indispensáveis.

Após os 30 dias a bezerra recebe sucedâneo e leite de vaca na propor-ção de 50% cada, até o desmame aos 90 dias, onde em média a bezerra está consumindo 800g de concentra-do/dia.

Desde os 15 dias de vida é dispo-nibilizado concentrado à vontade. Após seguir o calendário sanitário e as atividades rotineiras como mo-chação e identificação, esta fase che-ga ao final com um ganho ponderal de 0,750 kg/dia.

A fase de recria é dividida em lo-tes homogêneos e tem o pastejo em braquiária como fonte de volumoso durante o período chuvoso, e cana--de-açúcar corrigida no período da seca. A porção de concentrado é de 1 kg de concentrado/animal/dia com 18% de PB e sal mineral no cocho.

Adotando este manejo, atualmen-te a idade ao primeiro parto é de 28 meses, o que permite um retorno mais rápido do capital investido nas bezerras.

A meta para os próximos anos é chegar próximo aos 24 meses. O sis-tema de ordenha é mecânico do tipo

balde ao pé, sendo realizado 2 vezes ao dia.

De acordo com orientações dos técnicos do PDPL-RV e o objetivo do produtor, tem-se conseguido bons resultados na área de qualidade do leite, com índices de UFC= 20mil/ml, graças às atividades rotineiras de higiene como a lavagem correta da ordenha.

Esse índice está bem abaixo do permitido pela IN-51 atual que é de 750mil/ml, e abaixo do que é previsto para julho/2011 de 100mil/ml.

Além disso, o produtor utiliza a inseminação artificial com touro holandês PO, mas para o grau de sangue acima de 15/16 HZ é usado touros Jersey, já que utiliza o pasto como suplementação volumosa na época das águas, e objetiva melhorar a composição do leite.

Com o melhoramento genético do rebanho o produtor já prepara para a reforma do curral aumentando a di-visão de lotes, sendo que animais de

maior produção receberão volumosos de melhor qualidade, para sistemati-zar ainda mais a atividade.

Este ano o produtor implemen-tou duas técnicas para melhorar a eficácia da atividade, uma é o con-gelamento do colostro para caso de emergência, e a outra foi a implan-tação de 1,5 ha de sorgo logo após a retirada do milho, com intuito de deixar como palhada para melhorar a qualidade do solo, isto faz com que a área destinada para a silagem não fique ociosa, otimizando melhor as áreas da propriedade.

De acordo com os resultados apre-sentados as perspectivas são boas, já que o potencial da propriedade é muito bom e o produtor se encon-tra muito satisfeito com a atividade, logo é possível notar que o progresso e solidez serão alcançados, devido à dedicação e vontade do Sr. Célio Coelho e uma assistência técnica ge-rencial especializada com estagiários e técnicos competentes do PDPL-RV.

Indicadores técnicos Indicador Unid. Antes do Atual Meta PDPL-RV 2011 2012

Produção média de leite Litros/dia 140 225 350

Vacas lactação/total de vacas % 76 78 80

Vacas em lactação/rebanho % 40 44 45

Produção/vaca em lactação L/cabeça 10,7 15 17

Idade ao primeiro parto Meses 36 28 25

Produção/homem/dia L/dh 70 112,5 175

Produtividade/área pecuária L/ha/ano 2689 4802 6723

Produtor junto ao lote de vacas

Lote de novilhas em recria

Silo trincheira de milho

Vacas em lactação recebendo suplementação volumosaMomento da ordenha

Cria de bezerras

Arroz doce de chocolate

Ingredientes:

- 600 ml de leite- 100 g de açúcar- 200 g de chocolate meio amargo picado- 300 g de arroz cozido e lavado em água corrente- 2 colheres (sobremesa) de licor de laranja- raspas de 1 laranja- 2 maças verdes descascadas e pi-cadas- 30 g de manteiga gelada

Modo de preparo:

1º: Numa panela, em fogo médio, coloque o leite e o açúcar e deixe ferver;2º: Assim que ferver adicione o cho-colate meio amargo picado e mexa até que o chocolate derreta. Junte 300 g de arroz (já cozido e lavado em água corrente) e cozinhe por +/- 15 minutos.3º: Acrescente 2 colheres (sobreme-sa) de licor de laranja, raspas de 1 laranja e 2 maçãs verdes cortadas em cubos. Mexa novamente. 4º: Junte batendo vigorosamente a manteiga gelada para dar brilho. Sirva quente com sorvete de sua preferência ou frio.

Dica: se quiser variar o doce acres-cente a castanha do Brasil picada e substitua as raspas de laranja por raspas de limão.

Fonte: http://www.nestle.com.br/site/cozinha/receitas

RECEITA

4

1 Antônio Maria da Silva Cajuri 123.950 2 José Afonso Frederico Coimbra 69.019

3 Davi Carvalho Senador Firmino 40.128 4 Hermann Muller Visc. do Rio Branco 36.442 5 Marco Túlio Kfouri Oratórios 35.316

6 Paulo Frederico Araponga 31.000

7 Cristiano José da Silva Lana Piranga 25.947

8 Danilo de Castro Ervália 25.670

9 José Renato Araújo Piranga 24.928

10 Paulo Martiniano Coimbra 22.476

Produtor Município Produção

As 10 Maiores produções do mês de dezembro de 2010

1 Antônio Maria da Silva Cajuri 27,96 23,52

2 José Afonso Frederico Coimbra 20,24 17,13

3 João Bosco Diogo Porto Firme 17,41 14,34 4 Ozanan Luiz Moreira Ubá 17,91 13,43

5 Sérgio H.V. Maciel Coimbra 18,34 13,21

6 Célio Coelho Porto Firme 15,47 12,22

7 Antônio Carlos Reis Piranga 13,47 11,98 8 Áureo de Alcântara Guaraciaba 13,13 11,85 9 Marco Túlio Kfouri Oratórios 13,40 11,06

10 Paulo Martiniano Coimbra 13,68 10,99

Produtor Município Produtividade Produtividade por vacas em por vaca total

As 10 Maiores produtividades do mês de dezembro de 2010

lactação

Independentemente da proprieda-de e do sistema de criação adotado, a fase de cria e recria dos animais jovens requer atenção especial, pois estes animais representam o futuro do rebanho.

Os objetivos nesta fase são de for-necer melhores condições para que as novilhas possam expressar o má-ximo do seu potencial de produção, com o menor custo possível, tendo as infecções intramamárias em novilhas como um dos principais constituintes de risco a expressão deste potencial.

Neste contexto, a mastite é respon-sável pelo desenvolvimento incom-pleto da glândula mamária durante

a gestação ou perda total do quarto, aumento da CCS pós parto e, conse-quentemente, redução do potencial de produção de leite das primíparas, podendo-se estimar que um quarto afetado produz cerca de 18% menos de leite quando comparado com um quarto sadio.

Dentre as principais fontes de infec-ção e mecanismos de contágio, pode-se apontar que os principais são:

1- Bactérias oportunistas que colo-nizam a pele do teto e podem aden-trar a glândula mamária;

2- Ambiente sujo e contaminado que pode ser fonte de infecção por agentes ambientais;

3- Moscas, em especial as moscas picadoras-sugadoras, que causam pequenos ferimentos na superfície

Qualidade do Leite:Mastite em novilhas – um problema que pode ser evitado

Rodrigo Rossini BusoEstudante de Med. Veterinária

do teto podendo haver o desenvol-vimento dos patógenos. As moscas também podem funcionar como ve-tores mecânicos;

4- Uso de leite mastítico de descar-te na alimentação das bezerras, pois é comum o hábito das bezerras mama-rem umas nas outras, facilitando o acesso de patógenos ao canal do teto;

O tratamento no caso de mastite em novilhas requer acompanhamen-to do médico veterinário responsá-vel, e pode ser tanto preventivo como curativo.

Como preventivo destaca-se:

1- Uso de antimicrobiano intra-mamário antes do parto, podendo ser feito de duas maneiras, aplican-do antimicrobianos específicos para vacas secas 60 dias antes do parto ou

para vaca em lactação 7 dias antes do parto;

2- Uso de vacinas para mastite po-dem ser eficazes no controle da do-ença em novilhas;

3- O combate a moscas com o uso de produtos químicos e a higieniza-ção do ambiente tem gerado resulta-dos positivos na prevenção das mas-tites em novilhas;

4- Manter o local de criação e ma-nejo sempre limpo, seco, com acesso a luz solar, evitando superlotações.

Os métodos conhecidos de preven-ção da mastite são mais associados a vacas adultas em lactação, e não as novilhas.

O ponto crítico para o controle de mastite nos animais jovens é a redu-

ção da carga bacteriana na extremi-dade dos tetos e a redução da taxa de novas infecções.

A prevenção dos casos de mastite é importante para evitar a perda do potencial de produção do animal e de seu valor comercial, diminuindo as perdas econômicas, além de man-ter o rebanho com melhor sanidade.

1: Use a arma adequada: Cada propriedade deve ter seu teste de sensibilidade dos car-rapatos aos carrapaticidas, que é fei-to gratuitamente pela Embrapa Gado de Leite.

2: Combata o inimigo quando ele estiver em menor número: Nos meses de menores infestações, mais quentes ou mais se-cos, dê cinco ou seis banhos estraté-gicos, um a cada 21 dias.

3: Obedeça às regras: A bula do produto deve ser lida para seguir as recomendações do fabricante, principalmente quanto à homogeneização, dosagem, período de descarte do leite e permissão para uso em vacas em lactação.

4: Proteja-se: No preparo e aplicação do produto utilize máscaras, luvas e vestuário adequados e banhe os ani-mais a favor do vento, para evitar da-nos à saúde.

5: Dê o tiro certo:

O banho deve ser dado com o animal contido, no sentido contrário ao dos pêlos, com pressão adequada e em toda a superfície do corpo, inclu-ído cara, orelhas e entre pernas. Evite dias de chuva e horários de sol forte. Em caso de tratamento pour on (na linha do dorso), avalie o peso de cada animal para aplicação da quan-tidade correta do produto, de acordo com as recomendações da bula.

6: Use a tática dos “animais aspiradores”: os animais recém- tra tados devem retornar

às pastagens infestadas para que funcionem como “aspiradores” dos carrapatos que estão à espera do hospedeiro. Os carrapatos que subirem nos ani-mais serão mortos quando entrarem em contato com o produto. Os que conseguirem sobreviver serão com-batidos no próximo banho.

7: Cuide melhor dos animais de “sangue doce”: Os bovinos mais infestados, conhecidos como animais de “sangue doce”, que são as “fábricas” de carrapatos do re-banho, devem ser identificados e tra-tados com mais frequência.

8: Avalie o desempenho de sua arma: O teste de sensibilidade dos carra- patos aos carrapaticidas deve ser repetido anualmente.

Troque o carrapaticida por outro de mecanismo de ação diferente, no máximo a cada dois anos, de acordo com os resultados do novo teste.

9: Tenha cuidado com os animais que vem de fora: os animais recém-adquiridos devem ser banhados de preferência no local de origem e mantidos isola-dos por 30 dias antes de sua incorpo-ração ao rebanho.

10: Evite infestações mistas: Equinos e bovinos devem ser mantidos em pastos separados, pois os bovinos também podem ser infestados pelos carrapa-tos-de-cavalos (“carrapato-estrela”), cujo controle é diferente.

Fonte: Calendário Itambé/Embrapa

Dez passos para o sucesso no controle de carrapato dos bovinos