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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE TREONINA E TRIPTOFANO PARA CODORNAS JAPONESAS E GALINHAS POEDEIRAS LEVES EM POSTURA MATHEUS RAMALHO DE LIMA AREIA PB Fevereiro - 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA

EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE TREONINA E TRIPTOFANO PARA

CODORNAS JAPONESAS E GALINHAS POEDEIRAS LEVES EM POSTURA

MATHEUS RAMALHO DE LIMA

AREIA – PB

Fevereiro - 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA

EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE TREONINA E TRIPTOFANO PARA

CODORNAS JAPONESAS E GALINHAS POEDEIRAS LEVES EM POSTURA

MATHEUS RAMALHO DE LIMA

AREIA – PB

Fevereiro - 2012

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MATHEUS RAMALHO DE LIMA

EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE TREONINA E TRIPTOFANO PARA

CODORNAS JAPONESAS E GALINHAS POEDEIRAS LEVES EM POSTURA

Tese apresentada ao Programa de Doutorado Integrado

em Zootecnia da Universidade Federal da Paraíba, do

qual participa a Universidade Federal de Pernambuco e a

Universidade Federal do Ceará, como requisito para

obtenção do título de Doutor em Zootecnia

Área de concentração: Nutrição Animal

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. Fernando Guilherme Perazzo Costa – Orientador Principal

Prof. Dr. José Humberto Vilar da Silva – UFPB – Segundo Orientador

Prof. Dr. Carlos Bôa-Viagem Rabello – UFRPE – Terceiro Orientador

AREIA - PB

Fevereiro - 2012

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Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da

Biblioteca Setorial do CCA, UFPB, Campus II, Areia – PB.

L732e Lima, Matheus, Ramalho de.

Exigências nutricionais de treonina e triptofano para codornas japonesas e

galinhas poedeiras em postura. / Renato Lima Dantas. - Areia: UFPB/CCA,

2012.

133 f. : il.

Tese (Doutorado em Zootecnia) - Centro de Ciências Agrárias. Universidade

Federal da Paraíba, Areia, 2012.

Bibliografia.

Orientador(a): Fernando Guilherme Perazzo Costa.

Co-orientador(a): José Humberto Vilar da Silva e Carlos Bôa-Viagem Rabello.

1. Avicultura 2. Aves – Nutrição – Aminoácidos 3. Aves – Nutrição –

Desempenho 4. Aves – Histologia I. Costa, Fernando Guilherme Perazzo

(Orientador) II.Título.

UFPB/CCA CDU: 636.5(043.2)

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À minha família!

À minha avó Eurídice Ramalho Leite

in memorian

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me dado o dom da vida, especialmente por ter me

dado meus pais, Jerônimo Lucena de Lima e Carmen Lúcia Ramalho de Lima! Tudo

neles me serviu e serve de exemplo a cada dia! Muito Obrigado!

Agradeço a minha esposa, Josy Karlla Pinto Rocha de Lima, pelo amor, apoio,

companhia, conselhos, tudo de bom! Agradeço profundamente, pois crescemos juntos,

e hoje formamos uma linda e abençoada família, já que além de nós dois, há o Matheus

Ramalho de Lima Filho! Obrigado!

Obrigado meu Deus pelos meus irmãos, exemplos e motivos de grande orgulho

para mim. Obrigado a minha irmã, Nadja Carolina Ramalho de Lima Viana, Professora,

e seu esposo Jefferson Alves Viana, Zootecnista, e seus filhos Jerônimo Lucena de

Lima Neto (meio irmão) e Laila Giovanna Ramalho de Lima Viana. Obrigado a meu

irmão, Rafael Bento de Lima Neto, defensor público, e seus filhos Ana Letícia Cruz

Marques de Lima e Kival Cruz Marques Neto. Obrigado! Agradeço ao meu sogro

Severino Carlos Rocha e sogra Selma Maria Gomes Pinto Rocha pelo apoio, ajuda,

conselhos, atenção... nessa jornada e em tantas outras. Obrigado!

Agradeço ao professor Dr. Fernando Guilherme Perazzo Costa. Pela orientação

no mestrado e doutorado, bem como com conselhos referentes a minha vida pessoal e

profissional. Agradeço por ter me dado a oportunidade de compartilhar e estar presente

em momentos importantes da vida dele, como no Prêmio Internacional Rhodimeth

Research Grant, sendo os únicos brasileiros vencedores. Da criação do GETA, do

evento do GETA (I Simpósio de Avicultura do Nordeste), da Unidade Avançada em

Pesquisas com Aves (UPA), além de contribuir com palestras e cursos importantes,

tanto nacionais como internacionais. Agradecer pelas cobranças em relação à novos

projetos de pesquisa, já que sempre acatou e me escutou, me deixando sempre o lado

bom da ciência, o APRENDIZADO. Sem dúvida não há mestrado ou doutorado que

forneça conhecimento semelhante... Muito Obrigado!

Agradeço aos meus colegas de Pós Graduação, especialmente a Wirton Peixoto

Costa, Sérgio Antônio de Normando Morais, Faviano Moreira, Sarah Gomes Pinheiro,

Rafael Barbosa de Souza, Denise Fontana Figueiredo-Lima, Francisco Helton Sá de

Lima, Humberto Cardoso, entre outros. Agradeço aos colegas que pude conviver e

trabalhar nos experimentos do GETA (Grupo de Estudos em Tecnologias Avícolas) e

pelo tempo presente do curso. Obrigado pelas ajudas aos funcionários do setor, Josa,

Ramalho e o excêntrico, Seu Chico. Agradeço ao Jadson Videres Pamplona e a todos da

República dos sem L’s, pelo apoio, conselhos e amizade!

Além disso, gostaria de agradecer de forma mais que especial, a ajuda, a

convivência, o aprendizado e a amizade aos colegas, também do GETA, Leonilson da

Silva Dantas, Lavosier Enéas Cavalcante, Robervânia Maria Correia, Ana Paula

Bernardino da Silva, Guilherme Souza Lima e José Gomes Vidal Júnior. Eles

formaram a “Equipe Ciência” e conduziram experimentos desta Tese com capacidade e

responsabilidade inquestionáveis! Muito obrigado!

Obrigado aos professores e doutores presentes nas minhas bancas de

qualificação e de defesa. Obrigado ao professor Ricardo Romão Guerra pelo aceite em

compartilhar seus conhecimentos e tempo com nossa pesquisa e com outras mais.

Obrigado!

Agradeço a Universidade Federal da Paraíba pela oportunidade, o CNPq pelo

apoio financeiro do projeto, a Ajinomoto Animal Nutrition, a Granja Planalto. Agradeço

ao PPGZ e PDIZ, bem como seus coordenadores, secretários e funcionários.

Agradeço a todos que direta ou indiretamente contribuíram com a realização

desse trabalho. Muito Obrigado!

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BIOGRAFIA DO AUTOR

MATHEUS RAMALHO DE LIMA – Nascido em 18 de dezembro de 1984 na

cidade de Esperança - PB. Cursou o Ensino Fundamental no Educandário “Imaculada

Conceição”, hoje Educandário “Santa Vitória”, na cidade de Bananeiras - PB,

concluindo o curso em 1999. Cursou o Ensino Médio no Colégio Objetivo, na cidade de

Guarabira-PB, concluindo o curso em 2002. Em 2003, ingressou no curso de Graduação

em Ciências Agrárias na Universidade Federal da Paraíba, Campus de Bananeiras - PB,

sendo bolsista PIBIC/CNPq durante todo o curso. Em março de 2007, ingressou no

curso de Mestrado no Programa de Pós Graduação em Zootecnia da UFPB, Areia-PB,

tendo como orientador o professor PhD. Fernando Guilherme Perazzo Costa, obtendo o

título de mestre em Zootecnia no dia 12 de fevereiro de 2009. No mesmo ano, ingressou

no curso de Doutorado em Zootecnia, no Programa de Doutorado Integrado em

Zootecnia, UFPB/UFC/UFRPE, sendo orientado pelo professor PhD. Fernando

Guilherme Perazzo Costa, concluindo o doutorado em fevereiro de 2012.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS 11

LISTA DE FIGURAS 14

RESUMO GERAL 17

GENERAL ABSTRACT 18

CAPÍTULO 1 19

Exigência de Triptofano de Codornas Japonesas em Postura 19

RESUMO 20

ABSTRACT 21

INTRODUÇÃO 22

MATERIAL E MÉTODOS 23

Experimento 1 – Níveis crescentes de triptofano, relação variável 23

Experimento 2– Níveis crescentes de triptofano, relação constante 24

RESULTADOS 29

Experimento 1 – Níveis crescentes de triptofano, relação variável 29

Experimento 2– Níveis crescentes de triptofano, relação constante 37

DISCUSSÃO 39

CONCLUSÃO 43

REFERÊNCIAS 44

CAPÍTULO 2 46

Exigência de Treonina de Codornas Japonesas em Postura 46

RESUMO 47

ABSTRACT 48

INTRODUÇÃO 49

MATERIAL E MÉTODOS 50

Experimento 1 – Níveis crescentes de treonina, relação variável 51

Experimento 2– Níveis crescentes de treonina, relação constante 53

RESULTADOS 57

Experimento 1 – Níveis crescentes de treonina, relação variável 57

Experimento 2– Níveis crescentes de treonina, relação constante 63

DISCUSSÃO 67

Experimento 1 – Níveis crescentes de treonina, relação variável 67

Experimento 2– Níveis crescentes de treonina, relação constante 72

CONCLUSÃO 74

REFERÊNCIAS 75

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CAPÍTULO 3 79

Exigência de Triptofano Digestível de Poedeiras Leves em Postura 79

RESUMO 80

ABSTRACT 81

INTRODUÇÃO 82

MATERIAL E MÉTODOS 83

Experimento 1 – Níveis crescentes de triptofano digestível, relação variável 84

Experimento 2 – Níveis crescentes de triptofano digestível, relação constante 87

RESULTADOS 90

Experimento 1 – Níveis crescentes de triptofano digestível, relação variável 90

Experimento 2 – Níveis crescentes de triptofano digestível, relação constante 97

DISCUSSÃO 102

CONCLUSÃO 108

REFERÊNCIAS 109

CAPÍTULO 4 112

Exigência de Treonina Digestível de Poedeiras Leves em Postura 112

RESUMO 113

ABSTRACT 114

INTRODUÇÃO 115

MATERIAL E MÉTODOS 116

Experimento 1 – Níveis crescentes de treonina digestível, relação variável 116

Experimento 2 – Níveis crescentes de treonina digestível, relação constante 117

RESULTADOS 122

Experimento 1 – Níveis crescentes de treonina digestível, relação variável 122

Experimento 2 – Níveis crescentes de treonina digestível, relação constante 124

DISCUSSÃO 126

CONCLUSÃO 130

REFERÊNCIAS 131

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LISTA DE TABELAS

Capítulo 1 - Exigência de Triptofano de Codornas Japonesas em Postura

Tabela 1. Composição alimentar e química das rações experimentais........................... 25

Tabela 2. Composição alimentar e química das rações experimentais ......................... 27

Tabela 3. Consumo de ração (CR, g), produção (PR, %), peso (PO, g), massa (MO,

g), conversão em massa (CMO, g/g) e em dúzia de ovos (CDZ, g/g) em

função do nível de triptofano das rações ...................................................... 29

Tabela 4. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelas

relações triptofano: lisina das rações ............................................................ 30

Tabela 5. Gravidade específica (GE, g/cm3), porcentagem de gema (PGema, %),

albúmen (PAlbúmen, %), e casca (PCasca, %), espessura da casca (ESP,

mm) em função das relações triptofano: lisina das rações ........................... 30

Tabela 6. Consumo de ração (CR, g), produção (PR, %), peso (PO, g), massa (MO,

g), conversão em massa (CMO, g/g) e em dúzia de ovos (CDZ, g/g) em

função do nível de triptofano das rações ...................................................... 37

Tabela 7. Gravidade específica (GE, g/cm3), porcentagem de gema (PGema, %),

albúmen (PAlbúmen, %), e casca (PCasca, %), além da espessura da

casca (ESP, mm) em função do nível de triptofano das rações .................... 38

Tabela 8. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelos

níveis de triptofano das rações ...................................................................... 38

Capítulo 2 - Exigência de Treonina de Codornas Japonesas em Postura

Tabela 9. Composição alimentar e química das rações experimentais......................... 52

Tabela 10. Composição química e alimentar das rações experimentais......................... 54

Tabela 11. Consumo de ração (CR, g), produção (PR, %), peso (PO, g), massa (MO,

g), conversão em massa (CMO, g/g) e em dúzia de ovos (CDZ, g/g) em

função das relações treonina: lisina das rações ............................................. 57

Tabela 12. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelas

relações treonina: lisina das rações ............................................................... 58

Tabela 13. Percentagem de albúmen (PAlbúmen, %), gema (PGema, %) e casca

(PCasca, %), pigmentação da gema (PIG) e gravidade específica (GE,

g/cm3) e espessura da casca dos ovos em função das relações treonina:

lisina das rações ............................................................................................ 58

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Tabela 14. Consumo de ração (CR, g), produção (PR, %), peso (PO, g), massa (MO,

g), conversão em massa (CMO, g/g) e em dúzia de ovos (CDZ, g/g) em

função dos níveis de treonina nas rações ...................................................... 63

Tabela 15. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelos

níveis de treonina das rações ........................................................................ 64

Tabela 16. Gravidade específica (GE, g/cm3), Unidades Haugh (UH), porcentagem

de albúmen (PAlbúmen, %), casca (PCasca, %) e gema (PGema,%) dos

ovos sobre os níveis de treonina ................................................................... 64

Capítulo 3 - Exigência de Triptofano Digestível de Poedeiras Leves em Postura

Tabela 17. Composição alimentar e química das rações experimentais.......................... 86

Tabela 18. Composição alimentar e química das rações experimentais......................... 88

Tabela 19. Consumo de ração (CR, g), produção (PR, %), peso (PO, g), massa (MO,

g), conversão em massa (CMO, g/g) e em dúzia de ovos (CDZ, g/g) em

função das relações triptofano: lisina digestíveis ......................................... 91

Tabela 20. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelas

relações triptofano: lisina digestíveis............................................................ 91

Tabela 21. Gravidade específica (GE, g/cm3), pesos absolutos e relativos do

albúmen (Alb, g; PAlbúmen, %), casca (Casca, g; PCasca, %) e gema

(Gema, g; PGema, %) dos ovos em função das relações triptofano: lisina

digestíveis ..................................................................................................... 92

Tabela 22. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelas

relações triptofano: lisina digestíveis............................................................ 92

Tabela 23. Consumo de ração (CR, g), produção (PR, %), peso (PO, g), massa (MO,

g), conversão em massa (CMO, g/g) e em dúzia de ovos (CDZ, g/g) em

função dos níveis de triptofano digestível .................................................... 97

Tabela 24. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelos

níveis de triptofano digestível ....................................................................... 98

Tabela 25. Gravidade específica (GE, g/cm3), pesos absolutos e relativos do albúmen

(Alb, g; Palb, %), casca (Casca, g; Pcasca, %) e gema (Gema, g; Pgema,

%) dos ovos em função dos níveis triptofano digestível .............................. 99

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Capítulo 4 - Exigência de Treonina Digestível de Poedeiras Leves em Postura ..........

Tabela 26. Composição percentual e nutricional das rações experimentais .................. 118

Tabela 27. Composição percentual e nutricional das rações experimentais .................. 120

Tabela 28. Consumo de ração (CR, g/ave/dia), produção (PR, %/ave/dia), peso (PO,

g/ovo), massa (MO, g/ave/dia), conversão em massa (CMO, kg/kg) e em

dúzia (CDZ, kg/12) de ovos em função das relações treonina: lisina

digestíveis ................................................................................................... 123

Tabela 29. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelas

relações treonina: lisina digestíveis ............................................................ 124

Tabela 30. Gravidade específica (GE, g/cm3), unidades Haugh (UH), pesos relativos

do albúmen (PAlbúmen, %), casca (PCasca, %) e gema (PGema, %) e

espessura de casca (ESP, mm) de ovos em função das relações treonina:

lisina digestíveis.......................................................................................... 124

Tabela 31. Consumo de ração (CR, g/ave/dia), produção (PR, %/ave/dia), peso (PO,

g/ovo), massa (MO, g/ave/dia), conversão em massa (CMO, kg/kg) e em

dúzia (CDZ, kg/12) de ovos em função dos níveis de treonina digestível . 125

Tabela 32. Equações polinomiais das variáveis influenciadas pelos níveis de

treonina digestível ....................................................................................... 125

Tabela 33. Gravidade específica (GE, g/cm3), unidades Haugh (UH), pesos relativos

do albúmen (PAlbúmen, %), casca (PCasca, %) e gema (PGema, %) e

espessura de casca (ESP, mm) de ovos em função dos níveis de treonina

digestível ..................................................................................................... 126

Tabela 34. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelos

níveis de treonina digestível ....................................................................... 126

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LISTA DE FIGURAS

Capítulo 1 - Exigência de Triptofano de Codornas Japonesas em Postura

Figura 1. Fotomicrografias de fígado de codornas japonesas com níveis crescentes de

triptofano na dieta em relação a lisina. A e B) Fígado representativo dos grupos

com 0,150 e 0,170% de triptofano na ração.. C e D) Fígado de animal do grupo

com 0,190% de triptofano. E e F) Fígado de animal do grupo com 0,210% de

triptofano. G e H) Fígado de animal do grupo com 0,230% de triptofano.

Coloração de ácido periódico de Schiff (PAS). A, C, E e G) Bar: 200 µm. B, D,

G e H) Bar: 100 µm. ________________________________________________ 32

Figura 2. Fotomicrografias de fígado de codorna japonesa do grupo com 0,230% de

triptofano na dieta (relação triptofano:lisina de 23%). Coloração de tricômio de

Masson. A) Bar: 200 µm. B) Bar: 100 µm. _______________________________ 33

Figura 3. Fotomicrografias de magnos de codornas japonesas com níveis crescentes de

triptofano na dieta em relação a lisina. A, B e C) Magno representativo de

animais dos tratamentos com 0,150 e 0,170% de triptofano na ração. (D, E e F)

Magno de animal do grupo com 0,190% de triptofano na ração. G, H e I)

Magno de animal do grupo com 0,210% de triptofano na ração. Observar a

grande atividade das glândulas do magno com grande depósito de albúmen. J, L

e M) Magno de animal do grupo com 0,230% de triptofano na ração. Glândulas

ativas com depósito de albúmen (Ponta de seta). Coloração de ácido periódico

de Schiff (PAS) (A, D, G e J). Coloração de hematoxilina-eosina (B, C, E, F, H,

I, L e M). A, D, G e J) Bar: 300 µm. B, E, H e L) Bar: 100 µm. C, F, I e M) Bar:

150 µm. __________________________________________________________ 34

Figura 4. Fotomicrografias de intestino de codornas japonesas com níveis crescentes de

triptofano na ração em relação a lisina. A e B) Intestino representativo de

animais com 0,150 e 0,170% de triptofano na ração. C e D) Intestino de animal

com 0,190% de triptofano na ração.. E e F) Intestino de animal com 0,210% de

triptofano na ração. G e H) Intestino de animal com 0,230% de triptofano na

ração.. Coloração de tricômio de Masson (A, C, E e G). Coloração de periodic

acid Schiff (PAS) (B, D, F e H). Bar: 200 µm. ____________________________ 36

Capítulo 2 - Exigência de Treonina de Codornas Japonesas em Postura

Figura 5. Fotomicrografias dos sistemas digestório e reprodutor feminino de codornas

japonesas em postura alimentadas com rações com relação treonina: lisina em

66 e 82%. (A, C, E, G e I) Codornas japonesas em postura alimentadas com

ração com relação treonina: lisina em 66% ou 0,660% de treonina. C, D, F, H e

J) Codornas japonesas em postura alimentadas com ração com relação treonina:

lisina em 82% ou 0,820% de treonina. (A, B, I e J) Coloração de hematoxilina-

eosina. (C, D, G e H) Coloração de Periodic Acid Schiff. (E e F) Coloração de

tricômio de Masson. (A, B, E e F) barra = 500 µm. (C, D, I e J) barra = 200

µm.(G e H) barra = 100 µm. __________________________________________ 60

Figura 6. Fotomicrografias do fígado de codornas em postura dos grupos com dietas

utilizando-se relação treonina: lisina de 66% (A, D e G), 82% (B, E e H) e 86%

(G, H e I). Coloração de hematoxilina-eosina (A, B e C). Coloração de tricômio

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de Masson (D, E e F). Coloração de periodic acid Schiff (G, H e I). Barra=

200µm. ___________________________________________________________ 62

Figura 7. Peso do fígado e a relação fígado/carcaça dos diferentes tratamentos de codornas

japonesas em postura. _______________________________________________ 66

Figura 8. Fotomicrografia de fígado de codorna japonesa em postura. A) Indivíduo do

tratamento 3 apresentando esteatose avançada. B) Indivíduo representativo dos

demais grupos (1,2,4 e 5). Aumento de 200x. _____________________________ 66

Capítulo 3 - Exigência de Triptofano Digestível de Poedeiras Leves em Postura

Figura 9. Fotomicrografia de órgãos do sistema digestório e reprodutor de poedeiras

submetidas à rações com diferentes níveis de triptofano digestível. A) Intestino

de poedeira alimentada com ração contendo 0,151% de triptofano digestível. B)

Intestino de poedeira alimentada com ração contendo níveis maiores que

0,183% de triptofano digestível. C) Magno de poedeira alimentada com ração

contendo 0,151% de triptofano digestível. D) Magno de poedeira alimentada

com ração contendo níveis maiores que 0,183% de triptofano digestível. E)

Magno de poedeira alimentada com ração contendo 0,151% de triptofano

digestível. F) Magno de poedeira alimentada com ração contendo níveis

maiores que 0,183% de triptofano digestível. G) Epitélio do útero de poedeira

alimentada com ração contendo 0,151% de triptofano digestível. H) Epitélio do

útero de poedeira alimentada com ração contendo níveis maiores que 0,183% de

triptofano digestível. I) Dobras do útero de poedeira alimentada com ração

contendo 0,151% de triptofano digestível. J) Dobras do útero de poedeira

alimentada com ração contendo níveis maiores que 0,183% de triptofano

digestível. A, B, C, D, G e H: Hematoxilina-eosina. E e F: Periodic acid Schiff.

I e J: Tricômio de Masson. Barra: G e H- 50 µm; A, B, E e F- 100 µm; C, D, I e

J- 500 µm. ________________________________________________________ 94

Figura 10. Fotomicrografia do fígado de poedeiras alimentadas com rações contendo níveis

crescentes de triptofano digestível. A, C, E) fígado de poedeiras alimentadas

com 0,151% de triptofano digestível. B, D e F) fígado de poedeiras alimentadas

com 0,215% de triptofano digestível.. A, B) Hematoxilina-eosina. C, D)

Tricômio de Masson. E, F) PAS. Barra: 100 µm. __________________________ 96

Figura 11. Fotomicrografias de poedeiras submetidas à rações com níveis crescentes de

triptofano digestível com relação constante. A) Intestino representativo de

poedeiras submetidas à dietas com níveis crescentes de triptofano digestível

com relação constante. Ramificações identificadas por ponta de seta.

Hematoxilina-eosina. Bar: 400 µm. B) Rim representativo de poedeiras

submetidas à dietas com níveis crescentes de triptofano digestível com relação

constante. As setas mostram os glomérulos renais. Periodic acid Schiff. Bar:

100 µm. C) Fígado representativo de poedeiras submetidas à dietas com níveis

crescentes de triptofano digestível com relação constante.. Periodic acid Schiff.

Bar: 200 µm. D) Parênquima hepático de um dos animais do tratamento com

0,165% de triptofano. Vacúolos citoplasmátivos lipídicos identificados por

pontas de seta. Tricômio de Masson. Bar: 100 µm. ________________________ 100

Figura 12. Fotomicrografias do magno de poedeiras submetidas à dietas com níveis

crescentes de triptofano digestível com relação constante. A) Magno de

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poedeira representando os tratamentos de 0,165%, 0,180% e 0,195% de

triptofano. B) Magno de poedeira do tratamento com 0,210% de triptofano. As

pontas de seta mostram as glândulas em regeneração com acúmulo de albúmen.

Tricômio de Masson. Bar: 50 µm. _____________________________________ 101

Figura 13. Fotomicrografias do útero de poedeiras submetidas à dietas com níveis crescentes

de triptofano digestível com relação constante. A) Útero de poedeira

representativa dos tratamentos com 0,165, 0,180 e 0,195% de triptofano

digestível. B) Útero de poedeira do tratamento com 0,210% de triptofano

digestível na ração. Tricômio de Masson. Bar: 300 µm. ____________________ 102

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EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE TREONINA E TRIPTOFANO PARA

CODORNAS JAPONESAS E GALINHAS POEDEIRAS LEVES EM POSTURA

RESUMO GERAL

O objetivo deste trabalho foi determinar as exigências nutricionais de triptofano e

treonina de codornas japonesas e poedeiras leves alimentadas com rações contento

relações aminoácidos: lisina variável e constante. Foram desenvolvidos 8 experimentos,

sendo 4 com codornas japonesas e 4 com poedeiras leves. Inicialmente foram

desenvolvidos os experimentos com níveis crescentes do aminoácido em estudo e, com

base nos resultados, um segundo experimento foi desenvolvido, com níveis crescentes

de todos os aminoácidos, mas com relações aminoácidos: lisina constante. Os trabalhos

foram desenvolvidos no Setor de Pesquisas com Aves do CCA/UFPB, Campus II,

Areia, Paraíba. Foram analisados dados de desempenho e histológicos, de maneira a

elevar a representatividade dos dados e a confiabilidade das determinações e

recomendações. Após análises dos resultados, conclui-se que a exigência de triptofano

para codornas japonesas em postura é de 0,210 e 0,216% na ração, com relação variável

e constante em 21%, respectivamente, ou 52 mg/ave/dia. Que a exigência de treonina

para codornas japonesas em postura é de 0,780 e 0,793% ou 161 e 200 mg/ave/dia, com

relação variável e constante em 78%, respectivamente. Que a exigência de triptofano

digestível para poedeiras leves em postura é de 0,195 e 0,214% ou 205 e 219

mg/ave/dia, com relação variável e constante em 24,5%, respectivamente. E que a

exigência de treonina digestível para poedeiras leves é de 0,597 e 0,610% ou 684 e 626

mg/ave/dia,com relação variável e constante em 75%, respectivamente.

Palavras-chave: aminoácido, desempenho, histologia

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NUTRITIONAL RECOMMENDATIONS OF THREONINE AND

TRYPTOPHAN FOR JAPANESE QUAIL AND LIGHT LAYERS IN

PRODUCTION

GENERAL ABSTRACT

The aim of this study was to determine the nutritional requirements of tryptophan and

threonine for Japanese quail and light layers fed with amino acids: lysine ratio variable

and constant. It was developed eight experiments, and initially the experiments were

developed with increasing levels of the amino acid under study and, based on the

results, a second experiment was developed, with increasing levels of all amino acids,

but with amino acids: lysine constant. The project was developed at Poultry Science

Sector at Federal University of Paraiba, Campus II, Areia, Paraiba. It were analyzed

performance data and histological date, so as to increase their present activeness of the

data and the reliability of the determinations and recommendations. After analyzing the

results, we conclude that the requirement of tryptophan for Japanese quail is 0.210 and

0.216% in the diet, about variable and constant at 21%, respectively, or 52 mg/bird/day.

That the threonine requirement for Japanese quail is 0.780 and 0.793% or 161 and

200 mg /bird/ day, about variable and constant at 78%, respectively. That the digestible

tryptophan requirement for light layers is 0.195 and 0.214% or 205 and

219 mg/bird/ day, about variable and constant at 24.5%, respectively. And that the

requirement of threonine for laying hens is 0.597 and 0.610% or 684 and

626 mg/bird/day, about variable and constant at 75%, respectively.

Key-words: amino acid, histology, performance

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CAPÍTULO 1

Exigência de Triptofano de Codornas Japonesas em Postura

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Exigência de Triptofano de Codornas Japonesas em Postura

RESUMO – Este estudo teve como objetivo determinar a exigência de

triptofano para codornas japonesas alimentadas com rações com níveis crescentes de

triptofano sob relação variável e constante. Foram desenvolvidos dois experimentos

seqüenciais, o primeiro com rações que continham níveis crescentes de triptofano,

alterando-se a relação triptofano: lisina e, com base nos resultados, realizou-se um

segundo experimento, com o objetivo de avaliar a exigência de triptofano com relação

aminoácidos: lisina constante. No primeiro experimento, os tratamentos consistiram em

uma ração formulada à base de milho e farelo de soja, suplementada com os

aminoácidos industriais L-Lisina, L- Treonina, DL-Metionina, L-Triptofano, L-

Arginina, L-Isoleucina e L-Valina de forma a atender as exigências nutricionais para

codornas japonesas em postura, exceto para triptofano. A ração basal foi suplementada

com 0,00, 0,02, 0,04, 0,061 e 0,081% de L-Triptofano em substituição ao L - Ácido

Glutâmico com o objetivo de alcançar os níveis de 0,150, 0,170, 0,190, 0,210 e 0,230%

de triptofano na ração, resultando nas relações triptofano: lisina de 15, 17, 19, 21 e 23%.

No segundo experimento, os tratamentos consistiram em uma ração formulada à base de

milho e farelo de soja, suplementada com os aminoácidos industriais L-Lisina, DL-

Metionina, L-Triptofano, L-Arginina, L-Isoleucina e L-Valina de forma a atender as

exigências nutricionais para codornas japonesas em postura. As rações tinham a mesma

relação aminoácidos: lisina, exceto a triptofano: lisina que foi fixada em 21%. As

relações aminoácidos: lisina foram 70, 78, 126, 92, 90 e 21%, para metionina+cistina,

treonina, arginina, valina, isoleucina e triptofano, respectivamente. Foram avaliados

dados de desempenho, qualidade dos ovos produzidos e a histologia do aparelho

reprodutivo e digestório. Com base nos resultados, concluiu-se que a exigência de

triptofano para codornas japonesas em postura é de 0,210 e 0,216% na ração, com

relação crescente e constante em 21%, respectivamente, ou 52 mg/ave/dia.

Palavras–chave: aminoácido, desempenho, histologia

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Requirement of Tryptophan to Japanese Quails in Production

ABSTRACT – This study aimed to determine the requirement of tryptophan to

Japanese quail fed diets with increasing levels of tryptophan under variable ratio and

constant. It was developed two sequential experiments, the first diets containing

increasing levels of tryptophan, altering the tryptophan: lysine ratio, and based on the

results, we performed a second experiment, in order to assess the requirement of

tryptophan with respect amino acids: lysine constant. In the first experiment, treatments

consisted of a diet formulated with corn and soybean meal, supplemented with

industrial amino acids L-Lysine, L-Threonine, DL-Methionine, L-Tryptophan, L-

Arginine, L-Isoleucine and L -Valine to meet the nutritional requirements for laying

Japanese quail, except for tryptophan. The basal diet was supplemented with 0.00, 0.02,

0.04, 0.061 and 0.081% L-Tryptophan to replace the L-Glutamate in order to achieve

the levels of 0.150, 0.170, 0.190, 0.210 and 0.230% tryptophan in the diet, resulting in

tryptophan: lysine ratios 15, 17, 19, 21 and 23%. In the second experiment, treatments

consisted of a diet formulated with corn and soybean meal, supplemented with

industrial amino acids L-Lysine, DL-Methionine, L-Tryptophan, L-Arginine, L-

Isoleucine and L-Valine in a to meet the nutritional requirements for laying Japanese

quail. The diets were the same amino acids: lysine ratios, except for tryptophan: lysine

which was set at 21%. Amino acids: lysine ratios were 70, 78, 126, 92, 90 and 21% for

Methionine + Cystine, Threonine, Arginine, Valine, Isoleucine and Tryptophan,

respectively. We evaluated performance data, quality of eggs produced and the

histology of the reproductive and digestive systems. Based on these results, we

concluded that the tryptophan requirement for laying Japanese quail is 0.210 and

0.216% in the diet, with variable and constant ratio at 21%, respectively, or 52

mg/quail/day.

Key-words: amino acid, histology, performance

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INTRODUÇÃO

As rações formuladas para as codornas japonesas baseiam-se principalmente em

aminoácidos totais, o que pode acarretar em níveis excessivos às necessidades da ave. O

triptofano pertence à classe dos aminoácidos essenciais, ou seja, não são produzidos

pelas aves ou são produzidos em quantidade muito aquém das necessidade diárias,

sendo necessário que seja suplementado nas rações.

De acordo com o NRC (1994), a exigência de triptofano total para codornas

japonesas em fase inicial e de reprodução é de 0,22 e 0,19%, com 24 e 20% de PB e

2.900 kcal de EM/kg de ração, respectivamente. Shim & Lee (1993) reportaram que,

para ótima produção de ovos e eficiência alimentar, as dietas de codornas em postura

devem conter, em aminoácidos totais, 1,0% de lisina, 0,43% de metionina, 0,18% de

triptofano e 0,63% de treonina. No entanto, trabalhos realizados por Shim & Vohra

(1984) determinaram a exigência de 0,25% de triptofano total. Leeson & Summers

(1991) discordaram dos autores anteriores, recomendando 0,22% de triptofano total na

dieta de codornas na fase de produção.

Assim, este estudo teve como objetivo determinar a exigência de triptofano para

codornas japonesas em fase de postura alimentadas com rações com níveis crescentes de

triptofano sob relação variável e constante.

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MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado no Módulo de Pesquisas com Aves do CCA/UFPB,

Areia/PB. A cidade de Areia está inserida na microrregião do Brejo Paraibano (6º 58’

12’’ de latitude Sul e 35º 42’ 15’’ de longitude Oeste), com altitude média de 619 m

(GONDIM e FERNANDES, 1980). De acordo com a classificação de Köppen, o clima

é tropical semi-úmido do tipo As’, isto é, clima quente e úmido que se caracteriza por

apresentar estação chuvosa no período outono-inverno, com precipitação pluviométrica

média anual girando em torno de 1500 mm, temperatura média anual entre 22-30ºC e

umidade relativa do ar elevada (75-87%). Segundo a classificação bioclimática de

Gäussen, nesta região predomina o bioclima 3 dth (nordestino sub-seco), com período

seco variando de um a três meses no ano (BRASIL, 1972).

Foram desenvolvidos dois experimentos seqüenciais, o primeiro com rações que

continham níveis crescentes de triptofano, alterando-se a relação triptofano: lisina e,

com base nos resultados, realizou-se um segundo experimento, com o objetivo de

avaliar a exigência de triptofano com relação aminoácidos: lisina constante.

Experimento 1 – Níveis crescentes de triptofano, relação variável

Um total de 288 codornas japonesas aos 125 dias de idade foi distribuído em um

delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos, com seis repetições de 8

aves cada. O experimento foi dividido em 5 fases de 21 dias cada, totalizando 105 dias

de avaliação. Os tratamentos consistiram em uma ração formulada à base de milho e

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farelo de soja, suplementada com os aminoácidos L-Lisina, L- Treonina, DL-Metionina,

L-Triptofano, L-Arginina, L-Isoleucina e L-Valina de forma a atender as exigências

nutricionais para codornas japonesas em postura, exceto para triptofano, de acordo com

as recomendações do NRC (1994), justificando o uso dos aminoácidos totais nas rações.

A ração basal foi suplementada com 0,00, 0,02, 0,04, 0,061 e 0,081% de L-

Triptofano em substituição ao L - Ácido Glutâmico com o objetivo de alcançar os níveis

de 0,150, 0,170, 0,190, 0,210 e 0,230% de triptofano na ração, resultando nas relações

triptofano: lisina de 15, 17, 19, 21 e 23% (Tabela 1).

O L - Ácido Glutâmico foi utilizado para tornar as rações isoprotéicas. O nível

dietético do óleo de soja e do inerte foi acrescido em substituição ao L - Ácido

Glutâmico que foi reduzido com o aumento dos níveis de triptofano nas rações

experimentais, de forma a tornar as dietas, além de isoprotéicas, isoenergéticas.

Experimento 2– Níveis crescentes de triptofano, relação constante

Um total de 240 codornas japonesas aos 125 dias de idade foi distribuído em um

delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos com seis repetições de 8

aves cada. O experimento foi dividido em 5 fases de 21 dias cada, totalizando 105 dias

de avaliação. Os tratamentos consistiram em uma ração formulada à base de milho e

farelo de soja, suplementada com os aminoácidos L-Lisina, DL-Metionina, L-

Triptofano, L-Arginina, L-Isoleucina e L-Valina de forma a atender as exigências

nutricionais para codornas japonesas em postura. As rações tinham a mesma relação

aminoácidos: lisina de acordo com as recomendações sugeridas pelo NRC (1994),

exceto a triptofano: lisina que foi fixada em 21%. As relações aminoácidos: lisina foram

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70, 78, 126, 92, 90 e 21%, para metionina+cistina, treonina, arginina, valina, isoleucina

e triptofano, respectivamente, conforme apresentadas na Tabela 2.

Tabela 1. Composição alimentar e química das rações experimentais

Ingrediente, % Níveis de Triptofano, %

0,15 0,17 0,19 0,21 0,23

Milho 73,693 73,693 73,693 73,693 73,693

Farelo de Soja 13,773 13,773 13,773 13,773 13,773

Calcário 5,431 5,431 5,431 5,431 5,431

Fosfato Bicálcico 1,4 1,4 1,4 1,4 1,4

Sal 0,302 0,302 0,302 0,302 0,302

L-Lisina 0,481 0,481 0,481 0,481 0,481

DL-Metionina 0,096 0,096 0,096 0,096 0,096

L-Treonina 0,121 0,121 0,121 0,121 0,121

L-Isoleucina 0,23 0,23 0,23 0,23 0,23

L-Valina 0,149 0,149 0,149 0,149 0,149

L-Arginina 0,422 0,422 0,422 0,422 0,422

Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Mineral e Vitamina1

0,2 0,2 0,2 0,2 0,2

Óleo Soja 3,5 3,498 3,495 3,493 3,49

Inerte2

0 0,013 0,026 0,038 0,051

L - Ácido Glutâmico 0,122 0,092 0,061 0,031 0

L-Triptofano 0 0,02 0,04 0,061 0,081

Antioxidante 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Composição calculada

Energia Metabolizável,

kcal/kg 2950 2950 2950 2950 2950

Proteína Bruta, % 18,12 18,12 18,12 18,12 18,12

Cálcio, % 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5

Fósforo disponível, % 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35

Sódio, % 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15

Cloro, % 0,26 0,26 0,26 0,26 0,26

Potássio, % 0,53 0,53 0,53 0,53 0,53

Lisina, % 1 1 1 1 1

Metionina + cistina, % 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7

Treonina, % 0,74 0,74 0,74 0,74 0,74

Valina, % 0,92 0,92 0,92 0,92 0,92

Isoleucina, % 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9

Arginina, % 1,26 1,26 1,26 1,26 1,26

Triptofano, % 0,15 0,17 0,19 0,21 0,23

Triptofano: Lisina 15 17 19 21 23 1Premix mineral por kg de ração: Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co, 2 g; I, 1 g;

e veículo q.s.p., 500 g. Premix vitamínico (Concentração/kg): Vit. A - 15.000.000 Ul,

Vit. D3 - 1.500.000 Ul, Vit. E - 15.000 Ul, Vit.B1 - 2,0 g, it.B2-4,0 g, Vit B6 - 3,0 g,

Vit.B12 - 0,015 g, Ácido nicotínico - 25 g, Ácido pantotênico- 10 g, Vit.K3 - 3,0 g,

Ácido fólico- 1,0 g, Selênio - 250 mg, e veículo. q.s.p. - 1.000 g. 3 Etoxiquim – 10g, e

veículo q.s.p. – 1.000g. 2Areia lavada.

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Variáveis avaliadas

As variáveis avaliadas foram: consumo de ração (g/ave/dia), produção (%), peso

(g), massa (g/ave/dia), conversão por massa (kg/kg) e por dúzia de ovo (kg/dz), peso (g)

e porcentagem (%) de gema, de albúmen e de casca, espessura da casca (mm), unidade

Haugh e gravidade específica (g/cm3).

O período de avaliação da produção de ovos foi dividido em cinco períodos de

21 dias cada. Ao final de cada período foram coletadas as sobras das rações de cada

parcela para o cálculo do consumo de ração. A coleta dos ovos foi realizada duas vezes

ao dia (10:00 e 16:00 h), sendo anotados em ficha de freqüência de postura e a

mortalidade. A produção dos ovos em porcentagem foi calculada dividindo-se a

quantidade de ovos totalizados por repetição pelo número de aves, corrigindo pela

mortalidade, quando havia.

Os ovos dos últimos três dias de cada período foram pesados individualmente para

a obtenção do peso médio dos ovos. Os cálculos da massa de ovo foram realizados pelo

produto da produção de ovos e do peso médio dos ovos por parcela. A conversão

alimentar por massa de ovo foi calculada através da relação entre o consumo de ração e

massa de ovo produzida. A conversão por dúzia de ovos foi calculada pela relação entre

o consumo de ração dividida pela produção, sendo esse resultado multiplicado por doze.

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Tabela 2. Composição alimentar e química das rações experimentais

Ingredientes, % Níveis de Triptofano, %

0,168 0,189 0,21 0,231 0,252

Milho 72,588 71,9555 71,3029 70,6603 70,0177

Farelo de Soja 45% 18,7929 18,8781 18,9634 19,0487 19,134

Calcário 5,4463 5,445 5,4437 5,4425 5,4412

Fosfato Bicálcico 1,3948 1,3968 1,3987 1,4006 1,4026

Óleo de Soja 0,3773 0,3451 0,3129 0,2807 0,2485

Sal 0,3318 0,332 0,3323 0,3326 0,3329

L-Lisina 0,1703 0,2695 0,3686 0,4678 0,5669

L-Isoleucina 0,1686 0,2587 0,3487 0,4388 0,5288

L-Arginina 0,1572 0,292 0,4269 0,5618 0,6967

L-Treonina 0,1319 0,2103 0,2886 0,367 0,4454

L-Valina 0,1187 0,2128 0,3068 0,4009 0,4949

DL -Metionina 0,1158 0,1869 0,258 0,3292 0,4003

Vitamina e Mineral1 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2

Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

L-Triptofano 0,0164 0,0373 0,0583 0,0792 0,1001

Antioxidante 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01

Total 100 100 100 100 100

Composição calculada

Proteína Bruta, % 15,635 15,9784 16,3219 16,6654 17,0089

Cálcio, % 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5

Fósforo disponível, % 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35

Energia Metabolizável,

kcal/kg 2950 2950 2950 2950 2950

Arginina, % 1,008 1,134 1,26 1,386 1,512

Isoleucina, % 0,72 0,81 0,9 0,99 1,08

Lisina, % 0,8 0,9 1 1,1 1,2

Metionina, % 0,3396 0,4102 0,4809 0,5515 0,6221

Metionina + Cistina, % 0,56 0,63 0,7 0,77 0,84

Treonina, % 0,623 0,701 0,779 0,857 0,935

Triptofano, % 0,168 0,189 0,21 0,231 0,252

Valina, % 0,736 0,828 0,92 1,012 1,104

Sódio, % 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15

Cloro, % 0,2435 0,2433 0,2432 0,2431 0,243

Potássio, % 0,53 0,53 0,53 0,53 0,53 1Premix mineral por kg de ração: Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co, 2 g; I, 1 g;

e veículo q.s.p., 500 g. Premix vitamínico (Concentração/kg): Vit. A - 15.000.000 Ul,

Vit. D3 - 1.500.000 Ul, Vit. E - 15.000 Ul, Vit.B1 - 2,0 g, it.B2-4,0 g, Vit B6 - 3,0 g,

Vit.B12 - 0,015 g, Ácido nicotínico - 25 g, Ácido pantotênico- 10 g, Vit.K3 - 3,0 g,

Ácido fólico- 1,0 g, Selênio - 250 mg, e veículo. q.s.p. - 1.000 g. 3 Etoxiquim – 10g, e

veículo q.s.p. – 1.000g. 2Areia lavada.

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28

Ao final de cada período, foram selecionados quatro ovos por parcela para

determinação do peso e porcentagem de gema, de albúmen e de casca, após separação

manual destes componentes, onde as cascas foram colocadas em estufa a 105°C por

quatro horas. A porcentagem de cada um dos componentes do ovo foi obtida dividindo-

se o peso do componente pelo peso do ovo, em seguida multiplicando o resultado por

100. A espessura da casca foi medida com o auxílio de um micrômetro digital com

precisão de 0,1 mm em três pontos na linha mediana do ovo, com os quais foi calculada

a média aritmética.

A cada final de período experimental foram selecionadas amostras

representativas de dois ovos por parcela onde foram feitas imersões dos ovos em

diferentes soluções salinas com os devidos ajustes para um volume de 25 litros de água

com densidades que variavam de 1,060 a 1,100 com intervalo de 0,0025 g/cm3. Os

ovos eram colocados nos baldes com as soluções, da menor para a maior densidade e

eram retirados ao flutuarem, sendo anotados os valores respectivos das densidades

correspondentes às soluções dos recipientes. Antes de cada avaliação, as densidades

eram conferidas com densímetro de petróleo.

Nas análises histológicas, a coleta do material foi realizada através de

fragmentos do sistema digestório (duodeno e fígado) e reprodutor (magno e útero) de 10

animais por tratamento. Os fragmentos foram imersos em fixador metacarn (60%

metanol, 30% clorofórmio e 10% ácido acético) por 12 horas, sendo transferidos para

álcool 70% em seguida.

Para a microscopia óptica foi feita a inclusão dos fragmentos em paraplast.

Foram realizados cortes seriados dos fragmentos com 5 µm de espessura. As seguintes

colorações histológicas foram realizadas para a descrição histológica: hematoxilina e

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eosina, periodic acid Schiff (PAS) e tricômio de Masson. As fotomicrografias foram

capturadas com o auxílio de microcâmera acoplada ao microscópio Olympus BX-51 e

as imagens digitalizadas no software KS 400.3 (Zeiss).

Os resultados foram submetidos as analises de variância e regressão utilizando-

se o programa SAEG (Universidade Federal de Viçosa, 2000).

RESULTADOS

Experimento 1 – Níveis crescentes de triptofano, relação variável

Os níveis de triptofano nas rações das codornas japonesas em postura

influenciaram o desempenho das aves, alterando a produção de ovos, além da massa,

conversão em massa e em dúzia de ovos (Tabela 3).

Tabela 3. Consumo de ração (CR, g), produção (PR, %), peso (PO, g), massa (MO, g),

conversão em massa (CMO, g/g) e em dúzia de ovos (CDZ, g/g) em função

do nível de triptofano das rações

Trp, % Trp:Lys CR PR PO MO CMO CDZ

0,150 15 26,175 86,212 10,340 8,914 2,936 0,364

0,170 17 25,289 88,444 10,303 9,112 2,776 0,343

0,190 19 24,804 89,399 10,362 9,263 2,680 0,333

0,210 21 24,582 89,116 10,352 9,225 2,666 0,331

0,230 23 24,451 86,177 10,403 8,964 2,729 0,340

Média 25,060 87,870 10,352 9,096 2,757 0,342

Valor de P

Linear

0,062 0,097 0,101 0,004 0,053 0,188

Quadrático

0,073 0,009 0,213 0,075 0,042 0,004

C.V.(%)

3,438 1,791 2,399 2,701 4,920 4,175

SEM

0,172 0,315 0,050 0,049 0,027 0,003

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Com base no comportamento dos dados obtidos, as equações polinomiais são

apresentadas na Tabela 4, bem como a relação e o nível determinado após derivada.

Tabela 4. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelas

relações triptofano: lisina das rações

Variável Equação Polinomial R2 Trp:Lys

Produção de ovos Ŷ = -0,2068x2 + 7,8882x + 14,301 0,98 19,07

Massa de ovos Ŷ = -0,1765x + 11,536 0,98

Conversão em massa de ovos Ŷ = 0,0363x2 - 1,4614x + 16,567 0,81 20,13

Conversão em dúzia de ovos Ŷ= 0,0012x2 - 0,0502x + 0,838 0,99 20,92

De acordo com a Tabela 4, as relações do triptofano com a lisina foram 19,07,

20,13 e 20,92, o que representa um nível de 0,191, 0,201 e 0,209% de triptofano para

melhores índices de produção, conversão em massa e em dúzia de ovos,

respectivamente.

O nível crescente de triptofano não influenciou tais variáveis (Tabela 5).

Tabela 5. Gravidade específica (GE, g/cm3), porcentagem de gema (PGema, %),

albúmen (PAlbúmen, %), e casca (PCasca, %), espessura da casca (ESP,

mm) em função das relações triptofano: lisina das rações

Trp, % Trp:Lys GE PGema PAlbúmen PCasca ESP

0,150 15 1,0740 32,640 49,051 18,309 0,221

0,170 17 1,0727 34,105 50,553 15,342 0,226

0,190 19 1,0731 32,230 51,586 16,184 0,225

0,210 21 1,0733 32,111 51,791 16,098 0,223

0,230 23 1,0724 31,900 53,556 14,544 0,223

Média 1,073 32,597 51,307 16,095 0,224

Valor de P

Linear 0,132 0,175 0,201 0,093 0,127

Quadrático 0,213 0,309 0,330 0,181 0,072

C.V.(%) 0,167 5,481 4,189 11,906 3,379

SEM 0,000 0,357 0,430 0,383 0,002

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De acordo com os dados apresentados, a relação triptofano: lisina em 21%, ou

0,210% de triptofano nas rações, equivalente a um consumo diário por ave de 52 mg de

triptofano, proporciona as aves um desempenho mais eficiente.

As análises histológicas mostraram que com o aumento da porcentagem de

triptofano na dieta, com aumento da proporção de triptofano em relação a lisina, houve

um aumento da esteatose hepática. As dietas com 0,150 e 0,170% não proporcionaram

esse aumento, sendo visto nos animais desses tratamentos apenas alguns vacúolos

citoplasmáticos lipídicos. Além disso, observar que a arquitetura hepática está normal

com sinusóides bem definidos. Existe a presença de alguns vacúolos citoplasmáticos

lipídicos, normais para animais de produção que recebem ração hiperenergética. A

partir de 0,190% de triptofano a esteatose se torna moderada, com bastante vacúolos

cito´plasmáticos, apresentando áreas mais positivas ao PAS, denotando acumulo de

glicogênio nessas areas, enquanto que em 0,210 e 0,230% severa (Figura 1). Observar

as pontas de seta, mostrando os vacúolos citoplasmáticos lipídicos.

No tratamento com 0,190% de triptofano, o fígado dos animais apresentou

maior quantidade de glicogênio estocado, visto maior positividade à coloração

PAS..Entretanto é o grupo que apresenta o fígado mais leve (6,01 ± 1,66 g) (Figura 1C,

D).

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Figura 1. Fotomicrografias de fígado de codornas japonesas com níveis crescentes de

triptofano na dieta em relação a lisina. A e B) Fígado representativo dos

grupos com 0,150 e 0,170% de triptofano na ração.. C e D) Fígado de

animal do grupo com 0,190% de triptofano. E e F) Fígado de animal do

grupo com 0,210% de triptofano. G e H) Fígado de animal do grupo com

0,230% de triptofano. Coloração de ácido periódico de Schiff (PAS). A, C,

E e G) Bar: 200 µm. B, D, G e H) Bar: 100 µm.

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Apesar da severa esteatose os animais do tratamento com 0,230% de triptofano

na ração não apresentaram acúmulo de tecido conjuntivo (colágeno) no parênquima

hepático (Figura 2). Observar que os animais desse tratamento apresentam severa

esteatose com bastante vacúolos citoplasmáticos lipídicos (Pontas de seta), entretanto,

não há a presença de depósitos de colágeno parenquimal hepático o que denotaria ciclos

de morte de hepatócitos

Figura 2. Fotomicrografias de fígado de codorna japonesa do grupo com 0,230% de

triptofano na dieta (relação triptofano:lisina de 23%). Coloração de tricômio

de Masson. A) Bar: 200 µm. B) Bar: 100 µm.

O magno foi o órgão que apresentou as maiores alterações histológicas (Figura

3). Enquanto os animais dos grupos com 0,150 e 0,170% de triptofano apresentavam

poucos glândulas ativas ou em regeneração (Figura 3A, B), os grupos seguintes

apresentavam maior quantidade dessas glândulas, principalmente os grupos com 0,190 e

0,210% de triptofano. Destaque para o grupo com 0,210% de triptofano na dieta, o qual

apresentou glândulas ativas repletas de albúmen (Figura 3 G, H, I). Observar que a

quantidade de glândulas ativas no tratamento com 0,230% é menor que os grupos com

0,190 e 0,210% de triptofano na ração

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Não houve variação na quantidade ou produção das células produtoras de muco

do epitélio do magno, nem da espessura desse epitélio (Figura 3A, D, G, J). Também

não foram observadas alterações no útero desses animais, seja na ramificação das

dobras secundárias ou na quantidade de glândulas.

Figura 3. Fotomicrografias de magnos de codornas japonesas com níveis crescentes

de triptofano na dieta em relação a lisina. A, B e C) Magno representativo

de animais dos tratamentos com 0,150 e 0,170% de triptofano na ração. (D,

E e F) Magno de animal do grupo com 0,190% de triptofano na ração. G, H

e I) Magno de animal do grupo com 0,210% de triptofano na ração.

Observar a grande atividade das glândulas do magno com grande depósito

de albúmen. J, L e M) Magno de animal do grupo com 0,230% de triptofano

na ração. Glândulas ativas com depósito de albúmen (Ponta de seta).

Coloração de ácido periódico de Schiff (PAS) (A, D, G e J). Coloração de

hematoxilina-eosina (B, C, E, F, H, I, L e M). A, D, G e J) Bar: 300 µm. B,

E, H e L) Bar: 100 µm. C, F, I e M) Bar: 150 µm.

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O intestino dos animais também sofreram variações morfológicas em

decorrência do aumento da relação triptofano: lisina. Níveis de 0,190% ou maiores

aumentaram as ramificações (Pontas de Seta) das vilosidades intestinais (Figura 4).

Apesar dessa alteração, não houve influência na quantidade ou produção das células

caliciformes intestinais (Figura 4B, D, F, H), característica que pode ser observada pela

coloração roxa.

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Figura 4. Fotomicrografias de intestino de codornas japonesas com níveis crescentes

de triptofano na ração em relação a lisina. A e B) Intestino representativo de

animais com 0,150 e 0,170% de triptofano na ração. C e D) Intestino de

animal com 0,190% de triptofano na ração.. E e F) Intestino de animal com

0,210% de triptofano na ração. G e H) Intestino de animal com 0,230% de

triptofano na ração.. Coloração de tricômio de Masson (A, C, E e G).

Coloração de periodic acid Schiff (PAS) (B, D, F e H). Bar: 200 µm.

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Experimento 2– Níveis crescentes de triptofano, relação constante

Os níveis de triptofano crescentes com relação constante alteraram o

desempenho das codornas japonesas em postura, especialmente na produção, massa e

conversão em massa de ovos, tal qual se pode observar na Tabela 6..

Tabela 6. Consumo de ração (CR, g), produção (PR, %), peso (PO, g), massa (MO, g),

conversão em massa (CMO, g/g) e em dúzia de ovos (CDZ, g/g) em função

do nível de triptofano das rações

Trp:Lys Trip, % CR PR PO MO CMO CDZ

21

0,168 24,33 89,37 10,13 21,76 4,11 0,327

0,189 24,01 90,89 10,24 22,28 4,08 0,317

0,210 24,79 92,05 10,26 22,81 4,04 0,323

0,231 24,61 91,06 10,90 22,41 4,06 0,325

0,252 24,48 89,79 10,45 21,98 4,08 0,328

Média 24,44 90,63 10,40 22,25 4,07 0,32

Valor de P

Linear

0,128 0,078 0,082 0,053 0,088 0,084

Quadrático

0,238 0,007 0,091 0,003 0,007 0,102

C.V.(%)

3,442 3,878 7,299 5,024 3,466 4,799

SEM

0,142 0,594 0,128 0,189 0,024 0,003

As variáveis que avaliaram a qualidade dos ovos não foram alteradas de forma

estatística pelos níveis de triptofano e dos demais aminoácidos, exceto a espessura da

casca dos ovos, que teve um comportamento linear crescente (P<0,05), como

apresentado na Tabela 7.

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Tabela 7. Gravidade específica (GE, g/cm3), porcentagem de gema (PGema, %),

albúmen (PAlbúmen, %), e casca (PCasca, %), além da espessura da casca

(ESP, mm) em função do nível de triptofano das rações

Trp:Lys Trip, % GE PGema PAlbúmen PCasca ESP

21

0,168 1,073 28,953 55,166 18,789 0,200

0,189 1,072 28,985 56,114 17,706 0,200

0,210 1,073 28,565 56,187 17,530 0,201

0,231 1,072 28,543 56,242 17,465 0,201

0,252 1,072 29,470 55,396 17,772 0,201

Média 1,072 28,903 55,821 17,852 0,201

Valor de P

Linear 0,182 0,219 0,122 0,098 0,042

Quadrático 0,238 0,320 0,281 0,103 0,089

C.V.(%) 0,125 3,520 1,963 7,513 0,959

SEM 0,000 0,172 0,185 0,227 0,000

De acordo com as equações polinomiais obtidas através da análise dos dados das

variáveis avaliadas, determinou-se os níveis ótimos de triptofano para a produção,

massa, conversão em massa e espessura das cascas dos ovos das codornas japonesas.

Tais determinações se dão após a derivada das equações, conforme apresentado na

Tabela 8.

Tabela 8. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelos

níveis de triptofano das rações

Variável Equação Polinomial R2 Trp, %

Produção Ovos Ŷ= -1250,4x2 + 530,05x + 35,57 0,96 0,212

Massa Ovos Ŷ = -459,38x2 + 195,73x + 1,8121 0,92 0,213

Conversão Massa Ovos Ŷ = 25,451x2 - 10,992x + 5,2408 0,88 0,216

Espessura da casca Ŷ = 0,0167x + 0,197 0,95

Dentre as determinações do melhor nível de triptofano com relação

aminoácidos: lisina constante em 21% foi o de 0,216%, o que equivale a um consumo

de 52 mg/ave/dia, pois foi o nível que possibilitou uma maior conversão em massa de

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ovos, o que supera as exigências nutricionais para que as codornas japonesas tenham

uma maior produção e uma maior massa de ovos, consequentemente.

DISCUSSÃO

Os melhores níveis de triptofano foram 0,210 e 0,216% deste aminoácido, com

uma relação variável e constante a 21% com a lisina, respectivamente.

Pinheiro et al. (2008) avaliaram níveis de triptofano nas rações de codornas

japonesas em postura, utilizando aves com 21 a 30 semanas de idade, com peso e

produção de ovos média de 58,5g e 84,50%, respectivamente. As aves receberam rações

isocalóricas e isoprotéicas, exceto para triptofano digestível que foram, para cada ração

experimental, 0,120 a 0,280%, variando para cada nível 0,04% de triptofano digestível,

perfazendo 5 níveis, o que correspondeu às relações triptofano digestível: lisina

digestível a 12, 16, 20, 24 e 28%, respectivamente. Após análise dos dados, os autores

verificaram influência do triptofano sobre o consumo de triptofano e produção de ovos,

de forma que tiveram um efeito linear crescente em relação ao triptofano das rações, já

que a cada 1% de triptofano na ração a produção de ovos aumentou em 1,26%. Os

resultados obtidos por Pinheiro et al. (2008) confirmam aqueles encontrados por Harms

& Russell (2000) e Deponti et al. (2007), que trabalharam com galinhas poedeiras e

verificaram melhoria na produção, à medida que níveis crescentes de triptofano foram

adicionados às dietas.

Ainda sobre os resultados apresentados por Pinheiro et al. (2008), em função da

não influência do triptofano sobre a conversão alimentar por massa e dúzia de ovos das

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codornas, se confirmam sob efeito similar aos observados por Peganova & Eder (2003)

e Deponti et al. (2007), quando não verificaram influência significativa sobre essas

variáveis para galinhas poedeiras. Contudo, Lima et al. (2011), avaliando níveis de

triptofano nas rações de galinhas poedeiras leves em inicio de postura, observaram

efeito quadrático para produção, peso, massa, conversão em massa e em dúzia de ovos,

em que estimaram as relações de triptofano:lisina em 23,98; 24,07; 24,11; 24,58 e

25,25%, respectivamente.

Assim, Pinheiro et al. (2008) recomendaram 0,21% de triptofano digestível,

correspondente ao consumo de 45,0 mg de triptofano digestível/ave/dia para melhor

desempenho e qualidade de ovos de codornas japonesas. Por outro lado, Rizzo et al.

(2008), trabalhando com níveis de triptofano entre 0,23 e 0,98%, não verificaram efeito

sobre o desempenho nem sobre os parâmetros fisiológicos das codornas japonesas,

concluindo que 0,23% de triptofano, em dietas com 18% de proteína bruta e 2800 kcal

de energia metabolizável/kg são suficientes para essas aves.

Comparando nossos resultados com os recomendados pelo NRC (1994), Silva &

Costa (2009) e Rostagno et al. (2011), percebemos que nossos resultados estão acima da

primeira recomendação, semelhantes à segunda e abaixo da terceira. Diferencial há a

recomendação de Rostagno et al. (2011) que trata de aminoácidos na forma digestível, e

por apresentar níveis ideais de triptofano em 0,23%, mostra tal aminoácido na forma

total, o que seria ainda mais alto, diferindo concomitantemente dos resultados aqui

apresentados. Essa disparidade pode ser explicada em função da metodologia aplicada e

ainda, de condições experimentais variadas, o que gera dados diferentes ao tipo de ave

recomendada.

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41

De acordo com os trabalhos acima apresentados e discutidos, percebe-se

variação nas recomendações nutricionais de triptofano para as codornas japonesas em

postura, já que poucas pesquisas foram realizadas com esse aminoácido. Assim, ao

comparar as recomendações para as codornas japonesas com as das galinhas poedeiras,

percebe-se similaridade no nível dietético. Contudo, como as codornas consomem cerca

de 25% da quantidade de ração das galinhas poedeiras, logo o que influencia

diretamente é o consumo diário do aminoácido pela ave.

Além de serem poucos os trabalhos envolvendo o triptofano em dietas de

codornas, esse foi o primeiro estudo envolvendo os efeitos histológicos e fisiológicos

desse aminoácido. Histologicamente o aumento da porcentagem de triptofano na dieta

levou a uma maior ramificação das vilosidades intestinais proporcionando maior área de

absorção para nutrientes. Esse re-arranjamento da mucosa demonstra a necessidade

fisiológica de ampliar a superfície absortiva do intestino delgado em relação a um

determinado nutriente, no caso a treonina. Fato que corrobora com os resultados de

Gomide-Júnior et al. (2004), nos quais demonstraram que a mucosa intestinal responde

a agentes exógenos por meio de modificações morfológicas. O aumento da treonina na

dieta de codornas também leva ao aumento das ramificações do intestino, entretanto,

também levam a um aumento das células caliciformes (Matheus et al., 2011), fato esse

não ocorrido no presente estudo.

O magno também foi influenciado com o aumento desse aminoácido, levando a

um aumento de glândulas ativas nesse órgão assim como o maior estoque de albúmen

nessas glândulas, principalmente no tratamento com 0,210%. Dessa forma apresenta

quantidade de albúmen superior, o que, permitem que a produção dos ovos seja feita em

um período de tempo menor, aumentando assim a produção, peso, massa, conversão em

massa e dúzia de ovo, corroborando com os resultados obtidos neste estudo,

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especialmente na produção, peso, massa, conversão em massa e em dúzia de ovos.

Esses resultados corroboram com os resultados zootécnicos encontrados no presente

estudo e também com os encontrados em decorrência do aumento da porcentagem de

treonina na dieta de codornas (Matheus et al, 2011), apesar do aumento da treonina

levar também a um aumento das dobras secundárias do magno.

Apesar das modificações encontradas no magno, não foram observadas

modificações morfológicas no útero, diferentemente do que acontece com o aumento da

treonina na dieta de codornas (Matheus et al., 2011).

O aumento da porcentagem de triptofano também levou a um aumento dos

vacúolos citoplasmáticos lipídicos nos hepatócitos levando a uma esteatose severa sem

acúmulo de colágeno parenquimal, não denotando mortalidade hepatocitária (Fausto et

al., 2003), diferentemente do que acontece com o aumento de treonina que leva a uma

deposição de colágeno parenquimal (Matheus et al., 2011).

O fígado dos animais do tratamento com 0,190% de triptofano na dieta

apresentaram uma esteatose moderada, sendo intermediária entre os tratamentos do

estudo. Os mesmos possuíam áreas mais positivas para PAS e eram como um todo mais

positivas, indicando maior produção de glicogênio. Entretanto, a relação peso carcaça/

fígado desse animais era a menor dos tratamentos, indicando provavelmente que o

glicogênio produzido era rapidamente destinado ao sistema reprodutor para a produção

de ovos. Diferentemente do encontrado no presente trabalho, o aumento da treonina leva

a resultados diferentes do encontrado no presente estudo. No grupo com maior

produção, os fígados eram mais pesados e com pouca deposição de glicogênio (Matheus

et al., 2011).

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CONCLUSÃO

A exigência de triptofano para codornas japonesas em postura é de 0,210 e

0,216% na ração, com relação variável e constante em 21%, respectivamente, ou 52

mg/ave/dia.

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CAPÍTULO 2

Exigência de Treonina de Codornas Japonesas em Postura

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Exigência de Treonina de Codornas Japonesas em Postura

RESUMO – Este estudo teve como objetivo determinar a exigência de treonina

para codornas japonesas alimentadas com rações com níveis crescentes de treonina sob

relação variável e constante. Foram desenvolvidos dois experimentos seqüenciais, o

primeiro com rações que continham níveis crescentes de treonina, alterando-se a relação

treonina: lisina e, com base nos resultados, realizou-se um segundo experimento, com o

objetivo de avaliar a exigência de treonina com relação aminoácidos: lisina constante.

No primeiro experimento, a ração basal foi suplementada com 0,000, 0,040, 0,081,

0,121, 0,162 e 0,202% de L-Treonina em substituição ao L - Ácido Glutâmico com o

objetivo de alcançar os níveis de 0,660, 0,700, 0,740, 0,780, 0,820 e 0,860% de treonina

na ração, resultando nas relações treonina: lisina de 66, 70, 74, 78, 82 e 86%. No

segundo experimento, os tratamentos consistiram em uma ração formulada à base de

milho e farelo de soja, suplementada com os aminoácidos industriais L-Lisina, DL-

Metionina, L-Triptofano, L-Arginina, L-Isoleucina e L-Valina de forma a atender as

exigências nutricionais para codornas japonesas em postura. As relações aminoácidos:

lisina foi: 70, 19, 126, 92, 90 e 78%, para metionina+cistina, triptofano, arginina, valina,

isoleucina e treonina, respectivamente. Foram avaliados dados de desempenho,

qualidade dos ovos produzidos e histologia do aparelho reprodutor e digestório. Com

base nesses resultados, determinou-se que a exigência de treonina para codornas

japonesas em postura é de 0,780 e 0,793% ou 161 e 200 mg/ave/dia, com relação

crescente e constante em 78%, respectivamente.

Palavras- chave: aminoácido, desempenho, histologia

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Threonine Requirement to Japanese Quails in Production

ABSTRACT – This study aimed to determine the threonine requirement for

laying Japanese quail fed diets with increasing levels of threonine under variable and

constant ratio. Were developed two sequential experiments, the first diets containing

increasing levels of threonine, changing the threonine: lysine ratio and, based on the

results, we performed a second experiment, in order to evaluate the threonine

requirement related amino acids: lysine constant. In the first experiment, the basal diet

was supplemented with 0.000, 0.040, 0.081, 0.121, 0.162 and 0.202% L-Threonine as a

substitute for L-glutamate in order to achieve the levels of 0.660, 0.700, 0.740, 0.780,

0.820 and 0.860% threonine in the feed, resulting in threonine: lysine ratio 66, 70, 74,

78, 82 and 86%. In the second experiment, treatments consisted of a diet formulated

with corn and soybean meal, supplemented with industrial amino acids L-Lysine, DL-

Methionine, L-Tryptophan, L-Arginine, L-Isoleucine and L-Valine in a to meet the

nutritional requirements for laying Japanese quail. Amino acids: lysine ratios were: 70,

19, 126, 92, 90 and 78% for methionine + cystine, tryptophan, arginine, valine,

isoleucine and threonine, respectively.. We evaluated performance data, quality of eggs

produced and histology of the reproductive and digestive systems. Based on these

results, it was determined that the threonine requirement for laying Japanese quail is

0.780 and 0.793% or 161 and 200 mg / bird / day, with a variable and constant ratio in

78%, respectively.

Key-words: amino acid, histology, performance

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INTRODUÇÃO

O ótimo desempenho produtivo apresentado pelas codornas japonesas, com

início da postura entre 35 a 40 dias e produção média de 300 ovos/ave/ano, além da

necessidade de pequena área para produção (320 a 400 aves/m2), do baixo investimento

e rápido retorno do capital investido (Albino & Barreto, 2003), tem estimulado o

crescimento da coturnicultura no Brasil.

Dentre os fatores importantes para o sucesso da criação de codornas, a nutrição

deve receber uma atenção especial, visto contribuir com o maior percentual dos custos

da produção. Apesar da grande importância econômica, poucos estudos têm sido

realizados no Brasil sobre as exigências nutricionais de codornas, sendo as formulações

de rações para estas aves realizadas com base em tabelas estrangeiras, como o National

Research Council - NRC (1994) e o Institut National de la Recherch Agronomique -

INRA (1999) ou por extrapolações das exigências para galinhas poedeiras ou frangos de

corte. Uma das poucas exceções de dados obtidos de experimentos realizados no Brasil

são as Tabelas de recomendações nutricionais para Codornas Japonesas e Européias de

Silva & Costa (2009). Rostagno et al. (2011) também, além de já contemplar

recomendações nutricionais de galinhas poedeiras, frangos de corte e matrizes nas

recomendações de aves, incluiu na última edição as codornas japonesas. Muito embora,

os dados apresentados por Silva & Costa (2009) são mais completos e o volume de

informação é maior para o produtor de codornas.

A utilização de níveis de aminoácidos inadequados pode levar a um menor

desempenho das aves, uma vez que a deficiência resulta em limitação da síntese

protéica, com conseqüente redução no ganho de peso e produção de ovos, e o excesso

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de aminoácidos resulta em desvio da energia para o processo de excreção, diminuindo,

desta forma, a energia a ser utilizada para a produção, além do custo ambiental do

aumento da excreção de nitrogênio. Assim percebe-se, porém, que a progressiva

redução da proteína bruta da dieta pode levar a uma situação em que outros

aminoácidos, como a treonina, tornem-se limitante ao melhor desempenho. Desta

forma, para se alcançar o aumento do desempenho das aves submetidas a dietas com

maiores reduções protéicas, deve-se ter a preocupação de estabelecer com maior

precisão as exigências destes aminoácidos.

Assim, este estudo teve como objetivo determinar a exigência de treonina para

codornas japonesas alimentadas com rações com níveis crescentes de treonina sob

relação variável e constante.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado no Módulo de Pesquisas com Aves do CCA/UFPB,

Areia/PB. A cidade de Areia está inserida na microrregião do Brejo Paraibano (6º 58’

12’’ de latitude Sul e 35º 42’ 15’’ de longitude Oeste), com altitude média de 619 m

(GONDIM e FERNANDES, 1980). De acordo com a classificação de Köppen, o clima

é tropical semi-úmido do tipo As’, isto é, clima quente e úmido que se caracteriza por

apresentar estação chuvosa no período outono-inverno, com precipitação pluviométrica

média anual girando em torno de 1500 mm, temperatura média anual entre 22 a 30ºC e

umidade relativa do ar elevada (75 a 87%). Segundo a classificação bioclimática de

Gäussen, nesta região predomina o bioclima 3 dth (nordestino sub-seco), com período

seco variando de um a três meses no ano (BRASIL, 1972).

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Foram desenvolvidos dois experimentos seqüenciais, o primeiro com rações que

continham níveis crescentes de treonina, alterando-se a relação treonina: lisina e, com

base nos resultados, realizou-se um segundo experimento, com o objetivo de avaliar a

exigência de treonina com relação aminoácidos: lisina constante.

Experimento 1 – Níveis crescentes de treonina, relação variável

Um total de 288 codornas japonesas aos 125 dias de idade foi distribuído em um

delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos, com seis repetições de 8

aves cada. Os tratamentos consistiram em uma ração formulada à base de milho e farelo

de soja, suplementada com os aminoácidos industriais L-Lisina, DL-Metionina, L-

Triptofano, L-Isoleucina e L-Valina de forma a atender as exigências nutricionais para

codornas japonesas em postura, exceto para treonina.

A ração basal foi suplementada com 0,000, 0,040, 0,081, 0,121, 0,162 e 0,202%

de L-Treonina em substituição ao L - Ácido Glutâmico com o objetivo de alcançar os

níveis de 0,660, 0,700, 0,740, 0,780, 0,820 e 0,860% de treonina na ração, resultando

nas relações treonina: lisina de 66, 70, 74, 78, 82 e 86% (Tabela 9).

O L - Ácido Glutâmico foi utilizado para tornar as rações isoprotéicas. O nível

dietético do óleo de soja e do inerte foi acrescido em substituição ao L - Ácido

Glutâmico que foi modificado com o aumento dos níveis de treonina nas rações

experimentais, de forma a tornar as rações isoprotéicas e isoenergéticas.

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Tabela 9. Composição alimentar e química das rações experimentais

Ingredientes, % Níveis de Treonina (%)

0,66 0,70 0,74 0,78 0,82 0,86

Milho 69,491 69,491 69,491 69,491 69,491 69,491

Farelo de soja 18,353 18,353 18,353 18,353 18,353 18,353

Calcário 5,411 5,411 5,411 5,411 5,411 5,411

Fosfato bicálcico 1,378 1,378 1,378 1,378 1,378 1,378

Sal 0,297 0,297 0,297 0,297 0,297 0,297

L-Lisina 0,348 0,348 0,348 0,348 0,348 0,348

DL-Metionina 0,086 0,086 0,086 0,086 0,086 0,086

L-Triptofano 0,017 0,017 0,017 0,017 0,017 0,017

L-Isoleucina 0,181 0,181 0,181 0,181 0,181 0,181

L-Valina 0,106 0,106 0,106 0,106 0,106 0,106

L-Arginina 0,302 0,302 0,302 0,302 0,302 0,302

Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Premix mineral e vitamínico1

0,200 0,200 0,200 0,200 0,200 0,200

Óleo de soja 3,500 3,503 3,506 3,508 3,511 3,514

Inerte2

- 0,009 0,018 0,027 0,036 0,045

L - Ácido Glutâmico 0,261 0,209 0,157 0,104 0,052 -

L-Treonina - 0,040 0,081 0,121 0,162 0,202

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Composição calculada

Energia Metabolizável, kcal/kg 2950 2950 2950 2950 2950 2950

Proteína bruta, % 18,63 18,63 18,63 18,63 18,63 18,63

Calcio, % 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50

Fósforo disponível, % 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35 0,35

Sódio, % 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15

Cloro, % 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21

Potassio, % 0,53 0,53 0,53 0,53 0,53 0,53

Lisina, % 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

Metionina + Cistina,% 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70

Triptofano,% 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19

Valina, % 0,92 0,92 0,92 0,92 0,92 0,92

Isoleucina, % 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90

Arginina, % 1,26 1,26 1,26 1,26 1,26 1,26

Treonina, % 0,66 0,70 0,74 0,78 0,82 0,86

Treonina: Lisina 66 70 74 78 82 86 1Premix mineral por kg de ração: Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co, 2 g; I, 1 g;

e veículo q.s.p., 500 g. Premix vitamínico (Concentração/kg): Vit. A - 15.000.000 Ul,

Vit. D3 - 1.500.000 Ul, Vit. E - 15.000 Ul, Vit.B1 - 2,0 g, it.B2-4,0 g, Vit B6 - 3,0 g,

Vit.B12 - 0,015 g, Ácido nicotínico - 25 g, Ácido pantotênico- 10 g, Vit.K3 - 3,0 g,

Ácido fólico- 1,0 g, Selênio - 250 mg, e veículo. q.s.p. - 1.000 g. 3 Etoxiquim – 10g, e

veículo q.s.p. – 1.000g. 2Areia lavada

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Experimento 2– Níveis crescentes de treonina, relação constante

Um total de 240 codornas japonesas aos 125 dias de idade foi distribuído em um

delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos com seis repetições de 8

aves cada. Os tratamentos consistiram em uma ração formulada à base de milho e farelo

de soja, suplementada com os aminoácidos industriais L-Lisina, DL-Metionina, L-

Triptofano, L-Arginina, L-Isoleucina e L-Valina de forma a atender as exigências

nutricionais para codornas japonesas em postura. As rações tinham a mesma relação

aminoácidos:lisina de acordo com as recomendações sugeridas pelo NRC (1994),

exceto a treonina: lisina que foi fixada em 78%. As relações aminoácidos: lisina foi: 70,

19, 126, 92, 90 e 78%, para metionina+cistina, triptofano, arginina, valina, isoleucina e

treonina, respectivamente, conforme são apresentadas na Tabela 10.

Variáveis avaliadas

As variáveis avaliadas foram: consumo de ração (g/ave/dia), produção (%), peso

(g), massa (g/ave/dia), conversão por massa (kg/kg) e por dúzia de ovo (kg/dz), peso (g)

e porcentagem (%) de gema, de albúmen e de casca, espessura da casca (mm), unidade

Haugh, gravidade específica (g/cm3).

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Tabela 10. Composição química e alimentar das rações experimentais

Ingredientes, % Níveis de Treonina, %

0,623 0,701 0,779 0,857 0,935

Milho 71,903 69,028 68,369 68,126 67,052

Farelo de Soja 18,942 21,110 21,211 21,312 21,412

Calcário 5,445 5,439 5,438 5,437 5,435

Fosfato bicálcico 1,396 1,387 1,389 1,391 1,393

Óleo de Soja 0,611 0,980 0,951 0,923 0,895

Sal 0,521 0,521 0,522 0,522 0,522

L-Isoleucina 0,168 0,223 0,313 0,403 0,493

L-Lisina 0,168 0,218 0,317 0,416 0,515

L-Arginina 0,155 0,226 0,361 0,495 0,630

L-Treonina 0,131 0,183 0,261 0,339 0,417

L-Valina 0,118 0,179 0,273 0,367 0,461

DL-Metionina 0,116 0,171 0,242 0,313 0,384

L-Triptofano 0,000 0,009 0,027 0,046 0,065

Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Premix Vitamínico e

Mineral1 0,200 0,200 0,200 0,200 0,200

Carbonato de Potássio 0,056 0,056 0,056 0,056 0,056

Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Composição calculada

Energia Metabolizável,

kcal/kg 2950 2950 2950 2950 2950

Proteína Bruta, % 15,091 16,060 16,412 16,763 17,114

Cálcio, % 2,500 2,500 2,500 2,500 2,500

Fósforo disponível, % 0,350 0,350 0,350 0,350 0,350

Sodio, % 0,225 0,225 0,225 0,225 0,225

Cloro, % 0,356 0,356 0,356 0,356 0,355

Potássio, % 0,580 0,580 0,580 0,580 0,580

Lisina, % 0,800 0,900 1,000 1,100 1,200

Metionina + Cistina, % 0,560 0,630 0,700 0,770 0,840

Triptofano, % 0,152 0,171 0,190 0,209 0,228

Valina % 0,736 0,828 0,920 1,012 1,104

Isoleucina, % 0,720 0,810 0,900 0,990 1,080

Arginina, % 1,008 1,134 1,260 1,386 1,512

Treonina, % 0,623 0,701 0,779 0,857 0,935 1Premix mineral por kg de ração: Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co, 2 g; I, 1 g;

e veículo q.s.p., 500 g. Premix vitamínico (Concentração/kg): Vit. A - 15.000.000 Ul,

Vit. D3 - 1.500.000 Ul, Vit. E - 15.000 Ul, Vit.B1 - 2,0 g, it.B2-4,0 g, Vit B6 - 3,0 g,

Vit.B12 - 0,015 g, Ácido nicotínico - 25 g, Ácido pantotênico- 10 g, Vit.K3 - 3,0 g,

Ácido fólico- 1,0 g, Selênio - 250 mg, e veículo. q.s.p. - 1.000 g. 3 Etoxiquim – 10g, e

veículo q.s.p. – 1.000g. 2Areia lavada

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O período de avaliação da produção de ovos foi dividido em cinco períodos de

21 dias cada. Ao final de cada período foram coletadas as sobras das rações de cada

parcela para o cálculo do consumo de ração. A coleta dos ovos foi realizada duas vezes

ao dia (10:00 e 16:00 h), sendo anotados em ficha de freqüência de postura e a

mortalidade. A produção dos ovos em porcentagem foi calculada dividindo-se a

quantidade de ovos totalizados por parcela pelo número de aves, corrigindo pela

mortalidade. Os ovos dos últimos três dias de cada período foram pesados

individualmente para a obtenção do peso médio dos ovos. Os cálculos da massa de ovo

foram realizados pelo produto da produção de ovos e do peso médio dos ovos por

parcela. A conversão alimentar por massa de ovo foi calculada através da relação entre

o consumo de ração e massa de ovo produzida. A conversão por dúzia de ovos foi

calculada pela relação entre o consumo de ração dividida pela produção, sendo esse

resultado multiplicado por doze.

Ao final de cada período, foram selecionados quatro ovos por parcela para

determinação do peso e porcentagem de gema, de albúmen e de casca, após separação

manual destes componentes, onde as cascas foram colocadas em estufa a 105°C por

quatro horas. A porcentagem de cada um dos componentes do ovo foi obtida dividindo-

se o peso do componente pelo peso do ovo, em seguida multiplicando o resultado por

100. A espessura da casca será medida com o auxílio de um micrômetro digital com

precisão de 0,1 mm em três pontos na linha mediana do ovo, com os quais será

calculada a média aritmética.

A cada final de período experimental foram selecionadas amostras

representativas de dois ovos por parcela onde foram feitas imersões dos ovos em

diferentes soluções salinas com os devidos ajustes para um volume de 25 litros de água

com densidades que variavam de 1,060 a 1,100 com intervalo de 0,0025 g/cm3. Os

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ovos eram colocados nos baldes com as soluções, da menor para a maior densidade e

eram retirados ao flutuarem, sendo anotados os valores respectivos das densidades

correspondentes às soluções dos recipientes. Antes de cada avaliação, as densidades

eram conferidas com densímetro de petróleo.

Nas análises histológicas, a coleta do material foi realizada através de

fragmentos do sistema digestório (duodeno e fígado) e reprodutor (magno e útero) de 10

animais por tratamento. Os fragmentos foram imersos em fixador metacarn (60%

metanol, 30% clorofórmio e 10% ácido acético) por 12 horas, sendo transferidos para

álcool 70% em seguida.

Para a microscopia óptica foi feita a inclusão dos fragmentos em paraplast.

Foram realizados cortes seriados dos fragmentos com 5 µm de espessura. As seguintes

colorações histológicas foram realizadas para a descrição histológica: hematoxilina e

eosina, periodic acid Schiff (PAS) e tricômio de Masson. As fotomicrografias foram

capturadas com o auxílio de microcâmera acoplada ao microscópio Olympus BX-51 e

as imagens digitalizadas no software KS 400.3 (Zeiss).

Os resultados foram submetidos as analises de variância e regressão utilizando-

se o programa SAEG (Universidade Federal de Viçosa, 2000).

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RESULTADOS

Experimento 1 – Níveis crescentes de treonina, relação variável

O consumo de ração não foi influenciado (P>0,05) pelos níveis dietéticos de

treonina nas rações das codornas. Entretanto, as demais variáveis apresentadas na

Tabela 11 foram significativamente influenciadas pelos tratamentos de forma quadrática

(P<0,01), determinando-se uma relação ótima para cada variável de 77,13; 75,12; 78,22;

79,61 e 81,00% ou 0,771, 0,751, 0,782, 0,796 e 0,810% de treonina para a produção,

peso, massa, conversão em massa e em dúzia de ovos, respectivamente.

Tabela 11. Consumo de ração (CR, g), produção (PR, %), peso (PO, g), massa (MO, g),

conversão em massa (CMO, g/g) e em dúzia de ovos (CDZ, g/g) em função

das relações treonina: lisina das rações

Thr, % (Thr:Lys) CR PR1 PO

2 MO

3 CMO

4 CDZ

5

0,660 (66) 20,85 78,45 9,71 7,62 2,73 0,319

0,700 (70) 20,70 79,86 9,74 7,77 2,66 0,311

0,740 (74) 20,44 81,55 9,76 7,95 2,57 0,305

0,780 (78) 21,01 82,38 9,77 8,05 2,61 0,304

0,820 (82) 20,58 81,93 9,75 7,99 2,57 0,302

0,860 (86) 20,76 79,07 9,74 7,7 2,69 0,309

Média 20,723 80,540 9,745 7,847 2,638 0,308

Valor de P

Linear 0,212 0,089 0,092 0,083 0,062 0,314

Quadrático 0,128 0,006 0,048 0,027 0,004 0,004

C.V.(%) 3,76 3,21 1,55 3,18 4,42 4,4

SEM 0,037 0,298 0,004 0,032 0,012 0,001

Na Tabela 12 são apresentadas as equações polinomiais obtidas nas análises

estatísticas das variáveis apresentadas na Tabela 11.

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Tabela 12. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelas

relações treonina: lisina das rações

Variável Equação Polinomial R2

Thr:Lys,

%

Produção de ovos Ŷ = -0,0334x2 + 5,1524x - 116,45 0,91 77,13

Peso dos ovos Ŷ =-0,0004x2 + 0,0601x + 7,4249 0,95 75,12

Massa dos ovos Ŷ =-0,0035x2 + 0,5476x - 13,108 0,93 78,22

Conversão em massa de ovo Ŷ =0,0013x2 - 0,207x + 10,565 0,88 79,61

Conversão em dúzia de ovos Ŷ =0,0001x2 - 0,0162x + 0,9412 0,96 81,00

Na Tabela 13 os dados mostram que as relações treonina: lisina utilizada neste

estudo não foram capazes de modificar de forma significativa as variáveis de qualidade

interna e externa dos ovos (P>0,05).

Tabela 13. Percentagem de albúmen (PAlbúmen, %), gema (PGema, %) e casca

(PCasca, %), pigmentação da gema (PIG) e gravidade específica (GE,

g/cm3) e espessura da casca dos ovos em função das relações treonina: lisina

das rações

Treonina, %

(Thr:Lys) PAlbúmen PGema PCasca PIG GE ESP

0,660 (66) 57,45 30,39 8,24 5,96 1,073 0,233

0,700 (70) 57,46 29,26 8,58 6,11 1,071 0,241

0,740 (74) 57,11 28,78 8,45 6,07 1,073 0,238

0,780 (78) 56,76 29,66 8,55 6,11 1,073 0,243

0,820 (82) 56,87 29,57 8,73 6,06 1,075 0,242

0,860 (86) 57,86 28,38 8,51 6,18 1,073 0,241

Média 57,2517 29,34 8,51 6,08167 1,073 0,23967

Valor de P

Linear 0,082 0,213 0,224 0,323 0,223 0,320

Quadrático 0,078 0,319 0,301 0,121 0,062 0,232

C.V.2

2,17 4,42 3,34 2,46 0,203 3,39

SEM 0,076 0,129 0,030 0,013 0,0002 0,001

As vilosidades intestinais das codornas japonesas alimentadas com rações com

maior relação treonina: lisina foram mais largas e possuíam mais ramificações (Figura

5A, B) e tiveram células caliciformes em maior número e mais ativas (Figura 5C, D).

As dobras do magno das codornas em postura do tratamento com maior relação

treonina: lisina, com 0,860% de treonina, se apresentaram mais ativas (relacionado à

coloração rosa) (Figura 5E, F) e o epitélio dessas dobras possuíam mais células

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produtoras de muco (Figura 5G, H). No útero das codornas japonesas em postura do

grupo alimentado com rações com maior relação treonina: lisina existiu mais dobras

secundárias (Figura 5I, 1J).

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Figura 5. Fotomicrografias dos sistemas digestório e reprodutor feminino de codornas

japonesas em postura alimentadas com rações com relação treonina: lisina

em 66 e 82%. (A, C, E, G e I) Codornas japonesas em postura alimentadas

com ração com relação treonina: lisina em 66% ou 0,660% de treonina. C,

D, F, H e J) Codornas japonesas em postura alimentadas com ração com

relação treonina: lisina em 82% ou 0,820% de treonina. (A, B, I e J)

Coloração de hematoxilina-eosina. (C, D, G e H) Coloração de Periodic

Acid Schiff. (E e F) Coloração de tricômio de Masson. (A, B, E e F) barra =

500 µm. (C, D, I e J) barra = 200 µm.(G e H) barra = 100 µm.

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Nos tratamentos com maiores relações de treonina: lisina, as glândulas tubulares

do magno se apresentaram em maior número e em estágio funcional mais ativo e

apresentando quantidade de albúmen superior a encontrada nos demais tratamentos

(Figura 5E, F). O aumento do nível de treonina nas rações, especialmente no nível de

0,820%, também promoveu o aumento de produção de muco pelo epitélio do magno,

facilitando dessa forma a passagem do ovo, em formação, pelo oviduto e protegendo a

mucosa do mesmo (Figura 5G, H). Essa ração também aumentou a quantidade de

dobras secundárias do útero dessas aves (Figura 5I, J).

O fígado dos animais com relação treonina: lisina de 66% apresentou maior

positividade ao PAS (Figura 6G), indicando maior acúmulo de glicogênio. Quando

comparado, o fígado das codornas com relações maiores que 66% de treonina: lisina na

ração apresentou menor depósito de glicogênio hepático (Figura 6H, I).

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Figura 6. Fotomicrografias do fígado de codornas em postura dos grupos com dietas

utilizando-se relação treonina: lisina de 66% (A, D e G), 82% (B, E e H) e

86% (G, H e I). Coloração de hematoxilina-eosina (A, B e C). Coloração de

tricômio de Masson (D, E e F). Coloração de periodic acid Schiff (G, H e I).

Barra= 200µm.

Apesar dos resultados obtidos pelo aumento do nível de treonina nas rações, com

consequente elevação da relação treonina: lisina, tais rações proporcionam um

agravamento da esteatose hepática comumente encontrada no fígado de aves de

produção, visto que tal patogenia era mais intensa na relação de 86%, que continha o

maior nível (0,860%) de treonina avaliado no estudo (Figuras 6A, B, C). Juntamente

com a esteatose, também foi observado que no fígado das aves dos tratamentos que

receberam rações com maiores níveis de treonina, especialmente os tratamentos com

níveis de 0,820 e 0,860%, havia pequenos depósitos de colágeno parenquimal (Figura

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6E, F), já nos demais tratamentos, o colágeno se apresentava apenas ao redor dos vasos

sanguíneos, situação normal (Figura 6D).

Experimento 2– Níveis crescentes de treonina, relação constante

Conforme os dados apresentados na Tabela 14, podemos verificar que todas as

variáveis avaliadas foram influenciadas estatisticamente com comportamento

quadrático, exceto o consumo de ração.

Tabela 14. Consumo de ração (CR, g), produção (PR, %), peso (PO, g), massa (MO, g),

conversão em massa (CMO, g/g) e em dúzia de ovos (CDZ, g/g) em função

dos níveis de treonina nas rações

Treonina, % CR PR PO MO CMO CDZ

0,623 (78) 24,71 76,13 11,19 8,51 2,91 0,39

0,701 (78) 25,12 79,47 11,33 9,01 2,8 0,38

0,779 (78) 25,47 82,63 11,66 9,63 2,65 0,37

0,857 (78) 25,3 81,96 11,67 9,57 2,65 0,37

0,935 (78) 26,02 76,44 11,51 8,8 2,97 0,41

Média 25,324 79,326 11,472 9,104 2,796 0,384

Valor de P

Linear 0,108 0,082 0,064 0,099 0,202 0,187

Quadrático 0,204 0,036 0,031 0,023 0,028 0,021

C.V.(%) 3,24 5,27 3,96 7,43 7,37 5,57

SEM 0,088 0,493 0,034 0,079 0,024 0,003

A produção de ovos foi melhorada com o aumento dos níveis dos aminoácidos

nas rações e esse efeito proporcionou um melhor peso dos ovos, que gerou uma melhor

massa de ovos, bem como uma melhor conversão em massa e em dúzia de ovos. O nível

ótimo determinado através das equações polinomiais dessas variáveis foram 0,787;

0,837; 0,798, 0,781 e 0,764% de treonina, respectivamente.

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Na Tabela 15, são apresentadas as equações polinomiais das variáveis

apresentadas na Tabela 14.

Tabela 15. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelos

níveis de treonina das rações

Variável Equação Polinomial R2 Thr, %

Produção de ovos Ŷ= -253,05x2 + 398,2x - 74,234 0,94 0,787

Peso dos ovos Ŷ= -10,83x2 + 18,136x + 4,0458 0,90 0,837

Massa dos ovos Ŷ= -37,821x2 + 60,384x - 14,524 0,92 0,798

Conversão em massa de ovo Ŷ= 11,713x2 - 18,288x + 9,7892 0,85 0,781

Conversão em dúzia de ovos Ŷ= 1,2661x2 - 1,9349x + 1,1073 0,88 0,764

Pode-se verificar que a treonina não influenciou a qualidade interna e externa

dos ovos de codornas japonesas (Tabela 16), mas melhoram o desempenho produtivo

das aves, como apresentado na Tabela 14, de forma que, a medida que o nível de

treonina na ração aumenta, o desempenho acompanha, chegando a um patamar de

desempenho ótimo.

Tabela 16. Gravidade específica (GE, g/cm3), Unidades Haugh (UH), porcentagem de

albúmen (PAlbúmen, %), casca (PCasca, %) e gema (PGema,%) dos ovos

sobre os níveis de treonina

Treonina, % GE UH PAlbúmen PCasca PGema

0,623 (78) 1,071 91,96 52,92 15,2 31,88

0,701 (78) 1,071 91,79 53,23 15,16 31,61

0,779 (78) 1,070 93,3 53,06 14,91 32,03

0,857 (78) 1,070 91,21 52,57 15,33 32,1

0,935 (78) 1,070 91,19 52,81 15,44 31,75

Média 1,070 91,89 52,918 15,208 31,874

Valor de P

Linear 0,102 0,263 0,061 0,391 0,077

Quadrática 0,231 0,302 0,283 0,361 0,209

C.V.(%) 0,118 2,33 2,48 8,04 4,16

SEM 0,0001 0,1569 0,0456 0,0365 0,0365

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Em relação à avaliação histológica, os órgãos do sistema digestório (intestino,

cecos e magno) não apresentaram diferenças entre os tratamentos estudados. Tal efeito

demonstra que mesmo alterando os níveis de treonina e dos demais aminoácidos, mas

mantendo a relação aminoácidos: lisina, tais estruturas não são alteradas.

O estudo histológico do útero das codornas nos diferentes tratamentos

demonstrou que o único tratamento que apresentou diferença foi o tratamento com

menor densidade em aminoácidos, ou seja, o tratamento 1, que continha 0,623% de

treonina. Nesse, observou-se dobras uterínicas mais finas que os demais tratamentos

com maior densidade em aminoácidos, entretanto a espessura do epitélio do útero era a

mesma entre os demais tratamentos avaliados nesse estudo. Não houve diferença

histológica para magno dentre os tratamentos.

O fígado foi o órgão que apresentou as maiores diferenças, dentre os estudados.

Em todos os tratamentos, o fígado se apresentou esteatótico, com lipídeos encontrados

principalmente ao redor das tríades hepáticas, sendo pouco positivo ao PAS e sem

depósito de colágeno parenquimal. Entretanto, o fígado das codornas do tratamento 3,

com 0,779% de treonina, tinha um peso significativamente maior (Figura 7) e possuía

esteatose mais avançada (Figura 8).

Outro efeito que pode justificar a maior produção de ovos apresentada pelas

codornas alimentadas com a ração do tratamento 3 é a pouca positividade do fígado ao

corante PAS, o que indica pouco depósito de glicogênio hepático, o que pode indicar

uma maior destinação dessa fonte de energia para outros órgãos, no caso para o sistema

reprodutor o que elevaria a capacidade de produção de ovos.

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Figura 7. Peso do fígado e a relação fígado/carcaça dos diferentes tratamentos de

codornas japonesas em postura.

.

Figura 8. Fotomicrografia de fígado de codorna japonesa em postura. A) Indivíduo do

tratamento com 0,779% de treonina apresentando esteatose avançada. B)

Indivíduo representativo dos demais níveis. Aumento de 200x.

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DISCUSSÃO

Experimento 1 – Níveis crescentes de treonina, relação variável

No NRC (1994) verifica-se uma recomendação de 0,74% de treonina na ração de

codornas japonesas em postura, enquanto no INRA (1999) as recomendações para este

aminoácido é de 0,58%. Já Silva & Costa (2009) recomendam uma ração com pelo

menos 0,79 e 0,67% de treonina total e digestível, respectivamente. Enquanto isso,

Rostagno et al. (2011) recomendam uma ração para codornas em postura, com média de

peso de 177g, 0,658% de treonina digestível.

Utilizando dietas à base de farelo de soja e caseína, Allen & Young (1980)

estimaram a exigência de 0,67% de treonina para codornas japonesas em postura. Por

sua vez, Shim & Vohra (1984), Shrivastav & Panda (1990) e Shim & Lee (1993)

estimaram os níveis de 1,10; 0,64 e 0,63% de treonina.

Avaliando a influência da suplementação de L-Treonina nas rações de codornas

japonesas em crescimento, Baylan et al. (2006) utilizaram seis níveis de treonina total

nas rações, que foram de 0,81 a 1,06%, variando 0,05% de treonina a cada nível. A

ração basal tinha 23% de proteína bruta e 1,10% de lisina total, de forma que a

suplementação do aminoácido industrial foi utilizada para obter os níveis de treonina

determinados pelos tratamentos. Após análise dos resultados, os autores verificaram que

a suplementação da treonina nas rações influenciou o peso vivo e a conversão alimentar

das aves, mas não ocasionou influência nos pesos das partes da carcaça. Logo, os

autores concluíram a que a suplementação de treonina não afeta o crescimento e que

isso pode estar relacionado a uma possível adaptação aos níveis nutricionais de treonina

nas rações.

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Umigi et al. (2007) trabalharam com cinco níveis de treonina digestível, de 0,65 a

0,85%, variando 0,05% entre os níveis. As dietas foram isonutritivas, exceto para a

treonina digestível, de forma que a proteína e a energia contida no aminoácido L-

Treonina com a sua suplementação, foi corrigida através do L - Ácido Glutâmico e do

óleo vegetal, além do amido. Os autores não verificaram efeito no consumo diário de

ração, corroborando com os dados deste estudo, mas o consumo de treonina. Assim,

com base nos resultados obtidos, Umigi et al. (2007) concluíram que uma ração com

0,65% de treonina digestível é suficiente para proporcionar um bom resultado em

desempenho e qualidade de ovos.

Neste estudo foi avaliada a suplementação de L-Treonina em níveis dietéticos de

0,66 a 0,86% variando 0,04% a cada nível de treonina total em rações de codornas

japonesas em postura, equivalendo a relações de 66, 70, 74, 78, 82 e 86 com a lisina

total. Embora não tenha sido observado efeito sobre o consumo de ração, tal qual Umigi

et al. (2007), observamos um efeito quadrático para a produção, o peso, a massa, a

conversão em massa e na conversão em dúzia de ovos, obtendo relações ótimas de 77,

75, 78, 79 e 81, respectivamente.

Sá et al. (2007) trabalhando com níveis de treonina nas rações de poedeiras leves,

não obtiveram diferenças significativas para o peso dos ovos, mas um aumento na

massa dos ovos quando a treonina teve seu nível elevado. Sendo assim, os resultados

aqui apresentados mostram que o aumento da relação treonina: lisina na ração, pelo

menos de codornas em postura, também influencia positivamente no peso, massa,

conversão em massa e em dúzia de ovos tal qual em poedeiras leves, conforme

apresentado por Sá et al. (2007) e por Lima et al. (2009ab) e Lima et al. (2011), quando

avaliaram a treonina digestível com poedeiras leves em postura.

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Sobre a qualidade dos ovos das codornas japonesas, Umigi et al. (2007) não

encontraram alterações neste parâmetro em função dos níveis de treonina das rações,

corroborando com os resultados obtidos por Lima et al. (2010). Similarmente, Lima et

al. (2009) trabalhando com poedeiras leves, não observaram efeitos significativos para

as variáveis de qualidade interna e externa dos ovos quando do aumento dos níveis de

treonina. Já Teixeira et al. (2005) relataram que a treonina digestível influencia apenas a

gravidade específica quando da elevação dos níveis de treonina nas rações.

Sendo assim, a treonina parece influenciar o desempenho das aves, mas não a

qualidade dos ovos. Entretanto, as diferenças histológicas no sistema reprodutor das

aves, conforme os resultados histológicos, especialmente quando se verifica que com os

maiores níveis de treonina nas rações, as glândulas tubulares do magno se apresentaram

em maior número e em estágio funcional mais ativo. Dessa forma apresenta quantidade

de albúmen superior, o que, permitem que a produção dos ovos seja feita em um

período de tempo menor, aumentando assim a produção, peso, massa, conversão em

massa e dúzia de ovo, corroborando com os resultados obtidos neste estudo,

especialmente para a produção, peso, massa, conversão em massa e em dúzia de ovos.

Da mesma forma percebe que o aumento dos níveis de treonina também elevou a

quantidade de dobras secundárias do útero das codornas japonesas em postura. Tais

características permitiriam a formação da casca em um menor tempo, aumentando

assim, a produção de ovos, visto que o ovo em formação fica no útero por tempo

variável para a deposição de carbonato de cálcio, sendo esta acelerada pelo aumento da

superfície interna do órgão, o que pode reduzir os ovos despigmentados, pois grande

parte deste tipo de ovo é caracterizada por algum fator estressante que faz com que a

ave faça a postura precoce e, com a formação da casca de forma mais rápida, esse

problema de manejo pode ser amenizado.

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Embora, alguns dados na literatura apenas relatem os efeitos da suplementação

de treonina nas rações sobre o desempenho zootécnico, nossos resultados conciliam os

dados já descritos anteriormente com as modificações histológicas no trato digestório e

reprodutor das codornas japonesas, que dão, sem dúvida, maior consonância aos dados e

possibilitam uma resposta mais consistente da utilização da treonina.

O melhor desempenho das aves em relação à maior suplementação de treonina nas

rações pode ser explicado pelas alterações histológicas encontradas nas vilosidades

intestinais nas codornas, ocorrendo um re-arranjamento da mucosa, que demonstra a

necessidade fisiológica de ampliar a superfície absortiva do intestino delgado em

relação a um determinado nutriente (Aptekmann et al., 2001).

Fatos que corroboram com os resultados de Gomide-Júnior et al. (2004), nos quais

demonstraram que a mucosa intestinal responde a agentes exógenos por meio de

modificações morfológicas na altura e número das vilosidades intestinais, profundidade

de criptas intestinais, proliferação celular e número de células mortas por perda epitelial.

Em relação à maior positividade à colocação de PAS no epitélio intestinal com o

aumento da treonina nas rações, demonstra que as células caliciformes do epitélio

intestinal produziram maior quantidade de muco, além de estarem em maior número.

Essa característica permite que o bolo alimentar passe pelo intestino com maior

facilidade evitando constipações e protegendo a mucosa intestinal de danos causados

pelo jejum ou agentes patogênicos (Gomide-Júnior et al., 2004). Sendo assim, o

aumento do nível de treonina na ração também pode proporcionar efeitos positivos para

a saúde animal.

O aumento da produção de ovos em decorrência do aumento dos níveis de

treonina na ração também pode ser explicado pela ocorrência de alterações na fisiologia

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da deposição energética hepática. Pois, os resultados indicam que nos animais que

receberam ração com maiores níveis de treonina não há depósito energético, sendo a

energia, em sua maior porcentagem, destinada primariamente para a produção de ovos.

Com base nos resultados sobre as glândulas tubulares do magno, que se

apresentaram em maior número e em estágio funcional mais ativo, podemos dizer que

essas características permitem que a produção dos ovos seja feita em um período de

tempo menor, aumentando assim a produção, peso, massa, conversão em massa e dúzia

de ovos. Tais características como o aumento de produção de muco no epitélio do

magno e uma maior quantidade de dobras secundárias do útero, permitem a formação da

casca em um menor tempo, aumentando assim, a produção de ovos, visto que o ovo em

formação fica no útero por tempo variável para a deposição de carbonato de cálcio

(King & McLelland, 1979), sendo esta acelerada pelo aumento da superfície interna do

órgão.

Em relação à esteatose com o aumento da treonina nas rações, estudos

demonstram que a suplementação da dieta com metionina também induz o aumento da

gordura hepática (Bunchasak & Silapasorn, 2005). Este aumento da esteatose hepática

pode ter sido causado pela maior síntese de estrogênio no ovário para dar suporte a

maior produção de ovos (Bunchasak & Silapasorn, 2005.

Em relação aos pequenos depósitos de colágeno parenquimal observados no

fígado das aves que receberam rações com relações treonina: lisina de 82 e de 86%, vale

ressaltar que, embora tenha sido pequena quantidade, este efeito denota processo

fibrótico resultante de processos contínuos de regeneração hepatocitária (Fausto et al.,

2003). Entretanto a vida produtiva média de uma codorna é de aproximadamente 360

dias, sendo assim, tais alterações metabólicas não geram perdas produtivas, qualitativas

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e por conseqüência, econômicas. Em adição, o grupo que apresentou mais

evidentemente essas alterações hepáticas, foi o grupo na qual a relação era de 86%,

grupo esse, na qual a alta relação treonina: lisina na dieta não se traduziu nos melhores

índices zootécnicos.

Experimento 2– Níveis crescentes de treonina, relação constante

O NRC (1994) recomenda que as rações de codornas japonesas em postura devem

ter 0,74% de treonina enquanto que o INRA (1999) e Silva & Costa (2009)

recomendam 0,58 e 0,79% de treonina, respectivamente. Os resultados desse estudo

mostram que as relações aminoácidos: lisina é de fundamental importância para o

melhor desempenho das aves, contudo, essa afirmativa só será efetivamente verdadeira

se a ração atenda aos níveis mínimos requeridos pelas aves, independente da relação, de

tal forma que o ideal seria o intercepto entre o nível e a relação.

Os dados apresentados neste estudo corroboram com os apresentados por Sá et al.

(2007), pois quando estavam avaliando níveis de treonina em rações de poedeiras leves

não perceberam uma influência significativa sobre o peso dos ovos, mas houve uma

melhora na massa de ovo quando a treonina teve um aumento na ração, em virtude

principalmente de uma melhora na produção diária de ovos. Dessa forma, tal qual

apresentado por Sá et al. (2007), pode inferir que os efeitos benéficos gerados nas

galinhas poedeiras leves são semelhantes nas codornas japonesas em postura com a

suplementação de treonina nas rações, se confirmando ainda em trabalhos publicados

por Lima et al. (2009a) quando avaliaram relações crescentes de treonina digestível:

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lisina digestível e recentemente por Lima et al. (2011), quando avaliaram a treonina

digestível em relação à lisina sob relação constante com poedeiras leves em postura.

Com base na avaliação da qualidade interna e externa dos ovos, Lima et al.

(2009b) também não verificaram influências da treonina sobre a qualidade interna e

externa dos ovos de poedeiras leves, enquanto que Teixeira et al. (2005) obtiveram uma

variação na qualidade externa dos ovos de poedeiras leves, especificamente na

gravidade específica.

A não influência nos órgãos do sistema digestório demonstra que mesmo

alterando os níveis de treonina e dos demais aminoácidos, mas mantendo a relação

aminoácidos: lisina, tais estruturas não são alteradas.

Com base no estudo histológico do útero das codornas japonesas em postura, os

resultados apresentados nesse estudo podem indicar que apesar de mantida a relação

treonina: lisina de 78%, quantidades de treonina e dos demais aminoácidos na ração de

codornas japonesas em postura pode levar a uma produção de casca menos eficiente

podendo influenciar diretamente da sua qualidade, muito embora, essa alteração na

qualidade não tenha sido observada estatisticamente, pelo menos no que concernem as

variáveis avaliadas.

O aumento no peso do fígado pode ser explicado pelo maior depósito de gordura

no órgão, sendo esse depósito lipídico causado pelo efeito da alta síntese de estrogênio

pelo ovário para suportar a maior produção de ovos entre os tratamentos avaliados.

Outro efeito que pode justificar a maior produção de ovos apresentada pelas

codornas alimentadas com a ração do tratamento 3 é a pouca positividade do fígado ao

corante PAS, o que indica pouco depósito de glicogênio hepático, o que pode indicar

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uma maior destinação dessa fonte de energia para outros órgãos, no caso para o sistema

reprodutor o que elevaria a capacidade de produção de ovos.

É importante mencionar que apesar do aumento da esteatose hepática não

houve depósitos de colágeno parenquimal hepático nas aves do tratamento 3, o que

denotaria processo fibrótico resultante de processos contínuos de regeneração

hepatocitária (Fausto et al., 2003).

Sendo assim, os animais do tratamento 3 possuem características histológicas

que tendem a proporcionar índices zootécnicos de maior eficiência em relação aos

demais tratamentos, sendo essa afirmativa baseada nas avaliações histológicas e

validadas pelos resultados observados nos dados de desempenho zootécnico das

codornas japonesas.

CONCLUSÃO

A exigência de treonina para codornas japonesas em postura é de 0,780 e 0,793%

ou 161 e 200 mg/ave/dia, com relação variável e constante em 78%, respectivamente.

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CAPÍTULO 3

Exigência de Triptofano Digestível de Poedeiras Leves em Postura

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Exigência de Triptofano Digestível de Poedeiras Leves em Postura

RESUMO – Este estudo teve como objetivo determinar a exigência de

triptofano digestível para poedeiras leves alimentadas com rações com níveis crescentes

de triptofano sob relação variável e constante. Foram desenvolvidos dois experimentos

seqüenciais, o primeiro com rações que continham níveis crescentes de triptofano

digestível, alterando-se a relação triptofano digestível: lisina digestível e, com base nos

resultados, realizou-se um segundo experimento, com o objetivo de determinar a

exigência de triptofano digestível com relação aminoácidos: lisina constante. No

experimento 1, os tratamentos consistiram em uma ração basal, formulada à base de

milho e farelo de soja, suplementada com os aminoácidos sintéticos L-Lisina, DL-

Metionina, L-Treonina, L-Isoleucina e L-Valina de forma a atender as exigências

nutricionais para poedeiras, exceto para triptofano digestível. A dieta basal foi

suplementada com 0,00; 0,017; 0,035; 0,052 e 0,069% de L-Triptofano em substituição

ao amido de milho com o objetivo de alcançar os níveis de 0,151; 0,167; 0,183; 0,199 e

0,215% de triptofano digestível na ração. No experimento 2, os tratamentos consistiram

em uma ração formulada à base de milho e farelo de soja, suplementada com os

aminoácidos L-Lisina, DL-Metionina, L-Triptofano, L-Isoleucina e L-Valina de forma a

atender as exigências nutricionais para poedeiras leves em postura. As relações

aminoácidos: lisina digestível foram 91, 66, 90, 83 e 24,5%, para metionina+cistina,

treonina, valina, isoleucina e triptofano digestíveis, respectivamente. Foram avaliados

dados de desempenho e qualidade dos ovos produzidos, além da histologia do aparelho

reprodutor e digestório. Com base nesses resultados, determinou-se que a exigência de

triptofano digestível para poedeiras leves em postura é de 0,195 e 0,214% ou 205 e 219

mg/ave/dia, com relação crescente e constante em 24,5%, respectivamente.

Palavras-chave: aminoácido, desempenho, histologia

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Digestible Tryptophan Requirement to Light Layers

ABSTRACT – This study aimed to determine the tryptophan requirement of

digestible for laying hens fed diets with increasing levels of tryptophan under variable

and constant ratios. We developed two sequential experiments, the first diets containing

increasing levels of digestible tryptophan, altering the digestible tryptophan: lysine

ratio, and based on the results, we performed a second experiment, in order to determine

the requirement digestible tryptophan related amino acids: lysine constant. In the first

experiment, treatments consisted of a basal diet formulated with corn and soybean meal

supplemented with amino acids L-Lysine, DL-Methionine, L-Threonine, L-Isoleucine

and L-Valine to meet the nutritional requirements for laying hens, except for digestible

tryptophan. The basal diet is supplemented with 0.00, 0.017, 0.035, 0.052 and 0.069%

L-Tryptophan to replace cornstarch in order to achieve the levels of 0.151, 0.167, 0.183,

0.199 and 0.215% of digestible tryptophan. In the second experiment, treatments

consisted of a diet formulated with corn and soybean meal, supplemented with

industrial amino acids L-Lysine, DL-Methionine, L-Tryptophan, L-Isoleucine and L-

Valine in a to meet the nutritional requirements for laying hens. Amino acids: lysine

ratios were: 91, 66, 90, 83 and 24.5% for methionine + cystine, threonine, valine,

isoleucine and tryptophan digestible, respectively. We evaluated performance data and

quality of eggs produced, and the histology of the reproductive and digestive systems.

Based on these results, it was determined that the tryptophan requirement of digestible

for laying hens on egg-laying is 0.195 and 0.214% or 205 and 219 mg/bird/day,

compared with an increasing trend at 24.5%, respectively.

Key – words: amino acid, histology, performance

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INTRODUÇÃO

O triptofano desempenha vários papéis no metabolismo das aves, como

precursor da niacina e serotonina. Pelo fato de ser importante no sistema imunológico e

ter nos seus metabólicos os principais produtos envolvidos na regulação do consumo e

do estresse, é fundamental o estabelecimento do nível correto deste aminoácido nas

rações. A suplementação de L-Triptofano contribui para uma melhor utilização dos

outros aminoácidos e da ração em geral. O L-Triptofano 98% é produzido por

fermentação de matéria-prima de origem agrícola, como o melaço de beterraba ou o

hidrolisado de amido. Consiste em cristais branco a amarelo claro com 98% de

triptofano e 100% de digestibilidade (AJINOMOTO, 2010).

Segundo alguns autores, como Peganova et al. (2003) e Deponti et al. (2007), o

triptofano é considerado como o terceiro aminoácido limitante nas rações de galinhas

poedeiras à base de milho e farelo de soja. Além disso, o triptofano é precursor da

síntese de serotonina e melatonina, o que, sem dúvida alguma facilita em muito o

manejo diário das aves e, de certa forma, contribui para uma produção de ovos mais

eficiente, haja vista o número de ovos com avarias que é reduzido nestas situações. Sua

deficiência provoca uma redução no consumo de ração (Peganova & Eder, 2002) e sua

exigência pode ser influenciada por aminoácidos neutros de cadeia longa presentes nas

dietas de poedeiras, como a isoleucina, valina, leucina, fenilalanina, tirosina, metionina

e histidina, e ainda mais pela proteína da dieta.

Diferente das recomendações de lisina, o triptofano é mais avaliado com base na

relação com a lisina, ou seja, além dos níveis individuais do aminoácido, a relação com

a lisina passa a ser, atualmente um dos maiores aliados dos pesquisadores em

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determinar o melhor nível do aminoácido. Assim, para a fase de postura, as

recomendações são as mais diversas. Como forma de exemplo o NRC. (1994), o CVB

(1996), Coon & Zhang. (1999), Rostagno et al. (2000), Rostagno et al. (2005), Rostagno

et al. (2011), Leeson & Summers. (2005) e Brengendahl (2008) recomendam que as

dietas desta aves, sejam elas leves ou semipesadas, tenham uma relação triptofano

digestível: lisina digestível em 23, 19, 20, 25, 23, 23, 21 e 22, respectivamente.

Assim, este estudo teve como objetivo determinar a exigência de triptofano

digestível para poedeiras leves alimentadas com rações com níveis crescentes de

triptofano sob relação variável e constante.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado no Módulo de Pesquisas com Aves do CCA/UFPB,

Areia/PB. A cidade de Areia está inserida na microrregião do Brejo Paraibano (6º 58’

12’’ de latitude Sul e 35º 42’ 15’’ de longitude Oeste), com altitude média de 619 m

(GONDIM e FERNANDES, 1980). De acordo com a classificação de Köppen, o clima

é tropical semi-úmido do tipo As’, isto é, clima quente e úmido que se caracteriza por

apresentar estação chuvosa no período outono-inverno, com precipitação pluviométrica

média anual girando em torno de 1500 mm, temperatura média anual entre 22 a 30ºC e

umidade relativa do ar elevada (75 a 87%). Segundo a classificação bioclimática de

Gäussen, nesta região predomina o bioclima 3 dth (nordestino sub-seco), com período

seco variando de um a três meses no ano (BRASIL, 1972).

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Foram desenvolvidos dois experimentos seqüenciais, o primeiro com rações que

continham níveis crescentes de triptofano digestível, alterando-se a relação triptofano

digestível: lisina digestível e, com base nos resultados, realizou-se um segundo

experimento, com o objetivo de determinar a exigência de triptofano digestível com

relação aminoácidos: lisina constante.

Experimento 1 – Níveis crescentes de triptofano digestível, relação variável

Um total de 280 galinhas poedeiras leves da linhagem Dekalb White com 29

semanas de idade, distribuídas em um delineamento inteiramente ao acaso, com cinco

tratamentos, 14 repetições com 4 aves cada foram utilizadas. O experimento foi dividido

em 5 fases de 28 dias cada, totalizando 140 dias de avaliação. Os tratamentos

consistiram em uma ração basal, formulada à base de milho e farelo de soja,

suplementada com os aminoácidos sintéticos L-Lisina, DL-Metionina, L-Treonina, L-

Isoleucina e L-Valina de forma a atender as exigências nutricionais para poedeiras,

exceto para triptofano digestível. A dieta basal foi suplementada com 0,00; 0,017;

0,035; 0,052 e 0,069% de L-Triptofano em substituição ao amido de milho com o

objetivo de alcançar os níveis de 0,151; 0,167; 0,183; 0,199 e 0,215% de triptofano

digestível na ração (Tabela 17).

As relações aminoácidos: lisina (em aminoácidos digestíveis) atenderam as

recomendações de Rostagno et al. (2005), exceto as triptofano digestível: lisina

digestível, que foi de 19, 21, 23, 25 e 27 para cada tratamento. O carbonato de potássio

foi acrescido na ração para atender os níveis de potássio exigidos, em função da redução

da quantidade de farelo de soja, que foi limitada pela necessidade de se causar a

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deficiência de triptofano na dieta basal. O L - Ácido Glutâmico foi utilizado para tornar

as dietas isoprotéicas. O nível dietético do óleo de soja e do inerte foi equilibrado em

substituição ao L - Ácido Glutâmico que foi reduzido com o aumento dos níveis de L-

Triptofano nas rações experimentais, de forma a tornar as dietas, além de isoprotéicas,

isoenergéticas.

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86

Tabela 17. Composição alimentar e química das rações experimentais

Ingredientes Triptofano digestível

0,151 0,167 0,183 0,199 0,215

Milho 66,176 66,176 66,176 66,176 66,176

Farelo de soja 17,921 17,921 17,921 17,921 17,921

Calcário 9,270 9,270 9,270 9,270 9,270

Fosfato bicálcico 1,542 1,542 1,542 1,542 1,542

Sal 0,488 0,488 0,488 0,488 0,488

L-Lisina 0,240 0,240 0,240 0,240 0,204

DL-Metionina 0,263 0,263 0,263 0,263 0,263

L-Treonina 0,036 0,036 0,036 0,036 0,036

L-Isoleucina 0,109 0,109 0,109 0,109 0,109

L-Valina 0,082 0,082 0,082 0,082 0,082

Carbonato de K 0,099 0,099 0,099 0,099 0,099

Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Mineral e Vitamínico1

0,100 0,100 0,100 0,100 0,100

Óleo de soja 3,500 3,498 3,495 3,493 3,490

Inerte2 0,000 0,011 0,022 0,033 0,044

L - Ácido Glutâmico 0,103 0,077 0,052 0,026 0,000

L-Triptofano 0,000 0,017 0,035 0,052 0,069

Antioxidante 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001

Total

100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Composição calculada

Proteína Bruta, %

15,73 15,73 15,73 15,73 15,73

Cálcio, %

4,02 4,02 4,02 4,02 4,02

Fósforo disponível, %

0,375 0,375 0,375 0,375 0,375

Energia Metabolizável,

kcal/kg

2900 2900 2900 2900 2900

Isoleucina digestível, %

0,661 0,661 0,661 0,661 0,661

Lisina digestível, %

0,796 0,796 0,796 0,796 0,796

Metionina + Cistina

digestível, %

0,724 0,724 0,724 0,724 0,724

Treonina digestível, %

0,525 0,525 0,525 0,525 0,525

Triptofano digestível, %

0,151 0,167 0,183 0,199 0,215

Valina digestível, %

0,716 0,716 0,716 0,716 0,716

Sódio %

0,225 0,225 0,225 0,225 0,225

Cloro, %

0,354 0,354 0,354 0,354 0,354

Potássio, %

0,580 0,580 0,580 0,580 0,580

Triptofano: Lisina

19 21 23 25 27 1Premix mineral por kg de ração: Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co, 2 g; I, 1 g;

e veículo q.s.p., 500 g. Premix vitamínico (Concentração/kg): Vit. A - 15.000.000 Ul,

Vit. D3 - 1.500.000 Ul, Vit. E - 15.000 Ul, Vit.B1 - 2,0 g, it.B2-4,0 g, Vit B6 - 3,0 g,

Vit.B12 - 0,015 g, Ácido nicotínico - 25 g, Ácido pantotênico- 10 g, Vit.K3 - 3,0 g,

Ácido fólico- 1,0 g, Selênio - 250 mg, e veículo. q.s.p. - 1.000 g. 3 Etoxiquim – 10g, e

veículo q.s.p. – 1.000g. 2Areia lavada

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Experimento 2 – Níveis crescentes de triptofano digestível, relação constante

Foram utilizadas 280 poedeiras leves da linhagem Dekalb White com 29

semanas de idade, distribuídas em um delineamento experimental inteiramente

casualizado, com 5 tratamentos, 14 repetições e 4 aves por unidade experimental. . O

experimento foi dividido em 5 fases de 28 dias cada, totalizando 140 dias de avaliação

Os tratamentos consistiram em uma ração formulada à base de milho e farelo de

soja, suplementada com os aminoácidos industriais L-Lisina, DL-Metionina, L-

Triptofano, L-Isoleucina e L-Valina de forma a atender as exigências nutricionais para

poedeiras leves em postura. As rações tinham a mesma relação aminoácidos: lisina de

acordo com as recomendações sugeridas por Rostagno et al. (2005), exceto a triptofano

digestível: lisina digestível que foi mantida constante em 24,5%. As relações

aminoácidos: lisina digestível foram 91, 66, 90, 83 e 24,5%, para metionina+cistina,

treonina, valina, isoleucina e triptofano digestíveis, respectivamente, conforme

apresentadas na Tabela 18.

Variáveis avaliadas

As variáveis avaliadas foram: consumo de ração (g/ave/dia), produção (%), peso

(g), massa de ovo (g/ave/dia), conversão por massa (kg/kg) e por dúzia de ovo (kg/dz),

peso (g) e porcentagem (%) de gema, de albúmen e de casca, espessura da casca (mm),

unidade Haugh, gravidade específica.

O período de avaliação da produção de ovos foi dividido em cinco períodos de

28 dias cada. Ao final de cada período foram coletadas as sobras das rações de cada

parcela para o cálculo do consumo de ração. A coleta dos ovos foi realizada duas vezes

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ao dia (10:00 e 16:00 h), sendo anotados em ficha de freqüência de postura e a

mortalidade.

Tabela 18. Composição alimentar e química das rações experimentais

Ingredientes Triptofano digestível

0,165 0,180 0,195 0,210 0,225

Milho

69,6969 67,4278 63,1272 62,8903 62,6552

Farelo de soja

16,5488 18,3897 22,0352 22,0714 22,1074

Calcário

9,3126 9,3080 9,2994 9,2989 9,2984

Óleo de soja

1,7106 2,0273 2,7357 2,6612 2,5872

Fosfato bicálcico

1,5661 1,5575 1,5396 1,5403 1,5410

Sal

0,5234 0,5236 0,5238 0,5239 0,5240

DL-Metionina

0,2070 0,2483 0,2747 0,3310 0,3854

L-Lisina

0,1136 0,1300 0,1032 0,1627 0,2223

Colina

0,0700 0,0700 0,0700 0,0700 0,0700

L-Isoleucina

0,0633 0,0831 0,0726 0,1225 0,1724

Vitamina e Mineral1

0,100 0,100 0,100 0,100 0,100

L-Valina

0,0463 0,0723 0,0691 0,1241 0,1791

L-Triptofano

0,0298 0,0355 0,0312 0,0461 0,0611

Antioxidante

0,0100 0,0100 0,0100 0,0100 0,0100

L-Treonina 0,0016 0,0169 0,0083 0,0474 0,0865

Total

100,000 100,000 100,000 100,000 100,000

Composição calculada

Proteína Bruta, %

14,2039 14,9442 16,2117 16,4241 16,6353

Cálcio, %

4,0200 4,0200 4,0200 4,0200 4,0200

Fósforo Disponível, %

0,3750 0,3750 0,3750 0,3750 0,3750

Energia Metabolizável,

kcal/kg

2900 2900 2900 2900 2900

Isoleucina digestível, %

0,5610 0,6110 0,6610 0,7110 0,7610

Lisina digestível, %

0,6760 0,7360 0,7960 0,8560 0,9160

Metionina + Cistina

digestível, %

0,6150 0,6700 0,7240 0,7800 0,8340

Treonina digestível, %

0,4470 0,4860 0,5250 0,5640 0,6030

Triptofano digestível, %

0,1650 0,1800 0,1950 0,2100 0,2250

Valina digestível, %

0,6080 0,6620 0,7160 0,7700 0,8240

Sódio, %

0,2250 0,2250 0,2250 0,2250 0,2250

Cloro, %

0,3550 0,3549 0,3548 0,3548 0,3547

Potássio, %

0,5800 0,5800 0,5800 0,5800 0,5800 1Premix mineral por kg de ração: Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co, 2 g; I, 1 g;

e veículo q.s.p., 500 g. Premix vitamínico (Concentração/kg): Vit. A - 15.000.000 Ul,

Vit. D3 - 1.500.000 Ul, Vit. E - 15.000 Ul, Vit.B1 - 2,0 g, it.B2-4,0 g, Vit B6 - 3,0 g,

Vit.B12 - 0,015 g, Ácido nicotínico - 25 g, Ácido pantotênico- 10 g, Vit.K3 - 3,0 g,

Ácido fólico- 1,0 g, Selênio - 250 mg, e veículo. q.s.p. - 1.000 g. 3 Etoxiquim – 10g, e

veículo q.s.p. – 1.000g.

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A produção dos ovos em porcentagem foi calculada dividindo-se a quantidade

de ovos totalizados por parcela pelo número de aves, corrigindo pela mortalidade. Os

ovos dos últimos três dias de cada período foram pesados individualmente para a

obtenção do peso médio dos ovos. Os cálculos da massa de ovo foram realizados pelo

produto da produção de ovos e do peso médio dos ovos por parcela. A conversão

alimentar por massa de ovo foi calculada através da relação entre o consumo de ração e

massa de ovo produzida. A conversão por dúzia de ovos foi calculada pela relação entre

o consumo de ração dividida pela produção, sendo esse resultado multiplicado por doze.

Ao final de cada período, foram selecionados quatro ovos por parcela para

determinação do peso e porcentagem de gema, de albúmen e de casca, após separação

manual destes componentes, onde as cascas foram colocadas em estufa a 105°C por

quatro horas. A porcentagem de cada um dos componentes do ovo foi obtida dividindo-

se o peso do componente pelo peso do ovo, em seguida, multiplicando o resultado por

100. A espessura da casca foi medida com o auxílio de um micrômetro digital com

precisão de 0,1 mm em três pontos na linha mediana do ovo, com os quais foi calculada

a média aritmética.

A cada final de período experimental foram selecionadas amostras

representativas de dois ovos por parcela onde foram feitas imersões dos ovos em

diferentes soluções salinas com os devidos ajustes para um volume de 25 litros de água

com densidades que variavam de 1,060 a 1,100 com intervalo de 0,0025 g/cm3. Os

ovos eram colocados nos baldes com as soluções, da menor para a maior densidade e

eram retirados ao flutuarem, sendo anotados os valores respectivos das densidades

correspondentes às soluções dos recipientes. Antes de cada avaliação, as densidades

eram conferidas com densímetro de petróleo.

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90

Nas análises histológicas, a coleta do material foi realizada através de

fragmentos do sistema digestório (duodeno e fígado) e reprodutor (magno e útero) de 10

animais por tratamento. Os fragmentos foram imersos em fixador metacarn (60%

metanol, 30% clorofórmio e 10% ácido acético) por 12 horas, sendo transferidos em

seguida para álcool 70%.

Para a microscopia óptica foi feita a inclusão dos fragmentos em paraplast.

Foram realizados cortes seriados dos fragmentos com 5 µm de espessura. As seguintes

colorações histológicas foram realizadas para a descrição histológica: hematoxilina e

eosina, periodic acid Schiff (PAS) e tricômio de Masson. As fotomicrografias foram

capturadas com o auxílio de microcâmera acoplada ao microscópio Olympus BX-51 e

as imagens digitalizadas no software KS 400.3 (Zeiss).

Os resultados foram submetidos as analises de variância e regressão utilizando-

se o programa SAEG (Universidade Federal de Viçosa, 2000).

RESULTADOS

Experimento 1 – Níveis crescentes de triptofano digestível, relação variável

A variação dos níveis de triptofano digestível influenciou o desempenho das

galinhas poedeiras leves, para todas as variáveis avaliadas, exceto para o consumo de

ração (Tabela 19), apresentando efeito significativo, com comportamento quadrático

(P<0,01).

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Tabela 19. Consumo de ração (CR, g), produção (PR, %), peso (PO, g), massa (MO, g),

conversão em massa (CMO, g/g) e em dúzia de ovos (CDZ, g/g) em função

das relações triptofano: lisina digestíveis

Trp digestível, % CR PR PO MO CMO CDZ

0,151 (19) 104,19 92,6 60,9 56,3 1,86 1,35

0,167 (21) 104,58 94,44 62,71 59,2 1,77 1,33

0,183 (23) 104,85 96,36 63,2 60,9 1,72 1,31

0,199 (25) 106,11 96,95 63,63 61,69 1,72 1,31

0,215 (27) 105,33 94,64 62,64 59,25 1,78 1,34

Média 105,012 94,998 62,616 59,468 1,77 1,328

Valor de P

Linear 0,144 0,074 0,067 0,081 0,091 0,082

Quadrático 0,214 0,046 0,002 0,021 0,022 0,003

C.V.(%) 2,58 2,65 5,22 5,33 5,35 3,58

SEM 0,0885 0,2058 0,1243 0,2474 0,0069 0,0021

A produção de ovos apresentou um melhor índice com uma relação triptofano

digestível: lisina digestível em 23,98%. Já o peso, massa, conversão em massa e em

dúzia de ovos, tiveram recomendações semelhantes, ou seja, 24,07; 24,11; 24,58 e

25,25, respectivamente.

Tabela 20. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelas

relações triptofano: lisina digestíveis

Variável Equação Polinomial R2 Trp: Lys, %

Produção de ovos Ŷ= -0,172x2 + 8,250x - 2,297 0,93 23,98

Peso dos ovos Ŷ= -0,101x2 + 4,863x + 4,973 0,98 24,07

Massa de ovos Ŷ= -0,206x2 + 9,933x - 57,94 0,97 24,11

Conversão em massa de ovos Ŷ= 0,006x2 - 0,295x + 5,223 0,99 24,58

Conversão em dúzia de ovos Ŷ= 0,002x2 - 0,101x + 2,509 0,95 25,25

Com exceção da gravidade específica, os níveis de triptofano das rações

influenciaram (P<0,05), os pesos absolutos do albúmen, casca e gema, e os pesos

relativos da casca e gema. Embora os dados brutos sejam reais, os pesos relativos

parecem ter maior representatividade na avaliação, devido especialmente, aos melhores

coeficientes de variação obtidos, conforme Tabela 21.

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Tabela 21. Gravidade específica (GE, g/cm3), pesos absolutos e relativos do albúmen

(Alb, g; PAlbúmen, %), casca (Casca, g; PCasca, %) e gema (Gema, g;

PGema, %) dos ovos em função das relações triptofano: lisina digestíveis

Trp

digestível,

%

GE Alb Casca Gema PAlbúmen PCasca PGema

0,151 (19) 1,087 36,00 7,21 13,36 63,81 10,73 19,74

0,167 (21) 1,086 36,73 7,69 14,27 64,10 11,19 20,43

0,183 (23) 1,086 36,56 7,89 15,14 65,35 11,28 21,41

0,199 (25) 1,079 37,03 8,30 16,21 66,56 11,31 22,12

0,215 (27) 1,086 36,39 7,63 14,07 64,99 11,11 20,52

Média 1,0848 36,542 7,744 14,61 64,962 11,124 20,844

Valor de P

Linear 0,321 0,078 0,062 0,099 0,059 0,077 0,129

Quadrático 0,432 0,032 0,038 0,021 0,081 0,032 0,043

C.V.(%) 0,68 4,71 13,14 12,77 7,15 8,71 8,54

SEM 0,0004 0,0459 0,0475 0,1311 0,1306 0,0279 0,1109

As variáveis apresentadas na Tabela 21 com efeito significativo tiveram um

comportamento quadrático, de modo que na Tabela 22, são apresentadas as equações

polinomiais e os respectivos dados para os pesos absolutos do albúmen, casca e gema, e

pesos relativos da casca e gema, o que representa níveis de 0,192, 0,193, 0,190, 0,196,

0,192% de triptofano digestível, respectivamente.

Tabela 22. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelas

relações triptofano: lisina digestíveis

Variável Equação Polinomial R2 Trp: Lys, %

Peso do albúmen, g Ŷ= -0,037x2 + 1,786x + 15,67 0,73 24,13

Peso da casca, g Ŷ = -0,037x2 + 1,793x - 13,40 0,83 24,23

Peso da gema, g Ŷ= -0,105x2 + 5,013x - 44,12 0,75 23,87

Peso da casca, % Ŷ = -0,024x2 + 1,182x - 2,781 0,98 24,63

Peso da gema, % Ŷ = -0,086x2 + 4,144x - 27,98 0,80 24,09

Histologicamente foi verificado nas poedeiras alterações em alguns órgãos dos

sistemas reprodutor e digestório em decorrência das rações contendo maior nível de

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triptofano digestível, especialmente naquelas com níveis acima de 0,183% de triptofano

digestível. As vilosidades intestinais das poedeiras alimentadas com rações com níveis

acima de 0,183% de triptofano digestível se apresentaram mais largas e possuíam mais

ramificações (Figura 9A, B). Não foi observado alteração na quantidade nem na

produção de células caliciformes intestinais. As dobras do magno, nesses mesmos

tratamentos, se apresentaram mais ramificadas e com glândulas mais ativas (Figura 9C,

D). O epitélio dessas dobras mostrou uma maior produção de muco (Figura 9E, F). O

útero das poedeiras nesses tratamentos apresentou mais dobras secundárias (Figura 9I,

J) e o epitélio apresentou hiperplasia (Figura 9G, H).

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Figura 9. Fotomicrografia de órgãos do sistema digestório e reprodutor de poedeiras

submetidas à rações com diferentes níveis de triptofano digestível. A)

Intestino de poedeira alimentada com ração contendo 0,151% de triptofano

digestível. B) Intestino de poedeira alimentada com ração contendo níveis

maiores que 0,183% de triptofano digestível. C) Magno de poedeira

alimentada com ração contendo 0,151% de triptofano digestível. D) Magno

de poedeira alimentada com ração contendo níveis maiores que 0,183% de

triptofano digestível. E) Magno de poedeira alimentada com ração contendo

0,151% de triptofano digestível. F) Magno de poedeira alimentada com

ração contendo níveis maiores que 0,183% de triptofano digestível. G)

Epitélio do útero de poedeira alimentada com ração contendo 0,151% de

triptofano digestível. H) Epitélio do útero de poedeira alimentada com ração

contendo níveis maiores que 0,183% de triptofano digestível. I) Dobras do

útero de poedeira alimentada com ração contendo 0,151% de triptofano

digestível. J) Dobras do útero de poedeira alimentada com ração contendo

níveis maiores que 0,183% de triptofano digestível. A, B, C, D, G e H:

Hematoxilina-eosina. E e F: Periodic acid Schiff. I e J: Tricômio de Masson.

Barra: G e H- 50 µm; A, B, E e F- 100 µm; C, D, I e J- 500 µm.

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Com o aumento do nível de triptofano digestível nas rações houve também um

aumento da esteatose hepática (Figura 10A, B). No tratamento em que as aves foram

submetidas à ração com 0,215% de triptofano digestível, ou relação de 27%, fica

evidente a esteatose hepática (Figura 10B, D). Nas aves alimentadas com o maior nível

de triptofano na ração também foi encontrado pequena quantidade de colágeno

parenquimal (Figura 10D). Esse colágeno parenquimal não é encontrado nas aves

alimentadas com menor nível de triptofano digestível, ou seja, com 0,151 e 0,167% de

triptofano digestível, o que corresponde a uma relação triptofano: lisina digestíveis de

19 e 21%, respectivamente (Figura 10C). No fígado das poedeiras alimentadas com

0,215% de triptofano digestível, relação de 27% com a lisina, houve uma maior

positividade para a coloração histológica PAS (Periodic Acid Schiff), denotando maior

depósito de glicogênio (Figura 10E, F).

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Figura 10. Fotomicrografia do fígado de poedeiras alimentadas com rações contendo

níveis crescentes de triptofano digestível. A, C, E) fígado de poedeiras

alimentadas com 0,151% de triptofano digestível. B, D e F) fígado de

poedeiras alimentadas com 0,215% de triptofano digestível.. A, B)

Hematoxilina-eosina. C, D) Tricômio de Masson. E, F) PAS. Barra: 100

µm.

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É possível observar que o fígado das aves alimentadas com 0,215% de triptofano

digestível apresentou hepatócitos com vacúolos lipídicos citoplasmáticos, indicativo de

esteatose (B e D). Nesse grupo também houve o depósito de colágeno parenquimal,

representado pela coloração azulada da coloração de Tricômio de Masson (D) e

acúmulo de glicogênio hepático representado pela coloração rosa escuro na coloração

de Periodic Acid Schiff (PAS) (F).

Experimento 2 – Níveis crescentes de triptofano digestível, relação constante

A variação dos níveis de triptofano digestível mantendo-se a relação

aminoácidos: lisina constante influenciou o desempenho das galinhas poedeiras leves,

conforme apresentado na Tabela 23. O consumo de ração não foi modificado

estatisticamente (P>0,05), contudo os demais itens avaliados e apresentados na Tabela

24 apresentaram efeito significativo, com comportamento quadrático (P<0,05 e P<0,01).

Tabela 23. Consumo de ração (CR, g), produção (PR, %), peso (PO, g), massa (MO, g),

conversão em massa (CMO, g/g) e em dúzia de ovos (CDZ, g/g) em função

dos níveis de triptofano digestível

Trp:Lys Trp, % CR PR PO MO CMO CDZ

24,5

0,165 101,331 88,74 62,354 55,352 1,822 1,378

0,180 103,984 94,983 63,363 59,501 1,781 1,338

0,195 103,397 96,057 65,407 63,474 1,625 1,302

0,210 102,299 96,875 65,314 63,371 1,602 1,262

0,225 102,453 95,833 65,431 62,578 1,631 1,28

Média

102,6928 94,4976 64,3738 60,8552 1,6922 1,312

Valor de P

Linear

0,175 0,087 0,069 0,103 0,071 0,049

Quadrático

0,202 0,034 0,032 0,003 0,043 0,038

C.V.(%)

2,471 3,532 3,744 6,049 6,449 4,416

SEM

0,122914 0,393031 0,170822 0,415221 0,01212 0,00556

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Após as derivações das equações polinomiais obtidas pelos efeitos das variáveis,

foi obtida as devidas recomendações, ou seja, o ponto de máximo ou de mínino,

considerando a variável avaliada. A produção de ovos, o peso , a massa, a conversão em

massa e a conversão em dúzia de ovos, com base em suas equações, determinaram

como os melhores níveis de triptofano digestível em 0,206, 0,217, 0,209, 0,217 e

0,220%, respectivamente.

Na Tabela 24, são apresentadas as equações polinomiais dos efeitos

significativos apresentados anteriormente na Tabela 23.

Tabela 24. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelos

níveis de triptofano digestível

Variável Equação Polinomial R2 Trp, %

Produção de ovos Ŷ = -4706,1x2 + 1942,6x - 103,24 0,96 0,206

Peso dos ovos Ŷ = -1245x2 + 539,59x + 7,0567 0,94 0,217

Massa dos ovos Ŷ = -4432,2x2 + 1850,7x - 129,5 0,98 0,209

Conversão em massa de ovos Ŷ = 86,898x2 - 37,636x + 5,6878 0,90 0,217

Conversão em dúzia de ovos Ŷ = 35,992x2 - 15,842x + 3,0161 0,95 0,220

As variáveis que avaliam a qualidade dos ovos não foram influenciadas pelas

rações (Tabela 25), tal qual no experimento com relação variável.

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Tabela 25. Gravidade específica (GE, g/cm3), pesos absolutos e relativos do albúmen

(Alb, g; Palb, %), casca (Casca, g; Pcasca, %) e gema (Gema, g; Pgema, %)

dos ovos em função dos níveis triptofano digestível

Trip:Lis Trp, % GE Albúmen Gema Casca PAlb PGema PCasca

24,5

0,165 1,0868 38,051 16,637 8,598 60,033 28,531 13,645

0,180 1,0878 38,735 16,953 8,662 60,167 28,47 13,499

0,195 1,0865 39,38 17,252 8,701 60,257 28,433 13,322

0,210 1,0862 39,641 18,291 8,786 59,392 29,673 13,189

0,225 1,0859 39,876 17,812 8,671 60,043 28,915 13,106

Média 1,087 39,137 17,389 8,684 59,978 28,804 13,352

Valor de P

Linear 0,064 0,089 0,072 0,201 0,059 0,204 0,087

Quadrático 0,098 0,182 0,072 0,089 0,069 0,092 0,094

C.V.(%) 0,1979 6,116 6,155 5,749 2,574 4,904 5,906

SEM 0,0001 0,0886 0,0794 0,0082 0,0407 0,0624 0,0264

No estudo histológico verificou-se que todos os tratamentos (0,165, 0,180,

0,195, 0,210 e 0,225% de triptofano na ração) conferiram ao intestino vilosidades

compridas e bem ramificadas, identificadas com auxílio de ponta de seta (Figura 11A).

Os tratamentos também não levaram à lesões renais como demonstra a Figura 11B,

onde podemos identificar, com auxílio de uma seta, os glomérulos renais.

O parênquima hepático também se mostrou normal, com manutenção da

arquitetura hepática, formada por cordões duplos de hepatócitos, também não houve

deposição irregular de glicogênio (Figura 11C). Entretanto, alguns animais do

tratamento com 0,165% de triptofano na ração apresentaram moderada esteatose, onde

podemos identificar, com auxílio de pontas de seta, os vacúolos citoplasmáticos de

lipídeos, entretanto, não foi observada qualquer deposição de colágeno parenquimal

(Figura 11D).

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Figura 11. Fotomicrografias de poedeiras submetidas à rações com níveis crescentes de

triptofano digestível com relação constante. A) Intestino representativo de

poedeiras submetidas à dietas com níveis crescentes de triptofano digestível

com relação constante. Ramificações identificadas por ponta de seta.

Hematoxilina-eosina. Bar: 400 µm. B) Rim representativo de poedeiras

submetidas à dietas com níveis crescentes de triptofano digestível com

relação constante. As setas mostram os glomérulos renais. Periodic acid

Schiff. Bar: 100 µm. C) Fígado representativo de poedeiras submetidas à

dietas com níveis crescentes de triptofano digestível com relação constante..

Periodic acid Schiff. Bar: 200 µm. D) Parênquima hepático de um dos

animais do tratamento com 0,165% de triptofano. Vacúolos citoplasmátivos

lipídicos identificados por pontas de seta. Tricômio de Masson. Bar: 100

µm.

O sistema reprodutor mostrou alterações histológicas nos tratamentos com 0,210

e 0,225% de triptofano, principalmente no grupo com 0,210%. Nesse último grupo, as

dobras do magno se apresentaram com maior quantidade de glândulas ativas (Figura

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12B) quando comparadas às glândulas dos tratamentos com 0,165, 0,180 e 0,195% de

triptofano (Figura 12A).

Figura 12. Fotomicrografias do magno de poedeiras submetidas à dietas com níveis

crescentes de triptofano digestível com relação constante. A) Magno de

poedeira representando os tratamentos de 0,165%, 0,180% e 0,195% de

triptofano. B) Magno de poedeira do tratamento com 0,210% de triptofano.

As pontas de seta mostram as glândulas em regeneração com acúmulo de

albúmen. Tricômio de Masson. Bar: 50 µm.

Nos tratamentos com 0,210% e 0,225% de triptofano digestível na ração também

foram observados dobras uterínicas mais ramificadas e compridas, principalmente no

nível de 0,210% (Figura 13).

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Figura 13. Fotomicrografias do útero de poedeiras submetidas à dietas com níveis

crescentes de triptofano digestível com relação constante. A) Útero de

poedeira representativa dos tratamentos com 0,165, 0,180 e 0,195% de

triptofano digestível. B) Útero de poedeira do tratamento com 0,210% de

triptofano digestível na ração. Tricômio de Masson. Bar: 300 µm.

DISCUSSÃO

Os aminoácidos são estruturas químicas muito similares e, em alguns casos,

disputam pelo mesmo sítio de absorção, gerando o que se chama de antagonismo

aminoacídico. Neste contexto, Peganova & Eder (2003), comentam que o excesso de

isoleucina pode comprometer a passagem de triptofano pela barreira hemato-encefálica,

levando à deficiência deste aminoácido no cérebro, o que poderia influenciar na síntese

ou na liberação de serotonina. Os autores verificaram também que o aumento dos níveis

de triptofano de 0,15 para 0,24% resultou em aumento no consumo de ração, porém sem

efeito sobre os níveis plasmáticos de triptofano ou sobre a massa de ovo produzida.

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Diferentemente do observado por Peganova & Eder (2003), no experimento com

níveis crescentes de triptofano e com relação variável não foi observado efeito sobre o

consumo de ração, contudo, houve, mesmo que numericamente, um maior consumo de

ração nos tratamentos com maior nível desse aminoácido. A diferença entre os

resultados deste com o estudo dos autores supracitados pode advir da manutenção dos

níveis protéicos e energéticos das rações experimentais, variando apenas o triptofano,

enquanto que no trabalho de Peganova & Eder (2003) tais níveis não foram equilibrados

em função da suplementação de L-Triptofano nas rações.

Em uma avaliação do nível ideal de triptofano na ração de poedeiras com 28

semanas de idade, Harms & Russel (2000) utilizaram níveis crescentes (0,12; 0,13;

0,14; 0,15; 0,16; 0,17; 0,18 e 0,20% de triptofano). Em tal estudo, a produção e o peso

dos ovos foram aumentados com o crescimento dos níveis de triptofano. Além disto, as

aves apresentaram nos níveis mais baixos de triptofano (0,12, 0,13 e 0,14%), uma

redução no peso vivo no final do estudo, enquanto que, nos demais tratamentos, com

níveis mais elevados do aminoácido, as aves mantiveram ou chegaram até a ganhar

peso. De acordo com os dados, o triptofano melhorou significativamente o desempenho

das aves avaliadas pelos autores, ao ponto da produção de ovos passar de 66,20 para

92,70% nas aves que consumiram uma ração com 0,12 e 0,17% de triptofano,

respectivamente. Além da produção de ovos, o peso dos ovos teve um aumento

expressivo, passando de 49,70 para 54,80g quando as aves consumiam uma ração com

0,12 e 0,20% de triptofano, respectivamente. Para esta variável, os autores estimaram

através de regressão broken-line uma necessidade dietética de 0,185% de triptofano.

O aumento do triptofano digestível nas rações das aves avaliadas neste estudo

melhoraram a produção e a qualidade dos ovos, conforme também observado por

Harms & Russel (2000). Embora o consumo de ração não tenha sido influenciado e com

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a melhoria na produção e peso dos ovos, as variáveis que são obtidas através dessas,

como as conversões em massa e em dúzia de ovos foram, seqüencialmente, melhoradas.

Já no estudo com a relação aminoácidos:lisina constante, os níveis crescentes dos

aminoácidos melhoraram o desempenho das aves, mas não influenciaram a qualidade

dos ovos, diferentemente do experimento inicial, o que pode ser explicado pela variação

na proteína bruta deste com relação constante, alterando, possivelmente a relação

aminoácidos essenciais: não essenciais.

Deponti et al. (2007) com galinhas poedeiras em postura obtiveram resultados

semelhantes aos encontrados neste estudo. Os autores verificaram que a produção e a

massa de ovos foram negativamente afetadas durante seis semanas, quando poedeiras

receberam dietas com baixos níveis de triptofano (0,13%), sendo o desempenho

recuperado após uma semana de alimentação com ração contendo 0,21% de triptofano.

Nossos resultados também corroboram com os encontrados por Harms & Russell

(2000), quando perceberam um pior desempenho das aves com níveis mais baixos de

triptofano na ração das aves.

Bregendahl et al. (2008) em uma série de experimentos com poedeiras leves de 28

a 34 semanas determinaram que a relação ideal de triptofano digestível: lisina digestível

era de 22, correspondente ao consumo diário de 538 mg de lisina e 120 mg de

triptofano. Nesse estudo, na média das recomendações obtidas no experimento 1, desde

os dados de desempenho e qualidade externa e interna dos ovos, uma relação triptofano

digestível: lisina digestível de 24,5% foi que proporcionou melhores resultados, o que

corresponde a 0,195% de triptofano digestível e um consumo diário de 105 mg/ave. Em

experimento conduzido por Costa et al. (2010), também com poedeiras leves, com

relações triptofano: lisina digestível variando de 19 a 27% demonstrou-se uma resposta

quadrática para todas as variáveis avaliadas, exceto consumo de ração, logo os autores

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concluíram que a relação triptofano: lisina digestível de 24% foi suficiente para melhor

desempenho das aves, o que se confirma neste estudo e nas recomendações feitas por

Bregendahl et al. (2008).

Com base ainda nas determinações das exigências de triptofano digestível, no

experimento com níveis crescentes de aminoácidos e relação aminoácidos: lisina

constante, os melhores resultados foram observados quando as aves se alimentavam

com níveis entre 0,206 a 0,220% com média entre as determinações de 0,214% de

triptofano digestível. Embora esse nível do aminoácido seja mais elevado que o

recomendado em trabalhos recentemente publicados, a relação de triptofano: lisina é

similar a recomendada por autores supracitados, o que mostra que não basta a relação

do aminoácido em relação à lisina, mas o nível em que a ave apresente seu maior

potencial de produção.

Alguns dados na literatura apenas relatem os efeitos da suplementação de

triptofano nas rações sobre o desempenho zootécnico, os resultados conciliam esses

dados com as modificações histológicas no trato digestório e reprodutor das poedeiras,

possibilitando maior respaldo aos resultados obtidos.

Histologicamente, o aumento do nível de triptofano digestível levou a maior

produção de albúmen pelo magno, uma vez que as glândulas tubulares do magno se

apresentaram em estágio funcional mais ativo e apresentando maior quantidade de

albúmen o que, permitem que a produção dos ovos seja feita em um período de tempo

menor, aumentando assim a produção, peso, massa, conversão em massa e dúzia de

ovos.

Ainda em relação ao magno observa-se uma maior produção de muco no epitélio

desse órgão, tal característica possibilita maior rapidez na passagem do ovo pelo

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oviduto (Gomide-Júnior et al., 2004). Da mesma maneira, foi demonstrado que o

aumento do nível de triptofano digestível também elevou a quantidade de dobras

secundárias do útero das poedeiras leves em postura e gerou uma hiperplasia do epitélio

desse órgão. Tais características permitiriam a formação da casca em um menor tempo,

aumentando assim, a produção de ovos, visto que o ovo em formação fica no útero por

tempo variável para a deposição de carbonato de cálcio (King & McLelland, 1979),

sendo esta acelerada pelo aumento da superfície interna do órgão.

O melhor desempenho das aves em relação ao maior nível de triptofano nas

rações também pode ser explicado pelas alterações histológicas encontradas nas

vilosidades intestinais nas aves dos tratamentos que receberam rações com maiores

níveis de triptofano digestível. Em tais aves, as vilosidades foram maiores e mais

ramificadas, fazendo com que esse re-arranjamento da mucosa demonstre a necessidade

fisiológica de ampliar a superfície absortiva do intestino delgado em relação a um

determinado nutriente (Aptekmann et al., 2001). Fatos que corroboram com os

resultados de Gomide-Júnior et al. (2004), nos quais demonstraram que a mucosa

intestinal responde a agentes exógenos por meio de modificações morfológicas na altura

e número das vilosidades intestinais, profundidade de criptas intestinais, proliferação

celular e número de células mortas por perda epitelial.

Em relação ao agravamento da esteatose com o aumento dos níveis de triptofano

digestível nas rações, estudos demonstram que a suplementação da ração com metionina

também induz o aumento da gordura hepática (Bunchasak & Silapasorn, 2005). Este

aumento da esteatose hepática pode ter sido causado pela maior síntese de estrogênio no

ovário para dar suporte à maior produção de ovos, (Bunchasak & Silapasorn, 2005).

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Já em relação aos pequenos depósitos de colágeno parenquimal observados no

fígado das aves com o aumento dos níveis de triptofano digestível nas rações, vale

ressaltar que, embora tenha sido uma pequena quantidade, este efeito denota processo

fibrótico resultante de processos contínuos de regeneração hepatocitária (Fausto et al.,

2003). Entretanto, como a vida produtiva de uma poedeira é pequena, tal alteração

metabólica não gera perdas produtivas, qualitativas e por conseqüência, econômicas.

Em adição, o tratamento que apresentou mais evidentemente essa alteração hepática,

assim como maior esteatose, foi o com 0,215% de triptofano digestível, nível que não se

traduziu em melhores resultados zootécnicos no experimento com relação variável. O

maior acúmulo de glicogênio nos fígados (maior positividade à coloração PAS) das

aves do tratamento com esse nível de triptofano digestível pode ser decorrente da

presença dos depósitos de colágeno parenquimal que dificulta o escoamento do

glicogênio, assim como de outros nutrientes pelas veias centrolobulares dos lóbulos

hepáticos.

No experimento com relação constante, o nível de 0,214% demonstrou, na média

das determinações, o melhor nível de triptofano digestível diferentemente do

experimento anterior. Nos animais do segundo experimento em todos os tratamentos

foram observados vilosidades intestinais compridas e ramificadas .demonstrando que o

nível de 24,5% de triptofano independentemente da porcentagem constante da relação

com lisina é apropriada para a maior absorção de alimentos. Foi observado também

ausência de lesões hepáticas nos diferentes tratamentos, com exceção a alguns animais

do tratamento com 0,165%, que apresentaram moderada esteatose, o que é considerado

normal para animais de produção devido à ração hipercalórica.

Os animais dos tratamentos com 0,210 e 0,225% de triptofano, particularmente os

do tratamento com 0,210% foram os que tiveram as maiores quantidades de glândulas

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ativas, também chamadas glândulas em regeneração, no magno, assim como, maior

ramificação e comprimento das dobras uterínicas, corroborando com os índices

zootécnicos que indicaram maior produção de ovos por esses animais.

Além desses resultados o aumento do triptofano mantendo constante a relação

com a lisina levou a uma diminuição do peso vivo, do peso do animal sem vísceras, do

fígado e principalmente da gordura visceral, demonstrando uma destinação dos

nutrientes para a produção de ovos ao invés da deposição, seja em forma de músculo,

gordura ou deposição de glicogênio hepático.

CONCLUSÃO

A exigência de triptofano digestível para poedeiras leves em postura é de 0,195 e

0,214% ou 205 e 219 mg/ave/dia, com relação variável e constante em 24,5%,

respectivamente.

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REFERÊNCIAS

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APTEKMANN, K. P.; BARALDI-ARTONI, S. M.; STEFANINI, M. A.; ORSI, M. A.

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japonica) treated with different levels of dietary calcium. Anatomia, Histologia, y

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BRASIL. Ministério da Agricultura. Equipe de pedologia e fertilidade do solo. Divisão

de Agrologia - SUDENE. Levantamento exploratório: reconhecimento de solos

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CAPÍTULO 4

Exigência de Treonina Digestível de Poedeiras Leves em Postura

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Exigência de Treonina Digestível de Poedeiras Leves em Postura

RESUMO – Este estudo teve como objetivo determinar a exigência de treonina

digestível para poedeiras leves alimentadas com rações com níveis crescentes de

treonina sob relação variável e constante. Foram desenvolvidos dois experimentos

seqüenciais, o primeiro com rações que continham níveis crescentes de treonina

digestível, alterando-se a relação treonina digestível: lisina digestível e, com base nos

resultados, realizou-se um segundo experimento, com o objetivo de avaliar a exigência

de treonina digestível com relação aminoácidos: lisina constante. No primeiro

experimento, as rações, isoprotéicas e isocalóricas, foram formuladas à base de milho e

farelo de soja, suplementadas com os aminoácidos industriais L-Lisina, DL-Metionina,

L-Triptofano, L-Isoleucina e L-Valina de forma a atender as exigências nutricionais

para poedeiras leves em postura, exceto para treonina digestível. Os níveis avaliados

foram 0,446; 0,486; 0,526; 0,565; 0,605 e 0,645% de treonina digestível. No segundo

experimento, os tratamentos consistiram em uma ração formulada à base de milho e

farelo de soja, suplementada com os aminoácidos L-Lisina, DL-Metionina, L-

Triptofano, L-Arginina, L-Isoleucina e L-Valina de forma a atender as exigências

nutricionais para poedeiras leves em postura. As relações aminoácidos: lisina digestível

foram 91, 23, 90, 83 e 75%, para metionina+cistina, triptofano, valina, isoleucina e

treonina digestíveis, respectivamente. foram avaliados dados de desempenho, qualidade

dos ovos produzidos. Com base nesses dados, determinou-se que a exigência de

treonina digestível para poedeiras leves é de 0,597 e 0,610% ou 684 e 626

mg/ave/dia,com relação crescente e constante em 75%, respectivamente.

Palavras- chave: aminoácido, desempenho, qualidade de ovo

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Digestible Threonine Requirements to Light Layers

ABSTRACT – This study aimed to determine the requirement of threonine for

laying hens fed diets with increasing levels of threonine under variable and constant

ratio. We developed two sequential experiments, the first diets containing increasing

levels of threonine, changing the digestible threonine: digestible lysine ratio and, based

on the results, we performed a second experiment, in order to assess the requirement

digestible threonine related with amino acids: lysine ratios constant. In the first

experiment, the diets were formulated based on corn and soybean meal, supplemented

with industrial amino acids L-Lysine, DL-Methionine, L-Tryptophan, L-Isoleucine and

L-Valine in order to meet nutritional requirements for laying hens, except for threonine.

The levels evaluated were 0.446, 0.486, 0.526, 0.565, 0.605 and 0.645% of digestible

threonine. In the second experiment, the treatments consisted of diets formulated with

corn and soybean meal, supplemented with amino acids L-Lysine, DL-Methionine, L-

Tryptophan, L-Arginine, L-Isoleucine and L-Valine in a to meet the nutritional

requirements for laying hens. Amino acids: lysine ratios were 91, 23, 90, 83 and 75%

for methionine + cystine, tryptophan, valine, isoleucine and threonine digestibles,

respectively. Data were evaluated for performance, quality of eggs. Based on these data,

it was determined that the requirement of threonine for laying hens is 0.597 and 0.610%

or 684 and 626 mg/bird/day, with a variable and constant ratio in 75%, respectively.

Key words: amino acid, egg quality, performance

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INTRODUÇÃO

A treonina é um aminoácido essencial, sendo encontrado em altas concentrações

no coração, nos músculos, no esqueleto e no sistema nervoso central. É exigido para

formação da proteína e manutenção do turnover protéico corporal, além de auxiliar na

formação do colágeno (Sá et al., 2007). A treonina está envolvida em outras funções

fisiológicas, como a digestão e a imunidade (Bisinoto et al., 2007). O muco, secreção

produzida pelo trato gastrintestinal, é composto principalmente de água (95%) e

mucinas (5%), que são glicoproteínas de alto peso molecular, especialmente rica em

treonina. Estima-se que mais da metade da treonina consumida seja utilizada em nível

intestinal para as funções de mantença, sendo primariamente utilizada na síntese de

mucina. O tipo e quantidade de mucina produzida no trato gastrintestinal influenciam as

comunidades microbianas (por servir de substrato para a fermentação bacteriana e para

fixação), a disponibilidade de nutrientes (via perda endógena de mucina, bem como pela

absorção de nutrientes) e função imune (via controle da população microbiana e

disponibilidade de nutrientes) (Corzo et al., 2007).

A formulação de rações com níveis inadequados em aminoácidos digestíveis pode

promover diversos prejuízos no que concerne à produção efetiva dessas aves, bem como

fatores econômicos e ambientais. Muito se tem buscado a relação ideal entre os

nutrientes das rações de aves, mas a variação na qualidade dos alimentos, linhagens e

especificidades de criação dessas aves, faz com que as recomendações precisem sempre

de renovação.

Assim, este estudo teve como objetivo determinar a exigência de treonina

digestível para poedeiras leves alimentadas com rações com níveis crescentes de

treonina sob relação variável e constante.

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MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado no Módulo de Pesquisas com Aves do CCA/UFPB,

Areia/PB. A cidade de Areia está inserida na microrregião do Brejo Paraibano (6º 58’

12’’ de latitude Sul e 35º 42’ 15’’ de longitude Oeste), com altitude média de 619 m

(GONDIM e FERNANDES, 1980). De acordo com a classificação de Köppen, o clima

é tropical semi-úmido do tipo As’, isto é, clima quente e úmido que se caracteriza por

apresentar estação chuvosa no período outono-inverno, com precipitação pluviométrica

média anual girando em torno de 1500 mm, temperatura média anual entre 22-30ºC e

umidade relativa do ar elevada (75-87%). Segundo a classificação bioclimática de

Gäussen, nesta região predomina o bioclima 3 dth (nordestino sub-seco), com período

seco variando de um a três meses no ano (BRASIL, 1972).

Foram desenvolvidos dois experimentos seqüenciais, o primeiro com rações que

continham níveis crescentes de treonina digestível, alterando-se a relação treonina

digestível: lisina digestível e, com base nos resultados, realizou-se um segundo

experimento, com o objetivo de avaliar a exigência de treonina digestível com relação

aminoácidos: lisina constante.

Experimento 1 – Níveis crescentes de treonina digestível, relação variável

Foram utilizadas 288 poedeiras leves da linhagem Dekalb White com 29

semanas de idade, distribuídas em um delineamento experimental inteiramente

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casualizado, com 6 tratamentos, 12 repetições e 4 aves por unidade experimental. O

experimento foi dividido em 5 fases de 28 dias cada, totalizando 140 dias de avaliação.

As rações (Tabela 26), isoprotéicas e isocalóricas, consistiram de uma ração à

base de milho e farelo de soja, suplementadas com os aminoácidos industriais L-Lisina,

DL-Metionina, L-Triptofano, L-Isoleucina e L-Valina de forma a atender as exigências

nutricionais para poedeiras leves em postura, exceto para treonina digestível. Os níveis

avaliados foram 0,446; 0,486; 0,526; 0,565; 0,605 e 0,645% de treonina digestível. A

proteína bruta foi reduzida para provocar a deficiência de treonina e as relações

aminoácidos: lisina atenderam a recomendação de Rostagno et al. (2005), exceto para

arginina, que ficou superior.

Experimento 2 – Níveis crescentes de treonina digestível, relação constante

Foram utilizadas 240 poedeiras leves da linhagem Dekalb White com 29

semanas de idade, distribuídas em um delineamento experimental inteiramente

casualizado, com 5 tratamentos, 12 repetições e 4 aves por unidade experimental. O

experimento foi dividido em 5 fases de 28 dias cada, totalizando 140 dias de avaliação.

Os tratamentos consistiram em uma ração formulada à base de milho e farelo de

soja, suplementada com os aminoácidos industriais L-Lisina, DL-Metionina, L-

Triptofano, L-Arginina, L-Isoleucina e L-Valina de forma a atender as exigências

nutricionais para poedeiras leves em postura. As rações tinham a mesma relação

aminoácidos: lisina de acordo com as recomendações sugeridas por Rostagno et al.

(2005), exceto a treonina digestível: lisina digestível que foi mantida constante em 75%.

As relações aminoácidos: lisina digestível foram 91, 23, 90, 83 e 75%, para

metionina+cistina, triptofano, valina, isoleucina e treonina digestíveis, respectivamente,

conforme apresentadas na Tabela 27.

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Tabela 26. Composição percentual e nutricional das rações experimentais

Ingredientes, % Níveis de Treonina digestível, %

0,446 0,486 0,526 0,565 0,605 0,645

Milho 67,675 67,675 67,675 67,675 67,675 67,675

Farelo de soja 18,011 18,011 18,011 18,011 18,011 18,011

Calcário 9,266 9,266 9,266 9,266 9,266 9,266

Fosfato bicálcico 1,548 1,548 1,548 1,548 1,548 1,548

Sal 0,486 0,486 0,486 0,486 0,486 0,486

L-Lisina 0,257 0,257 0,257 0,257 0,257 0,257

DL-Metionina 0,314 0,314 0,314 0,314 0,314 0,314

L-Triptofano 0,042 0,042 0,042 0,042 0,042 0,042

L-Isoleucina 0,168 0,168 0,168 0,168 0,168 0,168

L-Valina 0,143 0,143 0,143 0,143 0,143 0,143

Carbonato de potássio 0,082 0,082 0,082 0,082 0,082 0,082

Colina 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07

Premix Vitamínico e mineral1

0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10

Antioxidante 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01

Óleo de soja 1,568 1,572 1,576 1,58 1,584 1,588

Inerte2

0,000 0,009 0,018 0,027 0,036 0,045

L - Ácido Glutâmico 0,285 0,228 0,171 0,114 0,057 0,000

L-Treonina 0,000 0,044 0,088 0,132 0,176 0,22

Total 100 100 100 100 100 100

Composição calculada

Energia metabolizável (kcal/kg) 2900 2900 2900 2900 2900 2900

Proteína bruta (%) 14,5 14,5 14,5 14,5 14,5 14,5

Cálcio (%) 4,02 4,02 4,02 4,02 4,02 4,02

Fósforo disponível (%) 0,375 0,375 0,375 0,375 0,375 0,375

Sódio (%) 0,225 0,225 0,225 0,225 0,225 0,225

Cloro (%) 0,353 0,353 0,353 0,353 0,353 0,353

Potássio (%) 0,58 0,58 0,58 0,58 0,58 0,58

Lisina digestível (%) 0,796 0,796 0,796 0,796 0,796 0,796

Metionina+cistina digestível (%) 0,724 0,724 0,724 0,724 0,724 0,724

Triptofano digestível (%) 0,183 0,183 0,183 0,183 0,183 0,183

Valina digestível (%) 0,716 0,716 0,716 0,716 0,716 0,716

Isoleucina digestível (%) 0,661 0,661 0,661 0,661 0,661 0,661

Arginina digestível (%) 0,838 0,838 0,838 0,838 0,838 0,838

Treonina digestível (%) 0,446 0,486 0,526 0,565 0,605 0,645

Treonina: Lisina 56 61 66 71 76 81 1Premix mineral por kg de ração: Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co, 2 g; I, 1 g;

e veículo q.s.p., 500 g. Premix vitamínico (Concentração/kg): Vit. A - 15.000.000 Ul,

Vit. D3 - 1.500.000 Ul, Vit. E - 15.000 Ul, Vit.B1 - 2,0 g, it.B2-4,0 g, Vit B6 - 3,0 g,

Vit.B12 - 0,015 g, Ácido nicotínico - 25 g, Ácido pantotênico- 10 g, Vit.K3 - 3,0 g,

Ácido fólico- 1,0 g, Selênio - 250 mg, e veículo. q.s.p. - 1.000 g. 3 Etoxiquim – 10g, e

veículo q.s.p. – 1.000g. 2Areia lavada

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Variáveis avaliadas

As variáveis avaliadas foram: consumo de ração (g/ave/dia), produção (%), peso

(g), massa de ovo (g/ave/dia), conversão por massa (kg/kg) e por dúzia de ovo (kg/dz),

peso (g) e porcentagem (%) de gema, de albúmen e de casca, espessura da casca (mm),

unidade Haugh, gravidade específica.

O período de avaliação da produção de ovos foi dividido em cinco períodos de

28 dias cada. Ao final de cada período foram coletadas as sobras das rações de cada

parcela para o cálculo do consumo de ração. A coleta dos ovos foi realizada duas vezes

ao dia (10:00 e 16:00 h), sendo anotados em ficha de freqüência de postura e a

mortalidade. A produção dos ovos em porcentagem foi calculada dividindo-se a

quantidade de ovos totalizados por parcela pelo número de aves, corrigindo pela

mortalidade, quando havia. Os ovos dos últimos três dias de cada período foram pesados

individualmente para a obtenção do peso médio dos ovos. Os cálculos da massa de ovo

foram realizados pelo produto da produção de ovos e do peso médio dos ovos por

parcela. A conversão alimentar por massa de ovo foi calculada através da relação entre

o consumo de ração e massa de ovo produzida. A conversão por dúzia de ovos foi

calculada pela relação entre o consumo de ração dividida pela produção, sendo esse

resultado multiplicado por doze.

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Tabela 27. Composição percentual e nutricional das rações experimentais

Ingredientes, % Níveis de Treonina digestível (%)

0,507 0,552 0,597 0,642 0,687

Milho 67,807 67,563 67,318 67,071 66,832

Farelo de Soja 18,232 18,269 18,306 18,344 18,381

Calcário 9,309 9,308 9,308 9,307 9,307

Fosfato Bicálcico 1,556 1,557 1,558 1,559 1,559

Óleo de Soja 2,031 1,96 1,889 1,814 1,746

Sal 0,523 0,524 0,524 0,524 0,524

DL - Metionina 0,193 0,248 0,303 0,359 0,413

L- Lisina 0,071 0,13 0,19 0,249 0,309

L -Treonina 0,038 0,083 0,128 0,173 0,218

L -Isoleucina 0,033 0,083 0,133 0,19 0,232

L -Valina 0,017 0,071 0,125 0,179 0,234

L- Triptofano 0,01 0,024 0,038 0,051 0,065

Premix vitamínico e mineral1

0,10 0,10 0,10 0,10 0,10

Colina 0,07 0,07 0,07 0,07 0,07

Antioxidante 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01

Total 100 100 100 100 100

Composição calculada

Proteína Bruta, % 14,130 14,349 14,567 14,792 15,005

Cálcio, % 4,02 4,02 4,02 4,02 4,02

Fósforo disponível, % 0,375 0,375 0,375 0,375 0,375

Energia Metabolizável, kcal/kg 2900 2900 2900 2900 2900

Isoleucina digestível, % 0,561 0,611 0,661 0,718 0,76

Lisina digestível, % 0,676 0,736 0,796 0,856 0,916

Metionina + Cistina digestível, % 0,615 0,67 0,724 0,78 0,834

Treonina digestível, % 0,507 0,552 0,597 0,642 0,687

Triptofano digestível, % 0,155 0,169 0,183 0,197 0,211

Valina digestível, % 0,608 0,662 0,716 0,77 0,824

Sódio, % 0,225 0,225 0,225 0,225 0,225

Cloro, % 0,355 0,355 0,355 0,355 0,355

Potássio, % 0,580 0,580 0,580 0,580 0,580 1Premix mineral por kg de ração: Mn, 60 g; Fe, 80 g; Zn, 50 g; Cu, 10 g; Co, 2 g; I, 1 g;

e veículo q.s.p., 500 g. Premix vitamínico (Concentração/kg): Vit. A - 15.000.000 Ul,

Vit. D3 - 1.500.000 Ul, Vit. E - 15.000 Ul, Vit.B1 - 2,0 g, it.B2-4,0 g, Vit B6 - 3,0 g,

Vit.B12 - 0,015 g, Ácido nicotínico - 25 g, Ácido pantotênico- 10 g, Vit.K3 - 3,0 g,

Ácido fólico- 1,0 g, Selênio - 250 mg, e veículo. q.s.p. - 1.000 g. 3 Etoxiquim – 10g, e

veículo q.s.p. – 1.000g.

Ao final de cada período, foram selecionados quatro ovos por parcela para

determinação do peso e porcentagem de gema, de albúmen e de casca, após separação

manual destes componentes, onde as cascas foram colocadas em estufa a 105°C por

quatro horas. A porcentagem de cada um dos componentes do ovo foi obtida dividindo-

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121

se o peso do componente pelo peso do ovo, em seguida multiplicando o resultado por

100. A espessura da casca foi medida com o auxílio de um micrômetro digital com

precisão de 0,1 mm em três pontos na linha mediana do ovo, com os quais foi calculada

a média aritmética.

A cada final de período experimental foram selecionadas amostras

representativas de dois ovos por parcela onde foram feitas imersões dos ovos em

diferentes soluções salinas com os devidos ajustes para um volume de 25 litros de água

com densidades que variavam de 1,060 a 1,100 com intervalo de 0,0025 g/cm3. Os

ovos eram colocados nos baldes com as soluções, da menor para a maior densidade e

eram retirados ao flutuarem, sendo anotados os valores respectivos das densidades

correspondentes às soluções dos recipientes. Antes de cada avaliação, as densidades

eram conferidas com densímetro de petróleo.

Nas análises histológicas, a coleta do material foi realizada através de

fragmentos do sistema digestório (duodeno e fígado) e reprodutor (magno e útero) de 10

animais por tratamento. Os fragmentos foram imersos em fixador metacarn (60%

metanol, 30% clorofórmio e 10% ácido acético) por 12 horas, sendo transferidos para

álcool 70% em seguida.

Para a microscopia óptica foi feita a inclusão dos fragmentos em paraplast.

Foram realizados cortes seriados dos fragmentos com 5 µm de espessura. As seguintes

colorações histológicas foram realizadas para a descrição histológica: hematoxilina e

eosina, periodic acid Schiff (PAS) e tricômio de Masson. As fotomicrografias foram

capturadas com o auxílio de microcâmera acoplada ao microscópio Olympus BX-51 e

as imagens digitalizadas no software KS 400.3 (Zeiss).

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122

Os resultados foram submetidos as analises de variância e regressão utilizando-

se o programa SAEG (Universidade Federal de Viçosa, 2000).

RESULTADOS

Experimento 1 – Níveis crescentes de treonina digestível, relação variável

Para as variáveis de desempenho, verificou-se que apenas o consumo de ração e

a conversão em dúzia de ovos não foram influenciados (P>0,05) pelos tratamentos,

contudo as demais variáveis sofreram modificações neste sentido, possibilitando

verificar resultados em que podemos confirmar a importância da treonina digestível no

desempenho das poedeiras leves em postura, pois as principais variáveis relacionadas à

essas aves, no que concerne ao desempenho zootécnico, foram influenciadas

estatisticamente, como a produção, peso, massa e conversão em massa de ovos. Assim,

os resultados experimentais, que conferem à parte do desempenho zootécnico,

apresentam-se na Tabela 28.

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123

Tabela 28. Consumo de ração (CR, g/ave/dia), produção (PR, %/ave/dia), peso (PO,

g/ovo), massa (MO, g/ave/dia), conversão em massa (CMO, kg/kg) e em

dúzia (CDZ, kg/12) de ovos em função das relações treonina: lisina

digestíveis

Treonina, % CR PR PO MO CMO CDZ

0,446 (56) 114,92 90,20 63,42 57,18 2,01 1,53

0,486 (61) 114,67 91,49 64,08 58,65 1,96 1,51

0,526 (66) 114,87 93,31 64,45 60,14 1,91 1,48

0,565 (71) 114,20 93,83 64,97 60,97 1,87 1,49

0,605 (76) 114,31 94,89 65,34 63,06 1,88 1,45

0,645 (81) 114,59 93,67 64,32 59,88 1,92 1,47

Média 114,593 92,898 64,430 59,980 1,925 1,488

Valor de P

Linear 0,088 0,058 0,103 0,099 0,102 0,081

Quadrático 0,094 0,034 0,044 0,038 0,003 0,093

C.V. (%) 1,578 2,075 1,51 2,541 3,052 2,354

SEM 0,0348 0,2061 0,0806 0,2397 0,0063 0,0034

A produção diária de ovos foi influenciada (P<0,05) pelos níveis de treonina em

relação à lisina. Tendo um comportamento quadrático, a produção melhorou até a

relação 76 (0,605%) e, de acordo com a regressão, a relação ótima determinada foi de

75,43%, o que corresponde a um nível de 0,600% de treonina digestível. Para o peso,

massa e conversão em massa de ovos, o comportamento foi semelhante ao da produção,

onde as suas equações, apresentadas na Tabela 29, após as derivações, determinaram as

melhores relações de 72,73, 73,70 e 72,80% de treonina digestível: lisina digestível ou

0,579, 0,586 e 0,5795% de treonina digestível, respectivamente.

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Tabela 29. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelas

relações treonina: lisina digestíveis

Variável Equação Polinomial R2 Thr: Lys, %

Produção de ovos Ŷ = -0,0112x2 + 1,6896x + 30,352 0,95 75,43

Peso dos ovos Ŷ = -0,006x2 + 0,8728x + 33,256 0,86 72,73

Massa de ovos Ŷ = -0,0149x2 + 2,1964x - 19,562 0,80 73,70

Conversão em massa de ovos Ŷ = 0,0005x2 - 0,0728x + 4,5332 0,96 72,80

Conforme observado na Tabela 30, a variação nas relações treonina digestível:

lisina digestível não resultou em nenhum efeito de regressão (P >0,05) em relação às

variáveis relacionadas com a qualidade dos ovos.

Tabela 30. Gravidade específica (GE, g/cm3), unidades Haugh (UH), pesos relativos do

albúmen (PAlbúmen, %), casca (PCasca, %) e gema (PGema, %) e

espessura de casca (ESP, mm) de ovos em função das relações treonina:

lisina digestíveis

Treonina, % GE UH PAlbúmen PCasca PGema ESP

0,446 (56) 1,085 96,16 58,75 14,06 27,13 0,4094

0,486 (61) 1,085 96,32 57,39 13,95 28,57 0,4074

0,526 (66) 1,086 96,38 59,08 14,36 26,58 0,4112

0,565 (71) 1,086 93,23 58,95 13,56 27,38 0,4003

0,605 (76) 1,085 96,85 58,9 13,22 27,84 0,4014

0,645 (81) 1,085 96,06 59,16 13,37 27,40 0,4048

Média 1,0853 95,833 58,705 13,753 27,483 0,4057

Valor de P

Linear 0,089 0,332 0,069 0,126 0,091 0,32

Quadrático 0,104 0,381 0,088 0,329 0,063 0,247

C.V . (%) 0,183 2,132 3,071 6,793 7,542 1,034

SEM 0,00005 0,155882 0,078866 0,052632 0,080472 0,000522

Experimento 2 – Níveis crescentes de treonina digestível, relação constante

Com uma ração contendo níveis crescentes em todos os aminoácidos, mas com a

relação em função da lisina sempre constante, os efeitos foram similares aos observados

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no experimento anterior. A produção, o peso, a massa, a conversão em massa e a

conversão em dúzia de ovos foram significativamente influenciadas de forma quadrática

pelos tratamentos (Tabela 31).

Tabela 31. Consumo de ração (CR, g/ave/dia), produção (PR, %/ave/dia), peso (PO,

g/ovo), massa (MO, g/ave/dia), conversão em massa (CMO, kg/kg) e em

dúzia (CDZ, kg/12) de ovos em função dos níveis de treonina digestível

Thr:Lys Thr, % CR PR PO MO CMO CDZ

75

0,507 102,64 95,45 62,79 59,90 1,71 1,29

0,552 103,29 97,32 63,86 62,15 1,66 1,27

0,597 102,31 97,50 64,07 62,46 1,64 1,26

0,642 102,34 97,66 64,27 62,77 1,63 1,26

0,687 102,73 95,79 63,81 61,12 1,68 1,29

Média 102,662 96,744 63,76 61,68 1,664 1,274

Valor de P

Linear 0,212 0,065 0,076 0,132 0,099 0,103

Quadrático 0,179 0,032 0,021 0,022 0,012 0,032

C.V.(%) 1,55 1,65 2,25 2,74 3,27 2,51

SEM 0,0473 0,1243 0,0684 0,1401 0,0038 0,0018

Na Tabela 32, observa-se os polinômios oriundos das análises estatísticas das

variáveis apresentadas na Tabela 31.

Tabela 32. Equações polinomiais das variáveis influenciadas pelos níveis de treonina

digestível

Variável Equação Polinomial R2 Thr, %

Produção de ovos Ŷ = -265,1x2 + 318,8x + 1,979 0,95 0,601

Peso dos ovos Ŷ = -108,5x2 + 135,1x + 22,24 0,97 0,623

Massa de ovos Ŷ = -274,7x2 + 334,8x - 39,2 0,96 0,609

Conversão em massa de ovos Ŷ = 7,785x2 - 9,504x + 4,533 0,97 0,610

Conversão em dúzia de ovos Ŷ = 3,727x2 - 4,504x + 2,619 0,91 0,604

A qualidade interna e externa dos ovos não foi influenciada (Tabela 33) pelos

tratamentos avaliados, exceto a percentagem de gema, que teve um comportamento

quadrático.

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Tabela 33. Gravidade específica (GE, g/cm3), unidades Haugh (UH), pesos relativos do

albúmen (PAlbúmen, %), casca (PCasca, %) e gema (PGema, %) e

espessura de casca (ESP, mm) de ovos em função dos níveis de treonina

digestível

Thr:Lys Thr, % GE UH PAlbúmen PCasca PGema ESP

0,507 1,0864 97,16 57,81 15,67 26,52 0,4094

0,552 1,0865 98,32 58,10 14,38 27,52 0,4074

75 0,597 1,0874 98,38 57,38 14,72 27,91 0,4112

0,642 1,0882 97,23 57,00 15,21 27,79 0,4003

0,687 1,0865 97,85 58,14 14,11 27,75 0,4014

Média 1,087 97,788 57,686 14,818 27,498 0,40594

Valor de P

Linear 0,335 0,367 0,056 0,146 0,19 0,365

Quadrático 0,534 0,349 0,456 0,367 0,045 0,098

C.V. (%) 0,17 2,53 1,97 12,73 8,43 1,24

SEM 0,00004 0,069258 0,058466 0,075173 0,067493 0,00058

Na Tabela 34, encontra-se a equação polinomial para a percentagem de gema

dos ovos das poedeiras leves.

Tabela 34. Equações polinomiais das variáveis influenciadas estatisticamente pelos

níveis de treonina digestível

Variável Equação Polinomial R2 Treonina, %

Percentagem de gema Ŷ = -91,34x2 + 115,1x - 8,294 0,96 0,630

DISCUSSÃO

Avaliando as influências possíveis sobre a necessidade nutricional de treonina nas

aves, Samad et al. (2006) perceberam que o genótipo, o sexo, a idade e a eficiência de

utilização da treonina dietética possibilitam uma variação nas recomendações deste

aminoácido, exceto quando a variável utilizada para tal recomendação é a deposição

protéica que, segundo os autores, não é capaz de modificar a necessidade dietética de

treonina. De acordo com as afirmações dos autores, é notável a reavaliação constante

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127

das recomendações nutricionais das galinhas poedeiras em função das características

citadas como capazes de modificar as necessidades nutricionais. A avaliação é viável

tendo em vista a disponibilidade de linhagens de galinhas poedeiras a ciclos cada vez

mais curtos no mercado.

Neste sentido, Faria et al (2002), avaliando a recomendação nutricional de

treonina para poedeiras leves alimentadas com dietas à base de milho e farelo de soja,

utilizaram oito tratamentos com níveis decrescentes de treonina e dos demais

aminoácidos. Na ração 1 (Controle Positivo) o nível de treonina foi de 0,530%, já na

ração 2 havia 0,50% de treonina. A ração 3 tinha 0,480% de treonina e os demais

aminoácidos com níveis 90% da ração 2. Para as dietas subseqüentes, os valores foram

0,45; 0,42; 0,40; 0,37 e 0,35% de treonina, com os aminoácidos com níveis de 85, 80,

75, 70 e 65% da ração 2, respectivamente. Após análises dos resultados, os autores

verificaram que a produção, o peso e a massa de ovos foram significativamente maiores

quando as aves consumiam níveis mais elevados de treonina. Além disso, as aves que se

alimentaram com níveis menores que 0,40% de treonina na dieta tiveram uma perda de

peso, sendo a maior perda na dieta com 0,35% de treonina. Os resultados apresentados

pelos autores confirmam-se no que foi apresentado nos experimentos 1 e 2, pois com o

aumento dos níveis de treonina no primeiro e no segundo experimento, o desempenho

foi melhorado, especialmente nas variáveis citadas pelos autores supracitados.

Sá et al. (2007) observaram efeito quadrático para a produção e massa de ovos,

estimando uma exigência de 0,499, 0,501% de treonina digestível com 0,706% de lisina

digestível. Na pesquisa aqui apresentada, os efeitos significativos foram os mesmos,

mas as determinações das exigências nutricionais foram diferenciadas, pois os melhores

resultados para a produção e massa de ovos foram observados com 0,600 e 0,586% de

treonina digestível, correspondendo a uma relação de 75,43 e 73,70% da treonina com a

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lisina. Os efeitos similares, mas recomendações podem ser explicadas por um efeito de

extrema importância e que muitas vezes é deixado de lado, a linhagem das aves

avaliadas. Sá et al. (2007) avaliaram aves Lohmman, enquanto no presente foram aves

Dekalb.

Com base em níveis crescentes de treonina digestível nas rações, os resultados do

desse trabalho mostram que as características de qualidade de ovos avaliadas não foram

influenciadas pelas relações treonina digestível: lisina digestível. Da mesma forma,

Valério et al. (2000), quando utilizaram níveis crescentes de treonina na ração, não

constataram melhora da unidade Haugh dos ovos. No entanto, Sá et al. (2007)

observaram efeito quadrático com o aumento da treonina digestível na ração para

unidades Haugh, sugerindo o nível dietético de 0,478% de treonina digestível para

poedeiras leves com 34 a 50 semanas de idade.

Da mesma forma que Sá et al (2007), Teixeira et al. (2005) relataram que a

treonina digestível influencia a qualidade dos ovos, pois a gravidade específica da casca

dos ovos foi significativamente melhorada quando as aves foram alimentadas com

rações contendo níveis mais elevados de treonina digestível e recomendaram 0,530% de

treonina digestível para poedeiras leves. Em nosso estudo, não foi observado efeito

significativo sobre a gravidade específica.

Os resultados obtidos nesse estudo corroboram com a recomendação feita por

Gomez & Angels. (2009) quando concluíram uma pesquisa com poedeiras em segundo

ciclo de postura com diferentes níveis de treonina digestível e metionina digestível,

recomendando uma relação ótima de 74% de treonina digestível: lisina digestível. Já

Cupertino et al (2010), avaliando a exigência de treonina digestível para poedeiras leves

e semipesadas durante o segundo ciclo de postura alimentadas com dietas isoprotéicas e

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isoenergéticas, concluíram que dietas com 0,446 e 0,465% de treonina digestível,

equivalente a uma relação treonina digestível: lisina digestível de 68 e 71 para poedeiras

leves e semipesadas, respectivamente, levam ao máximo desempenho dessas aves.

Em outra pesquisa avaliando os níveis de treonina na ração de poedeiras, mas com

aves em segundo ciclo de postura, Shmidt et al (2010), utilizando níveis crescentes de

treonina digestível nas rações, obedecendo às relações de 58, 63, 68, 73 e 78% com a

lisina digestível, quando essa esteve fixada em 0,653%, recomendaram níveis de

0,460% de treonina digestível, equivalente a uma relação treonina digestível: lisina

digestível de 70% para as aves obterem os melhores níveis de produção de ovos. Outras

determinações foram obtidas, tais como a de 0,432, 0,451, 0,467, 0,452 e 0,436% de

treonina digestível, o que equivale a relações de 66, 69, 72, 69 e 67, para o peso, massa,

conversão em dúzia e em massa de ovos e ainda sobre a Unidade Haugh,

respectivamente. Assim, os autores concluíram que o melhor nível de treonina

digestível para poedeiras em segundo ciclo de postura é de 0,467%, o que é equivalente

a uma relação de 72% com a lisina digestível.

Com base nos resultados apresentados nesse estudo e correlacionados com outros

publicados na literatura nacional e internacional, a suplementação de L-Treonina

demonstra ser eficiente sobre o desempenho das poedeiras leves, demonstrando

resultados conclusivos e similares quando se leva em consideração as variáveis de

produção. Contudo, o mesmo não se observa com as variáveis que avaliam a qualidade

dos ovos. Possivelmente, divergências nas metodologias aplicadas ou simplesmente

falta de efeito significativo sobre estas características podem responder a esse efeito.

A metodologia empregada em nosso estudo demonstra que a avaliação das

exigências nutricionais com base apenas no nível do aminoácido não é recomendada,

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nem tampouco, levando-se em consideração apenas a relação aminoácido: lisina, pois o

nível do aminoácido depende do relacionamento entre os demais e não só com a lisina.

Assim, não basta formular rações com base em relações aminoácidos: lisina, mas o

nível de cada aminoácido é primordial ao atendimento inicial dos requerimentos

nutricionais das aves.

CONCLUSÃO

A exigência de treonina digestível para poedeiras leves é de 0,597 e 0,610% ou

684 e 626 mg/ave/dia,com relação variável e constante em 75%, respectivamente.

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