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Subten Murilo/OSPM Programa de Harmonia Condensado para Iniciação em Arranjo. Parte I O presente compêndio tem a finalidade de apresentar ao estudante de harmonia, um programa objetivo, direto e prático de se escrever pequenos arranjos com simplicidade porém, com sofisticação e bom gosto, usando de ferramentas elementares, de fácil assimilação, voltada para o desenvolvimento, por parte do estudante, de noções básicas de estruturação de arranjos musicais. Tópicos centrais: 1. Acorde 2. Campo Harmônico 3. Encadeamento 4. Escrita à duas vozes 5. Esboço do arranjo (redução). 6. Acompanhamento. Conhecimentos necessários ao aluno: * Intervalos. * Escalas maiores e menores. 1. Acorde. É a estrutura formada por 3 ou mais notas, que guardam entre si intervalos característicos, que podem ser entoadas simultaneamente (sobrepostas) ou em forma de arpejos. São formados a partir dos graus de uma determinada escala, onde recebem o nome da nota (grau) sobre onde foram criados. A esta nota se dá o nome de fundamental do acorde. Programa Harmonia pra todos.

Programa de Harmonia

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  • Subten Murilo/OSPM

    Programa de Harmonia Condensado para Iniciao em Arranjo.

    Parte I

    O presente compndio tem a finalidade deapresentar ao estudante de harmonia, umprograma objetivo, direto e prtico de seescrever pequenos arranjos comsimplicidade porm, com sofisticao ebom gosto, usando de ferramentaselementares, de fcil assimilao, voltadapara o desenvolvimento, por parte doestudante, de noes bsicas deestruturao de arranjos musicais.

    Tpicos centrais:

    1. Acorde

    2. Campo Harmnico

    3. Encadeamento

    4. Escrita duas vozes

    5. Esboo do arranjo (reduo).

    6. Acompanhamento.

    Conhecimentos necessrios ao aluno:

    * Intervalos.

    * Escalas maiores e menores.

    1. Acorde.

    a estrutura formada por 3 ou mais notas, que guardam entre si intervaloscaractersticos, que podem ser entoadas simultaneamente (sobrepostas) ou em forma dearpejos.

    So formados a partir dos graus de uma determinada escala, onde recebem onome da nota (grau) sobre onde foram criados. A esta nota se d o nome de fundamentaldo acorde.

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    Podem ainda ser classificados com:

    Maiores, Menores, Aumentados ou Diminutos.

    Ex:

    Acordes maiores:

    Formados por uma fundamental, uma 3 maior e uma 5 justa.

    Acordes Menores.

    Formados por uma fundamental, uma 3 Menor e uma 5 Justa.

    Acordes Aumentados.

    Formados por uma fundamental, 3 Maior e 5 Aumentada.

    AcordesDiminutos.

    Formados por uma fundamental, uma 3 Menor e uma 5 Diminuta.

    Os acordes quando so formados como nos modelos acima, ou seja, Fundamentalcomo nota mais grave (no Baixo), dizemos que ele est no estado fundamental. Quandooutra nota do acorde aparece como a mais grave, dizemos que ele est invertido.

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    2. Campo Harmnico.

    Aos acordes formados a partir da escala de uma determinada tonalidade, d se onome de Campo Harmnico

    O Campo Harmnico, de tonalidades maiores, formado por 3 acordes maiores, 3acordes menores, e um acorde diminuto.

    Os acordes acima, so classificados como trades, acordes formados por 3 sons.Porem podem tambm ser apresentados como ttrades, acordes de 4 sons, comacrscimo de um quarto som, que poder ser a stima (a partir da fundamental). Essa 7poder ser maior ou menor, dependendo do grau onde se encontra ou a 6 Maior, a partirda fundamental.

    Quando a cifra seguida apenas o numeral 7, refere-se 7 menor, porm quandoseguida de maj7, ma7 ou 7M, refere-se 7 maior. Nos acordes diminutos, geralmenteser diminuta (com exceo do VII grau da escala maior onde ser menor e nesse caso oacorde ser chamado de Meio Diminuto).

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    Durante este curso, usaremos ttrades, a menos que a cifra sugira apenas trade.

    Vejamos como formado o campo harmnico de D Maior. Ou seja, os acordes(ttrades) da tonalidade de D maior:

    Obs.: no se usa o VII grau com 6.

    Todos os campos harmnicos das tonalidades maiores seguiro esta mesmaconfigurao, ou seja, sero formadas por:

    Trades Ttrades

    I grau = Maior I grau = Maior com 7 Maior (ou 6)

    II grau = Menor II grau = Menor com 7 (ou 6)

    III grau = Menor III grau = Menor com 7 (ou 6)

    IV grau + Maior IV grau + Maior com 7 Maior (ou 6)

    V grau = Maior V grau = Maior com 7 (ou 6)

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    VI grau = Menor VI grau = Menor com 7 (ou 6)

    VII grau = Diminuto VII grau = acorde menor com 5 diminuta e 7

    3. Encadeamento.

    Uma srie (sequncia) de acordes chamada de progresso harmnica. Quando os acordes so dispostos em sequncia (progresso harmnica), durante

    uma pea musical, faz se necessrio que esta disposio seja feita de forma a facilitar ocaminho traado de cada nota do acorde em direo sua nota alvo no acorde seguinte.Ou seja, sem saltos exagerados, com suavidade buscando sempre a nota mais prximado acorde seguinte.

    esta forma de dispor os acordes chamamos encadeamento de acordes.

    Para que este encadeamento possa ser feita de forma a proporcionar um bomcaminhar das vozes, usaremos uma frmula para desenvolv-lo.

    Consiste em:

    1 Cria-se a progresso dos Baixos.

    2 Cria-se a voz superior (a mais alta) observando o seguinte: Quando no se pudermanter a nota no acorde seguinte, faz-se movimento contrrio ao que fez o baixo.

    3 Completa-se os acordes com as demais notas.

    1

    2

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    3

    4 - Quando ocorrer, aps grau par, a sequencia V I, independente do movimento dobaixo, quando no for possvel manter a nota do topo, no acorde seguinte, semprefaremos movimento ascendente na voz superior.

    Ou

    Feito isto mudaremos apenas o movimento feito pela 7 do V grau, fazendo comque apenas ela desa a nota mais prxima logo abaixo. Isto provocar a dobra de umanota no acorde do I grau, fazendo, s vezes, com que ele fique incompleto. Tudo bemdesde que a nota omitida seja a 5 do I grau.

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    No haver necessidade de movimento descendente da 7 se a nota na qual eladeveria atingir, j tenha sido atingida por outra imediatamente abaixo da 7, o queocorrer sempre que a 7 estiver nas vozes superiores (1, 2 ou 3).

    4. Harmonizao duas vozes.

    A que se deixar bem claro que alguns intervalos tm efeito mais agradveis queoutros.

    Quando ouvimos uma melodia paralela a duas vozes, estes intervalos, devem serpreferidos como possibilidade para uma harmonizao de uma melodia para doisinstrumentos.

    So eles:

    3, 6, 8 e eventualmente 5 (precedida e seguida de um dos anteriores).

    Deixemos bem claro que no se trata de harmonizao de baixo e melodia, massim de uma melodia paralela outra.

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    O procedimento para se compor esta harmonizao o seguinte:

    1. Dentro do que a cifra permita escolher um dos intervalos citados de forma queele possa ser usado nas demais notas que esto sob a harmonia aquele acorde. Dpreferncia para que todos as notas dentro de um determinado acorde figurem no mesmointervalo, caso no seja possvel, use mais de um deles.

    Ex:

    Note que na primeira harmonizao usou se 3 no primeiro acorde, mas nasegunda harmonizao usou se 6. O mesmo ocorreu no compasso 2, onde primeiro seharmonizou com 3 e depois com 6 e 5.

    Como foi dito quando no der para se manter o intervalo dentro de todo o acorde,pode se lanar mo do intervalo de 5.

    Deve se evitar saltos muito altos nas duas vozes, quando a primeira fizer um saltomuito alto dever se compensar na segunda voz com salto menor ou movimento oblquo/contrrio.

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    No 1 compasso a primeira voz fez um salto de 8 porm a segunda efetuou umsalto de 3, compensando se com um intervalo menor. Poderia ser um movimento oblquocomo:

    5. Esboo do arranjo.

    Como j estudamos at aqui, encadeamento de acordes e composio demelodias duas vozes, agora iremos comear a juntar estas duas partes e assimcomear a compor pequenas peas para grupo de 6 ou 7 instrumentos.

    Partiremos do seguinte:

    1. Teremos sempre dada uma melodia cifrada, com a qual trabalharemos.

    2. Efetuaremos a instrumentao (reduo) com os seguintes passos:

    a. Criao do Baixo.

    b. Criao da harmonia intermediria partindo daquela linha mestra queaprendemos no incio dos encadeamentos.

    c. Dobraremos a melodia em 8 e a partir dessa 8, criaremos a segunda vos, elembre-se, buscando sempre 3, 6, 8 e se possvel 5.

    bom saber que devemos evitar que a melodia entre dentro das notas daharmonia, ou no mximo permitiremos que ela coincida com a 1 voz do encadeamento.

    Ento vejamos isso passo a passo.

    a) Melodia dada.

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    b) Criao do Baixo.

    c) Criao do encadeamento.

    d) Dobra da melodia em 8 superior.

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    e) Harmonizao da melodia duas vozes.

    Assim construmos a partir de uma melodia dada, uma pea para pelo menos 7instrumentos, ou partes. A este esboo de arranjo chamaremos reduo.

    6. Acompanhamento.

    Aqui trataremos isoladamente do tema acompanhamento. Observe que oencadeamento que criamos, permanece de forma esttica e apenas com notas longas.Porem podemos dar a esse acompanhamento, um carter mais dinmico, maismovimentado.

    Para tanto, isolemos o encadeamento para que possamos trabalh-lo.

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    Alm de poder us-lo como est disposto acima, podemos tambm criar umaconfigurao rtmica, usando as notas na disposio em que se encontram.

    Tambm podemos dissolver o acorde em arpejos, deixando-o mais leve etransparente.

    Temos a opo de usar estas duas formas ao mesmo tempo.

    Ou

    Precisamos entender que no necessrio que as notas da harmonia sesustentem o tempo todo, mas que sejam ouvidas, ainda que brevemente. Dai aspossibilidades de se arpej-las. Isso se torna til quando acompanhamos instrumentos depouca propagao sonora. No entanto, nada impede tambm que se use ao mesmo

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    tempo a base harmnica parada e sobre posta a ela outras configuraes.

    importante salientar que, o grau de movimentao do acompanhamento, deverestar subordinado melodia, evitando assim congestionamentos que obscuream amelodia, ou se confundam com ela. Regra simples : Melodia andando, acompanhamentoparado, e vice-versa.

    Esse conhecimento e percepo de qual mtodo mais adequado depender daprtica do arranjador, que com o tempo perceber a utilidade de cada uma delas.

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