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Londrina 2019 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE LINGUAGEM E SUAS TECNOLOGIAS SAMANTHA FRANCIELE DORABIATO DE MATOS EFEITOS DO CLIMA ORGANIZACIONAL ESCOLAR NOS PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO … · Ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, pela concessão da bolsa de estudos. Aos meus pais, pelo amor e apoio. Aos

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Londrina 2019

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE LINGUAGEM E SUAS

TECNOLOGIAS

SAMANTHA FRANCIELE DORABIATO DE MATOS

EFEITOS DO CLIMA ORGANIZACIONAL ESCOLAR NOS

PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM

SAMANTHA FRANCIELE DORABIATO DE MATOS

Cidade ano

Londrina 2019

EFEITOS DO CLIMA ORGANIZACIONAL ESCOLAR NOS

PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias da UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Fábio Luiz da Silva.

AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

SAMANTHA FRANCIELE DORABIATO DE MATOS

EFEITOS DO CLIMA ORGANIZACIONAL ESCOLAR NOS PROCESSOS DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em

Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias da UNOPAR, como

requisito parcial para a obtenção do título de Mestre conferido pela Banca

Examinadora formada pelos professores:

_________________________________________ Prof. Dr. Fábio Luiz da Silva

UNOPAR

_________________________________________ Prof. Dr. Anderson Teixeira Rolim

UNOPAR

_________________________________________ Prof.ª Dr. ª Alessandra Dutra

UTFPR

Londrina, ___ de ______________ de 2019.

Ao meu esposo e filho, razão do meu lutar e persistir.

Dedico este trabalho.

AGRADECIMENTOS

A Deus, que me permitiu esse caminho e me deu forças, tornando tudo possível.

Ao meu esposo e filho, pela cumplicidade e amor incondicional nos momentos mais

difíceis.

Ao meu orientador Dr. Fábio Luiz da Silva, pelo suporte, correções e incentivos.

À banca examinadora, Dr. Anderson Teixeira Rolim e Dr. ª Alessandra Dutra, pelos

apontamentos que contribuíram com o fechamento dessa dissertação.

À coordenação do programa, por todo suporte administrativo.

Aos professores do programa, pela contribuição imensurável em minha formação.

Ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, pela concessão da bolsa de

estudos.

Aos meus pais, pelo amor e apoio.

Aos meus irmãos, pelo auxílio em atividades paralelas.

Aos colegas de turma, pela convivência e ajuda mutua. Em especial a Fabiane

Fantacholi, a Cristiane Domingues e a Ana Paula Xavier de Oliveira.

Aos amigos e companheiros de trabalho pelo incentivo.

Obrigada!

MATOS, Samantha Franciele Dorabiato. Efeitos do Clima Organizacional Escolar nos Processos de Ensino e de Aprendizagem. 2019. 112 f. Dissertação (Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagem e suas Tecnologias) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2018.

RESUMO

Há, na literatura, consideráveis estudos sobre ambiente, atmosfera e clima escolar, especialmente em investigações para obtenção de títulos de mestrado e doutorado. Em pesquisas realizadas e revisadas em banco de teses, periódicos e plataformas de busca foi identificado que, até o presente momento, o Brasil não possui instrumento de pesquisa específico validado para essa temática, fator esse que motivou a sua realização neste trabalho. Assim, este estudo teve como objetivo geral, investigar os efeitos do clima organizacional escolar nos processos de ensino e de aprendizagem. Com base e referencial teórico nacional e internacional, o estudo contou com conceitos impulsionadores como: cultura, ethos e a pirâmide das motivações humanas para a construção do seu instrumento de pesquisa, a fim de atingir o objetivo proposto. Houve o desenvolvimento e criação do instrumento de pesquisa que foi nomeado como pirâmide das necessidades básicas para o ensino e aprendizagem. O instrumento possui quatro níveis sólidos e oito parâmetros de pesquisa, expostos em um questionário de escala psicométrica tipo Likert. Esta pesquisa de campo teve como respondentes alunos e professores do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Médio de sete escolas públicas estaduais, localizadas na região central do estado do Paraná. O questionário aplicado mensurou as opiniões, percepções, valores, atitudes e o grau de conformidade dos alunos e professores diante da qualidade de vida escolar em 26.320 respostas obtidas.

Palavras-chave: Clima escolar. Clima organizacional escolar. Ensino e

aprendizagem.

MATOS, Samantha Franciele Dorabiato. Effects of the school organizational climate on teaching and learning processes. 2019. 112 f. Dissertação (Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagem e suas Tecnologias) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2018.

ABSTRACT

In the literature, there are considerable studies on the environment, atmosphere and school climate, especially in researches for masters and doctoral degrees. In research carried out and reviewed in theses, periodicals and research platforms, it was identified that up to the present moment Brazil does not have a specific research instrument validated for this subject, which motivated its realization. The objective of the study was to investigate the effects of the school organizational climate on teaching and learning processes. Based on national and international theoretical reference, the study included concepts such as: culture, ethos and the pyramid of human motivations for the construction of its research instrument, in order to reach the proposed objective. There was the development and creation of the research instrument, this was named as: pyramid of basic needs for teaching and learning. The instrument has four solid levels and eight research parameters, presented in a Likert psychometric scale questionnaire. This field research had students and teachers of the 1st, 2nd and 3rd year of the High School of seven state public schools, located in the central region of the state of Paraná. The applied questionnaire measured the opinions, perceptions, values, attitudes and the degree of conformity of the students and teachers with the quality of school life in 26,320 answers obtained. .

Key words: School climate. School organizational climate. Teaching and learning.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Pirâmide das Motivações Humanas ........................................................... 36

Figura 2: Pirâmide das Necessidades Básicas para o Ensino e Aprendizagem ....... 40

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Clima Escolar e Resiliência: a escola como lugar de paz em tempo

integral....................................................................................................................... 25

Quadro 2: Práticas e percepções docentes e suas relações com o prestígio e clima

escolar das escolas públicas do município do Rio de Janeiro ................................... 26

Quadro 3: Estudos da associação entre clima escolar e o desempenho médio de

alunos do 5º ano do ensino fundamental .................................................................. 27

Quadro 4: A organização escolar: a relação entre clima e violências ....................... 28

Quadro 5: The Influence of Climate on Student Achievement in Elementary Schools

.................................................................................................................................. 28

Quadro 6: A Review of School Climate Research ..................................................... 29

Quadro 7: What Is School Climate? .......................................................................... 30

Quadro 8: What We Think: parental perceptions of urban school climate e Where We

Teach: the cube e Survey of urban school climate .................................................... 31

Quadro 9: Um olhar de dentro: o clima de escola na perspectiva dos alunos ........... 31

Quadro 10: El clima escolar percibido por los alumnos de enseñanza media. Una

investigación en algunos liceos de la Región Metropolitana ..................................... 32

Quadro 11: Climat organisationnel et efficacité scolaire ............................................ 33

Quadro 12: Climat scolaire ........................................................................................ 33

Quadro 13: Itens Escala Likert .................................................................................. 47

Quadro 14: Colégio “A”.............................................................................................. 48

Quadro 15: Colégio “B”.............................................................................................. 48

Quadro 16: Colégio “C” ............................................................................................. 48

Quadro 17: Colégio “D” ............................................................................................. 48

Quadro 18: Colégio “E”.............................................................................................. 49

Quadro 19: Colégio “F” .............................................................................................. 49

Quadro 20: Colégio “G” ............................................................................................. 49

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Colégio “A” Nível Biológico ........................................................................ 55

Tabela 2: Colégio “A” Nível Social ............................................................................. 56

Tabela 3: Colégio “A” Nível Pedagógico.................................................................... 57

Tabela 4: Colégio “A” Nível Psicológico .................................................................... 58

Tabela 5: Colégio “B” Nível Biológico ........................................................................ 59

Tabela 6: Colégio “B” Nível Social ............................................................................. 62

Tabela 7: Colégio “B” Nível Pedagógico.................................................................... 63

Tabela 8: Colégio “B” Nível Psicológico .................................................................... 64

Tabela 9: Colégio “C” Nível Biológico ........................................................................ 67

Tabela 10: Colégio “C” Nível Social .......................................................................... 68

Tabela 11: Colégio “C” Nível Pedagógico ................................................................. 69

Tabela 12: Colégio “C” Nível Psicológico .................................................................. 70

Tabela 13: Colégio “D” Nível Biológico ...................................................................... 73

Tabela 14: Colégio “D” Nível Social .......................................................................... 74

Tabela 15: Colégio “D” Nível Pedagógico ................................................................. 75

Tabela 16: Colégio “D” Nível Psicológico .................................................................. 76

Tabela 17: Colégio “E” Nível Biológico ...................................................................... 76

Tabela 18: Colégio “E” Nível Social ........................................................................... 80

Tabela 19: Colégio “E” Nível Pedagógico.................................................................. 81

Tabela 20: Colégio “E” Nível Psicológico .................................................................. 82

Tabela 21: Colégio “F” Nível Biológico ...................................................................... 85

Tabela 22: Colégio “F” Nível Social ........................................................................... 85

Tabela 23: Colégio “F” Nível Pedagógico .................................................................. 86

Tabela 24: Colégio “F” Nível Psicológico................................................................... 87

Tabela 25: Colégio “G” Nível Biológico...................................................................... 91

Tabela 26: Colégio “G” Nível Social .......................................................................... 92

Tabela 27: Colégio “G” Nível Pedagógico ................................................................. 93

Tabela 28: Colégio “G” Nível Psicológico .................................................................. 94

LISTA DE SIGLAS

IEDE - Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional.

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

PISA - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes.

SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SESC - Serviço Social do Comércio

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2 CONCEITOS GERAIS............................................................................................ 18

2.1 Cultura e ethos escolar: base do comportamento e das relaões escolares ..... 19

2.2 Processos de ensino e de aprendizagem: ação profissional ........................... 21

2.3 Clima organizacional escolar ........................................................................... 24

2.5 Pirâmide das motivações humanas ................................................................. 34

3 INSTRUMENTO DE PESQUISA ............................................................................ 38

3.1 Pirâmide das necessidades básicas para o ensino e aprendizagem ............... 39

3.2 Níveis e parâmetros do instrumento de pesquisa ............................................ 40

4 MÉTODO ................................................................................................................ 46

4.1 Caracterização da pesquisa ............................................................................ 46

4.2 Respondentes do instrumento de pesquisa ..................................................... 47

4.3 Procedimentos para coleta de dados............................................................... 49

5 RESULTADOS DA PESQUISA E ANÁLISE DE DADOS ....................................... 51

5.1 Colégio “A” ....................................................................................................... 52

5.2 Colégio “B” ....................................................................................................... 59

5.3 Colégio “C” ....................................................................................................... 65

5.4 Colégio “D” ....................................................................................................... 71

5.5 Colégio “E” ....................................................................................................... 76

5.6 Colégio “F” ....................................................................................................... 83

5.7 Colégio “G” ...................................................................................................... 89

5.8 Relações entre o clima organizacional escolar e os processos de ensino e de aprendizagem ........................................................................................................ 95

5.9 O clima organizacional escolar e as possíveis melhorias nos processos de ensino e de aprendizagem ..................................................................................... 95

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 97

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 99

APÊNDICES ............................................................................................................ 103

ANEXOS ................................................................................................................. 109

14

1 INTRODUÇÃO

Da escola antiga à nova, educar consiste em preparar a criança ou jovem

para ser inserido em uma sociedade no qual já está submerso.

Há cerca de quatro séculos, essa atividade social chamada educar vem-se constituindo, progressivamente, numa dimensão integrante da cultura da modernidade, sem falar de seus importantes impactos sobre a economia e os demais aspectos da vida coletiva, sobretudo políticos, tanto é verdade que o conceito moderno de cidadania é impensável sem a educação. (TARDIF; LESSARD, 2014, p. 7).

De maneira análoga, Calderón (2017) fez a seguinte publicação no jornal

espanhol El País, “a educação é uma das principais ferramentas para formar

cidadãos comprometidos com as instituições de seus países e os valores

democráticos que fundamentam a vida em sociedade”.

Na mídia, a educação brasileira é evidenciada e caracterizada pela falta de

investimentos, desvalorização dos professores e desmotivação dos alunos. Os

dados da prova do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA),

realizados em 2015 demonstram que o Brasil ficou na 63ª posição em ciências, na

59ª em literatura e na 66ª colocação em matemática. A prova foi realizada em 70

países com coordenação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento

Econômico (OCDE).

Em matéria para a Revista Educação, Kuzuyabu (2018) apontou que os

alunos de baixo desempenho no PISA relataram maior desconforto físico e

emocional com a escola. A matéria coordenada pela autora mostra o estudo “Um

panorama sobre resolução colaborativa de problemas no Brasil”, realizado pelo

programa Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (IEDE) a partir

dos microdados do PISA. Segundo Kuzuyabu (2018), os dados do estudo indicam a

importância do ambiente escolar para o aprendizado, para o desenvolvimento dos

alunos e sinalizam que classes lotadas, indisciplina e falta de atenção

individualizada são problemas que também precisam ser analisados, pois alunos

com baixo desempenho na resolução de problemas podem estar sendo afetados

pelo ambiente escolar.

Nesse sentido, a autora destaca que 53,7% dos alunos de baixo

desempenho dizem que há barulho e desordem em todas ou na maioria das aulas,

15

57,9% dos alunos de baixo desempenho não ouvem o que o professor diz em todas

ou na maioria das aulas e que 32,4% dos alunos com baixo desempenho sentem

que não pertencem à escola. Fatores como esses impactam nas relações humanas,

nos valores e atitudes relacionados ao trabalho escolar, refletindo na garantia do

padrão de qualidade da educação brasileira. Garantia essa que é expressa pela Lei

9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional − LDB), por meio do

Título II, Art. 3, que diz o seguinte: “O ensino será ministrado com base nos

seguintes princípios: [...], inciso IX − Garantia de padrão de qualidade.” (BRASIL,

1996).

O cenário escolar brasileiro passa por mudanças complexas e muitas são as

dificuldades das escolas. Nesse contexto, julgamos que a avaliação dos efeitos do

clima organizacional, nos processos de ensino e de aprendizagem, se torna

significativa para o diagnóstico e auxílio em busca de uma transformação facilitadora

do contexto escolar, pois como em qualquer outra organização, a escola possui um

clima que a caracteriza.

A problemática da pesquisa esteve centralizada em investigar a seguinte

questão: como o clima organizacional escolar pode influenciar nos processos de

ensino e de aprendizagem? Essa pergunta já possui hipótese favorável de acordo

com o referencial bibliográfico obtido, mas possui particularidades apresentadas

pelos autores e instrumentos de pesquisa analisados os quais discutiremos adiante.

Assim, como já afirmamos, esse estudo tem como objetivo geral investigar os efeitos

do clima organizacional escolar nos processos de ensino e de aprendizagem. Para

consecução desse objetivo, elencaram-se os seguintes objetivos específicos: definir

os processos de ensino e de aprendizagem; definir clima organizacional escolar;

identificar características do clima organizacional escolar no Ensino Médio de sete

escolas públicas estaduais de um município do interior do estado do Paraná;

identificar as possíveis relações entre as características de clima organizacional

escolar e os processos de ensino e de aprendizagem; indicar alterações no clima

organizacional escolar que possam melhorar os processos de ensino e da

aprendizagem.

A pesquisa, orientada por esses objetivos, partiu do pressuposto de que é

imprescindível que a escola, na sociedade atual, assuma um papel de transformação

e, para isso, a adoção de novas abordagens de investigação se faz necessárias. Até

o presente momento, as revisões bibliográficas nos mostraram que o Brasil não

16

possui instrumento de pesquisa específico para as temáticas de clima organizacional

escolar.

Assim, percebendo a importância da temática, houve a criação da pirâmide

das necessidades básicas para os processos de ensino e aprendizagem. Essa

ferramenta possui quatro níveis e oito parâmetros de avaliação que buscam

mensurar a subjetividade dos respondentes do instrumento de pesquisa, dando

sinais da qualidade de vida escolar.

Justifica-se este estudo pela a intenção de sugerir melhorias, baseando-se

nos resultados dos níveis e parâmetros do seu instrumento de pesquisa, a fim de

garantir uma comunicação assertiva, consistência das relações humanas e a

garantia de qualidade e equidade para um melhor desempenho dos alunos e

professores.

Esse estudo está dividido em seis seções, conforme apresentado

inicialmente: a introdução com uma breve contextualização do cenário atual na qual

o estudo está inserido, seguido do problema e hipótese de pesquisa, objetivo geral,

objetivos específicos, justificativa e as partes componentes dessa dissertação. Na

sequência, o estudo segue dividido no seguinte formato: na segunda seção, em que

estão apresentados os conceitos gerais que compõem nosso referencial teórico,

apresentamos a cultura e o ethos como bases do comportamento escolar. Depois,

foram apresentados dois de nossos objetivos específicos, nos quais definimos os

processos de ensino e aprendizagem como uma ação profissional. Em seguida, uma

revisão bibliográfica de pesquisas relacionadas ao clima organizacional escolar,

referenciada e conceituada por autores expressivos para nosso estudo. A seção é

finalizada com a apresentação da pirâmide das motivações humanas instituída por

Abraham Maslow.

Na terceira seção apresentamos nosso instrumento de pesquisa nomeado

como pirâmide das necessidades básicas para o ensino e aprendizagem, com

referenciais teóricos que sustentam seus níveis e parâmetros de pesquisa. Na

quarta seção expomos o método, características da pesquisa, perfil dos

respondentes e os procedimentos realizados para coleta de dados. Na quinta seção

são expostos os resultados da pesquisa e a análise dos dados tabelados,

correspondendo aos últimos objetivos específicos propostos nesse estudo.

Findamos o estudo com a sexta seção, momento em que são retomados alguns

pontos importantes desta investigação junto às nossas considerações finais e

17

refletimos sobre a nossa hipótese de pesquisa com vistas a pesquisas futuras.

18

2 CONCEITOS GERAIS

O instrumento de pesquisa desse estudo, que investiga os efeitos do clima

organizacional escolar nos processos de ensino e aprendizagem, foi impulsionado

pelos conceitos de cultura, ethos1 e da pirâmide das motivações humanas instituída

por Abraham Maslow2. Esses conceitos foram escolhidos estrategicamente, pois

fundamentam a criação dos níveis da pirâmide das necessidades básicas para o

ensino e aprendizagem e seus parâmetros, que serão abordados na seção seguinte.

Por estarem fortemente atrelados ao clima organizacional escolar e aos

processos de ensino e aprendizagem, os conceitos impulsionadores têm grande

impacto em nosso instrumento pesquisa. Acreditamos que para mensurar os efeitos

do clima seja imprescindível levar em consideração a cultura e o ethos escolar, pois

esses são a base do comportamento e das relações humanas entre os atores do

clima em uma instituição.

Julgamos que os habiti3 culturais e as condutas morais do ethos escolar

tratados em conjunto, ou de forma isolada, originam padrões para análise das

subjeções dos respondentes do instrumento de pesquisa. No estudo, também

presumimos que, para avaliar o clima organizacional escolar se faz necessário, em

primeira instância, verificar quais são as necessidades básicas imperativas para um

desempenho eficaz nos processos de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, a

pirâmide das motivações humanas, instituída pelo psicólogo clínico Abraham Maslow

(1908-1970), formou a base e trouxe a inspiração para a criação da pirâmide das

necessidades básicas para o ensino e aprendizagem. A teoria de Maslow será

abordada ao final desta seção.

1Ethos é uma palavra de origem grega que significa “caráter moral”, o termo indica, de uma maneira geral, os

traços característicos de um grupo, do ponto de vista social e cultural, o que o diferencia de outros. É como um valor de identidade, na sociologia e na antropologia, é uma espécie de síntese dos costumes e os traços comportamentais de um povo. O ethos pode ainda designar as características, morais, sociais e afetivas que definem o comportamento de um determinado individuo ou cultura. 2Abraham Harold Maslow nasceu em 1 de abril de 1908, em Nova Iorque e faleceu em 8 de junho de 1970,

na Califórnia. Foi um psicólogo americano conhecido pela proposta da hierarquia das necessidades humanas. 3O conceito de habiti aqui utilizado corresponde à noção de cultura, que de forma individual ou coletiva sugere

um estilo de vida. .

19

2.1 Cultura e ethos escolar: base do comportamento e das relações escolares

A escola é uma construção social, em que as ações dos sujeitos se

transformam, amparadas por suas culturas e ethos, em um conglomerado de rituais

internos e de interação, levando assim, à criação de um clima organizacional

escolar. Consideramos e classificamos a cultura por meio de seus hábitos, princípios

e propósitos; o ethos pela conduta moral e ética. Ambos abstratos e subjetivos.

Nesse estudo baseamo-nos na necessidade da busca por uma organização

comportamental na escola que possibilite o desenvolvimento do ensino e da

aprendizagem em um espaço igualitário e de qualidade.

Nos estudos de Duarte e Oliveira (2017), os autores apontam que:

[...] há uma aproximação entre o clima e a cultura organizacional da escola, uma vez que fazem parte do mesmo fenômeno complexo, interagindo-se, os autores se articulam dizendo que apesar de as escolas se estruturarem de formas semelhantes, estas se diferenciam por criarem identidades próprias por meio de negociações que vivenciam em diferentes situações e sistemas de ações. (DUARTE; OLIVEIRA, 2017, p.62-64).

Do mesmo modo, Alvarenga (2010) retrata em seu estudo que os termos

“ethos escolar” e “clima escolar”, que têm sido amplamente utilizados por instituições

fomentadoras de políticas públicas educacionais, são apontados como termos

capazes de medir e diferenciar uma escola com melhor resultado nas avaliações

sistêmicas. Sendo estes dois, “cultura” e “ethos” significativos para o clima

organizacional escolar, estão expostos de forma convergente para alcançarmos os

propósitos de nossos níveis e parâmetros do instrumento de pesquisa.

Em resumo, a cultura e o ethos escolar se atrelam à filosofia da escola, com

sua missão, visão, valores e objetivos. Para Tardif e Lessard (2014, p.104), os

materiais básicos da escola são os seres humanos, depositários de valores culturais

e dotados de uma identidade social e moral, ou seja, o ethos. Esses depositários

formam uma gama expressiva de elementos a serem mensurados dentro de um

clima organizacional escolar.

Benedito (2017) recorda a seguinte ideia de cultura:

[...] uma das construções intelectuais que mereceu mais definições – foi uma invenção social e histórica, uma criação dos primeiros sociólogos e antropólogos, com o propósito de racionalizar a compreensão e a interpretação da experiência vivida em todos os âmbitos da atividade humana. (BENEDITO, 2017, p.110).

Para o autor, a cultura é também uma fonte de desordem, sensível às

20

expectativas de mudança emergentes, suscitadas pelo modo de vida em que ela

opera e inclusive aos dinamismos internos de sua própria evolução. Duarte e

Oliveira (2017) revelam que, quanto mais forte for a cultura organizacional, menos os

líderes precisam se preocupar em desenvolver regras e regulamentos para gerir os

membros da organização, pois esta orientação é internalizada na proporção em que

eles aceitam a cultura organizacional.

Alvarenga (2010) nos diz que o termo ethos se reporta à Grécia antiga,

sendo vinculado à tradição, aos costumes, à moralidade, ao subjetivo, ao

comportamento e às relações entre as pessoas. Geertz (1978, p. 92) conceitua que

o termo ethos de um povo diz respeito ao tom, ao caráter e à qualidade de vida, à

construção de um estilo moral e estético à sua disposição. E a atitude subjacente a

ele mesmo e ao seu mundo que a vida reflete.

Para Brooke e Soares (2008, p. 358), o ethos de uma escola é determinado

em parte pela visão, valores e objetivos de seus membros e pela maneira como eles

trabalham juntos. Para Sá (1992, p. 99), “no ethos escolar, aprendizagem e

educação caminham juntas e, neste percurso têm eficácia simbólica para determinar

comportamentos e atitudes socialmente desejáveis”.

Perrenoud (1999, p. 26) diz que “a escola não se constrói a partir do zero,

nem o aprendiz é uma tabula rasa, uma mente vazia, ele sabe, ao contrário, „muitas

coisas‟, questionou-se e assimilou ou elaborou respostas que o satisfazem

provisoriamente”. Por isso, muitas vezes, o ensino choca-se de frente com as

concepções dos aprendizes, com sua cultura e ethos, gerando variáveis positivas ou

não nos processos de ensino e de aprendizagem.

Duarte e Oliveira (2017) nos trazem o seguinte entendimento de clima

organizacional e cultura:

O clima organizacional está vinculado diretamente à cultura organizacional, pois é um fenômeno resultante da interação dos elementos da cultura organizacional e resulta do peso de cada um dos elementos culturais. Em outras palavras, o clima organizacional pode ser compreendido como a percepção da atmosfera organizacional e têm como consequência impactar a satisfação com o trabalho, as interações entre os grupos e, até mesmo, os comportamentos que manifestam o distanciamento dos indivíduos no ambiente organizacional. (DUARTE; OLIVEIRA, 2017, p.65-66).

E, resumidamente, Alvarenga (2010) traz sua definição relacionada à clima

escolar e ethos:

O clima revela o estado, a percepção de quem faz parte da instituição ao consentir e/ou reagir a tudo que ali ocorre ou lhe é exigido por parte de uma

21

liderança, por políticas externas; sua atitude ao trabalhar; tratar as pessoas e de conviver com os elementos que compõem o clima escolar. O ethos seria esse clima de aceitação ou não que por ser estável se normatizou de formas padronizadas em regras claras e documentadas ou apenas no “sempre foi assim”, que revelam a interação, inter-relação de todos os elementos do clima. (ALVARENGA, 2010, p.8).

A autora ainda traz a perspectiva integradora de que o clima pode ser

entendido como o ambiente total de um centro educativo, determinado por todos

aqueles fatores físicos, elementos estruturais, pessoais, funcionais e culturais da

instituição que, integrados interativamente em um processo dinâmico específico,

conferem peculiar estilo ou tom à instituição, condicionados, por sua vez, dos

diferentes produtos educacionais.

Alvarenga (2010) vê o clima como um fator para o bem-estar e para a

eficácia de uma escola por representar a originalidade coletiva da escola, a

atmosfera geral que pode ser percebida de imediato e através da qual se pode

determinar a efetividade desta.

Tardif (2014) postula que, com o tempo, a identidade do professor e sua

ação profissional carregam marcas de sua própria atividade, com sua cultura, seu

ethos, suas ideias, suas funções, seus interesses, entre outros, em que boa arte de

sua existência é caracterizada por sua atuação profissional. Sendo assim,

consideramos a escola e seus professores, interlocutores e mediadores da cultura e

do ethos na busca de saberes diante das necessidades de ensino e de

aprendizagem.

Diante de todas as relações expostas, é possível verificar que a cultura e o

ethos têm uma ligação lógica e fazem um paralelo com o clima organizacional

escolar. Acreditamos, ainda, que muitas escolas tenham dificuldades em atingir com

eficácia os processos de ensino e aprendizagem propostos, devido à

heterogeneidade e disparidades de seus alunos e professores, mesmo estando sob

a organização de uma legislação massificada. Por tanto, admitimos que esse seja

um dos desafios de nossas análises de pesquisa.

2.2 Processos de ensino e de aprendizagem: ação profissional

Consideramos que ensino e aprendizagem se diferenciam em significados,

mas caminham em uma linha convergente de objetivos, no qual o ensino é uma

22

forma sistêmica de transmissão de informações, habilidades, competências e

conhecimentos e que pode ser praticado em vários formatos; já a aprendizagem é o

processo de adesão e cognição desta sistêmica, em que os indivíduos envolvidos

adquirem valores e saberes intangível:

O ensino é uma atividade humana, um trabalho interativo, ou seja, um trabalho baseado em interações entre as pessoas. Concretamente, ensinar é desencadear um programa de interações com um grupo de alunos, a fim de atingir determinados objetivos educativos relativos à aprendizagem de conhecimentos e à socialização. (TARDIF, 2002, p. 118).

Nesse contexto, Tardif e Lessard (2014) fazem as seguintes referências ao

ensino e à aprendizagem:

[...] a “consumação” (aprender) acontece, normalmente, ao mesmo tempo em que a “produção” (ensinar: fazer aprender). Portanto, é difícil separar o trabalhador do resultado de seu trabalho e observar separadamente esse último de seu local de produção. (TARDIF; LESSARD, 2014 p. 206).

Avalia-se ainda que, para eficácia destes processos, a interação e relação

humana se fazem únicas e necessárias para o desempenho cognitivo dos

envolvidos. Assim, podemos dizer que esses processos, tal como fala Tardif (2002,

p.13), “é um jogo sútil de conhecimentos, de reconhecimentos e de papéis

recíprocos, modificados por expectativas e perspectivas negociadas”. Do mesmo

modo, Perrenoud (1999) nos diz que:

Certas aprendizagens só ocorrem graças às interações sociais, seja que se visa ao desenvolvimento de competências de comunicação ou de coordenação, seja porque a interação é indispensável para provocar aprendizagens que passem por conflitos cognitivos ou por formas de cooperação. (PERRENOUD, 1999, p.56).

Seguindo a mesma lógica, Kowaltowski (2011, p.12) diz que a educação é

vista como a transmissão de valores e o acúmulo de conhecimento de uma

sociedade. Sendo assim, gerando transformações para uma sociedade organizada.

Já Tardif (2002) transfere ao professor a seguinte responsabilidade:

[...] enquanto ator social o professor desempenha o papel de agente de mudanças, ao mesmo tempo em que é portador de valores emancipadores em relação às diversas lógicas de poder que estruturam tanto o espaço social quanto o espaço escolar. (TARDIF, 2002, p.303).

E em ação recíproca Tardif e Lessard (2014) dizem que:

[...] tais profissões requerem um trabalho moral e comportam uma forte dose de ética, pois é sempre portador de certo fardo moral que repousa, ao menos em parte, sobre os ombros do trabalhador, mesmo que a

23

organização posa amenizá-lo por uma deontologia4 mais ou menos precisa

e válida. (TARDIF; LESSARD, 2014, p. 272).

Desta forma, julgamos que a principal ação profissional do professor é a de

realizar, por meio de saberes, a transformação ética e eficaz do seu “objeto” de

trabalho por meio dos processos de ensino e de aprendizagem. Tardif e Lessard

(2014) acreditam que a presença de um “objeto humano” modifica profundamente a

própria natureza do trabalho e a atividade do trabalhador. Neste estudo

consideramos os fatores organizacionais desse trabalho.

Perrenoud (1999, p. 39) alega que “a escola é inteiramente organizada para

favorecer a progressão das aprendizagens dos alunos para os domínios visados ao

final de cada ciclo de estudos”, isso quer dizer que no emaranhado dos processos

de ensino e de aprendizagem, cabe ainda ao professor assumir contradições,

tensões, dilemas sem solução lógica para com os seres humanos e por eles, são

escolhas diárias que geram consequências e têm custos, às vezes, imprevisíveis, às

vezes, contrários às intenções iniciais.

Em suma, Tardif (2002) acrescenta que os processos de ensino e

aprendizagem não se resumem somente a uma ação profissional cognitiva, pois o

trabalhador “humano” se dedica ao seu objeto de trabalho “outro humano”

consequentemente, gerando um trabalho interativo e de relações. Para o autor, o

tratamento reservado ao objeto não pode mais se reduzir à sua transformação

objetiva, técnica, instrumental; ele levanta as questões complexas do poder, da

afetividade e da ética, que são inerentes à interação humana, à relação com o outro.

Tardif e Lessard (2014, p. 30) refletem que entre as relações humanas

existentes entre um trabalhador e seu objeto de trabalho humano, no qual fica

explícito a existência de um clima escolar, e esse favorável ou não, pode produzir

efeitos nos processos de ensino e de aprendizagem devido às suas relações,

interação e afetividades na busca de objetivos.

Nesse estudo, avaliamos e observamos o professor como uma liderança

imediata e o condutor principal da ação profissional que envolve os processos de

ensino e aprendizagem.

4 Deontologia na filosofia é uma das teorias normativas fundamentada por princípios morais, onde escolhas são

moralmente necessárias, proibidas ou permitidas. Também pode ser descrita como ética.

24

2.3 Clima organizacional escolar

O clima organizacional é usualmente utilizado no meio administrativo, em

particular por setores de recursos humanos e departamentos de gestão de pessoal.

Luz (2003) fala que administrar o clima passou a ser uma ação estratégica para

todas as organizações, especialmente para aquelas que se dizem comprometida

com a gestão da qualidade. Para Chiavenato (1992), as organizações são como

organismos vivos e em constante ação e desenvolvimento, o clima é resultado das

interações e um indicador do grau de satisfação nas organizações. Como reflexão,

fazemos a seguinte consideração:

O clima organizacional constitui o meio interno de uma organização, é a atmosfera psicológica e característica que existe em cada organização. O clima organizacional é o ambiente humano dentro do qual as pessoas de uma organização fazem o seu trabalho. Constitui a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelo participantes da organização e que influência o seu comportamento. (CHIAVENATO, 1992, p.53).

O tema clima organizacional escolar é pouco difundido no Brasil, e conforme

os descritores aplicados às plataformas de pesquisa como a CAPES, EBSCO,

LILACS, SUCUPIRA e SCIELO, não há até o momento um instrumento de pesquisa

validado para esta temática em nosso país, mas há, na literatura estrangeira,

consideráveis estudos sobre ambiente, atmosfera e clima escolar, especialmente em

artigos e teses de mestrado e doutorado.

Os descritores foram aplicados às plataformas mencionadas entre aspas

com o intuito de contemplar a expressão na íntegra, isto é, o arquivo localizado

deveria contemplar todas as palavras-chave da expressão. Para este estudo foram

utilizados os seguintes descritores: “clima escolar” AND “clima da escola” AND

“clima organizacional escolar” AND “ambiente escolar” AND “atmosfera escolar”.

Com os resultados obtidos, constatamos que, entre as poucas pesquisas

brasileiras relacionadas ao tema, era comum, entre as mesmas, citar autores com

estudos estrangeiros relevantes. A partir de então, com o intuito de angariar

referencial teórico, refinamos a pesquisa e foram lançados os seguintes descritores:

“school climate” AND “clima de la escuela” AND “climat scolaire”.

Com a intenção de sustentar nossa hipótese, a de que o clima

organizacional escolar pode influenciar os processos de ensino e aprendizagem, e

subsidiar o referêncial teórico do nosso instrumento de pesquisa, neste momento

25

exibimos uma revisão dos estudos encontrados por nossos descritores que

assemelham-se aos nossos ideais de pesquisa, a fim de auxiliar e refinar o

entendimento do leitor sobre o tema abordado.

Separamos os autores e seus estudos por nacionalidade, onde relatamos

resumidamente parte de seus contextos e análises de pesquisa, seguido de

considerações significativas para construção do nosso instrumento.

A seguir, apresentamos em quadros os estudos dos brasileiros Andrade

(2012), Brito e Costa (2010), Canguçu (2015), Lira (2010). Dos estadunidenses,

Taylor (2008), Thapa e Cohen (2013), Loukas (2007), Perkins (2011). Contamos

também com os estudos da portuguesa Ceia (2011), dos chilenos Cornejo e

Redondo (2001), do canadense Brunet (1995), da francesa Blaya (2006) e do suíço

Thiébaud (2005).

Outros autores contribuíram de forma similar para nosso instrumento de

pesquisa, esses não foram expostos nesse auxílio, mas suas citações fazem-se

presentes no decorrer do estudo.

Quadro 1: Clima Escolar e Resiliência: a escola como lugar de paz em tempo integral

Autor Fernando Cézar Bezerra de Andrade (2012)

Estudo Clima Escolar e Resiliência: a escola como lugar de paz em tempo integral.

Contexto O autor fez uma relação entre clima escolar e promoção da resiliência, em

situações traumáticas caracterizadas pelas violências, em uma análise a partir do

primeiro caso de assassinatos em série na Escola Municipal Tasso da Silveira, no

dia 7 de abril de 2011, em que 12 crianças foram assassinadas e mais de 20

pessoas foram feridas, a partir da investida solitária de um ex-aluno.

Análise O estudo discutiu a capacidade humana de superar traumas a partir do contexto

escolar, pensado como espaço para a elaboração do sofrimento, quando

exercitado, por meio de dispositivos pedagógicos, o reconhecimento, pela fala, do

sofrimento e sua superação através de ritos rotineiros.

Considerações Andrade (2012) afirma que o clima escolar intervém na constituição de resiliência

para o alunado, especialmente em escolas em tempo integral, desde que num

modelo que propicie a reflexão sobre o cotidiano escolar como fator de

aprendizagem diante de adversidades e circunstâncias traumáticas.

Segundo Andrade (2012, p.177), “na escola, a resiliência em contextos

sistemáticos ou ocasionais de violência pode ser promovida mediante o clima

escolar, o que tem mais oportunidade de ocorrer num regime de escola em tempo

integral, desde que essa escola corresponda a certos critérios ideais para a

26

formação da democracia”.

Para Andrade (2012), toda instituição supõe uma teia de relações em torno das

quais processos grupais são estabelecidos: vínculos afetivos, padrões de

interação social e identificações. Dessas relações produz-se – a partir de uma

rotina de ações conjuntas, mais ou menos orquestradas em torno de objetivos

compartilhados e de uma disciplina para a convivência – o clima institucional,

capaz de determinar os rumos individuais dos integrantes da instituição e,

consequentemente, afetar a própria instituição.

Fonte: http://emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/view/2595. Acesso em: 18 de nov.

2018.

Quadro 2: Práticas e percepções docentes e suas relações com o prestígio e clima escolar das escolas públicas do município do Rio de Janeiro

Autores Márcia de Sousa Terra Brito e Márcio da Costa (2010).

Pesquisa Práticas e percepções docentes e suas relações com o prestígio e clima

escolar das escolas públicas do município do Rio de Janeiro.

Contexto Com uma abordagem teórica de clima e prestígio escolar, objetivou-se

investigar em que medida as características do ambiente escolar podem

influenciar a prática docente que potencialmente se reflete no desempenho e

na trajetória escolar de seus alunos.

Foram pesquisados professores os quais trabalhavam, ao mesmo tempo,

numa das cem escolas de melhor classificação e em uma das cem escolas de

mais baixa classificação. Uma das primeiras questões apresentadas aos

professores entrevistados buscava identificar se eles percebiam diferenças

entre as duas escolas nas quais lecionavam. O tipo de diferença não foi

especificado aos entrevistados. A única informação dada no início de cada

entrevista correspondia ao nome das duas escolas nas quais os professores

lecionavam e a informação de que tais escolas haviam obtido resultados

distintos na avaliação da Prova Brasil de 2007, não sendo divulgado, portanto,

qual escola obteve melhor ou pior resultado.

Análise Todos os professores entrevistados afirmaram existir diferenças significativas

entre as duas escolas nas quais lecionavam. Com base nos relatos dos

professores foi possível identificar claramente a existência de distinções no

clima escolar das escolas em que lecionavam. Para os entrevistados, o fator

que move essas diferenças entre as escolas é o perfil dos alunos de cada

unidade escolar, frequentemente associado às características de interação da

família com a escola e a fatores socioeconômicos.

Considerações Brito e Costa (2010, p. 503) compreenderam que conhecer as dinâmicas das

instituições escolares por meio das percepções docentes sobre o prestígio e

clima escolar é um campo teórico rico de análise, em especial na escola

27

pública, no sentido de perceber como tais escolas em suas formas internas

podem, por meio da diferenciação existente entre elas, promover

oportunidades educacionais ou contribuir para a estruturação das

desigualdades sociais.

Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v15n45/08.pdf. Acesso em: 18 de nov. 2018

Quadro 3: Estudos da associação entre clima escolar e o desempenho médio de alunos do 5º ano do Ensino Fundamental

Autora Kátia Liliane Alves Canguçu (2015)

Pesquisa Estudos da associação entre clima escolar e o desempenho médio de alunos

do 5º ano do Ensino Fundamental.

Contexto O estudo teve como objetivo analisar o clima escolar, com base na percepção

dos alunos do ensino fundamental das escolas da rede pública de ensino de

Minas Gerais em relação a diversos aspectos da vida escolar e determinar sua

relação com o desempenho desses alunos.

Verificou-se a existência de uma possível relação entre o clima escolar e o

desempenho médio dos alunos, utilizando um questionário contextual e os

resultados dos testes de Língua Portuguesa e de Matemática aplicados pelo

Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica, em 2011, a

275.366 alunos do 5º ano do ensino fundamental, de 4.091 escolas públicas

avaliadas no Estado de Minas Gerais. Além disto, foi realizado um estudo

exploratório sobre os fatores que poderiam discriminar as escolas do grupo de

alto desempenho e clima escolar satisfatório daquelas de baixo desempenho e

clima escolar insatisfatório.

Análise Os resultados informaram que a percepção dos alunos de um clima escolar

satisfatório está fortemente associado a resultados de alto desempenho nos

testes aplicados, ou seja, existe uma relação positiva entre o modelo de clima

escolar utilizado e o desempenho dos alunos.

Houve diferenças estatisticamente significativas nas manifestações dos alunos

sobre aspectos ligados às suas percepções relativas às práticas pedagógicas,

às práticas de convivência e às práticas de gestão existentes na escola em

que estudam.

Considerações Canguçu (2015) adotou o conceito de clima escolar focado na percepção e na

sensação dos alunos sobre o ambiente escolar e na qualidade das relações

que na escola se desenvolvem, traduzidos em cinco dimensões: aprendizagem

e desenvolvimento; conforto e segurança; convivência e relacionamento;

pertencimento e inclusão; e satisfação e motivação.

Canguçu (2015, p. 63) relata que “praticamente todas as escolas da psicologia

28

moderna (gestalt, psicanálise, experimental, behaviorismo ou cognitiva)

pesquisaram a percepção porque a mesma interfere no comportamento e no

relacionamento intrapessoal e interpessoal”. Para autora a forma como

percebemos a nós mesmos e aos outros vai influenciar nossas relações com

outras pessoas, seja na família, nas organizações ou na escola. Sendo assim,

Canguçu (2015) entende que as emoções do aluno são reais para ele e, em

função delas, ele percebe e dá sentido ao ambiente da escola e isto impacta o

seu comportamento.

Fonte:http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/handle/1843/BUBDA3FHN6/tese_doutorado_katia_2015.pdf?sequence=1. Acesso em: 18 de nov. 2018. Quadro 4: A organização escolar: a relação entre clima e violências

Autora Adriana Lira (2010)

Pesquisa A organização escolar: a relação entre clima e violências

Contexto A pesquisa objetivou analisar as possíveis relações entre clima e violências

intra e extraescolares em uma investigação, descritiva e exploratória, com uma

abordagem quanti-qualitativa focalizada na organização e no funcionamento de

cinco escolas públicas dos anos finais do Ensino Fundamental do Distrito

Federal, com um expressivo histórico de violências.

Análise Em sua pesquisa a autora conclui que bilaterais entre o clima e as violências,

no espaço escolar, contribuem para degradar o primeiro em processo clínico

acumulativo. Entretanto, os vários indicadores de clima desfavorável tendem a

ser ignorados e não acompanhados, levando a organização a “adoecer”. Não

avaliando o clima da escola como um todo, são adotados por ensaio e erro

medidas improvisadas e reativas, no fogo dos acontecimentos, por isso

carecendo de sucesso na superação das violências.

Considerações Para autora as definições de clima organizacional são numerosas e acabam

por se tornarem repetitivas e quase sempre com os mesmos aspectos:

relações, acontecimentos, percepção, condições psicológicas, motivação e

aspectos culturais. No estudo a autora priorizou alguns elementos constituintes

como: nível de segurança, estilo de liderança do gestor, comunicação

organizacional, relações interpessoais e variadas formas de ocorrências

relacionadas à violência.

Fonte: https://bdtd.ucb.br:8443/jspui/handle/123456789/639. Acesso em: 18 de nov. 2018.

Quadro 5: The Influence of Climate on Student Achievement in Elementary Schools

Autora Deborah Elaine Taylor (2008)

Pesquisa A Influência do Clima na Realização de Alunos em Escolas de Ensino

Fundamental.

Contexto Este estudo testou a relação e o diferencial potencial entre elementos do clima

29

e sucesso entre crianças em vários níveis socioeconômicos. Segundo Taylor

(2008), assim como os alunos em situação de pobreza vivenciam a escola de

maneira diferente, eles podem experimentar elementos do clima de forma

diferente.

Análise Enquanto as escolas diferiam em tamanho, estrutura organizacional e

recursos, eles tinham uma coisa em comum: em todos os casos, havia uma

visão compartilhada de um objetivo comum − “o sucesso de cada criança” − e

o papel essencial de cada parte interessada desempenhava seu objetivo.

Todas as partes interessadas nessas escolas compartilhavam uma visão

comum e foi além das expectativas comuns para garantir o sucesso do aluno.

Considerações Para Taylor (2008) o clima escolar tem sido visto como uma construção global

que coaduna estudos de ambiente escolar, ambiente de aprendizagem, clima

de aprendizagem, senso de comunidade, liderança, clima acadêmico e clima

social. Com seis elementos para mensurar o clima total da escola: (a)

Ambiente academico, (b) Segurança e disciplina escolar, (c) Ambiente físico (d)

parcerias (e) Ambiente social, e (f) Satisfação do estudante, os resultados

indicaram que, à medida que o clima escolar total aumenta, a realização tende

a aumentar.

Fonte: https://search.proquest.com/openview/678d7d62c93a12477caba7392d941321/1. Acesso em: nov. 2018.

Quadro 6: A Review of School Climate Research

Autores Jonathan Cohen e Amrit Thapa (2013)

Pesquisa Uma revisão da pesquisa sobre clima escolar

Contexto Com um olhar crítico do campo e uma série de recomendações para

pesquisadores e formuladores de políticas do clima escolar, os autores

realizaram uma revisão, abordando cinco áreas essenciais de enfoque, que

chamaram de cinco dimensões do clima escolar: (a) Segurança: regras e

normas, segurança física, segurança socioemocional, (b) Relacionamentos:

respeito com a diversidade, conectividade / envolvimento escolar, apoio social,

liderança e raça / etnia dos alunos e suas percepções do clima escolar, (c)

Ensino e Aprendizagem: aprendizado social, emocional, ético e cívico; serviço

de aprendizado; apoio para o aprendizado acadêmico; apoio para

relacionamentos profissionais; percepções dos professores e alunos sobre o

clima escolar, (d) Ambiente Institucional: ambiente físico, recursos,

suprimentos e (e) o Processo de Melhoria Escolar.

Análise Os autores estimam que os professores influenciem positivamente crianças e

jovens, não apenas ensinando-os a ler, escrever e pensar em palavras e

números, mas também a ajudar os alunos a desenvolver suas sensibilidades

sociais e morais, caráter e senso de cidadania.

30

Considerações Em seu estudo, os autores citam o Conselho Nacional do Clima Escolar (2007)

estadunidense o qual recomenda, em sua quarta página, que o clima escolar

positivo e sustentado sejam definidos das seguintes formas:

O clima escolar baseia-se nos padrões das experiências de vida escolar das

pessoas e reflete normas, objetivos, valores, relações interpessoais, práticas

de ensino e aprendizagem e estruturas organizacionais:

“Um clima escolar sustentável e positivo estimula o desenvolvimento e o

aprendizado de jovens necessários para uma vida produtiva, contributiva e

satisfatória em uma sociedade democrática. Este clima inclui normas, valores e

expectativas que apoiam as pessoas que se sentem social, emocional e

fisicamente seguras. As pessoas são envolvidas e respeitadas. Alunos,

famílias e educadores trabalham juntos para desenvolver, viver e contribuir

para uma visão escolar compartilhada. Os educadores modelam e nutrem uma

atitude que enfatiza os benefícios e a satisfação da aprendizagem. Cada

pessoa contribui para as operações da escola, bem como para o cuidado do

ambiente físico”.

Fonte: https://journals.sagepub.com/doi/full/10.3102/0034654313483907. Acesso em: 18 de nov. 2018.

Quadro 7: What Is School Climate?

Autora Alexandra Loukas (2007)

Artigo O que é o clima escolar?

Contexto No artigo, a autora relata o que vem a ser o clima organizacional escolar. Para

ela os sentimentos e atitudes que são provocados pelo ambiente de uma

escola são referidos como clima escolar. Embora seja difícil fornecer uma

definição concisa para o clima escolar, a maioria dos pesquisadores concorda

que se trata de um construto multidimensional que inclui dimensões físicas,

sociais e acadêmicas.

Análise A dimensão física inclui o aparecimento do prédio da escola e suas salas de

aula; Tamanho da escola e proporção de alunos para professores em sala de

aula; Ordem e organização de salas de aula na escola; Disponibilidade de

recursos e Segurança e conforto.

A dimensão social inclui a qualidade das relações interpessoais entre alunos,

professores e funcionários; Tratamento equitativo e justo dos alunos pelos

professores e funcionários; Grau de competição e comparação social entre

alunos e Grau para o qual alunos, professores e funcionários contribuem para

a tomada de decisões na escola.

A dimensão acadêmica inclui a qualidade de instrução; Expectativas do

professor para o desempenho do aluno e Monitorar o progresso do aluno e

relatar prontamente os resultados aos alunos e pais.

31

Considerações A autora nos ressalta que é importante notarmos que o clima de uma escola

não é necessariamente experimentado da mesma forma por todos os seus

membros. Em vez disso, há variabilidade nas percepções individuais do clima

de uma escola e os pesquisadores propõem que é a percepção subjetiva do

ambiente que influencia os resultados individuais dos alunos.

Fonte:https://www.naesp.org/sites/default/files/resources/2/Leadership_Compass/2007/LC2007v5n1a4.pdf. Acesso em: 18 de nov. 2018.

Quadro 8: What We Think: parental perceptions of urban school climate e Where We Teach: the cube e Survey of urban school climate

Autor Brian Keith Perkins (2007)

Livro(s) O que pensamos: percepções parentais do clima escolar urbano e Onde

ensinamos: o cubo e Levantamento do clima escolar urbano.

Contexto O autor é diretor da escola de formação de educadores da Universidade da

Columbia nos Estados Unidos e defende a comunicação e a confiança como

pilares do aprendizado. Desenvolve consultorias relacionadas às suas áreas

de pesquisa, em especial sobre liderança e clima escolar por vários países

entre eles África do Sul, China e Brasil.

Análise Segundo Perkins (2011) segurança, desenvolvimento profissional,

expectativas, intimidação, clima profissional, envolvimento dos pais influência

da raça e confiança, respeito e ethos de cuidar. A confiança dos alunos para

com os professores e administradores podem influenciar a escola, a realização

e clima global. Entre as maiores queixas de alunos e profissionais, está o

bullying (provocação e intimidação no ambiente escolar). Para ele, o melhor

modo de enfrentar o problema é promover fóruns de discussão sobre o tema.

Considerações Em sua passagem pelo Brasil em 2013, Perkins relatou para Revista Educação

que: “quanto melhor a percepção dos alunos e professores com relação ao

ambiente escolar, melhor será seu desempenho acadêmico”.

Esse é um dos principais resultados de pesquisas do professor Perkins,

segundo a revista considerado um dos maiores estudiosos do impacto do clima

escolar no aprendizado.

Fonte: https://www.nsba.org/sites/default/files/reports/What-we-think.pdf. Acesso em 18 de nov. 2018.

Quadro 9: Um olhar de dentro: o clima de escola na perspectiva dos alunos

Autora Alda Maria dos Reis Ceia (2011)

Pesquisa Um olhar de dentro: o clima de escola na perspectiva dos alunos

Contexto Em sua investigação Ceia apresentou a perspectiva dos alunos de uma escola

localizada na zona limítrofe de Lisboa sobre o clima da escola que

frequentavam.

Análise Em suas análises, a autora concluiu que na percepção dos alunos há aspectos

32

que têm de ser alterados na escola, pois é foco de instabilidade e potenciam

um clima de insegurança, enquanto outros são positivamente consensuais.

Ceia verificou que os alunos têm consciência dos pontos fracos do clima da

sua escola, pois apontam claramente as situações conflituosas, a indisciplina

dos alunos e a falta de clarificação da estratégia organizacional da escola

como as vertentes em que é urgente intervir, pois a falta de atuação adequada,

por parte da escola, gera sentimento de injustiça pela impunidade dos

prevaricadores.

Considerações Suas conclusões indicaram que o contexto tem efetivamente influência no

clima da escola, mas o modo de gerir a disciplina, o modo de gerir os recursos

pedagógicos, o clima de aprendizagem, são fatores mais preponderantes na

origem, quer da violência escolar, quer da vitimização dos atores educativos.

Fonte: https://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/2055/1/Alda%20Ceia.pdf. Acesso em: 18 de nov. 2018. Quadro 10: El clima escolar percibido por los alumnos de enseñanza media. Una investigación en algunos liceos de la Región Metropolitana.

Autores Rodrigo Cornejo e Jesús María Redondo (2001)

Pesquisa O clima escolar percebido pelos alunos do ensino médio. Uma investigação em

alguns estabelecimentos da Região Metropolitana.

Contexto Os autores realizaram um estudo descritivo e exploratório com relação à

percepção que os jovens têm do clima escolar em quatro estabelecimentos de

ensino técnico profissionalizante e científico humanista, de administração

municipalizada e de subsidio privado, de quatro vilas da província de Santiago.

Análise Os autores não tiveram uma imagem animadora de suas análises, nas quais

diagnosticaram “uma grande porcentagem de jovens desmotivados com

relação a atividades educativas, que percebem a escola como uma instituição

fechada e distante, o que os obriga a realizar diariamente rituais de atividades

estereotipadas, para os quais não veem maior significado e que lhes são

estranhos”. Sengundo os autores para esses jovens, a escola não consegue

incorporar as experiências de seus alunos e, por isso, não consegue mobilizar

suas emoções, sua energia, sua criatividade. Em suma, ele não consegue

envolvê-los como pessoas integrantes em tarefas de aprendizagem.

Considerações Cornejo e Redondo (2001, p. 13) nos dizem que uma vez cobertas de uma

dotação mínima de recursos, são os processos psicossociais e as normas que

caracterizam as interações desenvolvidas na instituição escolar (considerada

como um sistema social dinâmico, com uma cultura própria) o que realmente

diferencia umas escolas de outras, em sua configuração e nos efeitos obtidos

sobre a aprendizagem.

Cornejo e Redondo (2001, p. 16) são mais minuciosos quando conceituam: “o

33

que define o clima de uma instituição é a percepção que têm os sujeitos acerca

das relações interpessoais que estabelecem no contexto escolar (em nível de

aula ou de toda escola) e o contexto ou marco em que estas interações se

dão”.

Os autores acreditam que uma escola que oferece um bom clima permite

melhor desenvolvimento socioemocional do alunado; mais chances para a

assimilação e memorização de conteúdos novos, garantindo um rendimento

mais alto que aquele em outras condições.

Fonte: https://www.redalyc.org/pdf/195/19501501.pdf. Acesso em: 18 de nov. 2018.

Quadro 11: Climat organisationnel et efficacité scolaire

Autor Luc Brunet (1995)

Pesquisa Clima Organizacional e Eficácia Escolarb

Contexto O autor reuniu e fez a exposição de vários autores e teorias refinando o tema

clima organizacional e a eficácia da escola.

Análise Brunet (1995, p.125) considera que há três definições distintas do clima de

escola: “uma em que este conceito é definido em função das características da

organização (medida múltipla dos atributos organizacionais), outra em função

das emoções individuais (medida perceptiva dos atributos individuais) e ainda

uma terceira que se baseia nas percepções que os indivíduos têm dos

atributos da organização (medida perceptiva dos atributos organizacionais)”.

Considerações O autor considera que a análise das instituições escolares deve fazer-se de

forma individual, considerando que, das possíveis interações entre contextos e

recursos, estruturas e processos, resultam climas diferentes. Para Brunet

(1995), são os atores no interior de um sistema que fazem da organização

aquilo que ela é. Por isso, é importante compreender a percepção que estes

têm da sua atmosfera de trabalho, a fim de se conhecerem os aspectos que

influenciam o seu rendimento. Brunet relata que a eficácia da escola é uma

construção que é uma abstração da realidade, ela só existe porque inferimos

fenômenos observáveis e um dos fatores que podem influenciar essa eficiência

é a percepção do ambiente de trabalho, ou seja, do clima organizacional.

Fonte: http://www.f-d.org/climat-efficacite-brunet.htm. Acesso em: 18 de nov 2018.

Quadro 12: Climat scolaire

Autor Marc Thíebaud (2005)

Pesquisa Clima escolar

Contexto O autor é colaborador do estudo avaliou a influência do clima escolar no

âmbito profissional de bem-estar, ou seja, stress, satisfação, violência

percebida por professores e alunos, considerando de que forma similar ou

34

diferente estes foram afetados pelo clima da escola.

Análise Os dados foram coletados através de um questionário, em que os resultados

indicam que um bom clima escolar prediz um alto nível de satisfação escolar

entre professores e alunos, bem como uma percepção de menos violência no

colégio. Além disso, entre os estudantes, um clima favorável prediz um baixo

nível de estresse e melhor desempenho escolar.

Considerações A noção de clima escolar refere-se à qualidade de vida e comunicação

percebida dentro da escola. O autor considera que o clima de uma escola

corresponde à atmosfera que prevalece nas relações sociais e nos valores,

atitudes e sentimentos compartilhados pelos atores da escola. Para Thíebaud

(2005) clima é uma variável subjetiva relacionada às percepções das pessoas

sobre como elas são tratadas e seus papéis em relação aos outros, essas

percepção serve de referência para os comportamentos adotados e o tipo de

clima percebido é, portanto, responsável por parte da eficácia da escola.

Segundo o autor, a escola deve ser um lugar que promova a integração social

(que responde à necessidade de apego, relações interpessoais,

desenvolvimento de habilidades sociais e pertencer a uma comunidade).

Fonte: http://www.relationsansviolence.ch/climat-scolaire-mt.pdf. Acesso em: 18 de nov. 2018.

Evidentemente, fica constatado que não existe um padrão para realização

de pesquisas relacionadas ao clima organizacional escolar, mas é notório que em

sua maioria permanece uma combinação entre os elementos estruturais, culturais,

sociais e psicológicos.

A fim de evitar essas variações, sugerimos a pirâmide das necessidades

básicas para o ensino e aprendizagem, lembrando que, a princípio, este instrumento

não tem a intenção de esgotar a compreensão da realidade das escolas

pesquisadas, mas sim como ela é percebida por seus alunos e professores por meio

dos nossos níveis e parâmetros de pesquisa, gerando um background mensurável

para o clima organizacional escolar e, consequentemente, apontando seus efeitos

sobre os processos de ensino e aprendizagem.

2.5 Pirâmide das motivações humanas

A pirâmide das motivações humanas criada pelo psicólogo Abraham Harold

Maslow é comumente referenciada quando o contexto abordado se refere a teorias

de personalidade, necessidades e motivações humanas. Maslow (1943, p. 370-395)

35

dividiu hierarquicamente um conjunto de cinco necessidades humanas elevando-as

do nível mais baixo ao topo da sua pirâmide.

A base da pirâmide é composta pelas necessidades “fisiológicas”,

consideradas necessidades básicas como a respiração, fome, sede, sono, sexo e a

homeostase5, na sequência ele elencou a “segurança” que vai da simples

necessidade de sentir o corpo seguro − seguro em casa − até mesmo a segurança

da estabilidade no trabalho. No terceiro nível da pirâmide foi projetado o

“relacionamento” que faz referência ao amor, amizade, família e relacionamentos, no

quarto está a “estima” que engloba a autoestima, a confiança, a conquista e o

respeito mútuo, e por último no topo da pirâmide está a “autorrealização”, onde o

indivíduo apresenta uma aceitação dos fatos e procura tornar-se o que ele quer ser.

Para Maslow (1943, p. 395) quando uma necessidade é razoavelmente bem

satisfeita, a próxima necessidade "superior" emerge, por sua vez, para dominar a

vida consciente e servir como centro de organização do comportamento, já que

necessidades satisfeitas não são motivadores ativos. Maslow (1943) acreditava que

essas necessidades eram universais e que os níveis mais baixos devem ser

alcançados para ativação das necessidades mais altas. O psicólogo ressalta em

seus estudos que, uma vez satisfeitas às necessidades básicas, ela não mais

domina o comportamento e surge outra necessidade para substituí-la.

5 Homeostase é a condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções

adequadamente para o equilíbrio do corpo.

36

Figura 1: Pirâmide das Motivações Humanas

Fonte: Elaborada pela própria autora a partir dos estudos de Maslow

Maslow (1943) nos fala ainda que a fixidez da hierarquia das necessidades

não possui uma ordem rígida, pois em algumas pessoas a relação das ordens

indicadas se alteram conforme os determinantes de comportamento e

personalidade, gerando algumas exceções. O autor menciona que pode haver

inversão da hierarquia das necessidades, quando uma necessidade é satisfeita por

um longo período de tempo, essa necessidade deve ser subavaliada, por exemplo,

as pessoas que nunca experimentaram a fome crônica tendem a subestimar seus

efeitos e encarar a comida como algo sem importância.

Entender a sequência da pirâmide das motivações humanas proposta por

Maslow é importante para este estudo, haja vista, que nossos níveis e parâmetros

de pesquisa têm suas premissas nesta teoria. Acreditamos que algumas críticas

poderão ser apontadas ao estudo, devido à utilização de uma teoria como conceito

impulsionador pertencente a quase metade do século passado. Em nossas buscas,

deparamo-nos com teóricos que vem tentando atualizar esta teoria e até mesmo

levantar novas necessidades correspondentes à modernidade, mas deixamos claro

que até onde nossos estudos nos conduziram, essa ainda permanece intacta e o

37

que passa pelas críticas, acreditamos que são divergências e talvez equívocos de

interpretações do real sentido de “necessidade” e “desejo”.

Consideramos que as necessidades compostas na teoria de Maslow são

inerentes a todos os seres humanos, independentemente de sua condição social,

sua cor e seu país. Esclarecemos aqui, que não houve a intenção de desconstruir

um conhecimento pré-existente, e sim transformá-lo e trazê-lo para o ramo do ensino

alinhado aos processos de ensino e aprendizagem.

Finalizamos essa seção, em que dispomos as referências bibliográficas

significativas no intuito de enriquecer o embasamento teórico do estudo, ressaltando

que os conceitos apresentados são relevantes e serão considerados em todas as

instâncias da nossa próxima seção, desde a criação dos níveis da pirâmide das

necessidades básicas para os processos de ensino e aprendizagem, até a

formulação dos parâmetros do instrumento de pesquisa.

38

3 INSTRUMENTO DE PESQUISA

Acreditamos que as bases comportamentais da cultura e do ethos são a

causa para os efeitos do clima organizacional escolar. Embora esses sejam

abstratos, cremos que possam ser mensurados por nossos níveis e parâmetros,

junto à observação minuciosa do pesquisador que, como consequência,

transformará a subjetividade dos respondentes em sinais concretos sobre a

qualidade de vida escolar.

Kowaltowski (2011, p. 38) fala que a qualidade do ambiente escolar depende

da qualidade de cada um de seus componentes e que a qualidade das relações

humanas desenvolvidas nesse ambiente é o fator que mais influencia a qualidade do

ensino. Tardif e Lessard (2014, p. 23-24) nos falam que toda a pesquisa sobre

educação há perigo da abstração: “elas se fundamentam na maioria das vezes

sobre abstrações − a pedagogia, a didática, a tecnologia do ensino, o conhecimento,

a cognição, a aprendizagem, etc.” Para os autores ensinar é:

Sempre fazer algo diferente daquilo que estava previsto pelos regulamentos, pelo programa, pelo planejamento, pela lição, etc. Enfim, é agir dentro de um ambiente complexo e, por isso, impossível de controlar inteiramente, pois, simultaneamente, são várias as coisas que se produzem em diferentes níveis de realidade: físico, biológico, psicológico, simbólico, individual, social, etc. (TARDIF; LESSARD, 2014, p.43).

Walters e Frei (2009, p. 43) nos falam que “os ambientes de sala de aula,

assim como as regiões e localidades, têm seu próprio clima. Sabe-se instintivamente

que há lugares nos quais não se gostaria de viver”. Os autores complementam o

nosso discurso dizendo que a transformação do ambiente físico e emocional

também está presente nas salas e que muitas vezes é um reflexo direto do

professor, o qual a organizou fisicamente e estabeleceu seu ambiente emocional. O

professor é a liderança imediata da sua sala de aula e suas decisões refletem o

clima de aprendizagem.

Acreditamos que os processos de ensino e de aprendizagem estão ligados

aos quadros organizacionais da escola e toda a sua dinâmica social interna, com um

contingente de objetivos individuais, os quais por meio de atividades elaboradas

elevam esta organização, tornando o clima o que ele é. Para Tardif e Lessard (2014,

p. 279), as relações dos professores com os alunos se desdobram em diversas

modalidades, indo de relações afetivas a relações de poder, passando por toda sorte

de atitudes humanas: alegria, tristeza, dificuldades, dilemas morais, engajamento

39

pessoal, colaboração, conflito etc.

Assim, nesta seção foi considerado o referencial teórico dos conceitos

impulsionadores de cultura, ethos e a pirâmide das motivações humanas, alinhados

aos processos de ensino e de aprendizagem, em que se criou o instrumento de

pesquisa com uma estrutura que correspondesse à pirâmide das necessidades

básicas para o ensino e aprendizagem. O instrumento foi criado, na confiança de

que para mensurar, com a precisão possível, o clima organizacional escolar. No

entanto, antes faz-se necessário estabelecer quais necessidades básicas são

imperativas e imprescindíveis para os atores dos processos de ensino e

aprendizagem.

Assim como Maslow, neste estudo foi considerado o campo onde a pesquisa

acontece, as possibilidades das reações isoladas, parciais ou segmentadas. Em seu

estudo, o autor relatou que, enquanto o comportamento é quase sempre motivado,

ele também é quase sempre determinado por atribuições biológicas, culturais e

situacionais, sendo assim, o instrumento criado e nomeado como a pirâmide das

necessidades básicas para o ensino e aprendizagem, apoia-se em seus conceitos

impulsionadores, que deverá ser alimentada por pesquisas futuras e que podem

permanecer ou serem ultrapassados.

3.1 Pirâmide das necessidades básicas para o ensino e aprendizagem

A pirâmide das necessidades básicas para o ensino e aprendizagem possui

quatro níveis que formam sua base sólida, dando apoio aos seus parâmetros de

pesquisa que são representados por necessidades básicas imperativas dentro dos

processos de ensino e de aprendizagem. Os níveis e parâmetros são:

Nível Biológico com o parâmetro das necessidades fisiológicas e de

segurança;

Nível Social com o parâmetro das necessidades de convivência e vínculo;

Nível Pedagógico com o parâmetro das necessidades de metodologia e

linguagem;

Nível Psicológico com o parâmetro das necessidades de cognição e

motivação.

40

Tornamos os níveis e seus parâmetros relevantes para o estudo do clima

organizacional escolar, por seu conjunto de prioridades na busca de adequação para

qualidade e equidade, influenciando na produtividade dos processos de ensino e de

aprendizagem e vida escolar.

Figura 2: Pirâmide das Necessidades Básicas para o Ensino e Aprendizagem

Fonte: Elaborada pela própria autora

A pirâmide das necessidades básicas para o ensino e aprendizagem tem a

intenção de investigar as impressões, valores, anseios, expectativas e motivação

dos respondentes deste estudo, abaixo os níveis e seus parâmetros são

apresentados e referenciados com um embasamento teórico a fim de atingirmos os

objetivos específicos deste estudo.

3.2 Níveis e parâmetros do instrumento de pesquisa

NÍVEL BIOLÓGICO

O Parâmetro das necessidades Fisiológicas avalia as disposições básicas

41

para higiene pessoal, acessibilidade à água, refeição com valor nutritivo e o

descanso. Kowaltowski (2011. p. 47) em sua obra, Arquitetura Escolar: o projeto do

ambiente de ensino, mencionando Njaine e Minayo (2003), nos diz: “o aprendizado é

prejudicado quando os alunos estão cansados, mal alimentados ou sentem

desconforto fisiológico ou psicológico”. Seguindo este raciocínio, citamos um

fragmento da obra de Walters e Frei (2009) que nos traz a seguinte afirmação:

Obviamente, o problema da fome vai afetar o comportamento e a capacidade de aprendizagem dos alunos. É essencial que as escolas tenham um programa de alimentação, alunos sem nutrição adequada não podem concentra-se. Em programas escolares de fornecimento de refeições gratuitas, às vezes os alunos que precisam não participam porque têm vergonha. Em muitos casos, a relação entre comida e energia pode não parecer óbvia. (WALTERS; FREI, 2009, p. 132).

Em sua obra Kowaltowski (2011, p.111), deixa claro que o layout e a

disposição dos recursos escolares possuem informações de relevância e

estabelecem relação com a satisfação e motivação dos agentes pertencentes a

estes, e que estes, ainda podem ser influenciados pela qualidade do ar,

sonorização, luminosidade da sala e a disponibilidade de espaço. O autor ainda nos

traz o seguinte entendimento:

O usuário principal de uma escola é o aluno, com as suas necessidades educacionais e emocionais específicas, de acordo com a idade e as características individuais. Atender a essas necessidades é função da escola, cujo funcionamento adequado depende principalmente da atuação dos profissionais de ensino. (KOWALTOWSKI, 2011, p.45).

O Parâmetro das Necessidades de Segurança avalia as disposições das

garantias, do resguardo, da preservação, o amparo, a estabilidade física e mental

dos membros da escola, uma vez que:

O conceito de sala de aula pacífica deve constituir um desejo de todo professor. A conotação da palavra paz evoca imagens de felicidade e de ausência de conflito e de problemas. Uma sala de aula ou escola pacífica é consequência da transmissão dos valores e das capacidades de cooperação, comunicação, tolerância, expressão emocional positiva e resolução de conflito pela própria cultura da escola. (GIRARD, 1995, p.1).

Segundo Walters e Frei (2009, p. 29-55), alunos tratados inadequadamente

podem tornar-se bodes expiatórios ou objetos de violência de seus pares.

Normalmente, os alunos não se importam em compartilhar suas diferenças se você

tiver criado um clima de lealdade e respeito. No mesmo sentido, para Brooke e

Soares (2008, p. 319), as criações de uma comunidade de aprendizagem, na qual

todos os membros compartilham as boas práticas, agem como amigos críticos e se

42

engajam em um processo de educação e reeducação mútua. Isso é, obviamente,

essencial para a continuação de uma cultura escolar positiva ao longo do tempo.

Da mesma forma, Tardif (2002, p. 268) nos fala que “os alunos são seres

humanos cujo assentimento e cooperações devem ser obtidas para que aprendam e

para que o clima da sala de aula seja impregnado de tolerância e de respeito pelos

outros”.

Perrenoud (1999) diz que lutar contra os preconceitos e as discriminações

sexuais, étnicas e sociais na escola não são só preparar o futuro, mas é tornar o

presente tolerável e, se possível, fecundo e que devemos trabalhar igualmente para:

[...] limitar a parte da violência simbólica e física que os adultos exercem sobre as crianças, sobre a escola, sobre os alunos e suas famílias. A violência não são golpes, ferimentos, furtos e depredações. É a agressão à liberdade de expressão, de movimento, de comportamento. (PERRENOUD, 1999, p.143-145).

NÍVEL SOCIAL

O Parâmetro das Necessidades de Convivência avalia os contatos, o trato, o

acolhimento às relações dos envolvidos. Brooke e Soares (2008, p. 241) falam que

os alunos formarão seus próprios grupos de acordo com seus respectivos valores e

padrões. Tardif (2002, p.167) diz que, ensinar é entrar numa sala de aula e colocar-

se diante de um grupo de alunos, esforçando-se para estabelecer relações e

desencadear com eles um processo e formação mediada por uma grande variedade

de interações. O autor, juntamente com Lessard (2014, p. 276), nos fala que “a

classe é, ao mesmo tempo, uma ordem social dada através dos controles

institucionais e ordem construída através das interações entre os professores e os

alunos”.

Nesse sentido, acreditamos que a prática da empatia é uma ferramenta

potencial das relações humanas, mesmo nas escolas em que há uma gama de

capacidades intelectuais, origens, sociais e culturais. Ser tratado com dignidade,

respeito e equidade fortalece e facilita os processos de ensino e aprendizagem.

O Parâmetro das necessidades de Vínculo avalia os elos entre as partes, o

pertencimento, suas correspondências e as formas de afetividade. Os professores

podem estabelecer uma boa relação com os pais de seus alunos usando habilidades

de comunicação eficazes. Estas podem levá-lo a obter a ajuda dos pais para ensinar

os alunos a tomar decisões responsáveis e contribuir para o objetivo maior que é um

43

clima de ensino e aprendizagem favorável, neste sentido Walters e Frei (2009) nos

dizem que a relação entre professores e pais é essencial na educação global dos

alunos.

Para Tardif (2002), um componente emocional manifesta-se inevitavelmente,

quando se trata de seres humanos. Sendo assim, os processos de ensino e

aprendizagem não partem somente do cunho intelectual. Uma boa parte desta ação

profissional é de cunho afetivo, emocional, inter e intrapessoal. Já Brooke e Soares

(2008) nos falam que:

Os alunos tendem a aprender melhor quando ensinados num clima de confiança de que podem e vão desenvolver bem as tarefas que lhes são atribuídas. Naturalmente, por sua vez, o bom aprendizado dos alunos acabará por reforçar e corresponder às expectativas positivas dos professores. (BROOKE; SOARES, 2008, p. 237).

NÍVEL PEDAGÓGICO

O Parâmetro da Necessidade de Metodologia avalia as vias e suas

instruções que levam ao caminho do ensino e da aprendizagem. Para Walters e Frei

(2009) todos os alunos precisam de planos criativos, humanitários e acessíveis em

uma atmosfera de aprendizagem construtiva. Segundo os autores, os professores

podem transformar ou até mesmo modificar o próprio método para atender às

sempre novas necessidades de aprendizagem de alunos vindos de variados

contextos e normas culturais, postos numa única sala de aula.

Embora ensinem a grupos, as necessidades dos alunos são diferentes e os

professores tendem a estar preparados para adaptar-se, caso o método não atenda

às expectativas. Para Tardif e Lessard (2014, p.217) “manter o interesse e, assim, a

atenção dos alunos é uma das tarefas centrais dos professores e ora, esse interesse

é afetivo, e traduz a capacidade, o desejo dos alunos para envolver-se e continuar

numa tarefa”.

Segundo Perrenoud (1999, p.47), “os professores não podem deixar de

realizar balanços periódicos das aquisições dos alunos e gerir a progressão das

aprendizagens, eles são essenciais para fundamentar decisões de aprovação ou de

orientação necessários mais tarde”. Sendo assim, o professor é quem faz a gestão

de sua sala de aula. Perrenoud nos fala que:

As competências de gestão de classe são entendidas ordinariamente em termo de organização do tempo, do espaço e das atividades. Também se estendem à instauração de valores, de atitudes e de relações sociais que possibilitam o trabalho intelectual. (PERRENOUD, 1999, p.147).

44

Para Silva et al (2016), “a gestão da sala de aula diz respeito às estratégias

preventivas e às estratégias reativas em relação ao comportamento dos alunos”.

Sendo assim, a ação do professor com habilidade em gerir a classe, gera reações

que podem promover a harmonia nos processos de ensino e aprendizagem,

impactando no clima escolar.

O Parâmetro das Necessidades de Linguagens avalia o ato e a adequação

da transferência e recepção de informações e de conhecimento. Transmitir com

mais fiabilidade os objetivos a serem alcançados em sala pode refletir

significativamente na qualidade das relações estabelecidas.

A linguagem é o veículo da comunicação social em que a mensagem entre

emissor e receptor tem a possibilidade de transferir objetivos, ideias e sentimentos.

Consideramos a linguagem um dos principais instrumentos para o desenvolvimento

cognitivo e que essa pode ser verbal e não verbal, pois gestos, objetos, expressões

ou o simples silêncio podem substituir a fala.

Para Walters e Frei (2009, p.52), “os professores devem comunicar

claramente aos alunos as expectativas sobre os procedimentos de sala de aula, as

atividades de cada dia, os objetivos e metas das aulas e os resultados esperados”.

Os autores nos dizem ainda que:

Não só por gestos, posturas, expressões, mas também no mural, no quadro ou por meio de tecnologias os professores sabem e podem decidir qual linguagem utilizar junto aos alunos dado o nível de sua sala de aula e das disposições dos materiais. (WALTERS; FREI, 2009, p.52)

NÍVEL PSICOLÓGICO

O Parâmetro da Necessidade de Cognição avalia aquisição de

conhecimento e o desenvolvimento intelectual. Gauthier, Bisonnette e Richard

(2013) postulam que as pesquisas em psicologia cognitiva estudam como o ser

humano recolhe, codifica, interpreta, modifica e armazena informações provenientes

do ambiente e de que forma ele as leva em conta para tomar decisões. No sentido

vasto do termo, a cognição é responsável pela construção, organização, codificação

e recuperação dos conhecimentos.

Deste modo, é evidente que a cognição está no centro dos processos de

ensino e aprendizagem, no entanto Tardif (2002) nos traz outra realidade a ser

45

considerada:

Os fundamentos do saber ensinar, não se reduzem a um “sistema cognitivo” que, como um computador, processa as informações a partir de um programa anteriormente definido e independente tanto do contexto da ação no qual ele se insere quanto da sua história anterior. Na realidade, os fundamentos do ensino são, a um só tempo, existenciais, sociais e pragmática. (TARDIF, 2002, p.103).

O Parâmetro da Necessidade de Motivação avalia o contentamento, a causa

e efeito do estímulo do comportamento para eficácia da satisfação. Para que os

alunos se envolvam com as propostas de ensino é necessário que eles estejam

motivados a isso, mesmo que os professores não acreditem que o sucesso seja

possível, transmitir convicção que o desempenho pode ser melhorado pode ter um

efeito poderoso. Tardif e Lessard (2014) dizem que o professor experiente sabe

tocar o piano das emoções do grupo, provoca entusiasmo, sabe envolvê-los na

tarefa.

Walters e Frei (2009) assinala que a falta de motivação pode ter várias

causas:

[...] indo da confusão ao tédio. Tipicamente, o aluno desmotivado não julga as tarefas divertidas nem interessantes. Às vezes isso também acontece quando o aluno se sente “incompetente”, e prefere não prestar atenção a tentar fazer e fracassar. [...] às vezes o que parece falta de motivação pode ser tédio pelo aluno não ser desafiado o bastante em seu nível de aprendizado. (WALTERS; FREI, 2009, p.104-105).

Brooke e Soares (2008) relatam em sua obra, Pesquisa em eficácia escolar:

origem e trajetórias, que uma descoberta comum das pesquisas em escolas eficazes

é que pode haver um ganho substancial quando a autoestima dos alunos é

levantada, quando eles têm um papel ativo na vida da escola e quando é dada a

eles uma parte da responsabilidade por sua própria aprendizagem.

Para os autores, o ensino e a aprendizagem são processos constituídos de

relações humanas, com pessoas capazes de uma disposição de resistir ou entregar-

se às ações propostas, o sucesso destas ações depende, consequentemente, do

comprometimento e da motivação do professor em envolvê-los.

46

4 MÉTODO

4.1 Caracterização da pesquisa

Essa é uma pesquisa de campo, ou seja, corresponde à observação, coleta,

análise dos dados e explanação dos fatos por meio dos resultados coletados, na

busca de compreensão dos diferentes aspectos comportamentais encontrados no

clima organizacional escolar. Por meio desta metodologia científica, o pesquisador é

imerso na realidade do seu objeto de estudo extraindo informações de forma direta.

A pesquisa de campo desse estudo está classificada como quantitativa e

qualitativa em sua análise descritiva, sendo essa última, a responsável pela

codificação das respostas dos níveis e parâmetros do instrumento, visando

solucionar o problema e confirmar a hipótese. Como em qualquer pesquisa de

campo, foi seguido o padrão de realização e revisão bibliográfica, definição de

entrevistados e a definição das técnicas para coleta e exclusão de dados para

análise.

Lembramos que, nessa pesquisa de campo, o pesquisador foi um

observador e atuou sem influenciar o conteúdo das informações no ato da coleta,

nesse sentido permaneceu a intenção de não recolher informações ambíguas. Por

esse motivo, o questionário aplicado é inflexível, com alternativas de múltipla

escolha distribuídas em escala psicométrica tipo likert, permitindo maior objetividade

no enquadramento das respostas, possibilitando a interpretação das subjetividades

dos respondentes.

Nesse estudo, a escala de likert mensura as atitudes, opiniões, valores e o

grau de conformidade dos respondentes com uma questão ou afirmação. Por meio

da escolha de uma das alternativas assinaladas com um “x”, o respondente mostra o

quanto ele concorda ou discorda da ação, ou seja, o quanto ele está satisfeito ou

insatisfeito com o que lhe foi apontado. Essa escala foi escolhida por sua facilidade

de construção, interpretação e aplicação. Seu ponto negativo está atrelado às

respostas neutras dos respondentes e as marcações duplicadas que levam a

exclusão do formulário do entrevistado.

Criada por Rensis Likert (1903 – 1981), a escala Likert é uma escala de

resposta psicométrica, comumente utilizada em questionários de pesquisa de

opinião. Usualmente são utilizados cinco itens de respostas, em nosso questionário

47

trabalhamos com a nota máxima concordo totalmente, e a nota mínima, discordo

totalmente, conforme exposto abaixo:

Quadro 13: Itens Escala Likert

CT Concordo Totalmente

C Concordo

I Indiferente

D Discordo

DT Discordo Totalmente Fonte: Elaborado pela própria autora

O número de itens de resposta foi escolhido após a leitura do estudo

intitulado “Dilemas na construção de escalas tipo Likert: o número de itens e a

disposição influenciam nos resultados”, de Dalmoro e Vieira (2014). Eles avaliam a

influência do número de itens da escala e suas disposições. Em suas considerações

finais, os autores relatam que:

[...] a escala de três pontos é menos confiável e tem menor capacidade de demonstrar com precisão a opinião do entrevistado. A escala de cinco pontos teve, em média, a mesma precisão e mostrou-se mais fácil e mais veloz no uso que a escala de sete pontos. (DALMORO; VIEIRA, 2014, p.171).

Por estarmos trabalhando com fatores subjetivos e considerando a

quantidade de questões, oitenta ao todo, dispostas em nossos quatro níveis, e oito

parâmetros de pesquisa, a escala que se mostrou mais adequada foi a de cinco

itens.

4.2 Respondentes do instrumento de pesquisa

Foram respondentes desse instrumento de pesquisa alunos e professores

do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio dos sete colégios públicos estaduais situados

em Ivaiporã, município do Vale do Ivaí, localizado na região central do estado do

Paraná. O Vale do Ivaí tem sua economia baseada no agronegócio, apresentando

poucas oportunidades de emprego. Segundo os projetos políticos pedagógicos

destas escolas, boa parte dos estudantes do Ensino Médio necessita trabalhar para

se manter e ajudar nas necessidades básicas da família. É expressivo o número de

estudantes em situações de risco e vulnerabilidade, apresentando condições

econômicas precárias e com a conjuntura familiar desestruturada. Em uma realidade

48

pouco exibida e tratada, alguns convivem até mesmo com o alcoolismo, drogas, em

situação de abuso físico, violência, emocional e sexual.

Uma vez que a sociedade e o poder público atual não conseguem assistir

esta demanda, o professor tem não somente o desafio de tornar o seu objeto de

trabalho operativo diante destes fenômenos e complexidades, mas também o

comprometimento com a socialização e motivação destes alunos, elevando as

chances de garantia do padrão de qualidade e equidade dentro de sua escola.

Acreditamos que a ação profissional do professor é complexa e amplia o

desenvolvimento social. Julgamos que o bom professor toma para si este desafio e

atua não somente como mestre na condução do seu objeto de trabalho, mas

também como gestor e agente transformador da sociedade. Salientamos que a

escolha dos colégios e região se deu pela conveniência de logística e viabilidade

financeira para aplicação do instrumento de pesquisa.

Nos quadros a seguir, demonstramos o quantitativo de alunos e professores

ativos nos colégios. A partir destes, realizamos uma menção aos alunos e

professores respondentes para análises dos dados coletados. Para manter o

compromisso com o sigilo das informações, os colégios serão elencados por letras

de nosso alfabeto.

Quadro 14: Colégio “A”

78 Alunos Ativos 12 Professores Ativos

16 Alunos Respondentes 5 Professores Respondentes

Fonte: Elaborado pela própria autora Quadro 15: Colégio “B”

67 Alunos Ativos 12 Professores Ativos

13 Alunos Respondentes 5 Professores Respondentes

Fonte: Elaborado pela própria autora Quadro 16: Colégio “C”

176 Alunos Ativos 12 Professores Ativos

67 Alunos Respondentes 1 Professor Respondente

Fonte: Elaborado pela própria autora Quadro 17: Colégio “D”

211 Alunos Ativos 12 Professores Ativos

27 Alunos Respondentes 0 Professores Respondentes

Fonte: Elaborado pela própria autora

49

Quadro 18: Colégio “E”

256 Alunos Ativos 18 Professores Ativos

120 Alunos Respondentes 9 Professores Respondentes

Fonte: Elaborado pela própria autora Quadro 19: Colégio “F”

47 Alunos Ativos 18 Professores Ativos

40 Alunos Respondentes 5 Professores Respondentes

Fonte: Elaborado pela própria autora

Quadro 20: Colégio “G”

19 Alunos 12 Professores

11 Alunos Respondentes 10 Professores Respondentes

Fonte Elaborado pela própria autora

No total geral das sete escolas pesquisadas, foram respondentes do

instrumento de pesquisa criado:

35 professores, gerando 2.800 percepções;

294 alunos, gerando 23.520 percepções.

Veremos esse background de percepções referentes ao clima organizacional

escolar adiante, em resultados da pesquisa e análise dos dados.

4.3 Procedimentos para coleta de dados

Ao final do ano de 2017, os diretores dos colégios assinaram a autorização

da pesquisa. O estudo foi encaminhado para análise do Comitê de Ética, em

fevereiro de 2018, sob o Nº 2. 527.276, o estudo teve sua aprovação em 07 de

março de 2018 conforme anexo.

Nos meses de abril a novembro de 2018, foram realizadas as visitas e

pesquisas nos colégios. Nesse momento foram coletadas as autorizações dos pais

e/ou responsáveis, dos alunos e professores nos termos do “Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)”. Esse foi um dos processos mais

complexos, haja vista que os alunos se esqueciam de levar os termos preenchidos e

assinados ou em algumas ocasiões não demostravam interesse pela temática

50

abordada na pesquisa.

Nos sete colégios pesquisados, os respondentes foram lembrados que estes

estavam colaborando com a nossa pesquisa e ambos foram orientados com relação

ao sigilo das informações. Em todos os colégios, um pedagogo acompanhou a

pesquisa, após o objetivo do estudo era exposto e de forma clara e objetiva era

relatado como se daria a pesquisa.

Ficou explícito que se, no decorrer da pesquisa o entrevistado sentisse

algum desconforto, se desejasse, poderia interromper, abandonando-a. As

pesquisas ocorreram em momentos estipulados pelos colégios, pois a intenção era

alterar o mínimo possível a rotina das escolas. No final da aplicação ressaltávamos o

quão grato estávamos pela oportunidade concedida.

51

5 RESULTADOS DA PESQUISA E ANÁLISE DE DADOS

Conforme visto anteriormente, a pirâmide das necessidades básicas para o

ensino e aprendizagem possui quatro níveis e oito parâmetros de pesquisa. Foram

elencados a cada um desses parâmetros dez questões com o apoio da escala

psicométrica de tipo likert, a fim de mensurar a percepção, opinião, atitudes, valores

e o grau de conformidade dos alunos e professores das sete escolas pesquisadas.

As respostas obtidas pelo instrumento de pesquisa geraram um background

de 26.320 percepções entre alunos e professores para esse estudo. Destacamos

que os questionários aplicados aos alunos e professores foram espelhados e

sincronizados para equiparação dos parâmetros.

Devido ao grande volume de informações diante das percepções dos

respondentes, consideramos relevante nesse momento, analisar diante dos níveis

criados, dois itens de cada parâmetro do instrumento de pesquisa. Sendo essas

análises, ao olhar da pesquisadora, de maior relevância do resultado geral

apresentado pelos alunos e professores de seus respectivos colégios. Portanto,

diante do instrumento criado e titulado como pirâmide das necessidades básicas

para o ensino e aprendizagem, serão analisados, nesse estudo, os seguintes

parâmetros correspondentes aos seus níveis hierárquicos.

No nível biológico, o parâmetro das necessidades fisiológicas segue a

análise das questões: O lanche oferecido pela minha escola é saboroso; Minha sala

de aula é espaçosa. O parâmetro das necessidades de segurança contempla a

análise das questões: Já sofri bullying nesta escola; Já fui agredido fisicamente

nesta escola.

Seguimos com o nível social, em que no parâmetro das necessidades de

convivência abordamos as questões: Convivo em harmonia com as pessoas desta

escola; As pessoas praticam a empatia nesta escola. No parâmetro das

necessidades de vínculo, apontamos as questões: Sou importante para esta escola;

Meus pais ou responsáveis participam das atividades desta escola.

No nível pedagógico, no parâmetro das necessidades de metodologia

destacamos as questões: Nesta escola os critérios de avaliação são claros; Sou

elogiado quando realizo um bom trabalho. No parâmetro das necessidades de

linguagem consideramos as seguintes questões: As informações contidas nos meus

52

livros e/ou apostilas são claras; Esta escola utiliza redes sociais para levar

conhecimento.

No nível psicológico, segue o parâmetro das necessidades de cognição,

abrangendo as questões: Fico frustrado quando não consigo aprender (para os

professores neste item substituímos a palavra aprender por ensinar); Sou livre para

expressar minhas ideias e opiniões. Para o parâmetro de motivação, expomos a

análise das questões: Gosto de estar nesta escola; Sinto-me valorizado nesta

escola. A seguir, apresentamos a análise dos itens escolhidos pela pesquisadora

desse estudo e resultado global dos colégios pesquisados em tabelas.

5.1 Colégio “A”

Foram respondentes do colégio “A” dezesseis alunos, sendo quatro do sexo

masculino e doze do sexo feminino com idade entre quinze e dezoito anos de idade.

Com relação aos professores, obtivemos cinco respondentes, sendo dois do sexo

masculino e três do sexo feminino com idade de quarenta a sessenta anos de idade.

Nessa escola, foram excluídos três registros de pesquisa pelo não preenchimento

correto das informações por parte dos alunos ao final do questionário.

Em duas das visitas realizadas para aplicação do questionário, foi possível

observar a indisciplina de alguns alunos e a atuação enérgica do vice-diretor na

tentativa de conter as situações. Aparentemente, o colégio é vulnerável aos índices

de criminalidade e drogas da localidade, mas isso requer uma análise profunda na

qual não discutiremos nesse estudo.

O Nível biológico, no parâmetro das necessidades fisiológicas, verificamos

que ambos, alunos e professores, concordaram totalmente em 68,75% para alunos e

40% para professores ou concordaram com 25% para alunos e 60% para os

professores, que o lanche oferecido pela escola é saboroso, apenas 6,25% dos

alunos se disseram indiferentes com essa questão. Em relação ao item que se refere

se a sala de aula é espaçosa, 37% dos alunos concordaram totalmente e 56,25%

desses concordaram com o item, em que 6,25% se dizem indiferentes. Já os

professores discordaram em 40%, divergindo com a percepção dos alunos.

No parâmetro das necessidades de segurança, os alunos concordaram

totalmente em 37,50% e concordaram em 12,50% em já ter sofrido bullying na

escola, diferente dos professores, em que 20% se mostraram indiferentes com a

53

questão e os demais discordaram totalmente em 40% ou discordaram 40%. Em

relação à agressão física, 6,25% dos alunos concordaram e 31,25% se disseram

indiferentes.

Na análise dos professores, podemos observar que 20% desses já sofreram

agressão física nessa escola. Lira (2010, p.21) relata em seu estudo que as

violências refletem no clima escolar, contribuindo para que os alunos se tornem

infrequentes, sejam reprovados e evadam.

O Nível Social, no parâmetro das necessidades de convivência, verificamos

que apenas 18,75 dos alunos se disseram indiferentes em conviver em harmonia

com as pessoas da escola, os demais alunos e professores concordaram totalmente

ou concordaram com essa afirmativa. Já quando nos referimos à prática da empatia

pelas pessoas da escola, 6,25% dos alunos discordaram totalmente e 37,50%

discordaram da questão. É válido ressaltar que nesse colégio os alunos não tinham

familiaridade com a palavra “empatia” e seu significado foi esclarecido por diversas

vezes, no sentido de que empatia seria colocar-se e/ou sentir-se no lugar da outra

pessoa em determinada situação.

No parâmetro das necessidades de vínculo, constatamos que 31,25% dos

alunos se colocaram como indiferentes e que 18,75% desses demonstraram não se

sentir importantes para essa escola, diferindo dos professores que concordaram

totalmente ou concordaram com a questão. Em relação à participação dos pais ou

responsáveis nas atividades escolares 12,50% dos alunos e 20% dos professores se

disseram indiferentes; 12,50% dos alunos e 40% dos professores discordaram da

afirmação e 6,25% dos alunos discordaram totalmente. Acreditamos que os

processos de ensino e aprendizagem possam ser impulsionados quando os pais ou

responsáveis participam regularmente das atividades escolares. Kowaltowski (2011)

postula que:

Os pais têm um papel fundamental em relação ao desenvolvimento das crianças em uma sociedade. O papel dos pais pode ser substituído pela comunidade onde está a escola, porém, na maioria das culturas, a família é vista como o elemento de maior influência sobre o desenvolvimento da criança. A família, sua integridade e seu clima psicológico são considerados da maior importância para apoiar o crescimento sadio das novas gerações. (KOWALTOWSKI, 2011, p. 47-48).

O Nível Pedagógico, no Parâmetro das necessidades de metodologias,

analisamos qual a percepção dos alunos e professores sobre os critérios de

avaliação. Nesse, apenas 6,25% dos alunos discordaram ou discordaram

54

totalmente da questão. Apenas 12,50% dos alunos se disseram indiferentes quanto

a ser ou não elogiados quando realizam um bom trabalho. Os professores

concordaram ou concordaram totalmente.

No parâmetro das necessidades de linguagem, sobre as informações

contidas nos livros e/ou postilas dos alunos e professores serem claras, os alunos

discordaram em 6,25% e 20% dos professores. Já em relação à utilização das redes

sociais para disseminar conhecimento, 12,50% dos alunos discordaram totalmente e

18,75% discordaram, enquanto 20% dos professores discordaram com a utilização

dessa metodologia.

O Nível Psicológico, no parâmetro das necessidades de cognição,

identificamos que 18,75% discordaram totalmente e 6,25% discordaram dos alunos,

dizem não ficar frustrados quando não conseguem aprender. Já os professores

concordaram totalmente ou concordaram com a frustração diante da questão. Em

relação à liberdade para expressar as ideias e opiniões, 31,25% dos alunos

discordaram e 6,25% discordaram totalmente, enquanto 20% dos professores

discordaram dessa liberdade.

No parâmetro das necessidades de motivação, 6,25% dos alunos

demonstraram não gostar de estar na escola enquanto 20% dos professores se

disseram indiferentes. Já na questão que anseia descobrir se os alunos e

professores sentem-se valorizados nessa escola, 37,50% dos alunos e 20% dos

professores se disseram indiferentes.

55

Tabela 1: Colégio “A” Nível Biológico

Fonte: Elaborada pela própria autora

56

Tabela 1: Colégio “A” Nível Social

Fonte: Elaborada pela própria autora

57

Tabela 2: Colégio “A” Nível Pedagógico

Fonte: Elaborada pela própria autora

58

Tabela 3: Colégio “A” Nível Psicológico

Fonte: Elaborada pela própria autora

59

5.2 Colégio “B”

Foram respondentes do colégio “B” treze alunos, sendo cinco do sexo

masculino e oito do sexo feminino com idade entre quinze e dezoito anos de idade.

Com relação aos professores, obtivemos cinco respondentes, sendo essas do sexo

feminino com idade entre os quarenta a cinquenta anos.

O Nível biológico, no parâmetro das necessidades fisiológicas, verificamos

que 15,38% dos alunos discordaram que o lanche oferecido pela escola é saboroso,

diferindo dos professores que concordaram totalmente ou concordam com o item.

Em relação ao item que se refere se a sala de aula é espaçosa, 23,08% dos alunos

discordam. Em visita realizada, observamos à lotação das salas no período noturno,

as carteiras chegavam a se aproximar da lousa, mas em contrapartida os

professores desta escola concordam totalmente em 60% e concordam em 40%

sugerindo que a sala de aula em que atuam e espaçosa.

Kowaltowski (2011, p.38) deixa claro que “a qualidade do ambiente escolar

depende da qualidade de seus componentes”, sendo assim, o espaço físico pode

atribuir positivamente ou não com a qualidade dos processos de ensino e de

aprendizagem.

No parâmetro das necessidades de segurança, os alunos concordaram

totalmente em 7,69% e concordaram em 15,38% em já ter sofrido bullying nessa

escola, em relação aos professores, 20% concordaram com afirmação. Em relação à

análise sobre agressão física, 7,69% dos alunos concordaram.

O Nível Social, no parâmetro das necessidades de convivência, verificamos

que apenas 7,69% dos alunos se disseram indiferentes em conviver em harmonia

com as pessoas da escola, os demais alunos e professores concordaram totalmente

ou concordaram com essa afirmativa. Já quando nos referimos à prática da empatia

pelas pessoas da escola, 6,25% dos alunos discordaram totalmente ou discordaram

da questão, enquanto 20% dos professores se mostraram indiferentes.

No parâmetro das necessidades de vínculo, constatamos que 38,46% dos

alunos se disseram indiferentes e que 7,69% discordaram totalmente ou

discordaram em se sentir importantes para essa escola, diferente dos professores

que concordam totalmente ou concordam com a questão. Em relação à participação

dos pais ou responsáveis nas atividades escolares 30,77% dos alunos discordaram

da afirmação e 20% dos professores se disseram indiferentes.

60

O Nível Pedagógico, no parâmetro das necessidades de metodologias,

analisamos qual a percepção dos alunos e professores sobre os critérios de

avaliação, nesse apenas 7,69% dos alunos discordaram da questão. Ao questionar

quanto a ser elogiado quando executa um bom trabalho, 7,69% dos alunos

discordaram e 20% dos professores se demonstraram indiferentes.

No parâmetro das necessidades de linguagem, sobre as informações

contidas nos livros e/ou postilas dos alunos e professores serem claras, esses

discordaram em 23,08% entre os alunos e 20% dos professores se fizeram

indiferentes. Já em relação à utilização das redes sociais para disseminar

conhecimento, 38,46% dos alunos discordaram totalmente e 7,69% discordaram,

enquanto os professores concordaram totalmente ou concordaram com essa

utilização.

As redes sociais se fazem presentes no cotidiano dos alunos e professores

nos dias atuais, utilizá-la como via de comunicação e interação nos processos de

ensino e aprendizagem, pode acarretar na instauração de valores, atitudes e de

relações sociais, facilitando o desenvolvimento intelectual.

O Nível Psicológico, no parâmetro das necessidades de cognição,

identificamos que 7,69% dos alunos discordaram totalmente ou discordaram,

dizendo não ficar frustrados quando não conseguem aprender. Já os professores

concordam totalmente ou concordam com a frustração diante da questão de não

conseguir ensinar. Em relação à liberdade para expressar as ideias e opiniões,

15,38% dos alunos discordaram totalmente e 7,69% discordaram. Os professores

desse colégio concordaram totalmente e concordaram com essa liberdade.

No parâmetro das necessidades de motivação, 7,69% dos alunos

discordaram totalmente e demonstram não gostar de estar nessa escola, enquanto

os professores concordaram totalmente ou concordaram. Na questão que anseia

descobrir se os alunos e professores sentem-se valorizados nessa escola, 15,38%

dos alunos discordaram totalmente e 20% dos professores se disseram indiferentes.

61

Tabela 4: Colégio “B” Nível Biológico

Fonte: Elaborada pela própria autora

62

Tabela 5: Colégio “B” Nível Social

Fonte: Elaborada pela própria autora

63

Tabela 6: Colégio “B” Nível Pedagógico

Fonte: Elaborada pela própria autora

64

Tabela 7: Colégio “B” Nível Psicológico

Fonte: Elaborada pela própria autora

65

5.3 Colégio “C”

Foram respondentes do colégio “C” sessenta e sete alunos, sendo trinta e

oito do sexo masculino e vinte e nove do sexo feminino com idade entre quinze e

dezoito anos de idade. Com relação aos professores, obtivemos um respondente,

sendo esse do sexo masculino com quarenta anos de idade. Nessa escola dois

registros de pesquisas foram excluídos por marcações duplicadas ou rasuradas nas

questões apresentadas por parte dos professores.

O Nível biológico, no parâmetro das necessidades fisiológicas, verificamos

que dos sessenta e sete alunos respondentes, 10,45% dos alunos discordaram e

1,49% discordam que o lanche oferecido pela escola é saboroso, diferindo do

professor que concorda totalmente. Em relação ao item que se refere se a sala de

aula é espaçosa, apenas 2,99% dos alunos discordaram.

No parâmetro das necessidades de segurança, os alunos concordam

totalmente em 19,40% e 11,94% concordam em já ter sofrido bullying nessa escola,

em relação ao professor, esse discordou totalmente da afirmação. Em relação à

análise sobre agressão física, 2,99% dos alunos concordaram totalmente e 10,45%

concordaram em ter sofrido esse tipo de agressão, diferente do professor que

discordou totalmente. Em meio aos dilemas e dificuldades gerados por violências,

bullying e maus tratos entre os alunos, julgamos essencial que a escola seja segura,

colaborativa e justa na gerência desses conflitos.

O Nível Social, no parâmetro das necessidades de convivência, verificamos

que apenas 2,99% dos alunos discordaram totalmente e 1,49% discordam em

conviver em harmonia com as pessoas da escola, os demais alunos e o professor

concordaram totalmente ou concordaram com essa afirmativa. Ao nos referimos à

prática da empatia pelas pessoas nessa escola, 23,88% dos alunos discordaram

totalmente e 7,46% discordaram da questão, enquanto o professor concordou.

No parâmetro das necessidades de vínculo, constatamos que 5,97%

discordaram totalmente e 10,45% discordaram em se sentir importantes para essa

escola, diferente do professor que concordou totalmente com a afirmação. Em

relação à participação dos pais ou responsáveis nas atividades escolares, 20,90%

dos alunos discordaram e 14,93% discordaram totalmente da afirmação. O professor

concordou totalmente.

O Nível Pedagógico, no Parâmetro das necessidades de metodologias,

quando nos referimos sobre a clareza dos critérios de avaliação, nesse apenas

66

2,99% dos alunos discordaram ou discordam totalmente da questão, o professor

concordou totalmente. Ao questionar quanto a ser elogiado quando executa um bom

trabalho, 13,43% dos alunos discordaram e 2,99% discordaram totalmente, o

professor concordou com a afirmação.

No parâmetro das necessidades de linguagem, sobre as informações

contidas nos livros e/ou postilas dos alunos e professores serem claras, o professor

concordou em 4,48% dos alunos discordou e 5,97% discordou totalmente da

questão. Já em relação à utilização das redes sociais para disseminar

conhecimento, o professor concorda, mas 10,45% dos alunos discordam totalmente

e 17,91% com a utilização dessa metodologia.

O Nível Psicológico, no parâmetro das necessidades de cognição,

identificamos que 13,43% dos alunos discordaram totalmente e dizem não ficar

frustrados quando não conseguem aprender. Já o professor concorda com a

frustração diante da questão em não conseguir ensinar. Em relação à liberdade para

expressar as ideias e opiniões, a mesma porcentagem se repete tanto para alunos,

quanto para o professor. Postulamos que a liberdade de expressão e opinião,

mesmo que divergente da pauta instaurada em sala pode subsidiar o professor ao

nivelamento das aprendizagens de seus alunos.

No parâmetro das necessidades de motivação, 5,97% dos alunos

discordaram e demonstram não gostar de estar na escola, enquanto o professor

concorda. Já na questão que anseia descobrir se os alunos e o professor sentem-se

valorizados nessa escola, o professor concorda, mas 2,99% dos alunos discordaram

totalmente e 7,46% desses discordaram.

67

Tabela 8: Colégio “C” Nível Biológico

Fonte: Elaborada pela própria autora

68

Tabela 9: Colégio “C” Nível Social

Fonte: Elaborada pela própria autora

69

Tabela 10: Colégio “C” Nível Pedagógico

Fonte: Elaborada pela própria autora

70

Tabela 11: Colégio “C” Nível Psicológico

Fonte: Elaborada pela própria autora

71

5.4 Colégio “D”

Foram respondentes do colégio “D” vinte e sete alunos, sendo onze do sexo

masculino e dezesseis do sexo feminino com idade entre quinze e dezoito anos de

idade. Com relação aos professores, ao verificarem o teor do questionário, a

pedagoga informou que esses se recusaram a responder. Sendo assim, nesse

colégio não será apresentado nenhuma análise dos professores.

Na aplicação do questionário, um aluno sentiu desconforto ao iniciar o

preenchimento dos parâmetros do nível social e pediu para se ausentar da sala, sua

pesquisa foi excluída. Na percepção da pesquisadora e de acordo com a reação dos

alunos ali presentes, foi possível observar que esse não se engajava socialmente

com os demais alunos naquele ambiente de pesquisa.

O Nível biológico, no parâmetro das necessidades fisiológicas, verificamos

que 3,70% dos alunos discordaram que o lanche oferecido pela escola é saboroso.

Em relação ao item que se refere se a sala de aula é espaçosa, apenas 7,41% dos

alunos discordaram e 3,70% discordaram totalmente.

No parâmetro das necessidades de segurança, os alunos concordaram

totalmente em 11,11% e 14,81% concordaram em já ter sofrido bullying nessa

escola, em relação à análise sobre agressão física o índice aumenta, 14,81% dos

alunos concordaram totalmente e 11,11% concordaram em ter sofrido esse tipo de

agressão.

O Nível Social, no parâmetro das necessidades de convivência, verificamos

que apenas 11,11% dos alunos discordaram totalmente e 33,33% discordaram em

conviver em harmonia com as pessoas da escola, os demais alunos concordam

totalmente ou concordaram com essa afirmativa. Já quando nos referimos à prática

da empatia pelas pessoas dessa escola, 11,11% dos alunos discordaram totalmente

e 25,93% discordaram da questão.

No parâmetro das necessidades de vínculo, constatamos que 14,81% dos

alunos discordaram totalmente e 18,52% discordaram em se sentir importantes para

essa escola. Em relação à participação dos pais ou responsáveis nas atividades

escolares 25,93% dos alunos discordaram e 14,81% discordaram totalmente da

afirmação. Acreditamos que as relações afetivas, de convivência e vínculo interferem

positivamente na progressão das aprendizagens.

O Nível Pedagógico, no parâmetro das necessidades de metodologias,

72

analisamos qual a percepção dos alunos sobre a clareza dos critérios de avaliação,

nesse 18,52% dos alunos discordaram da questão. Ao questionar quanto a ser

elogiado quando executa um bom trabalho, 7,41% dos alunos discordaram ou

discordaram totalmente.

No parâmetro das necessidades de linguagem, sobre as informações

contidas nos livros e/ou apostilas dos alunos e professores serem claras, 25,93%

dos alunos discordaram e 7,41% discordaram totalmente da questão. Acreditamos

que a clareza e transparência das informações elevam a capacidade e o desejo dos

alunos em envolver-se com as atividades propostas. Em relação à utilização das

redes sociais para disseminar conhecimento, metade dos alunos respondentes

discordaram da utilização da metodologia, sendo que 25,93% dos alunos

discordaram e 33,33% discordaram totalmente.

O Nível Psicológico, no parâmetro das necessidades de cognição,

identificamos que 7,41% dos alunos discordaram totalmente ou discordaram e

disseram não ficar frustrados quando não conseguem aprender. Em relação à

liberdade para expressar as ideias e opiniões, o índice sobe e aponta que 14,81%

discordaram e 11,11% discordaram totalmente dessa liberdade.

No parâmetro das necessidades de motivação, 18,52% dos alunos

discordaram e 7,41% discordaram totalmente e demonstraram não gostar de estar

na escola. Já na questão que anseia descobrir se os alunos se sentem valorizados

nessa escola, 22,22% discordaram e 7,41% discordaram totalmente.

73

Tabela 12: Colégio “D” Nível Biológico

Fonte: Elaborada pela própria autora

74

Tabela 13: Colégio “D” Nível Social

Fonte: Elaborada pela própria autora

75

Tabela 14: Colégio “D” Nível Pedagógico

Fonte: Elaborada pela própria autora

76

Tabela 15: Colégio “D” Nível Psicológico

Fonte: Elaborada pela própria autora

5.5 Colégio “E”

Foram respondentes do colégio “E” cento e vinte alunos, sendo trinta e dois

do sexo masculino e oitenta e oito do sexo feminino, com idade entre quinze e

dezesseis anos de idade. Com relação aos professores obtivemos nove

respondentes, sendo dois do sexo masculino e sete do sexo feminino, com idade

média de trinta e três a cinquenta e cinco anos de idade. Foram excluídos sete

questionários de pesquisas correspondentes aos alunos, devido às marcações

duplicadas ou a falta de marcações nas respostas.

Nesse colégio, o diretor optou que a pedagoga, em horários alternados

executasse a pesquisa conforme nossas instruções, sendo assim, não houve a

possibilidade de a pesquisadora desse estudo ter contato direto com os alunos.

O Nível biológico, no parâmetro das necessidades fisiológicas, verificamos

77

que dos cento e vinte alunos respondentes, 11,67% dos alunos discordaram que o

lanche oferecido pela escola é saboroso, já os professores concordaram ou

concordaram totalmente. Em relação ao item que se refere se a sala de aula é

espaçosa, apenas 16,67% dos alunos discordaram e 0,83% discordaram totalmente.

11,11% dos professores discordaram.

No parâmetro das necessidades de segurança, os alunos concordaram

totalmente em 2,50% e 13,33% concordaram em já ter sofrido bullying nessa escola,

11,11% dos professores se demonstraram indiferentes com a questão. Em relação à

análise sobre agressão física, o índice retrocede para 0,83% dos alunos que

concordaram totalmente e 1,67% concordaram em ter sofrido esse tipo de agressão.

Nenhum dos professores acusou ter sofrido agressão física nessa escola.

O Nível Social, no parâmetro das necessidades de convivência, verificamos

que apenas 0,83% dos alunos discordaram totalmente e 9,17% discordaram em

conviver em harmonia com as pessoas dessa escola, os demais alunos e os

professores concordaram totalmente ou concordaram com essa afirmativa. Já

quando nos referimos à prática da empatia pelas pessoas da escola, o índice de

desconformidade aumenta para 5,83% dos alunos que discordaram totalmente e

20,83% discordaram da questão, enquanto 11,11% dos professores discordaram

totalmente da prática.

No parâmetro das necessidades de vínculo, constatamos que 5,83% dos

alunos discordaram totalmente e 10% discordaram em se sentir importantes para

essa escola, segundo as marcações dos professores, esses concordaram totalmente

ou concordaram com o seu grau de importância para essa escola. Em relação à

participação dos pais ou responsáveis nas atividades escolares, 10% dos alunos

discordaram e 2,50% discordaram totalmente da afirmação. Já 22,22% dos

professores se disseram indiferentes com a afirmação.

O Nível Pedagógico, no Parâmetro das necessidades de metodologias,

analisamos qual a percepção dos alunos e professores sobre a clareza dos critérios

de avaliação, apenas 1,67%% dos alunos discordaram da questão, os professores

concordaram e concordaram totalmente com a clareza dos critérios. Ao questionar

quanto a ser elogiado quando executa um bom trabalho, 9,17% dos alunos

discordaram e 5,83% discordaram totalmente. 11,11% dos professores se fizeram

indiferentes com a questão. Sobre isso:

78

Os professores gostam de ser cumprimentados e validados, e os alunos não são nada diferentes. Os alunos desejam muita atenção. Às vezes, um aluno é tão privado de atenção que vai querer despertar até uma atenção negativa através de um comportamento grosseiro. Por isso, o elogio público na sala de aula pode ser um instrumento muito potente. (WALTERS; FREI, 2009 p. 33).

No parâmetro das necessidades de linguagem, sobre as informações

contidas nos livros e/ou postilas dos alunos e professores serem claros, os alunos

discordaram em 6,67% e 0,83% discordaram totalmente da questão, novamente

11,11% dos professores se disseram indiferentes com a afirmação. Em relação à

utilização das redes sociais para disseminar conhecimento 10,83% dos alunos

respondentes discordaram e 5,83% discordaram totalmente da utilização, 22,22%

dos professores foram indiferentes.

O Nível Psicológico, no parâmetro das necessidades de cognição,

identificamos que 3,33% dos alunos discordaram totalmente e 7,50% discordaram e

dizem não ficar frustrados quando não conseguem aprender; os professores

respondentes concordaram totalmente ou concordaram com a frustração quando

não conseguem atingir o seu objetivo (ensinar aos alunos). Em relação à liberdade

para expressar as ideias e opiniões, o índice aponta que 10% dos alunos

discordaram e 1,67% discordou totalmente dessa liberdade, os professores disseram

ter essa liberdade quando concordaram totalmente e concordaram com a questão.

No parâmetro das necessidades de motivação, 2,50% dos alunos

discordaram e 3,33% discordaram totalmente e demonstram não gostar de estar

nessa escola, diferindo dos professores que concordaram em 11,11% e

concordaram totalmente em 88,89% gostando de estar naquele local de trabalho. Já

na questão que anseia descobrir se os alunos e professores sentem-se valorizados

nessa escola, os alunos discordaram em 8,33% e 5,83% discordaram totalmente, os

professores desse colégio sentem-se valorizados concordando novamente em,

11,11% e concordando totalmente em 88,89%.

79

Tabela 16: Colégio “E” Nível Biológico

Fonte: Elaborada pela própria autora

80

Tabela 17: Colégio “E” Nível Social

Fonte: Elaborada pela própria autora

81

Tabela 18: Colégio “E” Nível Pedagógico

Fonte: Elaborada pela própria autora

82

Tabela 19: Colégio “E” Nível Psicológico

Fonte: Elaborada pela própria autora

83

5.6 Colégio “F”

Foram respondentes do colégio “F” quarenta alunos, sendo vinte e quatro do

sexo masculino e dezesseis do sexo feminino com idade entre quinze e dezoito anos

de idade. Obtivemos cinco professores respondentes, sendo quatro do sexo

masculino e uma do sexo feminino, com a idade média de trinta e três a sessenta e

um anos idade.

O Nível biológico, no parâmetro das necessidades fisiológicas, verificamos

que 2,50% dos alunos discordaram que o lanche oferecido pela escola é saboroso,

já os professores concordaram ou concordaram totalmente. Em relação ao item que

se refere se a sala de aula é espaçosa, apenas 5% dos alunos discordaram e 2,50%

discordaram totalmente diferindo dos professores que concordaram ou concordaram

totalmente.

No parâmetro das necessidades de segurança, os alunos concordaram

totalmente em 2,50% e o índice aumenta com 30% desses que concordaram em já

ter sofrido bullying nessa escola. Os professores demonstraram não ter sofrido tal

ação. Em relação à análise sobre agressão física junto aos alunos, o índice

retrocede para 2,50% dos alunos que concordaram totalmente ou concordaram em

ter sofrido esse tipo de agressão. Nenhum dos professores acusou ter sofrido

agressão física nessa escola.

O Nível Social, no parâmetro das necessidades de convivência, verificamos

que apenas 2,50% dos alunos discordaram totalmente em conviver em harmonia

com as pessoas da escola, os demais alunos e os professores concordaram

totalmente ou concordaram com essa afirmativa. Já quando nos referimos à prática

da empatia pelas pessoas da escola, o índice de desconformidade aumenta para 5%

dos alunos que discordaram totalmente e 32,50% discordaram da questão, enquanto

aos professores 20% deles discorda totalmente ou discorda da prática.

No parâmetro das necessidades de vínculo, constatamos que 5% dos alunos

discordaram e 2,50% discordaram totalmente, um índice de 40% desses alunos se

disseram indiferentes em se sentir importantes para essa escola, segundo as

marcações dos professores, esses concordaram totalmente ou concordaram com o

seu grau de importância para essa escola. Em relação à participação dos pais ou

responsáveis nas atividades escolares 15% dos alunos discordaram e 7,50%

discordaram totalmente da afirmação. Os professores discordaram da afirmação em

84

20%.

O Nível Pedagógico, no Parâmetro das necessidades de metodologias,

analisamos qual a percepção dos alunos e professores sobre a clareza dos critérios

de avaliação, apenas 5% dos alunos discordaram da questão, mas 17,50% dos

alunos demonstraram ser indiferentes. Os professores concordaram e concordaram

totalmente com a clareza dos critérios. Ao questionar quanto a ser elogiado quando

executa um bom trabalho, 7,50% dos alunos discordaram, os professores

concordaram e concordaram totalmente com o recebimento de elogios em

retribuição à execução de um bom trabalho.

No parâmetro das necessidades de linguagem, sobre as informações

contidas nos livros e/ou postilas dos alunos e professores serem claros, os alunos

discordaram 7,50% e discordaram totalmente da questão em 2,50%; os professores

concordaram ou concordaram totalmente. Já em relação à utilização das redes

sociais para disseminar conhecimento, 42,50% dos alunos respondentes discordam

e 12,50%, discordam da utilização dessa linguagem, ou seja, mais da metade dos

quarenta alunos respondentes. Com relação aos professores, 20% disseram

discordar com a utilização das redes para propagar o conhecimento.

Observamos que, aqueles que não são detentores de novas tecnologias,

podem ter uma visão distorcida da sua transferência didática, mas os conhecedores

do assunto sabem de sua importância e de seu impacto nos processos de ensino e

aprendizagem na atualidade.

O Nível Psicológico, no parâmetro das necessidades de cognição,

identificamos que 10% dos alunos discordaram e disseram não ficar frustrados

quando não conseguem aprender, dos professores respondentes, 20% discordaram

totalmente com a frustração. Em relação à liberdade para expressar as ideias e

opiniões, o índice aponta que 2,50% dos alunos discordaram totalmente dessa

liberdade, os professores expressam ter essa liberdade quando concordaram

totalmente e concordaram com afirmação.

No parâmetro das necessidades de motivação, 5% dos alunos discordaram

e 2,50% discordaram totalmente e demonstram não gostar de estar na escola,

diferindo dos professores. Já na questão que anseia descobrir se os alunos e

professores sentem-se valorizados nesta escola, os alunos discordaram em 12,50%

e discordam totalmente em 2,50%; os professores desse colégio sentem-se

valorizados concordaram em 60% e concordaram totalmente em 40%.

85

Tabela 20: Colégio “F” Nível Biológico

Fonte: Elaborada pela própria autora

86

Tabela 21: Colégio “F” Nível Social

Fonte: Elaborada pela própria autora

87

Tabela 22: Colégio “F” Nível Pedagógico

Fonte: Elaborada pela própria autora

88

Tabela 23: Colégio “F” Nível Psicológico

Fonte: Elaborada pela própria autora

89

5.7 Colégio “G”

Foram respondentes do colégio “G” onze alunos, sendo cinco do sexo

masculino e seis do sexo feminino com idade entre dezesseis e vinte e dois anos.

Obtivemos dez professores respondentes, sendo quatro do sexo masculino e seis do

sexo feminino com idade média de quarenta anos de idade.

O Nível biológico, no parâmetro das necessidades fisiológicas, verificamos

que 18,18% dos alunos se fizeram indiferentes, 18,18% discordaram e 09,09%

discordaram totalmente que o lanche oferecido pela escola é saboroso, já os

professores concordaram ou concordaram totalmente. Em relação ao item que se

refere se a sala de aula é espaçosa, tanto os alunos quanto os professores

concordaram ou concordaram totalmente com o espaço disponível na sala de aula.

Ressaltamos nesse momento, que o número de alunos ativos nessa escola é de

dezenove alunos, influenciando assim, o resultado positivo deste item.

No parâmetro das necessidades de segurança, mesmo com um número

pequeno de alunos ativos nessa escola, analisamos que 27,27% dos alunos

concordaram totalmente e 18,18% concordaram em ter sofrido bullying nessa

escola, 09,09% dos alunos se disseram indiferentes. Os professores demonstraram

não ter sofrido tal ação. Cremos que nas situações de violência, demonstrar-se

indiferente impacta e pactua apoiando o comportamento do agressor. Em relação à

análise sobre agressão física junto aos alunos, o índice retrocede aos alunos e

converge com os professores, que discordaram e discordaram totalmente.

O Nível Social, no parâmetro das necessidades de convivência verificamos

ambos, professores e alunos concordaram ou concordaram totalmente em conviver

em harmonia nessa escola. Já quando nos referimos à prática da empatia pelas

pessoas dessa escola, os professores concordaram ou concordaram totalmente, por

outro lado os alunos discordaram em 45,45% e discordaram totalmente em 18,18%.

No parâmetro das necessidades de vínculo, ao nos referirmos se os alunos

e professores se sentem importantes para essa escola, 18,18% dos alunos

discordaram e 09,09% discordaram totalmente dessa afirmativa. Os professores

concordaram totalmente ou concordaram com o seu grau de importância para essa

escola. Em relação à participação dos pais ou responsáveis nas atividades

escolares, 09,09% dos alunos discordaram ou discordaram totalmente da afirmação.

Já 30% dos professores se disseram indiferentes quanto à participação dos pais ou

90

responsáveis nas atividades dessa escola.

O Nível Pedagógico, no Parâmetro das necessidades de metodologias,

analisamos qual a percepção dos alunos e professores sobre a clareza dos critérios

de avaliação, ambos, alunos e professores concordaram totalmente ou

concordaram, demonstrando não haver ruídos na transmissão e adesão desse

processo. Ao questionar quanto a ser elogiado quando executa um bom trabalho,

ambos, alunos e professores, concordaram ou concordaram totalmente, apenas

27,27% dos alunos e 10% dos professores se demonstraram indiferentes.

No parâmetro das necessidades de linguagem, sobre as informações

contidas nos livros e/ou apostilas dos alunos e professores serem claros, 18,18%

dos alunos se disseram indiferentes, enquanto os professores concordaram

totalmente em 60% e concordaram em 40%. Em relação à utilização das redes

sociais para disseminar conhecimento, 27,27% dos alunos respondentes

discordaram totalmente da utilização. Com relação aos professores 10% se

disseram indiferentes.

O Nível Psicológico, no parâmetro das necessidades de cognição,

identificamos que 09,09% dos alunos discordaram e 27,27% discordaram totalmente

e disseram não ficar frustrados quando não conseguem aprender, dos professores

respondentes 10% discordaram totalmente com a frustração quando não

conseguem atingir esse ensino, que seria o seu objetivo de trabalho. Em relação à

liberdade para expressar as ideias e opiniões, ambos, alunos e professores

concordaram totalmente e concordaram com a liberdade de expressão.

No parâmetro das necessidades de motivação, os professores afirmaram

gostar de estar nessa escola quando concordaram ou concordaram totalmente com

a afirmação, quanto aos alunos, 09,09% discordaram da afirmação, demonstrando

seu grau de insatisfação. Já na questão que ansiava descobrir se os alunos e

professores sentem-se valorizados nessa escola, os alunos discordaram em

09,09%, os professores demonstraram-se valorizados e concordaram totalmente em

90% concordaram 10%.

91

Tabela 24: Colégio G: Nível Biológico

Fonte: Elaborada pela própria autora

92

Tabela 25: Colégio G: Nível Social

Fonte: Elaborada pela própria autora

93

Tabela 26: Colégio G: Nível Pedagógico

Fonte: Elaborada pela própria autora

94

Tabela 27: Colégio G: Nível Psicológico

Fonte: Elaborada pela própria autora

95

5.8 Relações entre o clima organizacional escolar e os processos de ensino e de aprendizagem

No decorrer desse estudo, foi possível observar que o clima organizacional

escolar influenciam nos processos de ensino e aprendizagem, isso ficou explícito

não só nos conceitos gerais, em que foram apresentados autores significativos para

essa temática, mas também, nos resultados de pesquisa e análise dos dados.

As respostas individuais levantaram fatores significativos perante a

subjetividade dos alunos e professores, agora expostos em uma realidade percebida

sobre a qualidade de vida escolar, impactando e influenciando no comportamento

dos envolvidos diante dos processos de ensino e aprendizagem. Lira (2010) acredita

que a escola depende do meio que a influência, bem como dos indivíduos que nela

se encontram e que também resultam no entorno, gerando a sua dinâmica social,

num fluxo recíproco entre a organização e o clima.

Acreditamos que os alunos devem estar no centro dos processos de ensino

e aprendizagem e que eles devem senti-lo, envolvendo-se e consequentemente

mobilizando-se. A condução eficaz dessa sistêmica deve atender às necessidades

físicas e emocionais, respeitando as características individuais de cada envolvido.

Isso só é possível mediante as interações sociais, que devem ser balizadas pela

análise e gestão do clima organizacional escolar, logo viabilizando relações de

qualidade e equidade.

Acreditamos também que, além da propagação do conhecimento e do

desenvolvimento intelectual por meio dos processos de ensino e aprendizagem, os

professores e a escola devem praticar junto aos alunos um clima de democracia,

cidadania, autonomia, solidariedade e o respeito em um espaço igualitário. Para

Cornejo e Redondo (2011) uma vez que as escolas não possuem recursos

financeiros, são os processos psicossociais e as interações desenvolvidas que

acabam por diferenciar umas escolas de outras, em sua configuração e nos

resultados obtidos sobre a aprendizagem.

5.9 O clima organizacional escolar e as possíveis melhorias nos processos de ensino e de aprendizagem

Por trabalhar com a subjetividade agora transformada em realidade, a

96

proposta de sugestões de melhorias tem o intuito de garantir uma comunicação

assertiva, consistência das relações humanas e a garantia de qualidade e equidade

para um melhor desempenho dos alunos e professores, conforme já justificado. A

seguir, apresentamos as sugestões, conforme a análise dos dados já apresentada

sobre os níveis e parâmetros do instrumento de pesquisa.

Correspondendo aos parâmetros das necessidades fisiológicas e de

segurança expostos no nível biológico, sugerimos uma oficina que visa trabalhar as

boas práticas na manipulação e preparo de alimentos para as merendeiras com

receitas e aproveitamento de alimentos de baixo custo e alto valor nutritivo. Para as

situações de violências e bullying, sugerimos uma palestra de conscientização com

conteúdo programático voltado aos indicativos de estar sofrendo violências, sejam

elas físicas ou morais, (apelidos e agressões) e considerações legais diante dessas.

Para os parâmetros das necessidades de convivência e vínculo, elencados

no nível social, indicamos uma ação extensiva que possibilite o desenvolvimento e a

reflexão em conjunto com os alunos e professores, promovendo a democracia,

cidadania, autonomia, solidariedade e o respeito, garantindo um espaço igualitário.

No nível pedagógico, no que corresponde aos parâmetros de metodologia e

linguagens, propomos um workshop destinado aos professores, com noções de

informática, conceitos, aplicativos, softwares, jogos e aplicativos educacionais

munidos de técnicas que propiciem a interação e o conhecimento alavancando os

processos de ensino e aprendizagem.

Sugerimos no nível psicológico, que corresponde aos parâmetros de

cognição e motivação, uma palestra que conduza o professor no fator motivacional,

providos de ideias e criatividade, a importância do seu equilíbrio pessoal e suas

implicações nos processos de ensino e aprendizagem.

Essas são pequenas contribuições construídas a partir das análises geradas

pelo instrumento de pesquisa criado e titulado como pirâmide das necessidades

básicas para o ensino e aprendizagem, uma nova teoria para análise do clima

organizacional escolar.

97

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Postulamos que o clima organizacional é como perfume, embora a descrição

no rótulo diga que sua essência possua Ylang ylang com notas florais, com um

toque delicado e exótico, seguido de rosa Damascena que aquece os sentidos e

com um fundo envolvente de Jasmim Sambac da Índia, se realmente não o sentimos

nunca saberemos que experiências suas nuances nos trarão.

Entendemos a abstração do clima organizacional escolar, mas cremos que

esse pode ser mensurado por nossos níveis e parâmetros de pesquisa, que em

consequência, transformou a subjetividade dos respondentes em sinais concretos

sobre a qualidade de vida escolar, atingindo nossos objetivos propostos.

Espera-se que os níveis e parâmetros de pesquisa sejam validados e

aceitos pelos agentes ativos dos processos de ensino e aprendizagem, a fim de

mensurar os efeitos do clima organizacional escolar indiferentemente de sua cultura

e ethos, visto que o instrumento de pesquisa considera as necessidades básicas

imperativas, sem considerar as necessidades superficiais.

Acreditamos que o instrumento de pesquisa possa ser utilizado de forma

qualitativa, com articulações e metodologias fenomenológicas, compreendendo a

experiência humana dentro do clima organizacional escolar em especial aos

processos de ensino e aprendizagem. Essa será uma nova hipótese de pesquisa,

com a intenção de nos aprofundarmos na subjetividade oculta dos agentes ativos

que compõe o clima organizacional escolar.

Reforçamos nossa abordagem discutida anteriormente, em que o

instrumento de pesquisa criado deverá ser alimentado por pesquisas futuras e que

essa teoria poderá permanecer ou defasar-se, mas fica apontado o esforço e

motivação de uma nova abordagem avaliativa que pode impulsionar a eficácia dos

processos de ensino e aprendizagem.

Após as revisões finais, será mostrado o formulário para apresentação de

projeto editorial, em atendimento à portaria específica nº 21/2018, Art. 13, que faz

referência às políticas de bolsas de estudos do Serviço Nacional de Aprendizagem

Comercial (SENAC), instituição que subsidiou financeiramente o programa de

mestrado dessa pesquisadora.

Ressaltamos, que em contribuição a mesma portaria específica, esse

98

instrumento de pesquisa foi aprovado pelo Plano de Ação da Administração

Regional do SENAC, como uma das ferramentas de ação estratégica, para gestão

de qualidade das turmas da Unidade de Educação Profissional de Ivaiporã,

abrangendo dezesseis municípios localizados na região central do estado do Paraná

para o ano de 2019. Igualmente, o instrumento de pesquisa foi apresentado e

disponibilizado aos técnicos de ensino, responsáveis pelo projeto piloto do ensino

médio dos Colégios do Serviço Social do Comércio (SESC), localizados nas

unidades integradas de Ivaiporã e Jacarezinho no estado do Paraná.

Por fim, uma síntese dos resultados do clima organizacional escolar será

apresentada às escolas contribuintes, ao término desse estudo, assim como já

acordado com seus diretores no início da coleta de autorizações para realização da

pesquisa.

99

REFERÊNCIAS

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arqueologia. Campinas: Alínea, 2017. BLAYA, Catherine. Violência e Maus Tratos em Meio Escolar. Horizontes Pedagógicos. Lisboa: Instituto Piaget, 2008. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e

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Acesso em: 10 set. 2017. WALTERS, Jim. FREI, Shelly. Gestão do comportamento e da disciplina em sala de aula. São Paulo: Special Book Service, 2009.

103

APÊNDICES

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu Mestrado em Metodologias para o Ensino de

Linguagens e suas Tecnologias

Pesquisa de Clima Organizacional Escolar - Alunos

CT Concordo Totalmente C Concordo I Indiferente D Discordo DT Discordo Totalmente

Tema Descrição CT C I D DT

Fisiológicas O lanche oferecido pela minha escola é saboroso

Minha escola possui bebedouros acessíveis e conservados

Os banheiros da minha escola são limpos e higienizados

A minha escola tem acessibilidade para deficientes físicos

No horário do intervalo tenho um descanso considerável

Minha sala de aula é ventilada

A iluminação da minha sala de aula é agradável

Minha sala de aula é espaçosa

As carteiras e cadeiras da minha sala de aula são confortáveis

A minha sala de aula possui uma boa acústica

Segurança Sinto-me seguro (a) nesta escola

Nesta escola existem muitos conflitos entre os alunos (as)

Nesta escola existem muitos conflitos entre os professores (as)

Já sofri bullying nesta escola

Fui vítima de cyberbullying nesta escola

Sofri preconceito religioso nesta escola

Já fui agredido (a) fisicamente nesta escola

Fui ofendido (a) verbalmente nesta escola

Já sofri preconceito por causa da minha cor nesta escola

Sei onde estão localizadas as saídas de emergência desta escola

104

Tema Descrição CT C I D DT

Convivência Sinto-me acolhido (a) nesta escola

As pessoas me tratam com respeito nesta escola

Convivo em harmonia com as pessoas desta escola

As pessoas desta escola me aceitam como eu sou

Tenho uma boa relação com os alunos (as) desta escola

Tenho uma boa relação com os professores (as) desta escola

Sinto-me bem quando estou com as pessoas desta escola

As pessoas praticam a empatia nesta escola

Sinto-me sufocado (a) nesta escola

Sou desprezado (a) nesta escola

Vínculo Sinto-me ligado (a) as pessoas desta escola

Sou importante para esta escola

Os alunos e professores desta escola são unidos

Não tenho amigos nesta escola

Os professores se preocupam com o bem-estar dos seus alunos

Quando há um problema na sala professores e alunos se ajudam

Os professores (as) desta escola são amigáveis

Tenho grandes amizades nesta escola

Confio nos professores (as) desta escola

Meus pais ou responsáveis participam das atividades desta escola

Tema Descrição CT C I D DT

Metodologia Nesta escola os critérios de avaliação são claros

Sou informado (a) quando não estou indo bem

Sou punido quando não realizo minhas atividades

Sou elogiado (a) quando realizo um bom trabalho

Nesta escola os professores (as) são criativos

Os conteúdos abordados superam as expectativas

Nesta escola os professores (as) são rígidos

Os professores (as) são animados (as) na sala de aula

Esta escola tem bons projetos

Existe igualdade de tratamento entre os alunos (as)

Linguagem Os livros e/ou apostilas desta escola são atrativos

As informações contidas nos meus livros e/ou apostilas são claras

São utilizados vídeos atualizados para assimilar os conteúdos

Esta escola se comunica com os pais ou responsáveis dos alunos

Fico atento ao mural de avisos desta escola

Esta escola utiliza redes sociais para levar conhecimento

Esta escola promove eventos culturais, artísticos e esportivos

Os professores desta escola usam novas tecnologias no ensino

Sou estimulado (a) a usar a biblioteca desta escola

Os alunos desta escola têm aulas práticas em laboratórios

105

Tema Descrição CT C I D DT

Cognição Presto atenção nas aulas

Os professores (as) percebem quando tenho dificuldades

Sempre preciso de ajuda para resolver minhas atividades

Os professores (as) explicam até que todos consigam entender

Fico frustrado (a) quando não consigo aprender

Os professores (as) estão sempre dispostos a tirar dúvidas

Sou livre para expressar minhas ideias e opiniões

Consigo desenvolver minhas tarefas com facilidade

Todos os alunos têm oportunidade de participar das atividades

Os alunos compartilham seus conhecimentos

Motivação Gosto de estar nesta escola

Sinto muito orgulho da minha escola

Sinto-me valorizado nesta escola

Sou feliz nesta escola e não a trocaria por outra escola

Nesta escola sou incentivado (a) a melhorar

Esforço-me para ser um bom aluno

Nesta escola sou estimulado (a) a buscar novos conhecimentos

Se fosse possível dedicaria mais tempo para esta escola

Esta escola me ajudará a ser um cidadão de sucesso

Esta escola é importante para sociedade

Série:

Idade:

Sexo:

106

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu Mestrado em Metodologias para o Ensino de

Linguagens e suas Tecnologias

Pesquisa de Clima Organizacional Escolar - Professores

CT Concordo Totalmente C Concordo I Indiferente D Discordo DT Discordo Totalmente

Tema Descrição CT C I D DT

Fisiológicas O lanche oferecido pela minha escola é saboroso

Minha escola possui bebedouros acessíveis e conservados

Os banheiros da minha escola são limpos e higienizados

A minha escola tem acessibilidade para deficientes físicos

No horário do intervalo tenho um descanso considerável

Minha sala de aula é ventilada

A iluminação da minha sala de aula é agradável

Minha sala de aula é espaçosa

As carteiras e cadeiras da minha sala de aula são confortáveis

A minha sala de aula possui uma boa acústica

Segurança Sinto-me seguro (a) nesta escola

Nesta escola existem muitos conflitos entre os alunos (as)

Nesta escola existem muitos conflitos entre os professores (as)

Já sofri bullying nesta escola

Fui vítima de cyberbullying nesta escola

Sofri preconceito religioso nesta escola

Já fui agredido (a) fisicamente nesta escola

Fui ofendido (a) verbalmente nesta escola

Já sofri preconceito por causa da minha cor nesta escola

Sei onde estão localizadas as saídas de emergência desta escola

107

Tema Descrição CT C I D DT

Convivência Sinto-me acolhido (a) nesta escola

As pessoas me tratam com respeito nesta escola

Convivo em harmonia com as pessoas desta escola

As pessoas desta escola me aceitam como eu sou

Tenho uma boa relação com os alunos (as) desta escola

Tenho uma boa relação com os professores (as) desta escola

Sinto-me bem quando estou com as pessoas desta escola

As pessoas praticam a empatia nesta escola

Sinto-me sufocado (a) nesta escola

Sou desprezado (a) nesta escola

Vínculo Sinto-me ligado (a) as pessoas desta escola

Sou importante para esta escola

Os alunos e professores desta escola são unidos

Não tenho amigos nesta escola

Os professores se preocupam com o bem-estar dos seus alunos

Quando há um problema na sala professores e alunos se ajudam

Os professores (as) desta escola são amigáveis

Tenho grandes amizades nesta escola

Confio nos professores (as) desta escola

Os pais ou responsáveis participam das atividades desta escola

Tema Descrição CT C I D DT

Metodologia Nesta escola os critérios de avaliação são claros

Sou informado (a) quando não estou indo bem

Sou punido quando não realizo minhas atividades

Sou elogiado (a) quando realizo um bom trabalho

Nesta escola os professores (as) são criativos

Os conteúdos abordados superam as expectativas

Nesta escola os professores (as) são rígidos

Os professores (as) são animados (as) na sala de aula

Esta escola tem bons projetos

Existe igualdade de tratamento entre os alunos (as)

Linguagem Os livros e/ou apostilas desta escola são atrativos

As informações contidas nos meus livros e/ou apostilas são claras

São utilizados vídeos atualizados para assimilar os conteúdos

Esta escola se comunica com os pais ou responsáveis dos alunos

Fico atento ao mural de avisos desta escola

Esta escola utiliza redes sociais para levar conhecimento

Esta escola promove eventos culturais, artísticos e esportivos

Os professores desta escola usam novas tecnologias no ensino

Sou estimulado (a) a usar a biblioteca desta escola

Os alunos desta escola têm aulas práticas em laboratórios

108

Tema Descrição CT C I D DT

Cognição Na sala de aula os alunos (as) prestam atenção nas suas aulas

Percebo quando os alunos (as) têm dificuldades

Sempre preciso de ajuda para desenvolver minhas atividades

Explico até que todos os alunos (as) consigam entender

Fico frustrado (a) quando não consigo ensinar meus alunos (a)

Estou sempre disposto (a) a tirar dúvidas dos meus alunos (as)

Sou livre para expressar minhas ideias e opiniões nesta escola

Consigo desenvolver minhas tarefas com facilidade

Todos os alunos tem oportunidade de participar das atividades

Os alunos compartilham seus conhecimentos na minha aula

Motivação Gosto de estar nesta escola

Sinto muito orgulho da minha escola

Sinto-me valorizado nesta escola

Sou feliz nesta escola e não a trocaria por outra escola

Nesta escola sou incentivado (a) a melhorar

Esforço-me para ser um bom professor

Nesta escola sou estimulado (a) a buscar novos conhecimentos

Se fosse possível dedicaria mais tempo para esta escola

Esta escola me ajudará a ser um cidadão de sucesso

Esta escola é importante para sociedade

Tempo de Magistério:

Idade:

Sexo:

109

ANEXOS

110

UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ

MESTRADO EM METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - ALUNOS Título da pesquisa:

“Efeitos do clima organizacional escolar nos processos de ensino e de aprendizagem”

Prezado(a) Senhor(a): Gostaríamos de informá-lo que seu(sua) filho(a) está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar do estudo “Efeitos do clima organizacional escolar nos processos de ensino e de aprendizagem”, realizada no Colégio Estadual_________________ em Ivaiporã, PR. O objetivo da pesquisa é “investigar os efeitos do clima organizacional escolar nos processos de ensino e de aprendizagem nas turmas de 1º, 2º ou 3º ano do ensino médio”. A sua participação é muito importante e ela se daria da seguinte forma: permitindo que seu filho ou sua filha responda a um questionário de pesquisa. O critério de inclusão é ser aluno do 1º, 2º ou 3º do ano ensino médio da escola acima descrita. O critério de exclusão será utilizado caso seu(sua) filho(a) duplique a resposta no questionário de pesquisa ou não seja de uma dessas séries. Gostaríamos de esclarecer que a participação é totalmente voluntária, podendo você: recusar a participação de seu filho ou filha, ou mesmo desistir dessa participação a qualquer momento sem que isto acarrete qualquer ônus ou prejuízo à sua pessoa ou a seu filho ou filha. Os riscos que as atividades de pesquisa geram aos participantes são mínimos, pois trata-se de aplicação de um questionário; limitando-se a algum desconforto no momento da aplicação do instrumento de pesquisa. A fim de minimizar tal situação, os aplicadores receberam treinamento apropriado. Informamos ainda que as informações serão utilizadas para os fins desta pesquisa e serão tratadas com o mais absoluto sigilo e confidencialidade, de modo a preservar a sua identidade e dos(as) alunos(as), em relação à comunidade externa. Caso ocorra divulgação dos resultados através de publicação científica, os dados serão tratados apenas no conjunto, não existindo a identificação dos participantes. Os benefícios esperados são indiretos, tais como: melhoria do despenho dos professores e alunos; fornecimento de dados para a tomada de decisão da escola; criação de estratégias mais eficientes de ensino. Informamos que o(a) senhor(a) não pagará e nem será remunerado pela participação de seu(sua) filho(a), uma vez que ela acontecerá somente pelas respostas de um questionário. Este termo deverá ser preenchido em duas vias de igual teor, sendo uma delas, devidamente preenchida, assinada e entregue ao(a) senhor(a). Ivaiporã, ___ de_______ de 2018. Pesquisador Responsável: _________________________________________ Samantha Franciele Dorabiato de Matos Mestranda do Programa de Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias. Londrina – PR. Centro de Pesquisa Unopar. Pesquisador responsável: Prof. Dr. Fábio Luiz da Silva, professor do Mestrado Acadêmico em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias. Londrina – PR. Centro de Pesquisa Unopar. Dados do Comitê de Ética: Endereço: Rua Marselha, 591 Jardim Piza Londrina PR – Fone (43)3371-9849 – E-mail: [email protected]

Eu, ______________________________________________________ RG ___________________________(nome completo do pai ou responsável), tendo sido devidamente esclarecido(a) sobre os procedimentos da pesquisa, concordo voluntariamente que o(a) aluno(a)______________________________________________ participe da pesquisa descrita acima.

Assinatura: __________________________________________________

Data: _____/______/______.

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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ

MESTRADO EM METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – PROFESSORES Título da pesquisa:

“Efeitos do clima organizacional escolar nos processos de ensino e de aprendizagem”

Prezado(a) Senhor(a): Gostaríamos de convidá-lo (a) a participar da pesquisa “Efeitos do clima organizacional escolar nos processos de ensino e de aprendizagem”, realizada no Colégio Estadual__________________________ em Ivaiporã PR. O objetivo da pesquisa “Investigar os efeitos do clima organizacional escolar nos processos de ensino e de aprendizagem nas turmas de 1º, 2º ou 3º ano do ensino médio. A sua participação é muito importante e ela se daria da seguinte forma: respondendo ao instrumento de pesquisa, que consiste em questionários com perguntas fechadas a respeito do Clima Organizacional Escolar. O critério de inclusão é ser professor da escola e das séries acima descritas. O critério de exclusão é não ser professor da escola acima descrita. Gostaríamos de esclarecer que sua participação é totalmente voluntária, podendo você: recusar-se a participar, ou mesmo desistir a qualquer momento, sem que isto acarrete qualquer ônus ou prejuízo à sua pessoa. Os riscos que as atividades de pesquisa geram aos participantes são mínimos, pois trata-se de aplicação de questionários; limitando-se a algum desconforto no momento da aplicação do instrumento de pesquisa. A fim de minimizar tal situação, os aplicadores receberam treinamento apropriado. Informamos ainda que as informações serão utilizadas para os fins desta pesquisa e serão tratadas com o mais absoluto sigilo e confidencialidade, de modo a preservar a sua identidade, em relação à comunidade externa. Caso ocorra divulgação dos resultados por meio de publicação científica, os dados serão tratados apenas no conjunto, não existindo a identificação dos participantes. Os benefícios esperados são indiretos, tais como: melhoria do despenho dos professores e alunos; fornecimento de dados para a tomada de decisão da escola; criação de estratégias mais eficientes de ensino em sala de aula. Informamos que o(a) senhor(a) não pagará e nem será remunerado por sua participação, uma vez que ela acontecerá somente pelas respostas de questionários. Este termo deverá ser preenchido em duas vias de igual teor, sendo uma delas, devidamente preenchida, assinada e entregue ao(a) senhor(a). Ivaiporã________ de ___________de 2018. Pesquisador Responsável: _________________________________________ Samantha Franciele Dorabiato de Matos Mestranda do Programa de Mestrado em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias. Londrina – PR. Centro de Pesquisa Unopar. Pesquisador responsável: Prof. Dr. Fábio Luiz da Silva, professor do Mestrado Acadêmico em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias. Londrina – PR. Centro de Pesquisa Unopar. Dados do Comitê de Ética: Endereço: Rua Marselha, 591 Jardim Piza Londrina PR – Fone (43)3371-9849 – E-mail: [email protected]

Eu, _______________________________________________________, RG _____________________ tendo sido

devidamente esclarecido sobre os procedimentos da pesquisa, concordo em participar voluntariamente da pesquisa

descrita acima.

Assinatura: _____________________________________________

Data: _____/______/______.

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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ

MESTRADO EM METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

Termo de assentimento do menor Título da pesquisa:

“Efeitos do clima organizacional escolar nos processos de ensino e de aprendizagem”

Você está sendo convidado para participar da pesquisa “Efeitos do clima organizacional escolar nos processos de ensino e de aprendizagem”. Seus pais permitiram que você participe. Queremos investigar os efeitos do clima organizacional escolar nos processos de ensino e de aprendizagem nas turmas de 1º, 2º ou 3º ano do ensino médio. Os alunos e alunas que irão participar dessa pesquisa frequentam o 1º, 2º e 3º ano do Colégio Estadual-__________________, em Ivaiporã, PR. Você não precisa participar da pesquisa se não quiser, é um direito seu, não terá nenhum problema se desistir. A pesquisa será feita no/a Colégio Estadual_____________________, onde os alunos e alunas responderão a um questionário. Para isso, será usado um questionário impresso. O uso do questionário e a presença do pesquisador em sala de aula durante a aplicação do questionário são considerados seguros e o risco é muito pequeno, sendo apenas de algum desconforto no momento em que o questionário estiver sendo respondido. Para diminuir esse risco, os aplicadores do questionário receberam treinamento. Caso você tenha qualquer tipo de dúvida a respeito dessa pesquisa, você pode nos procurar pelo telefone __________________ da pesquisadora Samantha Franciele Dorabiato de Matos. Há coisas boas que podem acontecer a partir desta pesquisa como: melhoria do despenho dos professores e alunos; fornecimento de dados para a tomada de decisão da escola e criação de estratégias mais eficientes de ensino. Não daremos a estranhos as informações que você nos der. Os resultados da pesquisa poderão ser publicados, mas sem identificar os alunos e as alunas que participaram da pesquisa. Se você tiver alguma dúvida, você pode me perguntar à pesquisadora Samantha Franciele Dorabiato de Matos. Eu ______________________________________________________ aceito participar da pesquisa “Efeitos do clima organizacional escolar nos processos de ensino e de aprendizagem” que tem o objetivo investigar os efeitos do clima organizacional escolar nos processos de ensino e de aprendizagem nas turmas de 1º, 2º ou 3º ano do ensino médio. Entendi que os riscos são muito pequenos e compreendi as coisas boas que podem acontecer. Entendi que posso dizer “sim” e participar, mas que, a qualquer momento, posso dizer “não” e desistir que ninguém vai ficar furioso. A pesquisadora tirou minhas dúvidas e conversou com os meus responsáveis. Recebi uma cópia deste termo de assentimento e li e concordo em participar da pesquisa. Ivaiporã ________de _________________de 2018. ________________________________ _______________________________ Assinatura do menor Assinatura da pesquisadora. Dados do Comitê de Ética: Endereço: Rua Marselha, 591 Jardim Piza Londrina PR – Fone (43)3371-9849 E-mail: [email protected]