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Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA Pesquisador: Francisco José Castilhos Karam Título: Jornalismo e Sociedade da Informação e do Conhecimento: ciberespaço, crise de identidade, fiscalização moral e vitalidade democrática - nova etapa profissional ? Início do Projeto: março de 2010 Linha de Pesquisa: Jornalismo,Cultura e Sociedade Grupo de Pesquisa: Observatório da Ética Jornalística 1. Apresentação: Seria demasiado reivindicar e/ou reconhecer uma permanente “oposição” ao Jornalismo? Talvez seja mais fácil aceitar que os tradicionais processos de produção do tipo jornalístico concorrem cada vez mais, contemporaneamente, com processos de produção de conteúdos informativos não jornalísticos em dois cenários simultaneamente em conflito e em complementaridade: de um lado, a satisfação de demandas sociais específicas, seja de um grupo de médicos, marceneiros , servidores públicos em particular ou do público em geral promovidos por mídias de referência ou por novas mídias segmentadas; de outro, o universo da produção típica jornalística e, ao mesmo tempo, às margens das tradicionais formas de confecção do produto jornalístico e às margens do que se chamaria categoria profissional. A concorrência com o jornalismo, a desregulamentação crescente do setor – como no caso brasileiro – e a produção de veículos autônomos de comunicação, nos quais, em seu interior, situam-se novas produções de conteúdo, com a utilização de novos suportes , dentro do que se chamaria ciberespaço, colocaria sob suspeição, sob crítica, sob o reconhecimento de limites mercadológicos , econômicos, políticos e culturais o jornalismo como

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Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA

Pesquisador: Francisco José Castilhos Karam

Título: Jornalismo e Sociedade da Informação e do Conhecimento: ciberespaço, crise de identidade, fiscalização moral e vitalidade democrática - nova etapa profissional ?

Início do Projeto: março de 2010

Linha de Pesquisa: Jornalismo,Cultura e Sociedade

Grupo de Pesquisa: Observatório da Ética Jornalística

1. Apresentação:

Seria demasiado reivindicar e/ou reconhecer uma permanente “oposição”

ao Jornalismo? Talvez seja mais fácil aceitar que os tradicionais processos de

produção do tipo jornalístico concorrem cada vez mais, contemporaneamente,

com processos de produção de conteúdos informativos não jornalísticos em dois

cenários simultaneamente em conflito e em complementaridade: de um lado, a

satisfação de demandas sociais específicas, seja de um grupo de médicos,

marceneiros , servidores públicos em particular ou do público em geral

promovidos por mídias de referência ou por novas mídias segmentadas; de

outro, o universo da produção típica jornalística e, ao mesmo tempo, às margens

das tradicionais formas de confecção do produto jornalístico e às margens do

que se chamaria categoria profissional.

A concorrência com o jornalismo, a desregulamentação crescente do

setor – como no caso brasileiro – e a produção de veículos autônomos de

comunicação, nos quais, em seu interior, situam-se novas produções de

conteúdo, com a utilização de novos suportes , dentro do que se chamaria

ciberespaço, colocaria sob suspeição, sob crítica, sob o reconhecimento de

limites mercadológicos , econômicos, políticos e culturais o jornalismo como

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hoje se conhece?

Vários autores, em diferentes países, reconhecem épocas ou períodos no

Jornalismo, envolvendo distintas etapas na atividade profissional, tais como

Sousa (2008), Schudson (1978), Habermas (1981), que destacam desde os

fenômenos pré-jornalísticos até o jornalismo pós-prensa de Gutenberg, que

possibilitou disseminar conteúdos informativos e conhecimento em escala

relativamente mais global, permitida pela reprodução ampliada de bens

simbólicos, como a representação de mundo feita por relatos; desde as folhas

volantes produzidas na Idade Média até um período de afirmação profissional,

de alguém que “professa” uma determinada atividade e que obtém

reconhecimento público com a divisão social do trabalho e com a ascendente

modernidade. Tal é o exemplo dos processos emancipatórios e as revoluções da

cidadania, cristalizados por dois momentos históricos significativos: a

Independência Americana de 1776 e a Revolução Francesa de 1789, com suas

cartas posteriores que geraram os embriões do direito do público a saber o que

se passa, no cerne já da moderna era dos direitos civis, da sociedade industrial,

da constituição dos Estados nacionais e das primeiras Repúblicas.

Hoje, para não detalharmos demais os sucessivos períodos – bastante

elucidados pelos autores referidos antes e por outros listados na bibliografia - o

jornalismo enfrenta uma nova etapa. Além de circular com informações

produzidas por profissionais ancorados em uma teoria e ética da área, em uma

estética e técnica próprias, consolidadas pela divisão social do trabalho e pela

definição de determinados papéis sociais, enfrenta também as possibilidades

tecnológicas de que outros atores sociais produzam os conteúdos então

privativos da área profissional. E no qual pode se prescindir da mediação

jornalística para fazer circular fatos, idéias e interpretações no presente

imediato, em períodos cada vez mais reduzidos de tempo e em escala massiva e

planetária.

Por isso, alguns autores chegam a falar no fim do jornalismo – seja como

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confecção informativa própria, seja como ideal de representação pública dos

fatos e versões sobre elas mais significativos de nosso tempo (Martínez Albertos,

1997; Cooperativa Lavaca, 2006). O pessimismo atinge até mesmo profissionais

que não vislumbram a realização efetiva dos idéias e valores normativos

profissionais (isenção, credibilidade, legitimidade social, interesse público,

entre dezenas de outros), como atestam alguns trabalhos e estudos no âmbito

do Chaire de recherche en éthique du journalisme (http://www.crej.ca) , com

sede em Ottawa, Canadá (Bernier, 2008; Bernier, 2008a), ou experientes

jornalistas (Tchekarski: 2003 e 2005).

O sentido público do jornalismo, alicerçado em valores como

credibilidade e legitimidade sociais, está em crise... ou o sentido público do

jornalismo se reafirma mediante traços distintivos propiciados pela crescente

concorrência de novos produtos, segmentação, diversidade de atores e

protagonistas de fatos , versões e interpretações? O sentido do jornalismo

definha ou tal sentido, pela concorrência e oposição, onde se incluem campos

simbólicos de fiscalização moral, exige uma qualificação ainda maior nos

processos de escolha de acontecimentos e de fontes; em seleção e hierarquização

noticiosa; em edição correspondente ao interesse público e à exatidão e

verossimilhança ainda mais exigidas?

Estaria perdendo força e credibilidade o papel do jornalismo como

impulsionador do espaço público normativo e como impulsionador da

vitalidade da vida democrática? Estaria havendo mudanças nas rotinas

profissionais, a tal ponto em que o eixo do espaço público e da vida democrática,

para acesso e decodificação dos fatos e versões significativos do presente

imediato se deslocaria para novas mídias e formas de confecção de conteúdos?

2. Problematização:

Este trabalho tenta analisar o novo cenário do jornalismo dentro do

Ciberespaço e da chamada Sociedade da Informação e do Conhecimento, com

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foco em a) a aparente crise que atravessa a profissão; b) as potencialidades de

renovação do jornalismo e de seus ideais valorativos a partir de um cenário em

que cresce a fiscalização e a oposição ao jornalismo.

Neste último cenário, é saudável que surjam mais e diversificadas

mídias, com novas abordagens, linguagens, com possibilidade de novas fontes e

renovadas interpretações, concorrendo para que o jornalismo de corte

tradicional ainda mais se esmere para qualificar sua produção, exigindo

profissionais que, ao professar a atividade, busquem melhorias desde a

perspectiva técnica e ética. Se o jornalismo teve, como profissão, a incumbência

de vigilante social, de guardião do interesse público - de forma ideal- , sempre

viveu à sombra de certos constrangimentos (um conflito que o atravessa desde

seu surgimento, já que os negócios , de um lado, se exigiam certos limites

operacionais – econômicos, políticos, ideológicos...- de outro necessitavam

ampliar o público para torná-lo consumidor e, portanto, tal público deveria ser

heterogêneo também desde a perspectiva política, econômica, ideológica... ). Tal

contradição - à medida em que permanece e se amplia – estaria ela mesma

constrangida pelo surgimento de novos produtores de conteúdo e de novas

mídias que encurralam o jornalismo dos interesses estritamente particulares e o

obrigam a corrigir-se e a se justificar moralmente na sociedade?...

Há autores que estudam um novo cenário e o papel epistemológico e

social do jornalismo, apostando ainda em uma forma que, apesar dos novos

desafios, consagrou-se mediante alguns fatores históricos, como os já

sintetizados antes. Lembro, por exemplo, Fontcuberta (2006: 19-29), que

aponta quatro dimensões para o jornalismo do século 21: como dimensão

socializadora; como espaço de cidadania; como agente educativo; e como

protagonista do ócio.

Dentro das sociedades complexas, o jornalismo teria ainda um papel de,

para tomar a expressão de Borrat, ser um “narrador em interação”, fazendo o

enlace social e sendo representante de diversas esferas do espaço público (2006:

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157-183), tarefa desafiadora ainda mais na Sociedade da Informação e diante da

Convergência Tecnológica no Ciberespaço. Neste aspecto, os elementos

históricos do jornalismo atuam em novo cenário, mas mantêm suas

características essenciais.

O novo cenário, no entanto, permitiria um certo descarte dos meios

tradicionais de produção e processamento da informação do tipo jornalística?

Vários autores prevêem um cenário bastante distinto. Alguns chegam a falar no

fim do jornalismo ou em sua substituição por novas formas de confecção

informativa e de interpretação da realidade. Em tal direção aponta um grupo de

jornalistas que, situados na Cooperativa Lavaca, com sede em Buenos Aires,

mostra um conjunto de experiências fora da grande mídia, descritas no livro “El

fin del periodismo y otras buenas notícias” (Cooperativa de Trabajo Lavaca:

2006), destacando novos meios sociais de comunicação que substituem, com

vantagens políticas e ampla diversidade cultural e de fontes, os meios

tradicionais, sem os limites operativos de ordem política , econômica e

mercadológica destes, principalmente dos macro-grupos que atuam sobre as e

dentro das grandes corporações midiáticas.

Uma das principais justificativas dadas pelos profissionais da

Cooperativa é que o capitalismo midiático entrou em crise, uma vez que “los

medios comerciales de comunicación vivieron gracias a sus relatos de una

actualidad a la que las audiencias no podrián acceder por si mismas” e hoje “ya

no viven de los relatos que publican, sino de aquellos que ocultan” (Cooperativa

de Trabajo Lavaca, 2006: 6-7). Prevêem que o jornalismo sofre mudança

substancial em sua estruturação e rotina1. E isso remete a um novo cenário,

onde cresce a segmentação e o envolvimento político com os processos

informativos sem a dependência de grandes anunciantes, corporações e

acionistas. Desta forma, a busca pela atualidade e seu contexto, a investigação

1� Um dos fundadores da Cooperativa Lavaca, o jornalista Diego Rosemberg, ressalva que os novos meiosnão pretendem substituir os tradicionais, mas atuar com outra perspectiva, atendendo demandas sociais edestacando temáticas relevantes mais detalhadas e trabalhadas (entrevista ao proponente em 25 de julhode 2007).

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dos processos sociais que geram fatos e versões, a precisão e a verdade

poderiam se tornar mais visíveis, uma vez que multiplicam-se os atores políticos

produtores de conteúdos. Para exemplificar o novo cenário, os autores dão um

panorama de mais de 170 experiências de comunicação e de informação

jornalística à parte da grande mídia ou das mídias tradicionais, incluindo-se a

rádio Voz de las Madres (Mães da Praça de Maio, movimento que surgiu para

reivindicar o paradeiro de filhos desaparecidos durante a ditadura argentina –

1976-1983 -, e posterior punição aos responsáveis por torturas e assassinatos);

Centro de Medios Independientes (rede de informações alternativas à cobertura

da grande mídia – http://www.argentina.indymedia.org); Red Informativa de

Mujeres Argentinas – http://www.rimaweb.com.ar; Red Nacional de Acción

Ecologista – http://www.renace.net ; Red de Comunicación Indigena ; e Diário

sobre Diários (um observatório dos meios argentinos, que, além disso, amplia a

informacão diária e a analisa – http://www.diariosobrediarios.com.ar ).

As fontes passam ao largo dos jornalistas ou apenas ao largo das mídias

tradicionais? Ao largo da confecção do jornalismo com seus critérios de

noticiabilidade, valores éticos, qualificação estética e apresentação técnica e

linguagem específica ou apenas se amplia propiciado pelas novas tecnologias e

suportes no ciberespaço?

Certamente vamos encontrar, como na Argentina, experiências similares

e em equivalente ou mesmo maior volume em muitos países. A tecnologia

propicia tal perspectiva, e hoje não é mais preciso se esconder para difundir

informações como nos anos 1970, nem buscar exemplos nas antigas emissoras

alternativas em diversos continentes, com destaque para a Europa. Certamente,

também, nenhuma mídia hoje dá conta da multiplicidade dos eventos e das

versões, da informação disponível e do conhecimento imediato produzido pela

humanidade no espaço de 24 horas. Este déficit informacional dá margem a

condições objetivas para que prosperem novas informações, com novos

conteúdos, contextualizando e tratando de fenômenos e fatos diários que

irrompem no cotidiano. As condições subjetivas também estão dadas, mas a

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continuidade dos projetos, a qualificação da busca de informação e a

credibilidade assentam ou não uma legitimidade que os levam a serem

procurados como mídia? Além disso, a natureza do texto, os processos

metodológicos de trabalho, a manutenção das experiências, exigem certo e

continuado grau profissional? Não são raras as experiências que, ao nascerem,

morreram quase ao mesmo tempo.

Para Pavlik (2005: 16-17), os novos meios estão transformando o

jornalismo de quatro maneiras:

“En primer lugar, el carácter del contenido de las noticias está cambiandoinexorablemente como consecuencia de las tecnologias de los nuevosmedios que están surgiendo. En segundo lugar, en la era digital sereorganiza el modo en que ejercen su trabajo los periodistas. En tercerlugar, la estructura de la redacción y de la industria informativa sufrenuna transformación radical. Y, por último, los nuevos medios estánprovocando una redefinición de las relaciones entre las empresasinformativas, los periodistas y sus diversos destinatários, quecomprenden a audiencia, fuentes, competidores, publicitários ygobiernos”.

De qualquer forma, o volume de informação contemporâneo e o ritmo

social exigem a disseminação de experiências segmentadas, aspecto que será

tratado mais adiante.

Conforme Tcherkaski (2003: 269-270),

“El lugar común de la circulación de informaciones es la inposibilidad deabarcarla, su volumen y velocidad desactualizan la actualidad al instantey producen el efecto de una inundación. (...) El periodismo hoy es umaprofesión en crisis. Y los diários, su especialidad canônica em la historiadel capitalismo, ya no son lo que eran. De marco rutinario de acceso a laactualidad y modo particular de práctica social, han pasado a ser parte deuma industria que produce mercancias como cualquier outra, destinada ahacer negócios, maximizar ganancias y satisfacer las oscilacionesarbitrarias del mercado”

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E observa (2003: 271):

“en los casi cuarenta años que llevo en esta profesión, la crisis delegitimidad y credibilidad que ahora la afecta no figuraba entre las peorespredicciones que pude haber temido o imaginado con mis colegas”.

As observações de experientes jornalistas, como Tchekarski, têm

ressonância em fatos concretos e são similares a de outros profissionais e

pesquisadores acadêmicos em um cenário ainda em mutação e, portanto, parece

merecer estudos para ajudá-lo a se tornar mais transparente e preciso.

Voltando às experiências costumeiras e consagradas que analisam a

questão técnica, ética e estética – e também tendências nacionais do jornalismo

e mídia em geral - encontram-se, por exemplo, sítios digitais como o Sala de

Prensa (http://www.saladeprensa.org), idealizado pelo mexicano Gerardo

Albarrán e destinado a profissionais da comunicação da América Latina e do

Caribe; o do Observatorios em Rede,

http://www.observatoriosenred.calandria.org.pe também relevante na América

Latina. Igualmente, na Europa, o http:// www.uta.fi/ethicnet , idealizado por

Kaarle Nordenstreng, experiente profissional e professor finlandês; e nos

Estados Unidos o International Center for Media and the Public Agenda

(http://www.icmpa.umd.edu), criado pela Universidade de Maryland e

Faculdade Merryl de Jornalismo com o objetivo de estudar e analisar a mídia

em âmbito planetário (relevante papel no âmbito acadêmico), assim como o

Comitê dos Jornalistas Preocupados ( http://www.concernedjournalists.org) na

esfera da atividade cotidiana da categoria e de suas relações com diferentes

níveis de Poder.

Da mesma forma, na América Latina há o consultório ético que trata

sobre questões específicas da atividade profissional jornalística, acessável no

sítio digital http://www.fnpi.org , vinculado à Fundación del Nuevo Periodismo

Iberoamericano, idealizada por Gabriel García-Márquez. O consultório, com o

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apoio da Unesco, está a cargo do experiente jornalista Javier Darío Restrepo,

que tem transformado seus cursos junto ao FNPI e estudos em temas a serem

abordados tanto no consultório on line quanto em publicações (Restrepo:

2004). Na Suíça, mas com projeção em toda a Europa, a análise de Daniel

Cornu (http://www.mediateur.edipresse.ch) tornou-se referência continental.

Na França, o Observatório das Mídias tem sido destacado (

http://www.observatoire-medias.info). No Canadá, situa-se o centro ao qual nos

referimos antes, http://www.crej.ca.

No Brasil, entre outras, são reconhecidas as experiências de sítios digitais

de debates e acompanhamento da mídia, como o do Observatório da Imprensa

(http://www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br), Instituto Gutenberg

(http://www.igutenberg.org.br), Comunique-se (http://www.comunique-

se.com.br); Observatório do Direito à Comunicação

(http://www.direitoacomunicacao.org.br) ; Observatório Brasileiro de Mídia

(http://www.observatoriodemidia.org.br); Fórum Nacional pela

Democratização da Comunicação (http://www.fndc.com.br).. E hoje, no Brasil,

já está constituída até mesmo a Rede Nacional de Observatórios da Imprensa

(RENOI), e novas redes de observação do comportamento jornalístico e

midiático vem sendo construídas na América Latina e no planeta.

Os estudos sobre os novos espaços de crítica midiática e sua eficácia vêm

aumentando. Conforme Braga, a ação social sobre a mídia, criando um “sistema

de resposta” além do sistema da produção e da recepção, demonstra que “a

sociedade não apenas sofre os aportes midiáticos, nem apenas resiste

pontualmente a estes. Muito diversamente, se organiza como sociedade, para

retrabalhar o que circula, ou melhor: para fazer circular, de modo

necessariamente trabalhado, o que as mídias veiculam” (Braga, 2006: 39). E

não se deve esquecer do conjunto de interesses e da complexidade existentes em

quaisquer mídias.

Um bom quadro, para qualquer mídia nas sociedades complexas, parece

o apontado por duas jornalistas e professoras argentinas, que resumem um

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variado espectro de observações de profissionais da área naquele país:

“la práctica periodística es una actividad ante todo política: la producciónde la noticia, marcada por la temporalidad, implica fijar la mirada (lamoral), aportar al control (organización social), negociar (consensuar) ydialogar (con el poder y la ciudadanía en general)” (Martini y Luchessi,2004: 18)

Parece haver uma relação entre o exercício prático da profissão com a

representação valorativa que faz do mundo por meio da linguagem. O cenário

parece ainda mais complexo na primeira década do século XXI.

3. Metodologia:

O estudo será desenvolvido, inicialmente, através de leitura de livros

sobre os temas tratados e imersão nos sítios digitais selecionados pelo blog/site

http://objethos.wordpress.com, especialmente os contidos nas secções Ética

Jornalística e Media Watchers. Há 26 sítios digitais/blogs na secção Ética

Jornalística, produzidos em vários países de diversos continentes. Há, da

mesma forma, 54 sítios digitais/blogs produzidos em significativo número de

países de diversos continentes. Ao se fazer um exame dos temas pertinentes ao

presente trabalho pretende-se também selecionar, de acordo com a proximidade

e a relevância – Brasil, Argentina, Peru, México, Estados Unidos, Canadá,

França, Suíça e Finlândia – além de escolha de sítios digitais supranacionais e

temas que variam de países a país e região a região (América – do Sul e do

Norte- e Europa) , as principais discussões sobre a profissão jornalística,

especificamente em relação a aspectos técnicos e éticos, que envolve uma certa

fundamentação teórica, no âmbito dos sítios digitais referidos. Deve-se salientar

que, pela natureza mesma dos blogs/sites, o fato de ter um local físico a partir

do qual se produz a informação , o ambiente do ciberespaço já permite dizer que

não há território físico para circularem informações e conhecimento. Seriam

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muitos blogs/sítios e, por isso, o recorte, no emaranhado das redes, é ainda mais

necessário. Assim, como método inicial, a revisão temática de cada um dos

sítios/blogs, especialmente na América e Europa, remete à seleção dos valores

profissionais, desde a perspectiva ética e técnica. Posteriormente, selecionados

sítios e blogs, os temas mais relevantes pertinentes à pesquisa, serão abordados

a partir dos fundamentos históricos do jornalismo e de sua inserção

contemporânea. A partir de tal perspectiva, serão examinados,

conceitualmente , alguns projetos de informação pública ou particulares em que

se produzem conteúdos que, até o final do século 20 eram prioritariamente

produzidos por profissionais no âmbito de redações ou de assessorias

especializadas.

Portanto, no primeiro momento, a preocupação é em situar a

problemática do Jornalismo e sua relação com a Sociedade da Informação e do

Conhecimento e sua nova etapa profissional dentro do Ciberespaço, recorrendo

a autores referidos na bibliografia com relação a problemas e tendências da

comunicação contemporânea e a sítios digitais e blogs escolhidos após ampla

imersão no estado da arte.

No momento seguinte, como resultado do desenvolvimento da etapa

anterior, será analisada a especificidade profissional do jornalista e suas

tendências profissionais diante do novo cenário, com ênfase nos aspectos

teóricos, éticos e técnicos da atividade.

Posteriormente, será confrontado o novo cenário da Sociedade da

Informação e do Conhecimento e do Ciberespaço com os fundamentos clássicos

e atuais do Jornalismo e seu desdobramento na bibliografia e sítios digitais,

culminando com a produção de textos conforme explicitação no cronograma.

Todo o trabalho será baseado na definição dos objetivos. Deve-se

salientar que os resultados apresentados serão apenas algumas das perspectivas

feitas pela análise teórica. Mas, de qualquer forma, pretende-se que sirva como

referência para o acúmulo necessário, teórico e prático e para o debate

contemporâneo em torno da utilidade da profissão jornalística e de estudos

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acadêmicos específicos na área.

4. Alcance, Resultados, Contribuições e Metas:

Este projeto prossegue os estudos de pós-doutoramento desenvolvido

junto à Universidade Nacional de Quilmes (Argentina), posteriormente

ampliados em nova pesquisa junto à Universidade Federal de Santa Catarina,

onde o proponente é lotado desde 1984 e atua no Curso de Jornalismo e no

Mestrado em Jornalismo. Vários resultados de projetos anteriores já foram

apresentados em artigos e capítulos de livros, conforme descrito na Plataforma

Lattes,

Para a presente pesquisa, os resultados serão analisados com base na

revisão bibliográfica e nas leituras e apontamentos correspondentes aos sítios

digitais e blogs já mencionados, com ênfase no conteúdo dos objetivos. A partir

deles, serão produzidos 08 (oito) artigos científicos (ou, se for o caso, capítulos

de livros), de acordo com os objetivos, para publicação em revistas cientificas

brasileiras. Também será providenciado, de acordo com o interesse, a versão em

Inglês, para publicação em revistas científicas estrangeiras. Da mesma forma, os

resultados deverão ser apresentados em eventos de porte nacional e/ou

internacional, tais como os promovidos pela Associação Brasileira de

Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), pela Sociedade Brasileira para Estudos

Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), pelo Fórum Nacional de

Professores de Jornalismo (FNPJ), pela ALAIC (Associação Latino-Americana

de Pesquisadores da Comunicação) e pela Associação Brasileira de Programas

de Pós-Graduação em Comunicação (Compós). À medida em que forem

promovidos eventos nacionais e /ou internacionais o proponente examinará a

viabilidade e pertinência de apresentação, o mesmo ocorrendo com revistas

científicas que, sucessivamente, forem realizando chamadas de trabalho.O

resultado da pesquisa também será aplicado junto ao Programa de Pós-

Graduação em Jornalismo (Mestrado) da Universidade Federal de Santa

Catarina, onde o proponente é professor efetivo e lidera o Grupo de Pesquisa

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Fundamentos do Jornalismo, além de co-líder do Grupo de Pesquisa

ObjETHOS, e como referencial teórico-aplicado às disciplinas do Curso de

Jornalismo da UFSC.

5. Objetivos:

- Ampliar e aprofundar estudos contemporâneos sobre o Jornalismo no cenário

da Sociedade da Informação e do Conhecimento e do Ciberespaço a partir da

seleção de temas, abordagens e debates no âmbito dos blogs e sítios digitais

contidos do Observatório de Ética Jornalística

(http://objethos.wordpress.com.br);

- Ampliar e aprofundar estudos contemporâneos sobre os fundamentos teórico-

éticos do jornalismo na Sociedade da Informação e do Conhecimento e na

nova etapa profissional no âmbito do Ciberespaço, a partir dos sítios digitais

contidos no blog/site http://objethos.wordpress.com.br, especialmente na

secção Ética jornalística;

- Ampliar e aprofundar estudos contemporâneos sobre os fundamentos teórico-

técnicos do jornalismo na Sociedade da Informação e do Conhecimento e na

nova etapa profissional no âmbito do Ciberespaço, a partir dos sítios digitais

contidos no blog/site http://objethos.wordpress.com.br, especialmente na

secção Ética Jornalística;

- Ampliar e aprofundar estudos contemporâneos sobre os fundamentos teórico-

éticos do jornalismo na Sociedade da Informação e do Conhecimento e na

nova etapa profissional no âmbito do Ciberespaço, a partir dos sítios digitais

contidos no blog/site http://objethos.wordpress.com.br, especialmente na

secção Media Watchers;

- Ampliar e aprofundar estudos contemporâneos sobre os fundamentos teórico-

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Programa de Pós-Graduação em Jornalismo – POSJOR/UFSC | PROJETO DE PESQUISA

técnicos do jornalismo na Sociedade da Informação e do Conhecimento e na

nova etapa profissional no âmbito do Ciberespaço, a partir dos sítios digitais

contidos no blog/site http://objethos.wordpress.com.br, especialmente na

secção Media Watchers.

6. Justificativa:

Especialistas renovam estudos sobre o jornalismo no início do século 21,

e parecem reafirmar tanto princípios jornalísticos, resultado da afirmação

teórica e ética da atividade ao longo de sua história quanto dos desdobramentos

operativos da profissão jornalística exigidos pelo novo cenário global (Alsina,

2006; Traquina, 2004; Albornoz, 2006; Boczkowski, 2006; Díaz Noci y

Salaverría Aliaga, 2003).

Para Fontcuberta (2006: 52),

“frente a la identificación tradicional de la educación como transmisiónde conocimientos se impone un nuevo concepto: el de la gestión delconocimiento. Pero ?qué significa gestionar el conocimiento? Emprincipio saber como acceder a las informaciones necesarias,selecionarlas, articularlas y aplicarlas a un determinado objetivo. Esdecir, realizar las mismas funciones que un periodismo de calidad ejecuta(o debería ejecutar) constantemente”.

A jornalista e pesquisadora destaca algumas características recorrentes e

bastante próximas de vários outros autores que se debruçaram sobre estudos na

área. Dentro das sociedades complexas, o jornalismo tende também a ser mais

complexo. Ganham relevância dois eixos que considera como sustentáculos do

jornalístico e que o complementam: o geográfico e o temário. O critério de

proximidade é bastante reforçado, uma vez que serve de conexão imediata entre

as pessoas e a sociedade em que vivem, especialmente no entorno geográfico

mais imediato. Mas chama a atenção para a necessidade de especialização dos

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sucessivos e variados temas, da Política à Economia, dos Esportes à Cultura.

Parece procedente o destaque dado pela autora à questão, uma vez que, na

sociedade da informação e do conhecimento, os cidadãos precisam integrar o

cotidiano e o município ou região onde vivem com um entorno cada vez mais

interconectado e interrelacionado, incluindo a esfera do Poder e das

conseqüências dele para sua vida diária. O contrário seria submeter-se

exclusivamente ao acaso, e isso pode ir para qualquer lado, desde ter políticas

agrícolas que permitam o acesso do cidadão aos alimentos (ou que não tenha

como comer), até políticas de saúde que o atendam (ou que deixe sua saúde se

esvair sem qualquer atenção médica ou sanitária). Certamente o acesso à

alfabetização, à escolaridade e à educação facilitam o acesso à própria sociedade

da informação e do conhecimento.

Isto posto, é inegável que o papel do Estado como impulsionador de

políticas públicas e democráticas é essencial tanto para concretizar a

possibilidade dos cidadãos acessarem o acúmulo de conhecimento existente em

diferentes plataformas tecnológicas como para acessar os fatos e as versões

cotidianas com autonomia e discernimento. Ao conceito de proximidade,

Fontcuberta agrega o de identidade. Ressalta a identidade pessoal e social como

elementos que se referem a uma coletividade histórico-cultural comum (2006:

71-79).

Tal perspectiva se complexifica com a chamada Sociedade da Informação

e do Conhecimento e no ambiente do Ciberespaço.

O reforço teórico ao campo das práticas profissionais cresce tanto pelas

observações de estudiosos de outras áreas quanto de profissionais que, com

larga experiência na atividade jornalística, também se tornaram pesquisadores e

especialistas com bagagem sólida nas áreas de Ciência Política, Filosofia,

Sociologia e Direito.

Os fundamentos jornalísticos mantêm atualidade? Ou ela permanece

com novas abordagens e desdobramentos? No ciberjornalismo e na sociedade

da informação e do conhecimento, um profissional que vive de seu ofício

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compromete-se com os elementos próprios de sua área durante o exercício da

atividade? A sistematização e concentração do conhecimento específico para o

exercício profissional continua válida? Com tal perspectiva, o campo de estudos

e de formação para o ofício parece continuar relevante. Da mesma forma, exige-

se pesquisas específicas sobre o que se poderia chamar, ainda que de forma

provisória, de nova etapa profissional.

A diversidade de mídias onde se pode exercer jornalismo é bastante grande. De

jornais a revistas, de rádio a televisão e ao ciberjornalismo – que pode

concentrar todos os outros -, o jornalismo leva em conta ainda a divisão

geográfica, seja países, estados , municípios, bairros; traduz-se em projetos de

mídias comerciais, públicas, estatais, partidárias, de organizações não

governamentais; universitárias. Envolve diferentes públicos, seja categorias

profissionais, grupos étnicos , religiosos, sexuais, folcloristas e assim por diante.

E, nesta infinita variedade, pode ser produzido por distintas mídias, em suas

variadas plataformas tecnológicas. E, ainda, em termos de periodicidade: diário,

semanal, mensal, instantâneo ou on line...2

Conforme Wolton (2006: 123), “precisamos da imprensa generalista, do rádio e

da televisão para garantir o laço social, assim como precisamos das novas

tecnologias da informação e da comunicação e das mídias temáticas para

satisfazer as aspirações individualistas crescentes”.

O que seriam aspirações “individualistas”? Talvez sejam necessidades

individualistas crescentes . Podemos trabalhar com alguns exemplos.

Ao se viver em calendário e ao se criar um determinado ritmo social, em que o

dia amanhece e anoitece; as portas abrem e fecham; as pessoas trabalham e

descansam; há dias de semana e domingos, feriados e férias; emprego e

2� As possibilidades da segmentação e as demandas sociais podem se expressar com maior liberdade den-tro da convergência tecnológica e da sociedade da informação. A integração de diferentes mídias num mesmo suporte, a hipertextualidade e a interatividade encontram, neste cenário, situações propícias para sua disseminação social (ALBORNOZ, 2006: 54).

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desemprego, torna-se bastante razoável que, para dar uma dimensão rítmica

que acompanhe o presente e, ao mesmo tempo, seja minimamente digerível e

acessível, existam editorias que se organizem tal como se estrutura a realidade

organizada pelo calendário e pela segmentação do conhecimento; pelo ritmo das

ruas e gabinetes e repartições públicas e privadas e pela produção do Saber e do

Poder.

Cada uma de tais editoriais poderiam se subdividir, interminavelmente, em

novas subeditorias, com coberturas dos sub-temas em cada uma das áreas de

conhecimento e de poder, de movimento do mundo planificado e do que

questiona e tensiona incessantemente tal mundo, isto é, dos que produzem

fatos, eventos e versões por fora do sistema lógico e organizado de

funcionamento social.

Parece-me que tal cenário, além das mídias tradicionais ou grande mídia, exige

produção e acompanhamento profissional para atentar à demanda local ou

temática de cada pessoa, área, setor em que se mexem os interesses e aquilo que

afeta o entorno. No caso brasileiro, já seria bastante o temário que emerge a

cada dia e objeto do tratamento do tipo jornalístico.

Indo um pouco mais, como se dá este cotidiano diante dos estados nacionais e

dentro do processo de globalização, diante da sociedade da informação e do

conhecimento, com todas as possibilidades e limites e negociação/imposição no

campo internacional? A estrutura do estado brasileiro, para continuarmos no

exemplo local, já seria suficiente para demandar um enorme volume de veículos

que emergem com informações para distintos públicos, já que estes são

afetados, a cada minuto, no seu cotidiano, pelas decisões e desdobramentos

delas no dia-a-dia.

Conforme Becerra, no início dos anos 80 a agenda não-econômica ocupava

parte dos debates na mídia dos Estados Unidos e da Europa, mas,

gradativamente, foi sendo relegada a espaços cada vez mais “alternativos”

(2003: 77). Tal aspecto reforça a idéia de uma “necessidade crescente dos

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indivíduos”, seja por que estão fora do processo ou porque não se sentem

satisfeitos pela informação e conhecimento fornecidos por grande parte da

mídia. Embora esta tenda a fornecer um grau de satisfação de acordo com as

demandas individuais de variadas ordens, não se deve esquecer que os

indivíduos não têm um momento de chegada que os satisfaça plenamente a

ponto de não querer seguir adiante (com exceção dos que desistiram do mundo

– e mesmo assim não por satisfação). Este cenário individual, que se reflete no

movimento cotidiano das sociedades, exige algumas satisfações informativas,

que tenham a ver com seu mundo imediato, com sua realidade cotidiana, com

seus interesses e necessidades diários. Isto não ocorreria apenas se os

indivíduos estivessem plenamente realizados e as sociedades fossem justas e

satisfatórias e os governos/empresas/estados correspondessem à vida plena em

termos de bem-estar, em todas as áreas, da educação à saúde, da habitação à

alimentação, do lazer ao consumo.

Com tal perspectiva, no cenário da sociedade da informação e da convergência

tecnológica, Elias Machado (2003: 12) parece tocar em um ponto central:

“No entorno descentralizado das redes digitais, o jornalista, acostumado aos métodos convencionais de apuração, fica sem condições de fornecer os conteúdos especializados demandados pelos participantes dos sistemas de circulação de notícias”.

Pode-se indagar: amadurece um cenário em que o jornalismo recupera e

amplia seu sentido de acompanhamento do movimento humano a cada

instante, onde a singularidade narrativa e a negação do presente (como sempre

existiu) deixem mais visíveis o mundo e sua interpretação imediata? Conforme

Reig (2007: 122-123):

“El periodismo debe buscar temas propios, transgresores en relación con los intereses de los poderes, temas de denuncia, y actualidad valorada por los

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profesionales del periodismo, sin estar presionados por multiples factores. El periodismo es, en efecto, un contrapoder, y eso hay que recordarlo porque ha dejado de serlo en gran medida o se ha olvidado”.

O autor reconhece, portanto, a potencialidade do jornalismo e o papel da

mediação profissional, centrando sua crítica naquilo que deixou de ser

jornalismo, naquilo que o confunde com publicidade e naquilo que o mistura

com interesses distintos expressos pelo poder público mas também privado –

político e econômico. No cenário atual, a potencialidade jornalística encontra,

na segmentação informativa, no acesso tecnológico e na qualidade narrativa um

espaço propício para atuar também como contra poder radical. E, da mesma

forma, as análises , críticas e fiscalização moral do jornalismo potencialmente se

ampliam.

Com a produção inesgotável de conhecimento, de informação, de cultura,

em versões que se autoproduzem e renovam-se diariamente, reacende-se

também a relevância do profissionalismo na mediação e no trabalho que vai da

apuração à edição do conjunto enciclopédico produzido pela humanidade? E

que deve ser colocado imediatamente à disposição do público? Esta perspectiva

não invalida o conjunto dos outros processos informativos e comunicacionais,

mas poderia ou deveria manter um traço distintivo em relação a eles?

Certamente há deficiência informacional, de conhecimento e de cultura

em qualquer mídia e em qualquer suporte tecnológico – dado o ritmo social e a

produção de informação e de conhecimento contemporâneo, de fatos imediatos

e de versões e opiniões sobre eles. Com o surgimento da TV digital, renova-se tal

necessidade. Assim, governos estaduais e municipais, universidades e centros

de ensino superior, secretarias de estado e órgãos derivados do executivo;

organismos federais de base estadual; organismos de categorias profissionais e

empresariais; parlamentos estaduais e municipais; pequenos e médios veículos

regionais têm, na realidade diária, elementos para a busca de conhecimento,

que vai da produção agrícola ao problema do latifúndio; da expansão e

complexidade urbana aos novos comportamentos sociais; das descobertas

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científicas ao uso de medicamentos; da produção teatral e cinematográfica aos

campeonatos futebolísticos de bairro; dos índices de saúde aos índices de

emprego e desemprego e suas conseqüências... O ambiente da sociedade da

informação e da convergência tecnológica favorece, paradoxalmente, na era da

concentração midiática, tais perspectivas. A segmentação pode, salutarmente,

envolver produções imediatas jornalísticas de entidades de distintas áreas,

como ressaltei. Enfim, há um universo que se mexe e que mexe com o

desdobramento imediato da realidade e que permite uma participação mais

intensa e controversa e, com isso, alimenta as bases da própria democracia

social.

Embora exista a possibilidade infinita de meios segmentados em

propriedade, pluralidade de versões, temática, diversidade de fontes, há, de

alguma forma, o reconhecimento de que é necessário grandes redes, encadeadas

com outras pequenas redes. É necessário uma repartição comum que suscita

comentários e isso parece exigir, além de meios segmentados, meios também

compartilhados em grande escala social, tal como deduzia Lorenzo Gomis

(1991), ao tratar mais, à época, do jornal impresso3.

Ao mesmo tempo, a regionalização e os aspectos locais precisam ser

fortalecidos. Mas um e outro necessitam de uma interface. E hoje, com as novas

tecnologias, os jornais locais podem tratar de temas e eventos globais. “Los

problemas, con la ayuda de las NTC, pueden y deben analizarse globalmente”,

sugere o jornalista e professor catalão Manuel López (2004: 130).

Se levarmos em conta a variedade de campos de conhecimento e de

produção de fatos que podem ser de interesse e necessidade social, os relatos

3� Martín BECERRA também concorda com a perspectiva e considera que o surgimento de novas e seg-mentadas mídias não substitui nem invalida a necessidade de existir grandes veículos e redes que dêemuma dimensão informativa compartilhada pelo cidadão e pelo entorno social. Por isso, o Estado tem papelimportante no estímulo à democratização da comunicação e no impulso ao surgimento de veículos massi-vos (não oficialistas ou oficiais) que fujam dos limites comerciais com que atuam os meios privados. Paraele, uma televisão pública não-governamental, massiva e com qualidade, é grande contribuição à socieda-de e à democracia. E um sistema nacional de meios públicos poderia contribuir para a constituição deuma esfera comum, favorável à cidadania e à repartição de temas comuns. Poderia existir o perigo da ma-nipulação, adverte, mas diz que isto é o que já existe nos sistemas privados. O que se tem hoje em co-mum, observa, é o consumo. Assim, destaca que um sistema público, cuja primeira finalidade não seja olucro, seria já interessante e importante (entrevista concedida ao proponente em 16 de julho de 2007).

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sobre eles precisam traços distintivos e direcionados, imediatamente, a quem

vive determinadas situações. Não apenas uma rede nacional de tevê pública –

como é proposta no Brasil - pode ser interessante e relevante, mas inúmeras

mídias, públicas ou vinculadas ao terceiro setor, a organizações da sociedade

civil e a empresas privadas ou mistas. O próprio trabalho de apuração e edição

exigem uma espécie de refinamento textual, próximo do trabalho jornalístico,

para que as mensagens sejam entendidas, assimiladas, compartilhadas,

participadas... e que possa haver um retorno em forma de conhecimento

qualificado. O cenário é planetário e complexo.

Este trabalho, que aponta algumas possibilidades mas apresenta muitas

dúvidas, propõe-se a analisar este cenário naquilo que se produziu sobre a

temática, a partir de diversos sítios digitais, de diferentes países, no período de

2006 a 2010. Da mesma forma, pretende fornecer substrato teórico de

referência a partir de estudos listados na bibliografia, que podem ser ampliados

à medida em que a pesquisa se desenvolva.

Pode-se argumentar, por exemplo, que as demandas informativas no

mundo simultaneamente globalizado e segmentado podem gerar melhor

jornalismo de fora para dentro do que de dentro para fora do próprio

jornalismo. Ou seja, se há necessidade e possibilidade de instituições públicas e

privadas produzirem informação e conhecimento e estes podem ser acessados

imediatamente por quaisquer pessoas, dependendo de seu grau de instrução e

domínio/inclusão tecnológicos, a mediação profissional jornalística seria ainda

necessária? Ou o jornalismo, modificando-se no novo cenário da sociedade da

informação e do conhecimento e do ciberespaço, vem sendo executado também

no que antes se chamaria assessoria de imprensa ou de comunicação, na

produção de conteúdos com elementos técnicos, éticos, estéticos e narrativa

textual próxima do jornalismo?

Ou, avançando um pouco mais, deve-se reconhecer que, com os limites

operativos de ordem política e econômica e financeira, o jornalismo das

“redações”, agravado pela sociedade da mídia com setores outros do processo

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produtivo, e com a hibridização do noticiário, estaria deixando a desejar? Isto é,

pode ser que as empresas não-jornalísticas estejam produzindo melhor

conteúdo e apresentação estética da informação e do conhecimento imediato,

incorporando profissionais jornalistas, do que empresas jornalísticas, que

poderiam estar se dirigindo ao hibridismo informação/publicidade como

sobrevivência. Assim, jornalistas assessores poderiam, em última análise,

produzir melhor conteúdo, com as características técnicas, teóricas e estéticas

do jornalismo, do que os limitados pela pressão interna dos veículos da área.

Sobre a questão ética, na medida em que os valores profissionais históricos são

coagidos pelo conjunto de acionistas, anunciantes e proprietários que não o são

só de empresas da área – com os interesses globais de produtos outros – ela

poderia mesmo estar ainda mais limitada do que nas assessorias, desde que se

veicule e dissemine bem o conjunto de fatos e de versões produzidas por

quaisquer setores, seja o de saúde, o agrícola, o dos trabalhadores em quaisquer

áreas. Este é um dilema colocado pela globalização no âmbito econômico-

financeiro e que pode ser parcialmente resolvido pela irrupção de veículos

segmentados e de fácil acesso e participação/debate no âmbito das novas

plataformas tecnológicas. Este novo cenário mereceria, portanto, maior imersão

analítica.

Diante de tal perspectiva, os indivíduos e os movimentos sociais, os

setores segmentados, entidades e instituições públicas e privadas preocupados

com a informação do tipo jornalística teriam um cenário - embora desfavorável

no plano global hegemonizado pelo fundamentalismo de mercado - favorável

para a realização de projetos que apontem para a democracia e para a melhor

consecução da atividade jornalística, com seus critérios éticos e técnicos

qualificados?

Tais projetos concorrem, de forma profissional jornalística ou de maneira

mais informal e relativamente “amadora”, para redefinir os espaços de

legitimidade e credibilidade jornalísticos? Seriam formas de corrigir e trabalhar

informações sem a clássica mediação jornalística? Ameaçariam a identidade

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profissional? Concorreriam com mídias jornalísticas tradicionais, ainda que no

ciberespaço, para a constituição de uma nova etapa profissional ao redor de

velhos e novos valores teóricos, técnicos e éticos para a atividade?

Estas pesquisa pretende, portanto, recorrer a um conjunto de estudos,

publicados em diferentes sítios digitais que produzem, estimulam e criam

controvérsia ao redor do exercício da profissão jornalística. Por situarem-se na

confecção virtual de conteúdos, aceleram os processos de acesso e de

conhecimento próprios para pesquisas mais atuais sobre a área. Trazem

significativa variedade de pesquisas e de conflitos vividos, em torno de aspectos

teóricos, éticos e técnicos para a atividade profissional, ainda que seus

contornos estejam em constante mudança e redefinição.

Tais espaços, sejam de produção de conteúdos analíticos, de campo de

controvérsia e de crítica ou defesa profissionais, estabelecem um cenário

público que fornece elementos para pesquisas como a proposta. Neste sentido,

um trabalho de imersão nos sítios digitais, recortando o tempo de visibilidade

dos conteúdos para o período compreendido entre 2006 e 2010 (cinco anos)

pode permitir um minucioso balanço sobre tendências atuais e desdobramentos

futuros sobre o jornalismo como objeto de estudo e de prática profissional.

O recorte a partir do Observatório de Ética Jornalística4, que integra o

projeto ObjETHOS, do qual o proponente é um dos líderes de grupo, registrado

no CNPQ, traz significa variedade de pesquisas, debates e bibliografia atuais

sobre o tema proposto para o presente trabalho, que parece estar inserido tanto

nos contemporâneos estudos sobre as práticas jornalísticas específicas e da

comunicação como um todo quanto nas atuais pesquisas acadêmicas

desenvolvidas em diferentes universidades e países. É com tal perspectiva que o

proponente desenvolve o presente projeto de pesquisa.

4� Blog e sítio digital idealizado pelo jornalista e prof. Dr. Rogério Christofoletti, do Departamento de Jor -nalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, e coordenado por ele e pelo proponente do presenteprojeto: http://www.objethos.wordpress.com . O mapeamento de blogs e sítios nacionais e internacionaisdo ObjETHOS é significativo para a execução da pesquisa ora proposta, diante dos conteúdos ofertados eda necessária atualização que mantêm.

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