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PROGRAMA PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO PDI-CIDADANIA O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJU), inseriu no Plano Diretor do Sistema Penal do Estado do Paraná o Programa PDI-Cidadania que almeja transformar as prisões em escolas, oficinas de trabalho e ambientes de paz e não violência. I – ESCOLA a) EDUCAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL: VIVENCIANDO OS PROCESSOS FORMATIVOS NO SISTEMA PENAL DO ESTADO DO PARANÁ Para o interno preso, o lápis e a caneta mostram a sua real função: escrever o seu futuro e mudar a sua história. A Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJU), por meio do PDI Cidadania, tem como objetivo oportunizar a educação formal e a qualificação profissional aos jovens e adultos privados de liberdade do Sistema Penal do Paraná. A educação (o acesso, a permanência e o sucesso) é um direito dos presos e dos egressos do Sistema Penal. Para atender a esse direito humano fundamental, a Coordenação de Educação e Qualificação Profissional desenvolve uma série de programas, projetos e ações educacionais, com metodologia presencial e a distância, para dar ao apenado a oportunidade de concluir a sua escolarização básica, ingressar no ensino superior e qualificar-se para o mercado de trabalho. O Plano Estadual de Educação na Prisão atende às diretrizes nacionais e estaduais e traz, na sua concepção, um modelo de educação prisional mais flexível, integrando educação profissional e tecnológica com a educação de jovens e adultos (EJA), e atendendo às particularidades do Sistema Penal. E assim, caminhamos, a passos largos, para a transformação das prisões em escolas, em espaços de aprendizagem que contribuam com a promoção da cultura da paz. b) EJA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO No Sistema Penal, o diploma do educador faz mais sentido. A Secretaria de Estado da Educação (SEED) mantém Centros Estaduais de Educação Básica de Jovens e Adultos (CEEBJAs) dentro do Sistema Penal, com infraestrutura física, material e recursos humanos para desenvolver a educação de jovens e adultos (EJA), garantindo a escolarização básica (ensino fundamental e médio) por meio de convênio celebrado entre a SEED e a SEJU. Para que todos os internos presos tenham o direito à escolarização básica, algumas medidas estão sendo implementadas, nas Unidades Penais: ampliação da oferta do ensino formal, construção de salas de aula, ampliação do acervo das bibliotecas, instalação de telecentros (laboratórios de informática), produção de videoaulas de apoio ao ensino presencial, formação continuada de professores e pedagogos, dentre outras ações. Outro grande desafio da SEJU é erradicar o analfabetismo nas Unidades Penais. Após diagnóstico da situação de escolarização dos internos presos, a Coordenação de Educação, juntamente com os CEEBJAs, organizou salas de alfabetização e o Conselho de Movimentação de Presos encaminhou todos os analfabetos absolutos e funcionais, para que tenham atendimento individualizado, com professores alfabetizadores e material didático próprio. c) REMIÇÃO DA PENA POR ESTUDO, ATRAVÉS DA LEITURA Um país se constrói com homens e livros. (Monteiro Lobato) A Lei nº 12.433, de 29/06/2011, dispõe sobre a remição de parte da pena por estudo ou por trabalho. E, segundo o art. 126 da Lei, o condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir 01 (um) dia da pena a cada 12 (doze) horas de atividade de estudo. O projeto Remição da Pena por Estudo, através da Leitura, oportuniza o direito ao conhecimento, à educação, à cultura e ao desenvolvimento da capacidade crítica a todos os internos presos, por meio da leitura e da produção de textos e, por conseguinte, possibilita a remição pelo estudo. Todos os internos presos alfabetizados do Sistema Penal do Paraná podem participar do projeto, mensalmente, mediante a leitura de livros indicados e a elaboração de relatórios de leitura ou resenhas, com momentos de escrita e reescrita do texto, orientados por professores dos CEEBJAs. Além do direito à remição, a ideia é formar leitores cada vez mais cultos e intelectualizados, críticos e capazes de mudar a sua realidade. E, consequentemente, leitores melhor preparados para concluir a escolarização básica e ingressar no ensino superior e para a inserção no mercado de trabalho.

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PROGRAMA PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO

PDI-CIDADANIA

O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJU), inseriu no Plano Diretor do Sistema Penal do Estado do Paraná o Programa PDI-Cidadania que almeja transformar as prisões em escolas, oficinas de trabalho e ambientes de paz e não violência.

I – ESCOLA

a) EDUCAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL: VIVENCIANDO OS PROCESSOS FORMATIVOS NO SISTEMA PENAL DO ESTADO DO PARANÁ

Para o interno preso, o lápis e a caneta mostram a sua real função: escrever o seu futuro e mudar a sua história.

A Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJU), por meio do PDI Cidadania, tem como objetivo oportunizar a educação formal e a qualificação profissional aos jovens e adultos privados de liberdade do Sistema Penal do Paraná.

A educação (o acesso, a permanência e o sucesso) é um direito dos presos e dos egressos do Sistema Penal. Para atender a esse direito humano fundamental, a Coordenação de Educação e Qualificação Profissional desenvolve uma série de programas, projetos e ações educacionais, com metodologia presencial e a distância, para dar ao apenado a oportunidade de concluir a sua escolarização básica, ingressar no ensino superior e qualificar-se para o mercado de trabalho.

O Plano Estadual de Educação na Prisão atende às diretrizes nacionais e estaduais e traz, na sua concepção, um modelo de educação prisional mais flexível, integrando educação profissional e tecnológica com a educação de jovens e adultos (EJA), e atendendo às particularidades do Sistema Penal. E assim, caminhamos, a passos largos, para a transformação das prisões em escolas, em espaços de aprendizagem que contribuam com a promoção da cultura da paz.

b) EJA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

No Sistema Penal, o diploma do educador faz mais sentido.

A Secretaria de Estado da Educação (SEED) mantém Centros Estaduais de Educação Básica de Jovens e Adultos (CEEBJAs) dentro do Sistema Penal, com infraestrutura física, material e recursos humanos para desenvolver a educação de jovens e adultos (EJA), garantindo a escolarização básica (ensino fundamental e médio) por meio de convênio celebrado entre a SEED e a SEJU.

Para que todos os internos presos tenham o direito à escolarização básica, algumas medidas estão sendo implementadas, nas Unidades Penais: ampliação da oferta do ensino formal, construção de salas de aula, ampliação do acervo das bibliotecas, instalação de telecentros (laboratórios de informática), produção de videoaulas de apoio ao ensino presencial, formação continuada de professores e pedagogos, dentre outras ações.

Outro grande desafio da SEJU é erradicar o analfabetismo nas Unidades Penais. Após diagnóstico da situação de escolarização dos internos presos, a Coordenação de Educação, juntamente com os CEEBJAs, organizou salas de alfabetização e o Conselho de Movimentação de Presos encaminhou todos os analfabetos absolutos e funcionais, para que tenham atendimento individualizado, com professores alfabetizadores e material didático próprio.

c) REMIÇÃO DA PENA POR ESTUDO, ATRAVÉS DA LEITURA

Um país se constrói com homens e livros.(Monteiro Lobato)

A Lei nº 12.433, de 29/06/2011, dispõe sobre a remição de parte da pena por estudo ou por trabalho. E, segundo o art. 126 da Lei, o condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir 01 (um) dia da pena a cada 12 (doze) horas de atividade de estudo.

O projeto Remição da Pena por Estudo, através da Leitura, oportuniza o direito ao conhecimento, à educação, à cultura e ao desenvolvimento da capacidade crítica a todos os internos presos, por meio da leitura e da produção de textos e, por conseguinte, possibilita a remição pelo estudo.

Todos os internos presos alfabetizados do Sistema Penal do Paraná podem participar do projeto, mensalmente, mediante a leitura de livros indicados e a elaboração de relatórios de leitura ou resenhas, com momentos de escrita e reescrita do texto, orientados por professores dos CEEBJAs.

Além do direito à remição, a ideia é formar leitores cada vez mais cultos e intelectualizados, críticos e capazes de mudar a sua realidade. E, consequentemente, leitores melhor preparados para concluir a escolarização básica e ingressar no ensino superior e para a inserção no mercado de trabalho.

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d) EDUCAÇÃO SEM DISTÂNCIA NO SISTEMA PENAL

Ajuda a me profissionalizar para o mercado de trabalho e ajuda no meu futuro, pois muitos estão no crime

porque não têm estudo e profissão.(preso, PEP II, sobre o Programa Educação Sem Distância)

A modalidade de educação a distância é uma alternativa viável para as ações educacionais, dentro do Sistema Penal. Por meio de tecnologia distributiva, interativa ou colaborativa, os internos presos do regime fechado e semiaberto, e os egressos do Sistema Penal, podem ter acesso a cursos de qualificação profissional para posterior reinserção no mercado de trabalho.

O projeto “Educação Sem Distância” foi concebido para levar aos apenados, nos cubículos, galerias e telessalas, videoaulas com conteúdos educacionais. Para os presos do regime fechado, a transmissão acontece por meio de circuito fechado de TV e videoaulas nos cubículos. E aos presos do semiaberto e os egressos do Sistema Penal, telessalas e telecentros (laboratórios de informática) com ambientes virtuais de aprendizagem, repositórios e portfólio de cursos, com ou sem tutoria.

Além das videoaulas, livros didáticos e materiais de apoio estão disponíveis aos apenados, para que realizem suas atividades de estudo, nas diferentes disciplinas, bem como aos professores e tutores para mediar e auxiliar o processo de ensino-aprendizagem.

Ao considerar o perfil dos apenados, os objetivos educacionais e a capacidade tecnológica instalada nas Unidades Penais, modernas tecnologias e mídias são utilizadas, tanto como como apoio à educação presencial, como para a educação a distância, atendendo às necessidades de qualificação profissional.

II – OFICINA DE TRABALHO

a) REDE DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DE APENADOS

A Rede de Qualificação Profissional, uma rede aberta, plural, democrática, foi criada pela SEJU, por meio do PDI Cidadania, para mobilizar instituições públicas (estaduais e federais) e privadas de ensino superior, institutos, fundações, Sistema S (SENAI, SENAC, SESC, SESI, SENAR, SEBRAE), TV Paulo Freire / SEED, TV Educativa, órgãos governamentais, sindicatos e associações, todos unidos para ofertar qualificação profissional aos internos presos, do regime fechado e semiaberto, além dos egressos do Sistema Penal e, na sequência, dar o encaminhamento para o mercado de trabalho.

Por meio da Rede de Qualificação Profissional, os internos presos participam de cursos (presenciais e/ou virtuais) ministrados e certificados por instituições educacionais competentes. É a educação profissional e tecnológica - inclusão digital, iniciação profissional e requalificação, cursos técnicos e tecnólogos, ingresso no ensino superior -, que permitirá a reinserção no mercado de trabalho e a oportunidade de mudar a sua vida e de sua família.

b) CANTEIROS DE TRABALHO

Aumentar os canteiros de trabalhos internos e externos, com foco na criação de cooperativas de trabalho dos apenados, associações, reciclagens de resíduos e arranjos produtivos locais.

Estimular o trabalho dos presos do semiaberto na construção de casas populares em parceria com a Companhia de Habitação do Paraná – COHAPAR.

Parcerias:

Secretaria de Estado da Educação – SEEDSecretaria de Estado da Cultura – SEEC

Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Economia Solidária – SETPSecretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – SETI

Companhia de Habitação do Paraná - COHAPAR

Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos

Departamento Penitenciário do Estado do Paraná

PROGRAMA PARA ODESENVOLVIMENTO INTEGRADO

PDI-CIDADANIA

EDUCAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Curitiba2012

TRANSFORMANDO AS PRISÕES EM

OFICINAS DETRABALHO

AMBIENTES DE PAZE NÃO VIOLÊNCIAESCOLA