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BREVE HISTÓRIA DA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA O reconhecimento da necessidade de proteger as vias respiratórias dos trabalhadores é muito antigo. Plínio (23-79 AC)* menciona o uso de bexiga animal como cobertura das vias das vias respiratórias sem vedação facial para proteção contra a inalação oxido de chumbo nos trabalhos dentro das minas Outros autores AC também citam o uso de outros respiradores feitos com bexiga de animais para uso por mineiros. Leonardo da Vinci (1452-1519), antecipando de alguns Séculos a história, recomendou o uso de um pano molhado contra agentes químicos no caso de guerra química. Também se refere a uma substância misteriosa "Alito" que permitiria ao usuário respirar sem uma fonte de ar externo. Outra de suas idéias foi o uso de um "snorkel" ligado a um tubo longo que flutuava na superfície da água permitindo mergulhos demorados. Bernardino Ramazzini (1633-1714) apresenta uma revisão critica sobre a inadequada proteção respiratória dos mineiros de seu tempo que trabalhavam com arsênico, gesso, calcário e de trabalhadores que manipulavam tabaco. cereais em grão ou cortadores de pedra. Em 1700, no início da Revolução Industrial, aparece a primeira descrição da ancestral da máscara autônoma de circuito aberto e fechado, e da máscara de ar natural. Na fase mais intensa da Revolução Industrial de 1800 a 1850, começou-se fazer diferença entre os contaminantes particulados e gasosos anteriormente reconhecidos somente como "poeira". Em 1825 John Roberts desenvolveu o "filtro contra fumaça” para bombeiros, um capuz de couro com um tubo preso na perna do usuário que captava o ar menos contaminado que estava próximo ao solo. A extremidade do tubo que ficava próxima ao solo tinha um funil voltado para baixo contendo pedaços de tecido para filtrar partículas, e uma esponja molhada para remover gases solúveis na água. Provavelmente o desenvolvimento mais significante dos últimos séculos foi a descoberta em 1854 da capacidade do carvão ativo em remover vapores orgânicos e gases do ar contaminado. Nessa época, E.M. Shaw e o físico famoso Jonh Tyndall criaram o "filtro contra fumaça” para bombeiros, que protegia contra particulados (camada de algodão seco), gás carbônico (cal sodada) e outros gases e vapores (carvão ativo). O desenvolvimento da Proteção Respiratória está muito ligado à atividade de mineração, principalmente aos trabalhos nas minas de carvão, sendo os conhecimentos adquiridos também adotado nas fábricas e no combate a incêndios.

Programa proteção respiratoria 2

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BREVE HISTÓRIA DA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

O reconhecimento da necessidade de proteger as vias respiratórias dos trabalhadores é muito antigo. Plínio (23-79 AC)* menciona o uso de bexiga animal como cobertura das vias das vias respiratórias sem vedação facial para proteção contra a inalação oxido de chumbo nos trabalhos dentro das minas Outros autores AC também citam o uso de outros respiradores feitos com bexiga de animais para uso por mineiros. Leonardo da Vinci (1452-1519), antecipando de alguns Séculos a história, recomendou o uso de um pano molhado contra agentes químicos no caso de guerra química. Também se refere a uma substância misteriosa "Alito" que permitiria ao usuário respirar sem uma fonte de ar externo. Outra de suas idéias foi o uso de um "snorkel" ligado a um tubo longo que flutuava na superfície da água permitindo mergulhos demorados. Bernardino Ramazzini (1633-1714) apresenta uma revisão critica sobre a inadequada proteção respiratória dos mineiros de seu tempo que trabalhavam com arsênico, gesso, calcário e de trabalhadores que manipulavam tabaco. cereais em grão ou cortadores de pedra.

Em 1700, no início da Revolução Industrial, aparece a primeira descrição da ancestral da máscara autônoma de circuito aberto e fechado, e da máscara de ar natural.

Na fase mais intensa da Revolução Industrial de 1800 a 1850, começou-se fazer diferença entre os contaminantes particulados e gasosos anteriormente reconhecidos somente como "poeira".

Em 1825 John Roberts desenvolveu o "filtro contra fumaça” para bombeiros, um capuz de couro com um tubo preso na perna do usuário que captava o ar menos contaminado que estava próximo ao solo. A extremidade do tubo que ficava próxima ao solo tinha um funil voltado para baixo contendo pedaços de tecido para filtrar partículas, e uma esponja molhada para remover gases solúveis na água.

Provavelmente o desenvolvimento mais significante dos últimos séculos foi a descoberta em 1854 da capacidade do carvão ativo em remover vapores orgânicos e gases do ar contaminado. Nessa época, E.M. Shaw e o físico famoso Jonh Tyndall criaram o "filtro contra fumaça” para bombeiros, que protegia contra particulados (camada de algodão seco), gás carbônico (cal sodada) e outros gases e vapores (carvão ativo).

O desenvolvimento da Proteção Respiratória está muito ligado à atividade de mineração, principalmente aos trabalhos nas minas de carvão, sendo os conhecimentos adquiridos também adotado nas fábricas e no combate a incêndios.

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No fundo das minas surge pela decomposição de matéria orgânica o Gás Metano que é asfixiante e em combinação com o ar atmosférico forma o temido grisú, altamente explosivo, e, quando há a presença de enxofre, o que nas minas de carvão se dá com alguma freqüência, forma também o gás sulfídrico altamente tóxico e mortal em altas concentrações. Também havia o problema da falta de oxigênio causado pela distância que as galerias seguem a partir da entrada.

*Antes de Cristo

Os mineiros costumavam levar pássaros em uma gaiola, para que pudessem ser alertados a tempo se havia gases no ambiente.

Caso o pássaro apresentasse alterações no seu comportamento, desmaiando ou morrendo isto indicava que no ambiente poderia haver gases explosivos, tóxicos ou então que havia falta de oxigênio e os mineiros abandonavam imediatamente o local, para que equipes especializadas pudessem providenciar a ventilação adequada, evitando explosões, intoxicações e os riscos de baixo teor de oxigênio.

O químico inglês Humphry Davy (1778 - 1829) desenvolveu uma lanterna, que recebeu o nome de Lanterna de Davy. No interior desta lanterna havia uma pequena chama que, caso se apagasse, indicava falta de oxigênio e, caso a chama aumentasse provocando pequenas explosões dentro da lanterna, isto significava que havia gás explosivo no ambiente, devendo o local ser abandonado imediatamente.

A técnica de proteção respiratória foi evoluindo e passou a ser adotada em ambientes fabris onde ocorriam escapes de gases. As fábricas, que antes pouco havia e processavam materiais naturais e geravam poucos gases e partículas normalmente grossas e de pouco risco na inalação, agora passavam a processar substâncias cada vez mais complexas, gerando gases venenosos e partículas muito mais finas e tóxicas do que as normalmente encontradas na natureza.

Mesmo já no início do século 20 ainda havia pouca preocupação social com o trabalhador e um grande número de pessoas adoeciam após alguns anos de trabalho, sofrendo de doenças Muitas vezes desconhecidas que raramente eram atribuídas ao ambiente em que trabalhavam.

Nas minas de carvão por exemplo, levou-se muito tempo até que o adoecimento nos pulmões fosse considerado um problema social e atribuído ao pó de carvão mineral. Os trabalhadores, após alguns anos de atividade nas minas, sofriam de uma pneumoconiose provocada pela inalação de pó de carvão mineral, hoje conhecida como ANTRACOSE.

Os avanços mais rápidos ocorreram durante a I Guerra Mundial (1914 - 1918) com as máscaras de uso militar. Os alemães geravam aerossóis altamente tóxicos no campo de batalha forçando o desenvolvimento de filtros altamente eficientes contra

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particulados. Um desses filtros desenvolvido em 1930 por Hansen usava lã animal impregnada de resina, com eficiência em torno de 99,99 % ! Atualmente os filtros contra aerossóis utilizam fibras mais baratas, de mais fácil obtenção, com baixa resistência à respiração e com boas propriedades contra o entupimento superficial.

Também começaram a surgir cilindros de aço mais leves, que resistiam a maiores pressões e assim podiam armazenar uma quantidade maior de ar respirável comprimido tornando transportados nas costas. Havia problemas com os sistemas de válvulas e registros mas já era um equipamento que podia ser usado pelos bombeiros e equipes de salvamento com maior grau de confiabilidade.

Após a primeira Guerra Mundial, com a expansão das Industrias avanço da medicina e o início de uma maior preocupação social com a saúde e o bem estar dos trabalhadores reivindicações dos próprios trabalhadores que começaram a se organizar em sindicatos, surgiram novos equipamentos com maior e mais confiáveis capacidade de proteção e com mais conforto no uso.

Muitas doenças já eram diagnosticadas como decorrentes de trabalhos em ambientes contaminados e algumas medidas de saneamento e precaução passaram a ser adotadas.

Com a Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) novas técnicas, novos materiais e portanto novos problemas foram surgindo mas também novas soluções foram sendo encontradas

No pós-guerra até nossos dias., a indústria desenvolveu enorme variedade de materiais que trouxeram problemas ambientais mas também possibilitaram o desenvolvimento de equipamentos de proteção individual eficazes, maiores possibilidades de diagnóstico de doenças e determinação de suas origens técnicas equipamentos para avaliação de ambientes para que os equipamentos de proteção ao trabalhador pudessem sei desenvolvidos.

Novas Leis foram surgindo em função de uma maior preocupação com a saúde do trabalhador.

É necessário que as empresas conheçam e reconheçam os riscos que estão gerindo para a saúde de seus trabalhadores e ter em mente que um trabalhador devidamente protegido certamente vai produzir mais e melhor

É necessário que o trabalhador seja esclarecido quanto aos riscos que corre caso não use ou use de forma incorreta os equipamentos de proteção individual.

As empresas devem oferecer treinamento, esclarecimento e equipamentos corretos, escolhidos de acordo com a boa técnica e não apenas pelo preço, simplesmente para satisfazer a Lei.

No BRASIL equipamentos de proteção respiratória vêm sendo utilizados há muitos anos. Talvez há 25 ou 30 anos, os equipamentos eram bastante simples, porém

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com o tempo foram surgindo equipamentos mais modernos importados e a indústria nacional também passou a se preocupar mais com a qualidade, eficiência e conforto dos equipamentos que produzia.

Por volta de fins de 1992, início de 1993, um Sindicato de Trabalhadores do Estado de S. Paulo detectou em fábricas de porte que alguns trabalhadores apresentavam problemas respiratórios provocados principalmente por SÍLICA e ASBESTO. Foi verificado que tais trabalhadores utilizavam respiradores descartáveis sendo os problemas prontamente atribuídos à suposta ineficiência deste tipo de respirador

O Ministério do Trabalho emitiu então uma INSTRUÇÃO NORMATIVA que limitava o uso desse tipo de respiradores. O fornecedor dos respiradores, com base em estudos internacionais entrou com uma defesa junto à SSST/MTb.

Foi então verificado que a Instrução Normativa carecia de maior embasamento técnico, sendo prontamente convocada uma COMISSÃO DE ESTUDOS que em curtíssimo prazo teve que elaborar documentação técnica que servisse como base para a aplicação de proteção respiratória.

A comissão, sob a coordenação do Prof. Maurício Torloni, contou com a colaboração de técnicos altamente especializados da FUNDACENTRO, e a participação ativa de membros da própria Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, representantes de Sindicato de Trabalhadores, DIESAT SESI E ANIMASEG (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho) e muitos desses técnicos de cada uma das entidades, são também membros ativos no Grupo de Trabalho de Proteção Respiratória do CB-32 da ABNT, que está empenhado na elaboração das Normas Brasileiras deste segmento.

Resultado desse trabalho, foi a elaboração do PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA - Recomendações, Seleção e uso de Respiradores, publicação esta editada pela FUNDACENTRO e que faz parte integrante da Instrução Normativa nr. 1 de 11 de abril de 1994, que entrou em vigor a partir de Agosto de 1994.

Com base na publicação da FUNDACENTRO, que lá deve ser adquirida pelos interessados, elaboramos o nosso trabalho dividindo a matéria em 12 passos.

Inicialmente, o simples manuseio da publicação faz com que se fique apreensivo quanto à implantação de um PPR porém, segundo o sistema passo-a-passo, pode-se verificar que a matéria não é tão complexa quanto aparenta.

Ao convidar o Prof. Maurício Torloni para participar na revisão desta 2a

Edição do Programa de Proteção Respiratória em 12 Passos da EPICON, contamos com o conhecimento técnico, a experiência, a sensatez e a clareza de expressão do Prof. Torloni, tendo a certeza de estarmos apresentando algo consistente e útil a todos aqueles que precisam elaborar um PPR dentro de sua empresa.

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Diadema Agosto de 1998Vili Francisco Meusburger

INTRODUÇÃO

SEJA BEM VINDO AO PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA (PPR) EM 12 PASSOS DA EPICON

O PPR é de vital importância para saúde e a vida dos trabalhadores que devam utilizar um respirador. Sua implantação e manutenção é obrigatória conforme determina a Instituição Normativa n.1 de 11/4/94, da Secretária de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST/Mtb) do Ministério do Trabalho.

No controle das doenças ocupacionais provocadas pela inalação de ar contaminado (por exemplo com poeiras, fumos, névoas, gases e vapores) o objetivo principal deve ser minimizar a contaminação do local de trabalho. Isto deve ser alcançado, tanto quanto possível, pelas medidas de controle coletivo (p. ex. enclausuramento, ventilação local, etc.)

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Quando as medidas de controle coletivo não são viáveis, ou enquanto estão sendo implantadas ou avaliadas. ou nas Situações de emergência, devem ser usados respiradores apropriados, em conformidade com os requisitos contidos no PPR

O GUIA É APRESENTADO NO FORMATO PASSO-A-PASSO PARA FACILITAR A PREPARAÇÃO DE UM PROGRAMA DE ACORDO COM AS NECESSIDADES DE SUA EMPRESA. ESTE GUIA FOI PREPARADO COM BASE NO PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA - Recomendações, Seleção e uso de Respiradores, PUBLICADO PELA FUNDACENTRO, E QUE FAZ PARTE DA INSTRUÇÃO NORMATIVA No 1 DE 11/4/94 - SSST/MINISTÉRIO DO TRABALHO.

Este Guia tem por objetivo auxiliar na preparação e implantação de um PPR, não podendo haver qualquer imputação à EPICON pela seleção ou uso inadequado de respiradores.

Este Guia não deve ser considerado com única referência na preparação do seu PPR. Entre as diversas fontes adicionais que existem destacam-se a CFR 29-1910.134 e a Norma z88.2.1980 Practices for Respiratory Protection – American National Standard Institute (ANSI) disponíveis na Biblioteca da Fundacentro em S. Paulo.

Convém ressaltar que as Normas Regulamentadoras Brasileiras (NR), já existentes, ou que venham a existir, evidentemente prevalecerão sobre qualquer regulamentação

estrangeira, por melhores que estas possam parecer.

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O QUE É O PPR?

O PPR é um conjunto de medidas práticas e administrativas através das quais se pretende proteger a saúde do trabalhador pela seleção adequada e uso correto dos respiradores.

O PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais da NR-9 e o PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional da NR-7, mantém relação direta com o PPR.

O primeiro, faz o levantamento dos riscos ambientais e o segundo o controle biológico dos funcionários.

Neste Gula você verá como redigir o PPR para a Sua empresa, acompanhando os 12 Passos.

CONSULTE UM PROFISSIONAL COMPETENTE DA ÁREA DE SEGURANÇA OU DE SAÚDE OCUPACIONAL PARA AVALIAR CORRETAMENTE

O LOCAL DE TRABALHO

COMO PODEMOS SABER QUE NECESSITAMOS DE UM PPR?

Se os trabalhadores de sua empresa estão expostos à produtos químicos, gases, vapores, poeiras névoas fumos, Ou à ambientes com deficiência de oxigênio o oca d

e trabalhopode apresentar graves riscos respiratórios. São muitas as circunstâncias e

condições de exposição ao risco para que se possa fazer uma enumeração completa, mas podem incluir: exposição durante as operações de fabricação trabalhos de manutenção construção e montagem vazamentos acidentais emergências combate a incêndios

Lembre-se de que os produtos químicos tóxicos, a sílica e o amianto não são os únicos culpados. Mesmo os produtos comuns como solventes acetona, tiritas, poeiras podem ser perigosos em concentrações elevadas, ou quando a exposição é contínua por longos períodos de tempo.

O único modo de conhecer com segurança se os trabalhadores estão correndo perigo é consultar um profissional competente, cuja avaliação é fundamental para o estabelecimento e manutenção de um Programa eficiente.

CONHEÇA A LEGISLAÇÃO RELATIVA À PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA. CONHEÇA A LEI

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Uma vez conhecido o relatório do profissional da área de segurança ou de saúde ocupacional, o empregador está em condições de preparar um PPR que satisfaça todos os requisitos legais. É responsabilidade do empregador seguir ao pé da letra essas e exigências. Falhas no Programa podem significar custo para a empresa, porém, o que é mais importante ainda: graves doenças ou danos permanentes ao sistema respiratório, ou mesmo a morte de um trabalhador.

SE VOCÊ TEM DÚVIDASConsulte a EPICON Você pode. Também, consultar diretamente a FUNDACENTRO (011) 3066.6000.

COMO PREPARAR O PPR PARA A SUA EMPRESA?

O PPR pode ser preparado, seguindo as indicações que apresentamos adiante. Se você tiver dúvidas a respeito consulte-nos.

O PPR pode ser redigido em duas partes: um documento básico, assinado pela representante legal pela empresa, que

contem a política da empresa na área de proteção respiratória, a indicação do Administrador e as, suas responsabilidade, inclusive as relativas a preparação dos Procedimentos Operacionais escritos. (ver Passo 1 )

um conjunto de Anexos, preparado pelo Administrador do Programa, ou por pessoa por ele indicada, contendo os diversos Procedimentos Operacionais. os quais devem abranger, no mínimo:

seleção de respiradores; ensaios de vedação; treinamento; avaliação médica; monitoramento ambiental; distribuição dos respiradores, guarda, limpeza, manutenção e inspeção; qualidade do ar comprimido; emergências; auditoria.

Esses Procedimentos podem ser preparados por pessoa por ele indicada, mas somente podem ser alterados pelo Administrador do programa. (ver Passo 2 em diante)

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REQUISITOS MÍNIMOS PARA UM PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

Da publicação da FUNDACENTRO: Programa de Proteção Respiratória, Recomendações, Seleção e uso de Respiradores, que é parte integrante da Instrução Normativa nº 1 de 11/04/94 do Ministério do Trabalho, podemos identificar 12 pontos importantes que resumem o conteúdo de um bom PPR e que serão detalhados a seguir:1. Devem ser estabelecidos Procedimentos Escritos definindo como selecionar e usar

o respirador.2. Os respiradores devem ser escolhidos considerando os riscos respiratórios aos

quais os trabalhadores estarão expostos.3. O usuário deve ser instruído e treinado quanto ao uso correto dos respiradores e

suas limitações.4. Quando viável. cada usuário deve receber um respirador para uso exclusivo5. Os respiradores devem ser limpos e higienizados regularmente. Os usados por mais

de uma pessoa devem ser limpos e higienizados após o uso por cada uma delas.6. Os respiradores devem ser guardados em local apropriado, limpo e higiênico.7. Os respiradores usados rotineiramente devem ser inspecionados durante a

limpeza. Partes gastas ou deterioradas devem ser substituídas. Os respiradores usados para emergência, como as máscaras autônomas, devem ser inspecionadas pelo menos Uma vez por mês ou imediatamente após cada uso.

8. Deve haver monitoramento apropriado das condições da área de trabalho, do nível de exposição, e do stress do trabalhador.

9. Para o PPR ser eficiente deve haver acompanhamento contínuo e uma avaliação anual.

10. Não devem ser atribuídas tarefas que requeiram o uso de respirador antes de verificar se a pessoa tem condições física de realiza-la usando o equipamento. O médico da empresa definirá as condições físicas e de saúde necessárias. As condições de saúde do usuário deverão ser avaliadas periodicamente (por ex: anualmente).

11. Somente devem ser selecionados respiradores aprovados, isto é, com Certificado de Aprovação (CA).

12.Quando selecionar, e cada vez que colocar o respirador é necessário verificar a vedação no rosto.

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PASSO 1

O PROGRAMA ESCRITO

"Devem ser estabelecidos Procedimentos Escritos definindo como selecionar e usar o respirador"

O documento básico do programa define as linhas gerais do PPR Não entra em pormenores mas define claramente como a empresa vai enfrentar os riscos respiratórios potenciais ou presentes. Os Anexos contendo os diversos Procedimentos Operacionais descem aos pormenores. O PPR poderá ser útil em eventual defesa da empresa no caso de ocorrências graves provocadas pelo uso inadequado dos respiradores

O conteúdo do Programa deve conter respostas às seguintes perguntas:1. Qual o nome da sua empresa? 2. Em que data foram preparados o documento básico e os procedimentos?3. Quem preparou os procedimentos?4. Quais são as áreas ou processos de fabricação que necessitam de proteção

respiratória?5. Quais os tipos de respiradores que devem ou podem ser usados?6. Quem é o responsável pelo treinamento adequado, realização dos ensaios de

vedação, inspeção, manutenção e entrega dos respiradores?7. Com que freqüência é feito o treinamento?8. Qual a freqüência do monitoramento do local de trabalho e qual é a metodologia

utilizada?9. Quais são os procedimento para as situações rotineiras não rotineiras, de

emergência e de resgate?

Os procedimento que dizem respeito direto ao usuário devem ser distribuído a todos os trabalhadores que estejam sujeitos a riscos respiratórios. Fazendo com que os trabalhadores saibam exatamente como funciona o Programa da empresa, a segurança deles aumenta.

EXEMPLO DE UM PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

A finalidade deste exemplo é mostrar como é o Documento Básico citado neste Guia, no item: "Como preparar o PPR para a sua empresa?".

Foi traduzido e adaptado do "Guide to Industrial Respiratoy Protection" NIOSH 1987.

COMPANHIA ABC

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O objetivo deste Programa é assegurar proteção à todos os trabalhadores contra riscos respiratórios pelo uso correto de respiradores. Os respiradores somente podem ser usados nesta empresa: onde as medidas de controle coletivo dos riscos respiratórios não são viáveis; enquanto as medidas de controle coletivo estão sendo adoradas; nas emergências

O funcionário Sr Fulano de Tal é o Administrador do Programa. Ele (ou ela) é o responsável por todos os aspectos do mesmo, e tem toda autoridade para tomar as decisões necessárias para garantir o seu sucesso. Esta autoridade inclui a indicação de pessoas, ou a compra dos equipamentos necessários para a sua implantação.

A Companhia ABC autoriza expressamente o Administrador a parar qualquer operação da companhia onde haja risco grave de ocorrência de danos sérios à pessoas. Este Programa inclui os riscos respiratórios.

O Administrador, ou pessoa por ele indicada, preparará Procedimentos Operacionais escritos, no mínimo, sobre: política da empresa na área de proteção respiratória; seleção de respiradores; treinamento dos usuários; ensaios de vedação; distribuição dos respiradores; limpeza, inspeção guarda e manutenção dos respiradores; acompanhamento do uso; monitoramento dos riscos respiratórios.

Os Procedimentos Operacionais devem obedecer, no mínimo o recomendado na publicação da FUNDACENTRO: Programa de Proteção Respiratória Recomendações Seleção e uso de respiradores. Havendo dúvidas, deverão ser consultados especialistas externos, fabricantes dos respiradores, e autoridades competentes. Os Procedimentos Operacionais detalhados deverão ser incluídos como Anexo à este documento, e ambos constituirão o Programa de Proteção Respiratória da Companhia ABC. Somente o Administrador do Programa poderá efetuar alterações nos Procedimentos Operacionais.

Os respiradores deverão ser selecionados em função dos riscos aos Quais o trabalhador estará exposto. Somente deverão ser selecionados respiradores com Certificado de Aprovação (CA).

O usuário deverá ser instruído e treinado sobre o uso correto do respirador, bem como, sobre suas características e limitações. O treinamento deve incluir os supervisores e os usuários.

Nenhum trabalhador da Companhia ABC que necessite usar respirador que exija vedação facial poderá usar barba. O empenho dos trabalhadores na observação destes cuidados deverá ser avaliada por verificações periódicas.

Cada trabalhador deverá receber, quando viável, um respirador para uso exclusivo.

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Os respiradores de uso rotineiro ou para emergências, no momento do uso, devem sempre estar limpos, higienizados, e em perfeitas condições de uso. Os respiradores usados por mais de um deverão ser limpos e higienizados antes que o outro trabalhador o use. O Administrador deverá providenciar local e meios para a limpeza, inspeção, higienização e manutenção.

Deve ser feita verificação periódica apropriada nas condições ambientes, de exposição, ou stress do trabalhador.

O funcionamento do Programa deve ser verificado por inspeções regulares e por uma auditoria anual. O Administrador deverá fazer inspeções freqüentes em todas as áreas onde aos respiradores são usados. com a finalidade de assegurar obediência ao previsto no Programa.

Não poderão ser atribuídas tarefas que exijam o uso de respiradores, antes de verificar, se o trabalhador está em condições apropriadas de saúde para executar a tarefa usando respirador. O médico da Companhia ABC definirá quais são as condições de saúde aceitáveis. Anualmente todo usuário de respirador deverá ser submetido a exame médico, com ênfase das vias respiratórias, para confirmar o estado de saúde do usuário.

As exigências deste Programa devem ser obedecidas por todas as empresas ou pessoas contratadas para realização de trabalhos nesta companhia e que exijam o uso de respiradores.

João dos AnzóisSuperintendente da Companhia ABC

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EXEMPLO DE AVALIAÇÃO DO PPR

De um modo geral, o Programa deve ser avaliado como ele está sendo aplicado em cada atividade e feitas as correções necessárias, de tal modo que os Procedimentos escritos reflitam a realidade. Pelo menos anualmente deve-se fazer uma auditoria a qual deve abranger a Administração e os aspectos do operacionais do Programa.

A- ADMINISTRAÇÃO DO PROGRAMA

Está escrita a política que fixa a responsabilidade do empregador em manter um local de trabalho seguro e saudável, atribuindo responsabilidade e autoridade para o Administrador do Programa?

A responsabilidade pelo Programa foi atribuída a uma pessoa que tenha conhecimentos e capacidade de coordenar o Programa em todos os seus aspectos no local de trabalho?

É possível, através de medidas de engenharia, ou de Mudanças no processo de produção, eliminar a necessidade do uso de respiradores?

Existem Procedimentos Escritos, ou referências explicita no Programa, abrangendo, no mínimo:- designação do Administrador - seleção de respiradores- com para de apenas equipamentos com CA- exame médico orientado para candidatos ao uso de respiradores- distribuição dos respiradores- ensaios de vedação - treinamento- manutenção guarda e inspeção - higienização- uso em condições especiais- monitoramento dos riscos respiratórios

B- OPERAÇÃO DO PROGRAMA

B1 - Seleção dos respiradores Foi feito levantamento adequado do local de trabalho e da exposição a que estão

submetidos os trabalhadores? Os respiradores foram selecionados de acordo com os riscos a que estão

expostos os trabalhadores? A seleção foi feita por pessoa que conhece os Procedimentos de seleção?

B2 - Somente são adquiridos e usados respiradores com CA? Eles oferecem proteção adequada para os riscos e concentrações específicas dos contaminantes?

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B3 - Existe avaliação médica para verificar se o usuário em potencial está física e psicologicamente apto a usar o respirador selecionado?

B4 - Os respiradores estão sendo distribuídos para uso exclusivo de uma pessoa (quando possível) e existe registro da distribuição?

B5 - Ensaios de vedação Os usuários tem a oportunidade de escolher, entre diversos respiradores, aquele

que proporciona melhor vedação? O ensaio de vedação é repetido regularmente? É satisfatória a vedação do respirador usado por trabalhador com lentes

corretivas? Os usuários estão proibidos de usarem lente de contato enquanto estão com o

respirador? O ensaio de vedação é feito em uma atmosfera de teste? Os trabalhadores com barba por fazer, ou outras características que possam

prejudicar a vedação estão proibidos de usarem respiradores em áreas contaminadas?

B6 - Uso de respiradores na área de trabalho Os respiradores estão sendo usados corretamente? (Por exemplo, gorro ou outra cobertura da cabeça por cima dos tirantes da peça facial) Os respiradores estão sendo usados durante todo o tempo que os trabalhadores permanecem na área de risco?

B7 - Limpeza, higienização, guarda, inspeção e manutenção dos respiradores

Limpeza e Higienização Os respiradores usados por mais de uma pessoa estão sendo limpos e

higienizados após o uso de cada um, ou aqueles usados por um só, com a freqüência necessária?

Os procedimentos de limpeza e higienização são eficientes?

Guarda Os respiradores estão sendo guardados de modo que fiquem protegidos da

poeira, luz solar, calor, frio excessivo, umidade, ou agentes químicos? Os respiradores são guardados corretamente, de modo que não fiquem

deformados? Somente é permitida a guarda nos armários ou caixas de ferramentas quando o

respirador esta protegido por uma caixa ou estojo?

Inspeção Os respiradores são inspecionados antes, depois de cada uso, e durante a

limpeza? Há pessoas qualificadas ou usuários instruídos quanto à técnica de inspeção?

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Os respiradores designados para emergências são inspecionados, no mínimo, uma vez por mês e adicionalmente após cada uso?

A pressão do ar do cilindro das máscaras autônomas é verificada semanalmente? Para os respiradores para emergências é mantido atualizado o registro de

Inspeção?

Reparos As peças de reposição são do próprio fabricante do respirador? Os reparos são feitos pelo fabricante, ou por pessoas treinadas?

B8 - Condições especiais de uso Existe procedimento para uso de respiradores em ambientes IPVS?

(Imediatamente Perigoso à vida e saúde) Existe procedimento para uso de respiradores em espaços confinados?

B9 - Treinamento Os usuários estão treinados sobre o uso adequado, limpeza, guarda e inspeção

dos respiradores? Os usuários foram informados sobre como é feita a seleção dos respiradores? Os usuários são avaliados quanto ao aproveitamento, antes e depois do

treinamento?

PASSO 2

COMO SELECIONAR UM RESPIRADOR"Os respiradores devem ser escolhidos com base nos riscos respiratórios

aos quais os trabalhadores estarão expostos"

Deve ser conhecida a forma como os contaminante se apresentam no ambiente (poeira, névoa, fumos, gases, vapores), e a sua concentração, medida ou estimada.

A seleção dos diversos tipos de respiradores, filtros mecânicos e químicos deve ser feita de acordo com as recomendações do item 4.2.2.2 da publicação da FUNDACENTRO:

Programa de Proteção Respiratória - Recomendações, Seleção e uso de respiradores.

Use as perguntas apresentadas a seguir como um roteiro para determinar qual o tipo de

respirador que você necessita: Atualmente você está usando proteção respiratória? Se estiver, qual ? É

satisfatória?1. A concentração do contaminante poderá atingira concentração IPVS

(Imediatamente Perigosa à Vida ou à Saúde)?2. Quanto tempo durante um dia ou semana os trabalhadores estão expostos?

Page 16: Programa proteção respiratoria 2

3. Como o contaminante é utilizado no processo: aquecido, misturado com outras substâncias químicas?

4. Quais são as condições existentes nas áreas vizinhas? Há outros processos de produção nas proximidades que possam gerar contaminantes? Quais?

5. A área de trabalho é ventilada? Se for, qual a sua intensidade? É uma área aberta ou um espaço confinado? Qual a temperatura e umidade?

6. Qual é o limite de exposição do contaminante? Tem fracas propriedades de alerta Irrita a pele? Os olhos?

7. Há menos que 18% de oxigênio no local de trabalho?8. Você calculou o Fator de Proteção Requerido? (Veja no Programa de Proteção

Respiratória da FUNDACENTRO - no anexo 1 - item 17)

GUIA PARA SELEÇÃO DE RESPIRADORES

ESTAS INFORMAÇÕES SÃO DE CARÁTER GERAL. CONSULTE O FORNECEDOR DO SEU RESPIRADOR PARA MAIORES INFORMAÇÕES

RESPIRADORES PURIFICADORES DE AR

Com Peça semifacial filtrante para partículas (PFF)É a chamada máscara descartável. Leve, confortável e de baixo custo. Oferece

proteção contra poeiras, névoas e fumos. Dispensa limpeza, manutenção e higienização. Para uso em até 10 vezes o Limite de Tolerância. Existem tipos especiais, denominadas de Filtros de Baixa Capacidade (FBC) com camada de carvão ativo para baixas concentrações de vapores orgânicos ou de alguns gases ácidos.

Com peça semifacial, de baixa manutenção, com filtros químicos/mecânicosPeças semifacial de baixo custo e filtros substituíveis. A peça facial permite

limpeza, mas não a substituição de componentes, exceto os filtros. Reduz o tempo de treinamento e custos de peças de reposição. Indicado para até 10 vezes o Limite de Tolerância, desde que menor que a concentração IPVS, ou menor que a Máxima Concentração de uso do filtro químico.

Com peça semifacial com filtros substituíveisLeve, fácil manutenção, pequena restrição à visão e aos movimentos. Os filtros

são substituíveis. Poucas peças de reposição. Protege contra poeiras névoas, fumos gases e vapores. Indicado para até 10 vezes o Limite de Tolerância, desde que menor que a concentração IPVS, ou menor que a Máxima Concentração de uso do filtro químico.

Com peça facial inteira e filtros substituíveisOferece proteção muito maior que a semifacial. Protege os olhos. Pode usar

filtro químico pequeno, médio ou grande. Poucas peças de reposição. Protege contra poeiras, névoas, fumos, gases e vapores. Indicado para até 100 vezes o Limite de

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Tolerância desde que menor que a concentração IPVS, ou menor que a Máxima Concentração de uso do filtro químico.

Motorizado, com peça facial inteira e filtros substituíveisMais confortável de usar que os não motorizados resultando maior

produtividade. Usa filtros químicos ou mecânicos fixados na peça facial ou no cinturão. A bateria alimenta o motor de uma ventoinha que força o ar através do filtro até a peça facial. Indicado para até 1000 vezes o Limite de Tolerância (com P3, ou 100 vezes o LT, com P2) desde que menor que a concentração IPVS, ou menor que a Máxima Concentração de uso do filtro químico.

RESPIRADORES DE ADUÇÃO DE AR

Respirador de linha de ar comprimido respirávelUsa fonte externa de ar. Refresca o usuário. Maior proteção que os

purificadores de ar não motorizados. Podem ser de fluxo contínuo, de demanda, com ou sem pressão positiva. Exige ar respirável provindo de compressor ou bateria de cilindros. Para situações IPVS deve ser com peça facial inteira, com fluxo contínuo ou de demanda com pressão positiva, e, obrigatoriamente com cilindro auxiliar para fuga. Indicado para até 1000 vezes o LT (com peça facial inteira, fluxo contínuo, ou demanda com pressão positiva), ou até 50 LT (com peça semifacial, fluxo contínuo, ou demanda com pressão positiva).

Respirador para fugaPara uso em situações de escape em atmosferas lPVS, ou com deficiência de

oxigênio. Autonomia de 5 a 10 minutos, dependendo do volume e da pressão do cilindro de ar. Não serve para resgate. Não se especifica o fator de proteção.

Máscara AutônomaÉ o respirador que oferece maior proteção. Uso em atmosfera lPVS, com

deficiência de oxigênio e em emergências. Cilindros de aço, e composite. Boa mobilidade, porém, com restrições devido o cilindro nas costas. Indicada para até 10000 vezes o LT.

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PASSO 3

TREINAMENTO DOS USUÁRIOS

"O usuário deve ser instruído e treinado quanto ao uso correto dos respiradores e suas limitações"

Antes de usar um respirador, você precisa conhecer os tipos disponíveis e as condições sob as quais podem ser usados. Todas as informações e cuidados recomendados devem ser obedecidas. Todos os usuários devem estar familiarizados com a publicação da FUNDACENTRO" Programa de Proteção Respiratória, Recomendações, Seleção e Uso de Respiradores", na parte que for conveniente ou aplicável, e informados sobre os contaminantes presentes.

De acordo com essa publicação a pessoa que distribui os respiradores e os usuários devem receber, de pessoa qualificada, treinamento adequado sobre o uso do respirador. Se existirem dúvidas sobre qualquer aspecto do treinamento, consulte um profissional competente ou o fabricante do respirador.

O que o usuário necessita saber antes de usar o respirador: As razões pelas quais se necessita de proteção respiratória; A natureza, extensão e efeitos dos riscos respiratórios aos quais está exposto; Explicação sobre porque as medidas de proteção coletiva não estão sendo

aplicadas, ou não são adequadas, e o que esta sendo feito para reduzir, ou dispensar O uso de respiradores,

Explicação do porque um determinado respirador foi escolhido; Explicação sobre o funcionamento, características e ]imitações do respirador

selecionado; Instruções sobre como inspecionar, colocar, verificar a vedação e usar o

respirador; Durante o treinamento cada usuário deve ter a oportunidade de manusear,

colocar, ajustar e verificar a vedação do respirador bem como usa-lo em atmosfera não contaminada e em atmosfera de teste; atmosfera de teste;

Instruções sobre a guarda e o modo correto de fazer a inspeção e manutenção; Instruções sobre como reconhecer e enfrentar situações de emergências; Instruções necessárias sobre o uso de respiradores especiais; Regulamentos sobre o uso de respiradores.

Todos os usuários de respiradores devem ser retreinados ao menos uma vez por ano quanto mais informações o usuário receber sobre a necessidade e razões do uso, mais motivação terá para conservar e usar corretamente o equipamento. Fazendo com que os trabalhadores atuais e os novos saibam como e porque o PPR funciona, eles estarão mais protegidos e a empresa também.

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PASSO 4

DISTRIBUIÇÃO DOS RESPIRADORES AOS USUÁRIOS

"Quando viável, cada usuário deve receber um respirador para uso exclusivo"

Uma vez feita a escolha do tipo de respirador para cada aplicação em particular, e incluída essa informação nos Procedimentos Escritos do PPR, é chegado o momento de distribui-lo para casa usuário.

Sempre que viável, cada usuário deve receber um respirador para uso exclusivo. Deve ser marcado de modo de forma indelével para identificar a quem pertence. A marcação não deve afetar o desempenho.

Se possível, registre de forma conveniente a distribuição, o uso previsto, a data da distribuição, das redistribuições e dos reparos efetuados.

ESCOLHA DO TAMANHO CORRETONão é fácil a escolha do respirador que vede bem por causa da grande

variedade de formatos e dimensões de rostos. Colocando vários tamanhos e marcas à disposição do usuário para experimentá-los a tarefa ficará mais simples. Permita que o usuário escolha, entre os tamanhos e marcas, o mais confortável. Se ele puder participar da decisão de escolha, aumentará a sua aceitação.

PASSO 5

LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO DOS RESPIRADORES

"Os respiradores devem ser limpos e higienizados regularmente. Os usados por mais de uma pessoa devem ser limpos e higienizados após ouso por cada uma delas"

Os respiradores devem ser limpos e higienizados antes de serem distribuídos aos usuários e depois, com a freqüência necessária. Os de emergência devem ser limpos e higienizados após cada uso.

PARA LIMPAR OS RESPIRADORESRetire os filtros suportes de filtros e tirantes. Desmonte completamente o

respirador.Lave a peça facial com água e sabão, ou com a solução recomendada pelo

fabricante. A seguir faça a higienização. No Anexo 4 da citada publicação da FUNDACENTRO você encontrará recomendações sobre limpeza e higienização de respiradores. Consulte também o fabricante.

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Enxágüe novamente em água morna e deixe secar ao ar sobre prateleira. Não pendure a peça facial pois poderá provocar distorção prejudicando a vedação.

Desejando usar um pano impregnado com substâncias para remover o suor ou a gordura facial, é necessário certificar-se junto ao fabricante de que o processo de limpeza escolhido e seu agente químico não são prejudiciais ao material de que é confeccionado o respirador.

PASSO 6

GUARDA

"Os respiradores devem ser guardados em local apropriado, limpo e higiênico"

Os respiradores devem ser guardados de modo que fiquem protegidos contra poeira, luz solar, calor e frio intensos, umidade excessiva ou agentes químicos. E recomendável o uso um saco plástico que possa ser fechado quando necessário. Não pendurar o respirador pelos tirante ou de modo que provoque a deformação da peça facial, pois a vedação no rosto ficará prejudicada.

Mantenha os respiradores de emergência e resgate em áreas de rápido e fácil acesso. Se estiverem guardados em armários ou caixas, identifique-os de modo que sejam facilmente achados.

PASSO 7

INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO

"Os respiradores usados rotineiramente devem ser inspecionados durante a limpeza. Partes gastas ou deterioradas devem ser substituídas. Os respiradores usados para emergência, como as mascaras autônomas, devem ser inspecionadas pelo menos uma vez por mês, ou imediatamente após cada uso"

INSPEÇÃOToda vez que for usar, e após o uso, verifique se o seu respirador está em boas

condições. Esse cuidado é a garantia de que ele protegerá contra poeiras, névoas, fumos gases ou vapores perigosos.

Verifique o funcionamento das válvulas e membranas. Observe se existe poeira ou fiapos depositados que possam provocar vazamentos;

Verifique se existem partes gastas ou deterioradas principalmente rias peças de Borracha ou plástico. Troque qualquer peça que esteja gasta ou apresente sinais de deterioração;

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As máscaras autônomas e as de escape devem ser inspecionadas no mínimo, mensalmente. Os reparos e ajustes nestes respiradores devem ser feitos pelo fabricante ou pessoa por ele treinada;

Lembre-se de registrar em local apropriado a data de inspeção, o que foi encontrado, o que e quem fez o serviço.

MANUTENÇÃOSe na inspeção de rotina for observado algo errado com o respirador, ou a

informação vier do usuário, o reparo deve ser feito imediatamente, ou então providenciado outro respirador. Os reparos somente devem ser realizados por pessoas treinadas e utilizando peças originais. Se forem necessários ajustes que não constem das instruções do fabricante, peça a sua ajuda.

EXEMPLO DE REGISTRO DE INSPEÇÃO

Data da inspeção __________________ Feita por ______________________________1. Tipo de respirador ______________________________________________________2. Número ____________Marca _____________________________________________3. Defeitos encontrados

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a- peça facial _______________________________________________________b- válvula de inalação ________________________________________________c- conjunto da válvula de exalação ______________________________________d- tirantes _________________________________________________________e- suporte do cartucho ________________________________________________f- cartucho _________________________________________________________g- filtro/préfiltro ______________________________________________________h- suportes e cinturão ________________________________________________i- mangueiras, traquéia, tubos flexíveis __________________________________j- diafragma de voz __________________________________________________k- guarnições "O" ring ________________________________________________l- conexões ________________________________________________________m- outros defeitos ____________________________________________________

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PASSO 8

MONITORAMENTO DA ÁREA DE TRABALHO

"Deve haver monitoramento apropriado das condições da área de trabalho, do nível de exposição, e do stress do trabalhador"

Uma vez implantado o PPR é necessário continuar o monitoramento do local de trabalho, a identificar os riscos bem como o grau de exposição do trabalhador e do seu stress.

Mesmo pequenos ajustes no processo ou no modo de operação, mudanças de temperatura, movimentação do ar e umidade podem mudar a concentração de uma substância no ambiente e influir na eficiência da proteção respiratória implantada.

Para garantir que os trabalhadores estejam protegidos como devem é fundamental que se monitore o contaminante periodicamente. Desse modo você terá certeza que os níveis, de exposição não ultrapassem a capacidade de proteção do respirador em uso.

PASSO 9

ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO SEU PROGRAMA

"Para o PPR ser eficiente deve haver acompanhamento contínuo e tinta avaliação anual"

ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃOUma vez por ano todo o PPR deve ser avaliado para verificar a sua eficácia.

Nessa ocasião, faça as alterações que julgar convenientes, nos Procedimentos Escritos. Implante os melhoramentos e corrija os erros imediatamente, para garantir proteção e segurança dos trabalhadores. A habilidade e percepção dos líderes de equipe serão de grande auxílio. O conhecimento das tarefas e as observações que tenham feito durante a avaliação poderão melhorar cada vez mais o PPR.

O QUE DEVE SER OBSERVADO• Aceitação do respirador

Pergunte sobre o conforto vedação resistência à respiração, cansaço, interferência na visão ou na comunicação. restrição de movimentos. interferência com as atividades realizadas e nível de confiança. O PPR somente será eficaz se os trabalhadores usarem os respiradores. Aproveite as reclamações deles para fazer as alterações necessárias 1 irias e melhorar a aceitação.

• Verificação do cumprimento dos Procedimentos EscritosVerifique se está ;crido utilizado o respirador que foi selecionado, se os

usuários estão bem treinados, com a barba feita e se estão bem a ajustados no rosto,

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inspecionados em bom estado e guardados corretamente. Verifique se os riscos estão sendo monitorados e se o acompanhamento médico está sendo feito.

AVALIAÇÃOUse os resultados documentados da inspeção realizada para avaliar a eficácia do

Programa Registre, por escrito, os problemas identificados e investigue porque a proteção respiratória não foi eficaz. Adote medidas corretivas imediatas para preservar a saúde e a segurança dos usuários.

Os resultados da avaliação devem ser apresentados por escrito num relatório e devem conter os planos para correção das falhas, datas e prazos para sua implantação.

PASSO 10

AVALIAÇÃO MÉDICA

"Não devem ser atribuídas tarefas que requeiram o uso de respirador antes de verificar se a pessoa tem condições físicas de realiza-Ia usando o equipamento. O médico da empresa definirá as condições físicas e de saúde necessárias. As condições de saúde do usuário deverão ser avaliadas periodicamente (por ex. anualmente)"

Somente devem realizar- tarefas que exijam o uso de respirador aquelas pessoas capazes de usa-lo. Tais trabalhadores devem ser avaliados anualmente pelo médico para verificar se podem continuar a realizar aquela tarefa.

PERGUNTE AO TRABALHADOR SOBRE• histórico de doenças respiratórias Identifique os trabalhadores com

história de asma, efisema, doenças pulmonares crônicas.• histórico laboral. Identifique os trabalhadores que estiveram expostos ao

amianto, sílica poeira de algodão, berílio etc., nos últimos dez anos ou que trabalharam em ocupações ou indústrias onde a exposição a essas substâncias foi provável.

• outras informações médicas. Tais informações podem fornecer evidências sobre a capacidade ou incapacidade do trabalhador usar o respirador.

A análise dessas respostas podem ajudar na avaliação da eficiência do PPR. Se algum trabalhador apresentar sinais de exposição você deverá observar o local de trabalho e tentar achar alguma correlação entre o fato e o uso do respirador.

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PASSO 11

RESPIRADORES APROVADOS

“Somente devem ser selecionados respiradores aprovados, isto é, com Certificado de Aprovação (CA)”

Somente devem ser selecionados e utilizados respiradores com Certificado de Aprovação (CA) emitido pela Secretaria de Saúde e Medicina do Trabalho do Ministério do Trabalho, dentro do prazo de validade. Os respiradores devem, em sua confecção, obedecer às Normas Brasileiras (NBR) feitas pela ABNT e na sua falta podem ser aceitas normas de outros países (USA, Comunidade Européia).

Quando adquirir o respirador, observe se a embalagem vem com instruções adequadas, isto é, se o fabricante explica claramente quais as aplicações e as limitações, como usar e conservar, etc.

PASSO 12

VERIFICAÇÃO DE VEDAÇÃO E ENSAIOS DE VEDAÇÃO

"Quando selecionar, e cada vez que colocar o respirador, é necessário verificar a vedação no rosto"

Cada vez que colocar o respirador é necessário verificar a vedação no rosto. A Verificação de vedação é feita rápida e facilmente pelo teste tia pressão positiva ou negativa. Se os trabalhadores usam as peças semifacial filtrantes ou respiradores de pressão negativa (como o purificadores de ar não motorizados) é de fundamental importância a realização de um dos Ensaios de Vedação aprovados pela FUNDACENTRO: qualitativos (sacarina, óleo de banana, fumaça irritante) ou quantitativos. A realização do Ensaio de Vedação para cada usuário, durante a seleção do respirador, garante uma escolha mais segura entre os diversos tipos e formatos disponíveis no mercado

ENSAIO DE VEDAÇÃO QUALITATIVO Neste ensaio o usuário é exposto a uma fumaça irritante ou a um vapor orgânico

com cheiro (óleo de banana), ou a partículas com gosto (sacarina) enquanto executa movimentos com a cabeça, semelhantes aos que faz durante o seu trabalho a fim de verificar a vedação. O respirador deve estar equipado com um filtro que retenha o agente de ensaio. Se o usuário não sentir irritação da garganta o cheiro ou o gosto do agente de ensaio é porque esse modelo e tamanho de respirador está perfeitamente adaptado ao seu rosto isto é, a vedação satisfatória.

ENSAIO DE VEDAÇÃO QUANTITATIVO

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O Ensaio de Vedação Quantitativo, mede, por exemplo, a concentração do contaminante na atmosfera de teste e dentro do respirador enquanto executa os mesmos movimentos que no ensaio qualitativo. Este ensaio dá um indicação mais segura que o Ensaio Qualitativo.

VERIFICAÇÃO DE VEDAÇÃOA verificação de Vedação pelo teste de pressão positiva ou negativa deve ser

feito toda vez que o usuário colocar ou reajustar o respirador. Com isso você terá que ele esta bem colocado e que está funcionado corretamente. Os procedimentos para esta verificação podem variar entre fabricantes Consulte as instruções de uso do seu respirador.

EXEMPLO DE FORMULÁRIO PARA USUÁRIO DE RESPIRADOR

Nome da empresa _______________________

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE______________________________________________________________________________________________________________________________________________

Contaminantes Concentração l. T_______________________________________________________________________

RESPIRADORES RECOMENDADOS

Primeira escolha ______________ Segunda escolha ______________Num. do CA / data de validade ________________________________

DISTRIBUIÇÃO DO RESPIRADOR E TREINAMENTO

Nome do empregado/ Numero Função Data_______________________________________________________________________

Respirador entregue

Respirador semifacial filtrante (descartável) _______ com filtro mecânico P-1 ___ P-2 ___Respirador semifacial filtrante (descartável) com filtro combinado P-1 ___ P-2 ___

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Mascara autônoma ________ Linha de Ar____________Respirador semifacial ________ 1/4 facial ____________ com filtro recambiávelFiltro Químico Classe ___________ Tipo ___________Filtro mecânicos P1 ______ P2 ______ P3 ______Purificador motorizado ______

ENSAIO DE VEDAÇÃORespirador ensaiado ______ modelo ______ tamanho ______ fabricante______Aprovado ______ Reprovado ______Qualitativos:óleo de banana ______ sacarina ______ fumos irritantes ______Quantitativo ______Características pessoais:Barba _____ dentadura _____ cicatriz _____ óculos _____ nenhuma _____ outras _____ assinatura do empregado ________________________________ data: ___/___/____assinatura de quem conduziu o ensaio ________________________

CUIDADOSLimpeza: todo dia ______ toda semana ______ outro ______Descartar: todo dia ______ toda semana ______ outro ______Manutenção: Individual ______ empresa ______ outro ______

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PPR