Upload
vuongnhan
View
235
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UnB – Universidade de Brasília
FACE – Faculdade de Administração, Contabilidade e Ciência da
Informação e Documentação.
CCA – Departamento de Ciências Contábeis e Atuarias
Auditoria 1
Professor: Wolney Resende de Oliveira
Turma: A
Programas de Auditoria
no Ativo
Alunos: Breno C. Magalhães 05/78151
Giliard Carlos da Rocha 05/83189
Victor K. Parucker 05/94610
2
Índice
Introdução................................................................................................3
Programas de Auditoria no Ativo...........................................................5
Auditoria em Caixa e Bancos.................................................................7
Auditoria em Contas a Receber............................................................12
Auditoria de Estoques...........................................................................15
Auditoria no Imobilizado.......................................................................19
Auditoria em Investimentos..................................................................22
Conclusão...............................................................................................25
Bibliografia..............................................................................................26
3
Introdução
O programa de auditoria é o plano de trabalho a ser executado, e seu
planejamento deve ser elaborado considerando o objetivo da auditoria e as
características da empresa auditada.
O trabalho tem que ser planejado de uma maneira que se possa dividir o
trabalho em partes individuais, de forma que uma equipe possa executá-la
simultaneamente, e ao término dessas tarefas, o trabalho se consolide na
estrutura de um exame abrangente das demonstrações financeiras. E outro
aspecto positivo dessa divisão é o fato de que ajuda o auditor encarregado a
conferir se nenhuma parte da empresa não foi verificada e nem houve
duplicação de esforços.
Muitas vezes as auditorias em certos itens do ativo, englobam outros
ativos, como por exemplo, auditoria em estoques pode ser encadeada com a
de compras, contas a pagar e custo da mercadoria vendida. Ou o exame de
contas a receber que se faz em coordenação com a auditoria de vendas e
recebimentos em caixa e bancos.
Podemos concluir que um planejamento bem feito não só aumenta a
eficiência e eficácia da auditoria como também evidencia as provas obtidas,
que fundamentam o parecer emitido pelo auditor.
4
Programas de Auditoria para Contas do Ativo
Objetivos e procedimentos gerais do Ativo
Os objetivos de uma auditoria em uma entidade são variados, podendo
ser nos itens de caixa e bancos, estoques, investimentos, etc. Porém, para a
elaboração da auditoria são seguidos objetivos gerais, que geralmente se
repetem nos diversos itens do ativo. Os objetivos gerais são Existência,
Avaliação, Autorização, Propriedade, Restrições, Exatidão de Valores, Utilidade
e Apresentação nas demonstrações. Todos estes objetivos e seus
procedimentos serão explicados posteriormente.
Existência
Esse objetivo visa verificar a existência do ativo. E o procedimento é o
exame pessoal do auditor, quando o objeto de verificação é um ativo tangível.
A confirmação da existência do bem pode ser uma simples observação, ou
uma análise de documentos. Porém em certos casos são necessárias
evidências qualitativas, ou seja, um procedimento especial, como por exemplo,
uma análise de um especialista.
Avaliação
A avaliação de ativos muitas vezes é o objetivo da auditoria. Alguns
ativos que geralmente são avaliados são os estoques, contas a receber e
investimentos. Os procedimentos para provar o valor dos bens são: (a)
consulta às listas de cotações de mercado no caso de investimentos. (b)
exame das listas de preços, catálogos e outros dados correntes sobre custos,
para estoques. (c) classificação por vencimento e confirmação. (c) avaliação
por elemento independente.
5
Autorização
É necessário garantir que os ativos de uma empresa foram adquiridos
dom autorização. Essa autorização tem de ser expressa em termos gerais. Por
exemplo, a política da empresa determina que somente deva haver reposição
de estoque mediante pedido do departamento de produção, após concorrência
para avaliação de preços. Portanto o auditor deve examinar os manuais de
procedimentos da empresa para se certificar destas possíveis autorizações
específicas.
Propriedade
O auditor precisa determinar a posse dos ativos da empresa. Na maioria
dos casos a propriedade do bem é confirmada por uma nota ou fatura de
venda. Porém em outros casos, como o ativo Contas a receber, as provas
necessárias são, por exemplo, faturas de venda que comprovem o posterior
recebimento ou recibos de Caixa e Bancos.
Restrições
A propriedade ou posse de um bem é ligada estreitamente a existirem
restrições do referido bem perante outros indivíduos ou entidades. Se houver,
devem ser retratados nas demonstrações financeiras. Os procedimentos usuais
para descobrir se existem tais restrições são exame de dados públicos,
cartoriais e cláusulas contratuais. Buscando informações que apontem
qualquer ônus contra a propriedade do cliente a respeito dos bens em questão.
Exatidão de Valores
Um outro objetivo de auditoria em qualquer ativo é verificar se os valores
estão representados fielmente. Entre os procedimentos adotados para buscar a
exatidão matemática dos bens são, a confirmação física dos ativos, como por
exemplo, a contagem. E também o exame e verificação dos registros contábeis
da empresa auditada. Não se deve apenas confirmar a exatidão das contas,
6
mas também estabelecer a razoabilidade dos períodos apropriados e a
exatidão de despesas apropriadas a períodos futuros, como por exemplo,
amortizações, despesas antecipadas ou ativos depreciáveis.
Utilidade
Em muitos itens do ativo a auditoria procura definir sobre seu uso
potencial na entidade. Voltando atenções também para descobrir se o item é
obsoleto ou é um bem usado na produção de um bem que sairá de linha.
Essas informações podem levar a uma baixa nas demonstrações ou apenas a
divulgação do fato em notas explicativas.
Os procedimentos para tal objetivo incluem estudos dos registros de
venda de determinada linha de produtos, movimentação de estoques e
inspeção física do bem.
Apresentação nas demonstrações
Este objetivo é crucial para a auditoria, e consiste em verificar se os
itens do ativo são apresentados corretamente nas demonstrações financeiras.
Julgando principalmente sua classificação, através da análise das
características do bem e da aplicação das regras de classificação, englobando
métodos de avaliação, divulgação de valores e descrições de restrições.
7
Auditoria de Caixas e Bancos
Este ativo é considerado o item mais problemático, com um alto risco de
ser fraudado e de difícil controle, por isso os procedimentos de auditoria são
normalmente maiores e mais complexos. A eficiência do controle interno
referente à Caixa e Bancos determina a extensão e a profundidade dos
procedimentos de auditoria.
Na maioria das vezes, o Caixa e Bancos aparece no balanço da
empresa na forma de dois itens, o Encaixe, que são os valores em mãos, e os
depósitos em bancos.
Encaixe
O encaixe consiste num fundo fixo de Caixa e de recebimentos de
clientes, antes de serem depositados. Os procedimentos mais usados para
esses dois tipos de encaixe são:
• Contagem feita pelo auditor.
• Conferência dos totais obtidos na contagem com os registros
contábeis.
• Certificação de que itens como cheques de clientes e comprovantes
de Caixa são corretos.
• Verificação dos depósitos e recebimentos nas contas bancárias.
Na contagem descrita acima, o auditor deve ter em total controle todos
os itens desse setor, para evitar assim a substituição. A substituição seria a
transferência de valores de caixa, a fim de esconder uma falta de dinheiro ou
cheque. Por exemplo, para ocultar uma falta de dinheiro num dos caixas da
empresa, o funcionário criminoso leva valores de outro caixa que será contado
posteriormente. Deve o auditor então fazer a contagem de todos os caixas
juntos, ou ter certeza de que itens não foram contados duas vezes.
É de extrema importância que o auditor nunca se apodere de valores do
caixa, ou que possa ser suspeito de tal ato criminoso. Para impedir isso, o
auditor deve procurar ter um funcionário da empresa auditada a observá-lo
8
durante a contagem, ou vice-versa, o funcionário realizar a contagem enquanto
o auditor observa. Se forem encontrados durante a contagem itens duvidosos,
como exemplo temos cheques de funcionários, ou cheques antigos, deve-se
anota-los nos papéis de trabalho, para depois ser averiguada e solucionada.
Ao finalizar a contagem, devem ser confrontados os resultados obtidos
com os registros do caixa na contabilidade da empresa. O auditor deve
também depositar todos os cheques que estavam incluídos nesses numerários
em mãos. Ao depositar tais cheques, será possível se certificar de que não
havia itens fraudulentos ou sem valor, pois caso contrário o banco os
devolveria.
Outro procedimento importante e utilizado pela auditoria em Caixa e
Bancos é o elemento surpresa, que consiste em fazer contagens e verificações
sem aviso prévio. Porém muitas vezes o elemento surpresa é inexistente, como
nas verificações de encerramento do exercício. Ás vezes o elemento surpresa
aparece quando são feitas duas contagens, durante uma única visita ao cliente.
Pois o funcionário responsável pela fraude, após a primeira contagem,
devolveria os itens falsos ou irregulares, e então ocorrendo a segunda
contagem tais fraudes seriam descobertas.
Caixa depositado
Ao analisar o Caixa depositado, o auditor utiliza outros procedimentos
diferentes dos usados no Encaixe. Ele confere documentos que comprovam a
existência dos depósitos e consequentemente do dinheiro, e não exatamente
do dinheiro em moeda.
Procedimentos preliminares
O início dos procedimentos para averiguar o Caixa depositado é a data
de verificação, ou seja, na mesma data da contagem do caixa em mãos. A
partir daí deve-se iniciar a coleta de dados para verificação do Caixa
depositado. Estes dados são todos os registros de depósitos e desembolsos de
caixa exatamente antes da verificação do Encaixe.
9
Procedimentos finais
Estes procedimentos são realizados algum tempo após a data de
verificação, e consistem em analisar as reconciliações bancárias. Tais
conciliações devem ser requisitadas ao banco ou se necessário, o auditor deve
fazê-las. Um tipo de conciliação muito útil para a verificação do caixa
depositado é a chamada “prova de Caixa”, que mostra as transações bancárias
realizadas no período anterior a verificação e o saldo da data da verificação.
Ou seja, é possível examinar todas as transações durante o período anterior
até a verificação, atento aos lançamentos contábeis da empresa. Pois há o
entendimento que essas transações bancárias são meios fáceis para um
possível encobrimento de desfalques. Os itens e procedimentos a seguir são
os mais utilizados pelos auditores nas reconciliações:
Desfalques em trânsito – O Caixa da empresa pode ser encoberto
temporariamente se for apresentado um valor maior para depósitos em trânsito.
Analisando as conciliações, pode-se verificar tal fraude, porém, para evitá-la o
auditor deve controlar todo o Caixa, até seu depósito no banco.
Cheques em circulação – Ocultar da lista de cheques em trânsito um item,
também é uma maneira de esconder, mesmo que temporariamente, um
desfalque de dinheiro no Caixa. Através do exame do extrato emitido pelo
banco, pode-se verificar quais cheques estão em circulação. Caso algum
cheque não esteja na lista e sim no extrato, é necessário que haja uma
explicação.
A existência de cheques antigos – É possível existir um encobrimento de
Caixa se existir cheque antigos emitidos pela empresa que não foram
descontados, ou seja, estão em circulação há algum tempo. Assim, o
funcionário fraudador poderá, percebendo isso, omitir este cheque da lista de
cheques em circulação e retirar uma quantia do caixa equivalente ao valor do
cheque antigo. Para evitar isso, o auditor deve estar atento as datas dos
10
cheques em circulação e recomendar a devolução de cheques a muito tempo
em circulação.
Exemplo: havia $4000 em caixa, menos $1000 de cheques em circulação
(emitidos pela empresa). Deve haver em caixa então, 4000-1000= $3000.
$500 desses cheques é um cheque antigo que não é descontado há algum
tempo. Então o valor do caixa será 4000-500=3500, porém ao emitir o cheque
da lista de circulação, o funcionário retira os $500 que sobram deixando
apenas os $3000 resultantes da conta inicial.
Outros itens de reconciliação – É necessária a verificação de outros
documentos que comprovem alguns itens como cheques devolvidos,
cobranças bancárias e despesas de serviços. Pois estes itens exigem ajustes
na conta de caixa, necessários para uma correta apresentação das
demonstrações financeiras.
Desfalques de caixa
É muito difícil classificar os métodos de desfalques no caixa, justamente
pelo encobrimento da ação. Desfalques encobertos são aqueles que têm um
lançamento contábil compensando a subtração do ativo. Ao contrário do
desfalque encoberto, o não-encoberto é aquele em que não há uma
compensação da falta do bem com um lançamento na contabilidade. Fazendo
com que seja percebida a falta do bem algum tempo depois ou imediatamente
após o desfalque.
Existem dois tipos comuns de desfalques não encobertos, o Lapping e o
Kiting:
1. Lapping. Neste tipo de desfalque, são usadas cobranças de contas a
receber, desviando os recursos obtidos por tais cobranças com novas
cobranças.
11
2. Kiting. É um desfalque de caixa que envolve os desembolsos feitos.
Basicamente é um sistema de encobrir faltas de dinheiro com
transferências irregulares em cheques.
É mais simples descobrir kiting do que lapping, porque com
procedimentos de auditoria de Caixa é possível detectar tais irregularidades na
data da verificação. Através dos procedimentos de coleta dos dados,
preparação das listas de cheques em circulação, análise dos depósitos antes e
depois da data de verificação, é muito provável que seja descoberto as fraudes
no caixa.
12
Auditoria de Contas a Receber
As contas a receber, por serem de natureza intangível, necessitam de
um procedimento de auditoria diferenciado dos vistos na auditoria de Caixa e
Bancos. As contas a receber representam compromissos assumidos pelos
clientes da empresa (compradores) de pagar alguma quantia, e por isso
apresentam aspectos subjetivos. Ao fazer a avaliação nas contas a receber, o
auditor deve aplicar critérios de julgamentos quantitativos e qualitativos,
utilizando quase sempre de evidências indiretas.
Os principais objetivos na auditoria de contas a receber são: verificação
de propriedade; existência real e exatidão de valores; determinação da
rentabilidade da cobrança; e descoberta de quaisquer ônus referentes às
contas a receber e determinação da melhor forma de apresentação das
demonstrações financeiras. As operações que normalmente envolvem contas a
receber estão diretamente ligadas com caixa e bancos, e assim sendo, a
auditoria dessas podem ser feita em conjunto. Os procedimentos que se
utilizam muito para esta verificação são os testes de transações, exame de
documentos fundamentais e a verificação de dados.
Para uma melhor exposição, os procedimentos de auditoria de contas a
receber podem se classificar da seguinte maneira:
• coleta e exame de evidências externas;
• exame de evidências internas da firma;
• procedimentos analíticos referentes a saldos de contas a receber e
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa.
Evidências Externas
A evidência externa é a confirmação do débito feita diretamente com o
devedor, e é considerado um dos procedimentos mais importantes em relação
a contas a receber.
Nesse processo, o auditor pode utilizar dois tipos de pedido de
confirmação: o positivo e o negativo. O positivo é o procedimento que pede ao
devedor que analise as informações constantes no pedido e responda se estas
13
são corretas ou incorretas, e que se caso seja incorreta, mande uma resposta
apontando o erro. Já o negativo solicita ao devedor apenas uma resposta caso
as informações ali estejam erradas.
A auditoria considera de melhor qualidade as evidências obtidas por
meio dos pedidos de confirmação positiva, já que se tem uma resposta clara
caso esteja certo o saldo da conta mencionada, e também caso esteja errado o
valor, já que se pede uma resposta apontando onde está o erro. Já o pedido de
confirmação negativo pode deixar obscuras essas idéias, tendo em vista que
uma não resposta pode tanto representar veracidade de informações, como um
não recebimento ou negligência por parte do devedor. Muitas vezes os
auditores utilizam de ambos os pedidos de confirmação e simultâneos,
selecionando uma amostra de contas de maiores saldos para uma confirmação
positiva e colocando o restante na confirmação negativa. Com esse
procedimento, o auditor evita que apareçam contas de clientes fictícios.
Evidências internas
O auditor deve reunir e examinar evidências internas da empresa. Os
procedimentos aplicados para essa parte da auditoria são os testes de
registros contábeis e exame da documentação hábil. Devem ser examinados e
comparados com os registros contábeis os recebimentos de caixa, baixa de
contas incobráveis, memorando de crédito, entre outras. Esses procedimentos
de auditoria são comumente denominados testes de transações.
Procedimentos Analíticos
Após as evidências obtidas por meio de confirmação e testes de
transações, o auditor pode ainda aplicar certos procedimentos analíticos. Um
deles consiste em analisar, pelos vencimentos, os saldos de contas a receber.
Assim, cada conta é classificada por idade. Na conclusão, os totais das
colunas mostram o vencimento relativo das contas, ajudando o auditor a
determinar sua possibilidade de serem realizadas na cobrança, uma vez que as
vencidas mais antigas, ou, uma tendência para existência dessas,
normalmente é indício de pouca possibilidade de realização. Esses dados se
14
relacionam com a avaliação que o auditor faz da adequação da Provisão para
Créditos de Liquidação Duvidosa.
Esta Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa é um ponto muito
importante caso se queira uma imagem de crédito às contas a receber.
Utilizam-se também outros dados para determinar se a Provisão para Créditos
de Liquidação Duvidosa, como: antecedentes de percentagens dos saldos a
receber; tendências da incidência de dívidas duvidosas; alterações na política
de concessão de crédito; cálculos de movimentação de contas a receber; e
condições econômicas vigentes no momento.
Controle interno sobre Contas a Receber
Existem vários procedimentos específicos que indicam um bom
controle interno em relação a contas a receber. O controle sobre contas se
sobrepõe aos exercícios sobre outros setores como Caixa e Bancos. Assim,
mostra-se o conceito de sistema global de atividades e também a dificuldade
de se isolar um único setor do sistema, sem descobrir a interação do mesmo
com os outros setores.
Entre os procedimentos, estão a segregação de tarefas, autorizações e
procedimentos de faturamento. Na segregação de tarefas, devem-se distinguir
as pessoas que registram os detalhes de contas a receber e pessoas que
estão relacionadas com recebimento de Caixas e Bancos, baixa de contas
incobráveis, emissão de memorandos de crédito, estoques ou faturamento. Na
parte de autorizações, devem existir procedimentos formais para aprovação de
baixas de contas incobráveis, devolução de vendas de mercadorias, ou
qualquer outra transação que reduzem as contas a receber (tirando os
recebimentos rotineiros de caixa).
15
Auditoria de Estoques
Dedica-se geralmente um tempo considerável à verificação dos
estoques por constituírem o principal item do ativo de muitas empresas. E por
serem itens tangíveis, os auditores devem se preocupar em determinar
quantidades e qualidades dos mesmos, assim como em conferir a exatidão dos
cálculos referentes a seu valor.
Os principais objetivos da auditoria nos estoques são: determinação de
que há bom controle sobre os estoques; verificação de que o cliente é
realmente proprietário do estoque; determinação de quantidade de estoque em
mão do cliente; averiguação e certeza de que o cliente atribui preço adequado
a seu estoque; determinação se há ônus sobre o estoque; determinação da
possibilidade de venda do estoque existente, atentando para indícios, tais
como mercadoria danificada, itens obsoletos etc.; determinação da forma
correta de apresentação do estoque nas demonstrações financeiras.
Observação do estoque
A observação de estoques é um procedimento que ajuda os auditores
a atingirem vários objetivos, inclusive aqueles relacionados à propriedade,
quantidades, existência real e possibilidade de venda. Uma observação bem
feita do estoque deve dar ao auditor a certeza com relação às características
físicas, qualitativas e quantitativas dos estoques.
Procedimentos do cliente
Antes de iniciar a contagem física dos estoques, o cliente deve dar
instruções específicas a todos os empregados sobre o que fazer durante a
contagem. Se possível, parar a produção durante a contagem e a separação e
colocação em uma lista de toda mercadoria que entrar e sair durante o trabalho
de contagem.
Um bom meio de fazer levantamento físico é organizando equipes de
contagem e efetuando segundas contagens. Cada equipe geralmente é
16
formada por duas pessoas, uma do departamento que controla os itens e outra
do departamento alheio ao de estoques.
Está no objetivo do auditor verificar a contagem de estoques, baseado
em testes e determinar as providências para que os resultados sejam exatos, e
não fazer contagem (levantamento) enquanto observa uma contagem de
estoque. Caso seja encontrado algum erro, o auditor deve informar aos
componentes da equipe responsável, para que está possa tomar as medidas
cabíveis para sanar o problema.
Contagem de teste
Enquanto observa a realização do levantamento físico, o auditor deve
fazer várias contagens de teste para verificar a exatidão do trabalho dos
empregados do cliente. Essas contagens devem estar nos papéis de trabalho,
para que possa fazer uma comparação com os resumos do levantamento. É
função do auditor fazer um julgamento para decidir sobre a necessidade de
abrir caixas, pacotes etc., a fim de ter certeza da veracidade das quantidades
declaradas.
Avaliação do inventário físico
Durante a observação da realização do inventário físico, muitos
auditores gostam de registrar nos papéis de trabalho os comentários sobre os
procedimentos empregados pelos clientes no levantamento, as condições em
que se faz este, e suas próprias impressões sobre as contagens. Esses
comentários são muito importantes para se formar uma opinião a respeito de
estoques e para se fazer sugestões construtivas ao cliente.
Os tipos de estoque que podem apresentar problemas são: grandes
pilhas de material do tipo carvão; líquidos em tanques; grandes quantidades de
peças pequenas; trabalho em processo.
Existem outros tipos de casos que podem dificultar a mensuração do
estoque, como por exemplo, valor específico de jóia, mensuração de produto
químico de determinada espécie, entre outros. Nesses casos, o melhor a se
17
fazer é contratar um especialista que possa dar a certeza a respeito da
natureza do item de estoque.
Procedimentos que se seguem à observação
Após a observação, o cliente fará a enumeração dos itens, dará seu
preço e seu volume em uma listagem de estoque. A fim de concluir o trabalho
de verificação nos estoques, o auditor deve obter uma cópia dessa listagem
para exame, aplicando à mesma e a outros registros de estoque os seguintes
procedimentos:
• Conferir as contagens de teste registradas nos papéis de trabalho
com a listagem;
• Examinar faturas de compra de estoques recentes para verificar
preços e proprietários;
• Verificar totais e subtotais, na base de teste;
• Conferir os dados para determinar se as vendas e compras,
próximas da data do inventário físico, foram registradas e
devidamente incluídas no levantamento;
• Reportar-se às listas de preços, catálogos ou faturas atuais, para
determinar o custo de reposição de estoque, verificando, assim, se
há necessidade de uma baixa de preços até o nível de mercado;
• Verificar os itens marcados durante a observação do inventário,
como danificados ou obsoletos, se foram incluídos com valor menor
ou omitidos;
• Rever os cálculos do fluxo de custo empregado e rever os cálculos
de qualquer método especializado de avaliação de estoque;
• Revisar o sistema de custeio, para estabelecer a validade dos
custos apresentados (empresas manufatureiras);
• Conferir os totais de estoque, pela listagem, com os registros
contábeis, fazendo as recomendações para qualquer ajuste
necessário.
18
Além disso, o auditor deve se certificar da existência de eventuais
ônus, examinar os contratos de empréstimos, fazer averiguações e, se
necessário, examinar os registros oficiais.
Deve-se então obter com um dirigente autorizado do cliente a
representação por escrito dos estoques, chamada de certificado de estoque.
Esse certificado serve para ressaltar a responsabilidade primordial do cliente
para com a fidedignidade e exatidão das demonstrações financeiras, e é parte
das evidências colhidas pelo auditor para corroborar seu parecer sobre
estoques.
Controle interno sobre estoques
O controle interno sobre os estoques compreende controles contábeis
e físicos. Assim, deve haver uma segregação de funções, de modo a não
permitir que encarregados de controlar os estoques sejam os mesmos
responsáveis pelo faturamento de vendas ou lançamentos de compras. O
sistema contábil deve ser projetado de maneira tal, que o fluxo de dados
contábeis se faça paralelamente ao fluxo físico do estoque. Esse não deve ser
despachado antes de serem aprovadas as vendas e autorizado o embarque.
19
Auditoria do Ativo Imobilizado
Objetivos
Estes são alguns dos objetivos da auditoria do ativo imobilizado:
• Determinar sua existência física e a permanência em uso;
• Determinar se pertence à empresa;
• Estudar e avaliar o controle interno existente para os bens do
imobilizado;
• Determinar se os bens do imobilizado foram adequadamente
depreciados monetariamente em bases aceitáveis;
Campo de exame
O campo de exame compreende os direitos que tenham por objeto bens
destinados à manutenção das atividades da empresa. Para exemplificar
podemos citar terrenos, prédios, construções, benfeitorias ou melhoramentos,
jazidas minerais ou direitos de exploração, reflorestamentos, construções em
andamento, bens intangíveis, benfeitorias em imóveis de terceiros, etc.
Também devemos incluir no campo de exame peças e equipamentos
que possuam uma vida útil que justifique o tratamento especial e também
contas retificadoras do ativo imobilizado que digam a respeito das
depreciações, amortizações e exaustões.
Revisão do controle interno
Na revisão do controle interno o auditor irá checar a confiabilidade do
mesmo, para a definição dos procedimentos de auditoria, a extensão dos
trabalhos e o momento de sua aplicação.
É bem verdade que o controle interno das empresas variam em vários
aspectos, mas é bom a administração atentar a alguns pontos que devem
sempre ser forte na parte de controle do ativo imobilizado.
20
• Contagens físicas periódicas
• Balancete periódico entre as fichas individuais do imobilizado com os
registros contábeis
• Sistema de comunicação para os casos de transferências,
obsolescência ou baixas de bens do imobilizado.
• Segregação de funções entre o setor de compras e a recepção dos bens
do imobilizado
Procedimentos de auditoria
Coerentemente com os objetivos os procedimentos de auditoria deverão
estar voltados para:
• Avaliação dos bens, inclusive quanto à correção monetária.
• A existência, propriedade e posse.
• Eventual existência de ônus.
• Os critérios e a extensão das depreciações ou amortizações.
Sendo esta a primeira auditoria o trabalho deverá abranger todo o
imobilizados e checagem do controle interno paralelamente ao contábil, após
pode-se fazer por amostragem.
As verificações que incluem os bens do imobilizado, para efeito de
controle e maior eficiência devem ser acompanhadas e listagem detalhada de
todos os bens ou de fichas individuais corretamente elaboradas, que permitam
a fácil identificação e contenham os dados indispensáveis ao objetivo do
exame tais como:
• Natureza
• Dada de aquisição
• Custo original
• Correção monetária
• Depreciações ou amortizações
21
Tal como nos estoques o auditor deve estar presente no momento deste
exame. Como já foi dito tratando-se de primeira auditoria os exames e
verificações deverão ser bastante extensos e profundos.Não se tratando de
primeira auditoria o auditor deverá concentrar suas verificações, com mais
empenho, nos lançamentos de adições ao imobilizado durante o exercício e
nos acréscimos de bens.
Nessa verificação o auditor atentará para a possibilidade da existência
de lançamentos indevidos, carregando no ativo imobilizado o que deveria ser
lançado nas despesas e vice e versa.
22
Auditoria de Investimentos
Para algumas empresas, os investimentos são apenas bens temporários
já para outras constituem parcela substancial do ativo, o auditor deve estar
atento a este tipo de ativo, pois envolvem riscos muito grandes, são atraentes e
por sua negociabilidade potencial.
Objetivos
Segue-se os objetivos que são visados pelo auditor no exame dos
investimentos:
• Determinação da existência de um sistema adequado de controle interno
sobre os investimentos e lucros dele decorrentes
• Determinação de que os investimentos apresentados nos registros do
cliente realmente existem e são de propriedade deste
• Determinação da avaliação adequada para os investimentos e de
apresentação correta dos mesmos nas demonstrações financeiras
• Descoberta e divulgação de eventuais ônus sobre os investimentos
• Determinação de registro adequado de resultados e de receitas com
investimentos
Muitos destes procedimentos são semelhantes aos procedimentos dos
outros ativos, contudo alguns aspectos são peculiares a este tipo de ativo,
como na avaliação e verificação do lucro auferido com os mesmos.
Exame e confirmação
Os exames que o auditor utiliza para atingir o objetivo referem à
existência e propriedade de investimentos, normalmente, compreendem exame
ou confirmação, se a títulos envolvidos, considera-se boa pratica se o auditor
examiná-los e confrontá-los com a contagem feita pelo cliente.
23
Ao se fazer a contagem dos títulos, o auditor deve proceder de modo
que possa detectar eventuais substituições de títulos, lembrando sempre que
esta verificação deve ser feita sempre simultaneamente com a de outros ativos.
Procedimentos de avaliação
Os investimentos, em geral, são apresentados nas demonstrações
financeiras pelo custo ou pelo preço de mercado, dos dois o menor. Em toda
auditoria que envolva investimentos o auditor deve tomar como ponto de
referencia alguma medida de valor corrente de mercado do investimento, para
certificar=se de que o bem é devidamente avaliado sendo que as técnicas de
determinação do valor de investimentos variam segundo o tipo destes.
Verificação de aquisições, disposições, lucros e prejuízos
O auditor deve verificar se no período submetido a exame o cliente fez
transações de investimento que devam ser analisadas. O auditor deve procurar
nas atas do comitê para assuntos de investimentos ou da diretoria pois estas
fornecem a evidencia de autorização.No caso de títulos , os avisos enviados
pelos corretores podem ser usados para documentar as transações sempre
tendo em mente que caso as informações sobre o investimento não for
suficiente o auditor não deve hesitar em procura-la em uma fonte externa.
Neste caso, são adequados os seguintes procedimentos.
• Pedidos de confirmação de terceiros para a transação
• Consulta aos advogados representantes do cliente na transação e
referencia a registros públicos, se a transação tiver sido registrada nos
mesmos.
Verificação do lucro de investimentos
O auditor deve verificar se o lucro dos investimentos está registrado
corretamente sem excesso nem faltas. Uma vez que o lucro de investimento é
24
recebido muitas vezes de maneira irregular, tanto na freqüência como no valor,
tornando difícil controlá-lo.Esses recebimentos não programados podem não
ser depositados nem registrados, durante muitos dias, constituindo uma ótima
oportunidade para empregados desonestos que eventualmente tenham acesso
a eles.
No caso com investimentos em ações de empresas cotadas na bolsa,
deve-se comparar o dividendo registrado com os dados publicados sobre os
dividendos, no caso de debêntures pode-se calcular com base no valor do par
e na taxa nominal de juros, isto vale também para juros e amortizações de
ágio.
Controle interno sobre investimentos
O controle interno relativo a investimentos deve propiciar controle físico
e contábil sobre os bens. No controle físico deve-se garantir a custódia segura
aos investimentos e que o acesso aos títulos seja controlado por duas pessoas
para que uma delas, agindo por si mesma, não possa apoderar-se dos títulos.
No controle contábil os investimentos e o lucro proveniente desses devem
exigir prestação de contas de investimentos individuais.Lembrando sempre da
segregação de funções não deixando jamais o acesso de uma mesma pessoa
aos investimentos e aos registros contábeis correspondentes.
Apresentação de investimentos nas demonstrações financeiras
Os investimentos são geralmente apresentados nas demonstrações
financeiras pelo custo ou preço de mercado o que for o mais baixo, e é comum
divulgar os dois valores.Porem caso o investimento estiver caucionado ou
sujeito a qualquer outra modalidade de ônus, o fato deve ser divulgado nas
demonstrações financeiras, se houver alguma garantia para o investimento, é
preciso divulgar também essa informação.
25
Conclusão
Ao final deste trabalho, podemos observar a necessidade e a
importância dos trabalhos de auditoria nos ativos de uma empresa.
Através de vários procedimentos e observações, o auditor tem de
confirmar, obtendo provas e bases, as demonstrações contábeis da entidade
por meio do parecer.
26
Bibliografia
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 3ª ed.
São Paulo: Atlas, 2004.
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e
completa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.