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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Ana Cristina Seciuk PROJETO CTBA CONVIDA: UMA PROPOSTA PARA A MÚSICA LOCAL E PARA O PÚBLICO CURITIBANO CURITIBA 2012

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Ana Cristina Seciuk

PROJETO CTBA CONVIDA: UMA PROPOSTA PARA A MÚSICA

LOCAL E PARA O PÚBLICO CURITIBANO

CURITIBA

2012

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Ana Cristina Seciuk

PROJETO CTBA CONVIDA: UMA PROPOSTA PARA A MÚSICA

LOCAL E PARA O PÚBLICO CURITIBANO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso

de MBA em Gestão de Produção de Rádio e Televisão

da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas da

Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito para a

obtenção do diploma de pós-graduação lato sensu.

Orientadora: Carla Pollake.

CURITIBA

2012

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DEDICATÓRIA

Ao meu avô, in memoriam, pela inspiração e encorajamento suficientes para durar

toda uma vida.

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AGRADECIMENTOS

À orientadora Carla Pollake e à coordenadora Patrícia Leal de Brum, pelo tempo,

disponibilidade e paciência.

À minha mãe, pela oportunidade e confiança.

À minha irmã, aos amigos e ao namorado, pela ajuda e incentivo sempre.

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RESUMO

O objeto deste trabalho é a proposta de um novo modelo de projeto cultural para a

cidade de Curitiba, com foco na formação de público para a música produzida

localmente e a consolidação dos artistas participantes. Para isso, analisa-se a

influência da cultura nas relações sociais e de consumo, em especial a partir da obra

de Canclini, e elabora-se o projeto a partir de um estudo da indústria da música e da

tevê.

Palavras-chave: cultura, projeto musical, Curitiba.

ABSTRACT

The object of this work is to propose a new model of cultural project to the city of

Curitiba, centered in forming audiences and solidifying engaged artists. In order to do

that, it was proceeded an analysis of cultural influence on the social and consumption

relations, specially based on Canclini’s work, and the project was elaborated based

on studies of the music and the television industries .

Key words: culture, music project, Curitiba

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 7

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................................... 8

2.1 MÚSICA E SOCIEDADE ................................................................................................................. 8

2.2 MÚSICA E INDÚSTRIA FONOGRÁFICA NO BRASIL, HISTÓRICO E PRESENTE ............................... 9

2.3 MÚSICA E TELEVISÃO ................................................................................................................ 11

3. CTBA CONVIDA .............................................................................................................................. 13

3.1 OBJETIVOS ................................................................................................................................. 17

3.1.1 Objetivo geral ........................................................................................................................ 17

3.1.2 Objetivos Específicos ............................................................................................................. 17

3.2 O PROJETO................................................................................................................................. 17

3.2.1 Público-alvo ........................................................................................................................... 17

3.2.2 Estratégia de Ação / Memorial Descritivo............................................................................. 18

3.2.3 Equipe Realizadora ................................................................................................................ 19

3.2.4 Critério de seleção dos artistas participantes ....................................................................... 19

3.2.5 Critérios de análise da viabilidade......................................................................................... 20

3.2.6 Veiculação ............................................................................................................................. 20

3.3 FORMATO .................................................................................................................................. 21

3.3.1 Apresentações ....................................................................................................................... 21

3.3.2 Programa ............................................................................................................................... 21

3.3.3 Das gravações ........................................................................................................................ 22

3.3.4 Presença na web ................................................................................................................... 22

3.4 RELAÇÃO DAS BANDAS SELECIONADAS PARA O CTBA CONVIDA ............................................. 22

4. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................... 25

4.1 INTERESSE DO PÚBLICO-ALVO PARA O TEMA........................................................................... 25

4.2 PROJETOS SEMELHANTES E O DIFERENCIAL DO CTBA CONVIDA ............................................. 28

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4.2.1 Garibaldis e Sacis ................................................................................................................... 28

4.2.2 Quadra Cultural ..................................................................................................................... 29

4.2.3 Virada cultural ....................................................................................................................... 30

4.2.4 Outras iniciativas ................................................................................................................... 31

4.3 VIABILIDADE COMERCIAL .......................................................................................................... 32

4.3.1 Bandas locais e a movimentação do mercado de música em Curitiba ................................. 32

5. ORÇAMENTO ................................................................................................................................. 34

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 35

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 36

APÊNDICES ............................................................................................................................................ 37

APÊNDICE 01 – Roteiro do programa piloto ......................................................................................... 37

APÊNDICE 02 – Arte: logotipo ............................................................................................................... 41

APÊNDICE 03 – Arte: material de divulgação das apresentações do projeto Ctba Convida ................. 42

APÊNDICE 04 – Internet: exemplo de uso das redes sociais – Twitter do projeto Ctba Convida ......... 43

ANEXOS ................................................................................................................................................. 44

ANEXO 01 – Formulário próprio da Solicitação de Autorização Ambiental para Utilização de

Equipamento Sonoro (AES) ................................................................................................................... 44

ANEXO 02 – Autorização de Uso de Logradouro Público, concedido pela Secretaria Municipal de

Urbanismo ............................................................................................................................................. 46

ANEXO 03 – Autorização para Uso de Unidade de Conservação, concedido pela Secretaria Municipal

do Meio Ambiente ................................................................................................................................ 47

ANEXO 04 – Orçamento: serviço de limpeza, coleta e destinação de resíduos ................................... 48

ANEXO 05 – Orçamento: serviço de segurança privada ....................................................................... 51

ANEXO 06 – Orçamento: programa ...................................................................................................... 53

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1. INTRODUÇÃO

O presente projeto espera demonstrar a capacidade de se viabilizar o consumo

da música produzida localmente aliado à ocupação de espaços públicos da cidade, com a

intenção de fomentar as relações sociais e de identidade. A promoção dessas relações é

entendida como possível neste projeto por se considerar que elas também se dão

baseadas na cultura, como parte da mediação dos relacionamentos.

Realizado em duas etapas, o projeto Ctba Convida pretende levar a música para

as ruas da cidade e ampliar a experiência ali produzida através da veiculação de um

produto correlato em canal de televisão local. Os processos de elaboração e de produção

do projeto Ctba Convida serão descritos, assim como as escolhas feitas para ele, que se

baseiam na análise das características da cidade e da produção local, com ênfase na

consolidação de artistas e eventos musicais.

Baseia-se na noção de que a cena musical em Curitiba ganha fôlego, com novos

artistas e eventos, com o crescimento de público e com destaque para o interesse dos

curitibanos para essas oportunidades de vivenciar a produção cultural local.

O projeto Ctba Convida vem como uma nova maneira de se trabalhar a música na

cidade, atrelada a um contexto maior de formação de público e de visibilidade para os

participantes, garantindo a formação e a manutenção de uma cena cultural com

visibilidade e viabilidade comercial junto à audiência mais adequada (pelo menos em

facilidade de alcance e interação): a curitibana.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 MÚSICA E SOCIEDADE

Sociedade é um sistema de interações humanas, de relacionamentos sociais.

Mais do que um grupo de indivíduos vivendo juntos em um dado lugar, uma sociedade

passa pela organização que rege esse grupo, incluindo as suas instituições e as

ferramentas que comandam as relações humanas, como a comunicação.

A comunicação é parte do que garantiu a organização do homem e permitiu a

evolução das relações sociais. Mais do que a fala, a expressão humana se dá também de

outras formas. A produção é uma delas. Tudo o que é criativamente produzido por um

indivíduo tem o poder de comunicar ao outro. No relatório A UNESCO e as cidades: uma

parceria, do Setor de Relações Externas e Cooperação da Unesco no Brasil, destaca-se a

função das aglomerações sociais como meio para as relações humanas. As cidades são

ali definidas como locais de manifestação da diversidade, “seja o foco de interesse o

patrimônio herdado ou as atividades criativas, a cidade é onde a criatividade e as relações

humanas se fundem” (UNESCO, 2008, p. 16).

Assim, pode-se dizer que a relação do indivíduo com o espaço que o cerca passa

pela comunicação, mas passa também pela produção artística e criativa a que ele está

exposto. Já a relação com a sociedade passa pela ideia de cidadania, mas não apenas na

dimensão das máquinas do Estado. Segundo Nestor Garcia Canclini, as pessoas

percebem que muitas das perguntas próprias dos cidadãos - a que lugar pertenço e que direitos isso me dá, como posso me informar, quem representa meus interesses - recebem sua resposta mais através do consumo privado de bens e dos meios de comunicação de massa do que nas regras abstratas da democracia ou pela participação coletiva em espaços públicos. (1995, p. 13)

O consumo seria, portanto, mais uma faceta do que nos agrega como parte de

uma sociedade. Mais do que isso, o consumo em si faz parte da construção de

significados. Em. Comunicação, troca e classificação, Everardo Rocha destaca que o

consumo só ganha sentido com a produção, da mesma forma que os produtos só tem

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sentido no consumo, ao se tornar expressão de uma linguagem, da interação

comunicativa (ROCHA, 2004).

Não é diferente com o consumo da música, enquanto produto. Para entender

melhor como ele se dá, o próximo tópico trata da indústria fonográfica e da sua evolução

no Brasil.

2.2 MÚSICA E INDÚSTRIA FONOGRÁFICA NO BRASIL, HISTÓRICO E PRESENTE

A indústria fonográfica no Brasil, desde o início, teve como base a distribuição da

música gravada. Em qualquer formato, os fonogramas foram o principal produto do setor,

assim como em outras partes do mundo. Em seu artigo de revisão sobre a cronologia da

indústria fonográfica brasileira, Edison Delmiro Silva admite que a fonografia começou no

país com as primeiras demonstrações do fonógrafo, entre 1879 e 1891. Nos anos

seguintes o equipamento ficou mais barato e passou por inovações que facilitaram o

acesso e também a venda de mídias, com gravações que impulsionaram o mercado.

Nas décadas seguintes, empresas internacionais se instalaram no país e

permitiram o crescimento do setor.

O desenvolvimento desta indústria em nosso país sempre esteve associado ao capital estrangeiro, bastando lembrar que a tecnologia, fator de renovação efetiva tanto de forma como de conteúdo da música gravada, foi sendo importada ao longo dos anos, tanto por iniciativas individuais como através da instalação de empresas estrangeiras em nosso território. (SILVA, 2001).

O ápice da indústria no Brasil, baseada na venda da música gravada, se deu no

início da década de 1990, quando o mercado brasileiro de CDs representava 1,76% das

vendas mundiais. Em 1994, a arrecadação das gravadoras com a venda das mídias no

Brasil chegava a US$ 874,25 milhões. Mas, a partir de 1996 o volume de vendas passou

a cair. Dados da Associação Brasileira de Produtores de Discos presentes no artigo de

Edison Delmiro Silva demonstram que, “enquanto em 1998 os brasileiros compraram

105,3 milhões de CDs, fitas cassete e ainda discos de vinil, no ano passado [2000] esse

número caiu para cerca de 80 milhões” (SILVA, 2001).

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Na atualidade, os negócios da indústria fonográfica passam por mudanças

consideráveis com relação ao que pode ser considerado produto e também à forma de

consumo. A indústria, em todo o mundo, sofreu o impacto das novas tecnologias.

Conforme o acesso à música ficou facilitado, com os equipamentos que permitem

a reprodução de mídias e com a internet e seus sites especializados em

compartilhamento de arquivos, a venda de CDs (antes principal produto da indústria

fonográfica) se tornou pouco representativa como fonte de renda propriamente.

Apesar de muito se especular sobre uma crise na indústria, o que acontece, na

verdade, é uma reordenação do setor, em busca de novos caminhos que se adaptem ao

tipo de consumo que nasceu dessas transformações. Marcelo Kischinhevsky e Micael

Herschmann, no artigo A reconfiguração da indústria da música, pontuam que uma

análise da indústria permite

identificar duas faces visíveis dessa enorme avalanche de transformações que estão ocorrendo na indústria da música nos últimos anos: a) primeiramente, presenciamos não só a desvalorização vertiginosa dos fonogramas (sua transformação em commodity no mercado), mas também o crescente interesse e valorização da música ao vivo (dos concertos) executada especialmente nos centros urbanos (...); b) e, em segundo lugar, a busca desesperada por novos modelos de negócio fonográficos (...), ou melhor, o crescente emprego das novas tecnologias e das redes sociais na web como uma forma importante de reorganização do mercado – a utilização das tecnologias em rede como uma relevante estratégia de comunicação e circulação de conteúdos, de gerenciamento de carreiras artísticas, de formação e renovação de público, de construção de alianças com os consumidores etc. (2011, p.13)

Isso pode ser pontuado também com a oposição entre a situação das grandes

gravadoras e a das bandas e mesmo a das gravadoras menores e independentes, que

apresentam crescimento com a realização de concertos e divulgação de trabalhos na

rede. Isso porque o acesso a bons equipamentos e à internet não só provocou abalos na

indústria fonográfica, mas permitiu que a produção se tornasse mais independente de

grandes corporações. Uma vez usada para o compartilhamento irregular da música, a

internet se tornou espaço de divulgação, criação de públicos e circulação dos conteúdos

como atrativo de novos ouvintes. E mesmo as gravações não deixaram de ser feitas, mas

adquiriram mais representatividade como divulgação (muitas vezes disponibilizadas

gratuitamente para download) do que como produto gerador de recursos para o artista.

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Esse reposicionamento da indústria fonográfica parece condizer melhor com a

evolução do setor, em oposição a uma crise. Demonstra a continuidade do consumo

(apesar de modificado) e a adaptação da indústria para acompanhar essas mudanças. No

artigo O negócio da música: como os gêneros musicais articulam estratégias de

comunicação para o consumo cultural, Nadja Vladi destaca que o principal é que o

consumo ainda aconteça, já que

uma questão que permeia este negócio é que a música precisa ser ouvida para gerar sustentabilidade. Se as pessoas não compram mais discos físicos como no século XX, elas continuam consumido músicas através dos meios de comunicação massivos, da internet, dos festivais, dos shows, dos videogames. (2011, p.78)

Deste modo, a produção volta-se, mais uma vez para o circuito do consumo. A

música só tem sentido se for consumida, ouvida.

2.3 MÚSICA E TELEVISÃO

A música sempre esteve presente na programação da tevê brasileira, mesmo no

início das atividades. Nos momentos iniciais, a programação, muito pautada pelo que era

feito pelo rádio, trazia reestruturações de programas de auditório das emissoras

radiofônicas.

Mas a presença da divulgação de música na televisão brasileira teve como marco

inicial o embrião dos primeiros festivais, com a reprodução para a TV de eventos

característicos da bossa nova, que aconteciam nas cidades de São Paulo e do Rio de

Janeiro, com grande interesse de público. José Carlos Aronchi de Souza ressalta que

os festivais de música entre 1965 e 1969 nas redes Record e na extinta TV Excelsior (...), os programas O Fino da Bossa (1965) e na TV Rio, nos anos 60, o Carrossel, foram algumas produções musicais que contribuíram para a consolidação do gênero musical e dos seus formatos na tv brasileira. (2003, p. 10)

As emissoras colocavam no ar esses programas buscando atrair a atenção

popular voltada para aquele tipo de música e buscar uma fatia da audiência, que gravitava

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para essas atrações. Esse tipo de programa era decisivo na busca por audiência e para o

processo em que firmaram as indústrias fonográfica e televisiva brasileiras.

Os anos 1970 foram palco de mudanças. Herom Vargas destaca que “na década,

se viu a presença da música popular em programas de TV cada vez mais bem produzidos

e sem os amadorismos e improvisos que ocorriam no veículo durante os anos 1960,

sobretudo nos festivais” (VARGAS, 2010). Essas mudanças encaminharam a tevê

brasileira para a profissionalização da produção do gênero musical nos anos 80.

Durante essas duas décadas, a indústria fonográfica se consolidou no país, em

muito com a colaboração das emissoras. Amostra disso, segundo Vargas, são as trilhas

sonoras de telenovelas, grande produto de divulgação de artistas, quando a mídia ou a

música gravada era um produto de muita valia na indústria fonográfica.

As relações entre indústria fonográfica e indústria televisiva colaboraram para o

desenvolvimento dos dois setores. E o surgimento de inovações de linguagem colaborou

para a divulgação da música desvinculada de outros produtos. Para Vargas, “o que a

televisão trouxe de inovação para a linguagem da música popular está nas possibilidades

abertas pela tradução da canção na imagem eletrônica vistas concretamente no

videoclipe, linguagem e produto audiovisual de grande importância para o campo musical”

(VARGAS, 2010). A nova linguagem foi criada também nos anos 1970, com destaque

para o programa Fantástico, da Rede Globo, e colaborou para a consolidação do mercado

e para o desenvolvimento no consumo de bens culturais massivos no Brasil.

Levando em conta as características apresentadas anteriormente, passa-se a

apresentar o projeto objeto deste trabalho, elaborado com base nas tendências do

mercado fonográfico de valorização da música ao vivo e na relevância da divulgação de

música através do meio televisivo, aliadas às características da arte como meio de

interpretação e inserção social.

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3. CTBA CONVIDA

O projeto Ctba Convida propõe aproximar a música produzida na cidade e os

curitibanos. O produto final do projeto é uma série de oito programas de televisão de 30

minutos (com 24 minutos de arte), transmitida em canal de televisão pública

(especificamente na Televisão Educativa do Paraná, denominada E-Paraná),

semanalmente durante dois meses. Cada programa será gravado durante uma

apresentação ao vivo de banda ou artista local, em um espaço público da cidade.

Como o nome sugere, o projeto convida a viver o ambiente, ao invés de somente

estar nele. Despertar interesse e estimular os moradores da cidade a conhecer de perto a

produção musical local e freqüentar os espaços públicos de Curitiba, a partir da realização

de ações que promovam essa aproximação e vivência. A ideia é proporcionar um

momento de entretenimento durante a “descoberta” do espaço como ele é de fato, e não

preparado para um evento extraordinário. Como uma re-apropriação da cidade como

espaço de encontro, e não apenas de passagem.

As apresentações serão de curta duração e feitas em versão acústica, como

pocket shows, com a execução de um repertório selecionado de seis a oito músicas. O

objetivo desse formato é permitir mais proximidade do público: não se pretende a

montagem de um palco, como um show na rua, mas uma apresentação de menor calibre.

Os pocket shows serão feitos em locais abertos ou espaçosos, que permitam a presença

de público em torno do músico ou músicos.

Além do benefício de deixar público e artista em contato, esse formato de

apresentação também torna desnecessários gastos com estrutura de som e iluminação

extras, que ficam restritas ao que for ideal para a captação. Os equipamentos usados

durante as apresentações serão os da equipe de filmagem: captação de áudio, câmeras e

iluminação, para garantir a qualidade técnica do material filmado.

Deve ficar clara a intenção do Ctba Convida. Diferente de programas que trazem

apresentações de bandas - como o já extinto Bem Brasil da TV Cultura, por exemplo – o

objetivo não é somente transmitir um show, mas realizar um projeto em duas etapas: a

apresentação e o programa televisivo. O projeto Ctba Convida pretende promover um

diálogo entre a cultura/música e a cidade na qual a mesma é produzida ou no espaço em

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que é executada e ao mesmo tempo promover também um diálogo com o público –

desenvolvendo, assim, interesse da população pela produção musical realizada em

Curitiba - ou por curitibanos - e, juntamente, pela própria cidade. Com isso, destaca-se

que as apresentações devem ser gravadas sem esquecer que elas não são o objeto da

gravação por si, elas devem ser vistas como acontecimentos complementares à

gravação, como – de fato – um processo em duas etapas.

Como projeto, o Ctba Convida pretende se fazer presente de três maneiras:

a) Performance / apresentação: execução de músicas pela banda em local público. A

divulgação será feita por cartazes em espaços selecionados, através do canal de

TV e da internet.

b) Programa: homônimo, gravado durante as apresentações, mostrando não somente

o pocket show, mas inserções de bastidores dos músicos e reportagens sobre o

local da apresentação. Esse conteúdo será editado e veiculado semanalmente na

TV E-Paraná.

c) Internet: a principal intenção da presença na web é criar interesse pelo programa

televisivo e divulgar o projeto, ser uma mídia de fomento e memória do programa.

O que se pretende de modo terminante com a utilização da internet é atrair o

público para a tevê. Isso será realizado através de ferramentas como canais em

sites de compartilhamento de vídeos (Youtube e Vimeo), e utilização de redes

sociais, com a criação de fan page no Facebook e perfil no Twitter. Os canais vão

contar com a relação de bancas/músicos participantes do projeto e dos locais das

apresentações e disponibilização de material específico, como vídeos curtos,

editados a partir da câmera extra do backstage, utilizados como teasers para atrair

o público. Para evitar que uma possível fatia de audiência gravite para o

computador ao invés de acompanhar o programa na tevê, os episódios não estarão

disponíveis online.

Para as apresentações serão observadas as exigências da Prefeitura de Curitiba

para eventos públicos, conforme explicitado na Solicitação de Autorização Ambiental para

Utilização de Equipamento Sonoro (AES). A saber:

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- Formulário próprio1, assinado pelo representante;

- Cópia do RG e CPF, se o responsável pelo evento for pessoa física;

- Autorização de Uso de Logradouro Público, concedido pela Secretaria Municipal de

Urbanismo2;

- Autorização para Uso de Unidade de Conservação, concedido pela Secretaria

Municipal do Meio Ambiente3;

- Ofício de solicitação, informando o número de freqüentadores, o motivo e a

descrição do evento, o tipo de equipamentos sonoros que serão utilizados, as

datas de montagem e de retirada das estruturas de suporte, a data e a

programação do evento propriamente dito, os horários previstos para início e

término das atividades ruidosas e a planta com a localização dos equipamentos a

serem utilizados;

- Cópia do CNPJ da empresa promotora do evento ou CPF do responsável;

- Autorização da Unidade de Operação e Controle de Tráfego, emitida pela

Secretaria Municipal de Trânsito;

- Declaração assinada pelo promotor do evento informando que o mesmo se

responsabiliza por danos causados aos equipamentos e logradouros públicos,

assim como danos causados aos freqüentadores do evento;

- Comprovante de protocolo de ofício junto à Secretaria de Estado de Segurança

Pública (SESP), para informação quanto à realização do evento;

- Comprovante de contratação de empresa particular para limpeza, coleta e

destinação dos resíduos gerados no evento; efetuar a segurança do evento;

disponibilizar apoio médico no evento;

- Anuência formal do representante da entidade geradora de zona de silêncio quanto

ao uso de equipamentos sonoros nas imediações da mesma, contendo a data e os

1 Anexo 01

2 Anexo 02

3 Anexo 03

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horários previstos para a realização do evento, a assinatura do responsável pela

instituição, seu cargo (carimbo) e a data da anuência;

- Recolhimento da Taxa de Licenciamento Ambiental;

Todas as gravações/apresentações serão programadas também de acordo com

horários autorizados para a realização de eventos: entre as 7 horas e as 19 horas, de

segunda a sexta-feira; e entre as 7 horas e as 22 horas, nos fins de semana. Além disso,

serão respeitadas as zonas de silêncio (contadas a partir de 200 metros de hotéis,

unidades de saúde, hospitais, escolas ou bibliotecas públicas). E, em concordância com o

décimo tópico da Solicitação de Autorização Ambiental para Utilização de Equipamento

Sonoro (AES), serão contratados os serviços especializados obrigatórios para esse tipo

de evento em espaços públicos (de segurança, limpeza e atendimento médico). Os três

trabalhos estão previstos no orçamento.

Como mencionado anteriormente, as apresentações serão divulgadas em

estabelecimentos que colaboram com a promoção da música/cultura produzida na cidade

por meio de cartazes e flyers. Além de inserções nos comerciais da emissora de tevê.

Para auxiliar na estrutura de gravação, e visando uma melhor formatação do

programa de tevê, os pocket shows vão contar com a presença de um apresentador,

selecionado entre os profissionais da emissora. O apresentador surge como um elemento

de condução do programa, e de ligação entre as duas fases do projeto, fazendo um

paralelo tevê/apresentações.

Durante a gravação, a interação tanto do público como dos artistas com câmera

diretamente, com produtor e equipe é bem vinda. Também não há intenção de esconder o

processo de produção (não mostrar a equipe, ou evitar que a banda interaja com ela, com

o equipamento de gravação). A intenção é que isso não seja algo que afaste as pessoas.

Serão utilizadas três câmeras para a captação. Duas vão fazer as imagens do

programa, e a terceira será utilizada para gravação de inserções de backstage - o

cinegrafista responsável pela câmera extra pode fazer imagens mais soltas, mesmo

entregar a câmera por algum tempo para a banda para imagens dos artistas se

preparando para a apresentação, por exemplo.

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3.1 OBJETIVOS

3.1.1 Objetivo geral

Levar a música curitibana para um local onde ela não estivesse habitualmente e

fazer com que a execução surja como um convite às pessoas que estão passando pelo

local a se aproximarem e experimentar algo novo, inesperado. Esta

apresentação/interação dará origem a um programa musical de tevê.

3.1.2 Objetivos Específicos

- Valorizar e divulgar a produção cultural local e sua pluralidade;

- Valorizar a cidade, favorecendo contato com os espaços públicos e estimulando atitudes

de zelo e apreço pelos mesmos;

- Permitir maior visibilidade às bandas selecionadas para participação nos

programas/apresentações, aproximando-as do público;

- Atuar como incentivador para que o público interessado se movimente pela cidade e

desfrute do que ela oferece.

3.2 O PROJETO

3.2.1 Público-alvo

Considerando os dois momentos interdependentes do projeto Ctba Convida, são

definidos dois públicos, um para cada fase do projeto.

a) Apresentações: População da cidade/freqüentadores dos locais em que serão

realizadas as apresentações/gravações.

b) Programa televisivo: 24-35 anos; gêneros masculino e feminino; classes AB e C1

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3.2.2 Estratégia de Ação / Memorial Descritivo

- Formação da equipe;

- Levantamento do cenário musical da cidade e seleção das bandas/músicos;

- Reuniões de pauta / definição de repertório com cada banda;

- Definição do cronograma de filmagens e obtenção de autorizações junto a Secretaria

Municipal de Turismo de Curitiba ou ao responsável específico pelo espaço;

- Elaboração dos roteiros de gravação;

- Elaboração da arte do programa;

- Filmagens;

- Edição;

- Veiculação;

- Finalização do projeto

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3.2.3 Equipe Realizadora

FUNÇÃO QUANTIDADE

PERÍODO

PRÉ PRODUÇÃO PÓS

Diretor 1 X X X

Produtor-executivo 1 X X

Assistente de direção 1 X X X

Diretor de fotografia 1 X X X

Diretor de produção 1 X X X

Produtor 2 X X

Editor 2 X

Cinegrafista 3 X

Assistente de câmera 3 X

Eletricista 1 X

Técnico de som 1 X

Microfonista 1 X

Apresentador 1 X X

Roteirista 2 X X

3.2.4 Critério de seleção dos artistas participantes

Como critério para a definição dos artistas ou bandas que vão participar do

projeto Ctba Convida, fica estabelecida a projeção na cena musical da cidade. Artistas

que se destaquem pelo trabalho profissionalizado (oposto ao hobby), que será definido

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pela busca de novos públicos em shows em outras cidades; mudança de “cidade base”

para viabilizar a profissionalização; participação em eventos de maior porte (local ou

nacionalmente).

Para isso, estudou-se a visibilidade das bandas curitibanas ativas em canais que

fazem divulgação e crítica musical local com o objetivo de se chegar à seleção do projeto,

descrita mais à frente.

3.2.5 Critérios de análise da viabilidade

Conforme a habilidade em atender os objetivos propostos:

- Valorização, divulgação e visibilidade da produção musical: objetivo que deve ser

atingido através das apresentações de bandas da cidade e da veiculação dos programas

em canal de televisão aberta, de modo a ampliar públicos e meios de exposição;

- Valorização da cidade e dos espaços públicos: deve ser alcançado por meio da escolha

dos mesmos para a realização do projeto e produção de conteúdo específico sobre o local

para veiculação dentro do programa televisivo;

- Incentivo à circulação e “apropriação” da cidade pelos habitantes: a ser atingido através

da realização e divulgação de eventos em locais públicos, estimulando a formação de

freqüentadores ou da sua assiduidade e motivando a apropriação do espaço público.

3.2.6 Veiculação

O programa televisivo do projeto Ctba Convida é proposto para veiculação em

canal de tevê aberta e pública. O caso fica restrito, portanto, à emissora estatal Rádio e

Televisão Paraná Educativa (E-Paraná). Por se tratar de um programa caro, a parceria

com a esfera pública viabiliza a produção.

A veiculação por um período determinado de tempo – uma temporada de dois

meses – também torna o programa menos oneroso, já que o alto custo de produção seria

proibitivo para uma atração da grade normal.

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A transmissão pretendida para o horário das 14 horas de sábado substituiria a

reprise de outro programa musical, e viria na seqüência do programa local E-Cultura, que

trata de assuntos correlatos à arte, o que pode garantir audiência para a nova atração.

3.3 FORMATO

3.3.1 Apresentações

As apresentações promovidas pelo projeto Ctba Convida serão realizadas sempre

em locais públicos da cidade, de modo a permitir que qualquer pessoa tenha possibilidade

de acesso. Nelas não haverá propriamente uma estrutura de show, serão realizadas

como pocket shows acústicos. Sempre com roteiro de gravação, previamente

estabelecido pela equipe.

Os artistas serão filmados para o programa, mas a apresentação não deve ser

feita apenas como matéria-prima para o televisivo. A intenção ao levar as bandas para

locais públicos é também proporcionar aos curitibanos uma forma diferente de desfrutar

daquele local, encorajando a apropriação para outros fins além da simples circulação e

disponibilizando entretenimento em situações incomuns no dia a dia.

3.3.2 Programa

O conteúdo do programa será composto pelas apresentações promovidas pelo

projeto Ctba Convida, editadas em linguagem apropriada para a veiculação televisiva,

somadas a material produzido especificamente para o programa, com VTs sobre o local

da apresentação e sobre a banda. Cada episódio terá 24 minutos de produção.

Dado o tipo de ambiente em que o programa será gravado, é imprescindível a

utilização de equipamentos de captação e técnicos bons, pois quanto maior o número de

pessoas, maior a interferência de ruídos e maior a dificuldade de captação com qualidade.

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3.3.3 Das gravações

Como mencionado, é fundamental que o programa conte com bons recursos

técnicos de captação - especialmente de som. Porém, devem estar posicionados e ser

operados viabilizando a proximidade e a interação entre músicos e público, ou seja, tendo

em vista não somente a qualidade do produto final (programa de tevê), mas de todas as

etapas do projeto, que são complementares.

3.3.4 Presença na web

As ações do projeto Ctba Convida na internet vão ter como principais canais as

redes sociais (Facebook e Twitter) e sites de compartilhamentos de vídeos (Youtube e

Vimeo). A partir destes sites será feita a divulgação das duas etapas propostas e o

relacionamento com o público.

O conteúdo relacionado ao projeto Ctba Convida disponibilizado pela internet será

gerenciado pela própria produção. O material colocado na rede será editado a partir de

conteúdos extra programa, em especial com material de bastidores, para atrair a

audiência para acompanhar o programa na tevê. Justificadamente, os episódios não

estarão disponibilizados pela internet.

3.4 RELAÇÃO DAS BANDAS SELECIONADAS PARA O CTBA CONVIDA

Para a seleção das bandas que participarão do projeto Ctba Convida, foi definido

um caminho que buscou identificar a visibilidade da produção e também indicativos da

qualidade dos artistas. Assim, trabalhou-se em um levantamento da repercussão de

músicos locais em sites ou blogs, também locais, reconhecidos e com foco em música. As

bandas selecionadas tiveram citações e resenhas positivas em dois meios: o site Mondo

Bacana, revista eletrônica voltada para cultura em geral, e o Caderno G, suplemento de

cultura da Gazeta do Povo, jornal de maior alcance da cidade. Além disso, se buscou um

levantamento também no blog Defenestrando, especializado em produção curitibana. As

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bandas listadas a seguir são as selecionadas para o projeto, apontadas (em um

levantamento feito entre pessoas do ramo pelo citado blog) como os principais nomes de

2011, com destaques para quatro quesitos: melhores músicas, melhores clipes, melhor

show e melhor lançamento (álbum) do ano.

a) A Banda Mais Bonita da Cidade. Ganhou visibilidade com a divulgação de um

videoclipe no site de vídeos YouTube, em 2011. Com 10 milhões de

visualizações no total (três milhões só nas primeiras semanas), aproveitou a

notoriedade instantânea para fazer shows em vários pontos do país e produzir

o primeiro álbum através de crowdfunding. Faz rock alternativo entrecortado

por influências de pop, indie rock e MPB.

b) Banda Gentileza. Sexteto que faz trabalho de divulgação e formação de

público intenso pela internet, com agenda freqüente na cidade e em outros

estados e participação em festivais. Chamou atenção com o álbum de estréia

(disponibilizado a custo zero na internet) pelas letras e pela mistura de ritmos

nas composições, que vão da música caipira a sonoridades que remetem ao

leste europeu.

c) Copacabana Club. Grupo com público formado e participação em espetáculos

e eventos de vários portes, com destaque para abertura de shows

internacionais e de apresentação no festival de alcance nacional SWU e mini-

turnê de sete shows em Londres, viabilizada por crowdfunding. O quinteto

produz músicas mais voltadas para o pop, com muito apelo da eletrônica, com

faixas dançantes e ”fáceis”.

d) Crocodilla. Banda de rock vencedora do Prêmio Kaiser Sound 2010 com

apresentações freqüentes na cidade e influências da produção setentista e do

chamado rock independente (ou indie) bastante presente no começo dos anos

2000.

e) Felixbravo. Duo de músicos com sonoridade que mescla valsa, bossa, choro e

maxixe, com álbuns gravados e boa aceitação da crítica. Investem em

parcerias com músicos consagrados na cidade para shows e gravações.

f) Lemoskine. Grupo formado a partir de um projeto paralelo de músicos da

cidade com histórico de envolvimento em bandas que colaboraram para a

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formação de público desde os primeiros anos da década de 2000. Com álbum

considerado pela crítica local como musicalmente consistente e cercado de

maturidade pela experiência dos integrantes.

g) O Lendário Chucrobillyman: classificado como “one man band” do músico

multi-instrumentista Klaus Koti, com público formado, visibilidade e shows

internacionais, além de indicações para prêmios nacionais como o VMB, do

canal segmentado MTV Brasil.

h) Sabonetes. Atualmente em São Paulo, com participação em festivais

nacionais, em programas de TV e investimento em produção de faixas e

videoclipes para divulgação. Por boa parte da crítica, avaliado como uma das

bandas de origem curitibana com mais propensão de se tornar, em breve,

sucesso radiofônico, com produção de hits com perfil comercial.

Cada uma das oito apresentações (e, portanto cada um dos oito programas que

irão ao ar na E-Paraná) será produzida com um dos selecionados. Para isso, as

bandas/artistas serão contatadas previamente pela produção do projeto para confirmar o

interesse e a viabilidade de participação. Será elaborado um contrato, para garantir à

equipe o compromisso com os dias de gravação e evitar problemas de cronograma.

Como contrapartida, as bandas participantes vão ter à disposição mais um meio de

divulgação e de formação de audiência.

Com essa relação entre apresentações - música local - televisão, pode-se dizer

que se pretende atingir dois tipos de público. Uma fatia já interessada por música, que

tenha como hábito freqüentar os eventos oferecidos em Curitiba, e outra, talvez mais

distanciada da cultura local, mas com interesse para novidades, seja para experiências

(como as apresentações) ou para novos produtos associados à cor local (como o

programa de tevê proposto pelo projeto). Isso porque o sucesso do Ctba Convida

depende, em grande parte, da interação da audiência com os artistas e com o espaço

público durante as gravações.

Pensa-se, ainda, na possibilidade de abrir novas temporadas do projeto, com

espaço para outros cortes (como a descoberta de novas bandas ou a exploração de

cenários mais específicos dentro da cidade – como o sertanejo, o pagode ou o eletrônico).

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4. JUSTIFICATIVA

A cidade de Curitiba tem um histórico de relação com a cultura e com atividades

culturais. Com eventos distribuídos pelo ano todo, número considerável de espaços de

cultura e lazer na cidade, e interesse da população em participar e freqüentar

programações culturais.

Na cidade, são 101 equipamentos urbanos administrados pelo município voltados

para a cultura (entre bibliotecas, centros culturais, cinemas, memoriais, museus e teatros),

somados a dezenas de parques e bosques; além de centenas de espaços particulares,

voltados especialmente para apresentações e espetáculos.

Considerando esse contexto, o presente projeto se justifica já que vem somar e

fomentar mais um espaço de integração cidadão-cultura.

4.1 INTERESSE DO PÚBLICO-ALVO PARA O TEMA

O calendário oficial da cidade conta com 44 eventos permanentes. Dentre eles, os

culturais são maioria, representam 40% do total. E metade dos eventos culturais (oito

deles) é essencialmente voltada para a música. O restante da agenda oficial que tem

maior porcentagem são os eventos gastronômicos (que representam 13% do total) e

esportivos (que ocupam 11% do calendário). Os outros 36% são de eventos voltados para

negócios, celebração de datas comemorativas, religiosos ou relacionados a etnias ou

descendências, e somam 15 eventos.

Os eventos musicais do calendário oficial da cidade têm perfis bastante

diferenciados entre si. São eles:

- Oficina de Música de Curitiba: evento de renome internacional realizado pela

Fundação Cultural de Curitiba que acontece ininterruptamente há 30 anos, a

Oficina de Música tem como principal característica ser espaço de

desenvolvimento acadêmico e profissional de músicos, mas também abre uma

programação com espetáculos realizados em vários ambientes, para levar a

música para o público em geral. Teve sua primeira edição em 1983. Naquele ano,

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o evento contou com oito cursos que reuniram 200 alunos. Na edição mais recente

do evento, que aconteceu em janeiro de 2012, foram 1.500 alunos, que

participaram de mais de cem cursos.

- Pré-Carnaval do bloco Garibaldis e Sacis: o bloco começou a desfilar em 1999,

como uma tentativa de resgatar o Carnaval de rua na cidade e reúne foliões nos

quatro domingos que antecedem o Carnaval. O bloco Garibaldis e Sacis é uma

iniciativa particular que se mantém sem recursos vindos da administração

municipal: todos os custos para as saídas do bloco são pagos com fundos próprios,

formados a partir de contribuições de membros do grupo, de comerciantes

apoiadores e de foliões. O bloco passou por várias transformações no decorrer dos

anos para dar conta de se adaptar ao crescimento do número de foliões e,

conseqüentemente, às novas dimensões do evento. No decorrer dos 13 anos de

desfiles, o número de participantes, que começou com algumas dezenas de

pessoas nos primeiros tempos atingiu até sete mil nos desfiles de 2012.

- Psycho Carnival: outro evento que alcançou a 13ª edição, o Psycho Carnival

acontece em Curitiba durante o Carnaval e começou como uma alternativa à

programação tradicional da data. O festival do estilo musical psychobilly estreou

em 1999 com uma noite de shows de cinco bandas que reuniu um público

estimado de 300 pessoas. A edição de 2012 alcançou um público de 12 mil

espectadores e trouxe para Curitiba 40 bandas, em uma programação distribuída

em quatro dias de festival. É considerado o maior evento de estilo do Brasil e conta

com o apoio de comerciantes, cervejarias locais, vereadores e da Fundação

Cultural de Curitiba.

- Quadra Cultural: evento de iniciativa particular do empresário Arlindo Ventura, dono

do O Torto Bar, que conta com o apoio da prefeitura e de vereadores da cidade. O

evento alcançou a quinta edição em 2012 e tem como objetivo levar arte e cultura

para a região do estabelecimento, com a promoção de um dia de espetáculos na

rua em frente ao bar, com estrutura apropriada.

- Curitiba Country Festival: considerado o maior evento específico de música

sertaneja/country do país, o Curitiba Country Festival acontece desde 2007, já teve

seis edições na cidade. Conta com quase cinqüenta apoiadores (entre bares,

casas noturnas e rádios) e estrutura para um público de 25 mil pessoas. Com o

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sucesso do primeiro evento, a produtora responsável, CWB Brasil, levou o mesmo

modelo também para o Mato Grosso. No total já foram realizadas, nos dois

estados, vinte edições do festival, com público de mais de 350 mil pessoas.

- Lupaluna: maior festival de música do Paraná, realizado pelo Grupo Paranaense de

Comunicação (GRPCOM, maior grupo de comunicação do estado), já teve quatro

edições. A cada evento são 40 atrações distribuídas em dois dias de festival e

dividas em cinco palcos. Conta com bandas de repercussão nacional e

internacional mescladas a artistas que ganham destaque na cidade e público

estimado de 45 mil pessoas por edição.

- Festival de Hip Hop: mais um evento com gênero específico realizado na cidade, o

Festival de Hip Hop acontece há 11 anos. Também de organização particular,

conta com a participação de, em média, 9.000 bailarinos e 60.000 espectadores a

cada edição. Tem como objetivo a promoção de encontro nacional e internacional

de dançarinos da modalidade, com competições, mostras, oficinas e palestras

relacionadas.

- Virada Cultural: evento inspirado em iniciativas como a Nuit Blanche4, a Virada

Cultural de Curitiba é um evento realizado pela Prefeitura com parceiros da

iniciativa privada. Em uma maratona de 24 horas de eventos culturais, a virada

curitibana reuniu na sua primeira edição 150 mil pessoas, número que subiu para

200 mil no ano seguinte. Com grande participação de artistas locais, o evento

contou, na edição mais recente, com mais de 400 atrações, entre programação

oficial e atividades paralelas.

Atualmente, todos estes eventos têm algum apoio da prefeitura ou são

organizados pela administração municipal, mas o crescimento de eventos na cidade é

notado - dentro dos últimos anos -, com ou sem a colaboração do município. Isso por

4 Nuit Blanche: Festival anual de artes realizado na França que se estende por uma noite inteira, com

espaço para instalações, performances de música, dança e outras atividades. A primeira Nuit Blanche foi

realizada em 2002, na cidade de Nantes.

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causa do surgimento e da consolidação de ações particulares, que passaram a receber

aporte da administração da cidade depois de ganharem visibilidade e aceitação de público

(os principais e que merecem mais destaque são os previamente citados desfiles pré-

carnavalescos do bloco Garibaldis e Sacis, o Festival Psycho Carnival e a Quadra

Cultural, que passaram a integrar oficialmente o calendário de eventos da cidade).

Levando em conta a quantidade de eventos e, em especial, a consolidação de um

público interessado em participar de ações ligadas à música em Curitiba, pode-se

perceber um ambiente propício para a formação de novos projetos na cidade. Além disso,

o modelo proposto – de proximidade entre produção musical/consumo – se distancia de

maneira geral do que é feito na cidade e pode garantir visibilidade e interesse para a

proposta.

4.2 PROJETOS SEMELHANTES E O DIFERENCIAL DO CTBA CONVIDA

Dentre os eventos do calendário oficial citados anteriormente, três guardam

semelhanças com o projeto proposto e serão mais detalhados a seguir. São eles: o pré-

carnaval do bloco Garibaldis e Sacis, a Quadra Cultural e a Virada Cultural.

4.2.1 Garibaldis e Sacis

O bloco pré-carnavalesco Garibaldis e Sacis desfila desde 1999, e em 2012

chegou a movimentar sete mil pessoas em cada uma das saídas do bloco, nos quatro fins

de semana que antecedem o Carnaval. O grupo foi formado por iniciativa particular e

cresceu espontaneamente com o passar dos anos, até atingir as dimensões atuais. Em

2010, o público era de três mil pessoas, número que mais que dobrou em dois anos. O

evento foi incorporado ao calendário oficial da cidade apenas no último ano, quando

passou a contar com o apoio do poder público, com esquema de segurança e

policiamento.

A reunião de público em torno de uma ação de cunho cultural (essencialmente da

música), levando à ocupação de um espaço de circulação é a principal semelhança do

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projeto Ctba Convida com a proposta do bloco Garibaldis e Sacis. Além disso, outra

característica semelhante é a presença do público como essencial para que o evento se

desenvolva de fato, já que a simples apresentação musical não se sustenta sozinha nas

situações propostas tanto pelo Ctba Convida e como pelo bloco pré-carnavalesco.

4.2.2 Quadra Cultural

Outro evento de iniciativa particular que ganhou corpo nos últimos anos é a

chamada Quadra Cultural. Idealizada e promovida pelo proprietário de um bar desde

2008, acontece na rua, em frente ao estabelecimento, que fica no setor histórico da

cidade, e hoje conta com apoio da prefeitura.

O evento já teve quatro edições e cresceu consideravelmente desde o primeiro

ano. Com a presença de aproximadamente mil pessoas na primeira edição, a Quadra

Cultural de 2012 teve público total de 10 mil pessoas durante as oito horas de evento –

dobro do esperado pela organização -, com picos de seis mil pessoas. Com seis shows,

sendo cinco de artistas locais, o evento também entrou para o calendário oficial da

cidade, e é realizado um fim de semana depois do Carnaval. Como objetivo central da

Quadra Cultural está a revitalização da região, bastante marginalizada pelo tráfico e

freqüente circulação de usuários de drogas e pela proximidade com áreas de prostituição.

A intenção é levar as pessoas para a rua, em uma retomada da cidade pelos habitantes.

Com a iniciativa de recuperação da rua, da cidade, como espaço de convivência e

interação, o Ctba Convida guarda similaridades importantes com a Quadra Cultural. A

percepção da cultura como catalisadora das relações de pertencimento e cidadania e a

utilização dela para colaborar para uma retomada – ou incentivo de uma retomada – dos

espaços da cidade como área não só de passagem são os paralelos principais entre os

dois projetos.

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4.2.3 Virada cultural

Evento organizado pela prefeitura, a Virada Cultural curitibana teve – até o

momento - duas edições (em 2010 e 2011) e reuniu um grande público para acompanhar

atrações de vários tipos durante mais de 24 horas ininterruptas de programação. Foram

150 mil pessoas na primeira edição, número que subiu para 200 mil, em 2011. Apesar de

contar com peças de teatro, espetáculos de danças e outros, o principal chamariz da

Virada Cultural são os shows musicais, que atraíram público de 20 mil pessoas nos picos

de movimento, também em 2011.

Com shows de nível nacional e local, as apresentações de bandas curitibanas

mostraram boa aceitação entre o público do evento. Como exemplo, pode-se citar dois

shows de bandas locais que atraíram ou mantiveram público de forma consistente. O

primeiro caso é o d’A Banda Mais Bonita da Cidade, que reuniu 18 mil pessoas durante o

show na virada de 2011, número bastante próximo ao da concentração máxima

observada no evento.

O segundo caso é o do também local Supercolor. O grupo se apresentou já

durante a madrugada, às quatro horas da manhã, e conseguiu público de sete mil

pessoas.

Uma situação particular à Virada Cultural que merece comentário é a articulação

de eventos paralelos, pensados justamente para aproveitar a movimentação de um

evento oficial com divulgação garantida em vários meios. Em espaços exteriores ao

cronograma montado pelo município, grupos particulares se organizaram para produzir

mais shows, ampliando consideravelmente a programação da Virada Cultural e a

quantidade de artistas que se apresentaram durante o período do evento.

No fim de semana da Virada Cultural 2011, a programação contou com 116

atrações musicais. Dessas, 45 (ou 38%) eram de organização paralela, a maior parte

delas reunidas nas programações alternativas Virada Fora do Eixo, Virada no Bicicletário

Livre do Centro Cívico, Coletivo Pequenos Conteúdos, Palco de Inverno, Panelaço 2011 e

Ruído nas Ruínas.

A realização dessas atrações paralelas também foi divulgada pela prefeitura junto

com a programação oficial.

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Guardadas as proporções em alcance de evento, o objetivo de viabilizar o acesso

à música e à cultura é a maior semelhança entre o projeto Ctba Convida e a Virada

Cultural, facilitando a escuta de música em ambiente público e de forma gratuita, como

incentivo ao consumo da produção curitibana.

4.2.4 Outras iniciativas

Outro trabalho desenvolvido pela prefeitura que deve ser citado é o projeto

cultural Música nos Parques. O projeto está na sexta temporada e acontece nos meses

de verão, levando para parques da cidade apresentações de bandas locais, selecionadas

por edital. A exemplo do que acontece na Virada Cultural, ao Música nos Parques

também se somam articulações paralelas. Com a autorização da prefeitura, o grupo Tubo

Coletivo/Fora do Eixo utiliza a estrutura montada para o projeto municipal para ampliar o

evento com o Fora do Eixo nos Parques, que leva uma segunda banda para o mesmo

espaço.

Mais uma vez, a aproximação de público com a música, desta vez

especificamente com a produção local, é o destaque da iniciativa, aliada à promoção do

desenvolvimento dos artistas curitibanos – assim como o objetivado com o projeto agora

proposto.

As iniciativas apontadas demonstram que a cidade tem características e público

receptivos a eventos musicais que envolvem a produção local em espaços públicos. A

expansão de projetos que já tem essas peculiares permite avaliar que existe espaço em

Curitiba para a ampliação do leque trabalhado até o momento, somando a ele uma nova

ferramenta. A produção de material para TV e a transmissão do conteúdo em canal aberto

pode ampliar o nível de interesse da população pela produção local e incentivar os

artistas que se formam na cidade.

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4.3 VIABILIDADE COMERCIAL

No próximo tópico segue uma breve avaliação de aspectos que podem ser

observados na cidade e que demonstram a viabilidade comercial da música produzida em

Curitiba e de ações a ela relacionadas.

4.3.1 Bandas locais e a movimentação do mercado de música em Curitiba

Além da proliferação e do sucesso de eventos envolvendo artistas e bandas

locais, a presença da música produzida em Curitiba também cresceu nas rádios da

cidade. Pelo menos três das doze FMs musicais do dial curitibano abrem espaço para a

música produzida por artistas locais:

- E-Paraná: é a rádio educativa estatal, que tem como objetivos na elaboração da

programação estimular a conscientização musical e a formação de audiência para

música de qualidade, além de divulgar a música do estado do Paraná através da

promoção da produção regional e também da produção independente;

- Lumen FM: rádio que tem como premissa oferecer uma programação pautada pela

qualidade musical, inovação e diversidade, buscando constantemente tocar

músicas que não se ouve na programação de outras emissoras da cidade, com

foco para MPB, pop-rock nacional e internacional, música instrumental, jazz,

erudita e world music;

- Mundo Livre FM: emissora de rádio do grupo GRPCOM, formada com a intenção

de tocar música da melhor qualidade. Na programação estão vários estilos, com

sons das décadas de 1960 a 1990 e também hits da atualidade e novas

tendências. A rádio Mundo Livre FM também apóia projetos culturais, com a

intenção de valorizar a produção local.

Apresentações em bares e casas noturnas da cidade também são uma realidade.

De modo geral, os shows de bandas locais são divulgados por meio de um trabalho de

formação de público das próprias bandas através da veiculação na internet, em especial

nas redes sociais. De maneira geral, as bandas têm conteúdos disponíveis que vão de

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faixas a videoclipes e material promocional à venda, e também conteúdos para download,

sejam faixas selecionadas ou álbuns inteiros.

Essa movimentação promovida pela produção local demonstra a capacidade de

viabilidade comercial de um projeto que trate exclusivamente desse segmento. O

interesse de emissoras e de estabelecimentos (como reflexo, em última instância, do

interesse do público) demonstra a capacidade da produção musical local para um bom

desempenho comercial. O projeto ainda aproveita essa possibilidade para estender o

espaço, já existente nas rádios, para a televisão, ampliando o acesso e valendo-se das

boas credenciais apresentadas pela produção curitibana.

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5. ORÇAMENTO

SERVIÇO* VALOR

Segurança para gravações/apresentações** R$ 10.224,00

Serviço de limpeza, coleta e destinação de resíduos

para gravações/apresentações**

R$ 4.800,00

Cobertura médica obrigatória para

gravações/apresentações**

R$ 4.0000,00

Programa - produção, gravação e edição (incluídos

gastos com equipamentos e honorários da equipe)**

R$ 80.800,00

TOTAL R$ 99.824,00

Custos por programa R$ 12.478,00

* Orçamentos anexados ao projeto

** Valores para os oito dias de apresentações do projeto Ctba Convida

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das análises e dos levantamentos feitos ao longo deste trabalho, as

características de Curitiba permitem afirmar que há espaço na cidade para novas ações

culturais: público interessado, cena favorável e experiências com bons resultados que

floresceram nos últimos anos sem se tornarem excessivamente competitivas e

canibalizarem-se entre si. Assim, percebe-se que há lugar para um novo projeto, com

características que tragam novas possibilidades para a cidade.

Com foco na produção musical local e na associação de veiculação em canal de

tevê aberto, o projeto Ctba Convida traz como principal trunfo valer-se da viabilidade

comercial desse segmento e também fomentar os artistas da cidade, numa parceria para

fortalecer a arte curitibana, com foco na música.

Promoção e incentivo também direcionados para a retomada dos espaços

públicos pelos habitantes como local de convívio, possibilitando novas relações de

empoderamento da população frente aos problemas de sensação de insegurança, tão

comuns atualmente.

Essas características da cidade aliadas à proposta do projeto Ctba Convida

permitem apontar para a viabilidade da ação, como novo canal de promoção e produção

de cultura.

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REFERÊNCIAS

ARONCHI DE SOUZA, José Carlos. Gêneros e Formatos na Televisão Brasileira. São Paulo, Summus, 2004.

CANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e cidadãos. Conflitos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro, Editora da UFRJ, 1995.

KISCHINHEVSKY, Marcelo e HERSCHMANN, Micael. A reconfiguração da indústria da música. Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação. Brasília, 2011.

ROCHA, Everardo. Comunicação, troca e classificação: notas para uma pesquisa do consumo como sistema cultural. In: Comunicação, representação e práticas sociais. Pereira, Miguel et alli (orgs). Rio de Janeiro, Ed. PUC-Rio, Aparecida SP, Idéias e Letras, 2004.

SILVA, Edison Delmiro. Origem e desenvolvimento da indústria fonográfica brasileira. In: XXIV Congresso Brasileiro da Comunicação, Campo Grande, 2001.

UNESCO, Setor de Relações Externas e Cooperação. A UNESCO e as Cidades: uma parceria. Brasília, UNESCO, 2008.

VARGAS, Herom. Secos & Molhados: experimentalismo, mídia e performance. XIX COMPÓS: Rio de Janeiro, 2010.

VLADI, Nadja. O negócio da música: Como os gêneros musicais articulam estratégias de comunicação para o consumo cultural. Dez anos a mil: mídia e música popular massiva em tempos de internet. Porto Alegre, Simplíssimo, 2011.

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APÊNDICES

APÊNDICE 01 – Roteiro do programa piloto

Nome do programa - Ctba Convida

Formato - Programa de 24 minutos de arte, com três blocos de oito minutos. Semanal,

veiculado na TV Educativa do Paraná, E-Paraná.

Sinopse – Programa semanal, gravado durante apresentação de uma banda local em

espaço público da cidade de Curitiba.

Divisão por blocos

BLOCO 01 - 8’15’’

BLOCO 02 - 8’20’’

BLOCO 03 - 7’25’’

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PRODUTORA WW

DURAÇÃO: 24 MINUTOS

PROGRAMA Ctba Convida Programa 01 / Sabonetes

VÍDEO AUDIO

VINHETA ABRE (5’’)

VT ABERTURA (10’’)

VT ABRE [preparação – câmeras

backstage da banda chegando,

afinando instrumentos] (1’)

OLÁ. ESTÁ RECONHECENDO ESSE

LUGAR?/

OLHANDO DE LONGE,/ FICA MAIS

FÁCIL:/ ESTAMOS NO MUSEU OSCAR

NIEMEYER,/ CENÁRIO / QUE É A CARA

DE CURITIBA./ E DAQUI EU FAÇO UM

CONVITE,/ QUE TAL APROVEITAR A

CIDADE/ DE UM JEITO DIFERENTE?//

E QUE TAL FAZER ISSO COM MAIS

MÚSICA?/ É ISSO QUE A GENTE TRAZ

PARA VOCÊ:/ O LUGAR DE SEMPRE,/ DE

UM JEITO QUE VOCÊ NUNCA VIU.//

EU SOU RODRIGO LEITE,/ ELES SÃO O

SABONETES,/ E ESSE/ É O CURITIBA

CONVIDA.//

[Introdução com trecho Jam] (1’)

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GC – RODRIGO LEITE

GC - SABONETES

VINHETA PASSAGEM DE BLOCO

(10’’)

+

(10’’) – bloco 02

VT COM BANDA SOBRE LUGAR

(1’30’’)

GC - SABONETES

GC – Endereços fanpage e twitter do

Ctba Convida

AGORA QUE VOCÊ JÁ CONHECE/ O

CURITIBA CONVIDA,/ VAMOS AO QUE

TROUXE O PROJETO/ ATÉ AQUI:/ BOA

MÚSICA,/ FEITA EM CASA.

[ + Músicas completas com banda] (6’)

NÃO SAIA DAÍ,/ O CURITIBA CONVIDA/

VOLTA JÁ.

VAMOS DE MAIS SABONETES?

[+ músicas completas da banda] (6’)

QUER ESTAR NA PRÓXIMA

APRESENTAÇÃO? ESTÁ CONVIDADO!

VISITE A NOSSA FAN PAGE NO

FACEBOOK OU SIGA O PROJETO NO

TWITTER.

APROVEITE O INTERVALO E CONFIRA O

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VINHETA PASSAGEM DE BLOCO

(10’’)

+

(10’’) – bloco 03

GC - SABONETES

VT - TEASER PRÓXIMO

PROGRAMA (30’’)

ENCERRA / CRÉDITOS (30’’)

QUE A GENTE RESERVOU PARA VOCÊ

NA INTERNET E NOS CONTE O QUE

ACHOU DO PROGRAMA, A GENTE

VOLTA JÁ.

[+ Banda 2 músicas] (6’)

A PRIMEIRA EDIÇÃO DO CURITIBA

CONVIDA/ ACABA AQUI.

MAS, NÃO DEIXE DE LEMBRAR DESSE

CONVITE:/ QUANDO SAIR DE CASA/

APROVEITE MAIS A CIDADE./ TEM UMA

CURITIBA DE ATRAÇÕES PARA VOCÊ

AQUI FORA.//

ATÉ A PRÓXIMA!//

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APÊNDICE 02 – Arte: logotipo

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APÊNDICE 03 – Arte: material de divulgação das apresentações do projeto Ctba Convida

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APÊNDICE 04 – Internet: exemplo de uso das redes sociais – Twitter do projeto Ctba

Convida

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ANEXOS

ANEXO 01 – Formulário próprio da Solicitação de Autorização Ambiental para Utilização

de Equipamento Sonoro (AES)

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ANEXO 02 – Autorização de Uso de Logradouro Público, concedido pela Secretaria

Municipal de Urbanismo

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ANEXO 03 – Autorização para Uso de Unidade de Conservação, concedido pela

Secretaria Municipal do Meio Ambiente

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ANEXO 04 – Orçamento: serviço de limpeza, coleta e destinação de resíduos

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ANEXO 05 – Orçamento: serviço de segurança privada

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ANEXO 06 – Orçamento: programa