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Projeto de Lei Dispõe sobre o Regime Jurídico Único Estatutário dos Servidores Públicos da Administração Pública Direta, Autárquica, Fundacional e da Câmara Municipal do Município de Guarulhos, e dá outras providências. TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico Único Estatutário que disciplina a relação jurídica de trabalho entre os servidores municipais e a Administração Pública Direta, Autárquica, Fundacional e a Câmara de Vereadores do Município de Guarulhos. Art. 2º Para os efeitos do presente Estatuto consideram-se: I - entes públicos municipais: a Administração Pública Direta, Autárquica, Fundacional e a Câmara de Vereadores do Município de Guarulhos; II - autoridades nomeantes: a) o Prefeito Municipal para a Administração Pública Direta; b) o Superintendente para o Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE; c) o Presidente para o Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos Municipais de Guarulhos - IPREF; d) o Diretor Presidente para a Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Saneamento Básico do Município de Guarulhos - AGRU; e) o Presidente para a Câmara de Vereadores do Município de Guarulhos. CAPÍTULO I DOS SERVIDORES PÚBLICOS Art. 3º Considera-se servidor público: 1

Projeto da Prefeitura de Guarulhos - Regime Jurídico Único

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A Prefeitura protocolou hoje na Câmara projeto de lei relativo a implantação do Regime Jurídico Único em Guarulhos. Segue o documento na íntegra.

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Projeto de Lei

Dispõe sobre o Regime Jurídico Único Estatutário dos Servidores Públicos da Administração Pública Direta, Autárquica, Fundacional e da Câmara Municipal do Município de Guarulhos, e dá outras providências.

TÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico Único Estatutário que disciplina a relação jurídica de trabalho entre os servidores municipais e a Administração Pública Direta, Autárquica, Fundacional e a Câmara de Vereadores do Município de Guarulhos.

Art. 2º Para os efeitos do presente Estatuto consideram-se:

I - entes públicos municipais: a Administração Pública Direta, Autárquica, Fundacional e a Câmara de Vereadores do Município de Guarulhos;

II - autoridades nomeantes:

a) o Prefeito Municipal para a Administração Pública Direta;

b) o Superintendente para o Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE;

c) o Presidente para o Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos Municipais de Guarulhos - IPREF;

d) o Diretor Presidente para a Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Saneamento Básico do Município de Guarulhos - AGRU;

e) o Presidente para a Câmara de Vereadores do Município de Guarulhos.

CAPÍTULO IDOS SERVIDORES PÚBLICOS

Art. 3º Considera-se servidor público:

I - a pessoa legalmente investida em cargo público de provimento efetivo com regime jurídico de trabalho sistematizado pelo presente Estatuto;

II - a pessoa legalmente investida em cargo público em comissão de livre provimento e exoneração com regime jurídico de trabalho sistematizado pelo presente Estatuto;

III - a pessoa legalmente investida em emprego público com regime de trabalho regido exclusivamente pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT e legislação trabalhista correlata;

IV - a pessoa admitida em caráter temporário para atendimento de excepcional interesse público com regime jurídico de trabalho administrativo sistematizado pelo presente Estatuto.

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CAPÍTULO IIDOS CARGOS PÚBLICOS

Art. 4º Denomina-se cargo público a unidade individualizada presente no interior da estrutura organizacional dos entes públicos municipais, composto por atribuições e responsabilidades específicas a serem titularizadas e expressadas por um servidor público, com regime jurídico de trabalho sistematizado por esta Lei.

Art. 5º Os cargos terão número certo, denominações, atribuições, jornada de trabalho e vencimento, nos termos da legislação municipal específica.

Art. 6º Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos no respectivo edital de concurso público, na legislação municipal aplicável a espécie, assim como aos estrangeiros, na forma e condições estabelecidas pela lei.

CAPÍTULO IIIDOS EMPREGOS PÚBLICOS

Art. 7º Denomina-se emprego público o conjunto de atribuições e responsabilidades presentes no interior da estrutura organizacional dos entes públicos municipais cometidos a um empregado público, cuja relação de trabalho é regida pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT e legislação trabalhista correlata.

Seção ÚnicaDo Quadro Especial Suplementar em Extinção

Art. 8º Os empregos públicos destinam-se aos componentes de quadro especial suplementar composto por servidores:

I - remanescentes do processo de migração do regime jurídico de trabalho celetista para o estatutário instituído por esta Lei;

II - que, na data da publicação desta Lei:

a) tenham passado por processo de reversão definitiva em procedimento de aposentadoria por invalidez permanente pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS e que, quando de seu retorno às atividades funcionais nos entes públicos municipais, se encontrem em uma das hipóteses de não integração do Regime Jurídico Único Estatutário previsto no artigo 692 desta Lei;

b) encontrarem-se em fruição de benefício de auxílio maternidade pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS e que, quando de seu retorno às atividades funcionais nos entes públicos municipais, se encontrem em uma das hipóteses de não integração do Regime Jurídico Único Estatutário previsto no artigo 692 desta Lei;

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c) encontrarem-se em fruição de benefício previdenciário de auxílio doença pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS e que, quando de seu retorno às atividades funcionais nos entes públicos municipais, se encontrem em uma das hipóteses de não integração do Regime Jurídico Único Estatutário previsto no artigo 692 desta Lei;

d) encontrarem-se em processo de readaptação pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS e que, quando da apresentação do respectivo Certificado de Readaptação, se encontrem em uma das hipóteses de não integração do Regime Jurídico Único Estatutário previsto no artigo 692 desta Lei;

e) encontrarem-se em fruição do benefício de licença para trato de interesses particulares e, quando de seu retorno às atividades funcionais nos entes públicos municipais, se encontrem em uma das hipóteses de não integração do Regime Jurídico Único Estatutário previsto no artigo 692 desta Lei;

f) encontrarem-se afastados por alegada incapacidade laborativa e, quando de seu retorno às atividades funcionais nos entes públicos municipais, se encontrem em uma das hipóteses de não integração do Regime Jurídico Único Estatutário previsto no artigo 692 desta Lei.

Art. 9º O quadro especial suplementar de que trata o caput do artigo anterior será a única exceção ao Regime Jurídico Único Estatutário instituído por esta Lei.

CAPÍTULO IVDOS CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO

Art. 10. Os cargos de provimento efetivo são aqueles que, de acordo com a sua natureza e complexidade, são destinados a atribuições e responsabilidades de caráter permanente e seu provimento é resultante de prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos.

CAPÍTULO VDOS CARGOS DE PROVIMENTO EM COMISSÃO

Art. 11. Os cargos de provimento em comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração, a serem preenchidos nas hipóteses, condições e percentuais previstos em lei, destinam-se às atribuições de direção, chefia ou assessoramento.

Art. 12. As nomeações para o exercício dos cargos em comissão ficarão a cargo das autoridades nomeantes nos termos do inciso II, do artigo 2º desta Lei.

Art. 13. Os cargos de que trata este Capítulo guardam as seguintes características:

I - serão ocupados por pessoas que mantenham com a autoridade nomeante o liame de confiança;

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II - serão providos por livre escolha, em caráter transitório, exoneráveis a qualquer tempo, dispensando a aprovação em concurso público;

III - o exercício de atividades que impliquem atarefa de zelar pela transmissão, fiscalização e implementação das diretrizes políticas de Governo, mediante o desempenho de atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Art. 14. A lei poderá estabelecer requisitos gerais de escolaridade, habilitação profissional específica e outros que entenda necessários para a investidura de cargos em comissão.

Art. 15. Aos servidores públicos ocupantes de cargos de provimento em comissão será aplicado o regime jurídico de trabalho estabelecido nesta Lei, sendo vedada a aplicação das normas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT e seus respectivos efeitos jurídicos.

Art. 16. Fica vedada a nomeação para cargo em comissão de servidor contratado por prazo determinado para atendimento de excepcional interesse público.

Art. 17. O valor do cargo em comissão não se incorporará à remuneração do servidor efetivo.

Parágrafo único. O servidor efetivo, nomeado para cargo em comissão, receberá a diferença entre o vencimento de seu cargo e o valor do cargo em comissão.

Art. 18. O servidor ocupante de cargo em comissão poderá, a qualquer tempo, ser convocado para o trabalho, mediante juízo de conveniência e oportunidade dos entes públicos municipais.

CAPÍTULO VIDAS FUNÇÕES DE CONFIANÇA

Art. 19. As funções de confiança destinam-se às atribuições de direção, chefia e assessoramento previstas em lei, a serem exercidas, exclusivamente, por servidores ocupantes de cargos efetivos.

Art. 20. As funções de que trata este Capítulo guardam as seguintes características:

I - serão exercidas por servidores que mantenham com a autoridade nomeante o liame de confiança acrescido de requisitos de qualificação técnica, como condições para o desempenho e exercício das funções previstas na legislação municipal específica;

II - serão designadas por livre escolha da autoridade nomeante em caráter transitório, podendo ser revogadas a qualquer tempo.

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Art. 21. A retribuição pecuniária pelo exercício de função de confiança dar-se-á por meio de gratificação, que será recebida cumulativamente com a remuneração do cargo, nos termos da lei municipal.

Parágrafo único. A gratificação de que trata o caput deste artigo não será incorporada à remuneração do servidor.

Art. 22. Tornar-se-á sem efeito a designação do servidor que, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, a contar da publicação do ato de designação, não entrar em exercício da função de confiança.

CAPÍTULO VIIDA SUBSTITUIÇÃO

Art. 23. Poderá haver substituição remunerada em caráter temporário e transitório durante os períodos de afastamentos ou impedimentos legais de servidores ocupantes de cargos de provimento em comissão e funções de confiança, com atribuições de direção ou chefia.

Art. 24. O substituto assumirá cumulativamente o exercício do cargo em comissão ou da função de confiança do substituído, sem prejuízo do exercício das atribuições do cargo que ocupa.

Art. 25. O substituto fará jus ao valor do cargo em comissão ou da função de confiança nas hipóteses de afastamentos ou impedimentos legais do respectivo titular, nos períodos superiores a 10 (dez) dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição.

Art. 26. A substituição de cargo de provimento em comissão ou de função de confiança recairá, a juízo da autoridade competente para a nomeação ou designação, em servidor público que possua habilitação para o desempenho das atribuições inerentes ao cargo ou função do substituído.

Art. 27. A reassunção do titular do cargo de provimento em comissão ou da função de confiança fará cessar os efeitos da substituição.

CAPÍTULO VIIIDO CONCURSO PÚBLICO

Art. 28. Concurso público é procedimento administrativo de natureza técnica e formal que tem como finalidades:

I - propiciar igualdade de condições para o ingresso dos candidatos a cargos de provimento efetivo;

II - atender às necessidades dos entes públicos municipais no que se refere à composição e manutenção de sua força de trabalho;

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III - selecionar, sobre o critério do mérito, os candidatos que melhor possam exercer as atribuições e responsabilidades dos cargos de provimento efetivo.

Seção IDas Normas Gerais

Art. 29. Caberá à Comissão de Concursos, composta especificamente para esta finalidade, a definição das diretrizes gerais, a coordenação e supervisão das atividades de realização do concurso público, bem como a decisão dos recursos interpostos em razão do certame.

Art. 30. Fica impedido de participar da Comissão de Concursos o servidor que seja cônjuge, companheiro, irmão, ascendente ou descendente direto de candidato.

Art. 31. Fica proibida a inscrição no concurso público de servidor integrante da Comissão de Concursos.

Art. 32. Poderão candidatar-se aos cargos públicos todos os candidatos que preencham:

I - os requisitos previstos na legislação vigente;

II - as condições previstas para cada cargo nos respectivos editais de concursos públicos.

Art. 33. Fica vedada a estipulação de limite de idade e sexo para ingresso do candidato nos quadros funcionais dos entes públicos municipais por meio de concurso, excepcionados:

I - o limite máximo de idade para a implementação da aposentadoria compulsória nos termos do inciso II do § 1º do artigo 40 da Constituição Federal;

II - os cargos cuja natureza, atribuições e especificidades de exercício, justifiquem a estipulação prévia de idade e sexo.

Parágrafo único. A estipulação prévia de idade ou de sexo deverá ser previamente motivada e justificada pelos entes públicos municipais.

Art. 34. O concurso público será de provas ou provas e títulos de acordo com a característica da estrutura organizacional e a complexidade das atribuições e responsabilidades inerentes ao cargo de provimento efetivo.

§ 1º Entende-se por provas o conjunto de procedimentos padronizados e objetivos aplicados aos candidatos do concurso público com a finalidade de selecioná-los através da comparação dos resultados obtidos.

§ 2º Entende-se por títulos a forma de avaliar a experiência profissional e acadêmica obtidas pelos candidatos ao longo de sua vida profissional em atividades compatíveis com o exercício do cargo, verificáveis mediante a apresentação de titulação acadêmica ou técnica, definidas no edital do concurso público.

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Art. 35. A prova escrita será formulada por meio de questões objetivas ou discursivas.

Parágrafo único. Será permitida a avaliação por meio de redação ou prova oral conforme normas definidas no edital do concurso.

Art. 36. Poderão constituir fases do concurso a aplicação prova de conhecimentos práticos, teste de aptidão física e teste psicotécnico, considerando a natureza e as peculiaridades do cargo a ser preenchido.

Parágrafo único. O teste psicotécnico deverá estar previsto especificamente em lei, para os cargos que o exijam.

Art. 37. Para a realização do teste de aptidão física, o edital do concurso público deve indicar as técnicas admitidas e os desempenhos mínimos.

Art. 38. As condições de saúde para participação de prova física são de exclusiva responsabilidade do candidato, que deve estar apto a fazê-la no dia, horário e no local previamente definidos, podendo-se vincular sua participação a apresentação de atestado ou declaração de seu médico.

Art. 39. O edital deverá prever as condições de impedimento para realização da prova pelo candidato.

Art. 40. O período de validade dos concursos públicos será de até 2 (dois) anos, prorrogável uma vez por igual período.

Art. 41. A aprovação em concurso público não gerará direito subjetivo à nomeação do candidato.

Art. 42. Observado o prazo de 60 (sessenta) dias a contar da realização e conclusão do concurso público, caberá aos órgãos centrais responsáveis pela gestão de pessoal dos entes públicos municipais proceder ao encaminhamento dos autos do procedimento às autoridades competentes para que seja realizada a respectiva homologação.

Parágrafo único. A conclusão do concurso dar-se-á com a classificação final dos candidatos, após expirado o prazo para recurso.

Art. 43. Todos os candidatos convocados, com deficiência ou não, deverão, obrigatoriamente, realizar exame de saúde para nomeação, de forma a comprovar a aptidão física e mental para o exercício das atribuições inerentes ao cargo.

Art. 44. Nas diversas etapas do concurso, será assegurada aos candidatos a possibilidade de interposição de recursos administrativos previstos nos respectivos editais de cada certame.

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Art. 45. A inexatidão de afirmativas, a irregularidade de documentos ou outras incorreções constatadas no decorrer do certame que se mostrarem em desconformidade com o edital e com as normas previstas nesta Seção, ainda que verificadas posteriormente a sua apresentação, implicarão a eliminação do candidato do concurso, anulando-se todos os atos dele decorrentes, sem prejuízo das sanções legais cabíveis.

Art. 46. A recusa do candidato em apresentar os comprovantes de cumprimento das exigências do concurso ou apresentá-los fora do prazo previsto em edital acarretará sua eliminação do certame.

Art. 47. Caberá ao candidato manter atualizado os seus dados para fins de convocação a todas as fases do concurso público e para o preenchimento das vagas.

Seção IIDos Editais

Art. 48. A divulgação do concurso público far-se-á mediante a publicação do respectivo edital no Diário Oficial do Município, sem prejuízo de outros meios hábeis a conferir publicidade à realização do certame.

Art. 49. O edital de concurso público deverá ser publicado, no mínimo, nos 15 (quinze) dias que antecederem a abertura das inscrições para o concurso.

Art. 50. Todo edital de concurso público deverá conter, no mínimo, os seguintes requisitos:

I - o número de cargos a serem providos, com a indicação do respectivo vencimento e a carga horária;

II - o percentual de vagas reservadas às pessoas com deficiência quando aplicável;

III - a descrição das atribuições e responsabilidades de cada cargo;

IV - a escolaridade mínima, bem como aptidão física e mental para o ingresso no cargo;

V - exigências complementares de habilitação ou experiência profissional necessárias para o exercício do cargo;

VI - demais exigências gerais ou peculiares para o exercício do cargo;

VII - a descrição dos requisitos gerais para a inscrição;

VIII - a relação de documentos que os candidatos deverão apresentar no ato da inscrição e nas demais fases do concurso;

IX - a definição dos critérios de desempate;

X - o conteúdo das disciplinas que serão objetos das provas;

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XI - a natureza e forma das provas, seu valor e o critério para determinação de suas notas;

XII - as notas mínimas exigidas para a aprovação;

XIII - o valor e forma de pagamento de taxa de inscrição;

XIV - o número de fases do concurso;

XV - o prazo para a interposição de recursos relacionados ao certame;

XVI - o prazo de validade do concurso;

XVII - a formação de cadastro reserva sem a obrigatoriedade de contratação imediata, quando cabível.

Art. 51. Além dos requisitos previstos no artigo anterior, na hipótese de pessoas com deficiência, os editais deverão conter:

I - a previsão de adaptação das provas conforme a deficiência do candidato e mediante a sua solicitação;

II - a exigência de declaração a ser realizada pelo candidato no ato de sua inscrição contendo:

a) a descrição de sua deficiência atestada por meio de laudo médico;

b) sua concordância em se submeter, quando da convocação, a perícia médica dos entes públicos municipais;

c) sua ciência de que caberá a perícia a que se refere à alínea anterior a decisão terminativa sobre sua qualificação como deficiente ou não, o grau de deficiência e a capacidade para o exercício do cargo nos termos de regulamento.

Seção IIIDas Inscrições

Art. 52. A inscrição para o concurso público será realizada mediante o preenchimento de formulário próprio, sem emendas ou rasuras e pelo pagamento da taxa de inscrição.

§ 1º A taxa a que se refere o caput deste artigo será cobrada a título de ressarcimento das despesas com materiais e serviços que envolvam a realização do certame.

§ 2º Fica vedada a devolução da taxa de inscrição, ressalvada a hipótese de cancelamento definitivo do concurso público.

§ 3º Lei específica poderá autorizar os entes públicos municipais a isentar candidatos de pagamento da taxa de inscrição, disciplinando as hipóteses de sua aplicação.

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Art. 53. O pedido de inscrição implicará no conhecimento e na aceitação dos elementos indispensáveis e demais condições previstas no edital.

Art. 54. O prazo para a entrega dos documentos necessários para a inscrição do candidato será definido em edital, sendo vedada sua prorrogação.

Art. 55. Será admitida a inscrição por procuração, na forma disciplinada no edital do concurso.

Art. 56. A inscrição e a interposição de recursos poderão ser realizadas através da rede mundial de computadores.

Seção IVDa Aprovação e do Empate

Art. 57. Encerrado o concurso público, os candidatos aprovados serão classificados em listas e por cargo, em ordem decrescente, utilizado o critério da respectiva nota final obtida no certame.

Art. 58. Na hipótese de ocorrência de empate a regra de preferência será definida em edital em conformidade com a legislação federal aplicável a espécie.

Seção VDa Convocação

Art. 59. Entende-se por convocação a prática de atos oficiais a cargo dos entes públicos municipais com as seguintes finalidades:

I - o cumprimento de fases do concurso público;

II - a comprovação dos requisitos necessários para a nomeação no respectivo cargo.

Art. 60. O candidato será eliminado do certame na hipótese de descumprimento de convocação para o cumprimento de fases do concurso público.

Art. 61. A não comprovação pelo candidato dos requisitos necessários para a nomeação no respectivo cargo impedirá a sua realização.

Art. 62. A convocação do candidato será realizada obrigatoriamente mediante publicação no Diário Oficial do Município.

§ 1º A convocação do candidato poderá ser realizada, supletivamente, mediante o envio de correspondência eletrônica ou outros meios de comunicação aptos a realizá-la.

§ 2º A ausência da utilização dos meios de comunicação previstos no parágrafo anterior não implicará na constituição de direito ou de isenção da obrigação do candidato de acompanhar as publicações oficiais de convocação.

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Art. 63. O prazo previsto em edital para convocação com a finalidade de comprovação dos requisitos necessários para a nomeação no respectivo cargo poderá ser prorrogado para 120 (cento e vinte) dias para a candidata gestante que encontrar-se a 28 (vinte e oito) dias da data que anteceder o parto nos termos de atestado médico.

Art. 64. A lisura do concurso público será de responsabilidade de todo agente, órgão ou pessoa jurídica envolvidos na sua realização.

Parágrafo único. Responderá administrativa, civil e penalmente quem, de forma dolosa ou culposa, der causa a irregularidade em concurso público.

Art. 65. Constitui-se infração disciplinar gravíssima violar ou permitir a violação do sigilo das provas do concurso público.

Parágrafo único. Incide na mesma infração aquele que beneficiar o candidato ou terceiro com informação privilegiada relativa ao concurso público.

Art. 66. Ficará admitido condicionar a correção ou a participação em prova de determinada etapa à aprovação e classificação na etapa anterior, simultânea ou isoladamente.

Parágrafo único. O edital do concurso pode limitar a quantidade de participantes da etapa seguinte a determinada quantidade de candidatos por vaga, observada a ordem de classificação.

Art. 67. A pessoa jurídica contratada para a realização do certame será, no âmbito de sua atuação, responsável pelo sigilo das provas, respondendo administrativa e civilmente por atos ou omissões que impliquem em sua violação.

Seção VIDos Candidatos com Deficiência

Art. 68. Os editais de concurso público fixarão o percentual de 5% (cinco por cento) de reserva de vagas para as pessoas com deficiência, bem como definirão os critérios de sua admissão, observando a compatibilidade da deficiência com as atividades essenciais ao exercício do cargo.

§ 1º Não se aplica o disposto no caput deste artigo às hipóteses de provimento de cargo que exija aptidão plena do candidato.

§ 2º Quando o percentual de que trata o caput resultar em número fracionado, o número de vagas reservadas deverá ser elevado até o primeiro número inteiro subsequente, apenas se o número inteiro for inferior a uma unidade e se a parte fracionária for igual ou superior a meio, observado o limite máximo de 20% (vinte por cento).

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Art. 69. A convocação do candidato deficiente observará a chamada sequencial e alternada dos candidatos das duas listas do resultado final, iniciando-se com o primeiro candidato da lista geral, passando-se ao primeiro da lista especial respeitado o percentual estabelecido no caput do artigo 68 desta Lei.

Art. 70. Ressalvadas as perdas impostas pela deficiência, os candidatos participarão do concurso em igualdade de condições com os demais, em relação:

I - ao conteúdo das provas;

II - à avaliação e aos critérios de aprovação;

III - ao horário e ao local de aplicação de provas, garantidas as condições para o pleno acesso às pessoas com deficiência;

IV - à nota mínima exigida para todos os candidatos.

Art. 71. Caberá aos entes públicos municipais fornecer condições para acesso ao local de trabalho e para o desenvolvimento das atividades que o servidor com deficiência deverá executar, em conformidade com o previsto no edital de concurso.

Parágrafo único. O cumprimento das exigências previstas no caput deste artigo ocorrerá dentro das possibilidades, limites e condições propostas pelos pareceres técnicos emitidos pela unidade de saúde e segurança do trabalho dos entes públicos municipais.

Art. 72. A pessoa com deficiência será avaliada para o exercício do cargo por ocasião da avaliação probatória.

Art. 73. Os entes públicos municipais contarão com equipe multiprofissional composta de 3 (três) profissionais, sendo um deles médico e outro integrante da carreira pretendida pelo candidato, para concluir sobre:

I - as informações prestadas pelo candidato no ato da inscrição;

II - as condições de acessibilidade dos locais de provas, as adaptações das provas e do curso de formação, quando for o caso;

III - as necessidades de uso pelo candidato com deficiência de equipamentos ou outros meios que habitualmente utilize para a realização das provas;

IV - a necessidade do órgão fornecer apoio ou procedimentos especiais durante a avaliação probatória e, especialmente, quanto às necessidades de adaptação das funções e do ambiente de trabalho para a execução das tarefas pelo servidor com deficiência.

Parágrafo único. Para o cumprimento do disposto no caput deste artigo, os entes públicos municipais poderão utilizar-se de instituições especializadas.

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Art. 74. Na hipótese do serviço de saúde e segurança do trabalho do ente público municipal concluir pela não confirmação da deficiência declarada pelo candidato, encaminhará parecer circunstanciado ao respectivo órgão central responsável pela gestão de pessoal solicitando a descaracterização do candidato como pessoa com deficiência para efeitos do concurso público.

Parágrafo único. Da ciência do parecer a que se refere o caput deste artigo, o candidato terá direito a recurso nos termos de regulamento.

Art. 75. A reserva de vagas nos cargos a serem preenchidos por pessoas com deficiência dar-se-á em relação a cada edital de chamada de cada concurso público, observando-se o limite de vagas reservadas e a ordem de classificação das pessoas com deficiência.

TÍTULO IIDO PROVIMENTO E DA VACÂNCIA

CAPÍTULO IDO PROVIMENTO

Seção IDas Disposições Preliminares

Art. 76. Provimento é o ato administrativo complexo a cargo da autoridade competente pelo qual é preenchido um cargo com o seu respectivo titular.

Art. 77. Os cargos serão providos após regular aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos.

Art. 78. Os cargos públicos serão providos por:

I - nomeação;

II - promoção para cargos escalonados dentro da mesma carreira, respeitada as atribuições e grau de escolaridade do cargo de origem para o qual o servidor prestou concurso público;

III - readaptação;

IV - reversão;

V - aproveitamento;

VI - reintegração.

Art. 79. O ato administrativo de provimento deverá conter:

I - o nome do servidor público que passará a titularizar o cargo;

II - o cargo que será ocupado, contendo todos os elementos que propiciem a sua identificação;

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III - o caráter da investidura;

IV - o fundamento legal da investidura.

Art. 80. Para o provimento do cargo, o candidato deverá preencher, no mínimo, os seguintes requisitos:

I - ser brasileiro nato, naturalizado ou estrangeiro, nos termos em que dispuser a legislação específica;

II - ter capacidade civil plena;

III - encontrar-se na fruição dos direitos políticos;

IV - encontrar-se em dia no cumprimento das obrigações militares e eleitorais;

V - não registrar antecedentes criminais;

VI - demonstrar aptidão física e mental para o exercício do cargo mediante sujeição a exame de saúde admissional a cargo do órgão responsável pela saúde e segurança do trabalho dos entes públicos municipais;

VII - possuir a escolaridade e, quando exigida, a respectiva habilitação profissional formal para o exercício das atribuições inerentes ao cargo;

VIII - ter sido aprovado previamente em concurso público, na hipótese de provimento efetivo;

IX - não ter sido demitido de cargo ou emprego público em virtude de aplicação de sanção disciplinar oriunda de processo administrativo ou de sentença transitada em julgado nos últimos 5 (cinco) anos;

X - não se encontrar acumulando cargo, emprego ou função pública em desconformidade com as hipóteses previstas nesta Lei e na Constituição Federal;

XI - não possuir 70 (setenta) anos de idade na data da posse do cargo de provimento efetivo.

Seção IIDa Nomeação

Art. 81. A nomeação é ato administrativo de provimento inicial de cargo público, praticada privativamente pelas autoridades nomeantes no âmbito dos entes públicos municipais.

Art. 82. A nomeação será realizada:

I - em caráter efetivo, na hipótese dos cargos de provimento efetivo, mediante prévia aprovação em concurso público;

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II - em comissão, na hipótese dos cargos que, em virtude de lei, sejam considerados de livre nomeação e exoneração;

III - em substituição, nos termos desta Lei.

Art. 83. A nomeação para cargo de provimento efetivo obedecerá à ordem de classificação dos candidatos aprovados no concurso público.

Art. 84. A nomeação ocorrerá após a convocação do candidato aprovado no concurso público que, atendendo à convocação:

I - manifestar de forma expressa o interesse na assunção do cargo;

II - for aprovado no exame de saúde admissional, cuja finalidade é garantir a aptidão física e mental do candidato para o exercício do cargo;

III - apresentar os documentos exigidos para a nomeação quando da convocação.

Seção IIIDa Posse

Art. 85. Posse é o ato administrativo pelo qual a pessoa é investida em cargo público, aceitando, expressamente, as atribuições, responsabilidades, direitos e deveres inerentes ao cargo previstos nesta Lei e na legislação municipal aplicável à espécie.

Art. 86. Somente poderá ser empossada a pessoa que for considerada apta física e mentalmente para o exercício do cargo após exame de saúde admissional a cargo dos entes públicos municipais.

Art. 87. A posse será implementada mediante a assinatura do respectivo termo pela autoridade competente e pelo servidor público.

Art. 88. São competentes para dar posse, sem prejuízo de normas específicas de delegação, as autoridades nomeantes nos termos desta Lei.

Parágrafo único. O agente responsável por dar posse deverá verificar, sob pena de responsabilidade, a satisfação de todas as condições legais para a investidura em cargo público.

Art. 89. A posse deverá ser efetivada no prazo de até 15 (quinze) dias contados a partir da data da publicação oficial do ato de nomeação, prorrogável uma única vez, por igual período, a requerimento do interessado e a critério dos entes públicos municipais.

Art. 90. Na hipótese de a posse recair sobre pessoa que se encontre incorporada às forças armadas em data anterior ao ato de provimento do cargo, o prazo de que trata o artigo anterior será contado a partir da data de sua desincompatibilização do serviço militar.

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Art. 91. Não haverá posse nas hipóteses de readaptação e reintegração.

Art. 92. Na ocasião da posse, o servidor deverá:

I - declarar o exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública remunerada em Administração Pública Direta, Autarquia e Fundacional, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista nas três esferas da federação;

II - apresentar, em caráter confidencial, a declaração de bens e valores que constituam o seu patrimônio.

Art. 93. A declaração de bens será apresentada em envelope lacrado, assinado pelo servidor e pela autoridade competente e será arquivada junto ao respectivo prontuário.

§ 1º A declaração de bens de que trata o parágrafo anterior poderá se tornar pública somente na hipótese de determinação judicial expressa.

§ 2º A transgressão do disposto no parágrafo anterior acarretará a configuração de infração disciplinar de natureza grave, nos termos desta Lei.

§ 3º A declaração de bens devida pelo servidor por ocasião da primeira investidura em cargo público deverá ser atualizada, obrigatoriamente, a cada ano, na forma de regulamento.

Art. 94. A não ocorrência da posse dentro dos limites e condições estabelecidas nesta Seção tornará insubsistente a nomeação.

Seção IVDo Exercício

Art. 95. O exercício é o efetivo desempenho das atribuições e responsabilidades inerentes ao cargo, caracterizando-se pela frequência no trabalho e pela execução das atividades para as quais o servidor foi nomeado.

Parágrafo único. Com o exercício, inicia-se a submissão do servidor ao regime próprio de previdência social do Município - RPPS.

Art. 96. O exercício do cargo terá início no primeiro dia útil após a data da posse.

Parágrafo único. O prazo previsto no caput deste artigo poderá ser prorrogado uma única vez pelo período máximo de 10 (dez) dias úteis, por solicitação do interessado e a juízo da autoridade competente.

Art. 97. O servidor público que não entrar em exercício dentro do prazo estabelecido no artigo 98 desta Lei, será exonerado do cargo.

Art. 98. O servidor nomeado deverá ter exercício no órgão em que ocorrer a lotação.

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Parágrafo único. Nenhum servidor poderá ter exercício em órgão diferente daquele em que estiver lotado, salvo nas hipóteses previstas nesta Lei, ou mediante prévia autorização da autoridade competente.

Art. 99. A chefia imediata será competente para declarar o exercício do servidor lotado no respectivo órgão.

Art. 100. Fica vedado ao servidor o exercício de atribuições e responsabilidades diversas daquelas definidas na legislação do respectivo cargo.

Art. 101. O início, a interrupção e o reinício do exercício serão obrigatoriamente registrados no prontuário do servidor.

Subseção IDa Lotação

Art. 102. Lotação é o local identificado no interior da estrutura organizacional em que o servidor nomeado desenvolverá o exercício de seu cargo.

Parágrafo único. A lotação inicial do servidor não gerará direito a inamovibilidade, podendo os entes públicos municipais deslocá-lo para outro órgão ou unidade de trabalho em conformidade com as necessidades do serviço público e da gestão dos quadros de pessoal, nos termos desta Lei.

Subseção IIDa Cessão

Art. 103. Cessão é o ato administrativo que implica o exercício do cargo por servidor público em outros órgãos ou entes dos Poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive do Município de Guarulhos com o intuito de colaboração, seja pela condução de esforços em atividades comuns, seja pela transferência de conhecimento técnico, mediante a celebração de instrumento específico para esta finalidade.

§ 1º A cessão de que trata o caput deste artigo poderá ser estendida a entidades não governamentais conveniadas ou contratadas que prestem serviços considerados complementares às ações dos entes públicos municipais nos termos de regulamento.

§ 2º As hipóteses de cessão de servidor devem especificar em ato próprio os direitos e obrigações previdenciárias do servidor cedido e da entidade cessionária.

§ 3º A cessão não acarretará a desvinculação do servidor do regime próprio de previdência social - RPPS, conforme disposições previstas na lei previdenciária municipal.

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§ 4º O servidor cedido para o exercício de cargos em comissão em outros órgãos ou entes públicos, com prejuízo da remuneração de seu respectivo cargo, permanecerá vinculado ao regime próprio de previdência social, na forma do que dispuser a lei previdenciária municipal.

Art. 104. O pedido de cessão de servidor em exercício nos entes públicos municipais por órgãos ou entes dos Poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive do Município de Guarulhos, deverá ser formalizado, por escrito, pelo ente interessado junto às autoridades nomeantes.

Parágrafo único. O exercício das atividades do servidor público cedido somente terá início nos entes cessionários após a publicação do ato no Diário Oficial do Município.

Art. 105. O requerimento de cessão de servidor do quadro do magistério deverá ser formalizado pelo ente interessado até o último dia útil do mês de outubro do ano corrente, o qual será analisado para concessão no próximo ano de exercício.

Art. 106. A cessão de servidor não será autorizada nas seguintes hipóteses, quando:

I - não atender aos interesses dos entes públicos municipais;

II - existir prejuízo à prestação do serviço público local que possa ser verificado com a ausência do servidor a ser cedido;

III - encontrar-se o servidor:

a) cumprindo o período de estágio probatório;

b) no exercício de função de confiança;

c) contratado sob o regime administrativo para o atendimento de excepcional interesse público;

d) em fruição de qualquer hipótese de afastamento;

IV -o requerimento de cessão do servidor do quadro do magistério for formulado fora do prazo previsto no art. 105 desta Lei.

Art. 107. A cessão poderá ocorrer com ou sem prejuízo da remuneração do servidor cedido, mediante ajuste entre as entidades cedente e cessionária.

Art. 108. O servidor cedido por outros órgãos poderá ser nomeado para cargo em comissão.

Parágrafo único. O servidor cedido para o município sem prejuízo de sua remuneração que vier a ser nomeado para cargo em comissão, somente fará jus a diferença entre a remuneração do cargo efetivo e o valor do cargo em comissão.

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Art. 109. O ente público municipal cedente poderá, a qualquer tempo, mediante juízo de conveniência e oportunidade, requisitar o retorno do servidor público cedido.

Art. 110. A cessão terá prazo de duração até 31 de dezembro de cada ano, sendo facultada sua prorrogação por igual período, desde que verificada a regularidade previdenciária do servidor junto ao órgão gestor do Regime Próprio de Previdência Social do Município de Guarulhos.

§ 1º Para fins de prorrogação da cessão de servidor, será exigido requerimento próprio, a ser formulado pelo órgão ou ente cessionário, até 30 (trinta) dias do prazo de vencimento da cessão.

§ 2º A ausência do requerimento ou sua apresentação fora do prazo estabelecido no parágrafo anterior acarretará o término da cessão.

Art. 111. O servidor deverá reapresentar-se ao órgão central responsável pela gestão de pessoal no dia imediatamente posterior ao término da cessão.

CAPÍTULO IIDA AVALIAÇÃO PROBATÓRIA

Art. 112. Avaliação probatória é o procedimento formal e periódico que possui como finalidade a verificação da aptidão do servidor público para o exercício do cargo em provimento efetivo para o qual foi nomeado.

Art. 113. A avaliação probatória é condição essencial para a aquisição de estabilidade funcional, devendo o servidor sujeitar-se a procedimento de natureza periódica durante os três anos de efetivo exercício do cargo para o qual foi nomeado, de provimento efetivo, em virtude de concurso público.

Art. 114. O procedimento de avaliação probatória contará com a atuação:

I - do superior hierárquico do servidor avaliado;

II - do servidor avaliado;

III - da comissão de avaliação probatória especialmente constituída para esta finalidade.

Parágrafo único. Caberá aos participantes elencados nos incisos deste artigo zelar pelo estrito cumprimento das normas previstas neste Capítulo visando o término do procedimento de avaliação probatória.

Art. 115. A avaliação probatória se caracterizará como procedimento pedagógico e integrador e será efetivada mediante o desenvolvimento de programa e aplicação de instrumento de avaliação, com as seguintes finalidades:

I - avaliar a qualidade dos trabalhos desenvolvidos pelo servidor avaliado;

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II - detectar a aptidão do servidor avaliado e a necessidade de sua integração nas diversas atividades que envolvem o desenvolvimento das atribuições e responsabilidades de seu cargo;

III - identificar as demandas por capacitação profissional, visando ao aprimoramento das competências e habilidades necessárias ao pleno exercício dos cargos de provimento efetivo;

IV - identificar a capacidade e potencial de trabalho dos servidores avaliados de modo que sejam aproveitados, adequadamente, ao conjunto de atividades da unidade de trabalho, respeitadas as atribuições e responsabilidades do cargo de origem;

V - subsidiar os órgãos centrais responsáveis pela gestão de pessoal dos entes públicos municipais na formulação de políticas que envolvam o segmento;

VI - fornecer elementos para o aperfeiçoamento das condições de trabalho;

VII - certificar que o servidor atende ao bom funcionamento e às necessidades do serviço público;

VIII - identificar a necessidade de remoção dos servidores avaliados para outra unidade de trabalho;

IX - verificar o cumprimento dos deveres e das proibições funcionais pelos servidores avaliados.

Art. 116. O procedimento de avaliação probatória será desenvolvido pelos órgãos centrais responsáveis pela gestão de pessoal dos entes públicos municipais.

Art. 117. O procedimento de avaliação probatória deverá conter no mínimo:

I - os fatores a serem considerados na avaliação tais como as aptidões, assiduidade, competências, habilidades e atitudes necessárias ao exercício do cargo;

II - os índices de aproveitamento a serem alcançados;

III - os responsáveis pela avaliação;

IV - as demais rotinas administrativas necessárias à implantação da avaliação probatória.

Art. 118. A avaliação probatória observará os seguintes procedimentos:

I - o início do período de avaliação dar-se-á a partir do primeiro dia de efetivo exercício do cargo;

II - será realizada pelo superior hierárquico do servidor avaliado com base no planejamento do trabalho e no respectivo instrumento de avaliação;

III - autoavaliação do servidor com base no instrumento de avaliação;

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IV - será submetida, posteriormente, a julgamento das respectivas comissões de avaliação probatória dos entes públicos municipais especialmente constituídas para esta finalidade;

V - ao servidor deverá ser dada ciência de sua avaliação, bem como de sua conclusão pela comissão;

VI - a avaliação resultar á em nota final do período probatório, sendo que o servidor avaliado deverá alcançar aproveitamento médio de 70% (setenta por cento) do total de pontos em análise.

Art. 119. O procedimento de avaliação probatória poderá concluir:

I - pela aprovação do servidor mediante a demonstração de aptidão para o exercício das atribuições e responsabilidades do cargo efetivo;

II - pela reprovação do servidor mediante a demonstração de inaptidão para o exercício das atribuições e responsabilidades do cargo efetivo.

Art. 120. A aprovação do servidor no procedimento de avaliação probatória importará na aquisição de estabilidade funcional e permanência no serviço público.

Art. 121. A reprovação do servidor no procedimento de avaliação probatória importará no seu consequente desligamento do serviço público.

Art. 122. O desligamento a que se refere o artigo anterior se dará mediante exoneração e será precedido:

I - de decisão devidamente fundamentada por parte da comissão de avaliação probatória que conclua pela inaptidão do servidor para o exercício do cargo efetivo;

II - da garantia do exercício do devido processo legal por parte do servidor considerado inapto para o exercício do cargo efetivo.

Art. 123. Durante o período de avaliação probatória será garantido ao servidor:

I - a ciência dos atos administrativos que impliquem na conclusão de suas avaliações;

II - o pleno exercício do direito ao devido processo legal.

Art. 124. Durante o período de avaliação probatória ficará vedado ao servidor:

I - solicitar a alteração de sua lotação;

II - licenciar-se para tratar de interesses particulares;

III - ser cedido com ou sem ônus para quaisquer órgãos;

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IV - ser nomeado para cargo em comissão ou designado para função gratificada cujos conteúdos ocupacionais sejam incompatíveis com as atribuições e responsabilidades inerentes ao cargo em provimento efetivo para o qual o servidor avaliado prestou concurso público.

Art. 125. Será suspenso o período de avaliação probatória:

I - pela fruição de licenças e afastamentos legais superiores a 15 (quinze) dias;

II - nos dias relativos a faltas injustificadas;

III - nos dias relativos ao cumprimento de sanção disciplinar de suspensão.

Parágrafo único. Na contagem do prazo previsto do inciso I, serão considerados todos os dias em que o servidor encontrou-se em licença ou em afastamento dentro do mesmo mês.

Art. 126. Ultrapassado o limite de 12 (doze) faltas injustificadas, consecutivas ou não, ao longo dos 3 (três) anos do período de avaliação probatória , o servidor será considerado reprovado e exonerado do cargo, observado o direito ao devido processo legal.

Art. 127. Regulamento especificará o procedimento de avaliação probatória a que se refere este capítulo.

CAPÍTULO IIIDA ESTABILIDADE

Art. 128. Estabilidade é a garantia de permanência no serviço público outorgada a todo servidor, observadas as seguintes condições:

I - prévia aprovação em concurso público para cargo de provimento efetivo;

II - nomeação para o cargo de provimento efetivo;

III - implementação de 3 (três) anos de efetivo exercício no cargo de provimento efetivo;

IV - aprovação no procedimento de avaliação probatória nos termos desta Lei.

Art. 129. O servidor estável somente perderá o cargo em virtude de:

I - sentença judicial transitada em julgado;

II - decisão exarada em processo administrativo que conclua pela aplicação da sanção disciplinar de demissão, no qual tenha sido assegurado ao servidor o exercício do devido processo legal;

III - ocorrência da hipótese prevista no § 4º do artigo 169 da Constituição Federal.

CAPÍTULO IV22

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DA DISPONIBILIDADE

Art. 130. O servidor estável poderá ser posto em disponibilidade remunerada, quando o cargo por ele ocupado for extinto por lei.

Parágrafo único. A extinção de que trata o caput deste artigo far-se-á mediante expressa motivação de sua desnecessidade pela autoridade competente.

Art. 131. A disponibilidade somente será utilizada quando verificada a impossibilidade de redistribuição do cargo.

Art. 132. A remuneração do servidor posto em disponibilidade será proporcional ao tempo de efetivo exercício, decorrido antes da declaração de disponibilidade e deverá considerar, para o respectivo cálculo, 1/35 (um trinta e cinco avos) ou 1/30 (um trinta avos) da respectiva remuneração mensal, por ano de trabalho, respectivamente para homem e mulher.

Parágrafo único. Para fins de incidência da contribuição previdenciária, aplica-se o disposto no § 18 do artigo 40 da Constituição Federal.

Art. 133. Ao servidor posto em disponibilidade aplicar-se-á a revisão geral anual de vencimento dos servidores em atividade.

Art. 134. Caberá aos entes públicos municipais proceder à publicação no Diário Oficial do Município do ato que colocar o servidor em disponibilidade.

Art. 135. O servidor posto em disponibilidade deverá atender às convocações realizadas pelos entes públicos municipais, cuja publicidade ocorrerá por meio do Diário Oficial do Município, no prazo máximo de 3 (três) dias úteis contados a partir da data da publicação, sob pena da caracterização de infração disciplinar nos termos desta Lei.

Art. 136. O período em que o servidor se encontrar em disponibilidade não será contado para efeito de concessão do benefício previdenciário de aposentadoria.

Art. 137. O servidor posto em disponibilidade:

I - poderá ser nomeado para o exercício de cargo em comissão;

II - não poderá ser designado para o exercício de função gratificada.

CAPÍTULO VDO APROVEITAMENTO

Art. 138. Aproveitamento é o retorno obrigatório à atividade do servidor colocado em disponibilidade em cargo cujas atribuições e vencimento sejam compatíveis com o anteriormente ocupado.

Art. 139. Os entes públicos municipais determinarão o imediato aproveitamento do servidor posto em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer.

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Parágrafo único. Fica vedado o aproveitamento de servidor posto em disponibilidade entre os entes públicos municipais.

Art. 140. Publicado o ato de aproveitamento, caberá ao servidor entrar em exercício no prazo de até 15 (quinze) dias sob pena de cometimento de infração disciplinar nos termos desta Lei, salvo se a ausência for motivada por doença comprovada por inspeção médica oficial.

Art. 141. Para efeitos de aproveitamento terá preferência o servidor que se encontrar a mais tempo em disponibilidade.

Art. 142. Na hipótese de empate no exercício da preferência previsto no artigo anterior, será aproveitado o servidor posto em disponibilidade, que, nesta ordem:

I - tenha idade mais elevada:

II - contar com o maior número de dependentes;

III - apresente mais tempo de serviço público municipal.

Art. 143. O aproveitamento somente será efetivado após o servidor submeter-se a prévia inspeção médica oficial em que fique demonstrada a sua aptidão física e mental para o exercício do cargo.

CAPÍTULO VIDA REINTEGRAÇÃO

Art. 144. A reintegração é a reinvestidura do servidor no cargo efetivo quando desconstituído o ato de exoneração ou demissão, seja por decisão administrativa ou judicial.

Parágrafo único. A reintegração dar-se-á no cargo anteriormente ocupado pelo servidor, ou, se transformado, no cargo resultante da transformação.

Art. 145. Os órgãos centrais responsáveis pela gestão de pessoal deverão ser informados do prazo para o cumprimento da decisão que determinou a reintegração.

Art. 146. O servidor reintegrado será submetido a procedimento de inspeção médica oficial que garanta sua aptidão física e mental para o exercício do cargo.

CAPÍTULO VIIDA REVERSÃO

Art. 147. Reversão é o retorno à atividade de servidor quando desconstituída a aposentadoria por invalidez em razão de inspeção médica oficial que considerar insubsistentes os motivos ensejadores da inatividade.

§ 1º Aplica-se o disposto no caput deste artigo, na hipótese de retorno do servidor aposentado, por determinação do Poder Judiciário ou do Tribunal de Contas.

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§ 2º A reversão far-se-á no mesmo cargo ocupado por ocasião da aposentadoria.

§ 3º Ocorrida a reversão e inexistindo cargo vago, o servidor será colocado no quadro de excedentes até o surgimento de vaga.

§ 4º Publicado o ato de reversão, caberá ao servidor entrar em exercício no prazo de até 15 (quinze) dias sob pena de cometimento de infração disciplinar nos termos desta Lei, salvo se a ausência for motivada por doença comprovada por inspeção médica oficial.

§ 5º O tempo em que o servidor se encontrar em exercício será computado para concessão do benefício previdenciário de aposentadoria, observadas as regras de contribuição constantes da lei que disciplinar o Regime Próprio de Previdência Social do Município.

Art. 148. Não poderá ocorrer reversão na hipótese de aposentado que tenha completado a idade limite para permanência no serviço público.

CAPÍTULO VIIIDA READAPTAÇÃO

Art. 149. Readaptação é o exercício de cargo com atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação permanente que tenha sofrido o servidor em sua capacidade física ou mental.

Parágrafo único. Considera-se limitação permanente aquela decorrente de sequela estável, definitiva e já estabilizada, atestada por inspeção médica oficial.

Art. 150. A readaptação será efetivada no mesmo cargo, preservadas as atribuições do núcleo essencial.

Parágrafo único. Para os efeitos do caput deste artigo, caberá à inspeção médica oficial apontar as atribuições integrantes do núcleo essencial do cargo que poderão ser exercidas pelo servidor.

Art. 151. Na impossibilidade da readaptação nos termos do artigo anterior, o procedimento será efetivado mediante a investidura do servidor em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, o nível de escolaridade e a equivalência de vencimento.

Art. 152. Na hipótese de ocorrência de limitação temporária e reversível, fica vedada a adoção do procedimento de readaptação, cabendo ao servidor retornar ao exercício integral das atribuições de seu cargo quando for considerado apto pela inspeção médica oficial.

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Art. 153. O servidor readaptado deverá se apresentar ao órgão central responsável pela gestão de pessoal do respectivo ente público municipal no primeiro dia útil seguinte ao recebimento do Certificado de Readaptação, emitido pelo órgão de segurança e saúde do trabalho.

Art. 154. Regulamento disporá sobre a implantação de programa específico de readaptação dos entes públicos municipais.

CAPÍTULO IXDA REMOÇÃO

Art. 155. Remoção é a movimentação do servidor de uma unidade de trabalho para outra, no âmbito do mesmo quadro de pessoal nos termos de regulamento.

Art. 156. A remoção poderá ocorrer:

I - de ofício por interesse público;

II - a pedido e a critério do ente público municipal;

III - por permuta, desde que o ato seja:

a) motivado mediante requerimento escrito dos interessados que desempenhem suas atividades em locais diferentes e que expressem o interesse de vir a ocupar o local de trabalho do outro por meio da permuta de suas posições;

b) praticado com a concordância das respectivas chefias;

c) praticado em atendimento ao interesse público;

IV - após o retorno de licença para trato de interesses particulares;

V - após retorno de afastamento por licença médica superior a 180 (cento e oitenta) dias;

VI - pela reintegração;

VII - pela readaptação;

VIII - após o retorno de período de cessão.

Art. 157. Os processos de remoção serão orientados pelos princípios da impessoalidade, da publicidade, da eficiência e da moralidade administrativa, respeitando-se as necessidades institucionais dos entes públicos municipais.

CAPÍTULO XDA REDISTRIBUIÇÃO

Art. 158. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago, para o quadro de pessoal de outro órgão ou pessoa jurídica na mesma esfera de Poder.

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Art. 159. A redistribuição tem como finalidade o ajustamento da força de trabalho às necessidades dos serviços públicos, como nas hipóteses de reorganização, extinção ou criação de órgãos ou pessoas jurídicas.

Art. 160. A efetivação da redistribuição observará os seguintes preceitos:

I - atendimento ao interesse público;

II - manutenção da essência das atribuições e responsabilidades dos cargos redistribuídos.

Art. 161. Nas hipóteses de reorganização ou extinção do órgão ou pessoa jurídica, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma desta Lei.

Art. 162. A redistribuição dar-se-á na forma e condições estabelecidas na Lei de reorganização, extinção ou criação de órgãos ou pessoas jurídicas.

Parágrafo único. As disposições previstas neste Capítulo aplicam-se ao quadro especial suplementar.

CAPÍTULO XIDA ACUMULAÇÃO REMUNERADA DE CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS

Art. 163. É vedada a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas, exceto quando houver compatibilidade de horários, observado, em quaisquer das hipóteses, o teto remuneratório aplicável aos servidores públicos municipais:

I - de 2 (dois) cargos de professor;

II - de 1 (um) cargo de professor com outro técnico ou científico;

III - de 2 (dois) cargos privativos de profissionais da saúde, com profissões regulamentadas.

Art. 164. A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções e abrange Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

Art. 165. A compatibilidade de horários será reconhecida quando houver possibilidade de exercício dos dois cargos, empregos e funções em horários diversos, sem prejuízo do cumprimento da jornada integral de trabalho determinadas para cada um e desde que a sua soma não ultrapasse o limite máximo de 60 horas semanais.

Art. 166. Para efeitos de acumulação considera-se cargo técnico ou científico aquele que exige, para o seu exercício, conhecimentos específicos de nível superior ou que exija habilitação em curso legalmente reconhecido como de educação profissional técnica de nível médio na área de atuação do profissional.

Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a classificação dos cargos para efeitos da aplicação do caput deste artigo.

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Art. 167. A simples denominação de cargo e emprego como sendo técnico ou cientifico não o caracterizará como tal, se as atribuições do cargo não demonstrarem os requisitos para a configuração de cargo técnico ou científico, na forma do disposto neste Capítulo.

Parágrafo único. Os cargos de exigência de escolaridade de nível médio cujo exercício envolva atividades meramente rotineiras e burocráticas não serão caracterizados como cargos técnicos para efeitos de acumulação.

Art. 168. O servidor vinculado ao regime de trabalho previsto nesta Lei, que acumular outro cargo ou emprego público, quando investido em cargo de provimento em comissão, deverá encontrar-se afastado dos cargos ou empregos públicos de origem.

Art. 169. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão ou função de confiança, ressalvado o disposto neste Estatuto para as hipóteses de substituição.

Art. 170. O procedimento de apuração de existência de acumulação ilícita de cargos será promovido, na forma das disposições contidas nesta Lei.

CAPÍTULO XIIDA VACÂNCIA DOS CARGOS PÚBLICOS

Art. 171. Dar-se-á vacância do cargo público em decorrência de:

I - exoneração;

II - demissão;

III - readaptação;

IV - aposentadoria;

V - falecimento;

VI - promoção.

Art. 172. Dar-se-á a exoneração:

I - a pedido;

II - de ofício, nas hipóteses de:

a) cargo de provimento em comissão;

b) não aprovação do servidor no procedimento de avaliação probatória;

c) o servidor não entrar em exercício nos prazos estabelecidos nesta Lei;

d) quando verificada a hipótese prevista no § 4º do artigo 169 da Constituição Federal;

e) na hipótese prevista no artigo 41, § 1º, III, da Constituição Federal.28

Page 29: Projeto da Prefeitura de Guarulhos - Regime Jurídico Único

Art. 173. O cargo será considerado vago na data da publicação do ato que:

I - exonerar, demitir ou aposentar o servidor; ou readaptar o servidor em cargo diverso, salvo se o ato declarar outra data para vacância;

II - declarar o falecimento do servidor.

TÍTULO IIIDOS DIREITOS E VANTAGENS

CAPÍTULO IDOS DIREITOS

Seção IDa Data Base

Art. 174. A data base dos servidores públicos municipais de Guarulhos será no dia 01 de maio de cada ano.

Seção IIDo Tempo de Serviço

Art. 175. A apuração do tempo de serviço será feita em dias.

Parágrafo único. O número de dias poderá ser convertido em anos, de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias cada um.

Seção IIIDo Efetivo Exercício

Art. 176. Serão considerados de efetivo exercício no cargo os dias em que o servidor encontrar-se afastado do trabalho em virtude de:

I - férias;

II - licença em virtude de gala;

III - licença em virtude de luto;

IV - realização de provas e exames para o servidor estudante nos termos desta Lei;

V - convocação para o serviço militar;

VI - participação em júri e outros serviços obrigatórios por lei;

VII - licença para desempenho de mandato eletivo;

VIII - licença para desempenho de mandato sindical;

IX - licença prêmio por assiduidade;

X - licença à gestante;

XI - licença adoção;

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XII - licença paternidade;

XIII - licença a servidor acidentado no trabalho ou por doença profissional;

XIV - afastamento para concorrer a mandato eletivo;

XV - doação voluntária de sangue, devidamente comprovada, no limite de até 3 (três) dias por ano;

XVI - ausências abonadas nos termos desta Lei;

XVII - os dias não trabalhados a título de afastamento preventivo desde que o servidor seja absolvido no procedimento para apuração de infração disciplinar, nos termos desta Lei;

XVIII - a cessão sem prejuízo de remuneração, nos termos desta Lei;

XIX - missão nos termos desta Lei.

Seção IVDo Vencimento e da Remuneração

Art. 177. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo efetivo exercício do cargo público, com valor fixado em lei não inferior ao salário mínimo nacional.

Parágrafo único. Excetua-se do disposto no caput deste artigo a hipótese de ocorrência de descontos legais relativos ao mês trabalhado pelo servidor.

Art. 178. Remuneração é o vencimento do cargo ocupado pelo servidor, acrescido das vantagens pecuniárias previstas em lei.

§ 1º É vedada equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público municipal.

§ 2º Será suspenso o pagamento da remuneração, na hipótese de não atendimento a convocações de recadastramentos periódicos.

Art. 179. A remuneração do servidor público deverá respeitar os limites estabelecidos pela Constituição Federal.

§ 1º Excluem-se do limite de que trata o caput deste artigo as vantagens de natureza indenizatória previstas em lei municipal.

§ 2º O subsídio e a remuneração dos servidores é irredutível, exceto para fins do disposto no caput deste artigo e as percepções de verbas de natureza transitória.

Art. 180. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do artigo 40 ou dos artigos 42 e 142 da Constituição Federal, com a remuneração do cargo, emprego ou função pública, ressalvadas as hipóteses dos cargos acumuláveis na forma do artigo 165 desta Lei, os cargos eletivos e os cargos em comissão.

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Art. 181. Ao servidor público efetivo que venha a exercer o cargo de Secretário Municipal fica garantida a opção pelo recebimento da remuneração do cargo de origem ou pelo recebimento do valor do respectivo subsídio.

Art. 182. Os Secretários Municipais e autoridades equivalentes terão direito a férias acrescidas de 1/3 (um terço) constitucional e 13º (décimo terceiro) subsídio.

§ 1º Fica vedado o pagamento de férias em dobro e horas extras aos servidores públicos que se encontram na hipótese prevista no caput deste artigo.

§ 2º Para efeitos de aplicação do previsto no caput deste artigo deverá ser considerado como período aquisitivo aquele do cargo em provimento efetivo do servidor antes de sua nomeação para Secretário.

Art. 183. A revisão geral anual de vencimento e subsídio será efetivada por lei municipal específica.

Subseção ÚnicaDas Restituições e indenizações ao Erário

Art. 184. A remuneração dos servidores e os subsídios dos Secretários Municipais não poderão sofrer outros descontos que não forem os obrigatórios ou corretivos relativos a:

I - valores indevidos lançados na remuneração ou subsídio em virtude de erro operacional;

II - outros autorizados em lei.

Art. 185. Em cumprimento à decisão judicial os entes públicos municipais deverão descontar da remuneração de seus servidores a prestação alimentícia, nos termos e nos limites determinados pelo juízo.

Art. 186. As restituições e indenizações ao erário municipal serão realizadas de forma integral e imediata ou, quando superiores a 20% da remuneração do servidor, poderão ser descontadas em parcelas não inferiores a 10% da sua remuneração.

§ 1º As restituições e indenizações a que se refere o caput deste artigo poderão ser efetuadas mediante desconto em folha de pagamento ou mediante guia de recolhimento.

§ 2º Os valores das restituições e indenizações descontadas de forma parcelada serão atualizados em Unidades Fiscais de Guarulhos.

§ 3º Na hipótese de desligamento do servidor, as reposições e indenizações ao erário municipal operar-se-ão de uma única vez.

§ 4º A não quitação do débito originado na forma e nas hipóteses previstas neste artigo implicará em sua inscrição na dívida ativa.

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Art. 187. As restituições e indenizações deverão ser previamente comunicadas ao servidor, observado o direito de defesa.

Art. 188. Será descontado do servidor condutor de veículo oficial próprio ou locado, sob sua responsabilidade, o valor de multas de trânsito, exceto quando forem aplicadas devido a problemas de conservação, manutenção ou irregularidades na documentação do veículo.

§ 1º Havendo necessidade, será instaurado procedimento administrativo para identificação do condutor do veículo, a fim de proceder aos descontos respectivos, sem prejuízo de outras responsabilizações administrativas, cíveis ou criminais aplicáveis.

§ 2º O valor da multa de trânsito será descontado da remuneração do servidor mediante a instauração prévia de procedimento administrativo em que lhe seja garantido o exercício do devido processo legal.

§ 3º Encerrado o procedimento a que se refere o parágrafo anterior, o valor da multa de trânsito poderá ser descontado da remuneração do servidor desde que comprovada a sua responsabilidade.

Art. 189. As condições e procedimentos para consignação em folha de pagamento serão disciplinados por regulamento.

Seção VDo Décimo Terceiro Vencimento

Art. 190. Será devido 13º (décimo terceiro) vencimento equivalente a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de efetivo exercício no cargo no respectivo ano.

§ 1º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias trabalhados será considerada como mês integral.

§ 2º As parcelas não permanentes, integrantes da remuneração do servidor, serão computadas no 13º (décimo terceiro) vencimento pela média apurada no respectivo ano civil.

Art. 191. O 13º (décimo terceiro) vencimento será pago até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada ano, em duas parcelas, sendo:

I - a primeira até o dia 30 de novembro;

II - a segunda até o dia 20 de dezembro.

Art. 192. As parcelas a que se refere o artigo anterior poderão ser adiantadas conforme necessidade e conveniência dos entes públicos municipais nos termos de regulamento.

Art. 193. As deduções legais recairão sobre a segunda parcela do 13º (décimo terceiro) vencimento.

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Art. 194. Os entes públicos municipais poderão adiantar a primeira parcela do 13º (décimo terceiro) vencimento proporcional aos meses trabalhados a todas as servidoras públicas, a partir do 7º (sétimo) mês de gestação, condicionado a opção expressa pelo recebimento.

Art. 195. O servidor exonerado ou desligado por motivo de aposentadoria receberá seu 13º (décimo terceiro) vencimento proporcionalmente aos meses de exercício no cargo, calculado sobre a remuneração do mês em que ocorrer a exoneração.

Parágrafo único. O servidor demitido não fará jus ao 13º (décimo terceiro) vencimento relativo ao ano em que ocorreu o rompimento de vínculo com o ente público municipal.

Seção VIDo Descanso Semanal Remunerado

Art. 196. O servidor terá direito ao Descanso Semanal Remunerado - DSR, preferencialmente aos domingos.

Art. 197. Os acréscimos decorrentes das horas extras e do adicional noturno remunerados terão reflexo no cálculo do Descanso Semanal Remunerado - DSR.

Art. 198. O servidor público não fará jus ao Descanso Semanal Remunerado - DSR na proporção de 1/6 (um sexto) da jornada semanal na ocorrência de falta ou meia falta injustificada.

Art. 199. Na hipótese de ocorrência de feriado, na semana em que se verificou a ausência injustificada, o servidor perderá:

I - o direito à remuneração do respectivo feriado; e

II - o Descanso Semanal Remunerado - DSR.

Seção VIIDas Férias

Art. 200. Após cada período de 12 (doze) meses, o servidor terá direito a férias, sem prejuízo de sua remuneração, na seguinte proporção:

I - 30 (trinta) dias corridos, quando da não ocorrência de até 05 (cinco) faltas injustificadas durante o período aquisitivo;

II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando da ocorrência de 06 (seis) a 14 (quatorze) faltas injustificadas durante o período aquisitivo;

III - 18 (dezoito) dias corridos, quando da ocorrência de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas injustificadas durante o período aquisitivo;

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IV - 12 (doze) dias corridos, quando da ocorrência de 24 (vinte e quatro) a 30 (trinta) faltas injustificadas durante o período aquisitivo.

Art. 201. Perderá o direito a férias o servidor que, no período aquisitivo, houver:

I - usufruído de licença para tratamento de saúde em período superior a 06 (seis) meses corridos ou intercalados;

II - usufruído do benefício de licença para o trato de interesses particulares em período superior a 30 (trinta) dias corridos ou intercalados;

III - apresentado mais de 30 (trinta) faltas injustificadas ao trabalho.

Art. 202. Nas hipóteses previstas nos incisos I e II do artigo 201, iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo após o retorno do servidor ao trabalho.

Art. 203. As férias serão concedidas por ato dos entes públicos municipais e no período que melhor atenda ao interesse público, em até 3 (três) períodos, incluindo os dias eventualmente convertidos em pecúnia, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o servidor tenha adquirido o direito.

Art. 204. Durante o período aquisitivo, o servidor poderá requerer a conversão de até 1/3 (um terço) de suas férias em pecúnia, verificado o interesse do serviço público municipal e desde que haja disponibilidade orçamentária e financeira.

Art. 205. As férias em descanso não poderão ser inferiores a 10 (dez) dias.

Art. 206. Para concessão de férias em descanso ou em pecúnia deverá ser priorizada a utilização dos períodos aquisitivos anteriores vencidos e não usufruídos.

Art. 207. As férias em descanso decorrentes de mais de 1 (um) período aquisitivo deverão ser contínuas, sendo vedada a sua intercalação com feriados, pontos facultativos e finais de semana.

Art. 208. É vedada a utilização das férias como forma de compensação de ausências ao trabalho.

Art. 209. É proibida a acumulação de férias, salvo por imperiosa necessidade do serviço, e pelo máximo de dois períodos, atestada a necessidade de ofício pelo Diretor do respectivo órgão em que o servidor encontrar-se em exercício.

Art. 210. O departamento responsável pela gestão de pessoal de cada Ente poderá conceder férias em descanso ao servidor público com períodos vencidos, sem prejuízo de eventual responsabilização funcional do superior hierárquico.

Art. 211. Fica assegurado ao servidor, o direito de contar em dobro as férias não usufruídas por absoluta necessidade do serviço, exceto para fins previdenciários.

Parágrafo único. O servidor fará jus à fruição das férias em dobro, observadas as seguintes condições cumulativamente:

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I - tenha direito adquirido a um novo período de férias;

II - em seu prontuário conste o adiamento das férias pela autoridade competente.

Art. 212. A fruição de férias anuais será remunerada com 1/3 (um terço) a mais do que a remuneração integral ou proporcional aos dias a que o servidor fizer jus.

Art. 213. O servidor receberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data de sua concessão.

§ 1º Quando a remuneração for paga por hora com jornadas variáveis, apurar-se-á a média do período aquisitivo, aplicando-se o valor da remuneração na data da concessão das férias.

§ 2º Na base de cálculo do valor das férias será computada a média apurada no período aquisitivo das gratificações por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso.

§ 3º A contribuição previdenciária incidirá sobre os valores previstos na lei previdenciária municipal.

Art. 214. Regulamento definirá as regras para a concessão das férias.

Seção VIIIDo Auxílio Transporte

Art. 215. O auxílio transporte terá como finalidade dar cobertura às despesas do servidor para o cumprimento do deslocamento entre a sua residência e o local de trabalho, bem como do retorno deste à sua residência.

Art. 216. O auxílio transporte será utilizado no transporte coletivo público, assim entendido o urbano, o intermunicipal e/ou interestadual com características semelhantes aos urbanos, geridos diretamente ou mediante concessão ou permissão de linhas regulares e com tarifas fixadas pela autoridade competente, excluídos os serviços coletivos ou especiais.

§ 1º Ao servidor público que resida no Município de Guarulhos será concedido o auxílio com duas passagens diárias, uma destinada para a ida e outra destinada para a volta do trabalho, sendo vedada a concessão na modalidade intermunicipal.

§ 2º Na hipótese de existência de alternativas de modalidades de transporte urbano para atendimento à necessidade do servidor, prevalecerá a menos onerosa ao erário.

§ 3º Não será fornecido auxílio transporte para o deslocamento no intervalo de refeição e descanso.

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§ 4º Entende-se por deslocamento a soma dos segmentos componentes do trajeto do servidor, por um ou mais meios de transporte, entre sua residência e o local de trabalho.

Art. 217. O auxílio transporte somente será devido desde que o servidor o requeira e comprove o cumprimento dos requisitos para sua percepção relativos ao conceito de transporte coletivo, previsto nesta Seção e nos termos de regulamento.

§ 1º Os entes públicos municipais participarão das despesas de deslocamento do servidor com ajuda de custo à parcela que exceder a 4% (quatro por cento) do vencimento de R$ 1.884,40 (um mil, oitocentos e oitenta e quatro reais e quarenta centavos) e à parcela que exceder a 6% para o vencimento superior a este valor.

§ 2º O valor de referência do vencimento previsto no § 1º deste artigo será atualizado pelo índice de revisão geral anual.

Art. 218. As despesas com o auxílio transporte, iguais ou inferiores aos percentuais e de acordo com o vencimento instituído no artigo anterior serão descontadas integralmente do servidor.

Art. 219. A adesão do servidor ao auxilio transporte acarretará o desconto em folha de pagamento de sua participação no custeio do benefício.

Art. 220. É vedada a concessão do auxílio transporte concomitantemente à concessão de outro benefício ou ajuda de custo que pressuponha o custeio de despesas com deslocamento do servidor de sua residência ao seu local de trabalho, bem como do retorno deste à sua residência.

Art. 221. Não será devido o auxílio transporte nas seguintes hipóteses:

I - desligamento do servidor dos quadros funcionais a qualquer título;

II - desistência do benefício por parte do servidor.

Art. 222. Os valores devidos a título de auxílio transporte não se incorporarão à remuneração do servidor.

Art. 223. Para efeitos de operacionalização do auxílio transporte considerar-se-á o montante a ser concedido mensalmente ao servidor pelos dias efetivamente trabalhados.

Art. 224. É vedado o pagamento do auxílio transporte em pecúnia diretamente na folha de pagamento do servidor, sem prejuízo de concessão de forma direta para sanar situações emergenciais.

Art. 225. O benefício do auxílio transporte será suspenso sem prejuízo de responsabilização nas esferas administrativa, civil e penal, nas seguintes hipóteses:

I - informação de endereços inverídicos para efeito da concessão do benefício;

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II - a não atualização de endereço que resulte em concessão indevida;

III - a utilização do benefício por terceiros;

IV - a utilização do benefício para outra finalidade não prevista nesta Seção;

V - dar causa ao excesso de saldo, evidenciando a desnecessidade na utilização do benefício;

VI - deixar de informar a perda, furto, roubo ou extravio do instrumento utilizado como auxilio transporte;

VII - durante os períodos de afastamentos preventivos nos termos do regime disciplinar previsto nesta Lei;

VIII - durante o período de cumprimento de sanção disciplinar de suspensão;

IX - durante os períodos de cumprimento de benefício de licença maternidade e paternidade;

X - durante os períodos de cumprimento de afastamento a título de auxílio doença ou acidentário;

XI - durante o período de férias em descanso;

XII - durante o período de licença prêmio em descanso;

XIII - durante a fruição de licenças sem remuneração;

XIV - na hipótese de cessão do servidor com prejuízo da remuneração;

XV - não atendimento a convocações de recadastramentos periódicos.

Art. 226. O auxílio transporte, concedido nas condições e limites definidos nesta Seção, no que se refere às obrigações dos entes públicos municipais:

I - não constituirá base de incidência de contribuição previdenciária;

II - não se configurará como rendimento tributável do servidor.

Art. 227. A concessão do benefício implicará o dever de aquisição pelos entes públicos municipais do instrumento utilizado como auxilio transporte junto aos serviços públicos de transporte ou por empresa contratada para esta finalidade.

Seção IXDo Auxílio Alimentação

Art. 228. Auxílio alimentação é a vantagem pecuniária devida ao servidor para o custeio de suas despesas com alimentação nos dias trabalhados.

Art. 229. O auxílio alimentação caracteriza-se por:

I - não se incorporar à remuneração para quaisquer efeitos;

II - não constituir base de cálculo da contribuição previdenciária;37

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III - não se configurar como rendimento tributável do servidor;

IV - não ser considerado para efeito do pagamento do 13º vencimento.

Art. 230. O benefício será sustado ou reduzido proporcionalmente quando do afastamento do trabalho sem remuneração, excetuando-se as hipóteses de acidente de trabalho e doença ocupacional atestada por perícia médica oficial.

Art. 231. O auxílio alimentação será fornecido mediante solicitação do servidor, respeitado o prazo necessário para a operacionalização do pedido e, por caracterizar-se como benefício utilizado para a alimentação do servidor, não será fornecido para períodos retroativos à data da solicitação.

Art. 232. Regulamento especificará a concessão do auxílio alimentação.

Seção XDo Auxílio Funeral

Art. 233. Ao cônjuge, companheiro ou dependente que conste no assentamento funcional do servidor ativo que venha a falecer, será concedido, a título de ressarcimento com as despesas de funeral, um auxílio correspondente a 755 (setecentos e cinquenta e cinco) Unidades Fiscais de Guarulhos ou outra que vier a substituí-la.

Parágrafo único. O pagamento do auxílio funeral será efetuado mediante apresentação da certidão de óbito nos termos de regulamento.

Seção XIDas Ausências Abonadas

Subseção IDa Ausência Abonada Geral

Art. 234. Poderão ser consideradas abonadas as ausências ao trabalho por parte do servidor até o limite de duas por ano.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não será aplicado aos servidores que trabalham em regime de plantão.

Art. 235. O abono a que se refere esta subseção ficará condicionado:

I - ao máximo de uma por mês respeitado o limite de duas por ano;

II - a concordância prévia da chefia imediata, considerado o bom funcionamento e a continuidade do serviço público.

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Subseção IIDa Ausência Abonada para Realização de Provas

Art. 236. Serão consideradas abonadas as ausências ao trabalho por parte do servidor nos dias em que encontrar-se, comprovadamente, realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior ou provas do Exame Nacional do Ensino Médio.

Subseção IIIDa ausência abonada para realização do exame preventivo do câncer ginecológico

Art. 237. Será considerada abonada, uma vez ao ano, a ausência ao trabalho por parte da servidora no dia em que encontrar-se, comprovadamente, realizando o exame preventivo do câncer ginecológico.

Art. 238. A servidora que solicitar a ausência abonada prevista nesta Subseção deverá apresentar comprovante da realização do exame a sua chefia imediata.

Subseção IVDa Ausência Abonada para Realização do Exame Preventivo do Câncer de Mama

Art. 239. Será considerada abonada, uma vez ao ano, a ausência ao trabalho por parte da servidora no dia em que encontrar-se, comprovadamente, realizando o exame preventivo do câncer de mama.

Art. 240. A servidora que solicitar a ausência abonada prevista nesta Subseção deverá apresentar comprovante da realização do exame a sua chefia imediata.

Subseção VDa Ausência do Trabalho em Virtude da Justiça Eleitoral

Art. 241. Os servidores nomeados para compor as Mesas Receptoras ou Juntas Eleitorais e os requisitados para auxiliar seus trabalhos serão dispensados do trabalho pelo dobro dos dias de convocação mediante declaração expedida pela Justiça Eleitoral, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo único. Para atendimento do disposto neste artigo a chefia imediata deverá dispensar o servidor do trabalho, preferencialmente, logo após a realização das respectivas eleições, até o prazo máximo de 6 (seis) meses.

Art. 242. Fica vedada a conversão da dispensa de que trata o artigo anterior por gratificação por serviços extraordinários.

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Subseção VIDa Ausência Abonada para Comparecimento a Serviços de Saúde

Art. 243. Serão consideradas ausências abonadas do servidor aquelas motivadas pelo seu comparecimento a serviços de saúde relativos a consultas médicas, odontológicas, psicológicas, serviços auxiliares de diagnóstico e Plano Terapêutico.

Parágrafo único. Para efeito do disposto no caput deste artigo entende-se por Plano Terapêutico aqueles relativos a Fisioterapia, Fonoterapia, Terapia Ocupacional, Saúde mental e Saúde Vocal.

Art. 244. A ausência de que trata este Capítulo ficará condicionada ao cumprimento das seguintes condições:

I - ficará limitada ao abono de no máximo meia jornada diária do servidor;

II - comunicação prévia do servidor a sua chefia imediata para efeito de organização e planejamento do trabalho;

III - apresentação de Declaração de Comparecimento a sua chefia imediata;

IV - limite de apresentação de Declaração de Comparecimento nos termos de regulamento;

V - que a jornada de trabalho do servidor seja, no mínimo, de 35 (trinta e cinco) horas semanais.

Art. 245. As Declarações de Comparecimento apresentadas por servidores que trabalham em regime de plantão ou com jornada de trabalho inferior a 35 horas semanais, somente poderão ser aceitas pela chefia imediata na hipótese do servidor demonstrar a impossibilidade de comparecer fora de seu horário de trabalho ou de adequar a ausência a sua escala de plantão.

Art. 246. O serviço de perícia médica oficial dos entes públicos municipais poderá promover auditoria das Declarações de Comparecimento e, na hipótese de não se encontrarem de acordo com o estabelecido, deverá:

I - adotar as medidas para o seu cancelamento;

II - proceder a comunicação do superior hierárquico do servidor para efeito de apuração de infração disciplinar nos termos desta Lei.

Art. 247. As normas previstas nesta Seção serão aplicadas as hipóteses de ausências abonadas de servidor para acompanhar tratamento de saúde de filho menor ou incapaz nos termos da lei civil, de que detenha guarda, assim como para o acompanhamento dos pais com mais de 60 (sessenta) anos de idade, cônjuge, companheiro ou companheira, condicionada a necessidade do acompanhamento nos termos de regulamento.

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Art. 248. Será aplicada o disposto nesta Seção sem prejuízo das normas relativas a apresentação de atestados médicos para efeito de licença para tratamento de saúde.

Art. 249. Regulamento cuidará das normas de execução e complementação da ausência abonada prevista nesta Seção.

Seção XIIDo Salário Família

Art. 250. Será devido o salário-família, mensalmente, ao servidor ativo que receba remuneração igual ou inferior ao valor limite estabelecido no Regime Geral de Previdência Social - RGPS para o mesmo benefício na proporção do número de filhos ou equiparados de até quatorze anos ou inválidos.

Parágrafo único. O valor limite referido no caput será corrigido pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do Regime Geral de Previdência Social - RGPS.

Art. 251. A cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição terá o mesmo valor e índice de correção praticados no Regime Geral de Previdência Social - RGPS.

Art. 252. Quando pai e mãe forem ocupantes de cargo de provimento efetivo nos entes públicos municipais, ambos terão direito ao salário-família.

Art. 253. Não será devido salário família na hipótese de ambos os servidores perderem a guarda ou o poder familiar.

Art. 254. O pagamento do salário-família está condicionado a apresentação da certidão de nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado ou ao inválido, e a apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória e de comprovação de frequência escolar do filho ou equiparado.

Art. 255. O salário-família não constituirá base de cálculo de nenhuma vantagem pecuniária, bem como da contribuição previdenciária, e não se incorporará à remuneração ou aos benefícios previdenciários.

Seção XIIIDo Auxílio-Reclusão

Art. 256. O auxílio-reclusão consistirá numa importância mensal, concedida aos dependentes do servidor estável recolhido à prisão, que tenha recebido dos cofres públicos remuneração igual ou inferior ao valor estabelecido para o mesmo benefício no Regime Geral de Previdência Social - RGPS.

Parágrafo único. Entende-se por dependentes aqueles fixados no rol do Regime Próprio de Previdência Social do Município.

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Art. 257. O valor do auxílio-reclusão será de 1/35 (um trinta e cinco avos) ou 1/30 (um trinta avos) da respectiva remuneração mensal, por ano de serviço, respectivamente, se homem ou mulher.

Art. 258. A remuneração do auxílio-reclusão será revista, da mesma forma e sem distinção de índices, sempre que, em virtude da revisão geral anual, houver modificação da remuneração dos servidores em atividade.

Art. 259. O auxílio-reclusão será rateado em cotas-parte iguais entre os dependentes do servidor declarados em seu prontuário funcional.

Art. 260. O auxílio-reclusão será devido a contar da data em que o servidor preso deixar de receber sua remuneração.

Art. 261. Na hipótese de fuga do servidor, o direito será restabelecido a partir da data da recaptura ou da reapresentação à prisão, nada sendo devido aos seus dependentes enquanto estiver o servidor evadido e pelo período da fuga.

Art. 262. Na hipótese do servidor ser ressarcido com o pagamento da remuneração correspondente ao período em que esteve preso, e seus dependentes tenham recebido auxílio-reclusão, o valor correspondente ao período deverá ser compensado a favor do ente público municipal, aplicando-se os juros e índices de correção incidentes no ressarcimento da remuneração.

Art. 263. Regulamento especificará a concessão do auxílio-reclusão.

Seção XIVDo Direito de Petição

Art. 264. É assegurado ao servidor o direito de requerer informação aos entes públicos municipais, para defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal, independentemente do pagamento de qualquer tributo.

Art. 265. Os requerimentos deverão ser decididos no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data de seu recebimento no protocolo geral dos entes públicos municipais.

Art. 266. Do indeferimento do requerimento caberá recurso no prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação ou da ciência pelo interessado da decisão recorrida.

§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferida a decisão.

§ 2º Encerra-se a instância administrativa nas seguintes hipóteses:

I - transcorrido o prazo sem a interposição do recurso cabível;

II - no indeferimento do recurso.

Art. 267. A autoridade competente para manifestar-se sobre o recurso deverá fazê-lo no prazo máximo de 60 (sessenta) dias.

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§ 1º O recurso não tem efeito suspensivo, salvo nos casos previstos em lei.

§ 2º O provimento do recurso dará lugar às retificações necessárias, retroagindo os seus efeitos à data do ato impugnado, desde que a autoridade competente não determine outras providências quanto aos efeitos relativos ao passado.

Art. 268. Os direitos patrimoniais prescrevem em cinco anos, observada a prescrição parcelar.

Art. 269. O prazo de prescrição de que trata o artigo anterior terá como termo inicial a data em que houver ocorrido o direito a implementação de vantagem ou benefício previsto nesta Lei.

Art. 270. O exercício do direito de petição interrompe a prescrição.

Parágrafo único. Enquanto o processo administrativo, deflagrado pelo exercício do direito de petição, encontrar-se pendente de análise, apreciação ou julgamento o prazo prescricional ficará suspenso.

Art. 271. Para o exercício do direito de requerer é assegurada ao servidor, a vista do processo ou documento, na repartição pública.

Art. 272. Os prazos previstos nos artigos 273 e 275 desta Lei serão improrrogáveis, salvo por motivo devidamente justificado pela autoridade competente.

CAPÍTULO IIDAS VANTAGENS PECUNIÁRIAS

Art. 273. Além do vencimento poderão ser concedidas ao servidor as seguintes vantagens pecuniárias:

I - adicionais;

II - gratificações;

III - indenizações.

Parágrafo único. As gratificações e os adicionais não serão incorporados à remuneração do servidor ativo, observada a legislação previdenciária para fins de fixação dos proventos e pensões.

Art. 274. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores.

Seção IDos Adicionais

Art. 275. Entende-se por adicional a vantagem pecuniária a que o servidor faz jus em razão do decurso do tempo ou de outras condicionantes estabelecidas nesta Lei ou legislação municipal específica.

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Parágrafo único. Os adicionais que compõem a remuneração do servidor serão aqueles tratados nesta Lei e nas demais previstas na legislação municipal aplicável a espécie.

Subseção IDo Adicional por Tempo de Serviço

Art. 276. O servidor público titular de cargo de provimento efetivo terá direito, após cada período de 5 (cinco) anos de efetivo exercício no cargo em provimento efetivo, no respectivo ente público municipal, contínuo ou não, ao adicional por tempo de serviço, calculados à razão de 5% (cinco por cento) sobre o seu vencimento, até o máximo de 35% (trinta e cinco por cento), vedado o cômputo ou a acumulação de benefício, para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título.

Subseção IIDa Sexta Parte

Art. 277. O servidor público titular de cargo de provimento efetivo terá direito, ao completar 25 (vinte e cinco) anos de efetivo exercício no cargo no respectivo ente público municipal, contínuos ou não, ao adicional de 1/6 (um sexto) do vencimento de seu cargo.

Subseção IIIDo Adicional por Trabalho Noturno

Art. 278. Os servidores públicos municipais terão o valor da respectiva hora normal de trabalho acrescido de 25% (vinte e cinco por cento) sobre a hora diurna, pelo trabalho noturno prestado das 21 (vinte e uma) horas de um dia as 5 (cinco) horas do dia seguinte.

Parágrafo único. O cômputo da hora noturna será na base de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.

Art. 279. Nos horários mistos, assim considerados os que abrangem períodos diurnos e noturnos, somente serão remunerados com o acréscimo de que trata esta Subseção as horas prestadas em período noturno, havendo reflexo do adicional noturno no Descanso Semanal Remunerado - DSR e em feriados.

Art. 280. O adicional das horas noturnas habitualmente trabalhadas fará parte da composição da remuneração dos descansos semanais, feriados e pontos facultativos.

Art. 281. A média do adicional por trabalho noturno incidirá para efeito da remuneração das férias e 13º (décimo terceiro) vencimento.

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Subseção IVDo Adicional de Insalubridade e Periculosidade

Art. 282. O adicional de insalubridade se destina a remunerar os servidores que, no exercício de suas atividades, encontrem-se sujeitos de forma habitual ou permanente a condições de insalubridade, nos termos desta Lei e respectivo regulamento.

§ 1º Considera-se exposição habitual, aquela em que, em virtude do exercício das atribuições legais do cargo, o servidor esteja submetido a circunstâncias ou condições insalubres por tempo superior a metade da jornada de trabalho semanal.

§ 2º Considera-se exposição permanente, aquela que é constante, durante toda a jornada laboral e caracterizada como principal atividade do servidor.

Art. 283. Para fins de concessão do adicional de insalubridade considera-se atividade insalubre aquelas que, por sua natureza, acabe por expor o servidor a agentes nocivos à saúde, acima dos limites quantitativos ou qualitativos fixados, em razão da natureza e intensidade do agente, nos termos de regulamento.

Parágrafo único. A concessão do adicional de que trata o caput deste artigo ficará condicionada a emissão de laudo técnico por profissional habilitado pertencente ao serviço de segurança e saúde do trabalho.

Art. 284. A definição das atividades insalubres ou perigosas, seus fatores, sua caracterização, frequência, graus de risco e limites de tolerância, a possibilidade e a forma de sua supressão, total ou parcial, serão apurados e definidos em regulamento.

Art. 285. Para fins do disposto nesta Subseção considera-se:

I - avaliação qualitativa: aquela realizada por meio de observação dos agentes ambientais presentes em determinado local de trabalho ou a que um servidor porventura se encontre exposto;

II - avaliação quantitativa: a avaliação realizada utilizando-se de equipamentos específicos de medição para a quantificação dos agentes ambientais presentes em determinado local de trabalho ou a que um trabalhador porventura se encontre exposto.

Art. 286. O adicional de periculosidade se destina a remunerar os servidores que, no exercício do cargo, desenvolvam, de forma habitual ou permanente, atividades consideradas perigosas, nos termos desta Lei e respectivo regulamento.

Art. 287. Para fins de concessão do adicional de periculosidade considerar-se-ão atividades perigosas aquelas que, por sua natureza, impliquem em exposição ou operação habitual ou permanente do servidor com:

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I - substâncias inflamáveis;

II - energia elétrica;

III - radiações ionizantes;

IV - explosivos;

V - motocicletas;

VI - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.

Parágrafo único. A definição das atividades perigosas, seus fatores, sua caracterização, frequência, a possibilidade e a forma de sua supressão, total ou parcial, serão apurados e definidos na forma de regulamento.

Art. 288. Verificada a existência de atividade insalubre ou perigosa, o órgão responsável pela saúde e segurança do trabalho determinará, para a eliminação ou atenuação do risco, conforme o caso, as seguintes providências:

I - adoção de medidas de segurança e alterações necessárias no local de trabalho;

II - utilização de equipamento de proteção individual pelos servidores expostos ao risco;

III - redução da jornada de trabalho na atividade.

Art. 289. O pagamento do adicional de insalubridade ou periculosidade somente será devido quando a adoção das medidas previstas no artigo anterior não implicarem na eliminação ou atenuação do risco à saúde ou à integridade física dos servidores abaixo dos limites estabelecidos em regulamento.

§ 1º É vedada a percepção cumulativa do adicional pelo exercício de trabalho em condições de insalubridade com o adicional pelo exercício de trabalho em condições de periculosidade, sendo devida a de maior valor.

§ 2º Serão descontados ou compensados do adicional de insalubridade e periculosidade, gratificações ou outros adicionais já concedidos sob a mesma natureza ou fundamento.

§ 3º O adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação ou atenuação do risco à saúde ou à integridade física dos servidores abaixo dos limites estabelecidos em regulamento.

Art. 290. Não será devido o adicional de insalubridade ou periculosidade quando do afastamento do servidor do exercício das atribuições que ensejaram a sua concessão.

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Art. 291. Em conformidade com o grau de insalubridade a que o servidor se encontrar exposto em seu ambiente de trabalho, o percentual do adicional será fixado tomando-se como referência 300 (trezentos) Unidades Fiscais de Guarulhos respectivamente:

I - no grau mínimo: 30 (trinta) UFG;

II - no grau médio: 60 (sessenta) UFG;

III - no grau máximo: 120 (cento e vinte) UFG.

Art. 292. Pelo desempenho de atividades ou operações perigosas o servidor receberá o adicional no percentual de 30% (trinta por cento) sobre o vencimento do cargo efetivo.

Art. 293. Haverá permanente controle das atividades laborativas de servidores cujas operações sejam desenvolvidas em locais considerados insalubres ou perigosos.

Parágrafo único. A percepção do adicional de insalubridade ou de periculosidade não constituem, por si só, comprovação do exercício de atividade especial ensejadora da aposentadoria especial, nos termos do disposto na legislação previdenciária.

Art. 294. A servidora gestante ou lactante poderá, a critério da perícia médica oficial, ser afastada, enquanto durar a gestação e a lactação das operações e locais insalubres ou perigosos.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo a servidora exercerá suas atividades em local salubre e não perigoso.

Subseção V Do Adicional pela Prestação de Serviços Extraordinários

Art. 295. O servidor público ocupante de cargo de provimento efetivo, quando convocado para trabalhar em jornada diária superior à regular estabelecida para o seu cargo,terá direito ao adicional por serviços extraordinários.

Art. 296. Não serão computadas como jornada extraordinária as variações de horário no apontamento de frequência não excedentes de 15 (quinze) minutos, no início ou término da jornada fixada, observado o limite máximo de 30 minutos diários.

Art. 297. A prestação de serviços extraordinários terá natureza de eventualidade, afastada a habitualidade.

Art. 298. Somente será permitido que se exceda o limite da duração normal da jornada de trabalho:

I - para o atendimento de situações excepcionais e temporárias;

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II - para a realização ou conclusão de serviços inadiáveis, ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto a prestação do serviço público.

Art. 299. Excepcionalmente e desde que devidamente justificado, os Diretores de Departamento ou autoridades superiores poderão autorizar que servidores a eles subordinados trabalhem em horário que ultrapasse a jornada normal de trabalho.

Art. 300. A remuneração pela realização de horas extraordinárias será devida na seguinte proporção:

I - quando em dias normais e pontos facultativos: será acrescida a importância equivalente a 50% (cinquenta por cento) da hora normal;

II - quando em dias de domingos ou feriados: será acrescida a importância equivalente a 100% (cem por cento) da hora normal.

Art. 301. Fica vedado a prestação de serviços extraordinários aos servidores em exercício de jornada de trabalho inferior à originalmente estabelecida para seu cargo por opção de redução de jornada.

Art. 302. Fica vedada a concessão de adicional pela prestação de serviços extraordinários com objetivo de remunerar outros serviços ou encargos.

§ 1º Não será devido o pagamento de adicional pela prestação de serviços extraordinários aos servidores ocupantes de cargos em comissão.

§ 2º O pagamento de adicional pela prestação de serviços extraordinários realizados por servidores cedidos a outros órgãos será devido pelos cessionários.

Art. 303. Nas repartições públicas municipais que executem serviços que, por sua natureza, não possam sofrer interrupções, o ponto facultativo decretado não ensejará o pagamento por serviços extraordinários.

Art. 304. O adicional de que trata esta Subseção respeitará os limites orçamentários e financeiros.

Art. 305. O excesso de horas da jornada diária de trabalho a que se refere o artigo anterior poderá ser compensado pela correspondente diminuição da jornada de trabalho a ser realizada em outro dia, observada a jornada máxima semanal.

Art. 306. Regulamento especificará sobre a prestação, compensação, pagamento e limites de serviços extraordinários.

Seção IIDas Gratificações

Art. 307. As gratificações que compõem a remuneração dos servidores serão aquelas previstas na legislação municipal específica.

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Parágrafo único. A lei previdenciária disporá sobre o regime das gratificações, para fins de incidência da contribuição previdenciária e fixação de proventos e pensões.

Seção IIIDas Diárias

Art. 308. As diárias destinam-se ao pagamento de despesas do servidor com estadia, alimentação, comunicações, transporte local e traslado, quando em viagem a serviço dos entes públicos municipais nos termos de legislação municipal especifica.

Parágrafo único. Não se concederá diária durante o período de trânsito, nem quando o deslocamento constituir exigência permanente do cargo ou função.

TÍTULO IVDAS LICENÇAS

CAPÍTULO IDA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE

Art. 309. Licença para tratamento de saúde é o afastamento do servidor do exercício de seu cargo por motivo de doença, sem prejuízo de sua remuneração, visando o restabelecimento e a recuperação da capacidade laborativa.

Art. 310. A licença de que trata este Capítulo será concedida ou prorrogada a pedido ou de ofício, vedada a sua concessão por prazo indeterminado.

Art. 311. O pagamento dos dias de licença para tratamento de saúde ficará a cargo dos entes públicos municipais.

Parágrafo único. A contribuição previdenciária incidirá sobre o pagamento da licença para tratamento da saúde do servidor.

Art. 312. A concessão de licença para tratamento de saúde ficará condicionada a realização de perícia médica oficial a cargo dos entes públicos municipais.

§ 1º Caberá aos profissionais responsáveis pelo procedimento de perícia médica oficial, o apontamento expresso do período da licença a ser concedida ao servidor bem como o seu motivo, sendo considerado como licença estritamente o período apontado.

§ 2º Os dias não trabalhados entre a data da apresentação do atestado médico e a realização da perícia serão considerados como período de licença para tratamento de Saúde, desde que as ausências ao trabalho tenham sido motivadas pela mesma doença que ensejou a concessão do afastamento, a juízo dos profissionais responsáveis pela realização da perícia médica oficial.

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Art. 313. Para os efeitos de concessão da licença de que trata este Capítulo, entende-se por atestado médico o instrumento legal que possibilitará que o servidor solicite o afastamento por doença.

Parágrafo único. O atestado médico, mesmo quando corretamente emitido e entregue no período correto, não gerará direito imediato à fruição da licença, obrigando o servidor ao estrito cumprimento das normas previstas neste Capítulo.

Art. 314. Caberá aos profissionais responsáveis pela perícia médica oficial recomendar a adoção de procedimento de readaptação e de aposentadoria por invalidez, quando necessários.

Art. 315. A perícia médica oficial deverá ser realizada pelos entes públicos municipais e, sempre que necessário e mediante justificativa do servidor, poderá ser realizada em sua residência ou no estabelecimento hospitalar em que se encontrar internado, desde que comprovadas as hipóteses de imobilidade física ou de internação.

Parágrafo único. Se constatada a improcedência da justificativa sobre a impossibilidade de deslocamento do servidor ao local de realização da perícia médica ficará caracterizado o cometimento de infração disciplinar a ser apurada e sancionada nos termos desta Lei.

Art. 316. Na hipótese do não reconhecimento da existência da incapacidade laborativa em virtude de doença pela perícia médica oficial, não será concedida a licença para tratamento de saúde.

Parágrafo único. Os dias não trabalhados serão considerados como ausências injustificadas nos termos desta Lei.

Art. 317. Encerrado o período de licença, caberá ao servidor reassumir o exercício de seu cargo no primeiro dia útil de trabalho subsequente.

Art. 318. No curso da licença, o servidor poderá ser examinado, a requerimento ou de ofício, ficando obrigado a reassumir o seu cargo se for considerado apto para o trabalho sob pena de caracterização de ausências injustificadas nos termos desta Lei.

Art. 319. No curso da licença o servidor abster-se-á de praticar quaisquer atividades remuneradas ou gratuitas de caráter contínuo sob pena de cassação da licença com perda total da remuneração correspondente ao período já usufruído sem prejuízo das sanções disciplinares previstas nesta Lei.

Parágrafo único. A restrição de caráter laborativa prevista no caput deste artigo somente será afastada mediante justificativa oriunda de perícia médica oficial.

Art. 320. Regulamento disporá sobre:

I - o procedimento de inspeção médica oficial;

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II - funcionamento do órgão responsável pela saúde e segurança do trabalho;

III - recurso na hipótese de indeferimento do pedido de licença para tratamento de saúde;

IV - a ausência do trabalho do servidor para comparecimento a serviços de saúde relativo a consultas médicas, odontológicas, psicológicas, serviços auxiliares de diagnóstico e plano terapêutico;

V - demais temas úteis ao esclarecimento da licença para tratamento de saúde.

CAPÍTULO IIDA LICENÇA POR ACIDENTE DE TRABALHO

Art. 321. Licença em virtude de acidente de trabalho é o afastamento do servidor do exercício de seu cargo por motivo de acidente de trabalho, sem prejuízo de sua remuneração, visando o seu restabelecimento e recuperação.

Art. 322. Para efeitos deste Capítulo, entende-se por acidente de trabalho:

I - o evento danoso à integridade física ou mental do servidor, decorrente do exercício de seu cargo ou das condições do ambiente de trabalho, aptos a provocarem a perda ou a redução permanente ou temporária de sua capacidade laborativa;

II - o evento danoso que tenha ocorrido no percurso ininterrupto da residência do servidor para o local de trabalho ou deste para a sua residência.

Art. 323. A todo acidente de trabalho corresponderá a abertura de respectivo Procedimento de Acidente de Trabalho - PAT, que deverá ser providenciado pelas respectivas chefias imediatas e enviadas até o primeiro dia útil subsequente ao acidente, ao órgão central de gestão de pessoal dos entes públicos municipais para as providências cabíveis.

Art. 324. Ao servidor que sofrer acidente de trabalho será assegurada a licença para tratamento de saúde.

Parágrafo único. A contribuição previdenciária incidirá sobre o pagamento da licença para tratamento da saúde do servidor.

Art. 325. Regulamento especificará as normas para a implementação da licença por acidente de trabalho.

CAPÍTULO IIIDA LICENÇA GESTANTE

Art. 326. Será concedida licença remunerada pelo período de 180 (cento e oitenta) dias à servidora gestante, mediante a comprovação dessa condição por meio da apresentação de atestado médico ou certidão de nascimento da criança.

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Art. 327. A licença gestante será concedida com base na última remuneração.

§ 1º Incidirá contribuição previdenciária sobre a remuneração no cargo efetivo da servidora licenciada, na forma prevista pela lei previdenciária municipal.

§ 2º A servidora deverá promover a inscrição da criança junto ao órgão gestor do Regime Próprio de Previdência Social, na forma prevista na lei previdenciária municipal.

Art. 328. Durante o período de licença, a servidora beneficiada não poderá exercer qualquer outra atividade laboral.

Art. 329. Fica facultado à servidora gestante requerer o retorno antecipado do afastamento previsto neste Capítulo, desde que cumprido o período mínimo de 120 (cento e vinte) dias de afastamento.

Art. 330. A licença será concedida entre o 28º (vigésimo oitavo) dia que anteceder o parto e a ocorrência deste.

Art. 331. Regulamento disporá sobre hipóteses de nascimento de prematuros, nati-morto e aborto, bem como a incompatibilidade de percepção da licença com outras licenças remuneradas.

CAPÍTULO IVDA LICENÇA ADOTANTE

Art. 332. Na hipótese de adoção ou de obtenção judicial de guarda para fins de adoção será concedida licença adotante pelo período de 180 (cento e oitenta) dias, sem prejuízo de sua remuneração, observadas no que couber às disposições previstas para a licença maternidade.

§ 1º A licença somente será concedida mediante a apresentação do termo judicial de guarda à adotante ou guardião.

§ 2º A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença a apenas um dos adotantes ou guardiões.

CAPÍTULO VDA LICENÇA PATERNIDADE

Art.333. Será concedida Licença Paternidade pelo período de 15 (quinze) dias consecutivos, a partir do primeiro dia de trabalho da data do nascimento do filho, sem prejuízo de sua remuneração.

§ 1º A concessão da licença será imediata, exigida como condição a apresentação da certidão de nascimento da criança.

§ 2º O servidor deverá promover a inscrição da criança junto ao órgão gestor do Regime Próprio de Previdência Social, na forma prevista na lei previdenciária municipal

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CAPÍTULO VIDA LICENÇA PARA TRATO DE INTERESSES PARTICULARES

Art. 334. O servidor estável poderá, a pedido, obter licença para tratar de interesses particulares, com prejuízo da remuneração, por período de até 1 (um) ano prorrogável por igual período.

§ 1º O período de licença poderá ser usufruído sucessiva ou intercaladamente, desde que respeitado o limite improrrogável de 2 (dois) anos.

§ 2º O prazo mínimo de licença será de 3 (três) meses.

§ 3º Será devida a contribuição previdenciária na forma prevista na legislação previdenciária municipal.

Art. 335. Usufruído o período máximo de licença nos termos parágrafo primeiro do artigo anterior, o servidor somente poderá requerer novo afastamento após 5 anos contados a partir do retorno ao exercício do cargo.

Art. 336. O servidor aguardará em exercício, a concessão da licença, sob pena de ocorrência de ausências injustificadas nos termos desta Lei.

Art. 337. O servidor poderá, a qualquer tempo, desistir da licença e reassumir o exercício de seu cargo.

Parágrafo único. Quando do retorno, o servidor deverá se apresentar ao órgão responsável pela gestão de pessoas, antes de reassumir suas funções laborais.

Art. 338. Fica vedada a concessão da licença para trato de interesses particulares nas seguintes hipóteses:

I - de o afastamento ser considerado inconveniente ao interesse público;

II - para servidores contratados por prazo determinado;

III - para servidores ocupantes de cargo em comissão.

Art. 339. Regulamento disporá sobre os procedimentos para a operacionalização e controle da licença prevista neste Capítulo.

CAPÍTULO VIIDA LICENÇA PARA ACOMPANHAMENTO DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR

Art. 340. Será concedida licença ao servidor pelo período de até 30 (trinta) dias corridos ou interpolados, dentro de um período de 12 (doze) meses para acompanhamento de internação de filho menor de 18 (dezoito) anos, ascendentes diretos com idade superior a 60 (sessenta) anos, cônjuge ou companheiro.

§ 1º A licença de que trata o caput ocorrerá sem prejuízo da remuneração.

§ 2º Os períodos serão contados a partir da data da primeira declaração de acompanhamento.

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Art. 341. O servidor deverá apresentar a sua chefia imediata os documentos comprobatórios:

I - da internação para análise do serviço de perícia médica oficial;

II - do grau de parentesco nos termos de regulamento.

Art. 342. É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença para acompanhamento de internação hospitalar sob pena de:

I - cancelamento da licença;

II - restituição dos valores recebidos;

III - aplicação de sanção disciplinar nos termos desta Lei.

Art. 343. Na hipótese de existência de mais de 1 (um) servidor apto a acompanhar a internação hospitalar, a licença será concedida a apenas 1 (um) deles.

CAPÍTULO VIIIDA LICENÇA PARA ACOMPANHAMENTO DOMICILIAR DE FILHOS ADOECIDOS

Art. 344. Será concedida licença ao servidor por no máximo 14 (quatorze) dias, corridos ou intercalados, dentro de um período de 12 (doze) meses para acompanhamento domiciliar de filhos adoecidos menores de 12 (doze) anos.

§ 1º A licença de que trata o caput ocorrerá sem prejuízo da remuneração.

§ 2º Os períodos serão contados a partir da data da primeira declaração de acompanhamento.

Art. 345. O servidor deverá apresentar a sua chefia imediata os documentos comprobatórios:

I - da declaração de necessidade de acompanhamento domiciliar para análise do serviço de perícia médica oficial;

II - da condição de ascendente do menor adoecido nos termos de regulamento.

Art. 346. Na hipótese de existência de mais de 1 (um) servidor apto a acompanhar o filho adoecido, a licença será concedida a apenas 1 (um) deles.

CAPÍTULO IXDA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO

Art. 347. Ao servidor convocado para o serviço militar e outros encargos da segurança nacional será concedida licença com pagamento de remuneração.

Art. 348. A licença será concedida à vista do documento oficial que comprove a incorporação.

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Art. 349. Da remuneração será descontada a importância que o servidor receber na qualidade de incorporado, salvo se houver optado pelas vantagens do serviço militar.

Art. 350. Ao servidor desincorporado conceder-se-á prazo não excedente de 15 (quinze) dias para reassumir o exercício do cargo sem perda de sua remuneração.

Parágrafo único. A inobservância do prazo previsto no caput deste artigo implicará na ocorrência de ausências injustificadas ao trabalho.

Art. 351. Ao funcionário, oficial da reserva, aplicam-se as disposições do artigo anterior, durante os estágios previstos pelo regulamento militar.

CAPÍTULO XDA LICENÇA PARA CONCORRER A MANDATO ELETIVO

Art. 352. Ficará garantido ao servidor ocupante de cargo em provimento efetivo que concorrer a mandato eletivo licenciar-se pelo prazo de 3 (três) meses que antecederem a realização do pleito, sem prejuízo de sua remuneração.

Art. 353. Após a fruição da licença prevista neste Capítulo caberá ao servidor reassumir o exercício de seu cargo:

I - no primeiro dia útil subsequente ao da publicação da decisão transitada em julgado na hipótese de indeferimento ou cancelamento de registro de sua candidatura pela Justiça Eleitoral;

II - no primeiro dia útil subsequente a realização da eleição para o cargo eletivo a que concorreu.

§ 1º A inobservância dos prazos previstos nos incisos deste artigo implicará na ocorrência de ausências injustificadas ao trabalho.

§ 2º Para efeitos do caput deste artigo o servidor reassumirá o exercício do cargo na hipótese que ocorrer primeiro nos termos dos incisos I e II.

Art. 354. Aplicar-se-á ao afastamento previsto neste Capítulo, no que couber, as normas federais que sistematizam o processo eleitoral em âmbito nacional.

Art. 355. Regulamento disporá sobre os procedimentos para a operacionalização da licença prevista neste Capítulo.

CAPÍTULO XIDA LICENÇA PARA EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO

Art. 356. Fica assegurado ao servidor público municipal investido em mandato eletivo licenciar-se do exercício de seu cargo, observadas as seguintes disposições:

I - se investido em mandato federal, estadual ou distrital, ficará o servidor afastado do exercício do cargo, sem a percepção de remuneração;

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II - se investido no mandato de Prefeito, ficará facultado ao servidor afastado do exercício do cargo optar pelo subsídio de Prefeito ou pela remuneração do cargo efetivo;

III - se investido no mandato de vice-prefeito ou vereador:

a) em havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo dos subsídios do cargo eletivo, desde que exerça de forma efetiva as atribuições de seu cargo;

b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pelo subsídio do cargo eletivo ou pela remuneração do cargo efetivo.

Art. 357. Na hipótese de afastamento do cargo, o servidor contribuirá diretamente para o regime previdenciário a que estiver vinculado, como se em exercício estivesse.

Art. 358. O servidor investido em mandato eletivo não poderá ser removido de ofício durante o exercício do mandato.

CAPÍTULO XIIDA LICENÇA PARA O EXERCÍCIO DE MANDATO SINDICAL

Art. 359. Fica assegurado ao servidor ocupante de cargo em provimento efetivo, eleito membro da Diretoria, Conselho Fiscal e Conselho Federativo do sindicato representativo dos servidores públicos municipais, o direito a licença remunerada para o desempenho de mandato sindical.

§ 1º A licença terá prazo de duração máxima igual à do mandato sindical exercido na forma do estatuto do sindicato, podendo ser prorrogada na hipótese de reeleição.

§ 2º Encerrado o período de licença, o servidor deverá apresentar-se ao respectivo órgão central de gestão de pessoal dos entes públicos municipais para reassumir o exercício de seu cargo no primeiro dia útil subsequente.

Art. 360. O servidor deverá desincompatibilizar-se do cargo em comissão ou da função de confiança quando empossado no mandato sindical.

Art. 361. O servidor investido em mandato sindical não poderá ser removido de ofício durante o exercício do mandato.

Art. 362. O ente público municipal poderá conceder licença sem prejuízo de remuneração ao servidor ocupante de cargo de provimento efetivo eleito para o exercício de mandato sindical de sua categoria profissional com base de representação estadual ou nacional.

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Seção ÚnicaDa Licença para o Exercício em Associação de Classe

Art. 363. O ente público municipal concederá licença para tratar de assuntos particulares, sem remuneração, ao servidor público municipal eleito para ocupar cargo em associação de classe, até o número de 3 (três) por associação.

CAPÍTULO XIIIDA LICENÇA PRÊMIO POR ASSIDUIDADE

Art. 364. Conceder-se-á licença prêmio por assiduidade de 3 (três) meses em descanso, com todos os direitos e vantagens do cargo efetivo ao servidor que a requerer após cada período de 5 (cinco) anos ininterruptos de efetivo exercício do cargo no ente público municipal.

Art. 365. Os direitos e vantagens, computados à data da concessão da licença prêmio por assiduidade, serão:

I - os do cargo em comissão ou de função de confiança, ainda que em substituição, quando do seu exercício ininterrupto por 6 (seis) meses da data em que se completou o período aquisitivo;

II - os do cargo em comissão ou de função de confiança ainda que em substituição, de maior remuneração, quando o exercício desses cargos ou funções somar mais de 30 (trinta) meses;

III - os do cargo em substituição em geral, nas mesmas condições dos itens anteriores.

Art. 366. A pedido do servidor e atendendo a necessidade do serviço público a critério das autoridades nomeantes, a licença prêmio poderá ser convertida em pecúnia, parcial ou totalmente.

Art. 367. Fica assegurada ao servidor, quando de seu desligamento por motivo de aposentadoria, a percepção em pecúnia da licença prêmio não usufruída e ao período proporcional ao tempo decorrido entre o vencimento da licença anterior e a data da aposentadoria, respeitadas as demais disposições previstas neste Capítulo.

Art. 368. Fica assegurada aos servidores nomeados para cargos em comissão, por ocasião da exoneração, a percepção proporcional da licença prêmio, em pecúnia, respeitadas as demais disposições previstas neste Capítulo.

Art. 369. Exclusivamente dentro do quinquênio, a licença-prêmio ficará prejudicada, observado o disposto no artigo 378, se houver o servidor dentro dos 5 (cinco) anos:

I - sofrido sanção disciplinar de suspensão;

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II - se ausentado ao trabalho, injustificadamente por mais de 20 (vinte) dias, consecutivos ou não;

III - usufruído licença:

a) para tratamento de saúde, por prazo superior a 90 (noventa) dias, consecutivos ou não;

b) para acompanhamento de internação hospitalar;

c) para tratamento de interesses particulares por qualquer prazo, salvo se o servidor já houver completado 3/5 (três quintos) do quinquênio.

Art. 370. Nenhum servidor municipal perderá direito à licença-prêmio, em virtude de haver ultrapassado o limite de ausências ao trabalho ou licenças para tratamento de saúde previsto nesta Lei.

§ 1º O excesso de faltas ou licenças de que trata este artigo, será descontado do quinquênio considerando-o completo, após os descontos, quando o servidor atingir o total de 1.825 dias de efetivo exercício no cargo.

§ 2º A concessão de licença prêmio em descanso, somente será permitida após esgotados os períodos de férias.

Art. 371. O direito à licença-prêmio não terá prazo para ser exercido.

CAPÍTULO XIVDA LICENÇA EM VIRTUDE DE GALA

Art. 372. O servidor poderá deixar de comparecer ao trabalho sem prejuízo de sua remuneração por até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento.

CAPÍTULO XVDA LICENÇA EM VIRTUDE DE LUTO

Art. 373. O servidor poderá deixar de comparecer ao trabalho sem prejuízo de sua remuneração por motivo de falecimento:

I - dos pais, filhos, irmãos, cônjuges e companheiros por até 3 (três) dias consecutivos.

II - dos avós, netos, padrastos, madrastas, tios e sobrinhos por até 2 (dois) dias consecutivos.

CAPÍTULO XVIDA LICENÇA PARA PARTICIPAÇÃO DE MISSÃO

Art. 374. Será concedida licença para o servidor que participar de missão no exterior ou em território nacional sem prejuízo da remuneração, nos termos de regulamento.

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TÍTULO VDOS AFASTAMENTOS

CAPÍTULO ÚNICODO AFASTAMENTO EM VIRTUDE DE PRISÃO

Art. 375. O servidor ocupante de cargo de provimento efetivo recolhido à prisão será considerado afastado do exercício do cargo sem remuneração até a decisão final transitada em julgado.

Art. 376. Caberá aos dependentes do servidor preso comunicar aos órgãos centrais responsáveis pela gestão de pessoal dos entes públicos municipais sobre a ocorrência da prisão, com vistas à efetivação do afastamento.

Parágrafo único. A ciência da prisão, por qualquer meio, por parte dos entes públicos municipais ensejará o afastamento de ofício.

Art. 377. Encerrado o período de prisão, o servidor afastado deverá se apresentar aos órgãos centrais de gestão de pessoal dos entes públicos municipais para o reinício do exercício de suas atividades funcionais em até 3 (três) dias úteis após a data de sua soltura.

Parágrafo único. A inobservância do prazo previsto no caput deste artigo implicará a ocorrência de ausências injustificadas ao trabalho.

Art. 378. Verificada a hipótese de apresentação prevista no artigo anterior, caberá ao ente público municipal:

I - definir a lotação do servidor;

II - suspender o pagamento do benefício de auxílio reclusão aos seus dependentes se houver.

Art. 379. Ficará vedada a contagem do tempo em que o servidor se encontrou preso para todos os efeitos legais, inclusive os previdenciários.

TÍTULO VIDA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

CAPÍTULO IDA POLÍTICA DE SAÚDE E SEGURANÇA DO SERVIDOR

Art. 380. Entende-se por política de saúde e segurança do servidor o conjunto de ações que visam garantir ambiente e condições de trabalho seguros mediante a adoção de medidas capazes de eliminar e/ou controlar os riscos nocivos à saúde a que se encontram expostos os servidores e todos que mantenham relação de trabalho e/ou aprendizado com os entes públicos municipais.

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Art. 381. Para a efetivação da política de saúde e segurança do servidor serão adotadas ações integradas, transversais e intersecretariais que abordem as questões relativas à Saúde e Segurança do servidor de forma global e sistêmica, de maneira a contribuir para a melhoria de qualidade nas atividades laborais.

Art. 382. A gestão da política de que trata este Capítulo ficará a cargo dos entes públicos municipais visando a elaboração de Plano de Ação com articulação e coordenação de ações voltadas ao segmento.

Art. 383. São diretrizes do Plano de Ação de Saúde e Segurança do Servidor:

I - a precedência das ações de prevenção sobre as de reparação mediante a realização de medidas de prevenção de doenças e promoção à saúde e segurança que visem a melhoria da qualidade de vida e do trabalho, incluindo aspectos relacionados ao ambiente e à organização do trabalho;

II - a organização de Sistema de Informação para subsidiar as ações direcionadas à Saúde e Segurança do Servidor;

III - a formação em Saúde e Segurança do Servidor mediante o desenvolvimento de programa de capacitação continuada dos profissionais envolvidos nesta política visando:

a) implementar ações de Saúde e Segurança do Servidor;

b) aprimorar e atualizar as informações e os conhecimentos, abrangendo a segurança no trabalho, promoção e vigilância da saúde, prevenção de doenças, assistência e reabilitação nas diversas áreas em que essas ações ocorram;

IV - a destinação de recursos orçamentários específicos, vinculado aos programas e ações voltadas à melhoria das condições e ambientes de trabalho, programas de prevenção, incluindo processos de trabalho seguros, máquinas, equipamentos, formação e capacitação dos servidores.

Art. 384. Regulamento disporá sobre o Plano de Ação tomando-se como base as diretrizes estabelecidas no artigo anterior.

Art. 385. Respeitados os devidos âmbitos de competência, a responsabilidade pelo cumprimento das diretrizes da Política de Saúde e Segurança do Servidor caberá aos servidores ocupantes de cargos e funções de direção e chefia.

Art. 386. Para a análise, tomada de decisões e acompanhamento dos resultados da Política de Saúde e Segurança do Servidor serão utilizados como indicadores gerais as categorias de afastamentos decorrentes de adoecimentos e acidentes de trabalho.

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Seção IDa Saúde

Art. 387. Visando ao estabelecimento de medidas técnicas, administrativas e educacionais relativas à proteção da saúde, cabe ao órgão responsável pela segurança e saúde do trabalho de cada ente, realizar os seguintes exames de saúde ocupacionais:

I - para ingresso;

II - os periódicos;

III - os destinados ao retorno ao trabalho;

IV - os demissionais;

V - para caracterização de acidente de trabalho;

VI - de readaptação funcional e de estabelecimento das limitações físicas ou mentais em cada hipótese;

VII - de compatibilidade entre as especificidades apresentadas por pessoa com deficiência e suas relações com seu cargo;

VIII - de caracterização da invalidez;

IX - a critério do órgão de gestão de pessoal.

Art. 388. Compete ao órgão responsável pela segurança e saúde do trabalho de cada ente, dentre outras atividades, a implantação do Programa Médico de Saúde Ocupacional - PMSO, visando à preservação da saúde e da integridade dos servidores.

Parágrafo único. Compete à unidade especializada em segurança e saúde do trabalho do órgão central de gestão de pessoal de cada ente, desenvolver ações que preservem a saúde mental do servidor, eliminando, neutralizando e minimizando os riscos de adoecimentos psíquicos relacionados ao trabalho mediante orientação aos servidores e às chefias, a avaliação dos riscos organizacionais e intervenção nos locais de trabalho e coordenação e acompanhamento de Programa Psicossociais.

Art. 389. Os exames ocupacionais elencados neste Capítulo somente serão considerados válidos se emitidos por profissional pertencente ao quadro de servidores públicos ou por profissional de empresa especializada devidamente credenciada.

Subseção IDo Exame Ocupacional de Saúde para Ingresso

Art. 390. O exame de saúde será obrigatório para efeito de ingresso no serviço público municipal.

§ 1º Perderá o direito à posse no cargo público, o candidato que não realizar o exame de saúde no prazo estabelecido na convocação nos termos desta Lei.

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§ 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente para os contratados por prazo determinado por excepcional interesse público na forma desta Lei.

§ 3º O exame para ingresso avaliará o candidato de acordo com o risco ocupacional a que estará exposto considerando as atribuições do cargo para o qual foi convocado.

Art. 391. Visando ao diagnóstico de patologias preexistentes, o exame de saúde ocupacional de que trata esta Subseção poderá, a critério do profissional competente, ser complementado por:

I - avaliação psicológica específica;

II - avaliação fonoaudiológica;

III - exames especializados.

Art. 392. O exame ocupacional de saúde para ingresso concluirá:

I - pela aptidão do candidato na hipótese de apresentar todas as condições de saúde física e mental para o pleno exercício do cargo;

II - pela inaptidão do servidor, na hipótese de não apresentar condições de saúde física ou mental para o pleno exercício do cargo.

Parágrafo único. Da decisão que concluir pela inaptidão caberá recurso nos termos de regulamento.

Art. 393. A aptidão de saúde física ou mental será resultante da emissão de atestados, um subscrito por médico e outro por profissional de saúde mental, quando for o caso.

Art. 394. Concluído pela ausência de higidez física ou mental, o candidato será considerado inapto para o exercício do cargo público e perderá o direito à nomeação.

Subseção IIDo Exame Ocupacional Periódico de Saúde

Art. 395. O exame ocupacional periódico de saúde é obrigatório e avaliará o servidor de acordo com o risco ocupacional a que esteve exposto em razão do exercício do cargo nos termos de regulamento.

Art. 396. O exame periódico de saúde será realizado mediante prévia convocação do servidor em cronograma de atendimento a ser estabelecido entre a unidade responsável pela saúde ocupacional e a chefia imediata do servidor.

Art. 397. Os intervalos de tempo para a realização do exame de que trata esta Subseção serão definidos pelo Programa Médico e Saúde Ocupacional - PMSO, segundo:

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I - a exposição aos riscos inerentes às atividades desenvolvidas no exercício do cargo;

II - a idade do servidor;

III - a condição de readaptação.

Art. 398. O servidor poderá ser convocado extraordinariamente para exame periódico de saúde a critério de cada ente, sempre que ocorrerem situações que a justifiquem.

Art. 399. O não comparecimento do servidor ao exame periódico de saúde agendado e devidamente comunicado implicará a caracterização de infração disciplinar a ser apurada e sancionada nos termos desta Lei.

Art. 400. Visando ao diagnóstico de patologias relacionadas ao risco ocupacional, o exame de saúde ocupacional de que trata esta Seção poderá, a critério do profissional competente, ser complementado por:

I - avaliação psicológica específica;

II - avaliação fonoaudiológica;

III - exames especializados.

Parágrafo único. Caberá ao ente público municipal propiciar a realização dos exames previstos nos incisos deste artigo.

Art. 401. O exame ocupacional periódico de saúde do servidor concluirá:

I - pela sua aptidão, na hipótese de apresentar condições de saúde física e mental para o pleno exercício do cargo;

II - pela sua aptidão com restrições, na hipótese de apresentar alterações suficientes para torná-lo incapaz de exercer integralmente as atividades inerentes ao cargo;

III - pela sua inaptidão, na hipótese de não apresentar condições de saúde física ou mental para o exercício do cargo.

§ 1º A aptidão de saúde física e mental será resultante da emissão atestados, um subscrito por médico e outro por profissional de saúde mental, quando for o caso.

§ 2º Concluído pela ausência de higidez física ou mental, o servidor será considerado inapto para o exercício do cargo.

Art. 402. Nas hipóteses previstas nos incisos II e III do artigo anterior, será iniciado procedimento específico que definirá:

I - pela limitação temporária ou definitiva de algumas das atividades exercidas pelo servidor;

II - pela sua readaptação;63

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III - pelo seu encaminhamento para aposentadoria por invalidez.

Subseção IIIDo Exame Ocupacional de Saúde para Retorno ao Trabalho

Art. 403. O exame ocupacional de saúde para retorno ao trabalho será realizado, no primeiro dia de retorno do servidor afastado por mais de 15 (quinze) dias das atividades de seu cargo ou emprego.

Parágrafo único. O servidor somente retornará ao trabalho se obtiver o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO.

Art. 404. O exame ocupacional de retorno ao trabalho do servidor concluirá:

I - pela sua aptidão, na hipótese de apresentar plenas condições de saúde física e mental para o exercício do cargo;

II - pela sua aptidão com restrições, na hipótese de apresentar alterações suficientes para torná-lo incapaz de exercer integralmente as atividades inerentes ao cargo, em caráter permanente ou temporário;

III - pela sua inaptidão, na hipótese de não apresentar condições de saúde física ou mental para o exercício do cargo em caráter permanente ou temporário.

§ 1º A aptidão de saúde física e mental será resultante da emissão atestados, um subscrito por médico ou outro por profissional de saúde mental, quando for o caso.

§ 2º Concluído pela ausência de higidez física ou mental, o servidor será considerado inapto para o exercício do cargo.

Art. 405. Nas hipóteses previstas nos incisos II e III do artigo anterior, será iniciado procedimento específico que definirá:

I - pela limitação temporária ou definitiva de algumas das atividades exercidas pelo servidor;

II - pela sua readaptação;

III - pelo seu encaminhamento para aposentadoria por invalidez.

Subseção IVDo Exame Ocupacional de Saúde Demissional

Art. 406. O exame ocupacional de saúde demissional é a avaliação de saúde realizada quando do desligamento do servidor do serviço público, desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de 180 (cento e oitenta) dias.

Art. 407. O exame ocupacional de saúde demissional do servidor concluirá:

I - pela sua aptidão, na hipótese de apresentar plenas condições de saúde física e mental para o desligamento do cargo ou do emprego público;

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II - pela sua aptidão com restrições, na hipótese de apresentar alterações suficientes para torná-lo incapaz temporariamente para desligamento do cargo ou do emprego público;

III - pela sua inaptidão, na hipótese de não apresentar condições de saúde física ou mental para o desligamento do cargo ou do emprego público.

§ 1º A aptidão de saúde física e mental será resultante da emissão, um subscrito por médico e outro por profissional de saúde mental, quando for o caso.

§ 2º Concluído pela ausência de higidez física ou mental, o servidor será considerado inapto para o exercício do cargo ou do emprego público.

Art. 408. As hipóteses contidas nos incisos II e III do artigo anterior serão declaratórias e não implicarão qualquer modificação da conduta administrativa dos processos de exoneração ou demissão, retomando seu andamento quando a inaptidão.

Seção IIDa Segurança do Trabalho

Art. 409. Compete ao órgão de saúde e segurança do trabalho de cada ente, dentre outras atividades, a implantação do programas e medidas de controle dos riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, visando preservar a saúde e a integridade dos servidores, o meio ambiente e os recursos naturais.

Art. 410. O órgão de saúde e segurança do trabalho de cada ente estabelecerá por regulamento as medidas técnicas concernentes à segurança no trabalho, especialmente as relativas a:

I - acidente de trabalho e doença profissional, tais como:

a) procedimentos de segurança;

b) comunicação, registro, investigação e caracterização;

II - insalubridade e periculosidade;

III - elaboração e implantação do Programe de Controle de Riscos Ambientais - PCRA:

a) especificações técnicas quanto à aquisição e utilização de equipamentos de proteção individual e coletiva, bem como de uniformes;

b) condições ambientais de trabalho, tais como: combate a incêndio, instalações elétricas, ergonomia, trabalho em altura, espaço confinado e outros, quando necessário;

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c) vistoria e inspeções dos locais de trabalho, condições de trabalho e utilização de equipamentos de proteção individual, tendo o responsável técnico pela segurança do trabalho, a prerrogativa de interromper imediatamente ou propor à autoridade responsável pela área vistoriada, a paralisação dos trabalhos, quando observados riscos à integridade física dos servidores, até que medidas de neutralização, minimização ou eliminação de tais riscos, sejam tomadas;

IV - capacitações específicas;

V - formação de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA em conformidade com a política de saúde e segurança do trabalho.

TÍTULO VIIDA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL

Art. 411. A contribuição sindical dos servidores públicos ocupantes de cargo de provimento efetivo será devida e repassada ao sindicato representante dos servidores públicos do Município de Guarulhos na importância correspondente à retribuição pecuniária de 1 (um) dia de trabalho.

Art. 412. Caberá aos entes públicos municipais:

I - proceder ao desconto da contribuição a que se refere o artigo anterior no mês de março de cada ano;

II - proceder ao repasse dos valores ao sindicato no mês subsequente ao do desconto.

§ 1º Aos servidores nomeados para cargo após o mês de março e aos que o desconto da contribuição sindical não tenha ocorrido no ano corrente, o desconto será efetivado no primeiro mês subsequente ao do início do trabalho.

§ 2º Na hipótese de servidores que ocupem cargos em regime de acumulação nos termos desta Lei, será devido recolhimento da contribuição a cada entidade sindical representativa.

Art. 413. O servidor que ocupar cargo cuja profissão seja regulamentada, ser-lhe-á facultado optar pelo recolhimento da contribuição em favor da entidade representante da classe profissional.

Art. 414. Ficará isento do pagamento da contribuição sindical o servidor que demonstrar que sua profissão é regulamentada e que a respectiva lei regulamentadora prevê a isenção do pagamento da contribuição sindical.

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TÍTULO VIIIDA JORNADA DE TRABALHO

CAPÍTULO IDA JORNADA DE TRABALHO

Art. 415. A duração da jornada de trabalho padrão dos servidores dos entes públicos municipais será de 40 (quarenta) horas semanais e 8 (oito) horas diárias, salvo disposição em contrário prevista em legislação específica.

Art. 416. Ficará assegurado ao servidor cuja jornada de trabalho exceder a 6 (seis) horas diárias, a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação de, no mínimo, uma hora, não podendo exceder de uma hora e meia.

Art. 417. Para a jornada de trabalho superior a 4 (quatro) horas e que não exceder a 6 (seis) horas diárias será obrigatória a adoção de intervalo de 15 (quinze) minutos.

Art. 418. Os intervalos de descanso não serão computados na duração da jornada de trabalho, excetuada a hipótese de ajuste específico com o órgão de representação de classe.

Art. 419. A remuneração será devida de forma proporcional à jornada de trabalho efetivamente cumprida pelo servidor, excetuadas as hipóteses de ausências e licenças remuneradas previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para fins da apuração da remuneração da jornada de trabalho do servidor será observado o disposto no Capítulo III, do Título VIII, desta Lei.

Art. 420. Os entes públicos municipais poderão, nos termos de regulamento:

I - estabelecer turnos de revezamento ou plantões para prestação de serviços;

II - alterar os horários de entrada e saída, assim como o intervalo diário para refeição e descanso;

III - estabelecer o cumprimento das jornadas de trabalho de acordo com as necessidades do serviço público.

Art. 421. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho deverá haver um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.

Art. 422. Para fins de distribuição da jornada de trabalho mensal do servidor ficará assegurado que o 1 (um) Descanso Semanal Remunerado - DSR recaia em domingo.

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CAPÍTULO IIDO HORÁRIO DE TRABALHO

Art. 423. Caberá ao Prefeito Municipal disciplinar o horário de funcionamento das repartições públicas municipais mediante a edição de norma específica.

Parágrafo único. O disciplinamento do horário de funcionamento das repartições da casa legislativa caberá ao Presidente da Câmara Municipal.

Art. 424. A recusa ou omissão do servidor em cumprir o horário de trabalho determinado pela unidade em que esteja lotado constitui infração disciplinar a ser apurada nos termos desta Lei.

Seção IDos Horários Especiais Temporários

Subseção IDo Horário Especial para Amamentação

Art. 425. Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a servidora com jornada a partir de 8 (oito) horas diárias terá direito a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um.

Parágrafo único. A servidora com jornada de trabalho diária inferior a prevista no caput deste artigo, terá direito a 1 (um) descanso especial de meia hora.

Subseção IIDo Horário Especial para Servidor Estudante

Art. 426. Nos dias de provas escolares o servidor estudante com jornada mínima de 36 (trinta e seis) horas semanais poderá sair do trabalho uma hora antes do término do expediente desde que não haja prejuízo a continuidade da prestação do serviço público e mediante comunicação previa a chefia imediata.

Art. 427. Regulamento disporá sobre prazos, condições e procedimentos para solicitação da saída antecipada de que trata esta Seção.

Subseção IIIDo Horário Especial para Servidor Responsável por Pessoa com Deficiência Física ou Mental

Art. 428. Ficam os entes públicos municipais autorizados a conceder aos servidores públicos estáveis com jornada de 40 horas semanais, a redução de 02 (duas) horas diárias da jornada de trabalho, sem prejuízo de sua remuneração, quando pais, filhos, cônjuges, companheiros e avós forem pessoas com deficiência física ou mental, que dependa de cuidados permanentes.

Art. 429. A redução de carga horária será concedida por no máximo 120 (cento e vinte) dias, sendo que a concessão de novo benefício ficará condicionada a verificação dos requisitos que a motivaram.

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Art. 430. A redução de carga horária cessará imediatamente quando:

I - findo o motivo que a tenha determinado; ou

II - quando o servidor deixar de realizar o procedimento que demonstre a permanência das razões que motivaram a concessão do benefício.

Art. 431. Na hipótese de a pessoa com deficiência física ou mental ter mais de 1 (um) responsável legal que seja servidor público municipal, apenas 1 (um) deles poderá exercer o horário especial de que trata este Capítulo.

Art. 432. Para efeito de concessão do benefício previsto neste Capítulo o servidor deverá comprovar:

I - a condição de representante legal da pessoa com deficiência;

II - que a pessoa com deficiência dependa, exclusivamente, de seus cuidados permanentes durante a jornada diária de trabalho;

III - a existência da deficiência mediante laudo de médico assistente e perícia médica oficial a ser realizada pelo órgão de saúde do trabalho dos entes públicos municipais.

Parágrafo único. A comprovação a que se refere o inciso II deste artigo ficará condicionada a avaliação social prévia a cargo dos entes públicos municipais.

Art. 433. Somente será expedido ato de redução da carga horária através de publicação no Diário Oficial do Município, após a satisfação dos requisitos previstos no artigo anterior.

Art. 434. Fica vedada a concessão do benefício de que trata o presente Capítulo aos servidores municipais que trabalham em regime de plantão.

Art. 435. O servidor beneficiado pelos dispositivos de que trata este Capítulo não poderá cumprir regime de jornadas extraordinárias, excepcionada as hipóteses decorrentes de necessidade de excepcional interesse público, devidamente motivado pelo ente.

Art. 436. Regulamento disporá sobre o procedimento para a concessão do benefício.

CAPÍTULO IIIDO APONTAMENTO DIÁRIO DE FREQUÊNCIA

Art. 437. Apontamento diário de frequência é o registro das entradas e saídas do servidor em atividade, realizado por meio de:

I - cartão impresso e relógio de ponto mecânico;

II - identificação biométrica ou mecanismo correlato;

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III - atestado ou folha de frequência validado pelo respectivo Secretário Municipal ou autoridade equivalente que poderá designar servidor expressamente para este fim.

Parágrafo único. O apontamento a que se refere o caput deste artigo é pessoal, intransferível e obrigatório, salvo nas hipóteses previstas nesta Lei, sob pena de aplicação das sanções administrativas, civis e penais cabíveis a espécie.

Art. 438. Fica vedada a utilização de folha de frequência ou cartão de ponto nas unidades de trabalho que contarem com o sistema de identificação biométrica.

Art. 439. Fica afastada a obrigatoriedade de utilização da identificação biométrica na hipótese de indisponibilidade do sistema, cabendo ao respectivo órgão central de gestão de pessoas dos entes públicos municipais definirem a utilização de meio apto para o registro de frequência.

Art. 440. Todos os servidores encontrar-se-ão obrigatoriamente sujeitos ao apontamento de frequência, exceto:

I - na Administração Pública Direta:

a) Secretários Municipais;

b) Secretários Adjuntos;

c) Coordenadores;

d) Administradores Regionais;

e) Diretores de Departamento;

II - no Serviço Autônomo de Água e Esgotos - SAAE:

a) Superintendente;

b) Diretores;

III - no Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos Municipais de Guarulhos;

a) Presidente;

b) Diretores;

IV - na Agência Reguladora de Serviços Públicos de Saneamento Básico do Município de Guarulhos - AGRU:

a) Presidente;

b) Diretores;

V - categorias funcionais cuja característica da atividade impeça ou dificulte o registro da frequência diária, nos termos de regulamento.

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Art. 441. A ausência do servidor ao trabalho será identificada da seguinte forma:

I - ausência ou meia ausência justificada pelo servidor a sua chefia imediata;

II - ausência ou meia ausência injustificada, considerada aquela que não se enquadrar nas hipóteses de ausência justificada prevista nesta Lei;

III - pela ausência da justificativa.

Art. 442. Sem prejuízo do dever de comunicação prévia, o servidor que se ausentar do trabalho ficará obrigado a apresentar comprovante que justifique a ausência a sua chefia imediata, no primeiro dia após a ausência, sob pena de caracterização de ausência injustificada.

Art. 443. A ausência ou a meia ausência injustificada acarretarão a perda do montante referente ao período não trabalhado e o descanso semanal remunerado na forma de regulamento.

Art. 444. Nenhum desconto será realizado na remuneração, quando a soma do tempo correspondente aos atrasos e às saídas antecipadas não exceder a 30 (trinta) minutos por mês.

Art. 445. Ultrapassado o limite de que trata o artigo anterior, o servidor terá descontado:

I - um terço da sua remuneração do dia quando comparecer com atraso ao expediente dentro da primeira hora ou sair antecipadamente dentro da última hora de sua jornada de trabalho;

II - metade da sua remuneração do dia quando o atraso ou a saída antecipada exceder, respectivamente, à primeira hora seguinte a marcada para o início ou a última hora de sua jornada de trabalho.

TÍTULO IXDA CONTRATAÇÃO POR EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO

Art. 446. Para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público, os entes públicos municipais poderão contratar servidores por prazo determinado nos termos desta Lei.

Art. 447. Considera-se excepcional interesse público:

I - situações de urgência que possam ocasionar:

a) prejuízo ou comprometimento da segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares;

b) prejuízo ou comprometimento da eficácia ou continuidade dos serviços nas áreas de abastecimento, educação, limpeza pública, saneamento, saúde, segurança, transportes, assistência social, habitação e atendimento ao público;

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II - implantação de serviços novos e inadiáveis, nas áreas referidas na alínea "b" do inciso anterior;

III - o estado de calamidade pública;

IV - a conclusão de obra ou serviço inadiável, cuja paralisação traga prejuízos ao erário ou a prestação dos serviços públicos;

V - a realização de campanhas de saúde e de serviços de higiene e limpeza de caráter urgente;

VI - o combate a surtos epidêmicos que demandem contingentes excepcionais de trabalho para sua resolução.

Parágrafo único. As hipóteses previstas nos incisos deste artigo não excluem outras que, devidamente motivadas pelos entes públicos municipais, possam vir a caracterizar a excepcionalidade de que trata este Capítulo.

Art. 448. A contratação por prazo determinado deverá ser prévia e formalmente justificada pela área interessada, que especificará:

I - os motivos que ensejaram a excepcionalidade da contratação;

II - a quantidade e qualificação do pessoal a ser contratado;

III - os recursos orçamentários e financeiros para a realização da contratação.

Parágrafo único. Reunidas as informações previstas nos incisos deste artigo o procedimento de contratação deverá ser encaminhado ao órgão central de gestão de pessoal dos entes públicos municipais para análise e posterior decisão final da respectiva autoridade nomeante.

Art. 449. A contratação por prazo determinado independerá da realização de concurso público, devendo ser levada a efeito mediante processo seletivo simplificado, o qual poderá ser dispensado quando houver a inviabilidade de sua realização, desde que a dispensa seja prévia e devidamente justificada por escrito pela autoridade competente.

§ 1º Autorizada a contratação, a área solicitante, juntamente com o órgão central de gestão de pessoal dos entes públicos municipais, providenciará abertura de edital para a inscrição de candidatos a seleção pública.

§ 2º Não havendo cargo ou emprego correspondente nos quadros dos entes públicos municipais, o vencimento do contratado será fixado com base em pesquisa de mercado levada a efeito pelos órgãos centrais de gestão de pessoal dos entes públicos municipais.

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Art. 450. A contratação por excepcional interesse público dar-se-á por meio de Regime Jurídico Administrativo, previsto neste Capítulo, cujas condições sejam estabelecidas em contratos administrativos elaborados pelos entes públicos municipais.

Art. 451. Os contratos administrativos não poderão ultrapassar o período máximo de 24 (vinte e quatro) meses, computadas eventuais prorrogações.

Art. 452. Os servidores contratados por prazo determinado serão inscritos obrigatoriamente no Regime Geral de Previdência Social.

Art. 453. O contratado por prazo determinado em razão de excepcional interesse público terá direito, nos termos desta Lei, a:

I - férias acrescidas de 1/3 (um terço), que deverão ser indenizadas, integral ou proporcionalmente, na hipótese de não ser possível a sua fruição;

II - adicional de insalubridade e periculosidade;

III - adicional noturno;

IV - adicional pela prestação de serviços extraordinários;

V - 13º (décimo terceiro) vencimento;

VI - licença gestante e paternidade.

Art. 454. Não será devido pagamento de multa ou pagamento em dobro da indenização de férias de que trata o inciso I do artigo anterior.

Art. 455. O décimo terceiro vencimento deverá ser pago nas mesmas datas que do pessoal do quadro permanente dos entes públicos municipais, proporcionalmente aos meses trabalhados.

Art. 456. Não se acrescentará à remuneração do servidor contratado por prazo determinado adicionais cuja implementação esteja condicionada ao tempo de serviço.

Art. 457. As contratações disciplinadas por este Capítulo poderão ser feitas independentemente da criação de vaga mediante lei.

TÍTULO XDO REGIME DISCIPLINAR

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 458. O Regime Disciplinar de que trata esta Lei estabelece normas de conduta e de processo disciplinar relativas aos servidores públicos ocupantes de cargo de provimento efetivo, em comissão e contratados por prazo determinado vinculados aos entes públicos municipais.

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Art. 459. As normas previstas neste Título não serão aplicadas aos servidores ocupantes da Carreira de Guarda Civil Municipal.

Art. 460. Os procedimentos disciplinares terão caráter sigiloso até decisão final, salvo em relação ao acusado, seu procurador ou terceiro que demonstre legítimo interesse preservados o respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem do servidor acusado.

Art. 461. Após o trânsito em julgado da decisão no processo disciplinar, o restabelecimento do sigilo e do caráter reservado se dará, excepcionalmente, na hipótese de efetiva instauração de processo de revisão, pelo tempo necessário à elucidação dos fatos ou exigido pelo interesse dos entes públicos municipais.

Art. 462. Incidirá em infração disciplinar de natureza grave o servidor que, por qualquer forma, divulgar irregularmente informações relativas ao processo disciplinar que se encontre sob sigilo.

CAPÍTULO IIDAS FINALIDADES

Art. 463. O regime disciplinar possui finalidades educativas, preventivas e punitivas.

Art. 464. Constituem finalidades educativas e preventivas a realização do mapeamento de problemas relacionados à gestão administrativa detectados durante a instrução das Sindicâncias e dos Processos Administrativos Disciplinares com vistas à adoção de medidas saneadoras, de forma a permitir o constante aperfeiçoamento do serviço público.

Art. 465. Constituem finalidades punitivas a instrumentalização de mecanismos técnicos que propiciem:

I - a apuração de fatos que impliquem em descumprimento dos deveres e proibições previstos nesta Lei;

II - a caracterização da veracidade do fato narrado na representação, sua autoria e a aplicação das respectivas sanções disciplinares;

III - o cumprimento irrestrito ao devido processo legal.

CAPÍTULO IIIDOS PRINCÍPIOS

Art. 466. Sem prejuízo do disposto no inciso LV do Art. 5º e do caput do artigo 37, ambos da Constituição Federal, a aplicação desta Lei deverá observar os seguintes princípios:

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I - imediatidade: necessidade de apuração e aplicação da sanção disciplinar, tão logo o detentor do poder hierárquico tenha tomado conhecimento da prática de conduta contrária aos deveres e as proibições previstas nesta Lei;

II - atipicidade em relação às infrações disciplinares: o rol de condutas definidas como infrações disciplinares é meramente exemplificativo;

III - oficialidade: o impulso e a movimentação dos processos de natureza disciplinar até a sua decisão final competirá à Administração Pública;

IV - formalismo moderado: nos processos de natureza disciplinar, desde que não haja prejuízo ao direito à ampla defesa e ao contraditório, é inexistente a nulidade por inobservância da forma dos atos processuais;

V - autonomia: a esfera administrativa é independente e autônoma em relação às esferas civil e penal;

VI - livre apreciação das provas: nos processos de natureza disciplinar, as Comissões de Processo Administrativo Disciplinar possuem ampla liberdade para determinar a produção das provas necessárias à elucidação dos fatos sob investigação;

VII - razoabilidade: o comportamento das chefias, dos membros das Comissões de Processo Administrativo Disciplinar deverão se pautar pelos critérios da prudência, racionalidade, sensatez e de bom senso;

VIII - proporcionalidade: os processos de natureza disciplinar deverão ser utilizados em plena conformidade com as suas finalidades, sendo vedada a imposição de sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento das normas relativas aos direitos e as proibições previstas nesta Lei;

IX - lealdade processual: no desenvolvimento dos processos de natureza disciplinar, as partes devem evitar condutas que visem à mera procrastinação do processo.

CAPÍTULO IVDOS ÓRGÃOS COMPONENTES DA ESTRUTURA DISCIPLINAR

Art. 467. A estrutura disciplinar será composta pelos órgãos de execução e pelo órgão de auxílio.

Seção IDos Órgãos de Execução

Art. 468. Os órgãos de execução da estrutura disciplinar serão compostos pelas Comissões de Processo Administrativo Disciplinar.

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Subseção IDa Comissão de Processo Administrativo Disciplinar

Art. 469. A Comissão de Processo Administrativo Disciplinar é o órgão responsável pela apuração de infrações disciplinares nos termos desta Lei.

Art. 470. A Comissão de que trata esta Subseção:

I - será composta por 3 (três) servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo dotados de estabilidade funcional com formação de nível superior;

II - será composta por 1 (um) Presidente e 2 (dois) Membros.

Art. 471. Ficará facultado aos entes públicos municipais, observados os critérios de conveniência e oportunidade, instituir mais de uma Comissão de Processo Administrativo Disciplinar.

Art. 472. Os trabalhos da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar deverão se desenvolver com o quórum mínimo de 2 (dois) membros, devendo um deles, ser o Presidente.

Art. 473. O servidor não poderá participar de Comissão de Processo Administrativo Disciplinar quando:

I - for amigo íntimo ou inimigo capital, credor ou devedor, tutor ou curador do servidor acusado;

II - for testemunha ou perito no processo disciplinar;

III - tenha sido autor de representação objeto de apuração;

IV - tenha atuado em Sindicância, da qual resultou instauração de processo administrativo disciplinar;

V - atue ou tenha atuado como procurador do servidor acusado;

VI - tenha interesse em decisão administrativa a ser tomada pelo servidor acusado;

VII - tenha interesse no assunto que resultou na instauração da sindicância ou do processo administrativo disciplinar;

VIII - esteja litigando, judicial ou administrativamente, com o servidor acusado ou com o respectivo cônjuge ou companheiro;

IX - esteja respondendo processo administrativo disciplinar;

X - tenha sofrido sanção disciplinar;

XI - for cônjuge, companheiro, irmão, ascendente ou descendente direto do acusado.

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Subseção IIDas Disposições Gerais Relativas aos Órgãos de Execução

Art. 474. A nomeação do Presidente e dos Membros da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar será efetuada exclusivamente pelo Prefeito Municipal mediante Portaria.

Art. 475. As audiências das Comissões de Processo Administrativo Disciplinar terão caráter reservado e deverão ser realizadas em local e espaço físico adequado para esta finalidade.

Art. 476. Os órgãos de execução da estrutura disciplinar exercerão suas atividades com independência e imparcialidade, cabendo aos seus membros:

I - assegurarem o sigilo necessário à elucidação dos fatos;

II - resguardarem os interesses dos entes públicos municipais durante a instrução processual;

III - zelarem pelo estrito cumprimento dos princípios previstos nesta Lei, especialmente do devido processo legal.

Art. 477. As Comissões de Processo Administrativo Disciplinar manifestar-se-ão mediante despacho ou Relatório.

Art. 478. O Relatório a que se refere o artigo anterior deverá conter:

I - o resumo dos fatos apurados no processo;

II - a fundamentação, contendo a análise das provas e o enquadramento da infração disciplinar, se existente;

III - a conclusão, que opinará:

a) pela aplicação da sanção disciplinar;

b) pela absolvição do acusado.

Art. 479. O regulamento disporá sobre a organização e funcionamento do órgão de execução disciplinar.

Seção IIDo Órgão de Auxílio da Estrutura Disciplinar

Art. 480. O órgão de auxílio da estrutura disciplinar terá as seguintes atribuições gerais:

I - atender com presteza e urbanidade o público em geral e manter o necessário sigilo acerca dos assuntos tratados nos procedimentos disciplinares;

II - lavrar o registro dos procedimentos e zelar pelo andamento e atualização dos dados relativos ao seu trâmite;

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III - numerar e rubricar todas as folhas dos processos, bem como proceder a juntada, imediatamente após o recebimento, dos documentos relativos aos processos existentes;

IV - certificar, datar e rubricar os atos e termos dos procedimentos disciplinares, bem como tornar os autos conclusos à Comissão de Processo Administrativo Disciplinar;

V - expedir mandados de citação, intimação e ofícios, bem como providenciar publicações de atos relacionados aos procedimentos disciplinares;

VI - receber petições e rol de testemunhas mediante protocolo;

VII - cumprir as determinações da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar;

VIII - proceder juntada imediata aos autos dos mandados cumpridos;

IX - ter os processos sob sua guarda e responsabilidade, permitindo a saída dos autos mediante carga quando encaminhados à Comissão de Processo Administrativo Disciplinar.

Parágrafo único. Ao advogado é assegurado retirar os autos da repartição mediante recibo, durante o prazo para a manifestação de seu representado salvo na hipótese de prazo comum.

Art. 481. O servidor responsável pelo órgão de auxílio da estrutura disciplinar distribuirá, entre os servidores da área, as seguintes atividades:

I - obtenção de informações sobre inquéritos policiais e processos judiciais discriminados em despacho, bem como cópia das peças que sirvam de subsídio ao processo disciplinar, mediante diligência pessoal, quando determinada;

II - obtenção de certidões em Cartório e outros órgãos auxiliares da Justiça;

III - obtenção de documentos, declarações ou outras informações de órgãos públicos ou privados, quando não for possível trazê-las ao processo por meio de ofício;

IV - realização de diligências externas de qualquer natureza, quando necessárias à instrução dos processos administrativos disciplinares.

Art. 482. Caberá ao Prefeito Municipal, mediante Decreto, sistematizar as normas específicas relativas à estrutura e funcionamento do órgão de auxílio da estrutura disciplinar.

CAPÍTULO V78

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Das Normas de Conduta

Art. 483. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem se eximir do cumprimento de seus deveres.

Seção IDos Deveres Funcionais

Art. 484. São deveres funcionais dos servidores públicos municipais:

I - observar, rigorosamente, o cumprimento das normas legais e regulamentares;

II - comparecer ao local de trabalho com assiduidade e pontualidade;

III - ser leal às instituições municipais a que servir;

IV - desempenhar com zelo e dedicação as atribuições que lhe forem conferidas em razão do exercício de seu cargo;

V - guardar sigilo sobre informações de que tenha conhecimento em razão do exercício das atividades inerentes ao seu cargo;

VI - cumprir as determinações emanadas dos superiores hierárquicos, exceto quando manifestamente ilegais, delas podendo divergir mediante manifesto formal dirigido à chefia imediatamente superior;

VII - tratar com urbanidade:

a) os administrados que utilizem os serviços públicos municipais, prestando-lhes o adequado atendimento;

b) os demais servidores públicos que se encontrem no ambiente de trabalho;

VIII - manter permanente atitude de cooperação no grupo de trabalho ao qual pertença, guardando respeito mútuo e evitando comportamentos que possam conturbar as relações interpessoais, o ambiente de trabalho e prejudicar o bom andamento do serviço público;

IX - apresentar-se ao expediente de trabalho:

a) em condições pessoais de asseio;

b) trajado de maneira condizente com a dignidade da Administração Pública;

X - manter conduta compatível com a moralidade e a dignidade administrativa;

XI - representar aos superiores hierárquicos contra ilegalidade ou abuso de poder de que tiver conhecimento em razão do exercício do cargo;

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XII - sugerir providências que objetivem o aperfeiçoamento e a melhoria na prestação do serviço público ao superior hierárquico imediato;

XIII - zelar pela expedição de certidões requeridas pelos administrados que tenham por finalidade o exercício de direito a tutela judicial ou administrativa;

XIV - atender, com prioridade, às requisições de documentos, informações ou providências destinadas a defesa da Fazenda Pública Municipal;

XV - cumprir as decisões emanadas do Poder Judiciário e dos órgãos de controle interno e externo, bem como às requisições e demais obrigações assumidas perante o Ministério Público;

XVI - conhecer e acatar as normas de saúde e segurança do trabalho;

XVII - fazer uso de equipamento de proteção individual, nos limites das normas de segurança do trabalho;

XVIII - submeter-se às inspeções médicas e exames periódicos de saúde na forma e prazos estabelecidos pelos entes públicos municipais em normas aplicáveis a espécie;

XIX - informar à área competente, a respeito de quaisquer alterações verificadas em seus dados cadastrais;

XX - atender às exigências do recadastramento anual dos servidores nos termos de regulamento;

XXI - zelar pelo patrimônio público, pela economia e conservação de materiais, equipamentos, bens e recursos que forem confiados à sua guarda ou utilização;

XXII - comparecer na data e horário previamente definidos, às convocações realizadas pela Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, salvo na ocorrência de fato impeditivo que deverá ser prévia e devidamente justificado;

XXIII - atender às requisições de documentos, informações ou providências destinadas a instrução de processo administrativo de natureza disciplinar;

XXIV - zelar pelo fiel cumprimento dos atos de comunicação processuais administrativos ou judiciais;

XXV - comunicar formalmente à chefia imediata sobre candidatura a qualquer cargo eletivo;

XXVI - prestar, por ocasião da nomeação, a respectiva declaração de bens e de acumulação de cargo, emprego ou função pública;

XXVII - atualizar anualmente junto aos órgãos responsáveis pela gestão de pessoal nos termos de regulamento:

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a) a declaração de bens;

b) a declaração de acumulação de cargo, emprego ou função pública;

XXVIII - comprovar que se encontra em situação de regularidade perante as obrigações eleitorais nos termos do § 7º do artigo 11 da Lei 9.504, de 30 de setembro de 1997 e nos termos de normas exaradas pelo Tribunal Superior Eleitoral;

XXIX - não omitir e não ocultar, por ocasião da realização do exame de ingresso, informação sobre sua higidez física ou mental que possa, de qualquer forma, comprometer o pleno exercício do cargo público;

XXX - atender a recomendações de tratamento de saúde específico quando recomendado pelo serviço de medicina ocupacional dos entes públicos municipais como garantia do pleno exercício do cargo, salvo quando devidamente justificado;

XXXI - ser probo, reto, leal e justo no exercício do cargo, escolhendo sempre a opção que propicie a realização do bem comum e do interesse coletivo dos administrados;

XXXII - ser cortês, educado, disposto e atento quando do atendimento aos usuários dos serviços públicos, zelando pela presteza e boa comunicação no contato com o administrado;

XXXIII - desenvolver suas atividades isento dequalquer espécie de preconceito, distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político, opção sexual e posição social;

XXXIV - ser assíduo e pontual ao trabalho, tendo a percepção de que sua ausência pode provocar prejuízos ao trabalho ordenado, com reflexos negativos a adequada prestação dos serviços públicos;

XXXV - manter-se atualizado com a legislação e com as normas de trabalho relativas ao órgão em que exerça suas funções;

XXXVI - cumprir as tarefas relativas ao seu cargo com a devida ordenação, critério, segurança e brevidade, visando a prestação de um serviço público de qualidade;

XXXVII - facilitar a fiscalização por quem de direito, de todos os atos ou serviços administrativos praticados no exercício do cargo;

XXXVIII - abster-se de exercer as atribuições de seu cargo em finalidade estranha ao interesse público;

XXXIX - relatar imediatamente ao seu superior hierárquico, nas hipóteses em que seus interesses pessoais possam conflitar com os interesses dos entes públicos municipais ou de terceiros perante a Administração;

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XL - atender aos requisitos de segurança para acesso aos sistemas informatizados municipais.

Art. 485. Os deveres funcionais previstos no artigo anterior não excluem outros que envolvam condutas prejudiciais à imagem e ao funcionamento do serviço público decorrentes do juízo de razoabilidade a cargo dos entes públicos municipais.

Art. 486. O servidor cujo exercício do cargo esteja sujeito à fiscalização de órgão profissional e for suspenso do exercício da profissão, enquanto durar a medida, não poderá desempenhar atividade que envolva responsabilidade técnico-profissional, estando sujeito à suspensão de sua remuneração e apuração disciplinar.

Art. 487. São deveres específicos dos ocupantes de cargos de direção e chefia e designados para funções de confiança, sem prejuízo dos deveres funcionais previstos a todos os servidores:

I - zelar pela manutenção da disciplina e da ordem interna do serviço público;

II - zelar pelo fiel cumprimento das decisões emanadas de seus superiores hierárquicos;

III - orientar os seus subordinados sobre a execução das atividades funcionais que lhes forem atribuídas;

IV - atuar junto aos seus subordinados de forma a fomentar boas relações interpessoais;

V - buscar de forma permanente, a solução dos conflitos interpessoais no interior do órgão em que estiver lotado;

VI - zelar pela adoção do princípio da razoabilidade quando da elaboração de representação com o objetivo da apuração de conduta descrita como infração disciplinar;

VII - propor, permanentemente, medidas que propiciem a melhoria na execução e racionalização dos serviços públicos prestados aos administrados;

VIII - adotar as medidas necessárias para que ocorra a liberação dos servidores sob sua subordinação:

a) para participação em programa de tratamento de saúde recomendado pelo serviço de medicina ocupacional;

b) para participação em cursos ou programas de capacitação promovidos pelos entes públicos municipais;

IX - comunicar ao órgão central responsável pela gestão de pessoal, quanto à inassiduidade habitual do servidor sob sua subordinação para fins de apuração nos termos desta Lei;

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X - zelar pelo imediato cumprimento dos mandados de citação e das intimações oriundas de procedimentos administrativos de natureza disciplinar nos termos desta Lei.

Seção IIDas Proibições Funcionais

Art. 488. Aos servidores públicos são proibidas as seguintes condutas no exercício do cargo:

I - a prática de desídia caracterizada por:

a) atos de negligência, relaxamento e descaso;

b) atos de indolência, preguiça, inércia, desatenção e rebeldia;

c) adoção de conduta visando iludir a fiscalização das chefias;

d) cumprimento insuficiente das obrigações inerentes ao exercício do cargo;

e) redução, sem justificativa ou deliberada, afetando negativamente a prestação do serviço público;

f) descumprimento injustificado ou deliberado das obrigações inerentes ao exercício do cargo afetando negativamente a prestação do serviço público de qualidade;

g) dedicar-se a assuntos que não guardam relação com a atividade funcional em seu ambiente de trabalho e no horário de expediente;

h) deixar de comparecer ao trabalho sem causa justificada e sem a devida comunicação prévia à chefia imediata;

i) ausentar-se no horário de expediente, bem como dele sair, antecipadamente, sem autorização expressa e prévia de sua chefia imediata;

j) atrasar-se na entrada e nos retornos dos horários de expediente;

k) opor, injustificadamente, resistência ao andamento de processo ou a execução de atividade inerente ao seu cargo;

lI- exercer qualquer espécie de comércio em seu local de trabalho.

III - insubordinar-se em suas relações de trabalho, contrariando e subvertendo as determinações da chefia imediata em relação à execução das tarefas inerentes ao cargo, salvo se manifestamente ilegais;

IV - referir-se de maneira depreciativa quando da elaboração de documentos oficiais;

V - falsificar, no todo ou em parte, documento público ou particular, ou alterar documento público ou particular verdadeiro;

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VI - omitir em documento público ou particular, informação que dele deveria constar, ou nele inserir ou fazer inserir informação falsa ou diversa da que deveria constar, ou criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante;

VII - adulterar ou contribuir para fraudes no registro de frequência de pessoal, próprio ou de outro servidor;

VIII - deixar de acusar o recebimento de qualquer importância, indevidamente creditada em sua conta bancária pelo sistema da folha de pagamento;

IX - delegar a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações transitórias ou de emergência;

X - valer-se de sua condição funcional para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito ou vantagem pessoal;

XI - empregar ou permitir o emprego de quaisquer materiais ou bens do município em atividades particulares;

XII - constituir-se procurador ou servir de intermediário entre interesses do administrado ou de qualquer outro servidor público municipal perante os órgãos dos entes públicos municipais;

XIII - retirar do local de trabalho, sem prévia autorização da chefia imediata, qualquer documento ou objeto pertencente aos entes públicos municipais;

XIV - recusar fé a documentos públicos, desde que a atividade se encontre inserida no plexo de suas atribuições funcionais;

XV - participar de diretoria, gerência, administração, conselho técnico ou administrativo, de empresa, sociedade que mantenha contratos de natureza comercial com os entes públicos municipais;

XVI - agir de forma omissiva ou comissiva de maneira a comprometer a dignidade e o decoro dos entes públicos municipais;

XVII - recusar-se a cumprir novos horários de trabalho, respeitada a carga horária, quando necessário ao bom funcionamento do serviço público municipal;

XVIII - recusar-se a alterar o seu local de trabalho, quando necessário ao bom funcionamento do serviço público municipal;

XIX - utilizar-se do cargo para obter qualquer favorecimento para si ou para outrem em desacordo com o interesse público;

XX - prejudicar por qualquer meio e deliberadamente a reputação de outro servidor ou dos entes públicos municipais;

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XXI - ser conivente com a prática de ato que represente o descumprimento dos deveres funcionais previstos nesta Lei;

XXII - utilizar-se de expedientes ou condutas com a finalidade de adiar ou dificultar o exercício de direito por parte do destinatário do serviço público, causando-lhe dano;

XXIII - deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos colocados pela Administração Pública a sua disposição e alcance, acessíveis ao seu conhecimento e relacionados ao bom desempenho das atividades do cargo e a prestação do serviço público de qualidade;

XXIV - permitir que interesses de ordem pessoal interfiram no trato com os demais servidores e com os administrados;

XXV - pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem indevida de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua função ou influenciar outro agente público para o mesmo fim;

XXVI - desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

XXVII - fazer uso indevido de informações obtidas no âmbito interno de seu trabalho, em benefício próprio ou de terceiros;

XXVIII - apresentar-se ao trabalho embriagado ou com seu comportamento alterado pelo uso de substâncias entorpecentes;

XXIX- utilizar-se indevidamente de quaisquer recursos pertencentes ao patrimônio público municipal em benefício próprio ou de terceiros.

Art. 489. As proibições funcionais previstas no artigo anterior não excluem outras que envolvam condutas prejudiciais à imagem e ao funcionamento do serviço público decorrentes do juízo de razoabilidade a ser realizado pelos entes públicos municipais.

Art. 490. São proibições específicas dos ocupantes de cargos ou funções de direção e chefia, sem prejuízo daquelas previstas nesta Seção:

I - autorizar medidas que contrariem o conteúdo dos deveres e proibições funcionais previstas nesta Lei;

II - adotar conduta apta a caracterizar o perdão tácito, deixando de apurar e representar ao órgão responsável pelo controle disciplinar sobre fato contrário aos deveres e proibições previstos nesta Lei;

III - a recusa ou a adoção de conduta que obstaculize o ato de citação pessoal do acusado.

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CAPÍTULO VIDAS RESPONSABILIDADES

Art. 491. O servidor responderá civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular das atribuições previstas em seu cargo.

Art. 492. A responsabilidade civil, penal e administrativa decorre de ação ou omissão, dolosa ou culposa, praticada pelo servidor público no exercício de seu cargo, que resulte em prejuízo a administração pública ou a terceiros.

Art. 493. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.

Art. 494. Os ressarcimentos e indenizações devidos ao erário oriundos de conduta funcional contrária aos deveres e proibições previstos nesta Lei, seguirão as normas gerais aplicáveis à espécie.

CAPÍTULO VIIDAS INFRAÇÕES E DAS SANÇÕES DISCIPLINARES

Seção IDa Infração Disciplinar

Art. 495. Considera-se infração disciplinar a ação ou omissão praticada por servidor público que implique violação aos deveres e proibições previstos nesta Lei ou nas demais normas aplicáveis à relação entre os servidores e os entes públicos municipais.

Art. 496. A fixação da graduação das infrações disciplinares terá como principal diretriz a prestação de serviço público eficiente e de qualidade ao administrado.

Art. 497. Encontrar-se-ão sujeitas a graduação as condutas previstas como infração disciplinar nos termos desta Lei, sendo classificadas, quanto ao seu grau de intensidade, em:

I - leves;

II - médias;

III - graves;

IV - gravíssimas.

Subseção IDas Infrações Disciplinares de Natureza Leve

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Art. 498. Considera-se infração disciplinar de natureza leve a conduta funcional que implique descumprimento dos deveres e proibições cujas circunstâncias permitam caracterizar:

I - a produção de efeitos que se irradiem estritamente para o interior da estrutura organizacional dos entes públicos municipais;

II - a produção de prejuízo para a racionalidade, otimização e celeridade do trabalho em prejuízo a ordem e normalidade interna do serviço público;

III - a presença de aptidão para causar prejuízo com pequeno potencial para afetar a prestação de um serviço público de qualidade ao administrado.

Subseção IIDas Infrações Disciplinares de Natureza Média

Art. 499. Considera-se infração disciplinar de natureza média a conduta funcional que implique descumprimento dos deveres e proibições cujas circunstâncias permitam caracterizar:

I - a produção de efeitos que se irradiem estritamente para o interior da estrutura organizacional dos entes públicos municipais;

II - a presença de aptidão para causar prejuízo com potencial intermediário para afetar a prestação de um serviço público de qualidade ao administrado;

III - reincidência no cometimento de infração disciplinar de natureza leve.

Subseção IIIDas Infrações Disciplinares de Natureza Grave

Art. 500. Considera-se infração disciplinar de natureza grave a conduta funcional que implique descumprimento dos deveres e proibições cujas circunstâncias permitam caracterizar:

I - a produção de efeitos cujas circunstâncias permitam concluir pela sua irradiação para fora da estrutura organizacional dos entes públicos municipais;

II - a presença de aptidão para causar prejuízo com potencial grave à prestação de um serviço público de qualidade ao administrado;

III - a presença de aptidão para atingir a esfera jurídica do administrado em sua dimensão econômica e não econômica;

IV - a presença de aptidão para atingir a esfera jurídica dos entes públicos municipais em sua dimensão econômica e não econômica;

V - reincidência no cometimento de infração disciplinar de natureza média.

Subseção II87

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Das Infrações Disciplinares de Natureza Gravíssima

Art. 501. Considera-se infração disciplinar de natureza gravíssima:

I - a prática de conduta funcional que possa ser tipificada como:

a) crime contra a administração pública;

b) crime contra a fé pública;

c) crime contra a ordem tributária;

d) crime de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores;

e) crime contra a segurança nacional;

f) crime hediondo.

II - a presença de aptidão para causar prejuízo de potencial gravíssimo à prestação de serviço público de qualidade ao administrado;

III - abandono de cargo ou inassiduidade habitual, na forma definida nesta Lei;

IV - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, na forma estabelecida nesta Lei;

V - a prática reiterada de conduta desidiosa, demonstrando descaso em relação às condutas desidiosas antecedentes sancionadas disciplinarmente;

VI - recusar-se o servidor do cumprimento:

a) de sanção disciplinar fixada nos termos desta Lei;

b) de medida de afastamento preventivo fixada nos termos desta Lei.

VII - reincidência no cometimento de infração disciplinar de natureza grave;

Art. 502. Será facultado à Comissão de Processo Administrativo Disciplinar caracterizar uma infração como grave ou gravíssima fora das hipóteses previstas nesta Subseção, desde que fique demonstrado que a suspensão ou a demissão se mostrem adequadas, necessárias e proporcionais às circunstâncias que envolveram a conduta funcional.

Art. 503. O juízo sobre a potencialidade do prejuízo causado à prestação de um serviço público de qualidade ao administrado ficará a cargo da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar nos limites do exercício de suas competências previstas nesta Lei.

Parágrafo único. A decisão sobre a modulação da potencialidade a que se refere o caput deste artigo ficará vinculada aos critérios objetivos de ponderação, de bom senso, de razoabilidade e proporcionalidade, considerada a diretriz da prestação de serviço público eficiente e de qualidade ao administrado.

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Subseção VDo Abandono de Cargo

Art. 504. Considera-se abandono de cargo a ausência intencional do servidor público ao trabalho, sem motivo justificável, por período igual ou superior a 30 (trinta) dias consecutivos.

Art. 505. A forma de apuração da infração disciplinar prevista nesta subseção será fixada mediante procedimento especial definido nesta Lei.

Subseção VIDa Inassiduidade Habitual

Art. 506. Considera-se inassiduidade habitual a ausência do servidor público ao trabalho, sem motivo justificável, por mais de 30 (trinta) dias intercalados, durante 12 (doze) meses, iniciando-se a contagem do período a partir da data da primeira falta.

Seção IIDas Sanções Disciplinares em Espécie

Art. 507. São sanções disciplinares em espécie:

I - a advertência;

II - a suspensão;

III - a multa;

IV - a demissão;

V - a cassação de aposentadoria ou da disponibilidade.

Subseção IDa Advertência

Art. 508. A sanção disciplinar de advertência será aplicada nas hipóteses de cometimento de infrações disciplinares de natureza leve.

Subseção IIDa Suspensão

Art. 509. A sanção disciplinar de suspensão será aplicada nas hipóteses de cometimento de infrações disciplinares de natureza média e graves nos seguintes limites:

I - de 01 a 10 dias na hipótese de cometimento de infração disciplinar de natureza média;

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II - de 11 a 90 dias na hipótese de cometimento de infração disciplinar de natureza grave.

Art. 510. A decisão sobre a intensidade do número de dias de suspensão a ser cominado ao servidor deverá ser a necessária e suficiente para atender aos fins da sanção e ficará vinculada aos critérios da ponderação, do bom senso e da razoabilidade.

Subseção IIIDa Multa

Art. 511. A juízo de conveniência e oportunidade dos entes públicos municipais, a sanção disciplinar de suspensão poderá ser convertida em multa, no percentual de 50% (cinquenta por cento) por dia de remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer no trabalho.

Subseção IVDa Demissão

Art. 512. A sanção disciplinar de demissão será aplicada nas hipóteses de cometimento de infrações disciplinares de natureza gravíssima.

Parágrafo único. O servidor ocupante do cargo de Agente Comunitário de Saúde que incorra na alteração de endereço residencial deixando de residir na área de atuação que se encontre vinculado poderá perder o cargo mediante procedimento de natureza disciplinar.

Art. 513. A aplicação da sanção disciplinar de demissão acarretará o desligamento do servidor público ativo dos quadros funcionais dos entes públicos municipais e a consequente vacância do cargo.

Subseção VDa Cassação de Aposentadoria ou da Disponibilidade

Art. 514. Será cassada a aposentadoria do servidor inativo ou a disponibilidade do servidor que, quando em atividade, tenha praticado infração disciplinar de natureza gravíssima.

CAPÍTULO VIIIDAS DISPOSIÇÕES GERAIS APLICÁVEIS ÀS SANÇÕES DISCIPLINARES

Art. 515. O ato de aplicação de sanção disciplinar mencionará, sempre, as causas de sua aplicação e seu fundamento legal.

Art. 516. Na aplicação das sanções disciplinares serão consideradas:

I - a natureza e a graduação da infração cometida em conformidade com os critérios de graduação previstos nesta Lei;

II - a observância dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade;90

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III - as circunstâncias agravantes ou atenuantes;

IV - os antecedentes funcionais do servidor.

Art. 517. As sanções disciplinares serão aplicadas sempre na forma escrita.

Art. 518. Os dias de suspensão aplicados ao servidor serão descontados de sua remuneração e não serão consideradas como de efetivo exercício para efeito de concessão de férias, licença prêmio, incorporações, adicionais por tempo de serviço, sexta parte e demais benefícios correlatos.

Art. 519. Na hipótese de aplicação de sanção disciplinar de suspensão durante o período de férias ou de licenças, o início de seu cumprimento se dará após o término do respectivo período de fruição.

Art. 520. A aplicação de qualquer sanção disciplinar prevista nesta Lei deverá ser registrada no prontuário do servidor pelo órgão responsável pela gestão de pessoal do ente público municipal.

Art. 521. O registro das sanções disciplinares será lançado e mantido em prontuário funcional.

§ 1º A sanção disciplinar aplicada ao servidor somente poderá surtir efeitos sobre a graduação de sanção pela prática de nova infração disciplinar cometida no prazo de 05 (cinco) anos contados da data do cumprimento da reprimenda disciplinar.

§ 2º O cometimento de nova infração disciplinar no período a que se refere o parágrafo anterior acarretará o reinício da contagem do prazo em relação à infração disciplinar antecedente.

CAPÍTULO IXDAS CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E ATENUANTES DAS SANÇÕES DISCIPLINARES

Art. 522. As circunstâncias agravantes e atenuantes são particularidades presentes na conduta do servidor no momento do cometimento da infração disciplinar que auxiliará a Comissão de Processo Administrativo Disciplinar na fixação da quantidade da sanção, considerada entre a sua mínima e máxima intensidade.

Subseção IDas Circunstâncias Agravantes

Art. 523. São circunstâncias que sempre agravam a fixação da sanção disciplinar:

I - a premeditação;

II - a prática de infração disciplinar na modalidade dolosa;

III - a combinação com 01 (um) ou mais indivíduos, servidores ou não, para a prática da infração disciplinar;

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IV - o induzimento ou a instigação de outros servidores para o cometimento da infração disciplinar;

V - o cometimento da infração disciplinar com abuso de poder;

VI - cometimento da infração disciplinar por motivo fútil ou torpe;

VII - cometimento da infração disciplinar contra criança, idoso, pessoa com deficiência ou enfermo;

VIII - a reincidência;

IX - a existência de prejuízo ao erário;

X - o fato da infração disciplinar ter sido cometida por servidor ocupante de cargo ou função de direção ou chefia;

XI - recusa no recebimento do mandado de citação no processo administrativo disciplinar;

XII - a prática de conduta que tenha como objetivo prejudicar a instrução probatória e os trabalhos da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar.

Subseção IIDas Circunstâncias Atenuantes

Art. 524. São circunstâncias que atenuam a fixação da sanção disciplinar:

I - a inexistência de antecedentes funcionais;

II - a prática de infração disciplinar na modalidade culposa;

III - a confissão espontânea da infração disciplinar;

IV - procurar o servidor, por sua espontânea vontade, logo após a prática da infração disciplinar, evitar ou minorar as consequências advindas de seu ato;

V - a provocação injusta na prática da infração disciplinar.

Seção IIDa Competência para a Aplicação das Sanções Disciplinares

Art. 525. Terá competência para proferir a decisão sobre a aplicação das sanções disciplinares:

I - o Diretor de Departamento responsável pela gestão de pessoal dos entes públicos municipais nas hipóteses de sanções disciplinares de advertência e suspensão;

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II - o Prefeito Municipal, o Superintendente para o Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE, o Presidente para o Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos Municipais de Guarulhos - IPREF;o Diretor Presidente para a Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Saneamento Básico do Município de Guarulhos - AGRU e o Presidente para a Câmara de Vereadores do Município de Guarulhos, na hipótese de:

a) demissão;

b) cassação de aposentadoria e de disponibilidade.

CAPÍTULO VIIIDO PROCESSO DISCIPLINAR

Seção IDas Normas Gerais

Art. 526. As normas que sistematizam a relação jurídica de caráter processual possuem como finalidade o estabelecimento de todas as etapas a serem percorridas pelas partes até a decisão final nos procedimentos administrativos de natureza disciplinar.

Art. 527. As normas processuais previstas nesta Lei terão caráter cogente, encontrando-se as partes diretamente vinculadas ao seu rigoroso e estrito cumprimento.

Seção IIAs Partes na Relação Processual Disciplinar e sua Representação

Art. 528. Considerar-se-á sujeito ativo da relação processual disciplinar o ente público municipal.

Parágrafo único. O sujeito da relação processual prevista no caput deste artigo será presentado pelos membros da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar.

Art. 529. Considerar-se-á sujeito passivo da relação processual disciplinar todo servidor público acusado da prática de infração disciplinar, ocupante de cargo em provimento efetivo ou em comissão pertencente aos quadros funcionais dos entes públicos municipais, bem como os contratados por prazo determinado em razão de excepcional interesse público.

Art. 530. Nos procedimentos que comportarem a aplicação de sanções disciplinares, o acusado poderá se fazer representar por advogado legalmente habilitado.

Seção IIIDa Forma dos Atos Processuais

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Art. 531. Os atos e termos processuais praticados nas apurações disciplinares previstos nesta Lei independem de forma determinada, senão quando a mesma expressamente a exigir, reputando-se válidos aqueles que, realizados de outro modo, atinjam as finalidades para as quais foram criados.

Art. 532. Os atos das apurações disciplinares deverão ser produzidos por escrito, em vernáculo, com data e local de sua realização e a assinatura do servidor público responsável por sua prática.

Art. 533. As páginas dos autos das apurações disciplinares deverão ser numeradas sequencialmente e rubricadas.

Art. 534. A autenticação de documentos componentes do procedimento disciplinar e o reconhecimento de firma somente serão exigidos na hipótese de ocorrência de dúvida quanto à autenticidade de documento ou a juízo do Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, mediante a utilização do critério da relevância.

Art. 535. Os atos processuais previstos nesta Lei terão caráter reservado, de forma a preservar a ordem e o bom andamento dos trabalhos da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar.

Art. 536. O direito de consultar os autos e de requerer certidões a respeito de seu conteúdo restringir-se-á às partes e aos seus procuradores.

Parágrafo único. A critério do Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, o direito de certidão previsto no caput poderá ser estendido a terceiros que demonstrem interesse jurídico devidamente justificado.

Art. 537. O acesso às salas de audiências ficará limitado às partes e aos seus procuradores e demais pessoas que participarem da instrução do processo.

Seção IVDo Tempo dos Atos Processuais

Art. 538. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, no horário normal de expediente dos entes públicos municipais.

Parágrafo único. Serão considerados como dias úteis todos os dias, com exceção dos sábados, domingos, feriados e pontos facultativos.

Art. 539. As petições deverão ser protocolizadas no horário de expediente sob pena de preclusão.

Art. 540. Na hipótese de encontrar-se em andamento a prática de ato processual e operar-se o encerramento do horário de expediente, as partes deverão proceder ao andamento dos trabalhos até que se opere a respectiva conclusão do ato processual evitando prejuízo a celeridade e bom andamento do processo.

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Seção VDo Lugar dos Atos Processuais

Art. 541. Os atos processuais deverão ser realizados no local de funcionamento da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, excepcionados aqueles que, por sua natureza, conteúdo e peculiaridade devam ser realizados em outro local.

Seção VIDos Prazos Processuais

Art. 542. Os prazos serão expressos em dias e contados de modo contínuo.

Art. 543. Os prazos passarão a correr a partir do primeiro dia útil após:

I - a juntada aos autos do mandado de citação;

II - a juntada aos autos do mandado de intimação;

III - a audiência em que houver intimação;

IV - a intimação da decisão proferida no processo administrativo disciplinar;

Art. 544. Os prazos serão computados excluindo-se o dia do início e incluindo-se o dia do vencimento.

Art. 545. Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte, na hipótese do vencimento ocorrer em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes do horário normal.

Art. 546. Salvo disposição expressa prevista nesta Lei será de 05 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo do acusado no procedimento de natureza disciplinar.

Art. 547. A sindicância investigatória deverá ser concluída no prazo de 30 dias, podendo ser prorrogado, desde que devidamente justificado.

Parágrafo único. Compete à autoridade que determinou a instauração da sindicância investigatória decidir sobre a prorrogação do prazo de que trata este artigo.

Art. 548. O processo administrativo disciplinar deverá ser concluído no prazo de:

I- 30 dias, no procedimento sumário;

II- 60 dias, no procedimento ordinário.

§1º Os prazos previstos neste artigo poderão ser prorrogados, a pedido da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar.

§2º Compete à autoridade que determinou a instauração do processo administrativo disciplinar decidir sobre a prorrogação do prazo de que trata este artigo.

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Seção VIIDas Comunicações dos Atos Processuais

Art. 549. Os atos processuais serão comunicados por meio de citações e de intimações.

Subseção IDas Citações

Art. 550. Citação é o ato pelo qual o acusado é chamado para compor a relação processual disciplinar e deduzir toda a matéria relativa à sua defesa.

Art. 551. Far-se-á a citação:

I - pessoalmente;

II - por edital.

Subseção IIDa Citação Pessoal

Art. 552. A citação pessoal será realizada por meio de mandado que deverá conter os seguintes requisitos:

I - o nome do Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar;

II - o nome e a matrícula do acusado;

III - a finalidade para a qual está sendo realizada;

IV - a descrição do fato imputado ao acusado;

V - a data, o local e o horário do comparecimento do acusado para interrogatório;

VI - a responsabilidade do acusado de providenciar o comparecimento de suas testemunhas na audiência de instrução independentemente de intimação nos limites desta Lei;

VII - a faculdade de constituição de advogado;

VIII - o prazo para a apresentação de defesa escrita;

IX - os termos das consequências de seu descumprimento.

Art. 553. O mandado de citação será confeccionado pelo órgão de auxílio da estrutura disciplinar.

Art. 554. A citação pessoal será realizada mediante a entrega do mandado diretamente ao servidor.

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Art. 555. Para efeitos da aplicação do disposto no inciso II do artigo anterior, caberá a chefia imediata do acusado determinar o seu comparecimento para que possa ser cumprido o mandado de citação no prazo.

Art. 556. A exigência da obrigação funcional de cumprimento do mandado de citação pela chefia imediata somente será afastada:

I - se demonstrada a impossibilidade fática do cumprimento do ato;

II - mediante justificativa expressa dos motivos que impediram o cumprimento do ato no respectivo prazo.

Parágrafo único. Verificadas as hipóteses previstas nos incisos deste artigo o mandado permanecerá com a chefia imediata para que seja cumprido tão logo desapareça a impossibilidade fática impeditiva de seu cumprimento.

Art. 557. Realizada a citação pessoal, o prazo para a prática de ato processual por parte do acusado passará a fluir no primeiro dia útil, contado a partir da data da juntada do respectivo mandado de citação.

Subseção IIIDa Citação por Edital

Art. 558. Na hipótese de frustração do procedimento relativo à citação pessoal, o ato será realizado mediante a publicação de edital.

Art. 559. O edital deverá ser publicado no Diário Oficial do Município por 02 (duas) vezes consecutivas em intervalo máximo de 15 (quinze) dias, devendo conter obrigatoriamente os mesmos requisitos previstos no artigo 556 desta Lei.

Art. 560. Tendo sido devidamente citado o acusado, na primeira oportunidade de comparecimento, deverá fornecer meios de contatos hábeis para fins de intimação.

Subseção IVDas Intimações

Art. 561. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.

Art. 562. As intimações dirigidas ao acusado serão, alternativamente, realizadas:

I - mediante publicação no Diário Oficial do Município;

II - por outra forma idônea que garanta a ciência do ato processual.

Art. 563. As partes e seus procuradores serão considerados intimados dos atos do procedimento disciplinar que forem realizados em audiência.

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Art. 564. O servidor que não é parte no procedimento de natureza disciplinar será intimado mediante mandado de intimação que deverá conter os seguintes requisitos:

I - o nome do Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar;

II - a finalidade para a qual está sendo cumprido;

III - a data, o local e o horário do comparecimento do servidor para o ato processual;

IV - os termos das consequências de seu descumprimento.

Art. 565. O mandado de intimação será confeccionado pelo órgão de auxílio da estrutura disciplinar e deverá ser entregue durante o horário de expediente.

Art. 566. A retirada do mandado de intimação será realizada pessoalmente pelo servidor a ser intimado junto ao órgão de auxílio da estrutura disciplinar, mediante comunicação a ser realizada para esta finalidade.

Art. 567. Na hipótese do servidor não comparecer espontaneamente ao órgão de auxílio da estrutura disciplinar para a retirada do mandado de intimação, o ato processual será realizado pela sua chefia imediata na seguinte conformidade:

I - entrega do mandado à chefia imediata do servidor a ser intimado;

II - cumprimento do mandado pela chefia imediata no prazo de 03 (três) dias úteis contados de seu recebimento mediante a entrega da contrafé com o respectivo recibo por parte do servidor intimado;

III - entrega pela chefia imediata do mandado de intimação devidamente cumprido ao órgão de auxílio a estrutura disciplinar;

IV - juntada do mandado de intimação devidamente cumprido aos autos do processo disciplinar.

Art. 568. Para efeitos da aplicação do disposto no inciso II do artigo anterior, caberá a chefia imediata do servidor determinar o seu comparecimento para que possa ser cumprido o mandado de intimação no prazo.

Art. 569. A exigência da obrigação funcional de cumprimento do mandado de intimação pela chefia imediata somente será afastada:

I - se demonstrada a impossibilidade fática do cumprimento do ato;

II - mediante justificativa expressa dos motivos que impediram o cumprimento do ato no respectivo prazo.

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Parágrafo único. Verificadas as hipóteses previstas nos incisos deste artigo o mandado permanecerá com a chefia imediata para que seja cumprido tão logo desapareça a impossibilidade fática impeditiva de seu cumprimento.

Art. 570. A critério do Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar o mandado de intimação poderá ser entregue por servidor em exercício no órgão de auxílio da estrutura disciplinar, dentro ou fora do local de trabalho, e diretamente ao servidor acusado sem o intermédio da chefia imediata.

Art. 571. A recusa ou a adoção de conduta que obstaculize a intimação pela chefia imediata implicará a prática de infração disciplinar de natureza grave.

Art. 572. O prazo para a prática de ato processual por parte do acusado passará a fluir no primeiro dia útil, contado a partir da data da juntada do respectivo mandado de intimação.

Seção VIIIDa Revelia

Art. 573. O acusado, regularmente citado, que deixar de comparecer à audiência de interrogatório na data, local e hora designados terá sua revelia decretada pelo Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar.

Art. 574. Decretada a revelia, presumir-se-á que o acusado tomou conhecimento do conteúdo da representação e será dada sequência ao procedimento disciplinar.

Art. 575. Na hipótese de comparecimento do revel ao procedimento disciplinar, após a decretação da revelia, a ele será assegurado o direito de constituir advogado.

Art. 576. Verificada a hipótese prevista no artigo anterior, fica vedada a repetição dos atos processuais até então praticados pela Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, devendo o acusado, para todos os efeitos, receber o processo no estado em que se encontrar, sendo-lhe garantida a participação nos atos processuais posteriores ao seu comparecimento.

Art. 577. A decretação da revelia poderá ser revogada, de ofício, quando verificado que, na data da realização do interrogatório, o acusado encontrava-se impossibilitado de comparecer à referida audiência por motivo relevante.

Parágrafo único. Reconhecido o motivo relevante por parte do Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, serão anulados todos os atos processuais praticados após a decretação da revelia, salvo se deles não tenha resultado prejuízo para a esfera jurídica do acusado.

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Seção IXDas ProvasSubseção I

Das Disposições Gerais

Art. 578. A veracidade dos fatos deduzidos na representação poderá ser demonstrada por todos os meios de prova em Direito admitidos.

Art. 579. Caberá ao Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar indeferir, de forma fundamentada, a produção da prova que seja considerada desnecessária, impertinente ou que tenha caráter meramente protelatório.

Subseção IIDa Prova Documental

Art. 580. As provas documentais serão consideradas aptas para a produção de efeitos no processo disciplinar desde que sejam originais ou, se reproduzidas em cópias, tenham sua autenticidade atestada por tabelião ou por servidor público em atividade funcional no órgão de auxílio da estrutura disciplinar.

Art. 581. A prova documental poderá ser indeferida pelo Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar quando considerada desnecessária, impertinente ou que tenha caráter meramente protelatório.

Subseção IIIDa Prova Testemunhal

Art. 582. Nas apurações disciplinares previstas nesta Lei serão admitidas como prova as manifestações orais colhidas pela Comissão de Processo Administrativo Disciplinar de pessoas que tenham presenciado o fato narrado na representação, observado o devido processo legal.

Art. 583. Caberá ao Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar compromissar a testemunha e adverti-la de que se não disser a verdade do que souber a respeito do que lhe for perguntado poderá incorrer no cometimento do crime previsto no artigo 342 do Código Penal.

Art. 584. Antes de iniciar-se o depoimento:

I - a testemunha será qualificada, devendo ser indicado o seu nome, número do documento de identificação, endereço, profissão e número da matrícula, se servidor municipal.

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II - as partes poderão contraditar a testemunha, devendo o Presidente da Comissão Processante consignar a contradita, a arguição e a resposta, cabendo-lhe excluir a testemunha ou negar-lhe o compromisso nas seguintes hipóteses:

a) tratar-se a testemunha de ascendente, descendente, afim em linha reta, cônjuge ou irmão do acusado;

b) tratar-se a testemunha de pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão deva guardar sigilo ou segredo, salvo se, desobrigada pelo acusado, quiser prestar o seu depoimento;

c) tratar-se a testemunha de pessoa com deficiência mental ou menor de 14 (quatorze) anos;

d) amizade íntima;

e) interesse no desfecho do processo.

Art. 585. O depoimento da testemunha será colhido oralmente, sendo vedada qualquer hipótese ou modalidade de testemunho por escrito, sendo permitida a consulta a pequenas anotações.

Art. 586. As testemunhas serão inquiridas separadamente, de forma que umas não ouçam os depoimentos das outras.

Art. 587. As testemunhas serão inquiridas primeiramente pela Comissão de Processo Administrativo Disciplinar e, após, pela defesa do acusado.

Art. 588. O depoimento, depois de lavrado, será rubricado e subscrito pelos membros da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, pela testemunha, pelo acusado, se presente, e por seu advogado, se constituído.

Art. 589. A prova testemunhal poderá ser indeferida pelo Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar quando considerada desnecessária, impertinente ou que tenha caráter meramente protelatório e, em especial, quando relativa a fatos:

I - que já tenham sido provados por meio de documentos;

II - que somente possam ser provados por documentos ou por exames periciais.

Art. 590. A parte poderá arrolar, no máximo, 03 (três) testemunhas que tenham presenciado o fato narrado na representação.

Parágrafo único. O número de testemunhas previsto no caput deste artigo poderá exceder o número de 03 (três) desde que o Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar entenda essencial para a elucidação do fato.

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Art. 591. O Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar poderá arrolar quantas testemunhas entender necessárias para a elucidação dos fatos narrados na representação.

Art. 592. O Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar poderá determinar de ofício ou mediante requerimento:

I - a oitiva de testemunhas referidas nos depoimentos, desde que consideradas necessárias e conveniente à instrução do processo disciplinar;

II - a acareação de duas ou mais testemunhas, entre si, ou de alguma delas com o acusado, quando houver divergência entre as declarações que possa ser determinante para a conclusão do processo disciplinar.

Art. 593. O Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar poderá indeferir motivadamente perguntas deduzidas pela defesa, transcrevendo a justificativa no termo de audiência.

Art. 594. Na hipótese do Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar verificar que a presença do acusado poderá causar constrangimento à testemunha, de forma a prejudicar a tomada do depoimento, determinará a retirada do acusado da sala de audiência, prosseguindo na inquirição com a presença de seu advogado, caso tenha sido constituído.

Parágrafo único. Verificada a hipótese prevista no caput deste artigo, o Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar fará constar a ocorrência no termo de audiência, relatando os motivos que a determinaram.

Subseção IVDa Prova Técnica

Art. 595. Será permitida a produção de prova técnica se, para a elucidação dos fatos, mostrar-se necessária a aplicação de conhecimento técnico específico.

Parágrafo único. O procedimento de insanidade mental será regulamentado por decreto.

Art. 596. A prova técnica poderá ser indeferida, motivadamente, pelo Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, quando considerada desnecessária, impertinente ou que tenha caráter meramente protelatório.

Art. 597. Na produção da prova técnica demandada pela Comissão de Processo Administrativo Disciplinar serão utilizados, preferencialmente, os profissionais e os meios técnicos disponíveis na estrutura funcional dos entes públicos municipais.

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Art. 598. Na hipótese de produção de prova técnica será facultado ao acusado a constituição de assistente técnico, correndo os honorários profissionais às suas expensas.

Subseção VDo Interrogatório

Art. 599. O interrogatório é o ato processual em que será dada ao acusado a oportunidade de deduzir, pessoalmente, toda a matéria relativa à sua defesa.

Art. 600. O interrogatório do acusado será realizado na presença de seu advogado, se por ele constituído.

Art. 601. Na hipótese de existência de mais de 01 (um) interrogado no mesmo processo disciplinar, cada um deles será interrogado em separado.

Art. 602. Na hipótese do acusado, por motivo relevante, encontrar-se impossibilitado de comparecer ao interrogatório, deverá requerer a designação de novo dia, horário e local para sua realização.

Art. 603. O adiamento da data do interrogatório prevista no artigo anterior ficará condicionada a ocorrência de fato excepcional ou imprevisível mediante apresentação de justificativa formal e escrita pelo acusado nos 03 (três) dias úteis que antecederem a data da audiência para análise dos motivos por parte da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar.

§ 1º Na hipótese de indeferimento do pedido de adiamento previsto no caput deste artigo, o acusado deverá comparecer ao interrogatório sob pena de revelia.

§ 2º Quando o fato excepcional ou imprevisível ocorrer entre a véspera e a data do interrogatório, o requerimento para o seu adiamento deverá ser protocolizado pelo acusado até o primeiro dia útil subsequente a data prevista para sua realização.

§ 3º Na hipótese de indeferimento de adiamento de que trata o parágrafo anterior o acusado terá acusado a sua revelia.

Art. 604. Iniciada a audiência, o interrogado será qualificado, devendo indicar o seu nome, número do documento de identificação e da matrícula funcional, endereço residencial e o cargo que ocupa.

Art. 605. Caberá ao Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar:

I - proceder a descrição dos fatos que lhe estão sendo imputados na representação;

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II - abrir a palavra ao interrogado para suas declarações e formular-lhe questionamentos.

Parágrafo único. Na hipótese de confissão, será perguntado sobre os motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para sua ocorrência.

Art. 606. É vedado ao advogado do interrogado intervir ou influir nas perguntas da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar e nas respostas do acusado.

Art. 607. Encerrada a etapa prevista no artigo anterior, fica facultado ao advogado do acusado formular perguntas ao interrogado.

Art. 608. Encerrado o interrogatório, as declarações serão reduzidas a termo, lidas e subscritas pelo acusado e pela sua defesa, bem como pelos membros da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar.

Seção XDa Formação e da Extinção do Processo

Subseção IDa Representação

Art. 609. Os servidores que tomarem ciência da ocorrência de fatos que impliquem em infrações disciplinares previstas nesta Lei terão o dever de representar ou encaminhar a representação que lhefor dirigida ao órgão responsável pela apuração das infrações disciplinares previstas nesta Lei.

Art. 610. A representação será formulada por escrito, devendo conter a descrição detalhada dos fatos, a indicação dos envolvidos e das pessoas que possam tê-los presenciado.

Parágrafo único. Caberá Comissão de Processo Administrativo Disciplinar praticar as diligências necessárias para a elucidação de dúvidas sobre o conteúdo narrado na representação.

Art. 611. A representação de que trata esta subseção também poderá ser formulada por qualquer pessoa mesmo que não faça parte dos quadros funcionais dos entes públicos municipais.

Parágrafo único. As representações anônimas serão admitidas a critério do órgão responsável pela apuração das infrações disciplinares previstas nesta Lei.

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Page 105: Projeto da Prefeitura de Guarulhos - Regime Jurídico Único

Art. 612. Recebida a representação, o Diretor de Departamento responsável pela gestão de pessoal determinará a sua autuação e a instauração da sindicância investigatória ou do processo administrativo disciplinar mediante Portaria.

Subseção IIIDa Portaria de Instauração

Art. 613. A Portaria de instauração de Sindicância Investigatória deverá conter:

I - o número do procedimento administrativo;

II - a espécie de procedimento disciplinar;

III - a designação do servidor responsável pela apuração;

IV - a descrição dos fatos;

V - a indicação das normas de conduta infringidas;

Parágrafo único. Lavrada a Portaria a que se refere o caput deste artigo, será providenciada sua publicação no Diário Oficial do Municípiocontendo estritamente as informações previstas nos incisos I, II e III deste artigo.

Art. 614. A Portaria de instauração do processo administrativo disciplinar deverá conter:

I - o número do processo administrativo;

II - a espécie de procedimento disciplinar;

III - a designação dos membros da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar.

IV - o nome e a identificação do acusado;

V - a infração que lhe é atribuída;

VI - a descrição dos fatos;

VII - a indicação das normas de conduta infringidas;

VIII - a penalidade mais gravosa a ser aplicada;

Parágrafo único. Lavrada a Portaria a que se refere o caput deste artigo, será providenciada sua publicação no Diário Oficial do Município contendo estritamente as informações previstas nos incisos I, II e III deste artigo.

Art. 615. Publicada a Portaria a que se refere o artigo anterior, será praticado o ato processual de citação, seguido dos demais atos processuais de desenvolvimento regular do processo disciplinar.

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Page 106: Projeto da Prefeitura de Guarulhos - Regime Jurídico Único

Art. 616. Após a publicação da Portaria de instauração de Processo Administrativo Disciplinar que possa ensejar a aplicação de sanção disciplinar de demissão, o servidor acusado que requerer a sua exoneração somente terá o seu pedido apreciado após a decisão que resolver sobre sua absolvição.

Seção XIDa Extinção do Processo

Art. 617. O processo disciplinar será extinto nas seguintes hipóteses:

I - reconhecimento da existência de representação:

a) que verse sobre o mesmo fato e mesmo autor cuja investigação já se encontre em curso em outro processo;

b) que verse sobre o mesmo fato e mesmo autor que já tenha sido decidida em outro processo.

II - pela absolvição do acusado em virtude de:

a) estar provada a inexistência do fato narrado na representação;

b) não constituir o fato infração disciplinar;

c) estar provado que o acusado não cometeu a infração disciplinar;

d) não existir prova de que o acusado tenha cometido a infração disciplinar.

III - imposição de sanção disciplinar nos termos desta Lei;

IV - reconhecimento da prescrição.

Art. 618. A extinção do processo administrativo disciplinar em virtude de insuficiência de provas, não impedirá sua reabertura na hipótese dos entes públicos municipais reunirem novas provas aptas a demonstrar a existência do fato e sua autoria.

Capítulo XIDos Procedimentos Administrativos Disciplinares em Espécie

Art. 619. São procedimentos administrativos disciplinares em espécie:

I - a sindicância investigatória;

II - o processo administrativo disciplinar;

III - o procedimento especial para apuração de inassiduidade;

IV - o procedimento especial para apuração de abandono de cargo;

V - oprocedimento especial para apuração de acúmulo de cargo;

VI - oprocedimento especial para apuração de processos oriundos dos órgãos de controle externo.

Seção I106

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Da Sindicância Investigatória

Art. 620. A sindicância investigatória é a peça preliminar e informativa do processo administrativo disciplinar e deve ser instaurada quando, na representação, os fatos não estiverem claramente definidos ou faltarem elementos indicativos da autoria.

Parágrafo único. A sindicância a que refere o caput deste artigo não conterá partes e não implicará o estabelecimento de relação processual e dos efeitos dela decorrentes, prestando-se estritamente como peça preliminar de investigação.

Art. 621. Na sindicância serão juntados documentos e ouvidas testemunhas que possam contribuir para o esclarecimento dos fatos narrados na representação e apontar a sua autoria.

Art. 622. O relatório final da sindicância investigatória poderá concluir:

I - pela extinção do procedimento pela inexistência de indícios do fato narrado na representação ou de sua autoria;

II - pela instauração de processo administrativo disciplinar quando houver indícios suficientes de existência do fato narrado na representação e de sua autoria.

Art. 623. A utilização da sindicância prevista nesta seção não é obrigatória, sendo facultado ao órgão responsável pela estrutura disciplinar a utilização de procedimento informal com a finalidade de propiciar o adequado esclarecimento aos fatos narrados na representação e a sua autoria.

Art. 624. A Sindicância Investigatória poderá ser instruída e concluída por apenas um servidor nomeado para esta finalidade.

Parágrafo único. O servidor a que se refere o caput deste artigo deverá ser membro nomeado pelo Prefeito para compor Comissão de Processo Administrativo Disciplinar.

Art. 625. Fica vedado ao servidor que participou de Sindicância Investigatória atuar como membro da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar cujo processo tenha sido oriundo da Sindicância Investigatória de que tenha participado.

Seção IIDo Processo Administrativo Disciplinar

Art. 626. O processo administrativo disciplinar é o mecanismo utilizado para a apuração de fatos que envolvam a prática de condutas contrárias aos deveres e proibições previstos nesta Lei.

Art. 627. O processo administrativo disciplinar reger-se-á pelos seguintes ritos:

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I - sumário;

II - ordinário.

Subseção IDo Rito Sumário

Art. 628. O rito sumário será utilizado:

I - para a apuração de infrações disciplinares de natureza leve e média que possam acarretar a aplicação de sanção disciplinar de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias;

II - no procedimento especial de apuração de acúmulo ilícito de cargos, empregos e funções públicas;

III - no procedimento especial para apuração de abandono de cargo;

IV - no procedimento especial para apuração de inassiduidade habitual.

Art. 629. O rito sumário será desenvolvido mediante o cumprimento das seguintes fases:

I - instauração mediante a publicação de Portaria nos termos desta Lei;

II - a citação do servidor acusado;

III - apresentação de defesa prévia e de rol de testemunhas por escrito no prazo de 03 (três) dias úteis, contados da data de juntada do mandado de citação;

IV - realização da audiência de instrução em período não inferior a 05 (cinco) dias após a juntada aos autos do mandado de citação;

V - apresentação de alegações finais;

VI - Relatório da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar;

VII - decisão do Diretor de Departamento responsável pela gestão de pessoal pela:

a) aplicação da sanção disciplinar;

b) pela absolvição do acusado;

c) pelo retorno do processo a Comissão para a prática de novas diligências quando a instrução probatória não se mostrar suficiente para a formação do convencimento, mediante justificativa ou quando se deparar com vício sanável;

d) pelo retorno do processo a Comissão de processo Administrativo Disciplinar para a prática de ato processual apto a corrigir vício sanável;

e) anulação do processo administrativo disciplinar pela existência de vício insanável, constituindo nova Comissão de Processo Administrativo Disciplinar para apuração da infração;

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VIII - publicação de Portaria dando publicidade do extrato da decisão;

IX - certidão de trânsito em julgado do processo a ser expedida pelo órgão responsável pela estrutura disciplinar.

X - respectiva anotação da aplicação de sanção disciplinar no prontuário do servidor.

Art. 630. A audiência no rito sumário será realizada obedecendo às seguintes fases:

I - leitura pelo Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar do conteúdo da representação;

II - oitiva das testemunhas da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar;

III - oitiva das testemunhas do acusado;

IV - interrogatório do acusado;

V - apresentação de alegações finais por até 30 minutos na audiência de instrução;

VI - lavratura do termo de audiência e sua subscrição pelas partes e seus procuradores, testemunhas e pelos membros da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar;

VII - encerramento dos trabalhos pelo Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar.

Art. 631. Encerrada a audiência encontrar-se-á preclusa a fase de instrução probatória.

Art. 632. No procedimento sumário caberá à defesa garantir o comparecimento de suas testemunhas à audiência de instrução, independentemente de intimação, desde que se tratem de pessoas que não pertençam aos quadros funcionais dos entes públicos municipais.

Art. 633. O procedimento da audiência no rito sumário desenvolver-se-á de forma sucessiva e em uma única audiência, encontrando-se cada ato processual submetido à preclusão.

Parágrafo único. Fica facultado à Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, desde que haja motivo relevante e desde que não haja prejuízo à produção da prova, suspender os trabalhos da audiência de instrução e retomá-los em outra data ou período.

Subseção III

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Do Rito Ordinário

Art. 634. O rito ordinário será utilizado para a apuração de infrações disciplinares que possam acarretar a aplicação:

I - de sanção disciplinar de suspensão com prazo superior a 30 (trinta) dias;

II - demissão;

II - cassação de aposentadoria ou da disponibilidade.

Art. 635. O rito ordinário será desenvolvido mediante o cumprimento das seguintes fases:

I - instauração mediante a publicação da Portaria nos termos desta Lei;

II - a citação do acusado;

III - apresentação de defesa prévia e de rol de testemunhas por escrito no prazo de 03 (três) dias úteis, contados da data de juntada do mandado de citação;

IV - realização da audiência de instrução em período não inferior a 05 (cinco) dias após a juntada aos autos do mandado de citação;

V - apresentação de alegações finais escritas no prazo de 05 (cinco) dias úteis, contados da data de sua intimação em audiência;

VI - Relatório da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar;

VII - decisão da autoridade nomeante pela:

a) aplicação da sanção disciplinar;

b) pela absolvição do acusado;

c) pelo retorno do processo a Comissão para a prática de novas diligências quando a instrução probatória não se mostrar suficiente para a formação do convencimento, mediante justificativa ou quando se deparar com vício sanável;

d) pelo retorno do processo a Comissão de processo Administrativo Disciplinar para a prática de ato processual apto a corrigir vício sanável;

e) anulação do processo administrativo disciplinar pela existência de vício insanável, constituindo nova Comissão de Processo Administrativo Disciplinar para apuração da infração.

VIII - publicação de Portaria dando publicidade do extrato da decisão;

IX - certidão de trânsito em julgado do processo a ser expedida pelo órgão responsável pela estrutura disciplinar.

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X - respectiva anotação da aplicação de sanção disciplinar no prontuário do servidor.

Art. 636. A audiência no rito ordinário será realizada obedecendo às seguintes fases:

I - leitura pelo Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar do conteúdo da representação;

II - produção de prova técnica da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar e da defesa se houver;

III - oitiva das testemunhas da Comissão Processante;

IV - oitiva das testemunhas do acusado;

V - interrogatório do acusado;

VI - encerramento dos trabalhos pelo Presidente da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar;

VII - lavratura do termo de audiência e sua subscrição pelos membros da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, pelo acusado, seus procuradores, testemunhas e de participantes da produção da prova técnica.

Art. 637. Encerrada a audiência encontrar-se-á preclusa a fase de instrução probatória.

Art. 638. No procedimento ordinário caberá à defesa garantir o comparecimento de suas testemunhas à audiência de instrução, independentemente de intimação, desde que se tratem de pessoas que não pertençam aos quadros funcionais dos entes públicos municipais.

Art. 639. O procedimento da audiência no rito ordinário desenvolver-se-á de forma sucessiva e em uma única audiência, encontrando-se cada ato processual submetido à preclusão.

Parágrafo único. Fica facultado à Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, desde que haja motivo relevante e desde que não haja prejuízo à produção da prova, suspender os trabalhos da audiência de instrução e retomá-los em outra data ou período.

Seção IIIDo Procedimento Especial para Apuração de Acúmulo Ilegal de Cargos,

Empregos ou Funções Públicas

Art. 640. Verificada a hipótese de acúmulo ilegal de cargos, empregos ou funções públicas será elaborada pelo órgão responsável pela gestão de pessoal representação que indicará:

I - o nome e a matrícula do servidor;111

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II - os cargos, os empregos ou as funções públicas acumuladas;

III - os órgãos ou entidades aos quais o servidor encontre-se vinculado;

IV - as datas de ingresso e os horários de trabalho.

Parágrafo único A representação de que trata o caput deverá ser acompanhado de documento original ou autenticado devidamente expedido pelo órgão ou entidade em que o servidor acumula o cargo emprego ou função pública, apto a demonstrar a prática da infração disciplinar.

Art. 641. Recebida a representação será aplicado ao procedimento especial previsto nesta Seção, o rito sumário previsto nesta Lei.

Art. 642. Na hipótese da aplicação da sanção disciplinar de demissão pelo acúmulo ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, os órgãos ou entidades aos quais o servidor encontre-se vinculado serão formalmente comunicados.

Seção IVDo Procedimento Especial para Apuração de Abandono de Cargo

Art. 643. Verificada a hipótese de abandono de cargo nos termos desta Lei, o servidor será comunicado sobre a obrigatoriedade de seu retorno imediato às suas atividades funcionais sob pena de caracterização da infração disciplinar de abandono de cargo.

Art. 644. A comunicação a que se refere o artigo anterior ocorrerá mediante:

I - o envio de correspondência com aviso de recebimento específico com esta finalidade;

II - a publicação de Edital de Chamada no Diário Oficial do Município por 03 (três) vezes consecutivas num intervalo de 15 (quinze) dias.

Art. 645. Decorrido o prazo de 10 (dez) dias contados do envio e do recebimento da correspondência e da data da publicação do Edital previsto no artigo anterior caberá ao órgão responsável pela gestão de pessoas dos entes públicos municipais a elaboração de representação que conterá:

I - o nome do servidor público, sua matrícula e o respectivo órgão de lotação;

II - a indicação precisa do período superior a 30 (trinta) dias de ausência do servidor ao trabalho.

Art. 646. Recebida a representação pelo órgão responsável pela apuração e aplicação de sanções disciplinares, será aplicado ao procedimento especial referido nesta Seção o rito sumário.

Seção VDo Procedimento Especial para Apuração de Inassiduidade Habitual

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Art. 647. Verificada a hipótese de inassiduidade habitual nos termos desta Lei, será elaborada pelo órgão responsável pela gestão de pessoal dos entes públicos municipais, representação que indicará o nome do servidor público, sua matrícula, o respectivo órgão de lotação e informação que demonstre as ausências injustificadas do servidor ao trabalho.

Art. 648. Recebida a representação pelo órgão responsável pela estrutura disciplinar, será aplicado o procedimento especial previsto nesta Seção o rito sumário.

Seção VIDo Procedimento Especial para Apuração de Processos Oriundos dos Órgãos

de Controle Externo

Art. 649. Na hipótese de determinação por parte dos órgãos de controle externo, de obrigatoriedade de apuração de responsabilidade funcional oriunda da prática de ato em processo administrativo de qualquer natureza ou espécie que tenha sido objeto de Auditoria, será instaurada Sindicância Investigatória nos termos desta Lei.

CAPÍTULO XIIIDO PROCEDIMENTO CAUTELAR DE AFASTAMENTO PREVENTIVO

Art. 650. O procedimento cautelar de afastamento preventivo poderá ser adotado com a finalidade de evitar que o servidor acusado venha a interferir na instrução do procedimento de apuração de infração disciplinar ou quando seja necessário para preservar a prestação do serviço público.

§ 1º O afastamento preventivo de que trata o caput deste artigo será requerido, de ofício e de forma fundamentada pela chefia responsável pela representação ou pela Comissão de Processo Administrativo Disciplinar.

§ 2º Caberá à Comissão de Processo Administrativo Disciplinar, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas, contado do recebimento do pedido pela respectiva chefia de que trata o parágrafo anterior, decidir, mediante despacho fundamentado, sobre a conveniência e oportunidade do afastamento preventivo.

Art. 651. O afastamento preventivo ocorrerá pelo prazo de até 45 (quarenta e cinco) dias, podendo ser prorrogado por igual período, por uma única vez, findo o qual cessarão os seus efeitos.

Parágrafo único. Na hipótese de prorrogação do afastamento preventivo, deverá ser elaborada Portaria específica para esta finalidade.

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Art. 652. O afastamento preventivo será formalizado na Portaria de instauração do procedimento disciplinar ou incidentalmente, durante o curso da apuração, em Portaria específica para esta finalidade.

Art. 653. Na hipótese de afastamento preventivo o servidor ficará proibido de adentrar e frequentar as dependências dos entes públicos municipais, enquanto perdurarem seus efeitos, salvo para a prática de atos processuais relativos ao processo administrativo disciplinar.

Art. 654. Cessados os motivos que ensejaram a decretação do afastamento preventivo, será revogada a medida, devendo o servidor retomar suas atividades funcionais até que seja ultimado o procedimento disciplinar.

Art. 655. A aplicação da medida cautelar prevista neste Capítulo não importará na suspensão do pagamento da remuneração do servidor acusado.

Art. 656. As apurações disciplinares cuja medida de afastamento preventivo tenha sido adotada terão tramitação urgente e preferencial.

CAPÍTULO XIVDO RECURSO

Art. 657. As decisões proferidas nas apurações disciplinares previstas nesta Lei estarão sujeitas a recurso hierárquico, no prazo de 05 (cinco) dias úteis, contados a partir da data da intimação do acusado da decisão proferida no processo administrativo disciplinar.

Art. 658. O recurso hierárquico deverá ser dirigido à autoridade que prolatou a decisão de aplicação de sanção disciplinar, em petição escrita e fundamentada, que deverá conter as razões de inconformidade com a decisão atacada e o pedido de reexame.

Art. 659. O recurso será recebido no efeito devolutivo e suspensivo.

Art. 660. Recebida às razões recursais, caberá à autoridade competente, mediante despacho fundamentado, realizar o juízo de admissibilidade do recurso quanto a sua tempestividade.

Art. 661. Admitido o recurso, os autos do processo serão encaminhados para a autoridade superior àquela que proferiu a decisão para o julgamento do recurso.

Art. 662. O recurso hierárquico deverá ser apreciado no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis.

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Art. 663. Julgado o recurso, o acusado deverá ser intimado da decisão.

CAPÍTULO XVDO PEDIDO DE REVISÃO

Art. 664. As decisões que implicarem na aplicação das sanções disciplinares previstas nesta Lei estão sujeitas a pedido de revisão nos termos desta Lei.

Art. 665. O pedido de revisão somente será admitido nas hipóteses de:

I - obtenção pelo servidor, posteriormente ao trânsito em julgado de prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar decisão favorável;

II - a decisão for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo judicial ou que venha a ser demonstrada no próprio pedido de revisão.

Art. 666. O pedido de revisão será deduzido pela parte interessada, por uma única vez e deverá ser dirigido à autoridade que prolatou a decisão sobre a aplicação da sanção disciplinar.

Art. 667. O pedido de revisão deverá ser deduzido no prazo de 05 (cinco) anos contados a partir da data de trânsito em julgado do processo disciplinar.

Art. 668. A revisão poderá ser requerida por ascendente, descendente, irmão ou cônjuge na hipótese de servidor falecido ou declarado ausente por decisão judicial.

CAPÍTULO XVIDA PRESCRIÇÃO

Art. 669. Prescrevem:

I - em 05 (cinco) anos, as infrações disciplinares sancionáveis com demissão e cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, excepcionada a hipótese prevista no inciso II deste artigo;

II - no prazo da prescrição em abstrato da pena criminal, se for superior a 05 (cinco) anos, na hipótese da infração ser prevista em lei como infração penal;

III - em 02 (dois) anos, as infrações disciplinares sancionáveis com suspensão;

IV - em 180 (cento e oitenta) dias, as infrações disciplinares sancionáveis com advertência.

§ 1º Os prazos de prescrição previstos neste Capítulo passarão a fluir a partir da data em que o fato se tornou conhecido pela autoridade representante.

§ 2º A publicação da Portaria de instauração de processo disciplinar interromperá a prescrição.

TÍTULO XIIDO ASSÉDIO MORAL

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Art. 670. Considera-se assédio moral em local de trabalho toda e qualquer conduta abusiva que se manifeste através de atos, comportamentos, palavras, gestos, ou escritos, praticados de forma repetitiva e prolongada que possam trazer dano à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica do servidor, atingindo sua autoestima e autodeterminação, com danos ao ambiente de trabalho e ao serviço prestado ao administrado.

Art. 671. São condutas que caracterizam a prática do assédio moral em local de trabalho, sem prejuízo de outras a serem identificadas pela Comissão de Processo Administrativo Disciplinar:

I - dirigir-se com desprezo, com falta de urbanidade, com tom de humilhação, ridicularização, menosprezo e ofensa ao servidor;

II - a determinação para cumprimento de atribuições em condições e prazos inexequíveis;

III - apropriação do crédito de ideias, propostas, projetos ou de qualquer trabalho de servidor;

IV - divulgar ou contribuir para a divulgação, por qualquer meio, de boatos e comentários maliciosos com o objetivo de atingir a dignidade do servidor;

V - adotar a prática de críticas reiteradas ou de subestimação de esforços, com o objetivo de atingir a dignidade do servidor;

VI - segregar propositadamente o servidor em seu ambiente de trabalho;

VII - não repassar trabalho, deixando o servidor ocioso, sem quaisquer tarefas a cumprir, com o objetivo de provocar o sentimento de inutilidade e incompetência;

VIII - efetuar troca de horários ou turnos do servidor sem a prévia comunicação;

IX - reduzir ou suprimir injustificadamente o horário das refeições;

X - impor, injustificadamente, sobrecarga de trabalho;

XI - colocar servidor controlando o outro fora do contexto da estrutura hierárquica, disseminando a desconfiança entre colegas de trabalho;

Art. 672. O exercício do Poder Hierárquico na relação entre chefia e subordinado dentro dos limites estabelecidos neste Título não caracterizará assédio moral.

Art. 673. A representação caberá ao servidor que se sentir assediado ou por qualquer servidor que tiver conhecimento da prática de assédio moral, devendo ser promovida sua imediata apuração.

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Art. 674. Nenhum servidor poderá sofrer qualquer espécie de constrangimento ou ser censurado em virtude de ter representado, testemunhado ou relatado em procedimento de natureza disciplinar, atitudes que possam ser caracterizadas como de assédio moral.

Art. 675. O assédio moral será considerado infração disciplinar cuja graduação poderá ser considerada de grau leve, médio, grave ou gravíssimo.

Parágrafo único. Para efeito da graduação prevista no caput deste artigo será considerado o potencial lesivo que a conduta tenha acarretado a personalidade, dignidade, integridade física, psíquica, autoestima e autodeterminação do servidor, bem como aos danos causados ao ambiente de trabalho e ao serviço prestado ao administrado.

Art. 676. Caberá a Comissão de Processo Administrativo Disciplinar proceder ao juízo de graduação da infração disciplinar de assédio moral dentro dos limites da proporcionalidade e da razoabilidade previstos no Regime Disciplinar desta Lei.

Art. 677. A Comissão de Processo Administrativo Disciplinar poderá sugerir a autoridade competente para a decisão do processo de assédio moral, a remoção provisória do servidor assediado de seu local de trabalho durante o período de apuração.

Art. 678. Os entes públicos municipais incentivarão a criação de programas de aprimoramento profissional a fim de coibir a prática de assédio moral.

TÍTULO XIIDAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Capítulo IDas Disposições Transitórias

Art. 679. Não integrarão o Regime Jurídico Único Estatutário criado por esta Lei a partir da data de sua publicação:

I - os servidores que se aposentaram pelo Regime Geral de Previdência Social RGPS e que continuam no exercício ininterrupto de seus empregos públicos junto aos entes públicos municipais;

II - os servidores que, na data da publicação desta Lei, já tenham implementados os requisitos para a aposentadoria pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS;

III - os servidores que, na data da publicação desta Lei, se encontrem cumprindo o período de 05 (cinco) anos que antecedem a aposentadoria voluntária pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS;

IV - os servidores contratados por prazo determinado em razão de excepcional interesse público até a publicação desta Lei;

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V - os servidores que estiverem afastados em fruição de benefícios junto ao RGPS;

VI - Os servidores que implementaram a idade limite para a permanência no regime jurídico estatutário.

Art. 680. Os servidores de que trata o inciso V do artigo 692, somente poderão integrar no regime jurídico único, desde que, na data do retorno, não se enquadrem nas hipóteses previstas nos incisos I a III do caput do artigo 692 desta Lei, a saber:

I - processo de reversão definitiva em procedimento de aposentadoria por invalidez permanente pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS;

II - em fruição de benefício de auxílio maternidade pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS;

III - em fruição de benefício previdenciário de auxílio-doença pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS;

IV - em processo de readaptação pelo Regime Geral de Previdência Social - RGPS;

V - em fruição do benefício de licença para trato de interesses particulares;

VI - na condição de afastados do trabalho, por alegada incapacidade laborativa.

§ 1º Na hipótese de impossibilidade de migração de um regime para o outro, os servidores de que trata este artigo permanecerão nos respectivos empregos públicos, na forma disposta no art. 695 desta Lei.

§ 2ºAs normas previstas no caput e nos incisos deste artigo somente produzirão efeitos desde que o servidor tenha preenchido os requisitos para participar do processo de migração do regime jurídico de trabalho celetista para o estatutário nos termos desta Lei.

Art. 681. Os servidores que não se encontrarem em nenhuma das hipóteses previstas no artigo 692 desta Lei, passarão a integrar o Regime Jurídico Único Estatutário criado por esta Lei a partir da data de sua publicação, desde que sejam ocupantes:

I - de empregos públicos contratados por prazo indeterminado com relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT que ingressaram nos quadros funcionais dos entes públicos municipais mediante prévia aprovação em concurso público;

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II - de cargo em provimento efetivo que ingressaram nos quadros funcionais dos entes públicos municipais mediante prévia aprovação em concurso público e que se vincularam à Lei nº 1.429, de 19 de novembro de 1968;

Parágrafo único. O servidor que, após a publicação desta Lei, vier a ser reintegrado por determinação judicial somente passará a integrar o Regime Jurídico Único Estatutário desde que atenda aos requisitos previstos neste artigo.

Art. 682. Os servidores que não se enquadrarem nas hipóteses de integração do Regime Jurídico Único Estatutário previstas nesta Lei, passarão a compor o quadro especial suplementar em extinção e continuarão a ser regidos pelo regime da Consolidação das Leis de Trabalho - CLT.

Art. 683. Os empregos públicos componentes do quadro especial suplementar, quando de sua vacância, ficarão transformados em cargos de provimento efetivo a serem preenchidos mediante prévia aprovação em concurso público, mantidas as exigências de provimento e atribuições previstas na legislação municipal específica.

Parágrafo único. Não serão transformados em cargos de provimento efetivo os empregos públicos ocupados por servidores contratados por prazo determinado em razão de excepcional interesse público até a data da publicação desta Lei.

Art. 684. Fica mantida a previsão de extinção na vacância dos empregos públicos nos termos da Lei Municipal nº 7.119, de 18 de abril de 2013 que, por força da presente Lei, forem transformados em cargos de provimento efetivo.

Art. 685. A composição do quadro especial suplementar e do quadro de cargos de provimento efetivo será realizada por ato administrativo pelos respectivos órgãos centrais de gestão de pessoal dos entes públicos municipais.

Art. 686. Excepcionados os contratados por prazo determinado em razão de excepcional interesse público, os servidores ocupantes de empregos públicos contratados por prazo indeterminado componentes do quadro especial suplementar poderão:

I - ser designados para funções gratificadas;

II - ser nomeados para cargo em comissão.

Parágrafo único. Aos servidores a que se refere o inciso II deste artigo será aplicado o regime jurídico de trabalho estabelecido nesta Lei, ficando suspenso o seu contrato de trabalho enquanto perdurar a nomeação, sem prejuízo de sua vinculação ao Regime Geral de Previdência Social - RGPS.

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Art. 687. As regras de substituição de cargo de provimento em comissão e de função de confiança previstas nos Capítulo VI e VII do Título I desta Lei aplicam-se aos servidores componentes do quadro especial suplementar remanescente do processo de migração do regime jurídico de trabalho celetista para o estatutário instituído por esta Lei.

Art. 688. Os servidores celetistas que contribuíam para o Regime Geral de Previdência Social - RGPS, respectivamente, com as alíquotas de contribuição de 8% e 9% e que, em virtude do processo de migração do regime de trabalho celetista para o estatutário instituído por esta Lei, passarem a ser segurados do Regime Próprio de Previdência Social - RPPS do município de Guarulhos, terão direito a acréscimo pecuniário de caráter transitório correspondente a diferença de alíquota de contribuição previdenciária a que seria devida no Regime Geral de Previdência Social - RGPS e a que será devida no Regime Próprio de Previdência Social - RPPS.

§ 1º O acréscimo pecuniário a que se refere este artigo, não ficará sujeito à contribuição previdenciária.

§ 2º O acréscimo pecuniário de que trata o caput deste artigo não será devido ao servidor que contribuía para o Regime Geral de Previdência Social - RGPS a alíquota de 11%.

§ 3º Será extinto ou reduzido o acréscimo pecuniário de caráter transitório a que se refere o artigo anterior, na hipótese de a remuneração de contribuição ao Regime Próprio de Previdência - RPPS for equivalente ou ultrapassar o valor atribuído para o percentual de 11% (onze por cento) fixado na Tabela de Contribuição Mensal do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.

Art. 689. Na data da publicação desta Lei e ressalvadas as exceções previstas neste Título, ficam transformados, em cargos de provimento efetivo os empregos públicos regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT ocupados por servidores públicos aprovados em concurso público.

§ 1º Os cargos de provimento efetivo de que trata o artigo anterior passarão a integrar o quadro permanente de pessoal dos entes públicos municipais e terão denominação, atribuições, quantidade e vencimentoequivalentes aos empregos públicos transformados, de acordo com as regras previstas na legislação municipal específica.

§ 2º Aplicam-se as disposições deste artigo aos concursos públicos homologados, com prazo de validade em vigor, ou que se encontrem em fase de realização.

§ 3º Nenhum cargo de provimento em comissão será transformado em cargo de provimento efetivo.

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Art. 690. O emprego público vago será transformado em cargo de provimento efetivo a ser provido mediante prévia aprovação em concurso público.

Art. 691. Os servidores públicos que se encontrarem nas hipóteses previstas no artigo 12 da Orientação Normativa nº 02, de 31 de março de 2009, do Ministério da Previdência Social, ficarão vinculados ao Regime Jurídico Único Estatutário previsto nesta Lei para efeitos de vinculação ao Regime Próprio de Previdência Social do Município de Guarulhos.

Parágrafo único. O disposto no caput somente produzirá efeitos desde que o servidor tenha preenchido os requisitos para participar do processo de migração do regime jurídico de trabalho celetista para o estatutário nos termos desta Lei.

Art. 692. O tempo de serviço prestado sob o regime celetista não será computado para fins de concessão de licença prêmio por assiduidade, adicional de tempo de serviço e sexta parte.

Parágrafo único. A contagem de tempo de serviço para efeitos de implementação dos benefícios previstos no caput deste artigo terá início a partir da vigência da presente Lei.

Art. 693. Após a entrada em vigor desta Lei, caberá aos órgãos centrais de gestão de pessoal dos entes públicos municipais, proceder às devidas anotações nas Carteiras de Trabalho e Previdência Social - CTPS, no que se refere à criação do Regime Jurídico Único Estatutário nos termos de norma específica.

Art. 694. Os órgãos responsáveis pela gestão de pessoal dos entes públicos municipais, juntamente com as chefias, deverão, no prazo de 12 (doze) meses contados a partir da data da entrada em vigor da presente Lei, regularizarem a situação funcional dos servidores com 02 (dois) ou mais períodos de férias vencidas.

Art. 695. O procedimento de Avaliação Probatória previsto nesta lei passará a ser aplicado aos servidores nomeados por concurso público após a aprovação da presente Lei.

Art. 696. As normas do Regime Disciplinar previstas nesta Lei passarão a ser aplicadas apenas aos procedimentos disciplinares instaurados após a sua vigência.

CAPÍTULO IIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS

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Art. 697. As disposições desta Lei não alteram a jornada de trabalho vigente na data de sua publicação e não extinguem direitos adquiridos previstos em lei ou concedidos por decisão judicial, exceto se sobrevier decisão judicial em contrário.

Art. 698. A atribuição de qualquer direito e vantagem, cuja concessão dependa de ato do Prefeito ou de outra autoridade com competência para tal, somente produzirá efeito a partir da data da publicação no órgão oficial, exceto quando o ato dispuser que outra é a data de sua vigência.

Art. 699. A migração para o regime jurídico de que trata esta Lei não implica equiparação salarial e de direitos, reenquadramento em carreiras ou percepção de gratificações e adicionais.

Art. 700. O processo de migração de regime pressupõe a cessação da aplicação das normas da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT e legislação correlata sobre a relação jurídica de trabalho do servidor migrante e a consequente adoção do regime estatutário, resultando na assunção dos direitos, garantias, deveres e responsabilidades nos termos desta Lei.

Art. 701. Ficam mantidas, até a expedição de atos ou regulamentação, as normas regulamentares expedidas com base na legislação anterior, exceto naquilo que conflitarem com esta Lei.

Art. 702. Fica mantida a vigência das normas municipais esparsas que disponham sobre gratificações diversas devidas aos servidores vinculados aos entes públicos municipais.

Art. 703. Fica mantida a vigência das normas municipais que disponham sobre Carreiras dos servidores vinculados aos entes públicos municipais.

Art. 704. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa dias) após a sua publicação.

Art. 705. Ficam revogadas as disposições em contrário, em especial:

I - a Lei Municipal nº 1.429, de 19 de novembro de 1968;

II - o artigo 31-E da Lei Municipal nº 6.058, de 04 de março de 2005;

III - o artigo 48 da Lei Municipal nº 6.706, de 24 de junho de 2010;

IV - o artigo 32 da Lei Municipal nº 6.814, de 10 de março de 2011.

Parágrafo único. Considerando as revogações previstas nos incisos II a IV do caput as incorporações deverão ser calculadas até a data da entrada em vigor desta lei e pagas de forma destacada.

Guarulhos, 23 de setembro de 2015.

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SEBASTIÃO ALMEIDAPrefeito da Cidade de Guarulhos

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