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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MINAS PROJETO DE LAVRA EM PEDREIRA PARA PRODUÇÃO DE BRITA SIMÕES FILHO / BA FELIPE FRANÇA SITONIO

Projeto de Graduação - Felipe Sitonio (UFPE)

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PROJETO DE LAVRA EM PEDREIRA PARA PRODUÇÃO DE BRITA – Simões Filho / BA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MINAS

PROJETO DE LAVRA EM PEDREIRA PARA PRODUÇÃO DE BRITASIMÕES FILHO / BA

FELIPE FRANÇA SITONIO

RECIFE – PE2013

FELIPE FRANÇA SITONIO

PROJETO DE LAVRA EM PEDREIRA PARA PRODUÇÃO DE BRITA

SIMÕES FILHO / BA

Projeto de graduação apresentado ao

curso de Engenharia de Minas da

Universidade Federal de Pernambuco

como requisito parcial para obtenção

do título de bacharel em Engenharia

de Minas.

Orientador: Júlio César de Souza

RECIFE – PE2013

FELIPE FRANÇA SITONIO

PROJETO DE LAVRA EM PEDREIRA PARA PRODUÇÃO DE BRITA

SIMÕES FILHO / BA

Projeto de graduação apresentado ao

curso de Engenharia de Minas da

Universidade Federal de Pernambuco

como requisito parcial para obtenção

do título de bacharel em Engenharia

de Minas.

Orientador: Júlio César de Souza

Aprovado em ______ / ______ / ______

BANCA EXAMINADORA

_________________________________

Prof. Júlio César de Souza

_________________________________

Prof. Márcio Luiz de Siqueira Campos Barros

_________________________________

Prof. Marinésio Pinheiro de Lima

RESUMO

O desenvolvimento acelerado da região nordeste do Brasil, no que se diz respeito às

várias obras civis em produção, carece de empreendimentos minerários que

produzam agregados para construção civil. O objetivo deste estudo é a implantação

de uma pedreira para produção de brita no município de Simões Filho – BA. Para

que tal mineração se tornasse viável, foram desenvolvidas análises computacionais

em relação ao maciço rochoso, com resultados obtidos a partir de uma prospecção

geofísica em uma área devidamente licenciada junto ao DNPM (Departamento

Nacional de Produção Mineral). Utilizando o software DataMine Studio 3.0, foi

possível criar uma simulação ideal para uma cava a céu aberto a ser explotada, e

baseando-se nos valores obtidos foi efetuada uma análise econômica para o

empreendimento mineiro, onde foi verificada sua viabilidade de implantação.

ABSTRACT

The economic development of Brazil’s northeast region promoted the building industry, creating a demand for construction aggregates supplied by mining ventures. The main purpose of this study is the implantation of a quarry mining, in Simões Filho – BA, to supply gravel. For such mining to become viable, several computational analysis were developed relative to the rock mass, with results obtained from geophysical analysis in a site properly licensed in the National Department of Mineral Production (DNPM). Using DataMine Studio 3.0 software, an ideal simulation was generated for an open pit mining to be exploited. Based on the results, an economic analysis was formulated for the mining venture to assess its viability.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................72. DESENVOLVIMENTO.......................................................................................................8

2.1 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO...........................................................................82.2. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS.......................................................................................9

2.2.1. Clima........................................................................................................................92.2.2. Geomorfologia.........................................................................................................92.2.3. Pedologia...............................................................................................................102.2.5. Hidrologia e hidrogeologia.....................................................................................132.2.6. Flora.......................................................................................................................152.2.7. Infraestrutura.........................................................................................................16

3. METODOLOGIA..............................................................................................................174. MODELAGEM GEOMÉTRICA E GEOLÓGICA.............................................................18

4.1. TOPOGRAFIA GOOGLE EARTH PRO.......................................................................184.2. TOPOGRAFIA SURFER..............................................................................................204.3. INTERPRETAÇÃO GEOLÓGICA NO DATAMINE STUDIO 3.0.................................23

5. AVALIAÇÃO DAS RESERVAS LAVRÁVEIS................................................................275.1. RESUMO DO SEQUENCIAMENTO............................................................................325.2. TOTAL DO PERÍODO ESTUDADO.............................................................................33

6. PLANO DE FOGO...........................................................................................................357. DIMENSIONAMENTO DE FROTA.................................................................................37

7.1. PERFURATRIZ HIDRÁULICA.....................................................................................377.2. TRATOR DE ESTEIRAS..............................................................................................377.3. ESCAVADEIRA HIDRÁULICA.....................................................................................377.4. CAMINHÃO BASCULANTE.........................................................................................387.5. PÁ CARREGADEIRA...................................................................................................397.6. CAMINHÃO PIPA.........................................................................................................407.7. MOTONIVELADORA...................................................................................................407.8. ROMPEDOR HIDRÁULICO.........................................................................................407.9. VEÍCULOS DE APOIO.................................................................................................41

8. ANÁLISE ECONÔMICA..................................................................................................428.1. IMPLANTAÇÃO............................................................................................................428.2. CUSTOS......................................................................................................................438.3. FLUXO DE CAIXA........................................................................................................46

9. CONCLUSÕES...............................................................................................................4810. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................49

1. INTRODUÇÃO

Este projeto apresenta os resultados de uma modelagem geológica espacial do

maciço rochoso existente na área em processo vigente no DNPM de uma

empresa fictícia. A partir destes resultados, foi possível determinar um modelo

de blocos que possibilitou a definição das áreas lavráveis.

Posteriormente foram projetadas algumas cavas possíveis de serem

implantadas na área pesquisada e feita uma cubagem individual de cada uma

das cavas definindo-se as reservas e relação estéril/minério. Escolhida a cava

a ser explotada, a partir de um planejamento de lavra simulou-se um Plano de

Aproveitamento Econômico para produção de brita na área licenciada em

questão, a partir de um sequenciamento de lavra pré-determinado.

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO

A área pesquisada esta localizada na região metropolitana de Salvador, na

junção entre os municípios de Simões Filho, Camaçari e Lauro de Freitas,

estado da Bahia (Figura 1). O acesso pode ser feito, partindo de Salvador

através da Cia - Aeroporto, seguindo pela direita na rotatória (Via Parafuso)

seguindo cerca de 6 km até a área em questão, percorrendo cerca de mais 25

km até a área do projeto.

Figura 1 – Localização da área pesquisada

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2.2. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS

2.2.1. Clima

O clima do município do município é o tropical úmido. Em geral o outono-

inverno é o período mais chuvoso em consequência das frentes frias que se

aproximam da costa e, o período mais seco é na primavera-verão. A

temperatura máxima varia em torno de 26,9ºC, sendo os meses de janeiro,

fevereiro e março os mais quentes do ano. Na área de estudo registram-se

índices pluviométricos na ordem de 1.800 e 1.600 mm de chuvas por ano,

tendo como trimestre mais chuvoso os meses de abril, maio e junho.

2.2.2. Geomorfologia

Segundo Esquivel, 2006 a área estudada na porção a norte de Salvador,

pertence ao Domínio dos Depósitos Sedimentares e compreende sedimentos

pouco consolidados ou até mesmo inconsolidados resultantes de processos da

dinâmica “continente x oceano” nos últimos 120.000 anos.

A região engloba modelados de origem marinha colúvial e eólica, que

representam as várias oscilações que ocorreram durante a evolução no

período geológico do Quaternário no litoral brasileiro. Essas feições

correspondem as seguintes unidades geomorfológicas: Depósitos de Leques

Aluvionares Pleistocênicos; Terraços Marinhos Pleistocênicos; Terraços

Marinhos Holocênicos, Dunas, Zonas Úmidas e Zonas Praiais.

Segundo Villas Boas, 1995 apud Esquivel, 2006 os depósitos de leques

aluvionares pleistocênicos são caracterizados por depósitos de origem

continental formados por fluxos de enxurradas ocorridas em períodos de clima

semiárido, caracterizados pela ausência de estratificação e selecionamento, e

suas altitudes variam entre 15 e 20 metros, com relevo suavemente ondulado.

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Os terraços marinhos pleistocênicos formados pela progradação da linha de

costa que ocorreu no período de regressão marinha após o máximo da

penúltima transgressão (Bittencourt, 1979). Estes depósitos sedimentares

apresentam-se sob a forma a forma de terraços arenosos com altimetria em

torno de 7 a 10 metros. Os terraços marinhos holocênicos constituem uma

faixa are nosa muito estreita de relevo tabular, com altura em torno de 5

metros.

Figura 2 - Mapa Geomorfológico da área do processo DNPM

2.2.3. Pedologia

Os solos da área do estudo, na região metropolitana de Salvador, vêm

sofrendo um processo de degradação acelerada. Dois tipos de degradação

podem ser claramente observados: o encouraçamento da cobertura laterítica e

um sistema de erosão acelerado.

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O solo foi classificado segundo RADAM (1981), em somente um tipo: Argissolo

Vermelho-Amarelo.

O Argissolo Vermelho-Amarelo possuem horizontes diagnósticos subsuperficial

do tipo B textural, apresenta um acúmulo maior de argila no horizonte B e tem

uma transição entre o horizonte A e B menos friável. São solos de

profundidade variável que ocorrem em relevos ondulados a fortemente

ondulados.

Figura 3 - Mapa Pedológico da área do processo DNPM

2.2.4. Geologia

O contexto geológico regional onde se encontra o empreendimento é

representado por duas unidades litológicas principais, sendo elas: os granulitos

do cinturão Salvador-Esplanada e os sedimentos do terciário; e em menor

escala os sedimentos recentes.

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Segundo Barbosa e Dominguez (1996) o Embasamento Cristalino da região

refere-se ao domínio geotectônico do Cinturão Salvador-Esplanada, que se

encontra na porção oriental do Cráton do São Francisco, ao longo da zona

costeira. Representa um segmento crustal estruturado na direção NE-SW

limitado por zonas de cisalhamento transcorrentes sinistrais. É constituído por

rochas monzoníticas-monzodioríticas e tonalíticas-charnoenderbíticas

granulitizadas, de alto grau metamórfico, cortadas por diques e veios de

pegmatitos e diabásios, datadas com idades arqueanas e paleoproterozoicas.

Esse domínio é comumente encoberto pelas rochas sedimentares da Bacia do

Recôncavo e pelos sedimentos Terciários do Grupo Barreiras, aflorando em

sua maioria ao longo da orla marítima de Salvador (BARBOSA & DOMINGUEZ

1996).

O Domínio do Terciário é representado pelos sedimentos do Grupo Barreiras,

essa unidade litológica é caracterizada por suas maiores cotas, em torno de 70

a 100m, e por ocorrer em zonas um pouco mais internas em relação à linha de

costa. As fácies arenosas que o constituem são interpretadas como sendo de

origem praial marinha e/ou lagunar, recobertas por areias eólicas. As fácies

praiais são compostas por areias quartzosas, médias até muito finas, de

coloração amarelo-claro até acastanhado, eventualmente contendo estruturas

sedimentares do tipo estratificação cruzada acanalada (3D) e tubos fósseis de

Callichirus major, quando de origem marinha. As fácies eólicas que se

encontram sobrejacentes são compostas de areias quartzosas, de

granulometria fina e coloração amarelo-acastanhado até avermelhado, muitas

vezes enriquecidas em matriz secundária composta por argilas e óxidos de

ferro.

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Figura 4 - Mapa Geológico da área do processo DNPM

Os Depósitos Sedimentares recentes são formados por sedimentos argilo-

arenosos contendo matéria orgânica, em geral encontra-se sobre os depósitos

pleistocênicos e também nas zonas baixas que separam os terraços

pleistocênicos dos holocênicos.

2.2.5. Hidrologia e hidrogeologia

A área de estudo está toda inserida dentro da sub-bacia hidrográfica do

Recôncavo Norte. Esta bacia ocupa uma área total de 16822,2 km² equivalente

a quase 3% da superfície total do Estado.

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Segundo o Censo Demográfico do IBGE, em 2000, os quarenta municípios da

Bacia possuíam uma população urbana de 3.886.060 habitantes, equivalente a

44,3% do total da população urbana do Estado, e de 4.237.035 habitantes,

equivalente a 2,4% da população total do Estado, abrigando a maior densidade

populacional dentre as demais regiões hidrográficas do estado, da ordem de 52

habitantes por km², 10 vezes maior que a média estadual.

Figura 5 - Mapa de Bacia Hidrográfica da área do processo DNPM

2.2.5.1. Hidrologia

A rede de drenagem que corta a área faz parte das Bacias Hidrográficas dos

rios Joanes e Jacuípe. Os afluentes do rio Joanes, por exemplo, estão

estabelecidos em toda a porção Oeste e numa pequena área entre a Ford e o

Complexo Básico. Já o rio Jacuípe é o que drena a maior parte da área,

incluindo todo o entorno da cidade de Dias D’ávila e o trecho de ligação Cetrel -

Pólo, onde está seu afluente, o rio Capivara Grande.

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2.2.5.2. Hidrogeologia

O sistema aquífero do Recôncavo Baiano é do tipo intergranular, possui

destaque quanto às suas potencialidades, em função da existência de um

grande empilhamento de camadas sedimentares de variadas porosidades e

elevada permeabilidade, sendo submetido a um clima úmido com precipitação

relativamente abundante.

O grupo Barreiras na área não constitui um aquífero expressivo, não só pelo

fato de ter uma ocorrência espacial bem limitada, como de estar posicionada

num nível topográfico mais elevado, situando-se em áreas de recarga.

2.2.6. Flora

A Floresta Pluvial Tropical é caracterizada por localizar-se em ambientes com

fatores climáticos tropicais de elevadas temperaturas (médias de 25°C) e de

alta precipitação bem distribuída durante o ano (de 0 a 60 dias secos).

Apresentando macro e mesofanerófitos, além de lianas lenhosas e epífitos

(IBGE,1992).

A Floresta Atlântica compreende um conjunto de tipologias vegetais, localizado

na faixa litorânea brasileira desde o estado do Rio Grande do Norte até o

estado do Rio Grande do Sul, representado principalmente pela Floresta

Ombrófila Densa, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional

Decidual e encraves de campos de altitudes e brejos de altitudes (Região

Nordeste), associado também a ecossistemas costeiros de restinga,

mussunungas e mangue. (Segundo Consórcio da Mata Atlântica/UNICAMP

(1992), baseado no Manual Técnico da Vegetação Brasileira (IBGE,1992)). A

atual legislação brasileira também segue e considera este conceito para

Floresta Atlântica.

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Com referência à biodiversidade na área de domínio da floresta atlântica, pode-

se notar que, baseado nos atuais níveis de degradação desse ecossistema,

sua biodiversidade já está comprometida, onde certamente muitas espécies já

foram extintas antes mesmo de serem descritas pela ciência. Entretanto, a

floresta atlântica, mesmo reduzida à área atual, colabora em muito para que o

Brasil seja considerado um país de grande biodiversidade.

2.2.7. Infraestrutura

A área pesquisada não apresenta problemas referente a: falta d’água, deficiência em energia elétrica e comunicação, sendo o desemprego e grande carência de saúde e educação os principais problemas locais. É uma região de baixa densidade demográfica e cuja atividade econômica, de caráter rudimentar, é baseada na agricultura e pecuária. É consenso entre muitos estudiosos do setor que muitos destes problemas seriam solucionados com uma política efetiva de administração e da exploração dos recursos minerais.

A energia chega a toda Fazenda Telha (local onde a área a ser minerada está inserida), inclusive passa uma rede elétrica na área pesquisada, possui estradas transitáveis em qualquer época do ano e recursos hídricos abundantes.

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3. METODOLOGIA

A modelagem geológica, definição de reservas lavráveis, sequenciamento de

lavra do maciço rochoso e análise econômica tiveram as seguintes etapas:

1. Elaboração da topografia da área pesquisada e geração de modelo

digital do terreno (DTM) através de informações planimétricas obtidas no

software Google Earth Pro e processamento no software Google

SketchUp Pro 8;

2. Elaboração da topografia da área reduzida (área alvo) através das

informações planimétricas dos dados geofísicos no software Surfer 9.0;

3. Interpretação espacial das seções geofísicas com definição dos extratos

litológicos (solo, saprólito e maciço) e modelagem da jazida através de

‘wireframes’ no software DataMine Studio 3.0;

4. Elaboração de modelo de blocos para as três litologias presentes na

área em DataMine Studio 3.0 e cubagem da jazida (área total);

5. Projeto de três cavas possíveis de serem implantadas na área da Simon

Patrimonial e determinação das reservas lavráveis em cada cava e da

relação estéril/minério;

6. Seleção de cava tida como ideal e determinação do sequenciamento de

lavra, a partir da produção mensal desejada, para assim desenvolver o

Plano de Aproveitamento Econômico, para caracterizar a viabilidade do

projeto.

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4. MODELAGEM GEOMÉTRICA E GEOLÓGICA

4.1. TOPOGRAFIA GOOGLE EARTH PRO

Para elaboração da topografia a partir do Google Earth foi utilizada a imagem

de satélite abaixo, obtida em abril de 2007.

Figura 6 – Imagem de satélite da área, datada em abril de 2007

A partir dessa imagem foi realizada a definição das curvas de nível no software

SketchUp 8 gerando-se um mapa de contornos apresentado abaixo.

18

Figura 7 – Mapa de contorno da topografia da área licenciada

Esse mapa foi transformado em arquivo de formato AutoCAD para

posteriormente ser exportado para o software DataMine Studio. A imagem do

arquivo gerado pode ser visto a seguir:

Figura 8 – Mapa de contorno da topografia em formato AutoCAD, para

posterior exportação ao DataMine Studio

19

A seguir foi elaborado um mapa no software AutoCAD com os acessos,

rodovias e acidentes geográficos da região (drenagem, cursos d’água e áreas

de inundação).

Figura 9 – Sobreposição e resultado final da elaboração do mapa de acessos,

rodovias e acidentes geográficos da região onde a área licenciada está inserida

4.2. TOPOGRAFIA SURFER

A topografia elaborada com o software Surfer 9 baseou-se nos dados de

posição georeferenciados das estações utilizadas para o levantamento

geofísico. As informações geográficas da geofísica foram obtidas nas linhas do

levantamento que podem ser visualizadas no mapa abaixo:

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Figura 10 – Linhas do levantamento geofísico

Para elaboração do mapa de curvas de nível no Surfer foi preparada uma

planilha no Microsoft Excel, com dados de posicionamento georreferenciados.

Com estes dados foi elaborado o mapa de curvas de nível apresentado abaixo,

intervalados de 2 em 2 m entre cotas.

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Figura 11 – Mapa de curvas de nível

Como os dados no do Surfer estão em 2D, o mapa de curvas de nível foi

processado no software AutoCAD, gerando-se um mapa em 3D para ser

exportado para o DataMine Studio 3.0, gerando-se o arquivo mostrado a

seguir.

Figura 12 – Arquivo 2D importado do software Surfer

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Figura 13 – Topografia da área licenciada processada em AutoCAD

4.3. INTERPRETAÇÃO GEOLÓGICA NO DATAMINE STUDIO 3.0

A interpretação geológica foi realizada criando-se arquivos de extensão *.dat

representativos das estações do levantamento geofísico afim de permitir o

desenho das litologias em seções verticais e posterior união das mesmas para

confecção de um sólido geométrico (wireframe) representativo das litologias

presentes na área.

Esses arquivos foram importados no DataMine Studio 3.0 e permitiram a

confecção das seções geológicas com representação dos estratos referentes

ao solo, saprólito e maciço rochoso conforme segue.

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Figura 14 - Perfis geofísicos importados no DataMine Studio 3

Figura 15 – Visualização 3D das seções geofísicas

A partir das seções geofísicas foram elaboradas ‘strings’ em seções verticais

representativas dos estratos litológicos presentes na área.

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Figura 16 - Seção geológica mostrando os estratos solo (laranja), saprólito

(amarelo) e maciço rochoso (cinza)

A partir das ‘strings’ foram elaborados sólidos representando as camadas de

solo, saprólito e maciço rochoso, conforme pode ser visto abaixo. A partir

desses sólidos já é possível a determinação do volume de cada camada

conforme segue.

Figura 17 - Imagem 3D das ‘wireframes’ do solo e maciço rochoso

25

O volume total das ‘wireframes’ relacionadas às formações é apresentado

abaixo:

Maciço rochoso: 22.900.000 m³

Saprólito: 305.000 m³

Solo: 7.000.000 m³

Após a definição dos sólidos correspondentes às camadas litológicas foi

desenvolvido um modelo de blocos com as medidas 20 x 20 x 5 m, que serviu

de base para a cubagem da reserva de maciço rochoso.

Figura 18 - Modelo de blocos da área pesquisada (azul – solo; verde –

saprólito; vermelho – maciço rochoso)

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5. AVALIAÇÃO DAS RESERVAS LAVRÁVEIS

Foram desenvolvidas várias cavas possíveis de serem implantadas na área e a

partir da configuração geométrica final de cada cava definiram-se as reservas

totais por bancadas de 15 metros de altura cada, separando-se os volumes de

solo e maciço em cada nível de produção.

A seguir analisou-se qual cava seria a mais apropriada para o início da

explotação, levando em consideração fatores como: relação estéril/minério;

áreas de alteração do maciço; posicionamento da cava em relação a áreas de

drenagem, acessos, rodovia, etc. A cava proposta para o início de lavra, bem

como a quantidade de maciço e solo, bem como a relação estéril/minério são

explicitadas abaixo.

Figura 19 – Cava proposta para início de lavra

Tabela 1 – Relação solo/maciço (estéril/minério) por bancadas

Bancada (m) Solo (m³) Maciço (m³)

30-45 242.654 1.942.994,3

45-60 1.762.078 143.695

60-75 742.400 1.885.753

TOTAL 2.747.132 2.029.448

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Relação estéril/minério da cava: 1,35 m³/m³ = 0,49 m³/ton.

Figura 20 - Projeção dos acessos (vermelho), rio (azul escuro), áreas de

drenagem (azul claro) e área licenciada (preto)

A seguir, foi projetado um balanço referente ao sequenciamento proposto para

os primeiros três anos de operação com definição das quantidades de estéril e

minério movimentadas em cada período e relações estéril/minério associadas a

cada ano de operação.

Tabela 2 – Planejamento dos três primeiros anos de explotação

SOLO (m³) MACIÇO (m³) SOLO (m³) MACIÇO (m³) SOLO (m³) MACIÇO (m³)60-75 0 0 46.114 0 196.540 0 242.654 0 - -45-60 422.044 17.147 586.484 21.360 753.550 105.188 1.762.078 143.695 12,26 4,4430-45 339.716 502.554 185.842 559.589 216.842 823.610 742.400 1.885.753 0,39 0,14TOTAL 761.760 519.701 818.440 580.949 1.166.932 928.798 2.747.132 2.029.448 1,35 0,49

R E/M (m³/m³)R E/M (m³/ton)

R E/M (m³/m³) R E/M (m³/ton)

1,350,53 0,51 0,46 0,49

BANCADA TOTAL SOLO TOTAL MACIÇOANO 1 ANO 2 ANO 3

1,47 1,41 1,26

Posteriormente, é apresentado um planejamento de cortes para os primeiros

anos de operação da pedreira com a indicação dos locais de execução dos

cortes iniciais e quantidades de estéril e minério movimentadas em cada

28

período, para fins de orientação na especificação dos equipamentos de lavra

necessários em cada período de produção.

Figura 21 - Primeiro corte: bancada 60 – 75

Área total (Primeiro corte) = 18.840 m²

Volume de solo= 46.114 m³

Volume de maciço = 0

Figura 22 – Segundo corte: bancada 45 – 60

Área total (Segundo corte) = 68.228 m²

Volume de solo = 422.044 m³

Volume de maciço = 17.147 m³

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Figura 23 - Terceiro corte: bancada 45 – 60

Área total (Terceiro corte) = 62.369 m²

Volume de solo = 586.484 m³

Volume de maciço = 21.842 m³

Figura 24 - Quarto corte: bancada 30 – 45

Área total (Quarto corte) = 62.132 m²

Volume de solo = 339.716 m³

Volume de maciço = 502.554 m³

30

Figura 25 - Quinto corte: bancada 60 – 75

Área total (quinto corte) = 50.355 m²

Volume de solo = 46.114 m³

Volume de maciço = 0

Figura 26 - Sexto corte: bancada 45 – 60

Área total (sexto corte) = 22.021 m²

Volume de solo = 753.550 m³

Volume de maciço = 216.842 m³

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5.1. RESUMO DO SEQUENCIAMENTO

1° e 2° ANO: Cortes 1, 2, 3 e 4

Volume de solo = 1.394.358 m³

Volume de maciço in situ = 541.543 m³

Volume de brita (empolamento 70%) = 920.563 m³ => 38.500 m³/mês

3° ANO: Cortes 5 e 6

Volume de solo = 803.905 m³

Volume de maciço in situ = 216.842 m³

Volume de brita (empolamento 70%) = 368.631 m³ => 30.700 m³/mês

4° e 5° ANO: Bancada 30 – 45 m

Volume de solo = 185.842 m³

Volume de maciço in situ = 559.589 m³

Volume de brita (empolamento 70%) = 951.301 m³ => 39.635 m³/mês

6° e 7° ANO: Bancada 30 – 45 m

Volume de solo = 216.842 m³

Volume de maciço in situ = 823.610 m³

Volume de brita (empolamento 70%) = 1.400.137 m³ => 58.339 m³/mês

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5.2. TOTAL DO PERÍODO ESTUDADO

Solo = 2.600.947 m²

Maciço = 2.141.584 m³ => Rel. estéril / minério: 1,21 m³/m³

0,44 m³/ton

Produção de brita no período = 3.640.632 m³

Na figura a seguir é referenciada uma sugestão para disposição espacial da

cava inicial, bem como a locação da planta de beneficiamento para produção

de brita da área licenciada.

Figura 27 – Modelagem espacial para o projeto da mineração

A planta de britagem deverá estar localizada a cerca de 8 m de desnível da

rodovia BA 060 e consumirá cerca de 58.000 m³ de material de aterro. Dessa

forma pode-se dispor o material da cobertura nesse local evitando-se assim a

necessidade de iniciar-se a lavra com a necessidade de construção de um

bota-fora para o estéril.

33

A área disponível para o bota-fora sugerido é de 5.547 m² correspondendo a

cerca de 0,56 ha que considera-se uma área suficiente para a instalação de

uma planta de britagem móvel ou fixa. Porém, tendo em vista que a produção

desejada para o projeto é de 50.000 m³/mês, a seleção de uma planta de

britagem fixa parece ser mais viável. Além disso, haverá disponibilidade para

locação dos pátios para armazenagem do produto final em pilhas.

34

6. PLANO DE FOGO

Pelo fato da rocha apresentar dureza tal que inviabiliza o desmonte mecânico,

será utilizada a técnica de perfuração de uma malha de furos na bancada e

utilização de explosivos nestes furos, a fim de que a detonação promova o

desmonte da rocha.

Assim, após a remoção do capeamento, serão realizados furos de 3,5’’ na

rocha, com auxílio de perfuratriz hidráulica. Os parâmetros do plano de fogo

são apresentados na tabela abaixo:

TABELA 3 – Parâmetros do plano de fogo previsto para a cava definida

ROCHA DENSIDADE ABERTURA DO BRITADORGranito 2.7 7"

PARÂMETRO CALCULADO REALDiâmetro do furo (polegadas) 3.5 3.5Afastamento (m) 2.56 2.50Espaçamento (m) 3.20 3.20Tampão (m) 1.79 1.80Altura prevista da bancada (m) 15.00 15.00Sub-furação (m) 0.77 0.85Inclinação da bancada (gráus) 15 15Comprimento real do furo (m) 16.30 16.38Carga linear média (Kg/m) 7.14 7.14Quantidade de explosivo por furo (Kg) 103.54 104.06Razão de carga por furo (Kg/t) 0.308 0.316

Após a perfuração, os furos serão carregados com explosivos tipo emulsão. Os

furos serão ligados por espoleta eletrônica. Serão utilizados ‘boosters’ de modo

a proporcionar uma iniciação perfeita da detonação, a fim de melhorar o

desempenho destas e reduzindo os riscos.

35

Após o desmonte primário, os blocos de rocha selecionados serão carregador

por escavadeira hidráulica sobre esteiras em caminhões basculantes e

transportados até a instalação de beneficiamento. Os blocos de rocha gerados

pelo desmonte primário, cujas dimensões ultrapassem a máxima suportada na

alimentação do britador primário, cujas dimensões ultrapassem a máxima

suportada na alimentação do britador primário, sofrerão um desmonte

secundário através de rompedor primário.

O dimensionamento do fogo é apresentado a seguir:

Afastamento (A)

A = 0,0123[2*[ρe/ρr]+1,5]*DFA = 2,56 = 2,50 m

Onde:DF = diâmetro do furo em polegadas.ρe = densidade do explosiveρr = densidade da rocha

Espaçamento (E)

E = 1,25 x AE = 1,25 x 2,56 = 3,2 m

Sub-furação (Sf)

Sf = 0,3 x ASf = 0,3 x 2,56 = 0,77 m

Por segurança foi adotada subfuração de 0,85 m.

Tampão (T)

T = 0,7 x AT = 0,7 x 2,56 = 1,8

Volume de rocha por furo (V)

V = E x A x HV = 3,20 x 2,50 x 15 = 120 m³Onde V = volume de rocha “in situ”.

36

7. DIMENSIONAMENTO DE FROTA

7.1. PERFURATRIZ HIDRÁULICA

O empreendimento necessitará de uma perfuratriz para realizar trabalhos de

perfuração de rocha para carregamento dos explosivos e desmonte da rocha.

Para a produção estimada de 50.000 m³/mês de granito será utilizada uma

perfuratriz hidráulica com velocidade de perfuração média de 27 m/h, incluindo

manobras e disponibilidade operacional e mecânica.

Para cada furo de 16,38 m, será gasto 0,66 horas e o volume desmontado por

furo será o correspondente a 120 m³, ou 324 t, considerando-se a densidade

do granito de 2,7 t/m³. Assim, para produzir 50.000 m³/mês será necessária a

realização de 416 furos por mês. Consequentemente, a perfuratriz será

utilizada 275 horas mensais, portanto serão necessárias 2 perfuratrizes.

7.2. TRATOR DE ESTEIRAS

O empreendimento deverá contar com 1 trator de esteiras para realizar

trabalhos de abertura de acessos e decapeamento. Um único equipamento

modelo Caterpillar D-6 ou similar é suficiente para atender estas atividades.

7.3. ESCAVADEIRA HIDRÁULICA

Será utilizada uma escavadeira hidráulica sobre esteiras de grande porte para

escavação do solo alterado e saprólito e carregamento do granito desmontado,

além da realização de obras diversas. Estima-se a produtividade da

escavadeira conforme apresentado a seguir, sendo o ciclo básico de 0,60 min.

37

A caçamba da escavadeira para carregamento do minério tem capacidade de

2,7 m³ e possui fator de aproveitamento de 0,85.

Carregamento de granito:

Produtividade = (2,7m³ x 0,85 / 0,6 min) x 60 = 229,5 m³/h

Horas de atividade = 50.000 m³ / 229,5 m³/h = 218 horas

Estima-se que haja uma disponibilidade operacional da escavadeira hidráulica

de 85%, o que indica condições médias de operação. Assim, para extração de

granito serão necessárias ao todo 256 horas mensais de escavadeira.

Portanto, duas escavadeiras Caterpillar modelo 340D com caçamba de

capacidade de 2,7m³ são suficientes para a produção de granito.

Observa-se que haverá uma pequena ociosidade das escavadeiras nas

operações de lavra, tempo este que os equipamentos serão utilizados para a

realização de atividades auxiliares, tais como descobrimento da camada de

solo alterado, por exemplo.

7.4. CAMINHÃO BASCULANTE

Para o transporte do granito britado serão utilizados caminhões basculantes

rodoviários com potência de cerca de 400 hp e caçambas com capacidade de

carga de 36 t adequadas para o transporte de rocha. A distância média de

transporte da área de lavra até o britador primário é cerca de 850 m. O

percurso deverá possuir aclive máximo de 10%. Com o desenvolvimento da

mina o percurso será variável ao longo da sua vida e então a frota deverá ser

reavaliada ao longo da vida útil da mina.

Para o dimensionamento da frota, considerou-se a distância média das cavas

de granito para o britador primário de 860 m, sendo 280 m em vias dentro da

cava e 570 em vias externas. Deste modo, conforme as distâncias a serem

percorridas, tem-se uma velocidade média e um tempo gasto de acordo com o

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tipo de estrada em que será realizada. A Tabela 4 apresenta o cálculo do

dimensionamento dos caminhões para transporte de granito.

Tabela 4 – Dimensionamento de frota de caminhão basculante.

DISTÂNCIA MÉDIA (km)

VELOCIDADE MÈDIA (km/h)

TEMPO (min)

CARREGADO

Manobra e carga 3Vias dentro da cava 0,28 15 1,12Vias externas 0,57 20 1,71Manobra e descarga 2

DESCARREGADO

Vias dentro da cava 0,28 20 0,84Vias externas 0,57 25 1,37Espera 3

TOTAL 13,04 minutos

Como o caminhão tem capacidade de carga de 36 t, e a produção diária é de

cerca de 6.136 t de granito e serão trabalhadas 8 horas por dia, cada caminhão

transportará 1.325 t de minério. Considerando-se uma disponibilidade de 80%,

serão necessários pelo menos 6 caminhões Scania modelo G440 CB 8x4.

Caso haja ociosidade em algum dos caminhões, este pode ser encaminhado

para o pátio de estocagem ou trabalhos auxiliares.

7.5. PÁ CARREGADEIRA

Será utilizada pá-carregadeira sobre pneus para a retomada do granito britado

e expedição do granito britado, realizando o carregamento das pilhas para os

caminhões. Estima-se a produtividade conforme apresentado a seguir, sendo o

ciclo básico de 0,55 min. A caçamba da pá carregadeira tem capacidade de 4 t

e fator de aproveitamento de 0,85.

O volume de minério a ser carregado é de 135.000 t/mês. Assim, tem-se que:

39

Produtividade = (4 x 0,85 / 0,55) * 60 = 370 t/h Horas mensais = (135.000 t) / (370t/h) = 364 horas/mês

Assim, serão necessárias duas pás carregadeiras Caterpillar modelo 980G com

caçamba com capacidade de 2,7 m³ para expedição de minérios e trabalhos

auxiliares, trabalhando 428 horas mensais, considerando uma disponibilidade

de 85%

7.6. CAMINHÃO PIPA

Será utilizado 1 caminhão pipa com tanque com capacidade para 15.000 litros.

O caminhão pipa deverá trabalhar durante todo o período produtivo por

entender-se que o abatimento de poeira é fundamental do ponto de vista de

controle de produção e de impactos ambientais do empreendimento.

Nos períodos de chuva o caminhão pipa poderá suspender sua operação de

umectação.

7.7. MOTONIVELADORA

A manutenção dos acessos no empreendimento, tanto no interior da cava

como o acesso de expedição e o que circunda a área de lavra necessitarão de

nivelamento e manutenção, que será proporcionado pela utilização de uma

motoniveladora modelo Caterpillar 120M ou similar.

7.8. ROMPEDOR HIDRÁULICO

Para se evitar a realização de fogos secundários, também conhecido como

fogacho em matacos resultantes do desmonte primário, o empreendimento

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contará com um rompedor hidráulico montado em escavadeira de pequeno

porte.

7.9. VEÍCULOS DE APOIO

O empreendimento deverá contar com 2 veículos de apoio do tipo caminhonete

ou utilitário, com tração nas quatro rodas, para proporcionar acesso rápido a

todas as áreas do empreendimento, bem como permitir o acompanhamento

das atividades e transporte esporádico de pessoal.

41

8. ANÁLISE ECONÔMICA

8.1. IMPLANTAÇÃO

Para a implantação do empreendimento serão necessários investimentos em

equipamentos fixos de britagem, equipamentos móveis para a lavra,

infraestrutura e meio ambiente. Além disso, houveram também investimentos

iniciais de estudo de detalhamento da jazida e licenciamento ambiental, que

somam um valor de R$ 289.699,00.

Tabela 5 – Investimento em equipamentos, infraestrutura e decapeamentoEQUIPAMENTOS MÓVEIS QUANT. VALOR UNIT. VALOR TOTAL

PERFURATRIZ HIDRÁULICA DX 800 2 1,200,000.00R$ 2,400,000.00R$ ESCAVADEIRA HIDRÁULICA CATERPILLAR 340D 2 1,100,000.00R$ 2,200,000.00R$

CARREGADEIRA LIEBHERR L 580 2 700,000.00R$ 1,400,000.00R$ CAMINHÃO G440 CB 8X4 (22 m3 OU 36 t) 6 580,000.00R$ 3,480,000.00R$ CAMINHÃO PIPA MERCEDES BENZ 2318 1 260,000.00R$ 260,000.00R$

TRATOR CATERPILLAR D6 1 70,000.00R$ 70,000.00R$ MOTONIVELADORA CATERPILLAR 120 M 1 400,000.00R$ 400,000.00R$

ROMPEDOR HB 3.100 ATLAS COPCO 1 180,000.00R$ 180,000.00R$ VEÍCULO DE APOIO (STRADA) 2 50,000.00R$ 100,000.00R$

10,490,000.00R$

EQUIPAMENTOS FIXOS QUANT. VALOR UNIT. VALOR UNIT.BRITAGEM 1 8,000,000.00R$ 8,000,000.00R$

TRANSPORTADORES DE CORREIA 1 2,500,000.00R$ 2,500,000.00R$ MONTAGEM ELÉTRICO 1 500,000.00R$ 500,000.00R$

MONTAGEM MECÂNICA 1 2,200,000.00R$ 1,800,000.00R$ 12,800,000.00R$

INFRAESTRUTURA ÁREA (m²) CUB (R$/m2) VALOR TOTALEDIFICAÇÕES ADMINISTRATIVA 745 1,181.89R$ 880,508.05R$

GALPÕES INDUSTRIAIS 985 626.25R$ 616,856.25R$ 1,497,364.30R$

DESCRIÇÃO VOLUME (m³) UNITÁRIO (R$/m³) VALOR TOTALDECAPEAMENTO 761760 5.14R$ 3,915,446.40R$

TOTAL GERAL 27,205,446.40R$

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Tabela 6 – Inversões financeiras

Capital de Giro Período Valor(a) Estoque Mínimo de Insumos Unid Quant. (dias) (R$)

- Óleo Diesel lts 4,600 30 9,200.00- Lubrificantes lts 500 30 4,000.00

Sub Total (a) 13,200.00

(b) Estoque Mínimo de Produtos Acabados (*)- Granito ton 20000.0 15 600,000.00-

--

Sub Total (b) 600,000.00Total 613,200.00

Inversões Financeiras

8.2. CUSTOS

Os custos de operação são compostos pelos custos de mão de obra, operação

de lavra, operação da britagem, recuperação ambiental, manutenção da

infraestrutura e administrativo.

Para composição dos custos de mão de obra foram levantados os valores de

salário a partir de empreendimentos de porte similares.

Para composição dos custos de operação da lavra foi calculado o custo do

combustível a partir da estimativa de consumo acrescido dos custos de

manutenção e peças de desgaste anual estimado em 10% do custo de

aquisição dos equipamentos e do custo com explosivos.

Para composição dos custos de operação de britagem foi calculado o custo da

energia a partir da potência calculada acrescido dos custos de manutenção e

peças de desgaste anual estimado em 10% do custo de aquisição dos

equipamentos.

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Tabela 7 – Mão de obra.

FUNÇÃO SALÁRIOS (R$) ENCARGOS SALÁRIOS E ENCARGOS (R$) QUANT. TOTAL NO

MÊS(R$)TOTAL NO

ANO(R$)Operador de escavadeira R$ 2,500.00 R$ 1,750.00 R$ 4,250.00 2 R$ 8,500.00 R$ 102,000.00 Operador de carregadeira R$ 1,500.00 R$ 1,050.00 R$ 2,550.00 2 R$ 5,100.00 R$ 61,200.00 Operador de perfuratriz R$ 1,500.00 R$ 1,050.00 R$ 2,550.00 2 R$ 5,100.00 R$ 61,200.00 Motorista de caminhão R$ 1,300.00 R$ 910.00 R$ 2,210.00 7 R$ 15,470.00 R$ 185,640.00 Gerente de produção R$ 10,000.00 R$ 7,000.00 R$ 17,000.00 1 R$ 17,000.00 R$ 204,000.00 Engenheiro de minas R$ 5,764.71 R$ 4,035.30 R$ 9,800.01 1 R$ 9,800.01 R$ 117,600.08 Encarregado da lavra R$ 1,764.71 R$ 1,235.30 R$ 3,000.01 1 R$ 3,000.01 R$ 36,000.08 Mecânico R$ 1,176.48 R$ 823.54 R$ 2,000.02 2 R$ 4,000.03 R$ 48,000.38 Soldador R$ 1,176.48 R$ 823.54 R$ 2,000.02 2 R$ 4,000.03 R$ 48,000.38 Eletricista R$ 1,176.48 R$ 823.54 R$ 2,000.02 2 R$ 4,000.03 R$ 48,000.38 Borracheiro R$ 1,176.48 R$ 823.54 R$ 2,000.02 1 R$ 2,000.02 R$ 24,000.19 Encarregado do ben. R$ 2,500.00 R$ 1,750.00 R$ 4,250.00 1 R$ 4,250.00 R$ 51,000.00 Lubrificador R$ 1,176.48 R$ 823.54 R$ 2,000.02 1 R$ 2,000.02 R$ 24,000.19 Operador do ben. R$ 1,470.59 R$ 1,029.41 R$ 2,500.00 2 R$ 5,000.01 R$ 60,000.07 Auxiliar de ben. R$ 941.18 R$ 658.83 R$ 1,600.01 6 R$ 9,600.04 R$ 115,200.43 Auxiliar adm. R$ 1,270.59 R$ 889.41 R$ 2,160.00 7 R$ 15,120.02 R$ 181,440.25 Cozinheira R$ 703.93 R$ 492.75 R$ 1,196.68 2 R$ 2,393.36 R$ 28,720.34 Técnico de segurança R$ 1,764.71 R$ 1,235.30 R$ 3,000.01 1 R$ 3,000.01 R$ 36,000.08 Vigia R$ 882.36 R$ 617.65 R$ 1,500.01 6 R$ 9,000.07 R$ 108,000.86 TOTAL 49 R$ 128,333.65 R$ 1,540,003.75

Tabela 8 – Custos fixos do empreendimento.

DESCRIÇÃO CUSTO UNITÁRIO (R$/t) DESPESA MENSAL (R$)Energia elétrica R$ 0.55 R$ 74,250.00 Óleo diesel/Lubrificante R$ 2.48 R$ 334,800.00 Explosivos R$ 1.26 R$ 169,560.00 Mão de obra R$ 0.95 R$ 128,333.65 Manutenção R$ 2.30 R$ 310,500.00 Depreciação R$ 3.36 R$ 453,424.11 TOTAL R$ 10.90 R$ 1,470,867.75

44

Tabela 9 – Exaustão da jazida.

Produção Reserva ReservaAno de MP Inicial de MP Final de MP

(ton) (ton) (ton)

0 5,782,2761 135,000 5,782,276 5,647,2762 135,000 5,647,276 5,512,2763 135,000 5,512,276 5,377,2764 135,000 5,377,276 5,242,2765 135,000 5,242,276 5,107,2766 135,000 5,107,276 4,972,2767 135,000 4,972,276 4,837,27642 135,000 247,276 4,702,27643 112,276 112,276 4,590,000

Exaustão

Tabela 10 – Custo anual operacional.

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7

Insumos 6,943,320.00 6,943,320.00 6,943,320.00 6,943,320.00 6,943,320.00 6,943,320.00 6,943,320.00 (1)Mão-de-Obra 1,668,337.45 1,668,337.45 1,668,337.45 1,668,337.45 1,668,337.45 1,668,337.45 1,668,337.45Manutenção 3,726,000.00 3,726,000.00 3,726,000.00 3,726,000.00 3,726,000.00 3,726,000.00 3,726,000.00 (2)Administração 2,001,994.80 2,001,994.80 2,001,994.80 2,001,994.80 2,001,994.80 2,001,994.80 2,001,994.80 (3)

Total 14,339,652.25 14,339,652.25 14,339,652.25 14,339,652.25 14,339,652.25 14,339,652.25 14,339,652.25

(1) - Valor arbitrado para consumo administrativo de energia. (2) - Arbitrado em 20% do custo anual para cobrir despesas de manutenção e desinstalação. (3) - Arbitrado em 25% do custo anual para cobrir despesas de conservação patrimonial.

Custo Anual Operacional

Custos Operacionais

45

8.3. FLUXO DE CAIXA

Sobre a venda de granito britado são incidentes sobre a receita bruta o Imposto

sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços – ICMS, Programa

de Integração Social – PIS e a Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social – COFINS, sobre a receita líquida a Compensação

Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – CFEM e sobre o lucro

bruto o Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ e Contribuição Social sobre

o Lucro Líquido – CSLL. Na Tabela 10 são relacionados os tributos incidentes e

suas respectivas alíquotas.

Para uma simulação que se aproximasse de uma situação real, admitiu-se um

acordo com o superficiário da área licenciada em que seria pago um valor

referente a 6% do lucro após a tributação direta ao mesmo.

O fluxo de caixa para os 7 primeiros anos de operação do empreendimento

com uma taxa de desconto de 12%, resultando em um Valor Presente Líquido

– VPL de R$ 56.919.696,00 e uma Taxa Interna de Retorno – TIR de 69,85% e

no tempo de retorno do investimento descontado (payback) de 1 ano e meio.

Na Tabela 11 é apresentada a simulação do Fluxo de Caixa descontado do

empreendimento.

46

Tabela 11 – Fluxo de caixa

(1) Investimento Inicial -27,495,115(2) Capital de Giro -613,200(3) Investimento Total: (1) + (2) -28,108,315(a) Valor Financiado 0(b) Amortizações 0 0 0 0 0 0 0(c) Juros 0 0 0 0 0 0 0(d) FC Finan. Antes da Tributação Direta (a+b+c) 0 0 0 0 0 0 0 0(e) Investimento com Recursos Próprios (3 + d) -28,108,315 0 0 0 0 0 0 0

(4) Receita Operacional 48,156,000 48,156,000 48,156,000 48,156,000 48,156,000 48,156,000 48,156,000(5) Receita Não-Operacional

Capital de Giro Valor Residual

(6) Receita Total: (4) + (5) 48,156,000 48,156,000 48,156,000 48,156,000 48,156,000 48,156,000 48,156,000(7) Royalties: 3% de (6) 1,444,680 1,444,680 1,444,680 1,444,680 1,444,680 1,444,680 1,444,680

(8) Receita Líquida: (6) - (7) 46,711,320 46,711,320 46,711,320 46,711,320 46,711,320 46,711,320 46,711,320(9) Custo Operacional 14,339,652 14,339,652 14,339,652 14,339,652 14,339,652 14,339,652 14,339,652

(10) Lucro antes da Tributação Direta 32,371,668 32,371,668 32,371,668 32,371,668 32,371,668 32,371,668 32,371,668

FC antes da Tributação Direta: (3) + (10) -28,108,315 32,371,668 32,371,668 32,371,668 32,371,668 32,371,668 32,371,668 32,371,668

(11) Depreciação 4,990,800 4,990,800 4,990,800 4,990,800 4,990,800 4,990,800 4,990,800(12) Amortização 1,852,253 1,852,253 1,852,253 1,852,253 1,852,253 1,852,253 1,852,253(13) Exaustão Mineral 0 0 0 0 0 0 0(14) Encargos de Capital: [(11) + (12) + (13)] 6,843,053 6,843,053 6,843,053 6,843,053 6,843,053 6,843,053 6,843,053(15) Base de Cálculo p/ Tributação: [(10)-(14)+(c)] 25,528,615 25,528,615 25,528,615 25,528,615 25,528,615 25,528,615 25,528,615(16) ICMS: [12% de (15)] 3,063,434 3,063,434 3,063,434 3,063,434 3,063,434 3,063,434 3,063,434(17) PIS: [1,65% de (15)] 421,222 421,222 421,222 421,222 421,222 421,222 421,222(18) COFINS: [7,6% de (15)] 1,940,175 1,940,175 1,940,175 1,940,175 1,940,175 1,940,175 1,940,175(19) Contribuição Social s/Lucro: [1,08% de (15)] 275,709 275,709 275,709 275,709 275,709 275,709 275,709(20) Base de Cálculo p/ CFEM: [15)-(16)-(17)-(18)] 20,103,784 20,103,784 20,103,784 20,103,784 20,103,784 20,103,784 20,103,784(21) CFEM: [2% de (20)] 402,076 402,076 402,076 402,076 402,076 402,076 402,076(22) CPMF: [0]

(23) Lucro Tributável para Imp.Renda:(15) - [(16) + (17) + (18) + (19) + (21) + (22)] 19,426,000 19,426,000 19,426,000 19,426,000 19,426,000 19,426,000 19,426,000

(24) Imposto de Renda: 25% de (23) 4,856,500 4,856,500 4,856,500 4,856,500 4,856,500 4,856,500 4,856,500(25) Lucro após Tributação Direta

(10) - [(16) + (17) + (18) + (19) + (21) + (22) + (24)] 21,412,552 21,412,552 21,412,552 21,412,552 21,412,552 21,412,552 21,412,552(26) Royaltie do Proprietário (6%) 1,284,753.15 1,284,753.15 1,284,753.15 1,284,753.15 1,284,753.15 1,284,753.15 1,284,753.15

FC após Tributação Direta: (e) + (25) -28,108,315 20,127,799 20,127,799 20,127,799 20,127,799 20,127,799 20,127,799 20,127,799

Taxa Interna de Retorno = 69.85%FC Após

Tributação Direta

Saldo Ano

Valor Presente Líquido @ 12%a.a = R$ 56,919,697 (28,108,315.40) (28,108,315.40) 020,127,799.31 (7,980,516.09) 1

Payback (anos) = 1.40 20,127,799.31 12,147,283.22 2Período de Payback :

Ano 6 Ano 7Discriminação / Ano Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

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9. CONCLUSÕES

Após analisar os resultados da modelagem geológica e análise econômica do empreendimento, foi possível concluir que:

1. A elaboração de curvas topográficas a partir de uma imagem de satélite via Google Earth Pro, transportado para o software SketchUp Pro, auxiliou o reconhecimento de acidentes (áreas de deságue, acessos, rodovias) próximos à área licenciada, facilitando a escolha das instalações do empreendimento, bem como a localização da cava a ser explotada;

2. Exportar os dados geofísicos atualizados para o software Surfer se fez necessário para que, em sequência, os perfis litológicos pudessem ser analisados e aferidos com máxima precisão, e assim os valores da relação estéril/minério da cava selecionada fossem o mais próximo da realidade, a fim de otimizar a seleção da mesma;

3. É imprescindível, com todas as ferramentas tecnológicas existentes atualmente, além da necessidade de maximizar o retorno financeiro, a utilização de softwares de mineração como o DataMine Studio (ou similares), para o planejamento a longo prazo de um empreendimento mineiro.

4. O Plano de Aproveitamento Econômico, além de documento estritamente obrigatório para fins de Concessão de Lavra, é de máxima utilidade para o gestor da mineração, pois se elaborado com precisão, lhe garante segurança nos investimentos e em possíveis alterações que se façam necessárias ao longo da vida útil da mineração;

5. A análise econômica previu um payback de um ano e meio, período relativamente curto de retorno financeiro para um empreendimento mineiro. Ao analisar a jazida como um todo, observou-se uma relação estéril/minério muita alta, equiparada à média regional em pedreiras de produção de brita, o que indicaria uma exploração onerosa. Porém, todo o trabalho de estudo geofísico e modelagem geológica do maciço parecem ter reduzido os custos desenvolvimento e explotação do empreendimento, viabilizando a instalação e operação desta mineradora.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREIRE, W. Código de mineração anotado. 4ª ed. Belo Horizonte: Mandamentos, 2009. 1151 p.

AGUIRRE, D. Relatório técnico: Levantamento geofísico por sísmica de refração em Simões Filho – BA. Geotec Levantamentos Geofísicos LTDA.

ÁVILA DE SOUZA, P. Avaliação econômica de projetos de mineração: análise de sensibilidade e análise de risco. 1ª ed. Belo Horizonte. IETEC, 1995. 247 p.

DE ALMEIDA, S.; BENVINDO DA LUZ, A. Manual de agregados para a construção civil. 1ª ed. Rio de Janeiro. CETEM, 2009. 245 p.

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