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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA EMESCAM DANIELE CRISTINA DE OLIVEIRA JEJUM PERIOPERATÓRIO: DURAÇÃO E PERCEPÇÃO DO TEMPO DE JEJUM EM PACIENTES IDOSOS. VITÓRIA 2018

PROJETO DE PESQUISA - emescam.br · “Os bons professores são eloquentes, Os fascinantes conhecem o funcionamento da mente. Os bons professores têm uma metodologia, Os fascinantes

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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA – EMESCAM

DANIELE CRISTINA DE OLIVEIRA

JEJUM PERIOPERATÓRIO: DURAÇÃO E PERCEPÇÃO DO TEMPO DE JEJUM EM PACIENTES IDOSOS.

VITÓRIA 2018

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DANIELE CRISTINA DE OLIVEIRA

JEJUM PERIOPERATÓRIO: DURAÇÃO E PERCEPÇÃO DO TEMPO DE JEJUM EM PACIENTES IDOSOS.

Trabalho de conclusão do Curso de Graduação em

Enfermagem da Escola Superior de Ciências da

Santa Casa Misericórdia de Vitória, apresentado

como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Prof. Ms. Fabiana Rosa Neves

Smiderle

Co-orientadora: Prof. Ms. Jaçamar Aldenora dos

Santos

VITÓRIA 2018

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No silêncio Deus fala.

Entender a vontade de Deus nem sempre é tarefa fácil, crer que ele está no

comando e tem um plano para nossa vida, faz a caminhada mais leve.

Quando não temos mais expectativas de realizações, Deus manda seus escolhidos para nos mostrar que podemos ir além do

que imaginamos.

Dedico este trabalho as pessoas que me incentivaram a continuar quando achei

que tudo já estava perdido.

Dedico este trabalho a todos aqueles que passarão por momentos semelhantes e

terão ao seu lado pessoas iluminadas para ajudar a acender essa nossa luz

interior.

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“Os bons professores são eloquentes,

Os fascinantes conhecem o funcionamento da mente.

Os bons professores têm uma metodologia,

Os fascinantes têm sensibilidade.

Os bons professores educam a inteligência lógica,

Os fascinantes educam a emoção.

Os bons professores usam a memória como depósito de informação,

Os fascinantes a usam como apoio na arte de pensar.

Os bons professores educam para uma profissão,

Os fascinantes educam para a vida.

Os bons professores são temporais,

Os fascinantes, ah esses, são inesquecíveis”!

(Augusto Cury – Pais brilhantes, professores fascinantes)

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RESUMO

Introdução: Durante o período de internação hospitalar muitos idosos são

submetidos à privação de ingestão de alimentos por via oral, também conhecido

como jejum. Para a realização satisfatória de procedimentos invasivos e/ou cirurgias

um dos requisitos é a necessidade de permanência sem a ingestão de quaisquer

tipos de alimentos antes, e eventualmente após procedimentos durante determinado

período de tempo. Objetivo: analisar a percepção dos pacientes idosos frente à

duração do período de jejum perioperatório. Métodos: Estudo descritivo, quanti-

qualitativo prospectivo, realizado nas unidades de internação de um hospital

filantrópico de Vitória, no período de 27 de fevereiro a 31 de maio de 2018. Os

dados foram coletados de prontuários e entrevistas semiestruturadas. Resultados:

A população foi composta por 40 pacientes idosos, de ambos os sexos, acima de 60

anos. Dentre a amostra, 28 pacientes, evidenciou-se que 42% da amostra realizou

jejum pré-operatório prolongado, principalmente, devido a cancelamentos ou atrasos

em cirurgias eletivas - 32%, que contemplaram cirurgias abdominais, ortopédicas,

ginecológicas e urinarias. Encontrou-se, ainda, o desconhecimento dos pacientes

referentes aos procedimentos a serem realizados. Considerações: Considera-se,

no atual momento, a necessidade de criar e implementar protocolos de orientações

as informações e ao tempo de jejum dos pacientes idosos, esclarecendo, ainda,

todas as possíveis dúvidas e medos gerado pelo desconhecido. Além de promover

novas formas de se pensar a humanização no cuidado com os pacientes internados,

sob nossa responsabilidade.

Palavras-Chave: Idoso, jejum, tempo, pré-operatório

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ABSTRACT

Introduction: During the hospital stay many seniors are subjected to deprivation of

oral food intake, also known as fasting. For the satisfactory performance of invasive

procedures and / or surgeries one of the requirements is the need to stay without the

ingestion of any type of food before, and possibly after procedures during a certain

period of time. Objective: to analyze the perception of the elderly patients regarding

the duration of the pereoperative fasting period. Methods: This descriptive,

prospective, quantitative study was carried out in the hospitalization units of a

philanthropic hospital in Vitória, from February 27 to May 31, 2018. Data were

collected from medical records and semi-structured interviews. Results: The

population was composed of 40 elderly patients, of both sexes, over 60 years.

Among the sample, 28 patients showed that 42% of the sample had prolonged

preoperative fasting, mainly due to cancellations or delays in elective surgeries -

32%, which included abdominal, orthopedic, gynecological and urinary surgeries. We

also found the patients' lack of knowledge about the procedures to be performed.

Considerations: It is considered, at the present moment, the need to create and

implement protocols of guidelines the information and the fasting time of the elderly

patients, clarifying, also, all possible doubts and fears generated by the unknown. In

addition to promoting new ways of thinking humanization in the care of hospitalized

patients, under our responsibility.

Key words: Elderly, fasting, time, preoperative

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LISTA DE SIGLAS

ACERTO: Acelerando a Recuperação Total Pós-operatória.

ASA: Associação Americana de Anestesiologistas

CEP: Comitê de Ética em Pesquisa.

CSN: Conselho Nacional de Saúde.

EMESCAM: Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória.

ES: Espírito Santo.

INSS: Instituto Nacional do Seguro Social

HSCMV: Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória.

MS: Ministério da Saúde

OMS: Organização Mundial de Saúde.

PNH: Política Nacional de Humanização

SUS: Sistema Único de Saúde.

TESIS: Tecnologia EMESCAM – Soluções Inovadoras em Saúde.

UTI: Unidade de Terapia Intensiva.

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 – Unidades de registro, unidades de contexto e categorias analíticas

segundo técnica de Bardin, ES, Brasil, 2018.............................................................19

Tabela 1 - Categorização dos pacientes referente à idade. Vitória, ES, Brasil,

2018...........................................................................................................................20

Tabela 2 – Categorização dos pacientes referente a sexo. Vitória, ES, Brasil,

2018...........................................................................................................................20

Tabela 3 – Categorização dos procedimentos realizados. Vitória, ES, Brasil,

2018...........................................................................................................................21

Tabela 4 – Categorização do período de jejum pré-operatório. Vitória, ES, Brasil,

2018...........................................................................................................................21

Tabela 5 – Categorização da distribuição do tempo de jejum em horas, por

procedimento cirúrgico. Vitória, ES, Brasil,

2018...........................................................................................................................22

Tabela 6 – Categorização da distribuição do percentual de cancelamento dos

procedimentos cirúrgicos. Vitória, ES, Brasil,2018 ...................................................23

Tabela 7 – Categorização do Desconhecimento a respeito do procedimento cirúrgico

no período de fevereiro a maio de 2018. Vitória, ES, Brasil, 2018............................23

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10

2. OBJETIVOS ................................................................................................. 14

2.1 OBJETIVOS GERAIS.............................................................................. 14

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................... 14

3. METODOLOGIA .......................................................................................... 15

3.1 TIPOS DE ESTUDO................................................................................ 15

3.2 LOCAL DO ESTUDO .............................................................................. 15

3.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO .............................................................. 16

3.4 COLETA DE DADOS .............................................................................. 16

3.5 ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................... 17

3.6 ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................... 17

4. RESULTADOS ............................................................................................. 20

4.1 CATEGORIA E EVIDÊNCIA DO ESTUDO ............................................. 23

5. DISCUSSÃO ................................................................................................ 24

5.1 CATEGORIZAÇÃO DOS PACIENTES, REFERENTE À IDADE ............ 25

5.2 CATEGORIZAÇÃO DOS PACIENTES, REFERENTE AO SEXO .......... 25

5.3 CATEGORIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS ........................................ 26

5.4 CATEGORIZAÇÃO DO PERÍODO DE JEJUM ....................................... 26

5.5 CATEGORIZAÇÃO DO TEMPO DE JEJUM POR PROCEDIMENTO .... 27

5.6 CATEGORIZAÇÃO DO PERCENTUAL DE CANCELAMENTO ............. 29

5.7 CATEGORIZAÇÃO DO DESCONHECIMENTO DO PROCEDIMENTO . 30

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 33

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 34

APÊNDICE ....................................................................................................... 38

APÊNDICE A ................................................................................................... 38

APÊNDICE B ................................................................................................... 39

APÊNDICE C ................................................................................................... 40

ANEXO............................................................................................................. 42

ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP ............................... 42

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1 INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde - OMS classifica cronologicamente como idosos

as pessoas com mais de 65 anos de idade em países desenvolvidos e com mais de

60 anos de idade em países em desenvolvimento.

Conforme o Relatório Mundial de Saúde e Envelhecimento, o número de pessoas

com mais de 60 anos no Brasil deverá crescer muito mais rápido do que a média

internacional. Enquanto a quantidade de idosos vai duplicar no mundo até o ano de

2050, ela quase triplicará no Brasil. Isso ocorre, pois enquanto a expectativa de vida

aumenta, a taxa de natalidade diminui. No Brasil, há mais de 15 anos nascem

menos crianças que o necessário para repor os pais, ou seja, os casais estão tendo

um quantitativo de filhos inferior a dois. O resultado será um crescimento muito

rápido na proporção de idosos no país.

A lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 dispõe sobre o Estatuto do Idoso onde no

capitulo I, art. 8º diz que: “O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua

proteção um direito social” e o art. 9º trata da obrigação do Estado, “garantir à

pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais

públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade”

(BRASIL, 2010).

O aumento da expectativa de vida é resultado de diversos fatores causais, dentre

eles temos, os avanços ocorridos na aérea farmacológica, a inserção da tecnologia

na medicina, a mudança do estilo de vida da população, a implantação de novas

políticas públicas e o controle das doenças infectocontagiosas (MATSUDO et al.,

2001).

Os avanços tecnológicos na medicina, a prevenção das doenças e as mudanças de

hábitos alimentares e de higiene tem transformado toda uma geração, a nível

econômico, político e cultural, contribuindo significativamente para o crescente

aumento da longevidade (SILVA & NOGUEIRA, 2015).

Perante esse avanço, fez-se necessário a criação, por parte do governo, de políticas

públicas voltadas para o idoso a fim de assegurar os direitos sociais, promovendo

sua autonomia, integração e participação na sociedade. Conforme a Lei n. 8.842, de

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4 de janeiro de 1994, que dá respaldo as políticas públicas do idoso, considera-se,

para efeitos dessa Lei, a pessoa maior de sessenta anos de idade. Dentre outros, é

competência dos órgãos e entidades públicas “garantir a prevenção, promoção e

recuperação da saúde do idoso, mediante programas e medidas profiláticas”

(BRASIL, 2010).

No avanço tecnológico o procedimento cirúrgico é prática recorrente e eficaz para

diversos tratamentos anualmente em todo o mundo, além de ser uma opção mais

viável para pessoas idosas ou com comorbidades. As complicações pós-operatórias

são as principais causas de morbidades e mortalidades dos procedimentos

(GARETH; EDWARDS, 2010).

O jejum pré cirúrgico foi institucionalizado como forma de prevenir complicações no

momento da cirurgia, como por exemplo a broncoaspiração, vômitos e outros, porém

estudos realizados vêm demonstrando a ineficácia do jejum prolongado,

relacionando-o como potencializador da resposta metabólica ao trauma cirúrgico,

aumentando os níveis de secreção de glucagon, sendo mobilizada e utilizada a

reserva de glicogênio, em grande parte, encontrada no fígado (NYGREN, 2006).

Por este motivo, o jejum prolongado está associado ao estresse metabólico, com

aumento das citoquinas, principalmente interleucina 1, interleucina 6 e fator de

necrose tumoral que é desencadeada pela lesão tecidual. A secreção dessas

substâncias tem sido associada a alterações metabólicas importantes que podem

causar resistência periférica à insulina (FARIA, et al., 2009).

O jejum noturno é praticado há anos, após complicações advindas de aspiração

pulmonar pós-anestésico. O jejum foi institucionalizado para garantir o esvaziamento

gástrico e evitar broncoaspiração, vômitos e regurgitações (WALCZEWSKI, et al.,

2012).

Após estudos realizados por Mendelson (1946), que descreveu duas síndromes

relacionadas com a alimentação e aspiração pulmonar do conteúdo gástrico: a

primeira que consiste na aspiração de alimentos que levarão o paciente à obstruir as

vias respiratórias evoluindo para a morte ou atelectasia maciça e a segunda,

Síndrome de Mendelson, decorrente da aspiração do líquido gástrico quando os

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reflexos laríngeos estavam deprimidos pela anestesia geral, foi então instituído e

difundido a prática do jejum (WARNER, 2000).

A broncoaspiração tem se tornado menos frequente, porém exige certos cuidados

para sua prevenção. Alguns protocolos de jejum têm sido formulados com a intenção

de diminuir o tempo que o paciente permanece em jejum de acordo com sua

indicação cirúrgica. A sede é um dos maiores desconfortos, capaz de causar grande

sofrimento ao paciente. Vários estudos têm demonstrado que a sede é a principal

reclamação, gerando desconfortos ao paciente. A liberação da dieta com líquidos

claros tem sido relacionada a múltiplos benefícios para o paciente não aumentando

o risco de aspiração pulmonar perioperatória (CRENSHAW; WINSLOW, 2002).

Essas novas diretrizes baseadas em evidências cientificas, publicadas em diversos

países, recomendam a redução do tempo de jejum com bebidas ricas em

carboidratos e claros poucas horas antes da operação eletiva e/ou outros

procedimentos que requerem anestesia, como forma de proporcionar ao paciente

maior conforto, qualidade de atendimento, segurança e saúde (MORO, 2004).

O protocolo, criado a partir de estudos realizados na relação de Mendelson (1946),

também viabiliza a atenuação do estresse da operação por permitir que o paciente

não fique em tempo superior ao indicado de jejum que devido a fatores como, atraso

nas operações, transferências de horário ou local de realização do procedimento

contribuem para o aumento do tempo de jejum, além das 8/12horas.

No Brasil, o projeto Acelerando a Recuperação Total Pós-Operatória - ACERTO é

um programa que tem como objetivo acelerar a recuperação do paciente submetido

a operações abdominais. A implementação do protocolo deste projeto foi uma

experiência pioneira no Brasil, e com o resultado positivo desta implementação, o

protocolo foi rapidamente incorporado por outras especialidades (AGUILAR-

NASCIMENTO et al. 2006).

Logo levanta-se alguns questionamentos sobre essa temática: A redução do jejum

prolongado pode trazer benefícios mútuos? Como é vivenciada essa prática pelos

idosos internados?

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Buscar resposta para esta interrogação serviu de fator motivacional para a

realização deste estudo.

Esta pesquisa tem grande relevância uma vez que auxilia a assistência pré-

operatória aos pacientes contribuindo para a redução de complicações pós-

cirúrgicas.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a percepção dos pacientes idosos frente à duração do período de jejum

perioperatório.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Identificar quais os tipos de procedimento e o tempo de jejum pré-operatório aos

quais os pacientes idosos são submetidos.

Correlacionar a duração dos jejuns realizados nas unidades de internação e o tempo

recomendado pela literatura.

Analisar a percepção dos pacientes e seus familiares acerca do período do jejum.

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3 MÉTODO

3.1 TIPO DE ESTUDO

Estudo descritivo com a abordagem quanti-qualitativa, do tipo prospectivo

possibilitando, buscar resposta ao objetivo proposto pelo estudo, o que tornou

possível identificar a relação com o objeto de pesquisa. Sendo muito utilizado no

levantamento de dados na saúde pública para o planejamento de ações de

promoção à saúde (CRESWELL, 2010).

Assim, para analisar a percepção dos participantes, a abordagem qualitativa

consegue buscar a significância das palavras sobre como apreender os seus

próprios artefatos, ou seja, as suas, aspirações, crenças e valores (MINAYO, 2001).

3.2 LOCAL DO ESTUDO

A pesquisa foi realizada em uma Instituição Filantrópica localizada em vitória na

capital do Espirito Santo.

É uma instituição de grande porte, sendo referência para as seguintes

espacialidades como Clínica médica, Infectologia, Ginecologia, Cirurgia Geral,

Ortopedia e atender toda a população do Sistema Único de Saúde - SUS, convênios

e atendimentos particulares. De acordo com informações do Núcleo de Internação e

Regulação, o hospital atualmente conta com número de 191 leitos instalados, 20

Unidades de Terapia Intensiva - UTI e hemodinâmica não habilitada. As

especialidades oferecidas por leito de internação são: 34 leitos para a cirurgia geral,

13 leitos de oncologia clínica, 8 leitos de oncologia cirúrgica, 45 leitos de

infectologia, 17 leitos de obstetrícia e ginecologia. As especialidades de gastrologia,

pneumologia, cardiologia, hematologia e geriatria compreende 24 leitos.

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3.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO

A população foi constituída por 40 pacientes que permaneceram em jejum no

período pré e/ou pós-procedimentos de ambos os sexos, classificados conforme a

definição da OMS, pacientes acima de 60 anos, internados para procedimentos

cirúrgicos. O período da coleta ocorreu entre fevereiro a maio de 2018.

Assim, por entender que atenderam ao critério de inclusão que foi todos os idosos

submetidos a algum procedimento cirúrgico que tenha exigido um período de jejum

no pré-operatório e idade. Foram excluídos desse estudo, aqueles pacientes que

não atenderam aos critérios de inclusão.

Os participantes foram identificados pela letra P seguido de uma numeração,

conforme ordem sequencial da entrevista (P1, P2, ...P28). Utilizou-se como critério a

saturação a repetição de palavras, que não representa informações diferentes

(POLIT; BECK, 2016).

3.4 COLETA DE DADOS

A coleta de dados, referentes as informações pessoais e os procedimentos ao qual

foram submetidos, iniciou-se com a análise dos prontuários dos pacientes que foram

submetidos ao jejum pré-operatório e os dados foram transferidos para uma planilha,

apêndice A.

Na etapa qualitativa, foi realizada entrevista semiestruturada, apêndice B, com o

idoso e seus familiares. Para Minayo (2008), através da entrevista semiestruturada,

o entrevistado terá a possibilidade de falar sobre os fatos sem se prender a questão

indagada.

As informações foram obtidas através de gravações de áudios e transcritas na

íntegra. Os arquivos de áudio ficarão guardados durante cinco anos e depois serão

apagados, conforme Lei dos Direitos Autorais 9610/98 (BRASIL, 1998).

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3.5 ASPECTOS ÉTICOS

Atendendo a critérios éticos será respeitada a Resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde, que respalda a realização dos projetos de pesquisa científica

envolvendo seres humanos. Este estudo foi submetido à apreciação e autorização

do Comitê de Ética em Pesquisa da EMESCAM conforme apresentado no Parecer

Consubstanciado Anexo A.

O presente projeto apresentou um risco mínimo relacionado à preservação da

identidade dos sujeitos, risco esse aos quais o pesquisador se comprometeu a

controlar, uma vez que foi preservada a identidade dos sujeitos e garantido a

confidenciabilidade dos dados.

Os participantes foram convidados a participar do estudo e quando concordaram foi

entregue duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, Apêndice C.

3.6 ANÁLISE DOS DADOS

As análises dos dados quantitativos foram realizadas através da estatística

descritiva, sintetizando e descrevendo os dados por meio de frequência e

porcentagens (POLIT; BECK, 2016).

Para a análise dos dados qualitativos utilizou-se a Análise de Conteúdo da Bardin

(2011), pois, permite a análise de conteúdo das comunicações contido nas falas dos

participantes do estudo.

No âmbito da pesquisa qualitativa, a escolha de método e técnicas para a análise de

dados deve obrigatoriamente incluir e provocar um olhar multifacetado sobre a

totalidade dos dados recolhidos no período de coleta (corpus da pesquisa), dada a

pluralidade de significados atribuídos ao produtor de tais dados, isto é, seu caráter

polissêmico.

Neste sentido, um método muito utilizado na análise de dados qualitativos é o de

análise de conteúdo, um conjunto de técnicas de pesquisa que objetiva a busca do

sentido ou dos sentidos de um documento (CAMPOS, 2004).

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A organização do material resultante das entrevistas/grupos focais aconteceu

mediante a técnica de análise de conteúdo de Bardin, seguindo uma organização

dos dados por fases, procurando conhecer algo que possa interpretar a verdadeira

versão de cada palavra/frase/tema, tomando como base a transcrição das

entrevistas/grupos focais. E, como resultado, possibilitou a análise de conteúdo da

qual emergiram as categorias temáticas deste trabalho.

Nos últimos anos, a técnica de análise de conteúdo tem alcançado grande

desenvolvimento, pelo crescente número de publicações anuais utilizando-a para

tratamento de dados qualitativos (SILVA & FOSSÁ, 2015). Este processo, baseado

em Bardin (2011), propõe três etapas para melhor direcionar a análise; com

explicação sucinta, elencam-se:

Pré-análise: fase de organização propriamente dita. Nela escolhem-se os

documentos que serão submetidos à análise, há a formulação das hipóteses e dos

objetivos e a elaboração dos indicadores que fundamentem a interpretação final.

Neste estudo, esta fase deu-se a partir dos depoimentos dos enfermeiros e usuários,

iniciando com a transcrição das entrevistas/grupos focais e posterior interpretação

dos mesmos.

Exploração do material: esta fase consiste essencialmente de operações de

codificação, desconto ou enumeração, em função de regras previamente

formuladas. Constitui a identificação das unidades de registro, unidades de contexto

e temas que surgem a partir das leituras, o que também foi realizado neste trabalho.

Quanto ao tema, no estudo isto aconteceu orientado pelas categorias analíticas

advindas do referencial teórico adotado.

Tratamento dos resultados obtidos e interpretação: nesta fase os resultados

brutos são tratados de forma que ao final possuam um significado. Nela, o analista

pode propor inferências e adiantar interpretações a propósito dos objetivos previstos,

ou que digam respeito a outras descobertas inesperadas. Na pesquisa, este

momento se deu com a análise do material coletado tomando como referência o

próprio referencial teórico adotado, políticas de saúde e a literatura.

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Assim, seguindo as etapas acima, a partir da leitura flutuante, os documentos foram

organizados para a constituição do corpus do estudo que foi formado por 28

entrevista realizadas. Após a construção do corpus, foram operacionalizadas a

codificações, sendo reconhecidas as unidades de registro e, posteriormente, as

unidades de contexto. O qual foi localizada nas falas, por meio das palavras, que

agruparam-se segundo suas semelhanças e significância.

Desta forma, após a identificação dessas unidades, o material foi organizado

segundo as categorias empíricas, que foram previamente da busca das evidencias

expressas nas falas dos participantes do estudo, conforme demonstrado no quadro

1 referente ao processamento de dados da análise de Bardin.

Quadro 1: Unidades de registro, unidades de contexto e categorias analíticas

segundo técnica de Bardin.

Unidades de Registro Unidades de Contexto Categorias Analíticas

Desconhecimento;

Experiência prática;

Obedecem.

O conhecimento dos pacientes parte de

uma experiência prática vivenciada,

permitindo o cumprimento deste

procedimento, fruto do seu

desconhecimento teórico.

Desconhecimento a

respeito do

procedimento

cirúrgico.

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4 RESULTADOS

Participaram do estudo 40 pacientes internados na enfermaria de clínica Cirúrgica

submetidos a cirurgias eletivas, nos meses de fevereiro a maio de 2018, destes, 28

pacientes foram selecionas para compor o estudo, com idade média de 68,7 anos,

variando entre 60 a 85 anos de idade conforme tabela abaixo. Houve uma perda de

12 pacientes por não se inserir nos critérios de inclusão.

Tabela 1- Categorização dos pacientes referente à idade. Vitória, ES, Brasil, 2018.

Mínimo Máximo Média Nº Válido

60 85 68,7 28

Fonte: Planilha institucional própria.

Conforme Tabela 2, os pacientes que foram internados no período do estudo, a

maioria do sexo feminino representando 54%.

Tabela 2 – Categorização dos pacientes eferente a sexo. Vitória, ES, Brasil, 2018.

Sexo Frequência Porcentagem

Feminino 15 54%

Masculino 13 46%

Total 28 100%

Fonte: Planilha institucional própria.

Em relação aos procedimentos realizados evidencia-se na Tabela 3 que os

procedimentos mais frequentes foram cirurgias abdominais com 43% e cirurgias

ortopédicas com 36%.

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Tabela 3 – Categorização dos procedimentos realizados. Vitória, ES, Brasil, 2018.

Procedimentos Frequência Porcentagem

Cirurgias Abdominais 12 43%

Cirurgias Ortopédicas 10 36%

Cirurgias Ginecológicas 4 14%

Cirurgias Trato Urinário 2 7%

Total 28 100%

Fonte: Planilha institucional própria.

Constatou-se na Tabela 4 acerca do período de jejum que 36% dos pacientes

realizaram jejum pré-operatório de 8 a 12 horas e 42% foram submetidos a um

tempo superior a 12 horas. A média de permanência sem alimentação foi de

13,17horas. E, somente, 11% permaneceram em jejum de até 8 horas.

Tabela 4 – Período de jejum pré-operatório. Vitória, ES, Brasil, 2018.

Horas Frequência Porcentagem

Até 8 horas 3 11%

Entre 8 e 12 horas 10 36%

Entre 12 e 16 horas 8 28%

Entre 16 e 24 horas

Ignorado

4

3

14%

11%

Total 28 100%

Fonte: Planilha institucional própria.

Na Tabela 5, apresenta a distribuição dos períodos de jejum em horas conforme o

procedimento realizado. Evidencia-se que o período médio foi de 20 horas variando

entre 13 e 24 horas conforme tabela abaixo.

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22

Tabela 5 – Distribuição do tempo de jejum em horas, por procedimento cirúrgico.

Vitória, ES, Brasil, 2018.

Tipos de Procedimento Tempo em jejum

Artoplastia de revisão de quadril 24

Artoplastia total primaria de quadril 22

Artrodese 24

Artroplastia não especificada 19

Artroplastia de revisão ou reconstrução do quadril 13

Artroplastia total do joelho direito 20

Biópsia 20

Biopsia de lesão em colo uterino 17

Cirurgia de coluna 24

Colecistectomia 19

Colocação de enxerto 16

Fechamento de enterostomia 19

Fechamento de ileostomia 24

Hernioplastia umbilical 24

Hernioplastia inguinal 20

Histerectomia e Linfadenectomia pélvica 22

Jejunostomia 20

Linfadenectomia 24

Papilotomia e passagem de cesta baskett 20

Pleurodese 18

Retirada de prótese de substituição de grandes articulações 19

RTU de bexiga 19

Média do tempo em jejum 20 horas

Fonte: Planilha institucional própria.

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23

Nota-se na Tabela 6 o percentual de procedimentos cancelados, totalizando 32% da

amostra.

Tabela 6 – Distribuição do percentual de cancelamento dos procedimentos

cirúrgicos. Vitória, ES, Brasil, 2018.

Cancelamento Frequência Porcentagem

Sim 10 32%

Não 19 68%

Total 28 100%

Fonte: Planilha institucional própria.

4.1 CATEGORIA E EVIDÊNCIA DO ESTUDO

De acordo com a técnica de análise de conteúdo segundo Bardin (2010), foram

identificadas as unidades de registro e de contexto que emergiram a sétima

categoria de estudo:

Tabela 7 - Categorização do desconhecimento a respeito do procedimento cirúrgico

realizado no período de fevereiro a maio de 2018. Vitória, ES, Brasil, 2018.

Categoria Analítica Evidência

Desconhecimento a respeito

do procedimento cirúrgico.

Evidenciou-se a falta de informações pelos profissionais

da equipe de saúde, devido a deficiência na elaboração

de rotinas pré-estabelecidas para pacientes em clínicas

cirúrgicos, logo, têm-se a falta de um atendimento

humanizado.

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24

5 DISCUSSÃO

Nas últimas décadas, inúmeros estudos científicos têm demonstrado resultados

eficazes com a aplicação de programas que objetivam a otimização da recuperação

pós-operatória. A necessidade de jejum prolongado, desde a noite que antecede a

cirurgia, tem sido questionada e, novas condutas vêm sendo adotadas,

correlacionando-se com os resultados de trabalhos clínicos consistentes,

incrementando as técnicas rudimentares com novas práticas, mais modernas,

sustentadas em evidências.

Algumas sociedades têm adotado o jejum pré-operatório mais curto que o de oito

horas. A Associação Americana de Anestesiologistas (ASA, 2011) recomenda

guardar jejum para alimentos líquidos sem resíduos de, pelo menos, duas horas

antes das intervenções. Entende-se: água, café “preto”, chá, bebidas gaseificadas,

sucos de frutas sem polpa. Para alimentos leves, contendo torradas, chá e café são

permitidos até seis horas antes das intervenções. Já para alimentos sólidos, entre

eles, carne e substâncias gordurosas, exige-se jejum prolongado de oito horas.

Até o momento, entretanto, o tratamento convencional adotado pela maior parte dos

hospitais e clinicas, recomendam o jejum pré-operatório de 8 a 12 horas e o pós-

operatório, em conjunto com a administração de líquidos intravenosos, até que haja

eliminação de flatos ou fezes, justificando-se a segunda com o objetivo de que se

deve aguardar pela resolução da dismotilidade intestinal transitória “íleo pós-

operatório” e que a alimentação precoce pode aumentar o risco de fístulas

anastomóticas (CORREIA & WAITZBERG, 2003).

Pacientes a serem operados pela manhã, são orientados a guardarem o jejum a

partir das 22 horas da véspera, o que corresponde a um período de jejum não

inferior a oito horas, somando-se a isso a frequência de atrasos nas operações,

mudança de horários, cancelamentos, e outras causas. Apenas pequenas

quantidades de água acompanhando a medicação de uso rotineiro do paciente ou

medicação pré-anestésicas por via oral, não oferecem inconveniente e são

permitidos.

Os dados quantitativos foram coletados dos registros de prontuários médicos e de

informações verbais dos pacientes e seus acompanhantes. Registrados em

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25

planilhas de controle de dados Apêndice A e da coleta de informações verbais

Apêndice B.

Dos 40 prontuários avaliados, 12 não foram incluídos no estudo por não

concordarem com os critérios de inclusão. A justificativa inclui a não participação da

entrevista semiestruturada e ausência do paciente no momento da coleta.

5.1 CATEGORIZAÇÃO DOS PACIENTES, REFERENTE À IDADE

Em relação a primeira categorização, têm-se que dos 28 pacientes internados, a

faixa etária foi de 60 a 85 anos, tabela 1, idade que contempla os critérios de

inclusão da pesquisa baseada em pacientes idosos, definido pela OMS para países

em desenvolvimento, nos meses de fevereiro a maio de 2018.

A necessidade de abordar temas relacionados à internação de idosos se dá pela

intensificação da população idosa em países subdesenvolvidos que utilizam os

serviços hospitalares de maneira mais intensiva que os demais grupos etários. Esse

grupo, possui um maior risco de desnutrição, que pode ser maior durante o período

de internação, envolvendo maiores custos, que implicam diretamente na duração do

tratamento e a recuperação mais lenta e complicada, compondo nosso atual cenário

(MIAS et al., 2003).

Frente a esse envelhecimento populacional, é de suma importância que haja uma

maior estruturação de serviços e programas de saúde que possam responder às

demandas emergentes desse novo perfil epidemiológico do País.

A hospitalização é considerada de grande risco especialmente para as pessoas mais

idosas. Como repercussão, a hospitalização acaba por gerar uma diminuição da

capacidade funcional do idoso, afetando sua qualidade de vida (CREDITOR, 1993).

5.2 CATEGORIZAÇÃO DOS PACIENTES, REFERENTE AO SEXO.

Dentre os pacientes, 54% são do sexo feminino corroborando com as estatísticas do

IBGE que define uma população local de mais mulheres do que homens, tabela 2.

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Também no estudo de Gorzoni (1995), foi identificado um resultado que convergiu

para uma frequência maior do público feminino.

Ainda, segundo estudos publicado por Siqueira et al., (2004), sobre o impacto

funcional da internação hospitalar em pacientes idosos, encontrou-se que a maior

parte da amostra relacionada no estudo é feminino, 54,2%, com idades entre 65 e

94 anos, que converge com o presente estudo.

Tal fato deve-se a preocupação das mulheres com relação a saúde, a procura por

atendimento médico de forma regular e o autoconhecimento do seu corpo, o que

ocasiona um maior cuidado da saúde em comparação com os homens que,

geralmente, procuram por serviços médicos quando já há existência de doenças

instaladas.

5.3 CATEGORIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS REALIZADOS

Dentre os pacientes selecionados, observa-se que o tipo de procedimento mais

frequentemente realizado são as cirurgias abdominais 43% que demandaram um

maior tempo de jejum, conforme tabela 3. Intensificando-se esse tempo quando

ocorriam imprevistos e a cirurgia tinha que ser remarcada, o que ocorreu com 32%

da amostra.

Os resultados encontrados corroboram com os resultados de uma pesquisa que

buscou quantificar o tempo de jejum e de realimentação em pacientes cirúrgicos em

um hospital filantrópico no qual foi observado uma média de jejum pré-operatório de

13,5 horas (AGUILAR-NASCIMENTO & GOELZER, 2002), e o tempo média de

horas sem alimentação em cirurgias do aparelho digestivo distinguiu-se,

expressivamente, com 20 horas, deste estudo tabela 4.

5.4 CATEGORIZAÇÃO DO PERÍODO DE JEJUM PRÉ-OPERATÓRIO

Embora preconizado o jejum pré-operatório de 8 horas para procedimentos

cirúrgicos em alguns hospitais brasileiros, em sua grande maioria, esse período

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varia acima de 12 horas, como foi identificado neste trabalho na tabela 4, o que

pode contribuir para o aumento da resistência insulínica e piora do estresse

perioperatório (WAITZBERG, 2009).

Dado importante para que seja avaliada a necessidade de se criar protocolos que

visem padronizar as orientações do jejum perioperatório nos hospitais que ainda

praticam atos de jejum prolongado.

Constatou-se ainda que 42% pacientes realizaram um período de jejum superior ao

indicado pela literatura pós relação de Mendelson (1946). Durante o estudo

identificou-se que diversos idosos iniciaram o jejum após às 22 horas, não sendo

tolerado a ingestão de alimentos ou líquidos após este horário.

Em relação as informações sobre jejum prestadas aos usuários, observou-se nas

falas que:

“[...]Fui, a menina passava e falava: a partir das dez horas nem água”. (P1)

“[...]Falou que eu tava em dieta zero e não podia nem água”. (P11)

“[...]Ela me ligou disse que a cirurgia estava marcada e era 12h de jejum”. (P18)

“[...]Pra mim, a partir das dez horas da noite da segunda-feira, pra mim já entra em jejum, pra não comer mais nada nem beber. Aí eu guardei o jejum até ontem né, às três horas da tarde, como eles pediu né”. (P22)

Essa relação de tempo de jejum prologando também foi descrito por

LEWANDOWSKI et al., (2017), em um relato de caso, que se tratou de pacientes

pediátricos oncológicos internados para procedimentos cirúrgicos, descrevendo que

66% dos pacientes permaneceram em jejum por no mínimo 10 horas ou mais, sendo

que 23% ultrapassaram as 12 horas recomendadas pela literatura conservadora.

5.5 CATEGORIZAÇÃO DO TEMPO DE JEJUM POR PROCEDIMENTO.

Os procedimentos que ultrapassaram o tempo de jejum indicado pela literatura

conservadora foram os procedimentos ortopédicos, por demandarem maior tempo

durante a cirurgia, contrapondo-se ao tempo de jejum observado nas cirurgias

gastrointestinais, que é um tempo indicado pelos médicos quando se trata desse tipo

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de procedimento, onde a equipe refere ser necessário um maior tempo de jejum,

para que haja total esvaziamento gástrico, considerando que a cirurgia afetará

diretamente o aparelho digestivo.

Estudos realizados por Walczewski et al. (2012) constatou uma média de jejum pré-

operatório de 14 horas e até mais, em pacientes submetidos a cirurgias abdominais

eletivas, sendo a reintrodução da dieta realizada de um a dois dias de pós-

operatório, dados que não se distanciam do encontrado neste estudo, onde a

permanência em jejum foi de um dia para mais, visualizado na tabela 5.

E foi possível observar que durante o período de jejum prolongado, alguns pacientes relataram não se sentir bem, alegando fome, sede, irritabilidade, nervosismo, conforme as falas abaixo:

“[...] eu fico meia nervosa”. (P2)

“[...] complicado né. Nem fome, é mais sede. Boca seca, vontade de tomar água, fico nervosa. Aí tem que ficar quieta, não quero falar com ninguém”. (P11)

“[...] Me deu muita fome”. (P14)

“[...] eu fiquei muito fraca. Fiquei nervosa, irritada, vontade de comer e não poder comer”. (P20)

“[...] eu estou até agora, pra mim é péssimo, me dá ansiedade”. (P28)

A literatura aponta que a prática do “nada pela boca” no período noturno é rotina

presente em várias instituições mesmo após estudos evidenciando que práticas

mais liberais de jejum podem ser aplicadas sem transtornos, gerando benefícios

mútuos.

Consoante Scarlett et al. (2002), esta prática é oriunda do “medo de aspiração do

conteúdo gástrico e suas consequências, por vezes, fatais, fazendo com que os

médicos, especialmente os anestesistas, seguissem rigorosamente os padrões

conservadores de jejum pré-operatório em cirurgias eletivas abdominais”. Desde

então, a margem de segurança de jejum prolongado, entre 8 e 12 horas, foi

implantada visando controlar o conteúdo gástrico em 25ml.

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29

5.6 CATEGORIZAÇÃO DO PERCENTUAL DE CANCELAMENTO DOS

PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS.

O cancelamento cirúrgico é um achado que pode ser evitado, se trabalhado seu

gerenciamento por parte da equipe responsável. Este ato deve ser levado em

consideração já que acarreta em diversas repercussões negativas que envolvem

não só o paciente, mas a família, a instituição e a própria equipe de saúde.

Constituindo-se de indicador de qualidade da assistência prestada no serviço

hospitalar, que sinaliza a falta de planejamento administrativo da unidade de Centro

Cirúrgico.

Este acontecimento acaba por gerar uma falha no vínculo de confiança do paciente

frente a instituição, visualizado no sofrimento psíquico, mediante a decepção de não

concretizar o tratamento confiado ao serviço.

Constatou-se neste trabalho que o quantitativo de procedimentos cancelados

chegou a 32% do total de pacientes da amostra, conforme categorização da tabela

6. Somando-se a isso temos que, o tempo de jejum que esses pacientes

permaneceram sobressaiu-se aos outros.

São diversos os motivos pelos quais há cancelamento do procedimento: falta de leito

em UTI; falta de horário na agenda local do procedimento; instabilidade física-

funcional do paciente; divergência na comunicação do jejum pré-operatório; entre

outros.

Algumas vezes, o tempo de jejum prolongou-se por falha na comunicação entre as

equipes responsáveis pelo atendimento. Tanto entre as equipes médicas quanto

entre equipes médicas e equipes de enfermagem, notando-se nas falas de alguns

pacientes:

“[...]Não tinha vaga”. (P6)

“[...]Só chegou lá na sala e mandaram voltar”. (P14)

“[...]Estava desnutrida”. (20)

“[...]Falaram que eu podia me alimentar porque não ia fazer, mas depois na hora que eu tomei agua aí a enfermeira veio e perguntou se eu comi algo, ela disse que surgiu uma vaga, mas aí eu perdi né”. (P25)

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Este resultado assemelha-se ao encontrado em outras pesquisas que identificaram

os fatores contribuintes para o cancelamento, sendo eles, as condições clínicas do

paciente que no momento poderiam desfavorecer o procedimento, principalmente

relacionada a doenças crônicas descompensadas, a falta de exames clínicos pré-

operatórios, a falta de leitos, o tipo de cirurgia e a ausência de orientações que

acabaram por induzir ao erro (PERROCA; JERICÓ; FACUNDIN, 2007)

Ainda em relação a outras fontes de estudo, encontramos como resultado que os

extremos da faixa etária – crianças e idosos – correspondem a 61,86% dos

cancelamentos cirúrgicos. E como justificativa temos que um fator relevante para a

situação do cancelamento é relacionado com o tipo de instituição, sendo os hospitais

universitários e de grande porte os que mais realizam cancelamentos ou atrasos de

procedimentos eletivos. Ademais, as outras razões de cancelamento não se diferem

das encontradas neste estudo (SANTOS & BOCCHI, 2017).

5.7 DESCONHECIMENTO A RESPEITO DO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DO

USUÁRIO.

O público idoso representa, hoje, um desafio maior para as equipes de saúde, por

terem demandas especificas e características próprias em relação a outros grupos

etários, as orientações passadas devem ser esclarecedoras e simples, e assim,

objetivando o total entendimento das informações acerca do procedimento a ser

realizado bem como possíveis dúvidas que possam surgir, principalmente no pré e

pós-operatório.

Entendendo-se, portanto, a possibilidade de contribuir, para a tranquilidade, o

encorajamento e cooperação do paciente durante sua internação. Nesse momento,

o enfermeiro exerce papel fundamental no cuidado prestado ao usuário, com vistas

à melhoria da qualidade da assistência, humanizando o cuidado. Entre suas

atribuições, destacam-se o desenvolvimento de atividades voltadas para a educação

em saúde que fornecerão conhecimento necessário sobre o procedimento,

fornecendo suporte biopsicossocial ao paciente e seus familiares.

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31

O ato de orientar é uma forma de apoiar e cuidar, sendo a comunicação um

processo efetivo terapêutico. O enfermeiro deverá conhecer e identificar as

possíveis dúvidas e medos, explicando de forma clara e objetiva, num contexto que

possibilite o entendimento do público em questão, criando-se, assim, um vínculo que

minimizem a ansiedade, o medo e até mesmo possíveis complicações no pós-

operatório (SILVA & NAKATA, 2005).

Embora diversos estudos (SCHMITZ & WISINTAINER, 2009; TENANI & PINTO,

2007; MARTINS et al., 2008) comprovem a eficácia da comunicação no processo

terapêutico prestado durante a assistência desse paciente. Observou-se, porém, nos

relatos dos participantes um certo desconhecimento sobre o procedimento há qual

serão submetidos, conforme os relatos a baixo:

“[...] Bem, nessa última cirurgia nem precisava explicar o porquê, porque eu já sabia, mas eu acho que as primeiras vezes dava pra gente entender. Porque a gente tem que fazer a cirurgia e toda cirurgia a gente não deve comer antes. Porque vai cortar alguma parte no corpo que pode causar, isso ai eu nem sei o que que é que pode causar se a gente comer”. (P1)

“[...]Não, porque, me parece adequado, toda cirurgia que a gente vai fazer tem um período pra não encher a pança”. (P15)

“[...] Esse procedimento médico, a gente não tem muito conhecimento do que que acontece quando ta alimentando e vai fazer uma cirurgia né, o que que causa o estomago cheio. A finalidade e o porquê ai não sabemos”. (P16)

“[...]To acostumada já, fiz várias cirurgias”. (P17)

“[...]Acho que não faz diferença, eu creio que se eles internaram ele aqui, pra ele fazer o jejum aqui, eles devem ter um motivo. Geralmente faz o jejum porque na cirurgia pode vomitar. Você chega no hospital e você é bem cuidado, mas eles não informam nada”. (P27)

Assim, segundo a Política Nacional de Humanização (PNH), surge a partir de 2003,

uma política de humanização da assistência com o objetivo de inserir e integrar as

boas práticas com a criação de uma rede de cuidado de atenção aos usuários

atendido pelo SUS, e assim, atendendo em conformidade aos princípios doutrinários

que são a equidade, integralidade e a universalidade na reorganização voltada para

as questões de um atendimento humanizado (BRASIL, 2006).

Através dessa PNH, procura-se a valorização dos usuários, bem como

trabalhadores e gestores neste processo de produção de saúde, evidenciada na

humanização do atendimento. Permitindo-se então, que os cidadãos tenham uma

maior autonomia, ampliação a sua capacidade de transformação da realidade vivida,

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por meio do compartilhamento de obrigações e responsabilidades de tal forma,

tornando possível a inserção de boas práticas através da educação para o

autocuidado (BARBOSA, et al., 2013).

Desta forma, o HumanizaSUS – Programa de Humanização do Sistema Único de

Saúde, vem apostando em defesa de um atendimento mais humanizado aos

cidadãos em seus diferentes desenvolvimentos no ciclo de vida em determinado

processo saúde doença, para a produção de saúde, tornando-se a partir deste

momento, o protagonista principal âmbito individual como coletivo com

resolutividades de ações mais eficiente para a qualificação do ambiente e dos

usuários (PASCHE, et al., 2011).

Tem como princípios a transversalidade - combinação dos diversos saberes,

reconhecendo as diferentes especialidades e práticas de saúde, a indissociabilidade

entre gestão e atenção - implica na conjunção direta das decisões, que interferem

entre si, o protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos

(BRASIL, 2006).

Diante disso, faz-se necessário uma abordagem qualificada no atendimento ao

usuário, promovendo saúde, acolhimento humanizado com uma escuta voltada para

o cuidado desses pacientes idosos bem como sua rede social, respeitando os

direitos a eles conferidos.

Desta maneira, torna-se necessário que o papel do cuidar e do cuidado ofertado

pelo enfermeiro e reconhecida pelo usuário para atender aquela determinada

necessidade de saúde, tornando-se, portanto, uma referência pessoal, auxiliando,

ajudando, encaminhando de forma, que garanta uma assistência humanizada à

saúde, preconizada pelo Sistema Único de Saúde no atual momento.

Assim, entende-se que tanto as percepções como a objetividade representada em

números, demonstram bem como as ações realizadas estão voltadas mais ao

problema físico como uma forma de resolver um problema de locação do que do

locatário. Diante disso, a mudança de pensamentos torna-se essencialmente

urgente para uma remodelação de um pensar mais humanizado.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo das rotinas do jejum aos quais são submetidos pacientes idosos,

internados nas unidades de enfermaria, baseando-se no tipo de cirurgia, excede

além do preconizado, conforme práticas fundamentadas em evidências

conservadoras, o que possibilita, desconforto e irritabilidade aos pacientes, logo,

podendo ser reduzidos, avaliando-se a partir da necessidade individual de cada

paciente.

Evidenciou-se ainda, um achado importante que contribuiu para a diminuição da

amostra e limitação das falas que se deve ao fato do desconhecimento acerca dos

direitos dos idosos sobre o recebimento de benefícios amparados pelo Instituto

Nacional do Seguro Social, que com a atual crise politica no mercado, tem causado

receio nos segurados de perderem seus benefícios.

Assim, a importância da informação e que na falta dela, pessoas vivem sob o medo

constante de ficarem desamparados, o que acaba por influenciar diretamente a

qualidade de vida desses usuários em todos os aspectos biopsicossociais.

Portanto, considera-se que a importância da padronização das orientações aos

pacientes, bem como a criação e implementação de novos protocolos referentes a

nutrição pré e pós-operatória.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE

APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DOS DADOS QUANTITATIVOS

Hora

da

prim

eira

refe

ição

pós

pro

cedi

mento

Hora

da

pre

scrição

da

libera

ção

do jeju

m

Hora

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APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE COLETA DOS DADOS – ENTREVISTA SEMI-

ESTRUTURADA

Identificação: Idade: Sexo: Local de residência: Estado civil: Motivo da internação: Profissional que orientou o jejum:

A) Descreva como foi a orientação recebida referente ao jejum pré-operatório? B) Como é/ foi para você a experiência de manter o jejum? C) Houve necessidade de suspensão da cirurgia anteriormente? D) Quais as explicações que foram realizadas sobre o motivo da suspensão? E) Você acha que o período que ficou de Jejum estava adequado? Porquê? F) Você acha que as informações que recebeu sobre o jejum pré-operatório foram

claras e auxiliaram o seu entendimento? Por quê?

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APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pesquisador Responsável: Fabiana Rosa Neves Smiderle, Endereço: Rua Santa

Júlia, 180, Rio Marinho; CEP: 29112460 – Vila Velha – ES; Fone: (27) 999447263.

E-mail: [email protected]

O Sr. (a) está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa

“JEJUM PRÉ-OPERATÓRIO: DURAÇÃO E PERCEPÇÃO DO TEMPO DE JEJUM

EM PACIENTES IDOSOS”. Neste estudo pretendemos analisar a percepção dos

pacientes idosos frente à duração do período de jejum pré-operatórios. Este estudo

será realizado com idosos internados no Hospital da Santa Casa de Misericórdia de

Vitória e seus familiares. Anteriormente, será consultado o seu prontuário para

construção dos comparativos de análise da pesquisa. O Sr será submetido a uma

entrevista individual, que caso seja autorizado, esta será gravada para fins de

análise dos dados. Os áudios serão guardados com total sigilo da pesquisadora

responsável e posteriormente serão excluídos. Acreditamos que este estudo é

importante pois ajuda o profissional de saúde a entender estas práticas nos idosos e

assim melhorar a assistência em saúde. Para este estudo adotaremos uma pesquisa

do tipo descritiva desenvolvida a partir de abordagem qualitativa. O tipo de

procedimento apresenta um risco mínimo, mas que será reduzido mediante

orientações e avisos da total proteção à confidencialidade, com particular ênfase na

garantia do sigilo de informações confidenciais e sigilosas, obtidas na pesquisa,

através do anonimato dos participantes, por meio da adoção de nomes-

fantasia/pseudônimos. Nos casos em que o procedimento utilizado no estudo traga

algum desconforto, eu Fabiana Rosa Neves Smiderle serei responsável para

informar ao entrevistado que ele tem o direito de retirar-se da pesquisa a qualquer

momento, não havendo qualquer tipo de constrangimento entre as partes. Os

benefícios esperados com o estudo serão no sentido de instigar a criação de novas

linhas de pesquisa neste contexto, além de promover através do conhecimento um

maior domínio acerca do tema abordado, bem como buscar sempre melhorar a

assistência prestada ao paciente idoso. Para participar deste estudo você não terá

nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem financeira. Você será esclarecido

(a) sobre o estudo em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou

recusar-se a participar. Poderá retirar seu consentimento ou interromper a

participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em

participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é

atendido pelo pesquisador O pesquisador irá tratar a sua identidade com padrões

profissionais de sigilo. Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando

finalizada. Seu nome ou o material que indique sua participação não será liberado

sem a sua permissão.

O (A) Sr (a) não será identificado em nenhuma publicação que possa resultar deste

estudo. Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo

que uma via será arquivada pelo pesquisador responsável, na Escola Superior de

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Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM e a outra será

fornecida a você.

Caso haja danos decorrentes dos riscos previstos, o pesquisador assumirá a

responsabilidade pelos mesmos. Todas as páginas deverão ser rubricadas.

Eu, __________, portador do documento de Identidade ____________________ fui

informado (a) dos objetivos do estudo “JEJUM PRÉ-OPERATÓRIO: DURAÇÃO E

PERCEPÇÃO DO TEMPO DE JEJUM EM PACIENTES IDOSOS”, de maneira clara

e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei

solicitar novas informações e modificar minha decisão de participar se assim o

desejar.

Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma via deste termo de

consentimento livre e esclarecido e me foi dada à oportunidade de ler e esclarecer

as minhas dúvidas.

Vitória, _________ de __________________________ de 2018.

_________________________

Participante ou Responsável

____________________________

Pesquisador

____________________________

Testemunha

Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá

consultar o CEP EMESCAM – Comitê de Ética em Pesquisa da EMESCAM, assim

como o pesquisador responsável.

Endereço: Prédio da Farmácia - 3º andar, Escola Superior de Ciências da Santa

Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM

Av. N. S. da Penha, 2190, Santa Luiza - Vitória - ES - 29045-402.Telefone: 3334-

3586. E-mail: [email protected]

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ANEXO A – Parecer Consubstanciado do

CEP

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