Upload
josilene-noemia
View
187
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
IEC-INSTITUTO DE ENSINO E CULTURA
SAÚDE MENTAL
PARNAMIRIM2011
EDSON FRANCISCO DO NASCIMENTO
SAÚDE MENTAL
Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina saúde mental sob a orientação da Profª Débora Pereira como requisito parcial para obtenção de nota da referida disciplina.
PARNAMIRIM2011
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................
2 OBJETIVOS.................
OBJETIVO GERAL
OBJETIVO ESPECÍFICO
3 JUSTIFICATIVA..............
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................
5 METODOLOGIA.......
6 REFERÊNCIAS...............
1 INTRODUÇÃO
Este projeto de pesquisa científica tem como finalidade atender o requisito na
disciplina de saúde mental pra o aprofundamento do curso técnico de enfermagem no
Instituto de Ensino e cultura (I e C) Parnamirim “Rio Grande Do Norte”, respeitando as
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desde 1970 o que deve
ser rigorosamente obedecida.
Na pesquisa realizada por meios bibliográficos no sentido de investir e entender melhor
o desconhecido e lapidar as idéias que já se possui de um determinado tema.
A escolha do tema se deu através da curiosidade de obter mais conhecimento do
tema obtido.
O tratamento em saúde mental tem como finalidade permanente a reinserção
social do paciente em seu meio, devendo, portanto ser estruturado a oferecer
assistência integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços
médicos de enfermagem; de assistência social, psicológicos ocupacionais, de lazer e
outros.é importante ressaltar que é vedada a internação de pacientes portadores de
transtorno mentais em instituição com caracteristica asilares, ouseja,aquelas
desprovidas dos recursos mencionados.
Este projeto científico foi desenvolvido com o intuito de orientar melhor os
colegas sobre a doença seus procedimentos de tratamento o uso de psicofármacos na
saúde mental.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Conhecer o tema abordado.
2.2 OBJETIVO ESPECIFICO
Compreender melhor o tema saúde mental e suas consequências
3 JUSTIFICATIVA
O referido projeto de pesquisa explica de modo geral, o que é saúde mental,
pisicofármacos em saúde mental, dúvidas mais comuns, os riscos que os pacientes
correm antes, durante e depois do tratamento.
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A história da psiquiatria brasileira mostra uma trajetória muito similar à europeia,
importando e adotando seus paradigmas. Até o século XIX eram inexistentes as
políticas públicas para a loucura. Caminhávamos, como o resto do mundo, a passos
largos na consolidação da exclusão do louco. Segundo o psiquiatra Juliano Moreira, o
louco no Brasil era tratado conforme suas posses: os "abastados tranquilos" no próprio
domicílio ou enviados para as instituições européias, os "abastados agitados" eram
confinados a algum cômodo da casa. Quando pobre, o alienado tranquilo vagava pela
cidade, enquanto os agitados acabavam trancafiados nas cadeias comuns.
Entretanto, no início do século XIX, o poder público entendeu a loucura, assim
como na Europa, como um instrumento do poder político, institucionalizando a reclusão
do doente mental nos porões das Santas Casas de Misericórdia, geridas pelas Irmãs de
Caridade. Relatos de insalubridade e troncos utilizados para conter os agitados eram
constantes nas descrições dos médicos alienistas, que concordavam com a
inadequação do local, sendo favoráveis à construção de um local específico para o
tratamento dos loucos.
A reivindicação médica, com apoio da sociedade e de Pedro II, fez inaugurar, em
1852, uma instituição nomeada Hospício Pedro lI, em homenagem ao Imperador, anexa
a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Esse ano ficou marcado como o
nascimento da psiquiatria no Brasil.
Ainda que mantivesse quartos fortes e celas, o hospício esboçava um tratamento
mais humano, com iluminação, espaços abertos e arborizados e tratamento
ocupacional, fundamentado na proposta francesa do "tratamento moral". Entretanto, a
atuação medica do hospício ainda não era suficiente. Criticas quanto a pouca
autonomia do médico eram frequentes e as reivindicações por mais autoridade e poder
dentro da instituição hospitalar tomaram-se cada vez mais constantes.
Essa situação só se modificou na Proclamação da República, em 1889, que
afastou legalmente a igreja do estado e permitiu tanto a mudança nominal, de Hospício
Pedro II para Hospício Nacional de Alienados (HNA) quanto à ascensão da classe
médica ao controle da administração local. Nesse processo, ocorreu a saída das
religiosas, outrora responsáveis pelo local, fazendo-se necessário importar da França
mão de obra. Nesse contexto, em 1890, foi criada, em anexo ao HNA, a primeira escola
de enfermagem do Brasil, a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras (EPEE) –
Atual Escola de Enfermagem Alfredo Pinto – UNIRIO, para formar profissionais.
Em 1903, foi aprovado o decreto nº 1.132, primeira lei brasileira normatizadora
da loucura. Por meio desse decreto o hospício, sob administração do médico, foi
determinado como único lugar apropriado para a internação de doentes mentais. A
partir de então, o doente assim como seus bens ficariam sob a guarda provisória de um
curador. Faz-se importante destacar que o louco não poderia intervir ou mesmo
conhecer o tratamento recebido por ele.
Junto à autonomia do psiquiatra no Brasil, veio também o aumento do número de
instituições destinadas ao atendimento de doentes mentais. Com a criação, em 1923,
do órgão destinado a orientar o rumo dessa especialidade, a Liga Brasileira de Higiene
Mental (LBHM), fixou a relação doença mental-biologiaeugênia. A partir daí, o alvo da
psiquiatria seria toda a sociedade e não apenas o doente. Salvo raras exceções, a
psiquiatria, nas décadas de 20 e 30, esteve restrita ao hospício, de preferência,
afastado do centro das cidades. Dentre as exceções citamos uns dos primeiros sinais
de reforma, desempenhado por Ulisses Pernambuco, que criou no Recife, em 1936, um
serviço aberto para o doente e um sistema de educação especial para crianças,
introduzindo assim conhecimentos da psicologia e da sociologia.
Posteriormente, diversas instituições organizadoras do campo da psiquiatria
foram criadas. Dentre elas o Serviço Nacional de Doenças Mentais (SNDM), órgão
federal que administrava os serviços destinados ao doente mental. Esse órgão, a partir
de 1941, estabeleceu um convênio federal-estadual que viabilizou o aumento da
quantidade de hospitais públicos (hospitais-colônia). Além da internação excludente do
louco, a expansão definia a especialidade de psiquiatria, por meio de intervenções
como a psicocirurgia e a eletroconvulsoterapia.
Para os mais abastados, que poderiam arcar com os custos de um tratamento
mais confortável e com o menor índice de mortalidade, foram criadas as instituições
particulares. Nessa época, cerca 80% dos leitos eram públicos, enquanto apenas 20%
eram privados. Entretanto essa lógica estava preste a se transformar radicalmente, o
que culminou na inversão desses valores em 1981, quando cerca de 70% dos leitos
eram privados e apenas 30% eram públicos.
O ano de 1964 foi o mais representativo para essa transição, pois o governo
militar praticamente anulou a influência de setores organizados da sociedade
(sindicatos, associações de classe), reduzindo suas atuações e reivindicações. O
Estado militar, de forma populista, ampliou a cobertura da previdência social para todas
as classes de trabalhadores. Entretanto, para suprir tal demanda, em vez de
providenciar mecanismos que suprissem a carência da população, optou pelo contrato
de serviços privados, fomentando o desenvolvimento do serviço de saúde particular e
favorecendo a acumulação de capital dos donos dessas instituições.
Os serviços de saúde voltados à loucura, além de excludentes, eram
economicamente favoráveis aos empresários interessados no lucro gerado pela
"indústria da loucura", tal fato propiciou a expansão da rede de hospitais psiquiátricos
privados. Corroborando essa lógica, proprietários de grandes hospitais psiquiátricos
foram designados para cargos decisórios na gerência da área de saúde.
Em contraposição ao modelo hospitalar privado hegemônico, chegaram ao
Brasil, na década de 1960, ideais da "psiquiatria comunitária", vigente nos Estados
Unidos. A psiquiatria comunitária entendia a importância da redução da doença mental
na comunidade, por meio da prevenção da doença e promoção da "saúde mental".
Pode-se observar nitidamente essa postura nas discussões do I Congresso Brasileiro
de Psiquiatria de 1970 e nas recomendações da Organização Mundial de Saúde e
Organização Pan-Americana de Saúde.
Entre os anos de 1978 e 1980 iniciou-se o processo de reforma psiquiátrica
brasileira, ocorrendo também nesse período a criação do Movimento dos Trabalhadores
em Saúde Mental (MTSM). O MTSM salientou a necessidade de aliança com os
movimentos populares e com a opinião pública, inspirando-se mais diretamente no
modelo proposto por Basaglia e pelo movimento de Psiquiatria Democrática na Itália.
Com a bandeira "Por uma sociedade sem manicômios", iniciou-se a luta pela
implantação de serviços efetivamente substitutivos ao hospital psiquiátrico
convencional. Tendo o início do movimento da Reforma Psiquiátrica no Brasil.
Em 1989, houve o lançamento do Projeto de Lei Paulo Delgado, propondo a
extinção e a substituição gradativa dos serviços do tipo manicomial por serviços abertos
e inseridos na comunidade. Tal documento foi ratificado pelas diretrizes indicadas na
Conferência de Caracas, ocorrida em 1990. A partir desse momento, criou-se um
consenso entre os governos latino-americanos em tomo da reforma psiquiátrica, o que
culminou na II Conferência Nacional de Saúde Mental, em 1992, marcando
historicamente a psiquiatria brasileira com um novo período de consolidação da reforma
psiquiátrica no país.
Ainda em 1989, na cidade de Santos (SP), implantaram-se Núcleos de Atenção
Psicossocial, inspirados na experiência italiana, um serviço comunitário de portas
abertas durante 24 horas por dia, sete dias por semana, e capaz de atender a
praticamente todo tipo de demanda de cuidado em saúde mental. Na capital paulista,
foram fundados os Centros de Atenção Psicossocial, serviços abertos oito horas por
dia, cinco dias por semana, que também mais tarde foram difundidos pelo país.
No início da década de 1990, portarias ministeriais estabeleceram a
normatização e o financiamento para os novos serviços de saúde mental,
estabelecendo critérios e patamares sucessivos de qualidade. Em decorrência dessas
mudanças, Vasconcelos (1996) denomina esse processo de 'desospitalização
saneadora', pois levou a redução significativa do número de leitos em hospitais
especializa dos em psiquiatria.
Em paralelo ao processo de desospitalização foram abertos leitos psiquiátricos
em hospitais gerais e serviços de atenção psicossocial (hospital-dia, CAPS-Centro de
Atenção Psicossocial, NAPS-Núcleo de Atenção Psicossocial). Em todos esses novos
serviços, profissionais da área social e da saúde foram chamados a fazer parte das
equipes multiprofissionais mobilizadas.
Nesse período, observou-se aumento significativo do número de organizações
de usuários e familiares, tornando-as vozes ativas no processo de planejamento,
execução e avaliação de serviços e políticas de saúde mental.
Nas grandes cidades, a partir de meados da década de 1990, assiste-se a um
quadro econômico e social marcado pelo aumento significativo das taxas de
desemprego, miséria e violência social. Tal fato gerou aumento nas incidências de
estresse, ansiedade, fobia, dependência química, dentre outros, o que aumentou os
desafios colocados para os programas de saúde mental.
Contraditoriamente, assistimos ainda no campo médico-industrial, a um avanço
vertiginoso das abordagens voltadas para os fenômenos neuroquímicos e genéticos,
com ampla difusão de novas técnicas de mapeamento cerebral e de novos
medicamentos, representando uma verdadeira onda de conservadorismo profissional,
onde curar é um objeto final a ser alcançado por meio do tratamento.
A Reforma Psiquiátrica trouxe consigo nova acepção acerca do tratamento
psiquiátrico, onde a cura não é o objeto final. A ação de curar praticamente equivale à
ação de tratar, ao cuidado, ao estar - com. Na primeira acepção, curar é um fim. Na
última, é um meio. (TEIXElRA, 1996)
PRINCIPAIS TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS
A palavra “transtorno" é usada para definir um conjunto de sintomas que
geralmente envolvem sofrimento pessoal e interferência nas funções que o indivíduo
necessita exercer em sua vida. O transtorno mental precisa ser identificado para que o
paciente possa receber tratamento adequado. Embora não seja o objetivo da equipe de
enfermagem elaborar os diagnósticos psiquiátricos, é muito importante que tome
conhecimento deles a fim de que possa fazer a sua parte no tratamento do paciente. A
seguir veremos um resumo dos sintomas presentes nos principais transtornos mentais.
TRANSTORNOS DE HUMOR
O transtorno de humor também pode ser chamado de transtorno afetivo, transtorno bipolar ou
ciclotimia. Essa nomenclatura é utilizada, pois observamos nesse transtorno dificuldades na área do
afeto, que é a capacidade, de vivenciar internamente os sentimentos. Uma pessoa que tem transtorno
de humor pode apresentar variação de humor, isto é, em determinado momento apresenta mania e no
outro apresenta depressão.
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS
Conceito
Doença caracterizada por humor baixo, apresentando tristeza e angústia, assim como redução da
capacidade de sentir prazer e satisfação.
Sinais e sintomas
• Tristeza patológica com perda da autoestima
• Falta de ânimo
• Cansaço fácil
• Não sente interesse por nada
• Concentração e atenção reduzidas
• Autoconfiança reduzida, ideias de culpa e
inutilidade, visões desoladas e pessimistas do
futuro
• Ideias ou atos autodestrutivos, ou lesivos e até
suicida
• Dificuldades em relação ao sono e apetite
Tipos
Maior
O paciente apresenta pelo menos 5 sintomas por um período mínimo de duas semanas: Desanimo na
maior parte do dia, falta de prazer nas atividades diárias, distúrbios do sono, fadiga intensa, dificuldade
de concentração, ideias de suicídio ou morte.
Crônica (distimia)
Apresenta os mesmos sintomas da depressão maior, mas com intensidade menor e duração de tempo
maior (aproximadamente dois anos).
Atípica
Esses tipos de pacientes geralmente comem e dormem muito, e apresentam sentimento de rejeição.
Pós - parto
Acontece logo após o parto, e deve-se a perturbações e alterações de foro emocional e/ou hormonal.
Afetivo sazonal
Caracterizada por episódios anuais de depressão, geralmente no outono e no inverno.
Tratamento
Deve ser entendido de forma globalizada levando em consideração o ser humano como um todo
incluindo dimensões biológicas, psicológicas e sociais. Portanto, a terapia deve abranger todos esses
pontos e utilizar a psicoterapia, mudanças no estilo de vida e a terapia farmacológica. Principais
drogas são: amitriptilina (Arnytril®, Tryptanol®); clomipramina (Anafranil®); imipramina (Imipra®,
TofranilQi');maprotilina (Ludiomil®); nortriptilina (Pamelor®); citalopram (Cipramil®, Parmil®,
Procimax®); fluoxetina (Daforim®, Deprax®, Eufor®, Fluxene®, Nortec®, Prozac®, Verotina®);
Nefazodona (Serzone®); paroxetina (Aropax®, Pondera®, Cebrilin®); sertralina (Novativ®, Tolrest®,
Zoloft®, Serenata®).
TRANSTORNOMANÍACO
Conceito
Caracteriza-se por euforia, expansão do eu e aceleração das funções psíquicas. Essa aceleração
pode ser observada pela agitação psicomotora, pela exaltação, pela logorreia (fluxo incessante da
palavra e das frases) e pelo pensamento acelerado.
Sinais e sintomas
• Humor excessivamente animado, exaltado,
eufórico, alegria exagerada e duradoura
• Extrema irritabilidade, impaciência ou "pavio
muito curto”
• Agitação, inquietação física e mental
• Aumento de energia, da atividade, começando
muitas coisas ao mesmo tempo sem conseguir
terminá-Ias
• Otiminismo e confiança exagerados
• Pouca capacidade de julgamento,
incapacidade de discernir.
• Crenças irreais sobre as próprias capacidades
ou poderes, acreditando possuir muitos dons ou
poderes especiais
• Ideias grandiosas
• Pensamentos acelerados, fala muito rápida,
pulando de uma ideia para outra, tagarelice
• Facilidade em se distrair, incapacidade de se
concentrar
• Comportamento inadequado, provocador,
intrometido, agressivo ou de risco
• Gastos excessivos
• Desinibição, aumento do contato social,
expansividade
• Aumento do impulso sexual
• Agressividade física e/ou verbal Insônia e pouca
necessidade de sono
Tratamento
É medicamentoso, e as drogas mais utilizadas são: carbonato de lítio, carbamazepina, oxcarbazepina
e·ácido valproico.
TRANSTORNOS DA ANSIEDADE
Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou
desconforto derivado da antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. A ansiedade é
uma reação normal ao estresse, porém, pode se transformar em doença quando essas reações são
exageradas, desproporcionais em relação ao estímulo e interferem com a vida, com o conforto
emocional ou nas atividades de vida diária da pessoa.
Fobia social
Medo de expor-se mesmo para grupos pequenos e situações informais. O paciente geralmente conta
com uma auto estima rebaixada e não é incomum que procure o isolamento como forma de evitação
do medo.
Fobias específicas
Medo de objetos ou situações específicas, tais como avião, altura, animais. Às vezes passa
despercebida durante um tempo, pois o paciente vai procurando evitar o estímulo temido, até um
ponto em que o próprio comportamento de evitação passa a se tomar um problema.
Agorafobia
Medo excessivo de espaços abertos, multidões e situações em que haja dificuldade de fuga (lojas,
supermercados, teatros, transportes coletivos, túneis, elevadores) e de ficar sozinho, mesmo que seja
em sua própria casa. A ansiedade pode chegar ao pânico. É a mais incapacitante de todas as fobias.
Transtorno
Caracteriza-se por ataques de pânico recorrentes e sem motivo inicial aparente. Nesses ataques de
pânico, a pessoa experimenta diversos sintomas característicos como: coração acelerado, respiração
rápida e sentida como ineficiente, dor no peito ou no estômago, suores, tremores, dormências,
tonturas, náuseas e outros. O principal desses ataques é a sensação de terror que o paciente
experimenta diante da nítida sensação de que vai morrer ou perder totalmente o controle. Na verdade,
essa sensação é tão real que o paciente passa a temer outro ataque de pânico, passa a ter medo de
ter medo.
Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)
O paciente desenvolve pensamentos ou ações repetitivas que ele próprio considera inapropriada, mas
que não consegue controlar, muitas vezes porque acredita que algo trágico ocorrerá a si ou a outros
casos ele não as execute. Esse é um transtorno que pode ser extremamente incapacitante, pois,
dependendo do grau em que está, o paciente fica preso em uma série de rituais, não conseguindo,
muitas vezes, realizar nem mesmo tarefas de organização diária a contento. Além disso, dependendo
do ato compulsivo realizado, a pessoa pode provocar lesões em si mesma, como por exemplo, na
lavagem quase contínua das mãos.
Transtorno de estresse pós-traumático
Paciente refere evento fortemente traumático. (estupro, catástrofes, sequestros), muito estressante e a
partir do qual desenvolve repetidos episódios nos quais, mediante a lembrança do evento, desenvolve
uma série de reações como entorpecimento, ausência de respostas aos estímulos, sonolência
excessiva, redução da memória ou concentração.
TRANSTORNO ESQUIZOFRÊNICO
É um dos transtornos mentais mais graves e incapacitantes. O paciente com transtorno esquizofrênico
tem afetadas suas funções psicológicas, como o conteúdo e processo de pensamento, sua fala, sua
percepção, seu comportamento e seu afeto.
Causas
Fatores genéticos
• Pessoas que possuem esquizofrênicos na família possuem 15% a mais de chance de desenvolver a
doença se comparados ao restante da população.
Fatores bioquímicos
• Consistem nas anormalidades dos neurotransmissores.
Fatores anatômicos
• Redução do tamanho de algumas regiões cerebrais e uma diminuição da atividade metabólica.
Outras causas
• Gripe materna durante o 2º trimestre da gravidez, traumas do parto, lesões cranioencefálicas,
epilepsia, tumor cerebral, AVC, lúpus eritematoso sistêrnico, parkinson, abuso de álcool.
Sinais e sintomas
Positivos
• Alucinação Sensações ou percepções clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) que não
existe, mas que é extremamente real para o paciente.
Delírio
Delírio persecutório Pensa que está sendo enganada, vigiãda, perseguida
Delírio de referência Acredita que situações são dirigi das a ela.
Delírio de pensamento Acredita que outras pessoas podem ler sua mente.
Negativos
• Apatia
Dificuldade em sentir emoção, motivação, entusiasmo.
• Anedonia
Capacidade reduzida de sentir prazer.
• Embotamento afetivo
Redução da capacidade de demonstrar emoções.
• Abulimia
Ausência da vontade de realizar um ato.
• Isolamento social
Desorganizados
• Transtorno do pensamento
Pensamento e discurso confusos, se afastado do teor do tema original da conversa.
• Comportamento bizarro
Incluem as tolices infantis, agitação e aparência, higiene ou conduta inadequada.
Tipos
Esquizofrenia paranoide
O paciente apresenta conteúdo de pensamento delirante de perseguição ou de grandeza, ciúme
delirante. Apresenta alucinações auditivas relacionadas a um único tema.
Esquizofrenia desorganizada
Caracteriza-se por comportamento regressivo e primitivo, embotamento afetivo, comunicação
incoerente e pensamento desorganizado. Pode apresentar alucinações.
Esquizofrenia catatônica
Caracteriza-se por permanecer em estupor fixo por longos períodos, podendo surgir breves explosões
de extrema agitação.
Esquizofrenia residual
A pessoa tem história de episódios esquizofrênicos agudos, porém apresentam sintomas negativos
e/ou desorganizados.
Tratamento
Visa o controle dos sintomas e a reintegração do paciente ao meio social. O tratamento da
esquizofrenia requer duas abordagens: medicamentosa e psicossocial.
Principais drogas utilizadas
Haloperidol (Haldol~)
Clorpromazina (Glicoben®, Diabinese®)
Risperidona (Risperdal®, Risperidon®)
Olanzapina (Zyprexa®)
TRANSTORNOS ALIMENTARES
Conceito
Distúrbio grave do comportamento alimentar, acompanhado por distorção da
imagem corporal ou da percepção a si mesmo. Os dois principais tipos de
distúrbio alimentar caracterizam-se pela preocupação exagerada com o peso
corporal e com dietas alimentares. A pessoa se olha no espelho e, embora
extremamente magra, se vê obesa.
Sinais e sintomas
Preocupação exagerada com o valor calórico dos alimentos e com a pouca
ingestão de alimentos, chegam a ingerir apenas 200 kcal por dia. Perda
exagerada de peso em curto espaço de tempo sem nenhuma justificativa. Nos
casos mais graves, o índice de massa corpórea chega a ser inferior a 17.
Recusa em participar das refeições familiares. Os anoréxicos alegam que já
comeram e que não estão mais com fome. Interrupção do ciclo menstrual
(amenorreia) e regressão das características femininas. Atividade física intensa
e exagerada. Depressão, síndrome do pânico, comportamentos obsessivo-
compulsivos. Visão distorcida do próprio corpo. Apesar de extremamente
magras, essas pessoas julgam-se com excesso de peso. Pele extremamente
seca e coberta por lanugo (pelos parecidos com a barba de milho).
Causas
Predisposição genética. O conceito atual de moda que determina a magreza
como símbolo de beleza, elegância e sucesso. Baixa autoestima,
perfeccionismo, conflitos relativos à identidade, sentimento de inadequação.
Alterações neuroquímicas cerebrais, especialmente nas concentrações de
serotonina e noradrenalina.
Tratamento
Psicoterapia individual ou em grupo. Reintrodução de alimentos deve ser
gradativa. Não há medicação específica para a anorexia nervosa,
Medicamentos antidepressivos podem ajudar a atenuar sintomas depressivos,
compulsivos e de ansiedade. Suplementos vitamínicos e minerais.
BULIMIA NERVOSA
Conceito Caracteriza-se pela ingestão de grandes quantidades de alimentos, seguidos
por sentimentos de culpa, humilhação, depressão e autorreprovação. Podem
ser usados métodos compensatórios para impedir o ganho de peso, tais como
vômitos autoinduzidos, uso de laxantes e/ou diuréticos e prática de exercícios
extenuantes. Não há alteração significativa do peso corporal
Sinais e sintomas
Comer em segredo ou escondido dos outros. Alimentação excessiva, sem.
aumento proporcional do peso corporal. Garganta inflamada, azia persistente,
rouquidão, erosão dos dentes. Calo ou cicatrizes nos dedos Amenorreia.
Causas Idem anorexia nervosa.
TratamentoPsicoterapia, aconselhamento dietético e tratamento medicamentoso são as
principais vertentes. Antidepressivos podem ajudar.
CUIDADOS INTENSIVOS EM PSIQUIATRIA
A emergência psiquiátrica atende pacientes com quadro complexo, sendo
necessário que a equipe responsável tenha a capacidade de escutar, assim como ser
desprovidas de preconceitos para estabelecer o plano de cuidados mais adequado
àquele indivíduo. O Ministério da Saúde (2003) sugere um modelo básico de seis
etapas a ser utilizado para intervenção em crise:
1ª etapa: Explorar e definir o problema baseando-se na perspectiva do paciente,
prestando atenção nas mensagens não-verbais – gestos, olhares e corpo podem
indicar emoções que nem sempre são expressas verbalmente.
2a etapa: Demonstrar de modo verbal e não-verbal que você se importa com ele,
favorecendo o desenvolvimento de uma relação de confiança entre paciente e
profissional de saúde mental.
3ª etapa: Providenciar segurança ao paciente, avaliando o grau de risco para a
segurança física e psicológica de si mesmo e de terceiros.
4ª etapa: Auxiliá-lo a buscar alternativas de escolhas disponíveis, buscando
apoio na família e nos amigos, mecanismos de defesa/adaptação e padrões
construtivos de pensamento.
5ª etapa: Construir junto com o paciente planos realistas de curto prazo que
identifiquem recursos disponíveis e mecanismos de adaptação bem definidos.
6ª etapa: Obtenha do paciente o compromisso de seguir os passos necessários,
possíveis e aceitáveis para correção do problema.
Faz-se necessário um exame cauteloso buscando conhecer o motivo da consulta
por meio de uma aproximação com o paciente assim como com o acompanhante,
abordando temas relativos ao quadro atual assim como internações anteriores. Os
quadros mais observados em uma emergência psiquiátrica são aqueles relacionados
com depressão grave e tentativa de suicídio, agitação psicomotora, quadros graves de
ansiedade ou psicose; e quadros abstinência ou intoxicação por substâncias
psicoativas lícitas ou ilícitas
Depressão e/ou tentativa de suicídio
Ações
Comportamento relacionado à depressão e quadros psicóticos. Alguns
cuidados gerais:
• Priorizar o quadro clínico (ferimentos, uso de drogas, entre outros), de acordo
com o tipo de tentativa.
• Não liberar o paciente se persistir na intenção de suicídio ou suspeita de
riscos de novas tentativas.
• Não permitir que a pessoa deixe o hospital desacompanhado.
• Recomendar expressamente vigilância 24 horas por dia nos próximos dias.
• Encaminhar para imediato acompanhamento psiquiátrico ambulatorial ou em
CAPS.
Agitação psicomotora e/ou agressividade
Ações
• Abordagem verbal, evitando o confronto, mantendo diálogo amigável e firme.
• Oferecer atividades que descarreguem energia.
• Oferecer água e alimentos.
• Se necessário, contenção física de acordo com técnica recomendada.
• Medicação prescrita.
Abuso de substâncias psicoativas
Álcool • Sinais e sintomas de abuso/dependência: hálito alcoólico, hiperemia de olhos
e faces, náuseas, vômito, nervosismo, agressividade, hipertensão arterial,
fraqueza muscular, remores, fala arrastada, desinibição, diminuição de memória
de fixação.
• Faz-se importante excluir complicações clínicas como insuficiência hepática,
hematoma subdural, sangramento digestivo e Síndrome de Wernicke.
• Tratamento da agitação com medicamentos.
• Restrição física, se necessário.
• Em casos de diminuição do nível de consciência, é preconizada administração
de glicose endovenosa.
• A mensuração do teor de álcool nó organismo.
• Observação e monitoração da febre, hipotensão ou hipertensão.
• Deve-se sempre realizar diagnóstico diferencial para: hipoglicemia, intoxicação
por benzodiazepínicos, encefalopatia hepática e delirium tremens.
Principais complicações do abuso do álcool:
• Delirium tremens: desorientação, agitação, alucinações visuais e táteis
(pequenos animais sobre o corpo), sudorese, taquicardia e febre.
• Síndrome de Wemick (causada pela deficiência de tiamina): rebaixamento do
nível de consciência, nistagmo e ataxia.
• Estado de abstinência: conjunto de sintomas que podem ser muito graves, em
reação à ausência da substância da qual o indivíduo tomou-se dependente,
como convulsões, alucinações, contrações musculares involuntárias e
dolorosas, entre outros.
Cocaína (cristal ou
crack)
• Sinais e sintomas de abuso/dependência: euforia, excitação, sociabilidade,
fome reduzida, mania de grandeza, sensação de força física e mental
aumentada, loquacidade, bom humor, pupilas dilatadas, coriza, náuseas,
vômitos, cefaleia e vertigem.
• O tratamento é sintomático sendo necessário observar a hidratação, o estado
nutricional e os sinais vitais.
• Administração de medicamentos, segundo o quadro observado, para reduzir a
ansiedade, para induzir o sono e os anticonvulsivantes.
• Ressuscitação cardiopulmonar, quando necessário.
PSICOFÁRMACOS EM SAÚDE MENTAL
Ansiolíticos - diazepan (Valium®), alprazolam (Frontal®), clordiazepóxido
(Psicosedin®), lorazepan (Lorax®), bromazepan (Lexotan®).
Os ansiolíticos têm a capacidade de aliviar a ansiedade ou a tensão emocional
simples. Devem ser empregados nas seguintes situações específicas: para tratar dos
pacientes que sofrem de delirium tremens, para aliviar a ansiedade de pacientes que
sofrem estresse situacional moderado, para potencializar os medicamentos
anticonvulsivantes, para aliviar o espasmo muscular e para reduzir os níveis de
ansiedade endógena, com intuito de beneficiar a psicoterapia.
Sedativo Hipnótico - barbitúricos: fenobarbital (Gardenal®); pentobarbital
(Hypnol®) e benzodiazepínicos: estazolan (Noctal®), flunitrazepan (Rohypnol®,
Fluserin®), flurazepan (Dalmadorm®), midazolan (Dormonid®) e nitrazepan
(Nitrazepan®, Sonebon®).
São drogas utilizadas para reduzir a inquietação e tensão emocional, além de
serem usadas para induzir a sedação e o sono. Os hipnóticos podem ser divididos em
dois grupos: barbitúricos (fenobarbital e pentobarbital) e não barbitúricos
(benzodiazepínicos). Essas drogas produzem efeitos que variam desde a sedação até o
sono e o coma, na dependência da quantidade e da via administrada; os
benzodiazepínicos ainda têm uma ação ansiolítica já descrita anteriormente. A
prescrição de hipnóticos, em geral, é um tratamento sintomático, pois não há a indução
do sono natural e muitos deixam o paciente, no dia seguinte, com sensação
de "ressaca": dor de cabeça, sensação de noite mal dormida e mal estar.
Neurolépticos ou Antipsicóticos: Sua indicação específica é para o tratamento
das psicoses.A ação dos neurolépticos vai promover a alteração na sintomatologia
psicótica como a diminuição e cessação dos impulsos agressivos, da agitação
psicomotora, desaparecimento gradual das alucinações e delírio; na área
comportamental promovem empobrecimento da iniciativa e do interesse, indiferença
emocional e cansaço.
São divididos em típicos ou convencionais e atípicos ou de nova geração.
Exemplos de medicamentos convencionais são clorpromazina, levomepromazina,
flufenazina, haloperidol, tioridazina, trifluoperazina, entre outros. Esses medicamentos
geram efeitos colaterais indesejáveis como taquicardia, boca seca, disúria e
constipação intestinal, além de distonia, parkinsonismo, acatisia e discinesia tardia.
As drogas de nova geração geram menos efeitos adversos do que as
convencionais. Exemplos de medicamentos atípicos: clozapina, risperidona, olanzapina,
ziprazidona, entre outros.
Antidepressivos: São indicados para (diminuir ou acabar com) os estados
depressivos, pois reduzem a intensidade dos sintomas e a tendência suicida. Os
antidepressivos podem ser agrupados em tricíclicos, inibidores da monoaminoxidase
e atípicos. Antidepressivos tricíclicos: mineptina (Survector®); amitriptilina (Tryptanol®,
Tryptil®); clomipramina (Anafranil®; Anafranil SR-liberação lenta); imipramina
(Tofranil®, Imipramine®) e nortriptilina (pamelor®); inibi dores da monoaminoxidase
(IMAO): moclobemida (Aurorix®) e a tranicilpromina (pamate ®). antidepressivos
diversos (atípicos®): fluoxetina (Prozac®, Daforin®, Eufor®).
AntiColinérgicos Centrais: Exercem efeitos antiparkinsonianos, sendo usados
em, psiquiatria para diminuir ou acabar com os efeitos extrapiramidais dos
neurolépticos, porém não deve ser usado na discinesia tardia. O biperideno
(AlGneton®, Akineton retard®) é a droga mais usada atualmente no Brasil. É
contraindicado para pacientes com glaucoma de ângulo fechado, cardiopatias
descompensadas, insuficiência hepática, hipertrofia prostática, hipertensão arterial,
estenoses do aparelho digestivo.
CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO DOS PSICOFÁRMACOS
• Manter esses medicamentos devidamente acondicionados: lugar seguro, protegidos
da luz, calor e umidade. Vale destacar que esses medicamentos devem ser
rigorosamente controlados por razões legais e de seus efeitos no sistema nervoso
central.
• Deve-se seguir os cinco princípios da administração medicamentosa, conferindo:
prescrição certa; paciente certo; dose certa; hora certa; local de aplicação certo.
• Observar efeitos adversos e a evolução clínica do paciente, comunicando-os a equipe
terapêutica e registrando-os.
• Rever as possíveis interações medicamentos e/ou alimentos. Como por exemplo, na
ingestão de álcool que potencializa o efeito dos benzodiazepínicos, deprimindo o SNC e
o centro respiratório.
• Ter cuidados especiais na primeira fase da administração de antidepressivos,
sobretudo nos casos de tentativa de suicídio, pois aumenta o risco quando a medicação
começa a fazer efeito e o paciente melhora.
• Observar idosos e crianças, pois o metabolismo do fígado é mais lento e possuem
menos gordura corporal.
• Quanto aos neurolépticos, é fundamental assegurar que o paciente ingeriu o
medicamento (por muitas vezes, o paciente não ter a consciência do seu adoecimento
ou estar planejando o suicídio).
• Observar sinais vitais, eliminações de fezes e urina, evolução do quadro geral.
• Mulheres devem ser orientadas quanto a interação desses medicamentos com
anticoncepcionais, avisar aos profissionais de saúde caso engravidem devido à
passagem do medicamento para o leite materno.
5 METODOLOGIA
O referido trabalho foi baseado em pesquisas bibliográficas e internet.
REFERÊNCIAS
Artigos de livros:
Auxiliar/Técnico Enfermagem: teoria e dicas: questões de provas comentadas/
Carlos Roberto Lyra da Silva [et al.]. Rio de Janeiro: Águia Dourada, 2011. 279p.
Material de internet:
Disponível em: http://www.clinicadesaudementaldoporto.pt/002.aspx?dqa=0:0:0:49:0:0:-
1:0:0&ct=48