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Projeto de Produto - Ibpex Digital

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    Robson Seleme

    Alessandra de Paula

  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas

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  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas

    Robson Seleme Alessandra de Paula

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  • Seleme, Robson Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas

    [livro eletrnico] / Robson Seleme, Alessandra de Paula. Curitiba: Ibpex, 2012. (Srie Gesto Comercial).

    2 Mb ; PDF

    Bibliografia. ISBN 978-85-7838-988-8

    1. Administrao de projetos 2. Desenho industrial 3. Engenharia Projetos 4. Produtos novos Design I. Paula, Alessandra de. II. Ttulo. III. Srie.

    12-14981 CDD-658.5752

    Editor-chefe :: Lindsay Azambuja

    Editor-assistente :: Ariadne Nunes Wenger

    Editor de arte :: Raphael Bernadelli

    Copidesque :: Enilda Pacheco

    Anlise de informao :: Andr Akamire Ribas

    Reviso de texto :: Schirley Horcio de Gois Hartmann

    Capa e fotografia :: Denis Kaio Tanaami

    Projeto grfico :: Raphael Bernadelli

    Diagramao :: Katiane Cabral

    1 edio, 2012.

    Foi feito o depsito legal.

    Informamos que de inteira responsabilidade dos autores a emisso de conceitos.

    Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prvia autorizao da Editora Ibpex.

    A violao dos direitos autorais crime estabelecido na Lei n 9.610/1998 e punido pelo art. 184 do Cdigo Penal.

    Av. Vicente Machado, 317 . 14 andarCentro . CEP 80420-010 . Curitiba . PR . BrasilTel.: (41) 2103-7306www.editoraibpex.com.br [email protected]

    ndices para catlogo sistemtico:1. Produtos novo : Design e desenvolvimento: Administrao da produo 658.57522. Projeto de produto: Administrao da produo 658.5752

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  • notas sobre os autores

    Rob son se le m e graduado em Engenharia Civil pela Universida-de de Mogi das Cruzes (UMC-SP) com especializao em MBA Executivo Internacional pelo Ins-tituto Superior de Ps-Graduao (ISPG) e mestre em Engenharia de Produo pela Universidade Fe-deral de Santa Catarina (UFSC).

    Atua como professor da Pon-tifcia Universidade Catlica do Paran (PUCPR) em vrias disci-plinas, dentre elas Projeto de De-senvolvimento de Produtos, Pla-nejamento e Gesto da Produo e Administrao da Produo. Faz parte do quadro docente da ps-graduao da PUCPR e coorde-nador dos cursos de Gesto de Sis-temas Produtivos Industriais e de Gesto em Logstica da Faculdade de Tecnologia Internacional(Fatec Internacional).

    Alm dessas atividades, exer-ceu a funo de consultor de em-presas na rea de planejamento e

    controle de produo de inds-trias e iniciativas pblicas, bem como de gerente tcnico e co-mercial na execuo de mais de 40 projetos.

    Ale ssAndRA de PAulA gradua-da em Administrao de Empre-sas com nfase em Marketing, com especializao em Planeja-mento e Gerenciamento Estrat-gico pela Pontifcia Universidade Catlica do Paran (PUCPR).

    Atua como instrutora de trei-namento e consultora em diver-sas empresas nas reas de desen-volvimento de produtos, realiza o planejamento estratgico para o lanamento de produtos para a indstria farmacutica, com a elaborao de prospeco de mer-cado, alm de administrar even-tos de lanamentos, campanhas promocionais e propaganda de produtos.

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  • s pessoas que amamos e, em especial, aos nossos pais

    Otilia Bohlen Seleme e Jorge Seleme,Maria Diniz de Paula e Jos Djamiro de Paula

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  • apresentao

    Vrios so os fatores que possibilitam empresa alcanar o sucesso almejado. Relacionados fora da marca, me-recem especial destaque os processos de desenvolvimen-to e gesto de bens e servios, por conferirem o suporte necessrio para que a empresa se mantenha produtiva e competitiva. Tanto o desenvolvimento como a gesto com-preendem vrias etapas, que vo do planejamento e da concepo do produto at sua manuteno no mercado.

    Por assim ser, e com vistas a facilitar a compreenso do leitor a respeito das especificidades do assunto, estrutura-mos esta obra de maneira a permitir a compreenso de uma metodologia fundamentada na seqncia de apresen-tao dos elementos constituintes de um projeto de produ-to. O livro est dividido em seis captulos e cada um deles trata de uma etapa da elaborao e da execuo de um projeto de produto. Dessa forma, o primeiro captulo tem o objetivo de introduzir o leitor nos conceitos bsicos da rea em questo, de modo a realizar uma rpida apresentao do ciclo de vida do produto, bem como a caracterizao e a tipologia dos bens e servios. Tratamos ainda de elemen-

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  • tos importantes sobre marca, design de produto e percepo, porque julgamos que esses conhecimentos so necessrios a um bom e eficiente projeto de produto.

    O segundo captulo reservado s abordagens estratgi-cas desencadeadas no processo de planejamento de produto, cuja nfase se d nas funes de produo e de marketing. Nesse mbito, oferecemos ao leitor a anlise das foras que atuam sobre a indstria quando do lanamento de um novo produto no mercado.

    O terceiro captulo centra-se na anlise dos elementos que devem ser considerados no processo de concepo do pro-duto, fundamentado no critrio da inovao. Alm disso, ofe-recemos informaes sobre o processo de gerao de idias, bem como sobre a importncia de o profissional dessa rea ter conhecimentos a respeito de estilo e percepo visual.

    Destinamos o quarto captulo apresentao do processo de desenvolvimento de bens e servios, considerando todos os elementos que constituem o projeto de produto. Aborda-mos tcnicas aplicadas aos projetos de produtos (bens ou servios) e conferimos um rpido tratamento ao desenvolvi-mento de produtos sustentveis. Alm desses aspectos, foca-lizamos a elaborao de embalagens e de prottipos e ainda oferecemos dados sobre a certificao de novos produtos.

    No quinto captulo, propomos uma anlise do mercado, seus tipos e caractersticas, bem como os processos e as es-tratgias que envolvem a dinmica de lanamento de novos produtos no mercado.

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  • Finalmente, o sexto e ltimo captulo pretende introduzir o leitor no tema relacionado manuteno do produto no mercado e avaliao da administrao da marca, oferecen-do, assim, a viso de todo o processo que envolve o projeto de produto.

    Ao final de cada captulo, disponibilizamos ao leitor algu-mas questes para reflexo, com o objetivo de auxili-lo no entendimento dos contedos ora apresentados. Com isso, es-peramos que o leitor possa ter melhor compreenso dos pro-cessos de planejamento, concepo, desenvolvimento, lan-amento e manuteno de um novo produto no mercado.

    Os autores

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  • sumrio

    Introduo >> 17

    1 Conceitos para o desenvolvimento de produtos e marcas >> 23

    1.1 Processo produtivo >> 23

    1.2 Produtos >> 26

    1.3 Bens e servios >> 28

    1.4 Ciclo de vida do produto >> 32

    1.5 Tipologia de bens e servios >> 40

    1.6 Marca >> 44

    1.7 Design do produto >> 47

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  • 2 Planejamento estratgico do produto para o mercado >> 55

    2.1 Modelo estratgico e conceitos fundamentais >> 56

    2.2 Vantagem competitiva >> 57

    2.3 Competio industrial: foras

    que atuam sobre a indstria >> 65

    3 Concepo de bens e servios >> 79

    3.1 Categorias no desenvolvimento

    de bens e servios >> 79

    3.2 Desenvolvimento de produtos

    baseados na inovao >> 81

    3.3 Estilo no desenvolvimento de bens e servios >> 84

    3.4 Necessidades dos clientes: conceito >> 86

    3.5 Tcnicas e ferramentas para

    a gerao de idias >> 90

    3.6 A aprovao do conceito triagem >> 93

    4 Desenvolvimento de bens e servios >> 97

    4.1 Projeto do desenvolvimento de produto >> 97

    4.2 Estrutura organizacional para projetos:

    equipe e competncias >> 98

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  • 4.3 Elementos essenciais para o desenvolvimento

    de produto >> 103

    4.4 Desenvolvimento de produtos

    sustentveis >> 132

    4.5 Elaborao de prottipos >> 135

    4.6 Certificao de produtos >> 137

    5 Mercado para bens e servios >> 141

    5.1 Lanamento do produto no mercado >> 143

    6 Manuteno de bens e servios no mercado >> 163

    6.1 Processo de adoo do produto

    pelo consumidor >> 166

    6.2 Ciclo de vida de produtos

    e estratgias competitivas >> 168

    6.3 Administrao da marca do produto >> 177

    Consideraes finais >> 183

    Referncias por captulo >> 187

    Referncias >> 195

    Lista de figuras >> 199

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  • introduo

    As organizaes e as pessoas que nelas trabalham ten-tam, em geral, atender s necessidades dos consumidores por meio da oferta de um bem ou servio. em razo disso que, ao longo do tempo, os processos criativos e as tcni-cas foram sendo aperfeioados.

    Assim, ao optar pelo lanamento de um determinado pro-duto para comercializao, a empresa deve, primeiramente, identificar a demanda do mercado e fazer um planejamen-to com base em seus objetivos, concebendo o produto de forma criativa e inovadora, considerando o cliente (pblico-alvo) e avaliando todos os riscos do processo.

    O nmero de pessoas implicadas no desenvolvimento de um produto torna sua criao muito complexa, uma vez que devem ser consideradas as necessidades especficas de todos os engajados nesse processo, como os engenheiros, os designers, os investidores ou proprietrios, os vendedo-res e os consumidores.

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  • 18 Robson Seleme :: Alessandra de Paula

    Isso significa dizer que, desde a concepo do produto at seu destino final, que o mercado, ou mais especificamente, o consumidor, muitas so as instncias constituintes do pro-cesso de produo. Para tanto, a organizao precisa dispor de uma estrutura adequada para que obtenha sucesso em seu empreendimento. O diagrama a seguir mostra a estrutura necessria organizao para o desenvolvimento de pro-dutos e marcas, considerando-se elementos internos (gesto, concepo, planejamento, desenvolvimento e manuteno) e externos (mercado/cliente).

    Planejamento

    MARCAConcepo

    Desenvolvimento

    Mercado

    Manuteno

    Gerncia

    Produto

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  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas 19

    Ge sto: maneira pela qual o administrador, atravs do pla-nejamento, utiliza os recursos para criar produtos e atingir os objetivos da organizao com a colocao e a manuteno do produto no mercado.

    ConCe P o: maneira de formular uma idia original, um projeto ou um plano para posterior realizao.

    me RCAdo: lugar destinado comercializao de produtos e mercadorias.

    PlAne jAm e nto: trabalho de preparao para qualquer em-preendimento. Compreende a elaborao de planos e pro-gramas, com base nas tcnicas necessrias em vista de obje-tivos definidos.

    de se nvolvim e nto: compreende o ato, efeito, modo ou arte de fabricar, dar estrutura. Envolve as tcnicas e as metodolo-gias de desenvolvimento de produtos.

    mAnute no: diz respeito s medidas necessrias para a conservao ou a permanncia do produto no mercado.

    mARCA: representa a identidade da organizao e o ele-mento ao qual os consumidores se fidelizam.

    Nesse modelo, a organizao deve iniciar suas atividades com a gesto, para definir o produto que ser introduzido no mercado. Esse processo compreende as seguintes fases: as tcnicas de planejamento e concepo do produto (que devem ser inovadoras), os procedimentos para produo e melhoria do produto, de acordo com a capacidade do sis-tema produtivo da organizao e, por fim, as estratgias de manuteno do produto no mercado, considerando-se seu ciclo de vida.

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  • 20 Robson Seleme :: Alessandra de Paula

    Alm desses elementos, necessrio termos em conta que, freqentemente, as empresas lanam novos bens ou servi-os no mercado ancorados por uma marca forte, o que, s vezes, pode mascarar a qualidade e a inovao do produ-to, comprometendo a marca ncora. Isso significa dizer que um determinado produto pode no ter as caractersticas de qualidade e inovao esperadas, mas est respaldado pela marca que lhe d sustentao. Nesse sentido, obviamente a empresa deve utilizar-se de todos os recursos disposio para obter sucesso, desde que isso no a afete como um todo e no comprometa a marca principal. Na realidade, o processo envolve riscos, que a empresa deve conhecer, me-dir e suportar.

    Por essa razo, a escolha acertada das tcnicas e o proces-so em sua totalidade podem trazer o diferencial competitivo para o produto ser bem-sucedido no mercado, permitindo que a empresa coloque em circulao um produto mais fun-cional a um preo menor que o do concorrente.

    Vale lembrar que a noo de P Roduto diz respeito a uma macrocategoria que envolve bens e servios, cujos elementos caracterizadores se diferenciam entre si. Portanto, tal noo mais geral e abarca algumas especificidades, que sero tratadas no decorrer desta obra. Assim, observamos que, alm dos bens fsicos, o setor de oferta de servios tambm se desenvolveu significativamente nas ltimas dcadas*, pois as organizaes aprenderam que, devido s caractersticas dos servios, pode-riam com eles fortalecer suas bases e melhorar o relacionamen-to com o cliente, fidelizando-o com o fornecimento de servios adequados e, por vezes, inovadores, de maneira a fazer com que ele mesmo reconhea e fortalea a marca.

    * Podemos ates-tar a fora dos servios na eco-nomia brasileira anali sando o valor resultante da soma de todos os bens e servios gerados no Pas em 2004. Foi aproxi-madamente R$ 1,7 trilho, equivalente a US$ 922 bilhes. Enquanto os ser-vios represen-tam 57% desse total, a parcela da agropecuria ficou em 8,4% e a da indstria em 40%.

    VALORES do PIB brasileiro. Disponvel em: Acesso em: 02 maio 2006.

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  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas 21

    Da mesma forma, as tcnicas e as metodologias para o desenvolvimento de servios tambm evoluram nos ltimos anos, entretanto, diferentemente dos produtos, os servios no permitem correes em sua produo, ou seja, um for-necimento inadequado faz com que o cliente deixe de dispor do servio, alm de no o recomendar para outros possveis usurios ou ainda denegrir a marca.

    Normalmente, a marca deve ser criada a partir de um pro-duto que teve sucesso no mercado, e torn-la forte permite s organizaes utilizarem-na de forma estratgica para de-senvolver e oferecer novos produtos ou servios.

    importante considerarmos que a empresa deve antecipar-se s necessidades dos clientes para que, a partir disso, de-sencadeie o processo de desenvolvimento de produtos que venham a satisfaz-los, ou seja, antes mesmo que o cliente necessite de um determinado produto, a empresa j se ante-cipa, oferecendo-lhe aquilo de que precisa.

    Em vista disso, o objetivo principal desta obra apresentar aos leitores um conjunto de tcnicas capazes de permitir a concretizao de idias que atendam demanda mercado-lgica, ressaltando-se, no entanto, que tais tcnicas, por si ss, no podem garantir o sucesso de um novo produto no mercado, pois, para isso, muitas outras variveis devem ser consideradas, algumas das quais, por serem mais significati-vas, sero examinadas a fim de identificarmos como podem interferir (positiva ou negativamente) no sucesso do produto.

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  • Conceitos para o desenvolvimento de produtos e marcas

    O objetivo deste captulo fornecer ao leitor o conheci-mento bsico necessrio para a compreenso do desenvolvi-mento de um produto, considerando-se bens, servios e mar-cas a eles agregadas. Inicialmente, precisamos examinar como um produto fabricado, ou seja, qual o processo que lhe d origem e tambm os tipos de insumos e os processos de transformao (fabricao e/ou fornecimento) que podem ser empregados nessa etapa.

    1.1 Processo produtivo

    certo que o processo produtivo se realiza, primeiramen-te, a partir da definio do projeto do produto, pois pre-ciso que, no mbito organizacional, estejam equacionados os procedimentos de criao, a definio de metodologias a serem adotadas na fabricao dos produtos e as necessida-des do pblico-alvo.

    Na maioria dos casos, o sistema de feedback aquele que realimenta a organizao com informaes sobre as demandas

    captulo 1

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    do mercado, o sistema produtivo e o estabelecimento de novas tcnicas e materiais, permitindo, assim, o aperfeioamento do bem ou do servio destinado ao cliente ou consumidor. Pode-mos visualizar, na figura abaixo, o processo de planejamento, da criao at o mercado.

    Figura 1.1: Modelo de transformao do planejamento ao mercado

    Processo de planejamento e concepo do produto

    Insumosmo-de-obrainformaes

    consumidoresinstalaes

    energia

    Processo de transformaoFabricao e/ou

    prestao de servio

    Bens e/ou servios

    Feedback do mercado para os produtos

    Feedback dos insumos

    Feedback do processo de transformao

    Essa figura mostra o processo produtivo (ou de transfor-mao) em suas fases especficas, que, por sua vez, forne-cem dados (feedback) para o ajuste de todo o processo, o que permite organizao que se (re)estruture de modo a atender satisfatoriamente s necessidades de seus clientes ou consumidores potenciais.

    Podemos verificar, portanto, que, nesse modelo de trans-formao, a empresa deve primeiramente criar o projeto do produto visualizando todas as suas fases (que sero apre-sentadas nos captulos seguintes), de modo a, inicialmente, proceder escolha dos insumos. Estes, juntamente com os

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  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas 25

    processos e as tcnicas produtivas de transformao, possibi-litaro que a organizao fornea bens ou servios, os quais, ao serem colocados no mercado, tambm daro o feedback que sustentar possveis reformulaes no processo produtivo.

    Nesse sentido, os recursos chamados de tRAnsfoRm Ados1 (materiais, informaes e consumidores) correspondem que-les que sofrem a alterao proveniente do processo produ-tivo. Esses recursos podem ser transformados em funo de algumas caractersticas peculiares, como, por exemplo, a trans formao de suas propriedades fsicas, ou em funo do fato de serem transportados; de serem estocados; da possibi-lidade na mudana de posse e de propriedade; de mudana fisiolgica e psicolgica (no caso dos consumidores), dentre outras. Algumas delas so fundamentais para caracterizarem as distines entre bens fsicos e servios.

    Para esclarecermos melhor essas caractersticas, alguns exemplos2 so elucidativos: no caso de materiais, na maioria das operaes de manufatura, eles podem sofrer transforma-es em suas propriedades fsicas, mudar de localizao ou ser estocados ou armazenados; no que se refere s informa-es, estas tambm podem sofrer transformaes em sua for-ma, de acordo com a propriedade fsica usada para express-las (por exemplo, o preo que consta em uma nota fiscal transformado em custo pelo contador da organizao), com a posse (como no caso de informaes restritas ou sigilosas, produzidas por pesquisas de mercado), com a acomodao, com a estocagem (como a organizao de informaes em bibliotecas) ou ainda com a localizao (como o fazem em-presas de telecomunicaes). Quanto aos consumidores, as transformaes fsicas podem ser exemplificadas com a

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  • 26 Robson Seleme :: Alessandra de Paula

    mudana do corte do cabelo ou uma cirurgia plstica, en-quanto que as fisiolgicas dizem respeito condio orgnica do sujeito, como os servios prestados em hospitais e clnicas em geral (mas que no alteram sua constituio fsica). Os hotis processam a transformao de acomodao para os consumidores; as linhas areas, por exemplo, promovem a transformao no que diz respeito localizao, transportan-do-os, e as opes de entretenimento agem sobre a transfor-mao psicolgica dos consumidores.

    1.2 Produtos

    possvel encontrarmos diversas definies em dicion-rios da lngua portuguesa para o termo P Roduto, como a que segue:

    P Ro.du.to aquilo que produzido;... resultado ou ren-dimento do trabalho fsico ou intelectual... resultado til do trabalho....3

    Verificamos que o termo, numa acepo geral, refere-se ao resultado (fsico ou intelectual) de um trabalho, da transforma-o de algo por mos humanas, com vistas a servir a algum propsito, a ter utilidade para uma pessoa, satisfazendo suas necessidades. No entanto, o sentido literal da palavra no re-mete ao que pretendemos enfocar aqui, ou seja, abordagem voltada produo e ao marketing do produto.

    Por essa razo, neste livro, utilizaremos o conceito de pro-duto tal como definido por Kotler4, a saber: um produto algo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou um desejo. Esse mesmo autor acrescenta que

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  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas 27

    os produtos comercializados incluem bens fsicos, servios, experincias, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organi-zaes, informaes e idias [grifo do autor]. Como pode-mos perceber, nessa definio esto inclu dos vrios outros conceitos que tambm se relacionam com a rea comercial, o que no objeto deste estudo.

    No que se refere ao marketing, notamos que o produto o primeiro elemento constituinte dos quatro Ps: produto, pre-o, promoo, ponto de venda. Podemos considerar, ainda, de acordo com a abordagem dos sistemas produtivos, a defi-nio proposta por Martins e Laugeni5, os quais afirmam que produto o resultado dos sistemas produtivos, podendo ser um bem manufaturado, um servio ou uma informao. Ve-rificamos, ento, que os sistemas de marketing e de produ-o concebem os produtos de forma distinta: a primeira, do marketing, evidencia a necessidade do cliente; e a segunda, da produo, focaliza as formas de manufaturar o produto. Ainda assim, ambas concordam que P Roduto um conceito que engloba dois elementos, os bens e os servios.

    Os bens so entendidos como itens que podem ser manu-faturados, ou seja, passveis de transformao aps a aplica-o de algum processo. Os servios, por sua vez, so aque-les que s existem a partir da necessidade de sua utilizao pelo consumidor. Fica claro, ento, que a distino implica a existncia de processos produtivos diferentes para bens e servios. certo que alguns produtos esto compostos por esses dois elementos. Por exemplo, ao almoarmos em um restaurante, recebemos um bem fsico, o alimento e, ao mes-mo tempo, o servio de atendimento do garom. Nesse caso, devemos conceber os dois tipos de processos produtivos,

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    mas qual deles deve nos preocupar mais? A resposta a essa questo pode direcionar nossas aes ao elemento principal, o bem ou o servio.

    1.3 Bens e servios

    Como parte de um produto, o b e m considerado um ob-jeto que sofreu um processo de transformao (manufatu-ra) para resultar no atendimento de uma necessidade de um cliente. Podemos enquadrar nessa categoria elementos como mveis, eletrodomsticos, entre outros. O se Rvio compreen-de qualquer ato ou desempenho, essencialmente intangvel, que uma parte pode oferecer a outra e que no resulta na propriedade de nada. A execuo de um servio pode ou no estar ligada a um produto concreto6.

    No quadro a seguir, adaptado de Slack7, listamos algumas caractersticas de bens e servios, as quais definem a nature-za do fornecimento de cada um.

    Quadro 1.1: Caractersticas distintivas entre bens e servios

    Bens puros Servios puros

    Tangvel Intangvel

    Pode ser estocado No pode ser estocado

    A produo precede o consumo

    A produo e o consumoso simultneos

    Baixo nvel de contato com o consumidor

    Alto nvel de contato com o consumidor

    Pode ser transportado No pode ser transportado

    A qualidade evidente difcil julgar a qualidade

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  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas 29

    A tangibilidade diz respeito caracterstica fsica do ele-mento a ser disponibilizado ao consumidor, ou seja, a pos-sibilidade de ser manipulado fisicamente. Entretanto, no so tangveis servios como o corte de cabelo ou uma aula ao vivo em uma telessala (a fita ou DVD so os elemen-tos tangveis correspondentes a esse servio), pois, por sua natureza, so intangveis, mas isso no significa que no podemos perceb-los ou senti-los.

    Outro aspecto a ser lembrado que, em funo de sua tangibilidade, o bem tambm pode ser estocado. Assim, exis-tem reas que contm bens manufaturados para entrega ao cliente, que fazem parte do estoque de produtos acabados da empresa. Diferentemente disso, os servios no so esto-cveis. Desse modo, no possvel comprarmos um corte de cabelo a partir de um estoque nem tampouco aulas ao vivo em uma telessala.

    Alm disso, os bens podem ser produzidos em local di-verso daquele em que se encontra o cliente. Assim, um ele-trodomstico processado (transformado) na fbrica, lon-ge do cliente, at chegar a sua forma e configurao final, ao passo que o servio deve ser fornecido diretamente ao cliente, no mesmo momento de sua produo.

    Como conseqncia das caractersticas anteriores, existe um baixo nvel de contato do consumidor com a produo de bens e, ao contrrio, um alto nvel de contato com a produo e o fornecimento dos servios. Um corte de ca-belo, por exemplo, produzido no P ARA o cliente, mas no cliente.

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    Fica claro, ainda, que os bens, por serem passveis de estocagem, podem, igualmente, ser transportados. Assim, uma geladeira passvel de ser colocada em um meio de transporte para ser entregue ao cliente, enquanto que o ser-vio de hospedagem somente fornecido no prprio local, o hotel.

    Vale lembrar que, quando um bem avaliado em termos de qualidade, so consideradas suas caractersticas fsicas, como formato, cor, aspectos do acabamento, ou seja, a qualidade julgada por critrios objetivos. J no que se refere avaliao de qualidade dos servios, o critrio mais subjetivo, uma vez que depende das caractersticas e capacidades do cliente, bem como das caractersticas e ca-pacidades do fornecedor ou do prestador do servio. Des-sa forma, um corte de cabelo, por exemplo, depende da habilidade do cabeleireiro e das caractersticas do cliente. Porm, possvel que o corte no agrade ao cliente, que, apesar da habilidade do cabeleireiro, considerar o servio de baixa qualidade.

    Embora fiquem evidenciadas as caractersticas diferen-ciais desses produtos, notamos que, atualmente, muitos de-les so compostos por bens e servios associados. A figura 1.2 demonstra, com clareza, essa situao.

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  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas 31

    Figura 1.2: Composio entre bens e servios

    Bens acessrios

    Produto A Produto B

    Mix

    Bens

    Servios

    Serviosacessrios

    50%

    Tomando novamente o exemplo referente operao rea-lizada em um restaurante, podemos enquadrar o produto oferecido no centro da figura, constituindo-se em um mix de bens e servios, arranjados proporcionalmente. Isso pode ser ilustrado da seguinte maneira: a operao de compra de um automvel caracterizada como correspondente relao b e ns Com se Rvios ACe ssRios, enquanto que se Rvios Com b e ns ACe ssRios podem ser exemplificados por uma pea de teatro na qual o espectador recebe dados sobre o espetculo em um programa escrito. J as atividades de consultoria e psi-coterapia so, em sua grande maioria, caracterizadas como se Rvios, enquanto o petrleo, um creme dental e uma pedra de sabo correspondem a b e ns fsiCos.

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    Como vimos anteriormente, a qualidade de um produto determinada, fundamentalmente, por suas caractersticas e pela percepo do cliente, ou seja, o julgamento feito por critrios objetivos (sustentados por elementos concretos) ou subjetivos (baseados em juzos de valor). Por assim ser, as empresas valem-se de sua m ARCA para no serem confundi-das ou justamente para que seus produtos sejam lembrados pelos clientes. Esse tema ser abordado mais adiante.

    Para bem compreendermos os elementos constituintes de um projeto de produto, abordaremos na seqncia, especi-ficamente, um aspecto fundamental nesse processo: o ciclo de vida do produto e suas respectivas fases.

    1.4 Ciclo de vida do produto

    O conceito de ciclo de vida do produto muito impor-tante para a abordagem da produo tanto quanto para a de marketing. O conceito original8 refere-se ao ciclo de vida da de m AndA/te CnoloGiA, ou seja, os produtos existem para aten-der a uma determinada necessidade, e, para supri-la, sur-gem, igualmente, em ciclos crescentes, novas tecnologias. Por exemplo: no transporte de cartas do correio americano, inicialmente foi utilizado o cavalo, depois o trem e, em se-guida, o avio, do que podemos compreender que o produto a ser fornecido manteve-se o mesmo, mas a tecnologia de transporte se alterou em funo do que se tinha disponvel para faz-lo.

    Segundo Kotler, dentro de dado ciclo de vida demanda/tecnologia, aparecer uma sucesso de formas de produto

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  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas 33

    que satisfazem a necessidade especfica9, ou seja, os produ-tos vo mudando de forma de acordo com as necessidades que vo surgindo, e esse processo denominado de CiClo de vidA de foRm As de P Roduto. Conseqentemente, cada forma de produto carrega um conjunto de marcas com seus pr-prios ciclos de vida, o que significa dizer que, se uma em-presa se concentrar apenas no ciclo de vida de sua prpria marca, perder a viso do que est ocorrendo no ciclo de vida do produto10. Isso pode ser exemplificado da seguinte maneira: um fabricante de telefone analgico, preocupado com sua marca, no avalia a evoluo que ocorreu para tec-nologia digital, que provavelmente acabar com o mercado da tecnologia analgica.

    Devemos considerar quatro pontos ao tratarmos de ciclo de vida de produto:

    Os produtos tm vida limitada.

    As vendas do produto passam por estgios distintos, cada um ofe-recendo diferentes desafios, oportunidades e problemas para a em-

    presa vendedora.

    Os lucros crescem e diminuem nos diferentes estgios do ciclo de vida do produto.

    Os produtos requerem estratgias diferentes de marketing, finanas, produo, compras e de recursos humanos em cada estgio de seu

    ciclo de vida.11

    Alm do ciclo de vida original (que compreende introdu-o, crescimento, maturidade e declnio), outros parmetros tambm devem ser observados: o primeiro deles a ga-rantia de que o produto acompanhe as expectativas dos investidores, e o segundo diz respeito s possibilidades de

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    investimento aplicado desde o incio da produo efetiva at a colocao do produto no mercado.

    A figura 1.3 ilustra a trajetria do produto, de seu desen-volvimento at seu declnio.

    Figura 1.3: Ciclo de vida do produto: do desenvolvimento ao declnio

    Des

    envo

    lvim

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    Intr

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    Cre

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    Dec

    lnio

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    das

    e lu

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    Tempo

    Vendas

    Lucro

    Fonte: Adaptado de: SANDHUSEN, Richard L. Marketing bsico. So Paulo: Saraiva, 1998. p. 62.

    Alm dessas cinco fases, que sustentam a anlise e o his-trico do ciclo de vida do produto, devemos atentar tambm para as condies mercadolgicas ou de marketing e a abor-dagem da produo.

    1.4.1 Fases do ciclo de vida do produto

    Todas as fases do ciclo de vida do produto compreendem duas instncias: a do marketing e a da produo. Vejamos, em cada fase, as funes dessas instncias.

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    Fase de desenvolvimento

    Marketing: responsvel pela realizao de pesquisa (so-bre as necessidades do consumidor) que fornecer dados para a definio da produo de novos produtos ou novas formas de produtos; tambm tem a funo de acompanhar os investimentos e os recursos para o lanamento dos pro-dutos no mercado.

    PRoduo: cabe a ela a realizao de estudo e definio de materiais, processos e tecnologias necessrios produo do bem ou do servio.

    Nesta fase, que preliminar, o produto ainda no gera lucro para a organizao.

    Fase de introduo

    Marketing: caracteriza-se pelo lanamento do produto no mercado, sendo que todo valor arrecadado das vendas reinvestido para consolidar o produto e reposicion-lo, se for necessrio, uma vez que o produto tem um crescimento lento de vendas.

    PRoduo: trabalha de forma quase artesanal, j que pro-duz sob encomenda (por pedido), consumindo o mnimo possvel de recursos.

    Os produtos so inseridos no mercado e, se ultrapassarem esta fase, tm boas chances de sucesso se forem aceitos e aprovados pelos consumidores.

    Fase de crescimento

    Marketing: o produto j est praticamente aceito pelo mer-cado, ento o marketing tenta obter o mximo possvel de

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    retorno de seus investimentos, posicionando a marca com vistas a consolid-la.

    PRoduo: cabe a ela empregar os esforos necessrios adaptao dos processos e das tecnologias para atingir o mximo potencial produtivo, at chegar ao ponto de equil-brio entre a quantidade que o mercado exige e a quantidade produzida.

    Apesar do crescimento das vendas e da aceitao, o lu-cro, neste caso, ainda reinvestido, em grande parte, nos processos de produo e na consolidao do produto pelo marketing.

    Fase de maturidade

    Marketing: dada a aceitao do produto pelo mercado, as vendas comeam a se estabilizar, ento o marketing deve criar estratgias para a manuteno do produto no mercado, bem como para a valorizao da marca.

    PRoduo: aqui os processos de transformao so efe-tivamente definidos e, com isso, a organizao obtm o mximo em produtividade, especializando-se no produto e em suas caractersticas, de modo a melhorar a qualidade dos processos.

    a fase de maior lucro da organizao, pois a produo passa a trabalhar com toda a sua capacidade para produzir e manter o produto no mercado. O marketing tem a funo de manter a marca e o produto no mercado pelo maior tempo possvel.

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    Fase de declnio

    Marketing: acompanha a ocorrncia de declnio das ven-das e verifica a potencialidade da marca, considerando tam-bm a diminuio dos lucros para a organizao.

    PRoduo: descontinua a fabricao e remodela seu siste-ma produtivo para adequ-lo demanda, minimizando, as-sim, o impacto causado pela reduo das vendas.

    Nesta fase, um dos maiores problemas enfrentados pelo pessoal do marketing e da produo a deciso de retirar o produto do mercado ou descontinu-lo, at que a demanda desaparea. Para isso, deve ser realizada uma avaliao glo-bal do impacto que a retirada do produto pode causar para a prpria marca ou na marca principal da organizao.

    De modo geral, podemos afirmar que as empresas preci-sam estar atentas a essas fases, uma vez que seus limites e sua durao no so nitidamente identificveis.

    1.4.2 Formas do ciclo de vida do produto

    O conceito de ciclo de vida do produto remete anlise de outros elementos12, como ciclo de vida por categoria do produto, pela forma do produto e de acordo com produtos e marcas.

    Primeiramente devemos identificar que a CAte GoRiA de P Ro-dutos representa a classificao de grandes grupos de pro-dutos, como, por exemplo, produtos de beleza. Alm disso, algumas categorias tm ciclo de vida mais longo, embora possam no ter uma durao especificada ou claramente

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    identificvel. Podemos ter, dentro de uma categoria, a reti-rada de um produto, de uma marca ou at mesmo de uma forma de produto, sem que aquela categoria deixe de existir. Um exemplo disso a categoria de alimentos naturais.

    As foRm As de P Roduto tm um ciclo de vida mais curto do que o das categorias e, embora se enquadrem mais no ciclo de vida de produto apresentado na figura 1.3, relacionam-se diretamente com o desenvolvimento tecnolgico. Um exemplo claro disso o processo de transformao pelo qual passaram as mquinas de escrever, das manuais s eltricas, chegando forma de computadores.

    Da mesma forma, os P Rodutos seguem o ciclo de vida pa-dro. Isso significa dizer que, a rigor, a fase de desenvolvi-mento mais curta e menos onerosa; a de introduo tam-bm curta e as vendas devem atingir rapidamente seu pico; j a fase da maturidade deve ser longa, o que proporciona lucro mais duradouro para a empresa e o declnio tende a ser lento, fazendo com que a reduo dos lucros seja gradual13. Entretanto, essas fases, dependendo do produto, podem as-sumir formas alternativas, diferenciando-se do padro ideal, despendendo mais ou menos tempo.

    No que diz respeito s m ARCAs, podem ter ciclos de vida variados. Nesse sentido, possvel que uma determinada marca agregue mais de um produto de referncia, tenha pro-dutos diversificados ou ainda se valha de um produto espe-cfico para o lanamento de novas opes no mercado. Por exemplo, a Nestl realiza diversos lanamentos de produtos com outras marcas, tal como o processo que ocorreu com o bombom Alpino.

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    H ainda outras categorias de ciclos de vida baseados no estilo, na moda e na moda passageira14. Segundo Kotler, o estilo um modo bsico e distinto de expresso que apare-ce no campo das atividades humanas, e a moda um estilo aceito correntemente ou popularizado em um dado campo de atividade.

    Constitudo de caractersticas prprias, o e stilo tende a ser duradouro, podendo passar por vrias geraes, entrar e sair de circulao em determinados mom entos, como, por exemplo, os estilos de arte realista, surrealista ou abstrata. J a m odA tem abrangncia e durao mais restrita que o estilo, podendo ser mais ou menos duradoura, sendo que podemos identificar quatro estgios pelos quais ela passa: distintivida-de, imitao, massificao e declnio. Ainda nesse quadro, devemos destacar a m odA P AssAGe iRA, que resultante do gos-to instantneo da populao por um determinado produto. Este, por sua vez, ao surgir, rapidamente aceito, atinge um dado pico de vendas, mas declina com muita rapidez. Al-guns brinquedos, roupas extravagantes e at mesmo alimen-tos podem fazer parte da moda passageira.

    Vale destacar tambm o aspecto conhecido como nostl-GiCo, que pode envolver produto, moda ou estilo e diz res-peito ao fato de esses elementos j terem estado presentes no mercado, passarem pelo processo de declnio (ou desa-parecerem) e depois retornarem com outra configurao ou outra tecnologia, como, por exemplo, as calas boca de sino, que eram moda na dcada de 1970, deixaram de ser usadas e voltaram mais de vinte anos depois, estando ainda em voga no mercado moderno.

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    1.5 Tipologia de bens e servios

    Os conceitos de bens e servios carregam diferenas sig-nificativas tanto no modo de produo como no de forneci-mento. Por essa razo, deve ser considerada, alm das dife-renas apontadas anteriormente, sua relao com a variao dos volumes de produo e de fornecimento.

    1.5.1 Tipologia de bens

    Os bens, por sua natureza fsica, implicam necessariamen-te uma determinao de arranjo produtivo, em funo do volume de produo, da variedade do produto e do fluxo de produo. Na figura 1.4 encontramos essas distines e comparaes.

    Figura 1.4: Tipologia de bens com base em volume, variedade e arranjo

    Fonte: Adaptado de: SLACK, Nigel et al. Administrao da produo. So Paulo: Atlas, 1997. p. 220.

    Arranjo fsico posicional

    Produto exclusivo Arranjo fsico

    por processo

    Produto em lo-tes individuais Arranjo fsico

    celular

    Produto em lo-tes de famlias Arranjo fsico

    por produto

    Produto em massa

    VolumeBaixo Alto

    Var

    ieda

    deB

    aixa

    Alta

    Fluxo regular mais importante

    Flux

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    Fluxo intermitente

    Fluxo contnuo

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  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas 41

    Verificamos que para produtos exclusivos, como casas, navios, hidreltricas, necessrio o arranjo fsico posicional, que lhes dirija todos os esforos de produo. Nessas con-dies, o volume de produo mais baixo e tambm no h constncia no fornecimento, visto que, nesse caso, so modelos nicos. Para produtos gerados em lotes individuais, tais como blocos de notas ou peas especficas, o volume de produo deve se realizar em lotes pequenos, ou seja, com baixo volume de produo, de modo que reduzida a varie-dade de produtos e os equipamentos so agrupados por tipo de processo. No caso da produo de bloco de notas, a or-ganizao se d da seguinte forma: destina-se uma rea para alojar as mquinas para impresso e outra rea para realizar a funo de corte.

    Nesse sentido, o arranjo fsico celular compreende a pro-duo de uma determinada famlia de produtos que so mui-to similares em sua fabricao, como a batedeira, o liquidifi-cador, o processador de alimentos e o ventilador porttil, que compem a mesma classe de produtos. Todos tm um motor, um sistema de comando, uma carcaa de plstico injetada e poucas alteraes em sua montagem. Assim, o arranjo f-sico celular permite um volume de produo mais elevado que o arranjo por processo, com uma variedade menor de produtos.

    Diferentemente, a produo em massa caracteriza-se pela reduo na variedade de produtos, mas tambm conta com uma elevada taxa de produo. Normalmente, nesse tipo de produo o produto nico e o arranjo fsico construdo especialmente para ele.

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    1.5.2 Tipologia de servios

    Os servios, por sua prpria natureza, so analisados de forma diferenciada em funo da intensidade de contato com o cliente, ou seja, o atendimento de front office (mais aproximado do cliente) ou back office (mais distanciado do cliente). O primeiro pode ser exemplificado com o check in realizado no balco da empresa de aviao, em que o con-tato se d diretamente com o consumidor. O segundo pode ser exemplificado com a prestao de servio ao consumi-dor, como o despacho e o transporte de bagagem realizados pela empresa de aviao, o que se d no necessariamente em sua presena. A figura 1.5 mostra a relao entre os con-tnuos volume (nmero de clientes) e direcionamento para o servio.

    Figura 1.5: Tipologia de servios

    Servios profissionais Servios

    profissionaisde massa

    Loja de servios

    Servios de massa

    customizados

    Servios de massa

    Unidades Dezenas Centenas Milhares

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    Volume de clientes servidos por dia numa unidade tpica

    Fonte: Adaptado de: CORRA, Henrique L.; CAON, Mauro. Gesto de servios: lucratividade por meio de operaes e de satisfao dos clientes. So Paulo: Atlas, 2002. p. 75.

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  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas 43

    Devido grande variedade de servios existentes, um mapeamento minucioso no seria possvel. Por essa razo e de acordo com suas caractersticas mais acentuadas, eles podem ser distribudos em macrocategorias, quais sejam: servios profissionais, loja de servios, servios de massa e servios de massa customizados.

    Os se Rvios P RofissionAis caracterizam-se pela proximidade de contato com o cliente, ou seja, devem ser customizados, prestados especfica e diretamente para o consumidor (front office), sendo que, nesse caso, o volume de produo re-duzido. Exemplos disso so cirurgias plsticas, consultorias especializadas, sales de beleza. Ainda dentro dessa cate-goria h os se Rvios P RofissionAis de m AssA, que so aqueles fornecidos para um grupo especfico de pessoas com deter-minadas caractersticas, como clnicas especializadas para o tratamento de uma patologia em especial.

    A lojA de se Rvios consiste em uma classificao mltipla que agrega uma variedade bastante significativa de servios. Em relao aos servios profissionais, essa categoria caracteriza-se pela menor intensidade de contato com o consumidor e realiza uma abordagem intermediria entre o front office e o back office. Podemos citar como exemplos as lojas de varejo e os restaurantes de prato pronto, em que o contato feito de forma parcial, com o cliente servindo-se de determinados produtos e servios e recebendo diretamente outros.

    Nos se Rvios de m AssA um grande nmero de clientes atendido por dia, de forma padronizada e o grau de customi-zao praticamente nulo; com isso, os custos so reduzi-dos e os ganhos se do em grande escala. Outro diferencial

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    dessa categoria a nfase dada mais tecnologia do que ao cliente. Exemplos desse tipo de servios so os transportes coletivos, como o metr.

    A ltima classificao corresponde ao se Rvio de m AssA Custom izAdo, que assim chamado porque, apesar de ser fornecido a milhares de clientes, cria uma iluso de custo-mizao (personalizao), o que alcanado pelas estrat-gias de tecnologia da informao. Esses servios podem ser exemplificados por sites que vendem produtos e que, a partir do cruzamento de dados e da anlise do comportamento de compra do cliente, instauram uma personalizao dos servios baseada nesse padro de comportamento. Esses servios mantm uma grande base de dados, que permite a eles identificar novas necessidades dos clientes e oferec-las, causando a impresso de conhecer os gostos especficos de cada cliente em especial. Sites como a amazon.com e google.com so exemplos desse tipo de servios.

    A partir das observaes feitas sobre o P RoCe sso P Roduti-vo de bens e servios, sua tiP oloGiA e seu CiClo de vidA, res-ta evidenciar ainda dois elementos importantes que devem ser compreendidos quando da elaborao de um projeto de produto e que muito contribuem para a obteno de sucesso no mercado, quais sejam: a marca e o design de produto.

    1.6 Marca

    Quando nos deparamos com esse conceito, cabe-nos questionar sobre o que a marca significa para a organiza-o, visto que, se ela identifica uma empresa ou um produto

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    (bem ou servio), precisamos saber exatamente seu signifi-cado. Nesse sentido, valemo-nos do conceito proposto pela American Marketing Association, citada por Kotler15: mARCA um nome, termo, sinal, smbolo ou combinao dos mes-mos (sic), que tem o propsito de identificar bens ou servios de um vendedor ou grupo de vendedores e de diferenci-los de concorrentes [grifo do autor].

    Quando uma empresa registra uma marca, deve consi-derar que esta representa a identidade da organizao ou do produto e ainda carrega a responsabilidade de garantir a oferta, sempre consistente, de bens ou servios destinados ao cliente. Diferentemente de outros registros de proprieda-de, a marca no tem prazo de vencimento, embora seu de-sign possa ser modificado de acordo com as necessidades da empresa de manter-se modernizada.

    As marcas podem at mesmo suplantar o valor dos produ-tos que representam. Por vezes, so reconhecidas por carac-tersticas prprias (tais como o som no caso do plim plim da Rede Globo), ou so marcas de produtos que se con-fundem com os prprios produtos (como esponja de ao Bombril, lmina Gillette ou amido de milho Maizena), ou ainda adquirem personalidade e passam a representar algo maior, como a marca Coca-Cola, que abarca um conjunto considervel de produtos e no apenas o refrigerante. Uma pesquisa16 realizada pela Interbrand, que uma empresa de consultoria internacional, apresenta o valor aproximado das marcas mais valiosas presentes no mercado atualmente, transcritas na tabela a seguir.

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    Tabela 1.1: Marcas mais valiosas e valores estimados

    Ranking 2005

    Marca Proprietria PasValor da marca

    ($milhes) 2004

    1 Coca-Cola Coca-Cola EUA 67.394

    2 Microsoft Microsoft EUA 61.372

    3 IBM

    Internatio-nal Business Machines

    Corporation

    EUA 53.791

    4 GE GE EUA 44.111

    5 Intel Intel EUA 33.499

    6 DisneyWalt Disney Company

    EUA 27.113

    7 McDonaldsMcDonalds Corporation

    EUA 25.001

    8 Nokia Nokia Finlndia 24.041

    9 ToyotaToyota Motor Corporation

    Japo 22.673

    10 Marlboro Altria Group EUA 21.128

    Ainda de acordo com a Interbrand, essas marcas so ava-liadas para constarem no ranking em funo de dois critrios. O primeiro deles que elas devem ser globais, o que de-finido a partir da obteno de mais de 20% da receita fora de seu pas de origem, e o segundo determina que as suas proprietrias devem ter publicamente disponveis os dados financeiros e de marketing.

    Das 10 marcas mais valiosas, acima apontadas, 8 so dos Estados Unidos, 1 finlandesa (a Nokia), e 1 japonesa (a Toyota). Acrescentemos que das 100 marcas mais valiosas,

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  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas 47

    58 so dos Estados Unidos, o que demonstra o sucesso comer-cial do pas. Podemos verificar, ainda, que a marca, depois de desenvolvida e conhecida, imprime fora s organizaes.

    Ao avaliar a dimenso do mercado de cada uma das mar-cas, a Interbrand constatou que a maior parte delas no de-tinham mercado algum e ainda assim se tornaram lderes em funo de seus produtos e da divergncia de marca (criao de uma variao de marca apoiada na marca principal) en-contrados no mercado. Isso significa dizer que, apesar de exis-tirem produtos similares, os novos produtos so criados pela divergncia de uma categoria existente, como a marca Coca-Cola, que, a partir da divergncia, criou a marca Fanta.

    Ao longo da obra, vamos tratar mais atentamente dos as-pectos relativos criao e ao desenvolvimento das marcas. Por ora, ainda nos fixaremos no produto, uma vez que no apenas as marcas devem ser atraentes, mas tambm os produ-tos precisam agradar ao consumidor, de modo a atra-lo. Por isso, as organizaes devem ocupar-se tambm do que cha-mamos de de se nho do P Roduto, assunto que veremos a seguir.

    1.7 Design do produto

    A palavra de se nho17 tem origem no termo italiano disegno, que significa o contorno de uma figura, mas, atualmente, esse conceito tem uma amplitude maior e corresponde a um campo especfico de atividade. O termo design, em ingls, pode se referir a atividades como design de P Roduto, projeto de produto e desenho industrial, as quais so as que mais nos interessam neste livro porque se referem produo

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    de objetos para uso humano. Por conseguinte, designer o nome que se d ao projetista do produto, que trabalha essencialmente com a concepo e a produo de bens de consumo destinados aos mais diversos consumidores (inds-trias, pessoas etc.).

    Dada sua relao com os processos industriais de produ-o, impulsionados pela Revoluo Industrial, desencadeada pela Inglaterra no sculo XVII, o design comeou a se deli-near no sculo XIX, especialmente com o movimento Arts and Crafts18, que se caracterizou por duas idias centrais: a primeira dizia respeito diviso da arte em arte pura (belas-artes) e arte aplicada (artesanato e arte decorativa ou arte industrial), e a segunda correspondia defesa do sistema artesanal, em que o arteso criava o produto e executava a produo, com o argumento de que os produtos advindos do sistema industrial perdiam em qualidade.

    O segundo movimento, que marcou a histria do design, foi o chamado Art Nouveau, originado na Esccia, na segun-da metade do sculo XIX, que tinha como objetivo libertar-se dos estilos do passado (como o clssico greco-romano), unindo em uma mesma relao produtiva a originalidade e a utilidade. Propunha, ento, ser um estilo mais industriali-zvel em funo do crescimento das cidades, e por isso, na-quele momento, deu-se a opo por materiais como o vidro, o ferro, o bronze e os materiais de fcil manuseio, fundio e reproduo.

    O terceiro movimento foi o Deutscher Werkbund, que surgiu na Alemanha, no incio do sculo XX. Um dos pon-tos principais desse movimento era a idia de que o artista

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  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas 49

    deveria trabalhar juntamente com a indstria no desenvol-vimento de produtos, o que proporcionaria o melhoramen-to dos produtos e tambm das condies operrias. Assim, pela primeira vez, o artista (criador) e o arteso (produtor) buscaram melhor qualidade de vida e melhor qualidade dos produtos industriais, pois visualizavam, na produo artstica, um guia para a produo industrial.

    Com o advento e a sedimentao da industrializao, mui-tos produtos eram previamente concebidos (em projetos) e resultavam da produo em srie. Nesse contexto, a Primeira Guerra Mundial proporcionou o investimento na produo industrial nas reas blica, de transporte e de comunicao. J no perodo ps-guerra, mais precisamente em 1919, na Alemanha, foi fundada a Bauhaus, uma escola que tentava congregar as belas-artes e a arte aplicada, de modo a estimu-lar o futuro profissional a desenvolver pesquisas sobre a qua-lidade da produo industrial e experimentar inovaes em laboratrios. Essa foi uma fase representativa para o design, que sofreu uma profunda revoluo e, no incio do sculo XX, desenvolveu-se, ganhou maturidade e praticamente defi-niu os contornos que a profisso carrega modernamente.

    A segunda fase da escola voltou-se para a organizao do ensino de design, para a estruturao de metodologias de projetos e para a nfase no aspecto social do design. Por fim, a terceira fase propunha uma integrao entre arquite-tura e design.

    Com os avanos tecnolgicos, o crescimento e o desenvol-vimento dos sistemas mecnicos imprimiram maior rigidez produo, isso porque a demanda aumentou e, conseqen-

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    temente, os processos tambm se modificaram, de modo a abarcarem maiores possibilidades operacionais.

    Entretanto, esse cenrio foi modificado pela Segunda Guer-ra Mundial, que abalou as estruturas da indstria, testando sua capacidade produtiva e seu poder de adaptao a um contexto de escassez de recursos e de necessidade de pro-duo em massa em um curto perodo de tempo. Decor-rente disso, os processos precisaram ser simplificados, de tal maneira que os materiais mais nobres foram substitudos por outros mais simples, o que exigia intercambialidade de componentes, potencialidade e reciclagem produtiva. Outro momento importante para o desenvolvimento industrial foi aquele em que se deu a ascenso da eletrnica de consu-mo19, que culminou no que hoje conhecemos por era da tecnologia digital.

    Esse breve histrico importante para compreendermos como aconteceu o processo de aperfeioamento da produ-o industrial, o papel do design e sua contribuio para o desenvolvimento da produo industrial. Desse modo, po-demos notar que os principais conhecimentos utilizados no design so os referentes metodologia de projeto, s tcni-cas industriais e aos materiais existentes.

    Ainda sobre esse aspecto, quando falamos em design, es-tamos nos referindo forma do produto e, conseqentemen-te, ao seu estilo. Isso significa dizer que, se a funo do de-sign de estilo chamar a ateno para o produto, de modo a instaurar formas de atratividade do consumidor, isso requer alguns conhecimentos sobre percepo visual.

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  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas 51

    Nesse sentido, observamos que a atrao visual diz res-peito a uma condio particular ou uma arte, aplicada no processo de produo do produto, que tem a funo primor-dial de imprimir nele elementos que chamem a ateno do consumidor. Para isso, quando da elaborao do projeto de produto, necessrio que se desenvolvam estudos* sobre o modo como se d a percepo visual humana e como nosso crebro reage aos estmulos, a fim de que tais conhecimen-tos possam ser aplicados na elaborao dos produtos para que estes se tornem mais atrativos ao consumidor.

    Segundo Baxter20, conhecer o processamento que o c-rebro realiza, para produzir a imagem, muito importante para o estilo do produto e as fases do processamento com-preendem:

    PR -Ate no a imagem olhada muito rapidamente, para o reconhecimento dos padres e formas sem a percepo de um detalhamento maior.

    Ate no visuAl a imagem olhada com mais ateno, permitindo a percepo do detalhamento.

    PRim e iRA P e RCe P o Glob Al corresponde a um detalha-mento global da imagem, o que permite a distino de grandes diferenas ou detalhes na imagem formada.

    hiP te se visuAl muitas imagens so ambguas ou in-completas e, por isso, ao visualizarmos uma dada figu-ra, criamos uma hiptese para complet-la.

    A teoria da Gestalt, formulada por psiclogos alemes, in-troduziu novos conceitos sobre a percepo humana, e estes podem ser teis para a definio do estilo na concepo

    * Para um conhe-cimento mais

    aprofundado a respeito desse

    tema, sugerimos consulta ao site . Acesso

    em: 10 maio 2006.

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  • 52 Robson Seleme :: Alessandra de Paula

    de novos produtos, por versarem sobre percepo visual. Segundo esse ponto de vista, h algumas leis que regem a percepo humana, das quais se destacam a proximidade, a similaridade e a continuidade21.

    Outros conceitos importantes desenvolvidos pela Gestalt dizem respeito percepo que temos do conjunto figura/fundo, que se baseia em quatro regras: simetria, tamanho relativo, contorno e orientao22. Algumas imagens so ilus-trativas da iluso de percepo que instaurada pela relao entre figura e fundo.

    Alm desses conhecimentos relativos percepo, que po-dem ser aplicados aos trabalhos de design de produto, muitos outros elementos devem ser levados em considerao, den-tre os quais se destacam: funo e suas caractersticas fsi-cas (como as definies de conceito, forma, cor, embalagem etc.); o usurio (prestao do servio, segurana, ergonomia, higiene, interao entre produto e usurio, adaptabilidade e qualidade subjetiva); os fatores relativos produo (aspecto tcnico-produtivo, racionalizao, custo, montagem, protti-po, fornecedores, aspectos ecolgicos) e ainda os aspectos relativos s vendas (promoo e transporte).

    Com essas observaes, verificamos, no decorrer des-te captulo, que diversos conceitos devem ser assimilados para entendermos o processo de desenvolvimento de novos produtos. Trata-se das definies de bens, servios e marca. Vimos tambm que o processo de desenvolvimento no se limita s caractersticas tcnicas da elaborao de um pro-duto, sendo que estas so fruto da evoluo que culminou

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  • Projeto de produto: desenvolvimento e gesto de bens, servios e marcas 53

    com a integrao entre a tcnica e a arte. Desse modo, o co-nhecimento histrico do desenvolvimento do design permite identificarmos as formas e os modelos aplicados no projeto e no desenvolvimento de produtos. Nesse sentido, considera-mos a relao entre o marketing e a produo, avaliando que um no subsistir sem o outro na construo de produtos de sucesso, da a necessidade de integrao entre eles.

    Questes para discusso

    1. Quais so os elementos que devem ser considerados quando uma empresa decide lanar um novo produto?

    2. Identifique as caractersticas distintivas entre bens e servios e exemplifique-as.

    3. O que marca e qual sua importncia para a concep-o de novos produtos?

    4. Em que circunstncia se d o fato de produtos serem suportados por marcas? Justifique.

    5. O que se compreende por divergncia de marca e como isso acontece?

    6. Quando e por que razo o design comeou a fazer parte do processo produtivo?

    7. Qual a importncia do conhecimento sobre percep-o visual para o desenvolvimento de produto?

    8. Quantas e quais so as fases do ciclo de vida de pro-duto? Por que razo importante conhec-las?

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