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PROJETO DE UM TRIBÔMETRO DISCO-DISCO PARA ENSAIOS DE LUBRIFICANTES Pedro Truppel Morim Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Sylvio José Ribeiro de Oliveira. Rio de Janeiro Março de 2018

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PROJETO DE UM TRIBÔMETRO DISCO-DISCO PARA

ENSAIOS DE LUBRIFICANTES

Pedro Truppel Morim

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Mecânica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Sylvio José Ribeiro de Oliveira.

Rio de Janeiro

Março de 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Departamento de Engenharia Mecânica

DEM/POLI/UFRJ

PROJETO DE UM TRIBÔMETRO DISCO-DISCO PARA ENSAIOS DE

LUBRIFICANTES

Pedro Truppel Morim

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE

ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO MECÂNICO.

Aprovado por:

________________________________________________

Prof. Sylvio José Ribeiro de Oliveira, Dr.Ing. (Orientador)

________________________________________________

Prof. Flávio de Marco Filho, D.Sc.

________________________________________________

Prof. José Luis Lopes da Silveira, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

MARÇO DE 2018

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iii

Truppel Morim, Pedro

Projeto de um Tribômetro Disco-Disco para Ensaios de

Lubrificantes/ Pedro Truppel Morim – Rio de Janeiro: UFRJ/

ESCOLA POLITÉCNICA, 2018.

XII, p78.: il ;, 29,7 cm

Orientador: Sylvio José Ribeiro de Oliveira

Projeto de Graduação – UFRJ/ POLI/ Curso de

Engenharia Mecânica, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 42.

1. Projeto Mecânico 2. Tribologia 3. Pressão de Hertz 4.

Atrito 5. Lubrificação 6. Lubrificante

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iv

Agradecimentos

Gostaria de agradecer, primeiramente, à minha mãe, Vera, por todo o amor e dedicação

durante toda a minha vida, se eu cheguei em algum lugar, foi graças a ela. Aos meus

avós, Curt e Neyde, pelo amor e por cuidarem de mim e me apoiarem sempre. Ao meu

tio Humberto por sempre me apoiar em momentos de dificuldade e ser para mim uma

inspiração tanto como pessoa quanto como Engenheiro. Ao meu primo Hugo por

sempre nos receber de braços abertos e com muito carinho em sua casa, nunca vou

esquecer os momentos especiais que passamos em família. Ao Vicente e ao meu tio

Alexandre pelos ensinamentos, vocês me ajudam a ser uma pessoa melhor. Ao meu

primo Daniel pelo ombro amigo e pelo apoio ao longo da jornada para me tornar

Engenheiro. Ao meu irmão Igor, pela amizade.

Agradeço ao meu orientador, Professor Sylvio, pelo profissionalismo, pelos

ensinamentos, críticas, e por toda a dedicação durante esse projeto como meu

orientador, e como professor por despertar mais ainda meu interesse pela Engenharia.

Agradeço à UFRJ e ao Departamento de Engenharia Mecânica pela minha formação.

Agradeço ao Tito, pelo atendimento na secretaria, sempre com muito boa vontade.

Agradeço aos meus amigos de infância, aos meus amigos de escola, de faculdade, e

de intercâmbio. Obrigado por compartilharem comigo tantos momentos de alegria e de

estarmos sempre juntos mesmo nos momentos de dificuldade, não importando a

distância. Pude aprender um pouco com cada um, e graças à presença de vocês na

minha vida, ela é mais alegre. Vocês estão sempre no meu coração.

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v

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

Projeto de uma Tribômetro Disco-Disco para Ensaios de Lubrificantes

Pedro Truppel Morim

Março/2018

Orientador: Sylvio José Ribeiro de Oliveira, Dr.Ing.

Curso: Engenharia Mecânica

O atrito e o desgaste são fenômenos que causam respectivamente perdas de eficiência,

devido à dissipação de energia, e de material. Esta última resulta na necessidade de

reparos, trocas, ou alguma forma de manutenção. A lubrificação é um método eficiente

de reduzir os danos causados por esses dois fenômenos. A seleção de um lubrificante

apropriado à situação é imprescindível para se obter uma boa lubrificação. Portanto,

conhecer suas propriedades físicas através de ensaios é também necessário. Neste

projeto, um tribômetro disco-disco é proposto para realizar os ensaios com lubrificantes,

aplicando-se uma pressão de contato entre os discos, cujas velocidades são

controladas e se encontram num banho de óleo de temperatura também controlada.

Palavras-chave: projeto mecânico, tribologia, pressão de Hertz, atrito, lubrificação,

lubrificante.

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vi

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Mechanical Engineer.

Mechanical Design of a Disk-Disk Machine for Lubricant Experimenting

Pedro Truppel Morim

March/2018

Advisor: Sylvio José Ribeiro de Oliveira, Dr.Ing.

Course: Mechanical Engineering

Friction and wear are phenomena that, respectively, cause efficiency loss, due to energy

dissipation, and material losses, which results in the need of repair, exchange of parts,

or other kinds of maintenance. Lubrication is an efficient method to reduce such losses

caused by these phenomena. The selection of an appropriate lubricant for the situation

is indispensable for a good lubrication to occur. Therefore, the characterization of its

physical properties is also necessary. In this project, a disk-disk type tribometer is

proposed to perform the lubricant experimenting by applying a contact pressure between

the disks, whose velocities are controlled, and lie in an oil bath, also with controlled

temperature.

Key-words: mechanical project, tribology, friction, Hertz pressure, lubricant, lubrication

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vii

Sumário

Lista de Figuras ........................................................................................................... ix

Lista de Tabelas ........................................................................................................... x

Lista de Gráficos .......................................................................................................... xi

1 Introdução .............................................................................................................. 1

1.1 Motivação ....................................................................................................... 1

1.2 Objetivos ........................................................................................................ 3

1.3 Estrutura do Trabalho ..................................................................................... 4

2 Revisão Bibliográfica ............................................................................................. 4

2.1 Atrito ............................................................................................................... 4

2.2 Tensão de Contato Hertz ................................................................................ 5

2.3 Óleos Lubrificantes ......................................................................................... 5

2.4 Lubrificação .................................................................................................... 6

2.5 Tribômetros .................................................................................................... 7

2.5.1 Pino-Disco ............................................................................................... 8

2.5.2 Pino-Anel ou Bloco-Anel .......................................................................... 8

2.5.3 Quatro-Esferas ........................................................................................ 9

2.5.4 Pino – Bloco V ....................................................................................... 10

3 Projeto Básico ..................................................................................................... 10

3.1 Projeto Básico .............................................................................................. 10

3.1.1 Lista de Exigências ................................................................................ 12

3.1.2 Conceito da Máquina Disco-Disco ......................................................... 12

3.1.3 Soluções de Construção ........................................................................ 14

4 Projeto de Detalhamento ..................................................................................... 17

4.1 Cálculos Básico ............................................................................................ 17

4.1.1 Determinação dos diâmetros dos discos ............................................... 17

4.1.2 Força de Contato Hertz ......................................................................... 17

4.1.3 Força de Atrito ....................................................................................... 21

4.2 Cálculos detalhados ..................................................................................... 21

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viii

4.2.1 Acionamento pneumático ...................................................................... 21

4.2.2 Cálculo da Potência dos Motores .......................................................... 22

4.2.3 Cálculo da Largura da Correia ............................................................... 22

4.2.4 Análise Estática de Esforços nos Eixos ................................................. 24

4.2.5 Análise de Fadiga .................................................................................. 34

4.2.6 Deflexão dos eixos ................................................................................ 36

4.2.7 Cálculo dos Rolamentos ........................................................................ 41

4.2.8 Cálculo das Chavetas e Estrias ............................................................. 43

4.2.9 Seleção dos Acoplamentos ................................................................... 45

5 Considerações Finais .......................................................................................... 46

6 Referências bibliográficas .................................................................................... 48

7 Catálogos ............................................................................................................ 49

7.1 Resistor ........................................................................................................ 49

7.2 Conexão Mangueira ..................................................................................... 50

7.3 Rolamentos .................................................................................................. 51

7.4 Retentor ........................................................................................................ 56

7.5 Motores Elétricos .......................................................................................... 57

7.6 Torquímetros ................................................................................................ 58

7.7 Fuso Pé Antivibratório .................................................................................. 59

7.8 Pé Antivibratório ........................................................................................... 60

7.9 Tampa Dreno de Óleo .................................................................................. 61

7.10 Juntas Oldham ............................................................................................. 62

7.11 Guia NSK ..................................................................................................... 63

7.12 Polia e Correia Dentadas .............................................................................. 64

8 Desenhos Técnicos ............................................................................................. 65

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ix

Lista de Figuras

Figura 1 - Objetivos práticos da Tribologia .................................................................... 2

Figura 2 - Zona de Contato entre duas esferas ou cilindros .......................................... 5

Figura 3 - Característica de viscosidade-temperatura para alguns óleos selecionados.

..................................................................................................................................... 6

Figura 4 - Diagrama de Stribeck ................................................................................... 7

Figura 5-Tribômetro tipo Pino-Disco ............................................................................. 8

Figura 6 – Tribômetro tipo Pino-Anel ou Bloco-Anel ..................................................... 8

Figura 7-Tribômetro tipo Quatro-Esferas....................................................................... 9

Figura 8- Tribômetro tipo Pino – Bloco V .................................................................... 10

Figura 9 - Desenho esquemático do Tribômetro Disco-Disco ..................................... 11

Figura 10 - Cinemática dos componentes de um sistema tribológico: deslizamento ... 13

Figura 11 - Cinemática dos componentes de um sistema tribológico: deslizamento e

rolamento .................................................................................................................... 14

Figura 12 - Mecanismo de posicionamento do disco vertical ...................................... 15

Figura 13 - Swivel e quadro de ganchos com molas ................................................... 16

Figura 14 - Geometria de dois corpos em contato, um convexo e uma superfície plana.

................................................................................................................................... 18

Figura 15 - Fator de serviço para engrenagens, correias, rodas de atrito, e correntes.

................................................................................................................................... 23

Figura 16 - limite de carga específica para correia dentada T10 ................................. 24

Figura 17 - Árvore vertical ........................................................................................... 24

Figura 18 - Árvore horizontal ....................................................................................... 25

Figura 19 - Árvore intermediária ................................................................................. 26

Figura 20 - Tamanho das estrias, dividas em séries leve, média e pesada ................. 44

Figura 21 - Ilustração das juntas Oldham MOR 45K-10-18 e MOR 45K-10-22 ........... 45

Figura 22 - Ilustração das juntas Oldham modelos MOR 45K-10-12 e MOR 45K-10-18.

................................................................................................................................... 46

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x

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Lista de Exigências .................................................................................... 12

Tabela 2 - Velocidade média dos discos ..................................................................... 17

Tabela 3 -Dados e vidas nominal e askf dos rolamentos ............................................ 42

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xi

Lista de Gráficos

Gráfico 1- Parcelas de energia gastas com atrito e desgaste. ...................................... 3

Gráfico 2 - Força Máxima de Hertz em função do diâmetro ........................................ 20

Gráfico 3 - Força de Hertz de acordo com a pressão de Hertz ................................... 21

Gráfico 4 – Árvore vertical: esforço cortante na direção y ........................................... 27

Gráfico 5 – Árvore vertical: esforço cortante na direção z ........................................... 28

Gráfico 6 - Árvore vertical: momento fletor na direção z .............................................. 28

Gráfico 7 - Árvore vertical: momento fletor na direção y .............................................. 29

Gráfico 8 - Árvore vertical: momento fletor total .......................................................... 29

Gráfico 9 - Árvore horizontal: esforço cortante na direção y ........................................ 30

Gráfico 10 - Árvore horizontal: momento fletor na direção z........................................ 31

Gráfico 11 - Árvore intermediária: esforço cortante ..................................................... 32

Gráfico 12 - Árvore intermediária: momento fletor ....................................................... 32

Gráfico 13 - Árvore Vertical: deflexão angular ............................................................. 39

Gráfico 14 - Árvore vertical: flecha .............................................................................. 39

Gráfico 15 - Árvore horizontal: deflexão angular ......................................................... 40

Gráfico 16 - Árvore horizontal: flecha .......................................................................... 41

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1

1 Introdução

1.1 Motivação

A tribologia existe desde o começo da História documentada, em uma manifestação

prática. Há vários exemplos bem documentados de como civilizações desenvolveram

suportes e superfícies de baixo atrito. O estudo científico da tribologia também tem uma

longa história, e muitas das leis mais básicas do atrito, como a proporcionalidade entre

a força normal e a força limitante do atrito, são atribuídas a Leonardo Da Vinci, no final

do século XV. No entanto, o entendimento do atrito e do desgaste permaneceu

estagnado por vários séculos dependendo somente de conceitos para explicar os

mecanismos por trás desses fenômenos.

O desgaste e os fundamentos do atrito são problemas muito complexos, cuja

investigação experimental depende de instrumentos tecnologicamente muito avançados

como microscopia eletrônica e microscopia de forças atômicas. Esta última foi

desenvolvida no início dos anos 80, e rendeu aos inventores do microscópio de força

atômica, ou microscópio de tunelamento, o Prêmio Nobel de Física em 1986. Portanto,

somente em tempos recentes foi possível estudar esses processos numa escala

microscópica onde um verdadeiro entendimento da sua natureza pode ser encontrado.

Por quê a interação entre as superfícies em movimento relativo - que se traduz em

deslizamento, rolamento, aproximação normal, e separação - é tão relevante? A

resposta é que a interação entre superfícies dita ou controla o funcionamento de

praticamente todo aparato inventado pela humanidade. Tudo que é produzido se

desgasta, quase sempre como resultado de movimento relativo entre superfícies. Uma

análise do enguiçar das máquinas mostra que na maioria dos casos, falhas e paradas

estão associadas com partes móveis que interagem, como por exemplo engrenagens,

mancais, acoplamentos, selos, cames, embreagens, etc. A maior parte desses

problemas é tribológica.

A tribologia é um campo da ciência que aplica uma análise operacional para problemas

de grande significância econômica como confiabilidade, manutenção, e desgaste de

equipamentos, e vai desde aparelhos domésticos a espaço naves. A tribologia constitui

no estudo de: característica de filmes de material que interferem na interação de corpos

em contato; e as consequências de uma falha no filme lubrificante ou da ausência desse

filme, que resulta geralmente em atrito e desgaste severos.

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2

Em termos simples, um dos objetivos práticos da tribologia é minimizar as duas

principais desvantagens do contato entre dois sólidos: atrito e desgaste. Mas nem

sempre esse é o caso. Em muitos casos, o aumento do atrito é desejável, assim como

o aumento do desgaste, simultaneamente ou não. Por exemplo, no caso de freios e

embreagens lubrificadas é desejável um aumento do atrito e uma redução do desgaste.

A redução de atrito, e um aumento do desgaste são desejáveis em lápis. Na borracha,

no entanto, um aumento do atrito e do desgaste é desejável.

Figura 1 - Objetivos práticos da Tribologia. Fonte: [12] (Adaptado)

O desgaste é a maior causa de perda de material e de eficiência mecânica, e qualquer

redução no desgaste pode gerar economias consideráveis. Atrito é a principal causa de

desgaste e dissipação de energia. Melhorando o controle do atrito pode-se gerar uma

economia enorme. Estima-se que quase um quarto dos recursos energéticos do mundo

em presente uso seja necessário para vencer o atrito de uma forma ou outra, segundo

(HOLMBERG e ERDEMIR, 2017). Essas parcelas de recurso energético estão

ilustradas no gráfico 1. A lubrificação é uma maneira eficiente de controlar o desgaste e

diminuir o atrito.

Lubrificação revestimento de

superfícies

Materiais de sacrifício

Desgaste máximo

Desgaste mínimo

Atr

ito m

ínim

o A

trito m

áxim

o

Materiais resistentes

a desgaste

Aumento da adesão

Atrito e

Desgaste

Borrachas

Superfícies de atrito

Deposição de lubrificantes

sólidos por contato

deslizante

Rolamentos, Engrenagens,

Cames, Guias

Freios, Embreagens,

Rodas, Grampos

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3

Gráfico 1- Parcelas de energia gastas com atrito e desgaste. Fonte: o Autor

O enorme custo dessas deficiências tribológicas para a economia de um país é causado

pelas perdas de energia e material, que ocorrem virtualmente em qualquer máquina em

operação. Quando essa perda é analisada olhando apenas para uma máquina, ela pode

parecer insignificante. No entanto, quando essa mesma perda é repetida em 1 milhão

de máquinas similares, o custo passa a ser enorme.

Para ilustrar melhor a ordem de grandeza desse custo, segundo (STACHOWIAK e

BATCHELOR), se fornecêssemos um lubrificante que aumentasse a eficiência

mecânica de todos os pares de engrenagens dos Estados Unidos em 5%, se comparada

à de um óleo mineral convencional, o resultado da economia de custos seria de cerca

de 0,6 bilhão de dólares americanos. A razão para isso é que há 3 milhões de pares de

engrenagens operantes nos Estados Unidos, com uma potência média de 7,5kW. A

economia de energia seria de 9,8 bilhões de kWh e o valor em dólares calculado a uma

taxa de 0,06 dólar americano por quilowatt-hora.

1.2 Objetivos

Este trabalho tem como objetivo o projeto mecânico de uma máquina de testes para

medir a performance de óleos lubrificantes em condições controladas. O modelo da

máquina, descrito com detalhes mais abaixo no trabalho, não encontra similiar no

Atrito20%

Desgaste3%

Outros77%

Total de Energia Consumida no Mundo

Atrito Desgaste Outros

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4

mercado, representando o projeto de um protótipo, uma máquina-conceito, que pode

ser construído e utilizado num laboratório.

1.3 Estrutura do Trabalho

Na introdução foi apresentado um pouco sobre a relevância econômica, científica, e

tecnológica da tribologia.

No capítulo 2 será feita uma breve revisão bibliográfica para entender melhor como os

parâmetros e medições obtidos nos ensaios propostos influenciam na performance dos

óleos lubrificantes, ou seja, na lubrificação.

O capitulo 3 mostra o projeto básico, o conceito do tribômetro, bem como a lista de

exigências que ele deve cumprir, e as alternativas encontradas para contornar

limitações e problemas surgidos durante a o desenvolvimento do projeto.

No capítulo 4, entramos no projeto de detalhamento, onde os componentes chave por

transmitir esforços e movimento são analisados para garantir sua performance, e

integridade.

O capítulo 5 apresenta a conclusão e comentários sobre o projeto.

No capítulo 6 serão mostradas as referências bibliográficas usadas para embasar esse

projeto.

No capítulo 7 estarão disponíveis os catálogos de fabricantes das peças comerciais

utilizadas.

Finalmente no capítulo 8 está o desenho de conjunto do tribômetro.

2 Revisão Bibliográfica

2.1 Atrito

O atrito pode ser definido como uma força que surge se opondo ao movimento relativo

entre duas superfícies. Ele é caracterizado em atrito estático, quando as superfícies

estão em repouso entre si, se opondo à tendência de movimento, e em atrito dinâmico,

quando as superfícies estão deslizando, e o atrito gera desgaste e calor.

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5

O que determina a proporcionalidade entre o atrito e a força normal, é o coeficiente de

atrito, símbolo μ, que depende das características do contato entre um par de

superfícies. O coeficiente de atrito 𝜇𝑒 estático máximo, quando se está na iminência do

movimento é sempre maior do que o coeficiente de atrito dinâmico 𝜇𝑑.

2.2 Tensão de Contato Hertz

Quando dois corpos de superfícies são pressionados um contra o outro, se antes do

carregamento era pontual ou linear, se transforma em contato de área devido à

deformação dos corpos envolvidos, pois tomemos equivocadamente no dia-a-dia os

materiais como rígidos, nenhum material é infinitamente rígido, sempre há deformação,

por menor que seja. A figura a seguir ilustra as situações com e sem carregamento.

Figura 2 - Zona de Contato entre duas esferas ou cilindros. Fonte: [7] (Adaptado)

Esse contato origina pressão e tensões chamadas pressão e tensões de Hertz, na área

de contato. Essa pressão e essas tensões dependem do tipo de contato, ou seja, da

curvatura das superficies envolvidas, sendo o caso mais geral o contato elíptico, assim

como dependem das propriedades dos materiais e magnitude da força de Hertz.

2.3 Óleos Lubrificantes

A principal propriedade de interesse dos óleos lubrificantes é a viscosidade do óleo.

Óleos diferentes apresentam viscosidades diferentes. Além disso, a viscosidade varia

Sem carga Com carga

Corpo 1

Corpo 2

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6

com a temperatura, taxa de cisalhamento, e pressão. A espessura do filme de óleo é

normalmente proporcional a ela.

Um parâmetro para caracterizar a variação da viscosidade com a temperatura, é o índice

de viscosidade (VI), que quanto maior for, menor é a variação da viscosidade com a

temperatura. A figura a seguir ilustra a viscosidade em relação à temperatura de alguns

óleos selecionados.

Figura 3 - Característica de viscosidade-temperatura para alguns óleos selecionados. Fonte:[12]

(Adaptado)

2.4 Lubrificação

Na presença de um lubrificante, o comportamento do coeficiente de atrito muda. Ele

pode ser descrito a partir de velocidades relativas não muito baixas, pelo número de

Gumbel, 𝐺 , um número adimensional em função da viscosidade dinâmica, da carga

linear atuante, e da velocidade relativa entre as superfícies. O coeficiente de atrito,

representado por μ, é plotado em função do número de Gumbel num diagrama

conhecido como Diagrama de Stribeck, que caracteriza também o regime de lubrificação

de acordo com a faixa do número de Gumbel.

Vis

co

sid

ade

Cin

em

ática

[cS

]

Temperatura [◦C]

Óleo Mineral

Óleo Mineral

Óleo Mineral

Óleo Mineral

Silicone clorado

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7

Figura 4 - Diagrama de Stribeck. Fonte:[11]

Onde

𝐺 =𝜂𝑣

�̅�

𝜂 é a viscosidade dinâmica, 𝑣 é a velocidade de deslizamento, e �̅� é a carga linear.

Como podemos ver no gráfico acima, a velocidade de deslizamento, a viscosidade

dinâmica do lubrificante, e a carga linear influenciam drasticamente no valor do

coeficiente de atrito. Sendo assim, para testar a performance dos lubrificantes, são

imprescindíveis um controle e uma medição precisos dessas grandezas durante os

ensaios. O regime de lubrificação de interesse no nosso ensaio é o da lubrificação

elastohidrodinâmica (EHL), que ocorre quando o contato é predominantemente de

rolamento, ou seja, a taxa de deslizamento é próxima de zero. A lubrificação

elastohidrodinâmica ocorre em pares de engrenagens, esferas e rolos de rolamentos, e

cames, e em outras situações onde a pressão de Hertz é alta – entre 0,5 GPa e 3 GPa

– e a velocidade de deslizamento é baixa.

2.5 Tribômetros

Disponíveis no mercado, podemos encontrar diversos tipos de tribômetro. Sua função

chave é medir o coeficiente de atrito e o desgaste, simulando as condições de operação

na situação de interesse, que pode ser mais ou menos específica. A seguir

apresentamos alguns modelos de tribômetro que podem ser encontrados no mercado.

𝜇

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8

2.5.1 Pino-Disco

Figura 5-Tribômetro tipo Pino-Disco.

Fonte:http://tribolab.mas.bg.ac.rs/english/equipment.htm(Adaptado)

Descrição: Um disco gira em torno do próprio eixo enquanto um pino é pressionado

contra a face plana do disco com uma carga controlada.

Aplicação: Determinação de características tribológicas em condição de deslizamento

seco ou lubrificado

2.5.2 Pino-Anel ou Bloco-Anel

Figura 6 – Tribômetro tipo Pino-Anel ou Bloco-Anel.

Fonte:http://tribolab.mas.bg.ac.rs/english/equipment.htm (Adaptado)

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9

Descrição: Um anel parcialmente imerso em óleo gira em torno do próprio eixo enquanto

um bloco ou um pino é pressionado, com uma carga controlada, contra a superfície

curva do anel.

Aplicação: Determinação de características tribológicas em condição de deslizamento

seco ou lubrificado

2.5.3 Quatro-Esferas

Figura 7-Tribômetro tipo Quatro-Esferas.

Fonte:http://tribolab.mas.bg.ac.rs/english/equipment.htm (Adaptado)

Descrição: três esferas permanecem apoiadas numa base giratória enquanto uma

quarta esfera é pressionada contra elas com uma carga controlada.

Aplicação: determinação das propriedades de atrito e desgaste de óleos e graxas em

extrema pressão e fadiga superficial para rolamento puro.

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10

2.5.4 Pino – Bloco V

Figura 8- Tribômetro tipo Pino – Bloco V. Fonte: http://www.falexint.com/en/lubricants/pin-vee-

block-tester

Descrição: um pino gira em toro do próprio eixo enquanto dois blocos “V” em posições

opostas são pressionados contra o pino.

Aplicação: avaliar desgaste, atrito e propriedades dos materiais e lubrificantes em

condições de extrema pressão.

3 Projeto Básico

O projeto básico descreve o princípio de funcionamento do tribômetro, assim como a

lista de exigências, e as soluções de construção. O tribômetro desse projeto tem como

objetivo medir a performance de lubrificantes sob diferentes condições de pressão,

temperatura, e taxa de deslizamento, sendo a condição próxima à de rolamento puro a

de maior interesse.

3.1 Projeto Básico

O tribômetro disco-disco elaborado nesse projeto funciona a partir de dois discos

giratórios ortogonais que são pressionados um contra o outro. O disco horizontal se

encontra num banho de óleo aquecido por um resistor. A velocidade angular de cada

disco é controlada separadamente por motores independentes. A velocidade linear do

disco horizontal é determinada também pelo mecanismo de posicionamento, que varia

o ponto de contato entre os dois discos. Quanto mais afastado o contato do centro do

disco horizontal, maior a velocidade. A força de contato entre os discos é exercida

pneumaticamente por um cilindro pneumático localizado na ponta superior da árvore

Roda Carregadora

de Catraca

Medidor de

Carga

Blocos e

Pino Recipiente de Óleo Medidor de Torque

Pino gira a 290

rpm

Contra-pino

Blocos V

Configuração do Pino-Bloco

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11

vertical, e a pressão é fornecida por uma mangueira conectada no swível, na ponta de

baixo da árvore vertical.

Figura 9 - Desenho esquemático do Tribômetro Disco-Disco

Alguns tipos de acionamento foram considerados para exercer a força nos discos.

Dentre eles, havia a possibilidade de um acionamento mecânico, eletromecânico,

hidráulico e pneumático. O acionamento mecânico e o eletromecânico ocasionariam em

problemas de perda de alinhamento dos eixos, e problemas de vedação de óleo devido

à necessidade de se mover todo o conjunto de motor, juntas oldham, árvore e disco em

relação à caixa de óleo. Para contornar esses problemas, o acionamento pneumático

foi escolhido. O acionamento hidráulico exigiria um projeto maior em mais custoso, e já

que o Laboratório de Tribologia já dispõe dos compressores como fonte de pressão, o

acionamento pneumático foi considerado mais adequado e mais conveniente.

Disco Vertical

Disco Horizontal

Mecanismo de Posicionamento

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12

3.1.1 Lista de Exigências

A lista de exigências é uma série de requisitos que devem ser atingidos para que a

máquina cumpra a tarefa proposta de maneira satisfatória. A partir dessa lista são

tomadas decisões construtivas de como satisfazer as exigências de projeto da melhor

maneira possível.

Tabela 1 - Lista de Exigências

Descrição Exigência

Velocidade média 10m/s

Pressão mínima de contato de Hertz 0,2GPa

Pressão máxima de contato de Hertz 4,0GPa

Tendo em vista que um tribômetro se propõe a testar a performance de lubrificantes, é

indispensável que o ensaio represente de maneira realista o desempenho deles em

campo. Portanto, as condições de teste devem ser adequadas àquelas de uma situação

de aplicação real.

A velocidade média dos dois discos girantes de 10m/s representa uma velocidade

habitual entre pares de engrenagem. Velocidades superiores na faixa de 20m/s

equivalem a de jatos de óleo. A velocidade relativa dos dois discos é próxima de zero

no ensaio de interesse, o que equivale ao movimento de rolamento entre elementos de

máquina.

As pressões mínima e máxima de contato de Hertz também representam faixas

habituais de pressão de contato entre pares tribológicos como esferas e rolos de

rolamentos, cames, e pares de engrenagens.

3.1.2 Conceito da Máquina Disco-Disco

Os tribômetros encontrados no mercado são em sua maioria do tipo pino-disco, bloco-

anel, quatro-esferas ou pino-bloco v. O design de um tribômetro disco-disco possui

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13

vantagens e relação às outras configurações de tribômetro. Por causa do controle

independente de velocidade dos discos, sem a necessidade do uso de um inversor de

frequência para controlar a rotação dos discos, é possível atingir valores de taxa de

deslizamento muito inferiores e superiores a 200%, que é o atingido pela maioria dos

outros modelos de tribômetro, onde uma parte encontra-se estacionária e a outra se

move. Isso permite analisar uma faixa mais ampla de lubrificação, abrangendo desde a

lubrificação limítrofe à lubrificação hidrodinâmica a principio. As figuras abaixo ilustram

a taxa de deslizamento em função da velocidade das duas superfícies.

Figura 10 - Cinemática dos componentes de um sistema tribológico: deslizamento. Fonte: [3]

(Adaptado)

Forma de Movimento

Deslizamento

Simples

Deslizamento

Deslizamento

Puro

Deslizamento

Deslizamento

Simples

Velocidades Velocidade

Relativa

Velocidades

Somadas

Taxa de desliz.

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14

Figura 11 - Cinemática dos componentes de um sistema tribológico: deslizamento e rolamento.

Fonte: [3] (Adaptado)

A velocidade relativa é a diferença entre a velocidade tangencial do corpo 1, 𝑢1, e a

velocidade tangencial do corpo 2, 𝑢2. A velocidade relativa é decisiva no aumento de

temperatura e na dissipação de energia devidos ao atrito, e influencia em sistemas

lubrificados a efetividade da viscosidade do óleo na área de contato, e com isso

influencia também a espessura do filme lubrificante.

A velocidade média por sua vez, em sistemas lubrificados é significativa no afluxo de

óleo no local de contato. Num filme elastohidrodinâmico por exemplo, um aumento da

velocidade média acarreta num aumento da espessura do filme.

A taxa de deslizamento representa a razão entre as parcelas de deslizamento e

rolamento que ocorrem entre dos corpos em contato e movimento.

O ensaio de interesse é aquele em que ocorre lubrificação elastohidrodinâmica, e a

velocidade relativa é baixa, ou seja, taxa de deslizamento próxima de zero, movimento

predominante de rolamento.

3.1.3 Soluções de Construção

Pela escolha do tipo de acionamento para a força entre os discos e devido à

necessidade de posicionamento preciso dos discos, algumas construções sob medida

foram elaboradas, o mecanismo de posicionamento e o swível. Para que as medições

feitas durante os ensaios tenham a precisão desejada, a força e velocidade atuantes

Forma de Movimento Velocidades

Velocidade

Relativa

Velocidades

Somadas

Taxa de desliz.

Deslizamento

Simples

Deslizamento

Simples

Rolamento e

Deslizamento

Rolamento

Rolamento e

Deslizamento

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15

devem ser determinadas com a menor incerteza possível. A velocidade linear é obtida

de maneira indireta-já sendo fixada e conhecida a rotação dos motores- através da

medição da posição do disco, o que faz seu posicionamento preciso algo crítico. De

maneira semelhante, a força de contato de Hertz é medida indiretamente através da

pressão atuante no pistão, sendo necessária uma calibração para levar em conta a

influência de fatores externos não considerados na modelagem do problema. Os dois

torquímetros fornecem o torque atuante em cada árvore.

3.1.3.1 Mecanismo de Posicionamento do Disco Vertical

Um trilho de guia NSK aparafusada na parede interna da caixa de óleo possui um

mancal linear de deslizamento que corre sobre ela (placa metálica usinada). Esse

mancal linear é empurrado por um micrômetro de profundidade, controlado

manualmente, localizado na parte externa da caixa de óleo. O contato do mancal de

deslizamento com o micrômetro é garantido por duas molas de tração, uma em cada

lateral do mancal, que puxam o mancal contra a haste do micrômetro.

No mancal de deslizamento há duas hastes, em cujas pontas há um rolamento radial de

esferas e uma roda de atrito, que fazem contato com o disco vertical em suas faces

opostas.

Figura 12 - Mecanismo de posicionamento do disco vertical. Fonte: o Autor

Rodas de atrito

Rolamentos

Micrômetro de profundidade

Mola de tração

Fixação do micrômetro

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16

3.1.3.2 Swível

Para transmitir a pressão da ponta inferior do eixo vazado até o pistão na outra

extremidade, é necessário que haja uma peça intermediária entre o eixo e a conexão

da mangueira, visto que a última deve permanecer em repouso.

O design de um swível foi pensado para solucionar esse problema. O swível – nome de

uma peça responsável por conectar uma peça girante à outra em repouso- consiste de

um rolamento autocompensador de esferas vedado nos seus dois lados, acoplado na

ponta inferior do eixo, e uma casca metálica ao seu redor. A vedação do swível é feita

pea própria blindagem do rolamento autocompensador e do contato do anel externo

rolamento com a casca metálica.

Figura 13 - Swivel e quadro de ganchos com molas. Fonte: o Autor

Camisa do swível

Parafusos olhal

Mola de tração

Quadro de apoio de

tubos quadrados de

alumínio

Encaixe da mangueira

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17

4 Projeto de Detalhamento

4.1 Cálculos Básico

4.1.1 Determinação dos diâmetros dos discos

Segundo a lista de exigências, a média das velocidades dos discos deve ser igual a

10m/s. A velocidade linear depende do diâmetro dos discos e da rotação dos motores.

Avaliando os possíveis valores para os diâmetros assumindo uma rotação de 3600rpm

ou 377rad/s:

Tabela 2 - Velocidade média dos discos

Existem vários diâmetros que satisfazem à solicitação cinemática. Foi escolhido o

diâmetro de 60mm para ambos os discos, que dessa maneira atingem uma velocidade

média de 11,17m/s. Como veremos mais adiante, o diâmetro do disco influencia também

na força de Hertz, que quanto maior o diâmetro, maior é a força necessária para atingir

uma dada pressão de Hertz. Tanto a velocidade quanto a força de Hertz foram levados

em consideração durante o processo de escolha dos diâmetros, dentre os valores

possíveis marcados em azul claro na Tabela 2.

4.1.2 Força de Contato Hertz

Para alcançar o valor máximo da pressão de contato de Hertz, é necessário aplicar uma

força na região de contato entre os discos, chamada de força de contato de Hertz. A

D2

D1

1.86 2.79 3.72 4.66 5.59 6.52 7.45 8.38 9.31

2.79 3.72 4.66 5.59 6.52 7.45 8.38 9.31 10.24

3.72 4.66 5.59 6.52 7.45 8.38 9.31 10.24 11.17

4.66 5.59 6.52 7.45 8.38 9.31 10.24 11.17 12.11

5.59 6.52 7.45 8.38 9.31 10.24 11.17 12.11 13.04

6.52 7.45 8.38 9.31 10.24 11.17 12.11 13.04 13.97

7.45 8.38 9.31 10.24 11.17 12.11 13.04 13.97 14.90

8.38 9.31 10.24 11.17 12.11 13.04 13.97 14.90 15.83

9.31 10.24 11.17 12.11 13.04 13.97 14.90 15.83 16.76

70 80 90

Velocidade média [m/s]20 30 40 50 60

10

20

30

40

50

60

70

80

90

10

P

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18

magnitude dessa força varia de acordo com a geometria das superfícies e também de

acordo com seus raios de curvatura.

Figura 14 - Geometria de dois corpos em contato, um convexo e uma superfície plana. Fonte:[12]

(Adaptado)

No caso dos discos 1 e 2 o contato é elíptico, entre a face plana de um dos discos e

uma elipse, como mostra a Figura 14 - Geometria de dois corpos em contato, um

convexo e uma superfície plana. A modelagem do contato elíptico é complexa e foge ao

escopo deste projeto. Uma boa aproximação pode ser obtida modelando-se a elipse

como uma esfera de raio equivalente usando o modelo, segundo (GREENWOOD,

1997). Esse modelo é adequado para contatos moderadamente elípticos, e garante que

o erro é menor do que 2% para 𝐵/𝐴 ≤ 25.

Onde

𝑅𝑒 = (𝐴 ∙ 𝐵 ∙ (𝐴+𝐵

2))−1

3⁄

E,

𝐴 = 1

𝑅1+ 1

𝑅2 e 𝐵 = 1

𝑅1′ +

1

𝑅2′

Mas como o contato ocorre na face plana de um dos discos a curvatura do disco em

qualquer direção contida no plano é nula, 1

𝑅2=

1

𝑅2′ = 0

Portanto,

𝐴 =1

𝑅1=

2

5 𝐵 = 1

𝑅1′ =

1

30

Assim,

Área de

Contato Elíptica

Corpo A

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19

𝑅𝑒 = (1

𝑅1∙ 1

𝑅1′ (

1

2𝑅1+ 1

2𝑅1′))

−13⁄

= (25∙ 130 (15+ 1

60))−1

3⁄

= 7𝑚𝑚

E a pressão de Hertz usando o raio equivalente para contato esférico

𝑝0 =1

𝜋∙ (

6𝐹𝐸∗2

𝑅𝑒2 )

13⁄

, 𝑒 1

𝐸∗=(1 − 𝜐1

2)

𝐸12 +

(1 − 𝜐22)

𝐸22

𝑝03 =

1

𝜋3∙ 6𝐹𝐸∗2

𝑅𝑒2 →

𝜋3 ∙ 𝑝03 ∙ 𝑅𝑒

2

𝐸∗2= 6𝐹

𝐹 =𝜋3 ∙ 𝑝0

3 ∙ 𝑅𝑒2

6𝐸∗2

Como os dois discos são feitos do mesmo material, e para o aço SAE 1095: 𝐸1 = 𝐸2 =

𝐸 = 210𝐺𝑃𝑎 e 𝜈1 = 𝜈2 = 𝜈 = 0,3.

Então,

1

𝐸∗=(1 − 𝜐1

2)

𝐸12 +

(1 − 𝜐22)

𝐸22 = (

2(1 − 𝜐2)

𝐸)

e

𝐹 =𝜋3 ∙ 𝑝0

3 ∙ 𝑅𝑒2

6∙ (2(1 − 𝜐2)

𝐸)

2

𝐹 =2 ∙ 𝜋3 ∙ 𝑝0

3 ∙ 𝑅𝑒2

3∙ ((1 − 𝜐2)

𝐸)

2

, 0,2𝐺𝑝𝑎 ≤ 𝑝0 ≤ 4,0𝐺𝑃𝑎

𝐹𝑚𝑖𝑛 =2 ∙ 𝜋3 ∙ 𝑝𝑚𝑖𝑛

3 ∙ 𝑅𝑒2

3∙ ((1 − 𝜐2)

𝐸)

2

=2 ∙ 𝜋3 ∙ 0,23 ∙ 702

3((1 − 0,32)

210)

2

= 1,53 ∙ 10−4𝑘𝑁

𝐹𝑚𝑎𝑥 =2 ∙ 𝜋3 ∙ 𝑝𝑚𝑎𝑥

3 ∙ 𝑅𝑒2

3∙ ((1 − 𝜐2)

𝐸)

2

=2 ∙ 𝜋3 ∙ 43 ∙ 702

3((1 − 0,32)

210)

2

= 1,225𝑘𝑁

= 1225𝑁

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20

Gráfico 2 - Força Máxima de Hertz em função do diâmetro. Fonte: o Autor

No gráfico acima podemos ver a variação da força necessária para se alcançar 4,0 GPa

de pressão de Hertz, de acordo com a variação do diâmetro do disco, de espessura

fixada em 5mm. Essa espessura equivale ao diâmetro secundário do disco, usado no

cálculo da força de Hertz.

Usando agora um disco de 60mm de diâmetro e 5mm de espessura, e utilizando as

equações anteriores, plotamos no gráfico a seguir, a pressão de contato de Hertz em

função da força exercida nos discos. Esse será o intervalo entre as forças mínima e

máxima aplicados nos ensaios.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

2000

0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 120.0

Forç

a d

e H

ert

z [N

]

Diâmetro do Disco [mm]

Força Máxima de Hertz

Espessura de 5mm, p=4GPa

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5

Forç

a d

e H

ert

z [N

]

Pressão de Hertz [GPa]

Força de Hertz

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21

Gráfico 3 - Força de Hertz de acordo com a pressão de Hertz. Fonte: o Autor

4.1.3 Força de Atrito

A força de atrito é de suma importância não somente para o ensaio, como também para

a modelagem da máquina em si. Quanto maior a força de atrito, maior a potência

operante necessária dos motores.

Os ensaios do tribômetro disco-disco são feitos sempre em condições molhadas, ou

seja, não há contato seco entre as superfícies dos discos. O coeficiente de atrito usual

nessas condições é de entre 0,03 a 0,07, enquanto o coeficiente de atrito dinâmico

máximo é de μ=0,1. Então a força de atrito máxima será

𝐹𝑎𝑡 = 𝜇 ∙ 𝑁 = 0,1 ∙ 1225 = 123𝑁

4.2 Cálculos detalhados

Tendo sido analisadas as solicitações cinemáticas e dinâmicas da máquina, temos

informações suficientes para passar para a etapa seguinte, que é o dimensionamento e

seleção dos componentes.

4.2.1 Acionamento pneumático

A aplicação da força se dá através de um compressor de cuja pressão fornecida é de

até 6 bar. Este compressor está conectado através de uma mangueira e um swivel –

dispositivo usado para conectar peças estacionárias e giratórias sem vazamento- na

ponta de um eixo vazado.

𝐹 = 𝑝 ∙ 𝐴 = 𝑝 ∙ 𝜋 ∙𝑑2

4

𝑑 = √4𝐹

𝜋𝑝= √

4 ∙ 1225

𝜋 ∙ 0.606= 50,75𝑚𝑚

Será usado um diâmetro de 65mm, que é capaz de fornecer uma força de 2010 N. Para

fornecer a força de 1225N precisa-se operar a uma pressão de 4 bar, valor conservador

que compensa uma possível perda na linha de pressão graças a um eventual

vazamento no swível.

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22

4.2.2 Cálculo da Potência dos Motores

Sabendo o valor máximo da força de atrito, e selecionando motores de 2 pólos que

giram na faixa de 3600rpm, podemos achar a potência mínima exigida de cada um dos

2 motores

𝑇 = 𝐹𝑎𝑡 ∙𝑑

2∙= 𝜇 ∙ 𝑁 ∙

𝑑

2= 0,1 ∙ 1225 ∙

60

2= 3674𝑁𝑚𝑚 = 3,67𝑁𝑚

𝑃𝑜𝑡 = 𝑇 ∙ 𝜔 = 3,67 ∙ 3600 ∙2𝜋

60= 1385𝑊 = 1,39𝑘𝑊

Os motores selecionados foram dois motores do modelo da WEG W22 L80 de 1,5kW

de potência.

4.2.3 Cálculo da Largura da Correia

A correia deve aguentar o torque e ser capaz de transmitir a potência do motor para o

eixo.

𝐹𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎 =2𝑇

𝑑𝑝=2 ∙ 3674

61,8= 118𝑁

𝑧𝑒 =𝑧𝑝 ∙ 𝛽𝑃

°

360≤ 12

𝑏[𝑚𝑚] ≥𝑃′

𝑧𝑝 ∙ 𝑧𝑐 ∙ 𝑃𝑠𝑝𝑒𝑐=

𝐾𝐴 ∙ 𝑃𝑛𝑜𝑚𝑧𝑝 ∙ 𝑧𝑐 ∙ 𝑃𝑠𝑝𝑒𝑐

=1,7 ∙ 1,38

20 ∙ 20 ∙ 0,0015= 7,84𝑚𝑚

𝑏[𝑚𝑚] ≥𝑇𝑚𝑎𝑥

𝑧𝑝 ∙ 𝑧𝑐 ∙ 𝑇𝑠𝑝𝑒𝑐=

2𝑇𝑛𝑜𝑚𝑧𝑝 ∙ 𝑧𝑐 ∙ 𝑇𝑠𝑝𝑒𝑐

=2 ∙ 3,67

20 ∙ 20 ∙ 0,0035= 10,49𝑚𝑚

Dessa maneira, a largura mínima necessária para atender às demandas de torque e

potência é de 10,49mm.

Consultando catálogos de fabricantes de correias dentadas, para uma correia T10, a

menor largura de correia maior que a mínima exigida é de 16mm. Como as polias

dentadas escolhidas são idênticas, possuindo 20 dentes, e a distância entre elas é de

555mm, a correia adequada possui 130 dentes.

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23

Figura 15 - Fator de serviço para engrenagens, correias, rodas de atrito, e correntes. Fonte:[13]

(Adaptado)

Sensibilidade Uso diário Carregamento Partida Acionamento

Fato

r de S

erv

iço K

a

Leve o

u r

ara

mente

Médio

Pesad

o o

u f

requ

ente

Carg

a t

ota

l

Carg

a t

ota

l sem

Im

pacto

Carg

a t

ota

l Im

pa

cto

mo

de

rad

o

Carg

a t

ota

l Im

pa

cto

fo

rte

En

gre

na

ge

m(q

ue

bra

)

Aco

pla

me

nto

En

gre

na

ge

m(m

ossa

)

Corr

en

te

Co

rreia

Se

m-f

im

Motor de Combustão

1 Cilindro

2 Cilindros

4 Cilindros

Turbina de água

Máquina a vapor

Turbina a vapor

Motor elétrico

Para engrenagens, rodas de atrito, correias e correntes (segundo Richter-Olhlendorf)

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24

Figura 16 - limite de carga específica para correia dentada T10. Fonte:[13] (Adaptado)

4.2.4 Análise Estática de Esforços nos Eixos

4.2.4.1.1 Árvore Vertical

O eixo vertical é um eixo escalonado e vazado. Ele é um eixo vazado porquê além de

transmitir torque o acionamento pneumático se dará através dele, transmitindo a

pressão de uma ponta à outra. As cargas atuantes nele são o torque da correia e de

reação na sua extremidade, assim como momento na sua extremidade mais grossa e

forças da correia e de reação dos mancais.

Figura 17 - Árvore vertical. Fonte: o Autor

Polia Perfil T10

Rotações da polia menor [rpm]

Limite de carga do dente – Limite específico de carga para polia dentada (segundo norma)

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25

∑𝐹𝑦 = 0:−𝐹𝑎𝑡 + 𝑅1𝑦 +−𝑅2𝑦 = 0

∑𝑀𝑧 = 0: 𝐹𝑎𝑡 ∙ 𝑙1−𝑅2𝑦 ∙ 𝑙2 = 0

∑𝐹𝑧 = 0: 𝑅1𝑧 +−𝑅2𝑧−𝐹𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎 = 0

∑𝑀𝑦 = 0: 𝑁 ∙ 𝑑

2+ −𝑅2𝑧𝑙2−𝐹𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎 ∙ (𝑙2 + 𝑙3) = 0

|𝑅1𝑦| =𝐹𝑎𝑡 ∙ (𝑙1 + 𝑙2)

𝑙2= 298𝑁 |𝑅2𝑦| =

𝐹𝑎𝑡 ∙ 𝑙1𝑙2

= 176𝑁

| 𝑅1𝑧| =−𝐹𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎 ∙ 𝑙3 +

𝑁 ∙ 𝑑2

𝑙2= 541𝑁 |𝑅2𝑧| =

−𝐹𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎 ∙ (𝑙2 + 𝑙3) +𝑁 ∙ 𝑑2

𝑙2= 422𝑁

4.2.4.1.2 Árvore Horizontal

A árvore horizontal é um eixo, cujas estrias têm função de transmitir torque e também

guiar o disco que mantém contato com o prsto e o banho de óleo. A posição da força no

eixo varia com a posição do disco, então será analisado o cenário mais crítico onde o

disco se encontra em fim de curso (na extremidade do eixo), e portanto, o momento

exerciso é tambem maior.

Figura 18 - Árvore horizontal. Fonte: o Autor

∑𝐹𝑦 = 0: 𝐹 + 𝐻1𝑦 +−𝐻2𝑦 = 0

∑𝑀𝑧 = 0:−𝐻2𝑦 ∙ 𝑙1 + 𝐹 ∙ 𝑙2 = 0

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26

∑𝐹𝑧 = 0: 𝐻1𝑧 +−𝐻2𝑧+𝐹𝑎𝑡 = 0

∑𝑀𝑦 = 0: −𝐻2𝑧 ∙ 𝑙1 + 𝐹 ∙ 𝑙2 = 0

Mas como as equações de equilíbrio de força e momento em y e z são linearmente

dependentes, e 𝜇 =𝐹𝑎𝑡

𝑁 então

𝐻1𝑦 =𝐹𝑙2𝑙1= 2495𝑁 𝐻2𝑦 =

𝐹(𝑙1 + 𝑙2)

𝑙1= 1271𝑁 𝐻1𝑧 = 𝜇 ∙ 𝐻1𝑦 = 250𝑁

𝐻2𝑧 = 𝜇 ∙ 𝐻2𝑦 = 127𝑁

4.2.4.1.3 Árvore Intermediária

A árvore intermediária tem como função transmitir o torque do torquímetro para a polia,

uma vez que o comprimento do eixo do torquímetro é muito curto para que ele exercesse

essa função sozinho, as forças radiais sobrecarregariam os seus mancais internos.

Figura 19 - Árvore intermediária. Fonte: o Autor

∑𝐹𝑦 = 0: −𝐹𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎 + 𝑅𝑎𝑦 + 𝑅𝑏𝑦 = 0

∑𝑀𝑧 = 0:−𝑅𝑎𝑦 ∙ 𝑙1 + 𝑅𝑏𝑦 ∙ 𝑙1 = 0

𝑅𝑎𝑦 = 𝑅𝑏𝑦 =−𝐹𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎

2= 60𝑁

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27

4.2.4.2 Diagramas de Esforço Cortante e Momento Fletor

Determinadas as forças de reação em cada ponto de apoio, passamos para a análise

de esforço cortante e momento flexor. A partir dessa análise determinaremos as seções

críticas, ou seja, as seções mais solicitadas dos eixos onde o risco de falha é maior.

4.2.4.2.1 Árvore vertical

Usando funções de singularidade, as distribuições dos esforços cortantes e momentos

fletores foram ilustradas, usando o software Excel, nas equações e gráficos a seguir:

4.2.4.2.1.1 Esforços Cortantes

Gráfico 4 – Árvore vertical: esforço cortante na direção y. Fonte: o Autor

𝑉𝑦 = −𝐹𝑎𝑡 < 𝑥 >0+𝑅1𝑦 < 𝑥 − 65 >0+−𝑅2𝑦 < 𝑥 − 110 >

0

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

0

10

20

30

40

49

59

69

79

89

99

10

9

11

9

12

9

13

9

14

9

15

9

16

9

17

9

18

9

19

9

20

9

21

9

22

9

23

9

24

9

ESFO

R'Ç

O C

OR

TAN

TE [

N]

X[MM]

Vy

X[mm]

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28

Gráfico 5 – Árvore vertical: esforço cortante na direção z. Fonte: o Autor

𝑉𝑧 = 𝑅1𝑦 < 𝑥 − 65 >0+−𝑅2𝑦 < 𝑥 − 110 >

0 −𝐹𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎 < 𝑥 − 213 >0

4.2.4.2.1.2 Momentos Fletores

Gráfico 6 - Árvore vertical: momento fletor na direção z. Fonte: o Autor

𝑀𝑧 = −𝐹𝑎𝑡 < 𝑥 >1+ 𝑅1𝑦 < 𝑥 − 65 >

1+−𝑅2𝑦 < 𝑥 − 110 >1

-100

0

100

200

300

400

500

600

700

0

10

20

30

40

49

59

69

79

89

99

10

9

11

9

12

9

13

9

14

9

15

9

16

9

17

9

18

9

19

9

20

9

21

9

22

9

23

9

24

9

ESFO

O C

OR

TAN

TE [

N]

X[MM]

Vz

-10000

-8000

-6000

-4000

-2000

0

2000

1 6

11

16

21

26

31

36

41

46

51

56

61

66

71

76

81

86

91

96

10

1

10

6

11

1

11

6

12

1

12

6

13

1

13

6

14

1

14

6

15

1

MO

MEN

TO F

LETO

R [

NM

M]

X[MM]

Mz[Nmm]

MO

MEN

TO F

LETO

R [

Nm

m]

X[mm]

X[mm]

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29

Gráfico 7 - Árvore vertical: momento fletor na direção y. Fonte: o Autor

𝑀𝑦 =−𝑁 ∙ 𝑑

2< 𝑥 >0+ 𝑅1𝑦 < 𝑥 − 65 >

1+−𝑅2𝑦 < 𝑥 − 110 >1 −𝐹𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎 < 𝑥 − 213 >

1

Gráfico 8 - Árvore vertical: momento fletor total. Fonte: o Autor

𝑀𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙(𝑥) = √𝑀𝑦2(𝑥)+𝑀𝑧

2(𝑥)

A partir dos gráficos vemos que a seção mais crítica é onde o momento fletor é máximo

e o diâmetro é de 30mm. As tensões serão analisadas nessa sessão.

-40000

-30000

-20000

-10000

0

10000

0

10

20

30

40

49

59

69

79

89

99

10

9

11

9

12

9

13

9

14

9

15

9

16

9

17

9

18

9

19

9

20

9

21

9

22

9

23

9

24

9

MO

MEN

TO F

LETO

R[N

MM

]

X[MM]

My

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

0

10

20

30

40

49

59

69

79

89

99

10

9

11

9

12

9

13

9

14

9

15

9

16

9

17

9

18

9

19

9

20

9

21

9

22

9

23

9

24

9

MO

MEN

TO F

LETO

R [

NM

M]

X[MM]

Momento fletor total

X[mm]

X[mm]

MO

MEN

TO F

LETO

R [

Nm

m]

MO

MEN

TO F

LETO

R [

Nm

m]

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30

4.2.4.2.2 Árvore Horizontal

Da mesma maneira que para o eixo vertical, as distribuições de esforços cortantes e

momentos fletores estão ilustradas em equações e gráficos.

4.2.4.2.2.1 Esforços Cortantes

𝑉𝑦(𝑥) = 𝐹 < 𝑥 >0−𝐻1𝑦 < 𝑥 − 98 >

0+𝐻2𝑦 < 𝑥 − 202 >0

𝑉𝑧(𝑥) = 𝐹𝑎𝑡 < 𝑥 >0−𝐻1𝑧 < 𝑥 − 98 >

0+𝐻2𝑧 < 𝑥 − 202 >0

𝑉𝑦 e 𝑉𝑧 possuem uma distribuição similar, apenas com módulos diferentes, portanto,

diferem apenas pela multiplicação de uma constante.

Gráfico 9 - Árvore horizontal: esforço cortante na direção y. Fonte: o Autor

-1500

-1000

-500

0

500

1000

1500

1

11

21

31

41

51

61

71

81

91

10

1

11

1

12

1

13

1

14

1

15

1

16

1

17

1

18

1

19

1

20

1

21

1

22

1

23

1

24

1

25

1

ESFO

O C

OR

TAN

TE [

N]

X[MM]

Vy[N]

X[mm]

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31

4.2.4.2.2.2 Momento fletor

Gráfico 10 - Árvore horizontal: momento fletor na direção z. Fonte: o Autor

𝑀𝑧 = 𝐹 < 𝑥 >1−𝐻1𝑦 < 𝑥 − 98 >

1+𝐻1𝑦 < 𝑥 − 202 >1

O mesmo ocorre com 𝑀𝑦 e 𝑀𝑧, curvas semelhantes apenas com módulos diferentes. O

momento fletor total é igual em módulo a √1.001𝑀𝑧.

4.2.4.2.3 Eixo Intermediário

4.2.4.2.3.1 Esforço Cortante

O esforço cortante na árvore intermediária se dá somente em um plano, assim como o

momento fletor.

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

140000

1

11

21

31

41

51

61

71

81

91

10

1

11

1

12

1

13

1

14

1

15

1

16

1

17

1

18

1

19

1

20

1

21

1

22

1

23

1

24

1

25

1

MO

MEN

TO F

LETO

R [

NM

M]

X[MM]

Mz[Nmm]

X[mm]

MO

MEN

TO F

LETO

R [

Nm

m]

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32

Gráfico 11 - Árvore intermediária: esforço cortante. Fonte: o Autor

𝑉𝑦 = −𝑅𝑎𝑦 < 𝑥 >0+ 𝐹𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎 < 𝑥 − 30 >

0− 𝑅𝑏𝑦 < 𝑥 − 60 >0

4.2.4.2.3.2 Momento Fletor

Gráfico 12 - Árvore intermediária: momento fletor. Fonte: o Autor

𝑀𝑧 = −𝑅𝑎𝑦 < 𝑥 >1+𝐹𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎 < 𝑥 − 30 >

1− 𝑅𝑏𝑦 < 𝑥 − 60 >1

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

1 5 9

13

17

21

25

29

33

37

41

45

49

53

57

61

65

69

73

77

81

85

89

93

97

10

1

ESFO

O C

OR

TAN

TE [

N]

X[MM]

V

-2000

-1800

-1600

-1400

-1200

-1000

-800

-600

-400

-200

0

200

1 5 9

13

17

21

25

29

33

37

41

45

49

53

57

61

65

69

73

77

81

85

89

93

97

10

1

MO

MEN

TO F

LETO

R[N

MM

]

X[MM]

M

X[mm]

X[mm]

MO

MEN

TO F

LETO

R [

Nm

m]

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33

4.2.4.3 Análise das Tensões nos Eixos

4.2.4.3.1 Árvore Vertical

𝜎𝑥𝑎 =𝑀𝑚á𝑥 ∙ 𝑟

𝐼=8 ∙ 35 ∙ 80866𝑁𝑚𝑚

𝜋 ∙ 304 − 𝜋 ∙ 104= 10,11𝑀𝑃𝑎

𝜎𝑥𝑚 =𝑁

𝐴=

4 ∙ 1225

𝜋 ∙ 𝑑2 − 𝜋 ∙ 𝑑𝑖𝑛𝑡2 =

4 ∙ 1225

𝜋 ∙ 302= 1,73𝑀𝑃𝑎

𝜏𝑥𝑦𝑎 =𝑉

𝐴=

4𝑉

𝜋 ∙ 𝑑2 − 𝜋 ∙ 𝑑𝑖𝑛𝑡2 =

4 ∙ 569

𝜋 ∙ 302 − 𝜋 ∙ 102= 0,81𝑀𝑃𝑎

𝜏𝑥𝑦𝑚 =𝑇𝑚𝑎𝑥 ∙ 𝑟

𝐽=

2 ∙ 𝑇𝑛𝑜𝑚 ∙ 𝑟

𝜋 ∙ 303 − 𝜋 ∙ 103=8 ∙ 16 ∙ 3674𝑁𝑚𝑚

𝜋 ∙ 304 − 𝜋 ∙ 104= 0,69𝑀𝑃𝑎

𝜎𝑎 = √(𝐾𝑓𝑚𝜎𝑥𝑎)2 + 3(𝐾𝑓𝑡𝜏𝑥𝑦𝑎)

2 = √(1,975 ∙ 10,11)2 + 3(2,1 ∙ 0,81)2 = 20,18𝑀𝑃𝑎

𝜎𝑚 = √𝜎𝑥𝑚2 + 3𝜏𝑥𝑦

2 = 2,11𝑀𝑃𝑎

4.2.4.3.2 Eixo Horizontal

𝜎𝑥𝑎 =32𝑀𝑚á𝑥𝜋𝑑3

=32 ∙ 120550𝑁𝑚𝑚

𝜋303= 22,74𝑀𝑃𝑎

𝜎𝑥𝑚 = 0

𝜏𝑥𝑦𝑎 =𝑉

𝐴=4 ∙ 2790

𝜋𝑑2= 3,97𝑀𝑃𝑎

𝜏𝑥𝑦𝑚 =16 ∙ 𝑇𝑚𝑎𝑥𝜋𝑑3

=16 ∙ 2 ∙ 𝑇𝑛𝑜𝑚

𝜋𝑑3= 0,53𝑀𝑃𝑎

𝜎𝑎 = √(𝐾𝑓𝑚𝜎𝑥𝑎)2 + 3(𝐾𝑓𝑡𝜏𝑥𝑦)

2 = √(1.48 ∙ 22,74)2 + 3(1.36 ∙ 3,97)2 = 34,93𝑀𝑃𝑎

𝜎𝑚 = √𝜎𝑥𝑚2 + 3𝜏𝑥𝑦

2 = √3 ∙ 0,532 = 0,92𝑀𝑃𝑎

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34

4.2.4.3.3 Eixo Intermediário

𝜎𝑥𝑎 =32𝑀𝑚á𝑥𝜋𝑑3

=32 ∙ 1784

𝜋183= 1,51𝑀𝑃𝑎

𝜏𝑥𝑦𝑎 =𝑉

𝐴=4 ∙ 60

𝜋𝑑2= 0,23𝑀𝑃𝑎

𝜎𝑥𝑚 = 0

𝜏𝑥𝑦𝑚 =16 ∙ 𝑇𝑚𝑎𝑥𝜋𝑑3

=16 ∙ 2 ∙ 3674

𝜋183= 1,60𝑀𝑃𝑎

Desconhecendo o raio do filete produzido pela fresa no rasgo de chaveta, seria

necessário usar um valor estimado para achar os fatores de concentração de tensões.

Segundo (BUDYNAS e KEITH NISBETT, 2011) 𝐾𝑓𝑚 = 2,14(flexão) e 𝐾𝑓𝑡 = 3,0(torsão),

enquanto segundo (NORTON, 2013), os fatores de concentração de tensão podem ser

obtidos seguindo uma relação 𝑟/𝑑 e não havendo informações sobre o valor do raio do

filete, ele sugere um valor próximo ao sugerido por (BUDYNAS e KEITH NISBETT,

2011). Mas havendo próximo também um sulco para anel de retenção, a concentração

de tensões é mais crítica ainda do que no caso da chaveta, e ainda segundo (BUDYNAS

e KEITH NISBETT, 2011), 𝐾𝑓𝑚 = 5,0(flexão) e 𝐾𝑓𝑡 = 3,0(torsão). Dessa maneira:

𝜎𝑎 = √(𝐾𝑓𝑚𝜎𝑥𝑎)2 + 3(𝐾𝑓𝑡𝜏𝑥𝑦𝑎)

2 = √(5 ∙ 1,51)2 + 3(3 ∙ 0,23)2 = 7,63𝑀𝑃𝑎

𝜎𝑚 = √𝜎𝑥𝑚2 + 3𝜏𝑥𝑦

2 = √3 ∙ 1,602 = 2,78𝑀𝑃𝑎

4.2.5 Análise de Fadiga

Na análise de fadiga das árvores, usando

4.2.5.1.1 Eixo Vertical

𝑆𝑛 = 𝑘𝑎 ∙ 𝑘𝑏 ∙ 𝑘𝑐 ∙ 𝑘𝑑 ∙ 𝑘𝑒 ∙ 𝑘𝑓 ∙ 𝑆𝑛̅̅ ̅

𝑆𝑢𝑡 ≤ 700𝑀𝑃𝑎 logo 𝑆𝑛̅̅ ̅ =𝑆𝑢𝑡

2=

571𝑀𝑃𝑎

2= 285𝑀𝑃𝑎

𝑘𝑎 = 𝑎𝑆𝑢𝑡𝑏 para material usinado ou laminado a frio, 𝑎 = 4,51, 𝑏 = −0,265

𝑘𝑎 = 0,82

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35

𝑘𝑏 = 0,85, 25𝑚𝑚 ≤ 𝑑 ≤ 250𝑚𝑚

𝑘𝑐 = 1 (flexão), já que não há tensões alternadas devido à torção ou esforço axial

𝑘𝑑 = 1 (𝑇 < 300℃)

𝑘𝑒 = 0,814 (99% 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑖𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒)

𝑆𝑛 = 159,64𝑀𝑃𝑎

4.2.5.1.1.1 Critério de Soderberg

𝜎𝑎𝑆𝑛+𝜎𝑚𝑆𝑦

=1

𝐹𝑆

19,37

159,64+2,27

310=1

𝐹𝑆

𝐹𝑆 = 7,77

4.2.5.1.2 Eixo Horizontal

𝑆𝑛 = 𝑘𝑎 ∙ 𝑘𝑏 ∙ 𝑘𝑐 ∙ 𝑘𝑑 ∙ 𝑘𝑒 ∙ 𝑘𝑓 ∙ 𝑆𝑛̅̅ ̅

𝑆𝑢𝑡 ≤ 700𝑀𝑃𝑎 logo 𝑆𝑛̅̅ ̅ =𝑆𝑢𝑡

2=

571𝑀𝑃𝑎

2= 285𝑀𝑃𝑎

𝑘𝑎 = 𝑎𝑆𝑢𝑡𝑏 para material usinado ou laminado a frio, 𝑎 = 4,51, 𝑏 = −0,265

𝑘𝑎 = 0,82

𝑘𝑏 = 0,85, 25𝑚𝑚 ≤ 𝑑 ≤ 250𝑚𝑚

𝑘𝑐 = 1 (flexão), já que não há tensões alternadas devido à torção ou esforço axial

𝑘𝑑 = 1 (𝑇 < 300℃)

𝑘𝑒 = 0,814 (99% 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑖𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒)

𝑆𝑛 = 159,64𝑀𝑃𝑎

4.2.5.1.2.1 Critério de Soderberg

𝜎𝑎𝑆𝑛+𝜎𝑚𝑆𝑦

=1

𝐹𝑆

34,93

159,64+0,92

310=1

𝐹𝑆

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36

𝐹𝑆 = 4,53

4.2.5.1.3 Eixo Intermediário

Da mesma maneira que para as árvores vertical e horizontal:

𝑆𝑛 = 𝑘𝑎 ∙ 𝑘𝑏 ∙ 𝑘𝑐 ∙ 𝑘𝑑 ∙ 𝑘𝑒 ∙ 𝑘𝑓 ∙ 𝑆𝑛̅̅ ̅

𝑆𝑢𝑡 ≤ 700𝑀𝑃𝑎 logo 𝑆𝑛̅̅ ̅ =𝑆𝑢𝑡

2=

571𝑀𝑃𝑎

2= 285𝑀𝑃𝑎

𝑘𝑎 = 𝑎𝑆𝑢𝑡𝑏 para material usinado ou laminado a frio, 𝑎 = 4,51, 𝑏 = −0,265

𝑘𝑎 = 0,82

𝑘𝑏 = 0,85, 25𝑚𝑚 ≤ 𝑑 ≤ 250𝑚𝑚

𝑘𝑐 = 1 (flexão), já que não há tensões alternadas devido à torção ou esforço axial

𝑘𝑑 = 1 (𝑇 < 300℃)

𝑘𝑒 = 0,814 (99% 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑖𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒)

𝑆𝑛 = 159,64𝑀𝑃𝑎

4.2.5.1.3.1 Critério de Soderberg

𝜎𝑎𝑆𝑛+𝜎𝑚𝑆𝑦

=1

𝐹𝑆

7,63

159,64+2,78

310=1

𝐹𝑆

𝐹𝑆 = 17,63

4.2.6 Deflexão dos eixos

O cálculo da deflexão dos eixos é muito importante por duas razões. Em relação à

manutenção da máquina, os rolamentos suportam até um certo grau de inclinação

dependendo do seu tipo (radial de esferas, radial de cilindros...). No caso do rolamento

radial de esferas, a angulação máxima recomendada não deve ultrapassar 6 minutos

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37

de grau (o intervalo vai de 2’ a 10’), caso contrário, a vida do rolamento será diminuída,

e o rolamento poderá não operar de maneira silenciosa e sem vibrações adicionais.

A segunda razão, é que sendo está uma máquina de ensaio que exige precisão e cuja

medição da velocidade, parâmetro crucial para testes, é indiretamente obtida usando os

valores de RPM e posição dos discos, uma deflexão grande poderia causar erros

prejudiciais à precisão dos ensaios.

4.2.6.1 Eixo Vertical

Em y:

𝑑2𝑤𝑦

𝑑𝑥2=𝑀𝑧(𝑥)

𝐸𝐼(𝑥)=−𝐹𝑎𝑡 < 𝑥 >

1+ 𝑅1𝑦 < 𝑥 − 65 >1+−𝑅2𝑦 < 𝑥 − 110 >

1

𝐸𝐼(𝑥)

𝜃𝑦(𝑥) =𝑑𝑤𝑦

𝑑𝑥= ∫

𝑀𝑧(𝑥)

𝐸𝐼(𝑥)+ 𝐶1𝑦 =

=−𝐹𝑎𝑡 < 𝑥 >

2+ 𝑅1𝑦 < 𝑥 − 65 >2+−𝑅2𝑦 < 𝑥 − 110 >

2

2𝐸𝐼(𝑥)+ 𝐶1𝑦

𝛿𝑦(𝑥) = ∬𝑀𝑧(𝑥)

𝐸𝐼(𝑥)+ 𝐶1𝑦𝑥 + 𝐶2𝑦 =

=−𝐹𝑎𝑡 < 𝑥 >3+𝑅1𝑦 < 𝑥 − 65 >

3+−𝑅2𝑦 < 𝑥 − 110 >3

6𝐸𝐼(𝑥)+ 𝐶1𝑦𝑥 + 𝐶2𝑦

As condições de contorno são 𝛿𝑦(𝑥𝑅1) = 𝛿𝑦(𝑥𝑅2) = 0, os mancais ficam fixos. Assim,

resolvendo o sistema de equações a seguir podemos determinar as constantes 𝐶1𝑦 e

𝐶2𝑦.

{

−∬

𝑀𝑧(𝑥)

𝐸𝐼(𝑥)

𝑥𝑅1

0

= 𝐶1𝑦𝑥𝑅1 + 1 ∙ 𝐶2𝑦

−∬𝑀𝑧(𝑥)

𝐸𝐼(𝑥)

𝑥𝑅2

0

= 𝐶1𝑦𝑥𝑅2 + 1 ∙ 𝐶2𝑦

𝐴𝑥 = 𝑏 → [𝑥𝑅1 1

𝑥𝑅2 1] [𝐶1𝑦𝐶2𝑦

] =

[ −∬

𝑀𝑧(𝑥)

𝐸𝐼(𝑥)

𝑥𝑅1

0

−∬𝑀𝑧(𝑥)

𝐸𝐼(𝑥)

𝑥𝑅2

0 ]

𝑥 = 𝐴−1𝑏

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38

Sabendo o valor das constantes 𝐶1𝑦e 𝐶2𝑦 , obtemos as curvas de deflexão 𝛿𝑦(𝑥) e

angulação 𝜃𝑦(𝑥) do eixo.

Em z:

𝑑2𝑤𝑧𝑑𝑥2

=−𝑀𝑦(𝑥)

𝐸𝐼(𝑥)=

=

𝑁 ∙ 𝑑2 < 𝑥 >0−𝑅1𝑦 < 𝑥 − 65 >

1+ 𝑅2𝑦 < 𝑥 − 110 >1 +𝐹𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎 < 𝑥 − 213 >1

𝐸𝐼(𝑥)

𝜃𝑧(𝑥) =𝑑𝑤𝑧𝑑𝑥

= ∫−𝑀𝑦(𝑥)

𝐸𝐼(𝑥)+ 𝐶1𝑧 =

=

𝑁 ∙ 𝑑2 < 𝑥 >1− 𝑅1𝑦 < 𝑥 − 65 >

2+ 𝑅2𝑦 < 𝑥 − 110 >2 +𝐹𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎 < 𝑥 − 213 >2

2𝐸𝐼(𝑥)+ 𝐶1𝑧

𝛿𝑧(𝑥) = ∬−𝑀𝑦(𝑥)

𝐸𝐼(𝑥)+ 𝐶1𝑧𝑥 + 𝐶2𝑧 =

=

𝑁 ∙ 𝑑2 < 𝑥 >3− 𝑅1𝑦 < 𝑥 − 65 >

3+ 𝑅2𝑦 < 𝑥 − 110 >3 +𝐹𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎 < 𝑥 − 213 >

3

6𝐸𝐼(𝑥)+ 𝐶1𝑧𝑥

+ 𝐶2𝑧

Da mesma maneira que em y, as condições de contorno são 𝛿𝑧(𝑥𝑅1) = 𝛿𝑧(𝑥𝑅2) = 0, os

mancais ficam fixos. Assim, resolvendo o sistema de equações a seguir podemos

determinar as constantes 𝐶1𝑧 e 𝐶2𝑧.

{

𝑀𝑦(𝑥)

𝐸𝐼(𝑥)

𝑥𝑅1

0

= 𝐶1𝑦𝑥𝑅1 + 1 ∙ 𝐶2𝑦

∬𝑀𝑦(𝑥)

𝐸𝐼(𝑥)

𝑥𝑅2

0

= 𝐶1𝑦𝑥𝑅2 + 1 ∙ 𝐶2𝑦

𝐴𝑥 = 𝑏 → [𝑥𝑅1 1

𝑥𝑅2 1] [𝐶1𝑧𝐶2𝑧

] =

[ ∬

𝑀𝑧(𝑥)

𝐸𝐼(𝑥)

𝑥𝑅1

0

∬𝑀𝑧(𝑥)

𝐸𝐼(𝑥)

𝑥𝑅2

0 ]

𝑥 = 𝐴−1𝑏

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Sabendo o valor das constantes 𝐶1𝑧e 𝐶2𝑧 , obtemos as curvas de deflexão 𝛿𝑧(𝑥) e

angulação 𝜃𝑧(𝑥) do eixo.

Finalmente obtemos a angulação e a deflexão total a seguir:

Gráfico 13 - Árvore Vertical: deflexão angular. Fonte: o Autor

𝜃 = √𝜃𝑦2 + 𝜃𝑧

2

Gráfico 14 - Árvore vertical: flecha. Fonte: o Autor

𝛿 = √𝛿𝑦2 + 𝛿𝑧

2

-0.0001

0

0.0001

0.0002

0.0003

0.0004

0.0005

0.0006

0.0007

0.0008

0.0009

0 50 100 150 200 250 300

Ân

gulo

[ra

d]

X[mm]

ϴ

-0.02

0

0.02

0.04

0.06

0.08

0.1

0.12

0.14

0.16

0 50 100 150 200 250 300

Flec

ha[

mm

]

X[mm]

Flecha

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40

Conforme vemos nos gráficos, o ângulo está bem abaixo dos 2°, e a flecha á bem

pequena próximo da ponta do eixo onde ocorre o ensaio. As descontinuidades

matemáticas não se traduzem fisicamente, tendo sido causadas por saltos no momento

de inércia onde há mudança de diâmetro.

4.2.6.2 Eixo Horizontal

De mesmo modo para o eixo horizontal, através da integração das equações de

momento fletor obtemos a deflexão angular e a flecha nos planos y e z.

Gráfico 15 - Árvore horizontal: deflexão angular. Fonte: o Autor

𝜃 = √𝜃𝑦2 + 𝜃𝑧

2

(0.00040000)

(0.00030000)

(0.00020000)

(0.00010000)

-

0.00010000

0.00020000

0.00030000

0.00040000

0 50 100 150 200 250 300

Ân

gulo

[ra

d]

X[mm]

ϴ

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41

Gráfico 16 - Árvore horizontal: flecha. Fonte: o Autor

𝛿 = √𝛿𝑦2 + 𝛿𝑧

2

O ângulo e a flecha estão numa faixa aceitável que não compromete a vida dos

rolamentos nem o ensaio.

O cálculo da deflexão para o eixo intermediário não é tão importante, visto que ele é

menos solicitado do que os outros eixos, seus rolamentos possuem uma vida nominal

significativamente maior que a dos outros, e se houver um pequeno ângulo, ele será

compensado pela correia dentada.

4.2.7 Cálculo dos Rolamentos

No projeto são utilizados 6 rolamentos, dos seguintes modelos:

No eixo vertical os modelos 7307-2RZP e 6305-2RS1. No eixo horizontal os modelos

6207-2RS1 e 6305-2RS1.E por fim, no eixo intermediário, dois rolamentos do modelo

6002-RSH. Os rolamentos são vedados nos dois lados e lubrificados de fábrica com

graxa.

Para a garantia de um bom funcionamento da máquina, precisamos nos certificar de

que os rolamentos tenham uma vida útil razoável, de maneira que não seja necessário

realizar diversas paradas para manutenção na máquina em um curto período de tempo.

(0.015000000)

(0.010000000)

(0.005000000)

-

0.005000000

0.010000000

0.015000000

0.020000000

0.025000000

0 50 100 150 200 250 300

Flec

ha

[mm

]

X[mm]

Flecha

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42

Os cálculos de vida nominal foram feitos utilizando o software Microsoft Excel, na forma

de tabela. As relações para vida nominal e carga dinâmica usadas são as seguintes

segundo o catálogo do fabricante SKF:

𝐿10ℎ = (𝐶

𝑃)𝑝

𝑃 = 𝑋𝐹𝑟 + 𝑌𝐹𝑎

𝐿𝑛𝑎 = 𝑎1 ∙ 𝑎𝑆𝐾𝐹 ∙ (𝐶

𝑃)𝑝

Do catálogo SKF, para rolamentos de esferas, 𝑝 = 3

Para uma confiabilidade de 90%, 𝑎1 = 1

O fator 𝑎𝑆𝐾𝐹 pode ser determinado usando os diagramas no anexo em função do

diâmetro médio do rolamento, do fator de contaminação da relação de viscosidade, e

da razão de limite de carga à fadiga e carga dinâmica equivalente.

Alternativamente o fator 𝑎𝑆𝐾𝐹 também pode ser determinado usando software na página

do fabricante.

𝑑𝑚 =𝑑𝑖𝑛𝑡+𝑑𝑒𝑥𝑡

2 𝜅 =

𝜈

𝜈1 𝜂𝑢

𝑃𝑢

𝑃

Tabela 3 -Dados e vidas nominal e askf dos rolamentos

d[mm] D[mm] B[mm] C[kN] Designação X Y Fr[N] Fa[N] P[N] L[h] dm askf Lna[h]

35 80 21 39 7307 BE-2RZP 0.35 0.57 618 1225 914 359261 57.5 50 100000

25 62 17 23.4 6305-2RS1 0.35 0.57 458 0 458 619182 43.5 50 1000000

35 80 17 35.1 6307-2RS1 0.35 0.57 2508 0 2508 12698 57.5 16.4 240100

25 62 17 23.4 6305-2RS1 0.35 0.57 1277 0 1277 28457 43.5 11.7 446200

15 32 9 5.85 6002-2RSH 0.35 0.57 180 0 180 158927 23.5 5.37 837100

15 32 9 5.85 6002-2RSH 0.35 0.57 180 0 180 158927 23.5 5.37 837100

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43

Para uma máquina operando 8 horas por dia durante todos os dias do ano, durante 10

anos, o total de horas seriam

8ℎ

𝑑𝑖𝑎∙ 365

𝑑𝑖𝑎𝑠

𝑎𝑛𝑜∙ 10𝑎𝑛𝑜𝑠 = 29200 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠

Como podemos ver na tabela analisando as colunas de vida nominal e vida nominal

SKF, os rolamentos possuem uma vida nominal acima de 10 anos de operação, com

exceção do 6307-2RS1, que possui aproximadamente uma autonomia de 5 anos.

A vida da graxa contida nos rolamentos não foi levada em consideração no cálculo

anterior, sendo as pausas para troca de lubrificante consideradas à parte.

4.2.8 Cálculo das Chavetas e Estrias

Nesse projeto, as estrias são responsáveis por transmitir torque como também por guiar

o disco no seu curso ao longo do eixo horizontal. As medidas da série leve de estrias

retiradas da TB-12-3 segundo (WITTEL, MUHS, et al., 2011), conforme a norma DIN

ISO 14.

𝐹 =2𝑇𝑚𝑎𝑥𝑑

=2 ∙ 2 ∙ 3674

36= 408𝑁

𝐴𝑐𝑖𝑠. =𝜋 ∙ 𝑑𝑝 ∙ 𝑙

2=𝜋 ∙ 36 ∙ 5

2= 282𝑚𝑚2

𝜏 =𝐹

𝐴=408

282= 1,44𝑀𝑃𝑎

𝐹𝑆 =𝑆𝑆𝑦

𝜏=172

1,44= 119

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44

Figura 20 - Tamanho das estrias, dividas em séries leve, média e pesada. Fonte: [13] (Adaptado)

Podemos ver que as estrias estão superdimensionadas para o torque que elas têm que

transmitir, mesmo tendo sido escolhido o padrão mais leve para o dado diâmetro do

eixo.

Chavetas:

Para que a chaveta transmita o torque necessário, surge uma força F cuja magnitude é

dada por

𝐹 =2𝑇𝑚𝑎𝑥𝑑

=2 ∙ 2 ∙ 3674

18= 816𝑁

Essa força ocasionará tensões normais e de cisalhamento em planos perpendiculares

da chaveta. Essas tensões devem ser analisadas para nos certificarmos de que a

chaveta não romperá sob os esforços de operação.

𝐹 = 𝜏 ∙ 𝐴𝑐𝑖𝑠. = 𝜎 ∙ 𝐴𝑒𝑠𝑚.

𝐴𝑐𝑖𝑠. = 𝑡 ∙ 𝑙

𝐴𝑒𝑠𝑚. =𝑡 ∙ 𝑙

2

Assim,

União por Estrias

Número de ranhuras

Medidas em mm

Série Leve DIN ISO 14 Série Pesada DIN 5464

DIN ISO 14

Série Leve DIN ISO 14

Série Média DIN ISO 14

DIN ISO 14

Série Leve DIN ISO 14

Centragem Centragem Centragem

Centragem

interna

Centragem

interna

Centragem

interna ou

lateral

Centragem

interna ou

lateral

Centragem

interna ou

lateral Centragem

lateral

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45

𝐹𝑆𝑐𝑖𝑠 =𝑡 ∙ 𝑙 ∙ 𝑆𝑆𝑦

𝐹=5 ∙ 11 ∙ 179

816= 10,44

𝐹𝑆𝑒𝑠𝑚 =𝑡 ∙ 𝑙 ∙ 𝑆𝑦

2𝐹=5 ∙ 11 ∙ 310

2 ∙ 816= 12,05

A chaveta resiste às solicitações. E sendo essa a menor chaveta, está garantido que a

chaveta maior resistirá também aos esforços mediante a transmissão de torque.

4.2.9 Seleção dos Acoplamentos

O tipo de acoplamento utilizado no tribômetro é uma junta oldham. Essa junta foi

escolhida por ser uma alternativa barata e com boa performance para a nossa aplicação.

Entre suas vantagens, ela suporta um desalinhamento radial grande, não impondo

cargas reativas altas aos mancais, tendo “backlash” zero e alta rigidez torcional, além

de proteger outros componentes agindo como um “fusível mecânico”, e sendo de fácil

montagem e manutenção.

Figura 21 - Ilustração das juntas Oldham MOR 45K-10-18 e MOR 45K-10-22. Fonte: o Autor

Foram selecionadas 4 juntas Oldham do fabricante NBK, sendo uma do modelo MOM-

45K -10-12, uma do modelo MOM-45K -10-22, e duas do modelo MOM-45K -10-18, que

devem ter seus furos ampliado para 19mm e rasgos de chaveta refeitos, já que não

havia modelo comercial com o diâmetro igual ao do eixo dos motores. As juntas são

feitas de alumínio com torque nominal de 30Nm, mais do que o necessário no nosso

MOR 45K-10-18

MOR 45K-10-22

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46

caso. Vale atentar que parte do critério é a compatibilidade geométrica aos eixos pelos

quais o torque será transmitido.

Figura 22 - Ilustração das juntas Oldham modelos MOR 45K-10-12 e MOR 45K-10-18. Fonte: o

Autor

5 Considerações Finais

Neste trabalho foi desenvolvido o projeto de um protótipo de um tribômetro, com uma

proposta de ação diferente da dos modelos de mercado, para a utilização em

laboratório, visto que o Laboratório de Tribologia Dimensional possui modelos de projeto

de máquina de tribômetros e tem capacidade também no desenvolvimento e construção

MOR 45K-10-12

MOR 45K-10-18

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47

de máquinas tribológicas. O tribômetro desenvolvido nesse projeto se propõe a suprir

uma lacuna deixada pelos tribômetros encontrados no mercado, simulando as

condições de lubrificação elastohidrodinâmica que ocorrem em pares de engrenagens,

rolos e esferas de rolamentos, e cames de maneira fiel para medir a performance dos

lubrificantes como se estivessem atuantes em campo

Esse projeto, por ser tratar de um modelo novo, sem equivalente no mercado, foi

baseado na literatura visando uma construção robusta, de montagem e desmontagem

práticas, que realiza os ensaios com precisão.

Outra característica importante é que graças ao mecanismo de posicionamento do

disco, dispensa-se o uso de um inversor de frequência ligado aos motores para se variar

a taxa de deslizamento, conferindo uma vantagem de custo e simplicidade à máquina.

Devido a ambos os discos se movimentarem, o tribômetro aqui desenvolvido consegue

alcançar uma faixa muito mais ampla de valores da taxa de deslizamento, enquanto os

tribômetros convencionais possuem uma limitação nessa faixa de taxa de deslizamento.

Alguns pontos são passíveis de serem melhorados, como a medição da força de contato

de Hertz entre os discos, que é obtida indiretamente e necessita de calibração para se

obter melhores resultados. Como citado anteriormente, por causa da ausência de

normas para esse tipo de tribômetro, parte de sua performance só poderá ser conhecido

após a construção e teste de desempenho da máquina, visto que não é possível prever

todos os aspectos por uma perspectiva puramente analítica. E através desses testes

versões melhoradas do tribômetro podem ser desenvolvidas

Para projetos futuros, além da mudança na forma de medição da força e o swível podem

ser otimizados, assim como a estrutura também pode ter seu peso reduzido e um

sistema de lubrificação para os rolamentos pode ser introduzido.

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48

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of Tribology). [S.l.]: CRC Press, v. Volume II.

[2] BUDYNAS, R. G.; KEITH NISBETT, J. Elementos de Máquinas de Shigley. 8a. ed.

[S.l.]: AMGH Editora LTDA, 2011.

[3] CZICHOS, H.; HABIG, K.-H. Tribologie-Handbuch Tribometrie, Tribomaterialen,

Tribotechnik. 4. Auflage. ed. [S.l.]: Springer Vieweg, 2015.

[4] DECKER, K.-H.; KABUS, K. Maschinenelemente Funktion, Gestaltung und

Berechnung. 18a. ed. München: Carl Hansen, 2011.

[5 ]GREENWOOD, J. A. Analysis of elliptial hertzian contacts. Tribology International

Vol. 30, 1997. 235-237.

[6] HOLMBERG, K.; ERDEMIR, A. Influence of tribology on global energy consumption,

costs and emissions. Friction, Argonne, 06 Setembro 2017. 263-284.

[7] NORTON, R. L. Projeto de Máquinas. 4a. ed. Bookman, 2013.

[8] POPOV, V. L. Contact Mechanics and Friction. 2010. 61 p.

[9] RAO, S. S. Mechanical Vibrations. 5th Edition. ed. Prentice Hall, 2004.

[10] RESHETOV, D. N. Atlas de Construção de Máquinas. Hemus, 2005.

[11] RIBEIRO DE OLIVEIRA, S. J. Fundamentos da Lubrificação, Atrito e Desgaste.

[S.l.]: Rio de Janeiro, 2014.

[12] STACHOWIAK, G. W.; BATCHELOR, A. W. Engineering Tribology. Butterworth

Heinemann.

[13] WITTEL, H. et al. Roloff/Matek Maschinenelemente. 20. Auflage. Vieweg

Teubner, 2011.

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49

7 Catálogos

7.1 Resistor

Resistor Monarcha JCS78A-300W

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50

7.2 Conexão Mangueira

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51

7.3 Rolamentos

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52

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53

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7.4 Retentor

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57

7.5 Motores Elétricos

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58

7.6 Torquímetros

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59

7.7 Fuso Pé Antivibratório

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60

7.8 Pé Antivibratório

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61

7.9 Tampa Dreno de Óleo

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62

7.10 Juntas Oldham

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63

7.11 Guia NSK

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64

7.12 Polia e Correia Dentadas

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65

8 Desenhos Técnicos

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A

A

D

90

56

91C

CORTE A-AESCALA 1:5SCALE 1 : 2

13 14 16 17 18 50 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

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60

?

63

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

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64

61

15

DETALHE CESCALA 1 : 1

99

100

101

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103

104

105

DETALHE D ESCALA 1 : 1

65 66 67 68

69

70717273747576777879

80

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E

F

91 92 93

94

95

96

97

DETAILHE EESCALA 1 : 1

VISTA AUXILIAR F

98

87

88

89

ITEM NO. NOME DESCRIÇÃO QTD.

1 ROLAMENTO RÍGIDO DE ESFERAS COMERCIAL SKF 6002-RSH 2

2 PARAFUSO ALLEN M4 - AÇO CARBONO 4

3 CORPO MANCAL 1 80mm x 40mm x 10mm - AÇO CARBONO 1

4 ANEL DE RETENÇÃO 18mm x 1.2mm 1

5 PLACA APOIO MANCAL INTERMEDIÁRIO

110mm x 110mm x 10mm - AÇO CARBONO 1

6 ÁRVORE INTERMEDIÁRIA AÇO SAE 1045 - 18mm x 90mm 1

7 POLIA DENTADA COMERCIAL NORELEM T10 16MM 20 DENTES 1

8 CORPO MANCAL 2 80mm x 40mm x 12mm - AÇO CARBONO 1

9 PARAFUSO ALLEN M3- AÇO CARBONO 410 PARAFUSO ALLEN M8- AÇO CARBONO 411 PINO CILÍNDRICO 4 X 16- AÇO CARBONO 4

12 PLACA APOIO MOTOR 170mm x 170mm x 30mm- AÇO CARBONO 1

13 APOIO TORQUÍMETRO ÁRVORE INTERMEDIÁRIA 84mm - ALUMÍNIO 1

14 PARAFUSO DE CABEÇA ESCAREADA M3 - AÇO CARBONO 8

15 JUNTA OLDHAM COMERCIAL MOR 45K-10-22 1

16BASE MANCAL

BIPARTIDO ESQUERDO ÁRVORE HORIZONTAL

120mm x 60mm x 20mm 1

17METADE BIPARTIDA MANAL ESQUERDO

ÁRVORE HORIZONTAL120mm x 50mm 20mm-

AÇO CARBONO 1

18 ROLAMENTO RÍGIDO DE ESFERAS ROLAMENTO SKF 6305-2RS1 2

19BASE MANCAL

BIPARTIDO DIREITO ÁRVORE HORIZONTAL

140mm x 60mm x 24mm- AÇO CARBONO 1

20 ROLAMENTO RÍGIDO DE ESFERAS ROLAMENTO SKF 6307-2RS1 1

21METADE BIPARTIDA MANCAL DIREITO

ÁRVORE HORIZONTAL140MM X 52MM X 24MM-

AÇO CARBONO 1

22 TAMPA RETENTOR 62MM X 7MM- AÇO CARBONO 2

23 RETENTOR RADIAL COMERCIAL NORELEM 23915-11406207 2

24 PINO CILÍNDRICO 8mm X 31.8mm 2

25 ÁRVORE HORIZONTAL AÇO CARBONO SAE 1045 - 40 X 250mm 1

26 DISCO VERTICAL 60mm x 5mm - AÇO CARBONO 1

27 FIM DE CURSO 40mm x 5mm 1

28 TAMPA CAIXA DE ÓLEO 130mm x 130mm x 5mm- AÇO CARBONO 1

29 PARAFUSO ALLEN M3- AÇO CARBONO 1

30 PARAFUSO DE CABEÇA PANELA M3- AÇO CARBONO 1

31 PORCA SEXTAVADA M3- AÇO CARBONO 3

32 RESISTORCOMERCIAL MONARCHA

JCS78A300W 1

33 BUCHA 8mm x15mm- BRONZE 2

34 DISCO HORIZONTAL 95mm x 5mm 1

35 PISTÃO PNEUMÁTICO 65mm x 40mm- AÇO CARBONO 1

36 CILINDRO 95mm x 60mm - AÇO CARBONO 1

37 CAIXA ÓLEO 10mm x 120mm x 170mm - AÇO CARBONO 1

38 MESA 860mm x 714mm x 20mm - AÇO CARBONO 1

39PARAFUSO DE CAEÇA

SEXTAVADA COM ARRUELA

M5- AÇO CARBONO 3

40 ROLAMENTO ANGULAR DE ESFERAS SKF 7307-2RZP 2

41BASE MANCAL

BIPARTIDO SUPERIOR ÁRVORE VERTICAL

170mm x 60mm x 30mm - AÇO CARBONO 1

42 CHAPA APOIO MANCAIS VERTICAIS

200mm x 150mm x 10mm- AÇO CARBONO 1

43 ÁRVORE VERTICAL AÇO CARBONO SAE 1045 - 40mm x 234mm 1

44BASE MANCAL

BIPARTIDO INFERIOR ÁRVORE VERTICAL

170mm x 60mm x 30mm- AÇO CARBONO 1

45 PARAFUSO ALLEN M8 - AÇO CARBONO 446 PARAFUSO ALLEN M5 - AÇO CARBONO 747 PINO CILÍNDRICO 12mm x 45mm 4

48 POLIA DENTADA COMERCIAL NORELEM T10 16MM 20 DENTES 1

49 PARAFUSO OLHAL M5- AÇO CARBONO 450 ANEL DE RETENÇÃO 24 X 1.2 1

51 VIGA U 1200mm x 70mm x 40mm- AÇO CARBONO 2

52 CHAPA 1200mm x 70mm x 5mm - AÇO CARBONO 4

53 VIGA C 1200mm x 229mm x 61mm - AÇO CARBONO 2

54 CHAPA 70mm x 40mm x 5mm - AÇO CARBONO 4

55 TUBO QUADRADO CANTONEIRAS

60mm x 60mm x 322mm - AÇO CARBONO 3

56 FUSO PÉ-ANTIVIBRATÓRIO

COMERCIAL NORELEM 27810 060151 4

57 PÉ-ANTIVIBRATÓRIO COMERCIAL NORELEM 27808 074 4 4

58 CHAPA TENSIONADORA 485mm x 200mm x 10mm- AÇO CARBONO 1

59 MOTOR WEG - L80 - MODELO COMERCIAL 2

60 PARAFUSO ALLEN M8 - AÇO CARBONO 4

61 JUNTA OLDHAM COMERCIAL MOR 45K-10-18 2

62 TORQUÍMETRO TORQUÍMETRO FUTEK TRS - 605 -MODELO COMERCIAL 2

63 APOIO TORQUÍMETRO EIXO INTERMEDIÁRIO 65mm - ALUMÍNIO 1

64 JUNTA OLDHAM COMERCIAL MOR 45K-10-12 1

65 RODA DE ATRITO EXT 7mm X3mm 2

66 ROLAMENTO RÍGIDO DE ESFERAS 2

67 PARAFUSO ALLEN M3 - AÇO CARBONO 668 PINO CILÍNDRICO 3MM X 8MM 2

69 MICRÔMETRO DE PROFUNDIDADE

MITUTOYO COM HASTE DE EXTENSÃO 1

70 FIXAÇÃO MICRÔMETRO 46mm x 20mm x 14mm- AÇO CARBONO 2

71 PARAFUSO ALLEN M3 - AÇO CARBONO 4

72APOIO FIXO MECANISMO

POSICIONAMENTO35mm x 20mm x 10mm-

AÇO CARBONO 1

73 MOLA DE TRAÇÃO POSICIONAMENTO AÇO MOLA 2

74PLATAFORMA

DESLIZANTE POSICIONAMENTO

50m x 35mm x 17mm- AÇO CARBONO 1

75 PARAFUSO ALLEN M3 - AÇO CARBONO 4

76 GUIA NSKCOMERCIAL

N1S150100LCNPCZ- 20-20-NSK

1

ORIENTADOR:

ALUNO:PROJETO FINAL

TÍTULO:

DES. N°

UFRJ-DEM 1 A0COTAS EM MM

ESCALA CONFORME O INDICADO

DATA: 27/02/2018 REVISÃO 10

FOLHA 2 DE 2

SYLVIO JOSÉ RIBEIRO DE OLIVEIRA

PEDRO TRUPPEL MORIM PROJETO DE UM TRIBÔMETRO DISCO-DISCO PARA ENSAIOS DE LUBRIFICANTES

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ITEM NO. NOME DESCRIÇÃO QTD.

77 BARRA POSICIONAMENTO

53mm x 7mm x 3mm- AÇO CARBONO 2

78 PARAFUSO ALLEN M6 - AÇO CARBONO 279 PARAFUSO ALLEN M2 - AÇO CARBONO 280 PARAFUSO ALLEN M3 - AÇO CARBONO 481 PARAFUSO ALLEN M3 - AÇO CARBONO 282 PORCA SEXTAVADA M8 - AÇO CARBONO 983 PARAFUSO ALLEN M5 - AÇO CARBONO 484 PORCA SEXTAVADA PORCA SEXTAVADA M5 4

85 CHAPA HORIZONTAL REFORÇO ESTRUTURAL 52mm x 216mm x 10mm 3

86 CHAPA VERTICAL ESFORÇO ESTRUTURAL 200mm x 50mm x 10mm 2

87 PARAFUSO DE FIXAÇÃO M3 - AÇO CARBONO 1

88METADE BIPARTIDA MANCAL INFERIOR

ÁRVORE INTERMEDIÁRIA80mm x 20m x 10mm 1

89 PARAFUSO DE FIXAÇÃO M3 - AÇO CARBONO 1

90 TAMPA DRENO DE ÓLEO MODELO COMERCIAL NORELEM 1

91 PARAFUSO ALLEN M3- AÇO CARBONO 292 PORCA SEXTAVADA PORCA SEXTAVADA M3 2

93 PARAFUSO DE CABEÇA SEXTAVADA M10- AÇO CARBONO 8

94METADE BIPARTIDA MANCAL SUPERIOR ÁRVORE VERTICAL

170mm x 60mm x 30mm- AÇO CARBONO 1

95METADE BIPARTIDA MANCAL INFERIOR ÁRVORE VERTICAL

170mm x 60mm x 30mm- AÇO CARBONO 1

96METADE BIPARTIDA MANCAL SUPERIOR

ÁRVORE INTERMEDIÁRIA80mm x 20mm x 12mm-

AÇO CARBONO 1

97 VIGA U 110mm x 40mm x 20mm - AÇO CARBONO 2

98 PORCA SEXTAVADA M5 - AÇO CARBONO 4

99ROLAMENTO

AUTOCOMPENSADOR DE ESFERAS

COMERCIAL SKF 2204 E-2RS1TN9 1

100 QUADRO GANCHOS SWIVEL

3 TUBOS QUADRADOS 20mm x 20mm x 152mm 1

101 PARAFUSO OLHAL M5 - AÇO CARBONO 4

102 CONEXÃO MANGUEIRA PARKER

MODELO COMERCIAL PARKER 1D056-6-3 1

103 PARAFUSO DE CABEÇA ESCAREADA M3 - AÇO CARBONO 8

104 MOLA DE TRAÇÃO SWIVEL AÇO MOLA 4

ITEM NO. NOME DESCRIÇÃO QTD.

105 CAMISA SWIVEL 47mm x 30mm- AÇO CARBONO 1

106 PLACA APOIO MANCAIS ÁRVORE HORIZONTAL

140mm x 142mm x 50m- AÇO CARBONO 1

110 1

PROJETO DE UM TRIBÔMETRO DISCO-DISCO PARA ENSAIOS DE LUBRIFICANTESPEDRO TRUPPEL MORIM

SYLVIO JOSÉ RIBEIRO DE OLIVEIRA

FOLHA 2 DE 2

10REVISÃODATA: 27/02/2018

ESCALA CONFORME O INDICADOCOTAS EM MM

A01UFRJ-DEMDES. N°

TÍTULO:

PROJETO FINALALUNO:

ORIENTADOR: