20
Fundação D. João VI de Nova Friburgo Projeto do Bicentenário (1818 2018 2118) Prefeitura Municipal de Nova Friburgo

Projeto do Bicentenário - djoaovi.com.br do Bicentenario de Nova... · trabalho de alguns friburguenses, representados pelo nome já conhecido de todos, Thereza Albuquerque e Mello

  • Upload
    buidieu

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fundação D. João VI de Nova Friburgo 

Projeto do Bicentenário (1818 ­ 2018 ­ 2118) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Prefeitura Municipal de Nova Friburgo 

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 1

 

1. APRESENTAÇÃO:

      Em 1918, Nova  Friburgo  comemorou o  seu  centenário. Representativo dessa data ficou o marco do centenário, um monumento construído na antiga Praça Princesa Isabel,  representando,  na  imagem  de  uma  colona  suíça  e  do  seu  bebê,  a  saga  dos primeiros  imigrantes  que  aqui  chegaram.  Do monumento  original  nada mais  resta, pois, a imagem foi tirada do seu pedestal poucos anos depois de sua inauguração. No seu lugar, apenas um obelisco que pouco ou nada mais significa.   Além do monumento,  três álbuns doados pelos  representantes do Cantão de Fribourg, como forma de homenagem pela passagem do centenário. Os álbuns ainda resistem  ao  tempo  e  se  encontram  guardados  no  Arquivo  Pró‐Memória  de  Nova Friburgo.   Passados mais 100 anos, é necessário muito mais do que um monumento. O Arquivo Pró‐Memória de Nova Friburgo é o que de mais  representativo poderíamos possuir.  Então, que  ele  seja o  alicerce de um NOVO monumento, que  traga na  sua concepção a palavra COMPROMISSO, compromisso de hoje, que é de todos nós. Que também  seja  atual,  necessariamente MODERNO  e,  dessa  forma,  possa  atender  aos IDEAIS de uma geração que ainda está por vir. 

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 2

 

LOGO    

    

A MENSAGEM   

"Semear para Florescer"  

   

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 3

 

O DETALHAMENTO    Depositadas  no  interior  de  uma  cápsula  de  aço,  mídias  digitais  conterão gravada  a  memória  de  Nova  Friburgo,  a  memória  de  nossa  gente.  Fruto  da digitalização de tudo o que temos de mais valioso, o acervo contido no Arquivo Pró‐Memória de Nova Friburgo. Colecionado ao longo de mais de quatro décadas, fruto do trabalho  de  alguns  friburguenses,  representados  pelo  nome  já  conhecido  de  todos, Thereza  Albuquerque  e Mello.  Também  de  outros  tantos, muitos  já  falecidos,  cuja participação  e  dedicação  foram  fundamentais  na  construção  desse  legado  que  é  o nosso Pró‐Memória, hoje representado por uma fundação regida pelo direito público.    Não uma cápsula como tantas outras que já existiram, foram enterradas para a prosperidade e, muito antes que o futuro chegasse, foram esquecidas. Nosso projeto propõe  a  construção  de  uma  cápsula  que  possa  ser  reproduzida  várias  vezes,  que fiquem guardadas em um local conhecido por todos; e cuja senha para a sua abertura traga na sua formulação a palavra COMPROMISSO. Compromisso de um DESAFIO, o de fazer  com  que  os  registros  históricos  existentes  no Arquivo  Pró‐Memória  perdurem por mais um século.   HOJE                                                           2016                   2018                                                                                                                                         2118 

   

CRONOGRAMA PREVISTO 

    Hoje e  pelos próximos 5 anos, firma‐se o COMPROMISSO da Fundação D. João VI  de Nova  Friburgo  de  digitalizar  a  parte mais  significativa  do  acervo  guardado  no Arquivo  Pró‐Memória.  Prosseguindo  até  2018,  a  confecção  de  todas  as  cápsulas,  a gravação das mídias digitais, culminando com o fechamento de cada uma delas, a ser realizado  através de um evento público, em 16 de maio de 2018. Nessa data  serão entregues às  instituições desde  já designadas como "Guardiãs de Nossa Memória". A PRIMEIRA cápsula se tornará elemento principal de um NOVO monumento, símbolo de um  COMPROMISSO  que,  diferente  do  primeiro,  aquele  que  se  tornou  apenas  um obelisco, haverá de permanecer intocável até 2118. Deixamos, então, a sugestão para uso  do  atual Monumento  do  Centenário,  que  deverá  ser  revitalizado,  reconstruído, revigorado  e  devidamente  preparado  para  conter  a  primeira  cápsula,  instruções técnicas e equipamentos necessários.   As  instituições  representantes,  pelo  PODER  PÚBLICO,  dessa  primeira  cápsula serão: Prefeitura Municipal de Nova Friburgo, Câmara Municipal de Nova Friburgo e Fundação D. João VI de Nova Friburgo.   As demais cápsulas, em número de dezesseis, guardando o mesmo conteúdo da primeira,  serão produzidas para  ser entregues às  instituições  "Guardiãs de Nossa Memória", aqui listadas: 

DIGITALIZAÇÃO DO ACERVO     

O COMPROMISSO DE 100 ANOS     PREPARANDO AS CÁPSULAS    

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 4

 

PELA SOCIEDADE FRIBURGUENSE: 

 Sanatório Naval e Tiro de Guerra 

que é parte de nossa História;  

Stam Metalúrgica, Pedrinco e Gemini representando o segmento industrial; 

 

Associação Comercial de Nova Friburgo e Clube dos Diretores Lojistas representando o comércio; 

 Colégio Anchieta, Colégio N. Sra. das Dores, Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia e 

Universidade Federal Fluminense representando as instituições de ensino; 

 Grupo GAMA, Bandas Campesina e Euterpe 

representantes da nossa cultura;  

Diocese de Nova Friburgo, Igreja Luterana, Igreja Presbiteriana e Igreja Batista representando as nossas igrejas; 

 

Fórum de Nova Friburgo e OAB representantes da nossa justiça; 

 

A Voz da Serra e a Rádio AM de Nova Friburgo representando o nosso jornalismo; 

 

Concessionária Energisa por sua História ‐ em memória da CENF e da Cia. Telefônica de Nova Friburgo. 

 

REPRESENTANTES NACIONAIS:  

Fundação Biblioteca Nacional; Arquivo Nacional; 

Arquivo Público de Estado do RJ.  REPRESENTANTES INTERNACIONAIS: 

 British Library 

 Real Gabinete Português de Leitura representante do Governo de Portugal; 

 representante do Governo do Cantão Fribourg ‐ Suíça; 

 representante do Governo da Alemanha. 

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 5

 

2. O PROJETO DE DIGITALIZAÇÃO DO ARQUIVO PRÓ-MEMÓRIA:

Esse projeto é uma  iniciativa da  Fundação D.  João VI de Nova  Friburgo e da Prefeitura  Municipal,  bem  como  do  setor  privado,  representado  pelas  empresas parceiras (desde janeiro 2009) nos trabalhos de digitalização do Arquivo Pró‐Memória de Nova Friburgo, aqui listadas:   SYB Projetos Empresa  friburguense,  desenvolvedora  de  software  especialista,  responsável  pelo desenvolvimento  dos  recursos  tecnológicos  para  gerência  do  arquivo,  bem  como  pelo desenvolvimento do portal de pesquisa, o Centro de Documentação D. João VI;  Energisa Empresa  concessionária  de  energia  elétrica,  responsável  pelo  espaço  que  hoje  serve  para guarda do arquivo, equipamentos de climatização e dos móveis necessários;  A Voz da Serra Empresa  friburguense de mídia  impressa, cujo veículo é utilizado para divulgação necessária dos trabalhos;  Gigalink Empresa friburguense, fornecedora de acesso Internet banda larga. Provê a infraestrutura para hospedagem do portal de pesquisa e dos links necessários;  Gemini e Pedrinco Grupo  friburguense  do  setor  de  construção  civil.  Fornecedora  de  dois  scanners  de  última geração OptiBook A300, para formato A3, e outros equipamentos de digitalização;  Sr. Luis Avillez ‐ ICATU ‐ Rio de Janeiro Empresário, colaborador da Fundação D. João VI de Nova Friburgo, responsável pela aquisição de uma Mesa de Still para digitalização de formatos A2;  STAM Metalúrgica Indústria  friburguense do  setor de metalurgia,  responsável pela  concepção e  fabricação das cápsulas utilizadas para guarda dos discos Blue‐Ray e outros componentes;  Farmácia Esperança Empresa  friburguense,  responsável  pelo  abastecimento  de  suprimentos  como  máscaras, óculos de proteção, luvas descartáveis e jalecos.  Indústria Thurlerflex Indústria  friburguense  do  setor  plástico,  responsável  pelo  abastecimento  das  embalagens polionda para acondicionamento dos itens do arquivo. 

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 6

 

BREVE HISTÓRICO 

  No dia 5 de junho de 2008, o Jornal A Voz da Serra anunciava, sob o título "Pró-Memória Virtual (parte 2) - Acervo de quase 200 anos de história agora a apenas um clique do mouse", a primeira versão do Centro de Documentação D. João VI, resultado de uma experiência que seria vencedora. Naquele instante, demonstrávamos que seria possível digitalizar documentos velhos, sujos e rasgados, exibindo-os em seguida, através da WEB, para qualquer cidadão interessado. Na sequência dessa matéria, o jornal exibia, com destaque, o layout do novo site, já no domínio www.djoaovi.com.br:

 Portal experimental ‐ 1a versão 

 

Naquele momento, antes que pudéssemos demonstrar resultados mais consistentes, uma importante instituição brasileira já se alinhava conosco, desde 2007, concedendo o apoio necessário. Era a Fundação Biblioteca Nacional, na pessoa do seu Presidente, Professor Muniz Sodré, cujo depoimento deixamos registrado na página seguinte.

Nove meses depois, nosso portal, até então experimental, recebia merecidamente as homenagens de Sérgio Maggi, em sua seção ONLINE, do caderno O Globo DIGITAL, edição do dia 16 de março de 2009.

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 7

 

 Carta de apoio da FBN 

   

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 8

 

  

  Em 2009, o atual governo municipal, entendendo a importância desse trabalho, concedeu o apoio necessário à digitalização do acervo do antigo Pró‐Memória, bem como às medidas necessárias para a preservação do mesmo. Seguem alguns registros importantes:  

16 de maio de 2009 ‐ O novo layout do portal Centro de Documentação D. João VI  é  apresentado  em palestra  à população de Nova  Friburgo,  anunciando os novos recursos de pesquisa introduzidos no site, até então inéditos na WEB; 

  7 de outubro de 2009 ‐ Nova palestra, desta feita para demonstrar a primeira 

sequência  de  jornais  digitalizados  e  o  funcionamento  do  mecanismo  de pesquisa; 

  29  de  dezembro  de  2009  ‐  A  Câmara Municipal  aprova  Lei  No.  3836,  que 

autoriza  o  Poder  Executivo  a  criar  a  Fundação D.  João  VI  de Nova  Friburgo, doravante  guardiã do Arquivo Pró‐Memória, das memórias  friburguenses, de sua História, enfim; 

  17 de agosto de 2010 ‐ Em solenidade, o prefeito, Heródoto Bento de Mello dá 

posse ao Conselho de Administração da nova instituição, a saber:  

Prefeito Municipal de Nova Friburgo ‐ presidente; Exmo. Revmo. Dom Edney Govêa (Gouvêa?)Mattoso ‐ bispo diocesano de Nova 

Friburgo; Laércio Rangel Ventura; 

Carlos Jayme de Siqueira Jaccoud; Marcelo Braune; Amaury Damiance; 

Oswaldo Antônio Lucho Junior; Prof. Helênio Campos da Silva. 

 

  Nos  meses  subsequentes,  a  nova  instituição  daria  exclusiva  atenção  aos trabalhos  de  digitalização  do  acervo,  bem  como  à  reorganização  do  arquivo.  A catástrofe  ocorrida  em  janeiro  de  2011,  entretanto,  prejudicaram  sensivelmente  o andamento  dos  trabalhos,  prejuízo  este  amplamente  registrado  e  documentado através da mídia.        

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 9

 

  Ainda  assim,  passos  foram  dados,  e    demonstramos  a  seguir  os  resultados alcançados até a data de hoje, 16 de agosto de 2011:  

I. Classificados  como  "Jornais  &  Periódicos",  42  mil  imagens  digitais, incluindo matrizes e cópias, totalizam aproximadamente 250 GBytes; 

 II. Classificados como "Áudio & Vídeo", 3.500 arquivos, incluindo matrizes e 

cópias, totalizam aproximadamente 100 GBytes;  

III. Classificados como "Documentos Raros", 5 mil arquivos, entre matrizes e cópias, totalizam aproximadamente 60 GBytes; 

 IV. Classificados como "Fotografias", 6 mil arquivos, entre matrizes e cópias, 

totalizam aproximadamente 15 GBytes;  

V. Classificados como "Livros Raros", 6 mil arquivos, entre matrizes e cópias, totalizam aproximadamente 52 GBytes; 

 VI. E  outros  arquivos  complementares,  totalizam  mais  de  500  GBytes  de 

dados digitalizados, em pouco mais de 17 meses seguidos de trabalho.    

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 10

 

CONCEITOS E JUSTIFICATIVAS 

  Terminado o primeiro século dC, o homem oriental  já conhecia o papel como suporte para a escrita. Muito  tempo antes, a cultura expressa graficamente  já havia tomado  as  paredes  das  cavernas,  produzido  gravações  em  bronze  e  confeccionado tabletes  sumerianos.  Tempos  depois,  os  papiros  egípcios  ditavam  os  rumos  da humanidade, concedendo‐lhe o  legado do papel. Nos séculos seguintes, reinaria ele, absoluto como o maior repositório do conhecimento humano. 

          Agora,  às  portas  de  uma  revolução,  talvez  a  maior  de  todas  as  revoluções tecnológicas, o pensamento humano migra para uma nova plataforma. Havemos de entender, acertadamente, que não se trata tão somente de uma mudança de suporte. Sob um novo conceito que dita novas regras e novos valores, o pensamento humano se globalizou. Uma mudança de paradigma, nessa escala muitas vezes incompreensível da  história humana. Cabe  a  nós  tomarmos  a  responsabilidade  pela  condução  desse novo tempo, de forma equilibrada e coerente. Esse é o desafio que se descortina, pois o MUNDO MUDOU.   

 O mundo ficou DIGITAL 

   

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 11

 

  

BASE TECNOLÓGICA   

 Linha INTEL de processadores de 80 núcleos 

 

  Alinhadas aos novos  rumos da WEB, as  recentes  tecnologias digitais abrem a segunda década deste século, permitindo às organizações um leque de soluções jamais imaginado. Foram‐se os dias em que a Internet era vista apenas como mais uma mídia para  divulgação  institucional.  O  comércio  eletrônico  cresceu  e  ampliou  as  relações entre organizações e indivíduos, permeando a cada dia a aquisição de bens, produtos e serviços. 

  Mais recentemente, assistimos à "informação" ser expressa na internet no seu sentido  mais  amplo,  qual  seja, o  da  reprodução  do  conhecimento.  Centenas  de bibliotecas espalhadas pelos cinco continentes disponibilizam, hoje, na  rede, versões digitais  de  seus  acervos;  instituições  de  ensino  e  pesquisa  passaram  a  dedicar‐se  à coleta e organização de dados de amplo  interesse, dispondo‐os ao público através de sofisticados mecanismos de pesquisa e exibição. Seja qual for o acervo, documentos e livros  ‐  raros ou não, áudio &  vídeo, obras de arte, desde que de  interesse público, tornar‐se‐á  estrategicamente  valioso,  se  aliado  às  tecnologias  de  difusão  hoje existentes. 

Muitos  já são os exemplos que se manifestam na WEB, procurando a melhor forma  de  atrair  o  seu  público:  o  famoso  jornal  londrino  The  Times  foi  um  dos primeiros,  com o site TimesOnline, dando acesso ao seu acervo arquivístico; seguindo esse exemplo, vieram o New York Time, o Washington Post, o The Wall Street Journal e muitos outros. Exemplos de sucesso, a partir de acervos extremamente valiosos. 

 

   

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 12

 

  Quando  lidamos com acervos, sejam eles  formados por documentos antigos ou não, 

material diverso de áudio e  vídeo, obras  raras etc.,  somos  levados de  forma  inconsciente  a 

acreditar que podemos preservar além do  limite da  idade possível. Como  já dito por Adriana 

Cox  Hollós,  museóloga,  responsável  pela  implantação  do  laboratório  de  digitalização  do 

Arquivo  Nacional  e  coordenadora  de  preservação  do  acervo  do  Arquivo  Nacional:  "O 

envelhecimento é inexorável para qualquer tipo de suporte de memória e a sua permanência é 

uma impossibilidade."... "uma ilusão de eternidade". 

 

 Informação e o Suporte 

 

  Hoje,  quando  o  assunto  é  digitalização,  o  parque  tecnológico  é  extremamente 

generoso. Há pouco menos de 30 anos, as opções  se  limitavam a um  scanner de mão  com  

resolução    que    não    ultrapassava    a   marca  de  96  dpi;    gravadores  externos  de  CD‐ROM, 

demasiadamente  lentos e com capacidade  inferior a 1 megabyte; discos rígidos  incapazes de 

armazenar mais de 20 megabytes de dados; monitores cuja definição não permitia nada além 

256 cores, simultaneamente. 

  Nos dias atuais, é possível adquirir uma máquina digital de 12 megapixels, na esquina 

mais próxima, por pouco menos de 100 dólares; ainda nessa faixa de preço é possível comprar 

um monitor LCD de 22 polegadas, 8 gigabytes de memória RAM, ou mesmo um disco rígido de 

1  terabyte. Tecnologia para permitir  capturar,  tratar e armazenar nada menos do que meia 

centena de milhares de imagens com o tamanho de 20 megabytes cada uma. 

  Entretanto,  ainda  são  poucos  os  acervos  digitais  disponíveis  no  Brasil,  apesar  do 

crescimento  acentuado  dos  índices  de  expansão  da  Internet  nos  mais  diversos  setores. 

Segundo relatórios recentes (Cetic BR; F/Nazca), 82 milhões de usuários conectados no Brasil e 

desses 74 milhões com idade a partir de 12 anos. 

   

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 13

 

VALORIZANDO O CONTEÚDO 

  Desde que se puseram a migrar para a WEB, os acervos documentais  levaram consigo metodologias e processos manuais aos quais se acostumaram. Limitando‐se às pesquisas realizadas a partir de  índices previamente elaborados, passaram das  fichas para  os  computadores,  da  forma  como  eram  organizados.  Produzir  processos sistêmicos baseados em metodologias limitadas e ultrapassadas, definitivamente, não é a melhor solução e sim um equívoco. Hoje em dia, com o apoio de  tecnologias de última geração, é possível ir muito além. É possível valorizar o CONTEÚDO como deve ser. Assim foi feito durante o processo de digitalização do acervo da Fundação D. João VI  de  Nova  Friburgo. Mais  de  uma  centena  de milhares  de  páginas,  de  diferentes jornais, manuscritos,  fotos etc., à espera de um simples argumento para devolver ao usuário  tudo o que  ele  ansiava por  encontrar. Páginas  e mais páginas devidamente assinaladas  apontam,  com  uma  película  verde  e  transparente,  os  resultados  da pesquisa, conforme demonstra a tela seguinte. 

 

 www.djoaovi.com.br ‐ Portal de pesquisa da Fundação D. João VI 

Pesquisa a partir do argumento "Lacerda" 

   Há poucos anos, seria necessário o uso de máscara, luvas e óculos de proteção para  se debruçar  sobre os originais  repletos de  fungos e bactérias. Um  risco para  a saúde, portanto, e para o próprio documento, que pouco  resiste à ação do  tempo e muito menos  ao manuseio  constante.  E  se  assim não  fosse,  seria necessário pôr os olhos nas  lentes das máquinas de microfilme e seguir, por metros e mais metros de acetato. Um incômodo de horas! 

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 14

 

  Hoje, as técnicas sofisticadas para o tratamento de  imagem permitem a recuperação 

digital de  textos, antes  ilegíveis, que, quando associados aos  recursos de ampliação  (zoom), 

tão comuns nos computadores,  tornam a  leitura de documentos antigos um exercício  fácil e 

agradável. 

  

 

     

       

   

Antes

Depois

Documentos Impressos 

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 15

 

Manuscritos 

 

  

    

Antes

Depois 

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 16

 

 

 

VALORIZANDO O ACERVO DENTRO DE UM CONTEXTO HISTÓRICO MAIS AMPLO 

 

                       

Linha do Tempo 

   Resgatar uma manchete jornalística extraída de um arquivo, um fato registrado em  um manuscrito,  ou mesmo  uma  simples  fotografia,  inserindo‐os  na História  em construção,  é  uma  possibilidade  imensamente mais  provável  e  factível  a  partir  da digitalização do acervo.    

1878  1889  1900 1910 1920 1930 

É criada a Companhia de 

Carris Urbanos, para 

servir do Centro à zona 

portuária. 

Fundado o Jornal 

O FLUMINENSE 

É proclamada a República 

do Brasil. 

Princesa Isabel assina a Carta Áurea pondo fim à escravidão no Brasil 

A Torre Eiffel é inaugurada em Paris. 

Thomas Edson inventa a lâmpada elétrica 

A Companhia Jardim Botânico leva os trilhos do bonde até o bairro da Urca 

Sigmund Freud publica A Interpretação dos Sonhos e funda a psicanálise. 

É instituída uma lei de repressão ao anarquismo. 

É construído o Palácio Tiradentes no lugar da antiga Cadeia Velha da Colônia

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 17

 

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

(por Maria Ana Quaglino) 

   

  Em 2018, Nova Friburgo completará 200 anos de sua criação.  Dois séculos de histórias 

que  podem  ser  reconstruídas,  estudadas  de  forma  muito  melhor  agora.  Um  legado  cuja 

permanência  se  tornou  possível  muito  além  do  nosso  tempo.  Um  conjunto  documental 

devidamente organizado, modernizado ao máximo com o que de melhor existe em Tecnologia 

da Informação, e posto ao alcance de qualquer cidadão, onde quer que ele esteja. Em especial, 

ao alcance daqueles a quem dedicamos principal atenção, o Público Estudante, a geração que 

aí está, mas principalmente, outras que ainda virão. Eis, então, a nossa maior motivação.  

  As novas tecnologias na área de computação aplicadas ao ensino e a pesquisa  já nos 

permitem  vislumbrar  tendências  potencialmente  revolucionárias,  tanto  na  relação  ensino‐

aprendizagem quanto nos processos de investigação em geral, inclusive no campo dos estudos 

históricos.    Nesse  campo  específico,  as  tendências  mencionadas  complementarão  e 

aprofundarão  as  grandes mudanças  teórico‐metodológicas  ocorridas  nos  últimos  quarenta 

anos. 

   Novos temas, conceitos e metodologias transformaram o campo da História, tornando‐

o mais articulado com os demais campos do conhecimento, em particular com as chamadas 

“ciências humanas e sociais”, tanto as ditas  “puras” (antropologia, sociologia, ciências política, 

letras,  psicologia)  como  as  “sociais  e  econômicas  aplicadas”  (economia,  comunicação, 

arquivologia, biblioteconomia). Nesse processo, a discussão  sobre  conceitos  como memória, 

identidade  e  espaço,  que  reformulava  a maneira  de  os  historiadores  e  de  os  professores 

identificarem,  conceberem e realizarem o conteúdo de seus estudos e suas aulas,  reverberou 

para  além  do  ambiente  acadêmico. O  campo  da História  vem  contribuindo  para  difundir  a 

consciência da necessidade de preservar e de resgatar patrimônios materiais e imateriais entre 

grupos  sociais  os mais  diversos,  desde  que  se  anunciou  o  fim  das  diversidades  culturais, 

étnicas, em virtude da globalização econômica e do advento da internet.. 

  Ao contrário do que se previra na década final do século passado, houve desde então, 

inclusive no Brasil,  uma revalorização da questão   do patrimônio histórico‐cultural de grupos 

sociais específicos   em  regiões e  localidades  antes definidas, muitas  vezes,  apenas pela  sua 

identidade “nacional”.     Novos “centros de documentação”, “casas de cultura”, apoiados ou 

não  por  entidades  governamentais,  passaram  a  se  preocupar  com  a  preservação  da 

“memória”,     oferecendo  aos historiadores  ‐  ainda que  sob  condições de manutenção e de 

acesso muito precárias na maioria dos casos  ‐ novos objetos de estudo ou materiais  (fontes 

primárias)  sobre  os  quais  pudessem  construir  suas  interpretações.    Ao  mesmo  tempo,  o 

material  didático  (livro  didático)  e  paradidático  (documentários,  exposições  interativas  de 

museus, museus virtuais na internet),  para o ensino da disciplina de História, incorporou, em 

certa medida, os novos problemas em discussão dentro e fora da academia.  Vale observar, no 

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 18

 

entanto,   que as novas tecnologias de ponta da área de computação não entraram ainda no 

quotidiano das escolas, principalmente nos processos de ensino‐aprendizagem, e dos arquivos 

dos centros de memória.  

  As modernas teorias educacionais preconizam que ao estudante deve ser oferecida a 

oportunidade de  construir por  si mesmo   o    caminho em direção ao  conhecimento.   Nessa 

perspectiva, o papel do professor seria o de propiciar, sem  dirigir, o apoio necessário para que 

o  aluno  realize  os  seus  objetivos.    Levando‐se  às  últimas  consequências  tais  diretrizes,    é 

possível perceber que a escola do futuro será uma escola de pesquisadores, com menos aulas 

expositivas, menos espaços com “salas de aula” com carteiras e “quadro” para as anotações 

do professor.   No campo da História, já é possível prever que, no futuro, os estudantes terão 

muito  mais  que  a  imaginação,  imagens  e  textos  para  compreender,  por  exemplo,  as 

dificuldades  enfrentadas pelos colonos suíços no primeiro ano na antiga fazenda do Morro do 

Queimado. Certamente, muitas inconsistências e dúvidas antes impensadas também  surgirão. 

Como sabemos, empresas como a Petrobrás hoje já utilizam ambientes de imersão total para 

analisar  situações de  risco e  testar projetos de equipamentos. O que é hoje  fazer  “ciência” 

amanhã estará ao alcance do aluno.   Nesse novo contexto, é razoável pensar que caberá aos 

historiadores de profissão mais sofisticadas efetuar análises,   a partir de  teorias,   métodos e 

objetos  que  ainda  não  conhecemos.    Não  obstante,  já  é  possível  afirmar  que  o  perfil  do 

professor de História do ensino básico  tornar‐se‐á no  futuro o do professor universitário de 

hoje, orientador de pesquisas e teses, uma vez que ensino e pesquisa tendem a se fundir. Essa 

fusão atingirá todos os níveis de formação, não apenas porque as teorias educacionais assim o 

recomendam  e  sim também porque o acesso a fontes originais—fontes primárias de todos os 

gêneros  ‐  via  web,  a  popularização  das  teorias  e  dos  métodos  da  história,  bem  como  o 

aperfeiçoamento  dos  instrumentos  de  busca  aplicados  diretamente  a  grande  conjuntos 

documentais,  facilitarão  imensamente a pesquisa. Os dias do professor de História repetidor 

de conteúdos, muitas vezes vazios e sem sentido para os alunos, estão, de fato, chegando ao 

fim.  

  Nesse  projeto  para  o  Bicentenário,  temos  como  principal  motivação  auxiliar  na 

formação desse estudante do  futuro. Queremos oferecer a ele a oportunidade de analisar o 

que  somos  e  o  que  julgamos  relevante  sobre  o  nosso  passado,  a  partir  do  conjunto 

documental do Arquivo Pró‐Memória, da Fundação Dom João VI de Nova Friburgo,  coletado, 

digitalizado e indexado até 2018 e, por garantia, preservado através da produção da cápsula e 

suas cópias.   Esse documento  ‐ monumento que, pelo que contém  (e  também pelo que não 

contém),  nos define, ou seja:  um grupo de pessoas e instituições da sociedade friburguense e 

brasileira de hoje interessadas em preservação e memória. 

   

   Fundação D. João VI de Nova Friburgo

Projeto Bicentenário de Nova Friburgo 19

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Quem algum dia quiser aprender a voar deve aprender antes a ficar de pé, a caminhar, a correr, a subir, a dançar."

FRIEDRICH NIETZSCHE