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JHEFFERSON SCHEIDT

PROJETO E FABRICAÇÃO DE UMA MÁQUINA SELECIONADORA DE CITROS

Rio do Sul

2016

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JHEFFERSON SCHEIDT

PROJETO E FABRICAÇÃO DE UMA MÁQUINA SELECIONADORA DE CITROS

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de graduação em

Engenharia Agronômica do Instituto

Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia Catarinense – Câmpus Rio do

Sul para obtenção do título de Engenheiro

Agrônomo.

Professor: Eng. Mec. Ricardo Kozoroski

Veiga

Rio do Sul

2016

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JHEFFERSON SCHEIDT

PROJETO E FABRICAÇÃO DE UMA MÁQUINA SELECIONADORA DE CITROS

Este Trabalho de Curso foi julgado

adequado para a obtenção do título de

Engenheiro Agrônomo e aprovado em sua

forma final pelo curso de Engenharia

Agronômica do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia

Catarinense – Câmpus Rio do Sul.

Rio do Sul (SC), 22 de agosto de 2016

__________________________________________

Prof. e orientador, Ms Ricardo Kozoroski Veiga

IFC-Rio do Sul

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________

Prof. Dr. Claudio Keske

Instituto Federal Catarinense – Câmpus Rio do Sul

_______________________________________________________

Prof. Dr. Fabrício Campos Masiero

Instituto Federal Catarinense – Câmpus Rio do Sul

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Dedico esta obra, bem como minhas demais

conquistas, aos meus amados pais (Gelson

e Loreni), por todo o apoio dado para poder

realizar meus estudos.

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer primeiramente a Deus, que iluminou o meu caminho durante

esta caminhada;

À meus pais, pela motivação e pela força;

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense –

Câmpus Rio do Sul, pela disponibilização da estrutura para a realização do meus

projetos de pesquisa;

Ao CNPq, pela concessão de uma bolsa de estudos durante realização do

projeto;

Aos colegas parceiros de laboratório, Wilian Odorizzi, Juclei Venturi, pela

ajuda na execução de práticas laboratoriais (grupo mecanização);

Ao professor Ricardo Kozoroski Veiga, pela orientação dada durante o

período de realização da pesquisa e pela orientação dada para a realização desse

trabalho de conclusão do curso;

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu

muito obrigado.

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RESUMO

O cultivo da laranja tem passado por um vertiginoso crescimento nos últimos

anos devido ao aumento do mercado externo e interno. Entre os fatores que

impulsionam essa expansão figuram a desvalorização cambial, a política de

fortalecimento das exportações e iniciativa de normatização e controle da qualidade.

Uma dessas iniciativas foi a criação do programa brasileiro para modernização da

horticultura, em que se estabeleceu uma norma para classificação da laranja. O que

tem impedido muitos produtores de aderirem ao programa é o fato de que somente

grandes produtores têm acesso a máquinas de classificação e limpeza para

colocarem seus produtos no mercado. Esse trabalho apresenta o estudo bem como

os resultados obtidos após dois períodos como bolsista (projetos de pesquisa e

extensão) para o desenvolvimento de uma máquina selecionadora de laranjas

adequada à realidade econômica do pequeno produtor. Para isso desenvolveu-se,

com o auxílio do programa computacional Auto-Cad®, projetos onde puderam ser

visualizadas e discutidas concepções e parâmetros do projeto. Após sua confecção,

o projeto foi entregue a empresa C.Hamm Máquinas, sediada em Ituporanga, SC,

que o executou, dando origem ao protótipo. Testes preliminares demonstraram que

a produtividade média, com a máquina nivelada, foi de seis laranjas por segundo. As

classes, por diâmetro foram: classe 1: 50 a 59 mm; classe 2: 60 a 69 mm e classe 3:

acima de 70 mm. Embora a olho nu tenha havido melhoria no aspecto da laranja,

não houve diferença significativa entre o fruto antes e após a passagem pela

máquina quanto a limpeza das frutas.

Palavras-chave: Máquinas; Classificação; Citros.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 8

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 9

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 10

3.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EXPERIMENTO ................................ 10

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 12

5. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 19

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1. INTRODUÇÃO

O beneficiamento de frutas e hortaliças é uma prática fundamental para

comercialização de produtos de qualidade, pois a lavagem bem como adição de

produtos neutros para a comercialização são práticas exigidas por lei e, portanto,

devem ser seguidas para que se garanta o comércio e o consumo de frutas sadias e

de bom aspecto (SILVA et al., 2004).

O Brasil é o maior exportador de suco concentrado congelado de laranja cujo

valor das exportações, juntamente com as de outros derivados, tem gerado cerca de

1,5 bilhão de dólares anuais (EMBRAPA, 2007).

Para o Estado de Santa Catarina que não tem novas fronteiras agrícolas e

inclusive reduz de ano a ano suas áreas de culturas temporárias e permanentes, a

fruticultura é uma atividade de importância crescente, pois gera ocupações de alta

densidade econômica e agregação de valor (EPAGRI, 2013)

Santa Catarina devido à característica regional ser de agricultura familiar em

pequenas propriedades credita-se à fruticultura um importante papel

socioeconômico por absorver intensiva mão-de-obra familiar e resultar em alto

desempenho econômico por área. (SONEGO et al., 2003).

Buscando cada dia baratear custos e fazer com que determinadas atividades

agrícolas permaneçam vivas no campo, buscam-se alternativas que tornem

possíveis a produção e posterior comercialização de produtos agrícolas, a exemplo

da fruticultura.

No período de 2014 a 2015 a confecção de uma máquina de seleção de

frutos para pequenos fruticultores se mostrou viável (SCHEIDT et al. 2014). O

projeto (em 2014) e a construção da máquina (em 2015) geraram a necessidade

atual de realização de testes de desempenho qualitativo e quantitativo deste

protótipo.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A laranja é a fruta de maior produção e maior consumo no Brasil. A adoção da

Norma de Classificação da Laranja trará confiabilidade e transparência à

comercialização, garantindo maior rentabilidade para o produtor e um produto de

menor preço e melhor qualidade para o consumidor (ROCHA, 2004).

O Brasil ocupa o primeiro lugar na produção mundial de citros seguido dos EUA e

Espanha. Todos os estados brasileiros produzem citros. Entre eles São Paulo é o

maior produtor brasileiro de citros com 74% desse total (IBGE,2012).

Levantamento realizado sobre comercialização das principais fruteiras em

supermercados catarinenses aponta os cítricos como as frutas mais consumidas

pela população, situando-se a banana em segundo lugar e a maçã na terceira

posição, respectivamente, na proporção de 1:0,463:0,414. (IBGE,2012).

Também quando considerada a indústria de transformação, os cítricos

ocupam a primeira posição entre as frutas, tendo sido industrializadas no Estado

aproximadamente 40.000 t em 2000. Em 1998 a área plantada com pomares

comerciais de citros chegou a 10.000 ha em Santa Catarina. Os pomares de citros

possuem área média de 1,5 ha e empregam basicamente mão-de-obra familiar,

sendo que aproximadamente 6.000 famílias encontram-se envolvidas com a cultura

(KOLLER, 2001).

Originários da Ásia meridional, cultivados nos pomares e jardins da Babilônia,

das Hesperides e da palestina a milhares de anos, o citros foram introduzidos no

Brasil pelos portugueses. A laranja doce veio diretamente da China meridional, sua

pátria original. A laranja existe em quase todos os municípios brasileiros, alguns com

produção em grande escala e outros com produção insignificante. Não há produção

de citros em lugares que nevam com relativa frequência (GOMES, 2007).

O agronegócio dos citros nacional é altamente competitivo no mercado

internacional e alguns fatores contribuem para isso, como importantes instituições

voltadas para a pesquisa, como o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e o

Centro de Citricultura Sylvio Moreira. Também o custo de produção baixo, clima

favorável, oferta abundante da fruta in natura, proximidade do setor produtivo com o

canal de escoamento, indústrias de grande porte, com canal de coordenação

estruturado e boa penetração no mercado externo (GOMES, 2007).

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Mais de 95% dos citricultores catarinenses estão em pequenas propriedades,

em regime de exploração familiar. As unidades produtivas são diversificadas, sendo

a citricultura, na maioria dos casos, uma atividade secundária, complementadora da

renda agrícola. Com área média explorada com citros inferior a 2 hectares, os

produtores limitam-se ao cultivo de laranjas e tangerinas voltadas tanto para a

indústria como para o consumo in natura. KOLLER, O.L. (2013).

A participação relativa da laranja acontece mais concentradamente nas

Regiões Meio-Oeste e Extremo Oeste Catarinense, com 74,5% da produção

comercial e 70,1% do valor bruto da produção (Figura 1.2). As áreas de cultivo de

tangerinas encontram-se mais bem distribuídas pelo estado catarinense do que as

laranjas, com maior participação das regiões Metropolitana, Alto Vale do Itajaí, Meio-

Oeste e Planalto Norte, com 78,6% da produção e 81,7% do valor bruto da

produção. KOLLER, O.L. (2013).

Em Santa Catarina existem poucas indústrias processadoras de citros, e

todas são de pequeno ou médio porte. Industrializam aproximadamente 20.000t de

laranjas compradas nos estados de São Paulo (70%), Paraná (20%) e Santa

Catarina (10%)1. KOLLER, O.L. (2013).

Cabe registrar, também, a existência no Estado de pequenas unidades

industriais que vendem sucos não pasteurizados e refrigerados para consumo

imediato, com prazo de validade de, no máximo, 24 horas. Algumas dessas

unidades fornecem matéria-prima para pequenas indústrias de bebidas alcoólicas

compostas servidas em bares, lanchonetes, feiras livres e outros locais de venda.

KOLLER, O.L. (2013).

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EXPERIMENTO

O primeiro projeto foi dividido em duas etapas: I - projeto propriamente dito e

II- a fabricação.

Para confecção do projeto foi empregado o modelo de Processo de

Desenvolvimento de Produtos (PDP) proposto por Rozenfeld (2006), que é

composto por macro-fases, fases e atividades.

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Assim, as macro-fases foram:

- Pré-desenvolvimento;

- Desenvolvimento;

- Pós- desenvolvimento.

As fases foram descritas como:

- Planejamento estratégico;

- Plano do Projeto;

- Projeto Informacional;

- Projeto Conceitual;

- Projeto Detalhado;

- Preparação para Produção;

- Lançamento do Produto.

Após a etapa de desenvolvimento, o projeto foi disponibilizado à empresa

parceira (C.Hamm Máquinas, sediada em Ituporanga, SC) que o executou, dando

início à Etapa II.

Durante a fabricação da máquina foi executado um projeto de extensão

(projeto II), tendo este sido dividido em dois momentos: revisão de literatura e coleta

de dados. Foram efetuados levantamentos á campo e visitas às propriedades rurais,

onde juntamente com o conhecimento de produtores e profissionais da área buscou-

se conhecer características como produção, produtividade e necessidades dos

produtores visando o aperfeiçoamento da máquina selecionadora.

Após planejamento da máquina e sua confecção (projetos contemplados

com bolsa de pesquisa e extensão do Câmpus por dois anos consecutivos) iniciou-

se a fase de testes. Foram avaliadas até o momento as diferenças qualitativas do

fruto beneficiado a seco (sem adição de água ou qualquer outro fluído) e o tempo de

processo (produtividade) no beneficiamento do fruto.

Para a realização dos testes a máquina foi transportada para o Laboratório de

Mecanização Agrícola do Instituto Federal Catarinense – Câmpus Rio do Sul.

A máquina, que inicialmente foi projetada para funcionar por força transmitida

pelo eixo cardã do trator, recebeu motor elétrico trifásico o que possibilitou trabalhar

com ambas fontes de energia. A rotação média foi de 570 rotações por minuto. Para

a realização dos testes foram utilizados 2.100 frutos (laranjas) da variedade açúcar

colhidos no pomar do IFC. Estes foram divididos em 15 caixas tipo k plásticas de

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forma homogênea. Os tratamentos consistiram em três diferentes angulações do

chassi, que foram: no nível; 10 cm baixo do nível e 10 cm acima do nível.

Foram avaliados:

a) tempo de subida dos frutos na rampa de acesso: período necessário para

preencher a máquina com frutos, preparando-a para o trabalho.

b) tempo de classificação por fruto: decorrido desde a seleção e limpeza da primeira

fruta até a última do lote.

c) grau de limpeza do fruto: qualidade do fruto após o beneficiamento.

d) grau da seleção por tamanho: separação em três diâmetros distintos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O primeiro produto, resultado da pesquisa, foi o projeto detalhado em 3D,

realizado com o auxílio do programa computacional Auto Cad®, onde puderam ser

visualizados e discutidas concepções e parâmetros do projeto.

A Figura 1 mostra o layout da máquina em três vistas. Os desenhos apresentam

aspectos construtivos como o sistema de elevação dos citros, rolos de limpeza,

chassis, rodas e mecanismo de seleção.

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Figura 1. Desenhos em programa computacional Auto-Cad.

A Figura 2 mostra, em vista lateral, algumas dimensões importantes da

máquina. Estas ficaram acima das previamente concebidas. Isso ocorreu porque

elementos estruturais padronizados, como largura de eixo e comprimento dos rolos

impuseram uma dimensão mínima, de aproximadamente 2 m x 1,5 m x 4 m (largura,

altura e comprimento respectivamente).

Figura 2. Vista lateral do desenho com cotas parciais.

Dentre as etapas de fabricação citam-se: corte, dobra, solda, perfuração,

montagem e acabamento final. A figura 3 apresenta a parte inferior da máquina,

(chassi) que sustenta a mesma, onde são acoplados elementos funcionais e ativos

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na parte superior, ou seja, a esteira, rolos de limpeza e o sistema de classificação

por tamanho.

Figura 3. Chassi na etapa de montagem.

Após a montagem do chassi da máquina, foram acopladas as partes

funcionais como esteira de elevação, escovas e rolos de seleção, assim como os

demais componentes elétricos da máquina de seleção. A Figura 4 apresenta a parte

superior da máquina, em fase final de montagem, onde se visualiza a esteira e

plataforma de classificação dos citros.

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Figura 4. Foto da parte superior (esteira de elevação da máquina).

No início de 2015 a máquina chegou ao Laboratório de Mecanização Agrícola

do Instituto Federal Catarinense - Rio do Sul, onde começaram a ser realizados

testes com a mesma (FIGURA 5). Foram avaliadas (até o momento) as diferenças

qualitativas do fruto beneficiado a seco e o tempo de processo (produtividade) no

beneficiamento do fruto.

Figura 5: Protótipo pronto no laboratório do IFC - Rio do Sul

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A Figura 6 apresenta o detalhe dos rolos de seleção por diâmetro dos frutos,

no número de dois que realizam a classificação em três tamanhos.

Figura 6: Detalhe do sistema de classificação

A Figura 7 mostra os últimos ajustes antes do teste de desempenho da

máquina.

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Figura 7: Máquina de seleção sendo preparada para testes

Os rolos (FIGURA 8) foram limpos com água corrente para o início do teste

de desempenho.

Figura 8: Sistema rolos para limpeza dos frutos

Os testes de produtividade em função da inclinação do chassi demonstraram

que a máquina nivelada apresenta melhor condição de produtividade (29 s). Já a

condição inclinada para cima (+10 cm) apresentou o menor tempo de enchimento

(rampa), que foi de 21 s. A condição de inclinação para baixo (-10 cm) foi a que

apresentou piores resultados, tanto no enchimento como na produtividade (TABELA

1).

Tabela 1. Tempos de rampa e de classificação para diferentes nivelamentos da máquina

Inclinações Tempo de rampa Tempo de classificação (200 frutos)

Menos 10 cm 30 s 76 s

Em nível 29 s 29 s

Mais 10 cm 21 s 35 s

Para a análise do aspecto visual do fruto foi empregado um colorímetro da

marca Instrutherm, modelo ACR-1023, onde foram efetuadas medidas de saturação

e luminosidade dos frutos. Os valores obtidos para as diferentes inclinações não

apresentaram diferença estatística, pela análise de variância (Tukey).

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Tabela 2. Valores de médias de saturação e luminosidade para diferentes nivelamentos da máquina

Inclinações Média antes Média após

Sat. Lum. Sat. Lum.

Menos 10 cm 708.7 ns 308.2 ns 707.8 ns 308.6 ns

Em nível 717.0 ns 297.4 ns 701.9 ns 309.7 ns

Mais 10 cm 700.1 ns 306.4 ns 707.2 ns 298.2 ns

ns = Não significativo diferença a 5% de significância Quanto à seleção por tamanho, os frutos foram separados em três faixas de dimensão. A Tabela 3 apresenta os valores por faixa

Tabela 3. Valores de diâmetros selecionados em três tamanhos

Tamanho 1 (diâmetro)

Tamanho 2 (diâmetro)

Tamanho 3 (diâmetro)

De 50 mm 60 mm 70 mm

Até 59 mm 69 mm Acima

Os valores de diâmetros dos frutos da tabela acima foram obtidos depois de

selecionados e medido-os chegando nas referidas médias de tamanhos de frutos

selecionados.

5. CONCLUSÕES

O projeto atingiu os objetivos, pois foi possível a confecção do protótipo que

possibilitou a realização de testes convergindo para as informações necessárias

para a sua operação eficiente. Salienta-se também que o projeto foi registrado junto

ao INPI, sob número de patente BR20201502863.

A utilização do colorímetro Instrutherm, modelo ACR-1023 não demonstrou

diferença uma vez que não conseguiu distinguir frutos com aparência visivelmente

diferentes.

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Há necessidade de realização de estudos futuros em propriedades produtoras

para obtenção de dados para melhoria do projeto. Também sugere-se o teste do

equipamento com outras frutas, de dimensão e formato similares aos da laranja.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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