Projeto FAPERGS 2014 Final

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Gestão Pública.

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Modelo Estruturado

TEORIA IMPLCITA DE INOVAO NA GESTO UNIVERSITRIA: ARTICULANDO PENSAMENTO E AO NO CONTEXTO DE UNIVERSIDADES PBLICAS FEDERAIS NO BRASIL E NO PANAM

Santa Maria Rio Grande do SulMaio de 2014RESUMO

O presente projeto tem como objetivo mapear e analisar as experincias inovadoras em prticas de gesto no contexto brasileiro e panamenho de Universidades Pblicas Federais, articulando s teorias implcitas de inovao construdas por gestores universitrios. Para atingir tal objetivo, inicialmente sero investigadas as teorias implcitas que gestores constroem acerca do fenmeno da inovao em prticas de gesto nas universidades. Em seguida sero identificados os padres e as principais inovaes adotadas pelas universidades estudadas em relao s suas prticas de gesto de maneira que se possa mapear e caracterizar tais inovaes. Por ltimo, buscar-se- estabelecer uma articulao entre as teorias implcitas de inovao com os contextos mais e menos inovadores. Tal articulao permitir a verificao de um importante pressuposto terico, prprio da abordagem da cognio organizacional e gerencial, ou seja, o estabelecimento de uma interface entre pensamento e ao. Sero investigadas trs universidades pblicas federais, sendo duas brasileiras (Universidade Federal de Santa Maria/UFSM e Universidade Federal da Bahia/UFBA) e uma panamenha (Universidade do Panam). O estudo se caracteriza como sendo uma pesquisa de levantamento que combina estratgias de coleta e anlise de dados tanto quantitativas quanto qualitativas. Assim, questionrios com perguntas fechadas e entrevistas semiestruturadas sero aplicados junto a um grupo de gestores (da gesto atual e imediatamente anterior), escolhidos por meio de amostras no-probabilsticas cujo critrio norteador ser o exerccio de cargos da administrao superior das universidades estudadas.

1. IDENTIFICAO DA PROPOSTA

Coordenador:Prof. Dr. Vnia Medianeira Flores Costa

Instituio ExecutoraGrupo de Pesquisa Sistemas, Estruturas e PessoasLinha de Pesquisa: Sistemas, Estruturas e Pessoas/UFSMAv. Roraima, 1000, prdio 74C, sala 4205Cidade Universitria Bairro: Camobi Santa Maris/RSCEP: 97105-900Tel.: (55) 3220-9296

ParceriasPrograma de Ps-Graduao em Administrao PPGA/UFSMInstituto de Psicologia - UFBAUniversidade do Panam

Ttulo do ProjetoTeoria implcita de inovao na gesto universitria: articulando pensamento e ao no contexto de universidades pblicas federais no Brasil e no Panam

Caracterizao da PropostaProjeto de Pesquisa Cientfica para anlise e fomento de experincias inovadoras no mbito da gesto pblica de universidades brasileiras e do Panam

1- QUALIFICAO DO PROBLEMA

A inovao organizacional e gerencial um tema que vem ganhando crescente importncia tanto nos meios acadmicos quanto nos contextos organizacionais. Esta importncia se justifica na medida em que uma srie de alteraes socioeconmicas e sociais pressionam as organizaes a alterarem os tradicionais e sedimentados modelos de gesto, pois eles j no conseguem atender de forma satisfatria as demandas de uma sociedade cada vez mais exigente e consciente de seus direitos. Tais presses por mudanas e inovaes afetam de modo muito especial o contexto das organizaes pblicas e impulsionam movimentos reformistas, tanto na forma de se estruturar os Estados nacionais como, especialmente, na forma de gerir o interesse dos cidados por meio das organizaes pblicas. Neste contexto, os governos tm estimulado a adoo de prticas e de modelos mais contemporneos de gesto o que pode ser constatado por meio de iniciativas tais como o prmio nacional de inovao na gesto pblica, por exemplo. As universidades pblicas federais, consideradas um tipo de organizao que presta servios educacionais de terceiro grau de forma gratuita sociedade no se encontra fora deste cenrio. Cada vez mais a sociedade e o prprio governo central vem exigindo a melhoria da qualidade, eficincia, eficcia e efetividade das Universidades Federais. Uma rpida reviso da literatura na rea de inovaes em universidades pblicas deixa clara a carncia de estudos compreensivos que nos forneam elementos de reflexo e crtica acerca deste importante fenmeno organizacional. Mais do que o diagnstico das iniciativas de inovao em processos de gesto nas universidades, o presente estudo contribuir ainda, na forma como o fenmeno da inovao ser tratado. Assim, a realizao de uma pesquisa que mapeie como as Universidades esto reagindo s presses por mudanas em suas prticas de gesto poder contribuir para a compreenso dos principais facilitadores de tais mudanas assim como identificar os entraves que impedem estas organizaes de se engajarem mais efetivamente em processos que levem modernizao de sua gesto.

1.1- PERSPECTIVAS, ABORDAGENS E CONCEITOS DE INOVAO

Uma anlise realizada por Bignetti (2006) a partir de um levantamento dos trabalhos apresentados rea de Gesto de Cincia, Tecnologia e Inovao da Associao Nacional dos Programas de Ps-Graduao em Administrao (ANPAD), evidenciou o crescimento desta temtica: em 2003 foram apresentados vinte e oito trabalhos, em 2004 trinta e dois e em 2005 foram quarenta e dois trabalhos. Os estudos que examinaram os efeitos da inovao, tornam-se plenamente justificvel, seja do ponto de vista prtico, quanto do ponto de vista acadmico (GREVE e TAYLOR, 2000; MOREIRA e QUEIROZ, 2007). A primeira abordagem aquela que agrupa os conceitos que tratam a inovao sob o ponto de vista da difuso das inovaes tecnolgicas. Neste sentido, inovao considerada um importante fenmeno que influencia o desenvolvimento econmico e tecnolgico das sociedades. A anlise da poltica econmica e dos investimentos em cincia e tecnologia so os focos de interesse principais quando se utiliza desta abordagem de inovao. Tais preocupaes guardam uma estreita relao com as origens do conceito de inovao, utilizados nos estudos dos economistas clssicos.A segunda abordagem que estrutura a classificao dos conceitos a nfase no processo de criao, desenvolvimento ou reinveno. Nesta abordagem, a inovao tratada, enquanto um processo que envolve vrias fases, desde o planejamento, o desenvolvimento, a adoo e a difuso de uma determinada inovao. Na terceira abordagem incluem-se as definies que enfatizam a dimenso tcnica da inovao. Referem-se, portanto, questo do desenvolvimento de novos produtos, novas tecnologias de informao e novos processos de produo.A ltima abordagem destaca a dimenso administrativa. Ao se enfatizar tal dimenso, concebe-se a inovao, a partir da adoo de novas formas de organizao do trabalho, novas prticas e novas tecnologias de gesto organizacional. O conceito de inovao, adotado na presente tese, pode ser classificado nesta abordagem, pois o critrio utilizado a adoo de um conjunto de prticas inovadoras de gesto. importante ressaltar, no entanto, que a maioria dos conceitos, encontrados na literatura, envolve duas ou mais abordagens, ou seja, entende-se a inovao enquanto um processo amplo. Tal noo, mais ampla, inicia-se com a formulao de Schumpeter, na dcada de 20. O autor definiu a inovao, no apenas referindo-se s inovaes tecnolgicas, no seu sentido estrito, mas explorou, tambm, as inovaes comerciais e organizacionais. Para Teixeira (2004), nessa vertente conceitual, reconhece-se a importncia, tanto das inovaes bsicas ou radicais, como das incrementais. De forma coerente com o conceito amplo de Schumpeter, Van de Ven (1986), por exemplo, argumenta que a inovao envolve tanto a dimenso tcnica (novas tecnologias, produtos e servios) como a dimenso administrativa (novos procedimentos, polticas e formas organizacionais). Van de Ven (1986) trata estas duas dimenses, no entanto, como sendo interdependentes, ou seja, a maioria das inovaes envolve tanto componentes tcnicos quanto administrativos, simultaneamente. O referido autor, destaca ainda, que necessrio incorporar a questo do desenvolvimento e da implementao da nova idia e considerar que isto ocorre por meio de transaes entre pessoas num dado contexto social. Alter (2000), respaldado, tambm, nos estudos de Shumpeter, destaca o carter revolucionrio da inovao ao narrar que ela sempre, em um primeiro momento, transgresso das regras estabelecidas, porque representa um atentado ordem social (p.64). Inovar envolve processos de desenvolvimento em que o novo se ope ao velho, com a preocupao de tornar em norma a inveno. Sendo assim, aceitar o desafio da inovao aceitar enveredar-se numa trajetria quebrada e movimentada, dentro da qual se encontram interesses e crenas pessoais. entrar em conflito com a ordem, com as leis ou com as normas, prontificando-se a aceitar os riscos decorrentes dessa deciso. Envolve, portanto, desorganizar as informaes que esto contidas em processos e produtos existentes, para reorganiz-los em novos produtos e processos. Um aspecto importante presente na maioria das definies de inovao, refere-se discusso do que significa a ideia de novo. Johannenessen, Olsen e Lumpkin (2001) destacam que o carter de novo pode ser analisado em trs dimenses principais: o que significa algo ser novo? Quo novo esse algo precisa ser para ser considerado uma inovao? Esse algo deve ser novo para quem? Assim, compreender o significado do novo tem implicaes importantes para o aprimoramento dos mtodos e dos conceitos utilizados nas investigaes sobre o tema. Quanto ao questionamento sobre a quem o novo deve se referir, Moreira e Queiroz (2007) consideram que a inovao pode ser nova para a empresa, embora no, necessariamente, para o mercado. No entanto, essa no uma ideia consensual entre os autores que tratam desta questo, pois h os que discordam e consideram que s existe a inovao quando a organizao est entre as primeiras a adot-la. Na perspectiva individualista, assume-se que os indivduos so a maior fonte de inovao organizacional. Neste sentido, no se considera que fatores externos podem impedir aes individuais, pois os atores organizacionais so considerados agentes auto dirigidos que agem em funo dos objetivos por eles estabelecidos. So portanto, racionais e tomam decises a fim de maximizar valor ou utilidade. Segundo Slappendel (1996), a perspectiva individualista mais claramente expressa nos estudos que identificam os antecedentes da inovao no nvel do indivduo, ou seja, enfatizam-se caractersticas individuais tais como idade, sexo, nvel educacional, valores, personalidade, criatividade e estilo cognitivo (Scott e Bruce, 1994; Rogers, 1962). Assim, assume-se que certos indivduos tm qualidades pessoais que os levam a adotar comportamentos inovadores.Na perspectiva estruturalista, assume-se que a inovao determinada pelas caractersticas organizacionais. Esta perspectiva envolve uma orientao determinstica onde o comportamento organizacional visto como sendo moldado por uma srie de mecanismos interpessoais que atuam como influenciadores externos sobre os indivduos (SLAPPENDEL, 1996). Estudos que se utilizam de uma perspectiva estruturalista tendem a abordar a inovao a partir da anlise das presses e mudanas ambientais, da influncia dos consumidores e do mercado, das presses institucionais, das variveis estruturais (tamanho, complexidade, diferenciao, profissionalizao, centralizao, formalizao, etc.).A ltima perspectiva analisada por Slappendel (1996) a do processo interativo. A autora argumenta que, embora os estudos sobre inovao organizacional tenham sido dominados pela nfase nos fatores estruturais ou individuais, as pesquisas com enfoque no processo interativo tm aumentado nos ltimos anos. Os mais expressivos autores e defensores deste tipo de abordagem so Van de Ven e Rogers (1988). Tais autores advogam que necessrio avanar mais no entendimento da inovao por meio de pesquisas que analisem a sequncia temporal das atividades, desde o desenvolvimento at a implementao da inovao. Assim, o foco da anlise da inovao deve recair sobre os eventos ou estados associados a diferentes estgios de anlise, onde, em determinados momentos, alguns eventos podem estar mais diretamente relacionados a aes intencionais dos indivduos e, em outros, podem originar-se de fatores estruturais externos (MOHR ,1982). Alm da sistematizao de Slappendel (1996) encontra-se uma outra classificao, em termos de abordagens de inovao: a desenvolvida no trabalho de Orlikowski (1992). A primeira perspectiva destacada pela autora o modelo do imperativo tecnolgico. Nesta viso, a tecnologia concebida como uma influncia independente sobre o comportamento humano ou sobre as propriedades organizacionais. Exerce, portanto, influncias unidirecionais e causais sobre os seres humanos e organizaes, similares s que ocorrem na natureza e caracterizada por uma viso mecanicista da tecnologia e da estrutura.A segunda perspectiva o modelo da escolha estratgica que concebe a tecnologia no como um objeto externo, mas produto da ao humana progressiva. Dentro desta viso, h um enfoque de que as interpretaes compartilhadas surgem e afetam a interao entre tecnologia e as pessoas. Assim, pressupe-se que a inovao resultado de uma construo social. Um outro direcionamento que dado dentro desta perspectiva a considerao da tecnologia como fruto de uma construo que se efetiva atravs de interaes sociais. Dentro desta linha pode-se encontrar os estudos scio-tcnicos, fundamentados na crena de que os resultados podem ser manipulados pela otimizao conjunta de fatores de trabalho sociais e tcnicos (ORLIKOWSKI, 1992). Bignetti (2006) dividiu os assuntos em quatro grandes temticas que, de certa forma, evidenciam as nfases dadas s pesquisas no Brasil: estudos sobre organizao e inovao; estudos sobre pesquisa e desenvolvimento, relaes internacionais e desenvolvimento de servios. Na linha de estudos que compreende a interface entre organizao e inovao, segundo Bignetti (2006), destacam-se os temas que tratam da gesto da inovao, habilidades gerenciais, prticas organizacionais e tomada de deciso, estratgia e competncias organizacionais e gesto do conhecimento, aprendizagem e gesto de recursos humanos. Os estudos sobre pesquisa e desenvolvimento, normalmente, abordam temas tais como, a gesto tecnolgica, o desenvolvimento de produtos, a internacionalizao de pesquisa e desenvolvimento e a avaliao de atividades de pesquisa e desenvolvimento.Os temas que podem ser classificados dentro do estudo das relaes internacionais envolvem a investigao de alianas estratgicas e das redes, cadeias e arranjos produtivos. Neste sentido, a formao de arranjos Interorganizacionais, em concentraes geogrficas ou no, tem merecido especial ateno dos pesquisadores (BIGNETTI, 2006).Para finalizar, cabe destacar os pontos principais que foram abordados nesta sesso. Verificou-se que o conceito de inovao envolve a ideia de algo novo que pode ser implementado em diversas dimenses organizacionais. Neste sentido, a inovao pode ser entendida, tambm, a partir da utilizao de diversos critrios. Ela pode ocorrer tanto na organizao geral do trabalho, nas prticas de gesto, na produo de um produto ou servio ou na melhoria de prticas e produtos j existentes. Alm disso, enfatizou-se as diferentes abordagens de inovao, desde aquelas que a tratam como um imperativo externo organizao, determinando as aes internas e o comportamento dos indivduos, at aquela que a considera como um fenmeno socialmente construdo e que depende da forma como os atores organizacionais envolvidos percebem, interpretam e constroem sentido de tal processo. Aps o entendimento mais genrico das perspectivas da inovao organizacional, assim como, os seus principais conceitos passa-se, a seguir, a discorrer sobre as inovaes em prticas de gesto.

1.2 - A INOVAO EM PRTICAS DE GESTO

Conforme ficou evidenciado ao se explorar os conceitos de inovao, a adoo de prticas de gesto uma das dimenses organizacionais na qual a inovao pode ocorrer. Pode-se dizer que, neste caso, a inovao ocorre no modelo de gesto adotado pela empresa e pode envolver desde alteraes nas estruturas, na organizao do processo de trabalho at aquelas que modificam as prticas de gesto de pessoas. De uma maneira geral, as inovaes neste campo visam encontrar novos princpios e novas relaes com os empregados e com o trabalho a fim de substituir/superar a tradicional organizao Taylorista e Fordista (STEIJN, 2001). Segundo Nonaka e Takeuchi (1997) possvel identificar um conjunto de caractersticas bsicas que compem a lgica das novas formas de organizao do trabalho, ou seja, estruturas mais horizontalizadas; empoderamento das pessoas; concepo mais dinmica da estrutura organizacional; nfase nas competncias organizacionais; reconhecimento do conhecimento como ativo organizacional intangvel; aumento do grau de flexibilidade na organizao do trabalho; estmulo cooperao entre trabalho e gerenciamento e participao dos trabalhadores nas decises e bem estar financeiro da empresa. Estes novos princpios que orientam as organizaes so implementados, geralmente, por meio das chamadas prticas de gesto que, por sua vez, concretizam a lgica conceitual das novas formas de organizao do trabalho. So vrias as terminologias encontradas na literatura para designar este conjunto de prticas. Assim, expresses tais como tecnologias gerenciais, tecnologias organizacionais, prticas de gesto, etc. so largamente utilizadas (TEIXEIRA, 2006).Uma das pesquisas mais citadas que tratam da introduo de novas prticas de gesto o trabalho de Appelbaun e Batt (1994). Neste estudo, as autoras salientam que uma srie de mudanas tem ocorrido nas empresas americanas desde os anos 80. Tais mudanas envolvem, principalmente, empregadores buscando produtos e servios de qualidade e baixos custos; empregados desejando salvar seus empregos; sindicatos buscando reconstruir seu poder institucional e governos tentando reconstruir as instituies pblicas. Para uma melhor compreenso desta realidade, as autoras definem que a questo central a ser respondida investigar at que ponto estes diversos grupos podem colaborar na criao de um novo sistema de trabalho que rena as necessidades das vrias partes envolvidas. Outra classificao do conjunto de prticas consideradas mais difundidas, principalmente no contexto brasileiro, proposta por Loiola et al (2003) e explorada tambm no trabalho de Teixeira (2006). Baseado na literatura sobre prticas de gesto, a autora e colaboradores propuseram uma classificao em trs domnios principais das prticas: domnio da gesto de pessoas, da gesto da produo e da gesto do desempenho e da qualidade. Uma sntese das caractersticas que compem cada domnio exposta na Figura 5.Figura 1: Sntese principais inovaes por domnio de prticas

Fonte: Construdo com base no trabalho de Loiola et al (2003) e Teixeira (2006).

Na classificao de Loiola et al (2003) e Teixeira (2006), as prticas que podem ser includas no domnio da gesto de pessoas so aquelas que envolvem uma combinao de organizao do trabalho e polticas de administrao de recursos humanos. Elas so adotadas com a finalidade de oferecer maior participao na tomada de deciso (empowerment), oportunidades para aprender novas habilidades (cultura aprendizagem) e um incremento nos incentivos financeiros para que se estimule maior dedicao e esforos para o alcance de metas. Envolvem, tambm, normalmente, alguma forma de trabalho em equipe, crculos de qualidade e remunerao por desempenho (TEIXEIRA, 2006). Kling (1995) e Way (2002) comentam que este novo padro de gesto de pessoas cria um Sistema de Trabalho de Alto Desempenho High Performance Work Systems (HPWS). Em organizaes que adotam esse sistema h uma preocupao em selecionar, desenvolver, reter e motivar pessoas que respondam adequadamente as exigncias demandadas por tais prticas: possuir e aplicar no trabalho habilidades superiores e que tal aplicao resulte em desempenho e rentabilidade para a organizao (WAY, 2002). As prticas pertencentes ao domnio da inovao em gesto da produo, segundo Loiola et al (2003) e Teixeira (2006), so aquelas voltadas para a modificao da forma como se gerenciam todas as atividades de produo. Representadas principalmente pelas inovaes introduzidas no Japo, o domnio das prticas de gesto da produo incluem o Just in Time, Kanban, PDCA, Crculos de Controle da qualidade, Controle da Qualidade Total, Produo Enxuta (Lean Manufaturing) dentre outras. Um conjunto de prticas que pode ser considerada neste domnio representa, tambm, aperfeioamentos do modelo clssico de produo em massa, tpicos do modelo americano. Assim, prticas tais como o Material Requeriments Planning (MRP) Supplay-Chain Management, Seis Sigma, dentre outras, so exemplos de tais aperfeioamentos.O terceiro e ltimo domnio definido por Loiola et al (2003) e Teixeira (2006) aquele que envolve um conjunto de prticas cuja preocupao principal com o desempenho organizacional. A principal prtica que aglutina os valores preconizados neste domnio a Gesto da Qualidade Total. No entanto, diversas outras tambm apresentam uma preocupao com o desempenho e qualidade e podem ser consideradas coadjuvantes neste processo de gesto: Terceirizao, Reengenharia e Just in Time. Para finalizar a etapa da discusso da inovao em prticas de gesto, torna-se importante apresentar um mapeamento geral referente difuso das prticas inovadoras de gesto no Brasil. Neste sentido, ao se tentar sistematizar as pesquisas disponveis, possvel identificar que elas so conduzidas a partir de trs orientaes principais: 1) voltadas para uma anlise contextual e estrutural dos fatores socioeconmicos que propiciaram/facilitaram a introduo das novas prticas de gesto; 2) as pesquisas que buscam mapear a introduo e difuso das prticas em um determinado setor da economia, geralmente por meio de estudos do tipo survey e 3) aquelas que se utilizam de estudos de caso, enfocando empresas consideradas bem sucedidas ou que foram pioneiras na introduo das prticas seja analisando-as em conjunto seja sobre alguma prtica em particular.Na investigao sobre a introduo e difuso das prticas inovadoras de gesto, ou seja, aquelas que possuem um carter mais amplo e buscam construir um mapeamento de um determinado setor da economia, podem-se destacar os trabalhos de Bastos et al (2004); Loiola et al (2003); Peixoto (2004); Cavalcante e Teixeira (2003); Ferro (1995); dentre outros. O que se pode identificar como comum nas concluses desse conjunto de trabalhos que se evidencia uma difuso considervel de algumas prticas de gesto nos setores pesquisados (indstria, eletroeletrnicos e setor bancrio). Tal difuso, no entanto, no se d de forma uniforme entre as empresas pesquisadas, permitindo geralmente a construes de tipologias que ilustram as diferenas entre elas. Tais resultados corroboram assim, o que as investigaes de carter mais contextual evidenciam de que a abertura do mercado nacional competio internacional acaba por influenciar significativamente a difuso de prticas gerenciais, anteriormente, restritas ao mercado estrangeiro, embora as diferenas de capacidade de absoro de tecnologias entre pelas empresas, variem.Finalmente, quanto ao conjunto de estudos que investigam de forma mais restrita a introduo de prticas de gesto, pode-se destacar as pesquisas realizadas sobre a difuso de algumas prticas em particular. Assim por exemplo, Profeta (2003) analisa a utilizao do just in time; Amado Neto (1995) e Leite (1997) investigam o uso e difuso da terceirizao; Ferro e Grande (1997) a utilizao da Qualidade Total; Soares e Lucas (1995) avaliaram a utilizao do empowerment, dentre outros. J a anlise de exemplos de sucesso na introduo de prticas podem ser encontrada no estudo de Soares e Chamone (1994), sobre o caso da Xrox do Brasil. De uma forma geral, h nestes estudos, a comprovao do uso considervel de todas as prticas investigadas. Contudo, algo se torna evidente nas concluses por eles apresentadas: no existe um padro nico de adoo de prticas. Condicionantes culturais, sociais e econmicos, fatores individuais e gerencias entram em cena para moldar e filtrar aquilo que a literatura cientfica tem apontado como ideal a ser oferecido pela introduo das prticas de gesto. Mais uma vez, comprova-se a importncia de se utilizar uma abordagem mais construtivista da inovao, que privilegie o processo de construo da inovao onde diversas dimenses atuam para formar processos de inovao diferenciados. No se deseja negar, contudo, que padres comuns podem ser identificados, conforme j assinalado em diversas passagens da presente reviso da literatura sobre o tema.Vale salientar ainda, a clara prevalncia dos aspectos positivos ou benficos da introduo das novas prticas de gesto nos trabalhos revisados. Trabalhos que questionam as repercusses negativas das novas formas de organizao do trabalho e da gesto organizacional em particular so mais escassos na literatura da rea. Neste sentido, ressalta-se que a utilizao de uma abordagem mais construtivista da inovao, como a que aqui proposta, envolve considerar ambos os lados da questo. Nem tudo que novo em termos de gesto implica a obteno de melhores resultados financeiros e de qualidade de vida na organizao. Diante do exposto nesta parte do trabalho, observa-se que h uma tendncia de as empresas, principalmente quelas mais intensamente expostas competio global, em adotar prticas e modelos de gesto e de organizao do trabalho que possibilitem melhorar a qualidade de seus produtos e processos e promover maior produtividade. Neste sentido, diversos so os modelos e prticas implementados. Os estudos tm demonstrado, no entanto, que esta implementao tem sido feita em extenso e grau de intensidade muito variados, tanto se considerarmos as organizaes entre si ou uma tendncia em termos de sociedade mais ampla. O que se pode perceber que h certa inclinao a adotar alguns princpios mais genricos, tais como, busca de maior participao e envolvimento dos empregados, flexibilidade na organizao do trabalho, hierarquias mais fludas e maior investimento em desenvolvimento e qualificao dos trabalhadores. Contudo, tais tendncias esto sendo adotadas de forma muito variada e de acordo com as especificidades de cada contexto social e organizacional.

1.3 - COMPREENDENDO O CONSTRUTO TEORIA IMPLCITA

O termo teoria implcita surgiu a partir dos estudos de Bruner e Tagiuri, em 1954, ao se referirem ao termo naive, implicit personality theory. Segundo Schneider (1973) este termo foi utilizado para descrever a tendncia das pessoas de estabelecer supostas relaes entre caractersticas de personalidade. Embora a definio inicialmente desenvolvida por Bruner e Tagiuri envolva uma noo mais restrita a traos de personalidade, Schneider (1973) argumenta que claramente o termo pode ser usado a partir de uma concepo mais ampla. Ou seja, o termo tambm deve envolver um conjunto de concepes sobre o porque as pessoas se comportam de determinada forma (p. 294). Assim, necessrio considerar que desde a sua origem j se concebia que as teorias implcitas de personalidade tinham um carter mais dinmico na medida em que se centram na percepo das caractersticas de personalidade e em suas relaes causais. Ao buscar explicaes sobre os por qus dos comportamentos das pessoas, a noo de teoria implcita, na sua origem, guarda uma estreita relao com uma rea de pesquisa bastante tradicional nos estudos da psicologia que teoria da atribuio. Um dos poucos trabalhos que traz uma explicao mais detalhada do processo de formao e da prpria definio de teoria implcita foi desenvolvido por Najavits (1997) ao identificar a teoria implcita que psicoterapeutas usam para orientar suas intervenes nos processos teraputicos de seus pacientes.Najavits (1997) define teoria implcita de terapia como concepes e as interaes entre tais concepes mantidas pelos terapeutas sobre o processo psicoterpico, as quais so, de alguma forma distintas das orientaes tericas formais (p.5). Percebe-se, assim, trs aspectos principais inerentes ao conceito adotado: envolve um conjunto de concepes; de alguma forma distinto das teorias formais e envolve uma interao lgica entre as concepes identificadas. Considerando que a principal fora do conceito de Najavits (1997) o carter relacional presente entre as concepes, ao mesmo tempo em que inclui no prprio conceito uma comparao com as teorias formais, cientficas, optou-se por adotar tal conceito para explorar a teoria implcita de organizao inovadora na presente tese. Uma especificao mais detalhada de tal conceito encontra-se no captulo da delimitao do estudo. Por ora, torna-se importante explorar mais profundamente cada um dos aspectos que compem a definio de teoria implcita. Pesquisadores j h algum tempo, tm argumentado sobre a importncia de compreender como gerentes entendem e agem sobre os eventos, interaes, reunies e quaisquer outros estmulos presentes no ambiente de trabalho (WEICK, 1979; KUSLER e SPROULL, 1982). Gerentes pensam de forma tanto intuitiva quanto racional dentro de uma faixa de ao sobre o tempo, por meio de uma sutil mudana de ateno controlada e automtica para experienciar ao e resultados. Quando uma pessoa enfrenta uma situao problemtica, processos que so tipicamente mais racionais e analticos entram em cena primeiramente. Quando os elementos da situao so reconhecidos como estereotipados ou podem estar associados com padres prvios experienciados, processos que so mais holsticos e intuitivos so, ento, mais provveis de serem usados. Neste caso, Isenberg (1986) afirma que a maioria da construo de sentido realizada, em algum grau, pelo uso de conhecimento esquematizado.Outra importante definio para iniciar o entendimento da teoria implcita elucidar o conceito de teoria. Valentine (1982) considera que a teoria uma proposio explicativa provisria ou um conjunto de proposies relacionado a algum fenmeno natural e consistindo de representaes simblicas de: relaes entre eventos observados; mecanismo ou estruturas presumidos que sustentam tais relaes e mecanismos subjacentes e relacionamentos inferidos. Valentine (1982) tambm considera importante fazer uma distino entre teoria e modelo. Neste sentido o autor aponta que os modelos so mais teis do que verdadeiros, ou seja, funcionam muito mais como heursticas do que como descries completas de um determinado fenmeno. Valentine (1982) assevera que as teorias servem para sumarizar e organizar dados ao colocar ordem e coerncia para o materialUm dos trabalhos mais clssicos dentro da rea da psicologia social cognitiva e que traz uma importante elucidao da natureza da teoria implcita o livro Lay Theories de Adrian Furnham, publicado em 1987. Furnham (1987) destaca a atribuio causal como um dos processos cognitivos que desencadeiam a formao da teoria implcita, e, portanto, sob este aspecto, mantm-se fiel s origens da definio do termo, proposta por Bruner e Tagiuri. Furnham (1987) considera que a teoria da atribuio explica a formao das teorias, pois tem a ver com o processo de percepo ou inferncia de causalidade, usualmente mantida por pessoas leigas, sobre o seu comportamento e o comportamento dos outros. Simultaneamente, os psiclogos e estudiosos da rea da psicologia social e da personalidade tem formulado teorias e esto fazendo pesquisas sobre as causas reais do comportamento das pessoas. Neste sentido, pode-se argumentar que existem trs tipos de teorias, perspectivas ou explicaes que esto envolvidas no estudo do comportamento:1- A explcita: perspectiva da cincia social e da psicologia;2- A implcita: teoria do senso comum, utilizada pelas pessoas sobre o comportamento dos outros e;3- Auto perspectiva: teoria do senso comum de si prprio.Furnham (1987) identifica, ento, as principais diferenas que marcam os dois tipos de teoria, as quais esto sintetizadas na Figura 2.Figura 2: Diferenas entre teoria cientfica e teoria implcitaDimensesTeoria ImplcitaTeoria Cientfica

Formalidade, explicidade- so implcitas, muitas vezes inconscientes;- no so explicitamente vinculadas a paradigmas ou teorias;- no so formais.- so formais, estabelecidas de forma lgica e com consistncia interna;- explcita.

Coerncia, Consistncia-frequentemente ambguas, incoerentes e inconsistentes;- existncia de ideias ou crenas incompatveis ou contraditrias, sem haver no entanto, sensao de incmodo por conta de tal incompatibilidade;-as inconsistncias e incompatibilidades so frequentemente inconscientes.- so coerentes e consistentes;- Coerncia: porque aplicadas a um domnio especfico de um fenmeno;- as proposies se ajustam entre si;-Consistncia: no so mutuamente contraditrias.

Verificao e falsificao-utilizam-se de princpios indutivos;- buscam a verificao da teoria.-utilizam-se de princpios dedutivos;- buscam a falsificao da teoria.

Causa e consequncia- inferem causas unidirecionais baseadas em uma teoria implcita.- podem inferir causa bidirecionais ou multicausais.

Contedo X processo-Centram-se no contedo (descrevem tipos e categorias)- so mais descritivas.- centram-se no processo;- so mais explicativas.

Interno/situacional- explicao do comportamento dos outros atribuda a motivos pessoas internos (personalidade);-esperam comportamento consistente, independente da situao. - explicao do comportamento atribuda a fatores situacionais internos e externos;- comportamento dependente da situao.

Geral X Especfico-possuem explicaes para fenmenos especficos, mas no generalizam;-so influenciados por expectativas e determinantes que moldam as explicaes;-no h o processo de generalizao em forma de princpios tericos;- so pequenas mini teorias para muitos eventos especficos;- busca explicaes para uma vasta gama de fenmenos e situaes;- busca a generalizao.

Fora X Fraqueza- so fracas, no so precisas, dados no so confiveis;- orientam os problemas a serem melhor pesquisados;- podem se tornar fortes. - so fortes: baseadas em observaes variadas e acuradas, feitas por vrios pesquisadores;- so interdependentes;-o fenmeno em questo claro e no ambguo.

Fonte: Adaptado de Furnham (1987)Finalizando as discusses dos principais aspectos envolvidos na definio de teoria implcita pode-se sintetizar o entendimento do conceito deste constructo da seguinte forma: entendida como um tipo de estrutura cognitiva que tem como funo construir explicaes do por que as pessoas se comportam de determinada maneira; envolve uma explicao (uma teoria), em alguma medida distinta da teoria cientfica, uma vez que os mtodos utilizados em sua construo so tambm distintos; A aplicao do conceito de teoria implcita, tradicionalmente, tem uma vinculao forte com a rea da psicologia individual. Neste sentido, algumas reas de pesquisa tm se beneficiado mais amplamente de tal aplicao. Podemos identificar, na literatura, um primeiro conjunto de estudos relacionados s teorias implcitas sobre a natureza da realidade social e a influncia delas em algumas dimenses psicolgicas.Duas teorias so, ento, identificadas sobre esta questo (DWECK, CHI-YUE, CHIU et al, 1997). A primeira teoria implcita se refere concepo de uma realidade fixa, como se fosse uma entidade e onde o indivduo teria papel bastante reduzido na sua construo. A segunda teoria implcita envolve a concepo de uma realidade malevel, moldada pelos indivduos. Outro conjunto de pesquisas que se utiliza da noo de teoria implcita o campo de estudo sobre a personalidade. Este conjunto de estudos inclui teorias implcitas sobre inteligncia (DWECK e LEGGETT, 1988; DWECK, HONG e CHIU , 1995; RHODEWALT, 1994; STERNBERG, 1985), sobre criatividade (RUNCO, JOHNSON e BEAR, 1993), sobre especialistas (WRIGHT e MURPHY, 1984), sobre concepo de pessoas (CHIU, HONG et al, 1997; ROSS, 1989), sobre relacionamentos (FLETCHER e THOMAS, 1996), sobre percepo inter-grupal (HONG, COLEMAN et al, 2004) dentre outros.Tanto o primeiro quanto o segundo conjunto de estudos encontra explicaes bastante significativas sobre a influncia das teorias implcitas identificadas nas dimenses psicolgicas estudadas. A ttulo de ilustrao, pesquisas evidenciam que indivduos com diferentes teorias implcitas tambm diferem na forma como julgam os outros. Especificamente, adeptos da teoria implcita que considera a realidade como fixa, acreditam que as caractersticas humanas so fixas e esperam alto grau de consistncia no comportamento. Neste sentido, o julgamento do comportamento dos outros inclui a considerao de que ele altamente previsvel, confivel e regular. Por outro lado, se as pessoas tm uma teoria implcita que considera a realidade como maleveis, julgam os outros como tendo comportamentos tambm maleveis, variveis no tempo e nas situaes. Neste sentido, para tais pessoas, o julgamento do comportamento dos outros no serve como valor de previso e comportamento (HESLIN, VANDEWALLE e LATHAM, 2006).A teoria implcita tem, tambm, a funo de contribuir para habilitar uma parte do conjunto organizacional a satisfazer outros membros que possuam metas e estruturas no similares s suas. Este papel se d a partir do processo de atribuio de performance considerado central para que as pessoas definam determinadas caractersticas de uma organizao, as quais so consistentes com as suas teorias implcitas de organizao. Ao atribuir uma causa para uma prtica bem sucedida na organizao as pessoas podem ou no estarem corretas em relao a ela. Assim, ocorre que um grande nmero de relacionamentos na organizao requer percepo individual e, portanto, geram uma variedade de diferentes interpretaes. exatamente neste sentido que o papel da teoria implcita de organizao torna-se importante. Alm disso, devido natureza simples da teoria implcita, as pessoas provavelmente tm diversas teorias implcitas que explicam o desempenho de organizaes complexas. Atribuem assim, diferentes caractersticas a diferentes partes da organizao e geram atributos diferentes e at mesmo inconsistentes a uma mesma organizao.A funo da teoria implcita de promover a mudana estrutural tambm est relacionada ao processo de atribuio de performance. Segundo Dawney e Brief (1986) quando uma organizao tem um desempenho pobre, as atribuies que as pessoas faro sobre ela sero associadas falha. Isto impulsiona as pessoas que esto numa posio para mudar a estrutura ou para promover a mudana a iniciar um processo de mudana. Embora este papel da teoria implcita possa ser desejvel, tambm poder ocasionar alguns problemas. Isto porque a explicao para um desempenho pobre pode no estar correta devido aos erros de atribuio que so comuns neste processo. Um outro problema, tambm relacionado aos equvocos de atribuio, que, normalmente, os gestores tendem a atribuir o sucesso a questes internas organizao e as falhas questes ambientais, fora de seu controle. Da mesma forma, organizaes bem sucedidas que necessitam promover mudanas no futuro podem apresentar dificuldades para realiz-las.Por ltimo, a teoria implcita desempenha a funo de ligar os membros organizacionais entre si e com a organizao. Neste sentido, sabe-se que indivduos que compartilham um sistema de crenas desenvolvem forte atrao social e desejam estar associados, interagir, compartilhar informao e permanecer juntos. Todas essas tendncias tm resultados positivos para a organizao. Assim, as teorias implcitas de organizao compartilhadas ou consensuais podem representar uma contribuio importante para aumentar o vnculo entre os membros organizacionais e apresentar efeitos positivos tanto para os resultados da organizao como para a satisfao de seus membros.

2- OBJETIVOS E METAS A SEREM ALCANADAS

Objetivo geral: mapear e analisar as experincias inovadoras em prticas de gesto no contexto brasileiro e panamenho de Universidades Pblicas Federais, articulando s teorias implcitas de inovao construdas por gestores universitrios.Para o alcance do objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos especficos:1) Elaborar um modelo integrativo dos estudos tericos sobre os modelos de gesto que caracterizam as universidades como um tipo complexo de organizao;2) Identificar e analisar as teorias implcitas que gestores universitrios constroem sobre o conceito de inovao em prticas de gesto no contexto das universidades; 3) Identificar, caracterizar e avaliar as experincias inovadoras em prticas de gesto adotadas pelas universidades estudadas;4) Identificar possveis padres de inovao em prticas de gesto nas universidades estudadas; 5) Analisar as possveis associaes entre cognio gerencial e os padres de inovao em prticas de gesto mapeados nas universidades pesquisadas;

Como forma de alcanar os objetivos especficos, foram traadas as seguintes metas:

1) Realizar uma reviso terica aprofundada sobre a universidade enquanto um tipo complexo de organizao, lanando um olhar sobre estudos clssicos e modernos, da literatura nacional e internacional 3 primeiros meses;2) Fazer um levantamento terico das principais inovaes adotadas em organizaes universitrias (nacional e internacional) analisando-as em comparao com o conceito de inovao em prticas de gesto em contextos organizacionais mais gerais, identificando possveis especificidades que definem a inovao em universidades 3 primeiros meses;3) Elaborar o roteiro de procedimentos metodolgicos a serem utilizados na identificao da teoria implcita dos gestores das Universidades federais a serem pesquisadas - 4 ao 6 ms; 4) Construir uma matriz de especificaes, contendo dimenses e fatores para identificar as prticas inovadoras em gesto das universidades - 6 ms;5) identificar critrios para definio de padres diferenciados de inovao em prticas de gesto 7 ms;6)Realizar reunies com as equipes de pesquisadores para discusso dos achados tericos e dos procedimentos metodolgicos a serem adotados 7 ao 8 ms;7)Realizar a montagem da verso inicial dos instrumentos de coleta de dados -9 ms;8) Contatar as equipes de pesquisadores para que selecionem uma equipe que far parte da aplicao piloto dos instrumentos de coleta de dados 10 ms;8) Aplicar a verso preliminar da coleta dados em 30 sujeitos (primeira fase de coleta de dados), sendo 5 protocolos respondidos para cada uma das regies do Brasil 10 ao 11 ms.9) Estruturar os bancos de dados e as anlises que sero utilizados nas anlises dos dados do teste piloto 12 e 13 ms;10) Realizar os ajustes dos procedimentos metodolgicos de acordo com os feedbacks obtidos na aplicao piloto 14 e 15 meses;11) Definir as amostras definitivas que participaro do estudo 15 ms;12) Aplicar os instrumentos de coleta de dados nas universidades que faro parte do estudo 16 ao 20 meses;13) Realizar as anlises dos dados coletados 21 e 22 meses;14) Elaborar o relatrio tcnico final, com detalhamento de todas as atividades desenvolvidas durante a execuo do projeto e o registro de todas as ocorrncias que afetaram o seu desenvolvimento 23 e 24 meses.

3 MTODO3.1 - MODELO GERAL DA PESQUISA

Trata-se de um projeto de corte transversal e com delineamento de pesquisa no-experimental onde as tcnicas de investigao e anlise do fenmeno podem ser definidas como uma combinao de estratgias quantitativas e qualitativas, j que se tem como objetivo de mapear e analisar o fenmeno da inovao sob o ponto de vista dos atores envolvidos na situao.

3.2 PARTICIPANTES

A pesquisa ser realizada com servidores das universidades que estiveram (gesto anterior) ou esto envolvidos (gesto atual) com a gesto das universidades, tanto da rea acadmica (Diretores institutos, coordenadores de curso e chefes de departamentos) quanto administrativa (reitores, pr-reitores e coordenadores de reas). Participaro do estudo trs universidades, sendo duas localizadas no Brasil (UFSM e UFBA) e uma no Panam (Universidade do Panam). Ressalta-se, para tanto, que j foi realizado contato com essas universidades e que ambas mostraram interesse e esto dispostas a participar do estudo.A seleo da amostra seguir critrios no-probabilsticos, uma vez que a escolha dos participantes seguir critrios de intencionalidade, principalmente a facilidade de acesso dos pesquisadores aos gestores identificados. O projeto prev a participao de uma equipe de pesquisadores que atuam nas universidades a serem pesquisadas o que facilitar o desenvolvimento mais operacional de escolha da amostra e de aplicao dos instrumentos de pesquisa. A escolha de tais universidades deve-se, principalmente, ao fato de que nestas existe pesquisadores que fazem parte da rede de cooperao da pesquisadora responsvel pelo estudo. Desta forma, estes atuaro na fase de seleo dos participantes e coleta de dados in loco.

3.3 - INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOSPara identificar a teoria implcita de inovao em prticas de gesto universitria construda pelos gestores sero utilizados trs procedimentos que combinam estratgias qualitativas e quantitativas:1- uma entrevista semi-estruturada, onde se solicitar do respondente que fale sobre o que ele considera ser uma universidade que considerada inovadora em prticas de gesto. Tais entrevistas sero gravadas e transcritas na ntegra. A anlise deste material ser realizada por meio da anlise de contedo, donde se extrairo categorias e subcategorias que formaro o esquema de universidade inovadora;2- sero apresentadas aos gestores um conjunto de caractersticas que definem inovao em gesto de universidades onde os gestores devero escolher, em ordem, aquelas caractersticas que consideram mais importantes para a definio de uma universidade inovadora em prticas de gesto. Para identificar as experincias inovadoras em prticas de gesto, dois procedimentos que tambm combinam procedimentos qualitativos e quantitativos sero utilizados: 1- Aplicao de um questionrio com perguntas fechadas onde sero exploradas dimenses, fatores e caractersticas considerados mais inovadores e mais tradicionais em prticas de gesto universitria. Os gestores devero se posicionar em relao ao grau de existncia das caractersticas investigadas na universidade em que atua. Como resultado desta investigao, poderemos mapear o quanto as universidades estudadas podem ser caracterizadas como mais tradicionais ou mais inovadoras em suas prticas de gesto.2- Aplicao de uma entrevista semi-estrutura onde cada gestor participante do estudo dever identificar e descrever experincias inovadoras em prtica de gesto que tenha vivenciado no mbito da universidade onde atua, destacando os motivos que levaram a tal inovao, as dificuldades encontradas, o que facilitou a adoo da experincia, assim como a avaliao que faz dos resultados da inovao identificada. As entrevistas devero ser gravadas e em seguidas transcritas na ntegra.

3.4 - PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

A coleta dos dados ser realizada por uma equipe de pesquisadores servidores das Universidades participantes do estudo. Cada equipe ter um coordenador local que organizar a sua equipe de bolsistas de Iniciao cientfica ou de voluntrios que auxiliaro nos procedimentos de aplicao dos instrumentos. Todos os envolvidos nas equipes participam de todas as fases do projeto, desde a parte da discusso da base terica do estudo at a fase das anlises dos dados.A aplicao dos instrumentos ser feita em duas grandes fases:1 fase: aplicao-piloto para aperfeioar e ajustar os instrumentos prevendo a participao de cinco pesquisados em cada universidade.2 fase: Aplicao dos instrumentos de forma definitiva, com a participao do maior nmero possvel de gestores universitrios que tenham ocupado ou ocupem cargo de gesto nas universidades onde atuam. Esta fase envolver trs momentos principais:a) Entrevista semiestruturada e identificao de caractersticas centrais de inovao para identificar a teoria implcita de inovao em prticas de gesto de universidades;b) Aplicao de um questionrio com questes fechadas para identificar o padro de inovao em prticas de gesto das universidades estudadas;c) entrevista semiestruturada para identificar e analisar as experincias inovadoras em prticas de gesto no mbito das universidades.

3.5 - PROCEDIMENTOS PARA A ANLISE DE DADOS

Uma vez coletadas as informaes, as equipes de cada universidade analisaro os dados por elas coletados, seguindo um padro definido anteriormente. Aps cada equipe ter efetuado as anlises de cada Universidade, estes sero encaminhados para a equipe que integra a coordenao do projeto que far a consolidao dos resultados de modo a atingir ao objetivo do presente projeto. De uma maneira geral, a anlise dos dados seguir as seguintes etapas:

Primeira etapa: A identificao da teoria implcita de inovao em gesto universitriaTal anlise envolve: a) a transcrio das entrevistas gravadas, a identificao de categorias e subcategorias e a elaborao de um mapa cognitivo que traduza o esquema compartilhado dos gestores, primeiro por universidade e depois geral, sobre o conceito de inovao em gesto universitria; b) Identificao do grau de centralidade das caractersticas definidoras do que ima universidade inovadora em suas prticas de gesto. A lista de caractersticas escolhidas ser analisada por meio da combinao de dois procedimentos: a frequncia e a importncia atribuda a cada caracterstica. Tal combinao gerar um mapa cognitivo de centralidade, evidenciando, atravs da disperso espacial das caractersticas, aquelas que so mais centrais e as mais perifricas; e c) a elaborao de uma articulao lgica entre elementos do esquema e de caractersticas centrais formar a explicao implcita sobre o que significa a inovao em gesto universitria, primeiro por universidade e depois se elaborar a explicao geral.

Segunda Etapa: Mapeamento e anlise das experincias inovadoras em prticas de gesto nas universidadesO foco das anlises nesta etapa refere-se identificao dos padres de inovao e da descrio e anlise de experincias inovadoras em prticas de gesto identificadas de cada universidade estudada. Tal anlise envolver duas grandes fases:a) elaborao de um banco de dados onde sero inseridas as respostas do questionrio por meio do Programa estatstico SPSS o qual permitir realizar as anlises descritivas bsicas (mdia, frequncia, desvio padro e testes de significncia) bem como aquelas mais sofisticadas, tais como correlao, anlise de cluster e de Homals de modo que seja possvel identificar padres de inovao em prticas de gesto entre as universidades pesquisadas.b) Transcrio e anlise de contedo das entrevistas semiestruturadas identificando tipos, caracterizaes e avaliaes acerca da adoo de experincias inovadoras na gesto de universidades.

Terceira Etapa: Estabelecimento de possveis associaes entre cognies gerenciais e padres e tipos de inovaes em prticas de gestoDe posse das informaes sistematizadas nas etapas anteriores ser possvel identificar de que forma se articulam pensamento e ao organizacional, seja tomando a dimenso de anlise por universidade assim como do ponto de vista geral da gesto universitria. Para isso, os resultados sero organizados de modo a se identificar, por meio de procedimentos e anlises estatsticas a serem posteriormente definidas que confirmem ou no tal associaes.

4 RESULTADOS ESPERADOS

Sob uma perspectiva mais ampla os resultados esperados a partir do alcance dos objetivos propostos para o presente estudo relacionam-se com a construo de dados e subsdios que possam fundamentar a anlise dos processos de inovao na gesto de organizaes pblicas, especificamente para o caso da gesto universitria.No plano profissional, espera-se que o estudo oferea elementos tericos e prticos e que fomente a troca de experincias e avaliaes que estimulem iniciativas semelhantes de prticas inovadoras de gesto. Tal contribuio se mostra especialmente relevante em um momento marcado pela grande priorizao das gestes atuais das universidades pblicas que, num momento de expanso e de exigncias crescentes por qualidade dos servios prestados se veem desafiadas a apresentarem resultados mais significativos por meio de suas prticas de gesto. No plano social, a pesquisa permitir a produo de informaes e avaliaes acerca das experincias inovadoras no campo da gesto pblica subsidiando e estimulando a criao de polticas pblicas no campo da educao superior que possam facilitar e fomentar iniciativas inovadoras e melhorar a prestao do servio educacional para a sociedade brasileira, tornando as universidades mais efetivas no cumprimento de seu papel enquanto uma organizao pblica. No plano cientfico, espera-se contribuir com o desenvolvimento da literatura sobre o fenmeno da inovao organizacional, com o respaldo dos dados empricos e apoiado em uma reviso terica mais ampla sobre o tema, especialmente no sentido de afirmar um importante pressuposto terico que fundamenta a abordagem da cognio gerencial, ou seja, de que o pensamento dos atores organizacionais se relacionam de forma importante com as suas prticas organizacionais. O projeto buscar ainda fortalecer as competncias de pesquisa dos membros da equipe executora em reas de suas especialidades, como inovao, a gesto pblica e a gesto universitria compreendidas luz da abordagem da cognio gerencial. Para os bolsistas, espera-se desenvolver competncias de pesquisa e desenvolvimento tecnolgico, voltadas realizao de: levantamento bibliogrfico, construo de indicadores; tcnicas de coleta e anlise de dados; desenvolvimento e validao de instrumentos de pesquisa; e elaborao de relatrio de pesquisa. Ainda no plano cientfico, os dados produzidos por este projeto podero subsidiar a elaborao de projetos de iniciao cientfica e dissertaes de mestrado do Programa de Ps-Graduao em Administrao da UFSM. Alm disso, com a elaborao deste projeto pretende-se aumentar o processo de internacionalizao entre as universidades envolvidas, fortalecendo os vnculos entre as mesmas. Destaca-se, para tanto, a presena de uma universidade a ser pesquisada fora do Brasil, a Universidade do Panam. Por fim, artigos cientficos sero publicados em revistas especializadas classificadas pela QUALIS, de ampla divulgao nacional e internacional. Estes podero ser de carter terico, trazendo os resultados da caracterizao dos modelos de gesto de organizaes universitrias assim como a especificao do que poderia ser considerado um modelo mais tradicional e mais inovador nestes contextos, ou de carter emprico, apresentando os resultados do estudo que identificou a teoria implcita de inovao em gesto universitria. Pretende-se ainda elaborar um ensaio abordando os resultados dos padres de inovao identificados e do mapeamento das experincias inovadoras em prticas de gesto universitria e, por meio da articulao entre os padres e as experincias inovadoras identificadas com a forma como os gestores estruturam o seu pensamento acerca da inovao (teoria implcita) no contexto das universidades.

5- ORAMENTOORAMENTO DETALHADODESPESAS DE CUSTEIODISCRIMINAO

QUANTIDADE

VALORUNITRIOR$VALOR TOTALR$

Passagens areas nacional e internacional - ida e volta (participao em reunies de acompanhamento e monitoramento do projeto; misses de estudo entre as equipes do projeto)2 Porto Alegre -Panam

3 Porto Alegre-Bahia

5 Santa Maria-Porto Alegre

3.500,00 ida/volta

2.000,00 ida e volta

500,00 ida e volta7.000,00

6.000,00

2.500,00

Dirias para deslocamento nacional e internacional10 Panam

15 Bahia$320,00 = 800,00

220,008.000,00

3.300,00

TOTAL CUSTEIO26.800,00

DESPESAS CAPITALDISCRIMINAOQUANTIDADEVALORUNITRIO R$VALOR TOTAL

Notebook Macbook Intel Core i5 dual core, 1,4GHz Turbo Boost at 2,7GHz Processador grfico Intel HD 5000 4GB de memria 128GB de armazenamento em flash com PCIe1014.699,004.699,00

Computador iMac Intel Core i5 quad core de 2,7GHz Turbo Boost de at 3,2GHz 8GB de memria(duas de 4GB) Disco rgido de 1TB1. Processador grfico Intel Iris Pro016.799,006.799,00

iPad Air 32G011.999,001.999,00

Impressora Laser Brother Colorida011.910,001.910,00

Material bibliogrfico (livros)25200,005.000,00

TOTAL CAPITAL20.407,00

ORAMENTO CONSOLIDADO

DESPESAS CUSTEIO..........R$ 26.800,00DESPESAS CAPITAL .........R$ 20.407,00

TOTAL DE DESPESAS........R$ 47.207,00

1. 6

6 CRONOGRAMA FSICO FINANCEIRO

USO DOS RECURSOSR$20152016TOTAL

1 trim.2 trim.3 trim.4 trim.1 trim.2 trim.3 trim.4 trim.

Equipamentos e material permanente16.407,002.000,002.000,0020.407,00

Passagens areas nacionais2.500,00500,002.500,00500,002.500,008.500,00

Passagens areas internacionais3.500,003.500,007.000,00

Uso de dirias nacionais1.100,001.100,001.100,003.300,00

Uso de dirias internacionais4.000,004.000,008.000,00

TOTAL20.007,008.000,002.000,005.600,008.000,003.600,0047.207,00

2. IDENTIFICAO DOS PARTICIPANTES DO PROJETO

Prof. Dr. Vnia Medianeira Flores Costa (Pesquisador Proponente):

Experincia Acadmica: professora Adjunta do Departamento de Cincias Administrativas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Graduada em Administrao pela UFSM (1992), mestrado em Administrao pela Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC (2000) e doutorado em Administrao pela Universidade Federal da Bahia/UFBA (2008). Atualmente Coordenadora do Curso de Administrao e Coordenadora do curso de Especializao em Gesto Pblica Municipal/EaD. pesquisadora associada linha de pesquisa Sistema, Estruturas e Pessoas do Mestrado em Administrao da Universidade Federal de Santa Maria e ao Ncleo de Estudos Indivduo, Organizaes e Trabalho da Universidade Federal da Bahia. Tem experincia na rea de Administrao, com nfase em Gesto de Pessoas, atuando principalmente nos seguintes temas: comprometimento, clima organizacional, mudana organizacional, motivao, satisfao e comportamento organizacional.Responsabilidades no projeto: Coordenador do Projeto. Ser responsvel pela execuo e acompanhamento das atividades planejadas em todas as fases do projeto, delegar funes e tarefas aos membros participantes do projeto; encaminhar ao CNPq os Relatrios Tcnicos Parciais (semestrais) e o Relatrio Tcnico Final de acordo com as normas e prazos estabelecidos; realizar a prestao de contas financeira com o detalhamento de todas as atividades desenvolvidas durante a execuo do projeto.

Equipe pesquisadores da UFSM:

DocentesProf. Dr. Luis Felipe Dias LopesProf. Dr. Marcelo TrevisanResponsabilidades no projeto: Auxlio direto coordenao do projeto e participao nas atividades de reviso terica sobre inovao em universidades pblicas e cognio gerencial e organizacional; levantamento das dimenses e caractersticas de inovao em universidades, apoio elaborao dos instrumentos de coleta e na anlise dos dados, coordenao do trabalho dos bolsistas, intercmbio e treinamento das equipes das demais universidades participantes do estudo, produo do relatrio final de pesquisa e na elaborao de artigos cientficos.

Discentes de ps-graduaoAndressa Schaurich dos Santos mestrado acadmicoDamiana Machado de Almeida mestrado acadmicoLarcio Andr Gassen Balsan doutoradoStefania Tonin doutoradoBolsistas de iniciao cientficaGean Carlos TomazzoniRita de Cssia dos SantosDissica DiasResponsabilidades no projeto: Busca e fichamento de textos sobre inovao em universidades pblicas e cognio gerencial e organizacional; levantamento das dimenses e caractersticas de inovao em universidades, apoio elaborao dos instrumentos de coleta e na anlise dos dados, contato e agendamento das sesses de coleta de dados com os participantes do estudo, coleta dos dados, construo banco e digitao dos dados, transcrio das entrevistas gravadas, aplicao produo do relatrio final de pesquisa e na elaborao de artigos cientficos.

Equipe pesquisadores da UFBA:Prof. Dr. Janice Aparecida Janissek de Souza Responsabilidades no projeto: Apoio e execuo das etapas da pesquisa na Universidade Federal da Bahia. Auxlio direto coordenao do projeto e participao nas atividades de reviso terica sobre inovao em universidades pblicas e cognio gerencial e organizacional; levantamento das dimenses e caractersticas de inovao em universidades, apoio elaborao dos instrumentos de coleta e na anlise dos dados, coordenao do trabalho dos bolsistas, produo do relatrio final de pesquisa e na elaborao de artigos cientficos. Bolsistas (J existentes)Responsabilidades no projeto: apoio elaborao dos instrumentos de coleta e na anlise dos dados, contato e agendamento das sesses de coleta de dados com os participantes do estudo, coleta dos dados, construo banco e digitao dos dados, transcrio das entrevistas gravadas, aplicao produo do relatrio final de pesquisa e na elaborao de artigos cientficos.

Equipe pesquisadores da Universidade do Panam:Prof. Oriana Jannette Pitre CedeoResponsabilidades no projeto: Apoio e execuo das etapas da pesquisa na Universidade Federal da Bahia. Auxlio direto coordenao do projeto e participao nas atividades de reviso terica sobre inovao em universidades pblicas e cognio gerencial e organizacional; levantamento das dimenses e caractersticas de inovao em universidades, apoio elaborao dos instrumentos de coleta e na anlise dos dados, coordenao do trabalho dos bolsistas, produo do relatrio final de pesquisa e na elaborao de artigos cientficos.

Bolsistas (J existentes)Responsabilidades no projeto: apoio elaborao dos instrumentos de coleta e na anlise dos dados, contato e agendamento das sesses de coleta de dados com os participantes do estudo, coleta dos dados, construo banco e digitao dos dados, transcrio das entrevistas gravadas, aplicao produo do relatrio final de pesquisa e na elaborao de artigos cientficos.

1 - PARCERIAS ESTABELECIDAS

Para a efetiva realizao da presente proposta de pesquisa ser necessrio articular uma rede de professores e pesquisadores das universidades envolvidas. Tais equipes so integrantes de distintos programas de ps-graduao e de grupos de pesquisa que podero trocar experincias e consolidar ainda mais a produo cientfica em seus campos de especialidade. A coordenao geral da proposta parte do Grupo Sistemas, Estruturas e Pessoas. O grupo de pesquisadores apresenta experincia na conduo de pesquisas desta natureza e podero apoiar de forma significativa a realizao dos trabalhos propostos. Tal grupo parte do Programa de Ps-Graduao em Administrao da UFSM. A articulao com a Universidade Federal da Bahia e da Universidade do Panam se d por meio de uma pesquisadora e sua equipe de bolsistas que so vinculados programas de ps-graduao. Tal parceria ser importante no s pelo apoio na execuo das etapas da pesquisa, mas tambm, pelo fato de as pesquisadoras destas universidades tero fcil acesso aos indivduos participantes do estudo.Espera-se, com essas parcerias entre as universidades envolvidas na proposta de pesquisa possam favorecer os intercmbios cientfico, relativo ao aprofundamento terico de um tema de grande relevncia. Alm disso, tal proposta conjunta poder multiplicar as iniciativas de intervenes no mbito das inovaes gerenciais nas universidades pblicas.

2 INFRA-ESTRUTURA E APOIO TCNICO

O presente trabalho utilizar as instalaes do Grupo de Pesquisa Sistemas, Estruturas e Pessoas que parte da arquitetura organizacional do Programa de Ps-Graduao em Administrao da Universidade Federal de Santa Maria. O espao fsico do PPGA/UFSM conta com as devidas instalaes de energia eltrica, gua, telefone e internet.

3 ESTIMATIVA DOS RECURSOS FINANCEIROS DE OUTRAS FONTES

Embora haja uma contrapartida institucional, o grupo de pesquisa carece de investimentos em sua infra-estrutura, como adequao do espao de trabalho e aquisio de equipamentos que so necessrio para o seu funcionamento. Assim, espera-se que o projeto de pesquisa que aqui se apresenta possa contribuir com o fortalecimento e consolidao do Grupo dentro da Universidade Federal de Santa Maria.CRONOGRAMA DE EXECUO DO PROJETO

Calendrio ano: 2014/2016

Etapas (2014/2015)DEZJANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

1. Reviso terica

2. Identificao especificidades que definem a inovao em universidades

3. Elaborar roteiro de procedimentos metodolgicos a serem utilizados na identificao da teoria implcita dos gestores

4. Construo da matriz de especificaes prticas inovadoras

5. Identificar critrios para definio de padres diferenciados de inovao

6. Realizar reunies com as equipes de pesquisadores para ajustes dos procedimentos coleta dados

7. Realizar a montagem da verso inicial dos instrumentos

8. Seleo amostra piloto

9. Aplicao amostra piloto

10. Estruturar os bancos de dados e as anlises que sero utilizados no teste piloto

Etapas (2016)JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOV

11. Ajustes dos procedimentos metodolgicos

12. Definir as amostras definitivas que participaro do estudo

13. Aplicar os instrumentos de coleta de dados

14. Realizar a anlise coleta de dados

15. Elaborao de relatrio tcnico final

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