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Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” Instituto de Artes Gabriel Dias Garcia Orientador: Achille Picchi Projeto de formação de orquestra: Um estudo de caso. São Paulo 2012

Projeto Formação de Orquestra

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Um estudo sobre a formação de orquestra

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  • Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho

    Instituto de Artes

    Gabriel Dias Garcia

    Orientador:

    Achille Picchi

    Projeto de formao de orquestra: Um estudo de caso.

    So Paulo

    2012

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    Agradecimentos

    Euznia Batista Ferreira Andrade, secretaria da cultura de Araraquara.

    Pedro A. Rigatto Jr., produtor musical, Associao Cultural Promoart.

    Ana Paula Morgado, Associao Cultural Promoart.

    Francisco Danilo Garcia, Reviso ortogrfica.

    Maria Cristina Corbi, Reviso ortogrfica.

    Gabriela van Dijk, Reviso de Texto. Achille Guido Picchi, Orientador.

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    Resumo

    No Brasil visvel que existe uma falta de Orquestras considerando sua populao. Com esse fato, o trabalho prope uma anlise de caso para que se possa entender a real situao do pas em relao a Orquestras, quais as dificuldades de criao e que recursos existem para apoiar a criao e manuteno das mesmas. O projeto analisado a Orquestra Jovem, de Araraquara, Interior de So Paulo. Embora Araraquara j tenha certa tradio em msica, at pouco tempo no havia um grupo musical de qualidade que a representasse. Nos ltimos anos houve a iniciativa por parte da Secretaria da Cultura em formar tal orquestra, porm com muita dificuldade principalmente em relao ao oramento, alm de ser limitada a participao de um rgo pblico em leis de incentivo. Empresa especialista em promoo de programas culturais contribuiu, tornando possvel inserir o projeto numa lei de incentivo, na Lei Rouanet. As leis de incentivos, tais como a lei Rouanet, o Proac, entre outras, funcionam da seguinte maneira: Aprovado o projeto do proponente, o mesmo vai busca da capitao de recursos, sendo possvel captar das empresas patrocinadoras recursos atravs do Imposto de Renda, no caso da lei Rouanet, ou do ICMS, no caso do ProAC, ambos deduzidos na prestao de contas da empresa. Existem basicamente dois meios de criar e manter uma orquestra: por iniciativa pblica, ou por iniciativa privada suportada por leis de incentivo as quais no s facilitam as questes oramentrias, mas tambm apresentam problemas burocrticos, tanto para a aprovao do projeto como para captao de recursos. O presente trabalho se prope a orientar os interessados na criao de Orquestras, com pleno uso de Leis de Incentivo e formas de captao de recursos da iniciativa privada, com a aplicao de metodologia observada no referido caso.

    Palavras chave: Orquestra, Projeto, Criao, Leis de Incentivo, Captao de Recursos.

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    ndice.

    Resumo 3

    Projeto de Pesquisa Introduo 6

    Objetivo 7 Justificativa 7

    Metodologia 8

    Monografia

    Captulo I: Levantamento de informaes utilizadas em projetos de orquestras Administrao de orquestras 10

    Legislao: As leis de incentivo no Brasil 11

    O processo para a criao de leis de incentivo 12

    Procedimento para inscrio em leis de incentivo 12

    A Lei Rouanet 13

    Funcionamento da Lei Rouanet 14

    Entrar como proponente na Lei Rouanet 16

    ProAC 17

    Captao de Recursos 19

    Lei Mendona 19

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    Captulo II: Camerata Araraquara

    Situao de Araraquara no momento da criao do projeto da orquestra. 20 A iniciativa 21

    A criao da orquestra 21

    Relao orquestra municpio 22

    A transformao na atual Orquestra Jovem 23

    Captulo III Orquestra Jovem de Araraquara

    O projeto 24 Formato do projeto Orquestra Jovem na Lei Rouanet 25 A implantao e execuo 28

    O projeto hoje 28 Captulo IV: Consideraes finais

    Modelo de projeto proposto pela pesquisa 30 Concluso 30

    Referncias Bibliogrfica 32

    Bibliografia 33

    Assinatura do Orientador 34

    Anexos Volume extra

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    Projeto de pesquisa Introduo

    Tendo em vista que o Brasil um pas de propores continentais, um pas com

    uma diversidade cultural proporcional ao seu tamanho, porm ao contrario do que aparenta, quando falamos de orquestras, o Brasil se torna pobre, pois atualmente existem poucas orquestras no pas.

    De acordo com a pesquisa do IBGE de 2006, que investiga a cultura nos municpios do Brasil, possvel ver que entre quarenta e quatro e cinquenta e trs por cento (44% e 53%) dos municpios possuem programas de atividades musicais, corais e bandas, porm apenas onze e meio por cento (11,5%) dos municpios possuem orquestras. Vale a pena notar que, embora as orquestras ocorram com menor incidncia nos municpios, cerca de sessenta e oito por cento (68%) delas recebem apoio da gesto municipal, diferentemente de outros gneros artsticos como artes plsticas, artes literrias, artes circenses e artes folclricas, ou at mesmo alguns projetos musicais, que ocorrem com mais incidncia, porm recebem menos apoio.

    Percebe-se que de modo geral, h nas cidades de grande porte investimentos culturais, com a presena de escolas de msica, conservatrios ou instituies governamentais onde ocorre o ensino da msica. Porm no h formao orquestral, fundamental para a formao dos msicos e do repertrio mais importante da msica em geral. Nem sempre tal fato ocorre por falta de incentivos das prefeituras, secretarias ou

    mesmo empresas, mas sim por falta de um projeto. A proposta desse projeto fazer uma anlise da situao das orquestras no Brasil, seguindo como modelo a atual Orquestra Jovem de Araraquara, alm de um estudo sobre as condies brasileiras com relao a incentivos por parte do poder pblico nos projetos culturais. Ser descrito todo seu processo desde a sua idealizao at o momento atual, analisando sua criao, dificuldades e semelhanas ocorrida em outras

    orquestras que passam pelo mesmo problema, seus benefcios socioculturais, tais como oportunidades para pessoas de vulnerabilidade social ser introduzidas na msica de

    orquestra e at de possveis oficinas culturais, onde ocorre o ensino da msica e instrumentos orquestrais, ajudando o municpio na preservao de tradies culturais.

  • 7

    Objetivo Esta pesquisa tem como objetivo juntar informaes necessrias para a criao de projetos orquestrais, tais como manuteno e administrao, modelos de implantao, leis de incentivo, etc., possibilitando assim que possveis profissionais ligados a rea da msica venham a criar orquestras, principalmente com apoio de leis de incentivo fiscal.

    Atravs de informaes obtidas da anlise do projeto Orquestra Jovem de Araraquara ser elaborado um plano que dever servir de guia/manual, onde ser possvel a partir deste modelo apresentado, elaborar um projeto de orquestra, facilitando aos profissionais da rea a cri-las e inseri-las nas leis de incentivos.

    Como consequncia, beneficiar o meio artstico musical orquestral com a difuso e implantao de um maior nmero de orquestras na sociedade.

    Justificativa

    de grande importncia a criao de tais orquestras, pois possibilitam a insero de futuros msicos, que saem de projetos de educao bsica de msica para um possvel meio de aperfeioamento tcnico. Tambm necessria a ampliao de campos de trabalho para msicos recm-formados, principalmente nos interiores dos Estados do Brasil, ampliando

    as oportunidades de atuao. Alm disto, o ensino de msica fundamental para a formao do ser humano, ajudando no desenvolvimento e na integrao social atravs do convvio com outras pessoas favorveis msica de qualidade.

    Devido falta das mesmas, necessrio que haja tal pesquisa para que possamos apresentar, no s os problemas de criao de orquestras, mas tambm os meios para solucion-los, como por exemplo, uma pesquisa de leis de incentivo, fundamental e

    presente na maioria das orquestras direcionada captao de verbas, alm de informaes necessrias para a administrao da mesma, possibilitando assim um conhecimento mnimo

    aos profissionais do ramo, assim como mais orquestras em atividade no Brasil.

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    Metodologia

    Por ser uma pesquisa pouco realizada nessa rea, e por se tratar de um assunto pouco trabalhado no Brasil, a pesquisa foi baseada na anlise do projeto Orquestra Jovem de Araraquara, um projeto que alm da manuteno de uma orquestra, tambm tem uma parte socioeducativa.

    Foram realizadas entrevistas estruturadas e semi-estruturadas com profissionais ligados diretamente a tal projeto, como a fundadora do projeto, que tambm a secretria da cultura de Araraquara, e com o empresrio responsvel pelo desenvolvimento da orquestra e participao nas leis de incentivo. As questes foram elaboradas de acordo com a ordem cronolgica dos fatos: em um primeiro momento o levantamento das ferramentas utilizadas no projeto, tais como legislao, dificuldades de criao e manuteno de projetos de orquestras em geral. Foram questionadas leis existentes, ferramentas e estratgias utilizadas no projeto, tambm outros meios existentes no Brasil e principalmente no estado de So Paulo, que possibilitam e facilitam a criao de orquestras, alm dos benefcios que uma orquestra traz para a sociedade.

    Aps um questionamento da situao do pas e especificamente do municpio de Araraquara, segue o questionamento especfico sobre a orquestra: sua criao, implantao, problemas, e reaes da populao e do municpio. O objetivo levar em considerao o ponto de vista de cada um dos entrevistados, qual foi a contribuio de cada um, tanto do ponto de vista de um rgo pblico, quanto de uma empresa privada e qual a responsabilidade de cada profissional. Junto ao questionamento que ocorreu com os profissionais, foram surgindo assuntos relevantes ao trabalho, isso possibilitou algumas questes extras foram realizadas logo aps o trmino de cada questo.

    Tambm foram feitas leituras da legislao brasileira especfica sobre incentivos de projetos culturais, e de relatrios e editais elaborados e publicados por entidades que realizam ou j realizaram projetos em tal rea. Alm de consultas a sites institucionais com relao cultura e informaes de dados contidas nos mesmos.

    O texto ser dividido em trs etapas: a primeira etapa ser o levantamento de

    informaes utilizadas na administrao de orquestras e anlise geral do panorama brasileiro, do Estado de So Paulo, bem como da Capital e do municpio de Araraquara,

  • 9

    que o centro da anlise, quais so as leis, situao sociocultural e problemas decorrentes dos mesmos. Na segunda etapa sero descritas a criao e implantao do projeto analisado pelo ponto de vista de uma entidade pblica, na pessoa da secretria de cultura de Araraquara1 e de uma entidade privada, na pessoa do produtor do projeto2 Orquestra Jovem de Araraquara. Na terceira etapa ser feito uma concluso da anlise, e tambm a

    formulao de um possvel projeto que possa orientar os empreendedores culturais na formao de orquestras, principalmente com a participao das leis de incentivo.

    1 Euznia Batista Ferreira Andrade, atual secretaria da cultura de Araraquara.

    2 Pedro A. Rigatto Jr. Atual produtor musical da Associao Cultural Promoart.

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    Capitulo I: Levantamento de informaes utilizadas em projeto de orquestras

    Administrao de orquestras

    Para que uma orquestra possa existir, no s necessrio que haja bons msicos e um bom regente; existe toda uma equipe de apoio, to importante quanto os msicos, que a equipe tcnica, ou seja, pessoas que contribuem na orquestra que no aparecem em palco, que sem elas seria impossvel a apresentao.

    A quantidade de pessoas envolvidas numa orquestra varia dependendo de seu porte,

    normalmente so necessrios, alm dos msicos e do regente, a coordenadoria tcnica como ensaiador ou regente assistente, montador, arquivista, monitor. Tambm necessrio

    ter uma coordenadoria administrativa e financeira como diretor/produtor, designer grfico e assessorias, como jurdica, contbil, auditoria, comunicao etc. Em muitos casos existe tambm a coordenadoria pedaggica, com corpo docente e monitores.

    A administrao responsvel pelas aes de correta gesto do projeto. Aes como recursos humanos, gerenciamento de contrataes, demisses, aposentadorias, licitaes e compras de materiais, como instrumentos e material impresso, gerenciamento

    de contratos, patrimnio, prazos, registros etc. Tambm existe na administrao uma funo financeira que zela pela melhor aplicao dos recursos, como pagamentos, acompanhamento fiscal e prestao de contas.

    O custo financeiro de uma orquestra varia de acordo com o seu tamanho e objetivos. O oramento com recursos humanos depende da localizao do projeto, isto , a demanda de mo de obra regional, quantidades de eventos e principalmente do nvel tcnico esperado. Gastos com recursos tcnicos seguem igual modelo, porm depende do tamanho e formao da orquestra.

    Todos esses profissionais so de grande necessidade para a correta e eficaz gesto

    de uma orquestra, pois sem eles, mesmo tendo os melhores msicos em palco seria impossvel que tal orquestra fosse um projeto duradouro e significativo na sociedade. Vimos ento, que alm das pessoas que vemos no palco, existem muitas outras pessoas que no aparecem, mas sem elas, no seria possvel a formao destas orquestras.

  • 11

    Legislao: As leis de incentivo no Brasil

    As leis de incentivo tm como objetivo criar possibilidades de incentivo fiscal para a realizao de projetos culturais. As leis so destinadas a projetos propostos tanto para pessoas fsicas como jurdicas. Dependendo de onde so criadas podero ser em mbito federal, como o caso da Lei Rouanet, estadual, como o ProAC3; ou municipal como a Lei

    Mendona.

    O incentivo fiscal referido o recebimento por parte do empreendedor de projetos culturais, de uma porcentagem dos impostos que seriam destinados Federao ou s Secretarias da Fazenda estaduais e municipais. Essa porcentagem ser definida em cada

    lei, por exemplo, no caso da lei Rouanet, pessoa fsica poder destinar at seis por cento (6%) de seu imposto de renda para um projeto aprovado pela mesma, ou no caso de pessoa jurdica, at quatro por cento (4%). Quando o proponente envia uma proposta de um projeto por qualquer lei de incentivo, tal projeto passar por uma comisso examinadora que aprovar ou no, dependendo dos requisitos exigidos no edital da lei. Um projeto poder der indeferido por vrios motivos, como por exemplo, documentao incompleta, incoerncia no projeto, entre outros, mas raramente ser indeferido por seu contedo, salvo editais exclusivamente

    voltados especificamente para uma manifestao cultural ou um tema especfico.

    Aprovado o projeto, o proponente ser autorizado a captar os recursos, bem como ter um prazo mximo especificado no certificado que a lei permitir para a captao de verbas. Terminado esse prazo, mesmo o projeto sendo aprovado, no havendo a captao, este ser arquivado. Quando captados os recursos, ao final do projeto o proponente dever prestar contas ao rgo responsvel especificado na lei de incentivo utilizada; no caso de

    uma lei municipal, a prestao de contas ser com o municpio, ou nas leis federais, com o ministrio da cultura.

    Essas leis, geralmente so divididas em duas partes: uma de editais onde haver regras pr-definidas para a apresentao do projeto; e outra de Leis de Incentivo onde o proponente define seu projeto. 3 Programa de Ao Cultural, lei 12.268, 20 de fevereiro de 2006, So Paulo, pag. 17

  • 12

    O processo para a criao de leis de incentivo

    Para a criao de uma lei de incentivo, dever ser criada junto ao rgo responsvel, uma comisso independente e autnoma, formada por representantes do setor

    cultural. Essa comisso se encarregar de elaborar o decreto, definir todos os pontos, pr-requisitos, documentao necessria e porcentagem de impostos a serem destinados ao

    projeto, etc. O Prefeito (caso a lei seja de origem municipal) envia a proposta cmara, onde ser votada. Haver uma consulta junto ao poder judicirio onde se verificar todos os trmites: se tal proposta legal ou no, o que possvel ou no, etc. Tambm poder haver uma discusso com os artistas de cada rea artstica, para que o projeto possa beneficiar todas as manifestaes artsticas.

    Depois de elaborada e aprovada pela cmara, sero definidos os editais. No caso de

    uma orquestra, haver um edital e um regulamento especfico para isso, onde sero citados todos os trmites, pr-requisitos, prestao de contas, documentao, etc.

    Definida a lei e os editais, sua divulgao depender do carter da lei: se for municipal, ser obrigatria a divulgao em todo o municpio, se for nacional, em todo

    pas. Ento ser definido o regulamento, os meios de inscries, e em alguns editais, as datas.

    Procedimento nas leis de incentivo

    De acordo com cada lei, h diferentes maneiras de inscrio. Hoje em dia, a maioria dos projetos inscritos enviada via internet, por exemplo, a Lei Rouanet. Cumpridas as exigncias de cada lei, tais como a especificao dos gastos, documentao necessria, etc. e sendo aprovado, o proponente receber um certificado para obteno de recurso. O empresrio ou pessoa fsica far uma doao ao projeto em nome de patrocnio. Aps a prestao de contas, o patrocinador poder deduzir parte do imposto especificado em cada

    lei.

    Sempre ao final de cada projeto, ou durante o mesmo, todos os proponentes devero prestar contas com o rgo responsvel. Havendo qualquer irregularidade, como verbas desviadas ou gastas indevidamente com itens no especificados no projeto, o proponente

  • 13

    responder a penalidade proposta pela lei, alm de pagamento de multa e devoluo da verba gasta indevidamente com todas as correes monetrias existentes e juros.

    A Lei Rouanet

    A lei 8.313, de 23 de dezembro de 1991, promulgada pelo ento Presidente Fernando Collor considerada hoje uma das mais importantes leis de incentivo cultura existente no Brasil. Desde 1993 at hoje foram apresentados cerca de 155.500 projetos, sendo que, cerca de 85.300 foram aprovados, com um total de R$47.492.247.665,00 aprovados para tais projetos. Hoje a lei Rouanet responsvel pela manuteno de instituies culturais, como por exemplo, o MASP4, Academia Nacional de Letras, Museu do Futebol e Museu da Lngua Portuguesa, como tambm pela publicao de revistas como a Bravo, Revista Cult entre outras. Intervenes de preservao de bens materiais edificados como o Theatro

    Municipal do Rio de Janeiro, Theatro So Pedro em Porto Alegre. Eventos nas reas de audiovisual, literrias e artes plsticas como o Festival de Cinema, da Bienal Internacional

    do Livro e da Bienal de Arte, todos em So Paulo. Tambm responsvel pela manuteno de escola de formao continuada, como o Instituto Baccarelli5; formao e manuteno de importantes orquestras, como a OSESP6, a Orquestra Filarmnica de Minas Gerais, alm de quase todo movimento teatral nas cidades de So Paulo e do Rio de Janeiro. Aes de preservao do patrimnio imaterial como festas folclricas e inmeras manifestaes culturais existentes no Brasil. Tambm responsvel por grandes eventos nacionais como o Rock in Rio, carnavais do Rio de Janeiro e da Bahia, entre outros.

    A lei Rouanet responsvel tambm pela promoo de editais publicados por grandes patrocinadores como a Petrobrs, Eletrobrs, Natura, e BR distribuidora. Onde essas empresas pr-inscrevem editais com verbas j definidas, ou seja, caso o proponente seja aprovado em alguns desses editais, ele contar com recursos j disponibilizados por essas empresas.

    4 Museu de Arte de So Paulo

    5 Escola de musica situada na favela de Helipolis, a favela mais populosa de So Paulo

    6 Orquestra sinfnica do estado de So Paulo

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    Funcionamento da Lei Rouanet

    Em seu primeiro artigo, criado o Pronac7, programa responsvel por captar e canalizar os recursos para o setor. Ele implantado em trs mecanismos: FNC8, Ficart9 e

    Incentivos a Projetos Culturais. O FNC, de acordo com o capitulo II da lei Rouanet, um fundo de natureza contvel que funciona como apoio, e tem como objetivo estimular, favorecer, apoiar e contribuir com projetos culturais, principalmente priorizar projetos em reas artsticas e culturais com menor possibilidade de desenvolvimento com recursos prprios. Esse fundo que administrado pelo Ministrio da Cultura, gerido por seu titular e ser utilizado para

    o cumprimento do programa de trabalho anual, segundo os princpios estabelecidos nos artigos 1 e 3 da lei n 9.874, de 199910. Os recursos do FNC s sero aplicados aps o parecer do rgo tcnico competente e pelo Ministrio da Cultura que responsvel por analisar cada projeto proposto. O fundo poder financiar at oitenta por cento (80%) do custo total de cada projeto, mediante a comprovao por parte do proponente. O restante poder ser obtido de outras fontes, desde que especificado no projeto. O Ficart, de acordo com o capitulo III da lei Rouanet, possui funcionamento parecido com o do FNC, porm destinado a projetos de objetivos comerciais, como a produo de instrumentos musicais, discos, vdeos, produo de espetculos de teatro, dana, circo, etc. Tambm edio de obras relativas s cincias, letras e s artes, bem como construo, restaurao e reparao de salas e outros ambientes de propriedade de entidades com fins lucrativos destinados a atividades culturais.

    A parte de Incentivo a projeto cultural, de acordo com o capitulo IV da lei Rouanet, tem como objetivo incentivar as atividades culturais propostas tanto por pessoa fsica ou jurdica, com a utilizao de parcelas do IR11, a ttulo de doaes de patrocnio, tanto por pessoa fsica e/ou jurdica. Nesse caso, o contribuinte tributado com base no lucro real poder deduzir at seis por cento (6%) do IR quando for pessoa fsica, at quatro por cento (4%) sendo pessoa jurdica. Essas doaes atendem exclusivamente aos segmentos de artes 7 Programa Nacional de apoio a cultura

    8 Fundo nacional da Cultura

    9 Fundos de investimento Cultural e Artstico

    10 Atualizao da Lei 8.313, Lei Rouanet, vide anexo

    11 Imposto de Renda

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    cnicas, artes literrias ou humansticas, msica erudita ou instrumental. Exposies de artes visuais, doaes de acervos para bibliotecas, museus, arquivos pblicos e cinematecas, inclusive com o treinamento de pessoal e aquisio de material para a manuteno dos mesmos. Produo de obras cinematogrficas de curta e mdia durao, preservao do patrimnio cultural material e imaterial, construo e manuteno de salas

    de cinema e teatro, que podero funcionar tambm como centros culturais em municpios com menos de 100.000 (cem mil) habitantes.

    Para participar, o proponente deve inscrever seu projeto atravs do sistema SalicWeb (ver Entrar como proponente na Lei Rouanet), disponvel no site do ministrio da cultura12. Podem participar tambm pessoas jurdicas de direito pblico, prefeituras, secretarias, fundaes e universidades, porm cada proponente poder apenas inscrever um projeto por segmento. O proponente tambm dever enviar junto ao projeto toda a documentao exigida pelo edital.

    Os projetos encaminhados ao Ministrio da Cultura para incentivo sero analisados por uma comisso que dar seu parecer. Para a aprovao do projeto, ser observado o destino das verbas a cada segmento do mesmo e sua coerncia com o objetivo. Havendo qualquer irregularidade ou incoerncia, o item poder ser vetado. Dependendo da quantidade de itens, poder tambm ser vetado o projeto inteiro. A aprovao somente ser aps a publicao de ato oficial contendo o ttulo do projeto aprovado e a instituio responsvel, alm do valor para a captao de recursos e prazo de validade da autorizao.

    Aps aprovao do projeto, o proponente se encarrega de conseguir o patrocnio. A verba do patrocnio ser depositada em uma conta bancria fornecida pelo Ministrio da Cultura13 e somente ser liberada aps haver pelo menos vinte por cento do oramento total do projeto depositado pelos patrocinadores. Ao final ou possivelmente ao meio do projeto, quando solicitado, caber ao proponente a prestao de contas com a Unio. Caso haja irregularidades no decorrer do projeto, sero aplicadas as punies previstas na legislao brasileira, alm de multa e devoluo da verba gasta indevidamente com juros e correo monetria.

    12

    Http://www.cultura.gov.br 13

    Obrigatoriamente no Banco do Brasil, no sendo necessrio ser correntista do banco.

  • 16

    Entrar como proponente na Lei Rouanet

    Hoje, para se inserir na Lei Rouanet, o proponente dever entrar no site do Ministrio da Cultura e se cadastrar no sistema de envio de proposta SalicWeb. Aps isso

    o proponente poder cadastrar seu projeto. s vezes quando solicitado, uma cpia do projeto tambm dever ser enviada por meio fsico. Para entrar como proponente, o mesmo dever possuir comprovada atuao na rea cultural por no mnimo dois anos. Ele tambm dever estar regular perante as trs esferas do poder publico e ter um estatuto ou contrato social adequado com a proposta a ser apresentada.

    Na primeira pgina o proponente dever especificar em que programa se enquadra

    seu projeto, se em editais ou em incentivo. Dependendo de qual for, sero solicitadas as informaes necessrias que devero ser preenchidas. Ser pedida ao proponente a

    especificao de metas e objetivos, justificativa, plano de trabalho e pedaggico (quando necessrio), cronograma de atividades, plano de deslocamento e de distribuio de produtos culturais como ingressos, etc. Currculos da equipe tcnica, algumas declaraes como destinos dos bens adquiridos e documentao que comprove14, portflio etc., alm de todas as informaes necessrias para explicar a aplicao dos recursos e favorecer entendimento e posterior acompanhamento do Ministrio da Cultura.

    Depois de finalizado, o projeto ser encaminhado para o Ministrio da Cultura que dar um prazo de noventa dias para que o comit responsvel d seu parecer. 15

    14

    Carta de anuncia. Documento emitido pela instituio pblica apoiadora que garante estar ciente do projeto. 15

    Detalhamento do processo de inscrio e o formato do projeto estaro disponveis no captulo Formato do projeto Orquestra Jovem na Lei Rouanet na pg. 25

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    O ProAC

    O ProAC16 foi institudo pela lei 12.268, criada pelo governo estadual de So Paulo e promulgado pelo governador Geraldo Alckmin em 20 de fevereiro de 2006. um programa que utiliza recursos pblicos para incentivo de projetos culturais, que tem como objetivo apoiar e patrocinar a renovao, o intercmbio, a divulgao e a produo artstica e cultural, preservar e difundir o patrimnio cultural material e imaterial no Estado de So Paulo e tambm apoiar pesquisas e projetos de formao cultural, bem como a diversidade cultural. Ele abrange diversas reas culturais e manifestaes artsticas como artes plsticas, acervo bibliogrfico, cinema, circo, cultura popular, dana, eventos carnavalescos, hip-hop, literatura, museu, msica, pera, patrimnio histrico e artstico, pesquisa e

    documentao, teatro e vdeo.

    O programa dividido em duas partes, o ProAC- Editais e o ProAC ICMS.

    O ProAC- Editais voltado para editais e concursos, cujo apoio ser por meio de seleo pblica, em que o proponente inscreve seu projeto nas reas especficas para cada segmento proposto pela resoluo anual do programa. Por meio de seleo, os premiados

    recebem os recursos diretamente da secretaria do Estado para financiamento de seu projeto. Esses editais sero divulgados no Dirio Oficial do Estado e no site da Secretaria de

    Cultura do Estado de So Paulo17, porm no h data pr-estabelecida para a publicao dos mesmos.

    O ProAC ICMS est inserido na modalidade das Leis de Incentivo Fiscal Cultura, sendo voltado para incentivo fiscal por meio do ICMS18. Atravs de patrocnio, o contribuinte tributado pelo ICMS destina parte do imposto para projetos aprovados pela Secretaria da Cultura do Estado.

    Para ambos os programas, tanto pessoa fsica (necessrio que seja o prprio artista ou detentor de direitos sobre o contedo do projeto), ou jurdica, com ou sem fins lucrativos, podero entrar como proponentes. Ambas devero ter endereo no Estado de So Paulo por no mnimo dois anos. Cada proponente poder apresentar somente um

    16

    Programa de Ao cultural 17

    Http://www.cultura.sp.gov.br 18

    Imposto sobre circulao de mercadorias e prestao de servios

  • 18

    projeto por segmento cultural, sendo permitida a apresentao de um segundo somente aps a prestao de contas daquele j aprovado. No podero participar como proponentes rgos e entidades pblicas, apenas podero participar como apoiadoras cedendo espaos, acervos, equipamentos, etc.

    Captao de Recursos

    Aps a aprovao, ser emitido um certificado pela Secretaria da Cultura do Estado

    de So Paulo contendo o nome do proponente, o ttulo do projeto e seu contedo, a data de aprovao e o valor aprovado para a captao de recursos. Aps obter esse certificado, o proponente poder procurar possveis patrocinadores, tributados por ICMS, que tenham interesses em patrocin-los. O proponente poder ter em seus projetos mais de uma empresa patrocinadora, assim como as empresas podero patrocinar vrios projetos. Em 2012 foi estabelecido um limite mximo de verba que poder ser utilizado em todo o programa, tanto para o ProAC Editais, quanto para o ProAC ICMS, que de R$100.000.000,00 (cem milhes de reais).

    Ao trmino do projeto, o proponente ter um prazo de trinta dias para apresentar a prestao de contas ao Tribunal de Contas do Estado de So Paulo. Caso haja alguma irregularidade na prestao de contas e administrao dos recursos, o proponente ficar impedido de participar do programa por cinco anos, alm de responder a outras penalidades impostas pela lei.

    A empresa dever estar cadastrada e habilitada na Secretaria da Fazenda do Estado

    de So Paulo para que possa patrocinar os projetos aprovados. Ser conferida a situao de inadimplncia ao pagamento do imposto, ausncia da entrega do GIA19, e outras situaes irregulares com relao ao fisco e ao enquadramento da empresa. Aps a confirmao da situao, a cada ms ser publicado o limite individual que cada patrocinador poder deduzir de seu ICMS devido. O mesmo dever efetuar uma consulta ao Aviso de Habilitao de Patrocinador para saber a quantidade que poder ser deduzida. Atravs de boleto bancrio, o patrocinador destinar tal verba ao projeto aprovado.

    19

    Guia de informao e apurao do ICMS

  • 19

    Lei Mendona

    A lei Mendona, lei de incentivo 10.923, promulgada pela ento Prefeita do municpio de So Paulo Luiza Erundina de Sousa, de 30 de dezembro de 1990, foi criada como forma de incentivo fiscal de projetos culturais, no mbito do municpio de So Paulo. Essa lei dispe de recursos de incentivo fiscal a ser concedida pessoa fsica ou jurdica para ser destinada a realizao de projetos culturais. Ela abrange as reas de msica, dana, teatro, circo, cinema, fotografia, vdeo, literatura, artes plsticas, grficas e filatelia, folclore, artesanato, acervo e patrimnio histrico e cultural, como museus e centros

    culturais.

    Essa lei tem seu funcionamento similar a qualquer outra lei de incentivo, porm diferente da Lei Rouanet que em mbito federal, e do ProAC que em mbito Estadual, a

    Lei Mendona uma lei de mbito municipal, limitada a projetos sediados na cidade de So Paulo. Para patrocnio atravs dessa lei, utilizado o ISS20 e o IPTU21.

    Para obteno do recurso, o proponente dever apresentar junto comisso avaliadora e a Secretaria de Cultura do Municpio de So Paulo, uma cpia do projeto contendo os objetivos e recursos financeiros envolvidos. Essa comisso avaliar e julgar o projeto, ela ser independente e autnoma, formada por representantes do setor cultural que ficar responsvel pela avaliao dos projetos apresentados. O proponente que tiver seu projeto aprovado por uma comisso receber um certificado, onde poder captar de dois a cinco por cento do ISS e do IPTU devido de cada patrocinador, que ser estabelecido a cada ms, para ser utilizado em seu projeto.

    Os certificados de aprovao do projeto tero um prazo de validade de dois anos a partir de sua publicao, sero corrigidos mensalmente de acordo com os ndices do

    imposto. Caso ao final do projeto a prestao de contas com o municpio apresente alguma irregularidade, alem das penalidades previstas na lei, o proponente ser multado em dez

    vezes o valor incentivado.

    20

    Imposto Sobre Servio 21

    Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana

  • 20

    Capitulo II: A Camerata Araraquara

    Situao de Araraquara no momento da criao do projeto da orquestra Geralmente nos municpios brasileiros as secretarias de cultura recebem entre zero

    vrgula oito e um por cento (0,8 e 1%) da receita do municpio. Em Araraquara a secretaria recebe aproximadamente um e meio por cento (1,5%), que no pouco tendo em vista que Araraquara uma cidade muito rica, pois h varias empresas de grande porte que contribuem com o desenvolvimento da cidade. Consequentemente a tal fato, Araraquara

    uma cidade que tem um grande investimento na rea da cultura e conta com um programa muito extenso e significativo na difuso da cultura no municpio devido tambm a sua forte

    tradio cultural. uma cidade que tem uma infraestrutura que inclui centros culturais, teatros, entre outros. Mas ainda sim, mesmo tendo um oramento grande perto de outros municpios, devido ao grande nmero de projetos e oficinas culturais que a Secretaria da Cultura promove, o oramento acaba ficando escasso para a criao de um corpo estvel, no caso uma orquestra.

    Em Araraquara h uma lei chamada Paulo Homem, que funciona como uma lei de

    incentivo, possibilitando ao patrocinador a destinao de parte do ISS para programas culturais, porm uma lei que nunca foi utilizada.

    Tambm existe a FUNDART22, que foi criada como lei em 1978, e est ativa at hoje, inclusive a instituio que junto secretaria da cultura e a prefeitura, promovem eventos culturais na cidade, alm de oficinas de vrias manifestaes artsticas. Mas por ser uma lei antiga e desatualizada, dificulta a criao de um corpo estvel, como uma

    orquestra, pois seu regulamento no permite contrataes de longo prazo. No momento esto discutindo junto ao conselho municipal de cultura uma possvel reformulao de seu regulamento interno, possibilitando ento mudanas que facilitem a criao de um corpo estvel.

    22

    Fundao de arte e cultura de Araraquara

  • 21

    A iniciativa

    A ideia, em Araraquara, de formar uma orquestra ali, vem de longa data, pois existe uma tradio muito forte em msica erudita, pois viveram e atuaram grandes nomes da

    msica, como Heitor e Altia Alimonda, o maestro Tescari, entre outros. Num primeiro momento a ideia sempre foi de continuar essa tradio musical no municpio.

    Existiam alguns grupos musicais como, por exemplo, a Orquestra Filarmnica,

    porm por ser uma orquestra que abarcava muitos msicos iniciantes provenientes de outros projetos de educao musical, no ia de encontro aos objetivos. Ento a idia no inicio no era criar necessariamente uma orquestra, mas um grupo que a representasse com

    qualidade tcnica e com objetivos mais bem definidos. Durante muito tempo houve vrias tentativas para a implantao de tal grupo. Foram chamados msicos de outros municpios como Ribeiro Preto e So Carlos, porm devido a dificuldades de certas normas do regulamento da fundao e da lei do municpio, onde uma instituio pblica no poderia ter vnculo empregatcio por mais de trs meses, acabou dificultando a criao, pois seria muito difcil manter um grupo estvel com tais

    condies.

    Em 2010, aps a chegada de um msico que viveu em Araraquara, com conhecimento de regncia, junto Secretria da Cultura do municpio, conseguiu-se dar incio a um grupo. Atravs da FUNDART, foi possvel contratar o regente e alguns msicos, mas eram apenas salrios simblicos devido ao baixo oramento disponvel. Mesmo em tais condies foi possvel dar incio ao projeto. Nasceu ento a Camerata Araraquara, uma orquestra de cordas que abarcava violinos, violas, violoncelos e contrabaixos e que tinha em sua formao aproximadamente 15 msicos.

    A criao da orquestra

    Aps a contratao do regente e dos msicos, com um salrio simblico fornecido pela secretaria da cultura e pela FUNDART, somado ao apoio de outros setores do municpio que disponibilizou espao para ensaio e apresentaes, custo com cpias de partituras e fornecimento de materiais como programas, moblia etc., foi possvel a sua

  • 22

    criao. Iniciados os ensaios, logo houve um reconhecimento significativo da gesto municipal e da populao para com o projeto. Jovens que j tinham certa experincia em instrumento e que eram provenientes de outros projetos como escolas particulares de msica, conservatrios e de projetos pblicos onde havia o ensino de msica como, por exemplo, o Projeto Guri, puderam alm de atuar numa orquestra, tambm ter a mesma como exemplo para fomentar sua futura carreira. Houve tambm um reconhecimento grande por parte dos pais que viram seus filhos interessados em msica de qualidade.

    Agora em Araraquara existe um grupo com uma perspectiva sria de qualidade, com msicos selecionados com domnio tcnico suficiente para que a orquestra possa ter um objetivo mais claro. Mesmo assim estava sendo difcil mant-lo nas condies ideais, devido falta de oramento. Concluiu-se ento que caso houvesse alguma lei de incentivo, poderia haver mais verba disponvel tanto para um pagamento mais justo dos msicos, como tambm poderia ser ampliado para um projeto de educao musical maior e com mais qualidade tcnica. Atravs de uma lei de incentivo seria possvel manter a orquestra como um corpo estvel administrado pelo municpio.

    Relao da orquestra com o municpio

    A secretaria e a prefeitura sempre foram muito favorveis criao de tal projeto, mas apenas ser favorvel no seria suficiente, pois tal projeto necessita ter muita gente envolvida. Mesmo aprovado em uma lei de incentivo, falta ainda a busca de recursos junto s empresas. Ficou claro que tal projeto, mesmo com o apoio da prefeitura, foi um trabalho praticamente solitrio. Como diz a secretria da cultura:

    O governo sempre foi muito favorvel a este tipo de coisa, tanto no aspecto da secretaria como do prefeito em si [...]. S que, ser favorvel bom, importante, mas [...] eu acho que o governo precisa estar mais envolvido nisso, em ajudar a buscar os recursos junto s empresas, porque um trabalho muito solitrio nesse sentido.23

    23

    Segundo entrevista 1, constante do anexo 2

  • 23

    A transformao para a atual Orquestra Jovem

    Uma orquestra para ser mantida pelo municpio quase sempre necessita de algum apoio de empresa privada, ou at de sociedades. So comuns at mesmo em grandes

    municpios existirem orquestras que se encontram em grandes dificuldades. Esses municpios acabam adotando algumas estratgias, como o caso da Orquestra Sinfnica de

    Ribeiro Preto, que alm de receber ajuda de algumas sociedades, tambm recebe apoio de leis de incentivo. Essas orquestras entram com o projeto para ser aprovado, e sendo aprovado, o oramento poder ser bancado por empresas patrocinadoras. (ver captulo: As leis de incentivo no Brasil, pgina 11)

    No caso de Araraquara, quando perceberam que o municpio no tinha mais condies de manter a orquestra, pois com baixo oramento e com a entidade pblica tendo

    participao limitada em leis de incentivo, comearam a ir busca de agncias e de profissionais que possam servir de intermedirio para que o projeto possa se inserir em tais leis de incentivo. Foi ento que o regente conseguiu articular com uma empresa24, sediada em Barueri, prxima a capital, especialista em promover projetos na rea da cultura e com mais de 15 anos de experincia em vrios projetos de implantao e manuteno de orquestras, principalmente em formao de orquestras infanto-juvenis, para que esta entrasse como proponente do projeto em leis de incentivo.

    Aps a elaborao de um novo projeto por parte desse empreendedor, a proposta feita secretaria da cultura de Araraquara foi aprovada por seus responsveis. O projeto foi encaminhado para o Ministrio da Cultura para ser inscrito na Lei Rouanet. Aprovado pela lei, deu-se ento inicio ao projeto Orquestra Jovem de Araraquara. O projeto agora no somente a manuteno de uma orquestra, mas tambm h toda uma parte pedaggica onde so oferecidos cursos de instrumentos orquestrais a crianas e jovens da cidade. Tambm, o projeto conta com patrocnio de empresas privadas, que atravs dessa lei podero destinar parte de seu IR para financiamento do projeto, que sero deduzidos aps a prestao de contas.

    24

    Associao Cultural Promoart. Empresa sediada em Barueri responsvel pela coordenao do projeto.

  • 24

    Capitulo III: Orquestra Jovem de Araraquara

    O projeto O projeto Orquestra Jovem originalmente foi criado no ano de 2009 para atender ao municpio de Barueri. Em 2011 ele foi aplicado ento no municpio de Araraquara, e com parceria da Secretaria da Cultura de Araraquara, o projeto foi adaptado suas necessidades locais.

    No se trata somente da manuteno de uma orquestra, mas abarca tambm um projeto pedaggico de educao e formao musical, onde jovens de 8 a 24 anos de Araraquara poderiam ter aulas de instrumentos, como violino, viola, violoncelo, contrabaixo e canto coral, em todos os nveis tcnicos. As aulas so coletivas e o nmero de alunos em cada sala depende da caracterstica do curso dado e da disponibilidade de instrumentos. Tem como fundamento a participao em aulas em conjunto, que contribui ao estmulo tanto para a parte cognitiva quanto psicolgica, na qual o aluno estar exposto

    integrao com seus colegas, incentivando o trabalho em conjunto e a troca de experincias.

    Em sua primeira etapa, visando maior homogeneidade tcnica e de conhecimentos musicais, o projeto divide os alunos em trs ncleos:

    A: Ncleo Bsico de iniciao;

    B: Ncleo Intermedirio;

    C: Ncleo Avanado.

    O ncleo Bsico acontece em um bairro perifrico da cidade com maior vulnerabilidade social. Em uma escola onde h iniciao aos instrumentos, ou seja, so dadas aulas de instrumentos aos jovens do ensino fundamental e ensino mdio que nunca tiveram contato com os mesmos.

    O ncleo Intermedirio funciona como um aperfeioamento do ncleo A, onde os jovens que saem do nvel bsico podem ter aulas mais especficas para melhoramento

  • 25

    tcnico dos instrumentos. Esse ncleo funciona na Casa da Cultura25, localizada no centro de Araraquara.

    No ncleo Avanado, que tambm funciona na Casa da Cultura, participam os

    alunos mais avanados e com a tcnica mais desenvolvida. So eles que constituem a orquestra propriamente dita. Tem como principal objetivo se preparar para apresentaes, exposies e demais atividades regulares. Isso exige mais participao e dedicao dos alunos diferentemente do que havia antes. So de responsabilidade desse ncleo tambm, programas como ensaios abertos, concertos didticos entre outros, pois so essas atividades que facilitam o entrosamento, percepo das diferentes dificuldades e necessidade de aperfeioamento, concentrao e o trabalho em equipe.

    O projeto no total atende com o compromisso de sete apresentaes e ao alcance de pblico superior a 2000 ouvintes, alm de possibilitar o contato com diversas personalidades importantes na msica.

    Nessa forma o projeto foi aprovado pela Lei Federal de incentivo Cultura - Lei Rouanet em 2010 e obteve seus recursos em 2011 provenientes de empresas

    patrocinadoras26 sediadas em Araraquara e em Barueri. Alm de ter empresas patrocinadoras, a prefeitura por meio da Secretaria da Cultura de Araraquara entra tambm

    como apoiadora, cedendo espaos para ensaios e apresentaes o que tambm facilitou contato com as empresas patrocinadoras sediadas na cidade.

    Formato do projeto Orquestra Jovem na Lei Rouanet Para que esse projeto fosse aprovado na Lei Rouanet foi necessrio atender a certa forma estabelecida no edital contido no SalicWeb. Sua forma se divide em duas grandes partes, uma a apresentao do projeto, e a outra a especificao dos valores a serem incentivados.

    A primeira grande parte se divide em cinco partes fundamentais.

    25

    Centro cultural mantido pela Secretaria da Cultura e pela FUNDART em Araraquara. 26

    Empresas patrocinadoras do projeto aprovado pela lei de incentivo. So a Alelo, Cutrale, Lupo, Usina Santa Cruz e Quimatec.

  • 26

    Na primeira parte necessrio especificar o titulo do projeto, localizao, mecanismo de incentivo, rea cultural e o segmento. Logo aps dever constar a sntese do projeto em poucas palavras, que ir ajudar o avaliador a entender o projeto. A segunda parte dever conter os objetivos, um texto que indique quais so os objetivos gerais da proposta cultural, o que deseja realizar e inclusive seus resultados. Depois dever haver a justificativa, ou seja, como tornar justo o recebimento do incentivo e como ir contribuir com a populao, assim como quais so os benefcios culturais e sociais que o projeto trar. Ainda nessa parte do projeto, necessrio garantir que o projeto haver acessibilidade a cadeirantes e portadores de deficincia fsica, isto , que todos os locais onde ocorrer o projeto possam ter acesso para tais pessoas. Alem disso, devem-se especificar as medidas que iro garantir a democratizao do projeto, como por exemplo, ingresso a preos populares, quotas de ingressos a pessoas que no dispem de acesso a este bem cultural, ou at acesso gratuito a todos os programas do projeto. Numa terceira parte dever especificar as etapas do projeto, apresentar um cronograma de todas as etapas desde a implantao at a finalizao.

    So as etapas:

    1. Pr-produo 2. Divulgao

    3. Execuo

    4. Finalizao

    A pr-produo onde se planeja o inicio do projeto e onde se aplicam todos os gastos de planejamento, assim como custos administrativos e gastos antes do inicio, gastos esses que s sero validos aps a aprovao.

    Na divulgao dever constar toda a estratgia, assim como gastos com a mesma; poder conter gastos como produo de cartazes, imprensa, e outros custos de divulgao,

    porm esse custo no pode exceder vinte por cento do custo total.

    A execuo a etapa principal do projeto; devero constar quantos profissionais sero contratados e quais as suas ocupaes e especialidades, alm de todo material, toda sua utilizao e quanto custar cada item.

  • 27

    A finalizao a etapa em que dever constar como ser feita a prestao de contas; poder conter tambm os gastos administrativos dessa fase, como por exemplo, despesas com contador, transporte etc.

    Na quarta parte dever constar a ficha tcnica do projeto, ou seja, um currculo dos principais integrantes, especificando qual a sua atuao e experincia comprovada

    necessria para o exerccio das atividades designadas aos mesmos.

    Por fim ser pedido um detalhamento, uma sinopse da obra, medidas para minimizar os impactos ambientais, caso o evento seja ao ar livre, especificaes tcnicas se o produto do projeto for uma obra impressa, o plano pedaggico, se houver oficinas e workshops, bem como outras informaes que sejam necessrias, tais como destinao do bem material aps o trmino e o fechamento do projeto.

    Na segunda grande parte sero especificados os valores a serem incentivados, que devem ser lanados de acordo com o que cada item pede.

    Primeiro dever especificar o local onde ocorrer o projeto, assim como se haver necessidade de deslocamento, por exemplo, gastos com passagens. Depois dever ser

    lanado no projeto todo o plano de divulgao e os materiais necessrios como cartazes, banners, programas impressos etc.

    O plano de distribuio onde ser especificado como o produto do projeto ser distribudo, por exemplo, o preo dos ingressos, caso o produto seja um CD de udio, quanto custar, etc.

    Na pgina onde o proponente envia a proposta consta tudo que necessrio para a integrao do projeto, tais como os documentos exigidos, as tabelas e todas as informaes dos produtos que podero ser utilizados como incentivo. Existe um link para que se possa acompanhar o desenvolvimento do projeto aps seu envio.

    O projeto s ser aceito caso todos os campos do edital estejam preenchidos, se algum no se enquadrar sua proposta, dever ser escrito no utiliza ou inexistente.

  • 28

    Implantao e Execuo

    Como primeira etapa, depois de constituda a equipe inicial de coordenadores do projeto, ocorreu aquisio dos instrumentos (violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, percusso, etc.) e equipamentos necessrios para o inicio das aulas como estantes, mtodos etc. Aps isto, foi feita a seleo do local onde sero dadas as aulas e a adaptao dos

    horrios. Essa seleo j havia sido pesquisada por um grupo de estudo de preveno dentro do governo que detectou em quais bairros havia uma situao de vulnerabilidade social e l foi implantado o projeto. Feita a divulgao, ocorreu o incio das inscries e matrculas dos alunos. O curso

    oferece 120 vagas no total para todos os instrumentos. Os alunos beneficiados so selecionados por ordem de inscrio e caso a procura exceda as vagas, os alunos que no

    conseguirem entrar no projeto esperam uma possvel lista. Selecionada a equipe de professores e monitores, inicia-se ento a execuo do projeto. Aps serem contratados os professores e as turmas divididas, iniciam-se as aulas. Em seu cronograma de compromissos, esto previstos concertos didticos e ensaios

    abertos, apresentaes nas empresas patrocinadoras, alm de um concerto onde haver a integrao do grupo todo com um artista de renome a ser convidado para contribuir com a

    unio dos alunos com os profissionais do setor.

    No momento o projeto vem executando todas as metas estipuladas no cronograma e tendo um bom retorno com a populao do municpio, principalmente com as pessoas diretamente envolvidas com o mesmo, que o caso dos alunos e dos pais. O projeto tambm vem levando o grupo a apresentaes em locais onde no existe o acesso a msica de orquestra, como por exemplo, no campo. Alm de trazer funcionrios de empresas para

    assistirem concertos no teatro.

    O projeto hoje Em sua etapa final, concludas as metas estipuladas no projeto, ele segue para fase de prestao de contas com a Unio, alm de reelaborar o projeto para entrar novamente na Lei Rouanet e dar continuidade orquestra.

  • 29

    Os objetivos para os prximos anos continuam os mesmos. Fazer com que cresa, desenvolva e possa atender cada vez mais bairros e mais pessoas, dando oportunidade para que crianas e jovens da periferia possam ter acesso ao projeto. Ampliar seus conhecimentos e aumentar o desenvolvimento tcnico dentro da orquestra, alm da esperana de que em cinco anos, o projeto torne-se auto-suficiente. Mas para isso so necessrios que ambos, a Promoart e Araraquara continuem unidos e empenhados em uma boa execuo para favorecer a sociedade.

  • 30

    Capitulo IV: Consideraes finais

    Proposta do projeto modelo Espera-se que a partir dessa pesquisa, o profissional empreendedor, ou at o artista,

    o msico de orquestra, possa se utilizar das ferramentas apresentadas nesse trabalho para a

    difuso e construo de projetos nessa rea e principalmente a entrada em leis de incentivo, focado na Lei Rouanet.

    Esse trabalho estar propondo um modelo de projeto de uma orquestra semiprofissional, ou seja, uma orquestra onde no constem necessariamente apenas msicos profissionais de carreira, mas tambm msicos estudantes e amadores com qualidade tcnica necessria para desenvolvimento de um bom trabalho, e ambos recebendo uma remunerao justa. Ele ser baseado na constituio do projeto Orquestra Jovem de Araraquara.

    Sero considerados nessa proposta todos os pontos necessrios para a criao da orquestra, no s os msicos, mas tambm toda a parte tcnica e administrativa.

    O modelo proposto pela pesquisa segue no anexo.

    Concluso

    Aps analisado o projeto apresentado: Orquestra Jovem de Araraquara, conclui-se que a falta de orquestra no Brasil no se deve somente falta de projetos, mas tambm a falta de informao por parte dos profissionais da rea com relao principalmente a questo de verba para manuteno.

    No projeto, ficou constatado que sua maior dificuldade foi a questo oramentria. Como diz a Secretria da Cultura de Araraquara:

    Eu acho que a principal dificuldade no primeiro momento [...] foi essa verba que ns tinhamos de pagar para o msico, para o regente. Essa foi a maior dificuldade porque como a instituio pblica [...] no pode ter vnculo empregatcio continuado [...], ns s podamos fazer esse contrato por trs meses [...]. Ento ns tnhamos muita dificuldade nesse momento, nesses trmites trabalhistas.

  • 31

    Ento, por uma instituio no poder ter vinculo empregatcio de longo prazo, torna-se mais dificil para uma prefeitura, ou uma secretaria, formar sozinha uma orquestra.

    Por uma orquestra ser um corpo estvel muito caro, mesmo uma pequena orquestra

    fica difcil mant-la; at mesmo em municpios ricos elas necessitam de apoio externo. Ento esse projeto prope ao empreendedor que busque apoio junto s entidades pblicas, que participem de alguma Lei de Incentivo. Porm vale ressaltar que at mesmo essas entidades pblicas so limitadas em tais leis, j que nesse caso necessrio que haja apoio por parte de alguma iniciativa privada que entre como proponente.

    O proponente tem disposio vrias leis de incentivos alm das citadas na

    pesquisa. Quanto s citadas, cada uma tem uma caracterstica que vale a pena ser notada.

    A Lei Rouanet, que a mais comum, tambm a lei que mais aprova projetos, uma lei de fcil inscrio e cumprimento de todos os pr-requisitos para a aprovao como, por exemplo, a documentao necessria, dados relevantes etc. Porm, por ser uma lei que utiliza o IR com fonte de incentivo, apenas empresas tributadas no lucro real podero patrocinar os projetos, quer dizer, apenas empresas de grande porte como, por exemplo, bancos e grandes corporaes.

    J no caso do ProAC, por ser um programa que utiliza o ICMS, existe muito mais possibilidade de conseguir patrocinadores, pois quase todas as empresas pagam esse imposto, mas o edital do ProAC, alm de se restringir ao estado de So Paulo, a avaliao do projeto muito mais rigorosa com seus pr-requisitos, sendo mais difcil de ter um projeto aprovado pelo programa. O mesmo caso da Lei Mendona que segue as mesmas dificuldades de aprovao e de captao de patrocnio, apenas diferente por utilizar o ISS e o IPTU, alm de se restringir a projetos sediados na cidade de So Paulo.

    Vale a pena, ao empreendedor de projetos culturais, estudar qual seria a condio ideal do seu projeto e qual lei que melhor se encaixaria. Porm participar em mais de uma lei possvel, mas comum que muitas vezes ocorram conflitos entre leis, que dificulta sua gesto, e consequentemente sua execuo.

    Conclui-se tambm que de grande importncia que projetos de orquestra tenham um programa socioeducativo, que oferea cursos e oficinas populao. Tal programa est

  • 32

    presente no projeto analisado, assim como tambm em outros projetos de orquestras, como o Projeto Guri, Instituto Baccarelli, entre outros.

    Referncias bibliogrficas

    Sites

    Ministrio da Cultura.

    Pgina inicial - 23/09/12 23:30hs o http://www.cultura.gov.br/site/

    Apoio a projetos do fundo nacional de cultura- 26/09/2012 22:30hs o http://www.cultura.gov.br/site/2012/09/21/apoio-a-projetos-do-fundo-

    nacional-da-cultura/ - 26/09/2012 22:30hs

    Secretaria de cultura do estado de So Paulo

    Pgina inicial

    o http://www.cultura.sp.gov.br 27/09/2012 -17:00hs

    O que Programa de Ao Cultural

    o http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.555627669a24dd2547378d27ca60c1a0/?vgnextoid=b787a2767b3ab110VgnVCM100000ac061c0aRCRD - 27/09/2012 -17:00hs

    As siglas e abreviaturas o http://www.shimohara.com.br/siglas.htm

  • 33

    Outros

    Projeto: Orquestra Jovem, processo 01400.027862/2009-86 ProAC Programa de Ao cultural Manual de Orientao

    o http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.555627669a24dd2547378d27ca60c1a0/?vgnextoid=6a33b23eb2a6b110VgnVCM100000ac061c0aRCRD

    Legislao Brasileira

    Lei 8.313, de 1993 - http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/106458/lei-rouanet-lei-8313-91

    Lei 9.874, de 1999 - http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/106459/lei-9874-99 Lei 12.268, de 2006 - http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/159693/lei-12268-

    06-sao-paulo-sp

    Entrevistas

    Entrevista 1: Euznia Batista Ferreira Andrade, secretaria da cultura de Araraquara. Anexo 2.

    Entrevista 2: Pedro A. Rigatto Jr., produtor musical, Associao Cultural Promoart.

    Anexo 3.

    Bibliografia

    MENEZES, Henilton. Lei Rouanet 20 anos depois, 23 de dezembro de 2011, MinC

    MINCZUK, Arcdio. Orquestra Sinfnica do Estado de So Paulo: Histria e concepo, So Paulo, 2005

  • 34

    Trabalho de concluso de curso.

    Instituto de Arte UNESP

    So Paulo, Outubro de 2012

    Autor: Gabriel Dias Garcia

    ______________________________________

    Orientador: Achille Guido Picchi