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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO...................................................................................................03
2. IDENTIFICAÇÃO.....................................................................................................04
3. OBJETIVOS GERAIS..............................................................................................06
4. MARCO SITUACIONAL..........................................................................................08
4.1 Rendimento Escolar..........................................................................................14
5. MARCO CONCEITUAL...........................................................................................18
6. MARCO OPERACIONAL.........................................................................................21
6.1 Organização da vida escolar..............................................................................21
6.2 Quadro de profissionais.....................................................................................21
6.3 Como está organizada a Gestão da instituição.................................................23
6.4 Instâncias Colegiadas........................................................................................23
6.5 Ambientes Pedagógicos....................................................................................26
6.6 Avaliação do Projeto..........................................................................................29
6.7 Proposta de Formação Continuada...................................................................30
6.8 Organização da Hora Atividade.........................................................................31
6.9 Inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais...........................31
6.10 Atendimento na Sala de Recurso e Sala de Apoio..........................................36
6.10.1 Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos
Multifuncionais.........................................................................................................37
6.11 Cultura Afro Brasileira ….................................................................................38
6.12 Estudos sobre o Estado do Paraná …............................................................39
6.13 Sistema de Avaliação do Estabelecimento de Ensino....................................40
6.14 Concepção de Avaliação................................................................................42
6.15 Conselho de Classe........................................................................................43
6.16 Avaliação dos Segmentos do Colégio............................................................45
6.17 Estágio Não Obrigatório.................................................................................45
7. DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS............................................47
8. AGENDA 21...........................................................................................................48
9. ARTICULAÇÃO COM A FAMÍLIA E A COMUNIDADE.........................................49
10. AGENTES EDUCIONAIS I e II..............................................................................49
11.PROJETOS PDE DA ESCOLA...............................................................................53
12.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................64
2
1. APRESENTAÇÃO
O Projeto Político-Pedagógico deste estabelecimento de ensino faz-se relevante
tendo em vista que, em seu sentido político, incita a reflexão e a discussão sobre o
compromisso dos profissionais envolvidos com o ato educativo, no que se refere à
formação dos discentes para a sociedade, e em seu sentido pedagógico, explicíta os
objetivos aos quais a escola se destina no aspecto educativo, bem como os meios que
utilizará para alcançar a sua finalidade.
Por se configurar como uma teorização sobre a prática educativa, com o intuito de
retornar a prática de forma a superá-la qualitativamente, o Projeto Político-Pedagógico,
será constantemente reavaliado. Pois, entendemos que a teorização só tem sentido
quando retorna à prática e como toda prática social possui elementos conflituosos e
contraditórios, que geram uma transformação na realidade, a nova prática surgida da
teoria, deverá novamente ser repensada, caracterizando assim um processo dialético.
Este projeto se caracteriza como um instrumento em busca da autonomia da
escola, no sentido de construção da sua identidade, de redução dos efeitos da divisão e
rotinização do trabalho, da possibilidade dos educadores terem responsabilidade e
liberdade para não serem meros executores de demandas dos órgãos de administração
central.
Assim, este projeto almeja fornecer subsídios para a realização na escola de uma
educação que forneça igualdade de condições de aprendizado a todos os alunos
ingressos nela, independente da desigualdade social a que estejam submetidos na
sociedade capitalista, buscando inclusive a diminuição dos índices de evasão e
repetência que só excluem estes alunos.
Também pretende lançar propostas para uma educação de qualidade, ou seja,
que desenvolva nos educandos as capacidades necessárias para que estes tenham
conhecimento suficiente para compreender e agir na redução das relações de exploração
e desigualdades econômicas presentes em nossa sociedade, não sendo assim, meros
reprodutores, mas transformadores da realidade a qual estão inseridos, podendo avançar
na construção de sua história enquanto sujeitos.
3
2. IDENTIFICAÇÃO
A criação do Colégio Estadual Santa Tereza do Oeste, ocorreu após a
emancipação política da cidade, que se deu em 1989. Pois até esta data, Santa Tereza
do Oeste era distrito do Município de Cascavel, sendo que aqui funcionava a Escola
Consolidada Hélio Balarotti - Ensino de 1º Grau atendendo do Pré à 8ª séries.
Assim, após o pleito eleitoral de 15/11/89, quando elegemos o 1º Prefeito Senhor
Vilson Redivo e com a luta para que o Estado assumisse o ensino de 5ª à 8ª séries, bem
como pela implantação do 2º Grau com o Curso de Educação Geral - Preparação
Universal, é que foi criado o Colégio Estadual Santa Tereza do Oeste - Ensino de 1º e 2º
Graus, com atos de autorização da Resolução nº 239/90 de 13/02/90 e posteriormente a
ato de reconhecimento do estabelecimento, Resolução nº 3370/90 D.O.E. de 23/11/90,
sendo que o Ensino Médio - Educação geral Preparação Universal foi reconhecido
através da Resolução nº 4344/96 e o ato do NRE de aprovação do Regimento Escolar Nº
125/08/2002.
No ano de 1990, respondeu pela Direção a Professora Marli Terezinha Pereira,
sendo que o Colégio já contava com o corpo docente completo e Equipe Pedagógica. O
Colégio começou seu funcionamento atendendo alunos de 5ª à 8ª séries, perfazendo um
total de 434 alunos e a 1ª série do 2º grau um total de 61 alunos, com a implantação
gradativa das séries seguintes.
Em 1991 passou a responder pela direção do Estabelecimento a professora Araci
T.O. Foltz. Ainda no ano de 1991, foi criado através de Resolução nº 598/91 uma Classe
Especial na área de DM (deficiência Mental) para atender os alunos com atraso na
aprendizagem e através da Resolução nº 2219/91 uma Classe Especial na área de DV
(deficiência Visual) para atender aos alunos portadores de cegueira.
No ano de 1993, foi criado com a Resolução nº 6097/93 um Centro de Atendimento
Especializado na área de DA (deficiência Auditiva) para atender aos alunos inseridos no
ensino regular, mas que apresentavam problemas sérios de audição.
De 1992 a 1993, respondeu pela Direção a professora Chirlei Regina Baldessar.
Em 1994, assumiu a Direção a professora Judite Soares de Oliveira Cornelius, sendo que
no final do ano de 94 aconteceram as eleições para o cargo de diretora para a gestão de
1993 a 1997.
Em 1997, houve eleição onde novamente a professora Judite Soares de Oliveira
Cornelius foi re-eleita para exercer o cargo de diretora, gestão 1997 a 2000.
4
De 1997 a 1998, funcionou o Projeto Correção de Fluxo, para atender os alunos
com defasagem idade - série na vida escolar, matriculados na 5ª e 7ª séries do Ensino
Regular, e reverter o quadro de evasão e repetência.
Em 1999, sentiu-se a necessidade de criar o supletivo, fase III - Ensino Médio
Educação de Jovens e Adultos, no período noturno, para os alunos em defasagem de
idade, autorizado através da Resolução nº 846/99.
No ano de 2001, assumiu a direção por indicação dos professores e corpo docente
da escola pelo prazo de 01 ano, o professor GONÇALO GAMARGO, que no final deste
mesmo ano foi eleito diretor pelo voto de pais, alunos e professores para gestão de 2002
à 2004, tendo ele sido aprovado em um teste de conhecimentos gerais realizado pela
Secretaria de Estado da Educação do Paraná.
No período de 2004 a 2005, foi eleita para diretora a professora DEJANIRA DA
SILVA, a qual já compunha o quadro de professores deste estabelecimento, além de ter
sido Secretária de Educação do município por seis anos, sendo bastante conhecida pela
comunidade.
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido, a mesma foi re-eleita para assumir a
direção do colégio na gestão de 2006-2007. E consecutivamente o mandato de 2008 à
2011, tendo como diretora auxiliar Marli Terezinha Pereira.
No ano de 2005, iniciou-se a gradativa extinção da modalidade do Ensino Médio
para Jovens e Adultos, criado no colégio em 1999, devido solicitação feita pela SEED –
Secretaria de Estado da Educação, de um projeto de cessação para o encerramento
gradativo das turmas em andamento.
Todavia no ano de 2009 ocorre o retorno do atendimento da modalidade de
Educação de Jovens e Adultos subsidiado pela instituição, tendo em vista que antes desta
data havia atendimento por meio das APEDs (Ações Pedagógicas Descentralizadas).
Nossa equipe de professores é composta pela direção, direção auxiliar,
pedagogos, professores e funcionários, considera-se mediadora no processo de
ensino/aprendizagem, sendo que, além de termos o comprometimento em transmitir os
conhecimentos científicos, entendemos que incutidos nestes, também devem ser
transmitidos valores culturais, éticos, sociais e políticos.
Pois para nós, o ato de educar está impregnado de compromisso político, na
medida em que devemos fornecer elementos para que os educandos saibam defender
seus direitos, cumprir seus deveres e lutar por uma organização social mais justa. Foi
com este propósito que o Regimento Escolar foi redigido e então aprovado pelo NRE
através do Ato Administrativo nº 686/2007 em 17 de Dezembro de 2007.
5
O colégio está localizado a uma distância de 25 Km de Núcleo Regional de
Cascavel.
3. OBJETIVOS GERAIS
Sendo uma instituição de ensino temos como objetivo principal a transmissão e
produção do conhecimento historicamente acumulado pelo homem para instrumentalizar
o sujeito no sentido de compreender sua realidade social.
A partir de então o coletivo da instituição tem a pretensão de realizar um trabalho
pedagógico que propicie, considerando os limites e as possibilidades da escola pública,
propiciar a formação integral do educando;
Assim, segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) nº
9394/96, citamos os objetivos dos níveis e da modalidade de ensino aqui ofertada.
Portanto, o Ensino Fundamental terá como objetivo, conforme explicitado em seu
artigo 32, a formação básica do cidadão mediante:
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o
pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana
e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
As finalidades do Ensino Médio estão presentes no artigo 35 da LDB e são:
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino
fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas
condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação
ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV – a compreensão dos fundamentos científicos-tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
Ainda em relação ao Ensino Médio, vale destacar que o coletivo da instituição
considera pertinente discorrer sobre a forma como atende aqueles alunos, adolescentes,
que realizaram algum ato de infração e necessitam cumprir medida socioeducativa, há a
6
necessidade de realizar um trabalho em conjunto com as demais instituições sociais, tais
como Ação Social e Conselho Tutelar, para que este adolescente tenha um atendimento
diferenciado no sentido de mudar seu comportamento.
Nosso colégio oferece atualmente Ensino Fundamental Fase II e Médio na
modalidade de Educação de Jovens e Adultos.
A Educação de Jovens e Adultos está contemplada no artigo 37 da LDB e prevê
que esta modalidade de ensino, permita o acesso e a continuidade dos educandos aos
estudos.
Em nosso estabelecimento, estes estudos são ofertados ao nível do Ensino Médio
e, portanto, trazem em si os objetivos já elencados anteriormente, com a diferenciação de
que, devido o EJA atender educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o
compromisso com a formação humana e com o acesso a cultura geral, de modo que os
educandos venham a participar política e produtivamente das relações sociais, com
comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia
intelectual e moral.
7
4. MARCO SITUACIONAL
O Colégio Estadual Santa Tereza do Oeste encontra-se localizado na rua Buenos
Aires 452 no centro da cidade de Santa Tereza do Oeste/PR, sendo o principal colégio na
região, visto que oferece o Ensino Fundamental de 5ª à 8ª séries e Ensino Médio Regular,
e Educação de Jovens e Adultos nos níveis fundamental e médio, enquanto outros
estabelecimentos não ofertam matrícula em todas estas séries.
Ressaltamos que ainda oferecemos os programas de Sala de Recursos, Sala de
Apoio, CELEM – Centro de Língua Estrangeira Moderna nas disciplinas de espanhol e
italiano, um projeto de Viva a Escola, estes serão explicitados no marco operacional.
Dos alunos aqui matriculados, grande parte reside na cidade, sendo que outra
parcela reside na zona rural e no distrito de Santa Maria.
A escolaridade dos pais e mães destes alunos, se constitui como explicitado no
gráfico a seguir, percebe-se que a maioria dos pais tem apenas Ensino Fundamental,
poucos tem formação superior, sendo apenas 4,81% com diploma de Ensino Superior.
RENDA FAMILIAR
Quando tratamos da renda familiar, observamos que uma parcela considerável
das famílias de nossos alunos a renda média das famílias está entre 1 e três salários
mínimos cerca de 70% das famílias, sendo apenas 7 % com renda superior a três
salários.
8
ESCOLARIDADE DO PAI
AnalfabetoFund. Inc.Fund. Comp.Ens, M. Inc.Ens. M. Comp.Ens. S. Inc.Ens. S. Comp.Pós-GraduaçãoNão Informou
7%
47%
13% 13%
46%
2%3%
2%
2%3%
Sobre a participação das famílias em algum programa do governo, observamos a
partir do gráfico que a a principal ajuda recebida é a bolsa família, quando 24% recebem
este auxílio. Porém cerca de 69% não recebem qualquer ajuda do governo.
A orientação religiosa das famílias dos alunos do colégio está assim apresentada:
77 % são católicos, 15% evangélicos, aproximadamente 5% são de outra religião. Fica
claro que assim como a sociedade brasileira, como um todo, a predominância da religião
católica também se faz presente em nossa comunidade.
9
RECEBEM AJUDA GOVERNAMENTAL
Bolsa FamíliaPettiLeite das CriançasBolsa Escola
Sem Renda1 Salário 1 a 3 Salários M.3 a 5 Salários M.+ 5 SaláriosNão Informou
4%
30%
39%
19%
7%1%
Tendo em vista que em nossa escola recebemos alunos da zona rural, sentiu-se a
necessidade de quantificar os alunos desta região a partir da análise do meio de
transporte utilizado para acesso a escola, sendo que 27% são da zona rural e 63% da
zona urbana. Neste sentido entende-se que é necessário estar considerando as
especificidades dos alunos pertencentes a zona rural.
Em relação ao saneamento básico, observa-se que apenas 60% das famílias tem
água tratada em casa, 39% fossa séptica e 81% luz elétrica.
10
Meio de Transportes
ÔnibusBicicletaCarro PróprioA PéNão Responderam
2%
47%
27%
3%
21%
RELIGIÃO
CatólicaEvangélicaOutrasNão Responderam
77%
15%
3%5%
O número de pessoas residentes no domicílio das famílias é assim demonstrado,
17% dos lares estão compostos por três pessoas, 36% tem quatro pessoas, 24% com
cinco pessoas e 21% mais de cinco pessoas na família.
E ainda, sobre o acesso a informação dos alunos podemos verificar que ocorre , de
acordo com o gráfico, que 59% tem apenas acesso a informação pelo rádio e tv, internet
são 21% e jornal impresso apenas 8%.
11
SANEAMENTO BÁSICO
água tratadaesgotofossa sépticafossa negraluz elétrica
COMPONENTES DA FAMÍLIA
3 pessoas4 pessoas5 pessoasmais de 5 pessoasnão responderam
Em relação ao número de pessoas que trabalham 31% apenas uma pessoa
trabalha, 41% duas pessoas, 16% três pessoas e apenas 7% mais de três.
Já explicitadas as características da comunidade escolar, gostaríamos de destacar
que dentre os problemas encontrados neste colégio, temos alguns que não referem-se
somente à nossa realidade, mas são o reflexo de toda a estrutura social que a envolve.
Assim, podemos dizer que devido a crise econômica e social, proveniente do modo de
produção capitalista, que afeta de maneira geral o mundo e mais especificamente, nosso 12
ACESSO A INFORMAÇÃO
rádio, TV, internet, jornal impresso, TV à caborádio, TV, internet rádio, TV, jornal impressorádio, TV rádio, TV à cabonão responderam
TRABALHAM NA FAMÍLIA
1 pessoa2 pessoas3 pessoasmais de 3 pessoasnão responderam
país, evidenciamos situações em que percebemos a exclusão e a marginalidade que o
sistema impõe às famílias e consequentemente aos nossos alunos.
Neste sentido, o desemprego e a falta de condições financeiras para uma vida
digna, afeta tanto a família, quanto o aluno já em idade de inserir-se no mercado de
trabalho. E muitos pais, responsáveis e alunos trabalhadores empregados recebem um
salário abaixo das reais necessidades, cumprindo inclusive uma excessiva carga horária
de trabalho, o que contribui para que as famílias não acompanhem adequadamente os
filhos e que os alunos não dediquem mais tempo aos estudos. A escola implantará o
projeto FICA em conjunto com o Conselho Escolar, o Conselho Tutelar e Ação Social
Sentinela, e toda a Comunidade local visando resgatar os alunos evadidos, propiciando
assim a permanência e o sucesso dos mesmo na escola.
Também há famílias desestruturadas por diversos fatores, sendo que em muitos
casos, os alunos (frutos destas famílias), encontram-se de certa forma, quando não
totalmente, desamparados, sem referencial de conduta e de valores.
Temos ainda alguns alunos usuários de drogas, incluindo aqui o cigarro e o
álcool, além de apresentarem-se agressivos, indisciplinados e desinteressados (sem
perspectiva de futuro), o que é perfeitamente compreensível numa sociedade que poucas
oportunidades oferece.
Percebemos também que uma parcela dos alunos tem o interesse e a atenção
muito mais voltados para mercadorias e informações voláteis e fúteis, transmitidos pela
televisão, internet, revistas, etc.; em detrimento de conhecimentos elaborados, científicos
e de utilidade eterna, e reproduzem na escola a ideologia que estes meios vinculam,
como o prazer individual, independente de ética e de justiça; o consumismo; o desrespeito
ao próximo, inclusive aos pais, a negação da espiritualidade, a valorização da cultura
norte-americana e o desmerecimento e apatia pelo que é brasileiro, entre tantas outras
idéias.
Outros aspectos prejudiciais para um ensino de qualidade é o excessivo número
de alunos em sala, principalmente nas que têm alunos inclusos, as aulas geminadas
(acima de duas aulas seguidas da mesma disciplina), que tornam-se cansativas aos
alunos, o grande número de faltas que os alunos provenientes do meio rural tem, pela
dificuldade em chegar a escola nos dias de chuva devido a inviabilidade de transporte e o
remanejamento excessivo de alunos de um período para o outro e de uma sala para
outra, o que ocorre por motivos de trabalho ou por dificuldades de relacionamento entre
os alunos.
Sobre os materiais de apoio pedagógico e a estrutura física da escola,
entendemos que devem ser feitos esforços para propiciar no trabalho com o aluno o uso
13
de computadores, sala de vídeo fixa, multimídia, DVD, material esportivo e quadra coberta
(principalmente para a prática de Educação Física) e laboratório melhor equipado.
Quanto ao trabalho exercido pelos professores, os problemas evidenciados em
alguns casos referem-se a necessidade de transmissão dos conteúdos de forma
interdisciplinar, estabelecendo relações com todas as áreas do conhecimento, a
diminuição do número de faltas, a necessidade de que todos os integrantes da escola,
principalmente os professores tenham um objetivo comum, sendo comprometidos com o
desenvolvimento dos alunos e realizando ações combinadas coletivamente.
Em relação ao trabalho das pedagogas, o mesmo também fica comprometido
devido alguns fatores como: constantemente ter que substituir professores que faltam,
cumprir funções alheias a sua como inspecionar o pátio, abrir e fechar salas, entre outros.
Daí a necessidade da inclusão no quadro de funcionários da escola por parte dos
órgãos estaduais responsáveis, de um professor auxiliar para a substituição de
professores que faltam e da contratação de inspetores de pátio e de guardas para os
portões que estejam aptos para exercerem a função.
Também é uma das necessidades da escola, o oferecimento aos alunos de uma
merenda mais diversificada, aproveitando os recursos da horta.
4.1RENDIMENTO ESCOLAR
Neste item o coletivo da instituição tem como objetivo analisar as alterações no
processo de ensino aprendizagem, entre os anos de 2007-2009, com base na avaliação
do resultado final de aprovados, reprovados e abandono em cada série. Não realizamos
ainda uma distinção entre os períodos, dessa foram os dados abaixo relacionados dizem
respeito ao todo da instituição.
14
Quando realizamos a análise do resultado final da 5ª série, podemos observar que mesmo
com o aumento do número de alunos, houve uma redução na quantidade de alunos reprovados e
mesmo de abandonos. Destacamos que a partir de 2007 os alunos da 5ª série estão tendo
atendimento em contra turno na Sala de Apoio de Língua Portuguesa e Matemática.
15
5ª SÉRIE 6ª SÉRIE 7ª SÉRIE 8ª SÉRIE
5ª SÉRIE 6ª SÉRIE 7ª SÉRIE 8ª SÉRIE
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
RENDIMENTO ESCOLAR ENSINO FUNDAMENTAL - 2007
APROVADOSREPROVADOSABANDONO
5ª SÉRIE 6ª SÉRIE 7ª SÉRIE 8ª SÉRIE
0
20
40
60
80
100
120
140
160
RENDIMENTO ESCOLAR ENSINO FUNDAMENTAL - 2008
APROVADOSREPROVADOSABANDONO
Em relação as demais turmas do Ensino Fundamental, constatamos que o ano de
2008 houve um número considerável de reprovados.
No que tange as séries do ensino médio o principal problema está no alto índice de
evasão, especialmente no período noturno. Destacamos que no diurno praticamente não
há evasão. Constatamos ainda que a série com mais evasão era 1ª série, que a partir de
2008 houve uma redução no índice, porque a partir de então foi aberta mais uma turma
da referida série no período da manhã.
16
5ª SÉRIE 6ª SÉRIE 7ª SÉRIE 8ª SÉRIE
0
20
40
60
80
100
120
140
160
RENDIMENTO ESCOLAR ENSINO FUNDAMENTAL - 2009
APROVADOSREPROVADOSABANDONO
17
1ª SÉRIE 2ª SÉRIE 3ª SÉRIE
0
20
40
60
80
100
120
140
RENDIMENTO ESCOLAR ENSINO MÉDIO - 2007
APROVADOSREPROVADOSABANDONO
1ª SÉRIE 2ª SÉRIE 3ª SÉRIE
0
20
40
60
80
100
120
140
RENDIMENTO ESCOLAR ENSINO MÉDIO 2008
APROVADOSREPROVADOSABANDONO
5. MARCO CONCEITUAL
Em nosso colégio, foi evidenciada por toda a equipe pedagógica o anseio de que
o trabalho desenvolvido no estabelecimento seja conduzido por uma perspectiva histórico-
crítica, tendo como método de conhecimento o Materialismo Histórico-Dialético e como
opção psicológica a Psicologia Histórico Social desenvolvida por Vygotski.
Destacamos que o conhecimento da realidade pressupõe um método de
conhecimento, o qual é uma forma de olhar para a realidade, assim de acordo com o
método “escolhido” pelo coletivo da instituição será a forma como percebemos a
realidade. Ressaltamos que a escolha feita é pelo Método Materialista Histórico Dialético,
o qual tem como pressuposto norteador considerar a forma como o homem se produz na
sociedade, por meio de sua interação com a natureza.
Entretanto, em alguns momentos de nossa prática, percebemos que ela não se
efetiva neste sentido, contradizendo-se com a teoria que acreditamos ser a que nos
fornece elementos para a superação de uma escola reprodutivista das condições
colocadas na sociedade capitalista.
18
1ª SÉRIE 2ª SÉRIE 3ª SÉRIE
0
20
40
60
80
100
120
140
RENDIMENTO ESCOLAR ENSINO MÉDIO - 2009
APROVADOSREPROVADOSABANDONO
Neste sentido, entendemos que um importante passo para que a nossa
concepção teórica se concretize na prática, é a teorização da mesma explicitada neste
Projeto Político-Pedagógico, pois quanto mais clara for a compreensão sobre a postura
adotada pelo estabelecimento, maiores também serão as possibilidades desta teoria
aproximar-se da prática.
Assim, pretende-se que o trabalho tenha como ponto de partida a prática social
inicial dos alunos, ou seja, que leve em consideração os conhecimentos que estes trazem
das experiências que tiveram em suas vidas, do senso comum.
Neste sentido retomamos que a Pedagogia Histórico-Crítica1 tem como objetivo a
a identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber objetivo
produzido historicamente, reconhecendo as condições de sua produção e
compreendendo as suas principais manifestações, bem como as tendencias atuais de
transformação, e ainda a conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná-
lo assimilável pelos alunos das camadas populares e que os alunos aprendam o processo
da produção do conhecimento.
Assim, a prática social inicial dos alunos será então problematizada, questionada,
sistematizada no ambiente escolar, configurando-se esta etapa do processo como
fundamental para a realização do processo ensino/aprendizagem. Pois, é pela
problematização, pelo levantamento de dúvidas e de necessidades de respostas ao que
exerce na prática, que o aluno sentir-se-á desafiado a agir em busca do conhecimento.
Mobilizar o interesse do aluno através de questionamentos que levem à investigação e a
pesquisa, proporcionando e construindo o conhecimento coletivo.
Se essa necessidade de busca do conhecimento for salientada nos educandos, a
aprendizagem acontecerá de forma significativa, possibilitando a transição entre a prática
e a teoria, elevando os alunos a aquisição dos conhecimentos científicos historicamente
acumulados pela humanidade.
Mas, para que o fazer cotidiano dos alunos, seja conduzido para a obtenção de
uma cultura elaborada, é necessário que após a problematização, os alunos sejam
instrumentalizados para a resolução destes problemas.
Significa dizer que os sujeitos da aprendizagem devem ser confrontados com o
objeto sistematizado do conhecimento, ou seja, com o conteúdo que deve partir do
1 Síntese elaborada pelas alunas Diana Cristina de Abreu, Edna Cristina Bueno Bighi Gazim, Eloína Alves dos Santos Suss, Luciana
Szenczuk, Marcia Maria da Silva e Rúbia Helena Naspolini Coelho na disciplina Produção Social do Saber e Organização Escolar:
Questões conceituais e metodológicas, ministrada pela professora Maria Madselva F. Feiges, Curso de Especialização em
Organização do Trabalho Pedagógico, Setor de Educação da UFPR, Curitiba, 2003.
19
professor, com a ação intencional de que os alunos se apropriem do mesmo pela
necessidade posta em evidencia num momento anterior.
Após a construção do conhecimento, deve haver o momento da catarse, onde o
aluno deve ser capaz de sintetizar, de mostrar o quanto se aproximou da solução dos
problemas levantados em sua prática, marcando sua nova posição em relação ao
conteúdo e à forma de sua construção social e sua reconstrução na escola.
Como ponto de chegada do processo pedagógico na concepção histórico-crítica,
temos novamente a Prática Social, denominada neste momento de Prática Social Final.
Esta admite que tanto alunos quanto educadores, ao final do processo, tenham se
modificado intelectual e qualitativamente, adquirindo maior compreensão científica e que,
juntamente com a transmissão dos conteúdos, tenham desenvolvido um conhecimento
aprofundado sobre a realidade social que os cerca, de forma que seus saberes
ultrapassem a instituição escolar, tornando-se uma prática social.
Sabemos que a transposição dos conhecimentos adquiridos na escola,
encontrará na sociedade capitalista, logo, nas desigualdades sociais, no trabalho
alienado, na exploração, entre outros, barreiras para se concretizar.
Mas, como afirmamos de início, também acreditamos que a escola não é apenas
uma instituição reprodutivista da sociedade, e sim uma das instituições que, em conjunto
com outras instâncias, contribui para a superação do sistema.
E neste sentido, queremos fazer uso das palavras de GASPARIN2, o qual explicita
em que sentido compreendemos a possibilidade de uma ação educativa transformadora:
Entende-se que não são as ações individuais que transformarão a escola e as estruturas sociais. Todavia, se o educando não for desafiado a pôr em prática, numa determinada direção política, os conhecimentos adquiridos ou construídos na escola, todo o trabalho despendido para usar esse método de ensino-aprendizagem assemelhar-se-á aos tradicionais, aos escolanovistas e tecnicistas: não irá além da sala de aula.
Assim, é sobre esta concepção teórica que constituiremos nossa prática
pedagógica, tendo em vista garantir a todos os alunos, mais especificamente aos
provenientes das classes historicamente dominadas em nossa sociedade, o acesso aos
conhecimentos científicos e sistematizados, visto que estes também historicamente
sempre estiveram sobre o poder e a serviço das classes dominantes, sendo expropriados
das classes subalternas.
2 GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico crítica. 2 ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2003. p. 146
20
Pretendemos assim, fornecer instrumentos para que os alunos desenvolvam a
consciência de classe e os conhecimentos ao atendimento de suas necessidades para
que possam transformar a realidade em que encontram-se inseridos.
Salientamos que a instituição trabalha na perspectiva da educação inclusiva,
neste sentido considera aquilo que propõe a Politica Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), que tem como objetivo garantir o acesso, a
participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação na escola regular, orientando para a
transversalidade da educação especial, o atendimento educacional especializado.
6. MARCO OPERACIONAL
6.1. ORGANIZAÇÃO DA VIDA ESCOLAR
Período Entrada Saída Turmas Número de alunosManhã 7h 45min 11h 55min 5ª. A,
6ªs. A e B,
7ªs. A e B,
8ªs. A e B ,
1º A, B e C,
2º A e B
3ºA
34
64
64
67
121
72
37Tarde 13h10min 17h25min 5ºs. B, C, D e E
6ª s. C , D e E,
7ª s. C, D e E
8ªs. C, D e E.
121
107
78
76Noite 19h 23h 1º D e E
2º C e D
3º B, C e D.
84
79
91Viva Escola 13:10 min. 14:50 min. EF e EM 30Espanhol
(intermediário)
Tarde EF e EM 20
Espanhol Noite EF e EM 30
A organização do tempo escolar ocorre de forma seriada.
6.2. QUADRO DE PROFISSIONAIS ADMINISTRATIVO E PEDAGÓGICO)
NOME FORMAÇÃO FUNÇÃO
1. Adelma Wachsmann Superior Completo Equipe Pedagógica2. Adriana Fátima de Souza Reginatto Superior Completo Agente Educacional II
21
3. Albani T. A Chiaretti Esino Médio Incompleto Agente Educacional I4. Alice Maria Carneiro de Lima Ensino Médio Completo Agente Educacional I5. Alinne Martins de Souza Superior Incompleto Professora6. Ana Maria Rodrigues de Aquino Superior Completo Professora7. Ângela Aparecida Bergamo Guedes Superior Completo – Ciências Professora8. Angelina Maria Fernandez Ensino Médio Completo Agente Educacional I9. Carla Franciele de Lima Superior Incompleto Agente Educacional II10. Cassio Fernando Puerari Superior Completo Professor 11. Cláucia Blaut Dolr Superior Completo Agente Educacional II12. Cláucia Blaut Dolr Superior Completo Agente Educacional II13. Cleonice Maria Maximowitz Prause Superior Completo Secretária14. Cristiane Carvalho Superior Completo Professora 15. Daniele Bertollo Superior Completo Professora16. Dayane Regina Garcia Superior Completo Professora 17. Dejanira da Silva Superior Completo Diretora18. Derli Villetti Ensino Médio Incompleto Agente Educacional I19. Devanir da Silva Superior Completo – Geografia Professora20. Dirlei Lorenzatto Superior Compĺeto Professora 21. Eliana Janice Krohn Superior Completo Professora 22. Eliane dos Santos Zanchim Superior Completo Professora 23. Elíria Fátima Schmidt de Oliveira Superior Completo – Matemática Professora24. Elizabeth Vogel Ensino Médio Completo Agente Educacional I25. Erico Fernando da Silva 'Superior Completo Professor26. Fernanda Chiodelli Superior Completo Professora 27. Francieli Raquel Schawinski Superior Completo Professora28. Geani Mello D. Dos Santos Superior Completo Professora29. Gelsini Villetti Ferreira Ensino Médio Incompleto Agente Educacional I30. Guiomar dos Santos Superior Completo Professor 31. Helena Flor de Lima Superior Completo - História Professora32. Hélio Lanza Junior Superior Completo – História Professor33. Irenice Aparecida Gongora Superior Completo Professor 34. Ivan Luiz Chimento Superior Completo Professor35. Ivan Luiz Chiumento Superior Completo – Arq. Urbanismo Professor36. Ivani Maria Barete de Paiva Superior Completo Equipe Pedagógica 37. Ivanir Soares de Oliveira Lima Ensino Médio Completo Agente Educacional I38. Izabel Maria Carreira Superior Completo – Ed. Física Professora39. Jacione Margarida Otto Paraguaio Ensino Médio Completo Agente Educacional II40. Janete Moresco Gaspar Superior Completo - Letras Professora41. Janete Schmidt Proença Superior Completo – Letras Professora42. Janete Vodonis da Silva Ensino Médio Completo Agente Educacional I43. Janete Weidmann Appi Superior Completo – Geografia Professora44. Jocilene Olavo de Oliveira Superior Completo Equipe Pedagógica 45. Joel Soriano Muniz Superior Completo Professor46. Joze Andréia da Rocha Superior Completo Professora47. Jucelda Soares da Silva Ensino Médio Completo Agente Educacional I48. Judite Soares de Oliveira Cornelius Superior Completo - Matemática Professora49. Julina Soares de Oliveira Marciniak Superior Completo – Geografia Professora50. Keila Cristina Pereira Superior Completo Equipe Pedagógica 51. Kelly Kuznik Webber Ensino Médio Completo Agente Educacional II52. Lairce Maria Canabaro Marciniak Superior Completo – Letras Professora53. Leocilda Sandra de Paiva Superior Completo Agente Educacional II54. Luci de Moraes Zanella Ensino Médio Incompleto Agente Educacional I55. Marcia Rosane Beck Colombo Superior Completo Professora56. Maria de Lourdes de L. S. de Matos Superior Completo – Letras Professora57. Maria Salete Calixto Superior Completo Professora58. Marielly Lautert Superior Completo Professora59. Maristela Conte Superior Completo Agente Educacional I60. Mariza Terezinha Rodrigues Proença Superior Completo – Ciências Professora61. Marlene da Rosa Lopes Superior Completo – Ciências Professora62. Marlete Pereira da Silva Superior Completo – História Professora63. Marli Terezinha Pereira Superior Completo Diretora- Auxiliar
22
64. Mecera Maria Boneti Superior Completo Equipe Pedagógica 65. Meire Regina Lopes de O. Dalcol Superior Completo – Ed. Artística Professora66. Nelvi Malokowski Algeri Superior Completo – Letras Professora67. Ofélia Calisto Horn Superior Completo Agente Educacional II68. Ofélia Calisto Horn Superior Completo Agente Educacional II69. Rafael Demetrio da Silva Superior Completo – Ed. Física Professor70. Rodrigo Fuzão Superior Completo – Matemática Professor71. Roseli Soares Ensino Médio Completo Agente Educacional I72. Roseli Soares de Oliveira Ensino Médio Completo Agente Educacional I73. Salete Moraes Matos Superior Completo – Ciências Professora74. Salete Piovesan Superior Completo - Geografia Professora75. Simone Aparecida Ferreira Superior Completo Professora76. Simone Denize Pereira Batistela Superior Completo - Química Professora77. Sonia Mara da Rocha Superior Completo Professora78. Sonia Mariza Schmidt Proença Tonin Superior Completo – Letras Professora79. Sueli Gedoz Superior Completo Professora80. Teresinha Maria Waschmann Superior Completo – Ed. Artística Professora81. Thiago Callegari Ribeiro Superior Completo Professor82. Vanderléia Bazo Superior Completo Professora83. Vilma Ferreira Gomes Superior Completo Professora84. Zenilda Ferreira Gomes Superior Completo – Letras Professora
6.3. Como está organizada a Gestão do Colégio
Quando se trata da organização e finalidade da Gestão democrática, considera-se
uma organização envolvendo de forma participativa de toda comunidade escolar nas
decisões em reuniões com Conselho Escolar, APMF e Grêmio Estudantil bem como no
Conselho de Classe e reuniões pedagógicas.
Com relação às eleições para direção, têm sido realizadas conforme a legislação
vigente.
As relações de trabalho no colégio têm o objetivo de manter um relacionamento
profissional, ético e agradável.
Destacamos que o coletivo escolar entende Gestão Democrática3 como a efetiva
participação da comunidade escolar nos processos de decisão e escolha dos dirigentes.
O coletivo de profissionais da educação tem consciência de que é preciso
possibilitar uma ação intencional sistemática voltada à articulação dos segmentos
escolares, tendo em vista a organização, mobilização e formação política do coletivo
escolar.
Consideramos que há a necessidade de uma formação de educação política para o
acesso da comunidade na gestão dos segmentos da escola.
3As discussões do coletivo escolar desta instituição estão pautadas no texto produzido pela professora Nádia Artigas apresentado no I Encontro das instâncias colegiadas CGE/NRE em 2010. Texto disponível no endereço: <http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=93>
23
6.4. INSTÂNCIAS COLEGIADAS DO COLÉGIO
As instâncias colegiadas desta instituição de ensino estão representadas pelo
Conselho Escolar, como órgão soberano de decisões; a a APMF e o Grêmio Estudantil.
Os estatutos das instâncias estão no volume II deste documento.
O coletivo escolar compreende que há a necessidade de uma formação específica
para que os membros que atuam nestas instâncias possam contribuir efetivamente no
processo de Gestão Democrática. Todavia, também compreendemos a dificuldade em
realizar tal formação, especialmente com aqueles que não são funcionários da instituição.
Compreendemos ainda que há a necessidade de uma atuação efetiva de todos os
funcionários da escola para que as Instâncias Colegiadas possam desempenhar suas
legitimas funções.
Destacamos que dentre as Instâncias Colegiadas o Conselho Escolar é o órgão
máximo de decisões da instituição, sendo responsável pela discussão, aprovação e
encaminhamentos das questões pedagógicas e financeiras.
O Conselho Escolar é o órgão máximo de gestão no interior da escola. É por ele
que passam discussões importantes como a construção do Projeto Político-Pedagógico,
da Proposta Pedagógica Curricular, do Plano de Ação da escola e do Regimento Escolar.
Relação de membros do Colégio Estadual Santa Tereza do Oeste – Gestão
2009-2011 segue abaixo:
Diretor: Dejanira da Silva e Marli Terezinha Pereira
Representante da equipe pedagógica: Silvana Lazzarotto
Representante do Corpo Docente: Representante dos Professores do Ensino Médio:
Nelvi M. Algeri;
Suplente: Larice Marciniack; Representante dos Professores do Ensino
Fundamental: Julina de O Marcianick; Suplente: Salete Piovesan
Representante dos funcionários administrativos: Cleonice Maria Maximowitz Prause;
Suplente: Carla F. De Lima;
Representante dos Funcionários de Serviços Gerais: Ivanir S. De Oliveira Lima;
Suplente: Angelina M. Fernandez
Representante do Corpo Discente: Adrielly de Oliveira Dalcol, Suplente: Camila
Aparecida de Andrade
Representante de pais de alunos: José Erdi Dalcol
Suplente: Kelly Kuznik Weber
Representante dos movimentos sociais organizados da comunidade:
* Igreja Evangélica Pentecostal “Brasil Para Cristo”;
24
Edmilson Inácio da Silva
Suplente: Antonia Maria Rossi.
* Igreja do 7º Dia: Angela Ap. Bergamo;
Suplente: Dacir Alves.
* Secretaria Municipal de Saúde: Luciane Cristina Lisboa; 3231-2635
Suplente: Adelina AP. Machado.
* Igreja “Sara Nossa Terra”: Dirlene Beatriz B. Sabatino;
Suplente: Maristela Conte.
* Secretaria de Educação: Ofélia Calisto
Suplente: Elaine Inês Nicolay.
* Acão Social: Danieli Diehl
Suplente: Sandra Franceschini.
* Conselho Tutelar: Marilene dos Santos Maia
Suplente: Alzira Aparecida Ferreira da Luz.
A APMF – Associação de Pais Mestres e Funcionários, é a entidade que
representa o corpo docente. A intenção é possibilitar por meio das APMFs, a aproximação
da Comunidade com o Projeto Político-Pedagógico da escola principalmente no suporte
aos Programas Culturais, Esportivos e de Pesquisa. Esse elo de ligação constante entre
pais, professores e funcionários com a Comunidade, prima também pela busca de
soluções equilibradas para os problemas coletivos do cotidiano escolar, dando suporte a
Direção e Equipe, visando o bem estar e formação integral dos alunos.
APMF – Gestão 2010-2012
Presidente: Elvio Lapazini
Vice-Presidente: José Erdi Dalcol
1ª Secretária: Silvana Lazzarotto Schmitt
2º Secretário: Lourival Giansante
1º Tesoureiro: Marli Terezinha Pereira
2º Tesoureiro: Valmor Reuter
Diretor Social Cultural: Claudio Honorio
Diretor Social Cultural: Lauri Mendes
Conselho Fiscal: Eder C. Da Silva
Conselho Fiscal: Alzeni Leite
Conselho Fiscal: Rodrigo Fuzão
Conselho Fiscal: Izabel Carreira
25
Conselho Fiscal: Janete Vodonis
Conselho Fiscal: Maciel de Lima
Conselho Fiscal: Rosane Compagnon
Conselho Fiscal: Angelo Appi
Conselho Fiscal: Jucélia de Lima
Grêmio Estudantil:
O Grêmio Estudantil é o órgão de representação discente, que visa defender os
interesses individuais e coletivos dos educandos, possibilitando a participação efetiva dos
educandos nas decisões na instituição que pertencem. Ainda contribuir para a
possibilidade de participação dos alunos em entidades estudantis, tais como UMEs –
Uniões Municipais de Estudantes Secundaristas, UPES – União Paranaense de
Estudantes Secundaristas e UBES – União Brasileira de Estudantes Secundaristas.
A gestão do Grêmio Estudantil Santa Tereza do Oeste – GESTO está assim
definida:
Presidente: Aline Gollub 7ª série E
Vice-Presidente: Vinicius Mateus 6ª série C
Tesoureiro: Viviane Gonçalves Azevedo 8ª série C
Secretária: Marcela Zanchim 1ª série A
Diretor de Esporte: Fernando Ianeski 8ª série E
Diretor de Cultura: Jocemar Figueiredo Picoli 8ª série E
Diretor de Imprensa: Luana Ferreira Cunha 7ª série D
Diretor Social: João Paulo Lissaraça 8ª série E
6.5. AMBIENTES PEDAGÓGICOS DISPONÍVEIS (ESPAÇOS FÍSICOS):
1. 12 salas de aula ensino regular
2. 1 sala de recurso e apoio
3. 1 biblioteca
4. 1 sala de áudio-visual
5. 1 sala destinada ao laboratório de informática
6. 1 laboratório
7. 1 laboratório de informática
8. 1 sala de professores
9. 1 sala da direção
10.1 sala da coordenação
11.1 secretaria
26
12.1 cozinha
13.1 sala
14.1 sala de almoxarifado de educação física
15.1 sala para cantina
16.1 sala de almoxarifado geral
17.1 banheiro para professor - masculino
18.1 banheiro para professor – feminino
19.1 banheiro feminino – alunos
20.1 banheiro masculino – alunos
21.1 saguão coberto
22.1 quadra esportes
23.1 banheiro adaptado para deficientes físicos
24. rampas de acesso a todos os espaços da escola
Com relação às metas estabelecidas através dos anseios da comunidade escolar,
faz-se necessário estabelecer as linhas de ação para atingí-las, tendo em vista as reais
possibilidades de transformação das práticas educacionais e da estrutura física da escola,
considerando os limites que nos são impostos pelas políticas educacionais e pelo sistema
social em sua totalidade.
Assim, a Equipe Pedagógica e demais profissionais desta escola, dispensarão
coletivamente esforços para a efetivação dos seguintes itens:
Buscar-se-á elaborar o cronograma pedagógico (horário das aulas), de forma a
evitar aulas geminadas quando as mesmas forem inconvenientes para o bom
aproveitamento do aprendizado dos alunos;
Com o auxílio dos professores, será feita a distribuição dos alunos por turma,
garantindo a heterogeneidade, principalmente com relação a indisciplina;
Elaborar um controle para a distribuição do número de alunos por turma e por
período para que o mesmo aconteça de forma mais igualitária;
Realizar o remanejamento de alunos de turma ou de período, somente em
casos extremos;
Reivindicar a implantação nas escolas de um professor auxiliar fixo para casos
de substituição e/ou auxílio para os professores ao Núcleo Regional de
Educação e aos demais órgãos competentes para a questão;
Em todos os turnos, deverá ter um inspetor de pátio e um guarda no portão;
27
Solicitar das autoridades o patrulhamento escolar, nos turnos em que se julgar
necessário;
Que supridos os entraves que dificultam o exercício da real função da Equipe
Pedagógica, esta possa desempenhar com maior êxito trabalhos de prevenção
e não apenas de resolução de dificuldades já constatadas, sobre a relação do
processo ensino/aprendizagem, problemas comportamentais dos alunos,
motivação, valores éticos e morais, formação continuada de professores,
promoções, atividades extra-classes, entre outros;
Promover momentos de encontro entre os professores da mesma disciplina
para que estes possam trocar experiências construtivas para a sua prática,
exercendo-a de forma mais coerente;
Repassar a todas as pessoas as informações necessárias para que executem
de maneira satisfatória e organizada o seu trabalho, evitando contradições;
Estabelecer momentos para a tomada de consciência por parte de todas as
pessoas envolvidas nas atividades da escola sobre a participação e postura
necessária a ser adotada para que as decisões tomadas coletivamente para a
resolução de dificuldades apresentadas no cotidiano, realmente se efetivem;
Maior cobrança por parte da direção e dos pedagogos para que as decisões
coletivas sejam cumpridas tanto por parte dos alunos, quanto pelos
professores;
Propiciar junto a todos os integrantes da escola, principalmente Equipe
Administrativa, momentos de reflexão sobre a importância de estabelecer um
bom relacionamento com pais, alunos e toda a comunidade escolar;
Cobrar uma postura adequada com o exercício da profissão educativa, de
todos os envolvidos com a escola, sobre o tratamento dispensado às pessoas;
Efetivar na transmissão dos conhecimentos específicos das disciplinas,
relações com temas pertinentes e com a prática social dos alunos;
Priorizar o atendimento das necessidades que envolvem o processo ensino/
aprendizagem, secundarizando a importância, mas não deixando de executar,
outras atividades a que a escola também se presta;
Planejar organizadamente e de forma proveitosa aos pais ou responsáveis dos
alunos, momentos de confraternização, de palestras sobre temas atrativos e
importantes para os mesmos, de forma a desenvolver nestes o prazer em
participar da vida escolar dos filhos;
28
Após ou juntamente com este trabalho de aproximação dos pais ou
responsáveis do ambiente escolar, solicitar também que participem de
reuniões mais formais sobre o aprendizado dos alunos;
Quando da solicitação da participação dos pais ou responsáveis para a
tomada de decisões no ambiente escolar, antes destes emitirem qualquer
opinião ou votarem a respeito, dispensar aos mesmos todas as informações
necessárias e claras sobre o assunto, pois sem estarem preparados para o
processo de tomada de decisões, a Gestão Democrática não se efetiva de
forma real;
Solicitar aos órgãos ou instituições competentes, enfaticamente, o apoio de
profissionais especializados para o atendimento de problemas
comportamentais dos alunos considerados como casos mais graves;
Organizar no início dos semestres, um cronograma com todos os detalhes do
acontecimento de eventos pedagógicos como apresentações, hora cívicas e
outros, a ser afixado em mural e seguido rigorosamente, sendo permitida a
alteração somente em casos específicos;
Garantir aos alunos, atividades atrativas, pedagógicas, vinculadas a uma
postura política crítica e emancipadora, tanto no cotidiano da sala de aula
quanto nos eventos periódicos da escola, com a participação de toda a Equipe
Pedagógica;
Realizar promoções para arrecadar recursos a serem investidos na melhora da
estrutura física e na aquisição de materiais pedagógicos para a escola, visto
que os recursos provenientes do Estado, são insuficientes para a demanda
das necessidades;
Elaborar projetos em parceria com todos os professores, pedagogos e direção
e comunidade escolar e local, sobre meio ambiente, paz, drogas, álcool,
direitos e deveres, ética, consumismo, patriotismo, valorização das culturas
regionais brasileiras, cultura afro e cidadania, entre outros temas pertinentes;
Formular um plano de ação para conscientizar a comunidade em geral sobre a
necessidade de preservação do meio ambiente em que vivemos, de forma que
esta proposta envolva a escola, prefeitura, câmara de vereadores, empresas e
instituições de Ensino Superior, buscando também junto aos meios de
comunicação a divulgação sobre a importância de dar sequência ao projeto da
coleta seletiva de resíduos sólidos, através de comitês sócio-ambientais dentro
da escola e do município, concretizando assim a Agenda 21;
29
Organizar um cardápio do lanche da escola, promovendo um enriquecimento
da dieta alimentar;
Requerer às autoridades competentes, junto com a comunidade residente no
meio rural, a melhoria das estradas, possibilitando que os alunos possam
comparecer ao colégio inclusive em dias de chuva;
Organizar um espaço com os materiais pedagógicos necessários para as
atividades escolares, onde só tenham acesso para disponibilizar aos
professores e fazer o controle dos mesmos, as pedagogas e a direção.
Queremos ressaltar aqui que estes marcos operacionais explicitam em linhas de
ações gerais, as principais possibilidades de interferência na realidade escolar. Porém, no
decorrer da aplicação das mesmas em termos práticos, são passíveis de
complementação e alterações, adequando-se a novas necessidades que possam surgir.
6.6. AVALIAÇÃO DO PROJETO
O Projeto Político-Pedagógico deste estabelecimento foi elaborado a partir de
discussões coletivas com os professores e funcionários do colégio em cursos de
capacitação, reuniões pedagógicas e grupos de estudo, sendo também realizadas
pesquisas junto à comunidade escolar para caracterizar este documento com os anseios
e o perfil social da mesma.
Mais especificamente em relação às pedagogas, estas também participaram de
Jornadas Pedagógicas, onde foram estudados e discutidos de forma aprofundada os
elementos que compõem o referido documento.
Foram estes e outros estudos realizados pelas pedagogas que permitiram
coordenar os encontros, discussões, pesquisas e a sistematização destes em forma de
texto para a efetivação deste Projeto Político-Pedagógico.
Após ampla retomada dos aspectos aqui expostos junto à Equipe Pedagógica e
funcionários, ficou evidenciado que estes realmente atendem ao intuito de fornecer
subsídios teóricos para o melhoramento de nossa prática educativa.
A equipe ressaltou no entanto que, para a concretização dos anseios e dos
compromissos aqui colocados, todos os integrantes do colégio devem ter estes objetivos
e buscá-los executar diariamente em seu trabalho, mantendo assim a coesão no grupo de
forma que coletivamente, possamos consolidar nossos propósitos.
Como já afirmamos ao longo deste Projeto Político-Pedagógico, o mesmo foi
construído coletivamente e portanto, assim deverá ser posto em prática, sendo que 30
sempre que se fizer necessário, será retomado para possíveis reflexões, discussões e/ou
alterações.
A avaliação do projeto será realizada em reuniões pedagógicas, reuniões
extraordinárias com conselho escolar, APMF e Grêmio Estudantil e a comunidade escolar.
6.7. PROPOSTA DE FORMAÇÃO CONTINUADA
De acordo com o artigo 61 da lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96, a
formação dos profissionais da educação deve estar pautada nos objetivos de cada nível e
modalidade de ensino, considerando cada fase de desenvolvimento do educando.
Dessa forma destacamos que a formação continuada tem como finalidade
instrumentalizar os professores e demais funcionários da escolar no sentido de contribuir
para melhores condições de educação, ou seja, contribuir para que a escola possa
desempenhar sua função social, já mencionada no texto deste projeto.
Assim é importante que a teoria esteja associada a prática, onde a formação e as
experiências sejam utilizadas nesta prática diária.
Neste sentido o Colégio Estadual estará incentivando e propiciando a participação
dos funcionários em geral nos cursos, palestras, simpósios, seminários e etc., ofertado
pelo NRE, SEED entre outras instituições.
Esta capacitação também acontecerá em momentos reservados para reuniões
pedagógicas no Colégio no decorrer do ano letivo.
6.8 ORGANIZAÇÃO DA HORA ATIVIDADE
A hora atividade está organizada de acordo com o que garante à lei 6672 do plano
de carreira vigente, neste sentido a carga horária do professor contempla período para
atividades extra-classe, ou seja, para a preparação de aulas, desenvolvimento de
projetos, correção de atividades e para estudo.
As horas atividades são desenvolvidas na escola, para a distribuição das mesmas
entre as disciplinas, levou-se em consideração os cursos que serão ofertados pelo Núcleo
Regional da Educação, cursos específicos ofertados pelo município, procurou-se
contemplar horário conjunto por disciplina, bem como o objetivo de propiciar trocas de
conhecimentos e práticas entre os docentes da mesma disciplina e ou disciplina diversa.
A hora atividade é de extrema importância para a qualidade do trabalho docente,
porque ao dispensar tempo para estudo e preparação de sua prática docente, os
professores estarão propiciando qualidade de educação para os alunos. Neste sentido, o
31
coletivo escolar está inserido nos debates sindicais que defendem um terço de hora
atividade.
6.9. INCLUSÃO DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS
Na educação o direito a diferença, compreende a construção de um espaço
dialógico, no qual as diferenças se complementem e não sejam questão de exclusão,
tendo currículos abertos e flexíveis, possibilitando reflexão crítica sobre a atual situação
das pessoas com necessidades educativas especiais.
Já nas diretrizes curriculares estão contempladas nas ações voltadas ao
atendimento das pessoas com necessidades educativas especiais, visando a educação
de qualidade para todos.
O grande desafio da inclusão para os educadores é buscar uma proposta de
ensino que reconheça e valorize as práticas culturais, considerando a diversidade dos
alunos inclusos e possibilitando que estes alunos adquiram o conhecimento
historicamente produzido.
Como uma escola inclusiva é importante possibilitar trabalho pedagógico
direcionado a atender todos, indistintamente, através de adaptações curriculares
buscando a garantia do acesso e permanência do aluno na escola.
Na organização das turmas percebe-se a heterogeneidade, onde as diferenças ora
enriquecem o trabalho do professor e o crescimento das pessoas envolvidas no processo
ensino-aprendizagem, ora dificultam a integração, a aceitação, a valorização e a
promoção dos indivíduos como sujeitos.
Neste sentido, faz-se necessário compreender que na sociedade capitalista a
hierarquia social ressalta as diferenças étnicas e culturais, transformando-as em
desigualdades sociais. Podendo-se definir como desigualdades sociais presentes no
cotidiano escolar, os desejos, valores, potencialidades, capacidades, diferenças etárias,
etnia, religião entre outros.
Neste contexto, outro fator relevante a ser discutido é o desafio encontrado pelo
professor, que na maioria das vezes não sabe como lidar com as diferentes situações em
sala de aula. Visto que na maioria dos cursos de formação docente, a matriz curricular
não contempla disciplina de Educação Especial, fator preponderante na promoção da
mudança para a escola integradora. É importante salientar que na escola o trabalho deve
ser coletivo, onde toda comunidade se envolve e se responsabiliza pelo êxito ou fracasso
de cada aluno.
32
Dessa maneira ao reconhecer a importância da inclusão, que no contexto, não se
restringe apenas aos alunos com necessidades educacionais especiais, mas sim o pobre,
o negro, o tímido, o índio, o magro, o gordo, etc. se fazem necessário algumas
adaptações curriculares, para que todos os alunos possam se desenvolver de acordo com
suas possibilidades.
Outro fator que contribui para “efetivar” o processo de inclusão é ver o aluno a
partir de seu referencial sócio-cultural, com sua riqueza de subjetividade, seus valores,
sua individualidade e particularidade, visando a sua inclusão social.
Na escola pretende-se desenvolver um trabalho de inclusão gradativa, contínua e
planejada, envolvendo os alunos, a comunidade e o corpo docente, através de conversas,
leituras, reflexões sobre o tema, buscando assim contribuir para a formação de um
homem consciente.
É função da escola, garantir o acesso ao conhecimento para todos, propiciando um
ensino voltado para o sucesso, para a construção da cidadania e menos voltado para a
competição que tanto marca a sociedade da exclusão.
Como afirma a Declaração de Salamanca (1994, p. 17-18)
O princípio fundamental desta linha de ação é de que as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiências, crianças bem dotadas, crianças que vivem nas ruas e que trabalham, crianças de populações distantes ou nômades, crianças de minorias lingüísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou marginalizadas.
Trabalhar com os “diferentes”, ainda é um desafio enfrentado pelo corpo docente,
ao se deparar com alunos, cujo desenvolvimento não atinge os objetivos traçados pelo
professor.
Diante de tudo o que já citamos, percebe-se a importância e necessidade de
desenvolver um trabalho direcionado a cada dificuldade, através da adaptação e
flexibilização do currículo escolar, com recursos pedagógicos adequados e “remoção” das
barreiras arquitetônicas e atitudinais.
Nesta perspectiva, é preciso deixar de se pensar nas dificuldades específicas dos
alunos e passar a significar o que a escola pode fazer para dar respostas às
necessidades de cada aluno.
Em primeira instância o corpo docente deve promover as adaptações que
favoreçam a experiência produtiva da escolaridade para todos os seus alunos já na
elaboração do plano de ensino. Neste sentido, o professor deve estar aberto para a
33
constatação da diversidade presente no seu grupo de alunos e a ela responder no âmbito
da sua ação pedagógica.
Assim,o planejamento deve considerar a diversidade, estando alerta para as
características individuais que envolve:
• Organização do espaço e aspectos físicos da sala de aula;
• Seleção, adaptação e utilização de equipamentos e mobiliários de forma a
favorecer a aprendizagem dos alunos;
• Planejamento das estratégias de ensino que pretende adotar em função dos
objetivos pedagógicos e consequentes conteúdos a serem abordados;
• A pluralidade metodológica, tanto para o ensino, como para a avaliação;
• Flexibilização da temporalidade;
• Criar condições adequadas para a participação dos alunos que apresentem alguma
dificuldade em sala de aula;
• Favorecer a participação dos alunos nas atividades escolares;
• Adotar materiais de uso comum na sala de aula;
• Favorecer a eliminação de sentimento de inferioridade, de menos valia ou de
fracasso.
Buscando a integração das crianças com deficiência mental leve que estão na escola,
é importante que os professores não ignorem os limites desta criança, mas propicie
transmissão de conhecimentos que lhes permitam o desenvolvimento do exercício da
cidadania e apreensão dos conhecimentos produzidos e sistematizados pelo homem.
O processo de apropriação de conhecimento para o aluno deve fundamentar-se
nos conhecimentos que ele trás consigo, representados pelos conceitos cotidianos
adquiridos informalmente, como para quem adquiriu em sua escolaridade anterior.
Os conceitos espontâneos, fragmentados, ligados a vida diária, com a introdução
dos conhecimentos formais, assim é essencial que o professor adote como o primeiro
passo de sua relação com o aluno a prática de identificar os conhecimentos que ele já
possui como ponto de partida do processo de ensinar, base para ampliação e aquisição
de novos conhecimento em qualquer unidade temática.
Para que haja acesso do aluno aos conteúdos curriculares é importante:
• Posicionar o aluno de forma que possa obter a atenção constante do professor;
• Estimular o desenvolvimento da capacidade de comunicação interpessoal;
• Encorajar a incorrência de interações e o desenvolvimento de relações com o
ambiente físico e de relações sociais estáveis;
• Estimular o desenvolvimento do auto-cuidado;
34
• Estimular a construção de crescente autonomia ensinando-o a pedir as
informações de que necessitem solicitar ajuda, enfim, a se comunicar com as
demais pessoas de forma que estas sejam informadas de sua necessidade;
• Oferecer um ambiente emocionalmente acolhedor.
Para atender as necessidades especiais comuns em alunos com deficiência visual
faz-se necessário:
• Posicionar o aluno de forma a favorecer sua possibilidade de ouvir o professor;
• Dispor o mobiliário da sala de forma a facilitar a locomoção e o deslocamento
do aluno, evitando acidentes quando este precisar obter materiais ou
informações junto ao professor;
• Dar explicações verbais sobre todo o material abordado em sala de aula, ler,
por exemplo, o conteúdo que escreve na lousa;
• Oferecer suporte físico, verbal e instrucional para a locomoção do aluno no que
se refere a orientação espacial e a mobilidade;
• Utilizar os recursos materiais adaptados disponíveis, se necessário: pranchas e
presilhas para evitar o deslocamento do papel na carteira, lupa, material
didático de tipo ampliado, livro falado, equipamentos de informática, materiais
desportivos, como bola de guizo e etc.;
Para atender a necessidade especiais comuns com alunos com deficiência
auditiva, é importante:
• Posicionar o aluno na sala de aula de forma que possa ver os movimentos do
rosto do professor e dos seus colegas;
• Utilizar à escrita e outros materiais visuais que favoreçam a apreensão das
informações abordadas verbalmente;
• Utilizar os recursos materiais adaptados disponíveis: tablado, softwares
educativos, solicitar ao aluno que use a prótese auditiva, treinamento de
fonemas e etc.;
• Utilizar textos escritos complementados com elementos que favoreçam sua
compreensão: linguagem gestual, língua de sinais;
• Apresentar referências importantes e relevantes sobre o texto (o contexto
histórico, o enredo, os personagens, a localização geográfica e etc.) em língua
de sinais oralmente ou utilizando outros recursos antes de sua leitura;
• Promover interpretação de texto por meio de material plástico (desenho,
pintura, murais e etc.) ou material cênico (dramatização e mímica);
35
• Utilizar um sistema alternativo de comunicação adaptado as possibilidades e
necessidades do aluno: língua de sinais, leitura orofacial, linguagem gestual.
A maioria dos deficientes físicos apresenta como necessidade especial para o
currículo, necessidades de ajustes no ambiente físico como:
• Posicionar o aluno de forma a facilitar-lhe o deslocamento na sala de aula,
especialmente no caso dos cadeirantes, os que fazem uso de bengala, andadores
e etc.;
• Utilizar recursos ou equipamentos que favoreçam a realização das atividades
propostas em sala de aula: prancha para escrita, presilhas para fixar o papel na
carteira, suporte para a preensão do lápis, presilha para braço, etc.
Em relação aos alunos com altas habilidades e superdotação, é preciso:
• Explicitar e discutir sobre o sentimento de superioridade, rejeição dos demais
colegas e isolamento, visando ao aluno, a interação e estabelecimento de
relações sociais estáveis;
• Estimular o envolvimento em atividades cooperativas;
• Incentivar a persistência em tarefas;
• Estimular o desenvolvimento de pesquisas.
Apostar na Educação Inclusiva é acreditar que seremos capazes de contribuir
para uma transformação social, que trate efetivamente a todos dentro dos princípios da
igualdade, da solidariedade e da convivência respeitosa entre os indivíduos. Acreditar no
processo de inclusão é viabilizar a possibilidade de se buscar alternativas de permanência
do aluno na escola, respeitando seu ritmo de aprendizagem. É procurar amenizar o hábito
de excluir, que está presente na sociedade capitalista.
6.10 ATENDIMENTO NA SALA DE RECURSO E SALA DE APOIO
Está instituição oferta a modalidade de atendimento em Sala de Recurso, de 5ª à
8ª série desde o início do ano de 2006. Atualmente são atendidos alunos oriundos da
rede municipal e da Escola Estadual Artur Agostini já com avaliação no contexto escolar,
matriculados na 5ª, 6ª e 7ª séries.
Contamos com atendimento na Sala de Recursos no período manhã, onde são
trabalhados as áreas do desenvolvimento, visando auxiliar os alunos com dificuldades
acadêmicas, um melhor desempenho no processo ensino-aprendizagem.
36
O atendimento dos alunos é distribuído de acordo com as necessidades e
possibilidades de frequência de cada um, com frequência de 2 ou 3 vezes em aulas de 2
horas diárias de atendimento.
O colégio também conta com o atendimento da Sala de Apoio desde ano de
2005. Nesta sala, são atendidos somente os alunos que frequentam a 5ª série e estejam
apresentando dificuldades em Língua Portuguesa e Matemática.
As aulas são distribuídas de duas aulas intercaladas entre as disciplinas e o
professor trabalha conteúdos defasados de 1ª a 4ª série, que devem ser base para a
aprendizagem dos conteúdos da 5ª série.
A organização é de no máximo 15 alunos por disciplina e com atendimento em
contra-turno, onde é utilizada uma metodologia diversificada com atividades adequadas
ao aluno, atendendo as diferenças individuais, contribuindo assim para amenizar e/ou
superar as defasagens de aprendizagem.
O trabalho desenvolvido acontece em parceria com o professor do Ensino
Regular, Equipe Pedagógica e Professor da Sala de Apoio. Para o ingresso ou saída do
programa é necessário que se faça uma avaliação diagnóstica, processual e descritiva do
aluno, para verificação da real situação pedagógica do aluno.
O Colégio Estadual conta com um número considerável de alunos vindos da
Educação Especial da rede municipal de ensino, neste sentido a inclusão está sendo
gradativa, pois contamos com a Sala de Recursos que atende os alunos com dificuldade
no período da manhã e sala de apoio nos períodos da manhã e tarde.
Também é desenvolvido o trabalho de Sala de Apoio desde 2005, onde é ofertado
atendimento aos alunos não avaliados da 5ª série, que apresentam defasagem de
conteúdos, especificamente nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.
Quando solicitado pelo Professor a Equipe Pedagógica faz um acompanhamento
periódico junto aos alunos onde se verifica as dificuldades de aprendizagem e a
necessidade de adaptações nos conteúdos escolares, para melhor atender os mesmos
individualmente, também busca-se a participação da família no processo de ensino-
aprendizagem da criança sempre que necessário.
6.10.1 Atendimento Educacional Especializado em Sala de Recursos
Multifuncionais
A partir do ano de 2010, com base nas orientações do Ministério da Educação, a
instituição está se preparando para o atendimento aos alunos que possuem necessidade
de atendimento educacional especializado em Sala de Recursos Multifuncionais. Haja
37
vista que em nossa instituição já atende alunos com defasagem de aprendizagem em
Sala de Recursos, sendo que tal atendimento ocorre apenas em um período, matutino.
Os alunos que foram cadastrados no censo escolar como alunos que necessitam
de Atendimento Educacional Especializado, abrangem as categorias: dois têm visão
reduzida e tem atendimento junto a sala atendimento especializado em deficiência visual
do município. Uma aluna tem deficiência física em função de uma paralisia infantil, mas
ela tem seu cognitivo preservado e necessita apenas de adaptação dos espaços físicos e
material pedagógico.
A profissional que atende os alunos em Sala de Recursos tem sua formação inicial
em Pedagogia, especialização em Educação Especial.
Neste sentido a instituição está ciente das medidas a serem adotadas para colocar
em funcionamento a Sala de Recursos Multifuncionais, tais como:
a) espaço físico; mobiliário, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade
e equipamentos específicos; b)matrícula no AEE de alunos matriculados no Ensino
Regular da própria escola ou de outra escola; c) cronograma de atendimento dos alunos;
d) plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas dos alunos,
definição dos recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas; e)
professores para o exercício da docência do AEE; f) profissionais da educação:
6.11 Cultura Afro- Brasileira
No mundo de economia globalizada ao contrário do que se prevê há um
revigoramento e uma valorização das culturas regionais e a afirmação de identidades
étnico-culturais latentes, que encontram espaço para a defesa de seu direito à diferença e
reconhecimento da alteridade.
A valorização das culturas das minorias sociais, muito pouco se fala das etnias na
escola brasileira, só muito recentemente e por pressão dos movimentos sociais é que a
questão da pluralidade cultural vem encontrando certa ressonância no ambiente escolar.
Segundo Gadotti (1992),
“A diversidade cultural é a riqueza da humanidade. Para cumprir sua tarefa humanista, a escola precisa mostrar aos alunos que existem outras culturas além da sua. Por isso, a escola tem que ser local, como ponto de partida, mas tem que ser internacional e intercultural, como ponto de chegada. (...) Escola autônoma significa escola curiosa, ousada, buscando dialogar com todas as culturas e concepções de mundo. Pluralismo não significa ecletismo, um conjunto amorfo de retalhos culturais. Significa sobretudo diálogo com todas as culturas, a partir de uma cultura que se abre às demais”.
A Lei nº 10.639 de 2003, alterada pela Lei nº 11.645 de 10 de agosto de 2008,
alterando a redação do Artigo nº. 26:
38
“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
§ 1o
O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos
indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.”
Dessa forma a legislação introduziu a obrigatoriedade do estudo de História da
Cultura Afro-Brasileira e Africana e Índigena dentro do currículo escolar da educação
básica, representa um avanço ao possibilitar a construção de um multiculturalismo crítico
na escola brasileira, ao tempo em que reconhece uma luta histórica do movimento negro
em nosso país, cuja bandeira de luta consistia em incluir no currículo escolar o estudo da
temática "história e cultura afro-brasileira". Contribuindo para a discussão deste tema,
possibilitando a ruptura do modelo eurocêntrico no ensino e a construção de uma
educação multicultural na escola brasileira. Por outro lado, não podemos esquecer que
muito ainda precisa ser feito para que a Lei não se torne letra-morta e venha contribuir, de
fato, para uma educação multicultural.
Por se tratar de uma temática interdisciplinar e não uma disciplina específica, a lei
determina que os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira e Índigena
sejam trabalhados no contexto de todo o currículo escolar, a temática da Pluralidade
Cultural diz respeito ao conhecimento e à valorização das características étnicas e
culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no território nacional, às
desigualdades socioeconômicas e à crítica às relações sociais discriminatórias e
excludentes que permeiam a sociedade brasileira, oferecendo ao aluno a possibilidade de
conhecer o Brasil como um país complexo, multifacetado e algumas vezes paradoxal.
Em nosso Colégio os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira,
Africana e Indigena serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar de forma
interdisciplinar envolvendo o conteúdo de História da África e dos Africanos, a luta dos
negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional,
resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política
pertinentes à História do Brasil.
Incluímos em nosso calendário no mês de novembro, apresentações de danças de
caráter exclusivo africanas e que deram embasamento para muitas danças brasileiras.
Durante todo o mês e no dia 20 de novembro que é o “Dia Nacional da Consciência
39
Negra”, data histórica já consagrada pelo movimento negro em nosso país se faz alusão à
morte do líder negro Zumbi dos Palmares, nossos alunos estarão apresentando um
pequeno teatro, com isso teremos oportunidade para que os professores trabalhem as
múltiplas formas de resistência do negro à escravidão que lhe foi imposta e que se
materializou na formação de inúmeros quilombos no decorrer de nossa história.
6.12 Estudos sobre o Estado do Paraná
A Lei n° 13.381, de 18 de dezembro de 2001 tornou obrigatório os conteúdos da
disciplina de História do Paraná tanto no Ensino Fundamental como no Médio dando
relevância a nossa Emancipação Política, para tanto os professores ligados as disciplinas
de História e Geografia trabalham com mapas históricos, tendo em vista o processo
histórico de formação territorial do Estado, culminando com a elaboração de painéis
temáticos da história do Paraná, privilegiando a superação de abordagens que
evidenciam o caráter cívico.
Dentro do planejamento há o desenvolvimento de atividades que valorizam a
diversidade histórico-cultural paranaense através de pesquisas executadas pelos alunos,
no âmbito regional e estadual, valorizando o processo de constituição do Estado.
Todos as outras disciplinas desenvolvem atividades ligadas a estes estudos
através da interdisciplinaridade como exemplo temos em Língua Portuguesa onde os
professores trabalham com os alunos apresentando os ícones da literatura do nosso
Estado, em Artes divulga-se os artistas que sobressaíram e sobressaem em nosso
Estado com seus trabalhos contemplando a diversidade histórico-cultural paranaense.
O trabalho executado pelos professores suscita, reflexões que auxiliam os alunos
na elaboração de conceitos históricos pautados na leitura crítica da construção do espaço
paranaense, a partir da análise de demarcações cartográficas, iconográficas e textuais
valorizando os estudos do Paraná.
6.13 Sistema de avaliação do estabelecimento de ensino
A avaliação deverá propiciar ao coletivo escolar a reflexão sobre os
conhecimentos construídos.
Para tal fim, ela deve estar embasada nas seguintes características: diagnóstica,
processual, contínua, cumulativa, criteriosa e qualitativa.
40
No entanto, a elaboração de critérios ou novas formas de registro da avaliação não
garantem legitimidade à prática avaliativa, já que esses são apenas alguns dos diversos
aspectos que constituem o processo de ensino-aprendizagem. A avaliação é um dos
elementos do processo de construção da aprendizagem e, por isso, o processo de
ensino-aprendizagem também deve ocorrer de forma diagnóstica, contínua, permanente,
cumulativa, criteriosa e qualitativa.
A avaliação diagnóstica, consiste no processo de efetivação da aprendizagem,
deve fornecer dados e informações essenciais à tomada de decisões a respeito das
condições de continuidade e/ou retomada do ensino, bem como,atribuir juízo de valor à
aprendizagem efetivada, oferecendo condições para análise e julgamento dos aspectos
quantitativos e qualitativos do processo construído (capacidade de análise crítica,
associação, generalização e síntese manifesta em sua compreensão e reflexão sobre a
realidade).
Processual, significa conceber a avaliação enquanto um dos elementos do processo
de ensino-aprendizagem, uma vez que se vincula diretamente aos objetivos, à
metodologia, à seleção e organização dos conteúdos, à relação professor-aluno, à
construção do saber.
Contínua porque se estende por todo o processo de mediação e de construção da
aprendizagem, fornecendo elementos para sua análise e julgamento e pressupõe uma
estrutura e uma organização curricular que possibilitem a continuidade/retomada do
processo de ensino-aprendizagem, assim como formas contínuas de acompanhamento.
Cumulativa por oferecer um acompanhamento gradativo da complexidade do
trabalho pedagógico e do processo de construção da aprendizagem, oferecendo
elementos para análise dos avanços obtidos com relação à compreensão e reflexão sobre
a realidade.
Criteriosa porque pressupõe a definição clara e objetiva dos critérios utilizados para
análise, julgamento de qualidade e atribuição de valor à aprendizagem.
Esses critérios por sua vez, devem ser elaborados a partir das expectativas
político-sociais com relação à finalidade do trabalho pedagógico escolar, à função social
do conjunto de conteúdos, à abordagem metodológica e à especificidade da área do
conhecimento, do nível e modalidade de ensino.
Qualitativa, tendo em vista que une qualidade e quantidade, pois estes são
atributos inalienáveis, havendo uma combinação de aspectos qualitativos (capacidade de
análise crítica, elaboração intelectual, estabelecimento de relações, etc.) e quantitativos
(intensidade, tempo, valor, etc.) na avaliação.
41
Para garantir então esta qualidade e quantidade nas avaliações, cabe aos
professores propiciar aos alunos, momentos diversificados de avaliação, onde seja
possibilitado o diagnóstico do aprendizado em várias ocasiões, como em debates,
seminários, trabalhos em grupo e individual, avaliações orais, descritivas, com questões
objetivas e subjetivas, entre outros.
Nos casos em que os alunos não alcançarem a média que atualmente é de 60% de
aproveitamento, deverá ser feita a recuperação paralela do conteúdo com os mesmos, ou
seja, o conteúdo trabalhado deverá ser retomado pelos professores imediatamente após a
apresentação da defasagem do aluno, para que posteriormente seja feita uma avaliação
da recuperação.
Mediante estas avaliações, serão observados para a promoção do aluno à série
seguinte, os critérios de frequência e rendimento mínimos, conforme explicitado no
seguinte quadro:
FREQUÊNCIA APROVEITAMENTO RESULTADO75% ou mais 6,0 ou mais AprovadoMenos de 75% Qualquer ReprovadoQualquer Menos de 6,0 Reprovado
Os registros referentes este acompanhamento dos alunos, constará em
documentos próprios e oficiais, de forma a garantir a autenticidade e validade das
avaliações, sendo que, ao final de cada bimestre, haverá reunião com os pais, alunos e
Equipe Pedagógica para esclarecimentos e comunicação sobre os resultados da
avaliação de aprendizagem. O registro do resultado das avaliações será realizado através
de notas bimestrais.
Haverá reunião de pais ou responsáveis e Equipe Pedagógica com a coordenação
do professor conselheiro de cada turma para esclarecimentos e comunicação sobre os
resultados da aprendizagem dos alunos.
A partir de 2006 o colégio não oferece mais o regime de progressão parcial
conforme Regimento Escola. Mas os alunos que apresentavam dependência dos anos
anteriores estão tendo oportunidade de concluir as disciplinas através da produção de
monografia dos conteúdos da disciplina da série em que o aluno ficou com a
dependência, conforme cronograma estabelecido.
6.14 Concepção de avaliação
O aluno aprende apenas quando ele se torna sujeito da sua aprendizagem. E para
tornar-se sujeito da sua aprendizagem ele precisa participar das decisões que dizem 42
respeito ao projeto da escola. Não há educação e aprendizagem sem sujeito da educação
e da aprendizagem. Segundo Paulo Freire “ensinar não é transferir conhecimento, mas
criar as possibilidades para sua produção e construção". Portanto, é imprescindível que
os envolvidos no processo reflitam e incorporem algumas das exigências do ato
educativo: respeito à autonomia do educando; consciência de que ambos, educando e
educador, são seres em constante transformação; convicção de que a mudança é
possível; humildade, bom senso, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores;
enfim, construam saberes que superem a prática da educação bancária.
Neste contexto, o professor como transmissor de conhecimento desaparece para
dar lugar à figura do mediador. O indivíduo é bombardeado de informações a todo o
momento e através de diversas fontes. Cabe ao docente, mais do que transmitir o saber,
articular experiências em que o aluno reflita sobre suas relações com o mundo e o
conhecimento, assumindo o papel ativo no processo ensino-aprendizagem, que, por sua
vez, deverá abordar o indivíduo como um todo e não apenas como um talento a ser
desenvolvido.
O desafio está, portanto na incorporação de novas tecnologias a novos processos
de aprendizagem que oportunizem aos discentes atividades que exijam não apenas o seu
investimento intelectual, mas também emocional, sensitivo, intuitivo, estético, etc,
tentando não simplesmente desenvolver capacidades, mas o indivíduo em sua totalidade.
O conhecimento não é algo acabado nem definitivo.
Essa nova prática exige ambientes que extrapolem o espaço da sala de aula,
ocupando de modo mais assíduo os laboratórios e os espaços sociais da escola,
realizando atividades colaborativas em que as experiências sejam vivenciadas
individualmente e em grupo, atividades que privilegiem a dinâmica de projetos, que
invistam o aluno de responsabilidades reais ante o seu aprendizado e o mundo que o
cerca, atividades que sejam avaliados, mais do que por uma avaliação de conteúdos, pela
auto-realização que elas proporcionem. Neste contexto, o aulismo passa a ser coisa do
passado, abrindo caminho para a pedagogia do "estar no mundo". A sala de aula deixa de
ser o templo da transmissão e da repetição do saber para sediar importantes momentos
de socialização do aprendizado individual e de experiências em grupo, do diálogo e do
confronto entre essas experiências e a teoria, da formulação de problemas e da busca de
soluções.
Partindo do pressuposto de que almejamos uma escola democrática, onde todos
os sujeitos estão envolvidos com o processo ensino aprendizagem, assim deve prever
também o PROCESSO DE AVALIAÇÃO. Sendo que este processo não acontece de
forma estanque, distante ou desconexo das demais dimensões das práticas educativas
43
escolares O educando constrói conhecimentos através de práticas e reflexões em
situações que possibilitem mobilizar saberes, transpô-los e combiná-los a partir de
recursos dados e, também, ainda não dados.
Desta forma, segundo LUCKESI, a avaliação é um ato que dá base a prática
pedagógica, almejando resultados satisfatórios possíveis diante do caminho de
desenvolvimento de cada educando. A avaliação é um processo complexo, porém
indissociável do binômio ensino-aprendizagem. Ela não é uma arma de regulação do
comportamento, ou de disciplinamento dos alunos, mas uma forma de aprimorar o
planejamento, o trabalho pedagógico e o projeto educativo da Instituição e,
consequentemente, a aprendizagem ali realizada. A avaliação precisa ser dinâmica, justa,
criativa e coerente.
6.15 Conselho de Classe
Os estudos sobre o Conselho de Classe tiveram início em 1958. Desde então tem-se
buscado utilizar o conselho de classe como um momento de discussão coletiva sobre o
processo de ensino aprendizagem.
Neste sentido a Equipe Pedagógica deste estabelecimento de ensino, a partir do 2º
bimestre de 2008, procurou colocar em prática aquilo que está previsto no Regimento
Escolar, como segue:
Art. 26 - O Conselho de Classe é órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa
em assuntos didático-pedagógicos, fundamentado no Projeto Político-Pedagógico da
escola e no Regimento Escolar, com a responsabilidade de analisar as ações
educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a efetivação do processo
ensino e aprendizagem.
Art. 27 - A finalidade da reunião do Conselho de Classe, após analisar as informações e
dados apresentados, é a de intervir em tempo hábil no processo ensino e aprendizagem,
oportunizando ao aluno formas diferenciadas de apropriar-se dos conteúdos curriculares
estabelecidos.
Parágrafo Único - É da responsabilidade da equipe pedagógica organizar as informações
e dados coletados a serem analisados no Conselho de Classe.
Art. 28 - Ao Conselho de Classe cabe verificar se os objetivos, conteúdos, procedimentos
metodológicos, avaliativos e relações estabelecidas na ação pedagógico - educativa,
estão sendo cumpridos de maneira coerente com o Projeto Político-Pedagógico do
estabelecimento de ensino.
44
Art. 29 - O Conselho de Classe constitui-se em um espaço de reflexão pedagógica, onde
todos os sujeitos do processo educativo, de forma coletiva, discutem alternativas e
propõem ações educativas eficazes que possam vir a sanar necessidades/dificuldades
apontadas no processo ensino e aprendizagem.
Art. 30 - O Conselho de Classe é constituído pelo(a) diretor(a) e/ou diretor(a) auxiliar,
pela equipe pedagógica, por todos os docentes e os alunos representantes que atuam
numa mesma turma e/ou série, por meio de:
1. Pré-Conselho de Classe com toda a turma em sala de aula, sob a coordenação do
professor representante de turma e/ou pelo(s) pedagogo(s);
2. Conselho de Classe Integrado, com a participação da equipe de direção, da equipe
pedagógica, da equipe docente, da representação facultativa de alunos e pais de
alunos por turma e/ou série.
No ano de 2010, iniciou-se uma nova forma de organização do Conselho de
Classe, com a realização do pré-conselho com todos os professores, garantido pela hora
atividade concentrada. Neste pré-conselho a equipe procurou conversar com o professor
sobre os limites que ele encontra em sala de aula para realizar seu trabalho: alunos
faltosos, indisciplinados, que não fazem trabalho, com dificuldade de aprendizagem entre
outros.
Nesse momento a Equipe Pedagógica deixou que o professor falasse. Após esse
pré-conselho a equipe reuniu-se em contra turno para sistematizar os “dados” e preparar
a reunião de conselho de classe.
Nesta reunião, a equipe trabalhou, sistematizou uma conversa/orientação de
encaminhamentos para trabalhar as dificuldades encontradas, tais como: indisciplina,
faltas – FICA entre outros. Após essa orientação a equipe, junto com os professores
pensou e registrou o que será feito para manter os alunos faltosos na escola, alunos que
não fazem trabalhos, bem como com os alunos com dificuldade de aprendizagem.
Em seguida a Equipe Pedagógica passou para o coletivo de professores os nomes
dos alunos citados em mais de uma disciplina , ou seja, os casos mais sérios de cada
turma.
Também neste momento, o coletivo de professores pensou quais atitudes tomar
em relação a esses alunos em busca de recuperá-los.
6.16 Avaliação Institucional
A avaliação dos segmentos do colégio é realizada em momentos diversificados
através de conversas com a comunidade escolar e registro das considerações. E ainda
45
há o incentivo para que os pais participem das atividades da escola, seja nas reuniões de
entrega de boletim seja no momento da realização da reunião de conselho de classe.
Ressaltando que o órgão máximo de gestão é o Conselho Escolar, portanto que
realmente toma decisões é a comunidade.
A avaliação dos professores acontece em dois momentos distintos. No primeiro
momento é realizado um pré-conselho com os alunos em cada sala com a orientação da
Equipe Pedagógica onde é analisada como se dá a pratica docente. Este momento
também é utilizado para criticas e sugestões a respeito de toda a organização do colégio.
No segundo momento a Equipe Pedagógica faz uma reflexão sobre a prática
docente ao realizar a Avaliação Institucional.
As sugestões e críticas observadas no primeiro momento da avaliação são
apresentadas pela equipe aos professores de maneira individual.
A avaliação dos demais segmentos é realizada pelo professor conselheiro em sua
turma, semestralmente, e os resultados são discutidos em reunião interna com o conselho
escolar.
6.17 Estágio Não obrigatório
O estagio não obrigatório assumido como parte integrante deste Projeto Político-
Pedagógico, procura conceber o trabalho como principio educativo, no sentido da
concepção da escola pública emancipatória, contemplando a formação humana pelo
trabalho, partindo da prática cultural.
Nos utilizamos do conceito defendido por Duarte e formulado por Saviani com
relação ao trabalho educativo:
O trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em
cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e
coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim, o objeto da educação diz
respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que precisam
ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se
tornem humanos e, de outro lado e concomitantemente, à descoberta das
formas mais adequadas para atingir esse objetivo. (Saviani, 1995: 17).
Para tanto considera-se a legislação vigente: LDB 9394/96, Lei nº 11788/2008 e a
Instrução 006/2009. De acordo com a instrução supra citada:
46
“Estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de
trabalho, cujas atividades devem estar adequadas às exigências pedagógicas relativas ao
desenvolvimento cognitivo, pessoal e social do educando, de modo a prevalecer sobre o
aspecto produtivo.”
A Lei Federal nº 11,788 de 2008, estabelece ainda:
Art. 1º Estágio pelo ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no
ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que
estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior , de
educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do
ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.
§ 1ºo estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário
formativo do educando.
§ 2º o estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade
profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando
para a vida cidadã e para o trabalho.
Dessa forma, formar para o mundo de trabalho requer o acesso aos conhecimentos
produzidos historicamente pela humanidade, a fim de possibilitar ao trabalhador se
apropriar das etapas do processo de forma conceitual e operacional. Isto implica ir para
além de uma formação técnica, pois os conhecimentos escolares permitem aos
estudantes atuar no mundo do trabalho de maneira mais autônoma.
Assim o estágio previsto neste PPP estará considerando as questões pedagógicas
relativas ao desenvolvimento pleno do sujeito, não apenas formar para o mercado de
maneira especifica, mas para a vida.
Nesta perspectiva, o estágio pode e deve permitir ao estagiário que as ações
desenvolvidas no ambiente de trabalho sejam trazidas para escola e vive-versa,
relacionando-as aos conhecimentos necessários para compreendê-las a partir das
relações de trabalho.
Assim o pedagogo precisa acompanhar as práticas de estágio desenvolvidas pelo
aluno para mediar a natureza do estágio e trazer contribuições para o Plano de Trabalho
Docente.
Ressaltamos ainda, de acordo com a instrução 06/2009:
“O estágio obrigatório ou não-obrigatório, concebido como procedimento didático-
pedagógico e como ato educativo intencional, é atividade pedagógica de competência da
instituição de ensino e será planejado, executado e avaliado em conformidade com os
objetivos propostos para a formação profissional dos estudantes, com os previsto no PPP
e descritos no Plano de Estágio.”
47
7. Desafios educacionais contemporâneos
A partir das orientações da Secretaria de Estado da Educação, o coletivo da escola
tem buscado trabalhar com os Desafios Educacionais Contemporâneos – DEC – sem
perder de vista os conteúdos integrantes do Currículo.
Assim nesta perspectiva de currículo, conhecimento e conteúdo, é preciso situar
que alguns dos desafios educacionais contemporâneos postos à escola hoje, enquanto
marcos legais (exemplo: Lei 10639/03 trata sobre obrigatoriedade do ensino da História e
Cultura Afro Brasileira e Africana – Lei 11645/08, trata sobre obrigatoriedade do ensino da
Historia e Cultura Afro Brasileira, Africana e Indígena. ECA, Estatuto do Idoso, entre
outros) tem uma historicidade ligada ao papel e à cobrança da sociedade civil
organizada, em especial dos movimentos sociais. Esta pressão histórica da sociedade
na condução destas discussões também resulta em acordos internacionais firmados
pelos países signatários, a exemplo do acordo Conferência Mundial de combate ao
racismo, discriminação racial, xenofobia e discriminações correlatas. (2001). Esta
historicidade ajuda compreender por que algumas demandas ganham força de lei e
outras não.
Leituras realizadas nos estudos coletivos permitiram nos compreender a
necessidade de considerar outras formas de olhar sobre os fatos e sobre a história que
nos indicaram que as questões sociais, econômicas, raciais, ambientais, embora não
sejam genuínas da escola, nela se apresentam como desafios que pressupõe,
sobretudo, uma outra compreensão para além da visão idealista ou estereotipada sobre
os fatos e sobre a história.
Isso sugere que a percepção sobre o currículo se amplie para além das propostas
curriculares. Equivale a dizer que, embora seja insuficiente tratar tais desafios a partir da
organização do conteúdo tal como vem sendo posto, não se pode negligenciar na escola
o enfrentamento aos mesmos. Não se pode negar que tais situações estão preementes
o que a conduz a um claro paradoxo: não secundarizar sua função social na socialização
do conteúdo historicamente produzido pelo conjunto da humanidade e não negar
situações postas pelo cotidiano, as quais a escola tem que fazer enfrentamentos. É
nesta contradição que, além de retomar a análise já realizada sobre o conteúdo em sua
totalidade, se situa o papel do coletivo escolar diante da discussão do seu projeto de
escola pública.
Com relação aos demais Desafios: Prevenção de Drogas, Violência, Gravidez na
Adolescência, Gênero e Diversidade Sexual. Destacamos que tais desafios estarão sendo
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trabalhados pelas diferentes disciplinas, a medida que o conteúdo da disciplina. Ainda que
estes estão sendo trabalhados com os alunos por meio de uma parceria com a FAG –
Faculdade Assis Gurgaz, quando o Grêmio Estudantil desta instituição articulou tal
parceria e graduando da FAG da área de saúde estão vindo ao Colégio e realizando
palestras com alunos e pais.
8. Agenda 21
Neste item estaremos discorrendo sobre a visão da nossa comunidade escolar no
sentido de considerar o que vem sendo discutido como um Projeto Mundial de
conscientização e ações para conservar o Meio Ambiente.
Faremos uma retrospectiva histórica de tais ações, quando em 1992, no Rio de
Janeiro, realizou-se a Conferência das Nações Unidades sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento Rio 92. O principal compromisso assumido pelos 179 países
participantes, foi o de determinar um novo padrão de desenvolvimento sustentável:
conjugar esforços por meio de uma Agenda Global, programada para todo o século XXI,
para buscar o equilíbrio econômico, sem o desgaste excessivo dos recursos naturais,
promover a justiça social com equidade e eficiência.
A partir de 1997, com base na Agenda Global, começa a constituição da Agenda
21 Brasileira. O Estado do Paraná insere-se nesta programação planetária, em 16 de
maio de 2001, por meio do debate entre representantes do governo e da sociedade civil
organizada sobre as estratégias e ações a serem priorizadas. A importante tarefa de
organizar o processo de construção da Agenda 21 Paraná é assumida pelo Governo do
Estado, mediante a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, que
passa a coordenar a implementação da Agenda 21 no Paraná.
Em 11 de junho de 2002, o governador do Estado, no uso de suas atribuições, assina
decreto que institui uma Comissão Governamental.
No espaço escolar estamos sempre procurando compreender o que está sendo
discutido no sentido de possibilitar que ações sejam desenvolvidas na escolar para buscar
resultados para contribuir com a preservação do Meio Ambiente.
Neste sentido sempre é possibilitado que professores participem de eventos
referentes a Agenda 21, em seguida repassem as informações ao coletivo da escola para
que atitudes possam ser tomadas. Estão coordenando os trabalhos referentes a Agenda
21 os professores das disciplinas de Geografia e Ciências, mas com o apoio e incentivo
de toda a comunidade escolar em parceria com o Município.
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Dentre as ações que vem sendo desenvolvidas destacamos a orientação e
incentivo da articulação do coletivo da escolar para com as ações a serem desenvolvidas
pela Agenda 21, e consequentemente a transmissão destas ações para a comunidade
escolar, por meio dos alunos.
9. Articulação com a família e a comunidade
Tendo como objetivo estabelecer um vínculo de efetiva participação da
comunidade nas ações da escola, o coletivo escolar tem como meta no a partir do ano de
2010 a realização de oficinas priorizando as datas para entrega de boletim, com palestras
informativas.
10. AGENTES EDUCACIONAIS I E II.
Diante das discussões que vem sendo realizadas a cerca do trabalho e do
tratamento dispensado aos funcionários das escolas estaduais do Paraná, o coletivo
desta instituição entende que é conveniente redigir um texto para que possamos
compreender tais transformações. O texto foi produzido pelos funcionários durante a
Semana Pedagógica de agosto de 2010.
O papel atuante dos agentes educacionais no processo de ensino/aprendizagem
se efetivou após anos de luta dos funcionários da educação básica em busca de
reconhecimento, valorização e profissionalização. A maior conquista neste sentido, foi a
criação e aprovação da Lei Complementar 123 - Plano de Cargos, Carreiras e
Vencimentos do Quadro dos Funcionários da Educação Básica da Rede Pública Estadual
do Paraná, onde instituiu-se os cargos de Agente Educacional I e Agente Educacional II.
Com a legitimação do cargo de educador, os funcionários da educação passaram a
interagir mais dentro do espaço escolar, podendo a partir de então, participar da tomada
de decisões, das capacitações, formações continuadas e do Profuncionário.
O Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos trouxe também a opção de
aperfeiçoamento profissional contínuo e a valorização do funcionário, através de
remuneração digna. Em consequência, estimulou a melhoria de desempenho e qualidade
dos serviços prestados à população paranaense. Conforme o Art. 3º alguns princípios e
garantias são citados neste sentido:
I – valorização, desenvolvimento e profissionalização dos funcionários da educação
básica, reconhecendo a importância da carreira pública e de seus agentes;
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II – promoção da qualidade da educação visando ao pleno desenvolvimento da pessoa
nela envolvida e seu preparo para o exercício da cidadania;
III – liberdade de ensinar, aprender, pesquisar e expressar o pensamento, a arte e o
saber, dentro dos ideais da democracia;
IV – gestão democrática do ensino público estadual;
V – vencimento digno e desenvolvimento na carreira mediante merecimento, formação e
qualificação profissional;
VI – oportunização de formação e qualificação profissional, através de formação
continuada ofertada pela Administração;
VII – definição de atribuições específicas para o exercício de cada função e qualificação
profissional dentro de cada área de atuação.
A Lei Complementar 123 de 09/09/2008 trata ainda de outras particularidades, e
traz nos Art. 14, 15 e 16 informações para o desenvolvimento do funcionário na carreira e
estabelece critérios de progressão e promoção. A progressão equivale a passagem de
uma classe para a outra na carreira, mediante avaliação de desempenho e
correspondente a atualização, capacitação e qualificação profissional. A promoção na
carreira é o avanço de classes mediante o grau de escolaridade, sendo válida para os
Agentes Educacionais I a formação no nível médio, para Agente Educacional II a
formação no ensino superior, e para ambos a formação técnica no Profuncionário.
Os cargos de Agente Educacionais também são descritos conforme suas funções
pelo Art. 5º e Anexos I e II, onde regulamenta as atribuições destes profissionais,
conforme:
Atribuições do Agente Educacional I – zelar pelo ambiente escolar, preservando,
valorizando e integrando o ambiente físico escolar; executar atividades de manutenção e
limpeza, tais como: varrer, encerar, lavar salas, banheiros, corredores, pátios, quadras e
outros espaços utilizados pelos estudantes, profissionais docentes e não docentes da
educação conforme a necessidade de cada espaço; lavar, passar, e realizar pequenos
consertos em roupas e materiais; utilizar aspirador ou similares e aplicar produtos para
limpeza e conservação do mobiliário escolar; abastecer máquinas e equipamentos,
efetuando limpeza periódica para garantir a segurança e funcionamento dos
equipamentos existentes na escola; efetuar serviços de embalagem, arrumação, remoção
de mobiliário, garantindo acomodação necessária aos turnos existentes na escola;
disponibilizar lixeiras em todos os espaços da escola, preferencialmente, garantindo a
coleta seletiva de lixo, orientando os usuários – alunos ou outras pessoas que estejam na
escola para tal; coletar o lixo diariamente, dando ao mesmo o destino correto; executar
serviços internos e externos, conforme demanda apresentada pela escola; racionalizar o
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uso de produtos de limpeza, bem como zelar pelos materiais como vassouras, baldes,
panos, espanadores, etc.; comunicar com antecedência à direção da escola sobre a falta
de material de limpeza, para que a compra seja providenciada; abrir, fechar portas e
janelas nos horários estabelecidos para tal, garantindo o bom andamento do
estabelecimento de ensino e o cumprimento do horário de aulas ou outras atividades da
escola; guardar sob sua responsabilidade as chaves da instituição, quando for o caso, ou
deixar as chaves nos locais previamente estabelecidos; zelar pela segurança das pessoas
e do patrimônio, realizando rondas nas dependências da instituição, atentando para
eventuais anormalidades, bem como identificando avarias nas instalações e solicitando,
quando necessário, atendimento policial, do corpo de bombeiros, atendimento médico de
emergência devendo, obrigatoriamente, comunicar as ocorrências à chefia imediata;
controlar o movimento de pessoas nas dependências do estabelecimento de ensino,
cooperando com a organização das atividades desenvolvidas na unidade escolar,
encaminhar ou acompanhar o público aos diversos setores da escola, conforme
necessidade; acompanhar os alunos em atividades extra classe quando solicitado;
preencher relatórios relativos a sua rotina de trabalho; participar de cursos, capacitações,
reuniões, seminários ou outros encontros correlatos às funções exercidas ou sempre que
convocado; agir como educador na construção de hábitos de preservação e manutenção
do ambiente físico, do meio-ambiente e do patrimônio escolar; efetuar outras tarefas
correlatas às ora descritas; preparar a alimentação escolar sólida e liquida observando os
princípios de higiene, valorizando a cultura alimentar local, programando e diversificando
a merenda escolar; responsabilizar-se pelo acondicionamento e conservação dos
insumos recebidos para a preparação da alimentação escolar; verificar a data de validade
dos alimentos estocados, utilizando-os em data própria, a fim de evitar o desperdício e a
inutilização dos mesmos; atuar como educador junto à comunidade escolar, mediando e
dialogando sobre as questões de higiene, lixo e poluição, do uso da água como recurso
natural esgotável, de forma a contribuir na construção de bons hábitos alimentares e
ambientais; organizar espaços para a distribuição da alimentação escolar e fazer a
distribuição da mesma, incentivando os alunos a evitar o desperdício, acompanhar os
educandos em atividades extracurriculares e extraclasse quando solicitado; realizar
chamamento de emergência de médicos, bombeiros, policiais, quando necessário,
comunicando o procedimento à chefia imediata; preencher relatórios relativos a sua rotina
de trabalho; comunicar ao (à) diretor (a), com antecedência, a falta de algum componente
necessário à preparação da alimentação escolar, para que o mesmo seja adquirido;
efetuar outras tarefas correlata às ora descritas.
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Atribuições do Agente educacional II – realizar atividades administrativas e de
secretaria da instituição escolar onde trabalha; auxiliar na administração do
estabelecimento de ensino, atuando como educador e gestor dos espaços e ambientes de
comunicação e tecnologia; manter em dia a escrituração escolar: boletins estatísticos;
redigir e digitar documentos em geral e redigir e assinar atas; receber e expedir
correspondências em geral, juntamente com a direção da escola; emitir e assinar,
juntamente com o diretor, históricos e transferências escolares; classificar, protocolar e
arquivar documentos; prestar atendimento ao público, de forma pronta e cordial; atender
ao telefone; prestar orientações e esclarecimentos ao público em relação aos
procedimentos e atividades desenvolvidas na unidade escolar; lavrar termos de abertura e
encerramento de livros de escrituração; manter atualizados dados funcionais de
profissionais docentes e não docentes do estabelecimento de ensino; manter atualizada a
lista telefônica com os números mais utilizados no contexto da escola; comunicar à
direção fatos relevantes no dia a dia da escola; manter organizado e em local acessível o
conjunto de legislação atinente ao estabelecimento de ensino; executar trabalho de
mecanografia e de reprografia; acompanhar os alunos, quando solicitado, em atividades
extraclasse ou extracurriculares; participar de reuniões escolares sempre que necessário;
participar de eventos de capacitação sempre que solicitado; manter organizado o material
de expediente da escola; comunicar antecipadamente à direção sobre a falta de material
de expediente para que os procedimentos de aquisição dos mesmos sejam realizados;
executar outras atividades correlatas às ora descritas; catalogar e registrar livros, fitas,
DVD, fotos, textos, CD; registrar todo material didático existente na biblioteca, nos
laboratórios de ciências e de informática; manter a organização da biblioteca, laboratório
de ciências e informática; restaurar e conservar livros e outros materiais de leitura;
atender aos alunos e professores, administrando o acervo e a manutenção de banco de
dados; zelar pelo controle e conservação dos documentos e equipamentos da Biblioteca;
conservar conforme orientação do fabricante, materiais existentes nos laboratórios de
informática e de ciências; reproduzir material didático através de cópias reprográficas ou
arquivos de imagem e som em vídeos, “slides”, CD e DVD; registrar empréstimo de livros
e materiais didáticos; organizar agenda para utilização de espaços de uso comum; zelar
pelas boas condições de uso de televisores e outros aparelhos disponíveis nas salas de
aula; zelar pelo bom uso de murais, auxiliando na sua organização, agir como educador,
buscando a ampliação do conhecimento do educando, facilitada pelo uso dos recursos
disponíveis na escola; quando solicitado, participar das capacitações propostas pela
SEED ou outras de interesse da unidade escolar; decodificar e mediar o uso dos recursos
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pedagógicos e tecnológicos na prática escolar; executar outras atividades correlatas às
ora descritas.
11.Projetos PDE na escola
A) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Professora PDE: Janete Moresco Gaspar
Área PDE: Língua Portuguesa
NRE: Cascavel
Professora orientadora: Aparecida Feola Sella
IES vinculada: UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Escola de implementação: Colégio Estadual Santa Tereza do Oeste – Ensino
Fundamental e Médio
Público objeto da intervenção: alunos de oitava série do Ensino Fundamental
B) TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE: O implícito na propaganda.
C) TÍTULO: Processos de leitura do implícito na propaganda: uma aplicação pedagógica.
D) JUSTIFICATIVA DO TEMA DE ESTUDO:
A argumentação faz parte do nosso dia a dia, está presente em editoriais, artigos
de opinião, discursos políticos, jurídicos, publicitários entre outros. Muitas vezes, em
grande parte dos textos, a argumentação não está somente manifesta, mas também
posta no plano do não dito. Dessa forma, categorias como pressuposição, subentendido e
inferência podem ser usadas para traçar o processo argumentativo.
Dentre os textos citados anteriormente, o texto publicitário, segundo Citelli (2006,
p.55), ”pode realizar-se buscando maior originalidade, quebrando certas normas
preestabelecidas, causando impacto no receptor por meio de “estranhamento”, situações
“incômodas”, que levam, muitas vezes, à indagação ou a pura imaginação”. Assim,
entendemos que a propaganda age em nossa vida de maneira extraordinária, pois somos
bombardeados por ela desde os primeiros contatos com a comunicação. É importante
ressaltar que, conforme aponta Mestrinelli (2008), somos influenciados de todos os modos
em nosso cotidiano por meio de textos escritos, imagens e sons. É evidente que, quando
folheamos uma revista, um jornal ou ao ligarmos a TV ou até mesmo dirigindo, fixamos
nossos olhos em um outdoor, em um comercial, em uma imagem na revista que propaga
mais um serviço ou produto, certamente nos interessamos por aquilo que atrai a nossa
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atenção. Atrair a atenção do consumidor, esse é o primeiro objetivo da produção do texto
publicitário, em função de que a persuasão garante a venda do produto.
Segundo Castro (2007) torna-se necessário, então, construir, para o publicitário,
uma máscara de anunciante honesto e interessado apenas no bem-estar do consumidor,
que é motivado a comprar não só o produto, mas tudo aquilo que ele promete
proporcionar e que faz parte do imaginário coletivo de uma sociedade. O objeto de venda
se transforma, assim, na satisfação de um desejo do consumidor.
Considerando que o ser humano usa a argumentação em todas as situações de
comunicação para expor seu modo de vida aos seus semelhantes, Castro (2007) enfatiza
que a argumentação publicitária, hoje, preferentemente, usa as modalidades coloquiais do
discurso, assume compromisso com a novidade e com a atualidade, manifestando, assim,
seu fim utilitário, pois sobrevive do universo cultural de seus consumidores, usa várias
linguagens, vários léxicos, adequando-os à sua função persuasiva e utilitária. Em função
disso, segundo a autora, por meio da argumentação publicitária, elogiam-se ou
condenam-se determinados estilos de vida, alimentam-se ou interrompem-se ideologias,
convencem-se pessoas sobre a utilidade dos produtos, de certas condutas e hábitos e
vendem-se sonhos, de euforia e de perfeição, com o objetivo de despistar os problemas
do dia a dia e propagar o prazer proporcionado pelos objetos de consumo. Contudo,
ressaltamos que nem sempre a mensagem da propaganda é clara, deixando o dito pelo
não dito, com o intuito de despertar a imaginação do interlocutor e induzi-lo a aceitar um
modo de vida sugerido por ela.
Entendemos que, embora toda a informação explícita de um texto possa até ser
questionada pelo interlocutor, os pressupostos, no entanto, devem ser verdadeiros ou
admitidos como tais, pois parte deles a construção das informações explícitas, e, por
outro lado, orientações para interpretações subentendidas podem ser colhidas nos
próprios enunciados. É como vemos por meio do seguinte trecho:
Um dos aspectos mais integrantes da leitura de um texto é a verificação de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das informações explicitamente enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos (FIORIN & SAVIOLI, 2008, p. 241).
Nesse sentido, ressaltamos que é de suma importância, na leitura e interpretação
de um texto, perceber a presença dos pressupostos, pois se trata de um dos recursos
argumentativos utilizados com a intenção de levar tanto o ouvinte como o leitor a aceitar o
que está sendo exposto. Portanto, numa ideia introduzida sob a forma de pressuposto, o
falante acaba transformando o ouvinte em cúmplice, uma vez que todos os argumentos
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posteriores contribuem para confirmar a mesma que não é posta em discussão. Martins
(1984) ressalta que, se pressupormos que nada é gratuito no texto, tudo tem sentido.
Para efeito da presente pesquisa, tomamos como aporte teórico quanto aos
conceitos de pressuposto e subentendido a proposta de Ducrot (1987), e de inferência tal
como exemplificada em Ilari e Geraldi (1986).
E) PROBLEMATIZAÇÃO:
O processo de interpretar o posicionamento do produtor do texto requer do
professor um cuidado com os alunos no tocante à leitura. O presente trabalho propõe
verificar como ocorre o implícito na propaganda para, então, propor formas de se lidar
com a leitura em sala de aula.
F) OBJETIVO:
Geral: Sondar formas de implícito na propaganda com a finalidade de repassar essa
sondagem aos alunos.
Específicos:
1. Leitura bibliográfica acerca da noção de coerência e implícito.
2. Selecionar marcas linguísticas que orientam a leitura do implícito de uma determinada
propaganda.
3. Analisar as formas de implícito selecionadas.
4. Elaborar material didático destinado à leitura do implícito.
5. Elaborar artigo científico.
G) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA/REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:
Os gregos, desde a Antiguidade, fizeram da argumentação a arte de seduzir e
persuadir, pois já acreditavam que o homem era movido pela razão (ratio) e pela emoção,
técnicas usadas à demonstração de sentimentos. Argumentar, então, é uma atividade
discursiva que busca a racionalidade e a influência para convencer o outro sobre seus
ideais, crenças, opiniões e valores (vide CASTRO, 2007, p.01).
Propõe-se, neste trabalho, explorar os dados implícitos em uma propaganda com o
objetivo de demonstrar formas de interpretações pautadas numa leitura investigativa, com
aprofundamento teórico voltado para a concepção de coerência como sendo um princípio
de interpretabilidade. Pretende-se trabalhar com as categorias que mais rendem trabalhos
sobre o patamar do implícito, ou seja: a pressuposição, subentendido e a inferência.
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De acordo com as Diretrizes Curriculares (2008), a escola é um lugar de socia-
lização do conhecimento e um dos seus papéis é formar leitores críticos e atuantes
nas práticas de letramento da sociedade, para que possam ter condições de inter-
pretar o mundo com o objetivo de construir uma sociedade justa, em que as opor-
tunidades sejam iguais para todos.
Ainda nessas mesmas diretrizes, consta que toda educação comprometida
com o exercício da cidadania precisa criar condições para que o aluno possa desenvolver
suas competências e habilidades. Sendo assim, deve-se procurar desenvolver em nossos
alunos um proficiente desempenho em leitura e escrita para que eles possam assimilar
estratégias de diálogo diretamente com os textos escritos, pois a leitura não é a habilida-
de de decodificar palavras, mas sim uma habilidade de se extrair o significado, implícito e
explícito do texto escrito.
No ato de leitura, um texto remete a outro, pois todo leitor tem sua inter-
pretação, assim como todo texto tem sua intencionalidade, já que ele não é
neutro. Segundo as Diretrizes Curriculares:
Compreende-se a leitura como um ato dialógico, interlocutivo, que envolve deman-das sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de deter-minado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os seus conhe-cimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vo-zes que o constituem (DIRETRIZES CURRICULARES, 2008, p. 56).
Assim sendo, salientamos, de acordo com as Diretrizes, que a leitura é
um ato dialógico, acontece num determinado tempo e espaço e praticá-la em
diferentes contextos requer que se compreendam as esferas discursivas em
que os textos são produzidos e circulam, bem como se reconheçam as inten-
ções e os interlocutores do discurso preestabelecidos.
Segundo Koch (1984), nas aulas de leitura, o professor deve conscientizar o apren-
diz acerca da existência de diversos níveis de significação em cada texto, ou seja, além
da significação explícita, o leitor precisa estar ciente que existem significações implícitas,
que sutilmente estão ligadas à intencionalidade do emissor. Conforme postula Freire
(2000), para o aluno tornar-se o sujeito do ato de ler ele deve ser preparado.
Sabemos que a leitura de texto é considerada ponto de partida e chegada para o
trabalho com a língua; é também concebida como representação do real, ou do
pensamento, tal como ele é produzido. Sendo assim, o educando precisa assumir-se
como locutor efetivo, de acordo com o que propõe Geraldi (1997), e, dessa forma, tenha o
que dizer, razão para dizer, como dizer e interlocutores para quem dizer.
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Ducrot (1987) declara que o termo implicitação abrange uma área relativamente
ampla sendo que na mesma é possível identificar três formas de implícito: a) implícito
baseado na enunciação – subentendido; b) implícito baseado no enunciado – inferência;
c) implícito do enunciado – pressuposição.
Koch (1984) esclarece que o subentendido se refere à maneira de como
determinado sentido é decifrado pelo enunciado, ou seja, diz respeito ao modo como este
sentido é manifestado de acordo como o interlocutor deve interpretar a fala que o locutor
coloca. Para a autora esse conceito, de acordo com Ducrot (1987), rege que o dizer
alguma coisa leva uma série de considerações que devem ser levadas em conta pelo
leitor.
A ideia de pressuposição está ligada ao teor próprio dos elementos linguísticos
presentes nos enunciados, uma vez que é possível deduzir orientação de sentido a partir
destes. Na visão ducrotiana, o pressuposto é parte integrante do sentido do enunciado.
Dessa forma, segundo Ducrot (1987) o pressuposto faz parte de indicações presentes no
enunciado, porém são indicações que estão à margem da linha argumentativa do
discurso. Nesse sentido, na proposta de Ducrot, é como se o pressuposto não autorizasse
prosseguir no discurso a partir dele.
Portanto, é preciso recorrer ao sentido das palavras ou sentenças de uma língua,
uma vez que os seus componentes podem ser tomados de forma particular a cada
atualização dos enunciados. Sendo assim, um enunciado como Maria terminou a tarefa
traz a informação também relativa ao fato de que antes ela estava desenvolvendo certa
atividade. Dessa forma, não fica para o leitor somente o fim em si de uma ação.
Por outro lado, em Maria terminou a tarefa, sendo um enunciado, é necessário
também reconhecer todos os seus empregos possíveis, que podem mudar de acordo com
a intencionalidade do locutor e as circunstâncias de sua produção. Nossa fala está
carregada de crenças, valores ideológicos e conhecimentos históricos adquiridos de
acordo com nossa formação que nem sempre é a mesma do interlocutor, por isso os
sentidos podem estar atrelados a uma orientação geral, do tipo “Ela conseguiu”, “Enfim
ela terminou”, “Ela pode passear”. São interpretações possíveis por meio do próprio
enunciado (para recorrer à proposta de Ducrot (1987) com relação ao subentendido).
Sendo assim, o interlocutor passa a avaliar o enunciado de acordo com seu conhecimento
prévio sobre o assunto.
Por outro lado, seguindo-se o que prevê Geraldi e Ilari (1986), a inferência é um ato
mais centrado na própria situação de enunciação. O interlocutor avalia as condições de
realização do enunciado para poder avaliar o sentido ou os sentidos que são mais
globalmente construídos. São respostas a perguntas do tipo “Por que ela falou assim?”. 58
Neste caso, o receptor da mensagem realiza um trajeto de análise que seria
parecido com o seguinte: Maria terminou a tarefa. Se isto foi dito para mim, deve ser
porque eu ainda nem comecei a minha! Percebe-se que este último sentido está mais
atrelado às condições de realização do enunciado e envolve os vários agentes do
processo interativo.
H) ESTRATÉGIAS DE AÇÃO:
O projeto será aplicado no Colégio Estadual Santa Tereza do Oeste - Santa Tereza
do Oeste, no ano de 2010. Será desenvolvido com uma oitava série do Ensino
Fundamental. O material que usaremos será disponibilizado aos professores de
Português da escola que queiram trabalhar com ele.
O presente trabalho se pauta numa análise voltada para a interpretação de uma
propaganda. Inicialmente, serão trabalhadas as informações explícitas, e, em seguida,
serão identificadas e analisadas as categorias implícitas, pressuposição, subentendido e
inferência, ou seja, o que não está escrito na propaganda, pois partimos da ideia de que
“nada é gratuito num texto, tudo tem sentido” (MARTINS, 1984, p.74).
Primeiramente o projeto será apresentado para o corpo docente e direção numa
reunião pedagógica. Depois serão aplicadas atividades aos alunos, as quais permitirão o
trabalho com as categorias do implícito na propaganda analisada.
Também realizaremos na escola um Grupo de Apoio com os profissionais da
educação para aprofundar teoricamente o tema em questão, como também propiciar um
envolvimento maior da comunidade escolar. Neste trabalho, objetiva-se refletir sobre a
noção de argumentação e apresentar as bases teórico-metodológicas que orientam o
Projeto. Este trabalho permitirá verificar a pertinência e adequação das atividades
propostas no Projeto, auxiliando no acompanhamento, desenvolvimento e programação
das atividades. Pretende-se realizar avaliação das atividades ao longo do processo de
implementação do Projeto, apresentando, ao final, sugestões para serem incorporadas no
artigo final de conclusão do PDE.
A leitura dos textos sugeridos será relacionada com as disciplinas de História e de
Artes. Nesse sentido, haverá uma abertura maior para a interpretabilidade, e serão
motivadas discussões em sala de aula sobre o que é necessário para lermos o mundo a
nossa volta e principalmente o implícito.
I) CRONOGRAMA DE AÇÕES:
01/09/2009 a 08/04/2010: Orientações, elaboração do projeto e fechamento dos textos
lidos;
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16/04/2010 a 16/05/2010: Discutir e trabalhar o projeto com os colegas dos Grupos de
Trabalho em Rede.
12/07/2010 a 04/10/2010: Grupo de Apoio na Escola.
01/06/2010 a 10/12/2010: Implementação do projeto na Escola.
08/02/2010: Elaboração da produção didático-pedagógica - fase inicial de produção do
FOLHAS.
05/07/2010: Produção didático-pedagógica - fase final de produção do FOLHAS.
08/02/2011: Trabalho final - Artigo Científico, fase inicial.
31/05/2011: Trabalho final - Artigo Científico, fase final.
J) REFERÊNCIAS:
CASTRO, Maria Helena Steffens de. A argumentação como discurso da sedução.
Trabalho apresentado no VII Encontro dos Núcleos de Pesquisa em Comunicação – NP
Publicidade e Propaganda. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul –
PUCRS. INTERCOM 2007. Disponível em: <http:// www. intercom.org.br /papers/nacionais/>
Acesso em: 17 set. 2009.
CITELLI, Adilson. Linguagem e persuasão. 16ª ed. São Paulo, Ática, 2006.
DUCROT, Oswald. O dizer e o dito. Campinas, SP: Pontes, 1987.
FIORIN, José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e
redação. 17ª ed. São Paulo: Ática, 2007.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 2000.
GERALDI, João W. Portos de Passagem. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1.997.
GUIMARÃES, Eduardo. Texto e argumentação. 2ª ed. Campinas: Pontes, 2001.
ILARI, Rodolfo e João Wanderley Geraldi. Semântica. São Paulo: Ática, 1986.
KOCH, Ingedore. Argumentação e linguagem. São Paulo: Cortez, 1984.
______. Texto e coerência. São Paulo: Cortez, 1989.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 4ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1984.
MESTRINELLI, Terezinha Fortes. A argumentação do tipo apolíneo e do tipo dionisía-
co em texto publicitário de revista: a tese de adesão inicial em frase-título. Trabalho
apresentado no NP Publicidade e Propaganda do VIII Nupecom – Encontro de Núcleos de
Pesquisa em Comunicação, evento componente XXXI Congresso Brasileiro de Ciências
da Comunicação. Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008. Disponível em:
<http:// www. intercom.org.br /papers/nacionais/> . Acesso em: 18 set. 2009. E-mail:
PARANÁ, Governo de Estado, Secretaria de Estado da Educação do Paraná –
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua 60
Portuguesa. Paraná: Secretaria de Estado da Educação do Paraná – Departamento de
Educação Básica, 2008.
12 . Demais projetos internos
PROJETO “O SENTIDO DA VIDA”
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Professora: Janete Moresco Gaspar
Município: Santa Tereza do Oeste
Área: Língua Portuguesa
NRE: Cascavel
Município: Santa Tereza do Oeste
Escola: Colégio Estadual Santa Tereza do Oeste – Ensino Fundamental e Médio
Público: alunos do Ensino Fundamental e Médio
TEMA: O resgate de valores morais e éticos.
JUSTIFICATIVA:
A educação é o meio pelo qual a sociedade renova perpetuamente as
condições de sua própria existência, pois a pessoa não é ainda uma plenitude
experimentada, e um vir a ser, é a única maneira de alcançá-la a fazê-la ser. Começamos
então a falar não mais em educação para direitos humanos, pois não se trata de ensinar
um contexto que será usado em algum futuro, mas sim fazer com que as atitudes
cotidianas reflitam a prática do respeito aos direitos humanos, favorecendo assim, “a
educação enquanto promoção cultural-humano-libertadora” (CNBB, Doc. 41 p. 64).
Sabe-se que a função da escola é a de transmitir o conhecimento historicamente
acumulado, como também formar pessoas por meio da difusão de valores, ideias,
crenças, preceitos morais e éticos. É preciso trabalhar na escola a consciência da luta por
um mundo mais humano e com igualdade de oportunidades para todos, onde haja a
harmonia, mas não a passividade, que nos reintegre ao universo e a história, e restaure
em nós a capacidade de emocionar-nos com borboletas.
Este projeto, em parceria com a Pastoral da Educação, consiste em motivar os
alunos e pais a participarem de oficinas, como ponto de partida, onde será trabalhada a
questão da paz e da indisciplina escolar; visa também proporcionar meios que possam
ajudar o educando a refletir sobre os valores, preceitos morais e éticos que o influencia
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como também apreciar a beleza da vida, do mundo e também auxiliá-lo a confiar mais em
suas próprias habilidades e potencialidades, descobrindo assim, o verdadeiro sentido da
vida.
OBJETIVO:
Promover, articular e organizar ações voltadas à formação do ser humano e da
cultura da paz em nosso meio.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Segundo a Constituição Brasileira, em seu artigo 5º “Todos são iguais perante a
lei”. Portanto, é dever do Estado garantir a todos os cidadãos a igualdade perante as leis,
porém sabemos que, historicamente, em nosso país, há um descompasso entre o que a
lei propõe e a realidade vivida pela sociedade, incluídos, aí, os processos de educação
(PARANÁ, 2008, p.38).
O conhecimento se multiplicou e o número de escolas se expandiu como em
nenhuma outra época, contudo, a educação está em crise e a mesma atinge as escolas e
inevitavelmente toda a sociedade. Nos últimos anos podemos perceber na sociedade
brasileira mudanças profundas que geraram concentração de renda, desemprego,
subemprego, crise da ética, crise das utopias, do sentido de viver, da autoridade,
mudança no sistema de valores, entre outros. É a crise da disciplina no contexto da Pós-
Modernidade. Esses fatores influenciaram diretamente a dinâmica familiar e,
conseqüentemente acabou refletindo na escola, onde podemos observar muitos
adolescentes e jovens alienados, descomprometidos com a educação, indisciplinados,
com crise de identidade no meio de tantas contradições que o mundo oferece; nota-se
que estão precisando de uma mão amiga que os ajudem a perceber os valores, as
alegrias, a enfrentar com otimismo as inevitáveis tristezas e angústias da vida, a desfrutar,
enfim, as satisfações da maturidade.
Entre os professores é comum o questionamento sobre como proceder em relação
a alunos – notadamente crianças e adolescentes, que praticam atos de indisciplina na
escola – no Regimento Escolar do estabelecimento de ensino está inclusa a forma de
lidar com autores de atos de indisciplina, pois são estes indiciários de falhas no processo
educacional do aluno que serão melhor apuradas e supridas através de ações conjuntas
da escola, da família e, eventualmente de outros órgãos e autoridades, como é o caso do
Conselho Tutelar. O Estatuto da Criança e do Adolescente reforça a ideia de que crianças
e adolescentes também são sujeitos de direitos e deveres como todo cidadão, no mais
puro espírito do contido no artigo 5º, inciso I da Constituição Federal que estabelece a
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igualdade de homens e de mulheres, independentemente de sua idade, em direitos e
obrigações.
Estamos numa sociedade e numa época onde a ciência e a técnica atingiram um
grau inédito de autonomia, não raro voltando-se contra o próprio ser humano, “precisamos
urgentemente evangelizar os saberes para re-humanizar o mundo, reencantar o ensino
para reencantar o planeta” (CNBB, 2006). Nesse contexto, faz-se necessário cumprir a
função social da escola, transmitir o conhecimento historicamente acumulado, como
também formar pessoas por meio da circulação de valores, ideias, crenças, preceitos
morais e éticos. É importante pensar que é “no ambiente escolar que o estudante aprende
a ter voz e fazer uso da palavra, numa sociedade democrática” (PARANÁ, 2008) e
igualitária, mas, sobretudo onde prevaleçam os direitos humanos.
Segundo o documento da CNBB Identidade e Diretrizes para a Pastoral da
Educação no Regional Sul II, somente um povo educado e consciente é capaz de
transformar o seu modo de viver, buscando novos rumos de libertação com criatividade e
amor. Nesse processo educacional está inserido o professor que é tão importante quanto
a educação, pois esta só se constrói a partir de seus agentes, educando e educador.
Mesmo com o grande avanço tecnológico e pedagógico, a pessoa do professor possui um
destaque ‘sui generis’, sem igual. Sendo assim, o professor, o educador é o grande
responsável pela humanização da educação e pelo futuro de uma sociedade, pois todos
os indivíduos, ainda que alguns por um curto período, passam pela escola.
Educar é acreditar na vida, acreditar nos sonhos, acreditar no ser humano,
acreditar no amor que é capaz de vencer barreiras. Para construirmos a educação de
nossos sonhos, de acordo com Cury (2003), devemos estimular o aluno a pensar antes
de reagir, a não ter medo, a ser líder de si mesmo, autor da sua história, a saber filtrar os
estímulos estressantes e a trabalhar não apenas com fatos lógicos e problemas
concretos, mas também com as contradições da vida.
Ressalto que a educação é primordial na formação do ser humano. Segundo o
documento número 41 da CNBB Para uma Pastoral da Educação “educação e
humanização e personalização são complementares e até sinônimos”. Portanto, cabe a
nós, educadores, promover, articular e organizar ações que favoreçam a construção de
um ser humano fraterno, livre, justo, consciente, comprometido e ético.
ESTRATÉGIAS DE AÇÃO:
O projeto será aplicado no Colégio Estadual Santa Tereza do Oeste - Santa Tereza
do Oeste, no ano de 2010. Será desenvolvido com todos os alunos do Ensino
Fundamental e Médio (encontros ecumênicos), principalmente com os alunos que
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apresentam problemas de faltas, de disciplina, baixo rendimento escolar, defasagem de
aprendizagem e baixa auto-estima (oficinas).
O presente trabalho se pauta numa reflexão sobre o verdadeiro sentido da vida.
Primeiramente o projeto será apresentado para o corpo docente e direção escolar numa
reunião pedagógica.
Depois, serão realizadas Oficinas com os alunos, por meio de palestras educativas,
músicas reflexivas, debates, conversação sobre o sentido da vida e temas relacionados
aos valores morais e éticos (família, sexualidade, drogas, diversidade e outros).
Posteriormente, será realizado na escola Encontros Ecumênicos com voluntários
do setor da educação, da Pastoral da Educação, Pastoral da Juventude e outras
entidades afins, para aprofundar os temas em questão, como também propiciar maior
envolvimento de toda a comunidade escolar.
CRONOGRAMA DE AÇÕES:
No decorrer do ano, a definir com a coordenação e/ou direção do Colégio.
REFERÊNCIAS:
CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Identidade e Diretrizes para a
Pastoral da Educação no Regional Sul II. Conselho Episcopal Regional Sul II, 2006.
CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Para uma Pastoral da Educação:
estudos da CNBB número 41.
CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro:
Sextante, 2003.
PARANÁ, Governo de Estado, Secretaria de Estado da Educação do Paraná –
Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica –
Língua Portuguesa. Paraná: Secretaria de Estado da Educação do Paraná –
Departamento de Educação Básica, 2008.
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Editora Alternativa, 2001.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola – reelaborando conceitos e recriando a pratica. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2003.
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SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 21ª ed. São Paulo, Cortez e Autores Associados, 1989.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Resgate do Professor como sujeito de transformação. 7ª ed. São Paulo: Libertat, 1998.
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