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1 COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO PEDRO ERNESTO GARLET ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO SEDE ALVORADA CASCAVEL PR 2017

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO - Paraná · linhas de ação e reorganização do trabalho pedagógico escolar, a curto, médio e longo prazo, na perspectiva pedagógica, administrativa

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COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO PEDRO ERNESTO

GARLET

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO

SEDE ALVORADA

CASCAVEL – PR

2017

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................... .................................................................................................

06

2. FUNDAMENTOS LEGAIS DO PPP................................................................ 07

3. IDENTIFICAÇÃO DO INSTITUIÇÃO

3.1 Dados Gerais .................................................................................................. 09

3.2 Organização interna da escola

3.2.1 Conselho Escolar ............................................................................................ 11

3.2.2 Direção ............................................................................................................ 12

3.2.3 Equipe Pedagógica ......................................................................................... 16

3.2.4 Corpo Docente ................................................................................................ 20

3.2.5 Setor Técnico Administrativo ........................................................................... 23

3.2.5.1 Compete ao funcionário que atua na biblioteca escolar ................................. 25

3.2.6 Órgãos Auxiliares ............................................................................................ 26

3.2.7 Estratégias e/ou ações para articulação com as famílias e a comunidade ..... 26

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 Filosofia Educacional ...................................................................................... 27

4.2 Princípios Norteadores .................................................................................... 27

4.3 Objetivos Gerais .............................................................................................. 28

4.4 Diretrizes de Ação do Da instituição .......................................................... 29

4.5 Princípios Pedagógicos ................................................................................... 30

4.6 Princípios Psicológicos .................................................................................... 31

5. MARCO SITUACIONAL

5.1 Localização da escola ..................................................................................... 32

5.2 Trajetória histórica da instituição ..................................................................... 32

5.2.1 Breve histórico do patrono deste Estabelecimento de Ensino ........................ 33

5.3 Caracterização da comunidade ....................................................................... 33

5.4 Funcionamento da Instituição ......................................................................... 40

5.5 Quadro de Profissionais .................................................................................. 41

5.6 Ambientes pedagógicos disponíveis ............................................................... 44

5.7 Proposta de formação continuada .................................................................. 46

5.8 Organização da hora atividade ....................................................................... 48

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5.9 Inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais ...................... 48

6. MARCO CONCEITUAL

6.1 Concepção de homem .................................................................................... 51

6.2 Concepção de sociedade ................................................................................ 51

6.3 Concepção de criança e adolescente ............................................................. 52

6.4 Concepção de escola e educação .................................................................. 54

6.5 Concepção de ensino aprendizagem .............................................................. 56

6.6 Papel dos professores ..................................................................................... 57

6.7 Relação professor aluno ................................................................................. 58

6.8 Concepção de currículo .................................................................................. 58

6.9 Organização do tempo escolar ....................................................................... 59

6.10 Organização curricular utilizada ...................................................................... 59

6.11 Matriz curricular ............................................................................................... 61

6.12 Base Nacional Comum .................................................................................... 62

6.13 Parte diversificada ........................................................................................... 62

6.14 Concepção de avaliação ................................................................................. 62

6.15 Conselho de Classe ........................................................................................ 65

6.16 Formas de registro da avaliação ..................................................................... 65

6.17 Periodicidade da avaliação ............................................................................. 66

6.18 Proposta de recuperação de estudo ............................................................... 66

6.19 Avaliação institucional ..................................................................................... 66

6.20 Acompanhamento e avaliação do PPP ........................................................... 67

7. MARCO OPERACIONAL

7.1 Gestão Democrática ........................................................................................ 68

7.2 Formação continuada ...................................................................................... 68

7.3 Ações relativa à recuperação de estudos do aluno ........................................ 69

7.4 Linhas de ação para o trabalho pedagógico, administrativo, financeiro e político educacional .........................................................................................

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7.5 Intervenções Pedagógicas

7.5.1 Sala de Recursos Multifuncional...................................................................... 71

7.6 Diversidade Educacional

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7.6.1 Inclusão educacional ....................................................................................... 73

7.6.2 Cultura Afro brasileira ...................................................................................... 74

7.6.3 História e cultura dos povos indígenas ........................................................... 76

7.6.4 Educação do campo

7.6.4.1 Educação do campo: constituição, concepção e a escola do campo ............. 78

7.6.4.2 A educação rural no Brasil .............................................................................. 78

7.6.4.3 A constituição e concepção da educação do campo ...................................... 80

7.6.4.4 Educação do campo: direito nosso e dever do estado ................................... 80

7.6.5 Desafios educacionais contemporâneos

7.6.5.1 Educação Ambiental ....................................................................................... 83

7.6.5.2 Cidadania e direitos humanos ......................................................................... 85

7.6.5.3 Enfrentamento a violência na escola .............................................................. 86

7.6.5.4 Prevenção ao uso indevido de drogas ............................................................ 87

7.6.5.5 Gênero e diversidade sexual ........................................................................... 88

7.6.5.6 Educação fiscal ............................................................................................... 90

7.6.5.7 Estatuto do idoso ............................................................................................. 91

7.6.6 História do Paraná ........................................................................................... 92

7.6.7 Equipe Multidisciplinar ..................................................................................... 92

7.6.7.1 Plano de ação da equipe multidisciplinar ........................................................ 93

7.6.8 Brigada Escolar

7.6.8.1 Introdução ....................................................................................................... 99

7.6.8.2 Plano de abandono ......................................................................................... 99

7.6.8.3 Legislação ....................................................................................................... 100

7.6.8.4 Terminologia, encargos, funções e encarregados

7.6.8.4.1 Ponto de encontro ........................................................................................... 101

7.6.8.4.2 Rota de fuga .................................................................................................... 101

7.6.8.4.3 Membros da brigada escolar ........................................................................... 101

7.6.8.4.4 Organograma da brigada escolar .................................................................... 105

7.6.8.4.5 Preparação do ambiente escolar .................................................................... 105

7.6.9 Instâncias colegiadas ...................................................................................... 105

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7.6.9.1 APMF – Associação de pais, mestres e funcionários ..................................... 106

7.6.9.2 Reuniões Pedagógicas ................................................................................... 107

7.6.9.3 Conselho Escolar ............................................................................................ 107

7.6.9.4 Estágio não obrigatório ................................................................................... 108

7.6.9.5 Adolescente aprendiz ...................................................................................... 109

7.6.10 Projetos Integrados ao PPP

7.6.10.1 Projeto Festa Junina ....................................................................................... 110

7.6.10.2 Projeto Descobrindo a vida – Feira de Ciências ............................................. 111

7.6.10.3 Projeto Cataratas/Itaipu ................................................................................... 112

7.6.10.4 Projeto Mostra Cultural .................................................................................... 114

7.6.10.5 Projeto Olimpíada de Matemática ................................................................... 115

7.6.10.6 Projeto Horta Orgânica .................................................................................... 117

7.6.11 Bibliografia ..................................................................................................... 120

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1. APRESENTAÇÃO

O Projeto Político Pedagógico deste estabelecimento de ensino busca

explicitar as ações pedagógicas desenvolvidas pelo corpo de professores,

funcionários, equipe pedagógica, área administrativa, alunos e pais, entendendo que

todos estão envolvidos no processo de ensino-aprendizagem como integrantes da

Comunidade Escolar, e responsáveis pelo êxito da formação plena dos alunos.

Além de nortear o trabalho do colégio, o Projeto Político-Pedagógico visa

envolver a comunidade escolar no compromisso político e pedagógico da formação

dos alunos.

Neste sentido, quanto maior a participação da comunidade na elaboração e

implementação do Projeto Político-Pedagógico, maior será o seu compromisso em

levar adiante as prescritivas do mesmo.

Por se tratar de um documento que não se apresenta de forma acabada,

uma vez que o trabalho didático pedagógico precisa constantemente ser reavaliado

e repensado, o Projeto Político-Pedagógico necessita estar na pauta cotidiana de

trabalho dos envolvidos com o processo educativo, para que a contribuição para a

construção de uma sociedade mais justa e igualitária possa se efetivar.

Sabemos, contudo, das limitações do trabalho da escola, em relação às

intervenções na sociedade, pois

“a relação entre ensino e aprendizagem é um fenômeno complexo, pois diversos fatores de ordem social, política e econômica interferem na dinâmica da sala de aula, isto porque a escola não é uma instituição independente, está inserida na trama do tecido social. Desse modo, as interações estabelecidas na escola revelam múltiplas facetas do contexto mais amplo em que o ensino se insere”.

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Mesmo tendo os fatores sociais, políticos e econômicos como seus

principais determinantes, a escola é, como afirma Saviani, determinada pela

sociedade na qual está inserida, porém também pode apresentar-se como

determinante desta mesma sociedade

“sendo esta determinada de forma absoluta pela sociedade, isso significa que se ignora a categoria de ação recíproca, ou seja, que a Educação é, sim, determinada pela sociedade, mas que essa determinação é relativa e

1 REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 16

ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004, pg. 105.

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na forma da ação recíproca – o que significa que o determinado também reage sobre o determinante”.

2

Neste sentido, impõe-se o desafio à comunidade escolar, de lutar por

condições físicas, materiais, políticas e pedagógicas, a fim de tornar o espaço

escolar apto a instrumentalizar e preparar de forma real e possível o educando, para

que a escola deixe de ser somente determinada e passe a ser determinante.

2. FUNDAMENTOS LEGAIS DO PPP:

De acordo com a instrução nº 007/2010 da Secretaria Estadual de

Educação, o Projeto Político Pedagógico dos estabelecimentos de ensino, devem

expressar a autonomia e a identidade de cada escola, sendo construído e

realimentado coletivamente por professores, funcionários, direção, coordenação,

alunos, pais e toda a comunidade escolar de acordo com o firmado no artigo 2º da

Deliberação nº 14/99 – CEE e no artigo 4º da Deliberação nº 16/99 - CEE.

Este importante documento deve conter o histórico da instituição, suas

concepções filosóficas, pedagógicas, psicológicas e o planejamento a curto, médio e

longo prazo das ações que serão praticadas pela escola.

O Projeto Político-Pedagógico expressa os princípios que fundamentam e

organizam toda a prática pedagógica através das quais são subsidiadas as

decisões, a condução das ações, dos programas desenvolvidos no estabelecimento

de ensino, os impactos destes sobre o processo de ensino aprendizagem, bem

como a análise dos seus resultados.

De acordo com a instrução nº 007/2010 o PPP deve:

[...]expressar o movimento da prática pedagógica, de forma dinâmica e não fragmentada, contudo para efeitos apenas didáticos, pode ser organizado através de elementos conceituais (os fundamentos), situacionais (diagnóstico) e operacionais (planejamento):

Identificação: localização, aspectos históricos, caracterização do atendimento, situação administrativa e geográfica, suas condições físicas, materiais e de recursos humanos, aspectos quantitativos e qualitativos; porte, regime escolar: classificação, reclassificação, promoção; progressão parcial, quantidade de profissionais em cada setor, quantidade de alunos, localização da instituição de ensino, características da comunidade escolar, corpo docente, corpo discente, perfil sócio econômico da comunidade escolar, organização da entidade escolar como um todo

O diagnóstico da instituição de ensino (Marco Situacional): Possibilidades e necessidades de avanços da prática pedagógica; identificação dos problemas relativos à gestão escolar, à aprendizagem, à

2 SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-crítica: primeiras aproximações. São Paulo:

Cortez: Autores Associados, 1991, pg. 95.

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participação dos pais, à formação inicial, ao atendimento da formação continuada dos profissionais da educação, à organização do tempo e do espaço, aos índices de aproveitamento escolar, à relação entre os profissionais da escola e discentes, aos equipamentos físicos e pedagógicos, aos critérios de organização das turmas, ao acompanhamento e realização da hora atividade e outros.

Princípios didático-pedagógicos (Marco Conceitual): concepção de educação, de homem, de mundo, de sociedade, de cultura, de gestão, de currículo, de conhecimento, de tecnologia, de ensino-aprendizagem, de avaliação, de cidadania, de tempo, de espaço e de formação continuada.

Planejamento de ações da escola (Marco Operacional): define linhas de ação e reorganização do trabalho pedagógico escolar, a curto, médio e longo prazo, na perspectiva pedagógica, administrativa e político-social, à luz de todos os elementos da prática pedagógica.

A elaboração do PPP está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional 9394/96, nos seus artigos 13, 14 e 15. O Projeto Político-Pedagógico

deverá ser discutido, aprovado e acompanhado em sua efetivação pelo Conselho

Escolar, conforme previsto no artigo 6º, § 1º da Deliberação N° 16/99 – CEE. 3. O

Projeto Político-Pedagógico em seus encaminhamentos, fundamentos e princípios

deve ser legitimado pelo Regimento Escolar, o qual, da mesma forma, deve ser

construído e definido coletivamente e aprovado pelo Conselho Escolar.

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3. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO:

3.1. Dados Gerais:

Nome da escola: Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet - Ensino

Fundamental e Médio.

Endereço: Rua Agibe Rosalino Vivian, s/n, Distrito de Sede Alvorada, Município de

Cascavel.

CEP: 85822-000

Telefone: (45) 3271-1272

Email: [email protected]

Núcleo Regional de Educação: Cascavel

Código da instituição (INEP): 41071980

Entidade Mantenedora: Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED

Regime de tempo escolar: seriado.

Organização Curricular: por disciplinas.

Oferta de Ensino: fundamental e médio.

Turnos de funcionamento: matutino e vespertino.

Número de turmas: 7 (4 no período da manhã e 3 no período da tarde).

Autorização de funcionamento da escola: Res. 464/1990 DOE 02/03/1990

Credenciamento para oferta da Educação Básica: Res. 3139/2012 DOE

12/06/2012

Ato de autorização e reconhecimento do Ensino Médio: Res. 1392/2006

Renovação de reconhecimento do Ensino Médio: Res. 3659/2015

Ato de autorização e reconhecimento do Ensino Fundamental: Res. 464/1990

Renovação do reconhecimento do Ensino Fundamental: Res. 607/2014

Ato de autorização da Sala Rec. S. Fi. D. Intel. Tran. F. E. : Res. 262/2006

Ato de autorização e reconhecimento da Sala de Recurso Multifuncional: Res.

2316/2016

Renovação de autorização da Sala de Recurso Multifuncional: Res. 4588/2014

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Histórico da instituição:

Localizado nas proximidades da BR 467 entre Cascavel e Toledo, atende

alunos do Distrito de Sede Alvorada e de localidades vizinhas, tais como: Ipiranga,

Chaparral, São Pedro, Esquina Memória, Gramado, São Roque da Lopei e

Planaltina.

A criação da Escola Estadual Pedro Ernesto Garlet foi autorizada pela

Resolução nº. 464/90 em 13/02/1990, pela Secretaria do Estado da Educação, e

reconhecida em 17/09/1992 pela Resolução nº 3057/92 desta mesma secretaria.

No ano de 2005, a escola recebeu, através dos alunos e seus responsáveis,

tanto desta comunidade como de outras vizinhas, pedidos no sentido de ofertar

também o Ensino Médio.

Até então, a oferta do Ensino Médio vinha sendo feita no Município de

Toledo, com o transporte dos alunos por parte da Secretaria de Educação do

Município de Cascavel. No entanto, a escola foi comunicada de que a partir do ano

de 2006 a Prefeitura Municipal de Cascavel, por meio da Secretaria Municipal de

Educação, não mais faria o transporte escolar destes alunos.

Neste sentido, o oferecimento do nível de Ensino Médio aos alunos da

comunidade e comunidades vizinhas pela Escola Estadual do Campo Pedro Ernesto

Garlet, se tornou uma necessidade, já que a distância de outros estabelecimentos

onde o Ensino Médio é ofertado ocasionava a impossibilidade de muitos alunos

frequentarem.

A partir desta necessidade, foi iniciado o processo de implantação do Ensino

Médio na escola, que a partir de 2006, passou a se chamar Colégio Estadual do

Campo Pedro Ernesto Garlet - Ensino Fundamental e Médio.

O transporte dos alunos que moram na zona rural em Sede Alvorada

continuou sendo feito pela parceria Estado/Município, da mesma forma que já vinha

ocorrendo no período matutino, quando eram transportados os alunos da Escola

Estadual e da Escola Municipal.

Atualmente, o colégio conta com treze professores, sendo que uma

professora é para Sala de Recursos Multifuncional; uma professora pedagoga; uma

diretora; uma agente educacional II que exerce a função de secretária; três agentes

educacionais I que exercem a função de serviços gerais e merenda; uma agente

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educacional II que exerce a função de bibliotecária; uma professora de apoio; e uma

agente educacional I que exerce a função de auxiliar operacional.

O Colégio atende aproximadamente 150 alunos, distribuídos em turmas

únicas de 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e de 1ª a 3ª séries do Ensino Médio,

nos turnos matutino e vespertino.

O espaço físico da escola é pequeno, pois na mesma dependência também

funciona o colégio municipal deste distrito. O prédio precisa de reformas e os

recursos materiais existentes nem sempre são suficientes para suprir as

necessidades, tanto pedagógicas como administrativas.

3.2. Organização Interna da Escola:

3.2.1 Conselho Escolar:

O Conselho Escolar é um órgão colegiado de natureza deliberativa,

consultiva, avaliativa e fiscalizadora sobre a organização e a realização do trabalho

pedagógico e administrativo da instituição de ensino, em conformidade com a

legislação educacional vigente e orientações da Secretaria de Estado da Educação.

É composto por representantes da comunidade escolar e representantes de

movimentos sociais organizados e comprometidos com a educação pública,

presentes na comunidade, sendo presidido por seu membro nato, o (a) diretor (a)

escolar.

A comunidade escolar é compreendida como o conjunto dos profissionais da

educação atuantes no estabelecimento de ensino, alunos devidamente matriculados

e frequentando regularmente, pais e/ ou responsáveis legais pelos alunos. A

participação dos representantes dos movimentos sociais organizados, presentes na

comunidade, não ultrapassará um quinto (1/5) do colegiado.

O Conselho Escolar poderá eleger seu vice-presidente dentre os membros

que o compõem, maiores de 18 (dezoito) anos e tem como principais atribuições,

acompanhar a efetivação do Projeto Político Pedagógico da instituição de ensino.

Cabe ao Conselho Escolar dar anuência no Regimento Escolar e atuar no

âmbito da instituição de ensino, conforme atribuições definidas em estatuto próprio.

Os representantes do Conselho Escolar são escolhidos entre seus pares,

mediante processo eletivo, de cada segmento escolar, garantindo-se a

representatividade dos níveis e modalidades de ensino.

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As eleições dos membros do Conselho Escolar, titulares e suplentes, realizar-

se-ão em reunião de cada segmento convocada para este fim, para um mandato de

02 (dois) anos, admitindo-se uma única reeleição consecutiva.

O Conselho Escolar, de acordo com o princípio da representatividade e da

proporcionalidade, é constituído pelos seguintes conselheiros:

I. Diretor (a);

II. Representante da Equipe Pedagógica;

III. Representante da Equipe Docente (professores);

IV. Representante dos funcionários que atuam nas áreas de Administração

Escolar e Operação de Multimeios Escolares;

V. Representante dos funcionários que atuam nas áreas de manutenção de

Infraestrutura Escolar e Preservação do Meio Ambiente, Alimentação Escolar

e Interação com o educando;

VI. Representante dos discentes (estudantes e/ou Grêmio Estudantil);

VII. Representante de pais ou responsáveis por alunos;

VIII. Representante da Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF);

IX. Representante dos movimentos sociais organizados da comunidade.

O Conselho Escolar é regido por Estatuto próprio, aprovado por 2/3 (dois terços)

de seus integrantes.

3.2.2 Direção:

A direção escolar é composta pelo diretor (a) e diretor (a) auxiliar, escolhidos

democraticamente entre os componentes da comunidade escolar, conforme

legislação em vigor. A função de diretor (a), como responsável pela efetivação da

gestão democrática, é a de assegurar o alcance dos objetivos educacionais

definidos no Projeto Político Pedagógico da instituição de ensino.

Compete ao diretor (a):

I. cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor;

II. responsabilizar-se pelo patrimônio público escolar recebido no ato da

posse;

III. coordenar a elaboração e acompanhar a implementação do Projeto

Político Pedagógico da escola, construído coletivamente e apreciado pelo Conselho

Escolar;

IV. coordenar e incentivar a qualificação permanente dos profissionais da

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educação;

V. implementar a proposta pedagógica curricular da instituição de ensino,

em observância às Diretrizes Curriculares Nacionais e Diretrizes Curriculares

Orientadoras da Educação Básica para a rede Estadual de Ensino;

VI. coordenar a elaboração do Plano de Ação da instituição de ensino e

submetê-lo à aprovação do Conselho Escolar;

VII. convocar e presidir as reuniões do Conselho Escolar, dando

encaminhamento às decisões tomadas coletivamente;

VIII. elaborar os planos de aplicação financeira sob sua responsabilidade,

consultando a comunidade escolar e colocando-os em edital público;

IX. prestar contas dos recursos recebidos, submetendo sua aplicação e

utilização à aprovação do Conselho Escolar e fixando-os em edital público;

X. coordenar a construção coletiva do Regimento Escolar, em

consonância com a legislação em vigor, submetendo-o à apreciação do Conselho

Escolar e, após, encaminhá-lo ao Núcleo Regional de Educação para a devida

aprovação;

XI. garantir o fluxo de informações no estabelecimento de ensino e deste

com os órgãos da administração estadual;

XII. encaminhar aos órgãos competentes as propostas de modificações no

ambiente escolar, quando necessárias, aprovadas pelo Conselho Escolar;

XIII. deferir os requerimentos de matrícula;

XIV. elaborar, juntamente com a equipe pedagógica e coordenação, o

calendário escolar, de acordo com as orientações da Secretaria de Estado da

Educação, submetê-lo à apreciação do Conselho Escolar e encaminhá-lo ao Núcleo

Regional de Educação para homologação;

XV. acompanhar, juntamente com a equipe pedagógica, o trabalho docente

e o cumprimento dos dias letivos, da carga horária, conteúdos aos discentes e

estágios;

XVI. assegurar o cumprimento dos dias letivos, horas-aula e horas-

atividade estabelecidos;

XVII. promover grupos de trabalho e estudos ou comissões encarregadas

de estudar e propor alternativas para atender aos problemas de natureza

pedagógico-administrativa no âmbito escolar;

XVIII. Propor à Secretaria de Estado da Educação, via Núcleo Regional de

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Educação, após aprovação do Conselho Escolar, alterações na oferta de ensino e

abertura ou fechamento de cursos;

XIX. participar e analisar a elaboração dos Regulamentos Internos e

encaminhá-los ao Conselho Escolar para aprovação;

XX. supervisionar o preparo da merenda escolar, quanto ao cumprimento

das normas estabelecidas na legislação vigente atendendo às exigências sanitárias

e padrões de qualidade nutricional;

XXI. presidir o Conselho de Classe e o Conselho Escolar, dando

encaminhamento às decisões tomadas coletivamente;

XXII. definir horário e escalas de trabalho dos Funcionários que atuam nas

Áreas de Administração Escolar e Operação de Multimeios Escolares e equipe; dos

Funcionários que atuam nas Áreas de Manutenção de Infraestrutura Escolar e

Preservação do Meio Ambiente, Alimentação Escolar e Interação com o Educando;

XXIII. articular processos de integração da escola com a comunidade;

XXIV. solicitar ao Núcleo Regional de Educação suprimento e cancelamento

na demanda de funcionários e professores, observando as instruções emanadas da

Secretaria de Estado da Educação;

XXV. participar, com a equipe pedagógica, da análise e definição de projetos

a serem inseridos no Projeto Político Pedagógico regulamentado no Regimento

Escolar da instituição de ensino, juntamente com a comunidade escolar;

XXVI. participar, com a equipe pedagógica e corpo docente, da análise e

definição de projetos/programas a serem inseridos no Projeto Político Pedagógico

da instituição de ensino, juntamente com a comunidade escolar, possibilitando a

implementação dos mesmos;

XXVII. cooperar com o cumprimento das orientações técnicas de vigilância

sanitária e epidemiológica;

XXVIII. viabilizar salas adequadas quando da oferta do ensino extracurricular

plurilinguístico da Língua Estrangeira Moderna, pelo Centro de Línguas Estrangeiras

Modernas – CELEM;

XXIX. assegurar a realização do processo de avaliação institucional da

instituição de ensino;

XXX. zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,

funcionários e famílias;

XXXI. manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com a

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comunidade escolar e demais segmentos;

XXXII. possibilitar e acompanhar o desenvolvimento dos programas federal e

estadual, no âmbito escolar;

XXXIII. cumprir e fazer cumprir o disposto no Regimento Escolar;

XXXIV. assegurar a composição da Equipe Multidisciplinar possibilitando sua

atuação educativa no âmbito escolar no que se refere a Educação das Relações

Étnico-Raciais;

XXXV. acompanhar o processo de atendimento pedagógico domiciliar ao

aluno impossibilitado de frequentar às aulas por problemas de saúde ou por licença

maternidade, devidamente comprovado por atestado/laudo médico, conforme

dispositivos legais;

XXXVI. fornecer informações ao responsável pela SAREH no NRE e ao

pedagogo que presta serviço na entidade conveniada sempre que solicitado;

XXXVII. possibilitar a implementação do “Programa Brigadas Escolares –

Defesa Civil na Escola”, indicando funcionários e profissionais da instituição de

ensino para compor o grupo da Brigada Escolar e acompanhar o desenvolvimento

de suas ações;

XXXVIII. participar com o Grupo Brigada Escolar na organização do Plano de

Abandono das edificações e acompanhar o desenvolvimento de suas ações;

XXXIX. participar com as equipes pedagógica e docente na construção de

estratégias pedagógicas de superação de todas as formas de discriminação,

preconceito e exclusão social;

XL. assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra qualquer tratamento

discriminatório em decorrência de diferenças físicas, étnicas, de gênero, orientação

sexual, credo, ideologia, condição sócio cultural;

XLI. viabilizar a igualdade de condições de acesso, permanência, inclusão e

sucesso do aluno na escola, respeitando a diversidade, a pluralidade cultural e as

peculiaridades de cada aluno, no processo de ensino-aprendizagem;

XLII. desenvolver campanhas educativas, informativas e de conscientização

com a utilização de cartazes e de recursos de áudio e audiovisual, esclarecendo

sobre os aspectos éticos e legais que envolve o bullying;

XLIII. orientar e auxiliar pais ou responsáveis legais, vítimas e agressores

sobre como proceder diante da prática do bullying, encaminhando-os para a rede de

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serviços sociais, sempre que necessário.

XLIV. definir horário e escalas de trabalho dos funcionários da educação que

atuam nas Áreas de Administração Escolar, Operação de Multimeios Escolares,

Manutenção de Infraestrutura Escolar, Preservação do Meio Ambiente, Alimentação

Escolar, Interação com o aluno (a), garantindo que, no intervalo do almoço e das

atividades, os (as) alunos (as) matriculados (as) nas Atividades de Ampliação de

Jornada, sejam atendidos nas especificidades dessa oferta;

XLV. supervisionar o preparo da merenda escolar e o almoço, para todos os

alunos, matriculados nas Atividades de Ampliação de Jornada;

XLVI. viabilizar espaços físicos adequados para o desenvolvimento das

atividades pedagógicas e dos intervalos para almoço, lanches e descanso dos

alunos matriculados nas Atividades de Ampliação de Jornada ou em regime de

Educação em Tempo Integral;

LVII. disponibilizar materiais e recursos pedagógicos necessários para o

desenvolvimento das atividades diferenciadas, propostas nas Atividades de

Ampliação de Jornada ou no currículo da Educação em Tempo Integral.

3.2.3. Equipe Pedagógica:

A equipe pedagógica é responsável pela coordenação da implantação e

implementação, na instituição de ensino, das Diretrizes Curriculares Nacionais

Gerais da Educação Básica e Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação

Básica, para a rede Estadual de Ensino contempladas/inseridas no Projeto Político

Pedagógico e regulamentadas no Regimento Escolar, em consonância com a

política educacional e orientações emanadas da Secretaria de Estado da Educação

e é composta por professores graduados em Pedagogia.

Compete à equipe pedagógica:

I. coordenar a elaboração coletiva do Projeto Político Pedagógico - PPP

e a sua regulamentação no Regimento Escolar e do Plano de Ação e acompanhar a

efetiva implementação dos mesmos, na instituição de ensino;

II. orientar a comunidade escolar na construção de um processo

pedagógico, em uma perspectiva democrática;

III. participar e intervir, junto à direção, na organização do trabalho

pedagógico escolar, no sentido de realizar a função social e a especificidade da

educação escolar;

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IV. coordenar a construção coletiva e a efetivação da Proposta

Pedagógica Curricular na instituição de ensino, a partir das políticas educacionais da

Secretaria de Estado da Educação, das Diretrizes Curriculares Nacionais da

Educação Básica e das Diretrizes Curriculares Orientadoras da Educação Básica

para a rede Estadual de Ensino bem como, observado as Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais, em Direitos Humanos e

Ambiental;

V. orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente

junto ao coletivo de professores da instituição de ensino;

VI. promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para

reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico visando à

elaboração de propostas de intervenção para a qualidade de ensino para todos;

VII. participar da elaboração de projetos de formação continuada dos

profissionais da instituição de ensino, que tenham como finalidade a realização e o

aprimoramento do trabalho pedagógico escolar;

VIII. organizar, junto à direção da escola, a realização dos Pré-Conselhos

de Classe e dos Conselhos de Classe, de forma a garantir um processo coletivo de

reflexão-ação sobre o trabalho pedagógico desenvolvido no estabelecimento de

ensino;

IX. coordenar a elaboração de proposta de intervenção pedagógica e de

recuperação de estudos, decorrentes das decisões do Conselho de Classe e

acompanhar a sua efetivação;

X. subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores

da instituição de ensino, promovendo estudos sistemáticos, trocas de experiências,

debates e oficinas pedagógicas;

XI. organizar a hora-atividade dos professores da instituição de ensino, de

maneira a garantir que esse espaço-tempo seja de efetivo trabalho pedagógico;

XII. proceder à análise dos dados do aproveitamento escolar de forma a

desencadear um processo de reflexão sobre esses dados, junto à comunidade

escolar, com vistas a promover a aprendizagem de todos os alunos;

XIII. coordenar o aprimoramento e de modificação do Projeto Político

Pedagógico e sua regulamentação no Regimento Escolar em forma de adendo

regimental, garantindo a participação democrática de toda a comunidade escolar;

XIV. participar do Conselho Escolar, quando representante do seu segmento,

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subsidiando teórica e metodologicamente as discussões e reflexões acerca da

organização e efetivação do trabalho pedagógico escolar;

XV. orientar e acompanhar a distribuição e disponibilização, conservação e

utilização dos livros e demais materiais pedagógicos, no estabelecimento de ensino.

XVI. coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e

seleção de materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico, a partir

do Projeto Político Pedagógico da instituição de ensino;

XVII. planejar com o coletivo escolar, os critérios pedagógicos de utilização

dos espaços da biblioteca;

XVIII. acompanhar as atividades desenvolvidas nos Laboratórios de Química,

Física e Biologia e de Informática;

XIX. propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e de sua

participação nos diversos momentos e Órgãos Colegiados da escola;

XX. coordenar o processo democrático de representação docente de cada

turma;

XXI. colaborar com a direção na distribuição das aulas, conforme orientação

da Secretaria de Estado da Educação;

XXII. coordenar, junto à direção, o processo de distribuição de aulas e

disciplinas, a partir de critérios legais, didático-pedagógicos e do Projeto Político

Pedagógico da instituição de ensino;

XXIII. acompanhar os estagiários vindos de outras instituições de ensino

quanto às atividades a serem desenvolvidas na Instituição de ensino;

XXX. promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de

todas as formas de discriminação, preconceito e exclusão social;

XXXI. coordenar a análise de projetos e programas a serem inseridos no

Projeto Político Pedagógico da instituição de ensino;

XXXII. acompanhar o processo de avaliação institucional da instituição de

ensino realizada mediante avaliação interna avaliação externa e pelo desempenho

dos estudantes;

XXXIII. participar na elaboração do Regulamento interno e os regulamentos

que estabelecem o uso dos espaços pedagógicos;

XXXIV. orientar, coordenar e acompanhar a efetivação de procedimentos

didático-pedagógicos referentes à avaliação processual e aos processos de

classificação, reclassificação, aproveitamento de estudos, adaptação e progressão

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parcial, conforme legislação em vigor;

XXXV. organizar e acompanhar, juntamente com a direção, as reposições de

dias letivos, horas e conteúdos aos discentes;

XXXVII. registrar o acompanhamento da vida escolar do aluno;

XXXVIII. organizar registros para o acompanhamento da prática pedagógica

dos docentes da instituição de ensino;

XLI. acompanhar os aspectos de sociabilização e aprendizagem dos alunos,

realizando contato com a família com o intuito de promover ações para o seu

desenvolvimento integral;

XLII. acompanhar a frequência escolar dos alunos, contatando as famílias e

encaminhando-os aos órgãos competentes, quando necessário;

XLIII. acionar serviços de proteção à criança e ao adolescente, sempre que

houver necessidade de encaminhamentos;

XLIV. orientar e acompanhar o desenvolvimento escolar dos alunos público

alvo da Educação Especial, nos aspectos pedagógicos, adaptações físicas e

curriculares e no processo de inclusão na escola;

XLV. manter contato com os professores dos serviços de apoio complementar

e suplementar especializados de alunos, público alvo da educação especial, para

intercâmbio de informações e trocas de experiências, visando à articulação do

trabalho pedagógico entre Educação Especial e ensino regular;

L. assegurar a realização do processo de avaliação institucional da instituição

de ensino;

LI. manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com colegas,

alunos, pais e demais segmentos da comunidade escolar;

LII. zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,

funcionários e famílias;

LIII. elaborar o seu plano de ação e orientar a elaboração do plano de ação da

instituição de ensino;

LIV. assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra qualquer tratamento

discriminatório em decorrência de diferenças físicas, étnicas, de gênero, orientação

sexual, credo, ideologia, condição sócio cultural;

LV. viabilizar a igualdade de condições para a de acesso, permanência,

inclusão e sucesso do aluno na escola, respeitando a diversidade, a pluralidade

cultural e as peculiaridades de cada aluno, no processo de ensino-aprendizagem;

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LVI. participar da equipe multidisciplinar da Educação das Relações Étnico-

Raciais, subsidiando professores, funcionários e alunos;

LVII. fornecer informações ao responsável pelo Serviço de Atendimento à

Rede de Escolarização Hospitalar-SAREH no Núcleo Regional de Educação e ao

pedagogo que presta serviço na instituição conveniada;

LVIII. viabilizar junto à equipe docente, o atendimento pedagógico domiciliar,

para os alunos (as) impossibilitados de frequentar às aulas por problemas de saúde

ou licença maternidade comprovado por atestado/laudo médico, conforme os

dispositivos legais;

LIX. coordenar e orientar a equipe docente quanto a forma de atendimento e

na elaboração do material didático a ser disponibilizado para os (as) alunos (as)

impossibilitados (as) de frequentar a escola por problema da saúde ou licença

maternidade, comprovado por atestado/laudo médico, acompanhando o processo de

avaliação, formas de registros, orientando também a secretaria escolar, na

organização da documentação escolar, desse (a) aluno (a);

LX. organizar juntamente com o professor especializado o cronograma de

atendimento dos alunos matriculados nas Salas de Recursos Multifuncional.

3.2.4. Corpo Docente:

A equipe docente é constituída de professores regentes, devidamente

habilitados. Os docentes especializados em educação especial que atuam na

Educação Básica, com alunos com deficiência física neuromotora, são nominados

de Professores de Apoio a Comunicação Alternativa. Os docentes especializados em

educação especial que atuam na Educação Básica, com alunos com Transtornos

Globais do Desenvolvimento são nominados de Professores de Apoio Educacional

Especializado.

Compete aos docentes:

I. participar da elaboração, implementação e avaliação do Projeto Político

Pedagógico e sua regulamentação no Regimento Escolar da instituição de ensino,

construído de forma coletiva e apreciado pelo Conselho Escolar;

II. elaborar, com a equipe pedagógica, as Propostas Pedagógicas

Curriculares da instituição de ensino, integrados no seu Projeto Político Pedagógico

e participar da sua regulamentação no Regimento Escolar, em consonância às

Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica e as Diretrizes

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Curriculares Orientadoras da Educação Básica para a Rede Estadual de Ensino;

III. participar do processo de escolha, juntamente com a equipe pedagógica,

dos livros e materiais didáticos, em consonância com o Projeto Político Pedagógico

da instituição de ensino;

IV. elaborar seu Plano de Trabalho Docente;

V. desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão

crítica do conhecimento, pelo aluno;

VI. proceder à reposição dos conteúdos, carga horária e/ou dias letivos aos

alunos, quando se fizer necessário, a fim de cumprir o calendário e o Currículo

escolar, resguardando prioritariamente o direito do aluno;

VII. proceder à avaliação contínua, cumulativa e processual dos alunos,

utilizando-se de instrumentos e formas diversificadas de avaliação, previstas no

Projeto Político Pedagógico da instituição de ensino;

VIII. promover o processo de recuperação concomitante de estudos para os

alunos, estabelecendo estratégias diferenciadas de ensino-aprendizagem, no

decorrer do período letivo;

IX. participar do processo de avaliação educacional no contexto escolar dos

alunos com dificuldades acentuadas de aprendizagem, sob coordenação e

acompanhamento do pedagogo, com vistas à identificação de possíveis

necessidades educacionais especiais e posterior encaminhamento aos serviços e

apoios especializados da Educação Especial, se necessário;

X. participar de processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da

escola, com vistas ao melhor desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem;

XI. participar de reuniões, sempre que convocado pela direção;

XII. assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra qualquer tratamento

discriminatório em decorrência de diferenças físicas, étnicas, de gênero, orientação

sexual, de credo, ideologia, condição sócio cultural, entre outras;

XIII. viabilizar a igualdade de condições para a permanência do aluno na

escola, respeitando a diversidade, a pluralidade cultural e as peculiaridades de cada

aluno, no processo de ensino-aprendizagem;

XIV. participar de reuniões e encontros para planejamento e

acompanhamento, junto ao professor de Sala de Recursos e de, a fim de realizar

ajustes ou modificações no processo de intervenção educativa;

XV. estimular o acesso a níveis mais elevados de ensino, cultura, pesquisa

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e criação artística;

XVI. participar ativamente dos Pré-Conselhos e Conselhos de Classe, na

busca de alternativas pedagógicas que visem ao aprimoramento do processo

educacional, responsabilizando-se pelas informações prestadas e decisões

tomadas, as quais serão registradas e assinadas em Ata;

XVII. propiciar ao aluno a formação ética e o desenvolvimento da autonomia

intelectual e do pensamento crítico, visando ao exercício consciente da cidadania;

XVIII. zelar pela frequência do aluno à escola, comunicando qualquer

irregularidade à equipe pedagógica;

XIX. cumprir o calendário escolar, quanto aos dias letivos, horas-aula e

horas-atividade estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos

dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;

XX. cumprir suas horas-atividade no âmbito escolar, dedicando-as a

estudos, pesquisas e planejamento de atividades docentes, sob orientação da

equipe pedagógica, conforme determinações da Secretaria de Estado da Educação;

XXI. manter atualizados os Registros de Classe, conforme orientação da

equipe pedagógica e secretaria escolar, deixando-os disponíveis no estabelecimento

de ensino;

XXII. participar do planejamento e da realização das atividades de

articulação da escola com as famílias a comunidade;

XXIII. desempenhar o papel de representante de turma, contribuindo para o

desenvolvimento do processo educativo;

XXIV. dar cumprimento aos preceitos constitucionais, à legislação

educacional em vigor e ao Estatuto da Criança e do Adolescente, como princípios da

prática profissional e educativa;

XXV. participar com a equipe pedagógica da análise e definição de

programas/ a serem inseridos no Projeto Político Pedagógico da Instituição de

Ensino;

XXVI. comparecer ao estabelecimento de ensino nas horas de trabalho

ordinárias que lhe forem atribuídas e nas extraordinárias, quando convocado;

XXVIII. zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,

funcionários e famílias;

XXIX. manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

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XXX. participar da avaliação institucional, conforme orientação da Secretaria

de Estado da Educação;

XXXI. trabalhar a temática da Educação das Relações Étnico Raciais para o

Ensino de História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena em todas as

disciplinas;

XXXII. cumprir e fazer cumprir o Regimento Escolar.

3.2.5 Setor Técnico Administrativo:

Os funcionários das áreas de administração escolar e operação de multimeios

escolares atuam na secretaria, biblioteca e laboratório da instituição de ensino. O

funcionário que atua na secretaria como secretário (a) escolar é indicado pela

direção da instituição de ensino e designado por Ato Oficial, conforme normas da

Secretaria de Estado da Educação. O serviço da secretaria é coordenado e

supervisionado pela direção.

Compete a (o) Secretária (o) Escolar:

I. conhecer o Projeto Político Pedagógico da instituição de ensino;

II. cumprir a legislação em vigor e as instruções normativas emanadas da

Secretaria de Estado da Educação, que regem o registro escolar do aluno e a vida

legal da instituição de ensino;

III. distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da secretaria aos

demais funcionários;

IV. receber, redigir e expedir a correspondência que lhe for confiada;

V. organizar e manter atualizados a coletânea de legislação, resoluções,

instruções normativas, ordens de serviço, ofícios e demais documentos;

VI. efetivar e coordenar as atividades administrativas referentes à

matrícula, transferência e conclusão de curso;

VII. elaborar relatórios e processos de ordem administrativa a serem

encaminhados às autoridades competentes;

VIII. encaminhar à direção, em tempo hábil, todos os documentos que

devem ser assinados;

IX. organizar e manter atualizado o arquivo escolar ativo e conservar o

inativo, de forma a permitir, em qualquer época, a verificação da identidade e da

regularidade da vida escolar do aluno e da autenticidade dos documentos escolares;

X. responsabilizar-se pela guarda e expedição da documentação escolar

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do aluno, respondendo por qualquer irregularidade;

XI. manter atualizados os registros escolares dos alunos no sistema

informatizado;

XII. organizar e manter atualizado o arquivo com os atos oficiais da vida

legal da escola, referentes à sua estrutura e funcionamento;

XIII. atender a comunidade escolar, na área de sua competência, prestando

informações e orientações sobre a legislação vigente e a organização e

funcionamento da instituição de ensino, conforme disposições do Regimento

Escolar;

XIV. zelar pelo uso adequado e conservação dos materiais e equipamentos

da secretaria;

XV. orientar os professores quanto ao prazo de entrega do Livro Registro

de Classe com os resultados da frequência e do aproveitamento escolar dos alunos;

XVI. cumprir e fazer cumprir as obrigações inerentes às atividades

administrativas da secretaria, quanto ao registro escolar do aluno referente à

documentação comprobatória, de adaptação, aproveitamento de estudos,

progressão parcial, classificação, reclassificação e regularização de vida escolar;

XVII. organizar o Livro Ponto de professores e funcionários, encaminhando

ao setor competente a sua frequência, em formulário próprio;

XVIII. secretariar os Conselhos de Classe e reuniões, redigindo as

respectivas Atas;

XIX. conferir, registrar e/ou patrimoniar materiais e equipamentos recebidos;

XX. comunicar imediatamente à direção toda irregularidade que venha

ocorrer na secretaria da escola;

XXI. participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por

iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento

profissional de sua função;

XXIII. auxiliar a equipe pedagógica e direção para manter atualizados os

dados no Sistema de Controle e Remanejamento dos Livros Didáticos;

XXIV. fornecer dados estatísticos inerentes às atividades da secretaria

escolar, quando solicitado;

XXV. participar da avaliação institucional, conforme orientações da

Secretaria de Estado da Educação;

XXVI. zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,

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funcionários e famílias;

XXVII. manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

XXXI. organizar a documentação escolar do aluno afastado da escola por

problema de saúde ou por licença maternidade, comprovado por atestado/laudo

médico, conforme os dispositivos legais;

XXXII. incluir o nome social do aluno(a) travesti ou transexual, maior de 18

anos, que requeira por escrito, esta inserção nos documentos escolares internos da

escola; (Parecer nº 01/2009 – CP/CEE e Instrução Conjunta nº 02/2010 –

SEED/SUED/DAE);

XXXIII. anexar a Ficha Individual de Serviço de Atendimento à Rede de

Escolarização Hospitalar à Ficha Individual do Aluno e, posteriormente, arquivar na

Pasta Individual;

XXXVIII. organizar a documentação escolar do aluno afastado da escola por

problema de saúde ou por licença maternidade, comprovado por atestado/laudo

médico, conforme os dispositivos legais;

XXXIX. exercer as atribuições específicas de sua função e, quando

necessário, participar e auxiliar nas demais atribuições, correlatos à sua função,

conforme regulamenta o Regimento Escolar.

3.2.5.1 Compete ao funcionário que atua na biblioteca escolar, indicado pela

direção da instituição de ensino:

I. cumprir e fazer cumprir o Regulamento de uso da biblioteca,

assegurando organização e funcionamento;

II. atender a comunidade escolar, disponibilizando e controlando o

empréstimo de livros, de acordo com Regulamento próprio;

III. auxiliar na implementação dos projetos de leitura previstos na

Proposta Pedagógica Curricular da instituição de ensino;

IV. auxiliar na organização do acervo de livros, revistas, gibis, vídeos,

DVDs, entre outros;

V. encaminhar à direção sugestão de atualização do acervo, a partir das

necessidades indicadas pelos usuários;

VI. zelar pela preservação, conservação e restauro do acervo;

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VII. registrar o acervo bibliográfico e dar baixa, sempre que necessário;

VIII. receber, organizar e controlar o material de consumo e equipamentos

da biblioteca;

IX. manusear e operar adequadamente os equipamentos e materiais,

zelando pela sua manutenção;

X. participar de eventos, cursos, reuniões, sempre que convocado, ou por

iniciativa própria, desde que autorizado pela direção, visando ao aprimoramento

profissional de sua função;

XI. auxiliar na distribuição e recolhimento do livro didático;

XII. participar da avaliação institucional, conforme orientações da

Secretaria de Estado da Educação;

XIII. zelar pelo sigilo de informações pessoais de alunos, professores,

funcionários e famílias;

XIV. manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho com seus

colegas, com alunos, com pais e com os demais segmentos da comunidade escolar;

XV. exercer as atribuições específicas de sua função e, quando necessário,

participar e auxiliar nas demais atribuições, correlatos à sua função, conforme

regulamenta o Regimento Escolar.

3.2.6 Órgãos Auxiliares:

Os segmentos sociais organizados e reconhecidos como Órgãos Colegiados

de representação da comunidade escolar estão legalmente instituídos por Estatutos

e Regulamentos próprios.

A Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF ou similar, pessoa

jurídica de direito privado, é um órgão de representação dos Pais, Mestres e

Funcionários da instituição de ensino, sem caráter político partidário, religioso, racial

e sem fins lucrativos, não sendo remunerados os seus dirigentes e conselheiros,

sendo constituída por prazo determinado. A Associação de Pais, Mestres e

Funcionários é regida por Estatuto próprio, aprovado em Assembleia Geral,

convocada especificamente para este fim e registrado em cartório.

3.2.7. Estratégias e/ou ações para articulação com as famílias e a comunidade:

Com o objetivo de promover a articulação com os pais e/ou responsáveis

pelos alunos, o Colégio Pedro Ernesto Garlet convida para reuniões de abertura do

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ano letivo e entrega de boletins. Também são convidadas as famílias e a

comunidade em geral para participarem de eventos como a Festa Junina, que

proporciona uma integração entre a comunidade e também desenvolve no aluno a

atenção e a sociabilização através das apresentações artísticas feitas em público,

bem como proporciona uma maior interação entre escola e comunidade.

4. Fundamentação Teórica:

4.1. Filosofia Educacional:

O Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet visa a educação para a

cidadania assumindo um compromisso com a comunidade de ser educativa,

democrática e transformadora. Construindo o conhecimento em conjunto com o

esforço de todos, pois, a proposta pedagógica caracteriza-se como um processo em

permanente construção pelo coletivo da escola.

A comunidade escolar deve agir com respeito ao indivíduo se comprometendo

em relação aos direitos e deveres individuais e coletivos. Sendo democrática, no

sentido de que todos os seus membros participem da formação da produção do

conhecimento científico.

Dessa forma surge a prática social, através do comprometimento do agir e

interagir, de acordo com uma ideia coletiva e partilhada, o viver e o conviver numa

escola onde o educando é o centro das atenções.

A escola em suas práxis prepara os educandos, formando cidadãos críticos,

pensantes, participantes e atuantes na sociedade na qual estão inseridos, que

saibam escolher e decidir, enfrentar os desafios do cotidiano e transformar a

sociedade.

Neste sentido, a opção filosófica desta instituição é embasada nos

pressupostos do materialismo histórico dialético, A fundamentação, possibilita o

entendimento, em uma perspectiva crítica, da realidade social na qual estamos

inseridos, haja vista que a educação não é uma instância isolada da sociedade

capitalista. Teoria esta pautada nas concepções de estudiosos como Marx e Frigoto.

Segundo Borges (2004, s/p), o método está "fundamentalmente distribuído

nas três grandes matrizes paradigmáticas: positivismo, fenomenologia e

materialismo histórico dialético". Esse aporte exemplifica os conflitos de classe

contrários entre a classe trabalhadora e a hegemonia capitalista tão presente.

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4.2. Princípios Norteadores:

Ter uma escola inovada, prescreve em muitos aspectos, ir no caminho

contrário da escola atual que temos, esta que se apresenta sem muitas condições,

sem espaço físico adequado, materiais pedagógicos, laboratórios, computadores,

biblioteca, recursos humanos especializados, etc.

Mesmo com as adversidades primamos para termos estes aspectos

amplamente atendidos, seguindo o artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação que estabelece a igualdade de condições para o acesso e permanência

na escola, liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o

pensamento, a arte e o saber, o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas,

respeito à liberdade e apreço à tolerância, gratuidade do ensino, valorização do

profissional da educação escolar, gestão democrática, garantia de padrão de

qualidade, valorização da experiência extra-escolar, vinculação entre a educação

escolar, o trabalho e as práticas sociais e as considerações com a diversidade

étnico-racial.

Para isso faz-se necessário uma melhor valorização do professor, para que

este inclusive tenha condições de aperfeiçoamento através de cursos e

especializações.

A mantenedora da escola pública, ou seja, o Estado deve fazer maiores

investimentos na educação, não fugindo de sua responsabilidade de fornecer uma

educação de qualidade.

A qualificação do professor pode proporcionar maior qualidade das aulas,

além de trazer conhecimentos necessários para que o mesmo faça sua escolha

política e ideológica de educação e que embase sua prática pedagógica.

Uma vez que atua na educação pública, frequentada pela massa

trabalhadora, o professor deve ter uma opção ideológica que resgate o aluno,

através da transmissão e apropriação do conhecimento e da possibilidade de

entendimento da prática social em que vive.

Neste sentido, inculcar no aluno o compromisso social que a escola

desempenha, principalmente no sentido de fornecer a ele condições de libertação de

sua situação alienada na sociedade, é uma das grandes tarefas do trabalho

desenvolvido pelos professores e demais envolvidos no processo educativo.

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A formação do aluno será enriquecida com a convivência e interação social,

resgatando a importância da formação humanizadora, onde receberá concomitante

a este processo, a valorização de conteúdos e reflexões propostos pelas disciplinas

como Filosofia e Sociologia, as quais passaram, a partir de 2007, a fazer parte da

Base Nacional Comum de nossas Diretrizes.

Na situação atual do cotidiano escolar, é preciso resgatar no aluno o

compromisso pelo estudo, de maneira que ele entenda o papel social da educação,

e não como uma obrigação dos pais ou das leis vigentes.

4.3. Objetivos Gerais:

O Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet oferece atualmente o

Ensino Fundamental e Médio. O tipo de formação perseguida pela comunidade

escolar está explicitado ao longo deste documento.

Todavia, muitos dos objetivos em relação à formação pretendida aos alunos,

vão de encontro aos itens citados na LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, n.º 9394/1996, que postulam em relação ao Ensino Fundamental3:

I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meio básico o pleno

domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia,

das artes e dos valores em que se fundamentam a sociedade;

III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição

de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e

de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Quanto às finalidades do Ensino Médio4:

I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino

fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar

aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas

condições de ocupação ou aperfeiçoamento posterior;

3 BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB: lei nº.9.394 de 1996. Rio de

Janeiro: DP&A, 1999, artigo 32. 4 Idem, ibidem, artigo 35.

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III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação

ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos

produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

4.4. Diretrizes de Ação da instituição:

A consciência de quem somos nos permite projetar o que precisamos ser

para atingir a efetivação da tarefa educativa. A escola será competente à medida

que se tornar democrática, que esteja a serviço de todos os cidadãos, rompendo

com a seletividade e atingir o equilíbrio entre os valores, as habilidades e

conhecimento. Definir metas é o primeiro passo para tornarmos esta escola real. Na

Área Pedagógica a escola tem como metas:

A viabilização e efetivação deste projeto político pedagógico;

O assessoramento a todos os setores e/ou comunidade escolar sempre que

houver necessidade;

O comprometimento com a viabilização dos projetos propostos e aceitos;

O acompanhamento do processo ensino-aprendizagem, propondo alternativas

para enfrentamento dos problemas;

Atendimento aos alunos com defasagens ou dificuldades no aproveitamento

escolar através da Sala de Recursos Multifuncional;

Desenvolvimento de projetos que atendam às necessidades da comunidade

escolar nas diferentes áreas da formação cidadã;

Parcerias com as instituições de ensino superior, com o desenvolvimento de

projetos de complementação na relação ensino aprendizagem e na

construção/reflexão de valores de convívio como amizade, solidariedade, respeito e

responsabilidade. Na área de relacionamento, as metas propostas são:

Proposição de capacitação em exercício através de grupos de estudos ou outras

formas, com temas relevantes e que atendam necessidades da comunidade escolar.

Orientações através de profissionais habilitados sobre os cuidados do corpo

durante as atividades laborais;

Incentivo ao trabalho em equipe com metas conjuntas;

Monitoramento e avaliação dos diferentes trabalhos desenvolvidos na escola com

feedback positivo;

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31

Organização do espaço e tempo escolar para o desenvolvimento de atividades

complementares e que promovam a valorização humana.

Entendimento de que todas as relações estabelecidas na escola têm caráter

educativo.

4.5 Princípios Pedagógicos

Em função da linha pedagógica histórico-crítica adotada por todos os

envolvidos com a educação do Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet,

entende-se que a sistematização do processo ensino-aprendizagem auxilia a

elaboração crítica dos conteúdos, por meio de métodos e técnicas de ensino que

valorizem a pesquisa e a relação democrática.

É fundamental que ao longo de sua escolaridade os estudantes transformem

suas reflexões sobre as vivências sociais, considerando a diversidade de modos de

vida em uma mesma época e em épocas diferentes. É igualmente importante que

aprendam procedimentos para realizar pesquisas históricas, para discernir e refletir

criticamente sobre os indícios das manifestações culturais, dos interesses

econômicos e políticos e dos valores presentes na sua realidade social.

Cabe ao professor, em diferentes momentos de estudo, incentivar a

construção que possa caracterizar contextos históricos, de modo geral, os

conhecimentos históricos tornam-se significativos para os estudantes, como saber

escolar e social, contribuindo para que eles reflitam sobre suas vivências e suas

inserções históricas. É fundamental que aprendam a reconhecer costumes, valores

e crenças em suas atitudes e hábitos cotidianos e na organização da sociedade; a

identificar os comportamentos, as visões de mundo, as formas de trabalho, as

formas de comunicação, as técnicas e as tecnologias em épocas datadas; e a

reconhecer os sentidos e significados para os acontecimentos históricos e

cotidianos.

Oportunizaremos a nossos educandos desenvolver valores e atitudes como

condição imprescindível para o exercício da cidadania, que sejam capazes de

construir conhecimentos, não simplesmente como informação, mas como marca

para o prosseguimento de seus estudos.

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32

4.6 Princípios Psicológicos

A aprendizagem dos conteúdos por parte dos alunos significou por muito

tempo um requisito para obter notas, provas, concursos, vestibulares com objetivo

de promoção. No entanto, na perspectiva da Pedagogia Histórico Cultural,

considera-se que a proposta pedagógica construída coletivamente oportuniza a

articulação de todos os elementos da comunidade escolar em torno de objetivos

comuns oriundos da realidade escolar, influenciando na aprendizagem dos alunos.

Para tanto, professores e alunos devem assimilar para que servem os

conteúdos científicos propostos pela escola. Isto exige um novo posicionamento do

professor em relação ao conteúdo e à sociedade. O conhecimento escolar passa a

ser teórico-prático, fundamental na compreensão e na transformação da sociedade.

Neste sentido a abordagem histórico crítica, segundo Vygotsky, privilegia a

importância das interações sociais para o desenvolvimento do indivíduo.

Nessa linha pedagógica, os conteúdos são ministrados de forma a fazer

ligações com outros conteúdos. Busca-se cada vez mais a interdisciplinaridade, não

como forma de pensamento único, mas como uma apreensão crítica das diversas

dimensões da realidade pois a “grande maioria de conhecimentos, habilidades e

procedimentos do comportamento de que dispõe não são o resultado de sua

experiência própria mas adquiridos pela assimilação da experiência histórico-social

de gerações” ( DUARTE,1993).

Desta forma percebe-se que, para o indivíduo construir seu próprio

conhecimento é necessário que se reporte ao conhecimento já adquirido em sua

individualidade e pela sociedade, que está à disposição. Para Gasparin, (2003,p.83),

essa assimilação o torna capaz de compreender a sociedade em que vive, e que se

aproprie dos conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade.

5. MARCO SITUACIONAL:

5.1 Localização da escola

O Distrito de Sede Alvorada está localizado entre duas importantes cidades

do Oeste do Estado do Paraná: Toledo e Cascavel. A primeira fica

aproximadamente a 15 km e a segunda, aproximadamente a 25 km da sede do

Distrito.

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33

Na sede do Distrito de Sede Alvorada, a população conta com uma modesta

rede de serviços e casas comerciais, sendo que as atividades que marcam a vida

social da comunidade concentram-se no Salão Comunitário da Igreja Católica no

Clube 12 de Outubro.

O Distrito de Sede Alvorada possui uma área de solos férteis na ordem de

9.000 alqueires, onde mais ou menos 70% desta área são ocupados por pequenos e

médios produtores rurais.

5.2 Trajetória histórica da instituição

A partir de 1990, as quatro últimas séries do 1º Grau, até então de

responsabilidade do município, da Escola Arthur Oscar Mombach, passaram para a

dependência administrativa da Secretaria de Estado da Educação do Paraná,

passando a denominar-se então, Escola Estadual Pedro Ernesto Garlet - Ensino de

1º Grau, com autorização de funcionamento e criação em 13/02/90, conforme

Resolução nº. 464/90 da Secretaria do Estado da Educação. Foi reconhecida em

17/09/92 com o reconhecimento do 1º Grau pela Resolução nº. 3057/92.

Desde 1990, passaram pela direção da Escola Pedro Ernesto Garlet:

1990 a 1992: Marlise Schmidt (Indicada pelo NRE)

1992 a 1998: Domingos Cappellesso (Indicado pelo NRE)

1998 a 2003: Domingos Cappellesso (Eleito pela Comunidade Escolar)

2003 a 2007: Domingos Cappellesso (Eleito pela Comunidade Escolar)

2008 a 2010: Domingos Cappellesso (Eleito pela Comunidade Escolar)

2011 a 2014: Domingos Cappellesso (Eleito pela Comunidade Escolar)

2015: Domingos Cappellesso (Extensão do mandato pela SEED);

2015: Nerci Maria Westenhofen Turatto

2016: Nerci Maria Westenhofen Turatto

5.2.1 Breve histórico do patrono deste estabelecimento de ensino

Pedro Ernesto Garlet nasceu no dia 04 de julho de 1915, no município de

Júlio de Castilhos, no Rio Grande do Sul. Era filho de Félix e Catarina Daronch

Garlet, ambos nascidos na Itália.

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34

No ano de 1964 adquiriu terras em Sede Alvorada - Cascavel, vindo em 1967

para a região com sua família, sendo um dos pioneiros desta localidade.

Durante a década de 70, destacou-se juntamente com outras lideranças, pela

implantação de diversos benefícios em prol da comunidade, tais como: escola,

igreja, estradas, eletrificação rural, lutou pela implantação e funcionamento dos

clubes 4-S, sindicato e cooperativa.

Em 1975 e anos subsequentes, notabilizou-se juntamente com Arthur Oscar

Mombach (in memoriam) e outros líderes na encampação da luta contra a permuta

de Sede Alvorada para Toledo.

Vencida patrioticamente a questão, e continuando a pertencer para Cascavel,

eis que, nova batalha os esperava: a criação do distrito administrativo de Sede

Alvorada, conquistada anos mais tarde.

Em 1982, constatou-se sofrer de câncer, doença na qual Pedro Ernesto

Garlet combateu com resignação e paciência.

Lamentavelmente, aos 30 dias do mês de agosto de 1989, Pedro Ernesto

faleceu em consequência do câncer.

5.3 Caracterização da comunidade

O perfil sócio-econômico-cultural da Comunidade Escolar do Colégio Estadual

do Campo Pedro Ernesto Garlet - Ensino Fundamental e Médio foi evidenciado

através da aplicação e tabulação de um questionário junto aos alunos realizado

entre os meses agosto e setembro de 2016.

No questionário aplicado, foram respondidas questões relevantes à

caracterização da comunidade escolar, buscando fatores sócio-econômico-culturais

que influenciam no trabalho pedagógico desenvolvido pelo colégio.

A seguir, serão evidenciados os principais dados obtidos em cada pergunta

respondida no questionário pelos alunos e suas famílias, enfatizando as três ou

quatro maiores incidências nas respostas (dependendo da importância da pergunta

para as possíveis intervenções didático-pedagógicas):

Iniciamos o questionário perguntando com quem nossos educandos moram e

62,15% responderam que residem com os pais. Os outros 37,85% disseram morar

apenas com o pai, apenas com a mãe ou algum outro tipo de constituição familiar.

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35

Sobre a quantidade de irmãos que nossos alunos possuem 7,85% disseram

ser os únicos filhos, 32,14% afirmaram ter apenas um irmão, 26,42% relataram ter 2

irmãos e os outros 33,59% possuem 3 ou mais irmãos.

Em relação ao estado civil dos pais, verificamos que a maioria dos alunos são

de famílias bem estruturadas sendo 88,68% casados; 5,66% amasiados e 4,71%

separados.

Segundo Piletti (1984), as primeiras experiências educacionais da criança são

geralmente, proporcionadas no ambiente familiar. Através destas influências as

crianças vão moldando seu comportamento. Assim sendo, as crianças que são

afastadas de um ambiente familiar estruturado terão, mais facilmente, dificuldades

de relacionamento e assimilação no aprendizado.

O levantamento da escolaridade do pai mostra que 2,14% dos entrevistados é

analfabeto, 39,28% possuem o Ensino Fundamental, 30,71% o Ensino Médio, 2,85%

concluiu a Graduação e 1,42% a Pós-Graduação.

Em relação à escolaridade da mãe, 2,85% é analfabeta, 44,28% concluiu o

Ensino Fundamental, 27,14% o Ensino Médio, 5,71% possui Graduação e 5% a

Pós-Graduação.

Observamos que a maioria, tanto dos pais quanto das mães, abandonaram os

estudos no Ensino Fundamental.

Segundo reportagem da revista Veja de 06/08/2010, o baixo grau de instrução

dos pais interfere no desempenho escolar dos filhos pois eles se espelham nos pais.

Mauro de Almeida, neurologista e pesquisador, analisa a influência dos pais

na educação dos filhos: “Os pais podem até ter pouco estudo, mas bem orientados

eles podem fazer com que os filhos entendam a importância da escola”.

Os pais que ajudam com o dever, verificam as correções dos professores e

conversam com os filhos, mesmo sobre assuntos não ligados à escola, mostram

interesse pela vida dos mesmos e incentivam uma rotina de estudos, influenciando

positivamente no desempenho escolar, o que se torna mais difícil em famílias

numerosas.

Quanto à renda familiar 18,57% recebem um salário mínimo, 22,85% dois

salários, 17,14% recebem três salários mínimos, 5% quatro salários, 7,14% cinco

salários e 5,71% mais de cinco salários mínimos.

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36

Na comunidade, segundo os questionários, 83,96% dos alunos ainda não

estão inseridos no mercado de trabalho, mas auxiliam os pais nos trabalhos

domésticos.

Em relação à moradia 43,87% dizem morar em residência própria, 21,42%

residem em moradia cedida pelo proprietário da terra onde trabalham e 12,85%

moram em residências alugadas. Quanto ao tipo de moradia 60% dos entrevistados

residem em casas de alvenaria, 15% em casa mista e apenas 4,28% em casas de

madeira.

Na distância de casa até a escola observamos que 49,28% residem de 1 a 5

km, 19,28% moram de 5 a 10 km e 21,42% residem a mais de 10 km da escola.

Sobre a forma de captação da água 29,28% possuem água encanada, 24,28

% água de poço artesiano, 20% água de mina e 11,42% água de poço.

Quanto ao acesso à internet 57,14% possuem em suas residências e 25%

não possuem.

Sobre fazer parte ou não de programas sociais do governo, 70% das famílias

não fazem parte de nenhum programa; 7,85% fazem parte da Bolsa Família e 2,83%

de outros programas.

Pesquisa realizada pela PNAD/IBGE em 28/03/2008 confirma influência do

programa Bolsa Família na educação. O benefício chega aos mais pobres e as

famílias apresentam uma elevação na melhoria das suas condições.

Em relação à localização da residência das famílias, 49,28% residem na sede

do distrito e 22,85% residem em outras localidades.

Quanto à locomoção até o colégio, 63,57% utilizam o transporte escolar e

24,28% se utilizam de outros meios de locomoção.

Atualmente a distância e dificuldade de acesso dos alunos que não residem

no distrito prejudica ou impede o planejamento de trabalhos no contra turno.

Quanto ao atendimento médico, 80,18% utilizam os serviços públicos (SUS);

18,86% atendimento particular e 0,95% não informaram.

A maior parte das famílias do distrito dependem de atendimento através do

SUS que geralmente é demorado, prejudicando a qualidade de vida.

À respeito da religião, 85,84% participam da católica; 8,49% evangélica e

5,66% não responderam a esta questão.

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37

Em se tratando da continuidade dos estudos, 66,98% dos alunos pretendem

ingressar no Ensino Superior. Através de um trabalho pedagógico, tentaremos

melhorar esse índice mostrando a eles a necessidade de se ter uma faculdade para

melhorar a qualidade de sua vida futura.

Através da observação das informações obtidas pelo questionário

socioeconômico cultural aplicado, podemos verificar alguns fatores.

A situação sócia econômica da maioria dos alunos que frequentam o colégio

é caracterizada pela classe média, com alguns alunos carentes, sendo que são

advindos de famílias de proprietários de terras de pequeno e médio porte,

responsáveis pela renda familiar.

Por se tratar de um colégio de pequeno porte, inserido numa comunidade

pequena5, uma das características que permeiam as relações entre professores e

alunos é o conhecimento entre as famílias, especificidade esta, pertencente às

comunidades pequenas.

Como os integrantes da comunidade são em sua maioria moradores antigos,

as famílias acabam se conhecendo, até mesmo através de encontros em atividades

fora da escola, como festas, eventos, cultos religiosos, etc., formando em muitos

casos, laços estreitos de ligação.

Em relação às famílias dos alunos, são em sua maioria de relacionamentos

estáveis, sendo que a maior parte deles mora com pais legalmente casados.

Por ter sua base econômica na agricultura, a vida dos habitantes do distrito,

fica condicionada às variações do mercado agropecuário, que oscila em relação às

políticas de governo para a agricultura, ao mercado externo, à taxa cambial, entre

outros.

Outro aspecto relevante é a necessidade de manutenção periódica das

estradas vicinais que interligam a sede do distrito com localidades vizinhas, já que

mais da metade dos alunos matriculados no colégio necessita do transporte escolar.

Desta forma, se as estradas não oferecem condições de tráfego, em dias de

chuva o transporte não passa em muitos pontos, impossibilitando a vinda de muitos

alunos até o colégio.

5 Os dados de 1997, citados por CAPPELLESSO, em Monografia apresentado ao curso de

Especialização em História da UNIOESTE, em 1998), davam conta de que a população do distrito era composta de 2.976 habitantes, dentro os quais, 1.322 residiam na sede.

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A compreensão da realidade social na qual o Colégio Estadual do Campo

Pedro Ernesto Garlet está inserido, é essencial para o entendimento dos aspectos

sócio-econômico-culturais que influenciam na aprendizagem e formação dos alunos.

Desta forma, muitas informações contidas nos questionários respondidos, tem

relação direta com o contexto social mais amplo, este, determinante também do

processo educativo do colégio.

Em relação ao contexto que o Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto

Garlet faz parte, verificamos uma sociedade industrializada, com grande

desenvolvimento científico, tecnológico e informacional, com economia e finanças

globalizadas, com trabalho e produção (re) estruturados e com uma diversidade

cultural ampla.

Mas, apesar de dispor de altas tecnologias que historicamente foram

construídas pela capacidade de transformação da natureza pelo trabalho do homem,

a sociedade atual impede o acesso a estas tecnologias por parte da maioria da

população, ficando restrito o seu acesso a uma minoria que detém uma enorme

acumulação de renda.

Assim, o montante da população que não detém os meios de produção,

necessita vender sua força de trabalho, sendo esta sua única fonte de

sobrevivência.

Outra característica de nossa sociedade é o individualismo e o consumismo,

influenciado pelos meios de comunicação e pela mídia, fornecendo ao sistema

capitalista condições de reproduzir, já que uma de suas bases fundamentais é a

produção e consumo. Desta forma, quanto mais consumidores alienados, melhor

será sua implementação e continuidade.

Assim, a escola necessita promover através da transmissão e apropriação

dos conhecimentos historicamente acumulados, a instrumentalização do aluno, de

maneira que este possa intervir na realidade em que vive, superando com

criticidade, o papel de consumidor que o sistema capitalista prescreve.

O contexto social onde a escola deverá atuar caracteriza-se pela própria

prática social, esta entendida como as relações pautadas pelas contradições

existentes na interação entre os homens e o meio social no qual estão inseridos.

Questionar “o quê”, o “por que” e o “para que” da ação docente, é ampliar a

compreensão da ação pedagógica articulada com o contexto social.

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O professor deve desenvolver o ato educativo fazendo o diagnóstico dos

conhecimentos que os alunos possuem, para a partir daí, propiciar uma articulação

do conhecimento local com o conhecimento acumulado historicamente e com o que

eles ainda não se apropriaram.

A educação como prática social incorpora significados sociais também na

prática docente, implicando em compromisso, cientificidade, coletividade,

competência e comunicabilidade entre os envolvidos com o processo ensino-

aprendizagem.

Assim, um dos principais papéis da escola está em propor objetivos de ensino

articulados às necessidades sociais, de maneira que possa formar alunos aptos a

interagirem na sua própria prática social, de maneira a transformá-la.

Cada agente educativo tem o seu papel no processo da transformação social.

A família deverá oferecer suporte educativo aos alunos, lhes repassando

valores, tipos de condutas, compromisso e responsabilidade.

Já o professor e envolvidos diretamente com o processo educativo, têm o

papel de fornecer, através da mediação, os vários saberes necessários para uma

formação que propicie ao aluno, a capacidade de enfrentar os desafios que se

impõe para a transformação social.

A escola oferecerá aos alunos experiências referentes ao desenvolvimento

das capacidades de comunicação, cognitivas, de técnicas operacionais por meio das

várias disciplinas trabalhadas para lhes propiciar condições de interação na prática

social de maneira crítica e consciente.

O contato com a escola faz o aluno desenvolver sua capacidade de aprender

e de compreender o ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia,

das artes e dos valores em que se fundamentam a sociedade.

Enfim, o aluno adquirirá uma experiência integrada, que favoreça seu

desenvolvimento humano, cultural, científico e tecnológico, estimulando o

enfrentamento de suas incertezas.

Atualmente a escola apresenta um ambiente heterogêneo, caracterizado pela

diversidade cultural e pluralidade entre as pessoas.

Dessa forma, o professor de hoje necessita de uma formação global para

trabalhar com toda essa complexidade, tendo que desenvolver a capacidade de

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confrontar problemas e buscar alternativas para o êxito da relação ensino-

aprendizagem, já que cada aluno é singular, tem seus valores, crenças, hábitos,

saberes, padrões de conduta, trajetórias peculiares e possibilidades cognitivas em

relação à aprendizagem.

Além disso, é necessário investimento nas instalações físicas, recursos

materiais pedagógicos, tecnológicos e informacionais, biblioteca, laboratórios e

mobiliário.

A escola necessita de condições físicas, materiais, equipamentos adequados

e suficientes para o desenvolvimento de todas as atividades pedagógicas, bem

como de profissionais formados e valorizados.

O processo de aprendizagem passará pela ação baseada na reflexão sobre a

prática pedagógica. Sendo assim, o professor tomará consciência das dificuldades

que enfrenta e poderá repensar sobre estas mesmas práticas, sobre situações

conflituosas na relação com os alunos e com isso melhorar sua metodologia de

trabalho.

Em relação a evasão e repetência, para desvendar suas causas, é necessário

fazer uma análise coletiva, onde os problemas possam ser acompanhados por todos

os professores e profissionais buscando alternativas e sugestões de melhoria,

podendo apontar as mudanças necessárias para se obter uma aprendizagem de

qualidade.

É necessário desenvolver processos mentais de autorregularão e de

promoção da aprendizagem com emprego de novos processos de pensamento:

hipotético, problematizador, crítico, criativo, capazes de sistematizar as informações.

Exige-se ainda do professor e envolvidos no processo educativo, o preparo

para trabalhar em grupo, de maneira a terem iniciativa e propor novas alternativas

para os desafios do cotidiano escolar.

Há uma necessidade de dividir com a família o compromisso e apoio

necessário para o bom andamento da aprendizagem dos alunos.

A participação dos pais e o compromisso por parte da família e principalmente

por parte do aluno, são essenciais no processo de transformação social, utilizando a

escola como elemento determinante para a aquisição de conhecimentos necessários

para este intento.

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5.4. Funcionamento da instituição

As turmas são organizadas e distribuídas por turno, onde cada professor

ministra suas aulas de acordo com sua especificidade. Cada aula tem 50 minutos de

duração distribuídos no horário das 7:30 até 11:45 e das 13:15 até 17:15.

O funcionamento dos turnos está classificado em diurno (matutino e

vespertino) atendendo a demanda de 150 alunos distribuídos no ensino fundamental

e médio, conforme quadro abaixo:

ANOS – ENS. FUNDAMENTAL TURNO QUANTIDADE

6º ano Vespertino 23

7º ano Vespertino 30

8º ano Vespertino 25

9º ano Matutino 17

SÉRIE – ENS. MÉDIO TURNO QUANTIDADE

1ª série Matutino 24

2ª série Matutino 17

3ª série Matutino 15

TOTAL GERAL 151

Os professores geralmente utilizam a hora-atividade para realização de outras

atividades fora da sala de aula, como a preparação de provas, seleção de materiais

de ensino, registros de avaliação, comunicação com os pais, planejamentos de

aulas, etc.

O fazer cotidiano dos professores durante as aulas, quando tomado pela

rotina das atividades propostas, uma após outra, sem aprofundar em implicações

desse fazer, fica restrito a essas ações, ou seja, é uma descrição da rotina do

professor como se resumisse em formar as filas dos alunos, explicar a matéria,

propor exercícios e corrigir.

O trabalho docente é muito mais que isso. Portanto, os professores podem

construir uma prática mais aproximada da realidade, sabendo utilizar do tempo para

articular suas ações com as finalidades de uma educação mais emancipadora no

contexto social.

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Neste aspecto, é essencial aos envolvidos pela formação pedagógica,

administrar o tempo e o espaço onde atuam, de maneira a transformar suas práticas

tanto pedagógicas como sociais.

Na prática, a administração do espaço-tempo escolar deve ser organizada de

maneira a proporcionar um maior aproveitamento das contribuições que cada um

pode dar ao bom andamento do processo ensino-aprendizagem.

5.5 Quadro de profissionais

NOME HABILITAÇÃO FUNÇÃO

Nerci Maria

Westenhofen

Turatto

Graduação: Estudos Sociais com

Licenciatura Plena em Geografia;

Pós-Graduação: Didática e

Metodologia de Ensino.

DIRETORA

Romana Andréa

Barbian Hoff

Graduação: Administração e

Pedagogia;

Pós-Graduação: Recursos

Humanos e MBA em Gestão

Empresarial.

SECRETÁRIA

Vera Lúcia

Panisson

Matucheski

Graduação: Licenciatura em

Pedagogia;

Pós-Graduação: Educação Infantil

– Pré escola e alfabetização

PEDAGOGA

Nancy de

Almeida Souza

Fusiger

Graduação: Licenciatura em

Pedagogia;

Pós-graduação: Ensino nos anos

iniciais e finais do Ensino

Fundamental e Educação Especial

PEDAGOGA

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QUADRO DOCENTE

DISCIPLINAS PROFESSORES HABILITAÇÃO

Eliana Delatore

Graduação: Ciências Biológicas /

Biotecnologia

Pós-Graduação: Educação

especial, atendimento às

necessidades especiais.

PROFESSORA DE

SALA DE RECURSO

MULTIFUNCIONAL

RITA DE CASSIA

DAMASCENO E

SOUZA

Graduação: Psicologia

Pós-Graduação: Educação

Especial

PROFESSORA DE

APOIO

ELIZANE

HERMES

CECONI

Ensino Médio – Magistério AUXILIAR

OPERACIONAL

QUADRO DOCENTE - BASE NACIONAL COMUM

DISCIPLINAS PROFESSORES HABILITAÇÃO

ARTE Edinéia Sirlene da Silva

Graduação: Artes Visuais

Pós-Graduação: Educação Especial

e Inclusiva;

Educação do Campo

BIOLOGIA Elisangela Watthier

Graduação: Ciências Biológicas;

Pós-Graduação: Auditoria, Perícia e

Gestão Ambiental e Educação do

Campo.

CIÊNCIAS Elisangela Watthier

Graduação: Ciências Biológicas;

Pós-Graduação: Auditoria, Perícia e

Gestão Ambiental e Educação do

Campo.

EDUCAÇÃO

FÍSICA

Roberto Monteiro de

Oliveira

Graduação: Educação Física;

Pós-Graduação: Educação Física –

Treinamento Desportivos e Educação

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Especial e Atendimento às

Necessidades Especiais.

HISTÓRIA

Gilberto Neske

Graduação: Filosofia;

Pós-Graduação: Gestão, Supervisão

e Orientação Educacional.

ENSINO

RELIGIOSO

Keli Gonçalves Patem

dos Santos

Graduação: Licenciatura em História

Pós-Graduação: História e Cultura

Afro-brasileira;

Metodologia de Ensino de Sociologia

e Artes

FILOSOFIA

Carlito Giacobbo

Graduação: Filosofia

Pós-Graduação: Metodologia do

ensino de História.

FÍSICA Celmar Correa Lemos Graduação: Licenciatura em Física

GEOGRAFIA Prissyane Giacomel

Graduação: Licenciatura em

Geografia;

Pós-Graduação: Educação do

Campo.

MATEMÁTICA

Edevaldo João

Berwanger

Graduação: Ciências com Habilitação

em Matemática;

Pós-Graduação: Didática e

Metodologia de Ensino.

MATEMÁTICA Regiane Aparecida de

Abreu

Graduação: Programa especial de

formação pedagógica – Matemática

Pós-Graduação: Educação do

Campo;

Docência no Ensino Superior;

Ensino da Matemática – Teoria e

prática;

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45

MATEMÁTICA Helena Marques da Silva

Mantovani

Graduação: Licenciatura em

Educação do Campo

Pós-graduação: Educação Especial;

Educação do Campo

LÍNGUA

PORTUGUESA Vilson Pruzak dos Santos

Graduação: Licenciatura em Letras

Pós-Graduação: Língua Portuguesa

e Literatura;

Educação de Jovens e Adultos;

Ensino de Ciências Humanas e

Sociais em Escolas do Campo.

LÍNGUA

PORTUGUESA

Graziela Mossmann da

Silva

Graduação: Licenciatura em Letras

Pós-graduação: Literatura Brasileira;

Mestra em Ciências Sociais.

LÍNGUA

PORTUGUESA Aline Carla Castilho

Graduação: Licenciatura em Letras

Pós-graduação: Educação Especial;

Educação do Campo

LÍNGUA

PORTUGUESA

Angela Maria Ludwig

Berwanger

Graduação: Letras –

Português/Inglês;

Pós-graduação: Didática e

Metodologia do Ensino.

QUÍMICA Patricia Massing Meotti

Graduação: Química;

Pós-Graduação: Gestão e

Experimentação Laboratorial.

QUÍMICA Jucimara Cavichioni

Graduação: Ciências Biológicas /

Biotecnologia

Pós-Graduação: Educação no

Campo;

Formação Pedagógica em Química

SOCIOLOGIA Cristiano Neri Graduação: Licenciatura em Ciências

Sociais

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46

QUADRO DOCENTE - PARTE DIVERSIFICADA

DISCIPLINAS PROFESSORES HABILITAÇÃO

LEM INGLÊS Angela Maria Ludwig

Berwanger

Graduação: Letras –

Português/Inglês;

Pós-graduação: Didática e

Metodologia do Ensino.

LEM INGLÊS Luciane Gomes Favero Graduação: Letras –

Português/Inglês;

QUADRO DE SERVIÇOS GERAIS E MERENDA

FUNÇÃO NOME FORMAÇÃO

MERENDEIRA Marlice Bach

Schallenberger Ensino médio

AGENTE I Nair Wendling Rohte Ensino médio

AGENTE I Elizane Hermes Ceconi Ensino médio - Magistério

AGENTE I Cezar Luiz Hillesheim

Filho

Graduando: Letras – Português /

Inglês

AGENTE II Juliana de Andrade

Neitzke Bacharelado em Ciências Contábeis

5.6 Ambientes pedagógicos disponíveis

O prédio escolar pertence à Escola Municipal Arthur Oscar Mombach, que

compartilha todas as dependências da instituição com o Colégio Estadual do Campo

Pedro Ernesto Garlet. Sua estrutura compõe-se de oito salas de aula, duas

secretarias, uma sala de professores, uma biblioteca, dois laboratórios de

informática, uma cozinha, dois banheiros, uma lavanderia, um saguão e um ginásio

de esportes.

Como a implantação do Ensino Médio é recente, ainda não existe laboratório

de ciências, por isso são necessárias melhorias contínuas, investindo no porte físico

e estrutural do colégio, adquirindo equipamentos mais modernos, além da

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47

manutenção, ampliação, ajustes e mudanças quanto à estrutura, distribuição física e

material da escola.

Quanto à qualificação dos espaços e equipamentos, buscaremos em conjunto

com a comunidade escolar, possibilidades de trazer melhorias para o colégio,

inclusive reivindicando à mantenedora ampliação e readequação dos espaços hoje

existentes, pois com a implantação do Ensino Médio, há necessidade de ampliar

salas e demais dependências do colégio.

Deste modo, colocamos aqui as principais necessidades, que poderão ser

superadas a partir do compromisso e trabalho coletivo entre escola, pais e governo:

Ampliação da estrutura física do colégio, com espaços adequados para a direção,

coordenação, biblioteca, laboratórios, ampliação do número de salas de aula, sala

de hora atividade, dentre outros.

Uma biblioteca com acervo ampliado de livros, revistas, materiais pedagógicos,

mapas e demais materiais didáticos pedagógicos, com funcionário do Estado

responsável pelo atendimento à comunidade escolar.

Laboratório e equipamentos para laboratório de físico-química/química/biologia de

uso pelos professores e alunos, auxiliados por um (a) laboratorialista, sendo este,

responsável pela manutenção e preparação dos equipamentos utilizados nas

experiências e demonstrações.

Aquisição de materiais pedagógicos para utilização do processo ensino-

aprendizagem, como mapas, livros, dicionários, jogos didáticos, acervo de DVD,

materiais escolares para os alunos, dentre outros.

Aquisição de mobiliários para os espaços físicos utilizados no colégio, como

mesas, cadeiras, armários, estantes, dentre outros.

Entendemos, desta forma, a importância de existir um espaço físico mínimo

necessário para que os profissionais e alunos envolvidos diretamente com o

processo de ensino-aprendizagem possam desenvolver adequadamente um

trabalho de qualidade.

5.7 Proposta de formação continuada

Para que o professor tenha uma maior autonomia nos encaminhamentos

dados aos conteúdos trabalhados, sendo o grande mediador do trabalho em sala de

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aula, é necessário lhe proporcionar espaços e momentos de qualificação profissional

de maneira contínua, para que o professor também possa desempenhar o seu

trabalho de maneira crítica e com uma opção ideológica clara.

Resgatar o compromisso por parte da mantenedora da Escola Pública de

proporcionar estes espaços e condições de formação continuada através de ações

reivindicatórias, também deve ser uma ação visando a melhoria da qualidade de

ensino ofertada.

A valorização dos profissionais de educação por meio de melhorias salariais e

incentivos, além de promover mais cursos de capacitação e momentos de estudos

deve ser cobrada da mantenedora da escola pública.

Da mesma forma, o professor deve ter o compromisso político pedagógico de

aproveitar os momentos de reuniões, conselhos e grupos de estudo, para trocar

experiências e refletir sobre sua prática em sala de aula.

A troca de experiências didático pedagógicas pelas diversas disciplinas

existentes, deve ser proporcionada, inclusive constando no calendário anual do

colégio, de maneira a contemplar uma necessidade que hoje se apresenta no que se

refere ao espaço-tempo dentro das escolas.

Também poderão ser viabilizadas parcerias com universidades, de maneira a

possibilitar a formação continuada dos trabalhadores em educação.

Cursos, palestras, seminários, discussões e reuniões entre os profissionais

atuantes em universidades e os envolvidos diretamente com o trabalho educativo do

colégio, podem proporcionar importantes momentos de reflexão sobre a prática

educativa, para sua melhoria e transformação.

De acordo com a realidade escolar, muitos professores e gestores tiveram ou

estão tendo uma formação continuada em cursos de pós-graduação e cursos de

capacitação. Porém, sabendo que a formação continuada é uma exigência para os

tempos atuais, sendo fundamental a reflexão constante, muitos profissionais da

educação reivindicam formação contínua e melhores condições de trabalho, seja

através de estudos em cursos, programas, projetos e valorização salarial.

A avaliação dos programas de formação continuada para a educação precisa

considerar as características dos participantes, o ambiente em que se realizam as

atividades e sua duração, assim como aos propósitos do programa e quais

mudanças pretendem realizar na prática pedagógica e na organização escolar.

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49

Viabilizar um tempo maior para reuniões, encontros entre os professores e

demais profissionais que atuam na escola para discussões e sugestões do próprio

trabalho desenvolvido no espaço escolar, também é essencial para possíveis

intervenções nas ações pedagógicas desenvolvidas.

A formação continuada é um direito de todos os trabalhadores em educação,

na perspectiva da especificidade de sua função.

Para um ensino qualificado, além da formação adequada, são necessárias

concepções de metodologias e materiais didáticos adequados, assim como os

professores devem fazer uso de recursos didáticos como mapas, jornais, revistas,

cartazes, TV pendrive, DVD, quadro negro, giz e jogos educativos em geral.

É necessário que os materiais sejam utilizados de maneira adequada,

planejada, criativa e organizada de acordo com o conteúdo proposto.

Definida uma avaliação estrutural composta pela parte física e material da

escola, temos uma compreensão do processo metodológico aplicado e da

importância no uso adequado dos diversos recursos, visando à melhoria no

aprendizado.

Valorizar de maneira intelectual o significado do uso de equipamentos físicos

e pedagógicos no espaço escolar é entender as estratégias cognitivas do processo

de humanização da criança ou adolescente, já que estão articulados às

necessidades de conhecimento do real para o aluno e não apenas como atividades

lúdicas.

Portanto, as condições de trabalho precisam ser mais valorizadas, pois os

trabalhadores em educação necessitam de recursos didáticos, físicos, materiais,

valorização salarial, entre outros.

Para que isto se concretize, é necessário a readequação e planejamento do

tempo disponível no ambiente escolar, possibilitando no calendário escolar anual,

momentos para esta formação continuada dos trabalhadores em educação.

Esta readequação deve ser feita com a intervenção e auxílio do Conselho

Escolar, envolvendo toda a Comunidade Escolar, para criar possibilidades de

disposição de tempo espaço no calendário escolar, uma vez que os 200 dias letivos

devem ser garantidos aos alunos.

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50

5.8 Organização da hora/atividade

Refletir sobre o trabalho docente não se constitui em uma tarefa fácil, implica

em entendê-lo na sua natureza como um trabalho pedagógico, no interior de sua

complexidade e tem como base organizacional, os princípios que fundamentam a

relação entre teoria e prática.

A hora atividade é o espaço reservado ao professor em exercício da docência

para estudos, avaliação e planejamento e deve ser cumprida em período integral na

escola. A organização deverá favorecer o trabalho coletivo dos professores e

garantir carga horária que permita a realização de atividades pedagógicas

individuais inerentes ao exercício da docência. Cabe a equipe pedagógica coordenar

as atividades coletivas e acompanhar as atividades individuais a serem

desenvolvidas, durante a hora atividade.

O espaço da hora atividade também deve ser usado para fazer atendimento

aos alunos que apresentam alguma defasagem de conteúdo e para atendimento aos

pais. A hora atividade não pode ser tratada isoladamente. Exige a articulação do

interesse e o compromisso de todos aqueles que compõem o universo educacional,

portanto, é imprescindível o planejamento e a organização do uso do tempo da hora

atividade para que nela se possa realizar todo trabalho docente, necessário à

concretização de um trabalho pedagógico de melhor qualidade.

Seguindo essas orientações organizou-se da seguinte forma a hora/atividade:

Hora atividade – Período da manhã

SE

GU

ND

A-F

EIR

A

1ª aula

2ª aula Vilson

3ª aula Grasiela

4ª aula João

5ª aula

******* *******

TE

A-F

EIR

A

1ª aula

2ª aula Angela

3ª aula Celmar / Angela

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51

4ª aula Grasiela

5ª aula Grasiela

******* *******

QU

AR

TA

-FE

IRA

1ª aula Celmar / Cristiano

2ª aula Roberto / Gilberto / Carlito

3ª aula João / Gilberto / Carlito

4ª aula João / Gilberto

5ª aula Gilberto / Cristiano

******* *******

QU

INT

A-F

EIR

A

1ª aula Jucimara

2ª aula Elisangela

3ª aula João

4ª aula

5ª aula Patrícia

******* *******

SE

XT

A-F

EIR

A

1ª aula Cristiano

2ª aula Prissyane

3ª aula Gilberto

4ª aula Roberto

5ª aula Cristiano

Hora atividade – Período da tarde

SE

GU

ND

A-F

EIR

A

1ª aula Regiane

2ª aula Regiane

3ª aula Regiane

4ª aula

5ª aula

******* *******

TE

A-

FE

IRA

1ª aula Vilson

2ª aula Vilson

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52

3ª aula Vilson / Helena

4ª aula Elisangela

5ª aula

******* *******

QU

AR

TA

-FE

IRA

1ª aula

2ª aula

3ª aula

4ª aula

Prissyane

5ª aula Prissyane

******* *******

QU

INT

A-F

EIR

A

1ª aula

2ª aula

3ª aula

4ª aula

Edinéia

5ª aula

******* *******

SE

XT

A-F

EIR

A

1ª aula Gilberto

2ª aula Roberto

3ª aula Roberto

4ª aula Gilberto

5ª aula Angela

5.9 Inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais

A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais do Colégio

Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet vem de encontro aos movimentos

históricos da educação dentro do contexto da inclusão. Estes movimentos mundiais

que surgiram a partir da década de 90 tinham uma nova concepção de educação.

Entre eles podemos citar a Conferência Mundial sobre Educação para Todos

(Jomtien, Tailândia, 1990), que reforça a Declaração Mundial dos Direitos e

estabelece que todos devem ter acesso à Educação, a Declaração de Salamanca

(Espanha, 1994), define políticas, princípios e práticas da Educação Especial e influi

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nas políticas públicas da Educação e a Convenção de Guatemala (1999) convenção

da organização dos estados americanos com o decreto 3.298 em que prevê a

eliminação de todas as formas de discriminação contra todas as pessoas com

deficiência.

Nesses movimentos, se reflete a necessidade de construir espaços

educacionais na perspectiva de educação de qualidade para todos, reconhecendo

as diferenças, promovendo aprendizagem e atendendo as necessidades individuais

de cada um, além das escolas se ajustarem as necessidades de todos os alunos,

com quaisquer condições físicas, sociais, linguísticas e mentais.

No Brasil, em 1994, é publicada a Política Nacional de Educação Especial,

orientando o processo de „integração instrucional‟ que condiciona o acesso às

classes comuns do ensino regular àqueles que "(...) possuem condições de

acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino

comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais (1994, p.19) ”. Também vale

destacar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Lei 9394/96 que estabelece os

rumos e os fundamentos da educação brasileira, reconhecendo a importância da

Educação Especial em seu capítulo V art. 58, 59 e 60, que se destacam:

reafirmação e clarificação do ensino regular para portadores de necessidades

educacionais especiais; determinação da obrigatoriedade de matrícula nos

estabelecimentos públicos e particulares de ensino regular fundamental; garantia de

educação especial em todos os níveis e modalidades de ensino; definição da

Educação Especial como modalidade de ensino de educação escolar; flexibilização

da organização escolar para atender as necessidades educacionais especiais e;

atenção a qualificação dos professores especializados e comuns.

É importante salientar também, que a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação responsabilizou o Conselho Nacional da Educação pela regulamentação

dos níveis e modalidades de ensino, no qual, elaborou e aprovou através da

resolução 02/2001, o Parecer Nº 17/2001, as Diretrizes Nacionais para a Educação

Especial na Educação Básica.

A Educação Especial, como modalidade da educação escolar, começa a

fazer parte da escola comum, dentro de todas as etapas da educação básica e

ensino superior com princípios éticos, políticos e estéticos de modo a assegurar a

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dignidade humana, busca da identidade própria para cada educando e o

desenvolvimento para o exercício da cidadania para todos.

No Paraná, a educação inclusiva entra em foco no período de 2000-2002, no

qual, foi muito discutido o processo de inclusão, o qual mobilizou grande parte do

sistema educacional paranaense.

O Departamento de Educação Especial do Estado adota como um dos

referenciais a afirmação de que, a inclusão educacional é mais que a presença

física, é muito mais que acessibilidade arquitetônica, é muito mais que matricular

alunos com deficiência nas salas de aula do ensino regular, é bem mais que um

movimento da educação especial, pois se impõe como movimento responsável que

não pode abrir mão de uma rede de ajuda e apoio aos educadores, alunos e

familiares.

Neste contexto, o Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet adotou

no ano de 2006 uma educação inclusiva, com foco principal em atender todos os

alunos, que os mesmos possam aprender juntos, independentemente de suas

origens, crenças, valores, capacidade intelectual e cultural, todos dentro de uma

mesma escola, num sistema de ensino acolhedor e que respeite e valorize o aluno

em tua totalidade e que cada um se sinta bem, reciprocamente apoiados/ ajudados

e reconhecidos como pertencentes à escola, trabalho e família, gerando e

disseminando valores como dignidade, cidadania, reconhecimento, responsabilidade

e lealdade.

Os alunos com necessidades educacionais especiais, por sua vez, pela

dificuldade acentuada em sua aprendizagem, são atendidos pela Sala de Recursos

com o objetivo de complementar e auxiliar estes na série que estão inseridos, além

de um trabalho junto com os professores, através de adaptações necessárias a

serem realizadas com cada um e seus familiares para o melhor atendimento a eles e

desta forma, proporcionar uma educação de qualidade para todos.

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55

6. MARCO CONCEITUAL:

6.1. Concepção de Homem:

Na trajetória histórica da constituição do homem enquanto ser social, a

concepção que norteia nosso entendimento acerca do tópico em questão é a de que

o processo de humanização do homem não se deu de forma natural e espontânea,

mas, sim, guiado pelas necessidades de sobrevivência de cada geração.

Fundamentado-nos nessa perspectiva teórica, nos afastamos dos aportes que

primam pelas heranças hereditárias e pelas capacidades inatas, pois entendemos

que o gênero humano é o resultado das condições materiais de existência,

transformadas ao longo dos séculos pela ação do homem sobre a natureza, feito

que possibilitou a transformação da própria espécie ao criar gradativamente, utilizar

e aperfeiçoar os instrumentos de trabalho, assim como pelo desenvolvimento e uso

da linguagem, signo primordial para a mediação do conhecimento e da apropriação

do mesmo.

Dito isto, voltamos a salientar que o homem é um ser sócio, histórico e

cultural, fruto do meio em que vive e das relações sociais que estabelece, sendo

portanto, determinado por seu processo de vida real, não simplesmente nascendo,

mas tornando-se humano em meio ao convívio social e à apropriação da cultura,

costumes, hábitos e valores de cada época, diferenciando-se dos animais pela

capacidade de produzir seus meios de subsistência ao passo em que age e

transforma seu meio circundante, não apenas adaptando-se a este. Face ao

posicionamento, salientamos que o processo ensino-aprendizagem, mediado no

interior da instituição educacional, tem um papel fundamental na

formação desse ser social, à medida que possibilita a apropriação dos saberes

historicamente construídos, com base científica e não do senso comum, salto

significativo que a escola deve proporcionar ao gênero humano.

6.2.Concepção de Sociedade:

Fazer a distinção entre a sociedade que somos e a sociedade que queremos

ser, é a principal tarefa da escola. Para que isso se concretize em atitudes para além

dos muros escolares, é imprescindível compreender a formação da sociedade

brasileira e sua divisão em classes. O resgate histórico torna-se um processo vivo e

contínuo nas aulas de qualquer disciplina, se houver o comprometimento de todos

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56

os docentes com um ensino dinâmico que objetive proporcionar uma visão ampla ao

aluno do meio em que vive, quando e como poderá interferir em prol de sua

transformação.

Uma sociedade mais igualitária, na qual todos tenham oportunidades, é o que

almejamos, e nossos alunos precisam compreender isso e entenderem que “são

parte do processo”, e não meros e passivos espectadores. Fazer valer as leis que

regem nossa sociedade e intervir em defesa de seus direitos, são atitudes que

precisam ser reforçadas nos bancos escolares.

6.3. Concepção de criança e adolescente:

Desde 2005 quando foi promulgada a lei 11114/05 que tornou o ensino de 9

anos obrigatório, incluindo assim, crianças de 6 anos no Ensino Fundamental, as

escolas e os profissionais que nela trabalham vêm se organizando e se preparando

para cumprir esta determinação legal, de maneira que garantam um trabalho de

qualidade em relação a aprendizagem das crianças, assegurando a aquisição dos

conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade, mas sem deixar de

levar em consideração as especificidades da infância nos seus aspectos físico,

psicológico, cognitivo, social e intelectual. Para tanto, a compreensão da concepção

de infância, em suas diversas matizes, se faz necessária e urgente para o

cumprimento do trabalho do profissional da educação. Devemos levar em conta que

não temos apenas uma concepção de infância ou de adolescência, mas as

discussões acerca do tema são de indispensável importância para orientação dos

professores, discussões estas que muito provavelmente já estavam sendo feitas,

mas que, no momento histórico pelo qual estamos passando será de extrema

necessidade para orientação do trabalho pedagógico nas escolas. Historicamente, o

conceito de infância passou por diversas transformações tanto na literatura

pedagógica quanto nos debates de cunho político, mas foi a partir da década de 80

que o assunto se tornou relevante. Há séculos atrás a criança não era vista como

um ser em particular e por muito tempo foram tratadas como adultos em miniatura

tendo, a partir dos 7 anos que trabalhar para ajudar nas despesas da família. Para

entender essas questões é necessário um levantamento histórico sobre o

sentimento de infância e definir o seu surgimento e sua evolução:

“o sentimento de infância não significa o mesmo que afeição

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57

pelas crianças, corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, e portanto merece um olhar mais específico. (Áries, 1978)”

Analisando por essa perspectiva vemos que o sentimento de infância é algo

que caracteriza a criança, a sua essência enquanto ser, o seu modo de agir e

pensar, o que é bastante diferente da maneira de agir e pensar do adulto. Até

meados do século XVII as crianças não tinham a devida atenção. As condições

sanitárias na época eram péssimas e a mortalidade infantil era enorme, por isso as

famílias não se apegavam muito, pois sabiam que a criança poderia morrer ainda na

primeira infância. O índice de natalidade também era altíssimo o que ocasionava “a

troca” de uma criança por outra. Entretanto, ainda no século XVII, as crianças de

famílias abastadas, nobres ou burguesas passaram a ser tratadas de maneira

diferente, com mais afetividade por parte das famílias e grandes transformações

sociais ocorreram, contribuindo para o início da construção do sentimento de

infância.

“Essa afetividade era demonstrada, principalmente, por meio da valorização que a educação passou a ter. A aprendizagem das crianças, que antes se dava na convivência com os adultos em suas tarefas cotidianas, passou a dar-se na escola. O trabalho com fins educativos foi substituído pela escola, que passou a ser responsável pelo processo de formação. As crianças foram então separadas dos adultos e mantidas em escolas até estarem “prontas” para a vida em sociedade. (Áries, 1978)”

E assim, com o passar dos séculos, as crianças foram deixando de ser

consideradas seres sem importância, saem do anonimato e lentamente passam a

ocupar um papel de destaque nas sociedades. Essa evolução traz consigo

modificações profundas em relação à educação, que teve que começar a atender as

novas demandas que foram surgindo pela valorização da infância e a aprendizagem

passou a ser um pilar no atendimento à criança. Começam a surgir preocupações

sobre os métodos de aprendizagem e como facilitar esse processo para os

pequenos. Nos dias atuais a criança é vista como um sujeito de direitos, com suas

especificidades físicas, cognitivas, psicológicas e sociais muito diferentes das do

adulto e seus direitos estão garantidos em lei através do ECA (Estatuto da Criança e

do Adolescente) e através de Conselhos Municipais, Estaduais e Nacionais,

respaldando assim a formulação, implantação e monitoramento de políticas públicas

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que promovam e protejam os direitos das crianças e dos adolescentes. Nesta etapa

histórica em que vivemos, com tantas transformações tecnológicas e enquanto

profissionais da educação, devemos pensar em como tornar, de fato, efetiva essa

conquista e esse salto na educação brasileira que foi a inserção das crianças de seis

anos no Ensino Fundamental e legitimá-las finalmente como figura social de grande,

importante e insubstituível papel na sociedade.

6.4 Concepção de Escola e Educação:

Os esforços despendidos pela nossa Comunidade Escolar, vão em busca de

uma sociedade mais justa, igualitária, democrática, autônoma, emancipadora, que

deve servir a todos os cidadãos, com alunos responsáveis, críticos e participativos.

Sabemos da existência de determinantes sociais, políticos e econômicos que

influenciam diretamente no trabalho da escola, porém, se compreendemos a prática

social como ponto inicial da ação educativa da escola, faz-se necessário que a

escola possa intervir, dentro de suas especificidades, nesta prática social.

Assim, fugindo de uma análise reprodutivista do papel da escola, onde esta é

determinada em última instância pela sociedade, uma visão dialética de relação

entre a sociedade e a educação deve embasar o trabalho pedagógico, uma vez que

a educação é determinada pela sociedade, mas de maneira recíproca, também é

sua determinante.

Nas afirmações de Saviani, a educação

“... ainda que elemento determinado, não deixa de influenciar o elemento determinante (a sociedade). Ainda que secundário (o papel da escola), nem por isso deixa de ser instrumento importante e por vezes decisivo no processo de transformação da sociedade”.

6

A escola que queremos deve ser transformadora, e para desempenhar este

papel, deve repassar os conhecimentos historicamente acumulados, através dos

vários saberes, instrumentalizando o aluno de maneira a torná-lo um cidadão crítico,

que tenha autonomia para intervenções na sociedade que vive.

A instrumentalização do aluno com o conhecimento, deve ser um dos

principais objetivos da educação, pois

6 SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 32 ed. Campinas: Autores Associados, 1999,

pg. 59 (grifos nossos).

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59

“... o conhecimento nos diferentes âmbitos do saber é uma poderosa ferramenta para analisar e compreender as características, os determinantes e as consequências do complexo processo de socialização reprodutora. ”

7

Neste sentido, buscamos formar um aluno capaz de repensar a sociedade de

modo geral, emitindo suas opiniões e tendo ações transformadoras para a melhoria

desta mesma sociedade onde vive e atua.

A prática social deve ser o ponto de partida do trabalho pedagógico

desenvolvido no âmbito escolar, para que haja uma leitura crítica desta prática por

parte dos alunos e envolvidos com o trabalho escolar.

O conhecimento é construído a partir do trabalho do homem no processo

histórico de transformação do mundo e da sociedade, inclusive com a reflexão sobre

esse processo.

Desta forma,

“... o conhecimento se origina na prática social dos homens e nos processos

de transformação da natureza por ele forjados. [...]. Agindo sobre a

realidade os homens a modifica, mas numa relação dialética, esta prática

produz efeitos sobre os homens, mudando tanto seu pensamento, como

sua prática. ”8

Para haver a intermediação entre os conteúdos adquiridos pelos alunos no

espaço escolar com a realidade global, a totalidade da prática social e histórica, faz-

se necessário a teorização sobre a prática social e a mediação do professor.

Através da teorização sobre a prática social, passa-se do senso comum

particular para os conceitos científicos e universais que permitem a compreensão

dessa realidade em todas as suas dimensões.

A análise da prática social e sua teorização proporciona aos professores e

alunos, retornarem à prática social, mas com uma melhor compreensão dos

fenômenos sociais, com a possibilidade de transformação desta prática, ao mesmo

tempo em que o sujeito envolvido com esta transformação também se transforma.

7 SACRISTÁN, J. Gimeno. Compreender e transformar o ensino. Porto Alegre: Artmed,

1998, pg. 22. 8 CORAZZA, S.M. Manifesto por uma dida-lé-tica. Contexto e Educação, Ijuí, vol.6, n.22, pp.

83-99, abril-junho. in GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 2 ed. Campinas: Autores Associados, 2003, pg. 04.

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60

Entendemos necessárias algumas mudanças nos conteúdos curriculares,

valorizando as diferenças humanas, buscando maior interdisciplinaridade de modo

que a formação do aluno possa estar vinculada à realidade social em que vive, para

que esta possa ser transformada.

6.5 Concepção de ensino aprendizagem

A aprendizagem ocorre em todos os momentos de nossa vida, porém na

escola, que é uma instituição com função social definida, a aprendizagem se torna

peculiar já que os conteúdos do currículo que são estudados transformam-se nos

fins específicos das atividades escolares e das relações entre os indivíduos que

formam esse grupo social.

Quando tratamos de educação em âmbito escolar, sabemos que há várias

formas de promover as relações que permeiam o conhecimento. Paulo Freire,

educador consagrado, revela que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar

possibilidades para a sua produção ou sua construção”. Surge então, desafios para

quem deseja construir estratégias educacionais de forma adequada para a

concretização do processo. Cabe ao professor, partindo do contexto onde o aluno

está inserido, problematizar o conhecimento empírico e transformá-lo em científico.

A aprendizagem se concretiza na interligação de dois momentos

indissociáveis: transmissão/assimilação do conhecimento. Para que isso ocorra,

esse momento deve ser significativo para o aluno e a relação entre ele e o professor

deve ser recíproca e necessária. Esta relação é dinâmica e se dá num processo

coordenado de ações, onde o professor planeja e dirige a metodologia de ensino,

tendo em vista estimular a atividade dos alunos para a aprendizagem.

A tarefa do professor é complexa, uma vez que são muitos os fatores que

intervêm no caminho de ensino aprendizagem. Não basta o docente dominar o

conteúdo que planeja trabalhar, é preciso saber o objetivo que pretende atingir e

organizar as informações de maneira significativa para o aluno.

A aprendizagem é um processo gradativo e com mudança de comportamento.

A unidade entre o ensino e a aprendizagem fica comprometida quando o ensino se

caracteriza pela memorização, quando o professor concentra na sua pessoa a

exposição da matéria e não busca o envolvimento com o aluno. O processo deve

estabelecer exigências e expectativas que os alunos possam cumprir e mobilizem

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energia para alcançar a aprendizagem. Alguns métodos facilitam o processo e

devem ser levados em conta pelo professor. Dentre eles podemos citar as dinâmicas

de grupo, a elaboração criativa de apresentações sobre o conteúdo que está sendo

trabalhado, o uso de recursos didáticos e tecnológicos e outros, mas sempre

levando em consideração as necessidades educacionais de cada aluno e suas

especificidades. Neste sentido, considera-se a pluralidade étnico racial, econômica,

de gênero sexual, de diferentes ritmos de aprendizagem dos alunos existentes em

sala de aula e cabe ao educador preparar e efetivar uma metodologia diferenciada

para atender esta inevitável diversidade.

A elaboração de um Plano de Trabalho Docente coerente com a realidade e

necessidade do aluno pode dar maior estabilidade e segurança, sem perder de vista

a flexibilidade, a observação dos detalhes como fonte de informação e reflexão.

Ao tratarmos de Plano de Trabalho Docente, não podemos deixar de nos

referirmos às Diretrizes Curriculares Nacionais que propõe os conteúdos

estruturantes como conhecimento histórico e a partir destes organizam-se os

conteúdos básicos a serem trabalhados em cada série.

6.6 Papel dos professores

A concepção a qual defendemos não é a que concebe o docente enquanto

um mero facilitador das aprendizagens livres e espontâneas dos alunos; tão pouco

àquela que o restringe a um simples técnico organizador das condições de

aprendizagens.

Também não percebemos o professor enquanto figura autoritária e detentor

da verdade absoluta. Para nós, o professor deve ocupar papel de destaque no

processo ensino-aprendizado enquanto sujeito que em decorrência de sua trajetória

de formação específica, de qualificação para o desempenho do ato educacional e de

diuturnos estudos, se coloca enquanto autoridade do conhecimento apto a mediar,

com competência não só técnica, mas também, política.

O professor deve ser valorizado pela importância de sua função social e pelo

comprometimento com esta profissão, bem como por ser a pessoa que orienta,

favorece e dirige de forma intencional o processo científico de ensinar e de

aprender, contribuindo para que seja possível a ruptura da experiência e saberes

ainda pouco elaborados do aluno, o qual estando em contínua formação, eleva-se

gradativamente a um patamar superior ao que encontrava-se outrora.

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6.7 Relação professor aluno

O respeito é a palavra-chave quando se trata da relação entre o professor e seus

alunos. O ser humano sente-se valorizado ao ser respeitado. Na prática diária, em

sala de aula, se cada um cumprir com seu papel e respeitar as normas

estabelecidas por todos e que estão regimentadas, isso é que chamar-se-á respeito.

Podemos, uma vez que falamos de seres humanos, falar também de relações

interpessoais, não podemos omitir esta relação, que ocorre naturalmente. Respeitar

o espaço do outro e enxergá-lo como ser humano e cidadão, é imprescindível para

entender que ele deve ter preservados suas escolhas e modo de ser e viver,

contanto que não fira os direitos do outro. Em primeiro lugar, cada um deve ser

cumpridor com seus deveres. Dentro da escola, a gestão democrática é que abre

espaço para que todos sejam respeitados ao dar vez e voz ao educando e a todos

os membros da comunidade escolar.

6.8 Concepção de currículo

As Diretrizes Curriculares são documentos norteadores do planejamento

curricular do Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet. O ponto de partida

para a formulação das diretrizes foi o primeiro artigo da Lei 9.394/96 (Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB). Esse artigo afirma que a educação

escolar deverá estar vinculada ao trabalho e a prática social.

Os conteúdos disciplinares devem ser tratados, na escola, de modo

contextualizado, estabelecendo-se, entre eles, relações interdisciplinares e

colocando sob suspeita tanto a rigidez com que tradicionalmente se apresentam

quanto o estatuto dado a eles. Desta perspectiva, propõe-se que tais conhecimentos

contribuam para a crítica às contradições sociais, políticas e econômicas presentes

nas estruturas da sociedade contemporânea e propiciem compreender a produção

científica, a reflexão filosófica, a criação artística, nos contextos em que elas se

constituem.

Fundamentando-se nos princípios teóricos expostos, propõe-se que o

currículo da Educação Básica ofereça, ao estudante, a formação necessária para o

enfrentamento com vistas à transformação da realidade social, econômica e política

de seu tempo. Esta ambição remete às reflexões de Gramsci em sua defesa de uma

educação na qual o espaço de conhecimento, na escola, deveria equivaler à ideia de

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atelier-biblioteca-oficina, em favor de uma formação, a um só tempo, humanista e

tecnológica.

A produção científica, as manifestações artísticas e o legado filosófico da

humanidade, como dimensões para as diversas disciplinas do currículo, possibilitam

um trabalho pedagógico que aponte na direção da totalidade do conhecimento e sua

relação com o cotidiano.

6.9 Organização do tempo escolar

A organização escolar é seriada, baseada em conteúdos descritos na

Proposta Pedagógica Curricular da escola, tendo como base as Diretrizes

Curriculares Estaduais do Paraná, para cada ano escolar a ser cursado.

O ensino seriado permite maior monitoramento dos alunos, visto que passam

por avaliações de desempenho contínuas, o que permite uma intervenção mais

pontual para atender os alunos que estão com alguma dificuldade e respondem de

uma forma mais rápida mediante as estratégias de apoio paralelo, neste caso a

Sala de Recursos.

6.10 Organização Curricular utilizada

Nas Diretrizes Curriculares Estaduais, as disciplinas escolares são entendidas

como campos do conhecimento, identificam-se pelos respectivos conteúdos

estruturantes e por seus quadros teóricos conceituais, destacando a importância dos

conteúdos disciplinares e do professor como autor de seu plano de ensino,

contrapondo-se, assim, aos modelos de organização curricular que vigoraram na

década de 1990, os quais esvaziaram os conteúdos disciplinares para dar destaque

aos chamados temas transversais.

Ainda hoje, a crítica à política de esvaziamento dos conteúdos disciplinares

sofre constrangimentos em consequência dos embates ocorridos entre as diferentes

tendências pedagógicas no século XX. Tais embates trouxeram para “[...] o discurso

pedagógico moderno certo complexo de culpa ao tratar o tema dos conteúdos”

(SACRISTÁN, 2000, p. 120).

A discussão sobre conteúdos curriculares passou a ser vista, por alguns,

como uma defesa da escola como agência reprodutora da cultura dominante.

Contudo, “sem conteúdo não há ensino, qualquer projeto educativo acaba se

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concretizando na aspiração de conseguir alguns efeitos nos sujeitos que se educam.

Referindo-se estas afirmações ao tratamento científico do ensino, pode-se dizer que

sem formalizar os problemas relativos aos conteúdos não existe discurso rigoroso

nem científico sobre o ensino, porque estaríamos falando de uma atividade vazia ou

com significado à margem do para que serve” (SACRISTÁN, 2000, p. 120).

É preciso, também, ultrapassar a ideia e a prática da divisão do objeto

didático pelas quais os conteúdos disciplinares são decididos e selecionados fora da

escola, por outros agentes sociais. Quanto aos envolvidos no ambiente escolar,

sobretudo aos professores, caberia apenas refletir e decidir sobre as técnicas de

ensino.

Os estudos sobre a história da produção do conhecimento, seus métodos e

determinantes políticos, econômicos, sociais e ideológicos, relacionados com a

história das disciplinas escolares e as teorias da aprendizagem, possibilitam uma

fundamentação para o professor em discussões curriculares mais aprofundadas e

alteram sua prática pedagógica.

Por serem históricos, os conteúdos estruturantes são frutos de uma

construção que tem sentido social como conhecimento, ou seja, existe uma porção

de conhecimento que é produto da cultura e que deve ser disponibilizado como

conteúdo, ao estudante, para que seja apropriado, dominado e usado. Esse é o

conhecimento instituído.

Além desse saber instituído, pronto, entretanto, deve existir, no processo de

ensino/aprendizagem, uma preocupação com o devir do conhecimento, ou seja,

existem fenômenos e relações que a inteligência humana ainda não explorou na

natureza. Portanto, de posse de alguns conhecimentos herdados culturalmente, o

sujeito deve entender que isso não é todo o conhecimento possível que a

inteligência tem e é capaz de ter do mundo, e que existe uma consciência, uma

necessidade intrínseca e natural de continuar explorando o “não saber” (CHAUÍ,

1997), a natureza (VASQUEZ, 1997).

Ao vincular o conceito de conteúdo estruturante tanto a uma análise histórica

quanto a uma opção política, considera-se que “o envelhecimento do conteúdo e a

evolução de paradigmas na criação de saberes implica a seleção de elementos

dessas áreas relativos à estrutura do saber, nos métodos de investigação, nas

técnicas de trabalho, para continuar aprendendo e em diferentes linguagens. O

conteúdo relevante de uma matéria é composto dos aspectos mais estáveis da

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mesma e daquelas capacidades necessárias para continuar tendo acesso e renovar

o conhecimento adquirido” (SACRISTÁN, 2000, p. 152-153).

6.11 Matriz Curricular

MATRIZ CURRICULAR DE REFERÊNCIA PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Disciplina 6º 7º 8º 9º

Base Nacional Comum (Número de horas/aula semanais)

Arte 2 2 2 2

Ciências 3 3 3 3

Educação Física 2 2 2 2

Ensino Religioso 1 1 - -

Geografia 2 3 3 3

História 3 2 3 3

Língua Portuguesa 5 5 5 5

Matemática 5 5 5 5 Parte Diversificada

(Número de horas/aula semanais)

Língua Estrangeira (Inglês) 2 2 2 2

Total 25 25 25 25

MATRIZ CURRICULAR DE REFERÊNCIA PARA O ENSINO MÉDIO

Disciplina 1ª 2ª 3ª

Base Nacional Comum

(Número de horas/aula semanais)

Arte 2 - -

Biologia 2 2 2

Educação Física 2 2 2

Filosofia 2 2 2

Física 2 2 2

Geografia 2 2 2

História 2 2 2

Língua Portuguesa 2 4 4

Matemática 3 3 3

Química 2 2 2

Sociologia 2 2 2

Sub-Total 23 23 23

Parte Diversificada

(Número de horas/aula semanais)

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66

L E M Espanhol * 4 4 4

L E M Inglês 2 2 2

Sub-Total 6 6 6

Total Geral 29 29 29

Nota: * Disciplina de matrícula facultativa ofertada no turno contrário – CELEM.

6.12 Base Nacional Comum

O Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet trabalha com 100% da

Base Nacional Comum.

6.13 Parte diversificada

De acordo com a LDB lei n° 9394/96 (artigo 26 § 5º) o ensino de uma língua

estrangeira moderna passou a ser obrigatório no Ensino Fundamental, na parte

diversificada, a partir da 6º ano, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar,

dentro das possibilidades da instituição. Quanto ao Ensino Médio, a lei determina

que “será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória,

escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das

possibilidades da instituição” (Art. 36, inciso III).

De acordo com as diretrizes curriculares um dos objetivos do ensino é a

formação de um sujeito crítico, capaz de interagir criticamente com o mundo à sua

volta, sendo assim, o ensino-aprendizagem da Língua Estrangeira Moderna deverá

ultrapassar as questões técnicas e instrumentais e se centralizar na educação. O

professor deverá passar aos alunos maneiras de construir significados, elaborar

procedimentos interpretativos e construir sentidos do mundo, pois está na linguagem

uma das possibilidades de se perceber, se entender e se construir a realidade.

É ofertada do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e todas as séries do

Ensino Médio em caráter obrigatório da Língua Inglesa, sendo duas aulas semanais

dentro do horário de cada turma, podendo ser ou não germinadas, as quais serão

ministradas por um professor contratado via SEED e seguirão os conteúdos

previstos nas diretrizes curriculares da disciplina em questão, além de interagir com

as demais disciplinas, eventos e seguir os critérios de avaliação estabelecidos

coletivamente com os docentes pertencentes nesta instituição.

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67

6.14 Concepção de avaliação

A avaliação é parte integrante do processo ensino-aprendizagem, e se

apresenta como momento privilegiado deste processo, na forma de reflexão sobre o

trabalho didático-pedagógico e posterior mudança para melhorias.

No que se refere ao retorno para o próprio educando, a avaliação se traduz

como instrumento necessário para a condução e acompanhamento dos seus

estudos.

No entanto, buscando a superação dos modelos pontuais de avaliação e

que, tem vistas somente na classificação do aluno, ela deve ser implementada

dentro da escola de maneira a contemplar os avanços na transmissão e apreensão

dos conhecimentos das várias disciplinas por parte do aluno.

A avaliação é um dos elementos do processo de construção da aprendizagem

e por isso deve ocorrer de forma diagnóstica, contínua, permanente, cumulativa,

criteriosa e qualitativa.

A avaliação diagnóstica consiste no fato de que o processo de efetivação da

aprendizagem deve fornecer dados e informações essenciais à tomada de decisões

a respeito das condições de continuidade e/ou retomada do ensino, bem como

atribuir juízo de valor à aprendizagem efetivada, oferecendo condições para análise

e julgamento dos aspectos quantitativos e qualitativos do processo construído

(capacidade de análise crítica, associação, generalização e síntese manifesta em

sua compreensão e reflexão sobre a realidade). Conceber a avaliação enquanto um

dos elementos do processo de ensino-aprendizagem, uma vez que se vincula

diretamente aos objetivos, à metodologia, à seleção e organização dos conteúdos, à

relação professor-aluno e à construção do saber.

Contínua porque se estende por todo o processo de mediação e de

construção da aprendizagem, fornecendo elementos para sua análise e julgamento

e pressupõe uma estrutura e uma organização curricular que possibilitem a

continuidade/retomada do processo de ensino-aprendizagem, assim como formas

contínuas de acompanhamento.

Cumulativa por oferecer um acompanhamento gradativo da complexidade do

trabalho pedagógico e do processo de construção da aprendizagem, oferecendo

elementos para análise dos avanços obtidos com relação à compreensão e reflexão

sobre a realidade. Critérios porque pressupõe a definição clara e objetiva dos

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critérios utilizados para análise, julgamento de qualidade e atribuição de valor à

aprendizagem.

Esses critérios por sua vez, devem ser elaborados a partir das expectativas

político-sociais, com relação à finalidade do trabalho pedagógico escolar, à função

social do conjunto de conteúdos, à abordagem metodológica e à especificidade da

área do conhecimento do nível e modalidade de ensino.

Qualitativa, tendo em vista que une qualidade e quantidade, pois estes são

atributos inalienáveis, havendo uma combinação de aspectos qualitativos

(capacidade de análise crítica, elaboração intelectual, estabelecimento de relações

etc) e quantitativos (intensidade, tempo, valor etc) na avaliação.

O rendimento escolar mínimo exigido para aprovação é 6,0 (seis vírgula

zero) por matéria ou disciplina, respeitando a frequência mínima de setenta e cinco

por cento do total de horas letivas para a aprovação, conforme legislação vigente

para o Ensino Fundamental e Médio. Seguindo a fórmula abaixo para se obter a

média anual

média1ºtrim + média2ºtrim + média3ºtrim = Média Anual

3

O regime trimestral de notas para o controle da vida escolar do aluno é

utilizado, de maneira a proporcionar ao educando condições de acompanhamento

de seu aproveitamento dos conteúdos, bem como de sua frequência.

Dentro do processo avaliativo no trabalho do colégio, os outros envolvidos

com o ensino-aprendizagem também terão seus momentos avaliativos.

Neste sentido, LUCKESI (2005, p. 94) aponta que:

O atual processo de aferir a aprendizagem escolar, sob a forma de verificação, além de não obter as mais significativas conseqüências para a melhoria do ensino e da aprendizagem, ainda impõe aos educandos consequências negativas, como a de viver sob a égide do medo, pela ameaça de reprovação [...] O momento de aferição do aproveitamento escolar não é ponto definitivo de chegada, mas um momento de parar para observar se a caminhada está ocorrendo com a qualidade que deveria ter. [...] A avaliação, ao contrário, manifesta-se como um ato dinâmico que qualifica e subsidia o reencaminhamento da ação, possibilitando consequências no sentido da construção dos resultados que se deseja.

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Desta forma, o trabalho pedagógico desenvolvido pelos professores, também

é avaliado, através da auto avaliação por instrumentos como textos e questionários

colocados à disposição dos professores na hora-atividade, além de outros

momentos importantes destinados à avaliação do trabalho pedagógico, como

reuniões pedagógicas e conselhos de classe, uma vez que este último também deve

destinar-se à análise do trabalho desenvolvido pelo corpo docente, e não somente

do desempenho dos educandos.

Os alunos e pais também terão seu espaço de avaliação do trabalho

desenvolvido pelo colégio, assim como avaliar as ações por parte do poder público e

mantenedor da educação pública, uma vez que a análise somente do trabalho

desempenhado internamente por parte do colégio, não abrange todo o complexo

sistema escolar.

As reuniões de pais e eventos proporcionados pelo colégio, são momentos

importantes para os pais e alunos estarem avaliando o trabalho pedagógico

desenvolvido, entendendo também, que os mesmos fazem parte do bom

desempenho do processo de ensino-aprendizagem.

A avaliação será de forma qualitativa e não quantitativa, valorizando o

trabalho de sala de aula, e através de grupos de estudo e discussões entre os

professores, encontrar melhores metodologias avaliativas, evitando somente

classificar e excluir os alunos considerados “não aptos” a aprender.

Os demais envolvidos com o processo de ensino-aprendizagem (professores,

equipe pedagógica, direção, equipe de apoio) também necessitam de momentos

avaliativos, como reuniões e encontros para haver uma socialização intermediada

por materiais bibliográficos que fundamentem e orientem suas ações, de forma que

toda a comunidade escolar também possa ser avaliada.

6.15 Conselho de Classe

A participação no conselho é de caráter obrigatório e as datas foram

programadas para que todos os envolvidos possam participar.

Anualmente são realizados quatro Conselhos de Classe, distribuídos ao longo

do ano, precedidos de pré-conselhos os quais serão realizados na hora atividade de

cada professor.

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Aborda-se individualmente o desempenho de cada aluno do 6º ano do Ensino

Fundamental à 3ª série do Ensino Médio e quando apresentam alguma dificuldade,

são encaminhados conforme a necessidade.

Todas as informações repassadas pelos professores são anotadas em ata e

após a realização do Conselho de Classe os pais comparecem individualmente ao

colégio.

6.16 Formas de registro da avaliação

A nota de 0 a 10 é utilizada como forma de registro das avaliações, um sinal,

um indicador da aprendizagem do aluno num determinado momento de sua

trajetória escolar, e deve ser entendida como tal, ou seja, não como algo estático,

definitivo.

6.17 Periodicidade da avaliação

As avaliações são aplicadas em regime trimestral de notas, de maneira a

proporcionar condições de acompanhamento de aproveitamento dos conteúdos e

frequência.

6.18 Proposta de recuperação de estudos

É um direito do aluno e dever do colégio oportunizar a recuperação de

estudos, não apenas da nota, mas sobretudo dos conteúdos em que não foram

apropriados de modo integral aos objetivos.

A Recuperação de Estudos será realizada de forma permanente e

paralela/concomitantemente com o processo de ensino-aprendizagem. A

recuperação de estudos paralela é direito dos alunos, independentemente do nível

de apropriação dos conhecimentos básicos, ou seja, deverá ser ofertada a todos os

estudantes e será organizada com atividades significativas, utilizando-se dos mais

diversos instrumentos, meios e procedimentos didático-metodológicos para a

retomada dos conteúdos e, portanto, para a sua ampliação da aprendizagem.

A Deliberação 007/99 CEE, que orienta a recuperação de estudos e orienta a

retomada dos conteúdos, garantindo assim que a avaliação tenha o cunho

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diagnóstico, processual, contínuo, cumulativo, criterioso, qualitativo e somatório,

fazendo com que se prevaleça os aspectos qualitativos em detrimento aos

quantitativos.

Neste sentido, o Colégio Estadual do Campo Pedro Garlet enfatiza o esforço

de retomar os conteúdos, de modificar os encaminhamentos metodológicos, para

assegurar a possibilidade de aprendizagem, sendo assim, se oportunizará ao aluno

diversas formas de apreensão e verificação do conteúdo em defasagem em

diferentes momentos.

A proposta de recuperação de estudos do Colégio Estadual do Campo Pedro

Ernesto Garlet está estruturada em duas etapas: 1ª Etapa de Recuperação de

Estudos – CONTEÚDOS; 2ª Etapa de Recuperação de Estudos – NOTAS. Onde, a

Recuperação de Estudos – Conteúdos: é ofertada para todos os estudantes através

da retomada dos conteúdos, após constatação da dificuldade de compreensão pelos

estudantes, o professor deverá definir estratégias para recuperação, tais como:

debate, questionamentos orais, discussões, atividades de fixação, reelaboração de

atividades e outras intervenções que possibilitem a apropriação dos conhecimentos.

A Recuperação de Estudos – Notas: é o processo de ensino-aprendizagem que visa

o pleno desenvolvimento do(a) estudante e ainda que o processo de recuperação de

estudos visa recuperar 100% (cem por cento) dos conteúdos trabalhados. Desta

forma os resultados da recuperação devem ser retomados na sua melhor forma,

oportunizando ao estudante o seu melhor momento de aprendizagem.

6.19 Avaliação Institucional:

A Avaliação Institucional tem sido desenvolvida pela mantenedora, através de

instrumentos de avaliação e orientação da SEED/SUED/CEPE enviados e discutidos

pela comunidade escolar, em reuniões e espaços apropriados para este fim com

todos os envolvidos no trabalho do colégio.

Além da avaliação advinda do Estado, a escola tem concomitante a este

processo a sua avaliação institucional que se dá através de questionários, onde é

avaliada toda a comunidade escolar, bem como a prestação de serviços e espaço

físico.

Fazem parte do conjunto de aspectos, serviços e setores avaliados:

a) Espaço Físico

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b) Direção

c) Equipe Pedagógica

d) Professores

e) Funcionários

f) Qualidade da prestação dos serviços oferecidos nos diversos setores da escola

(professores, merenda, biblioteca, secretária, direção, equipe pedagógica)

g) Além dos itens a que todos são submetidos dentro do processo de avaliação,

todos, ou seja, avaliado e avaliadores devem fazer as suas próprias auto avaliações.

Os professores avaliam a Direção e equipe pedagógica, biblioteca, condições

físicas e materiais para o trabalho pedagógico e demais setores da escola.

Os alunos realizam avaliação semelhante dos professores, avaliando o

trabalho dos mesmos e se auto avaliando.

A todos que participam da escola, quer sejam alunos, pais, professores,

funcionários, equipe pedagógica e direção, são solicitados que façam sua auto

avaliação como forma de aperfeiçoamento pessoal e da instituição.

6.20 Acompanhamento e avaliação do PPP

Como documento norteador do trabalho desenvolvido por todos na escola, o

Projeto Político Pedagógico não se apresenta de modo acabado. O movimento

dialético de buscar a prática social, teorizá-la e retornar a ela de maneira

intervencionista, permeia todo o processo ensino-aprendizagem.

Da mesma forma, o movimento de colocar os pressupostos aqui explicitados

também se apresenta de forma dialética, pois a necessidade de refletir sobre estes

pressupostos leva a possibilidade de mudar até mesmo as ações educativas

desenvolvidas pelos principais envolvidos no processo educativo.

Assim, serão necessários constantes momentos de parada no trabalho

educativo, para muitas vezes repensar e mudar os rumos deste trabalho.

Pretendemos colocar este Projeto Político-Pedagógico em prática, de

maneira coletiva, da mesma forma com que foi elaborado pela Comunidade Escolar,

bem como repensá-lo coletivamente, para que o compromisso seja assumido por

todos aqueles que fazem do espaço escolar, um lugar possível de melhorar a

sociedade na qual vivemos.

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Desta forma, buscaremos fazer a avaliação do Projeto Político Pedagógico

ao menos semestralmente, aproveitando o espaço das reuniões pedagógicas,

utilizando materiais de apoio como: textos, livros, e outros, para fundamentar as

discussões acerca do PPP.

7. MARCO OPERACIONAL

7.1 Gestão democrática

Almejamos para nosso colégio, uma gestão democrática e participativa,

articulada com a família e comunidade, para buscar cada vez mais, melhorias que

propiciem o desempenho das ações formativas do aluno até aqui propostas.

É preciso construir práticas coletivas que possibilitem a participação nas

decisões por parte dos envolvidos diretamente com o processo educativo,

horizontalizando as relações de poder, pois através da gestão democrática, todos

são considerados sujeito no processo educativo, devendo ser tratados como tais.

Uma gestão democrática capaz de intermediar as relações e contradições

existentes também no espaço escolar, contradições estas que também permeiam as

relações sociais, e fundamentam a própria sobrevivência do homem em sociedade.

Apesar de formações diferenciadas por parte dos professores, a gestão

democrática intermediará as concepções filosóficas e ideológicas dos envolvidos no

processo educativo, de maneira a canalizar para objetivos comuns, traçados

coletivamente por toda comunidade escolar.

Assim, a gestão democrática necessita ser colocada em prática nos

pressupostos do Projeto Político-Pedagógico da escola, tornando possível sua

implementação de maneira concreta e material, uma vez que se trata de um

documento elaborado a partir da realidade concreta e material do colégio.

O envolvimento coletivo no desenvolvimento do trabalho da escola tem de ser

cobrado e implementado pela gestão democrática, com vistas a proporcionar a

formação plena do aluno, lhe oferecendo condições de continuidade nos estudos,

com a possibilidade de uma maior participação na transformação e melhoria do meio

em que vive.

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7.2 Formação Continuada

A formação continuada deverá proporcionar aos professores, funcionários, a

comunicação, a interação, a produção e a validação de conhecimentos inerentes à

prática pedagógica. Levar-se-á em conta as políticas educacionais, as práticas

docentes em consonância com o desenvolvimento socioeconômico, político e

cultural da comunidade escolar, no contexto tecnológico da sociedade

contemporânea no decorrer de cada ano letivo.

Objetiva-se criar espaços para atualização, trocas de experiências,

aprofundar discussões frente aos programas curriculares e as necessidades

decorrentes do processo pedagógico, leituras, reflexões e tomadas de decisões no

espaço escolar. A formação capacitação continuada dar-se-á na forma de:

Grupo de estudos: por área do conhecimento e temas afins da educação;

Momentos coletivos para reflexão da prática pedagógica e troca de experiências:

em reuniões pedagógicas, hora atividade e semana pedagógica;

Incentivo a participação em cursos oferecidos a nível de extensão. Todas essas

atividades constituem-se em ações que buscam fortalecer a formação dos

profissionais da educação a fim de possibilitar uma atuação cada vez mais efetiva,

consciente e comprometida da escola na construção da sociedade.

7.3 Ações relativas à recuperação de estudos dos alunos

No decorrer de cada bimestre os professores deverão ofertar a Recuperação

de estudos aos alunos que, ao serem avaliados, demonstraram que não se

apropriaram a contento dos conteúdos. Importante ressaltar que todos os alunos têm

direito de realizarem a recuperação de estudos, independentemente da nota que

tiraram nas avaliações, pois a recuperação é de estudos e não de notas. Ressalta-

se ainda, que o instrumento avaliativo utilizado para avaliar o conhecimento dos

alunos após a retomada dos conteúdos na recuperação de estudos de estudos

deve ser diferente do instrumento utilizado na primeira avaliação do mesmo

conteúdo, pois entende-se que existe a possibilidade de os alunos terem

compreendido os conteúdos trabalhados porém não terem tido compreensão da

proposta de avaliação adotada pelo professor em determinado instrumento

avaliativo, apresentando assim um entendimento equivocado dos conteúdos. No

mais, o Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet adota, por questão de

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organização interna, um padrão de procedimento quanto ao registro das avaliações

correspondentes à recuperação de estudos, que devem ocorrer no campo de

avaliações no Livro Registro de Classe na sequência do registro da avaliação

primeira do conteúdo e serem explicitadas no campo observações.

7.4 Linhas de ação para o trabalho pedagógico, administrativo, financeiro e

político educacional

Com o auxílio dos professores, será feita a distribuição dos alunos por sala,

garantindo a heterogeneidade;

Planejar organizadamente e proporcionar de forma proveitosa, momentos de

confraternização, de palestras sobre temas atrativos e importantes para os pais ou

responsáveis dos alunos, de forma a instigar nestes, o compromisso em participar

da vida escolar dos filhos;

Garantir aos alunos atividades atrativas, pedagógicas, vinculadas a uma postura

política crítica e emancipadora, tanto no cotidiano da sala de aula quanto nos

eventos periódicos da escola, sendo estes últimos momentos de integração e união

de toda Comunidade Escolar;

Elaborar projetos em parceria com todos os professores, equipe pedagógica e

direção, sobre temas importantes como: meio ambiente, paz, drogas, álcool, direitos

e deveres, ética, consumismo, patriotismo, valorização das culturas regionais

brasileiras, dentre outros temas pertinentes à formação plena do educando;

Formular um plano de ação para conscientizar a comunidade local e regional sobre

a necessidade de preservação do meio ambiente em que vivemos, de forma que

esta proposta envolva o colégio, subprefeitura, prefeitura, câmara de vereadores,

empresas e instituições de Ensino Superior;

Organizar o cardápio do lanche do colégio promovendo um enriquecimento da

dieta alimentar, inclusive aproveitando a horta do colégio, com projetos

interdisciplinares. No espaço disponível existente no colégio, uma horta com

temperos e legumes poderão ser cultivados, com o auxílio dos alunos, através de

projetos de todas as disciplinas de forma a enriquecer o conteúdo nutritivo da

merenda do colégio;

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Requerer às autoridades competentes, em conjunto com a comunidade, melhorias

nas estradas, possibilitando aos alunos o acesso ao colégio, inclusive nos dias de

chuva;

Trabalhar com a diversidade cultural, valorizando a predominância cultural da

região, através de projetos envolvendo danças, contos, pratos típicos, vestuário,

dentre outros.

Queremos ressaltar aqui, que traçamos linhas de ações de maneira geral,

apresentando as principais possibilidades de interferência na realidade escolar.

Porém, no decorrer da aplicação das mesmas em termos práticos, estão

passíveis de complementação e alterações, adequando-se a novas necessidades

que possam surgir no trabalho educativo (inclusive por segmentos, com fins a

melhoria em todos os segmentos da instituição).

7.5 Intervenções Pedagógicas

7.5.1 Sala de Recursos

A Sala de Recursos Multifuncional Tipo - I na Educação Básica é um

Atendimento Educacional Especializado, de natureza pedagógica que complementa

a escolarização de estudantes que apresentam Deficiência Intelectual, Deficiência

Física Neuromotora, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Transtornos

Funcionais Específicos, matriculados na Rede Pública de Ensino, orientado pelas

legislações vigentes como a LDB, as Diretrizes Nacionais, Diretrizes Curriculares

Escolar, a Resolução CNE n° 02/01 e a Deliberação n° 02/03 CEE.

As regulamentações para os critérios de funcionamento estão estabelecidas

na Instrução n° 13/08 – SUED/SEED, para o Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano na

área de Deficiência Intelectual, Transtornos Funcionais Específicos e Transtorno de

Atenção com ou sem Hiperatividade e na Instrução nº 011/2011 – SUED/SEED para

o Ensino Médio da 1ª a 3ª série, na área de Deficiência Intelectual, Transtornos

Funcionais Específicos e Transtornos Globais do Desenvolvimento. O atendimento

estabelece como alguns dos critérios as seguintes orientações:

- Alunado: alunos regularmente matriculados no Ensino Fundamental do 6° ao 9°

ano e no Ensino Médio da 1ª a 3ª série, egressos da Educação Especial ou aqueles

que apresentam problema de aprendizagem, com atraso acadêmico significativo,

distúrbios de aprendizagem e/ou deficiência intelectual e que necessitem de apoio

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especializado complementar para obter sucesso no processo de aprendizagem na

Classe Comum;

- Ingresso: a avaliação pedagógica de ingresso deverá ser realizada no contexto

escolar do Ensino Regular, pelo professor da Classe Comum, professor

especializado e equipe técnico-pedagógica da Escola, com assessoramento de uma

equipe multiprofissional (externa) e equipe do NRE e/ou SME, quando necessário,

considerando as necessidades específicas do aluno e as dificuldades em seu

processo de escolarização;

- Organização: na Sala de Recursos, para 20 horas semanais, sendo elas 13

horas/aulas com o aluno e 7 horas/aulas de hora atividade o número máximo é de

20 (vinte) alunos, com atendimento por meio de cronograma, em grupo e/ou

individual, conforme as especificidades e necessidades de aprendizagem do

estudante, no período contrário da matricula no ensino comum, sendo no mínimo

duas vezes por semana;

- Recursos Humanos: para atuar na Sala de Recursos Multifuncional Tipo - I o

professor deverá apresentar formação acadêmica na área de Educação Especial,

nas modalidades de Licenciatura e/ou Estudos Adicionais e/ou Especialização a

nível de Pós-Graduação;

- Recursos Materiais: o espaço físico deve estar conforme os Padrões da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT 9050/1994) e os materiais

pedagógicos são de responsabilidade da escola, por intermédio de sua

mantenedora; no Colégio temos um espaço específico para a Sala de Recursos com

os materiais pedagógicos específicos adaptados, equipamentos tecnológicos e

mobiliários, entre eles destacam-se os jogos pedagógicos que valorizam os aspectos

lúdicos, estimulam a criatividade, a cooperação, a reciprocidade e promovem o

desenvolvimento dos processos cognitivos, utilizados para as atividades com os

alunos;

- Aspectos pedagógicos: o trabalho pedagógico a ser desenvolvido na Sala de

Recursos Multifuncional – Tipo I, deve partir dos interesses, necessidades e

dificuldades de aprendizagem específica de cada aluno, oferecendo subsídios

pedagógicos e contribuindo para a aprendizagem dos conteúdos da Classe Comum,

utilizando metodologias e estratégias diferenciadas, objetivando o desenvolvimento

da autonomia, independência e valorização do aluno;

- Acompanhamento: o acompanhamento pedagógico de cada aluno é

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observado/analisado no contexto comum de ensino e no atendimento educacional

especializado, registrado assim em relatório trimestral, oficial do NRE, elaborado

pelo professor da Sala de Recursos a partir do parecer dos professores das

disciplinas no conselho de classe e orientado pela equipe pedagógica;

Dentro das características do trabalho desenvolvido, prioriza-se as atividades

pedagógicas que contemplam as funções psicológicas superiores (linguagem), área

do desenvolvimento (cognitivo, motor e sócio-afetivo-emocional) e áreas do

conhecimento de cada aluno.

A Sala de Recursos do Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet

funciona em dois períodos de contra turno, atendendo alunos do Ensino

Fundamental do 6º ao 9º ano e do Ensino Médio da 1º a 3ª série, sendo atendidos

aproximadamente 09 (nove) alunos, distribuídos em turmas de 2 a 3 alunos, os

atendimentos são de segundas as quintas-feiras, sendo cada turma atendida duas

vezes por semana, mantendo sempre o contato com os professores das salas

regulares, propiciando o direcionamento principalmente nas áreas e dificuldades

específicas e adaptações necessárias para cada aluno.

A atual professora que atende a Sala de Recursos é Elisa Konrad Bocchi,

com formação acadêmica em Ciências/habilitação em Biologia pelo Centro

Universitário Diocesano do Sudoeste do Paraná – UNICS e Pós-Graduada em

Educação Especial: Atendimento às Necessidades Especiais; LIBRAS/LÍNGUA

PORTUGUESA/INTERPRETE/TRADUTOR/BILINGUISMO e Supervisão,

Orientação e Gestão Escolar.

7.6 Diversidade Educacional

7.6.1 Inclusão Educacional

As instâncias colegiadas do Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto

Garlet, entende a necessidade da inclusão na sua prática pedagógica,

considerando-a como um desafio, agravado pela falta de capacitação dos

professores e funcionários para identificar e trabalhar as necessidades de cada

aluno. Considera-se de grande importância sensibilizar não somente os professores,

mas todos os funcionários, os alunos e pais já que todos devem desempenhar um

papel ativo no processo de inclusão.

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Uma educação inclusiva permite ao estudante com necessidades especiais

ou não, preparar-se melhor para a vida, em uma sociedade diversificada, adquirindo

experiência direta com a variedade das capacidades humanas.

Quando se trata de oportunidades iguais e justas para todos, as escolas ainda

têm muito que fazerem, sejam quais forem suas capacidades ou realizações. O

preconceito ainda é constante quando o aluno está com alguma dificuldade

momentânea, seja por motivo intelectual, social, emocional, físico cultural e outros.

O Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet tem como desígnio incluir

todos os alunos, garantindo um ensino de qualidade.

A construção da cidadania envolve um processo ideológico de formação de

consciência pessoal, social e de reconhecimento. A escola é um espaço institucional

do projeto educacional, deve mediar e articular a sociedade e os sujeitos envolvidos

na educação.

Segundo Veiga “a escola é lugar de concepção, realização de seu projeto

educativo, uma vez que necessita organizar seu trabalho pedagógico com base em

seus alunos. Nessa perspectiva, é fundamental que ela assuma suas

responsabilidades, sem esperar que as esferas administrativas superiores tomem

essa iniciativa, mas que lhe deem as condições necessárias para levá-la adiante.

Para tanto, é importante que se fortaleçam as relações entre escola e sistema de

ensino” (1995:11-12).

Para que isso de fato aconteça, a escola deve estar aberta a mudanças e

adotar posturas que impliquem na necessidade de rever constantemente sua

prática, para que possa refletir sobre o individual e pensar na qualidade da educação

nos aspectos políticos, culturais e pedagógicos.

Concebe-se como escola democrática e cidadã, aquela que luta pela

qualidade da educação para todos, preocupando-se com a ação educacional, a

formação social e a de construção de conhecimentos socialmente significativos,

relevante para a cidadania e apropriação do conhecimento científico.

A escola deve pensar na diversidade do seu alunado como um todo. A

legislação vigente considera a diversidade de educandos em nossas escolas, bem

como a importância dos educadores reconhecer esta diversidade, respeitando os

tempos de aprendizagem e buscando meios para promover a apropriação do

conhecimento e a autonomia intelectual de todos os alunos.

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Neste sentido, a flexibilização curricular para alunos que apresentem

dificuldades durante a apropriação dos conhecimentos é fundamental. Dar-se-á

através de momentos de instrumentalização dos professores, durante reuniões

pedagógicas, formações continuadas e nas Horas-atividades. Os profissionais que

atuam junto às pessoas com deficiências e/ou dificuldades de aprendizagem

direcionem o processo educativo, que é, em si, um processo de humanização. É

fundamental considerar que todo ser humano tem a capacidade de aprender,

contudo, não ao mesmo tempo e com os mesmos recursos. Neste sentido, “os

impedimentos, mesmo que graves, de forma alguma explicam todas as dificuldades

e há muitas possibilidades para intervenção nos contextos em vários níveis:

ensino, criação, família, apoio dos colegas e amizade, atitudes positivas,

relação com os vizinhos e remoção de barreiras de todos os tipos.” (MITTLER,

2003, p. 26).

A intencionalidade em cada atividade proposta deve ser bem clara, ou seja,

oque, como e quando ensinar determinado conteúdo para que respeitar as formas

diferentes de aprendizagem existente na escola seja respeitada. Proporcionar maior

tempo para realização das atividades, redução do número de do grau de

dificuldades das atividades a serem abordadas, estabelecer dialogo com aluno-

professor-família são algumas das intervenções realizadas no intuito de minimizar as

barreiras estabelecidas e enfatizando apropriação do conhecimento e a autonomia

intelectual de todos os alunos.

De acordo com a Resolução CNE/CNB nº 02/2001, às escolas compete oferecer:

VI – condições para reflexão e elaboração teórica da educação inclusiva, como

protagonismo dos professores, articulando experiência e conhecimento com as

necessidades/possibilidades surgidas na relação pedagógica, inclusive por meio de

colaboração com instituições de ensino superior e de pesquisa;

VII – sustentabilidade do processo inclusivo, mediante aprendizagem cooperativa

em sala de aula, trabalho de equipe na escola e constituição de redes de apoio, com a

participação da família no processo educativo, bem como de outros agentes e

recursos da comunidade; VIII – temporalidade flexível do ano letivo, para atender às necessidades

educacionais especiais de alunos com deficiência mental ou com graves deficiências

múltiplas, de forma que possam concluir em tempo maior o currículo previsto para a

série/etapa escolar, principalmente nos anos finais do ensino fundamental, conforme

estabelecido por normas dos sistemas de ensino, procurando-se evitar grande

defasagem idade/série. (BRASIL, 2001, p. 2 e 3)

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Sendo assim, efetivar meios em que buscam responder às demandas educacionais e

aos anseios da comunidade de estudantes laudados ou não.

7.6.2 Cultura Afro Brasileira

A sociedade brasileira, embora ainda enfrente impasses e contradições

acerca do reconhecimento de direitos aos quais todos os grupos humanos devem ter

acesso, apresenta, gradativamente, mudanças significativas.

No campo educacional, entre as medidas afirmativas que visam combater as

desigualdades sociais brasileiras, bem como propiciar desconstruções e construções

necessárias para práticas da promoção de igualdade racial, temos a Resolução

CP/CNE n° 1, de 17 de junho de 2004 (DOU n° 118, 22/6/2004, Seção 1, p. 11), que

instituiu diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais

e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, a serem observadas

pelas instituições, em todos os níveis e ensino, em especial, por instituições que

desenvolvem programas de formação inicial e continuada de professores. A

resolução tem por base o Parecer CP/CNE n° 3, de 10 de março de 2004,

homologado pelo Ministro da Educação, em 19 de maio de 2004.

As decisões do Conselho Nacional de Educação cumprem a Lei n° 10.639, de

9 de janeiro de 2003 (DOU n° 8, 10/1/2002, Seção 1, p. 1) que altera a Lei no 9.394,

de 20 de dezembro de 1996 (LDB), para tornar obrigatório o ensino da História e

Cultura Afro-Brasileira na Educação Básica. A lei dispõe que o conteúdo

programático incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos

negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade

nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e

política pertinentes à História do Brasil.

Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados

no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas da disciplina de Arte,

Literatura e História Brasileira. Estabelece, ainda, o dia 20 de novembro como “Dia

Nacional da Consciência Negra", onde a professores juntamente com os estudantes,

pais e comunidade escolar realizam momentos de valorização da Cultura Afro-

Brasileira, através de exposições de artesanatos, músicas, danças e comidas típicas

e que fazem parte do dia-a-dia atual.

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O sucesso das políticas públicas de Estado, institucionais e pedagógicas, visando a reparações, reconhecimento e valorização da identidade, da cultura e da história dos negros brasileiros depende necessariamente de condições físicas, materiais, intelectuais e afetivas favoráveis para o ensino e para aprendizagens; em outras palavras, todos os alunos negros e não negros, bem como seus professores, precisam sentir-se valorizados e apoiados (BRASIL, 2004, p. 13).

Depende também, de maneira decisiva, da reeducação das relações entre

negros e brancos, o que aqui estamos designando como relações ético-raciais. E,

ainda, de trabalho conjunto, de articulação entre processos educativos escolares,

políticas públicas, movimentos sociais, visto que as mudanças éticas, pedagógicas e

políticas nas relações ético-raciais não se limitam à escola.

Assim sendo, a educação das relações ético-raciais impõe aprendizagens

entre brancos e negros, trocas de conhecimento, quebra de desconfianças, projeto

conjunto para construção de uma sociedade justa, igual, equânime.

O currículo do Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet está

organizado para atender às determinações da lei n° 9.394/96 Art.26 de incluir o

ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana em todas as disciplinas do

ensino fundamental e médio, como conteúdo complementar.

A inclusão do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana tem como

objetivo valorizar devidamente a história e a cultura do povo negro na perspectiva de

ampliar o conhecimento para diversidade cultural, racial, social e econômica

brasileira. (Parecer n°003/2004 pg. 21).

7.6.3 História e Cultura dos povos indígenas

Em cumprimento a Lei 11.645 de 2008, que institui o ensino da cultura

indígena nas escolas públicas do estado do Paraná, o Colégio Pedro Ernesto Garlet

procura desenvolver um trabalho de conscientização e incentivo a todos os

professores para que busquem estudar a cultura afro-brasileira e africana, assim

como a cultura indígena no Brasil. O objetivo é levá-los a adquirirem conhecimento

para falarem com propriedade aos alunos sobre estes assuntos, os quais devem

perpassar de algum modo por todas as disciplinas, inclusive aparecendo nos planos

de trabalho docente de cada professor.

A educação indígena se caracteriza pelos processos tradicionais de

aprendizagem de saberes e costumes característicos de cada etnia. Estes

conhecimentos são ensinados de forma oral no dia-a-dia, nos rituais e nos

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mitos. Entretanto, várias etnias indígenas têm buscado a educação escolar

como um instrumento de redução da desigualdade, de firmação de direitos

e conquistas e de promoção do diálogo intercultural entre diferentes agentes

sociais (GONÇALVES & MELLO, 2009).

Museus e Associações Culturais Indígenas têm realizado um trabalho

permanente de divulgação da arte e da cultura, contribuindo para preservar as

tradições e as diversidades como veículos de afirmação de cada etnia.

Lideranças indígenas e pesquisadores fazem distinção entre educação

indígena e educação escolar indígena. Essa última complementaria aqueles

conhecimentos tradicionais por processos de ensino-aprendizagem que lhes

garantissem acesso aos códigos escolares não-indígenas. (BRASIL, 2007)

A prática docente contribui com subsídios teórico-metodológico em relação à

questão indígena, a fim de angariar por uma educação que dê visibilidade a todos os

sujeitos sociais:

-Visualizando os indígenas como sujeitos segregados ao longo do

desenvolvimento da História do Brasil;

-Desenvolvendo a questão indígena, observando o cuidado para não apenas

positivar, negativar ou homogeneizar a prática pedagógica em relação aos índios;

-Representando cartograficamente a distribuição dos grupos indígenas pelo

território brasileiro;

-Possibilitando a discussão pela autoafirmação identitária (não existe um índio

genérico);

-Trabalhando o discurso preconceituoso presente no imaginário individual e

coletivo da população (índio cruel, bárbaro, canibal, selvagem, preguiçoso,

traiçoeiro, nu, etc)

-A matriz dominante, euro descendente, permeada pela visão evolucionária

da história e da cultura que continua considerando os povos indígenas como uma

cultura em estágio inferior, cuja perspectiva é a integração e a assimilação à cultura

global.

-Visão romântica, criada por cronistas, romancistas e intelectuais, que

concebe o índio como ligado à natureza, protetor das flores, ingênuo, pouco capaz

ou incapaz de compreender o mundo não-índio com suas regras e valores.

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-Defendendo o direito a terra coletiva suficiente aos indígenas, para sua

reprodução física, cultural e espiritual, e de educação escolar diferenciada;

-Elucidando que a apropriação dos códigos não-índios, não significa deixar de

ser índio e que fazer parte da modernidade não significa abdicar de sua origem nem

de suas tradições e modos de vida próprios;

-Conhecendo a luta contemporânea em prol da autonomia defendida pelo

movimento indígena brasileiro;

-Entendendo a riqueza da língua, da literatura, dos contos, dos rituais,

celebrações indígenas como prática pedagógica tradicional para a educação,

instrução, preservação dos costumes, da cultura e da história específica de cada

grupo.

-Especificando a riqueza dos conhecimentos, realizações e saberes dos

indígenas nas artes, religiosidade, ritos de passagem, alimentos, técnicas, ciência

que investiga a natureza como fonte de conhecimento;

-Compreendendo a dinâmica da organização social, familiar e da produção

econômica indígena que respondem às suas necessidades e desejos;

-Analisando as consequências econômicas, socioculturais e ambientais da

ocupação/invasão de agropecuaristas, madeireiras, mineradoras e projetos

governamentais nos territórios indígenas, bem como os conflitos atuais decorrentes

desta prática;

-Caracterizando o movimento indígena ou movimentos indígenas organizados

a partir de 1970 no Brasil, especificando seus objetivos, estratégias, possibilidades,

limites, bem como a atuação das ONG's e Órgãos Governamentais, determinando

seus objetivos.

A formação da consciência da cidadania, a capacidade de

reformulação de estratégias de resistência, a promoção de suas culturas e a

apropriação das estruturas da sociedade não-indígenas, pela aquisição de

novos conhecimentos úteis para melhoria de suas condições de vida, estão

em pauta nas propostas relativas à educação escolar indígena.

Abandonam-se os pressupostos educacionais que, desde a colônia, tinham

características integracionistas visando a homogeneização da sociedade

brasileira pela aculturação e assimilação. (GONÇALVES, MELLO,2009)

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7.6.4 Educação do Campo

7.6.4.1 Educação do Campo: constituição, concepção e a escola do campo.

... é necessário romper com a lógica do capital se quisermos contemplar a criação de uma alternativa educacional significativamente diferente. (Mészáros, 2005, pág.27)

7.6.4.2 A educação rural no Brasil A educação rural, através da escola formal regulamentada pelo Estado, teve

seu início no Brasil no final do Segundo Império, porém foi disseminada na primeira

metade do século 20. Assim, a educação rural vem responder uma necessidade

imediata para a população campesina do fim século XIX e começo do século XX,

que segundo Martins (2008) a educação urbana e rural eram postas em oposição,

lembrando que esta última era vista como atrasada e de baixa qualidade, ou seja, a

educação urbana era vista como melhor, tinha por objetivo desconsiderar a vida no

campo e contribuir com o processo de êxodo rural para impulsionar a

industrialização.

Com isso, sabe-se que a educação ofertada à população do campo deveria

como cita Ribeiro (2010), “aparelhar-se convenientemente para adequar-se às novas

formas que assumia a dependência estrutural, no momento em que se iniciava um

incipiente processo de industrialização no Brasil”, pois se pretendia que os sujeitos

do campo pudessem manusear conhecimentos que lhes seriam necessários em

caso de sua migração aos centros urbanos.

Ainda de acordo com Ribeiro (2010), a educação rural era permeada por

intervenções de campanhas nacionais, como a Campanha Nacional de Educação

Rural (CNER) e órgãos internacionais como a Organização das Nações Unidas para

a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e empresas estadunidenses que

direcionavam o debate referente à educação e produção agrícola do povo camponês

(1950-1960). Alguns professores e técnicos da década de 80, que estavam ligados

às pesquisas do campo apontavam em seus estudos um estereótipo de camponês

rude e atrofiado no tempo, um ser criado aos olhos de Monteiro Lobato, como seu

personagem Jeca Tatu, desnutrido, ignorante, doente, isolado, anêmico.

Segundo Ribeiro (2008) entre as décadas de 60 e 70 alguns estudiosos,

técnicos e professores, contribuíram significativamente para divulgar a ideologia da

Revolução Verde, repassando aos agricultores a dependência de um novo sistema

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agrícola, no qual seus saberes acumulados não tinham relevância como antes, e

assim formulando uma nova concepção de produção. Nesse momento os técnicos e

professores eram a fonte mediadora importante entre o capital e o camponês, que

se voltava à modernização da produção agrícola. Desse modo, o sistema capitalista

no meio rural se fortalecia e as grandes empresas de insumos, máquinas e adubos

enriqueciam cada vez mais.

Após a década de 60, pode-se perceber que a educação ofertada aos

trabalhadores do campo pouco se diferenciava da educação urbana, transpassando

aos alunos no campo uma realidade que não lhes pertencia, dificultando a

assimilação dos conteúdos por parte dos educandos e excluindo a realidade dos

mesmos, sendo que o estereótipo de cidade era formado pela pressuposição de

avanço e modernidade, subentendendo-se que o campo era o contrário, ou seja, o

atrasado e antigo.

E para contrapor a educação rural e denunciar as precárias condições da

educação do campo, toma forma, nas últimas décadas do século XX, um movimento

pela Educação do Campo, que ganha fôlego em meio aos movimentos sociais e que

vem questionar a educação urbana e rural, buscando deslocar o protagonismo da

intencionalidade da formação aos sujeitos do campo.

7.6.4.3 A constituição e concepção da Educação do Campo

A discussão de Educação do Campo começa a se constituir entre 1997/98,

período este em que foi feito o I Encontro Nacional dos Educadores da Reforma

Agrária (1997), que foi realizado por entidades e movimentos sociais como CNBB,

MST, UNICEF, UNESCO e UnB. Nesta ocasião firma-se a necessidade de ampliar

com os demais sujeitos que vivem e trabalham no campo a discussão sobre a

educação existente no campo. A materialidade destas discussões está referenciada

nas experiências educacionais existentes no referido período, em acampamentos e

assentamentos e em outras comunidades do campo. Uma das deliberações deste

encontro foi a constituição da Articulação Nacional Por uma Educação Básica do

Campo. Esta articulação desencadeou algumas ações, dentre elas a realização da I

Conferência Nacional: Por uma Educação Básica no Campo, que ocorreu em

Luziânia (GO), no ano de 1998. As reflexões e debates realizados nesses primeiros

momentos de constituição da Educação do Campo podem ser sintetizados em

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quatro pontos: a educação e a relação com o campo e seu desenvolvimento, a

denúncia da precariedade da educação do campo (em especial da estrutura física

das escolas), necessidade de um projeto formativo para o campo - que valorize a

cultura do campo e suas especificidades, e a reivindicação por políticas públicas

para o campo. Tais questões estão desenvolvidas no texto base desta conferência e

outros que foram compilados no Caderno n. 1 da Coleção de Cadernos: Por uma

Educação Básica do Campo, 1999.

7.6.4.4 Educação do Campo: direito nosso e dever do Estado

O campo que é abordado na Educação do Campo, em sua especificidade,

não é aquele que é formado a partir de uma ideia abstrata, mas sim de um contexto

concreto, no qual a terra e os sujeitos que dela usufruem são fundamentais para que

esse espaço seja visto e pensado num processo de formação de pessoas, de

trabalhadores,

“podemos dizer sobre a Educação do Campo, parafraseando Emir Sader (prefácio Mészáros, 2005, pág. 15) que sua natureza e seu destino estão ligados ao destino do trabalho no campo e, consequentemente, ao destino das lutas sociais dos trabalhadores e da solução dos embates e projetos que constituem a dinâmica atual do campo brasileiro...” (Caldart, 2008, pág.2)

Vale lembrar que o campo é repleto de contradições, pois os movimentos

sociais, em especial o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o MST, tiveram e

ainda têm muitas dificuldades, limites e contradições para efetivar uma educação

pública para as comunidades camponesas. E nesse modo, foi-se constituindo uma

educação pautada na discussão e nas contradições do homem do campo, no

espaço de luta pela terra como fator de produção da vida e apropriação de

conhecimento, e não um espaço de alienação e de deformação do trabalhador do

campo, como está presente em forma de ridicularização em festas juninas, onde o

camponês é estereotipado como ser ignorante e que “fala errado”.

Como visto anteriormente uma das bandeiras de origem da Educação do

Campo é a luta por políticas públicas que atendam às necessidades dos povos

camponeses, sendo eles quilombolas, ribeirinhos, faxinalenses, ilhéus, sem-terra,

assentados, entre outros. Reivindicam que essas políticas públicas não sejam

constituídas apenas por um determinado grupo de pessoas, mas sim, algo pensado,

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refletido, debatido, e construído na coletividade de todos os sujeitos que se

debruçam a estudar e pensar a Educação do Campo, sendo eles os movimentos

sociais, alunos, pais, comunidade, professores, pesquisadores, entre outros, pois o

que se tinha até então era uma educação rural pensada por um determinado grupo

de pessoas que não pensava na materialidade do campo, a terra e os sujeitos

sociais que dela vivem, assim os forçando a aprender “coisas” que não eram

compatíveis com sua realidade e que atendiam os interesses, não dos trabalhadores

do campo, mas sim dos grandes capitalistas (latifundiários), que tem como objetivos

a formação de mão-de-obra barata e a alienação da classe trabalhadora. E para

contrapor esse contexto é que alguns autores pensam e discutem a proposição de

uma educação que atenda o povo camponês.

Segundo Caldart (2005, pág.19) “A Educação do Campo se constitui a partir

de uma contradição de classe no campo: existe uma incompatibilidade de origem

entre a agricultura capitalista e a Educação do Campo. ” A autora explica que ambas

são coisas distintas, pois a agricultura capitalista visa à exclusão e a “extinção” dos

povos camponeses, e a Educação do Campo luta pela valorização a cultura, a

origem, os saberes dos povos camponeses, enfim pela vida no campo. Nessa

direção pontua Ribeiro que,

Os movimentos sociais populares rurais/ do campo não querem hoje apenas uma escola de quatro séries iniciais, mas exigem educação infantil, educação básica, educação profissional e ensino superior direcionado à produção familiar e à cultura dos povos do campo (RIBEIRO,2010, p.196).

Desse modo, percebe-se que a Educação do Campo ressalta a valorização

dos povos camponeses, lembrando suas lutas pela terra, sua cultura, seu modo de

viver e sua relação com o trabalho, fator de grande relevância para a constituição

dessa educação. O trabalho como forma de produzir a vida é tido como princípio

educativo, em que o sujeito aprende por meio dele e se constituí enquanto sujeito, e

num movimento dialético este trabalho poder ser educativo e/ou deseducativo:

Não existe trabalho que seja completamente deseducativo. Todo o trabalho educa o sujeito, pelo menos, em alguma dimensão. O que acontece é que o trabalho muitas vezes é educativo e deseducativo, quer dizer, educa de um lado e deseduca de outro. (MST, 2005, pág.63).

E com isso, a Educação do Campo vem assumindo, como gênese de

identidade e como base de suas formulações, seu vínculo com os sujeitos

concretos, ou seja, com os trabalhadores e trabalhadoras do campo.

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Assim, a Educação do Campo não se limita somente às questões do campo,

pois de acordo com Caldart (2008) “A materialidade de origem da Educação do

Campo exige que ela seja pensada/trabalhada sempre na tríade: Campo - Política

Pública - Educação”. Ou seja, a educação dos trabalhadores camponeses vai além

da educação em si, pois ela é permeada por outros segmentos que a constitui, como

a vida do próprio camponês e a relação dele com a terra.

Segundo Caldart (2008) “O movimento da educação do campo se constituí

em três momentos que são distintos, mas simultâneos e que se completam na

configuração do seu conceito, do que ela é, está sendo, e poderá ser”. Também a

autora aborda o conceito de Educação do Campo no aspecto da negatividade,

positividade e superação.

A negatividade que é mencionada é a denúncia/ resistência à deformidade do

sujeito camponês como atrasado, inferior. A positividade está baseada não na

espera de que as coisas aconteçam, mas sim, em propostas e práticas concretas do

que fazer. A superação está vinculada no processo formativo, na projeção de outra

concepção de campo, de sociedade, ou seja, na transformação social e na

emancipação humana. Lembrando que, o modelo de educação que temos hoje é

majoritariamente voltado para a reprodução do capital e para a formação de força de

trabalho para atender as demandas do mercado, que desde sempre exclui os

trabalhadores no processo da tomada de decisões e que os coloca na posição de

subalternos e incapazes de pensar.

7.6.5 Desafios Educacionais Contemporâneos

No Colégio Pedro Ernesto Garlet, os temas Estudos do Paraná, Educação

Ambiental, Violência, Alcoolismo, Drogas, e outros, são trabalhados de forma

interdisciplinar, sendo estes temas abordados pelas várias disciplinas, de maneira

que o aluno possa compreender que os mesmos não podem estar separados dos

estudos dos conteúdos, uma vez que estão com relação direta à realidade

vivenciada.

Os estudos sobre o meio ambiente também são abordados de modo

interdisciplinar, inclusive com a criação de uma horta no colégio, além do

ajardinamento, ambos montados e cuidados pelos alunos, com o intermédio da

professora de inglês. É uma das formas de estudo do meio ambiente relacionando

este estudo com a realidade vivenciada, principalmente dentro da realidade de Sede

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Alvorada, onde os alunos em sua maioria dependem do meio ambiente para

sobreviver, pois a agricultura é o meio de sustento da maioria dos alunos.

Os temas Violência, Alcoolismo, Drogas, também são trabalhados de modo

interdisciplinar, inclusive com a vinda de profissionais da saúde, da unidade básica

de saúde da sede do distrito proferindo palestras abordando vários assuntos

pertinentes aos alunos.

O trabalho interdisciplinar proporciona um melhor aprendizado aos alunos,

principalmente se entendemos que os temas citados anteriormente fazem parte de

nossas vidas, e estão diretamente ligados aos conteúdos trabalhados em sala de

aula pelas várias disciplinas que compõem o currículo escolar, que por sua vez,

estão contextualizados com a realidade vivenciada pelos envolvidos no processo

ensino aprendizagem.

7.6.5.1 Educação Ambiental

Entende-se por educação ambiental os processos contínuos e permanentes

de aprendizagem, em todos os níveis e modalidades de ensino, em caráter

formal e não-formal, por meio dos quais o indivíduo e a coletividade de

forma participativa constroem, compartilham e privilegiam saberes,

conceitos, valores socioculturais, atitudes, práticas, experiências e

conhecimentos voltados ao exercício de uma cidadania comprometida com

a preservação, conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente e

da qualidade de vida, para todas as espécies (Lei 17505/2013).

A Educação Ambiental deve ser contemplada no Projeto Político Pedagógico

da Escola, e trabalhada de forma interdisciplinar em todos os níveis e modalidades

de ensino, para a construção de conhecimento de todos, num diálogo dos saberes,

combinadas as ações individuais e coletivas, para a necessária transformação da

escola em um espaço educador sustentável.

Pensando em uma educação de qualidade, formadora e seguindo as leis

vigente o Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet segue os objetivos

propostos na Lei Federal Nº 9.795, de 27 de abril de 1999 e Lei Estadual 17505 - 11

de Janeiro de 2013, como: desenvolver práticas integradas que contemplem suas

múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos de saúde, históricos, políticos,

sociais, econômicos, científicos, culturais, filosóficos, estéticos, tecnológicos, éticos,

psicológicos, legais e ecológicos; divulgar e socializar as informações

socioambientais; estimular o fortalecimento de uma consciência crítica sobre as

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questões ambientais e sociais; promover e incentivar o envolvimento e a

participação individual e coletiva, de forma permanente e responsável, como um

valor inseparável do direito e do exercício da cidadania, visando à promoção da

saúde ambiental; estimular a cooperação entre as diversas regiões do Estado do

Paraná, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção integrada de

sociedades sustentáveis, fundamentada nos princípios da solidariedade, liberdade

de ideias, democracia, responsabilidade, participação, mobilização e justiça

social; fomentar e fortalecer a integração com a ciência, as tecnologias apropriadas

e os saberes tradicionais e inovadores, tendo como base a ética de respeito à vida,

assegurados os princípios desta Lei; fortalecer a democracia, a cidadania, a

mobilização, a emancipação dos povos e a solidariedade como fundamentos para o

futuro de todos os seres que habitam o planeta.

Durante discussões e orientações a respeito do que seja o ideal para um ambiente

adequado para a vida do planeta são instituídas a Política Estadual de Educação

Ambiental e o Sistema Estadual de Educação Ambiental como

“...ressaltando que todos têm direitos e deveres em relação à

educação ambiental, sendo a sua realização e coordenação de

competência do Poder Público, por meio das secretarias de estado,

com a colaboração de todos os órgãos públicos, empresas estatais,

fundações, autarquias e institutos, bem como dos meios de

comunicação, organizações não governamentais, movimentos

sociais, demais organizações do terceiro setor e organizações

empresariais. O Sistema Estadual de Educação Ambiental será

implantado com a finalidade de integrar, sistematizar e difundir

informações e experiências, programas, projetos e ações, bem

como realizar diagnósticos, estabelecer indicadores e avaliar a

política de educação ambiental no Estado do Paraná. (PARANÁ,

2013)

Deve ser de responsabilidade da Política Estadual de Educação Ambiental

“... promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o

engajamento da sociedade na preservação e conservação,

recuperação e melhoria do meio ambiente; promover e desenvolver a

educação ambiental de maneira integrada, interdisciplinar e

transversal no currículo escolar, bem como integrá-la como prática e

princípio educativo contínuo e permanente, em todos os níveis e

modalidades do ensino formal; promover ações de educação

ambiental integradas aos programas de preservação, conservação,

recuperação e melhoria do meio ambiente; promover, disseminar e

democratizar de maneira ativa e permanente informações e práticas

educativas socioambientais numa perspectiva inovadora,

transformadora, emancipatória em sua programação; promover

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programas destinados ao aprendizado e ao exercício da cidadania,

visando à melhoria e o controle efetivo sobre o ambiente e os

processos de trabalho, bem como sobre as atividades exercidas e

respectivos impactos no meio ambiente; estimular a sociedade como

um todo a exercer o controle social sobre as ações da gestão pública

na execução das políticas públicas ambientais e atuação individual e

coletiva voltadas para a prevenção, identificação, minimização e

solução de problemas socioambientais; desenvolver programas,

projetos e ações de educação ambiental voltados a estimular a

formação crítica do cidadão no conhecimento e exercício de seus

direitos e deveres constitucionais na perspectiva socioambiental, com

a transparência de informações sobre sustentabilidade e com

controle social.”

Deste modo, pretende-se transformar todos estes desafios contemporâneos

em conteúdos a serem trabalhados em sala de aula, nas mais diversas áreas do

conhecimento, ampliando as possibilidades de contextualizá-los, compreendê-los,

ressignificá-los, produzindo no aluno atitudes de valorização da vida e dos valores

sociais da diversidade brasileira.

7.6.5.2 Cidadania e direitos humanos

A demanda de Cidadania e Direitos Humanos nasceu com o desafio de

implementar o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos nas escolas da

nossa rede. Seu objetivo maior é a busca dos princípios da dignidade humana,

respeitando os diferentes sujeitos de direito, para proporcionar maior justiça social.

Com a intenção de valorizar ações de cidadania, esta demanda é responsável ainda

pelas ações interinstitucionais de acompanhamento e fomento de programas

federais e estaduais como: Atitude, Saúde na Escola, Segurança Social, entre

outros. Dentro dessa visão, os professores, em sala de aula, poderão utilizar-se da

legislação vigente para trabalhar os diferentes aspectos dos direitos dos cidadãos:

Decreto 5.109, de 17.06.2004: que dispõe sobre a composição, estruturação,

competências e funcionamento do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso - CNDI,

e dá outras providências.

Decreto nº 5.130, de 07.07.2004: que regulamenta o art. 40 da Lei n o 10.741,

de 1 o de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), e dá outras providências.

Decreto nº 5.296, de 02.12.2004: que determina as normas gerais e os critérios

básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência

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ou com mobilidade reduzida, e outras providências.

Lei nº 10.639, de 09. 01. 2003: que dispõe sobre a obrigatoriedade do Ensino de

História e Cultura Afro, incluindo o estudo da História da África e dos Africanos e a

luta dos negros no Brasil. Lei nº 10.741, de 01.10.2003: que dispõe sobre o Estatuto

do Idoso e dá outras providências.

7.6.5.3 Enfrentamento a violência na escola

A violência é, de fato, um tema que permeia o cotidiano escolar. Tendemos a

pensar que o “vilão” desse problema sejam, talvez, os alunos, porém, temos de

considerar a conjuntura da sociedade na qual vivemos e da escola que temos.

Provavelmente, o enfrentamento a esse problema esbarra no desconhecimento

sobre suas raízes e suas inadequações quanto às estratégias de como fazê-lo. Toda

sociedade precisa dos que se rebelam e a questionam. Porém, deve haver limites à

indisciplina, os quais, se ultrapassados, inexoravelmente gerarão desrespeito e

violência.

Em 2009, a Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação,

Ciência e Cultura (OEI) entrevistou 8,7 mil professores. Desses, 83% defenderam o

uso de medidas mais repressivas para combater o “mau comportamento” dos

alunos, sendo que 67% acreditavam ser a expulsão a melhor solução e 52%

gostariam que as escolas fossem melhor policiadas (Moço, 2009:83).

Desse modo, a repressão e a punição se apresentam, num primeiro momento, como

sendo as medidas mais eficazes para essas situações. No entanto, essa postura na

realidade não é adequada, uma vez que distancia a escola de soluções mais

amistosas e efetivas diante dos problemas enfrentados. Essa perspectiva, também,

centra a culpa tão somente nos alunos, muitas vezes transformando os problemas

em caso de polícia. O fato é que a grande, difícil e saudável característica das

crianças e adolescentes é a de pertencerem a um mundo que deve ser prontamente

superado à medida que caminham em direção à idade adulta – art. 3º do Estatuto da

Criança e do Adolescente (ECA).

Em pleno século XXI ainda temos um ranço medieval de querer transformar

precocemente as crianças em adultos. É o culto e a ditadura do rápido

amadurecimento, de converter crianças em pequenos adultos. Esse processo

colabora, também, para o afloramento da violência. Aliás, vivemos uma adultização

das crianças e uma infantilização dos adultos.

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Deste modo, o Colégio Estadual do Campo Pedro Ernesto Garlet pretende

juntamente com os discentes, docentes, agentes educacionais e comunidades em

geral transformar estes desafios contemporâneos em conteúdos a serem

trabalhados em sala de aula, nas mais diversas áreas do conhecimento, ampliando

as possibilidades de contextualizá-los, compreendê-los, ressignificá-los, produzindo

no aluno atitudes de valorização da vida e dos valores sociais através de parcerias

com Ong‟s que possibilitem palestras e atividades que minimizem essas dificuldades

bem como com CONSEG (Conselho de Segurança) e Policia Militar, Municipal e

Civil através de palestras e dinâmicas que possibilitem os próprios estudantes serem

agentes transformadores de sua realidade.

7.6.5.4 Prevenção ao uso indevido de drogas

A prevenção ao uso indevido de drogas, no âmbito das escolas públicas

estaduais, pode ser entendida como um processo complexo e desafiador que requer

uma abordagem desprovida de discriminações, bem como ser fundamentada

teoricamente, por meio de conhecimentos científicos. As propostas de prevenção

predominantes na sociedade legitimam um discurso moralista e repressivo, limitando

assim, a compreensão das múltiplas manifestações das drogas na sociedade.

Diante disso, percebe-se a necessidade de problematizá-las e desconstruí-las, a fim

de avançar em outras perspectivas que possibilitem uma análise contextualizada

sobre a questão das drogas e sua prevenção.

Os professores da Educação Básica, das diversas disciplinas, de todos os

níveis e modalidades de ensino, precisam tratar das questões referentes à

prevenção ao uso indevido de drogas, conforme a realidade e a necessidade do seu

estabelecimento de ensino. Nesse sentido, a intervenção que se faz e/ou as ações

preventivas desenvolvidas precisam partir do que está sendo vivido, pensado e

realizado pela comunidade escolar.

Outro aspecto relevante é o fato de a própria comunidade escolar assumir o

processo preventivo e não esperar que outros agentes de fora da comunidade o

façam. Neste sentido, promover discussões nas reuniões pedagógicas sobre

prevenção é uma oportunidade para inserir este assunto no currículo escolar por

meio dos conteúdos das diversas disciplinas da Educação Básica.

É importante destacar o papel do professor no planejamento de suas aulas e

a preocupação com a melhoria da sua didática. Nesse sentido, é relevante

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incorporar situações que promovam uma leitura crítica de livros, jornais, televisão,

filmes e internet no decorrer do processo educativo. Os filmes, os quais nos

referimos são os comerciais – aqueles projetados nas salas de cinema ou mesmo

convertido em VHS ou DVD. Estes são carregados de códigos, linguagens,

símbolos, imagens e ícones, e, portanto, trazem a estética, o lazer, a ideologia e os

valores sociais.

Podemos contar com palestras educativas, com universitários da área da

saúde e do CAPE que visa prevenir sobre o uso indevido das drogas e suas

consequências, porém somente serão realizadas quando a instituição solicitante

possuir um projeto mais abrangente, uma vez que estudos demonstram que a

simples menção do tema sem respaldo prévio poderá gerar mais curiosidade do que

realizar o trabalho proposto, a prevenção.

7.6.5.5 Gênero e diversidade sexual

Ao nos aproximarmos das nossas escolas, observamos as múltiplas

determinações, sua cultura, as influências do contexto e as diversas interferências

do processo educacional nelas próprias e no seu entorno, trazendo o seu

significado, as oportunidades criadas, os processos nelas vividos e as experiências

ali realizadas.

O desafio maior é sem dúvida, o conhecimento em si, razão do nosso

trabalho e função essencial da escola. No entanto, constantemente vai além,

demonstrando-nos demandas novas, exigindo um posicionamento em relação aos

novos desafios que se apresentam para a educação e que devem ser trabalhados

neste contexto, tanto para os (as) profissionais da escola, como para os(as)

educados(as), seus pais e mães e a comunidade, em toda a complexidade de cada

um desses segmentos.

Tais desafios trazem as inquietudes humanas, as relações sociais,

econômicas, políticas e culturais, levando-nos a avaliar os enfrentamentos que

devemos fazer. Implica, imediatamente, a organização de nossas tarefas e o projeto

político pedagógico que aponta a opção pela direção educacional dada pelo coletivo

escolar, nossos planos, métodos e saberes a serem enfrentados, para hoje, sobre o

ontem e com a intensidade do nosso próximo passo.

A relativização constante nos impele a pedir mais: mais estudos, pesquisas,

debates, novos conhecimentos, e aquilo que nos abastece e reconhecemos como

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valoroso, inserimos e disponibilizamos nessa escola que queremos fazer viva

replanejamos e reorganizamos nossas práticas. Os princípios, sem dúvida, são

diretrizes que nos guiam, entendidos como perenes. A escola é, na nossa

concepção, por princípio, o local do conhecimento produzido, reelaborado,

sociabilizado dialeticamente, sempre na busca de novas sínteses, construídas na e

com a realidade.

A tarefa de rever a prática educativa nos impulsiona para que voltemos aos

livros, analisemos os trabalhos desenvolvidos por nossos professores e professoras,

adicionemos, coparticipemos, contribuamos, façamos a releitura das realidades

envolvidas e caminhemos para o futuro.

A escola é um dos espaços privilegiados para discussões qualificadas sobre

sexo e sexualidade e sobre as relações que se estabelecem entre mulheres e

homens nos diferentes momentos históricos da nossa sociedade.

A necessidade de trazermos o tema para o interior das instituições de ensino

se justifica pelo intuito maior de proporcionar a toda a comunidade escolar, o acesso

a informações sérias e interpretações críticas acerca de diversos assuntos e

situações que permeiam a sociedade contemporânea. Entendemos que a

compreensão da realidade em que estamos inseridos é fundamental, pois é por

meio do conhecimento que nos emancipamos; é por meio do conhecimento que nos

damos conta de que as questões afetas à sexualidade são tratadas de forma

diferenciada, de acordo com o momento histórico em que se manifestam.

Podemos afirmar que a sexualidade e suas formas de expressão são

produções humanas e, como tais, estão sujeitas a uma série de determinantes

socioeconômicos.

Assim, as desigualdades de direito e de fato que observamos quando

falamos de mulheres e homens são produções históricas, e, portanto, passíveis de

mudanças. Da mesma forma, é possível a superação de outros tipos de preconceito

sexual.

Ao trazermos este debate para o interior das escolas, queremos dar mais um

suporte para que se faça uma ampla discussão dos fatores que influenciam na

configuração do conhecimento e da vivência da sexualidade para,

consequentemente, termos plenas condições de agir cotidianamente no sentido de

construir uma sociedade que saiba lidar com as diferenças.

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Neste estabelecimento de ensino, o trabalho em relação à diversidade de

gênero e sexualidade acontece de forma intrínseca, ou seja, o tema é abordado nas

diversas disciplinas sempre que pertinente, ou mediante solicitação específica de

uma determinada turma. Este tema também é discutido através filmes e palestras

realizadas por pessoas que pertencem a instituições que trabalham e pesquisam

este tema.

7.6.5.6 Educação Fiscal

A proposta da Educação Fiscal é estimular o cidadão a refletir sobre a função

socioeconômica dos tributos, possibilitar aos cidadãos o conhecimento sobre

administração pública, incentivar o acompanhamento, pela sociedade, da aplicação

dos recursos públicos e criar condições para uma relação harmoniosa entre o

Estado e o cidadão.

No Projeto Político Pedagógico a Educação Fiscal se justifica pelo fato de a

escola ser um local de construção de possibilidades que viabilizam a compreensão

da realidade e a formação de cidadãos atuantes no meio em que vivem. Deve-se ter

em mente que o indivíduo vai organizando a construção de seu conhecimento,

mediado pela atuação do professor, através de ações concretas que formarão o seu

modo de ser, sendo, por isso, indispensável para a construção de um mundo mais

humano que se privilegie os ideais de paz, liberdade e justiça social com cidadãos

participativos e cientes de seus direitos, deveres e responsabilidades sociais. Dessa

forma, a Educação Fiscal foca a conscientização da sociedade sobre a função

socioeconômica do tributo, com vistas a despertar a consciência do cidadão para

acompanhar a aplicação dos recursos públicos, almejando assim o benefício de toda

a população.

A Educação Fiscal na prática educacional deve ser vivenciada em todas as

disciplinas oferecendo uma oportunidade aos alunos de praticarem atitudes cidadãs

tão necessárias nos dias de hoje, envolvendo a escola, a comunidade, professores e

alunos de forma participativa, mostrando a importância da educação fiscal para a

construção de uma sociedade mais digna, almejando que este trabalho venha

contribuir de forma positiva destacando o desempenho do cidadão na sociedade e

evidenciando seu papel como agente de transformação do meio em que vive através

de uma atuação consciente e eficaz.

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A relevância do conhecimento sobre Educação Fiscal, visa o desenvolvimento

da consciência para o pleno exercício da cidadania bem como:

Possibilita aos alunos vivenciar situações envolvendo o Sistema Monetário,

favorecendo o desenvolvimento de um olhar crítico sobre os diferentes produtos e

serviços ofertados no mercado, refletindo sobre o consumismo exacerbado em

confronto com as necessidades básicas reais, visto a necessidade de planejar e

priorizar gastos, a fim de racionalizar o consumo, desenvolvendo conceitos como

orçamento familiar, pesquisa de preços e poupança.

Conscientiza os futuros cidadãos para a necessidade da emissão de documentos

fiscais como forma de arrecadação de tributos necessários para o provimento,

conservação e manutenção dos benefícios públicos, desenvolvendo assim a

consciência crítica em relação à aplicação do dinheiro arrecadado pelo governo para

o financiamento das políticas públicas, desestimulando atitudes de sonegação de

impostos e corrupção, com isso sensibilizar os alunos para a conservação do bem

comum, como forma de exercício da cidadania.

7.6.5.7 Estatuto do idoso

A Lei nº 10741, sancionada no dia 01/10/2003 pelo então presidente Luís

Inácio Lula da Silva, que define medidas de proteção às pessoas com idade igual ou

superior aos 60 anos, assegura-lhes todas as oportunidades e facilidades para

preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual,

espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade, sendo obrigação da

família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar ao idoso, com

absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à

educação, à cultura, à cidadania, à convivência familiar e comunitária, não podendo

nenhum idoso ser objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência,

crueldade ou opressão. É obrigação do estado garantir à pessoa idosa todos esses

direitos através da efetivação de políticas sociais públicas que permitam um

envelhecimento saudável e em condições de dignidade, colocando-o à salvo de

qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

De acordo com o capítulo V da Educação, Cultura, Esporte, Lazer e parágrafo

§ 2º, os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para

transmissão do conhecimento e vivências às demais gerações, no sentido da

preservação da memória e da identidade cultural.

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No Colégio do Campo Pedro Ernesto Garlet, os idosos têm participação

especial nas entrevistas para a contação de suas histórias, para a produção de

textos referente ao gênero Memórias Literárias, Poemas, Crônicas, Artigo de

Opinião, destinadas à Olimpíada de Português, bem como explanação do uso de

objetos antigos na Amostra Cultural realizada pela escola a fim de resgatar a história

dessa localidade por meio da vivência dos idosos, colonizadores deste local.

7.6.6 História do Paraná

A Lei Estadual n.º 13.381/2001, determina a obrigatoriedade do ensino de

conteúdos da História do Paraná em estabelecimentos de Ensino Fundamental e

Médio. O objetivo, conforme determina o artigo 1.º, é “a formação de cidadãos

conscientes da identidade, potencial e valorização do nosso Estado”, em busca das

permanências, das mudanças e descontinuidades ocorridas na História do Paraná

enquanto saber escolar. A intenção da lei é clara e compreende a formação cívica

do povo do Paraná desde sua base, já que prevê que o ensino se inicia no período

fundamental e se estenda até o médio.

A História do Paraná contribui para a formação de uma consciência histórica

de professores e alunos. A partir desse pressuposto, no ano de 2006, a

preocupação com essa consciência histórica se efetivou com a regulamentação da

lei, que retomou a indicação da obrigatoriedade do ensino desses conteúdos como

tema na parte diversificada do currículo escolar, para serem aplicados nas diferentes

séries e disciplinas, além da História. Nessa Disciplina, a História do Paraná está

diluída ao longo das séries do Ensino Fundamental e Médio.

7.6.7 Equipe Multidisciplinar

A primeira Equipe Multidisciplinar na escola iniciou suas atividades em 2014,

cumprindo com todas as exigências dispostas na legislação, conforme a lei nº

10.639/03 e a lei nº 11645/08, estabelece instituindo a obrigatoriedade do ensino

História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena no Estabelecimento de Ensino.

Sendo a Equipe Multidisciplinar um espaço de análise, reflexão e discussão muito

importante para a integração social, elaborou-se todos os documentos e anexos

referentes a constituição da equipe (cadastro, ata digitada, comissão especial, termo

de homologação, etc) bem como organizou um livro ata no qual são registrados os

encontros a respeito da equipe.

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Em 2015 o Colégio realizou a Mostra Cultural, onde foram apresentados a

comunidade os trabalhos realizados pelos alunos no tocante da Cultura Negra e

Indígena, representados através da exposição de cartazes e trabalhos artísticos.

Houve mobilização de todos os envolvidos no ensino/aprendizagem no

tocante a realização das ações educativas, propostas no Plano de Ação neste

período. A Equipe Multidisciplinar realizou o acompanhamento contínuo no

desenvolvimento dos trabalhos e ações, comparando os avanços no

desenvolvimento dos alunos em relação ao ano anterior. Chegou-se à conclusão

que houve participação, interesse de todos os envolvidos na realização das

atividades propostas.

As atividades foram realizadas através de oficinas, com a finalidade de

apresentar a comunidade escolar resultados alcançados com as atividades

pedagógicas e valorizar o envolvimento dos alunos no processo de ensino-

aprendizagem.

A Equipe Multidisciplinar deve estar atualizada e anualmente realizar seu

Plano de Ação, uma vez que as equipes são homologadas, devendo também postar

o plano de ação e seguir orientações dos responsáveis. Atualmente a equipe

multidisciplinar está formada conforme estabelece a deliberação nº 04/2016 –

CEE/PR, Resolução 3399/2010-GS/SEED e Instrução nº 010/2010-SUED/SEED.

Avaliação

Avaliação considerará o envolvimento dos educandos nas atividades

propostas, diagnosticando através dos resultados auferidos mudança de

comportamento, de atitude em relação à temática trabalhada. Avaliará, também, a

superação do senso comum, do pensamento dogmático.

Os alunos serão avaliados de maneira contínua. Portanto, será observado o

empenho e comprometimento de cada um na construção do trabalho.

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7.6.8 Brigada Escolar

7.6.8.1 Introdução

O Plano de Abandono faz parte do Programa Brigadistas Escolares - Defesa

Civil na Escola, o qual tem como objetivo a proteção humana e o mantimento da

segurança da comunidade escolar em situações de risco, por meio de treinamentos

pautados em normas de segurança nacionais e internacionais (NR‟s e NBR‟s), que

visam organizar a saída da população de maneira ordeira dos ambientes de risco,

instruindo-a e treinando-a a agir de forma ativa em eventuais situações de risco que

envolvam ameaças de desastres.

O Programa Brigadistas Escolares - Defesa Civil na Escola aborda os

conhecimentos relacionados a construção de uma Plano de Abandono, a formas de

proteção e ações que possam minimizar os impactos desastrosos de um sinistro,

seja natural, humano ou misto.

O Brasil é um país pouco afetado por desastres naturais de grande magnitude

tais como maremotos, tufões e tornados, porém, devido as interferências humanas

no meio ambiente vem sofrendo as consequências das mudanças climáticas. Nas

últimas décadas o Brasil teve um aumento de registros relacionados a ocorrências

como enchentes de grandes proporções, deslizamentos de encostas, inundações de

cidades, temporais, que causaram não só perdas materiais, mas também de vidas.

Tais eventos são potencializados quando não se tem uma cultura

prevencionista que mantenha os habitantes preparados para agir diante de uma

ocorrência desastrosa. A ação da natureza não pode ser evitada, contudo, é sabido

que seus efeitos podem ser minimizados quando a população enfrenta as

ocorrências de maneira organizada.

O ambiente escolar é um dos locais mais indicados para implantação do

Programa Brigadistas Escolares – Defesa Civil na Escola, pois, é possível promover

a mudança comportamental de hábitos, visto que crianças e adolescentes por

estarem em formação são menos resistentes e mais receptíveis a transformações

culturais e potencialmente capazes de influenciar pessoas, atuando como

multiplicadores das medidas preventivas.

7.6.8.2 Plano de Abandono

O Plano de Abandono é uma ação de desocupação de um prédio, e tem por

objetivo minimizar e prevenir o máximo possível a ocorrência de acidentes que

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possam provocar danos pessoais. Este plano deve ser elaborado pelas pessoas que

ocupam a edificação que apresente algum risco a vida ou que esteja na eminencia

de sofrer um acidente.

É a eficiência do Plano de Abandono que delimita as perdas humanas,

principalmente em edifícios de vários pavimentos, tais como hospitais, creches e

escolas, ou qualquer estabelecimento em que haja um número considerável de

pessoas fixas e/ou circulantes.

7.6.9 Instâncias colegiadas da escola

Quanto às relações de trabalho desenvolvidas na escola, estas são

democráticas, havendo respeito pela diversidade cultural e valores de cada um,

assim como o respeito ao caráter ético da atividade de ensino.

A gestão da escola é realizada de forma integrada a fim de alcançar um

objetivo comum através da cooperação e coordenação aos colaboradores.

Enfim, o trabalho na escola exige e articula a participação de todos os sujeitos

do processo educativo: professores, alunos, funcionários, pais e outros, para

construir uma totalidade da realidade e dos compromissos coletivos, e isto se dá

através de reuniões, encontros e eventos promovidos pelo colégio em conjunto com

a APMF.

O trabalho na escola é um processo de construção contínua, nunca é pronto e

acabado. Fundamenta as transformações internas da organização escolar e explicita

suas relações com as transformações mais amplas: econômica, social, política,

educacional e cultural.

Portanto, as relações de trabalho na escola são caracterizadas por um

processo coletivo, onde todos contribuem para a construção de um futuro a fazer.

A participação dos pais ou responsáveis pelos alunos, articula a socialização

do poder e seus pressupostos, eliminando o individualismo e formando cidadãos

capazes de participar na vida socioeconômica, cultural e política da escola e da

sociedade.

Esta participação dos pais deve ser instigada através de momentos onde os

pais ou responsáveis possam se sentir como parte do conjunto da comunidade

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escolar, como eventos, reuniões e encontros com os outros integrantes da

comunidade escolar.

Desta forma, a participação dos pais pressupõe a concepção de uma

sociedade mais democrática, justa, igualitária, formando um cidadão mais crítico,

participativo, responsável, criativo, considerando a existência de uma escola

transformadora, autônoma e emancipadora, na tentativa de propiciar um mundo com

igualdade para todos.

Além disso, a participação dos pais assegura a transparência das decisões e

legitimidade da participação na construção de instrumentos de gestão democrática,

através de eleições para diretores, constituição do Conselho Escolar e APMF.

A participação de todos na tomada de decisão leva a uma descentralização

proporcionando uma redistribuição do poder.

A teoria é decorrente da análise da prática, e, portanto, as categorias da

historicidade, totalidade, movimento e contradição devem passar por um processo

de conscientização, fazendo com que o professor reflita sobre o seu trabalho, por

que faz e como faz, estabelecendo o confronto entre como está sendo desenvolvida

a ação pedagógica e como reconstruí-la para fazer coisas diferentes do que sempre

faz.

7.6.9.1 APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários

A associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) é o órgão destinado a

promover o intercâmbio entre a família e o aluno, os professores, a Direção da

instituição de Ensino e propor medidas que visem o aprimoramento do ensino,

ministrando e apoiando também as iniciativas de ordem econômica para a

manutenção dos serviços emergenciais da instituição.

A APMF possui Estatuto próprio, onde se encontra estabelecido seus

objetivos e suas atribuições, bem como, a composição e forma de organização.

Objetivando cumprir com suas atribuições, a mesma propõe:

Participar, de forma ativa, das atividades desenvolvidas por esta instituição de

ensino;

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Lutar, em conjunto com os demais órgãos representativos do colégio e entidades

da comunidade externa, pela reforma das instalações deste estabelecimento de

ensino, bem como, por outras melhorias que se fazem necessárias;

Contribuir para manter os pais ou representantes de alunos informados a respeito

das atividades e acontecimentos que envolve o cotidiano escolar;

Apoiar professores e funcionários em suas reivindicações salariais;

Atuar no sentido de conscientizar pais ou representantes de alunos sobre a

importância dos mesmos estarem mais envolvidos com o processo ensino-

aprendizagem;

Desenvolver ações que contribuam para estreitar as relações entre professores,

funcionários, alunos e seus representantes, buscando com isto, o fortalecimento do

compromisso coletivo com uma educação de qualidade;

Promover cursos, palestras envolvendo pais ou representantes de alunos e

funcionários, objetivando ampliar a capacidade de reflexão dos mesmos a respeito

do papel da educação na sociedade contemporânea.

7.6.9.2 Reuniões Pedagógicas

São realizadas três reuniões pedagógicas anualmente. Estes momentos

constituem-se em espaço privilegiado de formação, troca de ideias e experiências

além de uma oportunidade singular de avaliação do trabalho pedagógico.

7.6.9.3 Conselho Escolar

O Conselho Escolar é a instância máxima da escola e é constituído por

representantes de pais, estudantes, professores, demais funcionários, membros da

comunidade local e o diretor da escola.

Cabe ao Conselho Escolar zelar pela manutenção da escola e participar da

gestão administrativa, pedagógica e financeira, contribuindo com as ações dos

dirigentes escolares a fim de assegurar a qualidade de ensino. Eles têm funções

deliberativas, consultivas, fiscais e mobilizadoras, garantindo a gestão democrática

nas escolas públicas.

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Entre as atividades dos conselheiros estão, por exemplo, definir e fiscalizar a

aplicação dos recursos destinados à escola e discutir o projeto pedagógico com a

direção e os professores.

7.6.9.4 Estágio não obrigatório

Uma das finalidades do Ensino Médio constitui-se no preparo do educando

para o mercado de trabalho. Diante dessa perspectiva o estágio não obrigatório

assumido como parte integrante do Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual

do Campo Pedro Ernesto Garlet, busca articular o processo produtivo à atividade

educativa.

Ao ser inserido neste PPP o estágio não obrigatório não se contrapõe a

concepção da escola pública emancipatória, antes vai além da formação articulada

as necessidades do mercado de trabalho, contemplando a formação humana pelo

trabalho partindo da prática cultural. Romper com a dicotomia do mercado, assumida

na sociedade excludente, implica segundo GARCIA (2009) um compromisso de

construir uma articulação e integração orgânica entre trabalho como princípio

educativo a ciência e tecnologia como síntese da formação geral específica por meio

de diferentes formas de criações existentes na sociedade.

Assim o estágio como atividade que visa a preparação para o trabalho

produtivo, conforme lei n° 11.788/2008, de forma que os conhecimentos transmitidos

sejam instrumentos para se compreender de que forma tais relações se

estabelecem histórica, econômica, política, cultural e socialmente.

Ao não se contrapor à concepção de escola pública o estágio previsto neste

PPP é o ato educativo escolar desenvolvido no ambiente de trabalho, cujas

atividades devem estar adequadas as exigências pedagógicas relativas ao

desenvolvimento cognitivo, pessoal e social do educando, de modo a prevalecer

sobre o aspecto cognitivo, tendo como referência seu papel a partir das relações de

trabalho diante da contraditória sociedade atual.

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106

7.6.10 Bibliografia

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