48
Diocese de Viseu | 2016-2017 PASTORAL PROJETO DE

projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

Diocese de Viseu | 2016-2017

pastoralprojetode

Page 2: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos
Page 3: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

Diocese de Viseu

Ano Pastoral 2016-2017

discípulosNo aNofavorável

respoNsáveis!

Page 4: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos
Page 5: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

+ Ilídio Pinto Leandro Bispo de Viseu

Page 6: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos
Page 7: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

Todos Discípulos. Todos Responsáveis

O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos Respon-sáveis”. Somente neste tom, podemos cumprir o mandato do Senhor Jesus: “O Senhor enviou-nos a anunciar um Ano Favorável” (cf. Lc 4, 18-19), de onde partimos para este Ano Pastoral 2016-2017.

Ao dizermos que somos Discípulos Responsáveis, dizemos que somos discípulos missionários, numa Igreja em saída e que assumimos o mandato de Jesus, de ir até às periferias... Dizemos que nos queremos tornar plena e total-mente cristãos, vivendo a Misericórdia e anunciando as Bem-aventuranças. Ao mesmo tempo, dizemos que queremos sair do nosso conforto, seguir Jesus e estar com Ele – hoje e agora – nas Suas propostas e nos Seus desafios.

Seguir Jesus e estar com Ele – onde, como e para quê? Onde for neces-sário, anunciando um “ano favorável”, como fazia e faz Jesus (cf. Lc 4, 19). Este “ano favorável” contém um anúncio verdadeiramente feliz: Jesus Cristo está vivo, vive connosco, dá-nos a partilhar a Sua vida e quer que anunciemos esta Boa Nova a todas as pessoas. Hoje, como outrora, todas as pessoas a

NOTA PASTORAL

Page 8: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

8

quem é anunciado o “ano favorável”, vêem a salvação do nosso Deus e obtêm as graças de um auxílio oportuno.

Para isso, Ele confia em nós. Somos os Seus amigos para levar esta feliz notícia a todos (cf. Mt 28, 19). O sinal desta confiança, é o chamamento que nos faz, levando-nos a partilhar a Sua alegria e a dizer-nos que somos Seus amigos (cf. Jo 15, 15). Como Discípulos Responsáveis de Jesus Cristo, somos convidados a fazer este anúncio onde vivemos, onde estudamos, onde tra-balhamos, onde passamos as férias e os tempos livres, onde estamos e onde somos chamados a ir…

Para que o anúncio seja eficaz, na construção de uma Igreja ‘nova’, a gerar e a fazer um mundo novo, deve ser marcado por algumas notas e cara-terísticas. Eis as principais: fidelidade, criatividade e comunhão. É o que vou desenvolver, um pouco, de seguida, apresentando alguns pontos que importa ter em conta, no próximo Ano Pastoral.

1. Fidelidade

Em primeiro lugar, vemos a fidelidade da Igreja, desde o início, ao seu Fundador – Jesus Cristo. Fundou-a no Espírito Santo e organizou-a com os dis-cípulos que começaram a alargar-se e a multiplicar-se nos primeiros cristãos. Nunca, como neste princípio, o tema deste ano esteve tão vivo e tão vivido… O discipulado marcava, profundamente, a identidade, a vocação e a missão de cada cristão. Cada discípulo assumia com inteira e profunda responsabilidade a sua missão – testemunhar Jesus Cristo até ao martírio, se fosse necessário. Sentiam-se, de verdade, “todos Discípulos, todos Responsáveis”.

Page 9: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

9

É muito importante procurar as referências do início da Igreja e recupe-rar as que marcam a novidade nascente desta vida nova em organização. Foi esta nota que inspirou o Papa João XXIII para anunciar o Concílio Ecuménico Vaticano II, desejando que a vida dos cristãos, no nosso tempo, tivesse a ale-gria e o entusiasmo das origens e fosse capaz de transmitir a mesma força de testemunho.

Esta fidelidade inspira-nos uma atitude de ação de graças, de louvor e, também, de reencontro com Jesus Cristo. Inspira-nos para rezar com o Papa João XXIII que, logo depois da sua eleição, pedia um novo Pentecostes para a Igreja: «Renovai tudo isto em nossos dias; renovai o fogo e o poder, as línguas e o louvor, a alegria e o testemunho, os dons e os carismas, as graças do prin-cípio» (25 de Janeiro de 1959).

Pedindo tudo isto, queremos ser fiéis ao “princípio”, dando graças pelo que o Senhor realizou na nossa Igreja de Viseu, com o Sínodo Diocesano e pedindo as graças e as forças necessárias para a perseverança nos propósitos e nos desafios que as Constituições nos apontam. É a fidelidade à nossa Igreja de Viseu e à sua e nossa história. Esta fidelidade vive-se enquanto Discípulos Missionários de Jesus, seguidores do Mestre que está vivo e presente na Sua Igreja. A fidelidade leva-nos a ser responsáveis e a caminhar, construindo no-vas propostas, capazes de apresentar um rosto sempre novo de Jesus Cristo e da Sua Igreja, a caminhar com os homens do nosso tempo.

A fidelidade não nos tira a novidade nem a alegria ou a beleza das surpre-sas de Deus. Como diz o Papa Francisco na Bula da Misericórdia, nº 25: “Deixe-mo-nos surpreender por Deus. Ele nunca Se cansa de escancarar a porta do Seu coração, para repetir que nos ama e deseja partilhar connosco a Sua vida”. Estas surpresas acontecem sempre que nos deixamos amar por Ele e quando, nesse amor, nos descobrimos irmãos de todos aqueles aos quais somos enviados.

Page 10: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

10

2. Criatividade

A fidelidade ao “princípio”, enquanto inspiração, projeto e vida nova, pede-nos permanente renovação e contínuo recomeço. Somente com muita criatividade se pode responder a estes desafios que apresentam a Boa Nova de Jesus Cristo, nova e bela em cada tempo e para cada pessoa, sem nunca se repetir. A criatividade é essencial para que possamos seguir Jesus Cristo, na medida em que Jesus é o Homem Novo, a inspirar a novidade plena na vida do cristão.

Os Sacramentos são, cada um à sua maneira, fonte de renovação e de criatividade, na medida em que transmitem Jesus Cristo – o Homem novo. A sua catequese e a sua celebração devem ajudar a esta novidade que eles im-primem na vida dos cristãos, novidade que deve aparecer e manifestar-se em cada dia.

A Fonte destas caraterísticas essenciais à vida da Igreja é o Espírito San-to. Ele é caminho e força de renovação e de vida sempre nova. Por isso, é o Es-pírito Santo Quem inspira a renovação na Igreja e Quem lhe imprime as notas fundamentais da mudança. Esta renovação supõe, sempre, um novo recome-ço que encha de vida nova todas as coisas. Um novo recomeço que se atualize em cada pessoa e que anime e faça rejuvenescer cada comunidade.

Criatividade é diferente de simples atualização e de modernização, ain-da que suponha capacidade de abertura aos tempos novos e aos desafios de cada tempo. A criatividade não exige que tudo seja novo mas que se esteja aberto a iniciar sempre cada iniciativa e a viver cada experiência de vida com coração novo. Supõe que não tememos a novidade mas que estamos sempre muito abertos e desejosos de participação nas realidades novas que surgem

Page 11: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

11

em cada circunstância. É a reafirmação da proposta para este ano que somos chamados a viver à maneira dos primeiros cristãos: “Todos Discípulos. Todos Responsáveis”

Criatividade e fidelidade não se opõem, mas complementam-se. A fide-lidade aos valores deve suscitar a necessária criatividade para que continuem a ser valores, em tempos novos e para as pessoas novas de cada tempo. Para isto, importa dar-lhes a dimensão de autêntica renovação, num novo começo e num novo tempo para que acolham a novidade de cada tempo, de cada pes-soa e de cada circunstância. Supõe que acolhem e acompanham necessárias adaptações e possíveis e convenientes mudanças.

3. Comunhão

A comunhão sempre foi e sempre será essencial à vida da Igreja e mar-ca todas as outras notas importantes. Jesus pediu-a ao Pai, na hora da Sua partida e sentiu-a decisiva “para que o mundo creia” (cf. Jo 17). A comunhão supõe determinadas caraterísticas, tais como: abertura, acolhimento, partilha e solidariedade. Todas estas nos parecem muito interligadas e a necessitar de fazer caminho, construindo os vários aspetos da comunhão humana e eclesial.

A abertura coloca-nos na atitude e na disponibilidade de receber os ir-mãos, sempre que eles precisam de crescer na comunhão. Abrirmo-nos aos outros, faz-nos sair ao encontro das diversas situações de periferias existentes na nossa vida ou à nossa volta. Não podemos permanecer dentro de nós, fe-chados aos outros, pois “cada homem é meu irmão” e Deus é Pai comum de todos. Ser cristão é pertencer a uma grande família que tem Deus como Pai,

Page 12: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

Maria como Mãe e, nesta família, somos todos irmãos. A oração do Pai Nosso traduz, de forma bela mas comprometida, esta dimensão de família. Importa que, na Eucaristia, seja rezada com expressiva criatividade e seja traduzida na ação de cada dia.

O acolhimento é uma qualidade muito própria dos cristãos e um valor para todos os que olham os outros como irmãos. A oração do Pai Nosso leva--nos a abrir fronteiras e a deitar abaixo todos os muros, pois Deus é Pai de todos e o Seu mandamento é o amor. Perante qualquer outro, sou chamado a abrir o coração, imitando Deus Pai que é rico em Misericórdia e tem o seu coração voltado para todos e sempre aberto e acolhedor para aqueles que O invocam.

A partilha é consequência dos valores anteriores. Perante os outros que são meus irmãos, o que tenho pertence a todos e não posso chamar meu a nada que faça falta a alguém. É necessário recuperar a alegria e o entusiasmo das origens (cf. Act 2, 42-47), fruto da comunhão entre todos e de nada faltar a ninguém, pois repartiam tudo com os que, entre eles, necessitavam.

A solidariedade é um dos valores que têm melhor aceitação social, ain-da que a sua carga não seja aceite na total radicalidade nem, muito menos, seja posta em prática, nas circunstâncias precisas. Para viver a solidariedade, importa construir a caridade entre todos, no amor e na partilha com todos os outros.

VISEU, 12 de Junho de 2016

Bispo Ilídio Leandro

Page 13: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

Ano Pastoral 2016-2017

discípulosNo aNofavorável

respoNsáveis!

Page 14: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos
Page 15: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

15

PARA UMA PASTORAL PARTICIPATIVA

Como CHEgAR A UMA PLANIFICAçãO PASTORAL PARTICIPATIVA?

UNIDADES PASTORAIS E/OU CONJUNTO DE COMUNIDADES PAROQUIAIS:

REALIDADE E VANTAgENS

Para uma entusiasmada efetivação dos objetivos, é importante uma lei-tura da realidade, como chave hermenêutica que ajuda a elaborar o diagnós-tico da situação; um discernimento dos valores e contravalores, de opressão e libertação, à luz do Evangelho; um iluminar o sentido de futuro, experimen-tando as tendências atuais da evangelização. Trata-se de vislumbrar as linhas futuras já atuantes na realidade presente; trata-se de um facto profético e prospetivo; trata-se de ‘dar o passo’, mesmo que marcado por alguma incerte-za das suas consequências. É um abrir-se à aprendizagem e entrar no processo de crescimento evolutivo.

Em muitas circunstâncias, hoje, a Paróquia deixou de ser ‘autosuficien-te’ e passou a ser ‘insuficiente’.

O paradigma de uma pastoral orgânica é uma exigência do Agora, mo-tivado pela realização do Sínodo Diocesano (2010-2015), mas alicerçado nas primeiras comunidades cristãs (Cf. At 2, 42-47) e reforçado pelas Constituições do Concílio Vaticano II.

Page 16: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

16

A esta luz, podemos afirmar:1. A existência de um só programa conjunto de ação pastoral e de vida

cristã traduz-se num desmultiplicar de reuniões e constituição de tantos Conselhos Pastorais e outros grupos Paroquiais, quantas as Paróquias confiadas a um mesmo sacerdote.

2. Nem sempre é tarefa fácil encontrar um grupo de agentes de pasto-ral comprometidos em Paróquias, por vezes, demasiado pequenas. A formação de Conselhos Pastorais Interparoquiais ou de Unidade Pastoral (e outros grupos de Ação Pastoral) facilita esta procura e gera uma maior comunhão e partilha entre as comunidades cristãs. Um agente de pastoral pode ter boas capacidades, mas se ficar res-tringido a um âmbito geográfico exíguo, poderá nunca desabrochar em plenitude nas suas capacidades de serviço. Seria um ‘desperdí-cio’ de recursos humanos!

3. Desta forma, há lugar a uma ação pastoral mais participada e parti-lhada, bem como uma programação mais orgânica e de conjunto, tendo em conta que serão os mesmos critérios pastorais a presidir à execução das várias ações pastorais no conjunto de Paróquias ou Unidade Pastoral. Podemos apresentar três fundamentos pasto-rais do método participativo: co-criatividade, produzindo o ‘Novo’ na Igreja: “Eis que faço novas todas as coisas!” (Ap 21, 5); co-parti-cipação, levando a Igreja a ser uma Comunidade de comunidades; co-responsabilidade, onde a decisão não impõe a decisão, mas sim uma participação na decisão, na execução e nos resultados.

4. Esta estruturação de partilha mais alargada não anula, nem elimina as comunidades mais pequenas. Em certas atividades, a diversidade de ritmos não é incompatível com uma organização mais ampla. As devoções locais, a religiosidade popular, certos costumes específi-

Page 17: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

17

cos de lugares devem manter-se e serem promovidos. No entanto, a tríplice missão da Igreja (Anunciar, Celebrar e Testemunhar) pode, e deve, ser realizada em comum, com os mesmos critérios e com uma atuação conjunta.

5. Em muitas Paróquias, a diminuição de crianças leva a uma nova rea-lidade pastoral: anos de catequese com poucas crianças e adoles-centes, o que compromete grandemente o sentido de ‘grupo de catequese’. Mesmo que não se termine abruptamente com todo o serviço de catequese numa Paróquia, pode ir-se realizando algumas atividades interparoquiais, onde todos percebam que a conjugação de esforços e a partilha de talentos ajuda a superar um sentimento de ‘paroquialismo pastoral’.

6. Exemplificando: um Pároco com várias Paróquias ao seu encargo pas-toral sente muita dificuldade em formar um Grupo de Jovens em cada uma delas, pelas mais diversas razões. E, mesmo que isso fosse possível, o acompanhamento de todos tornava-se tarefa inglória. A formação de um só grupo interparoquial resolve muitas destas difi-culdades. Além da sua formação própria, o grupo pode promover atividades e ações, que depois pode concretizar nas diversas comu-nidades. O esforço de unificar o Grupo, posteriormente, multiplica--se na sua intervenção junto de todas estas comunidades.

7. Existem algumas resistências, especialmente em alguns cristãos, ei-vados de ‘rivalidades estéreis’, ‘bairrismos amorfos’ e ‘comodismos apáticos’. Apesar disso, o despertar destas realidades organizacio-nais vai, pouco a pouco, fazer desabrochar novas mentalidades, através destas situações, experimentadas a partir ‘de baixo’, que vão sendo sentidas e percebidas.

Page 18: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

18

8. ‘Mais fortes, se unidos’ - é também um apelo à corresponsabilidade, pois um grupo de cristãos só se entende se for enraizado na unida-de: com-unidade! (Cf. 1 Ped 4, 10).

9. Ser Católico é ter um ‘coração sem fronteiras’, é ser Universal! Ainda é frequente ouvir: “Faço para a minha Paróquia!”, “Dou isto, porque é a minha Paróquia!” Ser Católico é perceber que fazemos parte de uma Família Maior! Que partilhamos um mesmo Pastor, um mesmo Deus e um Pai Comum! E esta realidade deve ser ‘encarnada’ e não apenas professada em ambientes de ‘oração’ ou ‘devoção’.

“Para que Deus chegue a todos” deve ser uma preocupação omni-presente e sempre emergente.

OBJETIVO gERALConcretizar a dinâmica sinodal nas estruturas paroquiais, arciprestais e

diocesanas, em ordem a uma pastoral renovada e de comunhão que assente na responsabilidade laical e na abertura missionária à colaboração entre paró-quias vizinhas.

OBJETIVOS ESPECíFICOSNestes objetivos, é transversal a proclamação, por Jesus, do Ano Fa-

vorável, contextualizada no tema da Consolação de Isaías (Cf. Is 61, 1-2). Estas duas realidades são o enquadramento para caminhar juntos na prossecução dos mesmos.

Page 19: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

19

1. Criar ou revitalizar:a) Em cada paróquia, ou conjunto de paróquias, o Conselho Pastoral. b)

Em cada paróquia, o Conselho para os Assuntos Económicos. meta: As propostas de constituição destes Conselhos Paroquiais

(Económico e Pastoral) deverão ser enviadas à Cúria Diocesana, até 31 de Dezembro de 2016, a fim de serem oficializadas pelo Bispo da Diocese.

2. Efetivar as Unidades Pastorais ou criar condições para a sua imple-mentação.

meta: Proporcionar tempos e ações de reflexão para a introdução desta nova realidade, durante o Ano Favorável.

3. Cuidar da formação de agentes pastorais. meta: Iniciar a Escola Diocesana da Fé na segunda quinzena de Setem-

bro de 2016 e criar, ou continuar, a Escola de Formação Arciprestal.

4. Promover alguma atividade que convoque pessoas e realidades situ-adas ‘nas fronteiras’ da Igreja, em âmbito paroquial, arciprestal ou diocesano.

AçõESUm ‘Ano Bom’ procurará, em toda a ação e atividade, radicar numa re-

lação muito próxima com as comunidades paroquiais. Tendo como ‘timoneiro’ o Plano Pastoral Diocesano, todos os dinamismos pastorais irão ‘navegar’ sob esta orientação e motivação. Seria muito importante que cada ação pensada e projetada fosse iluminada por este ‘timoneiro’, para que não apareça desgar-rada ou isolada do Projeto Comum Diocesano.

Page 20: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

20

Para que seja um ‘ano favorável’ do discipulado, comprometido e cor-responsável, cada um dos setores da Pastoral, deve enraizar a sua ação e pro-posta de atividades nesta preocupação, que será transversal a todos:

- na liturgia: que metas, para quê e o que fazer?- na música: que metas, para quê e o que fazer?- na catequese: que metas, para quê e o que fazer?- na EMRC: que metas, para quê e o que fazer?- nas vocações: que metas, para quê e o que fazer?- na pastoral universitária e da juventude: que metas, para quê e o que fazer? - na pastoral social e familiar: que metas, para quê e o que fazer?- na cultura e bens culturais: que metas, para quê e o que fazer?- na formação cristã: que metas, para quê e o que fazer?- nos ‘espaços de fronteira’: que metas, para quê e o que fazer?

I - Celebrar1 - Peregrinação Diocesana a Fátima (5 Outubro 2016)Esta ação, aberta a todos, marcará pela unidade da diocese; pela oração

a Maria, como Mestra e guia que aponta para Jesus; pelo sentido de peregri-nar juntos, como discípulos enviados para o caminho. A peregrinação não é um mero passeio, mas um verdadeiro paradigma da condição humana e crente.

2 - Dia da Diocese (25 Junho 2017)Este seria o ‘Dia Bom’ do ‘Ano favorável’. Seria a possibilidade de uma

mostragem/partilha de como cada Arciprestado viveu, celebrou e implemen-tou o Plano Pastoral Diocesano. A forma expositiva e de apresentação deste mostruário ficaria à criatividade de cada um.

Page 21: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

21

Proposta para o Dia da Diocese 2017:a) Momento artístico ou musical nos Claustros da Sé (SDPJ/DBCI)b) Mostruário, nos Claustros da Sé, da aplicação do Plano Pastoral nos

Arciprestadosc) Ordenações Presbiterais

II - FormarConstituições Sinodais. Proposta: realizar em cada arciprestado uma

sessão de apresentação das Constituições Sinodais, aberta a toda a comunida-de: o que são? Para que servem? Principais mudanças?

Prosseguir ou iniciar a Escola de Formação Arciprestal (EFA). A organi-zação será da responsabilidade de cada Arciprestado. Esta Escola deverá insis-tir nos aspetos essenciais do Ser Cristão, como elemento/raiz para um compro-misso e serviço comunitários. Temas como o Pai Nosso, as Bem-aventuranças, o Credo, entre outros, poderão perfilar alguns fundamentos desta Escola de Formação.

A par desta formação, também deve estar presente, nesta Escola, outra preocupação: De que forma a Igreja continua a dar resposta às necessidades, anseios, angústias atuais, dos jovens, etc. num mundo que mudou de forma tão rápida e radical?

III - “Para que Deus chegue a todos”1 - Pensar numa atividade de âmbito cultural que possa congregar dife-

rentes sensibilidades, como expressão de uma Igreja-Comunhão, Acolhedora e Promotora de Inclusão. Esta atividade, de âmbito diocesano, poderá ser ‘mo-delo inspirador’ para aplicabilidade em contextos arciprestais ou paroquiais (DBCI).

Page 22: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

22

Poderá ser oportunidade de congregar várias sensibilidades, mesmo não-crentes, numa expressão de arte, literatura, ciência, tecnologia,...

2 - Convidar um escritor para abordar um tema do género: “Deus na Literatura Contemporânea...” (Vigararia Ev. C. Cultura).

3 - Apresentar uma mostra da Ação Social da Igreja: IPSS e grupos de Ação Social (Por ex.: Pequeno vídeo - a publicar nas redes sociais - com alguns dados estatísticos e ações concretas do agir real solidário - Vig. Past. Social).

PLANIFICAçãODeve ser apresentado à Vigararia da Pastoral, até meados de Junho, o

calendário dos diferentes organismos diocesanos.O Plano Pastoral deverá ser apresentado no dia 18 de Junho. A publica-

ção impressa será distribuida, se possível nesta data. Realce a dar às atividades diocesanas.

Constituições SinodaisPublicação do texto e promover ações de divulgação, estudo e refle-

xão, a nível diocesano, arciprestal e paroquial.Tendo em conta que esta publicação será guia e luz inspiradora de toda

o planeamento pastoral nos próximos 10 anos, na nossa Diocese, é convenien-te promover estas ações de aprofundamento de divulgação reflexiva.

AvaliaçãoÉ importante efetuar uma avaliação das várias ações, mas também dos

objetivos específicos, à medida que vão sendo executados ou postos a funcio-nar. Trata-se de verificar se o objetivo principal está a ter concretização, nestes diversos momentos.

Page 23: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

23

Esta avaliação deve ser feita nas Vigararias Episcopais, nos Arcipresta-dos e nas Comunidades Cristãs, verificando se o Projeto Diocesano está a ter aplicabilidade, se é exequível ou se é necessário alterar e adequar estratégias e ações.

Page 24: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos
Page 25: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

25

ALgUMAS ORIENTAçõES PARA CONCRETIzAR O PLANO PASTORAL

O dinamismo apresentado no Plano Pastoral Diocesano deve ser o mo-tor para empreendermos uma ‘conversão pastoral’, centrada na corresponsa-bilidade e na dimensão participativa.

Os chamados ‘Tempos Fortes’ do Ano Litúrgico devem ser alvo de gran-de atenção nas reuniões dos Conselhos Pastorais Paroquiais ou Interparo-quiais. Mesmo que determinado setor da pastoral seja o dinamizador de uma ação, esta brota e é expressão de um todo comunitário. Partindo de algumas orientações do Plano Diocesano, o Conselho procurará introduzir, aplicar e adaptar estas orientações.

Na atual ação pastoral, é necessário tomarmos a decisão de ‘frequentar a fronteira’ (M. D. Chenu): sair dos redutos eclesiais e estabelecer laços com os que estão mais ‘afastados’ e com quem não crê. Não falar a partir de um lugar ‘seguro’ àquele que está ‘fora’, mas numa aproximação de fraternidade construtiva, encontrando pilares comuns do bem querer e do bem fazer.

Partindo dos temas da Consolação e do Ano Favorável, emanados do Plano Pastoral, cada setor deveria empenhar-se em criar, propor, refletir e di-namizar um conjunto de ações para a sua concretização e aplicação.

Page 26: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

26

A Catequese deveria, quanto possível, ‘descolar-se’ do ciclo escolar. Por exemplo, a catequese deveria iniciar-se só algumas semanas após começo das atividades letivas e prolongar-se durante o Natal. Era a oportunidade de expli-car aos pais e crianças esta ‘descolagem’ e o sentido de participação nas festas do Nascimento do Deus Menino. Esta mesma atitude poderia estender-se ao restante ano e festas litúrgicas. Não é tarefa fácil mudar mentalidades; só com muita persuasão, paciência e convicção. Dando pequenos e curtos passos, mas firmes.

Na construção de uma pastoral cuidada, sobretudo nos ‘tempos fortes’ do ano cristão, seria muito importante que o sacerdote realizasse, nos dias fe-riais, uma breve homilia. A Palavra de Deus fala por si mesma, mas o exercício do ministério da homilia pode contribuir para que esta Palavra tenha o ‘seu tempo’ e aplicação na vida. A explicação e aplicação da Palavra são também sementes que, certamente, encontrarão ‘terreno bom’ para desabrochar e dar fruto, bem como oportunidades que não se devem descurar.

Valorizar estes ‘tempos fortes’, da vinda de Deus à nossa História e a integração da História no Mistério da Ressurreição, é graça e oportunidade de ajudar ao seu aprofundamento e integração na vida do cristão.

Apresentamos algumas linhas de orientação para uma vivência mais intensiva destes ‘tempos fortes’. Não se trata de apresentar uma dinâmica es-truturada, mas de disponibilizar um conjunto de reflexões, que poderão ser ponto de partida para uma adaptação às realidades específicas de cada co-munidade. No fundo, é um instrumento de trabalho, tendo em conta o Plano Pastoral, para ser desenvolvido e refletido nos Conselhos Pastorais Paroquiais ou Interparoquiais.

Uma dinâmica elaborada e estruturada poderá ser proposta, a seu tem-po, pelo Secretariado Diocesano da Educação Cristã.

Page 27: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

27

ADVENTO

No Ano Litúrgico, o Advento são as semanas que precedem e preparam a celebração do Natal do Senhor. ‘Advento’ significa ‘vinda’, pois somos convi-dados a dispormo-nos para acolher a Vinda do Senhor às nossas vidas.

O Advento inicia quatro domingos antes do Natal: no primeiro, somos convidados a contemplar a Última Vinda de Cristo (Parusia); no segundo e terceiro, a nossa atenção volta-se para João Batista; no quarto, olhamos para Maria, a Mãe de Deus.

No decorrer do Advento, os Profetas, especialmente Isaías, transmi-tem-nos a Esperança do Messias.

Percebendo os ‘bens e os males’ do Advento, podemos intervir de for-ma ajustada e assertiva. O ciclo do Advento/Natal caracteriza-se por ser um tempo amável, agradável de viver e partilhar. Parece que a solidariedade está à ‘flor da pele’. Multiplicam-se os desejos de felicidades. A nível social, tem forte impacto e, no âmbito cristão, é o tempo da especial Ternura de Deus para com a Humanidade.

A par desta afabilidade humana e divina, existe uma grande agitação e azáfama, o que pode comprometer o ambiente da fé e a vivência da graça da Vinda de Deus. A correria desenfreada ao consumismo ofusca grandemente o

Page 28: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

28

apreço pelo Presente/ Dom, vindo do Céu! Outro ‘mal’ deste ciclo é a aparência de uma felicidade irreal. Tudo parece convidar à alegria, mas os problemas, as dificuldades permanecem. Viver em Advento, significa assumir as angústias e dores da vida, até que o Nascimento se transforme em Ressurreição!

É de incentivar a construção da ‘coroa de Advento’, uma forma pedagó-gica da comunidade ir percebendo a trajetória do Caminho.

I - A Catequese, com expressão na Liturgia, pode tratar de trabalhar, de forma didática e criativa, cinco palavras, tão expressivas para este Tempo:

1a palavra: Emanuel. 2a palavra: maranatha. 3a palavra: messias.4a palavra: Precursor. 5a palavra: Profeta.

Com a mesma criatividade, também podem ser alvo de algum trato um conjunto de atitudes, características do Advento:

1a atitude: A Esperança.2a atitude: Preparação do Caminho do Senhor. 3a atitude: A Alegria.4a atitude: A oração.5a atitude: A Paciência.

O tempo do Advento é também o ‘tempo da Virgem Maria’. Ainda que a festa da Imaculada Conceição (8 de dezembro) não seja propriamente uma festa de Advento, ela enquadra-se plenamente nesta época. Maria é o melhor símbolo da Igreja que celebra a vinda de Cristo, a melhor Mestra da espera de Advento, da alegria acolhedora do Natal e da manifestação missionária da Epifania.

Page 29: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

29

Também, a partir do dia 17 de dezembro, se poderia integrar a procla-mação das ‘Antífonas do Ó’ no Pós-Comunhão ou noutro momento adequado.

II - No âmbito da Arte e da Cultura, poderia fazer-se um levantamento de alguma peça ou imagem de arte sacra, que tivesse alguma relação com as temáticas próprias deste Tempo Litúrgico. Poderia ser exposta, acompanhada de um texto descritivo e explicativo. Neste âmbito, poderão ser convidadas pessoas que estão mais nas ‘franjas’ da participação na vida comunitária.

III - No campo Social, poderia incentivar-se as visitas a Instituições de Solidariedade Social, como expressão/testemunho/anúncio das atitudes fun-damentais, inerentes ao tempo do Advento, atrás mencionadas.

Esta, as anteriores e outras, são formas plurais de fomentar a Nova Evangelização - novos métodos, novo ardor, novo dinamismo - em comunida-des renovadas.

NATAL

O Natal, onde Deus se ‘baixa’ ao ser humano, para elevar o ser humano a Deus, é um tempo propício de Fraternidade. Alguns pontos de revisão da fraternidade:

Page 30: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

30

1o. Estar atentos. Significa uma desconcentração de nós próprios, para canalizarmos a atenção no outro e nas suas necessidades.

2o. A amabilidade quotidiana. É um critério imediato da fraternidade. O outro não é um oposto, mas um ‘posto de abastecimento’ da nossa fraterni-dade.

3o. Partilha das próprias capacidades. É uma atitude de colaboração na construção do outro e na edificação da comunidade.

4o. Família. É o ninho de apoio mútuo, de interajuda e aprendizagem sem fim. Lugar e espaço de vida gerada, crescida e amadurecida.

5o. Mundo laboral e vida associativa. Duas formas de testemunhar, de uma forma diferente, as mesmas coisas que todos fazem.

QUARESMA

Tal como acontece em muitas outras circunstâncias, a Quaresma é a oportunidade de ‘priorizar os fins e valorizar os meios’. O ‘fim’ da Quaresma é a Páscoa. No entanto, para se conseguir atingir este objetivo, é importante valorizar os meios para o atingir. São variados os meios que nos ajudam a per-correr o caminho para este fim: os sacramentos da Eucaristia, do Batismo e da Penitência; a prática do jejum, da esmola e da oração, entre outros.

Page 31: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

31

A Quaresma não é um ‘parêntesis sombrio’, mas um autêntico caminho de renovação pessoal e comunitária, que conduz até à Plenitude da Páscoa.

Quaresma provém do latim e significa quadragésimo dia. É um número múltiplo de quatro e indica a totalidade cósmica, toda a Criação. A Bíblia assu-miu e purificou a mitologia babilónica (constelações de Touro, Leão, Escorpião e Aquário) sobre as quatro colunas que sustentavam a Terra. O número 40 está ligado a várias ideias, expressas na Bíblia: uma geração renovada, tempo de preparação para algo importante, tempo de purificação e renovação, tem-po de ‘êxodo’, tempo de provação e de bênção.

São imensas as passagens bíblicas que fazem alusão a este número: tempo do dilúvio (gn 7, 4); envio do corvo no dilúvio (gn 8, 6); Moisés no Sinai (Ex 24, 18); viagem no deserto (Ex 16, 35); tempo de servidão e libertação no período dos juízes (Jz 3, 11); duração dos reinados de Saul, David e Salomão (Act 13, 21; 2Sm 5, 4; 1Rs 11, 42); Elias no Horeb (1Rs 19, 8); Ezequiel deitado (Ez 4, 6); Jonas ao povo de Nínive (Jn 3, 4); permanência de Jesus no deserto (Mt 4, 2); aparições do Ressuscitado (Act 1, 3).

É notória a imensa energia dispensada no tempo da Quaresma, numa multiplicação de atividades e dinâmicas, ‘defraudando’, de algum modo, a vi-vência da ‘Cinquentena Pascal’.

Deve trabalhar-se para consolidar a essência da piedade popular, es-pecialmente a Via Sacra da Paixão (Via Crucis). Orientá-la para que seja um verdadeiro momento evangelizador, na sua preparação e execução. A piedade popular não é apenas uma questão de ‘sentimentalismo religioso’. Uma fé, despojada de sentimento, será integral? O trabalho não está em terminar com algumas destas formas de piedade (será sempre o mais fácil e cómodo), mas renová-las, redimensioná-las e elevá-las a um patamar de ‘experiência de fé’.

Page 32: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

32

Seria importante que cada lugar de culto, existente na Paróquia, tivesse a experiência desta devoção da Via Sacra ou outras, pelo menos uma vez, no decorrer da Quaresma.

Na família, era de incentivar a colocação da Bíblia aberta num lugar por onde todos passem. Os primeiros a chegar a casa acenderiam uma vela, simbo-lizando uma vida familiar à luz da Palavra. A veneração à Palavra de Deus pode ser transmitida aos filhos, quer pela leitura, quer pelo simples tocar, através de uma oração mental, pedindo luz e inspiração para as diversas circunstâncias da vida pessoal e familiar, entre outros sinais e gestos elucidativos.

Pode também colocar-se ao lado da Bíblia um pequeno recipiente com cinza, símbolo da nossa humanidade, frágil pelo pecado, símbolo de tristeza e sofrimento e símbolo de ressurreição; símbolo de saída das nossas escravi-dões para a libertação em Cristo.

Em âmbito comunitário, pode encenar-se, ou simplesmente rezar, uma dinâmica que unificasse a Quaresma e a Páscoa num só momento celebrativo. Poderia ser este esquema abaixo, tratado, com liberdade, por cada comunida-de, com as devidas adaptações à realidade de cada uma. Os textos de suporte para este exercício, poderão ser facultados em tempo oportuno.

Introdução1a etapa: Jesus institui a Eucaristia.2a etapa: Jesus ora no Getsémani.3a etapa: Jesus é preso.4a etapa: Jesus é interrogado diante do Sinédrio.5a etapa: Jesus é flagelado por ordem de Pilatos.6a etapa: Jesus é coroado de espinhos.

Page 33: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

33

7a etapa: Jesus é condenado à morte e carrega a cruz. 8a etapa: Jesus é ajudado por Simão de Cirene. 9a etapa: Jesus é crucificado.10a etapa: Jesus fala na cruz.11a etapa: Jesus entrega-nos a Sua mãe.12a etapa: Jesus morre e o seu coração é trespassado.13a etapa: Jesus é descido da cruz e colocado no sepulcro. 14a etapa: Jesus ressuscita.15a etapa: Jesus vai ao encontro dos discípulos.16a etapa: Jesus confirma Pedro e envia os apóstolos.

II - No âmbito da Arte e da Cultura, seria interessante selecionar a vida de um Santo ou Santa (se houver algum exemplar na Paróquia, tanto melhor), fazer uma recolha e apresentá-la, didaticamente, à comunidade, como exem-plo de mudança e conversão de vida (Sto. Agostinho, S. Paulo,...). Os Santos, através da via da beleza, podem ser uma excelente forma de evangelizar. Eles revolucionaram o seu presente e deixaram fortes alicerces para a construção de um futuro diferente.

III - Na ação social, pode fomentar-se o uso ajustado dos bens, parti-lhando alguma coisa com alguém mais necessitado ou incapacitado. Também o uso do tempo pode ser compensado com gestos de solidariedade e de com-panhia.

Page 34: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

34

PáSCOA

Seria de promover e implementar, pelo menos, a realização de uma Via Sacra da Ressurreição (Via Lucis). Pode ser dramatizada ou simplesmente re-zada. O tempo assim convida: poderia ser celebrada no exterior da igreja, num espaço agradável, convidando toda a comunidade e animada pela Catequese e pelos Jovens. Existem diversos modelos de textos impressos e na internet.

Seria interessante fomentar algum serviço ecológico. Não se trata de tontice ou mania, mas de preservar a mais bela ‘Casa Comum’ dada por Deus, para a Humanidade cuidar. A este propósito, poderia organizar-se uma ativi-dade ambiental, que ajudasse a consciencializar para a necessidade de preser-vação e conservação do Planeta Azul. Fazer uma associação ao livro do géne-sis, ao ‘Cântico das Criaturas’ de Franscisco de Assis, à Carta Encíclica do Papa Francisco, sobre a Ecologia.

Page 35: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

35

DEVOçãO MARIANA

A devoção mariana é quase uma constante na vida de fé das comunida-des ao longo do ano, de modo especial, nos meses de outubro e maio e nas festividades litúrgicas marianas, sempre envolvidas em muitos atos de pieda-de popular.

Não será de grande prudência pastoral querer erradicar estes atos, pura e simplesmente. Poderão ser ótimas oportunidades de renovação devocional e bons momentos evangelizadores. É preciso vontade, ideias, paciência e cate-quização. A piedade popular foi sempre, e é, um elemento muito positivo para evangelizar, expressar e conservar a fé do povo. Menosprezá-la ou pretender erradicá-la é perder as suas inumeráveis riquezas do sentido fiel do povo.

Com olhar atento, apercebemo-nos facilmente dos valores da pieda-de popular. As linguagens podem nem sempre ser as mais ajustadas, mas a maioria das pessoas não teve formação teológica. Se nas orações, a pessoa dirige-se a Maria, com palavras e expressões como se estivesse a dirigir-se a Deus Pai, pode não ser um erro pois, no fundo, sabe que Maria é uma “meta provisional”, que indica para o seguimento de Cristo (O. Semmelroth).

Podemos apontar alguns referentes e critérios para uma renovação da

Page 36: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

36

piedade popular: a) o critério litúrgico (Paulo VI recorda que os exercícios pie-dosos se devem harmonizar com a liturgia, evitando substituir os atos litúrgi-cos por tais exercícios de piedade, nem fazer ‘combinações hibridas’ - Marialis Cultus 31), b) o sentido final da oração privada (este deve corresponder com o Mistério Salvífico de Cristo, na Igreja, que conduz à Trindade. O por e com Maria é uma força da missão medianeira, dada por Deus a Maria), c) a unida-de entre oração e o agir cristão (acorrer aos Santuários, pedindo um auxílio para uma situação concreta da vida, com um esquecimento total da missão batismal do crente, poderá ser um fator de descredibilização da devoção ma-riana. Maria não recorria a Deus apenas num momento de maior dificuldade, pelo contrário, a sua vida consolidava-se plenamente em Deus, em todas as circunstâncias - como afirmava S. João Paulo II - Homilia, Santuário de N. Sra. de Suyapa, 1983), d) as invocações (estas devem iluminar sempre o seu ponto de chegada: o significado do mistério da devoção de Maria na Igreja).

Face as estas indicações, as comunidades devem potenciar os momen-tos da devoção, especialmente mariana, como forma real de aprofundar a fé, de a esclarecer e de promover um agir crente e consequente.

O Rosário é um exemplo particular e especialíssimo de devoção. Uma das razões de menosprezar o rosário é não o compreender. Atribui-se a S. Domingos o papel de fundador mas, na verdade, ele recolheu um costume já existente e divulgou-o como meio pastoral, pois alternava a pregação dos mis-térios da vida de Jesus com a reza de uma série de ave marias, para assegurar, pela intercessão da Virgem Maria, a eficácia da sua pregação. Paralelamente, já havia o costume de recitar 150 ‘pai nossos’ (manhã, tarde e noite), corres-pondendo aos 150 salmos da Liturgia das Horas. Era considerado o ‘breviário dos iletrados’. No século XV dividiu-se em três partes de 50 unidades, que vi-riam a constituir a meditação dos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos.

Page 37: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

37

Um monge de Colónia fez uma lista de 50 frases do Evangelho, enunciadas antes de cada ave maria, de forma a que, mediante o rosário, os fiéis fossem conhecendo a Verdade Revelada. Assim, Pio V, no século XVI, aprovou esta prática de oração, apta para toda a Cristandade. Recentemente, o Papa João Paulo II introduziu um conjunto de cinco ‘novos’ mistérios - os luminosos - na Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, de 16 de Outubro de 2002, totalizan-do vinte mistérios.

O Cardeal Newman definiu “o rosário como o credo feito oração”. Tra-ta-se de uma profissão de fé, porque passa ante os nossos olhos todo o Misté-rio da nossa Redenção, não em formulas abstratas, mas nos mistérios viventes da história de Cristo, que são o nosso caminho para o Pai.

É frequente escutarmos algumas objeções sobre a monotonia da repe-tição da ave maria. O objetivo da repetição da ave maria não é fixar a mente nas palavras que se dizem, pois é quase impossível. Estas palavras são como uma ‘atmosfera mariana’ na qual meditamos o Mistério de Cristo. É uma espé-cie de ‘música de fundo’ para orientar o crente a dirigir a sua oração à Trindade.

A oração dos Mistérios do Rosário não obriga ao seguimento do es-quema comum. Trata-se de uma devoção com alguma ‘maleabilidade’, sendo aconselhável a sua adaptação aos tempos litúrgicos, como manifestam alguns documentos (SC 13, MC 48). Pode recorrer-se a uma paraliturgia da Palavra com os textos bíblicos correspondentes à celebração litúrgica do dia. Seria também mais ajustado tomar algumas frases dos textos evangélicos, criando uma maior sintonia entre esta devoção e a Liturgia.

Assim, durante o Advento poderiam ser escolhidos os mistérios gozo-sos - não apenas os cinco instituídos, mas outros mais tirados da Escritura - que ajudem na preparação da vinda do Senhor, neste tempo litúrgico específico. O mesmo se diga em relação à Quaresma, onde os mistérios dolorosos poderiam

Page 38: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

38

ser ampliados, meditando nalguns aspetos da vida pública de Jesus que mar-cam o caminho histórico da cruz e nos indicam o itinerário do Seu seguimento. Os mistérios gloriosos poderiam ter uma relevância mais acentuada durante o tempo pascal, abrangendo mais episódios que aqueles que são ilustrados nos cinco mistérios ‘convencionais’. Os atuais mistérios luminosos poderiam ter uma maior explanação no tempo comum. Eles vêm “reforçar a densidade cris-tológica do Rosário” (João Paulo II, RVM 19). No tempo comum, os mistérios luminosos ajudam-nos a acompanhar a Jesus na sua vida pública, juntamente com Maria, meditando pouco a pouco as parábolas, milagres, etc.

Desta forma, se uniria, com a nossa espiritualidade, a celebração global do Ano Litúrgico, onde o Rosário não surgiria como um ‘acrescento artificial’, mas inserido na vida.

Podemos sugerir alguns desafios: a piedade popular aglomera sempre multidões; porque não considerar algumas dessas concentrações e introduzir elementos de maior fluxo evangelizador, recorrendo à arte e à dramatização, com o apoio dos jovens e das crianças? O uso das velas (independentemente de alguns exageros) é um símbolo muito frequente. Seria interessante explicar o sentido da vela acesa, através de uma encenação. Além de nos remeter para a fé batismal do círio pascal (Cristo Ressuscitado), refere um teólogo: “A vela que se consome diante da imagem da Virgem, quando os peregrinos abando-nam o lugar santo, simboliza magnificamente a debilidade do cristão. O cristão deixa ali o seu círio, porque ele não é capaz de se submeter inteiramente - com fé - à dispensação de Deus, não é capaz de conseguir que o seu coração se consuma no fogo da sua total submissão. A criação natural - o círio - responde melhor ao toque de Deus” (E. Schillebeeckx, Maria, Mãe da Redenção).

O contexto da valorização da devoção mariana, podemos encontrá-lo no 100o Aniversário das Aparições de Fátima, em 2017. Vão surgir algumas re-

Page 39: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

39

alizações cinematográficas, tanto para crianças, como para os mais crescidos (uma produção norteamericana e outra portuguesa). Será interessante reali-zar projeções comunitárias destes filmes, aproveitando para promover algum esclarecimento e aprofundamento da Mensagem de Fátima. Efetuar alguma ‘teatralização’ das Aparições, entre outras atividades afins a esta contextuali-zação. Isto para além das práticas devocionais generalizadas ou mais específi-cas de certos lugares.

Será fácil encontrar estas oportunidades, embora trabalhoso para as concretizar, mas “ai de nós se não evangelizarmos”, ao jeito de Paulo, entre lutas e cansaços, êxitos e fracassos...

Page 40: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

40

Page 41: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

41

APêNDICE

PROJETO DE PASTORAL. PORQUE SIM E PORQUE NãO?...

“Se não sabes aonde vais, acabarás noutra parte!”

Laurence J. Peter (1919-1990 ), poeta canadiense

Alguns deixam cair o desabafo: “Para quê um Plano Pastoral se quase ninguém lhe liga e poucos o seguem?”

Desta forma, faz sentido a pergunta: Para quê o trabalho de elaborar, redigir, aplicar e avaliar projetos pastorais? Alguns respondem: Precisamente para en-frentar, na ação pastoral, o problema do dia seguinte (Peter Berger). Por outras palavras: para tentar passar de uma pastoral de ações pontuais a uma pastoral de processos. Se é certo que ninguém garante o êxito pleno de um Projeto de Pastoral, mais certo ainda será o fracasso, a médio e longo prazo, de quem trabalha sem projeto. A alergia a projetos argumenta: “Jesus não necessitou de nenhum projeto!” Por outro lado, o autor da Carta aos Hebreus apresenta--nos o projeto pastoral de Jesus numa só frase: “Eis que venho para fazer a Tua vontade!” (Heb 10, 9). Não há improvisação, mas uma adequação dum Projeto à realidade.

Page 42: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

42

Por vezes, podemos ficar com a impressão de dejà vu, na hora de elaborarmos estes projetos. Como analisa Jean Baudrillard: vivemos numa cultura de satu-ração - invasão de informação, que nos chega como avalanche desordenada, sem fio condutor,sem possibilidade real e sem assimilação racional. O método da JOC - empregue na Gaudium et Spes e por João Paulo II, nas suas encícli-cas sociais - continua a ter validade. Partir da análise da realidade (VER), apre-sentar uns projetos adaptados aos destinatários e na coerência ao evangelho (JULgAR) e programar umas linhas de ação concretas e mensuráveis (ATUAR). O que pode falhar, neste método, são as abordagens deficientes nestas eta-pas metodológicas. As nossas palavras não possuem o poder de autorrealiza-ção como a Dabar Divina: “ ‘Faça-se a luz’... e a luz foi feita” (Gn 1, 3). Por isso, é necessário um agir coerente e complementar, em relação à palavra impressa no papel. Está ao alcance de cada um impedir que belos documentos, com profundas reflexões, sejam arquivados ‘no limbo das ideias esquecidas’.

Convém sempre recordar que, toda a ação pastoral não depende só de um sujeito (seres humanos), mas de dois. O outro, e principal sujeito, é Deus. Este princípio teândrico é o suporte para as fraquezas humanas e para as debilida-des dos projetos pastorais; é também o pêndulo que equilibra a ação pastoral.

Em todos os âmbitos, é importante uma planificação. Planear é deixar de im-provisar, é prever e projetar para o futuro. É pensar antes de agir, durante a ação e depois dela.

Page 43: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

43

TEXTO DE APRESENTAçãO DO PLANO PASTORAL (video)

“Se não sabes aonde vais, acabarás noutra parte!” Laurence J. Peter (1919-1990 ), poeta canadiense

Após a realização do Sínodo, a Igreja Diocesana de Viseu está empenhada e motivada para empreender a aplicação das orientações dele emanadas.

Foram anos de reflexão... partilha... estudo... unidos em comunhão para a Mis-são!

O Caminho continua... o Sínodo prossegue... nos nossos caminhos...

Numa visão dos próximos 10 anos... iniciamos com este incentivo, a convite do Mestre: O Senhor convida-nos a proclamar... Um ano Favorável...

A inspiração de Jesus provém de Isaías... um tempo de consolação.

Uma consolação que nos motiva para empreender mudança, abertura à trans-formação.

O imperativo de Jesus acalenta o nosso coração para, em seguida, nos moti-varmos mutuamente para percorrer, juntos, o caminho de encontro com os irmãos...

A formação cristã é um dos grandes desafios deste desbravar terreno... E o Senhor convida-nos a ensinar...

Page 44: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

44

Envia-nos em comunidade de irmãos, na partilha de reflexões, de ideias e opi-niões. O envio inquieta-nos: “Como servir, celebrar e anunciar melhor a Boa Nova do Reino?”

O caminho da Igreja é o ser humano, nos seus problemas êxitos e fracassos... Ela faz-se Presença nesta caminhada árdua... como elemento de Consolação, Esperança e Motivação...

Deus quer ir onde nós também O levamos... junto da condição fragilizada dos irmãos, que estendem a mão...

pela arte, pela cultura e pela música...

Desejamos comunidades onde se respira a vitalidade cristã, expressa em todas as dimensões da condição humana. Desejamos comunidades que sejam oásis de consolação, através do sentido profundo do serviço ao jeito de Jesus.

Queremos que este desejo se torne realidade! Todos somos convocados para fomentarmos uma pastoral dinâmica, encarnada, e de transformação revitali-zante, em Cristo Ressuscitado!

É o rosto do irmão que nos faz renascer o gosto de servir, celebrar e anunciar a Boa Nova Nascente, em Comunidades Participativas!

Irradiados pela luz que emana de Fátima, caminhemos em paz, com Maria, ao encontro do Senhor!

Page 45: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

45

CALENDARIzAçãO

Presença entre os irmãos (Agenda Episcopal)

2 Set 2016 - Celebração dos 380 anos da Misericórdia de Santar

11 Set 2016 - Crisma em S. João do Monte

28 Set 2016 - Celebração da Madre Rita

2 Out 2016 - Peregrinação Jubilar das Misericórdias à Catedral

4 Out 2916 - Celebração na Igreja dos Terceiros

5 Out 2016 - Peregrinação Diocesana a Fátima

15 Out 2016 - Celebração dos 350 anos da Misericórdia de F. de Algodres

16 Out 2016 - Peregrinação Jubilar do Arciprestado Urbano à Catedral

2 Nov 2016 - Fiéis Defuntos

20 Nov 2016 - Encerramento do Jubileu Extraordinário da Misericórdia

8 Dez 2016 - Celebração da Imaculada Conceição na Catedral

25 Dez 2016 - Natal do Senhor (Meia Noite e Dia)

1 Jan 2017 - Santa Maria, Mãe de Deus

2 Fev 2017 - Dia dos Consagrados

1 Mar 2017 - Quarta Feira de Cinzas

Page 46: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

46

Nota: Todas as atividades e ações das Vigararias, Secretariados, Movimentos, Organismos, grupos da Diocese e outras Estruturas, constarão numa agenda on-line (utilizadores com conta gmail) - disponível também no novo site da Diocese - que pode ser consultada, tendo em conta as indicações que se seguem e do link.

18 Fev 2017 - São Teotónio

13 Mar 2017 - Aniv. Eleição do Papa

3 Abr 2017 - Aniv. Morte D. António Monteiro

9 Abr 2017 - Missa dos Ramos

13 Abr 2017 - Missa Crismal com o Clero

13 Abr a 15 Abr 2017 - Celebração do Tríduo Pascal

4 Jun 2017 - Pentecostes

15 Jun 2017 - Corpo de Deus

25 Jun 2017 - Dia da Diocese

23 Jul 2017 - Dedicação da Catedral / Aniv. Ordenação Episcopal

15 Ago 2017 - Senhora do Altar Mor

DIOCESE DEVISEU

Vigararia da Pastoral (Pe. Virgílio)Secretaria Pastoral (Ir. Manóli)

AgENDA PASTORAL DIOCESANAENDEREçO PÚBLICO:

http://tinyurl.com/agendapastoralviseu

Page 47: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

47

HIERARQUIA DOS EVENTOS PASTORAIS:

VIGARARIA DA PASToRAL:(Reuniões gerais, Conselhos Pastorais, Assembleias Arciprestais, etc.)

Eventos sob a alçada da VIGARARIA EPISCoPAL DA EVANGELIZAÇÃo, CULTo E CULTURA:(Desde a Educação da Infância e Adolescência, passando pela pastoral juvenil e do ensino superior, até à Liturgia e afins. Entra aqui, também, os Bens Culturais e a Comunicação social.)

Eventos sob a alçada da VIGARARIA EPISCoPAL DA FAmÍLIA E PASToRAL SoCIAL:

Eventos sob a alçada da VIGARARIA EPISCoPAL Do CLERo, VoCAÇÕES E VIDA CoNSAGRADA:(Inclui os Seminários, a CIRP, etc.)

LEmBRETES (Avisos diocesanos: ofertórios, etc.):

Page 48: projetode pastoral - Diocese de Viseu...O Plano Pastoral para o primeiro de 10 anos, na vivência e concretização do Sínodo Diocesano, convida-nos a ser “Todos Discípulos e Todos

48