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Érica Larissa - Ismara Medeiros - Nikeilany Jácome
Janelas Para o Rio: Projetos de Intervenção na
orla urbana de Belém do Pará
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ARQUITETURA E URBANISMO
PPUR 05
RUTH ATAÍDE
- Belém, capital do estado do Pará, localizada às margens da Baía de Guajará e do rio Guamá.
- Censo de 2000: 1.280.614 hab; de forma a ocupar 317 hectares de porção continental e 34.000 hectares
das 33 ilhas que formam o arquipélago do município.
- Fundada em 1616, o rio era referência para sua localização e acabou virando motivo do seu crescimento
e expansão.
- Ao longo da história essa parcela do rio era o território mais importante da cidade.
- Nas redondezas estão concentradas comércio varejista, equipamentos públicos e instituições, o que
torna essa faixa a mais importante do ponto de vista econômico, além de mais dinâmica.
- Nos últimos anos, essa faixa vem tomando maior atenção do poder público, no que confere a propostas
de urbanismo estratégicas de requalificação urbana.
- Projetos analisados: Complexo Estação das Docas
- Complexo do “Ver-o-Peso”
- 23 imóveis na cidade foram tombados pelo governo federal, sendo que 16 estão presentes no CHB
(Centro Histórico de Belém), local onde os projetos que serão aqui tratados estão inseridos.
- Com o tombamento, essa região passou a ter uma importância maior para a gestão municipal.
- Prédios Contemporâneo: Banco do Brasil e Receita Federal;
Fonte: Google earth
Fonte: Google earth
- Na extensão da feira ao longo do Boulevard Castilho França, há a presença de alguns galpões do século
XX, que atualmente ainda compõem o Porto de Belém;
- Década de 90: Movimento pela abertura de acesso visual ao Rio = RESGATE DA CONDIÇÃO RIBEIRINHA
- Ciclo da borracha: expansão para o interior.
- Atitude tardia do governo: PLANO DIRETOR DE BELÉM em 1993
- Atualmente as iniciativas estão voltadas para reuso como é o caso do Porto, ou para manutenção como
no caso do Ver-o-Peso.
Projeto de intervenção ESTAÇÃO DAS DOCAS (Belém/PA)
Localização: Limite do centro histórico de Belém.
Dados: 3.200m² de área urbanizada (500m² ao
longo da Orla).
É um dos principais
projetos
contemporâneos de
revitalização de Orlas
e frentes d’agua
urbanas.
- O antigo Porto Belém foi construído no inicio do século XX e devido a estagnação econômica da época, o
objetivo dos seus projetistas nunca foram concretizados.
- O projeto da Estação das Docas surgiu do interesse dos governantes em modernizar seus portos. As inovações
tecnológicas nos transportes exigiram novas adaptações nas plantas portuárias.
- Todo esse contexto possibilitou a reestruturação física do Porto de Belém. Houve um planejamento referente ao
desenvolvimento e zoneamento da planta portuária da capital. Objetivando a otimização do espaço e uma
maior competitividade do complexo portuário.
ANTES DEPOIS
Fatores que levaram a revitalização do porto:
1) Navios de grande porte já não podiam atracar no porto devido ao assoreamento em algumas áreas do
local;
2) A inutilização dessas áreas afetadas pelo assoreamento, contribuiu diretamente para a degradação da
área central da cidade;
3) Nas áreas próximas ao porto, instalou-se comércios informais, mal organizados, trazendo insegurança
aos moradores próximos.
- 1992 = Concurso de projetos públicos e local que envolvam os três armazéns, e que deveriam abrigar
atividades turísticas e culturais.
- 1997 = O governo em parceria com a Companhia Docas do Pará retomaram o projeto vencedor em 1992.
- Dentre as mudanças propostas pelo governo para o projeto de 1992, é que trouxe um enfoque a mais,
procurou-se valorizar os investimentos em edificações históricas.
INTERVENÇOES (restauração e reúso):
1) Antiga residência do governador (bairro de São Braz) foi restaurada e transformada
no complexo “Parque da residência”;
2) Antigo palácio Episcopal e igreja Santo Alexandre, passaram a abrigar um museu de
arte sacra.
3) O forte do presépio foi restaurado e reaberto a visitação;
4) Antigo presídio virou pólo joalheiro de referencia.
Objetivo principal: Promover a atividade turística em
toda a região, tendo a antiga área portuária como ícone
da retomada do crescimento econômico do Estado.
O projeto da Estação das Docas estrutura-se em torno dos galpões e seus respectivos acessos, de maneira
setorizada.
GALPÃO 01= - Boulevard das artes (espaço para exposições), Cervejaria, 14 lojas de serviço.
GALPÃO 02 = Boulevard da gastronomia, restaurantes de comida regional e internacional (térreo), restaurantes e fast food (mezanino).
GALPÃO 03 = Boulevard das feiras, cine-teatro (400 lugares).
- Buscou-se a integração do espaço interno e
externo, das edificações com o rio.
- Foram instalados panos de vidro nos galpões, nas
fachadas voltadas para a Baía, dessa forma,
restaurantes foram instaladas nessas varandas.
- Os perfis metálicos originais dos galpões
receberam uma diferenciação cromática dos
novos, para facilitar a percepção do que foi obra
de intervenção posterior.
RECUPERAÇÃO DOS GALPÕES:
- Os trilhos que antes serviam como rolamentos de guindastes internos, para transportar cargas, foram
adaptadas para abrigar um palco destinado a atrações musicais.
- Recuperou-se também a engrenagem de movimentação, tornou assim o palco deslizante de uma ponta
a outra dos galpões.
- Há um quarto galpão menor que os demais, onde está o ancoradouro para barcos que fazem passeios
turísticos.
- Nas fachadas voltadas para a Baía, a composição cromática tanto das paredes como o piso, foram pensados
de forma a destacar os guindastes franceses recuperados e pintados de amarelo.
- Os guindastes não possuem funcionalidade, estão presentes apenas para marcar a identidade do complexo.
- Procurou-se valorizar uma via exclusiva de passeio para os pedestres na via interna do cais.
- No lado externo dos armazéns foram encontrados ruínas da antiga fortaleza de São Pedro Nolasco. Dessa
forma, em torno dessas ruínas, através de um rebaixamento de terreno, obteve-se um anfiteatro.
- O acesso dos carros é feito apenas na via paralela a Av. Marechal Hermes.
- - Em 2000, foi tombado pelo governo estadual como patrimônio histórico-arquitetônico e cultural do
Estado do Pará.
GESTÃO DA OBRA:
- Custo total = 25 milhões de reais
- O complexo foi o primeiro investimento do governo a ter sua gestão
feita por uma entidade sem fins lucrativos, formado por diversos
segmentos da sociedade, a “Pará 2000”.
- O objetivo do governo era que o complexo conseguisse se auto
sustentar economicamente, mas não é o que acontece, o governo tem
que injetar mensalmente recursos financeiros para permitir o
funcionamento do complexo.
Complexo Ver-o-Peso
(Belém-PA)
É um conjunto formado
por feira, mercados, lojas
e docas, articulados a
valores culturais, imagens
e significados importantes
para a população da
cidade.
O nome “Ver-o-Peso” deriva da obrigatoriedade de
conferir o peso das mercadorias no porto fiscal, na
casa do “Haver-o-Peso”, em 1688.
O complexo desenvolve-se em torno da
doca do “Ver-o-peso”, que corresponde à
embocadura do antigo Igarape do Piri, de
onde se norteou a expansão urbana da
cidade.
Constitui um local propício a comercialização de todos os tipos de produto.
Em 1997, foi registrado o tombamento do conjunto arquitetônico e paisagístico do
Ver-o-Peso, como patrimônio histórico, artístico, arquitetônico, paisagístico,
arqueológico etnográfico.
•Feira do Açaí •Ladeira do Castelo • Solar da Beira • Praça do Pescador
• É considerada a área mais alegre e comercialmente mais importante da cidade. • É um dos cartões-postais da capital paraense, com a profusão de cores provenientes dos seus inúmeros barcos atracados na doca, combinados com a variedade de frutas e ervas encontradas na feira, servindo de plano de fundo para a manutenção das tradições culturais amazônicas.
• Mercado de Peixe • Mercado de Carne • Praça do Relógio
Mercado de Ferro (do peixe) Fonte: http://www.panoramio.com/photo/10673017?tag=Complexo%20do%20Ver-O-Peso
Mercado de Ferro (do peixe) http://www.panoramio.com/photo/10014552
Mercado de carne Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1448654
Mercado de carne Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1448654
Fonte: http://www.flickr.com/photos/macapuna/
4541660713/
Fonte: http://www.flickr.com/photos/macapuna
/4508817623/
Feira do açaí Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=70255685
Feira do açaí Fonte: http://www.acaifrooty.com.br/blog/feira-do-acai-e-referencia-no-mercado-ver-o-peso/
Ladeira do Castelo Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1420428&langid=5
Praça do Pescador Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=522334
Solar da Beira Fonte: http://www.panoramio.com/photo/10673009?tag=Complexo%20do%20Ver-O-Peso
• O conjunto arquitetônico com Complexo é umas das grandes expressões da arquitetura de ferro do Brasil •A ausência de políticas públicas que permitissem uma ordenação e manutenção do complexo acabou por comprometer seriamente as edificações históricas, sem falar das condições sanitárias de venda dos produtos alimentícios
• Manutenção das atividades originais da feira e dos mercados
• Valorização das edificações históricas
• Melhoramento da acessibilidade ao complexo, tanto pelas populações local e ribeirinha
• Resgatar a área para contemplação da paisagem e promover a apropriação pública do espaço em horários não comerciais
• O projeto vencedor foi elaborado pelo escritório carioca Flávio Ferreira Arquitetura e Urbanismo;
• Na praça dos pescadores (1998): Retirada dos ambulantes e resgate de área para contemplação do Rio, atraindo pescadores amadores, seresteiros e umbandistas. No paisagismo, privilegiaram-se espécies regionais identificadas com placas explicativas.
• Feira (2001): Substituição das barracas de madeira por novas, de estrutura metálica e cobertura de lona tencionada.
• Mercado de Ferro(2001): Restauração da fachada
• Solar da Beira (2002): Restauração da edificação neoclássica
• Mercado da Carne (2011): Restauração do edifício
• A obra de revitalização foi escolhida pela população, por meio de assembleias públicas do Orçamento Participativo
• Custaram cerca de 14,5 milhões de reais (completamente proveniente do setor público)
• O Setor privado manifestou interesse em organizar com a prefeitura grandes mutirões para lavagem periódica da calçada da Doca.
Embora ambos os projetos possuam premissas de resgate da identidade ribeirinha e utilização pública
da orla e resgate do acesso visual ao rio, divergem quanto aos objetivos .
O projeto Ver-o-Peso , segundo dados de origem municipal, tende a inclusão social dos comenrciantes
da feira e resgate cultural ribeirinho, sendo a atividade turística a consequência desse objetivo.
No caso da Estação das Docas, foi pensado com o intuito transformar Belém em “pólo de irradiação
turística”, onde o turismo seria pensado como negócio para mudar a base produtiva local do
extrativismo para o turismo.
O que não se pode negar e deve ser levando em consideração é que os projetos aqui apresentados
revelam um início e a existência de uma preocupação da gestão local com a valorização do patrimônio
histórico e cultural local , além disso, esses investimentos gerou a crescente movimentação local e o
surgimento de uma especulação imobiliária no local.
http://mondobelem.wordpress.com/2008/12/22/estacao-das-docas/ http://lepramim2010.blogspot.com.br/2012/08/le-pra-mim-em-belem-estacao-das-docas.html http://politicasempaleto.blogspot.com.br/2011/10/estacao-das-docas-podera-ser-ampliada.html http://www.fotolog.com.br/belempara/8582627/ (la Igreja de Santo Alexandre e pelo Antigo Palácio Episcopal) http://mondobelem.wordpress.com/2008/12/22/teatro-estacao-gasometro-parque-da-residencia/ (parque da residência) http://mondobelem.wordpress.com/2008/12/03/museu-do-forte-do-presepio/ (museu forte do presépio) http://diaconoluizgonzaga.blogspot.com.br/2011/06/de-presidio-polo-joalheiro-sao-jose.html (antigo presidio) http://www.estacaodasdocas.com.br/pagina/noticiadetalhe/ID/1376 VARGAS, H. C et al. Intervenções em Centros urbanos: objetivos, estratégias e resultados. Barueri/SP: Mande, 2006. MERCADO DO VER-O-PESO. Disponível em: <http://www.xiconlab.eventos.dype.com.br/resources/anais/3/1308321230_ARQUIVO_LusoafroOMercadodover-o-Peso-Belem1.pdf> Acesso em: 10/09/2012.