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Informação para a área da saúde com enfoque no Prontuário Eletrônico do Paciente Profa. Dra. Virginia Bentes Pinto UFC/Departamento de Ciências da Informação/Grupos de Pesquisa: Representação da Informação (GPRI); Cultura Gestão da Informação e Sociedade Laboratório de Análise e Tratamento Cognitiva da Informação Multimídia (LACTIM). URL: http://www.gpriufc.net [email protected] (85) 33667702 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

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Informação para a área da saúde com enfoque no Prontuário Eletrônico do Paciente

Profa. Dra. Virginia Bentes Pinto

UFC/Departamento de Ciências da Informação/Grupos de Pesquisa: Representação da Informação (GPRI); Cultura Gestão da Informação e Sociedade Laboratório de Análise e Tratamento Cognitiva da Informação Multimídia (LACTIM). URL:

http://www.gpriufc.net [email protected] (85) 33667702

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

“ [...] todas as coisas são causadas e causadoras, ajudadas e ajudantes, mediatas e imediatas, e todas estão presas por um elo natural e imperceptível, que liga as mais distantes e as mais diferentes, considero impossível conhecer as partes sem conhecer o todo, tanto quanto conhecer o todo sem conhecer, particularmente, as partes” (PASCAL, Pensamentos, 1973 frag. 72).

O que entendemos por saúde e Informação para a saúde?

Como percebemos o prontuário (analógico digital ou eletrônico) do paciente?

Quais são as características e as funções desses documentos?

Que aspectos legais estão no entorno desses documentos?

Que tipos de textos encontramos nesses documentos?

Por quanto tempo eles devem ser guardados e quem é o responsável pela guarda legal desses documentos?

Questões Fulcrais

Saúde, vem do adjetivo latino sanus/sanitas, que tanto

pode ser entendido como em boa saúde, e também como

senso, razoável e intacto.

O que entendemos por saúde?

Em 1946, a Organização Mundial de Saúde (OMS) define

saúde como sendo “não apenas a ausência de doenças ou

enfermidades, mas como a situação de perfeito/completo

bem-estar físico, mental e social”.

Será que é ter uma educação de respeito, será que é viver

sem pré (conceitos) de culturas, religiões, orientação sexual,

ou cor de pele etc?

“Perfeito/completo bem estar”, ai começa a complexidade, o

que é “prefeito bem estar”? Ora, reportar a “perfeito bem

estar” é admitir a presença do “mal-estar”. (BERNARDES,

GUARESCHI, 2005)

Será que “bem estar” é ter um trabalho, uma casa,

alimentos, transportes, respeito dos pares e dos chefes,

diretores etc.

O “bem estar” é do âmbito da responsabilidade de cada

sujeito. Por exemplo, “será que estou bem aqui na frente

falando tudo isso”?

Vocês acham que eu estou no meu contexto de saúde?

Quem tem que achar/ sentir isso, são vocês ou sou eu? Se

me sinto bem, aqui e agora, então estou sã, ou com

saúde. E, vocês, se sentem bem aqui?

Proposta da OMS, traz o entendimento de saúde , como algo

estático, ao passo que a vida do individuo é dinâmica, temos

dores, alegrias, tristezas, nos alimentamos- quando temos

alimentos, trabalhamos- quando temos trabalhos.

Então, como tornar estático algo que é dinâmico, que somente

com a morte - para os que não são espíritas- é que se para? Como

dizer o que é “perfeito”, o que é “bem estar” físico e mental? Todos

esses termos nos parecem indizíveis, inoperativos e imensuráveis.

A OMS ainda não tomou decisões quanto a mudança do conceito e isso está afetando cada vez mais as políticas sanitárias

Nova proposta de conceito de Saúde: “A saúde é entendida como a capacidade de adaptação e autogestão diante dos desafios físicos, mentais e sociais“. (Alexandro Jadad )

Fonte: Adaptado dos conceitos de saúde de coordenadores dos Cursos da Área da Saúde. Santa Maria, RS, 2009.

S

A

Ú

D

E

Percepção linear do conceito de saúde

Percepção complexa do conceito de saúde

Práticas Pontuais

Visão assistencialista

Transdisciplinaridade ,

Multidisciplinaridade

O que entendemos por Informação para a saúde?

A informação para a saúde é de natureza muito particular e complexa, e não se prende unicamente às questões referentes ao domínio da terapêutica médica, odontológica, fisioterapêutica, psicológica ou outro domínio. Diz respeito ao registro de todas as ações efetivadas por outros profissionais que se inserem nessa área, além daquelas que contribuem direta ou indiretamente para a qualidade no atendimento da pessoa doente (BENTES PINTO, 2003, 2010, 2011, 2012)

Esse tipo de informação refere-se à questões que dizem

respeito às patologias (per-se), à saúde, à legislação, à

gestão, à padronização, à nutrição, às condições

socioeconômicas, ao credo, à educação, às tecnologias, à

terminologia, além de outras.

Informação para a saúde não deve se configurar em dados

estatísticos, referentes a morbidades ou outra coisa do

gênero, o que se configuraria na informação em saúde

Informação para a saúde?

Informação para a saúde

a) Informação cientifica para a saúde; diz respeito aos

avanços das ciências da saúde, descobertas relativas às

doenças, tratamentos, nutrição, e ações para o

enfrentamento do aparecimento de novas patologias.

Trata-se ainda das reflexões epistemológicas sobre as

patologias e estado de saúde de um sujeito de uma

comunidade, etc..

b) Informação tecnológica para a saúde, concerne, aos aspectos de produção de tecnologias para aprimorar diagnósticos, por exemplo, aparelhos maquinicos, scanneres, produção de medicamentos, vacinas e tecnologias de inclusão, chips, próteses de modo geral, tecnologia eletrônicas de informação e de comunicação no âmbito da telessaúde, da telemedicina etc.

- serve de insumo para o desenvolvimento de pesquisas

tecnológicas na área de saúde permitindo avaliar os impactos

econômicos;

- assegura o direito de propriedade industrial

- subsidia o processo de gestão informacional nas organizações de

saúde;

- possibilita o acompanhamento e a avaliação de tendências de

desenvolvimento tecnológico na área da saúde;

c) Informação sócio econômica para a saúde; diz respeito

aos indicadores sociais e a qualidade de vida do cidadão e

das comunidades, bem como questões relativas aos

gastos com a saúde...

d) Informação legal para a saúde; concerne, principalmente

ao respeito a pessoa doente - sigilo de informações

conforme estabelecido pela Declaração Universal dos

Direitos do Homem (1948), Constituição Brasileira de 1988,

LAI (Lei 12.527, de 18/11/2011), Código Civil e Penal,

Código de Defesa do Consumidor, Conselhos e Ordens de

Classes etc.

d) Informação gerencial para a saúde; concerne aos

aspectos relativos a gestão das organizações de saúde e a

gestão dos SAMES, também subsidiam o planejamento

estratégico e as políticas de saúde, entre outras coisas

Créditos: wellcomelibrary.blogspot.com

Créditos; diogenesii.wordpress.com

Créditos: http://t0.gstatic.com/images?

Créditos: Igor Graziano

Como percebemos o prontuário (analógico, digital ou eletrônico) do

paciente?

Créditos:

osasco.olx.com.br

Créditos: timedicina.blogspot.com

Créditos:

timedicina.blogspot.com

Para melhor compreensão didática do Prontuário do

Paciente é preciso que se entenda a semântica desse

documento e, não apenas, que se olhe para ele como

sendo mais um formulário a ser preenchido nas

organizações de saúde, porém como a ferramenta

básica para todas as ações em prol da qualidade de

vida da pessoa.

Como percebemos o prontuário (analógico digital ou eletrônico) do

paciente?

Entendo que, independentemente se o prontuário é analógico, digital ou eletrônico, esse documento é impar para a área da saúde e uma fonte riquíssima de informação e de comunicação, não somente para essa área, mas também para áreas disciplinares, seja no contexto da (Multi, inter ou transdisciplinaridade) e ainda para outras.

O que possibilita inúmeros olhares tanto do ponto de vista da natureza das informações que nele são registradas, como também, de aspectos lingüísticos, tecnológicos, socioculturais, antropológicos, legais, além

de outros, que perpassam no entorno desse documento.

Prontuário (analógico digital ou eletrônico) do paciente?

“O documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas

Geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada,

DE caráter legal, sigiloso e científico

Possibilita a comunicação intra e entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo”.

O Art. 1º, Resolução de nº 1.638/2002- CFM

Prontuário (analógico digital ou eletrônico) do paciente?

Um documento técnico, transcrito e escrito a várias mãos e que porta todas

as informações referentes ao estado de saúde de um cidadão, sejam elas

relativas à identificação do sujeito, as ações praticadas a fim de restabelecer

seu estado de saúde, as advertências, entre outras do gênero.

São documentos redigidos de modo bem particular, tanto do ponto de vista

dos atores envolvidos em sua redação, como também, das linguagens de

especialidades adotadas e dos aspectos lingüísticos empregados nessa

redação. São esses aspetos que possibilitam, o dialogo intra e entre equipes

multiprofissionais de saúde, entre ela e os pacientes.

Entre as várias disciplinas que compõem a área de saúde e outros diálogos

interdisciplinares com outros campos de saberes a exemplo da Ciência da

Informação. (BENTES PINTO, 2003, 2005, 2006,...),

Prontuário (analógico digital ou eletrônico) do paciente?

O genoma do prontuário do paciente, principalmente para que a gente não pense que se trata de modismo ou que ele foi resultado das discussões da sociedade civil organizada. Nada disso!

Os registros sobre as condições de saúde do paciente já se configuravam como preocupação dos primeiros médicos, que atuavam, há séculos antes de Cristo, a exemplo de Imnhotep e Hipócrates, considerados os principais daquela época e que continuam como o marco da historicidade dessa documento.

Prontuário (analógico digital ou eletrônico) do paciente?

Prontuário (analógico digital ou eletrônico) do paciente?

O médico e arquiteto egípcio Imnhotep entre os séculos III e IV a.C., registrou dados cirúrgicos de 48 em folhas de papiro. Esses registro estão arquivados na Academia de Medicina de Nova York.

O médico Hipócrates, no século V a.C. também faz os registros dos pacientes e defendeu que esses documentos devem refletir de forma exata, tanto o curso da doença como também indicar suas possíveis causas.

Prontuário (analógico digital ou eletrônico) do paciente?

woodlands-junior.kent.sch.uk

“Na tentativa de chegar à verdade,

eu tenho buscado, em todos os

locais, as informações; mas, em

raras ocasiões eu consigo obter os

registros hospitalares possíveis de

serem usados para efeito de

comparações.

Estes registros poderiam nos mostrar

como o dinheiro tem sido usado, o

que de bom foi realmente feito com

ele…”. (Florence Nightingale- 1820-

1910

Prontuário (analógico digital ou eletrônico) do paciente?

Até o século XIX- os registros do paciente ( prontuários) eram feitos de modo cronológico

Em 1880- William Mayo- Clinica Mayo- Estados Unidos- orienta aos médicos que mantinham um registro de anotações das consultas de todos os pacientes, de forma cronológica em um único lugar.

Dificuldade consultar informações referentes as ações de cuidados empreendidas em pacientes em momentos distintos de retornos nessa clinica

Prontuário (analógico digital ou eletrônico) do paciente?

Somente a partir do século XIX é que aparece a noção de prontuário construídos individualmente e separados por médicos.

Prontuário (analógico digital ou eletrônico) do paciente?

Também na Clinica Mayo –> os prontuários passam a ser individualizados por paciente e por médicos, assim, um paciente passa a ter mais de um prontuário

Prontuário (analógico digital ou eletrônico) do paciente?

1940 – Exigências de registros médicos completos e bem organizados a fim de que os hospitais fossem acreditados- Estados Unidos

Em 1907, a Mayo adotou um prontuário único para cada paciente.

Prontuário Eletrônico do Paciente Final

da década de sessenta, surgiram as

primeiras iniciativas visando a criação

de modelos de Prontuário Eletrônico do

Paciente

Prontuário (analógico digital ou eletrônico) do paciente?

a) Duke University Medical Center que criou o TRM (The Medical Record); b) Havard Medical School – com o Computer Stored Ambulatory Register (COSTAR);

c) Institute of Medicine - National Acadeny of Science, que propôs o “The Computer- Based Patient Records: an essential technology for healt care”.

d) No Brasil, o tema relativo ao prontuário eletrônico do paciente é institucionalizado por meio da Lei

Orgânica da Saúde- n.º 8.080/90 resoluções 1.638/2002-CFM que aprovou em julho de 2002 a utilização do PEP.

Prontuário (analógico digital ou eletrônico) do paciente?

blogs.estadao.com.br

http://www.pmpf.rs.gov.br/secao.php?p=652&a=2&pm=1212

Prontuário (analógico ou eletrônico) do paciente?

PEP “Um registro eletrônico que

reside em um sistema especificamente projetado para apoiar os usuários fornecendo acesso a um completo conjunto de dados corretos, alertas, sistemas de apoio à decisão e outros recursos, como links para bases de conhecimento médico” (Institute of Medicine (IOM) )

infomedpsf.wordpress.com

“É um repositório de informações mantidas de forma eletrônica sobre o estado de saúde e de cuidado à saúde de um indivíduo, durante toda sua vida, armazenado de modo a servir a múltiplos usuários legítimos”. (Tang e McDonald)

Prontuário (analógico ou eletrônico) do paciente?

Possibilita o fluxo de informação e de comunicação intra e entre a equipe de saúde e o paciente; Favorece a continuidade da assistência; Oferece segurança ao paciente e a equipe de saúde; Documento de base para a pesquisa; serve de apoio ao ensino dos profissionais de saúde, É de grande valia para o gerenciamento de informações sobre saúde

Quais são as características e funções dos prontuários?

VAN GINNEKEN; MOORMAN, (1997), KLÜCK; GUIMARÃES; AMBROSINI (2002).

Quais são as características e funções dos prontuários?

a) Formato – texto semi-estruturado ou não estruturado: os atos de

intervenção, consulta, imagens referentes a tomografia, ressonância

magnética etc;

b) Semântica – a inteligibilidade de um documento é dependente da

história terapêutica do paciente contida em outros documentos do

mesmo paciente. (FRIEDMAN, (2005); UZUNER et al.(2008)

Prontuário se caracterizam como uma coleção de documentos muito heterogêneos do ponto de vista do formato, do conteúdo e da semântica:

Quais são as características e funções dos prontuários?

c) Conteúdo – texto em linguagem natural que exprime:

Fatos perceptíveis, decisões médicas de prevenção, diagnóstico e tratamento;

Não seguem regularidades gramaticais ou lexicais e apresentam valores estruturais escondidos no texto (dados demográficos, medidas de análise como a taxa de colesterol, a taxa de glicose, a pressão arterial etc.).

Prontuário

Os profissionais que escrevem, transcrevem ou acessam o prontuário são regidos pelos códigos deontologicos específicos elaborados por seus respectivos Conselhos Federais ou ORDEM.

Quais são as características e funções dos prontuários?

Quais são as características e funções do PEP?

a) Suporte à assistência ao paciente, como fonte de avaliação e tomada de decisão e como fonte de informação a ser compartilhada entre os profissionais de saúde;

b) Documento legal nos autos médicos e de outros profissionais da saúde;

c) Suporte à pesquisa clínica, estudos epidemiológicos, avaliação de qualidade e ensaios clínicos;

Heimar Marin (2010)

Quais são as características e funções do PEP?

d) Gerenciamento e serviços: faturamento, autorização de procedimentos, administração, custos,… e) Espelham os dados clínicos referentes aos pacientes: sinais vitais: planilhas e gráficos exames laboratoriais, Raio-X, tomografia, anamnese, exame físico..

f) Possibilita unir diferentes tipos de dados em variados

formatos, épocas distintas e profissionais

Que tipos de textos encontramos nos prontuários e em que seqüência devem aparecer?

Estrutura Física:

Dados relativos ao paciente, convênio e internação: ficha clínica, dados referentes aos exames clínicos iniciais e complementares solicitados e seus respectivos resultados, diagnóstico(s) definitivo(s), tratamento(s) efetuado(s), evolução diária do paciente, dados referentes à nutrição, ao Serviço Social, à assistência psicológica, prescrição sobre as doses de medicamentos a serem utilizadas, avaliação pré-operatória, recuperação pós-operatória, relatório cirúrgico, controle de antimicrobiano, boletim anestésico, sistema de controle clássico e resumo de alta da sala de recuperação.

Dados relativos à gestão de recursos e a saída do paciente:

Prestação de contas referente à hospitalização, relatório de alta, receituário contendo orientações e prescrições a serem seguidas pelo paciente, consumo do centro cirúrgico e notificação de óbito.

Que tipos de textos encontramos nesses documentos e em que seqüência devem aparecer?

Estrutura lógica traz a descrição das informações propriamente sobre o paciente: a) identificação do paciente, dados socioeconômicos e administrativos, escolaridade, credo, endereço, residência e trabalho, cor, nacionalidade, estado civil, nome do cônjuge, número de filhos, termo de responsabilidade,

b) saúde - anamnese (queixa principal, história da doença atual, antecedentes pessoais e familiares, história mórbida pregressa, vícios, alimentação), exame físico e hipóteses diagnósticas;

c) relatórios e evoluções de enfermagem (gráficos de temperatura, pulso e respiração (TPR), pressão arterial (PA) e balanço hídrico), d) relatório do Serviço Social, psicológico, e da nutrição: profissão, local de trabalho, situação previdenciária.

Que tipos de textos encontramos nesses documentos e em que seqüência devem aparecer?

Que tipos de textos encontramos nesses documentos e em que seqüência devem aparecer?

Categorias de Textos Definições e exemplos

Descritivo Informações que descrevem o estado atual da realidade.

Operacionais Informações cujo objetivo é oferecer as condições para gerir as situações dadas, ou seja, agir e/ou reagir sobre elas.

Advertência Informações cujo objetivo é chamar atenção para um fato.

Por quanto tempo os prontuários devem ser guardados?

ECA- “Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos” (BRASIL, 1990).

A Resolução CFM nº 1.821/2007-Artigo 8°, “o prazo

mínimo de 20 (vinte) anos, a partir do último registro, para

a preservação dos prontuários dos pacientes em suporte de

papel, que não foram arquivados eletronicamente em meio

óptico, microfilmados ou digitalizados”

Aspectos Legais

Resolução CFM n.º1.821/07

Aprova o Manual de Certificação para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde versão 3.0 e/ou outra versão aprovada pelo Conselho Federal de Medicina.

Autoriza a digitalização de prontuários médicos, desde que o método de digitalização reproduza todas as informações dos documentos originais.

Os arquivos digitalizados deverão ser controlados por sistemas especializados (GED), que possuam as seguintes características: base de dados adequada para o armazenamento dos arquivos digitalizados, “Nível de garantia de Segurança 2” (estabelecido no Manual de Certificação para sistemas de Registro Eletrônico de Saúde), método de indexação que permita criar um arquivamento organizado.

Aspectos Legais

Privacidade: Restrição/limitação no acesso à informação Art.. XII da Declaração Universal dos Direitos Humanos:Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação.

Aspectos Legais

Código Penal: “Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa”.

Aspectos legais

O Código Civil (BRASIL, 2002a)

Artigos 20 e 21:

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.

Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.

Segurança da Informação – Registros de Saúde

ISO/TS 21547:2010 Princípios dos Requisitos de Segurança para o armazenamento de registros de Saúde Eletrônico.

ISO/TR 21548:2010 Guia dos Requisitos de Segurança para o armazenamento de registros de Saúde Eletrônico

ISO/IEC 27.799: 2008 Roteiro prático para a Gestão da Segurança da Informação na área da Saúde através do uso da Norma ISO/IEC 27.002.

CFM Resolução 1821/2007

ANS

CID-10

Troca de informação em saúde suplementar (TIIS); Terminologia Unificada da Saúde Suplementar (TUSS)

Padrões de vocabulários para interoperabilidade semântica

Segurança da Informação – Registros de Saúde

ISSO/IEC- Desenvolvimento de hard e soft e a sua aplicação em ambientes de TI

ISO/TR 24714-1:2008 Aspectos jurídicos e sociais do uso de biometria para identificação de pessoas

Health Leval Seven(HL7) Padrões, protocolos de comunicação para troca de informações, certificação, acreditação

ABNT ISO/TS 18308 Informática em saúde;

ABN/ISO/TR 20514

Requisitos para uma arquitetura do registro eletrônico

Informática em saúde – Registro eletrônico de saúde – definição, escopo e contexto

Aspectos legais

PORTARIA Nº 2.073, DE 31 DE AGOSTO DE 2011

Regulamenta o uso de padrões de interoperabilidade e informação em saúde para sistemas de informação em saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, nos níveis Municipal, Distrital, Estadual e Federal, e para os sistemas privados e do setor de saúde suplementar.

Art. 1º Esta Portaria regulamenta o uso de padrões de informação em saúde e de interoperabilidade entre os sistemas de informação do SUS, nos níveis Municipal, Distrital, Estadual e Federal, e para os sistemas privados e de saúde suplementar. Parágrafo único. Os padrões de interoperabilidade e de informação em saúde são o conjunto mínimo de premissas, políticas e especificações técnicas que disciplinam o intercâmbio de informações entre os sistemas de saúde Municipais, Distrital, Estaduais e Federal, estabelecendo condições de interação com os entes federativos e a sociedade.

Aspectos legais

Autenticação do usuário:

o processo de verificação da integridade dos arquivos contidos na mídia óptica ou digital, realizado pelos órgãos da fé pública, assim como a verificação da integridade de suas reproduções assinatura eletrônica

Autenticidade: “certeza de que o documento provém do autor nele indicado”(Santos, 2010)

Integridade: assegura que um documento não teve seu conteúdo alterado após ter sido assinado.

Título VI-Da informatização

Art. 38-A. O uso de meio eletrônico em prontuário de paciente,

assim como no registro, na comunicação, na transmissão e na

autorização de procedimento ambulatorial e hospitalar, de internação

hospitalar, de resultado e laudo de exame, de receita médica e das

demais informações de saúde serão admitidos nos termos desta Lei.

Art. 38-B. O envio de resultado, de laudo, de receita, de guia, de

autorização, e o registro de internação, de procedimento

ambulatorial e hospitalar e das demais informações de saúde, por

meio eletrônico, serão admitidos mediante uso de assinatura

eletrônica, sendo obrigatório o cadastramento prévio junto ao

Sistema Único de Saúde (SUS).

PLS 474/2008 – Altera a Lei n.º 8.080/90-informatização dos serviços de saúde.

Art. 38-C. O Sistema Único de Saúde (SUS) criará cadastro único nacional de usuários, de profissionais de saúde e de unidades de saúde.

§ 1º O cadastro a que se refere o caput abrangerá a totalidade dos cidadãos brasileiros, bem como todos os profissionais de saúde que atuem no País, e os serviços de saúde públicos e privados.

§ 2º Ao cadastrado será atribuído número nacional de identificação.

§ 3º Ao cadastrado será facultado meio de acesso aos sistemas.

§ 4º O cadastramento e o acesso aos sistemas dar-se-ão de modo a preservar o sigilo, a identidade, a integridade e a autenticidade dos registros, das comunicações e dos sistemas.

PLS 474/2008 – Altera a Lei n.º 8.080/90-informatização dos serviços de saúde.

Art. 38-E. O Sistema Único de Saúde (SUS) desenvolverá e certificará, diretamente ou por intermédio de terceiros, sistema de prontuário eletrônico do paciente.

Art. 38-F. O prontuário eletrônico do paciente deverá usar, preferencialmente, programas de código aberto, acessíveis ininterruptamente por meio da rede mundial de computadores e por intermédio de redes internas e externas, priorizando-se a sua padronização, inclusive a terminológica.

§ 1º Todos os atos de profissionais de saúde registrados no

prontuário eletrônico do paciente serão assinados eletronicamente.

PLS 474/2008 – Altera a Lei n.º 8.080/90-informatização dos serviços de

saúde.

§ 2º Os documentos produzidos eletronicamente e juntados ao

prontuário eletrônico do paciente serão considerados originais para todos os efeitos legais. § 3º Os extratos digitais e os documentos digitalizados e juntados

ao prontuário eletrônico do paciente têm a mesma força probante dos originais.

§ 4º O prontuário eletrônico do paciente deverá ser protegido por

meio de sistema de criptografia e de segurança de acesso, e armazenado em meio que garanta a preservação, a segurança e a integridade dos dados, a fim de assegurar a privacidade e confidencialidade da informação de saúde dos cidadãos.

PLS 474/2008 – Altera a Lei n.º 8.080/90-informatização dos serviços de saúde.

Por quanto tempo os prontuários devem ser guardados?

ECA- “Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos” (BRASIL, 1990).

A Resolução CFM nº 1.821/2007-Artigo 8°, “o prazo

mínimo de 20 (vinte) anos, a partir do último registro, para a preservação dos prontuários dos pacientes em suporte de papel, que não foram arquivados eletronicamente em meio óptico, microfilmados ou digitalizados” (CFM, 2007).

É de per si um documento de informação, comunicação, mediação e de manutenção preventiva, cuja importância é tanta que não se pode nem mesmo imaginar um hospital, clinica, consultório, ou outro do gênero, sem levar em conta a existência desse documento.

Algumas reflexões

Os prontuários do Paciente ecoam as vozes dos doentes e

dos locutores da saúde na heterogeneidade discursiva das

equipes multiprofissionais dessa área.

AGUIAR, A .C. Informação e atividades de desenvolvimento científico, tecnológico e industrial: tipologia proposta com base em análise funcional. Ciência da Informação, Brasília, v.20, n.1, p.7-15, jan./jun. 1991 BENTES PINTO, V. Informação, ética e saúde. In: EIICA, Marilia, 2011 BENTESBENTES PINTO, V. Prontuário eletrônico do paciente: documento técnico de informação e comunicação do domínio da saúde. Enc. Bibli: R. Eletr. Bibliotecon. Ci. Inf., Florianópolis, n.21, 1º sem. p. 34-48 2006. BERNARDES, AG, GUARESCHI, NMF, Medeiros PF. O conceito de saúde e suas implicações nas práticas psicológicas. Psicol: Teoria Pesq. 2005 set/ dez; 21(3): 263-9. BRASIL. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução n°. 1.638 de 10 de Julho de 2002. Diário Oficial,

Brasília, 10 jul. 2002. Seção 1, p. 124-5. ––––––––Resolução n° 1.639 de 10 de Julho de 2002. Diário Oficial, Brasília, 10 jul. 2002. Seção 1, p. 124-

5.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil p romulgada em

5 de outubro 1988. 25. ed. São Paulo. Saraiva, 2000. ________. Ministério da Justiça. Estatuto da criança e do adolescente. Brasília: CBIA, Unicef,

1990

BRASIL. Senado Federal. PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 474, DE 2008

CONARQ. Resolução nº 22 de 30 de junho de 2005. Dispõe sobre as diretrizes para

a avaliação de documentos em instituições de saúde. Disponível em:

<http://www.conarq.arquivonacional.gov.br>. Acesso em 30 ago..2012.

KLINTOE, K. The small and medium sized enterprises and technological information services: some contributions, insight experiences. Copenhague : DTO, 1981, n.p.

REFERÊNCIAS

Moacyr Amaral Santos, “Primeiras Linhas de Direito Processual Civil”, 2º vol., 3ª edição, p. 341).

MUITO OBRIGADA !

Contatos: Virginia Bentes

[email protected]

[email protected]