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PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE UMA FERRAMENTA
ESTRATÉGICA EM UMA EMPRESA DE PROJETOS DE ENGENHARIA E ARQUITERURA
Área temática: Gestão Estratégica e Organizacional
Adriele Lima
Débora Herkenhoff
Resumo: Em ambiente competitivo mundialmente, é preciso que as organizações, sejam elas de pequeno a grande porte,
planejem o futuro, para serem capazes de crescer, preparando-se para enfrentar novos desafios que surjam. Organizações
de médio e pequeno porte não possuem a tradição de utilizarem o planejamento estratégico, por resistência ao crerem que
é uma prática complexa. Assim, não conseguem ter perspectivas de seu negócio. Neste contexto, as organizações precisam
conhecer o funcionamento de um planejamento estratégico, para entenderem quais são as vantagens que o mesmo
proporciona. Portanto, a utilização de ferramentas estratégicas torna-se um meio facilitador para começo de uma
abordagem estratégica.
Nesse trabalho, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em torno do assunto de planejamento estratégico e de algumas
das principais ferramentas estratégicas, possibilitando a análise das suas características e uma comparação entre as
dificuldades, facilidades, vantagens e desvantagens na implantação de cada uma, no intuito de proporcionar a escolha de
uma que seja mais adequada para propor a empresa estudada.
A realização deste trabalho proporcionou conhecimento para realização de análises embasadas nas literaturas presentes
sobre o assunto, e permitiu que a empresa pudesse iniciar pensamentos em relação ao planejamento estratégico, a medida
que uma ferramenta selecionada foi proposta para utilização.
Palavras-chaves:
ISSN 1984-9354
XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015
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1. INTRODUÇÃO
Independentemente do tipo e tamanho do negócio da organização, planejar estrategicamente
remete o alcance dos objetivos. Com o passar dos anos diversas ferramentas estratégicas foram
desenvolvidas para serem implementadas em uma organização de forma contingencial, sejam elas de
pequeno a grande porte e de diferentes tipos de negócios.
A utilização de ferramentas estratégicas corretas na elaboração e implementação do
planejamento estratégico é de suma importância, e de acordo c om o perfil e a realidade da organização
estas devem ser avaliadas para o esclarecimento da que mais se adeque.
A implementação do planejamento estratégico e a escolha certa das ferramentas estratégicas
poderão guiar as empresas por caminhos mais objetivos, para desta maneira conquistarem o que
almejam, com foco e investimentos precisos.
Portanto, cria-se uma demanda no mercado atual, em que profissionais necessitam identificar
uma ferramenta estratégica mais adequada ao aspecto de negócio, seja ele qual for, para assim
alcançarem seus objetivos e se destacarem em ambientes competitivos.
Objetivou-se com o presente trabalho propor uma ferramenta estratégica adequada a uma
empresa, a fim de proporcionar um melhor direcionamento de sua gestão estratégica, facilitando seu
posicionamento no mercado.
1. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Para o autor Brito (2005), todas as atividades e áreas da empresa devem ser submetidas
ao planejamento, relacionando a ação de planejar com o olhar para frente e escolher alternativas, que
para tanto, são fixados planos, os quais devem conter a decisão tomada quanto a: o que deve ser feito;
quem deve fazê-lo; quando deve ser feito; como deve ser feito; onde deve ser feito e quanto deve ser
feito.
Oliveira (2006) aborda que na consideração dos grandes níveis hierárquicos, planejamento
pode se distinguir em três tipos: Planejamento operacional: relaciona-se com o nível e decisões
operacionais; Planejamento tático: relaciona-se com o nível e decisões táticas; Planejamento
estratégico: relaciona-se com o nível e decisões estratégicas.
As constantes mudanças que estão ocorrendo nos ambientes econômico, social, tecnológico e
político, inclusive o alto padrão de exigência dos clientes, fazem com que as organizações estejam
cada vez mais focadas em seus negócios, para atender ao consumidor dos seus serviços, produtos de
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qualidade e preços interessantes. “O planejamento estratégico é um processo de formulação de
estratégias organizacionais no qual se busca a inserção da organização e da sua missão no ambiente em
que ela está atuando” (CHIAVENATO, SAPIRO, 2004, p.39).
As organizações em geral, sejam elas de grande, médio ou pequeno porte, devem se planejar
estrategicamente, decidindo os rumos que sejam mais adequados aos seus interesses, para assim
alcançarem seus objetivos e se destacarem no mercado globalizado e altamente competitivo, chegando
à conclusão de que essa atenção sistemática à estratégia é uma atividade muito proveitosa.
De acordo com Brito (2005) as razões básicas para justificar o interesse de uma organização
em fazer o planejamento estratégico são as seguintes:
Há uma crescente dificuldade e imprecisão quanto aos fatores relevantes;
Reagir tem um custo mais alto, tornando as medidas preventivas mais vantajosas;
A compreensível e nítida visão dos objetivos da empresa é de suma importância para motivação
dos colaboradores.
1.1. FASES DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Já faz tempo que a tentativa das organizações em implantar um planejamento estratégico com
modelos prontos, não costuma trazer bons resultados, muito pelo contrário, pois esta ao tentar
introduzir um modelo de planejamento pronto, sem adequá-lo à sua situação, acaba tendo que
recomeça-lo com a dificuldade do bloqueio gerado pelo insucesso do plano anterior
(VASCONCELLOS FILHO, 1985).
Apesar dos vastos modelos presentes nas literaturas possuírem modificações quanto as
abordagens, é essencial para o leitor encontrar ao menos um norteamento quanto aos passos que devem
ser seguidos para elaboração de um planejamento estratégico. Coral (2002) em pesquisas realizadas a
diversas literaturas de autores conceituados também verificou que o planejamento estratégico possui
vastas metodologias, mas que embora cada uma tenha características distintas, todas costumam possuir
macro etapas bem definidas, sendo elas: Definições preliminares; Análise externa; Análise interna;
Politicas objetivos e metas; Estratégias; Planejamento de recursos e indicadores; Implantação;
Controle.
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2.1.1. DEFINIÇÕES PRELIMINARES
As definições preliminares equivalem à fase inicial do processo de planejamento estratégico,
procurando responder qual a real situação da empresa, com enfoque no presente bem como no futuro,
que analisam e verificam todos os aspectos inerentes a realidade interna e externa. Nesta primeira
etapa deve se identificar a visão e valores e após realizar análises internas e externas (OLIVEIRA,
2006).
2.1.2 VISÃO Ambrósio (1999) definiu a visão como a fase do planejamento estratégico que estabelece a visão de
como a empresa quer estar no futuro, devendo ser elaborada de forma precisa, para determinar
elementos que ajudem à empresa a controlar o próprio rumo. Além disso, ela deve ser imutável perante
aos desafios que surgem no decorrer do caminho para cumprimento das metas (MARTINS, 2007).
2.1.3 VALORES Vários autores relatam que os valores se referem a como as pessoas tratam uma as outras, como as
equipes e grupos conduzem as atividades, o que consideram importantes na organização, o
desenvolvimento de significados claros e específicos que são compartilhados por todo, ou seja, os
valores representam a união de crenças, éticas, morais e princípios fundamentais de uma organização,
influenciando nos tipos de mudanças estratégicas que a organização considera ou rejeita, são eles que
norteiam as atividades e membros da companhia nas tomadas de decisões (AMBRÓSIO, 1999;
THOMPSON JR e STRICKLAND III, 2004; OLIVEIRA, 2006; MARTINS, 2007; SEBRAE, 2012).
2.1.4 ANÁLISE INTERNA
Segundo Oliveira (2006) a análise interna verifica os pontos fracos, fortes e neutros da organização,
com finalidade em evidenciar as deficiências (pontos fracos), qualidades (pontos fortes) e aqueles que
em determinado momento por falta de um critério ou parâmetro de avaliação não estão sendo
considerados nem como deficiências nem qualidades (pontos neutros). O empreendedor deve examinar
e comparar quais as competências e problemas da sua organização que diferem do seu concorrente
para assim providenciarem quais as medidas estratégicas a serem tomadas, fortalecendo cada vez mais
os pontos fortes e criando estratégias para minimizar os seus pontos fracos.
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2.1.5 ANÁLISE EXTERNA
A análise externa visa verificar as oportunidades e ameaças que surgem fora do ambiente da
organização, com o recolhimento de informações políticas, sociais, e econômicas dos concorrentes e
do mercado, relacionando a empresa e o meio ambiente externo (ANSOFF, 1983). Hitt, Hoskisson,
Ireland (2005) salientam que apesar da complexidade em se analisar o ambiente, esta é uma atividade
muito significativa.
2.1.6 POLÍTICAS, OBJETIVOS E METAS
Com as análises de ambiente interno e externo realizadas, normalmente, a próxima etapa para
elaboração do planejamento estratégico, se define na elaboração das políticas, objetivos e metas,
compreendendo a definição da missão e o do negócio da organização.
As políticas são um conjunto de parâmetros e medidas que guiam as tomadas de decisões,
precisando ser elaboradas para orientar todos os envolvidos quanto à necessidade de concentração de
esforços na direção da visão, priorizando o negócio e facilitando a prática da missão da organização
(MARTINS, 2007).
De acordo com o autor Oliveira (2006) e os autores Churchill Jr e Peter (2011) a missão é
definida como a razão de ser da organização, o seu propósito específico, na qual procura-se determinar
qual o negócio da empresa, aonde que se quer chegar, exercendo função orientadora e delimitadora,
como o horizonte no qual a empresa decide atuar.
Conforme o autor Dornelas (2008) os objetivos e metas são o referencial do
planejamento estratégico, demonstrando aonde a organização quer chegar, devendo ser escritos de
forma objetiva, para que possam ser mensurados, comparados e avaliados.
2.1.7. ESTRATÉGIAS
A elaboração da estratégia em organizações de grande porte, segundo Thompson Jr e
Strickland III (2004) é uma tarefa que deve ser realizada por cada representante de setor, desde o nível
mais alto da pirâmide até os níveis mais baixos.
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2.1.8. PLANEJAMENTO DE RECURSOS E INDICADORES
Maximiano (2006) define projetos como atividades temporárias, que possuem um início, meio e fim
pré-estabelecidos, e que para ser realizado é preciso usar recursos. Primeiramente devem ser
planejadas quais as atividades e depois quais serão os custos necessários para realizá-las, sendo
necessária a realização de orçamentos.
2.1.9 IMPLANTAÇÃO
Após a formulação de todo planejamento estratégico, contendo missão, políticas e estratégia,
entre outros passos, é necessário que se complete o processo com a implantação de mudanças
estratégicas organizacionais, colocando em prática o planejamento das ideias, para concretizar o que
estava somente no papel, permitindo que a empresa se aproxime do futuro almejado
(VASCONCELLOS FILHO, 1985).
2.1.10 CONTROLE E AVALIAÇÃO
Após a formulação e implantação do planejamento estratégico, chega a etapa de avaliar e
controlar os resultados alcançados, confrontando os resultados com os objetivos que foram traçados,
vendo se estes estão de acordo com o que havia sido proposto, caso os resultados estejam longe do que
se havia sido planejado, é necessário adotar ações corretivas para impedir que os esforços alocados não
sejam perdidos (COBRA, 2003).
2. FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
Existem diversos conceitos publicados sobre ferramentas estratégicas desde as mais
tradicionais, como os de Michael Porter, aos mais modernos, como as com foco em inovação. Cada
ferramenta possui suas vantagens e desvantagens, desta forma faz-se necessário que cada organização
pareie os seus objetivos, a sua realidade e perspectivas a uma ferramenta estratégia adequada.
3.1 ANÁLISE SWOT
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Os inúmeros livros e textos que abordam o assunto de modelos de planejamento estratégico,
se diferem em alguns momentos quanto a sua elaboração e implementação, entretanto a maioria destes
utiliza como ponto de partida a clássica ferramenta estratégica de Análise SWOT, que dá origem a
uma matriz. “Não há executivo de grande empresa que não a conheça” (NAKAGAWA, p.1, acesso
em 27 fev. 2014).
Essa constitui uma visão macro ambiental que integra os pontos fortes e fracos da
organização, com as oportunidades e ameaças provenientes do ambiente externo. Assim torna-se
possível identificar um conjunto de medidas estratégicas que possibilitam explorar as oportunidades ou
diminuir o impacto das ameaças (SOBRAL, 2008).
Conforme citado pelo autor Nakagawa (acesso em 27 fev. 2014) o termo SWOT é uma sigla
inglesa que significa através das iniciais referenciadas na Figura 6, Forças (Strengths), Fraquezas
(Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats), que devido as suas inicias
traduzidas, passou a ser reconhecida no Brasil também como FOFA (Forças, Oportunidades,
Fraquezas, Ameaças).
Assim Guindani, Martins e Serteck (2007), conceituam sucintamente:
Pontos fortes/ forças: vantagens internas da empresa em relação aos concorrentes;
Pontos fracos/ fraquezas: desvantagens internas da empresa em relação aos concorrentes;
Oportunidades: aspectos positivos externos do ambiente que envolvem a empresa com
potencial de lhe trazer vantagem competitiva;
Ameaças: Aspectos negativos externos do ambiente que envolvem a empresa com potencial
para comprometer vantagem competitiva que ela possui.
3.2 MATRIZ BCG
De acordo com Gracioso (2009) a Matriz de Boston Consulting Group (BCG) é uma análise
do portfólio de produtos da organização distribuídos em quatro quadrantes de acordo com as suas
posições relativas ao crescimento do mercado e participação relativa do mercado da organização em
relação aos seus concorrentes, que permite uma visão comparativa do passado, presente e futuro,
podendo assim ter uma previsão da evolução dos produtos e os avanços futuros dos concorrentes.
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Os produtos que possuem baixo crescimento de mercado e alta participação relativa do
mercado são chamados de “vacas leiteiras”, que conforme Hooley, Piercy e Saunders (2005) podem
ser “ordenhados” para produzir caixa adicional, sendo usado em outro ponto do portfólio.
Os abacaxis podem ser aqueles produtos que já foram lucrativos, mas que por causa de ações
do ambiente externo e da concorrência, não são mais, sendo considerados como ex-vacas leiteiras que
estão em fase de crise do produto, desta maneira estes produtos devem ser analisados pela empresa
para ver se mantê-los no portfólio será viável (HOOLEY, PIERCY, SAUNDERS, 2005; GUINDANI,
SERTECK, MARTINS, 2007; GRACIOSO, 2009).
Os produtos do portfólio chamados de “estrelas” trata-se de um produto com alta participação de
mercado e alto crescimento do mercado. O investimento ser torna alto devido a necessidade do seu
crescimento no ciclo de vida do produto, apesar de ser confundido com os “abacaxis”, o produto
possui uma perspectiva diferente, pois seu crescimento sugere haver boas razões para o investimento
(HOOLEY, PIERCY, SAUNDERS, 2005).
Os produtos “interrogação” são aqueles com baixa participação relativa de mercado, mas alto
crescimento de mercado, Hooley, Piercy e Saunders (2005) relatam que estes produtos por não
possuírem experiência ou economia de escala, como os produtos “vacas leiteiras”, mesmo assim
precisam de investimentos por estarem presentes em um mercado de crescimento alto.
3.3 AS CINCO FORÇAS DE PORTER
A ferramenta estratégica conhecida como as cinco forças de Porter é definida pelo próprio
autor Porter (2009a) como a identificação das cinco forças competitivas, sendo estas: rivalidade entre
atuais concorrentes, clientes, fornecedores, entrantes potencias e produtos substitutos.
Para Porter (2009a) os novos entrantes são definidos como empresas que já existem em um
setor com intenção de construir uma posição no mercado, tendo disposição para conquistar
participação, pressionando preços, trazendo consigo nova capacidade, a vontade de ganhar fatia no
mercado e recursos substanciais.
De acordo com Porter (2009b) as organizações dependem de extensa diversificação de vários
grupos de fornecedores para a reposição de insumos, os fornecedores poderosos conquistam para si
mesmo maior parte da criação de valor, cobrando preços elevados, estipulando o limite de qualidade
ou os serviços ou transferindo custos para os participantes do setor, podendo assim comprimir a
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lucratividade do setor, se as organizações não conseguirem repassar para os preços seus aumentos de
custos decorrentes das pressões dos fornecedores.
Porter (2009a) explica que assim como os fornecedores, distintos grupos de clientes podem
desfrutar de diferentes níveis de poder de negociação, sendo que a maioria da fonte de poder se aplica
igualmente a transações com consumidores e com organizações.
De acordo com Porter (2009a) os produtos ou serviços substitutos são aqueles que
desempenham função semelhante ou igual a certo produto, serviço por vias diferentes, eles estão
sempre presente, e limitam o potencial de lucro do setor, que se não desempenharam estratégias por
alguns meios, como marketing, melhoria de processos, entre outros, podem ter sua lucratividade
afetada.
O autor Porter (2009b) relata que a manifestação da rivalidade entre os atuais concorrentes
surge de diversas maneiras conhecidas, como desconto de preços, lançamentos de novos produtos,
campanhas publicitárias e melhorias nos serviços, refletindo na intensidade como as empresas
competem entre si e na base em que desenvolve a competição.
3.4 BALANCED SCORECARD (BSC)
Kaplan e Norton (2000) para facilitar o entendimento da estratégia de toda organização
desenvolveram em princípios da década de 1990 o Balanced Scorecard, também conhecido como
BSC, com o objetivo de resolver problemas de mensuração, afirmando que as primeiras organizações
adeptas da ferramenta foram capazes de focalizar e alinhar suas equipes executivas, unidades de
negócio, tecnologias e recursos humanos e financeiros para sua estratégia, revelando um padrão
consistente na consecução do foco e do alinhamento estratégico.
De acordo com Chiavenato (2003) o BSC é uma prática de administração para determinar o
equilíbrio organizacional em somente um documento que reúna indicadores de desempenho baseados
em quatro perspectivas: Finanças (Como olhar para os investidores?); consumidores (Como os
consumidores nos veem?); Inovação e aprendizado (Podemos continuar nos aperfeiçoando e criando
valor?); Processos internos (O que devemos priorizar?).
4 ANÁLISE DAS FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
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4.1 ASPECTOS METODOLÓGICOS
Com base nos objetivos, este trabalho pode ser classificado como uma pesquisa exploratória,
que conforme Gil (2002) é o estudo intenso de um determinado assunto que proporciona maior
proximidade e clareza no entendimento de um problema, no intuito de permitir o aprimoramento das
ideias e a delimitação de um tema.
O procedimento técnico deste trabalho pode ser classificado como um estudo de caso, que de
acordo com Gil (2002) consiste no estudo intenso de um ou de limitados objetos, com delimitações
visivelmente definidas, possibilitando sua vasta e profunda compreensão.
4.2 ANÁLISE DAS FERRAMENTAS ESTRATÉGICAS
Após pesquisas realizadas referentes às quatro ferramentas exploradas, foi desenvolvida a Tabela 1 que
resume as principais características de cada ferramenta através dos seguintes critérios:
Foco: de forma geral qual é o tipo de foco que abrange esta ferramenta.
“O que faz?”: qual é a função principal desta ferramenta, como ela é identificada nas diversas
literaturas pesquisadas.
“O que permite”?: O que esta ferramenta permite que a empresa alcance com sua
implementação.
“Quem utiliza?”: de acordo com as pesquisas realizadas, geralmente quais são as
organizações que podem utilizar este tipo de ferramenta.
“Como os dados podem ser recolhidos”: Exemplos de qual maneira a organização poderá
extrair dados para a elaboração do projeto da ferramenta e assim implantá-la.
Tabela 1– Características principais das quatro ferramentas estratégicas analisadas
Ferramenta Foco O que faz? O que permite? Quem utiliza?
Como os dados
podem
recolhidos?
(exemplos)
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Ferramenta Foco O que faz? O que permite? Quem utiliza?
Como os dados
podem
recolhidos?
(exemplos)
Análise SWOT
Mac
ro a
mb
ien
te
Análise dos
pontos fracos e
fortes do
ambiente interno,
e das ameaças e
oportunidades do
ambiente externo.
Escolha de uma
estratégia que seja
adequada para o
alcance dos
objetivos
organizacionais.
Organizações de
todos os tipos e
portes.
Pesquisas,
brainstorming,
relatórios, jornais
questionários e
publicações,
reunindo
informações úteis
da organização e
do seu entorno.
Matriz BCG
Mar
ket
ing
Análise do
portfólio de
produtos em
relação ao
crescimento do
mercado e
participação
relativa do
mercado.
Visão comparativa
do passado,
presente e futuro
para enxergar a real
situação dos seus
produtos e assim se
posicionar de forma
estratégica
Organizações
multidivisionais
ou com várias
linhas de
produtos
independentes
entre si.
Histórico de
vendas, relatórios,
acompanhando ao
lançamento de
novos produtos e
a tendência do
mercado.
As Cinco
Forças de
Porter
Co
mp
etit
ivid
ade
Análise dos atuais
concorrentes,
clientes,
fornecedores,
entrantes
potencias e
produtos
substitutos.
Referencial para
influenciar a
competição e a
lucratividade da
organização ao
longo do tempo.
Todos os tipos
de organizações,
mas em
particular as de
segmentos
industriais.
Pesquisas de
mercado, mídia,
históricos e
relatórios, entre
outros.
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Ferramenta Foco O que faz? O que permite? Quem utiliza?
Como os dados
podem
recolhidos?
(exemplos)
BSC
Des
emp
enh
o
Análise das
finanças, dos
clientes, dos
processos internos
e do aprendizado
e crescimento
organizacional.
Alinhamento da
organização, das
pessoas e das
iniciativas
interdepartamentais
de maneira tal que
permitam
identificar novos
processos para o
cumprimento dos
objetivos globais da
organização.
Todo tipo de
organização,
inclusive de
setores públicos
e sem fins
lucrativos.
Históricos,
relatórios,
gráficos,
brainstorming,
comunicação
interna.
Fonte: autor
Quanto à utilização e de que maneira podem ser recolhidos os dados para utilização de cada
ferramenta, nota-se na Tabela 1 que de forma geral estes critérios não se diferem muito de uma
ferramenta para outra. Cada ferramenta pode ser utilizada pela maioria das organizações, entretanto
podem possuir algumas particularidades devido as suas características, assim limita o uso para
determinadas organizações, mesmo que seja às vezes em certos momentos. Porém a análise SWOT se
destaca entre as outras por poder ser utilizada por organizações de todos os tipos e portes. Apesar de
exemplificado na Tabela 1, o recolhimento dos dados depende muito da necessidade e a realidade de
cada organização.
A Tabela 2 faz uma análise comparativa das quatro ferramentas estratégicas estudadas,
relacionando algumas facilidades versus dificuldades existentes na implantação de cada ferramenta.
Nesta tabela também são comparados as vantagens versus desvantagens que cada ferramenta
estratégica pode trazer ao ser implantada.
Tabela 2 – Análise comparativa das quatro ferramentas estratégicas
Ferramenta Facilidade de
implantação
Dificuldade de
implantação
Vantagens em
utiliza-la
Desvantagens em
utiliza-la
Análise SWOT Objetiva e de fácil Identificar quais são os Não é preciso Escolha de uma
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Ferramenta Facilidade de
implantação
Dificuldade de
implantação
Vantagens em
utiliza-la
Desvantagens em
utiliza-la
entendimento para
todos envolvidos.
Útil em diversas
situações.
Muito
reconhecida no
mercado.
reais pontos fortes e
fracos da empresa, as
oportunidades mais
vantajosas e as ameaças
mais importantes do
ambiente competitivo
em que o negócio está
enquadrado.
alocar muitos
investimentos
financeiros
Pode ser utilizada
em todas
organizações
Reduz os riscos e
aumenta as
chances de sucesso
da empresa.
estratégia errada.
Pode ser uma
ferramenta
desmotivadora para
negócios nascentes, em
especial, os mais
inovadores.
Matriz BCG
Fácil e rápida
identificação da
localização dos
produtos em cada
quadrante após
definidas as
dimensões.
Simplicidade em
reunir diversas
questões
estratégicas.
Encontrar no mercado
as dimensões
representadas pelo eixo
horizontal e pelo eixo
vertical. Alta
participação de
mercado não é o único
fator de sucesso, e
crescimento de mercado
não é o único indicador
de atratividade.
As organizações
conseguem ter uma
visão de presente,
passado e futuro
referente aos seus
produtos.
Não é aplicável a todos
os tipos de
organizações.
Técnica que não leva a
uma compreensão de
todo contexto
organizacional. Não
pode ser utilizada
como único guia
estratégico.
De acordo com o
passar do tempo a
matriz deve ser
realizada novamente
para não ficar
desatualizada.
As Cinco
Forças de
Porter
Relativamente
fácil de ser usada.
Utilizada por
muitas
organizações para
analisar a
competição.
Identificar quais são
verdadeiros entrantes
potencias e produtos
substitutos. A análise
errônea pode trazer
consequências em
relação ao
posicionamento
estratégico.
Ferramenta
poderosa para
diagnosticar e
avaliar a
intensidade de
pressões
competitivas.
Pode ser
complementada
por outra
Concentra-se na
análise do ambiente
externo.
Concentra-se mais na
competição.
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Ferramenta Facilidade de
implantação
Dificuldade de
implantação
Vantagens em
utiliza-la
Desvantagens em
utiliza-la
ferramenta com
foco no ambiente
interno.
BSC
Pode ser passada
aos colaboradores
da organização
através de planos
de comunicação.
Fornece
linguagem
comum para
elaboração das
estratégias.
Existem softwares
no mercado para
auxilio da
elaboração da
ferramenta.
Na fase de inclusão do
gerente de nível sênior
no momento em que os
executivos passam a
delegar a estratégia do
processo de
implantação ao nível
hierárquico
intermediário, que
possui pouco
conhecimento, ou até
mesmo falta de
comprometimento
necessário.
Escolha e alinhamento
do indicadores.
Facilita o
entendimento de
toda estratégia
organizacional.
Ajuda compor e a
visualizar medidas
de desempenho
que refletem na
estratégia de
negócios da
empresa.
Não é um evento
único, e sim um
processo de
gerenciamento
contínuo, mas acaba
adotado como processo
único, assim não
agrega muito valor a
organização.
Fonte: autor
As tabelas 1 e 2 têm como objetivo possibilitar auxílio para escolha de uma ferramenta que
será proposta no estudo de caso deste trabalho. Porém, como se pôde verificar, todas as ferramentas
estratégicas possuem vantagens e desvantagens para utiliza-las, assim não deve ser levado em conta
somente as características de cada, e sim o pareamento entre seus aspectos com o tipo de organização
que esta vai ser implantada, bem como a necessidade desta para o determinado momento. Desta
maneira, no próximo capitulo será descrito a empresa a ser estudada, a fim de conhecer qual a real
necessidade de uso de uma ferramenta estratégica em atual período.
5 ESTUDO DE CASO
5.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA
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A AL Engenharia Ltda ME foi fundada em Atílio Vivácqua, Espírito Santo, Brasil, em abril
de 2009. No ano de 2011, a empresa participou do processo licitatório para prestar serviços de
engenharia e arquitetura para uma Prefeitura Municipal saindo vencedora, assim foi firmado o
primeiro contrato. Daí em diante, a empresa passou a participar de processos licitatórios, pregões
presenciais e eletrônicos de órgãos públicos localizados no estado do Espírito Santo. É através destes
meios que a empresa vincula contratos de prestação de serviço com seus clientes.
Atualmente a empresa esta localizada em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, Brasil, e
oferece serviços de consultoria e assessoria, com projetos de arquitetura e engenharia, atendendo os
órgãos públicos que se encontram em dificuldades para gerenciar suas atividades relacionadas a
projetos ou que necessitam da elaboração dos mesmos. O quadro de funcionários da empresa conta
com um arquiteto, dois engenheiros civis, um engenheiro de segurança, uma secretária executiva e três
desenhistas orçamentistas.
5.2 PROPOSTAS
Durante os anos de atuação da empresa no mercado, a mesma foi se estruturando, podendo se
observar um crescimento e reconhecimento notório. Apesar do crescimento ao longo destes anos, é de
extrema necessidade que a empresa consiga identificar quais são suas perspectivas para o futuro,
analisando o que possui de diferencial das concorrentes que possa a destacar, e quais são as
dificuldades e oportunidades que irá encontrar no mercado.
A empresa nunca implantou formalmente nenhuma ferramenta estratégica ou etapa do
planejamento estratégico, apesar de possuir o interesse. Por tal motivo, este trabalho tem por objetivo
geral propor uma ferramenta estratégica entre as pesquisadas e comparadas, que mais se adeque ao
perfil e necessidades prioritárias da empresa.
Como a empresa nunca utilizou formalmente abordagens do planejamento estratégico, a
mesma ainda não possui missão, visão e valores definidos e claramente expostos a seus colaboradores
e clientes. Como estes trazem aspectos valorosos à imagem e ao futuro de uma organização, será
proposto à empresa cada um destes.
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5.1.1 PROPOSTA DE MISSÃO, VISÃO E VALORES
Com base nas pesquisas realizadas e de acordo com o perfil de atuação da AL Engenharia,
foi proposta junto ao sócio da organização:
Missão: “Desenvolver projetos otimizados para órgãos públicos com busca da total satisfação da
sociedade”.
O intuito desta proposta de missão é esclarecer aos clientes diretos (os órgãos públicos) a
razão de ser da organização, que tem como propósito o desenvolvimento de projetos de qualidade
dentro da margem de custos fornecidos, atendendo sempre as prioridades da melhor maneira possível,
visto que os projetos são planejados almejando a satisfação dos clientes indiretos (a sociedade).
Visão: “Ser referência em assessoria para projetos públicos no Espírito Santo.”
A visão para empresa tem o intuito de esclarecer como a empresa quer estar no futuro, sendo
assim foi proposto esta visão visto que a empresa não almeja alto crescimento, prestando serviços fora
do estado ou do país, e sim se desenvolver para se tornar referência em assessoria de projetos públicos
dentro do estado de atuação.
Valores: Compromisso com a sociedade, Transparência, Trabalho em equipe, Agilidade, Ética,
Sustentabilidade, Flexibilidade.
5.1.2 PROPOSTA DE FERRAMENTA ESTRATÉGICA
De acordo com os comparativos entre as ferramentas estratégicas e o alinhamento das
necessidades da empresa AL Engenharia, pôde-se observar que a ferramenta estratégia que mais se
adequa com as necessidades da empresa trata-se da análise SWOT, por ser uma ferramenta muito
eficaz na tomada de decisões, onde consegue identificar as oportunidades, além de prognosticar e
amenizar as probabilidades de ameaças, sendo também uma ferramenta de fácil utilização muito usual
no auxílio das fases iniciais do planejamento estratégico.
Observando o cenário em que a empresa atua e como ela está inserida nele, foram sugeridas
algumas possíveis ameaças e oportunidades existentes no ambiente externo, e forças e fraquezas
existente no ambiente interno, apresentadas na Tabela 3.
Tabela 3 – Proposta de Análise SWOT para empresa AL Engenharia 2014
Ambiente Interno
Pontos Fortes Pontos Fracos
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Quantidade significativa de diferentes
especialidades de CAT.
Um pouco isolada contra fortes
pressões competitivas;
Corpo técnico grande em relação ao
mercado de atuação.
Utilização de softwares modernos
Falta de rumo estratégico claro.
Falta de uma política correta na
organização e centralização dos arquivos.
Falhas em comunicação interna.
Não utilização de marketing.
Poucos recursos financeiros.
Ambiente Externo
Oportunidades Ameaças
Expansão de nicho de mercados.
A procura de clientes particulares pela
empresa.
Legislação de contratos quando a
empresa é a contratada.
Aumento da fiscalização pelos órgãos
competentes do estado.
Crescimento da procura pelo tipo de
serviço prestado.
Cenários políticos instáveis
Mercado reduzido
Restrição mercadológica
Legislação de contratos quando os
concorrentes são os contratados
Burocracia
Entrada de novos concorrentes
Fonte: autor
A Tabela 3 foi desenvolvida com base nas bibliografias de Thompson Jr e Strickland III (2004) que
exemplificam quais considerações podem ser levadas em conta ao se analisar os ambientes.
Os pontos fortes encontrados e sugeridos para empresa foram:
Quantidade significativa de diferentes especialidades de CAT: durante os quatro anos de
prestação de serviços para pessoas jurídicas do setor público, a empresa adquiriu e vem
adquirindo uma grande quantidade de certidões de acervos técnicos, que a possibilita de
participar de diferentes licitações e pregões públicos, aumentando a probabilidade de adquirir
contratos.
Um pouco isolada contra fortes pressões competitivas: o número de empresa neste setor que
trabalham com pessoas jurídicas do setor público é relativamente pequeno.
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Corpo técnico grande em relação ao mercado de atuação: A empresa possui profissionais
qualificados, entre engenheiros, arquiteto, secretária executiva, desenhistas e orçamentistas.
Pode se observar no mercado que os escritórios de engenharia e arquitetura possuem poucos
funcionários, ou somente o proprietário trabalhando sozinho com sua habilitação profissional.
Utilização de softwares modernos: a empresa utiliza softwares avançados do setor, como
AutoCAD, Revit, ProHidraúlica, PróÉletrica, HidroCAD, entre outros, que ajudam a agilizar
o desenvolvimento dos projetos, oferecendo inclusive cursos capacitivos para seus
funcionários aprenderem a utiliza-los.
Os pontos fracos encontrados e sugeridos para empresa foram:
Falta de rumo estratégico claro: a empresa ainda não possui rumo estratégico claramente
definido.
Falta de uma política correta na organização e centralização dos arquivos: cada funcionário
trabalha em uma máquina e os arquivos alterados são salvos nestas, quando outro colaborador
necessita destes arquivos tem que solicitar ao outro que procure e o repasse.
Falhas em comunicação interna: por trabalhar em diferentes locais muitas das vezes existe
falha na comunicação interna entre os funcionários.
Não utilização de marketing: a empresa ainda não investe em planos de marketing para
reconhecimento da imagem da empresa.
Recursos financeiros limitados: a empresa possui poucos recursos financeiros para maiores
investimentos, por estar se consolidando no mercado e investindo em prioridades.
As oportunidades encontradas e sugeridas para empresa foram:
Expansão de nicho de mercados: as atribuições da empresa possibilitam que a mesma atue
com novos nichos de mercado quando for necessário.
A procura de clientes particulares pela empresa: por trabalhar com órgãos públicos e se
relacionar com muitas pessoas, a empresa está cada vez mais reconhecida no mercado, assim
notou-se nos últimos meses uma procura de clientes particulares pela empresa para elaboração
de projetos residências e comerciais.
Legislação de contratos quando a empresa é a contratada: a legislação de contratos públicos
possibilita que uma empresa permaneça com o contrato durante cinco anos. Assim quando a
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empresa é a contratada ele poderá permanecer neste órgão por muito tempo, impedindo a
entrada de empresas concorrentes.
Aumento da fiscalização pelos órgãos competentes no estado: a fiscalização de projetos no
estado do Espírito Santo está cada vez mais rígida, impedindo o começo de obras sem
responsáveis técnicos, assim os possíveis clientes se vêm obrigados a procurar pelos serviços
da empresa.
Crescimento da procura pelo tipo de serviço prestado: não só a fiscalização mais rígida, mas
também a vontade de se planejar um projeto para que na hora de executar a obra tudo saia de
acordo com o esperado, tem despertado nos clientes a vontade de procurar profissionais
experientes.
As ameaças encontradas e sugeridas para empresa foram:
Cenários políticos instáveis: a instabilidade política gera mudanças diretas e indiretas nos
órgãos públicos, e isto pode atingir os interesses da empresa.
Mercado reduzido: por trabalhar com órgãos públicos do estado do Espírito Santo, são
poucos os possíveis clientes.
Restrição mercadológica: como o número de clientes é menor, caso haja qualquer
indisposição com este, torna-se difícil o retorno para o mesmo, restringindo cada vez mais o
mercado.
Legislação de contratos quando os concorrentes são os contratados: a legislação de contratos
públicos possibilita que uma empresa permaneça com o contrato durante cinco anos. Assim
quando um concorrente é contratado ele poderá permanecer neste órgão por muito tempo,
impedindo a empresa de captar este cliente.
Burocracia: a burocracia muitas das vezes acaba interceptando o andamento de contratos e
até mesmo dos serviços, causando demoras e atrapalhando os prazos de entregas.
Entrada de novos concorrentes: por ser um setor em expansão está constantemente surgindo
no mercado novas empresas que podem se tornar concorrentes da empresa.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As organizações disponibilizam pouco tempo para pensar em planejamento estratégico,
assim a falta de tempo ou até mesmo conhecimento da técnica dificultam o crescimento do processo de
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pequenas empresas. No desenvolvimento do trabalho pode-se observar que as ferramentas estratégicas
auxiliam as organizações na formulação de suas estratégias, algumas de maneira mais simples, outras
de maneira mais complexa. Cada uma possui características particulares que devem ser observadas
quando uma organização pensa em utilizar uma.
Dentre as ferramentas estratégicas estudadas, notou-se que a maioria pode ser empregada em
todos os tipos de organizações, porém deve se observar o foco na análise em que quer alcançar para se
formular estratégias e o tipo de negócio da empresa. A matriz BCG possui foco em marketing, as cinco
forças de Porter na competitividade, o balanced scorecard no desempenho e pôr fim a análise SWOT
com foco macro ambiental, sendo mais abrangente ao relacionar a empresa como um todo.
Após análise das ferramentas pode se observar que a ferramenta estratégica que mais
adequada para a atual situação da empresa foi à análise SWOT, por se tratar de uma ferramenta com
foco macro ambiental, a facilidade da ferramenta em comparação com as outras ferramentas e suas
características viabilizou sua escolha. Com a escolha da ferramenta foi possível propor a empresa uma
análise do ambiente interno e externo, apresentando pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades
através de observação das características da empresa e do ambiente na qual está inserida. O
levantamento destes dados possibilita a empresa visualizar quais os aspectos que deve manter ou
maximizar e quais devem mitigar ou eliminar.
Os autores corroboram que a análise SWOT pode permitir a seleção de uma estratégia que
seja mais apropriada para o alcance dos objetivos da empresa. Como a empresa ainda não havia
utilizado nada de planejamento estratégico, a ferramenta proposta resultou em uma iniciação de um
rumo estratégico para a empresa.
Como continuidade da pesquisa sobre o tema exposto, sugerem-se alguns trabalhos a serem
realizados: Realizar pesquisa para identificar as principais dificuldades encontradas pelas empresas na
utilização de planejamento estratégico e pesquisar outras ferramentas estratégicas modernas, como a
estratégia do Oceano Azul, Modelo Canvas, entre outras que ainda são pouco disseminadas no setor
empresarial.
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