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PROPOSTA DE IMPLANTAÇÂO DE PLANO DE
MANUTENÇÃO PARA OS TRANSFORMADORES
DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO
SUPERIOR LOTADA NO MUNICÍPIO DE
MOSSORÓ/RN
Adriana Fonseca Mendes (UNP )
Adricia Fonseca Mendes (UFERSA )
Gemison Amaral de Oliveira (UFERSA )
Liziane de Souza Morais (UFERSA )
vanessa nogueira ribeiro (UFERSA )
O aumento de instalações prediais e sistemas cada vez mais complexos e
diversificados, bem como o desenvolvimento de novas técnicas de
manutenção, têm exigido dos gestores de manutenção, uma postura
profissional inovadora voltada para o atendimento dos objetivos de sua
organização. Especificamente no âmbito das universidades, a ocorrência não
rara de colapsos inerentes ao abastecimento de energia elétrica tem
provocado à paralisação de atividades acadêmicas e sendo o transformador
um dos principais componentes de um sistema de redes elétricas,
acompanhar e monitorar as suas condições operativas, seu sistema isolante e
as condições dos seus demais elementos são de grande importância para o
aumento da confiabilidade e redução de custos operacionais. Nesse contexto,
uma importante fonte de informação para os gestores de manutenção são os
Planos de Manutenção, os quais visam representar o detalhamento da
estratégia de manutenção assumida por uma organização. Diante do
exposto, o objetivo do presente artigo consiste em propor um Plano de
Manutenção para os transformadores de uma instituição pública de ensino
superior, localizada em Mossoró/RN, haja vista que a mesma apresenta um
cenário preocupante de inobservância aos aspectos relacionados às boas
XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
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práticas de manutenção e segurança no trabalho, o que tem ocasionado
instabilidade no abastecimento de energia elétrica.
Palavras-chaves: Transformadores, plano de Manutenção, instituição de
ensino superior
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1. Introdução
Nos últimos anos os gestores de manutenção têm sido pressionados pelo atendimento de
novas demandas, motivadas principalmente pela existência de instalações prediais e sistemas
cada vez mais complexos e diversificados (VIEIRA, 2007).
Especificamente no âmbito das universidades, a ocorrência não rara de colapsos inerentes ao
abastecimento de energia elétrica tem levado à paralisação de atividades acadêmicas e, por
conseguinte, afetado negativamente uma parcela significativa da instituição.
De acordo com Souza (2008), quando se trata de sistema de redes elétricas, o transformador é
um dos principais componentes, isso devido a dois motivos. O primeiro se refere a sua
funcionalidade, já que este é o equipamento responsável por transportar energia elétrica,
alterando a tensão e corrente, mantendo a potência inalterada. O segundo está relacionado ao
seu alto custo de aquisição.
Nesse contexto, monitorar as condições operativas, sistema isolante e condições dos demais
elementos que compõem o transformador, é de grande importância para se obter os benefícios
da manutenção como: segurança melhorada, confiabilidade aumentada, qualidade maior,
custos de operações mais baixos, tempo de vida mais longo e valor residual mais alto
(SLACK, STUART e JOHNSTON, 2009; SOUZA, 2008).
Uma importante fonte de informação para os gestores de manutenção são os Planos de
Manutenção. Esses documentos de acordo com Morais et al. (2011) e Vieira (2007)
correspondem ao conjunto de informações necessárias para a orientação perfeita da atividade
de manutenção preventiva e preditiva, representando portanto o detalhamento da estratégia de
manutenção assumida por uma organização.
Nesse contexto, o presente artigo tem como objetivo geral a elaboração e proposição de
implantação de um plano de manutenção para os transformadores de uma instituição pública
de ensino superior localizada em Mossoró/RN, haja vista que na referida instituição
evidenciou-se a ausência de uma sistemática definida para a realização das atividades de
manutenção do sistema de redes elétricas contemplando Plano de Manutenção e capacitação
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da equipe de manutenção.
Assim, a estrutura do presente estudo, está organizada da seguinte forma: na seção 1, será
apresentada a introdução; na seção 2 será exposto o referencial teórico; A seção 3 delineará a
metodologia utilizada; na seção 4, serão descritas a análise e discussão dos resultados e na
seção 5 as considerações finais. A seção 6 compreenderá as referências bibliográficas.
2. Referencial teórico
2.1 Abordagens básicas da manutenção
Para Slack, Stuart e Johnston (2009), a manutenção consiste em um termo usado para abordar
a maneira pela qual as organizações procuram evitar falhas, cuidando de suas instalações
físicas e equipamentos. Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1994),
manutenção é o conjunto de ações técnicas e administrativas combinadas, que buscam manter
ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida.
Os tipos mais comuns de manutenções abordados pela literatura são: corretiva, preventiva e
preditiva. De acordo com Marçal (2004), as formas ou tipos de manutenção procuram
envolver a conservação, adequação, restauração, substituição e prevenção de equipamentos de
modo a alcançar os objetivos da função.
A manutenção corretiva, conforme abordado por Slack, Stuart e Johnston (2009), consiste em
permitir que as instalações continuem operando até quebrarem; de modo que o trabalho de
manutenção seja realizado somente após a falha ter ocorrido.
A manutenção preventiva segundo Carvalho (2010) consiste na redução de falhas ou queda do
desempenho do equipamento, através de um planejamento que contempla datas específicas e
em períodos pré-estabelecidos de tempo, assegurando a continuidade do funcionamento do
equipamento, parando apenas em consertos programados e facilitando o cumprimento de
programas de produção. Conforme afirma Viana (2012), esse tipo de manutenção pode
reduzir as paradas ocasionadas por quebra de equipamento, proporcionando maior controle
sobre a produtividade.
Segundo Nehls (2011) a manutenção preditiva consiste no acompanhamento de parâmetros
diversos, como vibrações, temperatura, ruído, pressão, análise do óleo, que permite que o
equipamento permaneça em operação por mais tempo, evitando a substituição prematura de
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peças e a troca antes que a falha ocorra. Conforme afirma Marçal (2004), a manutenção
preditiva apresenta como objetivos principais: impedir o aumento de danos, reduzir trabalho
de emergência não-planejado e estender o intervalo entre troca de peças.
De acordo com Slack, Stuart e Johnston (2009), a escolha do tipo de manutenção depende
crucialmente das circunstâncias. De modo que a estratégia de manutenção corretiva deverá ser
adotada quando a conseqüência da falha é pequena, quando a manutenção preventiva é
dispendiosa ou quando a falha não é previsível. Ao passo que a manutenção preventiva é
indicada quando o custo da falha é muito alto e quando a falha não é totalmente aleatória. Já a
manutenção preditiva deve ser utilizada quando a atividade ou o custo de manutenção são
consideravelmente dispendiosos.
2.2 Plano de Manutenção
Segundo Viana (2012) o Plano de Manutenção consiste em um conjunto de informações
necessárias à orientação perfeita da atividade de manutenção. Na prática, o plano de
manutenção representa o detalhamento da estratégia da manutenção assumida pela
organização, atuando na eliminação de intervenções desnecessárias e na otimização daquelas
que são realmente necessárias (MOUBRAY, 2002).
Segundo Souza (2008), planejar, programar e controlar a manutenção apresenta-se como uma
forma de evitar a ocorrência de eventuais problemas inerentes à manutenção, permitindo a
adequada aplicação dos recursos, com o intuito de garantir a disponibilidade do equipamento.
Referente aos resultados obtidos da otimização dos recursos, Fabro (2003) destaca alguns
dentre muitos, são eles: planejamento de recursos humanos; materiais com melhor qualidade e
menor custo; identificação de padrões de trabalho ainda não elaborados; diminuição de
trabalho desnecessário e preparação/coordenação de planos de produção.
3. Metodologia
O presente estudo apresenta-se como uma pesquisa bibliográfica e exploratória. De caráter
bibliográfico, pois, para a obtenção de maior conhecimento sobre o tema abordado, fez-se
necessária a pesquisa em materiais já publicados, tais como livros, artigos científicos, bem
como manuais referentes ao equipamento em questão, assim como técnicas de manutenção
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existentes (GIL, 1999). Depois do embasamento teórico necessário, procedeu-se com a coleta
de informações junto ao Setor de Infra-Estrutura (SIN), responsável dentre outras atribuições,
pela manutenção das instalações elétricas da instituição pública de ensino superior, universo
de pesquisa do presente estudo. Associadas as mencionadas coletas, as atividades de
manutenção também foram acompanhadas in loco, a fim de se conhecer melhor o
funcionamento da organização e a sistemática de manutenção dos transformadores adotada,
compreendida desde a abertura da Ordem de Serviço (OS) até o fechamento da mesma.
As informações acima supracitadas foram indispensáveis para a elaboração do Plano de
Manutenção para os transformadores. Depois de elaborado, o referido Plano foi discutido com
o responsável da SIN a fim de que o processo de implantação fosse iniciado.
4. Análise e discussão dos resultados
4.1 Cenário atual de manutenção dos transformadores
De acordo com estudo realizado por Medeiros et al. (2012), o crescimento da estrutura física
do campus da instituição estudada demanda a ampliação, de forma conjunta, do sistema
elétrico preexistente, bem como mudança na metodologia de trabalho e na qualificação dos
profissionais, tendo em vista o aumento da complexidade da instalação.
Atualmente na instituição de ensino estudada, a manutenção dos transformadores ainda é
corretiva. Dessa forma, os equipamentos permanecem em operação até que parem de
funcionar. Nos casos em que a falha do equipamento não é de conhecimento da equipe
técnica, é acionada uma empresa terceirizada de manutenção para realizar o serviço.
Por não haver na referida instituição, Planos de Manutenção para conduzir de forma
padronizada as atividades de manutenção, a mesma ocorre de forma aleatória, baseada
consideravelmente em informações tácitas em detrimento da documentada. Assim, a realidade
atual da instituição estudada mostra um cenário de inobservância aos aspectos relacionados às
boas práticas de manutenção e segurança no trabalho (MEDEIROS, et al. 2012).
4.1 Plano de Manutenção proposto
O escopo do Plano de Manutenção proposto compreenderá (i) o modelo de tagueamento dos
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transformadores; (ii) check-list de inspeção visual; (iii) fluxograma de realização das
atividades de manutenção e (iv) desenvolvimento de POP’s.
4.1.1 Tagueamento
O Tagueamento (Tag) é a localização de um mesmo tipo de equipamento dentro de uma
determinada área e por isso é considerado como base da organização da manutenção, pois
orienta a localização de processos e também de equipamentos para receber a manutenção
(SILVA, 2011; GARCIA VIANA, 2012).
A figura 1 logo abaixo, ilustra o modelo de tagueamento proposto para os transformadores da
instituição de ensino estudada.
Figura 1 – Modelo de Tag dos transformadores
Fonte: Autoria própria, 2014.
O tagueamento dos transformadores será composto por cinco níveis. O nível um, indicado por
duas letras, irá corresponder à qual cidade e campus o transformador pertence. Isso porque a
universidade estudada possui dois campus, leste e oeste. O nível dois indicará o setor do
campus; ao todo são cinco setores, diante disso, esse nível será representado por um único
número que pode variar entre 1 e 5. O nível 3 indicará a via na qual o transformador está
instalado. Esse nível é composto por dois números, que variam de 00 a 99. O quarto nível será
representado pela letra T, no caso específico dos transformadores. O quinto nível indicará a
posição do transformador na via; será composto por dois números, que variam inicialmente
entre 00 e 30, tendo em vista que é 30 a quantidade de transformadores em funcionamento na
instituição de ensino. Por convenção, o prédio da reitoria será considerado como referencial,
situado no setor 1, via 00 e a posição do transformador que fornece energia para o referido
prédio será 00. Assim, de acordo com a descrição realizada, o tagueamento ML100T00
apresentado na Figura 1, refere-se ao transformador localizado em Mossoró campus leste,
setor 1, via 00 e posição 00.
SIN – Superintendência de Infra-estrutura
TAGUEAMENTO: ML100T00
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4.1.2 Fluxograma da manutenção
Os fluxogramas desempenham função importante dentro das organizações, pois eles expõem
a maneira de forma detalhada e ordenada em que as atividades são realizadas (GERVÁSIO
VIEIRA, 2007 apud ROCHA, 1987).
Como já mencionado anteriormente na universidade estudada, não há uma sistemática
definida para a realização da atividade de manutenção dos transformadores. Assim através do
fluxograma da figura 2 é possível visualizar de maneira clara e sistêmica os procedimentos
propostos a serem adotados diante da severidade de cada problema a ser resolvido.
Figura 2 - Fluxograma das atividades de manutenção
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Fonte: Adaptado de Baldessar (2006)
Conforme a figura 2, é possível verificar que a abertura da OS, poderá ocorrer por intermédio
de quatro mecanismos distintos. O chamado refere-se às vias, presencial, telefone e e-mail. O
quarto mecanismo se refere à análise dos Check-lists, os quais serão discutidos no subitem
seguinte, utilizados nas inspeções visuais realizadas pela equipe técnica de manutenção.
No que se refere à diferença do tratamento entre a falha completa e as anormalidades, cujas
manutenções poderão ser programadas, consiste que, na ocorrência da primeira, a equipe de
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manutenção deverá de imediato ser deslocada para o setor de almoxarifado, enquanto que na
última, o recebimento do material necessário poderá ser aguardado.
Quanto ao Boletim de Requisição de Material (BRM), esse deverá ser emitido pelo
responsável da equipe de manutenção em todas as ocasiões em que houver a necessidade de
solicitação de material do almoxarifado.
De acordo com o Plano proposto, a OS de serviço deverá ser fechada somente após o
recebimento do feedback do usuário. Percepções de cortesia e rapidez no atendimento, por
exemplo, serão de suma importância para que conforme Souza Carvalho (2011), a
organização possa ajustar o comportamento do colaborador aos objetivos organizacionais ou
mantê-lo informado de que está agindo de acordo com a missão da organização.
Em última análise da figura 2, cabe destacar a importância de que sejam registrados os
procedimentos das atividades de manutenção realizadas. Isso permitirá a equipe técnica
embasar melhor o seu planejamento para execução da atividade de manutenção de um
específico transformador, através de uma espécie de banco de dados.
4.1.3 Check-list de inspeção visual
Uma inspeção visual, como o próprio nome exprime, é um exame visual do estado de
conservação dos equipamentos e instalações (BALDESSAR, 2006).
Recomendou-se a instituição, a adoção de uma lista de verificação (check-list), a qual deverá
ser preenchida pelo técnico responsável durante a vistoria do equipamento. O tagueamento,
especificamente, se constitui como uma das informações de extrema importância para um
adequado preenchimento do check-list, haja vista, que a referida informação trata da
localização do equipamento nos campus. As demais informações consideradas no modelo de
check-list proposto poderão ser visualizadas a seguir, na figura 3.
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Figura 3 – Modelo de Check-list para inspeção visual dos transformadores
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Fonte: Autoria própria, 2014.
De acordo com a Figura 3, os itens a serem verificados dos componentes dos transformadores,
são indicados pela presença do “X” (destacado em vermelho). Associados a cada um desses
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itens de verificação, estão à periodicidade (T indica trimestral e S semestral) em que a
inspeção visual deverá ocorrer e o estado atual em que se encontra o transformador no ato da
referida inspeção. Sugeriu-se que os campos referentes ao estado atual fossem preenchidos da
seguinte forma: “CN” para condições normais, “AL” para anormalidades leves, “AG”
indicando anormalidades graves e “FC” para falhas completas. É interessante destacar que
ambas as anormalidades e falhas, AL, AG e FC, deverão ser preconizadas pela equipe de
planejamento de manutenção, sendo que as designações leve, grave e completa, atuarão
necessariamente na criticidade do problema a ser resolvido pela equipe de manutenção.
4.1.4 Procedimentos Operacionais Padronizados
Recomendou-se ao responsável da SIN, a elaboração e implantação dos POP’s referentes às
atividades inerentes à manutenção dos transformadores. Conforme Duarte (2005), os POP’s
constituem a base para a garantia da padronização das tarefas dos colaboradores, o que
garante aos usuários, um serviço livre de variações indesejáveis na qualidade final do serviço.
Nesse contexto, os POP’s sugeridos objetivarão as boas práticas de manutenção, bem como a
segurança da equipe técnica durante a as atividades de manutenção.
Por simplificação, será discutida apenas uma técnica de manutenção preditiva. A saber,
medição de descargas parciais utilizando o método acústico. O POP a ela referente é ilustrado
na Figura 4. É importante destacar que para cada atividade de manutenção, deverá existir um
POP contemplando todos os procedimentos necessários para a sua execução.
Figura 4- POP para ensaio de emissão acústica nos transformadores
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Fonte: Autoria própria, 2014.
A medição de descargas parciais utilizando o método acústico permite que as descargas
tenham sua localização detectada antes que ocorram danos significativos, por meio de um
conjunto de sensores acústicos de alta freqüência acoplados a parte externa do tanque, os
quais são sensíveis aos sinais acústicos originários da estrutura (SOUZA, 2008). Além disso,
o referido método é aplicado com o transformador em operação, sendo esta uma de suas
principais vantagens (SOUZA, 2008).
5. Considerações finais
Verificou-se no decorrer deste artigo que para manter os transformadores funcionando em
condições ideais, de modo que paradas desnecessárias não venham a ocorrer interrompendo
atividades relevantes da instituição estudada, faz-se necessário a construção de um adequado
planejamento. Para isso, há a necessidade urgente de uma mudança na metodologia de
trabalho e na qualificação dos profissionais.
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Nesse contexto, o Plano de Manutenção se destaca, porque o mesmo visa planejar, programar
e controlar a manutenção, a fim de inibir eventuais desvios, que poderão acarretar diversos
prejuízos, não raras às vezes, imensuráveis. No Plano de Manutenção, cada uma de suas
partes integrantes, a saber, tagueamento, check-list de inspeção visual, fluxograma de
realização das atividades de manutenção e POP’s desempenham papéis fundamentais.
Referente ao tagueamento, este é responsável pela identificação e pronta localização do
transformador no sistema de redes elétricas. O check-list se configura como um documento de
extrema importância que contempla o estado atual dos componentes dos transformadores,
determinando a criticidade do problema a ser resolvido. Através do fluxograma de realização
das atividades de manutenção, é possível visualizar de modo rápido e simples o ordenamento
em que as mesmas deverão ocorrer. Em busca de padronizar as tarefas, a fim de assegurar a
qualidade dos serviços prestados, se destacam os POP’s.
Cabe ressaltar que para a efetividade da implantação do Plano de Manutenção proposto, faz-
se necessário que a equipe técnica seja bem treinada e qualificada para a execução de suas
tarefas, além de se tornar indispensável, o engajamento da mesma.
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