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PROPOSTA METODOLÓGICA DE OBSERVAÇÃO
OBSERVATÓRIO DO TRABALHO DA BAHIA
ETAPA III
DEZEMBRO DE 2012
Contrato 2012/2013 – SETRE-BA e DIEESE
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 2
EXPEDIENTE DA SECRETARIA DO TRABALHO, EMPREGO, RENDA E ESPORTE DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
JAQUES WAGNER Governador
OTTO ALENCAR Vice-Governador
NILTON VASCONCELOS
Secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte
ELIAS DOURADO Chefe de Gabinete
MARIA THEREZA ANDRADE
Superintendente de Desenvolvimento do Trabalho
MILTON BARBOSA DE ALMEIDA FILHO Superintendente de Economia Solidária
NAIR PRAZERES
Diretora-Geral
SETRE – Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte Endereço: 2ª Avenida, nº 200, Plataforma III - 3º andar, Sala 306 – CAB
Salvador - Bahia – Brasil - CEP: 41.745-003 http://www.setre.ba.gov.br
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 3
EXPEDIENTE DO DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS – DIEESE
Direção Técnica Clemente Ganz Lúcio – Diretor Técnico / Coordenador de Pesquisas
Ademir Figueiredo – Coordenador de Estudos e Desenvolvimento José Silvestre Prado de Oliveira – Coordenador de Relações Sindicais
Nelson de Chueri Karam – Coordenador de Educação Rosana de Freitas – Coordenadora Administrativa e Financeira
Coordenação Geral do Projeto Ademir Figueiredo – Coordenador de Estudos e Desenvolvimento
Angela Maria Schwengber – Supervisora dos Observatórios do Trabalho Ana Georgina Dias – Supervisora do Escritório Regional do DIEESE na Bahia
Técnica Responsável pelo Projeto Flávia Santana Rodrigues
Equipe Executora DIEESE
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos Rua Aurora, 957 – Centro – São Paulo – SP – CEP 01209-001
Fone: (11) 3821 2199 – Fax: (11) 3821 2179 – E-mail: [email protected]
Site: http://www.dieese.org.br
Observatório do Trabalho da Bahia Endereço: 2ª Avenida, nº 200, Plataforma III - 3º andar, Sala 323 – CAB
Salvador - Bahia – Brasil - CEP: 41.745-003 Fone: (71) 3115 16 35 – E-mail: [email protected]
Site: http://www.portaldotrabalho.ba.gov.br/
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 4
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................. 5
1. OBSERVATÓRIOS DO TRABALHO ........................................................................................... 6
1.1. Contexto .................................................................................................................................... 6
1.2. Principais objetivos do Observatório do Trabalho da Bahia ..................................................... 8
1.3. Atuação em retrospectiva .......................................................................................................... 9
2. METODOLOGIA .......................................................................................................................... 11
2.1. Notas gerais ............................................................................................................................. 11
2.2. Notas sobre o plano de trabalho da Etapa III .......................................................................... 13
2.2.1. Objetivo Específico 1 – Organização da Informação ...................................................... 14
2.2.2. Objetivo específico 2 – Elaboração de Subsídios ............................................................. 22
2.2.3. Objetivo específico 3 – Disseminação e Diálogo Social .................................................. 31
2.2.4. Objetivo específico 4 – Diminuição da Informalidade por meio do Diálogo Social ....... 35
2.2.5 Objetivo específico 5 – Apoio a formação de gestores ...................................................... 38
2.2.6 Objetivo específico 6 – Gestão do Contrato ...................................................................... 39
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 41
ANEXOS ........................................................................................................................................... 42
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 5
APRESENTAÇÃO
O presente relatório é o primeiro produto previsto no contrato celebrado entre o Governo do Estado
da Bahia através da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE) e o Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE – para o período 2012/2013, que
assegura a prestação de serviço para execução do projeto de implantação da etapa III do
Observatório do Trabalho do Estado da Bahia. Esse relatório tem como objetivo detalhar a
metodologia comumente utilizada pelos Observatórios do Trabalho na execução de suas ações
visando alcançar os objetivos propostos, bem como trazer um descritivo detalhado acerca das
estratégias de execução do Plano de Trabalho do projeto contratado para a Bahia.
Para isso, o presente relatório está dividido em duas seções e a conclusão. A primeira seção trata de
contextualizar a ação dos Observatórios do Trabalho, em particular a do Observatório do Trabalho
da Bahia, apresentando uma breve retrospectiva de sua atuação. A segunda apresenta o escopo de
trabalho da etapa III do Observatório do Trabalho da Bahia, primeiramente em seus traços mais
gerais e, em seguida, analisando detalhadamente os aspectos metodológicos, as estratégias analíticas
e as bases de dados utilizadas para consecução do plano de trabalho.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 6
1. OBSERVATÓRIOS DO TRABALHO
1.1. Contexto
As políticas públicas de emprego, trabalho e renda começaram a ser construídas em 1975,
juntamente com uma fonte de recursos para o seu financiamento, que é o Fundo de Amparo ao
Trabalhador. As questões do mercado de trabalho também foram gradativamente se transformando,
passado de uma necessidade inicial de organizá-lo ao desafio de encontrar formas de enfrentar o
desemprego e de inserir a força de trabalho no mercado em melhores condições, dialogando, mais
recentemente, com o crescimento econômico e com a agenda do trabalho decente.
Em agosto de 2005, foi realizado o II Congresso Nacional de Emprego, Trabalho e Renda, que teve
como uma de suas deliberações a constituição um efetivo Sistema Público de Emprego Trabalho e
Renda (SPETR) no país. Este Sistema deveria permitir maior descentralização das políticas de
emprego, trabalho e renda no plano dos municípios com mais de 300 mil habitantes1 além de criar
mecanismos para favorecer a integração das ações públicas no âmbito dos territórios municipais e
estaduais e entre as três escalas da federação. Em outras palavras, as comissões municipais de
emprego e renda dos municípios médios e grandes poderiam, a partir dessas deliberações e de sua
regulamentação, elaborar planos locais e regionais para a integração ao Sistema Público, que devem
compor um plano estadual aprovado pela Comissão Estadual de Emprego e remetido ao
MTE/CODEFAT para sua integração e co-financiamento pelo Sistema Nacional.
O DIEESE, que já tinha experimentado algumas iniciativas de desenvolvimento de metodologia
para análise do mercado de trabalho local, nesse contexto viu se ampliaram significativamente as
demandas por constituição de Observatórios do Trabalho. Entender a dinâmica do mercado de
trabalho também nas esferas estaduais e, sobretudo, locais passou a ser um eixo do sistema público
de emprego, trabalho e renda, tendo em vista subsidiar os gestores e demais dirigentes e lideranças
locais que influem sobre a tomada de decisões a respeito das políticas públicas para a área.
O DIEESE, a partir dessas necessidades e de sua experiência acumulada na análise do mercado de
trabalho e estudos socioeconômicos, organizou um serviço para buscar e produzir informações e
análises que subsidiem a ação de todos os que participam da gestão das políticas públicas, que são
1 Hoje já é permitido aos municípios com mais de 200 mil habitantes.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 7
os Observatórios do Trabalho. A metodologia de observação fundamenta-se na análise estatística e
socioeconômica, no diálogo social e na possibilidade de intervenção conjunta dos atores sociais.
O que se espera é que os Observatórios do Trabalho possam contribuir para superar alguns dos
importantes desafios do mercado de trabalho e das políticas públicas a ele direcionadas. Primeiro o
da participação dos atores sociais. A proposta inovadora dos Observatórios não se restringe a criar
um corpo técnico capaz de propor políticas tecnicamente bem elaboradas. O conhecimento dos
atores (governo, trabalhadores, empregadores, universidades, escolas técnicas, organizações sociais,
entre outras) não só legitima as políticas, como certamente dá outra qualidade às mesmas pelo
conhecimento da realidade que cada grupo possui.
Segundo, o da integração da política de emprego, trabalho e renda com as demais políticas públicas
que incidem no território, sejam elas municipais, regionais, estaduais ou nacionais. A quantidade e,
sobretudo, a qualidade dos empregos criados no município ou na região, estão intimamente ligadas
às políticas de educação (geral, técnica, profissional), de saúde (especialmente preventiva), de
transporte público e assim por diante.
Terceiro, a compreensão dos fluxos econômicos que perpassam o território é fundamental para
antecipar as demandas prospectivas de postos de trabalho. É necessário produzir conhecimento
sistemático sobre as cadeias produtivas, os arranjos produtivos locais, os “clusters”, o impacto do
orçamento público sobre o emprego, o padrão de consumo da população do território. Também é
fundamental mapear o investimento privado (nacional e externo) e público, num momento de
enorme mobilidade, especialmente do investimento privado.
Quarto, as políticas públicas de emprego, trabalho e renda devem olhar para os segmentos mais
fragilizados do mercado de trabalho e não apenas para os setores estruturados. Entender o perfil dos
trabalhadores que compõem esses segmentos e como se relacionam com os setores mais
estruturados são aspectos fundamentais para melhorar a qualidade das políticas públicas que devem
promover o seu desenvolvimento e proteção social. Talvez este seja o mais difícil de ser superado
em virtude da ausência de informações regulares e abrangentes sobre a economia e o trabalho
informal.
Por último, mas não menos importante, dificilmente haverá desenvolvimento local/regional
sustentável criando ilhas de prosperidade num país extremamente desigual como o Brasil. Assim,
essas políticas, idealmente, deveriam estar integradas às políticas nacionais de desenvolvimento.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 8
Dessa forma, as informações e análises elaboradas pelos Observatórios podem gerar subsídios ao
planejamento estratégico dos municípios e estados na busca por uma maior integração e equidade
regional.
A Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esportes – SETRE, do governo do estado da Bahia,
estabeleceu convênio com o DIEESE para implantar e desenvolver o Observatório do Trabalho no
seu âmbito. Desde meados de 2010 esse processo está em curso, sendo que a etapa que agora se
inicia será marcada pelo maior investimento nas ações de diálogo social acerca dos desafios da
inserção laboral e das condições de trabalho no estado.
1.2. Principais objetivos do Observatório do Trabalho da Bahia
O objetivo geral do Observatório do Trabalho, na sua terceira etapa, é assessorar e prestar apoio
técnico para manutenção e ampliação das ações em desenvolvimento, de forma a subsidiar a gestão
da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – SETRE, com informações, análises e
propostas de ação em relação às questões do mundo do trabalho.
Somam-se a este, os objetivos específicos, que são:
Apoiar a manutenção e ampliação da base de informações do Observatório do Trabalho,
articulada por um conjunto de indicadores que permitam o monitoramento e análise regular
do mercado de trabalho no estado da Bahia.
Elaborar subsídios regulares sobre o mercado de trabalho, considerando a agenda do
trabalho decente e as políticas públicas de emprego, trabalho e renda, bem como a
incidência dos atores locais (governamentais, sindicais, empresariais e da sociedade civil)
sobre elas.
Apoiar ações de fortalecimento de espaços de participação social e do debate público sobre
as questões do mundo do trabalho na Bahia.
Realizar projeto piloto para redução da informalidade por meio do diálogo social.
Apoiar a formação de gestores e técnicos da SETRE nas temáticas abordadas pelo
Observatório do Trabalho.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 9
Realizar gestão do contrato.
Nesse sentido, o Observatório do Trabalho configura-se como um dos instrumentos de
sistematização de dados e informações locais e regionais existentes sobre o mercado de trabalho,
que permitam ao poder público definir e avaliar estrategicamente a sua ação.
A produção do Observatório é destinada a diferentes públicos, destacando-se:
Formuladores de políticas públicas, em especial da administração direta e indireta;
Representações de trabalhadores e de empresários, através de centrais sindicais, sindicatos e
entidades empresariais;
Pesquisadores, estudantes, profissionais e entidades ligadas ao “mundo do trabalho”.
1.3. Atuação em retrospectiva
Em 2010 a SETRE estabeleceu convênio com o DIEESE para implantação do Observatório do
Trabalho da Bahia com o propósito de gerar subsídios regulares para as políticas públicas de
emprego, trabalho e renda no estado.
Ao longo da primeira etapa (seis meses) do convênio foram organizados bancos de dados,
elaborados instrumentos, indicadores e estudos que responderam a demandas de informação e
análise naquele momento e também serviram de base para aprimoramento e aprofundamento na
segunda etapa (12 meses). Foi desenvolvido um Sistema de Informações Geográficas sobre o
mercado de trabalho formal e as políticas públicas de emprego disponibilizado na internet via a
página web da SETRE e foi elaborado um estudo temático sobre juventude e trabalho.
Na segunda etapa, além de aprimorar as ferramentas desenvolvidas anteriormente, foi possível
também iniciar um processo de diálogo com estudiosos, pesquisadores e acadêmicos que em
diferentes instituições tem desenvolvido pesquisas sobre o mundo do trabalho com o propósito de
buscar um reconhecimento do que vem sendo feito neste campo e estimular uma integração das
iniciativas tendo como eixo a produção de informações que possam qualificar a ação pública.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 10
Foram desenvolvidos quatro estudos temáticos que aprofundaram questões relevantes sobre o
trabalho (trabalho decente, microcrédito e perfil das microempresas e dos trabalhadores por conta
própria e microempreendedores individuais, informalidade e cooperativismo).
O Observatório do Trabalho começa a se estabelecer como referência para o governo e atores
sociais que discutem e atuam nas questões relativas ao mundo do trabalho. Entretanto a
compreensão e planejamento da ação pública, bem como a incidência social nos espaços de
participação ainda são desafios importantes.
Dessa forma, a SETRE e o DIEESE desenvolveram esta proposta de continuidade e consolidação
do Observatório do Trabalho da Bahia, cujo plano de trabalho mantém algumas ações que requerem
tratamento contínuo e avançam em outras que procuram, sobretudo, fortalecer a participação e o
diálogo social para enfrentar os desafios que se colocam.
Para a terceira etapa do Observatório do Trabalho da Bahia, três diretrizes orientarão o trabalho a
ser desenvolvido no âmbito do contrato:
1. Consolidar os indicadores e sistema de consultas e estimular o uso pelos diferentes atores
sociais, acadêmicos, pesquisadores, gestores públicos, sindicalistas, empresários, etc.
2. Ampliar e fortalecer o diálogo social acerca das questões e desafios do mundo do trabalho;
3. Aprofundar a análise de questões como informalidade e trabalho decente.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 11
2. METODOLOGIA
2.1. Notas gerais
A estratégia metodológica do Observatório do Trabalho está estruturada em três eixos e se mantém
nesta nova etapa: organização da informação, elaboração de estudos e análises, fomento ao diálogo
social que fortaleça a incidência sobre as políticas públicas.
No que se refere à organização da informação, nesta etapa trata-se, sobretudo, de manter atualizados
os bancos de dados do Observatório do Trabalho a partir da divulgação das informações das bases
de dados utilizadas. Porém, também poderão ser inseridas novas bases de dados a partir das
demandas de estudos postas pela SETRE. Desta forma, as ações deste eixo envolvem trabalho
técnico de estatísticos e economistas que farão a atualização e aprimoramento dos bancos de dados
e indicadores de monitoramento do Observatório. Também compõe esse eixo a atualização e
ampliação do Sistema de Informações Geográficas do Observatório do Trabalho, conforme descrito
no plano de trabalho, que entre outras coisas será enriquecido com dados extraídos do Censo
Demográfico de 2010 (dados populacionais e do trabalho).
As bases de dados que compõem o escopo do projeto receberão tratamento dos dados de forma a
garantir o sigilo das informações coletadas. Este tratamento das informações será realizado pela
equipe técnica do DIEESE. Este tratamento é justificado pelo tamanho das bases de dados e sua
adequação para compor o escopo do projeto.
A organização da informação e a construção de indicadores continuarão aprofundando as
contribuições para a Agenda Baiana do Trabalho Decente, em articulação com os programas, textos
e informações já produzidas em cada um dos eixos temáticos da agenda. O DIEESE já elaborou um
conjunto de indicadores nas etapas anteriores do projeto e ampliará esta elaboração tanto do ponto
de vista das fontes como de segmentações específicas relevantes para compreensão e planejamento
de ações.
Em relação aos estudos e análises, embora continue um monitoramento da conjuntura do mercado
de trabalho (CAGED), nesta etapa será priorizada a elaboração de estudos temáticos que visam uma
análise mais estrutural e aprofundada. A análise dos dados buscará, na medida da viabilidade
técnica, observar tendências que possam auxiliar na prospecção de cenários futuros que contribuam
para a elaboração de políticas públicas na área. A SETRE já indicou alguns temas que poderão vir a
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 12
ser objetos desses estudos: o trabalho nos setores de comércio e serviços; saúde e segurança no
trabalho, com base no Anuário Estatístico da Previdência Social; inserção no trabalho das pessoas
com deficiência; o trabalho infantil; as questões de gênero e raça no mercado de trabalho e, por fim,
economia solidária. Os estudos temáticos buscam ampliar, na medida do possível, as fontes de
consulta e pesquisa. Serão elaborados 6 estudos ao longo dos próximos 12 meses. Ainda será
elaborado um estudo da década sobre a evolução da atividade econômica e o mercado de trabalho
na Bahia, com indicadores mais abrangentes e buscando captar as principais tendências. Para a
elaboração destes estudos serão alocados técnicos de diferentes áreas do DIEESE, além da equipe
técnica local, tanto para mobilizar os conhecimentos requeridos para abordar a diversidade de temas
propostos como para viabilizar que sejam feitos em prazos curtos (um estudo por bimestre). Os
estudos serão os principais insumos para a formação de gestores e para o diálogo social nesta etapa.
O plano de trabalho do Observatório do Trabalho traz muitas ações que estimulam o diálogo social
e incidência sobre as políticas públicas. O propósito é disseminar os estudos produzidos pelo
Observatório, submetendo-os ao diálogo com os atores relevantes (movimento sindical,
empresários, governo, entidades da sociedade civil, comunidade acadêmica, etc.). O objetivo é
qualificar a análise com elementos pouco perceptíveis para as estatísticas, mas muito presentes no
cotidiano desses atores e oferecer subsídios aos atores na formulação de propostas para as políticas
públicas e para o enfrentamento de desafios tais como a informalidade, o trabalho precário, o
fomento as outras formas do trabalho como a economia solidária, entre outros. Dessa forma, estão
previstos seminários, oficinas, reuniões com diferentes públicos que serão os espaços desse diálogo.
Além disso, e conectado ao eixo do diálogo social, a grande novidade desta etapa é a realização de
um projeto piloto para enfrentamento de situações de informalidade no trabalho. A informalidade é
um grave problema no Brasil. Sua solução requer um esforço persistente de diferentes instituições,
tanto dos governos como da sociedade, voltado à formulação de ações e políticas consistentes e
articuladas. A Agenda Baiana do Trabalho Decente tem entre seus desafios enfrentar essa questão.
Visando uma intervenção articulada, o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos) e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), firmaram o
convênio ATN-ME 11684 BR, em outubro de 2009, para desenvolver o Projeto “Redução da
Informalidade em Micro, Pequenas e Médias Empresas por meio do Diálogo Social”, mobilizando,
a partir daí, os atores sociais de quatro Arranjos Produtivos Locais para o levantamento coletivo das
demandas para a formalização e identificação de soluções para o enfrentamento da informalidade
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 13
nas suas diversas manifestações. Desde então, está em curso uma ampla mobilização de atores
sociais para refletir sobre as peculiaridades da informalidade no País; elaborar diagnósticos em
setores selecionados e identificar soluções diferenciadas concernentes à forma específica de
inserção ocupacional – seja como trabalhadores assalariados, autônomos ou conta-própria,
pequenos empreendedores e cooperativados – para o seu enfrentamento por meio do diálogo social
e da construção de novos marcos regulatórios e políticas públicas inovadoras, visando construir um
ambiente voltado à inclusão social e ao desenvolvimento.
Nesta etapa do Observatório do Trabalho, será implantado um projeto piloto que replicará esta
metodologia desenvolvida pelo DIEESE na parceria com o BID, buscando uma intervenção
específica na Bahia em articulação com a Agenda Baiana do Trabalho Decente. O setor e localidade
de desenvolvimento do projeto piloto será objeto de definição conjunta da SETRE e DIEESE.
Finalmente, serão realizadas oficinas para apresentação e discussão dos estudos do Observatório
para a equipe técnica da SETRE. Essas oficinas são importantes para que a equipe se aproprie das
informações na gestão das políticas públicas como também para promover formação técnica.
Os custos orçados no projeto dizem respeito, sobretudo às horas técnicas, materiais e de viagens
para técnicos do DIEESE que atuam no Observatório com vistas a sua participação em atividades
técnicas e de gestão do projeto. Os custos de organização (mobilização, estrutura, logística, etc.) dos
eventos previstos (seminários, oficinas, reuniões) serão de responsabilidade direta da SETRE. Da
mesma forma, não foram previstos custos de publicação de estudos. O DIEESE se compromete a
entregar 01 (uma) cópia impressa e digital de todos os produtos elaborados, ficando a critério da
SETRE a sua publicação.
2.2. Notas sobre o plano de trabalho da Etapa III
O plano de trabalho da etapa III do Observatório do Trabalho consolida um conjunto de ações que
se tornaram regulares e continuas no monitoramento e análise do mercado de trabalho na Bahia e
introduz duas iniciativas importantes para aprofundar a metodologia e estratégias de ação. Trata-se
do projeto piloto da informalidade e do desenvolvimento de ferramentas de gestão para a política de
fomento à economia solidária.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 14
O plano de trabalho e seu cronograma de execução podem ser encontrados no Anexo 02 deste
relatório e, a seguir, serão detalhadas as estratégias para seu desenvolvimento.
2.2.1. Objetivo Específico 1 – Organização da Informação
O ciclo metodológico do Observatório do Trabalho contempla uma fase relevante que é de
organização da informação para propiciar as análises e reflexões a respeito dos desafios que se
colocam para as políticas públicas e para a sociedade na perspectiva de melhoria das condições de
trabalho.
Esse eixo – organização da informação – estará presente em vários objetivos deste plano de
trabalho, mas neste primeiro há uma concentração de ações nesta perspectiva. A seguir serão
apresentadas.
Atualização de indicadores de acompanhamento do mercado de trabalho
Na primeira etapa do projeto do Observatório do Trabalho realizada no segundo semestre de 2011,
foi elaborado um conjunto de indicadores de acompanhamento do mercado de trabalho da Bahia,
que serviriam como eixo para análises e diálogos delas resultantes. Esses indicadores foram
elaborados em conjunto com a equipe de gestores da SETRE e procuravam contemplar um
conhecimento amplo do mercado de trabalho a partir das estatísticas existentes, bem como
responder a questões postas para a elaboração e gestão das políticas públicas.
Na segunda etapa do projeto do Observatório do Trabalho, realizada ao longo do ano de 2012, esses
indicadores foram revistos e ampliados, respondendo as novas questões postas às políticas públicas
e formuladas pelos gestores e conselhos vinculados as mesmas. Alguns foram objeto de estudos
temáticos, outros passaram a ser monitorados mensalmente.
Ao final de cada etapa, foram entregues relatórios que sistematizaram o processo e os indicadores
elaborados, monitorados e analisados. Da mesma forma, ao longo da execução da etapa III, esse
debate será realizado com gestores, conselheiros, estudiosos que se envolvam nas atividades do
Observatório do Trabalho, e os indicadores serão atualizados por meio da realização dos estudos e
análises, resultando em um relatório a ser entregue no final do contrato.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 15
Atualização do banco de dados do mercado de trabalho
Durante a execução dos trabalhos, são acumuladas diversas informações estatísticas que, ao final do
contrato, serão sistematizadas em um banco de dados e entregues à Secretaria no formato Excel.
Cumpre salientar que não compõe o banco de dados em Excel as informações estatísticas que são
disponibilizadas no Sistema de Informações Geográficas do Observatório do Trabalho. Esse banco
de dados é importante para constituir o acervo do Observatório do Trabalho e para possibilitar
consultas adicionais decorrentes de necessidade de aprofundar algum aspecto das análises geradas.
A produção de estudos e análises se baseia nas bases de dados disponibilizadas, sobretudo pelo
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e
do próprio DIEESE, além de fontes locais tais como registros administrativos do governo local,
pesquisas e outros estudos produzidos localmente, assim como pesquisas quantitativas ou
qualitativas que venham a ser produzidas no âmbito do Observatório (de acordo com o plano de
trabalho).
As principais bases de dados utilizadas pelo Observatório do Trabalho que poderão ter informações
organizadas no banco de dados são:
• Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), resultado do convênio entre DIEESE / SEADE e,
na Bahia, envolve a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI),
autarquia da Secretaria do Planejamento (SEPLAN) e a Secretaria do Trabalho, Emprego,
Renda e Esporte (SETRE);
• Valor Adicionado por setor de atividade econômica e Produto Interno Bruto (PIB) total e per
capita para Brasil, Estado e Municípios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE);
• Balança comercial para o Brasil, do Banco Central do Brasil (BCB), Boletim, Seção balanço de
pagamentos;
• Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE);
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 16
• Cadastro geral de Empregados e Desempregados (CAGED), registro administrativo do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE);
• Sistema de Informações da Economia Solidária, de gestão do Ministério do Trabalho e
Emprego; a utilização de outras bases de dados locais / regionais / estaduais, para qualquer um
dos estudos previstos no plano de trabalho, poderá acontecer ao longo da execução deste
projeto na medida em que o DIEESE tenha acesso às mesmas e que seja atestada a relevância e
viabilidade técnica da sua utilização;
• Base de dados sobre o Micro Empreendedor Individual (MEI), divulgada pelo Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e disponibilizadas através do Portal do
Empreendedor. A base é composta por informações acerca dos microempreendedores
individuais formalizados, empresários individuais, microempresas que optaram pelo SIMEI e
total geral de microempreendedores individuais;
• Registros administrativos das secretarias estaduais de governo que venham a ser utilizados para
os estudos.
O trabalho, nesta etapa, consiste principalmente no tratamento estatístico das bases de dados e na
elaboração dos indicadores que resultarão no plano tabular disponibilizado nos bancos de dados do
Observatório do Trabalho. A elaboração dos indicadores demanda, além de horas técnicas de
estatísticos, oficinas técnicas para discutir os conteúdos e procedimentos para elaboração dos
mesmos.
Atualização do Sistemas de Informações Geográficas
Na primeira etapa do Observatório do Trabalho da Bahia foi elaborado um Sistema de Informações
Geográficas que disponibiliza um conjunto de informações estatísticas para consultas tabulares e em
mapas, permitindo uma maior compreensão territorial da dinâmica econômica, do trabalho e das
políticas públicas de emprego, trabalho e renda. O sistema pode ser consultado na internet no portal
http://www.portaldotrabalho.ba.gov.br/
O Sistema de Informações Geográficas, além de favorecer estudos mais aprofundados do
Observatório do Trabalho, é de grande estímulo para outras instituições de ensino, pesquisa, de
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 17
representação e de outros órgãos do Estado também ampliarem suas análises e pesquisas sobre
temas correlatos. Cabe ressaltar que a organização de um sistema de informações permite uma
análise mais complexa já que articula um conjunto variado de dados.
O georreferenciamento foi elaborado a partir da última malha censitária disponível à época (Censo
2000), de acordo com os setores censitários definidos no Censo Demográfico. A desagregação dos
dados buscou considerar, após análise da consistência estatística e sigilo, as divisões administrativas
adotadas pelo governo local para a gestão das políticas públicas no âmbito do seu território de
abrangência.
Foram disponibilizados até o momento dados das seguintes bases de dados para este sistema:
Relação Anual das Informações Sociais (RAIS), de 2007 a 2010
Seguro Desemprego – a partir de 2007 a 2010
Sistema de Informações da Economia Solidária - 2007
Qualificação Social e Profissional: 2007 a 2009
Projovem Trabalhador: 2009
Intermediação de Mão de Obra: 2007 a 2010
O Sistema de Informações Geográficas foi desenvolvido tem as seguintes características técnicas
gerais:
Com base em linguagem difundida nas comunidades de software livre.
O servidor de dados geográficos e cartográficos utilizado é o MapServer, também um
software livre.
As linguagens de programação utilizadas são: PHP, Javascript e metodologia AJAX.
Os Sistemas Gerenciadores de Bancos de Dados são MySQL e PostgreSQL (incluindo o
módulo PostGIS para tratamento de dados geográficos).
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 18
A plataforma web é Apache e I3Geo (software livre para criação de mapas interativos e
geoprocessamento, desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente) customizada para o
Observatório.
Os dados são espacializados obedecendo aos princípios da Segurança da Informação e a
legislação pertinente, inclusive sobre o sigilo das bases de dados utilizadas.
Contém um conjunto de tabelas e mapas pré-elaborados a partir de indicadores definidos no
âmbito do Observatório do Trabalho, mas também gera consultas personalizadas, mapas
temáticos integrados com as consultas, relatórios flexíveis em tela e impressos.
Permite a interface gráfica com o usuário de uso intuitivo.
Permite diferentes níveis de desagregação da informação.
É hospedado no site do DIEESE e disponibilizado por link próprio na página do governo.
O Sistema de Informações Geográficas já teve uma atualização na sua segunda etapa de
desenvolvimento e hoje contempla a agregação de dados para regiões intramunicipais nos
municípios com mais de 150 mil habitantes, para todos os municípios do estado e Territórios de
Identidade.
Na terceira etapa do projeto, além de atualização geral do sistema (com os avanços metodológicos e
tecnológicos logrados pelo DIEESE), serão atualizados os dados em face da divulgação mais
recente por parte das fontes produtoras das bases de dados utilizadas, incorporados dados do Censo
Demográfico de 2010 e de camadas nos mapas com informações de equipamentos das políticas
públicas de emprego, trabalho e renda. Para tanto, será necessário desenvolver:
Tratamento estatístico dos novos dados das bases de dados para geocodificação
Geocodificação dos registros
Programação do plano tabular (atualização das bases já disponibilizadas, programação do
Censo Demográfico 2010)
Programação de mapas(atualização das bases já disponibilizadas, programação do Censo
Demográfico 2010)
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 19
Revisão, finalização e disponibilização para consulta na internet.
Esse trabalho é desenvolvido pela equipe de estatísticos e de tecnologia da informação do DIEESE,
em diálogo com a equipe técnica local e com os gestores, para definir os indicadores que deverão
ser disponibilizados no sistema. Para tanto, reuniões técnicas serão realizadas ao longo do processo
de atualização.
Atualização dos indicadores da Agenda Bahia do Trabalho Decente
No que diz respeito aos indicadores da Agenda Bahia do Trabalho Decente (ABTD), o Observatório
do Trabalho, desde a primeira etapa, levou em conta o conhecimento do que já foi produzido no
âmbito do grupo gestor da Agenda a respeito de indicadores. Para tanto, realizou diversas reuniões e
encontros com os participantes dos eixos, com a equipe de coordenação e membros do Comitê
gestor da Agenda e fez a análise dos planos de ações dos eixos de prioridade da Agenda. Nessa fase,
foi produzido um estudo com o perfil do trabalho decente na Bahia, com base na metodologia de
indicadores de trabalho decente desenvolvida pela OIT para o Brasil.
Na segunda etapa, o Observatório do Trabalho desenvolveu um segundo estudo com o perfil do
trabalho decente na Bahia, considerando os indicadores da Agenda Nacional do Trabalho Decente,
utilizando os microdados do Censo Demográfico do IBGE. Além disso, realizou uma série de
quatro oficinas organizadas pelos eixos de Juventude, Promoção da igualdade da pessoa com
deficiência, Erradicação do trabalho infantil e Segurança e saúde do trabalhador. Para cada oficina
foi produzido um relatório. Ao final do convênio se consolidou em um único relatório o estudo do
perfil de trabalho decente do estado, com uma contribuição ao desenvolvimento de indicadores,
sobretudo aqueles ligados aos eixos de Erradicação do trabalho infantil e de Promoção da igualdade
da pessoa com deficiência.
No plano que está sendo contratado, o Observatório deve dar continuidade à atualização dos
indicadores da Agenda Bahia do Trabalho Decente, tendo por base o que já foi elaborado nas etapas
anteriores. Essa etapa está previsto atualizar os indicadores já elaborados, mediante divulgação de
novos dados das bases de dados utilizadas e construir novos indicadores para os eixos da agenda
ainda não trabalhados nas etapas anteriores. Como estratégias para atingir o objetivo proposto,
deve:
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 20
Apoiar a identificação de outras informações estatísticas disponíveis nas bases de dados
utilizadas pelo Observatório do Trabalho, que possam compor novos indicadores de
monitoramento da ABTD;
Elaborar um cadastro de usos de fontes e variáveis adicionais que poderão ser objeto de análise
futura para alguns eixos que ainda não possuem um acúmulo de conhecimento de indicadores;
Desenvolver, aplicar e promover a discussão, através de oficinas de indicadores de trabalho
decente por eixos da Agenda;
Testar e validar com os participantes das oficinas os indicadores que foram discutidos e
ajustados com a contribuição do grupo;
Apoiar os gestores da agenda na discussão / definição dos indicadores do trabalho decente que
serão adotados e monitorados;
Propor estratégia de monitoramento dos indicadores definidos.
Ao final do processo será elaborado um relatório técnico com a sistematização do processo e
conteúdos desenvolvidos.
Apoio para elaboração de formulário para cadastro/registro administrativo dos
empreendimentos de economia solidária
Recentemente foi aprovada legislação estadual de Lei nº 18.636/2010 que dispõe sobre a criação da
Política Estadual de Fomento à Economia Solidária no Estado da Bahia e do Conselho Estadual de
Economia Solidária, bem como a Lei nº 11.362 de 26 de janeiro de 2009 que instituí no Estado da
Bahia a Política Estadual de Apoio ao Cooperativismo. Caberá à SETRE a responsabilidade de
operar os instrumentos e mecanismos criados por essa legislação. A Secretaria tem em sua estrutura
organizacional uma Superintendência responsável pelas políticas de apoio à economia solidária e
desenvolve ações neste campo há alguns anos.
Um dos desafios da SETRE está na identificação dos demandantes e usuários das ações dessas
políticas, bem como na sua caracterização para poder atender às demandas e ofertar serviços e
instrumentos adequados à realidade e aos objetivos perseguidos pela legislação.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 21
O Observatório do Trabalho apoiará e assessorará a SETRE na elaboração de um formulário para
realizar o cadastro ou registro dos demandantes com o propósito de que eles sejam também fontes
de informações para elaboração de estudos que permitam conhecer melhor o público destas
políticas, suas demandas, suas formas de organização, entre outros aspectos relevantes para orientar
a elaboração das políticas. Os registros administrativos cada vez mais têm servido para tais
finalidades.
Existem alguns precedentes que serão analisados com o devido rigor a fim de aproveitar as
experiências e, eventualmente, também os dados já existentes, de forma a não partir do zero em
termos de estatísticas nessa área. São eles:
1. O Sistema de Informações em Economia Solidária (SIES), operacionalizado pelo Ministério
do Trabalho e Emprego.
2. A Relação Anual das Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego, a
partir da qual o Observatório do Trabalho já produziu um estudo de caracterização das
cooperativas no estado da Bahia.
3. A base de dados do Programa de Microcrédito (CrediBahia) do governo do estado da Bahia,
a partir da qual o Observatório do Trabalho já produziu um estudo caracterizando os clientes
e operações de crédito.
Além disso, serão identificadas outras fontes e registros de informações para subsidiar a elaboração
do formulário previsto neste projeto.
Este trabalho será realizado em conjunto com os técnicos da SETRE responsáveis pela implantação
da política, identificando as necessidades, acúmulos e propostas já elaboradas e que poderão
subsidiar a consecução dessa ação. O papel do DIEESE será se proposição, mediação e
sistematização da proposta de formulário e orientações para sua aplicação.
Neste sentido, o Observatório do Trabalho da Bahia se comprometerá a subsidiar a elaboração desta
metodologia de registro e acompanhamento não só do cooperativismo, mas de todos os
empreendimentos de economia solidária da Bahia, através da confecção de um formulário para
cadastro/registro destes empreendimentos.
As atividades para a elaboração deste formulário foram elencadas na proposta técnica, e são:
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 22
Reuniões técnicas
Revisão de outros cadastros similares
Elaboração de proposta de formulário para o cadastro/registro
2.2.2. Objetivo específico 2 – Elaboração de Subsídios
O segundo eixo metodológico do Observatório do Trabalho é a elaboração de subsídios para as
políticas públicas de emprego, trabalho e renda, que consiste na elaboração de análises das
informações organizadas (descritas no objetivo 1) a partir de bases de dados selecionadas.
Da mesma forma que o eixo de organização da informação do ciclo metodológico do Observatório,
o eixo de elaboração de subsídios estará presente em diferentes objetivos deste plano de trabalho.
Entretanto, suas ações se concentram neste objetivo 2.
O plano de trabalho define três tipos de análises que serão elaboradas ao longo da execução do
contrato: boletins, relatórios e estudos. Esses três tipos de análises respondem a diferentes
demandas de subsídios para as políticas públicas e o seu conteúdo específico é definido em
conjunto com os gestores e conselhos de políticas públicas, de acordo com a percepção dos desafios
que deverão ser enfrentados ou da necessidade de compreensão de um determinado tema. Logo
abaixo serão detalhados os três tipos.
A demanda de análise é muito maior do que coube no espaço do contrato, o que se procura sanar,
em parte, com a continuidade das ações do Observatório do Trabalho ao longo do tempo. Em boa
medida também se espera que o Observatório do Trabalho seja um espaço de mobilização e
articulação de estudos e análises que são elaborados em outras instituições de ensino e pesquisa e
que também oferecem subsídios para as políticas públicas de emprego, trabalho e renda.
Boletins mensais
Tem como objetivo o acompanhamento periódico/mensal do mercado de trabalho local, através de
indicadores pré-definidos. O acompanhamento mensal permite reflexões conjunturais sobre as
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 23
atividades econômicas e mercado de trabalho formal, a partir de segmentações populacionais e
setoriais específicas, além de recortes temporais.
Após reuniões entre os gestores públicos e o Observatório, realizadas em 2011, os estudos mensais
foram reformulados e a sua nova estrutura reúne as informações, anteriormente contidas no Boletim
analítico de indicadores2, acrescidas com análises consideradas imprescindíveis do antigo modelo
do relatório mensal e do boletim informativos, como: a movimentação do emprego e ranking das
dez famílias ocupacionais de maior e menor saldo de emprego formal para a Bahia e para os
municípios baianos, organizados por Territórios de Identidade e a análise da evolução da relação de
salários de admitidos e desligados. A partir de julho de 2011, os estudos mensais e os boletins
informativos são agrupados em um só estudo.
Para isso, utilizam-se os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O boletim de indicadores é elaborado imediatamente
após a divulgação do CAGED pelo MTE. Em um curto período de tempo, ainda no dia de
divulgação do CAGED, os dados disponíveis por esse Cadastro são organizados e enviados ao
governo local. Após mais alguns dias, essa análise é retomada no boletim analítico mensal, de
forma mais detalhada.
A apresentação dos dados obedece a um padrão de valorização do texto informativo, com a
apresentação dos dados de forma objetiva e concisa, visando informar de maneira mais detalhada os
primeiros resultados oferecidos pela base de dados, com um aprofundamento analítico mínimo, pois
nem todos os dados são disponibilizados imediatamente, assim como o período requerido
descaracterizaria a possibilidade de oferecer a informação em um curto período de tempo.
O objetivo é contribuir para a rápida comunicação das informações, com destaque para o saldo de
emprego, segundo as áreas geográficas abrangidas e a abordagem proposta pelo Observatório
discutida, anteriormente, com a equipe técnica da Superintendência de Desenvolvimento do
Trabalho (SUDET) / SETRE.
QUADRO 1 Análises do Boletim mensal
Abrangência geográfica e
indicador Descrição
2 Nesse boletim, fazia-se a análise da movimentação de trabalhadores (admissão e desligamento) e saldo para diversas
abrangências geográficas que se estendiam do Brasil aos municípios baianos do interior do estado com mais de 30 mil
habitantes. A maior desagregação da análise do saldo é por subsetor econômico para a Bahia e RMS.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 24
Brasil e Região Nordeste: saldo
Apresentação do saldo (valores absolutos e relativos), nos
seguintes períodos de comparação: mês atual, com mesmo mês
nos anos anteriores; acumulado nos últimos 12 meses, com o
acumulado dos 12 meses no mesmo período do ano anterior.
Posição do saldo da Bahia, na região Nordeste, frente aos outros
estados e do Nordeste frente às demais regiões.
Bahia: tendências gerais, saldo
no mês por setor e subsetor
econômico.
Apresentação do saldo do mês para os anos anteriores.
Apresentação da distribuição absoluta e relativa do saldo do
estado dos setores e subsetores econômicos por mês. Comparação
com o mesmo mês do período anterior; acumulado nos últimos 12
meses, com o acumulado dos 12 meses no mesmo período do ano
anterior.
RMS: tendências gerais, saldo
no mês e por
Setor e subsetor econômico
Apresentação da distribuição absoluta e relativa do saldo da
região dos setores e subsetores econômicos por mês. Comparação
com o mesmo mês do período anterior; acumulado nos últimos 12
meses, com o acumulado dos 12 meses no mesmo período do ano
anterior.
RMS e conjunto dos
municípios do interior do
estado: participação do saldo
em relação ao total no estado
Apresentação do saldo do estado e como está distribuído (em
valores percentuais) na RMS e no interior do estado.
Apresentação da posição do saldo dos municípios componentes da
RMS, na composição do saldo da mesma.
Municípios baianos do interior
do estado, com mais de 30 mil
habitantes, selecionados:
movimentação do emprego
formal e saldo
Apresentação da movimentação formal do emprego e ranking do saldo
municípios não metropolitanos e com mais de 30 mil habitantes,
com destaque para os 5 municípios com maior saldo e os 5 com
menor saldo. por mês, comparado com o mesmo mês do período
anterior.
Saldo do emprego formal, segundo grandes setores de atividade
econômica para os 5 municípios com maior saldo e os 5 com
menor saldo, no mês
Bahia e municípios baianos
organizados por Territórios de
Identidade
Apresentação do saldo e movimentação do emprego formal das dez
famílias ocupacionais com maiores saldos negativo e positivo, no mês
Relatórios analíticos
O propósito desses relatórios sobre o mercado de trabalho formal é aprofundar a análise dos
indicadores monitorados mês a mês. Nesta etapa do projeto estão previstos relatórios analíticos
semestrais. Neles serão elaboradas análises de evolução semestral dos principais indicadores,
considerando o perfil do saldo, da movimentação, dos vínculos e dos trabalhadores.
A primeira parte do relatório é dedicada à análise do saldo de empregos formais gerados no Brasil,
Grandes Regiões, da Região Nordeste e os estados da Região. Em seguida, é feita a análise do
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 25
saldo de empregos da Bahia em uma série histórica, comparando o desempenho do mesmo período
nos últimos dez anos. É feita também a análise setorial, através da distribuição do saldo de
empregos do estado por setores de atividade econômica. Passa-se então à análise do saldo na Região
Metropolitana de Salvador (RMS) e o interior do estado, entendido como os municípios não
metropolitanos. Por fim, destacam-se os municípios do interior com mais de 30 mil habitantes, que
registraram os saldos mais significativos (maiores e menores saldos de empregos) e analisa-se a
distribuição desse saldo por setores e subsetores de atividade.
A segunda parte do relatório dedica-se a analisar as famílias ocupacionais, que são selecionadas a
partir do critério de maior participação nos saldos de emprego positivo e negativo. São analisadas as
10 famílias com maior saldo e as 10 famílias com menor saldo segundo características do emprego,
como tipos de admissão, causas de desligamento, tempo de permanência no emprego, massa salarial
e salário médio de admissão e desligamento. Trata-se de um painel móvel com importantes
implicações. A mobilidade das famílias ocupacionais ao longo do período não permitirá, por
exemplo, a geração de uma série histórica. Por outro lado, tomar como critério a participação das 10
famílias ocupacionais selecionadas (maiores e menores saldos) permitirá, ao longo da produção
desses relatórios, apontar características como sazonalidade e tendências. Essas informações podem
ser de grande valia para, por exemplo, o Sistema Público de Emprego, que poderá antecipar ações
mediante conhecimento de movimentos sazonais e tendências.
Os resultados para os territórios identidade são contemplados no anexo, mediante a distribuição das
famílias ocupacionais selecionadas pelos 27 territórios. Assim, forma-se um retrato em que é
possível localizar onde estão ocorrendo as principais movimentações no mercado de trabalho formal
da Bahia.
O quadro abaixo é uma síntese das características do boletim analítico, com base no CAGED:
QUADRO 2 Análises do CAGED para o Boletim Analítico de indicadores
Indicador Descrição / especificação do recorte geográfico
Análise da série
histórica do saldo
semestral
Evolução do saldo de empregos formais no Brasil e na Bahia, RMS e Interior.
No semestre ou no ano, comparado aos mesmos períodos dos anos anteriores.
Índice de evolução do estoque de empregos por semestre ou no ano, comparados
com os mesmos períodos dos anos anteriores.
Análise semestral do Análise setorial do saldo (valores absolutos e relativos), com desagregação para
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 26
saldo por grandes
setores e subsetores de
atividade econômica
os subsetores de atividade. Relacionar com demais elementos disponíveis da
conjuntura econômica, à medida do possível, a fim de aprofundar a análise.
Bahia e RMS. No semestre ou no ano, comparado aos mesmos períodos do ano
anterior.
Saldo e participação dos
munícipios
Saldo e participação no saldo estadual, dos municípios do interior do estado, com
mais de 30 mil habitantes, selecionados por sua participação no sado estadual,
exceto aqueles que compõem a RMS. No semestre ou no ano, comparado ao
mesmo período do ano anterior.
Análise semestral do
saldo das famílias
ocupacionais
selecionadas
Apresentação do perfil do emprego, através da apresentação da movimentação
(admissão e demissão) e saldo das 10 famílias ocupacionais com maiores saldos
positivos e negativos do estado. Análise do saldo para as famílias selecionadas,
por Território Identidade. No semestre ou no ano, comparado ao mesmo período
do ano anterior.
Dez famílias
ocupacionais com maior
saldo: tempo de
permanência no
emprego
Distribuição relativa dos desligados, por tempo de permanência no emprego,
segundo famílias ocupacionais selecionadas. No semestre ou no ano, comparado
ao mesmo período do ano anterior.
Dez famílias
ocupacionais com maior
saldo: segundo tipos de
admissão e causas de
desligamento.
Análise da distribuição relativa dos admitidos, por tipo de admissão, segundo
famílias, ocupacionais selecionadas e da distribuição relativa dos desligados, por
tipos de desligamento, segundo famílias ocupacionais selecionadas. No semestre
ou no ano, comparado ao mesmo período do ano anterior.
Dez famílias
ocupacionais com maior
saldo: total de vínculos,
massa salarial, salário
médio
Total de vínculos, massa salarial, salário médio de admissão e desligamento e
ranking da massa de admitidos e desligados, por famílias ocupacionais
selecionadas. No semestre ou no ano, comparado ao mesmo período do ano
anterior.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 27
Relatório com análise da evolução decenal da estrutura da atividade econômica e do trabalho na Bahia
O relatório decenal visa uma análise com caráter estrutural das atividades econômicas e do mercado
de trabalho formal local. Fornece uma visão ampla do conjunto destas atividades econômicas e do
mercado de trabalho. É elaborado a partir de indicadores extraídos de bases de dados atualizadas
anualmente, através da RAIS/MTE, de dados do Censo Demográfico, do IBGE e de informações do
PIB e balança comercial, do Banco Central do Brasil e IPEA.
A estrutura básica do estudo contém em três partes, que poderão ser ampliadas a partir do diálogo
com os gestores:
• Na primeira parte, a partir dos dados fornecidos pelo Censo, analisam-se os indicadores
gerais do mercado de trabalho, PIA, PEA, taxa de participação, taxa de desemprego e estrutura
ocupacional da Bahia, comparados aos do Brasil. Ademais, com base nos dados da RAIS, são
analisadas as informações acerca do estoque de empregos no Brasil, Regiões Naturais, unidades da
federação, Bahia e no território estadual as informações organizadas por territórios de identidade.
• A segunda parte destina-se à análise do nível de atividade econômica do estado, através dos
dados do PIB e balança comercial e, em seguida, analisam-se os vínculos formais, através de sua
caracterização no estado da Bahia, segundo setores e subsetores de atividade, por atributos pessoais
e do vínculo e tipos de admissão e desligamento.
• A terceira parte se detém na caracterização da remuneração dos trabalhadores, buscando
avaliar as suas variações absolutas e relativas por áreas geográficas, setores de atividade, famílias
ocupacionais, porte de estabelecimentos e atributos pessoais.
O estudo anual procura realizar uma análise de desempenho do ano, captando a evolução e
tendências da economia e mercado de trabalho local.
No plano atual, esse estudo terá como fontes estatísticas complementares à RAIS, o Censo
demográfico, PIB e Balança Comercial.
QUADRO 3 Relatório Decenal
Indicador Descrição / especificação do período
PEA, PIA, Taxa de participação, Comparação dos referidos indicadores para o Brasil e a Bahia
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 28
Taxa de desemprego no período dos últimos dez anos (2000 e 2010)
Distribuição percentual da
estrutura ocupacional
Comparação da estrutura ocupacional, segundo a posição na
ocupação do estado no período dos últimos dez anos (2000 e
2010)
Evolução do índice e do estoque
de empregos formais no Brasil, na
Bahia
Evolução do índice e do estoque do Brasil e da Bahia no
período dos últimos dez anos.
Evolução do índice de
crescimento do estoque de
empregos formais
Brasil e Bahia
Evolução do índice de crescimento do estoque de empregos
formais para o Brasil e Bahia no período dos últimos dez anos.
Distribuição e variação do
estoque de emprego formal
Grandes Regiões e Unidades da
Federação
Distribuição e variação do estoque de emprego formal nas
Grandes regiões e unidades da federação no ano atual,
comparado ao ano imediatamente anterior.
Distribuição e variação do
emprego formal por Território de
Identidade
Distribuição e variação do emprego formal por Território de
Identidade no ano atual, comparado ao ano imediatamente
anterior.
Distribuição do estoque de
emprego formal por Territórios de
identidade, segundo setores
de atividade econômica
Distribuição do estoque de emprego formal por Territórios de
identidade, segundo setores de atividade econômica no ano
atual
Evolução do PIB anual Comparação entre a série histórica do PIB do total do pais
com o estadual
Evolução da balança comercial Comparação entre a série histórica da balança comercial do
total do país e do estado
Distribuição e variação relativa
do estoque de emprego formal
segundo setores e
subsetores de atividade
econômica
Distribuição e variação relativa do estoque de emprego formal
segundo setores e
subsetores de atividade econômica no ano atual, comparado ao
ano imediatamente anterior.
Distribuição e variação do Distribuição e variação do estoque de empregos formais,
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 29
estoque de empregos formais,
segundo o tamanho do
estabelecimento
segundo o tamanho do estabelecimento no ano atual,
comparado ao ano imediatamente anterior.
Distribuição do emprego formal
por escolaridade segundo sexo
Distribuição do emprego formal por escolaridade segundo
sexo no ano atual, comparado ao ano imediatamente anterior.
Grau de escolaridade dos
trabalhadores formais
Grau de escolaridade dos trabalhadores formais (em %) no ano
atual, comparado ao ano imediatamente anterior.
Participação dos trabalhadores
formais por faixa etária
Participação dos trabalhadores formais por faixa etária no ano
atual, comparado ao ano imediatamente anterior.
Distribuição das admissões
segundo tipo Distribuição das admissões segundo tipo no ano atual.
Distribuição dos desligamentos
por tipo Distribuição dos desligamentos por tipo no ano atual.
Distribuição dos desligamentos
por tipo segundo tempo de
permanência no último vínculo
Distribuição dos desligamentos por tipo segundo tempo de
permanência no último vínculo no ano atual
Remuneração média real por setor
e subsetor de atividade econômica
Remuneração média real por setor e subsetor de atividade
econômica no ano atual, comparado ao ano imediatamente
anterior.
Estoque e Remuneração média
real das 20 famílias
ocupacionais com maior
participação no estoque
Estoque e Remuneração média real das 20 famílias
ocupacionais com maior participação no estoque no ano atual,
comparado ao ano imediatamente anterior.
Remuneração média real e
variação percentual, por tamanho
do estabelecimento
Remuneração média real e variação percentual, por tamanho
do estabelecimento no ano atual, comparado ao ano
imediatamente anterior.
Remuneração média real por sexo
segundo grau de escolaridade
Remuneração média real por sexo segundo grau de
escolaridade no ano atual
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 30
Estudos temáticos
São estudos específicos, cujo propósito é aprofundar a análise a partir de segmentações
populacionais ou setoriais, seja para entender determinadas vocações econômicas (setor específico),
impactos de investimentos, ou desafios para a inserção laboral de mulheres, ou jovens, ou negros,
ou deficientes, etc. Além de recorrer às bases de dados já mencionadas (CAGED, RAIS, PNAD e
Censo), estes estudos buscam outras fontes de informações específicas, de acordo com o recorte
temático escolhido, como registros administrativos da secretaria e órgãos vinculados.
A atribuição dos temas abordados nestes estudos é decidida através de diálogos e consultas feitas
pelos técnicos do Observatório aos gestores da Secretaria. Nestas reuniões são identificados os
temas relevantes para as ações, programas e políticas que a Secretaria desenvolve ou que tenham
importância para a compreensão da estrutura do mercado de trabalho local ou, ainda estejam em
evidência devido a algum momento específico da conjuntura econômica. Ao final da execução da
segunda etapa do Observatório do Trabalho, foram levantados indicativos de temas que poderão ser
objeto dos estudos temáticos nesta nova etapa:
1. Análise da estrutura setorial da atividade econômica e do mercado de trabalho na Bahia,
com ênfase nos setores de comércio e serviços;
2. Saúde e segurança no trabalho, com base no Anuário Estatístico da Previdência Social;
3. Inserção no trabalho das pessoas com deficiência;
4. Trabalho infantil;
5. Questões de gênero e raça no mercado de trabalho e;
6. Economia solidária.
No convênio passado foram realizados quatro estudos3, com periodicidade trimestral. No plano de
trabalho atual, serão realizados seis estudos, cuja periodicidade passa a ser bimensal.
A elaboração desses estudos requer tratamento estatístico de bases de dados, desenvolvimento de
indicadores, análise dos dados e sistematização do relatório final.
3 A estrutura dos estudos concluídos durante o último Convênio (Nº 004/2011) está sistematizada no Anexo 1, que se
encontra nos anexos.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 31
2.2.3. Objetivo específico 3 – Disseminação e Diálogo Social
O terceiro eixo do ciclo metodológico do Observatório do Trabalho trata do fundamento desta
iniciativa, que é a promoção da participação social na elaboração e gestão das políticas públicas.
Para tanto, ademais de ter espaços públicos de participação efetiva, é preciso desencadear ações que
propiciem que os atores sociais, privados e governamentais se apropriem do conhecimento sobre as
questões que impactam no mercado de trabalho e nas condições de trabalho para poder incidir nos
rumos das políticas públicas.
O diálogo social apresenta a prática do diálogo entre os atores sociais como um importante
instrumento de participação. Ressalte-se que o diálogo social é definido pela OIT (Organização
Internacional do Trabalho) como todos os tipos de negociação, consultação ou simples troca de
informações entre representantes dos governos, empregadores e trabalhadores em questões
relevantes para a política econômica e social. A OIT aponta como condição para o diálogo social a
existência de organizações empresariais e de trabalhadores fortes e independentes, com capacidade
técnica, acesso a informações relevantes e disposição para dialogar com os demais atores sociais.
Outros aspectos apontados como fundamentais para o diálogo social são o respeito aos direitos
fundamentais de liberdade de associação e de negociação coletiva e a existência de apoio
institucional adequado (ILO, 2005).
Embora ainda pouco estruturada na realidade brasileira, essa prática de diálogo social tem sido
apontada como um importante instrumento para discutir relações de trabalho, alocação de recursos
públicos e possibilidades de desenvolvimento sustentável.
Considerando que o Observatório do Trabalho não é o início nem o fim de um processo de diálogo
social, mas uma ferramenta que passa a integrar processos eventualmente em curso ou dando
sequencia a processos interrompidos, é preciso que essas ações interajam de maneira colaborativa.
Dessa forma, as iniciativas no âmbito do Observatório do Trabalho visarão fortalecer a participação
e o diálogo social acerca das questões do mundo do trabalho no Conselho Estadual de Emprego
Trabalho e Renda e seus correspondentes na esfera municipal, na Agenda Baiana do Trabalho
Decente, bem como estimulará a constituição de fóruns regionais que promovam o diálogo
continuado sobre a temática. Ademais, haverá continuidade no processo de articulação de
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 32
especialistas e estudiosos sobre o mundo do trabalho, na perspectiva de constituir uma rede
colaborativa em torno do Observatório do Trabalho da Bahia.
Novamente, o diálogo social é uma estratégia presente em vários objetivos desse projeto, mas é
particularmente neste objetivo e no que trata do projeto da informalidade (Objetivo específico 4)
que se concentra esse foco. O DIEESE possui uma vasta experiência em atividades de formação de
dirigentes sindicais e de participação em espaços de negociação, cujas metodologias já estão
sistematizadas e poderão servir de base para este e outros eventos previstos no projeto4.
No âmbito deste projeto, levando em conta seus limites de tempo e recursos, foram planejadas
algumas ações que pretendem contribuir para avançar na disseminação e no diálogo social acerca
das questões abordadas pelo Observatório do Trabalho. A seguir uma descrição dessas ações.
Seminário estadual
Este será um espaço importante para a disseminação dos estudos produzidos no âmbito do
Observatório do Trabalho e, ao mesmo tempo, para concluir um ciclo de diálogo social que terá
sido realizado por meio dos seminários regionais (próximo item a ser analisado).
O seminário é destinado a promover a participação dos conselheiros de políticas públicas estaduais,
sobretudo da área do trabalho, bem como dos dirigentes sindicais, empresariais e governamentais,
além de estudiosos e pesquisadores.
A metodologia para o seminário levará em conta a criação de espaços para disseminar os estudos,
promover o debate acerca das principais questões neles identificadas e a proposição de uma agenda
de encaminhamentos para dar sequencia ao diálogo social.
O DIEESE tem a responsabilidade pela preparação, coordenação e sistematização técnica do
seminário, sendo que o agendamento, os convites, mobilização e organização logística ficam a
cargo da SETRE.
4 Ver: Metodologia para a realização de diagnóstico de mercado de trabalho com participação de atores sociais
(http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BA5F4B7012BAB0D6DCC7F44/Prod01_2006.pdf) e Formação de
Conselheiros dos CETEPS - Centros Tecnológicos de Educação Profissional e Social (www.dieese.org.br e Anexos 04
e 05, respectivamente, constantes em arquivo eletrônico na versão digital deste relatório).
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 33
Seminários regionais
No atual plano de trabalho está prevista a realização de seis seminários regionais, envolvendo
conselheiros de políticas públicas, gestores públicos, sindicalistas, empresários, acadêmicos e outras
entidades e organizações sociais afins à temática do trabalho.
O propósito é realizar essas atividades mobilizando regionalmente (levando em conta a atual forma
de planejamento e gestão das políticas públicas de emprego, trabalho e renda) os participantes a fim
de estimular a continuidade de fóruns para discussão sobre o mundo do trabalho e as políticas
públicas para a área. Da mesma forma que o seminário estadual, os seminários regionais tratarão
das temáticas abordadas pelo Observatório do Trabalho, priorizando em cada região aquela que for
mais pertinente à realidade local.
Os seminários regionais serão espaços para difusão e, sobretudo, para estimular a negociação, a
pactuação – o diálogo social – entre as lideranças locais sobre os desafios e questões do trabalho e
das políticas públicas.
Os seminários serão agendados de acordo com definições da SETRE, podendo ser realizados ao
longo do ano. Relatórios circunstanciados serão entregues de acordo com a realização dos mesmos.
Ao Observatório do Trabalho caberá a preparação técnica e metodológica dos seminários, a
coordenação técnica e a sistematização dos resultados. Caberá a SETRE o agendamento, os
convites, mobilização, preparação logística destes seminários.
Participação nas atividades dos Conselhos de Políticas Públicas
Além dos espaços de diálogo relacionados diretamente às políticas públicas de emprego, trabalho e
renda, há no governo estadual um conjunto de conselhos de políticas públicas que se relacionam
com a área do trabalho. Está contemplado no projeto do Observatório do Trabalho participar de
algumas atividades destes conselhos, oferecendo subsídios para a integração de ações das políticas
ou para aprofundar a análise de temas correlatos que implicarão na tomada de decisões sobre
políticas que impactarão no mundo do trabalho.
A convocação da equipe técnica do Observatório do Trabalho para estas atividades é decidida pela
SETRE.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 34
Reuniões com especialistas do trabalho
O objetivo dessas reuniões é propor o Observatório do Trabalho como possibilidade de confluência
de estudos, pesquisas e reflexões acerca do mundo do trabalho que muitas vezes trava-se de forma
isolada em universidades, órgãos do governo e outras instituições.
Ao disponibilizar um conjunto de informações estatísticas através do Sistema de Informações
Geográficas do Observatório do Trabalho, tem-se também a pretensão de estimular a pesquisa e
análise a partir das universidades e centros de pesquisa. Da mesma forma, ao criar espaços de
reflexão conjunta sobre os estudos produzidos, pretende-se articular diferente saberes para subsidiar
as políticas públicas no estado.
Nas etapas conveniadas anteriores foram realizadas duas reuniões, sendo a primeira delas uma
oficina com gestores públicos e especialistas, estudiosos do mundo do trabalho, para discutir uma
estratégia regular de levantamento, organização, sistematização dos estudos produzidos, de forma a
gerar subsídios para as políticas públicas concernentes ao Sistema público de trabalho, emprego e
renda. Na segunda reunião o Observatório do Trabalho fez a apresentação do Sistema de
Informações Geográficas do Mercado de Trabalho da Bahia e dos dados do Sistema público de
trabalho, emprego e renda do estado, com posterior debate e recolhimento de propostas dos
participantes.
No novo contrato estão previstas quatro reuniões, para promover a articulação e integração de
pesquisas e estudos sobre o mundo do trabalho, com acadêmicos e pesquisadores de diferentes
instituições de ensino e pesquisa do estado. Ao Observatório do Trabalho está reservada a
preparação técnica e metodológica e coordenação técnica das atividades.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 35
2.2.4. Objetivo específico 4 – Diminuição da Informalidade por meio do Diálogo Social
A informalidade é a condição de quase metade da população ocupada nas regiões metropolitanas
brasileiras, se associada à situação de “desproteção”, tanto no que diz respeito à cobertura das leis
trabalhistas e previdenciárias, como no que se refere à proteção decorrente da negociação coletiva
conduzida pelas entidades sindicais representativas dos trabalhadores. Um estudo sobre a
informalidade no mercado de trabalho baiano, realizado pelo Observatório do Trabalho na etapa II
deste projeto, demonstra o quão desafiadora é essa questão nesse estado. Diante disso, decidiu-se
pela inclusão no plano de trabalho da etapa III do Observatório do Trabalho de um projeto piloto
para começar a enfrentar a questão da informalidade.
Esse projeto piloto, embora dentro de outro contexto institucional e contratual, terá como referência
metodológica e se articulará com outra iniciativa do DIEESE. Desde outubro de 2009, a partir do
convênio firmado com o FUMIN/BID - ATN/ME, 11684-BR - o DIEESE vem desenvolvendo o
projeto “Redução da Informalidade de Micro, Pequenas e Médias Empresas por meio do Diálogo
Social”5, com o apoio de diversas instituições (MPS- Ministério da Previdência Social, MTE –
Ministério do Trabalho e Emprego, MDS- Ministério do Desenvolvimento Social, FBB – Fundação
Banco do Brasil, OIT- Organização Internacional do Trabalho, IPEA – Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada, ANFIP- Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do
Brasil, CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais e Centrais Sindicais: CGTB,
CTB, CUT, Força Sindical, NCST e UGT, dentre outras), com o objetivo de colaborar para a
elaboração de novas políticas e formas de intervenção da sociedade em prol da formalização. A
novidade dessa iniciativa está na criação de espaços que viabilizam o diálogo social entre
trabalhadores, empregadores e poder público nas três esferas de governo (municipal, estadual e
federal) para dar conta da complexidade e da magnitude da informalidade, levando-se em conta sua
incidência em setores como a construção civil, confecções, comércio e o setor rural.
As etapas para implantação desse projeto estão descritas abaixo e serão precedidas de reuniões de
planejamento específico entre a equipe técnica do DIEESE e os gestores da SETRE.
5 A síntese das experiências acumuladas neste projeto encontra-se no documento Relatório de Difusão de Experiências:
Lições Aprendidas; Melhores Práticas e Sistematização do Modelo de Intervenção: “o diálogo social, para a
proposição de políticas e ações em prol da formalização, em setores e localidades selecionados” (DIEESE, 2012). Ver
também o folder eletrônico do projeto no Anexo 03.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 36
Definição de setor e localidade
O desenvolvimento do processo de intervenção social compreende uma série encadeada de etapas.
A primeira etapa refere-se à escolha do próprio piloto, ou seja, da localidade e setor/APL/Cadeia
Produtiva/Categoria ocupacional em que será realizada a intervenção social. Essa escolha será
realizada por meio de um processo consultivo às instituições interessadas no enfrentamento da
informalidade por meio do diálogo social. Os critérios orientadores dessa escolha são,
principalmente:
1) a elevada incidência de informalidade;
2) capacidade de mobilização social;
3) capacidade interinstitucional para a resolução de conflitos.
Levantamento de informações e análise preliminar
Uma vez determinada a localidade, é necessário realizar o levantamento ou mapeamento dos
diversos atores sociais relevantes para a intervenção social que será desencadeada a partir da
constituição das equipes locais e nacional do DIEESE que coordenarão o Projeto em âmbito local.
Nessa etapa, são elencadas as seguintes atividades:
Conhecimento de experiências existentes no Brasil;
Definição da estrutura básica de diagnóstico/panorama para o piloto selecionado;
Coleta estruturada de informações estatísticas e levantamentos em campo de informações e
dados do setor e da localidade selecionada;
Tratamento das informações disponíveis sobre o marco regulatório previdenciário e
trabalhista - nacional, local e setorial;
Realização de seminários técnicos e oficinas de trabalho para apresentação dos
diagnósticos/panoramas e discussão conceitual.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 37
Elaboração de propostas por meio do diálogo social
Essa etapa compõe-se de visitas de sensibilização aos atores sociais locais para convencê-los da
importância de participarem do processo. Técnicos locais e do DIEESE nacional participam das
visitas juntamente com gestores da SETRE.
Nessa etapa, torna-se importante a identificação dos atores e instituições participantes de cada
projeto-piloto, assim como a realização de visitas às localidades previamente selecionadas com o
objetivo de convidar os atores à participação nas atividades.
Além da identificação e sensibilização dos atores, essa etapa também envolve as seguintes ações a
serem desenvolvidas:
Discussão dos estudos preliminares (diagnóstico ou panorama) em oficinas, buscando a
incorporação do conhecimento local de forma participativa;
Análise das informações e identificação conjunta de alternativas, por meio da negociação
social viabilizada pela aplicação da metodologia de diálogo social;
Elaboração das estratégias específicas para o piloto;
Discussão da versão preliminar do estudo (piloto) com o Comitê Gestor;
Discussão sobre os resultados alcançados;
Análise, compatibilização e sistematização das estratégias específicas;
Identificação de uma agenda geral de curto, médio e longo prazo;
Elaboração de versão preliminar de relatórios específicos e do geral.
Elaboração da Matriz de Demandas e Plano de Ação do Projeto
Essa etapa diz respeito ao momento explicativo, ou seja, ao levantamento coletivo de informações e
dados para desenhar o panorama da situação local e setorial e também para elaborar, de forma
participativa, a chamada “matriz de demandas” dos respectivos atores sociais para o enfrentamento
conjuntural e estrutural do problema (informalidade). Essa etapa prevê apenas uma oficina, com
todos os atores, ou, alternativamente, diversas oficinas com os atores separadamente.
A seguir são realizadas todas as oficinas necessárias (uma, duas ou três) para a construção coletiva
do “plano de ação” para o enfrentamento da informalidade. No respectivo plano de ação devem
constar os prazos e os responsáveis pela implantação das ações propostas.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 38
Apresentação e difusão de alternativas de ação e políticas
Por fim, nessa etapa são consolidadas no relatório analítico e circunstanciado as informações
necessárias para a análise dos resultados alcançados e o monitoramento do piloto. Ademais, busca-
se a difusão, para a rede de atores sociais, das informações necessárias para a continuidade do
processo e a consecução dos objetivos ao longo do tempo.
É uma etapa que envolve a realização de eventos e publicações, com o objetivo de apresentar os
diagnósticos e as estratégias elaboradas para entidades sindicais, patronais, governos, sociedade
civil, imprensa e outros meios de comunicação, entre outros, visando o comprometimento dos
diferentes setores e a mobilização acerca da questão da informalidade e as estratégias específicas e
gerais para o seu enfrentamento. Também se busca definir, junto com o Comitê Gestor, a
manutenção da rede de articulação formada ao longo do desenvolvimento do Projeto e a sua
continuidade nos anos seguintes.
2.2.5 Objetivo específico 5 – Apoio a formação de gestores
Desde a primeira etapa de implantação do projeto do Observatório do Trabalho tem-se
desenvolvido atividades que visam ampliar a capacidade de análise sobre o mercado do trabalho por
parte dos gestores e técnicos da SETRE envolvidos na gestão e operacionalização das políticas
públicas de emprego, trabalho e renda. Com isso, as ações do Observatório do Trabalho vão se
tornando mais efetivas em termos dos resultados esperados.
Essas atividades consistem em reuniões, oficinas, seminários nas quais são discutidos os escopos
dos estudos que serão realizados e, posteriormente, o resultado dos próprios estudos e sua
operacionalização no cotidiano da gestão das políticas. São espaços importantes para aproximar os
estudos das demandas e, ao mesmo tempo, contribuem para que os técnicos e gestores aprimorem
suas práticas e o processo de constituição de registros administrativos e outros bancos de dados que
podem informar a elaboração dos estudos do Observatório do Trabalho.
Nesta nova etapa do Observatório do Trabalho essas atividades serão mantidas, sobretudo a
realização de oficinas para apresentação e discussão dos estudos do Observatório do Trabalho.
Estão previstas oficinas bimestrais, associadas a elaboração dos estudos temáticos que nelas serão
apresentados e discutidos.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 39
Ao DIEESE caberá a preparação e condução técnica e metodológica, bem como a sistematização
dos resultados. À SETRE caberá a convocação e organização das mesmas.
2.2.6 Objetivo específico 6 – Gestão do Contrato
O acompanhamento geral do contrato será realizado pelo Diretor Técnico do DIEESE e seu
gerenciamento estará a cargo da Coordenação de Desenvolvimento e Estudos / Supervisão dos
Observatórios e da Supervisão Regional do DIEESE/ BA. Será a Coordenação de Desenvolvimento
e Estudos que realizará a articulação das equipes de especialistas do DIEESE que irão dar suporte e
desenvolver as atividades previstas no projeto. Essa mesma Coordenação realizará as eventuais
contratações para compor a equipe que executará esse projeto.
Estará envolvida na execução do projeto a Supervisora Técnica de Projetos do DIEESE que tem
como atribuição garantir o suporte necessário para que todas as atividades e produtos sejam
realizados de acordo com o cronograma de trabalho. Contará, ainda, com a atuação da Supervisão
Administrativa e Financeira de Projetos que tem como competência realizar o acompanhamento e o
controle orçamentário do projeto.
O contrato contará com uma avaliação em processo, voltada a alimentar a contínua revisão e
melhoria das atividades em desenvolvimento. Os produtos previstos serão entregues à SETRE que
os certificará na medida em que estejam de acordo com o contratado.
Para monitorar e avaliar continuamente o processo de trabalho serão realizadas reuniões mensais
internas envolvendo a SETRE e o técnico do DIEESE alocado para a execução do projeto, para
discutir os principais pontos do trabalho e os seus resultados.
Além disso, serão realizadas reuniões trimestrais da equipe de coordenação/supervisão do projeto
pelo DIEESE com os técnicos da SETRE, responsáveis pela coordenação do projeto, para
avaliação, discussão dos produtos e dos resultados apresentados e a eventual incorporação de novas
diretrizes para o andamento do trabalho.
Outros instrumentos de monitoramento e avaliação são os produtos estimados como resultados
deste projeto, que serão entregues ao longo de todo o período de execução, mostrando resultados
parciais e finais do trabalho executado, conforme cronograma anexo (Anexo 2).
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 40
Ao final da execução do contrato será entregue um relatório síntese do processo e resultados
atingidos.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 41
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Observatório do Trabalho é uma ferramenta para subsidiar as políticas públicas na área do
trabalho, emprego e renda. O DIEESE tem investido esforços técnicos e políticos no sentido de
desenvolver permanentemente as metodologias de organização, sistematização, análise,
acompanhamento e disponibilização das informações para os dirigentes e lideranças envolvidos na
gestão das políticas públicas.
Cada Observatório do Trabalho implantado é uma oportunidade de evoluir no desenvolvimento das
metodologias, sobretudo daquelas que permitam um alcance local da análise e a melhor
compreensão dos fluxos locais e extra-locais que impactam numa determinada escala do território.
Além de colocar todo o acúmulo metodológico, de conhecimento e do seu corpo técnico à
disposição dos projetos dos Observatórios do Trabalho, o DIEESE procura apoiar a identificação de
outros produtores de informações e estudos sobre o mercado de trabalho que possam ser
mobilizados para contribuir no enfrentamento dos desafios de uma agenda pelo Trabalho Decente,
tal como se configurou em âmbito nacional e no caso da Bahia.
Dessa forma, esse relatório traz as diretrizes gerais e algum detalhamento da forma que serão
gerados os produtos previstos no Contrato estabelecido entre a SETRE/BA e o DIEESE, sem
esgotar as possibilidades de aprimoramento metodológico que poderão ser utilizadas ao longo do
desenvolvimento dos trabalhos.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 42
ANEXOS
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 43
ANEXO 1 Estudos temáticos do Convênio Nº 004/2011 (etapa II do Observatório do Trabalho)
Estudos Descrição / Bases de Dados / período
Contribuição do Observatório do Trabalho às
Conferências municipais de emprego e trabalho
decente na Bahia
Do total de 72 conferências municipais
realizadas na Bahia entre os meses de junho e
julho de 2011, o Observatório do Trabalho
subsidiou a Agenda Bahia do Trabalho Decente
(ABTD) com indicadores para 22 delas.
As fontes estatísticas escolhidas foram o Censo
Demográfico, do IBGE, para os anos 2000 e
2010 e a Relação Anual de Informações Sociais
(RAIS), do MTE, para o ano de 2010.
Programa CrediBahia e perfil dos potenciais
clientes para a política de microcrédito no
estado nos anos recentes
Perfil dos clientes que compõem o CrediBahia,
com base nos seus atributos pessoais; atividade
econômica desempenhada; e a localização
geográfica dentro do estado da Bahia. Com os
registros da base de dados da Desenbahia, para
o período dos últimos dez anos (2002 a 2011).
Caracterização das microempresas do estado a
partir dos registos administrativos da Relação
Anual de Informações Sociais (RAIS)
Perfil dos trabalhadores autônomos. A fonte de
informação utilizada foi a Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (PNAD).
Perfil dos Microempreendedores Individuais
(MEI), com base nas informações do Ministério
do Desenvolvimento Indústria e Comércio
Exterior (MDIC)
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 44
A informalidade no Mercado de Trabalho da
Bahia nos Anos 2000
Diagnóstico recente da informalidade no
mercado de trabalho da Bahia. A fonte
estatística selecionada foi o Censo
Demográfico, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) e o período
temporal abrange a década compreendida entre
os anos 2000 e 2010.
Estudo sobre o perfil das cooperativas baianas
Caracterização das cooperativas na Bahia, tendo
como período de análise os anos de 2006 e
2010. A fonte estatística selecionada foi a
Relação Anual de Informações Sociais, do
Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS/MTE)
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 45
ANEXO 2 Plano de Trabalho e cronograma da etapa III do Observatório do Trabalho da Bahia
AÇÕES INDICADOR
FÍSICO
MESES
Unidade Quant 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1
0
1
1
1
2
1.1. Atualização de indicadores de
acompanhamento de mercado de
trabalho do estado, para subsidiar
o monitoramento das políticas
públicas de trabalho, emprego e
renda, tendo por base o que já foi
elaborado nas etapas anteriores.
Relatório 1 Atividade permanente – produto entregue ao
final do contrato
1.2. Atualização do banco de
dados do mercado de trabalho
estadual, tendo por base o que foi
elaborado nas etapas anteriores.
Banco de
Dados em
formato
Excel
1 Atividade permanente – produto entregue ao
final contrato
1.3. Atualização do Sistema de
Informações Geográficas do
Observatório do Trabalho
elaborado nas etapas anteriores:
Novos dados das bases já
inseridas;
Incorporação de dados do
Censo Demográfico de
2010 sobre o trabalho;
Incorporação de camadas
nos mapas com
informações dos
equipamentos das
políticas públicas de
emprego, trabalho e
renda;
Atualização geral do
sistema a partir dos
avanços metodológicos.
SIG-WEB
atualizado
1 Atividade permanente – produto entregue ao
final contrato
1.4. Atualização dos indicadores
da Agenda Bahia do Trabalho
Decente, tendo por base o que já
foi elaborado nas etapas
anteriores:
Atualização de
indicadores já elaborados
mediante divulgação de
Relatório 1 Atividade permanente, com relatórios parciais
ao longo do período e relatório final entregue
no último mês do contrato.
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 46
novos dados das bases de
dados utilizadas.
Elaboração de novos
indicadores para os eixos
da agenda ainda não
trabalhados nas etapas
anteriores.
1.5. Apoio para elaboração de
formulário para cadastro/registro
administrativo dos
empreendimentos de economia
solidária da Bahia:
Reuniões técnicas
Revisão de outros
cadastros similares
Elaboração de proposta de
formulário para o
cadastro/registro
Relatório
técnico
1 Atividade prevista para 10 meses,
com relatórios parciais de execução
ao longo do ano e relatório final no
10º mês do contrato.
2.1. Boletins Mensais com os
principais indicadores do mercado
de trabalho baiano, a partir do
CAGED.
Boletins
Mensais
12
2.2. Relatórios analíticos da
evolução semestral dos
indicadores do mercado de
trabalho baiano, a partir do
CAGED.
Relatórios
Semestrais
2
2.3. Relatório com uma análise da
evolução decenal da estrutura da
atividade econômica e do trabalho
na Bahia, a partir do Censo
demográfico, RAIS, PIB e
Balança Comercial.
Relatório 1
2.4. Estudos temáticos abordando
questões de relevância para
aprimorar as políticas públicas de
emprego, trabalho e renda no
estado.
Estudos 6
3.1. Seminário estadual
envolvendo conselheiros de
políticas públicas, gestores
públicos, sindicalistas,
empresários, acadêmicos e outras
entidades e organizações sociais
Seminário
Estadual
1
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 47
afins à temática do trabalho.
Preparação técnica e
metodológica
Coordenação técnica
Sistematização dos
resultados
3.2. Seminários Regionais
envolvendo conselheiros de
políticas públicas, gestores
públicos, sindicalistas,
empresários, acadêmicos e outras
entidades e organizações sociais
afins à temática do trabalho.
Preparação técnica e
metodológica
Coordenação técnica
Sistematização dos
resultados
Seminários
Regionais
6 Os seminários serão agendados de acordo com
definições da SETRE, podendo ser realizados
ao longo do ano. Relatórios serão entregues de
acordo com a realização dos mesmos.
3.3. Participação, mediante
programação do governo, em
reuniões/atividades dos Conselhos
de Políticas Públicas, para
apresentar e discutir estudos
elaborados no âmbito do
Observatório.
Relatórios
circunstanci
ados
3 A participação nas reuniões dos conselhos será
agendada pela SETRE ao longo do ano e,
quando ocorrerem, serão elaborados os
respectivos relatórios.
3.4. Reuniões para promover a
articulação e integração de
pesquisas e estudos sobre o
mundo do trabalho com
acadêmicos e pesquisadores de
diferentes instituições de ensino e
pesquisa do estado.
Preparação técnica e
metodológica
Coordenação técnica
Sistematização dos
resultados
Reuniões 4
4.1. Definição de setor e
localidade para desenvolvimento
do projeto piloto
Reuniões técnicas com a
equipe da SETRE
Reunião com Conselho
Estadual do Emprego e
ABTD.
Relatório
circunstanci
ado do
processo
1
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 48
4.2. Levantamento de
informações e análise preliminar
do setor e localidade escolhidos:
Coleta estruturada de
informações estatísticas e
levantamentos de
informações e dados
locais.
Elaboração de diagnóstico
participativo;
Tratamento das
informações disponíveis
Relatório
técnico
1 Atividade deve ser
realizada ao longo
de 5 meses
quando o relatório
será entregue.
4.3. Elaboração de propostas por
meio do diálogo social.
Identificação dos atores e
instituições participantes
do piloto;
Visitas para mobilização
dos atores locais;
Oficina para a
apresentação dos estudos
preliminares
(diagnóstico/panorama)
para a incorporação do
conhecimento local de
forma participativa
Relatório
circunstanci
ado do
processo e
Atualização
do Relatório
Técnico.
1 Atividade
s
realizadas
entre o 4º
e 6º mês
do
contrato,
com
relatório
entregue
ao final
da
mesma.
4.4. Elaboração da Matriz de
Demandas e Plano de Ação do
projeto.
Oficina para a elaboração
da Matriz de Demandas
com a aplicação da
metodologia de diálogo
social e do Plano de Ação
Implantação e
monitoramento do Plano
de Ação
Relatório
contendo a
Matriz de
Demandas e
o Plano de
Ação, bem
como relato
do processo.
1
Atividade realizada
entre o 5º e o 6º mês
do contrato, sendo o
relatório entregue ao
final da mesma.
4.5. Apresentação e difusão de
alternativas de ação e políticas.
Oficina para a
apresentação aos atores
locais da versão final do
relatório e material de
divulgação do piloto;
Elaboração de publicação
para dar visibilidade às
recomendações e
Texto para
publicação
1
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 49
propostas elaboradas
(modelo de intervenção);
5.1. Realizar oficinas com
técnicos e gestores da SETRE
para apresentação e discussão dos
estudos do Observatório.
Preparação técnica e
metodológica
Coordenação técnica
Relatório circunstanciado
Oficinas 6 Atividade a ser agendada pela SETRE.
Relatórios elaborados e entregues após cada
uma.
6.1. Reuniões trimestrais de
monitoramento entre o DIEESE e
a SETRE.
Reuniões/rel
atórios
circunstanci
ados
4
6.2. Elaboração dos relatórios de
execução.
Relatórios 4
Contrato 2012/2013 – SETRE/BA e DIEESE 50
ANEXO 3 Folder eletrônico do projeto de redução da informalidade por meio do diálogo social