182
0 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ NÚCLEO REGIONAL DE FRANCISCO BELTRÃO COLÉGIO ESTADUAL JOÃO PAULO II PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR 2011

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR - Notícias · PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA INGLÊS ... Em 1971, a Lei Federal 5692/71 em seu artigo 7º,

  • Upload
    lebao

  • View
    254

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

0

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ

NÚCLEO REGIONAL DE FRANCISCO BELTRÃO

COLÉGIO ESTADUAL JOÃO PAULO II

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR

2011

1

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 2

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE ARTES............................................................................. 6

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE BIOLOGIA ................................................................... 19

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE CIÊNCIAS ...................................................................... 27

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA ....................................................... 36

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE ENSINO RELIGIOSO ...................................................... 56

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FILOSOFIA ..................................................................... 65

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FÍSICA ........................................................................... 70

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE GEOGRAFIA .................................................................. 82

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE HISTÓRIA ...................................................................... 92

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA ............................................... 104

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE MATEMÁTICA .............................................................. 117

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE QUÍMICA ..................................................................... 134

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SOCIOLOGIA ............................................................... 142

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA INGLÊS................. 146

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA ESPANHOL ........... 154

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA DE APOIO DE LÍNGUA PORTUGUESA ................ 162

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA DE APOIO DE MATEMÁTICA ............................... 166

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA RECURSOS: DEFICIENCIA INTELECTUAL E

TRANSTORNOS FUNCIONAIS ESPECÍFICOS .................................................................................... 171

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA RECURSOS: ALTAS HABILIDADES E

SUPERDOTAÇÃO .............................................................................................................................. 176

2

INTRODUÇÃO

Na atual conjuntura educacional construir a proposta pedagógica da escola requer dos

educadores perceberem e assumirem sua função social, que historicamente justifica a existência da

escola pública, a qual deve focar na formação integral dos alunos observando que sociedade temos

e que sociedade almejamos, para isso precisamos direcionar os objetivos educacionais na formação

que queremos propiciar.

Sabemos que a formação dos sujeitos também é fruto do seu tempo histórico, das suas

relações sociais e da sua subjetividade, a partir dessas relações eles atuam no mundo em que

vivem e constroem o seu ser social.

A partir desses propósitos, intensificou-se a necessidade de discussões contínuas sobre o

papel do ensino básico no projeto de sociedade que se quer para o país, sobretudo com a

ampliação de oito para nove anos Ensino Fundamental. No entanto, a escola reproduz aspectos da

sociedade em que esta inserida. Pensamos, discutimos e até projetamos a Escola que queremos,

porém ainda não há condições de realmente pensar e executar a Democracia no interior da escola,

pois, ainda é um espaço hierárquico, burocrático e excludente, sem autonomia para a gestão,

defasagem de profissionais e recursos financeiros e com muitos alunos sem perspectiva de vida

digna, uma das principais causas da indisciplina escolar.

Neste modelo em que a educação se apresenta a escola não consegue dar conta de

resolver todos os problemas e, principalmente, de atingir sua função dentro da formação dos

sujeitos. Acabamos priorizando a formação que proporcione o mínimo de condição para se viver,

formando para o mercado de trabalho como mercadoria, para simplesmente viver na sociedade que

está posta, deixando de proporcionar a formação que vai além das necessidades diárias, aquela

que prioriza a socialização dos conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade,

buscando projetar como este deverá ser apropriado como possibilidade de autonomia consciente.

Temos, ainda, muitos alunos com a percepção da realidade reduzida, pois sua maior fonte

de informação ainda é a televisão, ouvem pouco rádio, não lêem jornais, mas ouvem muita música.

Suas formas de lazer também são limitadas, pois a maior preocupação, está em adquirir bens de

consumo imediato (celulares de última geração, roupas da moda e alimentos para o dia-a-dia.

3

Contudo, sabemos que o conhecimento é primordial para o desenvolvimento de nossos

alunos, e este é apresentado na escola através das disciplinas. Assumir um currículo disciplinar na

escola pública significa ter como principal objetivo o acesso ao conhecimento elaborado,

proporcionando o acesso à educação para as massas menos favorecidas, pois estes são “os

sujeitos da educação básica, crianças, jovens, e adultos, em geral oriundos das classes

assalariadas, urbanas e rurais, de diversas regiões e com diferentes origens étnicas e culturais” (

FRIGOTTO, p 30.2004), voltado para a superação do status quo, do consumismo exacerbado e

desnecessário e abrindo a possibilidade de uma vida em que haja o acesso ao lazer, cultura e

entretenimento de boa qualidade para todos.

Para isso, os alunos necessitam de educação de qualidade e devem ter acesso aos

conhecimentos produzidos pela humanidade, que na escola é vinculado aos conteúdos das

disciplinas escolares, aplicando a função social da escola e assim oportunizando o exercício da

elaboração do pensamento crítico, exercendo seus deveres e seus direitos na atual sociedade do

capital, tendo possibilidade de agir contra alienação. E é neste sentido que estamos construindo a

Proposta Pedagógica do Colégio João Paulo II.

Uma proposta de ensino de qualidade perpassa pela abordagem do conhecimento através

dos Desafios Educacionais Contemporâneos e Temas da Diversidade, como formas de reflexão

sobre assuntos da sociedade contemporânea que nos influenciam diariamente.

Tendo conhecimento da diversidade que se encontra no espaço escolar e também da

legalidade de estar inserindo todos no processo de ensino/aprendizagem, não podemos deixar de

mencionar as transformações pelas quais o Colégio Estadual João Paulo II está passando com o

processo de inclusão, não apenas com relação à Cultura afro-brasileira, garantida pela Lei nº

106039/03 e Lei 11645/08, que estabelecem a obrigatoriedade da História da Cultura Afro-brasileira

e indígena, mas buscando promover o reconhecimento da identidade da cultura paranaense,

sobretudo visando a superação de preconceitos estabelecidos na sociedade.

Outro tema importante a ser refletido, analisado e repensado pela escola, visando a tomada

de diferentes atitudes é a questão de gênero, sobretudo com relação aos preconceitos assimilados

sobre o papel social da mulher e a diversidade sexual educando os alunos o respeito, a valorização

da diversidade e do ser humano.

4

A Educação Ambiental visa estimular a reflexão, a tomada de consciência dos aspectos

sociais que envolvem as questões ambientais locais e mundiais tendo em vista o consumismo

exagerado e a necessidade de pensar e agir sobre formas auto-sustentáveis de utilização dos

recursos naturais.

No que se refere à Educação fiscal, busca-se estabelecer mudanças de valores, crenças e

cultura do indivíduo, visando à formação integral para atuar diante das transformações da

sociedade em que vive, através da formação inicial do professor que vem sendo ampliada

anualmente no curso de Educação Fiscal on-line oferecido pelo Ministério da Educação.

Da mesma forma, especialmente nas áreas de estudos humanos, busca-se a compreensão

de conceitos como cidadania e direitos humanos, voltando para a real formação do cidadão

consciente e preparado para organizar-se na sociedade.

O Enfrentamento da Violência na Escola e a Prevenção do uso Indevido de Drogas, busca

capacitar os profissionais da educação, promovendo reflexão e discussão, pois entendemos que

tudo que acontece na escola é resultado daquilo que os nossos alunos vivem fora dela, trata-se um

processo complexo e desafiador que requer o envolvimento de toda a comunidade, pois se há

violência e uso de drogas fora da escola, em outros locais que o aluno convive, seja ele familiar ou

entre amigos, haverá consequentemente o reflexo na escola, daí a importância da escola assumir

uma postura de formação que vise a superação destas situações e outras que coloquem suas vidas

em risco, buscando no conhecimento uma forma de desatar as amarras estabelecidas.

Tendo como especificidade o conhecimento, a escola começa a tomar um caminho diferente

no processo de ensino/aprendizagem, pois deixa de se omitir diante de tanta diversidade e começa

a construir algumas possibilidades de cumprir na integra sua função social, não deixando de

priorizar o conhecimento científico, mas também abordando e intervindo no modo de pensar e agir

dos nossos educandos, confrontando conhecimento e realidade.

Nós educadores do Colégio Estadual João Paulo II, percebemos a responsabilidade que

temos ao elaborar as Propostas Pedagógicas Curriculares, com base nas Diretrizes Curriculares

(2008), em selecionar e organizar seus conteúdos, pois é através desta organização que a escola

explicita suas intenções, visão de mundo, de sujeito, de sociedade e, principalmente, de educação,

possibilitando que o educador tenha suporte para planejar, organizando seus conteúdos, objetivos,

metodologia, critérios de avaliação e principalmente intencionalidades de seu trabalho.

5

Contudo, mesmo considerando as especificidades de cada disciplina, houve a

necessidade da organização coletiva de um sistema de avaliação que possa garantir ao aluno ao

menos duas avaliações por trimestre e recuperação dos conteúdos não aprendidos

adequadamente, que possibilite aos professores uma forma clara de mensurar em forma de nota a

aprendizagem dos alunos e que os pais tenham possam acompanhar a aprendizagem dos seus

filhos(as), através dos trabalhos, das pesquisas e dos demais instrumentos de avaliação, os quais

terão peso dez.

Com relação ao Ensino Fundamental de nove anos, acreditamos que não haverão

grandes mudanças com relação ao conteúdo a ser trabalhado em cada série, mas sim, com relação

à metodologia de trabalho, pois esperamos que os alunos que estão passando por um ano a mais

na rede municipal de ensino receberão uma base maior com relação à alfabetização e ao

letramento, bem como no que se refere ao raciocínio lógico, havendo necessidade de maior

aprofundamento dos conhecimentos específicos a serem trabalhados de 6º a 9º ano e no Ensino

Médio.

6

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE ARTES

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A seguinte proposta curricular elaborada para a realidade do Colégio Estadual João

Paulo II, fundamenta-se dentro de uma visão crítica da realidade, (Proposta da Pedagogia Histórico

Crítica), considerando os educadores como seres em formação, com capacidade e abertos a

aprendizagem. Visa formar cidadão crítico, participante, onde o mesmo desenvolva suas

potencialidades no sentido de atuar como cidadão consciente do seu papel social como agente

transformador.

Através do ensino da Arte queremos propiciar o desenvolvimento do pensamento artístico,

que caracteriza um modo particular de dar sentido ás experiências das pessoas: por meio dela, o

aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação. Aprender arte envolve,

basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles. Envolve também conhecer as

formas da natureza e as produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas.

Em 1971, a Lei Federal 5692/71 em seu artigo 7º, determina a obrigatoriedade do

ensino da Arte nos currículos do Ensino Fundamental (a partir do 6ºano) e no Ensino Médio.

Segundo a atual legislação, a Arte passa a vigorar como área do conhecimento e

trabalho, tendo sido incluída como componente obrigatório na educação básica com 2h/a semanais

por serie abrangendo as linguagens artísticas : Artes visuais, musica, dança e teatro

A proposta curricular vem enriquecendo o Projeto Político Pedagógico da Escola,

norteando o trabalho do docente, visando um ensino /aprendizagem dialético, buscando formar não

só um cidadão crítico, mas sim com visão estética voltada para a arte.

Isso ocorre através do trabalho realizado em conjunto envolvendo os docentes da área ,

com um planejamento participativo estimulando a construção do saber levando o aluno a apreciar,

contextualizar e produzir.

Visa-se também envolver na disciplina de Arte os portadores de necessidades especiais

através de diversas atividades.

Perpassando de Arte, estaremos contemplando os Desafios Educacionais

Contemporâneos, bem como aspectos da agenda 21 e da educação do campo.

A arte é criação que se manifesta através do poder criador do homem. Criar é

transformar, e nesse processo o sujeito também se recria. A arte, quando cria uma nova realidade,

reflete a essência do real. O sujeito, por meio de suas criações, amplia e enriquece a realidade já

humanizada pelo trabalho.

7

A arte, compreendida como área do conhecimento, apresenta relações como a cultura

por meio das manifestações expressas em bens matérias e imateriais. É possível considerar que

toda produção artística e cultural é um modo pelo qual os sujeitos entendem e marcam a sua

existência.

A arte é e traz conhecimento

“(...) O conhecimento implica em sentir, pensar, fazer, construir, compreender, comparar, relacionar, selecionar, simbolizar... Ora, na Arte estão presentes todos estes aspectos: sentimentos, razão, produção, comparação, seleção, construção, simbolização, representação de mundo, expressão. Assim podemos afirmar, com toda segurança: Arte é conhecimento...” (GUALDA, 1994, Fascículo 1)

A articulação dos conhecimentos estéticos, artísticos e contextualizados, aliados a

pratica no ensino de arte possibilita a apreensão dos conteúdos específicos da disciplina e das

relações entre seus elementos constitutivos, baseando-se nos seus conteúdos estruturastes

proposto para esta disciplina, conteúdos estes, selecionados a partir de uma análise histórica, com

base num projeto de sociedade que visa a superação das desigualdades e injustiças vindo a

constituir em uma abordagem fundamental para a compreensão da disciplina.

De acordo com as propostas da disciplina de Arte, pretende-se levar o aluno a

compreender novos conceitos, aprimorar seus conhecimentos em Arte através de um processo

criador transformando o real vivenciado juntamente com os adquiridos através da Arte e ideologia,

da Arte e o seu conhecimento e da Arte e trabalho criador, o mesmo será encorajado a produzir

novas maneiras de ver e sentir o mundo.

O ensino de Arte, no Ensino Fundamental, deixa de ser coadjuvante no sistema

educacional, passando a constituir uma possibilidade para os alunos exercitarem suas

responsabilidades de uma vida cultural individual e coletiva mais digna, sem exclusão de pessoas

por preconceitos de qualquer ordem. O objeto de estudo e de conhecimento de Arte é a própria

Arte, nas situações de aprendizagem frente a uma sociedade construída historicamente e em

constante transformação.

No Ensino Fundamental, segundo as DCES do Paraná “A cultura será bordada como

resultante do trabalho que abrange as praticas sociais historicamente pelos sujeitos. Desvelar essas

culturas propicia autoconhecimento, visto que os sujeitos são formados por e pelas relações

socioculturais.” (DCE, 2006, p.28)

A Arte é linguagem por tratar de um sistema de representação que utiliza principalmente

signos não verbais (cor, luz, sombra, forma, som, silencio, gesto, movimento, etc.) com os quais o

artista/aluno, com alguma intenção compõe uma obra, atribuindo significados a esses elementos.

8

Se Arte é linguagem, pressupõe leitura, e é nessa decodificação, na fruição estética, que o aprecia

mento torna-se quase um co-autor, pois retira/empresta à obra significados tanto quantas forem sua

capacidade de leitura e historia de vida. Cresce em conhecimento de si mesmo, de mundo e em

humanidade.

Na disciplina de Arte no Ensino Fundamental serão abordados os conteúdos

estruturastes que são fundamentais para a compreensão de cada uma das áreas de Arte

envolvendo as artes visuais, música, dança e teatro.

Os quais possibilitam à organização dos conteúdos específicos, permitindo uma

correspondência entre as linguagens, levando à compreensão dos aspectos significativos dos

objetos de estudo.

Os conteúdos estruturantes da disciplina de Arte são:

- Elementos formais

- Composição

- Movimentos e períodos

A arte é considerada como um importante trabalho educativo, pois procura através de

tendências individuais, mostrar caminhos para formação do gosto de cada individuo, bem como

estimular a inteligência, contribuindo para a formação da personalidade do ser humano, sem ter

como preocupação a formação de artistas. É bom acrescentar em seu trabalho criador o individuo

utiliza e aperfeiçoa processos que desenvolvem a observação, a percepção, a imaginação, o

raciocínio e o controle da motricidade ampla e fina.

Esse projeto oferece aos alunos a oportunidade de iniciar o aprendizado nas diversas

linguagens relacionadas às artes visuais não envolveram os alunos apenas em uma atividade, mas

também os fazendo entender o que é feito nos nossos dias e o que era realizado antes através

historia da humanidade.

9

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Ensino Fundamental

6º Ano

1º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Teatro

Ponto Linha Forma, Superfície, Textura, Personagem, Ação, Espaço Expressão corporal, vocal, gestual e facial

Figurativa, Enredo, Roteiro, Espaço Cênico, Adereços, Jogos Teatrais Técnicas Gêneros

Greco-Romana Arte Pré-história

2º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Música Dança

Forma Cor Luz Movimento Corporal Tempo Espaço Duração Intensidade Timbre Ação,

Ritmo Figurativo Cenas de Mitologia Técnicas: pintura, escultura, arquitetura Movimentos Articulares Fluxo (livre e interrompido) Deslocamento (direto/indireto) Improvisação Gênero (circular) Escala: diatônica, pentatônica, cromática

Arte Africana Greco-Romana Teatro Oriental Teatro Medieval

3º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Dança Artes Visuais Teatro Dança

Ponto Superfície Volume Cor e Luz Altura Duração Timbre Densidade Tempo, Espaço, Ação, Personagem Kinesfera

Eixo, Ponto de Apoio Movimentos Circulares Fluxo (livre e interrompido) Rápido e lento Formação Níveis (alto, médio e baixo) Deslocamento (direto e indireto) Técnicas Gêneros

Bidimensional Figurativo Geométrico Simetria Melodia Ritmo Gênero Improvisação

Arte Africana Arte Oriental Dança e Teatro no Renascimento Dança Clássica

10

7º Ano

1º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Dança

Ponto Linha Forma Cor Movimento Corporal Tempo Espaço

Proporção Tridimensional Figura fundo Abstrata Técnica Gênero Ponto de Apoio Rotação Coreografia Salto e queda Peso (leve e pesado) Fluxo (livre, interrompido, conduzido) Lento, rápido e moderado Níveis (alto, médio e baixo) Formação e direção

Arte Brasileira e Paranaense Arte Popular Arte Indígena Renascimento Barroco Dança Popular/Africana/Indígena/Brasileira/Paranaense

2º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Teatro

Textura Luz Personagem: expressão corporal, vocal, gestual e facial Ação Espaço

Abstrata Figurativo Representação Leitura dramática Cenografia Gêneros Técnicas

Arte Popular Teatro Popular/ Brasileira/Paranaense Teatro Africano Comédia dell’

3º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Música

Superfície Volume Altura Duração Timbre Intensidade Densidade

Perspectiva Figura e fundo Ritmo Melodia Escalas Gêneros Técnicas

Arte Popular Arte Brasileira/Paranaense Música Popular e Étnica (Ocidental e Oriental)

11

8º Ano

1º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Música

Linha Cor Luz Volume Intensidade Densidade Altura Duração Timbre

Contraste Ritmo Visual Deformação Desenho Fotografia Audio-visual Eletrônica Rap, Rock, Tecno Sertanejo Vanguarda Clássica Melodia Harmonia Tonal, modal e a fusão de ambos Técnicas: vocal, instrumental e mista

Indústria Cultural Eletrônica Minimalista

2º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Dança Teatro

Linha Cor Luz Textura Forma Densidade Timbre Movimento Corporal Tempo Espaço Volume Superfície

Ritmo Melodia Harmonia Vocal, Instrumental, Eletrônica Direção Improvisação Coreografia Sonoplastia Contraste e Semelhança Ritmo visual Desenho, Fotografia, Audio-visual Estilização Deformação Técnicas Gêneros

Arte do Século XX Indústria Cultural Rep, Rock, Sertanejo Dança Moderna Arte Contemporânea Cinema Novo

3º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Música Teatro Dança

Personagem Expressão corporal, gestual, e facial Tempo e espaço Ação Forma Luz Cor Volume Intensidade Densidade Movimento Corporal

Representaçoão Teatral e Musical Semelhança Ritmo Visual, Fotografia Audio-visual Direção Improvisação Coreografia Sonoplastia Giro, Rolamento, Saltos Gêneros Técnicas

Realismo Expressionismo (Van Gogh) Indústria Cultural Arte Contemporânea Dança Moderna Hip Hop

12

9º Ano

1º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Teatro

Ponto Linha Forma Cor Personagem Ação Espaço Luz Superfície

Bidimensional Tridimensional Figura fundo Dramaturgia Cenografia Sonoplastia Iluminação Figurino Gêneros Técnicas

Realismo Vanguarda Teatro Engajado Teatro Oprimido Teatro Pobre Teatro do Absurdo Muralismo Arte Latino-Americana

2º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Dança

Superfície Volume Movimento Corporal Tempo Espaço Forma

Kinesfera Ponto de apoio Peso Fluxo Queda Salto Giro Rolamento Extensão (perto e longe) Coreografia Tridimensional Figura fundo Gêneros Técnicas

Vanguarda Dança Moderna Dança Contemporânea Hip Hop

3º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Música

Textura Luz Altura Duração Timbre Intensidade Densidade Linha Forma Superfície

Ritmo Melodia Harmonia Gêneros Técnicas Ritmo Visual

Hip Hop Vanguarda Música Engajada Música Popular/Brasileira Música Contemporânea

13

Ensino Médio

1ª Ano

1º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Teatro

Cores Ponto Linha Forma Textura Espaço Tempo Personagem: expressão corporal, gestual, facial, ação e espaço

Bidimensional Tridimensional Figura e fundo Figurativo Abstrato Semelhança Contraste Deformação Técnicas Gêneros: jogos teatrais, dramáticos

Expressionismo Renascimento Pré-história Idade Média Arte Contemporânea Arte Brasileira, Paranaense Arte Moderna Teatro Greco-Romana, Arte Ocidental, Africana, Indígena, Folclórica

2º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Dança Música

Movimentos Corporais Tempo Espaço Altura Duração Timbre Intensidade Densidade

Proporção Gêneros Técnicas: jogos teatrais, jogos dramáticos, formação inicial, níveis altos, médios e baixos, salto e queda, direção, rotação, deslocamento, cenas do cotidiano, de religiosidade e mitologia, coreografia, improvisação, melodia, harmonia, ritmo

Dança Clássica Dança Folclórica Dança Moderna Música Clássica Música Folclórica Música Moderna

3º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Teatro Música Dança

Cores Ponto Linha Forma Textura Superfície Luz Movimentos Corporais Tempo Espaço Personagem Ação Altura Densidade Duração Intensidade Timbre

Bidimensional Tridimensional Figura e fundo Figurativo Abstrato Semelhança, Contraste, Deformação Técnicas, Gêneros, Proporção Técnicas: jogos teatrais, jogos dramáticos, formação inicial, níveis altos, médios e baixos, salto e queda, direção, rotação, deslocamento, cenas do cotidiano, de religiosidade e mitologia, coreografia, improvisação, melodia, harmonia, ritmo

Expressionismo Renascimento Pré-história Idade Média Arte Contemporânea Arte Brasileira, Paranaense Arte Moderna Teatro Greco-Romana, Arte Ocidental, Africana, Indígena, Folclórica Dança Clássica Dança Folclórica Dança Moderna Música Clássica Música Folclórica Música Moderna

14

2ª Ano

1º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Teatro

Cores Ponto Linha Forma Textura Espaço Tempo Personagem: expressão corporal, gestual, facial, ação e espaço

Bidimensional Tridimensional Figura e fundo Figurativo Abstrato Semelhança Contraste Deformação Técnicas: pintura, escultura, fotografia, história em quadrinhos, arquitetura, tragédia, comédia, drama, épico, caracterização, sonoplastia, iluminação, produção e direção Gêneros: Teatro direto, indireto, mímica, teatro-fórum, roteiro, ensaio, encenação e leitura dramática

Realismo Modernismo Arte Clássica Arte Pop Pop Arte Teatro Engajado Teatro Dialético Teatro Essencial Teatro do Oprimido Teatro Pobre, Teatro de Vanguarda Teatro Renascentista Teatro Latino-americano Teatro Realista Teatro Simbolista Teatro de Rua

2º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Dança Artes Visuais

Movimentos Corporais Tempo Espaço Cores Ponto Linha Forma Textura Superfície Volume Luz

Movimentos corporais, lento, rápido, moderado, plano, espaço, formação inicial, níveis, salto e queda, direção, rotação, deslocamento, coreografia, improvisação, Técnica: pintura, desenho, instalação, performance Gêneros: paisagem, Técnicas Tridimensional Figurativo Estilização Proporção

Dança Clássica Dança Indígena Dança Africana Dança Salão Hip Hop Dança Contemporânea Arte Clássica Arte Contemporânea

3º TRIMESTRE

Áreas Elementos Formais Composição Movimentos e Períodos

Artes Visuais Música

Cores Ponto Linha Forma Textura Superfície Luz Altura, intensidade, timbre, densidade, duração, melodia, harmonia, ritmo

Escala diatônica Escala pentatônica Temperada ou cromática Proporção Figurativo Abstracionismo Expressionismo

Arte Ocidental Arte Greco-Romana Arte Renascentista Barroco Romantismo Pré-hitória Idade Média Arte Contemporânea Arte Brasileira/Paranaense

15

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

A Arte é uma área do conhecimento que interage nas diferentes instâncias intelectuais,

culturais, políticas e econômicas, pois os sujeitos são construções históricas que influem e são

influenciados pelo pensar, fazer e fruir Arte.

Na metodologia de Arte, buscar-se-á formas originais e interdisciplinar de expressão de

ideias com o grupo, promovendo observações, experimentações, discussões e analises e, que

possa entrar em contato não só com a forma e as linguagens técnicas, mas também com as ideias

e reflexões propostas pelas diferentes formas de arte.

As atividades do Ensino Fundamental serão realizadas através da teoria, da

explanação oral, da apreciação de imagens, da leitura e releitura de imagens, vídeos e atividades

plásticas.

É através da exploração de materiais e técnicas vinculadas a produção artística que

possibilita ao aluno a familiarização com as variadas linguagens artísticas.

A área de Arte contribui para ampliar o entendimento e a atuação dos alunos ante os

problemas vitais que estão presentes na sociedade de nossos dias.

A pesquisa cientifica, a prática dos trabalhos, as apresentações individuais e em

grupos, a produção de roteiro de teatro, a exposição através de transparências, os cartazes e as

sucatas, são fundamentais para o aluno desenvolver suas potencialidades.

Nas artes visuais é explorado o bidimensional, tridimensional, na estrutura, na cor , na

superfície, nas formas e na disposição desses elementos no espaço.

O principal elemento a ser estudado na dança é o movimento, o espaço, as ações, a

dinâmica e o ritmo interligados.

Na linguagem musical será explorado através da musica, propriedades do som

propiciando repertorio pessoais, cultural e composições.

O teatro poderá explorar as possibilidades de improvisação, levando a compreensão da

realidade ou do imaginário, transcendendo os limites.

As práticas artísticas e estéticas em música, artes visuais, dança e teatro, possibilitam

articulações com as demais linguagens da área, favorecendo a formação da identidade e de uma

nova cidadania jovem, formando uma consciência de uma sociedade multicultural, onde o aluno

confronta seus valores, crenças e cultura, no mundo no qual está inserido.

O fazer Arte e pensar sobre o que se realiza, pode garantir ao aluno sempre uma

aprendizagem contextualizada em relação a valores em meios de produção artísticos das diferentes

sociedades, em diferentes épocas. Para isso, é importante que o aluno adquira gradualmente

16

autonomia para aprender a buscar a informação desejada, ser um individuo investigador e que

saiba dividir o que aprendeu. Dai a importância de o professor, enquanto mediador no processo de

ensino e aprendizagem, proporcione que o aluno esteja em contato constante com temas e

atividades que o ajudem a compreender criticamente o seu papel como cidadão numa sociedade.

Através da apreciação das obras de Arte, o aluno compreende a estética, pois criticar

esteticamente e ensinar a ver, ouvir, criticar, interpretara realidade a fim ampliar as possibilidades de

fruição e expressão artística.

Ao contextualizar a história da Arte, este deve ser um processo continuo que focaliza,

em dado momento histórico o registro do sentimento estético e da visão do artista diante dos

acontecimentos que os envolverá ou envolveram. Conhecendo a historia da Arte, o aluno poderá

estabelecer relações mais profundas com a produção, possibilitando intervir e reinventar a sua obra.

O aluno devera relacionar-se com a Arte, o aluno poderá estabelecer relações mais profundas com

a produção, possibilitando intervir e reinventar a sua obra . O aluno deverá relacionar com a Arte de

diversas épocas e estilos, conhecendo os diferentes elementos que entram na sua composição,

construindo um conhecimento teórico – prático sobre o assunto.

AVALIAÇÃO

De acordo com a LDBN 9394/96, Art. 24,Inciso V, e com a Deliberação 07/99 do

Conselho Estadual de Educação (Cap. I , Art.8º), a avaliação em Arte devera levar em conta as

relações estabelecidas pelo aluno entre os conhecimentos em Arte e a sua realidade,

evidentemente tanto no processo, quanto na produção individual e coletiva, desenvolvidas a partir

de um conjunto de saberes.

Para tratar da avaliação em Arte, é necessário referir-se ao conhecimento especifico

das linguagens artísticas tanto em seus aspectos experiências (práticas), quando conceituais

(teóricas), pois a avaliação consistente e fundamental, permite ao aluno posicionar-se em relações

aos trabalhos artísticos estudados e produzidos.

Deve-se considerar o histórico de cada aluno e sua relação com atividades na escola,

observando a qualidade dos trabalhos em seus diversos registros (sonoros, textuais ou

audiovisuais), guiando-se pelos resultados obtidos, pode-se planejar algumas formas criativas de

avaliação como roda de leitura, textos, avaliações de pastas de trabalho, audição musical, produção

de vídeos, dramatização, etc.; tendo por fonte materiais alternativos que podem favorecer a

compreensão dos conteúdos das disciplinas.

É interessante que os alunos participem da avaliação dos seus trabalhos e dos colegas

17

manifestando seu ponto de vista, o que contribuirá para ampliar o processo de aprendizagem de

cada um, sendo através de produção individual e coletiva num processo formativo e permanente,

onde os alunos também participam avaliando a produção coletiva e se auto avaliando.

A avaliação precisa ser um estimulo ao desenvolvimento artístico cultural dos alunos. A

pesquisa cientifica, a elaboração pratica dos trabalhos, as apresentações individuais e em grupos,

produção de roteiro de teatro, exposição de trabalho, etc. são atividades avaliadas através do

potencial criador de cada um.

Através da avaliação, discute-se as dificuldades e progressos de cada um a partir da

sua própria produção, sendo o suporte para qualidade dos processos de ensino e aprendizagem,

onde o professor pode rever sua pratica pedagógica que possibilite ao aluno dirigir – se para a

apropriação do conhecimento.

Em suma, a avaliação poderá ser realizada através de diversos instrumentos (trabalhos

artísticos, pesquisa bibliográfica ou de campo, debates em forma de seminários ou simpósios,

provas teóricas e práticas, registro através de relatórios, gráficos, portifólio, áudio-visual, etc.), sejam

eles individuais ou em grupos de forma diagnóstica, contínua, permanente, levando em

consideração a criatividade, a expressividade, sensibilidade e a imaginação a partir de critérios

como:

A compreensão dos elementos que estruturam e organizam a arte e sua relação com a sociedade contemporânea;

A produção de trabalhos de arte visando a atuação do sujeito em sua realidade singular e social;

A apropriação prática e teórica dos modos de composição da arte nas diversas culturas e mídias, relacionadas à produção, divulgação e consumo. (PARANÁ, 2010)

A recuperação paralela deverá acontecer imediatamente após diagnosticar a não

apropriação dos conteúdos trabalhados, utilizando novas metodologias e formas avaliativas (provas,

pesquisas, apresentações, etc.) para que ocorra o entendimento dos mesmos.

18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEVEDO, F. de. A Cultura Brasileira. São Paulo: Melhoramentos (Ed.Da USP), 5ª ed. 1971.

BARBOSA, Ana Mãe. A imagem no Ensino da Arte. São Paulo: Perspectiva, 1996.

___Arte – Educação: Conflitos/Acertos. São Paulo: Max Limonad,1984.

COLL, César, TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte. São Paulo: Cortez, 1993.

LOWENFELD,Vi Brittain. Desenvolvendo a Capacidade Criadora. São Paulo: Mestre Jou, 1977.

OSTROWER,Fayga. Criatividade e Processos de Criação. Petrópolis: Vozes,1987.

Universos da Arte. Rio de Janeiro: Campus, 1983.

PARANÁ, Currículo Básico para a Escola Publica do Estado do Paraná. Curitiba, 1990.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte para a Educação

Básica, Curitiba: SEED, 2009.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

19

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE BIOLOGIA

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A proposta curricular do ensino de biologia está voltada para apropriação de um

conhecimento científico em seu aspecto, político, social, ético e ideológico.

A disciplina de biologia é muito ampla e vista como uma ciência aberta, inacabada,

possibilitando ao educando um pensamento crítico capaz de analisar fatos e fenômenos ocorridos

no ambiente, investigando a realidade e buscando respostas para solucionar determinados

problemas.

(…) tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA. Ao longo da história da humanidade, muitos foram os conceitos elaborados sobre este fenômeno, numa tentativa de explicá-lo e, ao mesmo tempo, compreendê-lo. Os conhecimentos biológicos adquiridos e transmitidos de geração a geração ao longo dos tempos auxiliaram os seres humanos a desenvolver hábitos, atitudes e técnicas tendo revelado com isso uma notável capacidade do homem ao longo de sua marcha na Terra (DCE, 2009, 38).

Nesse contexto, a biologia tem um papel fundamental e marcante, pois contribui para a

integração dos princípios biológicos do sistema econômico vigente através da exploração racional

dos recursos naturais disponíveis, sem ocasionar desequilíbrios ambientais.

De acordo com a contextualização histórica das Diretrizes Curriculares Estaduais para o

Ensino de Biologia (2009) ao longo da história da humanidade, muitos conceitos foram elaborados

sobre a vida e seus fenômenos e durante milhares de anos, o homem tem buscado estas respostas,

e ainda não chegamos a elas, na sua totalidade. Na antiguidade, por meio de interpretações

filosóficas começou-se a questionar sobre a vida, sendo esta subordinada aos momentos históricos

pelos quais a humanidade tem passado.

A igreja, com sua visão teocêntrica, muito influenciou os estudiosos da época na Idade

Média. Já na Revolução Industrial, muitas concepções foram modificadas, determinando a queda do

poder arbitrário da Igreja.

Na Renascença, Leonardo Da Vinci, Carlos Linné, foram expoentes nas áreas de

Ciências, mas apenas no século XVI, Francis Bacon, contribuiu para uma nova visão da Ciência,

propondo o método indutivo, baseado no controle metódico e sistemático da observação, e não

mais na pura explicação da Igreja Católica, para tudo o que não tinha explicação científica e no

20

século XVII, Francesco Redi, lança novo olhar sobre as teorias da origem da vida, contrapondo-se a

geração espontânea, defendida por Aristóteles e outros cientistas.

No fim do século XVIII e início do século XIX, a imutabilidade da vida é questionada com

as evidências do processo evolutivo dos seres vivos. Devemos ressaltar, neste momento, o

naturalista Charles Darwin, que com suas pesquisas, produto de suas viagens, questiona a

imutabilidade dos seres vivos, introduzindo a teoria da evolução das espécies.

Em 1865, Gregor Mendel, apresenta suas pesquisas sobre a transmissão das

características hereditárias, lembrando que naquela época, Mendel não tinha e não conhecia os

mecanismos das estruturas celulares em sua total complexidade.

No século XX, com a descoberta do microscópio eletrônico, as ideias de Mendel se

confirmam e o homem passa a ter uma visão detalhada dos mecanismos intracelulares. Surge

então, o pensamento biológico da manipulação genética, demarcando a condição do homem em

compreender a estrutura físico-química dos seres vivos e as consequentes alterações biológicas.

No Brasil, a busca da ciência passa por inúmeras fases e transformações, acompanhando

as mudanças globais.

Esta disciplina tem como objetivo a importância de conscientizar os educandos sobre a

preservação do meio ambiente, quesito fundamental para a conservação da vida no planeta, bem

como a compreensão dos conceitos científicos, afim de perceber as relações existentes entre o

ambiente, seres vivos e o universo. Percebendo os aspectos positivos e negativos da ciência e da

tecnologia para que possam atuar de forma consciente no meio em que vivem e interferir no

ambiente social de forma positiva considerando a ética, os valores sociais, morais e políticos que

sustentam a vida.

Os conteúdos estruturantes foram assim definidos: Organização dos Seres Vivos,

Mecanismos Biológicos, Biodiversidade, Manipulação Genética, que são interdependentes e não

passíveis de seriação e hierarquização, sendo necessário a contemplação em todos os conteúdos

específicos em cada série do ensino médio.

Os conteúdos do ensino médio de Biologia seguem as Diretrizes Curriculares do Estado do

Paraná. Estão organizados em conteúdos estruturantes sendo interdependentes. Mas, devem ser

abordados de forma integrada capaz de relacionar diversos conhecimentos específicos entre si e

com outros; priorizando o conhecimento científico produzindo como posterior reflexão sobre

mudanças que irão acontecer em decorrência de questões emergenciais. O conhecimento biológico

não deve ser algo isolado, mas, sempre parte de um todo e de um conhecimento cientifico maior.

21

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Ensino Médio

1º ano

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Organização dos

seres vivos

Mecanismos

biológicos

Biodiversidade

Manipulação genética

-Classificação dos Seres

Vivos critérios taxonômicos

e filogenéticos.

-Sistemes biológicos,

anatomia, morfologia e

fisiologia.

- Mecanismos celulares

biofísicos e bioquímicos.

-Teorias evolutivas.

-Transmissão das

características hereditárias

1º Trimestre

- Origem, abrangência e importância da Biologia.

- Características básicas dos seres vivos.

-Níveis de organização dos seres vivos.

-Teorias evolutivas: abiogênese e biogênese.

- Hipóteses autotróficas e heterototroficas.

- Origem da vida.

- Compostos orgânicos e inorgânicos.

2º Trimestre

- Citologia

- Componentes celulares e suas funções

- Divisão celular

- Direitos humanos: doenças

3º Trimestre

- Histologia

- Anatomia, morfologia e fisiologia dos diferentes tecidos

- Biotecnologia e manipulação genética no uso de

células tronco, clonagem e seres transgênicos

22

2º Ano

CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Organização dos seres

vivos

Mecanismos biológicos

Biodiversidade

Manipulação genética

-Classificação dos seres vivos:

critérios taxonômicos e filogenéticos.

-Sistemas biológicos: anatomia,

morfologia e fisiologia.

- Mecanismos de desenvolvimento

embrionário.

- Mecanismos celulares biofísicos e

bioquímicos.

- Teorias evolutivas.

-Transmissão das características

hereditárias.

-Dinâmica dos ecossistemas:

relações entre os seres vivos e

interdependência com o ambiente.

-Organismos geneticamente

modificados.

1º Trimestre

- Classificação dos seres vivos, segundo a

teoria de Lineu.

- Seres vivos organizados em reinos: monera,

protista e fungi.

-Vírus.

- Doenças causadas por vírus, bactérias,

fungos e protozoários.

2º Trimestre

- Reino Animal (características gerais,

anatomia, fisiologia e evolução).

- Filos, poríferos, cnidae, platelmintos,

nematelmintos, moluscos, anelídeos,

artrópodes, equinodermos

- Vertebrados: características e classificações

- Peixes e aves

3º Trimestre

- Anfíbios, repteis, mamíferos

- Reino Plantae (importância, características,

morfologia, fisiologia das angiospermas e

gimnospermas

- Tipos de hormônios

- Tipos de movimentos e plantas

- Prevenção no uso de drogas

- Educação ambiental

- História e cultura afro-indígena

23

3º ano

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Organização dos seres

vivos

Mecanismos biológicos

Biodiversidade

Manipulação genética

- Classificação dos seres vivos:

critérios taxonômicos e filogenéticos.

-Sistemas biológicos: anatomia,

morfologia e fisiologia.

- Mecanismos de desenvolvimento

embrionário.

- Mecanismos celulares biofísicos e

bioquímicos.

- Teorias evolutivas.

-Transmissão das características

hereditárias.

-Dinâmica dos ecossistemas: relações

entre os seres vivos e

interdependência com o ambiente.

-Organismos geneticamente

modificados.

1º Trimestre

- Biodiversidade

- Sistema reprodutor Masculino e Feminino

- Tipos básicos de reprodução

- Casos especiais de reprodução

- Regulação hormonal

- Embriologia (tipos de óvulos) e anexos

embrionários

2º Trimestre

- Genética

- 1ª Lei de Mendel

- 2ª Lei de Mendel

- Grupos Sanguineos

- Interação Genética

- Epistasia

- Herança ligada ao sexo

- Doenças (daltismo, hemofilia, calvície)

- Anomalias Humanas (Síndromes: Turner,

Klinefelter, Dowm, Patau e Edwards)

- Manipulação genética: aplicações e

implicações.

3º Trimestre

- Evolução

- Mecanismos adaptativos

- Leis de Darwin e Lamarck

- Fluxo de energia e matéria no ecossistema

- Ciclos biogeoquímicos

- Populações naturais

- Desquilibrio ambiental

- Relações ecológicas

- Sucessão ecológica

- Prevenção ao uso indevido de drogas

- Educação Ambiental

- História e cultura afro-indígena

24

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Como metodologia a disciplina objetiva em trazer os conteúdos de volta para os currículos

escolares, mas, uma perspectiva diferenciada onde se retoma a história da produção do

conhecimento científico e da disciplina escolar e seus determinantes: políticos, éticos e ideológicos.

Para viabilizar essa forma de metodologia utilizamos a aula dialogada, leitura e produções escritas

que favorecem aos alunos a expressão de pensamentos e interpretações que promovem novas

ideias em sala de aula. O uso de vídeos, transparências, fotos que auxiliam em detectar situações

de nossa prática social na qual se analisa, problematiza, interpreta e busca uma compreensão do

aluno diante a certas atividades.

De acordo com as Diretrizes (2009), os experimentos aproximam teoria e prática, assim

como o estudo do meio como: rios, parques, lixões, matas, que propiciam “uma concepção sobre a

relação homem-ambiente possibilitando elaboração de pesquisa, questionamentos, discussões e

até ações com os mesmos”.

Também pode-se trabalhar por temas geradores ou tópicos onde o aluno observe todas as

interações do tema com fatores e aspectos históricos, geográficos, físicos, biológicos, químicos,

matemáticos e outros.

O aluno deve ser levado a:

a) interagir com o meio ambiente

b) problematizar todas as abordagens biológicas

c) utilizar suas práticas sociais como forma de desenvolver seu intelecto.

A metodologia utilizada irá se basear no método da Pedagogia Histórico Crítica

(Gasparim, 2005). Iremos partir da prática social e problematização para fazer a instrumentalização

e avaliação voltando para a prática social, articulando a organização dos seres vivos, mecanismos

biológicos, biodiversidade e a implicações dos avanços biológicos no fenômeno Vida. Sabendo que

estes conhecimentos são passíveis de alterações ao longo da história do homem. Para isso se faz

uso de aulas expositivas, produção de textos, experimentos, desenhos, livros didáticos, leitura

complementar, relatos de experiências, debates, recursos audiovisuais, visitas a indústrias,

laboratórios, visitas às universidades, jogos didáticos, feiras, revistas, vídeos, softwares.

Desde o ensino da célula, passando pelos seres vivos, genética, cultura afro-brasileira e

africana, prevenção do uso de drogas, sexualidade e educação ambiental, todos os assuntos

abordados devem promover a interação de todos os alunos e disciplinas afins. Isto será possível

através de palestras com profissionais da área, seminários, entrevistas, pesquisa, trabalhos, etc.

Assim o desenvolvimento dos conteúdos estruturantes devem ocorrer de forma articulada,

25

integrada e histórica para compreender por que determinados fenômenos acontecem e como a vida

se organiza na terra e suas implicações diante dos avanços biológicos.

Deve-se também propiciar discussões e atividades que tenham foco as contribuições dos

povos africanos para os avanços da ciência e tecnologia ainda, a importância da inclusão dos

alunos portadores de necessidades especiais, bem como a educação fiscal, a prevenção das

drogas e educação sexual e ambiental na formação do educando.

Desta forma o professor de Biologia, no momento da seleção de conteúdos específicos e da

opção por determinadas abordagens, estratégias e recursos, dentre outros critérios, precisa levar

em consideração o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, atendendo as necessidades

especiais de cada aluno realizando assim a adaptação dos conteúdos voltados para o ensino-

aprendizagem.

AVALIAÇÃO

A avaliação é um dos aspectos do processo pedagógico que se faz necessário uma

mudança didática, pois os processos avaliativos requerem análise e questionamento. De acordo

com Carvalho (2001), é fácil avaliar o conhecimento científico devido a sua precisão e objetividade.

A avaliação é um conjunto de ações pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano

letivo, onde professores e alunos percebam os avanços e dificuldades a fim de superarem

obstáculos existentes. Assim, para desmistificar a função essencial da avaliação, como capaz

apenas de medir a capacidade e o aproveitamento do aluno, destinando a promoção e seleção

classificatória, deve-se levar em conta alguns elementos importantes:

Conceber e considerar a avaliação em um instrumento de aprendizagem que permita promover o

avanço dos alunos.

Ampliar o conceito e a prática de avaliação ao conjunto de saberes, atitudes que contemplem a

aprendizagem de conceitos biológicos e que superem sua habitual limitação de conteúdos

conceituais.

Introduzir formas de avaliação da prática docente com instrumento para melhorar o ensino.

A avaliação visa a melhor formação do educando através de variados instrumentos

(exercícios, relatos, provas oral e escrita, estudo em equipe, etc.) tendo por finalidade obter

informações necessárias sobre o desenvolvimento da aprendizagem com vistas a melhoria da

prática pedagógica.

A recuperação paralela dar-se-á através da retomada do conteúdo, utilizando-se de

metodologias diferenciadas, visando a apropriação do conhecimento pelo educando.

26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Lei de Diretrizes de base da Educação (9394/96), 1996.

CARVALHO, A.M.P. (org). Ensino de ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo:

Pioneira Thonson Learning 2004.

GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia. Ensino Médio. São Paulo, 2005.

KNELLER, G.F. A ciência como atividade humana. Rio de Janeiro: Zahavi, São Paulo, USP, 1980.

MOSER, A. Biotecnologia e biótica. São Paulo: Vozes, 2004.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Biologia para a

Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

27

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE CIÊNCIAS

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A disciplina de Ciências perante as demais disciplinas do currículo tem uma trajetória

recente dentro da História da Educação. Pois primeiro teve que se firmar e demonstrar

comprovadamente sua importância para a evolução humana, tendo em vista que nos primórdios os

questionamentos da humanidade eram respondidos pela religião, pelo conhecimento empírico

através da observação e das experiências do cotidiano. Neste sentido, devemos refletir sobre o

conhecimento cientifico a partir do contexto histórico de cada período e suas necessidades.

Entretanto, optamos nesta Proposta Pedagógica Curricular de fazermos um recorte do contexto

histórico da Disciplina de Ciências no Brasil.

A disciplina de Ciências iniciou sua consolidação no currículo das escolas brasileiras com a Reforma Francisco Campos, em 1931, com objetivo de transmitir conhecimentos científicos provenientes de diferentes ciências naturais de referência já consolidadas no currículo escolar brasileiro. (PARANÁ, 2008, p.51).

A Reforma teve sua relevância para impulsionar o crescimento da observação e da

pesquisa científica no país, sendo transposto em conteúdo para disciplina de Ciências. A partir

deste momento a preocupação dos educadores ficou em legitimar a disciplina na legislação da

educação brasileira.

Tais ideias atingiram a escola brasileira na década de 1960 pela necessidade de

preparação dos estudantes “mais aptos” para defesa do progresso, da ciência e da tecnologia

nacionais.( PARANÁ, 2008, p.53).

Em 1961, com Lei de Diretrizes e Bases 4024, a disciplina de ciências passou a ser

obrigatória no currículo das escolas brasileiras. Já em 1964 impôs mudanças no sentido de

direcionar o ensino como um todo, envolvendo dessa forma os conhecimentos científicos para a

formação do trabalhador, “considerado agora peça importante para o desenvolvimento econômico

do país” (KRASILCHIK, 2000, p. 86 apud PARANÁ, 2008, p.54).

Com esta mudança percebe-se a preocupação com a manutenção da sociedade vigente,

pois com o Golpe Militar, havia a necessidade de pessoas preparadas para o saber fazer, numa

perspectiva de mão -de – obra barata e não pensante.

Mais tarde com a LDB 5692/71, marcou a consolidação do sistema ensino tecnicista,

articulando a educação ao sistema capitalista, o qual tem como principal objetivo trabalho como

28

mercadoria e a educação como reprodução do conhecimento alienado.

Os avanços no Sistema Educacional e principalmente no Ensino de Ciências ganharam

força a partir da década de 90 com a promulgação da LDB 9394/96, pois houve valorização dos

conteúdos específicos dentro da disciplina.

Mesmo com tantos avanços havia a necessidade de articular o ensino com a forma de

pensar dos educadores, os quais percebiam a necessidade de um ensino que priorização a

formação humana como um todo. Com estes anseios e muita discussão em 2003, inicio-se a

produção das Diretrizes Curriculares no Estado do Paraná, as quais nós educadores estamos

tomando como base para a construção de uma nova identidade para o Ensino de Ciências.

Com esta proposta atenderemos alunos provenientes da periferia, de famílias da classe

trabalhadora, na grande maioria, com condição sócio-econômica compatível com o salário mínimo.

Heterogêneos e muitos com dificuldades de aprendizagem devido a realidade multicultural de onde

vivem.

A disciplina de Ciências oportunizará o direito de igualdade de acesso ao conhecimento

científico proporcionando a formação global e integral do educando para que seja apto a interagir na

sociedade e capaz de modificar a realidade. Além disso, ao priorizar o conhecimento científico no

que se refere aos fenômenos naturais, integra a relação entre ciência, tecnologia e sociedade.

A disciplina de Ciências se constitui num conjunto de conhecimentos científicos

necessários para compreender e explicar fenômenos da natureza e suas interferências no mundo.

Por isso, estabelece relações entre os diferentes conhecimentos físicos, químicos e biológicos,

dentre outros, e o cotidiano, como os problemas reais, socialmente importantes, enfim, a prática

social.

Quando se pensa em ciências como construção humana, falível e intencional numa

perspectiva histórica, é fundamental considerar evolução do pensamento do ser humano, pois é a

partir dele que a história da ciência se constrói.

Desde que o homem começou a se interessar pelos fenômenos à sua volta e aprender

com eles, a ciência já estava presente, embora não apresentasse o caráter sistematizado do

conhecimento. Mesmo antes da descoberta do fogo, o homem já utilizava técnicas para apanhar

alimentos, caçar com instrumentos feitos de pedra e usar outros materiais disponíveis na

natureza, procurando satisfazer suas necessidades cotidianas.

Com isso, o homem assumiu outras condutas frente ao seu meio, tornando-se um

observador ainda mais atento da natureza, com objetivo de tirar melhor proveito desta, garantindo

sua subsistência. Essas observações possibilitaram ao homem aperfeiçoar suas técnicas.

O estudo de Ciências objetiva que os educandos adquiram conhecimentos científicos de

29

forma crítica, analítica e argumentativamente, conciliando teoria e prática, de forma a propiciar

melhoria na qualidade de vida. A formação científica visa ampliar a visão dos educandos,

permitindo que os mesmos deixem de ser agentes passivos do processo ensino-aprendizagem,

tornando-se agentes ativos, transformadores e críticos da realidade atual.

Visa também, desenvolver o pensamento lógico e o espírito crítico, utilizando-os para

identificar e resolver problemas buscando entender os fenômenos relacionados ao cotidiano,

relacionando o conhecimento científico ao desenvolvimento da tecnologia e as mudanças na

sociedade, entendendo esse conhecimento, ligado aos fatores políticos, sociais e econômicos de

cada época de modo a utilizar conceitos científicos básicos, identificando as relações e a

interdependência entre os seres vivos e os demais elementos da natureza, avaliando como o

equilíbrio dessas relações é importante para a continuidade da vida no planeta.

A disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o conhecimento científico que

resulta da investigação da Natureza. Do ponto de vista científico, entende-se por Natureza o

conjunto de elementos integradores que constitui o Universo em toda sua complexidade. Ao ser

humano cabe interpretar racionalmente os fenômenos observados na Natureza, resultantes das

relações entre elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força, campo,

energia e vida.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Os conteúdos estruturantes Astronomia, Matéria, Sistemas biológicos, Energia e

Biodiversidade são interdependentes, não passíveis de seriação e hierarquização. Os mesmos

deverão ser contemplados em todos os anos do Ensino Fundamental.

30

6º ano

TRIMES-TRE

CONTEÚDOS ESTRUTU-RANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Astronomia

Universo Sistema solar Movimentos celestes Movimentos terrestres Astros

- Teoria heliocêntrica e geocêntrica - Características dos corpos celestes -Movimentos de rotação e translação dos planetas constituintes do sistema solar.

Energia Formas de energia Conversão de energia Transmissão de energia

- Formas, conversão, transmissão, fontes, irradiação, convecção e condução.

Biodiversi-dade

Organização dos seres vivos Evolução dos seres vivos Ecossistema

- Relação entre os seres - Cadeias alimentares, população, comunidades - Extinção dos seres vivos, desequilíbrio - Níveis de organização dos seres vivos

2º Matéria Constituição da matéria

- Matéria: constituição, propriedades e transformações. -Água: composição da água e fundamentos teóricos ( estados físicos: pressão e vasos comunicantes). - Água e saúde. - Atmosfera: características, gases, propriedades, movimento do ar. - Modificações atmosféricas

Matéria Constituição da matéria - Terra: crosta, solos, rochas, minerais, manto e núcleo.

Biodiversi-dade

Ecossistema - Fenômenos meteorológicos e catástrofes naturais

Sistemas Biológicos

Níveis de Organização

- Características gerais, orgânicas e fisiológicas dos seres vivos - Teoria celular - Níveis de organização celular

RELAÇÕES CONCEITUAIS: vulcões, tsunamis, terremotos, desertos, chuva ácida, fósseis. RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES: territórios brasileiros, lendas indígenas, leituras de diferentes narrativas, medidas de grandeza,pinturas rupestres, renascença, esportes aquáticos. RELAÇÕES CONTEXTUAIS: instrumentos astronômicos, história da astronomia, inovação tecnológica, fermentação,contaminação da água,desertificação, minerais e a tecnologia ( jóias, relógios e outros) mineração, sismógrafos, poluição do solo, poluição da água, queimadas e desmatamento, manejo do solo para a agricultura, compostagem, contaminação do solo,contaminação dos aquíferos, tratamento dá água, lixo tóxico, aquecimento global,biotecnologia,plástico biodegradável, fibra ótica, elevadores hidráulicos, lixo e ambiente, coleta seletiva de lixo,tratamento de esgotos,reservas ambientais, código floresta brasileiro, fauna brasileira, ameaça de extinção, ocupação da mata atlântica, exploração da amazônia,conservação da mata ciliar, exploração da mata das araucárias, tráfico de animais, panela de pressão, ultra-sonografia, máquina fotográfica, óculos, telescópios, poluição sonora.

31

7º ano

TRIMES-TRE

CONTEÚDOS ESTRUTU-RANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Astronomia Astros Movimentos terrestres Movimentos celestes

- Eclipses, estações do ano, movimentos celestes e constelações. - Sol: composição e produção de energia

Matéria

Constituição da matéria

- Formação, constituição e evolução do planeta terra e sua atmosfera - Origem do planeta terra, como se formou, big – bang ( planeta primitivo)

2º e 3º

Biodiversi-dade

Origem da vida Organização dos seres vivos Sistemática

- Origem da vida: teorias evolutivas e eras geológicas. - Biodiversidade e evolução das espécies animais e vegetais. - Classificação dos seres vivos em reinos: taxonomia e filogenia. - Interrelações ecológicas entre os seres vivos e o ambiente.

Sistemas biológicos

Célula Morfologia e fisiologia dos seres vivos.

- Organização celular - Constituição, tipos e evolução celular. - Mecanismos celulares: funções e relações entre órgãos e sistemas animais e vegetais.

Energia Formas de energia Transmissão de energia

- Energia luminosa, solar, luz, cores, radiações e energia térmica. - Fotossíntese e conversão de energia na célula.

RELAÇÕES CONCEITUAIS: efeito estufa, camada de ozônio, ação do vento, luminosidade,

tornados.

RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES: literatura brasileira e os casos de doenças, influência da

altitude na prática de esportes, medidas de grandeza, localização geográfica,distribuição dos

seres vivos no planeta, crescimento da população humana, doenças e condições sociais de

moradia, representação da natureza em obras de arte.

RELAÇÕES CONTEXTUAIS: ação humana nos ecossistemas, espécies exóticas,

desenvolvimento industrial, impactos ambientais, desmatamento,exploração da caça e pesca,

tráfico de animais e vegetais, poluição do ar, balões e aviões, instrumentos de vôo, aquecimento

global, resíduos químicos no ambiente, uso de agrotóxicos na agricultura, instituições

governamentais e ONGs, tecnologia na produção vegetal: estufas, bactérias e degradação do

petróleo, dengue e saúde pública no Brasil, biotecnologia dos fungos,automedicação:

antibióticos, polinização provocada pelo homem, hidroponia, interferência do ser humano na

produção de frutos, saneamento básico, vacinas e soros.

32

8º ano

TRIMES-TRE CONTEÚDOS

ESTRUTU-RANTES

CONTEÚDOS BÁSICOS

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Astronomia Origem e evolução do universo

- Origem e evolução do universo - Fundamentos da classificação cosmológica ( galáxias, estrelas, planetas, asteroides, meteoros...)

Biodiversi-dade

Evolução dos seres vivos

- Teorias evolutivas

1º e 2º Matéria Constituição da matéria

- Matéria: constituição e modelo atômico, átomo, íon, elemento químico e ligações químicas. - Lei de conservação das massas. - Compostos orgânicos.

2º e 3º Sistemas biológicos

Célula Morfologia e fisiologia dos seres vivos

- Constituição química dos organismos vivos - Célula: morfologia e fisiologia das organelas celulares - Estrutura e funcionamento dos tecidos, órgãos e sistemas(reprodutor, digestório, cardiovascular,respiratório, excretor e urinário)

3º Energia Formas de energia - Energia química, mecânica e nuclear

RELAÇÕES CONCEITUAIS: a ação de substâncias químicas no organismo, gases

RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES: evolução cultural do ser humano, formas de comunicação humana,

o ser humano e suas relações com o sagrado, mitos e outras explicações sobre a origem da vida,

distribuição da população humana, importação e exportação de alimentos, práticas esportivas.

RELAÇÕES CONTEXTUAIS: raças e preconceito, fome e desnutrição, questões de higiene, tecnologia e

testes diagnósticos, saneamento básico, obesidade, anorexia e bulimia, melhoramento genético e

transgenia, alimentos transgênicos, exames sanguíneos, transfusões e doações, soros e vacinas,

medicamentos, terapia gênica, CTN bio, influência da alimentação na saúde, consumo de drogas,

métodos contraceptivos, Organização Mundial da Saúde.

33

9º ano

TRIMES-TRE CONTEÚDOS

ESTRUTURAN-TES CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Astronomia Astros Gravitação universal

- Leis de Kepler e Newton - Fenômenos terrestres

Matéria Propriedades da matéria

- Propriedades gerais e específicas da matéria

1º e 2º Sistemas biológicos

Morfologia e fisiologia dos seres vivos Mecanismos de herança genética

- Estrutura e funcionamento dos sistemas ( nervoso, sensorial, locomotor, reprodutor e endócrino) - herança genética( conceitos básicos, 1ª lei de Mendel)

Energia Formas de energia Conservação de energia

- Energia: fontes, conversores e conservação. - Fundamentos da física: movimento, deslocamento, velocidade, aceleração, trabalho e potência. - Energia elétrica e magnetismo

Biodiversidade Interações Ecológicas - Ciclos biogeoquímicos - Relações ecológicas.

RELAÇÕES CONCEITUAIS: fontes de energia renováveis e não renováveis, ilhas de calor, máquinas

simples, alavancas polia engrenagens.

RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES: taxas de natalidade, mortalidade e fecundidade, medidas de

grandeza, o contexto da revolução científica, instrumentos musicais,órgãos sensoriais e a arte.

RELAÇÕES CONTEXTUAIS: instrumentos e medidas, tecnologia em produtos de eletrônica,

dessalinização, panela de pressão, ligas metálicas, aterro sanitário, biodiesel, corantes e tingimento de

tecidos, estações de tratamento de esgotos, biogás, adubos e fertilizantes químicos,coleta seletiva e

reciclagem, usinas geradoras de energia,instrumentos e escalas termométricas, acidentes, forno

microondas, lâmpadas, chuveiro elétrico, consumo de energia elétrica residencial, bússola, microfone,

pára-quedas e asa delta,tecnologia da comunicação, reprodução humana assistida, projeto genoma

Humano, gravidez precoce, DSTs, pilhas, baterias e questões ambientais.

34

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Os conteúdos devem ser ministrados de forma integrada, através de um ponto de

partida com objetivo de compreender a significação do senso comum do aluno e

problematização para o conteúdo a ser trabalhado.

Para isso é necessário utilizar métodos diversificados, tendo como referencias: tempo

disponível (horas/aulas semanais), o Projeto Político-Pedagógico da escola, os interesses da

realidade local e regional onde a escola está inserida; análise critica dos livros didáticos e

paradidáticos da disciplina de ciências, usando estratégias que procurem estabelecer as

relações interdiciplinares e contextuais, transformando em instrumento de construção pessoal.

Para viabilizar esta forma de metodologia podemos utilizar como encaminhamento a

observação, trabalho de campo, jogos didáticos, visitas industriais, palestras, projetos

individuais, seminários, música, desenho, poesia, livros de literatura, dramatizações, vídeos,

história em quadrinhos, painéis, murais, feiras, entre outros.

A metodologia aplicada a disciplina de ciências pode usufruir de recursos pedagógicos

como slides, TV multimídia, fitas VHS, DVD, CD, CD-rom, educativo e softwares livres. Ainda

podemos articular-nos com os programas do Portal Dia-a-Dia Educação e TV Paulo Freire.

AVALIAÇÃO

Deverá ser de forma continuada e processual, diagnóstica, observando-se a coerência

do que foi planejado conforme a metodologia aplicada para posterior superação dos problemas

detectados.

Busca-se avaliação adequada para inclusos, buscando ajuda com professores

especializados na Educação Especial, equipe pedagógica e NRE.

Deve-se ainda analisar o nível cognitivo do aluno levando-se em conta as diferentes

formas de apropriação dos conhecimentos dos alunos.

Ensinar e avaliar ciências naturais é um grande desafio, pois essa disciplina comporta

diferentes ciências: astronomia, biologia, física, geografia e química cada qual com seus

métodos de investigações sempre integrados com o avanço da tecnologia. As diferentes ciências

possuem métodos próprios de investigação, diferentes objetos de estudos,embora todas

busquem compreender a natureza e gerar representações do mundo expresso em teorias.

Assim a avaliação se dará ao longo do processo de ensino e de aprendizagem,

35

possibilitando ao professor, por meio de uma interação diária com os alunos, contribuições

importantes para verificar em que medida os alunos se apropriam dos conteúdos específicos

tratados no processo.

A avaliação deve conter instrumentos avaliativos diversificados: provas escritas ou

orais, relatórios, pesquisas, trabalhos, leitura, produção de textos. Por meio desses, os alunos

podem expressar os avanços na aprendizagem, a medida em que interpretam, produzem,

discutem relacionam, refletem, analisam , justificam, se posicionam e argumentam, diante do

conteúdo trabalhado e os critérios estabelecidos no Plano de Trabalho Docente.

A recuperação paralela acontecerá sempre que necessário, através da retomada do

conteúdo trabalhado com metodologias diferenciadas, possibilitando ao aluno a recuperação de

estudos e não apenas da nota.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVARENCA, Jenner Procópio de. Ciências Naturais no dia-a-dia. Curitiba, Positivo 2004.

GASPARIN J.C. Uma pedagogia para a pedagogia histórico-crítica.

NISKIER, Arnaldo. LDB: A nova lei da educação: tudo sobre a lei de diretrizes e bases da

educação nacional: uma visão crítica. Rio de Janeiro, Cosultor, 1996.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte para a

Educação Básica, Curitiba: SEED, 2008.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

36

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A Educação Física transitou em diversas perspectivas teóricas. Anteriormente era

voltada para o treinamento do corpo com vistas à preparação para o trabalho e treinamento

militar.

Atualmente foi superada a visão fragmentada do homem, tendo uma forma mais

abrangente, propiciando uma consciência crítica, sendo objeto de estudos a cultura corporal,

garantindo o acesso ao conhecimento e à reflexão crítica de manifestações ou praticas

corporais.

A disciplina de Educação Física tem grande relevância na situação histórica que ora

vivemos, pois possibilita ao individuo através das mais variadas formas de linguagem e

comunicação, que não necessariamente as formais, a busca de seu espaço na sociedade, a

auto – afirmação, seu resgate como ser humano e cidadão crítico e consciente de seus diretos e

deveres, que sabe respeitar, mas que também gosta e quer se sentir respeitado, além de seu

auto conhecimento, de conhecer, e respeitar seus próprios limites e limitações, e suas

capacidades.

A Educação Física passou através dos tempos por varias transformações, atingindo

em alguns momentos da maturidade, um senso critico amparado pela comunidade cientifica e

cultural. Hoje se faz necessário um repensar sobre as necessidades atuais de ensino, onde

devemos buscar o sentido da coletividade e do tratamento igualitário, bem como a formação do

cidadão onisciente, conhecedor de si próprio. De uma forte acepção marcada pelas ciências da

natureza, a Educação Física permite abordagens biológica, antropológica, psicológica, filosófica

e política das praticas corporais, justamente por seu constituinte interdisciplinar. Apesar disso, a

Educação Física não pode ser um apêndice das demais disciplinas e projetos da escola, nem um

momento de compensação às atividades em sala de aula, onde se premia ou pune o aluno

conforme o comportamento nas demais disciplinas.

Ela é parte integrante do processo de escolarização e como tal, deve articular – se ao

Projeto Político Pedagógico da escola, e o professor deve ser comprometido com a escola e

com o projeto de escolarização.

Considerando os antecedentes históricos da Educação Física, pode – se dizer que

37

este é o momento da superação, de aproveitar tudo que de bom houve nas concepções e

atuações anteriores, a aprender com o que não deu certo. Devemos considerar a Educação

Física de uma maneira mais abrangente, oportunizando uma educação voltada para o

desenvolvimento de uma consciência critica do cidadão.

Desde os primórdios dos tempos que a vida humana em sociedade se desenvolve

pelas relações do homem com a natureza, e com o próprio homem. Nessa relação, o homem

desenvolveu varias habilidades físicas e organizacionais, com o intuito de superar obstáculos.

Outras manifestações corporais eram realizadas em festas, em rituais, nas celebrações dos

frutos dos trabalhos.

Sendo assim, o trabalho é para o homem histórico, que ao longo do tempo vem

assumindo diferentes papéis. No capitalismo tornou – se alienante, desumanizador, criou

estereótipos, disciplinou, o que são características essenciais para atender a produção

capitalista.

Há que se propor, então, discussões teóricas acerca da área de conhecimento da

disciplina de Educação Física, da necessidade de se compreendê-la em um contexto mais

amplo, como parte integrante de uma totalidade que interage social, política, econômica e

culturalmente. Precisamos entender de que forma o capitalismo dita as regras do pensar e do

agir sobre o corpo, e qual a sua influencia em nossa pratica pedagógica, sendo pra tanto,

necessário nosso entendimento de que:

(...) o profissional de Educação Física precisa compreender-se como aquele intelectual responsável pela organização e sistematização competente e critica das praticas corporais conscientes do homem e suas determinações pelas relações com o trabalho, à linguagem e o poder, elementos estruturantes de uma sociedade cindida em classes e, consequentemente, em interesses antagônicos. O trabalho, no sentido de transformação da condição natural do homem, produzindo, este, a sua própria historia. Porém, esta produção da historia (cultura) não se dá sem um substrato ideológico que determina as formas de linguagem. A conformação dos signos sociais (palavras, gestos, etc.) se dá sempre num contexto de relações sociais e orientações ideológicas (...). Finalmente, as relações de poder, também orientadas pelo jogo de forças determinado ideologicamente pela própria cultura, que cristaliza a condição dos sujeitos em determinada estrutura social. Pensar a Educação Física no interior da escola, sem pensar os seus determinantes culturais é, como a sua história bem tem demonstrado, torná-la acéfala. (OLIVEIRA, 1998, p. 126)

Considerando o exposto, os conteúdos estruturantes da Educação Física devem

contemplar a expressão corporal, os conteúdos específicos contemplarão os esportes, jogos e

38

brincadeiras, ginástica, danças e lutas, tendo como elementos articuladores, o corpo que brinca

e aprende, o desenvolvimento corporal e da saúde e a relação do corpo com o mundo do

trabalho.

Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ, 2005, p.10) os

objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização das relações sociais,

considerando a noção de corporalidade, entendida como expressão criativa e consciente do

conjunto de manifestações corporais historicamente produzidas. Esse entendimento permite

ampliar as possibilidades da intervenção educacional dos professores de Educação Física,

superando a dimensão meramente motriz de uma aula, sem, no entanto negar o movimento

como possibilidade de manifestação humana e, desse modo contemplar o maior número

possível de manifestações corporais explorando os conhecimentos já traduzidos pelos

educandos e sua potencialidade formativa.

Procurando cumprir plenamente com o papel que cabe ao educador dentro de uma

perspectiva histórica, deverão ser abordados os conteúdos que visão a inclusão de todos: tanto

racial ( cultura afro – descendente e demais etnias) quanto para portadores das mais diversas

formas de necessidades especiais, inserindo-os nesse processo de ensino. Com isso,

respeitando a individualidade de cada ser numa perspectiva de direitos iguais.

Ainda na perspectiva de atuar na formação de um aluno/cidadão critico e responsável,

a educação fiscal torna – se imprescindível. Tendo em vista, que o conhecimento sobre os

conceitos básicos sobre a cidadania, dentre os quais podemos destacar, a responsabilidade

sobre direitos e deveres relativos à arrecadação de tributos, e quais suas implicações na

aplicação destes tributos, e como isto pode afetar a comunidade onde estes alunos estão

inseridos.

Dando um significado as aulas, exercitando ampliação das possibilidades de

intervenção, superando a dimensão meramente motriz por uma dimensão histórica, cultural,

social, rompendo assim com a idéia que o corpo restringe – se somente ao biológico e ao

mensurável, priorizando assim, a construção do conhecimento sistematizado como oportunidade

impar de reelaboração de ideias e praticas que identifiquem a compreensão do aluno sobre a

gama de conhecimento produzido pela humanidade e suas implicações para a vida;

Destacando a importância da dimensão social da Educação Física, possibilitando a

consolidação de um novo entendimento em relação ao movimento humano como expressão de

um novo entendimento em relação ao movimento humano como expressão da identidade

corporal. Como prática social e como uma forma do homem se relacionar como mundo.

39

Considerando a disciplina de forma mais abrangente, propiciando uma educação

voltada para uma consciência critica, onde o trabalho, enquanto categoria, é um dos princípios

fundantes das reflexões acerca da disciplina de Educação Física dentro das Diretrizes

Curriculares;

Transcendendo aquilo que se apresenta como senso comum, desmistificando formas

já arraigadas e equivocadas sobre o entendimento das diversas práticas e manifestações

corporais, tendo como objetivo ultimo a modificação das suas relações sociais;

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

A cultura corporal, objeto de estudo da educação física, deve ampliar a dimensão

motriz, enriquecendo os conteúdos com experiências corporais das mais diferentes culturas,

sendo abordados em níveis de complexidade crescente.

Serão conteúdos estruturantes da Educação Básica da E.E. João Paulo II:

ESPORTES – origem dos diferentes esportes e sua mudança na história; o esporte

como fenômeno de massa, analisando a interferência da mídia sobre o mesmo; princípios

básicos dos esportes, táticas e regras; o sentido da competição esportiva, discutindo e refletindo

noções de ética nas competições esportivas; possibilidades dos esportes como atividade

corporal, como lazer, esporte de rendimento, condicionamento físico, assim como benefícios e

malefícios do mesmo à saúde ; elementos básicos constitutivos dos esportes: arremessos,

deslocamentos, passes, fintas, práticas esportivas: esportes com ou sem materiais e

equipamentos; analise dos diferentes esportes no contexto social e econômico; organização de

festivais esportivos com elaboração de tabelas e súmulas de competições esportivas.

GINÁSTICA – origem da ginástica, até o surgimento da educação física e sua mudança

no tempo; diferentes tipos de ginástica; práticas ginásticas, pesquisar sobre a ginástica , cultura

da rua e cultura do circo: malabares, acrobacia, analise sobre o modismo relacionado a ginástica

e vivencia das técnicas especificas das ginásticas esportivas, analisando a interferência de

recursos ergogênicos, estimular a consciência corporal, aprendendo e vivenciando os

movimentos básicos da ginástica.

JOGOS E BRINCADEIRAS – abordar a origem histórica da dos jogos, brinquedos e

brincadeiras a construção coletiva de jogos e brincadeiras. Por que brincamos? Oficina de

construção de brinquedos. Brinquedos e brincadeiras tradicionais, brinquedos cantados, rodas e

cirandas. Diferentes manifestações e tipos de jogos, suas diferenças regionais. Jogos e

40

brincadeiras com ou sem materiais. Diferenças entre jogo e esporte. Organização de festivais e

elaboração de estratégias de jogo. Organização e criação de gincanas , diferenciação dos jogos

cooperativos e competitivos.

DANÇA – recorte histórico da dança e suas diferentes manifestações, delimitando

tempos e espaços da dança, a dança e o teatro como possibilidades de manifestação corporal;

diferentes tipos de dança; analisando os elementos e técnicas da dança. Danças tradicionais e

folclóricas; desenvolvimento de formas corporais rítmico-expressivas; mímica, imitação e

representação; expressão corporal com ou sem material. Criação e adaptação de coreografias,

organização de festivais de dança. Construção de instrumentos musicais.

LUTAS – Pesquisar a origem e os aspectos históricos das lutas, vivenciar atividades

com materiais alternativos relacionados as lutas, experimentar a vivencia de jogos de oposição,

jogos adaptados para aprender alguns movimentos característicos da luta. Organizar rodas de

capoeira apresentando e experimentando a musica e sua relação com a luta.

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

Serão conteúdos específicos da Educação Básica, em esporte: handebol, basquetebol,

futsal, voleibol, tênis de mesa, atletismo, futvolei.

Na Ginástica: ginástica geral, ginástica rítmica, ginástica circense.

Em Dança: danças folclóricas, danças criativas, danças circulares, danças de rua.

Em jogos e brincadeiras: jogos de tabuleiro, brincadeiras da cultura local, brincadeiras

tradicionais, cantadas e de roda, jogos cooperativos, jogos dramáticos, brincadeiras de rua/

populares.

Nas lutas: lutas de aproximação, lutas com instrumento mediador, capoeira.

Alem dos Elementos articuladores que são: corpo, ludicidade, saúde, mundo do

trabalho, desportivização, tática e técnica, lazer, diversidade étnico-racial, de gênero e de

pessoas com necessidades educacionais especiais e mídia.

41

6º ANO

1º TRIMESTRE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDO ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

JOGOS E

BRINCADEIRAS

Jogos de Tabuleiro Ensinar a disposição e movimentação básica dos jogos de tabuleiros;

Jogos e Brincadeiras Populares

Possibilitar a vivência e confecção de brinquedos, jogos e brincadeiras com e sem materiais alternativos;

Brincadeiras e Cantigas de Roda

Possibilitar a vivência das brincadeiras e cantigas de roda; Fazer um resgate histórico das mesmas.

GINÁSTICA Ginástica Geral

Estudar a origem e histórico da ginástica e das diferentes manifestações; Construção e experimentação de materiais utilizados nas diferentes modalidades ginásticas; Estimular a ampliação da consciência corporal.

ESPORTE

Coletivos Handebol Voleibol

Pesquisar e discutir questões históricas dos esportes, como: Sua origem, sua evolução e seu contexto atual; Propor a vivência de atividades pré-desportivas no intuito de possibilitar o aprendizado dos fundamentos básicos dos esportes e possíveis adaptações às regras.

Individuais Atletismo

2º TRIMESTRE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDO ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

JOGOS

E BRINCA-DEIRAS

Jogos Cooperativos

Abordar e discutir a origem e histórico dos jogos, brinquedos e brincadeiras. Possibilitar a vivência dos jogos cooperativos com e sem materiais alternativos;

ESPORTE

Coletivo Futsal

Basquetebol

Pesquisar e discutir questões históricas dos esportes, como: sua origem, sua evolução e seu contexto atual. Propor a vivência de atividades pré-desportivas no intuito de possibilitar o aprendizado dos fundamentos básicos dos esportes e possíveis adaptações às regras.

42

ESPORTE Individual

Badminton

Pesquisar e discutir sua origem, sua evolução e seu contexto atual. Propor a vivência de atividades pré-desportivas no intuito de possibilitar o aprendizado dos fundamentos básicos deste esporte e possíveis adaptações às regras.

DANÇA

Dança Folclórica Dança de Rua Danças Criativas

Pesquisar e discutir a origem e histórico das danças; Contextualizar os diversos tipos de danças folclóricas; Conhecer sobre a origem e alguns significados( místicos, religiosos, entre outros) das diferentes danças; Vivenciar movimentos em que envolvam a expressão corporal e o ritmo.

3º TRIMESTRE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDO ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

ESPORTES

Coletivo Voleibol Futsal

Basquetebol Handebol

Pesquisar e discutir questões históricas dos esportes, como: sua origem, sua evolução e seu contexto atual. Propor a vivência de atividades pré-desportivas no intuito de possibilitar o aprendizado dos fundamentos básicos dos esportes e possíveis adaptações às regras.

Individual Xadrez

Tênis de Mesa

Vivenciar este esporte através da prática de atividades introdutórias e do próprio jogo; .sua relação com os jogos populares; .seus movimentos básicos, ou seja, dos fundamentos.

GINÁSTICA

Ginástica Rítmica

Ginástica Circense

Aprender e vivenciar os diferentes movimentos da ginástica (ex.: saltos, rolamentos, paradas de mão, roda); Construção e experimentação de materiais utilizados nas diferentes modalidades ginásticas; Pesquisar a cultura do circo;

LUTAS

Lutas de

aproximação Capoeira

Pesquisar a origem e histórico da capoeira; Vivenciar atividades que utilizem materiais alternativos das lutas; Experimentar a vivência de jogos de oposição; Apresentação e experimentação da música e sua relação com a luta; Vivenciar movimentos característicos das lutas, como: a ginga, esquiva e golpes.

43

7º ANO

1º TRIMESTRE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDO ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

JOGOS E BRINCADEIRAS

Jogos de tabuleiro

Jogos

cooperativos

Reflexão e discussão a cerca da diferença entre jogo, brincadeira e esporte; Construção coletiva dos jogos; Estudar os jogos e suas diferenças regionais. Vivenciar os grandes jogos e os que exigem do aluno a cooperação – diferença entre cooperação e competição.

GINÁSTICA

Ginástica Circense

Ginástica Geral

Estudar os aspectos históricos e culturais da ginástica circense e geral; Aprender sobre as posturas e elementos ginásticos; Pesquisar e aprofundar os conhecimentos acerca da cultura circense. Vivenciar os movimentos específicos desta ginásticas; Entender e praticar o alongamento, o aquecimento e o relaxamento como elementos constitutivos das ginásticas.

ESPORTE

Coletivo Handebol Voleibol

Individuais Atletismo

Estudar a origem destes esportes e mudanças ocorridas com os mesmos, no decorrer da história; Aprender e vivenciar os fundamentos, as regras e os elementos básicos; Compreender, por meio de discussões que provoquem a reflexão, o sentido da competição esportiva;

2º TRIMESTRE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDO ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

JOGOS E BRINCA-DEIRAS

Jogos de tabuleiros

Construção coletiva dos jogos; Estudar os jogos de tabuleiro e suas diferenças regionais. Vivenciar os grandes jogos e os que exigem do aluno concentração e atenção as estratégias de cada jogo.

DANÇA

Dança folclóricas

Dança de rua

Dança Criativa

Danças Circulares

Recorte histórico de tempos e espaços, na dança; Experimentação de movimentos corporais rítmico/expressivos; Criação e adaptação de coreografias (rítmicas e expressivas); Vivenciar os mais diversos tipos de danças existentes. Reconhecer as possibilidades de vivenciar o lúdico a partir da dança.

44

ESPORTE

Coletivo Basquetebol

Futsal

Individuais Badminton

Estudar a origem destes esportes e mudanças ocorridas com os mesmos, no decorrer da história; Aprender e vivenciar os fundamentos, as regras e os elementos básicos;

3º TRIMESTRE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDO ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

ESPORTES

Coletivo Voleibol Futsal

Basquetebol Handebol

Pesquisar e discutir questões históricas dos esportes, como: sua origem, sua evolução e seu contexto atual. Propor a vivência de atividades pré-desportivas no intuito de possibilitar o aprendizado dos fundamentos básicos dos esportes e possíveis adaptações às regras.

Individual Xadrez

Tênis de Mesa

Vivenciar este esporte através da prática de atividades introdutórias e do próprio jogo; .sua relação com os jogos populares; .seus movimentos básicos, ou seja, dos fundamentos.

GINÁSTICA

Ginástica Rítmica

Aprender e vivenciar os diferentes movimentos da ginástica (ex.: saltos, piruetas, rolamentos, equilíbrios, giros); Construção e experimentação de materiais utilizados na GR;

LUTAS

Lutas de

aproximação

Capoeira

Karatê

Vivenciar atividades que utilizem materiais alternativos das lutas; Experimentar a vivência de jogos de oposição; Apresentação e experimentação da música e sua relação com a luta; Vivenciar movimentos característicos das lutas, como: a ginga, esquiva e golpes. Conhecer a história da capoeira, judô, karatê, taekwondo e alguns de seus movimentos básicos como: as quedas, rolamentos e outros movimentos;

45

8º ANO

1° TRIMESTRE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDO ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

JOGOS E BRINCADEIRAS

Jogos dramáticos

Recorte histórico delimitando tempos e espaços, nos jogos; Festivais de mímica e expressão; Construção coletiva dos jogos;

GINÁSTICA

Ginástica Circense

Ginástica Geral

Recorte histórico delimitando tempos e espaços, na ginástica. Noções de postura e elementos ginásticos. Origem da Ginástica com enfoque especifico nas diferentes modalidades, pensando suas mudanças ao longo dos anos. Manuseio dos materiais e vivência dos elementos da Ginástica Geral e Circense; Movimentos acrobáticos diversos.

ESPORTE

Coletivo Handebol Voleibol

Individuais Atletismo

Recorte histórico delimitando tempos e espaços, no esporte. Possibilidade do esporte como atividade corporal: lazer, esporte de rendimento, condicionamento físico; Esporte e mídia; Esporte: benefícios e malefícios; Pratica dos fundamentos das modalidades esportivas. Discutir e refletir sobre noções de ética nas competições esportivas. Estudar a origem destes esportes e mudanças ocorridas com os mesmos, no decorrer da história; Aprender e vivenciar os fundamentos, as regras e os elementos básicos; Compreender, por meio de discussões que provoquem a reflexão, o sentido da competição esportiva;

2º TRIMESTRE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDO ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

JOGOS E BRINCA-DEIRAS

Jogos cooperativos

Construção coletiva dos jogos; Estudar os jogos de cooperação e verificar as diferenças regionais. Vivenciar os grandes jogos e os que exigem do aluno a criação das mais diversas estratégias de jogo.

46

DANÇA

Dança Criativa

Danças Circulares

Recorte histórico delimitando tempos e espaços, na dança. Elementos e técnicas de dança Esquetes (são pequenas sequências cômicas). Vivenciar os mais diversos tipos de danças, dando ênfase aos movimentos criativos e ritmados.

ESPORTE

Coletivo Basquetebol

Futsal

Individuais Badminton

Radicais

Entender que as práticas esportivas podem ser vivenciadas no tempo/espaço de lazer, como esporte de rendimento ou como aptidão física e saúde. Compreender a influência da mídia no desenvolvimento dos diferentes esportes. Reconhecer os aspectos positivos e negativos das práticas esportivas. Estudar a origem destes esportes e mudanças ocorridas com os mesmos, no decorrer da história; Aprender e vivenciar os fundamentos, as regras e os elementos básicos;

3º TRIMESTRE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDO ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

ESPORTES

Coletivo Voleibol Futsal

Basquetebol Handebol

Pesquisar e discutir questões históricas dos esportes, como: sua origem, sua evolução e seu contexto atual. Propor a vivência de atividades pré-desportivas no intuito de possibilitar o aprendizado dos fundamentos básicos dos esportes e possíveis adaptações às regras.

Individual Xadrez Tênis

de Mesa

Vivenciar estes esportes através da prática de atividades introdutórias e do próprio jogo; .sua relação com os jogos populares; .seus movimentos básicos, ou seja, dos fundamentos.

GINÁSTICA Ginástica Rítmica

Aprender e vivenciar os diferentes movimentos da ginástica (ex.: saltos, piruetas, rolamentos, equilíbrios, giros); Construção e experimentação de materiais utilizados na GR;

LUTAS

Lutas como instrumento mediador

Roda de capoeira Projeto e imobilização Vivenciar atividades que utilizem materiais alternativos das lutas; Experimentar a vivência de jogos de oposição; Apresentação e experimentação da música e sua relação com a luta; Vivenciar movimentos característicos das lutas, como: a ginga, esquiva e golpes. Conhecer a história da capoeira, judô, karatê, taekwondo e alguns de seus movimentos básicos como: as quedas, rolamentos e outros movimentos;

47

9º ANO

1° TRIMESTRE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDO ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

JOGOS E BRINCA-DEIRAS

Jogos dramáticos

Jogos

Cooperativos

Organização e criação de gincanas e RPG (RolePlaying Game, Jogo de Interpretação de Personagem), compreendendo que é um jogo de estratégia e imaginação, em que os alunos interpretam diferentes personagens, vivendo aventuras e superando desafios. Diferenciar os jogos cooperativos e os jogos competitivos a partir dos seguintes elementos: - Visão do jogo; - Objetivo; - O outro; - Relação; - Resultado; - Consequência; - Motivação.

GINÁSTICA

Ginástica Rítmica

Ginástica Geral

Noções de postura e elementos ginásticos. Manuseio dos materiais e vivência dos elementos da Ginástica Geral e Rítmica; Movimentos acrobáticos diversos. Origem da Ginástica: trajetória até o surgimento da Educação Física. Construção de coreografias. Análise sobre o modismo. Vivencia das técnicas especificas das ginásticas desportivas. Recursos ergo-gênicos (doping).

ESPORTE

Coletivo Handebol Voleibol

Individuais Atletismo

Recorte histórico delimitando tempos e espaços. Organização de festivais esportivos Analise dos diferentes esportes no contexto social e econômico. Regras oficiais e sistemas táticos. A pratica dos fundamentos das diversas modalidades esportivas. Súmulas, noções e preenchimento.

48

2° TRIMESTRE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDO ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

GINÁSTICA

Ginástica de Condicionamento Físico (academia)

Análise sobre o modismo. Vivência das ginásticas de academia (aeróbica, localizada, pilates...); Recursos ergo-gênicos (doping).

DANÇA

Dança Criativa

Danças Circulares

Reconhecer a importância das diferentes manifestações presentes nas danças e seu contexto histórico. Conhecer os diferentes ritmos, passos, posturas, conduções, formas de deslocamento, entre outros elementos presentes no forro, vanerão e nas danças africanas. Criar e vivenciar atividades de dança, nas quais sejam apresentadas as diferentes criações coreográficas realizadas pelos alunos.

ESPORTE

Coletivo Basquetebol

Futsal

Individuais Badminton

Radicais

Recorte histórico delimitando tempos e espaços. Organização de festivais esportivos Analise dos diferentes esportes no contexto social e econômico. Regras oficiais e sistemas táticos. A pratica dos fundamentos das diversas modalidades esportivas. Súmulas, noções e preenchimento.

3º TRIMESTRE

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

CONTEÚDO ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

ESPORTES

Coletivo Voleibol Futsal

Basquetebol Handebol

Pesquisar e discutir questões históricas dos esportes, como: sua origem, sua evolução e seu contexto atual. Propor a vivência dos fundamentos básicos dos esportes e possíveis adaptações às regras.

Individual Xadrez Tênis

de Mesa

Vivenciar estes esportes através da prática de atividades introdutórias e do próprio jogo; .sua relação com os jogos populares; .seus movimentos básicos, ou seja, dos fundamentos.

LUTAS

Lutas como instrumento mediador

Conhecer os aspectos históricos, filosóficos e as características das diferentes formas de lutas e vivenciar algumas manifestações; Conhecer a história da capoeira, judô, karatê, Taekwondo e alguns de seus movimentos básicos como: as quedas, rolamentos e outros movimentos;

49

ENSINO MÉDIO

1º ANO

1º TRIMESTRE

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDO

ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

Esporte

Coletivo

Handebol

Voleibol

Individuais

Atletismo

Recorte histórico

Esporte de rendimento X qualidade de vida

Diferentes esportes no Contexto social, econômico e cultural.

Regras oficiais e sistemas táticos.

Ginástica Ginástica artística/

olímpica

Função social da ginástica.

Fundamentos da ginástica.

Jogos e Brincadeiras Jogos de tabuleiros

Os jogos e brincadeiras e suas possibilidades de fruição nos

espaços e tempos de lazer.

Recorte histórico delimitando tempo e espaço.

2º TRIMESTRE

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDO

ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

Esporte

Coletivo

Futsal

Basquetebol

Recorte histórico

Esporte de rendimento X qualidade de vida

Diferentes esportes no Contexto social, econômico e cultural.

Regras oficiais e sistemas táticos.

Dança Danças de salão Diversidade de culturas

Ritmo

Jogos e Brincadeiras Jogos cooperativos Recorte histórico delimitando tempo e espaço Diferença entre jogos cooperativos e competitivos

3º TRIMESTRE

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDO

ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

Esporte

Coletivo

Voleibol

Futsal

Basquetebol

Handebol

Apropriação do Esporte pela Indústria Cultural

Analise dos diferentes esportes no contexto social e econômico

Atividades desportivas e aplicação de suas regras e fundamentos

básicos

Esporte

Individual

Xadrez

Tênis de Mesa

Prática dos fundamentos dos esportes, movimentos básicos e

fundamentos

Lutas

Lutas com aproximação

Capoeira

Histórico da capoeira

Classificação, Estilos da capoeira

Jogo/luta/dança

Musicalização e ritmo

Ginga

Confecção de instrumentos

Movimentação

Roda

50

2º ANO

1º TRIMESTRE

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDO

ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

Esporte

Coletivo

Handebol

Voleibol

Individuais

Atletismo

Análise de jogos esportivos e confecção de Scalt.

Conhecimento popular X conhecimento científico sobre o

fenômeno esporte.

Esporte nos seus diferenciados aspectos:

Enquanto meio de Lazer.

Sua função social

Sua relação com a mídia Relação com a ciência

Doping e recursos ergogênicos

Esporte alto rendimento.

Ginástica Ginástica de

academia

Ginástica, sedentarismo e qualidade de vida.

Relação da ginástica com:

Tecido muscular,

Resistência muscular,

Diferença entre resistência e força;

Tipo de força;

frequência cardíaca

Fontes energéticas,

fonte metabólica,

gasto energético,

composição do corporal,

desvios posturais,

LER, DORT.

Jogos e

Brincadeiras

Jogos de

tabuleiros

Os jogos e brincadeiras e suas possibilidades de fruição nos

espaços e tempos de lazer.

Recorte histórico delimitando tempo e espaço.

51

2º TRIMESTRE

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDO

ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

Esporte

Coletivo

Futsal

Basquetebol

Análise de jogos esportivos e confecção de Scalt.

Conhecimento popular X conhecimento científico sobre o

fenômeno esporte.

Esporte nos seus diferenciados aspectos:

Enquanto meio de Lazer.

Sua função sócial

Sua relação com a mídia

Relação com a ciência.

Doping e recursos ergogênicos

Esporte alto rendimento

Dança Danças de rua

Ritmo

Interpretação e criação coreográfica.

Apropriação da dança pela indústria cultural e questões de

gênero

3º TRIMESTRE

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDO

ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

Esporte

Coletivo

Voleibol

Futsal

Basquetebol

Handebol

Apropriação do Esporte pela Indústria Cultural

Analise dos diferentes esportes no contexto social e

econômico

Atividades desportivas e aplicação de suas regras e

fundamentos básicos

Individual

Xadrez

Tênis

de Mesa

Prática dos fundamentos dos esportes, seus movimentos

básicos e seus fundamentos

Lutas

Lutas com

aproximação

Lutas como

instrumento

mediador

Histórico, filosofia e características das diferentes artes

marciais

Técnicas, táticas/estratégias

Apropriação da luta pela indústria cultural

Lutas X artes marciais

52

3º ANO

1º TRIMESTRE

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDO

ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

Esporte

Coletivo

Handebol

Voleibol

Individuais

Atletismo

Nutrição, saúde e prática esportiva.

Apropriação do Esporte pela Indústria Cultural.

Atividades desportivas e aplicação de suas regras e fundamentos

básicos e sistema de jogos

Ginástica Ginástica de

academia

Testes físicos

Planejamento de treinos

Jogos e

Brincadeiras

Jogos de

cooperativos

Os jogos e brincadeiras e suas possibilidades de fruição nos

espaços e tempos de lazer.

Recorte histórico delimitando tempo e espaço.

2º TRIMESTRE

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDO

ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

Esporte

Coletivo

Futsal

Basquetebol

Nutrição, saúde e prática esportiva.

Apropriação do Esporte pela Indústria Cultural.

Atividades desportivas e aplicação de suas regras e fundamentos

básicos e sistema de jogos

Dança Danças de

folclórica

Ritmo, interpretação e criação coreográfica.

Apropriação da dança pela indústria cultural e questões de gênero

3º TRIMESTRE

CONTEÚDO

ESTRUTURANTE

CONTEÚDO

ESPECÍFICO

ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA

Esporte

Coletivo

Voleibol

Futsal

Basquetebol

Handebol

Analise dos diferentes esportes no contexto social e econômico

Atividades desportivas e aplicação de suas regras e fundamentos

básicos

Individual

Xadrez

Tênis de Mesa

Prática dos fundamentos dos esportes, seus movimentos básicos e

seus fundamentos

Lutas

Lutas com

aproximação

Lutas como

instrumento

mediador

Histórico, filosofia e características das diferentes artes marciais

Técnicas, táticas/estratégias

Apropriação da luta pela indústria cultural

Lutas X artes marciais

53

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

O encaminhamento metodológico demonstra o alargamento da compreensão das

práticas corporais na escola, reorientando as formas de conceber o papel da Educação Física na

formação do aluno, identificando as múltiplas possibilidades de intervenção sobre a

corporalidade que surgem no cotidiano de cada escola.

Apresentamos a cultura corporal como concepção orientadora da Educação Física por

meio de praticas corporais, pretendendo seja no esporte, dança, ginástica, jogos, brincadeiras, ir

além da dimensão motriz levando em conta as experiências manifestadas pelo corpo os quais

permeiam estas práticas, ou seja, manifestam - se expressões de alegria, raiva, dor, violência,

preconceito, sexualidade, dentre outras, quem tem sentido amplo no corpo e são historicamente

produzidos. Ao professor cabe, compreender – se como intelectual responsável pela organização

e sistematização destas práticas corporais que possibilitam a comunicação e o dialogo com as

diferentes culturas.

Para tanto, a Educação Física deve articular o trabalho com todos os envolvidos no

processo de escolarização com o intuito de repensar e reestruturar rituais, regras, valores,

tempos e espaços que compõe o trabalho pedagógico a abrangem a educação do corpo na

escola. Reorganizar as diversas práticas pedagógicas por intermédio de uma interação entre os

sujeitos.

O trabalho docente será balizado por uma intencionalidade que pretenda repensar o

papel do professor e da Educação Física ao longo da escolarização, desmistificando formas

naturalizadas de compreender a função social. Ainda, o professor será o articulador do

conhecimento e não o detentor de uma verdade única.

O professor deverá estar atento às peculiaridades que envolvem a cultura corporal,

nem resumir a educação do corpo a pratica de atividades físicas descontextualizadas, mas sim,

entendê-la como uma dimensão complexa e abrangente.

Para o ensino fundamental, o professor pode apresentar aos alunos os diversos

conteúdos estruturantes, levando em consideração aquilo que o aluno traz como referência do

conteúdo proposto, de acordo com sua cultura local, verificando as possibilidades de

apropriação e recriação dos conteúdos trabalhados.

54

AVALIAÇÃO

A avaliação deve estar em concordância com o PPP da escola, tendo coerência com a

LDB, DCEs e regimento escolar e não deve servir apenas para classificar alunos em aprovados

e reprovados, deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos, permeando o conjunto

de ações pedagógicas e não como elemento externo a este processo. A avaliação deve priorizar

a qualidade e o processo de ensino aprendizagem.

Para proceder a avaliação da aprendizagem, de maneira clara e consciente, e

entendê-la como processo continuo e sistemático.

A avaliação será diagnóstica, continua e progressiva, avaliando-se a participação do

educando nas atividades e em todas as suas etapas, a colaboração, a presteza, o respeito, a

higiene, o conhecimento adquirido, a capacidade de resolução de problemas propostos, a

iniciativa e o domínio dos conteúdos.

Serão instrumentos de avaliação a participação em aulas praticas e teóricas, o domínio

das formas escritas, avaliações teóricas e praticas dos conteúdos, trabalhos de pesquisa,

elaboração de trabalhos de pesquisa, apresentação de temas pesquisados. Outra sugestão para

se concretizar uma avaliação critica em Educação Física, é a organização, realização e

participação de atividades extracurriculares, tais como festivais, jogos inter séries, cuja finalidade

é demonstrar a apreensão dos conhecimentos e como estes se aplicam numa situação real de

atividade que demonstre a capacidade de liberdade e autonomia dos alunos.

A recuperação paralela dar-se-á concomitantemente ao desenrolar das aulas, e será

substitutiva, permitindo que os alunos com dificuldades em determinados conteúdos, possam

estar revendo os mesmos, estudando-os, buscando uma melhor forma de assimilação e

participando novamente do processo avaliativo para que se faça novamente o diagnostico do

que foi apreendido, e se necessário, retomar o ponto novamente, como forma de fortalecer e

consolidar o processo de ensino e aprendizagem.

55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAPARROZ, Francisco Eduardo (org). Educação Física Escolar: política, investigação e

intervenção. Vitória: Proteoria, 2001.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte para a

Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.

________(org). Dossiê corporeidade e educação. Educar em revista. Curitiba, nº 16, 2000.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

SOARES, Carmem Lúcia. Educação física escolar conhecimento e especificidade. São Paulo:

Revista Paulista de Educação Física, suplemento 2, nº 2, 1196.

TABORDA DE OLIVEIRA, Marcus Aurélio. Existe espaço para o ensino da educação física na

escola básica? Pensar a prática. Goiânia, 1998.

VAGO, Tarcísio Mauro. Educação Física Escolar: temos o que ensinar? Revista Paulista de

Educação Física, São Paulo, supl. Nº 1, p. 20-24, 1995.

VAZ, Alexandre Fernandez, SAYÂO, Deborah Thomé, PINTO, Fábio Machado. Educação do

corpo e formação de professores: reflexão sobre a prática de ensino de Educação Física.

Florianópolis: editora da UFSC, 2002.

56

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE ENSINO RELIGIOSO

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

Há muito tempo a disciplina de Ensino Religioso participa dos currículos escolares no

Brasil e, em cada período histórico, assumiu diferentes características pedagógicas e legais.

No contexto do Brasil Colônia a primeira forma de inclusão dos temas religiosos na

educação brasileira, que se perpetuou até a Constituição da República em 1891, pode ser

identificada nas atividades de evangelização promovidas pela Companhia de Jesus e outras

instituições religiosas de confissão católica.

Com o advento da República, contudo, e do ideal positivista de separação entre Estado

e Igreja, todas as instituições e assuntos de ordem pública e, consequentemente, a educação do

povo foram incumbidos da tarefa de se reestruturar de acordo com o critério de laicidade

interpretada no sentido de neutralidade religiosa.

Em 1934, o Estado Novo introduziu a disciplina de Ensino Religioso nos currículos da

educação pública, procurando salvaguardar o direito individual de liberdade de credo. Para

atender tanto as demandas republicanas quanto as demandas confessionais, o governo

apresentou, em forma de lei, uma proposta de ensino da temática religiosa que, por um lado,

garantisse a existência de uma disciplina desse teor na educação pública e que, por outro lado,

mantivesse um caráter facultativo para os estudantes não católicos .

Com a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos ocorrida em

1948, reafirmou-se o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião. No Brasil esse

posicionamento só foi assumido em meados da década de 60, quando o aspecto confessional

do Ensino Religioso foi suprimido do inciso IV do artigo 168 da Constituição de 1967: “o ensino

religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas oficiais

de primário e médio”. Foi aberta, então, a possibilidade de reelaboração da disciplina em função

de uma perspectiva aconfessional de ensino.

Prova desse fato pode ser encontrada no item Disposições Gerais e Transitórias,

constante na LDB 4.024/61, que mantinha em seu artigo 97 o caráter facultativo da disciplina e

afirmava que o Ensino Religioso não poderia acarretar ônus aos poderes públicos. Sobre o

provimento dos professores, estabeleceu a criação de um cadastro de docentes e um registro de

profissionais que atuariam nas aulas de Ensino Religioso. Tal cadastro deveria ser feito perante

às autoridades das respectivas tradições religiosas. Embora o Ensino Religioso fosse parte da

57

formação pública, a responsabilidade pelos docentes não competia ao Estado.

A perda do aspecto confessional rompeu com o modelo de ensino dos assuntos

religiosos, vigente desde as primeiras formas de consideração da religião na educação brasileira,

e impôs aos profissionais responsáveis pela disciplina de Ensino Religioso a tarefa de repensar a

fundamentação teórica sobre a qual se apoiar, os conteúdos a serem trabalhados em sala, a

metodologia a ser utilizada no ensino, etc. Surgiram, desde então, dos mais diversos setores da

sociedade civil, propostas pedagógicas que pretendiam, cada uma delas, encerrar a melhor

maneira de se planejar o Ensino Religioso laico previsto nas leis supracitadas. O documento que

o leitor tem em mãos é uma dessas propostas.

Para viabilizar a proposta de Ensino Religioso no Paraná, a Associação

Interconfessional de Curitiba (Assintec), formada por um grupo de caráter ecumênico,

preocupou-se com a elaboração de material pedagógico e cursos de formação continuada. O

resultado desse trabalho foi o Programa Nacional de Tele Educação (Prontel), elaborado em

1972, que propôs a instituição do Ensino Religioso radiofonizado nas escolas municipais. A

Secretaria de Estado da Educação (SEED) e a Prefeitura Municipal de Curitiba aceitaram o

Prontel, com parecer favorável do Conselho Estadual de Educação.

No ano de 1987 teve início o curso de Especialização em Pedagogia Religiosa, com

carga horária de 360 h/a, numa parceria da SEED, Assintec e PUC/PR, voltado à formação de

professores interessados em ministrar aulas de Ensino Religioso.

Durante o desenvolvimento do curso, ficou evidenciada a preocupação com a

formação do professor para a pluralidade religiosa, ainda que, por conta da concepção de Ensino

Religioso que vigorava na época, prevalecessem atividades marcadas por celebrações e

vivências de valores.

As discussões iniciadas durante a Constituinte foram intensificadas com a promulgação

da Constituição Federal, em 1988, por meio da organização de um movimento nacional, que

buscou garantir o Ensino Religioso como disciplina escolar. A emenda constitucional para o

Ensino Religioso foi a segunda maior emenda popular que deu entrada na Assembléia

Constituinte e contou com 78 mil assinaturas. Assim, na década de 1980, no processo de

redemocratização do país, as tradições religiosas asseguraram o direito à liberdade de culto e de

expressão religiosa.

As discussões nacionais a respeito do Ensino Religioso não se esvaziaram após a

promulgação da nova Constituição Federal. O passo seguinte foi elaborar uma concepção do

Ensino Religioso que legitimasse a perspectiva deste componente curricular, para superar o

58

caráter proselitista que marcou a disciplina historicamente, conforme ficou expresso na LDBEN

9.394/96:

Art. 33 – O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de Educação Básica assegurado o respeito à diversidade religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. §1o – Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão de professores. §2o – Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso.

Cumpre destacar que, desde 1995, os debates instaurados pelo Fonaper (Fórum

Nacional Permanente do Ensino Religioso), constituído por um grupo de educadores

ligados às escolas, às entidades religiosas, às universidades e às Secretarias de

Educação, permitem rever aspectos relativos ao Ensino Religioso, em que se destaca a

diversidade cultural e religiosa brasileira, e buscam encaminhamentos para uma nova forma

curricular desta disciplina.

Somente a partir das discussões da LDBEN 9.394/96, incentivadas pela sociedade civil

organizada, o Ensino Religioso passou a ser compreendido como disciplina escolar. Em

decorrência desse processo, sua instituição nas escolas públicas do país foi regulamentada.

O Conselho Estadual de Educação do Paraná, em 2002, aprovou a Deliberação 03/02,

que regulamentou o Ensino Religioso nas Escolas Públicas do Sistema Estadual de Ensino do

Paraná. Com a aprovação dessa deliberação, a SEED elaborou a Instrução Conjunta n. 001/02

do DEF/SEED, que estabeleceu as normas para esta disciplina na Rede Pública Estadual. No

início da gestão 2003-2006, o Estado retomou a responsabilidade sobre a oferta e organização

curricular da disciplina no que se refere à composição do corpo docente dos conteúdos da

metodologia, da avaliação e da formação continuada de professores.

Entre os notáveis avanços obtidos a partir dessa deliberação, destacam-se:

O repensar do objeto de estudo da disciplina;

O compromisso com a formação continuada dos docentes;

A consideração da diversidade religiosa no Estado frente à superação das

tradicionais aulas de religião;

A necessidade do diálogo e do estudo na escola sobre as diferentes leituras do

59

Sagrado na sociedade;

O ensino da disciplina em cuja base se reconhece a expressão das diferentes

manifestações culturais e religiosas.

Nessa perspectiva, a SEED sustentou um longo processo de discussão que resultou,

em fevereiro de 2006, na primeira versão das Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso para a

Educação Básica. De acordo com o princípio de abertura constante a novas ideias, esse

documento foi continuamente submetido a discussões e a apreciação por parte dos professores

da Rede Pública Estadual de Ensino, dos representantes dos Núcleos Regionais de Educação

para os assuntos pedagógicos e, também, dos professores do Ensino Superior interessados na

questão do Ensino Religioso. O resultado final, mas não conclusivo, deste processo é a proposta

de implementação de um Ensino Religioso laico e de forte caráter escolar que será apresentada

nas páginas seguintes.

A disciplina de Ensino Religioso tem como objeto de estudo, o Sagrado.

Etimologicamente, o termo Sagrado se origina do termo latino sacrátus e do ato de sagrar. Como

adjetivo, refere-se ao atributo de algo venerável, sublime, inviolável e puro. Assim, o Sagrado

remete sempre a algo que lhe sirva de suporte. Portanto, algo ou alguém que foi consagrado

está ligado invariavelmente ao campo religioso.

O espaço e o sentido do Sagrado, não se constituem, no entendimento das Diretrizes,

como um a priori. Ao contrário, no contexto da educação laica e republicana, as interpretações e

as experiências do Sagrado devem ser compreendidas racionalmente como resultado de

representações construídas historicamente no âmbito das diversas culturas e das tradições

religiosas e filosóficas. Não se trata, portanto, de viver a experiência religiosa ou a experiência

do Sagrado, tampouco de aceitar tradições, ethos, conceitos, sem maiores considerações, trata-

se antes, de estudá-las para compreendê-las, de problematizá-las

O Ensino Religioso é de matricula facultativa e parte integrante da formação básica do

cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas da Educação Básica,

assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedada qualquer forma de

proselitismo. (Lei 9475/97 art. 33 da LDBN/96).

A disciplina de E.R. busca expressar a necessidade de reflexão em torno dos modelos

de ensino e dos processos de escolarização, diante das demandas sociais contemporâneas que

exigem a compreensão ampla da diversidade cultural posta como também no âmbito religioso,

no interior de diferentes comunidades. Nunca, como no presente, a sociedade esteve consciente

da unidade do destino do homem em todo o planeta e das radicais diferenças culturais que

60

marcam a humanidade.

É necessário que o E. R. adquira status de disciplina, a partir da definição de seus

conteúdos escolares da produção de referencias didático-pedagógicas e científicas bem como a

formação dos professores para que dela surja a contribuição na unidade da construção do

planeta.

Fazem parte do foco de trabalho de E R conteúdos que tratam da diversidade de

manifestações religiosas, dos seus ritos, das suas paisagens e símbolos, sem perder de vistas

as relações culturais, sociais, políticas e econômicas de que são impregnadas.

Alguns fatores ajudam a entender o enfoque do E R. O primeiro atribuindo à

pluralidade social, num estado não confessional, laico e que garante, pela constituição, a

liberdade religiosa.

Outro diz respeito à própria maneira de apreender o conhecimento, devido às

profundas transformações ocorridas no campo da epistemologia da educação e da comunicação,

alem da globalização dos meios de comunicação que atinge todos os domínios da vida humana,

repercutindo também nas manifestações religiosas, nas crenças e na própria forma de interpretar

o sagrado.

Destaca-se ainda, que as chamadas tecnologias da comunicação aliadas aos estudos

relativos à aprendizagem, tem aplicados as possibilidades de compreensão dos processos de

apropriação de novos saberes ao longo da vida, condição para a vida em sociedade, marcada

pelas exigências do capitalismo.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

O E. R. assim como as demais áreas do conhecimento que compõem esta disciplina

contribuem para o desenvolvimento do sujeito. A LDB tem como meios básicos o pleno domínio

da leitura, da escrita e do cálculo, assim como a compreensão do ambiente natural e social do

sistema político da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade,

também do desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição do

conhecimento, habilidades e a formação de atitudes e valores.

São conteúdos estruturantes:

O trabalho pedagógico da disciplina de Ensino Religioso será organizado a partir de

seus conteúdos estruturantes. Entende-se por conteúdos estruturantes os conhecimentos de

grande amplitude que envolvem conceitos, teorias e práticas de uma disciplina escolar,

61

identificam e organizam seus campos de estudos e se vinculam ao seu objeto de estudo.

Para a disciplina de Ensino Religioso, três são os conteúdos estruturantes, a saber:

Paisagem Religiosa, Universo Simbólico Religioso e Texto Sagrado.

- Paisagem Religiosa: se refere à fenomênica do sagrado, a qual é aprendida

através dos sentidos. Refere-se à exterioridade do sagrado e sua concretude, ou seja, os

espaços sagrados.

- Universo Simbólico Religioso: apreensão conceitual da razão, onde concebe-se o

sagrado pelos seus predicados e se reconhece a sua lógica simbólica. Sendo assim, entende-se

como sistema simbólico e projeção cultural.

- Texto Sagrado: é a tradição e a natureza do sagrado enquanto fenômeno, pode ser

manifestado de forma material ou imaterial. Neste sentido é reconhecido através das Escrituras

Sagradas, das tradições orais sagradas e dos mitos.

Tais conteúdos não devem ser abordados isoladamente, pois são referências que se

relacionam intensamente, contribuem para a compreensão do objeto de estudo e orientam a

definição dos conteúdos básicos e específicos de cada série.

A relação do objeto de estudo com os conteúdos estruturantes pode ser apresentada

conforme o seguinte esquema:

Conteúdos Específicos

6º ano: 7º ano:

Organizações Religiosas

Lugares Sagrados

Textos Sagrados Orais ou Escritos

Símbolos Religiosos

Temporalidade Sagrada

Festas Religiosas

Ritos

Vida e Morte

62

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Com o estabelecido de que o Sagrado é o objeto de estudo do Ensino Religioso

seus objetivos são a compreensão, o conhecimento e o respeito das expressões religiosas

advindas de culturas diferentes, inclusive das que não se organizam em instituições, e suas

elaborações sobre o fenômeno religioso. Além disso, proporcionar aos alunos a oportunidade de

identificação, de entendimento, de conhecimento, de aprendizagem em relação às diferentes

manifestações religiosas presentes na sociedade de tal forma que amplie sua própria cultura em

que estão inseridos;

Refletir e entender como os grupos sociais se constitui culturalmente e como se

relacionam com o sagrado;

Ampliar a abordagem no que se refere a diversidade religiosa tendo como objeto de

estudo o Sagrado e como foco do Fenômeno Religioso como algo que está presente em todas

as manifestações religiosas e como cerne da experiência religiosa do cotidiano que o

contextualiza no universo cultural.

O processo de ensino aprendizagem defendido pelo E. R. visa a construção/ produção

do conhecimento e que, por consequência, se caracteriza por uma metodologia de promoção do

debate da hipótese divergente, da dúvida, do confronto de idéias, de informações discordantes,

da pesquisa e também da exposição competente de conteúdos formalizados.

Este processo tem como premissa o aluno como sujeito social do conhecimento

científico que interage com os conteúdos, objeto social do conhecimento, tendo o professor

como mediador social do conhecimento científico.

A forma de apresentação dos conteúdos específicos, explicita a intenção de partir de

abordagens de manifestações religiosas ou expressões do sagrado mais comuns que já fazem

parte do universo cultural da comunidade, para posteriormente inserir os conteúdos que tratam

de manifestações religiosas desconhecidas ou pouco conhecidas dos alunos.

Os conteúdos de E.R. não tem o compromisso de legitimar manifestações do sagrado

em detrimento de outra, uma vez que a escola não é um espaço de doutrinação, evangelização,

de expressão de ritos, símbolos, campanhas e celebrações.

Ao adotar uma abordagem pedagógica e não religiosa dos conteúdos, o professor

estabelecerá uma relação com os conhecimentos que compõem o universo sagrado das

manifestações religiosas como construção histórico-social, agregando-se ao patrimônio cultural

da humanidade. Não estará, portanto, propondo que se faça juízo desta ou daquela prática

63

religiosa.

É preciso respeitar o direito à liberdade de consciência e a opção religiosa do

educando, razão pela qual a reflexão e a análise dos conteúdos valorizarão aspectos

reconhecidos como pertinentes ao universo do Sagrado e da diversidade sociocultural.

Portanto, para a efetividade do processo pedagógico na disciplina de Ensino Religioso,

propõe-se que seja destacado o conhecimento das bases teóricas que compõem o universo das

diferentes culturas, nas quais se firmam o Sagrado e suas expressões coletivas.

AVALIAÇÃO

Para efetivar o processo de avaliação no Ensino Religioso, é necessário estabelecer os

instrumentos e definir os critérios que explicitem o quanto o aluno se apropriou do conteúdo

específico da disciplina e foi capaz de relacioná-lo com as outras disciplinas. A avaliação pode

revelar também em que medida a prática pedagógica, baseada no pressuposto do respeito à

diversidade cultural e religiosa, contribui para a transformação social.

A apropriação do conteúdo trabalhado pode ser observada pelo professor em

diferentes situações de ensino e aprendizagem. Eis algumas sugestões que podem ser tomadas

como amplos critérios de avaliação no Ensino Religioso:

• o aluno expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que têm opções

religiosas diferentes da sua?

• o aluno aceita as diferenças de credo ou de expressão de fé?

• o aluno reconhece que o fenômeno religioso é um dado de cultura e de identidade de

cada grupo social?

• o aluno emprega conceitos adequados para referir-se às diferentes manifestações do

Sagrado?

A avaliação é um elemento integrante do processo educativo na disciplina do Ensino

Religioso. Cabe, então, ao professor implementar práticas avaliativas e construir instrumentos de

avaliação que permitam acompanhar e registrar o processo de apropriação de conhecimentos

pelo aluno em articulação com a intencionalidade do ensino explicitada no Plano de Trabalho

Docente. O que se busca, em última instância, com o processo avaliativo é identificar em que

medida os conteúdos passam a ser referenciais para a compreensão das manifestações do

Sagrado pelos alunos.

Diante da sistematização dos resultados da avaliação, o professor terá elementos para

64

planejar as necessárias intervenções no processo pedagógico, bem como para retomar as

lacunas identificadas na aprendizagem do aluno. Terá também elementos indicativos dos níveis

de aprofundamento a serem adotados em conteúdos que desenvolverá a posteriori e da possível

necessidade de reorganização do trabalho com o objeto de estudo e os conteúdos estruturantes.

Apesar de não haver aferição de notas ou conceitos que impliquem aprovação ou

reprovação do aluno, recomenda-se que o professor registre o processo avaliativo por meio de

instrumentos que permitam à escola, ao aluno, aos seus pais ou responsáveis a identificação

dos progressos obtidos na disciplina.

A avaliação permite diagnosticar o quanto o aluno se apropriou do conteúdo, como

resolveu as questões propostas, como reconstituiu seu processo de concepção da realidade

social e, como, enfim, ampliou o seu conhecimento em torno do objeto de estudo do Ensino

Religioso, o Sagrado, sua complexidade, pluralidade, amplitude e profundidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CISALPIANO, Murilo. Religiões. São Paulo: Ed. Scipione, 1994.

DECLARAÇÃO universal dos direitos humanos. (http://www. mj.gov.br/ sedh/dpdh/gpdh /

ddh_bib_inter_universal.html)

ELIADE, Mircea. O sagrado e o Profano. A essência das Religiões. São Paulo. Ed. Paulinas,

1989.

_____. Tratado de História das Religiões. trad N. Nunes & F. Tomaz, Lisboa: Cosmos, 1977.

FEUERBACH, L. A essência do Cristianismo. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2002.

MACEDO, Carmem Cinira. Imagem do Eterno: Religiões no Brasil. São Paulo: Ed. Moderna

Ltda, 1989.

OTTO, R. O sagrado. Lisboa: Edições 70,1992.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso

para a Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

SAVIANI, D. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez, 1991.

WEBER, M. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. Tradução José Marcos Mariani

de Macedo. São Paulo: Cia. das Letras, 2004.

65

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FILOSOFIA

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

Constituiu-se como forma de pensamento a mais de 2600 anos, a Filosofia tem sua

origem na Grécia Antiga, traz consigo o problema de seu ensino a partir do embate entre o

pensamento de Platão e as Teorias dos Sofistas, naquele momento, tratava-se de compreender

a relação entre o conhecimento e o papel da retórica no ensino. (DCE, 2009)

No Brasil a disciplina de Filosofia sempre esteve inserida nos conteúdos escolares

desde o início da colonização, num primeiro momento sob o domínio dos jesuítas, como

instrumento de formação moral e intelectual da Igreja Católica. Num segundo momento, sob o

domínio do Estado brasileiro, que se manifestou na forma de Monarquia, República oligárquica,

Populismo e Ditadura, não chegando a caracterizar um movimento de crítica aos elementos da

sociedade e da política brasileira. Por último, a partir da década de 80 houve a retomada da

discussão sobre o papel da Filosofia como disciplina curricular no Ensino Médio que, por meio

de um movimento que possuia articulações políticas, defendeu a retomada do espaço da

Filosofia nos currículos escolares, contestando, desse modo, o tecnicismo na educação.

Essa discussão também enfatizou a função pedagógica da Filosofia, principalmente no

que se refere ao exercício da cidadania. No entanto, no governo ditatorial esta disciplina foi

banida das escolas. Nas épocas que se seguiram, seu valor também não foi reconhecido,

porque numa sociedade pragmática se valoriza somente o que traz resultados imediatos. A

tendência tecnicista enfatizou apenas o treinamento para o mercado de trabalho, colocando

numa posição subalterna no currículo escolar as disciplinas das áreas humanas.

A Filosofia, como disciplina curricular, deve manter e alimentar os elementos que lhe

são característicos desde a sua origem: o pensamento crítico, a resistência ao autoritarismo e

ao dogmatismo e a criação de conceitos. Por isso, ela tem uma dimensão política que deve

ultrapassar o espaço escolar, que é a tomada de consciência do ser humano para que o

individuo tenha conhecimentos reais de suas atitudes e do papel dos indivíduos como cidadãos

numa sociedade democrática. É justamente esse o papel da filosofia enquanto disciplina

curricular no Ensino Médio.

Mesmo sendo disciplina curricular, ela apresenta algumas peculiaridades, não sendo

um conhecimento fechado, pronto e acabado, mas um conhecimento sempre aberto a novas

possibilidades, em questionamento, para se buscar explicações mais racionais e mais

66

fundamentadas que se aproximem do que seja o conhecimento verdadeiro, não como verdades

absolutas e imutáveis.

A Filosofia tem como objetivo questionar a realidade social instituída através de

dogmas, crenças, mitos e outros conceitos. Tem o objetivo de através de questionamentos,

diálogos chegar a uma melhor explicação possível para determinados assuntos ou para

determinadas situações. Esta disciplina tem como objetivo fazer com que o ser humano tenha

uma visão critica do mundo que o cerca, pensando melhor a realidade e podendo assim dar um

direcionamento melhor para sua vida e agir de maneira consciente com os seus pares, através

da produção de conceitos.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS

1º ano

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

MITO E FILOSOFIA

Saber mítico; Saber filosófico; Relação entre Mito e Filosofia; Atualidade do Mito; O que é Filosofia?

TEORIA DO CONHECIMENTO

Possibilidade do conhecimento; As formas de conhecimento; O problema da verdade; A questão do método; Conhecimento e lógica.

2º ano

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

ÉTICA

Ética e moral; Pluralidade e concepções éticas; Ética e violência; Razão, desejo e vontade; Liberdade: autonomia do sujeito e a necessidade das normas.

FILOSOFIA POLÍTICA

Relações entre comunidade e poder; Liberdade e igualdade política; Política e ideologia; Esfera pública e privada; Cidadania formal e/ou participativa.

67

3º ano

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS

FILOSOFIA DA CIÊNCIA

Concepções de ciência; A questão do método científico; Contribuições e limites da ciência; Ciência e ideologia; Ciência e ética.

ESTÉTICA

Natureza da arte; Filosofia e arte; Categorias estéticas: feio, belo, sublime, trágico, cômico, grotesco, gosto, etc.; Estética e sociedade

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A filosofia deve ser trabalhada como forma capaz de superar o caráter fragmentado do

senso comum, a parcialidade do método positivo possibilitando uma visão crítica da realidade,

que permita uma ação transformadora, levando-se em conta o homem que se quer formar e o

tipo de estrutura social que o determina, trazendo respostas ao obscurantismo das relações

simples e mágicas.

Deste modo o trabalho em sala de aula realizar-se-á através de aulas expositivas,

trabalhos em grupos, pesquisas, exposição oral com a participação dos alunos e

questionamentos que levem o aluno a refletir sobre a sua realidade social, sempre com o

encaminhamento, acompanhamento e avaliação do professor para que se façam as devidas

intervenções pedagógicas, quando necessárias.

Leitura, análise e discussão de textos filosóficos clássicos ou contemporâneos no

sentido de proporcionar a confrontação das suposições e conceitos produzidos individual e

coletivamente.

Os métodos aplicados para a exposição dessa disciplina devem ser mais variáveis

possíveis, mas ao mesmo tempo tem que se levar em conta o meio em que o aluno está

inserido. Para isso acontecer de um modo proveitoso é preciso fazer com que o aluno saiba a

importância desta matéria e como a mesma poderá ajudá-Io em sua vida. Somente após

compreender a importância da filosofia, os métodos com que essa matéria pode ser aplicada é

que ele vai ter condições de relacioná-la com o seu cotidiano.

Levando em conta as orientações presentes nas Diretrizes Curriculares, todos os

conteúdos serão trabalhados em quatro momentos, os quais podem acontecer de modo

68

separado ou concomitante, dependendo das características peculiares de cada conteúdo. São

eles:

Mobilização para o conhecimento;

Problematização;

Investigação;

Criação de conceitos.

AVALIAÇÃO

Como a metodologia de trabalho privilegiará uma ação mais participativa, valorizando

a criatividade dos alunos, seus conhecimentos e experiências, a avaliação terá um significado

dialético e será um instrumento de observação e diagnóstico (permanente e contínuo) desse

processo dinâmico e não linear de construção do conhecimento.

A avaliação será um meio para repensar as práticas pedagógicas, as necessidades

de retomada dos conteúdos, tendo a finalidade de dar suporte e subsídios para o professor

repensar e redimensionar o processo de ensino-aprendizagem, garantindo, que o aluno

aprenda e domine os conhecimentos básicos que fazem parte do currículo da disciplina e que

o trabalho educativo seja reorganizado por meio de uma intervenção consciente sobre as

dificuldades dos alunos. Pelas características peculiares da disciplina de Filosofia, a

avaliação será feita por meio dos seguintes critérios:

Coerência e clareza das idéias desenvolvidas pelos alunos;

Capacidade de argumentação, raciocínio lógico e crítico dos alunos, por

meio de atividades orais e/ou escritas;

Fundamentação teórica e crítica dos conceitos e assuntos trabalhados.

É importante lembrar que a própria natureza da avaliação em Filosofia já possui

inerente o pressuposto de que o aluno sempre terá a oportunidade de retomar por meio de

atividades diferenciadas aqueles assuntos e conteúdos que não tenha atingido os objetivos

propostos, garantindo sistematicamente a recuperação paralela.

69

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São

Paulo: Moderna, 1998.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2003.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Filosofia para a

Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

VÁRIOS AUTORES. Filosofia: ensino médio. Curitiba: SEED – PR, 2008.

70

PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE FÍSICA

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A Física tem como objeto de estudo o universo, em toda sua complexidade. Por isso a

disciplina de Física propõe o estudo da natureza, não a natureza propriamente dita, mas

modelos de elaborações humanas, que tentam explicar determinados fenômenos.

O olhar sobre a natureza tem origem em tempos remotos, provavelmente no período

paleolítico, na tentativa humana de resolver seus problemas cotidianos e garantir a subsistência.

Assim, a astronomia é, talvez, a mais antiga das ciências, tendo encontrado sua racionalidade

pelo interesse dos gregos em explicar as variações cíclicas no céu. É o início do estudo dos

movimentos.

Muitos foram os estudos e contribuições, mas a História da Física nos mostra que até o

renascimento a maior parte da ciência conhecida pode ser resumida à Geometria Euclidiana, a

Astronomia geocêntrica de Ptolomeu e a Física de Aristóteles.

Na idade média, a igreja tornou-se mais poderosa, sendo que o conhecimento do

universo foi associado a Deus e oficializado pela Igreja Católica que o transforma em dogmas

que não eram questionados.

As navegações e a ampliação da sociedade comercial favoreceram mudanças

econômicas, políticas e culturais, e contribuiu para a queda do poder, abrindo caminho para as

revoluções industriais do séc. XVII e, para que a ciência se desenvolvesse.

Nesse contexto, a Física tal qual a conhecemos hoje foi inaugurada por Galileu Galilei,

no séc. XVI, com uma nova forma de conceber o universo, através da descrição matemática dos

fenômenos físicos, partindo do particular para o geral, tornando possível a construção de leis

universais.

Bacon, Galileu, Descartes e, provavelmente muitos anônimos, ao instituírem o método

científico retiram das autoridades eclesiásticas o controle sobre o conhecimento e iniciam a era

moderna, abrindo caminho para que Isaac Newton fizesse a primeira grande unificação da

ciência elevando a Física, no séc. XVII, ao status de Ciência.

A nova Ciência, que vem a partir de Newton e seus sucessores, carregam a idéia de que

o universo se comporta com uma regularidade mecânica e esta alicerçada em dois pilares: a

Matemática, como linguagem para expressar leis, idéias e elaborar modelos para descrever

fenômenos físicos e a Experimentação, como forma de questionar a natureza, de comprovar ou

71

confirmar idéias de testar novos modelos.

Com a evolução do contexto social e econômico o avanço do conhecimento físico evolui,

estabelecendo as Leis da Termodinâmica e o calor passa a ser entendido como forma de energia

relacionada ao movimento.

Com a Revolução Industrial, a burguesia passa a levantar a bandeira da educação

gratuita para todos, onde os estados passam a ser responsáveis pela educação dos

trabalhadores marcando o surgimento da Instituição escola tal qual conhecemos hoje, porém

uma escola que não é para todos.

Nessa época, com a vinda da família real ao Brasil o ensino de Física é trazido para o

nosso país para atender a corte e os desejos da intelectualidade local, formando engenheiros e

médicos, ou seja, os dirigentes do país. Portanto, não era para todos, visto que esse

conhecimento não fazia parte da grade curricular das escolas primárias ou profissionais que as

classes populares frequentavam.

Os materiais didáticos utilizados eram traduções europeias até meados do séc. XX,

quando começam a ocorrer contribuições nacionais com a criação da USP.

No cenário mundial, o inicio do séc. XX é marcado por uma revolução no campo da

pesquisa da Física. Em 1905, Einstein propõe a Teoria da Relatividade Especial ao perceber que

as equações de Maxwell não obedeciam as regras de mudança de referencial da teoria

newtoniana. A decidir pela preservação da teoria, altera os fundamentos da Mecânica,

apresentando uma nova visão do espaço e do tempo.

No período entre guerras, vários cientistas se transferiram para outros países onde

pudessem desenvolver suas pesquisas. Graças a isso, em 1934, surgiu o curso de “Sciencias

Phisicas”, junto a USP para formar bacharéis e licenciados em Física, permitindo ao país que a

pesquisa e a construção de novos conhecimentos começassem efetivamente.

O final da segunda Guerra Mundial marca uma euforia no ensino de Ciências,

provocando mudanças no currículo da disciplina. Surge então a primeira Instituição Brasileira de

Educação, Ciência e Cultura (IBECC) que tinha como papel construir material para laboratório,

livros didáticos e paradidáticos.

A intensificação do processo de industrialização do Brasil, a partir de 1950, a Física

tornou-se parte dos currículos de ensino médio, pois às elites creditavam à ciência progresso e

poder, ou o segredo da tecnologia ocidental.

Portanto, o ensino da Física sempre oscilou entre a formação dos professores e a

produção de materiais, esse último prevalecendo, sendo o livro didático o ditador sobre o

72

trabalho dos professores.

Os projetos desenvolvidos no país influenciaram e inspiraram mudanças nos projetos

curriculares, tanto na educação geral como no nível pré-universitário. Eles também contribuíram

para formar grupos temporários de professores e cientistas, normalmente de instituições de

pesquisas, para preparação de materiais visando a melhoria das disciplinas científicas, origem

de muitos Centros de Ciências existentes e a comunidade acadêmica de educadores em

Ciência, hoje apoiada em associações de classe, publicações periódicas e cursos de formação e

especialização.

Hoje, continuamos com o tratamento disciplinar porque consideramos que a Física é um

campo de conhecimentos específicos socialmente reconhecidos. Por isso não aceitamos a

generalidade, obstáculo ao desenvolvimento do conhecimento científico, capaz de levar o

espírito cientifico a se prender às soluções fáceis, imediatas e aparentes.

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica, a Física deve ser

compreendida como uma ciência em construção, cujo conhecimento atual é a cultura científica e

tecnológica deste tempo em suas relações com as outras produções humanas. Ao abordar o

conhecimento científico em seus aspectos qualitativos e conceituais, filosóficos e históricos,

econômicos e sociais, o ensino de Física contribuirá para a formação de estudantes críticos.

Então, a Física deve educar para a cidadania contribuindo para o desenvolvimento de

um sujeito critico, capaz de admirar a beleza da produção cientifica ao longo da História e

compreender a necessidade desta dimensão do conhecimento para o estudo e o entendimento

do universo de fenômenos que o cerca. Mas também, que percebam a não neutralidade de sua

produção bem como os aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais desta Ciência, seu

comprometimento e envolvimento com as estruturas que representam esses aspectos.

O ensino de física deve ser centrado em conteúdos e metodologias capazes de levar os

estudantes a uma reflexão sobre o mundo das ciências, sob a perspectiva de que esta, não é

somente fruto da racionalidade científica. É preciso ver o ensino da física”com mais gente e

menos álgebra”.

Portanto, o conhecimento físico deve ter em vista a evolução histórica das ideias e

conceitos, voltados para a formação de sujeitos que, em sua formação e cultura, agreguem a

visão da natureza, das produções e das relações humanas.

A produção do conhecimento está diretamente ligada á necessidade de sobrevivência do

homem. À medida que ele busca suprir suas necessidades práticas, ele soma ao senso comum,

a relação entre a Ciência, a Tecnologia e a Sociedade.

73

Dentro do papel da Ciência no desenvolvimento tecnológico e social, a disciplina de

Física possibilita ao homem que se coloque como agente cada vez mais atuante. A ciência e a

história não foram construídas apenas por gênios. Todos contribuíram para a sua construção.

Para que possamos atuar de maneira efetiva nesse processo, necessita-se de uma

cultura científica abrangente, permitindo ao indivíduo a interpretação de fatos, fenômenos e

processos naturais, redimensionando as suas relações com a natureza e/ou seus pares.

Há uma necessidade de articulação entre o conhecimento científico e temas do

cotidiano. Esta articulação só será concreta caso haja uma abordagem histórica de tal

conhecimento, e isto, possibilitará uma formação crítica.

A partir de uma formação crítica, o sujeito poderá conceber melhor temas atuais como

inclusão, cultura afro, educação do campo e educação fiscal, além de conceber cada vez mais e

melhor o universo físico e os fenômenos que nele acontecem.

Isto posto, entende-se que o estudo dos movimentos estão fortemente ligados às

questões externas ao meio cientifico com origem na Astronomia, Cosmologia, Geometria e

técnicas de construção de máquinas e evolução dos automóveis assim, justifica-se tratar da

História e Evolução da Física.

Para que os estudantes compreendam os fenômenos relacionados ao seu cotidiano,

bem como os demais conteúdos a serem abordados, faz-se necessário a compreensão das

entidades fundamentais: massa, espaço e tempo.

Segundo Rocha (2005), é fundamental entender que na física, a teoria eletromagnética

desempenha papel semelhante aos estudos dos movimentos e da termodinâmica. Embora

tenham evoluído separadamente, elas são teorias unificadoras: a mecânica de Newton, no

século XVII, unificou a estática, a dinâmica e a astronomia; a termodinâmica, no século XIX,

unificou conhecimentos sobre gases, pressão temperatura e calor e a teoria eletromagnética, de

Maxwell, unificou o magnetismo, a eletricidade e a ótica.

74

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Ao se tratar do estudo de forças, abrangem-se o estudo de vetores, conceitos de

velocidade, deslocamento e aceleração, introduzindo ao estudo de Momentum, Lei de Newton e

Energia, que abrangem estudos desde equilíbrio dos corpos, colisões, impulso, até o Princípio

da Conservação de Energia envolvendo também a queda dos corpos.

Termodinâmica é conteúdo específico para o 2º ano, mas quando se trata de Mecânica

dos Fluídos (campo específico do movimento). Também deve-se destacar o estudo das

condições de equilíbrio como: centro de gravidade, equilíbrio estático e dinâmico, pressão e

empuxo.No entanto, abre-se espaço para destacar a evolução das idéias que levaram ao

desenvolvimento do conceito de calor, fazendo-se necessário, uma abordagem às propriedades

físicas da matéria, estados de agregação, viscosidade dos fluidos até a tensão superficial.

O estudo da óptica no 2º ano, abrangendo o eletromagnetismo quando se apresenta a

luz como uma onda eletromagnética, resultado dos estudos de Maxwell que conduzem ainda as

famosas equações que englobam as 4 Leis do Eletromagnetismo Clássico.

Termodinâmica é o conteúdo estruturante mais estudado no 2º ano e pode ser

desdobrado em suas Leis, com conceitos de temperatura e calor, retomando o conceito da

conservação de energia que está relacionado a MOVIMENTO. No contexto geral da

Termodinâmica é possível fazer uma apresentação da Teoria Cinética, que aplica as Leis da

Mecânica Newtoniana as moléculas individuais de um sistema, fortalecendo o estudo da

Entropia, que ainda podem estar relacionados à queda de um objeto de uma mesa, ou à

expansão do universo, pois manifestam a beleza e a importância da 2ª e 3ª Leis da

Termodinâmica ao desenvolvimento da Física.

O 3º ano baseia-se quase somente em ELETROMAGNETISMO, porém é importante

que se façam paralelos aos demais conteúdos estruturantes. No estudo de cargas elétricas,

conceito do Eletromagnetismo, é necessário que se fale em Movimento, o que gera outros

conceitos como os estudados em circuitos elétricos, campo elétrico e magnético.

Quando se estudam os circuitos elétricos abre-se a oportunidade de estudo dos circuitos

eletrônicos, responsáveis pelo que chamamos de 3ª Revolução Industrial, cujas tecnologias

geram novas necessidades, matérias, técnicas, podendo-se assim dar seqüência ao estudo de

Geradores e Receptores que nos induz às formas alternativas de energia e novamente ao

conceito de conservação de Energia.

75

Como resultado das equações de Maxwell, estabelece-se a natureza dual da Luz e

adentra-se à Física Moderna, destacando-se o efeito fotoelétrico (Quanta de luz) e a

imutabilidade da velocidade da Luz como um dos princípios da relatividade.

1º Ano

1º Trimestre

Conteúdos Estruturantes

Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos

Movimento Momentum

inércia

Espaço, tempo, deslocamento

Velocidade

Aceleração

Movimentos (uniforme e uniforme variado)

Queda livre

2º Trimestre

Conteúdos Estruturantes

Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos

Movimento Leis de newton

momentum

Força

Lei da inércia

Lei da ação e reação

Força resultante

Atrito

Movimento circular

3º Trimestre

Conteúdos Estruturantes

Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos

Movimento

- Conservação e variação da

quantidade de movimento

- Energia

Impulso

Colisões

Princípio da conservação de energia

Tipos de energia (cinética, potencial,

mecânica)

76

2º ano

1º Trimestre

Conteúdos

Estruturantes Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos

Termodinâmica

Condições de equilíbrio

Fluídos

Lei zero da termodinâmica

Centro de gravidade

Equilíbrio estático /dinâmico

Lei de hooke

Pressão e empuxo

Calor

Temperatura

Escalas termométricas

Dilatação térmica

Calorimetria

2º Trimestre

Conteúdos

Estruturantes Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos

Termodinâmica 1ª e 2ª Lei Da Termodinâmica

Princípio da conservação da energia

Energia e trabalho

Potência e rendimento

Máquinas térmicas

3º Trimestre

Conteúdos

Estruturantes Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos

Eletromagnetismo A natureza da luz e

suas propriedades

Fenômenos luminosos: refração, reflexão,

interferência e difração

Dualidade onda-partícula

Efeito fotoelétrico

Efeito compton

Oscilações e ondas eletromagnética

77

3º ano

1º Trimestre

Conteúdos

Estruturantes Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos

Eletromagnetismo Carga Elétrica

Carga elétrica

Processos de eletrização

Quantização de carga

Força elétrica

Campo elétrico, tensão e corrente elétrica

2º Trimestre

Conteúdos

Estruturantes Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos

Eletromagnetismo Força Eletromagnética

Lei de ampère

Resistência

Lei de ohm

Geradores e receptores

3º Trimestre

Conteúdos

Estruturantes Conteúdos Básicos Conteúdos Específicos

Eletromagnetismo Equações de Maxell

Força e campo magnético

Lei de Gauss (linhas de campo)

Indução eletromagnética

78

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Segundo Freire (1997, p. 25) “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina

ao aprender” então, toda a ação pedagógica deve ser vinculada ao conhecimento que o

educando já possui e ao meio em que o mesmo esta inserido, para então conduzi-lo ao

conhecimento sistematizado possibilitando assimilação e construção de novos saberes.

Por outro lado, o Ensino de Física realiza-se em geral, mediante a apresentação

desarticulada e descontextualizada de conceitos, leis e fórmulas, distanciadas da vida do

professor e do aluno, e, portanto, desprovidos de significados. Esse modelo de ensino prioriza a

teoria e a abstração e insiste na solução de exercícios repetitivos, pretendendo que o

aprendizado aconteça pela automatização ou memorização, e não pela construção do

conhecimento.

É necessário rediscutir o papel da Física no ambiente escolar, procurando possibilitar

uma melhor compreensão do mundo e uma formação mais adequada, voltada a construção da

cidadania. Isso não significa elaborar novas listagens de tópicos e conteúdos a serem

desenvolvidos, mas, sobretudo, dar novas dimensões e significado ao trabalho realizado em sala

de aula.

O conhecimento da Física deve, necessariamente, começar pela pergunta, pela

inquietação, pela existência de problemas e pela curiosidade. Cabe ao professor, antes de

qualquer coisa, ensinar a perguntar. Essa é uma questão fundamental no processo de ensino-

aprendizagem. Para que o aluno possa fazer perguntas, é necessário que o ponto de partida

sejam situações concretas da vida e do cotidiano, como, por exemplo, a origem do universo e

sua evolução, os gastos com a conta de luz, o funcionamento de aparelhos usados no dia-a-dia.

Isto trará o aluno mais próximo do propósito que o professor deseja ao ensinar Física.

Muitos dos conceitos abordados no ensino de Física – como força, movimento,

velocidade, temperatura, etc.- já tem um significado para o aluno, pois são fruto de suas

experiências diárias. Nem sempre o modelo que o aluno traz para a sala de aula coincide com o

cientifico. Na maioria das vezes, a compreensão da realidade a partir da teoria cientifica implica,

para o aluno, uma mudança na maneira de olhar determinado fenômeno. Assim, as situações de

aprendizagem devem permitir, em primeiro lugar, que o aluno explicite suas idéias sobre os

assuntos em estudo e, posteriormente, vem apresentar problemas que não sejam resolvidos

pelas ideias dos alunos. A percepção de que suas justificativas sobre o fenômeno não explicam

79

todas as questões relativas a este, leva o aluno a uma postura de investigação da realidade,

permitindo-lhe avaliar suas percepções frente às teorias científicas e dando um significado

concreto àquilo que lhe esta sendo proposto e apresentado.

Dessa forma, o ensino de Física deve promover o livre diálogo entre as idéias científicas

e as ideias dos alunos.

A história da ciência tem mostrado que o desenvolvimento do conhecimento não ocorre

num espaço sociocultural vazio, mas é condicionado por fatores externos. O ensino da Física,

em particular, deve acompanhar o contexto do momento em que vivemos.

No Ensino Médio, a Física contribui para a formação de uma cultura cientifica efetiva,

permitindo ao individuo a interpretação de fatos, fenômenos e processos naturais,

redimensionando sua relação com a natureza em transformação.

A Física é um conhecimento que permite elaborar modelos de evolução cósmica,

investigar mistérios do mundo microscópico, das partículas que compõem a matéria e, ao

mesmo tempo, permite desenvolver novas fontes de energia e criar novos materiais, produtos e

tecnologias.

O ensino de Física terá um significado real quando a aprendizagem partir de idéias e

fenômenos que façam parte do contexto do aluno, possibilitando analisar o senso comum e

fortalecer os conceitos científicos na sua experiência de vida. Nesse sentido, os fenômenos

físicos devem ser apresentados de modo prático e vivencial, privilegiando a interdisciplinaridade

e a visão não fragmentada da ciência, a fim de que o ensino possa ser articulado e dinâmico

podendo ainda, verificar as contribuições que os povos africanos trouxeram para os avanços da

Ciência e da Tecnologia. Assim como despertar nos alunos a criticidade na fiscalização de suas

contas de luz, impostos, enfim ir além da interdisciplinaridade e incorporar os conteúdos da

Educação Fiscal.

Considerando toda a complexidade do processo ensino-aprendizagem e admitindo ser o

conhecimento uma conquista pessoal do aluno somos levados a acreditar que qualquer

metodologia, por melhor que seja, não será, por si só, garantia de aprendizagem. Ela deverá ser

acompanhada pela consciência e pela vontade do aluno em querer aprender. Desta maneira, o

elemento motivação é fundamental, cabendo ao professor a difícil tarefa de oferecer ao aluno

condições favoráveis para a sua aprendizagem.

Assim sendo, o ensino de Física vai abordar: aulas expositivas, e aulas práticas;

envolvendo experimentações, simulações com uso de computadores, vídeos, discussões e

trabalhos em grupo, resolução de problemas com uso de fórmulas a partir de exemplos; leitura e

80

discussão de textos científicos, para que todos possam vivenciar as emoções da Física não

como meros expectadores, mas como personagem principal neste roteiro que tem como cenário

a natureza e como palco a sala de aula.

AVALIAÇÃO

Necessita-se conceber a avaliação como uma incessante busca de compreensão das

dificuldades do educando e na dinamização de novas oportunidades de conhecimento.

A avaliação é um processo contínuo e sistemático, constantemente planejado

fornecendo retorno ao professor e permitindo a recuperação do aluno.

A avaliação no contexto da pedagogia Histórico Critica é diagnóstica, contínua,

processual e dialógica. Ela mesma é momento de aprendizagem para todos os envolvidos no

processo educativo, visa também à reorientação da prática pedagógica.

Diagnóstica: porque é entendida como um momento de compreensão da situação da

aprendizagem em que os educandos se encontram a cada programa.

Contínua: pois pressupõe que o educador reflita sobre a prática desenvolvida nas aulas

presenciais, reorientando-a sempre que se fizer necessário.

Processual: pois possibilita, durante a aprendizagem, a retomada e/ou o aprofundamento dos

conteúdos.

Dialógica: porque tem por princípio o diálogo permanente entre educadores e educandos como

sujeitos do processo de ensinar e aprender.

Quanto aos critérios de avaliação em Física, deve-se verificar:

A compreensão dos conceitos físicos essenciais a cada unidade de ensino e

aprendizagem planejada;

A compreensão do conteúdo físico expressado em textos científicos;

A compreensão de conceitos físicos presentes em textos não científicos;

A capacidade de elaborar relatórios tendo como referência os conceitos, as leis

e as teorias físicas sobre um experimento ou qualquer outro evento que envolva os

conhecimentos da Física.

Assim, os Critérios e Instrumentos de Avaliação, na disciplina de Física, serão

basicamente:

PROVAS:

81

- Desenvolvimento

- Unidade de Medida

- Interpretação e clareza na obtenção dos resultados

TRABALHOS ESCRITOS:

- Normas metodológicas

- Conteúdo

- Se o trabalho for listas de exercícios a observação será a mesma das provas;

ATIVIDADES EXPERIMENTAIS:

-Confecção e apresentação da atividades.

- Resultados obtidos.

- Relatório da atividade.

PARTICIPAÇÃO NAS ATIVIDADES:

- Tarefa de casa e em classe.

- Desempenho e interesse na resolução principalmente em classe.

- Frequência e interação em sala de aula e durante os trabalhos realizados.

Quando os alunos não atingirem o nível de aprendizagem exigido, será realizada a

recuperação paralela, retomando os conteúdos através de trabalhos, pesquisas, atividades em

sala de aula, tarefas de casa e provas.

Assim, a avaliação visa o aperfeiçoamento do processo ensino aprendizagem em

ambiente de confiança e neutralidade.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FISICA/ vários autores – Curitiba: SEED – PR, 2006.

FREIRE - 1997

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Física para a

Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

ROCHA – 2005

82

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE GEOGRAFIA

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A Geografia é uma ciência que tem como foco de análise as relações homem-natureza.

Desde os primórdios essa dependência é muito forte por isso o ser humano sempre se

preocupou entender seu entorno, conhecê-lo, compreendê-lo para modificá-lo conforme suas

necessidades.

O conhecimento geográfico tem seu inicio há séculos quando o homem busca

representar com detalhes os espaços devido aos interesses militares de conquista e expansão e

interesses mercantis (rotas marítimas, lugares, etc.). Os saberes geográficos, nesse processo

histórico, passaram a serem evidenciadas nas discussões filosóficas, econômicas, políticas, que

buscavam explicar questões referentes ao espaço e a sociedade. Temas como: comércio,

formas de poder, organização do Estado, produtividade natural do solo, recursos minerais,

crescimento populacional, formas de representação de territórios, extensões territoriais eram

preocupações dos grandes impérios e “cabia indagações cientificas” (MORAES, 1987).

Estudos sobre esses questionamentos subsidiaram o surgimento de escolas nacionais

de pensamento geográfico com destaque na Europa para a escola alemã com Humboldt, Ritter e

Ratzel fundador da geografia sistematizada, considerada científica. E na escola francesa com

Vidal de La Blache.

Conforme Ratzel, a relação Sociedade e Natureza era influenciada por uma relação

direta conforme o domínio de técnicas e a organização social de determinada sociedade.

Enquanto que para La Blache a relação Sociedade ↔ Natureza criava um gênero de

vida, próprio de uma determinada sociedade. Para ele, o contato entre diferentes gêneros de

vida seria, então, um elemento fundamental para o progresso humano, pois através disso a

humanidade evolui. Tal idéia contribuiu para justificar a colonização, bem como, a ideia de

missão civilizadora européia.

Esse modo de pesquisar e pensar o espaço pressupunha que a compreensão da

totalidade do espaço geográfico do planeta seria alcançada pelo entendimento da soma de suas

partes. Isso foi transposto para o ensino por meio de uma metodologia que valorizava a

abordagem enciclopédica e fragmentada dos conteúdos e sua intensa memorização. Esta visão

de regionalismo de La Blache influenciou na Geografia brasileira, a exemplo, quando estuda-se

por continentes ou por regiões do Brasil, ao invés de partir de uma temática e analisá-la em

diferentes escalas geográficas.

83

No Brasil a institucionalização da geografia se consolidou a partir de 1930 com

pesquisas que buscavam compreender e descrever o ambiente físico nacional a fim de servir

aos interesses políticos do Estado na perspectiva do nacionalismo econômico. Essa forma de

abordagem do conhecimento geográfico prolongou-se por boa parte do séc. XX tendo como

papel principal à descrição do espaço. Essa forma de abordagem do conhecimento em

Geografia perdurou até os anos de 1950-1960, caracterizando-se, na escola, por um ensino de

compêndio e pela ênfase na memorização de fatos e informações que refletiam a valorização

dos conteúdos em si, sem levar, necessariamente, a compreensão do espaço. O foco do ensino

de Geografia estava na descrição do espaço, na formação e fortalecimento do nacionalismo,

para a consolidação do Estado Nacional brasileiro, este período ficou conhecido como

Geografia Tradicional e, permaneceu, até o final da década de 1970 e início dos anos de 1980.

As transformações históricas dos modos de produção, após a 2° Guerra Mundial,

trouxeram muitas mudanças no contexto mundial e interferiram no saber geográfico originando

novos enfoques para a análise, apropriação e uso do espaço, bem como para as relações de

trabalho e a exploração da natureza. A escola enquanto instituição formadora passa por um

processo de readequação para satisfazer as necessidades de mão-de-obra que o mercado

industrializado exige.

A partir deste período outros enfoques desenvolveram-se, essas mudanças

influenciaram o pensamento geográfico brasileiro, as discussões teóricas, centravam-se em

torno das ideias de Ives Lacoste e seu livro “a Geografia: Isso serve antes de tudo para fazer a

guerra”.Surge a Geografia Crítica, a disciplina desprende-se da abordagem meramente da

observação, descrição e memorização dos elementos naturais e humanos para uma análise

social, política e econômica sobre o espaço geográfico.

A geografia no atual contexto procura tornar-se uma ciência mais plural, mais

comprometida socialmente, democrática, que aborda situações regionais e locais principalmente

no que tange as questões ambientais, no entanto, ainda encontra-se retraída, passiva a

situações sociais, político-econômicas que exigem ações mais arrojadas de enfrentamento e

busca de possíveis soluções.

Para superar esta perspectiva, tem-se como objeto de estudo da disciplina o Espaço

Geográfico, compreendido como o espaço apropriado e modificado pelos seres humanos,

composto pela inter-relação entre sistemas de objetos – naturais, culturais e técnicos – e

sistemas de ações – relações sociais, culturais, políticas e econômicas (SANTOS, 1996).

Podemos pensar que a contribuição da geografia para a formação do aluno está na

84

compreensão que ele terá da realidade, ao estudar o espaço geográfico, o educando refletirá

sobre a análise da dinâmica social, da dinâmica da natureza e a relação que existe entre os

seres humanos e entre estes e a natureza. Este conhecimento deve servir para que o aluno seja

“sujeito” do seu espaço de vivência com capacidade de promover a leitura crítica deste e agir

como cidadão consciente neste processo de transformação. Para tal temos os conteúdos

estruturantes:

A dimensão econômica do espaço geográfico.

A dimensão sócio-ambiental do espaço geográfico.

A dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico.

A dimensão política do espaço geográfico.

Estes conteúdos estruturantes objetivam a compreensão do espaço geográfico como

uma construção das sociedades humanas e sua relação com os conceitos básicos em diferentes

escalas e configurações geográficas, bem como, identificar as diferentes formas de apropriação

do espaço geográfico pelos seres humanos e os problemas gerados por esta apropriação,

utilizar-se da linguagem cartográfica para ler, interpretar e compreender diferentes espaços

geográficos, possibilitar a compreensão das diversidades culturais, econômicas e políticas nas

diferentes escalas mundiais estabelecidas a partir das relações de poder e entender as formas

de apropriação dos recursos naturais pelos seres humanos em busca do desenvolvimento

econômico e os problemas ambientais causados por estas atividades no decorrer do tempo e em

diferentes lugares.

85

CONTEÚDOS BÁSICOS E ESTRUTURANTES

6º ano

Estruturantes 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre -Dimensão econômica do espaço geográfico -Dimensão Política do Espaço Geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico -Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico

-As diversas regionalizações do espaço geográfico. - Formação e transformação das paisagens naturais e culturais. - Dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção.

- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais. - A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico.

- As relações entre campo e cidade na sociedade capitalista. - A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores estatísticos. -A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural.

7º ano

Estruturantes 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre -Dimensão econômica do espaço geográfico -Dimensão Política do Espaço Geográfico -Dimensão socioambiental do espaço geográfico -Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico

-A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro. - As diversas regionalizações do espaço geográfico. -A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção.

- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural. -A evolução demográfica da população, a distribuição espacial e os indicadores estatísticos. - Movimentos migratórios e suas motivações. - O espaço rural e a modernização da agricultura.

- A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do espaço geográfico. - A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização. -A circulação de mão-de-obra, das mercadorias e das informações.

86

8º ano

Estruturantes 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre -Dimensão econômica do espaço geográfico -Dimensão Política do Espaço Geográfico -Dimensão socioambiental do espaço geográfico -Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico

- As diversas regionalizações do espaço geográfico. - A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do continente americano. - Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais. - A Nova Ordem Mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.

- A distribuição espacial das atividades produtivas, a (re)organização do espaço geográfico. - O comércio e suas implicações socioespaciais. - A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações. - As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.

-O espaço rural e a modernização da agricultura. - As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista. - A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores estatísticos. - Os movimentos migratórios e suas motivações.

9º ano

Estruturantes 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre -Dimensão econômica do espaço geográfico -Dimensão Política do Espaço Geográfico -Dimensão socioambiental do espaço geográfico -Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico

-As diversas regionalizações do espaço geográfico. -A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios. -A Nova Ordem Mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. - O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial.

- A Revolução tecnico-cientifica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção. - O comércio mundial e as implicações socioespaciais. -A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a (re)organização do espaço geográfico. -A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção.

- A evolução demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores estatísticos. -As manifestações socioespaciais da diversidade cultural. - Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações.

87

Ensino Médio

1º ano

Estruturantes 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre

-Dimensão econômica do espaço geográfico -Dimensão Política do Espaço Geográfico Dimensão socioambiental do espaço geográfico -Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico

- As diversas regionalizações do espaço geográfico -A formação e transformação de paisagens. - A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais

- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e produção. -O espaço rural e a modernização da agricultura. -A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico

-O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial - As implicações socioespaciais do processo de mundialização.

2º ano

Estruturantes 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre

-Dimensão econômica do espaço geográfico -Dimensão Política do Espaço Geográfico -Dimensão socioambiental do espaço geográfico --Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico

- Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios. - As diversas regionalizações do espaço. Formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.- -O comércio e as implicações socioespaciais.

-As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista. -O espaço rural e a modernização da agricultura. -A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização recente. - O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial

- A evolução demográfica,a distribuição espacial da população e os indicadores estatísticos. -Os movimentos Migratórios e suas motivações. -As implicações socioespaciais do processo de mundialização.

88

3º ano

Estruturantes 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre

-Dimensão econômica do espaço geográfico -Dimensão Política do Espaço Geográfico -Dimensão socioambiental do espaço geográfico -Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico

- Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios. -A Nova Ordem Mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado. -As implicações socioespaciais do processo de mundialização. - As diversas regionalizações do espaço.

-As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista. - A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização recente. -A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações. -A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço geográfico. - A Revolução tecnico-cientifica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção.

-o comércio e as implicações socioespaciais. -O espaço em rede: produção, transporte e comunicações na atual configuração territorial. - A evolução demográfica,a distribuição espacial da população e os indicadores estatísticos. - Os movimentos migratórios e suas motivações. - As manifestações socioespaciais da diversidade cultural

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Os conteúdos estruturantes serão pontos de partida e de chegada para a seleção e

organização dos assuntos abordados em cada ano, porém, não acontecerá uma separação nas

abordagens, pois as dimensões sócio-ambiental, cultural, demográfica, econômica e geopolítica

não se separam, mas se entrecruzam o tempo todo.

Na dimensão Econômica do Espaço Geográfico, o enfoque principal deverá considerar

os sistemas de produção e circulação das riquezas e as diferenças, bem como, as relações de

poder que se estabelece entre os países que detém o domínio e os que dependem do mesmo.

Na dimensão socioambiental a ênfase recairá sobre o esgotamento das jazidas; os

custos ambientais da opção pelo uso desse combustível, os lugares mundiais mais afetados pela

poluição causada pelo uso do petróleo e outros geradores de energia, a busca de tecnologias

alternativas, que países estão a frente nessas pesquisas e como eles se portam diante da

89

problemática ambiental planetária, etc. Enfatizando as relações de poder, a geopolítica, que se

estabelecem entre os que dominam e os que dependem dos recursos naturais e a análise dos

conflitos mundiais gerados pelos interesses e posicionamento assumido pelos países.

Na dimensão cultural e demográfica através dos índices ou indicadores econômicos

(renda per capita, PIB, IDH e outros) considerará os modos de vida, a distribuição de riqueza

entre a população desses países, suas estruturas demográficas e sociais em relação àquela

distribuição, entre outras questões.

Ao concluir o Ensino Fundamental, o aluno deverá ter noções geográficas sobre os

continentes, os países e os elementos físicos e humanos-objetos e ações que os compõem.

Com o envolvimento do aluno no processo de aprendizagem através de uma problematização

inicial que tem por objetivo mobilizar o aluno para o conhecimento, elaborando questões que

estimulem o raciocínio, a reflexão e a crítica, de modo que se torne sujeito do seu processo de

aprendizagem (VASCONCELOS, 1993. Apud dce, 2008, p.75).

Outro pressuposto metodológico para a construção do conhecimento em sala de aula é

a contextualização do conteúdo que leve à compreensão do maior número de aspectos que

constituem o espaço geográfico. Trata-se de mais do que relacioná-lo à realidade vivida do

aluno, mas, principalmente, situá-lo historicamente e nas relações políticas, sociais, econômicas,

culturais, em manifestações espaciais concretas, nas diversas escalas geográficas fazendo com

que consiga compreender:

Onde ocorre o fato?

Por que ocorre nesse lugar e não em outro?

Como é esse lugar?

Por que esse lugar é assim?

Por que os objetos estão dispostos desta maneira?

Quais significados podem ser atribuídos a esse ordenamento espacial?

Quais as consequências desse ordenamento espacial?

O ensino de geografia, visto desta forma, visa fazer com que os alunos ampliem suas

capacidades de análise e compreensão do espaço geográfico da forma com que o mesmo se

organiza, bem com as alterações que poderá sofrer através da ação humana.

AVALIAÇÃO

É imprescindível que a avaliação seja diagnóstica, contínua e priorize a qualidade e o

90

processo de aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno ao longo do ano letivo. O professor

deve usar instrumentos de avaliação que contemplem várias formas de expressão dos alunos,

tais como: leitura e interpretação de textos, fotos, imagens, gráficos, tabelas e mapas, pesquisas

bibliográficas, relatórios de aulas de campo, apresentação de seminários, construção e análise

de maquetes, provas escritas e orais.

A avaliação deve dar ênfase ao aprender, considerar que os alunos apresentam ritmos

e processos de aprendizagem diferentes. Oportunizar aos alunos a retomada dos conteúdos

sempre que necessário através de metodologias e instrumentos variados e realizar nova

avaliação. O professor deve observar, então, se os alunos formaram os conceitos geográficos e

assimilaram as relações de poder, de espaço-tempo e de sociedade-natureza para compreender

o espaço nas diversas escalas geográficas.

Conforme regimento escolar, o colégio em consonância com a LDB 9.394/96 garante a

efetivação da recuperação paralela por meio da retomada de conteúdos não aprendidos

diagnosticados em avaliações, utilizando metodologias variadas e materiais de apoio, durante o

trimestre, sendo realizada três avaliações por trimestre todas com peso dez e a recuperação é

substitutiva da menor nota que o aluno tenha obtido nas avaliações anteriores. As informações

devem estar obrigatoriamente registradas no Livro de Registro de Classe, a disposição para

qualquer consulta e comprovação desses dados.

Far-se-á adaptação de pequeno porte, adequando os critérios de avaliação, bem

como, as metodologias e recursos utilizados conforme a necessidade dos alunos avaliados.

91

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LEMOS, A.I.G de. Geografia da modernidade e geografia da pós-modernidade. GeoUsp, São

Paulo, n.5,1999.

MENDONÇA, F. Geografia sócio-ambiental.In: MENDONÇA,F. e KOZEL,S. (orgs.)Elementos de

epistemologia da geografia contemporânea, Curitiba:Ed. da UFPR, 2002, p.121-144.

OLIVEIRA, Ariovaldo U. de. Geografia e ensino: os parâmetros curriculares nacionais em

discussão. In:OLIVEIRA, A. U. e CARLOS,A.F.A.(orgs.)Reformas no mundo da educação,

parâmetros curriculares e geografia. São Paulo:Contexto,1999,p.43-67.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Geografia para a

Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

_________.Cadernos Temáticos dos Desafios Educacionais Contemporâneos. SEED, Curitiba,

2008.

SANTOS, Milton.A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo:

HUCITEC,1996.

SPOSITO, Eliseu S. Geografia e filosofia: contribuição para o ensino do pensamento

geográfico. São Paulo: Editora da UNESP,2004.

SPOSITO, M.E.B.Parâmetros curriculares nacionais para o ensino de geografia:pontos e

contrapontos para uma análise. In: OLIVEIRA, A.U. e CARLOS, A.F.A.(orgs.) Reformar no

mundo da educação, parâmetros curriculares e geografia. São Paulo: Contexto, 1999, p.19-

34.

92

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE HISTÓRIA

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A História é a ciência que tem como objeto de estudo as múltiplas manifestações e

transformações das ações humanas, relacionadas com a natureza e do homem com o homem,

no tempo e no espaço, desde seu aparecimento na terra até a atualidade. Haja vista que,

As relações humanas determinam os limites e as possibilidades das ações dos sujeitos de modo a demarcar como estes podem transformar constantemente as estruturas sócio-históricas. Mesmo condicionadas, as ações dos sujeitos permitem espaços para escolhas e projetos de futuro. A investigação histórica voltada para descoberta das relações humanas busca compreender e interpretar os sentidos que os sujeitos atribuem às suas ações. (DCE, 2008, 46)

Desse modo, pretende reinterpretar aspectos do passado, a partir das possibilidades

abertas pela ação humana coletiva, permitindo que o conhecimento adquirido possibilite o

desbravar de fronteiras imaginadas e imagináveis no futuro.

A Proposta Curricular vai contemplar os conteúdos estruturantes: Relações de

trabalho, Relações de cultura e Relações de poder . Além disso, a proposta também contemplará

a Inclusão, História e Cultura Afro, História do Paraná, Educação Fiscal e Cidadania,Educação

para os Direitos Humanos,Enfrentamento à Violência na Escola e Prevenção ao Uso Indevido

das Drogas.

Mais do que criar condições para os alunos com necessidades especiais, a inclusão é

um desafio que implica mudar a escola como um todo, no projeto pedagógico, na postura diante

dos educandos, na filosofia.

O professor deve se reconhecer nesse espaço , inserir conteúdos históricos afro-

brasileiros nas suas práticas de ensino, ampliar sua própria leitura de mundo. Mas, sobretudo,

lembrar que admitir a existência e identificar as práticas racistas no cotidiano escolar é passos

para a prevenção da discriminação.

A inclusão desses temas da Diversidade e Desafios Contemporâneos no currículo de

História pretende aproximar os conteúdos de História da vivência e da história dos educandos.

Essa orientação temática pretende contribuir para atualização e a renovação do Ensino de

História, respeitando a autonomia de o professor decidir como, quando e por que inserir esse

tema no seu trabalho.

93

Os demais temas dos Desafios Educacionais Contemporâneos devem ser abordados

sempre que o conteúdo permitir.

A partir desta proposta, a História passa a ressaltar a importância do sujeito comum, a

partir do estudo de espaços e de relações sociais pautadas pela relação de poder. Os conteúdos

estruturantes tomados em conjunto articulam os conteúdos básicos e específicos e permitem

acesso ao conhecimento de várias ações humanas no tempo e no espaço.

A importância da disciplina é que através do processo pedagógico, busca-se construir

uma consciência histórica que possibilite compreender a realidade contemporânea e as

implicações do passado em sua constituição.

Os conteúdos estruturantes Relações de Trabalho, de Poder e Culturais permitem

construir uma fundamentação histórica das abordagens relativas aos temas ou conteúdos

básicos e aos conteúdos específicos porque um está relacionado com o outro e no agir humano

na formação do pensamento histórico.

O ensino de História deve estimular a formação da visão crítica ao fornecer ao aluno

um instrumental que o auxilie na interpretação da realidade vivenciada por ele. Mostrando, por

exemplo, que o mundo de hoje foi construído ao longo do tempo, como resultados de processos

históricos que envolveram vários grupos sociais. Assim, o aluno poderá perceber que a realidade

vivenciada por ele não é eterna e tampouco, imutável, mas consequências de pessoas como ele,

que viveram em tempos e espaços diferentes.

O ensino de História presta-se também, de modo particular, para dotar o aluno de

espírito participativo, qualidade que ele deve ter tanto na vida familiar, quanto escolar e, mais

tarde, no trabalho, na administração de seu município, do estado e do país.

Vale lembrar que a visão crítica e espírito participativo são duas faces de uma mesma

moeda. Uma não existe sem a outra. O objetivo maior é formar educando conscientes e

responsáveis pelo seu mundo, pelas pessoas que o cercam e pelo futuro que irão legar às novas

gerações.

Objetiva-se superar a visão de que os sujeitos históricos de significância locais e

nacionais seriam menos importantes do que os de significância mundial, criando uma hierarquia

na qual o Brasil assumiria o papel periférico.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Ensino Fundamental

Relações de Trabalho, Relações de Poder e Relações de Cultura.

94

6º ano

Conteúdos Básicos

A experiência humana no tempo; Os sujeitos e suas relações com o outro no tempo; As culturas locais e a cultura comum.

1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE

1. O historiador e a produção do conhecimento histórico,

1.1 Tempo, temporalidade,

1.2 Fontes, documentos,

1.3 Patrimônio material e imaterial,

1.4 Pesquisa.

2. Articulação da História com outras áreas do conhecimento

2.1 Arqueologia, antropologia, paleontologia, geografia,

geologia, sociologia, etnologia e outras

3. A humanidade e a História

3.1 De onde viemos, quem somos, como sabemos?

4. Arqueologia no Brasil

4.1 Lagoa Santa Luzia (MG)

4.2 Serra da Capivara (PI)

4.3 Sambaquis (PR)

5. Surgimento, desenvolvimento, a humanidade e grandes

migrações

5.1 Teorias do surgimento do homem na América

5.2 Mitos e lendas da origem do homem

5.3 Desconstrução do conceito de Pré-história

5.4 Povos ágrafos, memória e história oral

1. Povos indígenas no Brasil e no Parana;

1.1 Ameríndios no território brasileiro

(Kaingang,Guarani,Xetá e Xokleng)

a) Organização política, social e trabalho;

b) Religião;

2. As primeiras civilizações na América:

2.1 Olmecas, Mochicas, Maias, Incas e

Astecas.

2.2 Ameríndios da América do norte.

2.3 Primeiras civilizações na Ásia:

2.4 China e Índia.

2.5 Relações de poder, trabalho e cultura.

3. Situação do índio no Paraná atual.

1. Primeiras Civilizações na África e Ásia:

1.1 Egito;

1.2 Mesopotamia;

2. Fenícios,Hebreus e Persas:

a) Aspectos da vida

3. Povos da Europa:

3.1 Gregos;

3.2 Romanos:

4. Relações de trabalho, cultura e poder

social,política e econômica

95

7º ano

Conteúdos Básicos

As relações de propriedades;

A constituição histórica do mundo do campo e da cidade;

As relações entre campo e a cidade;

Conflitos e resistência/produção cultura campo/cidade.

1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE

1-Idade Média:

1.1-Sociedade, Religião, economia e política.

1.2-Renascimento.

2-O protestantismo e a Reforma Católica;

3-Consolidação dos Estados Nacionais

3.1-Absolutismo(inglês e francês)

4-A formação de Portugal e da Espanha:

4.1-A Reconquista;

4.2-A Revolução de Avis.

5-A expansão marítima europeia.

6- O mercantilismo

7-África e Ásia:

7.1-Reinos Africanos

7.2-Os impérios asiáticos.

8-O continente americano(Séc.XV eXVI):

8.1-Incas, Maias Asteca e Tupi-Guarani.

8.2-Modo de vida e guerra

1-América espanhola, portuguesa:

1.1-Colonias francesas, holandesas e inglesas.

2-Escravidão e resistência:

2.1-Quilombos no Brasil e Paraná.

3-As sociedades coloniais americanas (XVI-XVII)

4.1-A colonização da América;

4.2-Engenhos de açúcar;

4.3-As cidades coloniais espanholas.

5-A administração da colonia portuguesa.

6-A América holandesa.

7-A expansão territorial da América portuguesa.

8-As sociedades mineiras:

8.1-transformações na colonia;

8.2-Guerra dos Emboabas

9-As revoluções inglesas(1640-1689.

1-Iluminismo;

2-Movimentos de contestação:

2.1-Inconfidência Mineira;

2.2-Conjuração Baiana;

2.3-Insurreição Pernambucana;

2.4-Revolta da cachaça e da Maneta;

2.5-Guerra dos Mascates;

2.6-Independência do Haiti.

3-Independência das Treze Colonias;

4-Revolução Francesa;

5-Expansão militar na França:

5.1-Bloqueio continental;

5.2-Vinda da família Real.

96

8º ano

Conteúdos Básicos

História das relações da humanidade com o trabalho;

O trabalho e a vida em sociedade;

O trabalho e as contradições da modernidade;

Os trabalhadores e as conquistas de direito.

1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE

1-Revisão:Iluminismo, Revolução Francesa/inglesa. 2-REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: 2.1-O movimento operário e o socialismo; 2.2-Imperialismo e neocolonialismo; 2.3-A expansão dos Estados Unidos da América. 3-Brasil: 3.1-O Primeiro Reinado; 3.2-O Governo regencial; 3.3-As Revoltas contra o Império. 3.4-Segundo Reinado.

4-As independências da América Espanhola.

5-A independência política do Brasil.

6-PARANÁ: 6.1-Emancipação politica

1-Os conflitos entre os países sul-americanos. 1.1 – Conflitos Platinos. 1.2 - Alianças perigosas. 1.3 - A Guerra da Tríplice Aliança. 1.4 – A Guerra do Pacífico. 2-A Segunda Revolução Industrial. 2.1 – Números da industrialização. 2.2 – Aumento da produtividade. 2.3 – A linha de produção. 2.4 – Cartéis,Trustes, Holdings. 3-As Revoluções liberais. ( França – Alemanha) 4- As imigrações para o Brasil. 4.1 – Substituição de mão-de- obra. ( livres e escravos) 4.2 – Parceria e colonato. 4.3 – Imigração. 5-Brasil: Abolição da Escravidão (1845-1888) 5.1 Lei de Terras- 1850

1- A proclamação da República Brasileira (1870-1889) 1.1 – Os projetos republicanos. 1.1 – A questão religiosa. 1.2 – Os militares querem o poder. 1.3 – A preparação do golpe. 1.4 – Oligarquia, coronelismo ,clientelismo 2- O primeiro governo militar brasileiro ( 1889-1894). 2.1 – A República da Espada. 2.2 – O encilhamento. 2.3 – Governos de Deodoro e Floriano Peixoto.. 2.4 – Revolução federalista. 3- Messianismo no Brasil 3.1 – Canudos, (relação com a denominação “favela”) 3.2 – O Contestado 5- Urbanização e higienismo no Brasil. 5.1 – As cidades e as doenças. 5.2 – A Revolta da Vacina. 5.3 – Urbanização do Paraná ( nova sugestão)

6- Breve contextualização da Revolução Mexicana

97

9º ano

Conteúdos Básicos

A constituição das instituições sociais;

A formação do Estado;

Sujeitos, guerras e revoluções.

1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE

1-Neocolonialismo.

2-A primeira guerra Mundial

3-As revoluções russas;

4-A semana de arte moderna

5-A crise de 29/Consequências para o Brasil:

5.1-A quebra da bolsa de Nova York.

5.2-O New Deal;

5.3-Crise do café/industrialização.

6-Brasil 1930:

6.1-O movimento de 30 e as eleições de Vargas

6.2-O poder do voto.

7-O governo provisório de Getúlio Vargas(1930-1934);

8-Comunistas e fascistas no Brasil e na Itália:

8.1-Integralista fascistas;

8.2-AIB e ANL;

8.3-Guerra civil espanhola.

9-O Estado Novo(Getúlio Vargas)

10-Segunda Guerra Mundial:

10.1-Os campos de concentração;

10.2-Guerra Fria.

1-A descolonização da África e da Ásia;

2-A revolução chinesa:

2.1-De império a República Popular;

2.2-A revolução camponesa;

2.3-Governo Comunista;

2.4-Revolução Cultural.

3-Os conflitos no Oriente Médio:

3.1-A criação de Israel;

3.2-A guerra árabe-israelense;

3.3-Os palestinos;

4-A guerra Irã-Iraque.

5-Populismo na América Latina(Argentina-Bolívia)

6-Construção do Parana moderno:

6.1-Governos:Manoel Ribas,Moisés Lupion,Bento

Munhoz da Rocha,Ney Braga.

6.2-Revolta dos Colonos;

6.3-Década de 50;

6.4-O regime militar no Paraná.

3.4-A guerra dos seis dias.

1-A revolução Cubana e a crise dos mísseis:

1.1-Comunistas na América;

1.2-A revolução cubana

2-As ditaduras na América Latina.

3-Brasil:

3.1-Golpe de Estado(1961-1964);

3.2-Governos militares(1964-1964);

3.3-Milagre econômico;

3.4-Fim da ditadura

4-Fim da guerra fria.

5-Brasil Collor a Lula.

98

Ensino Médio

Conteúdos Estruturantes

Relações de trabalho Relações de poder Relações culturais

1º ano

1º TRIMESTRE

Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares

Introdução aos estudos históricos

Conceito de trabalho

Conceitos e importância do estudo da história

Fontes históricas

Divisões da história

Ciências auxiliares da disciplina

Modos de produção

2º TRIMESTRE

Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares

O mundo do trabalho em diferentes sociedades

O estado em diferentes sociedades

Povos da antiguidade: egito e mesopotâmia

Economia, religião, política, sociedade,

cultura

3º TRIMESTRE

Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares

As cidades na história

Relações culturais nas sociedades grega e

romana na antiguidade, no Brasil e no

Paraná

Mesopotâmia

Fenícios

Esparta e Atenas

Legado grego-romano

Religiosidade

99

2º ano

1º TRIMESTRE

Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares

As grandes navegações

Os portugueses em terras brasileiras

Os espanhóis em terras paranaenses

O mundo do trabalho em diferentes

sociedades pré-colombianas

A construção do trabalho assalariado

Descobertas do continente americano

Mudanças socio-culturais

Contatos: europeus e indígenas

Exploração econômica

Colonização do paraná

Astecas, maias, incas e suas diferentes culturas

Artesanato

Manufatura

Maquinofatura

2º TRIMESTRE

Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares

O estado e as relações de poder

Movimentos sociais, políticos e religiosos na

sociedade moderna

Relaçòes de dominação e resistência no

mundo do trabalho contemporâneo séculos

xvii e xix

Formação dos estados nacionais

Absolutismo na frança e inglaterra

Renascimento, absolutismo, reforma religiosa

Revolução industrial e revolução francesa

3º TRIMESTRE

Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares

Urbanização/industrialização economia no Brasil e

Paraná no século XIX

As relações sociais e de trabalho no Brasil

O processo de independência do Brasil

A sociedade e a economia brasileira nos períodos

imperiais

Revoltas sociais

Cultura afro

Escravidão, resistência e preconceito

Emancipação política do Paraná

Guerra do Paraguai

Fim da escravidão

100

3º ano

1º TRIMESTRE

Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares

Urbanização e industrialização no Paraná

A colonização do sudoeste do Paraná

O trabalho na sociedade contemporânea

Revolta dos posseiros no sudoeste do Paraná (1957)

Questão abolicionista (revisão)

República velha

Era Vargas

Populismo

2º TRIMESTRE

Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares

O estado imperialista e sua crise

Relações de poder e violência no estado nacional

Rivalidades imperiais

Regimes totalitários

Bipolarização

Crise do socialismo na URSS

Primeira e segunda guerra mundial

Nazismo e fascismo

Guerra fria

Ditadura militar no Brasil e Paraná

3º TRIMESTRE

Conteúdos Específicos Conteúdos Complementares

O mundo atual

Urbanização/industrialização na sociedade brasileira

atual

Urbanização/industrialização no Paraná atual

Conflitos urbanos e rurais

Violência e poder

Inclusão/exclusão social

Preconceito e racismo

Ataques terroristas

Propriedades públicas estatais

Propriedades privadas

101

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Quando se pretende que o ensino de historia contribua para o desenvolvimento da

consciência histórica e imprescindível que o professor retome constantemente com seus alunos

como se dá o processo da construção do conhecimento histórico.

É tarefa do professor instigar o aluno a capacidade de questionar e criticar os

conteúdos e as abordagens existentes nos livros consultados para que com o passar do tempo

os levem a buscar o conhecimento.

O uso da biblioteca é indispensável para a ampliação do conhecimento do aluno,

sendo orientados pelo professor de História a conhecer o acervo específico e as obras que

poderão ser pesquisadas ao longo do ano letivo usar também o Laboratório de Informática a fim

de pesquisa.

Além disso, as imagens, livros, jornais, histórias em quadrinhos, fotografias, pinturas,

gravuras, museus, filmes, músicas, etc, são documentos que podem ser utilizados pelos

professores de História como material didáticos de grande valor na construção do conhecimento

histórico.

Há também que haver a consciência por parte do professor de História que a

interdisciplinaridade ocorre na articulação dos conceitos e metodologias entre as diversas áreas

do conhecimento. Assim, narrativas, imagens, sons, etc., de outras disciplinas relacionadas

devem ser tratadas como documentos a ser abordados historiograficamente.

Os conteúdos contemplados, como a Inclusão, História e Cultura Afro-Brasileira e

Africana, História do Paraná, Educação Fiscal, Cidadania, Educação para os direitos

Humanos,Enfrentamento á violência na Escola e Prevenção ao uso indevido das drogas serão

desenvolvidos ao longo do ano letivo, na escola,

Busca-se construir o conhecimento a partir de:

Problematização do presente/passado por meio de pesquisas, fontes históricas,

buscando respostas a todas as indagações.

Interpretação de imagens através de livros, figuras, filmes, fotos e documentos em

geral.

Análise de diferentes visões historiográficas através da oralidade, em seus variados

aspectos.

Reconstruções de trajetórias históricas através da oralidade, em seus variados

aspectos.

102

Uso constante da cartografia e objetos históricos.

Os desafios Educacionais Contemporâneos serão trabalhados através de textos

complementares sempre que o conteúdo estiver relacionado.

Sendo o livro didático o documento pedagógico mais popular segue um

encaminhamento metodológico para melhor aproveita-lo:

Ler o texto;

Construir uma enunciação da ideia principal do texto;

Identificar e analisar as imagens e as ilustrações,mapas e gráficos;

Explicar as relações feitas;

Registrar de forma organizada as ideias principais e as secundárias do texto.

AVALIAÇÃO

E necessário observar na avaliação se os conteúdos históricos estão sendo

apropriados pelos alunos, se analisam as diferentes conjunturas históricas a partir das relações

de trabalho, cultura e poder diante disso, propõe-se uma avaliação formal, processual,

continuada e diagnóstica.

A partir da avaliação diagnóstica, tanto o professor quanto os alunos poderão

revisitar as práticas desenvolvidas até então, para identificar lacunas no processo de ensino e

aprendizagem, bem como planejar e propor outros encaminhamentos para superar dificuldades

constatadas.

Retomar a avaliação com os alunos permite situá-los como parte de um coletivo, onde

a responsabilidade pelo e com o grupo seja assumida com vistas à aprendizagem de todos.

Propondo maior participação dos alunos no processo avaliativo, não se objetiva

esvaziar o papel do professor, mas ampliar o significado das práticas avaliativas para todos os

envolvidos. No entanto, é necessário destacar que cabe ao professor planejar situações

diferenciadas das avaliações.

Os instrumentos avaliativos consistirão em produção e interpretação de narrativas

históricas, pesquisas bibliográficas, Questões orais e escritas, debates entre outros.

Os critérios que serão considerados na avaliação dos alunos ao longo do Ensino

Fundamental serão:

Se os conteúdos e conceitos de história estão sendo apropriados;

Se o conceito de tempo foi construído de forma a permitir o estudo das diferentes

103

dimensões e contextos históricos propostos para o nível de ensino em questão;

Se empregam conceitos históricos para analisar diferentes contextos;

Se analisam as diferentes conjunturas históricas a partir das dimensões econômico-

social,política e cultural no ensino fundamental;

Se compreendem que o conhecimento histórico é produzido com base no método

da problematização de distintas fontes documentais, a partir das quais o pesquisador

produz a narrativa histórica;

Se explicitam o respeito à diversidade étnico-racial, religiosa,social e econômica, a

partir do conhecimento dos processos históricos.

A recuperação será paralela aos conteúdos trabalhados, observando que não promova

apenas um aumento de nota, mas uma efetiva aprendizagem do aluno, sendo registrada nos

documentos próprios.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BURKE, Peter. O que é historia cultural. Rio de Janeiro:I(mago,1993.

BURKE. Peter (org.).A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 1992.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis, Vozes, 2001.

HOBSBAWM, Eric J. Sobre a História. São Paulo:Companhia das Letras,1998.

LE GOFF, Jacques e NORA, Pierre (orgs). História: novos problemas.: Rio de Janeiro:

Francisco Alves , 1979.

PARANA. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de

Ensino Fundamental. Cadernos Temáticos: inserção dos conteúdos de história e cultura afro-

brasileira e africana nos currículos escolares. Curitiba:SEED, 2005.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de História para a

Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

104

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

Na dimensão histórica apresentada na DCE (2009), a Língua Portuguesa tornou-se

idioma oficial do Brasil em 1758, por Marquês de Pombal. E em 1759, com a reforma Pombalina,

tornou-se o idioma-base do ensino, que pretendia modernizar o sistema educacional da época,

que até então era dominado pelos Jesuítas. A Educação brasileira passou por mudanças

estruturais, através de ideias iluministas, não se limitando somente as escolas elementares,

voltadas ao ler e contar, para os indígenas, mas também com cursos secundários de Letras e

Filosofia e o curso de Teologia para a formação de sacerdotes.

Quando os Jesuítas foram expulsos, teve inicio as aulas régias, ministradas por

profissionais nomeados por indicação política ou religiosa, que atendia apenas parcela da elite

colonial, visando à preparação para a continuação dos estudos na Europa. Com o passar do

tempo, o ensino passou a ser de domínio da Coroa Portuguesa, com influências da educação

clássica e européia. Permanecendo assim até 1808, com a vinda da família real ao Brasil. Foi

nessa época também que nascem as primeiras instituições de ensino superior no Rio de Janeiro

privilegiando as camadas superiores da sociedade.

A Disciplina de Língua Portuguesa só passou a fazer parte dos currículos escolares

brasileiros no final do século XIX, ainda sem grande importância, pois prevalecia o ensino

através das disciplinas clássicas. O conteúdo gramatical foi denominado de Português em 1871,

juntamente com a criação do cargo de Professor de Português. Não havendo mudanças

relevantes no sistema educacional até meados do século XX, pois continuava a ter como público

alvo a elite.

Somente com a industrialização, e a Lei n.5692/71, ampliam-se as vagas nas escolas,

com o intuito de qualificação para o trabalho, onde a disciplina de Língua Portuguesa é

concebida como meio de comunicação, fazendo da língua o objeto de estudo, vista apenas como

código, desvinculada da interação social, conforme a teoria de Saussure. Lembrando ainda que

a Disciplina de Língua Portuguesa, continua a privilegiar as classes letradas da elite, pois o

ensino se baseia somente na Norma Culta da língua.

Entre os anos 70 e 80 é que chegam ao Brasil as primeiras obras do teórico Bakhtin,

apontando o texto, ou seja, os vários discursos produzidos nas diferentes esferas sociais

(gêneros discursivos) como ponto de partida para o estudo da Língua Materna, podendo aqui ser

observado e analisado todos os tipos de variações lingüísticas construídas em contextos sociais

105

e históricos, em situações da língua em uso real. Assim sendo não desprezando nenhuma das

variantes lingüísticas, e trabalhando a norma culta, não mais para privilegiar a elite, mas sim

como mais uma das variações lingüísticas que possibilite ao aluno o conhecimento desta, para

que possa refletir e utilizá-la adequadamente sempre que necessário, visando sua formação

cidadã e buscando a transformação da sociedade.

De acordo com essa perspectiva bakhtiniana, enfatizamos que o ensino de Língua

Portuguesa, pautado nos gêneros discursivos, através da análise reflexiva e compreensiva do

conteúdo temático, bem como da estrutura composicional e do próprio estilo dos discursos,

oferece ao aluno a formação necessária para que este possa interagir na e com a sociedade,

enfrentando os obstáculos que permeiam a linguagem, tanto oral como escrita.

As sociedades do mundo inteiro estão cada vez mais centradas na escrita, portanto ser

alfabetizado de fato, isto é, saber escrever bem, e ler fluentemente, interagindo com o texto,

fazendo inferências são condições inquestionáveis para responder às demandas

contemporâneas. É pelo ensino da língua materna que podemos oferecer essa condição aos

alunos. Letrados eles terão a possibilidade de interagir com os diversos discursos produzidos na

contemporaneidade.

Partindo do pressuposto de que a língua é viva, dinâmica e evolui constantemente em

um processo histórico de interação social, e que se concretiza através de textos orais e escritos

que circulam e são produzidos socialmente, estes tem que ser compreendidos como a

materialidade do discurso das mais variadas esferas da atividade humana. O trabalho com a

língua materna justifica-se por sua função mediadora das práticas sociais no que se refere à

analise da produção, compreensão e interpretação de enunciados presentes na comunicação

oral e escrita, sendo portanto o discurso o objeto de estudo, da disciplina.

Assim, é tarefa da escola promover a competência discursiva do aluno associada à sua

capacidade discursiva de interagir com as formações sócio-discursivas existentes em todas as

esferas da atividade humana, conforme Bagno (2007) ”Para formar um cidadão consciente do

seu papel na sociedade é necessário levá-lo a reconhecer quais identidades sociais o formam e,

para isso, inevitavelmente, passar por questões de língua e de significados sociais do texto

escrito”

106

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Conteúdo estruturante: O discurso como prática social.

6º ano

GÊNEROS TEXTUAIS SELECIONADOS

1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre

-Verbete de dicionário;

-Bilhetes;

-Textos Instrucionais;

-Poema (Helena Kolody).

-Fábulas;

-Contos (em prosa/verso e

fantásticos, incluindo os

contemporâneos)

-Reportagem e notícias;

-Diálogo Argumentativo;

-Tiras e HQS.

Através dos gêneros selecionados para a 6º ano privilegiar-se-á os seguintes aspectos

relacionados à leitura, à oralidade e à escrita:

Tema do texto; discurso direto e indireto; narrador (1ª pessoa e 3ª pessoa) ; aspas;

travessão; divisão do texto em parágrafos (noção de parágrafo); acentuação; ortografia; leitura

compreensiva; vocativo; principais elementos composicionais dos gêneros, selecionados locutor

e interlocutor; abreviaturas ( dos verbetes do dicionário) ordem alfabética; uso de maiúsculas e

minúsculas modo indicativo dos verbos e respectivos tempos.

Diferenciar uso da linguagem formal e informal (no gênero oral “exposição oral”) noção

de substantivo como palavra que dá nome aos seres. Noção de adjetivo como palavra que tem

a função de mudar o substantivo; utilização dos artigos, pronomes pessoais. Conotação e

denotação (sentido literal e figurado) figuras de linguagem: metáfora, composição, prosopopéia,

onomatopéia.

-sinônimos, antônimos, homônimos, parônimos,

-polissemia.

-informatividade, interlocutor e finalidade em tiras e HQS.

-coesão e coerência.

107

7º ano

GÊNEROS TEXTUAIS SELECIONADOS

1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre

-História de Aventuras;

-Contos;

-Diários;

-Blogs;

-Gênero Poético (Helena

Kolody).

-Crônicas;

-Autobiografia;

-Notícias;

-Poemas (músicas e

classificados poéticos).

-Reportagem;

-Artigo de Opinião;

-Entrevista;

-Relatos e memórias;

Ao estudar os textos selecionados para a 7ºano dar-se-á ênfase aos conteúdos:

-tema do texto o literário e não literário

-discurso direto e indireto ( verbos de dizer)

-uso da 1ª e 3ª pessoa

-paragrafação _ noção de parágrafo e escrita.

-uso de conectores (enquanto, quanto, tanto, quando...)

- linguagem formal e informal ( em gêneros, variados)

- linguagem figurada (conotação e denotação)

-uso adequado da pontuação (ponto final), dois pontos, vírgula, reticências)

-estudo dos antônimos, sinônimos e polissemia

-uso adequado de períodos.

-pronome: estudo dos pronomes pessoais , possessivos, demonstrativos interrogativos

-preposições;

-uso do travessão nos discursos direto e indireto.

-tema, interlocutor, finalidade e informatividade em cartaz

-uso do verbo no modo imperativo

-verbo haver no sentido de existir

-uso do dicionário; ordem alfabética,

-uso das aspas (para destacar uma palavra que está sendo usada em sentido diferente,

apresentar palavra estrangeira, registrar discurso direto e destacar gírias)

-argumentos contra e a favor com uso da língua padrão

-exploração da semântica em todos os gêneros da série.

108

8º ano

GÊNEROS TEXTUAIS SELECIONADOS

1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre

-Conto e epopéia;

-Conto e romance;

-Crônicas;

-Poema( Helena Kolody)

-Artigo Informativo ;

-Artigo de Opinião;

-Publicidade e propaganda.

-Poemas;

-Gêneros expositivos (

seminários e debates).

O trabalho com os gêneros textuais escolhidos para série contemplará,

essencialmente, os seguintes conteúdos:

-Linguagem formal e informal

Elementos composicionais da Crônica e conceitualização; marcas linguísticas: coesão,

coerência, gírias, recursos semânticos.

-Figuras de linguagem: metáfora, composição, prosopopeia, onomatopeia, antítese,

hipérbole, metonímia, ironia.

-Vocativo, aposto, verbo no imperativo, slogan

-ambiguidade e polissemia

-Conjunções, advérbios: coesão referencial e sequencial.

-Pronomes: revisão de todos os pronomes

-principais casos de concordância nominal e verbal.

-Noções iniciais de sintaxe em uso sujeito, predicado e transitividade verbal (para dar

conta da progressão que já vem desde a 6º e o 7º anos através do uso de VERBETE).

109

9º ano

GÊNEROS TEXTUAIS SELECIONADOS

1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre

- Revisão das classes de palavras;

- Efeitos de sentido na linguagem em seus vários

contextos sociais;

- Gênero Conto (clássico e contemporâneo);

- Gênero Romance (introduzindo para aula de

leitura);

- Gênero Crônica;

- Gênero Poesia (com ênfase em letras de

músicas, poesia concreta e especificamente os

haicai e poemas de Helena Kolody).

- Entrevista;

- Editorial;

- Artigo de opinião

- Romance (noção

básica do gênero)

- Resumo

- Manifestos

(Declaração dos

Direitos e Estatutos);

- Debate regrado;

- Carta do leitor

- Currículo Vitae

- Peça teatral (escrita)

O estudo dos gêneros selecionados abordará essencialmente os seguintes conteúdos:

-Noção de debate regrado (tema, contra ou a favor, como argumentar, moderador, inscrições)

-Modo indicativo e tempos.

-Uso da linguagem formal e informal em diferentes situações.

-Elementos composicionais do CONTO, marcas linguísticas: conotação, denotação, coesão, coerência,

função das classes gramaticais, aspas, travessão, negrito, itálico.

-polissemia e ambiguidade

-Verbos no modo indicativo relacionando-os aos gêneros narrativos a serem trabalhados na série e

também às noções de concordância verbal e nominal.

Período simples e período composto (conhecimentos básicos com finalidade de promover o entendimento

de TEXTUALIDADE).

-conjunções coordenadas com vistas à coesão, coerência e progressão do texto

-verso, estrofe, metrificação

-Discurso direto e indireto e turnos de fala na entrevista oral e escrita.

-Reconhecer os mais variados gêneros que circulam socialmente e reconhece os diferentes estilos.

-Sistematização dos principais aspectos da ortografia, da acentuação e da pontuação contextualizado às

produções e observando suporte, fonte, interlocutores, finalidade e época.

-Romance – elementos composicionais e principais marcas lingüísticas; tempo, lugar, ações, enredo e

drama central na sinopse.

-Figuras de linguagem: Metáfora, comparação, metonímia, catacrese, eufemismo, paradoxo, ironia,

antítese, elipse, anáfora, hipérbole, gradação, prosopopéia.

110

Ensino Médio

Conteúdo Estruturante: O Discurso como Prática Social

LEITURA

Conteúdo Básico Abordagem Teórico-Metodológica

Conteúdo temático;

Interlocutor;

Finalidade do texto ;

Intencionalidade;

Aceitabilidade do texto;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Vozes sociais presentes no texto;

Discurso ideológico presente no texto;

Elementos composicionais do gênero;

Contexto de produção da obra literária;

Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das

classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como

aspas, travessão, negrito;

Progressão referencial;

Partículas conectivas do texto;

Relação de causa e consequência entre partes e

elementos do texto;

Semântica: operadores argumentativos; modalizadores; figuras

de linguagem; sentido conotativo e denotativo.

É importante que o professor:

Planeje a produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, intenções,

contexto de produção do gênero;

Proporcione o uso adequado de palavras e expressões para estabelecer a referência textual;

Conduza a utilização adequada dos conectivos;

Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;

Acompanhe a produção do texto;

Instigue o uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo;

Estimule produções que suscitem o reconhecimento do estilo, que é próprio de cada gênero;

Incentive a utilização de recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do

texto;

Encaminhe a reescrita textual: revisão dos argumentos/das ideias, dos elementos que

compõe o gênero (por exemplo: se for um artigo de opinião, observar se há uma questão

problema, se apresenta defesa de argumentos, se a linguagem está apropriada, se há

continuidade temática, etc.);

Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende

à finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto;

Conduza, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e

normativos.

111

ESCRITA

Conteúdo Básico Abordagem Teórico-Metodológica

Conteúdo temático;

Interlocutor;

Finalidade do texto;

Intencionalidade;

Informatividade;

Situacionalidade;

Intertextualidade;

Temporalidade;

Referência textual;

Vozes sociais presentes no texto;

Ideologia presente no texto;

Elementos composicionais do gênero;

Progressão referencial;

Relação de causa e consequência entre as artes

e elementos do texto;

É importante que o professor:

Planeje a produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, intenções, contexto de

produção do gênero;

Proporcione o uso adequado de palavras e

expressões para estabelecer a referência textual;

Conduza a utilização adequada dos conectivos;

Estimule a ampliação de leituras sobre o tema e o gênero proposto;

Acompanhe a produção do texto;

Instigue o uso de palavras e/ou expressões no

sentido conotativo;

Estimule produções que suscitem o reconhecimento do estilo, que é próprio de cada gênero;

Incentive a utilização de recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

Encaminhe a reescrita textual: revisão dos argumentos/das ideias, dos elementos que compõe o gênero

(por exemplo: se for um artigo de opinião, observar se há uma questão problema, se apresenta defesa

de argumentos, se a linguagem está apropriada, se há continuidade temática, etc.);

Analise se a produção textual está coerente e coesa, se há continuidade temática, se atende à

finalidade, se a linguagem está adequada ao contexto;

Conduza, na reescrita, a uma reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos.

112

ORALIDADE

Conteúdo Básico Abordagem Teórico-Metodológica

Semântica:

- operadores

- argumentativos;

- modalizadores;

- figuras de linguagem;

Marcas linguísticas:

- coesão, coerência, função das classes gramaticais

no texto, conectores, pontuação, recursos gráficos

como aspas, travessão, negrito, etc.;

Vícios de linguagem;

Sintaxe de concordância;

Sintaxe de regência.

É importante que o professor:

Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos levando em consideração a: aceitabilidade,

informatividade, situacionalidade e finalidade do texto;

Proponha reflexões sobre os argumentos utilizados nas exposições orais dos alunos, e sobre a

utilização dos recursos de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;

Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado;

Prepare apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal e

informal;

Estimule contação de histórias de diferentes gêneros, utilizando-se dos recursos extralinguísticos, como

entonação, expressões facial, corporal e gestual,

pausas e outros;

Selecione discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como seminários, telejornais,

entrevistas, reportagens, entre outros;

Propicie análise e comparação dos recursos veiculados em diferentes fontes como jornais, emissoras de

TV, emissoras de rádio, etc., a fim de perceber a ideologia dos discursos dessas esferas.

113

CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

1º ano

1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre

-Estudo da linguagem;

-Revisão da estrutura dos

gêneros;

-Introdução aos gêneros

literários (conto, crônica, novela);

-Gênero Poesia

-Narrativa histórica (prosa e

versos).

-Escolas literárias;

-Diário pessoal.

-Carta do leitor;

-Notícia;

-Editorial.

2º ano

1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre

-Estudo da linguagem;

-Revisão da estrutura dos

gêneros;

-Introdução aos gêneros

literários (conto, crônica, novela);

-Gênero Poesia

-Narrativa histórica (prosa e

versos).

-Escolas literárias;

-Diário pessoal.

-Carta do leitor;

-Notícia;

-Editorial.

3º ano

1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre

-Estudo da linguagem;

-Revisão da estrutura dos

gêneros;

-Introdução aos gêneros

literários (conto, crônica, novela);

-Gênero Poesia

-Narrativa histórica (prosa e

versos).

-Escolas literárias;

-Diário pessoal.

-Carta do leitor;

-Notícia;

-Editorial.

114

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Propõe-se um trabalho voltado para as três práticas discursivas: oralidade, leitura e

escrita, uma vez que as mesmas estão materializadas em forma de gêneros que circulam

socialmente.

O interacionismo bakhtiniano privilegia, portanto as funções sociais da linguagem.

Nesse caso, no processo de ensino aprendizagem visar-se-á o letramento do aluno. Para tanto,

pretende-se, numa perspectiva dialógica, formar leitores competentes, situados historicamente.

As leituras serão enriquecidas através de relações interdisciplinares a fim de que o aluno possa

buscar o conhecimento através de pesquisas em diversas fontes.

As produções escritas serão amparadas tendo como perspectivas, em primeiro lugar, a

visão de que a língua faz-se através da interação verbal, e também, que toda produção possui

um discurso, uma intencionalidade, intertextualidade, interdiscursividade, variedades lingüísticas,

textualidade, coerência, coesão, etc.

O estudo da língua fundamentar-se-á também através dos elementos verbais e dos

elementos extra-verbais, os quais serão responsáveis pela construção dos sentidos dos

enunciados.

Partiremos da premissa de que a linguagem permeia todas as atividades humanas, em

todas as esferas sociais e que, na esfera escolar, a linguagem, seja oral, seja escrita, é

indispensável para a construção de conhecimentos em todas as disciplinas.

O processo de ensino aprendizagem da língua materna considerando o trabalho com

os gêneros textuais não será voltado apenas para o contexto escolar, uma vez que

compreendemos que é função da escola ensinar o aluno a produzir escritos, tendo em vista que

cada vez mais a sociedade exige pessoas que saibam argumentar, discutir, opinar, tanto por

escrito quanto oralmente.

A literatura será proposta numa abordagem que tenha como fios condutores aspectos

diacrônicos e sincrônicos, uma vez que não pretendemos eliminar a historicidade da literatura.

Buscamos formar leitores que mantenham diálogo com o nosso tempo, mas que entendam, a

importância e a construção histórica literária. Neste sentido, com base em pesquisas em livros,

seminários, saraus literários, debates de obras literárias, ou assistindo a filmes relacionados com

a literatura, tornaremo-la mais significativa para o adolescente.

115

AVALIAÇÃO

A avaliação será através de um processo de aprendizagem contínuo e que dê prioridade à

qualidade e ao desempenho do aluno ao longo do ano letivo. Ao ter o conteúdo estruturante o

Discurso como prática social, e os gêneros como ponto de partida para o ensino-aprendizagem,

devemos pensar em uma avaliação formativa e dialógica, as quais consistem em considerar os

alunos com ritmos e processos de aprendizagens diferentes, bem como uma avaliação contínua e

diagnóstica, que possibilita ao aluno e ao professor a possibilidade de verificar a aprendizagem e

buscar estratégias diferenciadas para que haja mais participação e a efetiva apropriação do

conhecimento.

Partindo do ensino-aprendizagem dos gêneros discursivos textuais, que abranja os três

eixos: a leitura, a oralidade e a escrita, de acordo com a teoria bakhtiniana, esses eixos podem ser

explorados concretamente, através do conteúdo temático, de sua estrutura composicional e do estilo,

lembrando que os discursos são produzidos nas diferentes esferas sociais, e com diferentes

finalidades, bem como a língua deve ser vista como dinâmica, a medida que é produzida no contexto

social e histórico dos falantes.

Sendo assim o professor deverá levar em conta os elementos que compõem o gênero

(conteúdo temático, a estrutura composicional e o estilo), e os critérios solicitados no momento da

avaliação. Fará parte do processo também a observância na produção dos diálogos, relatos e

discussões com certa fluência, clareza e argumentação apropriada tanto na oralidade e na escrita,

contudo não com o intuito de apenas atribuir nota, mas através de reestruturações e refacções

proporcionar aos alunos meios para que analisem e critiquem seus textos (orais e escritos) assim

como os dos colegas. A língua não será abordada de forma fechada e imutável, mas como um

processo dinâmico de interação. Primar-se-á pela gramática reflexiva, em uso, explorando aspectos

ligados à semântica e ao discurso, para tanto a gramática descritiva não será um fim em si mesma,

mas um meio para dialogar e fazer inferências com e no texto, de maneira crítica e consciente.

Ainda, ao avaliar o desempenho dos alunos, serão levados em consideração os objetivos

propostos no Regimento Escolar e no Projeto Político Pedagógico da escola e serão utilizados os

seguintes instrumentos: provas, trabalhos orais e escritos (individuais e em grupo), produção de

textos que demonstrem capacidade de articulação entre teoria e prática. A recuperação para o aluno

que não atingir resultado satisfatório se dará por meio de recuperação de conteúdos. A expressão

dos resultados desse processo será feita conforme o previsto no Regimento Escolar deste

estabelecimento.

116

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, I. Aula de português: encontro & interação. São Paulo : Parábola Editorial, 2003.

_______. Muito além da Gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São

Paulo: Parábola, 2007.

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. De Michel Lahus e Yara Frateschi. 9

ed. São Paulo: Hucitec, 1999.

________. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

PARANÁ, Secretaria do Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica

Língua Portuguesa. Curitiba: SEED/DEB, 2008.

117

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE MATEMÁTICA

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A palavra “Matemática” vem do termo grego Máthema que quer dizer “ciência,

conhecimento aprendizagem” e da palavra Mathematikós que significa “apreciador do

conhecimento”. Os primeiros documentos escritos conhecidos remontam ao ano 2000 a.c na

Babilônia, que correspondiam ao que hoje se chama de álgebra elementar. Mas só na Grécia do

século V a.c que a Matemática foi considerada uma ciência num sentido próximo do atual.

Existem várias formas de definir a matemática: o estudo de padrões de quantidade,

estrutura, mudanças e espaço; a ciência do raciocínio lógico; a investigação de estruturas

abstratas. De qualquer forma, um dos seus maiores valores é o fato de constituir uma verdadeira

ferramenta, uma vez que contém em si mesma a capacidade de resolução de problemas. Com

ela podemos organizar, simplificar e interpretar dados bem como efetuar inúmeros cálculos, além

de muitas outras potencialidades que nos podem ajudar no dia-a-dia de casa, de escola, do

trabalho.

Muitos séculos depois, continua a estar na ordem do dia e a preocupar milhares de

alunos, professores e pais por todo o mundo, pois os nossos alunos não poderão viver sem ela.

A dificuldade na aprendizagem dos conteúdos matemáticos é de longa data, é uma luta que nós

educadores, pais, e todos os demais envolvidos na Educação não podemos deixar de travar.

Procurar métodos inovadores, outras ferramentas, metodologias mais eficazes, para que os

alunos encontrem na Matemática uma verdadeira forma de apreciar o conhecimento.

Conforme as DCEs (2008, p. 15 a 17), a História da matemática nos revela que os povos

das antigas civilizações conseguiram desenvolver os rudimentos de conhecimentos matemáticos

que vieram compor a matemática que se conhece hoje. Mas é com a civilização grega que

regras, princípios lógicos e exatidão de resultados foram registrados e ocorrem as preocupações

iniciais sobre a importância e o papel da matemática no ensino e na formação das pessoas.

A matemática se inseriu no contexto educacional grego, com a função de encontrar

respostas sobre a origem do mundo. Ou seja, a partir desta época ocorre o desenvolvimento da

aritmética, geometria, álgebra e trigonometria. No século V a.C. iniciam-se as práticas

pedagógicas em matemática, com os sofistas. O objetivo era formar o homem político com

caráter de intelectualidade e valor científico.

A matemática se configurou como disciplina básica na formação das pessoas a partir do

118

século I a.C., sendo que o ensino era baseado no pensamento euclidiano. Já do século V d.C.

até o século VII, a matemática era ensinada com objetivo de entender datas religiosas. Nessa

época iniciam-se no oriente produções matemáticas entre Hindus, Árabes, Persas e Chineses.

No decorrer dos séculos VIII e IX, o ensino de matemática passou por mudanças

significativas, pois surgiram as escolas e com elas também a organização dos sistemas de

ensino. Mesmo assim, entre os séculos X e XV a matemática tornou-se especulativa,

considerando premissas como verdadeiras, sem questionamentos e apenas após os séculos XV,

a matemática tornou-se experimental, contribuindo para a descoberta de novos conhecimentos e

se colocou em oposição à concepção de ensino humanística que predominava na época.

As produções matemáticas do século XVI contribuíram para uma fase de grande

progresso científico e econômico que se aplicou na construção, aperfeiçoamento e uso produtivo

de máquinas e equipamentos, concentrando estudos na matemática pura e aplicada.

No Brasil, na metade do século XVI, os jesuítas instalaram colégios católicos, mas o

ensino de conteúdos matemáticos como disciplina escolar não alcançou destaque nas práticas

pedagógicas.

No século XVIII, a pesquisa matemática se direcionou a atender os processos da

industrialização, havendo, portanto, a necessidade do rigor dos métodos, pois as leis

matemáticas não podiam falhar nos diversos ramos da atividade humana. Assim, do final do

século XVI ao início do século XIX o ensino da matemática desdobrou-se em aritmética,

geometria, álgebra e trigonometria favorecendo o domínio de técnicas para solucionar os

problemas de ordem prática.

Com a vinda da família real ao Brasil implementou-se a matemática nos cursos técnico-

militares, sendo dividida em elementar para os alunos primários até nível médio e superior.

Surge então, o período das matemáticas contemporâneas, com o objetivo de construir

um sistema de fundamentos matemáticos que subsidiasse soluções para problemas acumulados

por meio de experiência e avanços científicos e tecnológicos.

Frente a essa evolução, surgem propostas de renovação do ensino da matemática

propondo o rompimento entre a formação geral e a prática, a formação clássica e a técnica.

Nesse contexto, emergem as primeiras discussões sobre educação matemática, propondo nova

organização dos conteúdos específicos.

Várias tendências influenciaram o ensino de matemática em nosso país. Muitas delas

continuam fundamentando o ensino da matemática até hoje. Exemplo disso é a tendência

histórico-crítica, onde a aprendizagem efetiva da matemática consiste no desenvolvimento de

119

estratégias que possibilitem ao aluno atribuir significado as ideias matemáticas e tornar-se capaz

de estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e criar. O professor é articulador do processo

de ensino e aprendizagem da visão de mundo do aluno, suas opções diante da vida, da história

e do cotidiano.

Essa tendência fez com que a educação matemática se desenvolvesse, sendo seu

objeto de estudo a prática pedagógica matemática, de forma a envolver-se com as relações

entre o ensino, a aprendizagem e o conhecimento matemático.

Dessa forma o ensino da matemática tratará a construção do conhecimento matemático,

por meio de uma visão histórica em que os conceitos foram apresentados, discutidos,

construídos e reconstruídos, influenciando na formação do pensamento humano e na produção

de sua existência por meio das ideias e das tecnologias.

É nessa reflexão que se abre espaço para um discurso matemático voltado, tanto para a

cognição do estudante como para a relevância social do ensino da matemática.

Portanto, é necessário que o processo de ensino aprendizagem em matemática

contribua para que o estudante tenha condições de constatar regularidades matemáticas,

generalizações e apropriação da linguagem adequada para descrever e interpretar fenômenos

ligados a matemática e as outras áreas do conhecimento possibilitando que o estudante, a partir

do conhecimento matemático, critique questões sociais, políticas, econômicas e históricas.

Sendo assim pode-se afirmar que o ensino da matemática será feito com metodologias

que procuram alterar as maneiras pelas quais se ensina matemática, que podem ser através da

resolução de problemas, modelagem matemática, história da matemática, etnomatemática, uso

de mídias tecnológicas e Investigação Matemática.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Os conteúdos estruturantes da disciplina de Matemática para Educação Básica são

Números e Álgebra, Grandezas e Medidas, Geometrias, Funções e Tratamento de informação

Para o ensino básico da Rede Pública Estadual e para esta escola temos a seguinte

distribuição:

120

6º ano

TRIMESTRE CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS / ESPECÍFICOS

1º e 2º NÚMEROS

E ÁLGEBRA

Conjuntos Numéricos - Sistema de Numeração Decimal - Números Naturais - Expressões Numéricas

- Múltiplos e Divisores - Frações e Decimais - Potenciação - Radiciação

2º e 3º

GRANDEZAS E MEDIDAS

Medidas de Comprimento - medidas padrão - múltiplos e submúltiplos do metro - perímetro de figuras planas - perímetro de polígonos Medidas de massa - medida padrão - múltiplos e submúltiplos do grama Medidas de tempo - milênio, século, ano, mês e dia - horas e minutos Medidas de área - medidas convencionais - medidas não-convencionais - área de figuras planas - área do círculo

Medidas de volume - múltiplos e submúltiplos do litro - metro cúbico - volume do cubo, paralelepípedo e cilindro Medidas de ângulos - ângulo reto - ângulo raso - ângulo agudo - ângulo obtuso - ângulos no circulo Medidas de velocidade - metro por segundo - quilômetro por hora Sistema monetário - sistema brasileiro e suas relações com os demais sistemas

3º GEOMETRIAS

Geometria Plana - Ponto - Retas - O Espaço Bidimensional - Figuras Planas

Geometria Espacial - O Espaço Tridimensional - Sólidos Geométricos

1º, 2º e 3º TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES

Estatística - Pesquisa Estatística - Gráfico de Barras - Gráfico de Linhas - Gráfico de Setores

Matemática Financeira - Porcentagem

121

7º ano

TRIMESTRE CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES CONTEÚDOS ESPECÍFICOS

1º NÚMEROS

E ÁLGEBRA

Conjuntos Numéricos - Expressões Numéricas - Números Inteiros - Números Racionais - Frações - Potenciação - Radiciação

Equações e Inequações - Equação do 1º Grau Proporcionalidade - Razão e Proporção - Escalas - Regra de Três Simples

1º e 2º GRANDEZAS E

MEDIDAS

-Medidas de Ângulos -Medidas de Temperatura

- Escala Celsius * Escala Maranheiro (noção) * Escala Kelvin (noção) Sistema monetário - sistema brasileiro e suas relações com os demais sistemas

2º GEOMETRIAS

Geometria Plana - Ponto - Retas - O Espaço Bidimensional - Figuras Planas - Circunferência e Círculo - Congruência e Semelhança de Figuras Geometria Espacial (incluir nos demais conteúdos) - O Espaço Tridimensional - Sólidos Geométricos

Geometrias não-euclidianas - Noções de Topologia

3º TRATAMENTO DA

INFORMAÇÃO

Estatística - Pesquisa Estatística - Gráfico de Barras - Gráfico de Linhas - Gráfico de Setores - Pictogramas - Média Aritmética - Moda Mediana - População e Amostra

Matemática Financeira - Porcentagem - Regra de três e grandezas - Juros Simples

122

8º ano

TRIMESTRE CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS / ESPECÍFICOS

1º e 2º NÚMEROS

E ÁLGEBRA

Conjuntos Numéricos - Números Racionais - Números Irracionais - Potências - Expressões Numéricas

Equações e Inequações - Equação do 1º Grau - Sistema de Equação do 1º Grau Polinômios - Monômios e Polinômios - Produtos Notáveis - Fatoração Algébrica - Operações com polinômios

3º GRANDEZAS E

MEDIDAS

Medidas de Comprimento - medidas padrão - comprimento da circunferência Medidas de área - medidas convencionais

Sistema monetário - sistema brasileiro e suas relações com os demais sistemas Medidas de Volume e de Ângulos

2º GEOMETRIAS

Geometria Plana Geometria Espacial (Incluir nos demais conteúdos) - O Espaço Tridimensional - Sólidos Geométricos - Geometria Analitica

Geometrias não-euclidianas - Introdução a Geometria Fractal

1º TRATAMENTO DA

INFORMAÇÃO

Estatística - Pesquisa Estatística - Gráfico de Barras - Gráfico de Linhas - Gráfico de Setores - Pictogramas

Matemática Financeira - Porcentagem - Regra de três e grandezas - Juros Simples - Juros Compostos

123

9º ano

TRIMESTRE CONTEÚDOS

ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS / ESPECÍFICOS

1º NÚMEROS

E ÁLGEBRA

Conjuntos Numéricos - Números Irracionais - Números Reais - Expressões Numéricas - Notação Científica - Potenciação - Radiciação

Números Reais Propriedade dos radicais Teorema de Pitágoras - Equação do 2º Grau - Equações Irracionais - Equações Biquadradas - Regra de três Composta

1º e 2º GRANDEZAS E

MEDIDAS

Trigonometria - Relações Métricas no Triângulo Retângulo - Trigonometria no Triângulo Retângulo

2º FUNÇÕES Função Afim - Noção de Função Afim

Função Quadrática - Noção de Função Quadrática

2º e 3º GEOMETRIAS

Geometria Plana - Circunferência e Círculo - Congruência e Semelhança de Figuras Geometria Espacial (Incluir nos demais conteúdos) - O Espaço Tridimensional - Sólidos Geométricos

Geometria Analítica (Trabalhar junto com funções) - Sistema Cartesiano Geometrias não-euclidianas - Noções de Topologia - Introdução a Geometria Fractal - Introdução a Geometria Projetiva

3º TRATAMENTO DA

INFORMAÇÃO

Estatística - Pesquisa Estatística - Gráfico de Barras - Gráfico de Linhas - Gráfico de Setores - Pictogramas

Noções de Analise Combinatória Noções de Probabilidade - Possibilidades e Chances - Cálculo de Chance - Conceito de Probabilidade - Juros Compostos

124

Ensino Médio

1º Ano

PERÍODO CONTEÚDOS BÁSICOS / ESPECÍFICOS

1º Trimestre

Equações e Inequações; Conjuntos numéricos Intervalos Introdução as funções Função afim Função quadrática

2º Trimestre

Função Exponencial Função Logarítmicas Função Trigonométrica Função Modular Progressão aritmética Progressão geométrica

3º Trimestre A trigonometria no triângulo retângulo Relações trigonométricas num triângulo qualquer

2º Ano

PERÍODO CONTEÚDOS BÁSICOS / ESPECÍFICOS

1º Trimestre

Trigonometria

A trigonometria no triângulo – retângulo

Seno, cosseno e tangente em um triângulo - retângulo

Relações trigonométricas num triângulo qualquer

Circunferência trigonométrica

Números trigonométricos

2º Trimestre

Transformações trigonométricas

Funções trigonométricas

Análise combinatória

Princípio multiplicativo

Arranjos simples

3º Trimestre

Permutação simples

Combinação simples

Sistemas Lineares

Probabilidade

Probabilidade da reunião de dois eventos

Eventos independentes.

125

3º Ano

PERÍODO CONTEÚDOS BÁSICOS / ESPECÍFICOS

1º Trimestre

- Geometria Plana - Geometria Espacial

Poliedros

Prismas

Pirâmides

Cilindro

Cones -Esfera (área, volume do sólido e do tronco

.Grandezas e Medidas

2º Trimestre

- Geometria analítica

Ponto

Distribuição entre dois pontos

Ponto que divide o segmento numa razão

Baricentro

Condição de alinhamento entre dois pontos -Reta

Equação que passa por dois pontos

Coeficiente angular

Distancia de um ponto a reta

Área do triângulo

Condição de perpendicularismo e paralelismo - Geometria Não-Euclidiana -Circunferência

Equação reduzida Equação normal Posição do ponto em relação a circunferência

- Posição da reta em relação a circunferência

3º Trimestre

-Números complexos 11. Operações (adição, subtração, multiplicação, divisão e potencia) 12. Forma trigonométrica 13. Forma exponencial

-Polinômios

Função polinomial

Operações

Divisão de polinômios ( chave e Ruffini) - Equação polinomial

Relação de Girard Raízes , radicais (pesquisa de raízes )

- Estatística - Matemática financeira

126

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A proposta Metodológica da disciplina visa desenvolver os diversos campos de

investigação e de produção do conhecimento de natureza científica, propiciando melhor

qualidade de ensino e de aprendizagem da Matemática, de modo a que o estudante possa

construir através do saber matemático, valores e atitudes de naturezas diversas, visando a

formação integral do ser humano e particularmente da sociedade, do cidadão e do homem

público.

Ao serem abordados numa prática docente, os conteúdos estruturantes evocam outros

conteúdos estruturantes e conteúdos básicos / específicos, priorizando relações e

interdependências que, consequentemente, enriquecem os processos pelos quais acontecem

aprendizagens em Matemática. O olhar que se volta para os conteúdos estruturantes não é

hermético. A articulação entre os conhecimentos presentes em cada conteúdo estruturante é

realizada na medida em que os conceitos podem ser tratados em diferentes momentos e,

quando situações de aprendizagens possibilitam, por ser retomados e aprofundados.

Portanto, busca-se direcionar o trabalho docente de forma que o mesmo se paute em

abordagens a partir dos inter-relacionamentos e articulações entre os conceitos de cada

conteúdo específico.

Com a perspectiva de um trabalho docente com conteúdos de Matemática, pensados a

partir de uma noção que vise romper com abordagens que apregoam a fragmentação de tais

conteúdos como se eles existissem em patamares distintos e sem vínculos.

Dessa forma, como proposta das Diretrizes Curriculares da Educação Básica –

Matemática – Paraná (2008) Estaduais, seguem-se considerações sobre as tendências

metodológicas elencadas e estudadas pela Educação Matemática as quais devem dar ação no

processo de ensino aprendizagem dos conteúdos estruturantes e seus desdobramentos

propostos para a disciplina de Matemática.

127

Etnomatemática

O papel da etnomatemática é reconhecer e registrar questões de relevância social que

produzem conhecimento matemático. Esta tendência leva em consideração que não existe um

único saber, mas vários saberes distintos e nenhum menos importante que outro. As

manifestações matemáticas são percebidas através de diferentes teorias e práticas, das mais

diversas áreas que emergem dos ambientes culturais.

A etnomatemática considera uma organização da sociedade que permite o exercício da

critica e da análise da realidade. Nesse sentido, é um importante campo de investigação que, por

meio da Educação Matemática, prioriza um ensino que valoriza a história dos estudantes através

do reconhecimento e respeito de suas raízes culturais e raízes culturais de outros grupos.

Modelagem Matemática

Essa abordagem tem como pressuposto que o ensino e a aprendizagem da Matemática

podem ser potencializados quando se problematizam situações do cotidiano. A Modelagem

Matemática, ao mesmo tempo em que propõe a valorização do aluno no contexto social, procura

levantar problemas que sugerem questionamentos sobre situações de vida.

A Modelagem Matemática consiste na arte de transformar problemas reais com os

problemas matemáticos e resolvê-los interpretando suas soluções na linguagem do mundo real.

Diante das possibilidades de situações diferenciadas de aprendizagens oriundas da

Modelagem Matemática, esta tendência contribui para a formação do estudante ao possibilitar

maneiras pelas quais os conteúdos de Matemática sejam abordados na prática docente, cujo

resultado será, um aprendizado, significativo.

Resolução de Problemas

Uma das razões de ensinar Matemática é abordar os conteúdos matemáticos a partir da

resolução de problemas, meio pelo qual, o estudante terá a oportunidade de aplicar

conhecimentos previamente adquiridos em novas situações. Na solução de um problema, o

estudante precisa ter condições de buscar várias alternativas que almejam a solução.

128

É importante lembrar que a resolução de exercícios e resolução de problemas são

metodologias diferentes. Enquanto na resolução de exercícios os estudantes dispõem, utilizam

mecanismos que os levam, de forma imediata, pois muitas vezes, é preciso levantar hipóteses e

testá-las. Desta forma, uma mesma situação pode ser um exercício para alguns e um problema

para outros, dependendo dos seus conhecimentos prévios.

Mídias Tecnológicas

No contexto da Educação Matemática, os ambientes de aprendizagem gerados por

aplicativos informáticos, dinamizam os conteúdos curriculares e potencializam o processo de

ensino e da aprendizagem. O uso de mídias tem suscitado novas questões, sejam elas em

relação ao currículo, à experimentação Matemática, às possibilidades do surgimento de novos

conceitos e de novas teorias matemáticas (Borba 1999). Atividades realizadas com o uso do

lápis e do papel, ou mesmo o quadro e o giz como a construção de gráficos, por exemplo, com o

uso dos computadores amplia as possibilidades de observação e investigação, visto que

algumas etapas formais de construção são sintetizadas (D’ Ambrosio, 1989).

Os recursos tecnológicos sejam eles o software, a televisão, as calculadoras, os

aplicativos da Internet entre outros, têm favorecido as experimentações matemáticas,

potencializando formas de resolução de problemas.

A Internet segundo Tajra (2002) é outro recurso que também pode favorecer a formação

de várias comunidades virtuais que, relacionadas entre si, promovem trocas e ganhos de

aprendizagem.

História da Matemática

É importante entender a História da Matemática no contexto da prática escolar como

componente necessário de um dos objetivos primordiais da Matemática. Sendo assim se faz

necessário que os estudantes compreendam a natureza da Matemática e a sua relevância na

vida da humanidade. Não se trata com esta tendência histórica de, apenas, retratar curiosidades

ou um conjunto de biografias de matemáticos famosos, mas sim, de vincular as descobertas

129

matemáticas aos fatos sociais e políticos, às circunstâncias históricas e às correntes filosóficas

que determinavam o pensamento e influenciavam no avanço científico de cada época.

Considera-se a História da Matemática como um elemento orientador na elaboração de

atividades, na criação das situações-problema, na fonte de busca, na compreensão e como

elemento esclarecedor de conceitos matemáticos. Possibilita o levantamento e a discussão das

razões para a aceitação de certos fatos, raciocínios e procedimentos por parte do estudante.

Para Miguel e Miorim (2004) a história permite refletir sobre as explicações dadas aos porquês

da Matemática, bem como, para a promoção de ensino e da aprendizagem da Matemática

escolar baseada na compreensão e na significação. É pela História da Matemática que se tem

possibilidade do estudante entender como o conhecimento matemático é construído

historicamente.

Elaborar problemas, partindo da História da Matemática é oportunizar ao aluno conhecer

a Matemática como campo do conhecimento que se encontra em construção e pensar em um

ensino, não apenas em resolver exercícios repetitivos e padronizados, sem nenhuma relação

com os outros campos do conhecimento. É também, uma possibilidade de dividir com eles as

dúvidas e questionamentos que levam à construção da Ciência Matemática.

Investigação Matemática

As investigações matemáticas podem ser desencadeadas a partir da resolução de

simples exercícios e se relacionam com a resolução de problemas. Uma investigação é um,

problema, em aberto e, por isso, as coisas acontecem de forma diferente do que na resolução de

problemas e exercícios. O objeto a ser investigado não é explicitado pelo professor, porém o

método de investigação deverá ser indicado por meio, de uma introdução oral, por exemplo, de

maneira que o aluno compreenda o significado de investigar. Assim, uma mesma situação

apresentada poderá ter objetos de investigação distintos por diferentes grupos de alunos. E

mais, se os grupos partirem de pontos de investigações diferentes, com certeza obterão

resultados também diferentes. Na investigação matemática, o aluno é, chamado a agir como um

matemático, não apenas porque é solicitado a propor questões, mas, principalmente, porque

formula conjecturas a respeito do que está investigando. Assim, “as investigações matemáticas

envolvem, naturalmente, conceitos, procedimentos e representações matemáticas, mas o que

130

mais fortemente as caracteriza é este estilo de conjectura-teste-demonstração” (PONTE,

BROCARDO & OLIVEIRA, 2006, p.10).

Como são estabelecidas diferentes conjecturas, os alunos precisam verificar qual é a

mais adequada à questão investigada e, para isso, devem realizar provas e refutações,

discutindo e argumentando com seus colegas e com o professor. Esse é exatamente o processo

de construção da matemática pelos matemáticos e, portanto, o espírito da atividade matemática

genuína está presente na sala aula. Enfim, investigar significa procurar conhecer o que não se

sabe, que é o objetivo maior de toda ação pedagógica.

AVALIAÇÃO

Mudanças na maneira de conceber a aprendizagem e de abordar os conteúdos

matemáticos implicam mudar o modo de avaliar e seus objetivos. Deve-se olhar a avaliação

como parte integrante do processo educativo. Sendo assim ela não pode ter apenas caráter de

finalização de etapas.

Alguns critérios devem orientar as atividades avaliativas propostas pelo professor. Essas práticas devem possibilitar ao professor verificar se o aluno: • Comunica-se matematicamente, oral ou por escrito (BURIASCO, 2004); • Compreende, por meio da leitura, o problema matemático; • Elabora um plano que possibilite a solução do problema; • Encontra meios diversos para a resolução de um problema matemático; • Realiza o retrospecto da solução de um problema. Dessa forma, no processo pedagógico, o aluno deve ser estimulado a: • Partir de situações-problema internas ou externas à matemática; • Pesquisar acerca de conhecimentos que possam auxiliar na solução dos problemas; • Elaborar conjecturas, fazer afirmações sobre elas e testá-las; • Perseverar na busca de soluções, mesmo diante de dificuldades; • Sistematizar o conhecimento construído a partir da solução encontrada, generalizando, abstraindo e desvinculando-o de todas as condições particulares; • socializar os resultados obtidos, utilizando, para isso, uma linguagem adequada; • argumentar a favor ou contra os resultados (PAVANELLO & NOGUEIRA, 2006, p. 29).

O processo de avaliação é trimestral, de caráter formativo ou seja processual,

diagnóstico, contínuo e dialógico praticado sob forma de atribuição de qualidade aos resultados

131

da aprendizagem, tendo por base seus aspectos essenciais, como objetivo final, para uma

tomada de decisão que direciona o aprendizado e, consequentemente, o desenvolvimento do

aluno. Seu registro é expresso em documento próprio, considerando a atuação do mesmo, frente

ao processo de ensino-aprendizagem.

Observa-se que a utilização de formas inovadoras de avaliação traz benefícios ao

processo educativo, pois assim ela assume uma nova função: a de auxiliar e orientar os

estudantes sobre o desenvolvimento de suas capacidades e competências, bem como auxiliar o

professor a identificar se os objetivos a que se propôs foram atingidos.

A avaliação também fornece ao professor informações sobre como está ocorrendo à

aprendizagem de seus alunos quanto a conceitos adquiridos, raciocínios desenvolvidos e

domínio de certas regras, possibilitando uma reflexão contínua sobre sua prática em sala de

aula.

As diferentes formas de avaliar sejam elas provas, trabalhos, participação em atividades

desenvolvidas em sala de aula ou fora dela, devem contemplar explicações, justificativas e

argumentações orais, uma vez que estas revelam aspectos do raciocínio que muitas vezes não

ficam evidentes em avaliações escritas.

As estratégias alternativas de avaliação devem possibilitar que o professor verifique se

os alunos sabem utilizar corretamente o pensamento Matemático para questionar, argumentar,

formular hipóteses e apresentar diferentes soluções para situações desafiadoras.

A recuperação paralela de ensino deverá constituir um conjunto integrado ao processo

de ensino, além de se adequar às dificuldades dos alunos. Dar-se-á de forma a recuperar

conteúdos e consequentemente refletirá no ensino-aprendizagem. Serão utilizados os outros

instrumentos de avaliação para a recuperação, de acordo com a organização do professor e da

escola.

Ao aluno que apresentar dificuldade de aprendizagem e necessidades especiais, serão

oferecidos momentos de reorientação conforme prevê a legislação em vigor, com sala de apoio

de 6º ano e 9º ano, sala de recursos. Sendo que esta será conduzida através da apresentação

do conteúdo de forma diferenciada como:

132

• Utilização de materiais manipuláveis (jogos, materiais concretos, etc.);

• Monitorias prestadas pelos alunos com mais facilidade de aprendizagem;

• Textos informativos;

• Auxilio de mídias.

Para que a aprendizagem aconteça, é preciso que, o professor estabeleça critérios de

avaliação claros e que os resultados sirvam para intervenções no processo ensino-

aprendizagem, quando necessárias. Assim, a finalidade da avaliação é proporcionar aos alunos

novas oportunidades para aprender e possibilitar ao professor refletir sobre seu próprio trabalho,

bem como fornecer dados sobre as dificuldades de cada aluno (ABRANTES, 1994, p. 15).

Essas práticas devem possibilitar ao professor verificar se o aluno:

• comunica-se matematicamente, oral ou por escrito;

• compreende, por meio da leitura, o problema matemático;

• elaborar um plano que possibilite a solução do problema;

• encontra meios, diversos para a resolução de um problema matemático;

• realiza o retrospecto da solução de um problema.

• participação em produção coletiva

• interpretação do texto matemático.

Da mesma forma, devem-se utilizar diferentes instrumentos de avaliação, tais como

debates, avaliações escritas, avaliações práticas, avaliações orais, pesquisas, etc. que

possibilitem ao aluno demonstrar sua aprendizagem de variadas maneiras, uma vez que esta

pode ocorrer em diferentes situações e demonstra-se em diversas formas na sala de aula.

133

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRANTES, P. Avaliação e educação matemática. Série reflexões em educação

matemática. Rio de Janeiro:MEM/USU/GEPEM, 1994.

BASSANEZI, R.C. Ensino-aprendizagem com modelagem matemática: uma nova

estratégia. São Paulo: Contexto, 2002.

BURIASCO, R. L. C. de. Análise da produção escrita: a busca do conhecimento

escondido. In: ROMANOWSKI, J. P.; MARTINS, P. L. O.;JUNQUEIRA, S. R. A. (orgs.)

Conhecimento local e conhecimento universal: a aula, aulas nas ciências naturais

e exatas, aulas nas letras e nas artes. Curitiba: Champagnat, 2004.

CARAÇA, B.J. Conceitos Fundamentais da Matemática. 4 ed. Lisboa: Gradiva, 2002.

D’AMBRÓSIO, U. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte:

Autêntica, 2001

D’AMBRÓSIO, U., BARROS, J.P.D. Computadores, escola e sociedade. São Paulo: Scipione,

1988.

DANTE, Luiz Roberto. Tudo é Matemática. São Paulo: Ed. Ática, 2002

Disponível em http://www.pensador.info/fraze/NTQyMzA2/, acessado em 12/08/2010.

Disponível em http://www.ajes.edu.br/arquivos/20090209100206.pdf, acessado em 12/08/2010.

PAVANELO, R. M. ; NOGUEIRA, C. M. I. Avaliação em Matemática: algumas

considerações. Avaliação Educacional. 2006, v. 17, n. 33. Disponível em: www.

fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1275/arquivoAnexado.pdf. Acesso

em: 21 jan 2008.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte para a

Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.

PONTE, J. P., BROCARDO, J. OLIVEIRA, H. (2006). Investigações Matemáticas na Sala de

Aula. Belo Horizonte: Autêntica.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-crítica: Primeiras Aproximações. 2 ed. São Paulo: Cortez,

1991.

SCHOENFELD, A.H. Heurística na sala de aula. In: KRULIK. S.; REYS, R.E. A resolução de

problemas na matemática escolar. São Paulo: atual, 1997.

134

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE QUÍMICA

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

O desenvolvimento de saberes e de práticas ligadas à transformação da matéria e

presentes na formação das diversas civilizações foi estimulado por necessidades humanas, tais

como: a comunicação, o domínio do fogo e, posteriormente, o domínio do processo de

cozimento. Esses saberes e/ou práticas (manipulação dos metais, vitrificação, feitura dos

ungüentos, chás, remédios, a iatroquímica, entre outros), em sua origem, não podem ser

classificados como a ciência moderna denominada Química, mas como um conjunto de ações e

procedimentos que contribuíram para a elaboração do conhecimento químico desde o século

XVII.(DCE 2008)

Desses benefícios, a extração, produção e o tratamento de metais como o cobre, o

bronze, o ferro e o ouro merecem destaque na história da humanidade, no que diz respeito aos

fatos políticos, religiosos e sociais que os envolvem.(Peruzzo & Canto 2003).

Durante este tempo, os filósofos gregos Tales e Aristóteles especularam sobre a

composição da matéria. Eles acreditavam que a Terra, Ar, Fogo e Água (alguns acreditavam em

uma quinta substância conhecida como “quintessência”, ou “éter”) eram os elementos básicos

que compunham toda a matéria. Na historia do conhecimento químico, por exemplo, vários fatos

podem ser relembrados como forma de atender a constituição desse saber, entre eles a

alquimia. Os alquimistas europeus buscavam o elixir da vida e a pedra filosofal; dedicavam-se a

esses procedimentos, mas agiam de modo hermético, ocultista, uma vez que a sociedade da

época era contra essas práticas por acreditar tratar-se de bruxaria.(Feltre, 2004, Peruzzo &

Canto 2003).

Da metade do século XIX até hoje estamos vivendo a chamada Química Moderna, esta

foi à era na qual a Química floresceu. As teses de Lavoisier deram aos químicos a primeira

compreensão sólida sobre a natureza das reações químicas. O trabalho de Lavoisier levou um

professor inglês chamado John Dalton a formular a teoria atônica. Pela mesma época, um

químico italiano chamado Amedeo Avogadro formulou sua própria teoria (A Lei de Avogadro),

concernente a moléculas e suas relações com temperatura e pressão.(DCE 2008),(Peruzzo

&Canto 2003).

A atividade cientifica começou com o homem pré-histórico e vem se aperfeiçoando no

conhecimento científico dinâmico, permitindo a construção de uma visão de mundo mais

135

articulado e menos fragmentado.

Destaca-se que o conhecimento químico, assim como todos os saberes, não é algo

pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação. Esse processo de

elaboração e transformação do conhecimento ocorre em função das necessidades humanas,

uma vez que a ciência é construída por homens e mulheres, portanto, falível e inseparável dos

processos sociais, políticos e econômicos. (DCE, 2008) (Peruzzo& Canto, 2003).

Acredita-se numa abordagem de ensino de Química voltada à construção e reconstrução

de significados dos conceitos científicos nas atividades em sala de aula. Desse modo, o objetivo

é subsidiar reflexões sobre o ensino de Química, bem como possibilitar novos direcionamentos e

abordagens da prática docente no processo ensino-aprendizagem, para formar um aluno que se

aproprie dos conhecimentos químicos em relação ao objeto de estudo “Substancias e Materiais”,

e seja capaz de refletir criticamente sobre o meio em que está inserido.(DCE,2008).

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

Entende-se por conteúdos estruturantes os conhecimentos de grande amplitude que

identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar, considerados

fundamentais para a compreensão de seu jeito de estudo e ensino. A seleção dos conteúdos

estruturantes foi fundamentada no estudo da história da Química e da disciplina escolar.

Destaca-se como conteúdos estruturantes:

Matéria e Sua Natureza: é o conteúdo que dá inicio ao trabalho pedagógico da disciplina de

Química por se tratar especificamente de seu objeto de estudo: matéria e sua natureza. É ele

que abre um caminho para melhor entendimento dos demais conteúdos estruturantes

Biogeoquimica: é a parte da Geoquímica que estuda a influencia dos seres vivos sobre a

composição química da Terra, caracteriza-se pelas interações existentes entre hidrosfera,

litosfera e atmosfera e pode ser explorada a partir dos ciclos biogeoquímicos.

Química Sintética: esse conteúdo estruturante tem sua origem na síntese de novos produtos e

materiais químicos e permite o estudo dos produtos farmacêuticos, da industria alimentícia

(conservantes, acidulantes, aromatizantes, edulcorantes), dos fertilizantes e dos agrotóxicos.

136

1º Ano

Trimestre Conteúdos

estruturantes Conteúdos Basicos

1º Matéria e sua natureza

Matéria

Constituição da matéria; estados de agregação; natureza elétrica da matéria; modelos atômicos (Rutherford,Tthomson, Dalton,Bohr...); estudo dos metais; tabela periódica.

Soluções

Substância: simples e composta; misturas; métodos de separação; tabela periódica.

2º Biogeoquímica

Velocidade das reações

Reações químicas; lei das reações químicas; representações das reações químicas; tabela periódica.

Ligações químicas

Interações.Propriedades dos materiais. intermoleculares e as propriedades das substâncias moleculares.

3º Biogeoquímica

Radioatividade

Modelos atômicos (rutherford); elementos químicos (radioativos); tabela periódica.

Funções químicas Funções inorgânicas; tabela periódica.

137

2º Ano

Trimestre Conteúdos

estruturantes Conteúdos Basicos

1º Matéria e Sua Natureza

Matéria Constituição da matéria; Tabela periódica.

Soluções

Solubilidade; Concentração; Forças intermoleculares; Temperatura e pressão; Densidade; Dispersão e suspensão; Tabela periódica.

Biogeoquímica Velocidade de reação

Reações químicas; Condições fundamentais para ocorrência das reações químicas (natureza dos reagentes, contato entre os reagentes, teoria de colisão); Fatores que interferem na velocidade das reações (superfície de contato, temperatura, catalisador, concentração dos reagentes, inibidores); Lei da velocidade das reações químicas; Tabela periódica.

Química Sintética Equilíbrio químico

Reações químicas reversíveis; Concentração; Relações matemáticas e o equilíbrio químico (constante de equilíbrio); Deslocamento de equilíbrio (princípio de Lê Chatelier): concentração, pressão, temperatura e efeito dos catalisadores; Equilíbrio químico em meio aquoso (ph, constante de ionização, Ks); Tabela periódica.

3º Química Sintética

Ligações quimicas

Solubilidade e as ligações químicas; Interações intermoleculres e as propriedades das substâncias moleculares; Tabela Periódica.

Reações quimicas

Reações de oxi-redução; Reações exotérmicas e endotérmicas; Diagramas das reações exotérmicas e endotérmicas; Variação de entalpia; Calorias; Equações termoquímicas; Princípios da termodinâmica; Lei de Hess; Entropia e energia livre; Calorimetria; Tabela periódica.

138

3º Ano

Trimestre Conteúdos

estruturantes Conteudos Basicos

Matéria e Sua Natureza

Matéria Constituição da matéria; Tabela periódica

Radioatividade

Modelos atômicos (Rutherford); Elementos químicos (radioativos); Tabela periódica; Reações químicas; Velocidades das reações; Emissões radioativas; Leis da radioatividade; Cinética das reações químicas; Fenômenos radiativos (fusão e fissão nuclear);

Biogeoquímica

Soluções (petróleo)

Substâncias: simples e composta; Misturas; Métodos de separação; Forças intermoleculares; Tabela Periódica.

Velocidade das reações

Reações químicas; Representação das reações químicas; Tabela periódica.

Química Sintética Ligação química

Tabela periódica; Propriedades dos materiais; Tipos de ligações químicas em relação aos materiais; Ligações de Hidrogênio; Ligações sigma e pi; Ligações polares e apolares; Alotropia.

2º e 3º Química Sintética Funções químicas Funções Orgânicas; Tabela Periódica.

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

É importante que o processo pedagógico parta do conhecimento prévio dos estudantes,

no qual se incluem as idéias pré-concebidas sobre o conhecimento da Química, ou as

concepções espontâneas, a partir das quais será elaborado um conceito cientifico.

Acredita-se numa abordagem de ensino de Química voltada à construção e reconstrução

de significados dos conceitos científicos nas atividades em sala de aula (MALDANER, 2003, p.

144). O ensino de Química, na perspectiva conceitual, retoma a cada passo o conceito estudado,

139

na intenção de construí-lo com a ajuda de outros conceitos envolvidos, dando-lhe significado em

diferentes contextos.

Propõe-se que a compreensão e a apropriação do conhecimento químico aconteçam por

meio do contato com o objeto de estudo da Química: as substâncias e os materiais. Esse

processo deve ser planejado, organizado e dirigido pelo professor numa relação dialógica, em

que a aprendizagem dos conceitos químicos constitua apropriação de parte do conhecimento

cientifico, o qual, segundo Oliveira (2001), deve contribuir para a formação de sujeitos que

compreendam e questionem a ciência do seu tempo.

Para isto, uma proposta metodológica é a aproximação do aprendiz com o objeto de

estudo químico, via experimentação. Na abordagem conceitual do conteúdo químico, considera-

se que a experimentação favorece a apropriação efetiva do conteúdo e “o importante é a

reflexão advinda das situações nas quais o professor integra o trabalho prático na sua

argumentação” (AXT, 1991, p.81).

A experimentação deve ser uma forma de problematizar a construção dos conceitos

químicos, sendo ponto de partida para que os alunos construam sua própria explicação das

situações observadas por meio da prática experimental.( DCE,2008).

A importância da abordagem experimental está no seu papel investigativo e na sua

função pedagógica de auxiliar o aluno na explicitação, problematização, discussão, enfim, na

significação dos conceitos químicos (DCE, 2008).

Portanto, propõe-se um trabalho pedagógico com o conhecimento químico que propicie

ao aluno compreender os conceitos científicos para entender algumas dinâmicas do mundo e

mudar sua atitude em relação a ele. Cabe ao professor criar situações de aprendizagem de

modo que o aluno pense mais criticamente sobre o mundo, sobre as razões dos problemas

ambientais. Deve ser superada a mera transmissão de conteúdos realizada ano após ano com

base na disposição seqüencial do livro didático tradicional que afirma, entre outros aspectos, a

fragmentação e a linearidade dos conteúdos químicos, bem como o distanciamento da Química

em relação a outros saberes (DCE, 2008).

O aluno tem um saber prévio (senso comum ou concepção alternativa) sobre, por

exemplo, drogas e lixo. Sabe, também, que é importante preservar a água limpa. No entanto,

cabe ao professor de química dar-lhe os fundamentos teóricos para que se aproprie dos

conceitos da Química e do conhecimento cientifico sobre esses assuntos para que desenvolva

atitudes de comprometimento com a vida no planeta.

A disciplina de Química trabalhará a diversidade de alunos deste colégio ofertando

140

flexibilização curricular aos alunos de acordo com a sua necessidade específica.

Os desafios contemporâneos serão abordados sempre que houver possibilidade e

necessidade dentro do conteúdo trabalhado na sala de aula em todos os anos.

AVALIAÇÃO

A avaliação deve ser concebida de forma processual e formativa, sob os condicionantes do

diagnóstico e da continuidade. Esse processo ocorre em interações recíprocas, no dia-a-dia, no

transcorrer da própria aula e não apenas de modo pontual, portanto, está sujeita a alterações no

sue desenvolvimento (DCE, 2008).

A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação n. 9394/96, a avaliação formativa e

processual, como resposta às históricas relações pedagógicas de poder, passa a ter prioridade

no processo educativo.

A Diretriz Curricular da Educação Básica de Química tem como finalidade uma avaliação

que não separe teoria e prática, antes, considere as estratégias empregadas pelos alunos na

articulação e análise dos experimentos com os conceitos químicos. Tal prática avaliativa requer

um professor que compreenda a concepção de ensino de Química na perspectiva crítica.

É necessário que os critérios e instrumentos de avaliação fiquem bem claros também

para os alunos, de modo que se aproprie efetivamente de conhecimentos que contribuam para

uma compreensão ampla do mundo em que vivem. (DCE,2008).

“(...) Toda avaliação supõe um processo de obtenção e utilização de informações, que serão analisadas diante de critérios estabelecidos segundo juízos de valor. É um processo dependente da valorização de apenas uma parcela das informações que podem ser obtidas (...)”. (BIZZO, 2002, pg. 61).

Busca-se uma avaliação mediadora, emancipatória, dialógica, integradora, democrática

e participativa, pois nem todos aprendem da mesma maneira, por isso precisamos usar

diferentes instrumentos avaliativos. Tais como trabalhos e atividades em sala de aula, tarefas e

pesquisas, participação e oralidade, exercícios de fixação, avaliação e relatórios de experiências,

apresentação de seminários e textos, interpretação da tabela periódica, avaliação descritiva e

objetiva, etc.

Ao aluno que apresentar dificuldades de aprendizagem e necessidades especiais, serão

oferecidos momentos de reorientação e recuperação paralela conforme prevê a legislação em vigor.

141

Sendo que esta será oferecida a todos que assim o quiserem, conduzida através da apresentação do

conteúdo de forma diferenciada como: utilização de materiais manipulativos (materiais concretos),

monitorias prestadas pelos alunos com mais facilidade de aprendizagem, textos informativos, auxílio

de mídias e retomada do conteúdo.

Após a reapresentação do conteúdo esses alunos serão reavaliados, no processo

contínuo, dialógico e diagnóstico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MALDANER, Otavio Aloísio, A formação inicial e continuada de professores de Química. 2ª ed.

Editora Unijui, 2003. Ijui – Rio Grande do Sul

SANTOS, Wildson L. Pereira dos; Schnetzler, Roseli Pacheco. Educação em Química:

Compromisso com a Cidadania; 3ª ed.; editora Unijui – 2003

HAZEN, Robert M. e Trefil, James. Saber Ciência. 2ª Ed - Ed. Cultura- São Paulo

CHAGAS, Aécio Pereira, Como se faz Química, 3ª ed., Ed. Unicamp, Campinas- S. Paulo, 2001

BAIRD, Colin – Química Ambiental, 2ª Ed, Porto Alegre – 2002, Ed. Bookma

RUSSEL, John B., Química geral, 2ª ed., S. Paulo – 1994, ed. Pearson- Makron Books

GOLDFARB – Ana Maria Afonso – Da alquimia à química, Landy editora - S. Paulo – 2005

MATEUS, Alfredo Luis – Química na cabeça – ed. UFMG – Belo Horizonte- 2001

VANIN, José Atílio – Alquimista e químicos. O passado, o presente e o futuro. – 2ª ed. Ed.

Moderna. S. Paulo -2005

ROMANELLI, L. Izapovitz; Justi Rosaria da Silva. Aprendendo Química, Ed Unijui, Ijui, 2005

KUENZER, Acácia. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do

trabalho. Ed. Cortez, S. Paulo, 2005.

PARANÁ, SEED. Diretrizes Curriculares Química, Curitiba: SEED, 2008.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

142

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SOCIOLOGIA

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

O surgimento da sociologia como disciplina científica é marcada pelas consequências de

três grandes revoluções: Revolução Francesa de 1789; Revolução Industrial e Revolução

Científica. A queda do Antigo Regime e a ascensão da democracia; com o advento da

industrialização, a criação da máquina e a admissão de um método científico propiciado pelo

racionalismo garantem as condições de um pensamento sobre a sociedade. Dessa forma,

compreende-se que a forma de entender o mundo pela fé e pela tradição foi substituída pela

razão.

Pode-se dizer que o contexto histórico da sociologia, é marcada por grandes

transformações sociais, que trouxeram a necessidade da sociedade ser pensada, como uma

ciência para dar conta das questões sociais. Importante destacar que o objeto de estudo e

Ensino da disciplina de Sociologia são as relações que se estabelecem no interior dos grupos na

sociedade, como se estruturam e atingem as relações entre os indivíduos e a coletividade.

Os primeiros pensadores sociais são Comte, Durkheim, Weber e Marx. A sociologia

ganhou corpo teórico com a obra de Emile Durkheim – primeiro a lecionar a disciplina, onde a

sociologia passou pelo processo de desenvolvimento do objeto, dos instrumentos de pesquisa

de sua institucionalização e formação do campo de trabalho. Weber desenvolveu o método

compreensivo e a análise histórica- para descobrir os possíveis sentidos da ação humana. O

revolucionário Karl Marx desenvolveu o método dialético, isto é, o materialismo histórico e

dialético.

No entanto, compreende-se que as teorias sociológicas respondem aos problemas

sociais, mas a teoria e a metodologia devem comprometer-se uma com a outra, pois são

momentos-chave da formação cientifica, onde questionam a razão de ser da ciência, a pretensão

dos cientistas em produzi-la e a formação social em que foi gerada.

A Sociologia tem mostrado que nem a técnica e nem a informática foram capazes de

mudar a essência das relações, dos processos e estruturas de dominação da sociedade

capitalista. Neste sentido, percebemos que a sociologia é desafiada a interpretar a realidade

complexa e múltipla que se esconde sob a aparência das mudanças, percebendo o novo e

compreendendo como o velho se reproduz na realidade nova. É de fato trabalhar para a

desnaturalização das ações que se estabelecem na sociedade.

143

Destaca-se que o objetivo da disciplina de sociologia é propiciar aos alunos as bases

para a compreensão de como as sociedades se organizam, estruturam-se, legitimam-se e se

mantêm, habilitando-os para uma atuação crítica e transformadora, tendo percepções de que a

realidade social é histórica e socialmente construída.

Objetiva-se também, a partir do trabalho com a Sociologia, o entendimento do aluno

quanto a sua inserção como sujeito social, que compreende a sua realidade imediata, mas que

percebe o que se estabelece além dela. E ainda, o questionamento quanto a existência de

verdades absolutas, sejam elas na compreensão do cotidiano ou constituição da ciência.

Desta forma, o conhecimento científico trabalhado com os alunos, exerce um efeito

libertador, pois através do olhar sociológico a sociedade pode voltar-se sobre si mesma e os

agentes sociais podem saber melhor o que são, para plena formação de seres humanos

conscientes, críticos, reflexivos de suas ações e das ações da própria sociedade.

A partir de 02 de junho de 2008 torna-se obrigatória a disciplina de sociologia no Ensino

Médio, através da alteração do artigo 36 da Lei 9394/96.

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

1º Ano

Conteúdo estruturante

A sociologia como ciência

Conteúdo estruturante

Processo de Socialização e

as Instituições Sociais

Conteúdo estruturante

Trabalho, Produção e

Classes Sociais

O Surgimento da Sociologia e as Teorias

Sociológicas;

As Teorias Sociológicas Clássicas;

Concepções Sociológicas:

August Comte,

Emile Durkheim,

Max Weber

Karl Marx;

Formação e Consolidação da Sociedade

Capitalista e o Desenvolvimento do

Pensamento Social;

Pensamento Social Brasileiro;

Concepções Sociológicas:

Antonio Gramsci;

Pierre Bourdieu;

Florestan Fernandes;

O Processo de Socialização,

Definição de Instituições

Sociais;

Instituição Familiar;

Instituição Escolar;

Instituição Religiosa;

Instituição de Reinserção, etc.

O Conceito de Trabalho e o

Trabalho nas diferentes

sociedades;

Desigualdades Sociais e

Classes Sociais;

Organização do Trabalho

das Sociedades

Capitalistas e suas

contradições;

Globalização e

Neoliberalismo;

Trabalho no Brasil;

Relações de Trabalho;

144

2º Ano

Conteúdo Estruturante: Poder, Política e

Ideologia

Conteúdo estruturante: Direitos, Cidadania

e Movimentos Sociais;

Formação e Desenvolvimento do Estado

Moderno;

Conceito de Poder;

Conceito de Ideologia;

Conceito de Dominação e Legitimidade;

Conceito de Política;

Estado do Brasil;

Democracia, Autoritarismo e Totalitarismo;

Expressões da violência nas sociedades

contemporâneas;

Conceitos, Problematização e Prevenção ao

uso indevido de drogas;

Conceito de Cidadania, direitos e deveres;

Direitos Civis, políticos, sociais e Humanos;

Educação Fiscal;

Movimentos Sociais e Movimentos sociais no

Brasil;

Preconceito e Inclusão;

A questão ambiental e os movimentos

ambientalistas;

Questão - Problematização das ONGs,

OSCIPs (Org. Soc. Civil de Interesse

Público);

3º Ano

Conteúdo Estruturante: Cultura e Indústria Cultural

Desenvolvimento antropológico do conceito de

cultura e sua contribuição na análise das

diferentes sociedades;

Diversidade cultural;

Identidade;

Relações – questões de gênero;

Educação das relações Etnicorraciais;

Cultura Afro-brasileira e africana;

Culturas indígenas;

Indústria cultural;

Meios de comunicação de massa;

Sociedade de consumo;

Indústria cultural no Brasil;

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

O método de ensino de sociologia deve, antes de tudo, fazer com que os alunos se

sintam inseridos na sociedade que se pretende estudar nesta disciplina. Deste modo, é

necessário uma organização teórico/prática que possibilite estabelecer o ponto de partida para

145

estudo na própria prática social dos educandos, de modo que, após a exposição da

fundamentação teórica, ou do conteúdo propriamente dito, e da realização de atividades sobre o

tema, o educando seja capaz de rever sua postura cotidiana e passe a pensar e agir de modo

diferente do inicial, promovendo uma transformação em si mesmo e na realidade social que o

cerca.

Disponibilizar aos educandos o entendimento da sociologia através de: aulas

expositivas, dialogadas, debates, seminários com temas relevantes baseado e fundamentado em

leituras.

AVALIAÇÃO

A avaliação será diagnóstica e processual priorizando a ação participativa do aluno,

valorizando seus conhecimentos cotidianos, buscando um movimento dialético de construção do

conhecimento por parte do aluno, da mesma forma que será um meio para repensar as práticas

pedagógicas por parte do professor.

Destacam-se como critérios básicos da avaliação pelos alunos:

A apreensão dos conceitos básicos da ciência, articulados com a prática social;

A capacidade de argumentação fundamentada teoricamente;

A clareza e coerência na exposição das idéias sociológicas;

Mudança na forma de olhar e compreender os problemas sociais;

A recuperação é paralela, com revisões de conteúdos quando necessário e

trabalhos de pesquisas.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OLIVEIRA, Pérsio Santos, Introdução à Sociologia, 2003;

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Sociologia para a

Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.

_____, Sociologia, Ensino Médio, 2ªed, Livro Didático Publico, SEED, vários autores, 2007.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

146

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA INGLÊS

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A retrospectiva histórica do processo de ensino de LE no Brasil é fundamental para a

compreensão do atual estado de coisas na educação em geral e, em especial, no que concerne

à LE, pois facilita a compreensão do desenvolvimento do ensino desse componente curricular,

do valor e da importância a ele atribuídos nos diversos momentos da educação nacional.

O linguista russo Bakthin considera a língua um processo interacional/ discursivo, na

perspectiva do materialismo histórico-social. Para ele, o sentido da palavra é determinado pelo

contexto social de uso, não admitindo a existência de um sentido único, pois o discurso permite

sentidos diversos, a partir do contexto social e cultural em que ele ocorre. Assim, a significação

varia de contexto para contexto. O texto é visto como a concretização do discurso e objeto de

significação de uma cultura cujo sentido depende da inserção do sujeito em um determinado

contexto histórico-social.

Os estudos de Bakhtin tem marcado diferentes áreas do conhecimento, e tem a

interação social como seu principal foco. Para ele, a língua é um produto social e histórico, uma

forma de interação social concretizada pelas enunciações, considerando-se a linguagem como

ação, não apenas como meio de comunicação, destacando-se o lugar da linguagem na

construção da subjetividade.

Dessa forma, o objetivo do ensino de língua estrangeira deixa de ser apenas o

linguístico e passa a ser um caminho para que o aluno:

· use a língua em situações de comunicação oral e escrita;

· vivencie, na aula de Inglês, formas de participação que lhe possibilitem estabelecer

relações entre ações individuais e coletivas;

· compreenda que os significados são sociais e historicamente construídos e,

portanto, passíveis de transformação na prática social;

· tenha maior consciência sobre o papel da Língua Inglesa na sociedade;

· reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural, bem como seus

benefícios para o desenvolvimento cultural do país.

Assim, a pedagogia crítica deve ser o referencial teórico que alicerça o trabalho

147

pedagógico com a Língua Inglesa, com o objetivo de levar o educando à “apropriação crítica e

histórica do conhecimento como instrumento de compreensão das relações sociais e para

transformação da realidade.” (DCE, 2009, p. 52)

CONTEÚDO ESTRUTURANTE

De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais, o Conteúdo Estruturante é o

discurso como prática social e é a partir dele que advêm os conteúdos básicos a serem

trabalhados nas práticas discursivas, assim como os conteúdos básicos que pertencem às

práticas da oralidade, leitura e escrita, conforme segue:

LEITURA ORALIDADE ESCRITA

Identificação do tema;

Intertextualidade;

Intencionalidade;

Vozes sociais presentes no texto;

Léxico;

Coesão e coerência;

Marcadores do discurso;

Funções das classes gramaticais

no texto;

Elementos semânticos;

Discurso direto e indireto;

Emprego do sentido conotativo e

denotativo no texto;

Recursos estilísticos ( figuras de

linguagem)

Marcas linguísticas:

particularidades da língua,

pontuação; recursos gráficos

(como aspas, travessão, negrito):

Variedade linguística;

Acentuação gráfica;

Ortografia.

Elementos

extralinguísticos:

entonação, pausas,

gestos, etc

Adequação do discurso

ao gênero

Turnos de fala

Vozes sociais

presentes no texto

Variações linguísticas

Marcas linguísticas:

coesão, coerência,

gírias, repetição

Diferenças e

semelhanças entre o

discurso oral e o escrito

Adequação da fala e o

contexto

Pronúncia

Tema do texto

Interlocutor

Finalidade do texto

Intencionalidade do texto

Intertextualidade

Condições de produção

Informatividade (Informações

necessárias para a coerência do texto)

Vozes sociais presentes no texto

Discurso direto e indireto

Emprego do sentido denotativo e

conotativo do texto

Léxico

Coesão e coerência

Funções das classes gramaticais no

texto

Elementos semânticos

Recursos estilísticos (figuras de

linguagem)

Marcas linguísticas: particularidades da

língua, pontuação; recursos gráficos

(como aspas, travessão, negrito)

Variedade linguística

Acentuação gráfica e Ortografia.

148

ENSINO FUNDAMENTAL

6º ano

Conteúdos Básicos

1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE

a. Diálogos

b. Álbum de família

c. Convites

a. Exposição oral

b. Fotos/álbum de família

c. Receitas

a. Diário

b. Entrevista

c. História em quadrinhos

d. Cartazes

Através dos gêneros selecionados para o 6º ano, privilegiar-se-á os seguintes aspectos

relacionados à leitura, oralidade e escrita:

Tema do texto

Verbo to be: simple present

Pronomes pessoais

Numerais

Cores

Saudações

Animais

Partes de uma casa

Expressões de sentimentos

Roupas e calçados

Alimentos (menu cardápio)

Questions words

Pronomes interrogativos: Who/where/what/how/why/how much/how many/ther is/there are

Profissões

149

7º ano

Conteúdos Básicos

1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE

a. Diálogos

b. Entrevista

c. Notícias

a. Publicidade

b. Autobiografia

c. Exposição oral

a. Pesquisa

b. Blog

c. Cartazes

d. História em quadrinhos

Ao estudar os gêneros selecionados dar-se-á ênfase aos seguintes conteúdos:

Greetings (saudações)

Verbs simple present (verbos: tempo presente)

Personal pronouns (pronomes pessoais)

Questions words (pronomes interrogativos)

Places (lugares)

Possessive pronouns (pronomes possessivos)

Professiones

Em todos os conteúdos será trabalhado a leitura, oralidade, escrita (listen, read, speak

and write).

8º ano

Conteúdos Básicos

1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE

a. Artigo de jornal

b. Legendas e fotos

c. Mensagens em código

a. Receita

b. Entrevista

c. Pôster

a. Fotos

b. Slides

c. Resenhas

d. Cartas

Ao estudar os gêneros selecionados dar-se-á ênfase aos seguintes conteúdos:

Present simple

Adjetivos possessivos

Pronome, sujeito e objeto

Futuro com going to adjetivos

To be (past simple)

There + to be (Presente e passado)

Pronomes demonstrativos

Simple past (regular e irregular)

Advérbios

150

9º ano

Conteúdos Básicos

1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE

a. Diálogos

b. Entrevista

c. Notícias

a. Publicidade

b. Autobiografia

c. Exposição oral

a. Pesquisa

b. Blog

c. Cartazes

d. História em quadrinhos

O trabalho com os gêneros textuais selecionados contemplarão essencialmente os

seguintes conteúdos:

Simple present e Simple past (revisão dos tempos verbais)

Question words (pronomes interrogativos)

Past progressive (affirmative, negative and interrogative forms)

Comparative forms of adjetives

Superlative forms of adjectives: adjetivos

Countable and uncountable nouns: many, much, little, few, a lot of

Future with Will: affirmative, interrogative and negative forms

Em todos os conteúdos será trabalhado a leitura, oralidade e a escrita: listen, read,

speak and write.

ENSINO MÉDIO

2º ano

Conteúdos Básicos

1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE

a. Comunicados

b. Receitas

a. Diário

b. Biografia

c. Autobiografia

a. Músicas

b. Letras de músicas

3º ano

Conteúdos Básicos

1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE 3º TRIMESTRE

a. Bilhetes

b. Convite

c. Entrevista

a. Músicas

b. Notícia

c. Exposição Oral

a. Comercial para TV

b. Blog

151

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Segundo as DCEs (2009: 63), a Língua Inglesa tem como conteúdo estruturante o

discurso enquanto prática social, sendo assim o professor deverá embasar as práticas de leitura,

oralidade e escrita nos mais diversos gêneros textuais, verbais e não verbais. Esse trabalho

utilizará atividades diversificadas, priorizem o entendimento da função e estrutura do texto em

questão, para só depois trabalhar os aspectos gramaticais que o compõem. Assim, o ensino

deixará de priorizar a gramática para trabalhar com o texto, sem, no entanto, abandoná-la.

No trabalho com a leitura, as atividades desenvolvidas devem possibilitar ao aluno um

novo modo de ver a realidade, indo além daquela compreensiva, linear, para trazer-lhe um “novo

modo de ver a realidade” ( DCE, 2009, p. 66).

No que diz respeito a prática de oralidade, o professor deverá expor os alunos a textos

orais e/ou escritos com o intuito de levá-los a expressar ideias em Língua Inglesa, mesmo que

com limitações, e ainda possibilitar que exercitem sons e pronúncias desta língua. Com esse

intuito, o professor pode direcionar debates, seminários, dramatizações, júri simulado,

declamações, entrevistas etc.

Com relação a escrita, deverão ser apresentadas atividades de produção de texto que

assumam papel significativo para o aluno. Para que isso ocorra, o professor precisará esclarecer

qual o objetivo da produção, para quem se escreve, quais as situações reais de uso do gênero

textual em questão, ou seja, qualquer produção deve ter sempre um objetivo claro, pré-

determinado.

A fim de despertar a atenção dos alunos, abordaremos tópicos e situações diversas,

próximas da sua realidade e interesse, para motivar sua participação ativa. Recursos variados,

tais como textos, fatos, diagramas, tabelas, história em quadrinhos, cartoons etc., serão

utilizados com a finalidade de facilitar e dinamizar o aprendizado, deixando-o mais agradável,

divertido e proveitoso.

Considerando a flexibilidade dada pelo trabalho com os gêneros textuais, serão

trabalhados ainda temas como cultura afro-brasileira, cultura indígena, sexualidade, drogas,

meio-ambiente entre outros que possibilitem o estímulo do pensamento crítico do aluno.

152

AVALIAÇÃO

Segundo Luckesi (1995, apud DCE, 2009, p. 69) para que a avaliação assuma “o seu

verdadeiro papel, ela deve subsidiar a construção da aprendizagem bem sucedida”, deixando de

ser um simples instrumento de medição da apreensão de conteúdos. Assim, o processo

avaliativo deverá servir para reflexão acerca dos avanços e dificuldades dos alunos e ainda,

servirá como norteadora do trabalho do professor, que poderá, a partir dele, “identificar as

dificuldades, planejar e propor outros encaminhamentos que busquem superá-las.” (Idem, p. 71)

Optamos pela avaliação formativa, uma avaliação que seja processo e não fim; sem o

objetivo de mensurar, mas sim de acompanhar o ensino-aprendizagem, de modo que as

correções necessárias sejam avaliadas e permitidas ao longo do caminho. A avaliação que

propomos não reside apenas no conhecimento sistêmico, mas também no conhecimento de

mundo que o educando traz consigo e de modo esse saber, associado aos novos, contribui para

a transformação de atitudes dos alunos.

Ainda, ao avaliar o desempenho dos alunos, serão levados em consideração os

objetivos propostos no Regimento Escolar e no Projeto Político Pedagógico da escola e serão

utilizados os seguintes instrumentos: provas, trabalhos orais e escritos (individuais e em grupo),

produção de textos que demonstrem capacidade de articulação entre teoria e prática. A

recuperação para o aluno que não atingir resultado satisfatório se dará por meio de recuperação

de conteúdos. A expressão dos resultados desse processo será feita conforme o previsto no

Regimento Escolar deste estabelecimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1995.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental.

CHAGURI, Jonathas de Paula. A importância da língua inglesa nas séries iniciais do ensino

fundamental. Faculdade Intermunicipal do Noroeste do Paraná (Facinor). Loanda. 2004.

CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. Formação continuada de professores: uma releitura

das áreas de conteúdo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003, p. 143-153.

LEITURAS COMPLEMENTARES

CELANI, M.A. (orgs) Professores e Formadores em Mudança. Relato de um Processo de

Reflexão e Transformação da Prática Docente. Campinas: Mercado de Letras, 2002.

153

LEFFA, Vilson J. (Org.). O professor de línguas estrangeiras; construindo a profissão.

Pelotas, 2001. v.1,p. 333-335.

LEFFA, V. A Interação na Aprendizagem das Línguas. Pelotas: Educat, 2003.

BRASIL/MEC, DCN para a Educação das Relações Étnico- Raciais e para o Ensino de

História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília- DF. In: BRASIL. Ministério da Educação.

Lei n. 10.639/2003. 2004

Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.I n:BRASIL/MEC. Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira

Moderna para a Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

154

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA ESPANHOL (CELEM)

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

No decorrer da história social, cultural e educacional aconteceram muitas mudanças e

transformações no que tange o ensino de Língua Estrangeira no Ensino Público.

Em 20 dezembro de 1996 foi publicada Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(Lei nº9.394) a qual dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino da Língua Estrangeira em todos os

níveis de ensino, desse modo, de acordo com o 5º parágrafo do Art. 26, “na parte diversificada do

currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da 5ª série do ensino fundamental o ensino de, pelo

menos uma Língua Estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro

da possibilidade escolar, dentro das possibilidades da instituição”, dessa forma, na maioria das

escolas optou-se pela Língua Inglesa.

Contudo, em 2005, foi criada a Lei nº 11.161, que tornou obrigatório a oferta de Língua

Espanhola nos estabelecimentos de Ensino Médio visando melhorar as relações comerciais do Brasil

com países de Língua Espanhola do Mercosul, com prazo de 5 anos para implementação, sendo

obrigatória a oferta da disciplina pela escola e de matrícula facultativa para o aluno, dessa forma,

como teremos professores formados e disponíveis para atuar no Ensino Médio, pode-se pensar na

oferta de uma segunda língua estrangeira nas escolas de ensino fundamental através do CELEM.

A Língua Espanhola é a segunda língua mais utilizada nos diversos tipos de comunicação

entre os povos, como na linguagem da cultura popular (música, cinema, quadrinhos, literatura,

videogames) sendo por isso, a que trará benefícios ao aluno tanto na vida acadêmica quanto a

social, pois, através do Ensino de Língua Espanhola, estamos valorizando o desejo de se comunicar

com outros e com o mundo.

Ao contextualizar, o ensino da Língua Estrangeira (Língua Espanhola), pretendeu-se

problematizar as questões que envolvem o ensino da disciplina, nos aspectos que o tem marcado,

sejam eles políticos econômicos sociais, culturais e educacionais. A partir dessa análise, serão

apresentados os fundamentos teórico-metodológicos que orientarão o ensino de Língua Estrangeira

no CELEM desta escola.

A aprendizagem de Língua Espanhola contribui para o processo educacional como um

todo, indo além da aquisição de um conjunto de habilidades linguísticas pois uma nova percepção da

linguagem funciona e desenvolve maior consciência do funcionamento da própria língua materna e

ao mesmo tempo, promove e contribui para apreciação dos costumes e valores de outras culturas.

O aluno vem para a escola trazendo consigo determinadas leituras de mundo que constitui

155

a sua cultura e como tal deve ser respeitados. Ao utilizar uma língua estrangeira na interação com

outras culturas os alunos podem ser levados a refletir sobre a língua como um meio cultural, como

um produto que constrói e é construído por determinadas comunidades, podendo reconhecer a

diversidade cultural em diferentes línguas, culturas e modos de pensar compreendendo que os

significados são social e historicamente construídos e possíveis de transformação.

Por isso é importante trabalhar temas sociais contemporâneos, abordando assuntos

importantes presentes na mídia nacional e internacional. Mas isto não é o suficiente, trata-se de

abordar o uso da Língua Espanhola como espaço de construção de significados dependentes da

situação de uso independente dos recursos que dispõe.

Este processo de escolarização demanda uma escola participativa onde a disciplina de

Língua Espanhola exerce uma contribuição significativa na formação geral do aluno levando a situar-

se no mundo. É a escola, através principalmente dos trabalhos de LEM, que proporciona ao aluno

uma visão mais ampla para ir ao encontro de outras línguas e culturas, podendo surgir então a

consciência do lugar que ocupa no mundo.

Dentre os objetivos gerais da Língua Espanhola mencionamos:

Abrir um novo mundo para quem a aprende, contribuindo para a formação e o desenvolvimento

social, intelectual, psicológico e econômico do aluno;

Auxiliar no progresso cultural do aluno, trazendo-lhe informações sobre os povos que utilizam a

língua estudada;

Possibilitar o acesso à literatura e a outros meios de armazenar informações em Língua

Espanhola, melhorando, assim, seu conhecimento científico, tecnológico e artístico;

Colaborar no amadurecimento de muitos aspectos da personalidade do aluno, tais como: receber

e aceitar elementos culturais diversos dos seus, participar ativamente da sociedade, conscientizar-se

do seu lugar na realidade social, política e cultural e, principalmente valorizar a sua própria cultura;

Auxiliar ao próprio aprendizado da língua materna, ao comparar estruturas gramaticais, explorar

a estrutura e a formação de palavras, treinar técnicas de interpretação de textos;

Contribuir para a formação de pessoas cidadãs melhores;

Tornar o aprendizado de Língua Espanhola divertido e proveitoso;

Sistematizar as estruturas básicas da Língua Espanhola de forma eficiente, atual, contextualizada

e temática;

Levar o educando a integrar-se no mundo atual através da leitura de textos de cunho cultural,

científico e vivencial, de forma crítica e consciente;

Tornar o aluno capaz de expressar-se, em Língua Espanhola, diante de situações diversas.

156

CONTEÚDOS ESTRUTURANTES

1º Ano

Apresentar-se, apresentar o outro e perguntar sobre a vida do outro (nome,

idade, nacionalidade)

Descrever uma pessoa (aspecto físico e características (cabelo, olhos,

estatura, vestuário, profissão), datas comemorativas

Textos informativos curtos

Notícias curtas e revistas, jornais, etc.

Jogos, Palavras cruzadas, etc.

Trabalhar objetos como: material escolar, produtos de supermercado, lojas,

Expressar vontades (programar uma festa de aniversário)

Localizar objetos no espaço, descrever peças da casa, desenhar e pintar com

as cores determinadas, elaborar cartazes com temas estudados, maquetes, etc.)

Diálogos

Profissões, família (árvore genealógica)

Perguntar sobre as preferências do outro (sobre animais, esportes, livros,

jogos, frutas, roupas, etc.).

Descrever objetos.

Música, filmes, datas comemorativas

Estruturas gramaticais pertinentes a série e aos tópicos mencionados:

(adjetivos, artigo definidos e indefinidos, números cardinais, alfabeto, verbos no

presente simples formas:

◦ interrogativa, negativa e afirmativa;

◦ pronomes pessoais, pronomes possessivos, pronomes demonstrativos,

singular e plural, pronomes interrogativos)

Passar alimentos durante uma refeição

Pedir um favor, uma ajuda

Dar ordens (diretas ou não)

Pedir permissão para fazer algo

Textos descritivos curtos

Textos informativos curtos

Estações do ano, material escolar e disciplinas escolares

Meses do ano, números cardinais e ordinais, partes do corpo humano

Músicas, filmes, jogos, etc.

Pedir a opinião de alguém sobre o país, sua população e outro assunto

estudado.

157

Horas e datas, endereços, número de telefones, vestuário

Partes da casa, alimentos, refeições, receitas simples

Tipos de comidas, empregos

Fazer um convite (para uma festa, um almoço, para um fim de semana)

Aceitar ou rejeitar um convite e explicar o porquê

Fazer perguntas no passado (recente) férias, passeios, festas, testes na

escola, o que fez ontem

Expressar opiniões sobre fatos (como férias, passeios, ida ao cinema, etc.)

Textos de instruções (como executar uma receita, praticar um jogo, etc.)

Criar comunicações, condições do tempo

Fazer entrevistas (perguntas para pesquisar sobre assuntos variados: cinema,

lazer, etc.)

Elaboração de questionários em grupos, dessa forma, o oral e a escrita serão

trabalhados

Fazer planos para o futuro (estudos, profissão, etc.)

Entrevistas

Textos informativos sobre diversos assuntos

Danças Típicas

Narrar fatos num passado mais remoto

Artigos de jornal e revistas

Expressar a proibição e o dever (é proibido, é preciso, etc.)

Expressar a noção de hipótese (presente e futuro)

Partes do corpo internas

Tipos de filmes

Feriados espanhóis e brasileiros

Descrever ações rotineiras

Convites, cartas e bilhete

Pedir permissão

Esportes

Falar ao telefone: pedir informações sobre cinema, teatro, horário de ônibus

Contatar um amigo e fazer para pedir ajuda

Sentido emoções (carta / bilhete, mensagem)

Artigos de jornais e revistas

Defender um ponto de vista (não gosto disso por isso ou por aquilo)

Vestuários, modelos e estilo

Carreira futura

158

2º Ano

Textos informativos e literários

Textos referentes a feriados, comemorações, cidadania, meio ambiente,

saúde, atualidade, ciência e tecnologia, inclusão social, músicas

Interpretação de textos

Relato e comentários breves de filmes

Expressões idiomáticas

Vocabulário de informática

Textos de diferentes temas

Músicas, jogos

Estruturas gramaticais:

Plural dos substantivos

pronomes pessoais

Adjetivos possessivos e pronomes possessivos

Forma imperativa

Verbos regulares e irregulares no passado

Graus comparativos e superlativos

Dar opinião

Vocabulário de informática

Expressões idiomáticas

Interpretação de textos

Textos de diferentes temas

Discurso direto e indireto

Pronomes relativos, indefinidos e reflexivos

Verbos preposicionados

Verbos auxiliares

Advérbios

Condicional

Voz passiva

159

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Partindo do pressuposto de que o objetivo da Educação Básica é a formação de um

sujeito crítico, capaz de interagir criticamente com o mundo a sua volta, o ensino de Língua

Espanhola ofertado nas escolas públicas, deve contribuir para esse fim. É preciso trabalhar a

língua enquanto discurso, entendido como prática social significativa de forma oral e/ou escrita.

Para o cumprimento dos objetivos propostos utilizaremos o método de ensino da

pedagogia histórico-crítica, adaptada às diversas situações do ensino de Língua Espanhola,

fazendo o uso da bagagem de conhecimento que cada aluno traz à comunidade escolar,

partindo do conhecimento dos alunos para a aquisição de novos conceitos e internalização de

uma nova língua. Assim sendo de mero receptor de conteúdos, o aluno torna-se um elemento

participante e consciente de sua posição como indivíduo no processo de ensino-aprendizagem,

ou seja, torna-se o centro do processo ensino e aprendizagem.

Entende-se, com base numa educação emancipadora, que a escola tem o

compromisso de promover junto aos alunos, meios necessários para que não apenas assimilem

o saber enquanto resultado, mas aprendam o processo de sua produção e a transformação da

sua realidade.

A linguística ensina que é importantíssimo no aprendizado de um idioma estrangeiro

assimilar as estruturas básicas, o que só se obtém por meio de muitos exercícios de reflexão,

orais e escritos, envolvendo o universo do aluno. Para isso, todas as atividades comunicativas

serão amplamente contempladas de uma maneira gradativa, contextualizada e temática.

A fim de despertar a atenção dos alunos, abordaremos tópicos e situações diversas,

próximas da sua realidade e interesse, para motivar sua participação ativa, recursos variados,

tais como textos, diagramas, tabelas, história em quadrinhos, etc., serão utilizados com a

finalidade de facilitar e dinamizar o aprendizado, deixando-o mais agradável, divertido e

proveitoso.

Os conteúdos deverão ser levados em consideração, assim, os conhecimentos prévios

dos alunos sobre os assuntos deveram ser abordados através de atividades, para sensibilizar o

aluno. Para tanto, o professor poderá iniciar sempre a aula com uma atividade ou uma conversa

relacionada ao que se vai estudar naquele dia. Pode ser um texto, um jogo, uma música ou

simplesmente um bate-papo motivador, da mesma forma que a apresentação de musicas e

filmes tem por finalidade o desenvolvimento da compreensão auditiva.

Propomos um trabalho em que o aluno saiba enfrentar uma situação de leitura com

160

algum sucesso, sabendo reconhecer as informações essenciais de um artigo curto de jornal, de

publicidade, uma página de instrução de um produto, texto informativo, texto literário, etc. Para

isso, é fundamental que se estude diferentes tipos de textos, material paralelo como jornais,

revistas, prospectos de propaganda, anúncios, etc. Os alunos serão levados a praticar uma

comunicação de forma simples e agradável nas mais variadas situações sendo sujeito de uma

Educação transformadora.

AVALIAÇÃO

A avaliação deve ser permanente, diagnóstica e formativa. Já que o objetivo da

avaliação não é apenas medir a aprendizagem, mas estabelecer um quadro de aprendizagem

efetiva por meio da participação dos alunos nas atividades propostas. Nesse sentido, a avaliação

não deve ser restrita a provas, testes e trabalhos.

Elemento que integra ensino e aprendizagem, a avaliação tem por meta o ajuste e a

orientação para a intervenção pedagógica, visando a aprendizagem da forma mais adequada

para o aluno. É um elemento de reflexão contínua para o professor sobre sua prática educativa e

um instrumento para que o aluno possa tomar consciência de seus progressos, dificuldades e

possibilidades.

Considerando a avaliação como um processo e como tal tem um sentido dinâmico de

crescimento, de progresso: no entanto, o ato avaliativo só se completa quando se tomam

decisões a respeito da continuidade do processo.

Portanto, tanto o professor quanto os alunos poderão acompanhar o desenvolvimento

e identificar as dificuldades ocorridas, bem como planejar e propor outros procedimentos que

visem a superação das dificuldades constatadas.

A recuperação contínua será subsidiada aos alunos durante o trimestre a medida em

que o professor e os alunos perceberem a necessidade da mesma. Será realizada através de

novas oportunidades de diferentes avaliações resgatando assim a aprendizagem dos conteúdos

já trabalhados.

O sistema de avaliação terá com peso 10,0 para todas as avaliações realizadas. Sendo

garantido ao aluno no mínimo três avaliações por trimestre, sendo duas provas e um trabalho.

A recuperação dos estudos poderá ser realizada por blocos de conteúdos ou a cada

avaliação, sendo garantida ao aluno sempre que houver necessidade de retomar o conteúdo e

posteriormente aplicar uma avaliação, com instrumentos diferenciados, para confirmar a

161

apropriação do mesmo pelos alunos.

Os alunos dos anos finais do ensino fundamental, do ensino médio, do formação de

docentes e técnico em administração que apresentarem frequência mínima de 75% do total de

horas letivas e média anual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) em cada disciplina, serão

considerados aprovados ao final do ano letivo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALONSO, Encina, ¿Cómo ser profesor/a y querer seguir siéndolo? Madrid, Edelsa, 1994.

LAROUSSE, Diccionario Enciclopédico. Coedición Internacional Argentina: Larousse, 1996.

MARINERO, Jaime Vanega. Curso de Español para Brasileiros. Curitiba: Centro Cultural

Hispano-Brasileiro, 1994.

MARTIN, Ivan Rodrigues, Síntesis: Curso de lengua Española. São Paulo, Ed. Ática, 2ª, 2006.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira

Moderna para a Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

SOUZA, JAIR SE OLIVEIRA, Español para Brasileños. São Paulo: FTD, 1997.

ZANDONÁ, CLARMI BUENO, DALMASSO, Elsa Inés. Viajando por el Mercosur. Itajaí:

Univali,1996.

162

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

O ensino de língua portuguesa deve ser voltado para a função social da língua, não

apenas para ingresso no mundo letrado, acesso ao conhecimento histórico e cultural

acumulados pelos homens, mas sobretudo, para integrar-se na sociedade a poder atuar sobre

ela de maneira ativa, construindo um processo de cidadania e constituindo-se enquanto cidadão.

Sendo assim o aluno precisa dominar habilidade de leitura e escrita que o capacitem a

viver em sociedade, atuando nas mais diversas situações sociais interagindo compreendendo,

participando e produzindo textos orais e escritos, dos diversos gêneros que circulam

socialmente.

As aulas de sala de apoio à aprendizagem no ensino fundamental são um suporte que

visa aprofundar estudos de conteúdos já desenvolvidos em sala de aula e aos quais o aluno não

se apropriou adequadamente durante o ensino regular, com o objetivo de possibilitar a melhoria

do processo de ensino e aprendizagem nas escolas.

As salas de apoio à aprendizagem tem como objetivo oportunizar aos alunos revisar,

tirar dúvidas, fixar e reforçar conteúdos vistos na sala de aula. Com esta alternativa pretende-se

desenvolver as potencialidades dos educandos através de metodologia adequada e condizentes

com faixa etária e escolaridade em que se encontram.

CONTEÚDOS DA SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM DE 5º ANO

Oralidade

Tem noções básicas de argumentação, atendendo aos objetivos do texto e aos do interlocutor.

Observa a concordância verbal e nominal, nos casos mais comuns, levando em conta o contexto

de produção.

Tem adequação vocabular, considerando o contexto de uso e as variantes linguísticas.

É capaz de recontar o que leu ou ouviu, mantendo a sequência na exposição das idéias.

Percebe as diferenças básicas entre a oralidade e a escrita.

Leitura

Lê com relativa fluência, entonação e ritmo, observando os sinais de pontuação.

163

Reconhece a idéia central de um texto.

Localiza informações explícitas no texto.

Percebe informações implícitas no texto.

Reconhece os efeitos de sentido do uso da linguagem figurada.

Identifica a finalidade e os objetivos dos textos de diferentes gêneros.

É capaz de fazer relações de um texto com novos textos e/ou textos já lidos.

Interpreta linguagem não verbal.

Escrita

Escreve com clareza, coerência e utiliza a argumentação.

Escreve conforme a norma padrão, utilizando as regras ortográficas vigentes.

Tem noções básicas de utilização dos sinais de pontuação.

Tem noções básicas de acentuação.

Reconhece maiúsculas e minúsculas, empregando-as na escrita.

Faz concordância verbal e nominal.

Utiliza adequadamente os elementos coesivos (pronomes, adjetivos, conjunções...)

substituindo palavras repetidas no texto.

CONTEÚDOS DA SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM DE 9º ANO

Localizar informações explícitas em um texto.

Inferir o sentindo de uma palavra ou expressão.

Inferir uma informação implícita em um texto.

Identificar o tema de um texto.

Distinguir um fato da opinião relativa a esse respeito.

Interpretar texto com o auxílio de material gráfico diverso ( propagandas, quadrinhos,

fotos, entre outros).

Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos que

tratam do mesmo tema.

Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou

ao mesmo tema.

164

Estabelecer relações entre partes de um texto, identificado repetições ou substituições

ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto.

Identificar a tese de um texto.

Estabelecer relação entre tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la.

Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.

Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa.

Estabelecer relações/consequência entre partes e elementos do texto.

Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções,

advérbios, etc.

Identificar efeito de humor ou ironia em textos variados.

Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras anotações.

Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e interlocutor de um texto.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A concepção de linguagem norteará a aplicação de metodologias e, por esta razão, os

estudos do conteúdo oralidade, leitura e escrita, estará sempre subordinado à dinâmica de

textos.

Os gêneros textuais apresentados aos educandos precisam contemplar as possíveis

situações de uso social da linguagem nas atividades propostas, tendo como objetivo identificar a

finalidade do texto, a posição assumida pelo autor, o contexto social, político, histórico,

econômico, filosófico, entre outros, como destaque para as variedades linguísticas, os

mecanismos gramaticais e léxicas na construção do texto.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Os mecanismos gramaticais devem ser trabalhados de forma contextualizada para que a

partir do texto, o aluno possa reconhecê-los, como elementos de construção textual dos gêneros

estilísticos e do cotidiano, uma vez que o objetivo do ensino da língua é orientar o uso da

linguagem para a norma padrão. Para isso faz-se necessária a prática orientada da produção

oral e escrita de textos dos diferentes gêneros do discurso. O desenvolvimento desta prática é

importante porque o texto do educando revela, além do conhecimento do mundo, os conteúdos

aprendidos e os que devem ser priorizados no planejamento do educador.

165

As metodologias utilizadas na Sala de Apoio, certamente são as mais variadas, pois

estamos falando de alunos com dificuldades, com defasagem de aprendizagem portanto, estes

são único, com suas particularidades e dificuldades, assim, se faz necessário trabalhar de forma

diferenciada, muitas vezes para cada um de uma maneira, momentos de trabalho individual e

coletivo, promovendo a interação entre o sujeito e a aprendizagem. Neste sentido, o professor

passa a ser um mediador desse processo de interlocução. Dominar a linguagem oral e escrita é

fundamental para que o aluno tenha condições e possa seguir adiante, nas demais séries. Assim

sendo, cada professor estará empenhado na busca de alternativas didáticas e recursos para

contribuir nessa.

AVALIAÇÃO

A avaliação precisa ser entendida como instrumento de compreensão do nível de

aprendizagem dos alunos em relação às práticas de linguagem: leitura, produção de texto e

análise linguística, para que o educador possa re-encaminhar seu planejamento.

O processo avaliativo deve ser coerente com os objetivos propostos e com os

encaminhamentos metodológicos. Sendo assim, o erro no processo de ensino e aprendizagem

indica os conteúdos que devem ser retomados.

A avaliação é então uma oportunidade de reflexão sobre o próprio processo de ensino e

de seus resultados. Após diagnosticar a dificuldade do aluno, deve ser proporcionado atividades

paralelas e contínuas que oferecerão aprimoramento e desenvolvimento permanente.

REFERÊNICAS BIBLIOGRÁFICAS

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da educação básica de

Língua Portuguesa para a Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

Site: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/ficha_lingua_portuguesa.pdf

disponível em 12 de setembro de 2011.

Site: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=28

disponível em 12 de setembro de 2011.

166

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

Historicamente, é inegável o papel do ensino da matemática para resolver problemas da

vida cotidiana e as suas inúmeras aplicações no mundo do trabalho, além de sua importância

para o desenvolvimento de outras áreas do conhecimento, contudo, ao longo dos anos verificou-

se que os alunos demonstram muitas dificuldades na aprendizagem de matemática e cada vez

mais, busca-se alternativas para resolver este problema educacional, pois aos índices

apresentados pelos meios de avaliação educacional e comunicação, estão preocupantes.

A escola é responsável pela transmissão de conhecimento, porém na atual situação

exige-se que a escola tenha uma nova concepção, portanto uma forma diferenciada de trabalhar,

uma nova postura, novas metodologias para transmitir aprendizagem. Partindo deste princípio e

diante das muitas dificuldades apresentadas pelos alunos de 6º e 9º ano do Ensino

Fundamental, anos finais, a escola oferece uma nova oportunidade de aprendizagem, o aluno

participar de aulas no turno contrário através do programa de Sala de Apoio à Aprendizagem,

amparado pela INSTRUÇÃO Nº 004/2011; 007/2011; 1690/2011 e 2772/2011 – SUED/SEED,

com quatro aulas semanais e atividades que visam à superação das dificuldades.

Procura-se propor meios e alternativas de superar este déficit com o Ensino da

Matemática, assim, a escola oferece, no período contrário ao que o aluno estuda, atividades nas

salas de apoio á aprendizagem de alunos de 6º e 9º ano, com aulas nas quais o trabalho é

realizado de forma diferenciada. Onde o professor por ter um número menor de alunos pode

direcionar um contato mais individualizado com os mesmos intervindo nas dificuldades, para que

as mesmas sejam possam ser superadas através de atividades adequadas ao nível de

aprendizagem e idade dos alunos.

CONTEÚDOS DA SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM DE 6º ANO

Objetivos: atender alunos dos 6º e 9º ano com dificuldades de aprendizagem e

defasagens de conhecimentos, julga-se importante captar as percepções dos professores acerca

de como o aluno aprende e da influência dessa concepção em suas práticas para que ocorra a

aprendizagem em Matemática.

167

Números e álgebra

Sistema de numeração decimal, tais como agrupamento e troca na base 10 e princípio

do valor posicional.

Classificação e seriação numérica.

Adição ou subtração de números naturais.

Multiplicação ou divisão de números naturais.

Situações problemas com números naturais, envolvendo diferentes significados da

adição ou subtração.

Situações problemas com números naturais, envolvendo diferentes significados da

multiplicação ou divisão.

Número racional.

Fração como representação que pode estar associada a diferentes significados.

Números racionais expressos na forma decimal envolvendo diferentes significados da

adição ou subtração.

Escrita decimal, a partir de cédulas e moedas do sistema monetário brasileiro.

Grandezas e medidas

Medida de grandeza utilizando unidades de medida convencionais ou não.

Problemas significativos utilizando unidades de medida padronizadas como

km/m/cm/mm, kg/g/mg, l/ml.

Relações entre unidades de medida de tempo (dia e semana, hora e dia, dia e mês, mês

e ano, ano e década, ano e século, década e século, hora e minuto, minuto e segundo),

incluindo leitura de calendário.

Problemas envolvendo o cálculo do perímetro.

Problemas envolvendo o cálculo ou estimativa de áreas de figuras planas, desenhadas

em malhas quadriculas.

Geometrias

Localização/movimentação de objetos em mapas e outras representação gráfica.

Propriedades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais pelo número de lados.

Propriedades comuns e diferenças entre poliedros e corpos redondos, relacionando

figuras tridimensionais com suas planificações.

168

Tratamento da Informação

Leitura de informações e dados apresentados em tabelas.

Leitura informações e dados apresentados em gráficos.

Retirar dados e informações de gráficos, tabelas e textos para resolver problemas.

CONTEÚDOS DA SALA DE APOIO À APRENDIZAGEM DE 9ºANO

Números e álgebra

Números Reais em suas diferentes formas.

Números Reais na reta numérica.

Regra de Três Simples.

Razão e Proporção entre grandezas e realiza operações.

Polinômios.

Equações e inequações de 1º grau.

Expressão algébrica.

Sistemas de Equação de 1º Grau.

Grandezas e medidas

Conversão das unidades de medida de comprimento, massa, ângulo, grau, superfície,

tempo, volume, velocidade e do Sistema Monetário.

Problemas envolvendo conceitos de perímetro, área e volume.

Geometria

Propriedades de figuras planas, corpos redondos e sólidos geométricos.

Planificação dos sólidos geométricos.

Coordenadas em gráfico cartesiano.

Interpretação de informações apresentadas por meio de coordenadas cartesianas.

Tratamento da informação

Princípio Fundamental da Contagem e desenvolve raciocínio combinatório.

Média Aritmética e Moda a partir de dados estatísticos.

Estimativa no cálculo e solução de problemas.

Cálculo de Porcentagem e Juros simples.

169

Funções

Lei de formação de uma função do 1º Grau e compreende a relação de dependência entre

elementos de um conjunto.

Noções intuitivas de Função Quadrática e identifica a concavidade da parábola através do

sinal da função.

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A Sala de Apoio à Aprendizagem trabalhará com todos os alunos ao mesmo tempo,

observando as dificuldades individuais, utilizando-se de uma metodologia baseada nas

Tendências em Educação Matemática presentes nas Diretrizes Curriculares Estaduais (2008).

Entre tais tendências, será usada a modalidade de ensino, a Resolução de Problemas e

as Mídias Tecnológicas. Também será oferecido o uso de outros materiais didáticos, jogos e a

utilização de recursos tecnológicos entre eles, sites especializados em jogos e atividades

lógicas, que podem ser utilizados nas salas de apoio e aprendizagem matemática, possibilitando

ao aluno uma aprendizagem, onde ele se sinta incluído no processo, como sujeito ativo e

participante de sua própria aprendizagem.

AVALIAÇÃO

A avaliação dos alunos acontecerá durante o processo de forma continua, durante o

desenvolvimento dos conteúdos no decorrer das atividades. Iniciando pelo diagnostico na sala

regular onde o professor regente indicará ao da Sala Apoio as dificuldades do aluno quanto aos

conteúdos. O professor da Sala de Apoio Aprendizagem do 6º e 9°ano estará avaliando esses

alunos, juntamente com o professor da sala regular e a equipe pedagógica. Para que juntos

possam diagnosticar se defasagens de aprendizagem foram sanadas, e quais ainda precisam

serem atendidas. Ao superar as defasagens, o aluno será dispensado da Sala Apoio, podendo

retornar posteriormente se apresentar outras dificuldades de aprendizagem.

170

REFERÊNICAS BIBLIOGRÁFICAS

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte para a

Educação Básica, Curitiba: SEED, 2009.

______. Orientações pedagógicas da Sala de Apoio à aprendizagem

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

Site: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/ficha_matematica.pdf,

disponível em 12 de setembro de 2011.

Site: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=28

disponível em 12 de setembro de 2011.

Sites Educativos: www.somatematica.com.br www.geometria.com.br www.ensinomedio.com.br www.matematica.com.br www.cienciaonline.org www.portaleconomia.com.br www.mathematikos.psico.ufrgs.br http://super.abril.com.br/index.shtml http://novaescola.abril.uol.com.br

171

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA RECURSOS: DEFICIENCIA INTELECTUAL E TRANSTORNOS FUNCIONAIS ESPECÍFICOS

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A educação inclusiva tem como principal objetivo a universalização da educação: É uma

proposta que contém uma aposta na possibilidade de aprimorarmos o processo educativo das

escolas que temos, para todos e todas.

As propostas de orientação inclusiva dizem respeito a qualquer aprendiz, independente

de sua raça, gênero, etnia ou nível sócio-econômico. Todos e todas têm direito público e

subjetivo de aprender e de participar.

A constituição garante desde 1988 o acesso de todos ao Ensino Fundamental, sendo

que alunos com necessidades especiais devem receber atendimento especializado

preferencialmente na escola, que não substituí o ensino regular.

Também – ECA, Lei nº 8.069/90, art. 55 e a Declaração Mundial de Educação para todos

( 1990) e a Declaração de Salamanca ( 1994), bem como outras leis e decretos.

Nosso colégio consta com o apoio de especialistas para trabalharem com os aprendizes

em salas de Recursos e Multifuncionais tipo I e de Altas Habilidades, Superdotação e oferta a

Sala de Recursos Multifuncional – Tipo I, na Educação Básica Instrução nº 16/2011 – Resolução

nº 4459/11. É um atendimento educacional especializado, de natureza pedagógica que

complementa a escolarização de alunos que apresentam Deficiência Intelectual, Deficiência

Física, Neuromotora, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Transtornos Funcionais

Específicos, matriculados na Rede Pública de Ensino. Funcionará com características próprias

em consonância com as necessidades específicas do aluno nela matriculado.

CONTEÚDOS TRABALHADOS

MATEMÁTICA

Números naturais;

Ordem e classe;

Números ordinais;

Números romanos;

As quatro operações e

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Compreender o conceito de número;

Levar o aluno a classificar, ordenar e seriar;

Trabalhar com desafios matemáticos e cálculo mental;

Propor jogos com números e com tabuada;

172

suas propriedades;

Expressões numéricas;

Resolução de

problemas;

Cálculo de um termo

desconhecido;

Divisibilidade;

Frações;

Operações com

frações;

Desenhos e formas,

ponto, reta e linha

curva;

Figuras geométricas;

Área e perímetro

Explorar problemas que utilizem textos escritos;

Problematizar, registrar, ler e representar números utilizando

as regras do sistema de numeração decimal;

Compor e decompor números, utilizando regras do SND;

Efetuar as quatro operações com a técnica operatória;

Entender e utilizar as tabuadas;

Resolver problemas envolvendo as quatro operações;

Associar a divisão a ideia de repartir uma quantidade em

partes iguais e a ideia de medida.

Construir imagens partindo do conceito de ponto, linha reta

e linha curva, bem como utilizando as cores e suas

possibilidades de combinação para compor desenhos e

formas geométricas;

Compreender o processo de fração, e assim realizar o

cálculo utilizando as 4 operações matemáticas.

LÍNGUA PORTUGUESA

Oralidade;

Leitura;

Escrita.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Valorizar a experiência do aluno através da prática oral estimulando

frequentemente a expor suas ideias e opiniões de forma espontânea;

Criar sempre situações para que todos os alunos se manifestem;

Orientar os alunos a adequar sua fala a diferentes interlocutores e

situações sociais;

Garantir um clima de respeito durante as conversas e debates,

valorizando a diversidade;

Estimular no aluno a capacidade de expressar seus pensamentos

oralmente e por escrito de forma clara e organizada;

Rever o processo de organização textual, considerando as idéias e a

pontuação.

Desenvolver habilidade de comunicar-se, utilizando outras formas de

expressão;

173

ÁREAS DO DESENVOLVIMENTO

HABILIDADE SENSORIAL

Acuidade auditiva;

Decodificação auditiva;

Associação áudio-verbal;

Memória auditiva;

Acuidade visual;

Coordenação e acompanhamento

visual;

Descrição visual das formas;

Diferenciação visual figura/fundo;

Memória visual.

HABILIDADE COGNITIVA

Análise sistematização, interpretação de

dados, fatos e situações;

Atividades planejadas de raciocínio lógico,

hipotético-dedutivo e cálculo mental;

Conceito de número, processos aritméticos,

compreensão analítico do todo;

Classificar, ordenar, seriar, discriminar e

generalizar;

Respostas por antecipação.

HABILIDADE SOCIAL

Habilidade de lidar com pessoas,

aceitação e reconhecimento social;

Julgamento de valor;

Maturidade e criticidade;

Conhecimento e controle próprio de

conduta;

Aprendizagem de hábitos sociais e

adaptação.

HABILIDADE MOTORA

Correr;

Arremessar;

Saltitar;

Dançar;

Destreza motora;

Força muscular;

Equilíbrio e ritmo;

Coordenação muscular.

HABILIDADE PSICOMOTORA

Organização do corpo no espaço;

Reações rápidas;

Discriminação tátil;

Sentido de direção;

Lateralidade;

Orientação no tempo;

Viso-motora fina (forma e espaço);

Auto identificação;

Abstração do corpo e localização espacial;

Velocidade de aprendizagem viso-motora.

174

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia desenvolvida está de acordo com a necessidade de cada aluno, auxilia e

contribui efetivamente na superação destas dificuldades. Dessa forma, se propõe a atender

problemas cognitivos, sócio/afetivos, emocionais e motores, bio/psico/social, através de

trabalhos individuais e coletivos, como: leitura de vários tipos de textos poéticos, literários,

informativos, narrativos, notícias, etc., estimulando o gosto pela leitura e explorando a

interpretação oral e escrita de cada texto. Trabalha também produção de textos individuais ou

coletivos, como forma de aprimorar a sequência de ideias, coerência, coesão, parágrafo, estética

textual, grafia, concordâncias, fonemas, letra maiúscula e minúscula e elementos gramaticais.

Desenvolve atividades lúdicas com jogos, de estratégia, tabuleiro, utilizando a

informática e raciocínio lógico, como: xadrez, memória, quebra-cabeças, dominó, tangram, como

forma de desenvolver a atenção, concentração, memória, agilidade mental, raciocínio lógico,

áreas cognitiva e sócio/emocional. Busca trabalhar sempre atividades atrativas, diversificadas e

desafiadoras, para estimular o pensamento a reflexão e percepção, onde o aluno busque

respostas completas e coerentes.

Aulas expositivas, atividades individuais, duplas e em grupos. Pesquisas, vídeos

educativos, música, passeios, debates. Jogos,desafios matemáticos, atividades lúdicas e

cooperativas.

RECURSOS

TV, vídeos, DVD's, Jogos de raciocínio lógico, jogos de matemática, jogos de estratégia,

material dourado, ábaco, sucatas, calculadora, EVA colorido, cola, tesouras, pincel, tinta guache,

retalhos, material de costura(botão, linha, agulha), dicionário, quadro branco, livros didáticos,

figuras, gibis e quadrinhas, computador, internet, bola, textos diversos, sementes, barbante,

caderno.

AVALIAÇÃO

Será realizada uma avaliação diagnóstica e contínua para verificar o desempenho e

evolução do aluno durante a intervenção na sala de recursos, bem como na série em que o

aluno está cursando correspondente ao ensino fundamental, esta será medida qualitativa e

175

quantitativamente através de seu desempenho nas disciplinas específicas, afim de atender os

objetivos pretendidos neste plano de trabalho docente de acordo com a especificidade de

aprendizagem de cada aluno.

OBSERVAÇÃO: Sempre que necessário apoio multiprofissional o mesmo será solicitado.

REFERÊNICAS BIBLIOGRÁFICAS

CAPELO,Sonia, 4º volume –Coleção Desafios, editora Ática, 1992.

Coletânea de textos Português e Coletânea de atividades de Matemática, para Sala de Apoio a

Aprendizagem.

Manual pedagógico de matemática, 5ª série, de imenes e lellis, Editora Scipione.1996.

PARANÁ, Secretaria do Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Especial

para a Construção de Currículos Inclusivos, Curitiba: SEED/DEB, 2008.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

Sitios :

http://www.google.com.br

http://www.rachacuca.com.br

http://www.diaadia.pr.gov.br

http://www.diaadia.pr.gov.br/deb/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=62

http://www.cempem.fae.unicamp.br

http://www.geocities.com.br/curiosidadesdesafios

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/

176

PROPOSTA PEDAGÓGICO CURRICULAR DE SALA RECURSOS: ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO

APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA

A Sala de Recursos de Altas Habilidades e Superdotação iniciou seu funcionamento em

nossa escola no ano de 2011, com respaldo legal na Lei de Diretrizes e Bases da Educação -

LDB (Lei 9394/96) – Arts Nº 58 a 60 – 20/12/96, no Plano Nacional de Educação – (Lei

10172/01) – 09/01/01, no Parecer Nº 17/01 do Conselho Nacional de Educação/Câmara de

Educação Básica de 03/07/01, na Resolução Nº 2 do Conselho Nacional de Educação/Câmara

de Educação Básica de 11/09/01 que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial

na Educação Básica do Ministério da Educação, pela Política Nacional de Educação Especial e o

Decreto 6571 (2008), alem do Parecer Nº 13 do CNE/CEB.

Segundo O Ministério da Educação (1994), as pessoas com altas habilidades atingem

entre 3 e 5% da população e desenvolvem características como

Capacidade intelectual geral,

Aptidão acadêmica especifica,

Pensamento criativo ou produtivo,

Capacidade de liderança,

Talento especial para artes,

Capacidade psicomotora.

Teoricamente identificam-se dois tipos de AH/SD: acadêmico e produtivo-criativo,

contudo, ambos são igualmente importantes e normalmente apresentam uma interação entre si.

Segundo Renzulli (1976,1979,2004), o tipo Acadêmico apresenta as seguintes

características:

Competências nas habilidades cognitivas mais valorizadas nas situações de

aprendizagem tradicional (mais analíticas do que práticas) – habilidades lingüísticas

e lógico-matemáticas;

Freqüentemente apresenta notas altas na escola;

Tende a enfatizar a aprendizagem dedutiva, a aquisição, armazenamento e

recuperação das informações;

Ênfase no pensamento convergente;

Gosta de ler muito;

177

Pensamento abstrato;

Mais estável, no tempo;

Concentra-se nas atividades que lhe interessam;

Consumidor de conhecimento;

Melhor adaptação ao ritmo da sala de aula;

É o tipo mais facilmente identificado por testes de QI.

Concentra suas leituras em focos específicos;

Percebe a sua diferença e assincronismo como algo negativo;

Tem mais dificuldade em estabelecer relações afetivas e de amizade;

Preferência por trabalhar sozinho;

Porque podem ter sucesso sem tentar, elas raramente se esforçam muito em seu

trabalho escolar;

Está sempre esperando que os outros terminem o que ele já fez, ou que o professor

continue com a aula.

Quando constantemente trabalhando com tarefas demasiadamente fáceis, podem

tentar criar seus próprios desafios, tal com testar, ou mesmo quebrar regras

estabelecidas

Já o tipo produtivo-criativo parece:

Ser mais questionador;

Não gostar da rotina;

Dispersivo quando a tarefa não lhe interessa com picos de rendimento;

Extremamente imaginativo, intuitivo e inventivo;

Habilidades mais restritas a um campo específico;

Ideias, produtos, expressões artísticas originais;

Modos originais de abordar e resolver os problemas;

Muitas vezes seu desempenho é considerado baixo e/ou com falta de motivação;

Usa mais o pensamento divergente;

Ênfase investigativa (modelo indutivo);

Produtor de conhecimento;

Criatividade a serviço da capacidade e

Envolvimento diferenciados.

Gosta de ler muito e em muitas áreas diferentes;

178

Percebe sua diferença, mas de forma positiva;

Tem preocupações sociais muito claras e fortes;

A família é extremamente importante na sua vida;

O encaminhamento do aluno para a sala de recursos AH/SD é feito pelos professores da

classe comum, professor especializado, pedagogo da escola, equipe multiprofissional externa e

equipe do NRE e/ou Secretaria Municipal de Educação, devidamente orientada pela

SEED/DEEIN, complementada ou não com laudo psicológico.

O principal objetivo da sala de recursos AH/SD é oportunizar intervenções nas áreas das

habilidades e interesses dos alunos, explorando a criatividade, a fim de motivá-los, buscando

trabalhar sempre atividades atrativas, diversificadas e desafiadoras, para estimular o

pensamento, a reflexão e percepção, onde o aluno busque respostas completas e coerentes,

com parcerias estabelecidas pela escola e outras instituições/organizações afins.

Simultaneamente, trabalham-se as emoções e sentimentos:

Construção de uma auto-estima e autoconceito consistente,

Conhecimento e educação das emoções,

Habilidades em elaborar planos e projetos para o futuro,

Reconhecimento de talentos e habilidades pessoais,

Desenvolvimento da percepção, através do treino das habilidades sensoriais,

Habilidades musicais e poéticas,

Relaxamento físico e mental,

Desenvolvimento da imaginação e capacidade de visualização.

CONTEÚDOS TRABALHADOS

Gêneros Literários;

Meios de Comunicação;

Informática e Tecnologia;

Artes Visuais;

Geometria;

Meio Ambiente e Sustentabilidade;

Música;

Teatro;

Dança;

Saúde e Sexualidade;

Diversidade.

179

ÁREAS DO DESENVOLVIMENTO

HABILIDADE SENSORIAL

Acuidade auditiva;

Decodificação auditiva;

Associação áudio-verbal;

Memória auditiva;

Acuidade visual;

Coordenação e acompanhamento visual;

Descrição visual das formas;

Diferenciação visual figura/fundo;

Memória visual.

HABILIDADE MOTORA

Correr;

Arremessar;

Saltitar;

Dançar;

Destreza motora;

Força muscular;

Equilíbrio e ritmo;

Coordenação muscular.

HABILIDADE PSICOMOTORA

Organização do corpo no espaço;

Reações rápidas;

Discriminação tátil;

Sentido de direção;

Lateralidade;

Orientação no tempo;

Viso-motora fina (forma e espaço);

Auto identificação;

Abstração do corpo e localização espacial;

Velocidade de aprendizagem viso-motora.

HABILIDADE COGNITIVA

Análise sistematização, interpretação de

dados, fatos e situações;

Atividades de raciocínio lógico, hipotético-

dedutivo e cálculo mental;

Conceito de número, processos aritméticos,

compreensão analítica do todo;

Classificar, ordenar, seriar, discriminar e

generalizar;

Respostas por antecipação.

HABILIDADE DE LINGUAGEM

Vocabulário;

Fluência verbal;

Articulação;

Habilidade de lidar com as palavras;

Compreensão de leitura, escrita e gestos.

HABILIDADE SOCIAL

Habilidade de lidar com pessoas, aceitação e

reconhecimento social;

Julgamento de valor;

Maturidade e criticidade;

Conhecimento e controle de conduta;

Aprendizagem de hábitos sociais e adaptação.

180

ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

Desenvolve atividades lúdicas com jogos de estratégia, tabuleiro, utilizando a informática

e raciocínio lógico, como: xadrez, memória, quebra-cabeças, dominó, tangran, como forma de

desenvolver a atenção, concentração, memória, agilidade mental, raciocínio lógico, áreas

cognitiva e sócio/emocional. Busca trabalhar sempre atividades atrativas, diversificadas e

desafiadoras, para estimular o pensamento a reflexão e percepção, onde o aluno busque

respostas completas e coerentes.

Estimular a oralidade através de assuntos de interesse dos alunos. Desenvolver a

expressão corporal através de mímicas, dramatizações, contos, músicas e brincadeiras.

Desenvolver a autoestima com atividades de expressão corporal, que estimulem sua

autoconfiança, interesse e autonomia, usando dinâmicas, elogios, desafios e conversas.

Trabalhar situações-problemas em matemática, partindo de operações simples até as mais

complexas.

Através de aulas expositivas, atividades individuais, duplas e em grupos. Pesquisas,

vídeos educativos, leitura, dança, música, passeios, debates. Jogos, desafios matemáticos,

atividades lúdicas e cooperativas.

RECURSOS

TV, vídeos, DVD's, Jogos de raciocínio lógico, jogos de matemática, jogos de estratégia,

material dourado, ábaco, sucatas, calculadora, EVA colorido, cola, tesouras, pincel, tinta guache,

retalhos, material de costura (botão, linha, agulha), dicionário, quadro branco, livros didáticos,

figuras, gibis e quadrinhas, computador, internet, bola, textos diversos, sementes, barbante,

caderno.

AVALIAÇÃO

Será realizado uma avaliação diagnóstica e contínua para verificar o desempenho e

evolução do aluno durante a intervenção na sala de recursos, que será medida qualitativa e

quantitativamente através de seu desempenho nas disciplinas específicas, a fim de atender os

objetivos pretendidos neste plano de trabalho docente de acordo com a especificidade de

aprendizagem de cada aluno.

181

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, MEC/SEESP, 1994

PARANÁ, Secretaria do Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Especial

para a Construção de Currículos Inclusivos, Curitiba: SEED/DEB, 2008.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

REGIMENTO ESCOLAR do Colégio Estadual João Paulo II, 2011.

RENZULLI, J. S. The Three-ring conception of giftedness: A Developmental Model for

Creative Productivity. In: RENZULLI, J. S.; REIS, S. M. The Triad Reader. Connecticut:

Creative Learning Press, 1986 p. 11/12.

Sítios:

http://www.google.com.br

http://www.rachacuca.com.br

http://www.diaadia.pr.gov.br

http://www.diaadia.pr.gov.br/deb/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=62

http://www.cempem.fae.unicamp.br

http://www.geocities.com.br/curiosidadesdesafios

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/

http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/Lista1.pdf