261
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS PROTEÍNAS DE SOJA E COLÁGENO: VALIDAÇÃO DAS METODOLOGIAS DE QUANTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA DO USO EM PRODUTOS CÁRNEOS JUSSARA CARVALHO DE MOURA DELLA TORRE Engenheira de Alimentos Mestre em Tecnologia de Alimentos Orientador: Prof. Dr NELSON JOSÉ BERAQUET Tese apresentada à Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Doutor em Tecnologia de Alimentos. Campinas 2004

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

PROTEÍNAS DE SOJA E COLÁGENO: VALIDAÇÃO DAS

METODOLOGIAS DE QUANTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO

TECNOLÓGICA DO USO EM PRODUTOS CÁRNEOS

JUSSARA CARVALHO DE MOURA DELLA TORRE

Engenheira de Alimentos

Mestre em Tecnologia de Alimentos

Orientador: Prof. Dr NELSON JOSÉ BERAQUET

Tese apresentada à Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de

Campinas para obtenção do título de Doutor em Tecnologia de Alimentos.

Campinas

2004

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ii

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA F.E.A. – UNICAMP

Della Torre, Jussara Carvalho de Moura D38p Proteínas de soja e colágeno: validação das metodologias de

quantificação e avaliação tecnológica do uso em produtos cárneos / Jussara Carvalho de Moura Della Torre. – Campinas, SP: [s.n.], 2004.

Orientador: Nelson José Beraquet Tese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas.

Faculdade de Engenharia de Alimentos. 1.Carnes – Produtos. 2.Colágeno. 3.Soja. 4.Proteínas.

5.Legislação. I.Beraquet, Nelson José. II.Universidade Estadual de Campinas.Faculdade de Engenharia de Alimentos. III.Título.

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iii

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________ Dr. Nelson José Beraquet

FEA-UNICAMP – Campinas Presidente

_____________________________________ Dr. Jaim Lichtig

IQ-USP – São Paulo Membro

_____________________________________ Dra. Eunice A Yamada

CTC - ITAL – Campinas Membro

_____________________________________ Dra. Flávia Maria Netto

FEA-UNICAMP – Campinas Membro

_____________________________________ Dr. Pedro Eduardo de Felício FEA-UNICAMP – Campinas

Membro

_____________________________________ Dr. José Luiz Pereira

FEA-UNICAMP – Campinas Membro

_____________________________________ Dr. Massami Shimokomaki

UEL – Londrina Membro

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v

Dedico este trabalho com muito carinho à

minha amada família, pela confiança,

incentivo e presença, principalmente nos

momentos mais difíceis.

Minhas filhas,

Mariana e Isabela

Meu marido,

Ricardo

Meus pais,

Idalina e Abel (in memoriam)

Minha sogra e sogro

Therezinha e Benedito (in memoriam)

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vi

AGRADECIMENTOS

A conclusão deste trabalho só foi possível graças à colaboração direta e indireta de muitas

pessoas. Agradeço profundamente a contribuição que recebi de todos os envolvidos neste projeto.

Agradeço em especial a meu orientador, Dr. Nelson José Beraquet, chefe do Centro de

Tecnologia de Carnes do ITAL, não apenas pela orientação, mas por seu incentivo, paciência e

apoio na realização desta tese.

À banca examinadora desta tese, pelas opiniões e correções, que em muito valorizaram este

trabalho.

Ao Dr. Odair Zenebon, Diretor da Divisão de Bromatologia e Química do Instituto Adolfo

Lutz (IAL), por acreditar e confiar em meu trabalho, disponibilizando parte de seu tempo na

coordenação do projeto FAPESP.

À Deise A. P. Marsiglia, Diretora do Serviço de Alimentos, pela ajuda e estímulo na

continuidade deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Jaim Lichtig (USP e IAL), que muito me auxiliou com seus conhecimentos de

química, pelo incentivo e pelas discussões, sugestões, correções e colaborações.

À pesquisadora Sônia França Correia Barbosa, da Seção de Imunologia do IAL, pela

amizade e orientação quanto às técnicas imunoquímicas (projeto FAPESP).

Aos amigos da Seção de Óleos, Gorduras e Condimentos do Instituto Adolfo Lutz, Mário,

Márcia, Emy, Cássia, Rosymaura, Vera, Nair, Sandra, Josefa e, especialmente, Regina (chefe da

Seção), pela compreensão, carinho, amizade e apoio no decorrer destes anos.

Às minhas amigas e colaboradoras Maria Auxiliadora e Nice, do Laboratório de Análise

Sensorial, por me apoiarem e ajudarem nas horas difíceis.

À Seção de Doces e Amiláceos, em especial ao Edson Marciano, pela realização das

inúmeras análises de protídios.

À amiga Viviane Rodrigues Ferracioli, pela colaboração na execução das análises.

À amiga Dra. Cristiane Bonaldi Cano, pela inestimável ajuda computacional.

À Dra. Carmen Tadini da Poli-USP, pela valiosa colaboração.

Aos amigos Dr. Afonso de Liguori Oliveira, Dr. Pedro Eduardo de Felício e Dra. Susana

Cardoso, que sempre me ajudaram nas correções referentes à área veterinária.

Ao Henri de Kerchove, pelas informações relativas a proteínas de soja.

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vii

Ao Dr Tadeu F. da Silveira, do CTC/ITAL e à firma Elanco-Ell Lilly do Brasil Ltda pelo

fornecimento dos animais suínos utilizados neste estudo.

Ao Dr Flávio Schmidt, do Centro de Tecnologia de Hortifrutículas do ITAL, por estar

sempre pronto a me ajudar com a recravação e esterilização das conservas enlatadas.

Às empresas Yoki Alimentos S.A.; Kraki & Lopesco; Ceval Alimentos S.A.; Protein

Tecnologies International do Brasil Ltda.; Frigorífico Porto Ltda.; e Companhia Metalúrgica Prada,

pelo fornecimento de ingredientes e insumos utilizados no presente trabalho.

Ao Centro de Tecnologia de Carnes do ITAL e seus funcionários, especialmente, Márcia

Harada, Kátia, Ângela, Rivaldo, Célia, Tânia, Mariana e Fabiana, pelas muitas colaborações na

execução deste trabalho.

À amiga Maria Teresa Esteves Lopez Galvão, da Frigobrás-Sadia, pelo auxílio nas análises

objetivas de cor.

Ao Rogério Tumelero, da Sadia, pela importação e fornecimento de uma unidade de kit

teste para quantificação de proteína de soja.

Ao Marcelo Rouanet, pelas rápidas traduções.

À Secretaria da Divisão de Bromatologia e Química do IAL, nas pessoas de Marilda, Gema

e Maria Helena, pela ajuda.

À Secretaria de Pós-Graduação da FEA, especialmente, ao Cosme, André, Ricardo e Jaime,

por tantos telefonemas e perguntas.

Às bibliotecárias e amigas da USP, Silvia, Cidinha e Cristina, pela ajuda na importação de

livro e revisão bibliográfica.

À Dalva pela valiosa ajuda na rotina doméstica.

Aos meus queridos familiares, Jurema e Guido, Cezarino, Mônica e Iara, Ubirajara e

Márcia, Guaraciaba e Rui, Silvia e Benê, Márcia e Acir, Maura e Pedro, Roberto e Denise, Wanda e

Badih, Judy e Milton, Neusa (in memoriam) e Jamil (in memoriam), Jeanete e Vicente (in

memoriam), Farid (in memoriam), Bechara, Anete (in memoriam) e Ragi; aos meus afilhados

Bruno, Giancarlo e Fernanda; primos, sobrinhos e tios, pelo apoio, incentivo e compreensão.

À Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo apoio financeiro

(Processos 01/03499-9 e 00/06438-8).

Agradeço a Deus pela vida, oportunidade de crescimento e por me proporcionar momentos

únicos com cada uma destas pessoas, que, mesmo por pouco tempo, participaram desta minha

estória.

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Sumário

ix

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS (TABLES) .................................................................................. xiii LISTA DE QUADROS .................................................................................................... xv LISTA DE FIGURAS (FIGURES) ................................................................................. xvii RESUMO ........................................................................................................................ xix ABSTRACT ..................................................................................................................... xxiii INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1 OBJETIVOS .................................................................................................................... 7

CAPÍTULO 1 - REVISÃO DE LITERATURA ...........................................................

9 1. Proteínas de soja .................................................................................................. 11 2. Identificação e quantificação de proteínas de soja ............................................... 16 3. Tecidos conjuntivos, colágeno e elastina............................................................... 22 4. Validação de metodologia analítica ...................................................................... 33 5. Legislação ............................................................................................................. 38 5.1. Proteínas de soja .......................................................................................... 38 5.2. Tecido conjuntivo, gordura e água ............................................................. 41 6. Referências .......................................................................................................... 48

CAPÍTULO 2 – QUANTIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS DE SOJA EM PRODUTOS CÁRNEOS EMULSIONADOS ...................................

61 Quantitative determinations of commercial soy proteins in emulsion-type meat products using an ELISA assay kit …..…………………………..…………..……......

63

Background ……………………………..…………………………………….…… 65 Objectives ………………………………..……………………………….……….. 65 Methods …………………………………………...………………………………. 66 Results and Discussion …………………………………………..……….……….. 67 Conclusions …………………………………………...…………………………... 69 References ………………………………………………...………………………. 70 Quantitative determinations of commercial soy proteins in emulsion-type meat products by official ELISA procedure ………………………………..……….…......

75

Background …………………………………………..……………………….…… 77 Objectives ……………………………………………...………………………….. 77 Methods ……………………………………………………...……………………. 78 Results and Discussion …………………………………………………..….…….. 80 Conclusions …………………………………………………...…………………... 81 References ……………………………………………………………...…………. 82

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Sumário

x

Quantitative determinations of commercial soy proteins in emulsion-type meat products by modified official ELISA …………………………………………...…….

87

Background ……………………………………………………..…………….…… 89 Objectives ……………………………………………………...………………….. 90 Methods ………………………………………………………...…………………. 90 Results and Discussion ……………………………………………………...…….. 91 Conclusions ……………………………………………………...…………….…... 92 References ……………………………………………………...…………………. 93

CAPÍTULO 3 – AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA DO USO DE PROTEÍ NAS DE SOJA EM PRODUTOS CÁRNEOS EMULSIONADOS ...............

97 Características físicas e sensoriais de salsichão Lionês com proteínas de soja .......... 99 Introdução ………………………………….……………………………………… 101 Objetivos …………………………………...……………………………………… 101 Materiais e métodos …………..………………………...…………………….…… 101 Resultados e discussão .............................................................................................. 103 Conclusões ................................................................................................................ 104 Referências bibliográficas ........................................................................................ 105 Composição e estabilidade da emulsão de salsichão Lionês com proteínas de soja .. 109 Introdução …………..……………..…………………………………………….… 111 Objetivos …………………………………..…………………………………….… 111 Materiais e métodos …………..…………………………………………………… 111 Resultados e discussão .............................................................................................. 113 Conclusões ................................................................................................................ 115 Referências bibliográficas ........................................................................................ 115

CAPÍTULO 4 – QUANTIFICAÇÃO DE HIDROXIPROLINA E COLÁ GENO EM CARNES E PRODUTOS CÁRNEOS.........................................

119 Validação do método espectrofotométrico para quantificação do aminoácido hidroxiprolina em conservas de carnes .........................................................................

121

Resumo ....……………………………………………………………………….… 123 Introdução ……………………..…………......………………………………….… 124 Material e métodos …………....…………………….......………………………… 131 Resultados e discussão .............................................................................................. 136 Conclusão ................................................................................................................. 140 Abstract ..................................................................................................................... 141 Referências .............................................................................................................. 142 Composição centesimal e teor de colágeno de carne bovina moída ............................ 147

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Sumário

xi

Resumo ....……………….......……..……………………………………………… 149 Introdução …………………….....………………………………………………… 150 Material e métodos …………....……….......……………………………………… 155 Resultados e discussão .............................................................................................. 157 Conclusão ................................................................................................................. 165 Abstract ..................................................................................................................... 165 Referências .............................................................................................................. 167 Composição centesimal e teor de colágeno de cortes cárneos de bovinos e suínos .... 171 Resumo ....……………………………….....……………………………………… 173 Summary ................................................................................................................... 174 1 - Introdução ……………………..…………...………………………………...... 175 2 - Material e métodos …………....…………………......………………………… 180 3 - Resultados e discussão ........................................................................................ 182 4 - Conclusões .......................................................................................................... 188 5 - Referências bibliográficas ................................................................................... 188 Chemical composition and collagenous connective tissue evaluation of commercial frankfurter-type sausages ……………………………………………………………..

191

Background …………………………………………..……………………………. 193 Objectives …………………………………………..……………………………... 194 Methods …………………………………………...………………………………. 194 Results and Discussion ……………………………………………...…………….. 195 Conclusions …………………………………………...…………………………... 196 References ……………………………………………...…………………………. 196 Chemical composition and collagenous connective tissue evaluation of commercial fresh ground sausages ………………………………………………….…………..….

201

Background ……………………………………………..……………………….… 203 Objectives ……………………………………………..…………………………... 204 Methods ……………………………………………………...……………………. 204 Results and Discussion ………………………………………….…………..…….. 205 Conclusions …………………………………………………………...…………... 206 References …………………………………………………………...……………. 206 Effects of connective tissue proteins on chemical composition and sensory properties of ground beef ………………………………………………..…………….

211

Background …………………………………………………………..…………… 213 Objectives …………………………………………………………...…………….. 214 Methods …………………………………………………………...………………. 214 Results and Discussion …………………………………………………………..... 216 Conclusions …………………………………………………………...…………... 217

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Sumário

xii

References ………………………………………………………...………………. 218

CAPÍTULO 5 – AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA DO USO DE COLÁGE NO EM PRODUTOS CÁRNEOS EMULSIONADOS .............................….

223 Effects of connective tissue proteins on chemical composition and emulsion stability of Lyoner type sausage ……………………….……...…………………...…..

225

Background ………………………………..………………………………………. 227 Objectives ………………………………...……………………………………….. 228 Methods ………………………………...…………………………………………. 228 Results and Discussion …………………………………..………………………... 229 Conclusions …………………………………...…………………………………... 231 References …………………………………………...……………………………. 232 Effects of connective tissue proteins on texture, color and sensory properties of Lyoner type sausage …………………………………….……………..………………

237

Background …………………………………………..…………………………… 239 Objectives ……………………………………………………..…………………... 239 Methods …………………………………………………...………………………. 240 Results and Discussion ………………………………………….…………..…….. 241 Conclusions ……………………………………………………...………………... 243 References …………………………………………………………...……………. 243

CONCLUSÕES ...............................................................................................................

249

ANEXOS – MÉTODOLOGIAS PARA QUANTIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS DE SOJA E COLÁGENO EM CARNES E PRODUTOS CÁRNEOS ........

253 ANEXO 1 - Determinação de proteína de soja pelo método ELISA ......................... 255 Material ……..……..…………………………….………………………………… 258 Reagentes ….……………..……………….……………………………………….. 258 Procedimento …………………..………….………………………………………. 262 Cálculos ……………...……..……………………….…………………………….. 267 Referências bibliográficas ......……….……………..……………………………... 269 ANEXO 2 - Determinação espectrofotométrica de hidroxiprolina ............................. 271 Material ……..…………………..………………………………….……………… 273 Reagentes ….………………………………………………………..……………... 273 Procedimento …………………………………………………………...…………. 275 Cálculos ……………...…………………………………………...……………….. 276 Referências bibliográficas ......…………………………………………………….. 277

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Lista de tabelas (tables)

xiii

LISTA DE TABELAS (TABLES)

Página

TABELA 1 Legislação da Alemanha para produtos cárneos crus e cozidos ...........

46

TABELA 2 Legislação da Alemanha para produtos cárneos cozidos ......................

47

TABLE 3 Percentage of soy protein in emulsion-type meat products determined

using ELISA-TEK kit …………..……………………………….……

71

TABLE 4 Percentage of soy proteins in emulsion-type meat products determined

using official ELISA procedure ………………………………………

83

TABLE 5 Percentage of soy proteins in emulsion-type meat products determined

using modified official ELISA procedure …..…………………….....

94

TABELA 6 Resultados da análise das soluções padrão de hidroxiprolina segundo

método espectrofotométrico AOAC ......................................................

137

TABELA 7 Taxas de recuperação dos padrões de hidroxiprolina adicionados em

amostras de conserva de carne FAPAS .................................................

139

TABELA 8 Resultados das participações no controle interlaboratorial FAPAS .....

140

TABELA 9 Parâmetros físico-químicos de composição, colágeno e pH de cortes

cárneos comerciais de bovino ...............................................................

163

TABELA 10 Parâmetros físico-químicos e sensoriais de carne moída bovina

comercial ...............................................................................................

164

TABELA 11 Parâmetros físico-químicos de cortes cárneos de bovinos .................... 186

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Lista de tabelas (tables)

xiv

TABELA 12 Parâmetros físico-químicos de cortes cárneos de suínos ......................

187

TABLE 13 Chemical parameters means for commercial emulsion type sausages ..

197

TABLE 14 Chemical means and appearance parameters for fresh ground sausage

207

TABLE 15 Chemical composition and physical parameters means for ground

meat containing beef connective tissue ………………………….…….

219

TABLE 16 Mean sensory scores for beef hamburgers ……..…………………..…

220

TABLE 17 Laboratory consumer test for ground beef meat added with beef

connective tissue ……………..……………………………………….

220

TABLE 18 Chemical and physical parameters means for Lyoner type sausage

containing connective tissue proteins …………..…………………….

233

TABLE 19 Mean sensory scores for Lyoner type sausage control and containing

connective tissue ……………………………………………………...

244

TABLE 20 Mean values for color and texture measurements of Lyoner type

sausage control and formulated with connective tissue …….………...

244

TABLE 21 Laboratory consumer test for Lyoner type sausage control and

containing connective tissue proteins ………...………………………

245

TABELA 22 Modelo padrão recomendado para os microtubos e cavidades

correspondentes na placa de ELISA, no ensaio com 7 amostras ..........

265

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Lista de quadros

xv

LISTA DE QUADROS

Página

QUADRO 1 Avaliação sensorial de salsichões com incrementos de proteínas de soja

106

QUADRO 2 Parâmetros físicos de cor e força de compressão de salsichões com

incrementos de proteínas de soja. ...........................................................

107

QUADRO 3 Composição centesimal e valores de pH das carnes e proteínas de soja

utilizadas nas formulações .....................................................................

116

QUADRO 4 Composição centesimal, valores de pH e estabilidade da emulsão de

salsichões adicionados de proteínas de soja ...........................................

117

QUADRO 5 Nômina anatômica de cortes comerciais de dianteiro e carne industrial

de bovinos ...............................................................................................

179

QUADRO 6 Nômina anatômica de cortes comerciais de suínos ................................ 179

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Lista de figuras (figures)

xvii

LISTA DE FIGURAS (FIGURES)

Página

FIGURA 1 Tecidos conjuntivos do músculo ............................................................. 23

FIGURE 2 Relationship between ELISA-determinate percent soy protein and

expected values of texturate (SPT), texturate concentrate (SPTC) and

isolate (SPI) soy protein in emulsion-type meat products using ELISA-

TEK kit ……………………………………………………………….…

73

FIGURE 3 Relationship between ELISA-determinate percent soy protein and

expected values of raw, pasteurized and sterilized emulsion-type meat

products using ELISA-TEK kit ……….………………………………...

73

FIGURE 4 Relationship between ELISA-determinate percent soy protein and

expected values of texturate (SPT), texturate concentrate (SPTC) and

isolate (SPI) soy protein in emulsion-type meat products using official

ELISA procedure .…………………………………………………...…..

85

FIGURE 5 Relationship between ELISA-determinate percent soy protein and

expected values of raw, pasteurized and sterilized emulsion-type meat

products using official ELISA procedure ………….…………………...

85

FIGURE 6 Relationship between ELISA-determinate percent soy protein and

expected values of texturate (SPT), texturate concentrate (SPTC) and

isolate (SPI) soy protein in emulsion-type meat products using modified

official ELISA procedure ………………………………………………

95

FIGURE 7 Relationship between ELISA-determinate percent soy protein and

expected values of raw, pasteurized and sterilized emulsion-type meat

products using modified official ELISA procedure …………………….

95 FIGURA 8 Mecanismo proposto para a oxidação da hidroxiprolina a pirrol ............ 130

FIGURA 9 Amostra de conserva de carne para estudo de controle interlaboratorial

FAPAS na quantificação de hidroxiprolina .............................................

131

FIGURA 10 Curva analítica de determinação do aminoácido hidroxiprolina ............. 138

FIGURA 11 Carne moída bovina (N14, marca I) ....................................................... 161

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Lista de figuras (figures)

xviii

FIGURA 12 Distribuições de freqüências dos teores de colágeno (COL) e relação

percentual de colágeno pela proteína total (COL rel.) de amostras de

carne moída bovina adquirida no varejo (patinho, coxão mole, lagarto,

maminha, picanha, coxão duro, contrafilé, alcatra e músculo) e da rotina

de análise laboratorial (N1 a N20) ..........................................................

162

FIGURE 13 Collagenous connective tissue frequency distribution for commercial

emulsion type sausages …………………………………………………

199

FIGURE 14 Collagenous connective tissue frequency distribution for commercial

fresh ground sausage ………………………………………………...…

209

FIGURE 15 Linear regression curve for predicting measured collageneous

connective tissue for amount of beef connective tissue added …………

221

FIGURE 16 Relationship between predicted connective tissue and collagenous

connective tissue determined in Lyoner type sausage containing

amounts of bovine connective tissue (BCT) and cooked pork rind

(CPR) …………………………………………………………………...

235

FIGURE 17 Relationship between predicted connective tissue added and collag.

connective tissue per crude protein determined in Lyoner type sausage

containing amounts of bovine connective tissue (BCT) and cooked pork

rind (CPR) ………………………………………………………………

235

FIGURE 18 Consumer purchase intent scale for Lyoner added with 15% cooked

pork rind (CPR) or 15% beef connective tissue (BCT) ………...………

247

FIGURA 19 Procedimento esquemático ilustrando as etapas individuais do método

ELISA para determinação de proteína de soja ........................................

268

FIGURA 20 Curva-padrão evidenciando a relação entre absorbância e concentração

de proteína de soja da solução padrão pelo método ELISA ....................

269

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Resumo

xix

RESUMO

Salsichas, lingüiças e hambúrgueres são produtos cárneos cominuídos susceptíveis à

fraude pelo uso de extensores protéicos dos tipos colágeno e soja, utilizados pelos

benefícios tecnológicos e de redução de custos de processo, sendo, contudo considerados

limitantes pelos teores em aminoácidos essenciais e efeitos adversos que produzem nas

características sensoriais. O efetivo controle dos teores adicionados não se realiza na rotina

dos órgãos de vigilância do Brasil, pela falta de metodologia analítica validada para a

quantificação das proteínas de soja e por não haver limites legislativos máximos de

colágeno, junto aos parâmetros físico-químicos regulatórios. Visando apresentar subsídios

para o estabelecimento de teores máximos e o efetivo controle da presença de proteínas de

soja e colágeno, o presente projeto objetivou: a) validar intralaboratorialmente as

metodologias oficiais da AOAC na quantificação de hidroxiprolina (colágeno) e proteínas

de soja em produtos cárneos; b) avaliar a composição e influência tecnológica destes

extensores em salsichão Lionês; e c) apresentar resultados sensoriais e físico-químicos de

produtos comerciais tipo salsicha, lingüiça e carne bovina moída, obtidos na rotina de

análise do Instituto Adolfo Lutz.

Os processamentos da massa tipo emulsão, salsichão Lionês e conserva enlatada

seguiram formulações e processos comerciais. Os teores de carne bovina, toucinho e gelo

foram balanceados na formulação de modo a manter a relação umidade: proteína em 4,7 e

teor de gordura em 20%, em substituição às proteínas de soja texturizada (PTS, Maxten E-

100), concentrada texturizada (PCS, Proteimax TR-120) e isolada (PIS, Supro 500E),

adicionadas na concentração de 0% a 6%, ou do tecido conjuntivo de couro suíno cozido ou

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Resumo

xx

do tecido conjuntivo cru, que recobrem os cortes cárneos de bovino, obtidos através do

equipamento esfolador Skyner, na concentração de 0% a 15%. Os parâmetros de cor L*

(luminosidade), a* (vermelho) e b* (amarelo) foram avaliados em espectrofotômetro

(Minolta) e a firmeza por compressão em texturômetro (TAXT2i/25). Os procedimentos

das Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz foram seguidos nas determinações de

composição centesimal e pH. A estabilidade da emulsão foi avaliada pela porcentagem de

gelatina e gordura separadas em conservas cárneas esterilizadas. Nove julgadores treinados

avaliaram os atributos sensoriais utilizando escala linear não-estruturada de 10 cm, segundo

delineamento experimental de blocos completos casualizados, com repetição. Procedeu-se

teste de aceitação em laboratório utilizando escala hedônica. Os resultados foram tratados

pela ANOVA e teste de médias de Tukey (p=0,05).

A validação intralaboratorial do método de análise do aminoácido hidroxiprolina,

em conservas cárneas de controle interlaboratorial FAPAS/MAFF/UK, revelou

sensibilidade (limite de quantificação 0,0075g/100g), precisão (CV inferiores a 4%),

exatidão (recuperação 90% – 95%) e simplicidade na operação.

O imunoensaio ELISA oficial AOAC na quantificação de proteínas de soja em

massa tipo emulsão crua, salsichão Lionês pasteurizado, e conserva esterilizada,

adicionados de PTS, PCS e PIS, totalizando 39 tratamentos, revelou especificidade,

precisão intra-ensaio (CV inferiores a 6%), linearidade da curva de calibração (r=0,980),

sensibilidade (limite de quantificação de proteína de soja 0,14g/100g na amostra), contudo

baixa exatidão, sendo necessária a padronização do método, uma vez que os ensaios

comparativos utilizando o kit ensaio ELISA-TEK permitiram uma extração aquosa rápida

das amostras cárneas e resultados com maior exatidão.

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Resumo

xxi

O uso de 0% a 6% de produtos de soja, em salsichão Lionês, demonstrou a

influência da PTS na intensificação da cor vermelha, sem alteração da firmeza e sabor, com

redução dos teores de umidade e proteína, ligeiro acréscimo do teor de cinzas e pH,

estabilizando a emulsão. O uso de PCS reduziu a umidade e a intensidade da cor vermelha,

não alterou a firmeza e sabor, aumentou o pH e estabilizou a emulsão. A presença de PIS

resultou em salsichão com tonalidade vermelha, firmeza e sabor característico reduzidos,

com menor porcentagem de umidade e maior pH, sem, contudo, proporcionar melhora na

estabilidade da emulsão.

A utilização de 0% a 15% de couro suíno ou tecido conjuntivo bovino em salsichão

Lionês revelou aumento da firmeza e quantidade de tecido residual na boca, acréscimos

lineares dos teores de colágeno (r=0,99 e 0,97, respectivamente) e menor estabilidade da

emulsão. Os atributos de sabor e cor característicos foram reduzidos pela adição de couro

suíno, resultando em menor aceitabilidade. As salsichas comerciais revelaram valores de

colágeno 1,7% e as lingüiças 1,8%, correspondentes às medianas, de um total de 103

amostras avaliadas.

A análise de rotina de carne bovina moída comercial revelou alterações na aparência

pela elevada proporção de tecido conjuntivo, apresentando valores de colágeno

correspondentes às medianas 123% maiores quando comparado à carne moída

comercializada no varejo. A adição de fibras de tecido conjuntivo de bovino em carne

moída fresca apontou aumento linear de colágeno (r=0,986) e gordura, e redução dos

valores de umidade, cinzas, pH e cor vermelha, conferindo ao produto menor aceitação. O

hambúrguer formulado apresentou-se mais firme, necessitando maior número de

mastigações e sabor característico menos intenso.

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Abstract

xxiii

ABSTRACT

Comminuted meat products, such as frankfurters, fresh ground sausages and

hamburgers are exposed to fraud by the abusive use of protein extensors of the types

collagen and soy proteins, used in meat products because of their technological benefits,

with reduced processing costs, although they are considered limiting, with regard to

essential amino-acids, and producing adverse effects in sensory characteristics. The

effective control of addition levels is not properly controlled by the Sanitary Surveillance

bodies in Brazil, due to the lack of a validated quantitative analytical methodology for soy

proteins and because there are no legal limits to collagen inclusion in meat products. As a

contribution to the establishment of maximum contents and effective control of soy proteins

and collagen, this project sought: a) to validate intra-laboratorially the official AOAC

methodologies in the quantification of hydroxyproline (collagen) and soy proteins in meat

products; b) to evaluate proximate composition and technological influence of extensors

addiction to Lyoner sausage, and c) to present both sensorial and physicochemical Adolfo

Lutz Institute analytical routine results of commercial products like frankfurters, fresh

ground sausages and minced beef meat.

The formulation and processes were those commercially used for meat emulsion

batter, Lyoner sausage and canned emulsion. Beef meat, pork backfat and ice quantities

were balanced in order to keep constant the 4.7 humidity : protein ratio as well as the 20%

lipid level, replaced with either texturized soy proteins (TSP, Maxten E-100), texturized

concentrated (CSP, Proteimax TR-120) and isolated (ISP, Supro 500E) in concentration of

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Abstract

xxiv

0 to 6% or connective tissue from cooked pork rind or fresh beef connective tissue

recovered from cuts obtained by use of Skyner machine, in the range 0 to 15%. The color

parameters L* (luminosity), a* (red) and b* (yellow) were measured using a

spectrophotometer (Minolta) and compression hardness was measured using a Texture

Analyser (TAXT2i/25). The proximate composition and pH were carried out according to

Adolfo Lutz Institute’s Analytical Norms. Emulsion stability was reported as percent fat

and gelatin released from sterilized canned emulsion. A trained 9-member panel evaluated

the sensory attributes using an unstructured 10 cm line scale, following the randomized

complete block design, with replicate judgments. Laboratorial consumer acceptance test

was carried out using hedonic scale. The results were analyzed by ANOVA and Tukey test

(p=0.05).

The intra-laboratorially validation of aminoacid hydroxyproline analysis

methodology, using FAPAS/MAFF/UK inter-laboratorial control canned meat conserve

revealed sensibility (quantification limit 0.0075g/100g), precision (CV below 4%),

accuracy (recovery rates 90-95%) and operation simplicity.

The ELISA immunoassay for soy protein quantification using raw batter emulsion,

pasteurized Lyoner sausage and sterilized canned meat added with TSP, CSP and ISP,

totalizing 39 treatments, revealed specificity, intra assay precision (CV bellow 6%),

calibration curve linearity (r=0.980), sensibility (quantification limit of 0.14g/100g for soy

protein in sample), however low accuracy, making necessary the standardization of the

method, since the comparatives assays using kit ELISA-TEK allowed rapid aqueous

extraction of meat samples into a liquid form suitable for the assay, with higher accuracy

results.

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Abstract

xxv

The utilization of 0 to 6% soy proteins in Lyoner sausage revealed the influence of

TSP on red color improvement, with no influence on final product firmness and flavor.

Moisture and protein decreased, with slight increase on ash and pH, improving emulsion

stability. The use of CSP reduced moisture and red color intensity, without changes in

firmness and flavor, increased pH and stabilized emulsion. The presence of ISP resulted

product’s decreased red color intensity, firmness and characteristic flavor, with lower

moisture level and higher pH, without improvement in the emulsion stability.

The utilization of 0 to 15% pork rind and beef connective tissue to Lyoner sausage

resulted an increase on toughness and residual connective tissue remaining at the end of

mastication, as well as linear increases on collagen levels (r=0.97 and 0.99, respectively)

and decrease on emulsion stability. The characteristic flavor and color attributes were

decreased by the pork rind replacement, resulting in lower consumer’s acceptability. The

commercial frankfurter-type sausages revealed collagen median value of 1.7% and

commercial fresh ground sausages 1.8%, from total 103 samples analyzed.

The routine analysis of beef minced meat revealed appearance alterations due to

connective tissue at high amounts, presenting collagen median values 123% higher

compared with beef minced meat bought in meat stores. Beef connective tissue fibers

addition in fresh minced beef meat revealed linear increase in collagen (r=0.986) and fat,

and decrease in moisture, ash, pH and red color values, causing lower product acceptance.

The formulated hamburger revealed itself firmer, demanding a greater number of

mastications and presenting a less intense characteristic flavor.

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Introdução

INTRODUÇÃO

Nos produtos cárneos cominuídos, por vezes, tem se revelado abusiva a utilização

de proteínas de soja e matérias-primas cárneas ricas em colágeno, como aparas, retalhos,

pele, tendões, cartilagens, miúdos e vísceras comestíveis, acima dos limites permitidos pela

legislação vigente ou em categorias não autorizadas, com a intenção de reduzir custos.

Geralmente, os adulterantes são muito similares na aparência, composição química e

propriedades sensoriais dificultando a sua identificação. A fraude ou adulteração de

produtos cárneos deve ser monitorada pelos órgãos fiscalizadores por razões de ordem

nutricional, sensorial, econômica e de saúde do consumidor (DESHPANDE, 1994). As

regulamentações visam impedir as adulterações, e métodos analíticos devem ser

desenvolvidos e validados para a implementação de regulamentos e normas.

De acordo com o Artigo 879 do RIISPOA (BRASIL, 1997), considera-se

adulteração quando são empregadas substâncias de qualquer qualidade, tipo e espécie

diferente da composição normal do produto, sem prévia autorização do órgão competente.

É considerada fraude quando há alteração ou modificação total ou parcial de um ou mais

elementos normais do produto, de acordo com os padrões estabelecidos ou fórmulas

aprovadas, ou quando há supressão de um ou mais elementos e substituição por outros,

visando ao aumento de volume ou de peso, em detrimento de sua composição normal ou do

valor nutritivo intrínseco.

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Introdução

As proteínas são os principais componentes funcionais da tecnologia de produtos

cárneos, apresentando grande influência nas características sensoriais de aparência, odor,

textura e sabor, determinando os aspectos nutricionais e preço.

Há atualmente, no Brasil, uma disponibilidade muito grande de resíduos protéicos,

principalmente colágeno, em face da produção de animais de corte (OLIVO e

SHIMOKOMAKI, 2002). O colágeno é uma proteína fibrosa encontrada em todos os

organismos animais multicelulares. É a mais abundante das proteínas animais, constituindo

um quarto do total, sendo o principal elemento fibroso da pele, ossos, tendões, cartilagens e

dentes dos mamíferos. Está presente em quantidades variáveis em quase todos os órgãos, e

contribui para exercer ação de suporte na estrutura geral dos tecidos (JUNQUEIRA e

CARNEIRO, 1990).

Cortes cárneos de baixo valor comercial e subprodutos, normalmente, apresentam

elevado teor de tecido conjuntivo (LEE et al., 1978). Os componentes do tecido conjuntivo

colagenoso possuem baixos teores em aminoácidos essenciais e ausência de triptofano,

podendo influenciar a qualidade nutricional da carne, se presente em elevadas proporções

(BAILEY; LIGHT, 1989). O colágeno em carnes e produtos cárneos cominuídos pode

afetar o rendimento, textura, estabilidade da emulsão, cor, sabor, vida-de-prateleira e valor

nutricional.

O elevado custo das proteínas animais de alto valor biológico desperta o interesse para a

fabricação de alimentos com proteínas de origem vegetal de menor custo. As proteínas de

soja são as mais utilizadas pela indústria da carne, tendo propriedades emulsificante,

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Introdução

estabilizante, texturizante e de hidratação, apresentando grande valor tecnológico na

elaboração de produtos cárneos emulsionados, tipo salsicha e mortadela (SILVA, 1998).

As proteínas de soja nas formas isolada, concentrada e texturizada, com teores mínimos

de protídios em base seca de 88%, 68% e 50% (BRASIL, 1978b; SÃO PAULO, 1978),

respectivamente, são incorporadas aos produtos cárneos com a finalidade de melhorar as

características funcionais e reduzir custos. O interesse comercial estimula o incremento da

porcentagem de adição destas proteínas em produtos cárneos. A porcentagem máxima de

adição de proteína texturizada de soja nos embutidos emulsionados, tipo salsicha e

mortadela, que era de 3,5% (BRASIL, 1978a) passou, pela legislação vigente, a 4%

(BRASIL, 2000), como proteína não-cárnea agregada, exceto nas salsichas frankfurt, viena,

mortadelas bologna e italiana. No entanto, a verificação de que os produtos cárneos

oferecidos no mercado atendem a essa especificação não ocorre rotineiramente, pela não

disponibilidade de um método quantitativo para a determinação da soja.

O imunoensaio ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay) utilizado para a

determinação da concentração de soja em produtos cárneos, em vários países, ainda não foi

validado e implantado na rotina de análise dos laboratórios nacionais brasileiros.

Validar é provar a “adequação ao uso”, determinar o rigor ou exatidão de um método

analítico, e prover confiança de que os dados gerados são significativos. A validação de um

método analítico é considerada o principal requisito de qualidade para laboratórios, tanto

para análises de rotina, como para pesquisa e desenvolvimento.

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Introdução

A validação intralaboratorial de métodos analíticos de quantificação de proteínas de

soja e colágeno, em produtos cárneos, e a caracterização química, física e sensorial do uso

destas proteínas visam auxiliar o estabelecimento de padrões de identidade e qualidade de

produtos cárneos e contribuir para a efetiva implementação dos limites impostos pela

legislação no uso dessas proteínas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAYLEY, A. J.; LIGHT, N. D. Connective tissue in meat and meat products. England : Elsevier

Science Publishers, 1989. 355p.

BRASIL. Decreto no 30.691, 29 mar 1952 alterado pelos Decretos nos 1.255 de 25 jun 1962, no

1.236 de 02 set 1994, no 1.812 de 08 fev 1996 e no 2.244 de 04 jun 1997. Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento. Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem

Animal (RIISPOA) Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/das /dipoa/riispoa.htm Acesso

em: 27 out. 2003.

BRASIL. Instrução Normativa no4, 31 mar 2000. Regulamentos Técnicos de Identidade e

Qualidade de Carne Mecanicamente Separada, de Mortadela, de Lingüiça e de Salsicha. Diário

Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 05 abr. 2000a. Seção 1, p.6-10.

BRASIL. Portaria no 115/78. Dispõe sobre a permissão do emprego de proteína texturizada de soja

em produtos cárneos. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 1o ago.

1978a. Seção 1, Parte 1, p.12020-21.

BRASIL. Resolução CNNPA no14/78. Padrão de Identidade e Qualidade para Farinha

Desengordurada de Soja, Proteína Texturizada de Soja, Proteína Concentrada de Soja, Proteína

Isolada de Soja e Extrato de Soja. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília,

DF, 28 jun. 1978b. Seção I, Parte I, p.9896-900.

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Introdução

DESHPANDE, S. S. Immunodiagnostics in agricultural, food, and environmental quality control.

Food Technology, v. 48, n. 6, p.136-41, 1994.

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 7.ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara

Koogan, 1990. p.65-100.

LEE, Y. B.; ELLIOTT, J. G.; RICKANSRUD, D. A.; HAGBERG, E. C. Predicting protein

efficiency ratio by the chemical determination of connective tissue content in meat. Journal of

Food Science, v. 43, n. 5, p. 1359-62, 1978.

OLIVO, R.; SHIMOKOMAKI, M. Carnes: no caminho da pesquisa. 2.ed. Cocal do Sul:

IMPRINT, 2002. 155p.

SÃO PAULO (Estado). Decreto no 12.486, de 20 de outubro de 1978. Normas Técnicas Especiais

Relativas a Alimentos e Bebidas (NTA). Diário Oficial [do Estado de São Paulo], São Paulo,

n.200, 21 out 1978. Seção I, NTA 36, p. 17-9.

SILVA, A. M. Quantificação de proteína texturizada de soja e identificação de carne por

espécie animal em hambúrguer, empregando o ELISA e o dot-ELISA. São Paulo, 1998. 80p.

Dissertação (Mestrado em Ciência de Alimentos) - Faculdade de Ciências Farmacêuticas,

Universidade de São Paulo.

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Objetivos

7

OBJETIVOS

Geral

Validar metodologias de quantificação de proteínas de soja e colágeno e avaliar

parâmetros tecnológicos do uso em produtos cárneos, visando ao estabelecimento de teores

máximos, e efetivo controle da presença dos mesmos.

Específicos

1) Validar intralaboratorialmente os métodos oficiais da AOAC n. 988.10 e 990.26, na

quantificação de proteína de soja e hidroxiprolina em produtos cárneos.

2) Caracterizar química (umidade, lipídios, proteínas totais e colágeno), física (estabilidade

da emulsão, textura e cor) e sensorialmente: a) embutido tipo emulsão, pasteurizado,

acrescido de 0% a 6% de proteínas de soja texturizada, isolada ou texturizada concentrada;

b) embutido tipo emulsão, pasteurizado, adicionado de 0% a 15% de couro suíno ou tecido

conjuntivo aponevrótico bovino; e c) carne moída e hambúrguer acrescidos,

respectivamente, de 0% a 50% e 10% a 30% de tecido conjuntivo aponevrótico bovino.

3) Avaliar a composição centesimal e teor de colágeno de cortes cárneos de suínos e

dianteiros de bovinos, para uso como matérias-primas na indústria da carne.

4) Avaliar a composição centesimal e teor de colágeno de produtos cárneos comerciais dos

tipos salsicha, lingüiça frescal e carne moída, recebidos na rotina de análises do Instituto

Adolfo Lutz. Comparar resultados com os padrões de identidade e qualidade vigentes, na

detecção de fraudes e fornecer subsídios ao estabelecimento de teores máximos de colágeno.

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9

CAPÍTULO 1

REVISÃO DE LITERATURA

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Capítulo 1

11

1. Proteínas de soja

O grão de soja (Glycine sp) é atualmente a mais importante fonte de proteína vegetal

para a nutrição humana e animal. A soja é uma leguminosa anual originada no nordeste da

China, que hoje cresce em várias partes do mundo, inclusive nas regiões temperadas. A

proteína de soja como de outras muitas leguminosas, apresenta baixo conteúdo de

aminoácidos sulfurados, sendo o aminoácido metionina considerado o mais limitante

(RAKOSKY, 1970; BROOKS; MORR, 1985; ZARKADAS; KARATZAS;

KHANIZADEH, 1993).

A atenção do mundo industrializado tem se voltado para as alternativas de fontes

protéicas com baixos teores de gordura e colesterol. O conteúdo de aproximadamente 20%

de fibras alimentares nos concentrados protéicos de soja tem um significativo impacto

nutricional. As fibras são constituídas de 40 – 50% de fibras solúveis, que estão

relacionadas ao efeito positivo de redução do nível de colesterol no sangue. A proteína de

soja é fonte protéica que combina elevada qualidade funcional, valor nutricional e baixo

custo. Segundo o CODEX ALIMENTARIUS os produtos protéicos de soja são

ingredientes alimentícios (PEDERSEN, 1995).

A maior parte das proteínas da soja são classificadas como globulinas. São

insolúveis em água em seu ponto isoelétrico (pH 4,5), mas são solúveis em água ou

soluções salinas diluídas em valores de pH acima ou abaixo de seu ponto isoelétrico. A

ultracentrifugação separa as proteínas da soja em quatro frações com velocidades de

sedimentação equivalentes a 2, 7, 11 e 15S. A fração 2S é composta por vários inibidores

de tripsina, citocromo C, alantoinase, mais duas globulinas (2,3S e 2,8S) isentas de

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Capítulo 1

12

atividade biológica. A fração 7S, que representa mais de um terço do total das proteínas da

soja, é formada de pelo menos quatro proteínas importantes: beta-amilase, lectina,

lipoxigenase e globulina 7S (peso molecular 180.000). Embora desprovida de atividade

biológica, a globulina 7S, da mesma forma que as lectinas, são classificadas como

glicoproteínas. A globulina 11S, também denominada glicinina representa cerca de um

terço do total das proteínas da soja. A fração 15S não tem sido isolada e caracterizada,

apresentando peso molecular acima de meio milhão com base na velocidade de

sedimentação. As frações 7S e 11S perfazem 70% do total protéico da soja. O restante

sedimenta com as frações 2S e 15S (SGARBIERI, 1996).

A proteína de soja como extensor é adicionado aos embutidos por uma ou mais das

seguintes razões: 1) melhorar a estabilidade da emulsão; 2) aumentar a capacidade de

retenção de água; 3) diminuir as perdas no processo de cozimento; 4) melhorar a

fatiabilidade; 5) diminuir os custos de formulação (HEDRICK et al., 1994).

A expansão do uso de proteínas de soja em produtos cárneos é limitada devido aos

sabores indesejáveis amargos de feijão (beany), de soja (soybean) e a sensação bucal

adstringente, que resultam em efeitos adversos na qualidade sensorial do produto final

(KINSELLA, 1979; PEDERSEN, 1995). Estudos sensoriais tem indicado que o

concentrado protéico de soja pode ser utilizado no teor máximo de 3%, sem alterar

significativamente o sabor característico do produto pelo sabor indesejado da soja

(PEDERSEN, 1995).

Segundo Ambrosiadis (1994), salsichão emulsionado cozido adicionado de 6% de

proteína texturizada de soja (PTS) revelou aroma e sabor característicos fracos, não

havendo detecção de aroma ou sabor de soja, sendo a condimentação considerada

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Capítulo 1

13

demasiadamente suave comparado ao produto controle. A cor resultou desfavoravelmente

mais clara devido à diminuição da tonalidade vermelha e aumento da amarela. Um

incremento no teor de adição de PTS para 12%, revelou neste tipo de produto, odor e sabor

não característicos, típicos a proteína de soja, demasiadamente fracos de carne, com

extrema suavidade na condimentação. Não obstante, a adição de PTS resultou em

incremento no valor de pH do embutido, que se deveu obviamente ao pH mais elevado da

proteína de soja (6,35 a 6,40), resultou em menores perdas de peso do produto final cozido

pela melhor incorporação da água, e apresentou menor resistência à compressão (maior

maciez), uma vez que falta estrutura fibrilar característica.

Segundo Pedersen (1995), as proteínas de soja isolada e texturizada concentrada,

adicionadas em carnes moídas e pedaços inteiros de carne, resultaram numa maior

estabilidade no cozimento, assegurando retenção do suco natural da carne, maior

rendimento, produtos cárneos mais suculentos e melhor textura após o cozimento.

No Brasil, Vega e Felício (1987) avaliando o efeito da substituição parcial da carne

de frango por isolado protéico de soja (IPS), nas características físicas e sensoriais de

hambúrguer, nos níveis de substituição 0, 5 e 10%, observaram que a proteína vegetal

contribuiu para reduzir a perda de peso e praticamente não influiu na retração. O IPS

prejudicou a suculência, aumentou a força máxima de cisalhamento do produto cozido,

aumentou a luminosidade no produto cru sem, contudo, afetar a aceitação. A incorporação

de IPS deu origem a um sabor estranho detectável, porém de baixa intensidade, de modo

que todos os tratamentos foram aceitáveis. Ficou evidente a possibilidade de se substituir

até 10% a carne de frango por proteínas de soja, sem prejudicar a qualidade do hambúrguer.

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Capítulo 1

14

Os estudos de Rakosky (1970); Smith et al. (1973); Goltry, Stringer e Baldwin,

(1976); Sofos, Noda e Allen (1977); Terrell, Brown e Carpenter (1979); Penna et al.

(1992); Kaya e Gökalp (1992); Yetim et al. (1992); Hoogekamp (1994); Pedersen (1995);

Kerry, Morrissey e Buckley (1998); Creedon et al. (1998); Makala, Olkiewica e Borys

(1998); Porcella et al. (1999); Chin et al. (1999); Porcella et al. (2001) concentraram-se na

avaliação dos efeitos da incorporação de derivados protéicos da soja, nas características

químicas, físicas e sensoriais dos produtos cárneos crus e cozidos. Dependendo do tipo de

derivado protéico utilizado, pode haver influência na retenção de água e gordura,

capacidade de emulsificação, textura, cor, odor e sabor.

Castelanos Molina (1977) estudando (no Brasil) o efeito da substituição parcial da

carne por proteína texturizada de soja (PTS) hidratada, nos teores 0, 6, 12, 18, 24 e 30% em

hambúrguer, observou que o conteúdo de proteína em todas as misturas foi praticamente

constante ao variar a porcentagem de PTS nas formulações. O conteúdo de gordura foi

diminuindo e o conteúdo de carboidratos foi aumentando à medida que se incrementava a

proporção de PTS nas misturas. Os hambúrgueres elaborados somente com carne, ao serem

fritos, diminuíram seus volumes em até 32%, enquanto que os hambúrgueres que

continham PTS sofreram redução de volume no máximo de 14%. Esta menor redução de

volume pela fritura foi interpretada, como conseqüência da propriedade funcional da

proteína de soja em aumentar a retenção de água e sucos da carne. Este fato foi de grande

importância, implicando na retenção de nutrientes da carne durante a fritura, além de

melhorar a aparência, suculência e sabor. A medida objetiva da textura (força de

cisalhamento - Warner Bratzler) revelou menor resistência ao corte com o aumento na

porcentagem de PTS. Neste estudo, até níveis de 24% de substituição de carne por PTS,

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Capítulo 1

15

não houve deficiência em aminoácidos essenciais quando os hambúrgueres foram

comparados com a proteína referência FAO-OMS 1973. Os resultados dos ensaios

biológicos mostraram que uma substituição de 18% de carne por PTS resultou num valor

PER (protein efficiency ratio) equivalente a 92% do valor PER da caseína. As misturas com

0 e 6% de soja resultaram valores de PER ligeiramente superiores ao encontrado para

caseína, e a mistura com 12% de soja ligeiramente inferior. Com a adição de 30% de PTS o

valor PER de 1,9 equivaleu a 76% do valor PER da caseína, 2,5.

Os estudos de Yetim et al. (1992) revelam a possibilidade do uso da farinha de soja

desengordurada (49% de protídios) na substituição de 5, 10 e 20% da carne em frankfurters

estilo turco sem alteração significativa dos resultados sensoriais comparados aos do

controle. Os resultados da análise de aminoácidos e PER (calculado por fórmula) também

indicaram que a utilização de farinha de soja não alterou significativamente o valor

nutricional dos embutidos.

Segundo Pedersen (1995), tempos atrás, a qualidade dos alimentos era avaliada com

base no valor PER, revelando baixos índices para as proteínas vegetais comparado com as

tradicionais proteínas animais. Atualmente, diversos estudos clínicos envolvendo humanos

têm revelado informações referentes ao verdadeiro valor nutricional dos concentrados

protéicos de soja. A avaliação de alimentos protéicos pelo valor PDCAAS (Protein

Digestibility Corrected by the Amino Acid Score) resulta no valor 0,99 para a proteína

concentrada de soja comparado ao valor 1,00 da caseína e albumina do ovo, e valores 0,92

para o isolado de soja e 0,83 para a farinha de soja. Segundo Zarkadas (1993), os métodos

de ensaios biológicos tendem a superestimar a qualidade protéica de algumas proteínas

animais para humanos, enquanto subestimam o valor de algumas proteínas vegetais, uma

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Capítulo 1

16

vez que ratos possuem maiores requerimentos relativos para alguns aminoácidos essenciais

comparados aos humanos.

2. Identificação e quantificação de proteínas de soja

As globulinas glicinina, ou fração 11S, e β-conglicinina, ou fração 7S, representam

dois terços das proteínas no grão de soja. A glicinina representa mais da metade do total das

globulinas, compreendendo uma mistura heterogênea de polipeptídeos numa estrutura

hexamérica (PM~360.000) com uma subunidade molecular de peso de aproximadamente

60.000. Esta subunidade associa um polipeptídeo ácido (PM ~ 40.000) e um polipeptídeo

básico (PM ~ 20.000) ligados um ao outro por ponte dissulfeto. A β-conglicinina (fração

7S) consiste de duas subunidades ácidas (α e α’) e uma básica (β) de peso 76.000, 72.000 e

53.000, que formam trímeros de peso 150.000 – 200.000. Esta globulina perfaz 20 – 30%

da proteína do grão (TUKUR et al., 1996).

Vários métodos para detecção e quantificação de proteínas de soja em produtos

cárneos têm sido publicados nas últimas três décadas, incluindo: a) técnicas histoquímicas

(COOMARASWAMY; FLINT, 1973; CASSENS; TERREL; COUCH, 1975;

BERGERON; DURAND, 1977; FLINT; MEECH, 1978; ELDRIDGE, 1981;

RODRIGUES; PENTEADO, 1989; HECKMANN; NEUMANN; TSCHIRDEWAHN,

1992), b) cromatografia líquida de alta eficiência (GRIFFITH; BILLINGTON;

GRIFFITHS, 1981), c) espectrofotometria de fluorescência (ELDRIDGE; HOLMES,

1979), d) análise de reflectância no infravermelho próximo – NIR (BERKOWITZ;

WEBERT, 1987), e) eletroforese (PARSONS; LAWRIE, 1972; GUI et al., 1973; LEE et

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Capítulo 1

17

al., 1975; LEE et al., 1976; HOMAYOUNFAR, 1977; POLI et al., 1979; MORI et al.,

1981; ARMSTRONG; RICHERT; RIEMANN, 1982; GERMAN; DAMODARAN;

KINSELLA, 1982; PENG et al., 1982; OLSMAN; DOBBELAERE; HITCHCOCK, 1985;

RODRIGUES, 1986), f) eletroforese com imunoblotting (JANSSEN; VOORTMAN;

BAAIJ, 1987; ABDEL-AZIZ et al., 1997), g) imunoeletroforese (KAMM, 1970), h)

imunodifusão dupla de Ouchterlony (HAMMOND et al., 1976, BRAUNER-

GLAESNER; RISTOW, 1990, HECKMANN; NEUMANN; TSCHIRDEWAHN, 1992), i)

ensaio imunoenzimático ELISA (HITCHCOCK et al., 1981; GRIFFITH; BILLINGTON;

GRIFFITHS, 1981; CRIMES; HITCHCOCK; WOOD, 1984; GRIFFITHS et al., 1984;

OLSMAN; DOBBELAERE; HITCHCOCK, 1985; RAVESTEIN; DRIEDONKS, 1986;

RITTENBURG et al., 1987; RING, 1987; MEDINA, 1988; McNEAL, 1988;

YASUMOTO, 1990; GAZZAZ; RASCO; DONG, 1992; BREHMER; SCHLEICHER;

BOROWSKI, 1999), j) análise de peptídeos ou aminoácidos (BAILEY, 1976;

LLEWELLYN et al., 1978; GRIFFITH; BILLINGTON; GRIFFITHS, 1981; AGATER et

al., 1986; ZARKADAS, 1993) e k) métodos indiretos baseado na determinação de

carboidratos (BERKOWITZ; WEBERT, 1987), esteróis e fitato (CRIMES;

HITCHCOCK; WOOD, 1984).

A microscopia quantitativa ou estereológica compreende um conjunto de métodos

que, aplicados nas secções bidimensionais, possibilita o conhecimento da estrutura interna

de uma amostra, obtendo-se informações de suas características tridimensionais. Pode-se

dizer que Flint e Meech (1978) foram um dos primeiros a utilizá-la na quantificação da

proteína texturizada de soja em sistemas modelos de carne e soja (RODRIGUES, 1986).

Esta técnica, contudo apresentou problemas devido à baixa exatidão na determinação de

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Capítulo 1

18

certos tipos de produtos de soja, sendo muito demorada, resultando um elevado custo por

determinação (GRIFFITH; BILLINGTON; GRIFFITHS, 1981). A mesma técnica foi

testada colaborativamente em 1980/81 não sendo considerada precisa, por isto, o método

imunoenzimático ELISA (enzyme linked immunosorbent assay) foi investigado como um

procedimento alternativo para determinação de proteínas de soja em alimentos (CRIMES;

HITCHCOCK; WOOD, 1984).

A eletroforese em gel de poliacrilamida (polyacrylamide gel electrophoresis -

PAGE) na presença de sulfato dodecil de sódio (sodium dodecyl sulphate – SDS), segundo

Armstrong, Richert e Riemann (1982), foi um método amplamente utilizado na

determinação de proteína de soja em produtos cárneos. Após remoção dos lipídios e água

com acetona (“pó de acetona”), a amostra foi extraída com solução tampão contendo SDS.

As proteínas foram separadas em gel eletroforético, em função da carga elétrica e peso

molecular e as bandas protéicas obtidas reveladas com corante Coomassie Blue R-250. A

eletroforese em gel de poliacrilamida contendo SDS foi utilizada para separar e quantificar,

por densitometria, a proteína de soja em produtos cárneos (OLSMAN; DOBBELAERE;

HITCHCOCK, 1985).

A determinação de proteína de soja em produtos cárneos pode ser realizada por

análise de peptídeos após hidrólise enzimática e o produto caracterizado pelo analisador de

aminoácidos. É uma técnica demorada (5 a 6 dias) que utiliza equipamento especializado,

não estando disponível nos laboratórios de análise de rotina, que requerem rapidez para um

grande número de amostras (BAYLEY, 1976; AGATER et al., 1986).

As técnicas imunológicas se baseiam na especificidade dos anticorpos em reagir

com um determinado antígeno. Várias técnicas existem para determinar essa reação. ELISA

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Capítulo 1

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é uma dessas técnicas que foi utilizada para quantificar soja em produtos cárneos. No

método ELISA não se tem a precipitação do complexo antígeno – anticorpo. A presença do

complexo é quantitativamente monitorada pela medida colorimétrica da atividade da

enzima ligada ao complexo. Hitchcock et al. (1981) aplicou a técnica com sucesso para a

determinação quantitativa de proteína de soja em alimentos. O método revelou ser muito

sensível e diferentemente das técnicas imunológica clássicas, aplicável mesmo a produtos

cárneos termicamente processados (OLSMAN; DOBBELAERE; HITCHCOCK, 1985).

Griffiths et al. (1984) avaliaram os imunoreagentes comerciais (soro anti-proteína

de soja e conjugado) na determinação de proteína de soja em produtos de carne,

empregando o teste ELISA desenvolvido por Hitchcock et al. (1981). Os autores utilizaram

hambúrgueres de carne bovina (“beefburgers”), substituindo a carne com 0, 2, 4, 8, 16, 24 e

32% de isolado proteíco de soja (Unisol), que foram submetidos aos tratamentos térmicos

de 100oC/30 min e 121oC/30min. Os autores concluíram que os soros comerciais

respondiam de forma satisfatória, similarmente ao soro padronizado utilizado como padrão.

Os hambúrgueres "in natura" apresentaram recuperações que variaram de 65% a 126%, os

produtos tratados a 100oC/30min de 69% a 110% e nos esterilizados a variação foi de 70%

a 90% (este último nos teores de adição de 8% a 24%).

Crimes, Hitchcock e Wood (1984) reportaram que, os resultados de um estudo

colaborativo com 22 laboratórios do Reino Unido e Irlanda utilizando o método ELISA

desenvolvido por Hitchcock et al. (1981), revelou valor de repetitividade da ordem de 30%

do valor determinado de proteína de soja, para as amostras de embutidos crus adicionados

com farinha de soja nos níveis de 0 a 7%, e repetitividade de 60% para as amostras de

embutidos com concentrado texturizado de soja. Os valores de reprodutibilidade foram da

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Capítulo 1

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ordem de 70% do valor de proteína de soja determinado nos embutidos para os dois

produtos de soja.

Olsman, Dobbelaere e Hitchcock (1985) verificaram o desempenho do ELISA

padronizado segundo Hitchcock et al. (1981), e do SDS-PAGE segundo Armstrong, Richert

e Riemann (1982), na avaliação quantitativa de proteína de soja em podutos cárneos. Este

trabalho foi o resultado de um estudo colaborativo envolvendo 10 países e 26 laboratórios

da Europa. Segundo os autores, a aplicabilidade e o desempenho dos métodos para análise

de proteína de soja em produtos cárneos depende de vários fatores, os mais importantes

sendo: a) o tipo de produto de soja; b) o teor de proteína de soja no produto cárneo; c) o

tipo e a composição do produto cárneo; d) o processamento do produto cárneo final,

especialmente o seu tratamento térmico. Não sendo possível avaliar todos os fatores ao

mesmo tempo, foi escolhido a) e b) para variação. As amostras utilizadas foram conservas

cárneas enlatadas de 200g, cozidas em água a 80oC/60min, adicionadas de 5 produtos

comerciais de soja: farinha (Cargill B.V., 200/70), concentrado (Unimills, Único 75),

isolado protéico (Purina, 500E), farinha texturizada (Cargill, 4N textratein) e concentrado

texturizado (Unimills, Único), perfazendo um total de 5 amostras contendo diferentes

teores e tipos de proteínas soja, juntamente com um branco e 2 controles. A concentração

de proteína de soja (Nx6,25) nas amostras foi calculado de acordo com o teor de cada

ingrediente de soja adicionado na composição das formulações, variando de 1,5 a 2,8%. De

acordo com os autores, ambos os métodos podiam ser utilizados qualitativamente, mas

somente o ELISA mostrou-se adequado para a quantificação de proteína de soja.

Após os trabalhos de Hitchcock et al. (1981), Griffiths et al. (1984) e os estudos

colaborativos de Crimes, Hitchcock e Wood (1984) e Olsman, Dobbelaere e Hitchcock

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Capítulo 1

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(1985), considerou-se comprovada a eficiência do método imunoenzimático ELISA

descrito por estes autores para detectar proteína de soja em produtos de carne, sendo

endossado pela AOAC como um método oficial semiquantitativo na determinação de

proteínas de soja em produtos crus e processados termicamente.

Ravestein e Driedonks (1986) também desenvolveram um procedimento ELISA

para análise quantitativa de proteínas de soja nos produtos “beef patties” e “luncheon

meats” fortificados com 1,5 a 4,25%. O ensaio foi aplicável para produtos crus e

esterilizados, não dependendo do ingrediente de soja (concentrado, isolado, etc.). O limite

de detecção do ELISA foi 0,5% de proteína de soja. Os anticorpos utilizados eram

específicos para subunidades de proteína de soja desnaturada com SDS. Os produtos

cárneos foram extraídos com SDS e 2-mercaptoetanol, que garantiram uma ótima

recuperação dos componentes da proteína.

Nos ensaios ELISA empregando anticorpos anti-proteína de soja desnaturada pela

uréia e renaturada pela diálise ou diluição (HITCHCOCK et al., 1981) ou anti-proteína “in

natura” (MEDINA, 1988), não foram verificadas reações cruzadas com outras proteínas,

indicando alta especificidade dos ensaios. Segundo Medina (1988), as preparações das

amostras antes da análise de ELISA reportada nos trabalhos de Ravestein e Driedonks

(1986) e Crimes, Hitchcock e Wood (1984) são demoradas e podem ser simplificadas.

Ring, Jennissen e Puff (1988) detectaram 0,25% de soja em salsicha.

Brehmer, Schleicher e Borowski (1999) apresentaram como limite de detecção o intervalo

de 0,05 a 0,1% em embutido tipo Frankfurt e concluíram que a técnica ELISA utilizando

anti soros e padrões apropriados pode ser utilizada na determinação quantitativa de proteína

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Capítulo 1

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de soja em embutidos tratados termicamente tipo salsicha Frankfurt. O método foi

altamente sensível e provou ser prático e seguro na rotina de análise.

3. Tecidos conjuntivos, colágeno e elastina

Os tecidos conjuntivos caracterizam-se, morfologicamente, por apresentarem

diversos tipos de células, separadas por abundante material intercelular sintetizado por elas.

A riqueza em material intercelular é uma de suas características mais importantes. Esse

material é representado por uma parte com estrutura microscópica definida, as fibras do

conjuntivo, e por uma parte não estruturada, a substância fundamental amorfa. Há uma

pequena quantidade de fluido, o plasma intersticial, banhando as células, as fibras e a

substância amorfa. As fibras do conjuntivo são de três tipos principais, colágenas,

reticulares e elásticas. Os tecidos desse grupo desempenham as funções de sustentação,

preenchimento, defesa e nutrição. As funções de sustentação e preenchimento são tão

óbvias que tendem a obscurecer as outras. As cápsulas que revestem os órgãos e a malha

tridimensional interna que suporta suas células são constituídas por tecido conjuntivo. Este

forma também os tendões, ligamentos e o tecido areolar que preenche os espaços entre os

órgãos. Os tecidos ósseo e cartilaginoso, principais responsáveis pela sustentação do corpo

humano, são variedades de conjuntivo (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1990).

No músculo, presente na forma de rede de fibras do tecido conjuntivo, perfaz de 1 a

9% da matéria seca desengordurada (LAWRIE, 1979 apud ETHERINGTON; SIMS, 1981).

A força de contração é transmitida aos tendões através dos feixes de tecido conjuntivo

intramuscular que envolve as fibras musculares individuais.

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Capítulo 1

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Três estruturas colagenosas podem ser morfologicamente distinguidas – endomísio,

envolvendo cada fibra, perimísio, recobrindo feixes destas fibras, e epimísio, circundando o

músculo inteiro (Figura 1).

Figura 1. Tecidos conjuntivos do músculo. Cada fibra muscular está envolvida por uma delicada

membrana colagenosa, o endomísio. Feixes destas fibras musculares, fascículos, estão circundadas por uma

bainha mais espessa de tecido conjuntivo, o perimísio. A camada resistente de tecido conjuntivo externo,

epimísio, recobre vários feixes de fibras. As fibras de colágeno no tendão parecem conectar com ambos, o

perimísio e o endomísio (ETHERINGTON; SIMS, 1981).

As fibras colágenas são as mais freqüentes no tecido conjuntivo; quando fervidas

em água por longo tempo formam gelatina. A estriação transversal das fibrilas colágenas

formando duas faixas, uma clara e outra escura, é conseqüência do arranjo das moléculas de

tropocolágeno. No estado fresco são brancas, conferindo essa cor aos tecidos nos quais

predominam (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1990).

O colágeno está presente na maioria dos tecidos encontrando-se principalmente em

tendões, músculos, pele, cartilagens, ossos, córnea e sistema vascular. O termo colágeno

Fibra muscular

Endomísio

Perimísio

Epimísio

Fibras de tendão

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Capítulo 1

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deriva das palavras gregas KOLLA (cola) e GENNO (produção), e literalmente tem sido

empregado como matéria-prima na produção de cola animal (OLIVO; SHIMOKOMAKI,

2002).

São conhecidos até o presente dezenove diferentes tipos de colágeno os quais

variam consideravelmente no comprimento de sua tríplice hélice e a sua função varia de

acordo com a sua localização. O tipo I é o mais abundante, sendo o maior constituinte da

pele (80% da matéria seca da pele adulta), tendões (90% da matéria seca), ligamento e

ossos (90% da matéria seca). O colágeno do tendão, constituído do tipo I é do tipo cordel,

porque as fibras são paralelas e densamente empacotadas, disposição necessária para

oferecer a função de conectar o tecido muscular ao ósseo e de transmitir força mecânica

necessária ao movimento. Na pele, por outro lado, o colágeno existe numa camada flexível

e entrelaçada aleatoriamente (OLIVO; SHIMOKOMAKI, 2002).

Os tendões são estruturas cilíndricas alongadas que ligam os músculos esqueléticos

aos ossos. Devido à sua riqueza em fibras colágenas, são brancos e inextensíveis. Os feixes

colágenos de tendão (feixes primários) formam conjuntos (feixes secundários) envolvidos

por tecido conjuntivo frouxo que contém vasos sangüíneos e nervos. Finalmente, o tendão é

envolvido externamente por uma bainha de conjuntivo denso. Em alguns tendões essa

bainha é dividida em duas camadas: uma presa ao tendão e outra ligada às estruturas

vizinhas. O colágeno é sintetizado por diversos tipos celulares, como fibroblasto,

osteoblasto, odontoblasto, condrócito e célula muscular lisa (JUNQUEIRA; CARNEIRO,

1990).

Os aminoácidos glicina (percentual molar 33,0%), prolina (12,2%), hidroxiprolina

(9,4%) e alanina (10,7%) perfazem 65% dos aminoácidos do colágeno. Essa proteína é

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Capítulo 1

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totalmente carente de cisteína e triptofano. Sua unidade molecular é o tropocolágeno, o fio

protéico mais longo que se conhece (PM 300.000) com 15 Å de diâmetro e 2.800 Å de

comprimento, onde três hélices esquerdas se entrelaçam formando uma super-hélice direita

(FARFÁN, 1994).

A elasticidade de certos tecidos deve-se à proteína elastina. Nos preparados obtidos

por distensão de tecido conjuntivo, as fibras elásticas distinguem-se facilmente das

colágenas por serem mais delgadas e não apresentarem estriação longitudinal. Ramificam-

se e ligam-se umas às outras, formando uma trama de malhas muita irregulares. Em virtude

da presença de um pigmento, as fibras elásticas, quando vistas a fresco em grande

quantidade, têm uma cor amarelada. Essa cor é característica do tecido elástico, variedade

de conjuntivo com grande abundância de fibras elásticas. Devido à sua cor, são chamadas

fibras amarelas do conjuntivo, em comparação com as colágenas, que são as fibras brancas.

As fibras elásticas cedem facilmente mesmo às trações mínimas, porém retomam sua forma

inicial tão logo cessem as forças deformantes. As fibras elásticas são sintetizadas por

células diversas: fibroblastos, condrócitos e células musculares lisas. O componente

principal das fibras elásticas é a proteína elastina. Trata-se de uma escleroproteína muito

mais resistente aos processos extrativos do que o colágeno. Resiste à fervura e aos ácidos e

álcalis diluídos. Resiste, também, à digestão pela tripsina. É atacada muito lentamente pela

pepsina (pH 2), mas é hidrolisada facilmente por uma enzima pancreática, a elastase. O

tecido elástico é pouco freqüente, sendo encontrado, por exemplo, nos ligamentos amarelos

da coluna vertebral. A elastina apresenta-se também na parede de alguns vasos sangüíneos

de grosso calibre (aorta, por exemplo), sob a forma de extensas lâminas ou folhas

perfuradas, conhecidas como membranas fenestradas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1990).

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Capítulo 1

26

A elastina é uma proteína muito próxima do colágeno, em constituição e atuação,

apresentando ainda muito maior elasticidade e resistência à deformação devido a

interligações de lisinonorleucina e desmosina (FARFÁN, 1994).

O tecido cartilaginoso, também chamado de cartilagem, tem consistência rígida,

embora seja menos rígido do que o tecido ósseo. Sua superfície é ligeiramente elástica e

muito lisa, facilitando os deslizamentos. Desempenha a função de suporte, reveste

superfícies articulares e é essencial para a formação e crescimento dos ossos longos. As

propriedades do tecido cartilaginoso, relacionadas ao seu papel fisiológico, dependem da

estrutura da matriz, que é constituída por colágeno ou colágeno mais elastina, em

associação com macromoléculas de proteoglicanas (proteínas + glicosaminoglicanas).

Como o colágeno e a elastina são flexíveis, a consistência firme das cartilagens se deve às

ligações eletrostáticas entre as glicosaminoglicanas das proteoglicanas e o colágeno, e à

grande quantidade de moléculas de água presas (água de solvatação) a estas

glicosaminoglicanas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1990).

Segundo Shimokomaki (1992), o colágeno poderia ter uma aplicação muito mais

nobre nas áreas farmacêutica, médica, cosmética e de alimentos. Devido às suas

propriedades como extensor, umidificante, emulsificante, potenciador da textura e valor

nutritivo, o colágeno tem um enorme potencial de aplicação em alimentos. Na indústria de

carnes, as potencialidades funcionais do colágeno poderiam ser melhor aproveitadas em

produtos reestruturados e emulsionados, conferindo melhores resultados tecnológicos e

econômicos a esses produtos (OLIVO; SHIMOKOMAKI, 2002).

São conhecidos poucos detalhes sobre o exato mecanismo de interação do colágeno

com outros ingredientes das emulsões cárneas. O tecido conjuntivo pode ser utilizado

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Capítulo 1

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vantajosamente em carnes processadas, no entanto, consideráveis pesquisas são necessárias

para se conhecer o impacto da fonte de tecido conjuntivo e fatores de processo (pH, sal,

fosfatos, aquecimento, etc) na funcionalidade do colágeno (KENNEY; KASTNER;

KROPF, 1992 apud OLIVO, 1995).

Para Rao e Henrickson (1983), os fabricantes de embutidos usam carne contendo

elevada proporção de tecido conjuntivo (colágeno) para reduzir custos de processo. No

entanto, todos eles sabem que é necessário limitar a quantidade de colágeno para impedir os

principais defeitos no produto final como as bolsas e capas de gelatina, difícil descasque,

etc. Segundo os autores, o colágeno é uma proteína não balanceada e pode ser utilizado na

substituição da carne gorda ou magra em embutidos suínos ou bovinos até o nível de 20%,

sem prejudicar as propriedades funcionais do produto final e os requerimentos nutricionais

da dieta. Em produto emulsionado, a adição de colágeno pode aumentar o rendimento e sua

rigidez, contudo, altos teores podem reduzir a estabilidade da massa, causando defeitos no

produto, com liberação de gelatina e gordura. Foi também observado que os embutidos

contendo mais colágeno eram menos vermelhos na cor devido à diluição da mioglobina.

Os músculos inteiros contendo elevados teores de tecido conjuntivo podem ser

inaceitavelmente duros. Mesmo quando o tecido conjuntivo está presente em produtos

finamente cominuídos, pode haver problemas de textura. Diferentemente das proteínas

miofibrilares, o colágeno não forma um gel estável ao calor e a textura é alterada. Outros

problemas com o uso de tecido conjuntivo, quando o produto é aquecido acima de 60oC, é

que o colágeno encolhe causando perda de fluído e distorção da forma do produto. Com a

extensão do cozimento, o colágeno encolhido tende a solubilizar e formar gelatina que se

separa. O tecido conjuntivo freqüentemente contem considerável quantidade de gordura.

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Capítulo 1

28

Esta gordura, juntamente com a adicionada na formulação, escapam do tecido conjuntivo e

é visível como gordura separada pelo cozimento. O aumento na substituição do tecido

cárneo magro pela forma fibrosa de tecido conjuntivo, tendão, resultou numa diminuição da

textura desejável, sabor e aceitação global. Estas perdas foram minimizadas pelo pré-

aquecimento do tendão. Um pré-aquecimento a 60oC, ao invés de 100oC como antigamente

os autores procediam, foi suficiente para os tecidos de animais jovens. Por causa da

vantagem no custo do tecido conjuntivo, há um considerável incentivo da sua inclusão

como extensor em produtos cominuídos (SADLER; YOUNG,1993).

Os experimentos de Ambrosiadis e Wirth (1984), avaliando os efeitos do tempo de

cominuição no cutter e teores de tecido conjuntivo nos produtos emulsionados tipo salsicha

frankfurt, salsichão calibre 60mm (semi-conserva, 75oC) e enlatado ¾ de conserva (110oC,

Fo = 1,2-1,5) revelaram que um aumento no conteúdo de tecido conjuntivo resultou maior

depósito de gelatina e gordura e portanto declínio na capacidade de retenção de água,

coloração ligeiramente mais clara com menor valor de a* (vermelho) e maior valor de L*

(luminosidade), aumento da firmeza instrumental e sensorial, particularmente quando o

embutido é ingerido frio. Os autores recomendam uma separação manual ou mecânica

cuidadosa entre carne limpa com baixos teores de tecido conjuntivo e carne rica em tecido

conjuntivo (aponevrose), devendo-se proceder inicialmente uma cominuição intensa da

carne limpa adicionando o gelo. Se o aditivo fosfato não for adicionado, a temperatura final

da emulsão de carne magra não deverá exceder 2oC e melhor será se permanecer a 0o C, já

quando fosfato é adicionado, não deverá ser superior a 5oC. A carne rica em tecido

conjuntivo é então adicionada ao cutter, e por último o tecido gorduroso. A temperatura

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Capítulo 1

29

final da mistura não deverá ser maior que 10-12oC quando não há adição de fosfato e 15-

18oC com adição de fosfato.

Segundo Wiley et al. (1979), as carnes com altos teores de colágeno devem ser

limitadas ao máximo de 15% do bloco cárneo, prevenindo a quebra da emulsão e formação

de bolsas de gelatina.

Cross et al. (1976) avaliaram o uso dos cortes cárneos acém/coração da paleta

(“chuck”) e carne de costela (“short plate”) de carcaças de bovinos de diferentes graus de

qualidade, na produção de hambúrgueres de 75g, padronizado para 24% de gordura. Para

todos os atributos de aceitabilidade avaliados, os resultados foram satisfatórios com notas

maiores ou iguais a 5, numa escala de 9 pontos, quando utilizado os cortes cárneos dos

graus “Prime”, “Choice” e “Good”, enquanto que os hambúrgueres preparados com carnes

dos graus “Utility” e “Cutter” foram classificados com notas iguais ou menores a 4 para

maciez, quantidade de tecido conjuntivo e aceitação global. Diferenças na suculência e

sabor não foram significativamente afetadas pela qualidade. Hambúrgueres formulados

com acém/paleta foram mais desejáveis na maciez, sabor, teor de tecido conjuntivo e

aceitação global que hambúrgueres produzidos com carne de costela. Diferenças na

palatabilidade, devido ao grau de qualidade, foram maiores que aquelas devido aos tipos de

cortes cárneos. Portanto, os autores concluem que, o tecido conjuntivo foi e é o maior

problema associado com a aceitação de carne bovina moída e que a carne da categoria

“U.S. Utility” ou de mais baixa qualidade, ou de cortes inferiores, produziam um produto

moído que era inaceitavelmente elevado em tecido conjuntivo.

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Capítulo 1

30

Nos trabalhos de Gillett, Tantikarnjathep e Andrew (1976), o desnervamento de

cortes cárneos para uso em salame resultou em redução na formação de bolsas de gelatina e

melhora da aparência e textura.

Hauser (1975) apud Board et al.(1978) reportou resultados de corned beef onde o

teor de proteína livre de colágeno na proteína total variou de 65 – 90%. Os valores médios

para colágeno na proteína total foram 26,7% (s.d. 6,7%, n=39) para os produtos estilo

europeu e 17,5% (s.d. 4,6%, n=35) para os produtos sul americanos.

No Brasil, os estudos de Olivo (1995) revelaram que o colágeno participa

beneficamente em emulsões cárneas na faixa de 15% a 18% de seu peso em relação à

fração protéica ou aproximadamente 2% em relação ao peso total da massa. Acima desse

teor, apesar de continuar auxiliando na textura, o colágeno passa a prejudicar a estabilidade

da massa, quando em sistemas com alto teor de gordura.

A baixos níveis, o colágeno pode ser vantajoso na estabilização do encolhimento do

produto. Mesmo que todos os estudos não sejam concordantes, a adição de colágeno

geralmente aumenta a dureza e a suculência de salsichas. Em elevadas proporções,

eventualmente causam liberação de gelatina e gordura, difícil descasque, encolhimento na

fervura e textura granulosa (WHITING, 1989 apud OLIVO, 1995).

Com relação à qualidade nutricional, Dvorák e Vognarová (1969) mostraram que a

proporção de aminoácidos essenciais em diferentes cortes de vitela, bovino e suíno

decrescia linearmente quando o logaritmo do teor de hidroxiprolina aumentava.

Bender e Zia, (1976) avaliaram o NPU (Net Protein Utilization) e o teor de

hidroxiprolina de 2 cortes de carne bovina com diferentes teores de colágeno. A amostra de

músculo onde 23,6% da proteína era colágena apresentou NPU de 69 e a amostra de filé,

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Capítulo 1

31

que tinha 2,5% de colágeno, revelou NPU de 82. O NPU aumentou respectivamente para

89 e 98 após suplementação com metionina.

O colágeno contém apenas a metade do teor médio de aminoácidos essenciais

encontrado em proteínas não colágenas e o aminoácido hidroxiprolina é utilizado para

indicar o teor de colágeno porque o mesmo, comumente, não está presente em proteínas

não colágenas (SWAN; TORLEY; 1991 apud OLIVO, 1995).

Uma vez que o teste biológico que mede a qualidade protéica pelo valor de PER

descrito pela AOAC é demorado e custoso, muitos investigadores têm trabalhado para

desenvolver metodologia mais rápida e mais barata para determinar o valor de PER.

Segundo Lee et al. (1978), existe uma correlação negativa estatisticamente significativa

entre teores de colágeno em carnes, aves e seus produtos e o conteúdo de aminoácidos

essenciais de uma proteína (r2=-0,99), bem como, entre o conteúdo de colágeno e os valores

de PER (r2=-0,98). Um aumento na taxa específica de colágeno em produtos cárneos reduz

o número absoluto de aminoácidos essenciais e desequilibra seu balanço, diminuindo a

qualidade do sistema protéico (LEE et al., 1978; ZARKADAS, 1992).

O conteúdo de tecido conjuntivo de carnes pode ser um índice útil para avaliar a sua

qualidade protéica. As vantagens do uso da determinação de colágeno para predizer PER de

amostras de carne são: (1) não é necessário equipamento sofisticado como um analisador de

aminoácidos; (2) é mais simples e mais barato; e (3) pequenos fabricantes podem

facilmente proceder a análise nos seus laboratório de controle de qualidade (ZARKADAS

et al., 1993).

A influência do tecido conjuntivo na qualidade sensorial (aparência, odor, textura e

sabor), nutricional e preço, parece ter sido a base para a introdução de regulamentos

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Capítulo 1

32

técnicos estabelecendo limites mínimos para proteína cárnea não conjuntiva e limites

máximos para proteínas colágenas do tecido conjuntivo em produtos cárneos (BOARD;

MONTGOMERY; RUTLEDGE, 1978).

A detecção e a determinação acurada de colágeno é um requerimento essencial para

a ciência e tecnologia de carnes que buscam explicar a verdadeira contribuição do tecido

conjuntivo para a estrutura e qualidade da carne. O tecnólogo de alimentos também requer

técnicas analíticas confiáveis para auxiliar na verificação da uniformidade do produto no

processamento, que também esteja de acordo com a legislação vigente quanto a sua

composição. Segundo Etherington e Sims (1981), dependendo da natureza da investigação,

há vários métodos experimentais para a detecção e quantificação de colágeno.

A identificação e quantificação de colágeno podem ser realizadas através dos

métodos: a) espectrometria de ressonância magnética nuclear (JOSEFOWICZ;

O’NEILL; PROSSER, 1977), b) técnica ELISA para a determinação dos vários

componentes do tecido conjuntivo incluindo os colágenos tipo I, II, III e IV

(ETHERINGTON; SIMS, 1981); c) métodos histoquímicos (BENTLER, 1977;

HILDEBRANDT et al., 1977; HILDEBRANDT, 1979; SWASDEE et al., 1982; FLINT;

FIRTH, 1983; FLINT; PICKERING, 1984; HILDEBRANDT; HIRST, 1985), d)

cromatografia em fase gasosa com detector de massa (JOHSON, 1988), e)

cromatografia líquida de alta eficiência – HPLC (SMITH; JUDGE, 1991); f)

espectroscopia de transmissão no infravermelho próximo – NIT (BERG; KOLAR,

1991); g) análise de aminoácidos (ASHWORTH, 1987; ZARKADAS et al., 1988;

NGUYEN; ZARKADAS, 1989; KARATZAS; ZARKADAS, 1988; KHALILI;

ZARKADAS, 1988; GRUBER, et al., 1990; ZARKADAS et al., 1992; ZARKADAS et al.,

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Capítulo 1

33

1995) e h) determinação colorimétrica (BERGMAN; LOXLEY, 1963; ARNETH;

HAMM, 1971; WYLER, 1972; CROSS; CARPENTER; SMITH, 1973; JONAS; WOOD,

1983; MURRAY; JEREMIAH, 1983; KOLAR, 1990; REIS et al., 1999; FRANÇA;

WASZCZYNSKYJ, 2002). Alguns dos métodos citados podem ser tão acurados quanto os

colorimétricos, contudo muitos deles necessitam operadores e equipamentos especializados

resultando custo elevado, não sendo apropriados para um grande número de amostras

(ETHERINGTON; SIMS, 1981).

Na determinação colorimétrica do teor de tecido conjuntivo colagenoso, os produtos

cárneos são primeiramente hidrolisados com ácido para liberar a hidroxiprolina da ligação

peptídica (HCl 6M a 110o C por 8-24h) em tubos fechados ou sob refluxo com auxílio de

condensador. O aminoácido livre é determinado colorimetricamente após oxidação a pirrol

com cloramina T, o qual reage especificamente com p-dimetilaminobenzaldeído (reagente

de Ehrlich) para alcançar uma coloração avermelhada. O método colorimétrico é o mais

utilizado na quantificação do aminoácido hidroxiprolina e colágeno pelos laboratórios de

análise de rotina devido a sua precisão, simplicidade, baixo custo e rapidez

(ETHERINGTON; SIMS, 1981).

4. Validação de metodologia analítica

É fundamental que os laboratórios disponham de meios e critérios objetivos para

demonstrar, através da validação, que os métodos de ensaio que executam conduzem a

resultados confiáveis e adequados ao objetivo pretendido. Há razões científicas e

comerciais que justificam a validação de métodos analíticos. Métodos validados e

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Capítulo 1

34

resultados confiáveis são pré-requisitos para mútuo reconhecimento de certificados de

análises de livre comércio.

Validação em análise química é estar com o objetivo voltado para a confiabilidade

analítica do método escolhido ou desenvolvido para se obter o resultado. É o processo que

confere validade a um valor e cujas indicações são aceitas como corretas, se foi analisado

de acordo com as seqüencias analíticas preestabelecidas. Ter validado um resultado é ter

equipamento e seqüência analítica aceitas como corretas (LEITE, 1996).

O analista no seu dia a dia preocupa-se em obter resultados que afastem qualquer

dúvida razoável com respeito a sua exatidão e que possuam uma precisão adequada para a

finalidade a que se destinam. Para que esta confiabilidade seja atingida, algumas etapas são

necessárias, e estarão incluídas em qualquer bom programa de controle e segurança de

qualidade analítica: uso de métodos analíticos validados, confirmação da identidade do

composto de interesse, escolha de métodos de quantificação adequados, emprego de

amostras de referência e testes de recuperação na rotina de controle de qualidade e

participação em testes de proficiência (VALENTE SOARES, 2001).

Ao empregar material de referência certificado, deve-se escolher aqueles cujas matrizes

(tudo que o material contém menos o composto de interesse) mais se aproximem do tipo de

amostra para o qual o método será usado. Cada laboratório pode criar seus próprios

materiais de referência para o controle de qualidade rotineiro, contudo para a validação de

métodos emprega-se material de referência certificado, o qual é um material de referência

onde teores de uma ou mais propriedades estão certificados por um procedimento

tecnicamente válido, acompanhado por um certificado proveniente de um organismo

certificador acreditado (VALENTE SOARES, 2001).

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Capítulo 1

35

Sensibilidade é um parâmetro que demonstra a variação da resposta em função da

concentração do analito. Pode ser expressa pela inclinação da curva de regressão linear de

calibração, e é determinada simultaneamente aos testes de linearidade (ABRANTES, 2003;

INMETRO, 2003).

Precisão é um termo geral para avaliar a dispersão de resultados entre ensaios

independentes, repetidos de uma mesma amostra, amostras semelhantes ou padrões, em

condições definidas. É normalmente determinada para circunstâncias específicas de

medição e as duas formas mais comuns de expressá-la são por meio da repetitividade e

reprodutibilidade, sendo usualmente expressa pelo desvio padrão ou desvio padrão relativo.

Ambas repetitividade e reprodutibilidade são geralmente dependentes da concentração do

analito e, deste modo, devem ser determinadas para um diferente número de concentrações

e, em casos relevantes, a relação entre precisão e a concentração do analito deve ser

estabelecida (INMETRO, 2003). A precisão será maior quanto menor for a amplitude das

medidas e maior for a concordância entre os vários valores experimentais obtidos, ou seja,

quanto mais próximos estiverem entre si (LEITE, 1996).

Segundo INMETRO (2000) repetitividade de resultados e medições é o grau de

concordância entre os resultados de medições sucessivas de um mesmo mensurando

efetuadas sob as mesmas condições de medição. As condições de repetitividade incluem:

mesmo procedimento de medição; mesmo observador; mesmo instrumento de medição,

utilizado nas mesmas condições; mesmo local; repetição em curto período de tempo.

Repetitividade pode ser expressa quantitativamente, em função das características da

dispersão dos resultados. Reprodutibilidade é o grau de concordância entre os resultados

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Capítulo 1

36

das medições de um mesmo mensurando efetuadas sob condições variadas de medição. As

condições podem incluir: princípio de medição; método de medição; observador;

instrumento de medição; padrão de referência; local; condições de utilização e tempo. A

reprodutibilidade pode ser expressa, quantitativamente, em função das características da

dispersão dos resultados.

Baseado em exatidão e precisão surge a expressão erro analítico. Qualquer medida

experimental está sujeita a erro, ou seja, haverá sempre uma diferença entre o valor

verdadeiro e o valor medido. Considera-se para estudar os erros as classificações: erros

sistemáticos e erros indeterminados. Erros sistemáticos são erros que a princípio pode-se

“aliviá-lo” nas medidas, ou seja, eliminá-los ou aplicar fatores de correção desde que

constantes. Entre os erros sistemáticos mais comuns tem-se: erros instrumentais, erros

devido à presença de impurezas, erros de operação, erros pessoais, erros de método. Dos

citados, os erros de método são os mais graves, pois não pode ser eliminado por um bom

operador ou um bom equipamento, pois o erro está na química aplicada para a obtenção do

resultado. Erros indeterminados são erros devido a variações ao acaso, de causas não

conhecidas exatamente, em geral irregulares e de difícil controle do operador como

umidade, temperatura, iluminação, pureza dos reagentes, etc (LEITE, 1996).

A recuperação do analito pode ser estimada pela análise de amostras adicionadas

com quantidades conhecidas do mesmo (spike). As amostras podem ser adicionadas com o

analito em pelo menos três diferentes concentrações. A limitação deste procedimento é a de

que o analito adicionado não está necessariamente na mesma forma que a presente na

amostra. A presença de analitos adicionados em uma forma mais detectável pode ocasionar

avaliações excessivamente otimistas da recuperação (INMETRO, 2003).

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Capítulo 1

37

A seletividade analítica representa a capacidade de avaliar de forma inequívoca a

substância em estudo em misturas complexas, sem a interferência de outros componentes

da mistura. A não seletividade é a interferência por outra substância, que não seja o analito

de interesse, na medição pelo detector (ABRANTES, 2003).

A robustez é a capacidade de um método de ensaio de não ser afetado por uma

pequena e deliberada modificação em seus parâmetros (ABRANTES, 2003). Um método

diz-se robusto se revelar praticamente insensível a pequenas variações (pH, tempo,

temperatura, tamanho da amostra, agitação) que possam ocorrer quando esse está sendo

executado.

O processo de validação exige, além do conhecimento da exatidão, precisão,

especificidade, limite de detecção, limite de quantificação, linearidade, também a

determinação do alcance em termos de matrizes diferentes, sobre as quais o método pode

ser aplicado na determinação de um mesmo analito. Deve ser efetuado um estudo sobre

diferentes matrizes para se estabelecer o alcance do método, no que diz respeito à sua

versatilidade na dosagem do analito. Em geral o método é submetido a um teste completo

com uma única matriz, e os resultados obtidos serão, então, comparados com os de diversas

matrizes, que foram submetidas a testes em estudos de validação simplificados.

O laboratório, ao utilizar métodos analíticos validados, cumpriu apenas uma etapa

no seu controle de qualidade interno. Além de métodos confiáveis, terá que demonstrar que

em seu dia-a-dia produz resultados confiáveis. Isto é conseguido com a inclusão de

materiais de referência (doméstico), execução de análises em duplicata no trabalho de

rotina e a participação em estudos colaborativos para teste de proficiência do laboratório

(VALENTE SOARES, 2001).

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Capítulo 1

38

5. Legislação

5.1 Proteínas de soja

Segundo a Resolução no14/78 da Comissão Nacional de Normas e Padrões para

Alimentos (BRASIL, 1978b) em vigor até a presente data, também transcrita pela NTA 36

das Normas Técnicas Especiais Relativas a Alimentos e Bebidas (SÃO PAULO, 1978),

estabeleceu-se os padrões de identidade e qualidade relativos aos teores mínimos de

proteínas (N x 6,25) para a farinha desengordurada de soja no valor de 50%, proteína

texturizada de soja 50,0% (base seca), proteína concentrada de soja 68,0% (base seca) e

proteína isolada de soja 88,0% (base seca).

Pela Portaria no115/78 (BRASIL, 1978a) ficou autorizado o uso de proteína

texturizada de soja em produtos cárneos no teor máximo de 7,5% em base seca ou 22,5%

em base hidratada, calculado sobre o total da massa no produto final. Ficaram excluídos

desta permissão presuntos cozidos, salame, lingüiça calabresa, lingüiça toscana e “corned

beef”. O emprego simultâneo de proteína de soja e matérias primas animais constituídas de

órgãos e outros tecidos (estômagos, emulsão de pele, etc) não devendo exceder 22,5% do

total da massa do produto final. Ficaram estabelecidos para o produto final, os percentuais

máximos de órgãos e outros tecidos de 10% e mínimo de carne de 55%. Sempre que a

proteína texturizada de soja excedesse a fórmula do produto cárneo a 3,5% na base seca ou

10,5% na base hidratada exigia-se a declaração do percentual na rotulagem.

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Capítulo 1

39

A Instrução Normativa no4 (BRASIL, 2000a) em vigor até a presente data,

estabeleceu o limite de 4% de adição de proteínas não cárneas (vegetal ou animal), como

proteína agregada nos produtos cárneos como mortadelas e salsichas (exceto mortadelas

bologna e italiana e salsichas frankfurt e viena onde permite-se somente a adição das

proteínas lácteas). Também ficou autorizado o uso de 2,5% de proteínas não cárneas nas

lingüiças frescais, cozidas ou dessecadas, excetuando a adição nas lingüiças calabresa,

portuguesa, blumenau e colonial. Pela Instrução Normativa no 20 (BRASIL, 2000b) ficou

autorizado a adição de proteínas não cárneas nos teores máximos de 4% para os produtos

cárneos tipo almôndega, hambúrguer e kibe, 2,5% para apresuntado e fiambre, 2% para

presunto cozido e outros presuntos, 1% para presunto tenro e, quando se tratar de presunto

cozido superior, é proibida a utilização de qualquer proteína que não aquela proveniente da

massa muscular do pernil, exceto o caseinato de sódio no limite máximo de 1%. Ficaram

estabelecidos pela Instrução Normativa no 21 (BRASIL, 2000c) os limites de 3% para o

patê e 2% para o bacon, barriga defumada e produtos de lombo (cozido, temperado, curado

e dessecado e tipo canadense). Segundo a Instrução Normativa no 22 (BRASIL, 2000d),

não podem ser acrescidos de proteína vegetal tipo soja os produtos crus como copa, jerked

beef, presunto cru, presunto tipo Parma, lingüiça colonial, pepperoni e todas as variedades

de salames (BRASIL, 2000d).

Segundo a Portaria no15 (BRASIL, 2000e) ficaram suspensas as autorizações de uso

de Proteína de Soja nas formas “isolada” e “concentrada” e misturas de proteínas e outros

ingredientes com a mesma finalidade isolada ou em conjunto, nas “carcaças” e “cortes” de

animais de açougue de carnes comercializadas na forma “in natura”. O Departamento de

Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) deve elaborar estudos para a fixação de

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Capítulo 1

40

critérios e procedimentos relativos ao uso de “Proteínas de Soja” em produtos de origem

animal industrializado.

Está aprovado pelo Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar dos Estados Unidos

o uso dos extensores como a proteína isolada de soja no teor máximo de 2%, a farinha de

soja 3,5%, a proteína de soja concentrada 3,5%, devendo estar relacionado na lista de

ingredientes na rotulagem do alimento, pelo seu nome comum (ESTADOS UNIDOS,

2001a).

Isolados protéicos de soja texturizados ou não podem ser utilizados nos produtos

cárneos argentinos como ligantes ou extensores até um máximo de 2% do peso do produto

terminado. Esta adição deve constar qualitativamente e quantitativamente na lista de

ingredientes declaradas no rótulo, com caracteres de bom tamanho, realce e visibilidade.

Permite-se a adição de soja texturizada como extensor, até o máximo de 10% em base seca

no produto terminado, devendo essa adição ser declarada na denominação do produto (por

exemplo, salsicha com soja, hambúrguer com soja) com caracteres de tamanho igual, e sua

porcentagem na lista de ingredientes, com caracteres de bom tamanho, realce e visibilidade.

Exceção desta autorização aos presuntos, paletas, “bondiola” e lombo de porco

(ARGENTINA, 1969).

Não há padrões de legislação para uso de proteínas de soja em produtos cárneos na

Comunidade Européia (somente os aditivos foram harmonizados). Desde 29 de janeiro de

1998 está permitido o uso de ingredientes de soja na Alemanha, sem limite de adição, para

todos os produtos cárneos, desde que rotulados com os dizeres “com proteína de soja”

(ALEMANHA, 1998).

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Capítulo 1

41

5.2 Tecido conjuntivo, gordura e água

De acordo com o Artigo no879 do RIISPOA (BRASIL, 1997), segundo o tipo de

embutido e suas peculiaridades, podem entrar em sua composição tendões e cartilagens.

As Normas Técnicas Especiais Relativas a Alimentos e Bebidas (SÃO PAULO,

1978) estabelecem segundo a NTA 3 para carne bovina moída a ausência de cartilagens, de

ossos e os teores máximos de 3% de aponevrose e 10% de gordura.

De acordo com a Instrução Normativa no4 (BRASIL, 2000a), os embutidos dos

tipos salsicha e mortadela podem ser acrescidos de miúdos e vísceras comestíveis, pele e

tendões na proporção de 10%, exceto para mortadela bologna, mortadela italiana, salsicha

viena e salsicha frankfurt. Os miúdos comestíveis de carne de aves (fígado, moela e

coração) podem ser adicionados na proporção de 5% em mortadela de carne de ave e 10%

em salsicha de carne de ave (BRASIL, 2000a).

Segundo a Instrução Normativa no83 (BRASIL, 2003) que trata do Regulamento

Técnico de Identidade e Qualidade de Carne Moída de Bovino, entende-se por carne moída

o produto obtido a partir da moagem de massas musculares de carcaças de bovinos (aplica-

se também ao produto obtido da carne de búfalos), seguidos de imediato resfriamento ou

congelamento, com teor máximo de 15% de gordura. A matéria-prima a ser utilizada

deverá estar isenta de tecidos inferiores como ossos, cartilagens, gordura parcial,

aponevroses, tendões, coágulos, nodos linfáticos etc. A água no teor máximo de 3% consta

como ingrediente opcional. Permite-se a utilização de carne industrial de matança, desde

que as mesmas sejam previamente lavadas, escorridas, e submetidas a processo de

resfriamento ou congelamento.

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Capítulo 1

42

Segundo a Directiva 2000/13/EC (COMUNIDADE EUROPEIA, 2000), ficou

estabelecido o conteúdo máximo de gordura para os ingredientes designados pelo termo

“carne ... (nome da espécie animal)” não devendo exceder 15% para a carne de aves e

coelhos, 30% para carne de suínos e 25% para carne de outros mamíferos. O conteúdo de

tecido conjuntivo que é calculado com base na relação entre o teor de colágeno

(hidroxiprolina x 8) e o teor de proteína cárnea, não deve exceder 10% para as carnes de

aves e coelhos, 25% para a carne suína e outros mamíferos. Se os limites máximos são

excedidos, mas todos os outros critérios para a definição de carne são satisfeitos, o

conteúdo de carne deve ser adequado e a lista de ingredientes deve mencionar, em adição

ao termo “carne ...”, a presença de gordura e ou tecido conjuntivo. Os produtos englobados

pela definição de “carne mecanicamente separada” estão excluídos do escopo desta

definição (difere significativamente da “carne” como percebida pelos consumidores).

Para o Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (Food Safety and Inspection

Service) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a grande diferença entre

carne moída e hambúrguer é que a gordura poder ser adicionada ao segundo. É aceito o teor

máximo de 30% de gordura para ambos. Os produtos podem conter condimentos, mas não

devendo ser acrescidos de água, fosfatos, aglutinantes, substâncias ligadoras ou extensoras.

Quando a carne de bochecha é utilizada na preparação de carne moída, a quantidade deve

ser limitada a 25%, quando em excesso, a presença deve ser declarada no rótulo, na lista de

ingredientes (ESTADOS UNIDOS, 2001b).

Nos Estados Unidos, os produtos cárneos dos tipos “frankfurter, hotdog, weiner,

vienna, bologna, knockwurst” e embutidos cozidos similares são produtos cominuídos

semi-sólidos preparados de um ou mais tipos de carne de músculos esqueléticos,

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Capítulo 1

43

condimentados, curados, defumados ou não. Os produtos terminados não podem conter

mais que 30% de gordura. Gelo ou água, ou ambos, podem ser utilizados, mas o produto

deverá conter no máximo 40% da combinação de gordura e água. Os embutidos desta

categoria rotulados junto ao nome do produto “com subprodutos” consistem de não menos

que 15% de um ou mais tipos de carne de músculo esquelético cru com subprodutos

cárneos crus (ESTADOS UNIDOS, 2001b).

A legislação da Austrália e Nova Zelândia (2001) estabelece que a carne moída

deve constituir de 100% de carne e nenhum aditivo está permitido, podendo conter

quantidades significativas de gordura. Não é necessária a declaração do teor de gordura da

carne moída embalada ou não embalada, se não é feita alguma referência ao teor de

gordura. No entanto, o uso da terminologia “magra” ou “limpa” traduz a necessidade da

declaração do teor de gordura. A carne é liberada das informações de rotulagem nutricional

se embalada na presença do consumidor. No entanto, se houver um chamamento nutricional

para alguma carne, incluindo a carne moída, uma informação nutricional completa será

requerida. Esta informação deve constar no rótulo da carne embalada, ou no caso de carne

não embalada deverá ser exibida sobre ou em conexão à exposição do alimento; ou provida

ao consumidor quando solicitada.

A legislação da Austrália e Nova Zelândia (2001) considera também que adultos e

crianças consomem quantidades significativas de produtos cárneos processados (incluindo

embutidos), freqüentemente utilizando-os como substitutos para a carne muscular. Por esta

razão, é importante manter o perfil nutricional destes produtos. Por isto, a legislação requer

que embutidos devam conter pelo menos 50% de carne muscular livre de gordura e um teor

máximo de gordura de 50% do conteúdo da carne muscular livre de gordura. Por exemplo,

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Capítulo 1

44

se o embutido é produzido com 600 g de carne muscular livre de gordura por Kg do

embutido final, está permitido acrescentar até 300 g por Kg de gordura no embutido final.

Não há restrições específicas sobre o uso de subprodutos como parte do conteúdo de carne

de embutidos, uma vez que a presença destes ingredientes esteja claramente declarada na

rotulagem ou pelo nome de classe ou nome específico (caso do cérebro, coração, rim,

fígado, língua e bucho) ou somente pelo nome específico do subproduto (caso do sangue,

pâncreas, baço e timo que não são permitidos a menos que rotulados pelo nome). Quando o

produto não necessita rotulagem, ou se o produto é vendido não embalado, há o

requerimento de que a presença do subproduto seja declarada ao consumidor.

O teor mínimo de carne (todas as partes da carcaça, incluindo os subprodutos e

gordura) na categoria das carnes processadas é de 30%. Exemplos de carnes processadas

contendo entre 30% e 66% de carne inclui alguns embutidos, salsicha Frankfurt, algumas

pastas cárneas e patês, enquanto que os presuntos são exemplos de carnes processadas com

teor de carne maior que 66% (podendo também incluir algumas pastas, patês e embutidos).

Produtos contendo menos que 300g/Kg de carne, isto é hambúrgueres ou bolos de carne,

não são proibidos, eles são considerados alimentos mistos e devem seguir o padrão geral de

alimentos (AUSTRALIA; NOVA ZELÂNDIA, 2001).

Desde de 1975, até a presente data, a Alemanha apresenta legislação para embutidos

cárneos crus e emulsionados cozidos quanto aos teores máximos de proteína do tecido

conjuntivo – BE (Bindegewebseiweiβ) e teores mínimos de proteína cárnea livre de

proteína do tecido conjuntivo – BEFFE (Bindegewebseiweiβfreies Fleischeiweiβ), esta

última obtida indiretamente pela determinação da proteína total subtraído a proteína do

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Capítulo 1

45

tecido conjuntivo (teor de hidroxiprolina multiplicado pelo fator 8) e proteínas estranhas

e/ou vegetais. As Tabelas 1 e 2 relacionam porcentagens mínimas de BEFFE (valores

absoluto e relativo) e porcentagens máximas de BE (valor relativo) para embutidos crus,

produtos emulsionados cozidos e produtos de carne moída (ALEMANHA, 1975;

ALEMANHA, 2003). Os produtos denominados “simples” (“einfach”), mediante

declaração, podem ser adicionados de componentes cárneos ricos em tecido conjuntivo

(carne de cabeça, couro, músculo etc.), revelando produtos com elevados valores relativos

de BE (35-40%) e baixos valores absolutos de BEFFE (6,0-10,0%). Os produtos especiais

com pedaços de carne inseridos na massa ou designados como “Ia”, apresentam baixos

valores relativos de BE (12-15%) e uma maior porcentagem de BEFFE absoluto (12-

14,5%). Portanto, na Alemanha, a própria designação do nome do produto ou a inserção das

especificações “Ia” (especial) ou “einfach” (simples) juntamente com o nome, estabelecem

a qualidade relativa do mesmo, segundo o teor de carne ou tecido conjuntivo, possibilitando

a escolha pela aquisição de um produto de maior ou menor preço.

Tabela 1. Legislação da Alemanha para produtos cárneos crus e cozidos

Produto cárneo BEFFE

absoluto1 mínimo (%)

BEFFE relativo2

mínimo (%)

BE relativo3

máximo (%) Embutido cru firme ao corte Salami ungarischer Art 14 85 15

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Capítulo 1

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Italienische Salami, Salami Italienischer Art 14,5 85 15 Schinkenplockwurst, Rohe Schinkenwurst 13,5 85 15 Salami Ia, Salami fein 14 85 15 Salami, Katenrauchwurst, Mettwurst, Salametti 11,5/124 80 20 Schlackwurst 12/12,55 85 15 Cervelatwurst Ia, Cervelatwurst fein 12 85 15 Cervelatwurst 11/11,56 80 20 Schinkenmettwurst 12,5 80 20 Westfälische grobe Mettwurst 12 75 25 Aalrauchmettwurst 10 75 25 Plockwurst 11 75 25 Plockwurst einfach 10 65 35 Rohe Knoblauchwurst, Rohe Krakauer, Touristenwurst, Mettwurst in Enden, Räucherenden, Colbassa

10 75 25

Knoblauchwurst einfach, Touristenwurst einfach, Räucherenden einfach, Mettwurst in Enden einfach

9 65 35

Polnische, Berliner Knacker, Bauernbratwurst, Geräucherte Bratwurst, Debrecziner, roh, Rote Wurst, Dürre Runde, Thüringer Knackwurst, …

12 75 25

Landjäger, Peperoni, Kaminwurzen, Bauernschübling, Rauchpeitschen 10 65 35 Embutido cru pastoso Teewurst, Teewurst Rügenwalder Art, Grobe Teewurst, Mettwurst Ia, Streichmettwurst Ia, Rindwurst, Hofer Rindfleischwurst.

10/117 85 15

Mettwurst, Streichmettwurst, Braunschweiger Mettwurst, Braunschweiger, … 7,5 75 25 Grobe mettwurst, Zwiebelwurst, Zwiebelmettwurst, Frühstückswurst, … 8,5 75 25 Schmierwurst, fette Mettwurst 6,5 70 30 Mettwurst einfach, Streichmettwurst einfach 7 70 30 Embutido tipo emulsão cozido (fino calibre) Würstchen nach Frankfurter Art, Schinkenwürstchen 8/98 75 25 Wiener, Bockwurst,Würstchen, Saftwürstchen, Cocktailwürstchen, Halberstädter würstchen, Dünne, Münchner Dampfwurst, Saitenwürstchen, Bouillonwürstchen, Fleischwürstchen, Jauersche, Knobländer

8 75 25

Pfälzer, Augsburger, Regensburger, Debreziner, Jagdwürstchen, Brühpolnische, Bauerwürstchen, Krainer, Schützenwurst, …

8 75 25

Dicke, Knackwurst, Rote, Servela, Klöpfer, Knacker, Rindswurst, Schüblinge 7,5 75 25 Knacker einfach, Schüblinge einfach, Servela einfach, Klöpfer einfach 6,5 60 40 Kalbsbratwurst, Weiβwurst 7,5 80 20 Wollwurst, Geschwollene 6,5 80 20 Münchner weiβwurst 6,5 70 30 Stockwurst, Weiβwurst einfach, Rindsbratwurst, Lungenwurst, Berliner Dampfwurst, Kümmelwurst

6 65 35

Grobe Bratwurst, Schweinsbratwürstchen, Schweinswürstchen, Fränkische Bratwurst, Pfälzer Bratwurst, Hessische Bratwurst, Rostbratwurst, Nürnberger Rostbratwurst, Treuchtlinger, Rheinische Bratwurst, …

8,5 75 25

Bratwurst, Rheinische Bratwurst, Schlesische Bratwurst, Rostbratwurst 8 75 25 Fonte: ALEMANHA (2003) 1BEFFE = proteína cárnea livre de proteína do tecido conjuntivo BEFFE abs (%) = Proteína cárnea (%) – BE (%) 2BEFFE rel. (%) = [BEFFE (%) / proteína cárnea (%)] x 100 3BE = proteína do tecido conjuntivo BE rel. (%) = [proteína do tecido conjuntivo (%) / proteína total (%)] x 100 4Calibre < 70mm: BEFFE min. 12%, calibre >70mm: BEFFE min. 11,5% 5Calibre < 70mm: BEFFE min. 12,5%, calibre >70mm: BEFFE min. 12% 6Calibre < 70mm: BEFFE min. 11,5%, calibre >70mm: BEFFE min. 11% 7Produto finamente cominuído: BEFFE min. 10%, produto com porção cánea cominuída: BEFFE min. 11% 8Produto semi-manufaturado conservado cru: BEFFE min. 9%, produto escaldado: BEFFE min. 8%

Tabela 2. Legislação da Alemanha para produtos cárneos cozidos

Produto cárneo BEFFE

absoluto1 mínimo (%)

BEFFE relativo2

mínimo (%)

BE relativo3

máximo (%) Embutido tipo emulsão finamente cominuído cozido

Lyoner, Schinkenwurst, Norddeutsche Mortadella, Pariser Fleischwurst, 8 75 25

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Capítulo 1

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Rheinische Fleischwurst, Frankfurter Fleischwurst, Kalbfleischwurst, Kalbfleischkäse, Breslauer, Sardellenwurst Fleischwurst, Stadtwurst, Fleischkäse, Leberkäse, Leberrolle, Knoblauchwurst

7,5 75 25

Fleischwurst einfach, Stadtwurst einfach, Fleischkäse einfach 6,5 65 35 Mosaikpastete, Schachbrettpastete und andere Brühwurstpasteten und rouladen ohne grobe Fleischeinlagen sowie feingekutterte Grundmasse für Brühwurstpasteten und rouladen mit groben Fleischeinlagen (z.B. Zungenpastete, Filetpastete)

8,5 82 18

Fleischsalatgrundlage 7 70 30 Gelbwurst, Kalbskäse, Weiβer Fleischkäse 7,5 80 20 Weiβe im Ring, Weiβe Lyoner 7 80 20 Embutido tipo emulsão cozido (cárnea moída adicionada à massa) Bierwurst Ia, Bayerische Bierwurst, Göttinger Blasenwurst, Kochsalami, Tiroler, Krakauer, Jagdwurst (süddeutsche Art), Celler, Gekochte Ia, ...

9,5 80 20

Jagdwurst norddeutsche Art, Grobe Schinkenwurst, Gefüllte Schweinsbrust, Gefüllter Schweinsfuβ, Gefüllter Schweinskopf, Grobe Lyoner, Stuttgarter, Bierwurst, Hildesheimer, Grobe Stadtwurst, Nürnberg Stadtwurst, Frühstücksfleisch, Schweinskäse, Stuttgarter Leberkäse

8 80 20

Gröber Leberkäse, Grober Fleischkäse, Roter Fleischkäse, Grobe Fleischwurst

8 75 25

Gebrühte Knoblauchwurst, Gebrühte Krakauer, Cabanossi, Touristenwurst 8 70 30 Gebrühte Touristenwurst einfach, Gebrühte Krakauer einfach 6,5 65 35 Schweinskopfwurst 8 65 35 Weiβer Schweinskäse, Weiβe grobe Lyoner 8 80 20 Embutido tipo emulsão cozido com pedaços de carne na massa Beirschinken, Schinkenpastete, Rinder-Bierschinken, Geflügel-Bierschinken

13 88 12

Filetpastete, Imitierte Wildschweinpastete und andere Brühwurstpasteten und rouladen mit bindegewebsarmen Fleischeinlagen

9 82 12

Preβkopf, Eisbeinpastete und andere Brühwurstpasteten und -rouladen mit deklarierten bindegewebsreichen Fleischeinlagen, Ansbacher, Saure-Rolle

7,5 65 35

Süddeutsche Mortadella, Zungenwurst, Zungenpastete, Zungenroulade, Herzwurst

8 80 20

Italienische Mortadela, Mortadella italienischer Art 9 80/709 20/309 Zigeunerwurst, Paprikaspeckwurst 12 75 25 Milzwurst 8 80 20 Produto de carne moída ou semelhante cominuído Hambúrguer, Beefburger

13,5

75

25

Schabefleisch, Beefsteakhack, Tatar 18 90 10 Hacksteak 12 80 20 Deutsches Beefsteak, Hackbeefsteak 14 85 15 Fonte: ALEMANHA (2003) 1BEFFE = proteína cárnea livre de proteína do tecido conjuntivo BEFFE abs (%) = Proteína cárnea (%) – BE (%) 2BEFFE rel. (%) = [BEFFE (%) / proteína cárnea (%)] x 100 3BE = proteína do tecido conjuntivo BE rel. (%) = [proteína do tecido conjuntivo (%) / proteína total (%)] x 100 9Produto sem os miúdos: BEFFE na prot.cárnea min. 80%, produto com miúdos: BEFFE na prot. cárnea min. 70%

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Capítulo 1

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Presunto cozido. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, no149, 03 ago. 2000b. Seção 1, p.7-12. BRASIL. Instrução Normativa no21, 31 jul 2000. Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade de Patê, de Bacon ou Barriga Defumada e de Lombo Suíno. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, no149, 03 ago. 2000c. Seção 1, p.12-15. BRASIL. Instrução Normativa no22, 31 jul 2000. Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade de Copa, de Jerked Beef, de Presunto tipo Parma, de Presunto Cru, de Salame, de Salaminho, de Salame tipo Alemão, de Salame tipo Calabrês, de Salame tipo Friolano, de Salame tipo Napolitano, de Salame tipo Hamburguês, de Salame tipo Italiano, de Salame tipo Milano, de Lingüiça Colônia e Pepperoni.. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, no149, 03 ago. 2000d. Seção 1, p.15-28. BRASIL. Instrução Normativa no 83, 21 de nov. 2003. Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade de Carne Bovina em Conserva (Corned Beef) e Carne Moída de Bovino. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 03 dez 2003. Seção I, p.13. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/sda/dipoa/ Acesso em: 9 dez. 2003. BRASIL. Portaria no 15, 26 de abr 2000. Ficam suspensas nas “Autorizações de Uso de Produto” – AUP – emitidas pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, a utilização de Proteína de Soja nas formas “Isolada” e “Concentrada” e misturas de proteínas de proteínas e outros ingredientes com a mesma finalidade isolados ou em conjunto, nas “carcaças” e “cortes” de animais de açougue de carnes, comercializadas na forma “in natura”. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 28 abr. 2000e. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/sda/dipoa/portaria15.htm Acesso em: 30 ago. 2002. BRASIL. Portaria no 33, 17 de jul 2002. Submeter a consulta pública o Projeto de Instrução Normativa e seus anexos que tratam dos Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade de Carne Bovina em Conserva (Corned Beef) e Carne Moída de Bovino. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 26 jul 2002. Seção I, p.53-55. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/sda/dipoa/portaria33.htm Acesso em: 11 nov. 2002. BRASIL. Portaria no 115/78. Dispõe sobre a permissão do emprego de proteína texturizada de soja em produtos cárneos. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 1o ago. 1978a. Seção 1, Parte 1, p.12020-12021. BRASIL. Resolução CNNPA no14/78. Padrão de Identidade e Qualidade para Farinha Desengordurada de Soja, Proteína Texturizada de Soja, Proteína Concentrada de Soja, Proteína Isolada de Soja e Extrato de Soja. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 28 jun. 1978b. Seção I, Parte I, p.9896-9900.

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Capítulo 1

53

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Capítulo 1

60

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61

CAPÍTULO 2

QUANTIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS DE

SOJA EM PRODUTOS

EMULSIONADOS

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Capítulo 2

63

Quantitative determinations of commercial soy proteins in

emulsion-type meat products using an ELISA assay kit1

1Trabalho apresentado no 49th International Congress of Meat Science and Technology (ICoMST)- 2nd Brazilian Congress of Meat Science and Technology, 2003, Campinas. Proceedings p.403-404.

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Capítulo 2

65

Background

Soy proteins are often added to meat products to improve texture, to act as binders, to aid in

the retention of water and fat and to extend or substitute meat proteins (KINSELLA, 1979).

Soy protein products are cheaper than meat proteins. This economic standpoint clearly

stimulated efforts to replace some of the meat by soy proteins. In Brazil, up to 4% soy proteins

can be added to finely comminuted meat products such as frankfurter-type sausages and hot

dogs, up to 2.5% to tradeless raw sausages; therefore, they cannot be added to frankfurters,

wieners, portuguese and calabrian types raw sausages (BRASIL, 2000). Presently, there is no

routine method used for the measurement of the amount of this protein. The ELISA-TEK

assay kit employs the principle of enzyme immunoassay for soy proteins in the presence of

other vegetable and meat proteins. The kit is intended to be used for soy protein at levels

between 1 to 10% of the total wet weight of raw or processed mixed meat products. Samples

containing levels of soy protein outside this range can be measured by altering the ratio of

meat to buffer used to prepare the meat slurry (ELISA Technologies, 2000). This analysis,

including sample preparation, can be completed within a workday, and immunoassay in less

than 60 min (RITTENBURG, 1987).

Objectives

Quantification of soy protein isolate (SPI), texturate concentrate (SPTC) and texturate (SPT)

at levels 0.5; 2.0; 4.0; and 6.0% of the total wet weight added to raw, pasteurized (Lyoner

sausage) and sterilized (canned conserve) emulsion-type meat products utilizing ELISA-TEK

soy protein assay kit.

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Capítulo 2

66

Methods

Meat formulations each weighting 8Kg consisted of 56.2% beef, 12.5% mechanically deboned

poultry meat, 17.25% pork backfat, 9.18% crushed ice, 1.5% salt, 0.015% sodium nitrite,

0.3% sodium tripolyphosphate, 0.05% sodium erythorbate, 1% spices and 2% manioc starch.

The formulations with 0.5; 2.0; 4.0 and 6.0% soy protein isolate (Supro 500E, natural color

powder), texturate concentrate (Proteimax TR-120, natural color texturate) or texturate

(Maxten E-100, powder coloured with erythrosine) were adjusted altering beef, ice and

backfat resulting in a relation moisture/protein 4.7 and 20% fat, approximately. Soy materials

were incorporated in a form of powder or texturate (as received). The products were prepared

in the Meat Technology Centre of the Institute of Food Technology according to industrial

standards, i.e. chopped until an emulsion was formed, stuffed into casing (K plus - CaseTech –

water and vapor barrier, ∅=60mm) for Lyoner-type sausage and cooked to 72oC internal

temperature. A portion of each formulation was retained as raw (500g) and the remaining

portion was sterilized under conditions of commercial canning at 121oC (~150g cylindrical

cans, nominal process value Fo = 6.41). The ELISA-TEK soy protein assay kit was used

according to the manufacturer’s instructions (ELISA Technologies, 2000). This assay is an

indirect competitive enzyme immunoassay. Meat samples are homogenized and then extracted

(solubilized) in a urea-dithiothreitol buffer at 100oC followed by rapid renaturation in a cystine

containing diluent. This assay is performed in plastic microwells that have been pre-coated

with a purified preparation of soy protein. In the initial competition reaction, a fixed amount of

the diluted extract of the meat sample is added into the soy protein coated microwell along

with a fixed volume of specific rabbit anti-soy protein. With increasing concentrations of soy

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Capítulo 2

67

in the diluted extract, the amount of rabbit anti-soy protein binding to the soy protein attached

to the microwell will decrease. The amount of rabbit anti-soy protein remaining to the soy

protein coated microwell is determined by reacting a fixed amount of peroxidase conjugated

swine anti-rabbit globulin. Bound peroxidase activity is determined by adding a fixed amount

of TMB substrate which develops a blue color (subsequently changing to yellow) in the

presence of peroxidase. Color development is inversely proportional to the original soy protein

concentration in the diluted extract. The concentration of soy protein in the meat product can

be determined by reading off a calibration curve derived from standards of known soy protein

concentrations. The ELISA-TEK soy protein assay kit has been standardized using a soy

protein isolate (Purina PP500E soy isolate). Other types of soy preparations may react

somewhat differently in the assay. The kit manual recommends that if the type of soy

preparation, which is being assayed for, is known, then a sample of that soy powder should be

included in the assay and run in parallel to the soy protein control. The recovery factor

obtained with the test soy preparation can then be applied as a correction factor to the test

samples.

Results and Discussion

The kit assay utilizes 5 soy protein standards at concentrations of 3.5; 7.0; 15.0; 35.0 and 70.0

µg/mL. The response curve using soy protein standards exhibited a good linear response

within the above concentration range (y=0.645logx+1.342; r=0.980). The assay performance

was monitored through the internal control measurements of maximum binding, substrate

blank, and soy protein control. The maximum binding microwell gave an absorbance value of

1.498 at 450 nm (should lie in the range of 1.4 to 2.0 absorbance units). The absorbance ratio

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Capítulo 2

68

of the 3.5µg/mL standard to the maximal binding microwell absorbance was 0.69 (it should lie

between 0.50 and 0.70), indicating that assay components are performing within specifications

(standard curve displacement). The response for soy protein kit control, SPT, SPTC and SPI

was 74; 91; 75 and 88% respectively, indicating that the extraction procedure and the

immunoassay were performed satisfactorily. The expected values given for the soy products in

Table 3 are the recipe (formulation) values corrected for the response factors of the soy

materials (SPT, SPTC and SPI) used in this particular experiment. Once these corrections have

been made, the expected values and the determined values corresponded very closely. The

recovery results for 6.0; 4.0; 2.0 and 0.5% soy material added to emulsion-type products

ranged from 89 – 137%; 87 – 164%; 77 – 142% and 104 - 194% respectively. The samples

without soy protein were characterized as containing no soy, or only insignificant amounts.

Meat products added with SPT, SPTC and SPI showed intervals recovery of 89 - 142%, 112 –

164% and 77 – 121% respectively, excluding 0.5% soy added, which is out of the

experimental spectrum predicted by the ELISA-TEK manual. In Figure 2, responses were

linear for soy products with correlation coefficient of 0.95; 0.95 and 0.96 for SPT

(y=0.97x+0.13), SPTC (y=1.33x+0.06) and SPI (y=1.08x-0.01) respectively. The observed

levels of soy protein (y) agreed with expected soy proteins (x) in meat products within

experimental error. The response for products with soy protein texturate concentrate (SPTC)

was still linear but with greater slope; the observed results for all samples were found to be

somewhat higher than the expected content. These results can be explained by the known high

response of some soy ingredients, particularly texturates, that are highly denatured protein and

have varying degrees of antigenic response depending upon its processing treatment. In this

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Capítulo 2

69

case, the recovery results would be minor (25%) if no correction factor was used. Considering

heat treatments (Table 3), the intervals recovery were 87 – 148% for raw, 95 – 164% for

pasteurized and 77 – 157% for sterilized emulsion-type meat products. In Figure 3, the

responses were still linear when considering heat treatments with correlation coefficient of

0.95; 0.95 and 0.91 respectively for raw (y=1.11x+0.08), pasteurized (y=1.14x+0.09) and

sterilized (y=1.01x+0.15) emulsion-type meat products. The best slope was for sterilized

products however with greater results variability (minor correlation coefficient). The recovery

of sterilized products with soy protein isolate (SPI) was somewhat underestimate. Since legal

limits of soy proteins are based on total weight of sausage product, it is practical to analyze

and measure soy protein on a wet basis. Directed analysis of wet samples eliminated the need

for determination of total protein or total nitrogen from which the amount of soy protein is

extrapolated.

Conclusions

The ELISA-TEK soy assay kit offers a simple and rapid extraction of soy proteins in meat

products. There was good agreement between expected and determined levels of texturate,

texturate concentrate and isolate soy proteins. The assay was suitable for use with raw,

pasteurized and sterilized emulsion-type meat products. Unfortunately, there are differences in

responses from different soy texturates, texturate concentrates or isolates to the same ELISA

procedure and soy standard. This is one of the inherent weaknesses of the method in the

present form. The procedure is in fact a quantitative method if the type and protein content of

the added soy protein are known (must be declared on the product label) and especially if a

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Capítulo 2

70

sample of the specific soy type is available for calibration. The method was easy to work.

Because of assay’s high cost, its use is quite limited in developing countries.

References

BRASIL. Instrução Normativa no4, 31 de março de 2000. Secretaria de Defesa Agropecuária

do Ministério da Agricultura do Abastecimento aprova os Regulamentos Técnicos de

Identidade e Qualidade de Carne Mecanicamente Separada, de Mortadela, de Lingüiça e de

Salsicha. Diário Oficial , Brasília, DF, 05 de abr. de 2000. Seção 1, p.6-10.

ELISA Technologies. Inc. ELISA-TEK Microwell Kits - Cat.no.510841 - Soya Protein

Assay - rev.01/13/2000 www.elisa-tek.com

KINSELLA, J.E. Functional properties of soya proteins. J. Am. Oil Chem. Soc. 56(3):242-

258,1979.

RITTENBURG, J.H.; ADAMS, A; PALMER, J.; ALLEN, J.C. Improved Enzyme-Linked

Immunosorbent Assay for Determination of Soy Protein in Meat Products. J. Assoc. Off.

Anal. Chem. 70 (3):582-587, 1987.

Acknowledgements: This work was supported by FAPESP project no 01/03499-9.

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Capítulo 2

71

Table 3. Percentage of soy protein in emulsion-type meat products determined using ELISA-TEK kit.

Raw Pasteurized at 72oC Sterilised at 121oC

Type of soy

product

Soy

product

addeda (%)

Soy protein

contentb

(%)

Expected

value of soy

proteinc

(%)

Soy protein

determined

(%)

Percent of

expected

value

Soy protein

determined

(%)

Percent of

expected

value

Soy protein

determined

(%)

Percent of

expected

value

0.00 0.00 0.00 <0.35 - <0.35 - <0.35 -

0.50 0.25 0.23 0.24 104 0.28 122 0.33 143

2.00 1.02 0.92 1.08 117 0.97 105 1.31 142

4.00 2.04 1.85 1.84 99 2.03 110 1.93 104

Soy protein

texturate

(SPT)

6.00 3.06 2.77 3.30 119 2.64 95 2.47 89

0.50 0.32 0.24 0.36 150 0.26 108 0.31 129

2.00 1.26 0.94 1.30 138 1.09 116 1.22 130

4.00 2.53 1.89 2.80 148 3.10 164 2.97 157

Soy protein

texturate

concentrate

(SPTC) 6.00 3.79 2.83 3.17 112 3.87 137 3.76 133

0.50 0.41 0.36 0.55 153 0.70 194 0.38 106

2.00 1.63 1.43 1.62 113 1.55 108 1.10 77

4.00 3.25 2.86 2.49 87 3.26 114 2.66 93

Soy protein

isolate

(SPI)

6.00 4.88 4.29 5.19 121 4.89 114 4.33 101 a Recipe values b SPT, SPTC and SPI contained 50.92, 63.15 and 81.30% of protein by Kjeldahl analysis (Nx 6.25), respectively. c Soy protein after correction for response to standard / Response of SPT, SPTC and SPI to soy Kit ELISA-TEK standard (Purina PP500E soy isolate) was 90.6; 74.7 and 88.0%.

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Capítulo 2

72

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Capítulo 2

73

y = 0,9752x + 0,1282r = 0,9536

y = 1,3295x + 0,0565r = 0,9532

y = 1,0776x - 0,0151r = 0,9574

0

1

2

3

4

5

6

7

0 1 2 3 4 5Expected soy protein (%)

So

y p

rote

in d

eter

min

ed b

y E

LIS

A (

%)

Expected SPT SPTCSPI Linear (SPT) Linear (SPTC)Linear (SPI)

SPT SPTC SPI

y = 1,115x + 0,0807r = 0,9535

y = 1,1424x + 0,0888r = 0,9448

y = 1,0137x + 0,1482r = 0,9079

0

1

2

3

4

5

6

0 1 2 3 4 5

Expected soy protein (%)

So

y p

rote

in d

eter

min

ed b

y E

LIS

A (

%)

Expected RawPasteurised SterilisedLinear (Raw) Linear (Pasteurised)Linear (Sterilised)

Raw Pasteurised Sterilised

Figure 2. Relationship between ELISA-determinate percent soy protein and expected values of texturate (SPT), texturate concentrate (SPTC) and isolate (SPI) soy protein in emulsion-type meat products using ELISA-TEK kit.

Figure 3. Relationship between ELISA-determinate percent soy protein and expected values of raw, pasteurized and sterilized emulsion-type meat products using ELISA-TEK kit.

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Capítulo 2

75

Quantitative determinations of commercial soy proteins in

emulsion-type meat products by official ELISA procedure1

1Trabalho apresentado no 49th International Congress of Meat Science and Technology (ICoMST) - 2nd Brazilian Congress of Meat Science and Technology, 2003, Campinas. Proceedings p.405-406.

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Capítulo 2

77

Background

Soy proteins as flour, texturate, concentrate, texturate concentrate or isolate are being applied extensively in meat products that may be raw,

cooked, canned or dried as a partial replacement for animal proteins. The increasing use of soy proteins demands adequate control of their

levels, which can be a problem to the analyst. Nowadays in Brazil, whether or not any of these proteins is illegally used remains obscure

because adequate analytical methods to detect them in meat products are scarce. The applicability and performance of method for analyzing

soy proteins in meat products depend on various factors, the most important of them being the type of soy used; soy protein rate in the meat

product; type and composition of the meat product; the processing of the final meat product, especially its heat treatment. The most desirable

analyte for determination of soy in meat products is the protein itself. Soybeans contain 2 principal storage proteins, glycinin (11S protein)

and β-conglycinin (7S protein). The fraction 7S appears to be most antigenic after renaturation (BERKOWITZ; WEBERT, 1987). Hitchcock

and co-workers (1981) developed a competitive ELISA with polyclonal antibodies. This assay was subjected to collaborative studies by

Crimes et al (1984) and Olsman et al. (1985) and endorsed by the Association of Official Analytical Chemists (AOAC, 1995) as an official

method.

Objectives

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Capítulo 2

78

Quantification of soy protein isolate (SPI), texturate concentrate (SPTC) and texturate (SPT) at levels 0.5; 2.0; 4.0 and 6.0% of the total wet

weight added to raw (fresh), pasteurized (Lyoner sausage) and sterilized (canned conserve) emulsion-type meat products utilizing AOAC

official procedure.

Methods

Three types of soy products were used in the preparing of emulsion-type meat products: soy protein isolate (Supro 500E, natural color

powder), texturate concentrate (Proteimax TR-120, natural color texturate) or texturate (Maxten E-100, powder coloured with erythrosine).

Thirteen emulsion-type formulations (8Kg each) were prepared; control ingredient compositions are summarized in: 56,2% beef, 12.5%

mechanically deboned poultry meat, 17.25% pork back fat, 9.18% crushed ice, 1.5% salt, 0.015% sodium nitrite, 0.3% sodium

tripoliphosphate, 0.05% sodium erythorbate, 1% spices and 2% manioc starch. The formulations with 0.5; 2.0; 4.0 and 6.0% SPI, SPTC or

SPT were adjusted altering beef, ice and pork fat resulting in a relation moisture/protein 4.7 and 20% fat, approximately. The soy products

were incorporated as received in a powder or texturate form. The products were prepared in the Meat Technology Centre of the Institute of

Food Technology according to industrial standards, i.e. chopped until an emulsion was formed, stuffed into casing (K plus - CaseTech –

gases and steam barrier, ∅=60mm) and cooked to 72oC internal temperature. A portion of each formulation was retained as raw (500g) and

another (1.5Kg) sterilized under conditions of commercial canning at 121.1oC (Fo = 6.41, ~150g cylindrical cans). Thus, the test samples to

be analyzed were 13 raw, 13 cooked and 13 sterilized (total, 39 products). The protocol of the AOAC (1997) procedure was followed. The

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Capítulo 2

79

samples were macerated in a sequence of organic solvents. The observed level of total protein (N x 6,25) in the acetone powder was used to

calculate an appropriate weight to be taken for the determination of soy protein. The acetone powders of the samples were solubilised in hot

aqueous urea solution. After dilution, the “renatured” protein was analyzed by ELISA. An inhibition mode of ELISA was applied in which

the soy protein analyte (antigen) reacted with a fixed volume of appropriate antiserum (rabbit antiserum to soy protein - Sigma-Aldrich S-

2519) in excess, while the unreacted antibody was determined after isolation on an immunosorbent (F96 Maxisorp 442404 – Nunc Immuno

Plate); in this case, the inside surface of a sensitized plasticmicrowell onto which antigen (Purina Supro 500E soy protein isolate) has been

passively immobilized. The captured antibody was determined after adding a second antibody to which an enzyme had been covalently

attached (goat anti-rabbit IgG – alkaline phosphatase conjugate – Sigma-aldrich A-7539). The captured enzyme was determined by adding

chromogenic substrate (p-nitrophenyl phosphate – Sigma-Aldrich 104-105). The absorbance at 405nm of the solution in each microwell was

measured and recorded using an automatic ELISA Reader (Multiskan Ascent - Labsystems). Washing steps (Wellwash 4 - Labsystems) were

incorporated after each interaction stage to remove any non-immobilized species. ELISA protocol was designed with four blanks (substrate,

conjugate, antibody-positive and antibody-negative) as quality checks to determine nonspecific color formation of enzyme substrate

attributed to nonspecific binding of first or second antibodies adsorbed directly onto the solid phase. Total soy protein in meat product could

be determined directly from the equation of the line derived from the calibration curve on a semi-logarithmic scale. The complete ELISA

assay (since sample dilution) was repeated for three days. The cross-reactivity of anti-soy protein with whole milk protein powder, wheat

flour and egg albumin was also determined.

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Capítulo 2

80

Results and Discussions

Studies on optimum binding conditions revealed antibody and anti-globulin phosphatase conjugate dilutions of 1:3000 both. Antibody to soy

protein showed no cross-reactivity or detectable binding with spices and other protein species (beef, pork, chicken, whole milk powder,

wheat and egg albumin). False positives resulting from nonspecific binding of immunochemicals were not observed in this assay. The assay

utilized soy protein standards at concentrations of 0.41; 1.23; 3.70; 11.11; 33.33; 100.00 and 300.00µg/mL. Assay precision determined as

the coefficient of variation for absorbance values of the antigen standard curve (Supro 500E), over nine separate standard curves runned

simultaneously, was good (coefficients of variation, 2.4 – 5.8%); the regression equation and correlation was as follows: y= -0.543

logx+1.3871; r=0.980. The assay exhibited a good linear response within a wide concentration range. The maximum binding well gave

absorbance value of 2.456 at 405 nm. Between-assay repeatability (four different days) had a CV of 27.2 – 36.5% for absorbance values.

Common to all ELISA systems, our assay exhibits a day-to-day variation, which makes daily measurement of standards necessary. The

protein contents (N*6.25) ranged from 11.9 – 13.8% for 39 meat products and 69.3 – 78.0% for respective acetone powders. The expected

values given for the soy sample concentrations in Table 4 are the recipe (formulation) values corrected for soy protein content of the

products used. The control sample was characterized as containing no soy, or only insignificant amounts. The observed recovery results for

emulsion-type products with 6.0; 4.0; 2.0; and 0.5% soy material were respectively 15 - 80%; 34 – 100%; 63 – 124% and 74 – 325% higher

than the expected content. The expected values and the determined values for 0.5% soy products corresponded not closely for ELISA results;

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Capítulo 2

81

discrepancies in small concentrations result from greater relative error. The meat products added with SPT, SPTC and SPI showed intervals

recovery of 143 - 197% (351), 115 – 206% (425) and 115 – 224% (394) respectively (results for 0.5% soy added between brackets). In

Figure 4, the data showed linearity for soy products with correlation coefficient of 0.98; 0.85 and 0.85 for SPT (y=1.40x+0.38), SPTC

(y=1.17x+0.93) and SPI (y=1.23x+1.01) respectively. Considering heat treatments (Table 4), the intervals recovery were 121 – 224% (425)

for raw, 124 – 203% (401) for pasteurized and 115 – 192% (302) for sterilized emulsion-type meat products. In Figure 5, the responses were

linear when considering heat treatments with correlation coefficient of 0.92; 0.93 and 0.94 respectively for raw (y=1.51x+0.50), pasteurized

(y=1.31x+0.68) and sterilized (y=1.13x+0.59) emulsion-type meat products. The best correlation coefficients were for meat products with

soy protein texturate (SPT) and sterilized, indicating minor results variability. The observed results for all samples were found to be

somewhat higher than the expected content, principally for raw products (greater slope). High values (>100%) would indicate high levels of

7S protein or the exposure of extra antigenic sites in the sample. The fibrous nature of the raw product acetone powder was noted, as well as

some problem of homogeneity when acetone powders were sampled. The quantity of solvents and labor time required to prepare each

acetone powder make the assay long and laborious. Sample extraction merits further investigation.

Conclusions

The ELISA showed a high detection level (0.41 µg/mL of soy protein), precision (low intra-assay CV), being applicable even to severely

heat-processed meat products. The ELISA was highly specific for soy; no interference by other sausage ingredients was founded; the assay

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Capítulo 2

82

can be used to detect soy proteins in meat products. The ELISA procedure gave somewhat high responses, principally for raw products, with

low agreements for all treatments with 0.5% soy proteins. In general, the values obtained for 4.0 and 6.0% soy protein added to sterilize

comminuted meat products were consistent within the limits expected for this type of assay. The results indicate that no strong dependence

on different types of soy ingredients exists. This study demonstrated that significant progress has been made in the difficult area of the

quantitative determination of soy proteins in meat products. ELISA AOAC Official method, that offers high sensitivity, specificity and large

sample throughput is worth further refinement to make it fully acceptable for general product surveillance purposes.

References

BERKOWITZ, D. ; WEBERT, D.W. Determination of soy in meat. J. Assoc. Off. Anal. Chem. 70 (1):85-90,1987

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HITCHCOCK, C.H.S.; BAILEY, F.J.; CRIMES, A.A; DEAN, D.A.G.; DAVIS, P.J. J. Sci. Food Agric. 132 (2): 157-165, 1981.

OLSMAN, W.J.; DOBBELAERE, S.; HITCHCOCK, H.S. J. Sci. Food Agric. 36, 499-507, 1985.

Acknowledgements

This work was supported by FAPESP project no 01/03499-9.

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83

Table 4. Percentage of soy proteins in emulsion-type meat products determined using official ELISA procedure.

R a w P a s t e u r i z e d at 72oC S t e r i l i z e d at 121oC Type of

soy

product

Soy

product

added /

recipe

values (%)

Soya

protein

content /

expected

valuesa

(%)

Soy protein

determinedb

(%)

S.D. Percent of

soy protein

content

Soy protein

determinedb

(%)

S.D. Percent of

soy protein

content

Soy protein

determinedb

(%)

S.D. Percent of

soy protein

content

0.0 0.00 0.01 0.00 - 0.00 0.01 - 0.01 0.01 -

0.5 0.25 0.49 0.07 194 0.89 0.27 351 0.44 0.06 174

2.0 1.02 1.92 0.30 188 2.01 0.41 197 1.86 0.29 182

4.0 2.04 3.21 0.52 157 3.48 0.78 171 3.30 0.66 162

SPT

6.0 3.06 4.94 1.22 162 4.38 0.39 143 4.38 0.93 143

0.5 0.32 1.34 0.35 425 1.27 0.09 401 0.95 0.24 302

2.0 1.26 2.61 0.74 206 2.57 0.36 203 2.31 0.58 183

4.0 2.53 4.03 0.87 160 4.66 0.95 184 3.39 0.77 134

SPTC

6.0 3.79 4.58 0.45 121 6.83 1.67 180 4.34 0.30 115

0.5 0.41 1.60 0.25 394 1.35 0.60 332 0.92 0.13 225

2.0 1.63 3.64 0.80 224 2.65 0.88 163 3.12 0.75 192

4.0 3.25 6.51 1.53 200 4.78 2.01 147 4.79 1.14 147

SPI

6.0 4.88 8.53 2.04 175 6.07 1.20 124 5.60 1.32 115 a Soy protein texturate (SPT), soy protein texturate concentrate (SPTC) and soy protein isolate (SPI) contained 50.92; 63.15 and 81.30% of protein by Kjeldahl analysis (Nx6.25), respectively. bAverages of three different days are recorded relative to SPI (Supro 500E) SD = Standard deviation

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84

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85

y = 1,3989x + 0,3806r = 0,9804

y = 1,1696x + 0,9301r = 0,8521

y = 1,2269x + 1,0107r = 0,8582

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 1 2 3 4 5 6Expected soy protein (%)

Expected SPT SPTCSPI Linear (SPT) Linear (SPTC)Linear (SPI)

SPT SPTC SPI

Figure 4. Relationship between ELISA-determinate percent soy protein and expected values of texturate (SPT), texturate concentrate (SPTC) and isolate (SPI) soy protein in emulsion-type meat products using official ELISA procedure.

y = 1,5096x + 0,5011r = 0,9166

y = 1,3112x + 0,6841r = 0,9313

y = 1,1352x + 0,5896r = 0,943

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 1 2 3 4 5 6Expected soy protein (%)S

oy p

rote

in d

eter

min

ed b

y E

LIS

A

(%)

Expected Raw PasteurizedSterilized Linear (Raw) Linear (Pasteurized)Linear (Sterilized)

Raw Pasteurized Sterilized

Figure 5. Relationship between ELISA-determinate percent soy protein and expected values of raw, pasteurized and sterilized emulsion-type meat products using official ELISA procedure.

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Capítulo 2

87

Quantitative determinations of commercial soy proteins in

emulsion-type meat products by modified official ELISA

procedure1

1Trabalho apresentado no 49th International Congress of Meat Science and Technology (ICoMST)- 2nd Brazilian Congress of Meat Science and Technology, 2003, Campinas. Proceedings p.407-408.

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89

Background

The utilization of soy proteins in various meat products optimizes functional parameters such

as water-binding, fat-binding, emulsification capability, texture and contribute to improving

economy. These soy proteins can be used as meat extenders (part of the meat can be replaced

by adding nonmeat protein and water) representing more than 88% of the weight of isolates

(dry basis), 68% of concentrates, and 50% of texturates (BRASIL, 1978). An important

chemical property of soy proteins is their amino acid composition, which determines the

nutritional value of the proteins. Soy proteins contain significant amounts of all amino acids

commonly found in proteins; except for methionine, that is the first limiting amino acid in soy

proteins (WOLF, 1970), followed by triptophan (ZARKADAS et al., 1994). This limitation

must be considered when the proteins are added for nutritional purposes rather than simply for

functionality (WOLF, 1970). The increasing use of soy proteins by the food industry has been

followed by increasing demands for effective methods of both detection and quantification of

these extenders. Many approaches for their determination were investigated, such as

stereological technique, electrophoresis, immunoassays, peptide analysis, and indirect methods

based on determination of particular metals, carbohydrates, sterols or phytates. Presently, a

very attractive technique is the enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA). The official

ELISA (AOAC, 1995) steps for meat extraction employ a large quantity of solvents, making

the assay long and laborious: at least several days are needed to prepare reagents and samples

in order to perform the assay; the fibrous nature of the raw product acetone-dried powder

(prepared to eliminate any fat interference) results in homogeneity problems. Rittenburg et al.

(1987) described a rapid and simplified sample extraction procedure with urea-dithiothreitol

buffer suitable for assay that complements the rapid ELISA immunoassay.

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90

Objectives

Quantification of soy protein isolate (SPI), texturate concentrate (SPTC) and texturate (SPT)

at the levels of 0.5; 2.0; 4.0 and 6.0% of the total wet weight added to raw (fresh), pasteurized

(Lyoner sausage) and sterilized (canned conserve) emulsion-type meat products following the

official ELISA procedure modified by sample extraction.

Methods

Thirteen emulsion-type formulations, each weighting 8kg were prepared by typical production

methods. The control composition was 56.2% beef, 12.5% mechanically deboned poultry

meat, 17.25% pork backfat, 9.18% crushed ice, 1.5% salt, 0.015% sodium nitrite, 0.3%

sodium tripolyphosphate, 0.05% sodium erythorbate, 1% spices and 2% manioc starch. The

types of soy products used were: soy protein isolate (Supro 500E, natural color powder),

texturate concentrate (Proteimax TR-120, natural color texturate) or texturate (Maxten E-100,

powder coloured with erythrosine). The formulations added with 0.5; 2.0; 4.0 and 6.0% of

SPI, SPTC and SPT were adjusted altering beef, ice and backfat to provide constant

moisture/protein relation (4.7) and 20% fat. Soy materials were incorporated as receveid

(powder or texturate). The products were prepared in the Meat Technology Centre of the

Institute of Food Technology according to industrial standards. To determine the effect of

thermal processing, the emulsion-type formulation was divided into three lots. One lot

remained raw, one was filled into water-vapour impermeable casing (K plus - CaseTech – size

60mm) and normally pasteurized (72oC internal temperature), and one was canned and

retorted at 121oC (~150g cylindrical cans, Fo=6.41). The official method for soy protein

determination in raw and heat-processed meat products (AOAC, 1995) was followed, except

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91

for the preparation of meat sample, that was performed according to Rittenburg et al. (1987).

Meat samples were homogenized and extracted (solubilized) in a urea-dithiothreitol [13.3M

urea, 18.8mM dithiothreitol (DTT), 0.05M Tris, pH 8.6] buffer at 100oC followed by rapid

renaturation in a cystine containing diluent [7.5mM cystine, 0.06M NaCl, pH 9.0]. The cystine

serves to remove the excess DTT and also provides the oxidizing conditions that are necessary

for the reformation of disulfide linkages. Commercial protein isolate (Purina - supro 500E)

extracted according to AOAC (1995) was used as reference standard. The complete ELISA

assay (since sample dilution) was repeated for three days.

Results and Discussions

Studies on optimum binding conditions revealed antibody (Sigma-Aldrich S-2519) and anti-

globulin phophatase conjugate (Sigma-aldrich A-7539) dilutions of 1:3000 both. The expected

values given for the soy sample concentrations in Table 5 are the recipe (formulation) values

corrected for soy protein content of the products used. The control product, which contained

no soy protein, showed only insignificant amounts. The observed recovery results for

emulsion-type products with 6.0% soy materials were 7 to 32% higher than the expected

content and agreed well with the expected content. For 4.0; 2.0; and 0.5% soy material added,

the results were respectively 13 - 77%, 25 - 107% and 8% (minor) - 205% higher than the

expected content. In general, values under 100% would occur when the soy protein does not

interact quantitatively with the antibodies under test conditions; this could be caused by the

epitopes being rendered unavailable during processing. The results showed good agreements

for raw and sterilized products with 0.5% soy texturate protein (SPT). Discrepancies in small

concentrations result from greater relative error. Meat products added with SPT, SPTC and

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92

SPI showed intervals recovery of 92 – 180 (196), 109 – 182% (194) and 107 – 207% (305)

respectively (results for 0.5% soy added between brackets). In Figure 6, the data showed

somewhat linearity for soy products with correlation coefficients of 0.95; 0.88 and 0.87 for

SPT (y=1.23x+0.15), SPTC (y=1.10x+0.54) and SPI (y=1.06x+0.78) respectively. The

addition of SPT to comminuted meat products showed minor results variability (greater

correlation coefficient). It is evident that the solubilisation-renaturation procedure does not

always convert the soy protein in all samples to quite the same antigenic form. Considering

heat treatments (Table 5), the intervals recovery were 107 – 164% (211) for raw, 113 – 207%

(305) for pasteurized and 107 – 169% (194) for sterilized emulsion-type products. In Figure 7,

the responses were linear when considering heat treatments with correlation coefficient of

0.95; 0.91 and 0.94 respectively for raw (y=1.14x+0.29), pasteurized (y=1.27x+0.54) and

sterilized (y=1.08x+0.29) products. The minor correlation coefficient for pasteurized meat

products, indicate greater results variability. The observed results were found to be somewhat

higher than the expected content, mainly for pasteurized products (greater slope). A shorter

sample preparation procedure according to Rittenburg et al. (1987) showed to be suitable for a

quantitative ELISA. The authors explain that the performance of an immunoassay largely

depends on the characteristics of the antibody and antigen used. By immunizing rabbits with

soy protein that has been denatured by a combination of heat, urea and DTT, the antibodies

obtained can recognize the modified form of soy protein. Thus, when various types of meat

samples containing soy are solubilized using heat, urea and DTT, similar forms of modified

soy protein are produced, helping to normalize the analysis of different types of samples.

Conclusions

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93

The procedure described offers a simple and rapid extraction of proteins for ELISA to quantify

soy protein in cooked and uncooked emulsion-type products. The methodology allowed rapid

aqueous extraction of meat samples into a liquid form suitable for assay. Since the soy

antibody presents no cross-reactivity with sausage ingredients, this assay can be used to detect

soy proteins in these mixtures. The results showed good agreements for 6.0% SPT, SPTC or

SPI added. The assay was applicable to raw, cooked and sterilized meat emulsions. The results

indicated that no strong dependence on different types of soy ingredients exists. It is necessary

to continue the study for bettering the quantitative aspects of the methodology to perform the

method.

References

A.O.A.C. Official Methods of Analysis. Association of Official Analytical Chemists. Washington D.C., Chapter 39, p.16-19, 1995.

BRASIL. Resolução no14/78. Padrões de identidade e qualidade para farinha desengordurada de soja, proteína texturizada de soja, proteína concentrada de soja, proteína isolada de soja e extrato de soja Diário Oficial, Brasília, 28 de junho de 1978. Seção 1, p.9896-9900.

RITTENBURG, J.H.; ADAMS, A; PALMER, J.; ALLEN, J.C. Improved Enzyme-Linked Immunosorbent Assay for Determination of Soy Protein in Meat Products. J. Assoc. Off. Anal. Chem. 70 (3):582-587, 1987.

ZARKADAS, C.G.; YU, Z.; VOLDENG, H.D.; HOPE, H.J.; MINERO-AMADOR, A.; ROCHEMONT, J.A. Comparision of the protein-bound free amino acid contents of two northern adapted soybean cultivars. J. Agric. Food Chem. 42(1):21-33, 1994.

WOLF, W.J. Soybean proteins: their functional, chemical and physical properties. J. Agr. Food Chem., 18(6):969-976, 1970.

Acknowledgements This work was supported by FAPESP project no 01/03499-9.

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94

Table 5. Percentage of soy proteins in emulsion-type meat products determined using modified official ELISA procedure.

R a w P a s t e u r i z e d at 72oC S t e r i l i z e d at 121oC Type of

soy

product

Soy product

added /

recipe

values (%)

Soya

protein

content /

expected

valuea (%)

Soy protein

determinedb

(%)

S.D. Percent of

soy

protein

content

Soy protein

determinedb

(%)

S.D. Percent

of soy

protein

content

Soy protein

determinedb

(%)

S.D. Percent of

soy

protein

content

0.0 0.00 0.02 0.02 - 0.02 0.02 - 0.00 0.01 -

0.5 0.25 0.29 0.05 113 0.50 0.10 196 0.23 0.03 92

2.0 1.02 1.50 0.10 147 1.83 0.07 180 1.27 0.22 125

4.0 2.04 2.60 0.37 127 3.38 0.25 166 2.31 0.88 113

SPT

6.0 3.06 4.00 0.34 131 3.97 0.56 130 3.54 0.27 116

0.5 0.32 0.51 0.02 160 0.60 0.15 187 0.61 0.15 194

2.0 1.26 1.58 0.10 125 2.30 0.50 182 2.08 0.38 165

4.0 2.53 3.50 0.39 138 4.46 0.40 177 4.27 0.18 169

SPTC

6.0 3.79 4.14 0.58 109 4.26 1.10 113 4.26 0.49 112

0.5 0.41 0.86 0.11 211 1.24 0.08 305 0.75 0.26 185

2.0 1.63 2.67 0.16 164 3.37 0.23 207 2.07 0.30 127

4.0 3.25 4.80 0.47 148 5.69 0.66 175 3.69 0.79 113

SPI

6.0 4.88 5.20 0.33 107 6.43 1.21 132 5.20 1.36 107 a Soy protein texturate (SPT), soy protein texturate concentrate (SPTC) and soy protein isolate (SPI) contained 50.92; 63.15 and 81.30% of protein by Kjeldahl analysis (Nx6.25), respectively. bAverages of three different days are recorded relative to SPI (Supro 500E) SD = Standard deviation

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95

y = 1,2339x + 0,1534r = 0,9497

y = 1,1022x + 0,5374r = 0,8758

y = 1,0641x + 0,7796r = 0,874

0

1

2

3

4

5

6

7

0 1 2 3 4 5 6Expected soy protein (%)

Soy

pro

tein

det

erm

ined

by

ELI

SA

(%

)

Expected SPTSPTC SPILinear (SPT) Linear (SPTC)Linear (SPI)

SPT SPTC

S

SPI

Figure 6. Relationship between ELISA-determinate percent soy protein and expected values of texturate (SPT), texturate concentrate (SPTC) and isolate (SPI) soy protein in emulsion-type meat products using modified official ELISA procedure.

y = 1,1366x + 0,2879r = 0,9501

y = 1,2666x + 0,5457r = 0,9144

y = 1,0864x + 0,2868r = 0,9398

0

1

2

3

4

5

6

7

8

0 1 2 3 4 5 6

Expected soy protein (%)

Soy

pro

tein

det

erm

ined

by

ELI

SA

(%

)

Expected RawPasteurized SterilizedLinear (Raw) Linear (Pasteurized)Linear (Sterilized)

Raw Pasteurized Sterilized

Figure 7. Relationship between ELISA-determinate percent soy protein and expected values of raw, pasteurized and sterilized emulsion-type meat products using modified official ELISA procedure

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97

CAPÍTULO 3

AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA DO USO

DE PROTEÍNAS DE SOJA EM

PRODUTOS EMULSIONADOS

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Capítulo 3

99

Características físicas e sensoriais de salsichão Lionês com

proteínas de soja1

1Trabalho apresentado no I Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Carnes, 2001, São Pedro. Anais p.319-320.

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Capítulo 3

101

INTRODUÇÃO

As proteínas de soja dos tipos isolada (PIS), concentrada (PCS) e texturizada (PTS), nos teores

mínimos de protídios 88, 68 e 50% (base seca) respectivamente, são incorporadas aos

produtos cárneos com a finalidade de melhorar as características funcionais e reduzir custos do

produto final. Dependendo do tipo protéico de soja utilizado, poderá haver influência na

textura, cor e sabor. O aspecto comercial estimula o incremento da porcentagem de adição

destas proteínas. A porcentagem de adição de proteínas não cárneas, como proteína agregada

nos embutidos emulsionados tipo salsicha e mortadela, que anteriormente era de 3,5%1 passou

a ser pela legislação vigente, de 4%2.

OBJETIVOS

Avaliação dos efeitos da adição de proteínas de soja dos tipos isolada (PIS), concentrada

(PCS) e texturizada (PTS), nos teores 0, 2, 4 e 6%, nas características físicas de firmeza e cor e

nos atributos sensoriais de salsichão Lionês.

MATERIAIS E MÉTODOS

Processamento: utilização de proteínas de soja dos tipos isolada (Purina 500E, pó cor

natural), concentrada (Proteimax TR-120, grânulos cor natural) e texturizada (Maxten E-100,

pó cor vermelha) na formulação de salsichão Lionês, com incremento de 0, 2, 4 e 6%. O

salsichão controle, sem adição de proteína de soja, foi formulado com dianteiro bovino (56%),

carne de frango mecanicamente separada (12,5%), toucinho (17,25%), gelo (9,38%) e

ingredientes de porcentagem fixa como o sal (1,5%), nitrito de sódio (0,015%), tripolifosfato

de sódio (0,5%), eritorbato de sódio (0,05%), condimento para salsicha (1%) e fécula de

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Capítulo 3

102

mandioca (2%). Através de planilha de cálculo fez-se a correção das formulações devido a

adição das diferentes concentrações de proteínas de soja, variando os teores de dianteiro

bovino, toucinho e gelo, mantendo constante o teor de lipídios a 20% e a relação

umidade/proteína a 4,7. Produção utilizando equipamentos de planta piloto. Processamento da

massa em homogeneizador de carne tipo cutter (Kraemer & Grebe) no tempo aproximado de

12 minutos. Adição de proteínas de soja na forma de pó ou grânulos no início do processo,

antes da adição do toucinho, fécula de mandioca e eritorbato. Uso de embutideira descontínua

(Kraemer & Grebe) para enchimento da tripa artificial barreira a vapor de água e gases, calibre

60mm, cor vermelha, K plus (CaseTech). Cozimento do salsichão em estufa (Becker) com

vapor seco à 60oC/20minutos e à 70oC/20minutos, e com injeção direta de vapor à 82-85 oC,

até atingir temperatura interna de 72oC. Análise instrumental da força de compressão:

medida realizada nas amostras de salsichão cortadas em cilindros de 20 mm de altura e 60 mm

de diâmetro (calibre), através de texturômetro TAXT2i/25 (Stable Micro Systems), utilizando

cilindro de alumínio de 35 mm de diâmetro (probe P/35), com os seguintes parâmetros

estabelecidos: força de resolução = 5 g, distância de compressão=10 mm (50% de

compressão), velocidades pré-teste=5,0 mm/s, teste=2,0 mm/s e pós-teste=10,0 mm/s. Média

de quatro unidades de salsichão. Análise instrumental da cor: avaliação dos parâmetros de

cor L*, a* e b* da CIE em espectrofotômetro MINOLTA (modelo CM-508d), com iluminante

D65 e ângulo de observação de 10o. Determinação na superfície do corte transversal de 4

salsichões, em dois pontos, dividindo cada unidade em 3 partes de tamanhos iguais. Análise

sensorial: equipe formada por 10 julgadores treinados e com discriminação superior ou

normal para cores avaliou os atributos sensoriais de cor vermelha, firmeza e sabor

característico. Seguiu-se o delineamento experimental de Blocos Completos Casualizados,

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Capítulo 3

103

com duas repetições, utilizando escala gráfica não estruturada linear simples de 9 cm. O teste

para os atributos de firmeza e sabor, com as amostras cortadas em cubos de 13 mm de aresta,

foi aplicado em cabines individuais climatizadas iluminadas com lâmpada vermelha. Avaliou-

se a cor vermelha nas amostras cortadas em rodelas de 20 mm de espessura, aproveitando o

calibre de 60 mm dos salsichões, em pires de porcelana branca, codificados e arranjados ao

acaso sobre a bancada do laboratório, em ambiente iluminado com lâmpada fluorescente

artificial branca luz do dia. Análise estatística: os resultados foram submetidos a ANOVA,

com duas fontes de variação (tratamentos e provadores) para a análise sensorial. Comparação

de médias pelo teste de Tukey. Nível de significância fixado em 5%.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No Quadro 1 tem-se os valores médios da avaliação sensorial da cor vermelha, firmeza e

sabor característico de salsichões Lionês, de acordo com os tratamentos de adição de proteínas

de soja isolada (PIS); concentrada (PCS) e texturizada (PTS) nos teores 0, 2, 4 e 6%. Para a

cor vermelha, pode-se observar que houve diferença estatística significativa entre os

tratamentos ao nível de erro de 5%. O incremento na adição de PTS resultou em maior

intensidade de vermelho devido à presença do corante eritrosina na composição da proteína

vegetal. A adição de PCS reduziu a cor vermelha dos tratamentos, contudo, não houve

diferença entre as amostras com 2 e 4% de adição. Houve redução gradativa do vermelho com

o aumento no teor de PIS. Pelo Quadro 2, tendo-se os resultados dos parâmetros físicos de cor

e textura, pode-se verificar a mesma tendência, ou seja, o valor de a*(vermelho) aumentou

com a elevação do teor de PTS e, para os teores de 4 e 6% de PIS e PCS, houve redução dos

valores de a*. O parâmetro L* (luminosidade) diminuiu com a adição de 6% de PTS e

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Capítulo 3

104

aumentou com 6% de PIS. Os resultados de b* (amarelo) revelaram tendência em se reduzir

pelo incremento de PTS, e aumentar com os teores de PIS. A firmeza subjetiva revelou

diferença estatística entre os tratamentos adicionados com PIS, onde o aumento do teor

resultou em produto menos firme, contudo a adição de 2% de PIS não modificou a firmeza do

salsichão, quando comparado ao controle. Estes resultados foram confirmados pela avaliação

instrumental da força de compressão dos salsichões acrescidos com PIS. A adição de 2% de

PCS resultou em maior força de compressão, contudo, este resultado não foi confirmado

sensorialmente. O sabor característico do salsichão revelou decréscimo pela adição de 6% de

PIS. O uso de proteína de soja dos tipos PTS e PCS, até o limite de 6%, não revelou alteração

do sabor característico dos produtos.

CONCLUSÕES

A adição de 2, 4 e 6% de proteína texturizada de soja cor vermelha (PTS – Maxten E-100) ao

salsichão Lionês, resultou na intensificação da cor vermelha percebida sensorialmente, ou

avaliada pelos parâmetros objetivos (L*, a* e b*). A diminuição da cor vermelha foi verificada

com o uso da proteína de soja concentrada (PCS – Proteimax TR-120) e isolada (PIS – Supro

500E). A firmeza do salsichão ficou reduzida com a adição de 4 e 6% de PIS. A adição de 6%

de PIS reduziu o sabor característico do salsichão. Não houve modificação da firmeza e do

sabor característico dos salsichões processados com proteínas de soja dos tipos PTS e PCS.

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Capítulo 3

105

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1BRASIL. Leis, decretos, etc. Resolução no14/1978 da CNNPA. Estabelece padrões de

identidade e qualidade para farinha desengordurada de soja, proteína texturizada de soja,

proteína concentrada de soja, proteína isolada de soja e extrato de soja. Diário Oficial ,

Brasília, 28 junho de 1978, Seção I – Parte I, p.9896-9900.

2BRASIL. Leis, decretos, etc. Instrução Normativa no4, 31 de mar. 2000 da SDA/MAA.

Aprova os Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade de Carne Mecanicamente

Separada, de Mortadela, de Lingüiça e de Salsicha. Diário Oficial , Brasília, 05 abr. 2000,

Seção 1, p.6-10.

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Capítulo 3

106

Quadro 1. Avaliação sensorial de salsichões com incrementos de proteínas de soja

Teores de adição de proteínas de soja

PTS (%) PCS (%) PIS (%)

Atributos

sensoriais* 0 2 4 6 0 2 4 6 0 2 4 6

Cor vermelha

3,6d

(1,10)

4,6c

(0,9)

5,4b

(1,1)

6,5a

(1,1)

6,3a

(1,0)

5,1b

(0,7)

5,2b

(1,1)

4,0c

(1,0)

6,3a

(1,3)

5,7b

(1,2)

4,8c

(1,1)

4,1d

(1,0)

Firmeza

4,1a

(1,6)

3,7a

(1,7)

4,1a

(1,9)

3,5a

(1,6)

4,3a

(1,8)

4,7a

(1,5)

4,7a

(1,7)

4,7a

(1,8)

5,0a

(1,8)

4,6a,b

(1,6)

3,9b

(1,4)

3,1c

(1,4)

Sabor

característico

5,8a

(1,4)

5,2a

(1,2)

5,5a

(1,5)

4,8a

(1,6)

5,6a

(1,4)

5,6a

(1,1)

5,1a

(1,6)

5,1a

(1,4)

5,6a

(1,6)

5,8a

(1,5)

4,9a,b

(1,2)

4,4b

(1,5)

* Escala linear não estruturada de 9cm (0=fraca/pouca/fraco; 9=forte/muita/forte). Média de 10 julgamentos, com repetição. PTS = proteína texturizada de soja (Maxten E-100); PCS=proteína concentrada de soja (Proteimax TR120); PIS=proteína isolada de soja (Supro 500E) a, b, c, d Médias com letras em comum na mesma linha, representam tratamentos que não diferem significativamente entre si (p>0,05) ( ) Desvio-padrão

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Capítulo 3

107

Quadro 2. Parâmetros físicos de cor e força de compressão de salsichões com incrementos de proteínas de soja.

Teores de adição de proteínas de soja

PTS (%) PCS (%) PIS (%)

Parâmetros

físicos 0 2 4 6 0 2 4 6 0 2 4 6

Cor objetiva

L*

59,49a

(0,64)

59,61a

(0,21)

59,84a

(1,01)

58,00b

(0,66)

59,49a

(0,64)

59,34a

(0,32)

60,26a

(1,08)

59,58a

(0,35)

59,49b

(0,64)

59,83b

(0,67)

60,34a,b

(0,42)

61,10a

(0,09)

a*

12,30d

(0,25)

13,23c

(0,15)

13,92b

(0,15)

14,90a

(0,27)

12,30a

(0,25)

12,11a,b

(0,15)

11,70b,c

(0,34)

11,52c

(0,07)

12,30a

(0,25)

12,02a

(0,21)

11,55b

(0,20)

10,63c

(0,07)

b*

9,12a

(0,20)

8,74a,b

(0,26)

8,70a,b

(0,70)

8,22b

(0,09)

9,12a,b

(0,20)

8,02b

(0,51)

9,11a,b

(1,13)

9,64a

(0,41)

9,12c

(0,20)

10,08a

(0,13)

10,18a

(0,11)

9,99b

(0,08)

Força de

compressão (g)

11.759a,b

(593)

13.127a

(201)

11.591a,b

(918)

11.104b

(1.146)

11.759b

(593)

13.246a

(730)

12.207a,b

(380)

12.068a,b

(800)

11.759a

(593)

10.945a,b

(580)

10.234b

(326)

8.520c

(384)

PTS = proteína texturizada de soja (Maxten E-100); PCS=proteína concentrada de soja (Proteimax TR120); PIS=proteína isolada de soja (Supro 500E) a, b, c, d Médias com letras em comum na mesma linha, representam tratamentos que não diferem significativamente entre si (p>0,05). ( ) Desvio-padrão

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Capítulo 3

109

Composição e estabilidade da emulsão de salsichão Lionês

com proteínas de soja1

1Trabalho apresentado no I Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Carnes, 2001, São Pedro. Anais p.321-322.

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Capítulo 3

INTRODUÇÃO

Na atualidade, a soja é a maior fonte de proteína vegetal para a nutrição humana. Segundo a

Resolução no14/78 da CNNPA (BRASIL, 1978)1, as proteínas de soja dos tipos isolada (PIS),

concentrada (PCS) e texturizada (PTS) com teores protéicos (Nx6,25) mínimos 88,0, 68,0 e

50,0% (base seca), umidade máxima 6,0, 5,0 e 8,0%, gordura máxima 0,5, 1,0 e 2,0%, cinzas

máxima 6,0, 5,0 e 6,5% e fibra bruta máxima 1,0, 5,0 e 4,0% respectivamente, são utilizadas

como ingredientes de alimentos de fonte protéica e como “extensor” em produtos cárneos. As

proteínas de soja são incorporadas com a finalidade de melhoramento das características

funcionais de retenção de água, estabilidade da emulsão e redução dos custos de produção. O

aspecto comercial estimula o incremento da porcentagem de adição destas proteínas. A

porcentagem de adição de proteínas não cárneas como proteína agregada nos embutidos

emulsionados tipo salsicha e mortadela, que era 3,5% passou a 4% pela Instrução Normativa

no 4/00 do MAA (BRASIL, 2000)2.

OBJETIVOS

Avaliação da composição centesimal, valor de pH e estabilidade da emulsão de salsichão

Lionês formulado com teores de 0; 0,5; 2,0; 4,0 e 6,0% de proteínas de soja dos tipos isolada

(PIS), concentrada (PCS) e texturizada (PTS).

MATERIAIS E MÉTODOS

Processamento de salsichão Lionês adicionado de farinhas de soja dos tipos PIS (Purina 500E,

pó cor natural), PCS (Proteimax TR-120, texturizada cor natural) e PTS (Maxten E-100, pó

cor vermelha) nas concentrações 0; 0,5; 2,0; 4,0 e 6,0%. O salsichão controle (0%), sem a

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Capítulo 3

adição de proteína de soja, foi formulado com dianteiro bovino (56%), carne mecanicamente

separada de frango (12,5%), toucinho costo-lombar (17,25%), gelo (9,18%) e ingredientes de

porcentagem fixa como sal (1,5%), nitrito de sódio (0,015%), tripolifosfato de sódio (0,5%),

eritorbato de sódio (0,05%), condimento para salsicha (1%) e fécula de mandioca (2%).

Através de planilha de cálculo, procedeu-se as correções das formulações pela adição das

diferentes concentrações de proteínas de soja, variando as porcentagens de dianteiro bovino,

toucinho e gelo, mantendo constante o teor de gordura a 20% e relação umidade/proteína 4,7.

O processamento da massa foi em planta piloto, utilizando homogeneizador de carne tipo

cutter (Kraemer & Grebe) num tempo aproximado de 12 minutos. A proteína de soja (na

forma seca) foi adicionada com 4 minutos de processo, após a adição das carnes, sal,

condimentos, polifosfato e gelo, antes do toucinho, fécula de mandioca e eritorbato. Uso de

embutideira descontínua (Kraemer & Grebe) para enchimento da tripa artificial K plus

(CaseTech) barreira a vapor de água e gases, calibre 60mm, cor vermelha. Cozimento do

salsichão em estufa (Becker) utilizando vapor seco à 60oC/20minutos e 70oC/20minutos, em

seguida injeção direta de vapor a 82-85oC até atingir temperatura interna de 72oC. Análises

físico-químicas: as matérias-primas cárneas, proteínas de soja e salsichões foram triturados

em multiprocessador, homogeneizados e analisados em duplicata quanto aos teores de

umidade (estufa à 105oC), gorduras (Soxhlet), proteínas (Kjeldahl) e cinzas (mufla à 550oC)

segundo as Normas Analíticas do INSTITUTO ADOLFO LUTZ3. A relação umidade /

proteína (U/P) foi obtida por cálculo. Nas matérias-primas cárneas e proteínas de soja fez-se a

leitura do pH após diluição 1:10 em água destilada (duplicata de leitura). A determinação de

pH foi pela inserção do eletrodo de punção na massa crua (duplicata de leitura), em três

salsichões por tratamento (duplicata de leitura por salsichão) e 6 latas por tratamento.

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Capítulo 3

Estabilidade da emulsão: método gravimétrico de conservas esterilizadas4. Conhecido o peso

da massa emulsionada de uma lata cilíndrica (∅=50mm, h=70mm), peso cheio 120-140g,

procedeu-se a recravação manual das latas. A esterilização em autoclave vertical fixa atingiu

um Fo de 6,41minutos a 121,1oC (vapor saturado). A evolução do processo foi controlada por

meio de termopares tipo T (cobre-constantan) revestidos com braquelite, inseridos no centro

geométrico. Seis latas por tratamento foram mantidas à 40oC/2h, procedendo-se pesagem e

cálculo da porcentagem de gordura e gelatina liquefeitos, separados juntos por inversão da

lata. Análise estatística: os resultados foram submetidos à ANOVA e teste de médias de

Tukey, ao nível de erro de 5%.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No Quadro 3 tem-se os valores de composição centesimal e pH das matérias-primas cárneas e

proteínas de soja texturizada (PTS), concentrada (PCS) e isolada (PIS) utilizadas no

processamento de salsichão Lionês. Estes valores foram utilizados na planilha de cálculo de

formulação dos tratamentos com os diferentes teores de proteínas de soja. Como esperado, é

grande a variação dos valores de composição das matérias-primas cárneas. As proteínas de

soja estão de acordo com a legislação vigente quanto aos teores máximos de umidade e cinzas.

O teor de gordura da PIS (0,74g%) está ligeiramente acima do limite máximo exigido (0,5%) e

os teores de proteínas da PIS (86,10 g%) e PCS (66,12 g%) estão ligeiramente abaixo dos

valores mínimos estabelecidos (88,0% e 68,0%). No Quadro 4 tem-se resumido a composição

centesimal, relação U/P, valores de pH e porcentagem de separação de gelatina e gordura dos

tratamentos com 0; 0,5; 2,0; 4,0 e 6,0% de PTS, PCS e PIS. Pode-se observar que, a adição de

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Capítulo 3

teores de 4 e 6% de PTS, PCS e PIS resultou em redução significativa (p<0,05) dos teores de

umidade dos tratamentos comparados ao controle. Uma vez fixado o teor de gordura das

formulações em 20%, não houve diferença entre as concentrações de PTS, PCS e PIS,

permanecendo os teores de gorduras nas faixas de 19,20 a 19,82 g%, 19,58 a 20,38 g% e 19,58

a 20,73g%, respectivamente. Houve variação significativa (p<0,05) no teor de proteínas dos

salsichões adicionados de PTS, revelando redução nos valores a partir de 2% de adição. Os

teores de cinzas variaram entre os tratamentos com PTS, onde as adições de 4 e 6% resultaram

valores ligeiramente superiores, lembrando que esta proteína tem o dobro do teor de cinzas

comparado a PCS e PIS. A relação U/P fixada em 4,7 na planilha de cálculo, apresentou

pequena faixa de variação, de 4,64 a 4,88 para os tratamentos. O pH da massa crua diferiu

entre os tratamentos com PTS, PCS e PIS. A adição de 6% de PTS e PCS resultou em ligeira

elevação do pH da massa crua, o mesmo acontecendo para 4% e 6% de PIS. O tratamento

térmico de pasteurização elevou os valores de pH do salsichão em aproximadamente 0,2

unidadse, que está de acordo com Della Torre e Felício (1992)4. A mesma tendência de

elevação do pH foi observado pela adição de 2, 4 e 6% de PTS, 6% de PCS e 4 e 6% de PIS

no salsichão pasteurizado. O pH da massa esterilizada em latas apresentou elevações da ordem

de 0,02 a 0,09 unidades comparado aos valores de salsichão pasteurizado. Somente a massa

esterilizada com 6% de PIS resultou em aumento significativo do valor de pH comparado ao

controle. A variação da temperatura final da massa na saída do cutter foi de 9,9 a 14,0oC para

os tratamentos, estando dentro dos limites de segurança para evitar a quebra da emulsão. A

separação de gelatina e gordura de conservas esterilizadas revelou diferenças significativas

pela adição de PTS e PCS. A partir de 2% de PCS e 6% de PTS houve diminuição da

separação de gelatina e gordura e portanto aumento na estabilidade da emulsão.

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Capítulo 3

CONCLUSÕES

Adições de 4 e 6% de proteínas de soja texturizada (PTS), concentrada (PCS) e isolada (PIS)

reduziram os teores finais de umidade de salsichão Lionês. A partir da concentração de 2% de

PTS adicionado, houve redução dos teores de proteína dos salsichões. Aumento na

concentração de cinzas pela adição de 4 e 6% de PTS. Tendência de elevação do pH do

salsichão pela adição de 2, 4, e 6% de PTS, 6% de PCS e 4 e 6% de PIS. O teor de adição de

6% de proteína de soja texturizada (Maxten E-100) e 2% de concentrada (Proteimax TR-120)

revelaram-se favoráveis na estabilização de emulsões. A proteína isolada de soja (Supro 500E)

não revelou vantagens na estabilização de emulsões, esta proteína está em desuso no

processamento de produtos cárneos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 BRASIL.Leis, decretos, etc. Resolução no14/1978. Diário Oficial , Brasília, 28 junho de

1978, Seção I – Parte I, p.9896-9900.

2 BRASIL.Leis, decretos, etc. Instrução Normativa no4, 31 de mar. 2000. Diário Oficial ,

Brasília, 05 abr. 2000, Seção 1, p.6-10.

3 INSTITUO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos

Químicos e Físicos para Análise de Alimentos. Vol.1, 3a ed., São Paulo, 1985.

4 DELLA TORRE, J. C. de M.; FELÍCIO, P. E. de. Effects of Prerigor Beef and Sodium

Tripolyphosphate on the Caracteristics of Frankfurter-type Sausage. Proceedings of 38th Int.

Congress of Meat Science and Technology. Clermond-Ferrand, France, Vol.5:1047-1050,

1992.

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Capítulo 3

Quadro 3. Composição centesimal e valores de pH das carnes e proteínas de soja utilizadas

nas formulações.

Matérias-primas cárneas

Proteínas de soja

Análises Dianteiro bovino

CMS de frango

Toucinho PIS PCS PTS

Umidade (g%)

73,07

(0,24)

62,80

(1,56)

17,96

(1,04)

5,55

(0,01)

4,50

(0,12)

3,07

(0,05)

Gorduras (g%)

6,79

(0,07)

25,22

(0,93)

75,16

(0,93)

0,74

(0,04)

0,81

(0,01)

0,94

(0,05)

Proteínas (g%) BS

19,16

(0,24)

11,18

(0,38)

5,64

(0,88)

86,10

(0,14)

66,12

(9,57)

52,53

(1,00)

Cinzas (g%)

0,94

(0,02)

0,71

(0,01)

0,25

(0,01)

3,86

(0,02)

3,84

(0,04)

6,09

(0,07)

pH 5,74

(0,02)

6,33

(0,01)

5,79

(0,03)

6,91

(0,02)

6,74

(0,01)

6,82

(0,02)

( ) Desvio-padrão PTS = prot. texturizada de soja (Maxten E-100) PCS=prot. concentrada (Proteimax TR120) PIS=prot. isolada (Supro 500E) BS = Base seca

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Capítulo 3

Quadro 4. Composição centesimal, valores de pH e estabilidade da emulsão de salsichões adicionados de proteínas de soja.

Teores de adição de proteínas de soja em salsichão Lionês

PTS (%) PCS (%) PIS (%)

Parâmetros

avaliados 0 0,5 2,0 4,0 6,0 0 0,5 2,0 4,0 6,0 0 0,5 2,0 4,0 6,0

Umidade (g%) 62,02a

(0,01)

61,89a

(0,14)

61,75a

(0,10)

60,75b

(0,07)

60,24c

(0,16)

62,02a

(0,01)

61,69a,b

(0,05)

61,13a,b

(0,28)

60,82b,c

(0,40)

60,42c

(0,13)

62,02a

(0,01)

61,18a,b

(0,35)

60,97a,b

(0,49)

60,57b

(0,08)

60,76b

(0,16)

Gorduras (g%) 19,58a

(0,52)

19,45a

(0,51)

19,20a

(0,25)

19,82a

(0,55)

19,59a

(0,18)

19,58a

(0,52)

19,98a

(0,60)

20,30a

(0,02)

20,38a

(0,41)

20,05a

(0,90)

19,58a

(0,52)

20,73a

(0,75)

20,26a

(0,28)

20,60a

(0,54)

20,35a

(0,48)

Proteínas (g%) 13,14a

(0,15)

12,83a,b

(0,09)

12,67b,c

(0,07)

12,72b,c

(0,11)

12,35c

(0,01)

13,14a

(0,15)

12,83a

(0,05)

12,95a

(0,21)

12,74a

(0,25)

12,52a

(0,06)

13,14a

(0,15)

12,91a

(0,21)

13,15a

(0,45)

13,03a

(0,25)

12,82a

(0,09)

Cinzas (g%) 3,33b

(0,04)

3,34b

(0,01)

3,35b

(0,09)

3,52a

(0,05)

3,53a

(0,01)

3,33a

(0,04)

3,28a

(0,10)

3,40a

(0,05)

3,32a

(0,02)

3,30a

(0,03)

3,33a

(0,04)

3,32a

(0,03)

3,29a

(0,07)

3,36a

(0,01)

3,29a

(0,03)

Total (g%

98,07 97,51 96,97 96,81 95,71 98,07 97,78 97,78 97,26 96,29 98,07 98,14 97,67 97,56 97,22

Relação U/P

4,72 4,82 4,87 4,78 4,88 4,72 4,81 4,72 4,77 4,82 4,72 4,74 4,64 4,65 4,74

pH massa crua 5,99b,c

(0,01)

5,94c

(0,01)

5,98b,c

(0,01)

6,01b

(0,01)

6,06a

(0,01)

5,99b,c

(0,01)

5,95d

(0,00)

5,97c,d

(0,00)

6,00b

(0,00)

6,06a

(0,00)

5,99c

(0,01)

5,93d

(0,00)

6,00c

(0,00)

6,07b

(0,00)

6,12a

(0,00)

pH massa past.. 6,18d

(0,01)

6,19c,d

(0,01)

6,21c

(0,01)

6,24b

(0,01)

6,26a

(0,01)

6,18b,c

(0,01)

6,17c

(0,01)

6,18b,c

(0,01)

6,20b

(0,01)

6,22a

(0,00)

6,18c

(0,01)

6,16c

(0,01)

6,18c

(0,01)

6,23b

(0,01)

6,28a

(0,01)

pH massa esteril. 6,23a

(0,06)

6,22a

(0,05)

6,23a

(0,06)

6,23a

(0,06)

6,24a

(0,06)

6,23a

(0,06)

6,24a

(0,07)

6,25a

(0,07)

6,25a

(0,06)

6,28a

(0,08)

6,23b

(0,06)

6,20b

(0,06)

6,24b

(0,07)

6,32a,b

(0,07)

6,37a

(0,10)

Sep. gelatina e

gordura (g%)

2,91b,c

(1,13)

8,11a

(0,60)

3,49b

(0,43)

1,80c,d

(0,83)

0,88d

(0,53)

2,91a

(1,14)

1,85a,b

(0,84)

0,82b

(0,52)

1,22b

(0,70)

0,74b

(0,41)

2,91a

(1,14)

2,58a

(1,06)

2,92a

(0,74)

1,91a

(0,79)

2,39a

(1,37)

( ) Desvio-padrão a,b,c,d Médias com letras em comum na mesma linha, representam tratamentos que não diferem significativamente entre si (p>0,05).

PTS = proteína texturizada de soja (Maxten E-100); PCS=proteína concentrada de soja (Proteimax TR120); PIS=proteína isolada (Supro 500E)

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119

CAPÍTULO 4

QUANTIFICAÇÃO DE

HIDROXIPROLINA E COLÁGENO EM

CARNES E PRODUTOS CÁRNEOS

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Capítulo 4

121

Validação do método espectrofotométrico para

quantificação do aminoácido hidroxiprolina em conservas

de carne1

1Artigo técnico-científico aprovado pela Comissão de Publicações Oficiais da Revista do Instituto Adolfo Lutz (ISSN 0073-9855), v.63, n.1, 2004 (no prelo)

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Capítulo 4

123

RESUMO. A validação tem por objetivo assegurar que o método analítico é adequado ao que

se propõe quantificar e pode ser realizada por estudos interlaboratoriais ou intralaboratoriais.

A exatidão é um dos principais fatores a serem estabelecidos na validação, podendo ser

avaliada com o uso de materiais de referência. Os métodos espectrofotométricos são os mais

utilizados na quantificação do aminoácido hidroxiprolina na rotina de análise de colágeno

devido à precisão, simplicidade, baixo custo e rapidez. Este trabalho teve por objetivo validar

intralaboratorialmente a metodologia espectrofotométrica oficial da AOAC (Association of

Official Analytical Chemists) para quantificação do aminoácido hidroxiprolina utilizando

amostras de conservas de carne de estudo interlaboratorial FAPAS/MAFF/UK (Food Analysis

Performance Assessment Scheme / Ministry of Agriculture, Fishries and Food / United

Kingdom), como material de referência. A curva de padronização apresentou linearidade

(r=0,9991) na faixa utilizada. O método revelou limite de quantificação de hidroxiprolina na

alíquota de análise de 0,030 µg/mL com desvio padrão relativo de 6,5% e na amostra

0,0075g/100g. As taxas de recuperação variaram de 90 a 95% determinadas em 3 níveis de

concentração da amostra FAPAS fortificada. As taxas de repetitividade obtiveram CV

(coeficiente de variação) inferiores a 4%. A participação em nove séries do programa

interlaboratorial de proficiência FAPAS/MAFF/UK no período de 1997 a 2003 revelou boa

exatidão com resultados satisfatórios em 89% dos casos. A metodologia apresentou-se

eficiente quando aplicada a conservas de carne, podendo ser considerada validada

intralaboratorialmente.

PALAVRAS-CHAVE. Validação; hidroxiprolina; método espectrofotométrico; determinação

quantitativa, colágeno, conserva de carne.

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Capítulo 4

124

INTRODUÇÃO

Com a implantação dos Programas de Qualidade nos Institutos de Pesquisa,

tornou-se necessário a participação em programas interlaboratoriais e a validação de métodos

analíticos. Através desses programas é possível auto-avaliar, comparar resultados obtidos

usando diferentes técnicas analíticas, testar metodologias, avaliar o desempenho do laboratório

e obter materiais de referência certificados. O “Food Analysis Performance Assessment

Scheme (FAPAS) - CSL Food Science Laboratory – Ministry of Agriculture, Fishries and

Food (MAFF), UK” tem sido o programa interlaboratorial de análise de alimentos mais

utilizado no Reino Unido e em vários países do mundo5. Segundo o FAPAS8, com a

finalização dos resultados, tendo-se estabelecido a concentração do analito, as amostras

excedentes podem ser utilizadas como material “quase-referência”, da mesma maneira que os

materiais de referência certificados (CRMs). Materiais de teste FAPAS não são CRMs porém,

como materiais certificados na área de alimentos são escassos, muitas vezes poderão ser a

única fonte de referência disponível8.

O laboratório, ao empregar métodos de ensaios químicos emitidos por organismos de

normalização, organizações reconhecidas na sua área de atuação ou publicados em livros e/ou

periódicos de grande credibilidade na comunidade científica, necessita demonstrar que tem

condições de operar de maneira adequada estes métodos, dentro das condições específicas

existentes nas suas instalações antes de implantá-los14.

O primeiro passo para a obtenção de resultados analíticos confiáveis está na validação do

método analítico, podendo ser validado intralaboratorialmente ou interlaboratorialmente. No

próprio laboratório, através de testes de recuperação e um ou dois dos enfoques seguintes, o

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Capítulo 4

125

analista pode validar um método analítico: a) comparação com um método independente; b)

emprego de material de referência certificado. Interlaboratorialmente, a validação pode ser

obtida através de um estudo colaborativo envolvendo vários laboratórios. Nota-se que o

método escolhido que já foi objeto de um estudo colaborativo; ainda assim está obrigado a ser

validado intralaboratorialmente para provar que pode ser usado no laboratório27.

Validação é um conjunto de operações necessárias para demonstrar que um

procedimento é adequado para a aplicação pretendida. A validação de um método analítico

tem por objetivo o conhecimento de seu potencial aplicativo e de suas limitações, sendo

essencial para a correta interpretação dos resultados obtidos na aplicação do método. O

processo de validação tem o objetivo de explicar a repetitividade e a reprodutibilidade de um

método, pela interpretação dos parâmetros que definem a exatidão e a precisão do mesmo. A

repetitividade é o grau de concordância entre os resultados das análises individuais quando o

procedimento é aplicado repetidamente a múltiplas análises da mesma amostra homogênea em

idênticas condições em curto intervalo de tempo. A reprodutibilidade difere da repetitividade

por utilizar laboratórios, operadores e equipamentos diferentes, entre outros1.

O processo de validação de um teste quantitativo exige além do conhecimento já

mencionado da exatidão e da precisão, o conhecimento da especificidade, do limite de

quantificação e da linearidade. O limite de detecção deverá ser estabelecido somente nas

análises de impurezas e ensaios limite1.

Os métodos de análise devem apresentar especificidade, pois os alimentos são de

constituição química complexa, podendo seus componentes interferir nos resultados. Um

método que produz resposta para apenas um analito é chamado específico14.

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Capítulo 4

126

Quando são realizadas medidas em amostras com baixos níveis do analito ou de uma

propriedade, como, por exemplo, análise de traços, é importante saber qual o menor valor de

concentração do analito ou da propriedade que pode ser detectado pelo método. O termo

“ limite de detecção” não é aceito por todos, apesar de ser usado em alguns documentos

setoriais. O limite de detecção do equipamento (LDE) é definido como a concentração do

analito que produz um sinal de três a cinco vezes a razão sinal/ruído do equipamento. O limite

de detecção do método (LDM) é definido como a concentração mínima de uma substância

medida e declarada com 95% ou 99% de confiança de que a concentração do analito é maior

que zero. O LDM é determinado através de análise completa de uma dada matriz contendo o

analito14.

Para qualquer método quantitativo, existe uma faixa de concentrações do analito ou

valores da propriedade na qual o método pode ser aplicado. No limite inferior da faixa de

concentração, os fatores limitantes são os valores dos limites de detecção e de quantificação.

No limite superior, os fatores limitantes dependem do sistema de resposta do equipamento de

medição. A faixa linear de trabalho de um método de ensaio é o intervalo entre os níveis

inferior e superior de concentração do analito no qual foi demonstrado ser possível a

determinação com precisão, exatidão e linearidade exigidas, sob as condições especificadas

para o ensaio14.

Linearidade é a habilidade das respostas analíticas serem diretamente proporcionais às

concentrações das substâncias em estudo1,19. A faixa linear é definida como a faixa de

concentrações na qual a sensibilidade pode ser considerada constante. O limite inferior deve

ser igual ou maior do que o limite de detecção do método. As etapas de diluição e

concentração devem ser praticadas sem o risco de introduzir erros sistemáticos (bias). A

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Capítulo 4

127

linearidade da curva de calibração pode ser calculada a partir da equação da regressão linear,

determinada pelo método dos mínimos quadrados. O coeficiente de correlação linear (r) é

freqüentemente usado para indicar o quanto pode ser considerada adequada a reta como

modelo matemático. Um valor maior que 0,90 é, usualmente, requerido. O método pode ser

considerado livre de tendências (unbiased) se o corredor de confiança da reta de regressão

linear contiver a origem14.

Os valores da curva analítica não devem apresentar valores aberrantes e devem apresentar

homoscedasticidade. Homoscedasticidade ou heteroscedasticidade é a independência ou

dependência da variância das respostas com as concentrações do analito. Se o valor da maior

variância dividido pelo somatório das variâncias for menor que o tabelado de Cochran, o

método é homoscedástico, e, portanto, a curva analítica pode ser construída pelo método dos

mínimos quadrados normais1.

O limite de quantificação é a mais baixa concentração do analito em exame que pode

ser determinada com limite de confiabilidade aceitável utilizando um determinado

procedimento experimental1. Pode ser considerado como sendo a concentração do analito

correspondente ao valor da média do branco mais 5, 6 ou 10 desvios-padrão. Algumas vezes é

também denominado “limite de determinação”. Na prática, corresponde normalmente ao

padrão de calibração de menor concentração (excluindo o branco). Este limite, após ter sido

determinado, deve ser testado para averiguar se as exatidão e precisão conseguidas são

satisfatórias14.

Exatidão do método é definida como sendo a concordância dos valores experimentais

com o valor de referência aceito como convencionalmente verdadeiro1. Os processos

normalmente utilizados para avaliar a exatidão de um método são, entre outros: uso de

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Capítulo 4

128

materiais de referência, participação em comparações interlaboratoriais e realização de ensaios

de recuperação14. A taxa de recuperação é definida como a relação entre o resultado

experimental obtido depois da análise de uma amostra fortificada com uma quantidade

conhecida do analito (spike), e o valor teórico desta quantidade fortificada1. O analito deve ser

adicionado à amostra em pelo menos três diferentes concentrações14. A faixa de variação de

recuperação aceitável é de 70 a 110% e deve ser expressa para cada nível de concentração

estudado1.

A presença da hidroxiprolina no colágeno, representando aproximadamente 14% do

mesmo, é uma característica particular da proteína porque este aminoácido ocorre somente em

poucas proteínas, a saber, elastina (1,6%), e em menor extensão na proteína do complemento

do soro (C1q), e em algumas proteínas vegetais23. Por causa desta composição incomum, é

grande o interesse no desenvolvimento de métodos acurados na quantificação deste

aminoácido, que permite quantificar indiretamente o teor de colágeno.

Segundo a AOAC2, a hidroxiprolina é quantitativamente determinada como medida do

material colagenoso em carne e produtos cárneos. O tecido conjuntivo colagenoso contém

12,5% de hidroxiprolina quando o fator de conversão de nitrogênio a proteína 6,25 é utilizado,

ou 14% quando o fator é 5,55.

A detecção e a determinação acurada de hidroxiprolina é um requerimento essencial

para a ciência e tecnologia de carnes que busca explicar a verdadeira contribuição do colágeno

para a estrutura e qualidade da carne. Em geral, a carne com elevada proporção de tecido

conjuntivo é considerada de baixa qualidade, devido à redução da sua maciez e valor

nutricional25, estando grande parte dos aminoácidos essenciais em proporção acentuadamente

reduzida, e o triptofano comumente ausente3. O tecnólogo de alimentos também requer

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Capítulo 4

129

técnicas analíticas confiáveis para auxiliar no controle de qualidade de um produto uniforme,

que também esteja de acordo com a legislação vigente quanto à sua composição. Dependendo

da natureza da investigação e da amostra, há vários métodos para a detecção de proteínas

colagenosas do tecido conjuntivo e quantificação do aminoácido hidroxiprolina, a saber: a)

espectrometria de ressonância magnética nuclear17, b) técnica ELISA para a determinação dos

vários componentes do tecido conjuntivo7; c) métodos histoquímicos9,10,13,26, d) cromatografia

em fase gasosa com detector de massa15, e) cromatografia líquida de alta eficiência24; f)

espectroscopia de transmissão no infravermelho próximo4; g) análise de aminoácidos12,21,28,29 e

h) espectrofotometria ou colorimetria11,16,18,20,22. Alguns dos métodos citados podem ser tão

bons quanto os colorimétricos, contudo muitos deles necessitam operadores e equipamentos

especializados resultando custo elevado, não sendo apropriados para um grande número de

amostras7.

Na determinação espectrofotométrica da concentração de hidroxiprolina, a amostra é

inicialmente hidrolisada com ácido para liberar a hidroxiprolina da ligação peptídica. Isto é

geralmente alcançado com H2SO4 3,5M a 105oC por 16h em tubos fechados ou com HCl 6M a

110oC por 8-24h sob refluxo. O aminoácido livre é determinado colorimetricamente após

oxidação a pirrol (FIGURA 8) e reação com 4-dimetilaminobenzaldeído (reagente de Ehrlich)

resultando um composto de coloração vermelho-púrpura. A cloramina T é atualmente o agente

oxidante preferido na formação do pirrol.

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Capítulo 4

130

Figura 8. Mecanismo proposto para a oxidação da hidroxiprolina a pirrol. Hidroxiprolina (I ) é

oxidada inicialmente a ácido α-ceto-γ-hidroxi-δ-aminovalérico linear (II ), o qual está em equilíbrio

com a estrutura cíclica de ácido ∆’-pirrolina-4-hidroxi-2-carboxílico (III ). A perda da molécula de

água resulta uma estrutura instável (IV ) a qual, espontaneamente, através de rearranjo, resulta em ácido

pirrol-2-carboxílico (V). A etapa final de descarboxilação a pirrol (VI ) ocorre durante o aquecimento

após a adição do reagente cromogênico, 4-dimetilaminobenzaldeído7.

Na existência de uma legislação que estabeleça teores máximos de proteína do tecido

conjuntivo colagenoso em carnes e produtos cárneos, o teor de colágeno deve ser determinado

com segurança, havendo a necessidade de métodos de análise de rotina que sejam simples,

confiáveis e suficientemente rápidos.

No Brasil, a validação dos métodos analíticos tem sido uma preocupação dos

pesquisadores, mas desconhecem-se relatos sobre a validação de métodos para a quantificação

do aminoácido hidroxiprolina.

O objetivo do presente trabalho foi validar intralaboratorialmente o procedimento de

análise quantitativa na determinação do aminoácido hidroxiprolina segundo método

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Capítulo 4

131

espectrofotométrico oficial preconizado pela AOAC (1996)2, utilizando amostras de conservas

de carne de estudo interlaboratorial FAPAS/MAFF/UK.

MATERIAL E MÉTODOS

1. Material

1.1. Amostras

Para a validação do método utilizaram-se amostras de conservas de carne esterilizadas

(FIGURA 9) de estudo interlaboratorial FAPAS/MAFF/UK. As amostras denominadas

“canned meat test material” foram analisadas quanto aos teores de hidroxiprolina, no período

de 1997 a 2003, correspondendo essas análises à participação do Laboratório em 9 séries

(“Rounds”) do programa interlaboratorial. De acordo com os procedimentos do FAPAS, o

material teste constituiu-se de porcentagens variáveis de carne suína, toucinho, farinha de

rosca, água e sal que foram homogeneizados em “cutter”, envasados a vácuo em latas

cilíndricas de aproximadamente 150g e autoclavados a um tempo de esterilização (Fo) pré-

estabelecido.

Figura 9. Amostra de conserva de carne para estudo de controle interlaboratorial FAPAS na

quantificação de hidroxiprolina

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Capítulo 4

132

1.2. Padrão

Foi preparada uma solução padrão de hidroxiprolina em água (Merck, para fins

bioquímicos) na concentração de 839µg/mL, por pesagem direta de 0,1678g em 200mL de

água destilada.

1.3. Reagentes

Os solventes orgânicos n-propanol e 2-propanol utilizados foram de grau

espectrofotométrico; os demais reagentes utilizados foram de grau pureza analítica.

1.4. Equipamentos

Trabalhou-se com espectrofotômetro ultravioleta e visível (HP-8453 gerenciado pelo

software UV-VIS Chemistation), balança analítica (Bosch SAE200), pHmetro digital (Hanna

HI 93321), banho-maria termostatizado a 60oC (Fanem - Unitemp).

2. Métodos

2.1. Procedimento de análise quantitativa

A determinação da hidroxiprolina seguiu metodologia preconizada pela AOAC2 e

estabelecida por DELLA TORRE et al.6, onde a amostra (4,00g) foi hidrolisada sob refluxo

com 30 mL de ácido clorídrico 6M por 8h a 110oC, filtrada e diluída. A hidroxiprolina foi

oxidada a pirrol pela cloramina T em tampão citrato-acetato pH 6,0 (temperatura ambiente, 20

minutos). O pirrol com o reagente de Ehrlich (4-dimetilaminobenzaldeído em ácido

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Capítulo 4

133

perclórico/2-propanol) a 60oC por 15 minutos forma um complexo vermelho-púrpura, que,

segundo a metodologia oficial, deve ser medido a 560nm. Neste estudo, o estabelecimento do

comprimento de onda de máxima absorção foi obtido através da varredura espectrofotométrica

de uma solução padrão de hidroxiprolina, diluída a 0,030µg/mL, submetida ao procedimento

acima. A quantificação das amostras realizou-se pelas interpolações dos resultados de

absorbância colocadas na equação de regressão linear da reta padrão.

2.2. Linearidade

A linearidade foi observada pelo gráfico dos resultados dos ensaios em função da

concentração do analito e calculada a partir da equação da regressão linear, determinada pelo

método dos mínimos quadrados. A linearidade foi determinada pelo coeficiente de correlação

(r) da curva analítica, das soluções padrão de hidroxiprolina, tratadas pelo procedimento,

distribuídas uniformemente no intervalo de trabalho14.

2.3. Limite de Quantificação

O limite de quantificação foi estabelecido como o padrão de calibração da curva

analítica de menor concentração (excluindo o branco) medido de forma quantitativa com nível

aceitável de precisão e exatidão14.

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Capítulo 4

134

2.4. Sensibilidade

A sensibilidade foi determinada simultaneamente ao teste de linearidade e expressa

pelo coeficiente angular da curva de calibração, sendo dependente da natureza do analito e da

técnica de detecção14.

2.5. Recuperação

A amostra de conserva de carne obtida em estudo interlaboratorial FAPAS/MAFF

(“Round 25”) foi previamente avaliada para o teor do aminoácido hidroxiprolina. Os testes de

recuperação foram realizados com a adição de 5, 10 e 20 mL de solução padrão de

hidroxiprolina na concentração de 839µg/mL à amostra FAPAS, em triplicata, a fim de se

obter os níveis de concentração de hidroxiprolina na alíquota de análise de 0,280 (metade da

concentração determinada da amostra de conserva FAPAS); 0,559 (igual) e 1,119µg/mL

(dobro). A recuperação foi calculada pela relação entre a concentração determinada e a teórica

(adicionada no início do procedimento) após seguir o procedimento analítico completo1.

2.6. Precisão

2.6.1. Repetitividade

O estudo da repetitividade abrangeu a determinação de hidroxiprolina de amostras de

conserva cárnea (FAPAS, “Round” 25), adicionadas de padrão hidroxiprolina (839µg/mL) nos

três níveis de concentração (dobro, igual e metade da concentração esperada), em triplicata. A

repetitividade foi expressa pela dispersão dos resultados entre as replicatas nos níveis de

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Capítulo 4

135

concentração de adição do padrão, através do coeficiente de variação (%CV). As

determinações foram realizadas no mesmo dia e com o mesmo analista1.

2.7. Exatidão

A exatidão do procedimento analítico de quantificação de hidroxiprolina foi expresso

pelo valor-z, representando grau de concordância entre os resultados laboratoriais individuais

encontrados e os valores aceitos como referência nos estudos de análise de controle

interlaboratorial FAPAS/MAFF/UK (resultados FAPAS), no período de 1997 a 2003.

2.8. Tratamento estatístico dos dados

2.8.1. Determinação de valores aberrantes

Na verificação se o menor e/ou maior valor era aberrante ou se não fazia parte da

população de valores gerados durante as etapas de validação do método, utilizou-se o teste de

Grubbs para o nível de significância de 0,05. O valor yij foi considerado aberrante quando G

calculado era maior ao tabelado em função do número de replicatas (n), conforme a equação1:

G = (yij -y)/s

Onde:

yij = valor suspeito de ser aberrante

y = média dos valores obtidos

s = desvio padrão dos valores obtidos

Valores tabelados: n=3, Gtab=1,15; n=4, Gtab=1,48; n=5, Gtab=1,72

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Capítulo 4

136

2.8.2. Homoscedasticidade / heteroscedasticidade

A homoscedasticidade foi avaliada através do método de Cochran1, em quadruplicata

para os 5 pontos da curva analítica (0,030 – 2,718µg/mL), calculando-se as variâncias das

respostas de absorbância de cada ponto de concentração, dividindo-se a maior variância (S2)

pela somatória das variâncias (∑S2) e comparação do valor obtido com o valor tabelado,

segundo a fórmula: ccal = S2maior / ∑S2

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A quantificação de hidroxiprolina segundo método AOAC2, aplicando-se o

procedimento a um padrão diluído, revelou um pico máximo de absorbância no comprimento

de onda de 559nm. Na TABELA 6 estão apresentados os resultados de absorbância, desvio-

padrão (DP), coeficiente de variação (CV) e variância obtidos na análise das soluções padrão

de hidroxiprolina para as cinco diferentes concentrações, utilizadas na elaboração da curva

analítica.

A determinação da homoscedasticidade / heteroscedasticidade verificada através do

método de Cochran (ccal = S2maior / ∑S2) revelou ccal igual a 0,525 para os resultados de

variância estabelecida na TABELA 6. Como ccal é menor que ctab (0,684 para 5 pontos)

concluiu-se que o método é homoscedástico. Como o critério de homoscedasticidade foi

cumprido, a curva de calibração foi calculada pelo método dos quadrados mínimos, revelando

a equação da reta y=0,3917x+0,0182 e coeficiente de correlação (r) igual a 0,9991 (FIGURA

10). Desta forma fica estabelecido a linearidade da curva analítica pela proximidade de r ao

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Capítulo 4

137

valor 1 e a sensibilidade de 0,3917 mL µg-1 expressa pela inclinação da curva de regressão

linear (coeficiente angular da reta).

Tabela 6. Resultados da análise das soluções padrão de hidroxiprolina segundo método

espectrofotométrico AOAC2.

Solução padrão

hidroxiprolina* ( µµµµg/mL)

Absorbância

(559nm)

DP CV

(%)

Variância

0,030 0,014 0,001 6,5 0,0000009

0,604 0,268 0,003 1,2 0,0000096

1,359 0,558 0,015 2,7 0,0002260

1,963 0,794 0,010 1,2 0,0000940

2,718 1,071 0,014 1,3 0,0001930

* Análises realizadas em quadruplicata DP = desvio padrão CV=coeficiente de variação

O limite de quantificação de hidroxiprolina na alíquota de análise ficou definido como

0,030 µg/mL com desvio padrão relativo de 6,5% (TABELA 6) e de 0,0075g/100g de

hidroxiprolina na amostra. A curva analítica abrangeu de 0,030 µg/mL a 2,718 µg/mL de

hidroxiprolina, limite superior com desvio padrão relativo de 1,3%.

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Capítulo 4

138

Figura 10. Curva analítica de determinação do aminoácido hidroxiprolina

As taxas de recuperação de hidroxiprolina das amostras de conservas de carne FAPAS

adicionadas de padrão em 3 níveis de concentração, foram calculadas pela relação entre a

concentração média determinada e a concentração média teórica (adicionada) para cada nível

de concentração estudado (TABELA 7). Os resultados revelaram as taxas de recuperação de

92,9, 94,6 e 90,5%, respectivamente, para as concentrações finais teóricas metade, igual e

dobro. A recuperação média de 92,7%, embora ligeiramente inferior a 96,1%, obtida no estudo

colaborativo de Kolar18, mostra-se dentro do intervalo aceito 70 – 110%1. A repetitividade

expressa pela dispersão dos resultados entre replicatas através do coeficiente de variação,

revelou valores de CV inferiores a 3,9%. Não houve suspeitas de valores aberrantes.

y = 0,3917x + 0,0182r = 0,9991

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00

Concentração hidroxiprolina (ug/mL)

Abs

orbâ

ncia

(559

nm)

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Capítulo 4

139

Tabela 7. Taxas de recuperação dos padrões de hidroxiprolina adicionados em amostras de

conserva de carne FAPAS.

Níveis

Concentração

(alíquota)

adicionada*

(µµµµg/mL)

Concentração

(alíquota)

determinada

(µµµµg/mL)

Concentração

média

determinada

(µµµµg/mL)

DP Recuperação

(%)

Recuperação

média (%)

DP CV

(%)

I 0,28 0,27

0,25

0,26

0,26 0,01 96,4

89,3

92,9

92,9 3,6 3,9

II 0,56 0,53

0,52

0,54

0,53 0,01 94,6

92,8

96,4

94,6 1,8 1,9

III 1,12 1,01

1,02

1,01

1,01 0,01 90,2

91,1

90,2

90,5 0,5 0,6

* Análises realizadas em triplicata DP = desvio padrão CV = coeficiente de variação

Na TABELA 8 estão apresentados os resultados dos ensaios de exatidão realizados

com nove amostras de conservas de carnes de estudos interlaboratoriais de proficiência

FAPAS/MAFF/UK, no período de 1997 a 2003. No relatório final que retornou aos

laboratórios participantes, ficou estabelecido o valor-z ("z-score") da análise para cada

laboratório, onde z=(x-X)/σ; x=concentração do analito determinada, X=concentração

verdadeira do analito, σ=desvio-padrão para o valor x, podendo-se considerar o resultado

satisfatório se [z]<2, questionável quando 2<[z]<3 e insatisfatório se [z]>3. Os valores-z

variaram de –2,2 a 0,3 no período avaliado. Pode-se considerar que 89% (8 em 9) dos

resultados foram satisfatórios, por apresentarem valores de [z] menor que 2. Somente 11% (1

em 9) dos resultados revelaram [z] entre 2 e 3, podendo ser considerados questionáveis. Não

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Capítulo 4

140

houve resultado insatisfatório ([z]>3). O controle de qualidade do método no laboratório está

sendo verificado anualmente pela introdução de amostra de referência FAPAS para análise.

Tabela 8. Resultados das participações no controle interlaboratorial FAPAS

N Ano “Round” Resultado laboratório*

(%)

Resultado FAPAS

(%)

Valor z

1 1997 18 0,073 0,067 0,3

2 1998 20 0,165 0,168 -0,1

3 1998 22 0,176 0,166 0,2

4 1999 25 0,209 0,198 0,2

5 2000 27 0,216 0,203 0,2

6 2001 30 0,112 0,135 -0,7

7 2002 32 0,177 0,202 -0,5

8 2002 34 0,181 0,187 -0,5

9 2003 35 0,114 0,133 -2,2

*Análises realizadas em triplicata

CONCLUSÃO O método espectrofotométrico preconizado pela AOAC para quantificação de

aminoácido hidroxiprolina, através da hidrólise ácida das proteínas, oxidação com cloramina T

e reação colorimétrica com reagente de Ehrlich (4-dimetilaminobenzaldeído), foi confirmado

ser simples na operação, rápido, adequado para um grande número de amostras, revelando

elevada exatidão e precisão em matriz complexa como conservas de carne.

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Capítulo 4

141

ABSTRACT . Validation has the purpose to assure that analytical method is adequate and can

be made by inter or intralaboratorial studies. Accuracy is one of the main factors in the

validation process and can be evaluated by mean of reference materials. In hydroxyproline

determination of collagen routine analysis, the spectrophotometric methods are used due to

their precision, accuracy, simplicity, low cost and rapidity. This work aimed at the

intralaboratorial validation of the AOAC (Association of Official Analytical Chemists) official

spectrophotometric determination of hydroxyproline in canned meat via interlaboratorial work

using a FAPAS/MAFF/UK (Food Analysis Performance Assessment Scheme / Ministry of

Agriculture, Fishries and Food / United Kingdom) as reference material. The calibration curve

showed linearity (r=0.9991) in the concentration interval. The method revealed quantification

limit 0.030µg/mL with 6.5% relative standard deviation and 0.0075g/100g for the sample. The

recovery rates were 90-95% for three concentrations spiked FAPAS samples. The repeatability

rates obtained CV below 4%. The participation in nine series of interlaboratorial

FAPAS/MAFF study, in the period between 1997 and 2003, revealed satisfactory results in

89% of the cases. The method was considered efficacious for canned meat analyses and may

therefore be considered intralaboratorially validated.

KEY-WORDS : Validation; hydroxyproline; spectrophotometric method; quantitative

determination; collagen; canned meat

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Capítulo 4

142

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Capítulo 4

143

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Capítulo 4

144

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Capítulo 4

145

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Capítulo 4

147

Composição centesimal e teor de colágeno

de carne bovina moída1

1Artigo científico submetido à Comissão de Publicações Oficiais da Revista do Instituto Adolfo Lutz (ISSN 0073-9855).

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Capítulo 4

149

RESUMO. Os tecidos musculares animais, genericamente chamados de carne são uma

importante fonte de proteínas na dieta provendo um ótimo balanço de aminoácidos essenciais

para o homem. Um dos principais componentes desse tecido são as fibras colágenas do

conjuntivo, que apresentam em sua composição uma reduzida quantidade de aminoácidos

essenciais, baixando o valor nutricional dos produtos em que estão presentes em quantidades

acima da normal. Matérias-primas cárneas de baixo valor comercial, normalmente ricas em

fibras do tecido conjuntivo, têm sido utilizadas fraudulentamente na produção de carne moída

bovina, com a finalidade de redução de custos. O objetivo deste trabalho foi caracterizar

sensorialmente a aparência, odor e estabelecer valores físico-químicos de composição

centesimal, pH, colágeno (COL) e relação percentual de colágeno pela proteína total (COL

rel.) de 20 amostras de carne moída bovina crua, que deram entrada no laboratório para análise

(rotina laboratorial), comparado aos resultados físico-químicos de carne moída obtida de nove

diferentes cortes cárneos de traseiro de bovino, adquiridos no varejo. As amostras de carne

moída pertencentes à rotina de análise laboratorial revelaram extensas variações nos teores de

umidade (61,0%–81,8%), gordura (1,2%–21,9%), proteína (8,1%–21,1%), cinzas (0,5%–

1,1,%), COL (1,0%–4,9%), COL rel. (5%–31%) e pH (5,34–6,55), enquanto a carne moída

preparada com os cortes adquiridos no varejo revelou intervalos menores para os teores de

umidade (64,1%–74,5%), gordura (2,8%–16,3%), proteína (19,3%–21,8%), cinzas (0,8%–

1,1%), COL (1,0%–3,7%), COL rel. (5%–17%) e pH (5,52–5,80). As amostras de carne moída

analisadas na rotina revelaram em geral odor e cor aceitáveis, contudo 14 unidades (70%)

foram consideradas alteradas na aparência pela elevada proporção de fibras de tecido

conjuntivo ou aponevrose. Estes resultados foram confirmados pelos valores correspondentes

às medianas de COL e COL rel., que se apresentaram superiores aos teores da carne bovina

moída preparada com cortes adquiridos em açougue, em 123% e 200% respectivamente. Os

valores de gordura correspondentes às medianas apresentaram-se ligeiramente superiores

(37%) e, conseqüentemente, os níveis de proteínas ficaram reduzidos (18%), como resultado

da alteração da composição original característica da carne bovina muscular. Os resultados de

composição centesimal e colágeno obtidos nesse estudo podem auxiliar o estabelecimento de

padrões de identidade e qualidade, referentes aos teores mínimo de proteína total e máximos

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Capítulo 4

150

de umidade e colágeno, contribuindo para o efetivo controle da análise laboratorial de rotina

na verificação de fraudes.

PALAVRAS-CHAVE. Carne bovina moída; colágeno; composição centesimal; pH,

legislação.

INTRODUÇÃO

O colágeno é a proteína mais abundante do corpo e está presente principalmente nos

ossos, pele e tendões. No músculo, presente na forma de rede de fibras do tecido conjuntivo,

perfaz de 1 a 9% da matéria seca desengordurada. Três estruturas colagenosas podem ser

morfologicamente distinguidas – endomísio, envolvendo cada fibra, perimísio, recobrindo

feixes destas fibras, e epimísio, circundando o músculo inteiro. A força de contração é

transmitida aos tendões através dos feixes de tecido conjuntivo intramusculares que envolvem

as fibras musculares individualmente10.

As fibras colágenas quando fervidas em água por longo tempo formam gelatina e, no

estado fresco são brancas, conferindo essa cor aos tecidos nos quais predominam. Os tendões,

estruturas cilíndricas alongadas que ligam os músculos esqueléticos aos ossos, devido à sua

riqueza em fibras colágenas, são brancos e inextensíveis13.

Os aminoácidos glicina (percentual molar 33,0%), prolina (12,2%), hidroxiprolina

(9,4%) e alanina (10,7%), perfazem 65% dos aminoácidos do colágeno. O colágeno é uma

proteína totalmente carente de cisteína e triptofano. Sua unidade molecular é o tropocolágeno,

o fio protéico mais longo que se conhece (PM 300.000) com 15 Å de diâmetro e 2.800 Å de

comprimento, onde três hélices esquerdas se entrelaçam formando uma super-hélice direita12.

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Capítulo 4

151

A cor amarelada é característica da fibra elástica, variedade de tecido conjuntivo que

devido à sua cor, são chamadas fibras amarelas do conjuntivo, em comparação com as

colágenas, que são as fibras brancas. As fibras elásticas cedem facilmente mesmo às trações

mínimas, porém retomam sua forma inicial tão logo cessem as forças deformantes. O

componente principal das fibras elásticas é a proteína elastina. O tecido elástico é pouco

freqüente, sendo encontrado, por exemplo, nos ligamentos amarelos da coluna vertebral e na

parede de alguns vasos sangüíneos de grosso calibre (aorta, por exemplo), sob a forma de

extensas lâminas ou folhas perfuradas, conhecidas como membranas fenestradas13. A elastina

é uma proteína muito próxima do colágeno, em constituição e atuação, apresentando ainda

muito maior elasticidade e resistência à deformação devido a interligações de lisinonorleucina

e desmosina12.

A proporção de aminoácidos essenciais em diferentes cortes de vitela, bovino e suíno

decresceu linearmente quando o logaritmo do teor de hidroxiprolina aumentou9. Verificaram-

se correlações negativas de 0,99 e 0,98 entre os valores de colágeno na carne e o conteúdo de

aminoácidos essenciais de uma proteína, e também entre o conteúdo de colágeno e os valores

de PER (Protein Efficiency Ratio). Estes resultados indicam que a determinação química do

teor de colágeno pode ser utilizada para prover uma estimativa rápida e de baixo custo da

qualidade protéica14 Um aumento na taxa específica de colágeno em carnes e produtos cárneos

reduziu o número absoluto de aminoácidos essenciais e desequilibrou seu balanço, diminuindo

a qualidade do sistema protéico15, 16, 22.

Pode-se esperar uma redução na qualidade sensorial com o aumento do teor de

colágeno3. Músculos inteiros contendo elevados teores de colágeno podem ser

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Capítulo 4

152

inaceitavelmente duros17, sendo que, a carne com elevada proporção de tecido conjuntivo é

considerada de baixa qualidade devido à redução da sua maciez e valor nutricional21.

Nos Estados Unidos, Cross et al.7 observaram que, a presença de tecido conjuntivo foi

o maior problema associado com a aceitação da carne moída bovina. A carne da categoria

“U.S. Utility” ou de menor qualidade, ou de cortes inferiores, produziu um produto moído que

era inaceitavelmente elevado em tecido conjuntivo.

No Brasil8 resultados sobre os efeitos da mistura de 0-50% de tecido aponevrótico

bovino [63% umidade; 15% gordura; 22% proteína; 0,8% cinzas; 1% hidroxiprolina, 8%

colágeno e 37% relação colágeno pela proteína total] obtido da limpeza mecânica (Skyner –

Towsend 7600) superficial de cortes cárneos de traseiros de bovinos, nas propriedades

sensoriais e físico-químicas de carne moída e hambúrguer, apontaram na carne moída aumento

(p<0,05) dos teores de gordura (2%-8%), hidroxiprolina (0,1%-0,5%), colágeno (0,6%-4,2%)

e relação colágeno pela proteína total (3%-20%), redução da umidade (76%–70,0%), cinzas

(1,0%-0,9%) e pH (5,8-5,6), sem alteração significativa da proteína total (20-21%). A adição

de 20% desse material em hambúrguer reduziu a intensidade da cor vermelha, aumentou a

quantidade de aponevrose aparente, elevando a firmeza na mastigação. O teor de adição de

30% aumentou a mastigabilidade (número de mordidas), a quantidade de tecido conjuntivo

residual na boca e reduziu o sabor característico. No teste de consumidor, com 57

participantes, a adição de 10% de tecido aponevrótico revelou uma carne moída aceitável na

aparência, enquanto que, 20% resultou uma menor aceitação.

A presença da hidroxiprolina no colágeno é um aspecto único porque este aminoácido

ocorre somente em poucas proteínas, a saber, elastina (1,6%), e em menor extensão na

proteína do complemento do soro (C1q), e em algumas proteínas vegetais20. A hidroxiprolina

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Capítulo 4

153

é usada para indicar o teor de colágeno porque a mesma, comumente, não está presente em

proteínas não colágenas. O método espectrofotométrico é o mais utilizado na quantificação do

aminoácido hidroxiprolina pelos laboratórios de análise de rotina devido a sua precisão,

simplicidade, baixo custo e rapidez10.

A legislação da Comunidade Européia6, Directiva 2000/13/EC estabeleceu o conteúdo

máximo de gordura para os ingredientes designados pelo termo “carne ... (nome da espécie

animal)” não devendo exceder 15% para a carne de aves e coelhos, 30% para carne de suínos e

25% para carne de outros mamíferos. O conteúdo de tecido conjuntivo, que é calculado com

base na relação percentual de colágeno pela proteína total, não deve exceder 10% para as

carnes de aves e coelhos e 25% para a carne suína e outros mamíferos.

Pelo Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (Food Safety and Inspection Service)

do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos11 (USDA) a grande diferença entre carne

moída e hambúrguer é que a gordura somente pode ser adicionada ao segundo, sendo aceito

um teor máximo de 30% de gordura para ambos. Os produtos podem conter condimentos, mas

não devem ser acrescidos de água, fosfatos, aglutinantes, substâncias ligadoras ou extensoras.

O teor de carne de bochecha na carne moída deve ser limitado a 25% do total, quando em

excesso, a presença deve ser declarada no rótulo, na lista de ingredientes.

Segundo a legislação de carne e produtos cárneos da Austrália Nova Zelândia2 a carne

moída pode conter quantidades significativas de gordura. Não é necessária a declaração do

teor de gordura da carne moída embalada ou não embalada, se não for feita alguma alegação

ao teor de gordura. No entanto, o uso da terminologia “magra” ou “limpa” traduz a

necessidade da declaração do teor de gordura.

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Capítulo 4

154

No Brasil, as Normas Técnicas Especiais Relativas a Alimentos e Bebidas (São Paulo,

1978)18 estabeleceram para a carne moída bovina, segundo a NTA 3, ausência de cartilagens,

de ossos e os teores máximos de 3% de aponevrose e 10% de gordura.

Segundo a Instrução Normativa no83 de 21/11/035, que trata do Regulamento Técnico

de Identidade e Qualidade de Carne Moída de Bovino, entende-se por carne moída o produto

obtido a partir da moagem de massas musculares de carcaças de bovinos (aplica-se também ao

produto obtido da carne de búfalos), seguido de imediato resfriamento ou congelamento, com

teor máximo de 15% de gordura. A matéria-prima a ser utilizada deve estar isenta de tecidos

inferiores como ossos, cartilagens, gordura parcial, aponevroses, tendões, coágulos, nodos

linfáticos etc. A água no teor máximo de 3% consta como ingrediente opcional. Permite-se a

utilização de carne industrial de matança, desde que as mesmas sejam previamente lavadas,

escorridas, e submetidas a processo de resfriamento ou congelamento.

A indústria da carne para satisfazer o mercado e atingir públicos de diversas camadas

sociais, tem produzido alimentos com características variadas. Com a elevação dos custos dos

cortes e carnes, tradicionalmente utilizados na produção de carne moída, algumas indústrias

têm passado a incorporar fraudulentamente matérias-primas de baixo valor comercial ou

retalhos obtidos na desossa de cortes, normalmente ricos em fibras de tecido conjuntivo.

A influência do tecido conjuntivo na qualidade sensorial (aparência, odor, textura e

sabor), nutricional e preço, parece ter sido a base para a introdução de regulamentos técnicos

em alguns países, estabelecendo limites mínimos para proteína cárnea não colágena e limites

máximos para proteínas colágenas do tecido conjuntivo em produtos cárneos4.

O objetivo deste trabalho foi caracterizar sensorialmente a aparência, e estabelecer

valores de composição centesimal, pH e colágeno de amostras comerciais de carne moída

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Capítulo 4

155

bovina crua que deram entrada no laboratório do Instituto Adolfo Lutz (São Paulo) para

análise, em comparação aos resultados de análise de cortes de carne moída bovina adquirida

no varejo. Como resultado espera-se a inclusão desses parâmetros físico-químicos no

Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Carne Moída Bovina5.

MATERIAL E MÉTODOS

1. Material

Cortes cárneos comerciais de bovino (peça inteira) das categorias patinho

(quadríceps femoris), coxão mole (semimembranosus), coxão duro (biceps femoris), contrafilé

de lombo (longissimus dorsi), músculo traseiro (gastrocnemius), lagarto (semitendinosus),

picanha (bíceps femoris), coração da alcatra (gluteus medius) e maminha da alcatra (tensor

fasciae latae) foram adquiridos no varejo, na cidade de São Paulo. No período de 2000 a 2003

foram avaliadas 20 amostras comerciais de carne moída bovina crua que deram entrada para

análise junto ao laboratório central do Instituto Adolfo Lutz (IAL), não traduzindo uma coleta

aleatória.

2. Métodos

As análises físico-químicas foram iniciadas logo após a entrada das amostras de carne

moída no laboratório, evitando-se o congelamento das mesmas, ou no mesmo dia da aquisição

dos cortes cárneos no mercado varejista. Os cortes cárneos foram cortados com a aponevrose

(tecido conjuntivo) e a gordura de cobertura (não houve limpeza interna ou externa),

preconizando condições industriais de processo, e moídos duas vezes em moedor (CAF 8)

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Capítulo 4

156

utilizando disco de 5mm. Após a incorporação de possíveis exsudatos, as amostras foram

homogeneizadas em multiprocessador doméstico (marca Arno). As análises foram realizadas

em duplicata, seguindo os métodos preconizados pelas Normas Analíticas do Instituto Adolfo

Lutz (São Paulo, 1985)19. A análise das substâncias voláteis (umidade) foi realizada em estufa

a 102-105oC, até peso constante; proteínas segundo o método de Kjeldahl utilizando sistema

automátido (Gehardt), gorduras pela extração com éter etílico em extrator tipo Soxhlet, cinzas

após incineração em mufla a 550oC e pH pela inserção na massa cárnea de um eletrodo de

punção acoplado a um potenciômetro (Hanna Instruments – microprocessador digital HI9321).

A determinação do conteúdo de colágeno (hidroxiprolina x 8) foi realizada através da

quantificação do aminoácido hidroxiprolina, conforme método preconizado pela AOAC1. As

amostras foram hidrolisadas com ácido clorídrico 6M a 110oC por 8h, sob refluxo. A

hidroxiprolina oxidada a pirrol pela cloramina T em tampão citrato-acetato pH 6,0, converteu-

se em um complexo avermelhado (absorção a 559 nm) pela reação com o reagente de Ehrlich

(p-dimetilaminobenzaldeído em ácido perclórico/2-propanol). O teor de colágeno relativo foi

obtido da relação percentual do tecido conjuntivo pela proteína total.

As amostras de carne moída bovina crua da rotina de análise, foram caracterizadas por

consenso no Laboratório de Análise Sensorial quanto aos atributos de aparência e odor, por

uma equipe de 3 a 7 julgadores com discriminação para odores básicos, acuidade normal ou

superior para cores e experientes na avaliação de carnes. Na descrição visual da aparência,

avaliou-se a cor e teores relativos de aponevrose (fibras de tecido conjuntivo) sendo

classificadas quanto a proporção em pequena (P), moderada (M) e elevada (E). O odor foi

avaliado como característico de carne crua e sem detecção de odores estranhos (C) ou alterado

(A), procurando-se descrever as sensações percebidas.

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Capítulo 4

157

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 9 apresenta os resultados das avaliações físico-químicas relativas a

composição centesimal, teor de colágeno (COL), relação percentual de colágeno pela proteína

total (COL rel.) e valores de pH, de carnes de cortes do traseiro bovino, moídas com a gordura

e tecido conjuntivo intramuscular e de cobertura. Os resultados revelaram diferenças (p<0,05)

entre os cortes cárneos para todos os parâmetros físico-químicos avaliados. A carne moída de

patinho não diferiu da carne moída de lagarto e apresentou o maior teor de umidade (74,5%),

enquanto a carne moída de contrafilé apresentou o menor valor (64,1%). O teor de gordura foi

menor para o patinho (2,8%) que não diferiu do coxão duro, e o maior valor ficou para o

contrafilé (16,3%), que apresentava moderada proporção de gordura de cobertura. Na

quantificação do teor de proteína, o maior valor foi para a carne moída de coxão duro (21,8%)

que não diferiu do músculo, lagarto, e alcatra, ficando o menor teor para o contrafilé (19,3%).

A porcentagem de cinzas foi maior para o patinho (1,1%) que diferiu somente da carne de

contrafilé (0,8%) e este último não diferindo da alcatra, picanha e músculo. As variações nos

teores de COL e COL rel. foram amplas, sendo os menores valores para a carne moída de

patinho (1,0% e 5%) que não diferiu do coxão mole, lagarto, picanha e maminha, ficando o

músculo com os maiores teores (3,7% e 17%). A alcatra revelou o maior valor de pH (5,84)

diferindo das demais categorias de cortes cárneos e o coxão duro apresentou o menor valor

(5,52), não diferindo do lagarto.

A Tabela 10 apresenta os resultados dos parâmetros físico-químicos e sensoriais de 20

amostras de carne moída recebidas para análise no laboratório (N1-N20), de 13 marcas

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Capítulo 4

158

diferentes, designadas pelas letras do alfabeto (A-M). Os intervalos de variação na composição

centesimal foram muito amplos, revelando as seguintes faixas de valores: umidade 61,0%-

81,8%; gordura 1,2%-21,9%; proteína 8,1%-21,1%; cinzas 0,5%-1,1%; COL 1,0%-4,9% e

COL rel. 5%-31%. Os valores de pH se apresentaram no intervalo de 5,34-6,55. Os extremos

superiores apresentaram-se elevados para os teores de umidade (81,8%), gordura (21,9%),

COL (4,9%) e COL rel. (31%), e os limites inferiores de proteína (8,1%) e cinzas (0,5%)

revelaram-se muito reduzidos, em comparação aos valores correspondentes às medianas de

carne moída adquirida no varejo (Tabela 9), respectivamente, umidade (72,1%), gordura

(5,4%), proteína (21,1%), cinzas (1,0%), COL (1,3%) e COL rel. (6%). Verificou-se que o

produto N3 (marca A), mesmo apresentando elevados teores de umidade (81,8%), COL rel.

(26%), pH (6,1) e baixo teor de proteína (8,1%), foi classificado pelo fabricante como carne

moída de patinho, ou seja de 1a categoria. Neste mesmo produto, pela análise microscópica

constatou-se a fraude pela presença de cascas de banana.

O teor de gordura acima do limite estabelecido de 10% segundo NTA 3 (São Paulo,

1978)18 foi observado em 6 amostras. Somente uma amostra apresentou teor de gordura acima

de 15%, limite máximo estabelecido pela Instrução Normativa no83/035, em vigor desde

21/11/2003. Verificou-se a freqüência de 8 amostras de carne moída bovina, no total de 20,

com valores de pH acima de 5,9 (valor limite segundo Circular no 192/98/DCI/DIPOA).

Segundo a Tabela 10, a caracterização sensorial da aparência da carne moída revelou

elevada (E) proporção de aponevrose para 14 amostras, moderada (M) para 4 e pequena (P) a

2 unidades. A cor variou de rósea (principalmente nas amostras com elevada proporção de

aponevrose) a marrom-avermelhada. O odor se apresentou nas amostras característicos a carne

crua, não sendo detectados odores estranhos, exceto para N7 que apresentou odor alterado,

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Capítulo 4

159

embora ainda revelasse cor vermelha pela adição fraudulenta de dióxido de enxofre (404

ppm). A Figura 11 apresenta ilustração de carne moída bovina (N14, marca I) que na

caracterização sensorial revelou odor característico, mas apresentou elevada proporção de

aponevrose ou tecido conjuntivo.

Na comparação dos valores correspondentes às medianas das amostras de carne moída

bovina obtida de cortes cárneos do traseiro adquiridos no varejo (Tabela 9) e amostras que

deram entrada para análise no laboratório (Tabela 10), nos parâmetros físico-químicos de

umidade (72,1% e 72,5%), gordura (5,4% e 7,4%), proteína (21,1% e 17,4%), cinzas (1,0% e

0,9%), COL (1,3% e 2,9%), COL rel. (6% e 18%) e pH (5,66 e 5,83), ficam estabelecidas as

diferenças percentuais, onde foram superiores os teores principalmente de gordura (37%),

COL (123%) e COL relativo (200%), revelando-se inferiores os teores de proteína (18%) e

cinzas (10%), sem alteração nos valores de umidade.

Na Figura 12 tem-se, respectivamente, a distribuição de freqüência dos teores de COL

e COL rel., podendo-se observar elevação dos valores percentuais de colágeno nas amostras

que deram entrada no laboratório para análise (N1 a N20) em comparação com a carne moída

de cortes cárneos de traseiro bovino adquiridos no varejo, podendo-se estabelecer neste

trabalho, a existência de uma relação direta entre os valores analíticos de colágeno e a

presença de aponevrose como percebida pela equipe de julgadores na caracterização sensorial.

No Brasil, desconhecem-se relatos completos referentes à análise quantitativa de

composição centesimal e teor de colágeno de carne moída dos diferentes cortes comerciais de

traseiro bovino. Os resultados deste trabalho revelaram teores de 9; 5 e 6 % de COL rel.,

respectivamente para as carnes moídas de contrafilé, coxão mole e lagarto, enquanto que os

resultados de Nguyen e Zarkadas15 mostraram valores moderadamente inferiores de 3,4% para

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Capítulo 4

160

o contrafilé de touro, 3,04% e 3,31% para o coxão mole e lagarto de vaca de 8 anos, através da

análise do aminoácido Lys (5-OH). O resultado de colágeno absoluto na base seca para a carne

moída de lagarto (4,8%) está de acordo com o resultado (4,75%) encontrado por Bailey e

Light3, contudo o teor de colágeno para a carne de contrafilé (2,76%) mostrou-se inferior ao

obtido nesta pesquisa (5,1% base seca).

Na rotina de análise, a proporção máxima de aponevrose de 3% estabelecida pela Norma

Técnica de Alimentos e Bebidas NTA 3, somente poderá ser avaliada, se houver um valor

analítico legalmente estabelecido para o teor correspondente de proteínas do colágeno. Della

Torre et al.8 substituíram na carne moída categoria patinho 0 - 50% de tecido aponevrótico

obtido da limpeza superficial mecânica de cortes cárneos de traseiro de bovinos, e obtiveram

para o teor de substituição de 3%; 5%; 10%; 15% e 20% resultados analíticos de 0,8%; 1,1%;

1,4%, 1,7% e 2,6% de colágeno e 4%; 5%; 7%; 9% e 13% de colágeno relativo a proteína

total.

Os valores máximos estabelecidos pela Comunidade Européia para carne bovina, de

25% de gordura e 25% de COL rel, e nos Estados Unidos de 25% de gordura para a carne

moída, não traduzem os resultados normalmente obtidos na rotina de análise para a carne

bovina das raças comerciais brasileiras. Uma vez que a presença de elevados teores de fibras

de tecido conjuntivo, cor vermelha clara e aparência exsudativa são os principais fatores

associados à menor aceitação da carne moída bovina, este trabalho sugere a inclusão de teor

mínimo de proteína total e teores máximos de umidade, colágeno, colágeno relativo à proteína

total, junto ao Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Carne Moída Bovina.

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Capítulo 4

161

Figura 11. Carne moída bovina (N14, marca I).

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Capítulo 4

162

Tabela 9: Composição aproximada, colágeno e pH de cortes cárneos comerciais de bovino*

Cortes cárneos Umid.

(%)

Gord.

(%)

Prot.

(%)

Cinzas

(%)

COL

(%)

COL

rel. (%)

pH

Patinho 74,5a

(0,2)

2,8e

(0,1)

21,1b

(0,0)

1,1a

(0,02)

1,0d

(0,01)

5 5,56e

(0,01)

Coxão mole 72,1c

(0,3)

5,5c

(0,1)

21,0b

(0,2)

1,0a

(0,01)

1,0d

(0,1)

5 5,56e

(0,02)

Coxão duro 73,3b

(0,1)

3,3d,e

(0,3)

21,8a

(0,3)

1,0a

(0,01)

1,8c

(0,03)

8 5,52f

(0,01)

Contrafilé 64,1d

(0,06)

16,3a

(0,04)

19,3d

(0,1)

0,8b

(0,1)

1,8c

(0,03)

9 5,66d

(0,01)

Músculo 72,9b

(0,1)

5,2c

(0,1)

21,3a,b

(0,2)

0,9a,b

(0,1)

3,7a

(0,2)

17 5,78b

(0,01)

Lagarto 74,1a

(0,1)

3,8d

(0,4)

21,3a,b

(0,1)

1,0a

(0,03)

1,2d

(0,1)

6 5,54e,f

(0,01)

Picanha 71,9c

(0,4)

6,3b

(0,01)

20,5c

(0,1)

1,0a,b

(0,02)

1,3c,d

(0,3)

6 5,80b

(0,01)

Alcatra 72,1c

(0,02)

5,4c

(0,02)

21,4a,b

(0,1)

1,0a,b

(0,03)

2,7b

(0,1)

13 5,84a

(0,01)

Maminha 72,0c

(0,1)

5,6c

(0,04)

21,1b

(0,03)

1,0a

(0,01)

1,3d

(0,1)

6 5,74c

(0,01)

Valor min. 64,1 2,8 19,3 0,8 1,0 5 5,52

Valor max. 74,5 16,3 21,8 1,1 3,7 17 5,80

Mediana 72,1 5,4 21,1 1,0 1,3 6 5,66

Média 71,9 6,0 21,0 1,0 1,8 8 5,67

DP 3,1 4,0 0,7 0,1 0,9 4 0,13

CV 4,3 66,9 3,4 8,1 51,2 49 2,22

*Cortes cárneos de bovino adquiridos no varejo na cidade de São Paulo COL = colágeno COL rel. = (COL/proteína total) x 100 Medidas de variabilidade: ( ) DP = Desvio Padrão CV = Coeficiente de variação

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Capítulo 4

163

Tabela 10: Parâmetros físico-químicos e sensoriais de carne moída bovina comercial*

P a r â m e t r o s f í s i c o – q u í m i c o s P a r â m e t r o s s e n s o r i a i s NO

Marca

Umid. (%)

Gord. (%)

Prot. (%)

Cinz. (%)

COL (%)

COL rel (%)

pH Num. julg.1

Apon. visual2

Cor3 Odor4

N1 A 72,8 (0,1)

6,7 (0,2)

19,4 (0,3)

1,1 (0,1)

2,2 (0,1)

11 5,86 (0,01

3 M V C

N2 A 69,5 (0,1)

13,6 (0,2)

14,6 (0,1)

0,7 (0,01)

4,5 (0,1)

31 5,34 (0,02s

3 E V C

N3** A 5 81,8 (0,03)

7,1 (0,01)

8,1 (0,2)

0,5 (0,01)

2,1 (0,3)

26 6,10 (0,02)

3 E VE C

N4 A 73,7 (0,1)

8,1 (0,5)

17,3 (0,5)

0,7 (0,00)

2,5 (0,2)

14 5,53 (0,02)

4 E R C

N5 A 75,2 (0,2)

6,4 (0,3)

17,5 (0,4)

0,7 (0,05)

3,3 (0,2)

19 5,84 (0,00)

4 E RA C

N6 B 74,0 (0,1)

7, (0,2)

17,1 (0,2)

0,8 (0,04)

3,0 (0,1)

18 5,92 (0,01)

3 E VP e V C

N7*** C 76,8 (0,1)

7,0 (0,1)

14,6 (1,0)

0,8 (0,01)

2,7 (0,5)

19 6,55 (0,03)

3 E V A

N8 D 70,6 (0,6)

7,8 (0,2)

20,6 (0,6)

0,9 (0,1)

4,9 (0,01)

24 5,98 (0,01)

3 E VP e V C

N9 E 61,0 (0,2)

21,9 (0,7)

16,6 (0,6)

0,7 (0,03)

4,9 (0,05)

30 6,10 (0,02)

3 E RA C

N10 F6 71,6 (0,6)

7,5 (0,8)

19,5 (0,7)

1,0 (0,01)

3,0 (0,03)

15 5,79 (0,00)

5 E V C

N11 F7 71,6 (0,2)

6,3 (0,8)

21,1 (1,1)

1,1 (0,02)

2,6 (0,1)

12 5,64 (0,01)

4 M V C

N12 G5 76,2 (0,1)

1,2 (0,1)

20,9 (0,03)

1,1 (0,04)

1,6 (0,03)

8 5,50 (0,02)

3 P V C

N13 H 73,1 (0,2)

6,8 (0,1)

19,2 (0,2)

0,9 (0,02)

2,5 (0,1)

13 5,74 (0,02)

4 M V C

N14 I 72,2 (1,6)

13,8 (0,8)

13,0 (0,4)

1,1 (0,01)

3,3 (0,01)

25 5,82 (0,02)

3 E V C

N15 J 70,3 (0,5)

13,6 (1,2)

15,9 (0,3)

0,7 (0,01)

4,3 (0,7)

27 5,80 (0,01)

3 E V C

N16 K5 74,5 (0,2)

2,8 (0,1)

21,1 (0,0)

1,0 (0,01)

1,0 (0,01)

5 5,59 (0,00)

5 P V C

N17 L 74,7 (0,1)

6,2 (0,6)

17,9 (0,6)

0,9 (0,05)

3,4 (0,3)

19 5,96 (0,03)

3 E V C

N18 L8 72,2 (0,2)

8,2 (0,1)

18,2 (0,03)

1,1 (0,1)

1,6 (0,2)

9 5,80 (0,01)

3 M V e MA C

N19 L 71,7 (0,5)

11,0 (0,4)

16,8 (0,3)

0,7 (0,05)

2,8 (0,2)

17 6,03 (0,01)

7 E VP e MA C

N20 M 70,5 (0,6)

12,0 (0,1)

14,8 (0,4)

0,8 (0,1)

3,2 (0,1)

22 6,15 (0,01)

4 E RA C

Valor min. 61,0 1,2 8,1 0,5 1,0 5 5,34 Valor max. 81,8 21,9 21,1 1,1 4,9 31 6,55 Mediana 72,5 7,4 17,4 0,9 2,9 18 5,83 Média 72,7 8,8 17,2 0,9 3,0 18 5,85 D.P 3,9 4,5 3,2 0,2 1,1 7 0,27 C.V. 5,4 51,6 18,5 20,7 36,1 41 4,62 *Enviadas ao laboratório para análise **Pelo exame microscópico revelou cascas de banana ***Revelou 404 ppm de SO2 COL = tecido conj. colagenoso COL rel. = (COL/proteína total) x 100 1Número de julgadores 2Proporção visual de aponevrose: P = pequena; M = moderada; E = elevada 3Cor: V = vermelha ; VE=vermelha com pontos escuros R= rósea RA = róseo-avermelhada VP= vermelho-pardacenta; MA = marrom-avermelhada 4Odor: C = característico de carne crua, não sendo detectado odores estranhos; A*** = alterado 5Patinho 6Músculo 7Recorte de alcatra (aranha) 8Coxão mole Medidas de variabilidade: ( ) ou DP = Desvio Padrão; CV = Coeficiente de variação

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Capítulo 4

164

Freqüencia de distribuição do teor de colágeno em a mostras de carne moída

0

1

2

3

4

5

6

Patinho

Lagarto

Mam

inha

Picanha

Alcatra

N16N12

N18N3 N1 N13

N4 N11N7 N19

N6 N10N20

N5 N14N17

N15N2 N9 N8

Carne moída

CO

L (g

%)

Freqüencia de distribuição do teor de colágeno rela tivo em amostras de carne moída

0

5

10

15

20

25

30

35

Patinho

Lagar toM

aminha

Picanha

Alcatra

N16

N12

N18

N3

N1

N13

N4

N11

N7

N19

N6

N10

N20

N5

N14

N17

N15

N2

N9

N8

Carne moída

CO

L re

l. (g

%)

Figura 12. Distribuições de freqüências dos teores de colágeno (COL) e relação percentual de colágeno pela proteína total (COL rel.) de amostras de carne moída bovina adquirida no varejo (patinho, coxão mole, lagarto, maminha, picanha, coxão duro, contrafilé, alcatra e músculo) e da rotina de análise laboratorial (N1 a N20).

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Capítulo 4

165

CONCLUSÃO

Quarenta por cento das amostras de carne moída comercial encaminhadas ao

laboratório apresentavam pH maior que 5,9, enquanto todas as amostras de carne moída

preparadas a partir de cortes obtidos em açougue apresentaram pH abaixo desse valor. Isso

indica que o valor de 5,9 estabelecido pela legislação é adequado.

A avaliação sensorial indicando que 70% das amostras de carne moída comercial

apresentavam alteração da aparência pelo excesso de aponevrose e fibras do tecido conjuntivo

colagenoso foi confirmada pelo maior teor de colágeno dessas carnes que variaram entre 5 e

31% da proteína total, enquanto os valores das carnes preparadas de cortes adquiridos em

açougue ficou entre 5 e 17%. O valor de colágeno relativo de 25% preconizado pela

Comunidade européia seria demasiado alto em função dos resultados desse estudo.

Proximate composition and collagen content of beef minced meat

ABSTRACT . Animal muscle tissues, generically named meat, are an important protein source

in diet, providing an outstanding balance in essential amino acids, which are necessary to man.

Among these tissue’s main components are connective collagen fibers, that present a

decreased rate of essential amino-acids, lowering products’ nutritional value, when the former

present rates above normal. Low cost meat raw materials, which are normally rich in collagen

fibers of connective tissue, have been deceitfully used in the production of beef minced meat,

with the intention of reducing costs. The present work aimed to characterize sensory

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Capítulo 4

166

appearance, odor and to establish the proximate physico-chemical composition values, pH,

collagen rate (COL), percent rate of collagen per total protein (rel COL) of 20 commercial

beef minced meat samples which underwent routine laboratorial procedures compared with

physico-chemical results of nine different beef minced meat prepared from meat cuts bought

in meat stores. Commercial beef minced meat samples analysed under routine laboratorial

procedures revealed a wide range for moisture rate (61.0%–81.8%), fat (1.2%-21.9%), protein

(8.1%–21.1%), ash (0.5%–1.1,%), COL (1.0%–4.9%), rel. COL (5%–31%) and pH (5.34–

6.55), while minced meat bought in meat store revealed a shorter amplitude for moisture rate

(64.1%–74.5%), fat (2.8%–16.3%), protein (19.3%–21.8%), ash (0.8%–1.1%), COL (1.0%–

3.7%), rel. COL (5%–17%) and pH (5.52–5.80). Minced meat samples under routine

laboratorial analysis mostly revealed acceptable odor and color, although 14 units (70%) were

considered alterated in sensory appearance due to the excessive rate of connective tissue or

aponevrosis. These results were confirmed through median values of COL and rel. COL,

which were respectively 123% and 200% higher than the rates for meat stores products. The

median values for fat stood slightly above (37%) those of meat store products, and,

consequently, the median protein rate decreased (18%), as a result of the original typical

muscle beef meat composition alteration. Proximate composition and collagen results are

presented with the purpose of helping establishing both identity and quality limits regarding

minimum content of total protein, as well as maximum contents of moisture and collagen, thus

contributing to effective control of deceitful procedures.

KEY-WORDS: beef minced meat; collagen; proximate composition; pH; legislation

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Capítulo 4

167

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Capítulo 4

171

Composição centesimal e teor de colágeno de cortes

cárneos de bovinos e suínos1

1Artigo técnico-científico enviado à revista Ciência e Tecnologia de Alimentos (ISSN 0101-2061) – publicação da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos (SBCTA)

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Capítulo 4

173

RESUMO

Os parâmetros físico-químicos de composição e pH de cortes cárneos de bovinos e suínos são

importantes para o processador de carnes, por estarem relacionados às propriedades funcionais

de retenção de água e emulsificação de gorduras. Objetivou-se neste trabalho a determinação

dos teores de umidade, gordura, proteína total, colágeno (COL), relação percentual de

colágeno pela proteína total (COL relativo) e pH de cortes cárneos, de suínos híbridos e

bovinos raça Nelore. Os resultados dessas análises cumprem dois propósitos: auxiliar as

indústrias a formularem produtos cárneos, e ajudar o serviço de inspeção no cumprimento da

legislação relativo à composição dos produtos cárneos. Tendo-se analisado os cortes cárneos

de três dianteiros de bovinos das categorias acém, paleta, peito, pescoço, diafragma, pilar do

diafragma, sangria, músculo dianteiro e carne de costela, obtiveram-se as seguintes variações

de teores de umidade 66,5-75,4%, gordura 4,0-15,9%, proteína 16,4-19,9%, cinzas 0,8-1,0%,

hidroxiprolina 0,19-0,61%, COL 1,5-4,9%, COL relativo 8-25% e pH de 5,7-6,0. As maiores

variabilidades dos resultados entre animais foram verificadas para a carne de peito, e as

menores para a carne do diafragma. Na avaliação dos cortes cárneos de três meias carcaças de

suínos das categorias pernil, paleta, copa, lombo, filezinho, barriga, carne de costela, toucinho

e couro, foram observadas extensas variações de umidade 20,6-73,1%, gordura 5,2-75,6%,

proteína 5,4-20,8%, cinzas 0,3-1,2%, hidroxiprolina 0,08-1,28%, COL 0,6-10,2%, COL rel. 3-

66% e pH 5,8-6,2. As maiores variabilidades nas determinações entre animais foram

observadas para o toucinho e as menores para o lombo. Os cortes cárneos de suínos (exceto o

couro) revelaram maiores teores de gordura e menores de umidade, hidroxiprolina e COL,

comparado aos cortes cárneos de bovinos.

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Capítulo 4

174

Palavras-chave: composição centesimal; hidroxiprolina; colágeno; pH; carne bovina, carne

suína

SUMMARY

PROXIMATE COMPOSITION AND COLLAGEN CONTENT OF BEEF AND PORK

MEAT CUTS. Both physical and chemical composition parameters and pH of beef- and pork-

cuts are important for the meat producer, since such parameters are connected with the

functional properties of water retention and fat emulsification. The objective of this paper was

to determine moisture, fat, total protein, collagen (COL) content, collagen per total protein

(relative COL), as well as pH of meat cuts of hybrid pork and bovine (Nelore) meat. The

results of these analyses fulfill two purposes: to help the industries formulate meat products

and to help inspection services to enforce legislation concerning meat products composition.

Three forequarter beef meat cuts of the categories chuck, shoulder, brisket, neck, inside skirt

(diaphragm), thick skirt, neck trimmings, foreshank, and plate have been analysed. The

following variation was observed: moisture, 66.5-75.4%; fat, 4.0-15.9%; protein, 16.4-19.9%;

ashes, 0.8-1.0%; hydroxiproline, 0.19-0.61%; COL, 1.5-4.9%; relative COL, 8-25%; and pH,

5.7-6.0. The largest results’ variances between animals were found in brisket meat, while the

smallest were those for diaphragm meat. In the evaluations of pork cuts from fresh ham, picnic

shoulder, shoulder butt, loin, tender loin, belly, spareribs, backfat and skin, large variation was

found for moisture (20.6-73.1%), fat (5.2-75.6%), protein (5,4-20,8%), ashes (0.3-1.2%),

hydroxyproline (0.08-1.28%), COL (0.6-10.2%) relative COL (3-66%), and pH (5.8-6.2). The

largest variances between the animals in the determinations were those for backfat, while the

smallest were those for loin. The pork-cuts (except the skin) presented the greatest rates of fat

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Capítulo 4

175

and the tiniest rates of moisture, hydroxyproline and COL, if compared with those of beef-cuts

meat.

Key words: proximate composition; hydroxyproline; collagen; bovine meat; pork meat.

1 – INTRODUÇÃO

As características quantitativas de composição das matérias-primas cárneas são de

fundamental importância para a elaboração de produtos cárneos emulsionados como salsichas

e mortadelas, tornando imprescindível o estudo dos parâmetros físico-químicos de umidade,

gordura, proteínas, colágeno (COL) e valor de pH dos cortes cárneos de suínos e bovinos,

principais ingredientes do processo de fabricação. A grande preocupação no processamento de

emulsionados finamente cominuídos tipo salsicha, é com os níveis mínimos de proteínas

cárneas livre de COL e máximos de COL e gordura, ingredientes que afetam diretamente a

estabilidade da emulsão e a retenção de água e gordura dos produtos, durante o seu

processamento.

As proteínas do músculo podem ser divididas em três classes: sarcoplasmáticas,

miofibrilares e estromais. São classificadas como sarcoplasmáticas as proteínas solúveis em

solução de força iônica igual ou menor que 0,1, em pH neutro. Esta fração constitui 30-35%

da proteína total da musculatura esquelética. Contém de 100-200 proteínas diferentes. A

fração miofibrilar é constituída de proteínas que normalmente só são extraídas em solução de

força iônica entre 0,5 e 1,0. As proteínas miofibrilares representam 52-56% de toda a proteína

muscular. São classificadas como estromais as proteínas insolúveis em solventes aquosos.

Essa fração representa 10-15% de toda a proteína dos músculos esqueléticos, incluindo

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Capítulo 4

176

lipoproteínas e mucoproteínas das membranas celulares e superfícies assim como proteínas do

tecido conjuntivo. O colágeno representa normalmente de 40-60% das proteínas estromais e a

elastina de 10-20% do total desta fração. As proteínas do estroma são normalmente

determinadas como proteínas insolúveis remanescentes após extração exaustiva de todas as

outras proteínas do músculo. A fração estromática normalmente contém proteínas do

sarcolema, do retículo sarcoplasmático e das membranas mitocondriais, além das proteínas

que constituem o tecido conjuntivo que envolve a célula muscular. Duas proteínas do tecido

conjuntivo, colágeno e elastina, representam a maior parte da fração protéica estromática,

embora as proporções exatas de colágeno e elastina variem bastante nos diferentes músculos,

da mesma espécie animal [15].

O colágeno é o principal constituinte das cartilagens e outros tecidos conjuntivos,

sendo caracterizado pelo elevado conteúdo de glicina, prolina e hidroxiprolina, e completa

ausência de aminoácidos sulfurados e de triptofano. Aquecimento prolongado em água

fervente converte o colágeno em proteína solúvel, denominda gelatina. A unidade estrutural

fundamental de colágeno é o tropocolágeno [3,15].

As proteínas do tecido conjuntivo transmitem o movimento produzido pela contração

das proteínas miofibrilares ao esqueleto do corpo. Esta função requer que a proteína do tecido

conjuntivo seja resistente e firme. O colágeno é a principal proteína do tecido conjuntivo da

carne, sendo similar ao tecido conjuntivo encontrado na pele, ligamentos e tendões. Os

músculos utilizados para locomoção, como os músculos da perna, possuem maiores teores de

colágeno que os músculos utilizados para suporte como o contra-filé. Onde os músculos se

prendem aos ossos, o teor de colágeno aumenta em concentração. Animais mais velhos não

possuem necessariamente maiores teores de colágeno, mas eles possuem colágenos mais

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Capítulo 4

177

resistentes. Por estas razões, as carnes dos músculos das pernas e músculos de animais mais

velhos são firmes demais para serem ingeridos após assados ou grelhados com calor seco. As

carnes com elevados teores ou com colágeno mais resistentes são desviadas para o

processamento de embutidos, onde o colágeno é reduzido no tamanho pelas facas dos

moedores, cutters ou moinhos [3, 11].

Os fabricantes de embutidos usam carne contendo elevada proporção de tecido

conjuntivo, no entanto, eles sabem que é necessário limitar a quantidade de colágeno para

impedir os principais defeitos no produto final como as bolsas e capas de gelatina e gordura,

difícil descasque etc [13].

Os produtos cárneos também podem ser acrescidos de colágeno pela adição de couro

cozido como ingrediente da formulação. Os estudos de OLIVO & SHIMOKOMAKI [11] com

isolado de colágeno, em forma de fibras, obtido de tendões bovinos através de sucessivas

moagens e liofilização, revelaram que teores acima 15-18% de seu peso em relação à fração

protéica ou aproximadamente 2% em relação ao peso total da massa prejudicam a estabilidade

da massa, quando em sistemas com alto teor de gordura. Há evidência de que a ação

instabilizadora do colágeno seja devido a sua compressão física aos glóbulos de gordura

durante a expansão térmica dos mesmos, levando-os a coalescência.

A padronização dos cortes de carne bovina ficou estabelecida segundo a Portaria no 05

[5]. Entende-se por carcaça o bovino abatido, sangrado, esfolado, eviscerado, desprovido de

cabeça, patas, rabada, glândula mamária (na fêmea), verga, exceto sua raizes e testículo (no

macho). Após a sua divisão em meias carcaças retiram-se ainda os rins, gorduras perirrenal e

inguinal, “ferida–de-sangria”, medula espinhal, diafragma e seus pilares. As patas dianteiras

são secionadas e a cabeça é separada da carcaça. A meia carcaça resulta do corte longitudinal

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Capítulo 4

178

da carcaça, abrangendo a sínfise isquiopubiana, a coluna vertebral e o esterno. O quarto resulta

da subdivisão da meia carcaça em traseiro e dianteiro, por separação entre a quinta e a sexta

costela. O quarto dianteiro é subdividido em grandes peças como paleta e dianteiro sem paleta.

A paleta subdivide-se nos cortes pá (raquete, peixinho e coração da paleta) e músculo

dianteiro, enquanto o dianteiro-sem-paleta em acém, pescoço, costela do dianteiro, peito e

cupim.

O pilar do diafragma, a sangria e o diafragma, do ponto de vista dos frigoríficos são

enquadrados como carne industrial. O diafragma é cortado rente ao gradil torácico,

corresponde à porção lateral do músculo da respiração (devendo ser removido o tecido

conjuntivo fibroso que o envolve) e nos açougues é conhecido como “fraldinha”. A sangria

compreende parte dos músculos do pescoço feridos durante a sangria e a divisão sagital

mediana do pescoço [12].

No Quadro 5 estão descritos os nomes dos principais componentes musculares e

nômina anatômica dos cortes comerciais do quarto dianteiro e carnes industriais de bovinos. A

nômina anatômica dos principais cortes comerciais de suínos estão apresentados no Quadro 6.

A determinação de colágeno é um requerimento essencial para a ciência e tecnologia

de carnes que buscam explicar a verdadeira contribuição do colágeno para a estrutura e

qualidade da carne. O tecnólogo de alimentos também requer resultados analíticos confiáveis

de tecido conjuntivo para auxiliar nas planilhas de formulação e manutenção de um produto

uniforme, que também esteja de acordo com a legislação vigente quanto a sua composição.

O objetivo do trabalho foi avaliar a composição centesimal, teor de colágeno e valor de

pH de cortes cárneos de bovinos raça Nelore e suínos híbridos, para uso como matérias primas

na indústria da carne.

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Capítulo 4

179

Quadro 5. Nômina anatômica de cortes comerciais de dianteiro e carne industrial de bovinos

Cortes comerciais de

bovino

Principais componentes musculares

Nômina anatômica

Paleta supra e infra espinhoso, tríceps braquial

supraspinatus, infraspinatus, triceps brachii

Músculo-do-dianteiro

flexores e extensores digital comum, lateral e carpo-radial

extensor carpi obliquus, radialis, ulnaris e digiti primi longus, flexor carpi radialis, ulnaris, bíceps brachii

Acém trapézio, romboide, serratil trapezius, rhomboideus, serratus ventralis Peito

peitorais, intercostais pectoralis, intercostales externi

Pescoço trapézio, braquicefálico, romboide

trapezius, omo-transverarius, brachiocephalicus, rhomboideus, serratus ventralis

Costela do dianteiro

escaleno, serratil, intercostais scalenus dorsalis, serratus dorsalis -anterior, posterior e ventralis, intercostales externi e interni

Pilar do diafragma

diafragmaticos diaphragm

Diafragma diafragmaticos diaphragm Sangria bráquiocefálico drachiocephalicus Fonte: OLIVEIRA [10] Quadro 6. Nômina anatômica de cortes comerciais de suínos

Cortes cárneos de suínos Nômina anatômica Pernil biceps femoris, semitendinosus, obturator internus,

semimembranosus, gracilis, vastus medialis, vastus intermedius, vastus lateralis, rectus femoris

Paleta subscapularis, supraspinatus, infraspinatus, deltoideus, triceps brachii

Copa longissimus, multifidus dorsi, spinalis, rhomboideus, trapezius, serratus

Lombo longissimus, serratus dorsalis, posterior, iliocostalis, costae Filezinho / Filé mignon psoas major, psoas minor Barriga cutaneous trunci, rectus abdominis, obliquus abdominis externus,

obliquus abdominis internus, transversus abdominus Carne de costela

intercostales externi, intercostales interni, serratus ventralis, pectoralis profundi, cutaneous trunci, rectus abdominis

Fonte: OLIVEIRA [10]

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Capítulo 4

180

2 - MATERIAL E MÉTODOS

2.1 - Cortes cárneos de bovinos

Três bovinos da raça Nelore (Bos indicus), machos castrados, com idades entre 30 e 36

meses, sob regime de engorda a pasto, com peso vivo médio de 437,5 kg (±16,2), foram

adquiridos junto à Fazenda Bem-te-vi de Inúbia Paulista-SP. Estes animais foram abatidos um

a um com intervalo de 15 dias na planta piloto do Centro de Tecnologia de Carnes do ITAL.

Após o abate as carcaças foram resfriadas em câmara fria sob temperatura de 0 ± 4°C por 24

horas. As meias-carcaças esquerdas foram divididas em quarto dianteiro e traseiro com corte

entre a 5ª e 6ª costela. Os cortes utilizados para as análises físico-químicas foram: acém,

paleta, peito, pescoço, diafragma, pilar do diafragma, sangria, músculo e carne de costela.

2.2 - Cortes cárneos de suínos

Três suínos híbridos terminais de 158 dias machos, originados de machos Large White

x Pietrain com híbridas Large White x Landrace, peso vivo aproximado 125-130Kg, foram

adquiridos junto a Granja Suinocultura das Palmeiras. Os três animais foram abatidos no

mesmo dia na planta piloto do Centro de Tecnologia de Carnes do ITAL. Após resfriamento

em câmara fria sob temperatura de 0oC ± 4°C por 24 horas, procedeu-se à separação dos cortes

cárneos das meias carcaças do lado esquerdo, sendo utilizados para análises físico-químicas os

seguintes cortes: pernil, paleta, copa, lombo, filezinho, barriga, carne de costela, toucinho e

couro.

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Capítulo 4

181

2.3 - Análises físico-químicas

As peças inteiras dos músculos de carne bovina foram picadas e moídas por três

passagens em moedor (Hermann) com disco de 5 mm. Os cortes cárneos suínos foram moídos

duas vezes através de disco 3 mm (moedor Hermann). Não houve limpeza superficial ou

interna dos cortes cárneos, considerando-se o uso dos mesmos pela indústria processadora de

produtos cárneos cominuídos. As análises físico-químicas de composição e hidroxiprolina

foram realizadas em duplicata e o valor de pH em triplicata para cada corte cárneo por animal,

obtendo-se uma média final de 3 animais.

As determinações físico-químicas foram iniciadas no mesmo dia da moagem e

seguiram os procedimentos estabelecidos nas Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz [14]

para a composição centesimal. A análise das substâncias voláteis (umidade) foi feita em estufa

a 102-105oC, até peso constante; a determinação do teor de proteínas foi realizado pelo

método Kjeldahl (Nx6,25) utilizando sistema automátido (Gehardt); o teor de gorduras foi

obtido pela extração com éter etílico em extrator tipo Soxhlet; o teor de cinzas foi determinado

após incineração em mufla a 550oC e o valor de pH foi determinado pela inserção na massa

cárnea do eletrodo de punção acoplado a pHmetro digital (Hanna Instruments – HI9321

microprocessador).

A determinação do conteúdo de colágeno foi realizada por meio da quantificação do

aminoácido hidroxiprolina (hidroxiprolina x 8), conforme o método AOAC [2]. As amostras

foram hidrolisadas com ácido clorídrico 6N por 8h a 110o C. Após hidrólise, a hidroxiprolina

foi oxidada a pirrol pela cloramina T em tampão citrato-acetato pH 6,0, e o pirrol se converteu

a um complexo avermelhado (absorção a 558 nm) pela reação com reagente de Ehrlich (p-

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Capítulo 4

182

dimetilaminobenzaldeído em ácido perclórico / 2-propanol). O teor de colágeno relativo foi

obtido da relação percentual entre o colágeno e a proteína total.

2.4 - Análise estatística

Os resultados médios das análises de umidade, gorduras, proteínas, cinzas,

hidroxiprolina, colágeno e pH dos cortes cárneos dos 3 animais foram tratados

estatisticamente pela análise de variância e a comparação das médias foi feita pelo teste de

Tukey, utilizando o programa estatístico GraphPad InStat Software v.2.02 (1990-1993). O

nível de significância foi fixado em 5%.

3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 - Cortes cárneos do dianteiro de bovinos

Os pesos quentes das meias carcaças dos três bovinos (LE) da raça Nelore, machos

castrados, 30-36 meses, engorda a pasto, foram 124,6; 130,6 e 135,4 Kg e os respectivos

quartos dianteiros resfriados foram 41,1; 46,5 e 51,6 Kg. A Tabela 11 apresenta os resultados

médios, desvio padrão (DP) e coeficiente de variação (CV) das avaliações físico-químicas

relativas à composição centesimal, teor de hidroxiprolina, colágeno (COL), colágeno relativo

(COL rel.) e pH obtidos para os cortes cárneos dos 3 dianteiros de bovinos, avaliados

separadamente. Os valores médios de umidade para os cortes cárneos variaram na faixa de

66,5% (carne de costela) a 75,4% (pescoço), não diferindo entre si (p<0,05) com os menores

valores a carne do peito, diafragma, sangria e carne de costela. Os teores de gordura variaram

de 4,0% (pescoço) a 15,9% (carne de costela), não diferindo entre si com maiores valores a

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Capítulo 4

183

carne de costela e a sangria. Os conteúdos de proteínas variaram significativamente entre os

cortes cárneos na faixa de 16,4% (carne de costela) a 19,9% (músculo), não diferindo da carne

de costela o diafragma, peito, acém, sangria e pilar do diafragma, ficando os três maiores

valores de proteínas para a paleta, pescoço e músculo. Não houve diferenças (p>0,05) entre os

cortes cárneos em relação aos teores de cinzas com variação de 0,8% (carne de costela) a 1,0%

(diafragma e peito). Os teores de hidroxiprolina dos cortes cárneos variaram

significativamente de 0,19% (diafragma) a 0,61% (músculo), resultando que os valores

proporcionais de colágeno foram 1,5% a 4,9%. A relação colágeno pela proteína total

apresentou o menor valor (8%) para o diafragma e o maior (25%) para o músculo. Os valores

de pH dos cortes cárneos variaram significativamente de 5,7 (peito) a 6,0 (carne de costela e

pilar do diafragma).

Pode-se observar pequena variabilidade dos resultados médios das análises físico-

químicas dos cortes cárneos dos quartos dianteiros dos três bovinos, pela faixa dos

coeficientes de variação (CV) para as determinações de pH (0,3-2,7%), umidade (0,3-5,6%),

proteínas (0,9-7,2%); cinzas (2,0-16,8%), hidroxiprolina e colágeno (6,1-25,6%) ficando as

maiores variabilidades entre animais para os resultados de gorduras (4,0-55,7%). Em geral,

nas análises de composição química as maiores variabilidades foram observadas para carne de

peito e os menores valores de CV ficaram para a carne de diafragma. As variabilidades não

refletem variações analíticas e sim diferenças naturais entre cortes cárneos de animais.

Caso todos os músculos do dianteiro juntamente com a carne industrial dos três

animais fossem avaliados misturados em proporções iguais, poderia se esperar a composição

média aproximada de 73,0% de umidade, 7,4% de gorduras, 18,4% de proteínas, 0,9% de

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Capítulo 4

184

cinzas, 0,35% de hidroxiprolina, 2,8% de colágeno (COL), 15% de COL relativo à proteína

total e um valor de pH de 5,9.

3.2 - Cortes cárneos de suínos

As meias carcaças LE dos três suínos apresentaram 43,4; 46,2 e 49,0 Kg de peso

quente. Os resultados médios, DP e CV das avaliações físico-químicas relativas a composição

centesimal, teor de hidroxiprolina, colágeno (COL), colágeno relativo (COL rel.) e pH obtidos

para os cortes cárneos dos 3 suínos avaliados (separadamente), encontram-se na Tabela 12.

Pode-se observar diferença significativa (p<0,05) entre os cortes cárneos de suínos para

todos os parâmetros avaliados. O teor de umidade apresentou extensa faixa de variação de

20,6% para o toucinho a 73,1% para o filezinho, este último não diferindo significativamente

do pernil e da paleta. Os teores de gorduras variaram de 5,3% (filezinho) a 75,6% (toucinho),

não havendo diferença significativa entre filezinho e pernil com os menores valores. A análise

de proteínas revelou variação de 5,4% para o toucinho a 20,8% para o filezinho, este último

não diferindo do pernil e lombo. A concentração final de cinzas revelou o menor valor 0,3%

para o toucinho e o maior 1,2% para o filezinho, não havendo diferença entre o pernil (1,1%),

paleta (1,0%) e lombo (1,0%). O conteúdo do aminoácido hidroxiprolina variou de 0,08% para

a carne do filezinho, que não diferiu do pernil, a 1,28% para o couro, que diferiu de todos os

demais. O mesmo sendo verificado para o teor de colágeno (COL) cuja variação ficou entre

0,6% (filezinho) e 10,2% (couro). O conteúdo de COL relativo apresentou a faixa de 3%

(filezinho) a 66% (couro). Os valores de pH permaneceram na faixa de 5,8 (lombo, filezinho e

barriga) a 6,2 (copa) onde a copa diferiu do lombo, filezinho e barriga, que não diferiram entre

si, com os menores valores.

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Capítulo 4

185

A variabilidade dos resultados médios das análises físico-químicas dos cortes cárneos

para os 3 suínos foi relativamente pequena segundo as faixas dos coeficientes de variação

(CV) verificadas de pH (0,3-6,3%), umidade (0,4-8,3%), gorduras (2,0-17,5%), proteínas (0,3-

15,5%); cinzas (2,0-12,9%), hidroxiprolina e colágeno (3,2-23,7%). Em geral, nas análises de

composição, as maiores variabilidades foram observadas para o toucinho e os menores valores

de CV ficaram para o lombo. Cabe lembrar que os desvios encontrados refletem as variações

naturais das amostras dos diferentes animais e não variações analíticas.

No Brasil, desconhecem-se relatos completos referentes à análise quantitativa da

composição centesimal e colágeno de cortes cárneos de bovinos e suínos. Os resultados para

gorduras totais do pernil (7,4%), paleta (10,6%) e lombo (12,3%) foram ligeiramente

superiores e os de toucinho (75,6%) inferiores aos de BRAGAGNOLO [4] que apresentou

teores de 5%, 5%, 13% e 83% para os cortes cárneos comerciais de pernil e paleta sem

gordura de cobertura, lombo com gordura e toucinho, respectivamente. Os teores de proteínas

e umidade para o lombo (19,8% e 68,0%) e carne de costela (17,1% e 62,5%) foram menores

que os de CARVALHO [6] que obteve teores aproximados de 24% e 72% para o lombo e

20% e 70% para a carne de costela, respectivamente, para suínos provenientes das linhagens

Optimus e Maximus. Os resultados de umidade (73,0%), gordura (7,2%) e proteína (18,2%)

obtidos para o diafragma bovino estão de acordo com aqueles apontados por DELLA TORRE

[7], que apresentou teores respectivos de 72,5%, 8,1% e 16,5%.

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Capítulo 4

186

Tabela 11: Parâmetros físico-químicos de cortes cárneos de bovinos*

Análises físico-químicas

Cortes cárneos Umid. (%)

Gord. (%)

Prot. (%)

Cinzas (%)

Hidrox (%)

COL (%)

COL rel. (%)

pH

Média 74,7a 5,8b 18,4ab 0,9a 0,30bcde 2,4bcde 13 5,9ab DP 1,9a 1,7 0,3 0,1 0,04 0,3 0,02

Acém

CV(%) 2,5 29,7 1,4 6,5 14,10 13,9 0,3

Média 74,6a 4,8b 19,6a 0,9a 0,39bc 3,1bc 16 5,8ab DP 1,4 1,7 0,7 0,1 0,08 0,6 0,1

Paleta

CV(%) 1,9 34,6 3,7 10,6 20,41 20,4 1,7

Média 72,6ab 7,8b 18,2ab 1,0a 0,25cde 2,0cde 11 5,7c DP 3,8 4,4 1,3 0,2 0,06 0,5 0,1

Peito

CV(%) 5,2 55,7 7,2 16,8 25,59 25,6 1,1

Média 75,4a 4,0b 19,3a 0,9a 0,36bcd 2,9bcd 15 5,9ab DP 1,5 1,9 0,2 0,04 0,06 0,5 0,1

Pescoço

CV(%) 2,0 32,3 1,2 4,3 18,01 18,0 1,0

Média 73,0ab 7,2b 18,2ab 1,0a 0,19e 1,5e 8 5,9ab DP 0,2 0,3 0,2 0,02 0,02 0,1 0,04

Diafragma

CV(%) 0,3 4,0 0,9 2,0 9,42 9,2 0,7

Média 74,9a 6,4b 17,1b 0,9a 0,23de 1,9de 10 6,0ab DP 0,4 1,5 0,4 0,1 0,04 0,3 0,1

Pilar do diafragma

CV(%) 0,6 23,8 2,3 9,2 15,81 16,0 0,8

Média 70,9ab 9,9ab 18,2ab 0,9a 0,41 b 3,3b 18 5,8bc DP 3,2 4,0 0,9 0,1 0,03 0,2 0,03

Sangria

CV(%) 4,5 40,9 4,8 8,7 6,05 6,1 0,5

Média 74,5a 5,1b 19,9a 0,9a 0,61a 4,9a 25 5,9ab DP 0,9 1,3 0,8 0,1 0,06 0,5 0,2

Músculo dianteiro

CV(%) 1,2 25,3 3,9 6,8 9,61 9,6 2,7

Média 66,5b 15,9a 16,4b 0,8a 0,41b 3,3b 20 6,0a DP 3,7 5,4 0,8 0,1 0,03 0,2 0,1

Carne de costela

CV(%) 5,6 34,2 4,8 7,2 6,88 7,1 1,0

Valor min. (%) 66,5 4,0 16,4 0,8 0,19 1,5 8 5,7

Valor max. (%) 75,4 15,9 19,9 1,0 0,61 4,9 25 6,0

Mediana (%) 74,5 6,4 18,2 0,9 0,36 2,9 15 5,9

Média (%) 73,0 7,4 18,4 0,9 0,35 2,8 15 5,9 D.P 2,8 3,8 1,0 0,1 0,13 1,0 5 0,1

C.V. (%) 3,9 48,9 5,7 5,6 36,00 36,1 34 1,5 *Médias de três dianteiros bovinos raça nelore, 30-36 meses, macho castrado. COL = colágeno COL rel. = (COL/proteína total) x 100 DP = Desvio padrão CV = Coeficiente de variação

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Capítulo 4

187

Tabela 12: Parâmetros físico-químicos de cortes cárneos de suínos*

Análises físico-químicas Cortes cárneos Umid.

(%) Gord. (%)

Prot. (%)

Cinzas (%)

Hidrox (%)

COL (%)

COL (rel.)

pH

Média 71,8a 7,4ef 20,1ab 1,1b 0,15cd 1,2cd 6 5,9ªb DP 0,8 1,3 0,2 0,03 0,01 0,1 0,2

Pernil

CV(%) 1,1 17,5 1,1 2,8 9,46 9,3 3,2

Média 70,1ab 10,6e 18,6bc 1,0bc 0,22b 1,8b 10 6,1ªb DP 0,3 0,2 0,1 0,02 0,04 0,3 0,3

Paleta

CV(%) 0,4 2,0 0,7 2,0 18,67 18,9 4,1

Média 64,0c 18,8d 16,9cd 1,0cd 0,18bc 1,4bc 8 6,2ª DP 1,2 1,8 0,6 0,1 0,01 0,1 0,4

Copa

CV(%) 1,8 9,4 3,6 5,3 6,22 5,6 6,3

Média 68,0b 12,3e 19,8ab 1,0bc 0,16bc 1,2bc 6 5,8b DP 0,8 0,3 0,1 0,02 0,01 0,04 0,2

Lombo

CV(%) 1,2 2,6 0,5 2,0 3,23 3,2 2,6

Média 73,1a 5,3f 20,8a 1,2a 0,08d 0,6d 3 5,8b DP 0,5 0,8 0,1 0,1 0,02 0,1 0,1

Filezinho

CV(%) 0,7 16,0 0,3 4,3 19,48 19,4 1,7

Média 55,2d 30,0c 14,9e 0,8e 0,20bc 1,6bc 11 5,8b DP 0,9 2,3 0,3 0,03 0,01 0,1 0,1

Barriga

CV(%) 1,5 7,8 1,8 3,8 3,96 4,3 0,9

Média 62,5c 19,7d 17,1cd 0,9d 0,18bc 1,4bc 8 5,9ªb DP 1,9 2,0 0,7 0,04 0,02 0,2 0,1

Carne de costela

CV(%) 3,0 10,1 4,1 4,4 10,73 11,4 2,4

Média 20,6f 75,6a 5,4f 0,3g 0,22bc 1,7bc 32 6,1ªb DP 1,7 2,3 0,8 0,04 0,05 0,4 0,02

Toucinho

CV(%) 8,3 3,1 15,5 12,9 23,15 23,7 0,3

Média 38,0e 46,0b 15,5de 0,4f 1,28a 10,2a 66 6,1ªb DP 0,5 3,0 1,72 0,03 0,24 1,9 0,1

Couro

CV(%) 1,3 6,5 11,12 6,8 18,62 18,6 1,0

Valor min. 20,6 5,2 5,4 0,3 0,08 0,6 3 5,8

Valor max. 73,1 75,6 20,8 1,2 1,28 10,2 66 6,2

Mediana 64,0 18,8 17,1 1,0 0,18 1,4 8 5,9 Média 58,1 25,1 16,6 0,9 0,30 2,3 17 6,0

D.P 17,8 22,8 4,7 0,3 0,37 3,0 20 0,2

C.V. 30,6 90,9 28,2 34,2 125,85 125,8 122 2,8 *Média de três LE de suínos híbridos terminais originados de machos Large White x Pietrain com híbridas Large White x Landrasse, 158 dias COL = colágeno COL rel. = (COL/proteína total) x 100 DP = Desvio padrão CV = Coeficiente de variação

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Capítulo 4

188

4 – CONCLUSÕES

Os resultados de umidade, gordura, proteína, colágeno e pH de cortes cárneos de

suínos híbridos e cortes cárneos de dianteiro e carne industrial de bovinos raça Nelore

apresentados nesse trabalho revelaram extensas faixas de variação e podem ser utilizados na

indústria da carne, como valores médios nas planilhas de formulações, visando o cumprimento

dos padrões de identidade e qualidade físico-químicos dos produtos, de acordo com a

legislação vigente. Em geral, os cortes cárneos de suínos revelaram menores teores de

umidade, hidroxiprolina e colágeno e maiores teores de gordura quando comparados com a

carne industrial e cortes cárneos do dianteiro de bovinos. A variabilidade entre animais suínos

foi ligeiramente menor quando comparada a dos bovinos nos parâmetros físico-químicos dos

cortes cárneos avaliados.

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] AMBROSIADIS, I; WIRTH, F. Comminution of connective tissue and temperature pattern

in the manufactuere of frankfurter-type sausages. Fleischwirtschaft, v. 64, n. 8, p.

945-950, 1984.

[2] A.O.A.C. INTERNATIONAL. Official Methods of Analysis of the AOAC

International, 16a edição. Arlington: AOAC International, 1996. Cap. 39, p. 13-15.

[3] BAILEY, A. J.; LIGHT, N. D. Connective tissue in meat and meat products. England :

Elsevier Science Publishers, 1989. 355p.

[4] BRAGAGNOLO, N. Fatores que influenciam o nível de colesterol, lipídios totais e

composição de ácido graxos em camarão e carne. Campinas, 1997, 123p. Dissertação

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Capítulo 4

189

(Doutor em Ciência de Alimentos), Faculdade de Engenharia de Alimentos,

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

[5] BRASIL. Portaria n o 05, de 8 de novembro de 1988. Aprova a padronização dos cortes de

carne bovina. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 18

nov.1988. Seção 1. Disponível em: <http://wwwagricultura.gov.br/das/dipoa/portaria05.

htm. Acesso em: 11 nov.2003.

[6] CARVALHO, E. M. Influência do sexo e peso de abate na qualidade de carne e

nacomposição lipídica em linhagens comerciais de suínos. Campinas, 2003.

Dissertação (Mestre em Alimentos e Nutrição), Faculdade de Engenharia de Alimentos,

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

[7] DELLA TORRE, J. C. M. Efeitos do uso de carne bovina pré “rigor mortis” e fosfato

nas características físicas, químicas e sensoriais de embutidos tipo emulsão.

Campinas, 1991. 111p. Dissertação (Mestre em Tecnologia de Alimentos) - Faculdade

de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

[8] GILLETT, T. A.; TANTIKARNJATHEP, K.; ANDREW, S. J. Mechanically desinewed

meat: its yield, composition and effect on palatability of cooked salami. Journal of Food

Science, v. 41, n. 4, p.766-769, 1976.

[9] KENNEY, P. B.; KASTNER, C. L.; KROPF, D. H. Raw and preheated epimysium and

gelatin affect properties of low-salt, low-fat, restructured beef. Journal of Food Science,

v. 57, n. 3, p. 551-554, 1992.

[10] OLIVEIRA, A. L. Tecnologia de carnes e produtos derivados. Apontamentos e notas de

aulas -TEI-604. Escola de Veterinária. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo

Horizonte, Minas Gerais. 8p. 2002.

[11] OLIVO, R.; SHIMOKOMAKI, M. Carnes: no caminho da pesquisa. 2.ed. Cocal do

Sul: IMPRINT, 2002. 155p.

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Capítulo 4

190

[12] PICCHI, V.; FELÍCIO, P. E.; CIA, G. Sistematização da avaliação final de bovinos e

bubalinos – I. Composição corporal. Boletin Técnico – Centro de Tecnologia de

Carnes (CTC/ITAL) , Campinas, n. 3, p.1-32, março de 1979.

[13] RAO, B. R.; HENRICKSON, R. L. Food grade hide collagen in bologna effect on

functional properties, texture and color. J. Food Qual., v. 6, n. 1, p. 1-10, 1983.

[14] SÃO PAULO. Instituto Adolfo Lutz. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:

Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3.ed. São Paulo: IMESP, 1985.

533p.

[15] SGARBIERI, V. C. Proteínas em produtos protéicos: propriedades, degradações,

modificações. 1a edição. São Paulo: Varela, 1996. 517p.

6– AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a FAPESP, pelo auxílio concedido na aquisição dos bovinos

(Projeto no 2000/06438-8) e à Firma ELANCO – Ell Lilly do Brasil Ltda (Divisão Saúde

Animal) pela doação dos suínos usados nesse estudo.

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Capítulo 4

191

Chemical composition and collagenous connective tissue

evaluation of commercial frankfurter-type sausages1

1Trabalho apresentado no 49th International Congress of Meat Science and Technology (ICoMST)- 2nd Brazilian Congress of Meat Science and Technology, 2003, Campinas. Proceedings p.237-238.

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Capítulo 4

193

Background

In finely comminuted sausages like frankfurters (hot dogs, wieners) meat protein and water are

combined to form a matrix that encapsulates fat, thus forming an emulsion. Basically, a meat

emulsion is a semi-fluid mass with fat particles held or suspended by meat protein and water.

Curing ingredients contribute to flavor, color and preservation. The finished products may not

contain more than 65% moisture, 30% fat (frankfurters, wieners, hot dogs) or 35% fat

(frankfurter-type or wiener-type), but at least 12% protein (BRASIL, 2000). The same

emulsion-type sausage regulation allows 4% non-meat protein, of either vegetable or animal

source, as added protein, which are nevertheless not allowed in frankfurter and wiener (except

for milk proteins). It is also permitted the addition (isolated or in combination) of up to 10% of

skin, rind, tendon, bone marrow and offal such as brain, liver, heart, tripe, tongue, kidney,

most of them, collagen-rich by products (except for frankfurter and wiener). Connective

tissues are largely added to reduce meat product’s costs. According to Sims and Bailey (1981),

collagen exhibits a characteristic amino acid analysis result, the most noticeable feature being

a high glycine and pyrollidine content, which together comprehend approximately half of the

total amino acids. The presence of the amino acid hydroxyproline in collagen (about 14%) is

also a unique feature because this amino acid occurs in only a few other proteins – namely

elastin (1.6%), to a lesser extent in the serum complement protein, and in certain plant

proteins. Elastin is a highly insoluble fibrous protein and, as such, very difficult to isolate and

purify. Elastin contributes with only about 0.5% to the overall connective tissue content of

muscle, and most of it distributed within the blood vessels (tissue requiring a high degree of

elasticity and recovery from deformation). A few muscles contain a high proportion of elastin,

for example M. semitendinosus where elastin constitutes about 37% of the whole connective

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Capítulo 4

194

tissue. According to Sadler and Young (1993), increasing replacement of lean tissue by

fibrous form of connective tissue, tendon, resulted in an increasing loss of favorable texture,

flavour and overall acceptability. The biological value of collagenous connective tissue is

limited because of its low amino acid balance, being low in methionine and devoided of

tryptophan. Adults and children consume significant amounts of processed meat products

(including sausages), often using them as substitutes for meat flesh. Therefore, it is important

to maintain the nutritional profile of these products.

Objectives

Evaluate chemical composition and content of collagenous connective tissue from 4-

hydroxyproline amount in commercial frankfurter-type sausages. Offer helpful informations

contributing to legislation standards.

Methods

Forty-eight cooked emulsion-type sausages (31 not characterized sausage, 9 hot dogs, 3 junior

sausages, 4 chicken sausages and 1 wiener type sausage) from 26 different producers were

chemically analysed in Adolfo Lutz Institute during the period of 2000 – 2002. The samples

were finely chopped, mixed thoroughly and analysed in duplicate to determine their chemical

composition. Moisture (oven at 102-105oC), protein (Kjeldahl method, factor 6.25) and fat

(diethyl ether extractable) contents were determined according to Instituto Adolfo Lutz (SÃO

PAULO, 1985) procedures. Hydroxyproline assay was carried out according to the method

described by AOAC (1996). Hydroxyproline was quantitatively determined, in order to

measure colagenous material. Samples were hydrolyzed with 6N HCl for 8h at 110oC. After

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Capítulo 4

195

hydrolysis, 4-hydroxyproline was converted to pyrrole with chloramine T in acetate-citrate

buffer pH 6.0, and pyrrole was converted to a red-coloured complex (absorption at 558nm) by

reaction with Ehrlich reagent [p-(dimethylamino)benzaldehyde in perchloric acid/2-propanol].

Total connective tissue proteins were determined by multiplying hydroxyproline contents by

8.

Results and Discussion

In Table 13, results showed that values for moisture ranged from 51.7 to 66.2% (only 1

product contained over 65% - legal limit). Fat content ranged from 9.3 to 27.9% (none over

30% and 35%), protein means, 5.4 to 15.7% (17 results below the minimum of 12%).

Moisture-protein ratio (MPR) ranged from 3.8 to 11.5. Collagenous connective tissue (CCT)

ranged from 0.7 to 3.1% and calculated collagenous connective tissue per total protein

(CCT/P), 5.3 to 27.1%. Median and average results for emulsion type sausages stood very

close to each other and revealed moisture values of 59.8% and 59.4%, fat, 18.3% both, total

protein, 12.7% and 12.4%, MPR, 4.6 and 5.0, CCT, 1.7% and 1.8%, CCT/P, 13.5% and

14.7%. Coefficients of variation (C.V.) ranged from 5% for moisture to 34% for CCT. Great

results variability was observed for fat, moisture protein ratio and collagenous connective

tissue contents (CCP and CCP/P – Figure 12). Most samples of hot-dog type sausage, usually

consumed in school lunches and in children hospitals are sent to Adolfo Lutz Institute for

analysis; with a record of unsatisfactory sensory characteristics, specially concerning flavor

acceptance by the consumers. Once a good meat product flavor stays intrinsically connected to

non-collagenous myofibrilar proteins, it is convenient to limit maximum connective tissue

proteins content in meat products allowed.

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Capítulo 4

196

Conclusions

Commercial emulsion type sausages showed a great chemical composition variability, mainly

for fat and collagenous connective tissue proteins contents. Results showed that minimum

protein limit for these products were not obeyed for 35% of products analyzed. To assist in

sensory problems with frankfurter-type sausages, regulation standards for maximum

collagenous connective tissue content should be established.

References

AOAC International. Official Methods of Analysis of the AOAC International. 16. ed.,

Arlington: AOAC International, 1996. Chapter 39 (Meat and Meat Products), p. 13-15.

BRASIL. Instrução Normativa no4, 31 mar 2000. Regulamentos Técnicos de Identidade e

Qualidade de Carne Mecanicamente Separada, de Mortadela, de Lingüiça e de Salsicha.

Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 05 abr. 2000a. Seção 1,

p.6-10.

SADLER, D.H.N.; YOUNG, O.A. The Effect of preheated tendon as a lean meat replacement

on the properties of fine emulsion sausages. Meat Science, v. 35, n. 2, p. :259-268, 1993.

SÃO PAULO. Instituto Adolfo Lutz. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:

Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3.ed. São Paulo: IMESP, 1985. 533p.

SIMS, T.J.; BAILEY, A.J. Connective Tissue. In: LAWRIE, R. Developments in Meat

Science–2. London: Applied Science Publishers, 1981. Cap.2, p.29-59.

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Capítulo 4

197

Table 13. Chemical parameters means for commercial emulsion type sausages Emulsion

type sausages

N Produ- cers

Moisture (%)

Fat (%)

Total protein

(%)

Moisture protein ratio

(MPR)

Collagenous Connective tissue (%)

Coll. con. tissue per total

protein (%) 1 A 62.9 (0.1) 16.3 (1.0) 13.3 (0.4) 4.7 3.1 (0.1) 23.3 2 A 61.1 (0.1) 18.1 (0.1) 12.1 (0.1) 5.0 2.5 (0.0) 20.7 3 B 60.0 (0.0) 16.3 (0.1) 9.2 (0.0) 6.5 1.5 (0.1) 16.3 4 C 55.4 (0.3) 23.3 (0.4) 13.3 (0.0) 4.2 1.4 (0.1) 10.5 5 D 58.0 (0.3) 24.2 (0.1) 11.5 (0.1) 5.0 1.3 (0.0) 11.3 6 D 51.7 (0.2) 27.9 (0.3) 12.3 (0.0) 4.2 1.3 (0.1) 10.6 7 E 57.5 (0.1) 20.8 (0.0) 13.7 (0.0) 4.2 1.8 (0.0) 13.1 8 F 58.1 (0.3) 19.1 (0.5) 11.2 (0.1) 5.2 1.6 (0.0) 14.3 9 G 60.1 (0.2) 17.9 (0.2) 14.6 (0.1) 4.1 2.9 (0.0) 19.9 10 H 58.2 (0.0) 18.9 (0.1) 14.0 (0.1) 4.2 2.7 (0.0) 19.3 11 H 60.1 (0.0) 20.9 (0.2) 11.5 (0.4) 5.2 2.6 (0.0) 22.5 12 K 64.9 (0.0) 13.7 (0.0) 15.1 (1.8) 4.3 1.8 (0.0) 11.9 13 L 60.4 (0.0) 17.1 (0.1) 13.4 (0.1) 4.5 2.5 (0.0) 18.7 14 L 59.9 (0.1) 15.1 (0.1) 13.3 (0.0) 4.5 2.5 (0.2) 18.9 15 M 56.3 (0.2) 22.9 (0.6) 14.3 (0.1) 3.9 1.8 (0.0) 12.3 16 M 58.2 (0.0) 18.4 (0.1) 15.0 (0.1) 3.9 1.9 (0.1) 12.5 17 M 57.5 (0.0) 21.2 (0.1) 13.0 (0.4) 4.4 1.5 (0.1) 11.5 18 N 62.3 (0.1) 14.8 (0.0) 5.4 (0.2) 11.5 1.4 (0.0) 27.1 19 P 58.3 (0.0) 17.8 (0.1) 12.2 (0.2) 4.8 1.6 (0.1) 13.1 20 Q 58.6 (0.3) 16.9 (0.1) 9.7 (0.0) 6.0 1.6 (0.1) 16.5 21 Q 56.0 (0.1) 17.0 (0.1) 10.3 (0.1) 5.4 1.9 (0.0) 18.2 22 R 56.2 (0.0) 18.3 (0.0) 10.8 (0.0) 5.2 1.5 (0.0) 13.9 23 S 58.6 (0.0) 17.8 (0.1) 11.0 (0.1) 5.3 1.0 (0.0) 9.1 24 T 60.5 (0.2) 18.6 (0.2) 13.3 (0.0) 4.5 1.7 (0.0) 12.8 25 U 57.3 (0.0) 21.6 (0.3) 12.9 (0.1) 4.4 2.9 (0.0) 22.5 26 V 53.7 (0.0) 22.5 (0.2) 14.2 (0.1) 3.8 2.6 (0.0) 18.6 27 W 64.1 (0.0) 9.3 (1.5) 9.3 (0.1) 6.9 1.4 (0.1) 15.4 28 X 62.9 (0.1) 13.7 (0.2) 15.7 (0.4) 4.0 1.3 (0.0) 8.6 29 X 60.7 (0.1) 15.0 (0.2) 14.9 (0.1) 4.1 1.3 (0.0) 8.7 30 Y 60.1 (0.1) 18.2 (0.2) 13.4 (0.8) 4.5 1.9 (0.0) 14.2

Not characterized sausage

31 Z 58.0 (0.1) 14.8 (0.1) 10.4 (0.0) 5.6 0.9 (0.0) 8.7 32 D 55.0 (0.3) 23.1 (0.2) 13.1 (0.2) 4.2 2.2 (0.0) 16.8 33 D 57.2 (0.1) 21.8 (0.2) 12.3 (0.1) 4.7 1.3 (0.0) 10.6 34 H 62.6 (0.0) 18.6 (0.1) 11.9 (0.1) 5.3 2.1 (0.2) 17.7 35 H 60.8 (0.3) 21.1 (0.0) 10.9 (0.1) 5.6 2.4 (0.0) 22.0 36 I 64.3 (0.1) 15.3 (0.1) 13.3 (0.3) 4.8 1.4 (0.0) 10.3 37 I 66.2 (0.0) 13.4 (0.0) 12.2 (0.6) 5.4 1.2 (0.0) 9.7 38 I 59.6 (0.2) 18.6 (0.1) 13.8 (0.1) 4.3 2.5 (0.1) 18.1 39 O 57.9 (0.2) 13.6 (0.2) 8.0 (0.1) 7.2 1.0 (0.1) 12.5

Hot Dog

40 S 58.3 (0.1) 18.8 (0.2) 11.4 (0.0) 5.1 1.0 (0.0) 8.8 41 D 61.2 (0.1) 19.0 (0.1) 13.3 (0.1) 4.6 0.7 (0.0) 5.3 42 E 61.0 (0.1) 17.4 (0.0) 13.2 (0.0) 4.6 2.6 (0.0) 19.7

Junior sausage

43 I 58.7 (0.1) 18.3 (0.1) 14.9 (0.0) 3.9 1.4 (0.0) 9.4 44 A 61.1 (0.1) 13.1 (0.2) 12.4 (0.2) 4.9 2.2 (0.1) 17.7 45 C 54.8 (0.4) 26.6 (0.2) 12.5 (0.0) 4.4 2.3 (0.0) 18.4 46 J 61.0 (0.5) 16.2 (0.4) 11.4 (0.0) 5.4 1.1. (0.1) 9.6

Chicken sausage

47 J 61.3 (0.3) 20.0 (0.0) 10.9 (0.1) 5.6 1.3 (0.2) 11.7 Wiener sausage 48 I 61.0 (0.0) 17.3 (0.0) 14.6 (0.0) 4.2 1.7 (0.0) 11.6

Minimum value 51.7 9.3 5.4 3.8 0.7 5.3 Maximum value 66.2 27.9 15.7 11.5 3.1 27.1 Median 59.8 18.3 12.7 4.6 1.7 13.5 Average 59.4 18.3 12.4 5.0 1.8 14.7 S.D. 2.9 3.6 2.0 1.2 0.6 4.8 C.V. (%) 5 20 16 25 34 33

S.D. = Standard deviation C.V.= Coefficient of variation

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Capítulo 4

198

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Capítulo 4

199

Collagenous connective tissue frequency distribution

1 1

3

1 1

6

5

3 3

2

3 3

1

2

1 1

4

3

1

2

1

0

1

2

3

4

5

6

7

0.7 .9 1.1 1.3 1.5 1.7 1.9 2.1 2.3 2.5 2.7 2.9 3.1

Collagenous connective tissue (%)

Fre

quen

ce v

alue

s

Collagenous connective tissue per total protein frequency distribution

1

6

4 4

6

3 3

12

1

54

21

3

1 1

01234567

5.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0 20.0 22.0 27.0

Collagenous connective tissue per total protein (%)

Fre

quen

cy d

istr

ibut

ion

Figure 13. Collagenous connective tissue frequency distribution for commercial emulsion type sausages

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Capítulo 4

201

Chemical composition and collagenous connective tissue

evaluation of commercial fresh ground sausages1

1Trabalho apresentado no 49th International Congress of Meat Science and Technology (ICoMST) - 2nd Brazilian Congress of Meat Science and Technology, 2003, Campinas. Proceedings p.239-240.

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Capítulo 4

203

Background

Fresh ground sausages are a coarse comminuted meat product prepared from chopped pork fat

and one or more kinds of meat. They are usually seasoned, frequently cured and stuffed into

casings. They must be kept refrigerated and thoroughly cooked before eating. Many sausages

took on the names of areas where they were thought to have originated, resulting in typical

flavors, textures and shapes. Many present-day sausages still carry those names; examples are

Tuscan and Calabrian type fresh sausages. In the coarsely ground fresh sausages, where fat is

often visible to the consumer, fat levels are limited to 30%, moisture, to 70% and finished

product must contain at least 12% protein (BRASIL, 2000). Non-meat protein of either

animal, or vegetal source, at level of 2.5%, may be added to fresh sausages (except in the case

of sausages characterized as calabrian and tuscan) and may not contain mechanically deboned

meat or starch (BRASIL, 2000). Sausage manufactures presently use meat containing large

quantities of connective tissue (collagen) to reduce processing costs. The essential amino acid

content of collagen represents 6-22% of its total amino acids compared to reference pattern,

which represents 36% of “ideal” protein. There is clearly a large reduction in the levels of

almost all of those components (BAILEY; LIGHT, 1989). Collagen contains no tryptophan

and only very few aromatic or sulphur-containing amino acids. Zarkadas et al. (1993)

suggested that connective tissue contents of meats can be a useful parameter to evaluate their

protein quality. The advantages of using collagen determinations to predict PER of meat

samples are: no sophisticated instrument, such as an amino acid analyzer, is needed; it is

simpler and less expensive; and small processors can easily perform this analysis in their

quality-control laboratory. Later testes with sensory panels showed that there is a good

negative correlation between taste parameters and the amount of collagenous connective tissue

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Capítulo 4

204

in meat products. In other words, the greater the amount of collagen that is present, the lower

the eating quality may be expected to be. The influence of connective tissue on the nutritional

and sensory quality has been the basis for the introduction by many countries of regulations

requiring maximum contents of collagenous connective tissue protein in meat products. So

characteristic is the presence of hydroxyproline in collagen, that it has been used for many

years as a mean of determining the amount of collagen present in a tissue (SIMS; BAILEY,

1981).

Objectives

Determine chemical composition, moisture protein ratio, and content of collagenous

connective tissue from 4-hydroxyproline amount in commercial fresh ground sausages.

Evaluate sensory appearance and offer helpful informations contributing to legislation

standards.

Methods

Fifty five fresh ground sausage samples (20 not characterized, 16 tuscan-type, 5 calabrian-

type, 3 beef and pork meat mixed, 9 pork meat, 2 poultry meat sausages) from 29 different

producers were chemical and visually analysed in Adolfo Lutz Institute during the period of

2000 – 2002. The samples were finely chopped and mixed thoroughly. Chemical analysis of

moisture (oven at 102-105oC), protein (Kjeldahl method, factor 6.25) and fat (diethyl ether

extractable) contents were determined in duplicate according to Instituto Adolfo Lutz (SÃO

PAULO, 1985) procedures. Hydroxyproline analysis was according to the method described

by AOAC (1996). Collagenous connective tissue proteins were determined by multiplying

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Capítulo 4

205

hydroxyproline contents by 8. The analyst, before chopping the fresh sausage samples,

evaluated the visual appearance for connective tissue and fat amounts as S=slight, R=regular

or M=much; and an overall acceptability value from 1 to 5 (1=worst, 2=bad, 3=regular,

4=good, 5=very good) was attributed to the product, taking in consideration both parameters’

results.

Results and Discussion

In Table 14, results showed that values for moisture ranged from 43.4 to 74.3% (6 products

were over the 70% limit established by legislation). Fat content ranged from 2.7 to 46.1% (10

over 30%), protein means, from 8.4 to 18.5% (22 below 12%). Moisture-protein ratio (MPR)

ranged from 2.9 to 5.9. Collagenous connective tissue (CCT) ranged from 0.7 to 5.4% and

calculated collagenous connective tissue per total protein (CCT/P), from 4.3 to 39.8%. Median

and average results for fresh sausages revealed values of moisture of 59.7% and 60.0%, fat,

23.4% and 22.6%, total protein, 12.4% and 13.0%, MPR, 4.8 and 4.7, CCT, 1.8% and 2.0%,

CCT/P, 15.2% and 16.6%. Coefficients of variation (C.V.) ranged from 12% for moisture to

51% for CCT/P. Great results variability was observed for fat and collagenous connective

tissue contents (CCP and CCP/T – Figure 13). There was a good relation between appearance

acceptability values, fat and connective tissue amounts attributed by analyst and analytical

collagenous connective tissue or fat contents. Usually, samples that reached low appearance

acceptability grades already had a background of consumers’ sensorial complaints.

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Capítulo 4

206

Conclusions

Commercial coarse fresh sausages revealed a great variability on fat and collagenous

connective tissue contents. Results showed that minimum protein, maximum moisture and

maximum fat limits were not obeyed respectively for 43%, 11% and 18% of the analysed

products. This study demonstrated that regulation standards should include maximum

collagenous connective tissue amounts for sensory reasons and to minimize deceptive

practices regarding fresh ground sausage meat products.

References

AOAC International. Official Methods of Analysis of the AOAC International. 16. ed.,

Arlington: AOAC International, 1996. Chapter 39 (Meat and Meat Products), p. 13-15.

BAILEY, A. J.; LIGHT, N. D. Connective tissue in meat and meat products. London:

Elsevier Applied Science, 1989. 355p.

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Qualidade de Carne Mecanicamente Separada, de Mortadela, de Lingüiça e de Salsicha.

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p.6-10.

SÃO PAULO. Instituto Adolfo Lutz. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:

Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3.ed. São Paulo: IMESP, 1985. 533p.

SIMS, T.J.; BAILEY, A.J. Connective Tissue. In: LAWRIE, R. Developments in Meat

Science–2. London: Applied Science Publishers, 1981. Cap.2, p.29-59.

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Capítulo 4

207

Collagenous connective tissue frequency distribution

1 1 1 1

4

23

7

2 2

4

21

5

3 32

3

1 1 1 1 1 1 1 1

0

2

4

6

8

0.7 0.9 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0 2.3 2.5 2.8 3.1 3.4 4.3

Collagenous connective tissue (%)

Fre

que

ncy

dist

ribut

ion

Collagenous connective tissue per total protein frequency distribution

1 1

3

1

4

1

2 2

4

2 2

7

2

1

5

4 4

2

1 1 1

2

1 1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 14.0 16.0 18.0 21.0 28.0 35.0 37.0Collag. connective tissue per total protein (%)

Fre

quen

cy d

istr

ibu

tion

Figure 14. Collagenous connective tissue frequency distribution for commercial fresh ground sausage.

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Capítulo 4

208

Table 14. Chemical means and appearance parameters for fresh ground sausage

Appearance evaluation

Types of

coarse fresh sausage

N

Produ-

cers

Moistu- re (%)

Fat (%)

Total

protein (%)

Moisture protein ratio

(MPR)

CCT (%)

CCT

rel (%) Connect. tissue

amount*

Fat amount*

Value **

(1-5) 1 A 55.0 (0.6) 31.4 (1.9) 12.3 (0.7) 4.5 2.6 (0.5) 21.1 - - -

2 A 52.0 (0.1) 33.4 (1.1) 12.1 (0.2) 4.3 2.3 (0.2) 19.0 R R 2 3 A 70.4 (0.5) 11.6 (0.2) 13.8 (0.1) 5.1 2.0 (0.3) 14.5 S S 4 4 A 71.1 (0.5) 9.3 (0.5) 14.7 (1.6) 4.8 1.5 (0.1) 10.2 S S 4 5 A 44.7 (0.2) 42.4 (0.3) 9.0 (0.1) 5.0 3.3 (0.3) 36.7 M M 1

6 B 65.0 (0.9) 17.2 (0.7) 15.4 (0.8) 4.2 5.4 (1.0) 35.1 M R 1 7 C 49.2 (0.3) 39.5 (1.4) 9.9 (0.8) 5.0 3.0 (0.5) 30.3 M M 1 8 D 65.9 (0.4) 13.2 (0.2) 16.8 (0.1) 3.9 1.2 (0.1) 7.1 S S 4 9 E 57.5 (0.4) 24.6 (0.0) 12.0 (0.3) 4.8 1.5 (0.0) 12.5 S M 3 10 F 66.2 (0.5) 16.8 (0.7) 13.9 (1.8) 4.8 2.5 (0.1) 18.0 R R 3 11 F 60.6 (1.0) 18.8 (0.5) 15.0 (0.1) 4.0 1.2 (0.1) 8.0 S R 4 12 G 57.2 (0.1) 24.4 (0.9) 12.3 (0.6) 4.7 3.4 (0.3) 27.6 R R 3 13 H 57.8 (0.1) 25.7 (0.5) 12.1 (0.0) 4.8 1.5 (0.2) 12.4 R R 3 14 H 61.5 (0.2) 22.8 (0.4) 12.8 (0.4) 4.8 1.5 (0.2) 11.7 R R 3 15 I 63.5 (0.3) 19.1 (0.6) 12.4 (0.3) 5.1 1.3 (0.1) 10.5 S R 3 16 J 52.4 (0.5) 27.8 (1.3) 17.8 (1.3) 2.9 2.2 (0.1) 12.4 R R 3 17 K 56.3 (0.1) 26.1 (0.0) 10.8 (0.0) 5.2 4.3 (0.2) 39.8 M M 1

18 L 56.8 (0.0) 28.1 (0.4) 11.2 (0.1) 5.1 1.8 (0.1) 16.1 R R 2 19 L 49.1 (0.5) 32.8 (0.4) 11.7 (0.1) 4.2 1.7 (0.1) 14.5 R M 2

Not chara- cterized sausage

20 M 55.5 (1.4) 26.4 (1.4) 11.5 (1.3) 4.8 2.8 (0.0) 24.3 M R 2

21 D 65.0 (0.1) 14.4 (0.1) 17.3 (0.0) 3.8 1.5 (0.0) 8.7 S S 4

22 D 64.7 (0.3) 15.6 (0.9) 16.0 (0.1) 4.0 1.2 (0.0) 7.5 S S 4

23 D 67.4 (0.4) 11.0 (0.9) 16.2 (0.3) 4.2 0.7 (0.0) 4.3 S S 4 24 G 63.4 (0.1) 19.1 (2.2) 12.6 (0.5) 5.0 2.4 (0.1) 19.0 R R 3 25 G 57.4 (0.3) 26.8 (1.3) 11.6 (0.2) 4.9 1.8 (0.0) 15.5 R R 3 26 N 63.1 (0.0) 19.3 (1.0) 13.0 (0.1) 4.9 2.4 (0.2) 18.5 R R 3 27 N 58.8 (0.5) 27.6 (0.5) 13.4 (0.4) 4.4 2.6 (0.2) 19.4 R R 3 28 N 55.9 (0.2) 29.2 (0.9) 10.8 (0.1) 5.2 2.6 (0.1) 24.1 S R 3 29 O 49.7 (0.5) 34.8 (0.3) 11.4 (1.4) 4.4 1.7 (0.2) 14.9 S M 2 30 P 58.0 (0.3) 23.8 (1.3) 12.5 (0.6) 4.6 2.2 (0.1) 17.6 R R 3 31 P 58.7 (0.2) 20.0 (1.5) 11.8 (0.3) 5.0 2.2 (0.2) 18.6 M S 2

32 Q 65.4 (1.7) 15.7 (0.1) 16.0 (0.1) 4.1 1.8 (0.0) 11.3 S S 5 33 R 45.8 (0.2) 34.2 (2.2) 11.0 (0.9) 4.2 3.9 (0.3) 35.5 M M 1 34 S 58.0 (0.6) 26.7 (0.0) 9.8 (1.0) 5.9 1.5 (0.1) 15.3 S R 3 35 T 53.5 (0.5) 29.9 (0.5) 10.9 (0.4) 4.9 1.4 (0.3) 12.8 - - -

Tuscan type

sausage

36 U 58.7 (0.3) 25.1 (0.3) 10.8 (0.8) 5.4 1.9 (0.2) 17.6 R R 3

37 O 68.3 (0.1) 8.9 (0.1) 17.7 (0.1) 3.9 1.1 (0.0) 6.2 S S 5 38 P 62.2 (0.1) 23.3 (0.2) 11.0 (0.1) 5.7 1.9 (0.1) 17.3 S R 4 39 P 60.9 (0.0) 22.0 (0.4) 12.5 (0.2) 4.9 0.8 (0.1) 6.4 R R 2

40 V 62.1 (0.6) 16.8 (1.3) 14.6 (0.4) 4.3 1.4 (0.2) 9.6 R S 4

Calabrian

type sausage

41 W 57.1 (0.3) 25.3 (0.1) 10.8 (0.5) 5.3 2.3 (0.1) 21.3 R R 2

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Capítulo 4

209

/ continuação

Appearance evaluation

Types of

coarse fresh sausage

N

Produ-

cers

Moistu- re (%)

Fat (%)

Total

protein (%)

Moisture protein ratio

(MPR)

CCT (%)

CCT

rel (%) Connect. tissue

amount*

Fat amount*

Value **

(1-5)

42 X 61.2 (0.3) 24.1 (0.2) 11.4 (0.1) 5.4 2.4 (0.1) 21.1 R R 3

43 Y 59.8 (0.5) 23.5 (0.9) 12.2 (0.4) 4.9 2.2 (0.6) 18.0 S R 4

Beef and

pork mixed sausage 44 AD 43.4 (1.3) 46.1 (1.5) 8.4 (0.1) 5.2 3.1 (0.4) 36.9 M M 1

45 A 70.5 (0.3) 11.9 (0.3) 13.7 (0.4) 5.1 2.2 (0.3) 16.1 S R 3

46 L 55.6 (0.2) 29.1 (0.5) 10.6 (0.1) 5.2 1.6 (0.1) 15.1 S M 3

47 X 72.6 (0.2) 6.4 (0.0) 18.5 (0.2) 3.9 1.2 (0.0) 6.5 S S 5

48 Y 67.8 (0.2) 17.0 (0.0) 11.5 (0.3) 5.9 1.5 (0.2) 13.0 S R 3

49 Z 59.6 (0.1) 21.1 (0.4) 16.4 (0.1) 3.6 1.3 (0.4) 7.9 S R 4

50 AB 54.0 (0.5) 31.1 (0.4) 10.6 (0.3) 5.1 1.6 (0.3) 15.1 R M 2

51 AC 50.0 (0.2) 33.4 (1.1) 10.7 (0.2) 4.7 2.3 (0.2) 21.5 R M 3

52 P 71.3 (0.1) 11.7 (0.0) 13.0 (0.0) 5.5 1.4 (0.0) 10.8 S S 5

Pork

sausage

53 N 65.6 (0.3) 15.6 (0.2) 16.2 (0.5) 4.0 2.5 (0.4) 15.4 S R 4

54 S 74.3 (0.2) 2.7 (0.1) 17.2 (2.1) 4.3 0.9 (0.1) 5.2 S S 5 Poultry sausage 55 Y 66.7 (0.1) 16.5 (0.1) 13.0 (0.4) 5.1 1.8 (0.1) 13.8 S R 4

Min. value 43.4 2.7 8.4 2.9 0.7 4.3

Max. value 74.3 46.1 18.5 5.9 5.4 39.8

Median 59.7 23.4 12.4 4.8 1.8 15.2 Average 60.0 22.6 13.0 4.7 2.0 16.6

S.D. 7.2 9.0 2.4 0.6 0.9 8.5

C.V. (%) 12 40 19 13 43 51 *Connective tissue and fat amounts: S= slight R=regular M=much **Overall acceptability value: 1=worst; 2=bad; 3=regular; 4=good; 5=very good SD= standard deviation C.V.= coefficient of variation CCT = collagenous connective tissue CCT rel = collagenous connective tissue per total protein

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Capítulo 4

211

Effects of connective tissue proteins on chemical

composition and sensory properties of ground beef1

1Trabalho apresentado no 49th International Congress of Meat Science and Technology (ICoMST) - 2nd Brazilian Congress of Meat Science and Technology, 2003, Campinas. Proceedings p.255-256.

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Capítulo 4

213

Background

Meat is an important source of protein in the diet and the major meat proteins provide a good

balance of the essential amino acids needed by man. However, the connective tissue

components of meat, collagen and elastin, have uncharacteristic amino acid compositions,

which either lack or present low amounts of several of the essential amino acids. This makes

the connective tissue nutritionally poor and could influence the overall quality of meat if they

were present in high amounts (BAILEY; LIGHT, 1989). Sensory analysis is an additional

method of determining overall quality of meat products by using human tasters in organized

and formalized experiments. To characterize sensory and nutritional value of ground meat, it is

necessary to know the tissue composition. Besides fat and water content, the major emphasis

in quality grading is placed on the muscle protein and connective tissue. The determination of

connective tissue is an essential part of every quality control procedure. The term connective

tissue covers a wide variety of structures within the body. There are those, such as tendons and

ligaments, which clearly connect and hold tissues together, while others, associate more

intimately with specific organs. In muscle, for example, connective tissue is present as epi,

peri- and endomysial components, which surround and invest the muscle fibers and thus

provide the functional integrity, essential for precise muscle action (SIMS; BAILEY, 1981).

Connective tissue is a major problem associated with the acceptance of ground beef. The raw

ground beef meat regulations allow up to 10% fat and 3% sinew without bone, tendon and

cartilages (BRASIL, 1978). With regulation purpose in views, it is necessary to establish the

analytical value of collagenous connective tissue proteins that can be present in beef ground

meat, in order to ensure their nutritive and sensory value.

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Capítulo 4

214

Objectives

Evaluate the effects of raw beef connective tissue at 0 to 50% replacement levels on the

chemical composition, collagenous connective tissue amount, pH, color values and sensory

acceptance of raw ground beef meat. Determine their effects on sensory properties of

hamburgers. Offer helpful informations contributing to legislation standards.

Methods

Products manufacture: the fresh beef connective tissue (BCT) consistes largely of

epimysium and perymisium removed from bovine muscles obtained from a commercial

packing plant that utilizes Skyner machine (Model 7600 - Towsend). The BCT was packaged

in vacuum plastic bags and frozen at –18oC. BCT packages were 24h thawed in refrigerator

and passed three times through a grinder (CAF 8) plate having 5mm diameter holes.

Commercially available quadriceps femoris muscles were manually trimmed to remove

intermuscular fat, epimysial connective tissue, heavy bands of connective tissue within the

muscle and grounded through a 5mm plate. BCT was added to ground meat at 3, 5, 10, 15, 20,

25, 30, 35, 40, 45 or 50% levels. The control (0%) contained only grounded lean meat. Every

treatment was mixed for 3 min in 2Kg lots using an orbital mixer. The ground meat mixtures

were promptly utilized for chemical analysis, pH, objective color measurements and consumer

acceptance test. The 10, 20 and 30% BCT formulations were mixed for 1min with 1.0% salt,

0.5% onion soup powder, formed up into 80g hamburgers (10 cm in diameter) and placed in a

-18oC freezer until the time of sensory analysis. Physico-chemical analysis: moisture, protein

(Kjeldahl, Nx6,25), fat (diethyl ether extractable) and ash contents were determined in

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Capítulo 4

215

duplicate following Instituto Adolfo Lutz (SÃO PAULO, 1985) procedures. pH values were

measured with a spear-tip electrode attached to digital pH-meter (HANNA Instruments –

HI9321 microprocessor). Hydroxyproline assay: was carried out according to the method

described by AOAC (1996). Hydroxyproline is quantitatively determined for colagenous

material amount measurement. Samples are hydrolyzed with 6N HCl for 8h at 110 degrees C.

After hydrolysis, 4-hydroxyproline is converted to pyrrole with chloramine T in acetate-citrate

buffer pH 6.0, and pyrrole is converted to a red-coloured complex (absorption at 558nm) by

reaction with Ehrlich reagent [p-(dimethylamino)benzaldehyde in perchloric acid/2-propanol].

Total connective tissue proteins: were determined multiplying the hydroxyproline contents

by 8. Color: five objective color readings were taken from ground meat mixture surfaces

using a spectrophotometer Minolta CM-508d, with Illuminant D65 and 2o standard observer.

The results were expressed as CIE-Lab L* (lightness), a* (redness), b* (yellowness). Sensory

evaluation: a trained 11-member panel rated raw ground meat mixtures formulated with 10,

20 and 30% BCT for red color and sinew amount, using a unstructured 10 cm line. The

attributes firmness, amount of residual connective tissue remaining at the end of the chewing

process, characteristic flavor and masticability (chews number) were evaluated in hamburgers

roasted in a 260-280oC electric oven for 20 min, quartered, and served as hot as possible to the

panelists in booths under red lights with controlled temperature. Replicate judgments were

made among all assistants. Consumer acceptance test: a consumer panel test was carried out

for 57 panelists. Five numbered ground meat mixture 0, 10, 20, 30 and 40% BCT replacement

were presented in booths with controlled temperature. The appearance acceptability was

evaluated on a 9 points verbal hedonic scale, sinew amount in a 9 points just right scale and

purchase intent in a 5 points scale. Statistical analysis: the sensory design was randomized

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Capítulo 4

216

complete block. Results were statistically analyzed by ANOVA and Tukey test of 5% level of

significance using GraphPad InStat Software v2.01 (1990-1993).

Results and Discussion

Based on Table 15 results, for raw beef connective tissue (BCT) at 0 to 50% replacement

levels to ground beef meat, ranges of percent moisture were 76.46-70.04%, fat 2.24-8.40%,

total protein 19.84-20.58%, ash 1.03-0.91%, hydroxyproline 0.08-0.52%, collagenous

connective tissue 0.62-4.15%, collagenous connective tissue per total protein 3.12-20.16%, pH

5.81-5.65, L* value 36.02-45.14, a* value 19.42-14.71 and b* value 4.68-9.85. The addition of

20% BCT decreased moisture, increased fat and L* (lightness) when compared to the control

0% (p<0.05). BCT added at 15% level increased (p<0.05) 4-Hydroxyproline and collagenous

connective tissue compared to the control. Addition of BCT had a slight increase effect on

total protein of ground meat (p>0.05). Ash was affected with 30% BCT replacement. BCT had

a significant effect on pH, but the actual range in pH value (0.16 units) was of little practical

importance. Color a* (redness) and b*(yellowness) values were significantly different from

control at 35% BCT level. As assessed by sensory panel (Table 16), 20% BCT added to

ground meat significantly (p<0.05) reduced red color intensity, increased sinew amount

(appearance) and hamburger firmness. Hamburgers added with 30% BCT showed increased

masticability, connective tissue residue remaining at the end of mastication and decreased

characteristic flavor. Laboratory consumer test (Table 17) revealed that 20% BCT in ground

meat resulted in a slightly disliked appearance; moderately too much sinew amount and this

product maybe/maybe not would buy. Figure 15 shows closer linear relationship between

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Capítulo 4

217

collagenous connective tissue (r=0,985) or collagenous connective tissue per total protein (r=

0,973) and predicted beef connective tissue.

Conclusions

In general, fresh beef connective tissue (BCT) added to beef ground meat decreases values and

contents of moisture, ash, pH, a* (redness), increases fat, hydroxyproline, collagenous

connective tissue, collagenous connective tissue per total protein, L* (lightness) and

b*(yellowness). There was a definite linear relationship between the amount of connective

tissue added and determined. These findings suggest that analytical collagenous connective

tissue content can be a useful parameter for regulatory evaluation of connective tissue

replacement in beef ground meat. Connective tissue contributed to increase hamburger

firmness, masticability, as well as to decrease red color and characteristic flavor. Addition of

10% BCT ground meat resulted in acceptable product appearance; more connective tissue

replacement produced less acceptable ground meat.

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Capítulo 4

218

References

AOAC International. Official Methods of Analysis of the AOAC International. 16. ed.,

Arlington: AOAC International, 1996. Cap. 39 (Meat and Meat Products), p. 13-15.

BAILEY, A. J.; LIGHT, N. D. Connective tissue in meat and meat products. London

Elsevier Applied Science, 1989. 355p.

SÃO PAULO (Estado). Decreto no 12.486, de 20 de outubro de 1978. DO [do] Estado de

São Paulo, São Paulo, n.200, 21 out 1978. Seção I, p.3-4.

SÃO PAULO. Instituto Adolfo Lutz. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:

Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3.ed. São Paulo: IMESP, 1985. 533p.

SIMS, T.J.; BAILEY, A.J. Connective Tissue. In: LAWRIE, R. Developments in Meat

Science–2. London: Applied Science Publishers, 1981. Cap.2, p.29-59.

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Capítulo 4

219

Table 15. Chemical composition and physical parameters means for ground meat containing beef connective tissue

Beef connective tissue replacement in ground meat (%) Parameters 0 3 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 100

Moisture (%) 76.46a

(0.12) 75.82a

(0.82) 75.31ab

(0.33) 75.39ab (0.17)

74.92ab (0.42)

73.54bc (0.87)

73.67bc

(0.75) 72.28cd (0.02)

71.65cde (0.23)

71.00de

(0.36) 70.70de (0.77)

70.04e (0.06)

62.92f (0.71)

Fat (%) 2.24g (0.11)

2.58fg (0.12)

2.92fg (0.39)

4.30efg (0.31)

3.96efg (0.06)

4.70def (0.02)

5.63cde (1.11)

6.67bcd (0.23)

6.70bcd (0.45)

7.72bc (0.43)

8.33b (0.88)

8.40b (1.19)

15.45a (0.49)

Total protein (%) 19.84b (0.42)

19.88b (0.31)

20.01b (0.42)

19.96b (0.34)

20.04b (0.65)

20.02b (0.16)

19.48b (0.06)

19.96b (0.31)

19.85b (0.47)

20.02b (0.54)

20.26ab (0.61)

20.58ab (0.08)

21.76a (0.32)

Ash (%) 1.03a (0.01)

1.00ab (0.04)

1.00abc (0.02)

1.02a (0.00)

1.02a (0.01)

1.00a.b (0.01)

0.99abc (0.03)

0.94bcd (0.01)

0.94bcd (0.00)

0.94bcd (0.01)

0.93cd (0.01)

0.91d (0.02)

0.77e (0.02)

Hydroxyprol. (%) 0.08f (0.03)

0.10ef (0.00)

0.13ef (0.02)

0.17ef (0.00)

0.22de (0.02)

0.32cd (0.09)

0.36c (0.04)

0.43bc (0.01)

0.44bc (0.03)

0.51b (0.03)

0.50b (0.01)

0.52b (0.01)

1.01a (0.03)

Collagenous con. tissue (%)

0.62f (0.26)

0.79ef (0.03)

1.06ef (0.18)

1.36ef (0.01)

1.74de (0.128)

2.55cd (0.71)

2.87c (0.29)

3.42bc (0.06)

3.50bc (0.26)

4.09b (0.25)

4.02b (0.10)

4.15b (0.13)

8.09a (0.21)

Coll. con.tissue per total protein (%)

3.12

3.97 5.30 6.81 8.68 12.74 14.73 17.13 17.63 20.43 19.84 20.16 37.18

pH value 5.81a (0.01)

5.80ab (0.01)

5.76bc (0.01)

5.76bc (0.01)

5.76bc (0.01)

5.74cd (0.01)

5.75bc (0.01)

5.68def (0.00)

5.67ef (0.01)

5.65f (0.03)

5.67e.f (0.01)

5.65f (0.01)

5.71c.d.e (0.01)

L* value 36.02f (1.02)

36.50ef (1.77)

37.45def (2.84)

38.06def (2.11)

39.54cdef (2.70)

42.17bcde (2.76)

42.16bcde (1.83)

43.01bcd (4.56)

44.90bc (3.50)

47.01b (1.96)

45.82b (3.71)

45.14b.c (3.13)

54.71a (1.23)

a* value 19.09ab (0.28)

17.09abc (1.22)

19.42a (1.10)

18.52abc (2.20)

17.89abc (1.47)

17.55abc (1.00)

16.50abc (1.80)

16.29abc (2.19)

15.35bcd (3.11)

14.71cd (1.86)

15.71abc

(1.59) 15.69abc (2.67)

11.45d (1.23)

b* value 5.67d (0.81)

4.68d (0.84)

6.48cd (2.62)

5.72cd (0.61)

6.75bcd (0.98)

7.58bcd (1.19)

7.75bcd (1.86)

7.71bcd (2.47)

8.89abc (1.31)

9.21ab (0.66)

9.85ab (1.75)

9.51ab (1.14)

10.99a (0.60)

( ) Standard deviation abcdef Means on the same horizontal row with different superscripts are significantly different (p<0,05)

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Capítulo 4

221

Table 16. Mean sensory scores for beef hamburgers

Beef connective tissue (BCT) replacement in

hamburgers (%) Sensory attributes*

10 20 30 Red color1 6.38a

(0.28) 4.31b (0.36)

3.01c (0.40)

Sinew amount2 4.15c (0.40)

6.35b (0.23)

7.90a (0.26)

Firmness3 5.31b (0.35)

6.42a (0.32)

7.04a (0.27)

Connective tissue amount4 4.76b (0.48)

5.58b (0.47)

6.66a (0.32)

Characteristic flavour5 6.88a (0.47)

5.93a.b (0.49)

5.52b (0.46)

Mastigability 6 36b

(3) 37b (4)

44a (5)

* Means of 11 judgments using 10cm linear scale 10=slight; 10=intense; 20=none; 10=very abundant; 30=not firm; 10=very firm; 40=none; 10=abundant; 50=slight; 10=intense; 6Number of chews a.b.cMeans on the same horizontal row with different superscripts are significantly different (p<0.05) ( ) Standard error of the mean Table 17. Laboratory consumer test for ground beef meat added with beef connective tissue

Beef connective tissue (BCT) replacement in ground meat (%)

Sensory attributes

0 10 20 30 40 Hedonic scale1 Appearance acceptability

7.85a (0.16)

6.24b (0.21)

4.29c (0.20)

2.56d (0.14)

1.47e (0.08)

Just right scale2

Sinew amount -0.21e (0.09)

1.02d (0.13)

2.21c (0.12)

2.87b (0.13)

3.74a (0.08)

Purchase intent scale3 4.63a (0.12)

3.93b (0.10)

2.56c (0.12)

1.75d (0.11)

1.10e (0.04)

19=like extremely; 5=neither like not dislike; 1= dislike extremely 2+4=extremely too much; 3=much too much; 2= moderately too much; 1= somewhat too much; 0= just right; -1= somewhat too little; -4=extremely too little 3 5=definitely would buy; 4=probably would buy; 3=maybe/maybe not. 2=probably would not buy; 1=definitely would not buy a,b,cMeans on the same horizontal row with different superscripts are significantly different (p<0.05) - 57 judgments

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Capítulo 4

222

Collagenous connective tissue in ground beef meat

y = 0,0745x + 0,7774r = 0,9855

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 20 40 60 80 100 120Predicted beef connective tissue (%)

Col

lage

nous

con

nect

ive

tissu

e de

term

ined

(%

)

Collagenous connective tissue per total protein in ground beef meat

y = 0,3434x + 4,4536r = 0,9728

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

0 20 40 60 80 100 120Predicted beef connective tissue (%)

Col

lage

nous

con

nect

ive

tissu

e pe

r to

tal p

rote

in

(%)

Figure 15. Linear regression curve for predicting measured collageneous connective tissue for amount of beef connective tissue added.

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223

CAPÍTULO 5

AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA DO USO

DE COLÁGENO EM PRODUTOS

CÁRNEOS EMULSIONADOS

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Capítulo 5

225

Effects of connective tissue proteins on chemical

composition and emulsion stability of Lyoner type sausage1

1Trabalho apresentado no 49th International Congress of Meat Science and Technology (ICoMST) - 2nd Brazilian Congress of Meat Science and Technology, 2003, Campinas. Proceedings p.439-440.

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Capítulo 5

227

Background

Processed meat products are important sources of proteins in human nutrition. Such composite

meat products are often prepared from cuts high in connective tissue. The levels and type of

specific no muscle animal protein ingredients used to formulate such products, however, vary

greatly, resulting in wide variations in their protein quality and nutritive value. Therefore, an

accurate assessment of the amounts of these proteins is essential for consumer information,

regulatory purposes and international trade (ZARKADAS et al., 1993). It has generally been

recognized that inexpensive cuts of meat and meat by-products high in connective tissue have

relatively poor biological value. Chemical determination of collagen in composite meats can

be employed to provide a rapid estimation of protein quality (ZARKADAS et al., 1993; EL,

1995). Collagen content was highly negatively correlated to essential amino acid content and

rat PER with correlation coefficients of -0.99 and -0.98, respectively (LEE et al., 1978).

Collagen is an incomplete protein. The value of collagen as human food is limited because of

its low amino acid balance, being low in methionine and devoid of tryptophan (RAO;

HENRICKSON, 1983). Regulations restricting collagenous connective tissue amounts in meat

products have already been in force for some years in some countries. Some of them limit the

connective tissue protein fraction of total (crude) protein content, while others restrict the

proportion of connective tissue protein of total (crude) meat protein content; limits depend on

the particular type of product. The determination of the connective tissue nitrogen content is

based on chemical analysis of 4-hydroxyproline, the characteristic amino acid contained in the

most important connective tissue proteins, collagen and elastin. Sausage manufactures

presently use meat containing large quantities of connective tissue (collagen) to reduce

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Capítulo 5

228

processing costs. However, functional properties such as thermal shrinkage and gelatinization

make the collagen additive levels in a food critical. The sausage products regulations allow the

addition of up to 10% of skin, rind, tendon, and offal such as brain, liver, heart, stomach,

tongue, kidney, bone marrow in sausages as hot dogs; therefore, it cannot be added to

frankfurters and wieners (BRASIL, 2000). Collagen content ranges from 90% in tendon, to

about 2% in most lean meat and to less than 1% in liver (BAILEY; LIGHT, 1989).

Objectives

Determine the effect of levels 5, 10 and 15% commercial beef (epimysium/perimysium) and

pork (rind) connective tissues replacement on chemical composition, pH, collagenous

connective tissue protein and emulsion stability of Lyoner type sausages.

Methods

Lyoner sausage manufacture: fresh beef connective tissue (BCT) containing both

epimysium and perymisium was removed from commercial bovine hind muscles from a

packing plant that utilized Skyner machine 7600 (Towsend). The BCT was packaged in

vacuum plastic bags, frozen at –18oC and grinded (8mm plate) in a frozen state. The

commercial pork rind was cooked in water (CPR) and chopped in cutter. The formulation of

the control Lyoner type sausage (8Kg each batch) consisted of 41.1% beef, 12.5%

mechanically deboned poultry meat, 19.1% pork backfat, 18.4% crushed ice, 4% textured soy

protein concentrate (Proteimax TR-120), 1.5% salt, 0.015% sodium nitrite, 0.3% sodium

tripolyphosphate, 0.05% sodium erythorbate, 1% spices and 2% manioc starch. The seven

formulations containing 0% (control); 5%; 10% and 15% BCT or CPR were adjusted to 20%

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Capítulo 5

229

fat in the final product, altering beef, ice and backfat. CPR or BCT were added with lean beef

at the beginning of the cutter’s process. The products were prepared in the Meat Technology

Centre of the Institute of Food Technology according to industrial standards. The batter was

stuffed into 60 mm casings (CaseTech - K plus) and thermally processed to 72oC internal

temperature. Physico-chemical analysis: moisture, protein (Kjeldahl method, factor 6.25), fat

(diethyl ether extractable) and ash contents were determined in duplicate following the

INSTITUTO ADOLFO LUTZ (SÃO PAULO, 1985) procedures. Duplicate pH readings of

raw batter, cooked Lyoner and sterilized products were taken with a spear-tip electrode

attached to HANNA HI9321 microprocessor pH-meter. Hydroxyproline analysis was carried

out according to the method described by AOAC (1995). Hydroxyproline is quantitatively

determined as measure of colagenous material. Collagenous connective tissue contains 12,5%

hydroxyproline when nitrogen-to-protein factor of 6.25 is used. Emulsion stability: reported

as percent fat and gelatin released from sterilized cans at 121oC (~150g cylindrical cans,

nominal process value Fo = 6.41). Statistical analysis: all data underwent analysis of variance

(ANOVA) and Tukey’s Test to determine differences (p<0.05) between pairs of means, using

GraphPad InStat tm, Copyright 1990-1993, V2.01.

Results and Discussion

The pork rind absorbed 7.1% water in cooking process and resulted in a final chemical

composition of 52.7% moisture, 22.0% protein, 24.9% fat, 0.2% ash, 2.37% 4-hydroxyproline,

18.9% collagenous connective tissue (CCT) and 85.9% collagenous connective tissue per total

(crude) protein (CCT/P). Beef connective tissue after grind resulted in a comminuted product

with 67.5% moisture, 19.1% protein, 12.2% fat, 0.7% ash, 0.79% 4-hydroxyproline, 6.3%

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Capítulo 5

230

CCT and 33.0% CCT/P. The final raw batter comminuting temperatures (cutter) ranged from

11.7 to 13.4oC. Chemical and collagenous composition, pH value and emulsion stability of

Lyoner type sausage manufactured with 5, 10 and 15% beef connective tissue (BCT) or

cooked pork rind (CPR) are presented in Table 18. For BCT treatments, it was observed a

significant (p<0.05) increase on protein levels, ranging from 12.54 to 13.81%; no treatment

differences were noted for moisture, fat and ash. Moisture levels varied from 59.65 to 58.34%

for CPR treatments. As the quantities of added CPR increased, moisture content decreased and

fat and protein contents increased (p<0.05). Fat and protein levels ranged from 20.26 to

21.67% and 12.54 to 14.56% respectively. Because of the higher protein rate of collagen

(22.0%) than that of muscle (19.0%), the addition of collagen tends to increase the apparent

lean meat (total protein) content of meat products. The mean collagenous connective tissue

(CCT) values calculated from the amounts of 4-hydryproline found for BCT and CPR

treatments, ranged from 1.68 to 2.40% and 1.68 to 4.10% of the total composite, respectively.

The effect of added connective tissues was most significant for CPR replacements; all

treatments were significantly different from each other. This reflected on collagenous

connective tissue per total protein (CCT/P) content that ranged from 13.40 to 28.16%. The

sausage added with BCT levels showed an increase on CCT/P, ranging from 13.40 to 17.65%.

As shown in Figures 15 and 16, as the amount of bovine or pork connective tissue in the

Lyoner increased, there was a significant linear increase (r = 0.9693 and 0.9934, BCT and

CPR respectively) in the amount of collagenous connective tissue determined and a linear

increase in collagenous connective tissue per total (crude) protein (r=0.8342 and 0.9998, BCT

and CPR). The raw batter, Lyoner and conserve pH values showed a slight but significant

increase with increasing BCT (6.01 to 6.10) or CPR (6.00 to 6.19) levels (Table 18). The small

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Capítulo 5

231

pH differences although statistically significant may not be of much relevance. All treatments

added with connective tissue resulted in an significant increase on fat and gelatine release

(p<0.05), the range was 0.51 to 2.83% and 0.51 to 2.10% for BCT and CPR treatments

respectively, indicating a decrease on emulsion stability with increasing connective tissue

levels, affecting functional properties, which are attributed to the lean meat proteins in a fine

emulsion sausage like Lyoner.

Conclusions

Lyoner type sausages replaced with beef connective tissue (epimysium and perimysium) and

cooked pork rind increased total protein, collagenous connective tissue, pH and fat/gelatin

release, affecting emulsion functionality. The pH difference from control (without connective

tissue added) was too slight to be of much practical importance. The results were more

pronounced for cooked pork rind replacements compared to beef connective tissue for all

parameters evaluated except for emulsion stability that was slightly inferior. Since there is a

straight correlation between connective tissue added and collagenous connective tissue

content, new regulations on the composition of emulsion type meat products should establish

analytical collagenous connective tissue protein values, and collagenous connective tissue

protein fraction of the total protein content, by hydroxyproline determination.

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Capítulo 5

232

References

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Arlington: AOAC International, 1995. Cap. 39 (Meat and Meat Products), p. 13-15.

BAILEY, A. J.; LIGHT, N. D. Connective tissue in meat and meat products. London:

Elsevier Applied Science, 1989. 355p.

BRASIL. Instrução Normativa no4, 31 mar 2000. Regulamentos Técnicos de Identidade e

Qualidade de Carne Mecanicamente Separada, de Mortadela, de Lingüiça e de Salsicha.

Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, 05 abr. 2000a. Seção 1,

p.6-10.

EL, S. N. Evaluating protein quality of meats using collagen contet. Food Chemistry,

53:209-210, 1995.

LEE, Y. B.; ELLIOTT, J. G.; RICKANSRUD, D. A.; HAGBERG, E. C. Predicting protein

efficiency ratio by the chemical determination of connective tissue content in meat. Journal

of Food Science, v. 43, n. 5, p. 1359-1362, 1978.

RAO, B. R.; HENRICKSON, R. L. Food grade hide collagen in bologna effect on functional

properties, texture and color. J. Food Qual., Westport, v. 6, n. 1, p. 1-10, 1983.

SÃO PAULO. Instituto Adolfo Lutz. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1:

Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3.ed. São Paulo: IMESP, 1985. 533p.

ZARKADAS, C. G.; KARATZAS, C. N.; KHANIZADEH, S. Evaluation protein quality of model meat/soybean blends using amino acid compositional data. J. Agric. Food Chem., v. 41, n. 4, p. 624-632, 1993.

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Capítulo 5

233

Collagenous connective tissue in Lyoner sausagey = 0.158x + 1.75

r = 0.9934y = 0.049x + 1.6268

r = 0.9693

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

0 5 10 15 20Predicted connective tissue (%)

Col

lage

nous

con

nect

ive

tissu

e de

term

ined

(%

)

BCT CPR Linear (CPR) Linear (BCT)

BCT CPR

Figure 15. Relationship between predicted connective tissue and collagenous connective tissue determined in Lyoner type sausage containing amounts of bovine connective tissue (BCT) and cooked pork rind (CPR)

Collagenous connective tissue per total protein in Lyoner sausage

y = 0,9864x + 13,457r = 0,9998

y = 0,2974x + 12,592r = 0,8342

0

5

10

15

20

25

30

0 5 10 15 20

Predicted connective tissue (%)

Col

l. co

m. t

issu

e pe

r to

tal

prot

ein

(%)

BCT per total protein (%) CPR per total protein (%)

Linear (CPR per total protein (%)) Linear (BCT per total protein (%))

BCT CPR

Figure 16. Relationship between predicted connective tissue added and collag. connective tissue per crude protein determined in Lyoner type sausage containing amounts of bovine connective tissue (BCT) and cooked pork rind (CPR)

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Capítulo 5

234

Table 18. Chemical and physical parameters means for Lyoner type sausage containing connective tissue proteins

Beef connective tissue (BCT)* Cooked pork rind (CPR) Parameters Control 5% 10% 15% Control 5% 10% 15%

Chemical composition1 Moisture (%) 59.65a

(0.13) 58.70a (0.13)

59.28a (0.01)

59.23a (0.47)

59.65a (0.13)

58.87a,b (0.30)

58.60b (0.23)

58.34b (0.06)

Fat (%) 21.26a (0.06)

21.51a (0.43)

20.14a (0.36)

20.12a (0.39)

21.26b (0.06)

20.26c (0.03)

21.26b (0.13)

21.67a (0.07)

Total protein (%) 12.54b (0.18)

13.81a (0.20)

13.78a (0.18)

13.60a (0.05)

12.54b (0.18)

14.45a (0.61)

14.07a,b (0.01)

14.56a (0.42)

Ash (%) 3.37a (0.07)

3.35a (0.00)

3.28a (0.05)

3.30a (0.04)

3.37a (0.07)

3.42a (0.05)

3.37a (0.00)

3.30a (0.07)

Collagenous composition1 4-Hydroxyproline (%)

0.210b (0.013)

0.226a,b (0.019)

0.261a,b (0.009)

0.300a (0.035)

0.210d (0.013)

0.332c (0.009)

0.412b (0.015)

0.512a (0.032)

Collagenous connective tissue (%) 1.68b (0.10)

1.80a,b (0.15)

2.09a,b (0.07)

2.40a (0.28)

1.68d (0.10)

2.66c (0.07)

3.30b (0.12)

4.10a (0.25)

Collagenous connective tissue per total protein (%)

13.40 13.06 15.18 17.65 13.40 18.41 23.45 28.16

pH value Raw batter1

6.05b (0.01)

6.05b (0.01)

6.06a,b (0.01)

6.08a (0.01)

6.05c (0.01)

6.05c (0.01)

6.10b (0.01)

6.18a (0.02)

Pasteurized (Lyoner)2

6.10a (0.01)

6.10a (0.01)

6.09a (0.01)

6.10a (0.00)

6.10c (0.01)

6.11c (0.01)

6.16b (0.01)

6.19a (0.01)

Sterilized (Conserve)2

6.01c (0.01)

6.02c (0.01)

6.04b (0.00)

6.06a (0.00)

6.00d (0.01)

6.05c (0.01)

6.09b (0.01)

6.12a (0.01)

Emulsion stability3 Fat and gelatin release (%)

0.51d (0.12)

1.25c (0.39)

1.81b (0.44)

2.83a (0.26)

0.51d (0.12)

1.03c (0.19)

1.57b (0.26)

2.10a (0.62)

a, b, c,Mean values in a row within treatment followed by different letters are significantly different (p<0.05) from each other * Epimysium / perimysium fraction ( ) Standard deviation Number of replicates: 1N=2; 2N=4; 3N=8

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Capítulo 5

237

Effects of connective tissue on texture, color and sensory

properties of Lyoner type sausage1

1Trabalho apresentado no 49th International Congress of Meat Science and Technology (ICoMST) - 2nd Brazilian Congress of Meat Science and Technology, 2003, Campinas. Proceedings p.257-258.

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Capítulo 5

239

Background

Sensory analysis involves tasting meat samples by consumer panels or by trained taste panels

using accurate profiling or scoring methods. These techniques yield data on the general quality

aspects of meat products. These quality attributes can then be correlated with data obtained

from other methods of physical testing or with known biochemical composition. Sensory

methods can provide an overview of the relative eating quality of meat samples (BAILEY;

LIGHT, 1989). Collagen is the most abundant protein in the body and is present mainly in

bone, skin and tendon. It is found in muscle as 1-9% of the dry, fat free mass, where it exists

as networks of fibers. The force of contraction is transmitted to the tendons through sheets of

intramuscular connective tissue, which enclose the individual muscle fibres. Three

collagenous structures can be distinguished morphologically – endomysium, enclosing each

fibre, perimysium, surrounding bundles of these fibres, and epimysium, surrounding the whole

muscle (ETHERINGTON; SIMS, 1981). Connective tissue proteins in meat emulsion can

affect colour, texture, flavour and shelflife (BAILEY; LIGHT, 1989)

Objectives

Evaluate the effect of levels 5, 10 and 15% commercial beef (epimysium/perimysium) and

pork (rind) connective tissues replacement on texture, color, sensory parameters and consumer

acceptability of Lyoner type sausages.

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Capítulo 5

240

Methods

Lyoner sausage manufacture: fresh beef connective tissue (BCT) from hind muscles

(epimysium and perymisium that recover cuts) was obtained from a commercial packing plant

that utilized Skyner machine 7600 (Towsend). The BCT was packaged in vacuum plastic

bags, frozen at –18oC and grinded (5mm plate) in a frozen state. The commercial pork rind

was cooked in water (CPR) and chopped in cutter. The formulation of the control Lyoner type

sausage (8Kg batches) consisted of 41.1% beef, 12.5% mechanically deboned poultry meat,

19.1% pork backfat, 18.4% crushed ice, 4.0% soy protein texturate concentrate (Proteimax

TR-120), 1.5% salt, 0.015% sodium nitrite, 0.3% sodium tripolyphosphate, 0.05% sodium

erythorbate, 1.0% spices and 2.0% manioc starch. The formulations with levels of 5; 10 and

15% BCT or CPR were adjusted altering beef, ice and backfat resulting 20% fat. The products

were prepared in the Meat Technology Centre of the Institute of Food Technology according

to industrial standards, stuffed into 60mm casings and thermally processed to 72oC internal

temperature. The CPR or BCT were added with lean beef at the beginning of the cutter’s

process. Ten cylindrical samples (caliber 60mm, 20mm height) were obtained of three Lyoner

sausages/treatment to performed texture and color from internal cut surfaces. Texture: was

measured using a TA-XT2 (Texture Analyser - Stable Micro Systems), compressed to 50% of

their original height with 35mm aluminum probe (P/35). A crosshead speed of 2 mm/s was

applied. The compression hardness was computed. Color: was measured using a

spectrophotometer Minolta CM-508d and expressed as CIE-Lab: L* (lightness), a* (redness),

b* (yellowness). Illuminant D65 was used with a 10o standard observer. Sensory evaluation:

trained panelists (n=10 females, age 20–50 years), who consisted of Adolfo Lutz Institute staff

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Capítulo 5

241

members, rated samples 5, 10 and 15% BCT and CPR for red color (cylindrical samples,

60/20mm), firmness, residual connective tissue and characteristic flavor (cubes 12cm3) using

an unstructured 9 cm line, in a sensory room with controlled temperature. Replicate judgments

were made between all assessors. Consumer acceptance test: at 8-week storage, a consumer

acceptance panel was carried out. The consumers (n=35, 63% females and 37% male, age 17–

51 years) consisted of Institute of Food Technology’s staff members. The test was carried out

in the CTC’s Sensory Analysis Laboratory. The attributes of appearance, flavor and overall

acceptability were evaluated on a 9 points verbal hedonic scale, 7 points firmness just right

scale (bipolar category scale) and 5 points purchase intent scale. Samples were coded with a

randomized three-digit number: Lyoner with 15% BCT, 15% CPR and control. Samples were

cut in cubes of 12cm3 for presentation to the consumers, at room temperature. Statistical

analysis: the experiment was performed as randomized complete block designs. All data

underwent analysis of variance (ANOVA) and Tukey’s Test to determine differences (p≤0.05)

between pairs of means, using STATISTICA StatSoft, Inc. (v. 5).

Results and Discussion

Sensory evaluation scores from Table 19 indicated that, as the beef connective tissue (BCT)

level increased in the formulations, the red color scores increased too (p≤0.05). This was

confirmed by color values (Table 20); Lyoner sausage with BCT was darker (L*) and redder

(a*) than control. In yellowness (b*), the results didn’t show a tendency. The sausages added

with 5% and 15% BCT were firmer than control (p≤0.05) (Table 19). Objective texture

measurements (compression hardness) didn’t confirm all of these results; 5% BCT were

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Capítulo 5

242

harder than the other samples (p≤0.05). The amount of connective tissue residue remaining at

the end of mastication was abundant in sausages formulated with 15% BCT; but there was no

difference (p>0.05) in characteristic flavor scores (Table 19). The mean panel scores for red

color (Table 19) indicated that the formulation containing 5% CRP was redder (p≤0.05) than

sausages with 10% and 15% CPR; color values (L*, a*, b*) confirmed this tendency (p≤0.05);

15% CPR sausage was brighter and had lower redness value than control, and yellowness (b*)

mean was greater for 15% CPR sausage than 5% CPR replaced. This was expected since pork

rind is white in color and in addition reduces the myoglobin content of the product, which is

responsible for the cured red color of sausage. Sausages replaced with 5%, 10% and 15% CPR

were firmer than control. Compression hardness values were slightly higher with 5% CPR

(p>0.05); 10% and 15% CPR added to sausage increased progressively hardness (p<0.05). The

residual connective tissue amount perceived by trained panel was smaller in control sausage

(p≤0.05) than formulations replaced with CPR. Characteristic flavor mean decreased with 5%

CPR added to sausage formulation. In conclusion, the tests showed that 5% fresh beef

connective tissue (BCT) added to Lyoner type sausage resulted in firmness increasing and

improvement in red shade color. The amount of connective tissue residue remaining at the end

of mastication was greater when 15% BCT was replaced and no significant influence on

sausage characteristic flavor was observed. Sausage replaced with 15% CPR showed decrease

on objective red color; 5% replacement made de sausage firmer, with greater connective tissue

amount and fader flavor. Consumer test resulted in decrease in appearance and overall

acceptability for Lyoner sausage replaced with 15% CPR (Table 21). Replacement of 15%

fresh BCT did not affect sausage appearance, flavor and overall acceptability. The sausages

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Capítulo 5

243

with 15% BCT were somewhat firm to consumers. Purchase intent scale revealed that 38%

and 21% of consumers probably would not by Lyoner sausage replaced with 15% CPR or

BCT respectively (Table 21, Figure 18).

Conclusions

Connective tissue proteins replacements in Lyoner type sausages were a contributing factor to

toughness, as well as an increasing factor to residual connective tissue amount remaining at

the end of mastication. Fresh beef connective tissue replacement showed red color

improvement, and had no influence on characteristic flavor. The cooked pork rind resulted in

decrease on red color and characteristic sausage flavor; these attributes had a great importance

on the decreasing of consumer’s acceptability.

References

BAILEY, A. J.; LIGHT, N. D. Connective tissue in meat and meat products. London:

Elsevier Applied Science, 1989. 355p.

ETHERINGTON, D.J.; SIMS, T.J. Detection and estimation of collagen. J. Sci. Food Agric.

v. 32, n. 6, p.539-546, 1981.

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Capítulo 5

244

Table 19. Mean sensory scores for Lyoner type sausage control and containing connective tissue

Connective tissue replacement levels in Lyoner Sensory attributes Beef connective tissue (BCT)** Cooked pork rind (CPR)

Control* 5% 10% 15% Control* 5% 10% 15% Red colour1 1.46c

(0.19) 2.25b (0.22)

2.85a (0.18)

3.14a (0.21)

2.73a,b (0.27)

3.01a (0.32)

1.87b (0.21)

1.83b (0.24)

Firmness1 2.64b (0.34)

3.78a (0.42)

3.53a,b (0.29)

3.91a (0.20)

2.54b (0.30)

4.41a (0.32)

4.23a (0.28)

4.59a (0.31)

Connective tissue amount1 3.29b (0.36)

3.80b (0.27)

3.90b (0.48)

5.00a (0.40)

3.04b (0.39)

4.28a (0.31)

4.48a (0.26)

4.64a (0.25)

Characteristic flavor1 4.91a (0.45)

4.83a (0.46)

4.69a (0.37)

4.94a (0.43)

5.59a (0.20)

4.23b (0.22)

4.71a,b (0.28)

3.91b (0.42)

a, b, c,Mean values in a row within treatment followed by different letters are significantly different (p≤0.05) from each other ( ) Standard error of the mean *Control Lyoner - no added connective tissue ** Raw epimysium / perimysium fraction 1Sensory scores are expressed in 10cm line scale: (0 = slight / not firm / none / slight; 9 = intense /very firm / abundant / intense). Scores are means of 10 judgments with analysis repetition.

Table 20. Mean values for color and texture measurements of Lyoner type sausage control and formulated with connective tissue

Connective tissue replacement levels in Lyoner Beef connective tissue (BCT) Cooked pork rind (CPR)

Physical measurements Control 5% 10% 15% Control 5% 10% 15%

Colour L*

62.22 a (0.64)

61.93 a (0.81)

61.51 a,b (1.05)

60.58 b (0.84)

62.22 b (0.64)

62.57b (0.31)

62.50b (0.67)

63.72a (0.63)

a* 10.67b (0.24)

11.45a (0.28)

11.58a (0.32)

11.57a

(0.42) 10.67a (0.24)

10.79a (0.31)

10.69a (0.32)

9.70b (0.36)

b* 13.26a (0.55)

12.32b (0.44)

12.73a,b (0.51)

13.06a (0.68)

13.26a,b (0.55)

12.73b (0.49)

13.03a,b (0.29)

13.78a (0.98)

Texture Compression hardness (g)

14.68b (1.80)

24.35a (4.81)

17.40b (2.54)

17.30b (1.40)

14,68c

(1.80) 17.10b,c

(3.28) 18.76b

(2.01) 23.00a (3.29)

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Capítulo 5

245

Table 21. Laboratory consumer test for Lyoner type sausage control and containing connective tissue proteins

Connective tissue replacement levels in Lyoner

Sensory attributes Control 15% Beef connective tissue (BCT)

15% cooked pork rind (CPR)

Verbal hedonic scales(1)

Appearance acceptability

6.4a

6.4a

5.8b

Flavor acceptability 6.6a 6.3a 5.9a

Overall acceptability 6.6a 6.5a,b 5.9b Just right scale(2)

Firmness

0

0.6

0.4

Purchase intent scale(3)

Definitely / probably would buy (%)

45

38

38

Definitely / probably would not buy (%) 20 21 38 a,b Mean values in a row followed by different letters are significantly different (p<0.05) from each other. Mean of 35 judgements. (1) Acceptance scores: 9=like extremely; 5=neither like not dislike; 1= dislike extremely (2) Firmness just right scale: 3=much too much; 2= moderately too much; 1= somewhat too much; 0= just right; -1= somewhat too little; -2= moderately too little; -3= much too little. (3) Purchase intent scores: 5=definitely would buy; 4=probably would buy; 3=maybe/maybe not, 2=probably would not buy; 1=definitely would not buy

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Capítulo 5

246

Control sample

definitely would buy

14%

probably would buy

31%maybe/maybe not

35%

probably would not

buy17%

definitely would not

buy3%

15% Beef connective tissue

definitely would buy

9% probably would buy

29%

maybe/maybe not

41%

probably would not

buy21%

15% Cooked pork rind

probably would buy29%

maybe/maybe not

24%

probably would not

buy32%

definitely would not

buy6%

definitely would buy9%

Figure 18. Consumer purchase intent scale for Lyoner added with 15% cooked pork rind

(CPR) or 15% beef connective tissue (BCT)

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Conclusões

249

CONCLUSÕES

Nesta pesquisa chegou-se às conclusões que se seguem, as quais são válidas nas

condições descritas nesse trabalho.

1) O método oficial AOAC na quantificação de hidroxiprolina revelou, segundo a

validação intralaboratorial, sensibilidade, exatidão, precisão, simplicidade na operação,

rapidez no procedimento e adequação para um grande número de amostras, podendo fornecer

uma quantificação acurada e real do teor de colágeno de uma matriz complexa como as de

conservas de carne.

2) Os ensaios imunoenzimáticos ELISA, utilizando as metodologias preconizadas

segundo o kit ELISA-TEK, o método oficial AOAC e o método oficial modificado na etapa de

extração, foram específicos na detecção de proteínas de soja texturizada (PTS, Maxten E-100),

concentrada texturizada (PCS, Proteimax TR-120) e isolada (PIS, Supro 500E), em produtos

cárneos tipo emulsão cru, pasteurizado e esterilizado, não havendo reações cruzadas com

outros ingredientes da formulação. Os ensaios revelaram respostas lineares para os diferentes

produtos de soja e tratamentos térmicos. O kit ensaio ELISA-TEK ofereceu uma extração

simples e rápida das proteínas de soja. Em geral, houve boa concordância entre os teores

esperados e determinados nas concentrações de adição 2%, 4% e 6%, com intervalos de

recuperação, respectivamente, de 77%–142%, 87%–164% e 89%–137%. O ensaio com o uso

do kit foi de fácil manuseio, contudo, seu uso na análise laboratorial de rotina torna-se

limitado pelo elevado custo. O ELISA, de acordo com o método oficial AOAC, revelou boa

precisão (baixos valores de CV intra-ensaio) e elevada sensibilidade com limite de

determinação de proteína de soja de 0,41 µg/mL na alíquota de análise e de 0,14g/100g na

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Conclusões

250

amostra. Os resultados de recuperação foram elevados, com baixas concordâncias,

principalmente, para os tratamentos com 0,5% e 2% de proteínas de soja, com intervalos de

recuperação de 174%-425% e 163%-224%, respectivamente. A elevação do teor adicionado

em 4% e 6% revelou tendência de redução das faixas de valores, respectivamente, 134%–

200% e 115%–180%, apresentando, contudo, valores dos limites superiores acima da

aceitabilidade. O procedimento ELISA oficial AOAC modificado ofereceu uma extração

aquosa simples e rápida. As faixas de recuperação 92%-305%, 125%–207%, 133%–177% e

107%–132% para os níveis de adição 0,5%; 2%; 4% e 6%, respectivamente, revelaram melhor

aproximação comparada ao método oficial. A modificação foi fundamental para a redução dos

valores para todos os níveis de concentração avaliados, revelando resultados de recuperação

satisfatórios a 6%. %. O método ELISA oficial poderá ser utilizado na detecção de fraudes,

necessitando, contudo, aprimoramentos que levem a uma maior exatidão, para que possa ser

utilizado no efetivo controle dos teores adicionados.

3) A utilização de 0%, 2%, 4% ou 6% de PTS (pó cor rósea), PCS (grânulos cor

natural) ou PIS (pó cor natural) em salsichão Lionês revelou incremento da cor vermelha com

2% de PTS, sem alterações da firmeza e sabor até 6%. A redução da intensidade da cor

vermelha foi verificada com o uso de 2% de PCS e PIS. A firmeza e o sabor característico

ficaram reduzidos pela adição de 4% e 6% de PIS, respectivamente. A utilização de 4% de

PTS na composição reduziu os teores de umidade e proteína, aumentou ligeiramente as cinzas

e o pH, estabilizando a emulsão em 6%. A utilização de 4% de PCS reduziu a umidade, de 6%

elevou ligeiramente o pH e de 2% estabilizou a emulsão. O teor de PIS em 4% conferiu menor

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Conclusões

251

valor de umidade e maior pH no salsichão, não ocasionando melhora na estabilidade da

emulsão mesmo em 6%.

4) A inclusão de 0%, 5%, 10% e 15% de tecido conjuntivo bovino cru ou couro suíno

cozido em salsichão Lionês resultou no aumento dos teores de proteína, colágeno, separação

de gordura/gelatina e pH (ligeiramente), reduzindo a estabilidade da emulsão. Todos os

resultados físico-químicos foram mais afetados pelo uso do couro suíno, contudo a

estabilidade da emulsão não se mostrou prejudicada em comparação ao tecido conjuntivo

bovino. A presença de tecido conjuntivo bovino ou suíno contribuiu no aumento da firmeza e

quantidade de tecido residual na mastigação. O tecido bovino revelou intensificação da cor

vermelha e não interferiu no sabor característico. O couro suíno resultou em decréscimo na

intensidade da cor e sabor característicos, contribuindo para uma menor aceitabilidade pelos

consumidores.

5) Os resultados físico-químicos de composição centesimal, teor de hidroxiprolina e

tecido conjuntivo colagenoso (colágeno) de 48 amostras comerciais de salsicha e 55 amostras

de lingüiça frescal revelaram uma grande variabilidade na composição, principalmente, para

os teores de gordura e colágeno. O teor máximo de 70% de umidade estabelecido pela

legislação vigente para lingüiças frescais foi ultrapassado por 11% das amostras e o limite de

30% de gordura, por 18%. O limite mínimo de 12% de proteína não foi obedecido para 35%

das salsichas e 43% das lingüiças analisadas, chegando-se aos valores mínimos de proteínas de

5,4% com as amostras de salsichas e 8,4% com amostras de lingüiças. Deste total protéico,

tem-se o colágeno, que apresentou valores percentuais relativos (colágeno relativo) nas faixas

de 5,3% - 27,1% (salsichas) e 4,3% - 39,8% (lingüiças). Os intervalos de variação de colágeno

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Conclusões

252

absoluto para as salsichas e lingüiças foram 0,7% - 3,1% e 0,7% - 5,4%, respectivamente, com

valores correspondentes às medianas de 1,7% e 1,8%.

6) As amostras de carne moída analisadas na rotina laboratorial revelaram em geral

odor e cor aceitáveis, contudo, 14 unidades (70%) foram consideradas alteradas na aparência

pela elevada proporção de fibras de tecido conjuntivo ou aponevrose. Estes resultados foram

confirmados pelos valores medianos de colágeno (2,9%) e colágeno relativo (18%), que se

apresentaram superiores em 123% e 157%, respectivamente, aos teores de colágeno (1,3%) e

colágeno relativo (7%), encontrados para a carne moída de cortes de traseiro de bovinos

adquiridos no varejo.

7) A inclusão de 0% a 50% de tecido conjuntivo colagenoso de bovino (TCB) em

carne bovina moída fresca revelou decréscimo dos valores de umidade, cinzas, pH e cor

vermelha, aumento da gordura, luminosidade e cor amarela, com incrementos lineares de

colágeno (r=0,985) e colágeno relativo (r=0,973). O uso de 10% de TCB na carne moída crua

resultou em produto aceitável na aparência, contudo, um teor maior de reposição resultou um

produto de menor aceitabilidade pelos consumidores. No hambúrguer acrescido com 10%,

20% ou 30% de TCB, o teor de 20% contribuiu para o decréscimo da cor vermelha, aumento

do tecido conjuntivo aparente e aumento da firmeza, enquanto o teor de 30% resultou em

aumento na quantidade de tecido conjuntivo residual na boca, mastigabilidade (número de

mastigadas para engolir) e redução do sabor característico.

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253

ANEXOS

METODOLOGIAS PARA

QUANTIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS DE

SOJA E COLÁGENO EM CARNES E

PRODUTOS CÁRNEOS

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Anexo 1

255

ANEXO 1

Determinação de proteína de soja pelo

método ELISA1

1Metodologia publicada no livro: Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos – Instituto Adolfo Lutz – 4a ed, 2004. Capítulo 13 – Carnes e Produtos Cárneos (no prelo).

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Anexo 1

257

As proteínas de soja são ingredientes utilizados na elaboração de alimentos como fonte

protéica e como extensor em produtos cárneos. As amostras de produtos cárneos crus ou

processados termicamente são maceradas e extraídas com solventes orgânicos. O resíduo desta

extração, denominado pó de acetona, é solubilizado a quente em solução aquosa de uréia.

Após diluição, as proteínas de soja renaturadas são analisadas pelo método ELISA (Enzyme-

linked immunosorbent assay), utilizando anticorpos comercialmente disponíveis. Na

quantificação de proteínas de soja, o método ELISA é um imuno-ensaio competitivo indireto

em que o analito proteína de soja (antígeno) reage com volume fixo de anticorpo anti-proteína

de soja (antissoro produzido em coelho) em excesso. O anticorpo não reagente é determinado

pela ligação em placa de imuno-ensaio previamente sensibilizada com o antígeno. O anticorpo

capturado é determinado pela adição de um segundo anticorpo (produzido em cabra para

globulinas de soro de coelho) ligado covalentemente a uma enzima (conjugado). A reação é

evidenciada pelo desenvolvimento de cor com a adição de substrato. Etapas de lavagem são

incorporadas após cada estágio de interação, para remover material não reagente (Figura 19).

A amostra é geralmente analisada em diluições seriadas na razão 3. A resposta é comparada a

uma curva-padrão de proteína de soja. O ELISA é semi-quantitativo na determinação de

proteínas de soja em produtos cárneos crus e processados termicamente, podendo ser

quantitativo quando o teor de protídios da proteína de soja adicionado é conhecido e,

especialmente, se a proteína de soja (texturizada, concentrada ou isolada) está disponível para

calibração.

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Anexo 1

258

Material

Lavadora e leitora de placas de ELISA; pipeta digital de 8 ou 12 canais, pipetas monocanais de

5-50 µL, 50 -200 µL e 100 -1.000 µL com ponteiras, reservatórios de reagentes para cada

solução; triturador de amostras, homogeneizador Ultra-Turrax ou Diax 900 (Heidolph) ou

equivalente; papel de filtro Whatman n° 541; tubos de vidro pirex graduados de 10 mL com

tampas de plástico; banho-maria; placas de imunoensaio de poliestireno fundo chato de 96

cavidades (equivalente Nunc Maxisorp 442404); microtubos plásticos de 1 mL com tiras de

tampas e suporte (8 x 12 fileiras) para diluição serial e pré-incubação; caixas plásticas com

tampa para colocar placas de ELISA; balões volumétricos de 10, 25, 50 mL; funil de vidro de

7 cm; almofariz; balança analítica; pHmetro; estufa; cronômetro; papel gráfico semi-log

(linear/4 ciclos log).

Reagentes

Acetona

Uréia

2-mercaptoetanol

Azida sódica (NaN3)

Nota: azida sódica - material tóxico, prevenir contato com a pele e os olhos, e impedir

aspiração do pó.

Clorofórmio-metanol – 2:1 (v/v).

Álcool-água (acidificado) – 80+20 (v/v), acidificado com 2 gotas de HCl/L.

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Anexo 1

259

Tampão Tris-HCl a 0,25 M – Pese 30,3 g de tris (hidroximetil) amino metano em um litro de

água e ajuste ao pH 8,60 com HCl.

Solução de sensibilização – Utilize como padrão, o concentrado de proteína de soja (Loders

CroKlaan B.V., Holanda) ou pó de acetona de soja (equivalente Sigma-Aldrich S7756) ou

isolado protéico de soja Supro 500E (Protein Technologies International, USA).

Solução de sensibilização 50 vezes concentrada – Misture, em balão volumétrico de 50 mL,

4,5 mL de Na2CO3 (0,2 M); 8 mL de NaHCO3 (0,2 M); 625 µL da solução-padrão de antígeno

de proteína de soja preparada no item procedimento (b) e água até completar o volume.

Mantenha esta solução-padrão a 2-8°C por 16h.

Nota: o valor 625 µL da solução-padrão foi calculado para corresponder a 2,5 mg de proteína

de soja no pó de acetona, uma vez que a solução-padrão descrita no item (b) do procedimento

contém 100 mg / 25 mL.

Solução de sensibilização de trabalho – Misture, em um balão volumétrico de 50 mL, 4,5

mL Na2CO3 (0,2 M); 8 mL NaHCO3 (0,2 M) e água para completar o volume. Homogeneíze e

retire 1 mL desta solução, repondo o volume da solução com 1 mL da solução de

sensibilização 50 vezes concentrada.

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Anexo 1

260

Solução-tampão fosfato salino TFS pH 7,1 – Misture, em um balão volumétrico de 1.000

mL, 85 g NaCl, 10,7 g Na2HPO4, 3,9 g NaH2PO4.2H2O, 5 g NaN3 e água até completar o

volume para 1.000 mL.

Solução-tampão de trabalho TFST com Tween – Misture 100 mL da solução-tampão TFS,

1,5 mL de Tween 20 e 900 mL de água.

Soluções imunorreagentes

Solução anticorpo-positivo – Dilua, em um balão volumétrico de 50 mL, B µL de antissoro

de coelho para proteína de soja (equivalente Sigma-Aldrich S-2519), conservado a -20°C, e

complete o volume com solução-tampão TFST.

Solução anticorpo-negativo – Em um balão volumétrico de 50 mL, pipete B µL de soro

normal de coelho e complete o volume com solução-tampão TFST.

Solução conjugado – Em um balão volumétrico de 25 mL, pipete C µL de IgG anti-coelho

produzido em cabra conjugado à fosfatase alcalina (equivalente Sigma-Aldrich A-7539),

conservado a (2-8)°C e complete o volume com solução-tampão TFST.

Nota: as quantidades de anticorpo e conjugado que devem ser adicionadas dependem das

propriedades dos imunorreagentes recebidos. Calcule B e C como descrito no item

padronização.

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Anexo 1

261

Solução substrato fosfatase em tampão – Misture, em um balão volumétrico de 25 mL, 2,25

mL de Na2CO3 (0,2 M); 4,00 mL de NaHCO3 (0,2 M); 25 µL MgCl2.6H2O (O,5 M); 25 mg p-

nitrofenil fosfato (5 tabletes de 5 mg cada, equivalente Sigma 104-105, guarde no escuro a

temperatura menor que 0oC) e complete o volume com água.

Padronização

(A) Anticorpo-positivo e anticorpo-negativo – Teste novos lotes nas placas ELISA

sensibilizadas e lavadas (itens (c) e (d) do procedimento). Prepare séries de diluições (no

intervalo 100–100.000) de anticorpo positivo (fileiras A-D) e anticorpo negativo (fileiras E-H)

em TFST, pré-incube sem proteína de soja, e então proceda como descrito nos itens (h)-(k) do

procedimento. Use a curva de diluição do antissoro para obter o título do anticorpo positivo.

Calcule o valor B, isto é, se o título for 1 em 3.000, então B = 2 . (1/3.000) . 50.000 µL = cerca

de 30 µL. Teste também o anticorpo em produto cárneo padrão contendo concentração

conhecida de proteína de soja e também contra materiais com potencial para reações cruzadas.

(B) Conjugado – Teste novos lotes de conjugado sobre uma placa ELISA (sensibilizada e

lavada, itens (c) e (d) do procedimento). Prepare anticorpo positivo como para BP (item (f) do

procedimento) e pré-incube essa solução com TFST separadamente (item (g) do

procedimento). Incube na placa (item (h) do procedimento) nas fileiras A-D (anticorpo

positivo) e fileiras E-H (TFST). Use conjugado a várias diluições (ou seja, no intervalo 500-

5.000) no item (i) do procedimento e então siga (j) e (k). Calcule o valor de C (ou seja, C=15)

de tal forma que o conjugado positivo seja > 1,000 e conjugado negativo < 0,050.

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Anexo 1

262

(C) Placa ELISA – Teste lotes de placas para avaliar a variabilidade entre placas. A placa

padrão em protocolo utiliza, nas determinações, somente as cavidades (B-G) (2-11) em razão

de uma possível variação das cavidades externas.

Procedimento

(a) Preparação do pó de acetona – Pese 20 g da amostra previamente triturada e macere (no

Ultra-Turrax ou Diax 900) com solventes orgânicos, filtrando o resíduo a cada estágio para re-

extração, na seguinte seqüência: 200 mL clorofórmio-metanol (3 vezes), 200 mL álcool

acidificado (3 vezes) e 200 mL acetona (3 vezes). Seque o resíduo ao ar, de um dia para o

outro, e homogeneíze em almofariz; o produto final denomina-se pó de acetona. Proceda a

análise da proteína total pelo método Kjeldahl (N x 6,25), utilizando o resultado para calcular

a massa da amostra de pó de acetona do item (b) do procedimento.

(b) Solubilização de amostras e padrão – Pese, separadamente, em tubos pirex graduados de

10 mL o pó de acetona da proteína de soja padrão (97-103 mg de proteína) e o pó de acetona

de cada amostra de produto cárneo (95-105 mg de proteína). Adicione a cada um dos tubos na

ordem: 2 mL de tampão Tris-HCl, 6 g de uréia, 2 mL de água, 200 µL de 2-mercaptoetanol e

água para 10 mL. Tampe, misture e aqueça imergindo até o nível de 10 mL em banho de água

fervente por (60± 1) min. Resfrie por 3-5 min e transfira quantitativamente para um balão

volumétrico de 25 mL com água, assegurando a ressolubilização da uréia cristalizada.

Mantenha as soluções de amostras e padrão por 16 h a 2-8oC. A solução-padrão de proteína de

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Anexo 1

263

soja está pronta para ser utilizada no item reagentes (solução de sensibilização) e no item

procedimento (e). As soluções de amostras serão utilizadas no item (e) do procedimento.

(c) Sensibilização das placas ELISA – Utilizando pipeta multicanal, transfira 200 µL de

solução de sensibilização de trabalho (item reagente) a cada cavidade na placa de ELISA.

Coloque a placa tampada em caixa plástica, feche e incube a 37oC por (16 ± 1) h.

(d) Lavagem e estocagem das placas ELISA – Lave as placas de ELISA utilizando um

procedimento padronizado. Com um sistema automático de lavagem estabeleça um ciclo de 5

vezes, em que cada fileira de cavidades é sucessivamente esvaziada e enchida com TFST por 5

vezes e finalmente as cavidades são esvaziadas. Segundo o procedimento de lavagem manual,

a primeira fileira é esvaziada e enchida com TFST por 5 vezes antes de finalmente ser

esvaziada; a seqüência é repetida para as fileiras sucessivas. Um ciclo de lavagem de 10 vezes

inclui primeiramente uma lavagem de 5 vezes, seguida por um segundo ciclo de mais 5

lavagens. Se a placa ELISA sensibilizada não for utilizada imediatamente, remova a placa da

estufa no final das 16 h e lave 5 vezes. Uma lavagem eficiente é parte essencial do método. A

placa lavada pode ser enxugada e estocada. Use tecido absorvente para secar os lados da placa,

inverta a placa para remover algum líquido remanescente nas cavidades, e então seque a parte

de cima da placa. Idealmente, a superfície interna das cavidades incluindo a base deve

permanecer intocada durante o processo de lavagem e secagem. Coloque a placa tampada com

a parte de cima voltada para baixo em caixa plástica, feche e estoque em freezer (-20oC).

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Anexo 1

264

(e) Diluição serial das soluções de amostras e padrão – Assegure a ambientação da

temperatura das soluções de amostras e padrão retirando da refrigeração com 45-60 minutos

de antecedência. Transfira alíquotas de 750 µL de cada uma dessas soluções a balões

volumétricos de 10 mL, dilua ao volume com TFST e misture por repetidas inversões. Encha

com microtubos o suporte (8x12) e pipete 600 µL das soluções de amostras e padrões diluídos,

cada um dentro do seu tubo correspondente, como definido na Tabela 22 (padrão S1 em

triplicata e amostras T1-Z1 em duplicata). A Tabela 22 ilustra o modelo padrão de tubos que

corresponde às cavidades na placa de ELISA. Todos os outros tubos devem receber 400 µL de

TFST; faça essa transferência utilizando pipeta multicanal (duas porções de 200 µL). Conduza

a diluição serial de cada amostra, em duplicata, pelo uso de pipeta multicanal para misturar

alíquotas de 600 µL (recolha 200 µL e reponha 3 vezes), e então transfira 200 µL ao tubo

adjacente que já contém 400 µL de TFST. Misture como descrito e repita a diluição,

descartando a alíquota de 200 µL do último tubo. Desta mistura resulta uma diluição serial

1:3; normalmente use soluções de amostra não diluída, 3 vezes diluídas e 9 vezes diluídas para

o ensaio quando o teor de proteína de soja na amostra é desconhecido ou baixo (0-11g de

proteína/100g de proteína total). Escolha maiores diluições se os teores são altos (3, 9, 27

vezes se 11-33g/100g; 9, 27, 81 vezes para 33-100g/100g), ou quando o ELISA já tenha

demonstrado que as soluções de amostras são muitas concentradas. Dilua as soluções-padrão

similarmente, preparando para o ensaio 7 diluições seriais (de solução não diluída a diluição

de 729 vezes, cada uma em triplicata).

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Anexo 1

265

(f) Brancos – Quatro tipos de brancos são usados, cada um em triplicata: substrato (BS),

conjugado (BC), anticorpo positivo (BP) e anticorpo negativo (BN). Adicione 400 µL de

TFST a todos eles. Aos tubos BS e BC, acrescente 2 porções de 200 µL de TFST; aos tubos

BP, solução de anticorpo positivo (2 x 200 µL); e, aos tubos BN, a solução de anticorpo

negativo (2 x 200 µL). Idealmente, as leituras finais de absorbância (k) correspondentes a

esses brancos devem apresentar os seguintes valores: BS<0,010; BC<0,050; BP>1,000;

BN>0,200.

Tabela 22 – Modelo padrão recomendado para os microtubos (pré-incubação) e cavidades correspondentes na placa de ELISA, no ensaio com 7 amostras*.

Colunas Linhas

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 A BS S1 S1 S1 00 00 00 00 00 00 00 00 B BS S2 S2 S2 T1 U1 V1 W1 X1 Y1 Z1 00 C BS S3 S3 S3 T2 U2 V2 W2 X2 Y2 Z2 00 D BC S4 S4 S4 T3 U3 V3 W3 X3 Y3 Z3 00 E BC S5 S5 S5 T1 U1 V1 W1 X1 Y1 Z1 00 F BC S6 S6 S6 T2 U2 V2 W2 X2 Y2 Z2 00 G BP S7 S7 S7 T3 U3 V3 W3 X3 Y3 Z3 00 H BP BP BN BN BN 00 00 00 00 00 00 00

* As 96 posições estão arranjadas em 12 colunas (1-12) e 8 linhas (A-H). Cada amostra é analisada a 3 diluições (em duplicata); padrão a 7 diluições (em triplicata), e 4 brancos em triplicata. BS, branco substrato; BC, branco conjugado; BP, branco anticorpo-positivo; BN, branco anticorpo negativo; 00, não usado; S1-S7, padrão (1-7 indica 7 diluições seriais); T-Z, 7 amostras (1-3 indica 3 diluições seriais). (g) Pré-incubação com soro anti-proteína de soja – Utilizando pipeta multicanal, adicione

solução de anticorpo positivo (2 x 200 µL) aos tubos de amostras e padrões. Coloque TFST (2

x 200 µL) nos tubos externos restantes (00 na Tabela 22). Feche cuidadosamente com as tiras

plásticas que vedam os microtubos. Inverta o suporte de microtubos três ou mais vezes para

misturar e coloque na estufa a 37oC por (30 ± 1) min.

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Anexo 1

266

(h) Etapa anticorpo – Nos últimos 10 min da etapa de pré-incubação (g), lave a placa de

ELISA já à temperatura ambiente (cerca de 45-60 min) utilizando um ciclo de 5 vezes.

Remova o suporte de microtubos da estufa no tempo estipulado e inverta 3 vezes para

misturar. Retire cuidadosamente as tiras plásticas vedadoras. Utilizando pipeta multicanal,

transfira alíquotas de 200 µL de cada solução para as cavidades na placa de ELISA na posição

correspondente (Tabela 22). Coloque a placa tampada na caixa plástica, feche e incube a (120

± 2) min a 37oC.

(i) Etapa conjugado – Remova a placa ELISA da estufa, lave 10 vezes e enxugue como em

(d). Adicione 200 µL de TFST na cavidade do branco substrato (BS). Com auxílio da

multicanal adicione solução de conjugado a todas as outras cavidades (exceto BS) na mesma

ordem de adição utilizada na etapa do anticorpo (h). Coloque a placa tampada na caixa

plástica, feche e incube a (120 ± 2) min a 37oC.

(j) Etapa substrato – Remova a placa da estufa, lave 10 vezes e enxugue. Utilizando

multicanal, adicione 200 µL da solução de substrato a cada cavidade da placa na mesma

ordem da etapa (h). Então, coloque a placa tampada na caixa plástica, feche e incube por (30

± 0,25) min a 37oC.

(k) Reação enzimática e medição da cor – Remova a placa ELISA da estufa e com ajuda da

multicanal adicione alíquotas de 50 µL de solução de 0,2 M de NaOH a todas as cavidades da

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Anexo 1

267

placa, na mesma ordem da etapa do anticorpo. Proceda à leitura da absorbância a 405-410nm

da solução de cada cavidade, usando leitora de ELISA ou equivalente; essa leitura deve ser

realizada entre 5 e 60 min após a adição da solução de NaOH.

Cálculos

Para cada placa, construa uma curva-padrão (curva analítica ou de calibração - Figura 20) do

log da concentração de proteína de soja padrão como pó de acetona (N x 6,25) nas 7 diluições

seriais versus a correspondente absorbância (média de 3 leituras). Calcule a concentração de

proteína total (N x 6,25) em cada diluição de cada solução de amostra. De cada média de

absorbância, leia na curva a concentração de proteína de soja correspondente em cada diluição

da amostra. Calcule a massa de proteína de soja por 100 g de proteína total para as 3 diluições

correspondentes a cada amostra de pó de acetona. Se todos os 3 valores corresponderem à

porção central da curva de calibração (isto é, S2 a S6), utilize a média como resultado final. As

absorbâncias muito baixas implicam que as soluções utilizadas estavam muitas concentradas, e

um maior número de diluições seriais deve ser utilizado para um segundo procedimento de

ELISA. Os resultados também podem ser calculados em termos de massa de proteína de soja

por 100 g de amostra como recebida ou em termos de peso do ingrediente de soja (proteínas

isoladas contêm 88% de proteína, concentradas 68% e texturizadas 50%, base seca, teores

mínimos estabelecidos pela legislação vigente) por 100 g de amostra como recebida. Note que

as três maneiras de definir os teores de soja na amostra são diferentes e devem ser

consideradas com cuidado.

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Anexo 1

268

Figura 19 – Procedimento esquemático ilustrando as etapas individuais do método ELISA

para determinação de proteína de soja.

Antígeno: proteína de soja Anticorpo antiproteína de soja produzido em coelho

Amostras solubilizadas em tampão uréia

Conjugado (antiglobulina de coelho produzida em cabra quimicamente ligada a enzima fosfatase)

1. Amostras e padrões de soja (separadamente) são incubados com anticorpo em excesso.

2. As microplacas são sensibilizadas pela adsorção passiva do antígeno, o material não reagente é removido pela lavagem.

3. A mistura é incubada nas cavidades da placa; o anticorpo em excesso é imobilizado pelo antígeno, o material não reagente é removido na lavagem.

4. O anticorpo conjugado à enzima é ligado ao anticorpo em excesso, o material não reagente é removido na lavagem.

5. O substrato Ο é adicionado e incubado para atingir a atividade enzimática.

6. A intensidade da cor do produto n é medida a 405nm.

7. Teores desconhecidos são estimados pela comparação com padrões apropriados (curva-padrão)

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Anexo 1

269

Curva-padrão proteína de soja

0,00,20,40,60,81,01,21,41,61,8

0 1 10 100 1000

Proteína de soja (ug/mL)

Abs

orbâ

ncia

(40

5nm

)

Figura 20 – Curva-padrão evidenciando a relação entre absorbância e concentração de proteína de soja da solução padrão pelo método ELISA.

O limite de quantificação do método é de 0,41 µg/mL de proteína de soja na alíquota de

análise (com desvio-padrão relativo de 2,4%) e de 0,14 g/100 g de proteína de soja na amostra.

A curva-padrão abrange de 0,41 µg/mL a 300 µg/mL de proteína de soja, limite superior com

desvio padrão relativo de 5,8% (DELLA TORRE et al., 2003).

Referências bibliográficas

AOAC International. Official Methods of Analysis of the AOAC International. 16. ed.,

Arlington: AOAC International,1995. Chapter 39 (Meat and Meat Products), p.16-9.

DELLA TORRE, J. C. M.; BARBOSA, S. F. C.; FERRACIOLI, V. R.; ZENEBON, O.;

LICHTIG, J.; BERAQUET, N. J. Quantitative determination of comercial soy proteins in

emulsion-type meat products by official ELISA procedure. In: 49th INTERNATIONAL

CONGRESS OF MEAT SCIENCE AND TECHNOLOGY – ICoMST, 2003. Proceedings…

Campinas: CTC-ITAL, 2003. p.405-406.

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Anexo 2

271

ANEXO 2

Determinação espectrofotométrica de

hidroxiprolina 1

1Metodologia publicada no livro: Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos – Instituto Adolfo Lutz – 4a ed, 2004. Capítulo 13 – Carnes e Produtos Cárneos (no prelo).

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Anexo 2

273

Método de referência para determinação do aminoácido hidroxiprolina em carnes e

produtos cárneos, expresso em % m/m. A hidroxiprolina é quantitativamente determinada

como medida das proteínas colágenas de carnes e produtos cárneos. O tecido conjuntivo

colagenoso contém 12,5% de hidroxiprolina quando o fator 6,25 (conversão nitrogênio para

proteína) é utilizado, ou 14% quando o fator é 5,55. A amostra é hidrolisada com solução de

ácido clorídrico em constante ebulição sob refluxo, a solução é filtrada e diluída. A

hidroxiprolina é oxidada com cloramina T. A cor vermelha púrpura que se desenvolve após a

adição de 4-dimetilaminobenzaldeído é medida espectrofotometricamente a 558 nm.

Material

Processador de alimentos, chapa elétrica equipada com condensador resfriado com água para

refluxo, balança analítica, banho-maria com temperatura termostaticamente controlada a 60 ±

0,5oC, espectrofotômetro UV/VIS, cubeta de vidro de caminho óptico de 10 mm, papel de

filtro qualitativo de diâmetro 12,5 cm, pHmetro, frascos Erlenmeyer com boca esmerilhada de

100, 250 e 500 mL, tubos de ensaio com tampa de 10 mL, balões volumétricos de 50, 100, 500

e 1.000 mL, pipetas volumétricas de 1, 2, 5, 10 e 20 mL.

Reagentes

Ácido clorídrico 6M – Misture volumes iguais de HCl concentrado e água.

Solução-padrão estoque de hidroxiprolina a 600 µµµµg/mL – Dissolva 60 mg de hidroxiprolina

em água. Transfira para um balão volumétrico de 100 mL e complete o volume com água. A

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Anexo 2

274

solução é estável cerca de 2 meses a 4oC. Opção: dissolva 120 mg (0,1200 g) em balão de 200

mL, complete o volume com água.

Solução-padrão intermediária de hidroxiprolina a 6 µµµµg/mL – Pipete 5 mL da solução-

estoque em balão volumétrico de 500 mL. Complete o volume. Prepare a solução no dia de

seu uso.

Solução-padrão de trabalho de hidroxiprolina – Pipete 5, 10, 20 e 30 mL da solução

intermediária em balão volumétrico de 50 mL. Complete o volume. Essas soluções-padrão de

trabalho revelam concentrações de hidroxiprolina de 0,6; 1,2; 2,4 e 3,6 µg/mL,

respectivamente. Prepare as soluções no dia de seu uso.

Solução-tampão (pH 6,0) – Dissolva 30 g de ácido cítrico mono-hidratado (C6H8O7.H2O), 15

g de hidróxido de sódio (NaOH) e 90 g de acetato de sódio tri-hidratado (CH3COONa⋅3H2O)

em cerca de 500 mL de água. Transfira a solução para balão volumétrico de 1.000 mL.

Adicione 290 mL de 1-propanol. Determine o pH e ajuste, se necessário, com ácido ou base.

Complete o volume. A solução é estável por cerca de 2 meses a 4oC em frasco escuro.

Solução oxidante – Dissolva 1,41 g do reagente cloramina T em 100 mL da solução tampão

pH 6,0. A solução é estável 1 semana a 4oC, em frasco escuro.

Reagente de cor – Dissolva 10 g de 4-dimetilaminobenzaldeído em 35 mL de ácido

perclórico a 60% m/m. Adicione vagarosamente, com agitação, 65 mL de 2-propanol. Prepare

a solução no dia de seu uso.

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Anexo 2

275

Procedimento – Pese, com precisão, cerca de 4 g da amostra em duplicata em frascos

Erlenmeyer de 250 ou 500 mL. A amostra não deve aderir às paredes laterais. Adicione 30 mL

de HCl 6 M e algumas pérolas de vidro (ou cacos de porcelana) a cada frasco. Aqueça à

fervura branda por 8 horas sob refluxo. Transfira quantitativamente o hidrolisado para balão

volumétrico de 500 mL com água. Complete o volume e agite. Filtre a solução através de

papel de filtro, em frasco Erlenmeyer de 500 mL. O filtrado é estável ao menos por 2 semanas

a 4oC. Dilua o filtrado com água em balão volumétrico, de modo que a concentração de

hidroxiprolina da diluição final esteja na faixa de 0,6 a 3,6 µg/mL. A diluição de 5 mL do

filtrado para 50 mL é usualmente satisfatória. Pipete 2 mL da diluição final de cada amostra

em tubos de ensaio. A cada tubo, adicione 1 mL da solução oxidante. Agite os tubos e deixe

por (20 ± 2) minutos à temperatura ambiente. Adicione 1 mL do reagente de cor e misture

vigorosamente. Feche cada tubo com tampa ou papel alumínio. Imediatamente, coloque os

tubos em banho de água a (60 ± 0,5)oC por exatamente 15 minutos. Resfrie os tubos em água

corrente por 3 minutos. Meça a absorbância das soluções contra o branco de reagentes a (558

± 2) nm.

Curva-padrão – Prepare a curva-padrão para cada série de medições. Transfira 2 mL de água

(branco) e 2 mL de cada solução-padrão de trabalho aos tubos de ensaio e proceda à adição da

solução oxidante e do reagente de cor conforme procedimento da amostra. Construa a curva

com absorbância no eixo y e concentrações de hidroxiprolina 0,3; 0,6; 1,2 e 1,8 µg/mL no eixo

x. Calcule os coeficientes linear e angular da reta (absortividade, considerando o caminho

óptico da cubeta de 1 cm).

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Anexo 2

276

Cálculos

g/100g em (H) linahidroxipro p x a

b) - ( =A

A = absorbância do filtrado da amostra diluída 10 vezes (5 mL em 50 mL)

b = coeficiente linear da reta obtida na curva-padrão

a = absortividade, coeficiente angular da reta obtida na curva-padrão

p = peso da amostra (g)

g g/100 em (B) colagenoso conjuntivo tecido 8 x H =

Nota: tecido conjuntivo colagenoso contém 12,5% de hidroxiprolina se o fator de conversão

de nitrogênio para proteína for de 6,25.

g/100g em (BR) relativo colagenoso conjuntivo totalproteína %

100 x tecido

B =

% proteína total = teor de nitrogênio da amostra (g/100 g) x 6,25

Notas

O cálculo é diferente em alguns países, com base nos diferentes fatores de conversão de

nitrogênio e hidroxiprolina.

O limite de quantificação do método é de 0,030 µg/mL de hidroxiprolina na alíquota de

análise (com desvio-padrão relativo de 6,5%) e de 0,0075g/100g de hidroxiprolina na amostra

(DELLA TORRE et al., 2004). A curva-padrão abrange de 0,030 µg/mL a 2,718 µg/mL de

hidroxiprolina (limite superior com desvio-padrão relativo de 1,3%).

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Anexo 2

277

A confiabilidade do método é dada pelas equações que relacionam o teor de hidroxiprolina (H)

com a repetitividade (r) e a reprodutibilidade (R), e é calculada da seguinte maneira (AOAC,

1995):

r = 0,0131 + 0,0322 . H

R = 0,0195 + 0,0529 . H

A diferença entre dois valores calculados, obtidos simultaneamente no teste em duplicata pelo

mesmo analista, não devem exceder a diferença calculada de acordo com o valor de r

calculado.

Exemplo: Se o valor médio aritmético de 0,50 g/100 g de hidroxiprolina é obtido na

determinação da amostra em duplicata, a repetitividade é calculada como segue: r = 0,0131 +

0,0322 . 0,50 = 0,029. Portanto, para esta amostra, os resultados de duas determinações não

devem diferir por mais que ± 0,029% do valor médio de 0,50.

Referências bibliográficas

AOAC International. Official Methods of Analysis of the AOAC International. 16. ed.,

Arlington: AOAC International, 1995. Cap. 39 (Meat and Meat Products), p. 13-15.

DELLA TORRE, J. C. M.; LICHTIG, J.; BERAQUET, N.J. Validação do método

espectrofotométrico para quantificação do aminoácido hidroxiprolina em conservas de carne.

Rev. do Inst. Adolfo Lutz, v.63, n.1, 2004 (no prelo).