74
FEAD – Centro de Gestão Empreendedora Núcleo de Pós-Graduação e Pesquisa Mestrado Profissional em Administração PROTOCOLO PARA AUDITORIA DO PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA: UMA PROPOSTA ALINHADA À LEGISLAÇÃO BRASILEIRA Odilon Machado de Saldanha Júnior Belo Horizonte 2009

PROTOCOLO PARA AUDITORIA DO PROGRAMA DE · PDF filePPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ... necessário, e pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do programa para

  • Upload
    trannhu

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

FEAD – Centro de Gestão Empreendedora

Núcleo de Pós-Graduação e Pesquisa

Mestrado Profissional em Administração

PROTOCOLO PARA AUDITORIA DO

PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA:

UMA PROPOSTA ALINHADA

À LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Odilon Machado de Saldanha Júnior

Belo Horizonte

2009

Odilon Machado de Saldanha Júnior

PROTOCOLO PARA AUDITORIA DO

PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA:

UMA PROPOSTA ALINHADA

À LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional em

Administração da FEAD – Centro de Gestão

Empreendedora, como requisito para obtenção do títu lo de

Mestre em Administração.

Área de Concentração: Gestão Estratégica de Organizações

Linha de Pesquisa:

Organizações, Gestão e Mudanças

Orientadora: Dra. Íris Barbosa Goulart

Belo Horizonte

2009

Aos trabalhadores do Brasil,

que possam manter seus sentidos

ao levar sobre si o futuro.

COMO AGRADECER POR PRESENTES DE DEUS?

Íris,

Identidade particular, que com seu olhar sempre tornou leve

os novos caminhos da administração em minha vida.

Alice Penna, Ana Blanche, André Lage,

Carolina Funchal, Deborah Lorentz e Lídia Sucasas,

(essa ordem só poderia ser alfabética)

amor genuíno que nos torna amigos-irmãos, troca diária na caminhada.

Andréa Bazzolli,

totem que me ensina a viver o caos, amando com respeito e liberdade.

Mário Marco, Alice Penna e Hudson Couto,

por confiarem e abrirem portas.

Equipe OFÍCIO,

A empresa é uma ilusão. O que existe são pessoas, expectativas,

braços fortes que apóiam e me estimulam a continuar.

Em especial, à Lúcia, Deborah, André e Elaine que com

competência e carinho, se dedicaram para ajudar na conclusão deste trabalho.

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS .................................. ................................................................. 7

LISTA DE TABELAS .................................. ................................................................ 8

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................... ................................................. 9

RESUMO................................................................................................................... 10

ABSTRACT .......................................... ..................................................................... 11

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12

1.1. Justificativa ..................................... ......................................................................................... 15

1.2. Objetivos ......................................... ......................................................................................... 16 1.2.1. Objetivo Geral .................................................................................................................. 16 1.2.2. Objetivos Específicos ..................................................................................................... 16

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................... .................................................. 17

2.1. Programa de Conservação Auditiva................... ................................................................... 17 2.1.1. A Perda Auditiva Ocupacional ....................................................................................... 17 2.1.2. Definição e Objetivos do PCA ........................................................................................ 18 2.1.3. Legislação Brasileira relacionada ao PCA .................................................................... 18 2.1.4. Atividades do PCA .......................................................................................................... 20 2.1.5. Auditoria do PCA ............................................................................................................. 20

2.2. Auditoria ......................................... .......................................................................................... 23 2.2.1. Definição e Objetivos da Auditoria ................................................................................ 23 2.2.2. Método de Auditoria ........................................................................................................ 25

• Lista de Verificação de Auditoria .................................................................................. 27 • Metodologia de Aplicação da Auditoria ....................................................................... 28

3. PROTOCOLO PARA AUDITORIA DO PCA ................... ................................... 31

3.1. Lista de Verificação para Auditoria do PCA ... ........................................................................... 32

3.2. Metodologia de Aplicação do Protocolo para Auditori a do PCA ....................................... 34 3.2.1. Avaliação de Aplicabilidade ........................................................................................... 34 3.2.2. Verificação de Conformidade ......................................................................................... 35 3.2.3. Mensuração de Desempenho ......................................................................................... 37 3.2.4. Formulário ........................................................................................................................ 39

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................. ................................................. 40

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44

ANEXO A: FLUXOGRAMA DAS ATIVIDADES DO PCA ......... ............................... 47

ANEXO B: QUADRO DE ATIVIDADES, DEFINIÇÕES E ÁREAS E NVOLVIDAS NO PCA ........................................................................................................................... 48

ANEXO C: PROTOCOLO PARA AUDITORIA DO PCA .......... ................................ 50

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Modelo de Gestão pelo PDCA ................................................................... 25

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Critério de pontuação para Avaliação de Aplicabilidade ............................ 34

Tabela 2: Critério de pontuação para Verificação da Conformidade ......................... 36

9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAO American Academy of Otorrinolaringology

CA Certificado de Aprovação

CAT Comunicação de Acidente de Trabalho

CNRCA Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva

EPI Equipamento de Proteção Individual

INSS Instituto Nacional do Seguro Social

OHSAS Occupational Health Safety Assessment Series

OS Ordem de Serviço

NIOSH National Institute for Ocupational Safety and Health

NR Norma Regulamentadora

NPSE Nível de Pressão Sonora Elevado

PCA Programa de Conservação Auditiva

PCMSO Controle Médico de Saúde Ocupacional

PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

SGSSO Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional

WCB Workers Compensation Board of British Columbia

10

RESUMO

O Programa de Conservação Auditiva (PCA) visa prevenir ou estabilizar as perdas auditivas

ocupacionais por meio de um processo dinâmico, com oportunidades de melhoria contínua,

o qual desenvolve atividades planejadas e coordenadas entre as diversas áreas envolvidas

na organização. A auditoria do PCA é uma de suas atividades, e deve atuar como um

elemento de integração em que são reunidas e interpretadas as informações de todas as

outras atividades do programa. A ausência de um protocolo para auditoria do PCA alinhado

à legislação brasileira justifica a importância do presente trabalho. O objetivo deste trabalho

é desenvolver um protocolo para auditoria do PCA que esteja de acordo com os aspectos

previstos pela legislação brasileira. O protocolo constitui um sistema de auditoria para

análise situacional do desempenho do PCA nas organizações frente à legislação brasileira.

Destina-se a quantificar adequações e qualificar falhas no processo, subsidiando decisões

gerenciais para implantação de ações corretivas e de oportunidades de melhorias, bem

como comparar resultados em momentos subseqüentes. Poderá ser utilizado em auditoria

inicial de reconhecimento, durante o desenvolvimento das atividades do PCA, em períodos

predeterminados, após a implantação de melhorias, em processo de auditoria coorporativa

para certificações, para mensuração do capital intelectual, como rol de documentação para

organização de evidências de atendimento legal em relação ao PCA, e para fiscalização

pelos órgãos públicos. A utilização do presente protocolo para auditoria poderá representar

um grande avanço para a sistematização das ações relacionadas ao PCA nas organizações,

com foco nas exigências atuais da legislação brasileira.

Palavras Chave: perda auditiva provocada por ruído; conservação auditiva; auditoria.

11

ABSTRACT

The Hearing Conservation Program (HCP) aims to prevent or establish occupational hearing

losses based on a dynamic process with opportunities of continuous improvement, which

develops planning and coordinated activities between the areas involved in the organization.

The judgment is one of the HCP activities and must be an integrating component where all

information about the other program activities are joined and interpreted. The absence of a

HCP protocol based on Brazilian regulation justifies the importance of such study. The

objective of this work is to develop a HCP judgment protocol adapted for Brazilian regulation.

The protocol is a judgment system for situation analysis of the HCP performance in

organizations based on Brazilian regulation. It was elaborated to quantify adjustments and

qualify process fails providing management decisions for implementation of corrective

actions and improvement opportunities and compare follow up results as well. It will be able

to be applied in initial judgement for HCP improvement implementation, during the activities

development, after improvement implementation, during judgment for quality certification

process, for measurement of intellectual capital, as a roll of the organization of documents for

evidence of legal assistance in relation to HCP and for public inspection and surveillance.

The use of this judgment protocol may represent a great development for systematization of

HCP actions in organizations, with focus on the current Brazilian regulation.

Key words: Noise induced hearing loss; hearing conservation; judgment.

12

1. INTRODUÇÃO

Dentre todos os agentes que constituem riscos ocupacionais, o ruído surge como o

mais frequente e universalmente distribuído, atingindo um elevado número de

trabalhadores (COSTA, MORATA e KITAMURA, 2007). Tal fato resulta com que a

perda auditiva ocupacional seja, atualmente, considerada uma das doenças

ocupacionais mais frequentes no mundo (GONÇALVES e IGUTI, 2006).

Estudos nacionais e internacionais com trabalhadores expostos a ruído em diversos

ramos de atividades encontraram prevalências de perdas auditivas ocupacionais

variando entre 28% e 48% (MONLEY et al., MARTINS et al., 2001; HARGER e

BARBOSA-BRANCO, 2004; CORDEIRO et al., 2005).

O conjunto de atividades adotadas para a prevenção deste problema compõe o

Programa de Conservação Auditiva (PCA), que pode ser definido como um processo

dinâmico, com oportunidades de melhoria contínua, o qual desenvolve atividades

planejadas e coordenadas entre as áreas envolvidas na organização.

O PCA está fundamentado na legislação brasileira, em especial pela trabalhista, por

meio de suas Normas Regulamentadoras (NR) 6, 7, 9 e 15, e pela legislação

previdenciária, especialmente as Ordens de Serviço (OS) 608 e 621.

Sendo o PCA um dos programas do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde

Ocupacional (SGSSO), o seu adequado desenvolvimento é especialmente

13

importante por favorecer a obtenção da certificação da Occupational Health Safety

Assessment Series (OHSAS) 18.001.

As atividades básicas do PCA devem ser a Análise de Riscos para Perdas Auditivas

Ocupacionais, a Gestão de Diagnósticos Audiológicos, a Gestão de Medidas de

Controle Individual e Coletivo, a Gestão de Equipamentos de Proteção Individual, a

Gestão de Tributos Trabalhistas e Previdenciários, a Gestão do Conhecimento e a

Auditoria.

Todas as atividades do PCA devem estar integradas pois, faltando uma, inteira ou

em parte, a ação preventiva não se concretizará (COSTA, MORATA e KITAMURA,

2007).

Por meio do Fluxograma das Atividades do PCA, apresentado no Anexo A, pode-se

entender como tais mecanismos interagem entre si.

No Quadro de Atividades, Definições e Áreas Envolvidas no PCA, apresentado no

Anexo B, é possível verificar a amplitude do PCA, na medida em que abrange

diversas áreas de uma organização.

As atividades do PCA devem ser reavaliadas periodicamente visando ao

aprimoramento e à adequação em relação às modificações que possam ocorrer na

empresa, seja por demanda dos processos produtivos, seja pela reorganização do

trabalho, ou ainda, por mudanças da legislação ou dos riscos ocupacionais.

14

Essa constante reavaliação do programa, que poderá ocorrer por meio de

Auditorias, também tem o objetivo de estabelecer bases para o planejamento de

ações corretivas e fornecer subsídios para a tomada de decisões visando sua

melhoria contínua.

A auditoria do PCA deve atuar como um elemento de integração que reúne e

interpreta as informações de todas as outras atividades do programa. Portanto,

torna-se fundamental para o sucesso do mesmo, apontando não somente as não

conformidades e as oportunidades de melhorias como, também, podendo

caracterizá-lo como eficaz ou não por meio de indicadores de desempenho.

A necessidade desta reavaliação periódica do PCA é descrita pela OS 608 e pelo

Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva (CNRCA).

Sendo o PCA parte integrante do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

(PPRA), descrito na NR 9, as empresas são obrigadas a fazer, sempre que

necessário, e pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do programa para

avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes pertinentes, além do

estabelecimento de novas metas e prioridades.

Entre as listas de verificação1 para auditoria do PCA mais reconhecidas, podem ser

citadas as propostas da American Academy of Otorrinolaringology (AAO), do

Workers Compensation Board of British Columbia (WCB) e do National Institute for

Ocupational Safety and Health (NIOSH), a qual tem sido amplamente utilizada no

Brasil. 1 Tradução de “Check List”, que é uma expressão também muito utilizada em auditorias.

15

Entretanto, estes protocolos não atendem muitos aspectos da nossa realidade por

não estarem alinhados à legislação brasileira.

1.1. Justificativa

O presente trabalho tem sua importância científica justificada pela carência de

protocolos para auditoria do PCA alinhados à legislação brasileira. Acrescenta-se a

isto que o referido protocolo permite uma ligação entre o exercício da

Fonoaudiologia em empresas e a produção científica na Academia, constituindo

tema passível de discussão no âmbito da Administração e da Gestão de Pessoas.

Sendo este protocolo para auditoria do PCA, até então, único nessa proposta de

adequação, existe a possibilidade de que se torne uma fonte de consulta e subsídio

para outras pesquisas interessadas no tema, além de colaborar na atuação de

gestores de saúde e segurança, auditores e fiscais.

Este modelo de protocolo também poderá se reverter em benefícios para a gestão

do PCA, sendo uma ferramenta importante para mensurar seu desempenho em

relação ao atendimento da legislação brasileira e reavaliar as atividades do

programa que merecem ações corretivas ou oportunidades de melhoria.

A presente proposta foi elaborada pelo autor deste trabalho, que é Fonoaudiólogo,

especialista em Audiologia e Saúde do Trabalhador e atua há 12 anos como

consultor para implantação e desenvolvimento de PCA em empresas de diversas

regiões do país.

16

1.2. Objetivos

1.2.1. Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho é desenvolver um protocolo para auditoria do PCA que

esteja de acordo com os aspectos previstos pela legislação brasileira.

1.2.2. Objetivos Específicos

• Revisar protocolos para auditoria do PCA existentes, avaliando modelos de listas

de verificação e de critérios de mensuração de desempenho das atividades

desenvolvidas.

• Identificar as ações sobre conservação auditiva que devem ser implantadas nas

empresas, determinadas pela legislação brasileira.

• Interpretar a legislação e contextualizá-la em itens de controle que representem

a conformidade dos aspectos sobre PCA que devem ser implantados nas

empresas.

17

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A teoria que sustenta o presente trabalho se baseia na legislação brasileira sobre

conservação auditiva e na análise do conceito e das etapas do processo de

auditoria.

2.1. Programa de Conservação Auditiva

2.1.1. A Perda Auditiva Ocupacional

Costa, Morata e Kitamura (2007) relataram que, durante a atividade laboral, o

sistema auditivo pode ser atingido por diversos agentes agressores: o ruído intenso

em exposição continuada, a exposição a certos produtos químicos, o ruído de

impacto muito intenso e os traumatismos físicos, dentre os quais o barotrauma.

Cientes disso, Morata e Lemasters (1995) propuseram a utilização do termo "Perda

Auditiva Ocupacional", por ser mais abrangente, e considerando o ruído, sem

dúvida, como o agente mais comum, mas sem ignorar a existência de outros, com

todas as implicações que estes pudessem originar em termos de diagnóstico,

medidas preventivas, limites de segurança e legislação.

A Organização Mundial da Saúde estima que milhões de pessoas, em todo o

mundo, são portadoras de Perda Auditiva Ocupacional. No Brasil, é possível que

18

algumas centenas de milhares de trabalhadores estejam acometidos por esse

agravo (COSTA, MORATA e KITAMURA, 2007).

2.1.2. Definição e Objetivos do PCA

O PCA é um processo dinâmico, planejado e executado de forma coordenada entre

os diversos departamentos da empresa, que visa prevenir ou estabilizar as perdas

auditivas ocupacionais (BERNARDI e SALDANHA JR, 2003).

Bernardi e Saldanha Jr (2003, p.49-52) apontam como objetivos do PCA:

• Melhorar a qualidade de vida do trabalhador evitando a surdez e

reduzindo os efeitos extra-auditivos causados pela exposição a níveis

elevados de pressão sonora e outros agentes de risco para audição;

• Identificar empregados com patologias de orelhas e audição não

relacionadas ao trabalho, encaminhando-os para tratamento adequado;

• Diagnosticar precocemente os casos de perdas auditivas ocupacionais,

estabelecendo medidas eficazes, preservando a saúde dos trabalhadores;

• Adequar a empresa às exigências legais;

• Redução de custo da insalubridade com comprovação científica;

• Redução do custo com reclamatórias trabalhistas.

2.1.3. Legislação Brasileira relacionada ao PCA

A legislação trabalhista, por meio da NR 7, obriga todos os empregadores e

instituições que admitam trabalhadores como empregados a elaborarem e

implementarem o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO),

com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus

trabalhadores. Em seu Anexo I constam as diretrizes e parâmetros mínimos para a

avaliação e acompanhamento da audição em trabalhadores expostos a níveis de

19

pressão sonora elevados (NPSE), onde são apresentados diversos subsídios para o

desenvolvimento do PCA (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 1994).

A NR 9 obriga o empregador a implantar e a manter um PPRA que contempla o

monitoramento do ambiente de trabalho e implementa ações corretivas a nível

coletivo por meio de medidas de engenharia e segurança. Enquanto estas medidas

não forem implantadas, deverão ser tomadas medidas de caráter administrativo ou

de organização do trabalho e a utilização de Equipamentos de Proteção Individual

(EPI) (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 1994).

A NR 6 trata de aspectos relacionados a EPI, dentre os quais se destacam

fornecimento conforme o risco, Certificado de Aprovação (CA) e obrigações do

empregado e empregador (MOREIRA, 2007).

Já a NR 15 aborda sobre Atividades e Operações Insalubres e em seu Anexo I

estabelece os limites de tolerância para os trabalhadores expostos ao ruído contínuo

ou intermitente e no Anexo II para o ruído de impacto (MOREIRA, 2007).

A OS 608 relata que, se a empresa tiver NPSE como agente de risco levantado pelo

PPRA, o empregador deve organizar sob sua responsabilidade um PCA

(MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL, 1998).

A OS 621 preconiza que todo acidente do trabalho, doença profissional ou do

trabalho deverá ser comunicado pela empresa ao Instituto Nacional do Seguro

Social (INSS), sob pena de multa em caso de omissão. Dessa forma, a Perda

20

Auditiva Ocupacional é passível de emissão de Comunicação de Acidente de

Trabalho (CAT) (MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL, 1999).

2.1.4. Atividades do PCA

No Quadro de Atividades, Definições e Áreas Envolvidas no PCA (Anexo B) é

possível verificar a amplitude do programa, na medida em que envolve várias

atividades e diversos campos da organização. Tal quadro foi adaptado pelo autor

deste trabalho com base em sua experiência profissional e em achados da literatura

científica (BERNARDI e SALDANHA JR, 2003).

2.1.5. Auditoria do PCA

O PCA deve passar por reavaliações periódicas para determinar em que extensão

ele está realmente atuando, se está sendo eficaz ou se existem problemas que

precisam ser resolvidos para seu bom funcionamento (COSTA, MORATA e

KITAMURA, 2007).

Os mesmos autores relatam que uma das formas de avaliar o programa é conferir a

qualidade e a totalidade da execução de cada etapa em separado por meio de

auditorias periódicas. Desta forma, os pontos críticos poderão ser identificados e

passarão a ser alvos de medidas especiais de controle e atuação preventiva.

Tratando-se de cuidados voltados ao trabalhador, a NR 9 é clara ao obrigar o

empregador a manter um PPRA que avalia sistematicamente os riscos existentes

21

no local de trabalho e implementa ações corretivas para controle desses riscos

(CAVALLI, 2005). Tal análise pode ser feita por meio de auditoria, embora não

tenha uma citação explícita do termo nesta NR (ARAÚJO, et al., 2006).

A NR 9 prevê ainda, que uma análise global do PPRA deverá ser efetuada sempre

que necessário e pelo menos uma vez ao ano para avaliação do seu

desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas

metas e prioridades (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 1994).

A OS 608 afirma que, para o PCA alcançar seus objetivos, é necessário que sua

eficácia seja avaliada sistemática e periodicamente (MINISTÉRIO DA

PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL, 1998).

A OS 608 recomenda ainda o uso de uma lista de verificação para ser utilizada na

avaliação do PCA e que a mesma deve consistir na avaliação da perfeição e

qualidade dos componentes do programa, na avaliação dos dados do exame

audiológico e na opinião dos trabalhadores (MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E

ASSISTÊNCIA SOCIAL, 1998).

O Boletim nº 6 do CNRCA recomenda que, na elaboração do PCA, uma de suas

atividades seja a avaliação da abrangência, da qualidade dos componentes do

programa e dos resultados dos exames audiométricos individual e setorialmente

(COMITÊ NACIONAL DE RUÍDO E CONSERVAÇÃO AUDITIVA, 1999).

22

Até o momento, existem alguns modelos internacionais de lista de verificação para

auditoria do PCA. Dentre eles, podem ser destacados:

• American Academy of Otorrinolaringology (AAO)

Em 1988, a AAO propôs um modelo de lista de verificação para auditoria do PCA

que incluiu medição e análise da exposição do trabalhador ao ruído, controle do

ruído por medidas coletivas e individuais, instrução e motivação dos empregados às

práticas de conservação auditiva, avaliação dos trabalhadores e avaliação e

eficiência do programa (GONÇALVES e IGUTI, 2006).

• Workers Compensation Board (WCB) of British Columbi a

Em 1996, a Sound Advice elaborou uma proposta de lista de verificação para

auditoria do PCA que foi editada pela WCB. Tal protocolo contempla itens de

controle como medição do ruído, disponibilização de informação e treinamento aos

trabalhadores, soluções para o controle do ruído, uso de protetores auditivos,

identificação das áreas críticas de ruído, avaliação da audição dos trabalhadores e

revisão sobre a eficácia do programa (WORKERS COMPENSATION BOARD OF

BRITISH COLUMBIA, 1996).

• National Institute for Occupational Safety and Heal th (NIOSH)

O NIOSH criou em junho de 1996 uma lista de verificação para auditoria do PCA e

publicou sua revisão em outubro do mesmo ano. Apresenta-se dividida em oito

partes, são elas: acompanhamento da exposição ao ruído, controles administrativos

e de engenharia, avaliação audiométrica, uso de equipamentos de proteção auditiva,

educação e motivação dos trabalhadores, manutenção de registros, avaliação do

23

programa e auditoria (NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPACIONAL SAFETY AND

HEALTH, 1996).

Em seu estudo, Cavalli, Morata e Marques (2004, p. 376) utilizaram este instrumento

para a auditoria de 30 empresas em Curitiba e apontaram alguns problemas:

• Questões muito extensas, exigindo mais de duas respostas;

• Questões pouco objetivas que não proporcionam a obtenção da resposta

esperada;

• Questões não formuladas de acordo com a legislação trabalhista

brasileira, o que dificulta a classificação das respostas, como as que

excedem às exigências legais e as que não se aplicam a estes casos, por

relatarem situações específicas de cada empresa.

As autoras descrevem ainda que para o melhor aproveitamento destas questões faz-

se necessária adequação dos itens supracitados.

2.2. Auditoria

2.2.1. Definição e Objetivos da Auditoria

A palavra auditoria origina-se etimologicamente do latim auditore, significa ouvir e

caracteriza-se por um exame sistemático de fatos, com a confrontação de

documentos e registros das ações executadas, bem como pela observação de uma

atividade, elemento ou sistema (GONÇALVES, 2009).

24

A auditoria tem como objetivo verificar a adequação aos requisitos preconizados

pelas normas da empresa e leis vigentes, além de auxiliar na tomada de decisão de

ações e disposições planejadas (TERRERI, et al., 2003; GONÇALVES, 2009).

Segundo Cavalli, Morata e Marques (2004), a auditoria deve ser vista como um

processo educacional, de forma que as pessoas possam ver por meio dos

resultados as oportunidades de melhorias no sistema de forma geral.

Segundo Rebelo e Moraes (2006), para garantir a melhoria contínua de um

programa do SGSSO, inclusive o PCA, são necessárias avaliações periódicas, de

forma a evidenciar o atendimento à política, às diretrizes organizacionais e ao

atendimento aos requisitos legais, bem como os objetivos e as metas estabelecidos

pela alta administração. A revisão é necessária, uma vez que se trata de um

processo dinâmico, sujeito a contínuas mudanças, por meio da introdução de fatores

éticos, ambientais, mercadológicos, sociais e econômicos (REBELO e MORAES,

2006).

O já consolidado método PDCA de administração para a Qualidade Total, criado em

1920, é uma ferramenta cujo foco principal é a mudança em busca da melhoria

contínua. De forma que, a cada momento de “Checar”, que acontece nas auditorias,

é possível planejar ações futuras por meio de indicadores de conformidade que

foram levantados ao longo do ciclo anterior, proporcionando, assim, a manutenção

da qualidade e a revisão dos eventos organizacionais (ARAÚJO, 2008).

25

2.2.2. Método de Auditoria

Couto (1994) afirma que a auditoria do PCA deve ser realizada anualmente para

verificar as atividades do programa.

A auditoria pode ser realizada por empregado ou departamento de uma entidade,

configurando uma auditoria interna, ou por profissional habilitado ou empresa

especializada, ambos sem vínculo empregatício com a empresa auditada, dessa

forma caracterizando uma auditoria externa (GONÇALVES, 2009).

Na auditoria interna, o auditor deverá prestar contas diretamente à direção e terá

que ser alguém idôneo para que as pessoas que forem auditadas sintam confiança

nas não conformidades apresentadas e entendam a importância da mudança para a

Figura 1: Modelo de Gestão pelo PDCA

Fonte: ARAÚJO, 2008, p. 109.

26

melhoria do processo. É importante também que os superiores deste auditor

favoreçam as modificações, quando forem necessárias (GONÇALVES, 2009).

A conclusão da auditoria interna se dá por meio de relatórios e cartas de controle

interno (GONÇALVES, 2009).

No entanto, para a auditoria externa ser viabilizada é preciso que as empresas

mantenham seus controles internos eficazes, possibilitando assim a avaliação dos

procedimentos internos por outras empresas (GONÇALVES, 2009).

A conclusão da auditoria externa se dá por meio de um documento formal,

denominado “Parecer da Auditoria” (GONÇALVES, 2009).

Independentemente do tipo de auditoria, Terreri et al. (2003) ressaltam que o auditor

deve ter assegurados liberdade e acesso ao objeto auditado com o objetivo de que

suas atividades sejam desenvolvidas com eficácia e isenção e para que possa

produzir análises imparciais e de eficiência técnica.

Ao final de cada auditoria, a organização deve elaborar um plano de ação com as

medidas corretivas acordadas e providências estabelecidas de monitoramento, a fim

de assegurar a implementação satisfatória destas propostas (ARAÚJO, et al., 2006,

MELO, 2001).

O auditor, ao iniciar um trabalho de auditoria, deverá ter o cuidado de verificar o

plano de ação estabelecido anteriormente e se o mesmo foi atendido. Caso

27

contrário, a empresa deverá apresentar uma justificativa formal explicando as razões

das não realizações nos prazos estabelecidos. Isso porque, o atendimento ao plano

de ação é uma evidência forte de que a organização está comprometida com o

processo de melhoria contínua (ARAÚJO, et al. 2006).

Segundo Couto (1994), são três as etapas para realização de auditorias: a

elaboração da lista de verificação de auditoria, a verificação de conformidade e a

elaboração do relatório de auditoria.

• Lista de Verificação de Auditoria

Segundo Couto (1994), é recomendável elaborar uma lista de verificação a fim de

orientar a condução da auditoria e para padronização dos registros e das evidências

objetivas encontradas, além de ajudar a recordar os requisitos verificados

contribuindo para a elaboração do relatório final.

Tal lista pode ser elaborada a critério do auditor e deve apresentar itens de controle

objetivos e fundamentadas na legislação (ARAÚJO, et al., 2006).

Couto (1994) afirma que a utilização da lista de verificação durante o processo de

auditoria é uma técnica interessante, na medida em que viabiliza a elaboração do

relatório ainda em campo e, caso surjam dúvidas, estas poderão ser solucionadas

durante o período de presença da equipe de auditoria na empresa. Contudo,

ressalta que as informações e observações do relatório final não precisam se limitar

à lista de verificação (COUTO, 1994).

28

• Metodologia de Aplicação da Auditoria

A metodologia de aplicação geralmente se compõe pela avaliação da aplicabilidade,

verificação da conformidade e mensuração de desempenho do sistema a ser

auditado.

Para a avaliação da aplicabilidade é comum a utilização dos termos “Aplicável” e

“Não Aplicável”.

O termo “Aplicável” é utilizado quando determinado conceito ou ação se enquadra a

algum tipo de norma da organização, seja ela interna ou externa. Já o termo “Não

Aplicável”, é usado quando não é possível adaptar-se à norma, totalmente ou em

parte (FERREIRA, 2006).

Já na verificação da conformidade, o auditor deve ter o cuidado de procurar uma

evidência antes de estabelecer uma não conformidade. Logo, o processo de

auditoria não pode se basear em avaliações subjetivas, sem fundamentação técnica

ou legal (ARAÚJO et al., 2006).

O termo “Conforme” é usado quando os parâmetros avaliados na entidade estão de

acordo com o proposto na legislação brasileira e normas internas da empresa,

enquanto que o termo “Não Conforme” é utilizado quando for verificada pelo auditor

uma deficiência ou não-concordância ou ainda na ausência de procedimentos ou

documentos (REBELO e MORAES, 2006).

29

O termo “Evidência de Auditoria” se reporta aos registros, apresentação de fatos ou

outras informações, verificáveis no processo de auditoria (REBELO e MORAES,

2006).

Rebelo e Moraes (2006, p. 357) ressaltam que os registros de evidências dependem

do escopo e complexidade da auditoria, com possibilidade de se considerar:

a) Entrevistas com empregados e outras pessoas;

b) Observações das atividades e ambiente e condições de trabalho;

c) Análise de documentos: política, objetivos, procedimentos, licenças,

permissão para trabalho, desenhos, contratos, acordos ou convenções

coletivas de trabalho;

d) Registros, como registros de inspeção, minutas de reuniões, relatórios

de auditoria, registros de monitoramento de programas e resultados de

medições;

e) Resumos de dados, análises e indicadores de desempenho;

f) Informações sobre os programas de amostragem do auditado e sobre

procedimentos para controle de amostragem e processos de medição;

g) Relatórios de outras fontes: realimentação de clientes e outras partes

interessadas, notificações ou autuações do Ministério do Trabalho e

Emprego, outros;

h) Bancos de dados informatizados e internet.

O termo “Oportunidade de Melhoria” pode ser usado sempre que o auditor ou perito

verifica que a ação avaliada pode ser melhorada (ARAÚJO, 2008).

A mensuração de desempenho é um importante instrumento estratégico que pode

contribuir para a melhoria da organização, sistema e/ou programa (ARAÚJO, 2008).

Nas auditorias também é comum a utilização de sistemas de pontuação para

mensuração de resultados, podendo citar o modelo do Sistema DIAG (LOPES e

30

QUELHAS, 2006), e os modelos referidos por Couto (1994) e por Rebelo e Moraes

(2006).

Uma vez abordados esses aspectos teóricos, passa-se à apresentação do protocolo

para auditoria do PCA proposto.

31

3. PROTOCOLO PARA AUDITORIA DO PCA

É um sistema de auditoria para análise situacional do desempenho do PCA nas

organizações em relação à legislação brasileira. Destina-se a quantificar

adequações e qualificar falhas no processo, subsidiando decisões gerenciais para

implantação de ações corretivas e de oportunidades de melhorias, bem como para

comparar resultados em momentos subsequentes.

Esse protocolo poderá ser usado:

• Em auditoria inicial de reconhecimento;

• Durante o desenvolvimento das atividades do PCA, em períodos

predeterminados (semestral ou no máximo anualmente);

• Após a implantação de melhorias;

• Em processo de auditoria corporativa para certificações, como por exemplo,

da OHSAS 18.001;

• Para mensuração do capital intelectual em aquisições ou fusões

empresariais;

• Como rol de documentação para organização de evidências de atendimento

legal em relação ao PCA;

• Para fiscalização pelos órgãos públicos (Ministério da Saúde, Ministério da

Previdência e Assistência Social, Ministério Público e Ministério do Trabalho e

Emprego).

32

Essa proposta poderá ser aplicada por auditores internos ou externos junto aos

profissionais das áreas envolvidas com o PCA na organização, sendo pressuposta a

utilização integral do protocolo.

O protocolo para auditoria do PCA está apresentado em um formulário composto por

uma lista de verificação e metodologia de aplicação que, a seguir, serão descritas.

3.1. Lista de Verificação para Auditoria do PCA

A lista de verificação proposta está organizada pelas atividades desenvolvidas pelo

PCA:

• Análise de Riscos para Perdas Auditivas Ocupacionais;

• Gestão de Diagnósticos Audiológicos;

• Gestão de Medidas de Controle Individual;

• Gestão de Medidas de Controle Coletivo;

• Gestão de Equipamentos de Proteção Individual;

• Gestão de Tributos Trabalhistas e Previdenciários;

• Gestão do Conhecimento;

• Auditoria.

Para cada atividade do programa são apresentados diversos itens de controle

passíveis de serem auditados de acordo com as principais legislações brasileiras

relacionadas ao PCA:

• Legislação Trabalhista: NR 6, 7, 9 e 15;

• Legislação Previdenciária: OS 608 e 621.

33

A apresentação da lista de verificação no formulário do protocolo, conta com os itens

de controle numerados e dispostos na coluna com título: "Apresente evidências que

comprovam a conformidade com a legislação brasileira em relação à(ao)".

É importante ressaltar que na lista de verificação proposta:

• Os itens de controle são caracterizados por um assunto e se dividem

internamente por subitens que os compõem;

• Todos os itens de controle são referenciados por uma ou mais legislações, as

quais são descritas na coluna “Referência Legal”;

• Estão apresentadas as interpretações do autor sobre a intenção dos

legisladores, pelas quais se tornaram, muitas vezes, necessárias decisões em

relação ao atendimento de uma lei ou outra, frente às divergências legais

existentes;

• As legislações foram respectivamente valorizadas pela hierarquia das normas

jurídicas2, pelas legislações tecnicamente mais abrangentes e/ou com caráter

mais preventivo;

• Deverão ser realizadas revisões à medida que são introduzidos novos

aspectos legais, pois a lista apresentada contempla aspectos da legislação

brasileira atual.

2 Segundo Pereira (2005), para Segurança e Saúde Ocupacional no Brasil, há um encadeamento hierárquico de

três espécies normativas, em nível de subordinação descendente, quais sejam: Constituição (norma hierárquica

superior), Lei ou norma equiparada (espécie normativa mediadora) e Normas de Higiene (que explicitam o

conteúdo dos deveres criados em lei).

34

3.2. Metodologia de Aplicação do Protocolo para Aud itoria do PCA

A metodologia de aplicação do protocolo para auditoria do PCA compõe-se por três

etapas:

• Avaliação da Aplicabilidade;

• Verificação da Conformidade;

• Mensuração de Desempenho do PCA.

3.2.1. Avaliação de Aplicabilidade

Esta primeira etapa consiste na avaliação da aplicabilidade dos itens de controle

propostos pela lista de verificação para auditoria do PCA na organização a ser

auditada.

Consideram-se os conceitos: “Aplicável” e “Não Aplicável”.

Para a avaliação da aplicabilidade, a descrição de seus conceitos e o critério de

pontuação são:

Conceito

Descrição

Pontuação

Aplicável

O Item de Controle se Aplica à Organização

3

Não Aplicável

O Item de Controle Não se Aplica à Organização

0

Tabela 1: Critério de pontuação para Avaliação de Aplicabilidade

35

Por meio dessa pontuação, os itens de controle com o conceito “Não Aplicável”

deixam de ser considerados na mensuração de desempenho do PCA.

3.2.2. Verificação de Conformidade

Esta segunda etapa consiste na verificação da conformidade dos itens de controle

da lista de verificação para auditoria do PCA com a legislação brasileira na

organização a ser auditada.

Para todos os itens de controle da lista de verificação são propostos, entre colchetes

([...]), documentos onde devem ser procurados registros das evidências de auditoria:

• Formulário(s);

• Certificado(s);

• Notificação(ões);

• Relatório(s);

• Procedimento(s) Interno(s);

• Exame(s) audiométrico(s) individual(is) ou em sequência;

• Encaminhamento(s);

• Prontuários Médicos;

• Outros.

Consideram-se os conceitos: “Conformidade”, “Implantação com Oportunidades de

Melhorias”, “Implantação Inadequada” e “Não Conformidade”.

36

Para a verificação da conformidade, a descrição de seus conceitos e o critério de

pontuação são:

Conceito

Descrição

Pontuação

Conformidade

Implantado Adequadamente 3

Implantação com

Oportunidades de Melhorias

Implantado com Oportunidades de Melhorias

2

Implantação Inadequada

Parcialmente Implantado, Necessita de Ações Corretivas

1

Não conformidade

Não Implantado 0

Tabela 2: Critério de pontuação para Verificação da Conformidade

Em relação à verificação da conformidade, é importante ressaltar que:

• Os conceitos “Conformidade” e “Implantação com Oportunidades de

Melhorias” descrevem situações de atendimento integral, enquanto que

“Implantação Inadequada” e “Não Conformidade” caracterizam inadequações

em relação à legislação brasileira. É desejável que exista uma gradação de

resultados como forma de estímulo ao progresso nas questões auditadas.

• A lista de verificação de auditoria proposta apresenta a interpretação do autor

sobre a intenção dos legisladores. Portanto, em caso de dúvidas, o auditor

deverá recorrer à legislação descrita na coluna “Referência Legal” ou em

outras fontes e fazer seu próprio julgamento sobre a conformidade.

• Da mesma forma, o auditor estará livre para buscar outros registros de

evidências para os itens de controle da lista de verificação, além dos

propostos pelo autor, descritos entre colchetes ([...]).

37

• Cada item de controle se compõe pelo conjunto dos seus subitens. Portanto,

somente deverá ser considerada conformidade quando houver o atendimento

de todos os subitens de um mesmo item de controle.

• Nas situações “Implantação com Oportunidades de Melhorias”, “Implantação

Inadequada” e “Não Conformidade”, devem ser descritas as propostas de

ações corretivas no espaço determinado para esse fim, no final do formulário

do protocolo para auditoria do PCA. Contudo, as informações e observações

do relatório final não precisam se limitar à lista de verificação.

• Deverá ser considerado o período desde última auditoria ou início da

implantação do PCA.

3.2.3. Mensuração de Desempenho

Esta terceira etapa consiste na mensuração do desempenho de cada atividade e

do desempenho global do PCA na organização a ser auditada.

Trata-se de conclusões quantitativas, com a apresentação dos resultados

expressos em porcentagem (%), em relação ao atendimento da legislação

brasileira.

Para mensuração de desempenho de cada atividade do PCA, em seu respectivo

formulário, é proposto:

1. Soma-se o total de pontos da coluna “Aplicabilidade”;

2. Soma-se o total de pontos da coluna “Conformidade”;

38

3. Aplica-se a equação:

Total de pontos da coluna “Conformidade” x 100 ______________________________________________________________

Total de pontos da coluna “Aplicabilidade”

Já para a mensuração de desempenho global do PCA, em seu respectivo

formulário, considerando o total de pontos de todas as atividades é proposto:

1. Soma-se o total de pontos da coluna “Total de Aplicabilidade”;

2. Soma-se o total de pontos da coluna “Total de Conformidade”;

3. Aplica-se a equação:

Total de pontos da coluna “Total de Conformidade” x 100 ________________________________________________________________________

Total de pontos da coluna “Total de Aplicabilidade”

Sobre a mensuração de desempenho do PCA é importante ressaltar que:

• Não existiu por parte do autor a intenção de creditar valores diferenciados de

importância para os itens de controle da lista de verificação, ou mesmo das

atividades do PCA, uma vez que todos tratam de requisitos legais. Ou seja,

cada item de controle, tanto na mensuração de desempenho de cada

atividade quanto na mensuração de desempenho global do PCA, tem o

mesmo impacto quantitativo nas médias de resultado.

39

• A conclusão quantitativa deve se somar com a análise qualitativa das

situações de “Implantação com Oportunidades de Melhorias”, “Implantação

Inadequada” e “Não Conformidade”, que serão descritas no formulário.

3.2.4. Formulário

O formulário do protocolo para auditoria do PCA está apresentado no Anexo C.

40

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo de encerramento são propostas algumas reflexões:

Sobre a Sistemática Atual de Auditoria para o PCA

É comum encontrarmos situações nas quais os protocolos ainda vislumbram

auditorias voltadas para as atividades que servem de feedback para o PCA, sendo

valorizados, exclusivamente, aspectos técnicos sobre a realização de exames

audiométricos (calibração de audiômetro, habilitação do profissional que realiza os

exames, por exemplo), monitoramento ambiental (calibração dos dosímetros) e

periodicidade das auditorias. Nesta situação, ficam excluídas as verdadeiras

atividades preventivas, isto é, as Medidas de Controle Coletivo e Individual, os EPI e

a Gestão do Conhecimento.

Outro ponto a ser levantado é que muitas organizações ainda levam em conta os

dados auditivos como indicador único da efetividade das ações do PCA na empresa.

No entanto, para uma completa avaliação do PCA, torna-se necessário mensurar o

desempenho frente à legislação brasileira e resultados dessas atividades, como, por

exemplo, o alcance dos treinamentos na população de trabalhadores, o número de

medidas de controle para redução da exposição ao ruído desenvolvidas e o

conhecimento e envolvimento dos trabalhadores nos processos relativos à

conservação auditiva.

41

Sobre os Protocolos Internacionais de Auditoria par a o PCA

Na pesquisa realizada, todos os protocolos para auditoria do PCA encontrados

apenas apresentaram listas de verificação, sem propor nenhuma referência a

modelos de mensuração de resultados, apesar das vantagens que essas análises

podem proporcionar para melhoria contínua dos programas.

Tais protocolos, embora sejam amplamente utilizados no Brasil e terem se tornado

base de diversos estudos, enfatizam, principalmente, elementos de formalismo da

gestão em detrimento de aspectos alinhados à legislação brasileira.

Esse fato pode ser a justificativa de certa “estranheza” ao nos depararmos com os

resultados da aplicação desses modelos, isto é, uma determinada organização pode

atender todos os itens de controle de determinado assunto de um protocolo, sem

necessariamente ter atendido nenhuma premissa legal.

Tal situação possivelmente gera o desestímulo de diversas organizações para

manterem um processo de auditorias periódicas.

A Auditoria Interna como Ferramenta para o Sucesso do PCA

Durante o desenvolvimento do PCA, as atividades se tornam mais complexas, com

mais interações que determinam o envolvimento progressivo com áreas da

organização e, consequentemente, com a alta direção. Logo, o processo de

auditoria interna do programa não deve ficar aprisionado em setores de base.

42

No início da Implantação do PCA, enquanto as soluções têm demandas menos

elaboradas e envolvem atividades relacionadas a diagnósticos, gestão de EPI e

treinamento, o processo de auditoria pode ser coordenado por gerentes de áreas

como a Medicina, Engenharia de Segurança do Trabalho ou Recursos Humanos.

Já com a implantação de atividades mais desenvolvidas, as medidas de controle

coletivo, por exemplo, que causam muitas vezes o redimensionamento da

organização do trabalho e demandam investimentos maiores com a implantação de

métodos de proteção em equipamentos, faz-se necessária a coordenação da

auditoria do PCA pela gerência de área industrial como uma estratégia fundamental

para se atingir esses objetivos.

Em programas maduros, ao se tratar das atividades do PCA de maior

complexidade, que demandam maior integralidade de gestão, como a atividade

relacionada à gestão de tributos trabalhistas e previdenciários relacionados à

segurança do trabalho, torna-se conveniente a proposição da coordenação da

auditoria para a alta administração.

Portanto, diante das questões apresentadas e da experiência do autor deste

trabalho, conclui-se que é fundamental para o sucesso da gestão do PCA, que a

coordenação das auditorias internas siga a escala de poder nas organizações.

43

Sobre a proposta de Protocolo de Auditoria para o P CA

Embora a legislação brasileira tenha obtido grande avanço nas últimas duas

décadas no que diz respeito às ações relacionadas à conservação auditiva nos

ambientes de trabalho, ainda hoje muitas empresas não possuem o conjunto de

ações coordenadas de forma necessária para garantir a eficácia do PCA, tanto do

ponto de vista preventivo, quanto no que diz respeito à atenção à legislação.

A utilização do presente protocolo poderá representar um grande avanço para a

sistematização das ações relacionadas ao PCA nas organizações com foco nas

exigências atuais da legislação brasileira.

44

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, GM. Sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional OHSAS 18.001/2007 e OIT SSO/2001 comentado e comparado . Rio de Janeiro: Gerenciamento Verde Editora, 2008. p. 108-109.

ARAÚJO, GM et al. Elementos do Sistema de Gestão de SSO - OHSAS 18.001. In: ARAÚJO, GM. Sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional OHSAS 18.001 e ISM code comentado . Rio de Janeiro: Gerenciamento Verde Editora, 2006. p. 147-315. BERNARDI, APA; SALDANHA JR, OM. Construindo o Programa de Conservação Auditiva. In: BERNARDI APA (Org.). Conhecimentos essenciais para atuar bem em empresas: Audiologia ocupacional. São José dos Campos: Pulso Editorial, 2003. p. 49-65. BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social. OS/INSS nº608, de 05/08/1998. Norma Técnica sobre Perda Auditiva Neur ossensorial por Exposição Continuada a Níveis Elevados de Pressão S onora de Origem Ocupacional. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 19/08/1998. —. OS/INSS nº621, de 05/05/1999 . Manual de Instruções para Preenchimento da Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 07/05/1999. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria GM/SSSTb nº24, de 29/12/1994. Altera o texto da Norma Regulamentadora n°7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 30/12/1994. —. Portaria GM/SSSTb nº25, de 29/12/1994 . Altera o texto da Norma Regulamentadora n°9 - Programa de Prevenção de Risc os Ambientais. Brasília: Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 30/12/1994. CAVALLI, RCM. Análise Comparativa entre Programas de Conservação Auditiva. In: MORATA, TC; ZUCKI, F (Org.) Caminhos para saúde auditiva: ambiental – ocupacional. São Paulo: Plexus Editora, 2005. p. 95-107. CAVALLI, RCM; MORATA, TC; MARQUES, JM. Auditoria dos programas de prevenção de perdas auditivas em Curitiba. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, p. 368-77, mai/jun 2004. COMITÊ NACIONAL DE RUÍDO E CONSERVAÇÃO AUDITIVA. Boletim nº 6 - Diretrizes Básicas de um Programa de conservação Au ditiva . São Paulo: Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva, 1999. 3 p.

45

COSTA, EA; MORATA, TC; KITAMURA, S. Patologia do ouvido relacionada com o trabalho. In: MENDES, R. Patologia do trabalho. 2 ed atual ampl. São Paulo: Atheneu, 2007. p. 1253-93. CORDEIRO, R et. al. A. Exposição ao ruído ocupacional como fator de risco para acidentes de Trabalho . Rev. Saúde Pública 2005; 39:461-6. COUTO, HA. Auditoria. In: ________. Qualidade e excelência no gerenciamento dos serviços de higiene, segurança e medicina do tr abalho . Belo Horizonte: Ergo Editora, 1994. p. 325-41. FERREIRA, ABH. Mini Aurélio: O Dicionário da Língua Portuguesa. 6ª ed rev e atual. Curitiba: Positivo, 2006. GONÇALVES, AP. Auditoria sem mitos . Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/auditoria_sem_mitos/28693. Acesso em 07 de Julho de 2009. GONÇALVES, CGO; IGUTI, AM. Análise de programas de prevenção da audição em quatro indústrias metalúrgicas de Piracicaba. Caderno Saúde Pública. v. 22, p. 90-102, 2006. HARGER, MRHC; BARBOSA-BRANCO, A. Efeitos auditivos decorrentes da exposição ocupacional ao ruído em trabalhadores de marmorarias no Distrito Federal. Rev Assoc Med Bras. 2004; 50(4):396-99. LOPES, JL; QUELHAS, OLG. Diagnóstico para implantação de sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional. XIII SIMPEP, 06 a 08 de Novembro de 2006. MARTINS, AL et al. Perda auditiva em motoristas e cobradores de ônibus . Rev Bras Otorrinolaringol. 2001;67:467-73. MELO, MBFV. Influência da cultura organizacional no sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho em empresas . Tese (Doutorado em Engenharia de Produção). Florianópolis: Universidade de Santa Catarina, 2001. MONLEY, P et al. Hearing impairment in the western Australian noise exposed population. Aust J Audiol. 1996;18:59-71. MORATA, TA; LEMASTERS, GK. Epidemiologic considerations in the evaluation of occupacional hearing loss. Occupational medicine: State of the art reviews III, v. 10, p. 641-56, 1995. MOREIRA, EN. O programa de conservação auditiva como ferramenta de gestão da saúde auditiva na indústria de embalagens de papelão ondulado . Tese (Mestrado em Gestão Integrada em Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente). São Paulo: Centro Universitário SENAC SP, 2007.

46

NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPACIONAL SAFETY AND HEALTH. Preventing occupational hearing loss - A pratical guide. Revis ed October 1996. US Department of Health and Human Services - Centers for Disease Control and Prevention, October 1996. PEREIRA, AD. Tratado de segurança e saúde ocupacional: aspectos técnicos e jurídicos. São Paulo: Editora LTR, v. 1, p.114, 2005.

REBELO, ARC; MORAES, G. Elementos de um Processo de Auditoria. In: ARAÚJO, GM. Sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional OHSAS 18.001 e ISM code comentados . Rio de Janeiro: Gerenciamento Verde Editora, 2006. p. 319-454. TERRERI, LP et al. Os fonoaudiólogos e a Auditoria: uma necessidade at ual. Jornal do Conselho Federal de Fonoaudiologia, abr 2003. Disponível em <http://www.fonoaudiologia.org.br/JORNAL/JORN-17/17-audit.pdf. Acesso em 21 de maio de 2009. WORKERS' COMPENSATION BOARD OF BRITISH COLUMBIA. Sound Advice: Hearing Conservation Programs. National Library of Canada Cataloguing in Publication Data, 1996.

47

ANEXO A: Fluxograma das Atividades do PCA

48

ANEXO B: Quadro de Atividades, Definições e Áreas E nvolvidas no PCA

Atividade

Definição

Áreas Envolvidas com o PCA

1. Análise de Riscos

para Perdas Auditivas Ocupacionais

Avaliação da exposição dos trabalhadores a riscos

ocupacionais que possam gerar perdas auditivas.

Administração

Segurança do Trabalho Higiene Ocupacional Medicina do Trabalho

Enfermagem do Trabalho Fonoaudiologia Trabalhadores

2. Gestão de Diagnósticos Audiológicos

Estabelecimento dos diagnósticos nosológicos

individuais, evolutivos e coletivo.

Medicina do Trabalho

Enfermagem do Trabalho Fonoaudiologia

Otorrinolaringologia Outros Especialistas

Informática

3. Gestão de Medidas de Controle

Individual

Acompanhamento dos casos

de desencadeamentos ou agravamentos, com vistas à prevenção ou estabilização

das perdas auditivas ocupacionais.

Administração Segurança do Trabalho

Higiene Ocupacional Medicina do Trabalho

Enfermagem do Trabalho Fonoaudiologia

4. Gestão de Medidas de Controle

Coletivo

Trata-se da redução da exposição dos trabalhadores

aos riscos para perdas auditivas ocupacionais, por

meio de medidas de controle ambiental e administrativas,

conforme os setores ou funções críticas apontados na Análise de Riscos para Perdas Auditivas Ocupacionais e na

Gestão de Diagnósticos Audiológicos.

Administração

Segurança do Trabalho Higiene Ocupacional Engenharia Acústica Medicina do Trabalho

Enfermagem do Trabalho Fonoaudiologia

Treinamento Comunicação

CIPA Trabalhadores Manutenção

Planejamento Compras

49

Atividade

Definição

Áreas Envolvidas com o PCA

5. Gestão de Equipamentos de

Proteção Individual

Indicação científica, documentação de entrega,

treinamento e fiscalização de uso dos EPI, conforme a

Análise de Riscos para Perdas Auditivas Ocupacionais.

Administração

Segurança do Trabalho Higiene Ocupacional Medicina do Trabalho

Enfermagem do Trabalho Fonoaudiologia

CIPA Trabalhadores

Compras Almoxarifado

6. Gestão de Tributos Trabalhistas

e Previdenciários

Trata-se do planejamento o

qual visa comprovar que, por meio de da Gestão de

Medidas de Controle Coletivo ou de Equipamentos de Proteção Individual, os

trabalhadores estão com exposição abaixo dos limites

de tolerância.

Administração Recursos Humanos

Segurança do Trabalho Higiene Ocupacional Medicina do Trabalho

Enfermagem do Trabalho Fonoaudiologia

7. Gestão do Conhecimento

Atividades de treinamento, comunicação e documentação das ações desenvolvidas pelo

programa

Administração Segurança do Trabalho

Higiene Ocupacional Medicina do Trabalho

Enfermagem do Trabalho Fonoaudiologia

Treinamento Comunicação

Informática CIPA

Trabalhadores

8. Auditoria Análise crítica de todas as atividades do PCA

Auditoria Externa

Auditoria Interna:

Administração Segurança do Trabalho

Higiene Ocupacional Medicina do Trabalho

Enfermagem do Trabalho Fonoaudiologia

50

ANEXO C: Protocolo para Auditoria do PCA

51

52

53

54

55

56

57

58

59

60

61

62

63

64

65

66

67

68

69

70

71

72

73

74