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PROVA MAGISTRATURA TJSP 2015 COMENTADA ESTRATÉGIA CONCURSOS

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juiz/

PROVA MAGISTRATURA TJSP 2015

COMENTADA

Questão 01

Em matéria de ilicitude dos atos jurídicos, e correto afirmar que

(A) o termo a quo da correção monetária na indenização por ato ilícito e a

data do efetivo prejuízo, enquanto que na indenização por dano moral e a

data do seu arbitramento.

(B) o descumprimento da prática convencional da pos-datacao não retira a

obrigação do sacado de efetuar o pagamento de título de crédito a vista e

não gera indenização por responsabilidade civil do beneficiário.

(C) a pessoa jurídica de direito público não tem direito a indenização por

dano moral.

(D) depende de prova do prejuízo a indenização pela publicação não

autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.

Comentários

A alternativa A está correta, em conformidade com a Súmula 43 e a Súmula

362 do STJ, respectivamente.

A alternativa B está incorreta, de acordo com a jurisprudência assentada no STJ: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS EM RAZÃO DA

APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DE CHEQUE PRÉ-DATADO, ENSEJANDO A

INSCRIÇÃO DO NOME DO EMITENTE NO BANCO CENTRAL - PROCEDÊNCIA - PROVA DO DANO - DESNECESSIDADE - INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO N. 83/STJ

- QUANTUM INDENIZATÓRIO - RAZOABILIDADE (AgRg no REsp 1222180/AL)

A alternativa C está correta, como se assentou no STJ: A pessoa jurídica de

direito público não tem direito à indenização por danos morais relacionados à

violação da honra ou da imagem (REsp 1.258.389/PB).

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A alternativa D está incorreta, novamente, já se tendo assentado tal entendimento no STJ: Em se tratando de direito à imagem, a obrigação da

reparação decorre do próprio uso indevido do direito personalíssimo, não havendo de cogitar-se da prova da existência de prejuízo ou dano. O dano é a própria

utilização indevida da imagem, não sendo necessária a demonstração do prejuízo

material ou moral (REsp 267.529/RJ).

Questão 02

Em tema de outorga marital ou uxória, e correto afirmar que

(A) e valida a fiança prestada durante união estável sem anuência do

companheiro, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça.

(B) o fiador tem legitimidade para arguir a invalidade da garantia fidejussória

independentemente de tal consentimento.

(C) a assinatura do cônjuge, na qualidade de testemunha instrumental do

contrato, supre a outorga exigida na garantia fidejussória, conforme o

entendimento do Superior Tribunal de Justiça.

(D) e exigível em todos os regimes de bens, e sua ausência implica ineficácia

total do contrato.

Comentários

A alternativa A está correta, conforme jurisprudência do STJ: DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL. DIREITO DE FAMÍLIA. CONTRATO DE LOCAÇÃO. FIANÇA.

FIADORA QUE CONVIVIA EM UNIÃO ESTÁVEL. INEXISTÊNCIA DE OUTORGA UXÓRIA. DISPENSA. VALIDADE DA GARANTIA. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA

N. 332/STJ (REsp 1299866/DF)

A alternativa B está incorreta, segundo o julgado a seguir: LOCAÇÃO.

PRORROGAÇÃO POR PRAZO INDETERMINADO. FIANÇA. OUTORGA UXÓRIA. LEGITIMIDADE RESTRITA AO CÔNJUGE NÃO CONTRATANTE (AgRg no Ag

1134564/RJ).

A alternativa C está incorreta, segundo o entendimento pacificado na corte:

AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA QUANTO AOS TERMOS DA FIANÇA

PRESTADA POR CÔNJUGE. ASSINATURA LANÇADA NO CONTRATO DE LOCAÇÃO NA QUALIDADE DE TESTEMUNHA INSTRUMENTÁRIA. IMPOSSIBILIDADE DE

PRESUMIR A OUTORGA UXÓRIA. SÚMULA 332/STJ (REsp 1185982/PE).

A alternativa D está incorreta, nos termos do art. 1.647, inc. III: “Ressalvado o

disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro,

exceto no regime da separação absoluta, prestar fiança ou aval”.

Questão 03

Acerca dos alimentos, e correto afirmar que

(A) considerando que se extingue o poder familiar pela maioridade (art.

1.635 do Código Civil), cessa desde logo o dever de prestar alimentos,

dispensada decisão judicial a esse respeito.

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(B) a obrigação alimentar dos ascendentes e subsidiaria a obrigação

alimentar entre irmãos, germanos ou unilaterais.

(C) o débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante e o que compreende as prestações que se vencerem no curso do processo.

(D) se o cônjuge declarado culpado pela separação judicial vier a necessitar

de alimentos e não tiver aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será

obrigado a assegura-los, desde que inexistam parentes na condição de

presta-los, limitados ao quantum indispensável a sobrevivência.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pacificado há tempos que a exoneração depende

de decisão judicial, não sendo automática a cessação do dever alimentar.

A alternativa B está incorreta, na dicção do art. 1.697: “Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão

e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais”.

A alternativa C está incorreta, na forma do art. 528, §3º do CPC: “Se o

executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1o, decretar-lhe-á

a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses”.

A alternativa D está correta, conforme o art. 1.704, parágrafo único: “Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e não tiver parentes

em condições de prestá-los, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será

obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o valor indispensável à sobrevivência”.

Questão 04

No que tange aos direitos da personalidade, assinale a alternativa correta.

(A) A transmissão da palavra de determinada pessoa poderá, sempre e em

qualquer circunstância, ser proibida a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingir a honra ou se destinada a fins

comerciais.

(B) O pseudônimo licitamente utilizado goza da proteção que se dá ao nome.

(C) A proteção dos direitos da personalidade aplica-se igualmente às pessoas

jurídicas.

(D) É garantia legal a irrestrita liberdade de disposição do próprio corpo.

Comentários

A alternativa A está incorreta, nos termos do art. 20: “Salvo se autorizadas, ou

se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição

ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu

requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a

honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais”.

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A alternativa B está correta, na dicção do art. 19: “O pseudônimo adotado para

atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome”.

A alternativa C está incorreta, segundo o art. 52: “Aplica-se às pessoas

jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”.

A alternativa D está incorreta, conforme o art. 13: “Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição

permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes”.

Questão 05

No capítulo relativo ao contrato de compra e venda, é correta a seguinte

hipótese:

(A) a fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, à taxa de

mercado ou de bolsa, em função de índices de subjetiva determinação, mas

não ao arbítrio exclusivo de uma das partes.

(B) de regra, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do vendedor,

mas as da tradição caberão ao comprador.

(C) juízes, serventuários e auxiliares da justiça não podem comprar bens

sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade, sob pena de nulidade, hipótese

inextensível à cessão de crédito.

(D) a venda realizada diretamente pelo mandante ao mandatário não é

maculada de nulidade.

Comentários

A alternativa A está incorreta, já que a determinação não pode ser subjetiva,

segundo os arts. 486 (“Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar”) e 487 (“É lícito às

partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis

de objetiva determinação”).

A alternativa B está incorreta, segundo o art. 490: “Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do

vendedor as da tradição”.

A alternativa C está incorreta, nos termos do art. 497, inc. III: “Sob pena de

nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública, pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares

da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho,

no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade”.

A alternativa D está correta, pela aplicação da regra contida no art. 117: “Salvo

se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo

mesmo”.

Questão 06

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Assinale a alternativa correta.

(A) Os direitos autorais não podem ser objeto de proteção por meio de

interdito proibitório, dada a impossibilidade do exercício da posse sobre

coisas incorpóreas.

(B) A via adequada para fazer cessar o esbulho e a ação de manutenção de

posse, enquanto que o remédio para a turbação e a de reintegração de

posse, conquanto as ações possessórias sejam fungíveis.

(C) E também possuidor aquele que, mesmo achando-se em situação de

dependência para com o outro, conserva a posse em nome deste, sob suas

instruções.

(D) De regra, a posse do imóvel não faz presumir a das coisas moveis que

nele estiverem.

Comentários

A alternativa A está correta, estando assentada a controvérsia no STJ:

CONSOLIDADA A JURISPRUDENCIA DO STJ NO SENTIDO DE QUE INCABIVEL O INTERDITO PROIBITORIO PARA A PROTEÇÃO DE DIREITO AUTORAL (REsp

144.907/SP).

A alternativa B está incorreta, conforme o art. 1.210: “O possuidor tem direito

a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado

de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado”.

A alternativa C está incorreta, de acordo com o art. 1.198: “Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro,

conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções

suas”.

A alternativa D está incorreta, na dicção do art. 1.209: “A posse do imóvel faz

presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem”.

Questão 07

É correto afirmar que

(A) salvo no regime da separação, os cônjuges são obrigados a concorrer,

na proporção de seus bens e rendimentos, para o sustento da família e a

educação dos filhos.

(B) as causas suspensivas do casamento podem ser opostas por qualquer

pessoa.

(C) se excluem da comunhão parcial de bens os proventos do trabalho

pessoal de cada cônjuge.

(D) é obrigatório o regime da separação de bens aos que contraírem matrimônio com inobservância das cláusulas de impedimento da celebração

do casamento.

Comentários

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A alternativa A está incorreta, segundo a parte final do art. 1.568: “Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do

trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o

regime patrimonial”.

A alternativa B está incorreta, pela aplicação do art. 1.524: “As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes em

linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais

em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins”.

A alternativa C está correta, conforme o disposto no art. 1.659, inc. VI:

“Excluem-se da comunhão os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge”.

A alternativa D está incorreta, já que em se tratando de impedimentos, não podem as pessoas casar; impõe-se o regime de separação de bens nos casos de

causas suspensivas, nos casos do art. 1.641, incisos.

Questão 08

Acerca do Direito das Sucessões, assinale a alternativa correta.

(A) Considera-se imóvel o direito a sucessão aberta, exigindo-se escritura pública para sua cessão, não se admitindo que a renúncia da herança conste

de termo judicial.

(B) A morte do responsável cambiário e modalidade de transferência

anômala da obrigação, repassavel aos herdeiros, salvo se o óbito tiver

ocorrido antes do vencimento do título.

(C) E eficaz a cessão, pelo coerdeiro, de seu direito hereditário sobre bem da herança singularmente considerado.

(D) E intransferível ao cessionário de direitos hereditários o direito de preferência inerente a qualidade de herdeiro.

Comentários

A alternativa A está incorreta, em sua parte final, segundo o art. 1.806: “A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou

termo judicial”.

A alternativa B está incorreta, segundo o STJ: COMERCIAL. TÍTULOS DE

CRÉDITO. AVALISTA. ÓBITO ANTES DO VENCIMENTO. OBRIGAÇÃO NÃO

PERSONALÍSSIMA. TRANSMISSÃO AOS HERDEIROS (REsp 260.004/SP).

A alternativa C está incorreta, nos termos do art. 1.793, §2º: “É ineficaz a

cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da

herança considerado singularmente”.

A alternativa D está correta, na dicção do art. 520: “O direito de preferência

não se pode ceder nem passa aos herdeiros”.

Questão 09

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Assinale a alternativa correta, no que tange ao direito real de habitação,

assegurado ao cônjuge sobrevivente.

(A) E irrenunciável.

(B) Não da direito aos frutos.

(C) Exige registro imobiliário para a sua constituição.

(D) Não e extensível ao regime da separação de bens.

Comentários

A alternativa A está incorreta, sendo mesmo ilógico imaginar que não se poderia

renunciar a tal direito.

A alternativa B está correta, conforme o art. 1.414: “Quando o uso consistir no

direito de habitar gratuitamente casa alheia, o titular deste direito não a pode

alugar, nem emprestar, mas simplesmente ocupá-la com sua família”.

A alternativa C está incorreta, por aplicação do art. 1.416 (“São aplicáveis à

habitação, no que não for contrário à sua natureza, as disposições relativas ao usufruto”), que remete ao art. 1.391 (“O usufruto de imóveis, quando não resulte

de usucapião, constituir-se-á mediante registro no Cartório de Registro de

Imóveis”).

A alternativa D está incorreta, na literalidade do art. 1.831: “Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo

da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único

daquela natureza a inventariar”.

Questão 10

Assinale a alternativa correta.

(A) A interrupção da prescrição por um credor aproveita aos outros.

(B) A exceção possui prazo autônomo e diverso que a pretensão.

(C) A decadência convencional não e suprível por declaração judicial não

provocada.

(D) A suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários

aproveita incondicionalmente aos demais.

Comentários

A alternativa A está incorreta, segundo o art. 204: “A interrupção da prescrição

por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais

coobrigados”.

A alternativa B está incorreta, nos termos do art. 190: “A exceção prescreve no

mesmo prazo em que a pretensão”.

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A alternativa C está correta, conforme o art. 211: “Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de

jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação”.

A alternativa D está incorreta, na dicção do art. 204, §1º: “A interrupção por

um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção

efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros”.

Questão 11

A cláusula de reserva de plenário (art. 97 CF)

a) é compatível com o controle difuso de constitucionalidade.

b) não está relacionada ao reconhecimento incidental de

inconstitucionalidade.

c) aplica-se à declaração de constitucionalidade de ato normativo do poder

público.

d) aplica-se à inconstitucionalidade superveniente.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A cláusula de reserva

de plenário é compatível com o controle difuso de constitucionalidade. De acordo com o art. 97, da CF/88, aplica-se a cláusula de reserva de plenário no controle

difuso exercido pelos tribunais.

A alternativa B está incorreta. O reconhecimento incidental é aquele que ocorre

no controle difuso haja vista que a declaração acontece prejudicialmente ao

exame do mérito do caso concreto.

A alternativa C está incorreta. Não se aplica a cláusula de reserva de plenário

quando o tribunal mantiver a constitucionalidade do ato normativo.

A alternativa D está incorreta. Somente se fala em inconstitucionalidade quando

se tratar de atos normativos posteriores ao texto constitucional.

Questão 12

No que tange à revelia e seus efeitos, assinale a alternativa correta.

a) A fluência dos prazos, independentemente de intimação, vale para o réu

que não conta com patrono nos autos e não reconvém.

b) Em ação possessória tempestivamente contestada, a irregularidade de

mandato do advogado do réu, não sanada, permite que o magistrado admita

a pretensão inicial.

c) É vedada ao revel a produção de provas, ainda que em tempo oportuno.

d) A ação de anulação de casamento não contestada induz presunção de

veracidade.

Comentários

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A alternativa A está incorreta. A fluência dos prazos, independentemente de intimação, vale para o réu que não conta com patrono nos autos, mas não vale

para o que não reconvém.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Diante da irregularidade

de representação não sanada, o juiz concede prazo para sanar o defeito, não sanada a irregularidade, declarará o réu revel, podendo admitir sua pretensão

inicial, porque ação possessória não envolve direito indisponível. Vejamos o art.

76, §1º, do NCPC:

Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte,

o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.

§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:

I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;

II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;

III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que

se encontre.

A alternativa C está incorreta. De acordo com a súmula nº 231, do STF, o revel, em processo cível, pode produzir provas, desde que compareça em tempo

oportuno.

A alternativa D está incorreta. Não se operam os efeitos de presunção de

veracidade em pleitos cujo objeto consiste em direito indisponível, ou seja,

matéria de ordem pública, que sequer admite confissão.

Questão 13

Com relação à confissão, assinale a alternativa correta.

a) Em ação que verse sobre direitos indisponíveis, a confissão não faz prova

contra o confitente se desacompanhada da confissão do outro cônjuge.

b) A confissão judicial faz prova contra os litisconsortes e o confitente.

c) É meio de prova que implica presunção absoluta de veracidade.

d) É, de regra, indivisível.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 395, do

NCPC:

Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar

como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável,

porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir

fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.

Questão 14

É correto dizer, em relação à coisa julgada, que

a) emerge da parte dispositiva da sentença não mais sujeita a recurso, salvo

a remessa necessária.

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b) não se aplica à sentença omissa.

c) para que ela se opere, deve haver dúplice identidade entre as ações.

d) a alegação de decadência do direito do autor, reconhecida em ação

cautelar, autoriza seu reconhecimento na ação principal.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o §4º, do art. 337, do NCPC, há

coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada

em julgado.

A alternativa B está incorreta. A sentença é considerada omissa quando o juízo

não se pronuncia sobre determinada matéria submetida à sua apreciação. Se a matéria não foi analisada pelo juízo, ou seja, se a matéria não consta na

sentença, não há que se falar em formação de coisa julgada sobre ela.

A alternativa C está incorreta. A existência de ações idênticas em curso

caracteriza litispendência e não coisa julgada.

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 310, da Lei nº 13.105/15, o

indeferimento da tutela provisória cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do

indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.

Questão 15

Em tema de ação rescisória, afirma-se corretamente que

a) se admite sua propositura contra sentença transitada em julgado, mesmo

que contra ela não se tenham esgotado todos os recursos.

b) o prazo decadencial para a sua propositura só se inicia quando da

intimação do pronunciamento rescindendo.

c) estão impedidos juízes que participaram do julgamento rescindendo.

d) é cabível contra a sentença que resolve o mérito, quando as partes

transigirem.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Cabe ação rescisória se

a parte não esgotar todos os recursos cabíveis e deixar a sentença transitar em julgado. Segundo a súmula nº 401, do STJ, o prazo decadencial da ação rescisória

só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento

judicial.

A alternativa B está incorreta. O prazo decadencial se inicia a partir do trânsito

em julgado da decisão, independente de intimação.

A alternativa C está incorreta. De acordo com a súmula nº 252, do STF, na ação rescisória, não estão impedidos juízes que participaram do julgamento

rescindendo.

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A alternativa D está incorreta. Sentença homologatória de transação enseja

ação anulatória, e não rescisória.

Questão 16

No que se refere à execução de título extrajudicial, a jurisprudência do

Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que

a) o instrumento de confissão de dívida originária de contrato de abertura

de crédito em conta corrente não constitui título executivo.

b) o contrato de abertura de crédito em conta corrente é título executivo

quando acompanhado do respectivo extrato.

c) a nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito em conta

corrente não goza de autonomia.

d) o contrato de abertura de crédito em conta corrente é título executivo.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Com base na súmula nº 300, do STJ, o

instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura

de crédito, constitui título executivo extrajudicial.

As alternativas B e D estão incorretas. De acordo com a súmula nº 233, do STJ, o contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta

corrente, não é título executivo.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê a súmula

nº 258, do STJ:

Súmula 258 - A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de

autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.

Questão 17

Assinale a alternativa incorreta.

a) Prescreve a execução eis que alcançado o prazo de prescrição da ação.

b) É penhorável a nua propriedade, resguardado o direito real de usufruto.

c) O saldo em PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), de forte natureza de

poupança previdenciária, é insuscetível de penhora.

d) Instituída a cláusula de inalienabilidade, torna-se impenhorável o bem

gravado.

Comentários

A alternativa A está correta, pois é o que dispõe a súmula nº 150, do STF:

Súmula 150 - Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação.

A alternativa B está correta. A nua propriedade pode ser objeto de penhora e

alienação em hasta pública, ficando ressalvado o direito real de usufruto,

inclusive após a arrematação ou a adjudicação, até que haja sua extinção.

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A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o STJ,

acima de 40 salários mínimos é penhorável o saldo em PGBL.

A alternativa D está correta, com base no art. 1.911, do Código Civil:

Art. 1.911. A cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de liberalidade, implica

impenhorabilidade e incomunicabilidade.

Questão 18

Acerca da reconvenção, assinale a alternativa correta.

a) Nas ações possessórias, o usucapião pode ser arguido pela via

reconvencional.

b) É admissível em ação declaratória de nulidade de cláusula contratual.

c) É necessária a intimação pessoal do autor reconvindo para contestá-la,

no prazo de 15 (quinze) dias.

d) A existência de causa extintiva da ação obsta ao prosseguimento da

reconvenção.

Comentários

A alternativa A está incorreta. Não é cabível reconvenção na ação de usucapião.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe a

súmula nº 258, do STF:

Súmula 258 - É admissível reconvenção em ação declaratória.

A alternativa C está incorreta. De acordo com o §1º, do art. 343, do NCPC, na reconvenção a intimação não será na pessoa do autor reconvindo, mais sim na

pessoa de seu advogado.

§ 1o Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para

apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.

A alternativa D está incorreta. Com base no §2º, do art. 343, da referida Lei, a

existência de causa extintiva da ação não obsta ao prosseguimento da

reconvenção.

§ 2o A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu

mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.

Questão 19

No que se refere ao mandado de segurança, é correto afirmar que

a) a existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede

o uso do mandado de segurança contra omissão de autoridade.

b) é inadmissível a via mandamental para discussão judicial, em execução,

da dívida ativa da Fazenda Pública.

c) se suspende o processo de mandado de segurança se o impetrante não

promove, no prazo assinado, a intimação do litisconsorte passivo necessário.

d) é substitutivo de ação de cobrança.

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Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece a

súmula nº 429, do STF:

Súmula 429 - A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o

uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.

A alternativa B está incorreta. Segundo o art. 38, da LEF, a discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma desta

Lei, SALVO as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito

ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros

e multa de mora e demais encargos.

A alternativa C está incorreta. Com base na súmula nº 631, do STF, extingue-

se o processo de mandado de segurança se o impetrante não promove, no prazo

assinado, a citação do litisconsorte passivo necessário.

A alternativa D está incorreta. De acordo com a súmula nº 269, do STF, o

mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.

Questão 20

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, com relação a honorários

advocatícios, estabelece que

a) os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em

julgado, podem ser cobrados em ação própria.

b) os honorários advocatícios devem ser compensados quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do advogado à

execução do saldo sem exclusão da legitimidade da própria parte.

c) arbitrados os honorários advocatícios em percentual sobre o valor da

causa, a correção monetária incide a partir da sentença.

d) são devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções

individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não

embargadas.

Comentários

A alternativa A está incorreta, com base na súmula nº 453, do STJ. Vejamos:

Súmula 453 - Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em

julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria.

A alternativa B está incorreta, segundo a súmula nº 306, do STJ:

Súmula 306 - Os honorários advocatícios devem ser compensados quando houver

sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do advogado à execução do saldo

sem excluir a legitimidade da própria parte.

A alternativa C está incorreta, de acordo com a súmula nº 14, do STJ:

Súmula 14: Arbitrados os honorários advocatícios em percentual sobre o valor da causa, a

correção monetária incide a partir do respectivo ajuizamento.

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A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz a súmula

nº 345, do STJ.

Súmula 345 - São devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções

individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não embargadas.

Questão 21

É correto afirmar que:

(A) quem já é registrado como mau pagador não pode se sentir moralmente ofendido pela inscrição de seu nome nos cadastros de proteção ao crédito,

mesmo sem a prévia notificação do interessado acerca das notificações

anteriores.

(B) na comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros de inadimplentes é dispensável o aviso de

recepção.

(C) a inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos cadastros de

inadimplentes pelo prazo máximo de cinco anos, independentemente da

prescrição da execução ou da ação de conhecimento para cobrança da

dívida.

(D) compete ao credor ou à instituição financeira a notificação do devedor

antes de se proceder à inscrição no cadastro de proteção ao crédito.

Comentários

Alternativa correta, letra B

A questão versa sobre tema bastante cobrado em provas de Direito do

Consumidor: banco de dados e cadastros de consumidores.

Os bancos de dados e cadastros de consumidores, a exemplo do SERASA, são

instrumentos que se destinam à proteção do crédito, instituindo-se um cadastro daqueles consumidores inadimplentes. O Código de Defesa do Consumidor em

seu artigo 43, parágrafo 4º, estabelece que tais bancos de dados possuem caráter

público:

§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao

crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.

Assim, apesar do SERASA tratar-se de uma pessoa jurídica de direito privado, o

cadastro de informações relativas aos consumidores por ele mantido é considerado de caráter público. E, exatamente, por isto, será cabível o manejo

de habeas data em face de cadastros de consumidores para obtenção e retificação

de informações sobre o consumidor.

A questão cobrou diversos entendimentos já sedimentados do STJ, a saber:

• Letra A, errada, em razão da segunda parte do item que afirma a

desnecessidade de prévia notificação ao interessado, conforme Súmula

359, do STJ:

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STJ, Súmula 359. Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a

notificação do devedor antes de proceder à inscrição.

Percebam que a letra D também está errada por ferir a mesma Súmula do STJ,

contudo, relativamente à primeira parte, eis que cabe ao órgão mantenedor

do cadastro a notificação e não ao credor ou à instituição financeira.

• Letra B, correta, em razão do disposto na Súmula 404 do STJ:

STJ, Súmula 404 - É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao

consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros.

• Letra C, errada.

Isto porque o registro no cadastro de inadimplentes dos devedores deve

permanecer pelo prazo máximo de cinco anos, conforme disposto no parágrafo

1º, do artigo 43, do CDC:

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações

existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre

ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.

§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em

linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas

referentes a período superior a cinco anos.

Contudo, acaso a dívida prescreva em período inferior ao quinquênio legal,

também não poderá constar no banco de dados de consumidores.

Mas professor, a mera prescrição da pretensão executiva exige a

retirada do nome do consumidor do cadastro de inadimplentes?

Não. Esta a interpretação do STJ na Súmula 323:

STJ, Súmula 323 - A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de

proteção ao crédito até o prazo máximo de 5 anos, independentemente da prescrição

da execução.

Percebam que o parágrafo 5º, do artigo 43, do CDC estabelece que consumada

a prescrição da cobrança dos débitos do consumidor, o nome dele deve ser

retirado dos cadastros de inadimplentes.

§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão

fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que

possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.

Assim, independentemente da prescrição da pretensão executiva (geralmente mais curta) poderá o nome do devedor ficar registrado por um período de cinco

anos.

Contudo, acaso prescrita a pretensão da ação de cobrança, não mais poderá

constar o nome do consumidor no cadastro de inadimplentes. Assim entendeu o

STJ:

PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL - REGISTRO EM CADASTRO NEGATIVO DE CRÉDITO

(SERASA). ARTIGO 43, PARÁGRAFOS 1º E 5º, DO CDC. PRAZO QÜINQÜENAL. PRESCRIÇÃO.

PRECEDENTES.

1 - As informações restritivas de crédito devem ser canceladas após o quinto ano do registro

(Artigo 43, § 1° do Código de Defesa do Consumidor). Precedentes.

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2 - O prazo prescricional referido no art. 43, § 5º, do CDC, é o da ação de cobrança,

não o da ação executiva. Assim, a prescrição da via executiva não proporciona o

cancelamento do registro.

3 - Precedentes: REsp. 536.833/RS; REsp 656.110/RS; REsp. 648.053/RS; REsp.

658.850/RS; REsp. 648.661/RS.

4 - Recurso conhecido e provido.

(REsp 648.528/RS, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, julgado em

16/09/2004, DJ 06/12/2004, p. 335)

Questão 22

Assinale a alternativa correta.

(A) O diploma consumerista é aplicável às instituições financeiras, mas não

tem aplicação na relação entre entidade de previdência privada e seus

participantes.

(B) As instituições financeiras, assim entendidas como prestadoras de serviços, respondem, independentemente da existência de culpa exclusiva

de terceiros, pela reparação dos danos causados aos consumidores por

defeitos relativos à prestação de serviço.

(C) Não vulnera o Código de Defesa do Consumidor a cobrança de tarifa

básica de assinatura mensal pelo uso dos serviços de telefonia fixa.

(D) Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor

incide multa moratória de até 10% do valor da prestação

Comentários

Alternativa correta, letra C. Trata-se do exato teor da Súmula 356 do STJ:

STJ, Súmula 356 - É legítima a cobrança de tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia

fixa.

A alternativa A está errada porque procura confundir o candidato com o teor de

duas súmulas do STJ:

STJ, Súmula 297 - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.

STJ, Súmula 563 – O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de

previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com

entidades fechadas.

Assim, o CDC aplica-se às instituições financeiras e às entidades abertas de

previdência complementar, mas não se aplica às entidades fechadas, apenas.

A alternativa B está errada, eis que em caso de culpa exclusiva de terceiros,

não responderá o fornecedor de serviços, por se tratar de uma excludente de

responsabilidade.

Trata-se, inclusive, de previsão do inciso II, do parágrafo 3º, do artigo 14, do

CDC:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela

reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos

serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

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§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:

II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

Por fim, a alternativa D está errada por contrariar a Súmula 285 do STJ:

STJ, Súmula 285 - Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do Consumidor

incide a multa moratória nele prevista.

Ora, o parágrafo 1º, do artigo 52, do CDC estabelece que:

§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo não

poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.

Assim, nos contratos bancários posteriores ao CDC, a multa de mora não poderá

ser superior a 02% (dois por cento).

Questão 23

Assinale a alternativa correta, no que concerne ao tema da oferta.

(A) Descabe a responsabilidade solidária do fornecedor por ato de seu

representante autônomo.

(B) O fornecedor, em caso de descumprimento da oferta, poderá exigir que

o consumidor rescinda o contrato, restituindo-lhe o valor pago,

monetariamente atualizado, além das perdas e danos.

(C) Em caso de oferta ou venda por reembolso postal, constarão o nome do

fabricante e endereço na publicidade utilizada na transação comercial.

(D) Cessada a produção, a oferta de componentes, via de regra, deverá ser

mantida por noventa dias.

Comentários

Alternativa correta, letra C.

A oferta é a proposta feita pelo fornecedor aos consumidores quanto aos seus

produtos e/ou serviços. Para o CDC, a oferta está intimamente ligada ao marketing, sendo certo que a oferta possui valor contratual, obrigando o

fornecedor quanto ao seu conteúdo.

Trata-se de tema regulado pelos artigos 30 e seguintes do CDC.

A alternativa A está errada por contrariar frontalmente o disposto no artigo 34

do CDC:

Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus

prepostos ou representantes autônomos.

Já a letra B está errada por confundir um direito do consumidor com um direito

do fornecedor.

Ora, em caso de descumprimento da oferta, o consumidor terá direito de optar,

dentre outras alternativas, pela devolução do valor pago. Assim, nos termos do artigo 35, do CDC, não é o fornecedor quem irá determinar a escolha do

consumidor:

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Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta,

apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:

I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou

publicidade;

II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;

III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada,

monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

Já a letra D está errada em razão do artigo 32, parágrafo único, do CDC, dispor

que o fornecedor deverá manter o estoque por prazo razoável, não

estabelecendo período mínimo:

Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças

de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.

Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por

período razoável de tempo, na forma da lei.

Por fim, a letra C está correta por retratar o disposto no artigo 33 do CDC. Este,

exige que a embalagem, a publicidade e todos os impressos utilizados na

transação comercial constem o nome do fabricante e endereço.

Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome

do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na

transação comercial.

Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a chamada

for onerosa ao consumidor que a origina.

Questão 24

Em tema de abusividade contratual, é correto afirmar que

(A) a nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato,

desde que não caracterizada a onerosidade excessiva.

(B) é válida a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário

vinculado ao mutuante, no exclusivo interesse deste.

(C) a estipulação de juros moratórios superiores a 12% ao ano, por si só,

não indica abusividade.

(D) se admite limitação temporal de internação hospitalar do segurado em

contrato de plano de saúde.

Comentários

Alternativa correta, letra A.

Trata-se do disposto no parágrafo 2º, do artigo 51, do CDC:

§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando

de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das

partes.

A letra B está errada por ferir o disposto na Súmula 60 do STJ:

STJ, Súmula 60 - É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado

ao mutuante, no exclusivo interesse deste.

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Já a letra C está errada por ferir a Súmula 382, do STJ que trata de juros

remuneratórios e não juros moratórios:

STJ, Súmula 382 - A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si

só, não indica abusividade.

Por fim, a letra D está errada por ferir a Súmula 302 do STJ:

STJ, Súmula 302 - É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo

a internação hospitalar do segurado.

Questão 25

Quanto à coisa julgada e seus efeitos, conforme previstos no CDC, é correto

afirmar que

(A) as hipóteses de efeito ultra partes relacionam-se à ação coletiva que

tratar de interesses ou direitos individuais homogêneos.

(B) se aplicam as regras da coisa julgada não só aos direitos do consumidor,

mas também à tutela de interesses difusos ou coletivos de outras espécies

que não consumeristas.

(C) os efeitos da sentença penal definitiva não são extensíveis aos direitos

difusos e coletivos, notadamente no que se refere à reparação de danos.

(D) a sentença fará coisa julgada erga omnes se o pedido for julgado

improcedente por falta de provas.

Comentários

Alternativa correta, letra B.

Isto porque o CDC faz parte de um microssistema da tutela coletiva e as

disposições processuais aplicáveis às relações de consumo aplicam-se à tutela de

direitos difusos e coletivos de outras espécies não consumeristas.

A alternativa A está errada, uma vez que o efeito ultra partes do processo

coletivo aplica-se aos direitos coletivos em sentido estrito e não aos direitos individuais homogêneos, conforme se depreende da leitura conjugada dos artigos

81, parágrafo único, inciso II e 103, inciso II, ambos do CDC:

Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:

II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por

insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista

no inciso II do parágrafo único do art. 81;

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser

exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.

Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:

II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os

transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de

pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;

A alternativa C está errada, uma vez que a sentença penal procedente

impactará sim em benefício dos lesados, conforme se depreende da leitura dos

parágrafos 3º e 4º, do artigo 103, do CDC:

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§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n°

7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos

pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas,

se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à

liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.

§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.

Por fim, a letra D está errada, uma vez que se a sentença for julgada

improcedente por falta de provas, ela não fará coisa julgada e poderá a demanda

ser intentada novamente por qualquer legitimado, baseado em prova nova.

Trata-se de interpretação dos incisos do artigo 103, do CDC:

Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:

I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,

hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento

valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;

II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por

insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista

no inciso II do parágrafo único do art. 81;

III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas

e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.

Questão 26

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-

tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados,

sem prejuízo de outras providências legais,

a) ao Conselho Tutelar da respectiva localidade.

b) ao Hospital Regional Infantil responsável pelo domicílio da criança.

c) às Varas de Violência Doméstica para o cadastramento do domicílio.

d) ao Juiz Corregedor da Comarca para a viabilização da adoção.

Comentários

De acordo com o art. 13, do ECA, os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou

adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da

respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais.

Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

Questão 27

Quando o adolescente for apreendido em flagrante de ato infracional, será

encaminhado

a) à sua residência, uma vez que não é permitido prender o adolescente sem

que o policial esteja acompanhado de um membro do conselho tutelar.

b) aos familiares desde que esteja matriculado em escola da rede pública.

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c) à autoridade policial competente.

d) à autoridade judiciária.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Quando o adolescente

for apreendido em flagrante de ato infracional, será encaminhado à autoridade

policial competente. Vejamos o art. 172, da Lei nº 8.069/90:

Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo,

encaminhado à autoridade policial competente.

Questão 28

O Estatuto da Criança e do Adolescente, acrescido pela Lei nº 12.010, de

2009, menciona que toda criança que estiver inserida em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada por equipe

interprofissional ou multiprofissional, no máximo, a cada

a) 4 (quatro) meses, e a permanência não se prolongará por mais de 1 (um)

ano, salvo comprovado abandono afetivo.

b) 12 (doze) meses, e a permanência não se prolongará por mais de 6 (seis)

meses, salvo comprovada incapacidade física ou mental da criança.

c) 2 (dois) meses, e a permanência não se prolongará por mais de 3 (três)

anos, salvo determinação do Ministério Público.

d) 6 (seis) meses, e a permanência não se prolongará por mais de 2 (dois)

anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse.

Comentários

De acordo com os §§ 1º e 2º, do art. 19, do ECA, toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá

sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 meses, e a permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará

por mais de 2 anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior

interesse. Vejamos:

§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar

ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo

a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe

interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de

reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades

previstas no art. 28 desta Lei.

§ 2o A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional

não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda

ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.

Questão 29

Tendo como base o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a

alternativa correta sobre as medidas da Adoção e do Estágio de Convivência.

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a) O adolescente pode ser ouvido judicialmente apenas para a apuração de

seu interesse em cumprir o estágio de convivência.

b) A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização

do estágio de convivência.

c) O estágio de convivência nunca poderá ser dispensado ainda que o

adotando já esteja sob a tutela ou guarda legal do adotante.

d) Nos casos envolvendo adoção por pessoa ou casal domiciliado fora do

País, o estágio de convivência deverá ser cumprido por no mínimo 90 dias.

Comentários

A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 28, §1º, do ECA, sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe

interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente

considerada.

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o

§2º, do art. 46, da referida Lei:

§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio

de convivência.

A alternativa C está incorreta. Segundo o §1º, do art. 46, da Lei nº 8.069/90, o estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a

tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja

possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo.

A alternativa D está incorreta. Com base no §3º, do art. 46, da referida Lei, em

caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência, cumprido no território nacional, será de, no mínimo, 30

dias.

Questão 30

A condenação criminal de um pai ou de uma mãe, para efeitos relativos aos

cuidados e guarda da criança ou adolescente,

a) obriga o Estado a garantir as visitas da criança em local monitorado por

equipe interdisciplinar das Varas da Infância e Juventude ou da Família.

b) não implica a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de

condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio

filho ou filha.

c) impõe a imediata destituição do poder familiar e o encaminhamento do

filho ou da filha para família substituta ou acolhimento institucional.

d) implica sempre a suspensão e a posterior destituição do poder familiar

independentemente do crime cometido.

Comentários

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A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o

§2º, do art. 23, do ECA:

§ 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar,

exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o

próprio filho ou filha.

Questão 31

Em matéria de ação penal, a decadência apresenta diferentes efeitos. Sobre

isso, é correto afirmar que

(A) condiciona o agir do Ministério Público à condição de procedibilidade do

ofendido em face do ofensor.

(B) na ação penal pública condicionada à representação, impede que a vítima

apresente queixa-crime.

(C) sendo ação penal privada, ataca imediatamente o direito de agir do

ofendido, e o Estado perde a pretensão punitiva.

(D) na ação privada, atinge o direito de o ofendido representar, e este não

pode mais agir.

Comentários

a) ERRADA: Item errado, pois não é a decadência que condiciona o agir do MP, e

sim a representação do ofendido.

b) ERRADA: Item errado, pois na ação penal pública condicionada não é a vítima

quem ajuíza a ação penal, e sim o MP.

c) CORRETA: Item correto, pois na ação penal privada a vítima decai do direito

de queixa se não o exercer no prazo decadencial de seis meses, ocorrendo, neste

caso, a extinção da punibilidade, nos termos do art. 38 do CPP.

d) ERRADA: Item errado, pois isso ocorre na ação penal pública condicionada à

representação do ofendido.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Questão 32

A mídia tem noticiado casos em que trabalhadores, em sua grande maioria estrangeiros, são submetidos a trabalhos forçados e jornadas exaustivas,

configurando assim o crime de redução à condição análoga à de escravo.

Sobre esse delito, assinale a alternativa que não o tipifica.

(A) Recusar o fornecimento de alimentação ou água potável.

(B) Restringir sua locomoção em razão de dívida contraída com o preposto.

(C) Vigilância ostensiva no local de trabalho.

(D) Apoderar-se de documentos ou objetos pessoais do trabalhador com o

fim de retê-lo no local de trabalho.

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Comentários

O crime de redução à condição de análoga à de escravo está previsto no art. 149

do CP:

Redução a condição análoga à de escravo

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos

forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho,

quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o

empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

(Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de

retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou

objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. (Incluído

pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)

Vemos, assim, que apenas a alternativa A traz uma hipótese que não tipifica o

delito.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Questão 33

A respeito da retratação nos crimes contra a honra, pode-se afirmar que fica

isento de pena o querelado que, antes da sentença, retrata-se cabalmente

(A) da calúnia ou difamação.

(B) da calúnia, injúria ou difamação.

(C) da injúria ou difamação.

(D) da calúnia ou injúria.

Comentários

Fica isento de pena o querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente

da calúnia ou da difamação, nos termos do art. 143 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Questão 34

No arrependimento posterior, o agente busca atenuar os efeitos da sua

conduta, sendo, portanto, causa geral de diminuição de pena. Sobre esse

instituto, assinale a alternativa correta.

(A) A grave ameaça não o tipifica.

(B) Pode ocorrer em crime cometido com violência, desde que o agente se

retrate até a sentença.

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(C) O dano não precisa ser reparado quando o crime foi sem violência.

(D) Deve operar-se até o recebimento da denúncia ou queixa.

Comentários

O arrependimento posterior ocorre quando o agente, nos crimes cometidos sem

violência ou grave ameaça à pessoa, repara o dano ou restitui a coisa, até o

recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário. Neste caso, a pena

será reduzida de um a dois terços, nos termos do art. 16 do CP.

A letra A é bastante nebulosa, dando margem para anulação, já que não há

arrependimento posterior se se trata de crime praticado com grave ameaça À

PESSOA. A alternativa não fala “grave ameaça à pessoa”, talvez por isso tenha

sido dada como incorreta.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Questão 35

À luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa

correta.

(A) Não há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, mas o

agente não realiza a subtração de bens da vítima.

(B) Admite-se a suspensão condicional do processo por crime continuado, se

a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de

um sexto for superior a um ano.

(C) A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o

permitido segundo a pena aplicada.

(D) A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime

permanente, se sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da

permanência.

Comentários

a) ERRADA: Item errado, pois o STF possui entendimento sumulado em sentido

diverso, ou seja, no sentido de que, neste caso, o crime é consumado (súmula

610 do STF).

b) ERRADA: Item errado, pois se admite a suspensão condicional do processo por

crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o

aumento mínimo de um sexto NÃO FOR superior a um ano (súmula 723 do STF).

c) ERRADA: Item errado, pois a opinião do julgador sobre a gravidade em

abstrato do crime NÃO CONSTITUI motivação idônea para a imposição de regime

mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada, nos termos da súmula

718 do STF.

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d) CORRETA: Item correto, pois este é o entendimento do STF, conforme consta

no enunciado 711 da súmula de sua jurisprudência.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Questão 36

Segundo a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça,

assinale a alternativa correta.

(A) O tempo de duração da medida de segurança pode ultrapassar o máximo

da pena abstratamente cominada ao delito praticado.

(B) A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é

atípica, ainda que em situação de alegada autodefesa.

(C) É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da

existência ou sorte do processo penal.

(D) É admissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a

majorante de roubo.

Comentários

a) ERRADA: Item errado, pois o tempo de duração da medida de segurança NÃO

pode ultrapassar o máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado,

nos termos da súmula 527 do STJ.

b) ERRADA: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial

é TÍPICA, ainda que em situação de alegada autodefesa, nos termos da súmula

522 do STJ.

c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida na súmula 438

do STJ.

d) ERRADA: Item errado, pois é INADMISSÍVEL aplicar, no furto qualificado, pelo

concurso de agentes, a majorante prevista para o roubo, conforme súmula 442

do STJ.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Questão 37

Quanto ao crime de extorsão mediante sequestro, pode-se afirmar que

(A) se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida

de 1 (um) a 2/3 (dois terços).

(B) a vantagem almejada com a extorsão é necessariamente o pagamento

do preço do resgate.

(C) se resultar em morte da vítima, tipifica homicídio.

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(D) a pena é aumentada quando o sequestro superar, no mínimo, 48 horas.

Comentários

a) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 159, §4º do CP.

B) ERRADA: Item errado, pois a vantagem pode ser almejada como condição do

resgate.

c) ERRADA: Item errado, pois neste caso teremos o crime de extorsão mediante

sequestro qualificado pelo resultado morte, art. 159, §3º do CP.

d) ERRADA: Item errado, pois a pena será mais grave (forma qualificada) quando

o sequestro durar mais de 24h, nos termos do art. 159, §1º do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Questão 38

No crime de falso testemunho ou falsa perícia,

(A) a conduta é tipificada quando realizada apenas em processo penal.

(B) incide-se no crime quando a afirmação falsa é feita em juízo arbitral.

(C) a pena aumenta da metade se o crime é praticado mediante suborno.

(D) a retratação do agente, antes da sentença em que ocorreu o falso

testemunho, é causa de diminuição de pena.

Comentários

a) ERRADA: O crime de falso testemunho se verifica quando a conduta é praticada

em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral,

nos termos do art. 342 do CP.

b) CORRETA: Item correto, pois o crime de falso testemunho se verifica quando

a conduta é praticada em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial,

ou em juízo arbitral, nos termos do art. 342 do CP.

c) ERRADA: Item errado, pois neste caso a pena é aumentada de um sexto a um

terço, nos termos do art. 342, §1º do CP.

d) ERRADA: Item errado, pois a retratação do agente, neste caso, é causa de

extinção da punibilidade, nos termos do art. 342, §2º do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

Questão 39

O afilhado que cuida e tem a função de curador de sua madrinha, esta com 65 anos de idade, acometida de Alzheimer, vendeu imóvel da ofendida por

R$ 80.000,00, recebendo, inicialmente, R$ 20.000,00. Quando foi lavrada a

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escritura pública, o curador recebeu o restante do pagamento, no importe

de R$ 60.000,00, apropriando-se do numerário. Assim,

(A) o afilhado é isento de pena por ter praticado o delito em prejuízo de

ascendente.

(B) o comportamento do afilhado caracteriza o crime de estelionato, na

modalidade de abuso de incapazes.

(C) o comportamento do afilhado caracteriza o crime de apropriação

indébita, agravado em face da qualidade de curador.

(D) o comportamento do afilhado caracteriza o crime de apropriação,

previsto no Estatuto do Idoso.

Comentários

O agente, neste caso, não será considerado isento de pena, tendo praticado o

crime de apropriação de bens de idoso, previsto no art. 102 do Estatuto do Idoso.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Questão 40

Profissional nomeado pela assistência judiciária para atuar como defensor dativo ingressa com ação contra o INSS, em favor da parte para a qual foi

constituído, e posteriormente faz o levantamento do valor devido. Contudo,

não repassou o dinheiro à parte, cometendo o delito de

(A) peculato, tendo em vista apropriar-se de dinheiro ou valor de que tem a

posse em razão do cargo.

(B) furto mediante fraude, pois abusou da confiança da vítima.

(C) prevaricação, considerando que retardou ou deixou de praticar,

indevidamente, ato de ofício.

(D) apropriação indébita, uma vez que tinha a posse ou detenção do

numerário.

Comentários

Aqui há controvérsia. Há forte parcela doutrinária e jurisprudencial no sentido de

que o agente, neste caso, não é considerado funcionário público para fins penais,

exercendo mero múnus público. Todavia, há decisão do STJ (RHC 33133/SC) no

sentido de tratar-se o advogado dativo (aquele indicado pelo Juiz para a defesa

de uma causa específica, com remuneração paga pelo Estado) de funcionário

público para fins penais.

Caberia, portanto, a anulação.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

Questão 41

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A liberdade provisória, assegurada pela Constituição Federal e pelo Código de Processo Penal, não pode depender de um ato meramente discricionário

do magistrado. Assim, a decisão deve conter a

(A) desnecessidade da manutenção da prisão apenas no momento

processual.

(B) fundamentação sucinta e sem análise que prejudique o interesse do

mérito.

(C) invocação, ainda que formal, dos dispositivos ensejadores de sua

concessão.

(D) demonstração concreta que impõe a privação da liberdade antes da

decisão de mérito.

Comentários

A Banca considerou a letra D como correta. Todavia, a questão deveria ter sido

anulada, pois a resposta externada na letra D estaria correta se estivéssemos

falando da decisão que NEGA a liberdade provisória, mas o enunciado não trata

disso, fala apenas da decisão sobre a liberdade provisória. Assim, é incorreto falar

que o Juiz, ao decidir pela liberdade provisória, deve proceder a uma

demonstração concreta das razões que impõem a privação da liberdade antes da

decisão de mérito, pois isso é necessário para a decretação da PRISÃO

CAUTELAR, não da liberdade provisória.

Portanto, letra D correta, mas DEVERIA SER ANULADA.

Questão 42

O princípio do in dubio pro sociedade não altera a presunção de inocência,

mas permite que a pronúncia seja decretada

(A) por ocasião da fase da pronúncia, quando vigora o princípio do in dubio

pro reo.

(B) por mero juízo de admissibilidade, não sendo necessária prova

incontroversa do crime.

(C) pelo conselho de sentença, que irá analisar o juízo de admissibilidade da

acusação.

(D) porque o juízo de certeza é do presidente do tribunal do júri.

Comentários

Na decisão de pronúncia o Juiz ainda não possui prova incontroversa acerca do

que consta na denúncia, devendo haver prova da materialidade e indícios de

autoria, estando o Juiz autorizado a, neste caso, pronunciar o acusado, pois neste

caso temos uma mera decisão de admissibilidade, não de mérito, que ainda virá

a ser analisado pelo Conselho de Sentença.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

Questão 43

A confissão do acusado no processo penal

(A) só pode ser admitida se houver outras provas.

(B) para ter validade, deve ser apresentada na polícia e em juízo.

(C) pode ser considerada válida ainda que feita somente na fase

extrajudicial.

(D) nunca será tida como valor probante se houver posterior retratação

judicial.

Comentários

A confissão pode ser feita tanto em juízo quanto fora dele, nos termos do art.

199 do CPP. Todavia, não tem a confissão um valor absoluto, de modo que o Juiz

pode deixar de considerá-la se houver outras provas em sentido contrário (art.

197 do CPP). Por fim, mesmo havendo retratação, o Juiz pode considerar a

confissão, nos termos do art. 200 do CPP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Questão 44

A sentença de transação penal, nos termos do artigo 76, parágrafo 5o, da

Lei no 9.099/95, tem as seguintes características:

(A) tem natureza homologatória e não faz coisa julgada material.

(B) tem natureza condenatória e gera eficácia de coisa julgada apenas

material.

(C) possui natureza condenatória e gera eficácia de coisa julgada formal e

material.

(D) possui natureza absolutória e não faz coisa julgada formal e material.

Comentários

A sentença que homologa a transação penal tem natureza homologatória e não

faz coisa julgada material, ou seja, havendo descumprimento das condições ali

impostas, pode ser retomada a persecução penal, nos termos da súmula

vinculante 35:

SÚMULA VINCULANTE 35

A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa

julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior,

possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante

oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

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Questão 45

A formação da convicção do magistrado no processo penal tem por base

inúmeros elementos. Assinale a alternativa que contenha elementos que vão

ao encontro da sistemática do Código de Processo Penal como um todo.

(A) Vinculação das provas do processo à sua própria consciência e verdade

formal.

(B) Livre convencimento e verdade material.

(C) Livre convencimento e motivação da decisão.

(D) Hierarquia prefixada de provas e livre apreciação dos elementos

constatados nos autos.

Comentários

O sistema processual penal brasileiro adota, como critério de valoração das

provas, o sistema do livre convencimento fundamentado (ou baseado em

provas), de forma que o Juiz é livre para formar seu convencimento de acordo

com as provas dos autos, mas deve fundamentar sua decisão, nos termos do art.

155 do CPP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Questão 46

Reeducanda que cumpre pena em regime fechado obteve a remição, pelo

trabalho, de 37 dias de sua pena. Assim, os dias remidos serão computados

(A) do total da reprimenda e não considerados como pena efetivamente

cumprida.

(B) de parte da pena e considerada apenas essa parcela da reprimenda como

descontada.

(C) da integralidade da condenação, e a remissão computada como pena

resgatada.

(D) da totalidade da pena, sendo considerado apenas o quantum que foi

cumprido.

Comentários

ANULADA

Questão 47

Um sentenciado cumpria pena em regime fechado, quando sobreveio nova condenação, com substituição da pena privativa de liberdade por restritiva

de direitos.

Portanto, deve o magistrado

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(A) somar a nova condenação ao restante da pena que está sendo cumprida,

desconsiderando a restritiva de direitos.

(B) reconverter a restritiva de direitos em privativa de liberdade, mantendo

o cumprimento isolado de cada pena imposta.

(C) reconverter a restritiva de direitos em privativa de liberdade, unificando

as reprimendas.

(D) manter a restritiva de direitos suspensa, para que seja cumprida a

privativa de liberdade em primeiro lugar.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Deve o magistrado reconverter a restritiva de direitos em privativa de liberdade, unificando as

reprimendas. De acordo com a jurisprudência desta Corte, a conversão das penas alternativas em privativa de liberdade, pelo Juízo das Execuções, restringe-se ao

eventual descumprimento injustificado de quaisquer das obrigações impostas pelo art. 44, § 4º, do CP, combinado com o art. 181 da LEP, ou quando, em

superveniente condenação, por outro crime, houver incompatibilidade com a

reprimenda corporal aplicada no art. 44, § 5º, do mesmo dispositivo legal.

Questão 48

Conforme o artigo 41, do Código de Processo Penal, “A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a

qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas”.

Portanto, a peça acusatória

(A) precisa apresentar algumas das condutas alegadamente praticadas pelo

agente.

(B) deve descrever os fatos ilícitos, ainda que não em sua totalidade.

(C) pode conter elementos que sejam prescindíveis, mas relevantes para a

imputação.

(D) necessita trazer a descrição do comportamento delituoso de forma

escorreita.

Comentários

A alternativa correta é a letra D, eis que a inicial acusatória, de fato, deve trazer

a descrição correta do comportamento delituoso. A letra C não está correta, eis

que se os elementos são relevantes para a imputação, não são dispensáveis.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

Questão 49

Um réu foi condenado à pena de dois anos e quatro meses de reclusão pelo crime de furto mediante fraude, embora ainda no curso da instrução já

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existissem elementos indicativos de que outra seria a conduta e a definição

jurídica do fato delituoso. Em sede de apelação, o Tribunal de Justiça deverá

(A) anular o processo para que haja a modificação da descrição do fato em

primeira instância.

(B) absolver o acusado em face do descompasso entre a imputação e a

condenação.

(C) determinar vista para que o Ministério Público adite a denúncia, no prazo

de 05 dias.

(D) atribuir definição jurídica diversa daquela realizada anteriormente.

Comentários

Neste caso, não pode o Tribunal aplicar o instituto da mutatio libelli, pois este

instituto não é cabível na segunda instância, nos termos da súmula 453 do STF.

Assim, só resta ao Tribunal anular a sentença e determinar o retorno dos autos

à primeira instância ou absolver o acusado. E é aí que reside a discussão

doutrinária.

Assim, apesar de a alternativa dada como correta ser a letra B, por haver

divergência doutrinária, o mais correto seria a anulação da questão, face à

possibilidade de consideração da letra A.

Portanto, a questão deveria ser ANULADA.

Questão 50

No julgamento pelo Tribunal do Júri, havendo condenação pelo crime de homicídio doloso por motivo fútil, a defesa recorre e requer a absolvição

alegando a ocorrência de decisão contrária à prova dos autos. A apelação

será desprovida com base no seguinte:

(A) o Conselho de Sentença decidiu de forma unânime e não cabe alteração.

(B) as decisões do Tribunal do Júri são soberanas e somente em casos de

nulidade podem ser revistas.

(C) os jurados adotaram uma das vertentes possíveis e optaram por uma

das versões apresentadas.

(D) o veredicto será alterado apenas quando a decisão for tomada por

maioria e não por unanimidade.

Comentários

Trata-se de questão muito mal elaborada. Presume-se que havia prova suficiente

para a adoção da tese de que houve homicídio qualificado, de forma que não

caberia absolvição. Ok. Todavia, por exclusão é possível concluir que a letra C é

a menos errada, já que as letras A e D são flagrantemente erradas, já que não

há menção à decisão unânime e mesmo a decisão unânime é passível de

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anulação. Com relação à letra B, está errada porque cabe revisão em caso de

decisão flagrantemente contrária à prova dos autos, nos termos do art. 593, III,

d, do CPP, de forma que fica evidente que a revisão não ocorrerá apenas em caso

de nulidade.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

Questão 51

O “constitucionalismo moderno”, com o modelo de Constituições normativas,

tem sua base histórica

a) a partir das revoluções Americana e Francesa.

b) a partir da Magna Carta inglesa e no Bill of Rights da Inglaterra.

c) com o advento do “Estado Constitucional de Direito”, com uma

Constituição rígida, estabelecendo limites e deveres aos legisladores e

administradores.

d) a partir das Constituições do México e de Weimar, ao estabelecer o

denominado “constitucionalismo social”.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O “constitucionalismo moderno”, com o modelo de Constituições normativas, tem sua base histórica a

partir das revoluções Americana de 1787 e a Francesa de 1791, movimento este deflagrado durante o Iluminismo e concretizado como uma contraposição ao

absolutismo reinante, por meio do qual se elegeu o povo como titular legítimo do

poder.

A alternativa B está incorreta. O constitucionalismo medieval tem seu marco

histórico em 1215, com a Magna Carta inglesa.

A alternativa C está incorreta, pois se trata do neoconstitucionalismo.

A alternativa D está incorreta, tendo em vista que essas são as constituições

sociais.

Questão 52

A expressão “constitucionalização do Direito” tem, de modo geral, sua

origem identificada pela doutrina

a) na Constituição Federal brasileira de 1988, com seu conteúdo analítico e

casuístico.

b) nos julgamentos dos MI 712/PA, 670/ES e 708/DF, pelo Supremo Tribunal Federal, alterando entendimento anterior para reconhecer sua competência

para editar texto normativo diante da omissão legislativa, a fim de

concretizar previsão constitucional.

c) nos EUA, com o precedente firmado no julgamento do caso Marbury v.

Madison, em 1803.

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d) na Alemanha, especialmente sob a égide da Lei Fundamental de 1949.

Comentários

A alternativa A está incorreta. A expressão “constitucionalização do Direito” não

surgiu com a CF/88, e sim na Alemanha, em 1949.

A alternativa B está incorreta, pois não surgiu no Brasil. Ademais, o STF não

tem competência para editar texto normativo.

A alternativa C está incorreta. O caso Marbury v. Madison não é referência para

a constitucionalização do direito, mas sim para o controle de constitucionalidade

difuso exercido pelo Poder Judiciário.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. A "constitucionalização do Direito" surge com o neoconstitucionalismo, que tem seu marco histórico em

1949, com a promulgação da Lei Fundamental de Bonn, a atual constituição

alemã.

Questão 53

Conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da Rcl 4345/AC, na declaração de inconstitucionalidade de lei em sede de controle

difuso, os efeitos da decisão

a) não podem ter caráter geral em relação aos Tribunais Estaduais, e a

Súmula Vinculante 10 (cláusula de reserva de plenário) impede a declaração de inconstitucionalidade de lei por órgão fracionário do Tribunal ou pelas

Turmas Recursais dos Juizados Especiais.

b) se tiverem reconhecida a sua eficácia geral, a vinculação ao decidido

limita-se à parte dispositiva daquela decisão.

c) podem gerar efeitos gerais, ultra partes, assemelhados a um caráter

vinculante.

d) podem ter efeito geral em relação aos Juízes e Tribunais Estaduais se e

quando convertidos em Súmulas Vinculantes.

Comentários

Essa questão segue entendimento específico do Min. Gilmar Mendes, exarado na Rcl. 4335/AC1:

Reclamação. 2. Progressão de regime. Crimes hediondos. 3. Decisão reclamada aplicou o

art. 2º, § 2º, da Lei nº 8.072/90, declarado inconstitucional pelo Plenário do STF no HC

82.959/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 1.9.2006. 4. Superveniência da Súmula Vinculante

n. 26. 5. Efeito ultra partes da declaração de inconstitucionalidade em controle difuso.

Caráter expansivo da decisão. 6. Reclamação julgada procedente.

1 Rcl 4335, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 20/03/2014, DJe-208

DIVULG 21-10-2014 PUBLIC 22-10-2014 EMENT VOL-02752-01 PP-00001

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Não obstante a questão adotar entendimento não dominante no STF e ainda efetuar referência ao julgado incorreto, a banca não anulou a questão e manteve como correta a alternativa C.

Questão 54

Reconhecida a força normativa do texto constitucional e aceita a

sistematização proposta por Robert Alexy, é correto afirmar que os direitos

fundamentais previstos

a) têm natureza prestacional quando correspondem aos denominados

direitos positivos.

b) têm natureza prestacional, desde que correspondentes aos denominados

direitos fundamentais da segunda “dimensão”.

c) têm todos natureza prestacional, em suas diferentes “dimensões”.

d) têm natureza prestacional, desde que vinculados à proteção da liberdade

e da saúde.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois afirma que será prestacional quando corresponderem aos direito positivos, ou seja, olha a

natureza prestacional do ponto de vista dos sujeitos, passivos e ativos, e não sob

o olhar de gerações ou dimensões.

A alternativa B está incorreta. Não se trata de dimensão, mas de direitos

positivos, negativos ou garantidores.

A alternativa C está incorreta. Não são todos que têm natureza prestacional

(positiva).

A alternativa D está incorreta. Não se pode afirmar que só tem natureza prestacional quanto a saúde e liberdade. Existem outros, como assistência

judiciária gratuita, alimentos, informações.

Questão 55

Ao analisar decisões do Supremo Tribunal Federal na aplicação do princípio

da igualdade, por exemplo na ADPF 186/DF (sistema de cotas para ingresso

nas universidades públicas), é correto afirmar que

a) o princípio da igualdade é absoluto no que se refere à igualdade de gênero.

b) a diferença salarial entre servidores com igual função em diferentes entes

públicos não se sustenta diante do princípio da isonomia, a justificar revisão

por parte do Judiciário.

c) as discriminações positivas correspondem a maior efetividade ao princípio

da igualdade.

d) a Constituição Federal não estabelece distinção entre igualdade formal e

material.

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Comentários

A alternativa A está incorreta. A igualdade será relativa, e não absoluta.

A alternativa B está incorreta. O art. 37, XIII, da CF/88, veda a equiparação de qualquer natureza para o efeito de remuneração do pessoal do serviço público,

sendo juridicamente impossível a aplicação da norma infraconstitucional prevista no art. 461, da CLT quando se pleiteia equiparação salarial entre servidores

públicos, independentemente de terem sido contratados pela CLT.

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. As discriminações positivas consistem em políticas públicas ou programas privados desenvolvidos

com a finalidade de reduzir as desigualdades decorrentes de discriminações ou de uma hipossuficiência, econômica ou física, por meio da concessão de algum

tipo de vantagem compensatória de tais condições.

A alternativa D está incorreta. A Constituição consagra a igualdade formal,

conforme prevê caput do art. 5º, da CF/88:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se

aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à

liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Ao mesmo tempo em que impõe a busca por uma igualdade material, conforme

se depreende de vários dispositivos, como os que consagram direitos sociais,

como estabelece o art. 6º:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o

transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância,

a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

E, de acordo com o art. 3º, III, o que aponta a 'redução das desigualdades' sociais e regionais como um dos objetivos fundamentais da República Federativa do

Brasil.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

Questão 56

Diante de informação relativa a iminente publicação de matéria considerada

ofensiva à intimidade e à honra de autoridade pública em jornal local, nos

termos definidos pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADPF

130/DF, é possível conceder ordem judicial que

a) proíba a circulação da publicação jornalística considerada ofensiva, com

base no art. 5º , V e X, da Constituição Federal.

b) assegure, após configurado o dano causado à honra e à intimidade, a sua

reparação.

c) imponha alteração do conteúdo da matéria a ser divulgada, a fim de riscar

ou suprimir expressões ofensivas à honra e à intimidade da vítima.

d) proíba a inserção da matéria considerada ofensiva naquela publicação

jornalística, embora autorizada sua circulação.

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Comentários

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O direito de resposta,

que se manifesta como ação de replicar ou de retificar matéria publicada é exercitável por parte daquele que se vê ofendido em sua honra objetiva, ou então

subjetiva, conforme estampado no art. 5º, V, da Constituição Federal.

Questão 57

A divulgação, nos sites dos respectivos órgãos administrativos, de nomes e

vencimentos de servidores públicos, observado o decidido pelo Supremo

Tribunal Federal no julgamento do ARE 652.777, é medida que

a) deve ser reconhecida como legítima diante dos princípios constitucionais

que regulam a atividade pública e da Lei federal nº 12.527/11.

b) deve ser vedada, como regra geral, atendendo apenas a eventual requisição ou consulta justificada, porque a Lei Federal nº 12.527/11 (acesso

à informação) não impõe ou disciplina aquela divulgação.

c) deve ser autorizada em relação aos denominados agentes políticos,

ocupante de cargos eletivos, para conhecimento da população.

d) deve ser limitada à indicação da remuneração genérica dos cargos, sem identificação pessoal dos servidores, em respeito à inviolabilidade da

intimidade e da vida privada dos servidores.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, dos nomes dos

seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens

pecuniárias.

A alternativa B está incorreta. A Lei de acesso à informação que criou a

obrigação de publicar.

A alternativa C está incorreta. Devem ser autorizadas para servidores públicos

em geral, não apenas agentes políticos.

A alternativa D está incorreta. Pode haver a identificação pessoal dos

servidores, seja divulgando o nome seja a matrícula do servidor. Essa matéria

envolve regime público, não é vida privada.

Questão 58

Proposta Ação Civil Pública pelo representante do Ministério Público, com pedido de alteração da política de transporte urbano do Município, a fim de

que recursos sejam direcionados para ampliação das linhas de metrô, forma considerada mais eficiente, sob os aspectos urbanísticos e ambientais, em

relação à construção de corredores para ônibus e reparos de vias públicas

para veículos, tal pretensão

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a) deve ser deferida judicialmente porque é amparada constitucionalmente

e atende ao denominado interesse público primário.

b) não deve ser deferida sem prévia avaliação técnica e orçamentária, no

âmbito do Judiciário (prova pericial), quanto aos impactos da medida.

c) deve ser parcialmente deferida apenas para os exercícios seguintes, tendo

em vista a necessidade de previsão na lei orçamentária anual.

d) não deve ser deferida judicialmente porque preserva-se a escolha técnica

de políticas públicas aos órgãos da Administração.

Comentários

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão.

O MP tem capacidade postulatória para o inquérito civil e para várias ações

específicas como a ação penal pública e ação civil. Conforme o art. 129, I e III, da CF, o MP tem interesse para postular em juízo para defesa de direitos difusos

e coletivos. Nesse contexto, pode o MP propor ação para discutir política pública

e

O Ministério Público detém capacidade postulatória não só para a abertura do inquérito civil, da ação penal pública e da ação civil pública para a proteção do

patrimônio público e social do meio ambiente, mas também de outros interesses difusos e coletivos, conforme estabelece o art. 129, I e III, da CF/88. O Supremo

fixou entendimento no sentido de que é função institucional do Poder Judiciário determinar a implantação de políticas públicas quando os órgãos estatais

competentes, por descumprirem os encargos político-jurídicos que sobre eles

incidem, vierem a comprometer, com tal comportamento, a eficácia e a integridade de direitos individuais e/ou coletivos impregnados de estatura

constitucional, ainda que derivados de cláusulas revestidas de conteúdo

programático.

Questão 59

Determinada Câmara Municipal tem a iniciativa de, por meio de emenda à

Lei Orgânica Municipal, estabelecer mudança na base de cálculo de benefício

a servidor municipal e o respectivo pagamento é implementado. No ano seguinte, o novo Prefeito ingressa com a ação direta de inconstitucionalidade

daquela alteração legislativa, sendo correto decidir (conforme precedente do órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo na ADI

2222132-48.2014) que

a) existe inconstitucionalidade por vício de iniciativa e a decisão judicial tem

eficácia ex nunc, aplicando a modulação dos seus efeitos e declarando que

os valores recebidos pelos servidores são irrepetíveis.

b) existe inconstitucionalidade por vício de iniciativa e, diante do efeito repristinatório inerente à desconstituição da norma inconstitucional, devem

ser devolvidos pelos servidores os valores recebidos, mediante compensação

nos vencimentos futuros.

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c) existe inconstitucionalidade e seus efeitos são ex tunc, sendo que a modulação dos efeitos somente é permitida ao Supremo Tribunal Federal,

preservando-se apenas pagamentos feitos até a data da decisão judicial.

d) não existe inconstitucionalidade da modificação legislativa, tendo em vista

sua aceitação pelo Prefeito anterior e como medida de proteção à segurança

jurídica e boa-fé dos servidores.

Comentários

A ementa do julgado referido é a seguinte2:

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. Art. 114, XV, da Lei Orgânica Municipal da

Estância Turística de Paraguaçu Paulista, com a redação dada pela Emenda nº 28, de 21 de

dezembro de 2010. Alteração da base de cálculo da sexta parte, paga aos servidores

municipais. Emenda de autoria parlamentar. Inadmissibilidade. Vício formal. Reserva de

iniciativa do Chefe do Executivo (art. 24, § 2º, 1, e 144, da Constituição do Estado).

Modulação de efeitos. Verbas recebidas de boa-fé. Ação julgada procedente, com efeitos

"ex nunc".

Desse modo, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.

Questão 60

Por meio de mandado de segurança preventivo, Vereador pretende obter

ordem judicial obstando a tramitação de projeto de lei municipal que disciplina, no âmbito do Município, como deve ser ministrado o ensino

religioso. Adotando como referência o decidido pelo Supremo Tribunal

Federal no julgamento do MS 32033/DF, é correto afirmar que

a) se não cabe mandado de segurança contra lei em tese, a pretensão

deveria ser expressa por meio de ação declaratória, com pedido de tutela

antecipada.

b) como a matéria é regulada pela Constituição e por lei federal, é cabível o

controle preventivo do conteúdo material da norma proposta.

c) não é cabível o controle preventivo de constitucionalidade material das

normas em curso de formação.

d) o parlamentar tem legitimidade para promover o controle abstrato

repressivo, logo, nada obsta que seja aceita a pretensão exposta em Juízo.

Comentários

A alternativa A está incorreta. O mandado de segurança impetrado pelo parlamentar não é um controle da lei em tese, objetivo, mas sim um controle

difuso, por violação à direito subjetivo do parlamentar.

A alternativa B está incorreta. Nesse caso, não cabe controle preventivo

material. O único controle que se admite, via mandado de segurança, é o controle

formal.

2 ADI 2222132-48.2014, j. em 17.06.2015.

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A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Em regra, não se deve admitir a propositura de ação judicial para se realizar o controle de

constitucionalidade prévio dos atos normativos. Porém, há duas exceções em que é possível o controle de constitucionalidade prévio realizado pelo Poder Judiciário:

caso a proposta de emenda à Constituição seja manifestamente ofensiva à cláusula pétrea; e na hipótese em que a tramitação do projeto de lei ou de

emenda à Constituição violar regra constitucional que discipline o processo

legislativo.

A alternativa D está incorreta. Não se trata de controle abstrato, e sim de

controle incidental de inconstitucionalidade.

Questão 61

O sistema eleitoral brasileiro atual tem como característica:

a) voto majoritário para o Executivo e o Senado, tendo como resultante o

denominado Presidencialismo de coalizão.

b) voto majoritário para o Executivo e o Senado, tendo como resultante o

atual modelo de financiamento das campanhas.

c) voto proporcional com lista fechada para as eleições majoritárias e

proporcionais, o que submete o eleitor às escolhas das lideranças

partidárias.

d) voto proporcional com listas abertas para as eleições aos cargos do Legislativo, o que assegura maior participação a grupos minoritários no

âmbito partidário.

Comentários

As alternativas A e B estão incorretas. O sistema eleitoral brasileiro atual tem

como característica o voto majoritário para o Executivo e o Senado, mas isso não resulta no denominado presidencialismo de coalização, nem o atual modelo de

financiamento de campanhas.

A alternativa C está incorreta. O sistema eleitoral brasileiro atual não tem como

característica o voto proporcional com lista fechada para as eleições majoritárias

e proporcionais.

A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O nosso sistema eleitoral

atual é de listas abertas, ou seja, você vota no partido e, se quiser, no candidato. Assim, a partir do número de vagas que o partido tenha direito, vamos formar

uma lista com base nos candidatos segundo o número de votos que receberam.

Os mais votados preencheram as vagas do partido.

Questão 62

A busca das condições de relativa “igualdade” na disputa eleitoral autoriza a

disciplina da propaganda eleitoral, condição que inclui

a) limitações à propaganda eleitoral em relação ao rádio e à televisão

durante o período de campanha eleitoral.

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b) proibição de veiculação de programas e material jornalísticos descrevendo fatos “positivos” ou “negativos” a respeito de candidatos durante o período

de campanha eleitoral.

c) o controle prévio do conteúdo do material apresentado pelos Partidos e

coligações para divulgação na campanha eleitoral.

d) vedação de manifestações individuais nas “redes sociais” no período de

campanha eleitoral.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art.

44, da Lei nº 9.504/97:

Art. 44. A propaganda eleitoral no rádio e na televisão restringe-se ao horário gratuito

definido nesta Lei, vedada a veiculação de propaganda paga.

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 45, V, da Lei nº 9.504/97,

é permitido a veiculação de programas e material jornalísticos.

Art. 45. Encerrado o prazo para a realização das convenções no ano das eleições, é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e em seu noticiário:

V - veicular ou divulgar filmes, novelas, minisséries ou qualquer outro programa com alusão

ou crítica a candidato ou partido político, mesmo que dissimuladamente, exceto programas

jornalísticos ou debates políticos;

A alternativa C está incorreta. Segundo o art. 41, §2º, da referida Lei, é vedada

a censura prévia sobre o teor dos programas a serem exibidos na televisão.

§ 2o O poder de polícia se restringe às providências necessárias para inibir práticas ilegais,

vedada a censura prévia sobre o teor dos programas a serem exibidos na televisão, no rádio

ou na internet.

A alternativa D está incorreta. É permitida a manifestação individual nas redes

sociais no período de companha eleitoral. Vejamos o art. 57-B, IV, da Lei nº

9.504/97.

Art. 57-B. A propaganda eleitoral na internet poderá ser realizada nas seguintes formas:

IV - por meio de blogs, redes sociais, sítios de mensagens instantâneas e assemelhados,

cujo conteúdo seja gerado ou editado por candidatos, partidos ou coligações ou de iniciativa

de qualquer pessoa natural.

Questão 63

A Justiça Eleitoral, no exercício de suas atribuições legais e constitucionais,

não pode

a) emitir opiniões, respondendo a consultas partidárias a respeito de

situações apresentadas.

b) apreciar deliberações dos órgãos máximos partidários em relação a

questões eleitorais envolvendo os seus membros, diante da autonomia dos

Partidos.

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c) estabelecer, por meio do juiz da respectiva zona eleitoral, regras municipais diferenciadas para propaganda eleitoral, por conta das

peculiaridades locais, observada a competência legislativa municipal.

d) emitir resoluções com caráter normativo secundário, relativas ao processo

eleitoral diante do princípio da reserva legal.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. A Justiça Eleitoral, no

exercício de suas atribuições legais e constitucionais, não pode estabelecer, por meio do juiz da respectiva zona eleitoral, regras municipais diferenciadas para

propaganda eleitoral, por conta das peculiaridades locais. Trata-se de

competência privativa da União legislar sobre o direito eleitoral.

Questão 64

O art. 22 da Lei nº 9.096/95, com a redação da Lei nº12.891/13, estabelece

como hipótese de cancelamento imediato de filiação partidária, entre outras:

a) a filiação a outro partido, desde que comunicado o fato ao partido para

cancelamento da filiação anterior.

b) a expulsão do partido nos casos de posicionamentos contrários à liderança

partidária, desde que consultados os filiados.

c) a filiação a outro partido, comunicado o fato ao Juiz da respectiva zona eleitoral, prevalecendo a filiação mais recente em caso de coexistência de

filiações.

d) a perda dos direitos políticos diante de condenação, em decisão proferida

por órgão colegiado, por ato de improbidade decorrente de dolo.

Comentários

A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art.

22, V, combinado com o parágrafo único, da Lei nº 9.096/95:

Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:

V - filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona

Eleitoral.

Parágrafo único. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente,

devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais.

Questão 65

A liberdade e a autonomia partidária, asseguradas na lei e na Constituição

Federal, permitem que os partidos políticos

a) editem normas estatutárias definindo competência deliberativa exclusiva

à presidência nacional do Partido, por conta de seu caráter nacional.

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b) estabeleçam normas estatutárias relativas a penalidades, suspensão de direito de voto ou perda de prerrogativas quanto aos seus filiados, por conta

de suas condutas e votos.

c) outorguem aos seus órgãos diretivos competência para escolha dos

candidatos, independentemente de prévia fixação das regras de escolha em

seu Estatuto.

d) estabeleçam previsão estatutária que fixe sua imunidade ao controle

judicial, em se tratando de competência interna corporis.

Comentários

A questão requer o conhecimento do art. 15, da Lei nº 9.096/95 e o art. 5º, da

CF/88. Vamos analisar cada uma das alternativas.

A alternativa A está incorreta. Vejamos o inc. IV:

Art. 15. O Estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:

IV - modo como se organiza e administra, com a definição de sua estrutura geral e

identificação, composição e competências dos órgãos partidários nos níveis municipal,

estadual e nacional, duração dos mandatos e processo de eleição dos seus membros;

A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o inc. V:

V - fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das

penalidades, assegurado amplo direito de defesa;

A alternativa C está incorreta, com base no inc. VI:

VI - condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas;

A alternativa D está incorreta, segundo o art. 5º, XXXV, da CF/88:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se

aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à

liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Questão 66

Assinale a alternativa incorreta.

(A) Exceto se houver expressa autorização no contrato social, na sociedade

limitada, um sócio não pode ceder quotas a outro quotista sem o

consentimento dos demais.

(B) Na sociedade limitada, a responsabilidade dos sócios é restrita ao valor das suas quotas, salvo quanto à obrigação de integralização do capital, que

é solidária.

(C) Na sociedade simples, a contribuição do sócio pode consistir apenas em

serviços.

(D) Na sociedade limitada, em que o capital social ainda não estiver

integralizado, a designação de administrador não sócio depende da

aprovação pela unanimidade dos sócios.

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Comentários

A banca examinadora nos pede para marcar a alternativa incorreta, e neste caso

estamos falando da letra A, que nos cobra o conhecimento da regra do art. 1.057

do Código Civil de 2002.

Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a

quem seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver

oposição de titulares de mais de um quarto do capital social.

Podemos ver facilmente, portanto, que, em regra, o sócio pode ceder sua quota a quem já seja sócio, mesmo sem anuência dos demais, e também a pessoa que

não faça parte do quadro social, sendo necessária, neste caso, a anuência de

mais de um quarto do capital social.

A alternativa B está correta, nos termos do art. 1.052 do Código Civil. Lembre-se aqui de que cada sócio responde limitadamente na proporção de sua quota,

mas todos os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital

social, ok?

A alternativa C está correta. Apesar de não haver uma disposição legal que trate

especificamente do sócio que contribui para a sociedade apenas com serviços, temos alguns dispositivos que mencionam essa possibilidade, a exemplo do art.

1.007, segundo o qual o sócio deve, em regra, participar dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele cuja contribuição consiste em

serviços somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas.

A alternativa D também está correta. Lembre-se de que as funções do

administrador não sócio são muito importantes, e por isso, quando o capital ainda não estiver integralizado, é necessária a aprovação de todos os sócios para sua

designação. A regra encontra-se prevista no art. 1.061 do Código Civil. Lembre-

se ainda de que, após a integralização, esse quórum cai para dois terços.

GABARITO: A

Questão 67

Em relação às sociedades anônimas, é correto afirmar que

(A) a critério de seus fundadores, a sociedade anônima que tenha por objeto

social atividade rural poderá ser inscrita no registro civil de pessoas jurídicas.

(B) desde que não haja oposição de qualquer dos acionistas presentes, a assembleia geral da S/A fechada pode deliberar a distribuição de dividendos

inferiores aos fixos ou mínimos estipulados para os acionistas

preferencialistas.

(C) o acordo de acionistas registrado na Companhia pode vincular o voto dos membros do conselho de administração eleitos pelos sócios que o tenham

firmado.

(D) a assembleia geral não pode suspender o exercício dos direitos de acionista em mora com obrigações impostas pelo estatuto, salvo se tal

obrigação decorrer de expressa disposição legal.

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Comentários

A alternativa A está incorreta porque a sociedade por ações (gênero do qual faz

parte a sociedade anônima) é sempre uma sociedade empresária, nos termos do

parágrafo único do art. 982 do Código Civil.

Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por

objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e,

simples, as demais.

Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade

por ações; e, simples, a cooperativa.

Se a sociedade anônima é empresária, portanto, ela não pode ser registrada no

registro civil de pessoas jurídicas, mas sim no registro de empresas mercantis.

A alternativa B também está incorreta. Aqui a banca invoca o art. 203 da Lei n.

6.404/1979, conhecida como Lei das Sociedades Anônimas, segundo o qual deve ser preservado o direito dos acionistas preferenciais de receber os dividendos

fixos ou mínimos a que tenham prioridade.

A alternativa C está correta, e é a nossa resposta, nos termos do art. 118, §9o da Lei das Sociedades Anônimas, segundo o qual é possível a vinculação do voto

dos membros do conselho de administração eleitos pelos sócios que o tenham

firmado, quando isso for previsto no acordo de acionistas da Companhia.

§ 9º, LSA. O não comparecimento à assembleia ou às reuniões dos órgãos de administração

da companhia, bem como as abstenções de voto de qualquer parte de acordo de acionistas

ou de membros do conselho de administração eleitos nos termos de acordo de acionistas,

assegura à parte prejudicada o direito de votar com as ações pertencentes ao acionista

ausente ou omisso e, no caso de membro do conselho de administração, pelo conselheiro

eleito com os votos da parte prejudicada

A alternativa D está incorreta porque a suspensão dos direitos do acionista

inadimplentes é perfeitamente possível, nos termos da previsão do art. 120 da

Lei das Sociedades Anônimas.

Art. 120. A assembleia-geral poderá suspender o exercício dos direitos do acionista que

deixar de cumprir obrigação imposta pela lei ou pelo estatuto, cessando a suspensão logo

que cumprida a obrigação.

GABARITO: C

Questão 68

A respeito da escrituração mercantil, é incorreto afirmar que

(A) os livros obrigatórios do empresário e da sociedade empresária devem

ser autenticados na Junta Comercial.

(B) quando preencherem os requisitos legais, os livros contábeis fazem

prova a favor de seu titular, nos litígios entre empresários.

(C) as sociedades anônimas deverão manter registros permanentes, observando a legislação e os princípios de contabilidade geralmente aceitos

e registrar suas mutações patrimoniais segundo o regime de caixa.

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(D) o exame de livros comerciais, em ação judicial envolvendo contratos mercantis, fica limitado aos lançamentos correspondentes às transações

entre os litigantes.

Comentários

Aqui mais uma vez a banca nos cobra a alternativa incorreta. Nossa resposta é a alternativa C, pois as mutações patrimoniais das sociedades anônimas deverão

ser registradas segundo o regime de competência, e não ao regime de caixa, nos

termos do art. 177 da Lei das Sociedades Anônimas.

A alternativa A está correta nos termos do art. 1.118 do Código Civil, segundo o

qual, salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de

Empresas Mercantis. A alternativa B invoca o art. 418 do Novo Código de Processo Civil, segundo o qual os livros empresariais que preencham os requisitos

exigidos por lei provam a favor de seu autor no litígio entre empresários. A alternativa D também está correta, fazendo menção à Súmula 260 do STF: “O

exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os

litigantes”.

GABARITO: C

Questão 69

Sobre títulos de crédito, é correto afirmar que

(A) não é possível o preenchimento do título de crédito incompleto pelo

credor após a sua emissão.

(B) na cédula de crédito bancário pode ser constituída garantia real em documento separado, desde que se faça mera referência a isso no corpo da

cédula.

(C) o devedor deve conferir a autenticidade das assinaturas de toda a cadeia

de endossos lançados no título, antes de realizar o pagamento ao último

endossatário e portador.

(D) o endossatário de endosso em branco pode mudá-lo para endosso em

preto, desde que o complete com o seu nome ou de terceiro, bem como pode

endossar novamente o título, mas não pode transferi-lo sem novo endosso.

Comentários

A alternativa A está incorreta em razão da regra do art. 891 do Código Civil,

segundo o qual o título de crédito incompleto ao tempo da emissão deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados. O STF complementa a

interpretação da norma por meio da Súmula 387, que reconhece como lícita a

complementação das informações do título de crédito pelo credor de boa-fé.

A alternativa B está correta e é a nossa resposta, cobrando conhecimento da Lei

n. 10.931/2004, que trata de alguns títulos de crédito, entre eles e a cédula de crédito bancário. Segundo o art. 32 da lei, a constituição da garantia poderá ser

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feita na própria Cédula de Crédito Bancário ou em documento separado, neste

caso fazendo-se, na Cédula, menção a tal circunstância.

A alternativa C está incorreta porque aquele que paga o título está obrigado a verificar a regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade das

assinaturas, de acordo com a regra do parágrafo único do art. 911 do Código

Civil.

A alternativa D está incorreta porque, além da possibilidade de alteração do endosso em branco para endosso em preto e do reendosso, também é possível a

transferência, mesmo sem novo endosso.

GABARITO: B

Questão 70

Sobre alienação dos estabelecimentos empresariais, é correto afirmar:

(A) exige que o alienante ceda, separada e individualmente, ao adquirente

cada um dos contratos estipulados para a exploração do estabelecimento.

(B) permite que o alienante se restabeleça de imediato se assim desejar,

continuando a exploração da mesma atividade, caso não haja expressa

vedação contratual no contrato de trespasse.

(C) o contrato de alienação de estabelecimento produzirá efeitos imediatos entre as partes e perante terceiros, salvo se alienante e adquirente

exercerem o mesmo ramo de atividades, quando a operação ficará na

dependência da aprovação da autoridade de defesa da concorrência.

(D) a alienação implica a responsabilidade do adquirente pelos débitos

anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, sem

prejuízo da obrigação solidária do devedor primitivo na forma da lei.

Comentários

A alternativa A está incorreta por uma razão muito simples: não faria sentido que

a lei exigisse que o alienante precisa ceder separadamente cada um dos contratos para exploração do estabelecimento. Na realidade, de acordo com o art. 1.148

do Código Civil, salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-

rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do

estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal.

A alternativa B está incorreta porque, em regra, o alienante não pode fazer concorrência ao adquirente nos cinco anos subsequentes à alienação, nos termos

do art. 1.147 do Código Civil.

A alternativa C está incorreta porque o contrato, em regra, só produzirá efeitos

quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de

publicado na imprensa oficial.

A alternativa D é a nossa resposta, invocando os exatos termos do art. 1.146 do

Código Civil.

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Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos

anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor

primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos

vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

GABARITO: D

Questão 71

Nos termos da Lei no 12.529/11, não constitui por si só infração da ordem econômica os atos dos competidores que tenham por objeto ou possam

produzir o seguinte efeito:

(A) dominar mercado relevante de bens ou serviços.

(B) falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência.

(C) limitar a livre iniciativa.

(D) exercício de forma abusiva de posição dominante.

Comentários

A Lei n. 12.529/2011 é conhecida como Lei de Defesa da Concorrência. Entre

outros objetivos, essa lei tipifica em seu art. 36 as infrações à ordem econômica:

limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; dominar mercado relevante de bens ou serviços; aumentar

arbitrariamente os lucros; e exercer de forma abusiva posição dominante. A questão não vai além do texto legal, trazendo a tipificação das infrações em suas

alternativas, solicitando a indicação da errada. Nossa reposta está na alternativa A, apesar de esta ser uma conduta tipificada, em razão da exceção encontrada

no §1o, segundo o qual a conquista de mercado resultante de processo natural fundado na maior eficiência de agente econômico em relação a seus competidores

não caracteriza o ilícito.

GABARITO: A

Questão 72

Assinale a alternativa correta sobre os contratos empresariais.

(A) Existindo cláusula resolutiva expressa no contrato de arrendamento

mercantil, a constituição em mora do arrendatário não exige notificação

prévia.

(B) É permitida na representação comercial a estipulação de cláusulas del

credere.

(C) A circular oferta de franquia pode ser entregue pelo franqueador ao franqueado após a assinatura do contrato e do pagamento das taxas

pertinentes.

(D) No contrato de locação comercial de imóvel urbano que tenha sido

construído pelo locador para atender a especificações fixadas pelo locatário,

as partes podem estipular a renúncia à revisão do locativo durante a vigência

do contrato.

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Comentários

A alternativa A está incorreta porque, ainda que haja cláusula resolutiva

expressa, a notificação prévia do arrendatário para constitui-lo em mora é

necessária. Sobre isso há inclusive a Súmula 369 do STJ.

A alternativa B nos exige conhecimento acerca da Lei n. 4.886/1965, que trata da representação comercial autônoma. Segundo o art. 43 da lei, É vedada no

contrato de representação comercial a inclusão de cláusulas del credere.

Aproveito para relembrá-lo de que a cláusula del credere é aquela que prevê a dedução de valores das comissões do representante comercial caso a venda seja

cancelada ou desfeita.

A alternativa C está incorreta porque a Circular de Oferta de Franquia deve ser

entregue antes da formalização do contrato, nos termos do art. 4o da Lei n. 8.955/1994, que trata do contrato de franquia empresarial, também chamado de

franchising.

A alternativa D é a nossa resposta, e invoca a regra do §1o do art. 54-A da Lei

n. 8.245/1991, conhecida como Lei de Locações ou Lei do Inquilinato. Segundo o dispositivo, poderá ser convencionada a renúncia ao direito de revisão do valor

dos aluguéis durante o prazo de vigência do contrato de locação não residencial na qual o locador procede à prévia aquisição, construção ou substancial reforma

do imóvel então especificado pelo pretendente à locação.

GABARITO: D

Questão 73

Nos contratos bancários,

(A) o julgador pode conhecer de ofício a abusividade de cláusulas.

(B) os juros moratórios sujeitam-se ao limite de 1% ao mês, caso não se

trate de contratos bancários regidos por legislação específica.

(C) os juros remuneratórios superiores a 12% ao ano presumem-se abusivos, cabendo à instituição financeira demonstrar sua adequação e

razoabilidade.

(D) a comissão de permanência pode ser cumulada com os juros

remuneratórios contratados.

Comentários

Esta é uma questão totalmente pautada pela jurisprudência do STJ! Muita

atenção aqui!

A alternativa A está incorreta porque, segundo a Súmula 381 do STJ, o julgador

não pode conhecer de ofício a abusividade das cláusulas, devendo a abusividade

ser demonstrada a cada caso.

A alternativa B é a nossa resposta, fazendo referência à Súmula 379 do STJ, que

limita em 1% ao mês os juros moratórios que poderão ser convencionados nos

contratos bancários não regidos por legislação específica.

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A alternativa C está incorreta em razão da Súmula 382 do STJ, segundo a qual a estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não

indica abusividade.

A alternativa D, por sua vez, está incorreta porque a cobrança de comissão de

permanência excluir a exigibilidade de juros remuneratórios, moratórios, e de

multa contratual, nos termos da Súmula 472 do STJ.

GABARITO: B

Questão 74

No período de seis meses, a contar do deferimento da recuperação judicial,

(A) não são suspensas as execuções fiscais em face da recuperanda.

(B) é permitido retirar do estabelecimento do devedor bens móveis sobre os

quais o credor tenha propriedade fiduciária, mesmo que sejam eles

essenciais à atividade empresarial do recuperando.

(C) não tramitam as ações propostas contra a recuperanda que demandem

quantias ilíquidas.

(D) o juízo da recuperação judicial é competente para decidir sobre a constrição de todos os bens da recuperanda, mesmo que não abrangidos

pelo plano de recuperação da empresa.

Comentários

A alternativa A está correta, e é a nossa resposta, pois, nos termos do art. 5o,

§7o da Lei n. 11.101/2005, as execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de

parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária

específica.

A alternativa B está incorreta porque, nos termos do art. 49, §3o, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua

atividade empresarial.

A alternativa C está incorreta porque a ação que demanda quantia ilíquida deve

continuar. Não faria sentido suspender esse tipo de ação, porque nem sequer se

chegou ainda a uma conclusão acerca de quanto é devido pela recuperanda. A

previsão legal está no art. 6o, §4o.

A alternativa D está incorreta porque apenas os bens abrangidos pelo plano de recuperação estão sob a competência do juízo da recuperação judicial, nos

termos da Súmula 480 do STJ.

GABARITO: A

Questão 75

Na falência, é correto afirmar que

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(A) na realização do ativo, o juiz deverá dar preferência à alienação separada e individualizada de cada um dos ativos que integram a massa, em lugar da

venda em bloco dos estabelecimentos da empresa.

(B) são exigíveis contra a massa falida juros vencidos após a decretação da

falência, independentemente da suficiência do ativo apurado para pagamento dos credores subordinados, desde que estejam previstos em lei

ou contrato.

(C) um sócio da sociedade falida pode exercer seu direito de retirada, mesmo

após a decretação da falência.

(D) os créditos trabalhistas cedidos a terceiros passam a ser considerados

quirografários.

Comentários

A alternativa A está incorreta porque a regra é justamente o contrário. Segundo

o art. 140 da Lei n. 11.101/2005, a última opção é a alienação dos bens

individualmente.

Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas, observada a

seguinte ordem de preferência:

I – alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco;

II – alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente;

III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor;

IV – alienação dos bens individualmente considerados.

A alternativa B está incorreta porque, nos termos do art. 124, contra a massa

falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, previstos

em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos

credores subordinados.

A alternativa C está incorreta porque o art. 116 determina que a decretação da falência suspende o exercício do direito de retirada ou de recebimento do valor

de suas quotas ou ações, por parte dos sócios da sociedade falida.

A alternativa D está correta e é a nossa resposta, reproduzindo exatamente o

conteúdo do art. 83, §4o, da Lei n. 11.101/2005.

Art. 83, § 4o, os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quirografários.

GABARITO: D

Questão 76

Comerciante utiliza notas fiscais de compras de mercadorias para aproveitamento dos respectivos créditos de ICMS e, posteriormente, a

empresa fornecedora daqueles bens tem suas atividades encerradas, e reconhecidas pelo Fisco como inidôneas as notas fiscais por ela emitidas.

Diante de tal situação,

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(A) nos termos do art. 136 do CTN, a responsabilidade por infrações tributárias independe da intenção do agente, logo, no caso, irrelevante a boa

ou má-fé dos envolvidos nas operações.

(B) a boa-fé do comerciante não impede que seja apurada a veracidade

daquelas transações comerciais que originaram as notas fiscais declaradas

inidôneas.

(C) a boa-fé do comerciante que utilizou aquelas notas fiscais declaradas

inidôneas impede que seja autuado pelo Fisco.

(D) a má-fé do emitente das notas fiscais contamina as operações

subsequentes, invalidando-as e autorizando a autuação.

Comentários

Alternativa A: Na realidade, a jurisprudência do STJ protege o adquirente de boa-

fé, quando demonstrada a veracidade da compra e venda. Alternativa errada.

Alternativa B: De acordo com a Súmula 509 do STJ, é lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal posteriormente

declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da compra e venda. Assim, se a operação é verídica, é lícito ao adquirente (comerciante) aproveitar

os créditos de ICMS. Alternativa correta.

Alternativa C: A boa-fé não é a única condição para que o comerciante fique

impedido de ser autuado, de acordo com a jurisprudência do STJ. É necessário que a nota fiscal tenha sido emitida anteriormente à declaração de inidoneidade

do vendedor e deve ficar comprovada ainda a veracidade da compra e venda.

Alternativa errada.

Alternativa D: A má-fé do emitente não necessariamente contaminará as

operações subsequentes, desde que o adquirente comprove ser de boa-fé bem como a veracidade da compra e venda. Ademais, é necessário que a nota fiscal

tenha sido emitida anteriormente à declaração de inidoneidade do vendedor.

Alternativa errada.

Gabarito: Letra B

Questão 77

Na cobrança do ISSQN sobre serviços bancários, é correto afirmar, com base

nos atuais julgamentos do STJ, que

(A) a lista de serviços previstos na legislação é taxativa e não admite outras

inclusões.

(B) a lista de serviços previstos na legislação é taxativa, porém, admite

leitura extensiva para serviços idênticos embora com denominações

distintas.

(C) a lista de serviços previstos na legislação é exemplificativa, logo, admite

outras inclusões.

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(D) a lista de serviços previstos na legislação para a atividade bancária tem tratamento específico porque os serviços bancários têm natureza genérica,

sujeitos, portanto, como regra, ao pagamento daquele tributo.

Comentários

O ISSQN somente incide sobre os serviços definidos na lista de serviços anexas à LC 116/03. Portanto, a competência tributária dos Municípios, no que diz

respeito à incidência de imposto sobre serviços, se limita aos serviços

relacionados neste anexo.

Com relação aos serviços bancários, a jurisprudência do STJ firmou-se no sentido

de que a referida lista anexa é taxativa, admitindo-se, contudo, uma leitura extensiva de cada item, a fim de enquadrar serviços idênticos aos expressamente

previstos.

Gabarito: Letra B

Questão 78

Na Arguição de Inconstitucionalidade 0056693-19.2014, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ao analisar legislação do

Município de São Paulo, fixando a base de cálculo do Imposto sobre

Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), concluiu que

(A) a base de cálculo do ITBI a ser considerada pelo contribuinte é aquela

periodicamente apurada pelo órgão municipal competente.

(B) compete ao contribuinte impugnar, caso discorde da cobrança, o valor indicado como base de cálculo do ITBI pela Municipalidade, presumido como

correto.

(C) é válido instituir como base de cálculo do ITBI o valor pelo qual o bem

ou direito é negociado à vista.

(D) o contribuinte deve recolher o ITBI e o IPTU adotando como base de

cálculo o valor venal de referência.

Comentários

Nesta questão, o examinador deseja saber exatamente o que foi decidido pelo

TJ-SP. Na Arguição de Inconstitucionalidade 0056693-19.2014, O referido Tribunal concluiu válido o dispositivo da Lei Municipal de São Paulo, que considera

como base de cálculo do ITBI o valor pelo qual o bem ou direito é negociado à

vista.

Cabe acrescentar, neste ponto, que, no julgamento do Recurso Especial 1.199.964/SP, o STJ decidiu que “o valor venal do imóvel apurado para fins de

ITBI não coincide, necessariamente, com aquele adotado para lançamento do IPTU”, inobstante o fato de os arts. 33 (IPTU) e 38 (ITBI) previrem como base

de cálculo o valor venal do imóvel.

Gabarito: Letra C

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Questão 79

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do ARE 639632 AgR/MS, ao

analisar a questão relativa à cobrança progressiva do IPTU estabeleceu

alguns parâmetros e, de acordo com tal julgamento, é correto afirmar que

(A) a parafiscalidade é o fenômeno por meio do qual se busca a concretização

da função social da propriedade.

(B) é inconstitucional o regime de alíquotas progressivas do IPTU com base

no valor venal do imóvel.

(C) a progressividade extrafiscal também tem previsão normativa no

Estatuto da Cidade.

(D) os pressupostos e condições para aplicação da progressividade

extrafiscal e da progressividade fiscal devem ser os mesmos.

Comentários

Alternativa A: Na realidade, é a extrafiscalidade o fenômego que se relaciona com

a busca da concretização da função social da propriedade. Alternativa errada.

Alternativa B: Após a EC 29/00, a jurisprudência do STF é no sentido de que o

regime de alíquotas progressivas do IPTU com base no valor venal do imóvel é

constitucional. Alternativa errada.

Alternativa C: De fato, a progressividade fiscal também é prevista no Estatuto da

Cidade (Lei Federal n° 10.257/01). Alternativa correta.

Alternativa D: Na verdade, existem pressupostos e condições distintos. Na progressividade fiscal, a variação das alíquotas está relacionada ao valor do

imóvel; na progressividade extrafiscal, a variação das alíquotas está relacionada ao tempo em que o imóvel permanece sem o adequado aproveitamento.

Alternativa errada.

Gabarito: Letra C

Questão 80

Considerando o disposto no art. 24 da Constituição Federal, ao tratar da competência concorrente da União, Estados e Municípios, em matéria

tributária, é correto afirmar que

(A) a norma jurídica editada por um ente federativo no âmbito de sua

competência tributária exige que os demais entes federativos respeitem sua

incidência, dentro dos respectivos limites geográficos estaduais.

(B) a lei geral federal prevalece em relação às leis estaduais e estas prevalecem em relação às leis municipais, nos termos das Constituições

Estaduais.

(C) a competência residual tributária quanto aos impostos é da União,

observado o disposto no art. 154, I, da Constituição Federal.

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(D) na ausência de normas gerais federais, os Estados têm competência para legislar em matéria tributária, e, na ausência de leis federais e estaduais, os

Municípios têm a referida competência, o que se denomina competência

concorrente cumulativa.

Comentários

Alternativa A: De fato, quando um ente edita uma norma jurídica no âmbito de

sua competência tributária, há exigência de que os demais entes federativos a

respeitem, dentro dos seus limites geográficos (não necessariamente estaduais, como apontado na assertiva). Deve ficar ressalvado também que o art. 24, § 4º,

dispõe que a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Portanto, a alternativa está

errada.

Alternativa B: Trata-se, na realidade, de reserva de competência tributária,

observando-se que, em matéria de normas gerais, a competência é da União.

Alternativa errada.

Alternativa C: Realmente, a competência residual tributária para a instituição de

novos impostos foi reservada apenas à União. Alternativa correta.

Alternativa D: Embora haja previsão para que os Estados legislem em face da ausência de normas gerais editadas pela União, o mesmo não se pode dizer em

relação aos Municípios. Alternativa errada.

Gabarito: Letra C

Questão 81

Na hipótese da União, mediante tratado internacional, abrir mão de tributos de competência de Estados e Municípios, nos termos do decidido pelo

Supremo Tribunal Federal (RE 229096), é correto afirmar que

(A) se caracteriza a denominada isenção heterônoma, vedada nos termos do

art. 151, III, da Constituição Federal.

(B) se caracteriza violação ao princípio federativo, objeto de cláusula pétrea,

nos termos do art. 60, § 4º, I, da Constituição Federal.

(C) o tratado é válido desde que acompanhado de medidas de “compensação

tributária” em favor dos Estados e Municípios prejudicados.

(D) se insere a medida na competência privativa do Presidente da República, sujeita a referendo do Congresso Nacional, com prevalência dos tratados em

relação à legislação tributária interna.

Comentários

Alternativa A: No referido julgado, foi decidido pela Suprema Corte que este caso

não se caracteriza como isenção heterônoma. Alternativa errada.

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Alternativa B: Justamente por não caracterizar isenção heterônoma, uma vez que o Presidente da República atua em nome da República Federativa do Brasil, não

há que se falar em violação ao princípio federativo. Alternativa errada.

Alternativa C: Não há que se falar nesta condicionante, isto é, na necessidade de

haver a previsão de medidas de “compensação tributária” em favor dos Estados e Municípios prejudicados como condição para o tratado ser considerado válido.

Alternativa errada.

Alternativa D: A celebração de tratados internacionais é de competência privativa

do Presidente da República, conforme prevê o art. 84, VIII, da CF/88, sujeita a referendo do Congresso Nacional, com prevalência dos tratados em relação à

legislação tributária interna. Alternativa correta.

Gabarito: Letra D

Questão 82

Na disciplina das isenções, imunidades e hipóteses de não incidência, é

correto afirmar que

(A) quem pode isentar também pode conceder imunidade.

(B) quem pode tributar pode isentar.

(C) alíquota zero e isenção são expressões juridicamente equivalentes.

(D) não incidência é situação juridicamente distinta de imunidade e de não

competência.

Comentários

Alternativa A: Apenas a CF/88 concede imunidade. Já as isenções situam-se no

âmbito da competência tributária dos entes federados, sendo concedidas por

meio de lei. Alternativa errada.

Alternativa B: De fato, se o ente pode tributar, também pode isentar (conceder benefícios fiscais). As isenções situam-se no âmbito da competência tributária

dos entes federados. Alternativa correta.

Alternativa C: Embora na prática o efeito seja o mesmo (desoneração), alíquota

zero e isenção não são expressões juridicamente equivalentes, pois aquela se

trata apenas tornar nulo o valor da obrigação tributária e esta implica exclusão

do crédito tributário. Alternativa errada.

Alternativa D: Pode-se dizer que a imunidade é uma forma de não incidência constitucionalmente qualificada. Assim, embora a imunidade tenha como

consequência a não incidência tributária, esta pode abranger outros casos além da imunidade. Seria o caso, por exemplo, de um Estado que, mesmo competente

para instituir o IPVA, não o faz, de modo que não há incidência tributária sobre um bem que, mediante autorização constitucional, poderia ser tributado.

Alternativa correta.

Gabarito: Letras B e D

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Questão 83

Quando a legislação tributária estabelece que é responsável pelo

recolhimento do tributo terceira pessoa, vinculada ao mesmo fato gerador

ocorrido, estamos diante da situação denominada

(A) reponsabilidade stricto sensu, “por transferência”.

(B) solidariedade passiva tributária por imposição legal.

(C) substituição tributária “para frente”.

(D) substituição tributária “para trás”.

Comentários

Alternativa A: Na responsabilidade por transferência, a responsabilidade é transferida a terceiros em decorrência de determinado fato posterior previsto na

lei tributária, como o falecimento de uma pessoa, por exemplo. Alternativa

errada.

Alternativa B: Não há qualquer indício de que esteja se tratando de solidariedade

passiva (dois devedores em conjunto). Alternativa errada.

Alternativa C: Na substituição tributária para frente (ou progressiva), o

pagamento é antecipado, isto é, refere-se a uma obrigação cujo fato gerador

ainda não ocorreu, o que não é o caso apresentado. Alternativa errada.

Alternativa D: Na substituição tributária para trás (ou regressiva) o pagamento é postergado, ou seja, o fato gerador já ocorreu, mas o tributo só será pago em

momento posterior, por terceira pessoa. Alternativa correta.

Gabarito: Letra D

Questão 84

Diante do disposto nos artigos 173 e 174 do Código Tributário Nacional, fixando, respectivamente, prazo de cinco anos para constituição do crédito

tributário e igual prazo para cobrança do crédito tributário, é correto afirmar

que

(A) a prescrição intercorrente pode ser reconhecida nos períodos decorridos até a constituição do crédito tributário ou após iniciada a cobrança, contados

os prazos separadamente.

(B) nos casos de tributos sujeitos a lançamentos por homologação, diante

do pagamento do valor declarado e ausente fraude ou simulação, a prescrição do crédito tributário é de cinco anos, contados do fato jurídico

tributado.

(C) a Fazenda tem dez anos (regra cinco mais cinco) para obter seu crédito

tributário.

(D) a Fazenda tem cinco anos para obter seu crédito tributário.

Comentários

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Alternativa A: No Direito Tributário, a prescrição não é contada antes da

constituição do crédito tributário. Alternativa errada.

Alternativa B: Primeiramente, temos que saber que, se o sujeito passivo pagou um valor declarado, o crédito tributário foi extinto pelo pagamento (CTN, art.

156, I). Assim, quanto ao valor declarado, não há decadência nem prescrição.

Dessa forma, o que banca considera é que houve o valor do tributo foi apenas

parcialmente declarado e pago pelo sujeito passivo. Assim, quanto à parcela não declarada, o Fisco tem o prazo de 05 anos para identificá-la e constituir o crédito

tributário pertinente.

Discordamos da terminologia utilizada (prescrição), uma vez que, sendo a

decadência o prazo para o Fisco constituir o crédito tributário, a situação retratada nesta assertiva se refere exatamente à atividade da fiscalização

tributária, no sentido de identificar o valor realmente devido e não declarado e

constituir de ofício o respectivo crédito tributário. Alternativa considerada correta.

Alternativa C: Atualmente, não prevalece na jurisprudência pátria a regra cinco

mais cinco, no que diz respeito ao prazo decadencial. Alternativa errada.

Alternativa D: O prazo pode ser maior do que 5 anos, a depender das regras

previstas no CTN. Alternativa errada.

Gabarito: Letra B

Questão 85

O art. 655-A do Código de Processo Civil ainda em vigor e o art. 11 da Lei

no 6.830/80 indicam o dinheiro, em espécie ou depósito, como preferencial

para penhora; de outra parte, o art. 620 do Código de Processo Civil ainda vigente e o art. 185-A do Código Tributário Nacional recomendam,

respectivamente, que a execução se faça “pelo modo menos gravoso ao credor” e que, se o devedor não pagar ou indicar bens, deverá ser decretada

a indisponibilidade de seus bens e direitos. Diante de tais disposições, o

Superior Tribunal de Justiça tem concluído que

(A) o Juiz deve verificar, inicialmente, se foram esgotadas as diligências para

localização de bens do devedor antes de determinar a penhora on-line.

(B) a penhora de dinheiro em espécie ou depósitos judiciais só é possível

após expressa e fundamentada justificativa da Fazenda.

(C) indicados bens não poderá ser efetivada a denominada penhora on-line.

(D) não pago o valor devido nem indicados bens à penhora, o bloqueio de

ativos financeiros do devedor é medida que prescinde de outras diligências

prévias por parte do credor.

Comentários

De acordo com o art. 11, da LEF, o primeiro bem na ordem dos bens a serem penhorados é o dinheiro. Cabe destacar que, com a edição da Lei 11.382/2006,

que introduziu alterações ao antigo CPC, o dinheiro foi equiparado pelo legislador

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aos valores em depósito ou aplicação em instituição financeira (CPC, art. 655,I).

Esta equiparação foi conservada na redação do NCPC, em seu art. 835, I.

Por esse motivo é que da jurisprudência do STJ entende que se permite a adoção da penhora online como primeira medida constritiva na execução fiscal, sendo

desnecessário, portanto, a adoção de outras diligências com objetivo de localizar

bens do devedor (REsp 1.112.943/MA).

Gabarito: Letra D

Questão 86

Sobre a servidão ambiental instituída pela Lei no 6.938/81 e alterada pelas

Leis no 7.804/89, no 11.284/06 e no 12.651/12, é correto afirmar que

(A) a servidão ambiental não pode ser instituída como modo de

compensação de Reserva Legal.

(B) a servidão ambiental pode ser alienada, cedida ou transferida totalmente

durante sua vigência.

(C) a servidão deverá ser sempre gratuita e pode ser instituída por

instrumento público ou particular.

(D) a servidão florestal não se confunde com a servidão ambiental, devendo

esta prevalecer sobre aquela quando houver sobreposição.

Comentários

A servidão ambiental pode ser instituída como modo de compensação de Reserva

Legal, conforme artigo 9º-A, §5º da Lei 6.938/81, o que torna a alternativa “a” errada. A servidão ambiental pode ser gratuita ou onerosa, e pode ser realizada,

também, por termo administrativo, conforme artigo 9º-B e 9º-A da Lei 6.938/81, o que torna a alternativa “c” errada. O artigo 9º-A,§7º da Lei 6.938/81 passou a

considerar a servidão florestal como servidão ambiental, não havendo que se falar em sobreposição, o que torna a alternativa “d” errada. A alternativa correta

é a “b”, conforme artigo 9º-B, §3º da Lei 6.938/81.

Questão 87

Com relação à gestão de resíduos sólidos instituída pela Lei no 12.305/10, é

correto afirmar que

(A) o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos

sólidos pode, mediante termo de compromisso firmado com o setor empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade destes nos

sistemas de logística reversa, vedada a cobrança por essas atividades.

(B) a lei instituiu a obrigação de estruturar e implementar sistemas de

logística reversa dividindo a responsabilidade entre os fabricantes e os comerciantes de produtos como pilhas e baterias, agrotóxicos, pneus,

equipamentos e componentes eletrônicos e lâmpadas, entre outros.

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(C) a Lei de Resíduos Sólidos permite a incineração de resíduos sólidos desde que realizada com emprego de equipamentos devidamente licenciados pela

autoridade ambiental competente.

(D) não estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos

sólidos os estabelecimentos comerciais cujos resíduos gerados em suas atividades sejam caracterizados, por sua natureza, composição ou volume,

como não perigosos.

Comentários

A alternativa “a” está errada, pois as atividades ali elencadas deverão ser

devidamente remuneradas, conforme artigo 33, §7º da Lei 12.305/2010. A alternativa “b” está errada, pois a responsabilidade não é dividida, mas

compartilhada, conforme artigo 33 da Lei 12.305/2010. A alternativa “d” está errada, pois estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos

sólidos os estabelecimentos comerciais cujos resíduos gerados em suas atividades sejam caracterizados, por sua natureza, composição ou volume, como

não perigosos, conforme artigo 20, II da Lei 12.305/2010. A alternativa “c” está correta, pois o artigo 47, III da Lei 12.305/2010 proíbe a incineração em

instalações/equipamentos não licenciados para essa finalidade.

Questão 88

A Constituição federal previu que todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, estabelecendo incumbências ao poder público para assegurar a efetividade desse direito. Dentre essas incumbências

arroladas no art. 225, não está a seguinte:

(A) fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação de material

genético.

(B) definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus

componentes a serem especialmente protegidos.

(C) preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais.

(D) exigir para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de

significativa degradação do meio ambiente a recuperação do meio ambiente

degradado.

Comentários

A alternativa “d” é a única que não está elencada nos incisos do artigo 225, §1º

da CF, motivo pelo qual deve ser marcada.

Questão 89

Nos termos da Resolução CONAMA 001, de 1986, o relatório de impacto

ambiental – RIMA deve refletir as conclusões do estudo de impacto ambiental e terá um conteúdo mínimo. A alternativa que não reflete a exigência de

conteúdo mínimo obrigatório de um RIMA é:

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(A) a descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderem ser

evitados e a estimativa de custos para implementação das medidas

mitigadoras exigidas.

(B) os objetivos e as justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade

com as políticas setoriais, planos e programas governamentais.

(C) a síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência do projeto e a descrição dos prováveis impactos ambientais da

implantação e operação da atividade.

(D) a recomendação quanto à alternativa mais favorável para o

empreendimento.

Comentários

A alternativa a ser marcada é a “a”, pois não consta nos incisos do artigo 9º da

Resolução CONAMA 001/86 (mais especificamente no inciso VI) a exigência da estimativa de custos para implementação das medidas mitigadoras exigidas.

Todas as demais alternativas encontram-se nos demais incisos do artigo acima

citado.

Questão 90

Em relação às Áreas de Preservação Permanente, é incorreta a seguinte

afirmação:

(A) é permitido ao poder público se utilizar do direito de preempção para

aquisição de remanescentes florestais relevantes.

(B) todo imóvel rural situado no território nacional deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, no correspondente

a 20% da área total do imóvel.

(C) é lícita a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação

Permanente para implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados, desde que comprovada a outorga do

direito de uso da água.

(D) é dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução em Área de Preservação Permanente nas hipóteses de realização,

em caráter de urgência, de atividades de segurança nacional e obras de interesse da defesa civil destinadas à prevenção e mitigação de acidentes

em áreas urbanas.

Comentários

A alternativa “a” está correta, conforme artigo 25 do Código Florestal. A alternativa “c” está correta, conforme artigo 3º, X, b c/c artigo 8º do Código

Florestal. A alternativa “d” está correta, conforme artigo 8º, §3º do Código

Florestal. A alternativa a ser marcada (errada) é a “b”, conforme artigo 12 do

Código Florestal.

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Questão 91

O instituto da desapropriação, no direito brasileiro, é regido por norma

editada por decreto-lei na década de 40 e recepcionada pela Constituição Federal de 1988, com algumas alterações pontuais procedidas por legislação

posterior. Sobre o instituto da desapropriação, é correto afirmar que

(A) só é possível a expropriação de bens imóveis com prévia indenização em

dinheiro ou, em algumas hipóteses, em títulos públicos com vencimento em

prazo de, no máximo, cinco anos.

(B) a desapropriação exige que os bens expropriados sejam destinados a

uma finalidade ou utilidade públicas, incorporando-se ao patrimônio público,

vedada a sua posterior alienação em favor de particulares.

(C) na desapropriação de bem imóvel, a declaração de utilidade pública deve especificar o bem dela objeto e se circunscrever àquela área necessária

àquela finalidade, vedada sob pena de nulidade do ato expropriatório a inclusão de área lindeira para futura alienação e captura da valorização

imobiliária pelo poder público.

(D) a prática dos atos necessários à desapropriação pode ser exercida por

particulares mediante delegação pelo poder público à iniciativa privada.

Comentários

a) ERRADA. Conforme prescreve o art. 5º, XXIV da CF, a desapropriação será

promovida “mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição”. As ressalvas previstas na Constituição se

referem à desapropriação de bens imóveis: desapropriação de propriedades urbanas que descumprem o plano diretor do Município (CF, art. 182, §4º, III);

desapropriação de propriedades rurais para fins de reforma agrária (CF, art. 184); e desapropriação de terras em que sejam cultivadas plantas psicotrópicas

ilegais ou haja exploração de trabalho escravo (CF, art. 243). Logo, a

desapropriação de bens móveis deve ser sempre feita em dinheiro.

b) ERRADA. Á época da prova vigora a redação dada pela Medida Provisória

700/2015 aos §§ 4º a 6º do art. 5º do Decreto-Lei 3.365/41, que diziam o

seguinte:

§ 4º Os bens desapropriados para fins de utilidade pública e os direitos decorrentes da

respectiva imissão na posse poderão ser alienados a terceiros, locados, cedidos, arrendados,

outorgados em regimes de concessão de direito real de uso, de concessão comum ou de

parceria público-privada e ainda transferidos como integralização de fundos de investimento

ou sociedades de propósito específico.

§ 5º Aplica-se o disposto no § 4º nos casos de desapropriação para fins de execução de

planos de urbanização, de renovação urbana ou de parcelamento ou reparcelamento do

solo, desde que seja assegurada a destinação prevista no referido plano de urbanização ou

de parcelamento de solo.

§ 6º Comprovada a inviabilidade ou a perda objetiva de interesse público em manter a

destinação do bem prevista no Decreto expropriatório, o expropriante deverá adotar uma

das seguintes medidas, nesta ordem de preferência:

I - destinar a área não utilizada para outra finalidade pública; ou

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II - alienar o bem a qualquer interessado, na forma prevista em lei, assegurado o direito de

preferência à pessoa física ou jurídica desapropriada.

Daí, portanto, o gabarito. Ressalte-se, porém, que a MP 700/2015 teve sua

vigência encerrada, sem ser convertida em lei. Logo, tais dispositivos não

constam mais do DL 3.365/41.

c) ERRADA. Trata-se da chamada desapropriação por zona (alternativa “d”).

A desapropriação por zona, também chamada de desapropriação extensiva,

ocorre quando o Poder Público expropria uma extensão de área maior que a estritamente necessária para a realização de uma obra ou serviço, com a inclusão

de áreas adjacentes que ficam reservadas para uma das finalidades seguintes:

Ulterior continuação do desenvolvimento da obra ou do serviço;

Para serem alienadas depois que, em decorrência da obra ou do serviço,

ocorrer a sua valorização.

A desapropriação por zona possui previsão no art. 4º do Decreto-lei 3.365/1941:

Art. 4o A desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento

da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em

consequência da realização do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública

deverá compreendê-las, mencionando-se quais as indispensaveis à continuação da obra e

as que se destinam à revenda.

Parágrafo único. Quando a desapropriação destinar-se à urbanização ou à reurbanização

realizada mediante concessão ou parceria público-privada, o edital de licitação poderá

prever que a receita decorrente da revenda ou utilização imobiliária integre projeto

associado por conta e risco do concessionário, garantido ao poder concedente no mínimo o

ressarcimento dos desembolsos com indenizações, quando estas ficarem sob sua

responsabilidade.

Detalhe é que o ato expropriatório deve especificar qual área que se destina à continuidade da obra e qual a que se destina à revenda, em decorrência da sua

valorização. Nesta última hipótese, o bem não é expropriado para integrar o patrimônio público, mas para ser revendido, com lucro, depois de concluída a

obra que valorizou o imóvel, evitando que os proprietários daquelas áreas tenham ganhos extraordinários com a valorização causada pelas obras ou serviços

públicos.

Maria Sylvia Di Pietro ensina que o efeito da desapropriação por zona, para o

Poder Público, é o mesmo da contribuição de melhoria, tributo devido pelo proprietário de imóvel que se valorizou em razão da execução de obras públicas

(CF, art. 145, III). Ora, tanto na desapropriação por zona quanto na contribuição de melhoria há o fato de que o imóvel experimenta valorização em decorrência

de obras públicas. Portanto, havendo a previsão de valorização de imóveis vizinhos, o Poder Público poderá escolher: (i) cobrar simplesmente a contribuição

de melhoria do proprietário após a valorização ou (ii) antes da realização da obra,

desapropriar a área contígua que será valorizada para, após o término da obra, revende-la com lucro. Por óbvio, caso escolha a segunda opção, os novos

adquirentes não ficarão sujeitos ao pagamento da contribuição de melhoria.

d) CERTA. As concessionárias e permissionárias de serviços públicos

(particulares) podem promover a fase executória da desapropriação, desde que

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recebam expressamente essa delegação por lei ou contrato. É o que está previsto

no art. 3º do Decreto-Lei 3.365/1941:

Art. 3o Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de carater público

ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover desapropriações

mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato.

Gabarito: alternativa “d”

Questão 92

Quanto às parcerias público-privadas em sentido estrito, é correto afirmar

que

(A) é vedado que numa PPP o particular receba recursos públicos a qualquer título que não seja de financiamento por instituição financeira, antes de

iniciar a prestação dos serviços objeto da PPP.

(B) a contratação de parcerias público-privadas será precedida de licitação

devendo o contrato ser adjudicado à empresa ou ao consórcio de empresas que se sagrou vencedor do certame, vedado que o objeto da parceria seja

cometido a pessoa jurídica distinta dos adjudicatários.

(C) se inclui entre as cláusulas necessárias dos contratos de PPP a que

contenha as penalidades aplicáveis à Administração Pública.

(D) elas só podem ter por objeto a prestação de serviços públicos divisíveis de que a Administração seja usuária direta ou indireta, ainda que envolva a

execução de obra.

Comentários

a) ERRADA. Uma PPP se caracteriza justamente pela transferência de recursos

públicos para o particular concessionário, ou seja, há sempre uma contraprestação pecuniária do Poder Público em favor do parceiro privado. Essa

contraprestação pode ser tanto mediante ordem bancária (transferência direta de recursos), como também por cessão de créditos não tributários, outorga de

direitos em face da Administração Pública, outorga de direitos sobre bens públicos

dominicais e outros meios admitidos em lei.

b) ERRADA. Segundo o art. 3º da Lei 11.079/2004, o art. 27 da Lei 8.987/95 se aplica às PPP. Tal dispositivo da Lei 8.987/95 permite a transferência da

concessão em que o contrato de concessão é totalmente entregue nas mãos de terceiros, após autorização do poder concedente, havendo a completa

substituição da empresa originalmente vencedora da licitação. Portanto, não é absolutamente vedado que o objeto da parceria seja cometido a pessoa jurídica

distinta dos adjudicatários.

c) CERTA, nos termos do art. 5º, inciso II:

Art. 5o As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao disposto no art.

23 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no que couber, devendo também prever:

(...)

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II – as penalidades aplicáveis à Administração Pública e ao parceiro privado em caso de

inadimplemento contratual, fixadas sempre de forma proporcional à gravidade da falta

cometida, e às obrigações assumidas;

d) ERRADA. A lei não restringe o objeto das PPP à prestação de serviços públicos

divisíveis.

Gabarito: alternativa “c”

Questão 93

À luz da Lei no 12.846/13, denominada Lei Anticorrupção (LAC), é correta a

afirmação constante em qual das alternativas a seguir?

(A) Com base na LAC, podem ser aplicadas na esfera administrativa as sanções de multa, publicação extraordinária da decisão condenatória e

declaração de inidoneidade da pessoa jurídica envolvida nos ilícitos.

(B) As punições previstas na LAC somente poderão ser aplicadas após

regular processo administrativo, no âmbito do qual seja possível o exercício da ampla defesa com todos os meios e recursos a ela inerentes, e conduzido

por comissão integrada por, no mínimo, dois servidores estáveis.

(C) A competência para instauração e julgamento do processo administrativo de responsabilização por atos de corrupção pelos envolvidos caberá à

autoridade máxima de cada órgão ou ente público do respectivo poder,

vedada a delegação desta competência.

(D) A autoridade máxima do órgão ou entidade pública, com a anuência do Ministério Público, poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas físicas

ou jurídicas responsáveis por atos de corrupção desde que esta identifique os demais envolvidos na infração, forneça com celeridade provas e

documentos, seja a primeira a se manifestar e cesse completamente seu

envolvimento.

Comentários

a) ERRADA. Na esfera administrativa, a LAC prevê apenas as sanções de multa e publicação extraordinária da decisão condenatória. Não prevê a declaração de

inidoneidade.

b) CERTA. Como todo processo de natureza punitiva, deve ser assegurado o

exercício da ampla defesa com todos os meios e recursos a ela inerentes. Com base no art. 10 da LAC, o processo administrativo para apuração da

responsabilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão designada pela

autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis.

c) ERRADA. Segundo o art. 8º, §1º da LAC, “a competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de responsabilidade da

pessoa jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação”.

d) ERRADA. Para a celebração do acordo de leniência, não há necessidade de

anuência do Ministério Público.

Gabarito: alternativa “b”

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Questão 94

Sobre o dever constitucional da Administração Pública realizar licitação para

contratar obras, serviços, compras e alienações, bem como para delegar a prestação de serviços públicos por meio de concessão ou permissão, é

correto afirmar que

(A) respeitadas as modalidades de licitação previstas na lei geral editada

pelo Congresso Nacional, Estados e Municípios podem estabelecer

modalidades licitatórias adicionais para a Administração Pública no seu

âmbito federativo.

(B) a licitação se presta a assegurar à Administração a obtenção da proposta economicamente mais barata e a garantir condições e oportunidades

idênticas a todos os particulares interessados.

(C) a Constituição prevê a existência de uma única lei contendo normas

gerais para todos os entes e órgãos públicos de qualquer ente da Federação.

(D) é possível que a licitação seja utilizada para a consecução de pautas de

políticas públicas que conflitem com os princípios da economicidade e da

isonomia.

Comentários

a) ERRADA. O §8º do art. 22 da Lei 8.666/1993 proíbe a criação de novas modalidades de licitação, bem assim a combinação de modalidades. Na verdade,

a Lei 8.666/1993 veda que leis estritamente locais criem novas modalidades de licitação. Outras leis nacionais podem cria-las, como é o caso da Lei 10.520/2002,

que instituiu o pregão.

b) ERRADA. A licitação se presta a assegurar à Administração a obtenção da

proposta mais vantajosa, e não necessariamente a proposta economicamente

mais barata.

c) ERRADA. A Constituição não exige a edição de uma única lei para estabelecer normas gerais de licitação. Tanto é verdade que, além da Lei 8.666/93, a Lei

10.520/2002 (pregão) e a Lei 12.462/2011 (RDC) também tratam do assunto.

d) CERTA. Embora a observância do princípio da isonomia seja a regra nas licitações, a Lei 8.666/1993 admite uma série de situações nas quais é possível

haver diferenciação entre os licitantes, situações que podem ser consideradas exceções a esse princípio, como na necessidade de dar preferência a bens e

serviços nacionais ou produzidos por microempresas e empresas de pequeno

porte, ainda que sejam mais caros.

Gabarito: alternativa “d”

Questão 95

Em matéria de processo administrativo, no Estado de São Paulo, convivem

normas processuais constantes em lei federal (Lei nº 9.784/99) e estadual (Lei nº 10.177/98). No regime jurídico do processo administrativo aplicado

à Administração Pública estadual, é correto afirmar que

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a) a Administração não pode anular seus atos se passados mais de dez anos contados de sua produção, mesmo que causadores de prejuízo,

independentemente do direito ao ressarcimento.

b) no processo administrativo, os atos preparatórios ou de mero expediente

não podem ser objeto de recurso hierárquico, podendo ser impugnados por meio de agravo retido ou pedido de reconsideração endereçado à autoridade

que tiver praticado o ato.

c) a Administração poderá convalidar seus atos inválidos, quando a

invalidade decorrer de vício de competência ou de ordem formal, ainda que

o mesmo tenha sido objeto de impugnação por interessado.

d) as competências não são renunciáveis nem delegáveis, podendo ser

avocadas em caráter excepcional e transitório.

Comentários

A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme estabelece o

art. 10, I, da Lei nº 10.177/98:

Artigo 10 - A Administração anulará seus atos inválidos, de ofício ou por provocação de

pessoa interessada, salvo quando:

I - ultrapassado o prazo de 10 (dez) anos contado de sua produção;

A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 41, da referida Lei, são irrecorríveis, na esfera administrativa, os atos de mero expediente ou

preparatórios de decisões.

A alternativa C está incorreta. Com base no §1º, do art. 11, da Lei nº 10.177/98,

não será admitida a convalidação quando dela resultar prejuízo à Administração

ou a terceiros ou quando se tratar de ato impugnado.

A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 19, da referida Lei, salvo vedação legal, as autoridades superiores poderão delegar a seus subordinados a prática

de atos de sua competência ou avocar os de competência destes.

Questão 96

Sobre os consórcios públicos regulados pela Lei no 11.107/05, é incorreto

afirmar que

(A) se um consórcio público é inicialmente constituído pela União, dois

Estados e cinco Municípios situados no território de um desses Estados e, durante o processo de ratificação do Protocolo de Intenções pelos

legislativos, a Assembleia Legislativa de um desses Estados nega a ratificação, esse Consórcio não poderá ser constituído com a participação da

União.

(B) o contrato de consórcio deverá prever contribuições financeiras ou

econômicas de ente da Federação ao consórcio público, vedada a doação,

destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as transferências

ou cessões de direitos.

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(C) o Consórcio Público formado por um Estado e vários Municípios, que assume personalidade jurídica de direito público, passa a integrar a

administração autárquica concomitantemente de todos os entes federados

integrantes de sua composição.

(D) constitui ato de improbidade do agente público delegar a prestação de serviço público a órgão ou pessoa jurídica pertencente a outro ente da

Federação por instituto diverso do contrato de programa.

Comentários

a) CERTA. Segundo ao art. 1º, §2º da Lei 11.107/2005, “a União somente

participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados”. Ou seja, a

União não pode celebrar consórcio diretamente com Municípios, devendo sempre haver a participação do Estado em que se situa o Município. Sendo assim, caso a

Assembleia Legislativa do Estado não ratifique a sua participação no consórcio, a

União não poderá participar apenas com os Municípios.

b) ERRADA, nos termos do art. 4º, §3º da Lei 11.107/2005:

§ 3o É nula a cláusula do contrato de consórcio que preveja determinadas contribuições

financeiras ou econômicas de ente da Federação ao consórcio público, salvo a doação,

destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as transferências ou cessões de

direitos operadas por força de gestão associada de serviços públicos.

c) CERTA. Nos termos do art. 6º, §1º da Lei 11.107/2005, “o consórcio público

com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados”. Parte da doutrina entende que os

consórcios de direito público passam a integrar a administração indireta dos entes

consorciados como uma espécie de autarquia, daí o item afirmar que eles passam

a integrar a administração autárquica”.

d) CERTA. Segundo o art. 10, XIV da Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), constitui ato de improbidade “celebrar contrato ou outro

instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei”. E, segundo o

art. 13 da Lei 11.107/2005, “deverão ser constituídas e reguladas por contrato de programa, como condição de sua validade, as obrigações que um ente da

Federação constituir para com outro ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito de gestão associada em que haja a prestação de serviços

públicos ou a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou de

bens necessários à continuidade dos serviços transferidos.

Gabarito: alternativa “b”

Questão 97

Sobre os Contratos Administrativos, é correto afirmar:

(A) na licitação na modalidade de pregão, regulada pela Lei no 10.520/02, apenas após o encerramento da etapa competitiva o pregoeiro verificará a

documentação do licitante vencedor, quando então deverá verificar sua

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habilitação jurídica, fiscal, técnica, econômica e a validade de sua garantia

de proposta.

(B) a contratação integrada compreende a elaboração e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execução de obras e serviços de

engenharia, a montagem, a realização de testes, a pré-operação e todas as

demais operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto.

(C) ressalvada a hipótese de contratação integrada nos demais regimes de execução é proibida a participação do autor do projeto básico como consultor

ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, na

licitação de obra ou serviço ou na sua execução.

(D) a Ata de Registro de preços constitui modalidade de licitação para contratações cujo orçamento estimado não alcance o valor que obriga a

adoção da modalidade concorrência.

Comentários

a) ERRADA. No pregão, a verificação dos requisitos de habilitação ocorre após o

julgamento das propostas, ou seja, ocorre uma inversão de fases relativamente às demais modalidades de licitação, em que a habilitação precede o julgamento.

Segundo a Lei 10.520/2002, a “habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade

Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que atende às

exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações técnica e

econômico-financeira”. Ou seja, não há previsão de que seja verificada a validade

da garantia de proposta. Aliás, no pregão, a garantia de proposta é vedada.

b) CERTA. A contratação integrada é um instituto previsto na Lei 12.462/2011, que institui o Regime Diferenciado de Contratações (RDC). O que caracteriza o

regime de contratação integrada é o fato de que o contratado, além de executar as obras, também elabora o projeto executivo e o projeto básico (art. 9º, §1º).

O edital respectivo conterá apenas um anteprojeto de engenharia para

possibilitar a caracterização da obra ou serviço.

c) ERRADA. Nos termos do art. 9º, §1º da Lei 8.666/93, “é permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II deste

artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento,

exclusivamente a serviço da Administração interessada”.

d) ERRADA. O Sistema de Registro de Preços (SRP) não é uma modalidade de

licitação. Na verdade, o SRP nada mais é que um conjunto de procedimentos para

a formação de um “banco de dados” de preços e fornecedores, que fica registrado numa ata, denominada ata de registro de preços, com característica de

compromisso para futura contratação.

Gabarito: alternativa “b”

Questão 98

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O regime jurídico dos servidores públicos tem um amplo tratamento na Constituição federal, além de ser disciplinado em lei estatutária de cada ente

da federação. Com relação ao regime geral dos servidores públicos, é correto

afirmar que

(A) no direito brasileiro é possível que um não servidor público exerça função pública sem que o agente seja ocupante de cargo público em que tenha sido

regularmente investido.

(B) um servidor aposentado pelo regime de previdência do setor público

somente poderá acumular os proventos com a remuneração de cargo público se o cargo em que se aposentou e aquele posteriormente ocupado forem

acumuláveis nos termos da Constituição.

(C) o servidor público estável só pode ser demitido a bem do serviço público

após processo administrativo disciplinar em que lhe seja assegurado o amplo direito de defesa exercida por meio de advogado por ele constituído ou

dativo.

(D) o servidor aprovado em concurso público, após adquirir estabilidade, só pode deixar de ocupar o cargo no qual foi investido por promoção,

exoneração a pedido ou após regular processo administrativo disciplinar ou

ainda quando requerer a aposentadoria, preenchidos os requisitos legais.

Comentários

a) CERTA. De fato, é possível que não servidores públicos exerçam funções

públicas, a exemplo de cargos em comissão ou de funções de agentes honoríficos,

como mesários nas eleições.

b) ERRADA. O item trouxe apenas uma das hipóteses de acumulação de

proventos da aposentadoria com a remuneração de cargos efetivos. A Constituição também permite a acumulação dos proventos com a remuneração

de cargos em comissão e de cargos eletivos.

c) ERRADA. Nos termos do art. 41, §1º da CF, o servidor estável poderá perder

o cargo em virtude de (i) sentença judicial transitada em julgado, (ii) mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa, e (iii)

mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei

complementar, assegurada ampla defesa

d) ERRADA. Além das situações mencionadas na alternativa anterior, o servidor estável também poderá deixar seu cargo nas hipóteses de vacância previstas no

regime jurídico de seu cargo. Por exemplo, a Lei 8.112/90 prevê como hipóteses de vacância: exoneração, demissão, promoção, readaptação, aposentadoria,

posse em outro cargo inacumulável e falecimento.

Gabarito: alternativa “a”

Questão 99

Sobre os serviços públicos, assinale a alternativa correta.

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(A) As tarifas de remuneração da prestação de serviços públicos concedidos deverão ser fixadas pelo preço da proposta vencedora da licitação nos

termos de sua proposta e sua cobrança poderá ser condicionada à existência

de serviço alternativo e gratuito para o usuário.

(B) A prestação de serviço público diretamente pelo poder público é imune à aplicação do regime de proteção contido no Código de Defesa do

Consumidor por caracterizar relação de prestação ao usuário e não relação

de consumo.

(C) Os serviços públicos previstos na Constituição que sejam passíveis de

concessão aos particulares só poderão ser remunerados por meio de tarifas.

(D) A prestação do serviço público não pode ser interrompida por inadimplemento do usuário no pagamento das tarifas, pois sendo um serviço

essencial, o corte fere o princípio da dignidade da pessoa humana.

Comentários

a) CERTA, nos termos do art. 9º da Lei 8.987/95:

Art. 9o A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da proposta vencedora

da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato.

§ 1o A tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e somente nos casos

expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência de

serviço público alternativo e gratuito para o usuário.

b) ERRADA. A prestação de serviço público configura uma relação de consumo e,

por isso, está sujeita ao regime de proteção contido no Código de Defesa do

Consumidor.

c) ERRADA. Além das tarifas cobradas diretamente dos usuários, os serviços também podem ser remunerados por receitas alternativas, complementares,

acessórias ou de projetos associados, que poderão ser geradas com a concessão, a exemplo da exploração de lanchonetes e estacionamentos nos aeroportos ou

de outdoors nas rodovias.

d) ERRADA. A Lei 8.987/95 (art. 6º, §3º) prevê que não se caracteriza como

descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após

prévio aviso, quando: (i) motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e (ii) por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da

coletividade.

Gabarito: alternativa “a”

Questão 100

Sobre os bens públicos, é correta a seguinte assertiva:

(A) só se sujeitam ao regime de bens públicos aqueles bens que pertençam

a pessoa jurídica de direito público.

(B) é vedado o uso privativo de bem público de uso comum por particular,

salvo se a lei expressamente autorizar.

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(C) a afetação de bens ao uso comum pode decorrer de ato de vontade de

um particular.

(D) bens públicos de uso comum são aqueles abertos à fruição de todo

cidadão, de modo incondicionado e gratuito.

Comentários

a) ERRADA. Bens que pertençam a pessoas jurídicas de direito privado, mas que

estejam diretamente relacionados com a prestação de um serviço público,

também se sujeitam ao regime de bens públicos.

b) ERRADA. Os bens públicos de qualquer modalidade – de uso comum, de uso

especial ou dominical – podem ser utilizados de modo privativo por particulares, mediante institutos como autorização de uso, permissão de uso, concessão de

uso, concessão de direito real de uso e cessão de uso.

c) CERTA. A doutrina majoritária possui o entendimento de que que a mera ação

dos administrados não tem a capacidade de vincular ou desvincular um bem de sua destinação pública. Assim, por exemplo, a invasão do MST em repartição

pública, com a instalação de barracas, não reverte o bem de uso especial em comum do povo. De igual forma, o não uso frequente de uma praça pública ou

de uma praia pela população não é suficiente para desafetar esses bens. Contudo, a banca parece ter adotado o entendimento de Carvalho Filho, segundo o qual a

afetação e a desafetação constituem fatos administrativos. E, o fato administrativo tanto pode ocorrer mediante a prática de ato administrativo

formal, como através de fato jurídico de diversa natureza, no qual estaria incluído

o ato de vontade do particular.

d) ERRADA. De regra, o uso dos bens de uso comum do povo é gratuito, mas

pode ser oneroso, tal como na cobrança de pedágio em estradas rodoviárias ou na cobrança de estacionamento rotativo em áreas públicas (ruas e praças) pelos

Municípios.

Gabarito: alternativa “c”