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PROVA ORAL Direito Administrativo · extinção. Sanc ̧ões. Conve ̂nios e consórcios. Licitac ̧ão, Servic ̧os públicos e Obra Pública. Concessão e permissão e delegação

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DIREITO ADMINISTRATIVO EDITAL UNIFICADO: Serviço público: conceito, elementos de sua definição, princípios, classificação. Serviço público delegado. Delegação dos serviços notariais e de registro e agente. Contratos administrativos. Conceito. Normatizacao. Especies. Clausulas de privilegio. Equac ao economico-financeira. Formalizac ao. Duracao, prorrogac ao, renovac ao, inexecuc ao e extincao. Sancoes. Conve nios e consorcios. Licitac ao, Servic os publicos e Obra Publica. Concessão e permissão e delegac ao de servic os publicos. Normatizacao. Distinc oes e caracteristicas. Parceria publico-privada (Lei n° 11.079/2004). Bens públicos. Desafetação. Este material foi construído com base nas obras / aulas dos seguintes autores: CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 33. ed. São Paulo: Atlas, 2019. CARVALHO, Matheus. Direito Administrativo. 4. ed. Salvador: Juspodivm, 2017. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 32. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019. JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2018. MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. MEIRELLES, Hely Lopes; BURLE FILHO, José Emmanuel. Direito administrativo brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2019. OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018.

SERVIÇO PÚBLICO: conceito, elementos de sua definição, princípios, classificação. Serviço público delegado. Delegação dos serviços notariais e de registro e agente.

1. Defina serviço público.

Alguns autores adotam uma definição mais ampla e outros mais restrita de

serviço público. Entretanto, ordinariamente, combinam-se três elementos para a definição: a) material (atividades de interesse coletivo); b) subjetivo (presença do Estado); e, c) formal (procedimento de direito público).

Serviço público é uma atividade pública administrativa de satisfação concreta de necessidades individuais ou transindividuais, materiais ou imateriais, vinculadas diretamente a um direito fundamental, insuscetíveis de satisfação adequada mediante os mecanismos da livre iniciativa privada, destinada a pessoas indeterminadas, qualificada legislativamente e executada sob regime de direito público (JUSTEN FILHO, 2018).

2. Diferencie serviços administrativos de serviços de utilidade pública.

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Consideram-se serviços administrativos aqueles que o Estado executa para compor melhor sua organização, como o que implanta centro de pesquisa ou edita a imprensa oficial para a divulgação dos atos administrativos. Já os serviços de utilidade pública se destinam diretamente aos indivíduos, ou seja, são proporcionados para sua fruição direta. Entre eles estão o de energia domiciliar, fornecimento de gás, atendimento em postos médicos, ensino etc. (CARVALHO FILHO, 2019).

3. Diferencie os serviços uti singuli dos serviços uti universi.

Serviços coletivos (uti universi) são aqueles prestados a grupamentos

indeterminados de indivíduos, de acordo com as opções e prioridades da Administração, e em conformidade com os recursos de que disponha. Já os serviços singulares (uti singuli) preordenam-se a destinatários individualizados, sendo mensurável a utilização por cada um dos indivíduos. Exemplos desses serviços são os de energia domiciliar ou de uso de linha telefônica.

4. Em que consiste a concessão de serviço público?

De acordo com o art. 2º, inciso III, da Lei Federal n. 8.987/95, trata-se da

construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado.

5. Em que consiste o princípio da continuidade do serviço público? Tendo em vista esse princípio, é possível a interrupção da prestação de um serviço público?

Traduz-se na ideia de prestação ininterrupta da atividade administrativa e

dos serviços prestados à coletividade, evitando interrupções indevidas, sendo designado, por uma parcela da doutrina, como princípio da permanência (CARVALHO, 2017).

Não obstante o dever de continuidade dos serviços públicos, a Lei 8.987/95 autoriza a interrupção nas hipóteses do art. 6º, § 3º, de forma que não se caracteriza a sua descontinuidade quando: a) situação de emergência; b) com prévia comunicação ao usuário, quando este for inadimplente c) após prévio aviso, por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações.

O STJ já decidiu que a interrupção do serviço em caso de inadimplemento tem como objetivo maior proteger os interesses da coletividade, portanto,

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quando a interrupção prejudicar esses interesses, ela não deve ser realizada. Assim, os Tribunais impedem o corte quando a ausência do serviço causar um prejuízo irreparável, como ocorre na prestação de energia elétrica a hospitais, logradouros, repartições públicas e outros (REsp. 845.982/RJ).

A interrupção do serviço para usuário inadimplente também foi observada nas hipóteses em que o administrado não tem condições de arcar com as despesas em razão da miséria em que vive e o dever da empresa de arcar com essa obrigação (REsp. 647.853/RS).

6. É possível a aplicação da exceção de contrato não cumprido em favor do particular na concessão comum de serviços públicos?

Sim, com fundamento no disposto no art. 78, inciso XV1, da Lei n. 8.666/93.

Ressalte-se, contudo, que a aplicação da exceptio non adimplenti contractus, neste caso, enseja somente a paralização das atividades do particular, não acarretando a extinção da avença firmada com a administração pública (CARVALHO, 2017).

7. Em que consiste a delegação de serviço público? O que a diferencia da outorga?

É a manifestação do Estado que transfere a outro ente a prestação de um

serviço público, contudo, mantém para si a titularidade do mesmo. A titularidade do serviço pode pertencer à Administração ou, excepcionalmente, ao particular, naqueles casos em que a Constituição Federal não atribui ao Poder Público a exclusividade. Nesses serviços, não há que se falar em transferência para o particular, porque este já recebe tal titularidade por meio de previsão constitucional. Todavia, nas hipóteses em que a titularidade do serviço é exclusiva do Estado, a sua prestação pode ser realizada por ele ou por alguém em seu nome, admitindo-se a transferência da titularidade de sua prestação para os entes da Administração Indireta e para os particulares. Nesse grupo de atividades, o Estado conserva a titularidade do serviço e transfere somente a sua prestação, o que ocorre por meio do instituto da delegação de serviços (MARINELA, 2016).

A outorga é uma forma de descentralização administrativa, instrumentalizada por lei, em que a entidade destinatária recebe a

1 “o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação”

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titularidade e a execução da atividade ou serviço descentralizado (v.g. autarquias).

Discute-se se a outorga transfere ou não a titularidade da atividade administrativa. Isto porque não se pode admitir que o Estado transfira a titularidade que lhe foi atribuída pela Constituição, considerada irrenunciável. Em verdade, a descentralização só pode abranger a execução da atividade. Por essa razão, em qualquer descentralização, operacionalizada por lei ou negócio jurídico, é possível ao Ente Federativo, titular da atividade descentralizada, retomar a sua execução, desde que seja respeitado o princípio da simetria das formas (ex.: a lei pode extinguir uma pessoa administrativa e, com isso, a atividade seria devolvida ao Ente; a extinção do contrato de concessão acarreta a devolução da execução do serviço ao Poder Concedente) (OLIVEIRA, 2018).

A outorga possui contornos de definitividade, posto emergir de lei; a delegação, ao contrário, sugere termo final prefixado, visto decorrer de contrato.

8. Os delegatários de serviços de notas e registro são agentes públicos? Eles possuem estabilidade? Qual seu regime remuneratório? Estão sujeitos à aposentadoria compulsória?

Sim. A expressão “agentes públicos” tem sentido amplo. Significa o conjunto

de pessoas que, a qualquer título, exercem uma função pública como prepostos do Estado. Essa função, é mister que se diga, pode ser remunerada ou gratuita, definitiva ou transitória, política ou jurídica (CARVALHO FILHO, 2019). O art. 2º da Lei de Improbidade Administrativa anuncia que “reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”.

Não possuem estabilidade. A despeito de serem agentes públicos, os tabeliães e notários não são titulares de cargos públicos efetivos, razão pela qual não ostentam estabilidade.

Os notários e registradores são remunerados a partir dos emolumentos arrecadados na prestação do serviço extrajudicial (art. 236, § 2º, CF).

Por não serem servidores públicos – conquanto sejam agentes públicos – os notários e registradores não se submetem ao regime de aposentadoria compulsória.

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: conceito, normatizac ao, especies, clausulas de privilegio, equacao econo mico-financeira, formalizac ao, duracao, prorrogacao, renovac ao, inexecuc ao e extinc ao, sancoes, conve nios e consorcios.

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9. Conceitue o contrato administrativo, apontando o que o diferencia de um contrato privado. Todo contrato que o Poder Público faz é um contrato administrativo?

Os contratos administrativos são as manifestações de vontade entre duas

ou mais pessoas visando à celebração de negócio jurídico, havendo a participação do Poder Público, atuando com todas as prerrogativas decorrentes da supremacia do interesse público, visando sempre à persecução de um fim coletivo. Este contrato é regido pelo direito público, sendo inerentes a ele todas as prerrogativas e limitações de Estado (CARVALHO, 2014, p. 513).

Nem todo contrato do Poder Público é um contrato administrativo, pois nem todos se sujeitam ao regime de direito público, que decorre do princípio da supremacia do interesse público e dá prerrogativas extraordinárias à administração.

10. O que são as cláusulas exorbitantes? Cite algumas delas.

Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2001, p. 256): São cláusulas

exorbitantes aquelas que não seriam comuns ou que seriam ilícitas em contrato celebrado entre particulares, por conferirem prerrogativas a uma das partes (a Administração) em relação à outra; elas colocam a Administração em posição de supremacia sobre o contratado.

São exemplos de cláusulas exorbitantes: a alteração e rescisão unilaterais do contrato pela Administração; o reajustamento de preços e tarifas; a alegação da cláusula da exceção do contrato não cumprido – que num primeiro momento não será aplicada nos contratos administrativos devido ao princípio da continuidade dos serviços públicos; controle e fiscalização da execução contratual pelo Poder Público; aplicação de penalidades contratuais unilaterais etc.

11. É possível que o particular oponha à administração a exceção de contrato não cumprido?

A cláusula da exceção do contrato não cumprido (que estabelece que

ambos os contratantes têm a obrigação de cumprir, ao mesmo tempo, as prestações que assumiram e nenhum poderá exigir, isoladamente, que o outro cumpra sua parte, se não adimpliu o que lhe cabia) só poderá ser alegada pelo contratado quando o Poder Público incorrer em atraso superior a 90 (noventa) dias da data do pagamento devido ao contratado – nos termos do art. 78, XV, Lei n. 8.666/ 93.

12. Em que consiste a garantia de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato?

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-“A palavra equaçao econômico-financeira significa ‘igualdade’,

‘equivalência’. Corresponde ao termo de equilibrio que se definiu na conformidade do que os contratantes estipularam quando do travamento do liame”. Esta noçao de equivalência, de igualdade, que devera persistir, fica muito bem esclarecida nas seguintes expressões com que Marcel Waline a descreve: “Assim, o equilibrio econômico e financeiro do contrato e uma relação que foi estabelecida pelas próprias partes contratantes no momento da conclusão de encargos deste, que pareceram equivalentes, donde o nome de ‘equaçao’; desde entao esta equivalência nao mais pode ser alterada” (WALINE, 1963, p. 618; BANDEIRA DE MELLO, 2010, p. 211).

13. Em que consiste a Teoria da Imprevisão nos contratos administrativos? Quais motivos dão ensejo à alteração contratual decorrente da aplicação dessa teoria?

A Teoria da Imprevisão consiste no reconhecimento de que eventos novos,

imprevistos e imprevisíveis pelas partes e a elas não imputados, refletindo sobre a economia ou na execução do contrato, autorizam sua revisão para ajustá-lo à sua situação superveniente, a antiga cláusula rebus sic stantibus.

São situações que autorizam a aplicação da Teoria da Imprevisão: o a) Força maior e caso fortuito (ato do homem ou fato da natureza). o b) Fato do príncipe: determinação estatal, geral e abstrata,

superveniente e imprevisível, que onera o contrato, repercutindo indiretamente sobre ele incidência reflexa.

o c) Fato da administração: provém de uma atuação estatal específica que incide diretamente sobre o contrato, impedindo a sua execução nas condições inicialmente estabelecidas.

o d) Interferências imprevistas (sujeições imprevistas): fatos materiais imprevistos, existentes ao tempo da celebração do contrato, mas podem ser verificadas ao tempo da sua execução.

14. O contrato administrativo pode ser verbal? Quando o instrumento contratual pode ser dispensado? É necessária sua publicação? Cite três cláusulas obrigatórias no contrato administrativo.

Não se admite contrato verbal, exceto o de pequenas compras, para pronto

pagamento, cujo valor não ultrapasse a 5% do valor do convite (art. 60, parágrafo único, da Lei 8.666/93).

A formalização por instrumento de contrato é obrigatória nas contratações nos limites da concorrência e da tomada de preços, mesmo que tenha ocorrido dispensa ou inexigibilidade de licitação, sendo facultativo nos demais casos, podendo o administrador optar por carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço (art. 62 da Lei 8.666/93).

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Art. 61, paragrafo unico, da Lei n. 8.666/93: “A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.”

São consideradas cláusulas indispensáveis, obrigatórias em todo contrato administrativo, sob pena de nulidade, as seguintes (art, 55 da Lei n. 8.666/93):

o a) O objeto e seus elementos característicos. o b) O regime de execução ou a forma de fornecimento. o c) O preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e

periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento.

o d) Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso.

o e) O crédito através do qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica.

o f) As garantias oferecidas para assegurar sua pela execução, quando exigidas.

o g) Os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas.

o h) Os casos de rescisão e o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa, prevista no art. 77 da Lei 8.666/93.

o i) As condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso.

o j) A vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor.

o k) A legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos.

o l) A obrigação do contrato de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

o m) Foro competente para as ações referentes ao contrato será a sede da Administração.

15. Em regra, qual a duração máxima de um contrato administrativo? Quais as exceções?

Nos termos do art. 57 da lei n. 8.666/93, a duração dos contratos regidos

por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários (ou seja, o prazo de duração da Lei Orçamentária Anual).

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Este mesmo artigo traz algumas exceções: o a) Quando o objeto estiver previsto no Plano Plurianual (PPA). o b) Quando tratar-se de prestação de serviços a serem executados de

forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a Administração, limitada a 60 meses, admitindo-se, em caráter excepcional, devidamente justificado e com autorização da autoridade superior, a prorrogação por até 12 meses.

o c) No aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 meses, após o início da vigência do contrato.

o d) Nas hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI (envolvem contratos das Forças Armadas e defesa nacional e incentivos à inovação e à pesquisa tecnológica) do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração.

16. Cite três formas de rescisão do contrato administrativo.

São formas de extinção contratual:

o I – Conclusão do objeto ou advento do termo contratual. o II – Rescisão (art. 79 da Lei 8.666/93):

a) Rescisão administrativa: promovida por ato unilateral da Administração, por inadimplência ou por interesse público (nesse caso cabe indenização – art. 78, incisos I a XII e XVII, da Lei 8.666/93).

b) Rescisão amigável: por acordo mútuo, mediante distrato (art. 78, incisos XIII a XVI, da Lei 8.666/93).

c) Judicial (art. 78, incisos XIII a XVI, da Lei 8.666/93). d) De pleno direito: acontece independentemente da

manifestação de vontade das partes, por fato superveniente que impede a manifestação. Ex.: falecimento do contratado; dissolução da sociedade; perecimento do objeto.

o III – Anulação: quando se verificar ilegalidade. A declaração de nulidade opera-se retroativamente e não exonera a Administração do dever de indenizar pelo que já houver executado o contratado, além de outros prejuízos (art. 59 da Lei 8.666/93).

17. Quais penalidades a administração pública pode aplicar ao particular em razão de falhas no cumprimento do contrato administrativo?

Pela inexecução total ou parcial do contrato, a Administração poderá,

garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: o a) Advertência.

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o b) Multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.

o c) Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 02 (dois) anos.

o d) Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada, com base na hipótese anterior. A aplicação dessa pena é competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 02 (dois) anos de sua aplicação.

18. Diferencie convênio e consórcio públicos.

Convênio é o acordo firmado por entidades políticas, de qualquer espécie,

ou entre elas e particulares, para a realização de objetivos de caráter comum, recíprocos. É diferente do contrato administrativo em que o objetivo não é comum (algumas regras estão previstas no art. 116 da Lei 8.666/93). Nos convênios, não há a constituição de uma associação pública ou pessoa jurídica de direito privado.

Consórcio consiste no acordo de vontades firmado entre entidades estatais da mesma espécie para a realização de objetivos de interesses comuns. Ex.: consórcio entre dois Municípios. O consórcio público foi definido pela Lei 11.107/05, constituindo associação pública ou pessoa jurídica de direito privado e formaliza-se por meio de contrato. Os objetivos serão determinados pelos entes da Federação que se consorciarem. Para o cumprimento desses objetivos, o consórcio poderá firmar convênios, contratos ou acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções de outras entidades e órgãos do governo, promover desapropriações e instituir servidores, ser contratado pela Administração Direta e Indireta, com dispensa de licitação, podendo, ainda, emitir documentos de cobrança e realizar atividades de arrecadação de tarifa ou outros preços públicos pela prestação de serviços ou uso de bens. Por fim, pode também outorgar concessão, permissão ou autorização de obra ou serviço.

LICITACAO: servic os publicos e obra publica.

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19. Quais são os pressupostos lógico, jurídico e fático da licitação?

Pressuposto lógico: trata-se da pluralidade de objetos e da pluralidade de

ofertas. Vários entes interessados devem produzir o objeto pretendido pela administração pública, bem como devem ofertá-los à ela, a fim de que possa perfazer o negócio mais vantajoso;

Pressuposto jurídico: refere-se à finalidade da licitação. Em suma, a administração pública contrata algo que vai servir ao interesse público; ela jamais devera contratar algo para lhe “desservir”;

Pressuposto fático: para haver licitação, devem existir interessados capazes de participar da concorrência para contratar com a administração pública. Seria contraproducente abrir licitação para obter um parecer de um jurista famoso. Ou então para contratar um advogado hábil nas sustentações orais junto ao Tribunais Superiores.

20. A quem a lei permite que sejam estabelecidas margens de preferência nas licitações?

Art. 3°, §5°, da Lei n° 8.666/93: produtos manufaturados e serviços

nacionais que atendam as normas técnicas brasileiras; bens e serviços de empresas que cumpram a reserva prevista em lei para deficientes ou reabilitados da Previdência;

o OBS.: § 6º A margem de preferência de que trata o § 5o será estabelecida com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: I - geração de emprego e renda; II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; IV - custo adicional dos produtos e serviços; V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados.

Art. 44, da Lei Complementar n° 123/06 microempresas e empresas de pequeno porte: “Nas licitações será assegurada, como critério de desempate, preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte. § 1º Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada. § 2º Na modalidade de pregão, o intervalo percentual estabelecido no § 1º deste artigo será de até 5% (cinco por cento) superior ao melhor preço.”

21. Cite e explique, resumidamente, cada uma das modalidades de licitação.

CONCORRÊNCIA: modalidade de licitação entre quaisquer interessados que,

na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

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Algumas licitações exigem este tipo de modalidade. É o caso de obras e serviços de engenharia, em contratos de acima de R$ 3.300.000,00 e licitações gerais, com valor acima de R$ 1.430.000,00. A Concorrência é utilizada ainda em compras e alienação de bens públicos.

TOMADA DE PREÇOS: modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. Esse tipo de modalidade pode ser utilizado para contratos de até R$ 3.300.000,00, no caso de obras e serviços de engenharia e para os demais casos, no limite de até R$ 1.430.000,00.

CONVITE: é a mais simples de todas as modalidades de licitação, utilizada para compras e contratos de até R$ 330.000,00 para obras e serviços de engenharia e até R$ 176.000,00 para outras contratações. É modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. Na hipótese da modalidade convite, existindo na praça mais de 3(três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.

CONCURSO: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial.

LEILÃO: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

PREGÃO: é a modalidade mais recente da licitação no Brasil. Prevista na Lei nº 10.520 de 2002, esta modalidade é própria para contratação de bens e serviços comuns, independentemente de seu valor, para desburocratizar os procedimentos de licitação já existentes. Nas versões presencial e eletrônica, o pregão não determina limites para os valores, sendo que a disputa ocorre durante sessão pública. O vencedor é o concorrente que oferece o menor preço.

22. A licitação fracassada autoriza a dispensa de licitação?

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Segundo a Lei nº 8666/93, a licitação fracassada é aquela em que há interessados no processo licitatório, mas que não preenchem os requisitos necessários, sendo, portanto, inabilitados ou desclassificados, não sendo possível a dispensa de nova licitação, devendo assim ser realizado novo processo licitatório pela Administração. Vide §3°, art. 48.

CONCESSÃO E PERMISSÃO E DELEGAC AO DE SERVICOS PUBLICOS: normatizacao, distincoes e caracteristicas, parceria publico-privada (Lei no 11.079/2004).

23. Quais são os critérios de julgamento possíveis para a licitação sobre a concessão comum de serviço público?

Em conformidade com o art. 15, da Lei n. 8.987/95, são os seguintes

critérios: I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado; II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da concessão; III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos I, II e VII; IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital; V - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor técnica; VI - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica; VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de propostas técnicas.

24. Diferencie CONCESSÃO, AUTORIZAÇÃO e PERMISSÃO administrativas.

Autorização: Ato unilateral, discricionário, precário e sem licitação. Interesse

predominantemente privado. Facultativo o uso da área ou prestação do serviço;

Permissão: É formalizada por contrato de adesão (art. 40, Lei 8.987/95). Ato unilateral, discricionário, precário, mas com licitação (qualquer modalidade). Interesse predominantemente público. O uso da área é obrigatório. Prazo indeterminado, mas pode ser revogado a qualquer tempo, sem dever de indenizar;

Concessão: É formalizada por contrato administrativo (art. 4º, Lei 8.987/95). Contrato administrativo bilateral, mediante prévia licitação na modalidade concorrência. Uso obrigatório por prazo determinado e a rescisão antecipada pode ensejar o dever de indenizar. Preponderância do interesse público.

25. É possível a subconcessão?

Sim. Para que seja possível a subconcessão, ou seja, para que seja

subcontratado o objeto do contrato de concessão firmado, ou para que se

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admita a transferência do controle acionário da concessionária, é indispensável a anuência do poder concedente, sob pena de configurar-se inadimplemento sujeito à declaração de caducidade do contrato, sem prejuízo das sanções a serem aplicadas. Neste sentido, dispõe o art. 27 da lei 8.987/95 que a transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão (CARVALHO, 2017).

26. Quais as formas de extinção da concessão? O que é a encampação? E a caducidade?

Nos termos do art. 35 da Lei n. 8.987/95, são formas de extinção da

concessão: I) advento do termo contratual; II) encampação; III) caducidade; IV) rescisão; V) anulação; VI) falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual (art. 35, Lei n. 8.987/95).

O art. 37, da lei 8.987/95 define que encampação é a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior.

Caducidade é uma rescisão unilateral do contrato justificada por motivo de inadimplemento do particular contratado.

27. Quais são os requisitos fáticos mínimos para a instituição de uma parceria público-privada?

O valor não pode ser inferior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais); o

período de prestação do serviço não pode ser inferior a 5 anos; o objeto do contrato não pode circunscrever-se unicamente ao fornecimento de mão-de-obra, fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública (art. 2º, § 4º, Lei n. 11.709/04).

28. Distinga a parceria público-privada patrocinada da administrativa

Patrocinada é a concessão especial de serviços ou de obras públicas que

envolve, além da tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao privado. Já a concessão administrativa ocorre quando o contrato de prestação de serviços tem a Administração pública como usuária direta ou indireta, ainda que envolva a execução de obra ou fornecimento e instalação de bens (Art. 2, §§ 1º e 2º, da Lei Federal nº 11.709/04).

BENS PÚBLICOS E DESAFETAÇÃO

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29. O que é a AFETAÇÃO de um bem público? E o que é DESAFETAÇÃO? De acordo com a classificação dos bens públicos no Código Civil, quais bens são afetados e quais são desafetados?

Afetação é a atribuição a um bem público, de sua destinação específica.

Pode ocorrer de modo explícito ou implícito. Entre os meios de afetação explicita estão a lei, o ato administrativo e o registro de projeto de loteamento. Implicitamente a afetação se dá quando o poder público passa a utilizar um bem para certa finalidade sem manifestação formal. Exemplo: Uma casa doada, onde é instalada uma biblioteca infantil.

Desafetação é a retirada da destinação de interesse público dada ao bem. Ela visa a incluir bens de uso comum do povo ou bens dominicais, com o intuito de possibilitar a sua alienação. A desafetação pode advir de manifestação explicita como no caso de uma autorização legislativa para venda de bem de uso especial; ou decorre de uma conduta da administração, como na hipótese de operação urbanística que torna inviável o uso de uma rua como via de circulação.

Nos ensinamentos de Jose Cretella Junior, a afetaçao e: “o fato ou pronunciamento do Estado que incorpora uma coisa à dominialidade da pessoa juridica” (apud, DI PIETRO, 2007, p. 619), noutra banda o doutrinador traz a desafetação como o oposto da afetação, o que explica nestes termos: “o fato ou a manifestaçao de vontade do poder publico mediante a qual o bem do domínio público é subtraído à dominialidade pública para ser incorporado ao dominio privado, do Estado ou do Administrado” (apud, DI PIETRO, 2007, p. 619).

A partir dos conceitos acima, é possível concluir que os bens de uso especial e os bens de uso comum do povo são afetados, pois possuem uma destinação específica, enquanto que os bens dominicais não são afetados, ou seja, são desafetados, pois não possuem um destinação específica, compondo o domínio privado do estado.

30. Quais os requisitos para a venda de um bem público? É necessária a desafetação?

Segundo o art. 17 da Lei 8.666/93, os requisitos para a venda de um bem

público são: autorização legislativa, avaliação prévia e licitação na modalidade concorrência.

Como determina o art. 100 do Código Civil, os bens de uso especial e de uso comum do povo, que são aqueles que se encontram AFETADOS a uma finalidade pública, são INALIENÁVEIS, enquanto guardarem essa qualificação. Portanto, a DESAFETAÇÃO é sim indispensável para que o bem se torne um BEM DOMINICIAL e, portanto, possa ser alienado.