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Primeiro, livre-se do terror da discursiva técnica. Mas como fazer isso? Simples, siga estes passos: Tenha uma boa base teórica; Anote os principais artigos que poderão fundamentar suas propostas ou juízo de valor; e Treine, faça muitas discursivas. O que é um Relatório/Parecer/Peça de Natureza Técnica? Trata-se de redação coerente e coesa, onde se disserta sobre determinada situação hipotética, sobre a qual deverá ser emitido um juízo de valor, tendo por base critérios determinados. Portanto, é apresentada uma situação hipotética, cujos elementos devem ser utilizados pelo candidato para elaborar um texto que por vezes é denominado Relatório, por vezes é denominado Parecer, Redação ou Peça de Natureza Técnica. Nesse texto, o candidato precisa analisar as informações fornecidas pelo enunciado à luz dos principais normativos (CF, LOTCU, RITCU, LRF, 8.666 etc.) e formular uma proposta de encaminhamento (no caso do TCU. Já em outros cargos, basta a emissão do juízo de valor). Nas provas discursivas de concursos, o Relatório/Parecer/Peça de Natureza Técnica destina-se a avaliar o desempenho do candidato quanto à: Compreensão da situação apresentada; Análise do tema considerando os normativos constitucionais, legais e regimentais pertinentes; Elaboração de argumentação articulada e convincente; Na formulação de propostas adequadas para o deslinde do caso. Tudo isso, numa linguagem adequada, correta e elegante. Como elaborar um Relatório/Parecer/Peça de Natureza Técnica? concurso-publico-principal

Provas Discursivas

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Primeiro, livre-se do terror da discursiva tcnica. Mas como fazer isso? Simples, siga estes passos:Tenha uma boa base terica;Anote os principais artigos que podero fundamentar suas propostas ou juzo de valor; eTreine, faa muitas discursivas. O que um Relatrio/Parecer/Pea de Natureza Tcnica?Trata-se de redao coerente e coesa, onde se disserta sobre determinada situao hipottica, sobre a qual dever ser emitido um juzo de valor, tendo por base critrios determinados.Portanto, apresentada uma situao hipottica, cujos elementos devem ser utilizados pelo candidato para elaborar um texto que por vezes denominado Relatrio, por vezes denominado Parecer, Redao ou Pea de Natureza Tcnica.Nesse texto, o candidato precisa analisar as informaes fornecidas pelo enunciado luz dos principais normativos (CF, LOTCU, RITCU, LRF, 8.666 etc.) e formular uma proposta de encaminhamento (no caso do TCU. J em outros cargos, basta a emisso do juzo de valor).Nas provas discursivas de concursos, o Relatrio/Parecer/Pea de Natureza Tcnica destina-se a avaliar o desempenho do candidato quanto :Compreenso da situao apresentada;Anlise do tema considerando os normativos constitucionais, legais e regimentais pertinentes;Elaborao de argumentao articulada e convincente;Na formulao de propostas adequadas para o deslinde do caso.Tudo isso, numa linguagem adequada, correta e elegante.Como elaborar um Relatrio/Parecer/Pea de Natureza Tcnica?concurso-publico-principal

Inicialmente, tenha calma, nada de desespero.

Leia com calma significa ler todo o enunciado, pausadamente, registrando cada palavra e informao. Em outras palavras, no ler na diagonal, atropelando palavras, querendo chegar rpido ao fim.

Ler com calma significa: em primeiro lugar, identificar o tipo de situao que est sendo apresentada. uma denncia? a resposta a uma citao ou audincia? um recurso? So concluses de uma equipe de fiscalizao? Do que trata o enunciado?

Conhecendo o tipo de situao que iremos analisar, vamos determinar a espcie do processo e o momento na vida do processo no qual vamos produzir a nossa instruo, ou, como queiram, Pea de Natureza Tcnica, Relatrio ou Parecer. Sabendo isso, j estamos com a estrutura do texto pronta!

1. INTRODUO a delimitao do objeto. Aqui, o candidato deve dizer de que se trata o caso em questo (tomada de contas, prestao de contas, consulta, dispensa de licitao, etc.), ou seja, simplesmente descreve-se o objeto de anlise do Relatrio/Parecer/Pea Tcnica.Trata-se de processo de tomada de contas especial relativo aos recursos repassados mediante convnio Prefeitura de XXX Examinam-se nos presentes autos as razes de justificativa apresentadas pelos responsveis ZZ e YY em resposta s audincias determinadas pelo Ministro-Relator XY s fls.@@ tendo em vista as concluses do relatrio de auditoria no rgo ABC.1.1. Apresentao dos fatosUm eventual segundo pargrafo introdutrio pode ser til para situar/contextualizar informaes relevantes contidas no enunciado da questo ou para situar o histrico da situao.As principais irregularidades apontadas foram: superfaturamento no contrato de fornecimento de fraldas, nomeao de enfermeiras sem concurso pblico, falta de controle da sada de medicamentos da farmcia etc. o histrico da situao, a sequncia dos fatos ocorridos. Geralmente, basta copiar o enunciado da questo.2. DESENVOLVIMENTOO passo seguinte a anlise pormenorizada da situao. Em regra, cada assunto deve ser objeto de um pargrafo especfico. Assim, se iremos tratar de superfaturamento, nomeao sem concurso e falta de controle patrimonial, dedicaremos pargrafos separados para cada um desses pontos.

ATENOEm anlises mais complexas, um mesmo tpico pode consumir dois ou mais pargrafos. A regra importante a ser fixada no tratar de mais de um assunto no mesmo pargrafo. Os pargrafos do desenvolvimento devem apresentar sinttica e objetivamente cada um dos pontos em exame, os argumentos pr e contra, a fundamentao legal, etc.Em cada situao analisada ou seja, a cada pargrafo examinar-se- a situao sempre pelo prisma da legalidade e, eventualmente, se a hiptese recomendar, sob os critrios da legitimidade e da economicidade.As irregularidades que motivaram a aplicao das multas foram SS, DD e JJ. Proceda-se ao exame de cada uma delas.Em sntese, os argumentos apresentados pelo responsvel concentraram-se Com respeito acusao de nepotismo, o responsvel alegou que se cunhado no parente, muito menos os afilhados. O argumento no tem amparo legal, antes se choca com expressa disposio do Estatuto da Fundao @@A cada alegao ou argumento, ou seja, a cada pargrafo ou sequncia de pargrafos, formula-se um juzo parcial.Constata-se que o responsvel no logrou comprovar a boa aplicao dos recursos.Verifica-se que os documentos apresentados atestam a boa-f dos interessados.O dispositivo legal invocado nas alegaes de defesa no aplicvel ao caso em exame. REGRA DE OURONo pode haver ocorrncia ou argumento sem anlise!No pode haver irregularidade sem proposta! 3. CONCLUSONesta fase, o candidato formula as propostas cabveis, coerentes com a exposio feita. Assim, por exemplo, se entendeu que as alegaes de defesa no lograram elidir as irregularidades constantes dos autos, sua proposta ser no sentido da rejeio das alegaes de defesa e da condenao do responsvel em dbito. Ao contrrio, se, em outra hiptese, sua anlise verificar que as razes de justificativa apresentadas forem suficientes para sanear as irregularidades objeto da audincia, sua proposta ser pelo acolhimento dessas razes de justificativa.

Ante o exposto, encaminhem-se os autos considerao superior, com proposta de no conhecer da consulta apresentada pelo Vereador Sicrano, tendo em vista a ausncia de pressupostos legais para o seu exame pelo TCU

Diante do exposto, conclui-se pelo acolhimento do recurso de reviso apresentado pelos sucessores do ex-Prefeito Beltraninho, propondo-se a alterao do item 9.1 do Acrdo #/2006-2a Cmara no sentido de julgar as presentes contas regulares com ressalvas. luz das consideraes precedentes, cumpre elevar-se os presentes autos ao Gabinete do Ministro-Relator XK, com proposta de rejeio das razes de justificativa, e de que as presentes contas sejam julgadas irregulares, nos termos dos arts. 1, inciso I, 16, inciso III, alnea b e 19, pargrafo nico, da Lei n 8.443/92, com aplicao de multa ao responsvel, Sr. TQW, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificao, para comprovar, perante este Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, com base nos arts. 58, inciso I, e 23, inciso III, alnea a da citada Lei c/c o art. 202, 7, do Regimento Interno/TCU.Ante o exposto, conclui-se pela improcedncia da denncia, sugerindo-se o arquivamento dos autos Diante do exposto, restou comprovada a prtica de ato ilegal e antieconmico, devendo os autos serem encaminhados ao gabinete do Ministro-Relator YY, com a proposta de aplicao das sanes previstas na Lei n. 8.443/92. Tendo em vista os argumentos expostos, cumpre recomendar-se que sejam aceitas as razes de justificativa apresentadas pelo Senhor ZZ e rejeitar as alegaes de defesa da empresa QQQ, impondo a essa a penalidade prevista na Lei n. 8.443/92. 3.1. Elementos sine qua non para uma conclusoObservaram que h dois elementos presentes em todos esses exemplos? Eles so obrigatrios na concluso:1 a referncia a tudo o que foi apresentado no corpo do texto ( luz das consideraes precedentes, Ante o exposto, Diante do exposto, etc.);2 a proposta conclusiva.No existe parecer sem concluso!No existe concluso sem proposta! H ainda um terceiro elemento fundamental a ser fixado:No existe proposta sem embasamento legal!Isso muito importante. Voc, futuro colega, s pode propor aquilo que legalmente previsto. Para que sua proposta seja considerada, voc deve apontar claramente em qual dispositivo legal ela est amparada.

claro que na hora da prova nem sempre vamos lembrar de todos os incisos e pargrafos, mas sempre poderemos registrar que o que estamos propondo :conforme dispe a Lei Orgnica do TCU; oude acordo com o RITCU; ousegundo prev a LRF; oucom fulcro na Lei 8.666/1993.O importante deixar claro que a proposta no caiu de paraquedas no final do texto! Ela deriva de um raciocnio que foi apresentado e possui fundamentao jurdica adequada.Se a proposta contiver vrios itens, eles devem ser apresentados em ordem lgica. Por exemplo: se a multa decorrente de irregularidade nas contas, apresenta-se primeiro a proposta de julgar as contas irregulares e, a seguir, a cominao de multa. O inverso no faria sentido.

CUIDADOQuando tratar de exame de um recurso, denncia etc., a proposta com relao admissibilidade (conhecimento ou no conhecimento) sempre precede a proposta do juzo de mrito (acolhimento ou no acolhimento, provimento ou no provimento etc.).As propostas relativas a recomendaes e/ou determinaes so apresentadas aps as relativas a sanes. Propostas de arquivamento sempre so as ltimas a serem relacionadas no texto.Por fim, quanto a esta temtica, recomendo as aulas da Professora Junia Andrade e as aulas do Professor Luiz Henrique Lima.

Que tal um treino? PROVA DE ANALISTA LEGISLATIVO DA CMARA DOS DEPUTADOS 2012 (CESPE)Ao final de determinado exerccio financeiro, o rgo pblico X, integrante da estrutura administrativa do Ministrio Y, apresentou ao TCU relatrio de gesto em cumprimento do dever de prestar contas estabelecido no art. 70, pargrafo nico, da CF. Acerca desse relatrio, observou-se o seguinte:

o principal ordenador de despesa includo no rol de responsveis, que falecera em 4 de novembro do ano a que se refere o processo de contas, no assinou o relatrio de gesto;no foram includos, na prestao de contas, os recursos correspondentes s caues depositadas em garantia para a participao em licitaes, ao argumento de pertencerem aos prprios licitantes, e no ao rgo pblico;em decorrncia de irregularidade constatada na concesso de suprimentos de fundos, houve dano ao errio correspondente a 0,05% do oramento total do rgo, considerado insignificante pelo controle interno;no ano anterior, o TCU determinara Secretaria de Controle Interno do Ministrio Y a realizao de auditoria de gesto no rgo X, determinao que no foi cumprida;o parecer da Secretaria de Controle Interno do Ministrio Y declarou que as contas estavam em condies de ser julgadas pelo TCU.O rgo X no foi includo entre as unidades jurisdicionadas do TCU cujas contas sero constitudas para julgamento.

Considerando o caso acima descrito, redija um parecer tcnico acerca do referido processo de contas, abordando, necessariamente, os seguintes aspectos:

contedo do processo de contas;julgamento do TCU quanto aos aspectos de responsabilidade e alcance;providncias a serem adotadas relativamente no realizao da auditoria de gesto determinada pelo TCU;concluso e recomendaes em relao ao processo de contas.Extenso mxima: 120 linhas

QUESTO DISCURSIVA: PROVA DO TCU /2008 (CESPE)

A segregao de funes faz parte de um conjunto de atividades de controle consideradas relevantes para uma auditoria das demonstraes contbeis. Significa dizer que se deve fazer com que os indivduos no realizem funes incompatveis.

Do ponto de vista de controle, funes so consideradas incompatveis quando possvel que um indivduo cometa um erro ou fraude e esteja em posio que lhe permita esconder o erro ou a fraude no curso normal de suas atribuies.

Considerando que o texto acima tem carter unicamente motivador, redija um relatrio de controle interno sobre os aspectos relacionados segregao de funes em uma organizao auditada, considerando, ainda, que tenham sido feitas as seguintes verificaes relevantes a respeito da mencionada organizao:

um dos responsveis por recebimentos de caixa est tambm autorizado a aprovar abatimentos em contas de clientes e a registrar devolues de vendas;um dos responsveis por pagamentos recebe os extratos bancrios e efetua as respectivas conciliaes;somente alguns funcionrios do Departamento de Compras esto autorizados a aprovar as encomendas e efetuar as aquisies, e, mesmo assim, at determinado limite de valor;Departamento de Vendas aprova os crditos de clientes que j efetuaram pelo menos uma operao com a organizao;o almoxarife controla o recebimento dos materiais adquiridos e faz a comunicao Contabilidade, que confere essa informao com a cpia do pedido de compra, que j lhe fora encaminhado;ao Departamento de Tecnologia da Informao cabe, entre outras atribuies, a correo dos dados submetidos por departamentos usurios.Ao elaborar seu texto, analise cada uma das situaes descritas acima, apontando eventuais falhas ou pontos fracos e sugerindo possveis modificaes nos procedimentos adotados, relativos aos diferentes setores e responsveis pelas operaes da organizao em apreo.

Extenso mxima: 50 linhas

QUESTO DISCURSIVA: PROVA DO TCU /2013 (CESPE)

Em auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado X para avaliar a qualidade do servio de transporte pblico coletivo prestado na capital bem como a atuao do rgo gestor na promoo da qualidade desse servio, foram visitados todos os terminais de nibus e estaes de metr e foi estabelecida uma amostra aleatria estratificada por eixo populacional, compreendendo 335 paradas de nibus, o que representa uma margem de erro de 5% e intervalo de confiana de 95%. No relatrio da auditoria, constam as seguintes constataes:

baixa qualidade do servio prestado pelas empresas permissionrias servio inferior ao do metr;baixo ndice de informao do servio de transporte rodovirio quanto a horrios e itinerrios;perodo de utilizao de mais da metade dos nibus superior ao mximo legalmente permitido;graves falhas no processo de vistoria, o que compromete a segurana dos veculos;baixa efetividade da fiscalizao do governo, no que se refere falta de pagamento das multas lavradas.Alm dessas constataes, h indcios de esquema de formao de cartel entre empresas para superfaturar obras e servios na rede de transporte; de combinao para direcionamento de licitaes; de subcontrataes irregulares; e de pagamento de propinas a polticos, diretores de empresas pblicas e a responsveis pelo sistema de transporte dessa capital. Os documentos da investigao, juntamente com o relatrio de auditoria, fazem parte da prestao de contas do rgo em anlise.

Com base na situao hipottica apresentada, elabore, com as devidas fundamentaes, um parecer conclusivo a partir do relatrio de auditoria, atendendo ao que se especifica a seguir.

Tipo de auditoria adequada identificao das constataes citadas e s correes dos desvios. [valor: 12,00 pontos]Principais tipos de amostragens utilizadas em auditorias, suas caractersticas e o tipo utilizado no caso concreto. [valor: 13,00 pontos]Tipos de decises definitivas de contas perante o TCU e opinio sobre as contas dos responsveis pelo sistema de transporte da capital em epgrafe. [valor: 13,00 pontos]Extenso mxima: 50 linhas