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Faculdade Unida de Campinas – FACUNICAMPS –CIENCIAS CONTÁBEIS CAMILLA OLIVEIRA AGUIAR LHUCAS RIBEIRO MARQUES AUDITORIA II

PROVISÃO PARA CRÉDITO DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA

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PROVISÃO PARA CRÉDITO DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA:ConceitoLei RegulamentadoraContabilizaçãoForma de CálculoReversão de Saldo Não Utilizado.Conceito e Contabilização das Contas a Receber

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Faculdade Unida de Campinas –

FACUNICAMPS –CIENCIAS CONTÁBEIS

CAMILLA OLIVEIRA AGUIAR

LHUCAS RIBEIRO MARQUES

AUDITORIA II

GOIÂNIA-GO2016/1

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CAMILLA OLIVEIRA AGUIAR

LHUCAS RIBEIRO MARQUES

AUDITORIA II

PROFESSOR: ADRIANO FERRER PINTO

GOIÂNIA-GO2016/1

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1. PROVISÃO PARA CRÉDITO DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA OU PERDAS ESTIMADAS EM CRÉDITOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA

1.1CONCEITO

A provisão para créditos de liquidação duvidosa é uma das mais comuns

provisões do Ativo, pelo fato de poder refletir as perdas que são esperadas por

inadimplência de clientes. Para se fazer tal provisão, torna-se necessária a

consideração de todos os fatores de riscos conhecidos, a fim de poder estimar

com critérios todas as perdas que ocorrerão com o setor financeiro, e em

específico o departamento de contas a receber.

Convêm registrar que a utilização do termo provisão é atualmente questionada

pela doutrina contábil, como podemos verificar no "Manual de Contabilidade

Societária" da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras

(FIPECAFI), que assim versa:O termo "provisão" para as contas retificadoras do ativo não tem utilização adequada considerando o tratamento na atual Deliberação da CVM nº 594/09 e nos conceitos que a suportam. No Brasil o temo provisão para as contas retificadoras do ativo foi sempre bastante utilizado, mas consideramos essa utilização inadequada e neste Manual faremos a adaptação do termo "perdas estimadas". Assim, passaremos a utilizar, por exemplo, "perdas estimadas para créditos de liquidação duvidosa" (PECLD) e não mais "provisão para créditos de liquidação duvidosa". Essa alteração visa reduzir o emprego inadequado do termo provisão só para as obrigações e estar em consonância com o IASB e com o conceito de "redução ao valor recuperável".Base Legal: Manual de Contabilidade Societária, da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), p. 332 (UC: 28/04/15).

1.2LEI REGULAMENTADORA

Até o ano-calendário de 1996, o artigo 43 da Lei nº 8.981/1995 admitia que a

provisão para créditos de liquidação duvidosa fosse lançada diretamente em

conta de resultado, como despesa operacional, sendo dedutível o montante

provisionado para fins de apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica

(IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Porém, desde o ano-calendário de 1997, com a publicação da Lei nº

9.430/1996 (Artigo 14), restou revogado referido dispositivo legal. Desde então,

essa provisão deixou de ser dedutível para fins fiscais, o que fez com que a

maioria das empresas deixasse de constituir "provisão para créditos de liquidação

duvidosa".

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1.3FORMA DE CÁLCULO

A provisão para créditos de liquidação duvidosa deve ser baseada na

análise individual do saldo devedor de cada cliente, e em conjunto com os

responsáveis pelos setores de vendas e crédito e cobrança, com o objetivo

de exercer um julgamento adequado dos saldos incobráveis.

Para ser dedutível para fins fiscais, o registro contábil das perdas no

recebimento de créditos deve ser efetuado a débito da conta de resultado,

tendo como contrapartida ( RIR/1999 , art. 340):

1) A conta que registrou o crédito, no caso de créditos, sem garantia, de valor

até R$ 5.000,00 por operação, vencidos há mais de seis meses;

2) A conta redutora do crédito, nas demais hipóteses previstas na lei fiscal,

quais sejam:

2.1) Créditos sem garantia, de valor acima de R$ 5.000,00 até R$ 30.000,00,

por operação, vencidos há mais de um ano, que estejam em cobrança

administrativa;

2.2) Créditos sem garantia, de valor superior a R$ 30.000,00, vencidos há

mais de um ano, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais

para o seu recebimento;

2.3) Créditos com garantia (reserva de domínio do bem vendido, alienação

fiduciária ou outra garantia real), vencidos há mais de dois anos, desde que

iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para seu recebimento ou

arresto das garantias;

2.4) Créditos contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada

concordatária, relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se

comprometido a pagar, observando-se o seguinte:

2.4.1) A dedução da perda será admitida a partir da data da decretação da

falência ou da concessão da concordata, desde que a credora tenha adotado

os procedimentos judiciais necessários para o recebimento do crédito;

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2.4.2) A parcela do crédito cujo compromisso de pagar não houver sido

honrado pela empresa concordatária poderá também ser deduzida como

perda.

1.4 CONTABILIZAÇÃO

Com o intuito de equilibrar os critérios fiscal e contábil de contabilização

das perdas no recebimento de créditos, recomendo a criação de subcontas

distintas para o registro em separado das parcelas dedutíveis e não

dedutíveis das mencionadas perdas, conforme demonstro a seguir:

a) Contas redutoras do Ativo Circulante:

a.1)Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa – Não Dedutível

a.2)Créditos Vencidos e não Liquidados – Dedutível

b) Contas de resultado:

b.1)Provisão para Perdas no Recebimento de Créditos – Não Dedutível

b.2)Perdas no Recebimento de Créditos – Dedutível

Como contabilizar provisão para créditos de liquidação duvidosa – PDDVamos considerar que uma empresa, após efetuar a análise do seu “contas a

receber”, chegue à conclusão de que o montante estimado dos créditos que

não seriam recebidos no ano-calendário seria de R$ 100.000,00.

Nesse caso, a provisão para os créditos de liquidação duvidosa seria

contabilizada assim:

Constituição da provisão para créditos de liquidação duvidosa:D – Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa – Não Dedutível

(Despesas operacionais) R$ 100.000,00

C – Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa – Não Dedutível

(Redutora de Contas a receber) R$ 100.000,00

Admitamos agora que a empresa efetue a baixa de um crédito sem garantia

no valor de R$ 20.000,00, vencido há mais de um ano.

Considerando-se que a baixa é dedutível para fins fiscais, temos os seguintes

lançamentos:

Reversão parcial da provisão indedutível para fins fiscais:

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D – Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa – Não Dedutível

(Redutora de Contas a receber) R$ 20.000,00.

C – Provisão para Perdas no Recebimento de Créditos – Não

Dedutível (Despesas operacionais) R$ 20.000,00.

Perda no recebimento de créditos, dedutível para fins fiscais:D – Perdas no Recebimento de Créditos – Dedutível (Despesas operacionais)

R$20.000,00.

C – Créditos Vencidos e não Liquidados (Redutora de Contas a receber) R$

20.000,00.

1.5 REVERSÃO DO SALDO NÃO UTILIZADO DA PROVISÃO

A boa técnica contábil recomenda a reversão do saldo não utilizado da

provisão, antes de ser constituída nova provisão para créditos de liquidação

duvidosa, não sendo recomendável a prática de complementar o saldo da

provisão, constituída no balanço anterior.

Por exemplo, vamos imaginar uma empresa cuja provisão para créditos de

liquidação duvidosa, constituída no ano anterior, apresente, esse ano, saldo

não utilizado de R$ 10.000,00. O lançamento contábil da reversão do valor é

assim efetuado:

Reversão do saldo não utilizado da provisão constituída no ano anterior:D – Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa – Não Dedutível

(Redutora de Contas a receber) R$ 10.000,00

C – Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa – Não Dedutível

(Despesas Operacionais) R$ 10.000,00.

2. NBC T01

Prudência 

37. Os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas

que inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a

possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida

útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas

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por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas pela

divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na

preparação das demonstrações contábeis. Prudência consiste no emprego de um

certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas

em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos ou receitas não sejam

superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados.

Entretanto, o exercício da prudência não permite, por exemplo, a criação de

reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação deliberada de ativos ou

receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou despesas, pois as

demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam

confiáveis. 

3. CONTAS A RECEBER

As contas a receber representam, normalmente, um dos mais importantes

ativos da empresa. São valores a receber decorrentes de vendas a prazo de

mercadorias e serviços a clientes, ou oriundos de outras transações. Essas outras

transações não representam o objeto principal da empresa, mas são normais e

inerentes a suas atividades.

Por esse motivo, é importante a segregaçãode valores a receber, relativos a

seu objeto principal (clientes), das demais contas. As contas a receber são

desmembradas em montantes a receber de clientes comerciais, contas a receber

de partes relacionadas, pagamentos antecipados e outros montantes, que

podemos denominar OUTROS CRÉDITOS. Essas contas são normalmente

realizáveis no decurso do exercício seguinte á data do balanço e fazem parte,

portanto, do ATIVO CIRCULANTE. Todavia, podem também ter vencimentos a

longo prazo, em casos específicos de vendas a prestação etc., quando então, as

parcelas recebíveis após o exercício seguinte devem ser classificadas no ATIVO

NÃO CIRCULANTE. A partir da Lei nº11.638/07 é também previsto o ajuste a

valor presente dos valores a receber.

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3.1 CLIENTES

O agrupamento das contas representativas de clientes, que deve estar

destacado no Balanço e no Plano de Contas são:

ATIVO CIRCULANTE

CONTAS A RECEBER

CLIENTES

· Duplicatas a Receber

Clientes

Controladas e Coligadas

Serviços Executados a Faturar

· Perdas Estimadas em Créditos de Liquidação Duvidosa

· Ajustes a Valor Presente

· Faturamento para Entrega Futura

· Saques de Exportação

Conteúdo e classificação

· Duplicatas a receber

As duplicatas a receber originam-se no curso normal das operações da

empresa pela venda a prazo de mercadorias e serviços, representando um direito

a cobrar de seus clientes.

É conveniente segregar a conta Duplicatas a Receber nas subcontas

Clientes de Controladas e Coligadas, para facilitar o destaque no Balanço e sua

menção em nota explicativa de investimentos e transações entre partes

relacionadas e na elaboração das demonstrações consolidadas.

Já a conta de Serviços Executados a Faturar são valores a receber ainda não

faturados, oriundos de diversas operações, particularmente no ramo de

construção, produção de equipamentos sob encomenda e de serviços

profissionais.

4.  ESTOQUES

São ativos:

a. mantidos para venda no curso normal dos negócios;

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b. em processo de produção para venda; ou

c. na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou

transformados no processo de produção ou na prestação de serviços.

Desta forma, temos que os estoques compreendem bens adquiridos e

destinados à venda, incluindo, por exemplo, mercadorias compradas por um

varejista para revenda ou terrenos e outros imóveis para revenda. Os estoques

também compreendem produtos acabados e produtos em processo de produção

(produtos em elaboração) pela entidade e incluem matérias-primas (MP) e

materiais aguardando utilização no processo de produção, tais como:

componentes, embalagens e material de consumo.

No caso de prestador de serviços, os estoques devem incluir os custos do

serviço para o qual a entidade ainda não tenha reconhecido a respectiva receita

(Ver o Pronunciamento Técnico CPC 30 - Receita).

Por fim, lembramos que os estoques devem ser mensurados e apresentados

no Balanço Patrimonial (BP) pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido,

dos 2 (dois) o menor.

2Base Legal: Itens 6, 8 e 9 da NBC TG 16 - R1 (UC: 15/09/15).

5. DESPESAS ANTECIPADAS 

As despesas antecipadas são aquelas pagas ou devidas com antecedência,

mas referindo-se a períodos de competência subseqüentes.

Exemplos:Prêmios de seguro

Aluguel pago antecipadamente

Assinaturas de periódicos e anuidades

Juros sobre descontos de duplicatas

5.1 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DAS DESPESAS ANTECIPADAS 

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As despesas do exercício seguinte serão apresentadas no balanço pelas

importâncias aplicadas, diminuídas das apropriações efetuadas no período, de

forma a obedecer ao regime de competência.

  A apropriação das despesas relacionadas neste grupo deve ser feita ao

resultado do período a que corresponderem e não ao período em que foram

pagas, mediante controles auxiliares, com as informações relativas aos valores

pagos e às parcelas a serem apropriadas.

 5.2 ENCARGOS FINANCEIROS A TRANSCORRER

 

Os encargos financeiros pagos antecipadamente, como é o caso de

desconto de duplicatas, devem ser apropriados pelo período a que competirem.

 

Exemplo:Lançamento por ocasião do desconto:

D - Encargos Financeiros a Transcorrer (Ativo Circulante)

C - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)

Apropriação da despesa financeira proporcional, no final do mês:

D – Juros sobre Desconto de Duplicatas (Conta de Resultado)

C - Encargos Financeiros a Transcorrer (Ativo Circulante)

6. IMOBILIZADO

6.1 CONCEITO

O Ativo Imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à

manutenção das atividades da empresa, podendo apresentar-se tanto na forma

tangível (edifícios, máquinas, etc.) como na forma intangível (marcas, patentes,

etc.). O Imobilizado abrange, também, os custos das benfeitorias realizadas em

bens locados ou arrendados.

São classificados ainda, no Imobilizado, os recursos aplicados ou já destinados

à aquisição de bens de natureza tangível ou intangível, mesmo que ainda não em

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operação, tais como construções em andamento, importações em andamento,

etc. 

Ressalte-se que as inversões realizadas em bens de caráter permanente, mas

não destinadas ao uso nas operações, deverão ser classificadas no grupo de

investimentos, enquanto não definida sua destinação.

6.2 CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL DAS CONTAS DO ATIVO IMOBILIZADO

As contas no grupo Imobilizado devem ser segregadas por espécie de ativo,

segundo a sua natureza, para que possa ter o controle do custo e

da depreciação, amortização ou exaustão relativo a cada bem.

Em função dessas necessidades é que cada empresa deve elaborar seu plano

de contas, segregando o Imobilizado da seguinte forma:

a) Imobilizado em operação, que são todos os bens já em utilização na atividade

objeto da sociedade;

b) Imobilizado em andamento, que são classificadas todas as aplicações de

recursos de imobilizações, mas que ainda não estão operando.

Quando a empresa tiver filiais ou diversas fábricas e mesmo que contabilidade

seja centralizada, deverá segregar as contas por estabelecimentos, para efeitos

de controle e apropriação da depreciação, amortização ou exaustão para fins de

custeio.

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BIBLIOGRAFIA

MARTINS, Eliseu et al. Manual de Contabilidade Societária – Aplicável a todas as

Sociedades. 2ª ed. São Paulo: Atlas,2013.

http://www.analisecontabilidade.com.br/capa.asp?infoid=4396.

http://www.tax-contabilidade.com.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=253.

http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/imobilizado.htm

http://compliance-ce.com.br/2012/02/13/estoques-tratamento-contabil/